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pony vpBoyy OgSnjoaa vu ap seLIoisiy seno ‘sepepnuap! 9 owsnomed ‘sourqea [A histéria da Cabanagem de longa data foi feita sob a premissa da for- magéo da nacionalidade brasileira. O movimento cabano, que eclodiv e se desenvolven entre 1835 ¢ 1840 no Grio-Pard, deste o Segundo nado foi visto como prosseguimento das guerras da independét norte.! Estudiosos ligados ao Instituto Hist6rico e Geogritico Brasilei 10, como Gottfried Heinrich Handelmana e Domingos Anronio Raiol (barao de Guajard), perceberam no movimento uma sedigao contra o im- pério que nascia em 1822. Para Raiol o levante de 1835 fazia parte de ‘uma série continuada de “motins politicos” que teve inicio na década de 1820 e se tornou extraordindria no Grio-Pard e em outras partes do nna década seguinte. Raiol ajudow a cr nnegativa desses “motins” no Graio-Para. Seus “amotinados” cabanos nas ceram das rusgas politicas no interior da corte carioca, espalharam-se ppelas provincias eacabaram ateando fogo rebelde entre a populagio mais pobre e os escravos do Grio-Pari. O movimento ficou conhecido como “tempo da malvadeza”, quando imperavam atos “anarquianos”, de ho- ‘mens “malvados*, *rebeldes” ¢ avessos a qualquer tipo de auroridade.* ‘A meméria monérquica do Segundo Reinado impunha ao primeiro mo- mento imperial um tom de génese, mas também de inguierude ¢ imatu- ridade politica e social. ‘Avessa visio negativa do Primeiro Reinado no Gréo-Pard somou-se outra, que se tornou marcante na virada do século XIX para 0 XX, To: no. jaar meméria muito rido apenas em agosto de 1823, sendo esse processo de “adesio” peno- so ¢ violentamente imposto. Todo esse cenério servia de explicagio Euclides da Cun a ror, que forjar a ideia contemporinea da Amazénia e de seus levantes instituindo- pagina do genesis”. De acordo com Eu nha, nto de 1835 havia gerado regionalmente um novo tipo socia © cabano, fruto do “crescente desequilibrio entre os homens do ser Para Cunha 0 “raio civ « Essas ideias euclidianas difundiram-se pela historiografia da Cabanagem do inicio do século XX, gerando in- terpretagies priori para as ag6es da massa cabana’ Sus atirudes foram desclassificadas. Os cabanos, assim como os sertanejos de Canudos, tor- izagio europeia e litoranea, Suas ages tinham pouco relevo para uma ia que se fazia a partir de valores culturais a eles alheios. _Na década de 1930, cem anos depois da eclosio cabana, a form 40 euclidiana ainda imperava, sendo visivel no proceso de comemoragio do centenario, quando 0 que se celebrou 13 de maio de 1836, a saber, a dara da retomada da cidade de Belém por tropas “imperiais”™ ‘ou anticabanas.* Para estudiosos como Henrique Jorge Hurley, Dilke Barbosa on Ernesto Cruz, a revolugio cabana era sinénimo de lata persa pelo interior entre a populagto mestga e indigena, ¢ concentrada nos arredores de Belém nas maos de poucos lideres miximos. A massa cabana vivia marginalizada em condigdes miserdveis, amontoada em cabar nas a beira dos rios ¢ igarapés € nas intimeras ilhas do estudrio do Ama- zonas. Esse povo “cabano” e rebelde era formado por um misto de ingenidade rbd, Sos iderngas miximas em Belém esogavam- se para fazer um movi yento que lutasse contra o autoritarismo portugues reinante, mas também se mantivesse ligado 4 formagao da nacionalidade brasileira. Para toda essa geracio surgia uma cabanagem dupla e contra- Gton. Exi leres bem-intencionados ¢ libertdrios, mas também via o nacionalismo muito presente na ch: cabanos, especialmente os interioranos, foram tomados como mais “ra- CABANOS, PATRIOTISMO IDENTIDADES pressionando o limite da formagio do império e da -Pard com o Brasil ¢ contrariando a formagio da nova nag 10 entre 0s ideais libertirios ¢ patriéticos de alguns se havia perdido em sua radicalidade e fragmentagao p (© povo cabano revoluciondrio comecou a ser recuperado por est- ddiosos marxistas, tal como Caio Prado Jnior, ainda em 1933.” Essa li- nha de pensamento, contudo, s6 ganharia forca historiogrifica, 50 anos mais tarde, quando se comemorou os 150anos da Cabanagem. Para essa squisadores os homens de 1835 tornaram-se verda- nova geragio de pe 1sores dos socialistas ¢ marxistas do sécu- deiros revolucionstios e pre Jo XX. O povo amazdnico seria usado como méo de obra, em regime de semiescravidao, pela economia colonial portuguesa imposta & provincia do Grio-Pard, economia baseada na exploragio das “drogas do sertdo” (cravo, pimenta, plantas medicinais, baurilha), na extragao de madeiras cena pesca: homens ¢ mulheres que, revokando-se contra um sistema de colonizacio opressor e/ou contra os brancos seus governantes, teriam feito a Cabanagem. Entretanto, para essa geragio de pesquisadores, quase sempre faltava aos eabanos liderangas ou “vanguardas”, que Ihes trou- xessem “consciéncia de classe” ou maturidade politica." ‘A historia cabana que enfrento neste capitulo revé pontos especificos dessas verses hegemdnicas. Apesar da existéncia de porte vinculo com 4 monarquia e com o menino-peincipe d. Pedro Il, é importante lembrar «que muitos cabanos e suas liderangas visumbravam perspectivas pol cas ¢ sociais diferentes daquelas vindas dos governantes regenciais do 10s, aurodenominados Jmpério centealizadlo na corte carioea, Para os eabat “patriotas”, set “patriota” nao necessariamente era sinonimo de ser bra- sileiro.’ Por outro lado, surgia no interior desse vasto espago revolt nario amazénico um sentimento comum de identidade entre povos de cenias ¢culturas diferentes. Indigenas, negros de origem africana e mes tigos os mais diversos criaram uma identidade local, nem sempre afina- da com aquela em formagio no Rio de Janeiro;"" identidade também marcada pelo édio em comum ao tradicional mandonismo branco € portugués, bem como ao mundo colonial que @ criou." Fm resumo, meu (0 BRASIL IMPERIAL — VOLUME 2 argumento central & que os caminhos para compreender melhor 0 que Grao-Pard de 1835 a 1840 est4 em seu passado colonial, tan- to quanto na histéria imperial de 1822 até 1840. Comegarei com uma pergunta: como estava 0 Grao-Pars depois da famosa era de prosperida- de proporcionada pelas mudangas incitadas pelo irmao do marqués de Pombal na AmazOnia e antes do grande surto da borracha no Para? O primeiro mito que desejo debater é 0 que incide sobre a falta de “gentes” no antigo Grao-Para. ENTRE A EPOCA DE POMBAL E A PROSPERIDADE DA BORRACHA Entre o final do século XVIII e inicio do XIX, 0 Para cresceu significati- vamente, sobretudo depois do Tratado de Madri, de 1750, momento em que o rei portugues admitia a ocupacao e, depois, legalizava internacio- nalmente como sua propriedade, um amplo territério da América espa: hola, Era o principio do uti possidetis, isto é, a terra deve pertencer a quem de fato a ocupa. Por esse tratado, Portugal ficou com o vale do rio Amazonas, as regides de Vila Bela e Cuiaba e as missGes de Itatim, Guaira € Tape; era necessério, entretanto, melhor ocupar todo esse territ6r ‘Nascia assim a Companhia Geral do Grdo-Pard ¢ Maranhio (1755-177 bem como suas ligagdes comerciais e imbricagbes na io da Amazénia e expansto de seus toda uma p novas ites ¢ fronteiras. de emancipagio de aldeamento indfgenas e criacio de . além do casamento misto entre europeus (especialmente portugueses) com liderancas indigenas e principais mestigos. Com a expul- 1757-1798) que colocava os povos indigenas dietamente sob a tutela do Estado portugués."* Sob todo esse incentivo, apesar de alguns reveses, o Grio-Paré crescia em niimeros e em produgio. com o fim da Cia. de Comércio e do dire- t6rio pombalino, houve nova reestruturagio colonial no Grao-Paré: para evitar invasdes inglesas e francesas, os portugueses na Amaz6nia reestn turaram as tropas € milicias, ¢ reoganizaram e diversificaram a produgao CABANOS, PATRIOTISMO E IDENTIDADES de géneros. Em 1799 o Grio-Pard contava com 83.398 habitantes, pas- sando em 1816, para 94.125. rravios dedicados a exportagio no Para subiu de 12 ov 13 para 25. Em setembro de 1800 o préprio governador do Pard remereu offcio ao mi- nistro régio das Finangas de Portugal dando ciéncia de que na “década deseu governo” construira “quatro fragatas trés charruas, tes bergantins, 12 chalupas artilheiras e muitas embarcagées de baixo bordo para a na- vegacio interna da Capitania”, mantendo “mais de 2.000 operitios in- ddianos empregados no corte, na condugio e no embarque das madeiras ‘ena construgio dos ditos vasos da Real Armada”. O mesmo governador ‘conclufa que, apesar de as despesas terem sempre aumentado, a renda Mesmo com algum, c Belém de 1800 até 1817." Pard e Maranhdo juntos exportavam entre 1796 e 1799 cerca de 13,696 dos produtos remetidos & metrépole, vindos do ‘tual territério do Brasil, Jé entre 1804 e 1807 essa porcentagem aumen- tava para 19% e, em ambos os casos, as duas capitanias ocupavam 0 quarto lugar no ranking das capitanias exportadoras."” Entretanto, lon- ge de ter um tnico grande produto de exportacao, 0 Grao-Paré enviaria 3 Europa gama variada de géneros; por exsmplo, em 1800 foram expor- tados desde produtos mais concorridos como cacau, café, arroz.e algodio, até os que isoladamente pouco si ‘se tomados em sua coletividade — era 0 caso da exportagio de couros secos, cravos finos € grossos, canela, salsaparrilha, puchiri anil, 6leo de copafba, andiroba, urucu, castanha ¢ todo tipo de madeiras.'* Dessa for- tna, mais do que a quantidade dos produtos, sua diversidade e necessi- dade na Europa tornavam 0 comércio « Pari pega fandamental no mundo ‘Ainda devo debater Amaz6nico, pois os homens que por do suposto isolamento absoluco. No iniciodo século XIX intens se as comunicagbes entre os moradores ca capitania do Para e 0s povos ‘ecapitanias vizinhas ou mesmo outras mages que a circundavam. Ap morow-se 0 contato com Mato Grosso ¢ Goids pelos rios Madeira © savam, porém eram importantes © antigo Gi a militar, até a de negdcios € ners Sena segunda meade do sculo XVI Mendon Fred, esforgou-se por estabelecer ama Cia, de Comercio e “gentes” para que se ocupasse de fato essa tegidofroneiiga com inimigos variados, come 0s espanhis, ingleses, holandeses e franceses, também € certo rein cio do século XIX esa poltca, mesmo com alguns revese,surts hows frutos para a coroa portuguesa, 0 " stias far bons ; Ga Paré atraia muitos migrantes ¢ lias, em especial pernambucanos e cearenses. Es A intensificou-se entre 1808 e 1817 em razio da mobil ao de op a“ neiicte : lizagio de tropas Pormiguesas para a conguista ¢ ocupagio de Caiena, momento caracteri- zado por grande movimentagdo militar marcada por um revide a inva sao napole6nica a Portugal. S6 em 1809 o rei may 0 ‘em, i mandava “ir de Pernam a0 Para” 800 homens do regimento de art hin teepe sentaram em Belém com reforgo con: aria, Esses, de fato, se apre- tuido por recrutas cearenses; con- tele, no curso de janeiro de 1810, ocorreram muitas desereées no destacamento petmambucano, a mora parte de ecratas cearenses, que embrenharam em vido movimento de fuga. A maioria desses deser- roe todavia, rio conseguiu chegar a seu “pais natal”: “uns morreram Benewrando com ardor através de lagoas,preciicos, favs stro, is elas: € outtos foram apreenidos dentro dos confins da Captania [do Para] ou um pouco além deles” 2° : 7 ‘outro lado, havia os homens que sairam da Amaz6nia para Caiena € de li retornaram nos anos iniciais do século XIX. Some . Somente o corpo de ligeiros mao de Belém para Caienaabsorveu mais de 2.540 hom constituindo-se em nada menos do 40 ania que 4% da populagao da capitania do Para. Entre oficiais ¢ soldados existiam muitos pardos negeon endo ue o préprio bispo do Pard lembrava que sé de Pernambuco ter seis para Caiena, via Belém, cerca de 2.000 escravos. exagerados ou no, de fato, estudos mais r , » estudos mais recentes demon: ue a sitwagio na fronteira entre o Gr: vate tensa e movimentada desde a Revolugio Francesa Para ¢ a Guiana Francesa manteve-se ima década do século XVIIL. Apés a ias sobre a aboligio da escravidéo faziam com CABANOS, PATAIOTISMO F IDENTIDADES que entre 0s dois lados da fronteira aumentasse 0 transito de escravos fagidos." Este ir e vir chegava a extremos com a formagio de comuni- dades de desertores da escravidao caracterizadas por muita estabilidade fe com sélidas redes de comércio2? Em setembro de 1791, por exempl ‘9 preto Miguel, escravo de Antonio de Miranda, relatava em Macapa aque fez parte de um “ajuntamento” de negros fugidos localizado na re- gio fronteirica com as Guiana, lembrando que ali muitos escravos vin- dos do lado portugués “passavam muito bem", pois mantinham comércio com 0s franceses, que até mesmo “Ihe tinham dado um padre da Com- panhia”. Esse negros viviam de suas “rogas" do gad trabalhando ainda nna “salga” e de “fazer tijolos para os franceses fazerem uma fortaleza”. ‘Também era relativamente comum a existéncia de moradores do [Grdo-Pard que adentravam sertées, formando complexa rede de negécios. Em 14 de marco de 1808, Lisboa, morador de Belém, incumbia Joao Lopes da Cunha de cuidar de tudo o {que Ihe pertencia na capital, seguindo rumo ao “sertao deste Estado”. Esse também foi o caso de Bento Pereita Chaves, que estava certo de igrar para os sertées do Grao-Pard e dali para os do rio Negro.” Manoel Francisco de Souza esclarecia melhor o que fazia pelos sertes, afirman- do que costumava “andar a negécios” pela regido. Ressaltava ainda que, mediante sociedade com Manoel Luiz Pita, estabelecia “uma casa de negécio” e “uma canoa ao mesmo neg6cio do rio Negro”. Ambos inves- tiram a soma nada desprezivel de dois contos ¢ 800 sis em fazendas ‘¢ em géneros comercializados entre Belém ¢ o rio Negro. Acrescentava ainda o s6cio Manoel Francisco que os eseravos que andavam pela ca- noa da negociacao “venciam jornal” ou recebiam um salario de cem réis ro que ia para as méos do sécio a quem esses escravos por dia, di pertenciam.2* De fato, mais do que a exportagio de produtos variadas para Lisboa ¢ a distribuigio de fazendas e génetos pelos serties do estado do Grio- Paré havia ainda outras trocas: a de herancas, inguas ¢ culturas de fun- do indigena, africano ou mesmo de outras partes da Europa ¢ da América, Em 16 de dezembro de 1809 um francis chamado Pedro Arnault, casa- e-americano, passava escritura de venda de uma do e naturalizado 193 ‘que, por sua vez, trocara sua embarcagio no Pari por “géneros e letras seguras”.” Temos nessa ocorréncia a presenga de grande gama de rela- goes comer ino, um francés, € um comerciante paraense, essa hist6ria inclui ainda a inusitada troca de uma escuna americana por “géneros e letras” portugueses, tudo isso em 1809, quando Portugal, a Inglaterra, a Franca, a Guiana Francesa € 0 Pars estavam em clima de extrema convulsio, coma invasio napolednica ‘na Europa ¢ a tomada de Caiena pelos luso-paraenses na América, Para is © culturais. Envolvendo um nova-i era preciso que existisse por res ¢ de solidariedade do que tum mundo cheio de senhores ¢ escravos."* Contudo, apesar dessa diver- sidade de comércio ¢ trato com povos indi rranas, havia na antiga provincia do Grac nas e comunidades int io- n portuguesa, € que, nos anos posteriores a 1808 ¢ 1809 passaram 4 se associar a estrangeiros, sobretudo ingleses e franceses “amigos” on migrantes em fuga da Caiena napolednica. Para se ter a dimensdo desse comércio, um exem Spix ¢ Martius conseguiram os dados de exportagio do Paré de 1817 ‘com o cénsul britanico no Pars. Segundo eles, 0 comércio entre o Pa Portugal aumentou significativamente nos iltimos decénios do século X’ contudo, depois da tomada de Caiena e da vinda de d. Jodo VI para 0 Brasil e da abertura dos portos, passou grande parte do comércio do Grio- ard para as maos dos comerciantes ingleses, existindo trocas diretas com Liverpool, com as ilhas inglesas do Caribe e com Gibral briténico ainda lembrava a0s naturalistas que o Grio-Pard de 181 inha intensos negécios com os Estados Unidos, a Franga, a Holanda e ‘suas respectivas coldnias. Exist centros procutores de agicar, cacau, algodio ¢ gado, mas unplas regides viviam dos peixes e dos animais cagados, bem los produtos da mata e da extracio de madeiras de lei. Em cada CABANOS, PATRIOTISMO € IDENTIOADES parte do Grao-Pard os trabalhadores eram organizados de forma dife- africana convivia com o trabalho de iondrios, ora pelo Esta- do.” © volume de mestigos era muito ako, principalmente em cidades distantes de grandes centros. Com o fim da politica de controle estatal direto (fim do diret6rio pombalino), nas tltimas décadas do século XVII, ‘esses mestigos acabaram ocupando cargos administrativos, tornando-se, as veres, principais ou ainda vereadores e jufzes ordindrios de vilas. Si- ‘multancamente, ampliava-se uma politica de recrutamentos forgados, o que tornava instavel a vida de muitos trabalhadores e pequenos roceiros ¢ pescadores do interior do Gréo-Pard. Mercadorias, homens livres, indios e negros de muitas etnias com canoas ¢ rendas entravam e safam dos sert6es de dentro e fora da capita- nia do Grio-Pard. Assim, em 1828, Hercules Florence, pintor da expe- igio cientifica do barao de Langsdorf,retratou muito bema diversidade de pessoas e seus tipos na Amaz6nia. Pintou um indio Mundurucu em pleno rio Tapajés, “com 0 rosto coberto de jenipapo” e com “uma faca {que muito valorizou”. Ao fundo de sua aquarela,o pintor ainda colocou tum negro montando sua canoa.*' Negros, indios ¢ brancos entravam © safam pelos sertdes indo até localidades como Santarém. Jé nas capitais, populosas, como Belém, a vida politica fervilhava. E preciso compreen- der melhor, contudo, como essa vivéncia se relaciona com os aconteci- rmentos ¢ o processo politico da corte carioca, mas como também abarca outros problemas e contextos. INDO E VINDO: A INDEPENDENCIA E A CABANAGEM De 1817 até 1835 os tempos mudaram no Pard ¢ no Brasil. Novidades foram aparecendo, vindas de muitos locais ¢ pessoas. © constituciona- de Madr descia a Pentnsula Ibéricae deitava Ancora no Porto e em 1a revolugio de 1820. No ano da aclamagao de d. Joo, 1817, vieram fi para Lisboa. Era 0 fim io de ardua briga outras mais tumultuadas ¢ incertas. O rei ps do reinado do antigo monarca d. Joi VI co 9s (© BRASIL 1mPERIAL — voLUME 2 sucess6ria no Brasil e em Portugal. D. Pedro . aclamado imperador

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