Professional Documents
Culture Documents
QOBM
Coordenador Regional do SIATE 4º GB
AGENTES DE SOCORROS
DE URGÊNCIA
Cascavel- 2007
CORPO DE BOMBEIROS
4º GRUPAMENTO DE BOMBEIROS
SIATE – SERVIÇO INTEGRADO DE ATENDIMENTO AO TRAUMA EM EMERGÊNCIA
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 7– Fraturas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANATOMIA E FISIOLOGIA
1. Definições
Anatomia é a ciência que estuda a forma e estrutura do corpo humano.
Fisiologia é a ciência que estuda o funcionamento das diferentes partes do
corpo humano.
O conhecimento da anatomia e fisiologia do corpo humano é fundamental para a
aplicação correta das técnicas de primeiros socorros. Como um mecânico pode
consertar um automóvel sem conhecer suas partes e o funcionamento do motor?
2. Posição de Estudo
Ao estudar o corpo humano, o mesmo deve ser considerado na posição
ereta, de frente para o observador, membros superiores ao longo do corpo e as palmas
das mãos voltadas para frente.
Proximal
Posterior Anterior
Cabeça Crânio
Face
Ombro
Braço Superiores
Antebraço
Pescoço
Mão
Tronco Tórax
Abdome
Pelve
Membros
Quadril
Coxa Inferiores
Perna
Pé
É por meio das vias aéreas que o ar do meio ambiente entra em contato com os
pulmões para fazer a troca gasosa (entrada de oxigênio e saída de gás carbônico).
Chamamos de inspiração a entrada do ar rico em oxigênio e expiração a
saída do ar rico em gás carbônico.
É importante que o fluxo de ar pelas vias aéreas e a troca gasosa nos
pulmões permaneçam constantes.
Um adulto em repouso respira numa freqüência de 12 a 20 vezes por min.
Laringe
O lado direito do coração recebe o sangue vermelho escuro que retorna do corpo,
rico em gás carbônico, e bombeia para os pulmões para ser oxigenado. Nos pulmões o
sangue se livra do gás carbônico e se supre de oxigênio. Esse sangue oxigenado
vermelho claro, retorna ao lado esquerdo do coração para então ser novamente
distribuído para todas as partes do corpo.
Boca
Faringe
Esôfago
Diafragma Estômago
Baço
Pâncreas
Fígado
Vesícula
Intestino Delgado
Intestino Grosso
Aparelho digestivo
Divide-se em:
Clavícula
Esterno
Costelas Omoplata
Úmero
Rádio Coluna
Ulna
Pélvis
Fêmur
Tíbia
Fíbula
Esqueleto humano
Aparelho Urinário
QSD QSE
QID QIE
MECANISMO DE LESÃO
1. Introdução
É obrigação da pessoa que atende vítimas de acidente examinar a cena da
ocorrência e colher o maior número possível de informações sobre os mecanismos que
produziram as lesões. Deve também repassar essas informações para a equipe de
atendimento pré-hospitalar ou para o médico que recebe a vítima no hospital.
2. Acidentes Automobilísticos
Incluem os acidentes envolvendo veículo automotores – carros, motocicletas,
caminhões, tratores.
Todo objeto em movimento tende a continuar neste estado até que uma força
contraria atue sobre ele (Primeira Lei de Newton). Sempre que um objeto em
movimento colide com outro e pare subitamente, sua energia de movimento se
transmite a outro objeto que tende a continuar o movimento. Por exemplo, na colisão
de um veículo com um anteparo, a energia bruscamente interrompida é absorvida pelo
veículo e pelos passageiros que tendem a continuar o movimento até que se choquem
com o interior do veículo. A segunda Lei de Newton da conservação de energia justifica
as lesões da vítima – a energia não se cria e não se perde se transforma e se transfere
a outro corpo.
Momento 2
Momento 3
O corpo bate no
volante causando
contusão do coração
a) Colisão de frente
b) Colisão lateral
c) Colisão traseira
d) Capotamento
COLISÃO DE FRENTE
A energia cinética absorvida pelo corpo freado contra estruturas internas do veículo
(pára-brisa, volante, painel, outras) é capaz de produzir ferimentos múltiplos.
Hiperextensão
Ferimentos/fraturas
da coluna
na face
cervical
Contusão de tórax
Lesões intratorácicas
Fraturas de costelas
Contusão abdominal
Lesões de vísceras
abdominais
COLISÃO TRASEIRA
CAPOTAMENTOS
ATROPELAMENTO
QUEDAS
Informações importantes, sempre que possível, são o tipo de arma, seu calibre
e a distância de que foi disparada.
Identificar o orifício de entrada e saída do projétil . Estas informações permitem
calcular a trajetória do projétil (lesões internas) e a gravidade da vítima.
• Ferida de saída: nem sempre existe (o projétil pode não abandonar o corpo) e
pode ser múltipla para um único projétil, quando este se fragmenta . Geralmente
a ferida de saída, mais larga que a de entrada, apresenta bordos lacerados.
1. Introdução
O objetivo do atendimento inicial à vítima é identificar situações que coloquem a
vida em risco, iniciar o suporte básico de vida e desencadear a continuidade dos
cuidados necessários: imobilização, remoção e acionamento de serviços de apoio (pré-
hospitalar, bombeiros, Copel, etc).
Com atendimento organizado e eficiente é possível oferecer maiores chances de
sobrevida às vítima de trauma e reduzir as seqüelas.
Os passos iniciais no atendimento à vítima são: Controle de Cena e Avaliação
Primária
2. Controle da Cena
Antes de iniciar qualquer atendimento de emergência a vítima de acidente,
garanta condições de segurança para você, para a vítima e os demais presentes à
cena. NÃO SE TORNE MAIS UMA VÍTIMA DO ACIDENTE.
Sinalize, acione serviços de apoio necessários, isole a área de risco.
Somente após garantir segurança você se aproxima da vítima para iniciar o
atendimento.
3. Avaliação Primária
• Aproximar-se da vítima e pergunte como ela está (fig. 1), ao mesmo tempo
imobilize a cabeça da vítima com uma das mão e determine se está
responsiva (consciente). Tentar tranqüilizá-la e pergunte o que aconteceu.
A seguir realiza-se o A, B, C, D
A = Via Aérea com Controle Cervical
B = Respiração
C = Circulação e Controle de grandes Hemorragias
D = Estado neurológico
A B
Duas manobras são indicadas para desobstruir as vias aéreas nas vítima
incoscientes:
• Segurar o ângulo da mandíbula com ambas as mãos, uma de cada lado da cabeça
da vítima, empurrando a mandíbula para a frente;
B= Respiração
Para determinar a presença ou ausência de respiração espontânea na vítima,
aproxime seu ouvido próximo a boca e nariz da vítima, enquanto mantém as vias
aéreas desobstruídas, e:
• Observe o tórax da vítima se faz movimento para cima e para baixo – VER
• Ouça se há saída de ar durante a expiração – OUVIR
• Sinta se há fluxo de ar – SENTIR
Uma vítima só consegue falar se tiver ar nos pulmões que passe pelas cordas
vocais. Portanto se a vítima responder normalmente às suas perguntas é porque as
vias aéreas estão permeáveis (A = resolvido) e a pessoa respira (B = resolvido).
Estando presente a respiração, analise sua qualidade: lenta ou rápida,
superficial ou profunda, silenciosa ou ruidosa.
D = Nível De Consciência
Tomadas as medidas possíveis para garantir o ABC, importa conhecer o nível
de consciência da vítima, de maneira sucinta.
Laringe
A B
Língua
Língua Passagem de ar
bloqueando aberta
• Atrás da vítima envolva seu tórax com seus braços, logo abaixo das axilas;
• Coloque o lado do polegar do punho da mão no meio do osso esterno da vítima,
com cuidado para se afastar do apêndice xifóide e do gradeado costal;
• Coloque a outra mão em cima da primeira e dê golpes para trás até que o corpo
estranho seja expelido ou a vítima se torne inconsciente.
1. Coloque a vítima deitada de costas e abra sua boca na tentativa de visualizar corpo
estranho. Se facilmente acessível retirá-lo, tomando cuidado para não aprofundá-lo
ainda mais;
2. Confirme ausência de respiração e inicie ventilação artificial;
3. Se incapaz de ventilar mesmo após tentativa de reposicionar a cabeça, realizar a
manobra de Heimlich (até 5 vezes);
4. Tentar ventilar novamente;
5. Se incapaz de ventilar, repetir a seqüência da manobra de Heimlich – passo 3 4;
6. Insistir na seqüência, enquanto necessário;
7. Consiga atendimento médico.
• Deitar a criança de bruços (com a face para baixo) sobre o antebraço do socorrista,
segurando a cabeça do lactente firmemente, com as pernas separadas, uma de
cada lado do braço do socorrista, com a cabeça mais baixa que o tronco;
• Aplicar 5 golpes no dorso do lactente, entre as escápulas, usando a região
hipotenar da mão;
As medidas dever ser repetidas até o objeto ser expelido ou o lactente perder a
consciência. Iniciar ventilação artificial.
REANIMAÇÃO CARDIORRESPIRATÓRIA
A – VIAS AÉREAS
B- VENTILAÇÃO
Recomendada quando não é possível ventilar boca a boca: trauma de face, não
se consegue abrir a boca da vítima, lactentes etc).
1. Manter vias aéreas desobstruídas;
2. Com a mão que está no queixo da vítima, feche a boca;
3. Inspire e coloque os lábios ao redor do nariz da vítima e insufle;
4. Deixa a vítima expirar passivamente, pode ser necessário separar os lábios.
Manter a mesma recomendação de ritmo anterior (boca a boca).
Está disponível no mercado protetores faciais para ser utilizado pelo socorrista
na ventilação boca a boca, que atua como uma barreira contra o contato direto com
secreções da vítima.
C-CIRCULAÇÃO
1. Verificar pulso da artéria carótida: tanto em crianças como adultos esta é a artéria
mais fácil de verificar o pulso – localizar a laringe da vítima e deslizar dois dedos
lateralmente entre a traquéia e o músculo do pescoço (esternocleidomastoideo).
Gasta-se entre 5 a 10 segundos para verificar o pulso.
- vítima com pulso e sem respiração – manter ventilação artificial
- vítima sem pulso – iniciar a compressões torácicas.
RESUMO DA TÉCNICA
30:2
Seqüência de RCP em adulto com
um ou dois socorristas
Não
Consciente? Manobras de abertura de vias aéreas
A. Si
B. S Está
Manter as vias aéreas abertas i Respirando?
Não
Compressões
Não Há Não torácicas e
Reposicionar a cabeça e tentar Pulso? ventilação artificial
ventilação novamente
Sim
Sim
O ar está entrando? Continuar a Compressões
ventilação torácicas e
artificial, 10 a respiração
Não 12 insuflações artificial
por minuto e
Manobra de Heimlich – golpes
acompanhar o
abdominais
pulso
Varredura digital - Ventilar
1 socorrista
30::2
Sim
O ar está entrando? Há Não
Pulso? 2 socorristas
Não 30:2
Sim
Reposicionar a cabeça e tentar
ventilação novamente Transportar para o
pronto socorro
Sim
O ar está entrando?
Não
Repetir a seqüência até conseguir
FERIMENTOS E HEMORRAGIA
Tipos:
Ferida Incisiva
FeridaPerfurante
Escoriação
Laceração
Como orientação geral, lave o ferimento com água corrente ou soro fisiológico,
para remover partículas de corpo estranho, e, a seguir, cubra com gaze estéril.
Entretanto, a particularidade de cada ferimento deve ser considerada.
Nas escoriações, lave com água corrente ou soro fisiológico, sem provocar
atrito. Se disponível, instile uma solução antisséptica antes do curativo. Recubra a área
escoriada com gaze estéril, fixando-a com fita adesiva ou, em área muito grande, com
atadura ou bandagem triangular.
Atendimento:
• Prestar atenção ao A-B-C-D:
-liberar e manter as vias aéreas com controle cervical;
-controlar as hemorragias presentes;
-observar o nível de consciência da vítima;
• Evitar mexer com a vítima;
• Proteger com gaze ou pano limpo, sem apertar a ferida;
• Se apresentar vômito, proceder ao rolamento lateral em bloco (para não aspirar);
• Se houver sangramento ou saída de líquor pelo nariz ou ouvido, não tentar conter a
saída desse líquido.
• Chamar o Serviço de Atendimento Pré-hospitalar, se existir, ou conduzir a vítima
para um hospital.
4. Hemorragia
É o extravasamento de sangue dos vasos sangüíneos através de uma ruptura
nas suas paredes. A hemorragia pode ser classificada em:
a) externa - visível porque extravasa para o meio ambiente;
b) interna - o sangue extravasa para o interior do próprio corpo, dentro dos tecidos ou
cavidades naturais.
• Aplicação de gelo
O uso de compressas frias ou bolsas de gelo nas contusões, previne a
equimose (mancha roxa). Evitar, no entanto, o uso prolongado, pois pode
diminuir a circulação, causando lesões de tecidos.
5. Choque Hipovolêmico
As hemorragias (externas ou internas) graves, com grande perda de volume
sangüíneo, podem levar à situação denominada choque hipovolêmico (choque por
perda de sangue ). Esta é uma situação grave, com perigo de morte. A perda de
grande quantidade de sangue prejudica o suprimento sangüíneo para alguns órgãos
que, sem receberem oxigênio, terão sua função prejudicada. É a falência da circulação
do sangue. Por essa razão, procurar controlar as hemorragias externas evidentes e
encaminhar rapidamente ao hospital as vítimas com suspeita de hemorragia interna.
Frontal
Temporal ou Facial
D. Ataduras de crepon
FRATURAS
1. Classificação:
As fraturas classificam-se em:
Fratura
Aberta
6. Imobilizações
No atendimento pré-hospitalar são utilizados basicamente os seguintes
materiais no processo de imobilização: tábuas dorsais rígidas, talas de papelão, talas
de madeira, talas infláveis, bandagens, cobertores e outros meios de fortuna
disponíveis.
REMOÇÕES DE VÍTIMAS
Uma vítima pode sofrer trauma da coluna num acidente, uma fratura de
vértebra, por exemplo, sem lesão da medula; num manuseio intempestivo para
socorrê-la, o fragmento de osso fraturado pode seccionar a medula.
Abordagem Alinhamento
Fixação do colar
Colocação do
2. Rolamentos
São manobras que servem para colocar as vítimas sobre a tábua de transporte.
O princípio básico dos rolamentos é a mobilização da vítima como um todo, em
monobloco, como se estivéssemos rolando uma tora de madeira. Deve-se tomar
cuidado especial com o alinhamento da coluna da vítima, em todos os seus segmentos.
Os rolamentos podem ser realizados por uma, duas ou mais pessoas, porém
não é difícil perceber que uma pessoa sozinha não é capaz de estabelecer um
alinhamento seguro da coluna da vítima. Quando os rolamentos são realizados por três
pessoas, por exemplo, uma delas fica responsável pelo controle cervical, a outra vai
mover o ombro e o quadril (tronco), e a terceira fica responsável pelo quadril e pelas
pernas da vítima, todas agindo em conjunto e mantendo o alinhamento. O rolamento a
90 graus permite que uma vítima em decúbito dorsal seja rolada para que se posicione
a tábua de transporte sob a mesma; o rolamento a 180 graus permite que a vítima em
decúbito ventral seja primeiramente rolada a 90 graus e depois seja colocada sobre a
tábua de transporte.
Uma vez posicionada sobre a tábua, a vítima deve ser adequadamente fixada
com tirantes.
Abordagem rolamento
Abordagem rolamento 90
O socorrista 02 solta a faixa jugular se ela estiver presa, e então apóia uma das
mãos no occiptal e outra na mandíbula da vítima, ficando responsável por manter a
estabilização cervical.
O socorrista 01 remove o capacete, lembrando o seguinte: tentar alargar
manualmente as laterais para liberar as orelhas. Apoiar posteriormente o capacete e
tentar soltá-lo à frente, para liberar o nariz. Retirar óculos, se houver, antes do
capacete.
Durante todo o movimento o socorrista 02 mantém a estabilização cervical.
3. Imobilização da vítima
Vítima em pé
abordagem posicionamento
Somente nas situações de perigo iminente, a remoção deve ser realizada por
uma só pessoa, ou seja, quando não há tempo para aguardar a chegada de outro
socorro. Naturalmente em casos de extremo risco, como os de explosão,
desabamento, incêndio, PCP etc.
Se isso acontecer, aplique a técnica de tração pelo eixo, em que a vítima é
arrastada para local seguro, segurando-a pelas mãos, pelos pés ou abraçando seu
tronco sem dobrar o pescoço ou membros.
tração pelo eixo membros inferiores tração pelo eixo membros superiores
retirada posicionamento
EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
1. Doenças Cardiovasculares
SINAIS E SINTOMAS
• Dor no peito de forte intensidade, prolongada (30 minutos a várias horas), que
pode irradiar para o ombro, membro superior, pescoço etc. Geralmente o
repouso não alivia a dor;
• Costuma vir acompanhada de falta de ar, náusea, vômito e sudorese;
• Vítima ansiosa, inquieta;
• Alteração do pulso (lento, rápido, irregular e até ausente);
• Perda de consciência e PCP.
CUIDADOS NO ATENDIMENTO
1) Tranqüilizar a vítima;
2) Mantê-la confortável, aquecida, em repouso absoluto, não permitindo
qualquer deslocamento;
3) Solicitar apoio médico ou transportá-la rapidamente ao hospital;
4) Se estiver em PCP – iniciar manobras de reanimação
SINAIS E SINTOMAS
SINAIS E SINTOMAS
Dependem do vaso lesado e da importância funcional da área cerebral
envolvida.
Podem surgir:
• cefaléia, tontura, confusão mental;
• perda de função ou paralisia de extremidades (geralmente de um lado do
• corpo);
• paralisia facial (perda de expressão, geralmente de um lado da face, com
3. Crise Convulsiva
4. Desmaio
Perda de consciência de curta duração que não necessita manobras
específicas de recuperação, ou seja,, geralmente a vítima se recupera
espontaneamente.
A causa mais freqüente é a queda da pressão arterial, em conseqüência de
emoções fortes, dor intensa e súbita, punção venosa, ambiente lotado, cena de
sangue, calor excessivo, queda do nível de açúcar (glicose) no sangue. Acontece
normalmente quando a vítima está em pé.
SINAIS E SINTOMAS
Palidez, extremidades frias, respiração suspirosa, tontura, visão embaçada e,
finalmente, perda de consciência.
CUIDADOS NO ATENDIMENTO.
SINAIS E SINTOMAS
• Aumento de freqüência e profundidade da respiração;
• Coloração azulada das extremidades e mucosas;
• Vítima forçando músculos do pescoço, tórax e abdome para respirar;
• Na evolução, parada respiratória.
CUIDADOS NO ATENDIMENTO
INTOXICAÇÕES E ENVENENAMENTOS
1. Intoxicações Exógenas
Venenos são substâncias químicas que podem causar dano ao organismo.
Os envenenamentos são, na sua maioria, acidentais, mas resultam também de
tentativas de suicídio e, mais raramente, de homicídio.
• Nos casos indicados, a êmese (vômito) pode ser obtida pela estimulação
cuidadosa da retrofaringe com o dedo ou cabo rombo de colher, após ingestão
de um ou dois copos de água.
• Caso o vômito não ocorra em 30 minutos, repetir a dose; se em duas horas não
acontecer, realizar lavagem gástrica.
• Esteja certo de que a vítima que você está atendendo é a única intoxicada; no
caso de crianças, verificar se estava só ou brincava com outras, que também
devem ser avaliadas.
2.1 Sintomas
• Inicialmente, dor de cabeça, náusea, vômitos, coriza.
• Posteriormente, distúrbios visuais, confusão mental, síncope (desmaio),
tremores, coma, disfunção cardiopulmonar e morte.
2.2 Tratamento
Medidas de suporte e oxigênio a 100%, iniciados mesmo que haja apenas
suspeita de intoxicação por CO.
1. Serpentes ( cobras)
SINAIS E SINTOMAS
• No local da mordida: inchaço, vermelhidão e dor
imediata. Na evolução equimose, bolhas,
sangramento e necrose. Nos acidentes causados por filhotes, nem sempre há as
manifestações locais.
• Manifestações gerais: náusea, vômito, sudorese, queda da temperatura e da
pressão arterial, choque, hemorragias a distância (sangramento nasal, gengival,
digestivo e pela urina) e insuficiência renal aguda.
SINAIS E SINTOMAS
• Locais – praticamente ausentes ou pouco intensos; dor suportável, formigamento e
inchaço.
• Gerais - dor de cabeça, náusea, prostração, sonolência e, ainda, turvação visual e
visão dupla, pupilas dilatadas, queda da pálpebra, dificuldade para deglutir, dores
musculares, urina escura.
SINAIS E SINTOMAS
• Locais – quase ausentes
• Gerais – vômito, salivação, queda da pálpebra, sonolência, perda de equilíbrio,
fraqueza muscular, dilatação da pupila, paralisia flácida, com possibilidade de
evoluir comprometendo a musculatura respiratória chegando à parada respiratória.
SINAIS E SINTOMAS
• Locais – a picada pode passar despercebida, porque geralmente é indolor. Após 6 a
12 horas, inicia-se inchaço, vermelhidão e dor; em 72 horas, ulceração e necrose.
• Gerais – raros: dor de cabeça, náusea, vômito, urina escura e insuficiência renal.
4- Caranguejeira:
grande, peluda e agressiva; encontrada em quintais, terrenos baldios
e residências, circula à noite. Os acidentes são pouco freqüentes.
SINAIS E SINTOMAS
• Locais: irritação na pele e alergia.
3. Escorpiões
SINAIS E SINTOMAS
• Locais: dor intensa até mesmo insuportável.
• Gerais: sudorese intensa, lacrimejamento, tremores musculares, pulso lento e
queda da pressão arterial; Possibilidade de evoluir para uma situação mais grave,
chegando a comprometer o coração e levar ao choque.
4. Lagartas (taturana)
As taturanas são larvas de mariposas e medindo de 6 a 8 cm. De cor marrom-
esverdeada ou marrom-amarelada, com listras longitudinais castanho-escuras, vivem
durante o dia agrupadas nos troncos das árvores, onde geralmente ocorrem os
acidentes por contato direto. Seu veneno está nos espinhos que revestem seu corpo.
SINAIS E SINTOMAS
• Locais: dor tipo queimação, seguida de vermelhidão, inchaço e calor local.
• Gerais: dor de cabeça, náusea, vômitos e dor articular; na evolução, manifestações
hemorrágicas (sangramentos espontâneos); nos casos mais graves, insuficiência
renal e morte.
QUEIMADURAS
1.1. Epiderme
Camada mais externa, composta de várias camadas de células destituídas de
vasos sangüíneos. Sua espessura é variável, sendo mais espessa em áreas sujeitas à
pressão ou atrito, como a planta dos pés e palma das mãos. Impermeável à água,
funciona como uma barreira protetora contra o meio ambiente.
1.2. Derme
Camada mais interna, contém os vasos sangüíneos, os folículos pilosos, as
glândulas sudoríparas, as glândulas sebáceas e as terminações nervosas
especializadas.
2. Queimaduras
As queimaduras são lesões freqüentes e a quarta causa de morte por trauma.
Mesmo quando não levam a óbito, as queimaduras severas produzem grande
sofrimento físico e requerem tratamento que dura meses, até anos.
• Profundidade;
• Extensão (pela regra dos nove);
• Envolvimento de áreas críticas (mãos, pés, face e genitália);
• Idade da vítima (crianças e idosos têm maior risco);
• Presença de lesão pulmonar por inalação;
• Presença de lesões associadas (outros traumatismos);
• Doenças preexistentes (Diabetes mellitus, insuficiência renal etc.).
Passo “A”
Queimaduras que envolvam vias aéreas são graves, podendo levar à obstrução
das superiores. Queimaduras por vapores aquecidos podem atingir vias aéreas
inferiores, enquanto as produzidas por calor seco normalmente atingem apenas as vias
aéreas superiores, porque o ar não é bom condutor de calor. A extensão e gravidade
da queimadura das vias aéreas podem ser subestimadas na avaliação inicial, porque a
obstrução das vias aéreas não se manifesta no momento, mas se desenvolve
gradualmente à medida que aumenta o edema dos tecidos lesados. As vítimas podem
Sinais de alerta:
. ● Queimaduras faciais;
. ● Queimadura das sobrancelhas e vibrissas nasais;
. ● Depósito de fuligem na orofaringe;
. ● Faringe avermelhada e edemaciada;
. ● Escarro com resíduos carbonáceos;
. ● História de confinamento em ambiente incendiário ou explosivo.
Passo “B”
Além da queimadura das vias aéreas, outras lesões potencialmente graves são
as causadas por inalação de fumaça e a intoxicação por monóxido de carbono.
Suspeite sempre que isso possa ter ocorrido se há história de confinamento em
ambientes incendiários, explosivos ou se a vítima apresenta alteração do nível de
consciência.
O monóxido de carbono é um gás incolor, inodoro. Ele não causa lesão direta às
vias aéreas ou ao pulmão, mas possui afinidade com a hemoglobina 200 vezes maior
que a do oxigênio. Isso significa que ele se liga mais fácil e firmemente à hemoglobina
que o oxigênio. Quanto maior a quantidade de monóxido de carbono inalada, maior a
quantidade de hemoglobina ligada ao monóxido(carboxiemoglobina) e, portanto, menor
a quantidade de hemoglobina ligada ao oxigênio(oxiemoglobina). A diminuição da
oxiemoglobina leva à hipóxia tecidual que, severa, causa a morte.
Passo “D”
1. Conceitos Básicos
A eletricidade é uma forma de energia (corrente elétrica) que pode fluir entre
dois pontos, desde que entre eles exista uma diferença de potencial elétrico (voltagem
ou tensão), ou seja, desde que um deles esteja mais carregado de energia elétrica que
o outro. A corrente elétrica flui com maior facilidade através de materiais específicos
(condutores), se houver um caminho completo para que se processe o fluxo (circuito).
Se este é interrompido em qualquer ponto por um material não-condutor (isolante), o
fluxo da eletricidade não se processa. Por exemplo: o fluxo de eletricidade que alimenta
um aparelho eletrodoméstico só se processa quando o aparelho é ligado, com o que se
completa o circuito. Se entre os dois pontos considerados não existir um condutor
adequado, a corrente elétrica ainda assim poderá fluir, desde que a tensão ou voltagem
entre os dois pontos seja muito grande. Por exemplo: o raio é uma descarga elétrica
que cruza o ar (embora este seja um isolante), quando se estabelece grande diferença
de carga elétrica entre duas nuvens ou entre uma nuvem e a terra.
São condutores a água, a maioria dos metais e os seres vivos. Nestes, a
condutividade varia de tecido para tecido, sendo tão maior quanto maior o teor de água
tecidual. Em outras palavras, é maior no sangue, nos músculos e nos nervos que nos
ossos e na pele. Entretanto, a pele úmida torna-se boa condutora.
São isolantes o ar seco, a madeira seca, os plásticos. A terra tem sempre carga
elétrica nula em relação a qualquer fonte de energia elétrica e, por isso, ela sempre
funciona como um enorme receptor de corrente elétrica. Qualquer fonte de eletricidade
tende a se descarregar na terra, desde que com esta se estabeleça um circuito.
Exemplo: uma pessoa pode tocar um cabo energizado, sem sofrer qualquer descarga
elétrica, se estiver de pé sobre uma superfície isolante. Se tocar o solo com o pé,
estabelecerá com seu próprio corpo um circuito entre a fonte de eletricidade e a terra e
sofrerá a corrente elétrica através de seu corpo.
A "afinidade" que a eletricidade tem pela terra explica o efeito protetor do aterra-
mento de fontes de eletricidade: o fluxo de energia tende a se estabelecer pelo aterra-
mento, poupando a pessoa de uma descarga às vezes fatal.
A terra molhada funciona como um condutor. Assim, quando várias pessoas
estão trabalhando com uma fonte de energia elétrica em região molhada pela chuva,
um acidente envolvendo uma delas pode transferir a corrente elétrica às demais.
Eletroplessão é o termo técnico apropriado para designar a morte ocorrida em
conseqüência de descarga elétrica acidental. A palavra eletrocução refere-se ao ato de
matar alguém, intencionalmente, por meio de choque elétrico, geralmente como
penalidade judiciária.
Alta tensão e baixa tensão são expressões usadas para designar,
respectivamente, voltagens acima de 220 V (alta tensão) e igualou abaixo de 220 V
(baixa tensão). Na produção da corrente elétrica há dispositivos que geram correntes
que sempre fluem num mesmo sentido (corrente contínua) e outros que produzem
Queimaduras
Fraturas
Produzidas por espasmos musculares severos, quedas e colisões da vítima arre-
messada contra anteparos rígidos.
3. Atendimento
Garantir a própria segurança e dos demais presentes na cena: não tocar na
vítima antes de se certificar de que o circuito já tenha sido interrompido. Desligar a
chave geral nos ambientes domiciliares e industriais. Chamar a companhia de energia
elétrica nos acidentes em via pública. Se as vítimas estiverem dentro de veículo em
contato com um cabo energizado, orientá-Ias para que lá permaneçam até a chegada
dos técnicos da companhia de energia elétrica. Se há risco real de incêndio,
desabamento ou explosão, orientá-Ias para saltar do veículo sem estabelecer contato
simultâneo com a terra.
Abordagem primária: garantir via aérea com controle cervical, porque pode
haver fratura de coluna. Iniciar e manter a RCP se forem constatadas parada cardíaca
ou fibrilação ventricular (os sinais são os mesmos: ausência de pulso arterial). Instituir
duas vias venosas, porque a vítima pode evoluir para choque hipovolêmico decorrente
da perda rápida de líquidos para as áreas de necrose tecidual e pelas superfícies
queimadas.
Abordagem secundária: curativos estéreis nas queimaduras, imobilização dos
membros com fraturas suspeitas ou diagnosticadas.
Remoção para o hospital apropriado: este, conforme o caso, deverá dispor de
Unidade de Queimados e Unidade de Terapia Intensiva. A fibrilação ventricular tem que
ser tratada com desfibrilação, e a RCP prolongada, porque, embora a recuperação
ocorra em 30 minutos na maioria dos casos, há registros de recuperação bem mais
tardia, justificando a manutenção da RCP por pelo menos quatro horas.
ASSISTÊNCIA AO PARTO
1. Emergência Obstétrica
No decurso da gravidez, algumas intercorrências podem ameaçar a vida da mãe
e/ou da criança, configurando situações de emergência que exijam a intervenção do
socorrista.
Além disso, socorristas podem ser acionados para assistir ao trabalho de parto
normal, desencadeado na via pública. Isso justifica prepará-Ios para atuar nas
emergências obstétricas: parto normal, parto prematuro e abortamento.
1.1. Definições
2.3. Placenta
No terceiro mês de gestação, outra importante estrutura estará formada: a
placenta, que é uma estrutura carnosa, em forma de prato.
No final da gravidez, ela mede cerca de 20 cm de diâmetro e 2,5 cm de
espessura. Assim como uma árvore emite raízes que agregam entre si certa porção de
terra, assim também os ramos projetados pela estrutura destinada a nutrir o feto se
3. Parto
Parto normal – processo pelo qual a criança é expelida do corpo da mãe pelo
útero. Caracteriza-se por 3 períodos distintos:
Deixar que o processo do parto seja natural, não interferir em nada que
não seja absolutamente necessário. Esperar que o bebê venha sozinho.
• No parto normal, a cabeça da criança é normalmente liberada com a face voltada
para baixo, que roda espontaneamente em direção a uma das pernas da mãe.
Esperar que isto aconteça antes de segurar a cabeça com uma de suas mãos.
• Sustentar a cabeça do bebê sem puxar, para que ele respire e não caia.
• Evitar que o rosto do bebê entre em contato com líquidos ou qualquer coisa que
dificulte a respiração.
• Depois de expelida a cabeça as contrações continuam até a passagem dos ombros.
Continuar segurando, pois o resto do corpo vem rapidamente.
Lembrar-se de que o bebê é escorregadio. Segurar com firmeza, mas
delicadamente.
• Limpar suavemente a boca e o nariz do bebê, mantendo a cabeça em nível mais
baixo que o corpo, com compressas de gaze.
• Esfregar as costas do bebê com sua mão para estimular a respiração se ele não
chorar e respirar imediatamente após o nascimento. NÃO BATER NA CRIANÇA.
Mantê-la deitada sobre o lado esquerdo
• Quando a criança começa a respirar, voltar a atenção para a mãe. Caso não
respire, iniciar manobras de reanimação. Solicitar ajuda especializada ou
transportar rapidamente para o hospital.
•
•
• Depois que a criança estiver respirando, concentrar
a atenção no cordão umbilical.
• Amarrar o cordão com uma tira limpa de algodão ou
barbante; fazer um nó duplo bem firme mais ou
menos a 15 cm de distância de onde o cordão se
une ao bebê; assegurar-se de apertar bem o nó
para evitar hemorragia; fazer um segundo nó mais
ou menos a 3 cm de distância, em direção à
placenta.
• Cortar com tesoura entre os nós; manter o bebê
aquecido, deitado de lado, com a cabeça levemente
mais baixa que o corpo.