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RBGEA
REVISTA BRASILEIRA DE
GEOLOGIA DE ENGENHARIA
E AMBIENTAL
REVISTA BRASILEIRA DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA E AMBIENTAL
Publicação Científica da Associação Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
Editor
Lázaro Valentim Zuquette – USP
Co Editor
Fernando F. Kertzman – GEOTEC
Revisores
Antonio Cendrero – Univ. da Cantabria (Espanha)
Alberto Pio Fiori - UFPR
Candido Bordeaux Rego Neto - IPUF
Clovis Gonzatti - CIENTEC
Eduardo Goulart Collares – UEMG
Emilio Velloso Barroso – UFRJ
Fabio Soares Magalhães – BVP
Fabio Taioli - USP
Frederico Garcia Sobreira - UFOP
Guido Guidicini - Geoenergia
Helena Polivanov – UFRJ
Jose Alcino Rodrigues de Carvalho – Univ. Nova de Lisboa (Portugal)
José Augusto de Lollo - UNESP
Luis de Almeida Prado Bacellar – UFOP
Luiz Nishiyama - UFU
Marcilene Dantas Ferreira - UFSCar
Marta Luzia de Souza – UEM
Newton Moreira de Souza – UnB
Oswaldo Augusto Filho – USP
Reinaldo Lorandi – UFSCar
Ricardo Vedovello – IG/SMA
Foto da Capa
Obras do Rodoanel trecho sul, nas proximidades da represa Billings.,
tirada em 08 de julho de 2008 . Fabrício Araujo Mirandola - IPT
Edição Especial
Tiragem: 2.500
ISSN 2237-4590
São Paulo/SP
Novembro/2011
Av. Prof. Almeida Prado, 532 – IPT (Prédio 11) 05508-901 - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3767-4361 - Telefax: (11) 3719-0661 - E-mail:abge@ipt.br - Home Page: http://www.abge.com.br
CONSELHO DELIBERATIVO
Elaine Cristina de Castro, Elisabete Nascimento Rocha, Fabio Canzian da Silva, Fabrício Araújo Mirandola, Fer-
nando Facciolla Kertzman, Fernando Ximenes T. Salomão, Gerson Almeida Salviano Filho, Ivan José Delatim,
Kátia Canil, Leonardo Andrade de Souza, Luiz Antonio P. de Souza, Luiz Fernando D’Agostino, Marcelo Fis-
cher Gramani, Newton Moreira de Souza, Selma Simões de Castro.
REPRESENTANTES REGIONAIS UF
ROBERTO FERES AC
HELIENE FERREIRA DA SILVA AL
JOSÉ DUARTE ALECRIM AM
CARLOS HENRIQUE DE A.C. MEDEIROS BA
FRANCISCO SAID GONÇALVES CE
NORIS COSTA DINIZ DF
JOÃO LUIZ ARMELIN GO
MOACYR ADRIANO AUGUSTO JUNIOR MA
ARNALDO YOSO SAKAMOTO MS
KURT JOÃO ALBRECHT MT
CLAUDIO FABIAN SZLAFSZTEIN PA
MARTA LUZIA DE SOUZA PR
LUIZ GILBERTO DALL’IGNA RO
CEZAR AUGUSTO BURKERT BASTOS RS
CANDIDO BORDEAUX REGO NETO SC
JOCÉLIO CABRAL MENDONÇA TO
APRESENTAÇÃO
9 BOÇOROCAS
Ernesto Pichler (In memorian)
RESUMO ABSTRACT
A alteração do marco regulatório das concessões para GEOLOGY APPLIED TO DAMS: A REVIEW OF
aproveitamentos hidroelétricos, depois de 1995, levou ao PROCEDURES
encurtamento dos prazos para o projeto e a construção
de barragens para usinas hidroelétricas, afetando a apli- The change in the regulatory framework of concessions
cação da Geologia nesses empreendimentos. Simultanea- for hydroelectric developments in Brazil, after 1995,
mente, a maior parte da exploração do potencial hidroe- led to the shortening of deadlines for the design and
létrico deslocou-se para a região amazônica, enfrentando construction of dams for hydroelectric plants, affecting
the application of geology in these projects. Simulta-
condições geológicas inéditas ou pouco conhecidas. Por
neously, most of the exploitation of hydropower po-
outro lado, novos métodos de investigação e a evolução
tential has shifted to the Amazon region, facing unpu-
dos existentes, forneceram ferramentas atualizadas para blished or little known geological conditions. On the
o estudo e avaliação das condições geológicas. Este arti- other hand, new investigation methods and further de-
go oferece uma revisão de procedimentos da Geologia de velopment of the existing ones, provide updated tools
Engenharia utilizados nos estudos de aproveitamentos for the study and evaluation of geological conditions.
hidroelétricos face aos novos paradigmas. São comen- This paper offers a review of procedures used in engi-
tadas as implicações do modelo atual de concessão nos neering geology studies of hydroelectric developments
trabalhos de investigação geológico-geotécnica e a utili- in relation to new paradigms. The implications of the
zação de novos métodos de prospecção, como a per- current model of concessions on geological and geote-
filagem ótica, incluindo critérios para a interpretação chnical investigations and the use of new exploration
dos resultados. A seleção de eixos de barramento nos methods such as optical profiling, including criteria for
estudos de inventário e outros é discutida, enfatizando the interpretation of results are discussed. The selec-
a interação entre as condições geológicas e o arranjo tion of dam axis at inventory stage and other studies is
geral da obra na escolha do sítio. É também discutida discussed, highlighting the interaction between geolo-
a elaboração de planos de investigação para o estudo gical conditions and the layout on the selection of the
dam axis. The development of investigation plans for
de aproveitamentos hidroelétricos, fornecendo crité-
the study of hydroelectric developments is also discus-
rios para a quantificação de sondagens. São ainda co-
sed, providing criteria for quantifying the drilling. The
mentadas, para o entendimento dos riscos geológicos, understanding of geological risks, uncertainty and the
a incerteza e os imprevistos. Um exemplo de avaliação unpredicted features are also commented. An example
de riscos geológicos é apresentado, discutindo-se os of geological risk assessment is presented, discussing
principais condicionantes e os critérios básicos para a the main constraints and the basic criteria for the pre-
elaboração da avaliação. paration of the assessment.
Palavras-chave: barragem, investigação e risco geológico Keywords: dam, investigation and geological risk
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
Figura 1 – Barragem
de Ilha Solteira,
concluída pela CESP
em 1978. Fonte: Exa-
me.com (2011).
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Geologia aplicada a barragens
Em 1968, o IPT estava presente, com equipes Toda esta tecnologia estava disponível para
de campo, em todas as barragens da CESP em aplicação nas grandes hidroelétricas na década de
construção (Ilha Solteira, Promissão e Capivara) 70 (Itaipu, Tucuruí e Paulo Afonso IV), nas quais
além de prestar assistência a outras barragens foi aperfeiçoada e testada com sucesso. Porém, nas
em fase final de construção (Paraitinga, Jupiá e décadas de 80 e 90 e nos primeiros anos deste sé-
outras). Essas equipes necessitavam de critérios culo, um período de 20 a 25 anos, houve violenta
para seus trabalhos tendo em vista homogeneizar redução nos investimentos em projeto e constru-
suas atividades, já que trabalhavam para o mes- ção de usinas hidroelétricas, com a desagregação
mo cliente. Foram então elaboradas, numa reu- das equipes, das empresas do setor e dos centros
nião em meados de 1968, na Usina de Promissão, de pesquisa.
com a participação dos geólogos Fernando Pires Nos últimos dez anos o mercado de projeto e
de Camargo, Luiz Ferreira Vaz e João Alberto construção de usinas hidroelétricas voltou a ficar
Nery de Oliveira, as especificações técnicas para a aquecido, porém, com usinas de médio porte e só
execução de sondagens e os procedimentos para a recentemente, com as usinas do rio Madeira vol-
classificação de sondagens, definindo-se os graus taram as grandes barragens. Essa retomada acom-
de alteração e de fraturamento dos testemunhos panhou as modificações no sistema de concessão
de sondagem. Esses procedimentos vinham sen- estabelecidas pela Lei 8987 de 1995. O novo mo-
do utilizados pelo IPT nos estudos para a Barra- delo permitiu a entrada de empreendedores pri-
gem de Ponte Nova, desde 1966, porém foram vados, isoladamente ou associados com empresas
unificados e aprovados para uso geral pelo IPT na estatais e introduziu modificações nas fases de
reunião de Promissão. projetos básico e executivo.
Dessa forma, ao final da década de 60, uma A principal alteração ocorreu com a dura-
tecnologia de investigação geológica, adaptada às ção dos serviços de projeto e construção. Esses
condições brasileiras, estava ficando disponível. prazos foram consideravelmente reduzidos, de
Daí para frente, diversos outros métodos e pro- tal sorte que empreendimentos similares, erigi-
cedimentos, tanto de campo como de laboratório dos na década de 70, ocupavam mais de duas
foram desenvolvidos, principalmente pelo IPT e vezes o prazo dos empreendimentos atuais. Em
aplicados ao projeto e construção de barragens, consequência, muitos estudos têm sido poster-
criando uma tecnologia brasileira de grandes bar- gados para a fase de projeto executivo, o que in-
ragens em regiões tropicais. crementa os riscos geológicos e pode conduzir
Dentre esses diversos passos alguns foram a acidentes, além de elevar o custo de constru-
particularmente importantes. O primeiro foi o de- ção. Aparentemente, esses custos não superam
senvolvimento, pelo IPT, da tecnologia pioneira os resultados da geração antecipada dentro da
de estudos de alterabilidade de basaltos, depois engenharia financeira do empreendimento, o
estendida para outras rochas, incluindo os estu- que pode tornar os prazos insuficientes para a
dos sobre a reação álcali-agregado, com a proposi- adequada investigação geológica.
ção de métodos de análise e parâmetros de utiliza- Em segundo lugar, as condições geológicas
ção (Ruiz, 1963). O segundo foi a introdução, pelo dos locais de implantação das novas hidroelétri-
consultor Klaus John, do sistema de classificação cas tornaram-se muito mais desfavoráveis do que
de maciços rochosos para aplicação na liberação e aquelas investigadas na década de 70. Atualmen-
tratamento de fundações da UHE Ilha Solteira. Até te, os empreendimentos concentram-se na região
então, esses serviços baseavam-se na experiência centro-norte, a maioria na Amazônia. Nessas re-
dos profissionais envolvidos, porém, passaram a giões predominam os maciços pré-cambrianos,
ser definidos em função da classificação geológica com extrema variação nas condições litológicas,
do maciço de fundação. Este passo foi de funda- de resistência, de alteração e estruturais. Maciços
mental importância, pois, até então, a geologia era de comportamento geomecânico desconhecido
entendida como necessária apenas durante a fase (Figura 2), constituídos por rochas ígneas, sedi-
de projeto participando apenas eventualmente da mentares, metassedimentares, entre outros, têm
construção (Vaz, 1998). que ser enfrentados.
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
Figura 2 – Exemplos da complexidade geológica a) metassedimentos com intercalações de solo e rocha; b) brecha
vulcânica e c) extensas descontinuidades sub-horizontais alteradas até solo de ocorrência aleatória.
Além disso, ocorrem espessas e extensas co- que podem preencher canalões profundos, como
berturas recentes, mascarando as condições de mostrado na Figura 3. A mudança nas condições
sub-superfície e exigindo novos critérios de clas- geológicas faz com que a tecnologia desenvolvi-
sificação, seja para fundações ou para materiais da para o estudo das barragens sobre basalto, por
de empréstimo. Essas coberturas são de tal monta exemplo, somente seja parcialmente utilizada.
Figura 3 – Modelo esquemático com canalões antigos preenchidos por materiais de cobertura.
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Geologia aplicada a barragens
Figura 4 – Etapas
de implantação de
aproveitamentos
hidroelétricos. Fon-
te: Modificado de
Eletrobras (2007).
Porém, para passar à fase seguinte, haverá Entretanto, depois de definido o vencedor da
uma licitação conduzida pela ANEEL. Essa licita- licitação, começa uma corrida contra o relógio, o
ção é feita com base no preço ofertado pelo em- que engloba o prazo para o projeto básico consoli-
preendedor para a venda da energia a ser produ- dado, para o projeto executivo e para a construção.
zida pelo aproveitamento, vencendo aquele que Dessa forma, os prazos têm sido progressivamen-
ofertar o menor preço. Para essa oferta o empreen- te reduzidos, em alguns casos chegando à metade
dedor precisa do planejamento financeiro de toda daqueles que vinham sendo utilizados. Em conse-
a operação, desde o projeto básico até o final da quência dessa redução, várias modificações foram
concessão. Obviamente, a redução no prazo entre necessárias, começando pela ampliação das equi-
a licitação e o início da geração de energia é fa- pes envolvidas no projeto.
tor determinante do custo da energia produzida. Além de implicar maiores esforços de coor-
Dessa forma, prazos de 3 a 4 anos entre o início da denação, a redução dos prazos acarretou mudan-
construção e da geração tornaram-se regra geral. ças na concepção e no desenvolvimento das in-
Para participar dessa licitação, cada uma das vestigações geológicas. Assim, anteriormente, na
empresas interessadas desenvolve suas próprias fase de projeto básico, métodos como os geofísicos
avaliações elaborando estudos de viabilidade avan- eram usualmente aplicados depois de algum co-
çados ou projetos básicos simplificados. Esses traba- nhecimento do sítio por meio de sondagens dire-
lhos podem ou não dispor de prazo satisfatório já tas. Atualmente, já devem ser aplicados de início,
que a data de licitação depende do planejamen- concomitantemente com as sondagens diretas,
to da ANEEL para atendimento da demanda de pois, geralmente, não haverá tempo de executá-
energia elétrica. los mais tarde.
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
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Geologia aplicada a barragens
Curuá-Una, no Estado do Pará. Porém, o custo obras. Também pode ser mais conveniente, de-
de construção é mais elevado e pode inviabilizar pendendo do comportamento do topo de rocha,
o aproveitamento. substituir parte da barragem de terra por barra-
Em seguida, aparecem outros fatores que gem de concreto compactado a rolo (CCR). Note-
afetam o custo das obras, tais como a extensão do se que o CCR é mais caro do que a barragem de
eixo. Quanto mais curto, desde que seja possível terra e exige fundação em rocha, porém, é mais
acomodar as estruturas de concreto, mais interes- rápido para ser construído e depende menos das
sante é o local. É também necessário que a região condições climáticas.
do eixo disponha de volumes adequados de mate- Atualmente estão sendo utilizadas barragens
riais naturais de construção (solo, areia/cascalho de enrocamento com núcleo asfáltico, principal-
e rocha) aproveitáveis. É possível britar a rocha mente devido ao custo inferior. Da mesma forma
para obter areia artificial, porém, além do custo que os plintos de concreto, é necessário fundação
mais elevado, podem ocorrer dificuldades com a em rocha para o núcleo asfáltico,
trabalhabilidade do concreto, resultando em pra- De forma geral, devem ser preferidos os ei-
zos mais longos. Já a disponibilidade de solo ou xos com baixa cobertura de solo, ou seja, com topo
rocha, a distâncias superiores a 10 km do eixo, de rocha dura na superfície ou próximo (Figura
pode inviabilizar um aproveitamento, dependen- 5). Essa característica vai exigir maior escavação
do dos volumes requeridos. em rocha na casa de força, porém o material será
O local deve ainda permitir acomodar o ar- utilizado como brita ou enrocamento, restringin-
ranjo geral das obras, ou seja, a disposição das do a abertura de pedreiras. Em contrapartida, o
estruturas de concreto e demais obras da barra- vertedouro e a área de montagem, que usualmen-
gem. Atualmente, prefere-se que as estruturas de te têm fundações rasas, não vão requerer concre-
concreto fiquem dispostas na mesma margem, de to de enchimento e a barragem de terra pode ser
forma a evitar a instalação de dois canteiros de substituída por CCR.
Em rios com meandros encaixados, em for- construída na perna jusante da ferradura (Figura
mato de ferradura, como é comum no Sul, as es- 6). Além de facilitar a construção, pela separação
truturas da barragem podem ser construídas se- das obras, há um ganho de desnível entre a barra-
paradamente. Assim, a barragem é construída na gem e a descarga da casa de força, em função do
perna montante da ferradura e a casa de força é percurso do rio.
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
Nem todos esses fatores podem ser devida- O planejamento do sobrevôo é fundamental
mente considerados, por ausência de informações, para seu sucesso. Além de ajustar a rota e altitude
nas fases de inventário e viabilidade. Entretanto, a ser mantida, em conjunto com o piloto no início
cabe à Geologia de Engenharia participar ativa- do sobrevôo, é necessário orientar o vôo. Um dos
mente da análise dos dados e propor os ajustes no geólogos, mais familiarizados com navegação,
arranjo geral das obras e na locação dos eixos. deve orientar o posicionamento da aeronave. Para
Um programa de seleção de eixos para estu- o bom andamento dos trabalhos a equipe deve
dos de inventário inicia-se com a avaliação deta- contar com equipamentos (câmera fotográfica,
lhada dos aspectos fisiográficos e geológicos, utili- gravadores e GPS´s) em duplicata.
zando imagens (principalmente do Google Earth), Como resultado desse trabalho é indicado
mapas, fotografias aéreas e dados bibliográficos. um local preliminar para o desenvolvimento dos
Essas informações devem ser exaustivamente estudos de campo. Para esses estudos é necessário
analisadas, elaborando-se, para cada local, uma um planejamento detalhado, cuja complexidade
ficha e croquis com todas as informações. depende, principalmente, de aspectos logísticos.
A seguir deve ser efetuado um reconheci- Assim, na Amazônia as condições de acesso, co-
mento por via aérea, utilizando avião leve de asa municação e alojamento são determinantes da
alta ou helicóptero, este com a desvantagem do velocidade dos trabalhos. Em outras regiões, com
abastecimento mais frequente. Em geral, nesse acesso mais fácil, o planejamento é menos com-
reconhecimento, além do geólogo, deve ir um plexo, já que alojamento, alimentação e meios de
engenheiro especializado em arranjo, geralmen- transporte estão disponíveis.
te em duplas, para permitir que um observe e o Os trabalhos de campo destinam-se a ajustar
outro registre. A principal função do sobrevôo é o posicionamento do eixo às condições locais efe-
identificar os trechos do rio mais favoráveis para a tivamente encontradas e a definir a disponibilida-
implantação dos aproveitamentos. Além disso, o de de materiais naturais de construção. Para isso,
reconhecimento aéreo é fundamental para a esco- um mapeamento geológico detalhado, apoiado
lha de eixos, principalmente na região amazônica, por sondagens a trado, poços de inspeção e son-
sendo tarefa de rotina nos estudos de inventário. dagens sísmicas de refração fornece os elementos
Neste sobrevôo são identificadas as feições topo- preliminares sobre a posição do topo de rocha e
gráficas e geológicas regionais e, se possível, defi- do nível d´água, a distribuição das unidades e
nidos os eixos. feições geológicas, tanto em superfície como em
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Geologia aplicada a barragens
4 INVESTIGAÇÕES
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
360º (Figura 10). Como são imagens digitais, as des- que, não havendo restrições, a operação completa
continuidades e outras feições podem ser identifi- de um furo de 30 a 50m (perfuração, lavagem e
cadas e obtido o estereograma das diversas famí- televisamento) pode ser concluída em dois dias,
lias de fraturas. A perfuração com rotopercussão é permitindo sua aplicação em investigações para a
muito rápida e o televisamento também, de forma liberação de fundação na fase construtiva.
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Geologia aplicada a barragens
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
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Geologia aplicada a barragens
Acréscimos:
*1 – As sondagens devem penetrar no mínimo 10m abaixo da cota de fundação, se não existirem feições subhorizontais
*2 – Três seções transversais nas estruturas de concreto e quatro nas barragens de terra, cada uma com duas sondagens
Além do tipo e características da barragem, são necessárias apenas sondagens para detalha-
diversos outros fatores devem ser considerados mento de feições localizadas, para a investiga-
na formulação de um plano de investigações, ção de condições geológicas anteriormente não
entre os quais os maciços de fundação, o com- detectadas e para a liberação de fundações. Neste
portamento do topo de rocha, as condições hi- caso deve-se admitir uma metragem de 20% do
drogeológicas e outras específicas do sítio e do total despendido nas fases anteriores de projeto.
arranjo geral. Atualmente, com o desenvolvimento de de-
Para uma região com alta complexidade ge- senhos de projetos com recursos tridimensionais
ológica, a metragem de sondagens poderá ser (3D), um mapa com curvas de contorno do topo
acrescida de 50 a 70%. Nas Instruções para estudos de rocha é essencial para a elaboração desses de-
de viabilidade (Eletrobras/DNAEE, 1997), reco- senhos, o que pode exigir sondagens fora da área
menda-se um espaçamento entre sondagens de da barragem.
50 a 100m ao longo do eixo. Essa variação con- Para a elaboração desse mapa é necessário
templa a complexidade geológica e os requisitos definir o topo de rocha dura (Figura 11), esca-
dos arranjos, sendo compatível com os dados da vável somente com explosivo e, eventualmen-
Tabela 1, baseada em eixos investigados. te, dependendo das características do maciço, o
Para a fase de projeto básico consolidado topo de rocha de escavação comum, sem uso de
será necessário, aproximadamente, a mesma me- explosivos (equivalente à base do solo), resultan-
tragem utilizada na fase de viabilidade avançada, do em dois mapas de contorno. Outros mapas de
desde que o eixo permaneça no mesmo local. contorno podem ser necessários, por exemplo,
Sendo a metragem de sondagens adequada para mostrar as condições geológicas na cota de
nas fases anteriores, durante o projeto executivo fundação das estruturas de concreto.
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
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Geologia aplicada a barragens
Os solos transportados são definidos por si- Essas informações devem atender não somen-
glas, como nos exemplos abaixo: te às necessidades do projeto das estruturas da bar-
■■ ALar - aluvião arenoso; ragem, mas também da determinação de volumes
■■ ALag - aluvião argiloso; e quantitativos de serviços de construção.
■■ COag - coluvião argiloso. Finalmente, a apresentação dos dados decor-
rentes dos estudos geológicos deve considerar
Maiores informações sobre a definição de uni- sua utilização por diversos outros profissionais,
dades geológicas podem ser encontradas no artigo os quais podem ou não estar familiarizados com
Classificação genética dos solos e dos horizontes de alte- os conhecimentos geológicos.
ração de rochas em regiões tropicais (Vaz, 1996).
Os critérios de classificação de sondagens de-
6 RISCO GEOLÓGICO
vem ser definidos e registrados em relatório es-
pecífico no início dos serviços. Se necessário, um Antes de discutir os riscos geológicos é con-
treinamento em classificação deve ser oferecido veniente esclarecer a distinção entre imprevisto
aos geólogos responsáveis. Norbury (2010) dis- geológico e imprevisível. Diz-se como imprevis-
cute detalhadamente a descrição de exposições to uma feição conhecida, por exemplo, uma falha
e amostras de solo e rocha para fins de Geologia de empurrão, não detectada por deficiência da
de Engenharia. Apesar de utilizar normas britâni- investigação ou da interpretação dos dados ou
cas e européias, são apresentados procedimentos qualquer outra limitação. Imprevisível aplica-se
para a sistematização e codificação das descrições a feições desconhecidas do meio técnico, situadas
de materiais, alteração, descontinuidades e vários além do estado da arte. São situações muito mais
outros parâmetros geológico-geotécnicos. raras, que podem ser exemplificadas pelo basalto
De forma geral, o plano de investigações deve de baixa densidade (“basalto leve”) encontrado,
responder ou fornecer dados para as seguintes pela primeira vez, na casa de força da UHE Porto
questões: Primavera (Tressoldi et al., 1986). Os imprevistos,
i) posição do topo de rocha na área das estrutu- entretanto, são muito mais comuns, em geral de-
ras de concreto considerando o topo de rocha correntes de investigação insuficiente.
dura (escavável a fogo) e o topo de rocha ade- É também conveniente esclarecer a distin-
quado para fundação; ção entre incerteza geológica e risco geológico.
ii) distribuição em superfície das unidades e fei- A incerteza geológica é a parcela das condições
ções geológicas; geológicas que pode ficar oculta, mesmo após a
iii) distribuição em subsuperfície das unidades aplicação de todos os recursos de investigação.
geológicas, com suas espessuras definidas; Exemplificando, uma falha no maciço rochoso,
iv) caracterização das estruturas com a identifica- coberta por coluviões, poderá não ser detectada,
ção das famílias de fraturas e macro-estrutras; pois, caso a falha seja vertical, dificilmente será
v) caracterização hidrogeológica das unidades e atravessada pelas sondagens, em geral também
estruturas condicionantes da percolação; verticais. Neste caso, a falha somente será revela-
vi) caracterização geomecânica das unidades geo- da quando a cobertura for removida, podendo ou
lógicas e estruturas que condicionam a esta- não vir a se constituir em risco geológico.
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
O risco geológico está associado a condições maiores ou mais indefinidos forem esses riscos,
geológicas conhecidas que podem afetar o suces- mais cara será a apólice.
so (custo, prazo e segurança) da obra. Abrange, As construtoras, por sua vez, majoram seus
também, condições geológicas suspeitas ou não serviços e custos por fatores de contingência toda
completamente avaliadas por insuficiência de vez que uma determinada atividade não possa ser
dados. Exemplificando, um sistema de fraturas adequadamente prevista, seja em termos de quan-
transversais ao rio, desde que paralelo às paredes tidades ou de dificuldade de execução. Exempli-
de escavação da casa de força, dependendo do ficando, um desmonte subaquático pode ser con-
mergulho, pode afetar a estabilidade das paredes, venientemente previsto e seu custo é conhecido,
requerendo tratamentos adicionais. Um exemplo porém, a dificuldade para remover o material des-
de feição suspeita é a possibilidade de ocorrer montado, em um “canalão” profundo, constitui-se
uma camada de areia e blocos de rocha no fundo em um risco geológico, pois dificilmente pode ser
de “canalões”, dificultando a vedação de enseca- calculada. Dessa forma, é aplicado um acréscimo
deiras. Dificilmente a camada será detectada com no preço de desmonte subaquático toda vez que
sondagens devido às dificuldades de execução, estiver envolvida a escavação de um “canalão”.
mas há uma elevada probabilidade de sua ocor- As condições geológicas que mais frequente-
rência por tratar-se de rocha dura e existirem blo- mente constituem riscos geológicos são:
cos de rocha na superfície. ■■ variação na posição do topo de rocha dura,
No modelo anterior de construção de aprovei- alterando os volumes de escavação, princi-
tamentos hidroelétricos os eventos então conheci-
palmente aqueles que requerem explosivos;
dos como surpresas geológicas eram suportados pelo
■■ sistemas de fraturas capazes de afetar a esta-
proprietário da obra, o qual arcava com os custos
bilidade das paredes de escavação, requeren-
decorrentes. Na época, as obras eram remuneradas
do tratamentos adicionais;
por preços unitários aplicados às quantidades me-
■■ fraturas abertas requerendo esforço adicional
didas, o que facilitava os ajustes de custos.
de tratamento com injeções;
Com a mudança do setor elétrico e a neces-
■■ canalões e paleocanais preenchidos total ou
sidade de conhecer antecipadamente o custo da
parcialmente;
obra, os contratos com as empreiteiras passaram a
■■ feições geológicas capazes de afetar a estabi-
ser por preço global, sendo as parcelas pagas por
evento, conforme definido no cronograma de cons- lidade das estruturas e a deformabilidade da
trução ou por medição, porém, respeitando o custo fundação;
global ofertado. Essa mudança acarretou a entrada ■■ feições geológicas favoráveis ao desenvolvi-
de novo personagem na construção dos aproveita- mento de processos de piping e
mentos hidroelétricos, o risco geológico, ou mais ■■ insuficiência da investigação geológica.
especificamente, quem responde pelo custo de se-
rem encontradas condições geológicas desfavorá- A avaliação do risco geológico pode ser feita
veis não reveladas no projeto básico utilizado pelo com distintos graus de detalhamento. O exemplo
empreiteiro para a composição de seu preço. apresentado na Tabela 2 constitui um procedi-
Em geral as construtoras são obrigadas, por mento qualitativo baseado no conhecimento das
dispositivo contratual, a contratar apólices de se- condições geológicas e na experiência anterior.
guro para cobrir diversos riscos, entre os quais Contém, entretanto, todos os elementos necessá-
os chamados riscos de engenharia, nos quais se rios para aferir o risco geológico e adotar as medi-
incluem os riscos geológicos. Entretanto, quanto das de contingência apropriadas.
88
Geologia aplicada a barragens
Estruturas
Refe- Descrição Processos e Risco
da barragem Intervenções
rên- do Condi- efeitos es- Qualita- Mitigação
possivelmen- necessárias
cia cionante perados tivo
te afetadas
Aumento nos volumes de
Profundidade Aumento do volume
Profundidade concreto na área dos cana-
G1 maior do que a Barragem de CCR Alto de concreto utilizado
dos canalões lões e acréscimo do prazo de
prevista na barragem e prazos
construção
Camadas de
areia com blocos Erosão interna Médio Aumento do volume
de rocha e eleva- Aumento nos volumes das
G2 Ensecadeiras de material utilizado
da condutivida- ensecadeiras
(piping) na ensecadeira
de hidráulica em
canalões
Substituição por areia Considerar uso de areia
G3 Jazidas de areia Não encontradas Concreto e filtros Médio
artificial. artificial.
Adequada para Execução de investi-
Suficiência das Estruturas do
G4 estudos de Baixo gações adicionais nas Programas de investigações
investigações arranjo
viabilidade próximas fases
Sobreescavação Rocha muito Taludes provisó- Plano de fogo ajusta- Acréscimo do volume de
G5 Baixo
em rocha fraturada rios e finais do e fogo cuidadoso concreto
G6 Uso de cimento pozolânico
Reatividade do Reação álcali- Estruturas de Estudos de dosagem
Baixo com custo de transporte
granito agregado concreto do concreto
mais alto.
Barragem de CCR, Tratamento das fra-
Subpressões, Baixo
Fraturas de vertedouro, muros turas com injeções e
recalques e ins- Aumento no volume de
G7 alívio subhori- e outras estruturas drenagem; sobrees-
tabilidade das concreto de enchimento
zontais com fundações cavação ou chavetea-
estruturas
rasas mento da fundação
G8 Barragens e ense- Execução de inves- Ensaios e sondagens con-
Áreas de em- Ensaios insufi-
cadeiras construí- Baixo tigações, estudos e forme programa de inves-
préstimo de solo cientes
das com solo ensaios tigação
Conforme exemplificado pela Tabela 2,a ava- do impacto no prazo, custo e segurança da obra.
liação do risco geológico compreende as seguintes Essa avaliação é qualitativa atribuindo-se à quali-
etapas, indicadas pelas diversas colunas da tabela: ficação de riscos baixo, médio ou alto. Devem ser
■■ sigla de referência do risco; ainda consideradas as características específicas
■■ descrição do condicionante geológico respon- da obra e das medidas mitigadoras, sendo man-
sável pelo risco; datório o impacto na obra.
■■ processos associados e efeitos esperados de- Assim, uma feição frequente, porém de baixo
correntes do risco; impacto, por exemplo, um sistema de fraturas com
■■ estrutura da obra afetada pelo risco;
atitude desfavorável para a estabilidade das pare-
■■ avaliação qualitativa do risco (baixo, médio
des de escavação pode ser considerado de baixo
e alto);
■■ intervenções necessárias; e risco se o talude for de baixa altura. Esse mesmo
■■ medidas mitigadoras dos efeitos do risco. sistema, num talude elevado, pode tornar-se de ris-
co médio, caso a dificuldade com os trabalhos de
Dos itens acima requerem comentários espe- contenção possa afetar o prazo previsto para tais
cíficos a avaliação do risco e a recomendação de serviços. Finalmente, se a condição da obra permi-
medidas mitigadoras. Os demais itens são auto- tir que o sistema possa afetar a estabilidade de uma
explicativos pela leitura da Tabela 2. estrutura de concreto, o risco pode tornar-se alto.
A qualificação do risco depende da probabili- Para a qualificação do risco e a recomendação
dade de sua ocorrência e dos seus efeitos, ou seja, de medidas mitigadoras, destinadas a reduzir ou
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Revista Brasileira de Geologia de Engenharia e Ambiental
eliminar os efeitos das feições geológicas desfavo- Eletrobras 2007. Manual de inventário hidroelé-
ráveis, é necessária uma abordagem multidiscipli- trico de bacias hidrográficas. Eletrobras, Brasília.
nar com a participação de especialistas. Em outros
casos, as medidas mitigadoras podem exigir con- Fundsolo 2011. Perfilagem ótica. In: Mesa Re-
sultas a empresas especializadas em métodos de donda: Sondagens – Método, Procedimentos e
tratamento. Qualidade – Associação Brasileira de Geologia
de Engenharia e Ambiental (ABGE) e Associação
Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia
7 CONCLUSÕES Geotécnica (ABMS). São Paulo, março 2011. Ca-
derno, p.7.
A Geologia de Engenharia (GE) é uma ativi-
dade consolidada no estudo e construção de bar- Lei Nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995. Dis-
ragens. Contribuíram para essa consolidação os ponível em http://www.aneel.gov.br/cedoc/
trabalhos de liberação de fundações, de seleção de blei19958987.pdf. Acessado em 24 jun 2011.
eixos e da avaliação do risco geológico.
A evolução dessas áreas é distinta. A liberação Norbury, D. 2010. Soil and Rock Description in
de fundações é tarefa exclusiva da GE e sua evo- Engineering Practice. Whittles Publishing. Sco-
lução depende essencialmente da própria GE. A tland, UK. 288pp.
seleção de eixos depende da habilidade da GE em
identificar a aderência dos arranjos às condições Revista Exame 2011. Disponível em: http://exa-
locais. Finalmente, a avaliação do risco geológico me.abril.com.br/negocios/ empresas/noticias.
ainda tem muito a evoluir, não só na identificação Acessado em 17 jun 2011.
dos riscos, mas também na busca de métodos de
quantificação. Ruiz, M.D. 1963. Mecanismo de desagregação de
rochas basálticas semi alteradas. In: II Congresso
Panamericano de Mecânica dos Solos e Enge-
Agradecimentos nharia de Fundações. Anais. vol 1, p.533-541.
Agradecemos à geóloga, Dra. Marilda Tressoldi, pela SETUR - Secretaria de Turismo do Rio Grande do
revisão e comentários; e aos colegas, que forneceram Sul 2011. Disponível em: http://www.turismo.
dados sobre os equipamentos. rs.gov.br/portal. Acessado em 13 jun 2011.
Eletrobras/DNAEE 1997. Instruções para estu- Tressoldi, M., Guedes, M.G.,Vaz, L.F. 1986. Ocor-
dos de viabilidade. Eletrobras/Dnaee, Brasília. rências de basalto de baixa densidade na Usina
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Eletrobras/Aneel 1999. Diretrizes para a elabo- projeto. In: II Simpósio Sul Americano de Me-
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zação de maciços rochosos fraturados visando a genharia na década de 60. In: ABGE 30 anos.
proposição de modelos para fins hidrogeológicos ABGE, p.: 20-85.
e hidrogeotécnicos. Dissertação de mestrado,
Instituto de Geociências, Universidade de São Wittmann, D.; Bonilla, S.H. 2009. Determination
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Vaz, L.F. 1996. Classificação genética dos solos e 2nd International Workshop in Advances in
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