Professional Documents
Culture Documents
O C L I M A DO F U N C H A L
E SUA TNPLUENCIA
OFFERECIDA
SOCiO D A M E S M A A C A U B M I A .
O CLIMA DO FUNCHAL
I.; S U A INFLUISN(:It(.
.' :
--
::i
ol~terii3ais de uma vez esta suspensão. , , r ;,,.>
O segundo ponto não é menos importante; porque sc erjtes i*csul- -,-U[, ;" .
tados, de que acabámos de fallar, sào inais faccis de obter no primciro
periodo da molestia, ou ainda mellior lia siia invxào, e se é possivcl
I~astantcsvezes chegar a um diagnostico n-iuito provavcl d'este primeiro.
periodo, principalmente quando a nossa attencão é desafiada por preelis-
posicões constitucionaes e liereditarias, é claro que na cinineiicia c in-
vasão de molatia tão grave c rebelde, todo o tratamento reputada mais
decidido e proveitoso, deve, desde logo, ser etnpregado para prcvinir c
atalhar niales, que depois seW niui difficil ou iinpossivel Treilcer. Erri
casos de predisposigões l-iereditarias, este tratameillo, que pela inaior parte
consisle ein meios hygienicos, deve scr principiado muilo cedo, e eonti-
T ~ U R ~severa
O c incessantern~ritepor muitos annos.
Entre os meios aconselliados no tratamento d'csia inolestia Ila um,
cl11c, scm gosar da efficacia e seguraliga que a profissão procura, leili
atravessado comtudo os seculos. sempre merecendo unia cer1.a fé c
reputx$o, ainda que deixando ~riuitasesperancaç malograclas; csie iiieio
é a rnuclanca de clima, de localidade, dc liabitaciio. Ai.o"leo jh acionsc-
lliava aos tisicos a navegacão c a liahitacào nas rnnrgcns dts tnar. Ascle-
piades, Tliemison e Celso recomnienclavam colmo mais proveitosas as via-
gens longas e demoradas na Italia e no Egypto. Seiiipre foi crenca enlrcl
o povo, e opinião entre os medicas c ~ ~ ai cliabi~a$o 110 campo, a mii-
dance cle clima, as viagens de mar crain rcrncdios uleis para a 1isic:l
piilmonar, curanclo algiimas ~rczcs,clanclo grande alívio outras e prcvi-
liindo o seu desenvolvimento nos iridivicl~iosque para ism tinl-iarn prbedis-
posição Iiereditaria.
A Italia foi em todos os tempos procurada corri esse fi~ii, coriio
re~~~iincloa uni clima suave, e um ceo puro todos os coinmodos da vida,
c as distraccões clue os objectos de arle, os nloilumeillos antigos e uma
civilisac,ão acliantada podiam offerecer ao cn.lleteiliirierito e goso dos doen-
tes e das Sí~aiiliasíliie os acoinpanliavam, os cjuaes, pela maior parte,
habitaiiies do iiortc trocavam iim inverno aspero e rigoroso por1 uma es-
t a @ ~tcmpesasla c aprazivel. Era aleiri cl'isso prática commum, e ainda
hoje é cin niuilos paizes, fazer xnuclar os doentes an'cctados de padeci-
ineiltos pulmonares para o campo lia boa estaqão, ás vezes sein granck:
escoll-ia de local, ou preferindo o mais perto c o mais commoclo. Mas
dcsde muilo tempo os mcclicos das cliiXcrentes ilacões leem procuraclo,
no seu mesmo paiz ou fóra d'elle, dcscobrir e conliecer acliiellas locali-
dades que, por suas condiqões melereologicas, pelas suas aguas nii~icraes,
ou por uma expcriencia prévia, poderiam ser julgadas mais favoraveis
para liabitacão (10s doentes afTcctaclos de padecimenlos piilmonares cliro-
nicos, principalmente cluraille o iilverno. Assiin ein Inglaterra Ui~dcrclií'l',
Iliaslings, Briglilon, Torcluay, Dawlisli, Sidmoiilh, Esmouth'; Salcornbe,
Peiisancc, Plusliing*, Clifton; cm Franca, Montpellier, Marselha, Hyères,
Pail, e outras localiclacles ela I'rovcnca; em Iialia N i z ~ ,Piza, Roina,
Napoles, e ultimamente Lago de Coilio c Vcncza ; eiii Alleinaillia e Belgica
alguinas das muitas localiclades das suas agiins iriineraes; em I-lesparilia
Malaga; no Mcditcrraiieo as Illias Jonias, Mnlla c o Egyplo tecni sido
recominciidadas c procuradas como clirnas mais proprios para habila@io
dos doentes aff'ectados dc padecimeiltos pulinonares, por tcrcm as condi-
~ õ e clue
s se rccjnerein no tratamento d'essas nMecgões, e sobre tiiclo porQrIiic
a observacào algumas vezes clemonstrou a siia ~itiliclade. Diversas Ilhas
do Athlantico leern tambem sido ii'csteç rillimos lempos expcriuieii~aclas
corn o mesino fim; as Canarias com o seu bcllo clima não escjiieccrarri.
Mas entre todos os pontos lembraclos c já ensaiados, acluelle ílue, coiri
urna reputacão posto que não autliorisada por scculos, tem adquiriclo
uma rapida celebridade, e até mesirio niececido tima certa preí'ercncia,
d sem duvicla a Tllia da Madeira. Dando-se. aqui a circiimstancia berri
singular, de cliic iliio é tanto aos nacionaes, ~01x30 aos estrangeiros cluc
ella deve o credilo que obteve e que vai sustentando. O seu exccllciltc
clima, as suas bellas paizagens, as suas produccões variadis, os scins vi-
nlios generosos e exquisitos já estavam Ilein conhecidos, c~uandoo scu
],rcstiino, como refugio e ilcincdio para os infelizes aRTeci,ados de 1110-
Ics~iasde peito, ainda era quasi completaineiitc igi~oraclo. I'oi ao coiii-
Ilatia c o sul cla Praiiqa eslando fediaclos para os doeiites ihglezes iilacii-
dos d e peito, a Ilha cla Madeira foi experimentada em maior escala, e o
seu clima corrcspondeu á reputaqão de que gozava; não curou todos os
tisicos, mas deu-llies tanto alivio coiiio os oiitros paizes afainaclos lhm
davam, ou aincla mais, e o seu credito cresceu. A clistancia e a viageni
que tiiiliarn sido consideraclas pelo Dr. Potliergill c01110 um enharaco para
o Lrnnsporte (10s doentes, forani julgadas por alguns ri~écomo uteis pelo
beneficio que se podia tirar cla navegaç80; e RS coriimiinica~escada vez
inais faccis e frecjuenteç, e ultiiriainente a navegagão pelo vapor, aplaiia-
ran1 por cssc lado toclas as ílifficuldadcs. Quando cm 18 12 o Dr. Nicoliiu
C. I3. PiLta publicou a sua obra ( A c c o u ? ~of ~ M~zcZeii*aby Dr. N. C. B.
Pitta. Losrlon. L 8 12) o iiun~erode cloentcs' que ~irocuravama Illia não
era grande, mas já era nolavel. Esla produccão de um talento novo, clue
depois clevia figurar na profissão por um moclo distinc~o,era uina iiar-
i-agão clescrip~ivaclo cliina da Ilha e cla sua geograyhia physica, politica
e administrativa: cm a ooba mais importante que se tinlia escrili10 até
esse tcinpo sobre a Illia da Madeira, que podesse servir como pri~icipio
d ~ sua
i topograpliia medica, Não deve poré~iiescapar que esta o l m , a
iinica clue ha ri'esle genero escripts sobre a Ilha da Madeira por i i l n
iiosso compa~riola,foi publicacla na lingua inglcza.
A saliida das tropas bri larinicas da lllia, que tinham occupado iriil i-
tarineiile ai6 18 14, e a paz de 1815 que abri11 as portas da Ilalia aos
inglezes, iiiio cliii~inuirarzio numero de doontcs quc toclos os annoç i:iii~
p r o c ~ ~ r aor cliina benefico. Entretanto o estado eni cjue muitos ali ctie-
gavain era 1a1, clue, sein tirar um grande provei10 da viagem, clesalo-
I-iavain a i~tilidacledo clima. O Dr. Renton, iim dos fjcultntivos mais
res~citaveiçque leem exercido a profissão na Ilha da Madeira, renova as
cjueixas já feilas pelo Dr. Gordoii em 1784, sobre a xiegligencia dos doeri-
tes e dos medieoç em 1150 se dccidireni mais cedo a procurar um remedio
que mais iarcle d niciios prqwitoso, e alé iriutil. A sua esta~islica,~iubli-
cada e m 1827 iio E'cíi~zl,u?-g ilfcciical ar~dSurgicnl ,/òur~zal,aincla apre-
senta casos muito pouco vantajosos eiii coinparacão da outra que Sir
JamesClark publicou, manclada pelo mesino Dr. Renton alguns niirioS
depois.
As observacões do Dr. Beinekcn, inseridas no bleclzcnl rcpositor,~/
1824., e no PhiZosuphicnl Mngasinc Novernl~ro e Dezeiilfjro cle 1 $2 7 ,
coiicorrcram não só para fazer mais coiiliccido o clinia da Tllia, irias tairi-
I>cm para confirmar a sua repulacão, apresciitalido-se o propr*io ailtlior.
rlomo urna das riiclhores ljrovas. Ein Agosto de 1 8 3 2 defcnclia-se pcraritc
a #"crnldade de Rlcdiciiiii tlc l'nris ui.ria ilicsc ein qiic seu ;iutlior, cloln.
~)wandoos diflereilles clirilas dc Franca e cle Ilalia, recommei~dadospara
o tratainento de molestias pulmoiiares, c0111 o clima da Madeira, esta-
lielecia a vantagem d'este ultimo. É para scntir que tão illustrado pra-
tico désse tão pouca. extensào 6 sua tliese, e não tivesse o conhecimento
proprio da localidade (De I'inJluence salutaire du climat de Madère dans
le traz'ceiizent de ln phtisie pul7?~onait-e,et de Za supe?.t'orite' de cette In-
,flue?zce sur celle eles clillzats (lu sud cle la ETa~zceet. de E'Itnlie. Pa77 3.
d'ilssis e Sousa Faz. Pa1.i~. 1832). Mas ainda que estes e oiitros escri-
1'10s co~corresseinpara a propagagão do credito da Macleira, é cointildo
a Sir James Clark scin cluvida alguma que a Ilha deve uma boa ou a
melhor parte da sua reputacão n'estes ultiinos tempos. As obras publi
cadas por clle sobre a tisica pulmonar e sobre os climas, a sua grande
aullioridade na profissão, e entre o publico, não podiam deixar de ter
iiiila grande influencia sobre um objecto em que clle tinlia feito estirdo
especial, e cm clue tinha muito extensas informa~ões (Cyc. OJ Pract.
Medo Londolon. 1 8 3 4.Clhate, Tuberculnr. Phtisu -O n consunption nnd
scrfula. LoncZon. 18 3 5 -The sanative hzfluence oJ" Climate. Londotz.
1 S46).
Por cste tcrnpo tambem a Ellia ela Madeira era estudada debaixo
tle outros pontos de vista n5o indifl'erentcs para acreditar o seu clima.
Bo\~'dishno ou~oilode 1823, visitando esta Illia, tratou da sua geologia,
da sua ii~etcorologia,e da sua liistoria natural (Excursions in Ilfucleira
nfzrl Porto Santo cluring the autumn 1 8 2 3, by the late Ed. Bozudish.
London. 1524); e ainda que 1120 se demorou ali Instante tempo para ave-
riguar todos esses objectos como cllcs o deviam ser, e na sua obra se
cnconlrcin muiias inexac~idões,elle deu coizitudo larga noticia sobrc as
malcrias de que se occupou, e que não foi perdida para os que depois
d'ellc sc seguiram. Em 1 8 3 7 Luiz Mousiillio cl'Albuc~~~erq~ie, senclo ali
Preí'ei~o, publicou nas lfeinorias da Acadeinia Real das Sciencias de Lis-
boa uma nzenzo?-iasobre a. geologia das Ilhas rZa nfadei)*n, Po~.toSanto
e Desertas. O Dr. Macaulay clepois inseriu no B'Ci1zbu1g N ~ UPhiloso- I
phz'cnl Journnl. Oct. 1840, um escriplo sobre a gcograpl~ia~Jliysica,
geologia, e clima da Madeira. dames Smilh apresentou zí sociedade gco-
logica de Londres uma ~iolaimportante sobre a geologia da Illia cla
Maclcira, a qual se acha impressa nas nolas ela incsina sociedade 1.01. 3."
11~1.2." 840 a SS4 1. O professor Heer dc Zuricli, que rcsidiii ali por
motivo de inolcslia, pul~licouem 185 1 uina incinoria eili nllcmão sob?.l:
os phenonienos perioclicos clo rei?zo vegetal na Ilha c?a JfurZeb.a. Porém,
de todos os aii~horcsque n'cstes ultimas ieinpos se Lccm occul~acloclos
diversos raiilos da Historia Naiiira'i ela Illia da Macleira c! se111 duvicla o
Rev. Padre Lowe, aclticllc quc o tem i'eito com uiii esludo iiiais aturado;
e os escriptos cjuc elle jrí publicou icizeiii ailciosainente descjar oulros
mais exteilsos cliic aiiida se esperain. (S''?topsis OJ' the Rishes Alacleh*a
puZiZishec2 h t/ze VOZ. 2 . b a 1 . ~ . 3." the Tr-ansnctioszs oJ? the Zoological
Sotiety. Lo?zrZon. 18 3 7 -4 supplen~e?ztto lhe Synopsis ilz thti voz. 3 ."
."
pnrt. 1 8 39 -AJascicuZus on n ?zezu genus 4 lhe Fmzil'y Lophicles,
Les Pecto?-alespediculés, Ç.uzv'e7-, cliscoverec2 in nfizrIci,*a,cona?6u?zicateclto
the society. Sept. 22."' 1 8 4 6,-Sy?zupsi~ ~cIiagnostica,sive yccies que-
da772 novcz Mol2usco1-um Cer~*esls~iunz i?z I?zsulis Afarlci~*ensibusc=electar,
notis rliaggzoslicis succi?ztis h-ezliter desci-@ta. Lo77dool~.1 8 52 .- P~.inzitice
fiunce et RZor.te Afarde7ve. Lojzrlo~z.)E aiiida clue estes e oulros escri-
ptos sol3re esta nossa posscssiio não ~ciiliainpor Gin csludos incdicos, iiein
applicncão dimcla á inediciiia, cllcs coiixt~icloi~àosó aclaram poalos im-
portai~lesna lopogral3l1ia da Illia, mas talnbcm por cssa occasiào os seus
a ~ ~ t l ~ o rpenetrados
es, de iim Justo eiilliusiasmo, lallando da Madcira e do
seu .clima, como cle uin l~elloc aclmiravel paiz, dcraizl uin p~iblicoteste-
inuiil~oc10 juizo fa~avoravelque cl'clla fieerain.
Eiltre os muilos facul~alivoscluc tecin procpraclo a Tllia por sua
propria saúcle, dois cle cxteiisa iiislriicq80, e que infcliziilei~te1in0 acliaram
ali alivio a seiis inales, escrevcrani duas oljras i~otavcissol~rea Ill-ia da
Madcira que tercmos por vczcs occasião cle cilar. A primeira do Dr.
Kampler, publicada no Zeitsch?a).JUr die gesa77zntte Medcin. Nanzbu~go
h n . e lifiv. 1847, aoiilribiiiu inuito para Tazei coiihecer o cliina cla Ma-
deira ila Hollailda e Allcinaiilia. A scgunda do Dr. Mason, figura ein parte
dc um volurnc iinprcsso em Loadrcs ein 1S50 ( A T/*entiscon t4e cli?izatc
and Jfeteor~ologyOJ' dfndei~-n etc. by lhe Znie Dr.. dla'ason. Lo?2cZun. 1850);
obra elii C ~ U CO seu autlior, sc não ~OIIVOU absolutainente a excellcncin c10
clima, concorreu para aclarar alguiis pontos cla sua i~ieteorologia.Todo o
~ o l u i n cd a rcuiliào de escriplos de diflereia~esauthores, e cle diversas
épocas: a priliieira parle, a seg~inda,e uinn porca0 da terceira f o r ~ i n
escriptas pelo Dr. Mason, diiranle a sua eslada na Illia da Madeira em
1834. e 1835; o resto da lerccira parle coiista de observacõcs ~netco~o-
logieas de Mac Ei~en,Se Philadclpliin, fcilns iio Pui-iclial cm 1818 e 1S4 9,
e dc ol~servaqõesbaroine~ricasc therinometricas dc G. A. Young, feitas
lainbem ali nos mesmos anilos; a quarta parte é, uma publicacão iiite-
rcssante sobre a agricultura e sobre a propicdade raslica na Madoira
por G. Peacocl<; c a quinta e iiltiina coiitdm uma historia descriptiva
da Ilha da lfadcira, espcde de guia para os estraiigeiros, por João
Drivcr.
Em 1 8 51, (inalinenle, apparuccrnm (luas obras sobre a Illia da Ma-
deira, impressas ein Londres, uma de Rober to tVhi te (Nad&ra zts clz'??iat~
nncl scemy. Jondoiz. 1S 5 I), e outra cle Eduardo Harcoiirt (A Sjcetc?~
fi Macleirn. Lonclo-lolz,185 i,). Estes dois livros, c1ue servem hoje de guia e
instruc$áo para os estrangeiros, e principalmente para os inglezes, con*
teem a descripyão cla Illia, sua geologia, rnetcorologia, e muitas outras
partic~~laridacles interessantes para quem a visita, ou a vai liabitar; e
sCio escriptos com bastante exacLidão e cuidado, Toclas eslas publica$ões
e muitas outras menos importantes para a medicina, mas curiosas para
a litteratura, juntas ás inuitas e bellissiinas gravuras e litl~ographiasdos
pontos mais pitorescos da Ilha, inostraru qual tem sido o interesse cpe
ii'estes ultiinos tempos se tem ligado áy~tellepaiz, ein parte c,oino ponto
commercial, mas principalmente como clima proprio para indivicluos
valetudinarios, e para o tratamento de padecimentos pulmonares. O
grancle numero cle doentes que ali affliie, as pessoas qile os acompanhain,
e alguns viajantes que ali vão toinar conhecimento do pak, entre os
quaes se contam pessoas de alta instriicçào, teem colliido noticias irnpor-
tantes que provavelmente figurarão ein publicacões cada vez mais exteu-
sas c exactas que devem concorrer para fazer conhecer mellior o cliina,
e ao mesmo tempo para fixar o valor que se lhe deve dar no trataineni;~
das molestias para que é i*ecoininenclado.
Tendo visitaclo a Illia da Madeira ein Agosto cle 1852, c t~ildo-110s
ali clemorado por espaco de oito mezes em scrrico dc Sua Magestadc a
Iinperatriz do Brasil, Viuva, Diic~uezade Braganca, e de Sua Aiigusta
Filha a Princeza D. Maria Ainelia, clue ali falleceu, desejáinos estuclar
e vcr atE! que ponto era bem í'unclaclo o credito que se tem estalxlecido
em favor do seu clima no tratamento da tisica pulmonar, jB por infor-
macõcs oblidas por todos os moclos qiie estivessem ao nosso alcance, já
pela observasão c10 cliina e clas .outras coiidicões hygienicas, que se re-
cpereni para o tratamento d'esta molestia. Procurámos mesmo eoinparar
estas condicões com as que se d ~ ein o Portugal, c priiicipalrnenlc e m
Lisl~oae seus arredores, imitando aquilb clue jB se lem feito em outras
localiclades, eni relacão j. sua coil~~eniencia para o tratamciilo da tisica
pulmonar. Isto constitue o perlueiio trnball~o cl~ico~recernoslio,je á
Acacleinia; não julgando que ellc tenlia grande mereciincnlo scienlifico,
inas parecendo-nos qiie poderá ter alguma u~ilicladeyrSticn. Dcsejaildo
fazer n~aisgeialineiitc conlicciclo entre 116s o cIue já se sabia do cliina
da Madeira, reuniirios para este fiin todos os clcmen~oscluc cncoi~trámos
e aproveiláino-nos de traballios j6 feitos; 1120 só porque os nossos eram
inuilo liinilados, mas tambem porque pens.lçâinos ciue, ainda c~uai~clo Tos-
sem dc inuitos .anuas, não cleviainos coilficir só ii'ellcs, mas slxn coinparal-os
e cornliiiial-os coiii os que prccedcraiii. Hu verclaclcs clile só se po(lcn1
estabelecer coin a au~horicladedo lernpo, c com os esforços de rnuitos;
é preciso que ioclos os que estão ein posição opportuna, estuderii esta
cpestão, apresentem e deponliam o resultado do seu estildo e da sua prá-
tica, para clue urn dia se possa dizer com seguranga, clual é a influencia
que o clima da Madeira tem sol~rca tisica pulmonar, como rneio cura-
tivo, coino lileio siispensivo, e como meio prevenlivo; ou se a rcpiitaçào
que a Macleira tem adcluiriclo corno clima proprio para o tralainenlo
d'csta inoleslia é mal ftlizdada ou exagerada, e os doenles só aclinrn ali
o que poderiam encorilrar no seu yroprio paiz com inenos inconiniodo.
Porénz n'este exame convéni pondcrar com toda a prudcmia e circums-
peccão quc se não trata dc avaliar uin remedio heroico, inas sim uni
meio cliie em uiiia niolcstia, cluasi scnipre fatal, pódc salvar algumas vi
das, póde prolongar ouiras, pódc dar uma esislencia ioleravel. Niio é
isto de certo tudo cy~~anto sc deseja; mas se effectivaruiente este resultado
se consegue ali mais do que em oulras partes, jri é uin grande bem
para a liumanidade, alívio e salisfncão para os doeiiles, e m u i h conso-
lacão para as falililias. A scicncia não se dá por satisfeila coin ião pouco,
porém vai contiiiuando as suas iildagacões mais animada coin estas pe-
quenas vantageiis, que co~ifirn~am a idch de poder conseguir alguin dia
resultados mais felizes.
Esie escripto ser6 dividido em trea partes. Na, primeira daremos
uma breve noticia do clima e topograpliia do Funclial, e das suas con-
diçues hygienicas, clue podcm tcr rclacão coin o tratamenlo clos doentes
que ali vão procurar reernedio. Na scguncla cxaminarcrnos clual é a uti-
lidade do clima do Fiiilclial no tratamento das inoles~iaspulmonares
clironicas, e principalmenle da tisica pulinonar nos doen.1~~ cluc ali viio
residir, e apreselitareinos algumas coiisicleragões comparalivas sobre o
cliina cle Lisboa e alguns oulros, ein relacão coin o dito tralamenlo. A
terceira parle fiilalmciite conslari cle observações me~eorologicasfeitas
por nós no Punelial desde o principio cle Seteinbro de 1852 alé no firn
de Abril dc 1853.
NOTICIA SOBRE O CLIMA E TOPOGltAPIIlA DO FUNCIIAL, li SOBltiZ AS CONDIC~ES
IIYGIENICAS DA CIDADE, QUE PODER^ TER REL~SÃO CODI o TI~ATARIBNTO
DOS DOEI'PISS QUE ALI V i 0 PROCURBR BEMEDIO.
A Ilha da Madeira est5 situada entre 32',,,4 9',,4 4", e 32",, 3 7',, 1$'I
latilude do Norle; e entre 1G0,,39',,30" e 1 7",,1 G1,,38" longitiide ao Oeste
ele Greenwicll, qilasi 10" ao Norte do Tropico de Cancer. A sua fórma
é um c~uadranguloirregular, aprese~ltandoein, toda n circumferencia
uma serie de elevacões, mais ou menos pronunciadas, entre as quaes o
Cabo Girão leiri cjuasi 2:000 pés de altura acima do nivel do mar. A
sua inaior extensão descle a Poiitn dc S. Lourenco até 6 Ponta do Pargo
6 de 32 inilhas geograpliicas; a sua inaior largura desde a Ponta da
Cruz até á Ponta de S. Jorge é de 12 milhas, e a circurnferencia, dcs-
presando pcquenas saliencias, e angulos entrantes, é de 7 7 rnillias. A p c -
scnta no ~ncio,correnclo dc Leste o Oeste, uma serra ou corclillieiila com
clevacões, crislas, dentes c picos, dos yunes o iliais alto tem inais de
G:000 pés acima do ilivel c10 mar. Esla serie de moixtaiilias estabelece a
divisa0 da Illia em costa meridional, e costa çel~leiltrional,c cni geral
talbem delermina a distribuicào das agiias. A eslriictura montaiihosa
do paiz, cortado por profundas fendas e escara~ões, qiic ein algumas
partes correm desde o cume das inoiitanlias até ao mar, com maior oii
tnenor inclinagão, e com mais ou menos desviacões e torluosidades,
produz acciclentes de terreno e prccipicios ele fórrna a inais variada e
grandiosa. O declive das rnontanlias eili alguils lagares 4 ~ n u irapiílo,
mais para o laclo do Nortc do que para o laclo do Sul, e assim contiilúa
ainda elepois ela enti-acla iio niar, oncle a profunclidacle, a poiicn clistancia
(Ia terra. j;í é clr riiirilas braps. Mas aypsar d'csin disposiqão geralmente
niioiitanliosa, c íbrleiiieiile clecli~ie,não só lia localidatlcs de iiiciina$o
mais suave, mas encontrain-se algumas peclilcnas planicies, e duas de
maior grandeza: uina ao Oesle da Illia, o Paul da Serra, com algumas
millias de exteilsão e 5:000 pds acima do mar, e outra Saiilo Anlonio
da Serra, para o lado clc Lcçte, menos extensa e 2:000 pés acima do
mar. 6s eleya$es e ~ i c o s ,aos córtcs por orirle corrcrii as
aguas iormaiido cascatas e grandes cluedas de agua, a uina vcgctacão
vigorosa c abundante em algumas parles e a uin tcrreilo ariclo, severo
e abrupto em outras, que a Ilha dcve a admiravel variedade e bclleza
cle suas paizagens, muitas das quacs lecin ainda por fundo o oceano. Estc
paiz, que em outro tempo tomou o iioine dos seus grandes e densos
arvoredos, aiiida não pode, clesde a destruicão d'elles para cá, recuperar
essa falta, que se faz sentir em urn tcrreiio que podia e dcvia ser ani-
mado por uina vegetacão robusla e secular. Eiii algu~ilasparles tem-se
formado já ilovos I~oscliiese florestas, cin clue figuirarn o pinheiro, o cas-
tanheiro, o til, o folliado, o teixo, o sobreiro, clc., e I~emse rccoiiliecc a
disposicão que a natureza tem para ves~ira Illia cle uma nova e rica
produccão, por pouco que fosse ajudada pcla miio do lioinem, Enlretanto
por toda a parte uma vegela~ãomais liuinildc, nias semprc forle e vi-
gorosa, em que sobresaem muitas plai~~aç tropicaes, e principalinciilc a
caiia de assucar, o café, e a bananeira, c16 ao paiz unia apparemia cle-
leitosa e com kiastanic novidade para o habilante da Europa, sobre tuclo
no inverno.
Não me consla que tenha Ilavido lsubrc a Ilha da Madcira ~raba-
lhos gcologicos muito seguidos e aturados; os mais nolavcis, c de cliie
nos aprovcit5mos são os de Boivdisli, de Mot~sinliode All~uquerc~~ic, de
Macaulay, e dc Smi~ll,os cluaes concordaiido inui geralincii~ena partc
descriptiva, siio de mui diversa opinião na iri~erpre~acão e csl~licacãoclos
factos. O terreno da Ilha, segiindo a opinião mais geral, é cviden~ementc
volcanico, 0 segundo Smith oflerece n'cste scntido muito inleressc para o
estuclo. A sua clisposi~ãoeslreinarncide desigual, c o scix caraclcr fra-
gmentario explicam-se Bem por esta coristituicáo volcanica da Ilha c pcla
accão das torrentes das inoninnbas, scin recorrer 5 mais e't~raordinaria
wpposicào de quo o grupo das Illias da lfacleira, e ainda oulros gru-
pos de Ilhas do Atlantico sejam restos de urn vasto continente ein grande
parte s~ibmergido. fi comludo certo que tão graiicles elcvaq6es ao pé
de tão profundris cscava~ões,a altura do Cabo Girão dc inais dc 1:SOO
pés quasi a prutno sobre o oceano, a profiinclidade do Ciirral clas Prci-
ras de 1~300pés, não longe do Pico Riiivo corri inais clc 6:000 pc's
acima do niuel do xnni*, e 6das as outras grniide:; tlesigrialclarlcs tlissu-
dico do d u q ~ i edc Lciiclitenberg, visitaiido a Illia cin 1849, coníiririou csta
opiniào pelas suas observacões microscopicas. Tem-se depois cl'isso apa-
nhaclo na cosla do mar, coraes, ciija clisposi~iode ramos muito se asse-
melha á d'essas petriricacões.
A mais importante clas formacões calcareas clue apontúmos é a que se
encontra ao pé d e S. Vicente na costa c10 Norte, duas millias acima do
valle, a Leste do Ribeiro; ao pé acl~ain-sevestigios dc clois fornos de cal
que provavelinente foram abancloilados pelas difliculclades clos transportes.
Esta formacão que foi especialmente cstudada por Smitli, é por ellc jiilgacla
como formando a roclia fundamental da Illia, c alravessanclo a inonlanlia
2:000 a 3:000 pds acima &o nivel do inar. É1 composta dc calcareo duro,
branco e luzentc, tendo no interior camaclas basallicas, c acliando-se toda
a massa cercada pelas mesinas camadas. N'esla forinacão encontrou Sinilli
varios fosseis, muitos zoopliytos, e Lcslaceos r~iaritimosdc c1ue nolou oito
generos sem poder marcar as especics.
Entre S. Jorge e S.'" Anna na costa do Norle, nas inargens da Ri-
beira de S. Jorge, ou anles nas de um dos scus arfluentcs, dcnominaclo
Ribeiro do Tabaco, lia uma camada de lignile ncgra e consistente, ar-
dendo com cliainiria clara e vapores acidos. Assenta sobre unia cainada
d e argilla endurecida, é perrneada por ella, repoiisando tudo imincclia-
tamenle sobre o basalto. O professor Joliiislon considera esta cainada coino
o rcsiduo secco dc uina antiga niina dc carvão, c o seu Iiislre, cleasiclacle
ç fractiiro romlioidal devidos á accão do basallo cluc a coljre. A analysc
mosiroix scr a sua coinposiçiio a seg~iinte : carboneo GO, 'i O -1iyclroge-
nio 5,82 -oxygenio e azote 3 3 , 4 7 , coin uin pcclueno resicluo.
A. natureza j)yrogcnicn dos terrcnos da Madcira lem levaclo os seus
ex~loradoresa procurar indicios ou vesligios de crup~õesvolcanicas re-
centes, ou aincla de antigos fócos já ainorlecidos. lV1ousinlio dc Albucjizer-
que não os pôde encontrar, ncm liic pareceu cluc pcla fórma e arranjo dos
terrenos clue exaininoii haja iilclicios d'clles, não cstando as Corrna~õcspy-
rogenicas e escoriaccas na disposicão radiacla ou divcrgeilte propria de
taes fócos. Elle pensa, pela disl~osiçãodas diversas camadas, liela falta
de crateras, pelos grandcs córics c10 lerreno, e por mais alguinas razõcs,
que o Arcliipelago da Madeira é provavelinenie rcslo de tima rcgiso muito
mais extensa que em parte desappareccu ou abateti, por uma seric de
causas, que não é possivcl assignar. Outros, c ciitre elles Macaulay e
Srnith, pensam cjue a Ilha é de forrnacão volcariica, e quc o Curral clas
Freiras dcve ser consiclcrado conio uma antiga cratera liojc amortecida,
e clue não era unica; cstabelecenclo ass.iin tima grande analogia eizlrc os
diverços grupos dc Illias do Allaniico, algiiinas das cltiaes aiiida coiiscr-
vam as suas crateras em acqão. Esta opinião é a inais geralmente re-
cebida. Sinitli pensa que a principal cadêa de inoiitanlias devia ter sido
em outro tempo muito inais a l ~ a ;porque o seu cume hoje consta de ca-
madas que só se encontram na base dos cones volcanicos activos.
A profundidade das fendas, clos regos e das escavacões ein terrcnos
formados d e basalto, e onde a inaior parte do teinpo correin só pequenos
ribeiros, e poucas vezes grandes torrentes, faz pensar no iminenso tempo
que seria preciso para qiie a accão cla agua podesse rasgar e gastar
tào profundamente o solo. Mas nada ha quc sc opponha, como diz Mou-
sinho de Albuquerqile, 6 supposicão de que os abalos produzidos por ca
tastropl~espoderosissimas e indicadas por tantas observacões, podesscin
abrir nas camadas grandes fei~clas,nas cjuaes as aguas reunidas, achando
entrada facil e uma consistencia alterada, cscavassein em milito pouco
tempo os profundos leitos e111 que hoje correm. Tambem algiiils pensam
que as aguas cjue em outro tempo correram por acluelles leitos, mesino
nas occasiões ordinarias, eram ein muito inaior qiiantidadc do clue hoje
são. A Kibeira clos Soccorridos, segundo Peacok, era baslan~ehnda e
clieia para poder conduzir madciras Buctuantes para o mar, onde agora
nas occasiões ordinarias corre pouco mais do que um regalo.
E noiavel que se niio teriliam encontrado na Ilha aguas rnineraes
i~iiportantescIiie poderiuin ainda concorrer mais para a sua celebridade
curativa; as que sc .tem acliado sào aguas ferruginosas fracas, ali íli~asi
desconliecidas e nLio usadas.
Nào se tem notado que a teiripcratura clas fontes e pocos diffira
muilo da do ambiente para mais quente. As teinperal~irasinais altas cpe
n'elles se observaram foram as dos l~ocosentre os ribeiros dc S. João e o
de João Gomes, sendo n'esses a .~cinpera~irra média da supcrfrcic 6 7" 1 4 2
e a do fundo GGo,S 18. As obscrvacões forani reitas em diffcren~esmc
zes, e coin divcrsas temperaturas do ar, desde 61°,25, até 72"78.
Bowdish faz mcncão de teiilperaturas muito abaixo do ar ainbienle em
alguns pojos, o que elle al~ribuea rcceLerein aguas das montanlias em
muito baixa temperatura. Ein uina observacão feita ultiinainen~eno Ra-
bajal (23 de Novembro de 1852) a temperatura ao ar livre era 49"
a da fonte 50"5.
O aspecto da Ilha e grandioso c pikoresco, muilns vczcs n atiiios-
phera coberta por nuvens, e algumas o cume das inoiltanlias por nevoas,
que nunca oii rarissimas vczcs clescem 6s inargciis c10 inar. Em varias
partes a apparencia do Lcrreno é arida, escabrosa c selvagein; mas do
lado do Sul e sobret~idoproxirno ao ri'uiiclial, a paizagein é deliciosa e
rica, vendo-se por toda a encosta bellos liabitag6cs e jrirdiils, c111 quanto
>
em baixo assenta uina cidade de pouca csteiisão c irregular, mas cam
uma apparencia de aceio e alegria que geralmente agrada.
A cidadc do Punchal esti situada na falda das inonlanhas, disposta
cm ampliitheatro, com a sua principal exposiç,ão ao cluadrante do Sul,
e come~andologo poucos pés acima do mar; mas algiimas das hahitacões
nos arredores da cidadc, e (pie ainda hzem parte d'ella, porque niio hn
uma circumvalla~ãobem es~abelecido,estio na altura de 200 e 300 pés.
A sitiia@o do Puncl~alé em 32",,37',,45" latitude do Norte e 16",,5 5',,2011
longitude ao Oeste de Greenwich, distante de Lisboa 535 millias, dc
Gibraltnr 62 5 , da Costa c17Africa380, de Santa Cruz dc TencrifI'e 260,
de Soutl~ampton1325.
A impress80 que o seu clima faz no viajantc é de unia s~iavidaclc
e de uma brandura ta0 agradavel, que parece -que as constit~iicõesi-ilais
delicadas e deterioradas podem al~iviver ao ar livre. Em geral Lima
temperatura. qiiasi uniforme e sempre moderacla durante o dia, pouco
vento qtie ngo incommoda, as horas de calor xnodificadas por algumas
nuvens que abranclain os raios do sol, e pela viraça do mar; nunca
frio notavel; cliuvas ás vezes abundantes mas passageiras, e deixando
logo o terreno em estado de se poder passear; uma atinosphcra ein quc
se não sente humidacle, nem poeira ou cffluvios iiicoi?irnodos. Tudo isto
dá logo a idéa de um clima excepcional e proprio para o tratamcnlo
de padecimentos chronicos em constitui~õesdelicadas; e no liornem do
Norte, cluc, r ~ ~ g i n daoo rigor de uni clima inhospito, ali aborda no in-
verno, 6: encont17a uina cxlensa vcgelacão ein pleno vigor, em clue fi-
guram zritiiias clas mais bellas e iileis l~lantasde todos os clii~ias,produz
a eff'elto inaravilliaso de um d'csses paraizos iinaginados e descriplos
pelos poetas. Entretanto o medico, sem ser incliEereil~ca estas i'avoravcis
iinpressões, prccisa, por um exaine mais proft~ndoe severo, ver sc em
cada 1irn dos elementos que constiluein o clima, e nas diversas parkcs
que formam a topogra~~liia medica do paiz sc dão as condijões hygieni-
cas, que caracterisain uma localiclade saudavel, e propria para o fim
para quc 6 procurada.
O estudo da pressùo baronietrica na Illia da Madeira não est6 ainda
~iiuitoadiantado, porque não se lhe tem dado muita importancia, como
teudo pouca inlíiiencia sobre o conlieciinento do clima. Mas por outro
lado achâinos calculadas pelo baromelro as alturas aciina do nivel do
mar da maior parte dos inontes, edificios e de muitas lial~itacõesparti-
culares; As observacões baromctricas mais antigas, de que ali lia conhe-
cimenlo, são as do Dr. Heberden, feitas nos cinco annos que vão desde
11 749 a 1753, de cujas observacòes teinos as médias, maximas e minimas
de cada inez (tabella na01). Depois d'estas vem as observaqões c10 Dr.
Gourlay, das quaes se publicaram as de dez annos, desde 1793 a 1802,
observacõ& que seriam de grande vantagem se não apresentassem cifras
que lancam a maior incerteza sobre a sua regularidade, ou sobre o modo
par que foram iinpressas, e por isso nos não serviremos d'ellas. Já o
Dr. Heiiielten tinha tido bastante dúvicla sobre a sua exactidão: assim
clle nos diz que as observa~õesiinpressas na obra do Dr. Gorirlay, foram
feitas por Jaiiies Murdock no sitio do Valle, 400 pés acimado mar, e
que por este niotivo se não podein applicar á cidade do Punclial; e que
além d'isso apparecein n'ellas algarismos que não podem rasoavelmente
ser recel~idos.A pressão baroinetrica de 2Gp,,9' no inez de Marco de 1 7 9 4
e a de 3 1 no mez de Julho de 17 9 6, 400 pés acima do mar &o de
tal modo extraordiiiarias e Sórn cle tiiclo que ali se tem observado que
dào uma grande descorifianqa de iaes observaqôes, que alias seriam iin-
portanies pela época erri que foram feilas, e pela sua cluracão. Ainda
ajuntaremos que o Dr. Gourlay niio declara a qualidade do barometro
de que usou, nem a exposicão, allura, correcqão pelo thermometro, nu-
mero de observações cliarias, lroras de observasão, e outras circumstan-
cias que convéin conhecer. Apenas apreseilta ein cacla nm dos inezes du-
rante dez aiinos a riiaxima, minima e média pressão haromelrica de
cada inez; e não póclc ficar sern grande reparo que o numero de 30P sem
fraccão seja a altura média baroinetrica da maior parte dos iriczes. Por
todos estes motivos julgámos iiáo clever fazer cnlrar estas observacões
baroinetricas c10 Dr. Gourlay no nosso calculo, apcsar da sua extenszo
e da mingua de iiiateriaes n'csta parte.
Bowdisli filla de algiiinas observacões baroeietricas feitas por elle
,-ia hjadeira, que deram as inédias de 767",30, 76/im,20 e 76Im,GO;
mas tuclo isto é tratado ião ligeiramente e cle passagem, que não olisii-
mos servir-110s d'ellas.
As olaerva$es baronictricas do Piiilcl~al,publicadas depois d'estas,
são as do Dr. Heineken clo anno de 1826 (tabella 11." 2), mui exacta-
mente feitas, duas vezes por dia, b dez lioras da inanliã, e ás dez lioras
da tarde, 90 pés acima do iiivel do niar, corrigidas pela tcmperalura,
tomada á mesma hora, e deilotaiido tiido isto iim bom observador. O
Dr. Mason, de cujos traballios meteorologicos muito nos aproveilámos,
não fez observaqões baromctricas; falta ii~explicavelem quem tanto en-
tendia a meteorologia. Depois tcmos ainda as observa~õesclc G. A.
Young, c as de Mac Euen: as primciras feitas nos Illieos, 100 118s
acima do mar, com um barometro aneroide, uma observacão por dia
ás nove lioras da maiihã, desde Outubro de 1848 a ~ 15 é dc J1111110 de
1849; d'estas só vimos publicacla a pressão méclia de cada um dos
mezes (iabella 11.' 3). As seguildas de Mac Euen, de Pliiladelphia, co-
lhidas desde Dezembro de 1849 até Maio cle 1850, 110 liotel clc'Holloway,
280 pés acima do mar, com u m aneroide que tililia sido prévianicrito
comparado com um bom harotnetro dc inercurio, foram í'cilas duas vczcs
por dia, á excepcão do mcz dc Dezcnibro c1n cjue f o i ~ ~í'cilas m só i1111a
vez por dia. PuBlicamol-as por extei-iso, porcpie as julghmos muito iipro-
veitavcis (taLella n." 4). As ulliinas que leinos a enuincrar çio ns clc
Roberto White, cjue coinprcliendern dezcscis mezcs, a inqior parte fcilas
em 18 5 0 e 185 1, 13 2 pés acima do mar, e as dos priineiros qualro
mezes estrahidas das observacões dos Drs. ITcincltcn c Reiltoi~,fcilas iios
seis annos, cjue vào desde 1826 até 153 1, 90 pds aciina do mar ([a-
bella no05). De todos estcs clivcrsos ina~criaesaproveikiíinos o que pru-
dente~nelltejul@mos mais propr io para eslabeleccr algurnas proposicõcs
sobre a pressão barometrica do Furiclial, cIue precisarão aincla ser cori-
firmadas por inaior iiuniero de o1~scpya~íjes.
A média pressão barometrica annual no Punclial ol~ticlapor uina
méclia tirada das melhores observacõcs [citas cm diversas localidadcç da
cidade, e haroirietilos de inerciirio c ancroicles é 29rd,I)1G.
prtl
Hebcrden . . . . . . . . . . . . 2 9 ,c3 1 5
Heinekcn . . . . . . . . . . . . . 30,030
Yoiing . . . . . . . . . . . . . . . .29,90
Mac Eucri . . . . . . . . . . . . 2 O,8 7 7
RobctblV'ltitc . . . . . . . . . 29.86
Procedendo pelo inesino tiletlioclo acliiímos para os diversos iriezes do aililo
o seguinte: P O ~
Janeiro . . : . . . . . . . . . . . . . . . 29,828
Fevereiro . . . . . . . . . . . . . . . . 3 0,13 6
Marco . . . . . . . . . . . . . . . . . . .2 9,7 6 9
Abril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,803
Maio.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,648
Junho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,752
Julho . . . . . . . . . . . . . . . . . . .29,924
Agosto.. . . . . . . . . . . . . . . . . . 29,739
...
Setembro. . . . . . . . . . . . . . 2 9,908
Outubro . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 9,9 0 7
Novembro . . . . . . . . . . . . . . . .2 9,9 0 2
Dezembro . . . . . . . . . . . . . . . .2 9,9 2
R.' 2.
S DR. ~IEIXEKBNFEITAH NO A N N O DE
~ B Ç K ~ V A Ç ~B, ATR. ~O SM E T R I C ~DO 1826, 80 ~ b sA C I ~ ~noA nun,
DUAS a n s a i i v n ç o e s iloii nu, bs DEZ aon*s DA ~ I r r c i i Zu DEZ DA.TARDE.
N." a.
«IISEL~VA()~ES
ilII1ODIETH1CA6 DE G. A . POUA'U PEITAS NOS JI.11BOfi 100 1'88 ACIfiIA DO MA11
AS NOVE IIOIiAS DA R I A N I I ~ ~BAliOIifP,TliO
. ANBnOlDE,
N.".
DAI\OMBTHICAS 1>B MAÇ BUER PEITAS AO IiOTEL DE IIOLLOWAYCAMINIIO DO
ODSEI~YACÜES MBlO,
280 P$S ACIMA Do NIVEL DO MAR. DAnOMETnO ANEROIDE.
1101 PO~
,20 29,13 29,96
,13 29,00 29,98
,I8 29,33 29,86
,O3 29,48 29,78
29,95 29,57 29,78
b
T,\DELLB BXTnAHtDd DA OBRA BE ROnEnT \Y\YIIITE, ODSERYAÇÕBSPEITAS EIII 1850 E 1851
NO PUNCII.iL, 132 PÉS ACIMA DO 1IIAR; nX,iS 0s PRI1UEInOS QUdTRO BIEZES POnAM EXTUAIIiDoS
POR BLLB DL\SOBSERV~ÇÓEÇDOS Dns. HEINEKEN E RENTON DURANTE SEIS ANNOS
DE 1836 AT* 1831, 90 rfs rcrnrr DO n u n .
Janeiro ........
Fevereiro . . . . . .
Meio. .........
Junho .........
Jiilho . . . . . . . . .
Agosto . . . . . . . .
CAPITULO 111.
Jaiieiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65,113
..
Fcvcreiro . . . . . . . . . . . . . . . . 62,7 1
RSarqo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3,4 Ci
Abril . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64,07
Maio., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65,52
,Junlio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 7,45
Julho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 1 ,52
Agosto . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 3,7 1
Setembro. . . . . . . . . . . . . . . . . .7 3,9 S
Q~~tubro . . . . . . . . . . . . . . . . . .69,93
Nòvernbro . . . . . . . . . . . . . . . . . .6 6,G S
Dezeinbro . . . . . . . . . . . . . . . 63.76
N.' 6.
~ B ~ E ~ Y A Ç ÕDOE SDR. i i i i n m o ~ CONTERDII
~, AS nrlorks, BrAXInIAS E nrin'iarhs DE CAD'A amz,
COLBID,\S HA 1619 DE UBI SECULO NO PUMCBAL.
Pcrcrciro.. .. . . .
N." 9.
f i E m 1 O DA8 OBsEnl'A$6l?S 'rHEilùIQ>fETnIC~SDO Dn. IIEINEãEN FEITAS NO BUNCklhL
E11 1826, 89 ~ b As C I ~ I ADO nrnn.
N." I I .
O urso^, n t o s ' r r i m u o A nrAxIxn E ~ I I N I X ADO DIA
iin.
ODSERV~Ç~ES.U n NOITE, E A DIPPEBENÇ~L
NOS DIPFERENTES BIEZEB E 0 ANHO. TERII'ERbTUnA EXTERIOR.
TAIIELLb EXTRAHIDA DAS OU~ERVACÓEBDE YOUNG, FEITAS NOS ILHEOS, 100 Dk6 ACIMA DO àIAli,
~ 1 B n 1 . iDOS DlEZEB. THERIIOJIBTIIO EXTERIOB .
18KO TBE~31OfiIETl1OG~APIiO
A
NOITP,
Janciro . . 70,O
F ~ ~ ~ c r e i r o72,O
63,O
&,O
66,176
67,OS
39,O
59,O
Si,O
53,O
$5,5?5
56,20
ii,M
11,88
.
f i l a r ~ o. . 74,O b3,O íiS,6G 60,s 52,s 56,UO 12,QU
i . ,, . 76,s k9,O 73,OO G4,5 55,s 60,OO 13,OO
Maio . . . . '17,O 69,s 73,00 Gíi,O 5G,5 G1,67 11,33
.. .
~
TABELLI DO DR. liIdSONi VOSTRAKDO O DIESDIO QUE A ARTRCEDENTE PARA d TERIPERATGRA INTERIOB E A DIFFEBBNÇA DAS DGIS TE?LPERSTURAS
~ E O E I EXTERIOR
S E ISTERIOR A TODOS OS RESPEITOS-S. LUZU-FCN~L-~~~I-I~~~~.
*
+ 'DifIeren~aa tmdos c+ reppeiioe enirr o tempiraturí eairrbr e interior.
OBSEnVAÇbES T~IEI\~lOMBT11ICBSEXTnAHIUAS U4 OIIRA DE ROR$RTO JVIIITã,
it1OSTRAKDO A TEMPERATURA BIBDIADE CADA DIA, DURANTE DBZESPIB MEZHS, llon OKFERI'AÇUXS
FEITAS :is 8 i i o n n s Da mnwrrá, bs 2 E G DA TARDE.
TiilISLLA hIOâ'CBhND0 A aIfiDIA NAXINA TEbIPERtiTUIiA DO Ali COnX A ar8~1rbIASIMA E NAX1H.i FORCA
1)O YilL NAS DIVEILSIS BSTISÚEY, E Rnt TODO O ANNO, EXTRAEIDA DA ODnA i i 0 DR. hlA6OA.
nidtlin Mdtliir
I(I8bh-*1B3(í cslrrior i,llc,ri~,l,
l)ilT(:rc~~gn
.-.- 1 -..--
--____I_1_-.
N," h)?'
hlitlor
Mi(iliil Mdilin 1)illi)- Miixiiiiii hTiiiiiirii L);R,-
i , i s i i ~ i i t i ~ i ~ i i i i iribil<ii
~ dii ilin iIn ~ i o i l i i
r,,,qn
. .--"..-- -- --- 7-- -
TADELLA MOSTRANDO A DIFPEnENÇA DE TEMPERATURA NBDIA EXTERIOB E INTERIOII
.
EM CADA UàI DOS BIEZES O B S B ~ V ~ ~ ÇDO .
~ EDlt .
S BIlSON SANTA LUZIA-FUNCIJAL .
Janeiro .............. (
i
;.24 6$. 94 0f70
Fevereiro ............ 61. 12 61. 83 0. 71
Marco ............... 63. $3 65. 23 1.80
Abril ................ 65. 39 66. 46 1.07
Maio ................ 67. '37 68. 9ti 0. 98
Jimho ............... 69. 44 70. 83 1.39
Julho ................ 71. 68 74. 14 2.4.6
Agosto ............... 72. 58 74. 46 1.68
Setembro ............ 72. 16 73.72 1.56
Outubro ............. 69.4.9 70. 31 0. 82
Novembro............ G5. $5 65. 89 0. 44
Dezembro ............ 64'25 65. 14 0. 89
T I BI'LL.~ETTR LHIDI DA XETEOROLOGIA DO i'ROFESSO8 DOI E, E EIJoLlCADINO RsPQRT OF THE B R l T l S E A S S O C l A ~ I O ~ y - 1 8 4 7 - ~ o ~rp,A?ino
4 TE8PERBTUS.k IfÉI1I.i DOS X E Z Z S , DAS EsTACÜES, E DO AXNO, A DIFFERENÇA ENTRE O I E Z 3IAIS QCENTE E O IIEZ wAI6 F R I O ;
E ENTRE O 'CERTO E INS'ERSO, E% DIFFERENTES PAIZES.
l )OS tlivcibsoscrloiiicxllos (lito cotiipõcin as obsor~\~iicòi:s
iiic~coroIo~ic;is,
I)altL(! lili ~ I I I L (10s liiclios oii
~i,)rgu>i~itt'lx*ic:i (10s iulais llirtl(! c!si.litl:idos
fluo
~ ) ( ! f o~ii)sclrv:lt~orcs
~ Lrnlaraiii clo cliiria rl:i 111i;i tlii kliitloiila. ,!;i 118-
\7iiiiiisolkivcis, soniio coilil)lclns olsomragiícs baroir~ci.i~icii~ i? t~ioririoi~~olri-
(wS, C oi~Lt~iiS soi)~*c o t o i ~ i r ~ oí;ln~vii
, c V ~ ! ~ L O S ,o i~in(l;iso ikrio li~diii~ll
í'oitt),
()i[ l)(?loiiioiios iicís ido sribc?ii~osqiic sc Livcssi:r~k liiilo, ol>servri~;iii?s Iiygro-
iticti riih:rs rclguliiros cluc iIicrc(>csscriicc,li(ifiiic;\. As tlillic:iil(ln(lcs (li? lor
~i~g"'Olkii!ll'o~
hi:giirtrs, a hcilid.i\<li>ctiiii '[I," <'",t!s h i ~ 1 1 ~ ~ ~ l \ ( :Sfci l ([L%-
0~
~ ~ ~ ' ~ ' ~ ~( 'tO
i ,~~l t~, ll' li ~
l l~,~~ r iil\ ~ ( ~ ~ ia(pli,
t i)~r~oi~ ) l ( ! ~(*OYIIO
i ~ ( ! 0111OLlLl'iIS 1)ilk?lO!i,l)iLlvil
Ljilli~, 1!
OHI;I 1)or isso 1111111,011i o g11áo (10 Illtlllid~(l0i~ll~iosl)li(:ri(+i~ (10 1tt1n-
(!IlilI 11ihiili l ) t ? i t ~(lo~~lio(~i((o
:l[(: pori(:o l(;ixq)o, ~h~w(lisll, 110 (hh
I U 2 :I i! 1)riiic:il)ioclo 1$24 , fc~ l ! ~Ii,ygrornoti~o
~ c ^ ios
algirtrziis O l ~ ~ ~ l ' v ~ !corii
(li! I ,ia\ic C (Ic. S;itissr ix*c; tiias crji.os obsci.vii!j&os Li)rairi oin rxiriilo Irt?cliicrrio
riririimo p:wa 1)o(li:reiii I(!r iliil)~jrt;lli(:i~ o si) so r(:li!r(:iti (1 2 FOS ~ l i ( ~ t ! s .
1coi oiri 1 827 qii(: ripl':wc(!(jrlalxr ils priliioiras ol~sr!rvn~;õc:sIiygroiirr:~i+ii*ris
i~t!gu~iii~ca, th: lodo o tulno (10 1826, lorxili(lii>;riiiza vr~zlwib (li:\ ií:, 10
I I O ~ ~ L (I:\S t l l ~ ~ d i~i !lO K UO l ~ y g ~ tC]C~ l)iu~io!l, ~ ~ OI)SOI*\~~I(~:~~L~S
t ~ ~ i [CSL:~S~ ~ í ' (10
i ~
i ll(lint!lio~t 3 o l ~ i z I):LI*I,(~
111" ~ suas ohsot~vtiq6t~s
~ , ~ tl;ls ~ ~ i o ~ ~ : o ~ ~ o1 )l~~ jil g i ( * ~ \ s
r l~
BICdia necouro
hlezra
Janeiro . . . . . . . .
Fevereiro . . . . . .
RZargo . . . . . . . . .
Abril .........
iifnio . . . . . . . . . .
Junho . . . . . . . . .
Julho . . . . . . . . .
Agosto . . . . . . .
Seteml~ro. . . . . .
Outubro . . . . . . .
Novembro. . . . . .
Dezembro . . . . . .
N." 29.
'I'.41iI'L14A 11STn4\llIl)h l>hS OIII.IIIP\'AC~IIIS110 1111. I I ã I N E H B N PEI'PAS Enl 1896, I'ARA fl10STItAn
« nf,igíi\iO 14 ~ I I N J J I Onnho u i c s~iccun,i,I< IWNTO DE ~ I I V A L I I OEnI CADA UII DOS ~ I E Z E S
uo INNO. I I P G I ~ O ~ I E TDE,
~ O DANIELL.
T~~~~~~ f i 1 0 9 ~ ~ \ ~ 1 O) 0lj1hI)IO G B ~ OD B SECCURA NA ESCALLS DU I~AllIENR1:IT, PELO III'GLIOtIE i'HO
DO nn. MAson, Ás HORAS INDICADAS NA TAl?Ei.LI, PARA OS D l F l f E n E N T E S à1EZEY
P PAHA 'SOD'O O ANNO. SANTA LUZIA-PUNCIIAL.
TADELLA DO DR. al\SON JlOSiIiAXDO 0 aihora GR.\O DIi SECClIRA N.I E S C I L L I DE FARENIIEXT,
IIYGROãIETRO DO IUTiiOR, ira1 TODOS OS nIiiZ13S DO ANNO, DAS 9 HORAS DL\~ I L N H ~
.iPvfi 69 9 rionilP DA T.tiine, pon o n s ~ n v , i ~ 8D
e sE 3 $11 3 IIORAI;.
LIOR FCZTAS D E 3
onsrrnu~çar:~ E ~ 3
I ~ORIS.
r-
Santa LIIZ~IL e
1834 n 18:)5
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Q i $ o ~ l c ~ e c c u r u 3 , 0 7 5 , 8 6 6 , 1 3 4 , 6 3 5 , 9 1 5 , 0 5 6 , 0~ , 0 5 5 , 2 8 4 , 1 5 2 , 7 58,525
i
1834 a 1835
Iii~~orlio........
Prirnavcra. .....
Vcrão .........
Outono . . . . . . . .
~ ~ DE
'IAllã1,l.A DO DR. 1fABO.Y B108TBANDO O MIIAXI~~O 6 GECCURA
0 EM (:ALI4 AiEE
QIJAHDO ACOXTECE nivm L E S T E . EIYORO~IETRODE BI.\AOX.
..
Janciro . . . +. . 8
Fevereiro ....... 9
Marco ........, 14
Junho ......... 15
Outubro . . .. . . . 22,s
Dezembro . .. . . . 13
T.AREf.LA MOSTI~ANDO AS ilf&1~1~!3
DE O ~ ~ H E R Y A Ç ~HYGI~O.IIETIl1CAS
EH PEITAS Dl.inIAM1iNl'k
EN ONZlC RIEZES ii0II.M INDICADAS. EPTRAHIDA DA OBRA DE ROBERT iVIIITB.
Quando o viajalite avisla a Ilha da Madeira, ohserva liojc, coliio 01~-
servaram com tanto receio os seus l~rimeirosdescobridores, uina atnios-
pliera i~cbulosae coberla ; aproximando-se pouco mais c10 Punclial coiiliecc
cpe essas iiiiveiis só existem no alto das rnontanlias, e que cih baixo, ria
cidade, junto ao mar, e até 6 altura cle alguns cenlos de pés a almospliera
está limpa e diapliana. Isto -tem lugar muilas vczcs; poréin oulras o
teinpo está pcrfeitameiire claro por algumas lioras, e pouco a pouco sc v50
forinanclo nuvens por cima do cuine dos inoiiles, ou sobrc o mar, que
caniinhaiiclo na clircccão dos veiilos encobreni inais ou mcnos o céu,
cluasi ilunca pegando entre si complelainexitc, inas deixando csl)acos elii
c~ucse vê o azul celeste, Cut~~ulzss, StrnLus. Por ciilre esles esgacos dei-
sados livres pelas iiuveiis mais baixas, se avista coinmiiinmeiilc oiilra
caniacla de nuvens uiais altas, cluasi sempre brancas, e scrni-lrarisparcn~es,
Cza?t~ulus;e occasiòes lia, iiào raras, ein cluc sc distingueiii pcrfcilan~enle
tres camadas clifferen~esde riuvens em varias altiiras, clue vicrarn de
lugares diversos e irripclliclas por venlos de diversa, e ás v'czes dc op-
pos~ac(tirecção.A camada inferior, a mais transparente, he compo"l:l
dc nuvcils vaporosas, coino formadas dc peiiiias ou filainen~osesbran-
cluicados- Cirrws, clue iiiovidas pelos velitos do mar, carninliain con-
tra o a l ~ odas inoi~ianlias, alii eml~aleme ficam pegadas por lioras,
até que o vento de terra, a mais alta telnperalura, ou a conclcnsacào
em cliiiva as faz desapparccer. E luclo islo se passa sem c~nena ciclncle
se veja nem cliuva, nem ilevoa. Algumas vezes lior4in se as iiuvcns são
mais escuras deilsas e mal circumscriptas-Nil7z~zas, c os vcntos soprarrl
do sul c oeste, ellas se unem entre si, o c40 fica eilcoberlo e carrcg.ado,
o lempo esciiro e bastantes vezcs chove. Mas tarnbein apparcce 6s vc-
zes o clia i~iuitoe~icoberloe carregado com ventos do Norte c: dc 1,esrc
e sem chuva.
A formacão das nuvens ao cliliia da Madeira ngo nprcsciila. 1,:ir1-
ticularidacles que se não observeni igualmeiilc ern oiitras Ilhas c10 occaiio
c em 01.1lras costas do niar. Ha rnuiros clias, c ás vczcs (lias siic'ccssivos
cni que o appwecin~ciltoclas nuvens, a sua rnarclia r: dcsa]~p~ii~i(;~io se
fazem com lima rcgul:iridade c esariidão ;I(;teiiilio ~i(lniii*avcis ; j~licrio-
tiieno que iiiío 4 particiilar. a este cliiria só, e que Leui uma l'acil e
l~lausivelexplicacão. Peta iiianlià o alio cios inoi~icsapparece claro e
o lioriçonte so%rc » inar carregado de espessas e escuras nuvens,
N~)?~~ ouz L
scsclevam
, sol~.reo oceaiio iiuveilç brancas acastelladas, e mais
011 inciios separadas uinas das outras, Cirrus, Cu;l?~ulus; a viracão do mar
impdle-as sobre a terra cluran~eparle do dia refrescando a atmosphera
e inocleraiiclo o ardor dos raios soliires ; para a tar& o tcinpo estri nii-
blaclo. Então passa o vento ao cliiadrante do norie, orcliuariaineiite desde
o Norle alé ao Nordesle, e 1e.c.a as nuvens pxra O lado do mar; muitas es-
palliain-se, e clis~~ei~sam-sc coin o vento; as noites são frecluentissiina-
riiel~leclaras, sobretudo até á meia noite, e as estrellas brilliam com
i ~ t i iS~ilgortropical : e isto se repete por inuitos (lias, fazenclo-se as re-
feridas variacões, q~losi á mesiiia Iiora ein todos esses dias. Tainbem se
7.6 e111 algurilas iioites peclueiia nevoa sobre o mar, ou sobre os inontcs,
c o arco-iris iiocturiio i150 é ali 11ii-i plienoiiieno iiiuiio raro. Duranle o dia
é iiin l~beiioiircriofrequeiitc.: e ás vezes de iiina graiiíle bellcza.
O ino17imcnto ordinario das iiiiverrs 1160 é rapido, porque os ventos
eiii geral tciii pouca velocidade e alguinas vezcs l)or lioras as nuvens
ficam iiniiio~~eis, clriaildo o vento leni acaliliado, ou vae mudar para o
ruuio opposto; ouiras vezes as cliffereiltcs cailiadas de nuvens eni varias
a1ti1i.a~aprcsentain cliicccões, e velocicladcs diversas e até oppostaç, obe-
deceiido a corrciiles dc veiito que as iiilpellctn em seiitidos iailiLem di-
t't?rsos e oppos~os.
Algui-isaautliores, clescrevcildo o eliiria do Funclial deram-lhc uin
grancle nulriero ele dias- lioi~sc claros, oulros inarcaram inuilo menos
ci'eslcs c iriuilos inais dos iiublados, encobertos e variaveis. Uns e outros
disseram a verdadc segundo a época do dia cin que oliservaram e o
iriodo por clue observaram. Ela na &ladeira urn bom iiuinero de cliaç
claros ein cluc o cio sc coiiscrva puro e cluasi seiii nuvens, poréiii lia
iiin muito ir~aioriiiiiiieco dc dias claros, e de Leinpo excellente, mas
(?r11 que durante o dia appa17eccm iiuveiis cni iiiaior ou menor numero
- Cun~ulus, Ci~+rus;mnstialido-se agora, clesvaneceildo-se logo, refrcs-
caiido a ien~perat~ira c ii~te~ceptando por peqiienos cspac,os de Lcinpo a
luz solar. H3 dias iaiilll~eiil ein quc o tempo se póde clizer nublado, c
clii qrie as nmreiis se reuiiem ciitrc si ficando o céo cncoberio ; algumas
vezcs esle leinl-io dura poucas lioras, raras vezes toclo o dia; isto acoillece
inesnio sein cliiiva. Não r i o iiiuiloç os dias ern cliie o céo se conserva
nublado sem cjuc d u r a n ~ elodo o dia sc possa ver o sol, inas lia muitos
c111 clue o sol se IIUO vê por Il~ras, cstaildo antes e depois o dia claro e
1)ni-n i~inpo. Aii-ida mesnlo nos dias mais encoberlos r: chuvosos é frc-
IO
cpente .ver o sol por u ~ n aou rilais lioras; e ~iuiicosdias tta no Fuiicli:il
ern que o doente ii.20 possa sal~ira passeio por alglini cspoco de tctrnpo.
A circu~iistancia cyiie acal~amos de nolar de liaverem ~ n ~ i i l odias s de
bo111 t e ~ l ~ pe oclaros coin algumas nuvens e coin algumas lioras eiri cpic
o sol está encoberto 1c.m daclo lagar á izieiicioiiacla discrepaiicia sobre o
modo de contar os cljas boiis, nul~lados, encobertos, elc.; podciiclo o
iiiesmo dia, scg~incloa liora cla obçervacão, e o modo de coiilar c10 ob-
scrvador figurar como claro e coino ii~iblado: o cliie produz lias obser-
vacões da teiiipo dos dirersos autbores uma appareiile conlradiccào.
Uma atinosplicra clara e serena, sem nuvens cluraiite lodo o cli:i, c erxi
dias ~uccessivos, com 11111 céo resl~laiiclecei~te,l~i1ni1iosoC p~iro,c01110 se
vê frequentemente nos climas da Italia, principaliiieiile da Ilalia ~iieri-
dional, mui poucas vczcs se observa 1x1 Madeira.
O Dr. Meineken dii cm um aniio, que foi 11,em chuvoso e liilrnido
(tahella n." 4 1 ) cento e oitenta e nove clias claros, vinte e nove nubla-
dos, quarehla e quatro encobertos, setenta e cluatro dc chuva e cliuvei-
ros, sete carregados, nove de trovoada, sele cle leste e dois de priilcipib
de leste. O Dr. Mason (iabellas n."-2 e 43) clá cluzcnlos e dois dias
bons e claros, duzentos e cinco noiles boas e claras ; duzcnlos e Ires
dias com mais ou nienos nxi~ens,cento e vilite e oito noil;es coiii riiais ou
menos iiuvcns; cento e dois' dias eiii que cho~~eu, ciiicoeiita e seis
aoites ein que choveu; nove noites ein clue houve trovoada. Rlacaulay
diz que na Madeira a média do nuinero de clios que chove é setenla e Ires.
Mac Eucii fez as suas ohservacões durante scis inezes, comprchen-
dendo ii'elles tres de iijverno; eslas observacões f'orain leilns ciii geral
duas vczes por dia, porém em alguns dias niio I-iouve observacão. Ao
todo sào trezeidas e vinte e uma ohservaqões ern ccnto e sessenta dias-
(tabellas n."" 4 e 4 5) c achou : tempo bom e claro duzenlas e q~larciila
vezes; com mais ou meilos nuvens duzentas e vinte e Ires vczes; cl.iuva
ircze vezes; chuveiros onze vezes; encoberto trinia vczes; carregado
dezonove Tezes; nevoa nenhuma vez; escuro trinta vezes. O mesmo clin
póde figurar lia tabelia em differcntes logares, e na mesma hora da. oli-
servac.50 póde o tempo estar claro e bom e haver algumas iiuvciis, e por
isso venios na mesma casa duas e tres letras, designando duas ou Ires
varieclades de tempo.
Das observacões do Dr. Gourlay ainda que muito esleiisas ~)orqlie
comprehenrlem dez ani~os,1150 podémos aproveilar-nos, porque só dá cni
cada mcz iim resuirao do tcmpo, e muitas vezes 1150 inarca o nuincro
tlr: dias erri qiie se rnastroii cada unia ctas snas yariaqões.
1 I ~ ~II I I ~ I ZI(,
p:11 ,li 101 .
~ d ; ~XIZ,~ OIII*
N:is (i(! Ilciiie1,c:ii
olist*~*~:ic;Gi~s (iabclla 11." .'i I ) o iircz qiic icvc iiiaior
~iiiiiiili-o(Ir di;ls (li: Iioiti i o ~ i l ~ )1%
o , Ago"o, vinlc c lres; c clcliois Pc~~cvciro
viiilc c tlois. O iiil'z qric tc.ic iiiciios dias 11oiis foi Scleiiibro, ilovc; c
(I(!pois iJiiii~ii*() o Na~~i!iiilii-o, ilcz. O iiioz qiio ~ c v cninis dias <lc C ~ U V CfoiI
Novt?i:iiiliro,q i i i i i r o ; lg(:~crciro, Abril c Agosto niio tivernin iiin d dia de
c\liri\lii. Ii:r ii rlii;lilio iis cislny6cis nhscrvn-so o segr i i r i t :
Illnu Iioiii ninv (10 niiiivn
Iilr3c:rolln .......... i( ............. 17
i ~ i . . . .. 5.............. 19
Varão , . . . . . . . . . . 52............. 4
Oll[c)110 . . . . . . . . . . 37
. . . . . . . . . . . . . 34
--- -
Aiiiio, . . . . . . . . . 189 . . . . . . . . . . . . . 74
3 iüüia
liivc?riio i . . .......
, , , 4.I)
I'i~itiiii\~or;i . . . . . . . . UH ., . . . . . . . . . . . . 22
V(:t'rio ,.,. , . . . . r , ...., . . . . . . . . .
4 . 31
Oriioiio , . ,. . . . . . . i)1 ....., . . . . . . . 130
........ , " .,.--
I858 n 1851
--
Jsnciro ......... 3
Fevereiro ....... 1
Dercml~ro ....... --
T o l n l . . ......... 60 20,994
Jaiieiro ......... 3
l~ororciro .......
CAL'I'I'IJLO VI.
Janeiro . . . . . . . . . . .
Fc~~ereira. ..........
l\i[ai.$o .............
Abril. .............
.............
N." 35.
O=Se~cno.
2 =Viracão.
5!=Vento b r a i i d o .
3-Vento fresco.
& d e l i t o forte, violerito.
8-TufRo iiiotlerado.
CAPITULO V1 1.
Areuiiiclro de Proiit
Li;;'i ~ i lI ~ e ~ . I ~ ~ ~ l ~ a ? ~ ~ ~
.- -- -. -
I i g ~ i r o l ~ r ~ ~ c i p i l O~ r~z~~ l r ~
hocialu d o chiiiiiliu
Furrcir,yniiaiii de pofnrrn
.i
I
CAPITULO IX.
rcntes iisos. Fazeii-i d'csta fecula caldos piira crcailps c doclitcs, bolos,
Liscoutos, c exporta-se uiiia boa porcso.
Can~znitzílicn. N . I-llcr~acoi~leira.
Musn cnzlen(lz'sh. N . Bananeira da Cli i i l n .
11fusn pai-adsinca. N. Bananei i7a de S. Tliomé.
Musn scxpientiunz. N . Ba~ianeira orcliilaria. Muito vulgar na Illia, c (li:
uiiia prodiiccào facil e abunclaii~e.
Agnve avzei.icnslza. N. Piteira.
i31.onzelia &na?zds. C. AnanGs. Procl~iccãohei1 ern lugdres 1,aixos do Si11
da Illia. Ha diins uariedadcs, a de fructo aiiiarello é mais surciilcnta,
asomatica r goslosa. c por isso mais cs~iiitacla tlo ((iic ii de I'rricro
brnncv.
//1i/(mcry)r/. C. Crbôla Iioi~teiisc.
Drrccenn cf~.rrco.N. Dragociro.
+dL?~~"/'~gtd~ $/chz(l/iS. 4:, l':s]~argo. POUCO ( I ~ , (10 ([iir 0
~ i l l t i ~ i ~n-ielIior
g~'raP oni 1,ilUo:t. iiií;\i.trri ao clc Prail<;a, e iiGa I r l i l i o r~ieçiraos:ihor'.
St~iiln:~ aspern. I. Lcg.ac20.
Oryza satica. C. Arroz: Ensaios.
Zea li~nys.C. Millio. Bastante cultivado, n-iaç ern cjuaiititlnde iiiferior á
necessiclade dos Iiabitantes que fizem d'elle graiide uso crn papas, e
inist~iradocom outros vegetaes. Vai ass i r i i mesino basiai-ire de lora.
Dcpois da rriolestia da vinlia t c n ~augrr~eiitadoa cultura do inillio.
~ l i * z ~ ? z C [ O~/on.a,z.C. Canrin.
Rnnrlrt~snai.zlnc/i~zacen.C. Bar]i f ~ í i .
íS*iticzon~~LJCI~RZLTII. C. Trigo. Boa qiialiclade, nias cluantidacle muito in-
ferior ao consumo do 1~aiz.
ShccLn)wrn OJfj5(:i?znle.N. Carina de as:;1icarq. I-'rotluz com facilidade, mas
a cultiira lililia diniiriuido. Ha tendericia para grandes plai-itacões de-
pois c13 ii101~st,ia da vinlia. Estralie-sc pouco assucar da caniia; faz-se
iilelaco, e é ~~riiicipnlriiente para agila-ardclite cliic sc npplica.
L+lflinl'ltlJ1~~?~~ c[zjlilZ/l~P)G?ZCI~Z'S. I. AI eilc:~.
Lichen 1.0cclln. I. T.Jrzel1e.
i
E111 Stockolnro . . . . . . . . . . . . . . . . 1:16 i
Berlirn . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:15 4
I
Vienna . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:1 1
))
I
» Miinich. . . . . . . . . . . . . . . . . . 1: 10 i
Londres niais de . . . . . . . . . 1:s
París. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1:5
1) i4 ~ 'ia i 6 q
Alguns authorcs ainda tein dito eni desabono c10 clima cla 3Iadei1.a~
sem fundameiltar a sua opinia'o, e o Br. blason e uin d'ellcs, que a dtl-
r a ~ à oda \.ida yrovnvclnzerrte ali, é inenor do qiie nos ourros paizcs, c
t c n ~accrescentado que poucas wzes ali sc chega a idade avançada. Esta
c~uestãos6 se póde resolvcr com trabalhos csiatisticos segiiros, que elles
nào fizeram ncin procuraraiii. Apresentâinos o que l~odémoso b ~ e rpara
r e s o l ~ e reste ponto; inas antes lembrareii7os que a vida mais curta é a
sorte dos Iiabitanies dos cliiiias de mais baixa latitiide, onde o desenvol-
vimento da puberdade e a idade críiica vem mais cedo, e a vclliice e n
inortc sc ariiccipain. Os irnhallios, a qualidade dns Iiabiiaçõcs, dos ali-
inentos dc uma parte dos Iialitanles da Madeira, iião deveizi fazer csperar
uma vida longa, apesar da bondade do clima; e assim mesino as nossas in-
forrna~Ces-nos convenceram que lia na Illia macrobios muito notareis, e
iilcsmo no Punclial uma senhora de ccilto c oito annos, e no asylo de
iilcndicidacle outra dc cento e sete.
O map~jaofficial(tabella 11." 5 4 ) r10 a n o cle 1547, que apresenti-
iiios, em que 3 populacào está distribuida pelas idades, mostra: que e111
uma ~opula$iodc ccnto c scis mil quatrocentos oitenta c scis Iialitan-
tes, esisliain oito imil setecentos trinta c oito que iinliain de cincoenta
a sesscnla annos, cinco mil e quinze que tinl-iain dc sessenta a selenta
onnos, e dois rnil tresentos c~uareritac quatro que tinham para cima de
setenta annos.
Nto podcrido obter dos registos civis clos obitos as idades dos que
falleccrain, recorremos ainda aos regisios do hospilal; rnas aqui o dcs-
conto deve ser grande, porque no liospital morre a classe niais desgra-
fada, c em que por tanlas razões a vida é mais curta, e assim mesino
parece-nos quc d'ali se poderá ver que a vida na Aladeira, mcsmo n'cs~a
classe, não é tão curta como alguns ayancâranl.
Nos seis nilnos que vão de 1 8 4 4 a 1 8 $ 9 (tabella n." 55) morreram no
liospital do Puriclial oitocentos novcnla e seis docntes com as seguintes
idades :
Ile 2 Jaezes até 10 anilos. . . . . . . . . . 2 5
De I I ai~iiosaté 20 . . . . . . . . . . . 6 1
D e 3 1 11 a t e 3 0 1) . . . . . . . . . . 107
De31 até 4O )j . . . . . . . . . . 126
De41 N até 50 » . . . . . . . . . . 1 1 7
De 5 1 » n l é 60 )I . . . . . . . . . . l8!1
De GI )I ntd 70 » . . . . . . . . . . 1 'i8
D e 7 1 I) alé 80 D . . . . . . . . . . 'i1
De81 1) ai6 90 1) . . . . . . . . . . I 9
D e 9 3 1) a t é 1 0 3 1) . . . . . . . . . . 'i
-
$96
iiiiãs
De 20 até 30 » .. . .
De 30 até 40 )I . , ..
De40alú 50 u ....
De 50 a16 60 u .. . .
DeGOaté 70 u ....
De 70 até 100 u .. ..
p e l i i upliiirio tlo rslguu* c i i ~ i l i a r c r .
Coi1ulalrúo da y r l i i i e i ~ ~pnn ~ ~ tcui~Qi~ittritlir
e,
De todas estas consideracões que temos feito sobre o clinla cla Ma-
deira, e principalmente do Puiiclial, sobre as cor~diçõesliygicnicas cpie ali
se encoiitram, e sobre a influencia cliic ellas tem na sníiclc e vida elos sciis
linbitantes, nós podêrnos affoilainente concluir, cliie a ciclaclc do Filnclial
e seus arredores aprcsentalii uin cliina delicioso para a liabilacão do 110-
mem, saudavel e livre das influencias nocirlas c~ucse eiicontrain ern ou-
tros climas, e pi-incipalmc~i-teeiii oritras cidades, com urna lemperalura
seniprc suave, scin grandes variacões, c ao abrigo dos vcntos do Norte.
Tem aléin d'isso iiin- paiz risorilio, com iIiria vegclacão sciriprc vicosa,
i.ima pnizagein admiravcl, passeios e esc~irsõcsiiitcrcssaritcs; onèrccc iiina
aIiinei~tacUosa e variada, aguas cxcellcntes, liiibitacties corii toclos os com-
modos cle alta civilisacão; paiz eiii que não lia animaes fcrozcs, nem Te-
iienosos, e ein que esses grandes Bagellos quc ultimarneritc tcrii devas-
tado o munclo, nUo ousaraiii ainda peneirar.
Toclos os estrangeiros cluc visitam a Tllia, e pariiciilarnieri~cos lia-
hitantes do Norte, ficam eiican~adosdas suas bellczas na~iiracsc da sua-
vidade do s c ~ icliinri. E m alguns escriptos clue nùo teiri rclacão coin a
mediciria, estas bellczas são clescriptas com o maior eritliusiasnio. Rloii-
sinlio d e Albucliiercliic, c~i,jocara"clcr fi-arico c vcrclaclcii~o110s 4 bcin co-
iihccido, ein 11111 paragrlaplio da sua memoriri sobre n gcologiri da Rfadcira,
Por10 Santo e Descrias, diz: «Se por unia parte cs~cscórles ainiuclados,
(tprof~~ndos e geralmente fiagosos iinpedeni o cainii-iho do viajante, por
«oiitra apresentam aos seus ollios e íí siia iiiiagiiiacào as fhrinas, os silios
« c as paizagens mais pilorescns; descobrindo-llie uinas vczcs cilmcs, escar-
«pas e precipicios de uma grandeza e inagcslade assoinbrosa c tcrrivcl;
((outras, valles e retiros dc uma bclleza aincna c de uma graya e varie-
«dade que póde difficilmentc ser igiisladn mas não cxccdicla; e sc a mão
crdevas~adorae imprevidentc do Iiomein 1190 tivcssc clespqjado a clulisi ,to-
« lalidade dos montes e elas encostas da sua anliga c rica vcrclura, sem
« a substiliiir por novas planrncões, a IIIia da Maclcira fora scin dúvida
«um dos paizcs iiiais formosos c mais agrndaveis do tiniverso.» Macaiilay
tcriniiia a sria melnoria sobre a geograpliia íisica, gcologica c cliiinica da
Ilha da Madeira coni eslas cspilessõcs: «C)iiaiido ní,s vcinos ciitre sce~ias11s
ccinais agrestes, riaizageils de uma g r a p e belleza cliie em parte alguma
«se excedem, junto coin um cliina proverbialmenle o inelhor do inundo,
nos admiro do inodo entli~isiastib com que alguns viajantes des-
ficrevcm a Illia da Madeira, e dos epithetos com que os portuguezes gos-
i(tam de a designar-Flor c10 Oceano->Rainha do Atlantico. »
&!as lodas estas circumstancias que fazcin a Iial~itaciiocela Ilha e a
sua visita e esplorasão tão deleitosas, tambein a designam como uin local
sLiinmamerite proprio para os ~aletudina~ios, para as constitui~õesfracas,
para as ccreanqas, c~ijasmolestias ali são inais raras, e para os docntes cle
certos padecimcillos chronicos que precisain de uma temperatura suave
c igt~iil,cpe não podelxi sopportar as fortes vari:Sijes atmosphericas, prin-
cipalmente no inverno, e que precisam respirar um ar livre e puro, e
receber aquelle l~alsainoc aquella sensacão de vida, que as bellas scenas
da natureza e cle uma vegetacào rica e vicosa só podem dar. aErn todo o
inverno)) diz Macaulay na obra já citada (<liamuito poi~cosdias em que
«o mais fraco doente precise ficar cm casa. Para aquelles cluc estão acjui
i((Ing1aierra) costumados a iiin clima tão variavel e severo, e em que o
r( tempo é o objecto mais ordiiiario da coilversacão, em que a continunçào
«de alguns dias bons é I ~ I O L ~ V de
O surpreza c cle congratulasão, é agra-
{(davclesperar quasi coin ccr teza dias siiccessivos, claros e hons; ao mes-
« ino tempo que se podem gosar todas as differentes temperaturas nas
#alturas visinlias, lias margens do mar a vii*a$ío modera o escessivo ca-
«lor, e a verdura de uma vegetacão qilasi tropical abriga cla directa in-
«fluencia do sol. Ein tal clima nào admira que os pés andem mais leves,
«o coraqão mais alegre, que urna doeiica*iiisi1)ieilte seja militas vezes de-
c.tbcllada, a ~oiisli~uicão se fortalesa a ponto de poder resistir z í sua ELL-
((tura intluencia, e que se encoiltrern alívios e prolongacão de vida em
((inuitos casos que correriam fatal. e rapiclamenle em climas ineiios bene-
«Gcos. Quem visitar a Ilha cla Madeira poucas vezes se julgará eiiganado
ccnn sua expectac,Uo relativamente ao clima, e iriuitos ficarão surpreheii-
adidos de achar as suas paizagelis as mais bellas do uníverso.)~
S<iiow'st thoii the Island wliere lliese marveIs mact,
Tbo peerless Islc with nll Enrtli's trcasiires sirown,
ICnow'st thoii Ilie Ocenii-flower so aoftly sweot?
011,aureiy'lia Medeira'a isle nloiik!
UTiLII>AI)E DO CLIIllb 1>0 FURÇYIAL NO TlltlTARlENTO DAS I)íOLESTIAS PULMONARES
CIIIIONíCbS,ã PBIR'CLl'ALDlENTE N O DA TISICd PIlLIONbR DOS DOENTEPJ
QUfCALI vÃO RESIDIiR.
cncontrain tim cliina aincilo, izm inverno suave, e taes cominodos que
llics permiuein passear, s~ipportarineltlor a enfermidade, c prolongar a
cxistencia: alguns tisicos no ultimo perioclo teem podiclo sahir e respirar
ao ar livre até quasi ao dia da sua morte.
8.' Q~ie3s autopsias tecm clcmoris~rado algumas vezcs uma dcs-
trui@o ia1 dos pulmões, que 1120 parece coinpa~ivelcom a vida, e corn
tão modérados soflrimentos; destruicão que cm condicões inenos favora-
eis já teria terminado a existencia c10 pacicilte.
9." Que depois de mellioras muito consideravcis ohtidas n'aquellc
cliina e da volta para o paiz da residencia liahitual, teenl-se iornado a
renovar em alguns casos os primeiros incornniodos, continuando a ~ uil-ia é
lcrminacão Saial; eni otztros a nielhora, suspensão, ou cura tem siclo de-
finitim.
10.' Que não lia factos que possam estabelecer de uin inodo seguro,
nem mcsmo provavel, a ui;iliclacle dc liabitar o clima da Ilha perrnaneri-
icliiente, como meio ele previilir o dcsenvolvin~enioda tisica pul~nonar
lias disposicões 11erecti.tarias.
11.O Que em alguns doentes parece que o clima da Ilha não iocclii
influencia Savoravel, continuando a aggravar-sc o seu padecimento, como
acontecia no seu proprio paiz.
12." Que ein casos cle broncliites, de laringites, de pulinonites, dc
11leurit,es clironicas, o clima da Madeira é ainda mais util; e cnl alguns
d'clles ali se obtém uma cura coinpleta.
13." Que ein quanto á cnra definitiva da tisica pulmonar, não ou-
sam os Saculiativos affirmar clue os doentes ein que a molestia sc suspende,
c clue alcancain n u t r i ~ ã oe forcas, fiquem coinpletainente curciclos; rnas
que algutrias vezes llies teem parccido a cura ser definitiva e segura.
14." Que as melhoras coincidem gernlinente com signaes corres-
pondcnles obtidos pela auscultac50, e com a maior nutricào e peso clos
docnles; mas dociiies tceni havido que alcaiipn grandes iilelhoras c sus-
pens20 da inolesiia, e em que os signaes cle caverna clc piilinão, algum
cansaco na rcspiracào e tosse ainda continliarn.
Nós clesejariarnos que eslas proposicões, quc s?io o resultaclo da pr6-
tica e oliscrva$o clos medicos ali resiclenres, podessem ser aconipanhadas
dc dados cstn~isiicosextensos, c clc histarias bem descrip~as, qiie apesar
de liso sel1eni iseil~os de ol,j~cccões,~ à »C O I ~ I L U L ~ber~lllllcllt~
O i'c(~ucridos
e111 cl~iestòesd9esta ordem. Por& os dados eslalisticos já l~ul~licados
podémos collier e reunir sobre este objecto, niio são tão nlimcrosos c ahun-
dantes coiilo qucreriai~~os.0 s primeiros sào os c10 13r. Reriloii. A siia
prillieira estatistica, resultado da prática de oito aiiuos é pouco Savora-
vel; os cloeiitcs ainda ciitão esani inaildaclos 1)ara a Madeira cin muito
inio estado. Esta estatistica foi publicada rio E(lilzbu?*gMerlicnl ,/ou?.?znl,
e trailscripla por Andral cin uma nora clo Trotado c h ouscullny20 mecliata
cic Laeilnec, e é a seguinte.
Prinieira tabclla. Casos dc tisica coi~firinada,cliiaie~iinc scic. Intli-
\+luos iiiortos durailtc os priliiciros seis iiiezes da sua clicgada 6 Madeii~a,
trinta e dois. Individuos que voltaram á Europa c alii inorrcrain, scis.
Iridivicluos que ficaram lia Ilha e morrcrani mais iarclc, scis. Iiidivitluos
de que não liouve mais noticia, tres.
Segunda tabella. Tisica insipiente, triiila c ciiico casos. Dociiles rne-
lliorados á saliida da Illia, e dc que se rccocrarii clcpois boas ilobicias,
~rintee seis. Doentes inclhorados, inas de qiicrii ri50 Iioiivcrarii depois
mais noticias, cinco, Doentes quc nlorrcrarn riiais tarde, c[uatro. N'cstn
cstatistica ainda sc coiiipi~elici~cliaininais quiiizc casos dc c)iiLiSasinolcs-
tias cluc rnellioraraiii inuilo na Illia, como osthmas, ci~gurgi~:irncii~os cs-
~rofi~losos, reninalismos, etc.
Na outra cstatistica inais rcceiitc do Dr. Rcnlon, p u l ~ l i ~ a dlior n Sir
daiiies Clarlí, diz elle que o numero total clc dociltcs clue forarii 6 Illia
durante o irivcrno cle 1 8 3 4 foi scsselita e scis. D'cslc iiiiiiicro, c~iiiiizoinor-
rerain, clriarciita e tres voltaram para a sua polria, c oito riirida ficasaiii
lia Illia. Dos quinzc casos I'atacs, diz o Dr. Rcritori, quc ~ r c z c1120 cleviarn
ter saliido de sria casd. Dos c~uarcillac Ircs que vol~araiiipara Ingla-
terra c para outras partcs do inuindo, triilla c seis braiil coiisidcravel-
rricnte mcllioi~,a iilaios parte d'cllcs eili i~iuiloboi11 cslaclo. nO rcsultaclo~
accresceiita Sir James Clarlí, ((era iiiuilo din'ercatc alguiis aliiios nn~cs,
«quaiiclo os clocntes liiam para a Madeira sdincritc ciri csl;ido jci tniiito
((adiantado de niolcs~ia.»
Na obra publicada ciii Loilclres eni 185 I por \Jlliitc, í ~ u ci'csicliu por
cspaco dc quinzc amos na Illia da hladcii.a, c co~iiii~uilavari~agcirlpaila
a sua saúde, encontra-se riiua cstatistica dc ccin casos <Ic ~isicnpt~lirionar
tratados ali. Esta es~alisiica foi forriccirla por iiiii disliliçlo pi*ático da
Illia, o Dr. Lund, que ialiibeni a pul~licourio lissocicl~io,~ nfil/i~nlJou~~lzrll
d'ondc foi txanscri~ilapara varios joriiaes. D'cstcs ccrri casos, clnarcnla
e oilo csllivain iio priineii'o ~ici'ioclo,vinte c c1uali.o no scguilclo, c yinie
e oito i10 tcsccii'o. O aullior cliz C ~ U Pt a l v ( ~ a, l f ~ n s cl'cslt~scasos fosscl;l
só de iuduraciio rio Lofe ainda seni iiil~crculos,ixas para elle ti fora dtl
díivida que esses incsmos docntes, sr! .tivessein ficado cm Inglarcrra, tc-
riam rnorrido dc tisica pulmonar.
Dos quarenta e oito c10 primciro periodo, cm ti?nia e sete susyeri-
deu-se a niarclia da molestia; enl irezc d'cstes liavia já n dita siipeiisão
cle quatro a dez annos; em dois havia tres annos; cni onze Iiavia dc dez-
oito a vinle mezes; em oilze havia de sele a doze mezcs, cm tlois d'esies
houve recahicla e uni tornou a mclliorar.
Em onzc dos casos do primeiro periodo a molcstia coi~tiniioii;scis
ainda viviam, cinco tiiihaili morrido. Dos seis quc viviam, trcs passa-
ratn ílentro ein cjiiatorze inczes ao terceiro periodo, e a molestia progrc-
dia; tres passaram cni clezcseis mezes, dois aiinos, e cinco anilos para o
seguinle periodo. Dos cinco mortos, um inorrcu cinco inczes e ineio de-
pois c10 desen-ibai+que;um ficou um inuenlo na Ilha e morreu fira no
inverno scguinte; uin veio A Ilha sete inTerilos c niorreu depois; um
ficou ali cluasi oito invernos e morreu; e um ficoii ali um inverno, voltou
6 sua palria, onde sc siippõe ciuc lanibeni falleccii.
Os cloentes cluc chegaram no segundo pcriodo forai1.t viiitc c cjaatro.
E111 cinco d'estes parou a iiiolcstia, ein dezenove progrediu. Dos primei-
ros cinco em um parou a molcstia por espaeo de quinze mezes, recaliiu
depois, passou ao ~erceiroperiodo, tornou a suspcnder-se a marcha da
inoles~ia,e estava havia tres mezes tão bem como antes da recahida. Em
dois parori liavia cliiiiize mczes; em um havia cinco anaos. Uin reliroil-sc
d'ali Iiavia dez annos, recaliiii em 1 8 4 7 , tornou a i~?elhorar,c assim sc
conserva.
110s clezenove ein qrie a rnoleslia progrecliu, oilo aincla viviam, c
onze linliat-i~mori~ic~o. Dos quc viviam, dois esiavaiii miiiio rnclhor; qila-
iro ainda se conservavam no segundo periodo, ]nas a inolestia Iiia crcs-
ccndo vagarosamente; dois passaram ao terceiro periodo, rnas em uin
d'eslcs a iiloleslia clcpois parou, c parece esiar bem. Dos onze que mar-
ileraril, um ficou na Illia iiin iii-\~erno,saliiu clepois ein inuito indo cslado,
e suppze-se cluc momeu; CIU~ISCIficaram um i~lverilo1x1 Madcira e mor-
rcrairi no seguinte na sua pairia; clois morreram na siia patria, oito nic-
zes depois do dcseinbarque na Madeira; uin riiorreii dez inezcs depois
do clcsembarque; uni iiiorreu i;a sua patrio uni anno clepois do descrn~~ar-
que na Madeira; u m niorreii ila Madeira qiiatorzc inezes clc1;ois da clie-
gada ali; e uin ii3orrcii (palro annos ~ a m b e mdepois da cliegacla ali.
Dos viiate e oito que cliegarain iio terceiro perioclo, cin cinco parou
a inoleslia, e ein vinte e trcs ~rogrcdiu. Dos cinco em cliie a inolcstia
pí~rou,c111 iim iiiihn parado por tlozcb annos; rrii dois por 01t0 anrios;
clois cleixaraiii a Illia liiivia tres ailnos c aiiicla eslavniii bem. Dos ~ i i i i c
e trcs ein quc a inolcs~iaprogrediu ciilco ainda viviam, e dczoito linliam
niorrido. Dos cinco que viviam e m uin esteve a inolestia parada por
cp"oilze inezes, e cornecou depois a augmenlar vagarosainenic; cin urii
hia progreclinclo tainbem vagarosainente liavia rjuiiize mczcs; Ires fica-
r a m iiin inverno na Ilha, e retirara111-se levalido os unicos syniptoi~las
dc tosse riloderada e alguma expcctoracão. nos clezoito cluc rriorrcrain,
um morreu cluarenia e oito horas ciepois do descmbarcliie; um vivcii
ainda seis sernailas; uni sete scnianas; um nove sciilaaas; Ires, ires mc-
zes; um trcs mexes e meio; dois quatro inezes; unl cinco iilczes; um scis
rnczcs; dois sele inczes; uin dcz inezes; urn cjuinzc mczcs. Estc iilt.iino
tendo 11iclo Q sua patria durante o verão c vol~adoií Madeira, liiorrcii
sitbiiamentc tres mezcs clepois cta clicgada. Uiri inorrcu cliialso annos clc-
pois do desemharquc. Uril tinlia Iiido para a Maclcira liavia trczc annos,
I ~ ~ S S O Uali setc invernos, vol~ouclepois á sua palria, onde cslcvc lrcs an-
iios, roi novanicnte á Madeira oncle se demorou Ires invernos e dois vc-
rões, e foi morrer á sua patria.
provavel que em pouco tempo apparccarn traballios csiatislicos
que se preparam, mais extcrisos, circumstailciados, c acoinpanliaclos de
algumas liistorias da molestia, que mcllior os illuslrcm. Para cslcs ira-
ballios existem muito bons eleinciltos, mas a sua publicacão rckrindo-sc
a doeiites cla prática civil, dos quaes alguns ainda vivcm, oulros iccin
falnilia ameacacla da inesrna inoleslia, leni difficuldadcs c inconvciiicii~cs
que a embaracam e retardani. Nos liospitaes cstcs ~ral-~allios são í"iccis c
clepeiiclem só do tempo necessario para collier e reunir um ccrlo nuincro
de factos; a publicacão riào está s ~ ~ j c i al aconsidcraçõcs cjuc dcvcili liavcr
sempre na prática civil, e só raras vezes na piblica clos hospitacs; inas
para o ilosso caso não S ~ Oas liistorias dos doeiilcs do hospilal, 1ialiiiailt.c~
da Ilha, que pertendcinos. A liistoria das ~nolesliasque os clocn~csc
familias nos contam não 6 propriedadc do ii-icdico, de cliic cllc possa dis-
pai* livremente; é um cleposito q ~ i csc coilfia d sua probidade c cliscriq~o
para uni certo e determinado fim, que B a cura e alívio do docn~e. Fa-
zer servir as liislorias das nioles~iasá i i ~ s t r u c ~ àgeral
o e ao progresso
da sciencia é um bcm; inas é preciso que os graridcs dcvercs cla pro-
fissão sejam guardados, e cluc as susceptibilidades e inlcresse dos dociilcs
e familias se,jain atteiictidos. Piiblicar a liistoria das rnolcs~iasscin o iiomc
do doente não é precaucão baslante em uma cidade pecpcna, para quc
todos, e aid o propiio cloente, não reconhepm o scu ciiso, sc a iiarraq30
d fiel.
Mas ainda csistem, alêiii cl'este, outros cni~l~~raços para colhcr rssas
histerias, c formular essas esiatisticas circutiisianeiadas. Alguiis doentes
que melhorain consultam só poucas vezes os facultativos na IlIia, e se-
guem as instrucgões que tevarri do seli paiz; alguns retiram-se seiii que
se possa verificar por 11111 exaine esci~upuloçoo estado ein que sahirain;
outros rnudain de facultativo; utii certo iiuiiiero de doentes salieiii- da
Illiit e nGo voltanl, iiern ha mais iioticjas d'elles, ou vào procur:ir outro
clima, e curam-se, ou rnorrein depois de tratamentos, e ás vezes de irre-
gularidades, de qiie não dao parte. Jci tl'arlui sc vè quc o obter estatis-
ticas e liistorias circ~imstanciadase exteiisas, conio uós desejariainos il'csie
caso, c coino se obténi na prática dos Iiospi~aes,tifio é uinu pequena e
f a d tarefa; c isto explica a sua mingua aqiii, e eiii todas as oulras par-
tes, oiide doentes d'esta ordeni lrào residir por hcrn da sua saúdc, e n
necessidade de sc ~ ~ c d u z aos
i r resilliados geracs.
A opiiiiiio dos medicos residentes ue IIlia, sobrc a utilidade do clima,
clue acabhrnos de expor, c que deve ser ii'csla liiateria a mais cornpeterite,
pelos muitos factos sobre que é baseada, ieiii contra si clifferenteç objec-
~ õ e sque nào pertendenios encobrir. A priii~eira G a quc por vezes se
tem feito d profiss50, e particiilariricntc aos inedicos dc certas localidades,
liospitaes, estabelecimentos curativos especiaes. aguas mineraes, etc. e veiii
a ser: que tendo esses facultati~~os u m interesse iminediato ria maior con-
correncia dos doentes, podem, com menos boa fé, publicar uni iiuinero
exagerado de casos felizes, occiiltando inuitos desastrosos. Em segiindo lu-
gar podem (lar como ciirados e melliorados de tisica pulmoiiar doeiites
affectados de broiicliiies e piilirionites ch~.oilicas,e o ~t iras inolesti as dc vias
respiratorias, nlik graves, inas tiiuiio mais reiiciveis. Finalinerlte, qtie
inesino innocenteinente podein enganar-se no diagiiostico das iiioles~ias
dos que teiii curado, toinando como tisicii puliiroiiar iniciada OLItros pa-
decimentos de peito; visto cliie n'este priiliciro ~wriodoo diagiiostico dif-
reilcial é ás vezes clifficil.
A estas objecções 116s respoiidereinos que a repuiaça'o de que actua\-
mente gosa a Illia da Madeira para o tratariieiito da tisica yulrnoiiar 1150
é só devida ás rissercões dos inedicos ali residentes; iiias tein sido priri-
cipalinente estabelecida pelo testeinuiiho dos propi*ios doentes e dos trie-
dicos que para ali os inaildatn. Que não t! f'cil iiiipor ao piiblico esse
grande numero de curas na prdtica civil, e ein doeiites que niuitos co-
iiliecem; c sobretudo não é facil sustentar &se engano por iaiitos aiinos.
As asserções dos medicos quc ali praticam silo tiio inoderadas, prticlen-
tes e despidas de exageragões, que podein tnuito 1xm ser recebidas,, priir-
cipalmente estando de accordo coni tudo o iilais que n'este ponto se sabe.
Estes facultativos gosatii de uni Lein nierecido conceito de prohidade, ka
I9
iiiiliigraiiclc iitiifoi~niicl:idciias siias dcclsi~acc'jcs,c iiii-iii boa paiaic dos Sa-
o Fiinclial s5o cllcs iuc7siiios tiliia
cbiiltativos inglczcs qile tcni ~ m ~ i c a c lno
c~xcclfento?prova da iitilidadc do clima.
I<i-it qumlto ao erro de clingiiosticn qiic i~iroluiita~iaiiicnic pídeiri
coniiiietter, dando corno casos dc tisica l~ulmoiiai.oiitras tnolestias iisei~os
graves, podêmos uffirniar ~niiiio positi~:iriicnte qiic cllcs cstào ao facto
dc tudo que solire cste ponlo lia l i a acliiglidadc da sciciicia, c iios parccc
cllie no estudo d'csta inolestia esiào acirna do coiniriuiii dos facullativos,
pcla estcilsa p ~ á t i c a que d'el Ia tcrii, c ein doeiiles da iiiclhor posiçào
social, cle certa instriicqào, e cle ginnclcs rxigcncias. Ki-iirctanio 6 possi-
vej, aqrii como em oiikras paltes, ter liavido algum crro dc tliagnostico,
que ri20 d e ~ ealiciar a regra mais geralrncnic cs~abekccicla;c aiiida con-
véixi dizer clue esse crio ver11 algutrias .c*ezcs principiado CZL' fOrn 11clo
iiicdiclo que para ali iiiandoii u doeu~c, c ali sc coiarige coin rricllior
observac~u.
(( cliina huriiido e cliicnte, era o iriais proprio e benefico para miiri: c01110
(í ine aconteceu cxpcriiiientar erri I-fainhurgo, no Sul da Iiiglatcr~rri,e ri;i
n particulai~~iienlc: ao ar1 livre. I', verdade que a respira$o dc 11111 ar. no-
(I tavelrne~itesuave rrie dava iiina agradavel çensaqão; porém acliava-iiic
em outro lugar, que :i liabitacão ria Madeira é, ein geral, salutar c boa
araa as rl~oiestiasque requercrn unia atinospliera tornpcrada, branda,
(í secca, pura o elastica, sem grandes variacõos rio tempo ; com difficul-
Com todas ;IS ~antagpnscliic cstc paiz aprcscntn, c cluc 116s ,li pon-
dcriíinos 1150 só rclati~arnei~tc ao clima, inns ainda eiii reí'crcncin 6s siias
oiltras coildi~õcsliygicnicas, não adinira quc clle tcnlia sido lirocurado
pclos doentes ail'ectados de tisica c outras molcs~iaspuliiionarcs, a clucrn
offcrece reunidos todos aquellcs quesitos que para taes niolcs~iassc dcsc-
jam, e cjuc rnesmo n'esle respeiio cllc tciilia l~refercncinsobre os outros
para isso ~ a m b e i naconselhados, principalinen-ic cin reln(:$o i rcgiilari-
di~rlcde ic~iilieralurac variayoes atmosphericas, c á siiavitlatle tlo inverrio,
que corrcspondc ao horri verão Ac algiins climas do Nortc.
A cotiil~ara$íodos cliiiias do Norte, coni o cliin:i do Puiichal, niio
lios parece dil'fici1: o contraste é tão inaiiifesto e saliente, cjue 1ião seria
III-ecisogrande csforeo para o inarcar e111 varios eleineiltos clo clima, so-
J~rctiidodurante o inverno; riias por isso mesmo cliic essa diff'ei~erigté
lão cvideii~cc ~ioloria,torna-se superaliiuiidautc c clcsnecessario o deinons-
ira-ta. E essa cornparaflo cnlre os clinias frios e de alla l a t i ~ ~ i d ce, os
ciiiiias suavcs e cle latitude iilais l ~ a i s a ,,i5 está feita clcscle ha rniiilo
teiiipo pelos autliores, e eillelidicla pelo piiblico. A coniparricào dc que
nós aqui tratlii-i~os, e clue dcsejâinos esiabclecer, é entre os climas d e
l ~ i x al a ~ i ~ i i drccoiriinendados
e para vaIetiiclinarios e para doentes are-
ctriclos de molcstias piiliiioiiares clironicas c o clima do J-unclial. Tarn-
],em iião é iioçso inlenio rilostrar a siipcrioridaclc absoluta d'eslc cliiiia so-
])se OS outros, e induzir os clocilies de tisica e nutras iiioleslias pulmo-
riarcç, a procurar cxcluci.iuaineritc a 1111% cla I\Iadeira; mas é siiii esaiiii-
nar cliiacs s20 as ~ r i n c i p a c scondicões ri~cteorologicas, lopogrnpliicas e Iiy-
gienicas c~iicse diio i~'csses paizes, e ver se essas coiidicões igualmente
se encoiitrain no Puncl~al; se lia qualidridcs commui-is ciitre os paizes es
colhidos para o ~raiarricri~o das molesiias puliuniiarcs; c se ria clivcrsidade
clue podem aprcseii~ar,sc encontra vaii.tageiri eiil favor cle qualqiicr d'el-
les. Estililâliios que Iiyain cli~~ersos ctiinas ein íluc os docnles rill'ectados
das sobrcdi~asiiiolestins possalu acliar alívio, c até acrcditirnos qiic alérri
dos já conliccidos, aitida [~otlcniIiaver outros, por ein ~ ~ i i a l i tignorados
o
ou iiao csploraclos, em iguars ou inclliorcs circuriistaiicias para o dito
fim. boili qoe teriliamos diversas localidades proprias liarri soccorrcr
iarilos iudividuos an'cctados d'cslas inolcsti:is, e para que possam r~iuciar
c ciicoiitrar I~O\TLS impressoes c cGitos c u i n ~ i ~ o E s . sc as divcrsas phases
(Ia tisica c da oiiiras afSerçõcs pulinonarcs demandam diflei.entes locali-
dades, se criti-e essas recoiiiinenciaclas lia iiiiias cluc coiivém iiiais do quc
outras liaiaa c'eitlos eslaclos oii pcrioclos cla iiioleslia, para ccrLos tciiipcr;i-
inciitos e colist ituiqõcs, coiiio é p r o v a ~ c l ,~iicloo r p c podcriiios grarigen i*
c accuriiiilar por cssc lado tiào pódc ser iiiiilil, c irifelizmeriie aii~ílarico
ser6 I~astantc1)nra prccnchcr o Tiln que sc desc,ja.
0 s cliiiias c as loc:~litladcs lecm clcnieiitc~scii,ja comparayio isolada
não C difliçil; poréiii estes clerricnlos irie~eorologicos,e as conílic6es de
esposiqiio, riltitiidc, natiircza do solo, vegetacUo, etc. iein unia 101 acqào
uns sobrc os outros, c 1iiodiíicai-i1-sc ctc t a l modo, ~ L I Cu coinparaqão
d'esscs cliiiias c localidades com o Gm de conhccer as suas ii~fluenciasc
rrsiiltatlos tI.ic~rapciitiros, iiào 4 Ihcil. A tli&l~en(;ii rlc uin só cl'cstrs ele-
iiicatos topoarapliiLoç, é Laslantc para que sc produzaiii 110s doentes eflki-
tos mui diversos. A licão qiic ultiiria~ncnictcnios tido dos cli~natolo~is-
tas, nos induz a crer que estc estudo s~iminarnenteintercssaote, é coi~i-
tudo arduo e cheio d e difficuldacles. Mas este mcsiiio estutlo na sua ap-
plicacão ao caso presente, nos tem dado a conviccão de cluc o clima do
Fnnchal tcin muitas das principae~conclicões que ayreseiilani os cl imas
acoiiselliados para os doentes affeciados de molcstias pulnionarcs, e cluc
em alguiiias d'estas condicõeç Ilics é superior. N6s avcntiirarcmos algu-
mas brcves rcflesõcs coiiiparativas ii'cstc sciitido sobrc o cliiiia do Fun-
clial, c os de I~aIia, visto c~iicestes çào os riiais procurados c seguidos
para O tratamento das ditas molestias,
Os sitios i~iaisrecoiniilcndados no territorio italiaiio para lialitacão
dos doentes affectados dc tisica e de outras inolestias pulinonarcs, vào
desde Nisa até Napoles; Lago ele Coino, e oulras localicladcs da Ilalia coii-
tinental, deliciosas para o hoinem são, c ainda nicsino pnra os cloeiitcs
durante o verão, nào servem para estes na csia$ío fria : Nisa, Piza, Roma
e Napoles c suas visinhangas, são os principaes Ii~garesescolliiclos ])ara
essa cstaçiio. l? portanto lia Italia inaritiina que o doentc aclia esses sitios
de r e f ~ ~ g i oe, principalmente cm uma pcninsula lançada longarncnie no
mar, coiii seiscentas leguas de litoral, e que subiriani a duas rnil, sc con-
tasseiiios toclos os córtcs, salicncias, portos, baliias e proiiioii~oriosque a
sua circuiiifcrencia nimiail~cntc irregular, olTerccc. Niiigiieiii deixará A j
de vcr n'csta disposição e na cpe apresenta a Ilha da Madeira uiria iio-
iavcl coincidcncia.
Náo é ila costa oriental da pcninsula italiana, banhada pclo Adrin-
tico, que nós encoiiLi~Bmoscsscs lugares cscolliidos para 1ial~itaçGo (10s
doentes. A sua esposicão iiào é cxacirii~iciltca Leste, nias c' ciri grande
parte ao Nordeste c for.temcntc haticla pelos verilos d'csse porito; crn
cluaflo a costa occicleiital baiiliada pelo Meclite~ranco e utii pouco vol-
tada ao Sul, recel~ea iiilluencia siiavc e igual dos vcnlos mcriciioiincs.
0 s Apei~inosdividindo grande csteilsão da pcniiisula italiana, e clcler-
irlinando a clistribui~ào da,^ agiias, coino lia Madeira a alta cordilheira
(llie clevide a Illia, protegem pela sua posi~iioc allura o Indo occidcrital
dos ~ e i i l o sfrios do Norclestc, c ainda algum tanto do Norlc. E é i l o l a ~ e l
( ~ Inesmo
e ii'essas localjdadcs em que os dociltes liabilairi, iliria das pri-
meiras circuiiistailcias qric se procura é o abrigo e derma elos ventos do
Norle, dos ~ ~ e i i t ocontiiieniacs
s frios c seccos, e ao mesino tciiipo a expo-
sicào ao Sul. Ein ni~iitos1ug:li.e~csia clcfeza é f i i l ~por collinas cliie cer-
cal11 C protcg~iiia cidade, ou o bairro dos cloeiitcs: cin Piza ale as suas
:)llligns e altas iniii~allinsconporrciri rini'ii essr fiim-i. Sc :i iriici3soecão tias
collinas cncana c dirige sohrc algiirna parte da cidade os veritos tlo Norle
ou Nordeste, esse sitio é clcclaraclo nocivo aos doentes. Pclo contrario
todas essas localidades são abertas ao Sul, cuja exposiyão é desejada, e o
vento liumido e brando do inar considerado como Lenefico. E isto o que
aconlece tambcin na cidade do Funclial: inagnificaiilcnte abrigada da
maior Sorqa dos ventos do Nortc e Nordeste, sei11 c o n ~ t ~ i dficar
o privada
da purificacão que uina viracào nioderada d'csscs pontos exerce cluotidia-
namente durante o vergo, clla recebe a jinpressào humicla e teinlierada
do \lento do mar.
Os ventos do Norte c Nordeste cliie reinain ria Ilalia durante o in-
verno, ventos contiueritaes e seccos, que ~~arreildo a atmosphcra italiaila
das nuvens e humidade para ali levadas pelos seus antagonistas, dão ao
ceo d'aquella hclla região a sua pureza e brilliantismo. principa1men.te
na Italia incridional, não são favoraveis para os doentes atacados de ino-
lestias dc peito. Pelo coiitrario os reiitos do Sul, os \7cnlos iiiaritiiiios,
ventos do verão, mais sualles c n-iais humidos, refrescando a atniospliera
d~irantea estacão cliieiite, a conscrvarn n'acluelle gráo dc teiiiperatura e
de huinidade, que niais geraliriente convém a um pulnlão doenle. Assiin
as influc~iciasque vem das regiões Loreaes sào muito dinèreiilcs na sua
accào das que vem das regiões austraes. E por isso mesmo a zona occi-
denlal, segundo diz Carriere, é geralineiite favorave1 ás condicões phi-
siologicas que reclamam um ar sereno c iiiipregnado de TTapores(luentes,
cni cluanto a zona opposia d ljoa para as osgai-iisa~õcsque sc vivificam,
em vez de se gastar, debaixo da influencia de u m ar relativamente frio
e secco. ISLOdá aos Iiabitanles das duas zonas urn caracler diverso, que
sc inaiiiíicsia na sua disposicào fisica, robustez e agilidade, e que não
influe polico nas suas c1ualidades n-ioraes. Isto taiill>cm explica a prefe-
rencia que se tem claclo á zona occidenial para o tratainento dos doentes
aKectados de molestias p~ilinonares, cliie nZo porleriam supportar a in-
Ilucncia forlc c viva dos ventos clue predomiriani lia zona opposta.
Porém o abrigo dos Apeniiios contra os ventos frios c scecos na Italia
occidenial, fica longe para certas localidaclcs, e as protegc iiiuito inco~ii-
plclanicnte, cin cluailto no P~incliala dereza é pcrleita, e só se recebe
d'csçes vcrilos do Norle, o que é s a u d a ~ c l ,c lia estacão cin que é mais
u ~ i lpara rcí'rescar o ar c levar para o Oceano as iilipurezas da atmos-
plicra. Assim como não sc aconscllia aos clocntcs em geral liir Iiabitar
d~irantco inverno a Ztalia oriental banhada pelo Adria~ico,tambein nin-
gucni llie aconselha, liii liabitar ii'essa estação a costa do Norie na Ilha
da Madeira.
Os veritos cpc çol'rairi (10 Sul, c qrie a zona occidental da Italia,
I~clasua iriclii~aciioiio Sudocste, recebe? iiiais c10 que a zona orieiiliil, siio
ioclos iriais ou nicnos carregados de liuinidaíle; muito fa~avoraveispara a
vegcta(;ào, teeiri ciii certas occasiões para o lioiiiciii clualiclacles depriinen-
tcs, c o sit.occo reune cslas cjualidadcs ciii gr6o iiolavcl c provcsbial. « A
«sua acqiio sobre a organisaqão humana» diz o doulor Salvagnoli, «não
((póde csprimir-se esactamentc por palavras. Quando cllc reina, os in-
«divicluos siios scnicm-se oppriiniclos, os seus movimeiitos iiiuscularcs são
(( peilosos, a caljc~apesada c dolorosa, lia somnolencia coiltiniia, o appe-
« tite dirriiiiuc, os convalcscciiics recalicrn faci1rncnt.c c os doeiiics vecin
(~aggravaro s c ~ icslado.» Estes plienomcnos c synrplomas sGo inuilo niais
gisavci; do que ac~iiellcsque o leste no F~inclial;C o leste inaili-
festa-se aqui muito iilciios Tezes c10 quc o sirocco na cosla da Ilalia.
O utezzogio)-no e o Zibccio, ventus austraes que ali tambciil appa-
i.cccli.i, participando das clualicladcs do sirocco, 1150 ieiii C O I ~ I L L I ~ aO suil
ii-iteiisidaclc; porém ás vezes, durantc o verso, toi-iiani propor$ões tacs clue
chegam a produzir alg~iiisdos eílcitos do si/-occo.
,A costa occidcn~alde Italia talilbein é batida por uin vento do Noroeslc
que iiielpeceparlicular riiericão: o ntacst?-o. Este valito depois de Lci acoi-
tado o Sul da Pranca oirdc é coilliecido com o uome dc nzisti*ul, c cclclire
pcla sua forca e violeiicia, atravessa o ~Ieclitcrraneo,onde ganha a l g ~ i n ~ a
liumidaclc, c cliega incnos aspero c impetuoso ao liloral ilaliano; inas ainda
assirii ineoiiilllodo e d e ~ a ~ r a d a v epriiicipaliuentc
l, para os docntcs.
L)e tudo isto se vê que o Funclinl cncllior protcgido dos vcritos frios
c scccos, do cpie a Itaiia occidental, reccbcndo cointudo d'elles uiria in-
fluencia Lcneíica c purificadoi~a,c s ~ darnplainciile aberio aos vciilos sua-
ves e Iiuiiiidos do Sul como ella, oii iilais do clue clla, c scrri ser s~i,jcilo
aos incoii~~cniciiics que almuns cl'cllcç produzcili ii'csla região. Dcrc coin-
h
~ u d odizer-se que as localidades, a posiyão das liabila~ões,a l~roxiiuiclade
dos i-iioiites, c outras coiicliqões do solo, da altituclc e da cxposicão do
lugar 1i:ibitnclo podeiri niodificar iriuilo vniltajosan~ciitcas cjualidadcs ge-
sacs do paiz, c e' islo o que se rem procurado alcalicar lia 1 ~1 ~ ICI
~ 1e ' c111
toclos os oulros paizcs recoriimcndados para os doelites aRc'cctaclos dc ino-
lestias puliiionarcs, e que ii-iais .o11 i~iciiossc tein sonscgu ido.
A Illia da Madcira, collocada no i~zeiodo Occano, conserva cluasi
seiilprc uiii grláo iiotnvel cle huinidade. Ser5 i~oréina pcninsula iialiana,
lancada cxlensanxnte iio Mccliierra~ico,u111 paiz niais secco? Tcrào cssas
suas locali claclcs i-t-iriis recomiliendaclas uina a linosplicra inciios huiuida?
((A pcniilsula iialiaiia é talvez o paiz da Europa ciii q ~ i ca agiia se aclia
(tem iiiaioi* rluaii~idadedebaixo da fdrma variada de inarcs clue a banliam,
4ccIe rios e i.iI~eiros cluc a i*egai-ii, dc lagos e de I~aiiianoscluc csião clis-
userriinados sobrc o seu litoral c outras ditTccrcntcs partcu do scu tcrritorio.,,
(Le cZi?rzcc~c l ' l ~ a l i epng.
, 2 8).
Sem fallariiios cla Italia continental abunclantcmente provitla de
agiia, coni urila alliiosplicra iiiuiias vezes nebulosa, coin os seus grail-
diosos lagos dc Como, da Guarda e RIaior, c~uasiniares interiores, rc-
gada por um rio magilifico coixio o Pó e scus afl.lucnlcs, c cortada por
iiumcrosos caiiaes c por tantas obras liydraulicas adiiiirn~~cis clue derra-
liiam a fcrtilidadc c a ab~iiiclanciaclas grainiileas cm todo o reino Lotn-
bardo-Veiicziaao, e liiiiilailclo-lios a tratar ião ~óiiieliteda Italia mari-
liiria, nós iiào podê~noslia verdadc suppb-la nliiito seccn; scnclo banliada
pclo mar cin uin litoral tão csleiiso, cm cliie as aguas cntram proftinda-
meiile nas terras; sendo cortada por inuiios rios clue correm para o lado
orieiital e occiclental, entre os cliiaes figuram o Arao, o Oiiibroile e o
Tibrc; e tendo lia parte mais meridional c~uccoiiiprelieiidc o ierritorio
riapolitano, não menos dc trir~tae~nbocadurnsque despc,jaiii no inar ou-
Iras tantas correntes que descclil do Apeniiio. Em muitas partes, priil-
ciplinente do lado occiclental, as agiias nào acliaiido í'acil escoaiite, ou
pela inaior elcvacào do litoral, ou pela Ebrina das plaiiicies em bacia, ,----
*, i
fJ-.
I
1. '
../i
l)lS7
iciii dado l ~ i g a rdesde época iiiiiiieiiiorial, B foriiin~àoele c x l e i i s i s s i ~ n o ; ~ ; ~ ~ ~ ; -
panlaiios, fatiiosa c prorerbiala~cnteiiikclos. 4
Janeiro. . . . . . . . . . 4 9,5
Fevereiro . . . . . . . . 5 2,4
iuIor*qo.. . . a * . . . . . 55,5
Abril.. . . . . . . . . . 58,5
Maio. .......... A2,6
Jriiilio. . . . . . . . . . . 68,;
Jullio . . . . . . . . . . . 71,9
Agosto.. . . . . . . . 71,O
Setein bro . . . . . . . . 6 9 ,O
Outubro. . . . . . . . . 63,O
;Novciiil>ro.. . . . . . . 5 6,l
Uezenibro.. . . . . . . 51,í
Janeiro. . . . . . . . . 52,s 2
Fevcrei ro . . . . . . . 5 3,6 0
Marco.. . . . . . . . . 56,30
Abril.. . . . . . . . . 59,OO
Maio . . . . . . . . . . 63,68
,Junlio . . . . . . . . . 69,4 4
Jiilho. . . . . . . . . . 72,14
Agosto. . . . . . . . . i1,24
Setetnbro . . . . . . . 69,44
Oiitubro. . . . . . . . 62,60
Novciiibro. . . . . . . 5 5, /t 0
Dezenlbro. . . . . . . 5 1,44
Vè-se pela iabella do professor Dove, (li." 27) que a tenlperatura
média do inverno no Fuiichal, é 10°,9S niais alta d o que a de Lisboa;
cliic a da priinavcra é tambem 4',80 mais alta; que no verão, e esta cir-
cumstancia é muito importailte, a temperatura média do Funchal é só
On,66 mais alta do que a de Lisboa; que no outono a do Fuilclial, é su-
j)erior á de Lisboa Sn,40. A differensa entre a ie~nperaturaiiiédia do Te-
rão c do inverno é no Funchal 8"10, e em Lisboa 1Sn,42. A differenca
enlrc a tcinpera~uramédia do mez mais queiite, e a do 111ez mais frio,
é llo Fiiliclial 10",80, e em Lisboa 20"70: grande vantagem ein favor
da i~cg~ilaridacle e pcquenas .clariacões do clinia do Funchal.
Poréiii só por esta coingaracào das temperaturas médias não se póde
heili fazer idéa das variacões de teinperatura do clima de Lisboa, é pre-
ciso paru isso descer coin pacicncia a uma analyse niais iiiiuda e cir-
cuinstaiiciada, para o que lios servireinos principaltiiente das observa-
cões ineleorologic~sdo Sr. Fraiiziili.
A i e m ~ ~ e r a t u rno
a inveriio cm Lisboa tem baisado até 26" e emui-
tas vezes a 30" e 32" por coi~seguiateem muitos anilos tein Iiaviclo, du-
rlailte o inverno, alguns~diasem quc a agiia gelou. Em dezeseis inver-
nos grlriii nci inpz rle Dr~rmlirorin seis, cliiianie a noiie, P só por (luas
2.1
oil li3cs rioitc:~. Nos iilcsiiios dczeseis i~iveriios,gelou rio iiiez cle Jaiieii-o
em oito, tailil~einde noite c poucas rioites. Nos iiiesiiios dczeseis iiivei--
nos, gelou no iiiez de Fevereiro em u m só, c por duas iioilcs. N'esles
iiicsiiios iiiezes e111 que gelava e cin que a temper~turadescia abaiso clc
33", subia algunias rczcs a 5!J0, a 63", a 64", e alé a 67".
Ein Dezembro de 1 S1G desceu o tliei*iilornetro a a 30" e subiu a
60". No iiiesiiio iricz de 1 8 17, desce11 a 32" c siibiu a 63". No niesiiio
iricz de 18 3 5 desceu a 27" sçubiu a 60". No riiesiiio inez de 1836
clcsceu a 29" e suhiu a 63".
No ~ I C Zde Janeiro de 1820 desceu a temperatura a 26" e subiu a
64". No uilcsriio iiicz ciri 1837 desccu a temperatura a 27" e subiua 63".
No liice de Pevcrciro de 1839 desceu a teiiiperatura a 26" c subiu
a 67": 4 1O de difl'erciica, 110 mesiilo rnez do mesiiio alino. A leinperatura
iiiais baixa que se iiiarcou no inverno rio espaco dc dezescis alirios Soi Se",
e a mais alia 68": difTereiica de 42". Estas tcriipera.luras estreiiias foram
obtidas coni o tlierinoii~etro ordiilario a horas certas; $ provavel que
ainda se obtivessem i-iiaiores vasiacões se tivesse siclo euiprcg.aclo o tlier-
iiionietro de maxiilio c rninilno. Estes exeinplos que citâmos não são c:1
sos raros; é o que acontece ein inuitos iiivernos.
Na prirriavcra as variacões cte ternpcratura não são menos pronuii-
ciadas. Assim e m RIarco vemos a temperatura descer algiiiis aiiulos a
3b0, 37", 98" e 39" e subir a 74", 7 7" e 85". No rnesi-rio liiez dc Marco
c 110 aniio de 1522 a temperatu~adesceu a 45" subiu a Y 5": 40" de
dinèrenca. R'o niesiilo inez de Marco de 1 8 3 5 desceu a 38" e siibiii a
74". No mesmo mez de Marco de 1837 desceu a 37" ssubiu G4".
No niez de Abril teni descido a temperatiira a 37" e subido a 84".
No mesino nlez de Abril de 1835 desceu a 39" e subiu a 84": 45" de diK
fercnca. No ~iicsinoniez de Abril de 1 83 7 desccii a 3 7" c subiu a 6 i".
No niesmo mez de Abril de 1840 clesceu a 4 1" e subiu a S 1 ".
No inez dc Maio teiii-se visto descer a temperaliira a 42" e subir
a 89": 47" de dill'crenca. No ii.iesmo rnez de Maio de 1840 dcsccu a leni-
peratura a 43" e sulriu a 89". No niesriro mez de Maio de 1 8 3 9 clesceu
a 43" e subiu a 88". No rnesriio nlez de 1835 desccu a 4b" e subiu 87".
De modo que os mezes da primavera ainda lios apresentam iiiaiorcs varia-
çõcs do quc os do iii\lcrno, c a primavera é geraliiicnte noiada ciltrc nós
pela desigualdade e variacões cla sua teniperatui3a.
No verão ainda eilcotltrâmos grarides variacõcs; e iiào cit8inos lodos
os cxernplos d'estas grandes variacões, ellas sào lriviacs; só cscollicriios
alguinas díis inais salientes. IVo ~ I C de
Z J ~ n l i ovemos a teinpcraiura descer
u 48" e s u b i r a !17": 49" de dilkrenca. No iilcz de Junho dc 181 7 desceu :i
1cnil)eraiur:i n 50" c suljiiu a $5". No incsiiio iiicz (lc Jiirilio clc 1835, rlrsccii
a 48" e subiu a 88". No mesriio riicz em 1840 tlesceu a 55" ssu-
I ~ i i ta 97".
No rncz cle Julho a tempcratilra tem descido a 5 1 " e subido a 105":
54" de direrenca. No ii~czde Julho de 1519 a teinperatiirn dcsccu a
56" c sul~iua 102"; iio inesnio inez ctn 1 824 a temperatura desceu 4
58" c subiu a 103". Estas são as ~ariaçõesmais notaveis, mas ouiras clc
30" a 40"são frccluentes.
No rnez clc Agosto a tcrnpcralura tem tlcscido a 53" e subido t~ 99":
46" cle diflercii~a.N'csic mesino rnez em 1837 desccu a 57" e subiu a
97"; o inesino acoiitcceti iio mez clc Agoslo cle 1838; e no rnez dc Agosto
de 1839 desccix a 5 7 " c ssubiii a 9 9".
Estas icmperaiilrns cxteriorcs ião altas íí sombra rio verão pode-
r50 pnrccer extraorclinarias; eiiLiletanto além de sereni cxtrahidas das
obsciva~òcs do Sr. Prniizini, o que já é nina boa garantia da sua cxa-
ciitlào, aincla para inaior scguranqa nos iiií'orm~mos do modo por quc o
tliermomctro estcrior estava collocado, c soubemos quc tiido tinha sido
feito conforinc as regras esial~elcciclas, c coiiio s~ipp~inhainos. Tambcm
ajuiliaremos, ciiic nas obscrva~«csine~corologicas de Prctorio acli6mos,
íllie no ai1110 clc 1754, no rncz cle Junlio, subiu o thermonlctro a 97"; cm
Jullio cllcgou a 102; c iio dia í 3 dc Agosto cliegou a 1OGO, e assim se con-
servou duraiilc duas lioras; 110 dia scgiiiiite, 1 4 dc Agosto, subiu a 103".
No o~itoaoas ~ a r i a ~ õ nãoc s sao tão eslensas, mas são ainda considc-
ravcis. No incz de Sc~cinbroa ~ e o i p c r a ~ u rtem a descido a 118% subido a
92". No incz de Setembro dc 1819 a tctinperaLura clcsccu a 50" c subiu
a 89". No inesino mcz i70 anno de 1S 3 9 desccu a lii " e s~ibiliri 89". No
iiiesino mez dc 1840 clesceu a 48" c sul>iii a 92".
No iiiez de Ourubro a tcinlicralura tem clesciclo a 40" c subido n
89": 4S"dc diíl'erei-ign. No incz de Outubro de 1821 clesceu a 50" e su-
biu a 88". No inez de Oritubro de 1836 clcsceii a 40' c subiu n 79".
No iuez cle Outubro clc 1 8 3 7 desceu a 47" sçiibiu a S4".
No incz de N o Y ~ I I a~ icmperatura
~J~~ teiri cle.cido a 34" c subido
a 75" 4 1" de ditrcrenca. No incsmo incz cle Novcinbro clc 1 830 desccii
a 36" c subiu a 14". No iiiesino incz de 1 S25 desceu a 39" c subiu ri 70".
E i10 inesiiio rnez de 1 8 3 5 dcsccu a 34" c subiu a 7 5".
A tabelln qiic aprescniâ~nos(n: 56) cx~rahidados diarios metco-
rologicos do Sr. Pranzini é curiosa, pois inosii*a por observacijcs de ctc-
zeseis ailnos a miniii-ia c niasima a cluc tcm clirgado a ~t.einpcrniiirncin
cada mcz, c aléili d'isso, a méclia ininima e a inédia masima de cada
iiin dos inczes. O cxaine d'esia tabella n5o só rios indica as grandes va-
riaç0cs qtic o mcsiiio inez liódc aprcsciitar nas suas t c i i i ~ c r a l ~ i r n ~ c s l r r -
inns, ( - 0 1 ~ 0 tnnihriii ali L ~ C\ E C[\IP ;i16 ii diKrrciil;a cl-itro :i ~i-iediainasi-
".
aia e u iiigdia i~iinimano inez é iiiuiio grande: 30" mais. E a difk
renca entre a mais baixa rnédia ininima eili Janeiro e a mais alta me
dia maxiina eiri Julho é 60'. 'Tamhem se vê por essa tabella que a mais
baixa temperatura observada n'estes dezaseis annos foi 26" c a mais
alta 10!iO:79' de digerenca. Ern quanto no Punclial a inais alta tempe-
ratura ol.,servada é 85" e a inais baixa 45": só 40" cle differenca; islo por es-
paqo de inais de ceni annos, e a ininima 45"oi obtida com o thermome-
tro de maxiino e rnii~iino.
Julgímos preciso entrar n'estas particularidades para fazer melhor
sentir as grandes varia@ que lia na temperati~rade Lisboa, e que não
podem ser bem apreciadas só pelas temperaturas médias do anno, das
estacões e dos mezes, que os aiithores teem 1)ublicado; e ainda ciiidâinos
que 'é necessario continiiar n'esta analyse e levar mais adiante o nosso
exame; porque tainberil existem grandes variacões nas differentes horas
do mesmo dia, entre o dia e noite e entre os dias successivos; esias va-
rjaçôes, ás vezes ião grandes, são as mais perigosas, c as que produzem
os resfr~iamentose constipagões.
4ri:
27 DE .\TIRII, DE 1053.
A * observaq8es Iiygroinetriens só romegnrnni no tliri $ 5 rlr Scternbro.
oJ'43 T OS '68 9 £ ~ ' 0 9 ~ 9 ' 0 ~ 8 6 ' 9 9 9 ~ 1 ~ 9 ' 6'P£ £ ' OL
6 FL 5 L O9L O&
01v13 ã 3S T L 889'0009'060t'999~95&~'9~L 99 &L I L £SL 6'6
oPvl'l"N .[ N LL 6 8 9 ' 0 Ç ~ ~ ' 0 8 ' ~ ~ ' 9 £ 6 ' £ 9 9 99' 1 ~OL 9L 9.4 PDL 0'6
*AnQ3 O O 90 ~ E L ' O L ~ Y 9' O6 1 ' L 9 9 ' 9 9 ' 6 £ ~ ' 6 'P I L ÇL 0 L O9L Lã
eanq3 1 OS 9 8 G ~ L ' O Ç ' P L ' O L T O ' B 6 9 L € &L 9L '6L 0 9 L 9'6
Q.lnq3 O O L8 ~ 6 ~ ' 0 9 ' P ~~ '100 ' 8 6 9 L & £4 SL 5 L GBL 92
suarnu '0.~213 ç 9L LL O9L P'6
OJ*13 B OS 9L OL O S L €E
OJKI 5 asa 'PL EL E ~ L~e
OJ~ICI e asa ZL %L I ~ L18
OPWUN E 35a EL TL ISL 08
oI1RI'lnN B 3 4L ?L t 9 L 61
OJe13 i3 S LL 0 0 FgL 01
Or'QIclnN E os0 OL [IL 8 9 L L1
OPSI4nN '6 OS OL 6 L G4L 91
OJQ13 r O LL '60 O Q L 4r
OJv13 % O LL '68 OllL TI
"ni13 B O LL GL 1 9 £1
~
sua.iiiu ' O J U I ~ T s 9L UL 8 9 L '61
"1~13 T s &L 6 L E9L 71
OPVlc[l1N I N 9L LL 9 9 L OT
o ~ ~ a q o a o zI ON CL 'PL L ~ LO
OJe13 8 3 £L C L 99L 8
sua,iiiu ' O J U I ~1 3~ 'PL (:L S 9 L L
suabiiri 601v13 r 3s £L 9 L E9L 9
iol!~seua5v' t i 1 1 q 3 o; 0s £L 9 L G9L Ç
sua.\iiu l o i ~8 ~ ~s !2L LL Z 9 L 'P
O"43 T S £L 6L 99L E
suarnu co1i113 g, s '6.4 £L L9L 5
OJV(3 o d u i a ~ g
3N3 EL £ L Ç9L I
I
odaia~ e
, , E
olua~ - s
I
L
S
,
i ã . 5 a
J
~ ~ G 9 Q ~ ~ U ~ I ~ E ~ ~ ~ G ~ &"dome" Z ~ o ' e o ~ a a a c i ~ ~
3 2 2 2 2 20 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 C 2 2 2 2 2 2
T+ -r m j n -&2 nledia pressão atma.phaica
-a " r 3P-W I p -O g 9 G 2 O -aO -Gy (3
&,rmetrm
- u a u n n ~ a u ~ n n' 4 n na w w w a a u
a cu N CI r w v r CI w r s h~ w rn r ta r I- w r I- v N I- O r Variagão do ba~ometra
4 3 0 4 4 4 q 4 q 4 0 4 4 q * < 4 * + 4 + * + i l 4 * + 4 4 2 4
0 G O WP p N-&-I- _o
r _cl r;l a p í?-m-* =r p-&_r"ta média tempcratnra exterior
cu n n u w a ~ u~ unu a n o nuas
r r r v w Taria~áoda temperatura ex-
O L ~ O W N ~ O Q M ~ U ~ C & W W O ~ D - Z C ~ G G ~ ~ terim
~ * Q W W
r w l 2
Tempcralnra ao ~ o Bs
ggg 1 I I 1 1~ o n ~ H ~ Q g g g ~ g g g g g g ~ horas
Temperatura inier~oras 2 ho-
~ ~ ~ ~ ~ ~ C rasdamanhl ~ ~ , " ~ ~
+ + -a 4 * % wWN Média da temperalnra iotc-
-" -
+
L=?
w 9 Q-rn a-&-&?
L=?
NW &_atny$~~"-& @
+ +
M t ü ~ - a + ~ x s s n e
LCi W-a w w
i>
CU
4
w
4
P1
flor
Variac60datempera1ura'n-
tenor
~ ~ v ~ ~ ~ ~ ~ F ~ ~ C W m g & N ~ ~ ~ ~ r O ~ O O N 3 W
5
Y Y * * Y Y C C Y q y ~ 0 - 4 3 m m C C + 4 + * - * * Marima 2 5~
~ W G W Q ~ O O & ~ N ~ ~ ~ O W U W G
r
w
n
m
~
w
n
o
m
o
m
m
n
a
m
~
~
~
~
~
p
~
q
~
~
~
+
~
G
~
~
W
~
~
C ~ Y ~
~Bliuirna
~
~
~
a
-D
c
~
-
30's
~ rn C.m
m
~
>
~
~
~
~
=
m
m
+
~
=
~
*
~
-m
g s z
ma-am**-*+*a*-***+++-a44mji--* p 5
--=-a a a----h a-o--r o a &-h-&-&& &A i 3 -W w-m
: Jlédia = P
ala mS7 Qu, G7 a a UiUIc=7 = e i
I- i u r CI I - w w l - w w r w w r : Varia:ãv U3B
m O a m R ~ ~ W ~ m a O G Q ~ m q W ~ ~ ~ s E 3 W W O ~ I
d
>
-
n
d
?
C z
Ol>servaçoes nieteorologicas do inez de Ou tu bro de 1852
Fiinchal
Observu<;6es rneteorologicas do mez de Outubro de 1852
Funchal
-
$
tj
-
'6 $
2 &
a
"I +
o
"
:
-
Y3
, .
2i
-
ü
: :
=
n
,r
'&
H
.
2 Bornu da tarde.
"
.
:
.g
E
f
5
=
E
5
Vc.,,lo
'I't.ui~'"
80 O 3 cliiiri
05 O 1 Nubli~do
3% 757 70 72 6[),5 8 4 SO 1 Nublado
8 1 759 en 72 60 ua BE 1 Chiisa
%r> 705 7 0 7% 68
Observii~õesmeteorologicas do mez de 0iit.ubi.o de 1852
Funchal
Tempo
.
Funchal ,
:
L '
i '
8 -. i
72 Iioraa da tarde. I
_/+CF
'"
Tempo
C e "
Observaçùes
f
a a
(a) O iidoiiielro foi oxnmiiindo As duas Iiorns da tarde; levnntarani ferro os tiavios ds cinco,
1ioi.n.q rln tarde c tomaram o lnrgo, ile noite Iioiivernni alguns tiifões.
( b ) O iiilonielro foi cxiiitiiniiilo íis duns Iioriis.
OLweivações ineteorologicas do inez de Dezeinbro de 1852
Funchal
Observaç8es meteorologicas do inez ile Dezeiii bro de 1853
Funchal
Te~npo
, , , .$a,,
,.gB ,
"1
ò
u 4 ,i
o 2 2 .B Tlicrmnmctro~rnplin, 'i'emp~-
5 .- I *
,,,a, ,,Ire,,,
ll01.l
na, 2,
2 $ 3 $ n - ...
r"
g
,dm 1 2
$ ; i ?
2.-
o :
n u
- " .
$
2
sp ,.
2 2 Observações
31 759.6 1 58.3 5 91 6 50
56 1 1%0,045
(a) Os navios levantaram ferro e tomaram o largo &fi [IIIRPhoras <Ia tarde.
Vento
I
a: Tempci
i
7s
2.
iÍ
1 765 66 68 62 6 14 54 5,0260,4600,037 73 N 1 Claro
2 764 69 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,742 76 N 1 Claro
3 767 68 67 69,54,5 10,4956,505,4750,5000,715 75 NE 1 Claro
4 767 68 67 63 4 9,33957,665,6630,5190,749 77 N 1 Cinro
5 765 65 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,749 77 NE 3 Claro
6 764 66 68 64,53,5 8,16659,836,1180,5580,779 80 S 9 Nuvens
7 766 69 68 64,53,5 8,16659,836,1180,5580,772 80 NE 1 Niivcnr
8 765 68 68 64 4 9,33258,865,8440,5360,749 79 NE 1 Clnro
9 764 66 68 64 4 9,33258,665,8440,5360,782 77 ENE 1 Niivens
10 765 64 67 63 4 9,33257,665,6630,5190,74$ 76 N E I Nublado
1 1 764 64 67 G1 G 10 53 4,8610,4440,635 73 AE' 1 Claro
1 2 763 66 68 65 3 7 61 6,3060,5770,799 80 SO 1 Nublado
1 3 762 70 69 65,5 3,5 8,1ri660,836,%710,rj750,771 80 0 1 Niivcns
14 764 67 68 64,53,5 8,ld659,836,1180,5580,779 80 NE 1 Nuvens
15 765 66 G B 65 3 7 61 6,3060,5770,799 79 N 1 Claro
I(; 766 66 68 64,53,5 ~,lGF59,03G,1180,5~80,779 89 N 1 Claro
17 766 68 68 64,53,5 B,lG659,836,ll80,5580,779 8 1 N 1 Nublado
18 768 66 68 64,53,5 0 , 1 ~ 6 . 5 ( 1 , 8 3 6 , 1 1 8 0 , 5 5 8 0 , 7 7 980 N 1 Nublado
19 766 67 67 63 4 9,33257,66 5,6630,5190,748 77 N E 2 Claro
90 769 ($5 68 65 3 7 61 6,3060,5770,799 80 ENE 3 Claro
91 770 64 68 64 4 9,339j0,665,8440,5360,749 78 ENE 3 Claro
22 771 66 67 69,64,5 10,4956,505,4750,5000,715 78 KE 1 Claro
93 768 69 68 64 4 9,33958,665,8440,5360,748 80 S i claro
24 764 70 68 63,54,5 10,4957,505,6500,517 0,716 78 N 1 Claro
25 761 68 68 63 5 11,6656,335,4580,4980,689 77 N 1 Claro
96 758 59 67 G1 6 14 53 4,8610,4440,635 73 NO 3 Nublado
27 743 54 65 58,5 6,5 15,1649,83 4,371 0,3990,607 72 N % Chuva
98 748 63 63 56,5 6 , s 15,1647,133 4,1840,3740,608 70 N I Niiblado
99 752 62 6.4 57,5'6,5 15,1648,83 4,2460,3860,606 7 8 N 1 Nublado
30 759 60 134 56,5 7,s 17,4946,503,9420,3500,569 68 iriT 54 Claro
31 766 65 65 59 6 11. 51 ~ p , 5 ~ l O , d l 4 ~ 0 , 6 375 0 N 1 Nuvens
rovoada de noite ( h )
I , / I
m z a t a ~ ~ m ~ ~ t a w r + r c r r r r r
C D ~ o c n * W ~ ~ O m m - I m c n * W m ~ O m ~ - a m V i * w mD w
'a.doma
-a-a-*--I*-I*-a+-a7v-a<+*--I4+*4*-*-a
n vi cn m o cn vi cn n vi o 7
01 1 w
I' w 2
G 1 GT cn GY w cn GY m m O m 5arometro. AI~lIttnttro-
r 3 0 N N ~ w t a ~ + w u m m w N u 0 n ~ 0 w ~ ~ r ~ 1 G 7 m
Y F ~ C r * ~ c n ~ 6 w ~ r c r ~ r r w r u ~ w r ~ w w w
* p9 r -m LlY 01?-w
-
@
-a e .-m ?-*ia
Grio de 'ecurn na e s ~ a l a
0-NU- ppw
a w c; -a
OGWCGW
a
c?
C=-w
wm
--
& ~ ~ W ~ ~ U l ~ ~ G 7 ~ P ~ & & G 7 P @ P v i i P U I V I v i u i v i L T I m
w m u a w m
s s g w e - @ d &w m v i m e s c w
C o
.,
C O mbw C n -3 &<-a "C=O-Mi-*-@ -Ci-C-k :
C3 iri
i;
w w w m m w w m o
-
9 cn"@ w c ~ i ~ ~ @ ~ @wCn+
+~B-b-
- -
-- --
&>-q oi o m D m 4 -a m o o ch m -aõ cn o; rn m rn m m oi m m -a hou'idade na tecala
~ o o u Q ~ O ~ W ~ ~ ~ W ~ ~ O ~ O ~ W Cl i y p-n m O
e t r ~ ~Ca ~ ~ ~ C ~ ~ O C ~ V I ~
0 0 m W ~ M 0 0 ~ O W D ~ G 7 ~ ~ m c n O l B C D M Q Q ~ * i C I O --
+ ce m -a a C= m c3 o) -I m -a o -I *
~l ~- de; ~saoqsuic
-I c= -E -I -a -a 03 -a m
~ ~ ~ m ~ o w o m c m ~ + ~ ~ m o w~ ~
v ~ i ~
~ ~ ~, c~ ~
n o ~ ~ ~
-- -
ME -4
--
n.
~ r w r a w ~ a r r o r r r r r ~ ~ w r ~ o ~ t a rV Ur~ S-P ~ M W
~ ~ ~ ~ g ~ ~ ~ ~ ~ a n a a o m a o z -~ ) ~ z ~ ~ p z ~ z
--
~ o
5 f:~ f: o5 e 0 20 e ~g E~g F
~
g 4S E~ E 50 ~ 50 %02 ~ $ 20 50 ~ 0 I D t T 0 ~ 0 ~ 0 ~
S Pc E O r. o
P P
C E? s
w
t
Vrnto
Triiipo
1 767
I6 1 64 59,54,5 10,4953,504,9790,4520,710 00 N a Claro
2 766 60 65 60 5 11,6653,334~,9390,4500,684 79 N 3 Clnro
3 764 62 65 60 5 11,6653,33$,9390,4500,604 80 NE 2 Claro
4 760 61 65 60,5 4,5 10,4954,50 5,145 0,468 0,712 8 1 NE I Cluio
5 757 56 64 58,5 5,5 18,83 51,164,5820141U0,657 77 N 1 Cliiivn
G 758 5G 64 58,55,5 19,8351,lG4,T>841O,41DO7657 77 l\IT 1 Niiveiis
7 754 55 64 59 5 11,6652,334,7730,4340,682 79 N 1 Cliuvn
8 756 58 64 58 d 14 50 4,40G0,4000,GS8 77 N 1 Claro
9 755 60 64 59 5 11,6652,334,7730,4340,682
10 757 59 64 59 5 1l,G652,334,7730,4340,6865
11 758 55 6$ 58 6 14 50 .Ii,4060,4000,688
12 758 56 65 57,55,5 12,03 50,164,4360,4020,653
13 758 59 64 59,54,5 10,40 53,50 4,9790,4520,710
14 753 58 63 57,55,5 12,8350,164,436O7402O,65:l
15 756 52 63 57 6 14 49 4,Z820,3U00,630
16 755 53 63 50 5 11,66 51,33 41,6280,4190,681
17 760 5G 63 57 6 14 49 4,,J020,3880,630
18 761 57 63 58 I5 11,6651,334,6280,4190,681
19 757 61 63 60 i3 7 56 5,431 0,4920,000
410 751 60 6.4 G1 i3 7 57 5,597 0 508 0,798
21 753 59 65 62,512,5 5,833 59,16 0,0000,5450,029
22 753 56 (54 60 14 9,33854,665,1830,4700,738
93 759 55 64 59,5'4,5 10,49 53,50 4,9790,4580,710
91 763 55 63 58,5j41,5 10,JS 5%,501,0130,4SG0,700
25 762 54 63 58 '5 Il,6651,334,62B0,4190 681
416 750 58 62 57,5!4,5 10,B9 ti1,504,f556 0,821 0,708
87 759 58 63 59 1.k 9,336555,665,0170,4540,730
28 761 58 68 57,54,5 10,$9 51,5O4,61íCiO,~1$10,7011
l
i - - - - .
0bservac;ões nieteorologicas do niez de Felereiro cle 1833
Funchnl
23
94 7 6 9 67 li7 fi1,55,5 1 2 , 8 3 6 4 , 1 6 5,OG50,46%0,660 75 NIS 9 Claro
%5 7 6 9 (i9 GU Ti9 ri 14 5 6,09ri0,4600,637 7 5 N 1 Clilro
Bl N
26 7 6 0 fjB 6 8 0 2 , 6 5 , 5 l B , ~ 3 5 6 , 1 6 , 5 , % ~ 9 0 , 4 ~ 7 8 0 , G78 1 Cillr0
27 761 69 6 8 63 5 11,G666,33 5,4580,4980,689 7 8 RTE I Claro
efl
Ol~servnqõesrneleoiologicas do mee de Abril de 1853
Furichal
I
I
Maxiaia
'Barometro. 3 observaçòe;i no dia. ........................................ Rfiiiiina
illédia..
Rlwima
Variaçilo do barometro duraiite o dia, das 7 lioras da nitrnbü a16 6s 7 da tarde.. ..
Miniiiiii
Mdclia.
Maxima differença nos mezes e esta~ões. ..........................~................
L-
l\l;iximn
.................................. RIiiiiiiit~
Tliernioiiietrograplio exterior ú sombra.
IViétlin. .
Masiiiin
VariaçBo nas 24 horas.. ............................................... Miiiima
M6dic~..
Maximb diKerençn nos mezes e estaç6es. ...........................................
i
Masin~ci
interior-& ob8ervações ilo dia e rioile. ....................... Millima
i .I
Mi~sinia
Vuriaçlo diaria .................................................. . Miiiiiiia
Mddiu.
HYGROMETROS.
Mnxima
Gr6o de scccura. Escala de Daniell. ..................................... fifinima
&16(Iia..
1
VENTOS.
RUNO.
Observações feitas bres vezes no dia desde as 7 liorns da mnnliã at6 ás 7 da tarde ...
PORÇA.
( Sereno. .......
Virnçxo. ......
....................... Vento fresco. ..
Forqa do vento na occasi50 das observac;ões.. Vento forte.. ..
Vcnto violento.
Tiifio moderado
I
.................................................
I Dias serenos durante as S4 horns
Dias de vento forte ou violento.. ................................................. I
(10 1852, até Abril cle 1853 iio Fu~ichrrl.
Estas obse~bva$icsnieteoi~ologicas, colnpi-clieadeiido síi o espaco de
oito inezes, não 110dcm ter mui grande iinportailcia; inas cllas serão mais
I~einrecebidas se sc attcilder a que estes oito mezes forinain a parle c10
aiiilo cin que os doentes habitam ordiilariainente o Pui~clial,c que liao
haveildo ali observatorio em clue se facain observacõcs regulares e con-
tíiiuas, tudo o clue se sabe sobre esLe ponto é deviclo a obscrvaq6es dc
pessoas de tom, pela rnaioi parte ineclicos, cluc se teci11 ci~carrcgado
cl'cssa tarefa, c teein conseguido foriiccer elemcii~osqile hoje podcrn ca-
yacterisar soffrivelmcnte o clima. 6 certo que ii'eslc gencro cle csludo
os ~,rabalhosde observatorio fciios 4'
oflicialmeuie e por um modo pcnna-
iieilte com inslruineiilos exactos, são os inais liroprios para csiabelccer
os diversos pontos de i~~e~eorologia de qualquer região; irias tainlicryi
não ha duvida que cin qualquer paiz e ainda mesmo eiil ~[ualqucici-
clade esistciii localidades, bairros, dislr ic 10s eni cluc as diversas condi-
cões ineteorologicas variam inuito, já pelassua alti~ude,já pcln cxposicão,
abrigo cle inon~anlias,etc., e quc esias coi~dicõesespcciacs cle cada loca-
lidade nào podem scr cxaciaiileiite reprcseillaclas pelo traballio do obscr-
vatorio, e só o podciii ser pelas observacões feitas ii'esses mcsmos Iugarcs.
k por isso que miiito coiivein reunir lodos os clemci~losaprovei~aveis,
legaclos pelos dillicreiltes observadores, 1150 só para da sua reunião cxlra-
Iiir a formula iilais exacta. c10 clima, supprindo assim os traballios offi-
ciaes que iião lia, inas tambein para Ler a exlwcssão das coiidicõcs parli-
culares clc cada urna d'essas localiclades. Esta expressão, elcineiito iildis-
pei~savclpara a ~opograpliia medica, 1150 o é. imenos para a qiicstao ~lie-
rapeutica. Não 11asta maiiclar o dociitc para o paiz rccoinrriciidado, é
:linda necessario colloca-10 ahi na coiidicão mais Savoravcl c vaiilajosa
I I ~ Y I seu
O feliz tratailieillo. Eiii todas as Lcrsas escolliiclas para cssc tra-
tamerito lia lugares j6 reconhecidos como mais iiteis para habilaqão dos
cloeiites, ou se,ja pela expei~ieiicia~~i.évia e trciclic~ão,ou pelo csiuclo das
suas condiqões iiieteorologicas e outras. Tudo c~ucpóde coii~ribuirpara
eslc resullado, que iein por fiiii marcar e cskdxleccr a valilagcm de
certa? e de~ermiiiadaslocalidades, nos parece ile graiiclc ulilid:idc, sc iião
para a me~eorologiagcral c10 paiz, no iiicilos para as applicacõcs lhrra-
pciiticaç. Accresce que cste esiuclo esl~ccialc circuiiiscripLo ainda ó i ~ l i l
para a liygieiie publica e deve prccccler scinprc a fuiida#o clos cslabc-
Icciiiieiitos sailitarios, asylos, prisijcs, etc.; assim conio lainl~ciiié apro-
vciiavel para a escollia e adopqão das divcrsas ciilturas.
A localiclaclc cin que fizciiios as nossas obscrvac,õcs 6 ilina das coii-
sideradas como iiiclliores no Fui~chal,c miiilo procurada pclos clocnlcs,
c õ e s a oll;i sr: i~cfcrciiinléin dc scrvirc1i-i para
isso as o b ~ e r \ ~ a ~ cliic
esclarecer a questào geral do clirna, ieiii aiiicla a vaiiiagctri de podereiil
nielhor caraclerisar acluellc sirio, iecoiniiiendado c para uride a (,idade
~eiidea alargar-se.
Das nossas observacões l~aroriietricastisáinos por inédia dos oito me-
zes 7 GO"', e a média extraliida das olaervacões anLeriorcs crn (21IpuL,9 16)
7 5gm,7. A nossa niasinia pressão baronietrica foi 7 7 i ", e a ini~iiilia7 43'":
a primeira infcrior e a segunda superior a cifras obtidas lias observayões
aiileriores, das clitaes a inaxima era (301'",509) 7 7 -'1'",7 obsc~va~ões dc
l-Ieinelteii e a iiliiliima (29'1~1)
7 39," 1 3 observacões de I-IeLerden. A iiiaioi.
diKeiereiiçaenlrc as pressões extremas por nós observadas é 29", e eitlre
as pressões exlremas ohservaclas anteriorrilente é 35"57. E se calcular-
inos c0111 uma observacão clc cliie fâlla Heinelíeii, chegará esta cliKcrcilca
a 3Srn,muito graride sem cluvida para esta latitude.
As variacoes l~aroinetricascliarias que observámos foraili pequciias,
e ctii geral gracluacs, cheganclo rnui poiicas vezes a variacão durante o
dia a 'im ou 5", e eiii Marco a Gm, o cIue ludo concorda com as obser-
vações aizteriorcs. Entretanto por tres vezes ùuraiitc a noite houveraln
~iariacõesmaiores, de 8" a 12'", e ein vinte e q~iatrohoras marcdinos
Lima vez 17". Estas variaqões exlrenias etii tão curto espaco clc tempo,
raras vezes teni lugar, qiiasi sempre se Sazern para baixo, c indicam
~enipes~ade.
Na temperatura inédia exleriia. acliáiiios algunia diflerenca entre as
ilossas oljscrvaqões, e o resiil~aclo obtido das obse~*vacões niitcriores. A
média ailiiual, resultado das observa~õesanteriores Coi 67',23, e a nossa
inédia clediizida cle S mezes é 64",03. Como n'esta inéclia não enlraizi
cluatro dos mezes quentes, poderia (lar-se cssa falia como urna boa ex-
plicacão cla rliflierenca; mas cotnparando a iiossa in6rlia de oito inezes
64",03, com a média ctos mesinos oito mezes, decluzicla das observaqões
aiileriores 65",,84, acliimos ainda Lima cliffereiiqa cle 1",S 1 . E i1a reali-
dacle a ieinperatiira inédia dos mezes nas nossas observacões é algiiina
cousa mais baixa do que a notada por oulros observadores. Attribuiiiios
esla diffcrenca iião só ao alitio ler siclo por toda a parte inrtis frio, coiiio
tarnbeni á circuinstancia da collocacão do tliermoriletro exte~liorser lal
cyuc a reflesào solar poiica ou nenhuma influencia poderia ter n'elle.
Eslas inédias dos mezes ol~tidaspelo tlieriiiometro orcliiiario são confir-
iiiaclas pelo thcrinome-trograplio. Nas iloss3s observa~õeso tl~errrioiiielro
1150 subiu tão alto como em algurnas observacões anteriores: iilarcátnos
apenas 82"com o tliermometro ordinario e 83"oin o tliern~oinclrode
maxiino e minimo, e eni observacões anteriores acliâmos o inaxiino da
iempcralura cxtcrna 84" e nas de Hciileken 8 i D , Nós sabeizios c ~ u f i , i10
dia ern que ol~tivemosa temperal~irade 83" ,na parle liiais baixa da ci-
dade o thcrinoinetro s~ibiua 85". E por csta occasiào clireinos que por
differentes vezes acliámos essa differenca clc 1" a 291ara mais eni ther-
inoinetros situados na parte mais baixa da cidade coinparados coin os
nossos. Tainbern nas nossas observacões temos a minima cle 45' clue não
eacontrâmos nas anteriores, em que o tliermoinetro nunca desceu abaiso
de 50". Mas pelas nossas observacões verificou-se a ciescicla abaiso de 50n,
algumas vezes nos dias ultiinos de Janeiro, c eiri alguns dias clc Feve-
reiro; tiiilia caliiclo muila iicve ila serra, o veiito cra Norte, c vinha
directainente sobre o nosso iliermoinetro, serri ciicontrar obslaculo al-
gum na distancia ele tres a cluatro inillias. Não podêinos julgar que 1101.1-
vesse erro na nossa observacão cjue era feita corn o maior cuiclaclo. O
invcrno de 1 5 52 para 1853 foi coi~siclcraclono Funcllal como ~iluilo
mais aspcro e frio do que o cominum, c caliiu niaior cjuantidadc dc
neve do que em amos anteriores. Pocleriri leii-ibrar cjue uni tlic~*irioine-
irograplio exposto ao tempo, fóra da janella, pócle receber cliuva o11 or-
vallio e descer pela evaporayão cla humiclacle, coirio acontccc no ~licrliio-
inetro hurnido do liygroinctro de Masoii, e é certo que o tlierinoinelro-
graplio de que iiós usavainos, c~uandosc iriolliava, ainda quc igualtricnte
c171 10~10sOS seus tres ramos, marcava logo alguns grcios abaixo cla ~ciii-
peratura anterior. Poréin o instrunicnto estava dereiicliclo ele inodo clue
não podia liuineclecer com o orvallio. Com n c1iuTa e vento siiil poclcria
entrar il'ellc alguina huiilidade, iiias nas occasiõcs ern que a teinpera-
tura desceu talito, não liouve cliuva; c algninas vezes aincla clicgíinos a
observar, na madrilgacla, o tliernioiiletro abaixo ele 50°, e coniplela-
iileiite secco. Não lios fica portanto duvicla alguma cliic, exccpcioiialniciite
em algum iiivcrno mais frio, a tcmperalura no Fuilclial, de madrugada
ou de noitc, póclc clcscer abaixo clc 50" c clicgar a 45".
As variacões da tcinperatura exlerna ~ainbcinse ciicoiilraiii nas
nossas observacães maiores do que e s t a ~ ainclicaclo pelos au~hores.Estas
variacões clicgtaram alguirias vezes a 17" pclo ~licrmonietroorelinario, e
a 1 4"pelo ~hermoinctrograplio.Mas lalnbcm convem riotar c~uccstn va-
riação maior acoiiteceu uina vez, e foi ol~ticla com iiistrutiicnlo cluc
marca as teillpcraturas estreiiias. 0 s dias clc grandes variacõcs Sorain
muito po~icos,e assiin inesino essas grandes variacõcs ainda estão inuilo
1oilg.c fia estensão que ellas teern eiii outros pnizcs.
Na temperaluva iiitcrna encoiitrâiiios inui peqiienas variacõcs dia-
rias: um grande nuinero clc dias iião ha\rciiclo variacão alguma, ou lia-
vcnclo uiiln variacão de 1iici0 alé uin gráo, scilclo por coi~scguinteinuito
facil coriscrvnr as casas roni uiiia Lcinpcraliira coiisi.aiitc. A ol~scrva$ào
rioi; l i io'ili'Oil iliii: ( l ~ : \ l ~ ' tlc
l o liljilo l~icriiioillclroilescc ;ilguliia toLlsa, uirl
i l i i i i ( 1 i i ~ i i ~(~tiri.i:l
o ou iiiiiclci~iiloi* f.! ~ u Y L ~ I I,I~slI1o gi,andc,
~ ~ L ~ ,C I I I 11111 cItkalt[O
Iiiirsn ( ! i i ~ i ' ~ ~ (í1! i~~?lill)(>t'ill.~l'tl
' 110 gi'do qu(> cçl;iva d i l r a n l e o dia. Isto
1180ili'Oili ('L'iirfi Clil ~ O i l ailS ~ <!Lisas, iieiii igiialiilclilci cni iodas as partes dEi
i IliilS ~lL'i)lit<:i'~ l!lii liiliiiili; C apcllas poriças e c i ~ lIliiiiio l,oll-
i*iIS IiOi'iiS li:\ ihsliosi(,$o (10 Noric ti Lcllipcl.alura inlcriln desce a pollLo
[li' S(! s ~ t i l i l 'Si'io, ICiii g~i'alIi. LCiiipcrallira. iiilcrior rcg.Lllalias l,oss:ls oh-
b(ll'\rii(;<)(l~ (!1111'(! (i;)"!i ?o",lcliilicralura muito coriiinoda c ngl*adajrclpara
ob (looiilos 1 1 1 ~illo1osti;ls clc 1)i;ilo.
A Ic!lri~)ol'alflríiiiil(!riol' liiais nlla cliic clicoillr&iiloçfoi 78" c a iiiais
I>iiixa (i1 " " fi 1)Ossivcl d)lt!.i. l<?iiipc?r0~iluras iritcrllas lrlais alias 011 iiiaiç
t)iiix;is lN1l;i ~ ' ~ i l i i i i ~ l i i i ~ ilivi'(:i ( : a o da :iiiiioçpli(:r~iiillcrior colri cxicrior,
o SILI,c clcixeiiclo ciilrar os raios solnrcs, oii
i i l ) r * i i i t l i ) riiiiii ,iilii.cllÍi l)ii~*i\
iil)siiitlo-íi 1);\i1:tO NorLe, a cloixiiiiilo rcf'rcscnr o cluarlo. ~ o i .~ocloje s ~ c s
( I o i i i i ' ~II\O(IOS ~ (Iioois, L;(! l)i)il~ilioclificar a Iciiipel1atui1aiillcril:\ r: a&-
l)lii-Iii f i i!~ig~li(!i;iS~ tios t\ocli~Cs;liias 116s cllrizenio~siiiiplc.silieiite 1Iiai1car
o i i t ~ t ! 'Iii\.;i :i iil>iorvii!;.io, roiiscllvaiido casa scliilirc, q~,siito~ic)ssii.cl,~ ~ a s f ~ ?
~ I I ~ ~ S I t~o~i(li~;i)i!s.
I I ~ I ~ (\o,$i-215
ki ,--' . Q.t :r,;
85 111c
4 I\ltixii~i:i, niinini:~,mfdia
40 direrençn
8 64,&4
peii~iltii~ia 190
31 r:poiii
13 mc
$7 tlemoi~slrado
l?orr,n do \relito
(lin %tl 1