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 Todo o conhecimento é conhecimento de um objecto, contudo o objecto nem

sempre é o mesmo e, consoante esse objecto muda, muda também o tipo de


conhecimento.
 Existem 3 tipos de conhecimento:
o O João sabe andar de bicicleta – descrever um saber-fazer, um conhecimento
de actividades, ou seja um conhecimento prático.
o O João conhece o 1º Ministro – descreve um conhecimento imediato e directo
de entidades exteriores como pessoas e locais, ou seja, é um conhecimento
por contacto ou conhecimento de objectos.
o O João sabe que D. Afonso Henriques foi o primeiro rei de Portugal –
descreve um saber que, isto é, existe o conhecimento de uma proposição que
pode ser verdadeira ou falsa. Trata-se do chamado conhecimento
proposicional.

 O conhecimento proposicional é o único que interessa aos filósofos.


 S sabe que P se, e só se, … a) S acredita em P.
b) P é verdadeira.
c) Há uma justificação para acreditar que P.

 Toda a proposição que cumpra as condições colocadas no lugar das reticências é


conhecimento e todo o conhecimento é uma proposição que cumpre as condições
colocadas no lugar das reticências.
 Para que uma proposição seja considerada um conhecimento é necessário que esta
seja uma crença e que seja verdadeira (factivo), ou seja, temos de acreditar que ela
descreve a realidade tal como é.
 Não podemos dizer que temos conhecimento quando as proposições são falsas, pois,
embora possamos acreditar no que não é verdade, não podemos conhecer o que não
é verdade. Se aquilo em que acreditávamos não é verdade, então não conhecíamos,
julgávamos que conhecíamos.
 A maior parte dos filósofos pensa que não basta ter uma crença verdadeira para ter
conhecimento (1º foi Platão), é necessário ainda que se apresente uma justificação.
 FONTES DO CONHECIMENTO:
o Um sujeito sabe que P a priori se, e só se, sabe que P pelo pensamento apenas.
o Um sujeito sabe que P a posteriori se, e só se, sabe que P através da
experiência.
o Um argumento é a priori se, e só se, todas as suas premissas são a priori.
o Um argumento é a posteriori se, e só se, pelo menos uma das suas premissas é
a posteriori.
 Conhecemos algo inferencialmente quando conhecemos através dos argumentos ou
razões.
 Conhecemos algo não inferencialmente quando conhecemos directamente.
 No conhecimento, o sujeito e o objecto encontram-se frente a frente (face a face).
 Existe uma correlação entre o sujeito e o objecto, ou seja, o sujeito só é sujeito para
um objecto e o objecto só é objecto para um sujeito. Esta relação mútua não é
reversível, pois ser sujeito é algo completamente distinto de ser objecto. Deste modo,
o sujeito é cognoscente, pois é aquele que conhece, aquele que apreende o objecto,
enquanto que o objecto é cognoscível, pois é aquele que é conhecido, aquele que é
apreendido pelo sujeito.
 Existem 3 etapas ou momentos do conhecimento:
o O sujeito sai de si;
o O sujeito está fora de si, pelo que retira/apreende as propriedades do objecto,
ou seja, existe transferência das propriedades do objecto para o sujeito;
o O sujeito regressa a si, para formar a imagem do objecto.

 A imagem é objectiva, pois contém os traços do objecto, sendo que a imagem medeia
a relação entre o sujeito e o objecto, ou seja, constitui o instrumento pelo qual a
consciência cognoscente apreende o seu objecto.
 O sujeito aparece como elemento determinado ou receptivo das determinações do
objecto. No entanto, não devemos confundir esta receptividade com passividade: o
sujeito não é passivo, mas espontâneo e activo. Ele próprio contribui para a
elaboração em si da imagem do objecto. Trata-se pois de uma receptividade activa.
 Há várias posições filosóficas acerca do conhecimento sobre o seu
fundamento/origem (de onde deriva o conhecimento?), o seu alcance (o que podemos
conhecer?) e a sua possibilidade (será possível um conhecimento firme e seguro?).
Dogmatismo: os objectos são-nos dados directamente, tal como são
em si mesmos (Ingénuo ou crítico)
Possibilidade
Cepticismo: não é possível apreender o objecto (absoluto, moderado
ou metafísico).

Racionalismo: a razão é a fonte do conhecimento verdadeiro,


Origem/Fundamento existindo ideias inatas.
Empirismo: todo o conhecimento provém da experiência não
havendo ideias inatas.

Realismo: o sujeito capta um objecto exterior e independente


Natureza (Ingénuo ou crítico).
Idealismo: o objecto é uma realidade imanente ao sujeito (subjectivo
ou objectivo).

 O problema do fundamento/origem é explicado com base em duas correntes opostas:


Racionalismo e o empirismo.
 O racionalismo atribui um valor superior à razão, defendendo que os nossos
conhecimentos verdadeiros procedem dela e não da experiência ou dos sentidos. Os
racionalistas acreditavam que o conhecimento da realidade poderia constituir-se de
forma puramente racional e dedutiva a partir de certos princípios e ideias. Esses
princípios têm de ser claros e distintos (evidentes) => Decartes.
 O empirismo é a corrente filosófica que, de uma forma geral, considera que a
experiência sensível é o fundamento e o limite dos nossos conhecimentos.
 O racionalismo tinha tomado como modelo a ciência moderna apenas no seu aspecto
matemático e o empirista tinha sido atraído pela importância da experiência.
 A oposição entre as duas correntes traduz-se numa diferente ideia e valorização das
capacidades da razão: o racionalista entende que a razão por si só, dotando-se de um
método apropriado, pode conhecer toda a realidade; o empirismo – sobretudo o seu
representante mais radical, David Hume, considera que a razão depende dos dados
empíricos, que todo o conhecimento deriva da experiência e só podemos conhecer o
que está ao alcance dos nossos sentidos.

Racionalismo Empirismo

A experiência é a principal
A razão é a principal fonte
Noção fonte do conhecimento
do conhecimento humano.
humano.

Origem do conhecimento Razão. Experiência

Tipos de juízo A priori A posteriori

Características do Logicamente necessário e Constringentes e


conhecimento universalmente válido particulares.

 A possibilidade do conhecimento tem 3 atitudes possíveis: dogmatismo, cepticismo


e o criticismo.
 O dogmatismo é a crença de que podemos obter conhecimentos certos e seguros
e de que o nosso poder de conhecimento pode abarcar progressivamente toda a
realidade. Associa-se o dogmatismo ao optimismo racionalista.
 O cepticismo é a posição oposta ao dogmatismo. Consiste em duvidar não só de
que seja possível conhecer toda a realidade, mas sobretudo de que seja possível
alcançar conhecimentos firmes e seguros, racionalmente justificáveis. Na sua
versão radical, nega que seja possível semelhante tipo de conhecimento.

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