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JULHO 1957
ÍNDICE
I. QUESTÓES FILOSÓFICO-RELIGIOSAS
I. QUESTOES FILOSÓFICO-RELIGIOSAS
1) «Que é a auna?»
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Cada individuo possui urna alma só, que satisfaz a todas as
fungóes de sua vida.
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tervalo de oitenta dias. Assim julgavam, porque lhes parecía
nao haver ñas primeiras semanas após a concepgáo a organi-
zagáo de células necessárias para constituir um corpo humano,
sede de alma racional; acreditavam, sim, que durante certo
tempo o feto só possuia organizagáo e atividades de vida
vegetativa (nutrimento e crescimento), e por isto lhe atri-
buiam principio vital meramente vegetativo ; a seguir,- julga
vam distinguir no embriáo organizagáo e movimentos espon
táneos característicos da vida sensitiva, que éles conseqüen-
temente atribuiam a novo principio vital, a alma sensitiva,
recém-originada em substituicao á anterior; sómente após
estas fases reconheciam no feto a organizagáo típica do corpo
humano, no qual pode viver urna alma intelectiva ; esta entáo
seria infundióla.
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4) «Donde vem que a idéia do destino esteja tao arrai
gada entre os contemporáneos ?»
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vézes é tolhido em sua liberdade por fatores patológicos, e
age sem grande consciéncia de si nem senhoria sobre os seus
atos. Observe-se, porém, que estas conclusóes dos fisiólogos
por si nao implicam a tese filosófica do fatalismo ou do des
tino—tese segundo a qual Deus desde todo o sempre teria
tragado a cada homem urna via que ele deve seguir sem res-
ponsabilidade própria, dispensado de rezar, dispensado de se
esforgar por executar sempre o que seja de melhor alvitre.
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da inteligencia e da vontade. No individuo cujo cerebro se
ressinta de lesáo, ou cujas glándulas funcionem em deficien
cia ou excesso, ésses defeitos desvirtuam ou sufocam "a acáo
do espirito; manifestam-se taras, propensóes a hábitos anó
malos, que nao podem ser controlados pela vontade.
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-Nao admira que muitos julguem tais
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diante o qual ela, segundo a sua natureza, concebe ou muda
suas disposigóes. Depois da morte, tal criatura de modo ne-
ríhum poderá desejar permanecer na presenga de Deus; antes,
espontáneamente pedirá afastar-se d'Éle. Nao será necessário
que, para isto, .o Juiz supremo pronuncie alguma sentenga; o
Senhor apenas reconhecerá, da sua parte, a opgáo tomada
pela criatura ; Ele a fez livre e respeitará esta dignidade, em
hipótese nenhuma forgando ou mutilando o seu alvitre.
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cialmente egocéntrico), de sorte que os outros seres criados
postos na presenga do reprobo vém a constituir para éste urna
auténtica tortura (nao se poderia, porém, precisar em qué
consiste tal tormento).
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Aos que adotam essa posiyáo, será preciso lembrar dois
pontos de importancia capital:
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b) Note-se, porém, que a religiáo dos dogmas de modo
nennum excluí os fetos. O catolicismo pode apontar em sua
historia recente (para nao mencionarmos épocas anteriores)
numerosos fenómenos extraordinarios, fatos milagrosos (curas
apangóes, comunicagóes preternaturais...) rigorosamente
comprovados; basta recordar Lourdes e Fátima. É Deus
quem suscita tais prodigios a fim de dar estímulo á fé, incul
cando assim a autentícidade dos dogmas. Os católicos, por-
tanto, admitem também fatos milagrosos ; contudo afirmam
que essas intervengóes sobrenaturais nao podem ser desenca-
deadas por fórmulas, ritos, processos mediúnicos, mas sao
dons gratuitos que Deus dispensa soberanamente, quando o
julga oportuno.
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se aínda tivessem jurisdigáo ou poder sobre aqueles que nao
sao mais da nossa convivencia e cuja sorte só Deus conhece.
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Em conseqüéncia, os judeus julgavam que havia de voltar á
térra nos tempos do Messias, a fim de preparar os homens a
receber o Salvador ; o profeta Malaquias parecía corroborar
essa esperanca, anunciando em nome de Deus : «Eis que vos
envío Elias, o profeta, antes que venha o dia do Senhor, gran
de e terrível. Reconduzirá os coragóes dos pais aos filhos e os
coragóes dos filhos aos pais» (4,5).
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nascer do alto (traducáo menos autorizada : de novo), nao
poderá ver o Reino de Deus». O contexto mostra bem que
Jesús fala de um renascimento a partir da agua e do Espirito,
nao a partir da carne ou do seio materno (hipótese esta que
já Nicodemos tinha por absurda ; cf. Jo 3,4) ; Jesús fala de
vida nova no Espirito Santo, nao de vida natural, fisiológica:
«O que nasceu da carne, é carne; o que nasceu do Espirito, é
espirito» (Jo 3,6 ; leia-se por inteiro o trecho Jo 3,4-7). Posi
tivamente, Jesús tem em vista o batisrno que torna o homem
«filho de Deus» e por isto, desde cedo na tradigáo crista, foi
chamado «sacramento da regeneracáo».
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nem urna hipótese nem outra, como era evidente, mas um
designio superior de Deus...
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Pois bem; pa que o primeiro homem, Adáo, pecou na quali-
dade de Pai do género humano, entende-se que todo filho de
Adao, herdando a sua natureza, herde também a miseria física
e a desordem moral.
Sao estes dois fatores que explicam que, sem ter vivido
anteriormente na carne, todo homem nasca nesta térra com
suas características próprias (possuindo qualidades e também
deficiencias que seus vizinhos nao tém na mesma proporcáo-
toda criatura, pelo fato mésmo de ser criatura é falível é
deficiente),... nasca também sujeito ao sofrimento e a dor.
É certo, porém, que no juízo final Deus levará em conta
as possibihdades e o grau de responsabilidade de cada um
longe de aplicar a todos o mesmo criterio. Além disto ó
Sennor da a todos os homens, absolutamente a todos, os meios
necessarios para que cada qual, dentro da sua capaddade,
volte ao Criador e consiga a felicidade eterna. O testemunho
mais eloquente dessa benevolencia divina é a figura de Cristo
crucificado em favor de todo o género humano ; essa imagem
atesta quanto o Salvador leva a serio a sorte eterna dos
homens. O sofrimento e a morte entraram no mundo em con- ■
sequencia do pecado, ou seja, do abuso que o homem fez da
sua liberdade. Sobre éste fundo, porém, o Criador se eviden
cia justo e, mais ainda, misericordioso. Para reivindicar estes
atributos de -Deus, nao é preciso abandonar a doutrina crista
da ressurreigáo da carne para seguir a tese da reencarnagáo •
muito ao contrario... De resto, note-se que o sofrimento nao
e enigma nem espantalho para o cristáo, depois que a segunda
Pessoa da Ssma. Trindade se fez homem e o abragou ; vem a
ser instrumento de purificagáo e redengáo para o discípulo
que abrace generosamente a sua cruz com Cristo.
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pelo qual é punido (porque se reencarnou), vá é a sangáo (a
reencarnagáo); a pena só se torna eficaz ou medicinal para
quem saiba porque lhe é infligida.
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contingente, nem mesmo transitoriamente ; há um hiato in-
transponível entre o homem e Deus, hiato tal que o homem
só se aproxima de Deus, caso o Todo-Poderoso se digne to
mar a iniciativa de chamar e amparar continuamente a sua
criatura.
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tíveram de prover entre si á multiplicacáo do género humano.
Deus permitiu tais cópulas entre irmáos, únicamente em vista
das circunstancias extraordinarias em que se achaya a pri-
meira geracáo ; a excegáo, porém, já nao seria lícita poste
riormente, desde que houvesse meios de garantir a propa-
gagáo da especie de maneira mais conforme as leis da natureza.
S. M. C. (Rio de Janeiro) :
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sivel á compreensáo de leitores náo-judeus (conhecem-se outros
casos em que o texto de Mateus esclarece as expressóes difíceis
de Marcos ; comparem-se, por exemplo, Me 6,5-6 e Mt 13,58 ;
Me 8,12 e Mt 16,4; Me 10,8 e Mt 19,16-17). De resto, a pas-
sagem de Isaías (6,9-10), redigida em estilo estritamente se
mita e citada por Jesús, terá concorrido para dar á afirmacáo
do Senhor em Mt e Me o seu cunho desconcertante. /
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interpretagáo auténtica das parábolas (cf. Mt 13,36; Me 4,10);
o Senhor entáo lhes explicava (Me 4,34), pois estavam aber-
tos para receber a doutrina.
M. A. F. (Duque de Caxias) :
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sómente os filhos do mesmo leito conjugal, mas também um
familiar ou um consanguíneo próximo. Lote, por exemplo,
sobrinho de Abraáo, é chamado «irmáo» déste em Gen 13,8;
14,16. Algo de análogo se dá com Jaco, sobrinho de Labá (cf.
Gen 29,12.15). Em Lev 10,4 Moisés manda a Misael e Elisafá
fagam sair da frente do santuario seus «irmáos» que, no caso,
eram própriamente seus primos. Os primos sao designados
como «irmáos» também em 1 Crón 23,21-22, onde se le:
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porém, perde muito do seu peso se se levam em conta os
costumes dos antigos : entre outros, pode-se citar o caso de
Otávia, irmá do Imperador Augusto, a qual tinha quatro filhas
vivas ao mesmo tempo : duas délas chamavam-se «Marcella»
sem cognome,.e as duas outras «Antonia». O nome «Maria»
era, de resto, muito freqüente na Galiléia. — Outros objetam
que Maria nao podia ter irmá, devia ser filha única, única
herdeira; isto explicaría que haja sido obligada a tomar
esposo, e a escolhé-lo dentro da sua parentela, a fim de que-
á heranga contínuasse em poder da mesma linhagem. Quem,
na base déstes argumentos, nao queira admitir que Maria,
esposa de Cleofas, tenha sido irmá de Maria, esposa de José,
poderá muito bem interpretar o texto de Jo 19,25, ácima
transcrito, como se quatro, e nao tres, mulheres tivessem es
tado ao pé da cruz ; distinguir-se-iam entáo Maria máe de
Jesús, a irmá anónima desta, a seguir, Maria esposa de Cleofas,
e Maria de Mágdala. Neste caso, os filhos de Cleofas ainda
seriam ditos com razáo «primos» de Jesús, pois Cleofas era
irmáo de Sao José, pai putativo ou legal de Jesús.
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é éste o carpinteiro, o filho de Maria, irmáo de Tiago, José,
Judas e Simáo ?»
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Pergunte e Responderemos
Caro amigo, nao lia quem nüo se ponha a pensar e nao
conceba sem demora importantes problemas) («Aflnnl que fuco
nesto mundo? Qual o sentido da vida presente? Que se lhe
seguirá?»). Nao sufoque nem dcsprcze essas questóes. Scm luz
sobre tais a-ssiintos ningué.m se pode sentir plenamente tmn-
qüiiii e feliz.
«PKKGUNTE E RESPONDEREMOS»
Rio de Janeiro
DEPÓSITOS:
Rio de Janeiro:
Instituto Pió X do Klo de Janeiro — R, Real Grandeza, 108
Botafogo.
Ó R G Á O
do
INSTITUTO PIÓ X
do
RIO DE JANEIRO
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ESCRITURA SAGRADA
LITURGIA
CULTURA RELIGIOSA
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cantarei também
com a inteligencia.»
(1 Cor 14,15)
"PERGUNTE E RESPONDEREMOS"
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