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G.S. McClintock chama atenção para os diferentes modos como os pensadores
antigos afrontaram o problema: «Chez certains penseurs, l’opposition du visible et
de l’invisible a plutôt une valeur relative – les deux sont sur le même plan et, dans le
second, s’accuserait le sens du négatif et du provisoire. Chez d’autres, elle correspond
manifestement à une différence de niveaux ontologiques, le ‘caché’ étant la réaloité
véritable par opposition à l’‘apparent’ (…) ont peut reconnaître un certain primat à
la conception de l’‘invisible’ comme réalité absolue» (McClintock, G.S., Il pensiero
dell’invisibile nella Grecia arcaica. Napoli: Tempi Moderni, 1989, p. 406).
3
Hippol. Refut. IX, 9: DK 22 B 54: aJrmonivh ajfanh;" fanerh'" kreivttwn.
4
Simpl. De cael. 557, 20: DK 28 B 1, v. 27-28: ejpei; ou[ti se moi'ra kakh; prou[pempe
nevesqai thvnd joJdovn (h\ ga;r ajp jajnqrwvpwn ejkto;" pavtou ejstivn).
282 Miriam Campolina Diniz Peixoto
5
A propósito da reflexão sobre a visão no Édipo Rei de Sófocles, ver nosso texto
“A experiência da visão na literatura grega: preâmbulos de um problema”, in: Peixo-
to, M.C.D.; Marques, M.P.; Puente, F.R., O visível e o inteligível. Percepção e inte-
lecção na filosofia grega antiga. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2011 (no prelo).
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 283
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Ele arranca os alfinetes de ouro com os quais ela (Jocasta) prende seu vestido;
ele os levanta e atinge com eles os seus próprios olhos dizendo: «Eles não verão mais
o mal que eu padeci nem aquele que eu fiz. Nas trevas eles não verão mais aqueles
que eles não deviam ver, nem conhecerão mais aqueles que eu queria conhecer» (v.
1271-1274).
284 Miriam Campolina Diniz Peixoto
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Aulo Gélio se baseia nos versos do poeta Laberianus, nos quais, entretanto, os
motivos do filósofo teriam sido outros (sed causam voluntariae caecitatis finxit aliam
vertitque in eam rem, quam tum agebat, non inconcinniter): «Democritus Abderites,
physicus philosophus, / Clypeum constituit contra exortum Hyperionis, / Oculos effodere
ut posset splendore aereo / Ita radiis solis aciem effodit luminis, / Malis bene esse ne
videret civibus» (Gell. Noct. Att. X, 17: DK 68 A 23; L. XLIV).
8
Cic. Tusc. disp. V, 39, 114: DK 68 A 22: «Demócrito, tornado cego, não se encon-
trava mais seguro de ser capaz de discernir o branco do preto. Mas ele sabia, ainda,
distinguir os bens dos males, os atos justos dos atos injustos, as ações boas das ações
desonestas, as coisas úteis das coisas inúteis, o que é nobre do que é mesquinho; estar
privado da diversidade das cores não o impedia de conhecer a felicidade da qual o
tinha privado o reconhecimento das realidades. De resto, este grande filósofo estimava
também que a visão dos olhos fosse obstáculo para a penetração da alma e, enquanto
outros com freqüência não vêem nem sequer o que está sob seus pés, ele viajava por
todo o infinito, sem ser obstaculizado por nenhum limite». O testemunho de Cícero
ajuda a compreender a distinta natureza dos objetos dos conhecimentos obscuro e
legítimo que será abordado mais adiante. Dentre outras coisas, ele evidencia o caráter
ético e gnosiológico inerente à crítica aos sentidos em Demócrito, crítica esta que não
se volta aos sentidos eles mesmos, mas aos seus limites, e em virtude da qual se justi-
ficará a primazia do intelecto no processo do conhecimento. Ver, também, do mesmo
autor, De fin. V, 29, 87: DK 68 A 169, L. XLIII.
9
Para Plutarco, entretanto, tal fato não passaria de uma lenda que se prestaria
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 285
pelo próprio filósofo ou por algo que independia dele, não equivale a
uma punição por uma falta cometida, mas antes a uma possibilidade
que se descortina, apontando, de um ponto de vista temporal, não
para o passado, mas para o futuro. A conotação positiva do fato de se
ver privado da visão serve a sinalizar para a existência de uma outra
instância da realidade e para uma outra experiência perceptiva possí-
vel10. A operação perceptiva que capta a realidade visível, o conjunto
dos aspectos sensíveis do mundo à nossa volta, revela-se, no confronto
de seus limites, como o trampolim que nos projeta em uma outra di-
mensão, a experiência que desperta em nós uma outra “faculdade”.
O movimento que tem lugar nesta experiência nos faz pensar no que
sugere o fragmento de Heráclito transmitido por Clemente: «de noite,
uma luz se acende para mim; morto, extinta a vista, uma luz se acende
do que dorme»11. A privação de um sentido adquire, assim, uma cono-
tação positiva, à medida que favorece o despertar de uma outra ordem
de “percepção”12, aquela intelectiva, que não apenas pode ir além dos
sentidos, partindo deles, mas que pode também prescindir deles em
suas operações. A efêmera consistência da superfície fenomênica do
13
Apropriamo-nos, aqui, da feliz paráfrase que serve de título a um artigo de G. A.
Ferrari publicada na revista siciliana Siculorum Gymnasium, em volume que reúne as
atas de um colóquio realizado em Catânia: “La scrittura fine della realtà” (Siculorum
Gymnasium, 33, 1980, p. 75-89). Neste artigo, Ferrari discorre acerca da estrutura
profunda que seria o objeto da gnome gnesie, ou seja, a estrutura atômica constitutiva
de toda forma de existência. Sobre este tema trataremos na seqüência de nosso texto.
14
Tomo aqui de empréstimo a G. Colli a expressão que serve de título a um dos
capítulos do seu ensaio sobre o nascimento da filosofia. Colli, G., La nascita della
filosofia. Milano: Adelphi, 1975.
15
Diog. I, 34: DK 11 A 1.
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 287
ela indica ser ele aquele cuja atenção não se deixa envolver pelo ime-
diato, mas se volta para aquilo que escapa à percepção da maioria.
O tema do visível revela-se, assim, um topos de fundamental impor-
tância nos albores da filosofia e, como é sabido, de reconhecida fortuna
ao longo de toda a Antiguidade. Em um de seus fragmentos, Heráclito,
por exemplo, escreve que Homero teria sido enganado por crianças
em virtude de um erro de percepção: «Estão enganados os humanos
quanto ao conhecimento das coisas aparentes, assim como Homero
que foi dos gregos o mais sábio de todos. Pois também àquele crianças
matando piolhos enganaram tendo dito: as que vimos e pegamos, estas
abandonamos, as que não vimos nem pegamos, estas carregamos»16.
Nesse e noutros fragmentos, e ainda naqueles de outros contemporâ-
neos do filósofo, delineia-se a distinta consistência ontológica e gnosio-
lógica que caracteriza os planos visível e invisível das coisas.
Poderíamos prosseguir apontando os indícios, na literatura grega
pré e pós filosófica, do primado conferido às coisas invisíveis quando
se trata de indicar o que é mais sábio e estável. Mas contentemo-nos
com este breve aceno a voltemos ao que aqui constitui nosso objeto.
Queremos agora examinar um momento da reflexão sobre o visível e o
invisível que consideramos de capital importância na filosofia, anterior
o Platão, e cujas conseqüências se farão notar não só no âmbito da
física e da cosmologia, mas, também, como um seu desdobramento
natural, no terreno da antropologia, da psicologia, da gnosiologia e
da ética. Interessa-nos colocar em evidência a iniludível contribuição
do atomismo grego de Leucipo e Demócrito em seu modo original de
conferir inteligibilidade ao visível pelo recurso ao invisível. O atomis-
mo torna possível um conhecimento e um discurso que reconhecem
a estrutura íntima do cosmo e de tudo que nele existe, estrutura da
qual depende, a um só tempo, possibilidade de sua existência e de sua
inteligibilidade. O que faz a originalidade do atomismo é precisamente
esta intuição de que a realidade fenomênica tem sua cognoscibilidade
assegurada pela identificação de sua estrutura atômica, a qual, por sua
16
Hippol. Refut. IX, 9, 5; 22 B 56 DK: «Estão enganados os humanos frente ao
conhecimento das coisas aparentes, assim como Homero que foi dos gregos o mais
sábio de todos. Pois também àquele crianças matando piolhos enganaram tendo dito:
as que vimos e pegamos, estas abandonamos, as que não vimos nem pegamos, estas
carregamos». Trad. de Celso de O. Vieira, in Razão, alma e sensação na antropologia de
Heráclito. Dissertação de Mestrado defendida junto ao Programa de Pós-Graduação
em Filosofia da UFMG. Belo Horizonte, Fevereiro de 2011.
288 Miriam Campolina Diniz Peixoto
17
Cic. Acad. priora II, 23, 73: DK 68 B 165: «…nihil excipit de quo non profiteatur
(…)».
18
Cf. Diógenes Laércio: «alguns consideram Demócrito cético, porque rejeitava
as qualidades (…)» (Diog. IX, 72: DK 68 B 117). P.-M. Morel, no quadro do debate
sobre o ceticismo de Demócrito, apresenta uma hipótese interessante: «la philosophie
de Démocrite conduit logiquement à un certain nombre d’apories et celles-ci ne sont
pás des accidents de la doctrine ni les simples rejetons de l’histoire mouvementée des
fragments et des témoignages». Para ele, haveria sim um certo tipo de ceticismo em
Demócrito, mas distinto daquele de matriz pirrônica. Ele conclui: «la conception dé-
mocritéenne de la connaissance ne peut être en fait résumée par une thèse sceptique.
Toutefois, l’argument selon lequel Démocrite n’est pas sceptique parce qu’il affirme
l’existence des atomes et du vide n’est pas recevable, puisque la façon démocritéen-
ne d’être sceptique reside précisément dans cette affirmation même, en tant qu’elle
conduit à des conséquences aporétiques». Tratar-se-ia, pois, do que denominou um
“scepticisme critique”. (Morel, P.-M., “Démocrite. Connaissance et apories”. Revue
Philosophique de la France et de l’Etranger, 2, 1998, p. 145-163).
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 289
19
Sext. Adv. math. VII, 135-136 e 138, reportados como os fragmentos B 9, 10 e
11 na edição de H. Diels, e 55 e 83 na edição de Luria, respectivamente.
20
Galen. De medica exp., fragmento 1259, 8, da edição de H. Schöne: DK 68 B
125.
290 Miriam Campolina Diniz Peixoto
21
Cf. Empédocles: «Para Empédocles, dois sois: um arquétipo, que seria fogo em
um dos hemisférios do mundo e que preencheria completamente de si o hemisfério, si-
tuado sempre em oposição ao seu reflexo; o outro, ao invés, aquele aparente (to;n fai
novmenon), um reflexo sobre o outro hemisfério (…)» (Aët. II, 20, 13: DK 31 A 56).
22
Cf. Parmênides: «Ele qualifica este discurso como proveniente da opinião e do
engano, não enquanto falso absolutamente, mas enquanto despencando da verdade
inteligível no fenômeno (to;n fainovmenon) e no sensível sujeito à opinião» (Simpl. in
Phys. 39, 10: DK 28 A 34).
23
Sext. Adv. math. VII, 134: DK 22 A 16.
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 291
24
Sext. Adv. math. VII, 140: DK 59 B 21a.
25
Diog. IX, 72: DK 68 B 117.
26
Essa imagem da profundidade que caracteriza o objeto do verdadeiro conheci-
mento evoca um testemunho de Diógenes Laércio acerca do livro de Heráclito. Ele
reporta as palavras de um certo Seleuco que teria assim se exprimido sobre o livro do
filósofo: «precisaria ser um mergulhador deliano para não se afogar em suas águas».
Trata-se, portanto, de um movimento descendente num primeiro tempo.
27
Ferrari, G.A., “La scrittura fine della realtà”. Siculorum Gymnasium, 33, 1980,
p. 75-89, p. 76.
28
von Fritz, K., Philosophie und sprachlicher Ausdruck bei Demokrit, Plato und
Aristoteles. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1966 [Reimpressão; New
York, Leipzig, Paris, Londres: 1938], p. 23.
292 Miriam Campolina Diniz Peixoto
29
Op. cit., p. 77.
30
Op. cit., p. 159.
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 293
31
Op. cit. p. 75-89.
32
Op. cit. p. 75.
33
Hippocr. De arte 11: DK 68 B 11.
34
Dois textos testemunham a controversa questão concernente à existência ou não
de partes ou faculdades na alma. Segundo Aécio, Demócrito e Epicuro diziam que a
alma teria duas partes, a racional (to; logikovn) e a irracional (to; a[logon) (Aet. IV 4, 6:
DK 68 A 105). Segundo Filopono, não haveria nem partes nem faculdades na alma,
e o pensar e o sentir seriam uma só coisa (taujto;n ei\nai to; noei'n tw'i aijsqavnesqai)
e procederiam de uma mesma faculdade (ajpo; mia'" tau'ta proevrcesqai dunavmew")
294 Miriam Campolina Diniz Peixoto
36
Simpl. De caelo, 294, 33 Heib.: DK 68 A 37.
296 Miriam Campolina Diniz Peixoto
37
Sext. Adv. math. IX 24: DK 68 A 75. Desse passo se depreende, além disso, as
conseqüências do conhecimento advindos de um juízo legítimo acerca da realidade na
vida prática dos homens. Aqueles que o possuem não se deixarão facilmente abater
pelos temores e superstições, uma vez que conhecendo o que de fato as coisas são, a
sua face invisível, não se entregarão, em virtude de sua ignorância, à construção de
fábulas e às outras elucubrações.
38
Langerbeck, H., DOXIS EPIRUSMIH. Studien zu Demokrits Ethik und Erken-
ntnislehre. Dublin/Zurique: Weidmann, 1967 [Reimpressão; Berlin, 1935], p. 115.
39
Como notou P.-M- Morel, Demócrito não se limitou a construir uma ontologia
que reduz todos os fenômenos aos movimentos e à agregação dos átomos no vazio
ilimitado, mas «il a defini ou tente de definir une méthode étiologique et il a, de fait,
pratique la recherche des causes particulières, dans le domaine de la sensation, de la
génération et de l’animation du vivant, de la cosmogonie, de la zoologie ou encore
dans celui des phénomènes météorologiques ou géologiques» (op. cit. I, p. 150).
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 297
40
Para uma discussão a esse respeito remetemos ao artigo de G.A. Ferrari, “La
scrittura fine della realtà” (Siculorum Gymnasium, 33, 1980, p. 75-89). Diferente-
mente do que acreditava V.E. Alfieri (Atomos Idea. L’origine del concetto dell’atomo
nel pensiero Greco. Galatina: Congedo Editore, 1979, nova edição revista [1ª edição:
Florença, 1953]), Ferrari sustenta que, não obstante ao emprego de alguns termos
oriundos do vocabulário da geometria, a estratégia do filósofo não se inscreve no re-
gistro da geometria clássica. Sobre o regime que preside a imaginação atomista ele diz
que ela «risalta invece una formalità ibrida e ambigua, accentuatamente irregolare,
non governata dalla scansione astratta di punti, linee e piani». Ele examina os termos
empregados por Demócrito na construção de sua física, ao termo do que conclui:
«Per costruire la struttura fine della realtà Democrito ha consapevolmente evitato di
impiegare le categorie geometriche: la trama sottile che immaginava stesse dietro alle
cose era un intrico di linee irregolari, storte, angolose, tondeggianti, uncinate, scandite
però in unità inscindibili» (p. 83).
298 Miriam Campolina Diniz Peixoto
41
Montanari, F., Vocabolario della lingua greca. Torino: Loescher, 1995, p. 1339,
col. I.
42
Il. 3.396: «quando o belo pescoço da deusa reconheceu (ejnovhse), o amável pei-
to, seus olhos brilhantes (…)»; 3.21: «tão logo Menelau caro a Ares o viu (ejnovhsen)
(…)»; 15.422: «Heitor, como viu com os olhos (ejnovhsen ojfqalmoisi''n) o primo cair na
poeira diante da negra nave (…)».
43
Por exemplo, em Il. 10.225-226: «Dois que caminham juntos, um providencia
para o outro o que seja melhor; um, enquanto pensa (ei[ pevr te novhsh/), mas a mente é
mais curta (bravsswn te novo"), o pensamento mais débil (lekth; dev te mh'ti")!».
44
Parmênides: to; ga;r aujto; noei'n ejsti;n te kai; ei\nai (Clem. Str. VI, 23: DK 28 B
3); Aristóteles: mavlista d∆ e[oiken ijdivw/ to; noei'n (Aristot. De an. 403 a 8).
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 299
45
Galen. De medic. empir., fr. Ed. H. Scho>ne (Berl. Sitz. Ber. 1901): DK 68 B
125.
46
Esta operação de discriminação tem uma importância capital no âmbito das re-
flexões éticas do filósofo. Com efeito, para Demócrito, o “bom ânimo” (eujqumiva),
que consiste no estado que caracteriza o bem viver no quadro de seu pensamento,
depende diretamente desta capacidade de discriminar e separar os prazeres em úteis
e inúteis: sunivstasqai dæ aujth;n ejk tou diorismou kai; th; diakrivsew twn hJdonwn, kai;
toutæ einai to; kavllistovn te kai; sumforwvtaton ajnqrwvpoi". (Stob. II 7, 3i p. 52, 13
W.: DK 68 A 167).
300 Miriam Campolina Diniz Peixoto
47
Aristot. De gen. et corr. I, 325 a 29-31: L. 205: ajll∆ ei\nai to; toiou`ton (to; o{n)
oujc e{n, ajll∆ a[peira to; plh'qo" kai; ajovrata dia; smikrovthta tw'n o[gkwn. Encontramos,
na doxografia atomista, outras alusões à tese segundo a qual se emprega o termo “invi-
sível” ao se referir aos átomos em virtude de sua pequenez, condição que impede aos
sentidos de percebê-los. Ver, entre outras, as seguintes passagens: Simpl. in De caelo
I, 10, 279 b 12, p. 295: DK 68 A 37; Dion. apud Euseb. Praep. Evang. XIV, 23, 2, 3:
DK 68 A 43.
48
Também Philopon. In De gen. et corr. I, 2, 316 b 32: L. 206: w{sper kai; to; ejn tw'i
ajevri koniortwvde yhvgmata provteron hJmi'n ajovrata o[nta, ejpeida;n ajkti;" dia; qurivdo"
eijsbavlhi, oJrata; ejn aujth'i dia; th;n tou' fwto;" lamprovthta givnetai.
Considerações sobre o visível e o invisível no pensamento de Demócrito 301
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2001) 191-209.
302 Miriam Campolina Diniz Peixoto