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Sumário
Introdução ---------------------------------------------------------------------------------- 2
Elementos Básicos ----------------------------------------------------------------------- 3
intervalos -------------------------------------------------------------------------------- 3
escalas ----------------------------------------------------------------------------------- 6
Os acordes e o campo harmônico --------------------------------------------------- 12
A voz ------------------------------------------------------------------------------------------- 22
extensão e tessitura ------------------------------------------------------------------- 22
nota de cobertura e registro vocal --------------------------------------------------- 24
Movimento entre as vozes ----------------------------------------------------------- 26
Análise melódica ------------------------------------------------------------------------- 29
notas reais ------------------------------------------------------------------------------- 30
notas auxiliares ------------------------------------------------------------------------- 32
Encadeamento de acordes ----------------------------------------------------------- 42
Encadeamento de acorde com nota em comum ---------------------------------- 43
Encadeamento de acordes sem nota em comum --------------------------------- 44
Encadeamento do acorde de dominante com sétima ----------------------------- 44
Inversões -------------------------------------------------------------------------------- 47
Arranjo a duas vozes ------------------------------------------------------------------- 50
contracanto passivo -------------------------------------------------------------------- 50
contracanto ativo ----------------------------------------------------------------------- 53
melodia em bloco ---------------------------------------------------------------------- 55
Arranjo a três vozes em bloco ------------------------------------------------------ 59
Arranjo a quatro vozes em bloco -------------------------------------------------- 62
Contracanto a três, quatro ou mais vozes ------------------------------------- 65
O Arranjo completo --------------------------------------------------------------------- 67
exemplo 1 - Canto do Povo de um Lugar ------------------------------------------- 69
exemplo 2 - Arrastão ------------------------------------------------------------------ 71
exemplo 3 - San Vicente -------------------------------------------------------------- 82
exemplo 4 - Colheita ------------------------------------------------------------------- 85
exemplo 5 - Araruna ------------------------------------------------------------------- 90
Conclusão ----------------------------------------------------------------------------------- 94
Bibliografia --------------------------------------------------------------------------------- 95
2
Introdução
Elementos básicos
Há elementos musicais básicos que o arranjador precisa dominar para o
desenvolvimento de um bom trabalho. Neste capítulo revisaremos alguns
destes elementos considerados essenciais. São estes os intervalos, as escalas,
os acordes e o campo harmônico. Será necessário que o leitor já tenha domínio
da escrita e leitura musical, principalmente em clave de Sol e clave de Fá, pois
não é objetivo deste trabalho o estudo destes elementos, assim como, também,
não é objetivo deste trabalho o estudo dos sinais de alteração como os
sustenidos e bemois.
Intervalos
Exemplos
5
Exemplos
Inversão de intervalos
3 6
4 5
Escalas
Escala Maior
T 2M 3M 4J 5J 6M 7M 8J
(Tônica) (Tônica)
Escala Menor
Menor natural
Menor harmônica - a sétima nota é auterada 1/2 tom acima em relação a natural.
Menor melódica - a sexta e a sétima são auteradas 1/2 tom acima em relação a natural. (Obs:
ela só tem esta estrutura quando tocada no sentido ascendente. Quando ela é tocada no sentido
descendente sua estrutura volta a ser iqual a da menor natural)
menor natural
menor harmônica
menor melódica
9
menor natural
T 2M 3m 4J 5J 6m 7m 8J
(Tônica) (Tônica)
menor harmônica
T 2M 3m 4J 5J 6m 7M 8J
(Tônica) (Tônica)
menor melódica
T 2M 3m 4J 5J 6M 7M 8J
(Tônica) (Tônica)
As Escalas Modais
T 2M 3M 4J 5J 6M 7M 8J
(Tônica) (Tônica)
modo Dórico - Ele é igual a escala menor natural com exceção de uma nota, a 6M
T 2M 3m 4J 5J 6M 7m 8J
(Tônica) (Tônica)
modo Frígio - Ele é igual a escala menor natural com exceção de uma nota, a 2m.
T 2m 3m 4J 5J 6m 7m 8J
(Tônica) (Tônica)
modo Lídio - Ele é igual a escala maior com exceção de uma nota, a 4A.
T 2M 3M 4A 5J 6M 7M 8J
(Tônica) (Tônica)
modo Mixolídio - Ele é igual a escala maior com exceção de uma nota, a 7m.
T 2M 3M 4J 5J 6M 7m 8J
(Tônica) (Tônica)
T 2M 3m 4J 5J 6m 7m 8J
(Tônica) (Tônica)
modo Lócrio - Ele é o único modo que têm duas notas características, a 2m e a 5D. O resto é
igual a escala menor natural.
T 2m 3m 4J 5D 6m 7m 8J
(Tônica) (Tônica)
Veja abaixo um exemplo dos sete modos tendo a nota Dó como a tônica
da escala.
modo Jônico
modo Dôrico
modo Frígio
modo Lídio
modo Mixolídio
modo Eólio
modo Lócrio
12
Nota Lá
Nota Sol (Terça acima do fá)
(Terça acima do mi)
Nota Fá
Nota Mi (Terça acima do ré)
(Terça acima do dó)
Nota Ré
Nota Dó (Fundamental)
(Fundamental)
Nota Si Nota Dó
(Terça acima do sol) (Terça acima do lá)
Nota Mi Nota Fá
(Terça acima do dó) (Terça acima do ré)
Nota Dó Nota Ré
(Fundamental) (Fundamental)
Tríades Tétrades
Sétima
Quinta Quinta
Terça Terça
Fundamental Fundamental
13
7M ou 7m ou 7D
5D ou 5J ou 5A
3M ou 3m
F(fundamental)
5J 5J 5D 5A
3M 3m 3m 3M
F F F F
exemplos tendo o Dó como Fundamental
Tétrade maior Tétrade maior Tétrade menor Tétrade menor Tétrade diminuta
com 7M com 7m com 7m com 7m e 5D
(conhecido
também como
meio-diminuto)
7M 7m 7m 7m 7D
5J 5J 5J 5D 5D
3M 3M 3m 3m 3m
F F F F F
exemplos tendo o Dó como Fundamental
14
As cifras
Fundamental do acorde
A B C D E F G
lá si dó ré mi fá sol
Tipo de Terça
Tipo de Quinta
Tipo de Sétima
• A sétima diminuta só aparece na tétrade diminuta. O símbolo que representa este tipo de
acorde é uma pequena bola no lado direito da cifra. (por exemplo: Cº)
Deste modo temos as seguintes cifras para cada tipo de acorde (será
usada a nota dó como exemplo de fundamental dos acordes).
Tríades
C Cm Cm(b5) C(#5)
Dó maior Dó menor Dó menor com quinta Dó com quinta
diminuta aumentada
Trétrades
C7M C7 Cm7 Cm7(b5) Cº
Dó maior com Dó maior com Dó menor com Dó menor com Dó diminuto
sétima maior sétima menor sétima menor sétima menor e
quinta diminuta
(ou dó meio-
diminuto)
15
Outros exemplos
C# Dó sustenido maior
Dm Ré menor
Fº Fá diminuto (tétrade)
13 (nota de tensão)
11 (nota de tensão)
9 (nota de tensão)
Fundamental
16
Os acordes do tipo X7M e Xm7 são acordes que podem ter a Sétima
substituída pela Sexta maior (6). Estas notas são intercambiáveis, podendo
aparecer uma no lugar da outra, mas pode, também, aparecer a sexta e a
sétima juntas. Nos demais acordes a sétima não pode ser substituída pela
sexta pois eles perderiam suas características funcionais, por isso para estes
acordes convencionou-se utilizar o termo (13) ou (b13) para representar o
acréscimo de uma sexta maior ou menor no acorde.
O acorde do tipo X7M pode, eventualmente, aparecer com a quinta
aumentada (#5), e o acorde do tipo X7 pode aparecer com a (#5) ou (b5).
17
Exemplos
Tríades
C Dm Em F G Am Bm(b5)
Tétrades
Tríades
Tétrades
Tríades
Menor
Natural
Cm Dm(b5) Eb Fm Gm Ab Bb
Menor
Harmônica
Menor
Melódica
Tétrades
Menor
Natural
Menor
Harmônica
Menor
Melódica
Tríades
Tétrades
A Voz
• Soprano Agudo
Extensão e Tessitura
Extensão
• Soprano →
• Meio-soprano →
• Contralto →
Observação: Apesar da
melodia do Tenor ser escrita
• Tenor → na Clave de Sol, o som real
que é emitido está uma oitava
abaixo.
• Barítono →
• Baixo →
23
Soprano
Meio-soprano
Contralto
Tenor
Barítono
Baixo
Dó 3
(Dó Central)
ou
É importante considerar que esses limites não podem ser aplicados para
todos os cantores pois a extensão individual pode variar muito, mesmo em
pessoas com a mesma classificação vocal.
Tessitura é o conjunto de notas que é emitido confortavelmente e com
maior homogeneidade. Geralmente a tessitura tem um alcance de uma décima
(uma oitava + uma terça).
Tessitura
Extensão
Nota de cobertura
Vogais Vogais
Fechadas Abertas
• Soprano • Tenor
A partir desta nota
ocorre a cobertura
• Meio-soprano • Barítono
• Contralto • Baixo
Mudança de registro
(Nas vozes masculinas ela ocorre uma oitava abaixo do que está indicado)
• Soprano e Tenor • Meio-soprano e Barítono • Contralto e Baixo
25
Observações
Soprano
Contralto
Tenor
Baixo
• Fazer com que a linha melódica de cada voz fique dentro da tessitura e em
torno da região central, se possível. Se ela fica muito próxima do limite grave a
voz perde volume e a projeção pode ficar comprometida. Quando ela fica
próxima do limite agudo há um desgaste muito grande e dificulta, em alguns
casos, a afinação e a homogeneidade do timbre. Nos casos onde mais de um
tipo de voz executa a mesma melodia, procure trabalhar com as notas comum
a tessitura de ambas, quando isto não for possível procure trabalhar com a
tessitura mais grave, pois diminui os riscos de danificar a voz.
Movimento Contrário
Movimento Oblíquo
Movimento Direto
Movimento Paralelo
Análise Melódica
Notas Reais
Como já foi dito anteriormente, as notas reais são as notas que também
fazem parte da harmonia. Elas podem ser notas do acorde, seja tríades ou
tétrades, ou notas de tensão. Veja no exemplo abaixo a análise melódica de um
trecho da música A Paz de Gilberto Gil e João Donato.
6M 3M e 5J Fundamental, 3m e 7m Fundamental
(nota de tensão) (notas da tríade) (notas da tétrade) síncopa
( adiantou o acorde)
5 b3 5 b7 5 3
F
5 b3 5 b7 5 3
F
b7 b3 5 b7 9 b7 5
Síncopa
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
7
7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7 7
Notas Auxiliares
Notas de Passagem
São notas que ligam por grau conjunto (intervalos de 2M ou 2m) duas
notas reais diferentes sendo estas do mesmo acorde ou não. Ela sempre
aparece em posição métrica fraca em relação a nota real.
notas de passagem
notas de passagem
P
P
P
P
P
P P
P
Bordadura
A bordadura ocorre entre uma nota real e a sua repetição imediata. Ela
sempre aparece por grau conjunto (2M ou 2m) e em posição métrica fraca em
relação a nota real. A bordadura pode ser superior ou inferior, diatônica ou
cromática.
Bordadura
Bordadura
Bordadura
35
mau efeito
Apojatura
A Apojatura é uma nota melódica que precede a nota real por grau
conjunto (2M ou 2m). É como se, momentaneamente, esta nota tomasse o
lugar da nota real para logo em seguida resolver na mesma. A apojatura ocorre
em posição métrica forte em relação a nota real. Ela pode ser superior ou
inferior, diatônica ou cromática. O valor da figura rítmica da aporjatura pode ser
maior ou menor que o valor da figura rítmica da nota real.
Apojatura
Apojatura
Apojatura Apojatura
Tomar um cuidado
maior com este efeito
É mais recomendado
37
Não é recomendado
Apojaturas
Apojatura
Passagem
resolução
Apojatura resolução resolução
38
Retardo
Retardo
Retardo
Antecipação
Antecipação
Antecipação
Antecipação
39
Antecipação indireta
Deste modo numa condução de vozes, uma voz pode antecipar a nota de
outra voz.
Escapada
Maria Luisa Priolli escreve em seu livro o seguinte: "Embora seja uso
chamar a antecipação indireta de escapada, esta denominação é indevida, pois
a verdadeira escapada não antecipa nota alguma, uma vez que, a autêntica
escapada é estranha ao acorde imediatamente àquele em que ela se encontra"
(1986). Com isso a escapada é uma nota que não pertence nem ao acorde em
que ela está inserida e nem ao acorde posterior. Ela ocorre em posição métrica
fraca em relação a nota real e pode ser alcançada por grau conjunto e resolvida
por salto, ou alcançada por salto e resolvida por grau conjunto.
Escapada
40
Escapadas sucessivas
Observações Finais
• Nota de Passagem = P
• Bordadura = B
• Apojatura = Ap
• Retardo = R
• Antecipação = An
• Escapada = E
Exemplos
5 F 7 P 9 F b7 b13 b5 P An
5 b3 F
F P b3 5 Ap b3 5 E An F
5 P b7 13 5 B b3 5 F F 13
b7
sincopa
F 5 F An B F An 3 F 5 Ap b3 3 Ap F 3 F F
3 F 5 F 3 An b3 An
P b7 F P b7
b3 An b3 Ap F b7 b3 P 3 Ap 5 3 Ap F 5
42
Encadeamento de acordes
nota comum
notas comuns
V7 I
Fund. 5J
(em outra voz sem ser no baixo)
7m 3(M ou m)
5J Fund.
3M Fund.
Fund. Fund.
(no baixo)
Exemplo 1 Exemplo 2
3 F 7 3
7 3 F
3
5 F
F 5
F F F F
V 7(b9) I
b9 5J
7m 3(M ou m)
VIIº 5J Fund.
3M Fund.
Fund. Fund.
(ausente no acorde diminuto)
G 7(b9) C
Láb Sol
Fá Mi
Bº Ré Dó
Sí Dó
Sol Dó
(ausente no acorde diminuto)
47
Inversões
A Primeira Inversão
A Segunda Inversão
Contracanto Passivo
Exemplo 4: Trecho da música Eu Sei que Vou de Amar de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
52
• Definir a tonalidade ideal para o tipo de voz que irá cantar a melodia principal,
levando em consideração o tipo de grupo que irá interpretar (coral, quarteto
feminino, quarteto masculino, etc.) e a sonoridade pretendida (mais vibrante,
mais suave, mais escuro, mais claro, etc.). Não esquecer de escrever o
contracanto de acordo com o tipo de voz que irá cantá-lo.
Segunda menor
não é recomendado
• Evitar cruzamento de vozes ( que é o fato de uma voz, que estava cantando
mais grave que a outra, passar a cantar mais agudo). Não significa que isso
nunca possa ocorrer, porém se a intenção é ter melhor clareza melódica o
cruzamento pode atrapalhar.
• Não esquecer de ficar sempre atento com a análise dos movimentos entre as
vozes (contrário, oblíquo, direto e paralelo) e com a análise melódica do canto
e do contracanto.
53
Contracanto Ativo
Etc...
Contracanto Passivo
da música Vira Virou.
Melodia em Bloco
Veja abaixo uma análise das duas melodias e de alguns movimentos entre elas.
5 P P P 5 F 5 5 P 3 P 5 P 3
3
A melodia principal
está na voz da F F F P P 3 P P F B F
contralto movimento
F 3 Contrário
3 F 3 F
5 5 B F
An 3 P 3
57
Exemplo: Arranjo Completo para duas vozes da música Asa Branca de Luiz Gonzaga e
Humberto Teixeira
58
Este arranjo foi feito para um grupo vocal de idosas que estava no início
de suas atividades. As integrantes não tinham muita experiência com o canto,
por isso uma das prioridades na elaboração do arranjo foi de fazê-lo o mais fácil
possível. A tessitura da segunda voz não excede uma sexta e procurou-se
utilizar preferencialmente os graus conjuntos e, em alguns momentos, saltos
pequenos como de terça ou quarta.
59
F 5 F An B F An 3 F 5 P 3 3 Ap F 3 F F
F 3 5 3 5 F 3 F F 5 F 5 5
F 3 P P 5 5 3
F 3 5 3 3 5 3
3 F 5 F 3
5 F
F 5 3
5 3 F 3 5
60
5 11 F b7 5
síncopa
3 5
b3
6 b9 b7
11 9 Ap 3 7 6
F
b7 9 F 5
b5
3 F b7 b3 3
Este arranjo foi feito para o Quarteto Vocal Vaga Mundo que tem como
formação três vozes femininas e uma masculina. O arranjo foi elaborado para
três vozes a capella (sem acompanhamento). A voz 1 e a voz 2 estão em
uníssono. Para um quarteto vocal, mudar a posição do uníssono pode mudar a
sonoridade de todo o arranjo. Observe que o arranjo começa com um uníssono
e posteriormente em duas vozes. Só depois da segunda fermata que surge a
terceira voz. Este efeito de ir abrindo as vozes progressivamente é um recurso
que pode ser utilizado na elaboração de um arranjo, seja ele a duas, três,
quatro ou mais vozes.
62
• Quando for necessário omitir alguma nota do acorde para acrescentar alguma
nota de tensão, geralmente omiti-se a quinta.
• Ter um cuidado maior com a linha do baixo, pois é ela que dá maior
sustentação harmônica ao conjunto. Ficar atento a todas as recomendações
expostas no item "Encadeamento de acordes".
síncopa
F 5 b3 b7 b7 4 3 7 6
5 F 5 b3 b3 F b7 3
b3 5 F 5 5 9 5
F 3 F F F b3 F F
7 F P b7 4 b9 5 Ap F
3 3 b5 b7 b3
F b5 b3 P 5 3 b7
5 F F F
• Observe nos dois últimos compassos que a sensível, que está na voz do tenor,
não resolve na fundamental do Am7 e sim na sétima. Este recurso é muito
utilizado em arranjos a quatro vozes que utilizam tétrades. A sétima ou a nona
substituem a fundamental quando ela não está no baixo.
65
Exemplo 1: Trecho de um arranjo da música San Vicente de Milton Nascimento e Fernando Brant
feito para coro misto a capella.
Etc...
Exemplo 2: Trecho de um arranjo da música Canto do Povo de Algum Lugar de Caetano Veloso
feito para coro misto a capella.
Etc...
66
Exemplo 3: Trecho de um arranjo da música Sertanejo de Luis Dillah feito para o quarteto vocal
Vaga Mundo
Etc...
Todas as recomendações vistas nos ítens anteriores são válidas para este
ítem. A combinação da várias formas de se trabalhar o contracanto possibilita
uma gama enorme de sonoridades que pode ser explorada. É através do fazer,
ouvir, corrigir, experimentar, etc..., que o arranjador vai adquirindo fluência na
escrita de seus arranjos.
67
O arranjo completo
• Como será a forma geral do arranjo (se terá ou não introdução, interlúdios e
coda e qual será o número de repetições).
• Tocar cada melodia separadamente para saber como está soando e tocá-las
simultaneamente para saber o resultado sonoro do conjunto. É muito
importante ouvir o que está sendo escrito pois isto possibilita uma consciência
melhor da sonoridade do arranjo, evitando algumas surpresas desagradáveis.
• Não hesitar em apagar tudo e recomeçar quando isto for necessário. Muitas
vezes para chegar num resultado ideal é preciso refazer várias e várias vezes o
mesmo arranjo.
Exemplo 1: Arranjo completo da música Canto do Povo de Algum Lugar de Caetano Veloso
70
Este arranjo foi feito para o Quarteto Vocal Vaga Mundo no qual eu
participo como cantor, violonista e arranjador. Este quarteto é formado por três
vozes femininas e uma masculina. A melodia principal está o tempo todo na voz
masculina com exceção de uma das seções. O arranjo como um todo é dividido
da seguinte forma: seções A(compassos 1-32), B(compassos 33-67), C(compassos 68-83),
A´(compassos 84-32), B´(compassos 85-115) e Coda(compassos 116-Fim). Tanto na seção A
como na A´ é utilizado o contracanto nas vozes femininas. No caso da primeira
e da segunda voz, elas cantam em uníssono e é utilizado um recurso de
"pergunta e resposta" entre elas e a melodia principal. Na seção B e B´ o
recurso utilizado foi o de melodias em bloco. Na seção C apenas as vozes
femininas cantam, começando em uníssono e depois dividindo em 3 vozes em
bloco. Na Coda são criadas três melodias diferentes e independentes que vão
caminhando para o final.
82
Exemplo 3: Arranjo completo da música San Vicente de Milton Nascimento e Fernando Brant
83
84
Exemplo 4: Música Colheita de Carlos Menezes Júnior feito para coro misto a capella.
86
87
88
89
Exemplo 5: Arranjo completo da música Araruna Originária dos índios Parakanâ do Pará feito
para o quarteto vocal Vaga Mundo.
91
92
93
Este arranjo começa com um solo de uma das vozes femininas e depois
entra um uníssono das três vozes femininas. Logo em seguida a voz 2 canta a
melodia o tempo todo enquanto as outras vozes vão fazendo um contracanto
utilizando os motivos apresentados na melodia principal e assim vai até a coda,
onde há uma retomada do primeiro estrofe da música, porém, a duas vozes em
bloco e termina em uníssono.
94
Conclusão
Bibliografia