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Homicdio Doloso Simples

No ltimo domingo tratamos do homicdio que a destruio da vida humana causada por outro homem. Como a lei prev vrias formas de homicdio, no presente artigo trataremos do homicdio doloso simples, mas sem a pretenso de esgotar o assunto porquanto o espao ora utilizado no nos permite um estudo mais extenso e aprofundado. Como se trata de homicdio doloso e no culposo, inicialmente vale esclarecer que se considera dolo a vontade livre e consciente de realizar a figura delitiva que, no caso, a inteno de matar algum, denominada animus necandi. Pois bem, a distino entre homicdio doloso simples, privilegiado e qualificado, est na frmula prevista no art. 121 do Cdigo Penal (CP): matar algum. Toda vez que estiverem ausentes as hipteses privilegiadoras do 1 (que ocasionam a diminuio da pena) ou qualificadoras do 2 (causadoras do aumento da pena), teremos a figura do homicdio doloso simples. No homicdio doloso simples pode ocorrer o chamado crime impossvel, seja pela absoluta impropriedade do objeto (atirar em um cadver) ou do meio (ministrar acar pensando tratar-se de veneno). Tambm podem verificar-se as excludentes de ilicitude - art. 23 CP (legtima defesa, estado de necessidade, exerccio regular do direito e estrito cumprimento do dever legal). A consumao ocorre com o resultado morte (crime instantneo de efeitos permanentes) dispensando maiores consideraes. Com relao tentativa e a desistncia ambas hipteses em que o resultado no se verifica - o aspecto diferencial reside na presena ou falta do animus necandi, pois na desistncia o agente renuncia o propsito criminoso espontaneamente enquanto que na tentativa o resultado no ocorre por fatores alheios a sua vontade, persistindo a inteno de matar.

Pedro Luciano Evangelista Ferreira - Advogado, mestrando em Direito Penal e Criminologia pela UCAM/RJ e integrante do Programa de Capacitao de Docentes do CESCAGE.

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