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GUIA PRÁTICO PARA

IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE VOO

MUDE NU
ACADEMIA DE PILOTOS

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GUIA PRÁTICO PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE VOO


Todos os direitos reservados
© Mude.nu
Este eBook foi disponibilizado em
http://mude.nu
ÍNDICE

ÍNDICE
APRESENTAÇÃO 04

CAPÍTULO 01 07
Desconstruindo sonhos
CAPÍTULO 02 12
Reconstruindo sonhos
CAPÍTULO 03 15
Separando seus Destinos
CAPÍTULO 04 18
Tornando o abstrato concreto
CAPÍTULO 05 22
Iniciando a logística
CAPÍTULO 06 26
Tudo é perfumaria
CAPÍTULO 07 30
Substituindo hábitos ruins
CAPÍTULO 08 37
Classificando seus próximos passos
CAPÍTULO 09 42
O que fazer daqui para frente?
3
APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO

O Mude.nu é uma rede social de pessoas se desafiando a ter uma vida épica.

Este é o sonho da maioria das pessoas. Trabalhar em algo relevante, ter um corpo
saudável e cheio de energia, ter dinheiro disponível para desfrutar o melhor da
vida, ter uma mente serena, manter um bom relacionamento com as outras pes-
soas.

Porém, para que essas coisas aconteçam, a maioria de nós precisa de um plano.
Precisamos traçar metas e segui-las passo a passo, com moderação e consistência.

Criar um plano dessa magnitude, no entanto, não é tarefa fácil.

Pensando nisso, depois de anos ajudando milhares de pessoas em todo o Brasil a


vencerem seus desafios, o Mude.nu elaborou um instrumento chamado Plano de
Voo.

O objetivo é fazer com que as pessoas consigam, de forma metódica e bem estrutu-
rada, conquistar suas metas, vencer seus desafios, realizar seus sonhos. Seguindo
este Guia Prático, você terá em mãos um Plano que vai lhe dar um panorama geral
da sua vida:

4
APRESENTAÇÃO

PRINCÍPIOS
ÁREAS PRINCÍPIOS
METAS

PRINCÍPIOS DESTINOS PRINCÍPIOS

DESCARTE

POSSO
SIM NÃO
AGIR?
ALGUM DIA

ARQUIVE
PASSO PASSOS PASSOS
ÚNICO MÚLTIPLOS CÍCLICOS

ROTINA

GATILHO HÁBITO

PROJETO DESAFIO
TMI
RECOMPENSA

LUGAR
TEMPO
DINHEIRO
PRIORIDADE

SEU PRÓXIMO
PASSO!

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APRESENTAÇÃO

Neste Guia Prático para Implementação do Plano de Voo, apresentamos um pas-


so a passo extremamente objetivo de como você deve fazer para preencher o seu
plano de mudança.

Mas atenção: não abordaremos neste Guia a parte teórica! Isso você pode encon-
trar nos artigos do Mude.nu e nos nossos treinamentos. O foco aqui é praticidade,
concretude, objetividade.

O objetivo deste Guia é fazer com que você deixe de ser Passageiro da sua própria
vida, sendo levado de um lado para o outro de acordo com as circunstâncias e com
a vontade dos outros, para tornar-se um Piloto, que pega o boeing da sua vida e o
leva para onde quiser.

Chega de papo. Vamos para a prática!

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CAPÍTULO 01

CAPÍTULO 01

DESCONSTRUINDO SONHOS
Sonhos são aquelas coisas abstratas que todos nós temos. Sonho de ser mais livre,
de trabalhar onde quiser, de ter muito dinheiro, de entrar em forma, de encontrar
um grande amor, ou de simplesmente ter um Camaro amarelo. Não há limites
para os sonhos.

Antes que você comece a se animar, este Guia não é sobre sonhos. Nem poderia
ser. Afinal, estamos falando de um manual prático e objetivo, e sonhos geralmente
afastam-se bastante desses dois adjetivos.

Começamos falando de sonhos apenas porque vamos usá-los como ponto de par-
tida para formularmos o seu Plano de Voo.

A partir de agora, pedimos que você encare os seus sonhos como um projeto de
logística. Um projeto que vai levar você de um ponto A para um ponto B, seguin-
do uma série de pequenos passos pré-determinados.

O que o Plano de Voo faz é desconstruir sonhos. Ele pega essas coisas abstratas
e distantes e as transforma em uma sequência de ações práticas. Com isso, você

7
CAPÍTULO 01

poderá finalmente aproximar-se intencionalmente de algo que antes parecia ficar


sempre ao sabor dos ventos.

Ou, como gostamos de pensar, você deixa de ser um Passageiro da sua própria
vida e torna-se um Piloto capaz de direcioná-la para onde quiser, apesar dos acon-
tecimentos externos.

Porém, algo muito importante que você precisa definir antes mesmo de começar
essa desconstrução, é perguntar-se sinceramente os porquês dos seus sonhos.

Por que você quer ter muito dinheiro? Por que quer ter as pernas grossas ou uma
“barriga tanquinho”? Por que quer ser um músico famoso? Por que quer um Ca-
maro, e por que amarelo?

Acredite, poucas coisas são mais frustrantes do que realizar um antigo sonho para
então se perguntar “isso é tudo?”.

Os seres humanos são experts em criar fantasias de que a vida será melhor quando
atingirem X ou Y, quando tiverem Z ou W. E no momento em que conquistam
esse algo, já criam um novo objetivo; um objetivo do qual a sua felicidade passa
imediatamente a tornar-se dependente. Freud resumiu esse círculo vicioso com
uma frase genial:

“A posse mata o desejo.” ~ Sigmund Freud

Quando você, depois de anos de trabalho e um financiamento a perder de vista,


finalmente toma posse do seu Camaro amarelo, a satisfação é enorme. Ela dura
alguns dias. Logo depois, a rotina com seu novo carro já não é mais tão atraente,
ele começa a apresentar defeitos, a realidade ofusca o sonho. Fica evidente que a
felicidade não está naquele objeto.

O que você faz? Cria um novo objetivo, algo distante. Um iate, talvez. E começa

8
CAPÍTULO 01

novamente a correr atrás do sonho, como um louco correndo em uma “esteira do


sofrimento”, sem nunca sair do lugar.

É natural que isso ocorra. Afinal, você estava procurando o meio (o ter) como se
fosse o fim que realmente desejava (o ser).

Para evitar isso, e traçar um Plano de Voo que realmente seja significativo para
você, vamos começar perguntando Por quê? em vez de O quê?

Todo Plano de Voo deve começar por esses Princípios, ou seja, pelos valores que
governam a sua vida.

Os Princípios que você escolher e hierarquizar neste primeiro passo vão influen-
ciar cada decisão que você tomar durante a montagem do seu Plano de Voo.

Um exemplo prático. O que você valoriza mais: conforto ou aventura?

A simples opção por um ou outro pode influenciar o trabalho que você escolhe
(concurso público ou empresa própria?), o lugar onde mora (uma casa em um con-
domínio fechado ou um sobrado na beira da praia?), o estilo das roupas (social ou
bermuda e mochila?), a forma de investir o dinheiro (títulos públicos ou ações de
grandes empresas?) e muitas outras coisas!

9
CAPÍTULO 01

Os Princípios funcionam como uma bússola que guia cada decisão que o Piloto
toma durante o Voo. São os Princípios que esclarecem por que você faz o que você
faz.

Quando uma pessoa entende, por exemplo, que valorizava muito mais a liberdade
do que o conforto e a segurança, ela pode finalmente largar um emprego formal e
jogar um monte de objetos materiais fora para adotar de vez o minimalismo.

Quando outra pessoa entende que prefere ajudar pessoas a lidar com máquinas,
pode abandonar uma faculdade engenharia de computação para realizar traba-
lhos humanitários em comunidades carentes.

Embora todos nós inconscientemente saibamos mais ou menos quais são nossos
Princípios, poucos são aqueles que os colocam no papel e hierarquizam tudo isso
de uma forma racional.

Então vamos lá, primeiro passo do Guia Prático: escolha seus Princípios e colo-
que-os em ordem de importância para você.

Reflita sobre o estilo de vida ideal que você quer levar e veja quais os Princípios
que estão na base desse estilo de vida. A lista da página seguinte é meramente
exemplificativa, mas você pode obter boas ideias nela.

10
CAPÍTULO 01

11
CAPÍTULO 02

CAPÍTULO 02

RECONSTRUINDO SONHOS
Ok, agora que sabemos quais são os valores que governam a sua vida podemos
voltar a sonhar, porém de forma mais estruturada.

Neste segundo passo você deve observar e anotar como se vê em um futuro ideal.
No Plano de Voo, chamamos essa visão de futuro de Destinos.

Os Destinos são para onde você quer ir, em termos amplos.

Quem não leva sua visão de futuro a sério acaba sucumbindo aos padrões da maio-
ria. Forma-se em uma faculdade sem saber bem o porquê, encontra um emprego
formal para ter um salário no final do mês, casa-se por conveniência etc.

Por que traçar seus Destinos?

Tudo o que o ser humano criou foi concebido primeiro na mente. Da mesma
maneira que inventores e cientistas criam soluções antes nem sonhadas, como o
computador que você usa neste exato momento, um Piloto traça seus Destinos
primeiro na mente para depois começar a realizá-los concretamente.

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CAPÍTULO 02

Uma vez que você traça seus Destinos, estará ativando o que na Psicologia é
definido como Sistema de Ativação Reticular. O nome é pomposo, mas você já o
deve ter ativado ao longo da vida.

Sabe quando você quer comprar um determinado modelo de carro, de roupa ou


de qualquer outro bem de consumo e então passa a ver objetos similares a ele por
toda parte?

Isso é o Sistema de Ativação Reticular em ação. Agora que o objeto passou a ser
significativo para você, seu cérebro começa a percebê-lo em todo lugar.

A questão aqui é que em vez de carro, roupa ou outro objeto de menor significân-
cia, estamos falando do seu próprio futuro. Uma vez que você defina claramente
sua visão de futuro, o Destino ao qual quer chegar, o Sistema de Ativação Re-
ticular lhe ajudará a identificar oportunidades de avançar no caminho. Oportuni-
dades que antes passavam desapercebidas.

Essa mudança de postura mental proporciona um alinhamento mais preciso com


os seus sonhos e com o seu futuro.

No momento de traçar seus Destinos, você ainda não precisará se preocupar em


como irá chegar até eles. Neste segundo passo, deixe a imaginação livre para des-
crever como você vislumbra o seu futuro ideal.

Quem você deseja ser? Como é sua casa ideal? Sua família? Seus relacionamen-
tos? Quais as realizações que lhe orgulham? Quais os projetos que completou?
Quais os grandes desafios que você cumpriu na vida? Como gostaria que seu
corpo fosse? Quanto de dinheiro possui no banco? Como você contribuiu para o
mundo? Que habilidades deseja adquirir? O que você faria daqui para frente se
soubesse que é impossível fracassar?

A principal pergunta é: Como eu posso alcançar esses Destinos e aproveitar a jor-

13
CAPÍTULO 02

nada até eles, ao mesmo tempo em que beneficio as pessoas ao meu redor?

Entenda que apenas alcançar os Destinos não tem lá tanta importância. O que
realmente importa é o ser humano que você se torna durante o processo, é o pro-
cesso de transformação.

Escreva livremente, sem se preocupar com estrutura ou mesmo com o português


correto. Neste momento, apenas jogue no papel ou na tela as suas ideias e as suas
aspirações.

Só há uma regra aqui. Os seus Destinos devem obrigatoriamente estar alinhados


com os Princípios que você definiu no passo anterior.

Não faz sentido algum você dizer que seus maiores Princípios são liberdade, au-
tonomia e aventura e no seu Destino você se visualizar como servidor público,
casado, com seis filhos e um financiamento de 30 anos para pagar a casa que você
comprou. Você precisa ser coerente.

Se todos os Destinos que você visualiza não batem com os Princípios que você diz
valorizar, um ou outro está errado. E só você pode dizer qual dos dois.

Então, segundo passo do Guia Prático: escreva como você se vê em um futuro


ideal. Lembre-se de cobrir aspectos como saúde, finanças, carreira profissional,
relacionamentos, família, local de moradia etc. Nesta fase, você pode voltar a so-
nhar à vontade. No terceiro passo veremos como transformar esses Destinos em
realidade.

14
CAPÍTULO 03

CAPÍTULO 03

SEPARANDO SEUS DESTINOS


Se você implementou os passos 1 e 2, agora você já tem um painel claro de quais
são seus Princípios e e os seus Destinos (ou seja, sua visão de futuro alinhada com
esses Princípios).

Se você não implementou, perguntamos sinceramente: o que você está fazendo


lendo este Guia Prático?!

O terceiro passo para implementação do Plano de Voo é sobretudo organizativo.


Vamos pedir que você separe os seus Destinos em Áreas de Responsabilidade.

Todos nós assumimos diversos papéis diante de vida. Somos filhos, colegas de tra-
balho, profissionais, estudante, amantes, pais etc. dependendo de cada contexto.
Cada um desses papéis possui um código de comportamento diferente, que se
precisa adotar de acordo com o ambiente em que estamos.

Definir suas Áreas de Controle nada mais é do que classificar os seus Destinos
nas diferentes frentes em que você atua. Isso serve para efeito de organização e
também para mantermos nossas identidades sempre coerentes com os Princípios

15
CAPÍTULO 03

que definimos, com uma visão clara dos diferentes papéis que assumimos ao longo
do dia.

Se você atua em várias frentes, pode estar enfrentando o seguinte problema: há


tantas coisas para fazer, tantas áreas nas quais você está tentando progredir ao
mesmo tempo, que manter tudo isso funcionando sem colocar nas suas costas uma
grande carga de estresse e ansiedade parece impossível.

Graças ao coach norte-americano Brad Branson, encontramos uma solução inteli-


gente para esse grande desafio: os ciclos de imersão e manutenção. Vamos explicar
para você do que se trata.

A ideia por trás dos ciclos de imersão e manutenção é simples: em vez de tentar
avançar com todos os seus projetos e progredir em todas as áreas da sua vida ao
mesmo tempo, escolha alguns deles e mergulhe fundo!

Mas não se esqueça de todo o restante: apenas coloque-os no “modo manutenção”.

O objetivo é definir períodos (ciclos) de trabalho intenso e alta produtividade


(imersão) para alcançar determinado resultado em algumas áreas, enquanto se faz
o mínimo necessário (e, por isso, usam-se menos recursos) para manter suas habili-
dades ou evitar grandes perdas em outras áreas.

Após o término do período definido para o ciclo você poderá então mudar o seu
direcionamento, passando a colocar o seu foco (iniciar um novo ciclo de imersão)
naqueles projetos e áreas que estavam no “modo manutenção” e colocando em
“modo manutenção” os projetos e áreas nos quais você estava imerso antes.

Para isso funcionar, no entanto, você deve separar os seus Destinos em Áreas de
Responsabilidade, para ter clareza sobre quais são as frentes em que você real-
mente atua.
Aqui vão algumas sugestões de Áreas de Responsabilidade, mas, claro, você deve

16
CAPÍTULO 03

listar as áreas de acordo com a sua própria vida:

17
CAPÍTULO 04

CAPÍTULO 04

TORNANDO O ABSTRATO CONCRETO


O quarto passo deste Guia Prático é o que vai começar a transformar o
abstrato em concreto: traçar Metas!

Traçar Metas é a maneira de esculpirmos nossa própria existência.

Muita gente acha que possui metas claras: perder peso, comprar um car-
ro, mudar de emprego, mudar o visual, fazer mais aventuras.

Mas, na verdade, isso não são metas. São apenas sonhos, intenções, ou,
como definimos no Plano de Voo, Destinos.

Quanto peso você quer perder? Qual carro vai comprar? Vai mudar para
qual emprego? Qual visual vai abandonar e qual vai adotar? Que aven-
turas vai fazer?

Há muito tempo, especialistas em produtividade pessoal definiram que


as metas devem ser Smart, palavra da língua inglesa que significa “esper-
ta”, mas que também é um acrônimo para Específicas (Specifics), Mensu-

18
CAPÍTULO 04

ráveis (Measurable), Realizáveis (Achievable), Relevantes (Relevants) e


com Prazo Definido (Timed).

Em vez de sonhar que quer “perder peso” você deve definir uma meta
de que vai perder, por exemplo, 10 quilos de gordura, mantendo o per-
centual de massa magra, dentro de no máximo 12 meses a partir de 7 de
julho, para melhorar sua saúde e sentir-se mais atraente.

Observe como uma meta que cumpre os cinco critérios do acrônimo


Smart são muito mais factíveis de serem cumpridas do que um simples e
amplo sonho, uma visão de futuro.

Vamos analisar melhor a meta acima:

Específica e Mensurável. Perder 10 quilos de gordura, mantendo o per-


centual de massa magra.

Realizável e com Prazo Definido. O prazo é de 12 meses a partir de 7 de


julho. Perder os 10 quilos de gordura em 1 ano é algo bastante realista
(menos de 1 quilo por mês) e, por conseguinte, realizável.

Relevante. A melhoria da saúde e da auto-estima é algo relevante para a


nossa vida.

O essencial para quem quer realmente cumprir uma meta Smart é re-
gistrá-la por escrito, sempre verificando se os cinco critérios das Metas
Smart estão sendo cumpridos.

Tenha bastante claro o porquê de você estar correndo atrás daquela Meta.
Em outras palavras, veja se ela está alinhada com os Princípios que você
definiu no primeiro passo deste Guia.

19
CAPÍTULO 04

Pense no prazer que você terá na jornada para cumpri-la e no momento


em que finalmente a alcançar. Procure viver esse momento antecipa-
damente, usando a sua imaginação. Se você tiver um conjunto bastante
forte de motivos, poderá imaginar como alcançar qualquer meta.

Pense também na dor que você terá se, mais uma vez, desistir pelo meio
do caminho e continuar sem realizar seus sonhos.

Como você se sentirá consigo mesmo se não se esforçar de verdade pela


meta? Seja emocional nesse ponto, não apenas racional. Lembre-se de
que somos mais governados pela emoção do que pela razão. Essa é a prin-
cipal alavanca para você conquistar o que deseja.

Você deve perseguir as suas Metas, mas não caia na besteira de vincular
toda sua felicidade pessoal ao cumprimento delas.

Você precisa aproveitar a jornada, toda ela. Sinta-se feliz só pelo fato de
estar viajando rumo aos Destinos traçados. Não deixe para aproveitar só
quando chegar lá.

As Metas proporcionam uma direção e um meio hábil para nos focarmos


em algo. Nós devemos, entretanto, viver cada dia de forma plena, inde-
pendentemente do sucesso ou fracasso em cumprir determinada meta.

Pode acontecer de você não conseguir cumprir uma meta traçada, por
mais que se esforce. Se isso acontecer, não há problema: reveja o que deu
errado, trace novas metas, siga em frente.

Mude seu enfoque de acordo com o contexto e tente novamente, sem


nunca abandonar a orientação traçada para seus Destinos. Um Piloto
entende que nem toda Meta Smart que ele deseja vai se tornar realidade,
mas como não tem apego específico àquele desejo, isso não se torna um

20
CAPÍTULO 04

problema maior. O importante é nunca abandonar a visão final.

Mãos à obra: você agora deve pegar cada um dos Destinos que traçou, de
cada área, e transformá-los em Metas Smart (específicas, mensuráveis,
realizáveis, relevantes e com prazo definido).

Transforme os seus abstratos sonhos em metas concretas, nestes mesmos


moldes que dei como exemplo. A seguir, veremos como cumprir essas
Metas na prática.

21
CAPÍTULO 05

CAPÍTULO 05

INICIANDO A LOGÍSTICA
Lembra no início deste Guia quando falamos que você deve encarar os seus so-
nhos como um projeto de logística? Um projeto que vai levar você de um ponto A
para um ponto B, seguindo uma série de pequenos passos pré-determinados?

Pois é chegada a hora de definir esses pequenos passos.

Se você é um bom observador, já percebeu que o que estamos fazendo desde o


primeiro capítulo é desdobrar coisas grandes e abstratas em itens pequenos e con-
cretos:

Um Princípio se desdobra em um Destino, que se divide em Áreas de Responsabi-


lidade para se desdobrar em Metas Smart.

Neste quinto passo, vamos desdobrar suas Metas Smart em Projetos e Desafios.

Dentro do estudo acadêmico da Administração, existe uma disciplina chamada


Gerenciamento de Projetos que define projeto como “um esforço temporário em-
preendido para criar um produto, serviço ou resultado específico”.

22
CAPÍTULO 05

Aqui no Plano de Voo, vamos usar o termo Projeto para nos referirmos a qualquer
tipo de desdobramento de uma Meta Smart que signifique uma sequência de ações
e hábitos necessários para alcançar (ou aproximar-se) de um determinado Destino.

Esse conceito de Projeto foi criado por David Allen, um dos maiores especialistas
do mundo em produtividade pessoal. Se você ainda não leu o livro clássico dele,
chamado Getting Things Done (ou simplesmente GTD), recomendamos que leia
o quanto antes.

Para David Allen, qualquer coisa que necessite mais do que uma simples ação
deve ser encarado como um Projeto.

Por muito tempo utilizamos esse conceito no Mude.nu, só que com o tempo per-
cebemos que os Projetos cotidianos se misturavam com Projetos mais ousados, e
não havia uma diferença clara entre eles.

Sendo mais claros: algo corriqueiro como “Organizar o guarda-roupas” seria um


Projeto no mesmo patamar de “Mochilar pela Europa”. São coisas de proporções
e dificuldades absolutamente diferentes.

Aquilo sempre nos incomodou, pois se estava misturando coisas diferentes so-
mente por terem a mesma estrutura (uma série de ações em um busca de um ob-
jetivo maior).

Foi aí que decidimos utilizar o próprio conceito do Mude.nu para separar Projetos
de Desafios.

Quando nos referimos a Desafio, estamos falando daqueles projetos capazes de


gerar mudanças significativas, intensas e que sejam “divisores de água” na sua
vida.

Em essência, um Desafio é uma espécie do gênero Projeto. O Desafio é um tipo de

23
CAPÍTULO 05

Projeto mais complexo e desafiador.

A diferença no seu Plano de Voo é que os Projetos são relacionados ao seu cotidi-
ano, àquilo que fazemos para manter a vida em funcionamento. São itens relacio-
nados ao seu dia-a-dia de trabalho e estudo: pagamento de contas, manutenção da
casa, compras no supermercado etc.

Já os Desafios são pontos de ruptura, são ações que você não está certo se estão
dentro do seu campo de possibilidades.

Um bom Desafio é aquele que te faz sair da roda. A roda do casa-trabalho-casa. A


roda de querer, alcançar, e aí querer outra coisa. A roda do papai e mamãe. A roda
dos dias iguais, nos quais mesmo as formas de sair da roda são iguais.

Dê uma olhada na lista de desafios do Mude.nu para entender melhor sobre o que
estamos falando: saltar de paraquedas, entrar em forma, praticar voluntariado,
publicar um livro, conquistar independência financeira, completar um triathlon,
trabalhar no que se ama etc. São muitas possibilidades!

São os Desafios que nos impelem para a ação com mais facilidade. Muitas pessoas
consideram-se preguiçosas, mas a verdade é que elas possuem apenas Projetos,
coisas normais, que não as animam, não as tiram da zona de conforto.

Não se empolgue, no entanto, para ter apenas Desafios na sua lista. Ninguém
vive assim. Todos temos que pagar as contas e manter a rotina em ordem, até para
poder ocupar a cabeça com coisas mais instigantes.

Convenhamos: arrumar a casa, manter as contas em dia, dar banho no cachorro,


entregar um trabalho no emprego ou na escola podem ser essenciais para que a
vida siga em frente, mas não são tarefas lá muito atrativas.

Ou você já viu alguém acordar explodindo de entusiasmo e dizendo: “Oba! Hoje

24
CAPÍTULO 05

eu tenho que ir ao banco pagar as contas!”?

Se você possui Desafios excitantes, isso irá gerar um ímpeto de conseguir tempo,
dinheiro, contatos e energia física para vencê-los o mais cedo que puder. Desafios
nos fazem dormir tarde e acordar cedo, nos fazem dar o melhor de nós mesmos.

Não confunda Desafios com esportes de aventura ou algo do tipo. Um Desafio


pode ser algo puramente intelectual, como publicar um livro, por exemplo.

Para saber se algo que você planeja fazer é um Projeto ou Desafio, faça a si mesmo
as seguintes perguntas:

• Eu já fiz isso antes?


• É algo que a maioria das pessoas nunca fez antes?
• É algo com início, meio e fim?
• É algo que vai gerar um alto nível de adrenalina ou entusiasmo durante e/ou ao
final de sua realização?
• Eu fico entusiasmado só de pensar na possibilidade de realizá-lo?
• Principalmente, é algo que vai me levar além dos meus limites atuais?

O mais importante ao transformar uma Meta em um Desafio é encontrar algo que


seja grande o bastante para inspirar você.

Se, à primeira vista, o Desafio parece impossível de ser realizado de acordo com
o seu histórico de vida, está aí uma boa pista de que você tem um ótimo Desafio
em mãos. Se você falhou em tentativas anteriores de realizar uma transformação,
provavelmente é porque não estabeleceu Desafios que realmente o inspirassem.

Chegou a sua hora de subdividir as suas Metas Smart em Projetos e Desafios. Faça
isso com todas as suas Metas, uma de cada vez. Ao final, você deve ter um bom
número de Projetos e Desafios em mãos.

25
CAPÍTULO 06

CAPÍTULO 06

TUDO É PERFUMARIA
Esperamos que você não entenda mal o que vamos dizer agora, mas tudo o que
você fez até agora - apesar de importantíssimo - não passa de perfumaria.

Você pode ter Princípios lindos, visualizar Destinos fascinantes e traçar as Metas
Smart mais precisas, entretanto nada disso terá valia se não começar a botar a mão
na massa.

Saber o que fazer não adianta de nada se você não faz o que sabe!

Nada de significante vai mudar na sua vida se você não agir diariamente para isso.

Assim que você tiver seus Projetos e Desafios definidos, comece imediatamente
a criar o ímpeto de agir. Se possível, dê o primeiro passo no momento em que de-
cidiu fazer algo, antes mesmo de ler a próxima página deste Guia.

Lembre-se de que até que você tome uma ação, tudo o que você fez não passa
de imaginação. Mesmo que seja um pequeno passo, o importante é ir em frente,
aproximar-se um pouco dos seus Destinos todo santo dia.

26
CAPÍTULO 06

A chave para chegar aos Destinos traçados é você empenhar-se diariamente em


uma só coisa: avançar. Se você for adiante, mesmo que um milímetro a cada dia, a
vida recompensará seu empenho com os resultados que você tanto busca.

O que separa as pessoas que até realizam mudanças esporádicas só para depois
cair em velhos comportamentos daquelas que realmente assumem o controle das
próprias vidas é a capacidade de ação diária, constante e consistente.

Tudo o que fizemos até aqui é inspirador: listar Princípios, imaginar Destinos glo-
riosos, traçar Metas Smart e planejar Projetos e Desafios. Tudo isso é estimulante!

Mas, se você não tomar cuidado, isso pode se tornar apenas uma distração e não irá
levar você a lugar nenhum.

“A vida e aquilo que acontece enquanto fazemos planos para o futuro”


~ John Lennon

Pode ser que você já tenha feito planos grandiosos antes, apenas para não seguir
em frente e depois de algum tempo refazer novos planos fascinantes.

Novos planos esses que muitas vezes não funcionam. Não funcionam para você
entrar em forma, não funcionam para ganhar mais dinheiro, não funcionam para
conseguir um novo emprego.

E a principal razão pela qual esses planos não funcionam é porque eles nos dis-
traem do que realmente é importante: a ação diária, constante e consistente.

Não espere resultados das suas desculpas!

Se você for internalizar uma e só uma recomendação deste Guia Prático, grave
esta a ferro e fogo no seu cérebro: sem ação nada acontece!

27
CAPÍTULO 06

Agora vamos à parte prática deste passo.

O que você precisa é pegar cada uma dos seus Projetos e cada um dos seus De-
safios e desdobrá-los em pequenos passos práticos. Um passo prático é a menor
unidade de ação em que um Projeto ou Desafio pode ser quebrado.

Por exemplo, é comum que as pessoas acreditem que algo como “Trocar os óculos”
é uma ação. Na verdade, contudo, “Trocar os óculos” é um Projeto composto de
diversas pequenas ações:

1. Telefonar para marcar o oculista


2. Anotar na agenda/calendário data e horário da consulta
3. Avisar ao chefe que vai precisar se ausentar naquele dia e horário
4. Na data certa, ir ao oculista
5. Levar a receita a uma ótica e escolher a armação
6. Anotar na agenda/calendário data da entrega dos óculos
7. Buscar os óculos prontos na ótica na data marcada
8. Levar os novos óculos no consultório do oculista para checar com a receita
9. Guardar ou descartar os óculos antigos

Perceba que cada uma dessas ações é um pequeno passo prático. Passos que po-
dem ser efetivamente realizados, diferente do que acontece com “Trocar os ócu-
los” que é algo que você não pode realizar de uma só vez.

Quando você for desdobrar os seus Projetos e Desafios em pequenos passos, irá
perceber que existem duas categorias de ações:

• Ações únicas, como essas que acabo de descrever no exemplo dos óculos
• Ações repetidas, muito comum em Projetos que envolvam mudança de hábitos

O melhor exemplo de ações repetidas está em Projetos relacionados à saúde. Se


o seu Projeto é “Perder a barriga”, por exemplo, você terá que ter ações repetidas

28
CAPÍTULO 06

como alimentar-se corretamente e fazer determinado exercício físico.

O grande diferencial para uma real mudança de vida está na formação de hábitos.
Falaremos sobre hábitos no próximo passo. Por enquanto, o que queremos que
você faça é justamente desconstruir os seus Projetos e Desafios em pequenos pas-
sos práticos.

Se você não sabe bem como fazer isso, uma dica é começar de trás para frente.
Veja o resultado final e tente imaginar qual o passo imediatamente anterior, o
anterior ao anterior e assim sucessivamente, até chegar ao ponto em que você está
atualmente.

Outra dica é você pegar um caso real, um exemplo de alguma pessoa que já tenha
realizado o Projeto ou Desafio que você está buscando realizar. Em livros ou mes-
mo na internet, você consegue encontrar relatos de pessoas que conseguiram coi-
sas incríveis e que contam a história de como fizeram.

Se elas não contam, escreva um e-mail perguntando como elas realizaram aquele
projeto, para ter uma dica de que caminho seguir. Você não precisa cometer todos
os erros se pegar a história de alguém que já errou por você e já sabe os atalhos
para se conseguir algo.

Não se preocupe também em ser perfeito. Liste os pequenos passos práticos que
você conseguir identificar e siga em frente, não fique paralisado por não chegar
ao estado da arte da desconstrução de um Projeto ou Desafio. Faça o mínimo ne-
cessário e comece a agir!

29
CAPÍTULO 07

CAPÍTULO 07

SUBSTITUINDO HÁBITOS RUINS


A maioria das pessoas foca nas ações únicas quando tenta cumprir uma Meta ou
realizar um Projeto ou Desafio.

Entretanto, para boa parte das suas Metas, Projetos e Desafios você deve dar mais
importância aos novos hábitos que precisa criar para chegar aos Destinos que você
visualizou do que às ações únicas identificadas.

Se queremos criar uma mudança de vida real a longo prazo, devemos reforçá-la
constantemente. É preciso que sejamos condicionados para ter êxito não apenas
uma vez, mas rotineiramente.

Pensar diferente é acreditar que é possível ir a uma academia de ginástica apenas


uma vez no ano e achar que vai ter um corpão pelo resto da vida.

Mesmo que você racionalize e saiba com clareza a imensa importância das suas
Metas, se você não se esforçar para criar novos Hábitos, com certeza acabará cain-
do nos velhos padrões de comportamento.

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CAPÍTULO 07

Hábitos como passar ou não o fio dental, assistir à TV de noite ou fazer exercícios
físicos fazem parte de nossa vida. Qualquer ação que repetimos com frequência,
conscientemente ou não, é um hábito. Nada menos que 40% do nosso dia são
tomados pelos hábitos, como mostra uma pesquisa da Universidade Duke, dos
Estados Unidos.

É como se voássemos no piloto automático por mais de nove horas ao dia!

Por isso qualquer Meta Smart, Projeto ou Desafio que você escolha tem que ter
não somente um plano de ação, mas também uma estratégia para formação ou
quebra de hábitos.

Diversas pesquisas científicas têm estudado como podemos deliberadamente


abandonar velhos Hábitos e criar novos.

O jornalista Charles Duhigg reuniu centenas delas, entrevistou mais de 300 pes-
quisadores e executivos e publicou tudo em um excelente livro chamado O Poder
do Hábito. A conclusão a que o autor chegou, com ajuda dos especialistas do MIT
(Massachusetts Institute of Technology), foi que a forma mais eficiente de mudar
um hábito é entender o seu ciclo de formação e em seguida substituí-lo por outro.

As pesquisas a que Duhigg teve acesso mostram que, longe de ser uma coisa ruim,
os Hábitos funcionam como um verdadeiro mecanismo de sobrevivência.

Nosso cérebro tenta transformar qualquer atividade de rotina em um hábito,


porque os hábitos permitem que nossa mente descanse um pouco. Um cérebro
eficiente requer menos espaço, o que significa cabeças fisicamente menores, facili-
tando partos e diminuindo a mortalidade infantil. O Hábito é um mecanismo de
preservação da espécie!

É por isso que quebrar um Hábito não é algo fácil. Fazer isso requer mais energia,
requer sair da zona de conforto. Você vai precisar de tempo e disposição. E isso é

31
CAPÍTULO 07

tudo o que o cérebro não quer.

Qual a saída? Compreender o ciclo de formação do hábito e adotar uma estratégia


para substituí-lo.

O ciclo de um hábito compõe-se de três etapas, conforme o diagrama a seguir:

rotina
gatilho
HÁBITO

recompensa
A primeira etapa é o sinal, o gatilho que desencadeia o hábito. Depois vem a ro-
tina, ou o hábito propriamente dito. Por fim, uma recompensa, que é aquilo que
inconscientemente buscamos ao repetir o hábito.

Charles Duhigg apresenta em seu livro um sistema que ensina como substituir
hábitos destrutivos por outros melhores.

Esse sistema substitui a fracassada tentativa de nos apoiarmos exclusivamente em

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CAPÍTULO 07

nossa força de vontade. Quantos de nós já não dissemos que iríamos modificar
determinado hábito só com nossa força de vontade? Até vamos bem no início, mas
depois de algum tempo o hábito retorna, às vezes até com mais intensidade.

Fumantes, obesos, viciados em games, pessoas que navegam demais na internet,


todos já caíram nessa armadilha. Isso ocorre porque a força de vontade é um re-
cursos limitado, que se gasta, como já provaram diversas pesquisas científicas.

Logo de saída, o autor deixa claro que não se trata de uma receita de bolo: cada
indivíduo e cada hábito é diferente. Mesmo com essa ressalva, Duhigg apresenta
um “framework” para substituição de hábitos, composto de quatro ações:

1. IDENTIFICAR A ROTINA
Para entender seus hábitos, você precisa identificar em cada um deles os três com-
ponentes do ciclo: gatilho, rotina e recompensa.

O primeiro passo para entender o ciclo é você identificar a rotina: Qual o compor-
tamento que você deseja modificar?

Depois, vem as etapas mais difíceis: Qual o gatilho para esta rotina? E qual é a
recompensa?

Essas não são respostas simples. Nós não comemos demais necessariamente porque
estamos com fome, por exemplo. O gatilho, o evento que “dispara” o hábito, pode
ser tédio, falta de um nutriente específico, procrastinação, horário de intervalo do
trabalho etc.

E a recompensa também não é necessariamente o sabor da comida. Pode ser pas-


sar mais tempo à mesa, estender uma conversa ou ser simplesmente uma forma de
distração temporária do trabalho.

33
CAPÍTULO 07

Como as respostas não são óbvias, você terá que fazer um pouco de experimenta-
ção com seus próprios hábitos.

2. EXPERIMENTAR COM RECOMPENSAS


Recompensa é aquilo que obtemos quando fazemos um hábito. Recompensas são
poderosas porque satisfazem nossos desejos, embora estes não sejam tão óbvios.
Para identificar quais os desejos que estão movendo seus hábitos, você terá que
experimentar com diferentes tipos de recompensas.

Pense nisso como um experimento em que você é o cientista. Isso pode levar ape-
nas alguns dias, mas também pode levar semanas. É importante ter consciência de
que, nesse momento, você está realizando um experimento e não de fato modifi-
cando os seus hábitos ainda. Não coloque pressão em si mesmo prematuramente.

No primeiro dia de teste, ajuste a rotina para obter uma recompensa diferente. No
dia seguinte, teste outra. E assim sucessivamente.

O objetivo é testar diferentes hipóteses para determinar qual desejo está movendo
o seu hábito.

À medida em que você testa diferentes recompensas, Duhigg recomenda que você
anote no papel as três primeiras coisas que lhe vêm à mente quando você conclui
a rotina. Podem ser emoções, pensamentos aleatórios, reflexões sobre como você
se sente, ou simplesmente as três primeiras palavras que aparecem na sua cabeça.

A ideia aqui é forçar um pequeno momento de consciência sobre o que você está
pensando ou sentindo. Os estudos mostram que escrever algumas palavras ajuda
você a se lembrar do que estava pensando no momento em que executava a rotina
de um hábito.

Ao final do experimento, quando você revisar essas notas, será muito mais fácil

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CAPÍTULO 07

lembrar o que você estava sentindo.

Programe um alarme no seu celular para quinze minutos depois e então pergunte-
se: Você ainda sente o mesmo desejo?

Lembre-se de que o ponto do experimento é identificar qual a recompensa que


você deseja. Isolando a recompensa que você realmente deseja você poderá re-
modelar suas rotinas para satisfazer o mesmo desejo.

3. ISOLAR O GATILHO
Assim como as recompensas, os gatilhos que “disparam” nossos Hábitos não são
tão óbvios.

Você toma café da manhã todo dia por que está com fome? Ou é por que o relógio
aponta sete horas da manhã? Ou é por que seus familiares estão à mesa?

Essas são algumas perguntas que Duhigg faz para compreendermos que os gatil-
hos muitas vezes não são tão óbvios como pensamos. Mais uma vez, teremos que
agir como cientistas em busca dos gatilhos, para podermos modificar nossos hábi-
tos.

O segredo aqui é identificar categorias de comportamentos antes que eles acon-


teçam, para organizá-las de forma a reconhecer padrões. As pesquisas mostram
que os gatilhos mais comuns caem em cinco categorias:

• Lugar
• Tempo
• Estado emocional
• Outras pessoas
• Ação imediatamente precedente

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CAPÍTULO 07

Então, a melhor maneira de você identificar os gatilhos de seus hábitos é responder


a cinco perguntas no momento em que o desejo surge:

• Onde você está?


• Que horas são?
• Qual o seu estado emocional?
• Quem está por perto?
• Qual foi a ação que aconteceu imediatamente antes de surgir o desejo?

Dia após dia, faça-se essas perguntas e anote por escrito. Com apenas alguns dias,
ficará bem claro qual dos gatilhos repetem-se e desencadeiam seus hábitos.

Procure substituir um hábito de cada vez, de acordo com as metas que traçou e
com a visão de futuro para o final do ano seguinte.

Você pode estar neste momento pensando que isso é algo muito trabalhoso. E é
mesmo.

Mas pense da seguinte forma: você prefere ter esse trabalho agora e modificar
hábitos que podem mudar radicalmente sua vida nos próximos meses ou prefere
não ter esse trabalho e continuar com os mesmos problemas que o perseguem há
anos?

Modificar hábitos é a chave para uma vida mais saudável, para gerenciar melhor
o seu dinheiro, para se sentir mais satisfeito com a vida, para abandonar vícios
destrutivos. Então, sim, o processo é de fato trabalhoso. Mas vale muito a pena.

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CAPÍTULO 08

CAPÍTULO 08

CLASSIFICANDO SEUS
PRÓXIMOS PASSOS
Muito bem, agora você tem em um só lugar os seus Princípios, os Destinos que
visualiza para sua vida, as Metas Smart para chegar a esses Destinos, os Projetos
e Desafios que compõem essas metas e as ações únicas e as repetidas que levarão
você a cumprir esses Projetos e Desafios.

O que falta agora? Fazer!

Como falamos agora há pouco, se você efetivamente não agir no mundo real, todo
esse planejamento não passa de perfumaria, de distração.

Saber o que fazer não adianta de nada se você não sabe o que faz! Não vamos can-
sar de repetir isso.

O problema que surge nesta fase do Plano de Voo é ver aquela lista enorme de
coisas para fazer e não ter nem ideia de por onde começar.

Muitas e muitas vezes acordamos bastante empolgados em realizar o máximo pos-


sível, mas acabamos nos perdendo na interminável lista de coisas a fazer que estão

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CAPÍTULO 08

noPlano de Voo.

O segredo para de fato fazer o que sabemos que tem que ser feito está na classifi-
cação dos itens do seu Plano de Voo.

A primeira classificação diz respeito a Metas, Projetos e Desafios. Simplesmente


classifique-os como Ativos ou Inativos.

Vamos dar um exemplo. Você pode querer ter um filho um dia. Nos seus Destinos,
você se visualiza constituindo uma família.

Porém, você não quer ter um filho agora, nem nos próximos anos. Então essa é
uma Meta inativa no momento. Você deve deixá-la “descansando” em uma lista
que chamamos de Algum Dia.

Tudo o que você quer algum dia fazer, mas não exatamente agora, vai para essa
lista.

Só essa separação já exclui da sua lista de coisas a fazer um caminhão de Projetos,


Desafios e Próximos Passos.

Só que isso ainda não é suficiente. No mundo ideal, você pega a sua lista de coisas
a fazer e ela mesma te diz o que fazer a seguir.

Não seria lindo?

Pois isso é possível, desde que você classifique cada Próximo Passo seu de acordo
com um ou mais desses quatro critérios:

• Lugar
• Tempo/Energia
• Dinheiro

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CAPÍTULO 08

• Prioridade

Lugar significa em que contexto a tarefa pode ser realizada. Por exemplo, a tarefa
“Comprar molho de tomate” deve ser marcada com o contexto “supermercado”. Já
“Trocar a resistência do chuveiro” só pode ser feita no contexto “casa”.

Os contextos não significam necessariamente locais físicos. Por exemplo, você


pode marcar com o contexto “telefone” todas as ações que tiver que realizar quan-
do estiver ao telefone ou “online” para as ações que só podem ser feitas quando
você estiver na internet.

Tempo está relacionado ao intervalo necessário para realizar a tarefa.

O ideal é criar marcadores em minutos para classificar suas ações. Os blocos de


minutos que recomendamos são 5~15, 15~30, 30~60, 60~120. Por exemplo,
se você estima que determinada ação vai levar cerca de dez minutos para ser feita,
coloque o marcador 5~15.

Energia está relacionada ao esforço necessário para cumprir a tarefa. É algo sub-
jetivo, mas você pode classificar as tarefas em “baixa”, “média” e “alta” energia.
“Atualizar um aplicativo no celular” é uma tarefa que requer energia baixa: basta
um clique e pronto. “Escrever uma página da tese de mestrado” já requer uma alta
energia.

Tempo e energia geralmente estão relacionados, pois quando você está com sua
energia em alta faz rapidamente uma tarefa que, de outra forma, levaria bem mais
tempo.

Dinheiro está ligado a quanto você precisa para realizar aquela ação. Nem todas
as ações necessitam de dinheiro, mas todas têm um custo, seja de energia ou de
tempo.

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CAPÍTULO 08

Prioridade está relacionada a qual próxima ação que vai lhe trazer mais proveito.
Aqui utilizaremos o conceito dos quatro quadrantes de prioridade conhecidos
como Matriz de Eisenhower, elaborada por Dwight Eisenhower, Presidente dos
Estados Unidos entre 1953 e 1961.

Delegue ou Faça agora!


faça quando der
URGÊNCIA

Ignore Programe-se
para fazer

IMPORTÂNCIA
Assim, se uma tarefa é urgente e importante, você deve marcar como “Prioridade
1”. Essas tarefas devem ser realizadas o quanto antes, pois já se tornaram uma
crise ou incêndio.

Se for não urgente e não importante, coloque o marcador “Prioridade 4”. Essas
açõem podem até ser ignoradas, já que não lhe trarão ganho algum, não passando
de perda de tempo.

Já se a ação for urgente e não importante, marque como “Prioridade 3”. Essas são
aquelas tarefas que representam perda de tempo, então o ideal é você delegar ou
só fazer quando der.

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CAPÍTULO 08

O ideal mesmo é você se focar cada vez mais nas tarefas importantes mas não
urgentes, antes que elas se tornem urgentes e comecem a “injetar” estresse em
você. Marque-as como “Prioridade 2” e concentre-se nelas para desenvolver as
melhores estratégias e ações planejadas.

A utilização desses quatro marcadores – Lugar, Tempo/Energia, Dinheiro e Prio-


ridade – é essencial para você avançar com consistência rumo a suas metas!

Então vamos ao seu dever de casa: pegue a sua lista de Próximos Passos e classi-
fique-os de acordo com esses quatro critérios.

Quando você tiver isso pronto, ficará bastante fácil para você decidir quais ações
deve executar em um dado momento. Digamos que você tem uma janela de tem-
po de 30 minutos no início da noite, está em casa e com baixos níveis de energia.

Tudo o que você tem a fazer é buscar na sua lista as ações marcadas com o lugar
“casa”, com os blocos de tempo “5~15″ e “15~30″ e/ou com o nível de energia
“baixo”. Daí tudo o que você tem a fazer é escolher a de maior prioridade e execu-
tá-la.

Criando o hábito de fazer isso, você simplesmente sempre saberá o que fazer!

Você agora tem estabelecidos antecipadamente os critérios do que fazer em di-


versas situações. Se você estivesse no escritório, com uma hora disponível e nível
de energia turbinado por uma xícara de café no início da manhã, a lista de tarefas
seria diferente.

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CAPÍTULO 09

CAPÍTULO 09

O QUE FAZER DAQUI PARA FRENTE?


Como falamos no início, este é um Guia Prático. Deixamos de fora muitos con-
ceitos teóricos para podermos nos concentrar em passos práticos que podem ser
efetivamente realizados por você à medida em que vai lendo o Guia.

Para o seu Plano de Voo atingir o estado ideal de prática do dia-a-dia, ainda falta
você escolher um sistema confiável para gerenciar suas listas de coisas a fazer (re-
comendamos o Wunderlist), um sistema para anotações e referências (sugerimos
o Evernote) e a aplicação de uma série de técnicas de produtividade (tais como a
Técnica Pomodoro, os Ciclos de Imersão e Manutenção, a Promessa Pública, o
Aprendizado Acelerado, o Jogo da Vida e tantas outras).

Também podem lhe faltar três recursos essenciais:

• Dinheiro
• Energia física
• Pessoas com quem contar

Além disso, pode lhe faltar o essencial, a mentalidade de que é possível direcionar

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CAPÍTULO 08

sua própria vida para os Destinos que você visualizou. O que eu chamo de men-
talidade de Piloto.

Para complementar as fraquezas deste Guia, estamos escrevendo outros cinco


guias semelhantes focados em cada um desses aspectos: mente, corpo, dinheiro,
produtividade e relacionamentos com outras pessoas.

Se você seguir os passos práticos deste Guia, terá uma vantagem competitiva em
relação a mais de 90% da população mundial, que vive apenas de sonhos abstratos
e não sabe bem o que fazer para direcionar a sua vida.

Como gostamos de dizer, essas pessoas são Passageiras das suas próprias vidas,
sendo levadas de um lado para o outro de acordo com as circunstâncias.

Daqui para frente, o que você deve fazer é ter sempre em mãos esse Plano de
Voo que você acaba de elaborar. Você deve revisá-lo, no mínimo, em uma base
semanal. Mas o ideal é consultá-lo todo dia, para avançar consistentemente rumo
aos seus Destinos.

Imagine-se quem você se tornará se fizer isso habitualmente. Como serão suas
finanças, sua saúde, seus relacionamentos, sua carreira profissional daqui a seis
meses? Daqui a um ano? Daqui a cinco anos?

Além disso, ter essa visão geral traz uma paz de espírito, uma calma anterior, que
só surge para aqueles que sabem o que fazer e agem de acordo com seus Princípios.

Só pedimos, mais uma vez, que você não fique apenas no planejamento e coloque
a mão na massa cotidianamente. A única maneira de transformar metas em reali-
dade é através da ação. Nada de significante vai mudar na sua vida se você não
agir diariamente para isso. Mesmo que seja um pequeno passo, o importante é ir
em frente e aproximar-se um pouco dos seus objetivos todo santo dia.

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