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Resumo
Este texto mostra parte dos resultados do trabalho de investigação de nosso estágio
de pós-doutorado, realizado junto ao Laboratório de Antropologia Visual da
Universidade Aberta, intitulado Um olhar etnográfico sobre a publicidade: aspectos
da cultura e do consumo alimentar no Brasil e em Portugal. Aqui buscamos mostrar
parte do nosso processo de observação e registro no terreno português. Este material
compreendeu a coleta de 458 fotografias. Serão ressaltados neste momento aspectos
do percurso de observação flutuante quanto à publicidade e ao consumo alimentar
em ambientes públicos, realizado no Porto, como exemplificação da construção de
uma narrativa de origem fotoetnográfica sobre a temática em debate.
Abstract
This text shows some results from our research, made in Laboratory of Visual
Anthropology, Universidade Aberta of Portugal, with the title The ethinografic look
about advertisign: alimentary culture and consumption aspects in Brazil and
Portugal. Here, we try to show a part of our process of observation and registration in
portuguese territory. This material has 458 pictures. We considere, at this moment,
the aspects of our floating observation about advertising food and consumption of
food in publics situations, during a tour in O Porto, as an example of a narrative
construction based in photethinographics methods, about de subject load in
evidence.
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ISBN : 1989 - 6514
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Número 3
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Año 2010
Este texto mostra parte dos resultados do trabalho de investigação de nosso estágio
de pós-doutorado, realizado junto ao Laboratório de Antropologia Visual do Centro
de estudos das Migrações e Relações Interculturais da Universidade Aberta, intitulado
Um olhar etnográfico sobre a publicidade: aspectos da cultura e do consumo
alimentar no Brasil e em Portugal, em que buscamos mostrar o nosso processo de
observação e registro no terreno português, majoritariamente realizado nas regiões
de Lisboa e Porto, com alguns registros feitos no Algarve. O material total
compreendeu a coleta de 458 fotografias.
Não iremos apresentar as imagens coletadas, por razões óbvias referentes ao
espaço e tempo para confecção deste texto, mas buscaremos construir uma narrativa
verbal que advém de um registro narrativo visual fotográfico ou fotoetnográfico, fruto
de um processo de observação flutuante.
No que se refere à constituição das narrativas fotoetnográficas temáticas,
devemos esclarecer que elas foram realizadas a partir de três percursos que nos
auxiliam a perceber a variedade de aspectos que o objeto e o terreno revelam sobre
o tema de investigação.
O primeiro percurso realizado em julho, agosto e setembro de 2008, traz
imagens do Porto e de Lisboa e do Algarve, vez por outra, marcado por dúvidas em
como construir uma escala observacional que possibilitasse a construção de
contextos para uma narrativa fotoetnográfica e pela ambigüidade entre os olhares
turístico e antropológico.
O segundo percurso realizado em setembro de 2008, foi realizado entre Vila
Nova de Gaia em direção ao Porto e foi acompanhado pelo Professor Doutor José
Ribeiro, que nos auxiliou na percepção dos pormenores da cultura portuguesa.
E o terceiro percurso, realizado em outubro de 2008, já orientado pelas
dimensões da observação flutuante, aconteceu em Lisboa na sua parte nova entre a
Estação do Oriente, Shopping Vasco da Gama e Parque das Nações.
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Mas essa busca por uma contextualização do olhar foi ficando mais clara na medida
em que percebemos as situações sociais alimentares e de seu consumo. Tal
fundamentação provém do trabalho de Jean-Pierre Poulain (2002), a partir do seu
criterioso trabalho sobre a sociologia da alimentação, onde o autor francês apresenta
uma formulação acerca das dimensões sociais da alimentação com vistas à
compreensão dos modelos alimentares nas culturas.
Essas dimensões sociais da alimentação, segundo Poulain (2002, p.228-235)
se subdividem nos espaços privados e públicos onde se come; do sistema alimentar
em que a cultura se insere, considerando aspectos da produção, comercialização até
chegar aos pontos de venda para compra dos alimentos; do espaço de culinária; nos
espaços dos hábitos de consumo alimentar; na temporalidade alimentar e nos
espaços de diferenciação social da alimentação.
Como nosso trabalho se restringiu ao percurso de terreno em âmbito público,
não são registradas imagens dos espaços domésticos (privados) onde se come e nem
tão pouco dos espaços da culinária referente às cozinhas. Entendemos que no nosso
trabalho foi possível coletar imagens dos aspectos do sistema alimentar, sobretudo no
que diz respeito à comercialização e divulgação de alimentos pela publicidade, dos
hábitos de consumo nos espaços públicos alimentares, de sua temporalidade e de
sua manifestação como espaço de diferenciação social no âmbito do consumo
alimentar no ambiente urbano.
d) E o último aspecto, refere-se às narrativas fotoetnográficas que podem ser
construídas para ilustrar todos os aspectos aqui observados, dentro de uma
linguagem visual fotográfica autônoma, que releve uma coerência com os nossos
objetivos de investigação e que ao mesmo tempo pudesse servir como ponto de
partida para uma reflexão em linguagem verbal sobre o que foi observado e do que
as imagens significam.
Nesta perspectiva, tentamos então criar narrativas fotoetnográficas que
pudessem ilustrar e nutrir a discussão sobre os quatro aspectos mencionados
anteriormente. Entendemos que os dois primeiros aspectos referentes aos
enquadramentos ou sobre o que fotografar e a ambigüidade do estatuto do ser do
investigador entre o olhar turístico e antropológico, criam narrativas fotoetnográficas
de natureza metodológica do trabalho de observação.
Ao nos orientarmos pelos preceitos de Achutti (2004) sobre a fotoetnografia,
realizamos os percursos fotoetnográficos cujos objetos ressaltam os aspectos dos
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pela caipirinha pelos restaurantes por peso self-service em todos os shoppings centers
do país e pela presença de algumas marcas nacionais do Brasil como guaraná
Antártica, entre outros exemplos.
Tudo isso nos faz pensar sobre fluxos contínuos interculturais entre esses dois
países lusófonos que se estendeu para além do período colonial, visto que hoje os
brasileiros constituem a principal massa de imigrantes em Portugal. A alimentação foi
o universo explorado ao longo de nossos estudos de pós-doutoramento, que foi
além deste trabalho de campo, também contemplando a comparação entre a
publicidade brasileira e portuguesa de alimentos (Trindade, 2008), o que neste artigo,
em função dos seus objetivos, não foi possível discutir. .
A narrativa visual realizada revela, em suas imagens (ainda que apresentada
aqui na mediação do relato verbal escrito), por sua abrangência, a abertura de
inúmeros caminhos às análises etnológicas e interdisciplinares sobre os aspectos
registrados, que devem ser aprofundados caso a caso, dentro da perspectiva de
construção do saber antropológico, visualmente construído, com base em um
trabalho etnográfico, como foi o caso do exemplo do percurso realizado na cidade
do Porto.
Referências Bibliográficas
ACHUTTI, L. E. R. (2004): Fotoetnografia. Porto Alegre, Ed.UFRGS/Tomo Editorial.
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