You are on page 1of 260

SOBRE

O C L I M A DO F U N C H A L
E SUA TNPLUENCIA

OFFERECIDA

ACADEiIIA KEAL DAS SCIENCIAS DE LISBOA


PBLO

Da. 1.'. A. DAIkRAL

SOCiO D A M E S M A A C A U B M I A .
O CLIMA DO FUNCHAL
I.; S U A INFLUISN(:It(.

TRATAMENTO DA TIS LCA 1'ULMONAR.

S e a medicina póde ser accusada de se tcivdesviacio alguinus vezes


do seu verdadeiro caminho, desprezanclo ou escpecenrlo a esperimcin C
observacão para correr ap6s 6 s theorias e fcivolns hypotlicscs, csle erro,
~ U C ella tem partilliado com as outras sciencias riaturaes, deve ser-lhe
~ercloadopelo zêlo, pela tenacidade c arfinco c0111 cluc scinprc tein pro-
curado combater, por todos os meios ao s e alcanc~, ~ seta ecssai* ncul
esmorecer, os grandes flagellos, cluc, debaixo de fórmas mais ori inoiloç
apparatosas, mais ou menos rapidas, atormentairi c clevastain a especic
humana. Se um resultado feliz não tem militas vezes coraaclo os seus
esforços, nern por isso elles SUO menos dignos de loiivor. Qiir\ilc\o cri1 mo-
lestias cominummente fataes se 1 6 0 consegue aclinr um rciricclio hcrbico
clue as debelle, mas se encontra iim inenos seguro cluc as cura algiiilias
vezes, e que as alivia outras, jS. o 1-1ossotrabalho se púdc rcpiitar beili
coinpensado, e o nosso zêlo animado para con~iiiiia~ ern iinia cinIiileza,
que sempre é honrosa, aincla rliianclo balclaíla. Resignar-sc a sciencin. o
a ~ ) ~ o ~ ~ sas Zdeixar
O morrer os individuos atacados dc iiioleslins repuladas
fataes, sein fazer os iiltiinos esforqos para salvai* ca(l;i i1111 tlois doeiirrx
a[fectad~~, e setil contii~uariiik iiidagnyio dc UIII rcniedio, 01.1 de uni tll:i-
lamento colltpa esse mal, é collocar-se cin unaa jiosiqlia, na realicladc
trnntl~~illa, mos que repugna surnmatno~~te B pliilosophia da scicncia e
aos sentimentos que carac~erisame Iionrain os Iiomens da profissão.
A tisica pulmonar é um d'csscs Bagcllos, qirc lenla e vagarosamcntc,
seni o apparato assustador e terrivel das grandes epidemias, cleskroc
mais vidas do que oulra clualgucr niolcslia, niio poupnudo idade, sexo
ou posicão social alguma, e parecciido airicla escollier cspecialmente as
suas victinias n'ac~uclla época da vida cm clue todas as espcrancas se
acliam no seu pleno vigor. 15 é tanto mais hrinidnvcl esla rnolcslia, que,
dando muito tempo para a applica$io dos reriicdiol;, n ar1.e aké agora se
tem inostrado cluasi in~poicnlccorilra clla; nUo porquc o seu esludo tc-
nha si& despresado, mas porque a Providcncia rião lcm cluerido revelar
aos esforcos da sciencia, oii iis tcntalivas do empirisino o modo clc rc-
iriediar eficazmente tão grande xnal. h mcdici~iaLern eiripregado, c p6dc
dizer-se csgotaclo, n'esta cruel enfermidade toclos os seus recursos. As
idéas mais racionam, os rnedicaniciitos niais encrgicos e variados, cluasi
todos, ou todos os da matcrla medica, tralamentos emanados dc todas as
doutrinas ainda as mais ol~postas,até práticas eslravagantcs, tudo tem
siclo atteildido e applicado com. izma incfficacia desaniiinadora. De uin:i
atmospliera carregada dc oxygenio passou-sc a oiitra rnais satiiracla de
azote; do ar do campo para o curral das vaccas; da atmospl~erapura e
ligeira dos nlonles para o ar cspcsso c pcsacdo dos valles; das inargcns
do inar para o interior das terras. O Laloico, u navegação, as iiispiracões
forcadas, os vomitorios repelicloç, ludo lcin sido baldaclo! Quando uni.
remedio n o ~ oentra na priilica da arlc n&o deixa clc scr logo cxpcriincn-
tado n'csta moleslia: o cliloro, o iodc, n creozote, o chloro-formio, etc.,
jri passaram por essa prova; e apciias urna ou outra vez sc L C I obtido ~
alguiw resultados felizes, cluasi seinpre epheincros, c qiie obscrvacões 111-
teriores iião tein coilfirmado.
O estudo clue nos ultimos rinnos sc tem feito d'esta rnolcs~ia,cscla-
recendo inuito a sua anatomia c diagnostico, ncrn por isso tem concor-
rido dc um inodo apreciavcl para nos dar tima thcrapcu~icamais se-
gura e efficaz. Eslamos coin~uclomilito longe dc pcnsai: qiic os mais
exactos conlieciinen~tos,cpie lia actualmcnlc d'csla alWecqCo, scja~ri.intci-
ranieiltc perdiclos c iniiteis para o tratnmenlo cl'ella. Se cllcs por irrn
lado tecm feito clesconfiar qiic alguns casos de Lisica p~ilrnonar,curados
pelos antigos, só forain bronchites, pleiiritcs c pnc~~rnoniles clironicas
e outras rnolcstias c10 pulirião, crn tcmyio em que o sei1 cliagnoslico cliRc-
rencial era tão obscilro; por outro lado icm-se cliepxlo n eslahclccer dois
~ ~ o n ~ o s i ~ n p orlc
r ~doiilr ~ e, sdc que, no nosso modo dc rir lencicr, ,já ,
a ~ ~ ina
sc vai lirando ~nuitobom parlido :-I ."que a tisica piilinonar C, 5s vczcs
ciuravel, ainda inesmo quando ha já caveriia no pii1mão;-2." quc B pos-
sivel c111 bastantes casos diagnosticar com toda a probabilidade esla mo-
lestia, ainda no seu prirnciro perioclo. Estas duas acclinisi~õcç,que de
certo não satisfazem os anciosos dcsqjos da sciencia ii'esta parte, dão
comtuclo animo para combater a molestia com a esperanca dc a Yenccr
algilinas vezes, e de a previnir c rctardar outras.
Todos os medicos de longa prática teem lem branqa ou apontaincntos
de um certo n~iincrod'estes casos, em que obtivcraiii OLI viram ol~ter
resultados tiio favoravcis que excederam a sua expeclar,$o: uma ou outra
vez estabelecendo-çc uma cura clerinitiva, mediíintc a cicatrizasacão ou
por OULCO modo, pelo qual a natureza pode reniediar uina lesão já muito
grave do pulmão, e em oiitros d'esses casos alcan~a~iado-sc uma suspen-
são ião prolongada cla inolestia, e com taes apparencias d e saiide, qiic
rqiiival[a quasi a uma cura ; e doentes lia cpe tem tido a fort~inadei<,;ji
v-,--

.' :
--
::i
ol~terii3ais de uma vez esta suspensão. , , r ;,,.>
O segundo ponto não é menos importante; porque sc erjtes i*csul- -,-U[, ;" .
tados, de que acabámos de fallar, sào inais faccis de obter no primciro
periodo da molestia, ou ainda mellior lia siia invxào, e se é possivcl
I~astantcsvezes chegar a um diagnostico n-iuito provavcl d'este primeiro.
periodo, principalmente quando a nossa attencão é desafiada por preelis-
posicões constitucionaes e liereditarias, é claro que na cinineiicia c in-
vasão de molatia tão grave c rebelde, todo o tratamento reputada mais
decidido e proveitoso, deve, desde logo, ser etnpregado para prcvinir c
atalhar niales, que depois seW niui difficil ou iinpossivel Treilcer. Erri
casos de predisposigões l-iereditarias, este tratameillo, que pela inaior parte
consisle ein meios hygienicos, deve scr principiado muilo cedo, e eonti-
T ~ U R ~severa
O c incessantern~ritepor muitos annos.
Entre os meios aconselliados no tratamento d'csia inolestia Ila um,
cl11c, scm gosar da efficacia e seguraliga que a profissão procura, leili
atravessado comtudo os seculos. sempre merecendo unia cer1.a fé c
reputx$o, ainda que deixando ~riuitasesperancaç malograclas; csie iiieio
é a rnuclanca de clima, de localidade, dc liabitaciio. Ai.o"leo jh acionsc-
lliava aos tisicos a navegacão c a liahitacào nas rnnrgcns dts tnar. Ascle-
piades, Tliemison e Celso recomnienclavam colmo mais proveitosas as via-
gens longas e demoradas na Italia e no Egypto. Seiiipre foi crenca enlrcl
o povo, e opinião entre os medicas c ~ ~ ai cliabi~a$o 110 campo, a mii-
dance cle clima, as viagens de mar crain rcrncdios uleis para a 1isic:l
piilmonar, curanclo algiimas ~rczcs,clanclo grande alívio outras e prcvi-
liindo o seu desenvolvimento nos iridivicl~iosque para ism tinl-iarn prbedis-
posição Iiereditaria.
A Italia foi em todos os tempos procurada corri esse fi~ii, coriio
re~~~iincloa uni clima suave, e um ceo puro todos os coinmodos da vida,
c as distraccões clue os objectos de arle, os nloilumeillos antigos e uma
civilisac,ão acliantada podiam offerecer ao cn.lleteiliirierito e goso dos doen-
tes e das Sí~aiiliasíliie os acoinpanliavam, os cjuaes, pela maior parte,
habitaiiies do iiortc trocavam iim inverno aspero e rigoroso por1 uma es-
t a @ ~tcmpesasla c aprazivel. Era aleiri cl'isso prática commum, e ainda
hoje é cin niuilos paizes, fazer xnuclar os doentes an'cctados de padeci-
ineiltos pulmonares para o campo lia boa estaqão, ás vezes sein granck:
escoll-ia de local, ou preferindo o mais perto c o mais commoclo. Mas
dcsde muilo tempo os mcclicos das cliiXcrentes ilacões leem procuraclo,
no seu mesmo paiz ou fóra d'elle, dcscobrir e conliecer acliiellas locali-
dades que, por suas condiqões melereologicas, pelas suas aguas nii~icraes,
ou por uma expcriencia prévia, poderiam ser julgadas mais favoraveis
para liabitacão (10s doentes afTcctaclos de padecimenlos piilmonares cliro-
nicos, principalmente cluraille o iilverno. Assiin ein Inglaterra Ui~dcrclií'l',
Iliaslings, Briglilon, Torcluay, Dawlisli, Sidmoiilh, Esmouth'; Salcornbe,
Peiisancc, Plusliing*, Clifton; cm Franca, Montpellier, Marselha, Hyères,
Pail, e outras localiclacles ela I'rovcnca; em Iialia N i z ~ ,Piza, Roina,
Napoles, e ultimamente Lago de Coilio c Vcncza ; eiii Alleinaillia e Belgica
alguinas das muitas localiclades das suas agiins iriineraes; em I-lesparilia
Malaga; no Mcditcrraiieo as Illias Jonias, Mnlla c o Egyplo tecni sido
recominciidadas c procuradas como clirnas mais proprios para habila@io
dos doentes aff'ectados dc padecimeiltos pulinonares, por tcrcm as condi-
~ õ e clue
s se rccjnerein no tratamento d'essas nMecgões, e sobre tiiclo porQrIiic
a observacào algumas vezes clemonstrou a siia ~itiliclade. Diversas Ilhas
do Athlantico leern tambem sido ii'csteç rillimos lempos expcriuieii~aclas
corn o mesino fim; as Canarias com o seu bcllo clima não escjiieccrarri.
Mas entre todos os pontos lembraclos c já ensaiados, acluelle ílue, coiri
urna reputacão posto que não autliorisada por scculos, tem adquiriclo
uma rapida celebridade, e até mesirio niececido tima certa preí'ercncia,
d sem duvicla a Tllia da Madeira. Dando-se. aqui a circiimstancia berri
singular, de cliic iliio é tanto aos nacionaes, ~01x30 aos estrangeiros cluc
ella deve o credilo que obteve e que vai sustentando. O seu exccllciltc
clima, as suas bellas paizagens, as suas produccões variadis, os scins vi-
nlios generosos e exquisitos já estavam Ilein conhecidos, c~uandoo scu
],rcstiino, como refugio e ilcincdio para os infelizes aRTeci,ados de 1110-
Ics~iasde peito, ainda era quasi completaineiitc igi~oraclo. I'oi ao coiii-
Ilatia c o sul cla Praiiqa eslando fediaclos para os doeiites ihglezes iilacii-
dos d e peito, a Ilha cla Madeira foi experimentada em maior escala, e o
seu clima corrcspondeu á reputaqão de que gozava; não curou todos os
tisicos, mas deu-llies tanto alivio coiiio os oiitros paizes afainaclos lhm
davam, ou aincla mais, e o seu credito cresceu. A clistancia e a viageni
que tiiiliarn sido consideraclas pelo Dr. Potliergill c01110 um enharaco para
o Lrnnsporte (10s doentes, forani julgadas por alguns ri~écomo uteis pelo
beneficio que se podia tirar cla navegaç80; e RS coriimiinica~escada vez
inais faccis e frecjuenteç, e ultiiriainente a navegagão pelo vapor, aplaiia-
ran1 por cssc lado toclas as ílifficuldadcs. Quando cm 18 12 o Dr. Nicoliiu
C. I3. PiLta publicou a sua obra ( A c c o u ? ~of ~ M~zcZeii*aby Dr. N. C. B.
Pitta. Losrlon. L 8 12) o iiun~erode cloentcs' que ~irocuravama Illia não
era grande, mas já era nolavel. Esla produccão de um talento novo, clue
depois clevia figurar na profissão por um moclo distinc~o,era uina iiar-
i-agão clescrip~ivaclo cliina da Ilha e cla sua geograyhia physica, politica
e administrativa: cm a ooba mais importante que se tinlia escrili10 até
esse tcinpo sobre a Illia da Madeira, que podesse servir como pri~icipio
d ~ sua
i topograpliia medica, Não deve poré~iiescapar que esta o l m , a
iinica clue ha ri'esle genero escripts sobre a Ilha da Madeira por i i l n
iiosso compa~riola,foi publicacla na lingua inglcza.
A saliida das tropas bri larinicas da lllia, que tinham occupado iriil i-
tarineiile ai6 18 14, e a paz de 1815 que abri11 as portas da Ilalia aos
inglezes, iiiio cliii~inuirarzio numero de doontcs quc toclos os annoç i:iii~
p r o c ~ ~ r aor cliina benefico. Entretanto o estado eni cjue muitos ali ctie-
gavain era 1a1, clue, sein tirar um grande provei10 da viagem, clesalo-
I-iavain a i~tilidacledo clima. O Dr. Renton, iim dos fjcultntivos mais
res~citaveiçque leem exercido a profissão na Ilha da Madeira, renova as
cjueixas já feilas pelo Dr. Gordoii em 1784, sobre a xiegligencia dos doeri-
tes e dos medieoç em 1150 se dccidireni mais cedo a procurar um remedio
que mais iarcle d niciios prqwitoso, e alé iriutil. A sua esta~islica,~iubli-
cada e m 1827 iio E'cíi~zl,u?-g ilfcciical ar~dSurgicnl ,/òur~zal,aincla apre-
senta casos muito pouco vantajosos eiii coinparacão da outra que Sir
JamesClark publicou, manclada pelo mesino Dr. Renton alguns niirioS
depois.
As observacões do Dr. Beinekcn, inseridas no bleclzcnl rcpositor,~/
1824., e no PhiZosuphicnl Mngasinc Novernl~ro e Dezeiilfjro cle 1 $2 7 ,
coiicorrcram não só para fazer mais coiiliccido o clinia da Tllia, irias tairi-
I>cm para confirmar a sua repulacão, apresciitalido-se o propr*io ailtlior.
rlomo urna das riiclhores ljrovas. Ein Agosto de 1 8 3 2 defcnclia-se pcraritc
a #"crnldade de Rlcdiciiiii tlc l'nris ui.ria ilicsc ein qiic seu ;iutlior, cloln.
~)wandoos diflereilles clirilas dc Franca e cle Ilalia, recommei~dadospara
o tratainento de molestias pulmoiiares, c0111 o clima da Madeira, esta-
lielecia a vantagem d'este ultimo. É para scntir que tão illustrado pra-
tico désse tão pouca. extensào 6 sua tliese, e não tivesse o conhecimento
proprio da localidade (De I'inJluence salutaire du climat de Madère dans
le traz'ceiizent de ln phtisie pul7?~onait-e,et de Za supe?.t'orite' de cette In-
,flue?zce sur celle eles clillzats (lu sud cle la ETa~zceet. de E'Itnlie. Pa77 3.
d'ilssis e Sousa Faz. Pa1.i~. 1832). Mas ainda que estes e oiitros escri-
1'10s co~corresseinpara a propagagão do credito da Macleira, é cointildo
a Sir James Clark scin cluvida alguma que a Ilha deve uma boa ou a
melhor parte da sua reputacão n'estes ultiinos tempos. As obras publi
cadas por clle sobre a tisica pulmonar e sobre os climas, a sua grande
aullioridade na profissão, e entre o publico, não podiam deixar de ter
iiiila grande influencia sobre um objecto em que clle tinlia feito estirdo
especial, e cm clue tinha muito extensas informa~ões (Cyc. OJ Pract.
Medo Londolon. 1 8 3 4.Clhate, Tuberculnr. Phtisu -O n consunption nnd
scrfula. LoncZon. 18 3 5 -The sanative hzfluence oJ" Climate. Londotz.
1 S46).
Por cste tcrnpo tambem a Ellia ela Madeira era estudada debaixo
tle outros pontos de vista n5o indifl'erentcs para acreditar o seu clima.
Bo\~'dishno ou~oilode 1823, visitando esta Illia, tratou da sua geologia,
da sua ii~etcorologia,e da sua liistoria natural (Excursions in Ilfucleira
nfzrl Porto Santo cluring the autumn 1 8 2 3, by the late Ed. Bozudish.
London. 1524); e ainda que 1120 se demorou ali Instante tempo para ave-
riguar todos esses objectos como cllcs o deviam ser, e na sua obra se
cnconlrcin muiias inexac~idões,elle deu coizitudo larga noticia sobrc as
malcrias de que se occupou, e que não foi perdida para os que depois
d'ellc sc seguiram. Em 1 8 3 7 Luiz Mousiillio cl'Albuc~~~erq~ie, senclo ali
Preí'ei~o, publicou nas lfeinorias da Acadeinia Real das Sciencias de Lis-
boa uma nzenzo?-iasobre a. geologia das Ilhas rZa nfadei)*n, Po~.toSanto
e Desertas. O Dr. Macaulay clepois inseriu no B'Ci1zbu1g N ~ UPhiloso- I
phz'cnl Journnl. Oct. 1840, um escriplo sobre a gcograpl~ia~Jliysica,
geologia, e clima da Madeira. dames Smilh apresentou zí sociedade gco-
logica de Londres uma ~iolaimportante sobre a geologia da Illia cla
Maclcira, a qual se acha impressa nas nolas ela incsina sociedade 1.01. 3."
11~1.2." 840 a SS4 1. O professor Heer dc Zuricli, que rcsidiii ali por
motivo de inolcslia, pul~licouem 185 1 uina incinoria eili nllcmão sob?.l:
os phenonienos perioclicos clo rei?zo vegetal na Ilha c?a JfurZeb.a. Porém,
de todos os aii~horcsque n'cstes ultimas ieinpos se Lccm occul~acloclos
diversos raiilos da Historia Naiiira'i ela Illia da Macleira c! se111 duvicla o
Rev. Padre Lowe, aclticllc quc o tem i'eito com uiii esludo iiiais aturado;
e os escriptos cjuc elle jrí publicou icizeiii ailciosainente descjar oulros
mais exteilsos cliic aiiida se esperain. (S''?topsis OJ' the Rishes Alacleh*a
puZiZishec2 h t/ze VOZ. 2 . b a 1 . ~ . 3." the Tr-ansnctioszs oJ? the Zoological
Sotiety. Lo?zrZon. 18 3 7 -4 supplen~e?ztto lhe Synopsis ilz thti voz. 3 ."
."
pnrt. 1 8 39 -AJascicuZus on n ?zezu genus 4 lhe Fmzil'y Lophicles,
Les Pecto?-alespediculés, Ç.uzv'e7-, cliscoverec2 in nfizrIci,*a,cona?6u?zicateclto
the society. Sept. 22."' 1 8 4 6,-Sy?zupsi~ ~cIiagnostica,sive yccies que-
da772 novcz Mol2usco1-um Cer~*esls~iunz i?z I?zsulis Afarlci~*ensibusc=electar,
notis rliaggzoslicis succi?ztis h-ezliter desci-@ta. Lo77dool~.1 8 52 .- P~.inzitice
fiunce et RZor.te Afarde7ve. Lojzrlo~z.)E aiiida clue estes e oulros escri-
ptos sol3re esta nossa posscssiio não ~ciiliainpor Gin csludos incdicos, iiein
applicncão dimcla á inediciiia, cllcs coiixt~icloi~àosó aclaram poalos im-
portai~lesna lopogral3l1ia da Illia, mas talnbcm por cssa occasiào os seus
a ~ ~ t l ~ o rpenetrados
es, de iim Justo eiilliusiasmo, lallando da Madcira e do
seu .clima, como cle uin l~elloc aclmiravel paiz, dcraizl uin p~iblicoteste-
inuiil~oc10 juizo fa~avoravelque cl'clla fieerain.
Eiltre os muilos facul~alivoscluc tecin procpraclo a Tllia por sua
propria saúcle, dois cle cxteiisa iiislriicq80, e que infcliziilei~te1in0 acliaram
ali alivio a seiis inales, escrevcrani duas oljras i~otavcissol~rea Ill-ia da
Madcira que tercmos por vczcs occasião cle cilar. A primeira do Dr.
Kampler, publicada no Zeitsch?a).JUr die gesa77zntte Medcin. Nanzbu~go
h n . e lifiv. 1847, aoiilribiiiu inuito para Tazei coiihecer o cliina cla Ma-
deira ila Hollailda e Allcinaiilia. A scgunda do Dr. Mason, figura ein parte
dc um volurnc iinprcsso em Loadrcs ein 1S50 ( A T/*entiscon t4e cli?izatc
and Jfeteor~ologyOJ' dfndei~-n etc. by lhe Znie Dr.. dla'ason. Lo?2cZun. 1850);
obra elii C ~ U CO seu autlior, sc não ~OIIVOU absolutainente a excellcncin c10
clima, concorreu para aclarar alguiis pontos cla sua i~ieteorologia.Todo o
~ o l u i n cd a rcuiliào de escriplos de diflereia~esauthores, e cle diversas
épocas: a priliieira parle, a seg~inda,e uinn porca0 da terceira f o r ~ i n
escriptas pelo Dr. Mason, diiranle a sua eslada na Illia da Madeira em
1834. e 1835; o resto da lerccira parle coiista de observacõcs ~netco~o-
logieas de Mac Ei~en,Se Philadclpliin, fcilns iio Pui-iclial cm 1818 e 1S4 9,
e dc ol~servaqõesbaroine~ricasc therinometricas dc G. A. Young, feitas
lainbem ali nos mesmos anilos; a quarta parte é, uma publicacão iiite-
rcssante sobre a agricultura e sobre a propicdade raslica na Madoira
por G. Peacocl<; c a quinta e iiltiina coiitdm uma historia descriptiva
da Ilha da lfadcira, espcde de guia para os estraiigeiros, por João
Drivcr.
Em 1 8 51, (inalinenle, apparuccrnm (luas obras sobre a Illia da Ma-
deira, impressas ein Londres, uma de Rober to tVhi te (Nad&ra zts clz'??iat~
nncl scemy. Jondoiz. 1S 5 I), e outra cle Eduardo Harcoiirt (A Sjcetc?~
fi Macleirn. Lonclo-lolz,185 i,). Estes dois livros, c1ue servem hoje de guia e
instruc$áo para os estrangeiros, e principalmente para os inglezes, con*
teem a descripyão cla Illia, sua geologia, rnetcorologia, e muitas outras
partic~~laridacles interessantes para quem a visita, ou a vai liabitar; e
sCio escriptos com bastante exacLidão e cuidado, Toclas eslas publica$ões
e muitas outras menos importantes para a medicina, mas curiosas para
a litteratura, juntas ás inuitas e bellissiinas gravuras e litl~ographiasdos
pontos mais pitorescos da Ilha, inostraru qual tem sido o interesse cpe
ii'estes ultiinos tempos se tem ligado áy~tellepaiz, ein parte c,oino ponto
commercial, mas principalmente como clima proprio para indivicluos
valetudinarios, e para o tratamento de padecimentos pulmonares. O
grancle numero cle doentes que ali affliie, as pessoas qile os acompanhain,
e alguns viajantes que ali vão toinar conhecimento do pak, entre os
quaes se contam pessoas de alta instriicçào, teem colliido noticias irnpor-
tantes que provavelmente figurarão ein publicacões cada vez mais exteu-
sas c exactas que devem concorrer para fazer conhecer mellior o cliina,
e ao mesmo tempo para fixar o valor que se lhe deve dar no trataineni;~
das molestias para que é i*ecoininenclado.
Tendo visitaclo a Illia da Madeira ein Agosto cle 1852, c t~ildo-110s
ali clemorado por espaco de oito mezes em scrrico dc Sua Magestadc a
Iinperatriz do Brasil, Viuva, Diic~uezade Braganca, e de Sua Aiigusta
Filha a Princeza D. Maria Ainelia, clue ali falleceu, desejáinos estuclar
e vcr atE! que ponto era bem í'unclaclo o credito que se tem estalxlecido
em favor do seu clima no tratamento da tisica pulmonar, jB por infor-
macõcs oblidas por todos os moclos qiie estivessem ao nosso alcance, já
pela observasão c10 cliina e clas .outras coiidicões hygienicas, que se re-
cpereni para o tratamento d'esta molestia. Procurámos mesmo eoinparar
estas condicões com as que se d ~ ein o Portugal, c priiicipalrnenlc e m
Lisl~oae seus arredores, imitando aquilb clue jB se lem feito em outras
localiclades, eni relacão j. sua coil~~eniencia para o tratamciilo da tisica
pulmonar. Isto constitue o perlueiio trnball~o cl~ico~recernoslio,je á
Acacleinia; não julgando que ellc tenlia grande mereciincnlo scienlifico,
inas parecendo-nos qiie poderá ter alguma u~ilicladeyrSticn. Dcsejaildo
fazer n~aisgeialineiitc conlicciclo entre 116s o cIue já se sabia do cliina
da Madeira, reuniirios para este fiin todos os clcmen~oscluc cncoi~trámos
e aproveiláino-nos de traballios j6 feitos; 1120 só porque os nossos eram
inuilo liinilados, mas tambem porque pens.lçâinos ciue, ainda c~uai~clo Tos-
sem dc inuitos .anuas, não cleviainos coilficir só ii'ellcs, mas slxn coinparal-os
e cornliiiial-os coiii os que prccedcraiii. Hu verclaclcs clile só se po(lcn1
estabelecer coin a au~horicladedo lernpo, c com os esforços de rnuitos;
é preciso que ioclos os que estão ein posição opportuna, estuderii esta
cpestão, apresentem e deponliam o resultado do seu estildo e da sua prá-
tica, para clue urn dia se possa dizer com seguranga, clual é a influencia
que o clima da Madeira tem sol~rca tisica pulmonar, como rneio cura-
tivo, coino lileio siispensivo, e como meio prevenlivo; ou se a rcpiitaçào
que a Macleira tem adcluiriclo corno clima proprio para o tralainenlo
d'csta inoleslia é mal ftlizdada ou exagerada, e os doenles só aclinrn ali
o que poderiam encorilrar no seu yroprio paiz com inenos inconiniodo.
Porénz n'este exame convéni pondcrar com toda a prudcmia e circums-
peccão quc se não trata dc avaliar uin remedio heroico, inas sim uni
meio cliie em uiiia niolcstia, cluasi scnipre fatal, pódc salvar algumas vi
das, póde prolongar ouiras, pódc dar uma esislencia ioleravel. Niio é
isto de certo tudo cy~~anto sc deseja; mas se effectivaruiente este resultado
se consegue ali mais do que em oulras partes, jri é uin grande bem
para a liumanidade, alívio e salisfncão para os doeiiles, e m u i h conso-
lacão para as falililias. A scicncia não se dá por satisfeila coin ião pouco,
porém vai contiiiuando as suas iildagacões mais animada coin estas pe-
quenas vantageiis, que co~ifirn~am a idch de poder conseguir alguin dia
resultados mais felizes.
Esie escripto ser6 dividido em trea partes. Na, primeira daremos
uma breve noticia do clima e topograpliia do Funclial, e das suas con-
diçues hygienicas, clue podcm tcr rclacão coin o tratamenlo clos doentes
que ali vão procurar reernedio. Na scguncla cxaminarcrnos clual é a uti-
lidade do clima do Fiiilclial no tratamento das inoles~iaspulmonares
clironicas, e principalmenle da tisica pulinonar nos doen.1~~ cluc ali viio
residir, e apreselitareinos algumas coiisicleragões comparalivas sobre o
cliina cle Lisboa e alguns oulros, ein relacão coin o dito tralamenlo. A
terceira parle fiilalmciite conslari cle observações me~eorologicasfeitas
por nós no Punelial desde o principio cle Seteinbro de 1852 alé no firn
de Abril dc 1853.
NOTICIA SOBRE O CLIMA E TOPOGltAPIIlA DO FUNCIIAL, li SOBltiZ AS CONDIC~ES
IIYGIENICAS DA CIDADE, QUE PODER^ TER REL~SÃO CODI o TI~ATARIBNTO
DOS DOEI'PISS QUE ALI V i 0 PROCURBR BEMEDIO.

A Ilha da Madeira est5 situada entre 32',,,4 9',,4 4", e 32",, 3 7',, 1$'I
latilude do Norle; e entre 1G0,,39',,30" e 1 7",,1 G1,,38" longitiide ao Oeste
ele Greenwicll, qilasi 10" ao Norte do Tropico de Cancer. A sua fórma
é um c~uadranguloirregular, aprese~ltandoein, toda n circumferencia
uma serie de elevacões, mais ou menos pronunciadas, entre as quaes o
Cabo Girão leiri cjuasi 2:000 pés de altura acima do nivel do mar. A
sua inaior extensão descle a Poiitn dc S. Lourenco até 6 Ponta do Pargo
6 de 32 inilhas geograpliicas; a sua inaior largura desde a Ponta da
Cruz até á Ponta de S. Jorge é de 12 milhas, e a circurnferencia, dcs-
presando pcquenas saliencias, e angulos entrantes, é de 7 7 rnillias. A p c -
scnta no ~ncio,correnclo dc Leste o Oeste, uma serra ou corclillieiila com
clevacões, crislas, dentes c picos, dos yunes o iliais alto tem inais de
G:000 pés acima do ilivel c10 mar. Esla serie de moixtaiilias estabelece a
divisa0 da Illia em costa meridional, e costa çel~leiltrional,c cni geral
talbem delermina a distribuicào das agiias. A eslriictura montaiihosa
do paiz, cortado por profundas fendas e escara~ões, qiic ein algumas
partes correm desde o cume das inoiitanlias até ao mar, com maior oii
tnenor inclinagão, e com mais ou menos desviacões e torluosidades,
produz acciclentes de terreno e prccipicios ele fórrna a inais variada e
grandiosa. O declive das rnontanlias eili alguils lagares 4 ~ n u irapiílo,
mais para o laclo do Nortc do que para o laclo do Sul, e assim contiilúa
ainda elepois ela enti-acla iio niar, oncle a profunclidacle, a poiicn clistancia
(Ia terra. j;í é clr riiirilas braps. Mas aypsar d'csin disposiqão geralmente
niioiitanliosa, c íbrleiiieiile clecli~ie,não só lia localidatlcs de iiiciina$o
mais suave, mas encontrain-se algumas peclilcnas planicies, e duas de
maior grandeza: uina ao Oesle da Illia, o Paul da Serra, com algumas
millias de exteilsão e 5:000 pds acima do mar, e outra Saiilo Anlonio
da Serra, para o lado clc Lcçte, menos extensa e 2:000 pés acima do
mar. 6s eleya$es e ~ i c o s ,aos córtcs por orirle corrcrii as
aguas iormaiido cascatas e grandes cluedas de agua, a uina vcgctacão
vigorosa c abundante em algumas parles e a uin tcrreilo ariclo, severo
e abrupto em outras, que a Ilha dcve a admiravel variedade e bclleza
cle suas paizagens, muitas das quacs lecin ainda por fundo o oceano. Estc
paiz, que em outro tempo tomou o iioine dos seus grandes e densos
arvoredos, aiiida não pode, clesde a destruicão d'elles para cá, recuperar
essa falta, que se faz sentir em urn tcrreiio que podia e dcvia ser ani-
mado por uina vegetacão robusla e secular. Eiii algu~ilasparles tem-se
formado já ilovos I~oscliiese florestas, cin clue figuirarn o pinheiro, o cas-
tanheiro, o til, o folliado, o teixo, o sobreiro, clc., e I~emse rccoiiliecc a
disposicão que a natureza tem para ves~ira Illia cle uma nova e rica
produccão, por pouco que fosse ajudada pcla miio do lioinem, Enlretanto
por toda a parte uma vegela~ãomais liuinildc, nias semprc forle e vi-
gorosa, em que sobresaem muitas plai~~aç tropicaes, e principalinciilc a
caiia de assucar, o café, e a bananeira, c16 ao paiz unia apparemia cle-
leitosa e com kiastanic novidade para o habilante da Europa, sobre tuclo
no inverno.
Não me consla que tenha Ilavido lsubrc a Ilha da Madcira ~raba-
lhos gcologicos muito seguidos e aturados; os mais nolavcis, c de cliie
nos aprovcit5mos são os de Boivdisli, de Mot~sinliode All~uquerc~~ic, de
Macaulay, e dc Smi~ll,os cluaes concordaiido inui geralincii~ena partc
descriptiva, siio de mui diversa opinião na iri~erpre~acão e csl~licacãoclos
factos. O terreno da Ilha, segiindo a opinião mais geral, é cviden~ementc
volcanico, 0 segundo Smith oflerece n'cste scntido muito inleressc para o
estuclo. A sua clisposi~ãoeslreinarncide desigual, c o scix caraclcr fra-
gmentario explicam-se Bem por esta coristituicáo volcanica da Ilha c pcla
accão das torrentes das inoninnbas, scin recorrer 5 mais e't~raordinaria
wpposicào de quo o grupo das Illias da lfacleira, e ainda oulros gru-
pos de Ilhas do Atlantico sejam restos de urn vasto continente ein grande
parte s~ibmergido. fi comludo certo que tão graiicles elcvaq6es ao pé
de tão profundris cscava~ões,a altura do Cabo Girão dc inais dc 1:SOO
pés quasi a prutno sobre o oceano, a profiinclidade do Ciirral clas Prci-
ras de 1~300pés, não longe do Pico Riiivo corri inais clc 6:000 pc's
acima do niuel do xnni*, e 6das as outras grniide:; tlesigrialclarlcs tlissu-
dico do d u q ~ i edc Lciiclitenberg, visitaiido a Illia cin 1849, coníiririou csta
opiniào pelas suas observacões microscopicas. Tem-se depois cl'isso apa-
nhaclo na cosla do mar, coraes, ciija clisposi~iode ramos muito se asse-
melha á d'essas petriricacões.
A mais importante clas formacões calcareas clue apontúmos é a que se
encontra ao pé d e S. Vicente na costa c10 Norte, duas millias acima do
valle, a Leste do Ribeiro; ao pé acl~ain-sevestigios dc clois fornos de cal
que provavelinente foram abancloilados pelas difliculclades clos transportes.
Esta formacão que foi especialmente cstudada por Smitli, é por ellc jiilgacla
como formando a roclia fundamental da Illia, c alravessanclo a inonlanlia
2:000 a 3:000 pds acima &o nivel do inar. É1 composta dc calcareo duro,
branco e luzentc, tendo no interior camaclas basallicas, c acliando-se toda
a massa cercada pelas mesinas camadas. N'esla forinacão encontrou Sinilli
varios fosseis, muitos zoopliytos, e Lcslaceos r~iaritimosdc c1ue nolou oito
generos sem poder marcar as especics.
Entre S. Jorge e S.'" Anna na costa do Norle, nas inargens da Ri-
beira de S. Jorge, ou anles nas de um dos scus arfluentcs, dcnominaclo
Ribeiro do Tabaco, lia uma camada de lignile ncgra e consistente, ar-
dendo com cliainiria clara e vapores acidos. Assenta sobre unia cainada
d e argilla endurecida, é perrneada por ella, repoiisando tudo imincclia-
tamenle sobre o basalto. O professor Joliiislon considera esta cainada coino
o rcsiduo secco dc uina antiga niina dc carvão, c o seu Iiislre, cleasiclacle
ç fractiiro romlioidal devidos á accão do basallo cluc a coljre. A analysc
mosiroix scr a sua coinposiçiio a seg~iinte : carboneo GO, 'i O -1iyclroge-
nio 5,82 -oxygenio e azote 3 3 , 4 7 , coin uin pcclueno resicluo.
A. natureza j)yrogcnicn dos terrcnos da Madcira lem levaclo os seus
ex~loradoresa procurar indicios ou vesligios de crup~õesvolcanicas re-
centes, ou aincla de antigos fócos já ainorlecidos. lV1ousinlio dc Albucjizer-
que não os pôde encontrar, ncm liic pareceu cluc pcla fórma e arranjo dos
terrenos clue exaininoii haja iilclicios d'clles, não cstando as Corrna~õcspy-
rogenicas e escoriaccas na disposicão radiacla ou divcrgeilte propria de
taes fócos. Elle pensa, pela disl~osiçãodas diversas camadas, liela falta
de crateras, pelos grandcs córics c10 lerreno, e por mais alguinas razõcs,
que o Arcliipelago da Madeira é provavelinenie rcslo de tima rcgiso muito
mais extensa que em parte desappareccu ou abateti, por uma seric de
causas, que não é possivcl assignar. Outros, c ciitre elles Macaulay e
Srnith, pensam cjue a Ilha é de forrnacão volcariica, e quc o Curral clas
Freiras dcve ser consiclcrado conio uma antiga cratera liojc amortecida,
e clue não era unica; cstabelecenclo ass.iin tima grande analogia eizlrc os
diverços grupos dc Illias do Allaniico, algiiinas das cltiaes aiiida coiiscr-
vam as suas crateras em acqão. Esta opinião é a inais geralmente re-
cebida. Sinitli pensa que a principal cadêa de inoiitanlias devia ter sido
em outro tempo muito inais a l ~ a ;porque o seu cume hoje consta de ca-
madas que só se encontram na base dos cones volcanicos activos.
A profundidade das fendas, clos regos e das escavacões ein terrcnos
formados d e basalto, e onde a inaior parte do teinpo correin só pequenos
ribeiros, e poucas vezes grandes torrentes, faz pensar no iminenso tempo
que seria preciso para qiie a accão cla agua podesse rasgar e gastar
tào profundamente o solo. Mas nada ha quc sc opponha, como diz Mou-
sinho de Albuquerqile, 6 supposicão de que os abalos produzidos por ca
tastropl~espoderosissimas e indicadas por tantas observacões, podesscin
abrir nas camadas grandes fei~clas,nas cjuaes as aguas reunidas, achando
entrada facil e uma consistencia alterada, cscavassein em milito pouco
tempo os profundos leitos e111 que hoje correm. Tambem algiiils pensam
que as aguas cjue em outro tempo correram por acluelles leitos, mesino
nas occasiões ordinarias, eram ein muito inaior qiiantidadc do clue hoje
são. A Kibeira clos Soccorridos, segundo Peacok, era baslan~ehnda e
clieia para poder conduzir madciras Buctuantes para o mar, onde agora
nas occasiões ordinarias corre pouco mais do que um regalo.
E noiavel que se niio teriliam encontrado na Ilha aguas rnineraes
i~iiportantescIiie poderiuin ainda concorrer mais para a sua celebridade
curativa; as que sc .tem acliado sào aguas ferruginosas fracas, ali íli~asi
desconliecidas e nLio usadas.
Nào se tem notado que a teiripcratura clas fontes e pocos diffira
muilo da do ambiente para mais quente. As teinperal~irasinais altas cpe
n'elles se observaram foram as dos l~ocosentre os ribeiros dc S. João e o
de João Gomes, sendo n'esses a .~cinpera~irra média da supcrfrcic 6 7" 1 4 2
e a do fundo GGo,S 18. As obscrvacões forani reitas em diffcren~esmc
zes, e coin divcrsas temperaturas do ar, desde 61°,25, até 72"78.
Bowdish faz mcncão de teiilperaturas muito abaixo do ar ainbienle em
alguns pojos, o que elle al~ribuea rcceLerein aguas das montanlias em
muito baixa temperatura. Ein uina observacão feita ultiinainen~eno Ra-
bajal (23 de Novembro de 1852) a temperatura ao ar livre era 49"
a da fonte 50"5.
O aspecto da Ilha e grandioso c pikoresco, muilns vczcs n atiiios-
phera coberta por nuvens, e algumas o cume das inoiltanlias por nevoas,
que nunca oii rarissimas vczcs clescem 6s inargciis c10 inar. Em varias
partes a apparencia do Lcrreno é arida, escabrosa c selvagein; mas do
lado do Sul e sobret~idoproxirno ao ri'uiiclial, a paizagein é deliciosa e
rica, vendo-se por toda a encosta bellos liabitag6cs e jrirdiils, c111 quanto
>
em baixo assenta uina cidade de pouca csteiisão c irregular, mas cam
uma apparencia de aceio e alegria que geralmente agrada.
A cidadc do Punchal esti situada na falda das inonlanhas, disposta
cm ampliitheatro, com a sua principal exposiç,ão ao cluadrante do Sul,
e come~andologo poucos pés acima do mar; mas algiimas das hahitacões
nos arredores da cidadc, e (pie ainda hzem parte d'ella, porque niio hn
uma circumvalla~ãobem es~abelecido,estio na altura de 200 e 300 pés.
A sitiia@o do Puncl~alé em 32",,37',,45" latitude do Norte e 16",,5 5',,2011
longitude ao Oeste de Greenwich, distante de Lisboa 535 millias, dc
Gibraltnr 62 5 , da Costa c17Africa380, de Santa Cruz dc TencrifI'e 260,
de Soutl~ampton1325.
A impress80 que o seu clima faz no viajantc é de unia s~iavidaclc
e de uma brandura ta0 agradavel, que parece -que as constit~iicõesi-ilais
delicadas e deterioradas podem al~iviver ao ar livre. Em geral Lima
temperatura. qiiasi uniforme e sempre moderacla durante o dia, pouco
vento qtie ngo incommoda, as horas de calor xnodificadas por algumas
nuvens que abranclain os raios do sol, e pela viraça do mar; nunca
frio notavel; cliuvas ás vezes abundantes mas passageiras, e deixando
logo o terreno em estado de se poder passear; uma atinosphcra ein quc
se não sente humidacle, nem poeira ou cffluvios iiicoi?irnodos. Tudo isto
dá logo a idéa de um clima excepcional e proprio para o tratamcnlo
de padecimentos chronicos em constitui~õesdelicadas; e no liornem do
Norte, cluc, r ~ ~ g i n daoo rigor de uni clima inhospito, ali aborda no in-
verno, 6: encont17a uina cxlensa vcgelacão ein pleno vigor, em clue fi-
guram zritiiias clas mais bellas e iileis l~lantasde todos os clii~ias,produz
a eff'elto inaravilliaso de um d'csses paraizos iinaginados e descriplos
pelos poetas. Entretanto o medico, sem ser incliEereil~ca estas i'avoravcis
iinpressões, prccisa, por um exaine mais proft~ndoe severo, ver sc em
cada 1irn dos elementos que constiluein o clima, e nas diversas parkcs
que formam a topogra~~liia medica do paiz sc dão as condijões hygieni-
cas, que caracterisain uma localiclade saudavel, e propria para o fim
para quc 6 procurada.
O estudo da pressùo baronietrica na Illia da Madeira não est6 ainda
~iiuitoadiantado, porque não se lhe tem dado muita importancia, como
teudo pouca inlíiiencia sobre o conlieciinento do clima. Mas por outro
lado achâinos calculadas pelo baromelro as alturas aciina do nivel do
mar da maior parte dos inontes, edificios e de muitas lial~itacõesparti-
culares; As observacões baromctricas mais antigas, de que ali lia conhe-
cimenlo, são as do Dr. Heberden, feitas nos cinco annos que vão desde
11 749 a 1753, de cujas observacòes teinos as médias, maximas e minimas
de cada inez (tabella na01). Depois d'estas vem as observaqões c10 Dr.
Gourlay, das quaes se publicaram as de dez annos, desde 1793 a 1802,
observacõ& que seriam de grande vantagem se não apresentassem cifras
que lancam a maior incerteza sobre a sua regularidade, ou sobre o modo
par que foram iinpressas, e por isso nos não serviremos d'ellas. Já o
Dr. Heiiielten tinha tido bastante dúvicla sobre a sua exactidão: assim
clle nos diz que as observa~õesiinpressas na obra do Dr. Gorirlay, foram
feitas por Jaiiies Murdock no sitio do Valle, 400 pés acimado mar, e
que por este niotivo se não podein applicar á cidade do Punclial; e que
além d'isso apparecein n'ellas algarismos que não podem rasoavelmente
ser recel~idos.A pressão baroinetrica de 2Gp,,9' no inez de Marco de 1 7 9 4
e a de 3 1 no mez de Julho de 17 9 6, 400 pés acima do mar &o de
tal modo extraordiiiarias e Sórn cle tiiclo que ali se tem observado que
dào uma grande descorifianqa de iaes observaqôes, que alias seriam iin-
portanies pela época erri que foram feilas, e pela sua cluracão. Ainda
ajuntaremos que o Dr. Gourlay niio declara a qualidade do barometro
de que usou, nem a exposicão, allura, correcqão pelo thermometro, nu-
mero de observações cliarias, lroras de observasão, e outras circumstan-
cias que convéin conhecer. Apenas apreseilta ein cacla nm dos inezes du-
rante dez aiinos a riiaxima, minima e média pressão haromelrica de
cada inez; e não póclc ficar sern grande reparo que o numero de 30P sem
fraccão seja a altura média baroinetrica da maior parte dos iriczes. Por
todos estes motivos julgámos iiáo clever fazer cnlrar estas observacões
baroinetricas c10 Dr. Gourlay no nosso calculo, apcsar da sua extenszo
e da mingua de iiiateriaes n'csta parte.
Bowdisli filla de algiiinas observacões baroeietricas feitas por elle
,-ia hjadeira, que deram as inédias de 767",30, 76/im,20 e 76Im,GO;
mas tuclo isto é tratado ião ligeiramente e cle passagem, que não olisii-
mos servir-110s d'ellas.
As olaerva$es baronictricas do Piiilcl~al,publicadas depois d'estas,
são as do Dr. Heineken clo anno de 1826 (tabella 11." 2), mui exacta-
mente feitas, duas vezes por dia, b dez lioras da inanliã, e ás dez lioras
da tarde, 90 pés acima do iiivel do niar, corrigidas pela tcmperalura,
tomada á mesma hora, e deilotaiido tiido isto iim bom observador. O
Dr. Mason, de cujos traballios meteorologicos muito nos aproveilámos,
não fez observaqões baromctricas; falta ii~explicavelem quem tanto en-
tendia a meteorologia. Depois tcmos ainda as observa~õesclc G. A.
Young, c as de Mac Euen: as primciras feitas nos Illieos, 100 118s
acima do mar, com um barometro aneroide, uma observacão por dia
ás nove lioras da maiihã, desde Outubro de 1848 a ~ 15 é dc J1111110 de
1849; d'estas só vimos publicacla a pressão méclia de cada um dos
mezes (iabella 11.' 3). As seguildas de Mac Euen, de Pliiladelphia, co-
lhidas desde Dezembro de 1849 até Maio cle 1850, 110 liotel clc'Holloway,
280 pés acima do mar, com u m aneroide que tililia sido prévianicrito
comparado com um bom harotnetro dc inercurio, foram í'cilas duas vczcs
por dia, á excepcão do mcz dc Dezcnibro c1n cjue f o i ~ ~í'cilas m só i1111a
vez por dia. PuBlicamol-as por extei-iso, porcpie as julghmos muito iipro-
veitavcis (taLella n." 4). As ulliinas que leinos a enuincrar çio ns clc
Roberto White, cjue coinprcliendern dezcscis mezcs, a inqior parte fcilas
em 18 5 0 e 185 1, 13 2 pés acima do mar, e as dos priineiros qualro
mezes estrahidas das observacões dos Drs. ITcincltcn c Reiltoi~,fcilas iios
seis annos, cjue vào desde 1826 até 153 1, 90 pds aciina do mar ([a-
bella no05). De todos estcs clivcrsos ina~criaesaproveikiíinos o que pru-
dente~nelltejul@mos mais propr io para eslabeleccr algurnas proposicõcs
sobre a pressão barometrica do Furiclial, cIue precisarão aincla ser cori-
firmadas por inaior iiuniero de o1~scpya~íjes.
A média pressão barometrica annual no Punclial ol~ticlapor uina
méclia tirada das melhores observacõcs [citas cm diversas localidadcç da
cidade, e haroirietilos de inerciirio c ancroicles é 29rd,I)1G.
prtl
Hebcrden . . . . . . . . . . . . 2 9 ,c3 1 5
Heinekcn . . . . . . . . . . . . . 30,030
Yoiing . . . . . . . . . . . . . . . .29,90
Mac Eucri . . . . . . . . . . . . 2 O,8 7 7
RobctblV'ltitc . . . . . . . . . 29.86
Procedendo pelo inesino tiletlioclo acliiímos para os diversos iriezes do aililo
o seguinte: P O ~

Janeiro . . : . . . . . . . . . . . . . . . 29,828
Fevereiro . . . . . . . . . . . . . . . . 3 0,13 6
Marco . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 9,7 6 9
Abril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,803
Maio.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,648
Junho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,752
Julho . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29,924
Agosto.. . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,739
...
Setembro. . . . . . . . . . . . . . 2 9,908
Outubro . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 9,9 0 7
Novembro . . . . . . . . . . . . . . . .2 9,9 0 2
Dezembro . . . . . . . . . . . . . . . .2 9,9 2

A pressão barometrica não parece ter ali relaçào com as estacões,


nem mesmo coin a temperat~ira,excepto n'aquella parte que diz respeito
6 dilatacão pelo calorico nos barometros de rnercurio, que não depende
de prcssão atmosplierica, e clue deve ser corrigida pela formula propria.
A differcnca cla pressão inédia entre os varios mezes não é notavel,
sciido a maior diçi'crenca entre Fevereiro e Marco Op0',367 e a menor
entre Setembro e Ouliibro Opu',OO1, o que referimos sein pensar que
esse facto tenlia algurna importancia. O mez que apresenta a média mais
a l ~ aé Fevereiro, e a mais haisa é Maio, a clillerenga entre estas duas
pressões médias é dc OP0',488.
A maior allura baroirietrica que encontrámos nkstas observaclies d
30pd,505 (observacões dc Heincken), e elle ainda falla de uma pressão
baroinctrica maior, e é de 30p"',62. Nas observaqões de Mac Eucn en-
contrárrios 110 dia 10 dc Janeiro de 1849 ás cliiatro horas da tarde a
extraordinaria prcssão Laroliietrica de 30Pn',95; mas evidentemente é uin
engano tjpograpliico, porque tal prcssão não esth de accordo com as an-
tecedentes e seguintes, e clá um erro no calculo da extracggo da meclia
do mez; aquella pressão dcvenclo ler-se 30'",05.
A prcssão barometrica mais 1)aixa que ci~contrámosé cle 29p1,1
1135 obscr\~acõesde Hebcrcleli ein Abril de 1750; jiilgailclo nós que a
pressão de 29'"', que sc encontra em Mac Eiien, sem clue seja extraur-
diaaria é ainda oulro erro typograpliico. A difiereiiga entre a mais alta
pressão observacla por Heiileken, e a mais baixa observada por Hcberdcn
vindo a ser 1pd1,52.Estas duas prcssões l~arocnc~ricas cxlrciizas clevem ser
julgadas j;í clxtraordinaricrs no Fiinclial, oi-~tlc~
o baroinelro oseilla ordi-
~iariamenlccntre 2 911"',40 e 30p",3S. Mas cin todas cslns coiaidernqòcs
é preciso sempre at~eilderá altura eril que sào colliidas as observações.
As variacões bar'o~netricasdiarias enz geral são pequenas e fazem-se va-
garosan~eatc.N'So está eslabelecida, ilcin nós poclénlos estabelecer o lei
que regula a oscillaqão barometrica cliaria ali, e as horas a que o ma-
xiino e iniiiimo tena ordiilarinmei~telogar. A elevacão do baroiiletru
coincide frecluei~tementecoin o bom tempo, inas tamùein não é raro ver
tempo encoberto e chuvoso com o barometro alto. Quando este desce
abaixo de 29p0',G0,geralmente chove, e 6s vezes a chuva sobrevém poucas
Iioras depois da descida.
Tambem n8.o nos foi possivel eslabelecer a rela@o da pressão ba-
rometrica com a escala hygroiiietrica. 6 cerlo que ùaswnles vezes coin-
cide a baixa do barometro com o auginenlo do gráo de Iiumidacle; inas
ngo ha n'isso lei ou proporcão fixa, nein o facto é conslailte. Vê-se nas
difi'ereiites observagões, dias de um só gráo de seccilra, no Iiygrome~ro
de Daniell, com o barometro de 30P",05,até 30~"',16. Jías é inuito
frequente ver o baromelro a110 qiiaildo o gr6o de sccciira no hygroiiietro
tarnbem é elevado; sem que comtudo haja propor@.io no movimerito
das duas escalas. Pelo que vimos nas differenles obscrvacões ine~eorolo-
gicas, acreditânios que devcrá ser inuilo raro ver o hygromelro marcar
u m alto grilo de seccura, e o barometro baixo.
A relacão eiilrc: as variações baromclricas e os ventos ilão sa póde
exprimir por um%lei constante. Além da difficuldade que ali lia iio
exame dos ventos, de que adiante fallareinos, vê-se o barometro inover
sem relagão bein apreciavel com as diversas direccões cio vento, e coin rt
sua velocidade. As variacões baroinetricas teem tarnùcin ali um ctiracler
mais vagaroso do que os ventos que são exlremamenlc mudaveis, aiizda
que 3s suas ni~lduil~as ás vez6 sejam suqieiLasa regras conliccidas. Po-
demos comtudo dizcr que os ventos com certa forca c duraqao do (lua
drante do Sul ao Oeste coiilcidem muitas vezes coin a cli~ivae descida
do barometro; ern q ~ ~ a n ost o ventos do cl~~adranle
do Norle andam Sre-
quentemente com a elevada prcssào. O harornelro tcin sido niuito usado
na Madeira por varios olsservadorcs para a medi$o das alturas; c 1120
só as rlivcrsas observacões teem coincidido umas com as oulras, ou se
tem aproximado muito; inas quando tem sido possivel, em cdificios allos,
e em grandes elevacões sol~reo inar, a ineclicão directa tem coi-~fir~nado
a exactidão do processo pelo barometro, e isto em acontcciclo igual-
menle coin os barornetros de mercurio e coin os aneroidcs. 0 s barorno-
tros ali usados, assim como os thermomctros, e algiliis oiitros instru-
mentos dc i.rieteoralogi~são ii~glczes.
N." ,i,
D B ~ ~ E I \ V A Ç ~RAIIOBIB'CBIC,\S
)~!S DO DR. IIEREHDBN. PtlIL. 'PR,iXS. 10.lliEil.232.

R.' 2.
S DR. ~IEIXEKBNFEITAH NO A N N O DE
~ B Ç K ~ V A Ç ~B, ATR. ~O SM E T R I C ~DO 1826, 80 ~ b sA C I ~ ~noA nun,
DUAS a n s a i i v n ç o e s iloii nu, bs DEZ aon*s DA ~ I r r c i i Zu DEZ DA.TARDE.
N." a.
«IISEL~VA()~ES
ilII1ODIETH1CA6 DE G. A . POUA'U PEITAS NOS JI.11BOfi 100 1'88 ACIfiIA DO MA11
AS NOVE IIOIiAS DA R I A N I I ~ ~BAliOIifP,TliO
. ANBnOlDE,

i848 - 1840 ~IÉDIA


-.-
pol
Oulubro . . . . . . . S9,98
Novembro. ..... 29,92
Dezembro . . . . . .
Janeiro. . . . . . . .
29,98
29,96
.
Pcvereiro ...... 30,02
Marco.. . . . . . . . 29,83
Abril . . . . . . . . . 5>9,80
Maio . . . . . . . . . .
Junlio . . . . . . . . .
1/ 29,83
29,SO
+

N.".
DAI\OMBTHICAS 1>B MAÇ BUER PEITAS AO IiOTEL DE IIOLLOWAYCAMINIIO DO
ODSEI~YACÜES MBlO,
280 P$S ACIMA Do NIVEL DO MAR. DAnOMETnO ANEROIDE.

48.48 NOVE IIOnAS DA ~ I A N ~ Â QUATnOiiOnAS DA TAnDE

*;*o m,m n,,N,?, A .,,A

1101 PO~
,20 29,13 29,96
,13 29,00 29,98
,I8 29,33 29,86
,O3 29,48 29,78
29,95 29,57 29,78
b
T,\DELLB BXTnAHtDd DA OBRA BE ROnEnT \Y\YIIITE, ODSERYAÇÕBSPEITAS EIII 1850 E 1851
NO PUNCII.iL, 132 PÉS ACIMA DO 1IIAR; nX,iS 0s PRI1UEInOS QUdTRO BIEZES POnAM EXTUAIIiDoS
POR BLLB DL\SOBSERV~ÇÓEÇDOS Dns. HEINEKEN E RENTON DURANTE SEIS ANNOS
DE 1836 AT* 1831, 90 rfs rcrnrr DO n u n .

Janeiro ........
Fevereiro . . . . . .

Meio. .........
Junho .........
Jiilho . . . . . . . . .
Agosto . . . . . . . .

CAPITULO 111.

O esludo d'es~aparte da rneteorologia no Puiichal, tem siclo n u t o


mais cilidadoso e segiiido do q ~ i co estudo cla pressiio baroinetrica; e por
isso lia il'esle ramo aão só maior aLuiidancia de rnaleriaes, inas ainda
os observadores cs-~ãomuito cle accordo eiilrr, si; liavcndn apenas ac-luella
lleclucna discrepancia que as cliflerentes locnlidadcs, estacõcs, aiinos, etc.
~ O ~ C I I 1)roduzir.
I Nós a p ~ - i ~ ~ e i ~ a r cas
i n opriiicipncs
s ol>scrvar,õestlicrnlo-
inetricas elo Fanclial, qiic st: tein piil~licado, para porler* dar uma itIt:a
adeq~~adada siia LcnilieraLiira, um dos cleinentos inais i i ~ i ~ ~ o r t a n ~ e s
d'acl~ielle clima, Mas cunipre dizer que todos os inaleiiacs quc exiçteiri
sobre este poilto, aiilda não dcvern coiitcntar o observaclor exaclo e es-
c r u ~ ~ l l o s oe, as observacões clcveín seinpre conlinuar erii inaior escala,
c com especialidade sobrc alguns pontos.
Tuclo que dissermos da ternpcratura n'esto capitu10,se deve enten-
der da temperatura c10 Funclial, pois foi ali clue se fizeram as observa-
sões com que vamos traball~ar,6 esccp@o dc algumas, poucas, eln cIue
inui claramen~ese designa oncle foram fcitas. Nem o quc se diz a rcs-
peito do Funcllal n'cste ponto, póde ter npplicacão para o rcslo da Ilha;
por quanto o que pertence a esta partc da incLcorologia, diffcre m u i ~ o
nas suas divcrsas localidades, cxposicões e alluras. A ternperatuia na
Ilha varía tanto segundo estas differentes circumstancias que é possivcl
no mesino dia, e na mesma liora obter as temperaturas ela maior parte
dos climas, seguiido a maior ou menor elevacão, e segundo a exposicão
em que se faz a ohservacão. É portanto ao Punchal e seus proxiinos ar-
reclores, que se referem as considera@es que vamos fazer, assim como 6
taml~emesta localidade que temos mais ii~ieresseem eslildar para o nosso
fim.
Do exame das differente3 observacões tliermometricas, que temos
ií vista, feitas em épocas mui diversas por dinèreiites observadores, e
cin varias localidades c10 Punclial, jiilgimos poder deduzir uin certo nu-
mero de proposicões muito importantes para fixar esta parle ela sua me-
tcorologia, ajuntando alguns inappas e tabellas, que podem esclarecer
o leitor.
A teinperatura média annual do Funchal, tem sido clelerrninada
pelos diversos aiitliores ein riumeros inui prosimos uns dos oulros: por
I-Ieberden em 6S0,918, com a correccão de Shown em 6T0,30, por
Kirtvan em 68",7 7, pelo Dr. Goiirlay deduzida cle observacões dc dezoito
annos em 68",89, pclo Dr. Heineken, em 64",3, pelo Dr. Mason em
0 a", 9 3. Tomando uina média proporcional entre estes res~iltadosacl-iâ-
inos a niedia annnal de 67",33 que rcputâmos beni estal~eleçidac que
concorda com a temperatura média annual marcada para o Funclial na
ineteorologia do professor Dove, 67",6 1, com a pecluena diflerenqa cle
0°,38. Não nos servimos n'este calculo das observacões cle Youilg, cle
Mac Euen, c de Roberto Wlii~e, porclue as primeiras sào só ele i-iove
mezes, as segundas de seis, e as ultiinas coinprelieiidem quatro mezcs
colligidos em fi4ac~liico. filas se tomasscinos iirna inédia aiinual com as
inedias cx~i.aliidns dos ~raballios d'csics Ires obser\ladorcs, d c Yoiiiig
CtGn,22, clc BTac Euen 63",16, de Wliite '6G0,19, terlaiiios o liuiriero
65"19: inéclin muito baisa, porque em duas series de observacões faltam
os mezes de verão.
As teinperatiiras inéclias de cada rnez, jb estão sofrivelmente esta-
belecidas pelas tabellas que apresentârnos (n."" a ~é15), mas j~ilgáinos
poclcl-as ainda fixar mellior, tomando a inéctia entre os resultados obtidos
pclos nove observaclores, e acliáinos como temperatura nléclia para os
diííicrenles niezes do alirio o seguinte:

Jaiieiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65,113
..
Fcvcreiro . . . . . . . . . . . . . . . . 62,7 1
RSarqo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3,4 Ci
Abril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64,07
Maio., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65,52
,Junlio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 7,45
Julho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1 ,52
Agosto . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3,7 1
Setembro. . . . . . . . . . . . . . . . . .7 3,9 S
Q~~tubro . . . . . . . . . . . . . . . . . .69,93
Nòvernbro . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 6,G S
Dezeinbro . . . . . . . . . . . . . . . 63.76

A pecjucila variação de teiilperatura dc rnez para mez é i i ~ i idos


caracteres mais attendiveis do clima do Pili~clial:dois ou trcs gr6os é a
diíkrcnça regular de inez para mez, poucas vezes mais clc cliiatro griios.
Consullando as tabellas do Dr. Mason (ii."" 6 e 17), at:liàinos que a
difleren~ainéclia enlre os mezes seguiclos, calciilacla para a Lcinpcratura
cxlcrior, d 2',OD, e para a teiilperatura interior 2',25. Coinparaiido o
mez da innis alta temperatura inéclia, com o mez da mais baixa teinpc-
rai;ura méclia, Agoslo com Janeiro, achâinos só 1 2',54 dc dilrercnca ; e
ainda pelo calculo do professor Dove, clla é só dc 1O0,SO. NSo serti
iiiutil clizer que c~iianclofallhinos cla tcmpcratiira eiri geral, enlcadcrnos
a ~cinperaturacxterioil 6 sotribra, coino 6 prttlica eii~cndcr-se, e cluc
c~uanclose tratar da tcii.ipcralura ao sol, ou cla ternpcraltira interior,
iiós o clcclarare~noscxplicitainerr~c. Correndo totlaç as 013servac;õcs dos
nove oLscr.clac1ores já citaclos, procusfiinos ver clual cra a mais alia leui-
peratura que tinha npparecido 110s diflereritcs mczes das clivei-sas épocas
em cpc lia observaçõcs; csta coiiibina~áoLei11 a \lanlageln não s6 de jogar
com obscrva~õcs cle clivcrsas clalas comprclicnclenclo ii~aisde iim seculo,
~ I I ; \ R tninheiii coiii ol~sci~vaçõci,
collii(ln.; por tlivcrsos ol~scrviicloresc eni
6 rarissima; c111 alguiuas observaqõcs nietcoro1ogic:as nzo se ciicontra,
P O ~ C I U C muito
poucos annos acolitece niarcar-se unia tempcral~iraaciilia
de 8O"estando o therinoinetro exterior metliodicainerite collocado. Tain-
t~ernnotaremos que as teinperaturas mais baixas só se dào cliiraiite a
noite ou na niadrugada, e por conseguinte não aflcctain os doentes.
Adiante' veremos que nas nossas observacões feitas com o tliermometro-
g r a ~ h oappcireceni teinperaturas mais l~aixasc10 que as que aré aqui ti-
nliain sido inarcadas pelos authores, tendo uma vez clicgado a descer a 45"
Passando agora a examinar qual é a teinperatura inédia nas c1iffc.-
rentes estacõcs, achirnos em seis observadores, o seguilite:

Calculando as esta~õespelas inéclias (10s mczes tiradas clos nove ob


servadores, em que entrain as observaqões cle Young, Mae Euen e Wliile,
nclihnos: inverno 62",88, primavera 64",4 5, verão 70"89, outono
70°,19 ; differcnca entre o verão e o inverno 8",0 1. Para conliccer a
diflerença successiva eiltre a temperatura das cstacões nfío só na ternpe-
ratura exterior, coino tambem na temperatura inlerior, ve,jarn-se as ta-
bellas do Dr. Mason (n."" 6 e 17).
Comparando as observacões mais antigas sobre n inédia annual, a
iriédia clos mczes e das estacões coni o que resulta clas observacões mais
iilodernas, achâmoç que ii'estes cem annos a temperatura no Fiinclial
não tern soffriclo altcracão sensivel, nem na sua paduaqào, nem na re-
gularidade e pequcnez das suas variacões; só iiotareinos, sciri cjiierer dar
a isso grande irnportancia, que pelas observncões de Hebcrden leitas nos
annos d e 17 4 9 e 17 5 0 sc vê que a temperatura rnddia r10 outono fui
~iiaisalta do p e a do verão. Tainbern julgâmos digno de reparo que a
temperatura mais baixa clue elle marca seja 60" nos cinca anilos, e nos
dois que puMiclmos 61 O; o cluo póde dcpendcr da Iiora das observá$es.
c cle cslas serem feitas com o ~liermoinctroorclinnrio.
A tcinpcra~tu~adiirantc o clia não sofrrc g'randcs variacocs. Nas
vinte e cluatro horas, coinpreliendendo o dia e aoile, a teilipcratura varín
de 3" até 10" '; poucas vezes inenos de 3" e mais cle 10" De 4" até 5"
é o mais frey~~crite; 3", 9", e 10" mais raro. Alguns clias. porém, houve
em que a tcmpcratura variou só 1°,5; assim como cncontráiiios oulros
eai quc a variacão foi mais de 10", chegando a 13" 15" e 17". Estas
varia~õcstão grancles occorrem raras vczcs, clao-se ciitre a maxiina do
clia e a miiiiina cla noite, e são marcaclas pelo tliermoi-nelrographo.
A liora mais quente do dia é entre (i uma e as trcs da tarde, a
inais fria entre as cluatio e seis cla inanhZ. Ao ilasccr do sol a tempera-
tura sobe logo até 6s oito oii nove lioras, e pelo dia adiantc a variaqão
é pequena, marcando a masima alé ás tres horas. Depois clcsce vagaro-
samente até ao por do sol, tcmpo em cluc a tcinpcralura calic dciitro
cm uina ou cluas horas para ficar a mcsina durante a noite, ou com pc-
cpena e succcssiva dimiiiuicão até á madrugacla cin que clesce ao ini-
niino. É por isso que mesmo qiiando aconlecc uma maior variacão dc
temperatura eiitrc dia e noite, entre a maxiina e a miniina, nào sc
torna mui sensivel para a maior parte dos inclivicluos e inuilo inenos
para os doentes que poucas veges se expõein ao ar livrc anlcs das setc
ou oilo boras da rnanliã, e depois das sctc ou oito da tarclc, A tabella
(11." 18) cle Wliite mostra a variacão ~lierinometricadc cada dia por es-
paco de dezeseis mezcs, coinpreliendei~clocIuatro ein llachico; a niaior
variacào que apreseilia é de 11" nos dias G do Fevereiro c 1 I clc '.Abril
de 1 8 5 0 ; e tem ein ou~rosdias, inas poucos, a variacão de 10". As ob-
servagões de Wliite, iloiadns n'csia tabella, foram Iêitas desde as oilo
lioras da inanhã até ás seis da tarde, e marcando a tcmperaliira no mo-
ineiilo da obscrvajão, c o incsrno acontece com todas as obscrvacõcs fei-
t a s por este metliodo, que é o mais gcralaieate adoptado; mas nós csia-
mos cerlos por observacões mui regnlares, que íizcmos coni o ilienrio-
melro de maximo e miniino, quc a variarão nas vinte e c~ilatrolioras cx-
cedia algtiinas vezes 10" e 11°, e cliegdu urna vez a 19".
O Dr. R'lason cstal~cleccu por suas observações a diRerença c~uc
cxistc entre a mais alta e mais baixa ternpcratura, obscrvarla c111 cacla
rncz (tabclla n." 10); variando esta diflércnça entre 10" e 17",5 ; nias é
prcciso advertir cliie csta diflerenp niio iem logar no mesmo clia, rnns
sim ein toclo o inez.
Elle forinulou alé~ncl'isso outra tabella curiosa (n." I ) , (pie wcla-

1 Tiido o qiic dizemos rciativamentc ao Lhcrmomotro sc rcforo ií cscnla tlc P~irniilioit,


qunnclo nRo marcdmos R escala.
rcccir aincia iiiais cstc ponto, e em que se moslra qual íOi a iilaior e a
menor temperatura durante o dia ein cada incz, e o inesiilo duraiite a
noite; seiido o dia e a noite de doze lzoras cada iiin; e acliou jue a
cliCl'ereii~adas tcinpcraturas estren~asde dia, durante o mcz, foi de 6"
a 12", e de noile de 6" a 10". N'cssa mesma tabella encont!.âizios a *ia-
sima tcniperaiura occorrida de dia em todo o aiiilo rliie foi 80" e a ani-
iiiina que foi 59", sclido a difl'ereilca 21"; encoi~trAmostainbein a rria-
siina teinpcratura occorrida cle noite em todo o aiino que foi '72",5, e a
ininiiiia que foi 55" sendo a diflère~isa17",5.
Na tabella de TVliite (n." I h), nós observ8inos que a inaior variação
no inez, obtida por clle com o thcrinometro de inaxiilio e minimo foi 2 1"
no mcz de Abril. TaiiiLem ali vemos que a niaioi variacão que houve
em cada urn dos niezcs durante os dias foi 11" e o mesmo duran~e
as noites. Isto deve eiitoilder-se nos dias de todo o anez e lias noites dc
todo o niez, e n5o em um s6 dia, ou em uma só noite.
A ~abellade Whitc (n." 19) apreselitarido a ~iiédiade cada dia, em
dias successivos por espaço de 16 mezes, resultado de trcs observa~ões
por dia, mostra claramente a pequena variacão quc a remperatLira í'w~
de dia para dia.
As inudancas na pressão I~arometrica,no vento e na cliuva niio têem
soljre a temperatura urna accão tão extensa como em outros climas.
Quaildo a pressão baroinetrica é mui baixa, ordinariamente o eco cnco-
11re-se e sobrevein clmva; a temperatura n'esse caso desce alguns gráos e
sobre tudo não sobe tanto na liora do dia em que os raios solares aque-
cem mais a atmospliera, porque niio podem então atravessar as nuvens.
A. variacão therinoinetrica n'esses dias, ainda é mais pequena que nos
dias bons e claros. Quando calie neve nas montanhas e lia vento Norte, a
toinperalura desce bastante e sente-se frio. .Quando ha o bste, a tempe-
ratura sobe alguns griios acima do ordiiiario, como*veremos; mas estes
clois aconteciii.ientos têem poucas vezes logar, e duram por poucos dias.
Vê-se pelas differentes observacões thermomctricas que temos de-
baixo cla nossa inspeccão, que a maior temperatura a cjue se póde estar su-
jeito iio Punchal á sombra é $O0, e rarissiinas vezcs, fóra do caso de
leste, cliega atd 85". Esta temperatura occorrc sO nos inezes que vão dc
Junho alr! Outubro, mezes em que os docntes deixam o Funchal para vol-
tarem á sua patria, ou vão para o cainpo, onde em maior allura acliam
uina lcmperatura ixiais fresca; e esta mais alta teinperalura só appnrece
alguns clias e alguinas lioras em cada dia. Nos niezes ein (lua os clocales
liabi~anio Punchal, a iempcratura maior clrie ali sc e~icoritra 6 a de
76" a 7 7".
A LcinlicraliiiUaiiiais lxiixa a qiic o cloeiitc ptidc ali estar siijeilo C a
dc 50n, ou clc 53" de noite ou de madrugaela, lia hora iliais fria dii-
rarile o invcri~o.Ein 15 5 3, exccl~cionalmente,clesceii a tcmpcratura abaixo
ele 50°, e uma vez cliegou a 45': temperaturas estas a que os doentcs
se não expõem s c d o em casos iriuilo extraordinarios. Porém a leinpcra-
Lura que o docilte acl~adesde as ojlo lioras da rnanhã até ás seis da tarde,
iuesiilo n'esses mczes de inverno oscilla entre 58°C 72", schclo a mé-
dia cl'cssa estacão 62', 8 8.
As consicleracõcs clue vein feitas referem-se á temperatura cslcrior,
ó soiilbra ; é necessario, porém, clue digâinos alguina cousa da tcrnpcra-
tura no sol, e da forca da radiação solar. Sem entrarmos no esludo ou
criaiiic da lci que regula a intcnsidaclc da forca solar em relaqão á lali-
ludc dos cliixias, é cointudo certo cliie a forca da radiacão solar na Ilha tla
Madeira, e inais particularmente no Sul da Illia, i10 Punclial, é! grande.
Pos~oclue a hora do niaior calor á sonibra seja regularmente cntre a unia
Iiora e as tres da tarde, a hora cin que a radiacão solar é mais fortc
li50 é essa; e, ou seja porcpe as virações do mar e terra refrescam a essa
liora a atrnosplicra, ou porcliie algumas nuvens entre o sol c a terra absor-
vem o calorico d'c$ta, iinpeclein a passagem dos raios solarcs por mais
ou niciios tetnpo, e dão logar a perder-se uma parle do calorico jB absor-
vido pela Lerra, d certo que o lliermometro geralmente não marca ciitão
a maior forca solar, ainda mesino clilc estejq preparado e disposto, como
para essa ol~servaâãose rccpcr. A maior força solar apresenta-sc ordiila-
riamerite das nove horas atd 6s onze da inanliã; tempo ein cluc o llier-
inoidetro conveniciitemente cxposto chega a marcar 170". Ein observa-
c6es cpe fizernos exl~onclo estc instruirienio a toda a forca solar, por
largo espaco, junto ao terreno c abrigado, 8peiias o vimos s~lhira 136".
Mas o Dr. Rfason, fazendo sobre este objecto um estiido especial, collo-
caildo o thcrmometro nas coiidiqões acima reí'eridaç, e cilvolvido cm 15
prela para que absorvesse a inaior c refleclisse a menor q~iantidadcpossi-
vcl íle calorico, viu-o subir ácluelle mais alto gráo na liora notada. Ellc
calculou a forca da racliacão solar para as cliffereiitcs estaqõcs, para os
differcntes inczcs, e para todo o anno nas tabcllas clue apresenlâmos (n." 20
e 21). D'onde sc vê cl~icesta forca solar é muito maior nos mczes qricn-
tes c10 cluc nos mczes frios, chcganclo a média maxima forca solar no mcz
d e Agoslo a 65',78, quando a inédia do ar 6 sombra, era 7 6",93; e chc-
g a d o a forca inaxiina do sol a 92"s no niez de Maio, quando a média
~riaxirria do a r á sombra era 72"60. Tambem se devc nolar, cluc iio
Funcl-ial aincla que a diflerenca da tempcratiira cle dia para dia em dias
r;iicccssisos seja muito pcr~uciia,a dill'crcnqa cla forca rlri r~diac;iio solar dc:
clin para clia e:n dias succcssivo:~,pótlc ser grailde; ausiiil corno póde va-
riar muito no inesrrio dia.
Tiido isto qiic cliz~respei~o á radiacão solar nào altera notavelincntc
a teinperatiira á sombra, e niio tern grande iaconveiiiciile para os clocn-
tes; não só porque clles se não derem expor ao sol forte, mas taml-ietii
porcpe ainda expoildo-se a elle, a temperatura do ar livre passca~.iclo,
incsino com forle radiacão solar, differe muito da cl~iese oblcm junto
ao cliào e111 sitio abrigado, com uin tliermometro exposto por ~n11iLo
tcinpo 5 maior forca dos raios solares e preparado para esse fim. O Dr.
Rlasoii Tez algumas csperiencias comparativas para coriliecer a cliEercnc,n
cntre o gráo da tcmpcratura ol~ticlapor este modo, e a gr8o da tempe-
ratura obser~adona tncsma occasião com um thcrrnometro cs~iostoa
toda a forca dos raios solares c pendurado ao ai* livre scrn abrigo, e acllou
que este tlierinùinciro se nUo elevava i m i t o acima da ieinperatura or-
clii-iaria 5 soinlsra. Asçiin, estando esta a 73" e a tciiipcraturn do tIier-
inoinetro prcpai*adono c1150 scndo 120" a teinperatiira. do tliei~moinclro
suspcnso ao ar livre inas csposto aos raios do sol era 52": s6 iiiais 9"
do cluc a leinperat~ira a~i~iosphei'icaá sombra, e menos 38" do que a
do tlier~iiornctropreparado. Eiii outras experiencias do mesmo genero que
consignou em uma iafjella da sua obra, o maior gráo que obtevc para
o ~hermome~ro suspenso foi só 12hcillin da ~eml~eratura c10 ar, 6 sombra.
Porém, ainda quando a diflcrença da teinl)eilatura que se p.ócle ex-
pcrinientar passando do sol para n sombra, e cl'mta para o sol, passcaiido,
iião seja tào grande como sc porleria suppor, aiteiitn a forca da radiacão
solar, é conitudo certo que os cloeil~es derem priiclenteinen~c evitar
(~uailLopossiirel estas transiq~es1150 ç6 na Illia da &ladeira, nas em toda
a partc; e sobrc tudo fugir dc eslar parados ao sol por inuito tempo, c
dc passar dcpois para estar parados 5 soinbra. Em ~ o n d r e ka maior forca
do sol cliega a 1 5Q0, sçegundo as isaboas dc lhniell. No Filnchal a inaior
rorca aùsolula c10 sol é 170" c a inédia 11 6",,54, c por consegiiiiite 4 G0,24
acima da méclia masima annual 6 soml-ira, 70n,30.
O Dr. Mason puL1icoi1 urna tabella clue transcreveinos (n." 20),
em que se mostra rpal setia a inddia inaxiiiia forca da radiaeão solar, em
cada uin dos inezes c10 anno, e c~iiala maxinia forca solar em cada um
dos ditos mezcs, coinparada com a rn6dia rnasima terril?cralura do ar,
E exn outra tabella (li." 21) que já citfiinos, clle publicou as mesmas
indicações em rc1aqà.o ás diversas cstacões c a todo o anao.
O que tcinos dito até agora rofcre-se á ~ernperaturacxtorior no
Funclial, agora csamiiiarcri~oscpacs s2.o :ali as condic;õcs cla temperatiira
interior. Esta parle foi mais csquecicln pelos observadores que se occu-
param da rncicorologin. tln Ilha íla Madeirri, iilas é a mais c:illii~ads
5
i)clos curiosos; clla 1120 te111 :i jriil)cir-~ariciaclli ~)riiiicii~a, iiias o Sc~ies-
tudo não é ['ara des~ircsnr. A ieni~icratiii~a iiilcrior eslá s~i,jeilna taiilas
influciicias que a poderii inodili~.ard~1r.ai-i~~ o dia e noite, que o seu es-
trido e observacio não SUO tao facris corno o da temperatura exterior.
A csl)osicào cla casa, iimn janella ou porta alicrta ou Lkcllacla, o nuri-ierci
dc pessoas que ali se dcinorarii, as luzes, cic., são inodilicaclores pocle-
rosos cla teiliper"tl~raiinierior, que consdm ter cin risla para calcular :i
sua gradaacào. A lirosiinidacle rla co~iiilia, o uso de fogiio na sala, a
reunião d e mais pessoas 5 noite, fiiriiiani nlguliias Pczes uina Leinpcra-
kira artificial periodica a que coiivéiii rriui~oatlelidcr ])ara as obscrva-
yões. Eiltrctanic) cxnriiin:iiido a iciiiperatura interior das lial~itaqõcsno
FUncllal taiito qiiaiito liossi\el S6ra cl'cssas itllluciicins cliie se liodern rc-
nioí.cr, :icliânios, cjue a ~einl)era-iuraiiilcrior sofic aiiid:i niuilo iiienorcs
varincfics cle dia pí~radia, (10 csta(;iio para cs~aciio,tlc rricz p r a rriez, de
lioro para hora, c ciltrc dia e IIOLIC (10 ((1112 a tcinpei1aLura cslcrior.
Assiin .vemos iriiiitas vezes conservar-sc a iiicsnia tenipcralura todo o
dia c noiic, oii variar sóiilcritc liin g r i o e repeti;-se isto inesino por
muitos dias. A tcin1)cratura média anniial jnterior é, uin pouco inais
alta do c~uca teiripcralurn media anniiril exterior: segiindo a o l ~ s c r v a ~ ã o
de Mason a primeira é G8",11i (tabclla n." 2 4 ) e a seg~inciaé 6G0,95:
1 ",2 1 rlc clin'erencn. A ieiiipcratiira métlin illierior lios di~lersosmczeç
do anno, iaiilbem é innis alia do qiic n iriédia cxterior (t;il;ella n." 25);
poréin amasiiiia interior iiio sol^ tão alto, iicrii a rninirna iillerior clesce
ião baixo conio a cxterior c111 muito^; dias. O Dr. Rlasoii é de todos os
observaclorles cliie ccmoç citado o cliic iiiais sc occii~ioiida icmperatura
ilitcrior, e as ~ a l ~ e l l aclric
s transci*cvcii-iostla siin olwa ~ciiibasiaii~eoin-
tercssc (n."' I 7 , 23, 24. 25 c 26). Kcsutla do cstutlo da Lcinperalura
interior cl~zcclla é não só inais igiial r: tcni tnenores variac0cs do cluc a
lcni~icraluraexterior, mas tniii)~crii~ L I as C iempcraliirns cxtrcinas inlerlio-
rcq nao locain niiiica as rnasii~ias,ou as iiiinimas da lcrnpcralura cstcrior.
No riicsino cdilicio as casas dc divcrsas csposi~iicstem diversa tcin-
g c r a t ~ i r s iilterior, scndo inais alta a icinperatura das casas voltaclas ao
sul' c mais Baixa n diis casas cxliosLas ao Mnrtc; linvcndo c1itTcrencn
cntre uinas e outras de i "(6 5" e i~iais.E 5 ~ ndiflerciiqa não sc conserva
r;cmpre a iriesina: duraiiic a noiic: e principalmente lia rnadrugacla a s
duas graduações aproxiinain-sc inais, rnas scrnpre licando alguma diffc-
reilqa, c serido a da esposiqào ao SLILa ~ n a i sa l ~ a .A esposicào ao Nas-
cente c Poente i-ião í'azeiii graridc diflcrciica cin qiianto ti ternpcratiira
média c10 dia, mas hzeiil-na iio modo por CILIC essa tcmpcrabilra é dis-
tribuida; assiin pela manhã ale 6s onzc lioras, ri casa csposta ao Nas-
cciitc tcrri iiiiia te~npci~aiiira sii~icriorii do Pociitc, c clar tres Eiorns da
tarde por clinnrc acol~lccco cuiitrario. A ieii-iperalura do Poetite iiiio
cliega ~~dii-iariarnen~e ila liora mais cluciite 5 temperatura do Nascente
tambern na liora innis qiiente. Aincla ciue a teinperatura í~itcriorno
Funcbal, incsmo no inverno, nGo seja fria, entretaiito acontece eim al-
guns invernos, na exposicão do Norle, cl~~anclo calie iieve nas montaalias,
e proxiino 6 noite ou de i ~ i a d r ~ i ~sentir-sc
da, algum trio, niestno dentro
cin casa; seilsacão que púde iião ser incoinmoda para os S ~ O S , mas que
é dcsagraclavcl c nociva para os doentes. Nós sabemos a siisceptibilidade
que lein para sentir o frio os cloe:-iles afiectados das rnoles[ias de peito,
e iambeni cluaiito desejam o l~iineno in~lcriloas pcssoas que a isso esliio
costuinadas. Varias Iiabita~iicsiio Punclial t e e ~ nein algiiina casa fogão
o11 chaminé que poucas vezes serre, e alguns iiivernos não cliega a ter
uso; mas clias lia cin c~iiccsse coii~iiiodoé ~iiiiitouiil e agradavcl. Quando
clurante o dia as janellas se conservam a b e r ~ a se o a r circula livremente
as teniperaturas exterior c interior aprosiinam-se muito, c as vezes
igiialain-se, inas sempre com ieilclencia a seguir as conclicõcs acima no-
tadas, e a igualdade tlá-se por pouco tempo. A temperatura do quarto
c10 doente é uma das circiirnstancias iilais iinportantes do seti tratamento
Iiygieilico, e clcve ser regulada tlicrmoinetro; porém no Funchal
essa teliiperatura propria para o doente póclc obter-se com muita facili ?.io - - 3'
dade, e a inaior parte das vezes é a condicào ordiilaria da casa.
A igualdade da teinperatura, e as suas pecluenas variagões nos dia L : ~ v i e $ -
1'4
(,h,-
9
r)I :: 1 ;jj
a

inezes, cstacões e alinos, tanto na temlseratura csterior como na tempe-


ratura iiiicrior, constituem a inellior parte da escellencia do cliina da
Madeira, e quc os oiitros paizcs não possuern no inesino gráo, ainda
aqucllcs que mais acotiselliados çiío para os padecinieiitos pulinonarcs.
Não seri í'óra de proposiio fazer scntir esta differenca que ha eiitrc
o clii-ila do Fui-iclial e os oiitros aconsell-iados para estes padcciinentos,
na 11ari.e clue diz reslieilo á temperatura. Para isso junthinos as duas
iabellas n."Y7 c 28, extraliidas, uma, da Meteorologia do professor
Dovc, pi~blicada no Reyork JO lhe British nssocinlioiz 1 84 7, e na obra
de Iiarcourt sobre a Madeira, e a outra da obra de \VBite; as quaos
iabellas jul@mos poderão hein esclarecer asta inateria. Por ellas, com-
parando as niédias dos mezes e das cstacões 110s differentes paizes, nós
Tleinos a igunlclade ou peclueiia ~ariaçàor e l a ~ i ~ ~daa stemperatura que sc
encontra 1-10 I-uriclial. Tainùcm iião acliâtnos um paiz ein que a tempera-
tura ao inverno se conserve tiio alta, coi~ser~~ando-se depois no verão
iàio baixa. S. Christovão ele IVest-Indias oí'íel-ece lia verdade urna mui
pec~ilcna~ariaçcodc ~cinl~eratiira de mez para ii~cz, e só 5OY50 cili,ile o
vergo c o inreriio; irias u calor nlii 4 esccssivo. Dos outros pnizes apoii-
iados i i n ial~cll;~11." 27 1120 lia i~cnliiini (IUP ofli-rey ião pcrluciia diílie-
rerica eiililc o verão e o inveriio coiiio o Ftinclial, SU,1 0. Nos riiais cli-
mas a di@ereiica ~ l a ide 1 0°,46 ale 27",53. Ein Niza é dc 25",53. Eili
Napoles 2G0,53. Em Roiiia 27",5 1. Estes trcs paizes tcm um inverno
inuito mais frio e uin verão rnuito xriais c~ile~ite do que o Fuiiclial. E
Malaga que coineqa hoje a acrec1i~al.-sc pelo seu cliina e tempcralura,
aIweseilLa o mcsrno inconveniente. A diflèren~aentre o incz inais clueiile
e o iilais hio que no Piinchal é 10°,,80, nos outros paizcs iiolados vai
cle 13",77 até' 33",50: em Niza é ele 3g0,45, em Napoles é 30°,02: ein
Roma 3Q0,94: em Piza 33°,50, e cnl ii2alaga 22',59.
Alguns paizes escolliiclos e acorisclliados para habitaciio dos clocnies
icem umri temperatura agraclavcl iio verão, como Jerscy, a Illia Brqanca,
Pcnsaiice, Uiidercliff, Clifion, 13au; rnas i10 ii~~lerno a Letiiperalura anda
cle 37" a 44". As cicladcs dc Italia, ainda as iiiais acreclilndas para o
dilo fim, teein no inverno .L.crnperaLuras muito baixas, de 4 /to a 4 97 e
depois no verão tecm uma tcriiperalura /iilais alta do que o Bi'uriclial,
clieganclo a rnédia a mais de 74'; c criesino cm Niza a nléclia do vcrão
é 7 1°,S3, Lcrnpcralura mais a l ~ ado que a méclia da mesina eslacão no
Funclial; e a temperatura elo vcriio no Punclial 35 cin alguris dias c al-
gumas horas do dia sc rcputa mciios .propria para os cloeiilcs, apesar
clas iiuvens e brisas qiic a modificam. O praí'essor I-Ieer cle Zuricli (pie
csleve na Madeira no arino de 185 1, por cansa da sua saude, fallando
da teinpcmtura do Friiiclial em uni cscripto cpe j i mencion5mos, diz o
seguiiite: «No Piinclial a .leinperalura 110 mez inais frio só clesce S0 C.
((abaixo da tcmpcratura c10 inez mais quente, ein quanto em Zuricli esla
udiflerenca é de 22",7 C. Calculanclo a teinperatura descle Novembro
((até Marco i10 Filnchal, acha-sc a rnédia d'cçtcç JY~CZCSser 1G0,2 C. e a
~(tcinperalurados cinco inezes quc vão de Maio a Setembro em Zuricli
[(é 1G0,3 C.; logo a temperatiira de No~rcmbroaté Marco na lfadcira é
na mesma cpie a dc Maio nié Se~crnl~ro em Zuricli. 0 s niezes dc verso
«na Macleira são naturalmente mais yuciites do cliie ein Zuricli, mas
«n$o conservain a mesina proporç30, porcíue a média dos tres inczes na
c( Madeira é 20°, I C., e em Zuricli 18",1 C. O incz niais quente na
((Madeira é só 3" C. acima do mez inais qtieiite ein Zuricli. Coinparanclo
«a Madeira com alguin dos outros climas ineridionaes, aclia-sc que os
((mezes do invcrlio são ali inais cluciites 1" ou 2' C , c10 clue no Cairo,
((em c1iiai1lo os mezes clc verão são 3" ou G0 C. mais Si-escos.»
Uma das grandes vantagens do clima do Punclial, ein que tern
uma decidida superioridade sohrc os oulros, e quc se não póclc dccluzir
das tabellas juntas é a peclueila vnriacjião ela temperatura duraalc o dia,
entre o clia c a noite, c cnlre os dias successivos. Ein cl~zaa.loali a va-
riayão do dia é 4" :i 10" ccnlrc a iilnxiiua do dia c a miniii-in da noite
6 6 2 12", poucas vezes inais, c riiiiilo exlraoi1diilariainente até 19'; nos
oulros paizes é frequente ver a teiiipcratn~avariar entre a maxin-ia c10
dia e a ininima da noite de 20" 330"; c! ás vezes mesmo clurante o dia
desde as seis horas da mml-iã até 6s seis cla tarde variar até 20". O
Funclial apresenta ainda o grande coii~inoclo de sc poder encontrar a
ineia millia alé uina de passeio a temperatura cliie se deseja, e habita-
cões proinptas e proprias para receber doentes: o que lioucos paizes apre-
sealam coni tanta prof~1s2oe sariedade.
Julgâinos que loclas as irczes que se pre~enderuma ternpcralura
igual ou com pecpici.ias variacões, i ~ ã ofria de inverno, nem muito quente
de verao, c com todas as condicões de sal~ibriclacle, o Funclial e seus
arredores preencllcrào cornpletaineiite esta inclicacão; c lia quem pense
cluc arnudanca, durantc o verão para o cariipo, e em algiiiis casos para
o paiz dos doentes tem mais de urna utilidacle; pois nào só elles passam
para uma ternperatiira mais adecluada á cstqão; inas tamhem recebem
a im~~rcssào produzicla pela rnudaiica, que na opiniào cle muitos tem
iim eliieito salular, que clepois se renova na volta para o Funcl-ial.

N.' 6.
~ B ~ E ~ Y A Ç ÕDOE SDR. i i i i n m o ~ CONTERDII
~, AS nrlorks, BrAXInIAS E nrin'iarhs DE CAD'A amz,
COLBID,\S HA 1619 DE UBI SECULO NO PUMCBAL.

Nos aniios de 17 5 1, 17 5 2 e t 7 5 3 ha muilo pouca cliflcrenca cl'estes;


lirarido a niddia acha-se 68",918. A maior ~ ~ a r i a c ãtliermometrica
o foi
20" isto 4, de 60' a Soo; mas deve-se observar que $0" só sc , presen-
tararn iima vez cluranlc o i'cstc; Thra d'isso niiiica o tlicrinoinetro subiu
iicmlii tlc SS".
N." 7 .
TADELLI D E IIICARDO ILIRWAN, E X T R ~ ~ ~ IDA
D I TEilIPERATURA DAS DIFPERENTES LATITUDES,
OBSERVAÇÕES D E QITATRO ANNOS NO PUXCIIhL, TENPERhTUntt IIIfiDI.4 DOS DIELES.

Pcrcrciro.. .. . . .

Sendo a média annual 6tio,7?. ICirwail diz que a tcnll>eratura mé-


dia para a latitucle de 32", é G9",1 ; o cluc 1190 differe inuito do que dçu a
observacão de quatro annos.
N . O S.
TADELLA EATRAIIIDA DAS OLISEBBACfiES DIETEOROLOGICI~SDO DR. GOURLAY, DEBDE 1798 ATB 1808.
A~roveithmossó ciiico annos das obserracõcs tliermomctricas do Dr.
Gourlay, porque iião fazem clifferenca seilsivel dos outros annos, e pare-
ceu-nos l~açtanlepara o nosso fim. Tainbein diremos cjuc o seu exarne
i~àonos dcisoii muito iraiicluillos sobre a sua coinpleta e mi~iriciosttexa-
cticlão.

N." 9.
f i E m 1 O DA8 OBsEnl'A$6l?S 'rHEilùIQ>fETnIC~SDO Dn. IIEINEãEN FEITAS NO BUNCklhL
E11 1826, 89 ~ b As C I ~ I ADO nrnn.

BESULT,LUO DE TBES ANNOS DESDB JANEInO DE 18%


ATI%n E z E a i n n o DE 1826.
N." ,I 0.
S DR. MASON. SANTA LUZI,L. PUNCIIAL. TEXPERATURA EXTERIOR,
O D S E R Y A Ç ~ EDO

N." I I .
O urso^, n t o s ' r r i m u o A nrAxIxn E ~ I I N I X ADO DIA
iin.
ODSERV~Ç~ES.U n NOITE, E A DIPPEBENÇ~L
NOS DIPFERENTES BIEZEB E 0 ANHO. TERII'ERbTUnA EXTERIOR.
TAIIELLb EXTRAHIDA DAS OU~ERVACÓEBDE YOUNG, FEITAS NOS ILHEOS, 100 Dk6 ACIMA DO àIAli,
~ 1 B n 1 . iDOS DlEZEB. THERIIOJIBTIIO EXTERIOB .

TAIIULLh EXTiiAIlIDA B I S OBSER\'A(~~)ESMETEOI~OLOGICAS DZ hEAC EUEN, PEITAS NO HOTEL


DE 1IOLI.OWAY, CAàIIN110 DO NEIO, I ; U N ( ; H A L , ~ P~ ~~ ALIMA
S DO YAR.
TElBRi)10NHTnO EXTERIOn.
TABBLLh RIOSTIIANU0 A MAIS ALTA 'O A MAIS BATYA TEBiI>ERATURh DUIIANTE O DIA E A N'OlTEg
P A l U CADA IIIEZ COBI A 11iíDIA nrak~nrdDO DIA, nfIIUlA RIINIDíA DA NOITE, H A D I ~ F B ~ E N ~ ~ *
'PIRADA DAS OBSERVAÇÕES D I \ i t I B S DE ROliERTO WBITE.

18KO TBE~31OfiIETl1OG~APIiO
A
NOITP,

ALTA nniu NO HCZ


NOICE

Janciro . . 70,O
F ~ ~ ~ c r e i r o72,O
63,O
&,O
66,176
67,OS
39,O
59,O
Si,O
53,O
$5,5?5
56,20
ii,M
11,88
.
f i l a r ~ o. . 74,O b3,O íiS,6G 60,s 52,s 56,UO 12,QU
i . ,, . 76,s k9,O 73,OO G4,5 55,s 60,OO 13,OO
Maio . . . . '17,O 69,s 73,00 Gíi,O 5G,5 G1,67 11,33
.. .
~

Jiiiiho 72,s 68,O G9,93 G5,O G0,O 02,4ã 7,48


Jullio.. : . $õ,O 69,O 7S,32 68,O O 7 6,til
Agoslo.., 176,O ?0,0 '73,SG 67,s G4,O 66,32 6,94
Selcmliro. '78,O 69,6 73,33 67,s (i3,O G5,IG S517
Oululiru:. 7S,O 69,s 'i4i.,G1 70,O 61,O G4,56 10,OS
Novembro 74,s G9.0 70,98 B4,O 5S,5 61,03 9,9B
Dezembro. 71,s 63,s G6,58 65,B ã4~,5 58,115 &,I3
--
TO, 79 G1,03 9,77
--
Jnriciro .. 70,O 64,s 67,59 GO,O 51,O 5B,4aG 11,1%
Pcverciro 69.5 SS,O (i4,XY 58,s 52,O 54,fS 10,Tl
... 71,0 63,O 67,60 GO,5 51,s 55,35 12,Sli
Mai~co
Abril.. . . T4,O 65,s 69,55 65,O 53,O 58,81 10,74
TABBLLA DO DX. BIASON, BIOSTRANOO A DIFFERE?IÇ-L DA TEUPERATURA i J É ~ 1 4ESTERLOR D h S E S f l c Õ l 3 ~ESTRE SI, E U 0 5 DI;ERS(fS UEZES
D o ASNO ENTRE SI-S. LUZI.L-FI~NCII.IL-~~~~-~~~~.

TABELLI DO DR. liIdSONi VOSTRAKDO O DIESDIO QUE A ARTRCEDENTE PARA d TERIPERATGRA INTERIOB E A DIFFEBBNÇA DAS DGIS TE?LPERSTURAS
~ E O E I EXTERIOR
S E ISTERIOR A TODOS OS RESPEITOS-S. LUZU-FCN~L-~~~I-I~~~~.

*
+ 'DifIeren~aa tmdos c+ reppeiioe enirr o tempiraturí eairrbr e interior.
OBSEnVAÇbES T~IEI\~lOMBT11ICBSEXTnAHIUAS U4 OIIRA DE ROR$RTO JVIIITã,
it1OSTRAKDO A TEMPERATURA BIBDIADE CADA DIA, DURANTE DBZESPIB MEZHS, llon OKFERI'AÇUXS
FEITAS :is 8 i i o n n s Da mnwrrá, bs 2 E G DA TARDE.

A tciiiperat~~ramédia cle Fevereiro cle 1950 é augnientada de IYOS


por qiiatro dias de deste, c a de Agosto de 0°,84 por 3 c1i;is dc l e s ~ c .
TABE1.L.i MOSTBANDO A M&DI,LD1,iSlnlA TE1IPEnATURA DO AR, COM d àI&DlA I b X l l I h E ilKAXIhlA FORCA
DO SOL, NOS DIVERSOS MEZES DO AANO, EYTRIUIDA DA OBXA DO DR. NAS0N.

TiilISLLA hIOâ'CBhND0 A aIfiDIA NAXINA TEbIPERtiTUIiA DO Ali COnX A ar8~1rbIASIMA E NAX1H.i FORCA
1)O YilL NAS DIVEILSIS BSTISÚEY, E Rnt TODO O ANNO, EXTRAEIDA DA ODnA i i 0 DR. hlA6OA.

Esta graduaqiio da Grqa. solar cntenc\e-sc acima da tempcr~nt~ira


do
ar, oiisommacla eoni ellri.
TABÇLLA DO nn. Mrsox, nrourndano A N ~ ~ I ) InldXlr\lA,
A s ,if i i P ~ ) ~nIINlnlh
~i T 1 2 . 7 J I ' ~ n ~ i ~1 r) ~~ ~)T~> &. L $
E DA NOITE, E AS DIBFEREXÇAS'LN1flE SI, E h DIPIrfiB$NCi\ BN'IIlE A ~ ) I ~ I ) I nlhXIRlA
A 1)0 U l A ,
nn NOITS wnr AS DIPPERENTES ESTAÇOPS, B Ph1l.L T O D O O A N N O .
E BIBDIA X I ~ I A
T H I . i 8 ~ 1 0 1 $ ~ 1 1 0PTTBRIOR-ShN'l'h I.UZii\- ~uNCl1h.l..

IdBELLb DO DB. DIAEON, bIObTRbND0 O NESÙIO QUB A dNrI'BCEDICNT&, &IA8 PAnA A T B i I I P E n b T U I I A


INI'EI\IOR GEJI MbYE11 LUIIE NA C1SA D.\ ODBEIIVAÇ,~O-R. 1,UZI)i-PUNCIIQL.
r 7

nidtlin Mdtliir
I(I8bh-*1B3(í cslrrior i,llc,ri~,l,
l)ilT(:rc~~gn
.-.- 1 -..--
--____I_1_-.

liivrriio ........ (i*I),87 i , (c77


.....
1)i~iiii:ivor;i. i ! (ifi,XX i,%!I
V(TUO ......... 7 73, 14s Ij844
Oiiioiio ........ f , O 7 (),(i7
--------.- ---- .--- v-
-
Ai\tiii, ......... i , ! (iCl,f(i 1,21
L1

N," h)?'

hlitlor
Mi(iliil Mdilin 1)illi)- Miixiiiiii hTiiiiiirii L);R,-
i , i s i i ~ i i t i ~ i ~ i i i i iribil<ii
~ dii ilin iIn ~ i o i l i i
r,,,qn
. .--"..-- -- --- 7-- -
TADELLA MOSTRANDO A DIFPEnENÇA DE TEMPERATURA NBDIA EXTERIOB E INTERIOII
.
EM CADA UàI DOS BIEZES O B S B ~ V ~ ~ ÇDO .
~ EDlt .
S BIlSON SANTA LUZIA-FUNCIJAL .

1834-1035 JiCdi~. Média DiKeFerensa


exterior interior

Janeiro .............. (
i
;.24 6$. 94 0f70
Fevereiro ............ 61. 12 61. 83 0. 71
Marco ............... 63. $3 65. 23 1.80
Abril ................ 65. 39 66. 46 1.07
Maio ................ 67. '37 68. 9ti 0. 98
Jimho ............... 69. 44 70. 83 1.39
Julho ................ 71. 68 74. 14 2.4.6
Agosto ............... 72. 58 74. 46 1.68
Setembro ............ 72. 16 73.72 1.56
Outubro ............. 69.4.9 70. 31 0. 82
Novembro............ G5. $5 65. 89 0. 44
Dezembro ............ 64'25 65. 14 0. 89
T I BI'LL.~ETTR LHIDI DA XETEOROLOGIA DO i'ROFESSO8 DOI E, E EIJoLlCADINO RsPQRT OF THE B R l T l S E A S S O C l A ~ I O ~ y - 1 8 4 7 - ~ o ~rp,A?ino
4 TE8PERBTUS.k IfÉI1I.i DOS X E Z Z S , DAS EsTACÜES, E DO AXNO, A DIFFERENÇA ENTRE O I E Z 3IAIS QCENTE E O IIEZ wAI6 F R I O ;
E ENTRE O 'CERTO E INS'ERSO, E% DIFFERENTES PAIZES.
l )OS tlivcibsoscrloiiicxllos (lito cotiipõcin as obsor~\~iicòi:s
iiic~coroIo~ic;is,
I)altL(! lili ~ I I I L (10s liiclios oii
~i,)rgu>i~itt'lx*ic:i (10s iulais llirtl(! c!si.litl:idos
fluo
~ ) ( ! f o~ii)sclrv:lt~orcs
~ Lrnlaraiii clo cliiria rl:i 111i;i tlii kliitloiila. ,!;i 118-
\7iiiiiisolkivcis, soniio coilil)lclns olsomragiícs baroir~ci.i~icii~ i? t~ioririoi~~olri-
(wS, C oi~Lt~iiS soi)~*c o t o i ~ i r ~ oí;ln~vii
, c V ~ ! ~ L O S ,o i~in(l;iso ikrio li~diii~ll
í'oitt),
()i[ l)(?loiiioiios iicís ido sribc?ii~osqiic sc Livcssi:r~k liiilo, ol>servri~;iii?s Iiygro-
iticti riih:rs rclguliiros cluc iIicrc(>csscriicc,li(ifiiic;\. As tlillic:iil(ln(lcs (li? lor
~i~g"'Olkii!ll'o~
hi:giirtrs, a hcilid.i\<li>ctiiii '[I," <'",t!s h i ~ 1 1 ~ ~ ~ l \ ( :Sfci l ([L%-
0~
~ ~ ~ ' ~ ' ~ ~( 'tO
i ,~~l t~, ll' li ~
l l~,~~ r iil\ ~ ( ~ ~ ia(pli,
t i)~r~oi~ ) l ( ! ~(*OYIIO
i ~ ( ! 0111OLlLl'iIS 1)ilk?lO!i,l)iLlvil
Ljilli~, 1!
OHI;I 1)or isso 1111111,011i o g11áo (10 Illtlllid~(l0i~ll~iosl)li(:ri(+i~ (10 1tt1n-
(!IlilI 11ihiili l ) t ? i t ~(lo~~lio(~i((o
:l[(: pori(:o l(;ixq)o, ~h~w(lisll, 110 (hh
I U 2 :I i! 1)riiic:il)ioclo 1$24 , fc~ l ! ~Ii,ygrornoti~o
~ c ^ ios
algirtrziis O l ~ ~ ~ l ' v ~ !corii
(li! I ,ia\ic C (Ic. S;itissr ix*c; tiias crji.os obsci.vii!j&os Li)rairi oin rxiriilo Irt?cliicrrio
riririimo p:wa 1)o(li:reiii I(!r iliil)~jrt;lli(:i~ o si) so r(:li!r(:iti (1 2 FOS ~ l i ( ~ t ! s .
1coi oiri 1 827 qii(: ripl':wc(!(jrlalxr ils priliioiras ol~sr!rvn~;õc:sIiygroiirr:~i+ii*ris
i~t!gu~iii~ca, th: lodo o tulno (10 1826, lorxili(lii>;riiiza vr~zlwib (li:\ ií:, 10
I I O ~ ~ L (I:\S t l l ~ ~ d i~i !lO K UO l ~ y g ~ tC]C~ l)iu~io!l, ~ ~ OI)SOI*\~~I(~:~~L~S
t ~ ~ i [CSL:~S~ ~ í ' (10
i ~
i ll(lint!lio~t 3 o l ~ i z I):LI*I,(~
111" ~ suas ohsot~vtiq6t~s
~ , ~ tl;ls ~ ~ i o ~ ~ : o ~ ~ o1 )l~~ jil g i ( * ~ \ s
r l~

('U(IILS 1 1 0 l'hiE1)~'0j1/licnl AIngnzinc xloy nriczcs do Nuvcixil~n)i: I )ozciii l)i-O t li!


1827. *o ~i(lliiiliisdia poil tliri, nioslr:in(lo ;i ictiq,(!ri~l,iir'ii;i0 [li' livk'cs,
o ~i'i'iotlir sc!c:t:iirri, o 1)01ito dc orv;illio, (3 rio fititk clo (trrtlii xx~czii riliixiiiin,
rricciliíi t: ri~iiliriiutlo r r m , N6s r?s~r:iliirnost l i i sun M(!i~\oriiia!i iii:zxitrriis,
~iititIi:t!i 0 iliiliiiili\s (10s i ~ m ~ o(li~l)t!lia
s 11,'' 29) o a])t~ovi!ilihr~os 0 50il i:S
iiit 10 IliU'LI aii ( ' O I I S ~ ~ ~ C (C1 1~1 ~~ lizqrnos;
~ ~ ~ Y hciitiriclo ([i10 ostris ol~sl!!*v;l~:i~t!s
~ ~ ~ ~ ('O!!li~liikl
~ O l k l lilflil ~6 TCr, 110 ( l i k i , 0 c[tlc (I(? (*(!t3k01 l i h 1; l)llS\t\li!(? ()i\l';k
ri c[tii!stdo (;oixll)lalnrxit:rila, :iititLi~ iiicsiii~)( [ i i ~ i r i r t c ~(!lias ct(litil)I'('-
i~ciso~\~c!i.
Iii!tl(lcsuolxr triliis ilniioa, Mnt.i C N I A ~ oL)s(:r~l;lq~(!s,
S í \ ~ ) t ! ~ i {(10
t ~ i lisu I'li(:i(:iI 1I~S,
iilililo ~it!fvir:tní l)ill'i\ C f l c ~ l a r nli c?sLc! csiirdo I)or iirii rilOtl0 i1(:gidiir, (i
I):\'& IM"~";MV]~IO o gts60 (lo liui~litludi:no 3.iixit!1i:il críi riiiiic~i'tlo (~IIO."LI('
cnritilo st: srx1)l)irrillti. .L'o~xcosaiiiios tlepoili, cru 18:Id c 18:15, lili, o 1 ) Ma- ~ ~
\oii ol)sc!iV~:i$0us Iiygro~n(!tl'ic~as rloi.ri o sc!tr l~~#roiriclso, (~1101180c' Oiilt'íl
iloris:i iiitiis clo cluc o l)sycbi~ur~li!l,ri, tlo Azigusiu, o ciiio 1!111! ral~ulailariiil-
lli~ii*irrsiiliiiiic~~iln r10 tlric? t l o Sit- ,loliri 1,oslict
os !iygi~oiriiri~*os O rltb [):i-
liicll. ris suas obscrva~òi:~ i11 iiiuciosas (iabcllnl; 11." 30 ald 11." : 7 ) ilcll(!Li-.
das vai.i;is vezes iio dia c iioiic, c inuiio cornplelas, coiifirinarairi de uiii
eerlo modo as do Dr. I-Teiricltcn sobre o gráo cle Iiuinidadc da Ilha; gráo
de Iiixiniclade cpe cllc, por circuinstancias cpe varnos ponderar, acliou
inaior do que realinente é, e cluc reputo~ium obstaculo para o restabe
leciinenlo da sua saiiclc, e igualmente para o rcstal~elecimcntoda saudc
d'ar~~ielles cpie se acliasscin no mesino caso.
Esta opiliião sobre a huiniclade da Illia eni geral, e do F L I ~ I Ccrn ~I%~
parrticular, ainda qiie não íòsse a iiiais geralinente recebida nem provada
por iilstruincnlos proprios até esse teinpo, iiiio era cointuclo abso~utamente
dcsconliecida. A forca d a vege~a$io,e a sua verdura durante o verão, as í're-
quciitcsnc~~oas na serra, n apparcncia iiebulosa cla 111ia vista r10 mar, c até
inesmo a circumslancia de ser irina Ilha ,de 7 7 iiiilhas clc circumfereil-
cia, rollocadn no meio c10 oceano, não podi'ain clcixar de suscitar ia1 icléa
Mas entùo julgava-se cliie cssa Iiciinidade não dcscia atd 6 parie mais baixa
da cidade, porque ali 1150 cra scnsivel, c porcluc não sc viam cssas ne-
voas parabaixo de 1:000 p4s de alti~tidc.Erilrdanto alguns ol~scrvad
rlorcs tiiiliain j6 notado, ailles da piiblicacão da obra c10 Dr. 1'Xasoa eni
1 5 50, e scin conlieciineii~oclas suas, observacões feilas em 1 8 34 c 1S 3 5,
( i ~ i c n aatino~ldiei-a do F~znclialIiavia muilas vezes inna granclc qiianli-
dadc de Ilui~~idacle.O Dr. Macaulay, na Memoria jri cilada e ii~prmsç"
110 Ellilzbwrg Nclu-Phz'losophicnZ ,/òu)nnl, de 0irit~il)rode 1840, d'IZ Q se-
gliiiitc : R Eu iião vi ainda urna scric cle Ijoas observa$ù.es I ~ ~ ~ g r o i n e ~ n i c a s
fi:itas no Fuiiclial ; poréni jiilgaiido einpiricaincn~epor certos cn'ei tos,
((corrio a proinpta o s y d a p o do lèrro, a grancle difficuldaclc ein seccar a
(rcoiiservar os cseuiplnrcç. das espccics bo~a~iicas, e comparaiido coiri ou-
(liras locnlidadcs, dcvo dizer cjiie etn geral a a~mosplici*aali está carre-
(cgndn de uma clcsusada qimntidade dc Iiiirnidaclc. É verdade qiie esta
((buinidadc nuiicn npparecc lia fórina de nevoa, O L ~de outro rnoclo scn-
rtsivel, l ~ o r c ~ n c~einl)cxat~iraílo
a a r qiie a suspcilde cstá para isso aclini-
((ravcliricnle regulada. Bu coiisidero coino uina das principaes cluailidadcs
(1 cla escellcncia do clima tlo Punclinl esta granclc huinidadc combinada coiii
((urna Lclnl?eralurn capaz scrnpre de a conler ein coiiclicão tal cIile não é
(1 nociva ácjiicllcs cstaclos da irioles~ia,pela qual ali são inandados os docri-
~[lcs.Tão [)ropria é a Lcm]-ic~atrira,qjudacla coiri o inovimca.10 conçlaiite
((das ~~iracões e corxcalei; ati~losplicricns regtilnrcs, para pcvinir a de
((ilionsltlaqão scnsivcll do vapor acliioso, íjue apesar da Ii~~inidaclc do a r
((1: da firilidade da radiaciio i-ia cs[raordiiiai*in claricladc da noitc ra-
(c ras vc:7.(:s sc pi~ccipiia orrnllin. N
clc agita, c
O 1711. IiTnsoii 1inI)itori no Tiunc~ligl o sii io inais nl)iiiirlPa~~ic?
~rii c l i l ~lia unia vcgeta$io inais densa e ~ric~ça.
A silx easit iisia situa~tii
meia milha distante do mar para o nortc, e 350 pés aciriia do iiivcl do
mar segundo elle; iiias 254 segundo inellior calculo. Uma corrente o u
levada cjuc se clivicle para a réga de todos os difierentes jardins em qtic
o sitio ahimda, vae ali perto derramando a frescura e Iiumiddc sobre
todas as ljlanlacõcs. Junto 5 parede exterior da casa clirr: elle lial~itou
passa tanibem uni cano aberto com agua, raino d'essa 1ev:ida ; circuilislan-
cias estas que podiam influir, e provaveline~iteiiifluiram, no resultaclo elas
suas observacões liygronletricas; e que Ilie fize13ai-n achar uln gráo menor
de secoura do que aquelle cpie deve caracterisar o clima. O DrL Maçoti,
que descjou ser rnui.10 exacio nas suas esposic,ões, declara: (c Que as ob-
((servacões feitas eni Santa Luzia se applicam só áquella localidade, c n:io
((podem de ~110do algum servir para a Ilha ern geral, nem podcin clai.
aprecisa inforiiiacão de logares mais baixos do Fuiiclial prosiinos ao mar,
c( cspecialnieil~epelo que diz respeito á 1iun-iidade durari~eo dia ; ainda
((que, em quanto á temperatura, podessein ellris eslar iiiuiio perio ch
((verdade, pois que a pequeila radiacão a qlie o tlieriuoi~iet~o estava
((s~ijeitocoinpensavrt a iziaior elevagão ein qiie as obsei~vacõcsforaili Sei
((tas. Succecleu que o aniio de 1834 foi cxireinamoiilc liumido ; cir-
))

~:uiiistanciacpie o »r. Mason tainbern notou. O nuincro de dias que


((aqui chove,- diz clle, está calculado pelos cscriptores cjuc me precedc-
«rain eni 7 3 no anno; e durante o ultimo anil0 ( 1 8 3 4 ) este numcro
«foi 102, mais 29 do que a iiiédia cle bastantes aiiiios. Não póde haver
((duvida que uina c~uaiitidadeniaior clc cliuva do qiic a orclinaria caliiu
«iios iiionles do E'unclial, porque as ribeiras não tiiiliaiil iclo tào clieiau

Iti~iriiclade,cjuc o Dr. Masoii fez as suas ol~scrvacõesliggro~iietric~s que


co~ilirriiaraiiias do Dr. Heincken, o clual, por uiria bem siiig~ilarccainci-
[Le~iciaj5 tililia feito as suas ol~scrva~cies li~groiiictricasem uin anno
igualmente inuiio hu~ilido.Esle escriptor jiitga que a quaiitidadc iiiéclia
cla cliuva que calie duraiitc o anuo no ~ i n c l i a lé 30 polegadas, e nesse
aniio dc 1 826, segundo as suas proprias oLseiva~õcs,caliirain 43 ,'"'~35.
No anno antecedeiiie de 1835 tinllani callido só 20,""'.43 que é iiielios
tie inetade da que caliiu em 1826. De tudo isto se segue que estes dois
observadores, aliás cxnctos e ~~cridicos, por circuinstaiicias parlicularcs
ciii que se acliarain colocaclos, c que eiii parte coiilieccrain e dcclai~arani.
tLlcraiiiao c1iiii:i c10 l7~iilcliali1111 grrío de 1iiiiiiid:ide ni:iior tlo que real-
nienLc Ilic coiiipc~c: 111ais uma.pilova da iicccssidade de tralx~llinl-cor11
iirn -i~urnerode factos e observajões cluanclo lias sciencias pliysicas
se pretciidciri tirar conclusões geracs.
Depois clcstas oi~servacõesde Beiuelten e diason vicrain as de n'lac
Euen que se publicarain ern 1850, ein seguitriento cla obra do Dr. Ma-
sou; e no inesino volume (tabella n." 35) e que dùo ao Punchal uiil gráo
de seccura muito maior do que as observações antcriorcs llie davaili.
Infelizineiite que estas o l ~ s c r v a ~ ~rnuilo
e s , exactas e feii;as duas vezcs por
dia, comprelieiidern só G ni'czes ; circumstancia que ilào deve cointudo
dlminuir a sua importancia, por que ellas forain feitas desde Dezernbro
de 1 5 4 8 até Maio de 1 849, coinpreliendendo os mezes de inverno; e
apczar disso o grrio de seccilra que moslrain é superior ao das do Ur.
Mason. Estas ohserracões de Mac Eiien foram seguidos e coiifirmadas pc-
las cle Wliiic feitas por espaqo do I I mezcs, e tres vczes por dia. Não
110s aproveifíírnos das dos primeiros 4 niezes por terem sido feitas cin
Santo Aiitonio da Serra e crn Macliico (tabclla n." 4 0).
Reunidos pois todos os elemenlos que temos para estabelecer o
gráo de lprnidade e mais condicões liygroinetricas do clima do Punclial,
vê-se que elles azo si70 bastante numerosos para tirar um rcsul~aciose-
guro, e aiiida alguiis foram obtidos èm circ~zms~aiicias para isso impro-
prias, mas assim inesmo nós nos servimos delles, e julgâmos que, cau
telosanicn~e,poderemos com elles irabalhrir; dcveiido o resultado ser coii
sidcrado corno provisorio, e ficando para se Gxar defini~ivaine~i~c c~uaildo
houverem olservacões ~naisabirnclantes e completas.
O griio médio annual de seccura calcislado pelos cliffereiites observa-
dores para o Punchal, é o*seguinte:
O o
I)r8. I-Ieirielren, 7 , 4 2 liygr, de Baniell 3,2 Mason
])r. Mason . . . . . . . . . . , S . . . . . . .3,01 Nasoii
Mac Eucn . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6,4 Masoii
Wliitc . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5,8 llfasoi~

Toirinndo a médio das quatro series de ol~serva~ões d5 4,'82, riu-


IIICFO ( I I X ~cleve
esiar abaixo do verdadeiro, porque figuram no calculo os
dois priinciros elemcnlos muito mais baixos c10 cjue devcriain ser, c por
outro Indo não lia a.rinas dc grandc seccura que cntrem nesse calc~ilo,e
que as con~rribalancei~, e os G mezes clas olservacões de Mac E ~ i e iin-
~
clrncrn o inverno.
O mddio gr6o de scccilra ob1,ido para cada um dos inezcs 13010
iiiestiio ~~i'occsso
6 o scgiiinic :
Janeiro. . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,8
Pevereiro . . . . . . . . . . . . . . . . 5,34
Illarço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . G,G 6
Klril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 , j i
Maio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5,1
,Jrinlio.. . . . . . . . . . . . . . . . . 4,35
,T ullio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3, 8 'i
Agosto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,í 2
Setembro.. . . . . . . . . . . . . . . . 3
Outubro . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,03
Novembro . . . . . . . . . . . . . . . 3,4 i
Dezembro.. . . . . . . . . . . . . . . 3 ,S G

Pelas ilazcies jti expostas as médias acima marcadas pira os inezes


dcvcin-sc consiclerar coino abaixo das verdadeiras; e a comparacão dos
scis mezes dc obscrvacões de Mac Eueri coin as do Dr. Masoil deli ,um
gráo cle seccura muito maior para os priinciros, coino se r ê da ~abella
11.' 39, e o inesino acontece coin as de Rolrierto White. Pelos nuineros
aciina tambein veinos que o mez de maior seccura atinosplierica foi
Março 6,"66 e o de menor seccura foi Seleinbro, .3'; sendo ri cliffcrenca
enlre uin e outro niez 3,613.
A inéd ia das csLacões participa c10 defeito priinili~o.Pelas observa
cõcs de Heinelieii tcinos-Para o inverno 3",58; para a prirnapera
4"42; 17m-a o ver50 2",79, e para o outono 1°,90. Tcndo sido nac[uellc
anno a priinavcra a estaciio inais secca, e o outoiio a inais liumida.
Nesse uni10 clioveu eiri Noveinbro 1S,PollG ; c~uasitanlo coino linha clio-
vido em lodo o anno antececlente. Pelas observacõcs do Dr. Rlason te
mos as seguintes méclias-para o invcrilo 3",20, para a primavera 3",c)?,
para o verão 5",10 e para o outono 3",28 : sendo n'esses anilos o verão
que rnoslroii mais seccura e o ocitono que mostrori mciios. Calculando
a média das cstaqõcs pcla inddia dos inezes, aciina notada, acl~iinoso se-
guinte :-I i ~ v e ~ n.'in, i i ; aiitono 3",50.
o 6 6 ; priinavera !i0,7 i ; verào 'i",
Senclo a primavera a esiacão mais secca e ou~onoa tnais Iiutnida.
O maior gr50 de seccura sem l e s ~ eobservado l~cloDr. Hcinckcn
foi 18" de Danicll, ciuc corresponclc a 7",8 clc Masou ; c com ks6e foi
3 0 V e Daniell, que corresponclc a 12",8 dc Masoii ; e o inciior gráo
clc seccura obscrvodo por clle varias Tezes foi O . O maior gráo dc scc-
cura observado pelo Dr. Mason foi 9" sem lesle e 22OY,5 coiri leste, e o
i ~ i ~ i i ogrBo
i. foi O. 0 maior gráo dc xccciira scin fesle o1)servado por Mac
r1
Rue* 1Di 14" \.arias vczcs, c cotn leste 2 1°, cni Fevereiro; c o iiicriorb
gráo cle scccura foi 0,tambem em Pcvcrciro.
Da relacão elo gráo hSgrometrico com a pressão atinosphcrica já
nós falláinos cl~~anclo tratiíinos d'esta ullin-ia; rnas da rclacào elo gr6o
Iiygrometrico com a temperatura atiliospherica tratarrmos agora. Apczar
c10 nosso egarne cuidacloso 1150 podéiiios achar iiina I-elaçào ou propor-
çgo açsigilavel cntrc os gráos de calor c de humidadc ; liavendo ás ve-
zes iiiuito ou pouco vapor coilticlo no ar com. lodas as difEereiitcs lem-
peraturas. Parcce corritudo, pelas 01,scrvacões de RIason c R4ac ISuen,
que ~nuiiasvezes o gráo de Iiriiniclade é iilaior clc noite cjue dc clia,
sendo o gr&o inaximo pela manliã cedo, diniinuindo diiraiile o dia, c tor-
narido a augmeiltar para a noiie ; estando assim a Iiumiílacle eni algii-
ma rclacão coin a teii-ipcrat~iraatmosplierica. As nossas observacbes inos-
Ira111 que esta regra í'allia em nluilos dias.
Quando se faze111 iio Puiichal ol~serva~õcs liygrometricas a clillèi~entes
lioras c10 clia, frec[ueri~es vezes se nola que o inaxiino de secciii9a L C I Y ~
logar proxiino 6s duas lioras o cliie coiiicidc coin a lemgcratura mais alia
á soinlira; mas este facto tarnbein iein muito iluiiierosas csccpcõcs, para
p a r a q u e possasse es~al~elecido como regra.
O lijgroinetro apresenta tis vezcs variações subitas; porénn crn gc-
i.31 cllas são gr;idiiaes. A relacão do grfio de Iiuinidade com as cliiivas i,atn-
I ~ e mse não póde esiabeleccr d'uin modo rcgular, clioveiido b e s ~ a n ~ cTe-s
zes, sem que liaja r1111 g~-60ilotavel dc hiiinidade marcado 110s inçiriiinen-
tos ;' olilras cxis~inclocsse gráo i-iotavel ele humidnde, e não chovendo. En-
Lrletanlo muitas vezes coincide o maior gráo de liuiniclade coin a cliuvn,
sol~retucloc~oaiidoesta dura por bastante tempo, É frequeiite depois da
cluécla cla cliuva Irei- a~igineiitaro gráo dc hiiinidade 130 liygroinetro. O
Iiiesiiio que acima notciirios com a chuva acontece com as variações d o
vento : apezar de não parecer haver e1lti.e esles dois plici~omci-iosalirios-
piicricos rela$io constante e regular, ~narcadapelos inslrumenlos, ol~ser-
va-se enlrclanto que coin os vciitos aturaclos do Sul e Ocstc coiiicitlp
coinmumilieizle niaior gr8o de Iiumidacle c coin os ventos do 1Vorlc c
Leste iiiaior gráo de scccura; estando islo siijeilo a frccliiciilcs exccpcões.
AIguns ohscrvadorcs têem notado que cluaildo lia iiiivcils na scrra qiie
inipdllidas pelo veiito do Norte passain para o mar, ou q~iariclonuvens
jn~pellidasc10 mar pelo venlo do Si11 vem para a terra, c 1150 l~assameiui
grande altura, os liygroiiiclros sentem csla passageili ; no 1)rinlciro mso
dando sigiial de maior liuinidade, e clel~oisele sccciira, c: ila segiintlo
clailclo signal cle I-iuinidade e permanecenclo algiim tcrnpo ii'essa gradua-
cão. E na occasiiio clo ~ S I P~ [ i s~~ eobserva iio Puncl~alo maior gr;in rlc
seccura. Mas011 observou 22",5, Mac Euei-i, 21". Então reuaem-sc tres
phenomei-ios atmosl)liericos iiilporiantes ; o vcilto forte de E. S. E., uma
alta ieinperaiura e uni g r j o excessivo de seccura, e isto ainda acoiilpa-
nliado ljor pl~ei~olllei~os particulares, cIile descrevereinos quando fallarinos
mais especialmente do leste.
O Dr. IVIason filndado nas suas observações preteilderi provar cl~lc
o clima do Funclial era extraordiiiariatnenle liuniido; e iião lia cluvicla
que as circuiilstaiicias particulares etn que elle se acliou coIlocado no 111-
gar C tcinpo e111 (Iue fez as ditas observa(;ões o levavairi naturalineiile a
essa coi-iclusào para qixe já tii-iI.ia precedente e f~~iidaiilcilto nas observa-
cães do Dr. Heinekcii, coilclusào que teiii sido aproveitada por alguns
autliores eiii desebono do clima do Funclial. porél1-1 certo cpie as obser-
vapes que publicâinos (tabellas li."" 8 e 4 0) [citas depois d'elle por c1 i-
versos observadores, e seja-nos pcrinittido dizer que ~ a i n l ~ c m as nossas,
seiil ( ~ ~ ~ e p o s s acaracterisar
iil o Puilclial coino uiii clima inuito secco,
(150-llic comludo uin gráo de h~iliilclademuilo menor (10 que acluclle clue
sc detluz das diias obscrsacões do Dr. &Iason, e rlas do Dr. 1-Ieincltc1.i.
É aléni disso fórn de toda a al~iiriduque a hiiniidarlc atinosplierica estl
ali dc tal inodo combinacla coni a tcn~perat~ira e corii as oiilras coildi-
cõcs atinospliericas, como notoii hlncaulay, cluc não é scnsivel iiem iri-
coniinocia a clueni anda a ella exposto; pclo coiltrario parcce c~uctemliera
a aspereza c10 ar, que em tal lati~urlese clcveria sentir, sc a atinosplicra
fosso rnais secca. Não acontece o iriesirio i-ia parlc superior cla Illin,
no alto dos rnonics, 1:200 ou 2:000 pés aciiiia c10 inar, oiidc a liuilii-
tlade é iiiuiio apreciavel poicliie em unia alinosphera mais s a ~ u r a d ade
vapores arluosos com p i a Leinperalura cliie ajilcla menos a cotiserra~(io
da agua no eslxlo vaporoso e diaphalio, csla toma n fórma clc iicvoas
nevoeiros e orvallio, sentindo-se maiiifcslnmeilie a sua condensacào e prc-
cil)ila$ào.
As dilXcrentes localiclacles do Fuiiclial aprcsciitaiii, coirio cizi oulras
ciciaclcs, diflierente grdo de liuinidatle, devido isto a circuiilstancias di-
versas de allura, veiitilagão, exposi~ào,~roxiii~idade dc arvoredo, de tan-
ques, levadas, ribeiras, etc., q i . ~cle~~eni ~iecessariaii~enleinoslificar o gr5o
de seccura cle cada uina d'essas localicladcs. Alérn disso as liahitacões j~cka
sua constr~~cc;.ào, clisposicão interior, c clcvayào ac,iina do lerrciio .l&erri
dillkrente ap~idãopara aitraliir c dcniorar os vapôrcs acjilosos, a ponto
tlc c1ue não só nos clinèrciltes aiirlarcs, inas alé rio inesmo se eiiconl.ram
casas c0111 inui cliverso gráo de liu~ilidacle. Não seiido para isto jiidiilic-
reiile a q~ididadedos matcrincs cmpregaclos ii'esç~scoi~struc~ões. Circuin-
qlancins toflas rslas cliir rlcvcin scr ~srriil~ulnsaiileiiie ctiic~clndasI)nlla eil-
1)0s[o (liio :IS oI)s(!i8~íi!:Cc~, (10 1)r. h l i ~ s o i ilifio S ( ~ I , \ , ~ Sl):i~-íi
S ( ~ I lI)Ii + o ~ a r
csse Liio gi1iiido giU&o(10 Iitiiiiitlaclc i i o cliii~ac10 Piiiicllal, cnoiiio cllc, prc-
2~11(10i1, ('1Iii~ li~(!j'iiill 1 )(!10 ~XI(!IIOSii I ilil i(líi~1cdo (blini i i n r a allci~cGo(10s
ol)sci~~:itlol~os so1)i.o rsla poii~o; o iiido o cluc sc t c i i i sc'giiitlo c10 ciiliio
I ~iii'ilCA ])l'()\'i'' ~ W S 1:O l i i l ~ iitliitli! i (10 cl i iiiíi tlo 1~iiiicll:il1160 d LRo gr:lndc,
ooiiio tis clilíis ol)soi~v~i~i)c~s tlc Iloilielici~ c ilr~isoii podiaiti l'iizor crcr,
c!sisli: c'oiill i i t l o íiii iiii i i l i ~ i o ~ l ) l i (iiiiin ~ r í ~clii;iiiiidíi<lotio vitl)fir :icli~usoiilaior
t lo (I'"! g('ri11ii1t?1111?S(! sii ~'~"'llliíi,(1110 "t" '"0 "allòl~líl tlc llill LI10dO SCKI-
si vc51 í i lii!.oil tl:i ioiii l)c:ilinliiil;i c oiilrtis coiitliyijes tio cliiiin, i-ii[is t lnc se
t l i w o o l ) ~]rcllos ~ ~ iiisi Isiiiiiriiitos,c? cltio sc j)odariít lircsii~riicliolo eslutlo (10 lcr-
i8i!iio 0 ~'(:goLii!;ùo oiii lal laiiriitlc, (? pcila posic5o (: gr:ioc.lcza da. Iilin no
iiioio (10 ocv!ario.
S(il'iii i i q u i o(:(lilsiiio l~ropriil ( 1 COiilptlriir ~ íi j ~ í ~ r lIiyg.roi~lclri(~a
c do
cli111il (10 J4~1iolial(loii~i1 (10s OIILI~OS clii~iiist,air~l)oi~i ~ s c o l l ~ i ( Cl o1)rocu- ~
l'~l(~ 1)ílk'ii
0 ~ liil!)i~í\~~(iO OS ({()(?II[($s (i(! ~l~()l~sliíuj i l i ' ~ !Ver
~ > ( ~ ~ i l ~ O l i1)iiiTl ~ , ([lid
cl'ollos i ( ~ i íiiiíiioi~giiío tln Iiiiiiiitl~~(l~!; riias si? :i íllia díi Matlci~lac! tle-
licbic5iilc!(!i11 I)olis ol)si.i*\~u!;òc!sI ~ J ~ I - O I I N : L I - ~ a~ :rriiiic~r ~~, 1ini1lc tl'esses oiilros
~)iiii,(s 11Ro (:~Iiiocl'olliii; rilaii; ~ ) r ~ y i ( ] o(:ç ,a siia rcl)til:ic;io CIO scc:cBiirriOU
(10 l i i i i i i i ( l i i t l o (i 1)(:1ii i i i i i i o i * l ) i i i h l o lii~i(lad:iciii iizdirn!;õcs, c t~ntli@c:s1 ~ ) -
~Iii~ii~OS Yíi($iS <I\i(? iiiio sfio li)ilri(!c:itlas~)(tl;ls(iioiici:i, ii(!tui p(?lOsi l i ~ l r ~ ~ i i ~ t l l 0 ~ .
0 111~. ~ I ~ i s o rlii i ~ ~ l )~I*OLOII(I(!II (~~i pr1ovar qiio o t.:litna (10 :I~t111(!11al
(!ri1 iiiiiis litritiitlo (lu(! 0 (10 1,oridi~cso siiíis l)roxirriitl:ides, 1) (IIIC sobrc?
[!s~o1)0iil0 iii'i~ l()\vii~it,O (>liin:i (10 I~i~l~(:li:il V ~ L I ~ I J Ii~ l lO S1 ~S ~
g tI1I1 C ) I I ~ OO
LAo~it(lilcw.I'iirii isso l i i ' i ~ i l ( ! i ~ ~ í i ~ l ( ! ~~ istLi !~ ~ I ) o I c ( ~~ ~I I II Co g r i i ~( 1 ~siiliira$!ão
Oiii clois c:liirias tlc t[illi!ilc?iilo Lt!iiil)(:ilal\ipn<*orpespo~dc ;i tlil6:1*oirla (1ii:ln-
ti(l:i(hh I ~ ~ I L I ~(10 I * , ( p ~ ol (!Lii~lit(10 Loi~)p(:r:lli~~~:~ r~iiiisall:~(lavo l(!r mais
(10 (III'! o (to ic*riilwí"[~*ítiriíiis Ijaix:~, (? isto o i r i iiiua ~rol)or!:%),jii de-
liiiitlir, I'on;iri clslu 1)r0l~";ic(io([ti(? (! v~l*(latl(:iri~ iiAo 1)rtova, por si só, a
iiiiiioimIirirlii(liit10 tXo c ~ l i i l i a tlo l~iiric:lial.ICiri sc!griiirlo Logíir i ~ p i ~ ( ? ~ ( ? r01)- ilo~~
h ( ~ ~ rbiilivas, ~)o]~IY
~ i ! ~ ' \ ' a ( :('oiii1):I (Iiiil(!.<iellc so jiilgii aisllior isu (10 í i ;k~lii'tiinil( l i ic
o cbliiiiii (h! 1,oirtli~cso suas visiriliíiri~;;is,~ i po*iolZo o (/o n?z,ro r l l ~y16c (2s
u b N ~ ~ ! ~ o t ~ ~ ~ ~ ~ 6 rcida,s ~ ~ t r , /c4h ~mais l ~ (10 ~ I I Oo ( 4 i r r i i ~(li1 hlíuloirit.
* t ~ ,sb(:t!o
1Ssiiis ol,siil*vn(;iiospelo (,ti(: 'I in(:sl)(iiio hs i iiiiiiotlií~~,:hc:s (10 I ,oiitli'('~
siio (I(+ZOIIOY(!: (10x0 ( ! ~ t k I ~ O ~ ~ L S II,I~W, ~ ~ (1111
O I 1)0rt,lí~i1(1
I ~ ~ ~ , L - O ~ I ~ Ji?iliis S, (:IYI
I I L I L $0 diii, 3 1 (10 Jiirl(!it*o;o ( 1 1 i ; i ~ ~ ~:ilrii~~(~ssi~ti(lo c) o (~ii~iiki ,i111iloí~ I~~liilo11111,
iio (lia (i (I(! ,ftc!vc:t~clii~o. ~)c?rii.:is t [ ~ : ~ ~ : ~ ~ o ~ ~ ~ ~ o l ) (*olligithis
s o ~ ~ v r i ~ o111 s de
: f i t itliíis
Jill~oiroO l~o~oroiro, t10r:iiii a r i i d ( l i í ~(I(: :)",7, li~~:lc!iitl(:~i o íitii.1toia(!ori-
cliiir ([(I(! (31(:"ogti~~.!s i:tb;iin 11i;iis sirletos (10 (lu(: o I ~ U T L L</tIC : ~ "~~~,g i l l l d o
(!1l(: lil~liii I ) O I ~ grfio ii\(:(Iio s ( y 8 ( t ~ ~jioq
~ BIi t~ (I(:
I ~ ~ Y ,I;iiioi~~o
, ~ ~ ~ 12t*v(t~toi~1t~
:I".(iti.
As outras observaq6cs Seiias pelo Ur. Masoii ciri Londi.es, e em que
elle quiz fundamentar principalmente a sua proposicão, foraiii vinte e
quatro no mez de Junho e quarenta e quatro no mez de J~illio,que llie
deram a média de 5",01, ein quanto estes nlesiiios dois mezes (diz elle)
as iriais seccos do anno no Punchal, 6 excepcào de Agosto, têeln a iné-
dia de 4",73, inferior 6 d e Londres. Tainbem elle iiota que as quarenla
e cluairo observacões feitas no mez de Julho em Lonclres, cluando o tcinpo
estava bom, derain a média de G0,20, e m quaiito a niédia no nlez de Jri
lho na Madeira, segundo as suas observaqõcs é 4",95, liavetido unia cliffc-
renca de 1°,25 em favor da seccura e m Londres.
Notaremos clue as vinte e í[uatro observa~õesdo Dr. Mason 110 nlez
de Junho foram leiias em tres dias, 23, 24 e 25 de Ji1n110 de 183 5 ; que
as (parenta e cpatro ohservacões 110 mez de Julho foram feitas em sete
dias, desde I) até 15 de Jiiliio; e perguiiiarenlos, como póde a inc'dia cle ses-
senta e oilo ol~serva~6es accumuladas em dez dias representar a média de dois
inezes? Como é possivd tirar co~iclusõesgeraes dc tão peclueno nuniero
de factos? Como se quer comparar o grlío de seccura de dois climas c0111
observações feitas em tão poucos dias e por tal inoclo? E é de propo-
siçòes assim estabelecidas c[iie alguns authores se tem servido para ava-
liar o clima da Madeira, e a sua utilidade coniparativa no trataineiito das
aficcões polmoiiares !
Quizemos levar as nossas indagac0es inais adiaiile para ver se po
diamos coinparar o gráo de seccura clos climas do Fuiiclial coni o de
Londres por uin modo, seiião decisivo, ao menos mais satisfactorio do que
o an~ececlente. Scrvimo-nos para isso das observaqões mcteorologicas clíi
Sociedade íle Horticultiira cle Chiswick, feitas clurante os clezesete annos
c["-vão de 1836 até i S42, p~~blicaclas na PIeteorologia do Professor Da-
niell, c cladas por clle coino reprcsciitaiido o cliizia cle Londres.
Estas observacões dao a inédia aiiiiual para o cliina de Londres de
5"5 9, Iiygroinietro de Daniell, sendo a niédia aiinual do Funclial d0,85,
Iiygroinctro cle nlasoil; e recluzindo aii-ibos os nuineros á escalla de Da-
niell, acliâmos: niédia scccura annual do Funchal 11°,2 1, média seccura
ailliual de Lonclres 5",5 9. Usanclo mesmo só da média annual obtida pelo
Dr. Mason no Punchal que é 3",9 1 e reduziiido-a á escala de Daniell,
aiada teinos : média seccura aniiual c10 Funclial 9", 12 ; rnédia scccura aia-
nua1 dc Lonclres 5",,59. As obsetvacões de Heiiielten, que silo as que dão
o rncnor grlío de scccura ao cliina do Punchal, aincla llic dào uin gráo
siipcrior ao cliina de Lonclres: méclia seccura annual do Funclial pelas
observa~õcçde Heineken ?",'IN; média scccura annual de Lonclres b0,59
E as i-iossas ol~scr~acõcsrluc arlitiri~c aprc~seiitâmos de oilo inezcs, iiros-
Jaiiciro . . . . . 1 i. I9
Fevereiro . . . . 12.3 6
Marco . . . . . . 1 5. 5 1
Abril . . . . . . . 12.37
Maio . . . . . . . 1 1 8 9
Junlio . . . . . . 10. 15
.
Jullio . . . 9. os
Agosto . . . . . 9. 60
Setembro . . . ?
Outrrbro . . . . 9. 35
Novembro . . . S. I O
Dezembro . . . S. 90

Servindo-nos da propria tabella de Rlason. que na siia obra iein


o n.. xs. c que nesle escripto sc acl-ia na tabella n.. 33. acllâinos as sc
guintes niédias de seccura para cada uin dos mezes obliclas por ellc ines-
nioe com o seu liygromctro. e o gráo de seccura corrcsponderitc no hy
grometro de Dai-iiell. calculado tambcm por ellc. c que coinparaclas com
as médias dos mezes do cliina de Loiidres dão os seguiiilcs resiil~aclos.

BICdia necouro
hlezra

Janeiro . . . . . . . .
Fevereiro . . . . . .
RZargo . . . . . . . . .
Abril .........
iifnio . . . . . . . . . .
Junho . . . . . . . . .
Julho . . . . . . . . .
Agosto . . . . . . .
Seteml~ro. . . . . .
Outubro . . . . . . .
Novembro. . . . . .
Dezembro . . . . . .

Doide se vê que pela coinparaâão das proprias oliserva~õcsí'eitas


pelo Dr . Mason no Funchal com as observacões feilas em Londres cluraiite
dezesete annos o gráo cle seccura é muito em favor do Puaclial. i~ãosó
eiri C I U ~ I I ~6Oinédia nnnual. inas ianihem crn r~uailio6 média de cada uiii
dos ii~czcs. Islo é conliriiiacio por ~uclocluc sabemos do clima de Lon-
tlrcs, oildc, termo itiéclio, cliove eni cento e sci;enla e oito dias no anno,
c l i i (l~iarito110 Prrilcfiial clio~resó, tcrrno inéclio, setenta e Lres dias; e onde os
iicvociros, or~rallio,e liu~iiidacletêein unia frequencia e intensidade pro
verbi:~I.

N." 29.

'I'.41iI'L14A 11STn4\llIl)h l>hS OIII.IIIP\'AC~IIIS110 1111. I I ã I N E H B N PEI'PAS Enl 1896, I'ARA fl10STItAn
« nf,igíi\iO 14 ~ I I N J J I Onnho u i c s~iccun,i,I< IWNTO DE ~ I I V A L I I OEnI CADA UII DOS ~ I E Z E S
uo INNO. I I P G I ~ O ~ I E TDE,
~ O DANIELL.
T~~~~~~ f i 1 0 9 ~ ~ \ ~ 1 O) 0lj1hI)IO G B ~ OD B SECCURA NA ESCALLS DU I~AllIENR1:IT, PELO III'GLIOtIE i'HO
DO nn. MAson, Ás HORAS INDICADAS NA TAl?Ei.LI, PARA OS D l F l f E n E N T E S à1EZEY
P PAHA 'SOD'O O ANNO. SANTA LUZIA-PUNCIIAL.

Differeiiies Iiores depois das nove.

TADELLA DO nn. arnson nrosrnrNno A mwrrnimgr aoir, o t m r s FAZ ~d o n Á o ~ikr)io


DE SNCCURA, AS HORAS IFDIC4BA8 WA TABIL1.A. P.AN'PA LIIZIA-FIINCHAI..
'iAII11I.lA DO U11. MAGOS IIIOSTII.kNDO O M&DlO GIIAO D E GECCURA NA ESC.4LLA DE PIRBNIIEIi,
llYGlIOMETlI0 DO AUTHOlI, NAS BOBAS INDICADAS, PARA CADA UIIA DAS B S T A ~ Õ E S ,
13 PARA TODO O ANNO. SASTh LUZIA-FUNCHAL.

TADELLA DO DR. al\SON JlOSiIiAXDO 0 aihora GR.\O DIi SECClIRA N.I E S C I L L I DE FARENIIEXT,
IIYGROãIETRO DO IUTiiOR, ira1 TODOS OS nIiiZ13S DO ANNO, DAS 9 HORAS DL\~ I L N H ~
.iPvfi 69 9 rionilP DA T.tiine, pon o n s ~ n v , i ~ 8D
e sE 3 $11 3 IIORAI;.

O* 1 ) o i i l o r & l a s c i i ~d e i 1 O grdo de s e c c t i r a ua srii bygrornetro na primeira linlia, e l i a


s e g t i i i d n c s ç n grdn foi cnlciilndn por u m a cscalla fcita pgr elle, e descripta lios Rcrordr
of !/ottrrul scisncr, c i i j o Tini I o l ~ l c r O grdo ilo s r c c r i r a l i a escalla de Danicll c n r r r s l i o i i -
t l i ~ i i ~ao { ~t l i i S P I I Iiygrornrlrc~.
T III1CLI.B 1)0 1)l:. h1 \HOX ntOST1:ANDO A n r R i ) u nuxr31 t SECCUll.\, PELO SEU III'GIIOBIB UIIO
NOS I>IFIl3RENTES MBZES, DA8 9 1lORAS D.i nr.in'i1d IT$ L ~ S 'J IIORtS Di T\l{Ilfi,

LIOR FCZTAS D E 3
onsrrnu~çar:~ E ~ 3
I ~ORIS.

r-

Santa LIIZ~IL e
1834 n 18:)5

0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Q i $ o ~ l c ~ e c c u r u 3 , 0 7 5 , 8 6 6 , 1 3 4 , 6 3 5 , 9 1 5 , 0 5 6 , 0~ , 0 5 5 , 2 8 4 , 1 5 2 , 7 58,525
i

'J'AUlb1.l.i 110 I > I 1 . IIILiOX MOSTItANDO O M ~ ~ D I IIIHIIIU


O U R ~ O ,E i11hD10 0 l l i 0 LIB SII(:(:LII: A
H $ S I>IVIEIIS\S BsT.\ÇÕEs DO ANNO. llTGRO~IET110 nB MhROh'.
SbNT.4 LUZII-ZiUNCtI.iL.

1834 a 1835

Iii~~orlio........
Prirnavcra. .....
Vcrão .........
Outono . . . . . . . .
~ ~ DE
'IAllã1,l.A DO DR. 1fABO.Y B108TBANDO O MIIAXI~~O 6 GECCURA
0 EM (:ALI4 AiEE
QIJAHDO ACOXTECE nivm L E S T E . EIYORO~IETRODE BI.\AOX.

Santa Luzia RInxjmn


1034 a 1035 sccciira

..
Janciro . . . +. . 8
Fevereiro ....... 9
Marco ........, 14
Junho ......... 15
Outubro . . .. . . . 22,s
Dezembro . .. . . . 13
T.AREf.LA MOSTI~ANDO AS ilf&1~1~!3
DE O ~ ~ H E R Y A Ç ~HYGI~O.IIETIl1CAS
EH PEITAS Dl.inIAM1iNl'k
EN ONZlC RIEZES ii0II.M INDICADAS. EPTRAHIDA DA OBRA DE ROBERT iVIIITB.
Quando o viajalite avisla a Ilha da Madeira, ohserva liojc, coliio 01~-
servaram com tanto receio os seus l~rimeirosdescobridores, uina atnios-
pliera i~cbulosae coberla ; aproximando-se pouco mais c10 Punclial coiiliecc
cpe essas iiiiveiis só existem no alto das rnontanlias, e que cih baixo, ria
cidade, junto ao mar, e até 6 altura cle alguns cenlos de pés a almospliera
está limpa e diapliana. Isto -tem lugar muilas vczcs; poréin oulras o
teinpo está pcrfeitameiire claro por algumas lioras, e pouco a pouco sc v50
forinanclo nuvens por cima do cuine dos inoiiles, ou sobrc o mar, que
caniinhaiiclo na clircccão dos veiilos encobreni inais ou mcnos o céu,
cluasi ilunca pegando entre si complelainexitc, inas deixando csl)acos elii
c~ucse vê o azul celeste, Cut~~ulzss, StrnLus. Por ciilre esles esgacos dei-
sados livres pelas iiuveiis mais baixas, se avista coinmiiinmeiilc oiilra
caniacla de nuvens uiais altas, cluasi sempre brancas, e scrni-lrarisparcn~es,
Cza?t~ulus;e occasiòes lia, iiào raras, ein cluc sc distingueiii pcrfcilan~enle
tres camadas clifferen~esde riuvens em varias altiiras, clue vicrarn de
lugares diversos e irripclliclas por venlos de diversa, e ás v'czes dc op-
pos~ac(tirecção.A camada inferior, a mais transparente, he compo"l:l
dc nuvcils vaporosas, coino formadas dc peiiiias ou filainen~osesbran-
cluicados- Cirrws, clue iiiovidas pelos velitos do mar, carninliain con-
tra o a l ~ odas inoi~ianlias, alii eml~aleme ficam pegadas por lioras,
até que o vento de terra, a mais alta telnperalura, ou a conclcnsacào
em cliiiva as faz desapparccer. E luclo islo se passa sem c~nena ciclncle
se veja nem cliuva, nem ilevoa. Algumas vezes lior4in se as iiuvcns são
mais escuras deilsas e mal circumscriptas-Nil7z~zas, c os vcntos soprarrl
do sul c oeste, ellas se unem entre si, o c40 fica eilcoberlo e carrcg.ado,
o lempo esciiro e bastantes vezcs chove. Mas tarnbein apparcce 6s vc-
zes o clia i~iuitoe~icoberloe carregado com ventos do Norte c: dc 1,esrc
e sem chuva.
A formacão das nuvens ao cliliia da Madeira ngo nprcsciila. 1,:ir1-
ticularidacles que se não observeni igualmeiilc ern oiitras Ilhas c10 occaiio
c em 01.1lras costas do niar. Ha rnuiros clias, c ás vczcs (lias siic'ccssivos
cni que o appwecin~ciltoclas nuvens, a sua rnarclia r: dcsa]~p~ii~i(;~io se
fazem com lima rcgul:iridade c esariidão ;I(;teiiilio ~i(lniii*avcis ; j~licrio-
tiieno que iiiío 4 particiilar. a este cliiria só, e que Leui uma l'acil e
l~lausivelexplicacão. Peta iiianlià o alio cios inoi~icsapparece claro e
o lioriçonte so%rc » inar carregado de espessas e escuras nuvens,
N~)?~~ ouz L
scsclevam
, sol~.reo oceaiio iiuveilç brancas acastelladas, e mais
011 inciios separadas uinas das outras, Cirrus, Cu;l?~ulus; a viracão do mar
impdle-as sobre a terra cluran~eparle do dia refrescando a atmosphera
e inocleraiiclo o ardor dos raios soliires ; para a tar& o tcinpo estri nii-
blaclo. Então passa o vento ao cliiadrante do norie, orcliuariaineiite desde
o Norle alé ao Nordesle, e 1e.c.a as nuvens pxra O lado do mar; muitas es-
palliain-se, e clis~~ei~sam-sc coin o vento; as noites são frecluentissiina-
riiel~leclaras, sobretudo até á meia noite, e as estrellas brilliam com
i ~ t i iS~ilgortropical : e isto se repete por inuitos (lias, fazenclo-se as re-
feridas variacões, q~losi á mesiiia Iiora ein todos esses dias. Tainbem se
7.6 e111 algurilas iioites peclueiia nevoa sobre o mar, ou sobre os inontcs,
c o arco-iris iiocturiio i150 é ali 11ii-i plienoiiieno iiiuiio raro. Duranle o dia
é iiin l~beiioiircriofrequeiitc.: e ás vezes de iiina graiiíle bellcza.
O ino17imcnto ordinario das iiiiverrs 1160 é rapido, porque os ventos
eiii geral tciii pouca velocidade e alguinas vezcs l)or lioras as nuvens
ficam iiniiio~~eis, clriaildo o vento leni acaliliado, ou vae mudar para o
ruuio opposto; ouiras vezes as cliffereiltcs cailiadas de nuvens eni varias
a1ti1i.a~aprcsentain cliicccões, e velocicladcs diversas e até oppostaç, obe-
deceiido a corrciiles dc veiito que as iiilpellctn em seiitidos iailiLem di-
t't?rsos e oppos~os.
Algui-isaautliores, clescrevcildo o eliiria do Funclial deram-lhc uin
grancle nulriero ele dias- lioi~sc claros, oulros inarcaram inuilo menos
ci'eslcs c iriuilos inais dos iiublados, encobertos e variaveis. Uns e outros
disseram a verdadc segundo a época do dia cin que oliservaram e o
iriodo por clue observaram. Ela na &ladeira urn bom iiuinero de cliaç
claros ein cluc o cio sc coiiscrva puro e cluasi seiii nuvens, poréiii lia
iiin muito ir~aioriiiiiiieco dc dias claros, e de Leinpo excellente, mas
(?r11 que durante o dia appa17eccm iiuveiis cni iiiaior ou menor numero
- Cun~ulus, Ci~+rus;mnstialido-se agora, clesvaneceildo-se logo, refrcs-
caiido a ien~perat~ira c ii~te~ceptando por peqiienos cspac,os de Lcinpo a
luz solar. H3 dias iaiilll~eiil ein quc o tempo se póde clizer nublado, c
clii qrie as nmreiis se reuiiem ciitrc si ficando o céo cncoberio ; algumas
vezcs esle leinl-io dura poucas lioras, raras vezes toclo o dia; isto acoillece
inesnio sein cliiiva. Não r i o iiiuiloç os dias ern cliie o céo se conserva
nublado sem cjuc d u r a n ~ elodo o dia sc possa ver o sol, inas lia muitos
c111 clue o sol se IIUO vê por Il~ras, cstaildo antes e depois o dia claro e
1)ni-n i~inpo. Aii-ida mesnlo nos dias mais encoberlos r: chuvosos é frc-
IO
cpente .ver o sol por u ~ n aou rilais lioras; e ~iuiicosdias tta no Fuiicli:il
ern que o doente ii.20 possa sal~ira passeio por alglini cspoco de tctrnpo.
A circu~iistancia cyiie acal~amos de nolar de liaverem ~ n ~ i i l odias s de
bo111 t e ~ l ~ pe oclaros coin algumas nuvens e coin algumas lioras eiri cpic
o sol está encoberto 1c.m daclo lagar á izieiicioiiacla discrepaiicia sobre o
modo de contar os cljas boiis, nul~lados, encobertos, elc.; podciiclo o
iiiesmo dia, scg~incloa liora cla obçervacão, e o modo de coiilar c10 ob-
scrvador figurar como claro e coino ii~iblado: o cliie produz lias obser-
vacões da teiiipo dos dirersos autbores uma appareiile conlradiccào.
Uma atinosplicra clara e serena, sem nuvens cluraiite lodo o cli:i, c erxi
dias ~uccessivos, com 11111 céo resl~laiiclecei~te,l~i1ni1iosoC p~iro,c01110 se
vê frequentemente nos climas da Italia, principaliiieiile da Ilalia ~iieri-
dional, mui poucas vczcs se observa 1x1 Madeira.
O Dr. Meineken dii cm um aniio, que foi 11,em chuvoso e liilrnido
(tahella n." 4 1 ) cento e oitenta e nove clias claros, vinte e nove nubla-
dos, quarehla e quatro encobertos, setenta e cluatro dc chuva e cliuvei-
ros, sete carregados, nove de trovoada, sele cle leste e dois de priilcipib
de leste. O Dr. Mason (iabellas n."-2 e 43) clá cluzcnlos e dois dias
bons e claros, duzentos e cinco noiles boas e claras ; duzcnlos e Ires
dias com mais ou nienos nxi~ens,cento e vilite e oito noil;es coiii riiais ou
menos iiuvcns; cento e dois' dias eiii que cho~~eu, ciiicoeiita e seis
aoites ein que choveu; nove noites ein clue houve trovoada. Rlacaulay
diz que na Madeira a média do nuinero de clios que chove é setenla e Ires.
Mac Eucii fez as suas ohservacões durante scis inezes, comprchen-
dendo ii'elles tres de iijverno; eslas observacões f'orain leilns ciii geral
duas vczes por dia, porém em alguns dias niio I-iouve observacão. Ao
todo sào trezeidas e vinte e uma ohservaqões ern ccnto e sessenta dias-
(tabellas n."" 4 e 4 5) c achou : tempo bom e claro duzenlas e q~larciila
vezes; com mais ou meilos nuvens duzentas e vinte e Ires vczes; cl.iuva
ircze vezes; chuveiros onze vezes; encoberto trinia vczes; carregado
dezonove Tezes; nevoa nenhuma vez; escuro trinta vezes. O mesmo clin
póde figurar lia tabelia em differcntes logares, e na mesma hora da. oli-
servac.50 póde o tempo estar claro e bom e haver algumas iiuvciis, e por
isso venios na mesma casa duas e tres letras, designando duas ou Ires
varieclades de tempo.
Das observacões do Dr. Gourlay ainda que muito esleiisas ~)orqlie
comprehenrlem dez ani~os,1150 podémos aproveilar-nos, porque só dá cni
cada mcz iim resuirao do tcmpo, e muitas vezes 1150 inarca o nuincro
tlr: dias erri qiie se rnastroii cada unia ctas snas yariaqões.
1 I ~ ~II I I ~ I ZI(,
p:11 ,li 101 .
~ d ; ~XIZ,~ OIII*
N:is (i(! Ilciiie1,c:ii
olist*~*~:ic;Gi~s (iabclla 11." .'i I ) o iircz qiic icvc iiiaior
~iiiiiiili-o(Ir di;ls (li: Iioiti i o ~ i l ~ )1%
o , Ago"o, vinlc c lres; c clcliois Pc~~cvciro
viiilc c tlois. O iiil'z qric tc.ic iiiciios dias 11oiis foi Scleiiibro, ilovc; c
(I(!pois iJiiii~ii*() o Na~~i!iiilii-o, ilcz. O iiioz qiio ~ c v cninis dias <lc C ~ U V CfoiI
Novt?i:iiiliro,q i i i i i r o ; lg(:~crciro, Abril c Agosto niio tivernin iiin d dia de
c\liri\lii. Ii:r ii rlii;lilio iis cislny6cis nhscrvn-so o segr i i r i t :
Illnu Iioiii ninv (10 niiiivn
Iilr3c:rolln .......... i( ............. 17
i ~ i . . . .. 5.............. 19
Varão , . . . . . . . . . . 52............. 4
Oll[c)110 . . . . . . . . . . 37
. . . . . . . . . . . . . 34
--- -
Aiiiio, . . . . . . . . . 189 . . . . . . . . . . . . . 74
3 iüüia

Sibgflu(lotis olni:i.v;i~òi~s(10 I)]-. Yirsoii o IKi(?Z qiic <cvo iiiíiis dias


lioi>s i o s , I O j i i , vitiic c 1i.W. O (1°C
(lias 1,oils
iovci ii~(~iios I;ri I)c?zviril)ivi, liovo (lias (i.nl)clki 11." 4%).
liiii ( l t \ f i ~to
~ 'i.; its\e!;iii\s i s I I t : id>.;t?ilvoil o scgoinie : (cilnlln 11." 8).
Iiiiin Iiiiiii, Noi11,n IIIIR@
lilvol~l1o .......... 4:) ....... .. .. * , , 43
1'riiii:ivc:i~ri ........ 44 . . . . . . . . .,. . . h7
Vol-iio .. , . . . . . . .
, 5 1.1 . , ..... , . . , . , $ 5H
011(,0110 .......... . . . . . . . . .' . . . ' 4 7
7
-
."..-.,.-a

n.rii10,. . . . . . . . . . . 202 . . . . . . . . . . . . . 201)


--
SizGG
Ilimv IIVII~IJIJGI.~ Niiiliir 1 1 1 i I i l t i ~ 1 ~ ~ ~
v~ n v~i , ( \ t i i n IIII vnrinvivi
.., ,. . . . . .
i i

liivc?riio i . . .......
, , , 4.I)
I'i~itiiii\~or;i . . . . . . . . UH ., . . . . . . . . . . . . 22
V(:t'rio ,.,. , . . . . r , ...., . . . . . . . . .
4 . 31
Oriioiio , . ,. . . . . . . i)1 ....., . . . . . . . 130
........ , " .,.--

.A.iltio . , . . . . , . . . . . 20:) . . , , . . . . . . . , 128


111iii i111 i,liiivn Nlli11~ 111%F(IIIY,I
lix~~oi~r~o., ......... ;\i1 .............. 17
I'rii'ii;ilri?r;i . . , ....
, 30 . . . . . . . . . . . . . . 12
V ' , , . , . . ., I I; . . . . . . . . . ., . . 3
o i t o .......... 3 ,.,.., ,. . . . . e 24
.......-*-,
h nlio . . , , . . . . . . . . I O?: , ... , . , . . . . . . . 5(i
Yn**CI( rfilsi
Noiarcrxioç que Iioiiveram riiais dias nilblados e de diiiva do
noites.
Nas olserracões dc Mac Eueil, qiie coiiiltrel~eiidcm s6 seis tnezes
(labellas n."-4 c 4 5 ) , Janeiro e Maio são os mezes que icm iiaior
numero d e , dias boils e claros, vinte e 1io.c.e. Dczeiilhro é o qrie lein
menos, dez. O numero de vezes em cpe se marca a cl~uvaé vinlc e
quatro; e se nos lembrarinos que havia duas observagões por dia, acha-
remos que ha mui poucos dias de cliuvn; nias Mac Euen não fez obsei*vn-
qõcs de noite, e provavelineilte só rnarcou a chuva e cliuaeiros yiiaiido ti-
nham lugar na liora da ohseiqvacãooir proxiino a elln.
As chuvas catiein em lodos os inezes do aiino no Puilchal. No vc-
riio lia muito mcilos clias de cliuva ; mas alguris anilos não é no inverno
que ha mais : ás vezes lia priinavera ou no o11toilo ainda cahc cliuva iriais
dias, mais horas ii'esses dias, e maior quantidade cle agua c10 ciue no in-
verno. A cliuva ein gerd ali é grossa, de modo clue em pouco lenipo
calie bastante agua. h raro qiie chova durante iodo o dia, ou toda a noik;
geralmente chove por algumas horas no dia, ou na noite, e ainda assilii
cdin intervallos; ficando sempre espaqos grandes em que o Lerripo eslh
inellior, e até ás vczes claro. A chuva calie pela rnaior parte scrciia, c
qiiasi scm impulso cle vento, mais raras vezes é iinliicllida com forca e
v iolencia.
A quantidade de agua que cabe em cada anrio tern sido calciilada
por diversos nbçervndorcs, dando resultados miiiio difl'crentcs e varia-
veis, segundo os annos em cliie fizcrain as suas observacões. I-Ieberden
acliou ein rluatro aimos o segninle: (tabella n." 4G)
pol +
1 7 4 7 . . , . . . . . . . . . . . . . . 40,85 1
1 7 4 5 . . . . . . . . . . . . . . . . 37,508
1 7 4 9 . . . . . . . . . . . . . . . . 22,365
1750 . . . . . . . . . . . . . . . . 27,351

o que dá a inédia de 32,Po1021.


Elle diz que os annos de 1 749 e 17'50 forarri tào seccxos que o ~ r i g o
se perdeu c as arvores de í'ructa soffrerain inuilo, priiicipalmei~te os
pccegueiros. Os huctos cahiram ainda verdcs, 011 ricarain nas arvores chcios
de vermes brancos. A cpaii~idadedc cliuva clilc caliiil desdc 1747 ale
1753, foi de 21 4,pd'346 o cpe dá a inédia annual de 30,Pd62: niédia
que nós reputâmos pclas ohsesvacões subseqiientes, a mais provavcl c pro-
xirnn cla verdade. O PIIi~icnZAtlas avalia a yuniitiilacle média da rhnvn
qnt: ~ 2 1 1em~ iim anno no Funcl.ra1 cm 29,pdS2.
O Dr. J-Ieinelien c14 para os dois ailnos de 1 825 e 1 826 o seguirite:
(iabella n." 45).

o que iiiostra uxma diffcreilp entre os 2 annos de mais cio dobro e dá


unia média de 3 1,''"89. Segundo ol~servacões de FVhite (taliella n." 4 s )
em uin ailno cahirain 20,P"'994 de agua. Nós pelas observacões que vi-
mos julgâmos que a quantidade de cli~ivaque ali calie deve apresentar
muita differença de ailiio para aimo, havendo, cai110 erri outras partes, ali-
nos chamados seccos, e outros cliuvosos.
O numero clc dias ein cliie cliove, não está seinpre de accôrdo com
a estcnsão do teinpo em que cliove e coni a quantidade de agua que calie.
A maior quanticladc de agua que tein cahido ein u m mez de que ha obser-
P ~ C U O iOi 20,P1525 no inez de ,Janeiro de 1747. I-leinelteii viu caliii.
1S,P"'61 no incz de NoveiriLro de 1826. Não é raro &r passar urn ou
inais mezes sern cliovcr; os autliores marcam nas suas observacões este
facto: no mez de Agosto mais vezes do que nos outros. Heineken nela em
um mesino aiino, os rnezcs de Fevereiro e A ~ O S Lsem O c l i u ~ a; e Wliite
os mezes de Jiillio, Agosto, e Seteinbro. E111 geral a maior quantidade
dc agua calie durante o invcriio, pordm 110 anno de 1826 caliiu no ou-
tono.
J5 falláinos da relacão que liavia entre o teinpo de cliu~ra,a preç-
são a~rnospherica,a temperatura e o grrio de liumidade ; agora ajuntare-
mos que tambein lia alguma rcIacão entre o teinpo, a c h ~ i ~ ea ,os ven-
tos. As cliuvas mais abundantes e aturadas vein geyalinente com os ven-
ios de Sul e Oeste; com os veiitos de Leste c Norte as chuvas não sào
r:opiosa srieni tão duradouras. Dc modo que consultanclo o l~arometroo
vento e as nuvens, póde bastantes vezes prognosticar-se a queda da clluva.
Os pralicos c10 paiz fi-equen~emenlea annuilciarn pelo ~~eiiLo e iluTens; e
na vcspera, pda fórma e côr cl'essas mesinas niiyens sobre o liorisoilte.
As estacões e a época do aimo tambem dào para isso indicai;ões que nào
sào para despresar. Assim, ein Rlarco e; Outubro, esses siguaes sào ainda
mais iniporta~itcspara indicar as chuvas do que em outras occasiões.
k frcquenie chover nas rnontnnlias com abimclancia e niio clio~ler
rio Funcl-ial, esiando aqui bom tempo e claro; e tudo o cliie nós dizetnos
ácerca da cliuva, deve-se entender rela~ivamenteao clima do Punclial,
c não a toda a Illia e prii-icipalmente a sua parte mais elevacla em que
a rhiiva é miiiio n-iais freqiien~ee niuito mais ob~indanie. A c~ueílade
grauizo e saraiva tein lugar mui raras vrzcs iio Funclial; a de ~ic\~(-,
crênios que nunca; mas calie alguma cyuasi todos os i n ~ c ~ n onas serra
durante poucos clias, e em cluaiito se iiào clcrrelc completamenle, sc~ite-
se frio na cidade. Aproveila-se partc deUa para o ugo ordiiiario, conseil-
~rando-acin reservatorios cluc lia nas rnon~anliasdestinaclos para esse fim.
Alguns annos nào tem aaliido nevc, assini aconteceu i10 inverno dc 1 8.5 1
para 1852. As ncvoas e nevoeiros que dão 5 Jlha o aspecto nebuloso,
cof~rindohiiitas vezes a serra, silo estremamente raras no Punch~l,e até
incsino poucas vezes descein abaixo de 2:000 ou 1:500 pds.
Ainda que a c~mn~idaclc de chuva que calie nas mo~~tanhas da Ilha
sc,ja copiosa cm alguns anilos, não se póclc repular cornludo exlraor-
dinaria nem inconvenienle; porque a iiiclina$o do tcrrcno cin geral e
dos ribeiros em par~icular,facilita o seu despejo beni depressa. Ein cíi-
SOS, porém, poucas vezes vistos, tem aconteciclo a cjuanliclacle dc agua ser
raiila e ta0 subitamente laneacla, que tem dacio lugar a lorrcntes, alluviõcs
e .cliluvios, poi~cloa cidade em siislo e consternnção, e occasionando grande
perda de vidas e propriedaclcs. Assim acoaleceii em 1803 c 1842, , c
já tiillia acontecido em oulras occasiões, crn periodos que alguns ~ C c i r ic~lic-
rido achar aproximadamciite siiiiilliantes. Em 1803, depois de cliuvns co-
piosas na cidade e nos montes. a rilieira de Nossa Seliliora do Calliau,
encheu-se ~ O Ftal moclo com as enormes massas de agua que clesccrnni
das n.ion~ailhascluc iiio só trasbordou, n-ias as murallias lateracs rcljcii-
tarairi em partes cedendo ao seri impulso, as pontes foram cles~riiidas,c
alguil?as casas da visinliaiica, e y:irbleda Igreja dc Nossa Scnllora do Calliaii
foram alagaclas pela alliivião, ou despeclacadas pelo impele da lorrenle, c
pelas pedras e pencdos que clla coadiizia. Nada resisi;iu 6 espanlosa forca
da agua rnovida com a grande vclocidacle ndrluirida em solo tão cleclivc.
Os estragos forani iriirncrisos, o ierror e confusão gcracs, o espeolacillo
granclioso, mas tristissimo. Tresentas vidas, muito gado, vinlio, trigo, loda
a qualidade de gcileros e fai~eiidnsperdidos, forain as coiiscr~nerieiasclestn
terrivel catastroplie, qiic clcisou dcpois de si unia scena liorrivcl clo dc-
solacùo, cle dor, e ainda cle susto. O iliar subiu acima da scu nivcl or-
dinario. Esta calamidade foi aniiunciado por um cstdo carregado, ne-
gro C a i ~ m p d o rela atinosphcra, c por urna mui nolavel e rapicla dcs-
cida do Laroizictro. Alguns suppuzeiVaincluc ilma especic de diluvio li-
nlia caliiclo nas inanlaiilias, pois era preciso (pie a cpecla cle CIIIITT~ fosse
rstraordii~ariai~ienle copiosa e qi~asiiiistantanea, para que cm ptiiz ião
inclinado se accuiniilasse Tima lal rnassa de agiia. As diias ulliains gr:iii-
dcs alluviões tein lido lugar no rnez clc Outubro, época do anrio em r~iir:
,as cl~iivasfi~rirsc os tcmporaes ~rão550 raros. K :tiiiliaq vier:i~r~ cioin o.;
w~"iiIos(10 S111 O Sri(looskc~,R':\ rlo 1 H i 2 ;I icixil)i!siatlc coiti vciiin do Si11
Iíiiicoil á ( : o ~ i í v:irios
~, iiiivios (lu(>w ido 1)0(1crii111pdr ri» Iilrgo, p11i'd~iido-sc
;i iiiciiol~~ 1 ~ ~ ' 1 ~ l it!~iilgiiiiias
l 1 i ! s ~)c?ssoiis das iripulaq6cs.
As lrovon(lns i i ~ illii:~lido stto lbrlcs, iiI)liailc(!(jin vírrins vczcs t i o
;iiiiio: sois :ittl tloxc! vozcss. As Sorlcs ~ciiil)c:s~a(lcs [uiirl)oiri nào siio Iretj~icli-
~ C S ,i~iiis(!i11 i \ I ~ t ~ i io('r'asiOos
i~i~ lo11iiiii1~)rol)or~Gcs : I Ç S I I S ~ ~ ~ (pniln
~ O ~ os
~ S lin
v i o g i~~ioorii(los, so iiiit~\(:(litit:tl~~t!ii~o sq IGO 1)Ocin iio lt~rlgo;o iuq~cloílos
vcniilos tlo sril (! íi li)r\:a tltt íiguri vc:ric:c:i~l artliiini*iuniriilo ri i*csislcziciadns
;uiit\r1*:ts, o OS i~ítviosv110 i~i(!vili1~i~lrl1~1111) á ~)T:\~EL.O l ~ ~ ~ ~ v í i ~alguinas ii-sc
lr(!z(>srio 111ar proxi~~io fi 11lii1 as ltlol~~I):\s (111 IH;III~:IS clc t i g ~ ~ í i ~
12111 iiiii pniz tio li)riiiii!?Io volcunica n;io sccia li;irli adiliirrir que os
LI~(!I~IOI*(:Sdo ~ , t ~ l * ili)ssoll~
*i~ I'X'C~JIICI~ICS C SO~ICS; 111:1S lalvcz poibcyue as an-
i.igíis c:rilldr;is so iicliriili tlosdo 11:i ~ l r r i t oilicrlcç o csgoi.iitlas, C cerllo qiic
(!slc! ] ) 1 ~ ~ ~ 1 i o i ~c!~il:tro
( ! i ~ o 1180 LOIII i ~ n : lgr:~i~clc in~oi~si~ladi:; (lill'orc~i(;aKIO-
[ i i ~ o l(!iiI,i-c i1 Illiíi (Ia Míitlairii c oulras tlo Allniilico. 1)iirarii.e a nossa de-
riiora ali, u : ~iioilo tlo 10 de Oiri.i~l)i*o 6s 9 llorlas c nicia, Iluiivc ilni Ire-
xilor (](! Ic:i+rqíi (10 si~o(:iiss;:ioiri~l~iiiliirit!;~, li:\ tliroc($o ilt? I.,(!sl(! ri OCS~C,
lifio f<?z (?slr:igo ~ I I ~ II)UI*C(*(:IX I I ~ , 11ii1is11111rilovil~ie1110( 1 COXISDI~SO ~ (10 (JUC
~loseiivolvitloiili rllosiiio: tl(lstc! gc!iiuro iorui liíivitlo iriais, coiii grlai~tlcsir!-
t(\r\.'iilIOd~ I.(l~lll)O.
Naa4 )I
13. Claro- C. Nuvens-R. Cliiivn-S. Clitiifciros-O. Col)cnrlo-'r. Cnrregttclo-V'. W~!~on-
11. E ~ c i i r o - 0 poiito mbre a lelrn denota a prepondernncin <In(liicllccslndo; ~1ii;isoii Lrcs I(3tr~is in-
(licoin dois aii ires e s t a ù o ~ n omesmo tempo, oii siicccdciido-se ein poiico lempo-li111 qiiiiilienl~ihr ses-
senta c S O ~ Siiolns Iin durcnlns e qiinrenta veses tempo clnro. diizcnlns r vinle c tres vexes niivrns, Lrc8xr
vezes cliuvn, onzc. T ~ P Z V Scbiiveircis. trinta vmrs col)rrto, r l ~ a r i i o ~TPZPS
~ r iilrrrg11~10,1inl:t BPZ IICVII:I,
triiits Y(.ZPR e ~ c l i ~ f l .
T.4nlSLLb DO DO. HEBEIIDES BIOSTR.\h'DO A QUANTIDADE DE CIIUl'b plil<CAHlU ':>1 CAI)\ h16Z
E fiY CADA uai DO? bXNOs Di? 1747, 1745, 1749 i2 1730.

pol. dec. pol. deo


Janeiro. ........ 1,83 532
Fihrerciro . . . . . . . 1,79 O
Marcn.. ........ 9,354 3,72
Abril.. ......... I,Gt3 0,04
Main. . . . . . . . . . . 1,O0 3,549
Jiinlio.. ........ 1,O5 0,02
Juibo.. ......... 0,72 0,77
Bgosto ......... l,62 O
Setem1ii.o ........ 236 1,41
Ouli111t.o.. . . . . . . . 0,67 1,18
Noveml)ro ....... 1,SO 18,fii
Dezcrnl~rn....... 3,41 8,99

1 1 O . . ..I 20,lB 1 43,35 1


'TI1II:LLL 1,X IVIIITE BOSTRANIII) 0 NUIIBIIO DE DI 8 DE I:IIII\1 I; I)R AOUA QUK ChUIU
~ll.~liTll>.ll>li

eii nEznsiris riiires. nunAx1.s os T I ~ B Sliszns nu. . I ~ ! L I Idaosro


O, E sETs~Inil0
310 SE ltlii:RnEi! .lGl!.i NO IILU\IIIETIIO.

I858 n 1851

--
Jsnciro ......... 3
Fevereiro ....... 1

Siilha.. ......... ........


,\gosto.. ........ 5 .S......

Dercml~ro ....... --
T o l n l . . ......... 60 20,994
Jaiieiro ......... 3
l~ororciro .......

CAL'I'I'IJLO VI.

1\'&o 6 hcil aprcseniar boas ohei~vacõcssobre esta liarte da mcteo-


rologia da Illia da Madeira. Os iiistrunienios ordiiiarios iisados piira este
fim, sao ali dc po~icolircstiiiio, c não sentlo pru<lenicineiitc coin1)inados
coin oliscryncõcs oI)ti<l.is por o~itros~ocessos,podciii iildiizir em erro.
Isto t,amlicm acodecc crn outros paizes inoiitanliosos; cin qunii~onos pai-
zcs plaiios I>asia a simples observn$jo do Tiiiiio liara dar uiiia indicaçiio
scgiirn solire a tlirccqiio do vcnio. A fórnia scn~icirciilnr(~iictcm a rlia-
riiada baliia ou enseada do Fiintlial, e que coiitinúa para ciiiia até ao
ciiine das montaiilias, protegendo a cidade dos selitos elo Nor~c,faz coni
que os oiitros ventos refleclindo nos diversos pontos da circumfereilcia em
que vão bater, toniem clirec~õesinui variadas nos differenles l~igarcsc111
que sào observados, e as coniinuiiiqueiii por conseguinte aos cataventos.
Se jiintarmos a isto a disposicão dos monles e cabecos separados uns dos
oulros por depressões niui pronunciadas e colii grandes escavacões, as feii-
clas milito profiindas c tort~iosasque cortam a cidade dc alto a Iiaiso,
e orrtras clesigualclades c10 tcrrcno por onde sc insinuain e se rcflecteiii
as correntes de ar, pocleremos fazer u111a icléa da difliciildacle clue lia ein
coiiliecer iís vezes a esacta direcção do vento, difficuldade quc Lein sido
reconhecida por toclos os observadores, e confirinaclu pela opiniso gcral.
Para evitar estes e~uharacose obter o verdadeiro ru~i-ioelos vcri-
tos, alguns rccorrciil á observação clo iiioviinenlo das ondas, ao cxamc do
vento com cluc os i-invios ao longe iiavegain, e 6 direccão clas bandeiras
e das proas dos navios fiu-ideados iiiais ao largo. &Ias o processo mais
iisaclo e recommenclado pelos ol~servaclorcsé marcar o vciilo pelas clirec-
~ õ e sdas nuveiis que se ilioveiii pcrpeildiciii3rilienle sobrc a cabcca elo ob-
servador, ou proxiinas a essa l~erpencliciilar. As niivens inais dislarilcs
c as si~uaclasno liorisoi~le,não nos podein dar indicacões exactas, pelas
illusões opticas a que a seu inoviincnto n'essa direccão dá lugar. Aincln
no exame das nuveiis que se inovem pcrpencliciilarrnentc sobrc a callega
do ol~servaclor se notani muitas vezes duas ou trcs clireccões clilrcren~cs,
e 5s vezes oppostas, seginldo as divcrsas cainadas estão siluadas cin di-
versas alturas. A direcciio cla carn,icIa inferior C a que os aulliores lêem
escolliiclo como expriminclo a clireccão do vento que reina mais prosiino
5 terra, não clespresanclo os oiitros proccssos como mcios dc confirinação.
Além destas consicleracões cluc ricabâmos cle fazer e que se refcrcrn
mais par~icuIarmcnteao exame dos vcnlos na cidade do F~inclial,lia ainda
outras niais gcracs cpe se referem a toda a Ilha, e a que convém alten-
der. A posicão da Ill-ia c a elevacão das suas montanlias, correndo prin-
cipalmenlc de Leste a Oeste, deixa abrigada dos ventos do Sul parte da
sua cosla septeatrional, e dos ventos c10 Norte clue predominam niuito na
Macieira, a maior parle da cosla mcridioi3al. Eslc obs~aculocluc o vcnlo
do Norte acha nas montanlias, faz corii cpe o mar ein frcntc do Furi-
chal e ila sua prosimidaclc para urn e oubro laclo, esteja cm calma c so-
ccgo, a poiilo (10s nnvios não pcadererri ali navegar qi~andosopraesle
t o ao largo e por Lesle e Oesle da Ilha, o venlo 6
venlo, e111 c ~ u a ~ mais
fl-esco c o mar agitado. Acoiitecc tainl.iem que apesar dos vcntos gcraes
sercin frec[iicntemen~e vei-ilos do Norte, jriiito ao Fiinclial se eiicoritri~
qiiasi scrripre a virayão do iriar virida c10 Sul e do Siidocste, de tal iriodo,
qiic as c~nbarcacõcspassando entro a Poiita de S. Lo~ireiicoe as Deser-
Las, antes de cliegar ao cabo Garajiio, tornam o rumo do Sudoest'e, des-
viaiiclo-se c10 Punclial, para irem entrar com o vento do inar, OLI com
o embate, como llie cliainain os naturaes. Esta circurnstancia dá-se tão fre-
quentes vezes, que vem inarcacla lias cartas de na~cgacãocomo regra
j ~ w aos iiavios que vao. do Norte.
Duralite uma boa parte do anno 11a uma alternativa de ventos cla terra
e inar, clue se succedem todos as dias iiin ao oritro a Iioras quasi regli-
lares ; o que concorre sem drivida algiinia para dar 5 ataiosphera c10 Fun-
clial a sua suave e regular temperatura, e 6 cidade a sixa salubridade.
Estes ventos são orctinariarnente o Nordeste inclinando mais ou menos para
o Norte, e o Sudoeste iiicliilando mais ou menos para o Sul oa para o
Ocsie. Pela manhã das oito ou nove horas por diante, cluaildo a teiiipera-
iura da terra sobe, principia o w n t o do mar a soprar s e i . graiicle forna,
rcfrescalido a atmospliera, e conservalido um gráo de calor moderado.
Pelas cluatro horas da tarde pouco mais oii menos o vento abrancla, fi-
cando a atmosplicra serena por algum tempo, e clcpois comep o vento do
Norle ou Nordeste a soprar braildamciite, levando as emailaqões da ci-
dade, e dispersando-as pela vasta ex~eiisãodo oceano. Este jogo alternado
c benerico de ventos, cpze tambein se dá ern outros paizes ~iiaritiinos, e
sobreludo ciil ilhas e que se explica hoje pela diffcrciica de temperaliira,
dc evaporacão e da racliacão eiitre a tcrra e o inar, de iioi.lc e de dia,
não tciri ein todas as épocas do aniio a incsma regularidade. No verão a
ordem acima estabelectida é inais constailte, i10 iiiverno apreseiila grandes
anoinalias.
O Dr. Mason notou clue na localidade da sua liabilaqão em S. Lu-
zia, no niez de Blarco, o vento dc tcrra, Nordeste, começava das seis alé
ás nove Iioras da tarde, continuava toda a noite, e pcla inaiiliã clava lo-
@ar ao vento do mar, Sudoeste, que eiltrava clas oito lioras at6 As nove, e
continuava até ao pôr do sol. E m Abril o vento do mar coinecava 9s
oito lioras da nianhà, e vinlia floroeste 5s seis da tarde; no iiicio do nicz
liaviain vcnios irregulares; no fim voliavaili os velitos regularcs. Em
Maio e Junho havia viracão regular do mar ris i l o ~ ~lioras e cla nianliã,
e da terra ás nove da tarde. Em ~iillioc Agosto viraqõcs regulares vindo
mcia liora mais cedo, tanto de rnriiiliã como cle tarde. Eiii Sctembro ven-
tos regularcs. Ein Outubro veizlos regulares, inas o Norrlcstc vinha de
tarde mais cedo, c se por acaso coii~inuavapcla maiihã atd depois das
nove horas, liavia eliiiva no decurso c10 clia. Em No~embroe Dczeinbro
viracões irregillares di~ranteo dia, inns i~cgiilaresclurai~tca i~oilc.A pri-
meira parle do mez de Jaiieiro ~eritosregulares e para o liiii iri-cguln
res, assim c01110 i10 inez de Fevereiro.
Além destas virações que reinam nas diversas épocas elo alino coiii
iilais ou ineilos regularidade, lia os ventos geraes que durante o vci-ão
soprail-i mais do Norie e Lesle. n'o ouloi~oc priri1a.rrer.a os vc~ltosdo Sul
e Oeste mostram-se com forca moclerada por bastantes dias; porén-i, ús
vezcs repetli;inainente, toinaiii grande iilcremeiiLo que não é duradouro,
mas que obriga os navios a levantar ferro, e acoiitece que eillão vão achar
abrigo i10 lado opposto da Illia. Scgitiido obscrva~õesdo Dr. Masoii, a
viragào do inar traz conisigo uiria ccrta quan~ielaclcclc liuinidade cliie
se accuinula para a noite, inostranclo os iiistr~ii~~c~itos iiin menor gráo de
seccura. O velitito de terra leva novamenle essa Iiuinidade para o iiiar;
ficando do incio da noite por diailte a atiiiosplic~aiiiuito ilinis secca, c
pela manliã ieiil já perclido o gr5o de Iiurnicladc que tinlia adcluirido 113
a r esta variacão é preciso usar d'uiii liygromclro
vespcra. Para o l ~ s e ~ r beip
extcrior clue possa cleiiiiiiciar estc augineiito c clii-iiii~ui$iode Iiuriiicladc lias
differentes lioras de clia e noite.
De tuclo o cluc teirios dílo Laiubc~ii sc v6 (lite para ter Loits obscr
vac0es sobrc a direccão e forca dos ve~itos6 prcciso que cllas sc,jam fci
tas com inuito ciiiclaclo e eiri divcrsas horas do dia e noitc. Uina só ob-
servac50 por dia, ilão póde dar sctião uiiia idéa muito itnpcrleila c i ~ i -
sufílcieiite ílcsta parte cla riicteorologia da Illia, oiide o izicsino dia póde
figurar com ventos differe~itessegundo a liora da observaâiio. Ainda cliic
irão liaja destas observacões tio extensas como 116s descjarianios, Iia co~ii
tudo inui~asaprovei~a~reis, e lia iilforinacões cluc não podcndo rediizir-se
á Córiiia iiuilzcrica clào coin~udoresul~adosaprouiinados que não são para
dcsprcza~*.Tanto mais quanto esta parte cla inclcorologia, lcildo ~iiriaiii-
fluciicia iiiliric(1iata i ~ anavega~ão,ci niuito cstudada c exarniliacla pelos
liabitaiitcs.
Nas observ~i(;õcsqiic ~ c i ~ i odcbaiso
s cla nossa vista, o vento cluc do-
iiiiiia inais ciii loclo o aiiiio, é o Nordeste. Nas observacões clc 12ciacl<cii
(rabella 11," 49), figura o Nordeste cento e cincocnta e sete vczes, c clc-
pois o Oesle scLcnLa e quatro, o Leste ciiicoenia e seis, o Norocsle viiile
e nove, o Norle vinte e uma, o Sucsto viiike c elos outros ponlos l i ~ u i ~ o
~ O L I C ~ S V C Z C SNas
. obserraqões ele 8Iac Eucn (tabcllas 11.Os 50, c 5 I), o
vento quc predomiiiou IOi o S~~tloeste selelita e duas vezes, depois o Nor-
deste cincoenla e iluairo, u Sueste triiila, o Norte viiite e quatro, e os
outros ineilor numero de rezes; inas estas observações comprclie~idciiisó
scis mezes de Dczcrr~lsroa Maio, c não ciitrain nellas o vcriio e ou~oiio,
eiii clLte o Noidcsie geraliiieiile prccloiiiiila. Nas o).~sci'vn(;(,cisdc Wliiil:
jtabella 11." 52) o vento predoliliriaiite Soi erii urn aniio o Nordeste iioveiita
e oito rezes, depois o Norte cincoenia e oito, o Noroeste trinta e sete, O
Leste vinte e sete, o Nor-Nordeste vinte e seis, e os outros ventos muito
menos vezcs.
Se examinarmos o q i ~ cacontece nas differentes estações, achâmos os
veiltos do Norte até Leste predoininaiiclo no verão e no outono, e meiios
no i~ivcrno;OS ~ ~ e n l do o s Sudoeste ao Noroeste, mais na primavera e o~itono,
o tainbem no inverno, sem que sobre isto se possa estabelecer regra bein
fixa. Tanibein não lia eleineiitos sufficieiltes para poder fixar por um moclo
provavcl, cltial a predoininancia dos ventos nos clifferentes mezes.do anno.
Dias coinplelainentc serenos sào mui raros; e se os encontrâinos fi-
gurancio nas observa~ões, é porcltie não liavia vento na hora da obser-
v a ~ ã o ;nias é cerlo clue ainda nos dias de niaior bonanca, a viracão do
inar ou da tcrra se faz sciilir ein algumas lioras. A forca do ver~toé
em geral inuilo moderada, e estas virações nào são inconiinodas, nem im-
pedem os clocntes de podcr sahir, sobretudo se procurarem os sitios em
qilc ellas í'azein menor iinpressão. Quaiido lia vento Sorte, o que acon-
tece poucas vezcs, ciuasi sempre é do Norclestc até ao Sucloeste, pelo Norte.
As ~abellascle blac Eucii e de Wliitc qiie mostram a forca dos ven-
tos 1~01~ elles ol~servados,poucas vezes niarcam veiitos fortes. &Iac Eiien,
ern seis mezcs de observacões (tabella n."50), só apresenta cinco dias
dc venlo fokte; um de Nortc, um de Noroeste, e tres c10 qua$ante do
Sul. Wliile (tabella 11.' 55) dá em u m anno sessenta dias o ar sereno,
cciilo e doze de ligeira viTacão, cento e dezoito de vento brando, sessenta
e dois dee vcnto fresco, doze cle veilio forte ou violento, e um de tufão
modcilado. Al~ezarda autlioridade de Wliite parece-nos inuito sessenta dias
no anno coriiple~ainenleserenos ein todo o dccurso das vinte e cpatro
lioras; inas não será extraardinaria esta assercão, se se entenderem dias
sercnos na liora da obscrvacão. No verão depois clas quatro lioras é fre-
quciile liavcr duas ou Ires lioras dc completa serenidacle no ai1, o mesmo
succcclc eiil algumas iioites e ainda por inais lioras. 0 s ventòs brandos
que dominain no Punclial, e que iein uina saudavel infli~eiiciapara re-
frescar a a~inospliera,nâo produzcin coinniummentc a sensacão do frio.
Aconlecc coimludo alguns dias que tciido cabiílo neve lias montanl~as,o
veiito Norle clue por lá passa essa sensacào, sobretudo á iioite.
Tambem essa selisayão se experimenta cli~aiidoos ventos c10 Noroeste até
ao Sudoeste pelo Oeste, trazcm cliuva e o ceo fica cncobcr~opor muito
tempo; porque a temperatura exterior se conscrva baisa, sendo a vo-
riação entre dia e noite muito pequeiia. Isto é devido não tanto á tem-
~ ) e r í ~ t n r í ~leiito,
~ l o coiiio 6 falta dos raios solarcs.
IY
Senle-çe lia Illia da Madcira duns ou ires vezcs por aiiilo, crn ai-
guns annos mais vezes, uma espeeic de venlo cliie sopra c10 Este-Suestit
acompaiiliaclo de augnielito de t e ~ n p c ~ a t u rde
a , uin alto gráo de seccui3a,
e de outras circiiinstaizcias que reclamam a attencão e cstiido. Cliainain-
Ilie os natiiraes leste e os inglezeç resideiitcs coininurninente o clesigiia~il
coln o ilome de ~-iroc: e na verclacle alguma siinillianca,. . . elle Lcm coiii
o sirocco que hec~ueiiteiricniesc faz seiilir ila blcilia, Napoles c cosias
da ltalia, e cpc se julga vir da costa africana do lado opl?osIo do Medi-
terraileo. Poréin o sirocco é queide liuiniclo c clepi7imciilc, erri quanto 0
leste é c~ucilte,secco e parece estiniulante. A sua dircc~rtoe oiliras cir
cunistancias que o acoiilpanliain lazein crer qiie elle tira origcin da cosh
occidental d a Africa, e que dahi veni a sua alta ~eii~peraliua c sccctira,
atra~cssandotresenias iiiilhas de niar e111 que não cnconlra ordinaria-
mente nem uma só nuvem, É coinparaclo por alguris ao Sainiel, Si-
inoon, Harmattaii e outros ueiitos extreinai~ieiltescccos c cliieiiles que
se olservani no interior daquella rcgião. Tcm-se vislo trazer coinsigo
uma certa quantidade de poeira ou de ;mia suiiimaineiite fina e irri-
palpavcl, que deposita sobre os rnoveis, parecelido eiitHo ÍI alinospliera
tào densa, como se liousesse uma ligeira nevon, o vciido-sc o sol coino
atravez de u m vidro bato. Algiins passaros d'bfrica, c ziina ou oiitra vez
immcnsidade de insectos tem appareciclo nestas occasiõcs. Este venlo, que
algumas vezes sopra coii-i inilita forya, dura Ires dias, rar'as vczcs n-inis,
e segue-se depois eommummeille algurna cliuva. O vcn~odc Lestc c Estc-
Sueste apparece no decurso do anno alguirins vezcs scni tcr cslas quali-
dades, e então i ~ à otein a inesma origerri. Tainbcin Lciii succedido an-
iiunciar-se o verdadeiro leste, durar poiicas Iioras, c nao con~iiiuar.As
duas priilcipaes qualidaclcs deste vento são o scu a110 gráo de Lciiipera.LurU
e de seccura. Q~iaildoelle reina o therinoiilctro sohe muitas vezes a Sb",
e a1gul.i~fazein inencào de o ter visto subir aciiria cle 90". O Dil. He-
berden eni 1 7 5 0 viu em occasião cle leste subir o tliermomelro iilterior
a 73", i G O , e 7.7' c o tbierniometro exlcrior a 8 1" 82', c S7', o cluc
rião é muito csli-aordinario. O Dr. Heiiielteii 1-150 viu subir o ilicrmoine-
tro á soinbra 110 espnqo dc clilatro annos iia occasião do leste acima
de as", mas sabia cpe algiirnas vezes tiiika siil~idoa 9 5 9 sombra e a
130' ao sol. O Dr. Riason viLi subir a lic cri no melro 6 soii~bra,clurnn~e
o Icste a S 1O ; ao sol, lircparado coino para olrservar a forca solar a 1 3 8";
e ao sol, suspeildiclo o tlierniomctro ao ar livre a 9G0. Robcrlo Wliite,
vi11 o therinoinetro siibir diirante o Zcs~e de 23 de Pevcreiro de 1850
rt 77". Este estado da teliipcralura não se liinita ao Punchal, mas cslende-
se aincla aos moiitcs 5 rocla do Fiinclial, e incsmo a outras partes da
Illia. Eiii Rl~cliicoiio dia 28 ele Agosto de 1 850, dia de leske, a tempera-
I U ~ Vcliegou a S3", c o Dr. Lund o1)scrvori nesse mesmo dia ein Sanlo
Antonio da Serra, 1 : s ~ Q pés acinia do mar, o theriiloinetro subir a 91."
A outila ~[ualidadeiiiui nota\-e1 do Zcste e a sua extrema seccura ;
cai 1 82 6 , dt;raiiie o leste o grSo de seccuia iio EIjgroine~rode Da-
iiicll rlicgou n 45", e aiiida nesse gr6o o eiller não cleposilou ; cstc gr6o
clc 45 corresponde a 19",3 de &lasÓii. E s ~ eauthor observou cni 22 de
Oiiiul~rode 1834 n diffcreiica ciiti-e o thcrinoinetro secco e llun~icloser
36''; nins'ein oulra parle elle diz qise a maxima de seccura observacla
duranlc o Iesle foi 2S0,5. &1ac Euen eiicoiitrou em 17 de Fevereiro de
184 9 diirni-ite o Zcste 21" de diffcrcaca entre o tliermoinctro sccco c o
tliermometro liumido, o que dava só 18 pof ceiilo de Iiurniclacle relaliua
na atiliospliera; e o Barão de I[-Iiiinboldt iàlla de 1G por cento coino scudo
a 111ci1or cluaiitidacle de vapôr e a maior scccura observada iias regiões
luais baixas da aiinosplicila; e isto ein um vasto conlinente. O clkito
ùcslc i20 8110 gráo ele calor e seccura é logo seii~idorio corpo liuinaiio. Pa-
rcEe que se reccbcm co111o l~aforadassahidas da boca ele um fornio, pára
a trauspiraciio, sécca-se a pellc, a Iiiigiia os beiços e os oll?os soíl11ein
t-oino cluado sc esl3õeiri ao frio sccco oii gt:acla dos clima9 do Norle ;
lia geralmente uili sentinieiilo de oppressào. Miiitos fechaiii as jaaellns
para coiiservar uma teii~perat~ira mais frcsca e Iiuiiiida. Os auisnacs e
~ ) r i m i ~ ~ d ~ t as
i e iaves
~ t e não sLio estranhos a estes incoinmodos. Os mo
.\leis seccam e cri-ipcnam, os livros e outros 01;jcctos guiirnccidos ele coira
c;irci1cspni~i-sc,coino sc tivessem sido expostos ao luine. Este estaclo atsnos-
1)lierico singular i~ãoproduz nos indivicluos çàos incoiuinodo serio, inas
algumas pessoas docntcs senteili efleitos variados segiiilclo as suas circum-
stailcias cspcciacs. Seccuia lia pelle, scntirneiito de cal0r ila rcspiragão,
al~atiiilento,dôr de caljeca, perda de appctite, disposicão a desimaio, re-
liugilancia ],ara o inovirneiito : são os pheilomeilos cluc iiesla occasi&omais
se tein observado. Porém ein compciisacão disto lia cloentes q ~ i cencon-
Irairi alivio ileste estado atmospIierico, iiiostrailclo mais vigor, uiaior dcs-
afogo iias rtinccões da economia, mais facilidade para o eucrcicio elc.
O nll.Mason 1)rctendcu acliar uma especie de aiilngoilismo ciilre o les~t'
c o sirocco, c tirar daqui uriia regra dc condilcta para os doeiites, a
nos pareco não serií mui priideiite por agora iiitroduzir na prai.ica
da &ledicina, (r Se os doenles, cliz elle, sc dão bcni nos dias clc /c~'sle de-
~vcinsaliir da Madeira e piociirar clilria com as boas cancli$6cs clc iinia
«teinpeila~uraigual, por6m mais sccco; se passam il~alclurante o leste,
((devem ficar na Rfarleira, » E a inesma recoiiiirieiida~ãoapplica elle para
o raso (10 sir-ocso; coiri n diflcrciiqa qiie ~ l l ( :julga r l ~ xos tlociitcs que si:
1Y
não dão Lciii coin o lesle por scr clciziasiaclamciitc secco, ac clui'ào bciii
com o sirocco muito mais carregado de liumidade. Seria excellente se os
corollarios e regras de rilcdicina pratica e tlierapeutica se podessein ti-
rar c estabelecer com tanta facilidade e rapidez coino o Dr. Rilasoil os
tira e estabelece. Esta opiiGio que em 1 5 3 4 clle nos inculca como iim
quasi proverbio lia fiIadeira, enco~itrjrnos116s tão abalada c escjuccida
ern 1852, que ncm Facultativos nein dociites a cilavam. I-Ia dociitcs cluc
se dio bcin lia Madeira durante alguin Lcnipo, e depois vêem aggravar
seris males ; ha outros que passam iria1 logo depois da cliegacla, e d'ahi
a algulls mezcs adquirem melhoras niuilo notaveis. Uma nova 11-iudanc.a
de cliina m~iitasvezes ser5 util, c mesmo necessaria ; ser6 ainda algu-
mas vezes uma tentativa razoavel, quaxdo não lia meios l~icrapeulicos
mais provaveis, c cluando tudo oii cluasi tudo eski esgotado; mas iião rrie
parcce que por ora deva esta muclaiip ser deliberada ou recoliiinen-
dada sobre uin tal f~inclaineilto. O Dr. I\lason julg.nva que uma atinos-
phera secca llie convinliã, c ciilretaiito a liistoria da sua molestia dii-
railte os dias de leste não é iniii~opropria para reforcar a sua opinião,
e coiifiriiiai o seu aforismo. nTa tisica pi~ltnonar,e aiida elti outras inoles-
tias, lia phases ~ ã coiliplexas
o e tão tcimosailicii~cí'a~acs,que lnra cllas todas
as ~ e m p c r a t u ~ atodos
s , os gráos cle seccura, torios os climas, e os iiiais beni
calcrilados icmeilios são inefílcazes. Pouca pratica basta par:\ coniliccer bcin
csia tris~içsimaverdade.
N." 49.
ThBI.LLA BX1RAIllD.i DAS O D S E B V ~ Ç ~ ~ S ,IIEINEILEN,
DP R108TRhNn0 0 8 VENTOS QUII DOAIINAíiABI
NOS DIUFERENTES IIIEZIZS DO .kNNO.

Janeiro . . . . . . . . . . .
Fc~~ereira. ..........
l\i[ai.$o .............
Abril. .............

.............
N." 35.

T.4UELLA IIIOSTIIANDO .i POl{(:.A COJ1PARATIP.i ] ) O s VirS'l'oS NO FUNCllAI. B 14ii:I11(:0,


POR DEZESBIÇ N E Z E S , QUITRO DOS QUAES DESIIB JUNIIO A T SETEMBIIO
~
E l fiIACIlIC0, E?iTR.iFIIDA DA OBRA DE HOREBTO \VIIITE.

SIGNAES ADOPTADO6 PELO AUTIIOn.

O=Se~cno.
2 =Viracão.
5!=Vento b r a i i d o .
3-Vento fresco.
& d e l i t o forte, violerito.
8-TufRo iiiotlerado.
CAPITULO V1 1.

O quetemos já dita do clima e meteo~ologiado Fiinchal deve ser


bastante para nos fazer antever que ainda que cste cliina apresenta em
alguns dos seus elementos, e priiicipalinente na temperatura, uma igual-
dade e regiilaridacle muito cspeciaes, em comparaqiio com os outros eli-
inas, essa igualdacle e rcgularidUde nào sào comludo levaclas U. ponto ele
1150 l-iaverern variaciies n'esse c ein todos os ouiros elementos cpe coii-
stituciu o cliina, e do tempo ali ter uma estal~ilidaclee moi~otoniapcr-
mancnie. A idéa de uina ia1 imm~itahilidadc, a idéa inesrno de uma
primavera contínua aFfiigiria um certo niiiiiero de espiritos para cILiem
a varieclade é i-iiais do que um prazer: é uiiia necessiclacle. O clima do
Funclial oil'erece além clas variacões qiie acabâmos de rererir, e que i6
são mui sixfficie~itcspara 1150 inerecer o cpitlicio de inonolono, varie-
dades lias estacões c diflereiicas eiizre os aiiilos muito pronunciadas.
O cliina do Funclial ten-i uma csiacão luais cluente, e outra niais
fria; tcm cbiivas, trovoadas, algumas vezes venlos fortes, ternpesiades,
alluviões, e O leste; e tudo isto que não vcni todos os aniios em época
e mtacgo fixa, clue 1150 dura sempre o mesmo ieinpo, produz variacões
~iotaveis,c quebra essa supposla uiiiforiiiidacle c inonotoi-iia. 0s anrios de
1 7 4 9 c 1 7 50 fornrn siimmamente seccos, segundo Ilel~ercleii, No de
1 8 3 6 chovcii l ~ ~ u i tmais
o do qiie nos outros annos. No anuo de I 8 3 4
para 1835 liouverarri inais dias de chuva do que é costurne haver, nào
cahiilclo proporcionalil-iente uina maior quaiiticlade de agua ; a cliura roi
mais iniuda e alurada corno lios paizes do Norte, E111 1803 e 1842
houverarn terriveis alluviões. Alguns annos o ~reiãoé mais cluentc : no
de 1853 o tlieriiiornetro Ií soinbra subiu no mez de Setembro a S3". c
ein alguns logares a S5", o que é raro. Em cluasi toclos os invernos lia
dias ein que calic neve na serra e se sente algum frio ; no inverrio de
1831 para "182 nso caliiu neve, e no de 1852 para 1853 caliiu maior
qiiaiiticlade dc neve c10 q i ~ cein inuitos inpcrnos ailiecedeii~es,scntiii-sc
frio c o tlicrmomett+o dcsceu ein algumas noiles abaixo de 50°, c clic-
gou algiima vez a 45", o que tainbem é raro.
É certo que ali as csta$?>es~ U Oapi-eseniain aqiicllas grandcs (li%-
raiicns c notnvcis conirristes (10s cliinas dc mais alta laritucle, c cjiic dão
13
30 paiiz a s l ) c ( ~ ~ o s ~tiivcrsc~s.
iiui A Madeira, ou para rriellior tlizc~*,a parte
nicridio~ial da Maclcira, oridc est6 situado o Puiiclial, 6 serripre uin jar-
tlirn. Nem os frios do inverno, nem os calorcs do verão murcliam e sec-
catri a sua vicosa vegetacão; rnas assim mesmo passa-se n'essas dií'eren-
tes épocas c10 anno charnaclas estacões, algiin-ia cousa que rriuito I~ei-rias
caractcrisa: fenorienos menos proounciaclos do que em oulros raizes,
irias iacilmenlc sei~liclospelos naturaes. O iovcrno c10 Funclial será o
vcrão cle I,oi-iclres, pai-éin o residente ali pcrccbc a differeaca ciilrc as
duas es[a(:aes: Leinpcratura inliis baixa, ~ioitesinais frias, maior liuini-
dade, mais 'vezcs chuva : toclns eslas altcracocs caraclerisani pai-a. cllc o
inverno ; aiiicla (pie a eslac$o parela ao iriglcz receni-clicgaclo o scu
verào, e ao porlug~~ez do coiitil-ieiile o seu oiitono.
O iilveriio no Funclial C uma bella csiacão. Temperalura agrada-
vel diiranlc o dia, atinosphcra pela n~aiorpnr!,c clara, ou com 1)oricns
nuvens; vel-iios e cliuva niodcrados, c esta clc tal nioclo rcgulacla qiic
deixa intervrillos no dia, cin clue loclos, ainda mcsiiio os doc?nlcs, liodcrri
sahir 'sem incotnrnoclo; as ruas seccaildo coiii faciliclaclc. I? no iiivcrno
c~uc se coiiliece 11em a excelleiicia cl'csle clima, sobretudo rluaiido sc
compara coin iodos os outros imais coilliccidos c procirraclos; e esla é a
cstacão que clri, segunclo pensâinos, a graocle silpcrioriclaclc ao cliinn da
Ilba sobre os oulros climas, que no verão poclcr2o inell~ordispular com
a Macleira a sua preeminencia. Se alguma vez se clicga a sciilir frio, é
de madrug-ada ou dc iloile, e í'óila clc casa, a Iioras ein que os docnlcs
não clevem passear; c esses lneslnos dias rcpulnclos inais frios cin alguns
annos tem sempre muiias Iioras cle uina lempcratura agradavcl erri cpe
os doentes poclern saliir. Ha habita~õesgo Puncl-ial que pcla sua cxl~o-
sicão ou construccão ieein ii'csscs poucos dias cle frio unia i,cinpcilatura
inais baixa do quc sc desejaria e do clue couvcin: dias cln c[ue o íògão
acccso algunias lioras coin pouco lulilc, griiicipalnieiltc á noile, é agra-
davel, sobretudo para os liabitaii~es clo Norte. E o lume ainela lern a
vaiilagem de climi~iuire dissipar a hiimiclacle que no inverno póde haver
em algumas casas. I-Io n'cssa estacùo por vczcs urn venLo do Nordesle
meilos l i ~ ~ m i dcocle unia lemperalura fresca, c~iicc16 aos ii-idivitluos um
certo gr8o de ~'igore crlcrgia u ~ i l .
A iransicão do inverno para a primavera é 0rclinariamci.ile inscn-
sivel, parece a continuacão da rncsina esta$ío; enlrelanlo algumas vezes
ein afarco lia chuvas fortes, que clurain por dias com veiitos c10 (lua-
draiite do Ocsie. Esta eslaeão é suinil~a~ncnte agradavcl até ao fiin do
inez ele Maio, ri Lemperalura coriserltando-se ainda imuito inoderada. E
em geral é s15 em Junho cjiie nin certo niiwero de: clociites, principal-
iricnlc itiglczc~,julgaiii tlcvcl* deislirl a i1I1;i parli voltai. a Irigla~cr.ra, c
antcs cl'esse teiripo a muclanp pódc-llics ser iririiio cstrnnha c ~)rc~,j~itlicial.
O vcrão iio Funclial c111 algiins annos não aprcsenia grniiclc calor,
todas us circu~~lstancias que j5 riotfiinos atlciiuain o gráo de Leinperaturla
q i ~ cse podia esperar da sua latit~iclc;iiias apcsar tl'isso algiiliias vezes,
principalliicnte ein Agosto e Setembro, lia parLe mais baixa da ciclade,
o calor é inletlso e a humi(1ade conticla na atrnospllera a fivor d'essa
alta teinpcratura faz o temlio pcsaclo c ahafaclico, dcs:ilia copiosa tiws-
piraqão, e produz cffeitos clcpriineii~es,clue sc asseiiiclharn aos tlos cliuias
tropicacs. Islo só s~icceclediiraiite algiins dias, c cluraiitc alg~irl-~as Iioras
no dia. N'csta cstacào as failiilias mais abastadas da Ciciarlc c os clocnies
encontram no caiiipo, n pouca distaiicia, c cri-i hahiiacõcs c.uccllci~~cs a
tempcra~uracl-cic dcsc,jain, co~iEoi~inc a alt.ui1a ciri qiie as prloctirairi; c ali
se clcinoraril até ao firii dc Outubro, gosando dc i i t i i cliina aprazivel e
ailiei-io. ESLUl1articiilaridade que po~icosoutros paizcs podcsião apilcsen-
tal3, fcz tlizcr ao T l r . Hcineken cjrie não sabia se na flIaclci~~a n ver60 cru
ainda mais util parri os tlociltcs clo que o iiivcrao. Aiinos lla em c~ucno
principio de O u ~ u b r oo calor niio teai al~rniriclaclo,assini coino tainbkm
não e raro no clecnrso d'cstc inez oliscrvail cliuvas copiosas e fortcs Lcrn-
pcstacdes. Foi cin Ou~ultroque, como j6 dissenioç, ~ i ~ c r a rlopir n as grari
des alliiviões cle 1803 c f 842. P:issada a primeira 11ar~eclo outoilo em
c ~ i x otcm1'0 aprcsct~ta1,astai-itcs irregularidaclcs, o rcstu da estacão é
suavc c bcllo, c criira-se iiiseiisi~.elmcntceili uin invcrlio oiclii-iariatliente
delicioso.
Ern todo o decurso das cstacõcs ncin as arvores perclerarri as suas
follias, ncrii a vegclacào a sua vcrdiira, nciil os jnrdiris as suas flores.
Um cainpo secco, arido, crestaclo pclo calor rico sc ~6 no F~znclial. « Sc
(c n bellri discriliciio de ZIumero, cliz Uon*disli, d a Ilha Plieacia, onde i1111
« S~LICLO ~ oulro, uliia flor a oii.tila, eoin rica e iiifii-iila \:iric-
S L I C C C C ~a
dade, I'ossc applieavcl a algiirria IlEia ii-iotlerna, era ií lilia (Ia hlatlcirn.
))

As condiqòes ~antajosasc r~ccointnenclrivcisdo cl iiiia , qiic ac~biii~ios


dc eçtlidai, r150 dispciisam o esaiiic das o u ~ r a scoiicliqfic?; I~ygicriicnsque
11n0 (levem sci inci\os attei~diclasc~iiaiidosc pretmile a\.nliiit* roiii a pos-
it
sivel exacticlão todas as circumsiancias e influericius n que os cloentt3
ali vão estar s~ijcilos.
A cidade do Fuiiclial vista do mar, tem uin aspecto agradavel e
rison110. A brancura das casas mistiirada com a verdura c10 arvoreelo
das p r q a s e jardiiis, dão-llie uma appareilcia pitoresca clue aiilcla é real-
cacla pela allura das montanhas cIue llie serveli1 cle f ~ ~ n d oAs . graiicles
Ceiiclas que cortain essas inontanlias de alto a baixo, tainbem dividem a
cidacle até ao mar, dando á povoacão uma ieicão parlicular, e dcspcr-
taildo a leiiibranca das catastro13hes que as torrentes e diluvios lecin cau-
sado por vezes na Ilha.
Ro meio ela selili-circuinferencia clue liixita a cidade, jtí na cn-
costa da moi~tanlia, a vegetacão é mais abunc-lailtc e vigorosa, e a~siin
continha atd ao cume estendcildo-se iambciu para o lado de Lcslc. Uin
grande nuinero de boilitas casas e jardins clue se cncoiiiraili i10 sitio de
Santa Luzia, iilosira a prefcreiicia cpie jií se dcii ein oiilro leinpo tíquella
localidade, que inuito abrigada dos vcntos c10 Norte, coiiscrvx no irirlerno
uma agradavel e suave temperatura. Poréin essa rncsiiia \?egetacão, c a
abundancia d'agua que ali corre dão-lhc uin gr6o inaior de liuniidade,
do que ac~~ielle que se nota para os dois laclos da cidade cni igual ele-
vacão. A povoaqão actualniente icnclc a esleiiclcr-se pari o lado do Poente;
assim o demoiistrarn novas e exccllciitcs conslruccõcs: sci~docsla prefe-
rencia devida 6 salubridade do local, estrada cluc ali se está lanqando,
a melhor da Ilha, e B segurailca que lia de cl~lcacluclle laclo scrá pou-
padb nas futuras ini~ndacões.Ha cIiiemxi pense quc os escoantcs abertos
6s aguas na baixa da cidade para o lado do Nasccnle podem eviLar os
desastres c~ucjfi por ~ ~ c z ealis tem tido logar; mas esta conviccão i ~ ã oé
partilliacla pelo geral dos habitantes clue seinpre olliaiii coin algui~iI-cceio
1 ) ~ - aacpella localicladc.
A cidacle não tem cdificios iiitlito nolavcis conio riioiluincnlos liis-
toricos, neili recominendaveis coino traballios artislicos; as suas praqas
não se inctilcain por obeliscos, fontcs, e oulras clecoraqões; inas para o
caso de que se trata, a saliibricladc, cllas teein baslaale extensão para a
livre circiila$io do ar c bastantes arvores para offerecer um passeio
agradavcl c abripado. Duas d'estas pracas a cla Rainlia e a. Praca Aca-
deinica, situadas sobrc o inar, apreseiitaiii ainda essa atrnospliera rnari-
tima iii-iniecliata e pura para sei* respirada pelos clociltxs a cliicm é re-
commendada. As riias e cstradas aid certa distancia cla cicladc são cal-
p d a s coin basalto iniuclo; o pizo não é agraclavcl, c ao principio estra-
nlia-se, mas no seu injo genero podeni-sc dizer berii calcadas. Não tern
cin gcral n capacidade, nem a iiccessnria solidez para os vcl-iiciilos de
rodas usados nas cidades europêas, Irias tariilerri iiào teni poeira, e pres-
tam-se bciii aos inoclos de concluccUo cio paiz, os quaes tem uma admiravel
simplicidade pririiitiva. Eiii algumas estradas o angulo de iiic1inac;ão é
tal que ljar,cce q11e coiii clif~iculdaclese poderá \rtlilcer a sua s~ibida;en-
tretaiilo os vcliiculos ali usados, oii sejam pricliatlos Iior niiiinaes, ou le-
vados pelo lioiileii-i, vencem essas subidas coiii iim;i presteza e agilidade
csl~ailosa.Para descer cni alguiis cl'estcs ca~iiiiilios(11iasi l~erlxncliculares
(Caiiiiiiho do Moiiie) ha uilia esp&ie de IrenGs, que escorrrgam pelo scii
peso, e o trnball~odos conductores sí, consisle eiii dirigir e moderar a
rapidez da clcscida.
As liabiiac6es cin baixo esião accuni~ilarlas,priiicipallneilte no cen-
tro da cidadc i1:1 parte eni qiie lia iiiais viela c coiiiiiiercio, d'ahi vio di
vergiiiclo e separaiido-sc á proporção que 7.50 subindo, apreseritando então
disseminaclas bellas resiclencias cercadas de jardins. E ainda que ellas
estejam iiiaii; aggloiiieradas ila parrc inl'ericr e riiédia tl:i cidacle, c al-
guilias ruas sqjam esli.eiias e tort~~osas, iieiii por isso julgâmos que essa
iriesiiia parle ela ciclado se possa dizer insalubre; porcjue as pracas, lar-
gos e a pouca altiira das casas fncilitaiii suaic.ieillciilenir:eitciei a ventilacão e
as viracões alicrnaílas do riiar e terra coiisiaiitciiieiitc liiiipam e purifi-
cain a atiiiosplier~a, insinuando-sc por todas as tortuosicl~clesCILIC esse
I~airroaprcseiitli. A exposiciío da cidadc e l~oa,voltaela para o Sucloeste,
Sul e Sues~c,dispos~a eiii arn~-,lliùieatro,e iiào tendo edilicios muito
altos, (luasi lodas as lialiilacões e niiida lilesiiio as ruas rccebcm a luz
solar directa, e estiio clcfelididas pelas moiitaiilias dos veiitos f11ios do
Norie.
A 1msic,.ãoda cidade nas rnargeiis do mar não lein ali os mesrnos in-
conveiiienles que tern em outras partes: o rapido clec1i.c.e e descida das
inontaiilias, clue aiilcla coi~iiiiiiaclepois da entrada no mar, faz com que,
mcsino crn iiiaré baixa, niio Gclue clescol~ertaaqueIla extensão de praia
clieia de lodo e cle irnlnundicies clile c111 algumas cidades produzem ex-
lialacões dcsagradaveis e nocivas. Nas niargens c10 iiiar tambeni não se
cncoritrn ali o clieiro que as plantas maritiilias c n siia dccoinposicão,
ordiiiari;iiiiciiie deseiivoh~eni.A peqiiciia porcão de praia cpe o tnar des-
cobre ria \rasante é formada por ~~cclras, calliáos c até por~õcsde pe-
neclds basallicos, arraslados pelas lorrerites, :issriitaiiclo sobre arêa, que
em niuitas paries não é uisivcl.
As ruas eiii geral eslào limpas, porque as iliiiirui~cticiese residuos
das l~al~ilacões não são para ali lanpdos; liias as elos aiiilnacs clue passam,
não são tiradas com proinpticlào: circuirisiai~ciac111 cl!in o Iiabitantc da
Illin iião rclmra, clue o dc Lisl~oaíictio niuito ii;it~iral,tiras clue escanda-
lisa os estrangeiros. A limpeza cIa cidade faz-se (liiasi toda por carios
fechados que cornmunicarn com as habitacões e vào despejar no mar. A
disposicão que já descrevemos das suas margens, faz coin qiic este pro-
cesso não tenha ali os inconvenientes que tein em Lisboa. Uina grande
e hdispensavel q~~antidade de agua lava estes canos, e concorre muito
para o seu servico regular. Os bons arranjos corrcspoiidci~~es a estc ser-
yico nas casas dos particulares mais abastados, tarnbem indicani a ori-
g e i n civilisadora que os importou e iiitroduziu.
A agua na cidade c10 Fiinclial é ~iiuitoal~ui~claiite, e airiela mcsmo
no verão c oulorio sobra; pois cliie rnuilas horas corrcin as foiites sem
q u e iiinguem cl'ella se al~rovei~e. A maior parte cla que sc bebe na ci-
dade baixa, e ainda em boa parlc da cidaclc aIta é fornecida por cinco
bicas proxiinas 5 pilaia, por l~aisoc10 paiacio do governo, cin ab~iitclnncia
t a l que ate os niais pobres a podern o b ~ c senz
r dcspeza ou perda ele lempo.
A agna corre sempre sem grande coi~co~rcilcia de pcssoas que a pro-
curem, e niuitas vezes corre iiiutilmentc. Esla agua que passa por ex-
celleilte tem todas as qualidades sensiveis cluc se rcquercrn ein uiria boa
agua. Ni~osaaùeinos que haja d'ella analysc cliiinica conliecicla. É pcrí'ei-
tarneilte lfrnpida e fresca, não cleposita seclimei~loiiotavel nos vasos em
pile é guardada, não te111 gosto quc clcnuricie raizes vegctaes, ou predo-
rninancia de saes, cosc bem os leguincs, dissolve o sabão, coixxrvanclo
estas y~zalidaclestodo o atino,
Tra~ada csta agua coiti os papeis reageiitcs não os allcra na sua
cor. Faz i i t c ~ ipecjuena efl'crvcsccncia com o acido siilpliurico; pcrlurl>a-sc
ligeiranieiitc coin o azotalo de prala c com o oxslalo de aininoliia, c
aiiida menos coin o plios~tliatode soda clepois do oxalalo cl'aininonia; c16
uin pequeno preciljit;iclo branco coin o acclalo clc cliuinl~o, uma mui
ligeira ilebulosiclaclc pcla amrtioiiia, e fica inalteravel pelo clilorltyclrato
da bariyta, assi111 como pcla ~inctiiradc galhn, pelo fcrrocyanalo de 110-
tassa, pelo ailiiclo, pelo gaz s~ill>hyclrieo,c pelo aciclo oxalico. D'ondc
concluinios que esta agua não C acicla, nem alcalina, tein poiicas malcrias
salinas, tem poucos carbonatos, não tem sulplia~os,ferro, ioclc ou sacs
tne~alicosvenenosos, coiitéin clilorliydra~~os, principalunenle dc cal c ma-
gnesia crn pequena cluaiiticlaclc; e fiiialinenie que csta agua reune todas
as conclicões que a recornincnclam como uma excellentc agna para Ijcbcr.
E!?? Lishoa fizemos alguinas cxperidilcias coii~parativascnlrc csl:i
agira e a das aguas-livres, cliie lios deram os rcsullaclos scguiiiles. Tanto
u m a como outra agua foi colhida cl~~anclo tililia passado n-iui10 lempo
sem ter cliorido, c as espericitcias ioraiii Scilas ao rilesino ieiiipo com as
duas agiim, a teimperatiira esiava a 69" e o 11ai~oii1eti.ori1;ircava 762'".
1o:J

Areuiiiclro de Proiit

. --. .- . -..- .-.-

Li;;'i ~ i lI ~ e ~ . I ~ ~ ~ l ~ a ? ~ ~ ~
.- -- -. -

I i g ~ i r o l ~ r ~ ~ c i p i l O~ r~z~~ l r ~

hocialu d o chiiiiiliu

Furrcir,yniiaiii de pofnrrn

D'oiide concluimos qrie a agua do Furiclial das fontes de João Diniz


é rilais pura e contém menos sulistailcias salinas do que as aguas-livres
de Lisboa.
Ha aiiicla 1-13 cidade mais fontes de lioa agua e inuito acreditada, e
oillras nguas de c~~~alidacle iilí'erior c clc pocos que servem bem para usos
rrienos clclicaclos. Einpregam-se I m a r e g n , serrico ordiiiario clas tialita-
cõcs, rcscivatorios para fogos, eii lraildo por fim lios canos da li~iipem.
Miiilaç casas 110 Funclial teeiil agaa dcillro, iiluilo helil canalisada e dis-
tribuida, correilclo em todas as offichii~as,c lia casa cle l~anlio;co~nmoclo
csle CIIle ali é raro. No Fuiiclial c seiis arredores 1150 ha aguas es-
tagnadas que possam ser nocivas nos lialii taiilcs, Sorinaiiclo prezas e pan-
tanos, e claiido logar á clecoiilposicão vegetal miasinatica; por isso Lam-
l~cinali n5o lia sezties, c é nolrivcl qiic com as fortes correnles cpe 5s
vezes levar11 as ribeiras, e iiies~nocom a qaailtidade ordinaria de agiia
que ellas coiidilzern, cortando a cidade em tantas parles, conz vegelacão
abundante nos seus leitos não se forinenl aclucllas emanaqões nocivas quc
dizimam as povoacões ein oulros climas. O declive das i.iLciras, a rapidez
das correntes, a facilidade da vcntilacào que ali é inaior, como bem se
percebe nas suas inargeiis, e sobre as pontes, talvez coiicorrarn para dis-
persar esses miasinas, se ellcs existem. Outro tanto dizemos clas levadas:
grandes massas de agua cpc, vindo clas inoiltailhas, co~iduzidaspor meio
de aqueductos, ein alguns logarcs obra de m~iitotcmpo, paciepcia e des-
peza, formam uni sjszema precioso de irrigacão qiie coiicorrc podero-
samente para a riqueza cla producciío e que podcria dar a oiitras parles
da Ilha unia fecundidacle adiniravel se fosse levado até onde devera ser
por traballios li~clraulicosbem eiltclicIidos. Nas praias tainliem não ha
as aguas do mar cstagiiaclas, que não são menos prcjucliciacs com uina
vegetacão putrlcfac-la. Esta iriiiocuiclade das agiias dá aos l~al~i~aiitcs uma
eoafianca tal que 1-120 é raro ver tanques que poucas vezes se linipam,
clieios de limos c de agua lodosa; circi~ms~ancia que apesar dc parecer
não ter tido até agora 11111a acção nociva visivel, é cointudo para desejar
que se evite.
As Iiabiiacões ria paite mais antiga da cidade não tcm uina appa-
rencia cjue pi*cvina muilo cm seu favor: rcconliece-se ali o eleineato pri-
m i t i ~ ~ oÁ. roda d'csse nticleo vào appareccndo já construc~6essimples,
mas coinniodas, inistiiradns aiiicla coin outras trislcs c inforincs. Final-
inente ~ilaispara a circuinferencia ha casas elegantes com todas as cxi-
gencias cla civitisacão actual, pcrfeitnmeii~emobiladas, coin boa visia cle
inar e terra, e cleilunciando o outro cleriie~itocivilisaclor cliie veio depois,
em época jfi ~ n n i t oproxin~aa nós. Não lia ali palacios iiem arcliilccturas
iniiito estudaclas, mas lia habitacõcs inoclêlos cle gosto, c de aceio; e
d'eslas lia irrilitas 110 Frinclial, em dihrente escala cle forluna. Este
gcnero ílc coiislruc~õespara a classc i-iléclia está ali incomparavclinen~,e
mais adialitado do qnc cin Lisboa. O risco cxlerior, a dis~ribuiciíodo
cdificio, as escadas, o modo de conslruccão, o traballio clos maleriaes,
o acabamento de cada iiina das partes, a inobilia, tuclo inoslra iIin goslo
c intelligencia já muito apurados, e sem ornatos pesados e inconse-
quentes qiie mancliariam aquella inui nobre siinplicidaclc. N:io ser6 pre-
(siso dizer qiie eslc gosto não foi itnportado de Poitiigal, ondc cllc não
csiste.
A venlilacão das casas é perfeila e facil, muitas teein aprazivcis
,jardins que as cercam, e janel'tas para diiferentcs laclos. Ein algir~naslia
cliainind iia sala, nu casa de jantar, para scrvir n'csscs I~OIICOS dias em
que se selite algu~rifrio, para corrigir a hurriidade, ou ainda para satis-
fazer o desejo de alguns doentes e familias estrangeiras. Entretanto é
preciso confessar que a par ''estas mui agradaveis e commódas hahita-
cões, e ainda no centro da cidade e de mistura com ellas ha pequenas casas
pertencentes á ultiiila cIasse do povo, em clue se observa a pobreza c des-
alinho em toda a siia fealdade, e inais para o calnpo em muitos Iuga-
res os trabalhaclores e suas familias vivem accuinulados em miseraveis
cabanas ou elioças de palha, em que se niio encontra um unico traste,
e que i~ósnão íluereriainos para recollier os nossos ailimaes. Se um hello
clima, se o grande espaco de terreno em que estas tristes e immundas
liabita~õesse aclian-i clisserninadas podem contrabalanpr os males imine-
dialos c~uecleveriani resultar de tal infeccão, nem por isso estas causas
de i~isalul~ridade, juntas com outras que sempre as acompanham, deixam .- -
de i r niiiiaildo a cons~ituigãoe a saúde, deteriorando a rasa, dando-lhe (11 - '
' :
fóilrnas iiieiios vantajosas, preparando-a para molestias geraes, para u y , ,, ,
3
'
)

.i
I

vell-iice prematura e para uma esisiencia niais curta. , ."r


./ .,
-\ j* I
Coniinuanclo aiilda no exame de outros pontos que podem ter in-
flueilcia sobre a salcibriclade da cidade vemos, clue se alguns d'elles niio
eslão no pé que seria para desejar e mesino para esperar, estão cointudo
cin cstado de não podcrerri infl~iirde uma maneira damnosa na saíidc
dos habitantes.
Os hosl~ilaesda cidade são o hospi~algeral, o dos Lazaros e o liospi-
tal mili~ar.O liospital geral 6 uin cdifleio antigo, construido logo clesdc
a sua fundacão etn 1685 pnra esse mister, mas resentindo-se da época
em que foi edificado. Esi6 situaclo na principal praca da cidade que i
inuilo frcquen~acla como passeio, onde os l ~ a b i t ã n t sse demoram e até
se assei-itain mesmo defronte das jancllas, cjuasi sempre abertas, do dito
liospital. O cclificio corre de Leste a Oeste, e é ventilado pelo Norte e
Sul. A sua ventilação tem a simplicidaclc primitiva ; irias a suavidade do
cliiua 6 lal que os cloentcs deitaclos ila cania e com as janellas de iiin c
oulro lado abertas não se c o i i ~ l i ~ ~ nnem i n , parecern coii-i isso iricoiriii-io-
(lar-se. Além de iIina construcção originariamente viciosa, está precisando
de granclcs reparos que nunca farão d'clle o ecliíicio simples, ~iiodcstoc
conit-iiodo clue devc Ler lioje a ciclade do Puaclial. H a annos tratavam-se
ali oileiita e mais cloentes de todas as inolestias; lioje, tendo diminuido
consicleravelineii~eas suas rendas, por inolivos que são bem para lamen-
lar, ]nas de cliie nos não occupareinos porque são os que figuram na
his~oriageral d'estcs estabelecinien.tos ern Portugal, cslrí rcduzido a po-
der só tratar quarenta ou poiicos mais; e o seu moviiiiento ai-inual c~uc
chrn dr i i ~ i ldocnirs, pn~qou n s r r c l r cliratrocriltos a cluiiilientos; iIiiinero
I4
muito inferior 6s precisões da cidade, e da Illia; porquc ali ahluem docn-
teç de toda ella. Esta falta é até certo ponto remediada dmclo-se consul-
tas e reinedios para os doentes de fóra; mas ainda assim, ella deve ter
uma influencia desgracada na demora do tralainento c na maior morta-
lidade na cidade, e deve ter concorrido poderosamciite para a propagacão
das molestias syphiliticas, que ali tem totnido proporcõeç tão dcsusaclas,
clue deveriam desafiar especiaes clas autlioridadcs. No meio
de tudo isto, os doentes recebidos no liospital são bem tralados por fa-
cultativos habeis que &fazemq~iantoem si cabc para atenuar as fal~as
que.rcçnltarn da escaccz de meios, que ás vezes clicga a peiiuria. Assirri
este 'm6o astado pecuniario do estabelqcimenlo ainda 1150 vai no ponlo de
o tornar infecto e nocivo ií salubridade piiblica; porqiie a adininistracão
tem tido o bom senso de não accuinular os doenles c cle proporcionar
o seu numero 6s forca: d o cofre, .e os faculralivos tccin sempre cm vi-
gor. as medidas bygicnicas que convém para obstar 5 infeccão A casa
de deposito de mor.tos e a de disseccão eslão c n ~boa ordcm, e nas enl'er-
marias durante as nossas visitas não perccbe~nosJieiro infecto, ricm lia-
viam febres graves, gangrenas de hospilal, etc. só haviam alguli-ia,~diar-
rheas; e osidoentes n ã ~ ~ t i n l i a m
a apparencia dc marasmo ou eachcxia
que os hospitaeç insalubres ordinariamente dao. Se algum dia sr? pcimlcn-
der reformar ou reconstruir este Iiospital, clue muilo o precisa, scri me-
lhor e provavelmente mais economico fazer em local apropriado uirra con-
struccão nova, conforme com as idéas que 110,je 11a sobrc similhan~escdi-
ficios, e em que a triste sorte dos alienados seja tambcm allciiclicla, c
deixar aquellet para casa da camara, ou para tribunacs c rcparliqões 11u-
blicas, para que convida a sua posiqão, c para cluc pódc mtii~olicm scr
applicado. Toda a despeza que se liaja de í'azcr no acha1 cdilicio não
emenda o defeito principal de estar o hospital situaclo na rncllior ]?rara
publica, e não lia de fazer de similliante construccão um liospital corno
o Punchal deve ter.
O hospital d e S. Lazarq col1ocado no sitio de Santa Catlin rina, ao
Oeste da cidade, é uma pequena e antiga casa destinada a rccollier doen-
tes atacados de elephantiase, e sustentada pelo inunicipio. Contém vinie
e seis doentes pouco mais ou menos, dc a~nhosos sexos e de diçfcrcn~es
idades, e já tem asylado mais clc trinla c c~uatro.Ali acliain caso, cama,
aliinenio, assistencia de facultativo e rcrnedios. O Gni principal cla insii-
lu i ~ ã oé recollier os doentes affeciados d'esra tcrrivcl enl'crinidaclc, cujo
aspecto e convivencia t! repugnante aos outros, tornarido assi111 lanil~ern
a sua s i t i i a ~ omenos penosa. O edificio como objecto dc nrtc, a-pcsar de
ler sido dc seu priilcipio destinado para estc fim,6 dc pessin3a c irisigrti-
ficaiite co~istr~ie(;ào.& liem veiirilado, porque seiiipre é possivel ter as
jailellas, ainda qiie pecluenas, abektas, c reune as principaes condiSões
de salubriclade. Nio eiicontrhmos ali cheiro nenhuin infecto, posto clue
na divisão do sexo feminino os re~artimentose cortinas, que desapprovi-
~IIOS,poclcriam muito coiilribuir para o haver. Os doentes ali asylados
recebcin uma alimenta$io .suf~fierilcè saudavel, c alguns re~nediospal-
liativos ou outros, para combater os symptomas mais incommodos da mo-
lestia, ou cle doencas interciirrentes. Uma boa parte d'elles pertence.a
Lombada da Porila do Sol; mas ali1entram de varias partes da Illia. A
rnolestia, liereditaria em bastantes casos, nunca ali pareceu contagiosa.
Tciii-se atlril~uido3 rhtí qualidacle de alimentos, ao peixe salgado, e prin-
cipalmente ao ii~hamc,cluc iiutrc ern alguns lugares os habitantes pobres
da Ilha clurante tres ou cluatr.3 m&& no ahno; porém 1130 lia aqui, como
1150 lia c111 outras partes, regras bem estabelecidas sobre a etiologia cl'esta
inoleslia. Lambcin se não Lem feito n'este hospi~al, com os diversos re-
i~iecliosrecommeridados para ella, as ~entativas, infructuosas
mas louvaveis, que ge tcm feito em outras partes. Nos vinte e seis doen-
les cli~eol~serv~tnos liavia, em uns a fórniri tuberculoç'a bem caracteri-
sada, cliegando á leonliiia, em ou~rosa forma bem clara di: gafeira, e
em irrn acháinos a clepliaiitiase dos arabes em ambas as pernas. Nào 01)-
serváinos ali na elcplian~iasedifleren~ad'ariuillo que temos vis10 em Lis-
boa no hospital de S. Lazaro. Na occasiao das nossas lis si tas niio havia
doenlcs corn inolcstias inlercurrcnles, todos estavam cle p6, e pareceu-lios
cluc o estabelecimeiito sem se poder cliamhr bom, B cointudo sofrivel,
ou pelo rneilos está em boas condicões bygienicas para nào comprornet
i.cr a saúclc publica, e preenche o fiin principal parasque é deslinado,
dc rccollier os infelizes atacados d'acfuella liedionda enfermidade, aflas-
taedo dos olhos do publico tão triste ~speclaculo.
O Iiospital militar é aqui corno ein algumas outras partes, um po-
bre cs~abelccimenlo;mas o local e euposicão excellentes, um facultativo
zcloso e intclligcnte, e a idadc dos doen~es,compensam até ceri;o ponto
4

o que falta nQ edificio e nos meios destinados para a sua rnanutencão e


scrvico. A posicão em uuna propriedade 'do estado faz leiribrar um bello
e mais amplo estabelecimentb de clue eni outra occasião fallaremos e que
teria por fim receber e tratar os militares mandados cle Portugal ame-
ctados de molcslias pulinonares.
Uma nova inslitui~ãode caridade se estabclcceu ulliinaincnte no
Funclial, de espccial inleresse para a sciei~cia e da rriaior utilidade para
o l~ilslico,o liospicio da Princeza D. Maria Amelia: monumenlo de sau-
tlosa iiirmoriri rl:i virtiiosa Princeza, e da piedade e illustra~,$odo Sua
n
Mài, a Iriiperatriz do Brasil Viuva, Uuq~iezade Braganca. Este liospicio é
destinado a tratar doentes aflectados de tisica e outras molestias puln~o-
iiares chronicas, que ainda possani ter esperanca de melhora. Kcccbein-se
iião só os Iiabitanies cla Ilha e brasileiros a8ectados d'essas molestias,
mas tambem aquelles que a Angusta Fundadora c~uizermandar de Por-
tugal para ali sercin tratados. Collocado em uma bella c elegnte lia-
bitacào com todas as condicões de salubridade, provido ampla e gencro-
samenle c10 material necessario para o tratamento e uso dos doentes, sus-
tentado á custa ela inesrna Augusta Senhora, e confiado aos cuiclados ilie
dicos cle uni dos praticos rnais l-ialieis da Ilha, o Dr. Antonio da Luz Pitta,
reune todos os eieincntos de prosperidade. Este estabelecimenio ainda é pro-
visorio, e será substituido por outro erxi edificio de coiistruccão mais pro-
pria e em local que possa melhor salisfazcr toc1:is as exigencias do traia-
mento de taes inolestias.
O asylo de mendicidade e um dos mais uteis e recommendaveis es-
iabelecimeritos de caridade do Puncl~al,deviclo principalmente ao zêlo in-
fatigavel e esclarecido do seu excellente governaclor, José Silvestre Ribeiro,
cujo nome anda ligado a todos os melhoramentos notaveis que ali se tem
feito nos ultimos annos. E mantido por uma prestacào da camara rnu-
nicipal, e por s~ibscripcõesde pessoas caritativas. Crcado na occasii'io da
grande calamidade que affligiu aquelle povu ern 154 7 em consecluencia
da molcstia das batatas, foi uma das providencias que o dito governaclor
ci-ril tomou para acudir e remediar á affluencia de mendigos que ent5o
concorreram á ciclade. A idéa agradou e ficou; mas o estabelcciinento
apesar d'isso já tem passado por grandes difficuldades pecuniarias; e se
não fora o zêlo c caridacle do seu fiindador, a Madeira estaria Iioje pri-
vada de uma iilstituiciio que lhe faz honra. Esta casa recollie inendigos
elos dois sexos e de diversas idades, em nurnero cle cento e cincoenta a du-
zentos, e mais; teem ali haliitricão, cama, alimeiitos e tratamento nas mo-
lestias. O edificio está situado em urn local excellente e muito saudavel,
no meio dc uma extensa horta, tem janellas gancles e bem rasgadas para
todos os lados, ein uina posicão elevada e bem arejada. Niio danclo o ecli-
ficio como u m bello modêlo, julgamo-lo comtudo muito suficiente para
o fim para que é destinado. Os pobres cullivarn a horta, fazem o servico
do estabeleciine~ito,entreteem-se em alguns aulros trabalhos, como o de
fazer cordinhas c tecidos grossos que ali mesino se vciiclein. Tem uma
escola de rapazes c outra de raparigas. E não sabe~nosque liaja um esta-
belecimeiito d'este genero que preencha tão bem o seti fim com inais
economia e com menos empregados. Todo o ser-\li0 se faz com os mesmos
pobres, c com uiri só empregndo bastante intelligente cjiic rcccbe u m b c n ~
tiiodico 01-clenaclo. A co~niiiissàoadministrativa c o seu actual adiiiiiiistra-
dor, D. Jorge da Camara Lerne, a cujo zêlo a instituicão muito deve,
servein só por effeito de caridade e amor pelo bem publico. Com mais al-
guns recursos que se applicassern a completar partes secundarias do edi-
ficio, e que o fornecessem melhor de cainas e roiipas, dariamos este es-
tabelecimento como um rnodêlo simples e rnodesto clue se poderia aclo-
ptar em cidades de segunda ordem, e que poderia ainda servir nas cida-
des P O ~ U I O S ~como asylo parcial de districto, bairro o11 parochia. Ainda
o apresentarianios como uma prova do quanto é possivel conseguir com
uma vontade firme e esclarecida, sem essa grande quantidade de einpre-
gados que sào o cancro roedor de tantas institiiicõcs, e que as impossi-
bilitam de poder satisfazer o seu objccto. Este asyío além de servir d e
abrigo aos mendigos, preenche ainda outro fiin nio inenos util, ainda
rllie nicnos estenso. Ali se recoll~empessoas que saliiildo das casas em
qiie cstào servindo, ou do hospital em que se acabam de curar, ou que
por outro qualquer mot;ivo nào teem pousada nem meio de çubsisten6ia,
até acliarem occupaciio o11 trabalI~o, sem se l a n ~ a r e mna degradacào de
mendigar por portas. Este eçtabclecimento não só não é iloci~oá saude
publica, mas prevenindo ,a inei-idicidade, concorre para a salubridade da
cidacle, evitando focos de infecciio, de molestia e de immoralidade, que
ordinariamente se encontram em todos os lugares onde os indigentes se
accumularil se111 disciplina.
A prisùo da cidacle nãio é urn edificio primitivamente construido para
esse rim, tem a Sórma geral e disposicão de uma casa particular ordi-
naria a que se deu aquelle destino e applicagão. A siia posicio na parte
iriais populosa e freqticntada da cidade, cercada de habitacões, e commu-
nicando livremente c a toda a hora com a rua, não é a propria d'esta
ordem clc estalelcciinentos. Isto não pôde remediar o j5 cilado governa-
dor civil, mas fez tiiclo o que foi possivel n'aquelle local em Leneficio
dos presos e da salubridade publica, e eltes estào cm coildicões hygienicas
~iiuitotoleraveis, e scm cousa alguma que possa por esse Iacio aggravar
3 sua sorte, ou ter o caracter, ainda mesmo leve, de tormcnlo. Na oc-
casião da nossa visita, que não cra esperada, n3o havia ali clieiro algum
infecto, todos os presos nos apparecerain cin boa saúde, sem signacs do
estiolamento, que as prisões infectas, mal ventiladas c mal esclarecidas
dão aos seus Iiabitadores. Nào havia ne~ihumdoente. O qiiarto deslinado
para algum preso incommunicavel, por motivo de discipliria, o,i por ne-
ccssidacle do proccsso, é igualnicnie cspacoso, claro e ventilaclo por uma
grai~dedaneiia. A parte inferior da prisão ao nivcl da rua cotisider~trnos
rtós como pror: deve scr liuniida, c l~oncoventilada para o firndo, e 6 a,
uiiica do edificio de cuja sali~bridadeduvidiiilios; airida que a cxpcricirci;.r
não tem revelado nada a tal respeito. Esta parte B a geralmente dese-
jada e preferida pelos presos; e para alguns seria uma vercladeira priva-
rão e castigo o muda-los para outra inellior da prisão. A posicão ao
nivel da rua dá-lhes livre communicagão pars fóra a loda a hora, c os
que trabalham acham faciliclaclc de fazer as suas vendas e negocios. 0 s
presos pobres são alimentaclos 6 crista do gowrno c do rnunicipio coni
uma alimentacão sufficiente e saudavel. Apcsar dos csforços e,diligencias
que se tem feito para inelhorar esta prisão e c10 muito que se tem con-
seguido, é certo que aquella cidade deve ter uma prisão construida de pro-
posito para o fim para ciue é destinada, em local mais proprio, e coni algu-
mas outras condicões que no aci.ual edificio não é possivel ter : maior cspaço,
algum pateo para os presós ssoliirem ao a r livre, casas de banlio, de lava-
gem, de trabalho, enfermaria, c outros commodos clue se reputam hoje coin
muita razão essenciaes para a salubridade e policia de taes es~abclcciinei~-
tos, ainda os mais modestos, e que nào aspiram ao titulo cle prisão-modêlo.
O ceiniterio catholica está sitiiado no silio das Aiigustias, e não só
nos pareceu bem collocado, e perfeitamente ventilado, mas a16 crclrios
que póde considerar-se como um bom modêlo no seu genero. O gosto
sirnples e severo do portico e lia capella, o silencio e decencia c[uc ali
reina no meio dos tumiilos ornados com plantas f~inelrese proprias do
lugar, o cgpreste elevando a sua rama ~risle,e pyramidal, inspiram erri
todos o sentimento do lugar, e a lembran~aclo que se perdeu, ou c10
que tem de se perder. Os cen~iieriosdos inglezes são muito iriieriorcs
a este, a escolha do lQçal niio foi feliz, o espago é pcqriciio. Não direinos
que a saúde pulilica soífra par ora com isso, ]nas não tardará muito o
rnonicnto em que seja preciso escolher outro local mais elevado, mais cs-
paqoso e mais retirado para similhante fim. Se a cicladc se esiendcr
s o b e o lado do Poente, para o que parcce liaver tendcncia, o ccrriitcrio
das Angustias vir6 a ficar dentro da povoação, e será cntão preciso pro
curar outro lugar mais afastado para o siibstituir,
A cidade tem varios mercados para fructas, hortalicas, peixe, avcs,
eic.; conservam-se com bastalite meio c cuidado. Um d'ellcs, ialvez o
iiielhor, c que está bem situado, é o menos procurado; os vencledo~~es vão
antes postar-se junto ao mercado do peixe o matadouro, apesar das dili-
gencias que se teni feito para lhes dar outra dii*eccão. E provavel CIUC o
inunicipio tenlia de abariclooar o primeiro local, c de fazer uma nova
construcciio rio local desejado, que eni todo o caso deverá Gcar em dis-
tancia tal do matadouro que o bom servico de ambos, e as coiicliqcics hg..
gicnir;is e policiiios sejnni riiaiitidas,
Acaba dc sc abrir uni novo matadouro jiinto ao rriercado do pcixc
que nos parece de bem adequada c propria construccào; nfio grande,
mas commodo, feito com arte e intelligencia; deve preencher bem o seu
fim, reunindo todas as condicões requeridas de salubridade, e sobretudo
sendo perfeitamente ventilado e tendo agua com abundancia para :i liin-
peza. Talvez alguein o desejasse ainda mais affastado das liabitacães e
com mais capacidade para ali se poder fazer a lavagein das visceras, a
primeira limpeza dos couros, e derreter o cebo; isto a exemplo de outros
bons estabelecimentos d'esta ordem, e com o receio de que essas opera-
~ õ e sse vão praticar em outras localidades da cidade em que possain ser
nocivas. As infoorma~õesque tivemos a este respeito nos fazem crcr que
esses inconvenientes por em quailto não existem. Fóra d'isto, este novo
cstabeleciinento é bem calculado para o serviqo que deve prestar, tendo
lodos os meclianismos proprios para facilitar o trabalho, não apresentando
cousa alguma que possa coinpromelter a saúde publica, nem mesmo in-
commodar as habitações mais proximas, se se mantiver a policia quc
taes estabelecimentos dernnndam.
O Punchal nào é uma cidade maniifactora, no sentido em que esta
expressão hoje se toma, basta lancar os olhos sobre os seus cdificios, ainda
incsmo de longe, para conliecer que não existem ali aquellas grandcs in-
dustrias fabrís, clue pelo emprego do vapor, ou por necessidade de allas
tcmperaturas, corrompem e infeccionam o ar. As suas í'abricaccies sgo
inui liinitadas e reduzem-se a fabricar velas de cebo, refinacão d'assucar,
curtumes, distillacão de agua-ardente, estufas para melhorar e preparar
os vinhos, fornos de cal, e outras industrias em po111.0 pequeno, traba-
1110s individ~~aes e isolados, alguns mui curiosos, mas que não exigem
nem grandes inotores, nem altas temperaturas, nem agentcs deleterios.
O con~bustivelgeralmente empregado nos usos cullinares é a lenha e o
rnatto. Imporia-se muito carvão do pedra, porém é corno deposito para
l'ornecer os muitos barcos de vapor que ali o vão procurar. A illumi-
riacão da cidade faz-se com oleos, e niío apresenta inconvenic~itealgum
para a saúde.
As culturas que se fazem no Funchal ou nos seus arrabaldes não
só não Lein uma influencia nociva sobre a saúde dos habibantes, mas, pelo
contrario, muito contribuem para a pureza do ar, e para a sua fres-
cura; os jardins que cercam muiias casas e as pracas guarnecidas cle
arvoredos, deixando grandes espacos sem habitacões e conservando estas
separadas com grandes intcrvallos, Cacilitain a ventilacão e d8o aos lia-
Il,ila-rites a possibilidade de poder passar uma boa parte do clia e mesmo
483 noiie 20 ar livre. Nos jardins 1x1 haslante cuidado em nao aprloxirnar
das casas as a l ~ a splaiitaçòes que iiiterceptarii os raios solares c e1itn.c-
teem a humidade. Além d'is~oas culluras que se fazein na Illia não
&o insal~lhrcs; mal. dirigiclas, iião se tira d'ellas o proveito que uni
paiz ião facil e variadamente productivo devia dar: culturas exclusivas
repelidas no mesmo Lerreno scrn alternativa nem descanço, proccssos
atrazados, pouco cuidado lia escolha das seinentcs, pouca diligciicia lia
creaqão dos fructos, muita coilfianca na natureza c bondade do solo, al-
guma preguica, tudo isto tem lançado este paiz lia pobreza e na mise-
ria. Mas sc estes usos, juiitos coin uina IegislagUo agricola pouco favora-
vel ao progresso cla agricultura, vão prodiizindo leiiiamcnte as suas Iegi-
timas coi~sequencias, e lançando na desolação c na fome uina grande
parte dos seus liai~itaiites, e em grandes einbaracos os oulros, cluando
a c u l ~ u r aexclusiva falha por uma d'essas cpiclemias vegelaes que s30
tão coininuns por toda a parte, não se póde dizer que qualquer d'essas
culturas usadas na Illia incsnio coin os scus máos proccssos seja insalu-
bre para os habitantes ou para os cultivadores. As ciilluras mais geraes
das diversas especies de balatas, do inhame, do milho, do trigo, da. vi-
nha, do café, banana, etc. não aprcsentain nada que possa scr nocivo.
As culturas e traballios agricoIas ein aguas estagnadas, coino u do liiilio
e do arroz, aqui só se tein feito cin poilto tão pequeno c[ue apcnas tein
servido para ~eriiicara sua possibiliclade e a disposiçào do [.erreno e do
clima para as rcccber Bem; mas não tem cl~egadoao ponto de se poder
apreciar a sua a c ~ ã osobre os cultivadores. Nos traballios de fabricacào
e preparacão do vinlio que coiis~itiiciria parte mais importanle da ri-
queza da Illia, não ha processo algum c~uc,caulelosainentc ciriprcgado,
se possa reputar iiocivo. As grandes arrccaclacões de vinlio c[ue sc friern
na cidade por debaixo das liabi-~açõcsteein feito lembrar algurri incon-
venicnle que as einanacões alcoolicas podem tcr na saúclc; tnas como
essas casas servein, pela maior parte, para dcyosilo, e muilo raras vczcs
o vililios, o chciro cluc ali se cncoiilra, c que os
p a r a p r e ~ ~ a r q ãdos
liabitantes cliegam a achar agradavcl c suave, não pódc Ler influencia
nociva; tanto mais quanto a maior parle das vezcs se não senle sul~c-
riormcnte nas Iiabitações. Se em algumas d'essas casas sc íizesscm ira-
hallios com o vinho, inistiiras, lolagões, clarificaqões, clistillações, etc.,
que podem dar cxhalac,ões inais atiiraclas, nós a não aconselliariarnos para
doen Les.
Nas al~egoarias,curracs, c casas de clualquer oulra denominagão
clestii-iadas para habitacão ou crincào de aiiiinaes, não virnos ali nada
que se poss"ulgar nocivo 6 saúde publica; não porcliie esias conslruc-
qõcs sct,jaln as mais aptas c esiudadas para o scii fim, inas porrltlc! sc?
adiatil scliai'adas, c ciii boa tlis~niicia(Ias liali~açficsclo Iioincin, c por-
que a boildade do cliii-ia 6 tal (pie 1)ermiitc quc cllas scj:iiii esposias c
vciltilndris por iodos os l:idos, de nlodo que os animaes vircm clunsi ao
ar livre. As epizootias são ali raras; c os aiiiniaes só peIas coiidicõcs ia-
vornveis do clima eslão iscnlos dc inalcs clac c111 O L I L ~ ~ S11arLes com
granrles cuidaclos e inuito cs~i~clo se 1150 te111 consegiiido cvitar.
Os nliincntos no Funclial são em geral de 11oa cjualicladc, c em totlos
03 gcncros dc aliii~cn~acão se podcin acliar coiiiitlas sairda-\.eis, ei~coiiti~anclo-
se tarilbcrn alirricnlos finos e dclicndos: a iliesn póclc ser iriuiio ~rai+idn.
As cnrilcs são succ~ile~itas, c conio as inelliorcs dc c[ilc. se faz uso na Eu-
r o p q 113 al~undai~cia de pcise, todas as fructas da Europa e dos cliilias
iropicacs, e liorlalicas escc~lc~iles cin todas as estnqõcs. Sci-rclol ~ r cFO
I ~ icorn
.
tuclo confessar cliic as fructas e Iio~taliqasde qunlidadc siipcrior nào são
a rcgra geral; a grande al~ui~dnncia é da feiucta c lioi-talica dc scgurida
c ~crccirac~ualidade, as de primeira são coilsidci~adas coino 01;jccto dc
luxo. N'csle ponto lia ainda inuito que emcndnr c quc al)cl.fci<oar; a pro-
duccão c~ucé al~ui-idan~e, seria escellente por pouco íluc a culrura fosse
inais 1)cni dirigida. A Facilidade de eoiiirn~iaica~ões clilc lia Iio,jc e0117 o
Puuchal la1711,ern coilcorrc para quc se possam transportar para ali os coin-
inoclos c especialidades dos outros paizcs.
A alimei~iacàoda classe trabalhadora, e soLre~uc1oda classe pobre
iião é substancial: algu~iipeixe salgado, a batala, o iilliaiiie, o milho, fci-
Jões, abobora, couves, constituem o seu principal suslenlo, poucas vezcs
Lc~noccasiao de usar de comida animal mais substancial. O sustci~lodo
pobre faz-se c0111 i~nladcspcza sumalaincilte 1)eyuena;. c assim mesmo
n'es~cclima ~ ã feeitil
o c abeiicoatlo da Provideiicia ~cm-seiiioi*ridode fome,
c ha iiiuilos dos seus Iiabi~ailtestrnballiadorcs que vivem cni irma c h o ~
de pallia, sein ler uizi sU trastc c coiil iiin vestuario inui prosimo 5 in-
dcceilcia. Ern o armo de 1 6 4 7 em clue a molestia clas batatas iirou
aos pobres llrn dos seus cost~linadosaliinentos, as rnolcstias c a riioi3Lan-
dadc q ~ i cinais ou incnos directaincn~ed'alii resultaram foram inui~o
granclcs.
Quando se coiiipara o bellcza d'aquclle cliina e a fac,ilidade da csis-
teilcia ali com a exlrema riliseria dc uin boiri nriincro clc seus Iiabiian-
ecs c11ie ~ c n lap~iílãopara o tra1)alho. Quando ao lado de lanlas Iiabiia-
~ õ c sclcgantcs se veeili oulras cla iilliii~amiseria c fdtas dc ~ u d o ,c~uailclo
sc obscrva irrn paiz da niais variada I'ertilidaclc cluc procluz os iilirnos dc
lodos os cliirins e as rnaterins primas dos coinrriercios rriais Iucra~ivos,
reilnindo todas as producc.ões da Europa e dos tropicoq, com irma posi-
(;5o gcograldiica, sci-ri~ ~ r ciinjmrlanl r, e liqg't. qiiasi iiicliri~~cnsavcl1)ai.a a
13
i~;~~cgac$ão por vapor, clile ~cccbetodos os anoos iiiais tlc 1rozi:iitos ri:i
vios, cltic é prncuraclo iodos os iinnos por tcczeiitos ou cjuatrocciilos rs-
irangciroç, por luotivo clo clociica, ylie ali v50 b~iscaro sei1 i.ciiicdio c
cli~edeisani soiiiiiias coifiidcraveis; e cluando ao iiicsiiio icmpo sc vê que
eslc paiz assini cloiaclo iialtireza 1150 póde dar iitila coiidicão ~iicrios
miscravcl c degraílaii~ea uiii graritle iiuiiieilo cle seus habitaiilcs, pcrcebc-
se que dcve haver 11111 grande erro cjue esl-ilic~uccsla tcrrivcl coiiliatlic~5o.
O paiz que pócle enriquecer r i i i i grariclc iiuiiiero dc casas iilglpzac;, não
~ C ~ I iiieios
I para alimeiiiar e dar os mais siuil,les coi~i~iioclos cla vida a
lanloç dos ~ C I I Slial~itantcs!Uni paiz clirc teri1 as S L I ~ Scslsudas, OS scus
a(~ucd~icios, os seus cliclues por fazer, as suas cultiiras por iliclliorar e
cs~eilcler,nso i e n ~ira1,allio que dar aos dcsgracadcs qiic llt'o iiril)loraiii,
c c~nedeixam aos centos uma pa~ri:i deliciosa ~xt.racorrer asawiiti~ras
c riscos de uma einigração n-iercennria, e iiiuiias rrzes cruel! I-Ia uiil seri-
tiineiiio geral, uiiia idGa, u111 dcscjo clue llerscguc o cspiri~oclc L O ~ O Sque
visi lain csle paiz, e que ~ ~ e c i tãoi i ~~uiigciitccoiilracliccão. Esie seiili-
mcnlo, esta idéa, este clcse,jo poclcrn ser estraiihac~oslios iiacioliacs como
pouco pairiolicos; iilas rlcyeiil scr percioaclos lios cstraiigciiios coiiio plii-
lantropicos e liuiiiarii iarios.
Enrrctanio é lxeciso coilfessar cluc se tuclo o quc acal~4iiioscle pon-
derar e lamentar ein uiil paiz que a natureza cluiz fj.crorcccr abuiiclanie-
menlc com os seus cloiis, ciesgosin o viajanlc, e o confiriiia nas suas iclías
pouco vantajosas a iiosso respeiio, não lem cointitdo cliegaclo a poiilo de
pi-oduzir efleitos ilocivos ii-riiilediatos lia saúde publica iiciii lia d'aquclles
que procuram o seu abrigo. Uina ou oiilra l~oVoac50teiii sido alacacla clc
alguma ligeira epidemia que nunca toma graridc dcscnvolviinen~o,e cl~le
d o a 1'nmciitos.
cede logo a pec~iieilasn-icdidas.policiaes, c s o l ~ ~ ~ e i ai ~bons

CAPITULO IX.

O estudo da partc zoologica da historia ila~riralda Illia da Macleira


a sua geologia c mineralogia, nem l ~ apu-
i120 cstá mais adiantado c10 c[uc
blicacões iinporiantes e coinl~lelossobsc esta materia [pie inciiíiiiem es-
tucios longos e severos. Ha poréin trabalhos separatlas, bons fragmentos
riue podeifio servir uiii dia como elementos para essa obra tão desejada e
necessaria para o conlicciineiito do paiz. Esses fraginciiios dizem mais res-
peito á classe clas aves, clos pciscs e insectos. R"o parece c[tic a
pop~lar;ãozoologica ela Ilha não foi muito numerosa ilein m u i ~ ovariada;
os poucos vestigios Sosscis dc animaes assiiii 110s au\liorisain a pensar. A
natureza vulcailica do sólo, a sua isolacão c10 miiilclo coiiliecido, podeili
cxl~licaressa mii-igua; c a coiiflagração a qiie os seus priineiros habiian-
ies e n l ~ g a r a i nos bosques e ar~oreclos,aiiida podia ter coii~ribiiiclopara
coilsuiilir algumas clas suas espccics zoologicas ~,riiniiivi!s.h ccito yuc
descle o clcscobriiiieii~oda Jllia, as cspccies perlciiceilles á classc clos ]na-
miferos iiiiiica rorain muitas, iicili milito iiuincrosas, e aiilcla hoje o nào
são apcsar elo seli progressivo aiigriieriio. Quasi todas impoi[adas, encon-
irain-se sb aquellas cliic mais con~réiiiao horiieiii, oii IIUC as ~i~hai~cacjics
levaraili lá coillra I-oiziadc d'clle. Coino aspacõcs qzic iccilz licio o cloininio
ela Jlha, c a inaior coiniilunicaçã.~coin clIa sfio a porluguezn c a iiigloza,
tamhein ali cncoiilrâinos as tricsiilas especies iileis cluc acliâmos cni Por-
tugal c cm I l ~ ~ l a l c r r aJS. cl'aclui ~ainbemse cleprclieilde o iiioiivo por-
c~ucliao veinos 16 os aiiiinaes Scrozcs, assiin como 1150 aclihilios os aili-
inaes veiieilosos; o c~ucB mais uma vaiitagein cspecial elo paiz. A pro-
pagacão dos aiiiinacs uteis 1160 icin siclo cstraordiilaria; irias as coiniiiiinica-
cões por mar, a navcgaq3o costeira ela Ilha, n aspereza e escal~rosiclade
elas estraclas, a facilidade coiii cjuc os Iiabitaiiies ira1isporlaii-i as cargas,
aincla as iiiais pesadas, ás costas e 6 cobep, o iiioclo de cultura, não leni
Seito laiilo sciilir a falia C iicccssidade dc inaior iiuincro de nniniacs dc
carga c de coucluccão, clo que ali csislc. Os aiii~iiaes'iiiais usados no ser-
v i r ; ~do Iiouiein ila classe dos iilaiiiiferos não iciii toiiiado ali va~irajosa~
c gr aiicles cliincnsõcs, l~ciiidi&reiltcinenle do cluc Lcin acoiitccido ilo reino
vcgclal coiri algumas plai-iias csoticas; pelo conlrario lia rnais clisposiciio
para sc produzirem gçracões dc firmas acanhadas. Parece porém, clue a
Sor~acoacci~traiiclo-sec111 corpo e ineinbros inais ciirtos, o anii~ialgaill-ia
tiiria rohus~cze .I enaciclaclc aclmira~~eis para o traballio.
No (liiecliz respcito ao reino vcgcial, laii~bcrnnão cxislcin os tra-
ballios c csploracões officiaes que sc cleveria esprrar. A Flora da Ma-
deira, cpe não deve ser ele uina gsaiide clifficulclacle, não estií comliido
feita. Ha bons rragmeiilos clispersos cpie não podcai dispeilsar, antes fa-
zefi desejar, os esluclos rcgulnrcs e seguros cliie o l)aiz merece. Se o nu-
mero clos vegeiaes ii~cligexiasfoi pequeno, coirio luclo iaz suppbr, o nu-
mero dos ilaturalisados e cul~ivaclos6 Iiojc muito consicleravel e augrnelita
todos os dias. Já é clifficil decidir a respeilo cle alguns sc são ii~cligcnas
ori iiaturalisaclos. Os .rreiltos, a ernigraqilo dos passaros, ai; sernc?iltc.s con-
d
duidas pclos liavios c ~)cl;isiiicrcac2or~iascri1 uiri s81o liiittil o tlc S~it~ij
l ~ r o d ~ ~ ~ Cdzelilq à o , aplnr(xScrcspecics dc cluc passaelo tcitilio ~iàocl possivei
iliarcnr ben-i a origcni. O iiuiiicaro dc vegctacs cul~ivadoscrcscc teclos os
dias, o icrrcno iqcceLenclo 150 Leiii as plaiilas c sciiiciiLcs inipori:iclas, qiie
n'csie sciitido cluasi quc ilào lia tciahliva irifriicluosti. Não j)c:rtciiclciiios
coi~iislo c\izcp que rod;is as pcirtcs ela Illra s%oigiinliiiciitc alitas para LO-
clas as cultiirns. Poréii~coiiio tciii ditlicrciitcs tciiipcz0ai~it as, tilli Ludcs o
cxl)osic$es, iciii I'aciiiclncle par3 ~ I O ~ Crcccbcr T rios Lcrrciios pi~opi~ios os vc-
geiacs de cjuasi lodo o iiiiivcrso. Por isso iiiuitos n tcm "iiivc:jatlo para c)
cslal~clcciiiiciiloclc ui-n jarscliiii botaiiico uiiivcrsal, c111 qiic se (:iiconlilos-
seli1 no a r l i w c as ricluczas vcgclncs clc toclos os paizcs. Oulsos ;L colisidc-
raiii coirio sii~giilariricritcpr.ol~ri:ipara cult~irasdo ciisaio c li*arisi~ãa ciii
cluc os vcgclaes sc accliinaiassci~i c 1)oclcsseiii ílcl?ois 1):issar dos 1rol)icos
para a E u r o p a , c d'csla l)ara os paizcs iropicncs. I'cla 1i;t~Lciluc lios ioc%ii
nào 110s pnrcccii iiiililo csli.:iortliiiario qric ris l)liiiilns 1ropic:ics c11.i~ se
cultivaiii Iio,jc izii Rfndcir:i c ouLrns siiiiillitiiitcs llossnrri, clc~loisc10 ali accli-
tkiuiadas, passar liara o Algalv(;.
A~wrscriiaiicloa ciiuiiici~;i~o que so scguc clc algiiiiias plaiilas tlu
Madcirli nào pcrlcnclcinos scníio cscollicr as iii:iis riolavcis pai'ik fítzor scri-
tir a iiii~~ortaricia do pai%, C o çflie d'cllc sc pí,clc csl)ctaar,Sqja-iios pcr-
iiiitlida ia1 digrcçsiio, qcie lios afisla c10 nosso pri~ic.il,alol,jt:cto clii Ij-
vor cla boa inicil~ãoc aiclciiic dcsqjo eoin cluc d í'cilti. I)cis<iiiios tlc Sal-
lar dc 111133 das bcllcztis do l)tiiz, as l~]uiil:is dc atlorrio, que! í'azc~ii ali
Iiqjc as clclicias ílos curiosos tt :i ac1liiira::Uo tlos visii;iii~cjs,~ i c l nsiia 1'0-
birstcz, cspleiiclor, lirillio de suas ílo~~!s,(i pcln sila ;iliuiitlailc~iao vnric.
daclc, cririiiici aiitlo scí nc~i~ollcs ~rc~;i:t:\~s
(1i1(! ~)iiLiis
siiíis clu;il idadrs nliiiieii-
l:11~rs, 1i10í1i(*iila('s, 011 1>01-S o i ~ i i o ( ~ ~~i~:i~(hri:i(!s
roi~~ :1o c~oiiiiiio~ cio (: iiidlis-
tria, sc toi81iaiiiri~coliiii~riiclavcis a li«tlciii (lar idclti tlos rcclur.sos (10 1)aiz:
ko(1os os 1~x1110s
C i l ~ ~ i i iI Ll I C S I I ~ O niio ii-icii(:io~~fi~~ioç (11.1~c111 11uitl(~ro CIC
r n ~ i ds e scssc?i~~u, alguiis jd r:\zns, s:lo criiprcga(los lias nillcs, lhzcntlo re-
co~drirc Iiiriicrr lar a piii~la(10s niii igos arvorctlos, c o dcsci~itlo((tia lcrri
1i;ivitlo ciii siipl)i*iroçsri Ililia por lioras l)l:iiitac6c!s.
A l g u ~ ~ s c l ovcgci:rrs
s rluc 1~1110s(wLu1icr:lr, c s i s t ~ i nc111 a1)uridarici:i
c consliluciri graridcs ciiliiirns, i!sl)íilli;itlas l)or totla a Jllia, outros aiiid:~
ciii al~uiiclaiiciacs~àoli ~ i liados i a ctoil~os c clct(~r~iiiiriados Iugarcs, o dc ou-
Isos finnlinciile cxislclii 1,oucos cxciill,lar~cs cluo só so~~vciii liara 1)Zoviir
a possibilidaclc tlo sc potlcbrciri oiilliyar ao :is livrc. Vcgrl;ics Ira ali ciiic
clc ia1 riiodo ;~gl:lclcceiii a Loiicla(10 do só10 o (10 cliii~:~, (111(: t(3111 L ~ I Y I ~ ~ O
diiilcrisGcs c iiiri por tc I ~ L I II): X C C ~ 11111i ~ LO o da Y S L L01~ d iri;iri:i OSt ~ [ I I I *(:: ~ ,
oiitros ci!jn .protliicqão c r*rpciitl:is c~ollic~iriis so?oetliriir*:t\~c~i.i.
.hzonn syunntosa. Cultivada. Anona, friicto cxcellcntc c delicado, inais
pcqueilo c10 que no Brasil, csisic eni abuildnilcia, 1% outra especic
inais rara, ,4nona clle~-i~molin.
Ber*beris vu&nris, C. Espinheiro vinheto. Bcrberis.
Pbpnver rhccns. NaturaIisada. Papoila vcriilellia.
Si~y?nbrzuni~zastu~.iuna.Indigena . Agriiio .
Cochknria a~.nzorncca.C. Rabào rusiico.
IsntU ti?lcto~*in. I. Pastel dos tinitireiros.
Brnssica olerncea. C. Couvc.
Br~assicanapus. C . Nabos. Esias duas especics, e sobretudo a priineir:~
formam urna parte do alimento g6ral do povo.
Rap/lu?zus sativus. N . Rabão.
Gossypi~~r/z herbaceu~i~. C. Algodoeiro. Ha apenas cnsaios da sua cultura.
Then vi~'idis.Chá $a India. Tem-se cultivado cm algumas partes cla Illia,
como ensaio, principalineilte iio jardim da Serra e Estreito. Tein Iia-
vido grande difficuldadc em o seecar c enrolar coixo se faz na Cliina,
Cibl-us nterlicn. N . Cidreira.
Citrus li)no7zunl. N. Limoeiro.
Cit~qusnu~~nntiuni. N. Larangeira,
Citr~usvulgaris. N. Larangcira azeda.
As cidras e os limões na Madeira, sào excellentes; as laranjas e
taiigcriilas, ein geral, sàa inferiores 8s de Port~igal,rnas iamliem as ha
excelleii les.
nf'elia azedarach. C . Sycoinoro bastardo. 6 ali uma bonita arvore c de
iiiaior porte do que em outros paizcs.
Y , i s vi~zjf~ra.
N . Videira. As uvas na Illia da Madeira ç.do boas, e o vi-
irlro que com cllas se fal~ricainuito coiihecido e apreciaclo; consi.itue
a producnão mais importante da Ilha e a sua principal ricpeza. Exis-
tem varieclades cle uva que produzern diKercii.~csc~ualidadcsde vinlio,
e quc teern diversa es.timac,$o. A exposição c outras circuinstancias
do terreno tambem iilfluem notaueIinente n'essa clualidade. 0 s vinhos
do Szil çiio mais generosos, aroinatikos, e inais estimados que os do
Norte. A molestia qaracterisacla pelo Oic?z'unt tuckeri, que se lciii ma-
nifestado ern cliveiaas parles da E~iropa,atacou ali a vinha com tal
forca e em ia1 estensào, que a percla da iiva foi qiiasi geral cri1 toda
a. Ilha nos annos cle 1852 e 1853.
Linunt r~siln/issh~tzolr.. C. Linha. Poiico cul ~ivrido.
/iuta g ~ ~ c ~ ~ ~ cI\;. o l rA~'rl~d;l.
'~~.~.
,/i~n"/n,r.s~ . q i a .N. Nog~lcira.T e ~ i iali soffrido iiioleslia como em ouii;is
par Lrs.
Rhus co~.iar.ea. C. Suiliagrc.
Pistncin ~ e ~ . e b i n ~ h uC.s . Terebintho.
$ C I ~ C. ;\I anga. Friicio cstiriiado, inns inferior ao r10 Brasil
~ I I C L ? L ~i~zrlice.
e da India, pouco ~ u l g a r .
Cicet. nl'ietinzwa. C. Gi.30 de Lico. Faz parte do aliineiito das classes in-
feriores: algum \.ai de t'órn.
liabtr. z1uZgctr.i~. C , Fava.
&~.~luntkc71;s. C. L,~~itilha. Ct~lti~a-se
illtli to ~111.130rt0 Santo.
L r ~ . i n u salbus. C. Trenioco.
P ~ S U IsIaLl i t l u ~ ~C.~ . Ervilha.
Phl~seolus vuZg(t/.i~.C. Feijão. 3Iiiilo irsado pela classe inferior, entra
riiuito ctc fúra.
Ta,/rn,.indus iizdicn. C. Tarnariiidu.
(-7ei.a~oniczsiliqucc. C. hlfnrrobeira.
.-í/)lyg~l<zluscoI~ir-lnlul2is.C. Ainencloeira.
- , d r ~ ~ / g d ~persicn.
~ Z i ~ s C. Pecegueiro.
P/-unus n1*illeí2icrcn.C. Daiiiasc~iieiro.
P ~ U I Zr/omcsticn.
ZLS C. Ameixoeira.
P ~ . z ~ n zcerrzsus.
~s C. Cere,jeira.
D'estas fri1ct:i.s lia aliiiildaiicia, inns as c~iialiclaclessuperiores não
abundam.
Frngarie~ zlctclz. C . Rloraiigueiro H a Ires ~arieclades inferiores ás de
Lisboa e Porto, e iiluito inferiores ás de Tnglatcrra.
X U ~ Z L I~Zr&z~.r.
S C. Silya framhoeza.
ilIcspyEus ger11zcii2icn. C. Sesl~crei~'~.
Pyi-us coi)z~izulzi.r.C. Pereira. Ha algumas ~ariecladeseucellentes, nias
ha iiicnos variedacles do ciue em Portiigal, e fnllarri. algumas das nie-
Iliores. O iiicsriio direinos do espccie segiiintc.
P y ~ u snznlus. C . Maceira.
Py~.uscy(loizin. C. IIIuineleiro. Boa cpalidade.
Pu?zica grn?r«tzuli. C. Ao ineira. Eilconirain-se alguinas que cião urrr fru-
cto hellissiino c de grarides diiiiensões.
Psidiuli~pon~ye~-unt. C . Guaiaba. O frucio iião é muilo cçtiiilado; mas
a gcléa que com elle sc fabrica é boa, e a guaiabada, ou doce cle ti-
jolo. não é inferior ao do Brasil.
M / ~ - t u sco?~/r~~ozis. I. i'rlii~tn.
M/r.ízrs piliu.nín. C. Pirticriin CIF: a l ~ ~ ~ ; i i ~ a .
Buge72in z~?zi//u)-n. (.:. Pi Laiigiicii1a. Poriro ri11tivadn. o li'tií:to dii c~xrr~llcti~c
gelf a.
Et~ge?/iu ja)llCus. C:. Jaiiibo.
Carica pnpnyn. C. hlaiiloeira.
Pnsui/kl~acclz~lis.C . n~aracuj6.Poiico cultivada, iiiio é csc.c~llfkiite.A ra-
ricdacle rosa é :r iilellior.
Cucw+itn lalior. E. Aliol~oreira.
Cucu~thidn~1~~10pcpo. R. Abobora de coroa.
Cuczt/+bidnpepo. C. Aljobora incilina, e s i m variedades. A abobora coiis-
tituc ali um dos aliineiiios mais gcraes dos pobrcs e trabnlliaclores;
co~riidasó, ou coiii couyes, grãos, feijão,. millio, elc.
~ Z I G U ~??zelo. C. &!eIão. li variedacle é impor'tada dc Portiigal e regnl~i
I Z ~ ~
pela clualidade da d'esle paiz, que e inferior á dos Caiilaliís.
Cucunzis sntivus. C. Pepino. Boa clualidadr.
CUcuj~disCZ~~YLZZZLS.C. Jiclancia. Iiiiezior ás boas cie Porlugal e cio Rrnsil.
Sechiul?~cdub. C. Caioia, chôclih. Muiio usada, gosto agradarcl.
Opuntia ducurizn?za. C. Tem-se obtido ir'esta espcie de Opu~zh'amuito
~roxiinaá Opusztia cochili?zjheei.n, iiopal, porcõcs j6 inuiio aprcciavcis
dc cocliinilha. N2o Bavei~doali tanta pr8tiea c1a cull~irac colheiia do
insecto, a droga i120 saliia tgo liinpa como a das Cailarias, mas n cpa-
lidade é boa, e hoje já se conliece melhor o inodo cle a apanhar c liin-
par. Tambein sabeinos cluc esta especie .iein mais espinlios que a co-
chi7zil!c1z,e por conseguirite ofl'erece iiiais demora lia colheita. Podc-
ria ser iirn ramo apro~eitavclde ciiltura. Apparcce~iuma excellcntc
amostra do cochiiiilha da 1l:ldeira na cxposicão de Loncli*es.
Apium ,gt:r,'nveoZe?zs.I. Aipo.
Apiulz pet~~oseli~zunz. C. Salsa.
A?ze~humf~?ticurlztnz.I. Fiincllo. 13.0tje não esisic ali na iilcsrria aburidaii-
cia que 110 teiripo eni cliic os priiiiciros linbiiantes dcra~iiá cidacte o
noiiie de Fuiichal.
Daucus cnyostl. C. Cenoura. Boa cluaiidade.
C@ia ayabica. C. Café. Pioduccão hcil, clualiclaclc excellentc, cultiva-se
bastante, rnas esta ciiltura podia ser muito inais extensa; íiinila cjuc,
é sb 110 S111 da Illia, c até cerra altura cluc esta planla se dá bem e
p r o d ~ ~Ci-ucto.
z
.Rul'/in ~i?zctol*ul?s.I. Grarizn ap Riiiva dos iiirtureiros. Z'v~clo(~çãoab1111-
da~ite.
SantoZilz (r chanznacypc~1.i~r~~7~s. C:. I?L1)rolaili> fbrii c:(.
-4~nicnnionLnmz. I . Arnica.
t.:ynn~*nsco(y~/ri~.r.. C. hlc*acholbtwlioiltciise.
~ar'khu)l~us di)zcdol'ius. iV. Acalkoa. I'roclucc50 facil e abundante.
Lactucn sati~laraor)znna.C. Alface romana. Boa qualidade.
Leoiztot/on talsra,n.acu~it.I. Tarraxaco.
Bricu scopnria. I. Urze das yassouras.
15Yetlj1.u ar-601.el-x.I. Folliado. Nome da Madeira. Páo muito estiinado pelos
inarcineiros.
Olen europccn. C. Oliveira. Por ora só canio experiencia.
Iil.nxi7~us excelsior.. C. Freixo.
Nerlun~oZen?zder. C. Ccradillia.
C0~2z~uZvuZu~ bnttrtns. C. Bitata das Ilhas. Na em abundancia, d cstiinada
para ali~nc~ito, e para fazer doce quc se usa muito no paiz c sc ex-
porta. A batata tatnheni se exporta.
..
(,Ouz~oZuul?~s.. . . . C. Bala ta de Demcrara. Ha dois para tres annos que
se introduziu na Illia (Ia &Iadcira esta cullnra, c constitue hoje uma
produccão importante e qiie em pouco serúi geral cm toda a Illia, sup-
priiido a latala orclinaria que ali cliarnain sernillia. k de í'acil cultura
e clc abundante produccão, póde dar tres collieitas no anilo, não tem
sido atacada pela inolestia que destroe o Solanunz tu2icr.osum. I-la duas
variedades, uma de balata roxa e outra de balata parda; a primeira
e iiiais lina e mais doce, a ultima é de rnais vantajosa procliicção. Foi
uina utilissitiia acquisicj.ão para os lialsitantes pobres da Illia, clue hoje
fazeni d'elila já um hoiri consumo. Foi importacla dc Demcrara.
Nicothna tnbacunt. C. Tabaco. ]>A-se bcm na Ilha c parece ser clc boa
clualidade. Depois da molcstia da vililia tem-se desejado inuito eslabe-
lecer ali outras ciilturas, para cvitar ao paiz a fome e miscri:~, qiianclo
Ihlte a cultura exclusiva, ou o geilero dcise de ser moda. A c u l ~ u r a
do tahaco é itina das que tem lctnlrado, e quc talvcz podesse dar Lorii
resultado; mas a esta c~ilturaoppõe-se os direitos cxcliisivos de uma
cornpmdliia clc coiiiiriercio, por contracto feilo coin o govcrilo.
D n t u ~ nsrr~n?~~o?ziwu. C. Estramonio.
SoZanunz ~uberosum.C. Batatas. Esla especie que ali tem o nornc ele sc-
inillia fez por muito tempo i;iina boa parte c10 alimento das classcs
incnos aLastaclas da Ilha, e era tpmbem tnuito usada pelas inais abas-
tadjs. E m i 8 4 7 a iriolestia que já -tinha atacaclo csla prodlicção em
outros paizes, accomctteu-a ali com grande forca. Foi um anno de
fome, de iniseria, e de grande mortaIidadc. D'cntão para c6 esta es-
pecie Leni sido menos cultivacla e é substiluida pcla batata de Deincrara.
S~~n7?u?7t ntcZu?~ge?zn.C. Bcringella.
LSolnieu~r~ /ycopr.l.sicw/t. J. Tornate.
í,'op,ricra)l cri,i?uunt. C;. Pii^rle~~tão.
Bo7.r.ago d2ci~znlis.C. Borragens.
Lava?zc/ula spz'ca. C. Alfazema. Ha outras cspecies de Ln~ra7zduZuindi-
genas.
~Menthnrotu~zí~~olin, I . Alenthastro, Hoi-tclã das cosinlias. Ela outras es-
pecies de ~Wenthnindigenas.
Salvia c$7icinnlis. C. Salva. H a tambciil espccies iodigeiias.
Rosmnrinus f~ci~7alis.N. Alecrim.
Melixsn oJjjcintl/ir. I. Herva cidrciríi.
Clechonzn he(le~.acca.I . Hera terrestrr.
Digittrlis pwpul.en. 'I. Dedalcira.
nIi?.nbih jnlupfz. C. Jalapa?
Spi?zacen olel.nccrc. C. Espii-ialre.
fita vulga~-is.C. Bctarraba.
Zaurus notilis. C. Loureiro.
Lnu~*us Jceteizs. I. Til. Bcllissima arrore; o Iclil~oé ir-iuito iisado pelos
inarcinciros; este páo, yuanclo sc ~rabalha,deita ináo clzciro, quc depois
c111 obra sc 1150 sente. I?, o L ~ X U~~~ I~ Sa & ~ ' dc e n algiiils.
~is
Laurus i~zu'icn.I. Vinliatico das 'Illias. Lenlio tainhein usado pelos inar
cineiros.
Laul.us canifo?.n. C. Caiiforciro. Eilsaio.
Riciizus coini~zuili~. C. Mamona. Ba foreira. fi unia arvore alta. Podia ser
dc uma util producqiio erii iiin paiz qiic iiliporia azeile para luzes.
,lntropl'n nzn?ziAot. C. Rlanclioca.
,/i~rophcr.cui-&ls. C . Piillião da Iiiclia.
Nu,xus sempe~.ui/-e?~s. N. Buxo. RLuito iisado eizl obra de niarcjrieiro c
.
eili alliador
Quel-cus suljer. C . Sobreiro.
llagus castnncn. N . Cnslai~lieiro. Bella arvore, sobretudo iio Norte da
Illia; alii a vililia P, dirigida e eilcos~adapelos castai~lieirosacima, cluc
Hle çcrvcin de :ii?riiiio e estaca. Tccli~soffrido molestia que malou a
iiiaior parles d'elles; coiiieca 1)clil ra iz.
Populus nllja. C. Aleirio orcliiiar io.
P/nta?zus orientnlis. C. Platano.
Salix babilonictr. C. Salgueiro-clioriio.
IGcus cal-ica. N. Figueira. O friicto P, iilui~osaboi-oso, os grandes e ob-
lo~~gos, cliariiaclos bclicras, s<io estiniaclos. E tanibcrii uin dos Ycgeiaes
que teein sofiiclo niolcstia.
J'icus elasbica. C, Cnou~cltouc.Conio curiosidade.
d f o ~ ~ u?zig~~n.
s C. Aliioreii-a. Tai~iliemlia a mu/6icauh. Perlciidc-sc (.o
mecar a cultura da seda.
Cu~?~ess?ls ,re/tye?.vliCen r.. C. Cy~ircslc.
Cup-essus nzut!c~ensis. 1.
Pi?aus ???ntvi~in2n. C. Pii~licirobravo. Culiura j i xiluilo iinporiaiilc, c que
se vai cada vez desei~volvendomais.
Pinus Z~~?~i,-c.C.
Piaus cerZrus, C. Cedro do Libailo. Tern-se corlado quasi lodos para a
marcineria, seili plantar novos; poderá vir a dcsapparecer eni pouco
tempo,
Tnxus bncctl9n, I . Teixo.
De todas esias aryorcs se tiram ruacleiras de consiruccào; e para
as divcrsas rnaiiufacturas.
12'h~~'nixc ~ ~ ~ X C I ~ C.
Z ~Palmeira
C I - a . da egreja. Niio lia muitas na Illia, ma.;
dão fructo; e ein alguns lugares scccam-sc e prcparain-sc bein as Ia-
maros.
Cocus zzucfc~.n. C. Cocjueiro.
A * u m colocusiu. N. Ioliniue do Egypto. Nào é o I ó m dc Wcst-lnilias. J?
muito cultivada e faz a alimeutacão de urrin boa parte dos iraballia-
dores c classe pobre da Illia, durante tres ou qiratro mczes. k nliriicnto
11ouco substancial c inferior á batata. O inhninc veriricllio é i~icllior
do ciiie o branco.
fh?zo??zu?nzingiher. C. Gengibre.
Ar-iion~untcnvrlanzonwm. C. Carc1;iinomo.
(ù7~cumnlongo. C . Curciima.
Ca~.cu??~a Zeucoi~hisn.C. Farinha de sul~stancia,baiatiilha, /Il.o?ui.oo~.Ex-
cellente e aliundaiite prodiiccào, muito estirriada e qiie ~ ~ í t il er. c cl i
flil-

rcntes iisos. Fazeii-i d'csta fecula caldos piira crcailps c doclitcs, bolos,
Liscoutos, c exporta-se uiiia boa porcso.
Can~znitzílicn. N . I-llcr~acoi~leira.
Musn cnzlen(lz'sh. N . Bananeira da Cli i i l n .
11fusn pai-adsinca. N. Bananei i7a de S. Tliomé.
Musn scxpientiunz. N . Ba~ianeira orcliilaria. Muito vulgar na Illia, c (li:
uiiia prodiiccào facil e abunclaii~e.
Agnve avzei.icnslza. N. Piteira.
i31.onzelia &na?zds. C. AnanGs. Procl~iccãohei1 ern lugdres 1,aixos do Si11
da Illia. Ha diins uariedadcs, a de fructo aiiiarello é mais surciilcnta,
asomatica r goslosa. c por isso mais cs~iiitacla tlo ((iic ii de I'rricro
brnncv.
//1i/(mcry)r/. C. Crbôla Iioi~teiisc.
Drrccenn cf~.rrco.N. Dragociro.
+dL?~~"/'~gtd~ $/chz(l/iS. 4:, l':s]~argo. POUCO ( I ~ , (10 ([iir 0
~ i l l t i ~ i ~n-ielIior
g~'raP oni 1,ilUo:t. iiií;\i.trri ao clc Prail<;a, e iiGa I r l i l i o r~ieçiraos:ihor'.
St~iiln:~ aspern. I. Lcg.ac20.
Oryza satica. C. Arroz: Ensaios.
Zea li~nys.C. Millio. Bastante cultivado, n-iaç ern cjuaiititlnde iiiferior á
necessiclade dos Iiabitantes que fizem d'elle graiide uso crn papas, e
inist~iradocom outros vegetaes. Vai ass i r i i mesino basiai-ire de lora.
Dcpois da rriolestia da vinlia t c n ~augrr~eiitadoa cultura do inillio.
~ l i * z ~ ? z C [ O~/on.a,z.C. Canrin.
Rnnrlrt~snai.zlnc/i~zacen.C. Bar]i f ~ í i .
íS*iticzon~~LJCI~RZLTII. C. Trigo. Boa qiialiclade, nias cluantidacle muito in-
ferior ao consumo do 1~aiz.
ShccLn)wrn OJfj5(:i?znle.N. Carina de as:;1icarq. I-'rotluz com facilidade, mas
a cultiira lililia diniiriuido. Ha tendericia para grandes plai-itacões de-
pois c13 ii101~st,ia da vinlia. Estralie-sc pouco assucar da caniia; faz-se
iilelaco, e é ~~riiicipnlriiente para agila-ardclite cliic sc npplica.
L+lflinl'ltlJ1~~?~~ c[zjlilZ/l~P)G?ZCI~Z'S. I. AI eilc:~.
Lichen 1.0cclln. I. T.Jrzel1e.

Esainiilemos agora como o cliilia da Jladeii*n, e principalrneilte o do


Puiiclial, e ris condições liygienicas que acaliânios de considerar actuam
e iiiflueln sobre a çaeide e vida clos seus Iiabitantes, para vcrrnos como
poderão tamlem afl'ectar os estrangeiros, que ali vão residir por mais
oii menos tcmpo, com o fim de melhorar a sua saúcle.
Ei-rtre as inuilas causas c[uc teem iiiflueilcia sobre a saúde e vicla
dos habitarices da Illia da Madeira, lia algumas que obram de um rriodo
muilo cliffcretlte ilas diversas condic,ões sociaes. Esta cliffereaca, coi-rirnurn
a todos os paizes, ali é fortemente proilunciada. A classe mais fa~lorecida
da fortuna, tenclo todos, ou iriuitos dos commodos da vida, em um ex-
ccllcn~eclima, póde suhlraliir-se a grande nuinero de causas inorbificas,
e gosar de mellior saúde e mais dilatada exislencia. Uina parte da classe
traballiadora, que por seus tral~alliosmais productivos, ou iiiais felizes
se aproxima á classe rica, participa das suas isenções e gosos. A classe
niais pobre e iniseravel porem, com n-itís habi lac,ões, .vesLidos insuflicicn-
tes, rraca aliinentacj.80, e indisciilpavel negligencia no aceio, adcl~iircuma
coiistitiiicão deteriorada, fica sujeita a inaior numero de enfermidades
graves, a , mais tarclios e peoi7es traiamentos, e finalm~nteteni urna cxis-
li:
teiicia iiiais curta. h isto o qiic sc podia prever pelo cliie veni dito, c
é isto o que a ol~scrva~ão confirma. Mas não se jtilgue por aqui cliie na
Illia da Madeira exiçtcm liiais molestias do que nos outros paizes. Miii
longe d'isso, até pcnsâmos qile liaverão rneiios; só acredilâmos cluc o se11
riurziero clcveria ser tncncir e a vida mais longa na classe rtiei-ios favorc-
cida da fortuna, sc fosse possi~reldar-lhe, 11ào diremos já OS gosos clos
ricos, rnas os coinm~dose aliinentacào que e111 ia1 paiz lodos l~0c~i:iilie
deviam ter.
Nos lialiiailtes da Illia, lia classe traballzaclora, priiicipalinciile
n'ac~uelia que .tem inellior aliiiieiilacão e iriais alg~inscoirilxioclos, lia
forca, actividade e capaciclade para supporiar pesos, marclias e traballio
aturado. O iriodo por que alguns individuos cai~iinhanzcom as reclcs c
palanquins, subirido a inorites escarpados e de difficil acccsso, a agili-
dade e vigor com que outros acompanliain os cavallos dias inleiros e
ás vezes succc~siyos, prova uma robiistez pouco commiiin I0rlificada
pelo Iiabito. Os habitantes do Norte da Illia, tern f6rnias liciri clcsciivol
vidas, musculosas, apparericia. vigorosa, e podem siipl~ortarlongas Sadi-
gas, carregar com grandes pesos, aiidarido iiiuiio c eiri gela1 rcsislititlu
a continuo traballio. Mas tambein se encontra111 niuilos coizi S6ririas
menos vaiilajosas, apparencia í'rhca, e que tem urna grande indolciicia
e uma resigriacilio para a indigciicia, quc cspaiita. Toílo esle iiial, grauas
d bondade do cliina, poderia scr facilirienlc emendado; c no iricio clc
l~astaiitc iniser ia e pobreza, a iriclole dos lia bi lan tes conserva-se boa t:
pacifica. Os grnrides roubos e assassinios çào raros; a rnendicidudc CS-
tiidada, organisada, iiriinoral c calumniadora das graiiclcs cid;idcs, aiiic1;i
ali 1130 existe; c um grande nuinero dos habitanlcs ela Madeira, iião clie-
galn a tcr id6a dos extraordinarios criincs, que sc coniiiiciicin 1i0,je lia
Europa e m plei~acivilisaqào.
Na Madeira iiiio lia rnolcs~iasque sc possam chamar verdacleira-
iiienle endciriicas, como cin outrlos i~iuitospaizes. Ha ení'erniidades qiic
ali sio niais Lreq~ieiites,sei% que coiiltiido iomeni a fórma dc cnclcniias.
AS afic$õcs irrilativas do apparcllio cligestivo, são mui gerties, e algu-
mas vezes tcm tomado a firma epidcinica. Assini acoliteccu em 1847
por causa da forrie; a inortalidade foi graildc. Assiin aconleccii eiri ponlo
mais pequeiio em 1 S 4 9 , na povoacão do Arco cle S. Jorge, onclc appn-
rccerain iriui~ascolites graves, mas que cederam com Saci1id:iclc. As broii-
ckiies, pulnionitcs e 11lciirit.e~tarnbeiii sfio muito frecluciilcs Ila c1:issc po-
bre, o clue não nos parece cx'lríiordinario, vis.~oo insuliicicn~cY C L P L L I ; I ~ ~ ~
que usaiil içualmeii~ceiil loclas as eslacõcs, em todas as liorns do dia c
da noite, e coin todas as varia~Scsde teiiipo, carizinharido carrcgaclos c
ern grande l~r-aiisl?ir*aç:io
Lias iuontanhas onde a iernpernlnra 8s Tezes 6
~niuito baixa. A licpalite agiid,i e cliroiiica, o rlieuiiia~isiiio agudo e
cltroilico, as escrofu:as, a elepliantiase, as febres coritiuuas cle diEcrciites
fórrnas, priiicipalmeiitc a gastrica e a ataxo-adynainica, são tainbein ali
coii~rriui~s.O cancro appa rccc niit itas vczcs atacando difYerei~tcsorgiios.
As apoplcxias 1150 são raras. As outras molestias al>parccern, mas sein fre-
qucucia notavel. É inuiio digno de reparo que o cholcra-morhus, a fe-
bre amarclla c outras terriveis epicleiiiias que tem corrido íluasi lodo o,
inundo ii'esles ultiinos teriipos, causaiido uma inortandade horrorosa, ali
não tenhatil cliegado, apesar das coliirnunicaqões coiliincrciaes em u~iia
Illia dc facil accesso. 0 s práticos dizem que as criancas na Madeira nào
são tio s~ijejtasás inolc!stias proprias da sua idade, coilio o são nos outros
paizes; iiiesnio as fel~rcseruptivas poucas vezes ali se desenvolvein, a pão
ser por contagio de individuos que as levam de fóra. Durante a nossa
dcmora ali rcinou a tosse coiivulsiva, atacando corii forca um grande
nutliero de criaiicas, sem mortalidade notavel; esta aKeccão tainbem ali
é rara, e n'essa occasiào pareceu importada de fóra. Ainda notaremos ~,,,~;~
cpe não tem apparecido ali casos de Iiydrophobia, e que os de croup, Lron- ','. .
clioccle e de iiiolestias calculosas de vias urinarias sào raros.
6: \o-,
i,,/
L,
Relativeinente á iisica ~iulmooar,que tem particular relaçiio com O ~ F $ ' ~
nosso objecto, e que por isso qiiizemos tratar separadamerile das outras
rnolestias, a opinião dos rnedicos não é unaiiime. Uns, como Gourlay e
Mason, affirmam clue a tisica pulnioriar é rriuito frequente na Madeira,
que não poupa os scus tiabitailtes, e que ás vezes destroe faniilias intei-
ras; outros dizcm c~uea tisica pulmonar ataca bastantes vezes os halii-
tariles da Madeira, priiicipalinente os pobres, qiie se te111 visto levar diffe-
reiites iilembros da mesina familia, maseque não tem essa grande frc-
clucncia que se iiicillca, e que é tnenos commum do que ein rnuitos ou-
tros paizes, Este ponto vale a pena de ser iiidagado e esclarecido, vis10 que
alguns tem querido fazer d'esta siipposta freqt~enciada tisica pulinonar
nos liabiiailtes da Illia uin bom argumento para deprimir, e até ncgar,
a u~ilidacled'aquellc clima nos doentes que ali vào de fóra atacados d'essa
iliolcstia.
As iiossas iadagacõcs feitas com a mellior vontade, não clicgaram
a poder resolver esta qi~cslãocle um inodo definitivo e coniplelo, por-
que não existem estatisticas das molestias a que succuinbem os docntcs
na Illia da &ladeira, nem eleinentos officiacs para se poderem coordenar,
e por consegiiinte falta o principal meio dc poder resol~rer a cpcstUo:
descuido i~nperdoarelse não fosse autiiorisaclo pelo exemplo da metro-
pole. I)as ii~forriia;ões que poclémos o b ~ e cle
r alguns dos facu:tativos actuaes,
se coliclue que a iziolcs~iaiião é rara uos habilantes; irias cpe tia rncnos
casos do que ciii outros linizes, niildn incsmo clos aconselliados para os
broncliitcs ou c111 ~rilliiioiiitcscliroiiicas, prociiriin~osfazer iirna coinparn-
cão dc todas estas' tres inolcstias reunidas ein cada i l i r i dos hospi~aes, c
achámos o seguinte:
Tisicas pulinonarcs, bi.onchitrs chronicas, pillinonites chronicas, tra-
tadas no hospital do Punchal em doze annos, cento e novenla c uinri; nu- ,
mero de todas as moles~iastratadas ali no Inesilio tempo, nove niil oi~oce~itos I; ,<

oitcnta e cliiatro: o cpie c l i a proporcào de iim para ciilcoenta e um.


Tisicas p~~lrnonarrs, Broncliites chronicas, pulinonites clironicas no
hospital cle S. JoG, em trcs annos, mil quatrocentas e trinla e uina; nu-
inero de todos os d,oeritcs tratados no mesmo tcmpo, trinta c nove mil +

qui~.ilieillossessenta e cinco; o que d i a proporçào de um para ~ I n t ce I


sete, sendo a relacão comparativa tnuito em favor cla filadeira.
Consicleraudo ainda o questào debaixo de outro ponto de vista, cxa-
minárnos em que proporcão estava a mortalidade causada pela tisica pul-
iiionar para a mortalidade geral em ambos os estabelecimeiitos. +'
Nos doze anilos de que fallámos morreram no Ilospi tal do Funchal,
de lisica pulmonar, sessenta e tres doentes, e de todas as molestias mil
c~i~inlientos e vinte e dois; o que dá a proporsão de um para vinte e clua-
Lro. No hospital de S. José nos seis annos que citiimos o numero de mor-
tos por tisica pulrnoiiar foi mil cento e ciilcoenta, e o numero total clos
niorlos foi doze mil e ciiicoenta e seis; o que dá uma proporcão de urn
para dez. E d'aqiii se vê que a proporcão da mortalidacle caiisada pela tisicti
pulmonar no Funclial, é menor do que a de Lisboa, comparada nos hos-
pitnes; e niio ha rnzào para suppòr que seja rnaior na prá~icacivil.
Esta proporcão ainda nos parecera mais favorave1 se a compararmos
coin a cle outros paizcs e cidades
O professor Aiidrai dá a segiiinte proporqào (Ia mor~atidadcpcla
~ i s i c apulmonar em diarentes pnizes:
4

i
E111 Stockolnro . . . . . . . . . . . . . . . . 1:16 i
Berlirn . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:15 4
I
Vienna . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:1 1
))
I
» Miinich. . . . . . . . . . . . . . . . . . 1: 10 i
Londres niais de . . . . . . . . . 1:s
París. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:5
1) i4 ~ 'ia i 6 q

n Marsellia . . . . . . . . . . . . . . . . 1:4 1 L.,'


II Geilava. . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:fi
» Napolcs . . . . . . . . . . . . . . . . . I :X 1 j
), Roina., . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:20 h
Scgnndo M. Gii~nn- Argel. . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 :3 5
Sii* Jamcç C1ai.k apresenta as scguiir lcs l?roporc.6cs da trior lnlitladc
pcIa tisica pullilonnr, cin coiiiliara$i.u roili as uiiiras ~iiolesliasnas tropas
crn d ifTcrci1t o , paizes.

Novas Galles. . . . . . . . . . . . . . . . 1 :35


15ast-Indias . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 :3 5
Cal10 da Boa F,sperai.ica. . . . . . . . 1 :7
Mi:cliierr.a l-ieo. . . . . . . . . . . . . . . I :(i
West-inrlias (~<iirol~cos) . . . . . . . . I :5
FVest-Intl ias (I'i'elos) . . . . . . . . . . 1 :3
Canada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:1
Franqa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:3
111glaicrr:i.. . . . . . . . . . . . . . . . 1:3

Vê-sc l)ois, cliie a pro1)or~àoda i-rinrialitlatlccausnda pela ~isicnpiil-


rnonar na Alaeleira, comparada coni a dos o~itrospaizes llic 6 Laslnilte Ta-
voravel. Poder-se-hia dizer qiie aIguns tisicos ela classe pol~rernorrcin fóra
do liospital, em um clima ein que o ar os não iricoilirnoda, e em cluc nies
nio se llies aconsellia o saliir c10 hospital, quando tctn diri~in~iido os acci-
dentes ~ n a i sgrares, que ali os coiicliizcin ; porérri ainda ciiic isso possri tcr
lugar em alguns casos, não póde aflectnr inuito a proporcão geral csta-
belecida; porclue esses mesmos doentes depois dc ciilrar tliias oii trcs vc-
zes no liospital, 16 ~ ã orclii-iariamcnte
o acabar; e alérn d'isso todos estes
pobres, affeciados da tisica pi~liiioiiar, quaiiclo por algum niotivo iiào fi-
gurassem na tabella da riiortalidarle do liospital, j5 tiiillain figiiraclo na
outra tabella, ern que a entrada dos doelilcs aíl'cctaclos de tisica pulnio-
]lar é corriparada coin a entrada dos doentes affeclados das oiilras moles-
tias. Nós não s6 exaniinárnos os rcgislos dos doze annos clc qu(: fazeiiios
inenqào, mas ainda vimos outros aliteriores a 1838, dc clue nos nào
proveit6mos por 1150 estarem ein tào boa ordem, e em alguns casos falta-
rein os ciiagnosticos; rnas alii mesino ngo ciiconlrámos muitos casos de ti-
sica piilrnoiiar, e estes registos não forani preparados para proclnzir nrn
certo e de~erminadoefleito; I~eiri pelo coilt,rario são livros que, talvcz
nunca foram cxaininados com o fiin de ex~raliirdados cstatislicos, nem
il'isso se pensou, cluando se cscrevcram. Adrnira cluc sendo a classe clue
entra no liospital ião s~ijeilaa broilchi t s , plcurites c pulrnoni les, Iiavcrido
uma clisyosicào escrofulosa eni iniiilos individuos d'essa classe, tendo mrís
habitacões e uinn aliineniaçiio ião pouco substancial, a tisica pulinonar
não seja ainda mais freq~~ente. No anno de 18/14 Iiouvc na Illia cla Ma-
deira tinia eliiclen-iia de grippe com niuilos casos de piilirioniies, cotrio
cni iliuitas partcs da Europa, c não ~ciiioscluc ali ii'csse aiino ai,l)arcclc:i-
seiii mais casos de lisicn puluionar. Se advertirmos que a classe niais
abastada ali é iiiciios su,jcita á tisica puiinonar, como nós temos fortes ra-
zões para crcr, dcveri n proporcco geral ser ainda mais favoravel do
que a deduzida dos doeiites do Iiospital. 6 bcm claro que na aprecia-
cão da irior~alidadegeral da Illia pela tisica pulinoiiar, é preciso iião con-
tar aquclles qiie ali morrein inclo dc í'óra j6 atacaclos da inoleslia. Não
~~ilgâliios que este exame deva ficar aclui; ser6 preciso continiiar por
todos os meios a obter dados cstaListicos seguros tanto da prática civil,
como cla do liospital para ver se dentro em algiii~sannos se pódc forinu-
lar de L I I ~modo deíinitivo a proporcão da inortaIidadc da Illia pela ti-
sica p~xlinonai'.
NSo cornpletamentc salisfcitos coni as nossas inclaga~ões,e achando
para ellas difLiculdades qiie outros antes de 116s iaiiibem deveriam ter
encontraclo, procur6mos sahcr cpaes scriain os fiiiidaincntos ciiic alguns
autliorcs tiveratil para araiicar cluc a tisica pulmoilar era uiila. inoleslia
muito frequcn~cna Illia; eni o cpe parecc qiiizeraiil dizer, clnc clla é
mais frcqueiite c10 qiie nos outros paizcs, ainda que csplicitamentc o não
dissessein. O primciro qiic 110s consta tcr avai-icado essa proposic,ão, c de
ciija opiniào outros depois se tciri scrvido, foi o Dr. Gourlay em 1811.
Tcnrlo fallaclo da utilidade do clima do Panchal para os iisicos do Norlc
da Eiiropa, que ali p r ~ ~ u r a n ~ e r n c dellc
i o , coiltiníia: aCorntudo ainda
«que tiio altamcntc bcncfico (o clima) n'esta inolestin com os cstrangei-
aros, i ~ à osc dcve encobrir que iião lia affcccão mais í'requeilte nos tia-
({tiiraes da Illia c10 que a tisicri. I'cssoas clc todas as classcs, e clc ambos
aos sexos, S ~ O victimns d'ella, e algumas vczcs familias inteiras tcin sido
por ella dcstriiiclas. A cspecie d'esta inoleslia que produz lal deslruiçZo
((6 aqilella r~uctem rclacão c0111 as cscrofiilas, cní'crmidacle cluc acliii 8
ut2o vulgar, c01110 nas regiões iilais frias da Europa. No principio toma
(ta fórrna dc u ~ i ibraiiclo catarro; -mas clepois cliiando os symptoiiias ver-
« dadciraincri~cpulrnonarcs priilci piairi, são mais violentos e rapidos 110 seu
oprogresso do que na tisica dos cliinas do Norte. priiicipalmcnte dos
adoentcs de fóra, manclados para ac~uide Iilglatcrra, que as minhas idéas
asobre esta triste moleslia tcin sido tiradas, e a miiilia cxperiencia do
trt.ratameiito fundada.» Ern outra parte do inesino capitulo elle diz que
tainbein na Madeira lia nas crcaiisas a inolestia tuberculosa, a que dá o
Desde i 0 de Julho dc i853 que se acha aberto no Funchal o liospicio da Prin-
ceza Dona Maria Amelin, coin vinte c quatro camas, em que se recebem e tratam docn-
tes affectados de t i ~ i c ae outras molcstins pulmonares chronicas, e apesar das cxcelleii-
tcs coiidi~õcsdo estnbelccimc~to, da facil recep~zo,da demora dos doenlcs oin trala-
mento longo, e de alguns terem sitlo mandados de Lisboa, o numero de vinte C qiiatro
doenles niiiila se liso preencheu; o c[ire prova que estiis iiiulestias iião são ião freqiicn-
te6 lios Iialiítnnlcs rlii Ilha coino se leiii rpicriclo iricu1c;ir.
17
nome de marasmo ou tabes incscilterica, c em cjue acliou os tuberciilos
pulmonares, conjunctaine~itecom os tuherciilos nas glandulas mesenteri-
cas; elle attribue esta affecqão á má c~ualicladedos aliinentos. Não consta
do scu livro, iierri nós sabemos por outro inoclo, quaes foram os clados es-
ia~islicosem que elie fundou a sua assercão; e não ha comparacão nu-
merica positiva, nem da rnortalicladc da tisica pulmonar com a das ou-
tras molestias, nem da tisica puliilonar ali com a cla tisica ~ u l m o n a r
nos outros paizcs; e além de tudo isto o autl~orcliz no seu prefacio que
as suas observacões dizem mais respeito aos cloentes affectados cle lisica
pulrnoiiar que ali vão de Inglaterra, c10 que aos proprios c10 paiz; e era
d'estes, sein diivida, que elle teve mais esperiericia e prálica. Ficâinos
por tanto clepois da leitura cta sua obra, sein os clados necessarios para
poder deduzir aquella proporcão, quc é liojc indispeiisnvcl para estabe-
lecer a relacão cl'cste paiz com outros, eiri respcilo 6 frccliicncia cl'csta
molestia.
Na obra que uni anno depois escreveu sobre a Madeira o Dr. Ni-
colau C. B. Piita, onde se falla das aifeccões do peito, lê-sc: «que se cn-
uconlrain na Bfadeira o catarro e pilemonia dc fórinas variadas, tiias a
c(~riilcipalaffcccão cl'esta natureza, a clue até os naiuraes algumas vezes
tos é a tisica ou consumpyio 11~11n10ii;lr.)i E para
c( (occasionnlZyj são s~ijei
diante continiía fallando da utilidade c10 clima para os docnlcs cs~raiigei-
ros atacados dc tisica pulmonar e que ali vão procurar rcmeclio. Este
modo de expressilo que coilfirnla a esistencia da ~isicapulmonar nos
habitantes da Ilha, não dá idéa de um grande numero dc aflcc~ados;po-
rém, n'essc livro tarnhein não acl~áriiosa rclaqao nuinerica que desejn-
vainos. N'esse tempo ainda se iiào dava na iiicdicina lima grande impor-
tnncia aos daclos estatisticos.
O Dr. >tas011 na siia obra diz que por sua propria cxperiencia
es15. inclinado a corroborar a opiniao c10 Dr. Gourlay, que n lisica c
escroft~lassão frecluentes na Madeira. Pordm, suppondo niesmo que a
axperiencia do Dig. llason seja muito competente c aproveitavel para cslo
caso, O que nós nGo ncreditâmos, tudo isso não é bastanle para poder far
eer a coinparagiio com os outros paizes relativanicilte 6 freqiiencia da
i~iolestia.O Dr. Burgess iiltimaiiiente, colligindo e reunindo eslas asser-
cões, já inuito vagas, cliz que a Macieira parece liao tcr inais virt~idepre-
ventiva para esta molcstia c10 que as outras localidades, citando liai-a
prova d'isto o leslcmunlio c10 Dr. Heinelten e Gourlay que tliziani clue
não ha molestia inais freqiiente entre os naturaes do que a iisica piil-
moilar, e corroborai~clo csle tesiemunl.io com a opiniào do Dr. Mason:
d'onde nós coneliiiinos, cluc todas eslas asser(;ões assentam sabrc fiiricln-
rncntos muito ligeiros, insufficieiites, pouco cxplicitos, c ir.ial carnclcrisn-
dos para estabelecer essa grande fi>eqiieilcia da tisica pulmonar nos na-
turaes; e quando clziizessernos acreditar ii'essa frequencia, aei-ihuin d'es-
ses aiiihores nos fornece a proporção da rnolestia na Madeira corn a dos
oulros paizes, riein os dados para a deduzir, E podemos assegurar por
nossa propria experiencia que esses dados bein positivos e satisfatorios não
são faceis de obter, ainda meslno a quem estirer melhor collocacto para
isso. O Dr. ICampEer na sua meinoria sobre a aladeira, procedc~~clo jri
confonne a philosopIiia ineclica do seu tempo, apresenta uma estatistica
de cento sessenta e seis casos cle morte, ein c[uinze clos quaes ella foi
caiisada pela tisica p~illnonar,e eril dois pela tisica laringes; d'oiide elle
conclue que a inortalidacle da iisica piilmonar, é ali para a mortalidade
geral das outras moleslias como uin para onze, e a da tisica laringea
para a inor~alicladegeral como um para oitentri e dois. O author accres-
centa clue as mortes cleviclas á tisica pulmonar fóra do liospita1 poricas
vezes aconiecern. Aqui onde já hn. dados estatisticos, a propor<ão não é
dcsfavoravel ao clilila da nlacleira. Entretanto o Dr. Kampfer traballiou
com cifras inuilo pecluenas e inferiores 6s nossas, e nem as d'elle ncin as
nossas nos parecem sufficientes para resolver a questão clefinitiva~licntc.
Mas se alguma conclusão se de vej5 tirar d'esles eleineritos eslatisticos, é,
que provavclinen~ea lisica pulinonar é menos frcqiicnte na Madeira do
que e111 nluitos outros paizes de que temos noticia, mesino dos paizes
aconsell~aclospara o tratamento d'essa molestia.
Passando a examinar qual é a rclaqão da mortalidade com a po-
pulação, na Ilba da Madeira, como mais uin meio de apreciar a salubri-
dade do seu clima, acliâmos o seguinte:

Q que dá uma relaqão de utn para trinta e nove, e ainda il'esta m r -


talidade figura a que teve lugar em 1839, anno de nina extraordiiiaria
mortalidade; e a que teve lugar em 184 7 em coilsequencia da fome cau-
sada pela inolestin das batatas; e figura a de ti111 certo numero de doen-
tes estrangeiros atacados dc tisica pulilionar que riiorreiii nu Illia. Se a
populacão diiriinue, nào é isso devido á grande inortalidadc, nias a ou-
tras causas estranhas ao nosso objecto, e que n50 pertendcmos aqui es-
por; sendo sem dúvida a principal cl'ellas u mui extraordinarja emigra-
ção. Julg8nios litil e curioso transcrever aqui a propor~ãoda morialidade
de alguns paizes, pwa se pocler fazer a compailar;ão com n Madeira.

Inglaterra e Gallcs. . . . . . 1 :60


Paiz de Vaucl . . . . . . . . . . 1:4 9
Hollanda . . . . . . . . . . . . . 1 :4 8
Franca. . . . . . . . . . . . . . . I :4 0
Reino de Napolcs.. . . . . . 1:35
Prussia. . . . . . . . . . . . . . .1:3 3
Wukemberg. . . . . . . . . . . 1:33
Reinohmbardo-Vcncziano 1:2 8
No nnno de 15 17,. . . . . . 1:14 anno rlit fonic
Londres. . . . . . . . . . . . . . l:4O
Birmingham, . . . . . . . . . . 1:4 3
Niza . . . . . . . . . . . . . . . . .1 :3 1
Leorne . . . . . . . . . . . . . . . 1 :3 5
París . . . . . . . . . . . . . . . .1:3 2
Eeào . . . . . . . . . . . . . . . .1:32
Strasburgo. . . . . . . . . . . . 1 :32
Barcelona. . . . . . . . . . . . . 1 :3 2
Berlim . . . . . . . . . . . . . . .1 :3 4
Madrid. . . . . . . . . . . . . . . 1 :2 9
Roma . . . . . . . . . . . . . . . 1 :2 5
Amsterdam . . . . . . . . . . . 1 :34
Vienna.. . . . . . . . . . . . . . 1:23 t
Lishoa . . . . . . . . . . . . . . . 1:30 o caTclilo 111ais favornvcl

Alguns authorcs ainda tein dito eni desabono c10 clima cla 3Iadei1.a~
sem fundameiltar a sua opinia'o, e o Br. blason e uin d'ellcs, que a dtl-
r a ~ à oda \.ida yrovnvclnzerrte ali, é inenor do qiie nos ourros paizcs, c
t c n ~accrescentado que poucas wzes ali sc chega a idade avançada. Esta
c~uestãos6 se póde resolvcr com trabalhos csiatisticos segiiros, que elles
nào fizeram ncin procuraraiii. Apresentâinos o que l~odémoso b ~ e rpara
r e s o l ~ e reste ponto; inas antes lembrareii7os que a vida mais curta é a
sorte dos Iiabitanies dos cliiiias de mais baixa latitiide, onde o desenvol-
vimento da puberdade e a idade críiica vem mais cedo, e a vclliice e n
inortc sc ariiccipain. Os irnhallios, a qualidade dns Iiabiiaçõcs, dos ali-
inentos dc uma parte dos Iialitanles da Madeira, iião deveizi fazer csperar
uma vida longa, apesar da bondade do clima; e assim mesino as nossas in-
forrna~Ces-nos convenceram que lia na Illia macrobios muito notareis, e
iilcsmo no Punclial uma senhora de ccilto c oito annos, e no asylo de
iilcndicidacle outra dc cento e sete.
O map~jaofficial(tabella 11." 5 4 ) r10 a n o cle 1547, que apresenti-
iiios, em que 3 populacào está distribuida pelas idades, mostra: que e111
uma ~opula$iodc ccnto c scis mil quatrocentos oitenta c scis Iialitan-
tes, esisliain oito imil setecentos trinta c oito que iinliain de cincoenta
a sesscnla annos, cinco mil e quinze que tinl-iain dc sessenta a selenta
onnos, e dois rnil tresentos c~uareritac quatro que tinham para cima de
setenta annos.
Nto podcrido obter dos registos civis clos obitos as idades dos que
falleccrain, recorremos ainda aos regisios do hospilal; rnas aqui o dcs-
conto deve ser grande, porque no liospital morre a classe niais desgra-
fada, c em que por tanlas razões a vida é mais curta, e assim mesino
parece-nos quc d'ali se poderá ver que a vida na Aladeira, mcsmo n'cs~a
classe, não é tão curta como alguns ayancâranl.
Nos seis nilnos que vão de 1 8 4 4 a 1 8 $ 9 (tabella n." 55) morreram no
liospital do Puriclial oitocentos novcnla e seis docntes com as seguintes
idades :
Ile 2 Jaezes até 10 anilos. . . . . . . . . . 2 5
De I I ai~iiosaté 20 . . . . . . . . . . . 6 1
D e 3 1 11 a t e 3 0 1) . . . . . . . . . . 107
De31 até 4O )j . . . . . . . . . . 126
De41 N até 50 » . . . . . . . . . . 1 1 7
De 5 1 » n l é 60 )I . . . . . . . . . . l8!1
De GI )I ntd 70 » . . . . . . . . . . 1 'i8
D e 7 1 I) alé 80 D . . . . . . . . . . 'i1
De81 1) ai6 90 1) . . . . . . . . . . I 9
D e 9 3 1) a t é 1 0 3 1) . . . . . . . . . . 'i
-
$96
iiiiãs

O csalilc do inappn n." 55 poderá dar alguma siispeita sobre n sua


yeracidade c csac~;iclão,priiicipalinenlo ás Iiessoas po~icofainiliarisadas com
;i pr61ica clos Iiospitacs. Uin grande l-iumero de doentes que ali concor-
rciii não sabciii a sua idade sendo nprosiinaclainciite, e ent2o o assento
L ~ ~ - soue por essa iclaclc aprosirnada, que elles julgain ter, ou por aquella
que a sua apparencia demonstra ao empregado qiie tem a seu cargo o
registo, e que estcí costumado a este genero dc serviço. Em aiiibos os ai-
sos os nur-neros chainados redondos são mais vezes lembrados do que os
outros, e isto explica a razão por qilc apparecem rnuilo mais cloeiltes dc
vinte, trinta, quarerila, cincoenta, etc. anilos do que dos outros nuineros
l>rosimos a esses. Estes erros coiiipcnsamn-sc, e o resultado aproxima-se
muito da verdade, c é acceita~relem uiil objecto cm que não lia outro
meia de a obter.
Ajuniareinos ainda que no asylo da mendicidade em duzentos e sete
pobres ali recolliidos de todas as idades de cinco annos para cima, exis-
tiam dez que tinliam oitenta annos c mais; a saber: q~iairode oiteiiia
rinnos, um dc oitenta c um, um de oitenta e clois, iim de oilcnta e Ires,
tirii de oitenia e seis, um de noventa, e tima inullier, Maria Josefa de
Vasconcellos de cento c setc.
Tambem dircrnos por informacões obtidas pela aullioridadc eccle-
siastjca, que em quasi todas as freguezias da Illia l i a pessoas de idade
avancada. Na freguezia da Curral das Freiras, lia uina de noveiila e sete
annos, outra de noventa, c varias de mais dc oilenta c setenta. Na Ma-
gdalena do Mar lia uina de oitenta e cinco annos. Do Paul do Rlar ie-
mos o nome e morada de oilo pessoas de mais de oilcnia annos. No Arco
da Callieta 11a unia de novenla e iiovc, e outra de iiovenia c urii. Na Ca-
lheta ha uma de noventa e tres, oiitra dc noventa, e algumas de rnais,&
oitenta; c assim de outras Treguezias. Picaiido provado pelo c~ucfica dito
que apesar das más condicões eiii que vive urna parto dos liabitan~es,a
vida ali não é ião c~irlacomo se poderia suppor, c como sc pcrlcndc in-
crilcar.
N." 54.
T A D B L L . ~B I O S ~ I ~ A S D .I ! . O P C L . ~ C ~nAç
Oi O 11.11:s u.4 r i r u L r n r I; r o n 1 o Y A N I . ~ , EM Ilid'i,
CLASSIFICJLDA PELAS IDADES E SEXOS.

De 20 até 30 » .. . .
De 30 até 40 )I . , ..
De40alú 50 u ....
De 50 a16 60 u .. . .
DeGOaté 70 u ....
De 70 até 100 u .. ..
p e l i i upliiirio tlo rslguu* c i i ~ i l i a r c r .
Coi1ulalrúo da y r l i i i e i ~ ~pnn ~ ~ tcui~Qi~ittritlir
e,

De todas estas consideracões que temos feito sobre o clinla cla Ma-
deira, e principalmente do Puiiclial, sobre as cor~diçõesliygicnicas cpie ali
se encoiitram, e sobre a influencia cliic ellas tem na sníiclc e vida elos sciis
linbitantes, nós podêrnos affoilainente concluir, cliie a ciclaclc do Filnclial
e seus arredores aprcsentalii uin cliina delicioso para a liabilacão do 110-
mem, saudavel e livre das influencias nocirlas c~ucse eiicontrain ern ou-
tros climas, e pi-incipalmc~i-teeiii oritras cidades, com urna lemperalura
seniprc suave, scin grandes variacões, c ao abrigo dos vcntos do Norte.
Tem aléin d'isso iiin- paiz risorilio, com iIiria vegclacão sciriprc vicosa,
i.ima pnizagein admiravcl, passeios e esc~irsõcsiiitcrcssaritcs; onèrccc iiina
aIiinei~tacUosa e variada, aguas cxcellcntes, liiibitacties corii toclos os com-
modos cle alta civilisacão; paiz eiii que não lia animaes fcrozcs, nem Te-
iienosos, e ein que esses grandes Bagellos quc ultimarneritc tcrii devas-
tado o munclo, nUo ousaraiii ainda peneirar.
Toclos os estrangeiros cluc visitam a Tllia, e pariiciilarnieri~cos lia-
hitantes do Norte, ficam eiican~adosdas suas bellczas na~iiracsc da sua-
vidade do s c ~ icliinri. E m alguns escriptos clue nùo teiri rclacão coin a
mediciria, estas bellczas são clescriptas com o maior eritliusiasnio. Rloii-
sinlio d e Albucliiercliic, c~i,jocara"clcr fi-arico c vcrclaclcii~o110s 4 bcin co-
iihccido, ein 11111 paragrlaplio da sua memoriri sobre n gcologiri da Rfadcira,
Por10 Santo e Descrias, diz: «Se por unia parte cs~cscórles ainiuclados,
(tprof~~ndos e geralmente fiagosos iinpedeni o cainii-iho do viajante, por
«oiitra apresentam aos seus ollios e íí siia iiiiagiiiacào as fhrinas, os silios
« c as paizagens mais pilorescns; descobrindo-llie uinas vczcs cilmcs, escar-
«pas e precipicios de uma grandeza e inagcslade assoinbrosa c tcrrivcl;
((outras, valles e retiros dc uma bclleza aincna c de uma graya e varie-
«dade que póde difficilmentc ser igiisladn mas não cxccdicla; e sc a mão
crdevas~adorae imprevidentc do Iiomein 1190 tivcssc clespqjado a clulisi ,to-
« lalidade dos montes e elas encostas da sua anliga c rica vcrclura, sem
« a substiliiir por novas planrncões, a IIIia da Maclcira fora scin dúvida
«um dos paizcs iiiais formosos c mais agrndaveis do tiniverso.» Macaiilay
tcriniiia a sria melnoria sobre a geograpliia íisica, gcologica c cliiinica da
Ilha da Madeira coni eslas cspilessõcs: «C)iiaiido ní,s vcinos ciitre sce~ias11s
ccinais agrestes, riaizageils de uma g r a p e belleza cliie em parte alguma
«se excedem, junto coin um cliina proverbialmenle o inelhor do inundo,
nos admiro do inodo entli~isiastib com que alguns viajantes des-
ficrevcm a Illia da Madeira, e dos epithetos com que os portuguezes gos-
i(tam de a designar-Flor c10 Oceano->Rainha do Atlantico. »
&!as lodas estas circumstancias que fazcin a Iial~itaciiocela Ilha e a
sua visita e esplorasão tão deleitosas, tambein a designam como uin local
sLiinmamerite proprio para os ~aletudina~ios, para as constitui~õesfracas,
para as ccreanqas, c~ijasmolestias ali são inais raras, e para os docntes cle
certos padecimcillos chronicos que precisain de uma temperatura suave
c igt~iil,cpe não podelxi sopportar as fortes vari:Sijes atmosphericas, prin-
cipalmente no inverno, e que precisam respirar um ar livre e puro, e
receber aquelle l~alsainoc aquella sensacão de vida, que as bellas scenas
da natureza e cle uma vegetacào rica e vicosa só podem dar. aErn todo o
inverno)) diz Macaulay na obra já citada (<liamuito poi~cosdias em que
«o mais fraco doente precise ficar cm casa. Para aquelles cluc estão acjui
i((Ing1aierra) costumados a iiin clima tão variavel e severo, e em que o
r( tempo é o objecto mais ordiiiario da coilversacão, em que a continunçào
«de alguns dias bons é I ~ I O L ~ V de
O surpreza c cle congratulasão, é agra-
{(davclesperar quasi coin ccr teza dias siiccessivos, claros e hons; ao mes-
« ino tempo que se podem gosar todas as differentes temperaturas nas
#alturas visinlias, lias margens do mar a vii*a$ío modera o escessivo ca-
«lor, e a verdura de uma vegetacão qilasi tropical abriga cla directa in-
«fluencia do sol. Ein tal clima nào admira que os pés andem mais leves,
«o coraqão mais alegre, que urna doeiica*iiisi1)ieilte seja militas vezes de-
c.tbcllada, a ~oiisli~uicão se fortalesa a ponto de poder resistir z í sua ELL-
((tura intluencia, e que se encoiltrern alívios e prolongacão de vida em
((inuitos casos que correriam fatal. e rapiclamenle em climas ineiios bene-
«Gcos. Quem visitar a Ilha cla Madeira poucas vezes se julgará eiiganado
ccnn sua expectac,Uo relativamente ao clima, e iriuitos ficarão surpreheii-
adidos de achar as suas paizagelis as mais bellas do uníverso.)~
S<iiow'st thoii the Island wliere lliese marveIs mact,
Tbo peerless Islc with nll Enrtli's trcasiires sirown,
ICnow'st thoii Ilie Ocenii-flower so aoftly sweot?
011,aureiy'lia Medeira'a isle nloiik!
UTiLII>AI)E DO CLIIllb 1>0 FURÇYIAL NO TlltlTARlENTO DAS I)íOLESTIAS PULMONARES
CIIIIONíCbS,ã PBIR'CLl'ALDlENTE N O DA TISICd PIlLIONbR DOS DOENTEPJ
QUfCALI vÃO RESIDIiR.

Para conlicccr e esiabelcccr o gráo dc utilidade do clima do Puriclial


iio trni;tirienlo cle algumas iiiolestias clironicas dc pulmão, c principal-
1nci.iLc iio dti iisica pulliioiiar, ser6 inais perenip~orioe decisivo exami-
nar, sc iiiii graiiílc numero de doeiitcs ai~cclaclosd'estas molestias, que
ali lccm liido pinocurnibreincclio se lecm curado, ou tecm iiotaveImeiitc
I iicllioraclo. Isto cleinoiislrado par Cactos hei11 observados c por uiil teslc-
r~iuiilio irreciisnvcl, soflrendo o cxame de uma crilica prucleilte c indis-
j)cnsa"vel ciri ( ~ U C S L ~ au~lioridadc,
C ~ ~ C comtit~iiráa iiiellior prova eiii fa-
vor do cliilia da Illia para o Lralaniento das moleslias cle que fall8mos.
Es tcs factos só podem ser cs~abelecidos: 1."ela a~itlioridadedos
iricdicos ali residentes que tratam os dociltes, que os observam ein todo
o ílccurso cla ii~olcstiana Illia, qiie veein fiilalmenie o resiiltado, e que
lccrn formtido sobrc esse rcsullado o seu juizo; 2." peld au~lioridadee
opi~liùoclos inrdicos dos din'crcntes paizes que para ali ii-inndam os doen-
ics, c que clopois ila volla pode111 coiill>arar O se11 eslado coiii aquelle esii
(["C mllirajii c10 pai2 cla sua I~abitualrcsidencia; 3." pelo testemunho
dos mcsmos clocri~esc pelo clos liabitniltcs cla Jlba.
Depois d'csle genero dc provas qiie reputâiilos as iilais decisivas c
aoncludcnics, lla oulrn osdeili clc arguii~ciltosc~uciainbeiil teeui basta~ite
~rnlor,c íliic consiste ein cxriiniiiar se as concli~õcsiiieteorologicas c Iiy-
giciziciris do cliinn do Puiiclial, de clric já ialliírnos, SUO as proprias para
o I rnlaincnio tla iiiolcstin c111 questilo, coinpai~actaçcom as de outros pai-
zes mais acreditados pala essc tratainento. A rcuni,io dc todos esses mcios
ele informagão nos parece constituir o modo mais proprio ele resolvcr esta
cl~iesiSo,se é cluc ella já il'esle inoinento pócle ser compiciaiilciilc resol-
vida. Não é 11recis0, e é até prejudicial cpe certas qiiestõcs prálicas sc
pertendam deciclir rapiclainei~te;é necessario ie-las por muito icinpo ex-
postas S saiic~ãocla cxperiencia e ás al~ernativasda opini50, c deixar
quebrar os interesses das localidades, contra a teiiacidadc cla verdaclc,
para que os tllcoremas ilierapeu~icoscl'esta ordem sc possam cs~abclcccr
de tima maneira definitiva e perrnaiiciite.
A opiniào que os í'acultativos clo Funchal iccin i*elativamcnte á s
vantagens d'acluelle clima, no trataincnto cla tisica pulmonar; opinião,
que clles dizem f~iiidaclana sua cxperiencin, obscrvacão c cm dados cs-
iatisticos; clue existc ali dcscle m u i ~ otempo, e que se confirina c forti-
fica cada vez iilais, é a seguiii~e:
1." Que appareccndo prodron-iios da tisica puliilonai-, c ainda iiics-
1110symptomas que já clùo grandes receios do clcscnvolvimeiito da inoles-
tia por sereni confirmados por uma disposiciio Iiereditaria, ou por uma
conf'orinaciio suspeita, sc consegue muitas vezcs, e0111 a inudanca para ali,
obstar ri essc descn~~olviiiicnio.
2." Que depois da moleslia j5 estar claramcntc csiahclecida, c~uaiide,
cxisiein syinplonins e signacs qiic dciiotai~io seu primeiro periodo, aiiicla
caril esta mudanca sc te111 obscr~adoiiliiiias vezes uma suspeiis50 ~ ã o pro-
longada da molestia, c os docntes conseguirem tal apl~nrcriciatlc saúde
c goso de suas faculdades que se repu-iani,bons.
3." Que cin estado já iriais adiantado, cii~aiicloos signaes fisicos e os
syinptomas Sdeuncianl unia lesão mais yroftinda, c ~ilcsniou ~ n acavctlna
jií formada, tem-se ali visto, e112 alguns casos, u suspensão da inolcstia;
~~odciiclo os cloentcs ainda gosar de uma csistencia ~olcravcl,adqiiirinclo
força^ e nu~ricão,sobret~~clo sc tem uma vida acauielacla c rcgulnr.
4.' Que eni alguns doeiiics eni pcriodo muito acliánlado da inolcs-
tia, cni que rasoavelmente já n?ío deveriain Ler deixaclo a sua pairia,
tendo cllegado íí Ilha c111 cstado dc pareccrenl proxinlos a iim i i r i i incvi-
~avcl,uma ou o u t ~ a~ e sc z tcin vislo, com adrnirapo de todos, suspen-
der-se a inarclia da inolestia, o doelite gailliar forças, e chegar n coiisc-
guir uma incrivel, c ás vezcs proloilgada melliora.
5." Qiic as vantagens do cliina scriam maiores, sc os docnics fossciii
manclaclos para ali c111 pcriodo incnos adian~aclocla ilioleslia; sc cllcs se ira-
tasseni com mais cautela e rcgiinen c10 que ordiilariarnenlc sc Lralain; sc
vollrisseil: ali mais in~lerrios,o que algiins fazem, ou rncstiia se passassein
ali o verAo estabelcrcndo-se 110 campo cin posicão mais clcrntla r frrsc:i.
6." Que coin cslcs cuidados algiins dos que ali clicgai*ai~ibciii docn-
tes teem alcancaclo uma tal melliora, que permittiu a uns voltar ali
quatro, seis, dez, c inais invernos, e a outros ficar lá resiclindo por bas-
tanles annos coin uma saúde 6s vezes qacillante, iiias oi~trasvezes sofrivel.
7 Que inesino os cloentes que ilão acliam na Ilha mell~oranotavel,
.O

cncontrain tim cliina aincilo, izm inverno suave, e taes cominodos que
llics permiuein passear, s~ipportarineltlor a enfermidade, c prolongar a
cxistencia: alguns tisicos no ultimo perioclo teem podiclo sahir e respirar
ao ar livre até quasi ao dia da sua morte.
8.' Q~ie3s autopsias tecm clcmoris~rado algumas vezcs uma dcs-
trui@o ia1 dos pulmões, que 1120 parece coinpa~ivelcom a vida, e corn
tão modérados soflrimentos; destruicão que cm condicões inenos favora-
eis já teria terminado a existencia c10 pacicilte.
9." Que depois de mellioras muito consideravcis ohtidas n'aquellc
cliina e da volta para o paiz da residencia liahitual, teenl-se iornado a
renovar em alguns casos os primeiros incornniodos, continuando a ~ uil-ia é
lcrminacão Saial; eni otztros a nielhora, suspensão, ou cura tem siclo de-
finitim.
10.' Que não lia factos que possam estabelecer de uin inodo seguro,
nem mcsmo provavel, a ui;iliclacle dc liabitar o clima da Ilha perrnaneri-
icliiente, como meio ele previilir o dcsenvolvin~enioda tisica pul~nonar
lias disposicões 11erecti.tarias.
11.O Que em alguns doentes parece que o clima da Ilha não iocclii
influencia Savoravel, continuando a aggravar-sc o seu padecimento, como
acontecia no seu proprio paiz.
12." Que ein casos cle broncliites, de laringites, de pulinonites, dc
11leurit,es clironicas, o clima da Madeira é ainda mais util; e cnl alguns
d'clles ali se obtém uma cura coinpleta.
13." Que ein quanto á cnra definitiva da tisica pulmonar, não ou-
sam os Saculiativos affirmar clue os doentes ein que a molestia sc suspende,
c clue alcancain n u t r i ~ ã oe forcas, fiquem coinpletainente curciclos; rnas
que algutrias vezes llies teem parccido a cura ser definitiva e segura.
14." Que as melhoras coincidem gernlinente com signaes corres-
pondcnles obtidos pela auscultac50, e com a maior nutricào e peso clos
docnles; mas dociiies tceni havido que alcaiipn grandes iilelhoras c sus-
pens20 da inolesiia, e em que os signaes cle caverna clc piilinão, algum
cansaco na rcspiracào e tosse ainda continliarn.
Nós clesejariarnos que eslas proposicões, quc s?io o resultaclo da pr6-
tica e oliscrva$o clos medicos ali resiclenres, podessem ser aconipanhadas
dc dados cstn~isiicosextensos, c clc histarias bem descrip~as, qiie apesar
de liso sel1eni iseil~os de ol,j~cccões,~ à »C O I ~ I L U L ~ber~lllllcllt~
O i'c(~ucridos
e111 cl~iestòesd9esta ordem. Por& os dados eslalisticos já l~ul~licados
podémos collier e reunir sobre este objecto, niio são tão nlimcrosos c ahun-
dantes coiilo qucreriai~~os.0 s primeiros sào os c10 13r. Reriloii. A siia
prillieira estatistica, resultado da prática de oito aiiuos é pouco Savora-
vel; os cloeiitcs ainda ciitão esani inaildaclos 1)ara a Madeira cin muito
inio estado. Esta estatistica foi publicada rio E(lilzbu?*gMerlicnl ,/ou?.?znl,
e trailscripla por Andral cin uma nora clo Trotado c h ouscullny20 mecliata
cic Laeilnec, e é a seguinte.
Prinieira tabclla. Casos dc tisica coi~firinada,cliiaie~iinc scic. Intli-
\+luos iiiortos durailtc os priliiciros seis iiiezes da sua clicgada 6 Madeii~a,
trinta e dois. Individuos que voltaram á Europa c alii inorrcrain, scis.
Iridivicluos que ficaram lia Ilha e morrcrani mais iarclc, scis. Iiidivitluos
de que não liouve mais noticia, tres.
Segunda tabella. Tisica insipiente, triiila c ciiico casos. Dociiles rne-
lliorados á saliida da Illia, e dc que se rccocrarii clcpois boas ilobicias,
~rintee seis. Doentes inclhorados, inas de qiicrii ri50 Iioiivcrarii depois
mais noticias, cinco, Doentes quc nlorrcrarn riiais tarde, c[uatro. N'cstn
cstatistica ainda sc coiiipi~elici~cliaininais quiiizc casos dc c)iiLiSasinolcs-
tias cluc rnellioraraiii inuilo na Illia, como osthmas, ci~gurgi~:irncii~os cs-
~rofi~losos, reninalismos, etc.
Na outra cstatistica inais rcceiitc do Dr. Rcnlon, p u l ~ l i ~ a dlior n Sir
daiiies Clarlí, diz elle que o numero total clc dociltcs clue forarii 6 Illia
durante o irivcrno cle 1 8 3 4 foi scsselita e scis. D'cslc iiiiiiicro, c~iiiiizoinor-
rerain, clriarciita e tres voltaram para a sua polria, c oito riirida ficasaiii
lia Illia. Dos quinzc casos I'atacs, diz o Dr. Rcritori, quc ~ r c z c1120 cleviarn
ter saliido de sria casd. Dos c~uarcillac Ircs que vol~araiiipara Ingla-
terra c para outras partcs do inuindo, triilla c seis braiil coiisidcravel-
rricnte mcllioi~,a iilaios parte d'cllcs eili i~iuiloboi11 cslaclo. nO rcsultaclo~
accresceiita Sir James Clarlí, ((era iiiuilo din'ercatc alguiis aliiios nn~cs,
«quaiiclo os clocntes liiam para a Madeira sdincritc ciri csl;ido jci tniiito
((adiantado de niolcs~ia.»
Na obra publicada ciii Loilclres eni 185 I por \Jlliitc, í ~ u ci'csicliu por
cspaco dc quinzc amos na Illia da hladcii.a, c co~iiii~uilavari~agcirlpaila
a sua saúde, encontra-se riiua cstatistica dc ccin casos <Ic ~isicnpt~lirionar
tratados ali. Esta es~alisiica foi forriccirla por iiiii disliliçlo pi*ático da
Illia, o Dr. Lund, que ialiibeni a pul~licourio lissocicl~io,~ nfil/i~nlJou~~lzrll
d'ondc foi txanscri~ilapara varios joriiaes. D'cstcs ccrri casos, clnarcnla
e oilo csllivain iio priineii'o ~ici'ioclo,vinte c c1uali.o no scguilclo, c yinie
e oito i10 tcsccii'o. O aullior cliz C ~ U Pt a l v ( ~ a, l f ~ n s cl'cslt~scasos fosscl;l
só de iuduraciio rio Lofe ainda seni iiil~crculos,ixas para elle ti fora dtl
díivida que esses incsmos docntes, sr! .tivessein ficado cm Inglarcrra, tc-
riam rnorrido dc tisica pulmonar.
Dos quarenta e oito c10 primciro periodo, cm ti?nia e sete susyeri-
deu-se a niarclia da molestia; enl irezc d'cstes liavia já n dita siipeiisão
cle quatro a dez annos; em dois havia tres annos; cni onze Iiavia dc dez-
oito a vinle mezes; em oilze havia de sele a doze mezcs, cm tlois d'esies
houve recahicla e uni tornou a mclliorar.
Em onzc dos casos do primeiro periodo a molcstia coi~tiniioii;scis
ainda viviam, cinco tiiihaili morrido. Dos seis quc viviam, trcs passa-
ratn ílentro ein cjiiatorze inczes ao terceiro periodo, e a molestia progrc-
dia; tres passaram cni clezcseis mezes, dois aiinos, e cinco anilos para o
seguinle periodo. Dos cinco mortos, um inorrcu cinco inczes e ineio de-
pois c10 desen-ibai+que;um ficou um inuenlo na Ilha e morreu fira no
inverno scguinte; uin veio A Ilha sete inTerilos c niorreu depois; um
ficou ali cluasi oito invernos e morreu; e um ficoii ali um inverno, voltou
6 sua palria, onde sc siippõe ciuc lanibeni falleccii.
Os cloentes cluc chegaram no segundo pcriodo forai1.t viiitc c cjaatro.
E111 cinco d'estes parou a iiiolcstia, ein dezenove progrediu. Dos primei-
ros cinco em um parou a molcstia por espaeo de quinze mezes, recaliiu
depois, passou ao ~erceiroperiodo, tornou a suspcnder-se a marcha da
inoles~ia,e estava havia tres mezes tão bem como antes da recahida. Em
dois parori liavia cliiiiize mczes; em um havia cinco anaos. Uin reliroil-sc
d'ali Iiavia dez annos, recaliiii em 1 8 4 7 , tornou a i~?elhorar,c assim sc
conserva.
110s clezenove ein qrie a rnoleslia progrecliu, oilo aincla viviam, c
onze linliat-i~mori~ic~o. Dos quc viviam, dois esiavaiii miiiio rnclhor; qila-
iro ainda se conservavam no segundo periodo, ]nas a inolestia Iiia crcs-
ccndo vagarosamente; dois passaram ao terceiro periodo, rnas em uin
d'eslcs a iiloleslia clcpois parou, c parece esiar bem. Dos onze que mar-
ileraril, um ficou na Illia iiin iii-\~erno,saliiu clepois ein inuito indo cslado,
e suppze-se cluc momeu; CIU~ISCIficaram um i~lverilo1x1 Madcira e mor-
rcrairi no seguinte na sua pairia; clois morreram na siia patria, oito nic-
zes depois do dcseinbarque na Madeira; uin riiorreii dez inezcs depois
do clcsembarque; uni iiiorreu i;a sua patrio uni anno clepois do descrn~~ar-
que na Madeira; u m niorreii ila Madeira qiiatorzc inezes clc1;ois da clie-
gada ali; e uin ii3orrcii (palro annos ~ a m b e mdepois da cliegacla ali.
Dos viiate e oito que cliegarain iio terceiro perioclo, cin cinco parou
a inoleslia, e ein vinte e trcs ~rogrcdiu. Dos cinco em cliie a inolcstia
pí~rou,c111 iim iiiihn parado por tlozcb annos; rrii dois por 01t0 anrios;
clois cleixaraiii a Illia liiivia tres ailnos c aiiicla eslavniii bem. Dos ~ i i i i c
e trcs ein quc a inolcs~iaprogrediu ciilco ainda viviam, e dczoito linliam
niorrido. Dos cinco que viviam e m uin esteve a inolestia parada por
cp"oilze inezes, e cornecou depois a augmenlar vagarosainenic; cin urii
hia progreclinclo tainbem vagarosainente liavia rjuiiize mczcs; Ires fica-
r a m iiin inverno na Ilha, e retirara111-se levalido os unicos syniptoi~las
dc tosse riloderada e alguma expcctoracão. nos clezoito cluc rriorrcrain,
um morreu cluarenia e oito horas ciepois do descmbarcliie; um vivcii
ainda seis sernailas; uni sete scnianas; um nove sciilaaas; Ires, ires mc-
zes; um trcs mexes e meio; dois quatro inezes; unl cinco iilczes; um scis
rnczcs; dois sele inczes; uin dcz inezes; urn cjuinzc mczcs. Estc iilt.iino
tendo 11iclo Q sua patria durante o verão c vol~adoií Madeira, liiorrcii
sitbiiamentc tres mezcs clepois cta clicgada. Uiri inorrcu cliialso annos clc-
pois do desemharquc. Uril tinlia Iiido para a Maclcira liavia trczc annos,
I ~ ~ S S O Uali setc invernos, vol~ouclepois á sua palria, onde cslcvc lrcs an-
iios, roi novanicnte á Madeira oncle se demorou Ires invernos e dois vc-
rões, e foi morrer á sua patria.
provavel que em pouco tempo apparccarn traballios csiatislicos
que se preparam, mais extcrisos, circumstailciados, c acoinpanliaclos de
algumas liistorias da molestia, que mcllior os illuslrcm. Para cslcs ira-
ballios existem muito bons eleinciltos, mas a sua publicacão rckrindo-sc
a doeiites cla prática civil, dos quaes alguns ainda vivcm, oulros iccin
falnilia ameacacla da inesrna inoleslia, leni difficuldadcs c inconvciiicii~cs
que a embaracam e retardani. Nos liospitaes cstcs ~ral-~allios são í"iccis c
clepeiiclem só do tempo necessario para collier e reunir um ccrlo nuincro
de factos; a publicacão riào está s ~ ~ j c i al aconsidcraçõcs cjuc dcvcili liavcr
sempre na prática civil, e só raras vezes na piblica clos hospitacs; inas
para o ilosso caso não S ~ Oas liistorias dos doeiilcs do hospilal, 1ialiiiailt.c~
da Ilha, que pertendcinos. A liistoria das ~nolesliasque os clocn~csc
familias nos contam não 6 propriedadc do ii-icdico, de cliic cllc possa dis-
pai* livremente; é um cleposito q ~ i csc coilfia d sua probidade c cliscriq~o
para uni certo e determinado fim, que B a cura e alívio do docn~e. Fa-
zer servir as liislorias das nioles~iasá i i ~ s t r u c ~ àgeral
o e ao progresso
da sciencia é um bcm; inas é preciso que os graridcs dcvercs cla pro-
fissão sejam guardados, e cluc as susceptibilidades e inlcresse dos dociilcs
e familias se,jain atteiictidos. Piiblicar a liistoria das rnolcs~iasscin o iiomc
do doente não é precaucão baslante em uma cidade pecpcna, para quc
todos, e aid o propiio cloente, não reconhepm o scu ciiso, sc a iiarraq30
d fiel.
Mas ainda csistem, alêiii cl'este, outros cni~l~~raços para colhcr rssas
histerias, c formular essas esiatisticas circutiisianeiadas. Alguiis doentes
que melhorain consultam só poucas vezes os facultativos na IlIia, e se-
guem as instrucgões que tevarri do seli paiz; alguns retiram-se seiii que
se possa verificar por 11111 exaine esci~upuloçoo estado ein que sahirain;
outros rnudain de facultativo; utii certo iiuiiiero de doentes salieiii- da
Illiit e nGo voltanl, iiern ha mais iioticjas d'elles, ou vào procur:ir outro
clima, e curam-se, ou rnorrein depois de tratamentos, e ás vezes de irre-
gularidades, de qiie não dao parte. Jci tl'arlui sc vè quc o obter estatis-
ticas e liistorias circ~imstanciadase exteiisas, conio uós desejariainos il'csie
caso, c coino se obténi na prática dos Iiospi~aes,tifio é uinu pequena e
f a d tarefa; c isto explica a sua mingua aqiii, e eiii todas as oulras par-
tes, oiide doentes d'esta ordeni lrào residir por hcrn da sua saúdc, e n
necessidade de sc ~ ~ c d u z aos
i r resilliados geracs.
A opiiiiiio dos medicos residentes ue IIlia, sobrc a utilidade do clima,
clue acabhrnos de expor, c que deve ser ii'csla liiateria a mais cornpeterite,
pelos muitos factos sobre que é baseada, ieiii contra si clifferenteç objec-
~ õ e sque nào pertendenios encobrir. A priii~eira G a quc por vezes se
tem feito d profiss50, e particiilariricntc aos inedicos dc certas localidades,
liospitaes, estabelecimentos curativos especiaes. aguas mineraes, etc. e veiii
a ser: que tendo esses facultati~~os u m interesse iminediato ria maior con-
correncia dos doentes, podem, com menos boa fé, publicar uni iiuinero
exagerado de casos felizes, occiiltando inuitos desastrosos. Em segiindo lu-
gar podem (lar como ciirados e melliorados de tisica pulmoiiar doeiites
affectados de broiicliiies e piilirionites ch~.oilicas,e o ~t iras inolesti as dc vias
respiratorias, nlik graves, inas tiiuiio mais reiiciveis. Finalinerlte, qtie
inesino innocenteinente podein enganar-se no diagiiostico das iiioles~ias
dos que teiii curado, toinando como tisicii puliiroiiar iniciada OLItros pa-
decimentos de peito; visto cliie n'este priiliciro ~wriodoo diagiiostico dif-
reilcial é ás vezes clifficil.
A estas objecções 116s respoiidereinos que a repuiaça'o de que actua\-
mente gosa a Illia da Madeira para o tratariieiito da tisica yulrnoiiar 1150
é só devida ás rissercões dos inedicos ali residentes; iiias tein sido priri-
cipalinente estabelecida pelo testeinuiiho dos propi*ios doentes e dos trie-
dicos que para ali os inaildatn. Que não t! f'cil iiiipor ao piiblico esse
grande numero de curas na prdtica civil, e ein doeiites que niuitos co-
iiliecem; c sobretudo não é facil sustentar &se engano por iaiitos aiinos.
As asserções dos medicos quc ali praticam silo tiio inoderadas, prticlen-
tes e despidas de exageragões, que podein tnuito 1xm ser recebidas,, priir-
cipalmente estando de accordo coni tudo o iilais que n'este ponto se sabe.
Estes facultativos gosatii de uni Lein nierecido conceito de prohidade, ka
I9
iiiiliigraiiclc iitiifoi~niicl:idciias siias dcclsi~acc'jcs,c iiii-iii boa paiaic dos Sa-
o Fiinclial s5o cllcs iuc7siiios tiliia
cbiiltativos inglczcs qile tcni ~ m ~ i c a c lno
c~xcclfento?prova da iitilidadc do clima.
I<i-it qumlto ao erro de clingiiosticn qiic i~iroluiita~iaiiicnic pídeiri
coniiiietter, dando corno casos dc tisica l~ulmoiiai.oiitras tnolestias iisei~os
graves, podêmos uffirniar ~niiiio positi~:iriicnte qiic cllcs cstào ao facto
dc tudo que solire cste ponlo lia l i a acliiglidadc da sciciicia, c iios parccc
cllie no estudo d'csta inolestia esiào acirna do coiniriuiii dos facullativos,
pcla estcilsa p ~ á t i c a que d'el Ia tcrii, c ein doeiiles da iiiclhor posiçào
social, cle certa instriicqào, e cle ginnclcs rxigcncias. Ki-iirctanio 6 possi-
vej, aqrii como em oiikras paltes, ter liavido algum crro dc tliagnostico,
que ri20 d e ~ ealiciar a regra mais geralrncnic cs~abekccicla;c aiiida con-
véixi dizer clue esse crio ver11 algutrias .c*ezcs principiado CZL' fOrn 11clo
iiicdiclo que para ali iiiandoii u doeu~c, c ali sc coiarige coin rricllior
observac~u.

I'ouco iiii11oi.iaria cliie os iiictlicos rcsidci~lcslia i\iadcii,a so cslòrqas-


seili por pro\ra,r .r ~~"llicladc do seii clima nas alleccòcs piiliiioi-iases, se
nléiii das iiiíòri-i~acõesc escripios, uni rerto nui?icici dc factos riso le~assc
cxssa cloiiricqão á ~)rofissBociil geral, oii pclo ineiioç a iriiiilos ~iicclicosdc
outros paizes; tanto inelliorcs juizes, quaiito não tcili o iniei'cssc da 10-
raIidacle. E é isto o que tem aconieciclo: cstti convicc;iio cstií cstaLclc-
cida, e ella 1150 é só o resultado dc inforiiiaqõcs c csvi.iplos; inas siiii a
conscc~ucileia necessaria clos factos ohservaclos por csscs mesriios f'aciil-
tativos, c da coin~paraqãacliic tcm LEito do estado ein cliie pwa ali inan-
darn os scus cloeistes com o inoclo pelo qual os eiicoiitrarn n:i volt@,oti
dos rciaiorios que d'ali reccbcii~ dcis inesinos doei1tcs. O c~onhccirncnto
(111ehje a profissiio tciii da Ill-ia da Madeira taxnheiix coiscorIic para Itic
fazer acrrclitar, cliic :ili sc clão roclas, oii a inaior parte das condicões exi-
gidas para o li7aiaineiito d'~icyuel1as riioli?slias, sobrciuclo cliirnnlc o in-
YCI'llO.
Esta c~oiiviccãoc l i i r sc \.ai rsp:illiando ii:t prolishiio é tal que t c d o s
os aniios vào í'ííciilta~i~rosdoeiites, ou faiuilias de facultalivos buscar ali
reinedio; e o iiumero de rnedicos que d'este mndo teelii viçitado a Illia
6R j muito grande. Uns achando grande alívio c iiielhora, e até ficanda
ali exercendo a medicina ; outros ixienos fèlizes soffreiido a niarclia fatal
da inolcstia. Mas d'esta exploracão Eeiia por taritos Ilorrieiis da faculdade
ciriiiienteniciite interessados ii'este ol~jec to, e lia qual todos zião fornin fe-
lizes, 1150 tein resultado para o paiz senio unia reputac$io bein Suridada,
c sern ris exageragões c p e algunias tlcscripcões de viajantes entliusiaslas
fizeram do clima e da sua proriciencia na tisica pulmonar. .As í'aceis cotii-
inunicacões comrnerciaes, e outras circuinslanciaç que já forain aponta-
das, teçni feito com que o inaior nuiriero' de doeiiies que ali v'r i 0 PPOCLl-
rar refugio sejam inglezes; tainbern Go os individuos d'csta naqGo qize
mais vczes via,jain por motivo de saúdc, que procuram e cornpaiSam os
di&renies cliirias, e que teern mais facilidaile e riiais iileios para assirii
o Snze~.&Ias quaescluer que sejam as idéis (pie a pt~blicoinglez tenha
clos diflerentes cliinas, relativamente R sua.utilidade na tisica pulinonar,
iicnlium doente toma a deliberacão de drisar uln clinia e escolher outto
cin caso tao grave, sem oonsultar t l ~ i io u iuais facirllativos. Nem deve es-
quecer que os doentes que 7'ão para a Illia da Madeira, iiiglezcs e de
outras nacões são ein geral pessoas de iitiia certa fortuna e algunias vezes
tle uma alta posicão social pela sua jeríircliin, ou por suas riquezas, e qiie
cstiào iio caso clc não dar tini passo tiio itiiportante sem OIIY~S préviviarnentc
o inellior coiisellio. Tallibem é muito para atieilder alem do grande iiu-
iliaro dc Cacultativos quc procuraiii u Illia eiil seu Iieneficio, o não ine*
iior cle padres protesiaiites, de artistas, c de Iiuiiicns de grande instrric-
$50 que ali ~ ã o .Isto tudo expriiiie rpial c! 110,je a opiili20 da profissão
sobre este ponto c a das classes ~naisillustrailas c ricas, cluc pór ella
í'oriixiiii regularmelite o sei] juiso. Entrc os í'acultaiivos que teiii ali pro-
curado rernedio, soubeii-ios de dois iiiedicos iijudantes do Iiospital de tisiea
de Brornpton.
Ein Portugal e piiricipalmenie em Lisboa existeiii ~arnbeliiestas
iiocões espalliadas entre os facultativos, obtidas por suas cxteiiçaç iiifor-
mações e leitura, e corroboradas por alguns casos lB\+orayeise bein coillie-
cidos. Os iiossos habitos riielioç aseiitiireiros, as difficiildades de iznvega-
c20 e transporte; a repugnancia á separacão da faniilia, receias exagera-
clas dc despeza, e talvez que a falta de todas as iirforii~aqõesqiic ein ori-
iros paizcs se obtem cori~facilidade, teern retardado esrc iiloviirieiito;
inas apesar cle tudo isso o iiutnero cie doentes mandados de Portugal pasa
ali cresce todos os aiiilos, e n'este ultiriio aiino já foi muito iiolavel. E
r\itl&r que :I niaior parte cl'ellcs sqja111 (Ic, Lisl)oa, rntretanto veeili-se c l i e
,:
gar ali algiiiis do inleiioi, do reino, depois de terciii lutado coiii as Jif-
ficuldades c~iico estado do pniz oppcc aos transportes de tiido, c princi-
palrnente do Iiomern enfermo.
Nos livros íia profissiio $pparece destlc ccria ep»ca :i Illia da Ma-
dei i8a figurando eiit r e os lugares escolli idos e recoinniendados para ha-
o individuos atarados de iisica pulmoniii~,c cm obras iriais rc-
l ~ i i a ~ ãdos
ccntes apparece com p~eferenciasob;-c os outros c1imas. Sir Jarnes Clark,
quc sc lióde reputar 11o~jesem d í i ~ i d aiim dos Iioineiis mais cornpcteiites
ii'csta mater'ih, e qilc é consriliado pai* gríiildc nilriicro dc doentes tisicos,
;tntcs ele se decidireiii a escolhcr~iiin calirna para liabitni., cxprBiriic-seas-
hini iíceilca do cliriia da Rfadcira: «Dc iodos as climas clc ciiic cii icrilio
(cnolicja o da Madeira é o lnclhoi. para as pessoas que suf'i'rerii lisica piil-
cciiionar. Toclos os nniios vamos tciido rnais occasiào de conhecer os sc~is
(ceffeitos sobre considera~eliiiimcra de pessoas cluc rccoi.i.eii1 n cssc cli-
((iria c111 diversas concli(;õcs de snnde, c não Lcii~osar*liado ~ n o i i ~para o
«mudar o alto conceito cjuc (aziainos d'cllc n'este poiito. 0 s bciicficos eflei-
((tos cla resiclencia duranic i111iou dois iiivernos ria Riladeira lciii-se .ter-
((nado muito mais iiotavcis depois que o publico corilieccu a ncccssiclaclc
(tde adoptar a muclailca dc cliri~a,iriais coino um rncio preventivo, do
que coino meio de ciira. Ha poucos annos dava-se pequena itiiporiaiicin
«ií cscolha tio clima para liabitacùo dos Lisicos, porque já cllcs cstavoiii
((gciqalmenleem estado adiantado de molestia, c sem cs1)eranc.a de ciira,
(<(luandorsta medida se proputilia c se adopta~rii;c por isso, algiirnas \.e-
((ZCS R terrniriaqiio fatal era apressada por estc rriesino rneio ciil íliic ellcs
p i i ~ ~ l i atoda
(( n ~ a confiariça. D Esta opiriiào tcm sido ci tnda c transcr+ipta
cin tlillercntes l i ~ r a ?ela profissão. Andi.al eiii uma nota ao í'i-ntczrlo c h
trusr-wltnp?~metlfnln de Lacilncc., referindo-sc aos escriplos tlc Sir Ja-
irics Clarl<, diz: ((Sc o que ellc rcfcrc do c;liioa da Riladcira C exacto,
((d(:~e-setiriir a conseqtlencin cltic estc clima íipreseilia aos tisicos van-
(l Iagciis qiie se nào acliarii 110s di~ersos cliirias da Europa. lbtn Illia c! coiii
(ccflcito mais cluenlc (10 quc i.ienliuiri d'cllcs, durniitc o iiiveriio, c iririis
~lfi.escadurante o ~ e i ~ à oofGeerct.e
; nienor differcriqa, eritrc a tei~iperatiir,z
((c10 cli:i e iioite, cntre 3s d i ~ c r s a sestações, e eiiirc os dias siiccessivos. 0 s
((~,ciiiosf'rios ali ~~oiico se sciiteii~,c gosa de uma ccrta conslancin tlc
1 i 1 ~ 1 ~ 1clue 1 ~ 7niío apresciiin ncnliiiiiia outr:i localidade, As cliiivas sào i.e-
((gularcs c calieni só ciii corta cslaqào. Durniitc o verào a csistci.ic.i:i (luasi
.constanir: c10 ~ e n i nd o Dordcstc conserva n ienipci>aturn cni u i ~ icalor-
((seirlprr: iiioderado, c ia1 d a siia~idatleil'esia cstaqào n;i Mi~tlcira,que o
(( Dr. Ilcinekeii, í[ilc ali residiii algrliil trtiiiiio por carlsa ílti sii:i pr+o1u1i:1
nsaíidc, rnira c111 clúvitla se ri'vsia Illiki iiiio scr.6 :iiiicl;i o vciSão ~ i a i sf'ci..
e~ornvclque o iilret.no, para os docritcç aflkctatlos dc clocnc;;~:; c l c licito.
«Isto é o contrario do qiic acoritecc c111 OLI~J'OS p;iizes cliiei.itcs.)>
Depois clue o clima da Madeira plissou de uma modesta e riiais li-
niiiada reputacão a utua faina inais cxlensa e vigorosa, c a g.anl-iar pre-
fcrencia sobrc oiitras loralidadcs, conicqou cste credito a ser discutido e
esarninado, coiiio cra jusio: e por ora eiii seli proveito. E no ri~ciode
11~11itoscscriptos ciii seu al~oiio,teni-se publicado ii'estcs cluatro iiliiii~oç
aiiiios e1r1 Loi.idrcs algiiiis c i i i que a sua utilidade no trataiilerito da ti-
sicri pulinonar é postaeei díivida ou dcscredito. D'estes escriptos, cujo
numcro é pcclucno, os qiic 110s tcenl chegado á mão, são a obra do Dr.
Rlason, alguiis artigos de joi.iiaes rlc incdicina, c 11111 capiliilo tln obra do
nr. Burgcss.
Coiiio a obra do Dr.. iV1nsoii é a basc que, iriellior ou peoil entendida,
tcrri scrrido de f~i~idaineriio aos oiilros antagonistas tlo clirna da Madeira;
cboii]orsta obra coiitdrn iioticias muito irnpoiltaiites sobre a sua nieteoro-
login, de quc rios api~ovcitiiiiios;como a opinitio do Dr. M:ison sobfe a
~itilicladcdo rliiiia da Madeira iio tratamento da tisica pulmonar nào
tcni sido l~cm cnieridida, iieiii é a opiiiião exagerada c decisiva contra
csse clirna cluc se tem pcrtendido inculcar; como é iiiria obra util es-
cripta coin intclligencia e 1)oa E, julg.âinos dever dar sobre ella ainda
iriais aigunias explica~ões.
O Dr. Mason cstando na Nadcira erii 1834 e 1835, por causa da
siia saúde, escreveu a o1,i.a qiie j5 apant8mos, e que faz parte cle um
d o Loitdrcs erii 1 8 50, qu iiize annos depois da sna
roluiiic, ~ ~ n l ~ l i c acrii
nioric. Comccando ciii 1nglaterr:i a soffrcr de tisica puliiionar, o Dr. Ma-
w11 COIISLI~I.OLI CLII Londi-es Sir Jaines Clark, cllie lhe aconselhou a niu-
(lanca cle cliima para Nisa. Na sua viagein teve de se demorar sele seina-
lias eiii Dieppc por iuotivo de nlolestia de uiii seu parente, que o aconi-
panllavri. A estação adiantou-se, consilltou novalilente a Sir Jariies Clark.
que llic rccoiniiicilrlou ciitiio a Ilha da Madeira. Chegado ali foi habitar
iiiila casa ciii Santa Luzia, ci;ja localiclade já descrevcmos. Pr:i.tnaneceu
ii:i Illia por espaqo clc quasi dois ailnoç, rnas a siia molcstia, coiiio iriuitas
outras d'este genero, longe de diminuii~augmentou. Deixou eniiio a Ilha
pma Ilir prcciirar reriiedio no cliina de Nisa, (pie primeiro lhe tinha sido
aconsclliado, e ali rr-iorrcii cluirizc dias depois da sua chegada, com ~rinic
c scie nnnos de idade. D u ~ a n t eo tenipo da sua estada na Ilha entre-
gou-se ao cstuclo ineieorologico do diiria, para que tinlia particiilar +o-
cagiio, e principalmente para a parte Iiygro~iictrica.N'estes csttidos inuitn
ii~iuuçiososlonioir iiiuitas vezes, dc iioii-c C por iiiiiitas Iioras, trabalho a
iticot11t110do CIIIC IIGO ~1~1111)coml~ativeisroii-i a sua sa<i.de, c cllic ellc re-
pi.ovuria rlc cer.to rios sciis tloeiiici. Lliii cios estiidos a qiic h(: deii, c cu-
10s resultados cotisigiioii (:l-ti 11111 c;jpitiilo da sua obra, lbi o cxaiiic da
tcinperalura de iiiiiiias fontes e pogos em din'creiites alturas da Ilha: o
cpe "ão podia cleixar de ter xiiiia i iiflueilcicr noci~ano seu estado delicado
e vacillante clc saíicle. Esta saúde foi-se cleterioraildo cada vez inais, c isso
iiào lhe deu de certo por aqucllc cliina a syiiipai1iia cluc tantos oiitros 110-
meus da profissão tiiais felizes tcin adquirido: o anclarneiito cla sua 1110-
lestia nào foi prova~cliiieritciildifierente para :i sua opiiiiào sobrc o paiz.
Entrelailto a s consiclera~àese inappas sobre 0s diversos pontos clc i~ictco-
rologia, tle que cllc tratou, denunciani uni espirito ol~scrvador c habi-
tuado fiquelle getiero tlc estudo. A inclinaqào particular do :iutlior para
a Iiygro~iietria,quc sc inariifesta claraineii.tc na sua obra, c talvez a iii-
fluencia quc clle julg.a~aque a liuiiiidadc tinha tia sua iiiolcstin, lovn-
rarn-no a ilii~igirninis particularmcntc as siias iiidagaçoes sohrc csle 01)-
jecio, c a c:stabeleccl. alg~iii~as proposicõc~ c[uc i~ãotiriliniii ainda sido
eiriittidas dc uiil iriodo tão j ~ ~ s i t i veo fiindanicntado. Seiido estiis priiici-
palmente: ( 1 1 1 ~ 0cli~iiado Pulichal cra cstrcmaiiicrite humido, ciuc so-
bre este poriro iiào liavia yalitageni i.ien11uiiia cntrc o cliiria do Buiiclial
o o de Londres, c que o cliriia do Fuiiclial liao convirli de certo ii'ayucl-
les padecimentos cie pciio ou a'aqiiellas constituições ciri cliic uma atiiios-
pliera secca ou iliciios sallirada dc liuiliidade iitil; suppoiiclo ollc cjuc
quando urii cloeiitc aracado de tisim piilmonar sc nao dA bcni cni uiiiii
atmosp\iclsz\ Iiuiiiida , stt rlrii-;i in ellior ein tiriia atriiusp1ia.a srccti , (i v i re-.
vcrsa.
Sciii eiiliarilios ngotVii.rio valor dc caclu i i i i i n d'cstas pi~~posi\;fics, ;il
guiiias tlas cjuails jtí ti~cillosoccasião de api~~ciar, ~rejaiiios(luai ihi o c30ii-
ceito iiiial a quc o Dr. Masoii cliegoii sobre a utilidade do cliiiiii ela l\ila-
deira, depois das suas observacõcs mcteoroIogicas c do in6o aiidaiiierito
da sua ~iioles~iu; niicI:iii~ciltoque c111 outro c~ualqucrdocntc ccriiririeiitc
lt-ie 11ào teria parecido liiuito estrnordiiiario. Transcrcvcreinos ils s i m pro-
p i a s cxpressòes para expor iiiais esaclarnente as suas iddas: «l'clo (lu(: diz
respeito a iiicliriduos que sofli.ciu certas niolestias que sc ~ioclcinagrilvaiq
((pela consideraírcl evaporacào da supcrficic dos puliiiõcs e da pelle, 110s
rcveinos a convenieilcia da mudanca pata um cliiiia qucnte c Iiurnido, conio
<[oda Madeira, cri1 que a cvaporacao piilriioriar 6 criibaraçada; porque!
((estes individuos sciiipre sofl'reili coni o frio dos riossos in~r~rtios, o qual
(cn'estcs rasos produz o rnesrno d e i t o que o ar exccssivaiiientc secco. Esid
«provado quc graiidc cltiatilidadc do licluiclo iiit~ocluzidoiio esLc)rriago iiíio
((remedeia os cflicitos tl'aqiiella i~Spidaexlialuciio clos pulinõcs, cluc é pro-
d~cluzidapelo ar frio, oii e?tcc:ssi~~;iiricriti? sccco. Assii~inccess:iriaiririiIr! i i i i ~
{tiir iiioclcraclaiilciiict Iiurnido oo1locar:í o ilociltc nas circu~iistariciasiiiais
al'avoravcis para a cura, Sc isto sc não ~ ~ o í fazer lc rnitdaiiclo cle cliina,
o nlal dcve ser coinbatido quanto í'iòr possiivel por iiieios ariiliciaes. A
tcatinospliera pmxirna ao doentc deve fazer-se Iiuinida, canservniido suí'fi-
~c,ciciltccluaatidaclc de agira rrn eva[ioraçiio; poT quanto o ar cstnndo liu-
C( iliiclo, a rtipida scccura dos oigtos rcspiiaiorios 'seri náo sí, iiiodificada;
r( nas t a i n b ~ S ~U~Si~ ) ~ I I S e111
: ~ consccp.~e~cia
da absorpçião du vapor. Tariiheiii
((ser6 preciso conservar o cloeilte cin uinu atmospliera ~empeiaada~ por-
((que se sc despresar csta coiidiciio, é claro que ainda que o ar esteja hxi-
(cniido, sc csti~rerfrio, ilão piocluzii~ío desejado enbito, pois exn relacho
((a cxlialacào pulliionar obrnxí exactaii~eiitcela inesliiila iriai-i~ir:i do qiii:
uo ar secco.
«SC as condic(ies do systeiiia, pelo contrario, foreiii as oppostas, se
c~iiinalivic c abiiildantc e-raporaqlio do pulina'o fòr util, collocai-ido o
ficloerite eirr uina ainiospliera Iiuiliida, ou iiianda~ido-opara urn cliiiia si-
((iiiilliaiite ao da liadeira, será p6-lo ii:i contlií;:'io ii-iais desfa~oravelriarli
«;I s11a Clll'â. )I
O uiiihor passa depois a hzer alg~itiirisconsiderações sobre a acciio
do k s t c nos cloentes, e terinina o capitulo clizerido: «Por tudo isto n69
upodêirios bcin explicar porque ~aziioos cloentes que vem B a1adeil.a sào
c(t1ive~sa~nente an'ectaclos pelas iiiesinas colidiç6es atmospliericas; alguns
(lex-~~erirnentando alívio, e oiitros vendo aggravar o sei1 mal. Assiin a
((preseiite obra ndo deve ser consideracla como tendo por fim prejucti-
«car csta 111ia lia sua clualiclade de recurso para os doentes, m m sini
cccoliio um esforqo para iliosirny o perigo de iimri cor1fianc;a cega sobre
((0s seus effeitos salutares. Pois iiiria tal confianca é nociva. Se os pherio-
(liiionos atinospl-ioricos do clinia da &iadeiia fossein h e ~ ncoilhecldos, e as
ctexigencias da rnolestia lhe corresporielessei-ii, a uniforniidade do bom
uresultada, havia tle estabelecer a sua repiitaqào, e os rnáoç resultadosi
unos casos para que o cliriia iião ti proprio, nùo prejudicariairi o seu cre-
((dito, conio residcnciu pala outros doentes, que pela iirudaiica para essa
(( localitlade podcm rasoavalriiciite ver realisaclos os seos desqjos.~,
Em ouira papte c\a siia obra o autlior repete ainda por oiitro niodo
mais explicito, o aforisino de que ,j6 falllirnos no artigo-leste-«Aqriel-
((les que na sua chegaclri á Ilha cfa Madeira acliain que O Ecsre Ilies con-
((~d1-ndeverri iriinicdiatarneiite iiiudar para clima inais secco, ern cIiiarito
((que outros a cperii o leste incominoda, cur~iofica iiiclicado pelos syiii-
ctptomas cpie eu descrevi, clevern ficar certos qiie tirarão Leneficio pcr-
~irianentcda sua c1eii-ioi.a ali, que as siias esperariqas 11Bo sci.50 baldadas,
((cque o restabeleciiitento da safido c forcas serd o resultado de ter. dcixadci
no cliiiia ineiins Iiospi taleir*o d;i I;ua pairia. » Nào precisànios fqzcr r e&-
xões sobre a doutxina do author que acabhmos de apresentar, e sobre
o modo por que elle encarou a utilidade do cliina da Madeira, referintlo-
se uilicanieiite 6 teinperatiira e huiiiidadc; porquc nos basta fBzer beiii
conliecer as suas idéas, e riiostrar que o Dr. Mason, ainda que em clifle-
rentes partes da sua obra, falla do paiz corri a pouca sympatliia de uiri
homem cilganado lias suas mais caras esperariqas, não disse quc o cliiila
da Madeira era m6o oii inutil 110 tratamento da tisica pulinonas, só per-
tendeu clescriininai., a seu iriodo, os casos ciii que o cliina coii~ém,d'a-
quelles eni que o clinia é prej~udicial.
É singularincnte ctlrioso qtie depois qiic o Dr. ~Iasorise cjueixoii
dos inconveriientes 'da liiimidade do Puiiclial, o Dr. ICainpfer diziit lia
sua citada meinoria sobre a Ilha da filadeira, que este cliiiia não tinha
podido coiivir ao scn padecimento pela sua inuita seccura. (i h n~irili:~
(c opinião, ctiz elle, qiie a nfrideira irierecr: particular consideração por
causa da iiotavel seccurii do ar, c que não aprovcitartí para aqucllas
íí niolestias qiie requereir1 iiina atrnosplicra huiuiclii e rclaxarile, iiciri
tanibem para aquellas iiiolestias de peito que são acoinpanliadas coiri
grande seccura dos broiichios, coino cii experiincntci em ii.iiiii proprio.
c( E m consequencia de iirna l~ronchitcchronica, e de uina piici~i~io~iiil
(C despresada, ficou-ine uma induraqão do pulirião direito, coin scnsaç5o

íí de seccilra e crucza nos broncliios, com muito p o u c ~ secrccão dos i~ies-


(( MOS,e coin rnui rara, ~icnosa,espessa c glutiriosa cxpeci.oracào. Eii so-
« fria no peito uilia exiraordiiiaria sensaçiio, não só por c h i t o do frio,
íí mas ainda nitiito inais por uina atinospliera sccca; de iiiodo c~iieurri

(( cliina huriiido e cliicnte, era o iriais proprio e benefico para miiri: c01110
(í ine aconteceu cxpcriiiientar erri I-fainhurgo, no Sul da Iiiglatcr~rri,e ri;i

í( I3ollanda. Na Madeira, pelo contrario, durantc o I~ointciiipo, c a pren

í( dorninancia do Nordeste, augtnentavaiii a dor e sccciira nos broiicliios,

n particulai~~iienlc: ao ar1 livre. I', verdade que a respira$o dc 11111 ar. no-
(I tavelrne~itesuave rrie dava iiina agradavel çensaqão; porém acliava-iiic

(( s e l n p e iriellior, qiiaiido o ceo cstalra nublado, c quando o relito do


(I Oeste dolriinava, o que acontecia poucas vczcs. I?, eviclentc, diz o autlioi.

em outro lugar, que :i liabitacão ria Madeira é, ein geral, salutar c boa
araa as rl~oiestiasque requercrn unia atinospliera tornpcrada, branda,
(í secca, pura o elastica, sem grandes variacõos rio tempo ; com difficul-

íí dade se acliará oiitr40 lugax~que reuria estas condic6es em grtrio tão


« eminente. u
No irieio cl'esta coritradi$o, talvcz scj ;kppai.eiite, e dcvidn a ol~wr-
~açõcsSeitas erii cli~~crsas; épocas, o erri divcrsns localidnrtes, podcrcrncis
nós pxever ariiecipadatiiente qual será a iiiilueiicia cl'cssc gráo de liumi-
dadc do Punclial, qualquer que elle seja, nos doentes que para ali man-
dhmas? Será possivel distinguir cjuaes serao os casos que ali se dariio
bem, e quaes os que se darão nial, attender,do só ao gráo de calor e
liurnidade ?
Respeitando riiiiito os co~ihecinieii~os
do Dr. Mason, 1150 julghmos
comtudo dever aproveitar tanto das suas opiniões medicas, e das suas
explicações phisiologicas e patliologicas, coiiio das suas observações
meteorologicas. I? mais pela oliserraçiio dos doentes ali lratados, pelos
resultados do tratamento, e pela analogia das inolestias, que se de~er,í.
estabelecer a conveniencia do clima, para certos e deterniinados casos,
do que por indicações deduzidas IE piniori só da accão de uni ou outro
dos elenientos ião co*lplexos, e alguns i50 incertos do cliina. Se o clinia
d o Funchal é util éni certos padecimentos pulinonares, se alguns doentes
ali veein suspender a sua molestia, outros aliviar os seus males e pro-
longar a exisiencia com poucos soffriiiientos e alguns coininodos, qual-
q u e r que seja o seu gráo de seccuia ou de liuniidade, deve ser seguido
e adoptado para casos similliantes. Talvez a observacão ainda para o ftl-
t u r o venha a mostrar, como deseja o Dr. IClason, quaes sào os casos de
uma n~esma molestia ein que esse clima convéin mais, quaes aquelles
e m que convPnr menos, e quaes, finalmente, aqtielles eiii que elle é ab-
solutamente inutil o11 prejudicial. Blas qiierer fundar esta distincqio so-
bre a conveniencia de certo c deterriiinado estado e forma de niolestia,
para certo gríio de Iiuimidacle e calor, parece-nos iiiria peitençào muito
arriscada, prematura e pouco coiiforme cor11 a pliilosopliia actual da
sciencia.
Não e uma idéa nova a da iiecessidade de uma tetiiperatura riiode-
rada e uniforiiie acoinpaiiliada de certo gráo cle Iiuiiiidade para o trata-
iriento das iriolestias de que f'all~i~ios.
Muitos doentes sentem a necessi-
dade d'essa liuiilidade na atmosphera que respirani; iiiuitas vezes coni
esse fim sc tetil mandado evaporar agua nos quartos dos doentes. Nos
Iiospitacs de tisica ern que se rrianténi teniperaturas artificiam constaii-
tes, os doentes a s nío podem stipportar, quando o calor se torna secco,
e quando cessa a evaporacão que lhc dá o gráo de huinidade reque-
rido. Talvez, seja tainbem por isso que as attnosplieras niaritiinas tem
sido aconselhadas n'cstas niolestias, e inuitas vezes com proveito, E se
fosse necessario achar uma tlieoria para explicar a utilidade da huini-
dade combinada coni uma temperatura suave e constante no tratamento
de muitas inolestias piilniónares, não seria para isso preciso, 11e111 gran-
des, neni novos esforces. O Dr. Bfasoii pertendeu marcar os casos da
e0
incsnia iiiolcstia ciil que essc clirna pode scr util, e acluelles eiii que
deve ser prejudicial; e se fossc possível fazer esia distinc~àosem sujeitar
os cloei~teçá cspcriencia, não lia diivida que seria ainda inais um passo
dado n'esta vereda tão difficil. Eln quanto a nós, não acreditâmes qiie
esta d i s t i n c ~ opor ora se possa fazer pelos dados clue nos deixou o Dr.
Rlason, nem por outros já sabidos; c por outra parte estamos inçlinodos
a pensar que esse gráo de humidade do clima do Funchal, sem diívida
alguma menor do que o Dr. Wason suppoz, combinado com as suas ou-
tras coiidiqões atmosphcricas, constitiie a sua bondade t: exccllenciq; e
atrcvemo-nw a avancar quc este clima tornado nnais sccco, havia da ser
menos util nos padeciinentos pulmonares, assim como havia de transfor-
inar um paiz risonlio. fertil, e sempre vieoso, crn uma tcrra arida, s e c a
c agrcste.
0s climatologistas que teeili ultimamente estudado 0s c l i ~ l a sxnais
~>iopriospara o tratamento clas molestias pulmonares chronicas, teom
procurado adaptar estes diversos climas aos diversos casas c estados d'e-
sas mesmas molestias; e ainda que o seu estudo e trabalho 1120 tCnl
tido pnr cm quanto o resultado que se deseja, e que ellas tiveram .cin
~ i s i a ;porque a empreza é coinylicada e difficil; é comtudo possivel que
coiri o tempo e cspcriencia se consiga estabelecer alguns principias que
eliri,jam os práticos na escolha de iim clima, entre os recommendados,
que seja o mais proprio e adaptado para cada um dos doentes. O Dr.
Carriere no seu lieilo livro sobre os climas da Italia, lan~oubases para
cstc cstudo que devem ser aproveitadas e que podem conduzir a um 1.c-
sultaclo util. Para estabelecer a convenicncia das cliffèrentes fórmas (Ia
nicsma molestia para alguns dos c-limas de Italia, clle nso considerou
só uin ou olitro elemento do clima, mas sim a ae@o complexa e com-
pleta de todos clles, e ainda ajuntou a influencia do paiz com todas as
circumstancias mui variadas que o formam e acoinpanhain, e das quncs
iicnhuma 6 indiffcrcnte. Depois examinou o modo de scc,.àode todas ostas
condi~6eslios doentes das diversas constitu icões, tcm per-amentos, pesio-
dos e forma da molestia disposicões moraes, eQ,, e dc todas estas wnsi-
Jer.a:;icOes,algumas das quaes sào bcin difficeis, clle deduz a convcnieiicia
dos diversos cliinas da Italia para os differentes casos da molestia. Rlui di-
gnos d e loiivor são os esforcos scientificos tão bem dirigidos do Dr. Car-
rière eili inateria tào apinhosa, c 4 provavel que elles nos ponham nu
ceininlio dc apreciar melhor estc ponto, a que só ha pouco tempo se cld
maior irnportailaia. Porém aqui vemns nós considerad~se atterididos to-
dos os rleinentofi aprcciaveis do clima, e todas as c~ncli,~ões c110 pgls; C
113 obra do n r . 3Iasoii 1-eiiios Ggurar para 3 resolugão d'cstc problema.
((Por.lilinha propria espcriencia, diz o Dr. Mttson, cstou iric1inado
((a corroborar a opiniào do Dr. Goiirlay dc que a tisica c cscrofiilas sào
((í'reqiicntes na Madeira, c tambcm a juntar que as aFiCcqões dc estomago,
« e orgàos digestivos são inuito coiiirnuas, scildo as principacs causas da
((inerte da maioria dos habitantes. Pelo que os escriptores iecni dito da
((siilubridade da Mucleira, poclcr-sc-liin julgar que ali apciias app;ireceiil
apoucas niolestias; mas eu receio clue se este ol!jecto sc indagar escrupii-
« losamentc, como deve ser, poucas localidades se encontrarão mais si]-
~jeitasa molestjas geraes; e taiilbeiil suspeito qirc a durayào rnédin da
((vida é ali iiiferior d do iiosso proprio paiz.)~
O Dr. Burgess aincla enche o seu prqucno capitulo narraxiilo o li111
lameiltavcl do Dr. Masori, e aprovcitai-ido tamlem alguri~acousa íla obra
de Wliitc, que ellc suppoz qiie devia produzir iinpressào dcsí'avoravel no
leitor, nos diz, que no cerniterio dos inglezes, no Funclial, se encontrain
iiiuiias campas de pessoas r?oi.tas na flor da idade, que hinclo procurcir
R Illia remcdio aos sciis inales, só o acl-iaran~~ i otumulo.
para sentir quc uni objecto d'esta ii-nportancia, n8o fosse tratado
pelo Dr. Burgess coim a coiisideracào e estiido de que elle é capaz, e
c0111 O conhecimento pessoal do clima. É possivel que o clirna da Ilha
da Madeira não seia melhor que o de Inglaterra para o trataiiicnto da
tisica pulmonar; mas nào nos parecc possivel que alguem da profissiio,
e niesino fora da profissào, fic~ucd'isso convencido pela leitura da obra
do Dr. Burgess.
Algiins artigos dc jornaes inglczcs clc n~edicina,que í'dlarn ein dcs-
abono do clima da Madeira, tomam corno fi~ilclnrnentoas obras do Dr.
Maçon c do Dr. Burgess, e a cllas sc refereni; o Dr. Burgess funda-se
ria obra do Dr. llasoil e n ella igualmente sc refere; de tal iiiodo cluc
tudo cltrc ri'rstes i111i mos ieinps se tem cscripto ciii clcscrcdito d'acluellc
clirna, se rediiz ao que ~ e n ria
i obro c10 Dr. R'Iasoii, mais ou menos ani-
pliado, csagerado oii altc~iaclo.O rliic fica dito e citado da dita obra IHJe
os leitores ciii cii~cuinstaiicias clc pocler avaliar. as opiniões do auilior
ii'cs~aparte, e os setis f~iixlarnentos,e de ver quilo desfigii~*adastem sido
as siias icléas. ICnti-cianto coirio a opini8o do Dr. Goiirlay sobre a fre-
c~ucnciada iisica pulmonar rios 11abi.tantes da Rladcira, tein sido citada
pelo Dr. RIasoil, pclo Dr. Birrgcss, c por oiitros para provar a pouca
utilidade do clirna nos doenics cluc ali vão clc fóra; corrio a pasçagern
da obra do Dr. Goiirlay a clire ellcs se refereni, prova exacttiiiicnte o
contrario, isto é, que o clima do PiinchaI é tnuito pro~citosoaos cstran-
geiros que ali vào buscar rcliigio i1'csia iiiolcstia, aqiii a traiiçcrc\lerc-
~iios:-Obse~.vrrtiozs o11 tlrr no.~ c u r lllis~ory,~ C C , h!/ Ij/j//i(l??t G o z L ~ ' / ~ ( / .
Lontloolz. 18 1 1. P Q ~00. , ,A PIadeii-a pela iii-iiformidade de tcn~pei.:+iu~.a
((e purcza da atmosplicra, tem sido por iiliiito tcinpo, e aincla contiriíia
«a ser urii abrigo favorito para os tisicos do Norte da Europa. Ali as
(1infelizes victimas d 'esta formidavel molcstia escapain ao inverno do seu
((clima, c adquirem a suspensào do soflrimento, cuja si~s~)ençào tal loca-
((lidadc é propria para produzir. Comt~idoainda c~uctão altaii~cnteLe-
unefico seja o clinia ri'esta molestia com os naturacs dos outros paizes,
((não se deve encubrir que niio lia niolestia que ali ataque ninis os Ita-
~(bitantesdo que esta, clr.» (Vitlè png. 129.)
Os qrie se servciii da opiniáo do Dr. Gourlíiy para provar que o
clinia da Madeira riao póde scr util no tratamento clos doelitcs quc ali
vão atacados clc tisica pulinonar, supprinicni a priiiieira parte do para-
grapbo, c apresentam a ultima, d'onde conclueiri que o pniz cin que
a tisica ataca tanto os naturacs, nào póde scr boni para os estrangeiros
acomrnettidos da mesma molestia. Já riinos ein outro lugar até que
ponto a opiniào eniittida pelo Dr. Go~irlaysobr-e a frcqiiencia da tisica
piilinonar na Illia da Madcira é hem fundada.
Ern urna breve analyse da obra do Dr. Burgcss, inserida em iiiii
joi>nal ir1titulado -The British nntlfireign Mecltcnl nnrl silt?.gical Bcuiew .
N." 19. .lulho 1 852. png.-246. -O redactor, clepois dc ter dado o devido
a p r e p á opiiiigo do Dr. Burgess sobre os cliinns da Italia, onde rcsidiii
algum tempo, continha. «Nós pensânios que o author, coiuo outros escili
uptores que t c c ~ ruma ~ desfavo~*avelidéa da influencia dos climas tios
((doentes aíliectados de tisica pulmonar, olha, inuiio csclusivamcnte, para
((as condiqõcs meteorologicas, c lito d6 a devida iii~porrancia aos cfleitos
((da rriudança do paiz, dos linbitos de vida, e 5 influeiicia moral que se
((produz pela livre cxposit$io a um ceo claro, e nos brilliantcs raios do
((sol, no espirito de individuos cjrie tinliain previailiente soffrido a deprcs-
((si0 de animo produzida por um encerramento monotono e quasi setii
((csperanqa. Ainda cjiie a m~iclan~a do clima para uin doente ciii qrie a
~ ~ i s i jfi
c a se acha bein dcscnvolvida possa aproveiinr poiico, cointudo 116s
saliei~iospor conliecinicntos pessoacs que niiiitos doentcs podciji, nào só-
((mente viver, mas até gosar da vida eni localidades hcin escolhidas da
((Italia, c na Illia da Madeira; doentes clue nào poderiliin supportar a cs-
((posiqiio aos nossos rigorosos invernos c frias primaveras, c c~iieveria111
uaggravar rapidailicntc a inolcstin prlo clesgosto da protrahicln siijciqão
a tiiiii\ iltiiiosplicra arlilicial. »
Seu resultudò geral -
0)lulíio dos dobiiLi?s a doe hhbttautori -Codcorreiieiu
Remedlos.
dou doeuicrr-

Depois de termos visto qual é a opinião dos niedicos residentes na


Ilha e dos medicos dos outras paizes, que para ali mandam doentes, de-
vemos tambem atteiider o ponderar a opinião dos proprios doentes, c das
pessoas estranlias á profidào que os viram e acompanharam durante as
diffcrentes pliases da sua molestia; porque ainda que os homens da artc
sejam os inais competentcs juizes d'esta causa, o seu testemrinlio ganha
mais forca. sendo acompanhado pela confirrnacào dos doentes e das pessoas
inais prosinias e interessadas na sua vida e alheias da profissão. Esta
opíniiio manifesta-se não só pelas suas expressões, e pela sua niaior con-
correncia, rnas sobretudo porque rriiiitos repetem as suas jlisitas 6 Ilha
invernos successivos; e exemplos ha d'esta $epetic$ào tres, quatro, dez c
mais annm. Outros tem ficado ali muitos annos som sahir para outra
parte; alguns ali se teom estabelecido. H a docntes que tem hido á Ilha
da Madeira só por informações e conselho de outros doentes que os de-
cidiram corn o seii exemplo. Eni Inglaterra tem-se já estabelecido uma
certa regularidade eni carreiras de navios que transportam os doeiitcs
em Outubro e Novembro para a Illia da Madeira, em numero de vinte
a trinta cada viagem. Se o cliina da Madeira não offerecesse decidida
vantagem, para os doentes, não é possivel que tal concorrencia continuasse
por tanto tempo, e que os mesmos doentes voltassem ali tantas vez&(;
e isto tanto mais quanto u Madeira, não oflerecendo os entertenimentos
e distraccões da Italia e de outros paizes da Europa, teerri ainda o iii-
coiiimodo da viagem do mar, e dc uma despem quc nao é rricnor. A
quantidade de guias, instruccões para viajantes e doeiites que vão ii Illia
da Madeira, e outros livros que com diversos titulos para este fim sc
tern publicado, provam qual é o numero de consurnidorcs que este gc-
nero de pul~licacõeshoje encontra.
A opinigo d'estas puhlicagões a respeito da utilidade da clima na
tisica pulinonar, é ein geral favorarel, como era dc esperar; mas con-
tém-se em limites muito prudentes c moderados, parecendo lòriiiulada
por rnãos iiiçtruidas. Algumas d'estas publicayões, assim r70ino muitas
das gravuras, Iitliogra~~liias,albuns, etc. que tem apparccido sobre a Illia
da Madeira, são feitos por doentes ou por pessoas ciiic acoinpanhar)am os
doentes, e que totnam esse trabalho conio distracção e ds vezes como
reconhecimento do bcm que ali acharam. N'este genero tambein a Ma-
deira t! uin dos paizes que tem dado lugar em pouco tempo a maior
numero de publicagiies.
Ein quanto ás tradic~õespopulares da Ilha, e inforinaqões do coiii-
mum dos habitantes do Punchal, nimiamente exageradas, ctlas não po-
dern ser recclidas sein um muito cauteloso desconto, ninda que seinpre
vcnliatn acompai-rhadas de factos e excmplos salieiites, c capazes de fazai.
forte in~prcssãio. As pcssoas mais illustradas e sensatas do paiz, expri-
wem-se como os faciiltativos, e caiifirmam as suas deposi~ões.
Mas ainda que a opiniao dps medicos do paiz, a dos inedicos de Iora,
que para ali mandam os seus doentes, a dos mesmos &entes, c a suq
concorrencia sejam argumentos fortes em favor da utilidade do clirila
do Funclial, no tratamento das molestias pulmonares chronicas, é com-
tudo certo que espicitos mais exactos e severos desejariam ainda outro
genero de proyas mais convincentes e sobretudo quereriam que as pro-
posições estabelecidas, fossem hseadas sohre um lioin numero de factos
patentes, claros e bein rlescriptos; tanibcin com justiça exigiriam uina
coinparacgo analytica cl'esses mesmos factos com outros siinilharites das
demais localidades racommendadas para o tratamento d'esta inolestia.
Porém ua impossibilicladc de obter esses fortes ineios de eonvicç80, de
que sentirnos a iniportaneia, r e ~ o r r ~ m odquelles
s que podiainos obter, e
cliie devem ter bastante valor. E este valor ainda augiilentará, c a con-
vicç4o serd mais firme, quando se souber qual E! o numero de faotos sobre
que assenta a opinião dos inedicos, tanto do paiz como de fóra d'ello,
qual é a mncorrencia e moviincnto dos doentes que ali affluetn, qual o
rcs~liadogeral que ali se obtem, cluaes são os remedios que ali se om-
prcgain, e que inffiiiencia elles padern ter n'esse Inesnio resultado gcrn!.
Todas estas infarmagões ajiidarso a esclarecer a qiiestão, a forinar uma
opinião mais segura do abjecto, e darão noticias talvez ciiriosns c utcis
sobre este ponto que tanto nos interessa.
Esta especie de estatistica que vamos aprcscntar, trabalho difrioil,
ingrato, e por fim incamplcto, foi colliida das nlelliores fontes, e assim
rncsmo c! possivel que ella não dê senão resultados prosimos da verdade.
Da molestia de alguns doentes clstrangeiros tivemos historias resinnidas,
dc outros souhemos só os resiiltndos; de quasi todos os por?tilguezes tive-
mos liistorias mais ou mcnos circumstanciadas: uina boa parto d'elles ti-
phamos nos visto ctn Portugn\ untes da sua liida para a Madcira, c os
quc IOraiii no aiitio c10 1832. cliiasi irttlos ac111i oti I,, rios cc~ii~ul~ur-aiii.
Entretanto mesmo a respeito d'aqiiclies docntcs clc r p c ~)oderiarnosdar
uma historia estensa e talvez intercqsai-ite, j i ~ l ~ í n i orlcrcr
s attender 6s
eonsideraqGes j5 meilcioriadas, c sú dizemos o que rios pareceu, c~ucdis-
cretamente se poderia p~illicar.
O numero de cstrangeii.os cliie visitniii a I111a da Madeira, c í~iic
ali se demoram por rno~ivode saúde c paia gosar o berielicio do clirria,
tem sido grande, s o l r c ~ u d ori'cstes ulti~riosanilos. Este iiiiriiero 6 calcu-
lado em geral no Isuiiclial dc trezentos a cluatrocentos que ali 720 clii
cada aniio, 5 assiiii se fê eni alguriias oLi~as;ri& rcr)iitii~~iosesse calculo
exagerado. E certo que desde 183 í par;' c6 o 1iuniei.o do doeiite~cluc
vào á Ilha da fiIrideira teni crescido milito, c qiie nos annos em cliie ul-
timamente a Italia soll'reu pcrturlagóes politic,as, esse riuiiiero airida au-
gmentou; poréili os docunientos que podemos o l ~ t e rrios levararn a acre-
ditar qtie csse numero dcve ser. menor, c pouco excederá a duzentos. O
inaior numero d e doentes que viio á Madeira sào i~iglczes, com muita
differenca das outras nacões; depois segue~ri-seos americanos, alcrnàes,
russos, francezes; e d e outras nasces, um ou outro. Dos portugiiezes póde
dizer-se que só n'estes ultirnos annos coniecararn a Iiir ali alguns por
motivo de saúde, e no ultirno anno já o scu nuniero foi ~lotavel.Tariibc!ii
teeili ali liido alguns brazilciros, cujo numero nào é Sacil calcular exacta-
mente, porque no paiz as confundem com os porttiguezes; mas por do-
cumentos officiaes venios que é pequeno. Nào sendo polisivel calcular o
numero de todos os doentes qiie tceni hido ali por motivo de molestia,
li~iiitánioso nosso cal(-ulo aos uliinios cinco anrios.
O numero de inglezes que foi-ani ao Furicl~alii'cstes iiltiirios ciiico
annos e ali pren~aiiecerani, a niaior parte por rriotivo de niolestia, é de
miI seiscentos e urn, distribuidos pelos ditos cinco annos do seguinte
modo: Em i $ 4 8 foraiii trezentos e dezeseis, E m 1849 fora111 trezentos
quarenta e oito. Eln 1850 foram duzeiitos cincoerita e sete. Ein 185 1
foram trezentos c sessenta. Ecn 1 H 5 '3 foram trezentos e vinte. Aitida
que quasi todos forani ali por niotito de riiolcstia, isto é, 5ein motivo
commercial, ou outro; coniiudo n'este ~iuiilero iricluem-se pessoas de
familia ou amigos que acorii~~anbararxi os doentes; e posto que alguris
d'estes vào sós e recommendados a farnilias ali residentes, ou coni direc-
cão a certas casas e hospedarias, outros ha que levam comsigo unia ou
mais pessoas d e familia, que não d e ~ e i nser contadas como doentes: de
inodo que por um calculo aproiiimado, mas que nos parece ri50 longe
da ~ e r d a d e ,pençâmos que o iiurnero de doentes inglezes qiie ali se vão
tratar niio excederi inuito iiietade do nuniero aciriu iiiencionado. E ainda
é prcciso dizcí. que lia seinlire urn ccrio i~uii-ierode doentes que vol-
tairi á Illis iini ou niais aiiilos siiccessi\ros oii iiiierpolados, e cluc i'g11-
ram coiuo clocriics novos, augiilcniaiido assiia erradariicnte o iiuincro 10-
~ a lTarriberil
. clcsconfiâmos cjiic alguas I ~ a b i i a n ~ ctcndo
s eiii visia o crediio
do cliina e as siias consec~iiencias,não sc calicnin c111 fazer cslas clistiiic-
cões e exagcram a eoiicorrencia, que inesino 110s lii-niteç da rerdaclc nao
é peclucna.
D'esbe ilumcro de doeiltcç uina graiide pãrlc niclhor;~innotavel-
iiicri tc, scni dúvida alguma ; liias convem fazer sobre este poiilo algu-
irias refiesões iinportailtcs c esseilciacs: scniindo nGs não as pocIci. acoin-
panhar com as devidas proporcões. Um certo iiurncro de doeiiics iliailda-
dos dc Inglaterra, cluc se curain no Funclial, ou ali acliain grandc ine-
Iliora, não v80 anèctados de tisica pulllloiiar no sci~tidostricto cin cpc
nós eiltciideinos esta cspressiio; isto é, tisica puirnoilar t~~l~crculosa. Lc-
ram affeccõcs de orgãos resliiratorios mais ou menos grnyes, inas tililito
mais curavcis c menos Eataes: laringites, broncliiics, pulnionitcs c pleti-
r i lcs cbroiiicas, derramailwntos pleuriticos, resul taclo de ylcuriies agiidas,
liciiiopiises, etc.: molestias perigosas, n que provri~~cli~~eiitc siicciiiiibiriaal
e111 Inglaterra, qiie iio Fuiiclial acliain granrle melhora, iilas íliie cle facto
1150 sào tisica pulinonar tuLerculosa, aitiíla ~ L I Ciiluilas vczes concorrnili
para o seu dcscn~olvimcnto,
Uiiia outra partc dos ditos cloen~csmaridatlos para ali de Iiigla-
terra, c estc nuiiiero hoje é o iiiaior, são iiidividrios em rluc se rcccia
a tisica pulinoi~ar ou por preccdcii~cs de falililia, ou por coníigurayão
e saíidc dclicadl, oii por clualqucr oiilro inotivo; c ajlcnas apparecc ril-
guma iossc inais teimosa, ou cailsaco, criimagrcci~iicilto,Iici~ioptisc,etc.
siio iil~iiiccliataiiieiiilcpara ali iiiaiidados; c lia ~ c r d a d ctiram cl'isso grandc
proveito. Posto cloc c111 muitos d'csies indivirluos sc,ja cltiasi certo que ri
aíl'cc~àocr-a dc na turcza ti~bcreulosa,c c~ucficaildo doranlc: o inverno eiri
Inglnicrra, provavel~ileillcleriain visto aggravar os seus soifrimcnios c
declarar-sc a Lisica. puliiioiiar com ioclos cis si:us syinplonias, ciitrc~aiiio
eiii alguiis i ~ i oI i n ~ i airiolivo baslanlc para affiriiiar com ccricza cpio
ellcs esia~~nili arfcctaclos d'esla inolcstia. Ein uiii ou oulro cl'cslcs casos,
n graviclaclc da inolcstia c a siia ilaturcza tuberc~ilosn,póclc ser ol~~je-
cto íle clúvicln c coiitestacão; mas para os l~oinciisda profissão, acostii-
ninclos a .Lratai3cl'eslcs casos, C certo c[uc a ~ i ~ a i paiate
o r dos cloenlcs nas cir-
c~~mstaiicias iiicncionndas, que iio Fuilclial se clã0 bcin, ein Jiiglalcrra
seria111 t isicos confi rrnaclos eiii poucos 113 ezcs. Esta ~ atagem ~ i da muclancci
dc lriglalerra para a Madeira, cluraiilc o inveriio, ein lacs cstados csiii
Iioic estal~rlcc~ida 1101- "r11 grniidr niii11ci.n t l r factos.
81
lr'iiialiiieri~e,a terceira pai3te dos dito.; doentes sào iriaiiditdos para
ali de Inglateri-a coin syiiiptoliias e sígiiacs inuito claros de tisica pul-
inonar lios scus clifferei~iespcriodos. Porém, inuilo pclo coii~lriiriodo cluc
antigamente acoiltccia, estes doenies vào ag0i.a no priineiro periodo da
molestia, ou no segiindo, mas ainda c o ~ nforças, e iliui poucos no tcr-
ceiro perioclo; e por isso o reçultaclo é muito inais favoravel, c a iiioles-
tia bastantes vezes suspende a sua ~narcliapor rnnis oii ~iicilosicriipo;
algumas Jrezes pareceiida clue se obtem uma cura dofiniliva. Os cluc vão
no periodo iziais adiantado cla niolestia succurnbem, iiiais ccclo ou mais
tarde; porém ci1tr.e estes iiiesinos alwuns lia quc adquirein uina iiiellioi~~i
a.
lisoiigeira, e uina prolongacão de vida que não era tlc cslieraib, c que
de certo 1120 alean~arianiiicaiido e1-i-i Ing-laterra.
O numero de inglezcs sepul~adosno ceniileri o proprio dos inglezes
1160 residentes, porqric os residentes icem oulro, foi nos cinco aiiiios dc
que trai3nios sesseilia e sete, distribuiclos pelo seguiillc riiodo. Erri 1848
sepultara tu-se dezeseie. E i ~ i1 84 9 onzc. 3C1-n 18 50 c~uinze.E111 185 1 onzc.
Em 1852 treze. Estas mortes forani qriasi loclas devidas a tisica pul-
iiionar. Atleildeiido tí Satalicladc d'csta moleslia c ao 1-iuiner.o de clociiles
q ~ i cali ~ ' ã ocl'clla an'ectados, e incsmo á gravidade das oulras inolcslias
pullriona res chronicas, esperavamos cluc a mortalidaele fossc ii~aior.Niii-
guerii imagine clue per~etideiriospor isso inculcar cluc os outros que não
lnorrerarri rio Funchal c vol~araiiipara a siia palria forain curi~clos;sabe-
mos inuito bem que alguns só foram mellioraclos, e de oiilros leinos a
ccr teza que inorrerain depois eni Iiigla terra ; porém suppunl-iainos, antes
íl'este estudo, clue a iiiorialidadc no Funchal il'estes doeiiles fossc inaiu
eonsideravel; e assiin foi cloranle muitos anilos, ein cluanto as instan-
ciiis dos mcdicos da Illia e dos rnedicos ein Iilglaterra 1160 Sornni clc-
viciamente atiericliílas, e os cloeiites se não rcsolvcrain a procLtrar mais
cedo o ciiiila lenefico. Mas, assiril conio sabeinos cl'csscs casos desgraça-
dos erii dpocas iiiais ou nieiios reinotas, clcpois da saliidn do hi'unclial c
ainda no Funchal, inliibein ictiios nolicia ctc iiiuitos cloeillcs clue aind:i
:ic~iialinenteestão gosaiido do Irenelicio q t ~ cali enroi-itrarain, e algiins
tios Coram n~ostr~aclos, c[uc lia~leilcloclicgido cin iniiilo rn6o eslado, liojo
palQecenisãos, tendo j6 voltado ao Punrhal algiins invernos, oii aclianclo-
se ali estabelecidos.
O niimero de doentes que forain clos ICstados-Unidos ao Punclial
durailtc os dilos cinco annos, para se tratar, foi lriiita e uin; clos cluaes
morreram ali dois, uin ein 1850, e outro erii 1 552. Alguns forarri ali
mais de u m inverno. De todos os cloeilics clue vào ao Piinclial cilcnios
t ~ u e o arnei*icanos
s do Norte çio os cliie vão ein mcllior cstntlo, c qiie i i -
rani i.riellior proveito; os que estão em periodo iixiis adiaiitado de mo-
lestia não sc alrcveui a ealprelicnder a viagem.
O iiuincro dc allcmiies clue forain ao Fiincl~alpara beiieficio d a sii;~
saúde nos einco aiii-ios clue escollieinos para csia estalistica coinparaliva,
foi trinta e ~111,distribuidos pelo seguinte modo: ein 1 8 4 s forain dois,
uin dos cliiaes sahiu coin grande melhora, 1i1as coiisla que depois falle-
cêra. Ern 1 8 4 9 h r a i n seis, que acharam ali graiicle alívio. Coiil estes
doentes fosain trcs medicos, cjuc os acompanharaiii, e a16111 d'isso u m do5
seis cloeiiles era mcdico; este ilcaiicou progressivas iiicllioras, coiitinuando
a llir i Ilha cla fitadeira c~untroaniios succcssivos, c Iioje se r c p u ~ aboiu,
c assim parece estar. Un-i d'cstes doentes cjrie foram n'csse anno á Illia
da Madeira alcancou ali granclcs inelhorns; tendo peorado, foi pasiar o
irircri~ode 185 1 para 1852 no Egypto, c falleccri no fiin do anno de
1852. E111 1 8 50 foram ali dczeseis doentcs allcinãcs, sendo d'esscs uin de
clue jfifallámos c cjue tinha liido no aiiuo aiitecccleiiie. Dos qriiiizc, inor-
rcii iiin na Jllia, A os oiitros saliirain em ~iielliorestado do qiic Sorain; al-
guns niuito bem. Estiveram ali n'cstc auno tres riicdicos allemães, uin
quc j.7 tinha liido iio anno antecedeii~r:, oiitro cliic ião foi clociitc, irias
quc acompnliava sua irmã. Enire estes doeiitcs dados como alle~iiãesfi-
gura iim professor de boiaiiica de Zuricli, cuja verdadeira naturalidade
ignorâinos. Em 185 1 foram ali nove doentcs allciiiães, cjuatro dos quaes
tinliain liido no aniio ailtecedeiitc; n'esies qualro as inelhoras continua-
rain. Dos cinco que foram pcla prinieira vez ii-iclhoraram rluntro. e Tal-
leceu iiin. Porain ali ii'esse anno dois inedicos allciiiães, um que jií tinlia
liido nos aiiiios antecedentes, c~i,janiclliora coiilinua~a,c oiitro de novo
acoiiipanhando scil iriniio dociite. No anno dc 1S5 2 foraiu ali sete doeii-
tcs allemães, cjualro dos quacs tinha111 hido no anno aritcccdcnte; nio inor-
rcu ali ncnliuin rilesf;eailao. Os quatro que já tin1iai.n liido i10 arino ali-
tcccdeiitc esiavain notaveliilciiie bein. Dos tres 110~0silm tiiilia conside-
ravel melhora, dois 1150 tiriliaili melliora sensi~el.Foram 11'csse anno ali
ires iiieclicos alle~nãcç:uni doeiite, um por visitar :i Illia, e o terceiro
cluc jri tirilia liido 111) ai1110 aiitecedentc por acoiripanliar seu irmão.
O iiiimcro clc russos que forain ao Funclial para se tratar lios mcs-
mos cinco annos foi sete, dos (Itiaes dois 1110rrera111 lia Madeira; de uiii
nùo lia registo iio livro do cciiii~crio,porque foi embalsamado e trans-
11ortaclo 1)wa Petersburgo. Dos outros cilico doentes sabenios cjue dois
falleccrain dcpois cla saliida da Jllia. i i r i i dos c[uacs tinha ali adquirido
coiisiderareis iiiellioras.
O niimcro de cloeates yiie de Fraiip teu1 liido á Ilha cla Madeira
para SP Iratar lei11 sido intiito pcrjiierin. Ariicr; de 1 Ii 'i8 roi1ta1i.i-sc duas
%.
~xssoasdd'~su:i 11qà0, ili~iiioi~otaycisliela sua l~o!~icào soci:il e cju:ilicladcs
dc esl~irito,c qrie adquii.iraii~mclhoral; coilsidcravcis. Uina d'cllas deiilci-
rou-se clois annos c saliiu julgaiitlo-se pcrfeitaineiztc curada, a S L I ~ no-
lestia era uma laringite cliroilica. E ~ i anibas,
i as 11-:elliorasaiiida sc con-
scrvaiil. De 18 4 S ai< 185 2 tcrii ali biclo só cjiialro cloclites d'cssa na-
cão, clois dos c[ilacs olitivcrani grande inelliora, outro CIUC ~ e i oc0111 ui.iia
larjngitc clironica c aplioliia, esteve ali 56 ([ualro iiiezes, C saliiu iio iiies-
nio cstaclo. O clua~10 finaliiicnic, que ali cliegou e111 pcssi~iioes tndo, tnaii-
dado pelo pr~ofessorAnelrol, alcaiir,oii iirna inclliora iiiuito iiotavcl, c 113-
receu íliie uma citycriia que tinlia rio ptil~n.llaose cicatrizara. Voltoii a
Franca iio verlio, coiltra o conscllio c10 seu riledico; instado 16 1x10 pro-
fassor Aildi*al foi 110 inverno seguii~lcoutra vez ti Jladcira aiiicla ciii boiri
estado, podeildo saliir a ca.írallo, e fjzcndo passeios e csercicios iriaiorcs
do c p e clevin, e que lhe erilin proliibiclos. No dia iriiiiicclialo a iliila d'es-
sns irnliriidentcs escursõcs ao Moiile iiiorreLi siibitaiiiciilc clc uiiia Iicirior-
rawia ptiliiio~iar, e a autopsia mostrou o sangue dcrrainatlo 110s broii-
b
c11ios, e uma r u p tura nas paredes cle uma caveriia luberculosa .
Dc Italia, coii10 é de suppor, iião vão ali senão niiii poucos clocliics,
c ii'csles ultimos cinco alinos contam-se só dois, uin erii 1 8 i 9 , qtic liroii
gitaiiclc proveito da sua liicla ali, sallindo em iiiuito ljoril cstaclo, mas de
cl~~eii-rse diz c ~ u eíillccera ultimaineiitc; o seguiiclo deiriorou-se po1ico
Leinpci rio Fiiiiclial c saliiu pouco iriellior. Dc outros paizcs aiiida ~ciii
ali Ilido u i ~ ioii oiilro doeiilc. I-ia trcs nriiios I'alleccu iio Fuiiclial i i i t i
piiicipc cle Hollaiidri qiic foi etn inuito mcío csiaclo, c que P O U C O U ~ ~ ~ I S
tili vivcii dcpois cla sua cliegadn.
Aos clociltes dc iodos os paizcs c~ixcali 1)rocuraraiii rciiiedio se \)o-
(Iciii appIicar as corisider~icõcs c[uc fizemos a respeito dos dociitcs qiic
vào tle Ii.iglalcrra. E pela rclacão que ncabâinos d c fiizcr elos cloeiitcs cs-
tilangciros cjuc ali foram nos ulliiiios cinco aniios, niiiito l~cirisc vciq;í
411e se liouvessem de lodos csles factos liistorias cii~ciirnsiaiiciadas ciji
cl~icenlrassein os signaes Bsicos obtidos por um csaiiic feito á cii~r:idaiin
Tllia, e coniparaclo com outro igual f e i ~ ona saliicla, de rriodo cluc sc po-
tlcssc ver claratnente a difGercrip elos dois estados, e se podcssc aincln
liaver informa~iiosobre u contiil~ia~ào da vida do cloentc, 1-115s cri ai nos
$já materiacs muilo iinportdnles para forniar urii juiso seguro sobre n uli-
licladc c10 clima do Funclial iio iratamcnto das molcstias do apparcllio
rcspiratorio. Ainda resta1 a fazcr a coinparaqão coiii os oulros cliiiias
tainhem rccommenclnclos para cssas moleslias, applicaiitlo-llic o iricsiiio
processo; poréiri acontece clue os irakial lios d'esse gcncro qiic í'al laiii iio
Fitncliítl. não rst;io iiiais acli:iniadns lios otitisos ~)nizes.
13a.ssaii(lo a esaliiiriar o que tciii siicibctliclo coiii os clociitcs c~iicali
tcciii Iiiclo clc Poi.tugtl, nós proc~ir.lirnoç colligir totlos os casos de cluc
pocléli-ios aliler esclarecime~ztos,clua~clucrqiie fosse a siia data, e canse
griiiiios rcuiiir o ilurnero ele cincociita e u m , cm c~uc1150 entraraili dc
certo ~ o d o sos cjric ali iein liido, liias 1150 llie faltarão iniii~os,sobretuclo
(10s casos falacs. Eiitre esles docnlcs ciiuiiicrá~nosalguns cl11e não são
porLuguczes, inns cluc lialiiaram ou se trataralu. primeiro c111 Por iugal,
e c p e fora111 d'aclui iilairclnclos para a Ilha da i7Iacleii.a. De quasi todos
sabeirios a liis~oria,xiiais ou tileiios circumstaiiciada, e cle alguns, coino
,jií clissemos, iinliaiiios conlicciineiiio pelos ter exariiiilaclo c aconselliado.
N'cste ~iuiilcroclc cit-icoelita e uiii figuram dois ( [ L I ~ riao s6 ilào tinham
tisica puliiioi~ar, inas clue segrilido nosso pciisa r nao iialiam padccii1ien-
10s pulii7oiinrcs. Os riuarelita e nove rristniircs serào cliviclidos em quatro
classes.
1." Doeiites com iiiolcstias cliroilicas de vias rcspirlaLorias cin clue
1150 liaviam tuberculos púltiionases, ou em que era muito du17icloso c~uc
os 1iou~-csscm,e nos quaes cloentes corntuclo se receava a passagein da
iiioles~iapara a tisica puliiionar, tiansmissào que talvez teria tido lugar
se não tivesscili recorrido ao cliina do Funclial: doze.
Um foi com i3roi1clio-~~ulrnoi-iiteclironica, snliiii boiii, c assim se
conserm.
Tres forairi coin br011cliileç ~lrronicas.Dois rl'esles saliiraiii bons
e assiin se c o n ~ c r ~ ~ a oi i ilerceiro
, saliiu no iiieslilo estado cri1 que entrou.
Em uin dos dois curados liavia prcdisposi$o licreclilaria pam n tisica
pulinonar. No outro n melliora foi logo muito gralidc, o doente casou
ali; voltou para Portugal c ainda lia pouco ieilipo vivia sem incomiiloda
o sei-isi~el.
Uni, iiiililar, foi coin IJsoilclzi~echsonica, hcri~op~isc, c lories sus-
peitas dc tisica pulinonar, melliorou Iogo, eiii pouco mais de dois inczcs
parecia estar 110m; \roltou para P o ~ t u g a l muito niais cedo do que de-
veria, aincla lia pouco tcinpo se conservava bcin.
Tres í'oram coiu broncliitcs clillonicas c lieinoptises, e todos tres á
saliida pareciam bons. De iirn d'estes ouvi que tinlia depois aqui coiuc-
cacto a selitis rcpeti~ãodos incoinmoclos priinitivos, mas qiie o iiial ilão
tinlia progredido. Ho,je parece bom.
Dois foraili corn hemoptiscs e rories ~eceiosde tisica l~iilmonarin-
sipicn~c,e saliirain perÇeiciiamente hons; um assiin se conserva niiida; do
outro não sabcmoc;.
Um foi com asllirna ~ e b c l d e ,pareceu melhorar muito ao priilci-
pio, depois o efiilo rlo clima jií tião era iiprecia~cl.
Uiii foi corii iuri der~aii~;\iiieiit O remi1 lado cle pleuri~eagiirla, c isc-
ccios de tisica puliilonar, teve melhora muito grondc desapparccenclo to-
dos os syinptomas e signaes que diziam respeito ao padecimento do peito.
Palleceu depois ele rneningo-cephalite tul~erculosa, verificada pela auto-
~ ~ s i No
n . vcrtice dos dois pulmõcs havia111 alguns tul~erculos,o derrai~ia-
iriciito estava conil)lctainentc absorvido.
2.'' Doentes cbegaclos ali rio priinciro periodo da tisica pulinonar:
sete.
Uiii foi co111 syaiptoinas e signacs tlc tisica puliiionar insipicntc,
prcdisposicUo cle fatnilia, niclliorou coi~siclera~~elinci~tc, e assim se conserva
lia seis aniios.
Urn foi com syiilploinns c sigiiaes de tisica piiliiioriar iiisipieiite c
aneilrisma acljvo do coraciio, predisposiqão de fainilia para a prirneira
molestia, iiielhoroii c o n s i d c r a v c l ~ i ~ ~e~assiii-i
~ t c , sc coiiscrva Iin cinco an-
nos. Estes dois casos de que coniieceinos I~cnia Iiisloria s5o niuilo cin h-
vor do cliiria do Fuiiclial.
Tres iilellioraram muito, um d'cllcs coliscrvava essa mclliora nii~dã
lia pouco tempo, dos outros dois não tcriios iioticias.
Um tevc syinptoinas c sigriaes de luberciilos pulmoiiarcs iiisipicn-
tcs, melliorou coiisidera~rclineiiteno ar do carnpo dos arredores clc Lis-
boa; foi acoiiselliado para liir ao Funclial passar o in\~eriio, irias ]lia
em iriuito boiil eslii~lo.Ali coil tiniioii a passar bem e a iiui.rir; coastipou-
ç c depois, sobreveio-llie tosse, ardor no peito c gargaiila, e assini cstcve
inais ou menos incominodaclo por espaço cle um mez; torilou a melhorar
saliiii do Fiinclial parecendo bom e nutrido. 0 s signacs fisicos de iinper-
meabilidade xio vei,lice do pulilião direito, quc existiam no principio, des-
appareecraiii. Uiiin gaslrilc rhronica qiie este cloenle soíY'ria não tcve ali
mclliora.
Eiri uui iôrtiiii desappai.eceiiclo os syriipLor1ia.s ([uc diziairi rcferencis
ao peito, apcsar dos precedentes dç fainilin, inas continuava uina gas-
trite clironica com plienomerios basraiite irregulares; assiiil irieslilo o doente
tiiilia ganho oito rirraieis e iiieio eiri pcso.
3." Doenles cIue forain ctc Portugal no scgiindo pcriodo de tisica
1~uIi1ionarpara se eratar no Punchal : viii~cc dois. D'eslcs viiitc e ílois,
f'allccerani treze, c vivein novc.
Dois d'cstes nove mellioraraiii iiiiiilo na IIli:i, c sul)po~nosque riverti,
iiias não ieiiios d 'clles ul t imninciiic noticia.
13111 oiilro lia inelhora coiisideravcl, tem riu[riclo, lciii adquiritlo
forcas, ngo caiisa, Leili augmeiiiado o seu l)cso, c parecc bem; os signaes
fisicos indic~íii~i tiin cstnrlo muito i n ~ l h o rclo l~iilinão.
E111 outro a iiielhora foi iiiuito graiicle, iiias j6 por cliios vezes leiir
rccahido, e ultiinatiieiite leve iiina liemoptisc íòrlc, clc que já i-iovarricntc
sc acha ~~estal~eleciclo.
Uln chegou 6 Ilha, deinoi-ou-se ali tres tnezes, peoroir. ~niiclo~i para
outro clima, não sal.>eriioso resultado.
Uin tem inellioraclo, iuas tem tido i~ecaliitlas por const.ipacõcs c
falta de cautela,
Um peorou na chegada á Illia, c hoje aclia-sc c:oiisidei-:ivclnicn~c
riiclhor.
Uni iiielliorou iiiiiiLo na Ilha, e saliiii pareccado boiii. Recaliiu
com fortes hemoptises e oiilros máos sjiriptomas; voftoii B Illia, iiias
lifio tirou tanta vailtagern, como tia primeira vez; saliiii para Italia.
Um saliiu de em iniiito máo estado, aconsellinclo por al-
guns medicos, e por nós, alcancou na Ill-ia grande tnelhora, e ali vive
vai para cinco aiinos. Estd bcni, com escellentc apparcncia, recuperou a
voz que cliegoii a ter perdida durante inuiios inezes, aiiicla coriscrva al-
guma tosse, e enrocluece com facilidade; niio sc póde dizer completa-
mente curado, mas extraordinariameiite melhor. Deve-se reputas iiin caso.
inuito feliz; atteildenclo ao estado em que saliiu de Po~tugal.Esio doento
é muito conlieciclo, e a sua nleliora tem [cito urna aolavcl irnpressiio.
Dos lrezc SaUecidos, em algiins passaram-se [~lienonieiloscjuc incre-
cern ser noiados.
Uni melhorou niuiio lia Illia, poréiu depois da sua cliegacla a Por-
tugal rccaliiii, a inolestia progrediu rapidainen te, c t.eriiiinou pela iiiorte,
Uin chcgou á Ilha ern rnuito ináo estado c ali inclhorou inuito;
c~~~anclo eslnIra inuito niellior c bem n u ~ r i d ocom grande adiiiira~$odc
todos que tiilliam observado o estado anterior em clric cliegoli, casou,
contra o conscllio do seu facultativo. Então recahiu, a inolcs~ia pro-
$rediu rapiclainentc e morreu cm poucos rilezes. D'esle consorcio ficoti
iiina lillia que morreu aos c~ilatroinezes coin tvbcrculos e abcessos tios
[~ilrriões,c a viuva morreu iariibem n'este aniio clc tisica puliiloiiar.
Uin que para ali foi ern xriuito n-iQo estriclo alcan~oiirnellioras, c:,-
sou, pouco lenipo depois aggravou-se a inoleslia c falleceu.
Etn otilro doerite a inortc só veio depois cle sele annos, foi di&-
rcriles vczcs á Ilha, demorando-se ali inais ou merios teiripo, tirantla
d'isso ás vezes inuito proveilo, c tcnclo graiicles espaces de tcnipa em
clne passava bem, e em que sc critregara aos seiis negocios. Casou tendci
já da inoiestia para cliic rinlin clisposi$io herrrlitnrin. UItinia-
iiicnle succnin biu.
1iicl1.iorn.s iiiiii 10 notiiveis. logo clepois cri
E111 uiii oianiíiest rii~:ii~-i-se
clipgda 6 1llia; l,or$ili, o ~ ipcia iilarciia iinl~ir'altia i~lolcslia, o ~ ipor
cfleito de causas nioraes, qiie actuararri forteiliciite e procliizirain uiiia
cspecic de ilos~algia, aggravou-se rapidn e irreiilcclia\~elineatc o scu cs-
tado, e Fallecei~quatro inezes clcpois ela sua chegada. I-lavia prctlisposi-
$20 de f~rnilia.
Nos outros oito a inolestia foi-sc aggrarariclo cacla JJez mais, seili
cpe o clima tiycssc çol~rcella influeucia algiiiiia saiidavel; passarairi ao
terceiro pcriorlo e succiiiilLiraii-r ein mais oii inerios tciiipo dcpois da çiia
clicgacla ao Fiinchal.
4 ." Doeiites que foraili ao Funclial maiidados de Port~igalpara sc
iratar jA i10 ierceiro pcrioclo de tisica palinonar: oilo.
D'estes inorreralil setc, e um tcm poclido proloiigar a sua csistcn-
cia com inellioros niiiito precarias e du\riílosas, mas açsini incsmo extra-
orílinarias, a~teiideildoao cstado ein cluc ali chegou, e ao leinpo quc jri
tcin decorrido. Ha prec1isl)osi~ãoherctlitaria. Srihiu lia poiico lc~npoelo
Hunclial.
Dos cl11e falleceratii, dois sobrcvivcra~iipo~icosclias clepois ela sua
c1icgacla ao Fui~chol.Viinos aiiibos estcs clocilt;cs logo depois cla sua clie-
gacIa, e pareceram-110s ein tal estaclo cliic não deveria111 ter eniprclien-
didn a viagem. Jlisseraiii-iioç qiie o estado dc um d'clles era aincla souri-
vel 6 saliida clc Portugal, inas cpe a viagem aggrlavara iiiuito o seu inal.
Dois cs~;\rcr:iiii algiiris iiiezes lia Ilha sei-iil~cpassaiiclo nial, volta-
raiii a Portugal c Falleccram poucos clias clepois cla cltcgada. Uiii cr'esics
doeil~cscoiilmc~tiagraiicles irregiila ridaclcs cle regiilien.
Os outros tres falleceram depois ctc inais ou ri~eiiossoí'í'riiric~-i~os,
sclri CILIW) cli~iinllies cléssc alívio algiiii~scrisivcl.
Se o moclo por clue estes clndos csta~is~icos 1-50acliii lancaclos iião c!
o iiiais proprio para dar as fortes coiiviccões cloc sc clcscjniii ciiiariclo çc
pcr~crideestabelecer uin poiito clc llicrapcu~ica ião iitil~or~:iilLc,servi r:í
ao menos para mostrar qiial é ali a coiicorrrricin dos tlociiics, c cliial
o resultado geral. Ij', de esperar que coiil o aiidUr do Leinpo os fiic~ilia-
tivos da Illin facain pul~licaqõesd'esscs casos por cllcs ol~servaclos,c~iio
juiitos coili outros clos fricultativos cle dirtereiitcs paizcs, ~ L I C pari^ ali
ciiviam os seus cloenlcs, c.onstiluirào Liina somina dc f'actos cluc satislliríí
mellior a proíis~ão,e servirá de base ao juiso clcíiniiivo quc sc dcvc í'azcr
da iitiliclaclc absoluta c coiiipaiativa clo clinia da RTadeira.
Entretailto cliialqucr c111c seaja esse grio de ii~ilicladcque os cloeillrs
aflèctados ele molestia do apparellio respiralorio acliaiii ali, pótlc-sc a f h -
niar coni scgiirariça, cluc cssn ulil itlaclc deve ser a~lribuiclaI,rii~ci l):il-
ineiile ;í iiil.ltirnc*indo clima, c n5n a algiim Irni:inicliitn ali tisaclo, coiiio
a algueiii poderia lembras. Não pcrtetidcriios dizer com isto que o tra-
tameiito aconsclliado por facultativos tão 1ir6licos c cntcndidos n o corilie-
cimcnto de irioleslins pulnioiiarcs k iriulil: iiluito pclo contrario elle nos
parece proprio para ajudar a i~iflucilcin do clima; mas o estuclo cjue fi-
zcrnos d'csse traianicnto, e todas as iiiformagões que eoin tanta bonclade
nos cleraiu aquclles illustrados colleg.as, nos fizeram ver cjuc ali 1120 sc
vai além d'acluillo clue os incdicos iiistruiclos, c em dia com a sciencia,
applicam nos outros paizcs, e que por conseguinte a diflercnca c10 resul-
lado eleve ser attribuida principalinei~teao clima; podeiido cointudo
acontecer que a influencia c10 cliina seja tal, quc chcgiic a fazer cluc os
remcdios, mais bcm recebidos pela liatureza, tenham iiina accào mais
cí'ficaz. Por outro lado vemos que a pr6tica cm que os meclicos insistem
mais, e de que 7s doentes fazem mais uso, é a exposicão ao ar Iivrc c
os passeios pclo ii-iaior espaco de teinpo possivel; pra bica que não é com-
tudo absoluia, c ao arbitrio do doelite, mas cpe é s ~ ~ j c i taa cerkas r e
gras c accoiriodacla ao estado particular de cada-um. NOS docntcs fracos
e delicados, o local do passeio, a liora, a duraqilo, o modo de conduc~ão,
o estado alinosplierico, tudo é attcndido e reg~llado. Os passeios rins
inargciis do mar, c até incsmo ein barco, aproveitam cri1 algui-is cloenles,
em quaiito cin outros são nocivos. A escollia de liabitacgo tambem é
considerada conio ponto importante: a. exposiqào do Sul duraiite o in-
verno, de inodo quc o clua~-todo doente receba sol, é condiq?io esseri-
cial. A cspericncia tcin inostrado qiic alguiis doentes se dào bcin nas
rnargcas c10 iiinr, outros mais para o interior. As mudanças d e locali-
daclc ali mesino tceiii ás Tezes produzido grande beneficio, sem que ern
alguns casos se possa dar cl'isso uma explica$io completainentc satisfn-
toria. Uin dos iriedicos acreditados da Illia julga ter tirado vanlrigeili
da rcnora$io de uma p r 6 ~ i e aque já teve por pouco tcmpo a l g u ~ i i avoga,
iilas C ~ L I Cfoi dcprcssa al~andonacla:a respiraqào dentro do curral clc rac-
cas. Virnos uma cloeiite que tinlia cliegado ao segundo pcrioclo d c iisica
pulinoilar bein caracicrisado, e clue fez uso d'essc nieio acoinpanliado clc
outros: como, digitaIis, olco clc figado d e l~acalliiio,rcviilsivos, niiiclanqa
de ar incsino clentro da Ilha; e acliava-sc na occasiUo da nossa visita cin
um csiado a que a clocntc cliainava inelhor c10 que antes d c aclocccr, c
a C~LIC ilós chamarcinos inuito satisfatorio. $ difficil dizer c111 cp~c TO-
porqiio a respiracio da almospliera assim coiiiposta entrou na inclliora
rnui~onotavel cl'csta senhora. São precisos ~riuitosfaclos prtra poclcr res-
tabelecer a i-eputaçiio d'esta prática, l~ri~icipal~nenie depois do csclncci-
inenlo cin que cahiu ; e senclo clla usada co~i,juriiainentec0111 DII lros in eios,
aiiida o jiiiso é mais difricil; entretanto rsta sci~lioranos; afkii~inoii qiie
2'2
clla sciitia uni graiide alívio na inlialac,.ùo d'acjiidle ar, cliie lhe desah-
gava logo n rcspiracao e diminuia a tosse.
Ein CI~I~III-o aos meios pliarrnaceii~icos ali mais geralnicntc usados
no tralaiilento da tisica pulmonar, elles sào o olco clc figado de bacalliiío,
interna e esterilamente, o iodureto de potassio, o ioclurc~ocle ferro, a
digitalis, os balsamicos, os rev~ilsivosein certos casos, os toilicos c ler-
ri~ginososci-ii estado íle abatinicri~oe crn consti~iii~õcs frouxas, c toílo o
mais lrataiuciilo usado para coi~~hatci* os synipLoinas mais saliclitcs c
incominoclos, que a niolcsiia aprescnza nas Sx13S d i f k r c i ~ ~ c~sl i a s c sC corn-
plicacões; meios esics cluc são clc uso coinrnuril e111 todos os lxiizcs, c
que se lcein lios livros da sciei~cia.
U I ~ Idos incclicos de maior rcputacão na Illia, c qiic ellc rncsino dcrc
muito ao seri clirna, tem applicacio com vantagem o chlorureto de sodio;
já nas l-ienioptises na dóse de ineia o n p , que repetc ires horas depois, se
a primeira é vainitacla, j6 na rnai*eha ordiiiaria cla moles~ia,na dbsc clc
uina oitava pela manliU; e louva-sc cl'esla aplilicacão que tainhcm ]ião 6
nova, e que foi avaliada pouco favorrivclineiitc na obra ião estimada clc
Mr. Louis.
De tudo islo se póde inferir que sc lia hcncíicio para as molcstins
p~~lrrionares na liabiiacao da Illia, d devido muito cspccialincil~ca con-
d i ~ õ c sque são psr~icularesao ar, ao clima, ao paiz, C rriuito iiicilos aos
inedicamclitos. 0 s doeiltes pnrcce q ~ z ctccni essa conriccão c 1)rcsciiti-
rnento, pclo zêlo, c ás vczcs pcla ailcia com cpic pnssciarn, c sc cspc7erii
ao ar livre, Lodas as vezes que o rcmpo 1110 pcriiiittc, c poucos dias lia
( ~ c1~ u cisso não sc-jn possivel.

CAP lrl'ULO XV.

Coiiipni-n@o <Ia alliiin do a i i n c l i ~ i eonr


l uritrox tnnibcim r c c o n i ~ ~ ~ c r ~ ~ ~ n ~ ~ o f l
y n i n o trntniairnto tlci iiiolcntk~iwpiilikiniinrca oliroiiieiici.

Com todas ;IS ~antagpnscliic cstc paiz aprcscntn, c cluc 116s ,li pon-
dcriíinos 1150 só rclati~arnei~tc ao clima, inns ainda eiii reí'crcncin 6s siias
oiltras coildi~õcsliygicnicas, não adinira quc clle tcnlia sido lirocurado
pclos doentes ail'ectados de tisica c outras molcs~iaspuliiionarcs, a clucrn
offcrece reunidos todos aquellcs quesitos que para taes niolcs~iassc dcsc-
jam, e cjuc rnesmo n'esle respeiio cllc tciilia l~refercncinsobre os outros
para isso ~ a m b e i naconselhados, principalinen-ic cin reln(:$o i rcgiilari-
di~rlcde ic~iilieralurac variayoes atmosphericas, c á siiavitlatle tlo inverrio,
que corrcspondc ao horri verão Ac algiins climas do Nortc.
A cotiil~ara$íodos cliiiias do Norte, coni o cliin:i do Puiichal, niio
lios parece dil'fici1: o contraste é tão inaiiifesto e saliente, cjue 1ião seria
III-ecisogrande csforeo para o inarcar e111 varios eleineiltos clo clima, so-
J~rctiidodurante o inverno; riias por isso mesmo cliic essa diff'ei~erigté
lão cvideii~cc ~ioloria,torna-se superaliiuiidautc c clcsnecessario o deinons-
ira-ta. E essa cornparaflo cnlre os clinias frios e de alla l a t i ~ ~ i d ce, os
ciiiiias suavcs e cle latitude iilais l ~ a i s a ,,i5 está feita clcscle ha rniiilo
teiiipo pelos autliores, e eillelidicla pelo piiblico. A coniparricào dc que
nós aqui tratlii-i~os, e clue dcsejâinos esiabclecer, é entre os climas d e
l ~ i x al a ~ i ~ i i drccoiriinendados
e para vaIetiiclinarios e para doentes are-
ctriclos de molcstias piiliiioiiares clironicas c o clima do J-unclial. Tarn-
],em iião é iioçso inlenio rilostrar a siipcrioridaclc absoluta d'eslc cliiiia so-
])se OS outros, e induzir os clocilies de tisica e nutras iiioleslias pulmo-
riarcç, a procurar cxcluci.iuaineritc a 1111% cla I\Iadeira; mas é siiii esaiiii-
nar cliiacs s20 as ~ r i n c i p a c scondicões ri~cteorologicas, lopogrnpliicas e Iiy-
gienicas c~iicse diio i~'csses paizes, e ver se essas coiidicões igualmente
se encoiitrain no Puncl~al; se lia qualidridcs commui-is ciitre os paizes es
colhidos para o ~raiarricri~o das molesiias puliuniiarcs; c se ria clivcrsidade
clue podem aprcseii~ar,sc encontra vaii.tageiri eiil favor cle qualqiicr d'el-
les. Estililâliios que Iiyain cli~~ersos ctiinas ein íluc os docnles rill'ectados
das sobrcdi~asiiiolestins possalu acliar alívio, c até acrcditirnos qiic alérri
dos já conliccidos, aitida [~otlcniIiaver outros, por ein ~ ~ i i a l i tignorados
o
ou iiao csploraclos, em iguars ou inclliorcs circuriistaiicias para o dito
fim. boili qoe teriliamos diversas localidades proprias liarri soccorrcr
iarilos iudividuos an'cctados d'cslas inolcsti:is, e para que possam r~iuciar
c ciicoiitrar I~O\TLS impressoes c cGitos c u i n ~ i ~ o E s . sc as divcrsas phases
(Ia tisica c da oiiiras afSerçõcs pulinonarcs demandam diflei.entes locali-
dades, se criti-e essas recoiiiinenciaclas lia iiiiias cluc coiivém iiiais do quc
outras liaiaa c'eitlos eslaclos oii pcrioclos cla iiioleslia, para ccrLos tciiipcr;i-
inciitos e colist ituiqõcs, coiiio é p r o v a ~ c l ,~iicloo r p c podcriiios grarigen i*
c accuriiiilar por cssc lado tiào pódc ser iiiiilil, c irifelizmeriie aii~ílarico
ser6 I~astantc1)nra prccnchcr o Tiln que sc desc,ja.
0 s cliiiias c as loc:~litladcs lecm clcnieiitc~scii,ja comparayio isolada
não C difliçil; poréiii estes clerricnlos irie~eorologicos,e as conílic6es de
esposiqiio, riltitiidc, natiircza do solo, vegetacUo, etc. iein unia 101 acqào
uns sobrc os outros, c 1iiodiíicai-i1-sc ctc t a l modo, ~ L I Cu coinparaqão
d'esscs cliiiias c localidades com o Gm de conhccer as suas ii~fluenciasc
rrsiiltatlos tI.ic~rapciitiros, iiào 4 Ihcil. A tli&l~en(;ii rlc uin só cl'cstrs ele-
iiicatos topoarapliiLoç, é Laslantc para que sc produzaiii 110s doentes eflki-
tos mui diversos. A licão qiic ultiiria~ncnictcnios tido dos cli~natolo~is-
tas, nos induz a crer que estc estudo s~iminarnenteintercssaote, é coi~i-
tudo arduo e cheio d e difficuldacles. Mas este mcsiiio estutlo na sua ap-
plicacão ao caso presente, nos tem dado a conviccão de cluc o clima do
Fnnchal tcin muitas das principae~conclicões que ayreseiilani os cl imas
acoiiselliados para os doentes affeciados de molcstias pulnionarcs, e cluc
em alguiiias d'estas condicõeç Ilics é superior. N6s avcntiirarcmos algu-
mas brcves rcflesõcs coiiiparativas ii'cstc sciitido sobrc o cliiiia do Fun-
clial, c os de I~aIia, visto c~iicestes çào os riiais procurados c seguidos
para O tratamento das ditas molestias,
Os sitios i~iaisrecoiniilcndados no territorio italiaiio para lialitacão
dos doentes affectados dc tisica e de outras inolestias pulinonarcs, vào
desde Nisa até Napoles; Lago ele Coino, e oulras localicladcs da Ilalia coii-
tinental, deliciosas para o hoinem são, c ainda nicsino pnra os cloeiitcs
durante o verão, nào servem para estes na csia$ío fria : Nisa, Piza, Roma
e Napoles c suas visinhangas, são os principaes Ii~garesescolliiclos ])ara
essa cstaçiio. l? portanto lia Italia inaritiina que o doentc aclia esses sitios
de r e f ~ ~ g i oe, principalmente cm uma pcninsula lançada longarncnie no
mar, coiii seiscentas leguas de litoral, e que subiriani a duas rnil, sc con-
tasseiiios toclos os córtcs, salicncias, portos, baliias e proiiioii~oriosque a
sua circuiiifcrencia nimiail~cntc irregular, olTerccc. Niiigiieiii deixará A j
de vcr n'csta disposição e na cpe apresenta a Ilha da Madeira uiria iio-
iavcl coincidcncia.
Náo é ila costa oriental da pcninsula italiana, banhada pclo Adrin-
tico, que nós encoiiLi~Bmoscsscs lugares cscolliidos para 1ial~itaçGo (10s
doentes. A sua esposicão iiào é cxacirii~iciltca Leste, nias c' ciri grande
parte ao Nordeste c for.temcntc haticla pelos verilos d'csse porito; crn
cluaflo a costa occicleiital baiiliada pelo Meclite~ranco e utii pouco vol-
tada ao Sul, recel~ea iiilluencia siiavc e igual dos vcnlos mcriciioiincs.
0 s Apei~inosdividindo grande csteilsão da pcniiisula italiana, e clcler-
irlinando a clistribui~ào da,^ agiias, coino lia Madeira a alta cordilheira
(llie clevide a Illia, protegem pela sua posi~iioc allura o Indo occidcrital
dos ~ e i i l o sfrios do Norclestc, c ainda algum tanto do Norlc. E é i l o l a ~ e l
( ~ Inesmo
e ii'essas localjdadcs em que os dociltes liabilairi, iliria das pri-
meiras circuiiistailcias qric se procura é o abrigo e derma elos ventos do
Norle, dos ~ ~ e i i t ocontiiieniacs
s frios c seccos, e ao mesino tciiipo a expo-
sicào ao Sul. Ein ni~iitos1ug:li.e~csia clcfeza é f i i l ~por collinas cliie cer-
cal11 C protcg~iiia cidade, ou o bairro dos cloeiitcs: cin Piza ale as suas
:)llligns e altas iniii~allinsconporrciri rini'ii essr fiim-i. Sc :i iriici3soecão tias
collinas cncana c dirige sohrc algiirna parte da cidade os veritos tlo Norle
ou Nordeste, esse sitio é clcclaraclo nocivo aos doentes. Pclo contrario
todas essas localidades são abertas ao Sul, cuja exposiyão é desejada, e o
vento liumido e brando do inar considerado como Lenefico. E isto o que
aconlece tambcin na cidade do Funclial: inagnificaiilcnte abrigada da
maior Sorqa dos ventos do Nortc e Nordeste, sei11 c o n ~ t ~ i dficar
o privada
da purificacão que uina viracào nioderada d'csscs pontos exerce cluotidia-
namente durante o vergo, clla recebe a jinpressào humicla e teinlierada
do \lento do mar.
Os ventos do Norte c Nordeste cliie reinain ria Ilalia durante o in-
verno, ventos contiueritaes e seccos, que ~~arreildo a atmosphcra italiaila
das nuvens e humidade para ali levadas pelos seus antagonistas, dão ao
ceo d'aquella hclla região a sua pureza e brilliantismo. principa1men.te
na Italia incridional, não são favoraveis para os doentes atacados de ino-
lestias dc peito. Pelo coiitrario os reiitos do Sul, os \7cnlos iiiaritiiiios,
ventos do verão, mais sualles c n-iais humidos, refrescando a atniospliera
d~irantea estacão cliieiite, a conscrvarn n'acluelle gráo dc teiiiperatura e
de huinidade, que niais geraliriente convém a um pulnlão doenle. Assiin
as influc~iciasque vem das regiões Loreaes sào muito dinèreiilcs na sua
accào das que vem das regiões austraes. E por isso mesmo a zona occi-
denlal, segundo diz Carriere, é geralineiite favorave1 ás condicões phi-
siologicas que reclamam um ar sereno c iiiipregnado de TTapores(luentes,
cni cluanto a zona opposia d ljoa para as osgai-iisa~õcsque sc vivificam,
em vez de se gastar, debaixo da influencia de u m ar relativamente frio
e secco. ISLOdá aos Iiabitanles das duas zonas urn caracler diverso, que
sc inaiiiíicsia na sua disposicào fisica, robustez e agilidade, e que não
influe polico nas suas c1ualidades n-ioraes. Isto taiill>cm explica a prefe-
rencia que se tem claclo á zona occidenial para o tratainento dos doentes
aKectados de molestias p~ilinonares, cliie nZo porleriam supportar a in-
Ilucncia forlc c viva dos ventos clue predomiriani lia zona opposta.
Porém o abrigo dos Apeniiios contra os ventos frios c scecos na Italia
occidenial, fica longe para certas localidaclcs, e as protegc iiiuito inco~ii-
plclanicnte, cin cluailto no P~incliala dereza é pcrleita, e só se recebe
d'csçes vcrilos do Norle, o que é s a u d a ~ c l ,c lia estacão cin que é mais
u ~ i lpara rcí'rescar o ar c levar para o Oceano as iilipurezas da atmos-
plicra. Assim como não sc aconscllia aos clocntcs em geral liir Iiabitar
d~irantco inverno a Ztalia oriental banhada pelo Adria~ico,tambein nin-
gucni llie aconselha, liii liabitar ii'essa estação a costa do Norie na Ilha
da Madeira.
Os veritos cpc çol'rairi (10 Sul, c qrie a zona occidental da Italia,
I~clasua iriclii~aciioiio Sudocste, recebe? iiiais c10 que a zona orieiiliil, siio
ioclos iriais ou nicnos carregados de liuinidaíle; muito fa~avoraveispara a
vegcta(;ào, teeiri ciii certas occasiões para o lioiiiciii clualiclacles depriinen-
tcs, c o sit.occo reune cslas cjualidadcs ciii gr6o iiolavcl c provcsbial. « A
«sua acqiio sobre a organisaqão humana» diz o doulor Salvagnoli, «não
((póde csprimir-se esactamentc por palavras. Quando cllc reina, os in-
«divicluos siios scnicm-se oppriiniclos, os seus movimeiitos iiiuscularcs são
(( peilosos, a caljc~apesada c dolorosa, lia somnolencia coiltiniia, o appe-
« tite dirriiiiuc, os convalcscciiics recalicrn faci1rncnt.c c os doeiiics vecin
(~aggravaro s c ~ icslado.» Estes plienomcnos c synrplomas sGo inuilo niais
gisavci; do que ac~iiellcsque o leste no F~inclial;C o leste inaili-
festa-se aqui muito iilciios Tezes c10 quc o sirocco na cosla da Ilalia.
O utezzogio)-no e o Zibccio, ventus austraes que ali tambciil appa-
i.cccli.i, participando das clualicladcs do sirocco, 1150 ieiii C O I ~ I L L I ~ aO suil
ii-iteiisidaclc; porém ás vezes, durantc o verso, toi-iiani propor$ões tacs clue
chegam a produzir alg~iiisdos eílcitos do si/-occo.
,A costa occidcn~alde Italia talilbein é batida por uin vento do Noroeslc
que iiielpeceparlicular riiericão: o ntacst?-o. Este valito depois de Lci acoi-
tado o Sul da Pranca oirdc é coilliecido com o uome dc nzisti*ul, c cclclire
pcla sua forca e violeiicia, atravessa o ~Ieclitcrraneo,onde ganha a l g ~ i n ~ a
liumidaclc, c cliega incnos aspero c impetuoso ao liloral ilaliano; inas ainda
assirii ineoiiilllodo e d e ~ a ~ r a d a v epriiicipaliuentc
l, para os docntcs.
L)e tudo isto se vê que o Funclinl cncllior protcgido dos vcritos frios
c scccos, do cpie a Itaiia occidental, reccbcndo cointudo d'elles uiria in-
fluencia Lcneíica c purificadoi~a,c s ~ darnplainciile aberio aos vciilos sua-
ves e Iiuiiiidos do Sul como ella, oii iilais do clue clla, c scrri ser s~i,jcilo
aos incoii~~cniciiics que almuns cl'cllcç produzcili ii'csla região. Dcrc coin-
h
~ u d odizer-se que as localidades, a posiyão das liabila~ões,a l~roxiiuiclade
dos i-iioiites, c outras coiicliqões do solo, da altituclc e da cxposicão do
lugar 1i:ibitnclo podeiri niodificar iriuilo vniltajosan~ciitcas cjualidadcs ge-
sacs do paiz, c e' islo o que se rem procurado alcalicar lia 1 ~1 ~ ICI
~ 1e ' c111
toclos os oulros paizcs recoriimcndados para os doelites aRc'cctaclos dc ino-
lestias puliiionarcs, e que ii-iais .o11 i~iciiossc tein sonscgu ido.
A Illia da Madcira, collocada no i~zeiodo Occano, conserva cluasi
seiilprc uiii grláo iiotnvel cle huinidade. Ser5 i~oréina pcninsula iialiana,
lancada cxlensanxnte iio Mccliierra~ico,u111 paiz niais secco? Tcrào cssas
suas locali claclcs i-t-iriis recomiliendaclas uina a linosplicra inciios huiuida?
((A pcniilsula iialiaiia é talvez o paiz da Europa ciii q ~ i ca agiia se aclia
(tem iiiaioi* rluaii~idadedebaixo da fdrma variada de inarcs clue a banliam,
4ccIe rios e i.iI~eiros cluc a i*egai-ii, dc lagos e de I~aiiianoscluc csião clis-
userriinados sobrc o seu litoral c outras ditTccrcntcs partcu do scu tcrritorio.,,
(Le cZi?rzcc~c l ' l ~ a l i epng.
, 2 8).
Sem fallariiios cla Italia continental abunclantcmente provitla de
agiia, coni urila alliiosplicra iiiuiias vezes nebulosa, coin os seus grail-
diosos lagos dc Como, da Guarda e RIaior, c~uasiniares interiores, rc-
gada por um rio magilifico coixio o Pó e scus afl.lucnlcs, c cortada por
iiumcrosos caiiaes c por tantas obras liydraulicas adiiiirn~~cis clue derra-
liiam a fcrtilidadc c a ab~iiiclanciaclas grainiileas cm todo o reino Lotn-
bardo-Veiicziaao, e liiiiilailclo-lios a tratar ião ~óiiieliteda Italia mari-
liiria, nós iiào podê~noslia verdadc suppb-la nliiito seccn; scnclo banliada
pclo mar cin uin litoral tão csleiiso, cm cliie as aguas cntram proftinda-
meiile nas terras; sendo cortada por inuiios rios clue correm para o lado
orieiital e occiclental, entre os cliiaes figuram o Arao, o Oiiibroile e o
Tibrc; e tendo lia parte mais meridional c~uccoiiiprelieiidc o ierritorio
riapolitano, não menos dc trir~tae~nbocadurnsque despc,jaiii no inar ou-
Iras tantas correntes que descclil do Apeniiio. Em muitas partes, priil-
ciplinente do lado occiclental, as agiias nào acliaiido í'acil escoaiite, ou
pela inaior elcvacào do litoral, ou pela Ebrina das plaiiicies em bacia, ,----
*, i

fJ-.
I
1. '
../i
l)lS7
iciii dado l ~ i g a rdesde época iiiiiiieiiiorial, B foriiin~àoele c x l e i i s i s s i ~ n o ; ~ ; ~ ~ ~ ; -
panlaiios, fatiiosa c prorerbiala~cnteiiikclos. 4

A abuiiclalicia clas fontes c pocos, c das aguas ~r~ineraes por ~ o d a .-i,- :-


~jcninsulailaliaiia, aiilda lios inclica uiii paiz7liumido. AS cIiuvas sào miri-
tas vczcs copiosas c ~orrenciacs.Em iYaljoles calieiii iio anno, termo iné-
clio, triiitn e quatro polegadas dc agua. Eni Roina, trinta e cluas polc-
~.adris. Em Piza, cluarerita e oilo polegadas. Ein Nisa, seguildo Sclio~vn,
b.
cii-icocntn e ciuco polcgaclas, seguiiclo Robaudi, vilite e oito; uni c oulro
calclilo l~oclerãoser csagcrados cm scniido discrso, e provavclinente fiin-
dados eiii peciueno iiunrero cle amos de observacio; mas cornparanclo estas
médias com a c10 Fuiichal_, trinta polcgaclas, 1-ião se poclcrá d'aqizi igual-
incnte concluir que o Fuiiclinl seja iiiais liuriiido do que estas localidades
da Italia. O liygrometro aqui nlarca poucas vezes scccura absolu~a,e
riluitas mzes um gráo iiotavcl de liuiriidadc, coino iio Funclial. Em Na-
peles as clluvas calieiii rnuitiis vczcs eiii grandcs torrentes, coiiio iio Fun-
clinl, ficando a atinospiicrn limpa; mas em P~oinac Piza a cliuva é mo-
derada e coi~tíniia e o iii11i1eio de dias de eliuva, e por conscguiii-te &
proloiigada hi~midadc, é iiiaior: assim o nuliiero clc dias de cliu\~aem
Roii-ia, terriio médio, t;l ccnto e cluatorze, ou cento e dezesete, c no Fim-
clial setenta e trcs. Ein outras localidades da Italia não é inenor do quc
em Roma. Por ioda a parte o rlerncnio Iiyclrologico figura abuiidante-
nictitc no territorio italiano.
A fórina fortemerite dcclive cias iilonlanhas na Illia da Maeleira, c
as proS~~iidas fendas cyue a dividcm até ao mar, dando proiiipta saliida
ás aguas, iião perrnitteai as cstagnacões paluclosas e nocivas que se ciicon-
iram ciii muitas localidades da Italia. Al6m cl'isso n costa occidcntal
d'esta tem sido cm inuiias partcs abandonada pelo mar, deixando
a descoberto lcguas de rima praia lodosa, humida e insalubre, e havendo
povoacõcs, em outro iernpo portos inaritimos, clue se achani Iioje muito
dislantes do litoral. Toclas estas carisas de liuiiiidacle insaliil~reiião se cn-
conlrain na Illia da nladeira, c ellas tecin urna iiifluencia noloriamentc
inorbifica nos liahiiaiites e affi~gciitadoranas povoaqõcs. fi ccrlo que as
localiclaclcs acima inencionadas e recoinkendadas para os clocn~cs,iião
estão collocnclas itnmediaimen~eil'esscs sitios pantanosos c infcctos, iiias
as atniosplieras impregnadas de miasmas lcvam inuitas vczes loilge os scus
cffl~ivios,ainda que mais inodcraclos e diluiclos.
A icléa do aniagonismo entre a tisica pulmonar e as moleslias pa-
I~iclosastem feito leiiibrar a alguns que a utilidridc elos clinias dc I~alia
iio tratainenio d'ac~ucllainolcstia pocleçse provir cl'essa atmosplicra mias-
inatica. Qualquer cjuc seja a itnpressao quc a nossa dcclaração possa fazer
sobre algtins praticas, nós não podêmos deixar dc repetir mui explicila-
mci-itc, que no Funchal e ainda inesmo ern toda a Illia da Madeira, são
rarissirnas as fehrcs interinittentes. Exaininando os registos do hospital,
acliá~nosião poucos casos de Scbres intcrinit~entesclue ~alveznão caiba
mais dc um ou dois a cada anno; e as inforinaqões c~iicsobre cstn parte
toi~i&rnos,nos coiivcncerain dc quc esses poucos ciisos aincla sào, pela
maior parte, erii doentes de fdra, ou de fcbrcs intcrmiucntcs syiilplornn-
ticas c não paludosas. Posto c~uca doulrina do anlagonisino entre as
febres inierinittenies e 3 tisica puliiionar não tenlia ganliado ul~irna-
mente terreno, bani é liir accuin~ilatido factos que possain coiicorrcr
para decidir esta questão cjuando for teinpo. Transcrevercrnos aqui uma
opiniào rcspeitav e1 sobre n influeiicin das a ~mosphcraspan lanosas do
Italia, no tratamelito da tisica. EU não posso deixar agora clc clizcr,
como j6 tenlio dito muitas vezcs, qiic as condicõcs da insal~il~riclade
~(pantailosa)obrain sobre a alinospl-icra clc um rnodo particular, mcsmo
«quando n5o são Lastanteinentc caracterisaclas para cnlreler uin estado
uendcmico. fi tiin dado mais, qiic ajunlo aos outros da meteorologia me-
<(dica, e clue apparece ein todas as localidades que gozam de alguma rc-
«putacão para o traiameiito cla tisica pulmonar. J6 se viu isto :i respcito
((da Ilalia, a mesma coilclicào se encontra em Nisa, e sc repetirií, corno
«vereiiios em Hyéres. Ha ccrininente n'csia huinidadc gorda (grnssc)
#dos sitios pantanosos alguns- cleinentos, que iiii.sturndos na a.tiiiosp1iera
« ii~trocliizelii ii'ella clualidades fii\-oi.íi\.ei~liaia o iricllioi.:iiiic~ito cle ceie-
(< tas molestias. Sci-ia iiriporlaiite collier rios cliversos cliiiias, observacõcs
« coniparativas sobre as influencias q t ~ ercinaiii duraiitc a csistericia d'es-
ses pantanos, c cliiando d e p o i s a indus~ria os faz clcsapparccer. » ('L>/.-
?.ii.r.c.Le Cliinat cl'Lcrlie, pug. 5 19.) I? possivel que o cliiiia do Ftiirclial
com o gráo notavel d e hu~ilidaclccluc possue, c coiii i1111 icrrciio cortaclo
cle riliciros com bostaiitc vegetação nas suas rnnrgcus, tciiha essa atmos-
pliera gorc/a e C O ~ I Oalguns climas slc I ~ a l i a ,fa~roravclpara o
tratauieiito da tisica pulinoiiar, c coiiitiido insuf~lcieatepara produzir as
febres interrn ittentes
Qualquer que seja a opiniãò quc sc possa ter solrc o cluc fica dito,
C c~riitiidocerto que nos paizes mais rcco~~imcndaclos para o tra Laiilciilo
ela tisica c outras molestias puli~~oilares chronicas, sc eiiroiitra uiiia nt-
inos~lieracom cerlo grXo, não perliieno, de liumidade, tio al3i.igo dos vcii-
10s seccos e frios c10 Norte, receleiido as uiracões suares c Iiiiiiiides do
Sul. I? isto o. que se o b s e r ~ a110 Punclral, c é isto o cjuc vernos iios cli-
iiias de Italia, recominendaclos para cssc tralaniento.
A teinperatura, o eleliieilio meieorologico que rriais particularmente
domina todos os oulros, e que mais concorre para caracterisar o clil~ia,
é Iia peilinsula italiana muito siiavc, e apresenta menos variaciies e cles-
igualclacles do cjuc nos clirnas contirieiilaes, oii nas allas latitudes. Os cli-
mas inaritiinos, climas constantes, scguiiclo llic cliairia Koemtz, tem cn-
tre as inéciias clo verão e do irivcrno inui pequcna varia$ão; cri] r1uaiito
os climas coiltirientacs e interiores apresentam o c o i ~ l ~ a r;i co ii'cstes cli-
iiias por ellc cliamarlos cliilias cscessivos, o lioinein c os cntcs vivos teciii
dc supportar niio só os estreinos da ternpei~aturn, irias taii~beiiias suas
iiiaiores varia~ões.N'este clctncn~otão importailte do clima, c pelo qual
íicliiella região é procurada, fica ella inferior ao cliiiia c10 Puilclial c01110
,já viiiios, e coiiio ainda tereinos occasião de ver. A parte mais iileridional
da I~alia,enlre as procuradas pelos clociitcs, Napoles, está na latitticle dc
4OU,,52/, e o Funclial na de 32",,37',,45". A liiilia isotlicriiiica cluc passa
iio Funclial iiào toca erri ponto algum da pciiii~s~ila it:iliana, passa ao Sul
de Napolcs, e toca a costa arridana opposla. A lililia isotlicrica ciiie p a s a
no Furichal só vai passar ao Nortc dc Nisa, c eiilra muiio n:i Iialia con-
tiiieiilal. E a liillia isocliiiliciiic~a clue passa no P~mchal,não Loc:i ira 1 ) ~ -
iiinsula italiana, c lmssa ao Sul de Napoles. D'oricle sc \lê qiic a Lciiil~c-
ratiira inédia do iiivcri~oé no Puiiclral mais alta, c10 cluc clii todo o lerri-
lorio italiano; que a teinpcratura media do verão é inais baixa no Priil-
clial do qiie elil toda a pcliinsula italiana, c só aelia igiial na Italin ~ 0 1 1 -
tiilciital; rjiic 1130 ha na cosla occiclenial cla ~~rninsiiln ilnliaiia e 1 7 0 tr1.-
23
i.iioi-io iiapolila1.io iini cliiiia qiic tcillla iii-11c.i teiiipcil:iiura iii6tlin tlc ~ci.50
de inverno ião proríinlas cla icmpei3atura ~iiédiaannual, como o Vun-
chal. E ainda que o abrigo ctc alguiiias localidades das cscolliidas, a sua
boa cxposig~oe oiitras circuiilsiaiicias 1Iies I3osça 111 dar cniicl iqGes vaii lado-
sas cle tcilipcraturn; entl1eta1ilo as ol)ser.\-acõcs feiias ii'cssas ii1csilias loca-
lidades confirmam o .i]lcorcma gernlliiciile cstabclccido; co~iiojtí fica diio
1-10capiiiilo e m cjiic sc iralou da ieinl~cratura.
N i o cnlrarcinos i10 cstuclo clas causas cluc dào innior aiiipliiiiclc 5s
variacões tliei~moiiieiricaslios climas de Iialia cin coiilpara$~o do cliiiia
(10 Punc1i;il. Basta-lios esiabclecer o faclo. Essas causas Soraiir 1 ~ ~ 1 1aprc- 1
ciadas pclo Dr. Carrierc (lilando applicoii aos climas da Ilalia, as ilcgras
i c l a s p01ilo pelo Barão dc I-Triiiil~nltll;s6 niiii1lai.c-
gcracs ~ ~ ~ i í i ~ ~ c l e cii'esie
mos q u e a tenipcraiura inédia das cstacõcs 4 .ta1110 iiiais constaiilc cliianio
OS dias c cnoitcs iein iiiila dnrncào i~iaisigual, c cluc niio ljbclc ser in-
cliíl'crenle para a teiiipcratura regular c iiiais elcvuda (10 Funclial, no i i i
vcrlio, ri prosiiilidadc de uiua eorileil.tc pclaswica.
b.
No inar clue sepma a America dos C O I I ~ I I I C ~ ~ curo]>CLi
~CS C ahicailo,
ll'csic graildc vallc oceailico, çcgun(lo a csprcssGo do Barão de I-I~iiiiboldL,
~ 1 - 1 1 ~ ~ o d c r o srio
o de agua quente desrc das regiccs ecliinioriacs locaiido
as praias oecidcn~aesda Arrica, dc Portiigal, da l-Icspaiilia, Fiaiiga C (10
Norte da E ~ i r o p a ;c a Illia ela Madeira collocada no iiicio tl'cssa corrciite,
C reccbei-1~10a sua iii[Iueiicia por iim c outro Indo não liíiclc scr i1idiíI'e-
renle a clla. E m cluaiito o JIcdiicrranco iião é airavcssado por alguiiio
d'cssas coiirciitcs OU O é cm p011~0 ~ U Opcc~ilciio que iiào pócle scr por
csse ~ilotivomodilicacla iioiayel~i~e-iitc a sua tcrnpera~ura. Eiiirciaiilo o
Dr. Carrierc não cst6 longe ele crer, que a reilipera~urasiiavc rluc c s i s ~ c
na cosla occiden~alda Iialia, nos inezcs que prcccdcin o priiicipio da pri-
mavera, possa ser e111 parte dcvicla a cssa influeiicia, levada c11120 ali pe-
los vcnLos do Oeste.
((A inuuencia c10 m a r » (diz Ambrozio Tardieu) «nào é clc augincn-
« t a r ou diiniiiuir de iiin inodo alisoluio a tciiipcra[ura iilédia dc iiiri 111-
(T~T dciermiiiada pela latitude, aliiiude, vcnlos domiiiai-iies, c ~ c . ,irias sini
«dc diininuir a críicilsão, a Srccliicilcia e a rapidez das variaqõcs d'cssn
iCi11pc1~at~1ra. Nas Illias iiia is peqiicnas, c111 cjuc csia acqùo iiicllior sc pro-
(lcluz, apparXcccniresuliaclos iiiui nota~cis,cjuc cliegani a coiiiiabalaii~nr
((a iiiflucilr:ia da poçiç?~occluaiorial, c ai6 a iuoclilic~ir l~rofuncla~iicii~c a
((]-ia-lureza do clima. Podciii citar-se como cxeiiiplos n Madcirii, OS Asa-
((1-c~c a Illia Brailca cni que as .~ci?iperaiurascx~iciiiase o caractcr dc cada
[cuina elas csiacões diKercm noiavclri~eiiicdo cpie purcci.ia inclicnil a ]:i-
a itiidc e as niit ras condifics iopogi.al-Jiicaç. >)
I I!)
%
!. 1)reSSào ~~~1'0lliCti.i~a iião off'ercce geral ililia dif&i.elicn 110-
lave1 entre os climas de Iialia e o Puiiclial; 11cri1 em qiiarito á
annual, iieiii eiii cluaiilo á n~iiplitudedas variacões baromctrlicas, e rí
frccluencia c rapiclcz d'cssas niesrnas rariacões. A arilplitude da varia-
ção barometrica em Napoles é 40m, ein Roma 3dm30, em Niça 3sn1,
dcsclc 732" até 170m,e no Funchal 3Sm, desde o miniuio 739" até ao
masimo 7 7 7". Devendo comtudo notar-se que estas duas pressões extre-
mas poucas vezes sc tern visto no Fiii-ichal, e que sendo a amplilucle da
pressso I~aroimelrica a inesma cin Nisa e 110 Funchal, a diffircnca é corn-
tudo e w aizil~asas cxlrcmas inais alta no Punclial. Ainda accrescen-
taremos q u e e m Napoles as variacões haronietricas não só são iilais ex-
tensas c10 clue ilo Puiichal, inas são inais freciuentes e sullitas, assim coiiio
iambem o são as variagões dos ventos e do tempo,
O ceo d a I ~ a l i a mcriclional é famoso pelo sei1 esplendnr, pureza,
e pelo brilliail~ismoe finura da sua côr aziil. Do golfo de Gaeta para
o Norlc por todo o paiz latino e até aos conilns da Etrnria, a ainios-
pliera, n i u i ~ o sdias pura, já denuncia pela sua cOr ainda bclla, porém
iiiais o11 menos tinta clc eiicaraado no liorisoiiic, que vapores acluosos
cxislein n'ell? princil~alrnenieao nascer e pôr do sol. Na Italin slipe-
rior inais prosima aos Alpes, o elemento aquoso predomina já iiiiiito no-
tavelinenlc na alinosplicra, e no Piemonte e no Milanez os dias mais
ou menos nel~ulososnão siio raros. Este bello ceo, que a Italia rneridio-
na1 apresenta taiilas vezes e dias inteiros e successivos, cl~iefaz a admira-
ção c o prazer elos estrangeiros, tem a Illia da Madeira poiicas Tezes,
porcli~c1)oucos dias liaverá ern que os rneleosos acjiiosos mais oii menos
densos não aplxweçairi na atii~osplie~a,incteoros que niuiio concorrem
para a s ~ ~ a v i d a dclo
e clirna e piira a forca da sua rcgeiacão. Mas nas
lioras ctri cpre a atinospllcra csiá ~om~letarnciite pnin e serena, o azul
celcs~cC igualmente vivo c liirriinoso, c as noites, corno já dissernos, ieni
urna clariclacle c as eslrellas um Lrilliari~eque difficilmcnte se excederd.
A Iralia oflcrccc cni toda a extensão do seu terriiorio aLu~iclaiicia
e varieclaclc cle agiias niiiieraes: mais uin elcmenlo ligdrologico do clirna.
ii il'este polito lein clla unia riqueza muito superior á Illia tia hlacleira,
que apenas possue aglias ferruginosas fracas, pouco coirliecidas e SCIII
r e ~ u ~ a ~~lierape~itica.
ão A natureza cl'aqucllas agiias participa da cluali-
daclc do solo e varia coiii ellc. Na Italia superior ç média o granito dos
Alpes e d e lodo o sjstcina dos Apeninos, as formacões seciirlclarias clc
calcareo jurasico e cle oulilas cspecies, e os terrenos lncustricos e inarili-
lnos subapeninos, clieios de conclias, lignites e outros v e s ~ i ~ i odes vitla
orgaiiica, clão aguas rniiicraes salinas ele differeiitc~teinperaliiras em clll':
h
I~rcdoii~iiiaiii os earl~oiiaiose sulraios de cal e de ii~agiicsia, os cliIorliy-
dratos de niagiicsia c de soda, alguii~acido carbonico c gelatina vcgctal.
As aguas de Piza, de Lucca, de hfoii.tecatini, da PoreLra, ctc. l ~ i ncori-
I-iecidas r: acrecliiadas, prcslam milito para as af('ec$õcs chroiiicas clc es-
ioinago, p a r a o s ci~gi~rgitaincn-ios glandulosos c obstruc~õesdas ~lisceras
abcloiiii~iacs;irias sào pouco acoiiselliaclas para padcciiiicntos pulriioilarcs, a
1150 ser eiii casos dc coli-iplicacào coiii acliiellas molcslias. Na Iialia iiife-
rior, no ierriiorio napoliiano cm qite por roda a parte c abnndaii-icincritc
se encontram os l~rodiictospyrogenicos, a cliimica ~1ulcailica ainda c113
accão apresenta aguas inineracs de variada, e algiiinas de iiliii tilia tcni-
peraiiira, c cm cluc além dos compostos salinos, j6 incncioiiados, sc acliain
o acido carl~onico cin abuiidancia, o acido sullihydriro ciii tlivcrsas
fórmas, o ferro c o a~nrnoniaco. As aguns inineracs da cidatlc de Nal~o.
les, de Pouzolles, de Ischia, c o~itrasmuitas d'cssa rcgião, icin grnndc
credito nos padecirneiitos chronicos do apparcllio digcsliuo, nos rcunia-
iisrrios, gotia, enfartes gland~i;~sos, parnlysias, ele.; mas tifio é para os
pacleciii~entospulmonares, e niio 6 sobrc~iidopara a iisica l~uliiioiinrquc
ellas sc applicam. Algdtiias vezes icrão iiclo influciicia bcnclic~.cin I~roii-
cliiics clironicas, e iallrcz e111 alguin caso de tisica l ~ ~ l n i o n airiiciada,
r
como se conta d e ouli.us aguas miiicraes de divcisli nalurcza, poréni o scu
credito para csias iiiolestias nào 6 tal que os cstraiigciros d'ellas aiaca-
dos ali vào coin o ri111 principal dc fazer iiso (Ias aglias; 4 o cliiiia cluc
clles procuram cspecialnieiitc iia sua resiclqncia ciii I~alia.As cstul'as lia-
Luracs c111 qiie o pniz abunda sào ka~ill~ciil inuilo usadas para ti Lrala-
lilento de aria ias cnfcriiiidades. A dc Cns~iglioric, a dc S. Loiireiico, as
de S. Gerriiano, e as de Nero, são as mais celcbres e hetliiciiiadas, c a ira-
diccào da localicladc ainda as per~cndcrccomilicildar no traiaincrito das
affecções do peito c iiiesino no cla tisica piiliiioiiar. Poréni iie111 factos
belil comprovados aitsiliam cssa lraclicqão, nciii esse tra\aineiito esiá de
accordo coin tudo o quc sabeiiios da l~athologiad'csla molesiia.
A natui-czn dos icrrenos pluloilicos na I ~ a l i aincridional, as rcac$Õcs
cliiiiiicas que ii'clles se clcvciii passnil, a compnsi!:iio a~inosl~licsica c~iicclcvc
ser mais oit iiienos iiioclificada pelos produc~osgazosos d'cssas ileac*cõcs,c
1 ~ " ~elnanacks
s das cratéras aiiida ciii accào, a ii~fliiciiciaqiic as clnbo-
r a ~ õ c svulcanicas cin iiio graiidc c ~ ~ c i l s ãdoc ~ e n lter sobre n clcc~ricidadc
aiiilosplici.ica, e ial\.ez sobi-c oiiiros pliciio~~icnos I~~CLCO~~O 11odc111
~O~I(~OS,
f k m siilil3Or 11111a :ic$h csl~ccialsobre o pulnião dociilc; ~oi6i.nessa ta1
lic~" se csisid iião cstá es~udada c dc~criniiirida,ncin para berii, ncni
1)"'" "131; c difliiiidida ])ela ~asticlCoda aiiiiosplicrn, loi-igc tlos It~gai~cs
onde cleseiii-~l\~c, 1150 I!eiu alii.ccia~cl.Na Illia tla dfiitlviin, aiiitla 11i1c
tcrrcilo ~ulcanico,os seus focos airior~ecidosc incrLcs nào podciii icr ii'cstc
sen~idoinflueiicia alguma. Poréili essa influeiicia vulcailica, vão cluviclosa,
não dcve ser considerada nem iileulcada como uma rantagen~.Assiin
como tarnbein a superioridade que poderia resultar para a Italia das suas
aguas i~iineraes, refere-se mais a outras n~olestias do cluc ás affccções
clironicas do peito.
Estas breves reflexões coinparati~rasque acabâiiios de expor nos lia-
bili~ama cstabelecer, que entre o cliina do Funchal e os climas de Ilalia
rccoininendados para o tratnii-iento das inoles~iaspu1111onat.e~ha aualo-
gia de condicõcs, e por coiiseguiilte analogia dc acqào, c quc ein alguils
dos elementos climatologicos priacipaes, o clima do Funchal ainda é su-
perior aos climas de lialia.
Sir Jnnies Clarlc, cuja authoridadc sempre 110s apraz citar, fazendo
a cornparacào da Illia da nlacleira com o~itrospaizes tainbeiii recommeii-
dados pard estas inolestias, diz (Cyclop. Britn7t. nrt. CZz'77znte. 18.33). ((As
«iiiiriuciosns e cuidadosas oliser~~acõeç do fallecido Dr. E.Icinclceii e do n r .
((Rcnton feitas por bastantes a111105, 1nc te113 nlinistrado dados para for-
«mar 11111 j~iiçoprudente do cliina d'esta Ilha. I-, ainda clue os ilossos ina-
(( teriacs, para julgar das outras Illias do Atlantico, se,jari? i ~ i ito u ilienos
«coiiipIeios, deixam-nos comtudo muito pouca díivida clc que a Madeira
((é superior a todas; além de que apresenta coininoclos cin outros rcsyei-
«ias para rcsidcncia ílos doentes, quc neriliuiim outra icm. A ele~~agão
ada cord illieira central c p c .coni~õca inaioi- parte cl'csta Illia, ai lida que
(~110ssaroubar alguma cousa do calor durante o invcrno, coiirsibuc muito
( ( p a r a o ii~odiricardurante o verão: isto dá (ri filadeira a vaiitagein d e
ctuii-ia ~iraçãofresca de terra clriranie n noitc, que alterilando c0111 o
((veillo fresco do mar diirantc o dia, modera em graiide p3FLC O calor do
((verão. Ein cluanio os ventos gemes que reinam n'esia estacão ria lati-
aliitle dn Rladeira tamLcm concorrein para a sua saliilriclade. 0 s docii-
ates comtiido escolliendo para sua i~cçideneia do wrão uma situacão clc-
(( vada no interior, aclinm uni cli riia coiisidcra-c~eln~ciite mais fresco cliic
((o do V~iiiclial,que está situado iio litoral, e oflerece uina esccllei-i~cre-
t(sideiicia para o iiiverno.,, Comparando a Madeira coin o Sul da Franya
e c0111 a Italia elle diz: «cpe ainda que a -1ernpcratura iriédia aniiual 6
((sóseis grhos acima da d'eslas localidades, esta tcinpcratura é distribi1icl:i
((de rirn inorlo inuiio din'crcnte pelo decurso c10 aniio; a c1illercilc:i scnclo
((iauilo menor na Ilha da Madeira do que 110s lug.ares mais Savorccidos
ado Sul da Europa. Assim, ein quanio o iiiveriio S rnais cllielilc cloi.c gráos
((r10 cluc lia 'Italia c Eirall~a,o Y C I ~ O6 cinco gsáos iriais fresco; c crn quanio
((;I ):iria@o inetlia aiiriiiiil i-ia Mnclcira 6 qiiaiorzc griíos, eni l'izii. Xioiiiii
« c Napoles tl: c ~ ~ i a sílobi'ada.
i N U distriLiiiqUo igual do calor por todo o
«anil0 tainhem tem a ii1esnia superioridade; gortjiic cm cluanto, por cueni-
(C pio, a diflerenqa riiédia, dos mezes successivos na &Iadeira é só dois gráos,

~ c i nBon-ia c Nisa é quatro, e ein I'iza c Napoles cinco. Na rnarclia da


({teiiiperatura duraute o dia, a lladeira conserva a mcsrna superioriclacle;
ira differenca média da temperntura em vinte e quatro boras, scildo ali
dez gráos pelo tlierrnometro cle inaximo c miniirio, ern quanto cm Nisa
((6 nove gráos, em Roina dez, e ein Napoles ti3czc, pelo tliermome~ro
(~ordinario.Na igualdade dc temperatura de dia para dia (q~~aliclaclc muito
((importante eiu uin cliina) a Madeira cxceclc inuilo loclos os outros pi-
~ z c s .Ha tainbem uma coilsideravel diffcrenca pelo que rcspeila 5 scc-
ccctira dos dois clinias, cjuasi a mesma c~iianliclaclcdc chuva calie lia Rfa-
ccdeira e eni Roma, inas na Madeira lia só setenta e tres clias no niino
«em cpe choov, eiii cliianto em Ro~i-ia1;ia cento e clezcscte. A cliiiva ria
((Madeira iambein cahc clu esiacões iiiais regiilares, principalmcrite no
«outono, a atrnospliera conservarido-sc gcralinciiie sêcca e clsra o rwlo
c< do atino. »
Aiilcla que as localidades ele Iialia acoilselhaclas para os docntcs aflc-
ctaclos de molcstias pulmoiiares sc encontrain r10 lado da zona occiden-
tal, como clisscrnos, cnlrelanto n'estcs ultimas aiiiios Veneza, cslc paiz
a tantos respci~osaclmira~cle singular, Leni sido procurado por alguns
doentes, prir-icipalmei~i.ecliiraiite o inverno, c ieni adquirido rc!pulação
pela suaviSaclc do seti cliiiia, e regulariclade da sua iempcratura. E corri
effeito, os cleine~itoscli~natologicosali se achain de lal moclo cornbiilados
coin outras disposic6es topograpliicas, cliie as coiidicõcs de temperatura,
c ainda rnesiiio as de h~iiiiidadc,não siio aqlicllas cliie doiniriain no rcslo
da zona oriental cla Italia baiiliacla pelo Adrialico, c até são supcriores
6s cluc apreseiliam alg~insdos pontos da zona occidciital recoiniiienclados
para os docntes aneciaclos das ditas molcstias.
Mas coinparando o clima de Veilcza coin o do Punclial, mcsriio n'a-
c~uellasdas suas condicões cin que elle parecc superior a oulros clinias da
Italia, e pelas quacs é procuraclo, nós acliârnos o scgiiiulc. A tciripcra-
tura média annual ein Veneza d 5Gn, e no F~inclialé 67"23. As rriédi~is
das esta@es em Veneza são: inverno 38" primavera 55", verão 73", ou-
tono 56" As elo Funclial sào: inveriio G2',S8, priinavera 64",45, verso
7O0,B9, ointono 70°, 19. A dil'fcreiica entre a inéclia do vcrão c do in-
verno C cm Venozn 35", c no Funchal 8",01. De tal sortc cluc a iné-
dia do inveriio no Funchal e inuilo mais alia do cjue em Vciieza, c a me-
clia do verão inais baixa. O calor ein Vciicza duranic o ~ e r à o4 excessivo,
a os ~locntcs~ à o1)assar esta estaâão jiinto aos 1,ngos. ou ~loltaili par:) ;i
sim p u ~ ~ i aA. ii-iédia iiii~liiriado [rio ciii Vciiczn 4 27" c 110 k~uiiclialii
iiiiniina absolu~a,nnics das nossas observacõcs, suppnnha-se ser 50n, c
116sohlivcinos uma vez coni o tlicrm~iiieirogra~ho em in~~eriioinuito frio
4bn. O inverno dd cm Veiieza por média extrahida de obsei.vaqões de
sclc annos, cinco dias e incio dc i~eve;phenomerio que se não clá no FLI~I-
clial. ISsLcs algarismos fallam mui claraineiite.
As condicões Iiygrometricas do ar não são ali tào dcsfavoravcis coiiio
se poderia siipl)oil da siia posicão entre as lagoas e caiiacs e sobre o Aclria-
tico. O vento do Nordeste que niuito coilcorre para abaixar a temperatura
cin toda a costa oricntal da Italia, não tein ali tanta influencia; antes
parece que a sua ;LC@Omais inocleracla se torna sauclavel, livranclo o
ar dos liydro-metcoros que eili seiiielliante posicão ~~ecessariaiilenle se
forinani. I-la i10 anno u m grande nitineilo de dias bons e claros; e cliovc,
termo iriédio, sc~cntac ciiico dias: só clois clias mais do cluc no Fun-
clial. A quanticlaile dc agua que se reeollie iio iidoii~ciroein Vcnezn (~rié-
dia aiiiiual) é 36,""'5, mais seis polegadas e i~ieiado que i10 Piiilciial.
O liygroinetro marca em Veneza a inédia annual de S?", e no Puiiclial
pelas nossas observacões ein oito inezes, eiir que não entra o verão, e em
aiiiio cliuvoso obtiveinos 7 !Jn,7. O baroineiro inarca em Vcneza a m&lia
aniiual clc 7 3 7", e no Fuiichal 759".
Teiii-sc dito qiic o cliina de Vcileza deve ier uma influeiicia beneficn
nas inolestias ~scrofi~losas e tuberculosas pela inlialacáo cie uin ar iiiiprc-
griado dc pariiculas de iode c de broinio, que as ~lalitasdas lagoas e as
incsiiias aguas ali coiiteem ein quantidade iiiuito notavcl. Nào cst6 coiii-
tudo provado cjuc na atiirospliera veneziaiia existam esses priiicipios, c
o cficiro paiitairoso qiie ali, como ein o ~ ~ t s partes
as se observa, não é para
isso ~ufficientcargiimeiiio. TaniLem não está demonstrado por obscrva-
qões seguras essa influencia especial e curativa do cli~iia,só se sabe quc
clle 1150 lcin uma a c ~ ã oprophilaticn para perseverar os habitantes cl'es-
sas aficqões.
De Ludo isto se dcduz que este clima, conio os outros de Iralia, tam-
bem não tem vnniagein sobre o c10 Funclinl, mesirio por ac~uellasco~i-
dicões de iciriperatura, pelas quaes é cspecialiilenie rccoiiiinenclado; cin-
ies n'essas iiiesirias coildicõcs lhc é inferior, 1150 iciido supcrioriclade por
o u ~ r olado sciião nas recordacões liistoricas, nos moiiuirleiilos, c em tudo
que anda ligado a este paiz cxcepcional; ciic~iiilstanciasque ílesafiam n
curiosidade, excilain o ariiliio e actiiarri fortemciile sobre a imagiiiaciio
dc alguns doeiiies, inas que 11a0 deixarii de icr seus inconveilieiites para
ou1ros.
Alc!n, clns coiidiqcicq ~ L I Cclizciii rcsticito :LO cliuia c aos ponlos i~iais
i 113 1~1rtantwtrln hygiciic dr, paiz, c quc l~articulariiienieo i ero~iiirtcndain,
lia ainda i10 Functial outras, talvez dc seguncla ordeni, riias clue coiiréii~
coiiliccrr e apreciar, porclne alguinas d'ellas se 1180 encoiitram nos outros
pakizes, c o seu conliccirnciiio póde ter uma ceria influencia sobre o animo
c rcsolu~ãodos dociiies, e mesiiio sobre o conscllio dos faculiativos.
A viage1i-i para a Illia da Madeira tem sido consiclerada pelos di-
versos authores por differeiite inodo: uns veein n'esta pequena navega-
rão já i i i i ~ principio cle renieclio, outros um inconveniente; nós julgi-
mos que inais vezes ella devcr6 scr coiisiderada d'cstc segundo inodo.
Os priirieiros citaiii casos eiii cliie a i-iavegacão curou, suspendeu, ou ali-
\riou a tisica pulirionar; pensaili cluc o en,ibo e o vomilo, ianias vczcs acon-
selliaclos n'csta liiolestia ai6 como rerncdio exclusivo, tccin larnbe~risua
utilidade; e alguns cpuxein clue o transporte se faca eai navios dc véla,
ilão só para evitar os inconvenicilies das rnacliinas clc TTapor,como tani-
liem para prolongar a viagein e a accão da navegacão sobrc a ecorioinia,
c para fazer a transiqão suave, vagarosa, e grad~ialirienle.E é assiin que
iniiitos doeiltcs sc transportam de Inglaterra para a Illia da Madeira, na
estacão propria, preferindo os dois ou ires navios dc véla cluc para isso
se acliam proinptos n'essa occasião; que são eucellci-iles e liabi~uadosa
csse gencro de carreira. Os inedicos cluc considcrain esta viagciii coino
um inconveniente julgain que esta nx~icgar$io é curta para produzir
ac~~iellc beneficio qiie ein certos casos pareceu tcr-se obtido cin viagens
longas, c que a rnaior parie dos doentes sofiein inuito »o inar, chcgai-ri
abaiidos, e em peor estado do que acjuelle cin que saliiram c10 scu paiz.
Alguns até receiam as herrioptises conio conscc~ucnciaclos repeticlos vorni-
10s. Ii=stamos coiivenciclos cIue para a maior parlc tios clociites csla pc-
c~ucnana~~cgacão é incoinriioda e scrn proveiio; rnas que scus inconvc-
nicnies iião clcveriz ol~starao transporte para a liradcira, porcluc cin geral
cllcs se rciiledeam com poucos dias dc clescaiico em tcrra, e a breviclndc
e certeza da na.cregac$o pclo vapor os iiiodcra c alcnua iiiuito.
O F~inchalposs~ica oantagcin cle ter iinia at~iiospliera iiinritima
para q u e l l e s doentes para c~uciliibr acoi~selhada. Esla atinosplicra não
6 im~rcgnaclaclos miasmas lodosos da praia, nem dos das iininunclicics
da cidade; os doentes podern passear nas margens r10 mar, ondc lia pas-
seios cobertos de arvoredo, podem passear eiii barco, c clc clualcluer d'cs-
tes inodos rcspirar uma atrriospliera inaritiina pura, prhtica que cm to-
dos os ieinpos c eai clivcrsos paizes tem sido reconimenclada. Para os por-
tos do Sul e do Oeste cle Inglaierra, para Marselha, para diflèrciitcs pon-
tos da costa de Iialia, Egypto e Malaga são inniiclados doentes coin cssa
rccoininciida~5ciIc alguinas wzcs teciii tirado provciio rviclciilc
c claro cl'eslc geiiero de itihala@io. Laeiiricc acrecli~avaiii~iiiolia lilili-
dade d'este ineio, e ale fez experiencias no liospila1 da caridade coin uina
airxiosplicra riiaritima artificial, que arranjava fazcndo cspalliar por toda
a enf'eriiiaria grandc quantidade de plantas n~aritiinas;e houve tcinpo
ein que clle julgou que esta atmospliera assim coinposta modificava fà-
voravelinenie a tisica pulmonar.
Ainda c[ile a respiracão da atrnosphcra inaritima no litoral e a na-
~~egacão teiihain alguma cousa coiiiiriuni, podem comtuclo produzir effei-
tos diflercntes; porque lia o u ~ r o scleincatos de acção ila navegacão, que
devem actuar rortetnenle sobre o organisirio. O r n o ~mento, i a nausen e
vomito, a rcspira$ào ele urna a~mosplieraalcatroacla, a inuclanca succes-
siva clc clima, a grande euposiciio ao ar livre e ii luz do sol no meio do
inar, ]ião poclein scil circunlstariciris inclifferentcs para o doente. E qual-
quer cIue seja a srra accão, ella riào se dá pela siinples respiraq,io da nt-
inospliera inaririnia no liloral; nssiin corno tambcin no litoral se isio
soffrein os inco~iiinoclose prisacões que se encontram na ilauegoeiio. Ein
Lisboa é c r e q a clue a habitacão prosiina ás praias não convém aos cloeii-
tes aficctados de tisica pulirionar, c ein geral de inolestias chroi-iicas de
peito. Não salieliios quaes forain os ~iriii~eiros f~~nclan~entosd'csia con-
vicqio. Na cidade, e principalmente ein partes d'ella, vê-se bem clara-
inenle qtie a atinosplicra do litoral não presta, nem tnesnio para os sàos;
nias fóra cla cidacte pnra diante de Belein, do outro lado do Té,jo, ou cni
alguin poizlo da costa, não cxis~ilidoas mesinas causas cle corrupgilo, a
alinospliesa mariliiiia mais pura ainda clcveria ser ensaiada em alguns
doentes. I?, ccrto que ali as &andes 17ariacGes 8iinosphericas siio frequenles,
e os passeios poiico proprios para cloentes afl'cctados de molestia clc peito;
iilas a prática exclusiva que esiii hoje esiabelecida não é tão bem f~iii-
dada que se não devairi ainda fazer novas t e n ~ a ~ i v aem s localidades inais
beni cscolliidas, principrilineiite c~uondoseinos a prálica contraria re-
cornrriei~claclapelos autliorcs, e acloptada cin oiitras parlcs com cleciclida
mntagein. Os inconvciiientes clas variacões de tcmperat~iraque ali sc
cilcoil tram , tninbem niio fnl ~ a i nnos si tios do interior procurados pelos
doeixtes. Sabemos de casos, inuito poucos na verdade, em que a Iiabila-
@o na prosiiniclacle do inar, na margem direita do T4jo nào .leve in-
Iilueiicia nociva eiii doenics aKcciados ele pacleciinenios que se reputavam,
com razão, tisica liillmoilar. Pelo contrario, ietiios vislo muitas vezes a
liabitacão prosima ás praias aggravar a astllilin e as molestias cl~icpar-
ticipam da fórlna asthinatica. No Fuiiclial não se julga nociva a alrnos-
plicra maritima na tisica piilmonar, antes se recoininenda como ulil,
pordni t111anílo 05 (locizies se iiiio tiào Lerri coni tal ntcnosphera, ou clla
24
Ilies nào e' ;lc.oiiselliada, podcni ~scollieruiliti Iial>iia~ioc pnsscios longe
(Ia praia, a dis[ancia de um8 ou cluas millios, oirde ess:i inll~ieiiciascrd
niilIa, ou inliilo pcclucna.
Ein o ~ i t r o srespeilos tainbcin po~icospaizes üprcsentam tanlas con-
clições van~ajosnçpara os docnies coino o ~ i ~ n c l i aI-Tabitacõcs
l. exccllcntes
c ngrndavcis cin grande numero, construidas segundo as idéas clue sobre
cslc ol3jcc1o I r e m os inglezcs; brm situadas, coin jardins, c guari-iccidas
d e inodo qiic o d o c i l ~ csó Icrar comsigo as cousas iridispcnsavcis
rlo scii -c-cstiinrio e uso particltlar. Vchiciilo~tine 1150 inclicam urna ci-
vilisacfio adiniitnda, nins que cstao ein pcrfcita Iiariiioiiia coin a natureza
dos camililios, c com o fim para que sao destinaílos: o trenó, o palan-
quiin, c sol~rctucloa rcclc, sao modos bcm proprios para o pmwio dos
doentes: poucos liavcrd tso fracos quc nUo possam supportar o inovi-
menlo da redc condnzida por lioi-iiens que para isso tcin u m gcito c pa-
ciencia adinisnvcis. E estas duas se eilcoi-ilrain ali cin cliiasi
toda a çci-ite d c s c r v i ~ o ;qiialitlades q u e pareccin proprias c iiatiiracs
d'aíl~iella classe, inas q u e icm sido n-iuiio liein dirigidas c foriiilcndas
pelo IiaLito dc t r a t a r doci~tes. A aladeira é uin dos paizes que oflbrcce
na verdade u m maior numero de commodos aos doc~itcs,c qiic 1110s ofi-
recc JA cstiidados e I ~ r nestahelccidos, c para toclas as f o ~ l ~ i n aC s c~II:c-
gorins; o docnte só iern cjue cscollier c proporcioi.iar o qirc sc Ilic olTc-
rccc d sua posicão social; porcItic n'estc ponto ha ali com que s~ilisft~zrr
0s n-ia is exigentes.
O FuilcIial tem cxcellentcs mcd icos porluguczcs e inglezes, niuii o
costun-iados á priitica das molestias pulmonares; tciri muilo l~oasofficiiias
p1ini.inaceiiiicns qilc na l~rcparaciioc qualidade dos rcmcdios csV2o a par
das inelliorcs dos outi70spaizes ; i e ~ naMin d'isso inuilas pessoas ccistuiiia-
das a i r a i a r docntcs c a servir d e enferrnciros c0111 cariiilio c iiilclligcn-
tia; C todas cslas condi~õcsrciiizidas em poucas 11art.e o docnlc poclcrd
encon i rn r.
A falta de tli7-crti inen 10s c d i s ~ r a c ~ õ c~ sI I Cno Pt~nclialmui 10s Ia-
riieatn~ii, é ainda no nosso rnodo dc cntendcr uma das suas variiagens
P W ~ docn ~ S tcs. As galerias, os niiisc~is,os inonumciiLos, os ~lica tros, C
Iaiitos orilros nltraciivos das cidadcs de Iinlia, tccm mais dc uma vez
sido acc~isadosde concorrer paro resrriamcnlos, cansacos, irrcgiilaridadcs,
recaliidas c csacerlncòes dc inolcçtias cluc j i Iiiani toinando mcllior facc.
A s c~istrnccõcs de uin doenrc aíGciado de tisica p~ilinonar iião podciii
ser as CIO lioincm sào, nern niesmo as dos doeiites alrcciados dr: oiilras
n-iolcsiias cl~ronicasmenos ~ I Y I Y C S . O f~-io,a huaiidade da noite, a fadiga
1ir-n passeio longo, n miiclanya lias Iiorns dc coixidn c rcmcdio, uiria
C X C U ~ S ~ iilll~i'~itleiiie,
O elilo$bo iiioyjl falte e iilesperada, JJUstalllnlui-
iiiiia
tas ~ c z c s1)ai.a fazer ~ieidertodo o beneficio que se tinlia adcliiirido colri
i~iuiloicilipo c lraballio. O D I ~Heinelien,
. cliie tarito bem dcyeu ao cjiliia
d a Matlcira, aiitecipoii a stia niortc por uiila escursào inconsiderada a
Porto Sailto. Passeios tranquillos, vistas rarjadas, cultura de flores, con-
versa$~ agradavel, musica, lcitura ou cleseiilio, qiiando isso é possi~~el,
são os divcrtimcntos iiiais proprios para similhantes cstados. Os doentes
niais fortes e já eiii mellior coildiçâo cle saúdc encontram passeios iiiais
~ O D ~ OaS pé, a cavallo, ou por inar, e podem gosar coin cautela de al-
guiiias reuniões dadas pelos habitarites, que se clistingucm pelas suas
qualidacles c maneiras civís e hospi~aleiras. Hoje que os conliecimeritos
de hisioria naiiiral estào tiio cliffi~nclidospriiicipaliiicnte entre os inglezes
e alleii~ães, o botailico, o iilii-icralogista, o zoologista acliani ali amplo e
í~grada\~el emprego ao seu tempo, e o artista as mais ricas paizagens
para O scu pincel. A monotonia c regularidade de uma vid:i simples c
se111 grandes emoções, c sobretudo sem cansaco, é o c ~ ~ convém lc aos doen-
tes mais aflêctaclos de molestias dc peiio. 0 s exeinplos de icrliiinacões
falaes por indociliclade e erros de regimen não sgo raros e m doentes, cluc
acreditavam que o cliina só por si podia vencer a niolestia, apesar dos
seus descuidos e impriideiicias. Nós quereriamos rnelliores estradas, pas-
seios mais bem entretidos e calculados, alguns dirertirilentos durante o
dia, se111 que o doenle poclesse ser cspeclador scni ioinar parte n'clle, e
que fossem coinpativeis coin a regularidade liygienica recomiiieridada;
qucrcriainos uin paiz mais feliz c que ilào apresentasse a cada passo scenns
d e niiscria e degrada~ao;mas cstamos muito longe clc desej3r ali a agi-
tasuo, alids agraclavel e divertiela, de algunias aguas rnii-ierats alleniãs.
Se os clirnas podcin ter iima acçào benelicn no tralairiento da tisica
c outras molestias pulinonares, o que nós firmemente acieclilànios, 6 fóra
dc dúvida que o clima c10 Fuiiclial dcvc ser uni dos atteiiclidos eiil pri-
i-riciro lugar para esse fim. Poucos paizes possue111 para isso tantas e iào
Loas conclicões; o Sul dn Ingla~crrae da Franca, c até riiesino a Italia
iiào aljresclilaiido iiina teiriperatiira iào igual, uni iilrer~ioião suave,
uma reunião tão coiiiplcia dc circuiiisiancias cliniatericas, conclicões hy-
gicilicas, c coiiimodos clía vida, coirio o Punclial. Qiie todas cstas boas van-
tagens reuiiidas níão corresponclani ailida ao c~ucse deseja, cliie cllas 1150
curcm cln rcgra a tisica puliiionar, é uma desgraca c uiiia trisle ver-
dade; pordiii jd nUo é pouco cncontmr algtins climas, c estc especial-
incntc, em quc a inolestia siispende inuiiaç Tezes a sua iiiarcha, darido
aos doeriles urna vida supportavcl, e toda a apparericia dc sailcle e go~c)
das suas firulcladeí;; apparencia rni algiins caso5 ião segtisa e pruloi~-.
1)
gada, ciuc ct~~iivalc a riliia cura dcfiiiitiva. Os tlocntcs ( l i ~ i clur ri acq5o
do cliina não é 1.20 cfficaz, e que ri50 conseguciii iào grande bcncficio
vceiii continuar a sua esisiencia coiii ~iienossoKriiileiito, seni ficar cn-
cerrados clrirantc o inrerno debaixo da o p p r c ~ ~ ãdc o unia temperatura
artificial, c (23s idéas iiielai:cllolicas e sinistras que um clima iichiiloso,
carregado e [rio, e tão reclusão inspiraiii até aos sãos:
vivem ao a r livre, goçaiii ela visia dc iinl paizaamno, c de uina \Tcgct~i-
rica e ari ia da, scntii-id« o prazer c n cspcranca quc dLi a rioiitcln-
placão dc u m ceo claro e sercno, debaixo de cuja infiiicncia parece quc
R vida e saúde devciii ser comeqileiicias faceis e rialiiraes,
Entrola1:to (.orno os ~.esultaclosda a c ~ ã obenerica do cliiiia c10 Fun-
clial na tisica puliiionar iião são, ein geral, aqucllas curas solidas, dcíi-
nitivas e coi-nplctas, cIue se ohteein cin ouiras molestias, e inenos vezes
n'esta; coiiio uin certo numero de do~ntes,em que a tisica suspciideu
a sua niarclta, veein, passado tempo, apparccer iiovaincnte os padeci-
~nenios;corno algiins não acllain ali I~eneficioe succuriiberri á molestia,
como lhcs aconteceria no seu proprio paiz; é justo, é até indispcnsavel,
p u a que OS doen~esc familias se não aclielil illudidos nas suas esperancas,
nào exagerar as vantagens curativas do cliina, 1150 o aprcscntar c incul-
car como remedio eflicaz c seguro, mas sim corno acluelle c[uc innis pro-
babilidade tcin de fazer maior ou menor bcncficio cin iiliia afleccão cin
que os oulros reinedios falliam. O clima da Madeira i150 tem virludc
especifica para curar a tisica pulmonar; ali mesiilo clla sc dcscnvolve
bastan~csvezes; mas a sua utilidade é relativa aos outros climas c aos
outros reriieclios. Esta i ~ ~ i l i d a dée muito maior no priinciro periotlo da
tiiolestia, c muilo incerta em pcriodos inais adiantados. 0 s qiie ali vão
n'cstcs periodos adiaiiiados pocleiri ver prolongar mais ou incnos os scus
dias, suspci:dcr algumas wzes n sua ení'erinicladc, irias o resul~adoiiiais
fl'fi.eC~uCl:lCC j>rovavel é a rnolcstia conlitiiiar no seu progresso c o docnlc
succuliibir,
d?lliun ale L l u l ~ o nH ~ tio Lrnlniiheuio dn tialcn ptil~tioiini.;
I I A IIIIIUC'IICL~
oo#iipnriic;ùo coiii o cio Fianclt;rl. Concliiulío.

A ~ c s a rda Ilha da Madeira ser possessào portugueza, e sciii duvida


uma das iriais bellas, ainda que iiial apreciacla; apesar de serem bcm
corihecidas em Portugal a suavidade e salubridade do seu cliina, nem
por isso os porluguczcs primeiro se aproveitaram da sua benefica iiiflucn-
cia no tratamento das moIestias pulmonares. Forain os inglczes que co-
inccnrain esta prática, talvez porque o coiniliercio da Ilha tem sido desde
muito teiiipo mais estcnso e importante com a Inglatsrra do que com
Portugal; e tudo que se tem escripto de maior iriteresse sobre a Illia da
Madeira, tem sido ein lingua ingleza, e impresso eni Inglaterra; de modo
que se póde dizer sem erro, que as idéas que temos hoje sobre o clima
da Maclcira e sua utilidade no tratainento cle certas inolestias, cliegara~n
a Portugal mais por via de Inglaterra do c[ue directamente. Estas idéas
teem-se espall~adoaqui na profissão medica coin crengas mais 011 menos
vigorosas, e tem cliegado ao publico. Porém os nossos costumes prestan-
do-se menos a prompias separaqões, á niudanca do paiz, ás viagens do mar,
como disseinos, e pouco costuiilados a achar commodos ila nossa terra,
mesmo no campo perto de Lisboa, irnaginâinos dií'ficuldades que nào
existem c transpor~ârnostodos os embaraqos de uni paiz atrasado, para
outro em que n'este ponto tudo estií mais adiani.ado, estuclndo e calcu-
lado, e ein que alguns dos nossos doentes não só vão achar todos os
commodos que precisam, mas até vão aprender alguils. D'aqui verii o pc-
cpeiio numero de doeilies que de Portugal ali tem liiclo, e .larnl~emo iiiiio
estado em que elles vao; demoi~anclo-seseinpre iiiuito os doentcs e falili-
lias em ioriiar uma resotiicão que llies parece muito estraordiriaria, ar-
riscada e custosa, e que só deve adoptar-se ~ ; m ultimo caso. Sobre um
d'estes pontos em que ainda não falláinos, dircmos agora quc se o Fun-
chal tein habitações muito dispendiosas, taiiiheni tetn outras de terceira
e quarta orclem, ainda boas e accessiveis a fortuiias i n u i ~ ornodes~as. A
inaior arte dos doentes que passam o veilào nos arredores de Lisboa,
iceiri meios sufficientcs para passar o inveriio no Puiicl-ial em imia liabi-
tacào ngradavcl, e sctn prec~isai-Icvnr comsigo senil0 os objec~osdo seu
I ~ S O parlicula I,.
flavcri para os l i a l ~ i l a i i tde
~ ~l'ort~igal, C priricipalnientc para
os de Lisboa, alguma vantagerii em ~ w O C L U " O ~~ilnclial
para o trata-
lnenio da tisica pulinonar? Níio estarão clics ern caso bem diflereiile dos
Iiabitantes do Norte? Nào terào elles no seu proprio paiz localidades cliic
lhcs possaiil prestar, com menos incoininodo e despez;i, o incsmo hcnefi-
cpe vão encontrar no Funchal? Não será fóra de proposito fazer al-
@umas consiclera~õessobre estcs quesitos, as quacs nos conduzirão 6 com-
D
paracão do clinia do Funchal, com o clima cle Lisboa, e esias considera-
cõcs se podem n~uitobem aliplicar a outras parles do reino.
ti tisica pulinoiiar e frcquente em Lisboa, ataca os individuos de
anibos os sesos e .de toclas as idades, sendo conitudo mais cornmurn dos
vinte aiinos até aos trinta e cinco; 6 inuitas vezes hereditaria, e em casos
i ~ à oraros, lera muitos e ás vezes todos os membros de uma í'amilia. A
proporcão e m q ~ i eesta rnolestia figura aqui na mortalidade g e r a l , não
está bem estabelecida, e os dados quc tciiios, apesar de screin os rriais
esactos que se poderain obter, iiiio nos inerecem bastantc confianc,a, para
que os pul~liquemos.A proporg.30 e111 qiic figura na mortalidndc d o hos-
pital cic S. José é l:i O ; proporcão mais iavoravel do clue a dc outras
grandes cidades. Ha um certo nuiiiero de molestias clue teern c o m esta
connesáo, que ás vezes a precedem, e desafiani, e que tambem aclili siio
frequentes; as escrofulas, as inflammacões agudas e clironicas do p~ilinão,
pleura, broncliios, laringe s2o triviacs. As meningites tuberculosas, iis
gailglionites mesentericas, o rachitisino tambern são corninuiis ; a d i a b e ~ e
sacarina, gliicosuria é mais rara.
As causas que concorrem aqui para o dcscnvol~iine~ito d a ixolcstia,
sio as inesrnas que se notam ein toclas as grancles cidades; a I-icranca, a
educacão mal dirigida, em que a cxposicào ao ar livre e os cxercicios
do corpo não foram deviclainente err~prcgados, Iiabiios eflcininaclos, nu-
tricào de rná c~ualidade,ou insnfficienle, aperto de peito, paixões tristes,
cansaco, dcçarraojo de fortuna, etc. Urna causa porém que f i g u r a aqui
muito conlo occasionril, e sobre que 116s chainamos a attenyào clos leito-
res, sào os resfriailicntos, constipacõcs, cle~~ixos, cic. causados pela mu-
dafica de teniperatura, pela exposi$io ao ar Crio, e pela sahida de casas
rlucntcs, Lailcs, ~heatros,etc. para a rua com urn vestuario insufficiento
e desr~cau~claclo.
A forma ordiiiaria ciile 3 tisica reveste aclui, 6 a cliroilica, rnas
al)l)wecern alguus casos com a fórma agucla qiic arrebatam os doeiltes
cIn dois ou Ires inezes. Quando examinâinos bein estes casos cliarnaclos
:iglidos, quasi seriipre acliiinos que precedeu LlJlla época cm que Iioure-
ra!ii :ilg~iiis ~~rodroniios,algiiiis symptomas fugazes e ligeiros, clue
sira pouc:i intcnsidoclc ou 1x10 carnctcr ii~cnosa~ircIiciisirodo clocti~cpas-
saram dcsapcrccbidos: tacs conlo a tossc, ddr de peito, eansayo, cspc-
cloraciio sanguinen, clc.; e quc na maior partc dos casos, tainliern pre-
cederam as constipacões.
O cliina c o~itrascircuri~staiiciasquc sc dão na cidade de Lisboa,
não podein ser favoraveis para os doelrtcs alacados de tisica pultnoiiar, e
as incsinas causas cIiie concorrein para o seu desenvolvi~l~entodevein
apressar o seu progresso. N'este ponto todos os Cac~iltativosliqje concor-
(lain, c por isso teein rnuito cuidado eiii mandar os seus doentes parri
lora da cidade tão clcpressa a cstaqiio o pnrinit~e,de cliie miiitas vezes
tirarn bom proveito.
Lisboa csth situada sobre inontcs clc pequena elern!;ão, separados por
interseccõcs, vallcs, ctc,, e o clima em geral, é vcntoso. Os ventos do Norte,
Nordeste, Noroeste, Oeste c Sudoeste, são os qiic itiais prcdorninain, mui-
tas vezes com bastante farsa. Nos altos, os vciito4 fazeni muito forte iin-
pressão, c os liabitanteç soffi-crn os incommodos produzidos por clles, den-
tro c fóra de casa, e mui particularmente na entrada e sahida d'clla. Nos
vallcs e interseccões dos montes tanibcm o vento corre encanado, e faz
tanta impressão' como nos rnoiltcs. A tcmpcratura das casas participa
da inflilciicia d'estas correntes de ar, como adiante diremos. Algumns
Iiabitacões situadas cm encostas e protegidas dos ventos do Norte o Nor-
deste são menos frias c mais coinmodas, mas o inaior numcro esib cx-
poslo 5. forte accáo dos Tentos. Aiiida as correiltcs de a r sc insinuam c
encanain pclas ruas, seguildo as suas diversas direccõcs, vexaiido os que
por ellns traiisitairi ou passeiam; o rnesmo acontece nos largos e pracas.
NGo é raro ao saliir de rima rua cin que se nUo senlc vcnto, passar para
outra cm que elle é fortissiino, e esta alternativa sc pGdc rcpetir varias
vczcs no incsmo dia. I?, frccjucnte na sahida de uin tlicalro, de uma egreja,
de um bailc, dc qualci~iercasa cm que pela accnrnuia@ío dc individuos,
dc luzes, ou por outro qualquer motivo, existe uina alta tcinperatura,
encontrar lima cl'cssas correntes de ar, soRrer uni rcsfriaincnto, c al-
cancar uina forte inolcstia aguda. 0 s cliamados dcflusos e coiistipacGcs,
coryzas, c I~ronchitcs,q i ~ cformam a partc mais branda cl'estas afleccões,
são inolcslias iriuito communs, de cluc poucos indivicllios cscapain, c que
cm alguns se repetem duas, tres c mais vezes por nnno. A iná coilsiruc-
$50 das casas, com uina grandc q~~anticiaclede portas inuteis c de ja-
ncllas fecliando inal, as escadas alertas coiiduzindo o a r frio c irnpuro
ao inicrior das liabitaeões, militos vcliic~ilosde uma conslrucciio a11tig.n.
c que além dc riiuiio incoinmodos nào protcçenl os seus occupadorcs,
nem do frio, ncin (To vc~ito. i.iciii dn C J ~ L I T ~ C Iiuiiiidadc, scil5o muito
incoiripletaineiitc: tiido isto tein iitiia poderosa influencia cm procluzir e
aggravar as inriuineraveis affecções de ias respiratorias, a cpe os habi-
tariles ac~iiieslão sujei~os,e cilja accão é para elles Ião certa e evidente,
clue podciii dizer q~iasisempre a Iiora exacta e o lugar em que sc cons-
tiparam. D'ac~ui provém muitas affeccões graves, c na invasão cla tisica
I'ulinonar, figurain c~uasiseinpre estes resfriamentos, constipacões e de-
Auxos, c as siias conscqucncias. É geralmente depois dc uina o11 mais
cl'estas affeccões desprcsadas e prolongadas, que ella se deseilvolve.
Se passarinos a exniiliiiar aii~damais partic~ilarinenleo que diz res-
peito á Leiiiperatura de Lisboa c siias variacõcs, cncoiltrâinos motivos
sufficienlcs para confirmar a opinião dos rnedicos que reputam este cli-
ma pouco proprio para o tratamento da 1;isica pul~nonar.
O clima d e Lisljoa não é derriasiadamente Trio ncin cluentc para o
liomem são. O frio nunca é excessivo; o calor 6s vezes é graiidc por bas-
tantes dias no veriio, mas iiào insupporta\lel, e quasi seinprc moclcrado
duranie algumas horas pelo vcnlo do mar, ou do Norte. Poréin para o
doente, e sobretudo para o doente dc tisica pulmonar, a tcrnperalura
desce de inverno muito abaixo para poder ser tolerada ao a r livrc, c as
suas rariacões juntas corri o vento nas diversas estagões, sc nào fazcm o
cliiiia desagraduvel para o Iioinein em saude, são corritudo eviden~emenic
nocivas para o d o e n ~ eaffectado cl'esta i-uoles~ia.
A teinperatura média de Lisboa, segiindo Pretorio, é li3 ,"5 ; se-
gi~ricloo Sr. Franziiii 6 1"; segundo o professor Dovc 6 1",/i 0 ; segundo o
Barão de Hiiinbolclt 6 1",7 ; segundo o professor Daniell 62". As teinpe-
raraturas inéclias das diRerentcs estacões são, segundo o Sr. Franzini:
inverno 5 3",1 ; primavera 60°,5 ; verão 70n,4; ou10110 59",5. Segiindo o
professnr Dove : inverno 5 2",52 ; priiriavera 5 9",66 ; verão 7 0°,9 4 ; ou tono
62",4S. Segundo o Barào de Hiimlsokdt : inverno 53",06 ; primavera 59",9 ;
verão 7 1 " , 4 2 ; outono 62",4 2. O Sr. Franzini conta as estagões de um
modo particular, incluindo no inverno I)ezeinbro, Janeiro, Fevereiro c
Marco; ila primavera Abril e Maio; no verão Junho, Jullio, Agosto c
Setembro, e 110 outono Outubro e Novembro.
A teinperatura inédia dos differentes mezcs, segundo o Sr. Franzini
por obscrvnqõcs dc clezeseis nnnos, é a seguinte:
0

Janeiro. . . . . . . . . . 4 9,5
Fevereiro . . . . . . . . 5 2,4
iuIor*qo.. . . a * . . . . . 55,5
Abril.. . . . . . . . . . 58,5
Maio. .......... A2,6
Jriiilio. . . . . . . . . . . 68,;
Jullio . . . . . . . . . . . 71,9
Agosto.. . . . . . . . 71,O
Setein bro . . . . . . . . 6 9 ,O
Outubro. . . . . . . . . 63,O
;Novciiil>ro.. . . . . . . 5 6,l
Uezenibro.. . . . . . . 51,í

Janeiro. . . . . . . . . 52,s 2
Fevcrei ro . . . . . . . 5 3,6 0
Marco.. . . . . . . . . 56,30
Abril.. . . . . . . . . 59,OO
Maio . . . . . . . . . . 63,68
,Junlio . . . . . . . . . 69,4 4
Jiilho. . . . . . . . . . 72,14
Agosto. . . . . . . . . i1,24
Setetnbro . . . . . . . 69,44
Oiitubro. . . . . . . . 62,60
Novciiibro. . . . . . . 5 5, /t 0
Dezenlbro. . . . . . . 5 1,44
Vè-se pela iabella do professor Dove, (li." 27) que a tenlperatura
média do inverno no Fuiichal, é 10°,9S niais alta d o que a de Lisboa;
cliic a da priinavcra é tambem 4',80 mais alta; que no verão, e esta cir-
cumstancia é muito importailte, a temperatura média do Funchal é só
On,66 mais alta do que a de Lisboa; que no outono a do Fuilclial, é su-
j)erior á de Lisboa Sn,40. A differensa entre a ie~nperaturaiiiédia do Te-
rão c do inverno é no Funchal 8"10, e em Lisboa 1Sn,42. A differenca
enlrc a tcinpera~uramédia do mez mais queiite, e a do 111ez mais frio,
é llo Fiiliclial 10",80, e em Lisboa 20"70: grande vantagem ein favor
da i~cg~ilaridacle e pcquenas .clariacões do clinia do Funchal.
Poréiii só por esta coingaracào das temperaturas médias não se póde
heili fazer idéa das variacões de teinperatura do clima de Lisboa, é pre-
ciso paru isso descer coin pacicncia a uma analyse niais iiiiuda e cir-
cuinstaiiciada, para o que lios servireinos principaltiiente das observa-
cões ineleorologic~sdo Sr. Fraiiziili.
A i e m ~ ~ e r a t u rno
a inveriio cm Lisboa tem baisado até 26" e emui-
tas vezes a 30" e 32" por coi~seguiateem muitos anilos tein Iiaviclo, du-
rlailte o inverno, alguns~diasem quc a agiia gelou. Em dezeseis inver-
nos grlriii nci inpz rle Dr~rmlirorin seis, cliiianie a noiie, P só por (luas
2.1
oil li3cs rioitc:~. Nos iilcsiiios dczeseis i~iveriios,gelou rio iiiez cle Jaiieii-o
em oito, tailil~einde noite c poucas rioites. Nos iiiesiiios dczeseis iiivei--
nos, gelou no iiiez de Fevereiro em u m só, c por duas iioilcs. N'esles
iiicsiiios iiiezes e111 que gelava e cin que a temper~turadescia abaiso clc
33", subia algunias rczcs a 5!J0, a 63", a 64", e alé a 67".
Ein Dezembro de 1 S1G desceu o tliei*iilornetro a a 30" e subiu a
60". No iiiesiiio iricz de 1 8 17, desce11 a 32" c siibiu a 63". No niesiiio
iricz de 18 3 5 desceu a 27" sçubiu a 60". No riiesiiio inez de 1836
clcsceu a 29" e suhiu a 63".
No ~ I C Zde Janeiro de 1820 desceu a temperatura a 26" e subiu a
64". No uilcsriio iiicz ciri 1837 desccu a temperatura a 27" e subiua 63".
No liice de Pevcrciro de 1839 desceu a teiiiperatura a 26" c subiu
a 67": 4 1O de difl'erciica, 110 mesiilo rnez do mesiiio alino. A leinperatura
iiiais baixa que se iiiarcou no inverno rio espaco dc dezescis alirios Soi Se",
e a mais alia 68": difTereiica de 42". Estas tcriipera.luras estreiiias foram
obtidas coni o tlierinoii~etro ordiilario a horas certas; $ provavel que
ainda se obtivessem i-iiaiores vasiacões se tivesse siclo euiprcg.aclo o tlier-
iiionietro de maxiilio c rninilno. Estes exeinplos que citâmos não são c:1
sos raros; é o que acontece ein inuitos iiivernos.
Na prirriavcra as variacões cte ternpcratura não são menos pronuii-
ciadas. Assim e m RIarco vemos a temperatura descer algiiiis aiiulos a
3b0, 37", 98" e 39" e subir a 74", 7 7" e 85". No rnesi-rio liiez dc Marco
c 110 aniio de 1522 a temperatu~adesceu a 45" subiu a Y 5": 40" de
dinèrenca. R'o niesiilo inez de Marco de 1 8 3 5 desceu a 38" e siibiii a
74". No mesmo mez de Marco de 1837 desceu a 37" ssubiu G4".
No niez de Abril teni descido a temperatiira a 37" e subido a 84".
No mesino nlez de Abril de 1835 desceu a 39" e subiu a 84": 45" de diK
fercnca. No ~iicsinoniez de Abril de 1 83 7 desccii a 3 7" c subiu a 6 i".
No niesmo mez de Abril de 1840 clesceu a 4 1" e subiu a S 1 ".
No inez dc Maio teiii-se visto descer a temperaliira a 42" e subir
a 89": 47" de dill'crenca. No ii.iesmo rnez de Maio de 1840 dcsccu a leni-
peratura a 43" e sulriu a 89". No niesriro mez de Maio de 1 8 3 9 clesceu
a 43" e subiu a 88". No rnesriio nlez de 1835 desccu a 4b" e subiu 87".
De modo que os mezes da primavera ainda lios apresentam iiiaiorcs varia-
çõcs do quc os do iii\lcrno, c a primavera é geraliiicnte noiada ciltrc nós
pela desigualdade e variacões cla sua teniperatui3a.
No verão ainda eilcotltrâmos grarides variacõcs; e iiào cit8inos lodos
os cxernplos d'estas grandes variacões, ellas sào lriviacs; só cscollicriios
alguinas díis inais salientes. IVo ~ I C de
Z J ~ n l i ovemos a teinpcraiura descer
u 48" e s u b i r a !17": 49" de dilkrenca. No iilcz de Junho dc 181 7 desceu :i
1cnil)eraiur:i n 50" c suljiiu a $5". No incsiiio iiicz (lc Jiirilio clc 1835, rlrsccii
a 48" e subiu a 88". No mesriio riicz em 1840 tlesceu a 55" ssu-
I ~ i i ta 97".
No rncz cle Julho a tempcratilra tem descido a 5 1 " e subido a 105":
54" de direrenca. No ii~czde Julho de 1519 a teinperatiirn dcsccu a
56" c sul~iua 102"; iio inesnio inez ctn 1 824 a temperatura desceu 4
58" c subiu a 103". Estas são as ~ariaçõesmais notaveis, mas ouiras clc
30" a 40"são frccluentes.
No rnez clc Agosto a tcrnpcralura tem tlcscido a 53" e subido t~ 99":
46" cle diflercii~a.N'csic mesino rnez em 1837 desccu a 57" e subiu a
97"; o inesino acoiitcceti iio mez clc Agoslo cle 1838; e no rnez dc Agosto
de 1839 desccix a 5 7 " c ssubiii a 9 9".
Estas icmperaiilrns cxteriorcs ião altas íí sombra rio verão pode-
r50 pnrccer extraorclinarias; eiiLiletanto além de sereni cxtrahidas das
obsciva~òcs do Sr. Prniizini, o que já é nina boa garantia da sua cxa-
ciitlào, aincla para inaior scguranqa nos iiií'orm~mos do modo por quc o
tliermomctro estcrior estava collocado, c soubemos quc tiido tinha sido
feito conforinc as regras esial~elcciclas, c coiiio s~ipp~inhainos. Tambcm
ajuiliaremos, ciiic nas obscrva~«csine~corologicas de Prctorio acli6mos,
íllie no ai1110 clc 1754, no rncz cle Junlio, subiu o thermonlctro a 97"; cm
Jullio cllcgou a 102; c iio dia í 3 dc Agosto cliegou a 1OGO, e assim se con-
servou duraiilc duas lioras; 110 dia scgiiiiite, 1 4 dc Agosto, subiu a 103".
No o~itoaoas ~ a r i a ~ õ nãoc s sao tão eslensas, mas são ainda considc-
ravcis. No incz de Sc~cinbroa ~ e o i p c r a ~ u rtem a descido a 118% subido a
92". No incz de Setembro dc 1819 a tctinperaLura clcsccu a 50" c subiu
a 89". No inesino mcz i70 anno de 1S 3 9 desccu a lii " e s~ibiliri 89". No
iiiesino mez dc 1840 clesceu a 48" c sul>iii a 92".
No iiiez de Ourubro a tcinlicralura tem clesciclo a 40" c subido n
89": 4S"dc diíl'erei-ign. No incz de Outubro de 1821 clesceu a 50" e su-
biu a 88". No inez de Oritubro de 1836 clcsceii a 40' c subiu n 79".
No iuez cle Outubro clc 1 8 3 7 desceu a 47" sçiibiu a S4".
No incz de N o Y ~ I I a~ icmperatura
~J~~ teiri cle.cido a 34" c subido
a 75" 4 1" de ditrcrenca. No incsmo incz cle Novcinbro clc 1 830 desccii
a 36" c subiu a 14". No iiiesino incz de 1 S25 desceu a 39" c subiu ri 70".
E i10 inesiiio rnez de 1 8 3 5 dcsccu a 34" c subiu a 7 5".
A tabelln qiic aprescniâ~nos(n: 56) cx~rahidados diarios metco-
rologicos do Sr. Pranzini é curiosa, pois inosii*a por observacijcs de ctc-
zeseis ailnos a miniii-ia c niasima a cluc tcm clirgado a ~t.einpcrniiirncin
cada mcz, c aléili d'isso, a méclia ininima e a inédia masima de cada
iiin dos inczes. O cxaine d'esia tabella n5o só rios indica as grandes va-
riaç0cs qtic o mcsiiio inez liódc aprcsciitar nas suas t c i i i ~ c r a l ~ i r n ~ c s l r r -
inns, ( - 0 1 ~ 0 tnnihriii ali L ~ C\ E C[\IP ;i16 ii diKrrciil;a cl-itro :i ~i-iediainasi-
".
aia e u iiigdia i~iinimano inez é iiiuiio grande: 30" mais. E a difk
renca entre a mais baixa rnédia ininima eili Janeiro e a mais alta me
dia maxiina eiri Julho é 60'. 'Tamhem se vê por essa tabella que a mais
baixa temperatura observada n'estes dezaseis annos foi 26" c a mais
alta 10!iO:79' de digerenca. Ern quanto no Punclial a inais alta tempe-
ratura ol.,servada é 85" e a inais baixa 45": só 40" cle differenca; islo por es-
paqo de inais de ceni annos, e a ininima 45"oi obtida com o thermome-
tro de maxiino e rnii~iino.
Julgímos preciso entrar n'estas particularidades para fazer melhor
sentir as grandes varia@ que lia na temperati~rade Lisboa, e que não
podem ser bem apreciadas só pelas temperaturas médias do anno, das
estacões e dos mezes, que os aiithores teem 1)ublicado; e ainda ciiidâinos
que 'é necessario continiiar n'esta analyse e levar mais adiante o nosso
exame; porque tainberil existem grandes variacões nas differentes horas
do mesmo dia, entre o dia e noite e entre os dias successivos; esias va-
rjaçôes, ás vezes ião grandes, são as mais perigosas, c as que produzem
os resfr~iamentose constipagões.

T , ~ R E L I . ABXTHAWIDA DAS O I ~ S I ' I I V A ~ Ò E C A sn.


MSI I ' E O ~ ~ I . O G ~ DO ' ~ PHANZINI 18.i114 M O S T R A R

DO ANNO E11 LJSíiO.4.


A. 1ciiil)mnaluracluranle o clia apresciiia eiii Lisboii \.artiaçõesriiuilo
coiisidcilavcis; inui.lns vezes a variaca*oentre a ii~axil-~la e miniLna do dia
c rioitc C s6 G % L ~ 8' c menos; inas tainbein muito freqilei-ites vezes em
todas as csincõcl;, porém ainda mais na prjinavera e vcrao, a Tariacão
é 20°, 25", 30" c tnais. Os cxcmplos dc variaqio de 20" iio inesino dia
~ n 25"
são f r e c ~ l ~ ~ ~ i s s i cle o s ; ainda SUO freclueutcs; e n5o lios deverá isso
íidniirar rluando T~CI~IOSein alguns niezes a diflercnca dc 20n,3 entre a
média iriiniixia do ixicz, 6 1,",7 c a iiiddia maxiina S 1",9, (Junho de 1840);
e ;i diflercnga de 20",1 e1itr.e a iriédia ininima do inez 60°,9 e a média
m a x i r ~ ~8a1" (Jullio dc 1 84 0). Lailcando os 01110s para os dia rios nie-
teorologicos, scin grandc traballio acliâinos dias ein que a telziperatura
variou 3 2 y 2 0 dc Junlio de 1840) e até 35' (21 do mesino inez e anno).
Erri Julho d'cste mesmo anno acliUinos ein varios dias 30" de variacão,
c cm alguns dias 3 1" Em Agosto d'esse inesmo anno acliâmos o dia
19 cni clire a variacão foi 37". Os excinplos d'estas grandes variacões de
tcnipcratura 1150 são raros, c poderiainos ainda acliar talvez variacõcs
iriaiorcs se corressemos todas as observac6es que lc~nospresentes; mas
nio pertciicleinos mostrar só o quc é extraoi-dinario, queremos estabe-
leccr quc no clima de Lisboa as grandes variacões de lempcratiira de
20" a 25"no dia são fi~ecpeiiics,e que ainda muitas vezes a variacão é
maior; e rcpclircmos que esles Iiuineros foram obtidos com um tliermo-
melro oidinar-io, e n lioras fixas; e todos quc estão cos~;uinadosa fazer
observriç~esinelcorologicas sal~einque as temperaturas extrcmas toina
tlas coin uin ilier~noinetrode inaximo e inininio inarcam sempre maior
va11iaqão. No Ensaio Estalislico do reino de Portugal e Algarves, em
que Ralbi rcuniu as observacões meteorologicas que então pôde collier
dc dilTereriles terras de Portugal, concluiu, que a teinperatura aqui é
rniiito variavel, priiiripalinentc ein Penaliel, Porto e Lisboa, liaveildo va-
riaçõcç de 1 8 9 228 efallando par~icuIarmenlede Lisboa, havendo
variacõcs de 22". Ellc com~iidosabia que se a tcinperatura fosse toinada
ii oirLxbaslioras, ainda as variacões seriam maiores. Se nos leinbrarmos do
( I U C fica dilo n'csta parte a respeito do Funclial ein que a variacão nas
vinrc c r1urili.o horas 1150 excede regulariilentc 10", sendo o mais fre-
( ~ u c n i c4" a16 SO,e xnuilo cxtraordiiiariamcn~echega alguma vcz a 19"
nas vinle c clualro Iioras com um ~lierrnomclrodc maximo e minimo,
coriliccerernos bcm a difleren~ados dois climas n'esla parte.
As yariaçocs de leii~peraturaem Lisboa de dia para dia 1120 são tào
grandes, tomadas ~odosos dias r( mesma liora, como as varia~õcscicie tcin
ltigar no rnesino dia a horas diflErcnles. Muitas vezcs até a differenea
P licqiicna; mas tanibeni n5o é raro ver ein dias silccessivos o thermo-
il~ctrod n~~csma 1ioi.n rnarcnr 10" cle clifferenya, c algiimas vczes 15'. Para
esta variação basla a inudanca dc vento; sciido o Nordeste e Norte ein
geral inais frios, o vento do Sul temperado ori quente, e o vcn to clo Oeste
inoderadarilente fresco. A influencia do rumo do vento c da sua vclucidaclo
sobrc a scnsa$io de frio c~iicproduz nos inílivicluos é tal, quc no inverno
o Nordeste forte com urna tcinpcraiura que não rlcscc gcralnicntc abaixo
de 32" e mui poucas vezes 1h clicga de dia, faz sciilir i i i i i frio pcne-
tlnntc c ineommoclo crestando os bcicos, orcllias, nariz, e provocando as
lagrinias, como se o inclividuo cslivesse cxposto a uin frio forte (10s cli-
mas c10 Norte.
A força solar é grrinclc cni Lisboa, c por isso a pnçsagcnl do sol para
a soiribra, solsrctudo clriando sc esteve parado ao sol, é rriuiias vezes sc-
guida cle rcsrriamentos, dcfluxo e constipação, etc. Sc csla transicão se
faz por u m a rua ou esc~uinacm quc sopra vento frio, sc o iilcli~~iduo
fica ahi parado, a constipacgo e riiuilo provavcl, porquc a cliflcrcnqa dc
temperatura a que o intlividun n'estc caso sc espõe successi~~nmciiic d
dc 20" a ::On, ou iiiais.
Ha outsas par~iciilaridadesnas variacões de tciilpeilaliira c111 J,is-
boa, que não enlrando ria parlc propriariienle mcicorologica, icin coiii-
tudo urna indiibilavcl influencia na saúde clos tiabitanles, e lia rnarclin
das inolestias, priiicipalrncnte ern padeciinenlos clironicos dc vias rcspi-
ratorias. A posi+o das liabitacões eni silios elevados ou baisos, em si-
tios cspostos aos ventos do Norte ou abrigados cl'elles, cm irilcsscccões
dos rnonles, ein que girain corrcnles fortes de ar, a exposição ao Norle
ou ao Sul recebendo a influencia solar, dão 6s linbi~acõcs coiiclicõcs elo
teinpcratura iiiteiramente cliffcrciitcs. De tal no do, que habitac6cs niui
proximas, e a t é coiiliguas, só pela cliriercn~ad'eçlas circiiii~siai-iciaspo-
dein tcr iiina leinperatura muito clivcrsa. Acontecc na iiicsiiin habita-
ção, se $ grande e espacosa, cle inodo clae rcuiia as cliias esposicõcs clc
Norle e Sul, I-tavcr 6 nicsnia liora dnas tcinpcraluras iniii distinctas,
parecendo cliiiias diversos. Esia clifíkrenca enlrc os dois lados ou expo-
sicõcs da inesina casa é orclinariamcnte de 4",5" iís vczcs S", c na occn-
siào em que eiitra o sol rios (Iuartos do Sul, se a coinrnunicacào dos dois
lados nào é franca, a diffcrenqa ainda póde scr maior. Nào é raro que
pessoas de saúde delicada, scm snliir dc casa, e simplcsnicn~cpela pas-
sagem do lado cl~ientepara o lado frio sintam calafrios, espirros, e se cons-
çtipctn. Com a 1n5 coilstruccão clas casas, de que já fallárnos, c com a
differenqa dc lcinperatiira nas divcrsas partes da mcsinn liabitação já
se vê que sc clcvein estabclecer corrc~itcsde ar frio que não podcixi
ser scrião muito desfa'avoravcis no lratamento de algumas molcs~ias,c par-
i.iciilarineiite nas do apparelho rcspiratorio. Erri Lisboa lia algumas lin-
liiiaqõrl; escrllciiics, Iiciii ( ~ o i i s t i ~ i i i d aosrcpar;itl;is, coiu ~xposiqaotlo SiiI,
r~cc~e1,cirdoaiiililaiiiciiic o sol, c ciii que o doeiile se pbdc coiiseryar muito
ljc~iic ciii boa teinperalura, sein luiiie, todo o inverilo; rnas ainda ii'estc
caso, O mais favoravcl, ellc iein durante a maior parte d'essa estacão de
se liiiiitai- R sua propria Iiabitaqào, e ás vezes só a alguns quartos d'ella,
e cpando se tratar de saliir e rcspirur uma atmosphcia livre, cin pou-
caos dias o poderá fazer, c cin poucas I~orasd'esses dias; e para isso são
precisas 11rcc~aicõcsmuiio cspeciaes para evitar as variacães dc teinpe-
ratura e os golpes de ar.
Na maior parte das casas eiri Lisboa, durante o inverno sofie-se
frio que chega a ser desagradavel niesmo para os sàos. Colllec,a Iio,je este
mal a ser remediado pelo uso de cliaininés e fogões, á. iiiiiiação do que
se faz nos climas frios, e nas nossas proprias provincias, c para cuja
introduccão Iiavia lia annos n'esta ciclade uma mal fundada rep~~ilaiicia.
Rias estas tempei~tiurasartiiiciaes, que são melhores para os doenles de
affecgões pulmonares, do que soflrei* o frio, nào são co~ntudocompara-
veis corn a expasicão RO a r livre em uma temperatura suave e no meio
cle uin bello paiz sempre ein ~ ~ l e nvegeiacão.
a
Irisistimos tanto sobre as ~ a r i a ~ õ edas temperatura ein Lisboa por-
q11e nos pareceu que este ponto capital do seu clima, e da maior in-
fluencia soljre as doencas de peito, já inui bem conliecido pelos faculta-
tivos, não o é bastante pelo publico, e não o é pelo moclo positivo, claro
e nuinerieo pelo qual o1)jectos d'esia ordem devem Iioje ser tratados e
sabidos. Ainda diremos que todas esias coasidera~õcsrelativas ao cliina
de Lisboa sc podeni estelider e applicar com pequenas n-iodifica~õcsao
cliina dos seus arredores, para oiicle é prática mandar os doentes a m a -
(10s de molestias de peito. A inesrna iinpressão dos veiitos, as mesmas
variacões de temperatura ali se encontram; e ou seja porque as habita-
c,ijes esta0 isoladas, ou mais separadas umas das outras, ou porque a irra-
diacão terrestre é inais rapida, ou por outro qualquer motivo, qile não
ri inister agora ponderar, é ccrlo que em geral ali desce mais a lempc-
ratura, c a accão do vento do Norte e Nordeste se faz inais sentir do
que ein Lisboa. Poréin taiiibem é verdade que ali a tcmperatiira no ve-
rlo niio sol~etão alto, c que o calor forte do dia sc dissipa mais depressa.
Se os veiitos teern uma influencia saudavcl para refrescar a tempe-
ilaiura e p~~riiicar o ar, tambem ás vczes levam as ernana~õesinfectas ao
interior das hal~ita~ões, e ainda teem outros inconveiiientcs que convkin
ponderar. Além das variagões de temperatura, em que ellcs teein uma
influencia tào manifesta, os ventos pela sua forca sfio ainda ii~coinii-iodos
para os docntes affec~adosde molestias pulmonares, embaraçando a res-
piracào, desafiando a tosse, e levantando a poeira que com as ruas mac-
;idninisadas, não i~cxgiiciase caiil o detrito dos excrementol; dos animaes,
produzem ucli eflèiio desagradavel para lodus, e muito riocivo para os
doentes; c fitialmente elles causaixi a certas lioras um sentiiliento de frio
que conslipa.
As c I i u ~ a sein 1,isboa $0 abiiridantcs IIO iiiverno, 111oderadasna pri-
mavera e oiitono, e raras no verão. Esta regra soffre alguiiias cxcep-
cões. Calcula-se liaver i10 aniio noventa c oito dias de chuva, terino ine-
dio; dos quacs trinta e cinco no inverno, viiite e s4s na prirriavcra,
oito no verão, e vinte e nove no outono; e caliirein iio arino quinliciiios
o i ~ e n t ae tres ixiilliineiros de agua, ou dois palinos e dois tcrcos, cjue eqiii-
valem r: cento setenta c urn aliiiudes por braqa. Esta cjuaniidade é ine-
rior do que a que chove 110 Funchal. A cliura caliindo tís vezcs cm Lis-
boa ii~uitoiniuda e por muitas lioras succcssivas, dá 5 alinospliera unia
grande liumidade; pore'm f ' r a d'isso o cliiiia de Lisboa 1150 se póde clia
mar liuinido. Posto yuc nno saibarnos dc algurna Loa scric dc obscrva-
cões hygroinetricas leitas coi-ii i~isirumentos dc confiaiica para eslabe-
leccr esta parte cla sua meteorologia, como hoje se requer, cointudo pe-
las obscrvacõcs cliie lia, í'ci~ascoiii liygromeiros de absorpcùo, c pelo ciuc
vernos acontecer coi~ios corpos Iiygroinciricos, não jiilgâri~osque a 1111-
inidacle do cliina de Lisboa sqja tal que tcnlia elTeilos inai-rif'cstaineiitc
nocivos aos doentes atacados dc tisica pulriionar. Harcrilo dias, liaverão
invernos eiii qiie a humidadc 4 grande, c ás vczcs cornbinaclii corn o venlo
e o frio dc uin modo dcsag~adar~cl, mas eiii gcral o cliiiia iião (4 huinido;
antes no ver50 a atmosp1iei.a é riiais sccca do que coiivéiri para a rcs-
piraqão, e csta seccura drí ao paiz o aspccto triste c arido quc os nossos
cainpos faltos de ai-roredo aprcsentain ri'cssa csta$io dcpois da colhciin.
Por ouiro laclo, a Salta d e agua para irrigacilo nos cainpos, c para os di-
versos misteres de corisuiiio na cidadc, coilfirii-iani csla idéa de iirn cliiiia
sccco durante o veriio cltie os Yeiltos iiiaritirnos não podcin iriodificar
contra i i predoiniiiai~ciae Sorqa clos setis antagonis~as.
V(>j$lnos agora qual é n r*e\a$o cluc a tcmperalura, vciilos, cliliva
e o tenipo teeiil cntre si iio cliriia dc Lisl~oa,c coiiio essa relacão sc iiin-
nifestn nas diversas cstaqões. 0 s ~ c i ~ i oqric s doiiiinanl mais c111 Lisboa
são, corno clisscmos, o Nordcs.tc, Nortc, Norocstc, Ocstc c Sudocs~c.Os
dias chaiiiados de crit to forte poclcm-sc calcular pela rriédia dc varias
annos eiii oitenta e tres dias iio aiii-io; pordin os dias de vci11.0 iriais fraco
são miiitot;, siiido os dias to~aliilciirescrrilos c de coiiipIcta boiianca a scr
inuito poucos. As cliuvas vccrri regiilarmeiitc com os vcnios dc S~idocsle,
Oeste e NorocsLc. Os chuveiros coiii os ventos c10 Norocstc. As Lcinpcs-
tades cotii o dc S~idocsto.Os fortes frios do irivcri~ocorri o Norlc c Nor-
deste. No inverno é I'rec~uen-tever l~aixara liai-oirictro algiiris riiilliiiie-
tros, c viiilc c i ~ u a i r ~lioras
o o11 litais drl)ois, 1,essiir o ~ciitoa i i i m 1)oiito
cle Noroeste ai6 ao Si11 e cliovci'; ficalido a teriil~eratuva iliocleracla por
i~iiiitosclias. Depois observa-se siibir o baroiileti~o,o veilio passar ao Norte
o11 Norclcste, esiabeleccr-se Icinpo bom c claro, tciliperaiura baixa, frios
fortes, teinpo segrrro por rnuitcis clias.
A prirnarera é urna estacào inuito irreglilar ein I,isboa, nàn só pelas
variaqõcs dc temperatura conlo taiiibcm pela \.ariacão dos veillos e cliii-
vas, c c10 teinpo em gci-al. Appni-cccm dias dc granclc calor comi itirdes
c rioites iiiuiio frias, a poiito de ser prcciso rnuclar o vcstuario ou ajiin-
tar mais algriixi fato para a noite. Veein dias claros c bellos dc inuito
calor e logo sc scguein dias de inuiia cliuva. Alguiis aiiiios, depois de
clias de calor em Abril oii Maio ein clizc todos inurlaram o vestiiario para
mais ligeiro, vem, quaiido j h se uào espera, cliliva c frio cluc faz re-
correr ao fato jri abanclonado; e ii'estas trarisicões c iiiespcradas mudan-
$as as conslipacõcs sào frecliiciltes.
No verão os ventos são rnuito mais regulares, nias os do Norte,
muitas vezes fortes, predori~iiiai~~. fi coriitnutn arnailliecer o dia sereno
e já cpiente, conservar-se assim até 6 uina ori cluas da Iioras da tarde;
a essa hora de grande calma estabelecer-se jleiito do rnar q i ~ crcfilesca a
atn~osplicra,e inais para a tarde o vento passar 5 terra e sobrevir Norte
forte. Islo succede muitos dias seguidos durante o veAo; estc jogo dos
vcritos refresca e purifica o ar, e é u m dos graiidcs bens do cliina de
Lisboa, c~ijaa~inospherainuito carece cl'esta purificacão cliio~idiaiia.Esic
venlo Corte c10 Norte é nos inczes dc Julho e AgosLo niuilo desqjado para
o trnballio das eiras, e cin toda a costa dc Portugal sc faz setitir corii
forca ri'esta eslaqão. As viracões do riiar n'essa mesma cstacào sào mo-
clcradns, selitem-se ein Lisboa e eni toda a costa, e riáo penetram muilo
iio inlerior.
O oiitoiio é talvez a estacão em cpe se apresciitaiil menos irrcgu-
laridacles clc icinperatura e de veiltos, e111 c~ucas cliuvas sào moderadas,
c é a eslacão inais agraclavel em Lisboa c sem rirreclores. No incz dc
Selembro ainda se sofic calor c 5s vczcs graiides variajões cle lempc-
ratura. Por i s o o Sr. Prrinzii~ijulgou dever eolloca-10 iio verão, c pelo
iiiciios os scus priineiros cluiilze clias cabein ali iriiiito Ijerri; poréin o fim
de Setci~ibroe os ixiczes de Oulubro e Noveinliro são gcrnlii~enteos me-
lliorcs, mais rcgi-ilares c silaves do anilo. A lciiipcratura ii-idclia do incz
cle Outiiliro regula pela teiripcratura inédia do riiino. Cuniprc poréril ad-
vcrlir (pie as estacoes não são ~oclosos alinos. da mesma í'órina, lia 31-
guns invernos inuito suaves, oiitros muilo fi3icisori cliuvosoç, verões ine-
rios cluentes, [~rirnarerasrii:iis regulares c amenas. Nós tlescrcvcinos o
irinis roiiili~iiilie frcc~iicritc.
'26
Al6irl d'cstas coiisiclera~õcsque vein fcitas para moçlrar cilguns in-
coil\reilieiiles quc o clii-iin de Lisboa e ccrtas coildiçõcs da cidadc iceili
p a r a o trataiilenio da tisica pulinoilar, lia niais oulras, quc não seiido
tão gemes e versanclo sobre o.jcctos cle mci-ios iinporiaiicia, iião são
coin~udopara clcsprezar. O litoral junto á cicladc é l30UCO declivc; a sua
inclinacão é iriuiio siiaye, o inar e o Td,jo vão al~aiidonancloesta parte
das suas i-iiargens; cin alguns lugares, lia vasantc, ficaili iiiuilas braças
de superficic loclosa clescobcria, exlialanclo miasinas cluc levados pclo
vcnto 6s Iiabitaqões mais prosiinaç, dão 11111 cheiro clesagradavcl, e pcla
naiurcza ílas rilaterias que os procluzirain deyeiii scr nocivos. Na iiics-
iiia occasiZo da vasantc os ventos do Sul cntrain pelos canos da lini-
pcza, e Ievarii cleiitro clas liabiiacõcs as ciilanacõcs iirlectas, a cluc sc não
oppõe os mecliaiiismos irsados cin oiitras partes n'cssc servico doincslico,
que entre nós está em uzn atrazo vergonlioso. A ciltrada dos rcsiduos
inimundos cla cidade no mar fazia-sc ainda lia pouco iciripo ein alguns
ponlos do litoral, por tal niodo, qiic além de iní'ccto era inclcccnte; e
o estrangeiro ailkes cle desembarcar jd tinlia confirmaclo as suas i d h s
anteriores sohre o accio cle Lisboa. Hoje o aceio ela cidade d i-iluilo clifre-
reiitc do que era lia vii-ite annos, c ioclos os dias inelliora; poréiii ainda
existem por inuitas partes ficos de iiifeccão que o Iiabito tolcila, 1nas
c[~lca l-iygiene altai~rei~ie reprova. Seili perlenclcrinos agora avaluar o
systerna de limpeza feito por incio de canos clue concluzciii as iiripurc-
zas ao irrar, é ccrto que esic susteina está estabelcciclo, e cluc n9o .lcin
aqui alguiis dos iiicoiiveiiieiitcs quc cxislenl ein Londres, Pnrís c outras
cidades, visto que a agua c10 T$jo lmisturada coin a do inar não póde scr
applicavel para os riiesmos usos que ii agua do Tainisu e do Scna. 1I:
tamben~é certo que sc por este processo se in~roduzisscmirninediata-
inente no i-ilar as ina-tcrias rejeitadas, c os caiios recebessem sufficieille
qiianlidade cle agiia, o syslema, se rião fosse o mellior, era pclo ilicnos
no ilosso caso inuito toleravel. Mas aléili dc cluc elle se não cslende
a lodas as partes da cidade, liavendo algumas eni que as iiilrriunclicics
se laacain i ~ a sruas, onde permanecem por muitos dias, a pouca agua
que tem a cidade, faz coin cpe as maierias que se deitam nos canos,
fiquem depositadris e dcmoraclas, forinando durante o vcrão fdcos clc in-
ieccão que cxhalain pelas aberturas proximas ás casas, c até clebaixo
clas janellas os inais pcstillentes ii-iiasilias. Uiri matadouro e seus annc-
xos 110 meio da ciclade lancando a muita distancia as suas insalubres
einanaqõcs, os gazoinetros cla illuminacão corroinpendo a atinospliera vi-
sirilia, alguinas lhhricas no meio clas halitacões, as ruas ainda pozico Birri-
p s m i i i t a s escadas ii~ílecentemc;itc sojas, 1150 $50 elci~iriitosindill'c-
rerites para alterar a pureza da atiiiosplieru e para atacar uiii pulinzo
doentc. Algiinias d'estas causas teni uma ac@o local, liliiiiacla e cir-
cuniscripln; outras, pordni, levain os seus effeitos mais longe e não po-
dem dcixar de Ler uina perniciosa influencia sobre a iilarclia da tisica
pulmonar, n'ac~uellesdoentes que a ellas estiverem esl)ostos. As recorri-
inendacõcs, os cuidaclos bem dirigidos, a boa escolha cle liabitações ate-
riiiain c inoderarui alg.tms elos inconveilientes de scgundri ordeia, iiias
outros são clifricilineilte reinediaveis, ou completamente sem renicdio.
É pratica geralmente aqui adoptada que os doeuies de inolesti;.
~~uliiionares, vão na primavera para fóra da cidade, a urna ou duas le-
guas cle dis~ancia,para o inlerior, longe das margens do irlar, pura si
lios saudaveis, pouco elevados, coino inenos ventosos, cercados ou pxoxi-
mos, cluaildo é possivel, ele :~lguiua vegetacão, jardini, quinta ou arvo-
redo, para poclererii ali passear. Os sitios luais recotnrnenclados por estas
coiiclic,ões clue acabâilios de eiiuinerar e por terem habita$ies quc se pos-
sani alugar e oiitros coliiniodos para os eloentes c fainilias, são: Cainpo-
lide, Sete-rios, Convalcscenqa, Beiilfica, Calliariz, Larangeiras, Palma,
Carnpo Grande, Liiiniar, etc. 0 s doentes demoralii-se ali ele quatro a
seis inczcs. Alguns d'estcs sitios são apraziveis, ~eeiiijardins, c algun~as
1iabila~:õesboas ; nlas o geral d'essas liabi tacões é inito: coiistruc~6esde
pcssimo goslo, pouco aceadas, sem jardins, e e111 alguns d'eslcs silios
acliain-se cllas nccumuladas e dispostas como em unia rua da cidaclc,
recebendo ~oclaa poeira, clue os ventos e o nloviineii.to ílos vcliiculos lilc
enviain, e 6s vezes as emanacões dc uinn estrada ein que se Iriiiçalii as
iminundicics das casas. Sc isto tudo iião é geral, d ao iiieilos ~nuilofrc-
c~uciitc. I-ia 110s arredores de Lisboa, algumas Iialtitacões coni excellen-
tes jardins ou quiillas, coino clisseiiios, mas essas silo geraliiica te occii-
liadas pelos seus proprietarios, e as que são destinadas para se alrrgar
sgo liiuitas vczes irids, e ordinariamente p o r e s e mais acaiiliadas do que
3s occu[~adaspelos doentes na cicladc cliirante o iilvcrno. Os arvoredos
lia ~rosin~iclade de Lisboa sao raros, o cailipo clepois da colheila fica
irisLe, arido c sccco; de lido isto resiilla no verão unia temperatura alta,
iriria a~iiiosplierasecca, passeios porico deteud idos do vento e do calor,
bastaiitc liocira, reunido isto a torlas as 17ariacões d a temperalura que
igualiliciitc se encoritrain na cidaclc. Não é raro liiretil docntes no inez
clc illarqo e de Abril para o cainpo coiii o fim clc aproveitar teiripo, de-
I J O ~ S de alguns dias bons, e na esperança cla sua continua@ío, e ficare111
encerraclos, um mez e inais, seni pocler saliir a passeio por causa 'da
cliuva e máo tempo, que depois sobrevém. Assim mesnio é fóra de ílú-
v i d a , que o ar dc. cniilpo nas visinliaiiqas de J>isboa, é util rio tra tameritn
b
de iiiuilas iiioleslias, cliie eiii alguiiias ailercõcs cliroiiicas dc vias rcspi-
ratorias, iciri nina infíueiicia saudavel, e qiic ruesino iin lisicn 11~111110iiar
tciii alguiiias vezes produzido effcitos beneficos. Ter-nos visto ein d o c i i ~ , ~ ~
iiossos, e dc ~iossoscollegas suspendcr-sc a marcha cla inoleslia coin o
ar do caiiipo clos arredores de Lisboa eiii casos já reputados graves; liias
não poclêmos deixar de dizer que aléin de iilcoiivcnieriics que poclem vir
a ser remecliaclos para o f~ituro,corno são a ftilla cle arvoreclo, a fiilia
de boas Iiabiia~õcs, de jardiris, passeios, etc. lia OLI lros ciuc dcpciidein
das variacões alinosphericas, da teiliperalura, c10 venlo, C do clima cm
geral, que pode~ii ser inodiFicaclos, ]nas não com~~lclaincntcvencidos.
Tarrilsetn j~ilgâinos c~iicas graiides soiiiinas clcspcnclidas ein lial)ilacõcs,
quintas, c jardins aos arredores dc Lisboa, se livcsscm sido empregadas
com melhor gosto e intelligencia haviain dc dai* coildicões muito inais
agradavcis para os sãos c mais proprias para o irataincnto das inolcstias,
e liaviain d e atenuar ccrtos iriconycnieiilcs do clima, até ondc cllcs po-
dciii sei1 atenuados.
No Gin do outono quasi torlos os docnles voltam para a ciclade; as
Iiabiiaçõcs c10 campo sendo iiicoininodas, Crias, liuinidas, iiial reparadas,
a teinperatura inais baixa do que na cidade, c sciilindo-se inais as suas
ii'regularidacles, os doeriles mais alalidos c fracos poucas vezes se podcm
cxl~ôrali ao a r livre; ficalii tristes e mcaos aconipanliados; os Lraiisporlcs
diarios sào 1n6os e dispendiosos; c tudo islo faz coin quc aycsar das 1116s
condicõcs cliie se ciicontraiu lia cidadc, os qiie passairi o vcrio no caiiipo,
rolteiii aclui no invcrilo. Para alguiis collocados ciri inelliores circilins-
tailcias a Iiabiiaciio no cailipo, ainda rnesiiio i10 iiiverilo, poderd ser util:
esse caso é excepcioilal.
Do que Gca dito jrí sc póde vêr quaes são as condiçõcs cin cluc sc
acha o doenic afieciado de lisica pulinoiiar ein Lisboa iio iiivcriio, C nos
arredores de Lisboa no vcrão, e sc póde fazer a coniparagão com as con-
dicões e m qiic se aclin no Fuiiclial cin iguacs cslacõcs. Pclo qiie diz res-
peito ao i n ~ c r i i onào 110s parece que possa liaver lresilacào ern escolher
o PuiicliaI, quando isso fòr possivcl, c o doeiitc estiver em estado da
inudanca Ilic poclcr aproveitar; inas pelo que cliz respeito ao verso, as
razces não são tão claras, porque o vcrão no Funchal iaiiiLcin nào é
iselilo de incoii~~eniei~tcs; sente-se muito o calor em alguns dias, lia uma
certa Iiiiiiiidade na ntrnospliera, ou outra circuins~anciano clima quc
produz grailclc traiispira~,aopor qualqiier excrcicio, c uin cstaclo de lan-
g~lidme clep~cssãocle Sorcns que se asscmcllia ao cliic se scnle nos clinias
irol)iracs. fi portanto iiecissario que os cloentcs ali ~ i i oiguallnciilc liara
o campo, o qiie cstii esiabeleciclo ,i$cm regra, c qiie 1)rocnrein ciii iiri-ia
aliiirn cniiveiiiciilc a tciiipcriiliira Srcsca c agriida\cl íjiic conviiii ao
seu cstiido. Com csla iriudaiiça, ainda 110s parcce que as coiidicõcs ali se-
Jain ~-ricllioresdo cluc as que sc enconirain nos ai3rcdores cie Lisboa du-
rante a estacão caliliosa. Tc~nperaiuraiiiais fresca c igual, atinosphera
inenos secca, iiicnos vcilto, poucas variaqões atinospliericas, falta de
poeira, e uinn vegetacào scii,prc vicosa, constiiuriii essa \aillagem coiu-
~~arativa.
A comparacão do cliina de Inglaterra com o da Madeira cai refe-
rcncia á sua utiliclacle no tratamento cla tisica pulinonar, está estabcle-
cida por iim grande iiumero de ijv-tos cliie tein clado aos iiicdicos a con-
vicciio de que, pelo inenos cliirantc o iiiverilo, c nos inezes clue rào de
Outubro até Maio, os seus docntcs aKeciados de rnolestias clc peito, clc-
vendo saliir de Inglaterra a procurar climas inai-s fa~oraveise liospita-
Iciros para sua liabita@o, acliam na Ilha da Bladeirn urn dos primeiros
para cssc fim lioje aco~iselliados.BIcdicos de outros paizes niaiidain iam-
l ~ e i npara ali os seus doentes, inas e111 proporjão iiluito 111ei1or. Nós nào
tcinos ainda iiin grande nuinero de factos para poder tirar iima con-
clusùo nossa decisiva, porque coinct$inos mais tarde, e para fazer essa
cotiipwaqão prática da utilidade dos dois climas, qiic d aiilcla iriais se-
gura e importante do que n comparaqão melcorologica, é prcciso reunir
dados esla~isticos muito exactos e nuinerosos. Por ora ha alguiis factos
clc grande proveito do cliina da Rladcira em clocntcs de Portugal. Taiii-
bcm lia outros em cliie elle não produziu effeito iienliuili f a ~ ~ o r a ~110-
el;
ré111 iiiuitos dos cloenics para ali inat~daclosniio tem sido os proprios para
allroveitar n influencia do cliiria. Fara se poder fazer cçta não facil com-
j~araciio, e prcciso cluc cllcs niio vão 110 ultimo perioclo da riiolcstia, e
íluando jíi a cspcranca cstií coliiplctamente perdida. Não ha cliina nern
iiicios Iiuiiianos, que possain remediar iacs es~adosde dcsti~ui~iio c ruina;
c a viagein ainda apressará o resultado falal.
Eiii uma c~ucstãot i o iiilportaiite corno esla, que só 11Odc scr deci-
dida por muitos factos, é preciso deixa-los accurniilar anics dc tirar iiiiia
co~~clusào definitiva; assi111 conlo taiilbcin é preciso não pcrdcr dc vista
cluc nos arredores de Lisboa, e cm outras partes do rciiio, se 1cu.i vis10
algiltnas vezcs a tisii'a piilinonar si~speiide~ a sua rnarclia por aiiiios e
até estabelecer-se unia cura quc se pode reputar deGiiiliva. Tuclo isto
dcve ser beiri presente a que111iiiiparcial c conscicnciosaiiienre perteil-
dcr, cm Lempo conil~etentc,tirar essa conclusão Biial c c\ecisi\la.
Sc fosse possivel achar cleiitro do reino, nas nossas proviiicias do
Siil, uiii cliiila qiie no invcrno rcunissc as condicões ineieorologic~isc
olltras CIC salubridntle corii os coniinados clrie i'eiinc o li'unc~l~al,esw cli-
rua deveria ser experimentado cin larga escala, porque, ciii ig~!:ildadc
de circumstancias, ainda seria mais vantqjoso para os habitantes de Por-
tugal do que a 111.ia da Madeira, e sobre tudo seria acccssi~~el a rnaior
nurriero de doentes e a todas as foriunas.
E m diversas épocas, tem-se recoinineiirlado no tratainento da tisica
p111monar os diinas do Alerntejo, e outros do Sul do Téjo, mesmo du-
rante o inverno; e posto que aquella provincia iculia localidades riiuito
frias, e desabridas, oiitras ali llia mais leniperaclas, e são eslas qiie fo-
ram aconselliadas pelos praticas. Abandonacla por .vezes, iiunca esla idéa
tem sido inteiramente escluecida, e u m oii outro caso tem apparecido
que abona a confianca que taes climas iliereceram a alguns inedicos
por tuguezes.
Zac~itoLrizitano na sua Pr1-lrr;i.sIAsto/-ia~.uirtLiú. 3." 0bsei.v. 2.' diz:
« Phtisicos ir2 nzultunz terrlpus nliquanrlo vitnm pi70rognsse aucto~.unzffis-
torice conteslantur. Est oppidum apud Lusitnizos,/e~tile et nn~~ec.lzwr~,
(I n vulgo Pctlnaella vocntunz, in cujus ci~*cuitu pMzfit0n/-u~n arhorum esC
(c copia multa. A cZ hunc terrce tractuna aliyuot, ver2 pkisicos, n m e et
(c alz'is pet'itissi??22S JfeCliCi~cZeplot.n~os,uzeniini nje ~ran,fe)-c solitun2. h
(c hoc sere essiccunte, peja aliquot mensk~i?~ sputiun2 con2nior.aiztes etsi
I( imbelks et. ir?Fr?/ii,lussi non itaJei*i?~n jcuh'e ckteizti. Tandenz pele nzul-
(t tos aiznos in eo loco hrttitantes, ulce~,ecrusta obrZuct0 aut callo obtu-
I( ?'ato ad lo~zgissin~una tenzpus vitai?~snizipro~Zuxe)-u?~t, Alii u*ecidi;itln?ztes,
(( ol/ol.to iterSu?itsa?zguinis sputo, phtisi consunzpti sunt.
Curvo de Seinedo na sua Polyanthea JiIcclicinnl, no capitiilo qiie
tem por titulo-Adue?~te~zcias que sc dcvent odse~*z~aia pnrn a bon cura
dos tstillicldios e tosses importunas, pag. 203, diz:-«Os aclinclues do
(I peilo e os estillicidios da cabeqa que em Lisboa sio cluasi incurnveis,

I( se curaili faciliiientc c:i~ BPja. u No mcsmo capitulo pag. 202, tainbem


Salla de tres doentes que se curaram de molcstia dc peilo, retirando-se
uni par3 Evora, outro para Saca~~cm, e a respeito do terceiro só diz cpe
l ~ a ~fóra
~ adc Lisboa. Na mcsrna obra quando trata dos cstillicidios, tosses
rebeldes, tisicas, ete. aconsellia ar puro de campo, porém nào inculca
lugar algu!il particular.
Duarte Rebello de Saldanha na sua Illustracào Medica (vol. 2 . 9 % -
1 15), Sallaiido cla provincia do Alemtejo diz: É corntndo o asylo dos ii-
(( sicos, priilcipaliiientc n ciclade de BLja, para onde se costumam refugiar*
(( os cle Lisboa, e de oiitras partes da Estremadura. E supposto se cliaiiie
a esta cidade a sua sepultura, e porque quando se resolvem a procurar
os seus ares é 110 11lti1no estado da tisica, em o qual nenhuns Lhe Ta-
,( lern. Pnrtím oritros nutliores poriiigiiezes tr;ttando cle catarros, cstilli-
))
cidios c~iicntes c frios, tosses c tisica piiliiionar, c ricoiiselliando ;i inii-
d a n p dc clima OLI de localidaclc, não clcsignani e cs~-iccificamo lugar da
sua escolha, o que nos faz crcr cjlie essa repiitacco de alguns pontos (]o
Aleintqjo e Estrciiiaclura nào estava t5o bcin cstabclccida çluc fossein ge-
ralincnio recoininciidados. comtudo certo cluc essa traclic$o, posto que
jd iiiiii frousa e dchil, cliegou ai& iiós, c quc fiindados n'clla alguiiç
dociites ali tcm liido ultiiiiamcnlc, e coin alguni proveito.
Não temos eiii Portiigal obscrvacõcs ~iielcorologicascjuc possam ser-
ir para caracterisar csactainciite o clima das cliversas partes do Reino;
~ciilosde alguiilas terras, obscr~acõcsc[uc poclein ser coilsidcradas coi~io
trahallio de curiosos rniii digno clc louvor, nias que está muito longe
íl'aqi~ellíis observacões seguidas, severas c aturadas ciiie 1i0,jc se exigem
para dcfinlr a natitreza c indole dc um clinia. E csta falia relativa-
mente a cssas diifereiiies partes cle que aciina fallámos é tal que se nao
p6dc tlelcri-riinar o seu ciimri c condiqões inetcorologicas ncm inesmo
aprosimadaincnte; além ele que tudo o qiic se refcre i 9 curas quc ali
tcin tido liigar, é tão vago, iiio incerto em diagnostico, ou sbo tão poucos
í':ictos de Bom cliagnostico, cpc nào anirnain muito a cxpcriiiieiitar, so-
bre~uclocluaildo as cliIficuldacIes do,transito c a Talla de Iinbita~õescom-
niodaç c proprias para os clocnles, aRroiixam c esmorecein para qual-
clucr tentativa que se pertcacla fazer cm iiiaior escala. E cslas mesmas
~liffic~ilclnclese falta clcnuncinm a pouca concorrcncin dos cIooiitcs c o pe-
clueno credito do rcincdio.
Não nos admiraria, pelas informacões quc tcinos c10 AIgarve, pela
sua latituele, pelas suas produccõcs ~egetacs,e pela sua sal~llridade,cpc
ali iiin dia sc possa achar esse clima desqjaclo. A liiiha isotliermica que
11assa no Funclial e entra no Mcditerranco toca na pO111a da Europa. Se
a inereorolog.ia do Algarrc fossc mais Leu] esludada c o paiz explorado
iz'csic sentido, é provascl cjiie sc enconlrasscm unia ou riiais Iocalidadcs
que reuiiisscin as conclicões reqnericlas, tào bons ou inclliorcs do c~iicos
oiitros climas da Europa para isso rccoinmcnrlados, tendo al&n d'isso
uma atinospbera iiiaritin~a,c ciii unia distancia da capital ice petluciia,
cluc coin os incioç liojc conlieciclo~e c ~ u cmais cedo ou rnais tardc tios
ycrcinos obi-igados a acloptar, podiain sei visitadas em poucas Iior*nsSCiri
incoinnzodo. Porérn cin cliianto cssas indagacões e melliorari~cntoçnão
clicgam, c cllcs eiitrc nós veiu larde, ei~tendcmos, pclo estriclo r~ucTi-
zcriios sobrc o cliina do Funclial, e sobre a sua utilidade para o trata-
ii~eritoda tisica pulinonar, c pelas iiifbrmacões cluc o b t i r e i ~ ~ osobr*c
s c,ta
materia, poder formular para nosso uso e governo as seguintes propoçi-
cluc se po'lcn~ rlrtl!izii. (lu cluc fira escriplo. c cliic,
?('ri; ~ I I Cp~~blicâiiios.
no ~ s t a d oactual dos coiihecimcii~os,rcp~itâ:riosnlui priideiites, caii~elosas
e seguras.
O cliiiia do Funclial é saiidavel, tem iiina temperatura muilo igual
e suave, principalmente rio inverno, sein grandes variacõcs atinospheri-
cas; não sabernos de paiz na Europa que o exceda n'estas qualidadcs.
No verão ha ali a vantagem dc se poder cnccntrar inuito perto da ci-
dade iimn temperatura fresca, agradavel e propria para essa eslacão.
AS coildicõcs.1iygienicas da cidade, são boas; as Iiabitacõcs, alimeli-
tos, aguas c coininodos para os cloentcs ali se encontram pelo inodo mais
uiil e bein entendido.
A liabitacão no Funcl~aldurante o inverno, fiin do outono c priinavcra
coiivém 5s constiiui~òeçdelicadas, aos valeiiidinarios, e em gcral aos cloen~cs
para cpem o frio e as grandesvariacões a~inosphericasno inverno sãoriocivos.
Os doentes affectados de laringite, broacliite, pleuFile c pulinonilc
clironicns acham ali muitas vezes reinedio.
Estc clirna deve ser aconsclliado aos individuos qoe tendo predis-
posi~ãohereditaria para a tisica pulmonar, comecain a soffrer tosse, ou
lieinoptisc, ou cansaco, ou emmagrecimento, ou clualc~uersymptoiria que
possa fazer recear a iilvasão d'essa molestia.
Deve tambcni ser aconselhado áqucllcs que com essa, oii sem essa
predisposicào hereditaria, mostram signaes de tisica pulmonar, incipiente,
ou 110 primeiro periodo.
Quando a ~ilolestiatein chegado ao cliarnado scgilndo periodo, c o
doente estií com forcas e bem dispos~o,ainda sc póclc aconselliar e s ~ ccli-
ma; porém já sem grande confianca, mas como ineio de prolongar a vida
coin irieiios soffriiiicntos, de passar uin inverno mais agradavel e coni-
moílnmente, e de poder talvez ainda alcancar uma d'essas suspensões dc
inolcsiin clue ali nlguinas vezes, n'este mesino periodo, se teiii oblido.
Quanclo o doente iein chegado ao terceiro periodo da rnolestia, ou
cpando, lendo chegado ao scgundo, se acha fraco e abatido e a moleslia
caminha coin rapidez, a mudanca para o Punchal, ein regra, é inulil c
nlgutnns Iezes apressa o resiiltado fatal.
A repngnancia dos doentes para a mudanca do paiz, e o egeieilo da
scpnacào cle~ein ser prude»ieincnte considerados e attendidos. A sortc
cle alguns docntcs clue veem aggravar os seus sofrimentos, perdendo n
csperanca cle restabeleciinento c de tornar a vêr a patria e fainilia é
crriel. Uin estado dc nostalgia penoso e afflictivo vem ainda complicar
n molestia já inuito grave e impedir clualcjuer alivio que o clima podcssc
pi-ocliizir. O cloeiite dt:vc ser arompanliaclo por pessoa oii pessoas (ia sua
fi~iniliaO ~ I~ o ~ ~ f i a ~ i ? : ~ .
Os doeiitts q ~ i ead<~uireiiiinclhoras iio F ~ ~ n c l i idi le ~ c i n~ I i iperrna-
riecer ate que C ~ S ~11ieil1oras
S sc I S O S S ~ ~ Ir'eliutar*
I seguras; poucas vezes se
ohteiii inclhoras detiniiivas corii a deiiiora de uiii sG inveriio.
iYo caso dc iiielhora, o transporte para a Europa só se deve fazer
desde Maio ale' Outubro. O traiisporie de P o r ~ u g a lpara o Fui~chalpóde
fazer-se cin qualquer época do anno, iiias 6 no principio do outono que
esse transporte 6 mais util, n viapeni po~icotrabalhosa, e ti'essa época
o doeiite 11óde melhor escolher lialitacào no F~iuchal.
O transporte pelos Larcos de vapor é iiiuito coinmoclo para os
doentes, mas no \-ergo e principio do outono, qtiaiicio I-eiriarii Yeilios da
Norte, a viage111 dc Portiigal para a Ilha da Jlacleira póde ser igiial-
riiente breve, scgiira e coiiiinotla e111 eiiilarcajijes dc véla.
Não sahenios que Iia4ja ciii Porltigal uiri cliiiia, oii uriia localidade
já beiii cc~iihrcitlos,coni os co~iiiiiodospara i~ecelicre tratar cloeriics afl'e-
ctados de iisica pulmoiiai., c~iicpossa ser prrfericlo ao Fiinclial durante
r) in\leriio.
0 s arreclores de Lisboa, cluraiite o ~ c r í o não , sào prefcrmiveisaos ar-
I-edores do Funchal.
Para os habitantes dc Lisboa é iilais util e coiiiinoda a iiiudanca
11asaa "lia da Madeira do qiie para iiralaga, Italia, Sul de Franca, Egy-
pto ou qualq~ieroutra (Ias localidades hoje recoiliiiieiidadas para o traia-
meiiio da tisica pulmonar. Podeni liaver poré~ii(,asos, eni que o doeiite
aiiicla vigoroso, não se iilcoiiiiiiodando corii as viagens e dispondo de graii-
des nieios possa ser ;tconselliado cor11 proveito a preferir alguiiia d'essas
localidades ou riicçliio a varia-las.
Durante a demora lia Ilha da Madeira o tratamento do doente deve
seib cuidadosamelite ordenado e vigiado por F a c u l t a t i ~ o ,tendo mostrado
a esperiencia que erros de tratamento e de regiiiieri coinrnettidos pe-
los doentes terli frustrado esperabicas já niuito heti-i fii~idadns,e rrielhoras
i6 adiantadas, dando lugar a recaliidíis fiinrstns.
PARTE TERCEIRA,

OBSERVA(:ÒES METEOI1OLOGIt:AS PEITAS NO PUNCAAL, DESDE O PRINCIPIO


DE SETERIDRO DE lua?, ATE37 DE ABllTL DE iBE5.

As observacões iileteorologicas q u e publicclriios eiii seguimento da


Nolicia sobre o clirna do Funclial, foram colliidas por nós desde o 1 ."
de Selernbro ele 1 853, aid 3 7 de Abril de 1853 ; co~iipreliendeino ou-
ioiio, o iil~ernoe parte da priniavera; esie é em geral o ieinpo crn cluc
os doeiites que ali vão de Sórn se derrioram no Funclial. Estas ol~serva-
cões forani feitas no Paco Iial~iiadopor Siia RiPagesloilc a Imperatriz do
Brasil, Viuvn, Duclueza de Brapiica, no sitio cliariiaclo das Augtistias no
Oeçte da cidadc, cento e trinta pds aciri-ia do nirel do iliar, e quatro-
ceiitos e dezeseis pés dist:irite cl'elle. A latitude do iugar é 33".,37',,4 5''
lat. do NorLe, C a loilgituclc I G0,,55',,SO" para o Oeste cle Greeiiwliich.
A c~udiidadedos iilstriimei~ios,a sua colloca~iioe o moclo e liora das ob-
servacõcs foraui os scguin tes.
As obscr~oçõcsLnroliieiricas I'orat~ikitas coiii uni hasoi~ietroane-
loide, coiifirrriadas cola oulro de inerciil*io, e que oléni d'isso compara-
raliios frc~~uen~ieiiicii~e com outros I~aroinc~ros reputados seguros. O Lia-
roiuetru aneroicle era d e Lerebours e Secreta11 de París, o de merciirio
era de Mrilliaril Scot de Ediiribuigo. Ilstavani situados a par um do ou-
iro, o aireroicle scis p6s aciiiia do ierseno, c por conscguinle cento trinta
e scis PPS acitria clo nivel do uinr; o de mcrcurio tinha a cisierna collo-
cada tl~ialropes ;ici11ia c10 Icrreno, C cci~totrinta e cpiairo pis acima
tlo iiivel clo iiiara. As olscs~acõcsSaziani-se tres vezes no dia ás sele horas
tia iiiai-ili5, 5s diias lioras d a larde c 6s sctc lioras da larde A varia950
iriarrrida 6 a que iinlia Liigar clcscie as sete horas tla inanhã até ás sete
da t;~i.ùc.
O thcrinuii~eiroiiiterioii era dc Borclli Er Cotrip." de Londres, si-
liiado seis pés acinia elo terrciio, vo11;ido para o N o r ~ ce collocudo ao laclo
(10s l~aroinetsos,confirniado pelo therinometro aiineso ao Iiygroinetx-o de
Saussui*c c pclo tliei~iiionicrrosccco tlo I~ggroirie~i+o de Masori. A casli cni
)1
que cs[cs iristriinici~tos cslavani t~ollocadosiinlia uiua jaiiellít voltada ao
Nascentc, alerta tlurantc o dia e fccliacla duraiilc a iioile. 0 s llicrmo-
metros não recel~iamreflexo iiotavel, nem clc fóra da casa, nem do chào
oir pw1.cdes ciiie eraiii fori.adas de papeis de cbrcs escuras, qiie poiico re-
flectiain a luz e calorico. Pela inailbã dava o sol na jaiiella, mas pouco
entrava na casa, e 1150 til~Lia influeilcia sobre os tlieraioinctros interio-
res O tlieri~ioinctrocsterior era uin ~hermoinelroclc ninxiiiio c inini-
ino de H a r ~ i s& Son ele Londres confiri13ado por uiii tlicrnioinetro ordi-
riario de Lerebours e Scci.cta11. Esiri\-a situado ria ulihrcira da Janella,
virado psra o Norte, ciiico pés acima do terreiio, c exposto a todo o tempo
de dia e de iioitc, iião recebendo raios dirccios do sol a hora nenhuma,
e SG algurn reflexo solar do terreno c da oulra timbreira da janclla,
das oito horas até ás dez e meia, teinpo ein clue as suas iiiclicacões nào
eram aproveiiadas. 110 principio de Marco em diante foi preciso despre-
zar as iriclicacões das sete lioras da aianliã, porque o sol clava dirccta-
nicnte na janella, e apesar caixa exterior cpie clefcndia o inslrumenlo,
elle sentia muito a forca solar. As indícacões da teinperatura cxlcriia n
essa liora foram então tiradas de ~iim thermometro ordinario mais bem
collocado. O t11ermoinetro~rapIio clava o grrio da teinperatura cxlerior
para as tres observacõcs das sete da m a n t ~ ã ,das duas da tnrcle, c clas
sete da tarde, e aléiil d'isso dava o maximo e rniiiimo exlerior do clia
e noite. A observacào c10 therinoiiletro interior fazia-se quatro vezes por
dia ás duas lioras da inaiilij, ás sete da ii-miliã, ás duas da larílc e ás
setc da tarde. A primeira obçci.vac,ão das duas lioras cla nianhã era rri~iilo
irregular, nao se fazendo a hora cerla, aintla que mais ou mciios se apro-
x.i~navada hora iilclicada, e crcrnos quc isso ilão fez cliffercnca notavcl.
poríjue o thermoinetro interior se conscrvnva cbuasi toda a iioite na xxiesma
graduacao, tendo mcio gráo, quando ti-riiiio, cle clifl'ereIica. As outras ires
observa~õeseram feitas com grande exac~idtio.A temperatura exlcrior ao
sol era tomacla ás d ~ i a shoras com uni therrnoinelro de Lerehoiirs e Se-
crelan, vol~aclo para o sol em ii~najaiiella exposta ao Sul, recebia toda
a forca solaf, e os ~eflexosvisinhos, por muito tempo aiiies da hora da
observacão; estam abrigado postei-iormcnze e (10s lados c posto sobre o pa-
r7apeito da jailella, aproveitando toda a f o r p solar mas sein ser cerrado
de 15 preta, ou outro corpo absorven~e,ncizi o vidro do thcrtnomelro
era corado. Toílas as observajões therinometricas í'oraiii feitas coin a es-
cala de Fahrenheit, ou reduzidas a ella, poríjuc cluasi tiido clue lia cscri-
pto sobre a temperatura da Madeira é coin essa cscala, e pensliiios clue
assim faci litai.iamos a compara(;ão.
AS ohervaqões Iiygromctricas foram feitas com dois Iiggromclros,
uiii tlc al~çor!~clo,oiilrn dc evnporaciio, collocados a par uiii do oulro.
c ao lado dos baronie~ros e ~lieriiiorncrroinlerior, sobre tinia paredc
secca, c separados d'ella por uma taboinlia de cedro. RTa proxiinidacle não
haviam tanques, canos, ou qiraescluer aguas que podcsscin influir iio seu
inoviinento. Nào estavan-i exposios a correntes de ar, e não llavia lumc
lia casa; de (lia eslava a janclla alierta, de noite fecliacla, como já dis-
semos. O hygroiuetro d e absorprio era o de Saussiire, da fabrica de Le-
rcbours e Secretan de París, coin cabello novo; tinha siclo prériatncnte cx-
periineniado e regulatlo ria Escóla Polytecliiiica. O liygrometro de evapo-
racão era de Blason, da officina de Tagliabue & Cotnp." de Loildres. O
tliermometro secco regulava com o thcrniolnetro interior c10 registo.
O ~lieriiioinetro liumido conscr~ava-scseznpre n'este estado com agua
dislillada que subia d a cisterna por mcio dc fios dc seda; cstcs fios e
a seda que eiirolvia a bola do tliermometro renorarani-se todos os mc-
zcs. Foi cscolliido este 1iyg.i-onictro por ser acluelle com que o Dr. Masoii
lirilia fciio as observações de clue falIáinos. As nossas observacões eraili
feiras Ircs I7ezcs por dia 6s horas n~arcadas. O grGo de seccura da escala
de ~ a n i e l lera o correspondente ao gráo de seccura observaclo no hygro-
rnctro de Mason, cstraliido rlc urna escala d e correspoi~clencia quc vem
na obra de Mason. O ponto de o r ~ a l h ofoi calc~il3dosiibiraliindo o grdo
de seccura ria escala d e Dariicll da ieniperatura do a r observada na mes-
ma occasião. A força clastica do vapor foi tirada cla escala que vem na
rneleorologi;i de Dariiell; e a t~uniidadereIatira ou gráo de kiuinidade na
cscala hygronietrica. tainberri foi calculada pela formula ali aconselliada, di-
~lidindoa forca elasticn do ~ a p b rcorrespondciltc ao ponto de orvallio pela
forca elastica do vapor correspotidente Eí temperatura do ar, sendo inil
o ponto de saturacio. O pêso de vapor contido em u m pé cubico de a r
foi calculado em grãos pela iabella cle BIason, dividinclo o pêso correspon-
dente ao gráo clo potito de orvalho na tabella de yzranti&r/e pelo numero
correspondente ao gráo de absoluta seccura i.ia tabella de co?-~.ecpTo.As
ohservacõcs liygrometricas feitas por este processo e coin estas ta-
I~ellastiveram iarnbem por fiin a compara~ãncnin as observncões ante-
riores.
Os ventos foram observados Ires vezcs por dia ria hora das outra
observacões; e por motivo das difficuldades que no Funcliul se encontrain
ii'esla obscrvacão, de q u e jrí Jallámos, a sua ciireccão foi regulada e rilar-
cada pelo ~novinieiito d c cariiada inferior das nuvens, cluando isso era
possivel, aproseitando iambem as outras indicacõcs. A forca do venlo,
na falta de instrumento proprio, foi i-egulada pela iiliprcssão que elle pro-
diizia no observador, e nos otjertos visinlios: assiiii se estabelecera111 ciinc.o
gráds de força; O sereno; 1 ~ i r a c L i; 2 vcirto f~~esco;
3, verito f<)rie: 4 ,
lrento violelito ; 5, tufão moderado.
A quanticlade de chiiva foi calculacla durante os riiezes de S e ~ e i n b ~ ~
e: Outtibro por iiii1 pluvimetro, collocado no Valle, trezentos pés acifia
do do mar. Nos mezes seguintes, o pluvimetro estava no sitio das
Angustias, collocado cento e vinte pés acima do nivel do mar. A quan-
tidade de agua era extrahida e calculada ás nove Iioras da manhã, e hl,
giirnas vezes ás duas horas da tarde, rarissiriias vezcs a outra hora. O
pluvimetro fiiialnicnie foi collocado cento trinta e seis pés acilila do ilirel
tlo mar, rios ultitnos doi:; rnezes.
FEITAS NO FUNCHXIL
DESDE O PRIXCXPXO DE SETZXBR<l DE i l i 3

4ri:

27 DE .\TIRII, DE 1053.
A * observaq8es Iiygroinetriens só romegnrnni no tliri $ 5 rlr Scternbro.
oJ'43 T OS '68 9 £ ~ ' 0 9 ~ 9 ' 0 ~ 8 6 ' 9 9 9 ~ 1 ~ 9 ' 6'P£ £ ' OL
6 FL 5 L O9L O&
01v13 ã 3S T L 889'0009'060t'999~95&~'9~L 99 &L I L £SL 6'6
oPvl'l"N .[ N LL 6 8 9 ' 0 Ç ~ ~ ' 0 8 ' ~ ~ ' 9 £ 6 ' £ 9 9 99' 1 ~OL 9L 9.4 PDL 0'6
*AnQ3 O O 90 ~ E L ' O L ~ Y 9' O6 1 ' L 9 9 ' 9 9 ' 6 £ ~ ' 6 'P I L ÇL 0 L O9L Lã
eanq3 1 OS 9 8 G ~ L ' O Ç ' P L ' O L T O ' B 6 9 L € &L 9L '6L 0 9 L 9'6
Q.lnq3 O O L8 ~ 6 ~ ' 0 9 ' P ~~ '100 ' 8 6 9 L & £4 SL 5 L GBL 92
suarnu '0.~213 ç 9L LL O9L P'6
OJ*13 B OS 9L OL O S L €E
OJKI 5 asa 'PL EL E ~ L~e
OJ~ICI e asa ZL %L I ~ L18
OPWUN E 35a EL TL ISL 08
oI1RI'lnN B 3 4L ?L t 9 L 61
OJe13 i3 S LL 0 0 FgL 01
Or'QIclnN E os0 OL [IL 8 9 L L1
OPSI4nN '6 OS OL 6 L G4L 91
OJQ13 r O LL '60 O Q L 4r
OJv13 % O LL '68 OllL TI
"ni13 B O LL GL 1 9 £1
~
sua.iiiu ' O J U I ~ T s 9L UL 8 9 L '61
"1~13 T s &L 6 L E9L 71
OPVlc[l1N I N 9L LL 9 9 L OT
o ~ ~ a q o a o zI ON CL 'PL L ~ LO
OJe13 8 3 £L C L 99L 8
sua,iiiu ' O J U I ~1 3~ 'PL (:L S 9 L L
suabiiri 601v13 r 3s £L 9 L E9L 9
iol!~seua5v' t i 1 1 q 3 o; 0s £L 9 L G9L Ç
sua.\iiu l o i ~8 ~ ~s !2L LL Z 9 L 'P
O"43 T S £L 6L 99L E
suarnu co1i113 g, s '6.4 £L L9L 5
OJV(3 o d u i a ~ g
3N3 EL £ L Ç9L I
I

odaia~ e
, , E
olua~ - s
I
L
S
,
i ã . 5 a
J
~ ~ G 9 Q ~ ~ U ~ I ~ E ~ ~ ~ G ~ &"dome" Z ~ o ' e o ~ a a a c i ~ ~
3 2 2 2 2 20 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 C 2 2 2 2 2 2
T+ -r m j n -&2 nledia pressão atma.phaica
-a " r 3P-W I p -O g 9 G 2 O -aO -Gy (3
&,rmetrm
- u a u n n ~ a u ~ n n' 4 n na w w w a a u
a cu N CI r w v r CI w r s h~ w rn r ta r I- w r I- v N I- O r Variagão do ba~ometra
4 3 0 4 4 4 q 4 q 4 0 4 4 q * < 4 * + 4 + * + i l 4 * + 4 4 2 4
0 G O WP p N-&-I- _o
r _cl r;l a p í?-m-* =r p-&_r"ta média tempcratnra exterior
cu n n u w a ~ u~ unu a n o nuas
r r r v w Taria~áoda temperatura ex-
O L ~ O W N ~ O Q M ~ U ~ C & W W O ~ D - Z C ~ G G ~ ~ terim
~ * Q W W
r w l 2
Tempcralnra ao ~ o Bs
ggg 1 I I 1 1~ o n ~ H ~ Q g g g ~ g g g g g g ~ horas
Temperatura inier~oras 2 ho-
~ ~ ~ ~ ~ ~ C rasdamanhl ~ ~ , " ~ ~
+ + -a 4 * % wWN Média da temperalnra iotc-
-" -
+
L=?
w 9 Q-rn a-&-&?
L=?
NW &_atny$~~"-& @
+ +

M t ü ~ - a + ~ x s s n e
LCi W-a w w
i>
CU
4
w
4

P1
flor

Variac60datempera1ura'n-
tenor
~ ~ v ~ ~ ~ ~ ~ F ~ ~ C W m g & N ~ ~ ~ ~ r O ~ O O N 3 W

5
Y Y * * Y Y C C Y q y ~ 0 - 4 3 m m C C + 4 + * - * * Marima 2 5~
~ W G W Q ~ O O & ~ N ~ ~ ~ O W U W G

r
w
n
m
~
w
n
o
m
o
m
m
n
a
m
~
~
~
~
~
p
~
q
~
~
~
+
~
G

~
~
W

~
~
C ~ Y ~

~Bliuirna
~
~
~
a
-D

c
~
-
30's
~ rn C.m
m
~

>
~
~
~
~
=
m
m
+
~
=
~
*
~
-m
g s z
ma-am**-*+*a*-***+++-a44mji--* p 5
--=-a a a----h a-o--r o a &-h-&-&& &A i 3 -W w-m
: Jlédia = P
ala mS7 Qu, G7 a a UiUIc=7 = e i
I- i u r CI I - w w l - w w r w w r : Varia:ãv U3B
m O a m R ~ ~ W ~ m a O G Q ~ m q W ~ ~ ~ s E 3 W W O ~ I

C-O*O -l-= Cdometro. Pi>1.


gvg o
gF
55
3 ii
2-
I z
O
c
F
-
m
Õ
-0
d
C)
c-
O
r:
-
D

d
>
-
n
d

?
C z
Ol>servaçoes nieteorologicas do inez de Ou tu bro de 1852
Fiinchal
Observu<;6es rneteorologicas do mez de Outubro de 1852
Funchal

-
$
tj
-
'6 $
2 &
a
"I +
o

"
:
-
Y3
, .
2i
-
ü
: :
=
n
,r

'&
H
.
2 Bornu da tarde.

"
.
:
.g
E
f
5
=
E
5
Vc.,,lo

'I't.ui~'"

7 703 70 76 71 77 'h 1 Claro


750 75 76 70 75 NO 2 Clnro
9 7 6 3 75 76 71 76 SE 9 Claro
7% B 1 ~laru

80 O 3 cliiiri

05 O 1 Nubli~do
3% 757 70 72 6[),5 8 4 SO 1 Nublado
8 1 759 en 72 60 ua BE 1 Chiisa

%r> 705 7 0 7% 68
Observii~õesmeteorologicas do mez de 0iit.ubi.o de 1852
Funchal

Tempo

1 753 7070,5 3,5 0,16665,03 7,3240,6700,773 84 OS0


74 1 Nublado
2
3
760
762
71
70
72 9 7
75 68 7,7850,7220,796 87 O
71 4 9,33S65,667,196016670,736 8 9 N
75 I O Niivens
1 Claro
4 765 7270 5 ll,6663,336,7420,6250,689 78
75 O O Claro
5 765 7070 5 11,G663,336,7420,6250,689 78
75 O O Claro
6 763 6969 5 11,0662,33 6,5280,6010,600 77 N E
74 1 Claro
7 769 7271 5 11,6664,33 6,955 0,6460,690 77 NE
76 1 Claro
8 757 6870 5 11,6663,336,7&20,6250,609 79 ONO
75 3 Cliuva
9 753 6969 5 ll,G662,336,5280,6040,608 76 NO
74 1 Claro
10 756 6968 G 1 4
7.6 60 6,0460,5600,630 72 O O Claro
11 758 7068,5 5,5 12,83 61,16 6,!2300,5770,657 74 NO
74 1 Nublado, ciicol~crto
12 758 66 74
68 6 1 4 60 G,0460,5600,G30 7% NO 1 Encoberto
13 755 7071 4 9,33265,667,1960,6670,736 80 NO
75 1 Chuva
14 754 7071,53,58,16666,83 7,5360,6990,771 8 3 O
75 O Cloro
15 754 69 74 I
69,54,5l0,4963,506,756O,G2S0,713 78 O O Nuùlnrlo
16 752 6466 7 16,3356,665,8090,5000,588 60 0
73 1 Claro
17 745 6266 ri 11,6659,335,9900,5580,693 69 O
71 1 Claro
18 747 6367 5 11,6660,33 6,l620,56G0,6(18 79 0
72 2 Cliuvn
19 753 6768 4 9,332GJ,GG6,5550,6070,730 80 SO
72 3 Cliuvn
30 758 67 72
69 3 7 65 7,1250,6570,799 86 SO 9 Cliiirrn
21 759 66 72
69 9 7 65 17,1250,6570,799 85 O 1 Claro
92 756 G5 71
68 4 9 , 3 3 ~ ' 6 2 , 6 6 6 , 5 5 5 0 , 6 0 7 i l , 7 3 802 O O Cloro
23 761 6560 4 9 J 3 3 2 ' 6 2 , 6 6 1 6 , 5 5 5 0 , ~ ~ 7 ~ ,8723 8 N E
79 1 Claro
24 764 666íl 4 9,832162,6ii/6,5550,6070,738 00 R'E
72 1 Claro
1 0 , 4 9 6 1 , 5 0 ~ 6 , 3 4 8 0 , 5 ~ 5 0 , 7 1 177 NE 1 Claro
9,93261,666,3610,5870,737 75 h70 1 Niivriis
9,33263,686,5550,GOf 0,738 00 S E 1 Niiveni;
9,33261,66 6,5550,607 0,730 70 O 1 Claro
9,33262,66 6,5550,6070,758 77 - ' -
30 764 66 72 68,,53.58,16663,03 R,8970,6340,771 no 1 /E:Y
31 763 68 72 68 4 9,33262,66 6,5550,607 0,730 79 SO
j 1 Nuvens
-
Observaqões metcorologicas do tnez cle Novembro cle 185 2
Fuizchal
Observações rneteorologicas do inez de Novembro de 1852
-
/.Jb*-- -
--;-L.,.

.
Funchal ,
:
L '
i '
8 -. i

72 Iioraa da tarde. I
_/+CF
'"

Tempo

11 760 75 73 68 5 11,6661 ,336,3360,6890,685 77 SO 1 Nusens


9 759 74 74 71 3 7 67 7,5510,6990,797 84 N 1 Claro
3 758 74 74 69 5 11,6662,336,5270,6040,688 83 O 1 Clnro
4 759 69 72 65,56,5 15,1656,835,5060,5060,615 69 NO 1 Claro
5' 760 70 72 66 6 1 4 58 5,7020,5260,639 69 N 2 Nuvens
6; 763 71 71 65,55,5 12,8358,165,7150,5280,663 69 E 1 Nuvens
7 705 69 71 65 6 1 4 57 5,5180,5080,638 70 E 52 AT~irens
O 759 70 71 66 5 ll,6659,335,9900,5520,693 72 O O Nublado, carregado
4' 758 73 72 67 5 11,6660,336,1620,5660,688 17 O 1 Nurens
10' 756 70 72 69 3 7 65 7,1250,6570,799 86 SO 1 Claro
111 752 69 71 67 4 9,33261,666,3610,5870,737 79 0 3 Claro
1%751 67 71 67 4 9 , 3 3 2 G 1 , 6 6 6 , 3 6 1 0 , 5 8 7 0 , 7 3 7 80 0 3 Nuvens
13' 755 69 71 60 3 7 64 6,9140,6360,798 85 O 9 Chuva, carregado
14l 754 G& 71 68 3 7 64 6,9120,6360,798 86 0 4 Chuva, tempestade
1 5 751 67 71 66 5 11,66 59,33 5,9900,5580,693 77 NO 4 Clnro, tempestade
1 6 753 671 70 66 4 9 , 3 3 J 6 0 , 6 6 G , l ~ 0 O , 5 6 8 O t 7 3 779 NO & Claro
1 7 760 69 70 65,54,510,4959,506,0020,5520,716 79 NO 9 Claro
1 8 759 70 70 67 3 7 63 16,696 0,615 0,798 8 3 OS0 2 KuMado, e ~ ~ o b e r t o
1 9 758 09 71 68,52,5 5,833 65,167,1'460,6590,8W 89 ONO 1 Claro, trovonda
2 0 75g 69 71 67,53,50,16662,836,6710,6130,770 84 NO 1 Claro
2 1 765 70 71 68 3 7 64 6,9120,6360,798 85 NO 1 Claro
2 2 766 71 71 68 3 7 64 6,91520,6360,798 87 NO 1 Claro
71 G7,5~,58,166G2,836,6710,6130,770 8 4 NO 1 Nublado
71 60 3 7 6-h G , ~ ~ ~ o , G J85G oN E, ~ ~1~ Claro
70 67 3 7 63 6,6960,6150,798 85 SE 1 Encoberto
70 67 3 7 63 6,6960,6150,798 84 N 1 Claro
70 66 4 9,33&60,666,1900,5680,737 81 hTE 1 Nublado
70 65 5 ll,GG58,335,0150,5330,694 77 N E 1 Claro
70 65 5 11,6658,335,8150,5330,692 75 N i Nublado
68 62 6 14 54 5,0260,4600,637 71 NE
.
Obsen,ac;6es meteorologicns do naez rle Novembro cle 1882
Fuiichal
OI~servnqOesmeteorologicas tlo mez tle.No\.ernIjro tle 185%
Furichal

C e "

Observaçùes
f
a a

1760,3 1 70,6 10 92 78 73,5 1 76 64 70


2759,G 1 69,3 7 90 73 73 9 76 67 71,5 9
3 7 5 8 2 69 9 102 73 73,8 1 75 64 69,5 11 B. T. -ReIiiinpngoi
4758,G11 65,3 6 108 73 78 9 70 69 66
5760 2 65 9 95 78 78 O 71 57 64 14
G 762,G 1 66 8 86 78 71,s 1 7 58 65 14 B. T.
7764,3 1 65,6 6 89 71 70,7 1 70 61 65,5 9 B. T..
8 759 2 67 5 - 70 70,7 1 71 6 4 67,5 7 Carregado
9757,3 1 68 8 04 71 71,s 1 74 64 69 10 B. T.-Agunceiros
10756,3 1 67 -
4 71 71 9 78 6 5 68,5 7 0,395
L 1 758 8 66,3 4 88 71 71 O 69 63 66 6 0,13
L53750,G 1 6 5 4 86 71 71 O 70 6 1 65,5 9 B. T. -Agiiaceiros
13'756,3 3 66,3 4 - 71 71 O 70 64 67 6 0,38
147541 4 64,G 4 - 71 71 O 68 65 66,5 3 $,O% Trov., tempestade(a)
15750,3 1 64,3 4 88 71 71 O 70 63 66,5 7 0,12 Tempestade
1 6 7 5 3 , 6 4 6 3 , 6 6 94 71 70,s 1 69 5863,5 11 0,13 B . T .
17759 $2 64 9 96 70 69,5 1 69 56 62,5 13 B . T.
18759 O 66 7 - 69 69,5 1 71 6% 66,5 9 Aguaceiros fortes
113758 O 66,G 4 98 70 70,s 1 70 64 67 6 1,63 Trovoadir (ú)
80759,3 1 65,s 7 86 70 70 70 58 64 19 B . T.
91765 O 65,3 8 94 70 70 B 71 58 64,5 13 B. T.
22765 9 66,3 9 104 70 70,9 1 72 60 66 1% B. T.
93765 $2 67 9 10Z 70 70,9 1 74 6 1 67,5 13
947.68 3 67 9 98 70 70,s 1 73 6 1 67 18 B. T.
25758,6165,G 6 - 70 70 O 71 60 65,5 11
96769 O 65,G 9 99 70 70 O 70 60 65 10 B. T.
$7 763,3 3 65,3 7 - 70 70 O 79 59 64,5 11
'211 765,G 2 65 8 100 70 69,7 1 72 60 66 19 B. T.
913762 9 63 3 86 70 69 3 70 59 64,5 11
30759 1 59,fi 4 84 69 6n,5 1 GG 55 G O , ~ 11 0,0375

(a) O iidoiiielro foi oxnmiiindo As duas Iiorns da tarde; levnntarani ferro os tiavios ds cinco,
1ioi.n.q rln tarde c tomaram o lnrgo, ile noite Iioiivernni alguns tiifões.
( b ) O iiilonielro foi cxiiitiiniiilo íis duns Iioriis.
OLweivações ineteorologicas do inez de Dezeinbro de 1852
Funchal
Observaç8es meteorologicas do inez ile Dezeiii bro de 1853
Funchal

Te~npo

1 766 67 68 63,5 4,510,4957,505,6500,5170,716 75 N 1 />uiens


% 767 70 69 64 5 11,6657,335,6380,5160,692 78 N 1 Claro
3 767 68 69 65 4 9,33259,666,016 0,5540,743 79 ENE 1 /Claro
4 767 (i8 68 íj3 5 11,6656,33 5,458 0,498 0,689 75 ICE 1 'xublado
5 765 68 68 63 5 11,6656,33 5,450 0,4900,689 75 O O Nublado
6 761 68 69 64 5 11,6657,335,6380,5160,692 76 SO 1 Claro
7 757 6 4 60 64 4 9,33258,665,8440,5360,742 70 O 1 Niiblado
0 760 66 611 64 4 9,33$58,665,84-&0,5360,743 72 N 1 Claro
9 750 6 4 68 64 4 9,33250,665,0640,5360,742 79 SO 2 Nublado
10 750 65 (i0 64 4 9,33a58,665,8440,5360,74",9 O I 'Nublado
11. 750 60'67 64 3 7 60 6,1320,5600,801 D4 SO 4 Carregado
12 740 6% 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,749 77 0x0 2! Nublado
13 753 03 67 63,5 3,50,166 58,83 5,9440,5400,772 01 h'o 3 Chuveiros
14 757 66 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,742 79 1 Claro
15 761 66 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,748 81 N 1 Claro
16 763 60 68 64,5 3,58,16659,836,1180,5580,77203 0 I Claro
17 767 65 67 64 3 7 60 6,13$0,5600,801 83 S 1 Claro
18 761 69 68 65 3 7 6 1 6,3060,5770,799 84 S , 1 Claro
19 757 06 6 9 66,s 2,55,83563,166,719O,G1~0,82U87 S 3 Carregado
20 759 6 . ~ 60 64 4 9,33258,665,8440,5360,742 8 1 NNO 2 Claro
531 765 07 Gt1 64,s 3,58,16659,836,118 0,5580,772 03 NE 1 Claro
.L2 771 69 69 64,5 4,510,4958,505,fJ290,5340,71679 WNE 1 Claro
83 771 63 67 62 5 11,6655,335,2980,4890,689 75 NE % Claro
5% 7G9 60 66 62 4 9,33258,065,4070,5090,740 77 E 3 Claro
25 768 6 1 66 63 3 7 59 5,9580,6430,800 8 1 NE 1 Chuva
a~ 766 61 68 64
27 764 65 67 63
zu 769 66 60 64,s
29 759 61 60 64
30 756 6Q 66 130
31 760 60 66 61,5
Observações ineteorologicas do mea cle Dezembro de 1852
Funchal
# Iiorau da tarde.
meteorolngicas (10 rnez tle Dezeni biso tle 1852
Ol~servn~õrs
Furichal

, , , .$a,,
,.gB ,
"1
ò
u 4 ,i
o 2 2 .B Tlicrmnmctro~rnplin, 'i'emp~-

5 .- I *
,,,a, ,,Ire,,,
ll01.l
na, 2,

2 $ 3 $ n - ...
r"
g
,dm 1 2
$ ; i ?
2.-
o :
n u

- " .
$
2
sp ,.
2 2 Observações

.j$ '$ I;.,$;$


$2 "
E? 2$ .$'
'" ; .;" .E"J .a O
4 ?,a .5 2
;ii-zc c .=z c .3 ?u
----------
5 2 > 6 z z z
1764,G 3 62 i0 94 68 68 2 69 54 61,5 15 Bom tempo
2765,G 3 64 10 110 68 68,2 1 72 57 64,5 15 B. T.
3767 O 62,6 10 90 68 60,5 1 69 56 62,5 13 R . T.
4766,ri i 63,G 7 - 69 68,2 9 68 59 63,5 9 fi!iicolierto
5765 2 64 6 - 68 68 O 69 60 64,5 9 Eiicobei.to
67til 2 6 5 5 99 68 68,s 1 70 61 65,5 9 c:arregado, cliiivn
7757 2 60 6 - 69 G8,5 1 68 58 63 10 O,'J8 C!huvn de tarde
8759,3260,3 11 90 68 67,5 1 68 53 60,5 15 0 , 0 5 5 B . T .
9750 J 60 6 85 67 67,5 1 64 54 59 10 Agiinceiros no meio dia
10758 %60,3 9 - 67 67,2 1 67 53 60 14 0,BD Cliovcii
11750 4 5 9 , 3 8 - 67 67 O 64 59 61,5 5 0,9R5Cliuvn,trovoa(ln.(a)
12748 a 60 4 83 67 66,7 1 64 55 59,5 9 0,70 Cliiivii, trovoada
13753,3 3 61 4 - 67 67 O 65 53 59 1% 0,0375 Clioseii muito
14~757 9 69,3 6 90 67 66,7 1 68 56 GJ 1% O,4!275 R . 'i'.
15761 2 6$,6 7 85 67 67 O 70 56 63 14 B. T.
1.6763 Q 63,3 8 101 (57 67,5 1 70 58 64 12 B. T.
17766,6 1 62,3 5 100 68 67,2 1 69 58 63,5 11 0,065
18 762,6 5 64 10 104 67 67,9 1 70 57 63,5 13 0,0175 B..'I'
19757,3 1 63 6 - 68 68,5 1 70 6 1 65,5 9 Cliiiva forte, lrovoaùn
20759 459,6 7101 68 67,7 I. 67 5460,5 130,785B.T.
217íj5 4 61,G 9 95 68 68 O 70 56 63 14 T3. T.
29770,3 i 66,3 11 109 68 68,% 1 71 56 63,s 15 B. T.
23 770,3 1 59 6 102 68 67,5 1 64 53 58,5 11
44769,3 158,3 3 85 67 66,7 1 61 59 56,5 9
25768 2 59 5 - 66 53 59,5 13
26765,6169,6 7 96 69 58 63,5 I1 n. T.
27 7643 1 69,3 5 - (i8 58 63 10 0,w25
538 762 $ 69,B 5 93 66 59 G2,51 7 0,002". 'r.
-
99 750,6 3 62
30756 4, 59,3
8
$ 101
69
66
58 63,5
54 60 ' 11
19 0,1150
Agiincciros de noite

31 759.6 1 58.3 5 91 6 50
56 1 1%0,045

(a) Os navios levantaram ferro e tomaram o largo &fi [IIIRPhoras <Ia tarde.
Vento

I
a: Tempci

i
7s
2.

1 765 66 68 62 6 14 54 5,0260,4600,037 73 N 1 Claro
2 764 69 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,742 76 N 1 Claro
3 767 68 67 69,54,5 10,4956,505,4750,5000,715 75 NE 1 Claro
4 767 68 67 63 4 9,33957,665,6630,5190,749 77 N 1 Cinro
5 765 65 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,749 77 NE 3 Claro
6 764 66 68 64,53,5 8,16659,836,1180,5580,779 80 S 9 Nuvens
7 766 69 68 64,53,5 8,16659,836,1180,5580,772 80 NE 1 Niivcnr
8 765 68 68 64 4 9,33258,865,8440,5360,749 79 NE 1 Clnro
9 764 66 68 64 4 9,33258,665,8440,5360,782 77 ENE 1 Niivens
10 765 64 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,74$ 76 N E I Nublado
1 1 764 64 67 G1 G 10 53 4,8610,4440,635 73 AE' 1 Claro
1 2 763 66 68 65 3 7 61 6,3060,5770,799 80 SO 1 Nublado
1 3 762 70 69 65,5 3,5 8,1ri660,836,%710,rj750,771 80 0 1 Niivcns
14 764 67 68 64,53,5 8,ld659,836,1180,5580,779 80 NE 1 Nuvens
15 765 66 G B 65 3 7 61 6,3060,5770,799 79 N 1 Claro
I(; 766 66 68 64,53,5 ~,lGF59,03G,1180,5~80,779 89 N 1 Claro
17 766 68 68 64,53,5 B,lG659,836,ll80,5580,779 8 1 N 1 Nublado
18 768 66 68 64,53,5 0 , 1 ~ 6 . 5 ( 1 , 8 3 6 , 1 1 8 0 , 5 5 8 0 , 7 7 980 N 1 Nublado
19 766 67 67 63 4 9,33257,66 5,6630,5190,748 77 N E 2 Claro
90 769 ($5 68 65 3 7 61 6,3060,5770,799 80 ENE 3 Claro
91 770 64 68 64 4 9,339j0,665,8440,5360,749 78 ENE 3 Claro
22 771 66 67 69,64,5 10,4956,505,4750,5000,715 78 KE 1 Claro
93 768 69 68 64 4 9,33958,665,8440,5360,748 80 S i claro
24 764 70 68 63,54,5 10,4957,505,6500,517 0,716 78 N 1 Claro
25 761 68 68 63 5 11,6656,335,4580,4980,689 77 N 1 Claro
96 758 59 67 G1 6 14 53 4,8610,4440,635 73 NO 3 Nublado
27 743 54 65 58,5 6,5 15,1649,83 4,371 0,3990,607 72 N % Chuva
98 748 63 63 56,5 6 , s 15,1647,133 4,1840,3740,608 70 N I Niiblado
99 752 62 6.4 57,5'6,5 15,1648,83 4,2460,3860,606 7 8 N 1 Nublado
30 759 60 134 56,5 7,s 17,4946,503,9420,3500,569 68 iriT 54 Claro
31 766 65 65 59 6 11. 51 ~ p , 5 ~ l O , d l 4 ~ 0 , 6 375 0 N 1 Nuvens
rovoada de noite ( h )

(a) N a iioile de 16 para a7 re~rloft~rtissiniode noite e temporal; o bnrometro quejá tinha


I>aixnilo no dia nntecedcnle, desceu diirante a noite 1%'". trorfies sobre a madrugada e cahiu uma
qr:inde qiiniititlndc de rieve na serra.
( l i ) 'I'rol,«ritla ricb mndriiprln, raliiii nevc na serrii ile noite. O ihern~ometrodesce11 a 48'.
d e 1853
O1,servnqijes rnrtroi.oiogicns do incz de I'(~vc~l.c~ii,o
Furichal

1 768 55 64 59 5 11,66 52,334,7730,4340,682 77 ' h Cliirn


9 766 55 64 59,54,5 10,4Y 53,504,9790,4520,710 81 A' Niiveris
3 766 66 65 GO 5 11 $6 53,334,9390,4600,684 79 NE Niivens
4 763 56 65 60 5 l l , G G 53,334,9390,4500,684 00 NE Niil)lndo
5 758 55 65 60,54,5 10,49 54,505,1450,4680,712 80 A' Niivciis
6 758 52 64 59 5 1 1 , G G 53,334,7730,4340,GDa 77 N Cliuvn
7 756 5 1 64 59,54,5 10,49 53,504,9790,4520,710 00 N Niivens
8 755 51 64 59,51,5 10,49 53,504,9790,4520,720 00 N Niivenp
9 756 53 64 5 9 , 5 4 , 5 10,49 63,504,9790,45%0,710 79 N Claro
10 746 54 61 .. 59 5 11,66 5%,334,7730,4340,082 78 A' Cliiro
11 756 54 64 59,54,5 10,49 53,504,9790,4520,710 80 N Niivens
18 759 53 G4 59 5 11,136 52,334,7730,4340,602 79 NE Niiblado
13 753 5 5 63 t50 5 11,66 51,334,6%00,4190,001 70 O (:lriivn
14 753 53 64 ( 5 9 , 5 5 5 10,49 53,504,9790,4520,710 80 NO Claro
15 754 49 63 58 a 11,66 51.334,6280,4190,681 77 N Claro
iü 757 49 63 150 5 l l , 6 6 61,334,6200,4190,681 77 NO Claro
l'i 756 5% 63 158 5 11,66 51,334,6280,419 0,601 711 NNO Claro
18 762 55 63 57,55,5 18,83 50.164,4360,4020,653 76 E Niibliitlo
19 759 54 6% 57,5 4,s 10,49 51 $0 4,656 0,421 0,708 80 O Clllivs
20 753 60 63 59,s 3,s 8,lfiG 54,83 5,2250,48740,770 84 O Cliiivn
21 751 57 64 60.53,5 8,166 55,83 5.3910,4900,770 84 O Clitro
92 754 55 B4 161 3 'i 57 5,6910,5080,798 87 ESE Clii1v:i
03 756 55 63 59,53,5 8,166 54',835,2250,4474 0,770 04 ESE Niivens
24 76% 55 63 58,5 4,5 10,49 52,504,8130,436 0,708 01 ESI?, Niiverie
85 762 51 6% 56,55,5 12,83 49,164,3180,390O,F56 75 NE I:lnra
96 760 56 6 2 58 4 9,332 59,664,8510,43130,737 42 E Cliiro
87 758 52 62 58 4 9,332 513,66 4,851 0,430 0,737 8 % SO Nuvens
88 7GO , 5 3 6 9 5 8 , 5 3,5 8,166 53,43 5.059 Claro

I , / I
m z a t a ~ ~ m ~ ~ t a w r + r c r r r r r
C D ~ o c n * W ~ ~ O m m - I m c n * W m ~ O m ~ - a m V i * w mD w
'a.doma

-a-a-*--I*-I*-a+-a7v-a<+*--I4+*4*-*-a
n vi cn m o cn vi cn n vi o 7
01 1 w
I' w 2
G 1 GT cn GY w cn GY m m O m 5arometro. AI~lIttnttro-
r 3 0 N N ~ w t a ~ + w u m m w N u 0 n ~ 0 w ~ ~ r ~ 1 G 7 m

Q "o C E 2 CEg E g C ," 22 E I'herrnouletro ericiior --


n m n m ~ ~ m n m ~ m ~ 0 ~ m o m n m ~ m 0 1 m m*h~"nome'ro n o n interior
n
w u Ia za le; & w "I@+ c; w w I3 N 03 u W w pw L@ 0 GT cn c,, * *
v i G ~ c n a v i c n ~ m m c n ~ ~ w c n - a ~ ~ m m c n ~ ~ m w w c n c n m m ~ x m
* -I =
r $-.I -.1 Vi-m O L?) O) L 0 O ) W-W C2 * Ora_O *
Thermonietro biiniido
01 Ui W Ln"m Vr Vi um Vi'm Ln GT - --
m@ c~xcn-a
L "w
w"m W-2
Cn uiul a G7
--
cnm ~ 7 - arn & - p + m c n m cn-vicnwwU1wUi~
. Grau de secura oiserwùo
-

Y F ~ C r * ~ c n ~ 6 w ~ r c r ~ r r w r u ~ w r ~ w w w
* p9 r -m LlY 01?-w

-
@
-a e .-m ?-*ia
Grio de 'ecurn na e s ~ a l a

0-NU- ppw
a w c; -a
OGWCGW
a
c?
C=-w
wm
--
& ~ ~ W ~ ~ U l ~ ~ G 7 ~ P ~ & & G 7 P @ P v i i P U I V I v i u i v i L T I m

w m u a w m
s s g w e - @ d &w m v i m e s c w
C o
.,
C O mbw C n -3 &<-a "C=O-Mi-*-@ -Ci-C-k :
C3 iri
i;

w w w m m w w m o
-

Ponto de onalbo ea!culadu

9 cn"@ w c ~ i ~ ~ @ ~ @wCn+
+~B-b-
- -

krno a @ - ~ " i ( & + m ~ ~ - g - ~ " m


r'io~
"! ~ - ~
q- C
~ q w 01-n; o>; Fè-o a!<) \apÔrernl picubico
m r c n m u - a m o ~ ~ w ~ m ~ ~ m ~ - ~ u - a t ~ ~ m m ~ w w g
W W O W ~ ~ D U G - a w m ~ a m & ~ @ m m W ~ w ~ N m w 1 O c n
0 0 3 0 0 ~ O O O O O O O O O O O ~ O " O Q " O o O O O O O 0
-
-~ "
o ; w ~ ~ v i & o c n ~ ~ ~ m w ~ p o ~ o a & ~ e w w m c 0 ~ 3
roicu c ~ i s i i c i i d o ~ o ,IW.
~i~ -
S O O -0 -0-0 -0 -0 P-c-0 -0-
0-0 -0O -0 P-0 <C"O -0 "O "O -0 -0 -0 -=

-- --
&>-q oi o m D m 4 -a m o o ch m -aõ cn o; rn m rn m m oi m m -a hou'idade na tecala
~ o o u Q ~ O ~ W ~ ~ ~ W ~ ~ O ~ O ~ W Cl i y p-n m O
e t r ~ ~Ca ~ ~ ~ C ~ ~ O C ~ V I ~
0 0 m W ~ M 0 0 ~ O W D ~ G 7 ~ ~ m c n O l B C D M Q Q ~ * i C I O --
+ ce m -a a C= m c3 o) -I m -a o -I *
~l ~- de; ~saoqsuic
-I c= -E -I -a -a 03 -a m
~ ~ ~ m ~ o w o m c m ~ + ~ ~ m o w~ ~
v ~ i ~
~ ~ ~, c~ ~
n o ~ ~ ~
-- -
ME -4
--
n.
~ r w r a w ~ a r r o r r r r r ~ ~ w r ~ o ~ t a rV Ur~ S-P ~ M W
~ ~ ~ ~ g ~ ~ ~ ~ ~ a n a a o m a o z -~ ) ~ z ~ ~ p z ~ z
--

~ o
5 f:~ f: o5 e 0 20 e ~g E~g F
~
g 4S E~ E 50 ~ 50 %02 ~ $ 20 50 ~ 0 I D t T 0 ~ 0 ~ 0 ~
S Pc E O r. o
P P
C E? s
w

t
Vrnto

Triiipo

1 767
I6 1 64 59,54,5 10,4953,504,9790,4520,710 00 N a Claro
2 766 60 65 60 5 11,6653,334~,9390,4500,684 79 N 3 Clnro
3 764 62 65 60 5 11,6653,33$,9390,4500,604 80 NE 2 Claro
4 760 61 65 60,5 4,5 10,4954,50 5,145 0,468 0,712 8 1 NE I Cluio
5 757 56 64 58,5 5,5 18,83 51,164,5820141U0,657 77 N 1 Cliiivn
G 758 5G 64 58,55,5 19,8351,lG4,T>841O,41DO7657 77 l\IT 1 Niiveiis
7 754 55 64 59 5 11,6652,334,7730,4340,682 79 N 1 Cliuvn
8 756 58 64 58 d 14 50 4,40G0,4000,GS8 77 N 1 Claro
9 755 60 64 59 5 11,6652,334,7730,4340,682
10 757 59 64 59 5 1l,G652,334,7730,4340,6865
11 758 55 6$ 58 6 14 50 .Ii,4060,4000,688
12 758 56 65 57,55,5 12,03 50,164,4360,4020,653
13 758 59 64 59,54,5 10,40 53,50 4,9790,4520,710
14 753 58 63 57,55,5 12,8350,164,436O7402O,65:l
15 756 52 63 57 6 14 49 4,Z820,3U00,630
16 755 53 63 50 5 11,66 51,33 41,6280,4190,681
17 760 5G 63 57 6 14 49 4,,J020,3880,630
18 761 57 63 58 I5 11,6651,334,6280,4190,681
19 757 61 63 60 i3 7 56 5,431 0,4920,000
410 751 60 6.4 G1 i3 7 57 5,597 0 508 0,798
21 753 59 65 62,512,5 5,833 59,16 0,0000,5450,029
22 753 56 (54 60 14 9,33854,665,1830,4700,738
93 759 55 64 59,5'4,5 10,49 53,50 4,9790,4580,710
91 763 55 63 58,5j41,5 10,JS 5%,501,0130,4SG0,700
25 762 54 63 58 '5 Il,6651,334,62B0,4190 681
416 750 58 62 57,5!4,5 10,B9 ti1,504,f556 0,821 0,708
87 759 58 63 59 1.k 9,336555,665,0170,4540,730
28 761 58 68 57,54,5 10,$9 51,5O4,61íCiO,~1$10,7011
l
i - - - - .
0bservac;ões nieteorologicas do niez de Felereiro cle 1833
Funchnl

(a) O udomelro trnsbordou e perdeu-se alguma agiia.


Depois das ultimar chuvas do mez houvernm cheias em al2riris pnlos da Tlhn f~zrndoestragos.
Obseivnç6es ineteorologicas do inez de Março de 1853
Fiiiichal
Ol~serv;\çõesrneleo~.ologicas(Jo mez tle RSarc;o tle 1 853
Futichiil
Ol>serraqOes tiieteorologicas d o iiiez de Abril de 1853
Fanchal
ObscrvaçGes iiieteoiologicas d o e ile Abril de 1853
E'utichal
% P A O E ~ ~ ~siSia tarde.

23
94 7 6 9 67 li7 fi1,55,5 1 2 , 8 3 6 4 , 1 6 5,OG50,46%0,660 75 NIS 9 Claro
%5 7 6 9 (i9 GU Ti9 ri 14 5 6,09ri0,4600,637 7 5 N 1 Clilro
Bl N
26 7 6 0 fjB 6 8 0 2 , 6 5 , 5 l B , ~ 3 5 6 , 1 6 , 5 , % ~ 9 0 , 4 ~ 7 8 0 , G78 1 Cillr0
27 761 69 6 8 63 5 11,G666,33 5,4580,4980,689 7 8 RTE I Claro
efl
Ol~servnqõesrneleoiologicas do mee de Abril de 1853
Furichal

(n) E111 segiiidn Lrovonda e cliiivn.


Resiimo das Observaqões feir;is desde Seteuibru

I
I
Maxiaia
'Barometro. 3 observaçòe;i no dia. ........................................ Rfiiiiina
illédia..
Rlwima
Variaçilo do barometro duraiite o dia, das 7 lioras da nitrnbü a16 6s 7 da tarde.. ..
Miniiiiii
Mdclia.
Maxima differença nos mezes e esta~ões. ..........................~................
L-

Tliermonietro exterior .........................................


I
Maxiina
Millima
M&dia. .
II I I
Rlaxima
Yariaçík odiaria desde as 7 Iiorus da manhü a16 L.is 7 horas da tarde. 3 ob8ervnç8es Miiiiina

Maximn dilferenqa nos mezes o estações.


Mddia..
...........................................I
RIaxin>a
Tbermometro exterior ao sol 6s $3 horas.. ................................. iifiniiila
Mddis. .

l\l;iximn
.................................. RIiiiiiiit~
Tliernioiiietrograplio exterior ú sombra.
IViétlin. .
Masiiiin
VariaçBo nas 24 horas.. ............................................... Miiiima
M6dic~..
Maximb diKerençn nos mezes e estaç6es. ...........................................
i
Masin~ci
interior-& ob8ervações ilo dia e rioile. ....................... Millima

i .I
Mi~sinia
Vuriaçlo diaria .................................................. . Miiiiiiia
Mddiu.

t Dias claros e mein nuvens. Bom telti~~0(a).TEMPO. I


.........................................
Dias claros com algiimus nuvens. Boin ieinpo .......................................
Dias niiblados oii eiicobertos.. ...................................................
Dias variaveis, claros, nublados ou com cliiiva......................................
Dias de cliuva.. ................................................................
Dias de tempeslade.. ...........................................................
Dias de trovoada.. ............................................................
Udometro. Polegadas e decimaes ..................................................
Dias cle Leste.. ...............................................................
(a) Entende-se n:L occasiao das observaç8es, porqiie l>oiicos dias haverA iio aniio e111 que
(6) Desde o (lia 1 7 atP no frin do mcz.
1862, até

iio deciirso de 94 horns iiRo appnrcqnm nlgiiriinfi rrirvens,


Resumo das O bser v aqões feitas íIcsde Sete rii bro

HYGROMETROS.

Grio de seccura. Rygrometro de Mason. .................................


Mkdin..

Mnxima
Gr6o de scccura. Escala de Daniell. ..................................... fifinima
&16(Iia..

Grho do humidade. Escala hygrometrico. Saturaçiio a 1,000. .................


Média..

Gráo de humidade. Hygrometro de Sauszure .............................. Minima


i . .
Mnxima

1
VENTOS.

RUNO.

Observações feitas bres vezes no dia desde as 7 liorns da mnnliã at6 ás 7 da tarde ...

PORÇA.
( Sereno. .......
Virnçxo. ......
....................... Vento fresco. ..
Forqa do vento na occasi50 das observac;ões.. Vento forte.. ..
Vcnto violento.
Tiifio moderado
I
.................................................
I Dias serenos durante as S4 horns
Dias de vento forte ou violento.. ................................................. I
(10 1852, até Abril cle 1853 iio Fu~ichrrl.
Estas obse~bva$icsnieteoi~ologicas, colnpi-clieadeiido síi o espaco de
oito inezes, não 110dcm ter mui grande iinportailcia; inas cllas serão mais
I~einrecebidas se sc attcilder a que estes oito mezes forinain a parle c10
aiiilo cin que os doentes habitam ordiilariainente o Pui~clial,c que liao
haveildo ali observatorio em clue se facain observacõcs regulares e con-
tíiiuas, tudo o clue se sabe sobre esLe ponto é deviclo a obscrvaq6es dc
pessoas de tom, pela rnaioi parte ineclicos, cluc se teci11 ci~carrcgado
cl'cssa tarefa, c teein conseguido foriiccer elemcii~osqile hoje podcrn ca-
yacterisar soffrivelmcnte o clima. 6 certo que ii'eslc gencro cle csludo
os ~,rabalhosde observatorio fciios 4'
oflicialmeuie e por um modo pcnna-
iieilte com inslruineiilos exactos, são os inais liroprios para csiabelccer
os diversos pontos de i~~e~eorologia de qualquer região; irias tainlicryi
não ha duvida que cin qualquer paiz e ainda mesmo eiil ~[ualqucici-
clade esistciii localidades, bairros, dislr ic 10s eni cluc as diversas condi-
cões ineteorologicas variam inuito, já pelassua alti~ude,já pcln cxposicão,
abrigo cle inon~anlias,etc., e quc esias coi~dicõesespcciacs cle cada loca-
lidade nào podem scr cxaciaiileiite reprcseillaclas pelo traballio do obscr-
vatorio, e só o podciii ser pelas observacões feitas ii'esses mcsmos Iugarcs.
k por isso que miiito coiivein reunir lodos os clemci~losaprovei~aveis,
legaclos pelos dillicreiltes observadores, 1150 só para da sua reunião cxlra-
Iiir a formula iilais exacta. c10 clima, supprindo assim os traballios offi-
ciaes que iião lia, inas tambein para Ler a exlwcssão das coiidicõcs parli-
culares clc cada urna d'essas localiclades. Esta expressão, elcineiito iildis-
pei~savclpara a ~opograpliia medica, 1150 o é. imenos para a qiicstao ~lie-
rapeutica. Não 11asta maiiclar o dociitc para o paiz rccoinrriciidado, é
:linda necessario colloca-10 ahi na coiidicão mais Savoravcl c vaiilajosa
I I ~ Y I seu
O feliz tratailieillo. Eiii todas as Lcrsas escolliiclas para cssc tra-
tamerito lia lugares j6 reconhecidos como mais iiteis para habilaqão dos
cloeiites, ou se,ja pela expei~ieiicia~~i.évia e trciclic~ão,ou pelo csiuclo das
suas condiqões iiieteorologicas e outras. Tudo c~ucpóde coii~ribuirpara
eslc resullado, que iein por fiiii marcar e cskdxleccr a valilagcm de
certa? e de~ermiiiadaslocalidades, nos parece ile graiiclc ulilid:idc, sc iião
para a me~eorologiagcral c10 paiz, no iiicilos para as applicacõcs lhrra-
pciiticaç. Accresce que cste esiuclo esl~ccialc circuiiiscripLo ainda ó i ~ l i l
para a liygieiie publica e deve prccccler scinprc a fuiida#o clos cslabc-
Icciiiieiitos sailitarios, asylos, prisijcs, etc.; assim conio lainl~ciiié apro-
vciiavel para a escollia e adopqão das divcrsas ciilturas.
A localiclaclc cin que fizciiios as nossas obscrvac,õcs 6 ilina das coii-
sideradas como iiiclliores no Fui~chal,c miiilo procurada pclos clocnlcs,
c õ e s a oll;i sr: i~cfcrciiinléin dc scrvirc1i-i para
isso as o b ~ e r \ ~ a ~ cliic
esclarecer a questào geral do clirna, ieiii aiiicla a vaiiiagctri de podereiil
nielhor caraclerisar acluellc sirio, iecoiniiiendado c para uride a (,idade
~eiidea alargar-se.
Das nossas observacões l~aroriietricastisáinos por inédia dos oito me-
zes 7 GO"', e a média extraliida das olaervacões anLeriorcs crn (21IpuL,9 16)
7 5gm,7. A nossa niasinia pressão baronietrica foi 7 7 i ", e a ini~iiilia7 43'":
a primeira infcrior e a segunda superior a cifras obtidas lias observayões
aiileriores, das clitaes a inaxima era (301'",509) 7 7 -'1'",7 obsc~va~ões dc
l-Ieinelteii e a iiliiliima (29'1~1)
7 39," 1 3 observacões de I-IeLerden. A iiiaioi.
diKeiereiiçaenlrc as pressões extremas por nós observadas é 29", e eitlre
as pressões exlremas ohservaclas anteriorrilente é 35"57. E se calcular-
inos c0111 uma observacão clc cliie fâlla Heinelíeii, chegará esta cliKcrcilca
a 3Srn,muito graride sem cluvida para esta latitude.
As variacoes l~aroinetricascliarias que observámos foraili pequciias,
e ctii geral gracluacs, cheganclo rnui poiicas vezes a variacão durante o
dia a 'im ou 5", e eiii Marco a Gm, o cIue ludo concorda com as obser-
vações aizteriorcs. Entretanto por tres vezes ùuraiitc a noite houveraln
~iariacõesmaiores, de 8" a 12'", e ein vinte e q~iatrohoras marcdinos
Lima vez 17". Estas variaqões exlrenias etii tão curto espaco clc tempo,
raras vezes teni lugar, qiiasi sempre se Sazern para baixo, c indicam
~enipes~ade.
Na temperatura inédia exleriia. acliáiiios algunia diflerenca entre as
ilossas oljscrvaqões, e o resiil~aclo obtido das obse~*vacões niitcriores. A
média ailiiual, resultado das observa~õesanteriores Coi 67',23, e a nossa
inédia clediizida cle S mezes é 64",03. Como n'esta inéclia não enlraizi
cluatro dos mezes quentes, poderia (lar-se cssa falia como urna boa ex-
plicacão cla rliflierenca; mas cotnparando a iiossa in6rlia de oito inezes
64",03, com a média ctos mesinos oito mezes, decluzicla das observaqões
aiileriores 65",,84, acliimos ainda Lima cliffereiiqa cle 1",S 1 . E i1a reali-
dacle a ieinperatiira inédia dos mezes nas nossas observacões é algiiina
cousa mais baixa do que a notada por oulros observadores. Attribuiiiios
esla diffcrenca iião só ao alitio ler siclo por toda a parte inrtis frio, coiiio
tarnbeni á circuinstancia da collocacão do tliermoriletro exte~liorser lal
cyuc a reflesào solar poiica ou nenhuma influencia poderia ter n'elle.
Eslas inédias dos mezes ol~tidaspelo tlieriiiometro orcliiiario são confir-
iiiaclas pelo thcrinome-trograplio. Nas iloss3s observa~õeso tl~errrioiiielro
1150 subiu tão alto como em algurnas observacões anteriores: iilarcátnos
apenas 82"com o tliermometro ordinario e 83"oin o tliern~oinclrode
maxiino e minimo, e eni observacões anteriores acliâmos o inaxiino da
iempcralura cxtcrna 84" e nas de Hciileken 8 i D , Nós sabeizios c ~ u f i , i10
dia ern que ol~tivemosa temperal~irade 83" ,na parle liiais baixa da ci-
dade o thcrinoinetro s~ibiua 85". E por csta occasiào clireinos que por
differentes vezes acliámos essa differenca clc 1" a 291ara mais eni ther-
inoinetros situados na parte mais baixa da cidade coinparados coin os
nossos. Tainbern nas nossas observacões temos a minima cle 45' clue não
eacontrâmos nas anteriores, em que o tliermoinetro nunca desceu abaiso
de 50". Mas pelas nossas observacões verificou-se a ciescicla abaiso de 50n,
algumas vezes nos dias ultiinos de Janeiro, c eiri alguns dias clc Feve-
reiro; tiiilia caliiclo muila iicve ila serra, o veiito cra Norte, c vinha
directainente sobre o nosso iliermoinetro, serri ciicontrar obslaculo al-
gum na distancia ele tres a cluatro inillias. Não podêinos julgar que 1101.1-
vesse erro na nossa observacão cjue era feita corn o maior cuiclaclo. O
invcrno de 1 5 52 para 1853 foi coi~siclcraclono Funcllal como ~iluilo
mais aspcro e frio do que o cominum, c caliiu niaior cjuantidadc dc
neve do que em amos anteriores. Pocleriri leii-ibrar cjue uni tlic~*irioine-
irograplio exposto ao tempo, fóra da janella, pócle receber cliuva o11 or-
vallio e descer pela evaporayão cla humiclacle, coirio acontccc no ~licrliio-
inetro hurnido do liygroinctro de Masoii, e é certo que o tlierinoinelro-
graplio de que iiós usavainos, c~uandosc iriolliava, ainda quc igualtricnte
c171 10~10sOS seus tres ramos, marcava logo alguns grcios abaixo cla ~ciii-
peratura anterior. Poréin o instrunicnto estava dereiicliclo ele inodo clue
não podia liuineclecer com o orvallio. Com n c1iuTa e vento siiil poclcria
entrar il'ellc alguina huiilidade, iiias nas occasiõcs ern que a teinpera-
tura desceu talito, não liouve cliuva; c algninas vezes aincla clicgíinos a
observar, na madrilgacla, o tliernioiiletro abaixo ele 50°, e coniplela-
iileiite secco. Não lios fica portanto duvicla alguma cliic, exccpcioiialniciite
em algum iiivcrno mais frio, a tcmperalura no Fuilclial, de madrugada
ou de noitc, póclc clcscer abaixo clc 50" c clicgar a 45".
As variacões da tcinperatura exlerna ~ainbcinse ciicoiilraiii nas
nossas observacães maiores do que e s t a ~ ainclicaclo pelos au~hores.Estas
variacões clicgtaram alguirias vezes a 17" pclo ~licrmonietroorelinario, e
a 1 4"pelo ~hermoinctrograplio.Mas lalnbcm convem riotar c~uccstn va-
riação maior acoiiteceu uina vez, e foi ol~ticla com iiistrutiicnlo cluc
marca as teillpcraturas estreiiias. 0 s dias clc grandes variacõcs Sorain
muito po~icos,e assiin inesino essas grandes variacõcs ainda estão inuilo
1oilg.c fia estensão que ellas teern eiii outros pnizcs.
Na temperaluva iiitcrna encoiitrâiiios inui peqiienas variacõcs dia-
rias: um grande nuinero clc dias iião ha\rciiclo variacão alguma, ou lia-
vcnclo uiiln variacão de 1iici0 alé uin gráo, scilclo por coi~scguinteinuito
facil coriscrvnr as casas roni uiiia Lcinpcraliira coiisi.aiitc. A ol~scrva$ào
rioi; l i io'ili'Oil iliii: ( l ~ : \ l ~ ' tlc
l o liljilo l~icriiioillclroilescc ;ilguliia toLlsa, uirl
i l i i i i ( 1 i i ~ i i ~(~tiri.i:l
o ou iiiiiclci~iiloi* f.! ~ u Y L ~ I I,I~slI1o gi,andc,
~ ~ L ~ ,C I I I 11111 cItkalt[O
Iiiirsn ( ! i i ~ i ' ~ ~ (í1! i~~?lill)(>t'ill.~l'tl
' 110 gi'do qu(> cçl;iva d i l r a n l e o dia. Isto
1180ili'Oili ('L'iirfi Clil ~ O i l ailS ~ <!Lisas, iieiii igiialiilclilci cni iodas as partes dEi
i IliilS ~lL'i)lit<:i'~ l!lii liiliiiili; C apcllas poriças e c i ~ lIliiiiio l,oll-
i*iIS IiOi'iiS li:\ ihsliosi(,$o (10 Noric ti Lcllipcl.alura inlcriln desce a pollLo
[li' S(! s ~ t i l i l 'Si'io, ICiii g~i'alIi. LCiiipcrallira. iiilcrior rcg.Lllalias l,oss:ls oh-
b(ll'\rii(;<)(l~ (!1111'(! (i;)"!i ?o",lcliilicralura muito coriiinoda c ngl*adajrclpara
ob (looiilos 1 1 1 ~illo1osti;ls clc 1)i;ilo.
A Ic!lri~)ol'alflríiiiil(!riol' liiais nlla cliic clicoillr&iiloçfoi 78" c a iiiais
I>iiixa (i1 " " fi 1)Ossivcl d)lt!.i. l<?iiipc?r0~iluras iritcrllas lrlais alias 011 iiiaiç
t)iiix;is lN1l;i ~ ' ~ i l i i i i ~ l i i i ~ ilivi'(:i ( : a o da :iiiiioçpli(:r~iiillcrior colri cxicrior,
o SILI,c clcixeiiclo ciilrar os raios solnrcs, oii
i i l ) r * i i i t l i ) riiiiii ,iilii.cllÍi l)ii~*i\
iil)siiitlo-íi 1);\i1:tO NorLe, a cloixiiiiilo rcf'rcscnr o cluarlo. ~ o i .~ocloje s ~ c s
( I o i i i i ' ~II\O(IOS ~ (Iioois, L;(! l)i)il~ilioclificar a Iciiipel1atui1aiillcril:\ r: a&-
l)lii-Iii f i i!~ig~li(!i;iS~ tios t\ocli~Cs;liias 116s cllrizenio~siiiiplc.silieiite 1Iiai1car
o i i t ~ t ! 'Iii\.;i :i iil>iorvii!;.io, roiiscllvaiido casa scliilirc, q~,siito~ic)ssii.cl,~ ~ a s f ~ ?
~ I I ~ ~ S I t~o~i(li~;i)i!s.
I I ~ I ~ (\o,$i-215
ki ,--' . Q.t :r,;

fi g~"ío()li 1Oi~i~)~!~'~1~Iluii díi laiiclia~à0solar, 1ic:iiii as iiossas o ~ ~ s c ~ ~---


-<~~~
yiic;i~cw iiiirilo :rl)tiixo diis o!)sclrva$os clo Doulor. Masoi~, ]ião tci-~clo116s
oliii(lo c*oilio iiiiisiiiii\ scbiiMo11 /in ciii clu~uiloclle olilci.e 170".Por6111 O 11osso
~lic*t*iiio~~icilx.o c!ollocado iião cslava l)repwaclo como
iiiiiilii (JII(! (lovic\ai.~it\iiio
o (10 1)otltoit hlii~oii. rS'iiiiiI)(!iii 1iol:irciiios cjiic cssc glláo subido clri forca
< l i 1 i*iitli;i(>:lioso1;11*, roi ol)lido I\OS IIICZCS dc Ilaio c Jualio, inczcs ciw que
li(')? 1 MO ( i % l ' l l l o S O\)~(!i'\'ii(~fit!~, fO1'alll SCLll])rC
(! (1110 ;lS 11OS%\S O~JSCX'V;~$~CS
i i s i l i ~ : i i'15 (111il~
~101~:1!4, ali
hOl'9 PIll ilil(! i\ f'~r\;i\sol:\l+11k1CSIL~ l\ti S11a LLI:~~OI'
I~III
i i i [ t ~ ~ i h ~ ( \ i i ( I ( ~ ~O ~ ) S C I ' Y ~~ ~
[ I$
I C' iizt?ik1os
~(~S 110rti 1Kli'a C ~ O ~ I ~ I C ZkC C ~
:l O~iLl~a
l i ) ]*(;ti ~ O l it',i I \ ( ~ Si . l l ( ' ~ i ~ Í~\ ~OhlOi* l O ~ 1 (i" (!OLTlO l i ~ ~ ~ i t l l ~ ~ .
As IiOsSiiS Ol~~~i'\'il(,'<)OS ~iygl~oiiiclricas c150 iiiii gráo liotavel dc 11~1-
ilii(l;iil(líiri clliiiia tlo 1~i1ii(~li;i1, Iriolror coliiluclo do rluc o gráo ~ichacloyclo
I ) o t ~ \ o iR1í1sii11 ~ o I l o i ~ i o l í o i ~iiiaç
, siipci.ior ao iildicado por RZac 'Ii:iicri c
~ j l j i i \ i ~t ,h i i i t l i t xios liiz nc~rc(li~ar qiic csçc grho clc liiiiiiidadc ali exisic,
v i i t ~ ; : i i l t ] i ) ~ N U ~ ~ ~ I I I I divo~'~iis
I;IÇ localitlitdes c alliilas.
As ol)çi:~~v;\{;h(~.ci
1i:ilii~ C \f50 í k ~ C C O ~ C ~ O ,
('0111O ]ly1;'1'oi~iclroC ~ Sailss~iic,
:i(i; (ht*i310~ i o i i ~ oihoiii
, iis r10 Iiygr*oiiic\ro d~ Masoii rio quc rcs1)cilli ao
~ ~ I I I ~ I T ~g~~fio
i t ~ i i i o01, O ~ ~ (10
l i i i i ~ ~ i c l i i ( l oIII:IS
, CIO i m ~ ~ Y J ~ N I K cl'cssa
I ~ ? ~ O Ilu111i-
tl;ltlo; ii(!iii s ( illili('j3i\
~ isso (10s I I ~ ~ I ' O L I )dc ~L i l~l >
~Os oSr ~ )Nu~ica
~~o. ol~ti~ci~~os
O l i l ; i s i i l l o (Iii ~ i \ i j i i i t l i i < ~ Iiit
( ) ciscíiia (\c S i i i i ~ ~ ul ri ~ i, l i0 ~ 1 i n i m o scc-
(*lli3il lii1 (~h(~illil (10 A~!:tsoii, l ; ~ 3 i í ~ ) q ~ i oSP (:li(>oi~lr:iIII:I~S clc ~ u i i a ~ ( ' z c111
33
oulras 01,servacões; ~ciidoIiavielo rluraiiie o inverno dias de grande hu-
rilidade, isto prova beiii elil favor do silio em que se faziam as iiossas
obscrvacões.
h quantidade ele agua obtida com o nosso pluvimetro ein oito inc-
zes somiria 3 1p0',3 135, nurilcro superior 6 nlédia an~iual,reputada em
trinta polegadas, iuas muito inferior ás qriailtidacles obtidas em alguns
annos. Se nos lembrarinos que ainda faltain, clilalro inezes para coinllle-
tar o aiiiio, que nao sendo mezes cliuvoso~dão coinluclo sempre algulna
agua, e (pie no dia 22 de Fevereiro, dia de muita cliuva o pluviine-
tro trasborcloii, e se perdeu agua que não é l~ossivclcalcular, conclui-
,.emos que ii'este atino a cluanticlade cle agua cla chuva foi aciina da
ii~édia orelinasia. E isso está de accordo com a opinião geral, de clue o
iilverno ii'este aimo foi inais cliuvoso c10 que ein outros, e estQ ~ainhem
de accoi~clocoi-ii o cpie aconteceu em geral na Europa n'cssa inesina eslacão.
Da co~iiparacãodo resultado obticlo em o nosso p~nviinctrocom o
re,sullado obtido ein outros sitiiados c111 varias loealiclacles do Piiilclial, e
por outras observacões, somos levados a crer que rniiilo diflerentes cluan-
ticlades de agua calierii nas diversas partes da cidaclc, c lias diversas par-
tes cla Ilha; serido certo que essas quau~idadesem geral esta0 ein razão
da altura aciri-ia do inar, Isto é confirinado pela simples inspeccào, pe-
las tsacliccões populares, e por toclos OS oulros pliei~oineiiosIiygroinclricos
que ali sc passam.
Como 110 Fu~iclinllia dias boiis e claros, c111 cpe ri. alguma hora
Ila iiuvcns 1iast:intes 110 ceo, cluc dcpois se dissipain sobrc o rnnr com
o veiilo da terra, o11 se vão fixar no cuine elas inontanl-ias com o
~ c n i odo mar, esçcs clias que são muitos, vão designaclos coii? a tlcnorni-
i l a ~ ã o tlc dias claros e coiil algumas nuvcii?, ~cndoreservado i-iós a de
(lias iiiiblndos e ci-icobertos para acliielles ciii (pie c i i ~lodo o dia, ou ria
inaior parlc dellc o ceo sc conservoir cohcrto cle iuiveiis que não c1eixavai-n
penetrar os raios solares,^
Nào i~iarc,ímosu m só clin iijleiro sereno c sciil vento, linvcnclo mui-
10s eili que lionverani I-ioras seguidas cle sercilidade; tainbcin irlarcá-
111os niiiito poucos dias de vento forte ou violeiiio, e lirclo islo prova a
igiialdacle do cliina. O que ali se eilcoiilra mais gcralmcil~csGo ligei-
ras brizas e riracões que refrcscairi e purificam n atmospliera sem pro-
tlirzir os i~iconiiiioclosdas fortes correrites atliiosphericas; virac6cs clue 6s
T C Z ~ Sapenas se sciltein, inas cluc i10 rigor cla observacão clcviaoi ser
iiiarcaclas coin o nuincro I , aiiidti cliic ]?ara todos, c111 geral, o :ir 1r:i-
rccesse sereno
Toriiiiiiaiicla cstas observngfies rncteoi~ologicasjulgâinos dever de-
clax1:ir cluc estc d o priineiro iraBallio quc einprcl.iendemos d'esle genero
a cujo cstudo iios 1160 +liiiliainos anieriorinciiic dedicado, e que fazeinos
u sua publicagão aliciidciido iilais <I injngoa em que esiamos cle traba-
1110s li'estc raiiio, c10 cluc ao mercciincnto da obra.
ERROS MAIS NOTAVEIS.

85 111c
4 I\ltixii~i:i, niinini:~,mfdia
40 direrençn
8 64,&4
peii~iltii~ia 190
31 r:poiii
13 mc
$7 tlemoi~slrado
l?orr,n do \relito
(lin %tl 1

N. J3. N'i1 Liibell:~11." 1, pnp. 939 e~ico~ilraiii-6c ~1!~1iiii:is


i!iegiil;iiidndes: pro\:ivt!lmcnle erros
lyp"grnl)hiuM (Irli, livro d'oiide n exiinliiiii~is,ns qllaes 11%0~ l ~ d o l l l ocorrigir.
s

You might also like