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I Solicitante:........ Presidente da Câmara Municipal de Monte Aprazível


ll Objeto:................DenúnciaSr. JorgeMendes
lll Assunto: lrregularidades na contratação de emprego em comissão.

í. Relatório - síntese fática

Foi encaminhado ao Departamento Administrativo desta


Casa, pelo Sr. Jorge Mendes, denúncia contra o Prefeito Municipal de Monte
Aprazível, Sr. Nelson Luiz Aranjues Montoro, sob o argumento de que este praticou
infração político-administrativa, consistente na contratação do Sr. Nelson Antonio
Avellar, para o emprego em comissão de Chefe de Gabinete, praticando, assim, atos
contra expressa disposição de lei.
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HiF Referida denúncia foi protocolada nesta Casa no dia 28

E dezembro de 2017 e, posteriormente aditada no dia 29 de janeiro de 2018,


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§ €juntando novos documentos e incluindo na denúncia a nomeação do Dr. Cesar


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finugusto Spina, que também, segundo a denúncia, possui condenações por ato de
tãirprobidade em segunda instância.
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Deste modo, após ciência pelo Presidente da Câmara


Municipal, este exarou despacho, encaminhando o citado documento ao
Departamento Jurídico e a Comissão de Constituição, Justiça e Redação para que
apresentem o competente parecer, nos termos do art. 347, inciso lV do Regimento
lnterno.

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Aduz, portanto, que houve a prática de infração político-


administrativa, consistente na prática de ato contra disposição de lei, razão pela qual
requer a instauração de Comissão Processante para apuração do fato ora narrado.

Em apertada síntese, é o relatório.

^ 2. Dos fatos e do direito

Após criteriosa análise da denúncía e de seu aditamento, o


Departamento Jurídico entende que o fato narrado, em tese, constitui infração
político-administrativa, de apreciação pela Câmara Municipal, razáo pela qual deve
ser devidamente apurado por esta Casa de Leis.

lmportante mencionar, ab initio, que a decisão pela formação


ou não da Comissão Processante e, posteriormente, a decisão pela cassação ou
não do denunciado complete exclusivamente aos Nobres Vereadores, que em
decisão política deverão exarar seus votos em Plenário, nos termos do que dispõe o
Regimento lnterno desta Casa de Leis.

As infrações político-administrativas estão devidamente


elencadas no art. 74, incisos I a Xll, da Lei Orgânica Municipal. Vejamos:

Subseção ll - Da responsabilidade político-administrativa


Art. 74. As infrações político-administrativas praticadas pelo
Prefeito serão julgadas pela Câmara Municipal e compreendem:
| - deixar de apresentar declaração pública de bens, nos termos do
artigo 63 da Lei Orgânica Municipal;
ll - impedir o livre e regular funcionamento da Câmara Municipal;
lll - impedir o exame de livros e outros documentos que devam
constar dos arquivos da Prefeitura, bem como a verificação de
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obras e serviços por Comissões de investigação da Câmara ou


auditoria regularmente constituída;
lV - desatender, sem motivo justo, os pedidos de informação da
Câmara Municipal, quando formulados de modo regular;
V - retardar a regulamentação ou publicação de Leis e Atos sujeitos
a essas formalidades;
Vl - deixar de enviar a Câmara Municipal, no tempo devido, os
projetos de lei relativos ao Plano Plurianual, às Diretrizes
Orçamentárias e aos Orçamentos Anuais e outros cujos prazos
estejam fixados em lei;
Vll - descumprir o orçamento aprovado para o exercício financeiro;
Vlll - praticar atos contra expressa disposição de lei ou omitir-se na
prática daqueles de sua competência;
lX - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou
interesses do Município, sujeitos à administração da Prefeitura;
X - ausentar-se do Município por tempo superior ao permitido pela
Lei Orgânica salvo licença da Câmara Municipal;
Xl - proceder de modo incompatível com a dignidade e o decoro do
cargo;
Xll - não entregar os duodécimos a Câmara Municipal, conforme
previsto em lei.
Parágrafo único. Sobre o substituto do prefeito incidem às infrações
político-administrativas de que trata este artigo, sendo-lhe aplicável
o processo pertinente, ainda que cessada a substituição.

No mesmo sentido dispõe o Regimento lnternos da Câmara


Municipal, no art. 346, incisos I a XII.

No tocante ao procedimento a ser observado pela Câmara


Municipal, dispõe o art. 347 do Regimento lnterno:

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AÍ1. 347. Nas hipóteses previstas no artigo anterior, o processo de


cassação obedecerá ao seguinte rito:
| - a denúncia escrita, contendo a exposição dos fatos e a indicação
das provas, será dirigida ao Presidente da Câmara e poderá ser
apresentada por Vereador, Partido Político com representação na
Câmara ou qualquer eleitor, com exposição dos fatos e indicação
das provas;
ll - se o denunciante for Vereador, não poderá participar, sob pena
de nulidade, da deliberação plenária sobre o recebimento da
denúncia, da Comissão Processante, dos atos processuais e do
julgamento do acusado, caso em que o Vereador impedido será
substituído pelo respectivo suplente, o qual não poderá integrar a
Comissão Pro
cessante;
lll - se o denunciante for o presidente da Câmara, passará a
a seu substituto legal, para os atos do processo, e
presidência
somente votará, se necessário, para completar o quorum do
julgamento;
lV - de posse da denúncia, o presidente da Câmara ou seu
substituto, após parecer favorável do procurador jurídico da Casa e
da Comissão de Justiça e Redação acerca dos aspectos jurídicos
da admissibilidade, legitimidade e legalidade da denúncia,
determinará sua leitura na primeira sessão ordinária ou
extraordinária, consultando o Plenário sobre o seu recebimento;
V - decidido o recebimento da denúncia pela maioria absoluta
dos membros da Gâmara, na mesma sessão será constituída a
Comissão Processante, integrada por três Vereadores sorteados
entre os desimpedidos, observado o princípio da representação
proporcional dos partidos, os quais elegerão, desde logo, o
presidente e o relator;
Vl - havendo apenas três ou menos Vereadores desimpedidos, os
que se encontrarem nessa situação comporão a Comissão
Processante, preenchendo-se, quando for o caso, as demais vagas

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através de sorteio entre os Vereadores que inicialmente se


encontravam impedidos;
Vll - entregue o processo ao presidente da Comissão, seguir-se-á o
seguinte procedimento:
a) dentro de cinco dias, o presidente dará inÍcio aos trabalhos da
Comissão;
b) como primeiro ato, o presidente determinará a notificação do
denunciado, mediante remessa de copia da denúncia e dos
documentos que a instruem;
c) a notificação será feita pessoalmente ao denunciado, se ele se
encontrar no Município, e se estiver ausente do Município, a
notificação far-se-á por edital publicado duas vezes no orgão oficial,
com intervalo de três dias, no mínimo, a contar da primeira
publicação;
d) uma vez notificado, pessoalmente ou por edital, o denunciado
terá direito de apresentar defesa prévia por escrito no prazo de dez
dias, indicando as provas que pretende produzir e o rol de
testemunhas que deseja sejam ouvidas no processo, até o máximo
de dez;
e) decorrido o prazo de dez dias, com defesa prévia ou sem ela, a
Comissão Processante emitirá parecer dentro de cinco dias,
opinando pelo prosseguimento ou pelo arquivamento da denúncia;
f) se o parecer opinar pelo arquivamento, será submetido a Plenário,
que, pela maioria dos presentes, poderá aprová-lo, caso em que
será arquivado, ou rejeitá-lo, hipótese em que o processo terá
prosseguimento;
g) se a Comissão opinar pelo prosseguimento do processo ou se o
Plenário não aprovar seu parecer de arquivamento, o presidente da
Comissão dará início à instrução do processo, determinando os
atos, diligências e audiências que se fizerem necessárias para o
depoimento e inquirição das testemunhas arroladas;
h) o denunciado deverá ser intimado de todos os atos processuais,
pessoalmente ou na pessoa de seu procurador, com antecedência

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mínima de 24 (vinte quatro) horas, sendo-lhe permitido assistir às


diligências e
audiências, bem como formular perguntas e
reperguntas as testemunhas e requerer o que for de interesse da
defesa, sob pena de nulidade do processo;
Vlll - concluída a instrução, será aberta vista do processo ao
denunciado, para apresentar razões escritas no prazo de cinco dias,
vencido o qual, com ou sem razões do denunciado, a Comissão
Processante emitirá parecer final, opinando pela procedência ou
improcedência da acusação e solicitará ao presidente da Câmara a
convocação de sessão para julgamento;
lX - na sessão de julgamento, que só poderá ser aberta com a
presença de, no mínimo, dois terços dos membros da Câmara, o
processo será lido integralmente pelo relator da Comissão
Processante e, a seguir, os Vereadores que o desejarem poderão
manifestar-se verbalmente pelo tempo máximo de 15 minutos cada
um e, ao final, o acusado ou seu procurador disporá de duas horas
para produzir sua defesa oral;
X - concluída a defesa, proceder-se-á a tantas votações públicas
nominais quantas forem às infrações articuladas na denúncia,
considerando-se afastado definitivamente do cargo o denunciado
que for declarado incurso em qualquer um
a das infrações especificadas na denúncia, pelo voto de dois terços,
no mínimo, dos
membros da Câmara;
Xl - concluído o julgamento, o presidente da Câmara proclamará,
imediatamente, o resultado e fará lavrar a Ata na qual se
consignará a votação sobre cada infração;
Xll - havendo condenação, a Mesa da Câmara expedirá o
competente Decreto Legislativo de cassação de mandato, que será
publicado na imprensa oficial e, no caso, de resultado absolutório, o
presidente da Câmara determinará o arquivamento do processo,
devendo, em ambos os casos, comunicar o resultado à Justiça
Eleitoral.

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Art. 348. O processo a que se refere o artigo anterior, sob pena de


arquivamento, deverá estar concluído dentro de g0 (noventa) dias,
a contar da intimação do denunciado.

§1o O ptazo previsto no "caput" poderá ser prorrogado por igual


período, quando por culpa do denunciado aquele for insuficiente,
devendo ser autorizado pelo plenário em tempo hábil, mediante
requerimento fundamentado feito pelo Presidente da Comissão
Processante.
^ §2o O arquivamento do processo por falta de conclusão no ptazo
previsto neste artigo não impede nova denúncia sobre os mesmos
fatos nem a apuração de contravenções ou crimes comuns.

Deste modo, caso seja o entendimento dos nobres


Vereadores, que deverão ler a denúncia e formar o seu convencimento, a formação
da Comissão Processante dependerá do voto da maioria absoluta dos Vereadores,
que será exarado em Plenário.

2.1.Da admissibilidade, legitimidade e legalidade da denúncia

Quanto a admissibilidade da denúncia compete informar que


está devidamente instruída e preenche todos os requisitos previstos no Regimento
lnterno, devendo, portando, tramitar conforme procedimento já exposto.

Por seu turno, analisando a legitimidade verifica-se que a


denúncia requerendo a abertura de processo de cassação é de autoria do Sr. Jorge
Mendes, que a subscreve como cidadão, sendo, portanto, parte legítima para figurar
como denunciante, conforme o estabelecido inciso l, do art. 347, do Regimento
!nterno:

An. 347. Nas hipoteses previstas no artigo anterior, o processo de


cassação obedecerá ao seguinte rito:

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I - a denúncia escrita, contendo a exposição dos fatos e a


indicação das provas, será dirigida ao Presidente da Câmara e
poderá ser apresentada por Vereador, Partido político com
representação na Câmara ou qualquer eleitor, com exposição dos
fatos e indicação das provas;
(...) (grifamos)

Analisando a legalidade, temos que da análise inicial da


denúncia, verifica-se que o Regimento lnterno limita-se a exigir apenas que a
denúncia seja escrita e que indíque provas. Com isso, não há fundamentos jurídicos
que impeçam a denúncia seja colocada à apreciação pelo Plenário para o seu
recebimento, na forma como fora protocolada.

Portanto, nobres Edis, analisando a admissibilidade, a


legitimidade e a legalidade da denúncia em comento, verifica-se a consistência da
mesma, devendo, portanto, ser colocada para votação em Plenário pelo Presidente
da Câmara Municipal e devidamente recebida para posterior análise do mérito.

2.2. Do quorum de recebimento, da ausência de impedimento e do recebimento

lmportante frisar que o quorum de recebimento da denúncia,


neste momento, será por maioria absoluta, ou seja, cinco votos, não havendo
nenhum impedimento de qualquer Vereador.

A denúncia foi ofertada por eleitor, não sendo subscrita,


portanto, por nenhum Vereador, razáo pela qual não há qualquer impedimento,
devendo todos os Vereadores participarem das deliberaçÕes plenárias sobre o
recebimento da denúncia e, em caso de recebimento da denúncia, em todas as
demais votações previstas no procedimento supramencionado.

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O quorum de
recebimento, como mencionado, será por
maioria absoluta dos votos exarados na primeira Sessão Ordinária ou Extraordinária
convocada para esta finalidade, conforme art. 347, incisos lV e V, do Regimento
lnterno:

Art. s47. (...)


lV - de posse da denúncia, o presidente da Câmara ou seu
substituto, após parecer favorável do procurador jurídico da Casa e
da Comissão de Justiça e Redação acerca dos aspectos jurídicos
da admissibilidade, legitimidade e legalidade da denúncia,
determinará sua leitura na primeira sessão ordinária ou
extraordinária, consultando o Plenário sobre o seu
recebimento;
V - decidido o recebimento da denúncia pela maioria absoluta
dos membros da Câmara, na mesma sessão será constituída a
Comissão Processante, integrada por três Vereadores sorteados
entre os desimpedidos, observado o princípio da representação
proporcional dos partidos, os quais elegerão, desde logo, o
presidente e o relator;
(...) (grifamos)

Lembrando os nobres Vereadores que, caso seja aceita a


denúncia, a Comissão Processando deverá ser integrada por três Vereadores
sorteados, devendo referida Comissão ser constituída na mesma sessão que decidiu
pelo recebimento da denúncia.

Na mesma sessão, ainda, após o sorteio dos integrantes da


Comissão Processante, estes deverão, desde logo, eleger o Presidente e o Relator
da Comissão Processante.

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Por fim, destaca-se que o Presidente da Câmara Municipal


nos termos regimentais está impedido de participar de qualquer Comissão, inclusive
está impedido de participar da Comissão Processante, devendo seu nome ficar
ausente entre os possíveis sorteados.

2.3. Da não aplicação do Decreto-Lei 201167 diante da existência de norma


específica na LOM que reproduz seus dispositivos

Preceitua o mestre Hely Lopes Meirelles, em lapidares linhas


de sua festejada obra "Direito Municipal Brasileiro", gue o referido Decreto-Lei não
está a ser aplicado totalmente.

1)s arÍs. 4o a 8o do Decreto-Lei no. 201/67 foram revogados


pelos artigos 29 e 30 da Constituição Federal de 1988,
devendo essa matéria ser regulada pela Lei Orgânica do
Município."
()
Iars sanções podem ser estabelecidas ou modificadas por
norma municipal e, como imposições punitivas, devem ser
interpretadas restitivamente e aplicadas tão-so aos fatos
típicos de sua incidência, obseruando o devido processo
legal." (obra citada, pag. 729)

Deste modo, o processo de cassação de mandato deve ser


regulado pela legislação local. Contudo, na ausência dessa norma municipal, pode-
se seguir o disposto no art. 50 do Decreto-Lei 201167.

Nesta toada, tem-se o RE 301.910-4, do Colendo Supremo


Tribunal Federal, desafiado através da seguinte ementa do Tribunal de Justiça do
Mato Grosso do Sul:
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Argüição direta de inconstitucionalidade - art. 76 da Lei


Orgânica Municipal de Selvíria infrações político-
administrativas tipificação possibilidade - julgamento
político - interesse local - art. 29 da Constituição Federal -
revogação dos artigos 40 a 80 do Decreto-Lei 201167
improcedência do pedido - constitucionalidade da norma.

Os artigos 40 a 8o do Decreto-Lei 201167 foram revogados


pelos artigos 29 e 30 da Constituição Federal de 1988, devendo essa matéria ser
regulada pela Lei Orgânica do Município. Ás infrações político-administrativas do
prefeito e as faltas etico-pafiamentares dos vereadores, ensejadoras da cassação de
seus mandatos, não constituem matéria processual, porquanÍo a cassação tem
natureza parajudicial e caráter político punitivo, e, por rsso mesmo, é de interesse
local que sejam afetas à competência da lei orgânica municipal.

Do supramencionado aresto do STF, extrai-se o seguinte


trecho da brilhante relatoria da Ministra Ellen Gracie:

De qualquer sorÍe, mesmo que superados os obices de


admissibilidade do recurso extraordinário, obseruo que, no
mérito, a decisão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso do
Sul manifesta entendimento consentâneo com o que decidido
pelo Plenário da Corte.(rel. Min. Marco Aurélio, unânime, DJ
de 08.06.2001).

Daí deflui a conclusão de que cabe a utilização do referido


decreto lei, apenas se omissa for a Lei Orgânica do Município quanto ao processo
de perda de mandato de prefeito ou vereador, o que revela-se cada vez mais raro,
dada a existência de lei orgânica em quase todos os municípios brasileiros.

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Conclui-se, portanto, que em nosso município deverá ser


obedecido as normas previstas na Lei Orgânica Municipal e Regimento lnterno desta
Casa de Leis, conforme supramencionado. Ademais, a Lei Orgânica Municipal, ao
definir as infrações político-administrativas, se limitou a reproduzir as infrações já
existentes no referido Decreto-Lei.

2.4. Da infração politico-administrativa

Conforme mencionado preliminarmente, as infrações político-


administrativas estão elencadas no art.74, da Lei Orgânica Municipal, bem como no
art. 346, do Regimento lnterno da Câmara Municipal.

A denúncia, ora em debate, foi consubstanciada no fato de o


denunciado ter praticado atos contra expressa disposição de lei, ou seja, embasada
nas contratações para empregos em comissão dos Srs. Nelson Antonio Avellar e
Cesar Augusto Spina. Destaca-se que, nos termos da denúncia, as contratações
mencionadas ofendem o ordenamento jurídico vigente, em especial a Lei de
lmprobidade Administrativa e a Constituição Federal.

Vale ressaltar que o grande cerne da questão que envolveu


as contratações é que fere, nos termos da denúncia, o princípio da moralidade
administrativa estampado expressamente no caput, do art. 37 da Constituição
Federal.

Da análise do princípio da moralidade verifica-se a conduta da


Administração deve ser mais exigente do que simples cumprimento da frieza das leis.
Deve-se distinguir o justo do injusto, o lícito do ilícito, o certo do errado. Portanto, a
moralidade passa a ser pressuposto de validade dos atos da Administração.

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Assim, em toda atuação da Administração deverão estar


presentes os princípios da lealdade, da boa-fé, entre outros, atinentes à moralidade.

Trata-se de preceitos éticos desejados pela sociedade que


remunera os agentes públicos direta ou indiretamente. Por isso, o princípio da
moralidade pode ser considerado, a um só tempo, dever do administrador e direito
público subjetivo dos cidadãos, Por sua vez, ressalta-se que o conceito de
moralidade é um conceito jurídico indeterminado, de observância obrigatoria da
Ad ministração Pública.

A Constituição da República ao elencar os princípios basilares


da Administração Pública, os quais devem ser observados pelos administradores
quando no desempenho de suas funções, inseriu o princípio da moralidade,
significando que a atuação daqueles agentes públicos deve ser conduzida com base
nos preceitos éticos, da boa-fé, honradez, da lealdade, da probidade.

O legislador constitucional ao inserir o princípio da moralidade,


dentre aqueles que devem nortear a atuação dos administradores públicos, deixou
claro que não basta o estrito cumprimento da lei para que os atos praticados sejam
considerados válidos. Significa então que o administrador deve observar não apenas
os aspectos legais do ato, ou seja, diferenciando o legal daquilo que é ilegal, mas,
também entre o honesto e o desonesto.

Segundo Hely Lopes Meirelles, "a moralidade administrativa


constitui, hoje em dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração
Pública". E continuava afirmando ainda que: "por considerações de Direito e de
Moral, o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas
também à lei etica da própria instituição, porque nem tudo que é legal é honesto."

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Também encontramos o princípio da moralidade no tocante à


Ação Popular, sendo que o art. 50, inciso LXXIll da Constituição Federal dispõe que:

Art.50. (...)
LXX|ll - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio historico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;
(...) (grifamos).

Nas lições do mestre Hely Lopes Meirelles, na sua


consagrada obra Direito Municipal Brasileiro, nos ensina que:

"Responsabilidade político-administrativa é a que resulta da


violação de deveres éticos e funcionais de agentes políticos
eleitos, que a lei especial indica e sanciona com a cassação
do mandato. Essa responsabilidade é independente de
qualquer outra e deriva de infrações político-administrativas
apuradas e julgadas pela corporação legislativa da entidade
estatal a que pertence o acusado, na forma procedimental e
regimental estatuída para o colegiado julgador.
()
O processo e o julgamento das
infrações político-
administrativas competem exclusivamente à Câmara de
Vereadores, na forma prevista na lei municipal pertinente, e
os trâmites da acusação e da defesa devem atender não só
aos preceitos das normas pertinentes, como às disposições
regimentais da corporação, para validade da deliberação d
Plenário. Trata-se de processo político-administrativo (e não

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legislativo), de natureza paraludicial e de caráter punitivo, por


isso mesmo sujeito aos rigores formais e à garantia de ampla
defesa. (...)
O que o Judiciário não pode é valorar os motivos, para
considerar justa ou injusta a deliberação do Plenário; mas
poderá e deverá, sempre que solicitado, examinar a
regularidade formal do processo (...)" (Obra citada, 17a edição,
páginas 817 e 818).

No mesmo sentido temos a lição de Antonio Tito Costa:

"lnfrações político-administrativas são as que resultam de


procedimento contrário à lei, praticadas por agente político, ou
quem lhe faça legitimamente as vezes, e relativas a
específicos assuntos de administração. ( .) A cassação é,
pois, a imposição, pela Câmara, da perda do mandato, em
virtude de ter o seu titular cometido falta funcional, de
natureza político-administrativa, prevista em lei"

Seguindo ainda as liçÕes de Antonio Tito Costa ao analisar a


expressão "praticar ato contra expressa disposição de lei", temos que:

"Lei, no texto, tem sentido amplo, abrangendo não só a


própria Constituição Federal e a do Estado respectivo,
como os decretos, os regulamentos e outras normas escritas
que regulem a Administração municipal e, especificamente, a
prática de atos administrativos pelo seu chefe, que é o
Prefeito: seja ele eleito, nomeado, ou interventor (...)" (obra
citada, pá9. 157) (grifamos)

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Portanto, o fato narrado na denúncia, consubstanciado nas


contratações irregulares dos servidores comissionados, trata-se de lesão a preceito
constitucional autoaplicável (princípio da moralidade), o que ao menos em tese
configura prática de ato contrário a lei e, portanto, infração político-administrativa.

Por fim, ressalta-se que o denunciado não pode alegar


desconhecimento dos fatos, tendo em vista o citado ofício do Vereador Ailto Faria,
que o orientou, advertiu e esclareceu todas as consequências possíveis de eventual
contratação contra ato disposto em lei, ofício este protocolado em 23 de outubro de
2017, conforme cópia anexada ao aditamento da denúncia.

Nota-se como observação final, que tanto a doutrina quanto a


jurisprudência são unânimes quanto a aplicação do princípio da moralidade (e
demais princípios da Administração Pública) no tocante as nomeações para os
cargos/empregos em comissão.

Desta forma, não somente no tocante à criação ou quantidade


de cargos/empregos em comissão deverão ser observados os princípios da
Administração Pública, em especial o princípio da moralidade, mas também no
momento de sua nomeação já que é amplamente divulgado na mídia as suspensões
de contratações pelo Governo Federal que não preenchem tal requisito.

2.4. Da distinção entre infração político-administrativa e crime de


responsabilidade

Neste topico apenas para orientar os trabalhos dos nobres


Vereadores busca-se trazer à baila a distinção entre infração político-administrativa
e crime de responsabilidade, este previsto no art. 1o, do Decreto-Lei 201.1967.

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Conforme já exposto, as infraçÕes político-administrativas


estão previstas na Lei Orgânica Municipal e são de competência para julgamento
pela Câmara Municipal através da Comissão Processante.

Entrementes, os crimes de responsabilidade são os previsto


no art. 1o, do Decreto-lei 201167 e são de julgamento pelo Poder Judiciário
independentemente de autorização da Câmara Municipal.

Nos vinte e três incisos do art. 1o dessa lei estão consignados


os crimes de responsabilidade do prefeito e de seus substitutos, "sujeitos ao
julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara
de Vereadores".

Esses delitos são, portanto, da competência do Poder


Judiciário.

Todavia, a distinção se faz necessária uma vez que o fato


narrado na denúncia além de, em tese, configurar infração político-administrativa (de
competência da Câmara Municipal), também, êffi tese, configura crime de
responsabilidade passível de julgamento pelo Poder Judiciário.

Nesse sentido, temos a norma do art. 1o, inciso Xlll, do


Decreto-Lei n.o 201 167 :

Art. 10 São crimes de responsabilidade dos Prefeitos Municipal,


sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do
pronunciamento da Câmara dos Vereadores:
()
Xlll - Nomear, admitir ou designar servidor, contra expressa
disposição de lei;

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A doutrina faz a distinção entre os crimes de responsabilidade,


dividindo-os em: (i) proprios e (ii) impróprios.

Os crimes de responsabilidade proprios (ou seja, infraçÕes


político-administrativas) são de competência da Câmara Municipal e sancionada
com a cassação do mandato. Já os crimes de responsabilidades improprios (aqueles
sancionados com penas comuns, nos termos do art. 1o, do Decreto-Lei n.o 201167)
são de competência do Tribunal de Justiça do Estado e punidos, como mencionado,
com penas comuns (detenção ou reclusão).

Observa-se, assim, que o fato narrado deve ser apurado tanto


pelo Poder Judiciário (crimes de responsabilidade), quanto pela Câmara de
Vereadores (infração político-administrativa).

Forçoso concluir, portanto, que deverá ser remetido cópia da


denúncia ou cópia do processo de cassação, independentemente do recebimento ou
não da denúncia, ao Procurador Geral de Justiça para conhecimento e ajuizamento
das medidas que entenda necessárias.

Corroborando o exposto o Superior Tribunal de Justiça já


julgou que a nomeação ou contratação do servidor público pelo prefeito municipal,
para cargo público isolado ou em carreira, com inobservância do disposto no art. 37,
inciso ll, da Constituição Federal pode constituir, em tese, o crime de que trata o
inciso Xlll, do art. 1 o, do Decreto-Lei 201 , de 1967 , conforme REsp 1 1 3.316-PR.

Portanto, se o desrespeito ao art. 37 da Constituição constitui,


em tese, crime de responsabilidade, também, em tese, configura infração político-
administrtiva.

--\:
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Por fim, ressalta-se que a apuração das infrações político-


administrativas e crimes de responsabilidade são totalmente independentes, razáo
pela qual podem e devem ser apuradas cada qual pelo seu orgão competente.

3. Da conclusão

O Departamento Jurídico manifesta pelo regular


processamento da denúncia ora analisada, sendo que, em eventual recebimento
pelo Plenário, a Comissão Processante deverá observar rigorosamente o
procedimento transcrito neste parecer, mais precisamente o procedimento previsto
no art. 347 do Regimento lnterno desta Casa de Leis.

É o parecer, s.m.j., que submeto a Presidência da Mesa


Diretora e demais vereadores que compões esta Casa de Leis, ressaltando que a
opinião jurídica exarada não tem força vinculante, podendo seus fundamentos serem
utilizados ou não pelos membros deste Poder.

Monte Aprazível, 14 de fevereiro de 2018.


,^

usto Mestrinari

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