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Caracterizao de Helena

Thiago Flix de Morais

Helena uma das personagens da mitologia mais dicotmicas no que tange a


forma com que vista pelos diversos gneros e autores, sendo ora tratada como a
culpada pela destruio de Tria, uma mulher devassa, capaz de trair o marido,
sedutora, que utiliza de sua beleza como subterfgio para escapar de todos os males,
tendo um carter deveras astucioso; outras vezes como a mais excelente das mulheres,
uma mulher virtuosa a merc do destino inescapvel que os deuses teceram sobre ela.
Na Ilada de Homero, poema pico, Helena tem um espao reduzido, como
no poderia deixar de ser num texto deste gnero, cujo objetivo enaltecer os feitos dos
heris na guerra, mas ainda assim h passagens que a citam como uma mulher
arrependida dos males que havia causado, desejosa de voltar para casa; o prprio
Priamo, rei de Tria, a v como uma jovem inocente, colocando toda a culpa da guerra
que se abatia sobre seu reino nos deuses.
Aqui podemos ver uma verso que difere um pouco da mais conhecida viso
que temos de Helena, uma viso que ao longo das narrativas vai se tornar cada vez mais
malevel a ponto de subverter os prprios pilares do mito, como acontece na Palindia
Helena, que inaugura a verso de que a mesma sequer foi para Tria, tendo ficado no
Egito como protegida de Proteu.
Vemos ento, posteriormente, na filosofia, uma inverso completa da figura
mitolgica de Helena, aqui ela no s vista como uma mortal louvvel, mas sua
beleza, tida como divina, a diviniza.
por causa dela, que seus irmos, so louvados. Ela a causa da gloria de seu
esposo, neste elogio a beleza de Helena, vemos nela encarnada toda gloria da helade,
como se por sua beleza, toda a desgraa que ocorreu, veio na verdade a tornar-se um
bem para todos que tiveram o prazer de ter sua presena. Por ser esposo de Helena, o
prprio Menelau, que devia ser o mais prejudicado por ela, acabou por tornar-se divino;
trazendo um significado novo e especial a figura desta que veio a se tornar uma deusa.
Helena sem sombra de duvidas, uma figura mtica que encarna em suas
verses, como a leitura dos mitos autofgica, no sentido que ao longo dos sculos, nos
diversos gneros que vem a surgir, eles esto em constante transformao.

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