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Área de projecto – 12ºAno

A Professora: Dina Bastos Coutinho


Tem por base
um problema
ou
uma questão.

Realiza-se em
Inquire uma
contexto
amostra
natural e
representativa
sem
da população.
manipulação.

INQUÉRITO

Estuda a
incidência,
É uma
a distribuição
modalidade da
e as
Investigação.
relações entre
variáveis.

Método
autónomo.
O questionário…
“ … é um instrumento para recolha de dados
constituido por um conjunto mais ou menos amplo
de perguntas e questões que se consideram
relevantes de acordo com as características e
dimensão do que se deseja observar.”
(Hoz, 1985:58)
“… tornou-se num dos mais usados e abusados
instrumentos de recolha de informação. Se bem
construído, permite a recolha de dados fiáveis e
razoavelmente válidos de forma simples, barata
e atempadamente.
(Anderson, 1998: 170)
Inquérito por questionário
• Vantagens

– Torna possível a recolha de informações


sobre grande número de indivíduos;
– Permite comparações precisas entre as
respostas dos inquiridos;
– Possibilita a generalização dos resultados
da amostra à totalidade da população.
Inquérito por questionário
• Desvantagens
– O material recolhido pode ser superficial. As perguntas
padronizadas não permitem captar diferenças de opinião
significativas ou subtis entre os inquiridos;

– As respostas podem dizer respeito mais ao que as pessoas dizem


que pensam do que ao que efectivamente pensam – importância
da relação inquiridor/inquirido;

– Forma como é aplicado pode penalizar o curso do trabalho de


investigação;

– Formulação das questões é muito exigente (forma/linguagem…);

– Técnica que implica custos elevados.


Indicadores que o questionário é capaz de
medir (Coutinho, 2005:121):

• Background pessoal (idade, sexo, nível de


instrução)
• Classe social
• Tipo de organização
• Preferências
• Atitudes, percepções, opiniões e grau de
empenho.
Em primeiro lugar será necessário definir o objecto de estudo, o tipo de informação que
se pretende obter:
 Quem vamos inquirir?
( ter em conta se o público-alvo a quem se vão dirigir é acessível; é credível)

 O que pretendemos saber?

 O que vamos perguntar?

 Como vamos fazer a recolha de dados?

 Como vamos tratar os dados?


 Quem vamos inquirir?
• Tipos de amostragem
Amostragem aleatória (ou casual) – é possível calcular, a
priori, a probabilidade de observar cada indivíduo da população
na amostra.

Amostragem determinística (ou dirigida)– não é possível


calcular essa probabilidade.
Amostragem aleatória
• Alguns tipos de amostragem aleatória
Amostragem aleatória simples: Cada elemento da amostra é retirado
aleatoriamente de toda a população (com ou sem reposição). Assim, cada
possível amostra tem a mesma probabilidade de ser recolhida.
Este é o tipo de amostragem que iremos considerar ao longo da disciplina.
Assim, daqui em diante, amostra aleatória designa um conjunto de variáveis
aleatórias independentes e com a mesma distribuição.

Amostragem por clusters: dividir a população em secções (ou


clusters); seleccionar aleatoriamente alguns desses clusters; escolher todos
os membros dos clusters seleccionados.
Amostragem aleatória

Amostragem estratificada: subdividir a população em, pelo menos,


dois subgrupos distintos que partilham alguma característica e, em
seguida, recolher uma amostra de cada um dos subgrupos (ou estratos).
O que pretendemos saber?
O que vamos perguntar?
 Determinar a informação relevante referente ao problema de investigação;

 Perguntar o essencial e indispensável:


 Forma do questionário
Como vamos fazer a recolha de dados?

“Uma boa questão nunca deve sugerir uma


resposta em particular, não deve exprimir
nenhuma expectativa e não deve excluir
nada do que possa passar pela cabeça da
pessoa a quem vai ser colocada.”
As questões
• Uma boa pergunta é aquela que:

– Não influencia a resposta;


– Não incita a uma resposta inexacta, ou seja, desenquadrada da
informação que se pretende obter;
– Deve ser formulada de forma a requer uma afirmação ou
negação ou, então a eleição de uma categoria (sobretudo as
perguntas fechadas);
– Deve ser redigida de forma compreensível em função das
características das pessoas a que se dirigem;
– Deve ser formuladas sem invocar pré –juízos;
– Não deve ser indiscreta ou embaraçosa, salvo em algumas
excepções. Quando assim for devem ser formuladas de maneira
a não ferir a susceptibilidade do inquirido;
– Deve centrar-se na informação desejada.
Alguns cuidados a ter em conta na
formulação das perguntas:

• Não fazer perguntas que obriguem a cálculos ou a um grande


esforço de memória;

• Redigi-las de forma pessoal e directa;

• Formular as questões de forma neutra (sem indiciar respostas);

• Não utilizar palavras abstractas (classe; espécie, tipo…) ou


valorativas (muito, pouco, bom) porque causam um duplo sentido;

• Colocar as questões da forma mais concreta e simples possível


(pensar em quem vai responder ao questionário);

• Pensar no tipo de informação que queremos;

• Pensar se queremos uma resposta geral ou específica.


O número e ordem das perguntas

• O questionário deve conter todas as questões necessárias e nenhuma


desnecessária;

• Deve ser o mais curto possível;

• Não deve começar com perguntas difíceis. Fazer as questões delicadas a


meio do questionário, quando já está criada alguma empatia;

• Evitar colocar seguidas duas questões cuja resposta de uma influencia a


resposta da outra (efeito “contágio”);

• Todas as perguntas sobre um aspecto devem aparecer juntas (blocos


temáticos);

• Evitar monotonia ou cansaço. Intercalar, em sítios estratégicos, perguntas


abertas com fechadas, etc.;

• Começar com perguntas interessantes, que motivem o inquirido. Acabar


com perguntas de identificação (não requerem esforço de memória).
ASPECTOS A ATENDER NA ELABORAÇÃO DE
PERGUNTAS

O paradigma TAP

Três preocupações centrais na elaboração de perguntas

Tópico
definição clara do tópico da pergunta (a informação pretendida é clara
para o investigador e o inquirido)

Aplicabilidade
pré-determinação da aplicabilidade da pergunta a cada inquirido (o
inquirido pode fornecer a informação pedida)

Perspectiva
esclarecimento inequívoco da perspectiva em que os inquiridos devem
responder (todos os inquiridos entendem a pergunta do mesmo modo e
respondem numa perspectiva idêntica)
Como podem apresentar-se
as questões
• Questões fechadas
Uma questão designa-se por fechada se as hipóteses de resposta são impostas. As pessoas inquiridas
só podem responder às possibilidades de resposta que lhe são apresentadas. O inquirido faz uma
escolha entre várias respostas que lhe são apresentadas.

RESPOSTA
ÚNICA
QUESTÕES
FECHADAS

RESPOSTA
MÚLTIPLA
• Questões fechadas de resposta única - Este
tipo de questões só prevê uma modalidade de resposta.

Exemplo:
Gostas da Escola:
Sim 
Não 

ou

Vens para a Escola:


a pé 
de autocarro 
de carro 
de bicicleta 
• Questões fechadas de resposta múltipla –
O inquirido escolhe, entre várias modalidades, uma ou várias
possibilidades.

Exemplo:
Quais são as características da Escola que mais te agradam?
( Indica, no máximo, três escolhas)
 A localização geográfica
 A qualidade de ensino
 A organização e disciplina
 As actividades extracurriculares
 Os serviços oferecidos
 A relação professores – alunos
 As instalações
Pode-se pedir ao inquirido que ordene as respostas por ordem de
importância:
Exemplo:
Num manual escolar, classifica as seguintes características, partindo
do que consideras os seus pontos mais fortes até aos pontos mais fracos
utilizando a numeração de 1 a 6, sendo 1 o ponto mais forte e 6 o mais fraco.
 A apresentação geral
 A resistência
 As imagens: fotografias, gráficos, mapas, etc.
 As actividades propostas
 A organização das várias matérias em partes distintas
 A inclusão de testes-tipo
As questões de escala são um tipo de questões fechadas que nos permitem
conhecer melhor as opiniões de uma pessoa face a uma questão, evitando o
“concordo/não concordo”
Exemplo:
Este ano, é proibido fumar no interior da Escola:
1. Concordo totalmente 
2. Concordo 
3. Não concordo nem discordo 
4. Não concordo 
5. Discordo totalmente 
Conselho
• Se construíres um questionário formado
só por questões fechadas, procura que
não demore mais de 45 minutos a
responder.
• Questões abertas
O inquirido responde livremente à questão. Não há qualquer limitação às
respostas.

Exemplo:
Por que razão frequentas esta Escola?
• Questões semi-abertas - Numa mesma questão
podem conviver modalidades de resposta fechada e aberta.

Exemplo:
Utilizas o computador para:
 Estudar
 Jogar
 Fazer trabalhos para a Escola
 Navegar na Internet
 Outras:___________________________________________
Respostas abertas e fechadas
Perguntas Vantagens Desvantagens
O sujeito Estimula o pensamento livre Dificuldade no tratamento de informação
Abertas goza de Indispensável aos estudos exploratórios Análise dos dados mais subjectiva
liberdade Dificuldade em categorizar e interpretar respostas
para
Possível distorção das respostas durante o
responder
processo de codificação
Maior probabilidade de ocorrer vieses associados
ao entrevistador
Mais tempo para responder à questão
Dificuldade em detectar erros de omissão

O sujeito fica Existe uniformidade, e por isso simplifica  Não dá liberdade de expressão ao inquirido
Fechadas limitado à a análise da resposta
Condiciona a resposta do inquirido
opção de Análise mas rápida e económica
resposta Difícil de elaborar
A lista de respostas ajuda a clarificar o
Pode levar a erros quando são seleccionados
significado da questão
padrões de resposta que interessam ao
Respostas mais fáceis de tabular
seleccionador
Ajuda a sintetizar a informação
Diminui o índice de reflexão sobre o tipo de
Mais fácil e rápida de responder resposta do inquirido
Falha pela falta de variáveis e profundidade
Dificuldade em determinar erros e omissões.
PREPARAÇÃO FINAL DO QUESTIONÁRIO: O LAY OUT

Elementos adicionais do questionário


Introdução do questionário
Textos introdutórios a cada secção
Instruções de preenchimento / resposta
Pré-codificação das perguntas fechadas
Aspecto gráfico cuidado

Ordenação das perguntas e organização em secções


Garantir legibilidade e fluidez
Controlar efeitos de “halo” e de “enviesamento de consentimento”
Entrevista
• Vantagens

– Permite aprofundamento da percepção do


sentido que as pessoas atribuem às suas
acções;

– Torna-se flexível porque o contacto directo


permite a explicitação do conteúdo das
perguntas e respostas.
Entrevista
• Desvantagens

– É menos útil para efectivar generalizações. O que


se ganha em profundidade perde-se em
extensividade;

– Implica interacções directas. As respostas podem


ser condicionadas pela própria situação da
entrevista. Estes efeitos devem ser tidos em
conta;

– Exige grande preparação e experiência por parte


do entrevistador.
Entrevista
• O que uma entrevista (no contexto da investigação científica) não é:

– “CONVERSA” – supõe uma escuta activa em função de um objectivo;

– MONÓLOGO - alguém pergunta e outro alguém aceita responder; um


fala e outro ouve;

– INTERROGATÓRIO - o objectivo da entrevista deve ser explícito e


aceite pela entrevistado;

– DEBATE DE IDEIAS - não se trata de argumentar de modo abstracto,


mas em função dos objectivos previamente definidos;

– CONFISSÃO - os limites sobre o grau de informação possibilitados


pelos entrevistado devem ser respeitados.
Entrevista
• Uma entrevista é:
– Uma conversa com um objectivo (Bingham e
Moore, 1924).

– Encontro interpessoal que se desenrola num


contexto e situação social determinados com a
presença de um profissional e um sujeito
(Matalon, 1978).

– Um processo de obtenção de informação através


de uma conversa de natureza profissional. (Sierra
Bravo, 2001)
Tipos de entrevista
• Directivas - guião da entrevista é rígido, a
ordem das perguntas respeita uma lógica;

• Semi-directiva - o entrevistador conhece os


temas sobre os quais tem que recolher
informação, mas a ordem e a forma de
questionar é livre;

• Não directiva - convida-se o entrevistado a


organizar o seu discurso a partir de um tema
proposto e o entrevistador só intervém para
encorajar.
Factores que podem condicionar o bom curso da
entrevista enquanto técnica de recolha de dados

• A entrevista é uma situação provocada


pelo entrevistador. Decorre num lugar e
num tempo que estruturam a interacção
durante a entrevista.
Factores que podem condicionar o bom curso da
entrevista enquanto técnica de recolha de dados

• Lugar: não é indiferente. Pode ser calmo


ou barulhento; local de trabalho/ ou casa...
Deve, assim, tentar conciliar-se o
objectivo do estudo com o lugar
apropriado para a entrevista.
Factores que podem condicionar o bom curso da
entrevista enquanto técnica de recolha de dados

• Tempo: tempo disponível. Tentar conciliar


o tempo disponível com o tempo previsto
para a duração da entrevista.
Factores que podem condicionar o bom curso da
entrevista enquanto técnica de recolha de dados

• Outros factores: estatuto do entrevistador;


relação entre o entrevistador e o entrevistado;
conhecimento do entrevistado; capacidade
mnemónica; cognições e afectos; motivação.
Factores associados ao entrevistador

• Características físicas – sexo, idade,


aparente pertença a uma classe social
(vestuário, carro, etc.). Devemos tentar
ser neutros, mas sem excessos. Variáveis
como sexo e idade dificilmente são
disfarçados, mas quando devidamente
utilizados são de grande ajuda.
Factores associados ao entrevistador

• Quadro de referência – produto da


educação, das experiências, das
convicções morais, religiosas, políticas,
etc... Este não deve ser perceptível no
discurso do entrevistador.
A linguagem

• Mensagem deve ser clara (tanto nas


palavras empregues como no estilo
utilizado);

• O código utilizado tem de ser conhecido


tanto pelo entrevistador como pelo
entrevistado.
Formulação das perguntas
• Evitar que a entrevista pareça um exame ou um
interrogatório;

• Tanto nas perguntas como em relação às respostas o


entrevistador deve evitar todos os indícios de crítica,
surpresa, aprovação / desaprovação nas suas palavras
e gestos;

• As questões devem ser formuladas tal como surgem no


guião para evitar influências do entrevistador na possível
variação de significados;

• Respeitar, dentro do possível, a ordem das questões do


guião.
Formulação das perguntas
• É conveniente usar frases de transição quando se muda
de tema: “agora vamos passar a outro tópico”;

• É necessário que o entrevistado sinta que o que diz é


interessante, para tal o entrevistador deve usar
expressões como “bem”, “sim”, “continue”, sem, no
entanto, denunciar aprovação ou desaprovação em
relação ao discurso;

• A função do entrevistador é perguntar e não responder.


Se o entrevistado lhe pedir a sua opinião pessoal o
entrevistador deve evitar responder, com cortesia.
Como registar a informação obtida?

• A experiência demonstra que a anotação posterior à


entrevista apresenta inconvenientes que decorrem,
essencialmente, dos limites da memória, que não retém
com fidelidade toda a informação, bem como a distorção
que se produz por causa de elementos subjectivos que
se produzem durante a entrevista.

• Para que a informação seja o mais fiel e verdadeira


possível, o seu registo deve ser feito durante a
entrevista. O ideal é que a entrevista seja gravada,
pedindo, para tal, consentimento ao entrevistado.
Tipos de perguntas
• Pergunta fechada
– Foi você que escolheu este curso?
• Características: fácil formulação; simplifica a tarefa
do entrevistado; nem sempre suscitam respostas
significativas (sim/não).

– Comentário: É aquela que surge com mais


frequência; é a mais ineficaz; é o tipo de
pergunta usada para romper o silêncio.
Tipos de perguntas
• Pergunta aberta
– O que pode contar-me sobre os seus
estudos?
• Características: sugere um tema, mas deixa toda a
liberdade sobre o rumo da abordagem.

– Comentário: pode deixar o entrevistado “sem


rede”,é útil no começo da entrevista enquanto
primeira abordagem ao tema.
Tipos de perguntas
• Pergunta directa
– Que dificuldades encontrou até agora?
• Características: directa ao objectivo; forçam o
entrevistado a abandonar defesas porque é clara e
dissipa equívocos.

– Comentário: a sua enunciação pode inibir o


entrevistado.
Tipos de perguntas
• Pergunta indirecta
– Que problemas menos deseja que surjam na vida
académica do seu filho?

• Características: truque para que o entrevistado opine;


permite deduzir informações.

– Comentário: pode inspirar desconfiança no


entrevistado; é aquele tipo de pergunta que mais
apela à competência do entrevistador e à própria
relação entre os dois.
Tipos de perguntas
• Pergunta pessoal
– O que o levou a escolher este curso?

• Características: centra-se no entrevistado que se sente


directamente interpelado.

– Comentário: pode provocar reacções de


susceptibilidade ou bloqueio (dependendo do tom
com que é formulada a questão); a sua aplicação
depende do tema e do momento da entrevista.
Tipos de perguntas
• Pergunta impessoal
– Na sua opinião, o que leva as pessoas a escolherem
certos cursos?

• Características: mais aconselhável para problemas tabu ou


opinião sobre práticas pouco aceites socialmente; tem a
vantagem do entrevistado não se sentir visado e permitir
captar mais informação e mais pertinente.

– Comentário: modera as respostas dado que o


entrevistado justifica a sua opinião com base nos
“outros”; sente-se fora do julgamento, mas julga os
outros
Tipos de perguntas
• Pergunta follow up
– Disse agora mesmo, a propósito da sua
formação, que lhe é difícil optar por um
curso?

• Características: segue o tema de perto e convida


ao desenvolvimento; induz o tema, mas não a
resposta.

– Comentário: permite relançar questões


menos desenvolvidas.
Observação participante
• Vantagens

– Garante uma informação rica e profunda;

– Permite compreender directamente


comportamentos (material recolhido é
espontâneo/autêntico)

– Permite flexibilidade ao investigador porque lhe


torna possível mudar de estratégia e seguir
novas pistas que aparecem.
Observação participante
• Desvantagens

– Só pode ser analisada para estudar pequenos


grupos ou comunidades;

– Levanta dificuldades de generalização;

– Dificuldade em ser aceite pelas unidades a


observar;

– Tarefa pesada/fatigante, além de que a memória


é selectiva.
Bom trabalho

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