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Objetivo: Identificar as características estético-temáticas do

Arcadismo/ Neoclassicismo, analisando os elementos do contexto


histórico, as principais obras e autores.

Atividade: Elaborar uma síntese.


Neoclassicismo - Arcadismo

Novo Classicismo Arcádia: região mitológica da


Grécia antiga onde viviam os
pastores em meio à natureza
e à vida simples.

Atenção: Trata-se de um único movimento literário que é conhecido por


dois nomes.
1. Contexto Histórico: Séc. XVIII

• Ascensão da burguesia

• Iluminismo - O século das luzes

• Diderot, D’Alembert, Rousseau, Montesquieu e Voltaire

• Organização e publicação das Enciclopédias

• Revolução Francesa

• Independência dos E.U.A

• Inconfidência Mineira, no Brasil


2. Arcadismo/ Neoclassicismo em Portugal

• Período de modernização, Universidade de Coimbra

• Marques do Pombal e o Padre Luís Antônio Verney


(reforma pedagógica e expulsão dos jesuítas)

• Surgimento das academias literárias - Arcádia


Lusitana, 1756, marco do Arcadismo em Portugal
Principal autor do Arcadismo Português

Manuel Maria du Bocage (pseudônimo árcade: Elmano Sadino)


Já se afastou de nós o Inverno agreste
envolto nos seus úmidos vapores;
a fértil Primavera, a mãe das flores
O prado ameno de boninas veste:

Varrendo os ares, o subtil nordeste


Os torna azuis; as aves de mil cores
Adejam entre Zéfiros, e Amores,
E toma o fresco Tejo a cor celeste:

Vem, ó Marília, vem lograr comigo


Destes alegres campos a beleza.
Destas copadas árvores o abrigo:

Deixa louvar dar corte a vã grandeza:


Quanto me agrada mais estar contigo
Notando as perfeições da Natureza!

Bocage
3. Arcadismo no Brasil

a. Contexto histórico
• Minas Gerais – ciclo do ouro, Vila Rica, Ouro Preto

• Inconfidência Mineira

b. Autores e produção literária

• Lírica: Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antonio Gonzaga e Silva


Alvarenga;

• Épica: Basílio da Gama, Santa Rita Durão e Cláudio Manuel da


Costa;

• Sátira: Tomás Antonio Gonzaga;

• Laudatória ou Encomiástica: Silva Alvarenga e Alvarenga Peixoto


Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio
Gonzaga, poetas árcades, fizeram parte do grupo de inconfiden
tes juntamente com Joaquim José da Silva Xavier,
o Tiradentes, e Joaquim Silvério dos Reis, o Traídor.
Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa (pseudônimo
árcade: Glauceste Satúrnio) , marco introdutório do
Arcadismo no Brasil. Características literárias:
LXII
Torno a ver-vos, ó montes; o destino • Fugere urbem – fuga da cidade
Aqui me torna a pôr nestes oiteiros;
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros • Aurea Mediocritas – vida privada
Pelo traje da Corte rico, e fino. de luxo e conforto, mas rica de
realizações espirituais
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros, • Bucolismo – sentimento de
Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
integração ao campo, à natureza

Se o bem desta choupana pode tanto, • Valorização dos elementos


Que chega a ter mais preço, e mais valia, da Antigüidade clássica
Que da cidade o lisonjeiro encanto;
• Linguagem simples, clara e
Aqui descanse a louca fantasia; Direta
E o que té agora se tornava em pranto,
Se converta em afetos de alegria
• Ausência de figuras de lingua-
em;
Tomás Antonio Gonzaga (pseudônimo árcade: Dirceu)
Trecho Marília de Dirceu - Marília (Maria Dorotéia Seixas)

Lira XIV
Ornemos nossas testas com as flores.
E façamos de feno um brando leito, • carpe diem
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa, • convencionalismo
Também, Marília, morre.
amoroso
Com os anos, Marília, o gosto falta,
E se entorpece o corpo já cansado;
triste o velho cordeiro está deitado,
e o leve filho sempre alegre salta.
A mesma formosura • universalismo
É dote, que só goza a mocidade:
Rugam-se as faces, o cabelo alveja,
Mal chega a longa idade.

Que havemos de esperar, Marília bela? • racionalismo


Que vão passando os florescentes dias?
As glórias, que vêm tarde, já vêm frias;
E pode enfim mudar-se a nossa estrela.
Ah! Não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça.
Sátira: Cartas Chilenas – Tomás Antônio Gonzaga
O povo, Doroteu, é como as moscas
180 -- Que correm ao lugar, aonde sentem
O derramado mel; é semelhante • Doroteu – interlocutor
Aos corvos e aos abutres, que se ajuntam
Nos ermos, onde fede a carne podre. • Santiago – Vila Rica
À vista, pois, dos fatos, que executa
185 O nosso grande chefe, o fanfarrão
• Critilo – o autor das cartas
Minésio, decisivos
Da piedade que finge, a louca gente
De toda a parte corre a ver se encontra • chilenas – mineiras
Algum pequeno alívio à sombra dele.
Não viste, Doroteu, quando arrebenta • fanfarrão Minésio – o
190 -- Ao pé de alguma ermida a fonte santa, governador
Que a fama logo corre e todo o povo
Concebe que ela cura as graves queixas? • crítica aos governantes
Pois desta sorte entende o néscio vulgo
Que o nosso general lugar-tenente,
195 -- Em todos os delitos e demandas • sátira
Pode de absolvição lavrar sentenças.
Não há livre, não há, não há cativo
Que ao nosso Santiago não concorra.
Todos buscam ao chefe e todos querem,
200 -- Para serem bem vistos, revestir-se
Do triste privilégio de mendigos.
A Épica Árcade
Basílio da Gama – O Uraguai
Que alegre cena paraNestes os olhos!
desertosPodem
encontramos
Do excelso coração e peitoObra nobre do seu valor! Tinha Cacambo
Daquela altura, por espaço
Mais imenso,
do que se
Do General famoso, invictoReal
esperava, e me parece
esposa, a senhoril Lindóia,
Andrade.
Ver as longas Que
campinas só por força de
retalhadas armas poderemos
Já para o nosso campo vêm Dedescendo,
costumes suavíssimos e honestos,
Inteiramente sujeitar os povos.
De trêmulos
Por mandadoribeiros,
• quebra
dos claras
seus, doEm
dous fontes
modelo
verdes
dos mais clássico
anos: com ditosos laços
nobres.
Torna-lhe o General: Tentem-se os meios
Sem cristalinos,
E lagos arcos, sem•Deversos
aljavas; Amor
mas
ondebrancos
brandura molha os tinha unido; mas apenas
as testas
e de amor; se isto não basta,
De várias
As leves asase altas penas vento.
o •lascivo Os tinha unido, quando ao som primeiro
coroadas,
antijesuitismo
Farei a meu pesar o último esforço.
E cercadas de penas as cinturas, Das trombetas lho arrebatou dos braços
Engraçados •
outeiros,
Mandou, fundos
valorização
dizendo
E os pés, e os braços e o pescoço.
vales
do
assim,
A glória índio
que os índios todos
enganadora.
Entrara Ou foi que Balda,
E arvoredos Que tinha
• identificação
copados prisioneiros
e confusos, no
do choque seu campo
Sem mostras nem sinal de Engenhoso
cortesia e sutil,de culturas
quis desfazer-se
Fossem vestidos das formosas cores,
Verde teatro,
Sepé onde• descrição
no pavilhão. se
Porémadmira quanto
dapresença
Da
Cacambo natureza importuna e perigosa
Que a inculta gente simples tanto adora.
Fez, aoaseu
Produziu • estrutura
modo,
supérflua cortesia
Natureza.
Abraçou-os
Do índio generoso; e desde aquela
estranha,
nova
a todos, como filhos,
E começou: Ó General famoso, Saudosa manhã, que a despedida
E deu a todos liberdade. Alegres
Tu tens à vista quanta gente Presenciou
bebe dos dous amantes, nunca
Vão buscar os parentes e os amigos,
Do soberbo Uraguai a esquerdaConsentiu que outra vez tornasse aos
margem.
E a uns e a outros contam a grandeza
Bem que os nossos avôs fossembraços despojo
Da formosa
Da perfídia de Europa, e daqui mesmo Lindóia e descobria
Co's não vingados ossos dos Sempre novos pretextos da demora.
parentes
Se vejam branquejar ao longe os vales (choque de
culturas)
Santa Rita Durão O caramuru - volta aos padrões clássicos
XXXVIII

'Bárbaro (a bela diz), tigre e não homem • oitava-rima


Porém o tigre, por cruel que brame,
Acha forças amor que enfim o domem; • versos decassílabos
Só a ti não domou, por mais que eu te ame.
Fúrias, raios, coriscos, que o ar consomem, • mitologia indígena
Como não consumis aquele infame?
Mas pagar tanto amor com tédio e asco... • estrutura convencional
Ah! que corisco és tu... raio... penhasco!
 
XXXIX
Bem puderes, cruel, ter sido esquivo,
Quando eu a fé rendia ao teu engano;
Nem me ofenderas a escutar-me altivo,
Que é favor, dado a tempo, um desengano;
Porém, deixando o coração cativo
Com fazer-te a meus rogos sempre humano,
Fugiste-me, traidor, e desta sorte
Paga meu fino amor tão crua morte?
Atividade para segunda-feira, 23. Exercícios da
apostila, pág. 2 à 9

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