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Escola secundária do Forte da Casa

Área de Projecto

Trabalho realizado por:


Professora: Vanda Jardim Ana Catarina Santos nº2
Bárbara Carrilho nº7
João Rodrigues nº13
Sofia Morais nº20
12ºDct
Forte da Casa 2009/2010
Índice

Introdução 2

Biodiversidade 3

O que é a extinção? 7

Causas do declínio das espécies de anfíbios 8

Causas do declínio das espécies de répteis 11

Causas do declínio das espécies de aves 16

Causas do declínio das espécies de peixes 19

Causas do declínio das espécies de mamíferos 22

Principais consequências da extinção dos animais 30

Conservação da natureza 31

Curiosidades 39

Conclusão 40

Bibliografia 41

2
Introdução
O nosso projecto no âmbito da área curricular não disciplinar, Área
de Projecto, tem o tema “A extinção dos animais – A intervenção do
Homem na extinção dos animais”. Um dos nossos produtos intermédios é
a realização de um suporte escrito, este tem como objectivo expor os
conteúdos que pesquisámos até ao momento.
Este trabalho aborda vários temas como o que é a biodiversidade, o
número de espécies ameaçadas no Mundo e em Portugal, as ameaças a
que os anfíbios, repteis, aves, peixes e mamíferos estão sujeitos, alguns
exemplos de animais ameaçados, o que é a conservação, a definição de
Parque Natural, Parque Nacional e Reserva Natural, incluindo exemplos
em Portugal e algumas curiosidades.
Com este trabalho pretendemos por as pessoas a pensar no que o
Homem está a fazer ao planeta, nomeadamente aos animais. Esperamos
assim que as pessoas mudem as suas mentalidades e comecem a respeitar
os animais e a protege-los.

3
Biodiversidade
A biodiversidade refere-se à variedade de vida no planeta Terra,
incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies; a
variedade das espécies de flora, da fauna, de fungos macroscópicos e de
microorganismos; a variedade de funções ecológicas desempenhadas
pelos organismos nos
ecossistemas; e a variedade de
comunidades, habitats e
ecossistemas formados pelos
organismos. A biodiversidade
refere-se tanto ao número de
diferentes categorias biológicas
como à abundância relativa
dessas categorias. Inclui
variedade ao nível local,
complementaridade biológica
entre habitats e variabilidade Imagem 1: biodiversidade
entre paisagens.

Estima-se que o Homem ainda só estudou 10% do total de espécies


existentes no mundo, daí se poder dizer que o Homem ainda conhece
muito pouco acerca da Biodiversidade.

No último século o Homem foi o principal responsável por um


acréscimo da extinção das espécies mil vezes superior ao verificado em
qualquer outro período da história da Terra.

4
Classificação do estado de conservação

Os factores usadosImagem 2: O Mundo está


na classificação do nas
estado de conservação das
mãos do Homem
espécies são a amplitude de distribuição geográfica da espécie; o nível de
ameaça a que está sujeita; a variação do tamanho da população; entre
outros.
A UICN (International Union for Conservation of Nature) usa as
seguintes categorias:

 Extinta (EX) – O último representante da espécie já morreu,


ou supõe-se que já tenha morrido. Exemplo: Mamute;

 Extinta na natureza (EW) – Existem indivíduos em


cativeiro, mas não há populações na Natureza. Exemplo:
Dromedário;

 Criticamente ameaçada (CR) – Sofre risco extremamente


alto de extinção num futuro próximo. Exemplo: Mico-leão-
dourado;

 Em perigo (EN) – Sofre risco muito alto de extinção num


futuro próximo. Exemplo: Rinoceronte Indiano;

 Vulnerável (VU) – Sofre alto risco de extinção a médio


prazo. Exemplo: Chita;

 Quase ameaçada (NT) – Ainda não sofre risco de extinção,


mas as ameaças sobre a espécie são crescentes. Exemplo: lagartixa
– de - dedos – dentados;

 Segura ou Pouco preocupante (LC) – A sobrevivência da


espécie não sofre ameaça imediata. Exemplo: Abelharuco –
comum;

5
 Informação Insuficiente (DD) – Quando não existe
informação adequada para fazer uma avaliação directa ou indirecta
do risco de extinção da espécie, com base na sua distribuição e/ou
estatuto da população.

 Não Avaliado (NE) – Um taxon considera-se Não Avaliado


quando ainda não foi avaliado pelos presentes critérios.

Situação actual no Mundo:

Os cientistas acreditam que existem entre 10 a 20 milhões de


espécies de Seres Vivos. Hoje em dia, apenas se conhecem 1.750.00
espécies de Seres Vivos
 Animais vertebrados: 52.000
 Animais invertebrados: 1.272.000
 Plantas: 270.000
 Fungos: 72.000
 Bactérias: 4.000
 Protistas: 80.000
Fonte: UNEP- WAMC, 2000

A lista vermelha da UICN de 2009 mostra que 17.291 espécies,


de 47.677 espécies avaliadas, estão ameaçadas de extinção. Os resultados
mostraram que 21% de todos os mamíferos conhecidos, 30% de todos os
anfíbios conhecidos, 12% de todas as aves conhecidas, 28% dos répteis,
37% dos peixes de água doce, 70% das plantas e 35% dos invertebrados
avaliados até agora está sob ameaça.
 Das 5.490 espécies de mamíferos do mundo, 79 estão
extintas, 188 estão em perigo crítico, 449 em perigo e 505
vulneráveis.

6
 Existem 1.677 espécies de repteis na Lista Vermelha
da IUCN, mais 293 que o ano passado. No total, 469 estão
ameaçadas de extinção e 22 já estão extintas.
 Das 6.285 espécies de anfíbios, 1.895 estão em perigo de
extinção, sendo que 39 já estão extintas, 484 estão
criticamente em perigo, 754 estão ameaçadas e 657 estão
vulneráveis.

 Estão na lista vermelha da IUCN 3.120 espécies de


peixes de água doce, mais 510 que o ano passado. Sendo que
dos 1.147 avaliados estão ameaçados de extinção.
Valores globais para 2009 da lista vermelha de espécies ameaçadas da
IUCN:

 Total de espécies avaliadas: 47.677

 Extintas: 809

 Extintas na Natureza: 66

 Ameaçadas: 17.291 (em perigo critico:3.325;


ameaçada:4.891; vulnerável:9.075
Fonte: IUCN Red List 2009

Situação actual, em Portugal:

Em Portugal estão contabilizadas 512 espécies de fauna selavagem,


sendo que 303 são aves, 104 mamíferos, 50 peixes, 37 répteis e 18
anfíbios. Em Portugal há 159 espécies ameaçadas de extinção , sendo que
98 são aves, 27 mamíferos, 23 peixes, 9 répteis e 2 anfíbios. Fonte:
Mª.do Céu Osório, 2009, PNPG- Unidade de Comunicação; DGAC-
Norte/ ICNB
O gráfico seguinte mostra a percentagem do estado de conservação
de cada um dos cinco grupos de vertebrados em Portugal Continental.

7
Fonte: Livro vermelho dos vertebrados de Portugal (ICNB)
O que é a extinção? Extinção em biologia é o total desaparecimento,
no decurso dos tempos geológicos, de espécies ou grupos de espécies.

8
Uma espécie extinta não volta a aparecer – lei de irreversibilidade da
evolução.
A extinção de uma espécie pode ser um fenómeno natural,
provocado pela selecção da espécie melhor adaptada ao meio. Porém nos
últimos anos a maior parte das extinções têm sido provocadas pela acção
do Homem sobre a Natureza.
As extinções por causas antropogénicas (provocadas pelo Homem),
provocam mais desequilíbrios nas cadeias alimentares.
O Mamute foi extinto por causas naturais.

Imagem
Causas do declínio das3: Mamute
espécies de Anfíbios

A permeabilidade da pele dos


anfíbios, aliada ao facto de repartirem a
sua vida entre o meio terrestre e o
aquático, torna estes animais
particularmente sensíveis às alterações

9
Imagem4: Bufo Alvarius
ambientais, podendo inclusivamente funcionar como bioindicadores
sobre o estado de degradação ambiental. Além de serem exotérmicos, em
diferentes estágios dos seus ciclos de vida, frequentam habitats aquáticos
e habitats terrestres e, devido à sua pele muito permeável, são muito
susceptíveis a toxinas e alterações dos padrões de temperatura e
precipitação.

Principais factores de ameaça:


 A destruição/alteração do habitat: A alteração do habitat é,
claramente, o factor mais dramático que afecta as populações de anfíbios
em todo o mundo. Os anfíbios, geralmente, necessitam de habitats tanto
terrestres como aquáticos para sobreviver, a ameaça a qualquer um dos
dois tipos de habitat pode afectar a sua população.

A introdução de espécies exóticas: Os


predadores não nativos estão a afectar a
sobrevivência das rãs e de outros anfíbios
nos seus habitats naturais. Tem-se
detectado um declínio na população da
espécie Rana muscosa, que habita os lagos
da Serra Nevada, nos EUA, devido ao Imagem 5: Rana Muscosa
aumento de peixes não nativos (trutas)
criados para a pesca recreativa. Grande número de girinos e rãs em
desenvolvimento sofrem predação destes peixes.

Aumento da radiação ultravioleta: Como consequência da


diminuição da camada do ozono, entram mais raios ultra violetas na
nossa atmosfera que vão danificar as peles delicadas e húmidas dos
anfíbios.

Poluição do meio ambiente: Qualquer poluição do ar ou da água


afecta os anfíbios. Por este motivo, quando o meio ambiente em que
vivem está a ser degradado, eles são os primeiros a dar o alarme.

 Sobre – exploração: Os anfíbios são removidos dos seus habitats


naturais e vendidos internacionalmente para serem usados como alimento

10
(exemplo as patas de rãs), como animais domésticos, na educação, na
investigação e na medicina.

Doenças: Os anfíbios estão sujeitos a muitas doenças, algumas delas


suspeita-se que tenham sido disseminadas pelos humanos ou que se
tenham tornado mais violentas em combinação com outros factores
ambientais. Por exemplo, a doença Chytridiomycosis, provocada por um
fungo, começa por afectar a pele dos animais (permeável e muito
sensível), que fica obstruída, impedindo a passagem de ar e de água.

Os anfíbios desempenham um papel importante nos ecossistemas,


já que comem insectos (importantes transmissores de doenças para o
Homem), servem de alimento para os animais de maior porte, e são muito
usados na indústria farmacêutica e em pesquisas de novos fármacos.

A Rã – de – Focinho – Pontiagudo
é um anfíbio classificado como Quase
Ameaçado (NT). Está espécie ocorre em
Portugal, embora não existam estimativas
da sua densidade populacional, admite-se
que o número de indivíduos maduros seja
superior a 10.000. Os principais factores
de ameaça a que esta espécie está sujeita Imagem 6: Rã- de-Focinho-Pontiagudo
são a perda, fragmentação e degradação do habitat, devido,
principalmente, ao abandono da agricultura tradicional com a
consequente perda de lameiros e massas de água para reprodução; à
agricultura intensiva; à substituição dos seus habitats por florestas de
produção; à construção de infra-estruturas industriais e urbanísticas; à
poluição aquática e aos incêndios florestais. A introdução de espécies
exóticas invasoras, predadoras de ovos e larvas de anfíbios, tais como o
lagostim – vermelho constituem uma ameaça adicional a esta espécie.
Acrescem ainda factores biológicos comuns à maioria dos anfíbios, como
uma capacidade de dispersão limitada e elevada mortalidade juvenil.

11
A Salamandra – Lusitânica é
pouco abundante em Portugal,
encontrando-se apenas em áreas
restritas do norte e centro. Vive
exclusivamente em zonas húmidas,
tais como grutas, sob pedras ou
musgos perto de nascentes, regatos
ou ribeiros de águas cristalinas. É
uma espécie muito boa nadadora,
refugiando-se na água ao pressentir o
perigo. Embora noctívaga, pode ser Imagem 7: Salamandra-Lusitânica
vista de dia aquando de fortes
chuvadas. Alimenta-se de pequenos
insectos e vermes que captura à maneira dos camaleões, projectando a
língua. Em Portugal a salamandra-lusitânica é considerada uma espécie
ameaçada. Apesar de ainda não existirem dados suficientes que permitam
avaliar com exactidão o estado e tendência das populações existentes,
pensa-se que existe um sério risco de declínio. A salamandra-lusitânica
encontra-se actualmente estritamente protegida por lei, sendo proibida a
sua captura ou abate e ainda a destruição dos seus locais de reprodução e
repouso. Existem medidas que poderão diminuir o perigo de extinção
desta espécie como protecção do habitat; recuperação dos habitats;
controlo da poluição; fiscalização da poluição; estudos de Biologia e
Ecologia e campanhas de educação ambiental.

Causas do declínio das espécies de répteis

As principais ameaças aos répteis são a perda e degradação dos


habitats; a introdução de espécies invasoras, poluição, doenças, sobre
-exploração e mudanças climáticas.
Os répteis são animais de grande
importância na manutenção do

12

Imagem 8: Osga Comum


equilíbrio ecológico. Por exemplo, as serpentes realizam um importante
controlo biológico de roedores (por exemplo ratazanas) e as lagartixas e
lagartos auxiliam no combate a vários insectos. Por outro lado estes
animais são também usados para pesquisas científicas e utilizados para
fabricar fármacos.

As tartarugas são
provavelmente dos animais
marinhos mais interessantes e
vulneráveis. Os seus efectivos
têm vindo a decrescer
drasticamente devido a um
conjunto de factores que
ameaçam a sua sobrevivência . O
Homem tem sido responsável
por uma feroz perseguição
movida por interesses
comerciais, dado o valor dos
seus ovos, carne e carapaça. A Imagem 9: Tartaruga Marinha
destruição dos seus locais de
postura, devido a interesses turísticos, tem contribuído
significativamente para o declínio das populações. A poluição dos
oceanos é responsável por inúmeras doenças que afectam as tartarugas
marinhas. Muitas morrem também por ingerirem lixo produzido pelo
Homem como, por exemplo sacos de plástico que, dentro de água, se
confundem com alforrecas, um dos seus alimentos preferidos. Durante as
suas longas viagens oceânicas, tartarugas de todas as espécies e idades,
são vítimas de intensa actividade piscatória desenvolvida pelo Homem.

Algumas medidas que o Ser


Humano pode tomar para a
conservação das tartarugas marinhas
são a redução da mortalidade em redes

13
Imagem 10: Tartaruga a nascer
de pesca, defesa do habitat, acções de sensibilização do público e estudos
de biologia e ecologia.

Em Portugal existem cinco espécies de tartarugas marinhas, todas


elas estritamente protegidas por lei sendo proibida a sua captura ou abate
e ainda a destruição dos seus locais de reprodução e repouso.

A Tartaruga – de
– Couro é a maior de
todas as tartarugas
marinha e encontra-se
em “Perigo Critico”. De
entre as tartarugas
marinhas esta é a espécie
de mais vasta
distribuição geográfica.
A sua nidificação ocorre Imagem 11: Tartaruga-de-Couro

em praias das costas tropicais do oceano Atlântico, Pacífico e Índico,


mas os animais distribuem-se até às costas da Noruega e Islândia. Nos
Açores são observadas quase todos os anos, sendo, por vezes,
encontradas afogadas em redes de pesca. As principais ameaças que
afectam esta espécie são a sua captura directa ou indirecta, a poluição e a
ocupação dos seus locais de postura.

Nos últimos anos, as populações de tartarugas de água doce têm


vindo a registar uma diminuição acentuada em todo o mundo, devido
principalmente:

 Excesso de captura: O aumento da popularidade das


tartarugas como animais de companhia conduziu à captura destes
animais, em elevado número e com fins comerciais, resultando na
remoção de muitos adultos das populações selvagens e na apanha
de ovos e juvenis.

14
 Poluição (insecticidas e herbicidas): A acumulação de
toxinas na gordura corporal, libertadas posteriormente, quando as
tartarugas não comem, contribui para a diminuição do número de
tartarugas.

 Actividade humana: Nas zonas urbanizadas, a destruição dos


habitats pode levar à destruição de populações inteiras ou à morte
de muitas tartarugas, atropeladas por automóveis. Por outro lado,
em certas zonas, estes animais são utilizados para consumo, pois
são uma fonte de proteínas.

Em Portugal os cágados encontram-se protegidos por lei, sendo


proibida a sua captura, abate ou utilização como animal de companhia,
bem como a destruição dos seus locais de reprodução e repouso.

O Cágado-de-Carapaça-Estriada tem uma vida acentuadamente


aquática, preferindo águas paradas ou de corrente lenta, como os charcos,
rios e ribeiras.
É carnívoro, alimentando-se de crustáceos, anfíbios, insectos, caracóis e
peixes. As principais ameaças que esta espécie enfrenta são a alteração e
destruição do habitat e locais de reprodução, introdução de espécies
exóticas, destruição e perturbação dos indivíduos, pesca, captura para o
comércio e escassez de informação biológica e ecológica

Em Portugal, o
Cágado-de-Carapaça-
Estriada é considerada uma
espécie ameaçada. Apesar de
ainda não existirem dados
suficientes, que permitam
avaliar com exactidão o

15

Imagem 12: Cágado-de-Carapaça-Estriada


estado e tendência das populações existentes, pensa-se que existe um
sério risco de declínio.

A víbora-
cornuda é uma
das duas espécies
de víboras
existentes em
Portugal.
Contrariamente à
vibora-de-
Seoane, que tem
uma distribuição
Imagem 13: Víbora-Cornuda
muito localizada
no nosso país (na zona do Parque Nacional da Peneda-Gerês), a víbora-
cornuda encontra-se distribuída por todo o território, embora em
populações dispersas e isoladas, associadas sobretudo a zonas
montanhosas e com baixo grau de ocupação humana.
Em Portugal, o conhecimento desta espécie ainda é insuficiente e por
isso foi colocada com um estatuto indeterminado, porém sabe-se que esta
espécie está a sofrer um declínio acentuado. A Víbora-Cornuda está
sujeita a ameaças, devido, principalmente, à acção do Homem. Ameaças
essas que são a sua captura deliberada para o comércio, coleccionismo e
por maldade, e a destruição ou perturbação do seu habitat, através,
principalmente dos incêndios florestais. É uma espécie estritamente
protegida sendo que a sua captura, morte e comércio estão proibidos.

16
Imagem 14: Cabeça da Víbora-Cornuda

Causas do declínio das espécies de Aves

17
Nos últimos tempos tem-se
registado um decréscimo
significativo nas populações de
muitas espécies de aves selvagens.
A destruição de habitats naturais,
as diferentes formas de poluição,
resultantes da actividade humana e
Imagem 15: Bando de Aves
o tráfico ilegal destes animais, são
os principais factores responsáveis por este declínio. O desenvolvimento
da caça tem também provocado efeitos devastadores nalgumas espécies.

 A importância das aves

As aves desempenham um papel importante no equilíbrio dos


ecossistemas e são muitas vezes utilizadas como bons indicadores de
avaliação das condições do meio ambiente e de eventuais alterações. Por
esta razão, surgem frequentemente como símbolos de campanhas para a
preservação de todo o
ecossistema em que se
integram. Estes animais
têm sido aproveitados
pelo Homem desde há
milhares de anos, na
alimentação, como
objecto de estudo ou
ainda como fonte de Imagem 16: Açor
inspiração a muitas
formas de arte. Assumem ainda grande importância económica,
impulsionando actividades importantes como a caça ou o turismo de
observação de aves. É também inquestionável o seu papel ecológico, ao
funcionarem como agentes de polinização, ajudando a espalhar sementes
de plantas, ou como predadores de insectos e roedores, frequentemente
responsáveis por danos na agricultura.

18
A águia-real é uma ave de rapina que se distribui geograficamente
por grande parte do
Hemisfério Norte. Estima-se
que a população nacional
seja de 56 a 63 casais
nidificantes. Este animal
encontra-se em perigo de
extinção devido,
principalmente, à destruição
do seu habitat e à diminuição
do seu alimento que é a caça. Imagem 17: Águia – Real

A Alma-Negra pode ser


observada em todo o Pacifico
Norte, embora se reproduza
nas ilhas atlânticas. Este
animal é afectado por
predadores como gatos (em
terra) e por gaivotas (em voo),
as populações têm vindo a
decrescer. Esta espécie
encontra-se ameaçada nos
Açores, mas está segura na
Madeira. Imagem 18: Alma - Negra

O Bufo – da – Vírginia é um
animal que se adapta a diversos tipos de
climas e habitats. Esta espécie pode-se
encontrar no Norte e Sul da América. Na

19

Imagem 19: Bufo – da - Virgínia


actualidade a situação já não é tão crítica devido ao reconhecimento de
que estas aves são predadoras de ratos, e desta forma controlam as
populações. É uma espécie protegida na maior parte dos EUA.

A Arara – Vermelha
– de – Asas – Verdes habita
em selvas tropicais
húmidas, e pode-se
encontrar no Sudoeste do
Panamá Norte e centro da
América do Sul. Esta
espécie encontra-se em
perigo de extinção devido à
Imagem 20: Arara – Vermelha – de – Asas -Verdes redução do seu habitat e á
sua captura.

Em Portugal, registamos a ocorrência de cerca de 300 espécies de


aves, sendo cerca de 200 nidificantes. Algumas são espécies migradoras,
passando cá apenas parte do ano, como o Inverno ou a Primavera, ou
apenas efectuam uma passagem no decurso das migrações de grande
distância. Outras são espécies residentes, completando o seu ciclo anual
no nosso país.

Causas do declínio das espécies de peixes

A actividade desenvolvida pelo Homem tem tido efeitos


devastadores nas populações de muitas espécies de peixes, ao ponto de
reduzir drasticamente o número de animais e colocar a sua sobrevivência
em perigo.

20
A pesca excessiva, que se agravou com o enorme desenvolvimento
tecnológico aplicado aos métodos de captura, a poluição urbana e
industrial, a destruição de habitats de reprodução e crescimento de
muitas espécies, assim como a captura excessiva de peixes utilizados em
Aquariofilia, são exemplos de factores responsáveis pelo declínio dos
peixes. Sendo a maior parte dos peixes de água doce migradores, têm a
particularidade de, na época da desova, subirem os rios para se
reproduzirem. As barragens
constituem um obstáculo
intransponível para estes
animais, acarretando assim a
sua extinção em qualquer lugar
onde seja estabelecida uma
barragem de grandes
proporções. Os stocks de
algumas espécies chegaram
Imagem 21: Barragem
mesmo a entrar em ruptura e a
generalidade dos recursos marinhos encontram-se seriamente afectados.

Os peixes assumem um
papel extremamente importante do
ponto de vista ecológico em todos
os ecossistemas aquáticos, pois
fazem parte de todas as cadeias
alimentares aquáticas. Do ponto
de vista económico, os peixes são
os animais marinhos mais
importantes, sendo utilizados pelo Homem para fins22:muito
Imagem Corais diversos,
como: fonte vital de proteínas, adquirindo um papel cada vez maior na
alimentação das pessoas; fonte de matérias-primas utilizadas na
indústria, no fabrico de medicamentos, de fertilizantes, de cola ou couro,
entre outros, e sendo importantes no nascimento e desenvolvimento da
Aquariofilia.

21
Antes de se comprar peixe, as pessoas devem-se informar, para
saber se o peixe que estão a comprar é sustentável. Nas áreas que vendem
peixe fresco existem profissionais que têm o dever de informar sobre os
produtos de peixe que estão à venda. Existem três perguntas essenciais
para a pessoa perceber se é aconselhável comprar um determinado peixe:
 Qual o nome do peixe e onde foi capturado?
Qual o método de pesca usado na captura? – Alguns métodos de
captura, como a pesca de arrasto, destroem o ecossistema marinho e
capturam acidentalmente uma enorme quantidade de peixes, que são
atirados novamente ao mar já sem vida. É preferível comprar peixe
capturado com métodos mais selectivos e sustentáveis, como armadilhas
ou linha e anzol.
 O vosso supermercado tem como politica fornecer apenas peixe
sustentável?
Recomen d ações G reen p eace.

O Peixe – Espada – Branco pode


encontrar-se ao largo da plataforma
continental e noutras zonas a
profundidades até 620 metros. Por ser uma
espécie de crescimento lento, é muito
vulnerável à pressão da pesca. Este animal
é pescado com palangre, este método tem
graves impactos e está associado à morte Imagem 23: Peixe – Espada- -
Branco
de outras espécies, como tubarões e aves
marinhas.

22
O Tubarão Baleia habita oceanos tropicais de água quente.
Alimenta-se essencialmente de plâncton, Krill, pequenos polvos e outros
invertebrados. Esta espécie de tubarão não ataca o Homem e é o maior
peixe do mundo. O Tubarão Baleia é uma espécie considerada “Em
Perigo” segundo a IUCN, devido principalmente à pesca para fins
comerciai

Imagem 24: Tubarão Baleia

A Raia - Viola é uma espécie


de raia ameaçada de extinção. Esta
espécie pode-se encontrar desde a
costa do Rio de Janeiro até ao Mar
Del Plata, no Uruguai. A maior
ameaça que esta espécie enfrenta é
a captura pela pesca de arrasto de
camarão. Para piorar o cenário, as
fêmeas grávidas são pescadas no
local onde se concentram durante o Imagem 25: Raia - Viola

Verão (do Brasil) para dar à luz os


seus filhos. Hoje em dia é proibida a comercialização desta espécie.

Causas do declínio das espécies de mamíferos


23
São inúmeras as causas responsáveis pelo desaparecimento deste
grupo de animais, porém as principais são a degradação e perda do
habitat, que afecta 40% destes animais em todo o mundo; a sobre –
exploração dos mamíferos terrestres e marinhos; a poluição e as
alterações climáticas.
Exemplos de mamíferos ameaçados de extinção:

Os tigres são os


maiores felídeos
actuais e estudos
recentes identificam-no
como o animal mais
ameaçado do mundo.
Das oito subspécies (ou
raças geográficas)
reconhecidas de tigre,
três já estão extintas,
Imagem 26: Tigre – da - Sibéria
que são o Tigre – do –
Bali; o Tigre – do – Cáspio e o Tigre – de – Java. As subespécies Tigre –
da – Sibéria, Tigre – de – Samatra e Tigre – da – China estão
consideradas como “Criticamente em Perigo”, enquanto as restantes estão
"Em Perigo" (segundo a União Internacional para a Conservação da
Natureza). Os tigres têm sido ameaçados pela caça para o comércio de
peles e para o tráfico de órgãos usados na medicina tradicional chinesa,
pela perseguição realizada pelas populações locais por serem
considerados uma ameaça ao gado doméstico e “caçadores de homens”,
pelo desaparecimento do seu habitat, em consequência do
desenvolvimento das áreas agrícolas e urbanas, e pela diminuição dos
efectivos das suas presas (por acção do Homem ou naturalmente, em
Invernos rigorosos). Existem muito mais tigres em cativeiro do que no
seu habitat natural. Este facto está relacionado com a não existência

24
actualmente de áreas protegidas suficientemente grandes nas quais estes
possam ser reintroduzidos.

Todas as espécies e
subspécies de gorilas
encontram-se ameaçadas. A
desflorestação para a obtenção
de madeira, a produção
agrícola e a criação de gado,
assim como a caça para
obtenção de crânios, carne,
peles, troféus e ossos para
amuletos estão a levar os
gorilas à extinção. Aliás,
pensa-se que a caça para o
comércio de carne para Imagem 27: Gorila

alimentação humana levará a espécie à extinção na próxima década se


nada for feito. Nalgumas zonas, os gorilas são, também, considerados
pragas para certas culturas, sendo muitas vezes abatidos. Para piorar o
cenário, os gorilas parecem ser muito atreitos a vírus mortais como o
Ébola.

 Em Portugal o Lobo Ibérico encontra-se


no Nordeste Transmontano, Parque
Nacional da Peneda – Geres e no Distrito
da Guarda. Em Portugal os lobos estão a
atravessar uma fase de declínio e a sua
sobrevivência está ameaçada. Este declínio
começou com uma caça intensa a esta
espécie, e nos últimos anos, tendo a caça
sido proibida, surgiram os
envenenamentos. Outro factor importante

25
Imagem 28: Lobo Ibérico
tem sido o facto de cada vez haver menos cervídeos em liberdade e
essa era a sua maior fonte de alimento. O declínio é actualmente
agravado pela fragmentação e destruição do habitat e pelo aumento do
número de cães vadios. Os fogos florestais vão reduzindo o seu habitat
e o número de presas, e os lobos passam então a ter de se alimentar
de gado, sobretudo ovelhas, provocando enormes prejuízos aos
pastores, que vêm assim os seus rebanhos dizimados, o que leva a que
alguns achem que se devem acabar com os lobos nas suas zonas de
pasto.
Pensa-se que, em território português, exista um pouco mais que 200
lobos.

Imagem 29: Distribuição geográfica do Lobo Ibérico

 O Lince Ibérico habita na


península ibérica, em áreas
montanhosas, cobertas de bosque e
matagal mediterrâneo. Este animal
está classificado como espécie em
Perigo Critico. As principais

26

Imagem 30: Lince Ibérico


ameaças à sua sobrevivência são a acentuada regressão do coelho-
bravo; a destruição da floresta mediterrânea; armadilhas, tiros de
caçadores furtivos e utilização de venenos; atropelamentos;
fragmentação e isolamento das populações. No entanto, estão a ser
feitos esforços para a realização dum projecto que visa um programa
de reprodução em cativeiro na Serra de Silves, em colaboração com
Parque Doñana (Espanha).

Imagem 31: Distribuição geográfica do Lince


Ibérico

 O Lobo-Marinho
é a única foca que
habita território
português, nas Ilhas
Desertas do
Arquipélago da
Madeira. Vive em
pequenas ilhas
desabitadas, zonas
de costa bastante
Imagem 32: Lobo-Marinho 27
escarpadas e sempre de difícil acesso. As populações desta espécie
têm vindo a diminuir de forma alarmante, estimando-se que apenas
restem cerca de 500 animais, razão pela qual a União Internacional para
a Conservação da Natureza (IUCN) lhe conferiu o estatuto “Em Perigo”.
Os factores de ameaça a esta espécie são perturbação dos animais no seu
habitat natural, provocada
essencialmente por pescadores e
turistas; captura acidental em
artes de pesca e actos de
vandalismo e o abate de
animais. Estes animais foram
alvo de armas e explosivos,
utilizados pelos pescadores
que os culpavam pela redução
das pescarias.
A melhor medida de protecção do lobo-marinho da Madeira foi a
protecção efectiva do habitat e a adopção de medidas para a recuperação
dos recursos piscícolas, através da interdição das redes de emalhar e da
prática da caça submarina em toda a Imagem
área de33:jurisdição da reserva.
Lobo-Marinho
A monitorização do lobo-marinho nestas ilhas teve início em 1989, e
conta actualmente com 24 postos de observação cujo objectivo é definir
as áreas utilizadas pelos animais e a sua área de repartição. A recolha de
informação relativa à biologia desta espécie e o acompanhamento do
estado da população existente nas ilhas é fundamental para a
implementação da estratégia para a sua salvaguarda.

Estima-se que o efectivo populacional de lobos-marinhos no


arquipélago da Madeira seja de 23 animais, encontrando-se a colónia em
recuperação populacional.

Estes são cinco exemplos de mamíferos que


correm risco de desaparecerem. Porém é de
28

Imagem 34: Urso -Polar


Imagem 34: Urso-Polar
referir que o Mico – leão – Dourado está
classificado como espécie em Perigo Crítico,
devido à caça e destruição do seu habitat,
restando hoje em estado selvagem
aproximadamente 1000 indivíduos; a espécie
de urso mais ameaçada é o Urso - Malaio
devido ao desaparecimento das florestas
que habita no Bornéu, Sumatra e alguns
países do Sudeste Asiático; o Urso - Polar
está classificado como espécie Vulnerável,
mas este estado pode mudar rapidamente, Imagem 35: Urso Malaio
devido ao aquecimento global; o
Rinoceronte – Indiano é uma espécie em Perigo devido destruição do
seu habitat, à caça para obtenção do corno e utilização dos seus órgãos
na medicina asiática.

Imagem 36: Rinoceronte - Indiano

Os mamíferos marinhos têm sofrido intensamente as consequências


da influência nefasta do Homem nos oceanos, a qual tem provocado uma
redução drástica nos efectivos de muitas espécies.
29
De uma forma geral, podemos considerar três formas básicas de
agressão aos mamíferos marinhos:

Poluições – Diariamente
são despejadas nos oceanos
quantidades inacreditáveis de
lixo, produtos químicos tóxicos,
desperdícios industriais, esgotos
urbanos e outro tipo de poluentes
que degradam substancialmente a
qualidade da água. Os produtos
tóxicos circulam ao longo da
cadeia alimentar, acabando por se
acumularem nos animais
predadores colocados no topo,
como é o caso dos mamíferos
marinhos. Em consequência, estes
animais acabam por desenvolver
doenças malignas e contagiosas
responsáveis pela morte de grande Imagem 37: Orca
número de exemplares.

Caça – Todos os cetáceos têm sido vítimas de perseguição por


parte do Homem. A sua carne é utilizada para isco de pesca ou ainda para
consumo humano. Noutros casos, em regiões onde o peixe começa a
escassear devido à sobre – exploração dos recursos, os pescadores
atribuem culpas aos golfinhos matando-os para supostamente proteger o
resto do stock.

Pesca – Todos os anos morrem milhares de cetáceos presos em


redes de pesca, as quais são autênticas armadilhas invisíveis debaixo de
água. A morte dos animais acaba por ser provocada por afogamento, já
que os animais imobilizados não conseguem vir respirar à superfície, ou
por ferimentos causados pelas malhas das redes.

30
A diminuição acentuada do
número de mamíferos marinhos levou
o Homem a tomar consciência da
necessidade de implementar medidas
que visem a protecção e conservação
destes animais.

Imagem 38: Golfinho

Em Portugal todos os cetáceos se encontram integralmente


protegidos desde 1981, sendo proibida a sua captura ou comercialização.
A sobrevivência destes magníficos animais depende assim da
consciencialização e dos esforços conjuntos da Humanidade.

 A baleia Azul
é o animal mais
ruidoso do mundo,
emitindo sons de baixa
frequência que atingem
os 188 decibéis. Esta
espécie pode ser
encontrada em todos os
oceanos do planeta,
embora faça migrações Imagem 39: Baleia Azul
sazonais para fugir a
águas mais quentes, já que a sua preferência vai para as águas mais frias
e ricas em alimento. A Baleia Azul encontra-se “Em Perigo”, estima-se
que possam existir cerca de 6000 exemplares destes animais. A principal
causa que meteu esta espécie tão ameaçada foi a caça desde o século XIX
até aos anos 60 do século XX. Durante este período estima-se que
possam ter sido caçadas 350.000 Baleias Azuis. Neste momento a caça a
esta espécie é proibida em todos os países do mundo, porém ainda estão
sujeitas à caça ilegal.

31
Principais consequências da extinção dos animais:

Na maioria dos casos é difícil prever quais serão as consequências


para o ecossistema da extinção de determinada espécie. Contudo o que
geralmente ocorre são desequilíbrios na cadeia alimentar, que podem
resultar na superpopulação de alguns animais ou na extinção de outros.
Por exemplo, com a redução do número de animais carnívoros, vai haver
um aumento de animais herbívoros, pois estes deixam de ter predadores,
o que pode levar à extinção de alguns tipos de vegetais.
A extinção de uma espécie levanta também problemas de moral à
Humanidade, devido à perda da biodiversidade e à redução do fundo
genético global do planeta, promovida pelo Homem.
Com a extinção das espécies, o Homem está a contribuir para a sua
própria extinção. Isto porque, vai diminuir o número de recursos naturais
e de variedade alimentar essenciais para a sua sobrevivência e porque
muitos medicamentos são produzidos com venenos ou outras partes dos
animais.

Os primatas africanos são um exemplo de


animais que era importante salvar, por pelo
menos três razões:
Animais geneticamente tão próximos do
Ser Humano constituem uma fonte
imprescindível de conhecimento científico;
Ao disseminarem sementes e realizarem
outras interacções com o ambiente, os primatas
contribuem para o equilíbrio de ecossistemas
inteiros, nomeadamente as florestas tropicais;
A manutenção de Parques Naturais
vocacionados para a conservação destes animais
acarreta, directa e indirectamente, a criação de
empregos para trabalhadores africanos.
Imagem 40: Gorila

32
Conservação da natureza

Actualmente, e cada vez mais, se tem assistido ao agravamento das


extinções de Seres Vivos. Felizmente existem áreas que têm tentado
contrariar essa situação, tentando conservar a Natureza.
Dentro das áreas protegidas existem, os parques nacionais e
naturais; as reservas naturais; as paisagens protegidas e os monumentos
naturais. Neste trabalho iremos apenas falar de parques nacionais e
reservas naturais. Não vamos falar de todas as organizações, centros de
reabilitação, parques nacionais e reservas nacionais que existem no nosso
planeta.
Uma das origens dos parques e das reservas naturais está
relacionado com a extinção dos animais ou de plantas, mas também
existem razões paisagísticas, culturais e geológicas.

 Reservas Naturais
As reservas naturais são áreas destinadas á protecção da fauna e da
flora. A classificação de reserva natural tem por efeito possibilitar a
adopção de medidas que permitam assegurar as condições naturais
necessárias à estabilidade ou à sobrevivência de espécies, grupos de
espécies, comunidades bióticas ou aspectos físicos do ambiente, quando
estes requerem a intervenção humana para a sua perpetuação.
Actualmente, em Portugal existem nove reservas naturais:
 Dunas de São Jacinto;

 Serra da Malcata;

 Paul de Arzila;

 Berlengas;

 Paul de Boquilobo;

 Estuário do Tejo;

33
 Estuário do Sado;

 Lagoas de Santo André e da Sancha;

 Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António.

A Serra da Malcata está localizada entre a vila de Penamacor e a


cidade do Sabugal, junto à fronteira com Espanha, esta Reserva Natural
ocupa uma superfície de 16.348 há e abrange território pertencente aos
conselhos de Penamacor e Sabugal.

Esta área Protegida assenta num


sistema montanhoso constituído por
várias linhas de cabeços de formas
suaves, orientadas dominantemente na
direcção nordeste - sudoeste.

A serra é percorrida por uma


abundante rede de linhas de água, a
maioria das quais profundamente
encaixadas nos xistos, distribuídas por
três bacias hidrográficas: a do rio
Bazágueda a sul, a da ribeira da
Meimoa, no centro, e a do rio Côa que
corresponde ao limite norte da Reserva Imagem 41: Serra da Malcata
Natural.

O clima apresenta características mediterrânicas e continentais,


tornando-se mais fresco e húmido à medida que se caminha para norte.

A serra da Malcata constitui um dos últimos refúgios naturais do


território português tendo no seu interior valores botânicos e faunísticos
que a fazem num ecossistema privilegiado e especialmente importante.
Com efeito, ali se encontra uma vegetação extraordinariamente rica e
variada, designadamente ao longo das linhas de água, e uma fauna
variada, que inclui, o javali, gato bravo, o lobo e aves de rapina pouco
34
frequente, para além do Lince – Ibérico, hoje em perigo de extinção e
cujo núcleo mais notável está localizada na serra da Malcata.
Nas paisagens, matos, bosques densos e matas de exploração
refugia-se um património faunístico variado em que se destaca o animal
“responsável” pela criação da Reserva Natural, o lince ibérico (Lynx
pardinus). Presença do gato-
bravo (Felis silvestris), de
hábitos semelhantes ao lince
– ibérico, raposa (Vulpes
vulpes), sacarrabos
(Herpestes ichneumon), javali
(Sus scrofa), parente
selvagem do porco
doméstico, fuinha (Martes
foina) e da geneta (Genetta
Imagem 42: Lince - Ibérico
genetta). O lobo – ibérico
(Canis Lupus) é um visitante ocasional da serra da Malcata.

Das várias espécies de aves que habitem na serra salientam-se a


cegonha – preta (Ciconia nigra), à qual foi atribuído o estatuto de
“vulnerável”, e passeriformes de difícil observação como o rouxinol-do-
mato (Cercotrinchas galactotes), a pega-azul (Cyanopica cyana) e o
rabirruivo-de-testa-branca (Phoenicurus phoenicurus). A natureza e o
clima aliado ao tipo e vegetação garantem a presença de um elevado
número de espécies de répteis como a cobra-de-escada (Elaphe scalaris)
ou a cobra-rateira (Malpolon monspessulanus). Nas linhas de água são
relativamente frequentes os lagarto-de-água (Lacerta schreiberi) e o
cágado Mauremys leproso. Em termos de anfíbios estão presentes todas
as espécies que ocorrem em Portugal Continental com destaque para o
sapo-comum (Bufo bufo), o sapo-corredor (bufo calamita), a rã ibérica
Rana ibérica e a rã-verde (Rana perezi). Nos cursos de água ocorrem
onze espécies de peixes, nove das quais pertencem à fauna nativa de
Portugal Continental. No rio Côa surge a truta-de-rio (Salmo trutta),

35
enquanto no rio Bazágueda e na ribeira da Meimoa são comuns o escalo-
do-norte (Leuciscus chepalus cabeda) – endemismo ibérico – e a carpa
(Cyprinus carpio).
O símbolo da reserva natural da serra da Malcata é o lince –
ibérico (Lynx pardinus), o mais ameaçado felino do continente europeu.
A Serra da Malcata é um dos seus últimos refúgios em Portugal.

Imagem 43:
Símbolo da Serra
da Malcata

 Parque Natural:
Um parque natural é uma área que se caracteriza por conter
paisagens naturais, semi-naturais e humanizadas, de interesse nacional,
sendo exemplo da integração harmoniosa da actividade humana e da
Natureza e que apresenta amostras de um bioma ou região natural. É uma
área destinada à conservação da fauna e flora A classificação de um
parque natural tem por efeito possibilitar a adopção de medidas que
permitam a manutenção e valorização das características das paisagens
naturais e semi-naturais e a diversidade ecológica.

O parque natural
assente na cadeia Arrábida
e a área marítima
adjacente, ocupando uma
superfície de
aproximadamente 17.327
ha, dos quais 5.275 ha de
superfície marinha, e

Imagem 44: Parque natural da Arrábida


36
abrangendo território pertencente aos conselhos de Palmela, Sesimbra e
Setúbal. O parque natural da Arrábida tem a seu favor as suas
características edafoclimáticas em que reúne uma biodiversidade
relevante e tem desenvolvido um conjunto muito diversificado de acções
para a salvaguarda das espécies em causa. Uma das causas de extinção
dos animais é a alteração de habitats, pelo que o parque está dotado de
um plano de ordenamento, onde algumas actividades estão condicionadas
ou mesmo interditas, tendo como objectivo salvaguardar habitats onde as
espécies vivem.

O Parque Marinho:
O Parque Marinho está
localizado ao longo da costa sul
da península de Setúbal, entre a
Serra da Arrábida e o cabo
espichel. Foi criado em 1998 com
uma área de 52 Km 2 . O parque
marinho é uma peça fundamental
na conservação da fauna e flora Imagem 45: Parque Marinho
residente. Mas a sua reduzida
extensão acarreta que a fauna com carácter mais transiente, onde se
incluem muitos recursos explorados pelo Homem, terá a multiplicação
desta experiencia noutros pontos da costa. O caso particular dos
mamíferos Cetáceos é um bom exemplo da ineficácia de áreas com
reduzida extensão.
O parque natural da Arrábida foi criado em 1976. Foi então
classificada por apresentar uma ordem científica, cultural, histórica,
paisagística, que fazem da serra da Arrábida uma zona a proteger da
degradação a que tem estado submetida, com vista ao aproveitamento
integral de todos os seus recursos e potencialidades. Também devido ao
valor nacional da área em questão, á sua alta sensibilidade e fraca
capacidade de acolhimento, bem como a sucessiva degradação do
ambiente.

37
Durante muito tempo a área actualmente ocupada pelo parque
natural da Arrábida foi uma importante coutada de caça, albergando uma
fauna diversificada que incluía o lobo (canis lúpus), o javali (Sus
scrofa), e o veado (Cervus
elaphus). Hoje, os
mamíferos sofreram uma
redução drástica podendo-
se, no entanto, encontrar
espécies comuns como a
raposa (vulpes vulpes),
outras mais difíceis de
detectar como a geneta
(genetta) ou o gato bravo
(felis silvestris), bem como Imagem 46: Cágado-de-Carapaça-Estriada
colónias de morcegos. Dentro das rapinas diurnas destacam-se a águia de
Bonelli (Hieraaetus fascialus), o peneireiro (Falco tinnunculus) e a
águia-de-asas-redondas (buteo buteo). Entre as nocturnas, surge o bufo-
real (Bubo bubo) e a coruja-das-torres (Tyto alba). Entre os anfíbios e
répteis podem ver-se o cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis), a
cobra-rateira (Malpolon monspessulanus) e a lagartixa-ibérica (Podarcis
hispânica).
O símbolo do parque natural da Arrábida representa uma guarita do
Convento Velho tendo como pano de fundo a serra. A imagem sugere
uma estreita aliança entre o património natural e o património cultural
bem ilustrada aliás pela inserção do próprio convento nas faldas da serra.

Imagem 47: Símbolo do


Parque Natural da
Arrábida 38
 Parque Nacional:
Os parques nacionais são áreas com ecossistemas pouco alterados
pelo Homem, amostras de regiões naturais características, paisagens
naturais ou humanizadas, locais geomorfológicos ou habitats de espécies
com interesse científico, ecológico ou educacional. Um parque nacional é
uma área de conservação que tem como objectivo básico a preservação de
ecossistemas naturais de grande relevância ecológica.

O parque nacional da Peneda Gerês


é o único parque nacional em Portugal
beneficia deste estatuto deste 1971. Situa-
se no extremo nordeste do Minho,
fazendo fronteira com a Galiza
abrangendo o distrito de Braga, Viana do
Castelo e Vila Real numa área total de
cerca de 72 000 hectares. É uma das
maiores atracções naturais de Portugal,
pela rara e impressionante beleza
paisagística e pelo valor ecológico e
variedade de fauna. O parque é mais
verde e frondoso no centro e mais seco e Imagem 48: Peneda Gerês

dramático nos extremos. A natureza e orientação do relevo, as variações


de altitude e a influência atlântica, mediterrânica e continental traduzem-
se na variedade e riqueza da vegetação: matos, carvalhais e pinhais,
bosques de bétula ou vidoeiro, abundante vegetação cruzando as linhas
de água, campos de cultivo e pastagens. As matas do Ramiscal, de
Albergaria, do Cabril e a própria Serra do Gerês são um tipo de paisagem
que dificilmente encontra em Portugal algo de comparável.

A criação do Parque Nacional da Peneda Gerês visou a realização


nessa área montanhosa de um planeamento capaz de valorizar as
actividades humanas os recursos naturais, tendo em vista finalidades
39
educativas, turísticas e científicas. No fundo, tratava-se de conservar
solos, águas, a flora e a fauna, assim como preservar a paisagem nessa
vasta região montanhosa do noroeste português.
O valor faunístico da área do
Parque é notável pela quantidade e
diversidade dos animais dignos de
interesse que nela se pode
encontrar, tendo sido recenseadas
226 espécies de vertebrados
protegidas pela Convenção de
Berna, das quais 65 pertencem à
lista de espécies ameaçadas do
Imagem 49: Esquilo
Livro Vermelho de Portugal.
Apesar de terem desaparecido, em 1860, o urso pardo (Ursus arctus) e
em 1890, a cabra do Gerês ( Capra pyrenaica) o isolamento em que
permanecem as altas zonas serranas e as condições favoráveis do meio
permitiram que aqui se mantivessem espécies hoje raras e únicas no
mundo, como é o caso dos garranos selvagens ( Equus caballus). A
comunidade de morcegos presentes no Parque conta com oito espécies,
das quais a mais importante em termos de conservação é o Morcego-
arborícola-pequeno (Nyctalus leisleri). Outras espécies com particular
interesse, como o Musaranho-dos-dentes-vermelhos (Sorex granarius), a
Marta (Martes martes), o Gato bravo (Felis silvestris), a Salamandra-
lusitânica (Chioglossa lusitanica), o Esquilo (Sciurus vulgaris) e as
víboras (Vipera latastei e V. Seoanei), a última destas endémica do Norte
da Península Ibérica e cuja distribuição em Portugal se restringe a zonas
do parque nacional da Peneda Gerês. Salienta-se ainda a ocorrência do
Lobo (Canis lupus) com uma diminuição drástica do seu número de
efectivos e área de distribuição, vítimas de perseguição e destruição do
habitat. Pelo contrário, o corço (Capreolus capreolus) encontra-se bem
representado, com algumas populações estáveis.

40
Curiosidades

 Entre 1995 e 2002, quase 100.000 primatas foram legalmente


importados para os EUA para o comércio de animais de companhia ou
para investigação laboratorial.

 A percentagem de aves e répteis tropicais que morrem durante o


transporte para o comércio de espécies exóticas é de quase 80%.

 Em 2004 mais de 4.000 elefantes africanos asiáticos foram mortos por


causa do marfim.

 O Urso – Pardo está a recolonizar a Escandinávia e os Balcãs, no


Norte da Europa. A sua população tem vindo a aumentar!

 Algumas espécies de carnívoros na Europa estão próximos da extinção


e outras estão a expandir-se.

 A Foca – monge – do – mediterrâneo, a espécie de foca mais


ameaçada do mundo, continua a aumentar a sua população no arquipélago
da Madeira.

 O Golfinho – Roaz continua a povoar as águas costeiras portuguesas.


Mas a população do estuário do Sado está em risco. A pesca, a actividade
portuária e a poluição têm sido bastante prejudiciais.

41
Conclusão

Com a realização deste trabalho ficámos a conhecer um pouco mais


do mundo animal e das ameaças a que ele está sujeito diariamente.
Concluímos que é possível o Homem habitar o Planeta Azul em
conjunto com outras espécies, sem o primeiro interferir de forma
negativa sobre o segundo. Contudo, com o passar dos anos não é isso que
se tem verificado. As ameaças aos animais têm-se agravado de forma
abrupta, e se nada for feito, daqui a uns anos não poderemos desfrutar da
biodiversidade que hoje em dia existe. Iremos perder muitas das
maravilhas que hoje temos, e é importante realçar que quando uma
espécie se extingue, não volta a aparecer.
Gostávamos que toda agente reflectisse sobre este assunto e
pensasse no que cada um de nós contribui para o desaparecimento dos
animais.

42
Bibliografia

http://aquariovgama.marinha.pt/AVGama/Site/PT/Conservacao/espec
ies_risco/AVES.htm

http://aquariovgama.marinha.pt/AVGama/Site/PT/Conservacao/espec
ies_risco/PIN%C3%8DPEDES.htm

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ies_risco/R%C3%89PTEIS.htm

http://www.zoolagos.com/especies-animais-buforeal.html

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http://typo38.unesco.org/pt/cour-03-2009/03-2009-gorilles2.html

http://www.bragancanet.pt/patrimonio/faunalobo.htm

http://animaisdomundo.com.sapo.pt/

http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/O+ICNB/Áreas+Protegidas/
Parque+Nacional/

http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/O+ICNB/Áreas+Protegidas/
Parques+Naturais/

43
http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007/O+ICNB/Áreas+Protegidas/
Reservas+Naturais/

http://malhatlantica.pt/cnaturais/biodiversidade.htm

http://www.pavconhecimento.pt/exposicoes/modulos/index.asp?
accao=showmodulo&id_exp_modulo=253&id_exposicao=9

Livros:
“Tigres dos pântanos”; Natural Kilers. – É um livro muito pequeno que
trás um DVD associado.
Beck D., Loget C., “Os animais”; Fleurus- Livros e Livros; Março de
1998

Agradecemos os panfletos que o Parque Nacional da Peneda Geres,


o Parque Natural da Arrábida e a Reserva Natural da Serra da Malcata
nos disponibilizaram.

44

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