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da família. Comparou tal confusão com a história de Sófocles, sobre Antígona e seu irmão
Creonte, sobre um confronto entre Estado e família. Houve muita dificuldade na transição
para o trabalho industrial no Brasil, onde muitos valores rurais e coloniais persistiram. Para
o autor, as relações familiares (da família patriarcal, rural e colonial), eram ruins para a
formação de homens responsáveis.
Até hoje vemos a dificuldade entre os homens detentores de posições públicas conseguirem
distinguir entre o público e o privado. "Falta ordenamento impessoal que caracteriza a vida
no Estado burocrático”.
A contribuição brasileira para a civilização foi então, o “homem cordial”. Mas o que significa
ser um homem cordial no contexto abordado pelo historiador? A princípio, o adjetivo
"cordial" gerou muitas querelas. Os conservadores da época acharam que associar o brasileiro
à imagem de um "homem cordial" parecia desvirilizante, e o melhor seria encaixá-lo no
protótipo de um Cavaleiro da Esperança, ou coisa que o valesse. Com o tempo, a polêmica
cedeu lugar a um entendimento parcial do que significava, para Hollanda, a cordialidade do
brasileiro que, ao contrário do que superficialmente possa parecer, não quer dizer apenas
sincero, afetuoso, amigo. As paixões – egoístas e desgovernadas – estão na origem do
conceito: trata-se de um homem de "fundo emotivo extremamente rico e transbordante",
segundo Sérgio Buarque de Hollanda, ou seja, um homem dominado pelo coração (cor,
coração em latim).