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Autoria e Participao

As consideraes sobre a autoria e participao em aes criminosas possuem grande valor prtico por fornecerem critrios identificadores da

responsabilidade penal que cabe ao agente de acordo com sua parcela de atuao. O caso em que o crime cometido apenas por um agente no possui difcil resoluo enquanto que a ao criminosa coletiva implica reflexes de maior complexidade. Para melhor entender-se a questo necessrio observar que o Cdigo Penal dispe que quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade (art.29). Buscando apurar a medida de culpabilidade surgiram teorias que adotaram posicionamentos e parmetros distintos. A Teoria Subjetiva utiliza como critrio a vontade, considerando quem age com vontade de autor e vontade de partcipe o que redunda em dificuldades prticas pela impossibilidade de precisa determinao do estado de nimo do agente, reforando a validade das teorias objetivas. A Teoria Objetiva Formal - desenvolvida pelo modelo causalista entende que o autor aquele que realiza o crime (ao do tipo) enquanto que o partcipe aquele que atua no auxlio ou preparao da ao tpica. Por elaborar um conceito restritivo e simplista de autor, esta teoria falha em questes que envolvem a autoria mediata e co-autoria. Hoje prepondera a Teoria Objetiva Material (modelo final de crime) que utiliza como critrio o domnio do fato de modo que autor quem domina a realizao, a paralisao e a continuidade do fato criminoso enquanto o partcipe no possui este domnio j que sua ao uma contribuio acessria sob a forma de instigao (induzimento) ou cumplicidade (ajuda) dotada de dolo convergente ao do autor. Na seqncia abordaremos as espcies de autoria.

Pedro Luciano E. Ferreira - Advogado, mestrando em Criminologia e Direito Penal pela UCAM/RJ e integrante do Programa de Capacitao de Docentes do CESCAGE.

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