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Estados Emocionais

Pare por uns instantes e reflita sobre as perguntas a seguir:


Como você se sente ? Como é o diálogo que estabelece consigo próprio? São palavras
motivadoras, carregadas de confiança e entusiasmo ou você fica o tempo todo reprovando
suas idéias? Nos momentos de trabalho, lazer que tipo de imagens passa pela sua mente?
Você tem o hábito de focalizar seus pensamentos nos problemas que podem acontecer ou
nas estratégias que podem funcionar?

Com base nas respostas que obteve, como você avalia as emoções que sente? São positivas
ou negativas? Elas colaboram para que você tenha sucesso ou apenas o prejudicam?
Algumas das piores sensações que se pode experimentar são: ansiedade, medo, insegurança,
pessimismo, raiva, cansaço e falta de motivação. Estes estados limitam suas atitudes e
pensamentos, deixando-o sem recursos para uma vida de qualidade. A boa notícia,
entretanto, é que os estados são passageiros: podem e devem ser manipulados, para que se
obtenha um melhor rendimento dentro da sala de aula. Estamos falando de Inteligência
Emocional – o uso inteligente das emoções.

Encontramos em O’Connor um parágrafo esclarecedor. “Estados bons para a aprendizagem


são a curiosidade, a fascinação, o interesse e a empolgação. Quando as pessoas estão
entediadas, desanimadas, ansiosas ou hostis, nada aprendem.” (2004, p. 84).

O que são estados emocionais?

Estado emocional é uma resultante de nossas representações internas (pensamentos),


fisiologia e comportamentos.
• Pensamentos ou representações internas são as imagens, sensações táteis, odores,
sabores e sons que surgem em nossa mente, sejam eles criados ou recordados. Entra
aqui, também, o diálogo interno – aquela conversa que estabelecemos com nós
mesmos durante a maior parte do dia.

• Fisiologia é o conjunto das reações bioquímicas que acontecem em nosso organismo,


assim como os batimentos cardíacos, a pressão arterial, o grau de dilatação da pupila,
a temperatura corporal, a concentração de açúcar no sangue, a coloração facial, etc.
Não podemos manipular diretamente os elementos de nossa fisiologia, mas podemos
controlá-los através dos comportamentos.

• Comportamentos são nossas atitudes conscientes e inconscientes (reações


espontâneas), tais como a postura corporal, gestos, tensão muscular, palavras,
respiração, tom e volume de voz, entre outros.
Esses três fatores estão interligados e interagem reciprocamente uns com os outros,
determinando um estado emocional. Controlar o estado emocional implica, portanto, em
estarmos conscientes dos fatores citados. No entanto, temos aqui uma via de mão-dupla: se
não exercermos este controle ativo sobre o processo, os estados emocionais determinarão
nossos pensamentos, nossa fisiologia e nossos comportamentos, como podemos visualizar no
diagrama abaixo.
Adaptado de Robbins (2001, p. 51)
Por exemplo, com relação à fisiologia, o estado de ansiedade pode caracterizar-se por
batimentos cardíacos em pulso acelerado, forte pressão arterial, mãos geladas e palidez
facial. Quanto aos comportamentos, o padrão respiratório é superficial e rápido, a fala é
rápida e num tom de voz agudo, os gestos são rápidos e há bastante tensão muscular em
pontos específicos do corpo (abdome, pescoço, maxilar inferior), podendo haver tiques
nervosos.

Os pensamentos estão quase sempre focados no fracasso, ou seja, nas coisas que podem dar
errado; o diálogo interno é afobado ou desesperado, com ritmo rápido e conteúdo pessimista.

Como podemos manipular nossos estados emocionais?


Para pensar e agir com desenvoltura, e assim ensinar ou aprender precisamos
estar em um estado emocional excelente, onde possa experimentar boas
sensações, como confiança, alegria, entusiasmo, energia e criatividade. Ao
identificar um estado emocional negativo, alguma coisa precisa ser feita.
Manipular o estado emocional implica, assim, em controlar conscientemente a
fisiologia, o comportamento e os pensamentos. A seguir, há algumas dicas de como podemos
exercer tal controle.

Fisiologia
Já foi dito anteriormente que não podemos exercer um controle direto sobre nossa fisiologia.
Podemos, na verdade, tentar controlá-la através de nossos comportamentos. Por exemplo:
não podemos controlar diretamente as batidas do nosso coração, mas podemos diminuir
nossa pulsação se respirarmos de forma mais lenta e profunda. Note que “respirar de forma
mais lenta e profunda” é um comportamento; o resultado fisiológico é a desaceleração do
pulso. Podemos, no entanto, usar a fisiologia como um “termômetro”, ou seja, como uma
forma objetiva de avaliarmos nossos estados emocionais.
O passo inicial para quebrar um estado emocional destrutivo é mudar nossa respiração e
postura física/facial. Uma pessoa deprimida respira lentamente, sua cabeça e olhos estão a
maior parte do tempo para baixo, já ouviu a
expressão "estou para baixo hoje"?

Neste caso, basta aumentar a velocidade da respiração, olhar para cima e direita
(preferencialmente), se movimentar mais rápido, dar uns pulinhos, fazer umas caretas,
balançar os braços, sorria! Lembre-se de alguma experiência que você considere muito boa,
algo que você tenha sido bem sucedido positivamente e saiba disso,
aumentando estas imagens...
Garanto que depois disso você estará em um estado muito diferente... se precisar insista,
repita.
Se você quiser, é claro. De qualquer forma a escolha é sua, só você pode decidir o que é
melhor. Poderá achar um pouco ridículo fazer isso e tenho certeza que mais ridículo e
imprudente é sentir-se mal.
Certamente estes passos o ajudarão a quebrar um estado mas não será suficiente para
resolver completamente, pois podem haver implicações mais sérias (crenças, conflitos) que
podem ser descobertas e trabalhadas .

Comportamento
Você deve adequar seu comportamento ao estado desejado, ou seja: se quiser sentir alegria,
você precisa fazer as mesmas coisas que faz quando está alegre. Pule, sorria, cante ou
assobie uma música de que gosta. Se quiser sentir tranqüilidade, acomode-se
confortavelmente na sua cama ou no seu sofá predileto, respire de forma tranqüila,
movimente-se vagarosamente, ouça uma música que o deixe nesse estado.
Dê atenção aos vários aspectos do seu comportamento (postura corporal, gestos, tensão
muscular, palavras, respiração, tom e volume de voz, etc.), imaginando como você agiria de
acordo com cada um deles, em função do estado emocional que deseja criar. Se você tiver
dúvidas de como fazer isso, use a criatividade e “finja que” que você já está sentindo o
estado emocional desejado.

Pensamentos
O que você faria se... ganhasse na loteria? Como você se manifestaria ao ver o
bilhete premiado? O que diria para você mesmo e para as outras pessoas? Você
compraria um carro novo? De que cor? De qual marca e modelo? Você poderia
comprar uma mansão de frente para o mar! Você poderia aplicar o dinheiro e viver
apenas com o rendimento mensal, sem precisar trabalhar!
Voltando à realidade... caso tenha realmente experimentado em sua mente a
sensação de ser milionário, você produziu representações internas, ou seja, você vivenciou
um pouco de alegria e entusiasmo a partir de sua imaginação criativa.
Assim, para conseguir determinado estado emocional, você deve criar ou lembrar de
imagens, sensações táteis, sons, odores e sabores a ele associados. Tudo que você precisa
fazer é produzir, na mente, o contexto no qual sentiria o estado desejado.
Desta forma, ao associarmos as mudanças de pensamento às de comportamento, teremos
uma maneira muito efetiva de alterarmos nossos estados emocionais.

Aprendendo através de um exemplo


Vamos supor que você sinta muita ansiedade antes das aulas e deseje criar um estado de
tranqüilidade. Acompanhe cada uma das etapas sugeridas a seguir, baseadas no que
aprendemos sobre controle emocional:
- Com relação ao comportamento, respire várias vezes de forma profunda e tranqüila. Relaxe
os músculos de seu corpo, inclusive os músculos faciais. Dê atenção às sensações corporais,
ao contato do seu corpo com a cadeira (ou com o local onde estiver). Se tiver que conversar
com alguém, faça-o num tom de voz mais grave e num ritmo de fala mais lenta. Gesticule de
forma mais lenta e harmoniosa, evitando movimentos bruscos. Se possível, procure sentar-se
ao invés de ficar andando de um lado para outro.
- Quanto aos pensamentos, focalize todos os aspectos positivos de sua aula. Crie uma
imagem mental dos alunos interessados e participativos. Você pode deixar essas imagens
maiores e mais nítidas, mais coloridas e mais brilhantes. Imagine-se confiante e
entusiasmado, falando com desenvoltura e com boa dicção. Estabeleça um diálogo interno
positivo, como se você estivesse ouvindo os conselhos de um colega mais experiente. Deixe
essa voz interior calma e suave para induzir seu estado de relaxamento.
Se agir assim antes de entrar na sala de aula, estará exercitando sua inteligência emocional
e, com certeza, estará dando um enorme passo para anular a ansiedade, conquistando a
tranqüilidade desejada.
Bandler "Para que ser você mesmo se pode ser alguém que valha mais a pena?".

AS EMOÇÕES SÃO SUAS AMIGAS

Há quatro meios básicos pelos quais as pessoas lidam com as emoções. Qual desses
você usou hoje?

Abstenção. Todos queremos evitar as emoções dolorosas. Em conseqüência, a


maioria das pessoas tenta evitar qualquer situação que possa levar às emoções que
temem — ou pior, algumas pessoas tentam não sentir absolutamente nenhuma
emoção! Se, por exemplo, temem a rejeição, procuravam evitar qualquer situação
que possa levar à rejeição. Esquivam-se aos relacionamentos. Não se candidatam a
empregos desafiadores. Lidar com emoções assim é a suprema armadilha. Porque ao
evitar situações negativas você pode se proteger a curto prazo, mas isso o impedirá
de sentir o próprio amor, intimidade e união que tanto deseja. E, em última análise,
você não pode se abster de sentir. Um meio muito mais poderoso é aprender a
descobrir o significado oculto e poderoso nessas coisas que você outrora pensava que
eram emoções negativas.
Negação. Uma segunda maneira de lidar com a emoção é a estratégia da negação. As
pessoas tentam com freqüência se dissociarem de seus sentimentos, dizendo “Não é
tão ruim assim”. Ao mesmo tempo, mantêm as chamas acesas dentro de si, pensando
como as coisas são horríveis, ou como alguém se aproveitou delas, ou como fizeram
tudo direito, mas mesmo assim as coisas saíram erradas, e por que isso sempre
acontece com elas? Em outras palavras, nunca mudam seu foco ou fisiologia, e
continuam a formular as mesmas questões enfraquecedoras.
Experimentar uma emoção e tentar fingir que não existe só cria mais dor. Ignorar as
mensagens que suas emoções tentam lhe transmitir não vai melhorar a situação.
Se a mensagem que suas emoções tentam transmitir é ignorada, as emoções
simplesmente aumentam sua pressão; intensificam-se, até que você acabe prestando
atenção. Tentar negar suas emoções não é a solução. Compreendê-las e usá-las é a
estratégia que você aprenderá HOJE.

Competição. Muitas pessoas param de lutar contra suas emoções negativas, e se


entregam a elas. Em vez de aprenderem a mensagem positiva que a emoção tenta
lhes transmitir, intensificam-na, fazem com que se torne ainda pior do que é. Passa a
ser um “emblema de coragem”, e as pessoas passam a competir com as outras,
dizendo: “Você acha que foi ruim para você? Pois deixe-me lhe dizer o quanto foi pior
para mim!” Torna-se literalmente parte de sua identidade, um meio de ser diferente;
começam a se orgulhar de se encontrarem em pior situação do que qualquer outra
pessoa. Como você pode imaginar, essa é uma armadilha das mais mortíferas.
Devemos evitar isso a qualquer
custo, porque se transforma numa profecia inevitável, em que a pessoa acaba
fazendo um investimento em se sentir mal, numa base regular... e assim se torna
mesmo acuada. Um meio muito mais poderoso e saudável de lidar com as emoções
que julgamos dolorosas é compreender que servem a um propósito positivo, e que
representa...

Aprendizado e Uso. Se quer que sua vida realmente se desenvolva, deve fazer com
que as emoções
trabalhem por você. Não pode escapar delas; não pode desligá-las; não pode
banalizá-las, ou se
iludir sobre seu significado. Também não pode permitir que controlem sua vida. As
emoções, mesmo aquelas que parecem dolorosas a curto prazo, são na verdade como
uma bússola interna, que o aponta na direção das ações que deve efetuar para
alcançar seus objetivos. Sem saber como usar essa bússola, você ficará para sempre
à mercê de qualquer tempestade psíquica que soprar.
Muitas disciplinas terapêuticas começam com a pressuposição equivocada de que as
emoções são nossas inimigas, ou que o bem-estar emocional está enraizado em
nosso passado. A verdade é que podemos passar do choro ao riso num instante, se o
padrão de nosso foco mental e fisiologia for interrompido com força suficiente.

O único meio eficaz de usar suas emoções é compreender que todas lhe servem. Você
deve aprender com suas emoções, e usá-las para criar os resultados que deseja, a fim
de ter uma qualidade de vida melhor. As emoções que você outrora considerava
negativas são apenas um SINAL. Na verdade, em vez de chamá-las de emoções
negativas, daqui por diante,diremos que são Sinais .

A partir do momento em que você estiver familiarizado com cada sinal e sua
mensagem, as emoções deixam de ser suas inimigas, tornam-se aliadas.

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