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Figura destacada da Resistência francesa, nos anos de 1942 e 1943, Edgard Morin
notabilizou-se no mundo da educação, pelos seus trabalhos como filósofo (“O
Método”) e sociólogo (“Os sete saberes”), em que se encontra a síntese do seu
pensamento complexo. Aos 86 anos de idade, inteiramente lúcido, Morin aceitou o
convite do Sesc/DN para dar uma espécie de aula magna, iniciando os trabalhos na
Escola de Ensino Médio situada na Avenida Ayrton Senna (Rio).
Na sua opinião, os sete saberes não pertencem propriamente a este ou aquele grau
de ensino, mas a todos eles. São buracos negros nos programas educativos, que
devem ser corrigidos para o bem da formação dos jovens.
O terceiro aspecto é a identidade humana, que não pode ser desconhecida. “Somos
todos filhos do cosmos, mas nos transformamos em estranhos através do nosso
conhecimento e da nossa cultura.” O ser humano é múltiplo. Não vivemos só em
função do interesse econômico.
O último aspecto abordado por Edgard Morin, que fala espanhol fluentemente, é a
antropo-ética. Os problemas da moral e da ética dependem da cultura e da
natureza humana. Cabe ao ser humano desenvolver, ao mesmo tempo, a ética e a
autonomia pessoal, além da participação social, ou seja, a nossa participação no
gênero humano, pois compartilhamos um destino comum. Se todos esses
elementos se conjugarem de forma harmônica, no processo ensino-aprendizagem,
ganha sem dúvida a educação.