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Século XVIII
“Fugere urbem”
CONTEXTO
AUTORES & OBRAS
Contexto Histórico
Decorrência da atividade mineradora
(mg) = enriquecimento das cidades.
Poesia Lírica
Cláudio Manuel da Costa (1729 – 1789)
Nasceu na cidade de Ribeirão do Carmo (hoje Mariana), em Minas Gerais,
no ano de 1729. Aos vinte anos foi a Portugal para estudar Direito na
faculdade de Coimbra, dividindo as obrigações do curso com a produção
literária. Depois de terminada a faculdade, retorna ao Brasil onde exerce a
função de advogado na então cidade de Vila Rica (hoje Ouro Preto).
Musa = Nice
Poeta de transição: utilização de princípios estéticos do
arcadismo e influências barrocas: o sofrimento.
A IMPOSSIBILIDADE AMOROSA:
Nasceu na cidade de
Porto em Portugal no
ano de 1744 e veio para
o Brasil em 1749,
quando tinha apenas
quatro anos. Anos mais
tarde, o poeta retorna
para Portugal para
estudar Direito na
Faculdade de Leis em
Coimbra, cidade onde
exerce cargos de
magistratura..
Retorna ao Brasil em 1782 para a então cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), em Minas Gerais, sendo
nomeado ouvidor e juiz. No mesmo ano, conheceu Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão, jovem de
apenas dezesseis anos, a qual inspirou a composição do conjunto de poemas intitulados Marília de
Dirceu sob o pseudônimo pastoril de Dirceu. No ano de 1788, pede Maria Doroteia em casamento, porém,
a família da jovem, muito tradicional, inicialmente se opôs ao matrimônio e só mudou de opinião com o
passar do tempo.
Tomás Antônio Gonzaga também ficou famoso por sua atuação na Conjuração Mineira, no ano de 1789, na
qual vários intelectuais e pessoas influentes se insurgiram contra a monarquia portuguesa e lutavam pela
independência da colônia.
Prestes a se casar com Marília, Gonzaga é preso pelo envolvimento na Conjuração e, na cela, escreve
grande parte de Marília de Dirceu. O poeta havia começado a obra dedicada à Maria Doroteia ainda antes
de ir para a prisão e dá seguimento da mesma enquanto estivera no cárcere, o que explica a mudança
drástica de tom no decorrer dos poemas.
No ano de 1792 é exilado em Moçambique a fim de cumprir sua pena. Naquele país, hospeda-se na casa
de um rico comerciante de escravos e, no ano de 1793 contrai matrimônio com a filha dele, Juliana de
Souza Mascarenhas, com quem tem dois filhos. Falece no ano de 1810.
OBRAS: Marília de Dirceu (Parte I – 1792;
Parte II – 1799; Parte III – 1812);
Cartas Chilenas (1845)
Pseudônimo Pastoril = Dirceu
Musa = Marília
MARÍLIA DE DIRCEU:
Texto árcade + dimensão romântica
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
Toda escrita em Vila Rica, com Gonzaga
ainda em liberdade, em um tom otimista e
afirmativo.
Presença de elementos árcades: o canto da
natureza convencional, a vida pastoril, a
recusa em intensificar a subjetividade, a
galanteria, o racionalismo neoclássico e a
clareza do estilo.
Liras autobiográficas dentro dos limites que
as regras árcades impunham à confissão
pessoal.
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
Em suas liras, um pastor (o próprio poeta)
celebra, em tom moderadamente
apaixonado, as graças da pastora Marília,
que conquistara seu coração:
“Tu, Marília, agora vendo
Do Amor o lindo retrato
Contigo estarás dizendo
Que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
Que Cupido é Deus suposto:
Sé há Cupido, é só teu rosto
Que ele foi quem me venceu.”
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
A EXPRESSÃO DO AMOR:
Impulsos afetivos nos limites do amor galante
A expressão sentimental vale-se de alegorias
mitológicas (Cupido)
Há um conjunto de frases feitas e lugares-
comuns sobre os encantos da amada, sobre
as qualidades do pastor Dirceu e sobre a
felicidade do futuro relacionamento entre
ambos. Há um esforço por exaltar as
qualidades da vida familiar, do casamento,
das pequenas alegrias que sustentam um lar.
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
Pastoralismo & Estabilidade econômica:
“Eu, Marília, não sou algum vaqueiro,
Que viva de guardar alheio gado,
De tosco trato, de expressões grosseiro,
Dos frios gelos e dos sóis queimado.
Tenho próprio casal e nele assisto;
Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;
Das brancas ovelhinhas tiro o leite,
E mais as finas lãs, de que me visto.
Graças, Marília bela,
Graças à minha Estrela!
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
IDEOLOGIA MATERIALISTA
BURGUESA & VALORES AFETIVOS:
“É bom, minha Marília, é bom ser dono
De um rebanho, que cubra monte e
prado;
Porém, gentil Pastora, o teu agrado
Vale mais que um rebanho, e mais que
um
trono.]”
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
O aflorar da sensualidade = desejo de
confidência & atrevimento erótico:
“Ornemos nossas testas com as flores,
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos Amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre;
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.”
MARÍLIA DE DIRCEU – PARTE I
O CARPE DIEM:
“Que havemos de esperar, Marília bela?
Que vão passando os florescentes dias?
As glórias que vêm tarde já vem frias,
E pode, enfim, mudar-se a nossa estrela.
Ah! não, minha Marília,
Aproveite-se o tempo, antes que faça
O estrago de roubar ao corpo as forças
E ao semblante a graça!”
MARÍLIA DE DIRCEU PARTE II
A tristeza domina a segunda parte do
poema, toda ela escrita na prisão
Motivo básico: as agruras vividas por
Dirceu
Tendência maior à confissão + tom de
desabafo
Pré-romantismo: passagens mais
subjetivas e sentimentais
MARÍLIA DE DIRCEU PARTE II
TENDÊNCIA PRÉ-ROMÂNTICA =
SENTIMENTALISMO:
A ÉPICA ÁRCADE
BASÍLIO DA GAMA (1741-1795)
O ponto alto da obra literária de Basílio da
Gama é o texto O Uraguai, concebido
originariamente como um poema épico
destinado a celebrar a vitória militar de
Gomes Freire de Andrade, Comissário Real,
contra os índios da Colônia de Sete Povos
das Missões do Uruguai. Localizadas a leste
do rio Uruguai, em região hoje pertencente
ao estado do Rio Grande do Sul, essas
missões agrupavam sete povoações
habitadas por índios guaranis e jesuítas
espanhóis.
BASÍLIO DA GAMA
A origem do conflito está no tratado de Madri,
de 1750, segundo o qual Portugal entregaria
a Colônia do Sacramento à Espanha em
troca das terras onde estavam os Sete Povos
das Missões; diante da resistência indígena e
jesuítica, portugueses e espanhóis
organizaram uma campanha militar que se
estendeu de 1752 a 1756. O Uraguai narra
os episódios finais dessa campanha militar e
a conseqüente anexação dos territórios à
Coroa portuguesa.
BASÍLIO DA GAMA
Opoema épico O Uraguai tem
dois objetivos básicos: a defesa
e a exaltação da política
pombalina e a crítica virulenta
aos jesuítas, seus antigos
mestres.
O URAGUAI (1769)
No aspecto formal, O Uraguai não
apresenta nenhum esquema estrófico
regular; seus versos são brancos (sem
rima) e, ainda que seja possível
perceber a divisão nas tradicionais
partes do poema épico (proposição,
invocação, dedicatória, narração e
epílogo), essas partes não seguem as
normas estritas do gênero, revelando-
se flexíveis.
O URAGUAI
O Uraguai, na realidade, não é um
típico poema épico em sua estrutura,
formada por apenas cinco cantos, sem
esquema regular de estrofes. Os
maiores méritos formais do texto
residem justamente nessa ruptura com
a tradição camoniana da epopéia em
língua portuguesa: Basílio da Gama
criou um texto inovador , que explora
formas e ritmos de maneira até então
inéditas.
O INDIANISMO EM O URAGUAI
Elemento temático muito importante: a
exaltação da figura do índio.
O poema O Uraguai, não enfatiza a guerra
em si, nem as ações dos vencedores, nem
os vilões jesuítas - tratados caricaturalmente.
Ganham destaque, de fato, e descrição física
e moral do índio, o choque de culturas e a
paisagem nacional. Além disso, o autor cria
passagens de forte lirismo, como a do
episódio da morte de Lindóia.
O INDIANISMO EM O URAGUAI