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CRÉDITO RURAL NO BRASIL

LUCILIA DE MIRANDA GONÇALVES

SÃO PAULO
2008
INDICE

1 - CRÉDITO RURAL.................................................................................................. 1
1 1 – INTRODUÇÃO............................................................................................... 1
1.2 – OBJETIVOS DO CRÉDITO RURAL......................................................... 2
1.3 – ATIVIDADES FINANCIADAS PELO CRÉDITO RURAL .................... 2
1.3.1- Como se classifica o crédito de custeio....................................... 2
1.3.2- Destinação do custeio ........................................................................ 2
1.4 – QUEM PODE SE UTILIZAR DO CRÉDITO RURAL?.......................... 3
1.5 – CONTRATAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA É OBRIGATÓRIA? 3
1.6 – EXIGÊNCIAS ESSENCIAIS PARA CONCESSÃO DE CRÉDITO
RURAL......................................................................................................................... 3
1.7 – COMO DEVE SER A FISCALIZAÇÃO DO CRÉDITO RURAL?........ 4
1.8 – O QUE É NOTA PROMISSÓRIA RURAL?............................................. 4
1.9 – O QUE É DUPLICATA RURAL?................................................................ 4
1.10 – GARANTIAS PARA OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTO RURAL .. 5
1.11 – DESPESAS DO CRÉDITO RURAL........................................................ 5
1.12 – LIMITES DE FINANCIAMENTO ............................................................ 5
1.13 – OUTRAS LINHAS DE CRÉDITO ........................................................... 6
1.14 – COMO OBTER O FINANCIAMENTO DESSES PROGRAMAS?..... 9
1.15 – COMO PODE SER LIBERADO O CRÉDITO RURAL? ..................... 9
1.16 – COMO DEVE SER PAGO O CRÉDITO RURAL? ............................... 9
2- PRONAF – PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA
AGRICULTURA FAMILIAR ...................................................................................... 10
2. 1 – INTODUÇÃO.............................................................................................. 10
2.2 – A AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO LOCAL. 10
2.3 – PRONAF – UMA CONQUISTA DOS AGRICULTORES
FAMILIARES ........................................................................................................... 11
2.4 – IMPORTÂCIA DO PRONAF PARA A AGRICULTURA FAMILIAR 16
2.5 – OBJETIVOS DO PRONAF........................................................................ 17
2.6 – PÚBLICO ALVO DO PRONAF: CARACTERÍSTICAS PARA
ENQUADRAMENTO NO PROGRAMA............................................................... 17
2.7 – O QUE É A DAP – DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PRONAF..... 20
2.8 – QUEM PODE OBTER FINANCIAMENTO DO PRONAF? ................. 22
2.9 – O QUE PODE SR FINANCIADO PELO PRONAF? ............................ 22
2.10 – DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA ACESSO AO CRÉDITO ......... 23
2.11 – AGENTES FINANCEIROS QUE OPERAM COM O PRONAF ....... 23
2.12 – GARANTIAS PARA ACESSO AO CRÉDITO .................................... 24
2.13 - ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL – ATER NO
CRÉDITO PRONAF................................................................................................ 24
2.14 - ITENS CONSIDERADOS PELOS BANCOS ...................................... 25
2.15 - COMO OBTER FINANCIAMENTO DO PRONAF.............................. 28
2.16 - COMO MANTER O FINANCIAMENTO DO PRONAF ...................... 29
2.17 - RELACIONAMENTO COM OS BANCOS............................................ 29
2.18- PRONAF INFRA-ESTRUTURA MUNICIPAL ....................................... 30
2.18.1 - Modalidade de Aplicação dos Recursos ..................................... 31
2.18.2 - Formas de Reembolso dos Recursos .......................................... 31
2.18.3 - Capacitação Profissionalização de Agricultores Familiares e
Técnicos ................................................................................................................... 31
2.18.4 - O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural ................. 32
3 – CRÉDITO FUNDIÁRIO ..................................................................................... 32
3.1 - Autonomia para as comunidades .........Erro! Indicador não definido.
3.2 - AUTONOMIA PARA AS COMUNIDADES. FUNDAMENTAL PARA O
BOM DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ................................................ 34
3.3 - Mecanismos de controle PARTICIPAÇÃO SOCIAL,
MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO. MECANISMOS DE CONTROLE E
TRANSPARÊNCIA.................................................................................................. 35
3.4 - Tipos de financiamento PARA CADA NECESSIDADE, O
FINANCIAMENTO CERTO................................................................................... 36
3.5 - Financiamento para a aquisição de terras ...................................... 36
3.6 - Tipos de financiamento PARA CADA NECESSIDADE, O
FINANCIAMENTO CERTO.....................................Erro! Indicador não definido.
3.7 - Financiamento para a aquisição de terras ...................................... 37
3.8 - Linhas de financiamento - Combate à Pobreza Rural COMBATE
À POBREZA RURAL .............................................................................................. 37
3.9 - NOSSA PRIMEIRA TERRA....................................................................... 38
3.10 - CONSOLIDAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR ......................... 39
3.11 - NOVAS CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO ................................... 40
3.12 - Juros............................................................................................................ 40
3.13 - Faixas de financiamento e juros ...................................................... 40
3.14 - Bônus de adimplência .......................................................................... 40
3.15 - Bônus adicional ....................................................................................... 40
3.16 - Bônus .......................................................................................................... 41
3.17 - Prazos de Financiamento .................................................................... 41
3.18 - Eu posso participar do Programa? Quem pode participar? ... 42
3.19 - Quem não pode participar?................................................................ 42
3.12 - Que compromissos estarei assumindo? ........................................ 43
3.20 - Quais serão os meus direitos? .......................................................... 43
3.24 - O que fazer para me cadastrar no sistema do programa? .... 47
4 – SEGURO RURAL ................................................................................................ 49
4.1 – Importância do Seguro Rural .............................................................. 49
4.2 – Coberturas Básicas.................................................................................. 51
3.4 –Modalidades que o Seguro Rural Abrange:..................................... 51
4.3 – O que é o Seguro da Agricultura Familiar?.................................... 51
4.2.1 - O seguro da agricultura familiar garante: .............................. 52
4.2.2 - IMPORTANTE:..................................................................................... 52
4.2.3 - PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O SEGURO DA
AGRICULTURA FAMILIAR E O PROAGRO TRADICIONAL .................. 53
4.3.4 - EXEMPLOS COMPARATIVOS DA COBERTURA DO SEGURO
DA AGRICULTURA FAMILIAR E DO PROAGRO TRADICIONAL ........ 54
1 - CRÉDITO RURAL

1 1 – INTRODUÇÃO
Para falarmos sobre esse tema, é importante sabermos a definição prevista pelo
Estatuto da Terra (Lei nº 4.504, de 30 de novembro de 1964), que diz: “Entende-se por
Política Agrícola o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra, que se
destinem a orientar, no interesse da economia rural, as atividades agropecuárias, seja no
sentido de garantir-lhes o pleno emprego, seja no de harmonizá-las com o processo de
industrialização do País”.
Esse conjunto de providências que a Lei menciona se expressa em:
● assistência creditícia;
● garantia de preços mínimos justos – compatíveis com a realidade dos agricultores
familiares.
● difusão de educação informal e formal, escolas no meio rural
● difusão de progresso técnico
● difusão de escoamento da produção
● rede de armazenamento
● apóia à comercialização
● eletrificação e irrigação
● assistência à saúde
● programas para construção de habitações rurais
● acesso aos meios de comunicação
● etc
Ou seja, garantir ao produtor rural sua perfeita integração social e ativa
participação no processo de desenvolvimento. Uma Política Agrícola que formalize
planos de ação para que o produtor possa adquirir seus insumos, produzir e escoar a sua
produção. Uma política agrícola com ênfase no associativismo e cooperativismo, que
oportunize ao homem do campo condições para poder manejar racionalmente a sua
unidade produtiva dentro da região climática e edafológica ( ciência que estuda os
solos) onde está situado
Também faz parte da Política agrícola dotar a área rural de condições de infra-
estrutura básica para o desencadeamento do processo produtivo rural. Assim, com todos
esses anteparos poderá ter o agricultor condições de eleger com a maior segurança

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possível os mais diversificados tipos de exploração agrícola que deseja praticar em sua
propriedade rural.

1.2 – OBJETIVOS DO CRÉDITO RURAL

► estimular os investimentos rurais feitos pelos produtores ou por suas associações


(cooperativas, condomínios, parcerias, etc);
► favorecer o oportuno e adequado custeio da produção e a comercialização de
produtos agropecuários;
► fortalecer o setor rural;
► incentivar a introdução de métodos racionais no sistema de produção, visando o
aumento da produtividade, à melhoria do padrão de vida das populações rurais e à
adequada utilização dos recursos naturais.

1.3 – ATIVIDADES FINANCIADAS PELO CRÉDITO RURAL

► custeio das despesas normais de cada ciclo produtivo;


► investimento em bens ou serviços cujo aproveitamento se estenda por vários ciclos
produtivos;
► comercialização da produção.

1.3.1- Como se classifica o crédito de custeio


● custeio agrícola;
● custeio pecuário;
● custeio de beneficiamento ou industrialização.

1.3.2- Destinação do custeio


● do ciclo de produtivo de lavouras periódicas, de entressafra de lavouras
permanentes ou da extração de produtos vegetais espontâneos, incluindo o
beneficiamento primário da produção obtida e seu armazenamento no imóvel rural ou
em cooperativas;
● da exploração pecuária;
● de beneficiamento ou industrialização de produtos agropecuários.

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1.4 – QUEM PODE SE UTILIZAR DO CRÉDITO RURAL?

► o produtor rural (pessoa física ou jurídica) e suas associações (cooperativas,


condomínios, parcerias, etc)
► cooperativas de produtores rurais; e
► pessoa física ou jurídica que, mesmo não sendo produtor rural, se dedique a uma das
atividades:
● pesquisa ou produção de mudas ou sementes fiscalizadas ou certificadas;
● pesquisa ou produção de sêmen para inseminação artificial;
● prestação de serviços mecanizados de natureza agropecuária, em imóveis
rurais, inclusive para a proteção do solo;
● prestação de serviços de inseminação artificial, em imóveis rurais;
● exploração de pesca, com fins comerciais.

1.5 – CONTRATAÇÃO DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA É


OBRIGATÓRIA?

Cabe ao produtor decidir a necessidade de assistência técnica para elaboração de


projeto e orientação, salvo quando considerados indispensáveis pelo financiador ou
quando exigidos em operações com recursos oficiais.

1.6 – EXIGÊNCIAS ESSENCIAIS PARA CONCESSÃO DE CRÉDITO


RURAL

► idoneidade do tomador;
► apresentação de orçamento, plano ou projeto, exceto em operações de desconto de
Nota Promissória Rural ou de Duplicata Rural;
► oportunidade, suficiência e adequação de recursos;
► observância de cronograma de utilização e de reembolso;
► fiscalização pelo financiador.

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1.7 – COMO DEVE SER A FISCALIZAÇÃO DO CRÉDITO
RURAL?

► crédito de custeio agrícola: pelo menos uma vez no curso da operação antes
da época prevista para liberação da última parcela ou até 60 dias após a utilização do
crédito, o caso de liberação em parcela única;
► empréstimo do Governo Federal, conforme previsto no Manual de Operações
de Preços Mínimos;
► demias financiamentos: até 60 idas após cada utilização para comprovar a
realização das obras, serviços ou aquisições. Cabe ao fiscal verificar a correta aplicação
dos recursos orçamentários, o desenvolvimento das atividades financiadas e a situação
das garantias, se houver.

1.8 – O QUE É NOTA PROMISSÓRIA RURAL?

Título de crédito utilizado nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola,


extrativa ou pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas
cooperativas; nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da mesma natureza
entregues pelos seus cooperados, e nas entregas de bens de produção ou de consumo,
feitas pelas cooperativas aos seus associados. O devedor é, geralmente, pessoa física.

1.9 – O QUE É DUPLICATA RURAL?

Nas vendas a prazo de quaisquer bens de natureza agrícola, extrativa ou pastoril,


quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por suas cooperativas, poderá ser
utilizada também, como título do crédito, a duplicata rural. Emitida a duplicata rural
pelo vendedor, este ficará obrigado a entregá-la ou remetê-la ao comprador, que a
devolverá depois de assiná-la. O devedor é, geralmente, pessoa jurídica.

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1.10 – GARANTIAS PARA OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTO
RURAL

As garantias são livremente acertadas entre o financiado e o financiador, que


devem ajustá-las de acordo com a natureza e o prazo do crédito e podem se constituir
de:
► penhor agrícola, pecuário, mercantil ou cedular;
► alienação fiduciária;
► hipoteca comum ou cedular;
► aval ou fiança;
► outros bens que o Conselho Monetário Nacional admitir.

1.11 – DESPESAS DO CRÉDITO RURAL

► remuneração financeira;
► imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações
relativas a Títulos e Valores Mobiliários;
► custo de prestação de serviços;
► adicional do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (PROAGRO);
► sanções pecuniárias;
► prêmio de seguro rural.

Nenhuma outra despesa pode ser exigida do mutuário, salvo o exato valor de gastos
efetuados à sua conta pela instituição financeira ou decorrentes de expressas disposições
legais.

1.12 – LIMITES DE FINANCIAMENTO

Recursos não - controlados: são livremente pactuados entre as partes

Recursos controlados: O montante de crédito de custeio ou EGF (Empréstimo do


Governo Federal) para casa tomador, não-acumulativo, em cada safra e em todo Sistema
Nacional de Crédito Rural (SNCR), está sujeito decreto governamental, até agora os
limites são:

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► R$ 400 mil – para algodão;
► R$ 300 mil – para lavouras irrigadas de arroz, feijão, mandioca, milho, sorgo
ou trigo (somente para crédito de custeio);
► R$ 250 mil – para milho;
► R$ 200 mil – quando destinado à soja nas regiões Centro –Oeste e Norte, no
sul do Maranhão, no sul do Piauí e na Bahia-Sul;
► R$ 150 mil – quando destinado ao cultivo de amendoim, arroz, feijão,
mandioca, sorgo, trigo, soja (nas demais regiões) e frutíferas;
► R$ 100 mil – quando destinados a café (somente para crédito de custeio);
► R$ 60 mil – quando destinado às outras operações de custeio agrícola ou
pecuários do EGF.

1.13 – OUTRAS LINHAS DE CRÉDITO

1 – Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos


Associados e Colheitadeiras ( Moderfrota)
Finalidade: facilitar a aquisição de tratores agrícolas e implementos associados,
colheitadeiras e equipamentos para preparo, secagem e beneficiamento de café,
financiada isoladamente ou não.
Limite:
a) beneficiários com renda agropecuária bruta anual inferior a R$ 250 mil:
100% do valor dos bens adquiridos
b) beneficiários com renda agropecuária bruta anual igual ou superior a R$ 250
mil: 90% do valor dos bens adquiridos
Taxa de juros: 8,75% a.a. (renda agropecuária bruta anual inferior a R$ 250 mil) ou
10,75% a.a (renda agropecuária bruta anual igual ou superior a R$ 250 mil).

2 – Programa de Incentivo ao Uso de Corretivos de Solos (PROSOLO)


Finalidade:incentivar o uso adequado de corretivos de solos
Limite: R$ 80 mil por produtor rural
Taxa de juros:8,75% a.a.

3 – Programa Nacional de Recuperação de Pastagens Degradadas (PROPASTO)


Finalidade: recuperar áreas e pastagens degradas

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Limite:R$ 150 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75% a.a.

4 – Programa de Incentivo à Mecanização, ao Resfriamento e ao Transporte Graneleiro


da Produção de Leite (PROLEITE)
Finalidade: incentivar a melhoria na qualidade da produção de leite
Limite: R$ 60 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75% a.a.

5 – Programa de Desenvolvimento da Apicultura (PRODAMEL)


Finalidade: incentivar o desenvolvimento da apicultura no Brasil
Limite: R$ 20 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75% a,a,

6 – Programa de Apoio à Fruticultura (PROFRUTA)


Finalidade: apoiar o desenvolvimento da fruticultura
Limite: R% 100 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75% a.a.

7 – Programa de Desenvolvimento da Ovinocaprinocultura (PRODECAP)


Finalidade: aprimorar o manejo, a alimentação e a genética dos rebanhos com
conseqüente aumento da produção e produtividade dos mesmos.
Limite: R$ 40 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75% a.a.

8 – Programa de Desenvolvimento da Cajucultura (PROCAJU)


Finalidade: incrementar o agronegócio do caju na Região Nordeste
Limite: R$ 80 mil por produtor
Taxa de juros: 8,7ª5% a.a.

9 – Programa de Sistematização de Várzeas (SISVÁZEA)


Finalidade: aumentar a produção de grãos nas várzeas, especialmente milho, em todo o
território nacional.
Limite: R$ 40 mil por produtor

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Taxa de juros: 8,75% a.a.

10 – Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Vitrivicultura (PRODEVINHO)


Finalidade: modernizar o setor de vitivicultura da Região Sul
Limite:R$ 100 mil por produtor
Taxa de juros:8,75% a.a.

11- Programa de Desenvolvimento Sustentável de Floricultura (PRODEFLOR)


Finalidade: acelerar o desenvolvimento da floricultura brasileira
Limite: R$ 50 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75%

12 – Programa de Incentivo à Construção, Modernização das Unidades Armazenadoras


em Propriedades Rurais (PRAZEM)
Finalidade:aumentar a capacidade instalada de armazenagem nas propriedades rurais
Limite: R$ 300 mil por produtor
Taxa de juros: 8,75%

13 – Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Aqüicultura (AQUICULTURA)


Finalidade:
Limite: aumentar a produção de peixes, camarões e moluscos em regimes de aquicultura
Taxa de juros: 8,75%

14 – Programa de Apoio a Agricultura Irrigada ( PROIRRIGA)


Finalidade: apoiar o desenvolvimento da agricultura irrigada, de maneira a assegurar
maior estabilidade à produção, sobretudo de olerícolas, grãos e frutas
Limite: R$ 250 mil por beneficiário
Taxa de juros: 8,75%

15 – Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção


Agropecuária (PRODECOOP)
Finalidade: incrementar a competitividade do complexo agroindustrial das coopertivas
brasileiras, por meio da modernização dos sistemas produtivos e de comercialização
Limite: R$ 20 milhões por cooperativas com os seguintes tetos:

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a) até 70% do valor do projeto, quando se tratar de cooperativa com faturamento
superior a R$ 100 milhões
b) até 80% do valor do projeto, quando se tratar de cooperativa com faturamento
acima de R$ 50 milhões e até R$ 100 milhões
c) até 90% do valor do projeto, quando se tratar de cooperativa com faturamento
até R$ 50 milhões.
Taxa de juros: 10,75%

16 – Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Cacauicultura (PROCACAU)


Finalidade: aumentar a produtividade da lavoura cacaueira, por meio de clonagem e
adensamento
Limite: R$ 2.300,00 por hectare, respeitado o teto de R$ 200 mil por beneficiário
Taxa de juros: 8,75%

17 – Programa de Plantio Comercial de Florestas (PROPFLORA)


Finalidade: implantar e manter florestas destinadas ao uso industrial
Limite: r$ 150 mil por beneficiário
Taxa de juros: 8,75%

1.14 – COMO OBTER O FINANCIAMENTO DESSES


PROGRAMAS?
Por meio dos agentes financeiros credenciados pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

1.15 – COMO PODE SER LIBERADO O CRÉDITO RURAL?

De uma só vez ou em parcelas, em dinheiro ou em conta de depósitos, de acordo com


as necessidades do empreendimento, devendo as utilizações obedecer a cronograma de
aquisições e serviços.

1.16 – COMO DEVE SER PAGO O CRÉDITO RURAL?


De uma vez só ou em parcelas, segundo os ciclos das explorações financiadas. O prazo
e o cronograma de reembolso são estabelecidos em função da sua capacidade de

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pagamento, de maneira que os vencimentos coincidam com as épocas normais de
obtenção dos rendimentos da atividade assistida.

2- PRONAF – PROGRAMA NACIONAL DE FORTALECIMENTO DA


AGRICULTURA FAMILIAR

2. 1 – INTODUÇÃO
O acesso ao crédito rural pelos agricultores familiares é um importante
instrumento para o desenvolvimento local, principalmente nos pequenos municípios,
pois pode estimular novos investimentos, potencializar experiências de produção e
organização da produção, viabilizar a industrialização e a comercialização da produção,
tendo como conseqüência a geração de empregos e renda.
Apesar de isoladamente o crédito rural não ser a garantia do desenvolvimento,
ele pode ser um grande estimulador da necessidade e da busca por outros instrumentos
de políticas públicas para o meio rural, considerados como pré-requisitos para o
desenvolvimento local, tais como a assistência técnica, a pesquisa, a educação e
formação profissional, infra-estrutura (estradas, comunicação e armazenamento), e o
acesso à terra aos agricultores que não a possuem.
O PRONAF pode transformar-se nesse instrumento de desenvolvimento local,
mas antes deverá avançar muito no processo de articulação com as demais políticas
públicas, e melhorar a utilização dos recursos do crédito rural por parte dos agricultores,
em especial através do financiamento de atividades que gerem mais empregos, que
sejam economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis. Além disso, será preciso
ampliar significativamente o público de agricultores familiares que tem acesso ao
programa, favorecendo o processo de democratização e extensão de seus benefícios.

2.2 – A AGRICULTURA FAMILIAR E O DESENVOLVIMENTO


LOCAL

No Brasil 75% dos municípios têm menos de 20mil de habitantes. Na maioria


desses pequenos municípios, a agricultura é a base da economia, sendo responsável
direta ou indiretamente, por grande parte dos empregos e da renda rural e urbana. Nos
demais municípios apesar de uma parte da população rural depender de atividades não
agrícolas, é o desenvolvimento do conjunto das cadeias produtivas agropecuárias, aí

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compreendido a produção, a industrialização e a comercialização, que gera e mantém a
grande maioria dos empregos na área rural.
Considerando a população total dos pequenos municípios somadas à população
rural dos demais, obtém-se que entre 35 a 40% da população brasileira depende direta
ou indiretamente do desenvolvimento da atividade agropecuária.
Entre os agricultores brasileiros, os agricultores familiares são os que mais
geram empregos e fortalecem o desenvolvimento local, pois distribuem melhor a renda,
são responsáveis por uma parte significativa da produção nacional, respeitam mais o
meio ambiente e, principalmente, potencializam a economia nos municípios onde
vivem.
Com base nos dados do Censo Agropecuário de 1995/96, demonstra-se que os
agricultores familiares somam 4.139.369 estabelecimentos rurais, o que representa
85,5% dos quase 5 milhões de estabelecimentos rurais, existentes no Brasil. Estes
estabelecimentos familiares ocupam 30,5% da área agrícola total, respondendo por 38%
do VBP – Valor Bruto da Produção Agropecuária Nacional, o que equivale a cerca de
R$ 18,5 bilhões.
Estes dados, apesar de demonstrar a importância da agricultura familiar, não
mostram os sérios problemas estruturais e conjunturais vividos pelos agricultores
familiares no Brasil. Por exemplo, uma parte significativa desses não tem acesso a terra,
sendo que 39,8% deles possuí, sob qualquer forma, menos de 5 há de área e apenas
16,7% têm acesso a algum tipo de assistência técnica.

2.3 – PRONAF – UMA CONQUISTA DOS AGRICULTORES


FAMILIARES

O PRONAF não é uma concessão ou um presente do governo federal, mas sim


uma conquista dos agricultores familiares, que historicamente têm lutado por políticas
adequadas à sua realidade que visem o desenvolvimento sustentável. Ainda falta muito
para que este programa represente as reais demandas dos agricultores familiares, e que
inverta a lógica da política agrícola brasileira que sempre privilegiou o latifúndio. No
dia em que o PRONAF deixar de ser um programa, para se transformar na base da
política agrícola do Brasil, a agricultura familiar deixará de ser encarada como um setor
periférico na economia agrícola brasileira.

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A agricultura familiar nunca foi, e ainda não é, uma prioridade do governo
federal. Durante toda a ditadura militar, quando o crédito rural era farto e barato, muitos
agricultores familiares tiveram acesso ao crédito, mas o grosso do dinheiro e dos
subsídios foi para empresas agroindustriais e latifundiários, que ficaram com mais de
80% do valor do crédito rural liberado no período.
A maioria dos agricultores nunca teve acesso ao crédito rural. Em relação ao
crédito de investimento, importante instrumento do desenvolvimento, as condições e
valores foram muito diferenciados entre aqueles que o acessavam. Enquanto alguns
conseguiram financiar a compra de máquinas e implementos, a construção de
benfeitorias produtivas, ou a compra de mais terra, a maioria dos que o acessaram
tiveram que se contentar com pequenos investimentos, normalmente destinados à
compra de trilhadeiras, carrroças, instrumentos de tração animal e, no máximo, a
construção de pequenos galpões.
Em contraposição aos minguados recursos disponíveis para os agricultores
familiares, os agricultores patronais e os grandes latifúndios recebiam milhões para
consolidação e ampliação de seu domínio. Muitas agroindústrias que se instalaram neste
período também cresceram as custas do dinheiro público, através de subsídios diretos e
indiretos. Foi também o período dos projetos faraônicos nas regiões Norte e Nordeste,
que cresceram graças ao apoio e suporte do governo, manifestado através de subsídios e
isenções fiscais.
Em 1980, auge do crédito rural no Brasil, foram efetivados três milhões de
contratos, atendendo a cerca de 2 milhões de agricultores. Neste período, apesar do
grande número de contratos, cerca de 60% dos estabelecimentos rurais brasileiros não
tinham acesso ao crédito rural. Nos anos seguintes, a exclusão aumentou ainda mais,
sendo que no final da década de 80, o número de contratos já era inferior a um milhão e
no início dos anos 90, não alcançava os 500 mil contratos anuais.
Muitos agricultores familiares integrados às industrias, em especial as
fumageiras, mesmo sendo pouco capitalizados, tiveram acesso ao crédito de custeio ou
de investimento, mas as atividades financiadas são restritas às determinações das
agroindústrias.
A luta mais articulada e propositiva por um crédito de investimento destinado
aos agricultores familiares iniciou em 1993, quando da realização de um seminário
organizado pelo então Departamento Nacional dos Trabalhadores Rurais – DNTR/CUT

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em Chapecó/SC. Neste seminário foi estruturada uma primeira versão do que poderia
ser um programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar.
Na época travou-se uma grande discussão entre os dirigentes do movimento
sindical sobre qual deveria ser a bandeira central de luta do movimento naquele
momento. A proposta escolhida foi o crédito, defendendo que a luta e conquista do
crédito rural pelos agricultores poderia ser o estopim de uma série de outras
reivindicações dos agricultores familiares, colocando na pauta de luta questões
fundamentais, como assistência técnica, crédito fundiário, pesquisa, educação e
formação profissional, infra-estrutura e habitação.
Para concretizar estes objetivos, a proposta elaborada apresentava uma
diferenciação entre os agricultores familiares, mostrando a necessidade de um programa
de crédito que contemplasse a diversidade no interior da agricultura familiar.
Com o lema CRÉDITO DE INVESTIMENTO – Uma luta que vale milhões
de vidas – a proposta de crédito de investimento subsidiado para os agricultores
familiares tinha como objetivos:

● recuperar e implementar a infra-estrutura necessária aos pequenos estabelecimentos


rurais, redefinindo os seus sistemas de produção e capacitando-os para competirem com
os produtores dos países do Mercosul;

● adequar o nível tecnológico utilizado, possibilitando a redução dos custos de


produção e o aumento da qualidade e da produtividade agrícola;

● aumentar a produção de alimentos de forma a garantir a segurança alimentar do país;

● permitir o desenvolvimento de uma agricultura ecologicamente sustentável na


conservação dos solos, águas e demais recursos naturais;

● e fixar os agricultores familiares no campo, evitando o êxodo rural.


Em 1994, depois de muita pressão dos agricultores familiares, principalmente
através do I GRITO DA TERRA BRASIL, foi criado o PROVAP (Programa de
Valorização da Pequena produção Rural). Pela primeira vez na história da política
agrícola brasileira, a definição do público beneficiário aproximou-se das reivindicações
dos movimentos sociais, considerando como classificadores a área e o tipo de mão-de-

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obra utilizada na produção. Apesar de toda a propaganda governamental, este programa
foi limitado, atingido um número insignificante de agricultores.
Em 1995, novamente fruto da ação dos agricultores familiares, através do II
GRITO DA TERRA BRASIL, o governo federal criou o PRONAF (Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), substituindo o PROVAP. Apesar
do Conselho Monetário Nacional ter regulamentado as modalidades de crédito de
custeio e investimento, somente o custeio dói efetivado. Neste ano, os critérios para a
classificação do público beneficiário do PRONAF foram:

● agricultores (proprietários, arrendatários, parceiros e ocupantes) com menos de 4


módulos fiscais;

● utilização de trabalho direto familiar;

●emprego eventual ou ajuda de terceiros, quando a natureza da atividade sazonal o


exigir;

● não utilizar serviços de empregados permanentes;

● no mínimo 80% da renda familiar deveria ser originário da exploração agropecuária;

● residência na propriedade ou em aglomerado rural ou urbano próximo.

Os encargos do crédito de custeio do PRONAF para a safra 1995/96 foram de


16% ao ano, mas o agricultor tinha direito a um rebate de 25% da taxa de juros no
momento do pagamento, o que resultava em uma taxa efetiva de 12% ao ano. As taxas
de juros para os demais agricultores foram de 16% ao ano, apenas 4 pontes percentuais
superiores ao PRONFAF.
Os problemas e entraves impostos pelos bancos para a liberação do PRONAF
foram muitos, sendo liberado apenas R$ 89 milhões, com um valor de R$ 3.209 por
contrato, beneficiando apenas 33.227 agricultores com crédito de custeio, dos quais
25.216 na região Sul. O crédito de investimento do PRONAF não saiu do papel.

14
O PRONAF global, destinado a investimento em infra-estrutura comunitária e
formação foi aprovado em 1995, mas os projetos locais de desenvolvimento somente
começaram a ser aprovados no ano seguinte.
Em 1996, novamente devido a pressão do III GRITO DA TERRA BRASIL,
os agricultores familiares conquistaram a redução das taxas de juros para o crédito de
custeio de 12% para 9% e uma perspectiva para liberação de crédito de investimento.
Os recursos para o investimento viriam do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador),
sendo que o BNDS (Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) deveria
assumir a intermediação dos recursos entre o FAT e os bancos. A taxa de juros foi
calculada pela TJLP (Taxa e Juros de Longo Prazo) acrescida de juros de 6% ao ano. .
Neste ano a classificação dos beneficiários do PRONAF foi alterada,
permitindo aos agricultores que contratassem até 2 empregados permanentes
tivessem acesso ao programa.
Em 1997 a luta continuou, sendo que com o IV GRITO DA TERRA as taxas
de juros baixaram para 6,5% ao ano. A continuidade dessa luta, principalmente a
partir de uma greve de fome realizada por um grupo de agricultores familiares do Rio
Grande do Sul, resultou na criação do PRONAF ESPECIAL, destinado aos
agricultores familiares de menor renda.
Em 1998 as mobilizações das organizações de agricultores familiares avançaram
para a redução das taxas de juros de custeio,as quais caíram para 5,75% O PRONAF
ESPECIAL CUSTEIO, também conhecido como PRONAFINHO garantia também um
rebate de R$ 200,00 por contrato.
Nesta safra inicia-se uma linha de crédito específica para a agroindústria
familiar, com os primeiros projetos do PRONAF AGROINDÚSTIRA e do
AGREGAR (Projeto de Agregação de Renda da Agricultura Familiar). Outra novidade
foi a regulamentação do custeio na forma de crédito rotativo, também conhecido como
Rural Rápido, operado exclusivamente pelo Banco do Brasil.
Em 1999, com a extinção do PROCERA (Programa de Crédito Especial para a
Reforma Agrária), são criadas novas categorias de beneficiários do PRONAF, sendo
que os assentados também passam a ser considerados como beneficiários do programa.
Também foi criado o crédito coletivo para pessoas jurídica, destinado a
associações, cooperativas ou formas de agrupamento de caráter jurídico. Passam a ser
financiadas as atividades não agrícolas, como o turismo rural e o artesanato, além de
outras atividades ligadas ao meio ambiente.

15
2.4 – IMPORTÂCIA DO PRONAF PARA A AGRICULTURA
FAMILIAR

Conforme histórico da persistência deste conjunto de estabelecimentos


familiares no Brasil, que enfrentando todo tipo de obstáculos, vem demonstrando a sua
força expressiva no quadro econômico, agora, com o apoio governamental,
aparentemente um pouco tardio, pelas potencialidades que desenvolveu diante do
panorama crítico que aprendeu a superar, vislumbra-se, sem devaneios, um espetáculo
de progresso, desenvolvimento e crescimento dos pequenos produtores, uma vez que a
agricultura familiar passou a contar com uma política de crédito especifica, com
medidas que, além da disponibilização de recursos, simplificaram e agilizaram todo o
processo de concessão dos empréstimos.
Tais perspectivas decorrem do aprendizado resultante da experiência vivenciada
nas dificuldades e que guardam íntima relação com os requisitos atuais do mercado, em
favor das unidades familiares, no que tange a custo e qualidade de produção.

Primeiro, até por uma questão de sobrevivência própria, a unidade familiar aprendeu a
diversificar sua produção. Hoje, diversificar a produção é uma clara e consciente
estratégia de redução de riscos e de incertezas.
Segundo, também por falta de recursos, aprendeu-se na unidade familiar a utilizar a
adubação orgânica como meio de melhorar a sua produtividade. Hoje, o mercado se
abre ao produto orgânico, pelo valor agregado que os consumidores contemporâneos
neles conseguem ver. Tem sido crescente a produção de orgânicos em todo mundo.

Terceiro, também por escassez de capital, a unidade familiar aprendeu a trabalhar com
baixa exigência de capital fixo e baixo nível de investimento. Aprendeu-se a
desenvolver dentro da própria unidade os recursos necessários para a sua produção. Tal
característica reduz a dependência de insumos e serviços, o custo de produção e os
riscos, o que eleva a viabilidade e a sustentabilidade do sistema.
Estes, entre outros aprendizados, que num momento anterior acabaram sendo o
remédio necessário, tornaram-se hoje, experiências preciosíssimas que, dentro de um
novo universo econômico, aliado ao apoio governamental através do PRONAF, se

16
apresentam como os ingredientes perfeitos para o pleno sucesso desta sofrida classe
social.

2.5 – OBJETIVOS DO PRONAF

O PRONAF tem como objetivo propiciar condições para o aumento da capacidade


produtiva, a geração de empregos e a melhoria da renda, contribuindo para a melhoria
da qualidade de vida e a ampliação do exercício da cidadania por parte dos agricultores
familiares.Especificamente, o PRONAF tem como objetivo:·

► ajustar políticas públicas à realidade da agricultura familiar;

viabilizar a infra-estrutura rural à melhoria do desempenho produtivo e da


qualidade de vida da população rural;

► fortalecer os serviços de apoio ao desenvolvimento da agricultura familiar;

► elevar o nível de profissionalização de agricultores de base familiar,


proporcionando-lhes novos padrões tecnológicos e gerenciais;

► favorecer o acesso de agricultores de base familiar e suas organizações ao


mercado.

2.6 – PÚBLICO ALVO DO PRONAF: CARACTERÍSTICAS PARA


ENQUADRAMENTO NO PROGRAMA

► Agricultor Familiar – Grupo A


È formado pelos agricultores assentados pelo Programa Nacional da Reforma
Agrária que ainda não contrataram financiamentos de investimento no limite individual
permitido pelo antigo PROCERA, e pelos agricultores amparados pelo FUNDO DE
TERRAS E DA REFORMA AGRÁRIA (Banco da Terra).

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► Agricultor Familiar – Grupo B
Agricultores familiares e trabalhadores rurais que explorem parcela de terra na
condição de proprietários, arrendatários, parceiros, posseiros ou beneficiários da
Reforma Agrária, desde que :
a) residam na propriedade ou em povoado urbano ou rural próximo e não
dispõem, a qualquer título, de área superior a quatro módulos fiscais;
b) obtenham renda familiar oriunda da exploração agropecuária ou não
agropecuária do estabelecimento;
c) tem o trabalho familiar como base na exploração do estabelecimento e obtém
renda bruta anual familiar de até R$ 1.500,00, excluídos os proventos de aposentadoria
rural.

► Agricultor Familiar – Grupo C


Agricultores familiares e trabalhadores rurais que explorem parcela de terra na
condição de proprietário, posseiro, arrendatário, parceiro ou concessionário do
Programa Nacional de Reforma Agrária que:
a) residem na propriedade ou em povoado urbano ou rural e não dispõem, a
qualquer titulo, de área superior a quatro módulos fiscais;
b) obtém no mínimo 80% da renda familiar da exploração agropecuária e não
agropecuária do estabelecimento;
c) tem o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento,
utilizando apenas eventualmente o trabalho assalariado, de acordo com as exigências
sazonais da atividade agropecuária;
d) obtém renda bruta anual familiar acima de R$ 1.500,00 e até R$ 8.000,00.

► Agricultor Familiar – Grupo C


Agricultores familiares e trabalhadores rurais que explorem parcela de terra na
condição de proprietário, posseiro, arrendatário, parceiro ou concessionário do
Programa Nacional de Reforma Agrária que:
a) residem na propriedade ou em povoado urbano ou rural e não dispõem, a
qualquer titulo, de área superior a quatro módulos fiscais;
b) obtém no mínimo 80% da renda familiar da exploração agropecuária e não
agropecuária do estabelecimento;

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c) tem o trabalho familiar como predominante na exploração do estabelecimento,
utilizando apenas eventualmente o trabalho assalariado, de acordo com as exigências
sazonais da atividade agropecuária;
d) obtém renda bruta anual familiar acima de R$ 8.000,00 até R$ 27.500,00

São também beneficiários do PRONAF e se enquadram nos Grupos “B”, “C” ou


“D” de acordo com a renda e a caracterização da mão-de-obra utilizada:

a) pescadores artesanais que se dediquem a pesca artesanal, com fins comerciais,


explorando a atividade como autônomos, com meios de produção próprios ou em
regime de parceria com outros pescadores igualmente artesanais e formalizem contrato
de garantia de comprar do pescado com cooperativas, colônias de pescadores ou
empresas que beneficiam o produto;
b)extrativistas que se dediquem a exploração extrativista vegetal ecologicamente
sustentável;
c) aquicultores que se dediquem ao cultivo de organismos que tenham na água seu
normal ou mais freqüente meio de vida e que explorem área não superior a dois há de
lamina d’água ou ocupem até 500 m3 de água, quando a exploração se efetivar em
tanque-rede;

Para enquadramento nos Grupos “C” e “D”, a renda bruta proveniente das
atividades de avicultura, aqüicultura, bovinocultura de leite, caprinocultura, fruticultura,
olericultura, sericicultura e suinocultura deve ser rebatida em 50%.
O agricultor que for enquadrado em grupo de menor renda pode ser
reenquadrado em grupo de renda superior, desde que demonstre capacidade produtiva,
representada por terra, mão-de-obra familiar e acompanhamento técnico, além de
apresentar projeto com taxa interna de retorno compatível com os limites de
endividamento e as condições financeiras estabelecidas para o grupo de maior renda
pretendido. O beneficiário reenquadrado em grupo de maior renda, para efeito de
recebimento de futuros créditos, não pode retornar ao gruupo a que anteriormente
pertencia.
A linha de crédito aberta aos estabelecimentos familiares tem a finalidade de
suprir a necessidade de capital durante o ciclo produtivo, chamado de custeio da
produção, bem como a necessidade de capital para o investimento necessário na terra

19
que tenha como função viabilizar a manutenção, a expansão e a competitividade dos
produtos objetos da exploração agropecuária pela unidade familiar.

2.7 – O QUE É A DAP – DECLARAÇÃO DE APTIDÃO AO PRONAF

A Declaracao de Aptidão ao Pronaf - DAP - é o instrumento que identifica a


familia como beneficiária do Pronaf, diz a que grupo essa familia pertence e constitui-se
em documento obrigatório para acessar o crédito Pronaf. Além disso também habilita a
família a interagir com outras ações da Secretaria de Agricultura Familiar - SAF - como
a compra direta, a comercialização de matéria prima do Biodiesel entre outras.
Para se obter uma DAP, deve-se procurar uma entidade autorizada pelo Governo
a emiti-la. Normalmente uma entidade oficial de assistência técnica e extensão rural ou
um sindicato, seja ele patronal ou de trabalhadores rurais. É preciso o comparecimento
do casal, caso o interessado tenha relação conjugal estável, munidos de CPF e cédulas
de identidade.
Também é necessário levar documento que comprove a posse da terra que será
explorada. Pode ser escritura, título, contrato de arrendamento, contrato de parceria,
contrato de comodato, documento que comprove a posse mansa e pacífica ou outro
registro que comprove o domínio sobre o imóvel. Este item é dispensado quando a
atividade da família interessada não está vinculada a uma unidade fixa de terra, como os
pescadores ou extrativistas.
Para as famílias assentadas pelo “Plano Nacional de Reforma Agrária”, entre
elas as beneficiárias do “Crédito Fundiário”, o fornecimento da DAP deverá ser feito
pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA - ou pela Unidade
Técnica Estadual do Crédito Fundiário - UTE.
No caso de povos indígenas, além dos emissores tradicionais, a DAP também
poderá ser emitida pela Fundação Nacional do Índio – FUNAI, no caso de
comunidades Quilombolas, além dos emissores tradicionais, a DAP também poderá ser
emitida pela “Fundação Cultural Palmares” e no caso dos Pescadores Artesanais, além
dos emissores tradicionais, a DAP poderá ser emitida pela Secretaria Especial de
Aqüicultura e Pesca, por meio de seus escritórios regionais e locais.
A DAP deve ser fornecida gratuitamente mesmo para quem não é
sindicalizado. A cobrança de qualquer valor, seja em dinheiro, serviço ou produto, bem
como a exigência de filiação ou pagamento de anuidades, para a emissão da DAP é

20
crime e deve ser denunciado ao Ministério Público, ou seja, ao Promotor de Justiça de
sua comarca. Também é crime a emissão desse documento a pessoas, associações ou
cooperativas que não se enquadram nas condições do PRONAF.
A DAP deve ser assinada tanto pelo homem como pela mulher que chefiam a familia.
Para o caso de associações e cooperativas compostas por famílias agricultoras e que
desejem acessar o crédito, existe a DAP para Pessoa Jurídica, que deve ser assinada
pelo representante legal da Pessoa Jurídica.

Principais Instituições que fornecem a DAP


● Institutos Oficiais de Assistência Técnica e Extensão Rural, por meio de seus
escritórios regionais e locais, por exemplo Emater;
● Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Unidades
Técnicas Estaduais do Crédito Fundiário - (UTE), no caso de beneficiários dos
grupos “A” e “A/C” do Pronaf;
● Fundação Instituto Estadual de Terras do Estado de São Paulo (Itesp);
● Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, por meio de seus escritórios
regionais e locais;
●Institutos estaduais de pesca ou similares;
●Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), por meio de
seus escritórios regionais e locais;
●Fundação Cultural Palmares, por meio das entidades por ela reconhecidas
(Somente para o público Quilombola);
●Fundação Nacional do Índio (Funai), por meio de suas representações
regionais e locais (Somente para o público indígena);
●Confederação Nacional da Agricultura (CNA), por meio de seus sindicatos
filiados. (Somente para os grupos “C”, “D”, “E” e pessoas jurídicas);
●Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), por meio
de seus sindicatos filiados;
●Federação de Pescadores, por meio de suas colônias filiadas. (Somente para
pescadores e extrativistas);
●Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), por meio de
seus sindicatos e associações filiadas;
●Associação Nacional de Pequenos Agricultores (ANPA), por meio de suas
associações.

21
2.8 – QUEM PODE OBTER FINANCIAMENTO DO PRONAF?

Podem obter financiamento as agricultoras e os agricultores familiares que


atendam as seguintes condições:
► Produzam na terra, na condição de proprietário(a), posseiro(a), arrendatário(a),
parceiro(a) ou assentados(as) do Programa Nacional de Reforma Agrária e
Programa Nacional de Crédito Fundiário;
► Residam na propriedade ou em local próximo e tenham no trabalho familiar a
base da produção;
► Possuam no máximo 4 módulos fiscais (ou 6 módulos, no caso de atividade
pecuária);
► Tenham parte da renda gerada na propriedade familiar, sendo pelo menos 30%
para o grupo “B”, 60% para o grupo “C”, 70% para o grupo “D” e 80% para o grupo
“E”;
► Tenham renda bruta anual compatível com a exigida para cada grupo do
PRONAF. Ver anexo Quadro II resumo.
Obs: Os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os extrativistas, os
silvicultores, os aqüicultores e comunidades quilombolas ou povos indígenas que
atendam aos requisitos do Programa também podem obter financiamento.

2.9 – O QUE PODE SR FINANCIADO PELO PRONAF?

Podem obter financiamento as agricultoras e os agricultores familiares que


atendam as seguintes condições:
► Produzam na terra, na condição de proprietário(a), posseiro(a), arrendatário(a),
parceiro(a) ou assentados(as) do Programa Nacional de Reforma Agrária e
Programa Nacional de Crédito Fundiário;
► Residam na propriedade ou em local próximo e tenham no trabalho familiar a
base da produção;
► Possuam no máximo 4 módulos fiscais (ou 6 módulos, no caso de atividade
pecuária);
► Tenham parte da renda gerada na propriedade familiar, sendo pelo menos 30%
para o grupo “B”, 60% para o grupo “C”, 70% para o grupo “D” e 80% para o grupo
“E”;

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► Tenham renda bruta anual compatível com a exigida para cada grupo do
PRONAF. Ver anexo Quadro II resumo.
Obs: Os pescadores artesanais, os ribeirinhos, os extrativistas, os
silvicultores, os aqüicultores e comunidades quilombolas ou povos indígenas que
atendam aos requisitos do Programa também podem obter financiamento.

2.10 – DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA ACESSO AO CRÉDITO

Além da DAP – Declaração de Aptidão ao PRONAF, emitida pelos órgãos


credenciados pelo Governo, os documentos abaixo relacionados devem ser apresentados
obrigatoriamente pelo(a) produtor(a). Porém o banco pode julgar necessária a apresentação de
outros documentos para contratação da operação, principalmente em função do valor do
crédito.

► Documentos Pessoais:
● Carteira de Identidade (RG);
● Cadastro de Pessoa Física (CPF);
● Certidão de casamento, se for o caso.
► Documentos do Imóvel:
● Se proprietário, na DAP deve constar a informação de propriedade do imóvel
● Se arrendatário, comodatário, parceiro, meeiro ou similar, deve apresentar
Contrato de arrendamento, Comodato, Meação ou Parceria e/ou Carta de
anuência;
● Se posseiro, na DAP deve constar a informação de que o(a) produtor(a) tem a
posse.

2.11 – AGENTES FINANCEIROS QUE OPERAM COM O PRONAF

► Banco do Brasil,
► Banco do Nordeste,
► Banco da Amazonia,
► Banrisul,
► Nossa Caixa,
► Banestes,
► bancos estaduais em geral,
► bancos cooperativos (Bansicredi e Bancoob),

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► cooperativas de crédito,
► Bradesco, Itau, Unibanco e os demais bancos privados.

Vale lembrar que o credito fundiário, da Reforma Agraria e o microcrédito rural


Grupo “B” sao operados apenas pelos bancos públicos federais (Banco do Brasil, Banco
do Nordeste e Banco da Amazônia).

2.12 – GARANTIAS PARA ACESSO AO CRÉDITO

Na concessão do crédito os bancos devem cumprir as normas estabelecidas


por lei e pelo CMN/BACEN.
Para se garantir o banco pode exigir como condição para o acesso ao
crédito do Pronaf alguma garantia da família agricultora, algo que garanta o
comprometimento da família com o retorno do recurso emprestado.
As garantias para o crédito Pronaf deverão ser negociadas com o agente
financeiro e podem ser de dois tipos: pessoais ou reais. As garantias pessoais,
envolvem o comprometimento de outras pessoas com o crédito e portanto serão
cobradas se esse não for pago. É o caso do aval e da fiança. Já as garantias reais,
envolvem bens reais, como por exemplo, uma propriedade, um trator, animais ou a
própria producão financiada. O penhor da safra, a hipoteca e a alienação fiduciária de
um bem são, também, exemplos de garantias reais.Nas operações dos Grupos “A”,
“A/C” e “B” a única garantia que o Banco pode exigir é pessoal e somente do agricultor
e agricultora que solicita o crédito, ou seja, basta a assinatura do tomador do crédito se
comprometendo em pagar o crédito.
Para ter certeza de obtenção do financiamento e de menores exigências de
garantias é importante ter um cadastro sem restricões (ter o nome limpo na praça) e
apresentar um bom plano ou projeto produtivo a ser financiado.

2.13 - ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL – ATER NO


CRÉDITO PRONAF

A assistência técnica é facultativa no crédito Pronaf, raramente exigida nas


operações de custeio mas freqüente em operações de investimento. Os agentes
financeiros, bancos e cooperativas, poderão, sempre que julgar necessário, requerer a

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prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), como condição para o
financiamento do projeto.
Os serviços de ATER no credito Pronaf devem compreender o estudo
técnico, representado pelo plano simples, projeto ou projeto integrado e a orientação
técnica a nível de imóvel ou agroindústria. Devem ainda contemplar, no mínimo, o
tempo necessário à fase de implantação do projeto, limitado ao máximo de 4 (quatro)
anos e no caso das agroindústrias, devem contemplar aspectos gerenciais, tecnológicos,
contábeis e de planejamento.
As despesas com ATER podem ser objeto de financiamento dentro do
próprio crédito ou pagas com recursos próprios da família agricultora. Quando
financiados pelo próprio crédito do Pronaf, seus custos, não podem exceder 2% a.a.
(dois por cento ao ano) do valor do financiamento, à exceção do Grupo “A” que possui
regra específica.

2.14 - ITENS CONSIDERADOS PELOS BANCOS

Conseguir crédito é merecer confiança. Dar crédito é confiar. Ter crédito


é ter dinheiro no presente para pagar no futuro.

É comum se ouvir das pessoas: só consegue crédito aquele que é bom


pagador. Conceder crédito é confiar. As pessoas que são boas pagadoras estão em
condições de receber financiamento e comprar a prazo. Para ter crédito é preciso ter
bom nome na praça, não ter “restrições cadastrais” no comércio e nos bancos. Quem
tem crédito tem a possibilidade de conseguir dinheiro emprestado ou de comprar uma
mercadoria para pagar depois de passado um certo tempo.

Os bancos analisam a proposta de crédito da família estudando o


histórico, a capacidade de endividamento/pagamento e a viabilidade econômica do
projeto.

Os bancos decidem se concedem ou não o financiamento do Pronaf analisando o


histórico, a capacidade de endividamento/pagamento e a viabilidade econômica do
projeto. Esses três fatores juntos definem a capacidade de endividamento ou de
contratação de financiamentos do agricultor e de sua família. Veremos cada um desses

25
pontos a seguir:

► histórico do agricultor e de sua família.


Os bancos analisam histórico, o passado do agricultor para definir se
concedem ou não o financiamento. Os agricultores que sempre pagaram em dia as suas
contas no banco e no comércio, são bons pagadores, não tem dívidas em atraso, tem
crédito. Ter crédito é o começo. Mas não basta ter crédito, a atividade que vai ser
financiada também é analisada, como veremos a seguir.
Também é recomendável que o agricultor tenha um bom histórico no
comércio referente à compra de insumos, máquinas e equipamentos, e venda da
produção.
Além disso, ter um bom histórico de tomador de financiamentos e
pagamentos em dia é favorável.

Quem perde o crédito fica com “restrições cadastrais”, fica com o


histórico ruim.

Sempre que uma pessoa faz uma compra a prazo, no crediário, e fica
devendo uma ou mais prestações, o comerciante/vendedor fica com o prejuízo. O
comerciante que vendou a mercadoria e não recebeu o pagamento, coloca o comprador
na lista de maus pagadores, nas entidades de proteção ao crédito. São pessoas que não
podem mais comprar a prazo, não podem mais ser financiadas, perderam o crédito. O
mesmo ocorre com quem passa um cheque sem fundos. Os comerciantes, os postos de
gasolina, as empresas em geral e os bancos, produzem uma lista, que é atualizada todo o
dia, com o nome e o CPF das pessoas que deixaram de pagar uma ou mais prestações
ou passaram cheque sem fundos. Estas pessoas estão na lista dos que não podem receber
financiamento, comprar a prazo ou abrir conta em banco. Não tem crédito. Tem
“restrições cadastrais” no comércio e nos bancos. As listas mais comuns de restrições
cadastrais ou de cadastros negativos de crédito são o SPC – Serviço de Proteção ao
Crédito, o SERASA, empresa privada que distribui para o comércio e bancos mais de
3,5 milhões informações por dia sobre pessoas e empresas que solicitam crédito, o
CADIN – Cadastro Informativo dos Débitos não quitados do Governo Federal e o CCF
– Cadastro de emitentes de cheques sem fundo.

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► Capacidade de pagamento
Os bancos estudam, a partir de informações do agricultor, do projeto e dados
de mercado, se a atividade que o agricultor quer financiar vai gerar renda suficiente para
pagar as parcelas do financiamento mais os juros e se, ainda, vai deixar lucro para o
agricultor. É a análise da capacidade de pagamento. A capacidade de pagamento é a
condição ou habilidade apresentada por um tomador de crédito para pagar seus
compromissos. O banco, quando analisa a proposta de crédito, procura medir esta
capacidade. O banco faz uma avaliação da necessidade do crédito e se as receitas e
despesas permitem o cumprimento das obrigações que serão assumidas. O banco avalia
a capacidade de pagamento a partir das informações do agricultor sobre os gastos, as
despesas e as receitas previstas. Também faz uma investigação para ter certeza que
foram calculadas com base na realidade de custos e de receitas que são, normalmente,
obtidas no município ou região. No cálculo da capacidade e pagamento o banco leva em
consideração o valor do financiamento, a capacidade de produção da unidade familiar,
as despesas e receitas que são esperadas com a venda da produção. O financiamento só
será concedido se a renda esperada é suficiente para pagar os compromissos e ainda
deixar algum lucro para o agricultor, ou seja, se a capacidade de pagamento é positiva.

► Análise do Limite de endividamento


Os bancos analisam o limite que a família tem para se endividar e o quanto
ela já possui de dívidas. Para analisar se há excesso de endividamento do agricultor e de
sua família, o banco analisa a ficha cadastral que a família tem no banco e busca
informações em outros bancos e no comércio para saber se há outros financiamentos ou
dívidas. Ao levantar o total de dívidas do agricultor, o banco define, em função da
capacidade de pagamento e da geração de renda da família, se concede o financiamento
e qual será o valor a ser liberado. Se a família já pegou muitos créditos isso significa
que ela terá muitas dívidas a pagar no futuro e isso compromete a renda no futuro.

►Outros fatores que são estudados pelos bancos antes de conceder os


financiamentos:
●capacidade gerencial, técnica e mão-de obra da família
●risco de morte do tomador do financiamento;
●a existência de doenças;
● o excesso de dívidas.

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Algumas vezes, mesmo quando o agricultor tem crédito e a atividade
financiada tem boa capacidade de pagamento, os bancos decidem não conceder o
financiamento. Entre os outros fatores que, algumas vezes, os bancos estudam e que
podem provocar a não concessão do financiamento, pode estar o risco de morte do
tomador do financiamento, o excesso de dívidas e até a existência de doenças.
Alguns bancos oferecem um seguro de vida que, em caso de morte ou
invalidez permanente do marido ou de sua esposa, irá pagar a dívida. O seguro de vida
reduz o risco para o agricultor, sua família e para o banco. O banco pode oferecer o
seguro de vida, mas jamais condicionar a concessão do financiamento a contratação do
seguro. A contratação ou não do seguro é uma decisão do agricultor e de sua família e
não pode ser uma imposição do banco.

2.15 - COMO OBTER FINANCIAMENTO DO PRONAF


Antes de falar em crédito, é importante que a família entenda bem qual a função
de um financiamento. O crédito rural serve, na realidade, para financiar um projeto de
vida familiar. Por isso a agricultora ou o agricultor devem seguir os seguintes passos:

PRIMEIRO PASSO: Definir o projeto de vida da família, incluindo os


aspectos econômicos, sociais, culturais, políticos, religiosos, educacionais, as relações
de parentesco e vizinhança, as relações comerciais e bancárias, a situação financeira, as
sucessões, bem como a definição das atividades agropecuárias e não agropecuárias que
já desenvolvem ou pretendem desenvolver na propriedade. Esse projeto deve ser
discutido com todas as pessoas da família e também com o profissional de assistência
técnica.
SEGUNDO PASSO: Verificar qual grupo do PRONAF e o tipo de
financiamento que a família pode fazer, considerando os objetivos, a renda e a
capacidade de pagamento.
TERCEIRO PASSO: Procurar uma das entidades credenciadas pelo Governo
Federal para emitir a Declaração de Aptidão ao PRONAF (DAP). A EMATER, o
Banco, a Cooperativa de crédito, a Associação e o Sindicato de Trabalhadores Rurais
sabem quem pode emitir a Declaração.
QUARTO PASSO: Levar os documentos ao Banco ou Cooperativa de Crédito
para o preenchimento da proposta de crédito que, se aprovada, será encaminhada ao
órgão de assistência Técnica para elaboração do projeto quando se tratar de

28
financiamento de investimento. Para financiamento de custeio basta apresentar a
proposta de crédito que se aprovado, o agricultor será chamado para assinar o contrato.
QUINTO PASSO: O projeto elaborado será assinado pelo técnico e o
agricultor, depois encaminhado ao Banco ou à Cooperativa de Crédito, para ser
analisado. Se for aprovado, o agricultor será chamado para assinar o contrato. O banco,
criará uma “conta corrente governo” e um Cartão Pronaf, válido em todo o território
nacional.
SEXTO PASSO: Após contratado e liberado o financiamento, o agricultor e sua
família implantarão o projeto, observando as normas e aplicando os recursos e
finalidades definidas.
SÉTIMO PASSO: O projeto será acompanhado e fiscalizado pelos técnicos
responsáveis pela assistência técnica e pelo agente financeiro (Bancos ou Cooperativa
de Crédito), para observar a aplicação do crédito e garantir o pagamento do
financiamento na hora certa.
OITAVO PASSO: Efetuar o pagamento até a data do vencimento com o
objetivo de manter os benefícios da linha de crédito.

2.16 - COMO MANTER O FINANCIAMENTO DO PRONAF


➢ aplicar os recursos do financiamento de forma correta e da maneira planejada.
➢ Observar as normas na legislação do PRONAF e no contrato de crédito firmado
com o agente financeiro.
➢ Comunicar ao agente financeiro de situações adversas, que venham
comprometer o bom andamento do empreendimento e a capacidade de
pagamento do financiamento.
➢ pagar as prestações do financiamento nas datas previstas no contrato
formalizado com o banco.
➢ Manter o nome limpo na praça (no comércio e nos bancos)

2.17 - RELACIONAMENTO COM OS BANCOS

O relacionamento com os bancos envolve várias etapas anteriormente já


descritas e se inicia deste do momento em que o produtor vai até a agência como um
agricultor familiar que se enquadra nas normas do PRONAF - e de posse da
documentação necessária, solicita um recurso que financie seu projeto, envolvendo a

29
partir daí outras etapas que envolvem a concessão do crédito do PRONAF - até o
momento em que ele quita suas obrigações financeiras, contraídas através do
empréstimo obtido, com o agente financeiro.
Cabe ressaltar que o Banco é o agente do Programa, é quem operacionaliza
as normas e concede os créditos necessários para viabilizar a implantação do projeto,
analisando itens como: histórico do produtor e de sua família, limite de endividamento
da família e capacidade de pagamento e outros itens também mencionados
anteriormente.

2.18- PRONAF INFRA-ESTRUTURA MUNICIPAL

É uma linha de apoio financeiro do Governo Federal, com recursos não


reembolsáveis, em parceria com os governos municipais, que implementa as prioridades
do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural aprovadas pelo Conselho municipal, nas
áreas de infra-estrutura coletiva e/ou pública e serviços de apoio ao desenvolvimento da
agricultura familiar.
O objetivo do PRONAF-M é de financiar a implantação, ampliação,
modernização, realocação de infra-estrutura necessária ao fortalecimento da agricultura
familiar de forma a dinamizar o setor produtivo e assegurar sustentação ao
desenvolvimento rural., como por exemplo:

● recuperação de solos
● estradas vicinais e caminhos de acessos
● armazenamento
● energia]
● comunicação e transporte
● obras hidro-hidráulicas
● pequenas e médias agro industrias- atividades não agrícolas
● ampliação e cobertura de serviços de apoio como pesquisa agropecuária e assistência
técnica
● instalação de postos telefônicos comunitários ou serviços de telefonia rural
● construção, ampliação ou reaparelhamento de armazéns e silos
● saneamento rural
● práticas conservacionistas

30
● construção e manutenção de mercados do produtor
● construção, ampliação ou recuperação de poços e açudes de uso comunitário
● construção ou recuperação de escolas rurais
● construção ou recuperação de postos de saúde na área rural

2.18.1 - Modalidade de Aplicação dos Recursos

A aplicação dos recursos no PRONAF-M será pela via indireta, os recursos


serão repassados às Prefeituras Municipais ou as organizações de agricultores familiares
para que procedam suas aplicações. Os repassadores são os órgãos governamentais ou
agentes financeiros, desde que se trate respectivamente, de recursos aplicados a fundo
perdido ou que exijam reembolso.

2.18.2 - Formas de Reembolso dos Recursos

Salvo em casos excepcionais os recursos não serão reembolsáveis. Serão


reembolsáveis os recursos cuja aplicação decorram da apropriação individual de
benefícios, seja por agricultores familiares ou por suas organizações.
Todos os recursos federais aplicados no PRONAF terão contrapartida do Estado,
do município ou dos próprios beneficiários.
Esses financiamentos só poderão ser pleiteados através de um Plano Municipal
de Desenvolvimento Rural (PMDR), aprovado pelo Conselho Municipal de
Desenvolvimento Rural respectivo.

2.18.3 - Capacitação Profissionalização de Agricultores Familiares e


Técnicos

Tem por objetivo capacitar os agentes do desenvolvimento local – técnicos,


lideranças, conselheiros e agricultores familiares – para o exercício da agropecuária
sustentável e da cidadania. As atividades de capacitação e profissionalização são
executadas mediante convênios e contratos com instituições oficiais de assistência
técnica e extensão rural, e outras organizações governamentais e não-governamentais.

31
O Programa libera recursos financeiros às entidades públicas ou privadas que
proporcionam conhecimentos e habilidades, tanto de natureza tecnológica quanto
gerencial, dentro do enfoque de cadeia produtiva na agricultura familiar
Através desta linha de ação , o Programa se propõe a:
a) proporcionar aos agricultores familiares e suas organizações conhecimentos
necessários à elaboração de Planos Municipais de Desenvolvimento Rural
b) proporcionar aos agricultores familiares os conhecimentos, habilidades e
tecnologia indispensáveis aos processos de produção, beneficiamento,
agroindustrialização e comercialização
c) ampliar as atividades de informação, disseminação e transferência de novas
tecnologias
d) promover intercâmbio e difusão de experiências inovadoras em educação,
profissionalização e de tecnologias coerentes com as atividades do homem do
campo.

2.18.4 - O Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural

O PRONAF-M fundamenta-se na estruturação do Conselho Municipal de


Desenvolvimento Rural e na elaboração do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural.
O Conselho é que garante a gestão social do Programa e a efetiva participação dos
principais beneficiários.

3 – CRÉDITO FUNDIÁRIO

Constitui um importante mecanismo de acesso à terra, que contribui para a


ampliação e a consolidação da agricultura familiar. Esse é o principal objetivo do
Programa Nacional de Crédito Fundiário, uma das ações complementares do Plano
Nacional de Reforma Agrária.
O programa busca, como resultado direto da criação de ocupações produtivas
permanentes para as famílias beneficiadas, o aumento da renda e a conseqüente
melhoria das condições de vida da população rural.
Para isso, o programa funciona com três diferentes linhas de financiamento que
vão beneficiar os trabalhadores rurais mais pobres, os jovens agricultores entre 18 e 24
anos e os agricultores familiares sem terra ou com pouca terra, públicos prioritários das

32
políticas de combate à fome e de inclusão social do Governo Federal. As trabalhadoras
rurais e as agricultoras familiares também serão atendidas pelo programa em cada uma
de suas linhas de financiamento.
Todos os investimentos são gerenciados pelas próprias comunidades, e tanto
podem servir para compra de terras como para aumento da produção ou, ainda, para
projetos que visem à melhoria da qualidade de vida da população e ao desenvolvimento
local sustentável.
A estimativa é criar para cada família mais de três ocupações produtivas
permanentes, estimulando indiretamente outros setores da economia.
Descentralização das ações para os Estados e força na participação das
comunidades que detêm o maior poder de decisão. Poderíamos resumir assim a
estratégia de implantação do programa, que para assegurar a participação efetiva e o
controle social atribui um grande poder de decisão aos Conselhos de Desenvolvimento
Rural.
Dessa forma, as associações terão ampla autonomia, desde a seleção dos
participantes até a escolha e negociação de terras. Aos governos estaduais caberá prover
todo o apoio técnico.
A descentralização na execução do programa se dará por meio de assinaturas de
parcerias entre Estados e associações dos Municípios participantes. Caberá ao Estado a
elaboração e a aprovação do Plano Estadual de Implementação do Programa, em que
serão definidos os objetivos, as diretrizes, as metas, as regiões prioritárias, o público e a
estratégia de ação. Esse plano e a estratégia de ordenamento territorial implementada
pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário [MDA] nos Estados deverão estar
articulados. É também na esfera estadual que serão avaliadas e aprovadas as propostas
de financiamento dos beneficiários potenciais.
Sem falar na adequação do programa às especificidades do meio rural de cada
território e de cada Estado da Federação. A descentralização e a participação efetiva da
sociedade civil vão contribuir decisivamente para uma maior sinergia com as ações de
programas locais de desenvolvimento, como infra-estrutura, educação, saúde,
saneamento, combate à pobreza e ação social.
Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentavél (CONDRAF).
Estabelece, no âmbito nacional, as diretrizes globais e as metas do programa, além de
aprovar seu Regulamento Operativo e os Manuais de Operações, assegurando a

33
harmonia entre estes e os demais programas de reforma agrária e de desenvolvimento
rural, enquanto avalia sua execução como um todo.
Por meio desses mecanismos, o que se busca prioritariamente é a
descentralização, garantindo a participação das organizações dos trabalhadores, além de
uma maior integração com outros instrumentos de política de desenvolvimento
sustentável no meio rural.
Os investimentos com recursos do programa poderão ser realizados pelos
próprios beneficiários. Assim, os recursos para mão de obra dos projetos servirão ao
sustento das famílias durante a implantação dos projetos.
Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural (CEDRS). Principais instâncias
decisórias do programa. Aprovam os Planos Estaduais de Implementação, as propostas
de financiamento e a operação de compra e venda.
Também asseguram a articulação com outras políticas de desenvolvimento
agrário nos Estados.
Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural (CMDR). Bases de apoio do
programa. Verificam a elegibilidade dos beneficiários e opinam sobre as propostas
iniciais de financiamento. São, portanto, a primeira instância consultiva e de
monitoramento, asseguram a articulação do programa com outras políticas locais e
garantem que os beneficiários sejam incluídos nessas políticas.
Unidade Técnica Estadual. Órgão executor do programa no Estado. Apóia todo o
trabalho, assegura a tramitação e monitora a execução das propostas de financiamento.
A verificação da elegibilidade dos imóveis selecionados para aquisição pelos
beneficiários e dos preços acordados entre as partes envolvidas no negócio cabe aos
Estados.

3.2 - AUTONOMIA PARA AS COMUNIDADES. FUNDAMENTAL PARA


O BOM DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA

A participação e a autonomia dos trabalhadores sem terra ou minifundiários e


suas associações comunitárias são as principais bases de apoio do programa. Vale
salientar que essas associações comunitárias são constituídas livremente entre os
trabalhadores e as trabalhadoras rurais, por meio de um processo de auto-seleção.
A escolha dos imóveis, a negociação dos preços e a elaboração das propostas de
financiamento são de responsabilidade dos beneficiários e técnicos, assim como a

34
determinação do destino dos recursos não-reembolsáveis disponibilizados pelo
programa, a execução dos projetos de investimentos comunitários produtivos e a
escolha dos prestadores de assistência técnica, entre outras importantes funções, como,
por exemplo, as formas de organização da associação e da produção, a divisão eventual
do imóvel adquirido e a definição da forma de repartir os ônus e os benefícios entre os
associados.
A escolha do imóvel e a negociação do seu preço pelos beneficiários assegura a
aquisição de áreas mais produtivas e mais adequadas aos seus projetos, e os
beneficiários serão assessorados pelos sindicatos e pelo órgão executor.
A elaboração criteriosa de uma proposta de financiamento também contribui
para que seja levada em conta, desde o início do projeto, a viabilidade técnica e
econômica do assentamento tanto por parte dos beneficiários quanto dos órgãos de
apoio ou executores do programa.

3.3 - Mecanismos de controle PARTICIPAÇÃO SOCIAL,


MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO. MECANISMOS DE CONTROLE E
TRANSPARÊNCIA

O programa assegura a participação efetiva do movimento sindical dos


trabalhadores rurais e das demais organizações da sociedade civil, até mesmo nas fases
de definição de normas e na formulação da metodologia de monitoramento e avaliação.
A participação do movimento sindical dos trabalhadores rurais é fundamental na
difusão do programa e na mobilização de potenciais beneficiários. Além disso, essas
organizações oferecem apoio às comunidades, participam dos processos de
monitoramento e avaliação e das decisões nos conselhos de desenvolvimento rural
sustentável, exercendo o controle social do programa.
Para o gerenciamento e o monitoramento, o programa dispõe de um sistema de
informações que assegura a automação de todo o processo de transação de terras, ao
mesmo tempo em que disponibiliza informações sobre metas e execução do programa.
O sistema assegura transparência em todas as etapas e em todas as instâncias,
desde a apresentação das propostas iniciais pelos beneficiários até a execução
financeira, em âmbito nacional.
Periodicamente, em cada Estado e em todo o país, o programa deverá ser objeto
de estudos externos e independentes que têm por objetivo avaliar a execução - do ponto

35
de vista físico, financeiro e institucional -, os impactos sociais, financeiros, econômicos
e ambientais do programa e propor as adequações sugeridas por essas avaliações. Por
outro lado, o MDA está implantando um sistema de monitoramento do mercado e dos
preços de terra que permitirá controlar e dar transparência às aquisições de imóveis
pelos beneficiários.

3.4 - Tipos de financiamento PARA CADA NECESSIDADE, O


FINANCIAMENTO CERTO

O Programa Nacional de Crédito Fundiário oferece financiamentos de acordo


com a necessidade de cada comunidade ou associação, sejam eles para aquisição de
terras, investimentos em projetos comunitários, capacitação, assessoria ou apoio
técnico.

3.5 - Financiamento para a aquisição de terras

O Programa Nacional de Crédito Fundiário vai financiar a compra dos imóveis


escolhidos pelos próprios beneficiários a partir dos seguintes requisitos: .que não sejam
passíveis de desapropriação, isto é, com área inferior a 15 módulos fiscais, ou com área
superior a 15 módulos, mas considerados produtivos; que sejam imóveis cujos
proprietários possuam título legal e legítimo de propriedade e de posse e sobre os quais
não incidam gravames que possam impedir sua transferência legal; que não se situem
em reservas indígenas ou em áreas protegidas por legislação ambiental ou não confinem
com as referidas áreas; que tenham preços condizentes com os de mercado e apresentem
condições que permitam o seu uso mobilização de potenciais beneficiários. Além disso,
essas organizações oferecem apoio às comunidades, participam dos processos de
monitoramento e avaliação e das decisões nos conselhos de desenvolvimento rural
sustentável, exercendo o controle social do programa.
Para o gerenciamento e o monitoramento, o programa dispõe de um sistema de
informações que assegura a automação de todo o processo de transação de terras, ao
mesmo tempo em que disponibiliza informações sobre metas e execução do programa.
O sistema assegura transparência em todas as etapas e em todas as instâncias, desde a
apresentação das propostas iniciais pelos beneficiários até a execução financeira, em
âmbito nacional.

36
Periodicamente, em cada Estado e em todo o país, o programa deverá ser objeto
de estudos externos e independentes que têm por objetivo avaliar a execução - do ponto
de vista físico, financeiro e institucional -, os impactos sociais, financeiros, econômicos
e ambientais do programa e propor as adequações sugeridas por essas avaliações. Por
outro lado, o MDA está implantando um sistema de monitoramento do mercado e dos
preços de terra que permitirá controlar e dar transparência às aquisições de imóveis
pelos beneficiários.

3.7 - Financiamento para a aquisição de terras

O Programa Nacional de Crédito Fundiário vai financiar a compra dos imóveis


escolhidos pelos próprios beneficiários a partir dos seguintes requisitos: .que não sejam
passíveis de desapropriação, isto é, com área inferior a 15 módulos fiscais, ou com área
superior a 15 módulos, mas considerados produtivos; que sejam imóveis cujos
proprietários possuam título legal e legítimo de propriedade e de posse e sobre os quais
não incidam gravames que possam impedir sua transferência legal; que não se situem
em reservas indígenas ou em áreas protegidas por legislação ambiental ou não confinem
com as referidas áreas; · que tenham preços condizentes com os de mercado e
apresentem condições que permitam o seu uso dar às comunidades beneficiárias maior
capacidade de gerenciar seus projetos e recursos; · melhorar sua organização social; ·
fomentar práticas sustentáveis de produção e melhorias tecnológicas na produção,
agregar valor aos produtos e melhorar a inserção nos mercados; promover constituição
de poupança e boas práticas de gestão das finanças das comunidades e das famílias
beneficiadas; promover acúmulo de capital social.

3.8 - Linhas de financiamento - Combate à Pobreza Rural COMBATE À


POBREZA RURAL

Dentre as linhas de financiamento oferecidas pelo Programa Nacional de Crédito


Fundiário, a de Combate à Pobreza Rural é a que atende às camadas mais necessitadas
da população rural, contemplando trabalhadores rurais sem terra, pequenos produtores

37
rurais com acesso precário à terra e proprietários de minifúndios: imóveis cuja área não
alcance a dimensão da propriedade familiar.
Mulheres e jovens também podem participar dessa linha de financiamento, onde
os trabalhadores devem preencher os seguintes requisitos: estarem organizados em
associação legalmente constituída; terem renda familiar anual inferior a 5,8 mil reais e
patrimônio familiar inferior a 10 mil reais, não considerada a casa de moradia da
família; terem, no mínimo, 5 anos de experiência com a exploração agropecuária; não
terem sido beneficiários de quaisquer outros programas de reforma agrária e não terem
sido, nos últimos três anos, proprietários de imóvel com área superior à de uma
propriedade familiar; não serem funcionários públicos. Na linha Combate à Pobreza
Rural, o financiamento para aquisição de imóveis é reembolsável e os recursos partem
do Fundo de Terras e da Reforma Agrária. O financiamento para investimentos básicos
e comunitários, por sua vez, não é reembolsável e seus recursos provêm do Banco
Mundial.
Para as regiões Nordeste e Sudeste, o valor total dos financiamentos recebidos
por família, incluindo financiamento para aquisição de terras e investimentos básicos e
comunitários, será estabelecido de acordo com os tetos adequados para cada
microrregião [os imóveis localizados no semi-árido têm um crédito adicional de 2 mil
reais por família].
Para a região Sul, o teto de financiamento será estabelecido após a conclusão de
estudos técnicos e de entendimentos com os participantes do programa.
O mecanismo de tetos é um importante incentivo para a negociação do preço dos
imóveis, pois quanto mais se economiza no valor da terra, maior o volume de recursos
não-reembolsáveis disponíveis para a associação.
Serão contemplados todos os Estados da região Sul e do Nordeste, além de
Minas Gerais e Espírito Santo. Linhas de financiamento - Nossa Primeira Terra

3.9 - NOSSA PRIMEIRA TERRA

Criado para atender a demanda de jovens sem-terra ou filhos de agricultores


familiares, na faixa etária de 18 a 24 anos que desejam permanecer no meio rural e
investir em uma propriedade, o programa pretende contribuir para a solução dos
problemas do ordenamento agrário que agravam o êxodo rural e a concentração

38
fundiária no Brasil. Hoje, parte significativa dos agricultores brasileiros não tem
sucessor, o que os obriga a vender suas terras para grandes proprietários, pessoas do
meio urbano ou, mesmo, a abandoná-las.
Já os jovens do campo encontram dificuldade em permanecer na agricultura,
pois não têm acesso à terra nos primeiros anos da idade adulta e dificilmente encontram
no meio rural oportunidades de trabalho ou geração de renda, sendo obrigados a migrar
para as cidades.
É a oportunidade de ocupação no meio rural para os jovens, fixando mão-de-
obra qualificada no campo e promovendo a inovação tecnológica.
Os interessados devem estar organizados em associações. Os demais requisitos
são idênticos aos da linha Combate à Pobreza Rural. O tempo de escola pode ser
computado no período de experiência em exploração agropecuária previsto em lei, [5
anos], e não poderão ser beneficiados filhos de proprietários com mais de 3 módulos
fiscais.
O financiamento para aquisição dos imóveis é reembolsável, e os recursos são
provenientes do Fundo de Terras e da Reforma Agrária. Já o financiamento para
investimentos comunitários não é reembolsável e seus recursos provêm do Banco
Mundial.
O Nossa Primeira Terra inicialmente será implantado em todos os Estados da
regiões Sul e Nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo. Linhas de financiamento
- Consolidação da Agricultura Familiar

3.10 - CONSOLIDAÇÃO DA AGRICULTURA FAMILIAR .

Essa linha é voltada a agricultores com renda familiar inferior a 15 mil reais e
patrimônio inferior a 30 mil reais. Nela, as aquisições podem ser individuais ou
realizadas por grupos de agricultores organizados em associações. Os demais requisitos
são iguais aos das linhas Combate à Pobreza Rural e Nossa Primeira Terra. Mulheres e
jovens podem ser beneficiados.
O financiamento para aquisição dos imóveis é reembolsável, assim como o
financiamento para investimentos comunitários. Todos os recursos são provenientes do
Fundo de Terras e da Reforma Agrária.
Já estão vigentes - ou em negociação - convênios com todos os Estados das
regiões Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.

39
O limite máximo de financiamento da linha Consolidação da Agricultura
Familiar é de 40 mil reais por família. Condições de financiamento

3.11 - NOVAS CONDIÇÕES DE FINANCIAMENTO

· Melhoria no mecanismo de financiamento; · Redução do custo do


financiamento; Estímulo para a negociação e redução do preço da terra.

3.12 - Juros

As novas condições representam uma redução de mais de 30% no custo do


financiamento em relação ao que era praticado anteriormente.

3.13 - Faixas de financiamento e juros

Faixa de Financiamento Juros Antigos Juros Atuais

até R$ 5 mil 6,0% 3,00%

de R$ 5 a 15 mil 6,0% 4,00%

de R$ 15 a 25 mil 8,0% 5,50%

de R$ 25 a 40 mil 10,0% 6,50%

3.14 - Bônus de adimplência

O bônus se aplica agora não somente sobre os juros, mas também sobre o
principal e vai de 15 a 40%, de acordo com a região; O bônus se dá no pagamento da
parcela em caso de pagamento até o vencimento [bônus por adimplência]. Esta
gratificação também está condicionada ao cumprimento do previsto no projeto.

3.15 - Bônus adicional

40
Haverá bônus adicional para os agricultores que comprarem a terra com mais de
10% de desconto em relação a seu preço de referência. Isto servirá de estímulo à
redução do preço da terra.

3.16 - Bônus

Bônus, pela
Bônus
Regiões redução no valor
Fixo
da terra até

Região semi-árida do Nordeste


e área da ADENE nos Estados 40% 10%
de MG e ES

Restante da região Nordeste 30% 10%

Região Centro-Oeste, Norte e


18% 5%
Sudeste, exceto São Paulo

Região Sul e o Estado de São


15% 5%
Paulo

3.17 - Prazos de Financiamento

1. Financiamentos até R$ 15.000,00: prazo de 14 anos (incluída a


carência); carência de 24 meses; pagamento, no terceiro ano, dos juros
dos primeiros 12 meses. 2. Financiamentos superiores a R$ 15.000,00:
prazo de 17 anos [incluída a carência]; carência de 24 meses;
pagamento, no no terceiro ano, de uma parcela integral [juros e
principal].
2. Parceiros e multiplicadores
3. OS NOSSOS PARCEIROS E MULTIPLICADORES Uma
importante contribuição é dada pela sociedade civil, por governos
estaduais e por movimentos organizados ao participar dos processos
de gestão e acompanhamento do programa. Essas parcerias
possibilitam transferência, controle social e maior divulgação e apoio
às comunidade beneficiárias. São nossos parceiros: Sindicatos dos

41
Trabalhadores Rurais; Federações dos Trabalhadores na Agricultura
[FETAG]; Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura
[CONTAG]; Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da
Região Sul [FETRAF SUL];

3.18 - Eu posso participar do Programa? Quem pode participar?

Podem participar os seguintes trabalhadores, com mais de 5 anos de experiência:


- Trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra, na condição de diarista ou
assalariado;
- Agricultores familiares como arrendatários, parceiros, meeiros, agregados,
posseiros;
- Pequenos proprietários de terra (propriedade inferior ao módulo familiar, que
varia de acordo com o município);
- Mulheres trabalhadoras rurais que se enquadram nestes mesmos critérios;
- Jovens rurais, filhos de agricultores ou estudantes de escolas agrotécnicas e
escolas famílias agrícolas, com idade entre 18 e 28 anos.

3.19 - Quem não pode participar?

Não podem acessar o programa:- Funcionário público, funcionário público


aposentado, detentor de cargo eletivo ou função pública;
- Proprietários de área rural superior à propriedade familiar;
- Quem já foi beneficiado por qualquer outro programa de reforma agrária ou de
crédito fundiário, inclusive o Banco da Terra e o Cédula da Terra;
- Trabalhador com renda e patrimônio familiar superiores aos limites fixados
para cada linha de financiamento.
Para assinar o contrato de financiamento e adquirir uma propriedade, mesmo que
por meio de uma associação, é necessário que o beneficiário tenha documentos de
identidade, CPF válido e esteja em dia com a legislação eleitoral.
É importante saber, também, que quem está no cadastro de emitentes de cheques
sem fundo, no SERASA ou no CADIN não pode assinar contrato de financiamento.
Portanto, em caso de problemas, regularize a sua situação.

42
3.12 - Que compromissos estarei assumindo?

O trabalhador que recebe financiamento terá que assumir alguns compromissos.


- Os beneficiários deverão reembolsar o financiamento do Programa. Calcule a sua
prestação e veja se vale a pena. Nos financiamentos da linha Combate à Pobreza Rural,
apenas a compra da terra é reembolsável. Nos financiamentos da linha Consolidação da
Agricultura Familiar, todo o financiamento é reembolsável.
- Para todos os investimentos realizados com recursos do Programa, o
beneficiário deverá aportar 10% de contrapartida, que pode ser em trabalho, materiais,
equipamentos, instalações ou em dinheiro;
- Os beneficiários deverão, também, prestar contas dos gastos realizados com
recursos do Programa e permitir as fiscalizações realizadas pelo Governo Federal ou
pelo Governo Estadual.
No caso das propostas de associações, os beneficiários são avalistas dos
contratos de financiamento da associação. Todos deverão ser solidários no pagamento
da dívida. E durante o pagamento do financiamento, a terra será propriedade da
associação, mesmo que se faça uma divisão de lotes para a exploração individual.
Quando terminar de pagar as prestações, a associação poderá repassar a terra para os
associados que estiverem em dia com seus compromissos. Por isto, é importante pagar
em dia.

3.20 - Quais serão os meus direitos?

1. Autonomia de decisão Desde que sejam respeitadas as regras do Programa, os


beneficiários têm total autonomia para:
- Escolher a terra que será adquirida;
- Definir em que serão aplicados os recursos para investimento;
- Escolher o técnico ou a entidade que prestará assistência técnica;
- Definir o que e como produzir.
No caso de associações, os beneficiários têm autonomia para:
- Escolher quem vai participar e quem vai dirigir a associação;
- Definir como vão organizar a associação e como serão seus estatutos;
- Definir como vão organizar a produção (individual, coletiva ou mista);
- Definir como será dividida a terra e como serão as moradias.

43
Os recursos para investimentos serão depositados em conta bloqueada da
associação ou do beneficiário e serão liberados à medida em que são apresentados e
aprovados os projetos de investimento.
Os investimentos com recursos do programa poderão ser realizados pelos
próprios beneficiários. Assim, os recursos para mão de obra dos projetos servirão ao
sustento das famílias durante a implantação dos projetos.
Os beneficiários poderão, também, escolher o agente financeiro. No Nordeste,
atuam o Banco do Brasil e o Banco do Nordeste. No restante do país, apenas o Banco
do Brasil, mas outros agentes financeiros serão progressivamente incorporados no
Programa.

2. Assistência Técnica Em todos os financiamentos da linha Combate à Pobreza


Rural, a assistência técnica está incluída no financiamento e é totalmente gratuita. Ela
pode também ser incluída nos financiamentos da linha Consolidação da Agricultura
Familiar (neste caso, ela será incluído na dívida).Cabe ao beneficiário definir quem vai
prestar este serviço. Será assinado um contrato entre o beneficiário ou a associação e o
técnico ou a entidade que presta este serviço. O pagamento é feito pelo beneficiário à
medida em que forem sendo realizadas as atividades e as visitas. Os investimentos com
recursos do programa poderão ser realizados pelos próprios beneficiários. Assim, os
recursos para mão de obra dos projetos servirão ao sustento das famílias durante a
implantação dos projetos.

- PRONAF A e outros financiamentos


Os beneficiários do PNCF terão direito aos financiamentos do PRONAF A,
inclusive o financiamento para custeio do PRONAF A/C, que é um financiamento
importante para a segurança alimentar e o desenvolvimento da produção.
Em caso de necessidade, o financiamento do PRONAF A poderá ser solicitado
ainda durante a implantação dos projetos de investimentos comunitários ou
investimentos básicos. O MDA já orientou os conselhos estaduais do PRONAF a incluir
todos os beneficiários do Crédito Fundiário na lista dos agricultores aptos a receber o
PRONAF A.
Os agricultores familiares que já tiveram PRONAF B ou C, como arrendatários
ou pequenos proprietários, não perdem o direito de receber o PRONAF A depois do
financiamento do Crédito Fundiário.

44
Posteriormente, os beneficiários poderão acessar as demais linhas do PRONAF,
assim como o PRONAF Jovem, o PRONAF Mulheres. Mas, ao acessar o PRONAF C
ou D, os beneficiários perderão direito aos créditos de custeio PRONAF A/C, assim
como outros financiamentos exclusivos para o público da Reforma Agrária.

- Outros apoios
Em vários estados, os beneficiários do Crédito Fundiário não precisam realizar
investimentos para eletrificação, pois estão incluídos no público prioritário do programa
"Luz para Todos". Também há estados em que o governo estadual ou os governos
municipais estão assegurando a construção de moradias ou outros investimentos em
infra-estrutura.

- que fazer para conseguir o financiamento?


Conheça o programa Para conhecer o programa e as condições de participação,
você deve procurar o Sindicato de Trabalhadores Rurais ou o Sindicato de
Trabalhadores da Agricultura Familiar do seu município, a Unidade Técnica Estadual
do Programa de Crédito Fundiário, o órgão de assistência técnica ou o Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS. Essas instituições estão
autorizadas a prestar informações sobre o programa.
Para cada situação, há uma linha de crédito específica:
- Combate à Pobreza Rural: trabalhadores de renda mais baixa, organizados em
associações, disponível nas regiões Nordeste, Sul e nos estados de Minas Gerais
e Espírito Santo;
- Consolidação da Agricultura Familiar: agricultores individuais ou organizados
em associações, disponível em 21 estados: regiões Sul, Sudeste, Centro Oeste e
Nordeste, Rondônia e Tocantins;
- Nossa Primeira Terra: filhos de agricultores familiares ou trabalhadores de 18 a
24 anos (em associações, aceita-se 30% de jovens de até 28 anos);
- Terra para a Liberdade: trabalhadores libertados de situações de escravidão ou
similares;
- Terra negra: trabalhadores negros não quilombolas.
O prazo de pagamento é de até 17 anos com taxas de juros entre 3,0 e 6,5% a.a.,
de acordo com o valor financiado. Esse valor pode chegar a R$ 40 mil por beneficiário,
dependendo da linha de crédito.2. Escolha a terra O passo seguinte é procurar uma área

45
rural que o dono tenha interesse em vender. O proprietário deve apresentar o título
legítimo e legal da propriedade, além de vários outros documentos que comprovam que
o imóvel não tem irregularidades e que os impostos estão em dia. É o proprietário que
deve pagar para obter os documentos e as certidões do imóvel.
Importante! - O imóvel tem que ter um potencial para produção e para o
desenvolvimento das famílias;
- O preço da terra tem que ser compatível com o mercado local. Haverá uma
avaliação deste preço pela UTE.
- Verifique se a legislação sobre o meio ambiente permite o uso que se pretende
fazer da terra;
- O imóvel não pode estar em processo de desapropriação para a Reforma
Agrária;
- Se o imóvel tiver mais de 15 módulos fiscais, será necessário verificar a
possibilidade de aquisição com financiamento do Programa (será solicitado parecer ao
INCRA);
- A divisão da área do imóvel entre as famílias não pode ser inferior à Fração
Mínima de Parcelamento, que varia de município para município. Verifique qual é esta
Fração no seu município.
- O imóvel não pode ter qualquer problema jurídico que possa impedir a sua
transferência,ou comprometer a sua implantação do projeto;
- Em caso de imóvel hipotecado, verifique a situação e o valor da hipoteca antes,
pois ela deverá ser quitada antes ou durante a venda;
- A terra não pode estar em reserva indígena, em área ocupada por quilombos,
área de interesse ecológico e de proteção ambiental. Se a terra estiver próxima a uma
área deste tipo, será importante consultar a Unidade Técnica sobre a possibilidade de
financiamento;
- O dono não pode ter dívidas com a União, com o INSS ou com o FGTS.
Cuidado! Quando a propriedade teve ou tem arrendatários, parceiros, moradores ou
assalariados, é importante:
- Que a situação destes trabalhadores tenha sido regularizada e que sejam
fornecidos os comprovantes destes acertos trabalhistas - o proprietário não poderá
condicionar a venda da propriedade à inclusão destes trabalhadores na associação, assim
como o acesso à terra também não pode ser usado como pagamento dos direitos
trabalhistas.

46
3.24 - O que fazer para me cadastrar no sistema do programa?

Assim que se confirma o interesse de um trabalhador ou uma associação pelo


Programa, ele pode ser cadastrado, pela Internet, nos sistemas do Programa. Podem
fazer isto as Federações sindicais, as Unidades Técnicas dos Estados, diversas ONGs e
órgãos de assistência técnica que atuam no Programa.
1. Busque apoio para elaborar a Proposta de Financiamento Com a terra já
escolhida, é hora elaborar a proposta de financiamento. Em cada estado, há várias
instituições que podem auxiliar na elaboração da proposta. Se precisar de ajuda, procure
saber quais são. A proposta deve conter informações sobre:
- o imóvel (condições de acesso, solos, infra-estrutura e benfeitorias existentes,
potencial, recursos hídricos, área de reserva legal e de preservação permanente);
- os investimentos que serão necessários para melhorar o imóvel e a infra-
estrutura produtiva;
- o que se pretende produzir;
- no caso das associações, como será organizada a produção.
2. Crie e registre a associação (só para projetos associativos) As associações ou
cooperativas podem apresentar projetos, desde que seus membros preencham os
requisitos do Programa. Os projetos da linha Combate à Pobreza Rural são,
obrigatoriamente, associativos.
As associações devem ser compostas somente pelos beneficiários do Programa e
seus dependentes. Caso o projeto tenha tido origem em uma associação mais ampla,
será necessário criar uma associação específica para fazer o contrato de financiamento
do Crédito Fundiário.
É importante que os estatutos sejam discutidos pelos associados, em detalhe,
pois esta será a lei maior da associação.
É importante que os estatutos indiquem:
- que um dos objetivos da associação é a compra de terras pelo Programa de
Crédito Fundiário;
- que este imóvel poderá ser dividido entre os beneficiários, quando tiver sido
quitada a dívida;
- que a substituição de um beneficiário deverá ser aprovada pela associação, em
assembléia geral;

47
- que cada família beneficiária terá uma quantidade igual de cotas da associação,
mas poderá dividi-las entre seus membros (ex: metade das cotas para o marido, metade
para a mulher);
3. Junte toda a documentação Junto com a proposta, você deve apresentar cópia
de toda a documentação exigida para conseguir o financiamento. Alguns documentos
são exigências da legislação bancária, afinal, os beneficiários receberão financiamento,
vão abrir contas ou terão a possibilidade de abrir contas em banco. Outros são
necessários para evitar que você compre um imóvel irregular. Outros, ainda, são
exigidos pela legislação eleitoral ou ambiental para todo financiamento público.
Importante:
- O programa tem recursos para quem ajuda os interessados a organizar a
papelada e a preencher a proposta de financiamento. Não aceite o pagamento direto de
taxas ou de comissões: isto é proibido. Também não é permitida a cobrança de
corretagem na negociação dos imóveis ou na tramitação das contratações.
- Não é necessário reconhecer firmas, nem autenticar as cópias.
- O proprietário deve fornecer gratuitamente a sua documentação e a do imóvel.
Mesmo assim, é importante saber que a documentação do imóvel (escritura e Certidão
de Registro) é pública e pode ser solicitada aos cartórios por qualquer pessoa.
Conheça a tramitação da proposta de financiamento até a contratação
A proposta de financiamento tem que percorrer uma série de passos para o
financiamento sair. Veja quais são:
1. Assim que a proposta é elaborada, ela tem que ser encaminhada ao Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável - CMDRS. Este Conselho não tem
poder de recusar uma proposta, mas ele dá um parecer sobre os beneficiários e sobre o
imóvel.
2. A proposta deve, em seguida, ser enviada à Unidade Técnica Estadual - UTE.
A Unidade Técnica avalia a proposta, analisa a documentação, realiza vistoria no
imóvel e, se estiver tudo em ordem, envia a Proposta ao Conselho Estadual de
Desenvolvimento Rural Sustentável.
3. É o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável - CEDRS, que
deve aprovar as propostas de financiamento. Caso seja aprovada, a proposta é enviada
ao Banco.

48
4. Se o Conselho aprovar a proposta, ela é enviada ao Banco. O banco analisa
somente a documentação de cada integrante da associação e da terra. Se estiver tudo
certo, o agricultor ou o grupo é chamado para assinar o contrato no cartório.
5. Depois, é só registrar a escritura em nome do beneficiário do crédito no
Cartório de Registro de Imóveis.
6. O pagamento ao dono da terra, aos cartórios e à Prefeitura (ITBI) são feitos
pelo Banco, após o registro da escritura em nome do beneficiário no Cartório de
Registro de Imóveis.
7. O dinheiro para os investimentos vai para uma conta bloqueada da associação
ou do agricultor. Para cada projeto de investimento, será necessário apresentar um
pequeno projeto, para aprovação na UTE.

4 – SEGURO RURAL

A agricultura sempre foi uma atividade de risco, sensível as variações climáticas


como seca, granizo, tromba dágua, vendaval, chuva na fase de colheita e os riscos
gerados por doença fúngica ou praga sem método difundido de combate, controle ou
profilaxia.O Seguro Rural é a atividade abrangente que cobre não só atividade agrícola,
mas também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o
crédito para comercialização desses produtos, além do seguro temporário de vida dos
produtores.

4.1 – Importância do Seguro Rural

É o seguro do produtor rural que protege o investimento realizado no plantio e na


manutenção da lavoura. Cobre danos causados por eventos climáticos, como granizo,
geada, chuva excessiva, ventos fortes e seca. A cobertura também se estende à lavoura
contra incêndio, inundação e não germinação/não emergência.

O avanço da agricultura brasileira é inegável, exceto na hora de proteger a safra das


intempéries. O Brasil tem a terceira maior economia agrícola do mundo, mas apenas
0,02% desse negócio está segurado. Na última safra - o período de 12 meses encerrado
em julho -, as apólices de seguros agrícolas somaram apenas 12 milhões de dólares. Só
para comparar, as despesas com o seguro na Argentina foram de 100 milhões de dólares
no mesmo período, embora sua produção agrícola seja a metade da brasileira.

49
Para aumentar a cobertura da safra, o governo federal vai subsidiar quem quiser
segurar suas plantações. Os agricultores vão receber em dinheiro um pagamento de 30%
a 40% do que gastaram com a apólice. A verba disponível para isso será de 15 milhões
de dólares. "Segurar a safra é importante porque reduz a possibilidade de o agricultor
quebrar em um ano ruim", diz Marcelo Guimarães, coordenador de planejamento do
Ministério da Agricultura. A cobertura agrícola é cara porque protege as lavouras de
riscos climáticos, como geadas e secas. Imprevisíveis e devastadores, esses desastres
naturais tendem a concentrar os danos em uma mesma região. "É como se fosse uma
perda total generalizada em todo um estado", diz Miguel Gallego, diretor de seguro
rural da Mapfre. Isso torna os sinistros gravíssimos. No Paraná, por exemplo, as perdas
com a forte geada do ano 2000 superaram as receitas totais das seguradoras em 400%.
Além disso, as despesas administrativas do seguro agrícola são altas. "É preciso ter
profissionais especializados para vender e fazer vistorias nas fazendas, que costumam
ser distantes dos grandes centros urbanos", diz Luiz Roberto Foz, presidente da
Seguradora Brasileira Rural (SBR). Os problemas afastam as seguradoras. Apenas
quatro empresas dominam quase 95% do mercado de seguro agrícola: a Mapfre, a SBR,
a Cosesp, controlada pelo governo paulista, e a Aliança, do Banco do Brasil. A Porto
Seguro parou de vender cobertura agrícola há dois anos. "O objetivo do subsídio é atrair
produtores e empresas para esse mercado", diz Guimarães. Mas é um processo lento.
Em 2005, apenas as plantações de milho, soja e maçã foram beneficiadas pela ajuda do
governo.

Plantação sem cobertura

O Brasil possui o terceiro maior setor agrícola do mundo, mas está


no fim da lista quando o assunto é seguro agrícola

A agricultura brasileira é um negócio de 46 bilhões de dólares.

Já o seguro agrícola no Brasil movimenta apenas 12 milhões de


dólares.

Para comparar, a agricultura do Chile é um negócio de 3,6 bilhões


de dólares, menos de 10% da agricultura brasileira. Mesmo assim, o
seguro agrícola chileno movimenta 60 milhões de dólares, cinco
vezes mais que o Brasil.

50
4.2 – Coberturas Básicas

► Granizo;

► Geada;

► Chuva excessiva;

► Ventos fortes;

► Incêndio

3.4 –Modalidades que o Seguro Rural Abrange:

► Seguro Agrícola – cobre as explorações agrícolas contra perdas decorrentes de


fenômenos meteorológicos, doenças e pragas:

► Seguro Pecuário – garante indenização por morte de animais em conseqüência de


acidentes e doenças.

► Seguro de benfeitorias e produtos agropecuários – garante construções,


instalações ou equipamentos fixos, safras removidas do campo de colheita, produtos
pecuários, veículos rurais mistos ou de carga, máquinas agrícolas e seus implementos

► Seguro de crédito para comercialização de produtos agropecuários – prevê


coberturas das perdas líquidas do segurado.

► Seguro temporário de vida – garante liquidação do saldo devedor financiado em


decorrência de operações de crédito rural ou de compra de terras para colonização
própria no caso de morte do produtor rural.

4.3 – O que é o Seguro da Agricultura Familiar?

O SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR é exclusivo para os agricultores


familiares que realizam financiamentos de custeio agrícola no Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF.

51
Para o agricultor familiar que solicitar financiamento de custeio para as culturas
zoneadas (algodão, arroz, feijão, feijão caupi, maçã, milho, soja, sorgo e trigo) e para as
culturas de banana, caju, mandioca, mamona e uva, a adesão ao SEGURO DA
AGRICULTURA FAMILIAR será compulsória (obrigatória). Assim, mais de 95% dos
financiamentos de custeio agrícola realizados no PRONAF serão cobertos pelo Seguro
da Agricultura Familiar.

As demais culturas não zoneadas (batata, tomate, cebola, girassol, mamão, laranja,
etc), não se enquadram no SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR. Mas, nesses
casos, os agricultores familiares podem, se o desejarem, aderir a modalidade anterior de
PROAGRO (que permanece sendo opcional), pagando 2% de adicional (contribuição do
produtor, correspondente ao que é denominado de prêmio no mercado segurador).

4.2.1 - O seguro da agricultura familiar garante:

► 100% do valor do financiamento;

► recursos próprios aplicados pelo agricultor familiar em valor correspondente a


65% da receita liquida esperada do empreendimento, limitado a 100% do financiamento
e a R$ 1.800,00. Considera-se receita liquida esperada a receita bruta esperada menos o
valor do financiamento. A receita bruta esperada é aquela prevista nas planilhas dos
agentes financeiros, utilizada quando da concessão do crédito.

► os juros contratuais incidentes sobre as parcelas de crédito utilizado, calculados até


a data da cobertura.

4.2.2 - IMPORTANTE:

Para minimizar esses riscos e reduzir os prejuízos que eles podem causar aos
agricultores familiares, o Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento
Agrário, em parceria com as organizações dos agricultores familiares e agentes
financeiros que atuam no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
– PRONAF, dando seqüência à política do Governo Federal de apoio à agricultura

52
familiar, está à frente da implementação de medidas que irão dar maior segurança às
plantações.

Para isso, o PROAGRO foi reformulado (Resolução 3234 do Banco Central do


Brasil, de 31.08.2004). O novo SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR tem como
objetivo garantir a cobertura de 100% do financiamento mais 65% da receita liquida
esperada pelo empreendimento financiado pelo agricultor(a) familiar. Esta inovação
estará garantindo significativa porcentagem da renda esperada pelo agricultor familiar
no momento de contratar suas operações de custeio agrícola no PRONAF.

No seguro da agricultura familiar, o agricultor não terá direito à cobertura quando o


índice médio de perda for igual ou inferior a 30% da receita bruta esperada.

Sendo o SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR uma inovação importante para


a atividade, caberá ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, ao Ministério da
Fazenda e ao Banco Central do Brasil a responsabilidade de definir os critérios a serem
observados pelos agentes financeiros para o acompanhamento e fiscalização dos
empreendimentos familiares assegurados.

4.2.3 - PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE O SEGURO DA AGRICULTURA


FAMILIAR E O PROAGRO TRADICIONAL

A modalidade anterior do PROAGRO garantia:

● somente 70% (setenta por cento) do valor do financiamento (podia chegar a 100%
para aqueles que não tiveram perda amparada depois da quarta adesão);

● somente parte dos recursos próprios aplicados pelo agricultor familiar (de modo
geral essa cobertura não vinha ocorrendo);

● os juros contratuais incidentes sobre as parcelas de crédito utilizado, calculados até


a data da cobertura.

● apenas as culturas zoneadas: algodão, arroz, feijão, feijão caupi, maçã, milho, soja,
sorgo e trigo.

53
4.3.4 - EXEMPLOS COMPARATIVOS DA COBERTURA DO SEGURO DA
AGRICULTURA FAMILIAR E DO PROAGRO TRADICIONAL

EXEMPLO 1 – Perda total

Um agricultor do Grupo C ou A/C do PRONAF financiou R$ 2.000,00 para custeio


de uma das culturas zoneadas (algodão, arroz, feijão, feijão caupi, maçã, milho, soja,
sorgo ou trigo).

► PROAGRO tradicional (antes): O agricultor paga o adicional (ou prêmio) de R$


40,00 (2%) para adesão. Têm um valor segurado de R$ 1.400,00 (70% do valor
financiado) acrescido dos juros. Havendo perda total, o agricultor fica devendo R$
600,00 do financiamento à instituição financeira.

► SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR (agora): O agricultor(a) paga o


adicional (ou prêmio) de R$ 55,60 (2% do valor de enquadramento que é o valor
financiado mais o valor dos recursos próprios aplicados, calculados como sendo 65% da
receita líquida esperada, que neste caso foi estabelecida, em R$ 1.200,00, o que
significa 60% acima do valor financiado). Têm um valor segurado de R$ 2.780,00
(100% financiamento + 65% receita liquida esperada). Havendo perda total, 100% do
valor do financiamento é coberto pelo SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR, O
agricultor liquida integralmente o financiamento e ainda recebe mais R$ 780,00.

EXEMPLO 2 – Perda total

Um agricultor do Grupo D do Pronaf financiou R$ 4.000,00, aplicou todo o valor do


financiamento na lavoura e teve perda total (100%) no momento da colheita.

► PROAGRO tradicional: O agricultor paga o adicional (ou prêmio) de R$ 80,00


(2%) para adesão. Têm um valor segurado de R$ 2.800,00 (70% do valor financiado).
Havendo perda total, o agricultor fica devendo R$ 1.200,00 do financiamento à
instituição financeira.

► SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR: O agricultor paga o adicional (ou


prêmio) de R$ 111,2 (2%) para adesão. Têm um valor segurado de R$ 5.560,00 (100%
financiamento + 65% receita liquida esperada). Havendo perda total, 100% do valor do

54
financiamento é coberto pelo SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR, O
agricultor liquida integralmente o financiamento e ainda recebe mais R$ 1.560,00.

EXEMPLO 3 – Perda total

Um agricultor do grupo E do PRONAF financiou R$ 10.000,00 , aplicou todo o valor


do financiamento na lavoura e teve perda total (100%) no momento da colheita.

► PROAGRO tradicional: O agricultor(a) paga o adicional (ou prêmio) de R$ 200,00


(2%) para adesão. Têm um valor segurado de R$ 7.000,00 (70% do valor do
financiamento). Havendo perda total, o agricultor fica devendo R$ 3.000,00 do
financiamento à instituição financeira.

► SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR: O agricultor paga o adicional (ou


prêmio) de R$ 236,00 (2%) para adesão. Têm um valor segurado de R$ 11.800,00
(100% financiamento + 65% receita liquida esperada, limitada a R$ 1.800,00). Havendo
perda total, 100% do valor do financiamento é coberto pelo SEGURO DA
AGRICULTURA FAMILIAR, e o agricultor ainda recebe mais R$ 1.800,00. Neste
caso a receita liquida esperada seria maior que os R$ 1.800,00 recebido pelo agricultor.
Porém, para o ano safra 2004/2005 o limite de até R$ 1.800,00 de ressarcimento dos
recursos próprios tem como objetivo garantir maior apoio aos agricultores familiares
que financiam valores menores.

EXEMPLO 4 – Perda parcial de 50%

Um agricultor do Grupo C ou A/C do PRONAF financiou R$ 2.000,00 para custeio


de uma das culturas zoneadas (algodão, arroz, feijão, feijão caupi, maçã, milho, soja,
sorgo ou trigo).

► PROAGRO tradicional: O agricultor paga o adicional (ou prêmio) de R$ 40,00, o


que corresponde a 2% do financiamento para adesão. A receita bruta esperada é de R$
3.200,00, o que significa 60% acima do valor financiado. Havendo perda de 50%, o
agricultor colhe o correspondente a R$ 1.600,00. O valor segurado é de R$ 400,00, ou
seja a diferença entre o que colheu (R$ 1.600,00) e o que foi segurado (R$ 2.000,00).
Vai receber 70% de R$ 400,00, ou seja R$ 280,00. Fica devendo R$ 120,00 do
financiamento ao banco.

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► SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR: O agricultor(a) paga o adicional (ou
prêmio) de R$ 55,60 (2% do valor de enquadramento que é o valor financiado mais o
valor dos recursos próprios aplicados, calculados como sendo 65% da receita líquida
esperada, que neste caso foi estabelecida, em R$ 1.200,00, o que significa 60% acima
do valor financiado). Têm um valor segurado de R$ 2.780,00 (100% financiamento +
65% receita liquida esperada) acrescido dos juros. A receita bruta esperada é de R$
3.200,00. Havendo perda de 50% (parcial), o agricultor colhe o correspondente a R$
1.600,00 e recebe R$ 1.180,00 do SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR. O
agricultor liquida integralmente o financiamento e ainda recebe mais R$ 780,00.

EXEMPLO 5 - Perda parcial de 50%

Um agricultor grupo D do PRONAF financiou R$ 4.000,00, aplicou todo o valor do


financiamento na lavoura e teve perda total (100%) no momento da colheita.

► PROAGRO tradicional: O agricultor paga o adicional (ou prêmio) de R$ 80,00


(2%) para adesão. A receita bruta esperada é de R$ 6.400,00. Havendo perda de 50%
(parcial), o agricultor colhe o correspondente a R$ 3.200.00. Têm um valor segurado de
R$ 2.800,00 (70% do valor financiado). O valor segurado é de R$ 800,00, ou seja a
diferença entre o que colheu (R$ 3.200,00) e o que foi segurado (R$ 4.000,00). Vai
receber 70% de R$ 800,00, ou seja R$ 560,00. Fica devendo R$ 240,00 do
financiamento ao banco.

► SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR: O agricultor paga o adicional (ou


prêmio) de R$ 111,2 (2%) para adesão. Têm um valor segurado de R$ 5.560,00 (100%
financiamento + 65% receita liquida esperada). A receita bruta esperada é de R$
6.400,00. Havendo perda de 50% (parcial), o agricultor colhe o correspondente a R$
3.200,00 e recebe R$ 2.360,00 do SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR. O
agricultor liquida integralmente o financiamento e ainda recebe mais R$ 1.560,00.

EXEMPLO 6 - Perda parcial de 50%

Um agricultor do Grupo E do PRONAF financiou R$ 10.000,00 , aplicou todo o valor


do financiamento na lavoura e teve perda total (100%) no momento da colheita.

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► PROAGRO tradicional: O agricultor(a) paga o adicional (ou prêmio) de R$ 200,00
(2%) para adesão. A receita bruta esperada é de R$ 16.000,00. Havendo perda de 50%
(parcial), o agricultor colhe o correspondente a R$ 8.000,00. O valor segurado é de R$
2.000,00, ou seja a diferença entre o que colheu (R$ 8.000,00) e o que foi segurado (R$
10.000,00). Vai receber 70% de R$ 2.000,00, ou R$ 1.400,00. Fica devendo R$ 600,00
do financiamento ao banco.

► SEGURO DA AGRICULTURA FAMILIAR: O agricultor paga o adicional (ou


prêmio) de R$ 236,00 (2%) para adesão. Têm um valor segurado de R$ 11.800,00
(100% financiamento + 65% receita liquida esperada, limitada a R$ 1.800,00). A receita
bruta esperada é de R$ 16.000,00. Havendo perda de 50% (parcial), o agricultor colhe o
correspondente a R$ 8.000,00 e recebe R$ 3.800,00 do SEGURO DA AGRICULTURA
FAMILIAR. O agricultor liquida integralmente o financiamento e ainda recebe mais R$
1.800,00.

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