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O art. 304 do Código Penal contém o tipo penal: “fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302”. A pena é a mesma
cominada à falsificação.
Sujeito ativo é qualquer pessoa que usar documento falsificado, salvo o falsificador.
Sujeito passivo é o Estado e, se for o caso, a pessoa lesada.
76.2 TIPICIDADE
Fazer uso é usar. É utilizar um documento que tenha sido falsificado nos termos do
que dispõem os arts. 297 a 302, ou seja, um documento que tenha sido objeto do crime de
falsificação de documento público ou de documento particular, de falsidade ideológica, de
um falso reconhecimento de firma ou letra, de certidão ou atestado falso, material ou
ideológica, ou do atestado médico falso.
O agente não pode ser o agente ou partícipe do crime do qual resultou o documento
falso, pois o uso será post factum impunível do delito de falso.
A mera guarda ou posse de documento falso não realiza o tipo, a não ser quando
sua finalidade é, exatamente, a de ser portado, como o é a carteira de habilitação para
dirigir veículo automotor ou a autorização para portar arma de fogo.
O documento deve ser produto de crime de falsificação e, como tal, deve ter
idoneidade para ludibriar a quem for apresentado, não havendo crime quando o agente faz
uso de documento grosseiramente forjado.
Deve o agente atuar com dolo. Com plena consciência de que utiliza um documento
falsificado, produto, pois, de um dos crimes dos arts. 297 a 302 e com vontade livre de
empregá-lo fazendo prova do fato a que se presta provar. Se o agente desconhece a
falsidade, o fato será atípico.