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Diagnóstico Ambiental
SUMÁRIO
GRÁFICOS
Gráfico 4.4.1 – Curvas de natalidade e mortalidade 6
Gráfico 4.4.2 - Migração 6
Gráfico 4.4.3. – Distribuição do PIB, 1998 7
Gráfico 4.4.4 - Taxa de Crescimento 25
Gráfico 4.4.5 – Distribuição da População, 2000 26
Gráfico 4.4.6 – Pirâmide Populacional 29
Gráfico 4.4.7 – Participação do Rio de Janeiro no Valor da Produção Brasileira 31
Gráfico 4.4.8 – Decadência da participação da Indústria de Transformação 32
Gráfico 4.4.9 – Evolução da Participação da Indústria Extrativa Mineral 32
Gráfico 4.4.10 – Composição Setorial do Valor da Produção 33
Gráfico 4.4.11 - Analfabetismo 51
Gráfico 4.4.12 - % de Analfabetos 51
Gráfico 4.4.13 - Escolariedade 52
Gráfico 4.4.14 - População de 7 a 14 anos 53
Gráfico 4.4.15 - Situação Escolar 54
Gráfico 4.4.16 - Atraso Escolar 55
Gráfico 4.4.17 - % de crianças com Atraso Escolar 56
Gráfico 4.4.18 - Matrículas 57
Gráfico 4.4.19 - Matrícula no Ensino Fundamental 57
Gráfico 4.4.20 - Escolariedade de 15 a 17 anos 58
Gráfico 4.4.21 - Situação Escolar 59
Gráfico 4.4.22 - Proporção de Alunos de 17 anos no Ensino Médio 60
Gráfico 4.4.23 - Matrícula no Ensino Superior - 61
Gráfico 4.4.24 - Taxas Brutas e Líquidas de Matrículas 61
Gráfico 4.4.25 - Atendimento de Saúde 62
Gráfico 4.4.26 - Atendimento de Saúde por Faixa de Rendimento 63
Gráfico 4.4.27 - Meios de Transporte 69
Gráfico 4.4.28 – População Conleste, 2000 89
Gráfico 4.4.29– Taxa de Urbanização – Municípios do Conleste 90
Gráfico 4.4.30 – Taxa de Urbanização –Conleste, RMRJ, Região das Baixadas Litorâneas, Estado do
Rio de Janeiro
Gráfico 4.4.31 – Densidade Demográfica – Municípios do Conleste 91
Gráfico 4.4.32 – Densidade Demográfica – Conleste, RMRJ, Região das Baixadas Litorâneas, Estado
do Rio de Janeiro 90
Gráfico 4.4.33 – Evolução da População Projetada, 2000-2010 94
Gráfico 4.4.34 - Evolução do PIB 98
Gráfico 4.4.35 - PIB per Capita 99
Gráfico 4.4.36 - Distribuição Setorial do PIB, Conleste, 2004 101
Gráfico 4.4.37 - Distribuição Setorial do PIB, 2004 101
Gráfico 4.4.38 – Participação no PIB estadual 170
Gráfico 4.4.39 – PIB Municipal 171
Gráfico 4.4.40 – Distribuição do PIB Setorial 172
QUADRO
Quadro 4.4.1 Datações referentes aos sítios localizados na porção nordeste do estado do Rio de
Janeiro 128
Quadro 4.4.2 Síntese das informações contidas no cadastro do IPHAN sobre sambaquis 130
Quadro 4.4.3 134
Síntese das informações contidas no cadastro do IPHAN sobre sítios cerâmicos 134
Quadro 4.4.4. – Engenhos de São Gonçalo 141
Quadro 4.4.5 Situação das comunidades quilombolas 146
Quadro 4.4.6 Comunidades Quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares 148
Quadro 4.4.7 Patrimônio Histórico Tombado pelo IPHAN na Região do Conleste 150
Quadro 4.4.8 Guia de bens tombados pelo INEPAC 152
Quadro 4.4.9 Síntese das informações contidas no Guia do Centro Histórico de Itaboraí
Quadro 4.4.10 - Atividades Características do Turismo 153
Quadro 4.4.11 – Unidades de Saúde da Família 216
Quadro 4.4.12 – Unidades Básicas de Saúde 217
Quadro 4.4.13 – Unidades Especializadas 218
Quadro 4.4.14 – Rede Privada 220
Quadro 4.4.15 - Relação das Unidades de Saúde do Município de Magé 221
Quadro 4.4.16 - Relação dos Hospitais e Postos de Saúde de Magé 221
Quadro 4.4.17 - Capacidade Instalada em Leitos por Especialidades 221
Quadro 4.4.18 - Morbidade Hospitalar 221
Quadro 4.4.19 – Calendário de Eventos 221
Quadro 4.4.20 – Patrimônio Histórico, Cultural e Arquológico na ADA 221
TABELAS
4.4.1 Introdução
Neste Capítulo são apresentados os resultados dos estudos socioeconômicos relativos ao Pólo
Petroquímico do Rio de Janeiro - COMPERJ. Conforme explicitado no item 4.1 – Áreas de
Influência, a importância estratégica do COMPERJ para o Estado do Rio de Janeiro levou a que
fossem definidos diversos recortes territoriais em que sua influência se faz sentir de modo
diferenciado, demandando níveis também diferenciados de abordagem. Os estudos
socioeconômicos, a seguir apresentados, visaram permitir um encadeamento dos aspectos
relevantes de cada um destes recortes territoriais, no que diz respeito aos efeitos do COMPERJ, a
partir de uma visão geral do Estado do Rio de Janeiro, seguida de uma abordagem da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro e do Consórcio Intermunicipal para o Desenvolvimento da Região
Leste Fluminense – Conleste, que dessem sustentação explicativa a uma descrição mais
detalhada da Área de Influência Direta do empreendimento e de sua Área Diretamente Afetada.
Em sua elaboração esteve-se particularmente atento ao atendimento das demandas expressas na
Instrução Técnica DECON nº 01/2007, da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente –
FEEMA.
Desse modo, este Capítulo se inicia com uma análise das características da Área de Influência
Estratégica - AIE, constituída pelo Estado do Rio de Janeiro como um todo, que se considera
sofrerá a influência do empreendimento, particularmente em suas características econômicas,
com reflexos em seus níveis de emprego e renda e, em conseqüência, podendo se refletir na
melhoria geral das condições de vida de sua população. Os efeitos do COMPERJ para o Estado,
sobretudo quando associados a outras iniciativas públicas e privadas em curso, tendem a redefinir
a rede de relações inter-regionais e a fornecer novas bases para o planejamento econômico do
Estado. A análise da AIE pautou-se, portanto, pelos aspectos considerados relevantes para o
entendimento da influência do COMPERJ no Estado, em especial suas características
econômicas e demográficas, seu papel relativamente ao país e suas relações intra-regionais. Os
estudos relacionados à AIE tiveram por base a literatura especializada, dados secundários
disponíveis em diversas fontes oficiais como o IBGE e a Fundação CIDE e dialogaram com dois
estudos patrocinados pela Petrobras, realizados pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas – FIPE - Avaliação de Aspectos Socioeconômicos das Localidades com Potencial de
Sediar a Nova Unidade da PETROBRAS –, em 2006, e a Fundação Getulio Vargas – FGV –
Estimação dos Impactos Sócio-Ambientais do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro e
Empreendimentos Correlatos com Vistas à Elaboração do EIA-RIMA, em 2007.
evitar ou mitigar seus potenciais impactos negativos, mesmo que se considere que parte dos
municípios que o compõem não sofrerá impactos do empreendimento, considerou-se necessário
avaliar a dinâmica desta região como um todo. A análise apresentada neste item volta-se para a
caracterização do Conleste como um todo, visando essencialmente o estabelecimento de
parâmetros comparativos relacionados aos municípios que o compõem. Este item inclui, também,
estudos do Patrimônio Histórico, Cultural e Arqueológico. Os estudos da AIR tiveram por base
dados secundários, complementados por informações decorrentes de pesquisa realizada no
período de 09 de julho a 10 de setembro de 2007 junto às Prefeituras Municipais. Durante este
período uma equipe de 5 pesquisadores realizou entrevistas com diversos órgãos das Prefeituras
Municipais, cuja listagem é apresentada no Anexo 1 deste Capítulo. Contou –se, ainda, para a
análise da AIR, de estudos patrocinados pela Petrobrás, realizados pela Universidade Federal
Fluminense – UFF – Diagnóstico dos Instrumentos Legais de Gestão Territorial da Área de
Influência do Comperj -, em 2007 e pela Fundação Coppetec – Estudos de Tráfego e Transporte
do Comperj, em 2007.
É realizada, em seguida, uma breve caracterização sobre o turismo nas regiões Serrana e das
Baixadas Litorâneas visando fornecer bases para uma posterior avaliação de potencial impactos
do Comperj sobre esta importante atividade desenvolvida nestas regiões.
Finalmente, é analisada a Área Diretamente Afetada - ADA, constituída pelo território dos
municípios de Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu e Tanguá que se encontram em uma
faixa de um raio de 10km do sítio do Comperj. Os estudos da ADA voltaram-se para a
identificação do perfil socioeconômico e cultural das populações que se localizam neste território,
levantando informações sobre a caracterização do domicilio, educação, cultura e lazer, saúde,
segurança, abastecimento de água, esgotamento sanitário, trabalho e renda. Para tanto, foi
realizada pesquisa amostral em 610 domicílios na região compreendida por um raio de 10 km em
torno da área do Comperj. A pesquisa contou com a participação de 1 sociólogo, 1 estatístico e 6
pesquisadores de campo. A esta pesquisa foram integrados resultados de um estudo patrocinado
pela Petrobras e desenvolvido pela Cena Brasileira – Pólo Petroquímico do Rio de Janeiro:
Diagnóstico e Diálogo Socioambiental com as Comunidades, em 2007. A Cena Brasileira realizou
o levantamento das informações socioeconômicas da população residente na área em
desapropriação para o COMPERJ e também em seu entorno imediato, num raio de 5 km. Ao todo
foram 177 questionários respondidos dentro da área do COMPERJ e mais de 900 no entorno. No
primeiro caso a informação foi Censitária e no segundo, a amostragem foi equivalente a 15% do
total.
O Estado do Rio de Janeiro possui uma área de 43.864.3 Km2 e uma população estimada, em
2007, de 15.757.120 habitantes, com uma densidade demográfica de 359,22 habitantes por Km2.
Dentre suas regiões, a Região Metropolitana, que corresponde a 13% do território do Estado,
abriga cerca de 74% de sua população. As regiões Centro-Sul Fluminense, Noroeste Fluminense
e da Costa Verde são as que possuem menores contingentes populacionais em torno, cada uma,
de 2% da população estadual. Dentre os 92 municípios do Estado, os sete que apresentavam
maior população pertenciam à Região Metropolitana: Rio de Janeiro (39,6%); São Gonçalo
(6,2%); Duque de Caxias (5,5%), Nova Iguaçu (5,4%), Belford Roxo (3,1%); Niterói (3,1%) e São
João de Meriti (3,0%), representando 66% da população total do Estado.
A partir dos dados do Censo Demográfico 2000, do IBGE, foram elaboradas, pela Fundação
Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - CIDE, projeções demográficas da população,
apresentadas na Tabela 4.4.1.
O Estado do Rio de Janeiro cresceu entre 1991 e 2000 a uma taxa média geométrica de
crescimento de 1,28%, sendo a Unidade da Federação que apresentou a menor taxa de
crescimento no país. O Brasil vem apresentando um decréscimo constante de suas taxas de
crescimento em decorrência da queda nas taxas de fecundidade. No interior do Estado, as
regiões das Baixadas Litorâneas e da Costa Verde apresentaram taxas muito superiores à média
estadual, enquanto as regiões Serrana e Metropolitana tiveram um comportamento inverso.
O Estado do Rio de Janeiro chegou ao ano 2000 com uma elevada taxa de urbanização,
equivalente a 96%, sendo que a taxa de urbanização da Região Metropolitana era 99,5%. No
outro extremo, o Noroeste Fluminense é a região com menor taxa de urbanização do Estado,
sendo que o Centro Sul Fluminense e a Região Serrana ainda preservam mais de 15% de seus
territórios em áreas rurais.
A densidade demográfica do Estado era de 327,5 hab/Km2, em 2000, sendo o de maior densidade
demográfica do país. A Região Metropolitana apresenta uma densidade demográfica de 1.909,7
hab/Km2, quase seis vezes superior à média do Estado e 15 vezes superior à região do Médio
Paraíba, que apresenta a segunda maior densidade no Estado (126,5 hab/Km2). O Noroeste
Fluminense é a região de mais baixa densidade (55,2 hab/Km2) e todas demais regiões possuem
baixas densidades demográficas.
O Rio de Janeiro vem apresentando uma queda constante de suas taxas de natalidade e de
mortalidade. Estas quedas são o resultado de fatores característicos de uma tendência mundial
presente no crescimento do país como um todo que refletem a redução da taxa de fecundidade,
ou seja, o fato de que as mulheres estão tendo um número menor de filhos, e que é compensado,
por outro lado, pela melhoria das condições de saúde e saneamento, que reduzem a mortalidade.
A queda na natalidade é, no entanto, mais sensível, em termos quantitativos, do que a redução na
mortalidade, levando a uma queda na taxa de crescimento. A taxa de fecundidade do Rio de
Janeiro, em 2000, era de 2,1 filhos por mulher, valor que do ponto de vista demográfico é
considerado como o número médio de filhos por mulher que garante a reposição das gerações, ou
seja, a do pai e da mãe, mais um pequeno percentual para compensar a mortalidade infantil. Já a
queda nas taxas de mortalidade se reflete no aumento da esperança de vida ao nascer que, em
2000, era de 69,2 anos no Rio de Janeiro. A partir da diferença dos dados brutos da natalidade e
dos dados brutos da mortalidade, calcula-se a taxa de crescimento vegetativo (ou natural) da
população, que para o Rio de Janeiro, no período 1991/2000 foi de 1,11%.
A Tabela 4.4.3 apresenta a evolução da taxa bruta de natalidade no Rio de Janeiro, entre 2000 e
2004. Nela se observa a tendência à queda constante, assim como as diferenças de
comportamento entre as regiões, onde se destacam o Norte Fluminense e as Baixadas Litorâneas
como as regiões de maior taxa de natalidade e o Médio Paraíba e o Centro Sul Fluminense por
suas taxas mais baixas. Conforme visto, a natalidade está diretamente relacionada à
fecundidade, e estudos demográficos demonstram a correlação de taxas de fecundidade mais
elevadas a índices mais baixos de indicadores de renda e educação.
A Tabela 4.4.4 apresenta a evolução da taxa bruta de mortalidade no Rio de Janeiro, entre 2000 e
2004. Nela também se observa a tendência à queda constante desta taxa. Neste caso, as
maiores taxas são encontradas no Noroeste Fluminense e da região Serrana e as menores taxas
nas Baixadas Litorâneas e na Costa Verde.
O Gráfico 4.4.1 permite a comparação da evolução destas duas taxas por um período mais longo,
de 1993 a 2004, mostrando o maior dinamismo da tendência de queda da taxa de natalidade.
25,00
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
2 640 000
2 620 000
2 600 000
2 580 000
2 560 000
2 540 000
2 520 000
2 500 000
2 000 2 001 2 002 2 003 2004 2005 2006
A migração é outro fator que interfere com a taxa de crescimento. Sua participação no
crescimento é avaliada através do cálculo da taxa líquida de migração, que tem por base o saldo
migratório, ou seja, a diferença entre o contingente de pessoas que entrou no Estado menos o
contingente que saiu. O Estado do Rio de Janeiro havia tido, em 1991, um saldo migratório
negativo, de -41.671 pessoas, ou seja, o número pessoas que deixou o Estado foi superior aos do
que nele entraram para estabelecer residência, e em 2000 teve um saldo migratório positivo, de
45.536 pessoas. Esta inversão de sentido no saldo migratório foi resultante de um aumento de
26,2% nas entradas de imigrantes e de uma redução de 7,12% nas saídas de emigrantes em
relação a 1991, resultando em uma taxa líquida de migração equivalente a 0,19%.
O Estado do Rio de Janeiro tinha, até o final do século XX sua atividade econômica altamente
concentrada na Região Metropolitana. A cidade do Rio de Janeiro respondia por cerca de 60% do
PIB estadual, e a Região Metropolitana, englobando-a, 80%. Ao interior do Estado cabiam 20%
na geração de riqueza.
20%
19%
61%
Nessa trajetória, há uma retração, em 2003, sendo retomado, em 2004 um crescimento do PIB
superior a 4%. Colaboraram, para a retomada do crescimento em 2004: o restabelecimento da
produção de petróleo e gás natural na Bacia de Campos, que havia realizado paradas para
manutenção técnica, programadas pela Petrobrás, em várias plataformas localizadas na Bacia de
Campos; o desempenho da indústria naval, em Angra dos Reis e Niterói; a indústria automotiva,
em Porto Real; e a indústria siderúrgica, em Volta Redonda. O desempenho da economia em
2004, fez com que a atividade econômica do Estado crescesse 4,3%. Configurava-se, desse
modo, um crescimento da economia já não mais baseado exclusivamente na Região
Metropolitana.
As Tabelas 4.4.6 e 4.4.7 apresentam a composição setorial do PIB estadual, em 2003 e 2004,
onde se observa que o setor de Serviços é responsável pela formação de cerca de 50% do PIB
estadual e a Indústria, por quase 45%, sendo pequena a expressão do comércio e praticamente
nula a da Agropecuária. A predominância do setor de serviços no PIB estadual é dada pelas
características de sua Capital, tendo em vista sua importância da cidade do Rio de Janeiro na
economia do Estado. A comparação destas tabelas mostra, no entanto, que os elementos mais
dinâmicos na variação do PIB se encontram no setor industrial: a indústria, que apresentou um
crescimento de 18,9%, de 2003 para 2004, contribuiu com 72% do crescimento absoluto do PIB,
enquanto os Serviços, com um crescimento de 4,4%, contribuiu com 19% do valor absoluto do
crescimento do PIB. Em 2003 e 2004, a Região Metropolitana teve uma participação no PIB
estadual de cerca de 64% e 62%, respectivamente, em níveis, portanto, inferiores aos da década
de 1990 (80%).
Tabela 4.4.6 - Produto Interno Bruto, por setor de atividade econômica, 2003, em R$1.000
Tabela 4.4.7 - Produto Interno Bruto, por setor de atividade econômica, 2004
(1 000 R$)
Total dos
Regiões de Governo e Estado Agropecuária Indústria Comércio Serviços
setores
Bacia de Campos - 45 410 470 - 0 45 410 470
Região Metropolitana 45 040 45 661 815 13 559 260 88 922 622 148 188 736
Região Noroeste Fluminense 130 821 413 785 104 396 1 045 478 1 694 480
Região Norte Fluminense 184 392 1 156 415 844 673 5 007 161 7 192 641
Região Serrana 299 604 2 168 887 379 820 3 589 238 6 437 550
Região das Baixadas Litorâneas 63 112 1 450 331 246 370 3 323 227 5 083 039
Região do Médio Paraíba 142 987 15 047 648 446 350 4 497 888 20 134 872
Região Centro-Sul Fluminense 78 352 571 380 114 653 1 126 018 1 890 402
Região da Costa Verde 8 301 1 120 071 107 211 2 218 324 3 453 907
Estado 952 607 113 000 802 15 802 732 109 729 956 239 486 098
Fontes: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - Fundação CIDE.
As tabelas 4.4.8 e 4.4.9 mostram a distribuição do PIB no interior de setor industrial, evidenciando
que a extração de petróleo e a indústria de transformação, que juntas respondem por quase 80%
do PIB setorial, são também seus elementos mais dinâmicos, tendo apresentado as taxas mais
elevadas de crescimento do setor. A Região Metropolitana, principal contribuinte para a formação
do PIB industrial, participa com cerca de 40% do valor total do setor nestes dois anos.
A Tabela 4.4.10 apresenta as taxas de variação do PIB por Regiões de Governo, em 2003 e 2004,
onde se observa que as regiões mais dinâmicas em termos da contribuição para as importantes
taxas de crescimento do Estado são, primeiro, o Médio Paraíba, pelo desempenho da indústria
siderúrgica e automotiva, e em seguida, o Norte Fluminense e as Baixadas Litorâneas, altamente
influenciadas pela indústria petrolífera.
A Tabela 4.4.11 apresenta os valores absolutos do PIB Total e per Capita das Regiões de
Governo do Estado do Rio de Janeiro, mostrando um processo de consolidação da economia das
regiões do interior do Estado que onde se localizam importantes pólos industriais. Em 2005, a
Região Metropolitana participa com 60% do valor total do PIB, confirmando uma tendência
paulatina de redução de sua participação relativa.
A industria petrolífera elevou a produção de 34,7 milhões de metros cúbicos de petróleo (não
incluído LGN) em 1997, para 79,8 milhões de m3 de petróleo, em 2005, representando um
crescimento de 130,2%. O Estado do Rio de Janeiro é o maior produtor de petróleo do país, com
uma participação de 84,1% da produção nacional, em 2005. Deve-se destacar o desempenho da
O Rio de Janeiro é o maior produtor de aço da América Latina e os novos investimentos, atraídos
em 2004 e final de implantação prevista para 2007, triplicarão sua produção, de 7,3 milhões t/ano
para 21,8 milhões t/ano. Na Região do Médio Paraíba, encontram-se a Companhia Siderúrgica
Nacional - CSN, a maior da América Latina, e a Siderúrgica Barra Mansa que, tem projeto de uma
nova usina, na Região Metropolitana, encontra-se a Gerdau-Cosigua, em Santa Cruz e a partir de
2006. estão previstas a implantação da CSA – Companhia Siderúrgica do Atlântico, uma nova
usina da Gerdau e a ampliação da unidade existente, enquanto na Região da Costa Verde, a CSN
implantará, também, uma nova unidade. Apenas no Pólo Siderúrgico (Região Metropolitana,
Região do Médio-Paraíba e Costa Verde), estão sendo investidos, pelas diversas empresas que o
compõe, quase US$ 6,8 bilhões.
Mais de US$ 130 milhões estão sendo investidos por empresas estrangeiras – Rambaxy, Servier,
Biotech, Roche, no Pólo Farmacêutico do Rio, localizado na zona oeste da capital.
A população com 10 anos ou mais de idade é definida como População em Idade Ativa (PIA), pelo
IBGE. A População Economicamente Ativa (PEA) é considerada aquela que está efetivamente
trabalhando mais os que estão procurando emprego na semana de referência da pesquisa. A
População Ocupada (PO) é aquela que está efetivamente trabalhando, no mercado formal ou
informal, no momento da pesquisa e a População Não Ocupada, é constituída por aqueles que
não estavam trabalhando, no momento da pesquisa. A Tabela 4.4.13 apresenta os quantitativos
da população fluminense para estas características. Segundo esta Tabela o Estado do Rio de
Janeiro apresentava uma Taxa de Atividade, ou seja, a proporção de da PEA sobre a PIA, de
0,57, tendo, portanto, mais da metade de sua população de 10 anos ou mais trabalhando ou
procurando emprego. No meio rural, esta taxa sobe para 0.61. A Taxa de Ocupação, no Estado,
era 0,89, ou seja, 89% da PEA estava efetivamente trabalhando. No meio rural, esta taxa sobe
para 0,94. Dessa forma, a Taxa de Desocupação ou de Emprego em Aberto era, em 2004, de
11% (6% no meio rural)
Tabela 4.4.13 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por condição de atividade: 2004
O número de empregados com carteira assinada no Estado do Rio de Janeiro nos anos de 2004 e
2005, apresentados na Tabela 4.4.14, era, respectivamente, 3.060.174 e 3.191.638, verificando-
se um aumento no número de pessoas empregadas de 4,29%. O setor de serviço foi o que tinha
mais pessoas ocupadas com carteira assinada no Estado do Rio de Janeiro, representando 44,0%
do total do Estado, vindo logo a seguir, administração pública (19,5%), o comércio (19,3%) e a
industria de transformação (10,5%). A Região Metropolitana concentrava, nos dois anos, cerca de
77% das pessoas ocupadas com carteira assinada.
Em 2004, a massa salarial apropriada pelas pessoas ocupadas com carteira assinada era de
R$42.755.358 mil, passando a R$ 47.674.760 mil em 2005, verificando-se um crescimento de
11,5%. Constata-se, na Tabela 4.4.15, que o setor de serviços foi o que mais sobressaiu,
correspondendo a 41,6% do total do Estado.
Em 2005, o salário médio das pessoas ocupadas com carteira assinada no Estado do Rio de
Janeiro era de R$ 14.937 ao ano. O valor médio do salário mais elevado era encontrado na
indústria extrativa mineral, equivalendo a R$ 58.652, e o mais baixo na agropecuária (R$ 6.529)
No setor comércio este valor era de R$ 14.130; na administração pública, de R$ 20.507; na
industria de transformação de R$ 16.540; no comércio de R$ 8.752; nos Serviços Industriais de
Utilidade Pública de R$ 24.589 e na industria de construção civil, de R$ 12.867.
A Região Metropolitana, em 2005, absorvia 82,1% da massa salarial paga ao pessoal ocupado.
Comparando a Tabela 4.4.14, no ano de 2004, com a Tabela 4.4.13, observa-se que das
6.608.259 pessoas ocupadas neste ano, 3.060.174 tinham carteira assinada, de forma que 53,7%
da PO, conformando um contingente de 3.548.085 trabalhadores encontravam-se no mercado
informal.
Tabela 4.4.14 –Pessoas Ocupadas, com Carteira Assinada, por Setores de Atividade Econômica
Ano 2004
Regiões de Governo Total Indústria Indústria de Serviços Indústria da Comércio Serviços Administração Agropecuária
Extrativa Transformação Industriais de Construção Pública
Mineral Utilidade Civil
Pública
Metropolitana 2.367.626 3.746 214.937 33.929 74.998 447.246 1.102.546 485.466 4.758
Noroeste Fluminense 38.473 489 5.800 420 574 8.493 8.718 11.475 2.504
Norte Fluminense 151.208 13.596 15.391 2.048 12.316 27.210 49.292 23.157 8.198
Serrana 136.757 229 31.370 1.868 4.417 30.046 45.843 18.895 4.089
Baixadas Litorâneas 109.837 903 6.457 1.038 5.841 25.612 38.465 28.196 3.325
Médio Paraíba 148.588 241 30.605 1.652 6.845 31.086 51.077 23.759 3.323
Centro-Sul Fluminense 48.831 365 6.844 921 1.775 10.294 18.485 8.226 1.921
Costa Verde 58.854 736 7.216 1.401 1.868 8.706 26.914 11.346 667
Estado 3.060.174 20.305 318.620 43.277 108.634 588.693 1.341.340 610.520 28.785
Ano 2005
Regiões de Governo Total Indústria Indústria de Serviços Indústria da Comércio Serviços Administração Agropecuária
Extrativa Transformação Industriais de Construção Pública
Mineral Utilidade Civil
Pública
Metropolitana 2.443.414 3.906 225.714 35.017 80.152 465.163 1.149.440 479.507 4.515
Noroeste Fluminense 40.382 496 5.482 436 542 9.627 9.507 11.731 2.561
Norte Fluminense 165.774 15.209 16.484 2.147 12.726 28.999 54.852 28.264 7.093
Serrana 145.216 225 33.077 1.852 4.622 31.716 48.739 20.777 4.208
Baixadas Litorâneas 122.298 1.074 6.619 1.221 5.053 27.698 42.804 34.348 3.481
Médio Paraíba 158.176 257 33.188 1.558 8.270 32.181 52.915 26.275 3.532
Centro-Sul Fluminense 48.920 372 7.051 1.124 2.341 10.864 15.600 9.362 2.206
Costa Verde 67.458 770 7.802 1.440 2.402 9.416 31.266 13.671 691
Estado 3.191.638 22.309 335.417 44.795 116.108 615.664 1.405.123 623.935 28.287
Fonte : Fundação CIDE.
Metropolitana 39.143.474 182.149 4.119.051 915.208 1.071.954 4.446.822 17.081.547 11.265.936 60.807
Noroeste Fluminense 296.540 2.991 35.164 4.455 4.217 54.224 86.328 98.458 10.704
Norte Fluminense 2.955.498 1.086.083 216.998 31.948 216.106 201.530 880.766 282.429 39.637
Serrana 1.263.390 1.561 286.812 24.018 35.942 195.979 473.423 223.840 21.815
Baixadas Litorâneas 1.071.016 10.940 64.744 12.403 45.413 167.267 347.649 404.201 18.398
Médio Paraíba 1.755.799 2.572 631.532 22.215 75.145 198.526 532.516 275.566 17.727
Centro-Sul Fluminense 376.550 7.211 46.484 7.138 22.411 63.484 136.097 82.526 11.199
Costa Verde 812.493 14.964 147.262 84.105 22.791 60.524 316.218 162.208 4.422
Estado 47.674.760 1.308.471 5.548.047 1.101.490 1.493.979 5.388.357 19.854.545 12.795.164 184.708
Fonte : Fundação CIDE.
4.4.2.4 Infra-Estrutura
Transporte
O IQM-1998 destacou as rodovias BR-116 (Rodovia Presidente Dutra, no trecho Rio-São Paulo) e
BR-040 (Rio-Juiz de Fora) como os principais eixos viários do Estado, dado que estas vias
estavam ligadas diretamente ao desenvolvimento da maior parte dos municípios melhor
posicionados no ranking da época. Estas rodovias continuam a ser os eixos em torno dos quais se
encontra grande parte dos municípios melhor classificados no IQM-2005. A BR-116 é o eixo que
interliga os dois estados de maior PIB do país – São Paulo e Rio de Janeiro. Esta rodovia
atravessa os municípios do pólo metal-mecânico do Estado. A BR-040 constituiu, a partir da
segunda metade do século XX, um novo eixo de industrialização no Estado, destacando-se, na
Baixada Fluminense, a instalação da REDUC e de indústrias petroquímicas, e, na serra, indústrias
relacionadas aos setores de alimentos e metal-mecânico em Petrópolis, São José do Vale do Rio
Preto e Três Rios.
A extensão da malha rodoviária estadual tem se mantido constante (22,2 mil Km em 2000 e 22,6
mil Km em 2004), tem ocorrido melhoria desta malha através de pavimentação (não foram
considerados recapeamento e restauração de rodovias pavimentadas).
Das rodovias estaduais, em 2000, apenas 2,6 mil Km dentre os 4,8 mil Km de estradas estaduais
(54,7%) encontravam-se pavimentados, em 2004 o Estado do Rio de Janeiro contava com 4,9 mil
Km de rodovias estaduais dos quais 3,2 mil Km (64,4%) estavam pavimentados.
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro conta com dois componentes importantes, além do
sistema de ônibus, quais sejam, o metrô e a supervia (trens urbanos). O número total de
passageiros do metrô cresceu de 86,4 milhões, em 1988, para 109,1 milhões, em 2005. O
número total de entradas da supervia cresceu de 67,2 milhões em 1999, para 97,7 milhões em
2005, correspondendo a um crescimento acumulado de 30,2% na utilização dos dois serviços no
período de 1999/2005.
Em 2005, observou-se um aumento de 5,62% na extensão da malha rodoviária estadual
pavimentada. Entre as intervenções realizadas pelo DER, foram executadas as obras de
pavimentação de trechos das rodovias RJ -114, RJ -161, RJ -196, respectivamente abrangendo
os municípios de Maricá, Conceição de Macabu e Resende.
No que diz respeito a acidentes de trânsito nas rodovias estaduais, observa-se um aumento de
2,1% nos acidentes com vítimas, resultando no aumento de 7,3% no número de feridos e 4,3% de
vítimas fatais. As rodovias estaduais com maior incidência de acidentes são respectivamente: RJ -
106 (São Gonçalo – Marica), RJ -071 (Linha vermelha) e RJ -104 (Niterói – Manilha).
O Estado conta com seis portos localizados no Rio de Janeiro, Itaguaí, Niterói, Arraial do Cabo,
Angra dos Reis e Mangaratiba e três terminais marítimos: TEBIG - Terminal da Baía da Ilha
Grande, TORGUÁ - Terminais e Oleodutos do Rio de Janeiro e Guanabara e Terminal da Ilha
Guaíba. O Porto de Sepetiba em funcionamento no município de Itaguaí, em razão de suas
características especiais como, disponibilidade de área retroportuária e profundidade do canal
marítimo de acesso, está se transformando no único porto concentrador de cargas ("hub port") do
continente sul-americano. Este porto opera com contêineres, carvão, carros, alumina e minério de
ferro.
Em 2005, o petróleo e derivados foram responsáveis por 99,7% dos granéis líquidos exportados e
o minério de ferro, por 98,7% dos granéis sólidos exportados, representando respectivamente
15,1% e 75,3% do total da carga exportada pelos portos do Rio de Janeiro.
A carga total movimentada em 2005 cresceu 9,8% em relação à carga total movimentada em
2004.
As ferrovias tem uma ampla malha em bitola larga operada pela MRS Logística, interligando o
Estado às principais Regiões produtoras do Brasil e rede em bitola métrica, operada pela Centro
Atlântica, ligando a cidade do Rio de Janeiro ao Norte do Estado, Espírito Santo e ao sul de Minas
Gerais. Toda a rede tem operação gerenciada pela iniciativa privada, inclusive a de transporte de
passageiros que opera na Região Metropolitana.
deste combustível. Em 2005, segundo dados da ANP, as vendas de óleo diesel no Rio de Janeiro
cresceram 1,74%, invertendo uma seqüência de dois anos de taxas negativas e superando o
resultado nacional, de –0,04%.
Energia
O Rio de Janeiro é o único Estado brasileiro produtor de energia nuclear. Além das usinas
implantadas, estão instaladas no Estado as unidades de enriquecimento de urânio e as sedes das
agências nacionais responsáveis pela área nuclear. Com a entrada em operação da usina de
Angra 2, em julho de 2000, deu um passo importante no caminho da auto-suficiência energética,
passando a atender 20% do atual consumo fluminense.
Com a possível entrada em operação da Usina Nuclear de Angra 3, sua produção somada à das
Usinas de Angra 1 e 2 e das termelétricas em construção, irá transformar o Estado de importador
em exportador de energia.
Os investimentos previstos pela Petrobrás, com R$ 32,8 bilhões, representam 47,2% das
intenções totais de investimentos levantados para 2006/2008.
Os investimentos no Estado, para o período 2006/2008, para o Turismo somam R$ 4,1 bilhões,
assim distribuídos:
Tabela 4.4.22 - Investimentos no Turismo
Valores em
No período 2006/2008, confirmando uma tendência, verifica-se uma maior interiorização dos
investimentos previstos para o Estado. Na Tabela 4.4.23, a seguir, apresenta-se a distribuição
dos investimentos previstos por região do Estado.
Tabela 4.4.23 – Investimentos por Região
Região Valores em milhões Emprego
de Reais
Estado* 35.457,21 186.887
Município RJ 14.145,46 81.857
Norte 7.360,59 85.720
Baixada 6.652,64 8.731
Sul 3.397,12 9.120
Leste 1.816,11 14.161
Noroeste 414,76 25.100
Centro Norte 170,00 2.550
Serrana 92,20 950
Total 69.506,10 415.076
Fonte:FIRJAN –“Decisão Rio 2006-2008”
* Investimentos que ocorrerão em mais de uma região e dos quais não temos disponíveis as informações abertas por
região. Exemplo: PETROBRAS.
Valor em R$
Empresa Empregos Setor Localização
milhões
PETROBRAS 32.841,47 168.317 Extrativo Mineral Estado
Cia. Siderúrgica do Atlântico 6.578,10 48.000 Siderurgia Rio de Janeiro
CSN 5.587,32 - - Siderurgia Itaguaí
Grupo EBX 2.850,51 7.200 Transporte/logística S. João da Barra
Chevron Texaco 2.192,70 - Energia Campos
Prefeitura do RJ 2.000,00- - Jogos Pan-americanos Rio de Janeiro
Primus Ipanema Agropecuária 1.300,00 20.000 Outros Macaé
Governo Federal 1.290,00 - Infra-estrutura de apoio Rio de Janeiro
Votorantim 1.100,00 3.500 Siderurgia Resende
Volkswagen 1.000,00 3.045 Ind. Automobilística Resende
Gerdau 930,00 8.750 Siderurgia Rio de Janeiro
CEG 720,58 6.000 Energia Estado
Governo Federal 720,00 - Transporte/logística Estado
Michelin 600,00 2.450 Borracha Rio de Janeiro
Wal-Mart 540,00 2.500 Outros Estado
COSIGUA (Grupo Gerdau) 480,00 - siderurgia Rio de Janeiro
Eletronuclear 430,00 150 Energia Angra dos Reis
Usinas Hidrelétricas e PCH’S 372,76 25.000 Energia Cambuci
Aker PROMAR 368,37 - Indústria Naval Niterói
CSN 330,00 200 Transporte/logística Itaguaí
Fonte:FIRJAN –“Decisão Rio 2006-2008”
Na Região Norte do Estado, o Complexo Logístico integrado do Norte Fluminense, do Grupo EBX,
que deverá ser implantado no município de São João da Barra, certamente será mais um agente
de desenvolvimento para a Região.
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro foi institucionalizada em 1973, através da Lei Federal
Complementar n. º 20, antes da fusão dos estados do Rio de Janeiro e da Guanabara, ocorrida
em 1975. À época de sua formação, a RMRJ foi constituída por 14 municípios – alguns dos quais
foram posteriormente desmembrados, dando origem a outros sete municípios, enquanto o
Município de Petrópolis auto-excluiu-se da RMRJ incorporando-se à região Serrana e os
Municípios de Itaguaí, Mangaratiba e Maricá foram também deslocados, posteriormente, para
compor as Regiões das Baixadas Litorâneas e da Costa Verde.
A RMRJ apresentava a maior taxa de urbanização do país, alcançando no ano de 2000, segundo
dados do Censo demográfico / IBGE, o porcentual de 99,3%. Sua densidade demográfica também
era bastante elevada com 1.913,5 habitantes por Km². Segundo vários autores esta representava
uma macrocefalia urbana, ímpar na federação brasileira, onde se reconhece- uma das
singularidades do contexto urbano e territorial do Estado do Rio de Janeiro.
Através do gráfico percebemos que esta taxa apresentou uma tendência ao declínio, tanto no
Estado, quanto em sua Região Metropolitana. Porém, a partir do período 1990-2000 estas taxas
apresentaram uma pequena elevação. O gráfico também nos permite observar que a taxa de
crescimento populacional metropolitano, era, desde 1940, maior do que a verificada no Estado,
exclusive a registrada no ponto censitário de 1991, onde esta situação se inverteu. Esta tendência
pode estar relacionada, dentre outros fatores, à transferência da população no espaço
metropolitano para outras regiões do estado que apresentaram significativos níveis de
desenvolvimento.
A extensão territorial da RMRJ compreende uma área 4.686,5 Km², equivalente a 13% da área
total do Estado. Quanto à distribuição da população nesta unidade da federação, os dados
demográficos demonstram forte concentração populacional na Região Metropolitana e em seu
núcleo, o Município do Rio de Janeiro, como se observa no gráfico 4.4.2, a seguir.
Se considerarmos que três em cada quatro fluminenses residiam na Região Metropolitana ou, que
um em cada três moradores deste Estado residiam em sua Capital, fica explícita a forte densidade
demográfica no Município do Rio de Janeiro, que no ano 2000 perfazia um total de
4853,1hab./Km², sobrepondo-se às médias metropolitana e estadual, cujos valores eram de
1909,7 e de 327,5 hab./Km², respectivamente.
A Tabela 4.4.25, a seguir, apresenta a evolução da densidade demográfica nos Municípios que
compõem a Região Metropolitana, em contraste com a densidade demográfica do Estado, no
período 1970 a 2000.
Regiões de Governo e
1970 1980 1991 1996 2000
Municípios
No que se refere à taxa líquida de migração, nos três níveis geográficos – Estado, RMRJ e Núcleo
(entendido como o Município do Rio de Janeiro) – ela apresentava-se baixa; o núcleo apresentou
perda populacional expressa por uma taxa de -0,13%.
Ainda no que se refere à distribuição da população no território fluminense, a tabela 4.4.26 nos
mostra as diferenças entre a população urbana e rural, bem como a distribuição da população por
sexos.
reposição, fixado em 2,1%. O Estado apresentou uma taxa de 2,06%, enquanto no Núcleo a taxa
foi de 1,87%.
Quando nos referimos à distribuição populacional por sexos, os dados mostram que as mulheres
têm apresentado uma maior participação no conjunto da população, vide gráfico 4.4.3. A razão de
sexos no total da população fluminense, em 2000, foi de 92,1 homens para 100 mulheres; na
Região Metropolitana o valor encontrado foi de 90,8 homens por 100 mulheres enquanto no
núcleo a diferença se acentuou, apresentando 88,4 homens para cada 100 mulheres.
Observando o gráfico, nota-se que nos grupos etários abaixo de 15 anos as populações
masculina e feminina se equiparam numericamente. As diferenças entre homens e mulheres se
acentuam a partir do grupo etário acima dos 25 anos de idade.
O Rio de Janeiro é a segunda unidade da federação com maior participação no Produto Interno
Bruto (PIB) do país, em torno de 12,6%, em 2002 e 12,23%, em 2003, abaixo apenas de São
Paulo, com 32.6%, em 2002 e 31,8%, em 2003.
Segundo os dados do CIDE, o PIB do Estado do Rio era, em 2002, de R$ 196,5 bilhões e atingiu,
em 2005, o valor de R$ 284,9 bilhões, a preços correntes. . Em relação ao PIB per capita, em
2002, pela primeira vez, o do Rio de Janeiro (R$ 13 306,17) superou o de São Paulo (R$ 11.353),
atingindo, em 2005, o valor de R$ 18 557,88.
Já em 2006, o Produto Interno Bruto - PIB do Estado do Rio de Janeiro, estimado pela Fundação
CIDE em R$ 305,8 bilhões, cresceu 3,90 % em relação a 2005, superior à taxa correspondente da
economia nacional, estimada de 2,9% (IBGE). No mesmo período o emprego formal no Estado
cresceu 4,52% ou seja, foram criados 116.158 novos empregos, com carteira assinada,
considerando apenas o universo das empresas privadas.
Com efeito, segundo dados da Fundação CIDE, o interior do estado contribui em 2006 com 58%
da geração de riqueza e a capital (Município do Rio de Janeiro) com 42%. Durante décadas, a
capital foi a locomotiva do Estado. Uma estratégia de desenvolvimento em pólos de crescimento,
traçada pelo governo estadual, aliada a significativos investimentos, inclusive de capitais externos,
realizados fora da capital, devido a crescentes problemas de localização na própria capital, levou
à desconcentração econômica, através da criação de pólos de desenvolvimento fora da capital e
no interior do Estado. Observou-se assim, em anos mais recentes um processo de
desconcentração industrial, tanto no Estado, como no núcleo da RMRJ e a emergência de vários
pólos de desenvolvimento situados ainda na RMRJ, mas fora da capital, e vários ouros situados
longe da RMRJ.
A Indústria de Material de Transportes, por exemplo, deu um salto excepcional: cresceu 700%, de
1999 a 2005. Dois fatores podem ser considerados responsáveis: a criação do Pólo Metal-
Mecânico - o Rio de Janeiro não possuía indústria automobilística - e a retomada da indústria
Naval.
O Pólo Metal-Mecânico no Médio Paraíba (portanto fora da RMRJ) emprega 155 mil trabalhadores
com carteira assinada, sendo o maior empregador o município de Volta Redondo, com 54 mil do
total. Porto Real emprega 6,5 mil pessoas e possui a maior renda per capita do Estado: R$ 99,914
mil, o que representa 594% acima da média estadual. O bom desempenho da indústria
automotiva em Porto Real (Peugeot-Citröen) e Resende (Volkswagen) impulsionou as
exportações no Médio Paraíba. O volume de vendas para o exterior quase dobrou na região.
Entre 2003 e 2004, o aumento nas exportações em Porto Real foi de 86% e em Resende chegou
a 91%, conforme pesquisa da Federação das Indústrias do Estado do Rio.
A indústria naval do Rio de Janeiro que foi muito expressiva, em termos nacionais, no passado,
contudo acumulou severas perdas até o final da década de 90. Atualmente, 20 estaleiros foram
reabertos ou revitalizados. O mais recente caso é a reabertura do estaleiro CEC, em Niterói,
dentro da RMRJ, mas fora da capital, na Ilha do Caju. Fechado há 10 anos, ele irá compor o
projeto da plataforma do Campo de Mexilhão (BS-400), localizado na Bacia de Santos, no litoral
sul fluminense, na divisa com o Estado de São Paulo.
Outro investimento que chega para fortalecer o Estado é o Complexo Logístico e Industrial do
Açu, em São João da Barra, no Norte fluminense, do grupo MPC/MMX que terá um porto marítimo
de grande porte para a exportação de 15 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, uma
base de apoio offshore para a Bacia de Campos e instalações para processamento de minério de
ferro que virá de Minas em um minerioduto de 462 quilômetros de extensão. Com investimentos
de R$ 5,8 bilhões e geração de 10 mil empregos na fase de construção, além de seis mil diretos e
indiretos depois de concluído, o projeto recebeu US$ 150 milhões em incentivos estaduais,
incluindo a desoneração na aquisição de ativos.
Outro setor que obteve destaque na contribuição do aumento do PIB do interior do estado foi o da
agricultura. O setor cresceu 11%. Ancorado no programa estadual Frutificar que criou uma rede
integrada de plantação, beneficiamento, venda e exportação, várias cidades do Norte, Noroeste e
da Baixada Litorânea oferecem, atualmente, 20 mil empregos diretos e indiretos só no campo.
Foram implantados seis mil hectares de fruticultura e mais de 600 produtores foram beneficiados
pelo programa.
Tabela 4.4.28 PIB por Município e participação na formação do PIB da RMRJ e do Estado em
2004.
Participação em
Município PIB em R$ mil %
Região Metropolitana 160.771.292 100,00
Belford Roxo 3.096.178 1,93
Duque de Caxias 15.818.944 9,84
Guapimirim 249.377 0,16
Itaboraí 982.636 0,61
Japeri 331.750 0,21
Magé 1.112.849 0,69
Mesquita 1.251.789 0,78
Nilópolis 865.249 0,54
Niterói 7.862.032 4,89
Nova Iguaçu 5.177.696 3,22
Paracambi 283.026 0,18
Queimados 805.265 0,50
Rio de Janeiro 114.372.373 71,14
São Gonçalo 5.596.397 3,48
São João de Meriti 2.515.507 1,57
Seropédica 325.801 0,20
Tanguá 124.415 0,08
Estado 252.945.575
RMRJ/Estado 63,56
A perda de dinamismo da economia do estado teve grandes efeitos sobre o mercado de trabalho.
Os principais indicadores de mercado de trabalho da Região Metropolitana do Rio de Janeiro nos
anos 80 e 90 estão na Tabela 4.4.29. Deve-se destacar, entretanto, a impossibilidade de
comparação dos dados de 1980 e 1990 com os dados de 1992, 2001 e 2003, devido às
mudanças metodológicas no conceito de trabalho da pesquisa utilizada.
Tabela 4.4.29
Condições do Mercado de trabalho da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
1980 1990 1992 2001 2003
População (em milhões) 6,4 8,2 7,2 8,4 8,3
Taxa de Participação 57,5 60,1 59,7 61 60,4
PEA (em milhões) 3,7 4,9 4,3 5,1 5
Taxa de Desemprego (%) 6,8 4,4 7 12,5 13,8
Total de ocupados (em milhões) 3,4 4,7 4 4,5 4,3
Distribuição dos ocupados
Por setor
Agricultura 1,6 1,4 2 1 0,9
Indústria 18,1 15,9 13,4 9,5 10,5
Construção Civil 9,2 6,6 7,6 7,4 8,1
Serviços 50,1 53,9 54,8 58,3 53,5
Comércio 13,2 15,5 15,3 17,5 19,6
Administração Pública 7,8 6,6 6,8 6,3 6,7
Por posição na ocupação
Empregadores 3,8 4,3 4,2 4,1 3,6
Empregados com carteira 57,2 52,3 45 41,6 40,7
Empregados sem carteira 13,9 15,5 18,4 20,2 19,6
Trabalhadores por conta própria 17,1 20,2 19,2 23,4 21,8
Funcionário Público 7,3 6,9 11,1 9,2 13,3
Não remunerados 0,7 0,7 2,1 1,6 0,9
Nos anos 90, com o baixo crescimento da economia, problemas, não apenas na qualidade do
trabalho, mas também na geração de postos de trabalho ficaram visíveis. A taxa de desemprego
cresceu consideravelmente chegando no início do novo milênio a 12,5%, praticamente alcançando
a do Brasil Metropolitano. Em 2003, o desemprego sofreu grande queda em relação a 2001, mas
enquanto no Brasil voltou aos níveis de 1992, na RMRJ a taxa ainda está mais de um ponto
percentual superior ao valor de 1992. Os rendimentos do trabalho que apresentaram grande
crescimento após o lançamento do Plano Real, a partir de 1997 iniciaram uma trajetória de queda
que perdura até 2003.
A indústria aprofundou seu processo de redução dos postos de trabalho, enquanto no comércio e,
sobretudo, no setor de serviços, foi absorvido um grande contingente de trabalhadores. Em
termos de participação, os serviços já ocupam 53% dos trabalhadores e o comércio 20%.
A continuidade da queda do emprego com carteira de trabalho assinada faz com que esse tipo de
inserção já represente 40% dos postos de trabalho da RMRJ. Apesar deste tipo de inserção nunca
ter chegado à totalidade dos trabalhadores, chegou a absorver quase 60% da força de trabalho
nessa região. Enquanto isso, os setores que não são privilegiados pela legislação trabalhista –
empregados sem carteira de trabalho assinada e trabalhadores por conta-própria - continuam
absorvendo contingentes crescentes de mão-de-obra e já representam mais de 40% dos
ocupados.
Com quase 12 milhões de habitantes, o Rio de Janeiro aparece como a segunda maior Região
Metropolitana brasileira e uma das 15 maiores do mundo. Dizer quais são seus principais
problemas sociais, portanto, não é uma tarefa simples.
O IDH estimado para 1991 e 2000 para cada um dos municípios da RMRJ permite avaliar o nível
relativo de desenvolvimento econômico e social e de qualidade de vida da população que vive
nesses municípios. A tabela a seguir apresenta esses indicadores de IDH Municipal para 1991 e
2000:
Habitação
Uma questão levantada é que existem no estado e Região Metropolitana do Rio de Janeiro
favelas demais para seu grau de pobreza. De fato, enquanto aqui o percentual de pessoas
vivendo em áreas de favela é o dobro da média das demais regiões (e quase três vezes a média
brasileira), o percentual de pobres é 40% menor.
Estudos estatísticos e econométricos realizados pela FGV demonstram que “favela”, medida no
Censo Demográfico por “aglomerado sub-normal”, não é um bom indicador de precariedade
habitacional. Um outro indicador, “domicílios de alta densidade habitacional”, parece o ser. Neste
caso a relação com pobreza é significativa e segue o senso comum, tanto quando olhamos
médias, quanto quando olhamos décimos de distribuição de renda. Neste caso, a Região
Metropolitana do Rio de Janeiro não está em pior situação que outras mais pobres, e olhando os
municípios da região vê-se que o indicador para cidades mais pobres de sua periferia (por
exemplo: Japeri, Queimados e Belford Roxo) é muito mais alto que o de municípios mais ricos
como Niterói e Rio de Janeiro.
A utilização desta variável é, portanto mais promissora, já que capta precariedade de uma
maneira que favela não o faz. Isto porque, entre outras razões, a classificação desta última é
subjetiva enquanto “densidade maior que dois moradores por cômodo” não o é. E ela pode ser
combinada com indicadores de serviço para traçar um quadro mais preciso dos problemas
habitacionais da região.
Por exemplo, entre os cinco municípios com maior índice de “alta densidade” habitacional, três
estão entre os cinco piores no que toca acesso à água canalizada, e dois entre os seis piores em
coleta de lixo. Obviamente a correlação não é perfeita: Itaboraí possui um péssimo quadro de
serviço de água e lixo, mas a densidade habitacional não está entre as maiores, e a qualidade dos
serviços em São João do Meriti está entre as melhores, mas a densidade habitacional é muito
alta. Neste dois casos, parece que intervenções públicas possuem impacto significativo. Em São
João do Meriti e também Nilópolis, não só a qualidade destes serviços é superior, mas sua oferta
não descrimina os mais pobres: o percentual entre os dez por cento mais ricos e mais pobres sem
coleta de lixo é basicamente igual.
Em Niterói, por outro lado, enquanto este serviço está essencialmente universalizado entre o
terço mais ricos, nas camadas mais pobres quarenta por cento das pessoas não tem acesso a
ele. A regra geral da região metropolitana, entretanto, é que quanto mais pobre o cidadão pior a
qualidade do serviço.
Um terceiro grupo de índices examinado indica a presença ou não de bens duráveis no domicílio.
Aqui a Região Metropolitana do Rio de Janeiro possui situação impar, o indicador de domicílios
com televisão é o mais alto entre todas as regiões metropolitanas e o de geladeiras o mais alto
entre regiões de grande população. Ademais, não há diferença marcante entre o índice para
residências em favelas ou fora delas. Embora não sejam indicadores diretos de qualidade
habitacional, afetam a qualidade de vida – basta pensar na diferença entre ter ou não geladeira
em casa – e de alguma forma apontam uma contradição: a região é aquela com mais favelas e
mais televisões.
O estudo da FGV sobre habitação na RMRJ traz outras observações como o fato aparentemente
paradoxal que, para todos os décimos da distribuição de renda menos um, há mais pessoas sem
banheiro em casa que pessoas sem televisão ou geladeira. Um indicador que as pessoas, na
margem, preferem investir em bens duráveis que em melhorias habitacionais. Este quadro vale
para quase todos os municípios da região metropolitana.
O quadro a seguir apresenta uma comparação da situação habitacional nas diferentes regiões
metropolitanas do País, com a RMRJ, no que se refere à percentagem da população que vive em
“aglomerados sub-normais”, ou seja, em favelas, segundo os dados dos Censos Demográficos de
1991 e 2000.
Tabela 4.4.31
Percentual de pessoas que vivem em domicílios em localidades sub-normais
Regiões
Variação
Metropolitanas 1991 2000
(%)
selecionadas:
Belém 26.42 28.43 7,6
Baixada Santista 15.36 12.96 -15,6
Fortaleza 17.01 12.17 -28,4
Rio de Janeiro 11.50 11.46 -0,4
Belo Horizonte 12.03 9.63 -20
São Paulo 7.64 9.39 22,9
Salvador 9.38 8.40 -10,5
Grande São Luís 22.38 7.35 -67,2
Recife 25.11 6.77 -73
Vale do Aço 6.44 6.14 -4,7
Curitiba 6.47 6.14 -5,2
Campinas 4.75 5.92 24,8
Porto Alegre 7.22 5.48 -24,1
Maceió 7.38 4.33 -41,3
Média de todas RM 7.99 5.50 -31,2
Mediana de todas RM 6.44 5.48 -14,9
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000
Como se observa na tabela acima, a RM do Rio de Janeiro possui o 4º pior índice de “favelização”
entre todas as RM: mais de 11% de seus habitantes viviam em domicílios em localidades
subnormais em 2000, o que representa cerca de 1,2 milhão de pessoas. Este índice é duas vezes
maior que a média das demais RM e dois pontos percentuais acima dos índices da RM de São
Paulo e Belo Horizonte. Como a renda per capita da RM do Rio de Janeiro é superior a media das
demais RM´s, e os índices de pobreza inferior, a uma primeira aproximação esta situação seria
inesperada. Por outro lado, indica que os determinantes de favelização são outros que, ou não
somente, pobreza.
Mais preocupante ainda é que enquanto a redução média do índice entre todas as RM´s entre
1991 e 2000 foi de 31%, na RM do Rio de Janeiro a situação permaneceu estagnada, o que
significa uma situação ruim que ficou relativamente pior. Em números absolutos de domicílios,
esta RM passou de 283 mil residências em área de favela em 1991 para 347 mil em 2000. Em
termos absolutos, portanto, a situação se agravou significativamente.
Tabela 4.4.32
Percentual de pessoas que vivem em domicílios com alta densidade de moradores
Região Metropolitanas 1991 2000 Variação
selecionadas: (%)
Belém 47.63 41.08 -13,8
São Paulo 35.30 31.76 -10
Grande São Luís 38.80 30.77 -20,7
Fortaleza 34.95 26.13 -25,2
Baixada Santista 27.35 24.41 -10,8
Salvador 32.62 23.88 -26,8
Maceió 29.25 23.63 -19,2
Natal 27.83 20.35 -26,9
Rio de Janeiro 24.11 20.01 -17
Recife 26.95 19.23 -28,6
Campinas 22.78 18.90 -17,1
Grande Vitória 22.95 16.79 -26,8
Belo Horizonte 21.94 16.44 -25,1
Goiânia 21.27 15.29 -28,1
Porto Alegre 17.26 15.13 -12,3
Curitiba 20.87 14.69 -29,6
Média de todas RM 23.21 18.08 -22,1
Mediana de todas RM 21.94 16.44 -25,1
Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2000
Como se poder ver, em 2000, 20% dos moradores de RM RJ viviam em habitações de alta
densidade (mais de 2 moradores por cômodo). Este índice está acima da média (e bem acima da
mediana) das demais RM´s e é o nono pior. Comparando a situação atual com a de 1991 verifica-
se uma melhora neste indicador, que era de 24% nesta data. Entretanto, quando comparado às
demais RM´s a melhora foi inferior à média. Dado os valores extremos, que distorcem a média,
seria mais preciso comparar com a mediana, e neste caso a distância entre o avanço da RMRJ e
demais é ainda maior.
De qualquer forma, seja utilizando um ou outro indicador o fato é que as condições habitacionais
da RM do Rio de Janeiro são ruins, tanto em termos absolutos quanto em termos comparativos, e
os avanços recentes são menores que nas demais RM´s.
Um outro grupo de indicadores capaz de avaliar o grau de precariedade habitacional é o de
acesso a serviços básicos. As tabelas a seguir permitem avaliar, comparativamente a situação da
RMRJ com a das demais RMs no que concerne ao acesso à água encanada, coleta de lixo e
energia elétrica.
A Tabela 4.4.33 apresenta a porcentagem de pessoas que vivem em domicílios com água
encanada.
Tabela 4.4.33
Percentual de pessoas que vivem em domicílios com água encanada em todas as RM’S.
Variação
Região Metropolitana 1991 2000
(%)
Grande São Luís 65,00 62,11 - 4,4%
Belém 68,61 76,42 11,4%
Fortaleza 62,05 78,99 27,3%
Recife 75,63 83,55 10,5%
Natal 74,72 86,62 15,9%
Maceió 75,75 87,18 15,1%
Salvador 81,35 89,46 10,0%
Rio de Janeiro 92,46 93,79 1,4%
Goiânia 85,48 93,97 9,9%
Vale do Aço 90,77 95,69 5,4%
Grande Vitória 86,48 95,78 10,8%
Belo Horizonte 91,35 96,39 5,5%
Curitiba 90,00 96,89 7,7%
Porto Alegre 93,85 97,16 3,5%
Baixada Santista 95,72 97,32 1,7%
Núcleo Metropolitano da RM 97,46 97,64 0,2%
Foz do Rio Itajaí
São Paulo 97,33 98,00 0,7%
Média de todas RM 87,98 92,69 5,4%
Mediana de todas RM 92,46 96,89 4,8%
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000.
Como se observa nessa tabela, já em 1991, o percentual da população com acesso a este serviço
era elevado na RMRJ, acima da média e exatamente a mediana da amostra de RM´s. Menos de
8% da população não possuía este serviço e 88.3% das residências estavam ligadas diretamente
à rede geral. Nove anos depois se verifica avanços, mas a melhora fica abaixo daquela das
demais RM`s. Isto era de alguma forma esperado, dado que regiões mais atrasadas tendem a
recuperar mais rapidamente o atraso e diminuir à distância em relação aos líderes. O resultado
final, entretanto é que em 2000 a RMRJ passa a ficar abaixo da mediana e bem próximo da média
das demais RM. De décimo quarto pior estamos agora na oitava pior posição. Houve, portanto,
não só recuperação, mas ultrapassagem por parte de algumas RM´s. E, novamente, os números
absolutos são preocupantes: em 2000 cerca de 667 mil pessoas na RMRJ não tinham acesso à
água encanada, correspondendo a 201 mil domicílios.
A Tabela 4.4.34 apresenta os números relativos de coleta de lixo. Salta aos olhos o grande
avanço, relativo e em termos absolutos, no acesso deste serviço na RMRJ. Embora ainda tenha a
oitava pior marca e ainda esteja abaixo da média e mediana das demais Regiões, a RMRJ sai de
quase 20 pontos percentuais abaixo da RM de São Paulo, em 1991, para menos de 4% em 2000.
Este indicador melhora em 20% no período, bem acima dos 12% em média das outras RM. E
como veremos mais adiante este avanço é generalizado em todos os municípios: em 1991
somente em dois deles a coleta de lixo beneficiava mais de 90% da população (Nilópolis e Rio de
Janeiro), mas em 2000, nove deles estavam acima deste patamar e somente 3 abaixo de 80%.
Tabela 4.4.34
Percentual de pessoas que vivem em domicílios urbanos com coleta de lixo,
em todas as RM’S.
Variação
Região Metropolitana 1991 2000
(%)
Grande São Luís 62,08 74,56 20,1 %
Recife 73,14 87,46 19,6%
Grande Vitória 66,19 91,08 37,6%
Fortaleza 77,32 91,08 17,8%
Salvador 75,00 91,42 21,9%
Belém 79,95 91,97 15,0%
Maceió 74,52 92,63 24,3%
Rio de Janeiro 78,11 94,20 20,6%
Belo Horizonte 74,78 94,31 26,1%
Vale do Aço 77,26 95.17 23.2%
Natal 85,62 95,54 11,6%
Núcleo Metropolitano 84,27 96,59 14,6%
da RM Carbonífera
Goiânia 80,44 97,08 20,7%
Núcleo Metropolitano 90,09 98,17 9,0%
da RM Florianópolis
Londrina 95,96 98,22 2,4%
Núcleo Metropolitano 93,48 98,50 5,4%
da RM Foz do Rio Itajaí
Baixada Santista 94,05 98,58 4,8%
Núcleo Metropolitano 86,44 98,72 14,2%
da RM Tubarão
São Paulo 96,6 98,75 5,3%
Porto Alegre 93,81 98,75 5,3%
Maringá 93,88 98,88 5,3%
Campinas 95,98 98,90 3.0%
Curitiba 92,87 98,98 6,6%
Núcleo Metropolitano 93,30 99,02 6,1%
da RM Vale do Itajaí
Núcleo Metropolitano 91,10 99,22 8,9%
da RM N / Ne
Catarinense
Média de todas RM 84,25 95,11 12,9%
Mediana de todas RM 85,62 97,08 13,4%
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2000
Finalmente, em 2000, 99,88% da população da RMRJ vivia em habitação com luz elétrica. Este é
o terceiro melhor percentual entre todas as RM, mas não muito acima da media de todas RM’s,
que é 99.64%. Em 1991 este serviço já estava basicamente universalizado na RMRJ.
Um estudo comparativo das condições habitacionais dos diferentes municípios permite avaliar
como a precariedade habitacional se distribui entre os diferentes municípios que compõem a
RMRJ. Os mesmos indicadores utilizados anteriormente são adotados a nível municipal.
A Tabela 4.4.35, a seguir, apresenta os números percentuais de pessoas que viviam em áreas de
favela em 1991 e 2000. Um primeiro fato que salta aos olhos é que este parece ser um problema
de poucos municípios. Em somente 4 deles – Rio de Janeiro, Niterói, Magé e Duque de Caxias -
o percentual de pessoas vivendo em locais considerados favelas é maior que 5% do total da
população.
Tabela 4.4.35
Percentual de pessoas que vivem em domicílios localizados em
áreas denominadas favela - 1991 e 2000
O problema é mais grave no município do Rio de Janeiro, que possuía, em 2000, cerca de 19% de
sua população vivendo em favelas, percentual este que cresceu desde 1991. Em termos
absolutos isto corresponde a 1,1 milhão de pessoas, como se pode ver pela Tabela 4.4.35. Pior
ainda, este município concentrava, em 2000, 88.5% das pessoas que viviam em áreas de favela
da RM, enquanto em Duque de Caxias moravam 4.6% dessas pessoas, Niterói apenas 4%
dessas pessoas e o percentual dos demais municípios era muito pequeno ou inexpressivo.
A Tabela 4.4.36 mostra que o problema de domicílios de alta densidade de moradores é bem mais
geral que o de “favelização” já que se podem observar altos valores percentuais em vários
municípios. Em 3 deles – Japeri, Queimados e Belford Roxo - mais de 30% das pessoas viviam
em residências de alta densidade e na maioria absoluta das cidades pelo menos 20% da
população enfrenta este fenômeno. Em vários municípios da RMRJ não há população em favela,
mas o percentual mais baixo de moradores em domicílios de alta densidade é de 10% (Niterói).
Tabela 4.4.36
Percentual de pessoas que vivem em domicílios com densidade
acima de 2 pessoas por dormitório - 1991 e 2000
RMRJ e seus 1991 2000
Municípios
Rio de Janeiro 24,1 20
Niterói 13,7 10,3
Magé 32,8 25,3
Duque de Caxias 34,4 27,2
Itaguai 29 25,9
São João de 31,6 25,9
Meriti
Paracambi 24 19,8
Queimados 39,5 31,1
Nilópolis 26,1 19,6
Nova Iguaçu 31,6 25,9
Belford Roxo 38,5 30
São Gonçalo 23,5 17,9
Japeri 43 34,3
Tanguá 29,1 21,8
Guapimirim 32,9 22
Seropédica 26,7 21,4
Itaboraí 29,8 21,5
Fonte: Censo demográfico de 2000
Saneamento
A evolução da cobertura dos serviços de saneamento no Brasil desde os anos 70 foi significativa,
como mostra a Tabela 1. Nos últimos 30 anos estendeu-se os serviços de água a 90% da
população urbana, equivalente a mais de 30 milhões de domicílios. Na coleta de esgoto triplicou-
se a cobertura para 56%, cobrindo quase 20 milhões de famílias. Nosso índice de cobertura de
água é maior que em muitos países latino americanos e até de alguns países desenvolvidos.
(% total da população)
1970 1980 1990 2000
Serviço de água tratada
Urbano – rede 60,5 79,2 86,3 89,8
Rural- rede 2,6 5,1 9,3 18,1
Coleta de esgoto
Urbano – rede 22,2 37 47,9 56
Urbano – fossa séptica* 25,3 23 20,9 16
Rural – rede 0,5 1,4 3,7 3,3
Rural - fossa séptica* 3,2 7,2 14,4 9,6
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1970, 1980, 1990, 2000.
Nota: * tangues rudimentares não inclusos.
Então porque o setor é alvo de tamanha preocupação no debate nacional? Primeiro estes
avanços perderam aceleração nos últimos 10 anos. Mais ainda somos altamente incipientes, em
termos internacionais, com o tratamento de esgoto. E nas áreas rurais a cobertura continua muito
pequena, tal como mostram os dados da Tabela 4.4.37. Segundo, a despeito de todo este
crescimento na cobertura dos serviços, o acesso das camadas mais pobres da população é ainda
muito abaixo daquele usufruído pelos mais ricos. A Tabela 4.4.38 mostra que as famílias com
renda acima de 10 salários mínimos têm cobertura de água 50% maior e na coleta de esgoto a
diferença chega a quase 100 % .
Tabela – 4.4.38
Cobertura de serviços de saneamento no Brasil por classe de renda, 2000.
(% total de domicílios)
Brasil Até 2SM 2 – 5 SM 5 – 10 > 10
SM SM
Água
77,8 67,4 86,1 91,1 92,6
Tratada
Coleta de
47,2 32,4 55,6 67,1 75,9
Esgoto
Fonte: Censo Demográfico de 2000, IBGE.
Nota: SM = salário mínimo.
O desempenho da RMRJ
A evolução dos serviços na RMRJ apresentou um desempenho inferior a outras regiões de nível
de renda comparável, conforme mostra a Tabela 4.4.39.
Tabela 4.4.39 - Cobertura dos serviços de saneamento por região metropolitana - 2000
(% do numero de domicílios)
Regiões Metropolitanas Água Tratada Esgoto Coletado
Rio de Janeiro 87 66
São Paulo 97 82
Recife 85 34
Salvador 95 68
Belo Horizonte 90 80
Campinas 95 80
Fonte: Censo Demográfico de 2000, IBGE.
Na década de 90 observa-se uma estagnação no acesso aos serviços de água e inclusive uma
queda na cobertura de esgoto para toda a RMRJ, tal como mostram as Tabelas 4 e 5. No
município do Rio de Janeiro ocorreu na verdade uma queda nos índice de cobertura na década de
90, indicando que os serviços nos outros municípios da região cresceram mais que na capital. Por
outro lado, quando os dados de cobertura são discriminados por áreas de favelas e não-favelas,
nas mesmas Tabelas 4.4.40 e 4.4.41, observam-se que as favelas apresentaram melhor
desempenho nos serviços de água, um indicador que os projetos focalizados nestas áreas podem
ter contribuído para este padrão.
Tabela 4.4.40
Cobertura da Coleta de esgoto na RMRJ – 1991 e 2000.
(%)
Municípios da RMRJ RMRJ (Sem Favela) RMRJ (Só Favela)
Região
Metropolitana 1991 2000 1991 2000 1991 2000
RM do Rio de Janeiro 72,5 65,1 74,1 64,8 58,6 67,7
Belford Roxo - 51,9 - 51,9 - 37,9
Por outro lado, analisando as Tabelas 4.4.42 e 4.4.43, observa-se uma concentração dos serviços
nos municípios mais ricos. Nestas tabelas estimou-se a relação de cobertura entre os 20% mais
ricos em relação aos 20% mais pobres. No caso da água, embora tenha havido uma ligeira
desconcentração na última década, os 20% mais ricos tem 23% mais acesso que os 20% ais
pobres. Quase nenhuma variação é observada no município do Rio de Janeiro, mas sim uma
redução acentuada em todos os outros municípios, com concentração também maior nos
municípios mais pobres. Embora uma concentração menos dispersa no final da década (ver
desvio médio).
Tabela 4.4.41
Concentração do Serviço de Água Tratada na RMRJ – 1991 e 2000.
Municípios da Região Razão entre os 20 % mais ricos e os 20 % mais
Metropolitana pobres
1991 2000
RM do Rio de Janeiro 1,26 1,23
Belford Roxo - 1,23
Duque de Caxias 1,25 1,3
Guapimirim - 1,04
Itaboraí 3,08 2,58
Itaguaí 1,41 1,21
Japeri - 1,1
Magé 1,5 1,26
Mangaratiba 2,37 1,71
Maricá 2,29 2,42
Nilópolis 1,02 1,02
Niterói 1,87 1,27
Nova Iguaçu 1,28 1,18
Paracambi 1,46 1,12
Queimados - 1,44
Rio de Janeiro 1,06 1,05
São Gonçalo 1,34 1,27
São João de Meriti 1,05 1,03
Seropédica - 1,09
Tanguá - 1,1
Desvio Médio 0,49 0,29
Fonte: Elaboração IETS; Censos Demográficos de 1991 e 2000, IBGE.
No caso da coleta de esgoto, a Tabela 4.4.43 indica uma desconcentração dos serviços na última
década, embora os 20% mais ricos têm 55% mais acesso que os 20% mais pobres.
No município do Rio de Janeiro, por outro lado, observa-se uma ligeira concentração na última
década. Desconcentração acentuada se verifica somente em alguns municípios, mas a
concentração total está mais dispersa no final da década (ver desvio médio).
Tabela 4.4.42
Concentração da rede geral de esgoto na RMRJ – 1991 e 2000.
Municípios da Região Rede de Esgoto: Razão entre os 20 % mais ricos e os 20
Metropolitana % mais pobres
1991 2000
RM do Rio de Janeiro 1,61 1,55
Belford Roxo - 1,45
Duque de Caxias 1,91 1,59
Guapimirim - 1,2
Itaboraí 2,85 2,6
Itaguaí 3,63 2,2
Japeri - 1,62
Magé 2,5 1,61
Mangaratiba 2,22 3,94
Maricá 1,76 2,8
Nilópolis 1,44 1,17
Niterói 2,05 1,76
Nova Iguaçu 2,08 1,65
Paracambi 1,43 1,33
Queimados - 1,27
Rio de Janeiro 1,35 1,38
São Gonçalo 1,61 1,59
São João de Meriti 1,43 1,14
Seropédica - 2,24
Tanguá - 1,46
Desvio Médio 0,49 0,51
Fonte: Elaboração IETS; Censos Demográficos de 1991 e 2000, IBGE.
Por outro lado, observa-se na RMRJ que políticas de investimentos focados em áreas específicas
(tal como favelas) surtiram efeito de redução, embora não significativa, desta regressividade.
Educação
Analfabetismo
A comparação do Rio de Janeiro com as demais áreas metropolitanas mostra que, ainda que
tenha havido uma evolução, o Rio de Janeiro não tem conseguido acompanhar outros centros na
redução do analfabetismo nesta idade.
Escolaridade
Uma outra maneira de verificar a cobertura da educação do país é pelo número de anos de
escolaridade de sua população. Se todos tiverem completado os 11 anos de educação básica –
oito de educação fundamental, e mais três de educação média, ou secundária – a média nacional
de anos de escolaridade da população de 25 anos e mais deveria ser de 11 pelo menos. Em
1991, estávamos ainda em 4,87%, um pouco acima do antigo curso primário; em 2000, havíamos
evoluído para 5,87% - um ganho de um ano em uma década. O Estado do Rio de Janeiro, no
período, evoluiu de 6.47 para 7.24%. Em todo o país, só o Distrito Federal havia superado a
média de 8 anos, equivalente ao ensino de primeiro grau completo. Esta evolução lenta se explica
pelo fato de que a grande maioria da população de mais de 25 anos não chegou a se beneficiar
da grande expansão da educação brasileira da década de 90. No futuro, pode-se esperar que o
aumento da escolaridade média da população se dê com muito mais intensidade.
Comparando as principais regiões metropolitanas, nota-se que o Rio de Janeiro tinha o nível de
escolaridade mais alto do país em 1991, e ainda mantém esta situação em 2000, embora as
diferenças sejam menores. Os maiores ganhos em escolaridade no período foram de Curitiba
(1,17 anos) e São Paulo (1.14 anos). Em comparação, a região metropolitana do Rio de Janeiro
só aumentou a escolaridade média de sua população em 0,82 anos. Este dado, junto com outros
que serão apresentados mais adiante, mostram que o Rio de Janeiro não está conseguindo fazer
com que seu sistema educacional acompanhe a evolução que vem ocorrendo em outras regiões,
e, com isto, a posição preponderante que a metrópole do Rio de Janeiro tinha em muitos
indicadores começa a se reduzir.
Comparada com outras áreas metropolitanas do país, a metrópole do Rio de Janeiro tem padrão
de escolaridade que é mais típico dos centros mais pobres, da região nordestina,do que das
regiões do centro sul, indicando que a metrópole não tem avançado como poderia no sentido de
se assegurar que as crianças de 7 a 14 anos de idade estejam efetivamente freqüentando a
escola fundamental.
A maioria das crianças deste grupo que estão fora da escola ou têm 7 anos de idade, e vão se
matricular mais tarde, ou têm 13 a 14 anos de idade, e já abandonaram a escola. E a maioria das
crianças que estão na escola, mas em outro nível, são de 7 anos de idade, e ainda estão retidas
na pré-escola, sobretudo na região Nordeste.
Atraso escolar
Na década de 90, sobretudo nos estados do Sudeste e Sul, houve um importante movimento no
sentido de reduzir a repetência, com a introdução de ciclos de dois ou quatro anos, e outros
procedimentos. Os resultados, em termos de redução do atraso escolar, foram muito
significativos. Os resultados pedagógicos destas políticas são pouco conhecidos. Estas políticas
deveriam ser acompanhadas de um esforço concentrado de apoiar os estudantes com mais
dificuldades de aprendizagem, para que eles não sejam simplesmente promovidos sem aprender.
Por outro lado, eles não teriam ficado em melhor situação se tivessem sido obrigados a repetir a
série.
No Brasil, em 1991, a percentagem de crianças entre 10 e 14 anos com mais de um ano deatraso
escolar era de 58,16%; em 2000, esta percentagem havia se reduzido para 36,21, valor ainda
muito alto. No Estado do Rio de Janeiro a percentagem para 1991 era de 51,33, tendo se reduzido
para 32,45 em 2000. Na década, os maiores avanços na redução do atraso escolar foram os do
estado de São Paulo, que passou de 37 para 14%, e o Distrito Federal e os estados da região sul,
que chegaram todos à casa dos 20%. Muitos estados no Nordeste, no entanto, continuaram com
índices altíssimos de atraso escolar, entre os quais o Maranhão, que passou de 80 para 62%, com
os demais permanecendo próximo da casa dos 60%.
A comparação entre as principais áreas metropolitanas do país mostra que a cidade do Rio de
Janeiro não acompanhou São Paulo e as demais capitais do sul no esforço de redução do atraso
escolar, se mantendo, em geral, em um perfil similar às capitais do Nordeste.
O atraso escolar não cria, somente, um problema para as crianças, mas também para o país.
Para abrigar tantas crianças fora da idade, o sistema educacional teve que se expandir mais do
que devia. O indicador para isto é a “taxa bruta” de matrícula, que compara o número de alunos
matriculados no ensino fundamental com o número de pessoas que existem na faixa de idade
respectiva, ou seja, entre 7 e 14 anos de idade. No Brasil, em 1991, a taxa era de 100%, e no ano
2000 era de 124% - ou seja, quase 15% a mais do que seria desejável. No Estado do Rio de
Janeiro, a evolução foi de 107 para 123,8%. Os melhores resultados em relação a isto são os do
Paraná, com 115%, e os estados do Sul e Espírito Santo, com valores próximos dos 120%. No
Nordeste, aonde a síndrome da repetência se mantém, estão os piores indicadores de inchaço do
sistema, com valores próximos dos 130% .
Todas as principais áreas metropolitanas brasileiras já tinham taxas superiores a 100% em 1991,
e continuaram a crescer na última década, aumentando em média 15 pontos percentuais, exceto
a região de São Paulo, aonde, graças a uma política deliberada de correção de fluxo, o aumento
foi somente de 9 pontos percentuais.
A comparação entre a cidade do Rio de Janeiro e as principais áreas metropolitanas do país pode
ser vista no quadro abaixo, que mostra uma situação inesperada, que requer uma pesquisa mais
aprofundada para ser melhor entendida: as metrópoles do Sul, como Porto Alegre e Curitiba, são
as que têm maior percentagem de jovens de 15 a 17 anos no ensino médio, ajustadas portando à
sua idade; mas são também as que têm maior proporção de jovens fora da escola, chegado a
quase 25% no caso de Curitiba, e também 23.6% em Londrina. Por outro lado, a área
metropolitana de Salvador, que tem o pior ajuste idade – série neste nível, é também a que tem
menor porcentagem de jovens desta idade fora da escola. Uma hipótese é que, nas cidades do
sul, existe mais possibilidade de trabalho para os jovens que não consegue completar o ensino
médio a tempo, e por isto eles não continuariam matriculados indefinidamente, como pode estar
ocorrendo no Nordeste. O Rio de Janeiro tem um ajuste idade-série bastante insatisfatório, só
melhor do que Salvador e Recife, e uma percentagem relativamente alta de jovens fora da escola
– 17,1%.
Mas o ensino médio não atende somente aos jovens de 15 a 17 anos. Assim como existem muitos
jovens desta idade que ainda estão no ensino fundamental, existem muitas pessoas no ensino
médio que já deveriam ter terminado este nível de estudos, e ido para o ensino superior, para o
mercado de trabalho, ou as duas coisas. Isto pode ser visto através da taxa bruta de matrícula no
ensino médio, que é a comparação entre o número de pessoas matriculadas neste nível e o total
de pessoas na faixa de idade correspondente.
No Brasil, entre 1991 e 2000, a taxa bruta mais do que duplicou, passando de 36,7 para 77,3. No
Estado do Rio de Janeiro, ela foi de 50,9 para 88,6% no período. Isto significa que o sistema de
ensino médio no Estado do Rio de Janeiro tem tamanho suficiente para atender a quase 90% da
população de jovens entre 15 e 17 anos; e, no entanto, somente 39% destes jovens estão
matriculados neste nível. Uma outra maneira de ver esta questão é em termos da proporção de
estudantes no ensino médio que têm mais de 18 anos de idade. Em Salvador e Recife, mais de
60% dos estudantes estão nesta condição; em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, a proporção é
de aproximadamente 50%; o Rio de Janeiro, com cerca de 56%, está mais próximo dos estados
do Nordeste.
O Ensino Superior
A escolarização em nível superior no Brasil ainda é muito pequena. Na década de 90, o número
de estudantes no ensino superior aumentou em mais de 100% em todo o país. A taxa líquida de
matrícula, ou seja, a percentagem de jovens entre 18 e 24 anos de idade que freqüenta o nível
superior, aumentou de 4,26 para 7.21% em todo o país; no Estado do Rio de Janeiro, ela foi de
7.08 para 10,02% (incluindo tanto os alunos de graduação quanto de pós graduação). A taxa
bruta, ou seja, a comparação entre o número de matriculados no ensino superior e a população de
jovens de 18 a 24 anos de idade, aumentou de 7,35 a 12,92% no Brasil, e de 12,40 a 18,18% no
Estado do Rio de Janeiro. No Brasil, a maior taxa bruta de escolaridade neste nível é a do Distrito
Federal, com cerca de 24,4%, seguido do Rio Grande do Sul, com 21,52%. Nos estados do
Nordeste, a cobertura é de cerca de 5 a 10% brutos. . Tanto quanto nos outros níveis, existem
muitas pessoas mais velhas cursando universidades, o que não é necessariamente uma
distorção, já que não existe idade limite para pessoas que queiram continuar se formando; mas
tudo indica que, na medida em que o ensino médio se expanda e se consolide, a demanda por
educação superior continuará aumentando. No Brasil como um todo, a percentagem de
estudantes de nível superior de mais de 24 anos de idade era de cerca de 44,18%, dois pontos
percentuais a mais do que em 1991, indicando um leve envelhecimento da população estudantil
neste nível.
Comparado com outras áreas metropolitanas, o Rio de Janeiro fica em situação intermediária,
tanto em relação às taxas líquidas (proporção de jovens de 18 a 24 anos matriculados no ensino
superior) como brutas (total de matriculas em relação à população de 18 a 24 anos de idade),
chamando a atenção a situação de Porto Alegre, com uma taxa bruta superior de cerca de 26%, já
típica de um sistema de educação superior de massas.
Saúde
Raros são os diagnósticos que procuram avaliar a demanda por serviços de saúde.Contudo, no
ano de 2003, o IBGE e o Ministério da Saúde acoplaram ao corpo básico da PNAD (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios) uma nova pesquisa suplementar de saúde, repetindo aquela
levada a campo em 1998, que visava aprofundar o pouco que se conhece do consumo de
serviços de saúde no país.
O suplemento especial de saúde da PNAD de 2003 procurou investigar qual o tipo de serviço
normalmente utilizado pela população. Os resultados da pesquisa para a RMRJ parecem
transmitir bem essa diversidade de tipologia de atendimento (gráfico 19).
A pesquisa mostrou que 81,0% das pessoas declararam ter acompanhamento de um serviço de
saúde de forma contínua. Estes 9,2 milhões têm preferência ou maior facilidade de acesso ao
posto ou centro de saúde (42,0%) quando precisam de atendimento médico. A segunda maior
procura foi por consultórios particulares (28,6%), demanda esta provavelmente apoiada nas
facilidades que um plano de saúde particular permite aos seus filiados. Como terceira opção mais
cotejada ficaram os ambulatórios, que atenderam 24,8% dos pacientes. Pronto-socorro e
emergências responderam por apenas 4,4% dos atendimentos. O gráfico mostra o que mudou na
distribuição dos tipos de serviço entre 1998 e 2003.
Gráfico 4.4.25 – Atendimento de Saúde
30%
20%
10%
0%
Farmácia, agente
P o sto o u centro de Co nsultó rio P ro nto -so co rro o u
A mbulató rio co munitário de
saúde particular emergência
saúde o u o utro
100%
80%
60%
40%
20%
0%
M ais de M ais de M ais de M ais de M ais de M ais de
A té 1
1a 2 2a3 3a5 5 a 10 10 a 20 20
Farmácia, agente co munitário de 1,1% 0,4% 0,1% 0,1% 0,2% 0,2% 0,1%
saúde o u o utro
P ro nto -so co rro o u emergência 5,0% 5,4% 4,7% 4,7% 4,1% 2,3% 0,3%
Co nsultó rio particular 4,2% 7,5% 14,4% 18,4% 36,8% 61,2% 84,7%
P o sto o u centro de saúde 66,4% 64,9% 55,9% 48,6% 30,7% 13,7% 1,3%
Considerando os resultados dessa análise fica patente que a maior parte da população da RMRJ
depende para atendimento de saúde da oferta de Postos ou Centros de Saúde, Ambulatórios e
Hospitais e que sua procura se dá em função da proximidade do seu local de trabalho ou
residência ou do prestígio quanto à qualidade do atendimento de cada instituição.
A tabela a seguir apresenta a evolução das unidades ambulatoriais no período 2000 a 2002 no
Estado do Rio de Janeiro, na Região Metropolitana e no Município do Rio de Janeiro:
2001
Estado do Rio de Janeiro 3 141 12 762 2 802 413 1 142 734
Região Metropolitana do Rio
de Janeiro 1 103 7 790 1 096 230 541 402
Município do Rio de Janeiro 291 4 247 548 78 250 148
2002
Estado do Rio de Janeiro 3 311 13 134 2 864 412 1 169 769
Região Metropolitana do Rio
de Janeiro 1 161 7 919 1 103 232 549 411
Município do Rio de Janeiro 308 4 350 552 81 256 157
Fonte: Sistema Único de Saúde - Ministério da Saúde - DATASUS. Disponível em <www.datasus.gov.br> nov.06.
Tabela 4.4.44 -
Estabelecimentos de saúde por esfera administrativa, segundo o tipo de estabelecimento para o
Estado, a Região Metropolitana e o Município do Rio de Janeiro - 2005
Estado, Região Metropolitana, Município e Esfera administrativa
Tipo de estabelecimento Total
Público Privado Privado/SUS
Estado do Rio de Janeiro 5 489 1 983 3 506 722
Único 4 922 1 974 2 948 574
Com terceirização 163 8 155 37
Terceirizado 404 1 403 111
Região Metropolitana do Rio de Janeiro 3 004 571 2 433 340
Único 2 653 571 2 082 298
Com terceirização 104 - 104 13
Terceirizado 247 - 247 29
Município do Rio de Janeiro 1 748 172 1 576 84
Único 1 534 172 1 362 70
Com terceirização 61 - 61 5
Terceirizado 153 - 153 9
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE, Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária - 2005.
Atualizado conforme os dados disponíveis no endereço <http://www.ibge.gov.br> em fev.07.
Notas:
(...): Dado numérico não disponível.
(-) Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento.
Tabela 4.4.45
Pessoal de saúde por esfera administrativa, segundo o grupo de ocupação para o Estado, a
Região Metropolitana e o Município do Rio de Janeiro - 2002
Estado, Região Esfera administrativa
Metropolitana, Público Privado
Município e Total
Grupo de Total Federal Estadual Municipal Total Outros
ocupação
Estado do Rio
de Janeiro 171 420 95 667 17 373 22 971 55 323 75 753 18 020
Nível superior 96 341 52 232 9 437 10 174 32 621 44 109 8 536
Nível
técnico/auxiliar 75 079 43 435 7 936 12 797 22 702 31 644 9 484
Nível
fundamental 24 031 16 551 984 7 019 8 548 7 480 1 422
Nível médio 51 048 26 884 6 952 5 778 14 154 24 164 8 062
RMRJ 132 232 76 256 17 277 22 308 36 671 55 976 13 292
Nível superior 72 728 39 958 9 375 9 908 20 675 32 770 6 364
Nível
técnico/auxiliar 59 504 36 298 7 902 12 400 15 996 23 206 6 928
Nível
fundamental 18 772 13 688 978 6 677 6 033 5 084 1 064
Nível médio 40 732 22 610 6 924 5 723 9 963 18 122 5 864
Município do
Rio de Janeiro 95 072 56 483 13 898 18 674 23 911 38 589 8 913
Nível superior 51 653 29 041 7 766 8 089 13 186 22 612 4 364
Nível
técnico/auxiliar 43 419 27 442 6 132 10 585 10 725 15 977 4 549
Nível
fundamental 14 016 10 576 615 5 594 4 367 3 440 722
Nível médio 29 403 16 866 5 517 4 991 6 358 12 537 3 827
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE, Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária -
2002.
Tabela 4.4.46
Estabelecimentos Hospitalares na RMRJ segundo municípios em 2005
Número de
Municípios estabelecimentos Distribuição %
Rio de Janeiro 1.595 58,2
Belford Roxo 26 0,95
Duque de Caxias 212 7,7
Guapimirim 12 0,4
Itaboraí 70 2,6
Japeri 12 0,4
Magé 58 2,1
Nilópolis 28 0,01
Niterói 272 9,9
Nova Iguaçu 107 3,9
Paracambi 27 0,1
Queimados 17 0,06
São Gonçalo 200 7,3
São João de Meriti 72 2,6
Seropédica 28 0,1
Tanguá 4 0,001
RMRJ 2.740 100
Infra-estrutura de Transportes
• Sistema de Transportes
O sistema de transportes da Região Metropolitana do Rio de Janeiro possui as seguintes
características que podem ser observadas:
Metrô: 38,5 km de linha metroviária sendo Linha 1 (Saens Pena - Siqueira Campos) e Linha 2
(Estácio - Pavuna), num total de 32 estações.
Vans: circulam pelo estado 1.815 vans intermunicipais regulamentadas em 300 linhas.
II Operacionais:
MODAIS TOTAL %
ÔNIBUS INTERMUNICIPAIS 455.732.749 64,7
Energia Elétrica.
Observa-se que a RMRJ concentra 70,5% dos consumidores de energia elétrica no Estado do Rio
de Janeiro e que o município do Rio detém 57,9% dos consumidores da RMRJ. Comparados a
2003 e 2004 é possível constatar a ampliação ocorrida no número de consumidores na RMRJ e
seus municípios. O número total de consumidores na RMRJ cresceu, de 2003 a 2004, em 2,41%
e de 2004 a 2005, em 9,31%. Os consumidores residenciais cresceram, no primeiro período,
2,57% e no segundo, 9,05%, indicando claramente uma expansão mais acentuada do número de
consumidores, entre 2004 e 2005, muito mais expressiva que no primeiro período, provavelmente
em função do racionamento o corrido no primeiro período.
ainda mais expressiva no município do Rio de Janeiro, com 18,25%, conseqüência provável do
fim do racionamento de energia elétrica.
Na tabela a seguir apresenta-se o consumo de energia elétrica por classe de consumidor, para a
RMERJ e seus municípios, em 2005.
Tabela 4.4.49
Consumo de Energia Elétrica por classe de consumidores na RMRJ em 2005
contrário, forte expansão do consumo após o fim do racionamento. Com efeito, o consumo total de
energia cresceu 4,61% na RMRJ, o residencial cresceu 8,58% e o comercial, 8,17% nessa
região. Na capital, a expansão do consumo de energia foi semelhante à verificada na RMRJ,
neste período, com 4,61% no total, 8,6% no residencial e 8,16% no comercial. Em Niterói o
padrão de crescimento foi similar, contudo, em níveis mais baixos, sendo de 3,04% no total,
2,68% no residencial e 5,9% no comercial.
Comunicações
A expansão da telefonia no Estado do Rio de Janeiro foi significativa. No período, 1997 a 2005,
verificou-se um crescimento de 181,0% no número de domicílios com telefone no interior (de
18,3% para 51,4%) contra 128% na Região Metropolitana (de 30,6% para 70,0%). Também o
acesso à Internet tem sido veloz, com os domicílios conectados no interior se elevando de 8,3%
para 13,5% no período 2001 a 2005, (expansão de 62,4%) enquanto que na Região Metropolitana
os percentuais foram de 13,7% para 20,7% (expansão de 51,5%), segundo dados do PNAD.
Tabela 4.4.50
Número de terminais telefônicos e telefônicos públicos instalados, segundo municípios da
Região Metropolitana no período: 1998, 2000, 2001 e 2003.
Municípios e Região Metropolitana 1998 2000 2001 2003
ESTADO 2.085.002 3.259.566 5.132.141 6.069.875
Região Metropolitana 1.730.542 2.669.365 4.246.216 5.018.151
Belford Roxo 10.492 29.947 99.560 131.153
Duque de Caxias 40.894 91.453 226.728 293.740
Guapimirim 1.380 1.646 5.435 6.449
Itaboraí 5.579 10.175 32.596 39.014
Japeri 2.082 5.007 8.919 10.377
Magé 6.302 14.428 33.674 40.304
Mesquita 0 0 30.060 34.627
Nilópolis 14.385 26.462 39.083 44.005
Niterói 128.009 191.531 251.287 296.066
Nova Iguaçu 42.394 96.856 218.240 280.259
Paracambi 1.982 3.435 6.303 7.304
Queimados 3.405 8.444 22.364 26.583
Rio de Janeiro 1.390.906 2.011.813 2.868.074 3.309.940
São Gonçalo 57.598 126.128 265.578 328.274
São João de Meriti 22.967 47.602 126.999 156.924
Seropédica 1.734 3.209 7.589 8.822
Tanguá 433 1.229 3.727 4.310
Fonte: Fundação Cide.
Observa-se, ao longo do período, que a RMRJ concentra algo entre 82 e 83% dos terminais
telefônicos instalados no estado do Rio de Janeiro. A capital já concentrou, em anos anteriores,
proporção maior dos terminais telefônicos instalados na RMRJ. Com efeito, em 1998 a capital
concentrava 80,3% dos terminais da RMRJ. Já em 2003, após lenta redução, passou a deter,
apenas, 65.9% desses terminais. O mesmo fenômeno se observa em Niterói, que detinha 7,4%
dos terminais da RMRJ, em 1998 e passou a 5,89% em 2003. Ao contrário, a maior expansão
observou-se nos municípios de Duque de Caxias, que aumentou sua participação de 2,4 no início
do período, para 5,9% no fim do período, Nova Iguaçu, de 2,5 para 5,6%, São Gonçalo de 3,3
para 6,5%.
A distribuição não difere substancialmente dos outros meios de comunicação. Com efeito, 70,5%
se concentram no município da capital, seguido de Duque de Caxias, com quase 6%, São
Gonçalo, com 5,7% e Niterói, com 4,7%, em seguida.
Introdução
subsistência familiar. Sendo assim, a pesca artesanal sofre com as mudanças geradas na tradição
sociocultural destas comunidades com a conseqüente transferência do objeto de trabalho ou
abandono do mesmo. Isso leva os pescadores artesanais a engrossar a camada de
subempregados e, conseqüentemente, as parcelas mais pobres da população local.
Além destas, duas outras colônias atuam no entorno da Baía de Guanabara, em área externa à
mesma: a Colônia Z-07 de Itaipu, em Niterói, e a Colônia Z-13, com sede em Copacabana, no Rio
de Janeiro.
Em muitos casos, a relação entra as colônias e as comunidades em que estão inseridas não
ocorre de forma harmoniosa, e muitas associações acabam sendo criadas para gerenciar os
freqüentes conflitos. Estas associações, muitas vezes denominadas de “associações livres”,
possuem uma ligação mais estreita com as comunidades pesqueiras e, em muitos casos, atuam
de forma mais significativa que as próprias colônias por conhecerem melhor os problemas do dia
a dia destas comunidades. Na Baía de Guanabara, as associações são encontradas por toda a
orla e na Ilha do Governador, destacando-se:
• Número de pescadores:
Atualmente cerca de 3,2 mil pescadores atuam na Baía de Guanabara (Carvalho, 2004). Mais de
50% deles utilizam a rede de emalhe como arte de pesca e aproximadamente 20% o cerco. Cabe
destacar que 1% dos pescadores da Baía de Guanabara utilizam a extração de mariscos como
prática de pesca de subsistência.
Os dados sobre o número de pescadores na Baía de Guanabara são muito variáveis e difíceis de
precisar, na medida que a pesca na região tem se tornado de difícil viabilidade econômica e, como
mencionado anteriormente, cada vez mais perde recursos humanos para os empregos formais
urbanos. Para exemplificar esta situação, na comunidade pesqueira de Jurujuba, em Niterói,
apenas 7% da população trabalha com a pesca, enquanto, na década de 70, este número
chegava a 25%. Dos chefes de família, apenas 17% são pescadores e metade destes
desenvolvem outra atividade para complementar a renda familiar. Os chefes de família de
pessoas que não trabalham com a pesca chegam a ter renda 18% maiores que os pescadores e
isso, somado às garantias oferecidas por empregos formais, não incentivam as famílias a
passarem a cultura da pesca artesanal para seus descendentes. (Carvalho, 2004)
Artes de pesca:
O cerco é a arte de pesca mais representativa na Baía de Guanabara com aproximadamente 77%
da produção de pescado capturado. Outras artes de pesca representativas são a rede de emalhe
com 12% e o curral com 6% da produção mensal de peixes. Vale ressaltar que a elevada
produção de pescado com o cerco se deve ao fato da abundância da sardinha-boca-torta. Quando
se contabiliza a produção excluindo esta espécie a produção com a pesca de cerco cai para 43%,
a de rede de emalhe sobe para 29% e de curral para 16%. Também são importantes petrechos de
pesca as redes de arrasto para camarão, rede de espera, linha-de-mão, currico, mergulho, arrasto
de praia, tarrafa, garatéia, zangareio e puçá.
A pesca de emalhe é voltada principalmente para a pesca da tainha, bagre, corvina e robalo. O
maior porto de desembarque pesqueiro proveniente de redes de emalhe é representado pela
localidade de Gradim, em São Gonçalo, seguido pela praia de Olaria, em Magé, e Pedrinhas, em
São Gonçalo.
A pesca de cerco é realizada por embarcações cada vez mais aparelhadas e acabam muitas
vezes utilizando as regiões externas à Baía de Guanabara para pescar, o que torna ainda mais
difícil precisar a produção pesqueira no interior da Baía. Esta pesca é voltada principalmente para
sardinhas, como a boca-torta, cavalas, etc. Estima-se que existam atualmente cerca de 240
currais operando na Baía (Jablosky, 2001). Estes, encontram-se em sua maioria no fundo da Baía
de Guanabara, com suas descrições presentes inclusive em cartas náuticas. Cerca de 80% dos
currais estão localizados na Praia de Olaria, em Magé.
A escavadeira é uma importante técnica para a coleta dos mexilhões aderidos aos costões
rochosos, lajes, manguezais, estruturas de concreto, pedaços de madeira e em áreas de cultivo
suspensas. Esta arte de pesca se desenvolveu muito com o surgimento da Associação Livre dos
Maricultores de Jurujuba (ALMARJ).
O uso das artes de pesca é muito variável em função das comunidades pesqueiras presentes. As
comunidades situadas no interior da Baía, caracterizadas por uma pesca artesanal bem marcante,
são as que utilizam artes mais diversificadas (Gradim, Itaoca, Mauá, Ilha do Governador). As
comunidades situadas na área mais poluída (Ramos e Caju) exibem a menor diversidade de artes
de pesca, que são operadas principalmente fora da Baía, enquanto as comunidades da margem
oriental da Baía (Jurujuba e Ilha da Conceição) são dedicadas a uma pesca comercial, ainda que
em modelo artesanal.
A metade dos barcos que operam com rede de emalhe possui motor como forma de propulsão,
27% opera a remo e os 23% restantes não foram identificados. Para a pesca de puçá pouco mais
da metade das embarcações operam a remo, 9% com motor e 36% não foram identificados.
Todos os barcos que operam com a pesca de cerco são motorizados, na medida que só assim
esta pesca pode ser realizada.
Como mostra a Tabela 4.4.55, a conservação do pescado a bordo é feita em caixas isotérmicas
por 53% das embarcações, enquanto apenas 9% possuem urna com gelo e 17% não possuem
nenhuma forma de conservação. Dos barcos que operam com caixas isotérmicas, 83% são
voltados para a pesca com rede de emalhe, e todos os barcos que operam com cerco possuem
urnas refrigeradas. (Jablonsky, 2001).
A corvina pode chegar a 37% das capturas mensais, a tainha a 18%, os bagres a 3% e o parati a
1,5%.
A Tabela 4.4.54 e a Figura 4.4.1 apresentam os variados pontos de pesca existentes na Baía de
Guanabara.
$
51
1 $ 53 46
45
31 $$$$ $ 18 $ 60
62 40 $ $$ 29 20 37$
36
$ $ 41
$ 44
$ 23 $
$ 11 13 57
$ 8 33
$ $ 43$
58 3
$ 30
$ $
55 $ $32
21$ $54 10 47
$ $ 34 $$ $ 61
26 24 $$ $ 50
$ $ 16 17 27
$ 59 $
7 5 2
$ $ $
$ $ $ 19
38
28 14 $
$ 15 $ 25
4$
48 39
$ $
12
$ 52$
49
$ $ Legenda
22 56
35
$
$
$ Pontos de pesca
9 Apa de Guapimirim
$ 6
$$ Hidrografia
42 Fonte: FEMAR
Com o fim do entreposto de pesca localizado na praça XV, Centro do Rio de Janeiro, em 1991, o
desembarque e a comercialização do pescado produzido sofreu uma certa pulverização e
dispersão. A partir desta época, os pontos de desembarque passaram a ser realizados de forma
geralmente precária, sem fiscalização ou condições de segurança e trabalho adequadas.
A Tabela 4.4.55 e a Figura 4.4.2 mostram a quantidade de pontos identificados (Jablonsky, 2001)
como potenciais desembarques pesqueiros na região. Nota-se que existe uma grande variedade
de portos de atracação.
28# #30
#
29 31
#
36 35 25
# # # 27
26 #
#
10
#
8
41 # #
# 24
20 19 9
# # 18 #
#
17# 16 40
21 22 #
15 #
7
34# # # #
11####
14 #
#
37 13 6
33 # # 12
#
39
38
# 32 4
# 5 #
##
# 3
1
Legenda
2 # Pontos de Desembarque
42 #
#
Apa de Guapimirim
Hidrografia
Fonte: FEMAR
Além dos problemas citados, para fugir das taxações das cooperativas, associações e leilões, os
pescadores tendem a procurar locais marginais para a descarga dos seus produtos o que
contribui para a pulverização das informações sobre o desembarque pesqueiro na Baía de
Guanabara. Somado a isto, a grande quantidade de barcos a remo e sem insumos tendem a
dispersar ainda mais estes locais.
Acredita-se que a produção da Baía de Guanabara chegue a 5.400 toneladas anuais, sendo a
sardinha-boca-torta a principal espécie capturada, podendo representar 80% da produção mensal
(Carvalho 2004). Esse dado mostra a importância da pesca com cerco no interior da Baía de
Guanabara, visto ser a espécie alvo desta pescaria. As redes de emalhar e os currais localizados
no fundo da Baía também são importantes artes de pesca que contribuem de forma significativa
para a produção total de pescado nesta região.
Apesar dos dados mostrarem uma produtividade alta para a pesca na Baía de Guanabara, a
constante degradação do ambiente tem afetado diretamente a disponibilidade do pescado
capturado e assim a vida social dos pescadores.
A orla noroeste da Baía foi a mais prejudicada com o processo de urbanização e transformação
da cidade do Rio de Janeiro em megalópole. Esta área sofreu com a construção da Avenida
Brasil, com os aterros para a construção da área portuária, dos aeroportos, com o intenso
processo de favelização e industrialização, com o aterro da cidade universitária e continua
sofrendo com toneladas de esgotos, lixo e resíduos industriais que são despejados diariamente
nos rios de sua bacia e na própria Baía. Segundo Amador (1992 p.239), o número de indústrias
cresceu de 2.000, em 1920, para 4.169 em 1940, e de 5.693 em 1950 para aproximadamente
10.000 em 1980.
Ainda segundo o mesmo autor (Amador, 1992), na década de 60, mais de 30% das favelas já se
encontravam no entorno das águas da Baía de Guanabara. Acredita-se que hoje em dia este
número seja ainda maior, com o aparecimento dos complexos de favelas como do Alemão e
Maré. Estas construções, sem qualquer forma de tratamento dos efluentes sanitários ou sistema
de coleta de lixo eficazes, aumentam consideravelmente a degradação ambiental da Baía.
Além da perda do espelho d’água e destruição de diferentes habitats em função dos aterros, a
destruição dos manguezais na costa da Baía de Guanabara também contribuiu e continua
contribuindo para a redução na qualidade do ambiente e da abundância e diversidade do pecado
encontrado. Os manguezais abrigam uma diversidade grande de peixes, crustáceos e moluscos e,
por sua complexidade, funcionam como abrigo e berçário de uma infinidade de espécies
marinhas.
Atualmente a sobrepesca é vista como um dos maiores problemas para a pesca na Baia de
Guanabara. A grande quantidade de pescadores ainda em atividade e a modernização dos
aparelhos pela pesca industrial tornam algumas formas de pesca insustentáveis e algumas
espécies já apresentam grandes quedas de produção. Carvalho (2004) apresenta reclamações
por parte de pescadores que apontam para a redução de espécies como a sardinha-boca-torta,
principal espécie capturada na Baía.
Todos os problemas encontrados na pescaria da Baía de Guanabara são reflexo de uma política
pública que privilegiou o desenvolvimento urbano-industrial em detrimento da qualidade do meio
ambiente. A pesca também sofre com o descaso do governo em relação ao setor, tão importante
para o contexto econômico e cultural do Estado. A falta de incentivos resulta na precária infra-
estrutura das embarcações, portos de desembarque, industrias de beneficiamento etc, das
comunidades locais que utilizam a pescaria artesanal como fonte de subsistência.
Considerações Finais
Depois de tantos anos de despreocupação, torna-se extremamente difícil encontrar uma forma de
reverter a situação. Atualmente a Baía de Guanabara está rodeada de favelas de grandes
proporções, indústrias, refinarias, e tráfego de embarcações de grande porte, em função dos
portos localizados em sua costa.
Além das melhorias ambientais, políticas voltadas diretamente para a pesca podem surtir efeitos
significativos. Seria de fundamental importância um investimento em infra-estrutura de portos de
desembarque e comercialização do pescado, e a concessão de subsídios para compra de
material, etc. por parte dos governos para o desenvolvimento da pesca. No entanto, o mais
importante para um bom funcionamento do sistema de pesca na Baía de Guanabara é a gestão
integrada dos recursos pesqueiros e de meio ambiente, visando uma sustentabilidade econômica
da pesca nesta região.
4.4.4.1 Introdução
Dentre estes municípios, Itaboraí, Magé, Niterói, Maricá, São Gonçalo e Tanguá fazem parte da
Região Metropolitana do Rio de Janeiro, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Cachoeiras de Macacu
e Rio Bonito integram a Região das Baixadas Litorâneas.
Nesta seção busca-se caracterizar a dinâmica demográfica, econômica e social deste conjunto de
municípios e suas relações com as Regiões de Governo em que se inserem, com vistas a
fornecer subsídios para uma análise do potencial representado pela constituição do Conleste em
fortalecer a capacidade de maximizar benefícios e minimizar impactos decorrentes da implantação
do Comperj.
O Conleste reúne uma população que, em 2000, segundo o Censo Demográfico do IBGE, somava
mais de dois milhões de habitantes, correspondendo a cerca de 14% da população fluminense. A
Tabela 4.4.58, apresenta as populações totais, urbanas e rurais dos municípios do Conleste e das
regiões Metropolitana e das Baixadas Litorâneas, assim como do Estado do Rio de Janeiro, em
1991 e 2000. Nela se observa uma importante diferenciação no volume da população presente
em seus onze municípios, que é melhor visualizada no Gráfico 4.4.25. São Gonçalo, o segundo
município mais populoso do Estado, superado apenas pela capital, Niterói, Magé e Itaboraí
apresentavam populações superiores a 180 mil habitantes, enquanto os demais possuíam
populações entre 20 e 80 mil habitantes, podendo ser enquadrados na categoria de municípios de
pequeno porte populacional. Ressalta-se, nesta tabela, o fato da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro reunir 74,4% da população do Estado, enquanto a Região das Baixadas Litorâneas reunia
apenas 4,4% dessa população.
O Conleste apresenta uma taxa de urbanização de 95,85%, sendo seus dois maiores municípios –
São Gonçalo e Niterói – exclusivamente urbanos. Por outro lado, Guapimirim, Rio Bonito e Silva
Jardim são municípios onde ainda é importante a presença de populações rurais, tendo taxas de
urbanização abaixo de 70%. Cabe destacar que a RMRJ tem uma taxa de urbanização de 99,5%.
Cachoeiras de Macacu, Marica, Silva Jardim e Tanguá são municípios que apresentaram um
crescimento elevado de suas áreas urbanas no período intercensitário 1991-2000, característica
que no Conleste como um todo é pouco significativa – um crescimento de 0,9% no período –
fortemente influenciado por seus dois maiores municípios, que já apresentavam em 1991 um taxa
de urbanização de 100%. A comparação entre as taxas de urbanização e de seu crescimento
entre 1991 e 2000 dos municípios do Conleste e das regiões estudadas pode ser melhor
observada nos Gráficos 4.4.26 e 4.4.27.
O Conleste abrange uma área de 4.892,6 km2, representando 11,2% do território do Estado, com
uma densidade demográfica de 414,2 hab/km2, superior à densidade demográfica do Estado e à
da Região das Baixadas Litorâneas, mas extremamente inferior à da RMRJ. Niterói e São
Gonçalo apresentam uma situação excepcional no interior do Conleste, com densidades
demográficas de 3.415,99 e 3.583,11 hab/km2, respectivamente. Os municípios do Conleste que
integram a Região das Baixadas Litorâneas apresentam densidades demográficas extremamente
baixas, enquanto aqueles que integram a RMRJ (exceto Niterói e São Gonçalo) apresentam
densidades muito inferiores à média de sua região, conforme pode ser observado na Tabela
4.4.59 e nos Gráficos 4.4.28 e 4.4.29.
A análise da Tabela 4.4.61 mostra que, no período de 1991 a 2000, Maricá foi o município que
apresentou a maior taxa média geométrica de crescimento anual, enquanto Niterói foi o de menor
crescimento. No que concerne às regiões, observa-se que a Região da Baixada Litorânea
registrou o maior crescimento no período avaliado, cerca de três vezes superior ao do estado do
Rio de Janeiro como um todo, enquanto a de menor crescimento foi a Região Metropolitana.
Os municípios que compõem o Conleste apresentaram, com exceção de Tanguá, Rio Bonito e
Niterói, taxas de crescimento significativamente superiores à taxa estadual, sendo que Magé,
Marica, Casimiro de Abreu, Guapimirim e Itaboraí apresentaram taxas de crescimento
significativamente elevadas. Maricá se destaca pela elevada taxa líquida de migração no período
e Casimiro de Abreu, Guapimirim e Magé pela elevada taxa de crescimento vegetativo. São
Gonçalo e Niterói são os únicos municípios com taxa líquida de migração negativa no período,
sendo que o último município é também o que apresenta a mais baixa taxa de crescimento
vegetativo.
As curvas apresentadas no Gráfico 4.4.30 mostram que a região do Conleste provavelmente terá
um crescimento superior à RMRJ e ao Estado como um todo, mas bastante inferior ao
crescimento previsto para a Região das Baixadas Litorâneas. Guapimirim, Itaboraí, Magé e
Cachoeiras do Macacu despontam como os municípios com maior perspectiva de crescimento
demográfico entre 2000 e 2010.
A Tabela 4.4.62 apresenta a composição da população por sexo e faixa etária, permitindo o
cálculo da razão de sexo, da razão de dependência e do índice de envelhecimento encontrado
nos municípios do Conleste e sua comparação com as Regiões de Governo em que se inclui e
com o Estado como um todo.
A Razão de Dependência expressa a relação entre o segmento etário da população definido como
economicamente dependente (os menores de 15 anos de idade e os de 65 anos e mais de idade)
e o segmento etário potencialmente produtivo (15 a 64 anos de idade). O Brasil tem observado
um decréscimo de seus contingentes jovens da população, em decorrência da continuada
redução dos níveis de fecundidade, mas por outro lado, vem também apresentando uma
ampliação dos contingentes idosos, que se expressa no aumento da esperança de vida ao nascer,
diretamente relacionada com a melhoria das condições de saúde e saneamento básico. O
resultado é, no entanto, uma tendência da redução da Razão de Dependência, tendo em vista a
maior expressão demográfica do contingente jovem. O Conleste apresenta uma Razão de
Dependência de 46,8%, mais favorável do que a da RMRJ, das Baixadas Litorâneas e do Estado
como um todo. Niterói e São Gonçalo apresentam, no interior do Conleste, as situações mais
favoráveis em relação a este indicador, enquanto Guapimirim, Magé, Silva Jardim e Tanguá
apresentam as situações mais desfavoráveis.
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
Itaboraí
Niterói
Guapimirim
São Gonçalo
Silva Jardim
Rio Bonito
Maricá
Tanguá
Magé
Cachoeiras de
Casimiro de
Abreu
Macacu
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Guapimirim
Casimiro de
Silva Jardim
Itaboraí
Niterói
Magé
Maricá
Rio Bonito
São Gonçalo
Tanguá
Cachoeiras
de Macacu
Abreu
1991 2000
Gráfico 4.4.30 – Taxa de Urbanização –Conleste, RMRJ, Região das Baixadas Litorâneas,
Estado do Rio de Janeiro
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Conleste Região da Região Estado do Rio de
Baixada Metropolitana Janeiro
Litorâneas
1991 2000
4000
3500
3000
hab/km2
2500
2000
1500
1000
500
0
Itaboraí
Niterói
de Abreu
Guapimirim
Jardim
Rio Bonito
Gonçalo
Maricá
Tanguá
Magé
Cachoeiras
Casimiro
de Macacu
Silva
São
2500,00
2000,00
1500,00
1000,00
500,00
0,00
C onleste Região das Região Estado do Rio de
Baixadas Litor. Metropolitana Janeiro
Cachoeiras de Macacu 48.542 49.531 50.531 51.544 52.571 53.611 54.665 55.732 56.813 57.909 59.018
Guapimirim 37.951 39.131 40.325 41.535 42.761 44.003 45.261 46.535 47.826 49.133 50.458
Itaboraí 187.478 193.164 198.924 204.758 210.669 216.657 222.722 228.867 235.092 241.398 247.786
Magé 205.833 210.818 215.870 220.989 226.174 231.427 236.748 242.139 247.600 253.132 258.736
Maricá 76.740 80.314 83.938 87.609 91.328 95.095 98.912 102.778 106.694 110.662 114.681
Niterói 459.445 462.211 465.007 467.840 470.709 473.616 476.561 479.544 482.566 485.627 488.729
Rio Bonito 49.691 50.228 50.771 51.322 51.880 52.445 53.018 53.598 54.186 54.781 55.384
São Gonçalo 891.120 904.304 917.661 931.192 944.900 958.786 972.854 987.104 1.001.541 1.016.166 1.030.981
Silva Jardim 21.263 21.635 22.010 22.390 22.775 23.165 23.559 23.959 24.365 24.775 25.191
Tanguá 26.061 26.390 26.727 27.068 27.414 27.764 28.119 28.479 28.843 29.212 29.586
Conleste 2.004.124 2.037.726 2.071.764 2.106.247 2.141.181 2.176.569 2.212.419 2.248.735 2.285.526 2.322.795 2.360.550
Região das Baixadas Litorâneas 637.303 661.137 685.289 709.757 734.543 759.653 785.088 810.855 836.959 863.405 890.194
Região Metropolitana 10.710.511 10.831.493 10.954.049 11.078.203 11.203.975 11.331.388 11.460.463 11.591.216 11.723.680 11.857.866 11.993.800
Estado 14.392.133 14.578.898 14.768.968 14.961.512 15.156.567 15.354.166 15.554.341 15.757.120 15.962.549 16.170.655 16.381.466
Municípios do Conleste
1.200.000
1.000.000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
18.000.000
16.000.000
14.000.000
12.000.000
10.000.000
8.000.000
6.000.000
4.000.000
2.000.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Tabela 4.4.60 – Estrutura Etária e por Sexo, Razão de Sexos, Razão de Dependência, Índice de Envelhecimento, 2000
Homens Mulheres Razão Razão Índice de
População Total Menos de de 15 a 64 65 e Total Menos de de 15 a 64 65 e de sexos de envelhe-
Municípios depen- cimento
total 15 mais 15 mais
dência
Cachoeiras de Macacu 48.543 24.446 6.823 16.158 1.465 24.097 6.661 15.775 1.661 101,45 52,02 23,18
Casimiro de Abreu 22.152 11.069 3.097 7.304 668 11.083 2.920 7.406 757 99,87 50,59 23,68
Guapimirim 37.952 18.944 5.795 12.119 1.030 19.008 5.606 12.302 1.100 99,66 55,41 18,68
Itaboraí 187.479 92.689 27.168 61.320 4.201 94.790 26.218 63.599 4.973 97,78 50,08 17,18
Magé 205.830 101.317 31.023 64.920 5.374 104.513 30.163 67.800 6.550 96,94 55,09 19,49
Maricá 76.737 38.285 10.149 25.662 2.474 38.452 9.487 26.116 2.849 99,57 48,20 27,11
Niterói 459.451 213.984 47.981 148.999 17.004 245.467 46.621 170.673 28.173 87,17 43,73 47,75
Rio Bonito 49.691 24.875 6.663 16.642 1.570 24.816 6.380 16.635 1.801 100,24 49,33 25,85
São Gonçalo 891.119 429.404 111.987 295.498 21.919 461.715 108.363 321.179 32.173 93,00 44,50 24,55
Silva Jardim 21.265 10.882 3.413 6.748 721 10.383 3.188 6.507 688 104,81 60,43 21,35
Tanguá 26.057 13.065 3.760 8.579 726 12.992 3.667 8.584 741 100,56 51,82 19,75
Conleste 2.026.276 978.960 257.859 663.949 57.152 1.047.316 249.274 716.576 81.466 93,47 46,78 27,33
Região das Baixadas Litorâneas 637.296 318.114 91.018 208.893 18.203 319.182 87.419 211.180 20.583 99,67 51,71 21,74
Região Metropolitana 10.710.515 5.091.725 1.338.083 3.434.826 318.816 5.618.790 1.300.861 3.815.009 502.920 90,62 47,73 31,14
Estado 14.391.282 6.900.335 1.836.769 4.634.852 428.714 7.490.947 1.782.870 5.067.182 640.895 92,12 48,33 29,55
Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico, 2000
O Gráfico 4.4.31 mostra, no entanto, que Niterói e São Gonçalo vêm apresentando recentemente
reduções em seus ritmos de crescimento do PIB, enquanto a maioria dos municípios apresenta
um crescimento modesto, com exceção de Rio Bonito e Marica, que apresentam ritmos mais
acelerados de crescimento do PIB. Nele também se verifica que o ritmo de crescimento do PIB
estadual é bastante superior ao da Região Metropolitana, enquanto o crescimento do PIB do
Conleste e da Região das Baixadas Litorâneas se desenvolve de forma bem menos dinâmica.
No que concerne ao PIB per capita, o Conleste apresenta valores em um patamar equivalente à
metade do Estado e cerca de 60% da Região Metropolitana. Niterói apresenta, a nível municipal,
o maior valor, superior inclusive ao do Estado, sendo Silva Jardim e Itaboraí os municípios com
menor PIB per capita, que é quase quatro vezes inferior ao do Estado do Rio de Janeiro. A
comparação entre os PIB per capita municipais e regionais pode ser melhor observada no Gráfico
4.4.32.
Evolução do PIB,2000-2005
9.000.000
8.000.000
7.000.000
6.000.000
R$1000
5.000.000
4.000.000
3.000.000
2.000.000
1.000.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
300.000.000
250.000.000
200.000.000
R$1000
150.000.000
100.000.000
50.000.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Conleste Região das Baixadas Litorâneas Região Metropolitana Estado do Rio de Janeiro
18.000
16.000
14.000
12.000
10.000 2004
R$
8.000 2005
6.000
4.000
2.000
0
m
im
lo
í
to
u
á
á
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gu
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C
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C
20.000
18.000
16.000
14.000
12.000
2004
R$
10.000
2005
8.000
6.000
4.000
2.000
0
Conleste Região das Região Estado do Rio de
Baixadas Metropolitana Janeiro
Litorâneas
Tabela 4.4.62 – Produto Interno Bruto, por setor de atividade econômica, 2004
Regiões de Governo Agropecuária Indústria Comércio Serviços Total dos
e setores
municípios
% Indústria de Construção Outras Total % Total % Total %
transformação civil
Cachoeiras de Macacu 23 831 5,02 211 769 19 870 18 300 249 938 52,69 7 981 1,68 192 624 40,61 474 373
Guapimirim 4 623 1,91 12 735 18 948 25 466 57 150 23,55 6 635 2,73 174 262 71,81 242 670
Itaboraí 2 090 0,22 59 909 82 747 59 896 202 551 21,38 57 556 6,08 685 186 72,32 947 383
Magé 11 080 1,07 21 931 81 663 47 199 150 793 14,55 45 587 4,40 828 582 79,98 1 036 042
Rio Bonito 3 046 0,51 15 619 41 736 15 153 72 507 12,16 27 456 4,60 493 237 82,72 596 247
São Gonçalo 3 862 0,07 637 772 844 676 318 981 1 801 429 33,60 292 384 5,45 3 264 60,88 5 361 881
206
Tanguá 1 022 0,90 1 405 7 871 6 724 16 000 14,13 3 423 3,02 92 793 81,94 113 238
Casimiro de Abreu 2 182 0,92 24 414 98 501 11 038 133 953 56,30 17 127 7,20 84 658 35,58 237 921
Maricá 552 0,11 11 932 103 343 28 959 144 234 29,13 18 840 3,81 331 515 66,95 495 142
Niterói 204 0,00 2 493 950 302 969 334 727 3 131 645 43,24 411 491 5,68 3 699 51,08 7 243 223
882
Silva Jardim 8 687 8,80 2 264 5 184 4 434 11 882 12,03 1 691 1,71 76 494 77,46 98 754
CONLESTE 61 180 0,36 3 493 698 1 607 509 870 876 5 972 082 35,45 890 173 5,28 9 923 58,90 16 846 874
439
Baixadas Litorâneas 63 112 1,24 406 727 708 972 334 631 1 450 331 28,53 246 370 4,85 3 323 65,38 5 083 039
227
Região Metropolitana 45 040 0,03 28 811 255 10 092 069 6 758 491 45 661 815 30,81 13 559 260 9,15 88 922 60,01 148 188 736
622
Estado 952 607 0,40 44 854 363 13 074 269 9 661 700 113 000 802 47,18 15 802 732 6,60 109 729 45,82 239 486 098
956
Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - Fundação CIDE
.
Gráfico 4.4.36
Distribuição Setorial do PIB, Conleste, 2004
100%
80%
60%
Serviços
40%
Comércio
Industria
20% Agropecuária
0%
Guapimirim
Silva Jardim
Cachoeiras de Macacu
Itaboraí
Niterói
Rio Bonito
São Gonçalo
Tanguá
Casimiro de Abreu
Maricá
Magé
Gráfico 4.4.37
Distribuição Setorial do PIB, 2004
100%
80%
60%
40%
20%
0%
CONLESTE Região das Região Estado
Baixadas Metropolitana
Litorâneas
Emprego
Conforme a Tabela 4.4.64, a geração de empregos formais nos municípios que compõem o
Conleste são, em primeiro lugar, o setor de Serviços, responsável por cerca de 43% dos
empregos formais, seguido do Comércio (23%), da Administração Pública (17%) e da Indústria de
Transformação (10%), cabendo aos demais setores econômicos uma participação pouco
expressiva na geração de empregos formais. Esta distribuição segue de perto a distribuição de
empregos por setores econômicos do Estado do Rio de Janeiro como um todo.
Os municípios que apresentam maior número de pessoas ocupadas com carteira assinada são
Niterói, São Gonçalo, Rio Bonito, Itaboraí e Magé, enquanto Tanguá, Silva Jardim, Casimiro de
Abreu e Guapimirim possuem os mais baixos quantitativos de pessoal formalmente ocupado.
O Conleste participa com cerca de 10% dos empregos do Estado do Rio de Janeiro e 13% da
Região Metropolitana, relembrando que ele possui 14% da população estadual.
Tabela 4.4.63
Número de pessoas ocupadas, com carteira assinada, por setores de atividade econômica
Municípios Total Extrativa Indústria de Serviços Construção Comércio Serviços Administração Agropecuária
mineral transformação Industriais civil pública
de
Utilidade
Pública
Casimiro de Abreu 3 520 16 221 55 139 957 1 011 893 228
Cachoeiras de Macacu 6 110 0 884 225 41 1 218 1 876 1 188 678
Guapimirim 4 368 7 800 28 208 873 538 1 687 227
Itaboraí 16 479 48 3 369 84 1 083 4 297 4 057 3 202 339
Magé 13 570 48 1 834 34 427 4 185 4 531 2 444 67
Rio Bonito 20 827 29 1 561 7 500 3 028 12 796 2 373 533
São Gonçalo 82 727 128 11 927 169 1 784 22 787 32 119 13 759 54
Tanguá 2 001 95 300 0 168 423 405 532 78
Niterói 144 055 804 9 676 3 391 6 631 29 300 69 593 23 128 1 532
Maricá 7 585 12 619 0 64 2 753 2 213 1 771 153
Silva Jardim 2 984 3 151 27 56 262 434 1 380 671
Conleste 304 226 1 190 31 342 4 020 11 101 70 083 129 573 52 357 4 560
Baixadas Litorâneas 109 837 903 6 457 1 038 5 841 25 612 38 465 28 196 3 325
Região Metropolitana 2 367 626 3 746 214 937 33 929 74 998 447 246 1 102 546 485 466 4 758
Estado 3 060 174 20 305 318 620 43 277 108 634 588 693 1 341 340 610 520 28 785
Fonte : Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais - RAIS
Aspectos fiscais
O conjunto de Tabelas 4.4.65 a 4.4.67 permite deduzir que a receita corrente total dos municípios
em estudo tem evoluído a uma taxa anual entre 7% e 8%, sendo que as transferências
respondem por aproximadamente 80% da receita total do Conleste. O município de Itaboraí
apresenta a maior receita total, enquanto a menor receita ocorre em Tanguá.
A Tabela 4.4.67 mostra que os municípios localizados no Conleste receberam, em 2004, um total
de cerca de R$ 133,4 milhões em royalties e participações especiais, valor esse que aumentou
para R$ 190,5 milhões em 2005, ou seja, um aumento de aproximadamente 42%. Os royalties
respondem por cerca de 85% desses totais.
Tabela 4.4.66- Valores dos Royalties e Participações Especiais (1000 R$), 2004 e 2005
2004 2005
DISTRIBUÍDO PELA ANP DISTRIBUÍDO PELA ANP
Conleste 133 394 116 831 4 793 11 770 190.534 162.535 13.125
Baixadas Litorâneas 431 539 276 218 146 215 9 106 572 122 358 657 203091 10 374
Região Metropolitana 234 569 150 557 - 84 012 314 567 207 418 - 107 149
Estado do Rio de Janeiro 1.799.518 1.138.916 511.169 149.433 .294.063 1.446.811 658.902 188.351
Fontes:Agência Nacional de Petróleo-ANP e Secretaria de Estado da Receita. Nota: As diferenças entre soma de parcelas e respectivos totais são provenientes do critério de arredondamento; (1) Parcela
correspondente a 5% do valor da produção (Lei nº 7.990/89); (2) Parcela excedente a 5% do valor da produção (art. 49 da lei nº 9.478/97); (3) Lei nº 9.478/97, art. 50; (4) Decreto n.º 1, 11-01-91, art. 23
(regulamenta o pagamento da compensação financeira instituída pela Lei nº 7.990/89); (5) Valores relativos aos registros da arrecadação provenientes das operações efetivas realizadas no período.
A análise da Tabela 4.4.68 revela que dentro do Conleste, os municípios com melhores
indicadores de Desenvolvimento Humano são Niterói, que ocupa a primeira posição no Estado e a
3ª posição no país, segundo a definição do PNUD, sendo o único município presente no Conleste
classificado como de Alto Desenvolvimento Humano. Seguem-se a ele Maricá, São Gonçalo e
Casimiro de Abreu, sendo Silva Jardim e Tanguá os municípios menos favorecidos.
Tabela 4.4.67
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH M), 2000
Municípios do CONLESTE
Índice de
Desenvolvi-
Índice de Índice de Índice de Classifi- Classifi-
mento
Municípios longevidade educação renda cação cação
Humano
(IDHM-L) (IDHM-E) (IDHM-R) na UF Nacional
Municipal
(IDH-M)
CACHOEIRAS DE MACACU 0,756 0,828 0,672 0,752 55 1828
CASIMIRO DE ABREU 0,768 0,859 0,717 0,781 24 1020
GUAPIMIRIM 0,690 0,843 0,684 0,739 63 2174
ITABORAÍ 0,708 0,844 0,659 0,737 67 2243
MAGÉ 0,711 0,863 0,665 0,747 57 1977
MARICÁ 0,742 0,881 0,736 0,786 21 899
NITERÓI 0,808 0,960 0,890 0,886 1 3
RIO BONITO 0,773 0,833 0,711 0,772 37 1270
SÃO GONÇALO 0,742 0,896 0,706 0,782 23 1012
SILVA JARDIM 0,743 0,799 0,652 0,731 75 2397
TANGUÁ 0,690 0,837 0,640 0,722 82 2582
A Tabela 4.4.69 mostra que, no Conleste, quase 64% dos domicílios possuem abastecimento de
água canalizada. Os municípios de Niterói e São Gonçalo apresentam uma situação favorável,
visto que possuem os mais elevados percentuais de habitações com água canalizada. Já os
municípios de Maricá, Itaboraí e Tanguá apresentam a situação mais desfavorável, com
percentuais de domicílios com água canalizada da ordem de pouco mais de 20%.
A Tabela 4.4.70 revela que os municípios inseridos no Conleste apresentam situação desfavorável
em relação às demais regiões do Estado do Rio de Janeiro, no que concerne ao percentual de
domicílios que dispõem de rede geral canalizada, visto que menos de 35% dos seus domicílios
possuem esse tipo de infra-estrutura. Esse percentual é muito inferior aos registrados nas demais
regiões e revela uma situação preocupante, que exige a adoção de intensa atuação por parte do
poder público.
Niterói, São Gonçalo e Casimiro de Abreu são os municípios com melhor desempenho, visto que
suprem água através da rede geral canalizada em mais de 70% dos domicílios, enquanto que em
Itaboraí, Maricá e Tanguá menos de 30% dos domicílios são atendidos por essa rede.
A Tabela 4.4.71 mostra na região do Conleste existem mais de 600 mil domicílios permanentes e
um déficit habitacional de cerca de 40 mil domicílios, representando uma participação percentual
nos déficits habitacionais similar ao do Estado do Rio de Janeiro como um todo.
A Tabela 4.4.72 revela que o Conleste, com apenas cerca de 44% de seus domicílios ligados à
rede geral de esgotos, apresenta uma situação bastante mais deficitária do que a encontrada no
Estado do Rio de Janeiro e na Região Metropolitana, e mais favorável do que a encontrada na
Região das Baixadas Litorâneas. Niterói representa a única exceção no Conleste com mais de
70% de seus domicílios ligados à rede geral de esgotos. Em Maricá ocorre a pior situação, pois
somente 9,8% dos seus domicílios encontram-se conectados à rede geral de esgotos, 33,8% de
seus domicílios possuem fossa séptica e os demais 22% dos domicílios apresentam situações
inadequadas de destinação de esgotos sanitários.
Os dados da Tabela 4.4.73 mostram que, no Conleste, a maior parte dos domicílios têm seu lixo
coletado pelo serviço de limpeza local sendo ainda expressiva a queima no próprio domicílio, perfil
similar ao observado no Estado do Rio de Janeiro como um todo.
Tabela 4.4.72
Número de Domicílio com Coleta de lixo
2000
caçamba terrenO baldio
Municípios serv. limp. (a) queimado (c) enterrado (d) jogado/rio (f) outro (g)
(b) (e)
Cachoeiras de Macacu 8897 1037 3328 42 266 326 116
Casimiro de Abreu 3143 2600 496 10 31 2 17
Guapimirim 7508 819 2003 3 136 9 27
Itaboraí 29591 2445 15661 40 4985 5 169
Magé 46931 1903 7155 25 1375 13 46
Maricá 11992 4413 5139 13 1017 145 22
Niterói 117880 21616 2021 149 2075 39 77
Rio Bonito 10513 340 2384 55 395 25 10
São Gonçalo 233175 6555 14498 214 6947 40 17
Silva Jardim 2946 971 1736 38 139 58 22
Tanguá 5626 23 1366 124 166 10853 45
Conleste 478202 42722 55787 713 17532 11515 568
Região da Baixada Litorânea 122958 13106 19989 743 2742 130 518
Região Metropolitana 2831381 238308 116781 2412 50894 8859 4811
Estado do Rio de Janeiro 3591508 356876 217068 6036 64024 10853 7398
Fonte: Datasus 2000
Nota: Domicílios com coleta de lixo: (a) - coletado por serviço de limpeza; (b) - coletado por caçamba de serviço de limpeza; (c) – queimado na propriedade; (d) - enterrado na
propriedade; (e) – lançado em terreno baldio; (f) - jogado em rio, lago ou mar; (g) - outro destino.
Saúde
Conforme a Tabela 4.4.74, o Conleste apresenta uma relação leitos/habitantes mais favorável do
que o Estado do Rio de Janeiro como um todo, situação determinada por uma relação
extremamente favorável encontrada em Rio Bonito, Tanguá e Niterói. O Conleste, respondeu por
17% do total de internações no Estado do Rio de Janeiro, tendo o Município de Niterói sido
responsável por cerca de 30% do total de internações ocorridas dentro da área do Conleste.
A Tabela 4.4.75 revela que o Conleste apresentou taxas de mortalidade total, no ano de 2004,
menores do que a observada no Rio de Janeiro e na Região Metropolitana. Quanto às causas de
óbitos, observa-se uma similaridade à situação encontrada no Estado e nas duas regiões
analisadas, com predominância das doenças do aparelho circulatório, neoplasias, afecções
originadas no período pré-natal e doenças do aparelho respiratório.
No Conleste, os municípios com menor taxa de mortalidade total, no período considerado, foram
Silva Jardim e Casimiro de Abreu, enquanto Niterói, Rio Bonito e Marica apresentaram as maiores
taxas de mortalidade total.
Tabela 4.4.73
Total de Leitos, Internações, Número de Leitos por 1000 Habitantes e Taxa de Internações por 100 Habitantes, por Localidade
2005
Taxa Internações por 100
MUNICÍPIO Leitos Leitos por 1000 habitantes Internações Postos de saúde
habitantes
Cachoeiras de Macacu 80 1,46 2.758 5,05 11
Casimiro de Abreu 80 2,97 2.243 8,33 2
Guapimirim 49 1,08 842 1,86 4
Itaboraí 735 3,30 11.817 5,31 5
Magé 489 2,07 9.980 4,22 9
Maricá 109 1,10 2.960 2,99 8
Niterói 2.951 6,19 34.943 7,33 28
Rio Bonito 748 14,11 7.053 13,30
São Gonçalo 2.357 2,42 48.652 5,00 21
Silva Jardim 14 0,59 310 1,32
Tanguá 212 7,54 606 2,16 1
Conleste 7.824 3,49 122.164 5,46 89
Baixadas Litorâneas 1.974 3,48 35.182 4,63 44
Região Metropolitana 37.979 3,31 485.801 4,24 146
Estado do Rio de Janeiro 54.074 3,48 729.861 4,69 366
Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS.2005
Tabela 4.4.74
Total de Óbitos, Taxa de Mortalidade Total (por 1000 hab) e Mortalidade Proporcional por Grandes Grupos de Causa Selecionados, Segundo o
Local de Residência, 2004
taxa de
Município total I II IV IX X XI XVI XVIII XX Outras
mortalidade total
Cachoeiras de Macacu 332 6,32 4,22 13,25 9,34 25,60 6,33 7,53 3,61 9,04 14,76 6,33
Casimiro de Abreu 151 5,97 2,65 16,56 4,64 25,83 11,92 4,64 1,99 11,26 11,26 9,27
Guapimirim 294 6,88 3,74 8,50 5,78 32,99 13,95 1,36 2,04 7,48 19,05 5,10
Itaboraí 1500 7,12 5,40 12,07 7,07 25,33 8,67 3,87 2,67 9,67 19,07 6,20
Magé 1523 6,73 4,27 12,28 10,57 31,45 11,29 4,73 3,02 3,94 13,13 5,32
Maricá 679 7,43 6,33 14,29 5,30 25,18 11,05 3,83 3,53 11,93 13,25 5,30
Niterói 3879 8,24 5,23 17,92 5,65 27,71 13,12 4,28 1,31 6,88 10,83 7,06
Rio Bonito 384 7,40 3,39 14,06 7,81 29,17 14,84 4,43 2,08 8,59 10,94 4,69
São Gonçalo 6414 6,79 4,47 13,00 7,08 27,94 10,90 3,71 1,93 13,69 12,25 5,02
Silva Jardim 118 5,18 2,54 15,25 5,08 34,75 5,08 5,93 1,69 5,08 16,95 7,63
Tanguá 170 6,20 4,12 9,41 8,24 27,06 12,35 4,12 2,94 8,82 18,82 4,12
Conleste 15444 7,34 4,73 14,09 7,00 27,95 11,32 4,06 2,08 10,06 12,94 5,76
Baixada Litorânea 4210 5,73 3,99 13,90 5,75 29,38 10,52 5,06 2,40 7,60 15,30 6,10
Região Metropolitana 87159 7,78 5,40 14,59 6,29 28,44 10,61 4,23 1,82 10,29 12,28 6,04
Est. do Rio de Janeiro 117538 7,75 5,03 14,26 6,22 29,09 10,66 4,28 1,94 9,70 12,75 6,06
Fonte:Datasus 2004
Nota: I.doenças infecciosas e parasitárias II. Neoplasias (tumores) IV. Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas IX. Doenças do aparelho circulatório X. Doenças do aparelho respiratório XI. Doenças
do aparelho digestivo XVI. Algumas afecções originadas no período perinatal XVIII.Sintomas, sinais e achados anormais XX. Causas externas de morbidade e mortalidade
.
Educação
A Tabela 4.4.75 mostra que, Niterói e São Gonçalo apresentam as mais baixas taxas de
analfabetismo, em uma situação mais favorável à encontrada no Estado do Rio de Janeiro como
um todo. Com exceção de Silva Jardim, que apresenta a situação mais crítica em relação a este
indicador no Conleste, todos os demais municípios do Conleste apresentam uma situação mais
favorável do que a encontrada na Região Metropolitana.
Tabela 4.4.75
Taxa de Analfabetismo (15 anos ou mais)
2000
Taxa DE analfabetismo
Municípios
total urbana rural
CACHOEIRAS DE MACACU 13,97 11,83 26,43
CASIMIRO DE ABREU 12,44 10,48 22,31
GUAPIMIRIM 11,80 9,71 16,38
ITABORAÍ 10,76 10,56 14,31
MAGÉ 9,94 9,58 16,11
MARICÁ 8,72 8,51 9,71
NITERÓI 3,55 3,55
RIO BONITO 12,83 8,30 21,78
SÃO GONÇALO 5,81 5,81
SILVA JARDIM 19,69 15,14 29,20
TANGUÁ 14,07 13,22 19,31
REGIÃO DA BAIXADA LITORÂNEA 21,92 10,33 22,45
REGIÃO METROPOLITANA 16,5 8,48 21,05
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 6,64 6,10 20,58
A análise da Tabela 4.4.78 mostra que no Conleste, as faixas iniciais de escolaridade (sem
instrução, 1 a 3 anos de estudo e 4 a 7 anos de estudo) possuem os maiores quantitativos de
pessoas, enquanto a faixa de 15 anos ou mais de estudo apresenta as menores quantidades de
pessoas. Esse comportamento se repete nas demais áreas consideradas, a saber: Região das
Baixadas Litorâneas, Região Metropolitana e Estado do Rio de Janeiro.
Dentro do Conleste, Niterói possui a maior quantidade de pessoas com nível de instrução de 15
anos ou mais.
A Tabela 4.4.79 mostra que São Gonçalo é o município com maior número de matrículas em
todas as faixas de ensino, enquanto Silva Jardim tem o menor quantitativo de pessoas
matriculadas.
O Conleste possui cerca de 14% do total de pessoas matriculadas no Estado do Rio de Janeiro.
Tabela 4.4.77
Escolaridade - Anos de Estudo (pessoas de 5 ou mais anos de idade)
2005
S/ instrução e
Não Alfab. de
Municípios menos de 1 ano 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 a 14 anos 15 anos ou mais Total
determinado adultos
(1)
CACHOEIRAS DE
8473 19,18 9889 22,38 13749 31,12 6069 13,74 5091 11,52 681 1,54 190 0,43 37 0,08 44179
MACACU
CASIMIRO DE
3231 15,97 4210 20,81 6563 32,45 2753 13,61 2627 12,99 743 3,67 67 0,33 32 0,16 20226
ABREU
GUAPIMIRIM 5758 16,86 7291 21,34 11822 34,61 4913 14,38 3388 9,92 745 2,18 150 0,44 91 0,27 34158
ITABORAÍ 28341 16,75 37278 22,03 60431 35,71 23830 14,08 15900 9,40 2366 1,40 897 0,53 187 0,11 169230
MAGÉ 28889 15,63 37127 20,09 63779 34,50 29446 15,93 22123 11,97 2580 1,40 712 0,39 187 0,10 184843
MARICÁ 9566 13,60 12947 18,40 22046 31,34 10546 14,99 11933 16,96 3081 4,38 183 0,26 48 0,07 70350
NITERÓI 34413 8,02 46193 10,77 92220 21,50 66091 15,41 112551 26,24 75635 17,63 1493 0,35 305 0,07 428901
RIO BONITO 7670 16,91 9594 21,15 15743 34,70 5139 11,33 5814 12,82 1043 2,30 278 0,61 84 0,19 45365
SÃO GONÇALO 91651 11,22 132445 16,21 261395 31,99 154090 18,86 151366 18,52 22614 2,77 2858 0,35 682 0,08 817101
SILVA JARDIM 4444 23,48 4611 24,36 6203 32,77 1901 10,04 1490 7,87 197 1,04 67 0,35 14 0,07 18927
TANGUÁ 4826 20,49 5950 25,26 8193 34,78 2323 9,86 1898 8,06 260 1,10 97 0,41 11 0,05 23558
Conleste 227262 12,24 307535 16,56 562144 30,27 307101 16,54 334181 18,00 109945 5,92 6992 0,38 1678 0,09 1856838
REGIÃO DA
BAIXADA 91834 15,90 119459 20,69 189710 32,85 79934 13,84 75859 13,14 17743 3,07 2428 0,42 498 0,09 577465
LITORÂNEA
REGIÃO
1068067 10,89 1430433 14,58 2851544 29,06 1763971 17,98 1921764 19,59 730702 7,45 37042 0,38 8533 0,09 9812056
METROPOLITANA
ESTADO DO RIO
1556532 11,82 2089432 15,86 3967300 30,12 2247828 17,07 2395016 18,18 853913 6,48 50328 0,38 10961 0,08 13171310
DE JANEIRO
Fonte: Censo IBGE 2000; Cide Nota: (1) Sem instrução ou menos de um ano de estudo; (2) Alfabetização de adultos.
Tabela 4.4.78
Matrículas Iniciais 2005
Matriculas iniciais (2005).
Municípios Ensino para jovens e
Ensino fundamental Ensino médio
adultos
CACHOEIRAS DE MACACU 10.086 2.439 2.054
CASIMIRO DE ABREU 6.281 2.153 717
GUAPIMIRIM 7.628 1.767 1.593
ITABORAÍ 39.544 8.548 4.402
MAGÉ 49.208 11.080 4.685
MARICÁ 17.334 4.403 2.261
NITERÓI 66.019 27.251 13.819
RIO BONITO 11.235 2.527 646
SÃO GONÇALO 136.397 34.952 20.020
SILVA JARDIM 3.904 826 983
TANGUÁ 4.837 967 461
Conleste 352.473 95.946 51.180
REGIÃO DA BAIXADA
152.316 37.379 22.766
LITORÂNEA
REGIÃO METROPOLITANA 1.738.800 562.538 211.554
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 2.479.105 759.825 299.126
Fonte: Secretaria de Estado de Educação - SEE, Censo Educacional
A Tabela 4.4.79 mostra que as pastagens ocupam os maiores percentuais de utilização do solo no
Estado do Rio de Janeiro, seguidas por áreas de Cobertura Florestal.
O uso com pastagens é expressivo em Casimiro de Abreu, Itaboraí, Marica, Rio Bonito, Tanguá e
Silva Jardim, onde ocupam de 30% a mais de 50% (caso de Rio Bonito) do uso dos solos. As
áreas agrícolas são pouco expressivas em todos os municípios do Conleste, tendo sua maior
expressão em Guapimirim, onde responde por 24% do uso do solo.
São Gonçalo e Niterói apresentam percentuais de ocupação do solo por usos urbanos próximos a
65%.
A observação da evolução do uso do entre 1994 e 2001, mostra perda de áreas florestadas em
todos os municípios, sendo muito expressiva no caso de Itaboraí, Marica, Niterói e Rio Bonito.
Estas perdas foram principalmente devidas à expansão das áreas urbanas, e em alguns casos ao
crescimento das áreas de pastagens, como no caso de Maricá e Rio Bonito, ou de áreas
agrícolas, caso de Magé, Rio Bonito e Silva Jardim.
Fonte: Fundação Cide - IQM Verde II, dados obtidos através do Mapeamento Digital do Estado do Rio de Janeiro.
GEROE/CIDE.
Infra-estrutura viária
Rodovias
A Região do Conleste é servida por rodovias federais, que se interligam com vias da rede
rodoviária estadual. As principais rodovias que servem o Conleste são apresentadas a seguir
BR-040 – Rodovia Washington Luiz (Estrada Rio-Petrópolis) É o acesso a Magé, vindo da cidade
do Rio de Janeiro e Duque de Caxias, se ligando à BR-116/493.
BR-116 – Estrada Rio Teresópolis, a partir da BR-040, chega a Magé, ligando-se à BR-493 e a
RJ-122 e seguindo para Guapimirim, em direção a Teresópolis.
BR-493 – Estrada Magé-Manilha, liga Guapimirim a Itaboraí, dando acesso à BR-101. Faz parte
do Arco Metropolitano.
BR-101 – A partir da Ponte Rio Niterói, serve Niterói e São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito
e Casimiro de Abreu. Atravessa todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do
Norte.
RJ-104 – rodovia estadual Amaral Peixoto, liga Niterói a Itaboraí, chegando à BR-101.
RJ-106 - Faz a ligação de Niterói e São Gonçalo (através de Tribobó) a Marica, seguindo para
Araruama e a Costa do Sol.
RJ-124 - Via Lagos, liga Rio Bonito a São Pedro da Aldeia seguindo para a Costa do Sol.
RJ-114 – Liga Marica a Itaboraí, com acesso à BR-101 e RJ-116, para Nova Friburgo.
As rodovias BR-101, BR-116 e RJ-104 são constituídas, atualmente, por duas faixas de tráfego
para cada sentido, com separação central entre faixas, o que é denominado pelo HCM - Highway
Capacity Manual como “multilane highways” que significa rodovia multi-faixa. As faixas de tráfego
possuem largura de 3,6 metros, espaço livre lateral e possuem boas condições de visibilidade. O
tráfego local, da ordem de 50.000 veículos por dia, possui grande incidência de veículos de carga,
com velocidade regulamentada variando de 90 a 110 km/h e a capacidade das vias envolvidas
varia de 1.900 a 2.200 ucp/h por faixa. Ao chegar a Rio Bonito, a BR-101 segue em pista simples,
sendo prevista sua duplicação.
As rodovias BR-493, RJ-116, RJ-106 e RJ-122 são constituídas, atualmente, por duas faixas de
tráfego, uma para cada sentido, sem separação central entre faixas, o que é denominado pelo
HCM - Highway Capacity Manual como “two-lane highways” que significa rodovias de pista
simples. Este modelo de Rodovia pode ser classificado em: Classe I e Classe II. A Rodovia BR-
493 e a BR-116 pertencem à classe I, onde a prioridade é em função da mobilidade e as medidas
de eficácia são: a velocidade média de viagem e a porcentagem de tempo gasto em seguimento
(em pelotão). A Rodovia RJ-122 pertence à classe II, onde os motoristas não esperam trafegar
com velocidades elevadas e são aquelas vias que funcionam como rotas de acesso às rodovias
de classe I ou servem como rodovias turísticas, não atuando como arteriais principais, onde a
prioridade é dada pelo tempo gasto em seguimento. Em geral, a capacidade com duas faixas e
dois sentidos de trafego é de 1.700 ucp/h para cada sentido de trafego, não excedendo 3.200
ucp/h para o conjunto dos dois sentidos.
Ferrovias
A Região do Conleste é servida pela Ferrovia Centro-Atlântico que atravessa Niterói, São
Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim, se integrando à Estrada de Ferro Vitória
Minas, a partir de Rio Bonito.
É também servida por dois ramais ferroviários da Cia. de Engenharia de Transportes e Logística –
CENTRAL: uma faz a ligação de Niterói a Itaboraí; e a outra, liga Magé a Guapimirim.
Barcas
A Região também é servida pelo sistema de barcas:
Barcas: três linhas hidroviárias ligando a Praça XV à Niterói, Ilha do Governador e Paquetá e um
sistema de barcas no Sul Fluminense.
Introdução
Por abranger um período tão amplo, que se inicia por volta de 9 mil atrás, obrigatoriamente, apóia-se
em estratégias de pesquisa distintas e pertinentes a diferentes disciplinas como a Arqueologia, a
História e a Antropologia Social. Por esse motivo, os resultados, bem como as estratégias de
pesquisa, serão apresentados seguindo o eixo cronológico, que inclui os primeiros ocupantes do que
é hoje o estado do Rio de Janeiro, passando pela invasão dos ceramistas procedentes da Amazônia
e do Brasil Central, seguida pela invasão dos europeus, além de contemplar a chegada de
populações africanas, e, posteriormente, a presença de populações tradicionais.
Estratégias de pesquisa
Cabe ressaltar que as obras que transformaram a paisagem – desvio do rio Macacu, aterros e
loteamentos - dificultaram a identificação de sítios e o reconhecimento das áreas de maior potencial
arqueológico, já que os antigos terraços de rios, locais preferenciais para a implantação de
assentamentos, nem sempre puderam ser localizados sem prospecção de subsolo. Em algumas
áreas, a paisagem foi drasticamente alterada, o que impediu até mesmo a localização de sítios de
fácil visualização como os sambaquis.
No intuito de obter informações sobre o patrimônio cultural e arqueológico foram feitas entrevistas
com 44 antigos moradores: através de um roteiro pré-estabelecido, procurou-se obter informações
sobre sítios arqueológicos pré-coloniais e coloniais. Cabe ressaltar que, muitas vezes, os moradores
foram arredios e se recusaram a fornecer entrevistas ou apenas deram respostas vagas, omitindo
inclusive o próprio nome ou sobrenome. Muitas localidades mencionadas pelos entrevistados foram
vistoriadas sem que os indicadores de sítio arqueológico fossem encontrados expostos na superfície.
Certamente, uma prospecção arqueológica com investigação de subsuperfície confirmará muitas das
Histórico da Ocupação
Ocupação pré-colonial
Kipnis (1998) fornece um quadro sucinto do início da ocupação do Brasil, apoiado em trinta e sete
datações radiocarbônicas procedentes de vários sítios arqueológicos em Minas Gerais, além de
informações procedentes dos Estados da Bahia, Goiás, Pernambuco e Piauí, que demonstra que a
ocupação pré-histórica remonta a pelo menos 12 000 anos AP.
Apesar do número restrito de sítios líticos identificados no Rio de Janeiro, os resultados obtidos em
Minas Gerais e a sua importância para a ciência nacional tornam pertinente a busca de testemunhos
dos primeiros caçadores em toda e qualquer área do Rio de Janeiro, principalmente, naquelas que se
situam no interior do Estado. A identificação e o estudo de sítios de caçadores podem contribuir para
a caracterização do modo de vida dos primeiros ocupantes do Brasil e, por outro lado, se for
confirmada a ausência destes testemunhos, reforça a hipótese de que, em tempos remotos, o rio
Paraíba do Sul, que delimita os dois Estados, funcionou como uma espécie de barreira geográfica
para os primeiros caçadores. É importante lembrar que, para os grupos ceramistas, em momento
posterior, a situação foi bastante diversa, e o vale do rio parece ter sido um verdadeiro caminho de
expansão territorial.
Cabe ressaltar que Beltrão (2000) advoga a presença de artefatos líticos no sítio de Itaboraí,
localizado no morro da Dinamite, nos bordos da bacia calcária de São José de Itaboraí. No local,
houve extração de calcário, que resultou em uma grande cava que, com o abandono das atividades,
em 1984, tornou-se um lago artificial, preenchido com águas da chuva e outras provenientes do
lençol freático. Às margens deste lago, foi encontrado afloramento de fósseis de megafauna
pleistocênica – dentes de mastodonte (Haplomantodon waringi (Holland, 1920)) e um grande fêmur
completo de preguiça gigante (Eremotherium laurillardii (Lund, 1841)).
1
Segundo a autora, uma fogueira acompanhada de artefatos líticos foi datada pelo método do C14 e forneceu a idade de
8.100 ± 75 anos, porém segundo o estudo de manchas climáticas depositadas sobre os artefatos e do grau de maturidade
dos sedimentos, trabalha com a hipótese de uma faixa cronológica correspondente ao Pleistoceno Inferior (Beltrão, 2000:29-
30).
Destaca-se que uma ocupação situada cronologicamente no Pleistoceno Inferior não está confirmada
para a região em questão. O local hoje compreende o Parque Paleontológico de Itaboraí, criado em
dezembro de 1995, através da Lei Municipal 1.346/95.
Dessa forma, o testemunho arqueológico mais antigo e inquestionável existente no Estado do Rio de
Janeiro refere-se à ocupação dos pescadores-coletores e cujos testemunhos arqueológicos são
denominados de sambaqui. Sambaqui é uma palavra de etimologia Tupi, língua falada pelos
horticultores e ceramistas que ocupavam parte significativa da costa brasileira quando os europeus
iniciaram a colonização. Tamba significa conchas e ki amontoado, que são as características mais
marcantes desse tipo de sítio. Trata-se de denominação amplamente utilizada pelos pesquisadores e
que denota a capacidade de observação e síntese dos falantes Tupi.
No Rio de Janeiro, os sítios construídos pelos sambaquieiros caracterizam-se por serem uma
elevação de forma arredondada que chega a ter mais de 6m de altura. São construídos basicamente
com conchas, ossos de peixe e de mamíferos. Já estão identificados muitos sambaquis na faixa
litorânea fluminense, alguns poucos datados de mais de 7 mil anos, outros no entorno de 5 mil e a
partir de 3 mil são bastante abundantes, o que sugere que esse sistema sociocultural estava em
expansão. Determinadas áreas dos sítios foram espaços dedicados ao ritual funerário e lá foram
sepultados homens, mulheres e crianças de diferentes idades. Os sambaquis contam, igualmente,
com inúmeros artefatos de pedra e de osso, marcas de estacas e manchas de fogueira, que
compõem uma intrincada estratigrafia. Os restos que mais se sobressaem na composição dos
sambaquis são as conchas de berbigão, cujo nome científico é Anomalocardia brasiliana (Gmelin,
1971), diferentes espécies de ostras, a almejoa ou Lucina pectinata (Gmelin, 1971) e os mariscos.
Em decorrência da alta visibilidade das carapaças de moluscos na estratigrafia, acreditou-se, durante
muito tempo, que a base da dieta alimentar dos sambaquieiros era o consumo intensivo de moluscos.
Hoje, sabe-se que a pesca era a principal atividade de subsistência e que a coleta de vegetais
também era importante.
Quadro 4.4.1
Datações referentes aos sítios localizados na porção nordeste do estado do Rio de Janeiro
Filiação Sítios Idade Resultados Referência Bibliográfica
Cultural Convencional Calibrados
Sigma
Construtores Madressilva 3640±50 2150-1880 Kneip, 2001
de Sambaqui Manitiba I 3810±70 2480-2110 Kneip, 2001
3900±70 2500-2190
3940±50 2580-2280
3970±70 2700-2200
4030±70 2900–2300
4130±70 2890–2550
4270±70 3040-2620
Saco 3540±50 1980-1730 Kneip, 2001
Jaconé 3350±80 1780-1440 Kneip, 2001
3760±70 3760-2410
Saquarema 2550±60 830- 480 Kneip, 2001
3280±60 1690-1420
Moa 3610±190 2600-1500 Kneip, 2001
3960±200 3100-1800
Pontinha 1790±50 120AD–35 AD Kneip, 2001
1810±40 80AD–350AD
2270±170 800BC–100AD
Beirada 3.800±190 2900-1780 Kneip, 2001
4160±180 3400-2200
4300±190 3600-2300
4520±190 3700-2650
Forte 5520±120 4700-4000 Kneip, 2001
4330±140 3400-2550
3940±140 2900-2000
2240±70 410-90
Salinas Peroano 4340±70 3350-2700 Gaspar, 1991
Boca da Barra 3760±180 2700-1600 Gaspar, 1991
Ponta da Cabeça 3270±70 1690-1400 Gaspar, 1991
Geribá II 5510±110 4250-3700 Tenório, 1992
Geribá I 1480±90 380AD–720AD Tenório, 1992
Condomínio do Atalaia 4190±190 3350–2350 Tenório, 2003
IBV I 3480±100 2050-1500 Gaspar, 1998
3410±60 1880-1520
3210±50 1610-1390
3110±60 1520-1250
IBV II 3670±80 2300-1750 Gaspar, 1998
2060±60 210BC–80AD
IBV III 2820±200 1500-400 Gaspar, 1998
IBV IV 1620±80 50AD-240AD Gaspar, 1998
1920±60 320AD-600AD
3650±40 2150-1740
3740±110 2500-1800
3850±140 2700-1850
Tambor 3200±190 1900–1050 Mendonça de Souza, 1997
3635±135 2500-1600
Corondó 4260±75 3040-2620 Carvalho, 1987
3720±95 2500-1800
3215±90 1690-1290
3010±80 1430-1000
Malhada 4020±80 2900-2300 Mendonça de Souza, 1997
3725±75 2400-1850
Pesquisa realizada na região dos Lagos por Gaspar (2003a) indicou que os locais preferenciais de
implantação dos sítios são áreas de interseção ambiental. Próximos de enseada, canal, rio, laguna,
manguezal e floresta, era possível, a partir dos sambaquis, alcançar rapidamente os diferentes
ambientes. A posição central dos assentamentos em relação aos recursos, a inexistência de hiatos
na estratigrafia dos sítios e as particularidades do ambiente costeiro indicam tratar-se de um grupo
sedentário e que se mantinha por longos períodos em seu território. Os estudos realizados nos
sambaquis da Ilha da Boa Vista I, II, III e IV, em Tamoios, sugerem que os seus moradores lá
permaneceram por, pelo menos, 350 anos.
O arranjo espacial dos sambaquis na paisagem e as suas dimensões informam um pouco mais sobre
a organização social desse povo. A análise da distribuição espacial dos sítios associada ao estudo
dos restos faunísticos indicou também que os assentamentos estavam tão próximos que ocorria a
sobreposição de áreas de captação de recursos. Considera-se, então, que a sobreposição de
territórios aponta para a exploração conjunta do ambiente.
Como já foi visto, as datações indicam que os sambaquis estiveram ativos durante grande intervalo
de tempo. Parte significativa funcionou por mais de 100 anos e alguns estiveram ativos por cerca de
mil anos. Trata-se de um amplo intervalo de tempo que aponta para um sistema sociocultural muito
bem estruturado e estável. Porém, é claro que ocorreram mudanças regionais e temporais, que estão
sendo desvendadas por estudos arqueológicos. Mudanças sociais não são o resultado apenas do
próprio funcionamento do sistema sociocultural e da sua constante adaptação aos diferentes e
dinâmicos ambientes, mas são também decorrentes da interação social com outros grupos culturais
que lhes eram contemporâneos. É este contato que explica também a desestruturação da sociedade
sambaquieira. Os estudos sugerem que, inicialmente, os sambaquieiros estabeleceram relações de
troca com ceramistas do interior. Intercâmbio que explica a presença de cacos de cerâmica nos
últimos níveis de ocupação de muitos sítios sem que tenha havido mudanças significativas em outros
aspectos da cultura material. Em um segundo momento, por volta do início da era cristã, os
ceramistas, superiores tecnologicamente e em processo de expansão territorial, passaram a colonizar
o litoral, e, dessa forma, desestruturaram o sistema social que durante longo tempo havia sido
soberano.
Considerando as características dos grupos que estavam na costa do Rio de Janeiro quando os
europeus chegaram, os sambaquieiros devem ter sido incorporados ou eliminados. Trata-se de um
tema que só pode ser apresentado em linhas gerais, já que não existe pesquisa sistemática sobre o
assunto. Dessa forma e embora ainda não se saiba em detalhes como se deu a desestruturação do
modo de vida dos sambaquieiros, quando os europeus aqui chegaram a costa era dominada por
ceramistas e não mais se construíam sambaquis.
Quadro 4.4.2
Síntese das informações contidas no cadastro do IPHAN sobre sambaquis
Município Nome do sambaqui Localização
Itambi
Itaboraí
Tambicu
Ponta do Pirata
Amourins À beira do rio Guapimirim
Sernambetiba Fazenda S. Inês, km 315
Arapuan
Fernando
Guapi
Magé e Guaraíi-mirin
Guapimirim Rio das Pedrinhas
Porto da Estrela Aba do morro onde se erguem os restos da Igreja N.S. das
Dores (Igreja de Vila da Estrela)
Imenezes
Iguapi
Saracuruna
Cordovil Loteamento Vale das Pedrinhas
Zé Garoto Propriedade do Sr. Francisco Nanci, rua Cel. Cerrado ao
São Gonçalo Lado da escola Nilo Peçanha. Bairro Itaoca. Dentro da APA
de Guapimirim
São Lourenço Elevação onde se encontra a Paróquia de São Lourenço.
Zona urbana de Niterói, na travessa Araribóia.
Boa Vista Próximo ao sítio São Lourenço, no morro da Boa Vista.
Perímetro urbano de Niterói.
Sossego Na elevação entre a praia de Camboinhas e a do Surfista,
Itaipu
Niterói
Camboinhas Praia de Camboinhas. VEPLAN Residências. Itaipu
Duna Pequena Praia de Camboinhas. VEPLAN Residências. Itaipu
Duna Grande Lagoa de Itaipu. Itaipu
Ilha do Cafubá Propriedade da Urbanizadora de Piratininga S.A.(UPISA).
Próximo à lagoa de Piratininga, também denominado de
Ilha do Pontal. Piratininga,
Jaconé Entre a serra e a lagoa de Jaconé
Maricá
Ponta Negra Praia de Ponta negra
Sambaqui da vila nova Não dá referencias.
Sítio Faz São José Próximo ao rio São João
Casimiro de Sambaqui da Barra de Barra de São João.
Abreu São João
Sambaqui da Centro Cultural de Rio das Ostras
Tarioba
Cabe destacar que alguns desses sambaquis foram alvo de pesquisa sistemática e que a bibliografia
especializada fornece informações completares ao cadastro de sítios arqueológicos do IPHAN.
Beltrão (1979)2 informa que o sambaqui de Sernambetiba está situado na fazenda do mesmo nome, a
3km da cidade de Magé e que é cortado pela estrada BR-5 que liga Magé a Niterói. Suas conchas
foram alvo de estudo de Mezzalira (1946) e Amador (1974) datou a praia fóssil que solapou parte do
sitio em 4.130 ± 150 anos AP. O sítio, também, foi alvo de escavações arqueológicas desenvolvidas
pela equipe do Museu Nacional3 sendo que Gaspar (1991)4 divulgou datação que informa que, por
volta de 1 960 ± 70 anos AP, o assentamento estava ativo. Já o sambaqui de Amourins, situado a
cerca de 6 km de distância do Sernambetiba para NE, também, foi objeto de estudo dos arqueólogos
do Museu Nacional e sabe-se que por volta de 3 530 ± 60 anos AP estava em pleno funcionamento5.
Beltrão (1979) oferece, ainda, informações complementares sobre o sambaqui do Tambicu que está
localizado na Fazenda Santo Antônio, próxima ao riacho Tambicu, a mais ou menos 250 m da
Estrada de ferro Leopoldina - Magé. O Instituto Superior de Cultura Brasileira (ISCB) realizou
escavações arqueológicas no sambaqui Rio das Pedrinhas 6 e o Centro Brasileiro de Arqueologia
(CBA) voltou-se para o estudo do sambaqui do Arapuan que se localiza no Vale das Pedrinhas,
loteamento situado à margem esquerda da rodovia Magé - Niterói, no município de Guapimirim. As
escavações no sambaqui de Arapuan liberaram um grande número de esqueletos humanos
perfazendo um total de 15 sepultamentos (Bezerra, 1995). Mendonça de Souza (1981) oferece,
ainda, informações sobre o sambaqui de Saracuruna que está localizado à margem direita do rio
Saracuruna, a cerca de 200m do rio e a 1km da estrada Rio - Teresópolis. Possuía 6m de altura, com
estrato arqueológico da ordem de 2m. Foram encontrados ossos e dentes humanos dispersos,
artefatos líticos e ósseos, além de ossos de peixes .
2
Beltrão 1972, 1973, 1976, 1979; Beltrão, Heredia, Neme 1978; Beltrão, Heredia, Rabello, Perez 1981-82;
3
Heredia e Beltrão 1980; Perez 1999.
4
Heredia, Beltrão Gaspar de Oliveira, Gatti 1981-82; Heredia e Beltrão, 1980; Gaspar 1991.
5
Mendonça de Souza (1973, 1979) e Mendonça de Souza e Mendonça de Souza (1981-82)
No que se refere aos grupos ceramistas, estão identificados para o Rio de Janeiro duas tradições
arqueológicas: a tradição Una e a Tupiguarani. Segundo Prous (1992), a cerâmica característica da
tradição Una encontra-se distribuída por um vasto território que inclui os Estados do Rio de Janeiro,
Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás. A duração parece abranger dois milênios, sendo a mais antiga
manifestação datada de 3490 anos AP, na região Central do Brasil. No Rio de Janeiro, esta cerâmica
foi encontrada nos últimos níveis de ocupação de sambaquis e datação obtida na aldeia Grande do
Una sugere que o litoral, já estava ocupado por volta de 1060 ± 90 AP (890 d. C.). Na região serrana,
as referências cronológicas informam que entre 1453± 65 anos AP (497 d.C.) e 720± 95 anos AP.
(1230 d.C.) havia grupos que manufaturavam e usavam tal tipo de cerâmica (Dias Júnior 1975, Dias
Júnior e Carvalho 1980) (ver Quadro 4.4.1).
A cerâmica é encontrada em diferentes tipos de sítios, cavernas, abrigos cerimoniais e a céu aberto.
Os sítios em campo aberto parecem ter sido as aldeias propriamente ditas, apresentam camada
arqueológica que varia entre 10 e 170 cm de profundidade, com material arqueológico disperso numa
área que varia de 1000m² e 3 500m². Ainda não se dispõe de informação suficiente para saber como
se articulavam os diferentes tipos de sítio e não se pode desenhar o sistema de assentamento. No
interior, os sítios cobertos foram usados como cemitérios, apresentam material cerâmico e ósseo,
bem como enterramentos em urnas e acompanhamento funerário (Dias Júnior 1977, Dias Júnior e
Carvalho 1980).
Muita coisa ainda precisa ser descoberta sobre o modo de vida dos fabricantes de cerâmica
conhecida como Una, é preciso saber até mesmo se ela estava restrita a um único grupo social ou se
era utilizada por distintos grupos tribais. Os relatos dos cronistas e as informações etnográficas
sugerem uma associação com os grupos falantes da língua Jê. A tradição Una parece reunir os
vestígios de um complexo cultural antigo dos grupos tribais históricos Guaitacá, Coropó e Puri, que
estavam presentes à época da chegada dos europeus (Dias Júnior 1977, Dias e Carvalho 1980).
Algumas características, especialmente as particularidades do material cerâmico, levam a aceitar tal
associação.
A expansão Tupinambá ocorreu em um território fortemente ocupado por outros grupos. Pouco se
sabe sobre a relação entre os grupos identificados com as tradições Una e Tupiguarani, é possível
supor que as relações tenham sido bastante intensas já que foram encontrados testemunhos das
duas tradições ceramistas no médio e na foz do rio Paraíba do Sul e há indícios que isto também
tenha ocorrido no médio Itabapoana. Os Tupinambá, apesar da presença de outros grupos, devem
ter continuado o seu processo de expansão, avançado, provavelmente valendo-se da guerra,
instituição estruturadora desta sociedade.
Quadro 4.4.3
Síntese das informações contidas no cadastro do IPHAN sobre sítios cerâmicos
Município Nome Localização
Aldeia Velha I Junto à BR-439, junto à estaca 290 (PP39) do eixo do
gasoduto Guapimirim-Itaboraí.
Aldeia Velha II Junto à BR-101, Km 296, aproximadamente 1,3 km do rio da
Itaboraí
aldeia, estaca 355 do eixo do gasoduto Guapimirim-Itaboraí.
Aldeia Velha III Junto à BR-101, Km 296. 1 km da ponte sobre o rio da
aldeia, estaca 355 do eixo do gasoduto Guapimirim-Itaboraí.
Aldeamento Tupiguarani de
Barão de Iriri
Aldeamento Tupiguarani da Área urbana de Magé, a 200 m da Br 05
Serraria
Aldeamento Tupiguarani do Atrás do cemitério e ao lado da casa de saúde.
Cemitério
Vila Olímpica Próximo ao rio Magemirim
Magé
Praia do Anil
Praia da Piedade
Santo Aleixo
Piedade de Iguaçu Propriedade do Sr. Dagoberto SouzaP. Junior. R. Porto
Velho 68
Piedade de Iguaçu II Estrada do Feital 164, propriedade do Sr Pedro Agostinha da
Silva.
Niterói São Francisco Praia de São Francisco, entre o rio João e o riacho Joana.
Lagoa do Padre Ás margens da lagoa de Marica
Marica Lucca Após o balneário de Bambuí, entre o mar e a lagoa, próximo
à praia de Cordeirinho.
São Gonçalo Oleoduto Ilha d´Agua Estrada Guaxindiba, bairro Bom Retiro
Mendonça de Souza (1981) fornece informações complementares sobre os sítios Praia do Anil e
Piedade. O primeiro está localizado na Guia de Pacopaiba, na praia do Anil e apresenta cerâmica
Tupiguarani, e o segundo situa-se sobre o morro na praia da Piedade, sob antigo cemitério e capela.
Segundo o autor, este é um sitio de contato, com cerâmica Tupi e colonial, além de louça colonial,
azulejos, conchas Ostrea sp e grande quantidade de ossos. Mendonça de Souza (1981) informa,
ainda, que o sítio Santo Aleixo está localizado no fim da estrada Magé – Santo Aleixo, do lado oposto
às ruínas da Igreja, e que conta com cerâmica característica do período de contato entre os europeus
e indígena, embora não especifique a filiação cultural dos nativos.
As informações existentes no cadastro do IPHAN e na bibliografia são suficientes para assegurar que
a área de influência do empreendimento foi ocupada por grupos Tupi e que é alta a probabilidade de
ocorrência de aldeias na área de influência direta, especialmente nas proximidades de rios.
Ainda no que se refere ao período pré-colonial, muito embora não haja cadastro de nenhum sítio
arqueológico vinculado à tradição Una, deve-se levar em consideração a possibilidade de ocorrência
de ocupação de grupos relacionados com os Macro-Jê em porções do município de Cachoeiras de
Macacu. A atenção tem que ser redobrada em relação a este município já que não se tem notícia
sobre a realização de pesquisa arqueológica sistemática. Os moradores corroboram estas suspeitas:
o informante Jorge Euclídio Medina, guia, mencionou que, na fundação do município Cachoeiras de
Macacu, os índios Puri teriam sido dizimados. Cabe destacar que o mapa etno-histórico do Brasil e
Regiões adjacentes, adaptado do mapa de Curt Nimuendajú, de 1944, indica para o Rio de Janeiro,
especialmente para a região onde será implantado o empreendimento, a presença de grupos tribais
das famílias Tupi e Puri .
Entrevistados, também, mencionam a presença de materiais que podem estar associados a esses
grupos tribais. Em Itaboraí, a entrevistada Ana Maria Mendes referiu-se à presença de cemitério
indígena, informação reiterada por D. Isabel Santos que indicou a sua provável localização em
“Bacia”, localidade após a linha de trem, no caminho de Itambi. As lâminas de machado, também,
foram mencionadas. Há uma no Centro Cultural Heloisa Alberto Torres que, segundo a responsável
pelos arquivos da instituição, Sra. Dalva Soares, seria procedente das proximidades do Convento de
São Boa Ventura. A informação foi confirmada por outro entrevistado, pois o Sr Moacir José Martins,
da Fazenda Macacu, mencionou ter achado 5 lâminas nas proximidades do Convento, as tendo
conservado por certo tempo e depois as jogando no rio Macacu . D. Vera, da Fazenda São Luiz,
confirma a informação ao mencionar que, o seu filho Antonio Luiz, também encontrou grande
quantidade de material na área do Convento, inclusive 5 lâminas de machado que seriam
provenientes das proximidades do antigo colégio. Já em Sambaetiba, município de Itaboraí, o
entrevistado João Luiz informou ter encontrado um destes artefatos em seu próprio terreno, na rua do
Comércio, no lote de número 7.
Pode-se perceber que são abundantes as informações sobre os grupos tribais e cabe mencionar que,
geralmente, as menções a “cemitério de índios” referem-se a sambaquis ou aldeias tribais do período
anterior ou posterior ao contato com os europeus e, dessa forma, são considerados bons indicadores
para localização de sítios arqueológicos. Já as referências às lâminas de machado apenas indicam
que a região foi ocupada por grupos pré-coloniais, não sendo um indicador seguro para a localização
de um assentamento. É bem possível que os grupos que fabricavam este tipo de artefato tivessem o
costume de mantê-los no lugar de uso (local de corte de madeira, roça etc.) e, por outro lado, é uma
tradição de origem européia recolher tais objetos que, muitas vezes, são denominados de pedra de
raio. É, também, costume passar adiante os machados como se circular fosse uma qualidade
intrínseca deste artefato.
Invasão Européia
A chegada do europeu teve conseqüências drásticas para os nativos brasileiros, uma vez que a
exposição a novos agentes transmissores de doença e a dominação européia transformaram
rapidamente a rotina dos grupos nativos (Crosby, 1993:175-192). A exploração do Pau Brasil,
através da prática do escambo, modificou hábitos e costumes dos nativos, tendência ampliada com o
início de práticas agrícolas e pastoris. O povoamento da região se fez pela penetração através de rios
que nascem nas serras, aproveitando a existência de terras “pacificadas” o que corresponde a dizer
que no final do século XVI os nativos já haviam sido exterminados e ou expulsos. Os colonos
europeus ocuparam as terras das antigas aldeias, sendo o seu objetivo principal fundar engenhos de
açúcar, valendo-se inicialmente de indígenas escravizados e mais tarde de escravos procedentes da
África (Dias:2003:48-49)7.
A cana-de-açúcar foi introduzida no Brasil no século XVI, em São Vicente, estendendo-se em direção
ao Nordeste e ali experimentando um excelente desenvolvimento. Nos dois primeiros séculos da
colonização, foi o produto básico da economia brasileira, escolhida devido ao seu alto preço no
mercado europeu e à experiência portuguesa com sua produção nas ilhas do Atlântico, bem como no
comércio açucareiro que dominava desde o século XV (Mota & Braick, 1997: 211). Mostrou-se
amplamente justificável como solução para ocupar a América portuguesa e também para contornar a
crise do comércio oriental, pois, na época, o monopólio português das especiarias fora rompido pelos
muçulmanos, holandeses e ingleses.
Por todo o período colonial brasileiro a produção do açúcar modificou-se algumas vezes, mantendo,
porém, intactos seus três traços característicos: cultivada em latifúndios, essencialmente monocultora
e uso de força de trabalho compulsório para o seu desenvolvimento, a bem dizer, o trabalho escravo.
De acordo com Caio Prado Júnior (1945), estes três elementos se conjugam num sistema típico, a
grande exploração rural, isto é, a reunião numa mesma unidade produtora de grande número de
indivíduos, constituindo a célula fundamental da economia agrária brasileira.
O Brasil em meados do século XVI já detinha o monopólio do açúcar no mercado europeu. Cronistas
do século XVI, como Gandavo (1980), Cardim (1980) e Soares de Sousa (1971) informam sobre o
aumento do número dos engenhos de açúcar e, conseqüentemente, da produção brasileira desde
meados do século XVI, mostrando como se deu o desenvolvimento da lavoura e da indústria
açucareira. Os dados abrangem, principalmente, Pernambuco e Bahia, onde se concentrava a maior
quantidade de engenhos, seguidos do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Frei Vicente Salvador (1982),
em sua História do Brasil entre 1500 e 1627, fornece dados sobre a existência de 230 engenhos,
sendo 100 em Pernambuco, 50 na Bahia, 40 no Rio de Janeiro, onde sensível aumento teria
acontecido, se comparado aos dados dos cronistas mencionados acima que falavam na existência de
apenas 3 em território fluminense.
A introdução do cultivo da cana-de-açúcar em território fluminense parece ter se dado com a chegada
das primeiras mudas na capitania de São Tomé8. Ainda que exista farta documentação, há uma série
de controvérsias quanto à época e as condições em que se deu. De acordo com as pesquisas, as
primeiras mudas de cana-de-açúcar foram plantadas em fins do ano de 1538, por Pero de Góis, em
região primitivamente habitada por populações Goitacá e Puri, “numa pequena povoação a que deu o
nome de Vila da Rainha, situada a pouca distância da foz do rio Itabapoana, no atual município de
São João da Barra” (Oscar 1985: 39), seguindo a praxe de se levantar engenhos em regiões de
abundantes recursos hídricos e próximos a matas para o fornecimento de lenha (Paranhos 2006).
7
Ondemar Dias (2003:52-52), em estudo de documentos históricos, recuperou informações sobre as seguintes
aldeias: a primeira inominada, a de Guajajuba (em Tambi), Jaracaypo (dos Temiminó), Tapacorá, Morobassi,
Araçatiba. Papocaya, também, se originou de mais uma aldeia destruída.
8
A capitania de São Tomé era também conhecida como Capitania do Paraíba do Sul, doada a Pero de Góis em 1536. Este
foi o ultimo lote, e o menor dentre todos, doado pela coroa; tinha 30 léguas de largura e iniciava ao sul da foz do Rio
Itapemirim e se prolongava até a foz do Rio Macaé.
Já a segunda freguesia mais antiga da província do Rio de Janeiro, a extinta Vila de Santo Antônio de
Sá, situada na região da Serra dos Órgãos e banhada pelo rio Macacu, tem sua história iniciada com
a primeira doação de terras e sesmarias, concedida a Baltazar Fernandes e Miguel de Moura, em
1567 (Guzzo: 1999). Dessa forma, fortemente apoiada na cultura de cana de açúcar e da mandioca,
começou o povoamento dos europeus e seus descendentes da área de influência do COMPERJ.
Segundo Guzzo (1999), mais tarde, em 1571, Miguel de Moura fez doação de sua sesmaria aos
jesuítas. Estes, por sua vez, venderam parte dessas terras a Manoel Fernandes Ozouro (Zouro ou
Osório) que construiu uma capela em homenagem a Santo Antônio, entre os rios Caceribu (margem
esquerda do Macacu) e Guapiaçu (margem direita do Macacu). Esta capela foi o núcleo primitivo da
vila que se formava, tendo sido elevada a curato em 1624 (INEPAC folheto). Em 1697, Santo Antônio
de Macacu foi promovida à categoria de vila, a primeira do recôncavo da Guanabara, tendo o seu
nome alterado para Vila de Santo Antônio de Sá.
Continuando com Guzzo (1999), que desenvolveu estudo detalhado sobre o Convento de São
Boaventura, no mesmo dia em que Arthur de Sá criou a vila, o ouvidor geral mandou levantar o
pelourinho, casas de cadeia e conselho, forca e curral de conselho. O convento de São Boa Ventura,
importante monumento religioso, teve origem com a construção de um recolhimento ou casa
provisória em 1649, sendo que no ano seguinte uma pequena comunidade passou a habitá-lo. A
fundação dessa casa Franciscana deveu-se aos pedidos do povo, e a instalação de um convento
nessa região, em 1649, antes mesmo de o local tornar-se vila, faz supor que se tratava de um distrito
próspero cuja economia baseava-se na exportação de produtos de lavoura e madeira. Abriu-se no
convento, em 1672, o noviciado que funcionou com algumas interrupções, sendo que, em 1690, o
convento ganhou uma parte da livraria do administrador eclesiástico Dr. Francisco da Silveira Dias.
Em 1704 era inaugurada uma nova capela, que foi reedificada e melhorada em 1768. Em 1710
religiosos fundaram a Ordem Terceira de São Francisco, em 1784, quando o convento foi
reconstruído, foi feita uma capela própria separada da igreja conventual, funcionando a Ordem
Terceira aí até pelo menos 1867.
Para se ter uma noção da importância do Convento de São Boaventura na vida dos moradores da
região, cabe ressaltar que em 1727 ficou determinado pelo Reverendíssimo Padre Geral que fosse
erigido um seminário de gramática que em seu tempo áureo, de 1750 a 1764, nele se educaram 229
noviços. Além do seminário havia a escola que o convento de São Boa Ventura mantinha para os
filhos da localidade onde se ensinava a ler, escrever e contar. É provável que estas escolas tenham
funcionado até 1784, quando o convento começou a ser reconstruído. Como bem coloca Dias (2003:
50),
“O povo da época se reunia em torno das igrejas e capelas locais, fosse para o culto e
catequese, praticamente obrigatórios, fosse para o único registro civil que existia e que
dava validade à situação pessoal e jurídica dos livres. Tais registros, também garantiam a
validade da propriedade sobre a gente escrava, importante, sobretudo, para assegurar
direitos em casos de testamentos e inventários.”
Voltando ao ano de 1778 e seguindo com as informações de Guzzo (1999), a Vila de Santo Antônio
de Sá, compreendia, além da freguesia da sede, as freguesias da Santíssima Trindade, de Nossa
Senhora da Ajuda de Sarnambitiba, ou ainda Guapimirim; de Nossa Senhora da Conceição do Rio
Bonito, de Nossa do Desterro de Itambi e de São João de Itaboraí. Várias eram as grandes fazendas
e os povoados que se formavam em torno das igrejas e capelas. Em 1778, na freguesia de Santo
Antônio de Sá havia 340 fogos, em 1821 já contavam 893 fogos e sete engenhos de açúcar. As
embarcações, em número de 17, subiam até à vila ao longo dos rios, existindo 12 portos, sendo
significativo o comércio de madeira. Entre 1778 e 1779, a população livre era de 2320 pessoas e a de
escravos de 2 410. Em 1822 havia 7744 habitantes, dos quais 3918 livres e 3826 escravos.
No século XIX, o município de Santo Antônio de Sá tinha mais de 1500 km² de superfície, uma vila,
seis freguesias, igrejas matrizes e 17329 habitantes, sendo 8371 livres e 8958 escravos e 2085
fogos. Produzia açúcar, aguardente, farinha, feijão, milho, arroz, comerciava madeira serrada e
falquejada, lenha e carvão. Os rios principais (Macacu, Caceribu, os dois Guapis e o d´Aldeia)
serviam à navegação que transportava as mercadorias até à baía e através dela chegava-se à cidade
do Rio de Janeiro. A importância de Santo Antônio de Sá se intensificou com a produção cafeeira
que, por sua vez, teve como conseqüências o aumento da mão-de-obra escrava.
O seu declínio está relacionado com a formação de bancos de areia na foz do Macacu, abundantes
chuvas que danificaram as terras e criaram condições de insalubridade que levaram ao extermínio da
população com o surgimento de epidemias. Foram dois surtos de malaria (Cholera morbis), em 1829
e anos seguintes e em 1836, nos quais a doença se alastrou pelas redondezas e provocou a extinção
de núcleos de povoação nas terras que correspondem aos atuais municípios de Itaboraí e Cachoeiras
de Macacu (Guzzo 1999)9. Dias (2003: 57) ressalta que locais vizinhos, como Itaboraí e Tambi, tão
atingidos pelas epidemias quanto a Vila de Santo Antônio de Sá, conseguiram sobreviver e se
recuperar com o passar dos anos.
Por volta de 1850, o rio Macacu ainda era navegável em um percurso de 34 km, mas já se cobrava a
criação da via férrea. Era, ainda, passagem da produção cafeeira que descia de Nova Friburgo e de
Cantagalo. Em 1860, foi inaugurado o trecho de Porto das Caixas a Cachoeiras e, em 1874,
inaugurou-se o trecho de Maruí até Porto das Caixas, fazendo-se assim a ligação Nova Friburgo e
Cantagalo diretamente com o porto da província.
A história do Ciclo do Café se confunde com a própria História do Brasil, especialmente na segunda
metade do século XIX, um momento de transformações conjunturais decisivas para os períodos
posteriores da vida do país. Ela reúne, no espaço de pouco mais de um século, o apogeu e a ruína
de um importante ciclo econômico do Brasil ocorrido em meio à transição política para a República, o
fim do modo de produção escravocrata e a crise de desenvolvimento que se configurou nas primeiras
décadas do século XX. Promoveu a riqueza do país através da derrubada da Mata Atlântica.
Durante o século XIX, grandes fazendas foram construídas, com posição geográfica e arquitetura
elaborada especificamente para ocultar os escravos que seriam comercializados entre os diferentes
municípios da região. Em muitos casos, o tráfico escravo interprovincial foi, sem dúvida, a mola
propulsora para o enriquecimento dos proprietários, uma vez que a produção agrícola nem sempre
justificava tal enriquecimento.
A partir das últimas décadas do século XIX, com o fim da escravatura, que era a base de sustentação
da sociedade cafeeira fluminense, a aristocracia se empobrece, já que não tem mais sua mão-de-
obra e ainda vê a exaustão do solo e a redução das safras colhidas ano após ano. É o início da
decadência gradual das fazendas produtivas.
A partir da segunda metade do século XX, diferindo da estrutura latifundiária extensiva do período
colonial, a ocupação econômica caracterizou-se por processo acelerado de fracionamento do
minifúndio, com o conseqüente aumento do número de pequenos proprietários. Ganhou expressão o
9
Dias (2003 56) menciona, ainda, a febre amarela, a cólera mórbus.
cultivo da laranja. A citricultura veio substituir as culturas existentes, trazendo consigo pessoas de
outras localidades, que passaram a adquirir chácaras.
Sobre a evolução administrativa de Santo Antônio de Sá, Guzzo (1999) informa, ainda, que em 1837
se deu a constituição da freguesia de São José da Boa Morte. Em 1833, a freguesia de São João de
Itaboraí foi elevada à vila, desmembrando-se. Processo que se repetiu com as freguesias de Nossa
Senhora do Desterro de Itambi, Nossa Senhora da Conceição de Rio Bonito, Nossa Senhora da
Ajuda de Guapimirim. Em 1850, formou-se, ainda, a freguesia de Sant´Ana. A insalubridade, as
cheias periódicas do rio Macacu e o impacto causado pela ferrovia convergiram para a extinção da
freguesia de Santo Antônio de Sá. Em 1868, a sede do município de Santo Antônio de Sá foi
transferida para Sant´Ana de Macacu, com o nome de Macacu. Dessa forma e a partir do território da
vila de Santo Antônio de Sá, originaram-se os municípios de Itaboraí, Maricá, Rio Bonito, Saquarema,
Araruama, Nova Friburgo, Cantagalo e Magé.
Já a Freguesia de Itaboraí, foi fundada a partir de seu núcleo mais antigo, “Fazenda do Iguá” (hoje
Venda das Pedras), em torno da capela N. Sra da Conceição, construída por volta de 1670. Porém, foi
ao redor da capela de São João Batista, assentada no morro de Tapacurá onde havia uma aldeia
indígena que a povoação se desenvolveu. Foi curato independente a partir de 1679, paróquia em
1696 e freguesia em 1786. O seu desenvolvimento seria em parte decorrente da existência de um
caminho de tropas de burros que ligava São Gonçalo a Campos dos Goitacás. Em 1833, Itaboraí foi
elevada à condição de vila, desmembrando-se de Santo Antônio de Sá (Dias 2003 59-60).
A freguesia de Guapimirim esteve vinculada a Santo Antônio de Sá até 1789. Teve seu início ligado à
capela de N. Sra da Ajuda que mais tarde entrou em decadência e foi demolida. Uma nova igreja,
dedicada a N. Sra da Conceição, foi inaugurada em 1753 em uma localidade denominada de
“Igranamixamas”, próxima ao rio Guapimirim. Teve seu primeiro pároco em 1755 e, em 1789,
desvinculou-se de Santo Antônio de Sá e foi incorporada ao termo da Vila de Magé. Entre suas
capelas filiadas estava a de “Santana do Calundu”, dos primeiros anos do século XVII e a de N. Sra da
Cabeça, fundada em 1731. Em suas serras ainda existiam “índios brabos” em pleno século XVII (Dias
2003:63).
A colonização das terras que hoje compreende o município de Magé teve início com a doação de
uma sesmaria a Cristóvão de Barros, que construiu um engenho no local, propiciando, assim, a
aglutinação de pessoas. Para atender às necessidades religiosas dos novos habitantes da
localidade, como de costume à época, procedeu à construção de capela e, assim, fez Antônio Vidal
de Castilho que mandou erigir a Igreja de Nossa Senhora dos Remédios nas terras de sua fazenda,
em Pacobaíba. Igreja esta que atualmente está tombada pelo INEPAC. Já Nicolau Baldim construiu,
em Suruí, uma igreja em homenagem a São Nicolau, também tombada pelo INEPAC (Alonso, 2000).
No final do século XVIII, Magé alcança o status de vila e, neste tempo, cultivava-se em suas terras
cana-de-açúcar, mandioca, milho, arroz, legumes, feijão, café, milho e frutas, estas últimas na área
serrana de seus domínios. Para escoar a produção havia vários portos, sendo os mais importantes os
de Inhomirim e o da Estrela. Luccock (1975), em 1816, descreve a Vila de Magé como bem
localizada e com “várias ruas bem arrumadas, muitas casas de superior qualidade, um bom mercado
de peixe e uma ótima igreja; de modo geral, é uma das localidades mais importantes das vizinhanças
da capital”.
Nas proximidades do Porto Estrela formou-se um arraial com inúmeras casas e pousadas para
viajantes. Este porto foi um local de extrema importância para o comércio entre o litoral e o interior do
Brasil. Com a abertura de um novo caminho em direção às Minas Gerais – tarefa empreendida por
Pela Vila da Estrela passaram personagens ilustres da História do Brasil, como Dom João VI, vários
membros da Corte a caminho de Petrópolis e naturalistas que iriam adentrar o interior do Brasil.
Segundo Azevedo Pondé (1972), existiam na Vila da Estrela, em 1849, seis companhias da guarda
nacional, seis médicos, um engenheiro, sete procuradores e a população era estimada em 1000
pessoas. Apenas a rua principal contava com cerca de 200 casas. Em 1857, eram 3.135 habitantes,
sendo 925 escravos.
John Luccock (1975) apresenta uma acurada descrição da Vila da Estrela, em 1816. Segundo o
autor, apesar de não possuir muitas casas, várias delas eram muito boas. O autor, também, destaca
a importância do porto, que era o local de partida e chegada das principais estradas do país, e
também descreve a localidade.
“A igreja fica sobre uma colina escarpada e redonda, a cerca de 200 pés acima do nível da
água, tendo pela situação vantagem que lhe falece no tamanho, dominando extensos
panoramas de ricas plantações, para o sul e para o leste, e de montanhas cobertas de mata,
para o norte. O que mais importa é que ali existem dois cais com armazéns apropriados, de
onde se embarcam para a capital muitos dos produtos do interior” (Idem: 1975).
Entretanto, com a inauguração da Estrada de Ferro Barão de Mauá, que partia da praia de Mauá, o
Porto da Estrela entrou em decadência. Em 1872, dos 616 prédios, 118 já estavam desabitados
(AZEVEDO PONDÉ, 1972). A isso se somam epidemias de malária e beribéri que marcaram o
declínio da região. Quando a igreja Nossa Senhora da Estrela do Mar começou a ruir, teve as
imagens que a ornamentavam transladadas para a matriz da freguesia, em Raiz da Serra (ALONSO,
2000). Hoje, restam apenas as ruínas da igreja e de uma casa, conhecida na região como “armazém
das três portas”.
No que se refere à formação de São Gonçalo, já em mapas do século XVI, é possível perceber
pequenas construções, associadas às primeiras sesmarias da região. Entre os beneficiados estavam
Diogo da Rocha, sobrinho de Mem de Sá; Pedro Martins Namorado, primeiro juiz do Rio de Janeiro;
Sebastião Lourenço; Antônio Rodrigues de Almeida e José Adorno, profundo conhecedor de técnicas
de plantio de cana. Entretanto, um dos mais importantes sesmeiros da região foi Gonçalo Gonçalves,
considerado fundador da localidade que leva o seu nome. Segundo Silva e Molina (1995), suas terras
tinham “1000 braças de largo e 1500 de comprido” e nelas foi erguida a capela em louvor a São
Gonçalo do Amarante, no início do século XVII.
Silva e Molina (1995) informam que os principais engenhos do século XVII foram os de Colubandê e
o de Nossa Senhora da Luz. O primeiro foi fundado por Catarina de Siqueira, e vendido, em 1617, a
Duarte Ramires de Leão. Hoje, a sede da fazenda Colubandê encontra-se completamente
abandonada e destruída, apesar de estar tombada pelo Instituto Estadual de Patrimônio Cultural
(INEPAC). Já na Fazenda da Luz, entre 1675 e 1700, foi erguida uma capela que leva o nome do
engenho, construção tombada pelo Município em 11 de dezembro de 1985, pela Lei nº 101.
Durante o século XVIII, prosseguiram as doações de sesmarias e os novos engenhos que fabricavam
açúcar sendo que alguns estavam voltados para produção de aguardente. O Quadro 4.4.4 sintetiza
as informações apresentadas por Silva e Molina (1995) sobre os engenhos e suas localidades.
Engenho Novo
Engenho de Anaia
Tribobó
Fazenda de Antônio Correia Ximenes
Fazenda da Penha
Cordeiros
Fazenda do Reverendo José Leite Pereira
Niterói foi fundada em 1573 por Araribóia, índio que foi batizado com o nome cristão de Martim
Afonso. Após a guerra contra os franceses pelo controle da Baía de Guanabara, na qual a
participação de Araribóia e sua tribo foi decisiva, Martim Afonso recebeu a concessão de um trecho
de terra denominada de "Banda d'Além" e deu origem à vila de "São Lourenço dos Índios", o primeiro
nome da cidade de Niterói. Em 1819, a vila foi reconhecida pelo governo reinol, recebendo o novo
nome de Vila Real da Praia Grande e ocupava, apenas, a área que corresponde ao atual centro da
cidade de Niterói. Em 1841, Niterói recebeu o título de Imperial Cidade, conferido por D. Pedro II do
Brasil. Em 6 de março de 1835, a vila foi elevada à categoria de cidade recebendo o nome de
"Nictheroy", ortografia arcaica de "Niterói", que significa "água escondida" em tupi. A expansão
urbana começou apenas no fim do século XIX, quando o serviço de bondes entrou em funcionamento
e permitiu a urbanização de pontos mais distantes do centro. Durante o período entre 1834 e 1975,
quando o estado do Rio de Janeiro esteve dividido em dois estados, Rio de Janeiro e Distrito Federal,
o Ato Adicional de 1834 determinou que Niterói fosse a capital da então província do Rio de Janeiro.
Em 1960 o Distrito Federal foi transferido para Brasília e em 15 de março de 1975 houve a fusão dos
dois estados. Com esta nova ordem geopolítica, a cidade do Rio de Janeiro passou a ser a capital do
estado homônimo.
A criação da Vila de Santa Maria de Maricá, através da assinatura do alvará de 26 de maio de 1814,
está associada a um dos muitos atos do príncipe regente D. João VI. O atual município de Maricá
surgiu da doação de sesmarias, entre os anos de 1574 e 1830. O primeiro povoamento de Maricá foi
São José de Imbassaí, seguida pela Fazenda de São Bento, fundada por beneditinos em 1635. Esta
fazenda era a maior de Maricá com 1750 alqueires, sua extensão advém de doação de sesmaria pelo
governador Rodrigo de Miranda Henriques e compra, por parte dos Beneditinos, de outras sesmarias,
entre elas a pertencente a Duarte Martins Moirão. A fazenda era núcleo de atração populacional e
evangelização de nativos, mas apesar de seu desenvolvimento inicial, o clima e doenças (febre
palustre) acabaram por deslocar os moradores para o outro lado da lagoa de Maricá, local no qual
foram lançadas, em definitivo, as bases da Vila de Santa Maria de Marica.
A primeira atividade econômica implantada em Maricá foi à produção açucareira, mas com a crise
enfrentada já no início do século XVIII, foram implementadas outras atividades como a pecuária, na
qual se destacou a fazenda São Bento com 9000 cabeças de gado. No entanto, o maior destaque foi
para produção voltada para o abastecimento de gêneros alimentícios para o Rio de Janeiro e Vila
Real da Praia Grande, atualmente Niterói. A queda na produção de açúcar resultou na diminuição do
número de fazendas e, conseqüente, crescimento de pequenas propriedades rurais destinadas à
produção de alimentos.
Sobre a formação de Itambi, Dias (2003) informa que a vila teria se originado como decorrência da
expansão da aldeia de São Barnabé, fundada pelos jesuítas. Os religiosos teriam trazidos índios
maracajá, seus aliados, e escravizado os tupinambá. Segundo o pesquisador, há indícios de que
haviam vários focos populacionais e que, provavelmente, um deles seria próximo da antiga Igreja de
São Barnabé, atual Matriz de Itambi.
Em 1755 foi iniciado o processo de colonização de Rio Bonito pelo sargento–mor Gregório Pereira
Pinto, através do ato de fundação da fazenda Bernada. Como muitos dos atuais municípios do Brasil,
Rio Bonito, também, teve o início de seu desenvolvimento a partir da construção de uma capela, já
que o sargento-mor Gregório Pereira ergueu a capela Madre de Deus que, posteriormente, veio a ser
a Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Após certo período de participação na produção de cana-
de-açúcar, a economia passou a concentrar-se na produção cafeeira, que dominou as melhores
terras da região, tornando-se, em pouco tempo, uma de suas maiores fontes de riqueza. O progresso
apresentado pela freguesia induziu o governo, em 1846, a criar o município de Nossa Senhora da
Conceição do Rio Bonito, cuja emancipação se deu com o advento da Lei provincial n° 381, de 7 de
maio do mesmo ano. Suas terras foram desmembradas dos municípios de Saquarema e Capivari
(atual Silva Jardim). A autonomia administrativa e a escolha de Rio Bonito como terminal de um ramal
da Companhia de Ferro-Carril Niteroiense transformaram a localidade em verdadeiro entreposto da
produção e do comércio da região. O desenvolvimento da vila motivou sua elevação à categoria de
cidade em 1890 (www.biblioteca.ibge.gov.br).
Por volta do século XVIII grande parte da região compreendida pelo Rio São João, entre Barra de
São João e o antigo Indayassu (atualmente a sede municipal da Casimiro de Abreu), já se encontrava
povoada. Silva Jardim, inicialmente, era denominado de Capivari e seus primeiros núcleos de
povoamento foram Ipuca ou Sacra Família de Ipuca. Como outras regiões, a povoação se deu
através da exploração da madeira e lavoura de cana de açúcar, cereais e café. Já em meados do
século XIX, mais precisamente no ano de 1841, Capivari experimentou intenso desenvolvimento o
que acarretou a criação da Vila de Capivari. As terras para a implantação do município foram doadas
por Luís Gomes, fazendeiro da região e são decorrentes do desmembramento de Cabo Frio.
Porém, devido a uma onda de epidemias a sede da freguesia foi transferida para junto das margens
da foz do Rio São João. Com o estabelecimento da nova sede, em meados do século XIX, o
governo provincial tratou de estabelecer os limites da povoação de Barra de São João, para três
anos depois, 1846, ser elevada a categoria de vila mantendo o mesmo nome. Em termos
econômicos, a atividade predominante foi à agricultura, além do grande movimento em seu porto,
pelo qual escoava a produção cafeeira de Cantagalo. Com a chegada da estrada de ferro
Leopoldina Railway, o porto entrou em decadência obrigando novamente a transferência da sede do
município, em 1925, para Indayassu, um dos muitos povoados surgidos ao longo da estrada férrea.
Além de Indayassu, surgiram Professor Souza, Rocha Leão, e Rio Dourado. Em 1925, Indayassu
passou a ser denominada Casimiro de Abreu.
Os moradores da área de influência do Comperj têm grande apreço pelas construções, ruínas ou
objetos relacionados com esse período da colonização, quer seja bens relacionados com a
população descendente de europeus ou africanos. Locais são indicados e objetos colecionados, D.
Vera, da Fazenda São Luiz (ou do Riacho) mencionou que seu filho encontrou nas proximidades do
Convento uma bola de ferro e que possui uma coleção com os seguintes itens: uma palmatória de
madeira com pregos, um facão enferrujado, uma tampa de pote de louça, duas garrafas antigas de
vidro. (figura 15). O trabalho em recuperar e o cuidado em manter estes objetos indicam o apreço
dos moradores às antiguidades, a um tempo mais glorioso no qual a região tinha importância crucial
para o desenvolvimento do país que estava se formando.
É inquestionável a relação afetiva dos moradores com os objetos que remetem ao período do início
da colonização européia – período do Brasil Império, do ouro de Minas Gerais, da navegação pelos
rios da baixada. Está vivo na memória da população este período da história do Brasil, eles
identificam estruturas, guardam objetos, cuidam dos vestígios, sabem a sua localização e, por isso
mesmo, para complementar o “Diagnóstico do Patrimônio Histórico Cultural e Arqueológico” foi
necessário criar um item denominado de “prédios e estruturas com valor histórico atribuído pelos
moradores”.
Quilombos
O Rio de Janeiro era uma importante porta de entrada de populações provenientes da África que
atendiam à cidade e às fazendas. Para se ter uma noção da importância dos africanos e seus
descendentes na composição da população, pode-se considerar a região integrada pelas freguesias
de Nossa Senhora do Marapicu, Santo Antonio de Jacutinga, São João de Meriti, Nossa Senhora da
Piedade de Iguaçu e a de Nossa Senhora do Pilar de Iguaçu – cujos registros populacionais, entre
1779 e 1789, informam que contava com 13054 habitantes, dos quais 7122 escravos (Gomes
2005:27).
Outro município que merece destaque é o de Araruama, com a presença de várias fazendas
vinculadas ao período escravocrata, sobressaindo-se a Fazenda Aurora, atualmente restaurada e que
será, futuramente, sede de um museu arqueológico. Foi construída em 1862, por Francisco Pereira
da Costa Vieira. Sua posição geográfica, com uma arquitetura elaborada especificamente para
ocultar os escravos que seriam comercializados entre os diferentes municípios da região, tais como
Rio Bonito, Silva Jardim e outros, aponta para questões que marcaram fundamentalmente o século
XIX. A construção deste prédio se deu por interesses financeiros vinculados puramente à questão do
tráfico escravo interprovincial, também associado diretamente a outros fazendeiros da região. A casa
grande com características arquitetônicas únicas, sendo acoplada à senzala, permitia ao senhor uma
vigilância constante sobre suas propriedades, ou seja, a terra e as almas.
A rota comercial regional de escravos abrangia desde a Ponta Negra, Maricá, local de descida dos
escravos, alcançando até o Rio São João, em Silva Jardim. Nesse trajeto passava por diferentes
fazendas da região, dentre elas a Fazenda Aurora.
Embora a produção de açúcar, algodão, fumo e sal já estivessem em declínio a partir da segunda
metade do século XIX, os censos de 1850, 1856 e 1872 mostram que a população escrava
representava 92,85% em relação à população livre de Araruama, no ano de 1850. Em 1856, esse
índice subiu para 105,91%, ou seja, a população escrava era mais do que o dobro da população livre
em Araruama nesse período. Tal índice populacional era mais alto do que o apresentado pela
província do Rio de Janeiro que era de 81,9%. Essa situação indica que esse contingente
populacional não era utilizado como mão-de-obra em Araruama, mas sim como mercadoria do
comércio de escravos. Assim, Araruama, na segunda metade do século XIX, torna-se um grande
mercado de venda e compra de escravos.
Segundo Schumaher (2005) apoiada em reflexões de O’Dwyer (2002), a representação jurídica que
considera Quilombo lugar de escravos fugidos relaciona-se com o decreto de El-Rei, alvará de 03 de
março de 1741, que estabelece que a união de escravos fugidos em Quilombos representa uma
“desordem”. Estabelece, também, que os negros achados em Quilombos fossem marcados com a
letra F, em fogo, e se quando executar essa pena, for achado já com a mesma marca, tivessem uma
orelha cortada antes de entrar para a cadeia. Tudo por simples mandado do juiz de fora, ou ordinário
da terra ou do ouvidor da comarca, sem processo algum e só pela notoriedade do fato.
Schumaher (2005), apoiada em levantamento feito pela Fundação Palmares e que integra publicação
apoiada pelo Ministério da Cultura, aponta a existência de 743 comunidades quilombolas vivendo no
Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e
Tocantins. No estado do Rio de Janeiro são dezoito Quilombos reconhecidos pela Fundação
Palmares, 7 Quilombos recentemente descobertos e em processo de requerimento de identificação e
2 áreas com características de Quilombo consideradas assentamentos. O Quadro 4.4.5 apresenta a
denominação, localização e a situação na época em que foi realizado o estudo de Schumaher (2005).
Quadro 4.4.5
Situação das comunidades quilombolas
Denominação Município
Cabral Parati
Patrimônio Parati
Marambaia Mangaratiba
Santana Quatis
Coco Campos
Prodígio Araruama
Machadinha Quissamã
Cambuca Campos
Batatal Campos
Aleluia Campos
Soubara Araruama
Cabe destacar que o levantamento apresentado por Schumaher (2005) menciona o Quilombo Maria
Conga como reconhecido pela Fundação Palmares, o qual se encontra na área de influência do
COMPERJ, nos municípios de Magé e Guapimirim. Em Schumaher e Vital Brazil (2006:86) há,
também, menção a Maria Conga como localidade de remanescentes atuais de grupos africanos. A
Fundação Cultural Palmares certificou o reconhecimento do Remanescente de Quilombo Maria
Conga, publicado no Diário Oficial da União em 16 de maio de 2007, como localizado no município de
Magé, e o INCRA encontra-se em processo de demarcação de suas terras.
Quadro 4.4.6
Comunidades Quilombolas certificadas pela Fundação Cultural Palmares
COMUNIDADE MUNICÍPIO DATA - PUBLICAÇÃO
DIARIO OFICIAL DA
UNIÃO
CAVEIRAS/BOTAFOGO SÃO PEDRO DE ALDEIA 10/12/2004
FAMÍLIA PINTO RIO DE JANEIRO 10/12/2004
ILHA DE MARAMBAIA MANGARATIBA 25/04/2006
PRETO FORRO CABO FRIO 10/12/2004
ALELUIA CAMPOS DE GOIATACAZES 30/09/2005
BATATAL CAMPOS DE GOIATACAZES 30/09/2005
CAMBUCÁ CAMPOS DE GOIATACAZES 30/09/2005
CONCEIÇÃO DE IMBÉ CAMPOS DE GOIATACAZES 30/09/2005
RASA ARMAÇÃO DO BÚZIOS 09/11/2005
BOTAFOGO CABO FRIO 24/03/2006
MACHADINHA QUISSAMÃ 13/12/2006
PEDRA DO SAL RIO DE JANEIRO 20/01/2006
SÃO JOSÉ DA SERRA VALENÇA 13/12/2006
SOBARA ARARUAMA 28/07/2006
MARIA CONGA MAGÉ 16/05/2007
Fonte: Fundação Cultural Palmares
ocorre em Sambaetiba, onde D. Ana Maria de Oliveira encontrou fundações de pedra de uma antiga
construção que ela atribui tratar-se de uma senzala, denominada de ruína Beira Rio.
Cabe verificar se a capela Nossa Senhora da Conceição do Soberbo, localizada no Parque Nacional
da Serra dos Órgãos, está relacionada com o antigo caminho das tropas. O Centro de informações do
parque está instalado na antiga sede da fazenda Barreira do Soberbo, a qual foi assim denominada
pois havia ali posto de cobrança para os tropeiros que estivessem se dirigindo para o Rio de Janeiro.
Informação confirmada pelo S. Eduardo Figueiredo Monteiro, presidente da Associação Comercial,
Industrial e Agropecuária de Guapimirim e por Elizabeth Bravo, responsável pelo centro de recepção
de visitantes do parque. Os únicos indícios observados na prospecção ocorreram na estrada do
Imperador onde se pode observar a presença de calçamento de pedras e trecho com muradas.
Em Porto das Caixas, nas proximidades do Santuário Jesus Crucificado, foi mencionada, por vários
entrevistados, a existência de um “antigo palacete” que era local de pouso do Imperador. Hoje, o
casarão está totalmente destruído, tendo como único vestígio algumas pedras dispersas e pequenos
trechos de uma escada que são protegidos pelos atuais moradores, senhor Marcelo e seu Moisés.
Tropeiros, escravos, nobres transitaram pela região do COMPERJ, madeira, açúcar, ouro, café
cruzaram os arredores tendo como destino a baía de Guanabara. Os indícios, os vestígios desses
caminhos estão vivos na memória da população que sabe de sua existência no passado, lembra e
indica locais prováveis dos diferentes trajetos.
Os Cadastros do IPHAN e do Instituto Estadual de Patrimônio Cultural (INEPAC), quer seja o guia de
bens tombados ou inventário de bens imóveis, registram importantes imóveis que testemunham
momentos importantes da história de formação recente da aérea de influência (ver Quadros 4.4.8 e
4.4.9).
Quadro 4.4.7
Patrimônio Histórico Tombado pelo IPHAN na Região do Conleste
Municíp
Nome Localização Características
io
Fazenda Jurujuba:
casa ou Casarão Charitas Uso Atual:Bar, restaurante, boate e bingo
das Charitas
Casa de Antônio
Centro Atual Museu Antônio Parreiras
Parreiras
Municíp
Nome Localização Características
io
Baía de Guanabara,
Trecho ferroviário entre o antigo porto Foi o primeiro trecho ferroviário do país, com 14
Magé
Mauá-Fragoso de Mauá e a parada Km.
do Fragoso.
Casa do Visconde
Centro
de Itaboraí
Fazenda do
São
Colubandê: casa e Colubandê
Gonçalo
Capela de Santana
Quadro 4.4.8
Guia de bens tombados pelo INEPAC
Município Nome Localização Características
A pia batismal data de meados do séc. XVII, época em que foi
levantado o primeiro templo da paróquia denominada
Nossa Senhora Parque Nacional Aguapeí-Mirim, após ser desmembrada da Freguesia de
Guapimirim da Ajuda de da Serra dos Santo Antônio de Sá. O templo deu lugar à capela de Nossa
Guapimirim Órgãos Senhora da Conceição, em 1713, onde a pia batismal
permaneceu até ser enviada à Igreja de N.S. da Ajuda de
Guapimirim
Sede da Praça Marechal
Inicialmente era a Casa da Câmara e Cadeia.
Prefeitura Floriano
As ruínas do Convento, junto com a torre sineira da I. da
Matriz, são vestígios da antiga Vila de Santo Antônio de Sá,
que deu origem aos municípios de Itaboraí e Cachoeiras de
Macacu. Iniciada em 1660, a construção do convento
Convento de S. terminou depois de 10 anos. Em 1794, houve uma reforma
Porto das Caixas
Boaventura com a chegada de novos religiosos. O abandono do convento
se deu em 1841, em decorrência da febre que dizimou a
Itaboraí
população da Vila na década anterior. Em 1978, a fazenda
Macacu pertencia ao Banco Bozzano Simonsen Investimentos
Agrícolas S.A
Igreja de Nossa Porto das Caixas A primitiva capela, construída pelos padres jesuítas no século
Senhora da XVI, apresentava proporções maiores do que as atuais, mas o
Conceição de casario baixo que se desenvolve ao longo da rua forma com a
Porto das Caixas igreja o centro histórico de Porto das Caixas, guardando
excelente proporção e relembrando a prosperidade que a
cidade experimentou no século XIX.
Igreja de São Suruí, às margens
Construção de 1710
Nicolau do rio Suruí
Caminhos de
Construída por ordem de D. João VI para melhor conservação
Minas ou
Raiz da Serra da estrada por onde desciam todas as mercadorias e
Caminho de
Magé viajantes vindos de Minas Gerais.
Inhomirim
Construção do fim do séc. XVII e início do XVIII. Construída
Igreja de N.
Praia de Ipiranga no lugar da antiga capela de taipa e pilão, que era dedicada à
Senhora da Guia
(Mauá) Santa Margarida.
de Pacobaíba
Cachoeiras Igreja de São São José da Boa Igreja, pequeno cemitério do final do século XVIII, data 1835
de Macacu José da Boa Morte
Morte
Quadro 4.4.9
Síntese das informações contidas no Guia do Centro Histórico de Itaboraí
Nome Localização Características
Matriz de S. Boa Construída pro João Vaz Pereira, inicialmente uma capela, foi reconstruída
Ventura entre 1725 e 1742, reformada em 1767 e 1782.
Teatro Municipal João Praça Marechal Foi construído pelo Cel. José Hilário de Menezes Drumond. Freqüentado pela
Caetano Floriano Família Real no séc. XIX, quando João Caetano, nascido em Itaboraí,
apresentava-se no local. Na década de 1920, passou por reformas que
alteraram as fachadas originas. Em 1974 foi demolido, e reconstruído na
década de 1980.
Igreja Nosso Senhor do Praça Marechal Séc. XVIII, reformada em 1982 quando perdeu a sua estrutura arquitetônica
Bonfim Floriano original.
Prédio da Maçonaria Praça Marechal Construção de 1833.
Floriano
Governadoria Praça Marechal Foi moradia do Visconde de Itaboraí, local de hospedagem da Família Real.
Municipal Floriano Foi usada como casa de caridade na década de 1960, época em que sofreu
incêndio. Foi recuperada e usada como sede do Fórum de Itaboraí até 2000.
Secretaria Municipal de Praça Marechal Provavelmente séc. XVIII
Educação Floriano
Casa de Cultura Praça Marechal Construção que pertenceu à família de Alberto Torres
Heloísa Alberto Torres Floriano
Fonte Carioca Ao lado do colégio Possui uma passagem subterrânea que a une com a Igreja Matriz de São
Cenetista Alberto João Batista, usada como escoamento de água da sacristia para a fonte.
Torres
Consulta ao site do município de Tanguá, indica referência a uma bica de água, que teria sido
construída no ano de 1893, e se encontra no centro da cidade.
Município de Guapimirim
Fazenda Barreira – sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos – provavelmente integrava o
caminho alternativo do ouro e era um posto de fiscalização e cobrança para os tropeiros que se
dirigiam para o porto do Rio de Janeiro (Sr. Eduardo Figueiredo Monteiro, Presidente da Associação
Comercial, Industrial e Agropecuária de Guapimirim e Sra. Elizabeth Bravo, responsável pelo Centro
de visitação do Parque Nacional da Serra dos Órgãos). Sra. Elizabeth Bravo, mencionou que o posto
de cobrança seria próximo à Capela de Nossa Senhora da Conceição do Soberbo.
Caminho do ouro alternativo – Vinicius Maia, historiador e funcionário da Prefeitura, informou que,
para se ter acesso à parte exposta do caminho, deve-se pegar a RJ 116 em direção a Nova Friburgo.
Logo após o pedágio, há uma ponte sobre o rio Macacu, na localidade de Boca do Mato, sendo que a
estrada que dá acesso ao local em que o caminho está exposto situa-se à esquerda, antes da ponte
para quem sobe para Friburgo. O Sr. Jorge Euclídio Medina, também, conhece e sabe indicar os
locais em que trechos do caminho estão visíveis.
Fazenda de Quina – Pertence ao Sr. Henrique Dias. Sra. Elizabeth Bravo informou que da planta
quina extraía-se quinino que era usado para combater a malária, durante a guerra do Paraguai.
Parece ter havido escavação arqueológica no local pois há uma quadrícula e uma trincheira.
Antigo cemitério no subsolo da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda e ruínas com túnel no sítio em
frente à Igreja, na rua 11, lote 89, quadra 24. (informante Sr. Batista).
Município de Tanguá
Já a Sra. Maria José indicou que havia uma senzala em um casarão antigo na atual Câmara dos
Vereadores.
Município de Itaboraí
Localidade de Itambi
Igreja de São Barnabé, atual Matriz de Itambi. O entorno é muito promissor em termos
arqueológicos, pois apresenta vestígios de aldeamento indígena e de jesuítas. Há muitos cacos de
cerâmica associados a algumas conchas, e um silo do período dos jesuítas (Dias 2003).
Ruínas de um antigo palacete que teria sido freqüentado pelo Imperador. Informação fornecida pela
Sra Anésia da Conceição. Verificou-se a presença de pequenos trechos de uma escada que
integrava a casa.
Santuário de Jesus Crucificado – local de peregrinação e ponto comercial, desde a década de 1970,
em decorrência do sangramento da imagem de Jesus Cristo Santificado. A restauração da Igreja de
Nossa Senhora da Conceição deixou à mostra porções da antiga construção que data de 1565. Cabe
destacar que está sendo construído um Novo Santuário para abrigar os religiosos.
As informações existentes indicam que a área de influência direta do Comperj foi intensamente
ocupada por diferentes grupos culturais, tanto no período pré-colonial como colonial. Há tênues
indícios de caçadores, inúmeros testemunhos de pescadores-coletores nas porções mais próximas
da baia de Guanabara, significativa informação sobre a presença de ceramistas e dos nativos no
período da invasão européia, registros dos primeiros assentamentos europeus e seus
desdobramentos associados à modernização do país bem como vestígios de grupos procedentes da
África. Especial destaque cabe às capelas e igrejas, principalmente as ruínas do convento de São
Boa Ventura. Trata-se de uma área rica e diversificada no que se refere ao patrimônio cultural do
Brasil. Alguns bens estão registrados no Cadastro do IPHAN e outros no INEPAC. A área de
influência do COMPERJ foi e é tema de pesquisa de arqueólogos e historiadores. Por outro lado, as
entrevistas apontam para uma diversidade e riqueza dos bens culturais que ainda não foram
abordados por pesquisas sistemáticas.
Nem todos os sítios mencionados nas fontes secundárias foram localizados. Em alguns casos, as
referências espaciais eram imprecisas e, em outros, a modificação da paisagem, relacionada com o
adensamento demográfico e as obras relacionas com a instalação da população, impediu a
identificação de sítios arqueológicos. Apenas prospecção arqueológica sistemática com análise de
subsuperfície propiciará a identificação de sítios mencionados nas fontes secundárias e nas
entrevistas.
Na Seção 4.4.7 – Área Diretamente Afetada – ADA é apresentado um Mapa dos Pontos de Interesse
Arqueológico identificados no interior e entorno do empreendimento, acompanhado de quadro síntese
apresentando os bens identificados, com a distância aproximada do site do Comperj, denominação
da localidade e coordenadas geográficas.
Município de Guapimirim
Pesquisa na localidade de Vale das Pedrinhas com realização de entrevistas. Foram localizados dois
sambaquis já cadastrados no IPHAN (Vale das Pedrinhas e Imenezes) e encontrado um novo
sambaqui ainda não registrado (denominado de rua 13). No tocante a sítios coloniais, foi localizada a
Igreja Nossa Senhora da Ajuda de Guapimirim e, próximo a ela, ruínas de uma construção
provavelmente dos padres jesuítas.
Município de Tanguá
Visita à Secretaria de Cultura de Tanguá, verificação de uma provável senzala e prospecção da área
na busca, sem sucesso, de antigas fazendas.
Município de Itaboraí
Itambí
Visita a Itambí com identificação de áreas de grande potencial arqueológico, tais como a praça da
Matriz, antiga Igreja de São Barnabé, e o local do antigo porto de Vila Nova. Foi, também, efetuada a
localização aproximada de sítios arqueológicos escavados pelo Instituto de Arqueologia, no ano de
2002, denominados de Aldeia Velha I, II e III. A dificuldade em localizar os sítios residiu no fato de
terem sido alterados os marcos da CEG.
Vistoria da estrada de terra que liga Itambi a Itaboraí (IB44), com realização de entrevistas. O
levantamento desta estrada foi feito porque ela corre mais ou menos paralela ao local onde será
aberta a estrada principal de acesso ao COMPERJ.
Visconde de Itaboraí
No final da estrada IB44, Visconde de Itaboraí, foram tiradas as coordenadas UTM do local de um
provável cemitério indígena. Nessa cidade, foram realizadas também entrevistas com antigos
moradores e, também, procurado, sem sucesso, um antigo porto mencionado em documento
histórico (Dias 2003). Na casa de Lauriete Soares Pacheco, um dos entrevistados, foi observado
material na superfície que pode estar relacionado a um sambaqui.
Itaboraí
Visita a centro histórico e levantamento na biblioteca e na casa de cultura Heloisa Alberto Torres.
Visitação e reconhecimento das Fazendas Macacu e São Luis, entrevistas com administradores,
moradores e proprietários. Visitação ao Convento São Boa Ventura.
Sambaetiba
Reconhecimento da área com entrevistas. Localização de ruínas não cadastradas e de área de alto
potencial arqueológico.
Apêndice 2 – Entrevistas
As entrevistas foram realizadas segundo roteiro pré-estabelecido e tiveram como objetivo obter
informações sobre a existência de bens culturais, históricos e arqueológicos assim como caracterizar
a área de influência do empreendimento e avaliar o seu impacto.
Muito embora tenham sido feitas todas as perguntas que constam do roteiro, segue abaixo apenas o
resumo das entrevistas. Nos casos em que os entrevistados não forneceram informações sobre os
itens mencionados, o item “informações foi preenchido com as palavras” não tem ““.
Cabe esclarece que muitos entrevistados, provavelmente por medida de segurança, se negaram a
dar seu nome e endereço completo e outras pessoas se negaram a dar entrevistas.
Município Guapimirim
Condomínio Vale das Pedrinhas
Entrevista 1
Nome: Sr Batista (morador 20 anos)
Endereço:na rua 2 do condomínio Vale das Pedrinhas, porém numa localidade denominada Cordovil.
Informação: existência de um antigo cemitério no subsolo da Igreja de Nossa Senhora da Ajuda e de
ruínas com túneis no sítio em frente à Igreja na rua 11, lote 89, quadra 24.
Entrevista 2
Nome: Sr Alcir Francisco (morador 30 anos)
Endereço: rua 11, lote 89, quadra 24.
Informação: existência de ruínas com túneis e cacimbas d’água no seu sítio, segundo o informante
seria um antigo convento
Entrevista 3
Nome: Sr João do Vidro
Endereço: Rua 16 com 12
Informação: não tem
Entrevista 4
Nome: Sr Edson
Endereço: Bar rua 2
Informação: não tem
Entrevista 5
Nome: Sr Eduardo Figueiredo Monteiro, presidente da Associação Comercial industrial e
agropecuária de Guapimirim.
Endereço: Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Guapimirim
Informação: Capela de Nossa Senhora da Conceição do Soberbo e da Fazenda Barreira, sede do
Parque Nacional da Serra dos Órgãos. Segundo o entrevistado, a fiscalização e a cobrança de
pedágio de um antigo caminho de tropas de burro eram feitas nesta fazenda.
Entrevista 6
Nome: Sra Elizabeth Bravo (responsável pelo centro de visitantes do Parque da Serra dos Órgãos.
Endereço: Parque Serra dos Órgãos - sede Guapimirim
Informação: A área fazia parte da antiga Fazenda da Barreira onde, segundo antigos moradores, teria
existido parte do caminho para subir a serra para Minas Gerais e o nome Barreira era devido à
existência de um posto de cobranças junto ao local onde hoje se encontra a Capela de Nossa
Senhora da Conceição do Soberbo.
Entrevista 7
Nome: Vários informantes que não quiseram se identificar.
Local: Bar de Papucaia
Informação: Existência de ruínas de uma Igreja atribuída aos Jesuítas. Conhecida como Igreja velha
ou Igreja da Santíssima Trindade, encontra-se na beira de uma estrada de terra na propriedade do
senhor Fernando Cerca, sua argamassa apresenta fragmentos de conchas, provavelmente, retiradas
de algum sambaqui, como era costume.
Entrevista 8
Nome: Nivalda Pereira da Silva (moradora há 4 anos)
Endereço: Est. Gleba Colégio
Informação: Não tem informações.
Entrevista 9
Nome: Simone Fontes da Silva (moradora há 10 anos)
Local: Est. Areia Branca
Informação: Mencionou a presença de fazenda de escravos próximo ao Bairro Faraó.
Entrevista 10
Nome: Adair Correia de Oliveira (moradora há 50 anos)
Local: Est. Areia branca – junto ao haras
Informação: Relatou ter encontrado lâminas de machado na região. Informou sobre a existência das
ruínas da Igreja da Boa Morte, próximo à estrada RJ 122.
Entrevista 11
Nome: Marcos Mendonça Durval
Local: Entrevistado na bifurcação da estrada antes de chegar a Japuíba.
Informação: Relatou a existência de uma árvore sapucaieira com 300 anos em Japuíba e que
escravos teriam sido açoitados presos a ela. Também contou que na construção da Igreja de Santa
do Japuíba teriam sido encontrados ossos.
Entrevista 12
Nome: Jorge Euclídio Medina “Passarinho” (morador há 15 anos)
Local: Rua Reginaldo José da Silva, nº 67.
Informação: Como guia local conhece todas as trilhas da região. Relatou que a Serra do Subaio teria
um caminho do ouro alternativo ao da Serra do Soberbo. Relatou o achado de âncoras antigas no rio
Guapiaçu.
Informou também que é possível navegar o rio Macacu até à Baía de Guanabara e que teria existido
um antigo porto no rio Macacu, na altura da Fábrica da Schincariol (Porto Taboas). Disse que, na
fundação do município, índios Puri teriam sido dizimados. E que a represa da Schincariol teria sido
construída em parte da fazenda de propriedade da Ordem dos Carmelitas e que a igreja foi destruída.
Disse, ainda, que existem cemitérios de escravos nas trilhas da região.
Entrevista 13
Nome: Vinícius Maia (historiador)
Local : Secretaria de Cultura de Cachoeiras de Macacu
Informação: Ele informou que a antiga estrada de ferro, que passa sobre o antigo caminho de ouro
alternativo. Segundo o informante, para ter acesso à parte exposta deste caminho, deve-se pegar a
RJ 116 em direção a Nova Friburgo. Logo após o pedágio há uma ponte sobre o rio Macacu, na
localidade de Boca do Mato. Segundo ele, a entrada para a antiga estrada de ferro onde o caminho
está exposto situa-se à esquerda antes da ponte, para quem sobe para Friburgo.
Informou que, como funcionário da Prefeitura, coordena, juntamente com a Prof. Mariângela Desirati,
um projeto de pesquisa sobre a ocupação indígena da área. E que se encontra em desenvolvimento
outra pesquisa, coordenada pela Dra. Márcia Sueli Amantino sobre “Caminhos do Ouro”.
Entrevista 14
Nome: Sra Raquel
Endereço: Centro de Informação ao Turista
Informação: A funcionária soube informar como bens históricos apenas as igrejas de Japuíba e da
Boa Morte.
Entrevista 15
Nome: Sr. Silvio Leal, assessor do secretário de cultura.
Local: Secretaria de Cultura
Informações sobre bens históricos: Ponte férrea na Boca do Mato; igreja da Santíssima Trindade, em
Papucaia, conhecida também como Igreja velha de Japuíba. Segundo Sr. Silvio, as imagens desta
Igreja foram transferidas para a Igreja Matriz de Japuíba. Mencionou as Ruínas do aqueduto de Santa
Fé, dentro da floresta, e antiga destilaria de uísque de banana.
Festas na região, disse que restaram apenas a festa julina de Santana de Japuíba, a festa de Santo
Antônio, no dia 13 de junho e de Nossa Senhora do Carmo no mês de julho.
Município de Tanguá
Entrevista 16
Nome: Sra Sirlei Borsato. Diretora de Turismo
Local: Secretaria de Cultura
Informações: Segundo a diretora, a primeira ocupação da região teria sido a sesmaria de Duque
Estrada, e sua fazenda seria no atual terreno da Embratel. Não teria sobrado nada da construção,
apenas uma pedra que se encontra guardada na secretaria.
Informou, também, que são encontradas ruínas de fazendas antigas na região e também sobre um
suposto cemitério de escravos no alto da Serra do Barbosão, que é um dos pontos turísticos da
região. E menciona que as principais manifestações culturais da localidade são a Folia de Reis (6/1) e
a festa da padroeira Nossa Senhora do Amparo (15/8).
Entrevista 17
Nome: Sra. Maria José, residente há 43 anos
Endereço: Rua Presidente Dutra, 1038.
Informações: existência de escravos na região, até mesmo de um vizinho seu, Sr. Pelegrino, que
faleceu há alguns anos com 113 anos de idade, que teria sido feitor. Segundo esta senhora, até
pouco tempo havia um casarão antigo na rua da Câmara dos vereadores, conhecido como casa dos
escravos (senzala). Neste casarão, segundo a informante, são encontrados instrumentos utilizados
pelos escravos
Município de Itaboraí
Itambi
Entrevista 18
Nome: Sr. Aílson, morador de Itambi há 49 anos.
Informação: Existência de um túnel na Fazenda do Búfalo e de um sambaqui na casa da Dona
Maria, moradora da Rua Serafim de Carvalho.
Entrevista 19
Nome: Dona Nora, 87 anos de idade.
Endereço: Praça da Igreja da Matriz (Antiga Igreja de São Barnabé)
Informação: Informou sobre a existência de um sambaqui destruído no quintal da casa em que mora
e na casa antiga do século XVIII ao lado. Informou, também, sobre a presença de conchas no
cemitério localizado ao lado da Igreja de São Barnabé.
Entrevista 20
Nome: Jocimara Nunes (moradora há 10 anos)
Endereço: Rua A Itambi (estrada para Visconde)
Informações: Não tem informações.
Entrevista 21
Nome:Sebastião Mariano da Silva (morador há 17 anos)
Estrada Itambi Visconde, n.3
Informações: Convento da Fazenda Macacu.
Entrevista 22
Nome: Débora Mota
Local: Bar da esquina da RJ 493 com a entrada da estrada para Visconde de Itaboraí.
Informações: informou que tem conhecimento sobre a existência de sambaquis e aldeias de índios na
região.
Entrevista 23
Nome: Rubinho de Souza
Local: Bar da esquina da RJ 493 com a entrada da estrada para Visconde de Itaboraí.
Informações; não tem.
Entrevista 24
Nome: Dona Niva
Endereço: Estrada de Visconde (ou Rua A) n° 3.
Informação: Informou que antigos moradores falavam sobre uma fazenda nas redondezas onde até
há pouco tempo ainda existiria o tronco onde os escravos eram açoitados.
Entrevista 25
Nome: Dona Joana, residente há 18 anos
Endereço: Estrada de Visconde de Itaboraí (ou Rua A) n° 9.
Informação: Deu informações sobre escravos na região e que algumas pessoas teriam encontrado
correntes nas margens da linha férrea.
Entrevista 26
Nome: Celso Alves (morador a 30 anos)
Endereço: Av.Esperança, n.1510
Informação: não tem
Entrevista 27
Nome: Ana Maria Mendes
Endereço: Av. Esperança, n.1429
Informação: Informou sobre escravos na “fazenda Bulhões”, em Tanguá, e um possível cemitério
indígena no morro próximo a residência (300 metros).
Entrevista 28
Nome:Dalmo Ferreira
Visconde de Itaboraí
Entrevista 29
Nome: Catarina Bastos (moradora da região)
Endereço: não informou endereço pois estava em seu local de trabalho (creche da prefeitura)
Informações: Não tem informações.
Entrevista 30
Nome: Elisângela Tavares (psicóloga do Centro Social de Assistência às Famílias)
Informações: Ruínas do Porto das Caixas, uma fazenda próxima a uma escola municipal (não soube
informar o nome)
Entrevista 31
Nome: Danúbia Marques
Endereço: Rua dos ferroviários n. 120
Informação: Não tem.
Entrevista 32
Nome: Lauriete Soares Pacheco e Isabel dos Santos
Endereço: Rua dos ferroviários, 250
Informação: Confirmou a informação sobre um cemitério indígena na Av. Esperança e informou que a
prefeitura de Itaboraí foi notificada há cerca de cinco anos sobre a existência do sitio. Relatou,
também, que a estação de trem é a construção mais antiga da Região. Foi observada a presença de
conchas e terra preta no quintal da casa, vestígios que podem ser associados à presença de um
sambaqui.
Itaboraí
Entrevista 33
Nome: Dona Dalva Soares (responsável pelos arquivos do Centro Cultural)
Endereço: Centro Cultural Heloísa Alberto Torres. Cidade de Itaboraí
Informação:Afirmou só existirem documentos relacionados ao Parque Paleontológico. Sobre os
sambaquis de Itambi e de Sambaetiba*, disse que apenas sabe que existem porque o fato chegou ao
conhecimento deles. Não sabe da veracidade da informação e de nem sua provável localização.
Questionada sobre uma lâmina de machado ornamentando um armário em sua sala, Dona Dalva
informou que a peça estaria lá desde 1995, quando ela começou a trabalhar no local e que, segundo
relatos, teria vindo da região do Convento de São Boaventura.
* Estes dois sítios arqueológicos, sambaquis de Itambi e de Sambaetiba, estão mencionados no
folheto distribuído pela Prefeitura de Itaboraí.
Entrevista 34
Nome: Sra. Anésia da Conceição - Vendedora de artigos religiosos e moradora, há mais de 40 anos,
em Porto das Caixas.
Endereço; Rua da Conceição
Informações: Informou sobre a existência de um túnel muito antigo aterrado por onde passava a linha
férrea que cortava a rua principal da cidade, rua da Conceição, e, também, sobre o palacete onde
Dom Pedro II costumava pernoitar.
Entrevista 35
Nome: Sra Eva da Conceição - Prima da informante Anésia da Conceição, reside há 56 anos em
Porto das Caixas, nasceu nos fundos do Convento de São Boa Ventura localizado na Fazenda
Macacu.
Endereço: Rua da Conceição
Informação: Nada soube informar sobre vestígios de aldeias indígenas ou de escravos.
Entrevista 36
Nome: Sr. Juvenal Marques Pereira. (figura 30)
Obs: Pessoa conhecida na cidade, onde reside desde 1927, o sr. Juvenal alfabetizou-se sozinho e é
poeta, escreveu um livro de memórias que conta estórias do lugar.
Endereço: Bento Nascimento n.13
Informações: Contou que a cidade começou a volta da Igreja de Santo Antonio de Sá, igreja do
século XVIII, cujo estilo foi desfigurado na reforma realizada na década de sessenta. Informou,
também, sobre a existência de quilombos em Tanguá.
Entrevista 37
Nome: Seu Moisés, proprietário da casa construída sobre as ruínas.
Endereço: Rua da Conceição – coordenadas UTM 23k 0717726/7488075
Informações: Durante a construção das fundações de sua moradia, foram encontrados vestígios de
antiga edificação. Para proteger as pedras, removeu a escada de seu local original.
Entrevista 38
Nome: Seu Marcelo, dono da loja de conserto de televisão.
Endereço: primeira casa da rua São Paulo. Coordenadas UTM 23 k 0717726/7488075.
Obs: Em seu quintal ainda há um trecho da mesma escada citada na entrevista anterior. Os degraus
encontram-se em seu local original, visto que são precedidos e sucedidos por um caminho de pedras.
Outros degraus foram transformados em bancos. Ainda há algumas pedras, que formavam a escada,
enterradas na rua, como o próprio Seu Marcelo nos mostrou. Foram observados alguns cacos de
cerâmica no quintal da mesma casa.
Informações: A escada era parte de uma construção do período imperial na qual a Família Imperial
teria se hospedado algumas vezes.
Entrevista 39
Nome: Valter de Oliveira
Endereço: Rua Coronel Celso Magalhães, 24
Informações: não tem
Site do COMPERJ
Fazenda Macacu
Entrevista 40
Nome: Antonio Luis Moreira
Informações: informou sobre objetos relacionados a escravos, presos na parede da sede.
Entrevista 41
Entrevista 42
Vera Marins proprietária da Fazenda São Luis também conhecida por Fazenda Riacho (moradora há
44 anos).
Endereço: Sede da Fazenda São Luis (segundo D. Vera, o nome da Fazenda seria Riacho, no
entanto, a vizinhança a denomina São Luis)
Informações: Dona Vera forneceu várias informações, a saber:
Que seu filho Luis Antonio Marins (tel. 9927-9364) encontrou alguns artefatos próximo ao convento,
na parte da fazenda Riacho que por sua fez fazia parte da Fazenda Macacu;
Que atrás do convento haveria um pequeno porto onde também foram encontrados muitos objetos
antigos;
Que a casa onde se localiza a administração da Fazenda Macacu era chamada de casa dos ingleses.
Próximo ao convento havia uma casa e uma igreja, já em ruínas quando chegou à Fazenda;
Que próximo à fazenda de outro filho já falecido (Carlos Eduardo Marins), do outro lado do rio
Macacu no sopé da serra, existe um sambaqui próximo ao rio São José da Boa Morte;
Que existem informações sobre um cemitério indígena em um morro próximo à sede da fazenda, mas
não sabe precisar o local.
Sambaetiba
Entrevista 43
Nome: Adriana Soares
Endereço:Av, Leopoldina s/n
Informações: Não tem.
Entrevista 44
Nome: Neusa Maria Soares
Endereço:Rua do comercio lote 7, quadra 4
Informações: Não tem.
4.4.5.1 Introdução
Para os objetivos destes estudos, são relevantes as atividades turísticas desenvolvidas na Região
das Baixadas Litorâneas e na Região Serrana, tendo em vista a proximidade destas regiões com a
Área de Influência do Comperj e o compartilhamento de vias de acesso com o empreendimento, em
particular a BR-101, para a Região das Baixadas Litorâneas, e as BR-040 e BR-116 para a Região
Serrana.
Os estudos que se seguem têm, portanto, o objetivo de apresentar uma breve caracterização da
importância do turismo nestas duas regiões, de modo a fornecer subsídios para uma análise de
potenciais impactos do Comperj sobre o turismo nestas regiões.
Para efeito das análises da economia e da geração de emprego realizadas no presente estudo,
adotou-se como critério seguir as indicações da Organização Mundial do Trabalho, buscando
adequar as definições setoriais da economia, segundo a Classificação Nacional de Atividades
Econômicas - CNAE da Comissão Nacional de Classificação – Concla, às Atividades Características
do Turismo definidas pela OMT e utilizadas pelo IBGE.
Acredita-se que a adoção deste critério permite que os resultados do estudo sejam bastante
significativos em termos da dinâmica do turismo nas duas regiões contempladas, embora não se
dava considerar que estes resultados expressem de forma precisa a importância da atividade turística
no conjunto das economias regionais.
Segundo a classificação da Secretaria Estadual de Turismo, esta região turística é denominada Costa
do Sol, e mais conhecida como Região dos Lagos, formada por uma região costeira que conta com
mais de 100 km de praias e lagoas de águas salgadas. Ela é constituída pelos municípios de
• Araruama;
• Armação dos Búzios;
• Arraial do Cabo;
• Cabo Frio;
• Cachoeiras de Macacu;
• Casimiro de Abreu;
• Iguaba Grande;
• Marica;
• Rio Bonito;
• Rio das Ostras;
A Região das Baixadas Litorâneas apresenta diferentes características naturais, como praias,
restingas, sistemas estuarinos e lagunares e costões rochosos, com alto potencial de atração de um
expressivo contingente populacional de turistas e veranistas. Suas características naturais são o
fator principal para a exploração do turismo em toda a região.
Além de seus atrativos naturais de região costeira, também apresenta potencial para o turismo
histórico e cultural, devido à existência, de patrimônios históricos da época colonial, como fortes e
casarios antigos, além de museus e casas de cultura. Destaca-se, também, a presença de sítios
arqueológicos característicos de regiões costeiras, os sambaquis, em especial os existentes em Cabo
Frio e Arraial do Cabo.
As atividades vinculadas ao turismo representam uma das importantes fontes de geração de emprego
e renda da Região, sendo sua faixa litorânea um espaço territorial privilegiado para o
desenvolvimento turístico.
A região apresenta características muito favoráveis à prática de pesca, seja esportiva, amadora,
artesanal ou profissional, que é realizada durante todo o ano, possuindo uma grande variedade de
espécies de peixes, crustáceos e mariscos.
Nas praias, o turista conta com quiosques, restaurantes e a comercialização de diversos produtos por
intermédio dos ambulantes, além da oferta de aluguel de barcos, equipamentos náuticos e demais
esportes aquáticos.
O período de maior fluxo de turistas corresponde aos meses de verão, além dos feriados
prolongados, embora conte com a presença de turistas durante todo o ano, em especial nos finais de
semana. Como estratégia para atrair o maior número de turistas, os municípios têm promovido vários
eventos, incluindo desde festividades religiosas até festivais de verão e de inverno. Na Região dos
Lagos, predominam os veranistas procedentes do próprio Rio de Janeiro e de Minas Gerais. De modo
geral, a região constitui uma opção de segunda residência dos moradores de regiões vizinhas,
especialmente dos municípios do Rio de Janeiro e Niterói.
Pode-se afirmar que a concentração de atividades turísticas na costa foi o principal fator de indução
da implantação da atual infra-estrutura de serviços e comércio voltada para o atendimento do turismo
de recreação ou lazer.
A Região das Baixadas Litorâneas apresentou, em 2004, conforme Tabela 4.4.80, um PIB de
R$252,9 bilhões, equivalente a 2,1% do PIB estadual. Este valor significa um PIB per capita de R$
7.252, que a coloca como o segundo mais baixo PIB per capita dentre as oito regiões do Estado,
conforme apresentado no item 4.2 deste relatório. A participação da região na formação do PIB
estadual pode ser observada no Gráfico 3.3.38
Dentre os municípios que compõem a região, Cabo Frio é responsável por 21,4% na formação do PIB
regional, seguido por Araruama e Rio Bonito, cada um com cerca de 11,5%. Iguaba Grande e Silva
Jardim são os municípios com menor expressão em termos do Produto Interno Bruto, conforme pode
ser observado no Gráfico 4.4.38.
300,0
250,0
200,0
R$bilhão
150,0
100,0
50,0
0,0
2.000 2.001 2.002 2.003 2.004
1.200
1.000
800
R$milhão
600
400
200
Silva Jardim
Cabo Frio
Cachoeiras de Macacu
Iguaba Grande
Maricá
Rio Bonito
Saquarema
Araruama
Arraial do Cabo
1%
29%
65% 5%
100%
90%
80%
70%
60%
50%
Serviços
40% Comércio
30% Indústria
20% Agropecuária
10%
0%
A Região das Baixadas Litorâneas conta, na arrecadação municipal, com uma importante
contribuição proveniente dos royalties e participações especiais decorrentes da atividades de
exploração de petróleo na bacia de campos. A Tabela 4.4.82 apresenta os recursos provenientes
Os municípios que recebem maiores valores provenientes dos royalties do Petróleo são Rio das
Ostras (cerca de 50% do total da região) e Cabo Frio (22%), sendo ainda expressiva em Armação
dos Búzios e Casimiro de Abreu, conforme se observa no Gráfico 4.4.42.
250.000,0
200.000,0
R$1.000
150.000,0
100.000,0
50.000,0
0,0
Silva Jardim
Cachoeiras de Macacu
Cabo Frio
Iguaba Grande
Saquarema
Casimiro de Abreu
Maricá
Rio Bonito
Araruama
Arraial do Cabo
500.000,0
450.000,0
400.000,0
350.000,0
300.000,0
R$1.000
250.000,0
200.000,0
150.000,0
100.000,0
50.000,0
0,0
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
A importância dos royalties e participações especiais na região pode ser melhor observada por sua
comparação com as receitas correntes de seus municípios, apresentada na Tabela 4.4.83. O Gráfico
4.4.43 apresenta esta relação, onde se observa que a participação dos royalties equivale a 40% das
receitas correntes, sendo que em Rio das Ostras esta participação é de 67%, em Casimiro de Abreu,
de 46%, em Armação dos Búzios, de 47% e em Cabo Frio, de 43%.
1.000.000,0
800.000,0
600.000,0
400.000,0
200.000,0
0,0
Armação dos
Litorâneas
Silva Jardim
Rio Bonito
Araruama
São Pedro da
Maricá
Saquarema
Iguaba Grande
Arraial do Cabo
Cabo Frio
Cachoeiras de
Casimiro de
Baixadas
Abreu
Búzios
Macacu
Búzios, segundo dados do Ministérios do Trabalho e Emprego, era em 2004 o segundo maior
município do Estado em número de estabelecimentos hoteleiros, só ficando atrás da cidade do Rio de
Janeiro.
Os dados do Censo Demográfico de 2000, apresentados na Tabela 4.4.85, indicam que a Região das
Baixadas Litorâneas possuía, naquele momento, uma População Economicamente Ativa – PEA
equivalente a 293.208 pessoas e uma População Ocupada, de 247.159 pessoas, de forma que a
Taxa de Ocupação da região era de 84,3%, considerada baixa pois reflete uma Taxa de Desemprego
em Aberto de 15,7%.
Dentre a População Ocupada da Região das Baixadas Litorâneas, cerca de 50% se encontravam
empregadas em atividades características do turismo. Em Armação dos Búzios, este percentual
chega a mais de 62%. Estes índices são menos expressivos em Silva Jardim, Arraial do Cabo,
Casimiro de Abreu e Rio Bonito.
Segundo dados da Fundação CIDE, a rede hoteleira emprega 29% do pessoal ocupado no setor e os
bares e restaurantes são os estabelecimentos que mais empregam, responsáveis por 58% do
pessoal ocupado no setor.
Os dados apresentados anteriormente mostram que o turismo tem uma participação significativa na
economia dos municípios da Região das Baixadas Litorâneas. Os municípios apresentam uma boa
infra-estrutura turística, com uma gama variada de hotéis, pousadas, apart-hotéis, restaurantes,
bares, quiosques e atividades de lazer náutico e praiano. Armação de Búzios é o município com a
rede hoteleira mais estruturada e sofisticada da região, dispondo de diferentes categorias de
hotelaria: resorts, hotéis, pousadas e albergues, cabendo destacar a grande expressão, em toda a
região, do uso de segundas residências como alternativa de alojamento. É também habitual,
sobretudo na alta temporada, o aluguel de moradias de residentes permanentes locais.
De modo geral, a Região dos Lagos assistiu, nas últimas décadas, o crescimento das atividades
turísticas em decorrência da beleza natural do litoral e da ampliação da rede de rodovias, além da
melhoria das vias de acesso aos balneários. Entretanto, o dinamismo promovido não veio
acompanhado de infra-estrutura básica e de políticas municipais de ordenamento e uso do solo, que
A indústria do turismo, aliada à especulação imobiliária, vem causando danos ao meio ambiente
costeiro, com a descaracterização da faixa litorânea, a partir da execução de aterros para
implantação de empreendimentos imobiliários. Grande parte dessas construções não possui ligação
com a rede geral de esgoto e não possuem tratamento, havendo lançamento indiscriminado de
esgotos “in natura” nos corpos d’água e despejo de resíduos sólidos urbanos de forma inadequada,
comprometendo os corpos d’água e o potencial paisagístico e turístico.
Segundo os dados publicados no Perfil dos Municípios Brasileiros – Meio Ambiente, 2000, a
ocupação desordenada do solo e a implantação de empreendimentos imobiliários foram os principais
motivos de alteração ambiental que afetou a paisagem da região.
O município de Rio das Ostras possui uma vasta linha costeira, onde se situam diversas praias,
dentre as quais as do Abricó, Areias Negras, Boca da Barra, Bosque, Centro, Costa Azul, Enseada
das Gaivotas, Itapebussus, Joana, Mar do Norte, Pedrinhas, Pescadores, Remanso, Tartarugas e
Virgem. Já as maiores ilhas são a Ilha do Costa e a Ilha do Coqueiro Só. Como atrativos naturais
dispõe, ainda, de lagoas – Iriri, Salgada e Itapebussus, além de um Parque Municipal e da Reserva
de Itapebussus e parte da Reserva da União.
O ecoturismo é outra importante modalidade de turismo local, bem como o turismo rural, já que a
maior parte da área geográfica do município localiza-se em área rural, em que predominam fazendas
de gado de corte e leite. Conta, inclusive, com um Circuito Eco Rural.
Casimiro de Abreu
O município de Casimiro de Abreu apresenta uma grande gama de recursos naturais, abrangendo
diferentes ecossistemas: mangues, restingas, matas de baixada e altitude, além de possuir várias
nascentes de rios e cachoeiras que desembocam nas praias, qualidades que potencializam o
desenvolvimento turístico local.
Uma importante atividade municipal é o ecoturismo, incentivado pelo fato do município contar, em seu
território, com Áreas de Proteção Ambiental, Reservas Particulares do Patrimônio Natural e Reservas
Públicas.
Dentre as praias locais sobressaem a Prainha, situada no encontro do rio São João com o oceano; e
o Praião, de areias monazíticas.
Armação de Búzios
O município de Armação dos Búzios se constitui em um dos mais sofisticados balneários do Rio de
Janeiro e reúne, além do patrimônio natural, uma excelente infra-estrutura turística, dispondo de
diferentes categorias de instalações hoteleiras, além de vários bares e restaurantes. Também oferece
uma movimentada vida noturna.
Localizado em uma península, com mais de 15 praias, dentre as quais pode-se citar a Rasa, da
Tartaruga, dos Amores, Azeda, Azedinha, João Fernandes, da Ferradura, Ferradurinha e Geribá.
Escunas e traineiras fazem percursos turísticos no litoral e, durante o verão, aportam diversos
transatlânticos de cruzeiro marítimo. O município dispõe de uma sofisticada marina, que permite o
acesso de barco ao município. Além do Iate Clube o município conta também com clubes de golf e de
hipismo.
O ecoturismo também tem sido um fator de atração do turismo do município. O turista tem como
opção de lazer caminhadas e trilhas ecológicas pelas reservas das Emerências e Tauá, e a prática de
esportes como rafting, rapel, trekking e mountain bike. Atividades de vela, surf, windsurf, mergulho e
demais esportes náuticos também são praticadas em Búzios. O mergulho pode ser praticado nas
praias do Balneário ou nas Ilhas da Âncora, Gravatas, Filhote e Feio, com distancia máxima da costa
de cerca 6 milhas náuticas.
A Colônia de Pesca possui um Museu Histórico de Armação dos Búzios que resgata histórias e fatos
da comunidade. Dentre o acervo, objetos, pinturas, documentos e fotos que contam um pouco da
origem da cidade e atividade na região. Dentre os principais atrativos turísticos de Búzios, destacam-
se:
Armação dos Búzios com com um importante Patrimônio Natural, onde se destacam a Enseada de
Manguinhos, o Mirante da Praia Brava, o Mirante da Praia de João Fernandes, o Mirante da Praia do
Forno, a Ponta da Lagoinha, a Ponta das Emerências, a Ponta do Criminoso , a Reserva de Tauá, a
Restinga de Tucuns e a Trilha para as Poças, segundo informações da Turisrio.
Cabo Frio
Cabo Frio caracteriza-se como o principal pólo turístico da Região dos Lagos. O auge do fluxo de
turistas a esse município ocorre durante a época das festividades de carnaval. Segundo a Prefeitura
de Cabo Frio, o fluxo adicional de turistas chega, durante o período de carnaval, a representar 10
vezes o número da população residente. Existem muitas casas de veraneio e a cidade possui uma
boa infra-estrutura de hospedagem e restaurantes para receber os turistas.
O turismo é uma das principais atividades econômicas do município, na medida em que gera uma
grande quantidade de emprego e renda por meio dos inúmeros serviços necessários para o
atendimento aos turistas.
A cidade é conhecida por seu passado histórico que aparece na arquitetura colonial em monumentos
como o Forte São Mateus, construído em 1650, o Convento de N.S. dos Anjos e o Museu de Arte
Sacra com início da construção datada de 1615 e concluída em 1696.
Ao todo são cerca de 10 praias no município. A praia do Forte e do Peró são as mais conhecidas.
Outras atrações turísticas são a praia do Siqueira e a Ilha do Japonês, situadas em água doce. Na
praia das Dunas, a vegetação é a principal atração turística, a praia tem imensas dunas de areia
branca e fina, que se estendem até Arraial do Cabo. Dentre os principais atrativos turísticos de Cabo
Frio, destacam-se:
Arraial do Cabo
O município de Arraial do Cabo é formado, em sua maioria, por pescadores. Junto à atividade
pesqueira, a atividade turística é uma importante fonte de emprego e renda para a população local,
que trabalha nas pousadas, restaurantes, agências de turismo e nos diversos passeios marítimos
oferecidos aos turistas.
No município, situa-se o porto do Forno, que além de escoar a produção de minério de ferro e açúcar
produzido na região norte fluminense, tem ampliado suas atividades para a industria do petróleo e o
turismo, com a recepção de navios de grande porte, como os transatlânticos.
Arraial do Cabo é conhecido como a capital do mergulho. Na proximidade da costa encontra-se a Ilha
do Cabo Frio - Farol, onde se concentram os principais pontos de mergulho. Os pontos mais
procurados são: as grutas Azul (Thetis) e a gruta da Camarinha, com 22 metros de comprimento, a
18 a 36 metros de profundidade, situada na ponta do focinho; a Ponta Leste a 15 –30 metros de
profundidade, conhecida pela beleza dos cardumes de peixes que podem ser vistos no local.
O município conta ainda com diversos monumentos históricos dentre seus atrativos turísticos, com
destaque para a Casa da Pedra, localizada na Praia dos Anjos. A construção foi erguida pelos
portugueses em 1506, e é tida como uma das primeiras edificações do país. A Igreja Nossa Senhora
dos Remédios, também situada na Praia dos Anjos foi construída no século XVI. Tem-se ainda as
ruínas da Fortaleza do Marisco; as ruínas do Telégrafo, situadas no Morro do Pontal do Atalaia; as
Ruínas do Farol Velho, localizadas no ponto mais alto da Ilha de Cabo Frio/do Farol. A Ilha do Farol
integra a Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, além de ser uma Reserva Ecológica
Municipal.
Araruama
O município de Araruama é conhecido por abrigar em seu território a Lagoa de Araruama. A Lagoa
possui 160 quilômetros dos 850 da extensão da região costeira fluminense. É a maior Lagoa do
mundo em hipersalinidade permanente.
Suas praias possuem águas calmas, mornas e rasas, sendo muito utilizadas para a prática de
esportes náuticos, como windsurf, vela, jet ski, canoagem, kitesurf e pesca esportiva. A Lagoa de
Araruama é o maior atrativo natural da região e estende-se pelos municípios de Saquarema,
Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo.
Como estratégia para atrair o maior número de turistas, o município têm promovido vários eventos,
incluindo desde festividades religiosas e agropecuárias. Dentre eles destacam-se:
Saquarema
Saquarema possui cerca de 60 km de praias oceânicas, muitas de águas claras que turisticamente
são bastante atrativas, além das praias da Lagoa de Jaconé. São 12 opções de praias que propiciam
o desenvolvimento de diversas atividades como campeonatos de pesca, jet-ski, mergulho, vela e
surfe.
Saquarema tornou-se mundialmente conhecida, principalmente nos anos 80, como a capital brasileira
do Surfe, o que projetou a cidade turisticamente. Destaca-se a Praia de Itaúna, com ondas de até 3 m
de altura, onde ocorre anualmente, no mês de maio, um festival de surfe.
Nas praias de Saquarema, nos meses de verão, as águas se tornam mais mansas devido à formação
de bancos de areia, criando piscinas naturais. São muito procuradas para a pesca de arremesso. Em
toda a sua orla registra-se a presença de quiosques padronizados, que vendem petiscos e bebidas,
principalmente nos meses de verão e feriados prolongados.
Além dos aspectos naturais característicos do local, as atividades culturais promovidas na região e o
patrimônio histórico e cultural, em linhas gerais, apresentam-se como fortes atrativos nos municípios
estudados. Dentre eles podem ser destacados:
Maricá
O município é banhado pela lagoa de Marica. Com uma área de 18,74 km², a lagoa de Marica recebe
distintos nomes para cada localidade – Lago Grande, Lagoa da Barra, Lagoa do Padre, Lagoa de
Araçatiba e Lagoa de Guarapina, esta última ligando o complexo lacustre de Maricá ao oceano, na
altura de Ponta Negra.
As lagoas, com trechos próprios para banhos e esportes náuticos, juntamente com as praias,
complementam os dotes naturais que atraem um número significativo de turistas. A Prefeitura tem
buscado valorizar o turismo cultural do município, através de divulgação dos pontos e das Fazendas
históricas existentes no local. Um bom exemplo é a Fazenda Itaocaia, do século XVIII, do período da
escravidão e do ciclo da cana-de-açúcar. É possível visitar as ruínas da senzala, a capela quase
intocada e o seleiro.
Rodoviário
As principais rodovias de acesso à Região das Baixadas Litorâneas são:
BR-101 –atravessa todo o litoral brasileiro, do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte. No Estado
do Rio de Janeiro, desenvolve-se no sentido longitudinal, em duas direções – Sul e Norte, em relação
à área central da cidade do Rio de Janeiro. O setor Sul inclui dois segmentos de grande importância
regional: a Avenida Brasil e a Rodovia Rio-Santos. No sentido Norte representa a principal via de
entrada na Região das Baixadas Litorâneas, através da ponte Rio-Niterói, passando por Niterói, São
Gonçalo e Itaboraí, corta a região em, Rio Bonito, Silva Jardim, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras,
seguindo em direção a Campos dos Goytacazes. Dela partem vias que se dirigem às cidades
costeiras (RJ 114, 124, 138 e 162).
RJ-106 – Rodovia Amaral Peixoto, a partir de Niterói, em Tribobó, dirige-se a Maricá, Saquarema,
Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação de Búzios.
RJ-124 – Via Lagos, sai da BR-101, em Rio Bonito, dando acesso a Araruama, Iguaba Grande e São
Pedro da Aldeia, quando se liga à RJ-106.
Ferroviário
A Região das Baixadas Litorâneas é servida pela Ferrovia Centro-Atlântica S/A – FCA, inclui o
Terminal de Marítima, no centro da cidade do Rio de Janeiro e pátios ferroviários em Duque de
Caxias, Campos dos Goytacazes e Paraíba do Sul. A linha tronco Campos Elíseos – Campos dos
Goytacazes atravessa, na região os municípios Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim e
Rio Bonito, transportando exclusivamente carga.
Aéreo
O Município de Cabo Frio possui Aeroporto Internacional, com pista de 1.700 m, funcionando desde
2001. Constitui-se na principal base aérea para onde convergem os turistas que demandam a região.
Marítimo
No município de Cabo Frio, situa-se um dos principais portos de desembarque pesqueiro industrial do
Estado do Rio de Janeiro.
No município de Arraial do Cabo há o Porto do Forno, que é administrado pela Companhia Municipal
de Administração Portuária (COMAP). As principais cargas são: sal, barrilha, óleo diesel
(embarcadas) e granel sólido de sal (importado).
A Região Serrana localiza-se no maciço da Serra do Mar. Dentre seus municípios, Petrópolis,
Teresópolis e Nova Friburgo, principais cidades localizadas entre as montanhas da Serra dos Órgãos
que, segundo a Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro – Turisrio, oferecem condições
para o desenvolvimento de atividades turísticas e de lazer.
• Cantagalo;
• Carmo;
• Cordeiro;
• Duas Barras;
• Macuco;
• Nova Friburgo;
• Petrópolis;
• Santa Maria Madalena;
• São José do Vale do Rio Preto;
• Teresópolis;
• Trajano de Morais;
Região Serrana apresentou, em 2004, um Produto Interno Bruto – PIB de R$ 7 bilhões, equivalente a
2,8% do PIB estadual, sendo o 4º maior PIB entre as oito regiões do Estado. Petrópolis, Nova
Friburgo e Teresópolis são responsáveis pela formação de mais de 80% do PIB regional. A Tabela
4.4.86, a seguir, apresenta os valores do PIB Municipal, Regional e Estadual no período 2000 a 2004.
O Gráfico 4.4.44 mostra a participação do PIB da Região Serrana na formação do PIB estadual e o
Gráfico 4.4.45 mostra a comparação entre os PIBs municipais da Região Serrana.
300,0
250,0
200,0
R$bilhão
150,0
100,0
50,0
0,0
2.000 2.001 2.002 2.003 2.004
3.000
2.500
2.000
R$milhão
1.500
1.000
500
0
Sta M. Madalena
Macuco
Trajano de Moraes
Cantagalo
Cordeiro
S.Sebastião do Alto
Petrópolis
Carmo
Sumidouro
Bom Jardim
Duas Barras
Teresópolis
A distribuição do Produto Interno Bruto, apresentada na Tabela 4.4.87 e no Gráfico 4.4.46, mostra
que o setor de serviços é francamente predominante , sendo responsável pela formação de mais de
55% do PIB regional, seguido pelo setor industrial responsável por 34%. O PIB do setor agropecuário
adquire alguma importância na região, representando 5% do PIB total.
5%
34%
55%
6%
100%
80%
60%
40%
Serviços
Comércio
20% Indústria
Agropecuária
0%
Bom Jardim
Carmo
Nova Friburgo
Trajano de Moraes
Cantagalo
Cordeiro
Macuco
Sumidouro
Região Serrana
Duas Barras
Petrópolis
Teresópolis
S.Sebastião do Alto
Dentre os estabelecimentos econômicos da Região Serrana, 69% enquadram-se nas categorias que
compões as Atividades Características do Turismo, sendo este percentual em Teresópolis, de 73%,
em Petrópolis, de 71%, e em Nova Friburgo, de 66%, conforme apresentado na Tabela 4.4.88
Dados do Censo Demográfico de 2000 indicam uma População Economicamente Ativa na Região
Serrana de 371.705 pessoas. A População Ocupada, naquele momento, era de 325.197
trabalhadores, resultando em uma Taxa de Ocupação, de 87,5%, ou seja, um desemprego em aberto
de 12,5% da PEA.
O turismo na Região Serrana está concentrado nos municípios de Petrópolis, Teresópolis e Nova
Friburgo que, pelos dados acima apresentados, têm neste setor um importante componente de sua
vida econômica, sendo gerador de um significativo número de empregos e assegurando a sua
populações condições melhores de renda.
Nova Friburgo
A colônia de Nova Friburgo foi criada por decreto real no dia 16 de maio de 1818, quando D. João VI
contratou a vinda de 400 famílias suíças para instalar-se nesta área, que na época era conhecida
como Fazenda do Morro Queimado. Em 1824, foi acrescido à Vila de Nova Friburgo um contingente
alemão. A partir dessa data, a região passou a receber imigrantes italianos, libaneses. espanhóis e
japoneses, entre outros. Essa colonização se reflete na arquitetura e na gastronomia local.
Nova Friburgo está localizada em uma das maiores reservas da fauna e da flora do Estado.
Circuitos turísticos: Ponte Branca, Tere-Fri, Lumiar e São Pedro da Serra, Sabor Mury, Cão
Sentado, Caledônia, Moda Íntima de Olaria e Caminhadas do Centro.
Festividades: Festa do Colonizador, Festival da Truta, Festival de Inverno, Festival das Colônias,
Festa de Queijos e Vinhos, Friburgo Festival, Festa da Arte e Festa Alemã, Encontro Nacional de
Motociclistas.
Um forte atrativo no município é o pólo de moda íntima, com mais de mil confecções.
Petrópolis
Petrópolis nasceu e se desenvolveu como cidade imperial, sendo utilizada por D. Pedro II, que ali
passava temporadas de verão. A antiga residência de verão da família real transformou-se no Museu
Imperial, com grande acervo de objetos pertencentes à realeza, inclusive a coroa de D. Pedro II.
Petrópolis, como Nova Friburgo, foi colonizada por imigrantes suíços e alemães, que deixaram suas
marcas nos hábitos, costumes, cultura e arquitetura da região.
Catedral de São Pedro de Alcântara, inaugurada em 1925. Possui arquitetura em estilo gótico do
século XVIII. Dentro da igreja encontram-se os túmulos do Imperador D. Pedro II e da Imperatriz
Tereza Cristina. Centro de Cultura Raul de Leoni
Igreja Luterana Brasileira tem sua história iniciada praticamente com a fundação de Petrópolis em
1843, construída por colonos alemães protestantes.
Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus construída no século por migrantes alemães católicos.
Museu Casa de Santos Dumont, antiga residência de Santos Dumont, que foi transformado em
museu.
Museu Imperial, construído entre 1845 e 1874. Foi o palácio imperial de veraneio do Imperador. Seu
jardim foi criado pelo botânico francês Jean Baptiste Binot. No museu encontra-se acervo de jóias,
móveis,documentos, roupas, louças, carruagens e uma das primeiras locomotivas do Brasil.
Palácio de Cristal, inaugurado em 1884. Foi utilizado como a sede da Associação Hortícola e Agrícola
de Petrópolis, dirigida pelo Conde D'Eu. Construído nas oficinas de S. A. de Saint-Sauver-Les Arras,
na França, era palco de exposições de flores e salão de festas. Em 1967, o Palácio de Cristal foi
tombado pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico Nacional, integrando o conjunto arquitetônico
e paisagístico da Praça da Confluência, passando a ser utilizado para exposições e concertos.
Alguns distritos e bairros afastados de Petrópolis como Itaipava, Corrêas, Nogueira, Araras, Pedro do
Rio e Secretário, recebem um número muito significativo de turistas e veranistas, sendo que Itaipava
reúne atualmente um conjunto de hotéis, pousadas e restaurante que o transformaram na área mais
nobre do turismo em Petrópolis.
Teresópolis
Em 22 de janeiro de 1808, juntamente com a família real portuguesa chegava ao Brasil o anglo-
lusitano George March, que subiu a Serra dos Órgãos em busca de um clima mais apropriado,
encontrando, a 910 metros de altitude, a região mais alta e fria do Estado do Rio de Janeiro.
March e outros ingleses, em 1820, aqui estabeleceram o que foi o único núcleo brasileiro de
colonização britânica, a Fazenda dos Órgãos, ou, como era mais conhecida, a Fazenda March.
Lentamente, o povoado foi se desenvolvendo e passando à categoria de Freguesia de Santo Antônio
do Paquequer, em 1855. Em 5 de janeiro de 1874 D. Pedro II, em companhia da Imperatriz, veio
visitar Teresópolis. Hospedaram-se no Sítio São Luís, no atual Quebra-Frascos, onde a Imperatriz
Tereza Cristina, como recordação de sua passagem, plantou uma araucária. D. Pedro ficou tão
entusiasmado com a beleza da região, que prometeu — mas não cumpriu — torná-la capital do
Império.
Todo o crescimento e posterior desenvolvimento desse pequeno núcleo se verificou no sentido Norte-
Sul, isto é, os comerciantes que vinham das Minas Gerais em direção ao porto da Estrela, nos fundos
da Baía da Guanabara, passando por Petrópolis, visavam esta região como ponto estratégico de
repouso. Já Tiradentes e outros Inconfidentes preveriam esta via para se deslocarem entre Ouro
Preto e o Rio de Janeiro, justamente para evitar a passagem por Petrópolis. Bem mais tarde o fluxo
foi invertido no sentido Sul-Norte, com a ligação rodoviária entre o Rio de Janeiro e Teresópolis, em
1959, pelo presidente Juscelino Kubitschek.
Em 6 de julho de 1891, através do decreto nº 280 do governador Francisco Portela, a freguesia foi
desmembrada do território de Magé e alçada à condição de município, passando a denominar-se
Teresópolis, em homenagem à Imperatriz Teresa Cristina, com um território de 772,46 km2.
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos e o Parque Estadual dos Três Picos. Nesse cenário,
destaca-se o ‘Dedo de Deus’, com 1657 metros de altitude, e a ‘Pedra do Sino’, ponto culminante do
estado, com 2263 metros de altitude. Neles são realizadas atividades de alpinismo, excursionismo e
caminhadas ecológicas, contando com a infra-estrutura de abrigos apropriados durante o percurso.
O Mirante do Soberbo. Trevo de entrada para Teresópolis na Rodovia BR-116. Em dias claros,
avista-se o Grande Rio, a Baía de Guanabara e a Baixada Fluminense. Do local avistam-se também
os Picos Dedo de Deus, Dedo de Nossa Senhora, entre outros. Visitação permanente.
Orquidário Aranda – onde são expostas e comercializadas uma grande variedade de Orquídeas,
entre espécies e híbridos. O Orquidário foi criado com o objetivo principal de preservar as espécies
brasileiras e estrangeiras, através de pesquisas e fecundações artificiais, feitas em laboratório. O
local é circundado por densa vegetação, entre pinheiros, araucárias e cedros.
Vale dos Frades - Cachoeira dos Frades - Lá encontra-se o Morro dos Cabritos que é muito escalado.
A cachoeira possui uma queda de aproximadamente 10 m de altura.
Infra-estrutura Viária
BR-040 – Rodovia Washington Luis – principal via de acesso a partir da cidade do Rio de Janeiro
para Petrópolis, dando acesso a Araras, Itaipava e Pedro do Rio, segue para Juiz de Fora, Belo
Horizonte e Brasília. A partir de Nogueira, pela BR-495, dá acesso a Teresópolis
BR-116 – Rodovia Presidente Dutra, principal acesso da cidade do Rio de Janeiro para Teresópolis.
A rodovia atravessa o país do Rio Grande do Sul a Fortaleza, no Ceará.
4.4.6.1 Introdução
A Área de Influência Direta – AID do COMPERJ foi definida como os municípios que têm todo ou
parte de seus territórios localizados dentro de um raio de 20 km de distância do sítio do
empreendimento. Ela inclui, portanto, os municípios de Itaboraí, Guapimirim, Cachoeiras de Macacu,
Tanguá, Magé, Rio Bonito e São Gonçalo.
Todos os municípios da AID pertencem ao Conleste e tiveram suas características gerais analisadas
na Seção 4.4.4, de modo que, a seguir, são descritas de forma detalhada as características
particulares de cada um desses municípios, atendendo aos requisitos apresentados na Instrução
Técnica DECON nº 01/2007, da Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente – FEEMA.
Os estudos da AID foram realizados com base em informações obtidas a partir de pesquisa junto às
Prefeituras Municipais, sendo complementadas por dados secundários, principalmente provenientes
do IBGE, Fundação CIDE e dos portais eletrônicos das Prefeituras Municipais.
Distritos
O Município de Itaboraí está dividido em 8 distritos, cujas principais características são apresentadas
a seguir.
Itambi tem uma significativa atividade cerâmica devido à presença expressiva de argila. Em seu
território encontram-se manguezais incluídos na Área de Preservação Ambiental de Guapimirim.
Atualmente Itambi apresenta-se como o terceiro distrito mais urbanizado do Município, com uma
população em torno de 20 mil habitantes.
Nele se encontra a Bacia Calcária de São José, descoberta em 1928. A existência de uma grande
reserva de calcário na época provocou a instalação da fábrica de cimento Mauá em Guaxindiba, em
1932. Em 1983 a Cia de Cimento Mauá deixou de explorar a pedreira devido ao esgotamento das
reservas de calcário. Desde então, as águas das nascentes, anteriormente dragadas pela
Companhia, ficaram represadas e formou-se a atual Lagoa de São José.
Vários fatores influenciaram o crescimento das áreas urbanas em Manilha a partir da década de 70,
tendo como pontos principais o declínio das áreas ocupadas por laranjais e a valorização da terra
para ocupação urbana.
No período 1994-2001 o município de Itaboraí teve uma perda de quase 50% na participação de sua
cobertura florestal na ocupação do solo, que se refletiu na ampliação de suas áreas urbanas,
agrícolas e de pastagens. As principais áreas de cobertura florestal estão principalmente localizadas
no Maciço do Barbosão, que é uma das últimas áreas verdes, em bom estado de preservação no
município.
As pastagens representam o uso do solo predominante no município, sendo ainda expressivo o uso
com atividades agrícolas. Os usos agropecuários apresentaram um crescimento expressivo entre
1994 e 2001. O uso com áreas urbanas era expressivo em 2002, sendo o que apresentou maior
crescimento entre 1994 e 2001 (5,4 pontos percentuais).
Unidades de conservação
• APA de Guapimirim;
• Parque Estadual Mosaico – Sambe – Santa Fé;
• Parque Florestal do Barbosão (municipal);
• Parque Paleontológico de São José de Itaboraí (municipal).
Estrutura fundiária
Em Itaboraí encontra-se um assentamento rural – Comunidade São José - onde se localizam 200
famílias, com um total de cerca de 1.000 pessoas.
Valor da Terra
Informações fornecidas pela Imobiliária Santos Dumont, de Itaboraí, indicam que os lotes urbanos no
1º Distrito (Itaboraí), custam em média 6 (seis) vezes mais do que nos demais distritos do município.
Em Itambi, Porto das Caixas e Manilha, encontram-se lotes com valores variando de R$25,00 a
R$55,00 por m2, situação que hoje já se observa nas áreas localizadas no entorno do terreno do
COMPERJ. Em Sambaetiba este valor se reduz para R$20,00 a R$30,00, decaindo ainda mais nos
demais distritos. Já as terras rurais apresentam valores médios em cerca de R$6.000,00 por
hectares, embora estes valores apresentem alta variabilidade em função do tamanho da área, da
acessibilidade e das condições gerais do terreno.
Os distritos com maior presença de bairros populares e populações de baixa renda são Itambi,
Visconde de Itaboraí, Manilha e Porto das Caixas. Em Itambi, os locais com maior vulnerabilidade
social encontram-se às margens dos rios e de trilhos de trens. Nos distritos de Visconde de Itaboraí e
Porto das Caixas, nas margens da linha férrea. E em Manilha, as margens da rodovia BR-101,
também estão ocupadas por população em risco social, seja em situação de pobreza, seja em locais
marcados pela violência. No 1º Distrito, a situação mais grave é encontrada em Reta Velha, às
margens da RJ-116, marcada por constantes problemas de inundações e violência urbana.
Em Venda das Pedras, 990 casas foram invadidas. Outra invasão ocorreu na área do Centro do
município, denominado Eunice Basbaum/Caluge, próximo à BR 101. A Prefeitura Municipal ainda
indica como problema as ocupações irregulares nas antigas fazendas de laranjas.
Dados da Fundação CIDE, baseados no Censo Demográfico 2000, do IBGE, indicam uma situação
onde 48% dos domicílios apresentavam carência de infra-estrutura e outros 9% com deficiência de
infra-estrutura, sendo que em 11% dos domicílios identificava-se situação de adensamento
excessivo. Em 2000 estimava-se um déficit habitacional de 3.535 domicílios.
As áreas com maior risco ambiental, em decorrência da pressão humana, se encontram no entorno
da APA de Guapimirim e dos rios Macacu e Caceribu e no complexo das serras do Barbosão e
Sambê.
Plano Diretor
COMPERJ
População
Aspectos Demográficos
Tabela 4.4.95 População Residente (2000) e Estimada (2007) com os novos distritos.
Densidade
População População
Demográfica
Distritos Residente Residente Área (Km²)
Estimada 2007
Censo 2000 Estimada 2007
(Hab / Km²)
1º-Itaboraí- Centro 89.479 105.469 50 2109
2º-Porto das Caixas 4.911 5.789 52 111
3º-Itambi 20.222 23.836 73 327
4º-Sambaetiba 5.880 6.931 55 126
5º-Visconde de Itaboraí 6.939 8.179 28 292
6º-Cabuçu 7.359 8.674 95,2 91
7º-Manilha 48.534 57.207 38,4 1490
8º-Pachecos 4.155 4.898 37 132
Total 187.479 220.982 428,6 516
Fonte: SSPLAN / SMS de Itaboraí estimativa com base no crescimento populacional geral do
município.
A densidade demográfica, em 2000, era de 436,81 hab/km2, sendo estimada em 516 hab/km2, em
2007.
Segundo dados da Fundação CIDE, o município cresceu a uma taxa média geométrica anual,
entre 1991 e 2000, de 3,34%, sendo a taxa liquida de migração, no período, de 1,74 %, e a taxa
de crescimento vegetativo, de 1,60 %. Estas taxas representam um nível elevado de crescimento
demográfico em Itaboraí, tendo em vista que o Estado do Rio de Janeiro cresceu no mesmo
período a uma taxa média anual de 1,3% e o país a 1,64%.
70 a 79 ano s 4.941
60 a 69 ano s 10.099
50 a 59 ano s 17.315
40 a 49 ano s 28.110
30 a 39 ano s 35.948
20 a 29 ano s 41.607
15 a 19 ano s 21.840
10 a 14 ano s 21.086
5 a 9 ano s 21.211
1a 4 ano s 17.803
A população é constituída por 19,1% de pessoas com menos de 10 anos e 19% na faixa etária de
dez a dezenove anos. A população idosa, com mais de 60 anos, corresponde a 7,5% e o
contingente em idade produtiva, de 20 a 59 anos, representa 54,4%.
Itaboraí apresentava em 1991 uma taxa extremamente elevada de mortalidade infantil, que sofreu
considerável redução em 2000, como resultado da melhoria de seus serviços de saúde, em
especial pela expansão de suas unidades de saúde da família. De toda forma, Itaboraí ainda se
mantém com uma taxa superior a observada na média do Estado (21,2). A esperança de vida ao
nascer cresceu 4,7 anos, entre 1991 e 2000, crescimento superior ao observado no Estado como
um todo (3 anos), mas mantendo-se em patamar inferior ao do Estado (69,4 anos). A taxa de
fecundidade apresentou pequeno decréscimo no período, mantendo-se em nível superior ao da
média do Estado (2,1).
Qualidade de vida
Itaboraí ocupava, em 2000, a 66ª posição entre os 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro,
com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,737, considerado representativo da
categoria “médio desenvolvimento humano”, valor bem abaixo do observado no Estado como um
todo, equivalente a 0,807, que o insere na categoria “alto desenvolvimento humano”. No período
1991-2000, Itaboraí apresentou um crescimento de 12,18% de seu IDH-M, a um ritmo superior ao
do Estado (7,17%). O crescimento do IDH-M de Itaboraí se deveu, principalmente, a seu
componente Educação, que apresentou um acréscimo de 42,5%.
O município de Itaboraí apresentava, em 2000, uma renda média per capita equivalente a quase a
metade da média estadual, que era de R$413,90, ficando na 75ª colocação no ranking dos
municípios com maior renda per capita no Estado, ou seja, apenas 16 dentre os 91 municípios do
Estado apresentavam pior situação em termos de renda per capita. A presença de moradores de
baixa renda em sua população era de 28,9%, muito acima da média estadual (19,2%), cabendo
destacar que Itaboraí, apresentou uma forte redução da proporção de pobres dentre sua
população na década de 1990, já que em 1991 esta proporção era de 40,2%. A concentração de
riqueza no município, indicada pelo Índice de Gini era 0,52, menor do que a média do Estado
(0,61).
A Tabela a seguir mostra a baixa apropriação da renda municipal pelas camadas mais pobres da
população, cabendo ao segmento dos 20% mais pobres 2,7% da renda no município e aos 20%
mais ricos 55,9%.
Itaboraí possuía, em 2000, 12,9% de sua população vivendo abaixo da linha de indigência
(considerada como a população com renda familiar média abaixo de ¼ do salário mínimo, que era
de R$150,00 em 2000) e outros 28,9% abaixo da linha de pobreza (considerada como a
população com renda familiar média abaixo de 1/2 salário mínimo), índices bastante superiores
aos apresentados em média pelo Estado, que eram, respectivamente, de 7,9% e de 19,2%.
Observa-se que entre 1991 e 2000, houve uma redução das parcelas da população de Itaboraí
consideradas indigentes e pobres, por outro lado, houve um aprofundamento da intensidade da
indigência e da pobreza, particularmente marcante no primeiro caso. Ou seja, é menor a parcela
da população abaixo das linhas de indigência e pobreza, mas o que aí se encontram estão, em
média, auferindo rendas em níveis relativamente inferiores aos observados em 1991.
Em 2000, 11% da população de Itaboraí tinha sua renda familiar per capita proveniente, em mais
de metade de seu valor total, de rendimentos de aposentadoria, pensão e programas oficiais de
auxílio. De modo que é de se esperar que atualmente o quadro de pobreza e indigência tenha
sofrido uma alteração importante, tendo em vista a forte ampliação de programas governamentais
como o Bolsa Família.
bastante deficitários do nível educacional de sua população adulta, tendo por referência que a
taxa média de analfabetismo do Estado é de 7,6% e a média de anos de estudo é de 7,2 anos.
Cabe, no entanto, destacar a forte melhoria apresentada nos indicadores do nível educacional da
população jovem em relação a 1991, que expressam os esforços realizados pela rede de ensino
no município.
A pesca realizada no rio é com anzol, sendo proibido pescar no rio com tarrafa e rede. Já na Baia
de Guanabara são utilizadas rede e tarrafa. Os barcos utilizados são artesanais, rasos e estreitos
para poder entrar no mangue. Os mais utilizados são os de polpa de rabeta longa de 10 hp.
Com relação ao tipo de pescado, os peixes mais comuns são a tainha, o robalo, o bagre, a
corvina, a tilapia e o tambaqui, não havendo registro do volume da produção. O caranguejo é o
principal produto explorado. O pescado é comercializado no próprio Município ou no máximo no
seu entorno. Toda a produção de caranguejo é comercializada nos restaurantes de Itaboraí.
Na atividade pesqueira, a figura masculina é mais presente. As mulheres não se envolvem muito
com a atividade de catação de caranguejo, pois as condições são muito insalubres. Mas elas têm
uma participação na cooperativa, e realizam um programa de produção artesanal a partir do
material reaproveitável e reciclado do lixo do mangue, que tem o suporte técnico da ONG Roda
Viva. O resultado desse trabalho são os “Produtos do Mangue”, marca registrada que os artesões
comercializam e com o qual geram renda familiar.
A prefeitura de Itaboraí, através da Secretaria de Meio Ambiente tem um projeto para Itambi, que
dá assistência social às famílias de caranguejeiros, no período do defeso, de 1o de outubro a 1o de
dezembro.
A colônia de pesca dessa região é a Z-8, há uma sede para fiscalização em Itambi da Secretaria
de Meio Ambiente. Há uma associação de pescadores e catadores vítimas do vazamento de óleo
do acidente de trem (óleo Diesel) ocorrido em 2005, em Porto das Caixas, no rio Porto das Caixas
(afluente do Caceribu). Esse grupo é acompanhado pelo Ministério Público e existem várias ações
direcionadas para eles. Itaboraí realizou este ano o primeiro Festival do Caranguejo, e acredita-se
que os catadores serão integrados a esse evento de uma forma gradativa.
Uma outra conquista é o entreposto de pesca em Itambi, que foi financiado pelo PRONAF. O
entreposto é para beneficiamento e congelamento da carne pré-cozida de caranguejo, que será
embalada sem manipulação, garantindo qualidade sanitária evitando o risco de contaminação. A
câmara frigorífica do entreposto de Itambi tem capacidade de estocar 13 toneladas de carne de
caranguejo e peixe. O entreposto é ligado a Secretaria de Agricultura e está sendo firmado um
convênio com os pescadores e catadores para eles operarem no entreposto.
saneamento básico.
6%
24%
70%
Existe, também, uma carência grave do sistema de coleta e tratamento de esgoto no município,
conforme pode ser verificado no gráfico a seguir.
22%
28%
9%
41%
Rede geral Fossa séptica Fossa rudimentar Não tem instalação sanitária
Fonte: Datasus/2000
São produzidos, em Itaboraí, cerca 110 toneladas/dia, havendo aumento da quantidade de lixo em
dezembro, janeiro e fevereiro.
A coleta é realizada através de caminhão compactador e Fiorino para coleta do lixo hospitalar,
sendo a coleta diária no centro de Itaboraí e 3 vezes por semana nos outros distritos.
A destinação final do lixo é o Aterro Sanitário de Itambi, tendo sido desativado o lixão pré-
existente, em 2002. O aterro é coberto todos os dias com argila, o chorume vai para um lago e,
quando acumula, é despejado no próprio aterro (recirculação do chorume).
Destinação do Lixo
9%
30%
56%
5%
Fonte: Datasus/2000
O Atlas Municipal de Itaboraí apresenta a seguinte situação da coleta de lixo em seus distritos.
Educação
Segundo a Secretaria Municipal de Educação de Itaboraí, desde 2001, vem-se buscando melhorar
a infra-estrutura física das escolas do ensino básico: foram construídas salas de aula em 12
escolas e equiparam as escolas com computadores e máquinas de copiar, dentre outros. O
investimento foi direcionado para as escolas que tinham maior número de alunos e escolas da
área rural como, por exemplo, em Sambaetiba. O principal objetivo foi dar mais carga horária
para os alunos que estavam em defasagem. Com isso as escolas de Itaboraí se tornaram locais
de referência, servindo inclusive para encontros da Agenda 21, do Plano Diretor, etc.
Nas escolas de ensino básico, todos os profissionais estão passando por capacitações, não só os
professores, mas as merendeiras, os zeladores etc.
assistentes sociais.
A Secretaria promove a Feira do Livro – é um evento amplo, envolvendo feiras nas escolas e na
praça principal da cidade, tendo por motivação uma homenagem ao itaboraiense Joaquim Manoel
de Macedo. Outro evento que realizam é o Café Literário: os professores recebem um bônus para
participarem, envolvendo uma programação diversificada, com teatro, corredor literário, cinema,
contadores de historias e oficinas.
Saúde
A rede de saúde em Itaboraí, constituída por hospitais, unidades de Saúde da Família e clínicas
particulares, está ilustrada na figura a seguir, extraída do Atlas Municipal de Itaboraí.
Consulta de especialidades.
Colonoscopia.
Ultra-sonografia.
Policlínica de Especialidades
Prefeito Francisco Nunes da Silva Ecocardiografia.
Broncoscopia
Eletrocardiograma
Oficinas terapêuticas.
Tococardiografia.
Serviço Social.
Nutrição.
Fisioterapia.
Radiologia simples.
Ultra-sonografia.
Radiologia simples
Clínica São João Batista
Internações de baixa complexidade em clínica médica.
Cirurgias de Catarata.
Clínica Santa Lúcia
Procedimentos de diagnóstico e terapia em
oftalmologia.
Ultra-sonografia ocular.
Fisioterapia
Terapia Ocupacional
Psicologia
.
Itaboraí conta ainda com dois estabelecimentos hospitalares estaduais, o Hospital Estadual
Prefeito João Batista Cáffaro (HEPJBC) e o Hospital Estadual Tavares de Macedo que se
encontram sob gestão e gerência da Secretaria Estadual de Saúde. As ações destes dois
hospitais são realizadas de forma não integrada e não hierarquizada na rede SUS de Itaboraí.
Tuberculose
A tuberculose tem representado importante endemia no município de Itaboraí. Apesar do declínio
das taxas de abandono e cura observadas ao longo dos últimos anos na cidade, a incidência
mantém um patamar elevado, o que talvez represente os esforços de busca e detecção de novos
casos. Segundo a Coordenação Tuberculose da SMS, em 2007, 104 pacientes estão em
tratamento.
Hanseníase
Embora se registrem importantes avanços na situação de controle no município de Itaboraí, a
hanseníase ainda representa um problema de saúde pública, caracterizado em 2003 por alto
coeficiente médio de prevalência (5,56 casos por 10.000 habitantes), e alto coeficiente de
detecção (3,67 casos por 10.000 habitantes). O problema se encontra nas áreas mais periféricas,
principalmente em populações de baixa renda com acesso precário à educação e serviços de
saúde. Segundo a Coordenação de Hanseníase da SMS, 38 pacientes se encontram em
tratamento.
Hepatites Virais
As hepatites virais também constituem agravos de importância para o município devido ao
crescente número de casos diagnosticados anualmente. Observa-se a existência de alguns casos
de Hepatite A que podem ser justificados pela precariedade do saneamento básico no município.
Tem-se observado, no entanto, um maior número de casos de Hepatites B e C, o que pode ser
atribuído ao despreparo do setor saúde, em todas as suas esferas, para atuação no controle
destes agravos, reforçando a necessidade de fortalecimento das ações de Vigilância das
Hepatites, uma vez que demonstra a existência de um grande número de notificações onde não é
possível determinar o agente etiológico. Em 2006 foram registrados 60 casos de hepatite.
Leptospirose e Dengue
Considerando que Itaboraí é um município que compõe a região metropolitana e que, portanto
possui uma grande densidade demográfica e crescimento desordenado, as doenças facilitadas
pelas chuvas encontram um cenário favorável, principalmente quando aliado a estes fatores está
a falta de saneamento básico. Desta forma, agravos com Leptospirose e Dengue são de grande
relevância para o município. Em 2006, foram registrados 5 casos de leptospirose e 348 de
dengue.
DST e AIDS
Os principais agravos registrados em Itaboraí são a sífilis congênita e em adultos, a herpes genital
e o condiloma acuminado. Em 2006, 24 novos casos de Aids foram notificados.
Meningite
As meningites possuem significativa importância no município, tendo sido registrados, nos últimos
3 anos cerca de 90 casos.
o Construção de nova estrutura física para abrigar o nível central da Secretaria Municipal da
Saúde, com aquisição de mobiliário, equipamentos de informática, eletrodomésticos e rede
lógica. Prever nesta nova estrutura local para abrigar o Programa Municipal de Controle da
Dengue, o Departamento de Vigilância Sanitária, o Departamento de Vigilância Epidemiológica
e Vigilância Ambiental.
o Construção de duas Policlínicas de abrangência distrital, com horário ampliado de
funcionamento, que possam ser referência para unidades básicas de saúde e unidades de
saúde da família para:
• Consultas de especialidades
• Exames de diagnóstico (ultra-sonografia e RX)
• Atendimento 24 horas para emergência.
• Especialidade odontológica (Centro de Especialidade Odontológica integrado), com
atendimento referenciado e de emergência.
o Base de atuação descentralizada, através de núcleos distritais, para o PNCD (com espaço
físico para armazenagem de equipamentos), Vigilância Sanitária, Vigilância Epidemiológica,
Vigilância Ambiental, Supervisão do PSF.
o Construção e montagem do laboratório de referência municipal de Saúde Pública, incluindo
setor de análise microbiológica e físico-química de alimentos, medicamentos e água e
diagnóstico de zoonoses;
o Construção do Centro de Controle de Zoonoses que é o órgão responsável pelo controle de
agravos e doenças transmitidas por animais, através do controle de populações de animais
domésticos (cães, gatos e animais de grande porte) e controle de populações de animais
sinantrópicos (morcegos, pombos, ratos, mosquitos, abelhas, entre outros).
o Construção do Centro de Referência para Mulher e para Criança, fornecimento de
equipamentos e mobiliário. Este centro será composto de ambulatório específico para
atendimento das mulheres e crianças, apresentando também setor de internação para
gestantes e crianças, inclusive a de alto risco (projeto deve contemplar Unidade de Terapia
Intensiva Neonatal). As internações de gestantes e crianças seriam retiradas do HMDLJ,
possibilitando a redefinição do seu perfil assistencial.
o Construção do Centro de Referência para Doenças Infecciosas (tuberculose, Hanseníase e
DST/AIDS).
o Construção do almoxarifado central próprio da Secretaria Municipal da Saúde, com estrutura
adequada à legislação vigente para armazenagem de medicamentos, equipamentos médicos,
mobiliário e materiais de escritório.
o Construção e montagem da central de regulação municipal de exames, consultas e
Meio Antrópico 4.4-223 Outubro de 2007
Estudo de Impacto Ambiental – EIA, COMPERJ
Diagnóstico Ambiental
internação.
o Construção, reforma e ampliação do HMDLJ e Policlínica de Especialidades Francisco Nunes
da Silva:
o Construção, reforma, ampliação, aquisição de equipamentos e mobiliários para unidades de
saúde da família, que atualmente abrigam equipes, além da construção de mais USF para
abrigar as novas equipes a serem implantadas no futuro, em decorrência do aumento
populacional previsto e da meta, a ser atingida, de cobertura de 100% da população.
o Aquisição de rádio comunicadores para serem instalados nas Unidades de Saúde da Família,
Unidades Básicas de Saúde, HMDLJ, Policlínica, Nível Central e Policlínicas Distritais, visando
a comunicação entre os diversos setores da SMS, com economia de telefonia fixa ou móvel.
o Construção do Centro de Atenção Psicossocial (adulto) e de um Centro de Atenção
Psicossocial Infantil.
o Construção de estrutura física e aquisição de equipamentos de informática, áudio-visual e
mobiliário para implantação da Escola Técnica do Sistema Único de Saúde / Núcleo de
Educação Permanente em Saúde em Itaboraí, visando à contínua capacitação de profissionais
de saúde e ambiente. Neste espaço seriam realizados todos os cursos, oficinas e
capacitações direcionados aos profissionais de saúde do município (Ex.: Formação de
Agentes Comunitários de Saúde, Auxiliar de Enfermagem, Técnico de Enfermagem, Auxiliar
de Consultório Dentário, Proformar, Educação Permanente para profissionais do PSF);
o Construção de estações de tratamento de água (ETA), estações de tratamento de esgoto
(ETE), rede de distribuição de água, rede de coleta de esgoto e sistema de esgotamento
pluvial, ações que irão reduzir a morbi-mortalidade, principalmente a infantil, devido às
doenças entéricas de veiculação hídrica, melhorando também as condições de saúde da
população referente às doenças e outros agravos pela falta ou inadequação das condições de
esgotamento sanitário;
o Reestruturação do aterro sanitário, com investimento tecnológico para aproveitamento do lixo
e redução do impacto ambiental.
o Implantar o cultivo de horta e ervas medicinais nas áreas dos Postos de Saúde, com
participação das comunidades, e criar a Farmácia Fitoterápica Municipal.
o Aquisição de maquinário de ultra-baixo volume para controle do vetor da Dengue;
o Viabilizar a implantação do sistema municipal informatizado de vigilância sanitária, coletor e
analisador de dados para o planejamento e avaliação das políticas a serem implementadas na
área de vigilância sanitária.
o Viabilizar recursos tecnológicos para execução das ações de campo e internas das vigilâncias
Sanitária, Epidemiológica e Ambiental e das equipes do Programa de Controle do Dengue
(agentes de endemias) e do Programa Saúde da Família, principalmente: palmtops, bicicletas,
motocicletas, máquinas fotográficas digitais e aparelhos de localização por satélite (GPS).
o Articular junto às três esferas de governo as medidas cabíveis para viabilizar o custeio do
sistema de saúde hoje já insuficiente, no tocante à manutenção, investimento e suporte da
rede de saúde municipal, inclusive de recursos humanos, esses, essenciais para o bom
funcionamento dos serviços.
Itaboraí conta com um Teatro Municipal (Teatro João Caetano), uma casa de shows (ITASHOW) e
uma casa de forró (Faraó).
Uma opção de lazer em Itaboraí são seus clubes, contando com 4 clubes campestres, 2 clubes de
serviços e 2 pesque-pague. Possui ainda 2 associações recreativas: Maior Idade e Folias de
Reis.
• Dia do Município
• São João – Padroeiro do Município
• São Pedro – Padroeiro de Venda das Pedras
• São Barnabé – Padroeiro de Itambi – Igreja de 300 anos em Itambi
• Santo Antônio
• Nossa Senhora da Conceição – Porto das Caixas
• São Jorge – Visconde de Itaboraí
• Rodeio em Curuzu
• Carnaval – contando com 6 blocos de carnaval no Centro e 8 blocos de carnaval nos
arredores
• Carnaval nos Clubes – Rotary Clube e Esporte Clube Comercial;
• Festival do Caranguejo
• Encontro de Motociclistas (clube de Motociclista).
• Festival de Folias de Reis. Itaboraí possui dois grupos de Folia de Reis: Estrela do Norte e
Flor de Belém
• Encontro de Cavaleiros/Cavalgada
• Dia Mundial do Meio Ambiente
Comunicação
Itaboraí possui jornais locais: Jornal Livre, Folha de Itaboraí, Jornal O Grito, O Ciclone, O
Malhinhense, A Voz de Marambaia e O Alerta, além de receber regularmente a imprensa com
sede na cidade do Rio de Janeiro.
Recebe as redes de televisão do Rio de Janeiro, e 2 operadoras de tv por assinatura, mas não
possui TV a cabo. Possui 2 rádios locais.
Sistema viário
O principal acesso ao município de Itaboraí é realizado pela BR-101, que vem de São Gonçalo, a
leste, e segue para Tanguá, a oeste. A RJ-104 é outra importante via de acesso para São
Gonçalo e Niterói. A BR-493 vem de Magé e Guapimirim, a leste. Essas três rodovias se
encontram no entroncamento de Manilha. A RJ-116 segue rumo norte para Cachoeiras de
Macacu e a RJ-114 alcança a fronteira de Maricá, na localidade de Pacheco. A ilustração a seguir
apresenta a infra-estrutura rodoviária de Itaboraí.
Segundo a SMT todo o município é atendido pelo transporte público, de acordo com a demanda
necessária para cada bairro.
A manutenção e a implantação de logradouros públicos (vias, praças etc.) são feitas pela
secretaria de obras: 15% das vias do município são pavimentadas.
Os principais projetos relacionados ao sistema viário, com previsão para se iniciar ainda em 2007
são:
• Duplicação da Avenida 22 de Maio
• Ligação do Comperj ao Centro via Visconde de Itaboraí
• Ligação de Manilha ao Comperj, passando pelo bairro de Elianópolis
• Acesso alternativo a RJ114 – paralela a Avenida 22 de Maio, dando acesso direto de
Maricá ao Comperj sem passar pelo Centro de Itaboraí, desafogando o trânsito do mesmo.
Segurança
O município de Itaboraí está incluído na 35ª Área Integrada de Segurança Pública do Estado do
Rio de Janeiro, conjuntamente com Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim e Cachoeira de Macacu.
Nela se encontra a 71ª Delegacia de Política e está coberta pelo 35º Batalhão da Polícia Militar,
contando com 8 unidades.
A Defesa Civil de Itaboraí conta apenas com 5 funcionários efetivos e uma infra-estrutura precária.
O espaço por ela ocupado atualmente pertence à Ação Social, não dispõe de telefone próprio e
possui 2 carros inoperantes. O Corpo de Bombeiro – DBM 113 - funciona como braço operacional
da Defesa Civil. O principal problema envolvendo a Defesa Civil está relacionado com inundações
e deslizamentos de terra. Com o apoio da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Público,
procura minimizar a ocorrência de enchentes e inundações com a limpeza de rios e valas.
Necessita informatizar a coordenadoria e de mudança para local próprio, com instalações
adequadas para os funcionários.
Estrutura Produtiva
O município de Itaboraí tinha, até a década de 70, a base de sua economia no setor primário,
constituindo-se no maior produtor de laranja do Estado do Rio de Janeiro. Com a crise da laranja
a partir da década de 70, o município assistiu uma estagnação de sua economia acompanhada da
decadência de suas atividades rurais. Hoje a agricultura tem uma participação muito pouco
expressiva na economia municipal. O setor industrial mais tradicional de Itaboraí era constituído
pela indústria extrativa, contando com um importante parque de olarias e cerâmicas que perderam
sua expressão econômica nas últimas décadas. Itaboraí conta atualmente com um pequeno
parque industrial, principalmente centrado em seu Pólo Industrial e tem no setor de serviços a
base de sua economia.
A partir de 2000, Itaboraí vem assistindo um crescimento constante de seu Produto Interno Bruto
que, em 2005, atingiu o patamar de R$1,1 bilhão, como pode ser observado no Gráfico a seguir.
Este valor representa uma participação de 0,4% no PIB do Estado do Rio de Janeiro.
1.200.000
1.000.000
800.000
R$1000
600.000
400.000
200.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
0,5
0,4
0,3
%
0,2
0,1
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Em 2004, o setor de serviços respondia por 72,3% do PIB municipal, a indústria com 21,4%, o
comércio com 6,1% e a agricultura com apenas 0,2%. Mais recentemente, Itaboraí vem atraindo
0,2%
21,4%
72,3% 6,1%
O Pólo ou Condomínio Industrial de Itaboraí, localizado no Distrito Sede, ocupa uma área de
573 m2, divididos em 67 lotes. Conta atualmente com sete empresas em funcionamento, nos
ramos de artefatos de cimentos (postes); material odontológico e laboratorial; fábrica de gelo e
beneficiamento de pescado; granitos e mármores; vidros e esquadrias de alumínio; e
equipamentos e instalações de saneamento. Já estão com obras iniciadas no Condomínio
Industrial outras oito empresas, enquanto outras 22 possuem processos em andamento.
Chama a atenção, nos dados abaixo apresentados, a pequena proporção de pessoas ocupadas
com carteira assinada, em relação à população em idade ativa de Itaboraí, que soma mais de 100
mil pessoas.
Tabela 4.4.107 - Número de Pessoas Ocupadas, com Carteira Assinada, por Setores de Atividade
Econômica, Itaboraí, 2004.
Total Extrativa Indústria de SIUP Constru- Comérci Serviços Administra- Agrop
mineral transformação ção civil o ção pública e-
cuária
16.479 48 3. 369 84 1.083 4.297 4.057 3.202 339
Fonte : Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais – RAIS;
(1) Serviços Industriais de Utilidade Pública.
Organização Social
Uso do solo
O município de Guapimirim, cobrindo uma superfície de 361 Km², tem cerca de 45% de seu
território protegido por Unidades de Conservação.
Os estudos realizados pela fundação CIDE para o índice de Qualidade Ambiental dos Municípios
– IQM-Verde indicam que a principal utilização dos solos do município é com cobertura florestal,
totalizando, em 2001, 45,4% de seu território. Entre 1994 e 2001, no entanto, o município sofreu
uma perda de cerca de 9 pontos percentuais de sua cobertura florestal, que se refletiu em uma
ampliação de suas áreas urbanas, que dobraram de tamanho no período, além de suas áreas
agrícolas e de pastagens.
As áreas com de ocupação mais densas do município são as do Centro, Parada Modelo, Vale das
Pedrinhas, Vila Olímpia e Parque Nª. Sª. D`Ajuda. As áreas industriais estão localizadas em Vale
do Jequitibá e Parada Modelo, e as áreas com atividades comerciais e serviços se encontram
concentradas no Centro e Parada Modelo.
As áreas mais urbanizadas encontram-se no entorno do Centro, Citrolândia, Parada Ideal, Nova
Marília, Parque Nª. Sª. D`Ajuda, Vila Olímpia e Várzea Alegre.
Os bairros residenciais mais nobres são os de Limoeiro, Iconha, Caneca Fina, Espinhaço,
Barreira, Coruja e Monte Oliveira. Já os bairros considerados menos nobres são os situados no
entorno do Centro. Os de risco sociais correspondem aos bairros de Segredo e Quinta Mariana.
As áreas de expansão urbana do município são o Vale das Pedrinhas e a Serra (em função dos
atrativos turísticos).
Unidades de Conservação
Estrutura Fundiária
Valor da Terra
As áreas mais carentes do município e contando com população em situação de risco encontram-
se na zona rural, no bairro Vale das Pedrinhas, na área do Lixão (Bairro do Bonfim) onde se
localizam 13 famílias cadastradas e na região dos manguezais da APA de Guapimirim.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, as áreas com maiores riscos ambientais por ordem de
prioridade e atenção são:
• Garrafão;
• Monte Olivetti;
• Corujas;
• Barreiras;
• Espinhaço.
Os dados da tabela abaixo, referentes a 2000, indicam que havia um déficit habitacional em
Guapimirim de 688 domicílios e uma situação onde 34% dos domicílios apresentavam carência de
infra-estrutura e outros 13% deficiência de infra-estrutura, sendo que em 7% dos domicílios
identificava-se situação de adensamento excessivo.
População
Aspectos Demográficos
Guapimirim possuía, em 2000 uma população de 37.952 habitantes, apresentando uma baixa taxa
de urbanização, conforme tabela abaixo.
Segundo dados da Fundação CIDE, o município cresceu a uma taxa média geométrica de
crescimento anual, entre 1991 e 2000, de 3,44%, sendo a taxa liquida de migração, no período, de
1,8 %, e a taxa de crescimento vegetativo, de 1,67 %. Estas taxas representam um nível de
crescimento demográfico muito superior ao do Estado do Rio de Janeiro, que cresceu no mesmo
período a uma taxa média anual de 1,3%. Na composição da taxa de crescimento o componente
migração para a região é importante, sendo superior à média do Estado (0,19%). Sua taxa de
crescimento vegetativo é também elevada, superando significativamente a média do Estado como
um todo (1,11%).
Guapimirim apresentava em 1991 uma taxa elevada de mortalidade infantil, que sofreu
considerável redução em 2000, mas que se manteve em um nível superior à média do Estado
(21,2). A esperança de vida ao nascer cresceu 5,8 anos, entre 1991 e 2000, crescimento superior
ao observado no Estado como um todo (3 anos), mas manteve-se em patamar inferior ao do
Estado (69,4 anos). A taxa de fecundidade apresentou pequeno decréscimo no período, sendo
superior à média do Estado (2,1).
Qualidade de Vida
Guapimirim ocupava, em 2000, a 63ª posição entre os 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro,
com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,739, considerado representativo da
categoria “médio desenvolvimento humano”, valor bem abaixo do observado no Estado como um
todo, equivalente a 0,807, que o insere na categoria “alto desenvolvimento humano”.
O município apresentava, em 2000, uma renda média per capita pouco superior à metade da
média estadual, que era de R$ 413,90, cabendo destacar o importante crescimento apresentado
na década de 1990, quando o PIB per capita municipal cresceu 163,3%. A presença de
população de baixa renda em sua população era de 27,2%, bem acima da média estadual
(19,2%), embora Guapimirim tenha apresentado uma forte redução da proporção de pobres, já
que em 1991 esta proporção era de 46,9%. A concentração de riqueza no município, indicada
pelo Índice de Gini era 0,56, menor do que a média do Estado (0,61).
A Tabela a seguir mostra a baixa apropriação da renda municipal pelas camadas mais pobres da
população, cabendo ao segmento dos 20% mais pobres 3% da renda no município e aos 20%
mais ricos 59,8%.
Guapimirim possuía, em 2000, 10,1% de sua população vivendo abaixo da linha de indigência
(considerada como a população com renda familiar média abaixo de ¼ do salário mínimo, que era
de R$150,00 em 2000) e outros 27,2% abaixo da linha de pobreza (considerada como a
população com renda familiar média abaixo de 1/2 salário mínimo), índices superiores aos
apresentados em média pelo Estado, que eram, respectivamente, de 7,9% e de 19,2%.
Observa-se que, entre 1991 e 2000, houve uma redução significativa das parcelas da população
consideradas indigentes e pobres, assim como se reduziu a intensidade de indigência, indicando
uma melhoria na renda média deste contingente, por outro lado, houve um aprofundamento da
intensidade da pobreza, indicando que este contingente aufere rendas em níveis relativamente
inferiores aos observados em 1991.
% de mães chefes de família, sem cônjuge, com filhos menores 8,3 6,1
ND = não disponível
Fonte: PNUD/IPEA - Atlas do Desenvolvimento Humano, 2000
Saneamento básico
6%
46%
48%
20% 21%
12%
47%
Rede Geral Fossa séptica Fossa rudimentar Não tem instalação sanitária
Com relação à coleta de lixo, Guapimirim tinha 50% de seu lixo coletado e outros 41%
depositados em caçambas, para posterior coleta, enquanto 8% era queimado e 1% jogado em
8% 1%
50%
41%
O destino do lixo coletado é o Lixão de Guapimirim, que não recebe nenhum tratamento, sendo
apenas o lixo compactado. O lixo hospitalar é incinerado.
Educação
Segundo a Secretaria Municipal de Educação de Guapimirim – SME, o município conta com dez
creches municipais, 22 escolas municipais de ensino fundamental, duas escolas estaduais de
ensino médio, uma escola particular, sete turmas noturnas do EJA (Educação para Jovens e
Adultos) e uma escola técnica – FAETEC –, com aproximadamente 3.000 alunos com cursos de
informática e idiomas. Todas as escolas têm computadores, sendo que três possuem laboratório
de informática.
Os principais problemas e carências do ensino municipal, segundo a SME, são a falta de vagas no
ensino médio, principalmente para alunos que terminaram o EJA; a ausência de cursos
profissionalizantes; a necessidade de mais uma escola técnica; e a evasão escolar, devido
principalmente à carência e aos custos de transporte. Destaca-se que nem todos os bairros de
Guapimirim possuem escolas.
Saúde
• 6 postos de saúde localizados no Centro, Parada Modelo, Vale das Pedrinas, Vila Olimpo
e Parada Leal (2).
• 1 Centro de Saúde, no Centro.
• ! Pronto Socorro, no Centro.
• 4 Clínicas de Saúde, no Centro (2), no bairro Niterói e no Paiol.
• 1 Clínica ginecológica, em Parada Modelo
• 2 Clínicas dentárias, no Centro e em Parada Modelo.
A Secretaria Municipal de Saúde mantém convênio com a Firjan para a realização de exames
oftalmológicos para crianças de 8 a 10 anos, com doação de óculos, quando necessário.
O Rio Soberbo cruza a cidade no Centro, de forma que a Prefeitura realizou obras visando alargar
as pontes e iluminar as cachoeiras para aproximar mais a população dos seus recursos naturais.
- Cachoeiras
- Parque Nacional da Serra dos Órgãos e APA de Guapimirim, o Centro de Primatologia
do Rio de Janeiro (preservação do mico leão dourado);
- Estação Ecológica Paraíso;
- APA de Petrópolis;
- Dedo de Deus;
Há vários grupos de eco-turismo no local e a prática de esportes voltados para essas áreas de
conservação tem sido bem difundidas principalmente o vôo livre motorizado. No Sitio Chafariz de
Ouro pode se fazer rapel e vôo livre.
O município conta com 9 hotéis, que somados a outras alternativas informais constituem mais de
20 estabelecimentos para hospedagem.
Além de seus recursos naturais, o município possui sítios e monumentos com reconhecimento e
valor histórico e cultural:
Para a prática de esportes conta, em áreas públicas, com 5 quadras de esporte, um pólo esportivo
e um kartódromo.
• Aniversário da Cidade
• Encontro de Motociclistas
• Festa da Padroeira N.ª S.ª da Ajuda
• Festa de Santana
• Festa de N. ª S. ª da Conceição
• Festa de São Jorge
• Festa de N. ª S. ª Aparecida
• Festa Junina
• Tapetes (Corpus Christi)
• Carnaval (reuniu + de 25 mil pessoas em 2007)
• Cavalgada da festa de São Jorge
Segurança
Guapimirim está incluída na 34ª Área Integrada de Segurança Pública, contando com a 66ª
Delegacia de Polícia, localizada em Magé, e com 34 Batalhão da Polícia Militar.
A Defesa Civil realiza cursos de proteção comunitária, com apoio do grupamento de bombeiros de
Magé, relacionados a:
• Controle de incêndio
• Identificação de extintores e manuseio
• Preservação de acidentes domésticos
• Primeiros socorros, orientação e preservação ambiental
• Lixo – degradação e conscientização
Há um cuidado especial com o Meio Ambiente (Manguezal), a “Lixeira” (lixão) e com o Bairro Vale
das Pedrinhas, que estão sob a fiscalização da Guarda Municipal.
Comunicação
Possui duas rádios – a Rádio Comunitária e a Rádio JG FM e o Canal 10 (TV Verde) de televisão.
Sistema Viário
Diversas linhas de ônibus intermunicipais fazem a ligação de Guapimirim com o Rio de Janeiro,
Teresópolis, Duque de Caxias e Magé.
O transporte intramunicipal é realizado pela empresa Paraíso Verde, que cruza o município em
todas as direções.
O município também é servido por transporte ferroviário, operado pela Companhia Estadual de
Engenharia de Transportes e Logística – CENTRAL. O acesso é pela Estrada de Ferro Dom
Pedro II, ramal de Guapimirim, a partir de Sacaruna, no município de Duque de Caxias.
Estrutura Produtiva
Guapimirim vem assistindo um crescimento constante de seu Produto Interno Bruto, nos últimos
cinco anos, com exceção de pequena queda ocorrida em 2004. Por outro lado, em 2003, o PIB
de Guapimirim teve forte ascensão.
300.000
250.000
200.000
R$1000
150.000
100.000
50.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Em termos da participação do PIB de Guapimirim na formação do PIB estadual, ela tem sido
praticamente constante em um patamar equivalente a 0,1% do PIB estadual.
0,50
0,40
0,30
%
0,20
0,10
0,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005
do PIB municipal, a este setor segue-se o industrial, com 23,6%, tendo o comércio e a
agropecuária, pequena expressão na composição do PIB municipal.
1,9%
23,6%
71,8%
2,7%
comércio participa com 20% da geração de empregos e a indústria de transformação com 18%,
cabendo ao setor de serviços outros 12%. A agropecuária era responsável por 5% dos empregos
gerados. Chama a atenção, nos dados abaixo apresentados, a pequena proporção de pessoas
ocupadas com carteira assinada (4.368), em relação à população em idade ativa de Guapimirim,
que soma mais de 30 mil pessoas.
Tabela 4.4.124 - Número de Pessoas Ocupadas, com Carteira Assinada, por Setores de
Atividade Econômica, 2004.
TOTAL Extrativa Indústria de SIUP Constru- Comércio Serviços Administra-ção Agrope-
mineral transformação ção civil pública cuária
4 368 7 800 28 208 873 538 1 687 227
Fonte : Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais – RAIS; (1) Serviços
Organização Social
O Município de Cachoeiras de Macacu está dividido em três distritos: Sede, Japuíba e Subaio.
Em 2001, o Município de Cachoeiras de Macacu apresentava 63,9% de suas terras com cobertura
florestal, tendo sofrido um decréscimo de cerca de 4 pontos percentuais em relação à situação
encontrada em 1994. As áreas urbanas representam pequena parcela na utilização dos solos,
sendo expressivos os usos agrícolas e com pastagens. Este último uso foi o que apresentou
maior crescimento no período estudado pela Fundação CIDE (1994-2001).
Unidades de Conservação:
Em Cachoeiras de Macacu encontra-se um assentamento rural chamado São José da Boa Morte,
ocupando uma área de cerca de 200 km2.
Valor da Terra
Informações fornecidas pela Imobiliária Martins, de Cachoeira de Macacu, indicam que as terras
rurais apresentam valores médios entre R$ 4.500,00 a R$ 8.000,00 por hectare, tendo como
referência as ofertas de terras em Bonanza (nos limites com Guapimirim e Itaboraí) e Agro Brasil
(nos limites com Rio Bonito e Itaboraí), embora estes valores apresentem alta variabilidade em
função do tamanho do terreno, da acessibilidade e das condições gerais do terreno.
As seguintes áreas foram apontadas pela Prefeitura Municipal como principais áreas críticas do
município:
No Distrito Sede: Boa Vista, Boqueirão, Morro Acima (favela), Rasgo, Km 70 e Morro do Cleber.
havendo uma enorme carência de habitação. Existe um projeto, perto do Taboado, em convênio
com o Estado, para a construção de 109 casas, sendo que 70 em projeto e 29 em fase de
encerramento.
Dados da Fundação CIDE, baseados no Censo Demográfico 2000, do IBGE, indicam uma
situação onde 39% dos domicílios apresentavam carência de infra-estrutura e outros 10% com
deficiência de infra-estrutura, sendo que em 8% dos domicílios identificava-se situação de
adensamento excessivo. Em 2000, estimava-se um déficit habitacional de 688 domicílios.
Plano Diretor
População
Aspectos Demográficos
Segundo dados da Fundação CIDE, o município cresceu a uma taxa média geométrica de
crescimento anual, entre 1991 e 2000, de 2,12%, sendo a taxa liquida de migração, no período, de
1,04 %, e a taxa de crescimento vegetativo, de 1,07 %. Estas taxas representam um nível de
crescimento demográfico um pouco superior ao do Estado do Rio de Janeiro, que cresceu no
mesmo período a uma taxa média anual de 1,3%. Na composição da taxa de crescimento o
componente migração para a região é importante, sendo superior à média do Estado (0,19%),
sendo menos expressiva sua taxa de crescimento vegetativo, muito próxima à do Estado como
um todo (1,11%).
Cachoeiras de Macacu apresentava em 1991 uma taxa elevada de mortalidade infantil, que sofreu
considerável redução em 2000, como resultado da melhoria de seus serviços de saúde, atingindo
um nível inferior à média do Estado (21,2). A esperança de vida ao nascer cresceu 4,2 anos,
entre 1991 e 2000, crescimento superior ao observado no Estado como um todo (3 anos), mas
mantendo-se em patamar ligeiramente inferior ao do Estado (69,4 anos). A taxa de fecundidade
apresentou pequeno decréscimo no período, igualando a média do Estado (2,1).
Qualidade de Vida
Cachoeiras de Macacu ocupava, em 2000, a 54ª posição entre os 92 municípios do Estado do Rio
de Janeiro, com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,752, considerado
representativo da categoria “médio desenvolvimento humano”, valor bem abaixo do observado no
Estado como um todo, equivalente a 0,807, que o insere na categoria “alto desenvolvimento
humano”. No período 1991-2000, Itaboraí apresentou um crescimento de 13,25% de seu IDH-M,
a um ritmo superior ao do Estado (7,17%). O crescimento do IDH-M se deveu, principalmente, ao
componente Educação, que apresentou um acréscimo de 43,4%.
O município apresentava, em 2000, uma renda média per capita pouco superior à metade da
média estadual, que era de R$413,90, cabendo destacar o importante crescimento apresentado
na década de 1990, quando o PIB per capita municipal cresceu 160%. A presença de pobres em
sua população era de 26,2%, bem acima da média estadual (19,2%), embora Cachoeiras de
Macacu tenha apresentado uma forte redução da proporção de pobres, já que em 1991 esta
proporção era de 43,9%. A concentração de riqueza no município, indicada pelo Índice de Gini
era 0,51, menor do que a média do Estado (0,61).
A Tabela a seguir mostra a baixa apropriação da renda municipal pelas camadas mais pobres da
população, cabendo ao segmento dos 20% mais pobres 3,4% da renda no município e aos 20%
mais ricos 55,9%.
Cachoeiras de Macacu possuía, em 2000, 9,2% de sua população vivendo abaixo da linha de
indigência (considerada como a população com renda familiar média abaixo de ¼ do salário
mínimo, que era de R$150,00 em 2000) e outros 26,9% abaixo da linha de pobreza (considerada
como a população com renda familiar média abaixo de 1/2 salário mínimo), índices superiores aos
apresentados em média pelo Estado, que eram, respectivamente, de 7,9% e de 19,2%.
Observa-se que, entre 1991 e 2000, houve uma redução das parcelas da população consideradas
indigentes e pobres, assim como se reduziu a intensidade de indigência, indicando uma melhoria
na renda média deste contingente, por outro lado, houve um aprofundamento da intensidade da
pobreza, indicando que este contingente aufere rendas em níveis relativamente inferiores aos
observados em 1991.
Em termos da capacitação educacional, Cachoeiras de Macacu apresenta uma situação que pode
ser considerada favorável no que diz respeito a sua população jovem, que apresenta taxas
elevadas de freqüência à escola em 2000, por outro lado, é elevada a proporção de jovens com
menos de 4 e 8 anos de estudo, indicando uma forte melhoria do sistema educacional do
município no final dos anos 1990, que pode ser observada pelo crescimento dos índices de
freqüência à escola.
Saneamento básico
A captação de água para abastecimento urbano é realizada em Boca do Mato. Segundo a AMAE,
o percentual de população atendida é de 77,6%, tendo a seguinte distribuição:
Consumidores cadastrados
• Residencial – 8.860 famílias
• Comercial - 748 estabelecimentos
• Industrial - 140 indústrias
• Administração Pública – 3 órgãos
Aproximadamente outras 3.625 famílias são abastecidas, mas não são cadastradas, portanto,
estima-se que 12.485 famílias são abastecidas. As demais famílias (22,4% da população total)
residem em área rural e usam recursos hídricos próprios.
As áreas mais carentes em termos de serviços de água e esgoto são os bairros Boa Vista onde há
uma área de invasão, onde ainda não foi possível implantar rede de água e esgoto em toda sua
extensão; e São José da Boa Morte, que utiliza fossas sépticas e sumidouros.
Cachoeiras de Macacu possui um lixão localizado em Asa Branca, no distrito de Japuíba, que já
funciona há mais de 30 anos. O lixão possui uma área de 150 mil m², com 20% sendo utilizada.
No lixão trabalham cerca de 37 pessoas, que vivem do lixo. Três empresas estão fazendo uma
proposta para incluir estas 37 pessoas em uma cooperativa. A Prefeitura dispõe de caminhões
compactadores, responsáveis por 90% da coleta nas áreas urbanas, que é feita diariamente em
alguns bairros e três vezes na semana em outros.
O lixo hospitalar é recolhido uma vez por semana pela empresa responsável Thales, sendo
incinerado fora o município. Para o lixo industrial existe um projeto com a Schincariol chamado
“Lixo.com” (temos informações sobre este projeto? Sua finalidade?). O principal problema
atualmente enfrentado está relacionado com o lixo comercial (manejo e destino), devido sua
grande quantidade.
Educação
Cachoeiras de Macacu conta com 64 escolas de ensino fundamental, sendo 38 da rede municipal,
17 estaduais e 9 privadas, e 11 escolas de ensino médio, sendo 7 estaduais, 1 municipal e 3
privadas.
Dados do Censo Educacional realizado pela Secretaria de Estado de Educação para 2005,
indicam que foram realizadas 10.086 matrículas no ensino fundamental, 2.439 no ensino
secundário e 2.054 em educação de jovens e adultos. Nestas escolas atuam 667 professores de
ensino fundamental, 246 de ensino médio e 150 na educação de jovens e adultos.
Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde afirma que a demanda atual está além da capacidade de
atendimento, inclusive por que atendem pacientes de outros municípios vizinhos. Ela está
classificada na categoria de atenção semi-plena. No entanto, segundo auditoria de recursos, já
possui características para se tornar plena, o que permitiria que tivesse equipamentos para
exames de alta complexidade. Os médicos de Cachoeiras de Macacu, segundo a secretaria, são
provenientes de outros municípios.
• O resgate de acidentados nas estradas, na medida em que a equipe das estradas (Rota
116) não têm médicos, cabendo à secretaria de saúde centralizar o serviço;
• O transtorno com a remoção ou referência para unidades de maior porte, embora tenha
sido criada uma central de regulação, ainda é difícil conseguir vaga através da mesma;
• A dificuldade no recebimento de recursos, medicamentos de doenças crônicas e outros por
parte do Estado.
• A ausência de vagas para UTI neonatal.
Cachoeira de Macacu dispõe de clubes recreativos em todos os seus distritos: Clube Recreativo
Piratas (em Guanguri); Cachoeiras Country Club (Boa Vista), Sociedade Musical de Japuíba
(Centro de Japuíba); Colonial Esporte Clube (Centro de Papucaia) e Esperança Clube da Melhor
Idade (Centro de Cachoeiras de Macacu).
• Carnaval
• Festival Cultural de Cachoeiras de Macacu
• Concurso de bandas e fanfarras
• Festa da Castália
• Festa Reflexão, no Morro do Cléber, na Cidade Alta
• Procissão de Corpus Christi e confecção de tapetes
• Festa de Santo Antônio, em Cachoeiras
• Festa de Sant’Ana, no Centro de Japuíba
• Festa de Nossa Senhora de Fátima, em Papucaia
• Festa de Nossa Senhora do Carmo
• Festa de Nossa Senhora da Conceição
• Festa de São Jorge
• Festa de São Francisco, no bairro São Francisco de Assis
As principais atividades de lazer e turismo estão, no entanto, relacionadas aos seus recursos
naturais, em particular as suas cachoeiras (no município encontram-se mais de 80 cachoeiras,
com alturas que variam de 3 a 89 metros. Pratica-se, em Cachoeiras de Macacu, atividades de
vôo livre, mountain bike, rapel, montanhismo e trilhas.
Conta ainda, como atrativo turístico com diversos bens do patrimônio histórico, dentre os quais se
destacam, em função do reconhecimento local:
Segurança Pública
Cachoeira de Macacu faz parte da 35ª Área Integrada de Segurança Pública, contando com a
159ª Delegacia de Policial e com o 35º Batalhão da Policia Militar, com destacamentos em
Agrobrasil, Cachoeiras (sede), Papucaiae e Japuíba, com um efetivo de 70 homens, equipados
com 1 blazer, 5 viaturas e motos.
As principais ocorrências são furtos de residências, sem violência; captura de armas e drogas e o
tráfico de drogas com venda pulverizada.
O município conta com um conselho comunitário de segurança que é aberto para a população.
A Defesa Civil dispõe de 8 funcionários internos e 250 voluntários, sem equipamentos próprios
que são solicitados à prefeitura quando necessário. Suas principais ações estão relacionadas
com deslizamentos de encostas e inundações.
A Guarda Municipal e de Trânsito é formada por 62 funcionários, equipados com uma Kombi, dois
veículos de passeio e duas motos. Atua na ronda escolar, no policiamento comunitário, no apoio
à travessia de alunos, no controle do trânsito e na segurança em passeios turísticos previamente
agendados. As principais ocorrências apontadas pela Guarda Municipal são a agressão e lesão
corporal e o furto em residências (baixo em número absoluto).
Sistema viário
O município é cortado pela RJ-116, dando acesso a Nova Friburgo e a Itaboraí e pela RJ-122, que
a interliga a Guapimirim. A malha viária do município é constituída por 560 km de estradas
vicinais.
O transporte intermunicipal é realizado pelas empresas 1001 (Niterói, Rio de Janeiro e Nova
Friburgo); Rio Ita (Itaboraí); e Regina (Magé e Duque de Caxias).
O transporte interno é público, realizado pela Expresso Macacu. Paga-se um preço simbólico de
R$ 1,00, sendo que produtores rurais que prestarem contas de sua produção, crianças e idosos
ganham passes, totalizando cerca de 5.000 usuários gratuitos. A Expresso Macacu possui sete
ônibus que cobrem seis linhas: Papucaia, Boca do Mato, Faraó, Vecchi, Quizanga e Marubá.
Existem cooperativas de transporte alternativo, com linhas para Itaboraí, Papucaia e Boca do
Mato.
Estrutura Produtiva
O município de Cachoeiras de Macacu vem assistindo, nos últimos cinco anos um crescimento
irregular de seu Produto Interno Bruto. Os dois anos, neste período, de crescimento do PIB
municipal 2001 e 2003, foram seguidos por anos de queda de seu valor global. Cabe destacar
que no ano 2003, o PIB municipal teve um forte crescimento, se elevando para um patamar
equivalente ao dobro do anteriormente verificado.
600.000
500.000
400.000
R$1000
300.000
200.000
100.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
0,50
0,40
0,30
%
0,20
0,10
0,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005
5,0%
40,6%
1,7% 52,7%
Tabela 4.4.140 - Pessoas Ocupadas, com Carteira Assinada, por Setores, 2004.
TOTAL Extrativa Indústria de SIUP Constru- Comércio Serviços Administra-ção Agrope-
mineral transformação ção civil pública cuária
6.110 0 884 225 41 1.218 1 876 1 188 678
Fonte : Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais – RAIS; (1) Serviços Industriais
de Utilidade Pública.
Organização social
O Município de Tanguá tem um único distrito-sede e ocupa uma área total de 142,9 km2. As
pastagens constituem-se no uso do solo predominante no município, sendo pequena a
participação das áreas agrícolas. Suas áreas urbanas ocupam 9,9% de seu território, tendo
apresentado um crescimento significativo entre 1994 e 2001.
Tanguá possui 37,8% de seu território com cobertura florestal, tendo apresentado uma perda
entre 1994 e 2001 equivalente a cerca de 8 pontos percentuais.
Não se dispõe de dados sobre a estrutura fundiária de Tanguá, antigo distrito de Itaboraí, tendo
em vista que o município foi formado em 1997, posteriormente ao último Censo Agropecuário do
IBGE (1996).
Valor da Terra
Já os sítios produtivos em áreas rurais têm seus valores entre R$ 40.000,00 e R$ 60.000,00 por
hectare, dependendo das condições do terreno e sua localização.
A área mais crítica e mais empobrecida de Tanguá é Vila Cortes. São também consideradas
áreas carentes, as localidades de Ampliação, Bandeirante, Beira Rio e Beira Linha. Em Beira
Linha (linha do trem) estão sendo retiradas 20 famílias e reassentadas no Bairro Pinhão,
posteriormente mais 50 famílias serão removidas, para serem contempladas com casas, que
ainda serão construídas com verba de um convênio da Prefeitura com a Caixa Econômica
Federal. Existem, ainda, muitas áreas de posse no Bairro de Duques, que faz divisa com Itaboraí,
que têm sido ocupadas por migrantes).
Tanguá apresentava, em 2000, um déficit habitacional de 538 domicílios e uma situação onde
38% dos domicílios apresentavam carência de infra-estrutura e outros 13% com deficiência de
infra-estrutura, sendo que em cerca de 10% dos domicílios identificava-se situação de
adensamento excessivo, conforme tabela a seguir.
População
Aspectos Demográficos
Tanguá apresentava, em 2000, uma população de 26.057 habitantes, estimando-se para 2006 um
contingente de 28.119 pessoas. Em 2000, a taxa de urbanização era de 86,1%, conforme tabela
a seguir.
Segundo dados da Fundação CIDE, o município cresceu a uma taxa média geométrica de
crescimento anual, entre 1991 e 2000, de 1,27%, sendo a taxa liquida de migração, no período, de
0,13 %, e a taxa de crescimento vegetativo, de 1,15 %. Estas taxas representam um nível de
crescimento demográfico baixo, inferior ao do Estado do Rio de Janeiro, que cresceu no mesmo
período a uma taxa média anual de 1,3%. Na composição da taxa de crescimento o componente
migração para a região é pouco significativo, sendo inferior à média do Estado (0,19%). Sua taxa
de crescimento vegetativo é baixa, sendo praticamente igual à média do Estado como um todo
(1,11%).
Tanguá apresentava em 1991 uma taxa elevada de mortalidade infantil, que sofreu considerável
redução em 2000, mas que se manteve em um nível superior à média do Estado (21,2). A
esperança de vida ao nascer cresceu 3,7 anos, entre 1991 e 2000, crescimento superior ao
observado no Estado como um todo (3 anos), mas mantendo-se em patamar inferior ao do Estado
(69,4 anos). A taxa de fecundidade apresentou pequeno decréscimo no período, sendo superior à
média do Estado (2,1).
Qualidade de Vida
Tanguá ocupava, em 2000, a 82ª posição entre os 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro,
com um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,739, considerado representativo da
categoria “médio desenvolvimento humano”, valor bem abaixo do observado no Estado como um
todo, equivalente a 0,807, que o insere na categoria “alto desenvolvimento humano”. No período
1991-2000, Tanguá apresentou um crescimento de 15,52% de seu IDH-M, a um ritmo superior ao
do Estado (7,17%). O crescimento do IDH-M se deveu, principalmente, a seu componente
Educação, que apresentou um acréscimo de 51,2%.
O município apresentava, em 2000, uma renda média per capita bastante inferior à metade da
média estadual, que era de R$413,90, cabendo destacar o crescimento apresentado na década
de 1990, quando o PIB per capita municipal cresceu 63,3%. A presença de pobres em sua
população era de 28,1%, bem acima da média estadual (19,2%), embora Tanguá tenha
apresentado uma significativa redução da proporção de pobres, já que em 1991 esta proporção
era de 50,5%. A concentração de riqueza no município, indicada pelo Índice de Gini era 0,48,
menor do que a média do Estado (0,61).
A Tabela a seguir mostra a baixa apropriação da renda municipal pelas camadas mais pobres da
população, cabendo ao segmento dos 20% mais pobres 3,4% da renda no município e aos 20%
mais ricos 52,8%.
Tanguá possuía, em 2000, 11,9% de sua população vivendo abaixo da linha de indigência
(considerada como a população com renda familiar média abaixo de ¼ do salário mínimo, que era
de R$150,00 em 2000) e outros 28,2% abaixo da linha de pobreza (considerada como a
população com renda familiar média abaixo de 1/2 salário mínimo), índices superiores aos
apresentados em média pelo Estado, que eram, respectivamente, de 7,9% e de 19,2%.
Observa-se que, entre 1991 e 2000, houve uma redução das parcelas da população consideradas
indigentes e pobres, mas, por outro lado, um aprofundamento da intensidade da indigência e da
pobreza, indicando que estes contingentes, mais reduzidos, auferem rendas em níveis
relativamente inferiores aos observados em 1991.
As questões relacionadas ao Saneamento Básico são graves e apenas 10% da população são
beneficiadas.
A CEDAE assegura o abastecimento dos bairros Ampliação de Tanguá (parcial), Vila Cortes,
Nossa Senhora do Amparo, São Francisco e Tanguá I, II, III, e os loteamentos Conjunto
Residencial Tanguá, Vila Tanguá, Sitio Chalet (parcial) e Chácara Bandeirante I (parcial).
A forma de tratamento dos esgotos sanitários é de fossa e filtro coletivo, mas apenas na área
Central Urbana do Município. Na área rural do Município não tem tratamento nenhum, o esgoto é
lançado in natura nos rios e lagos.
A coleta de lixo domiciliar é realizada tanto na área urbana como na rural com a freqüência de
duas vezes por semana. A coleta é feita por dois caminhões basculantes. A destinação deste lixo
é a Usina de Triagem e Compostagem e o rejeito gerado pela triagem é depositado num aterro
controlado, localizado no Bairro do Minério. Os trabalhadores são contratados pela prefeitura para
fazer a triagem dos resíduos e recebem todos os direitos trabalhistas. O lixo reciclável é separado
e leiloado de seis em seis meses e o dinheiro é revertido para o Município, e o que sobra da
triagem e da compostagem é aterrado no Aterro Controlado do município que ainda não obteve
licença da FEEMA para funcionamento.
A limpeza urbana é realizada por empresa contratada, atendendo 100% da região urbana. Na
área rural ela é realizada, em 90%, por empresa contratada e 10% com equipamentos próprios.
O lixo hospitalar é coletado separadamente dos outros resíduos, sendo enterrado numa célula
separada no aterro controlado. O Município possui um incinerador em fase de ativação.
A pavimentação pública ainda é deficitária no município, mas segundo a secretária as obras estão
sendo realizadas aos poucos através de recursos provenientes de convênio com Governo Federal
e ajuda de contribuintes, através de mutirão (obras de calçadas e meio fio).
A drenagem abrange cerca de 90% da área urbana do município, mais em algumas regiões a
rede está sub-dimensionada.
Educação
A rede de ensino de Tanguá conta com: três pequenas escolas particulares; um CIEP (ensino
médio) e a Escola Estadual Antônio Francisco Leal (estaduais); além da rede municipal de ensino.
Como falta infra-estrutura, poucas empresas investem em Tanguá, atualmente a prefeitura ainda é
a maior empregadora do município. Tendo melhorar o perfil local, o SEBRAI sempre promove
palestras no município e está com um projeto de implantação de incubadoras de empresas.
Saúde
Tanguá tem Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Estadual Plena, dispondo de:
- Um Hospital contratado conveniado ao SUS que oferece um total de 180 leitos (todos
psiquiátricos).
- Uma Clínica de Fisioterapia.
- Um Laboratório de Análises Clínicas conveniado ao SUS.
- Um Centro de Saúde com características de policlínica de especialidades e serviço de pronto
atendimento de nível I. Entre os serviços oferecidos por este Centro, destacam-se ultra-
sonografia, ecocardiografia, radiologia geral e laboratório de análises clínicas.
- Um Centro de Saúde Mental ofertando as especialidades de psiquiatria, neurologia,
neuropediatria e psicologia.
- Um Centro Odontológico com oferta de procedimentos básicos, restauração e laboratório de
próteses.
Ainda com relação à morbidade hospitalar, no que se refere às doenças infecciosas e parasitárias
observa-se, em 2006, o seguinte quadro de internações:
• Hanseníase - 8
• Dengue - 22
• Tuberculose -16
• Leptospirose -5
• Meningites em geral -1
Segurança
Tanguá encontra-se na 35ª Área Integrada de Segurança, contando com a 71ª Delegacia de
Polícia, de Itaboraí e com o 35º Batalhão da Polícia Militar.
O efetivo da defesa civil existe oficialmente desde 2007; anteriormente esse serviço era oferecido
Os locais com maior risco, com ameaças de desabamento são as comunidades de Beira Rio e
Vila Cortes.
No único Posto da Policia Militar (PM) do Município, que conta com um efetivo de 06 policiais por
dia (plantão 24horas), foram identificadas como principais ocorrências: uso de drogas, violência
contra mulheres e furtos de bicicletas.
Comunicação
Tanguá possui 4 jornais locais: O Satélite, Gazeta Estudantil, O Grito e Jornal Alternativo e 1
Rádio; “Rádio Poste” chamada Difusora.
A telefonia tem cobertura parcial, apenas na área urbana (sede). Na área rural é deficitária ou
inexistente. Não há orelhões disponíveis na área rural.
Lazer e Cultura
Em Tanguá não existem praças, porém são vários os espaços públicos utilizados para a prática
de atividades públicas.
A Secretaria tem ainda projetos de criar um museu, um inventário cultural, um centro de memória
e de fazer o levantamento histórico da cidade.
O grande carro-chefe dessa Secretaria é a Lona Cultural Itinerante, que a cada mês visita uma
comunidade realizando exibição de filmes, atividades culturais e espetáculos circenses. Nessas
comunidades é oferecido um mutirão de cidadania onde é possível tirar documentação e
segundas vias, rever benefícios, esclarecimentos jurídicos, etc.
Na zona rural, os agricultores organizam diversas festas, como a Festa da Laranja (agosto-
setembro) e a Festa do Aipim (maio), no bairro da Posse. As festas são populares, abertas ao
público, com shows etc., no entanto não são festas grandes, nem muito divulgadas em outros
municípios. O único município em que é feita divulgação além de Tanguá é Itaboraí. No bairro da
Posse tem um espaço destinado para a realização de eventos. O espaço conta com uma cozinha
que é utilizada para produção de polpa congelada de frutas, doces e compotas.
Sistema viário
O Município é cortado pela BR 101 em 11 km de extensão, com quatro pistas de rolamento, sendo
duas sentido Campos-Rio de Janeiro e duas sentido Rio de Janeiro-Campos. Por ser interligado
com o trânsito da BR 101, o trânsito do Município de Tanguá apresenta grande intensidade
durante as 24 horas do dia.
O principal meio de transporte utilizado no município são os ônibus, tendo uma única empresa que
explora este serviço. Não existe transporte alternativo no Município.
O transporte existente não atende parte do setor rural, atendendo alguns bairros de modo
deficiente.
Estrutura Produtiva
Tanguá apresenta um dos mais baixos Produtos Internos Brutos – PIB do Estado do Rio de
Janeiro, tendo atingido R$ 128 milhões em 2005. No período 2000-2005, após um período de
decréscimo, nos anos 2001 e 2002, o município assistiu um crescimento de seu PIB a partir de
2003.
140.000
120.000
100.000
R$1000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Em termos da participação do PIB de Tanguá na formação do PIB estadual, ela tem sido
praticamente constante em um patamar equivalente a 0,05% do PIB estadual.
0,50
0,40
0,30
%
0,20
0,10
0,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005
0,9%
14,1%
3,0%
81,9%
Tanguá possui um setor industrial pouco expressivo, com maior participação da industria de
transformação e da construção civil, conforme se observa na tabela a seguir.
responsável, em 2004, por 26,5% das Pessoas Ocupadas com Carteira Assinada. O comércio e
os serviços participam, cada um, com cerca de 20% da geração de empregos e a indústria de
transformação com 15%, cabendo aos demais setores dividir os cerca de 20% restantes. Chama
a atenção, nos dados abaixo apresentados, a pequena quantidade de pessoas ocupadas com
carteira assinada em Tanguá.
Tabela 4.4.156 - Número de Pessoas Ocupadas, com Carteira Assinada, por Setores de
Atividade Econômica, 2004.
TOTAL Extrativa Indústria de SIUP Constru- Comércio Serviços Administra-ção Agrope-
mineral transformação ção civil pública cuária
2 001 95 300 0 168 423 405 532 78
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais – RAIS; (1) Serviços
O setor agropecuário de Tanguá tem como principal atividade a citricultura e o município conta
com um horto municipal, onde são produzidas mudas de citros de qualidade. São, ainda,
produzidos no município: goiaba, cajá e aipim (segunda maior produção).
Tanguá possui um mercado municipal (de lona às margens da BR-101). A prefeitura está
tentando captar verba para construção de um mercado produtor definitivo. O projeto já foi
elaborado através de uma parceria das secretarias de agricultura e obras – com estacionamento,
lojas de apoio, auditório para cursos e palestras entre outros setores necessários. No novo
mercado produtor funcionará a venda de produtos no atacado e no varejo.
Organização Social
O município de Magé possui 48,3% de seu território com cobertura florestal, representando a
utilização predominante do solo. No período 1994-2001 este uso sofreu uma perda de cerca de 7
pontos percentuais. As áreas urbanas representam o segundo maior uso do solo em Magé, tendo
tido um importante crescimento das áreas urbanas entre 1994 e 2001 (mais de 9 pontos
percentuais). Os usos rurais (agrícola e pastagens) têm menor expressão no município.
Unidades de Conservação
Grande parte do município (85%) está em área de preservação ambiental, que conta com as
seguintes Unidades de Conservação:
Valor da Terra
Em Magé, verificou-se que o preço da terra rural, em áreas de boa produtividade têm seu preço
estabelecido entre R$ 60.000,00 e R$ 80.000,00 o hectare.
Em relação a modificações nos padrões de ocupação do uso do solo nos próximos 10 anos, a
Secretaria de Planejamento e Habitação prevê o desenvolvimento com a implantação de
condomínios industriais, crescimento da zona de expansão urbana e consolidação das APAs.
Estrutura fundiária
População
Aspectos Demográficos
O segundo distrito, Santo Aleixo, constituído por região de morros, abriga 9% da população do
município e é constituído pelas localidades Andorinhas, Cachoeira Grande, Cachoeirinha, Capela,
Gandé, Rio do Ouro, Santo Aleixo e Sertão.
No distrito de Suruí constituído pelas localidades de Campinho, Conceição, Monte Rose, Parque
Santa Dalila, Partido, Santa Dalila e Suruí mora 8% da população.
O distrito Guia de Pacobaíba é se caracteriza como uma região predominantemente urbana, onde
se localizam praias, com residências de veraneio, e importante percentual de população flutuante,
sendo que a população residente representa 16% da população do município. É constituído pelas
seguinte localidades: Anil, Bongaba, Figueira, Guia de Pacobaíba, Ipiranga, Itinga, Jockey Club,
Leque Azul, Meia Noite, Olaria, São Francisco.
O distrito Inhomirim, com características urbanas e rurais, é o mais populoso e concentra 49% da
população total. Constitui-se pelas localidades Corocoxó, Corumbá, Fragoso, Ilha, Jardim
Nazareno, Maurimárcia, Meio da Serra, Novo Horizonte, Parque Caçula, Parque dos Artistas,
Meio Antrópico 4.4-277 Outubro de 2007
Estudo de Impacto Ambiental – EIA, COMPERJ
Diagnóstico Ambiental
Parque Humaitá, Parque Paranhos, Parque Ribeira Verde, Parque Santana, Pau Grande, Piabetá,
Porto Rico, São Sebastião, Vila Carvalho, Vila Inhomirim, Vila Operária e Vila Recreio.
Segundo dados da Fundação CIDE, o município cresceu a uma taxa média geométrica de
crescimento anual, entre 1991 e 2000, de 2,57%, sendo a taxa liquida de migração, no período, de
1,01 %, e a taxa de crescimento vegetativo, de 1,56 %. Estas taxas representam um nível de
crescimento demográfico alto superior ao do Estado do Rio de Janeiro, que cresceu no mesmo
período a uma taxa média anual de 1,3%. Na composição da taxa de crescimento o componente
migração para a região é significativo, sendo superior à média do Estado (0,19%). Sua taxa de
crescimento vegetativo é elevada, bastante superior à média do Estado como um todo (1,11%).
Com uma população total, em 2000, equivalente a 205,830, distribuída por um território com
386.6 km2, Magé apresentava uma densidade demográfica de 532.14 hab/km2.
Magé apresentava em 1991 uma taxa elevada de mortalidade infantil, que sofreu considerável
redução em 2000, ainda assim se manteve em um nível um pouco superior à média do Estado
(21,2). A esperança de vida ao nascer cresceu 4,3 anos, entre 1991 e 2000, crescimento superior
ao observado no Estado como um todo (3 anos), mas mantendo-se em patamar inferior ao do
Estado (69,4 anos). A taxa de fecundidade apresentou pequeno decréscimo no período, sendo
superior à média do Estado (2,1).
Qualidade de vida
Magé ocupava, em 2000, a 56ª posição entre os 91 municípios do Estado do Rio de Janeiro, com
um Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de 0,746, considerado representativo da
categoria “médio desenvolvimento humano”, valor bem abaixo do observado no Estado como um
todo, equivalente a 0,807, que o insere na categoria “alto desenvolvimento humano”. No período
1991-2000, Magé apresentou um crescimento de 12,52% de seu IDH-M, a um ritmo superior ao
do Estado (7,17%). O crescimento do IDH-M se deveu, principalmente, a seu componente
Educação, que apresentou um acréscimo de 42,0%.
O município apresentava, em 2000, uma renda média per capita equivalente à metade da média
estadual, que era de R$ 413,90, cabendo destacar o crescimento apresentado na década de
1990, quando o PIB per capita municipal cresceu 56,2%. A presença de pobres em sua
população era de 28,3%, bem acima da média estadual (19,2%), embora Magé tenha
apresentado uma significativa redução da proporção de pobres, já que em 1991 esta proporção
era de 41,8%. A concentração de riqueza no município, indicada pelo Índice de Gini era 0,52, é
menor do que a média do Estado (0,61).
A Tabela a seguir mostra a baixa apropriação da renda municipal pelas camadas mais pobres da
população, cabendo ao segmento dos 20% mais pobres 2,8% da renda no município e aos 20%
mais ricos 56,1%.
Magé possuía, em 2000, 12,17% de sua população vivendo abaixo da linha de indigência
(considerada como a população com renda familiar média abaixo de ¼ do salário mínimo, que era
de R$150,00 em 2000) e outros 28,3% abaixo da linha de pobreza (considerada como a
população com renda familiar média abaixo de 1/2 salário mínimo), índices superiores aos
apresentados em média pelo Estado, que eram, respectivamente, de 7,9% e de 19,2%.
Observa-se que, entre 1991 e 2000, houve uma redução das parcelas da população consideradas
indigentes e pobres, mas, por outro lado, um aprofundamento da intensidade da indigência e da
pobreza, indicando que estes contingentes, mais reduzidos, auferem rendas em níveis
relativamente inferiores aos observados em 1991.
Em termos da capacitação educacional, Magé apresenta uma situação favorável no que diz
respeito a sua população jovem, em relação aos indicadores apresentados na tabela a seguir, que
apresentam índices similares aos da média do Estado. Destaca-se que o município apresentou,
em 2000, uma considerável melhoria de seus índices em relação a 1991.
De acordo com diagnóstico realizado por eles próprios, existem hoje cerca de 700 pescadores na
região, embora tenha se notado um êxodo de alguns deles para Sepetiba, Guaratiba e
Mangaratiba e outros que em função de oportunidades diferentes estão assumindo outras
ocupações, como catador de pet ou pedreiro, por exemplo.
O principal tipo de técnica utilizado é a rede (à deriva, espera e cerco) e os currais. A catação de
caranguejo, puçá (siri) e pesca de arrasto – realizada por pescadores de outras regiões – também
ocorrem. As principais espécies capturadas são: pescada amarela, pescadinha, anchova, robalo,
sardinha verdadeira, pampo e piraúna.
Diversas dificuldades afetam a vida dos pescadores, entre elas foram destacadas:
Ambientais:
• Poluição do ar, causando irritação nos olhos;
• Vazamentos de óleo
• Lançamento de soda cáustica nos rios pelas fábricas de refrigerantes
Transportes:
• Horários das conduções – a partir das 22 horas não circulam mais
• Preço das passagens e dos pedágios
Sociais:
• A principal questão é a saúde, pela impossibilidade de transferir os pacientes para outros
hospitais.
• Falta de aproveitamento do conhecimento dos pescadores e catadores de caranguejo na
realização de projetos sociais locais.
• Falta de visibilidade da profissão, gerando baixa estima dos pescadores.
• Alguns inicialmente optaram pela profissão por falta de alternativas de ocupação, mas não
têm incentivos para continuarem atuando no ramo.
• Falta de investimento na formação dos pescadores por parte dos empreendedores que
atuam na área e interferem na atividade deles.
• Exaustiva carga de trabalho que os impede de aprimorar os estudos ou realizar um curso
técnico.
Os principais avanços apontados pelos grupos de pescadores foram:
• Articulação do grupo atraiu a atenção dos órgãos públicos para a situação da comunidade
de pesca e principalmente aproximação dos órgãos de saúde
• A organização permitiu a regularização dos pescadores (documentação, INSS).
Perspectivas:
• Organizarem-se para a profissão não entrar em extinção
• Serem informados dos projetos que o COMPERJ poderá implementar no sentido de
compensar, requalificar ou recolocar profissionalmente os pescadores da Baía de
Guanabara.
• Preservação da APA de Guapimirim, com mangues intocáveis, mesmo com o
estabelecimento do Complexo.
Magé conta também com a presença de uma comunidade remanescente do Quilombo Maria
Conga, já reconhecida pela Fundação Cultural Palmares e em fase de regularização de terras
pelo Incra.
Grande parte da água que abastece o município vem dos mananciais da Serra dos Órgãos,
exceto as localidades de Mauá e Suruí - constituídos basicamente de poços do tipo artesiano e
semi artesiano – que, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) irão receber
recursos para tratamento de água.
O município detém 80% da água que deságua na Baía de Guanabara além de abastecer o
sistema Imunana-Laranjal que abrange São Gonçalo, Paquetá dentre outros locais.
O abastecimento é feito pela CEDAE (70%) e as áreas com maior cobertura são respectivamente:
1° distrito-Magé, 2º distrito-Santo Aleixo e o 6º distrito – Vila Inhomirim. Suruí e Mauá são as áreas
com maior deficiência no que se refere ao serviço. A SERLA atua na limpeza de rios.
Quanto ao tratamento do esgoto sanitário, Magé não dispõe atualmente de estação de tratamento,
mas 2 unidades – em Mauá e no bairro Lagoa, no 1º distrito, estão sendo construídas.
A coleta de lixo é feita de forma tradicional 3 vezes por semana em todos os distritos e os
resíduos são transportados em caminhões compactadores. Não há coleta seletiva. A tipologia do
lixo em sua maior parte (70%) é orgânica, não havendo resíduos de construção civil. A destinação
final dos resíduos sólidos é feita no aterro sanitário localizado em Bonguaba (6° distrito) e não
existe tratamento – seleção, compostagem, reaproveitamento, reciclagem – do material colhido.
Existem muitos catadores de lixo que atualmente não se encontram organizados.
Os resíduos hospitalares e industriais são coletados pela empresa S.A. Paulista e tratado em
Nova Iguaçu.
Educação
Dados do Censo Educacional do Estado, de 2005, indicam que Magé conta com uma infra-
estrutura educacional que totaliza 143 estabelecimentos de ensino, sendo 115 correspondentes
ao Ensino Fundamental e 28 ao Ensino Médio.
O Ensino fundamental é oferecido através de 36 unidades escolares que dispõem também de EJA
através da metodologia presencial.
Saúde
SAME - - - - 104
Policlínica Santo Aleixo 45 6 5 2 -
Casa de Saúde NS. da
70 23 23 20 -
Piedade
Na faixa etária menor de 1 ano predominam as Doenças do Aparelho Respiratório, seguida das
Afecções do Período Perinatal e Doenças de Origem Infecciosa e Parasitária. Nas Crianças de 1 a
4 anos predominam as Doenças do Ap. Respiratório e as de Origem Infecciosas e Parasitárias.
Nas de 5 a 9 anos são em ordem decrescente de ocorrência as Doenças Infecciosas e
Parasitárias seguidas das Doenças do Aparelho Respiratório.
Segurança
Magé está incluída na 34ª Área Integrada de Segurança Pública, contando com 2 Delegacias de
Polícia, a 65ª, no distrito sede, e a 66ª, em Piabeta. Nela se encontra o 34º Batalhão da Polícia
Militar.
Comunicação
As operadoras de telefonia fixa em Magé são a OI Telemar e Embratel, e de telefonia móvel Claro,
Vivo, TIM, Oi e Nextel. São 29.271 linhas convencionais – comerciais e residenciais – e 1159
telefones públicos.
A conexão de Internet pode ser feita por banda larga (Velox), sistema PPPoe (não cobre todo o
município), Internet a cabo ou via rádio (qualidade ruim) e via satélite (boa qualidade mas a um
custo maior).
Os jornais mais lidos são: O Gazetão, Batepapo, Milênio VIP, Alvorada, Redator, Enfoque, Opção,
Jornal Folha Democrática, Jornal Grande Rio, Jornal Simpatia, O Noticiário, Novos Horizontes,
Magenews, Jornal Coluna Rio.
As rádios são: Na Onda 107,3 FM, Rádio Clube Mauá 94,5 FM, Novos Horizontes 104,1, Rádio
Comunidade 94,5 FM, Rádio Gold 107,7 FM, Rádio Inside FM 103,3, Adonai 100,1FM e ARFP
(Associação de Rádios Comunitárias de Piabetá)
Lazer e Cultura
Em Magé, atualmente, são poucas as atividades voltadas para o turismo . Em suas zonas rurais
encontram-se atividades de lazer como pesque-pague e pousadas voltadas para o eco-turismo,
buscando valorizar a riqueza das áreas de preservação existentes no município.
Os principais atrativos do município são as cachoeiras e áreas verdes, como o Horto Municipal de
Piabetá, o Véu da Noiva, em Cachoeira Grande e as Cachoeiras do Tamanqueiro, Monjolos e Pau
a pique, em Santo Aleixo.
Outro ponto importante e de grande visitação pública é o Poço Bento, localizado no bairro
Piedade. Em 1566, o padre jesuíta José de Anchieta, aportou na Praia da Piedade, deparou-se
com o poço de águas salobras, impróprias para o consumo da população. Essas águas foram
bentas pelo religioso e desde então o poço passou a ser considerado milagroso.
As principais festas religiosas e populares são: festa da Capela, de Santana, Nossa Senhora da
Piedade, São Pedro, São Nicolau e Poço Escuro. Além destas, existem comemorações voltadas
para produtos agrícolas como a Festa da Mandioca e Festa dos Agricultores e a tradicional festa
de Anchieta comemorando emancipação política em 09 de junho.
As Praças mais freqüentadas são a Nilo Peçanha (1° distrito), 7 de setembro (6º distrito) e Praça
da Cooperativa (Pau Grande) e as áreas verdes mais relevantes são o Horto Municipal e RPPN
de Santo Aleixo.
O patrimônio histórico do município de Magé é compreendido por igrejas seculares, como a Matriz
de Nossa Senhora da Piedade, cuja construção foi concluída em 1747, além das seguintes Igrejas
:
• Igreja Nossa Senhora da Piedade
• Igreja de Santo Aleixo
• Igreja Nossa Senhora da Guia
• Igreja São Nicolau
• Igreja Senhor do Bonfim
• Igreja Nossa Senhora Estrela dos Mares
• Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
• Igreja São Francisco de Croará (Mauá)
A Secretaria implementa projetos esportivos como a “Ginástica no quartel” para jovens e crianças,
campeonatos municipais de futebol além de ter projeto de reeditar o Campeonato Municipal de
Magé.
Sistema viário
Magé é servida pela Rodovia Washington Luiz - BR 040 - (Estrada Rio-Petrópolis), a BR-116
(Estrada Rio-Teresópolis) e a BR- 493 (Estrada Magé-Manilha).
O município conta com linhas regulares de ônibus para o Rio de Janeiro, Niterói, Teresópolis,
Guapimirim, São Paulo, Cabo Frio, Rio das Ostras, São Gonçalo, Itaboraí, Nova Friburgo,
Cachoeiras de Macacu, Petrópolis e para os distritos de Santo Aleixo, Suruí, Piabetá, Raiz da
Serra, Fragoso, Pau Grande, Mauá.
Estrutura Produtiva
Magé apresentou, em 2005, um Produtos Internos Brutos – PIB do Rio de Janeiro, superior a R$
1,2 bilhões. No período 2000-2005, teve um processo de crescimento constante, mais acentuado
a partir de 2002.
1.400.000
1.200.000
1.000.000
R$1000
800.000
600.000
400.000
200.000
0
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Em termos da participação do PIB de Magé na formação do PIB estadual, ela tem sido
praticamente constante em um patamar equivalente a 0, 5% do PIB estadual.
0,50
0,40
0,30
%
0,20
0,10
0,00
2000 2001 2002 2003 2004 2005
O principal componente do PIB de Magé provém do setor de serviços, formador de 80% do PIB
municipal, a este setor segue-se o Industrial, com 14,6%, tendo o comércio e a agropecuária,
pequena expressão na composição do PIB municipal.
1,1%
14,6%
4,4%
80,0%
ocupadas com carteira assinada em Magé, inferior a 10% do total de sua população em idade
ativa.
O município apresenta como principais atividades industriais doces, tijolos, carvão vegetal,
material de embalagens; a produção extrativa se refere a areia para construção, águas minerais,
pedra para construção, argila e barro; e a produção agrícola a hortifrutigranjeiros .
Vale ressaltar que projetos do PRONAF foram aprovados na aquisição de tratores e implementos
para o agricultor familiar, além de melhorias na escola técnica rural.
Organização Social
Uso do Solo
• Centro: composto por bairros de classe média e alta como Bela Vista, Santos Dumont,
Sete de Maio, Caixa D´água, cidade Nova e Green Vale.
Há 50 anos o fluxo migratório de Rio Bonito se intensificou nessa região com a vinda de
moradores de São Gonçalo e Itaboraí, dando origem ao bairro Parque Andréa, o mais populoso
do município. O bairro se caracteriza pela concentração de famílias carentes, com baixa
escolaridade, e pelo crescente índice de violência.
Bairros como: Boqueirão, Mangueira, Rio d´Ouro, Bosque Clube, Praça Cruzeiro e Ipê localizam-
se na área periférica ao centro de Rio Bonito. Nesta região houve uma ocupação desordenada em
que habitações improvisadas foram construídas em morros, encostas e ladeiras onde não há
oferta dos serviços básicos como saneamento. Houve loteamento irregular de fazendas onde se
plantava laranjas.
Os bairros Bosque Clube e Mangueira vivem o intenso fluxo migratório proveniente dos municípios
de São Gonçalo, Itaboraí e até do Rio de Janeiro.
Serra do Sapê e Praça Cruzeiro são os bairros com maior índice de violência ligado ao tráfico e
uso de drogas.
Basílio: Área rural que faz limite com Cachoeira do Macacu e que se caracteriza como uma das
áreas com as maiores arrecadações do município. É neste local onde fica o matadouro municipal
e o Parque Industrial e onde futuramente estarão as instalações da sede do Governo Municipal –
centro administrativo – numa área ocupada por uma antiga fábrica falida.
O bairro Cachoeira dos Bagres fica em área estratégica e valorizada em função do clima de serra.
Contrastando com esse cenário, a chamada “Favela do Rato Molhado” - outro nome dado ao
bairro de Cambucais – abriga uma comunidade carente com problemas de moradia e violência
agravados com a vinda de moradores de Tanguá, Itaboraí e São Gonçalo.
Do outro lado da BR 101 – lado esquerdo no sentido Rio de Janeiro – Rio Bonito – localizam-se os
bairros: Parque Indiano, organizado e asfaltado com moradores de classe média baixa; e Parque
da Luz, com população carente e conjuntos habitacionais populosos.
Rio Bonito é considerada, pela Fundação CIDE, área de rodeio. Entende -se por área de rodeio
aquelas que possuem maior percentual de pastagens; presença de pequenas manchas urbanas;
pequena influência de formações originais e de áreas agrícolas.
Observa-se ainda no município uma significativa área florestada, distribuída nas Serras Sambê,
Lavras, Rio Vermelho e Braçanã.
O quadro abaixo ilustra a evolução do uso do solo em Rio Bonito e aponta para o crescimento da
área agrícola entre o período de 1994 e 2001, que praticamente triplicou. O incentivo à agricultura
através de apoio da Secretaria de Agricultura, EMATER e faculdades criou condições favoráveis a
esse aumento e culminou num incremento produtivo, na criação de novos mercados, na
diminuição do êxodo rural e na melhoria das estradas.
Unidades de Conservação
Em Rio Bonito, encontra o Parque da Caixa d’Água, de âmbito municipal, localizado na Serra do
Sambe.
Estrutura fundiária
Informações obtidas na Secretaria Municipal de Agricultura indicam que o cenário rural de Rio
Bonito é composto por 988 propriedades que ocupam uma área de 3.287 hectares. A maioria
destas propriedades é de minifúndios (458 unidades), seguida de pequenas (358) e médias
propriedades rurais. Apenas 18 unidades são consideradas grandes propriedades produtivas,
ocupando uma área de 7.284 ha. Os dados do Censo Agropecuário de 1996, do IBGE,
apresentavam a seguinte situação naquele ano.
Com a implantação do Mercado Municipal, prevista para o final de julho de 2007, a produção
será escoada de forma mais vantajosa para os agricultores, que até então contam principalmente
com a atuação de atravessadores na comercialização de seus produtos. Além da dificuldade na
venda, a falta de mão de obra qualificada e a dificuldade de aquisição de determinadas sementes
também foram citadas no levantamento de campo.
Por outro lado, entre os avanços conquistados nos últimos 10 anos destacam-se: aumento de
produção, criação de novos mercados, diminuição do êxodo rural e melhoria das estradas.
A Secretaria informa haver oportunidade para um crescimento equilibrado no setor, mas a falta de
verbas e de investimentos dificulta esse processo.
Existem cerca de 4 comunidades carentes em Rio Bonito. As áreas por elas ocupadas não são
atendidas por rede de esgoto, e suas ruas têm pavimentação.
De acordo com dados obtidos junto à Secretaria, 70% da população de Rio Bonito tem casa
própria.
A elaboração do último Plano Diretor de Rio Bonito prevê as seguintes ações no município:
População
Aspectos Demográficos
O município tem uma área total de 463km2 e, de acordo com o censo de 2000, uma população de
49.115 habitantes, o que representa uma densidade demográfica de 107,30 habitantes por km², a
42ª do Estado. Esta baixa densidade demográfica equipara-se a dos demais municípios
pertencentes à Região das Baixadas Litorâneas, mas situa-se muito abaixo da média estadual. Se
por um lado esse índice é considerado positivo sob o ponto de vista de relações de vizinhança,
por outro lado dificulta e encarece a prestação de serviços públicos.
O município apresentou uma taxa média geométrica de crescimento, no período de 1991 a 2000,
de 1,07% ao ano, contra 4,31% na região e 1,30% no Estado. Sua população é notadamente
rural, representando 75,13% do total .
A figura a seguir, apresenta a distribuição da população residente por grupo de idade e sexo na
área de estudo em questão.
Tabela 4.4.187 – População residente (por sexo) e grupos de idade – Rio Bonito
Pop por
Total 0a4 5a9 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 a 69 70 a 79 80 e mais
Sexo e Total
MULHERES 24.816 2.188 2.006 4.691 4.423 3.839 3.108 1.996 1.388 787 390
HOMENS 24.875 2.198 2.144 4.825 4.399 3.796 3.162 2.093 1.249 754 255
TOTAL 49.691 4.386 4.150 9.516 8.822 7.635 6.270 4.089 2.637 1.541 645
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Censo Demográfico 2000.
Ao analisar dados do IBGE (Censo 2000) verifica-se que a concentração da população residente
ocorre nas faixas etárias de 10 a 19 e 20 a 29 anos, o que denota um perfil jovem dos moradores
de Rio Bonito.
Dados acerca de fluxo migratório indicam que a maior parte (70%) dos moradores de Rio Bonito
que nasceram em outros estados residem no município entre 1 e 5 anos, indicando uma migração
recente.
Tabela 4.4.188 – Número de residentes não nascidos em Rio Bonito com menos de 10 anos de
residência no município
Menos
1a2 3a5 6a9
Total de 1
anos anos anos
ano
Rio Bonito 688 42 264 218 165
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2000
Da população total, aproximadamente 60% trabalha e estuda em Rio Bonito conforme ilustra a
tabela abaixo, os demais 40% se deslocam para outros municípios pata trabalho ou estudo.
Qualidade de Vida
No período 1991-2000, o IDH - Municipal cresceu 11,24%, passando de 0,694 em 1991 para
0,772 em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a Educação, com
42,1%, seguida pela Renda, com 36,8% e pela Longevidade, com 21,7%. A distância entre o IDH
do município e o limite máximo do IDH, ou seja, 1, foi reduzida em 25,52%.
O quadro abaixo traça uma comparação destes indicadores de Educação, Renda e Longevidade
entre Rio Bonito e Brasil no período de 1991 e 2000.
Dados como esperança de vida ao nascer, taxa de alfabetização de adultos e renda per capita,
posicionam Rio Bonito em 37º lugar no ranking estadual, o que lhe atribui o status de região de
médio desenvolvimento humano.
Rio Bonito apresentava em 2000, uma taxa de mortalidade infantil inferior à média do Estado
(21,2). A esperança de vida ao nascer cresceu 3,1 anos, entre 1991 e 2000, crescimento superior
ao observado no Estado como um todo (3 anos), chegando a um patamar superior à média do
Estado (69,4 anos). A taxa de fecundidade apresentou decréscimo no período, igualando a média
do Estado (2,1).
Perfil Cultural
O perfil cultural de Rio Bonito está atrelado ao seu patrimônio histórico, artesanato e centros
culturais que promovem o resgate histórico e artístico do município. Neste contexto, destacam-se
as seguintes construções religiosas: Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, Igreja de
Nossa Senhora da Conceição de Boa Esperança e ruínas da Capela de Nossa Senhora da
Conceição de Braçanã e a Capela de Sant'Ana do Basílio.
A Igreja da Matriz, construída em 1816 foi a primeira capela erguida em Rio Bonito. Sua
arquitetura tem influência neoclássica e as paredes e o teto possuem acabamento em pintura
artística. A imagem da padroeira é a mesma desde a inauguração em 1820. Permaneceu como foi
construída até 1946, quando Monsenhor Antônio de Souza Gens concluiu ser necessária uma
reforma para sua melhor conservação. Nesta ocasião foi construída a torre da Igreja.
A Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Boa Esperança teve sua obra iniciada em 21 de
agosto de 1859 e levou 3 anos para ser concluída. Foi erguida através de trabalho escravo e
doação de materiais feita por Alexandre Pereira dos Santos cujos restos mortais encontram-se em
sua nave. No cemitério atrás da igreja repousam os restos mortais da Família Portela. Está aberta
diariamente das 8 às 18 hs
Fundada por Francisco Marinho Machado, levantada com Provisão de 09 de novembro de 1782 e
bênção em 1° de janeiro de 1786, a Capela de Sant'Ana do Basílio é considerada um monumento
da arquitetura nacional, exemplar da fase final do estilo barroco brasileiro, tendo sido tombada em
13 de março de 1970 pelo IPHAN.
Os principais centros culturais do município são: o Centro Cultural Bernardino da Costa Lopes e
Casa de Cultura Poeta Hélio Nogueira.
Situado na Praça B. Lopes em Boa Esperança, o centro cultural foi inaugurado em 1996 e divide-
se em duas salas : um pequeno museu e uma biblioteca.Nele são encontrados dados biográficos
de pessoas expressivas do 2º distrito, fotografias, livros sobre Rio Bonito e xerox das obras de
Bernardino da Costa Lopes - o poeta B. Lopes (1859 - 1916). A partir de sua inauguração
propiciou diversos cursos de artesanato.
A Casa de Cultura Poeta Hélio Nogueira foi criada pela Lei nº. 421 de 1° de dezembro de 1992.
Dispõe de acervo documental, artístico e cultural é patrimônio municipal e visa estimular e
organizar as variadas formas de expressão da cultura em desenvolvimento no município.
Localizada na Praça Fonseca Portela, a Casa de Cultura foi criada para ser um ponto de encontro
de historiadores, estudiosos, professores, alunos, artistas e interessados em discussões sobre a
cultura e historia.
Outros monumentos e obras que fazem parte da história e cultura de Rio Bonito são:
• Praça Fonseca Portela, no Centro;
• Chafariz da Praça Fonseca Portela;
• Pérgula da Praça Fonseca Portela;
• Coreto da Praça Fonseca Portela;
• Prédio da “Cadeia Pública”, situado na esquina das ruas XV de Novembro e
Desembargador Iraci de Oliveira, no Centro;
• Fachadas ecléticas de lojas comerciais situadas na Rua XV de Novembro, em frente à Rua
Vereador Joaquim de Castro, no Centro;
• Fachadas ecléticas de três prédios da Rua Dr. Mattos, no Centro;
• Esporte Clube Fluminense, situado na Av. Manoel Duarte, no Centro;
Os rios que circundam a região e fazem parte das bacias hidrográficas acima mencionadas
subdividem-se em:
• Baía de Guanabara: Caceribu Pequeno, Rio Bonito, Rio dos Índios e Rio Seco.
• Baía do Rio São João: Bacaxá, Rio Vermelho, Duas Barras, Catimbau Grande, Boa
Esperança, Sete Voltas, Rio das Domingas e Castelo.
Dados apurados no ano 2000 pelo Sistema Nacional de Indicadores Urbanos – SNIU do Ministério
das Cidades (dados coletados nos dias 3 e 4 de junho de 2003 referentes ao ano 2000) e IBGE
(Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2000) apresentam o panorama descrito a seguir.
No tocante ao abastecimento de água, Rio Bonito tem 50,3% dos domicílios com acesso à rede
de distribuição, 47,9% com acesso à água através de poço ou nascente e 1,8% têm outra forma
de acesso à mesma. O total distribuído alcança 11 577 metros cúbicos por dia, dos quais 97%
passam por tratamento convencional e o restante por simples desinfecção (cloração).
O Plano Diretor de Rio Bonito aponta a deficiência no sistema de coleta de esgotos que é feito
junto com o sistema de drenagem de águas pluviais.
O bairro do Rio Vermelho é atendido em parte por fossa coletiva e parte dos imóveis de Rio do
Ouro possui fossa e o restante é atendido por sistema misto.
A rede coletora de esgoto sanitário chega a 25,7% dos domicílios do município; outros 49,3% têm
fossa séptica, 5% utilizam fossa rudimentar, 14,2% estão ligados a uma vala, e 3,4% são lançados
diretamente em um corpo receptor (rio, lagoa ou mar).
Quase todos logradouros públicos de Rio Bonito são atendidos pelo serviço de limpeza pública,
cuja cobertura só não abrange as vias de maior declividade na Serra do Sambe.
Uma empresa terceirizada faz a coleta do Centro, Bela Vista e Basílio. Mangueirinha, Praça
Cruzeiro, Boqueirão e São José têm a coleta de lixo realizada pela Prefeitura.
Rio Bonito tem 79,0% dos domicílios com coleta regular de lixo, outros 2,9% têm seu lixo jogado
O total de resíduos sólidos coletados somava 19 toneladas por dia, cujo destino era 2 vazadouros
a céu aberto (lixões) e 1 usina de reciclagem.
A Usina de reciclagem e compostagem de Rio Bonito, localizada em Mato Frio (Estrada Porfírio
Alves de Mendonça, s/n°) é o local onde é feita a disposição final dos resíduos sólidos e tem uma
quantidade estimada de 20 toneladas/dia, embora tenha capacidade de receber 50 toneladas/dia.
A área da usina é de propriedade da Prefeitura, que contratou 14 catadores de lixo de acordo com
as normas da CLT. Os catadores trabalham na esteira de triagem, compostagem e reciclagem do
material. Nenhuma atividade como artesanato, por exemplo, é desenvolvida na área da usina,
mas os produtos dali advindos são comercializados em leilão na própria usina.
O lixo hospitalar é lançado em vala séptica, enquanto o industrial recebe tratamento das próprias
indústrias. Existe um incinerador não utilizado por não estar em condições de funcionamento.
Educação
Segundo levantamento feito para elaboração do Plano Diretor de Rio Bonito, a distribuição de
unidades de ensino em Rio Bonito indica uma maior concentração no meio rural. É esta região
que possuía também a maior taxa (22,78%) de analfabetos com mais de 15 anos em 2000.
O maior número de escolas pertence à rede municipal no que diz respeito ao ensino fundamental.
No ensino médio, em 2005 essa concentração é observada na rede estadual, assim como os
estabelecimentos de ensino para jovens e adultos.
No ensino de jovens e adultos, Rio Bonito tem um total de 646 matrículas em 2005, sendo 11%
para o primeiro segmento do ensino fundamental, 39% para o segundo segmento e o restante
para o ensino médio.
Não há cursos de nível superior, nem profissionalizantes, em Rio Bonito, o que obriga os jovens
do Município a se deslocarem para outros municípios. Há um movimento em torno da
necessidade de implantação de escolas técnicas, cursos profissionalizantes e de nível superior no
Município, incluindo curso politécnico.
Todos os profissionais do corpo docente da rede pública em Rio Bonito têm curso superior.
Est Mun Priv Tot Est Mun Priv Tot Est Mun Priv Tot
11 37 4 52 7 1 2 10 3 1 0 4
SAÚDE
A rede hospitalar em Rio Bonito conta com 93 unidades distribuídas entre centros de saúde,
clínicas ambulatoriais, consultórios, policlínicas, um hospital municipal situado na entrada da
Cidade, um hospital filantrópico conveniado ao SUS, um hospital colônia e 12 postos de saúde da
família distribuídos nas áreas urbanas e rurais.
O Hospital Regional Darcy Vargas, pertencente a uma entidade filantrópica, além de atender ao
Município, recebe pacientes dos municípios vizinhos, como Silva Jardim, Casimiro de Abreu e
Tanguá.
Há uma média de 14 leitos para cada 1000 habitantes, sendo a maioria (630) concentrada na
especialidade de Psiquiatria. Estes números incluem leitos que pertencentes ou não do Sistema
io Bonito 46 13 26 17 630 0 16
Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS.
Nota: Estão incluídos os leitos do SUS e não SUS.
Comunicação
Jornais
ASCIRB
Folha da Terra
Rádios
Rádio Transamérica Hits AM
Rádio Universo FM
Lazer e Cultura
O Plano Diretor de Rio Bonito prevê investimentos em atividades culturais visto que no município
não há cinema, teatro, museu, escolas ou galerias de arte. As bibliotecas existentes são:
Biblioteca Myriam Curi Rondelli de Sá – Bela Vista
Biblioteca Pública Municipal Nilo Peçanha - Centro
Biblioteca Luiz Borges – Centro
De acordo com pesquisa feita por ocasião da apresentação do Plano Diretor, foram levantadas as
seguintes demandas da população em relação às opções de lazer:
A Praça Astério Alves de Mendonça, próxima ao Terminal Rodoviário, é o local onde geralmente
acontecem as festas populares e eventos promovidos pela Prefeitura, enquanto que toda a
atividade rural como exposições agrícolas, rodeios, show e competições leiteiras realizam-se no
Complexo Agrícola Anísio Antunes Figueiredo Filho.
O Ecoturismo em Rio Bonito vem se desenvolvendo cada vez mais por conta da diversidade de
recursos naturais em boas condições de conservação e do clima agradável com serras,
mananciais de águas e matas.
Cerca de um quarto do território de Rio Bonito está ambientalmente protegido com a Área de
Proteção Ambiental - APA Federal da Bacia do Rio São João/ Mico Leão Dourado.
Encontra-se em fase de implantação, o Corredor Ecológico Estadual Sambê Santa Fé, que
abrange toda a área de Rio Bonito ao norte da BR 101, superpondo-se em parte à APA da Bacia
do Rio São João/ Mico Leão Dourado. A instituição do Corredor visa assegurar a ligação de
fragmentos florestais, dando condições para preservação de espécies animais e vegetais.
A Serra do Sambê é o ponto mais alto de Rio Bonito com 1.100 metros acima do nível do mar.
Diversos mananciais formam belas cachoeiras como a de Lavras, dos Bagres e Braçanã. O clima
varia de acordo com a vegetação, formada por árvores florestais, remanescentes da Mata
Atlântica. A temperatura pode chegar a 4º no pico mais alto.
• Parque da Caixa d'água - A principal área de lazer pública do município, o parque possui
diversas trilhas dentro da flora originada da Mata Atlântica. No caminho pode-se ver todo o
tipo de flor, répteis, mamíferos e pássaros o que atrai muitos observadores da natureza.
Situado na Serra do Sambê, de fácil acesso, através da Rua Salgado Filho e em seguida a
rua Cortina Laxe que dá acesso aos portões do Parque. Daí em diante observa-se a
mudança de temperatura, os blocos graníticos misturados à vegetação natural e os
pássaros.
• A Pedra do Índio Chorão - como foi denominada pelo povo, a gruta de Nossa Senhora é
um dos pontos mais visitados no Parque. A deliberação n.º 312 de 24 de abril de 1967,
assinada pelo Prefeito Antônio Lopes de Campos Filho cria o Parque da Caixa D'água
considerando-o pelo artigo 2º constituído por todos os terrenos da Prefeitura Municipal
situados na Serra do Sambê e pelo artigo 4º, destinando-o a servir de proteção aos
recursos naturais, à nossa flora e fauna do município.
• Cachoeira dos Bagres - cachoeira com 12 metros de largura e 20 metros de queda. São
cinco quedas de água fria (10º) e muito cristalina. Toda a paisagem é formada pela flora e
fauna original da Mata Atlântica de Rio Bonito.
• Cachoeira Tomascar - pequena cachoeira com 4 m de queda para 6 de largura. Ela é boa
para o banho, pois possui piscinas e duchas naturais com águas muito claras e de 15º.
Somente através de trilha se chega ali.
• Cachoeira Braçanã - Através de uma trilha é possível chegar nas piscinas naturais da
pequena cachoeira de Braçanã. Apenas uma queda de 3 metros de altura por 10 metros
de largura com água de 10º. Fica na Estrada Municipal de Basílio.
• Fonte Pietro Antônia Violante - Conhecida como Biquinha da Bela Vista, possui uma
nascente d'água de ótima qualidade que serve a cidade há dez anos. Toda a paisagem é
formada pelo complexo urbano de Boa Vista. É um ponto histórico muito importante de Rio
Bonito.
As atividades esportivas contam com áreas de lazer adjacentes, onde, além das práticas
esportivas, são realizados eventos sociais e religiosos, organizados pela comunidade.
Energia elétrica
A distribuição de energia elétrica em Rio Bonito, tanto na área urbana quanto na rural é ofertada,
em sua maioria, pela concessionária AMPLA. A área rural é parcialmente atendida pela CERCI -
compreendendo as localidades de Braçanã, Catimbau e Jardim da Mata –pela CERAL - Castelo,
Latino Melo e Palmital.
Entrevistas realizadas para coleta de dados do Plano Diretor indicaram que cerca de 95% da
população do município é atendida pelo serviço. Vale informar que no distrito de Rio Bonito esse
percentual é de 97% e nos distritos de Boa Esperança e Basílio os percentuais são de cerca de
92%.
CACHOEIRAS DE MACACU
SILVA JARDIM
SÍTIO SÃO JOSÉ
DE BRAÇANÃ
LAVRAS POSSE
CACHOEIRA
DOS BAGRES
POUSADA
RELICÁRIO
BRAÇANÃ
COLINA DA
PRIMAVERA
RIO DO OUDO
BASÍLIO RIO BONITO
101
BR
PRAÇA SÃO JOSÉ
CRUZEIRO
BOQUEIRÃO
RAPIM
RIO VERMELHO
VIÇOSA
RIO DOS ÍNDIOS
DE DENTRO
BACAXÁ
BURACO
DA DUAS
LAGOA CORUJA BARRAS
VERDE
TANGUÁ FAZENDA
IMBIARA JACUNDÁ
NOVA CIDADE
RJ
12
4
CATIMBAU
BAMBÚ
FÁBRICA PARQUE
IMBIARA ANDREIA
RIO SECO
MATA PRAINHA
BOA CASTELO
ESPERANÇA
LATINO
JARDIM MELO
DA MATA
TOMASCAR
PALMITAL
SAQUAREMA
Sistema viário
O principal acesso a Rio Bonito é feito pela rodovia BR-101, cuja duplicação está sendo pleiteada
pela FIRJAN no trecho compreendido pelo município em questão até a divisa com o estado do
Espírito Santo, compreendendo os municípios de Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Macaé,
Conceição de Macabu, Quissamã e Campos dos Goytacazes. Também é prevista a implantação
de variante em Campos; privatização deste trecho e revisão dos estudos sobre localização e
número de praças de pedágio.
A RJ-124 (Via Lagos), com 55 km de extensão, liga Rio Bonito a São Pedro da Aldeia passando
pelos municípios de Araruama e Iguaba Grande e servindo de acesso também a Saquarema,
Cabo Frio, Arraial do Cabo e Armação dos Búzios.
Conhecida como “Rodovia da Morte” quando sua extensão era ainda de 30 km, a RJ-124 era de
pista simples sem acostamento com pavimentação e sinalização precária por falta de
manutenção.
Estas melhorias foram positivas não só no fluxo turístico visto que a rodovia recebe o transporte
de cargas proveniente da rodovia federal BR-101.
Na altura do km 22 da rodovia localiza-se a praça de pedágio, cujas tarifas variam entre R$ 4,00
(de segunda à sexta para motocicletas, motonetas e bicicletas a motor ) a R$ 61,50 (sábado,
domingo e feriados nacionais para caminhões com reboque e caminhões -trator com semi-
reboque).
A malha viária de Rio Bonito acompanha o sítio geográfico estendendo-se ao longo do sopé da
Serra do Sambê, o que dificulta as soluções de trânsito.
O maior tráfego viário situa-se no Centro da Cidade, justamente onde as vias são mais estreitas e
onde há maior procura por vagas para estacionamento.
Como já foi citado anteriormente, a presença da linha férrea na área urbana representa um
problema para o município uma vez que inviabiliza a integração do tecido urbano, degrada o
ambiente e coloca a população em risco de acidentes.
Espaços vazios da faixa de domínio da ferrovia no centro urbano são utilizados como passagens,
caminhos, estacionamentos, e até, em algumas localidades, com construções residenciais.
Rio Bonito faz parte da rota Rio-ES, da ferrovia da Vale do Rio Doce que liga o porto do Rio ao de
Tubarão (Vitória) com transporte de álcool, derivados de petróleo, calcário, produtos
petroquímicos, cimento, bauxita, cal dentre outros produtos.
Como pode se notar na figura a seguir, os moradores de Rio Bonito optam em sua maioria pelo
ônibus como meio de locomoção (38,57%), seguido de carro próprio (21,84%) e o deslocamento a
pé (21,16%).
O transporte coletivo no município é realizado por uma empresa concessionária - São Geraldo –
que percorre aproximadamente 150 km de vias com uma frota de 20 carros, entre ônibus e micro-
ônibus.
Parque Indiano e Mangueirinha são as localidades não servidas pelo transporte coletivo.
Algumas localidades são atendidas por micro-ônibus com 1 porta de acesso o que impossibilita o
transporte gratuito de idosos. Para sanar esse problema, em alguns dias circulam também micro-
ônibus com 2 portas.
Os estudantes da rede pública municipal têm transporte gratuito realizado pela frota de kombis da
Prefeitura em localidades sem atendimento do transporte coletivo.
O transporte coletivo intermunicipal é realizado pelas empresas de ônibus Rio Ita e 1001 e por
cooperativas de vans.
As linhas regulares da Rio Ita seguem para Alcântara (São Gonçalo), Praça XV (Rio de Janeiro),
Niterói, Silva Jardim, Saquarema, Araruama e Casimiro de Abreu. Uma vez por semana a 1001
disponibiliza linha para São Paulo.
O tráfego das vans não regulamentadas vindas de outros municípios dificulta o trânsito, por isso
elas não podem transitar na área central da cidade nem fazem a ligação entre as áreas urbana e
rural.
Aspectos econômicos
Em relação ao Produto Interno Bruto entre os municípios da Área de Influência Regional do
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, Rio Bonito ocupa o segundo lugar sendo ultrapassado
apenas por Niterói.
Esta colocação representa um montante de R$ 614,2 milhões gerado no ano de 2004, quando
havia 20.827 pessoas trabalhando com carteira assinada e o PIB per capita era de R$ 11.839.
Tabela 4.4.210 – Produto Interno Bruto, por setor: 2004, (em 1000 reais)
PIB a
preço
Agropecuária
Indústria Comércio Serviços s de
merca
do
614
3 046 72 507 27 456 493 237
199
Fonte: Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro - Fundação CIDE
A atividade agropecuária, que responde por menos de 1% do PIB fluminense, representa apenas
1% do PIB municipal.
Oitenta e sete por cento do PIB de Rio Bonito advém do setor terciário, conforme ilustra tabela
anterior.
O setor industrial teve impulso com a instalação do Condomínio Industrial situado na zona rural do
1º Distrito com uma área de 37,89ha distribuídos em 23 lotes.
Empresas instaladas:
• Gaiapan Soluções Ambientais - Empresa de prestação de serviços do setor de proteção
ambiental, detentora de tecnologia para tratamento de reciclagem de resíduos e sub-
produtos industriais- área de 0,75ha.
• RE-BARS do Brasil Comércio, Indústria e Construções - empresa do ramo de fabricação
de equipamentos de iluminação, fabricação de material plástico de uso na construção civil
e fabricação de peças para a construção civil - área de 3,4ha.
• M. H. Lucas Comércio de Gás - empresa do comércio de gás - área de 0,7ha.
• Nutriara Alimentos Ltda - Indústria e fabricação de alimentos, rações balanceadas,
comércio, exportação e importação de produtos agropecuários, produtos para higiene,
artigos para animais vivos - área de 5,6ha.
• Parque Aquático de Rio Bonito - área de 10,4 2ha.
• Pau-Brasil Comércio e Distribuição de Madeiras - área de 0,7ha.
• Rio Blocos - área l de 0,7ha.
Para expansão do Condomínio (que Condomínio? Trata-se de uma zona exclusiva industrial?) foi
desapropriada uma área contígua de 53,20ha, em fase de regularização.
De acordo com o IQM – Índice de Qualidade dos Municípios - elaborado pela Fundação CIDE e
publicado em fevereiro de 2006, os seguintes indicadores foram considerados: centralidade e
vantagem locacional, qualificação da mão-de-obra, riqueza e potencial de consumo, facilidades
para negócios, infra-estrutura para grandes empreendimentos, dinamismo e cidadania.
O município de Rio Bonito, que em 1998 ocupou o 28° lugar no ranking estadual, melhorou sua
posição indo para 22° em 2005 através dos seguintes resultados:
• No quesito centralidade e vantagem locacional (CEN), que representa a capacidade que o
município possui de estabelecer vínculos com os mercados vizinhos, seja pela sua
importância regional, seja pela sua localização geograficamente privilegiada, sua
colocação no ranking em 2005 era a 25a, numa variação de 4 posições acima da apurada
em 1998.
• Já a qualificação da mão-de-obra (QMA) representa o padrão de formação educacional da
população, do ponto de vista da especialização e profissionalização.
Consideram-se o atual estágio e as condições apresentadas para sua evolução, Rio Bonito estava
em 60o lugar (de que?) em 2005, caindo 23 posições em relação a 1998 .
• Riqueza e potencial de consumo (RIQ) demonstram a riqueza (??? riqueza demonstrando
riqueza?) existente no município, representada pela sua produção e pelo nível de rendimento de
seus habitantes. O município se posicionou na 46a posição em 2005, caindo 4 posições em
relação a 1998.
• Quanto às facilidades existentes para a operação das empresas e seus funcionários (FAC),
demonstrou estar em 18o lugar em 2005, caindo 1 posição em relação a 1998.
• Infra-estrutura para grandes empreendimentos (IGE) demonstra a presença, no município, de
condições favoráveis à implantação e operação de empresas de grande porte. Rio Bonito
alcançou o 17º lugar em 2005, 13 posições acima da apurada em 1998.
• Dinamismo da economia local (DIN), é representado pela existência de alguns serviços
especializados e pelo nível de suas atividades. Sua posição em 2005 era a 12ª em relação ao
conjunto dos 92 municípios fluminenses, 17 posições acima da apurada em 1998.
• Cidadania (CID) representa as condições de atendimento às necessidades básicas da
população do município (saúde, educação, segurança, justiça e lazer). Nesse aspecto, Rio Bonito
estava em 22º lugar em 2005, 28 posições acima da apurada em 1998.
Organização Social
De acordo com os representantes dos órgãos públicos visitados, as forças políticas têm atuação
discreta no município.
As organizações mais atuantes são:
• Câmara de Diretores Lojistas
• Associação de Moradores da Praça Cruzeiro
• Pastoral da Criança
• Associação de artesãos Mãos Que Fazem Arte (AMFARB)
• Sindicato Rural de Rio Bonito
Entre 1994 e 2001, houve redução de formações florestais de 29,1% para 15,9% do território
municipal. Esta perda se refletiu principalmente no crescimento das áreas urbanas de São
Gonçalo e, em menor escala, no crescimento das pastagens.
De acordo com estudos realizados pela Fundação CIDE, São Gonçalo tinha em 1994 29% de
cobertura florestal, 41% de área urbana, 12% de pastagens e 16% de área degradada. Em 2001,
as áreas urbanas ocupavam 63% do município.
As áreas de ocupação mais densas e antigas são hoje as mais bem providas de infra-estrutura, de
equipamentos, assim como de atividades relacionadas ao comércio e aos serviços. Por se tratar
Em 1962, em função do baixo dinamismo das atividades rurais, São Gonçalo passou a ser
constituído por áreas exclusivamente urbanas. Entre os distritos destaca-se Ipiíba como o que
ainda mantém características rurais mais acentuadas. O crescente dinamismo populacional e a
ocupação menos adensada dessas áreas, no entanto, tem promovido o incremento de
loteamentos irregulares desprovidos de diretrizes urbanas legais.
De acordo com o censo de 2000, a cidade tem 302.905 domicílios, com uma taxa de ocupação de
87%.
Fontes: IQM-VERDE II – Fundação CIDE - Estudo Socioeconômico 2006 – TCE-RJ – Secretaria Geral de Planejamento
Unidades de Conservação
Os dados da Fundação CIDE, baseados no Censo Demográfico 2000, do IBGE, indicam uma
situação onde 21,9 dos domicílios apresentavam carência de infra-estrutura e outros 6,2% com
deficiência de infra-estrutura, sendo que em 9,4 dos domicílios identificava-se situação de
adensamento excessivo. Em 2000 estimava-se um déficit habitacional de 17.998 domicílios.
População
Aspectos Demográficos
São Gonçalo abrigava, em 2000, uma população total de 891.119 habitantes. O município
apresentou uma taxa média geométrica de crescimento anual no período 1991/2000 de 1,49%
a.a. A população estimada em 2005 (estimativa para 2005?) de São Gonçalo é de 944.900
habitantes (IBGE), sendo a segunda cidade mais populosa do estado, depois da capital. A
densidade demográfica de seus 960.841 habitantes em 2005 é de 3.583 pessoas por km2.
Taxa de Densidade
Municípios urbanização demográfica
(%) (hab/km2)
Qualidade de Vida
No período 1991-2000, o IDH - Municipal cresceu 7,71%, passando de 0,726 em 1991 para 0,782
em 2000. A dimensão que mais contribuiu para este crescimento foi a longevidade, com aumento
de 8,16%, seguida pela renda, com variação de 7,62% e pela educação, com um aumento de
7,43%. O município, no entanto caiu do 12 º para o 23º lugar no ranking estadual.
Em São Gonçalo, no ano 2000, 80% da população se apropriava de 47,05% da renda familiar
gerada no município, enquanto os 20% mais ricos se apropriavam de 52,95%. Os 20% da
população, mais pobres, detinham apenas 3,33% da renda, caracterizando uma situação de
considerável desigualdade social.
São Gonçalo apresentava em 2000, uma taxa de mortalidade infantil inferior à média do Estado
(21,2). A esperança de vida ao nascer cresceu 3,3 anos, entre 1991 e 2000, crescimento superior
ao observado no Estado como um todo (3 anos), chegando a um patamar superior à média do
Estado (69,4 anos). A taxa de fecundidade apresentou decréscimo no período, sendo inferior à do
Estado (2,1).
Perfil Cultural
São Gonçalo, segundo a prefeitura, não apresenta referências específicas que possam determinar
uma identidade cultural. O município também não possui uma política de preservação DODÔ
patrimônio histórico. Representantes importantes da história e da cultura da região como o
“Palacete do Mimi” (patrimônio reconhecido pela Secretaria de Cultura Estadual) e outras antigas
fazendas foram destruídas pelo tempo e pelo descaso do poder público local. Um dos poucos
imóveis remanescentes de valor patrimonial reconhecido pelo IPHAN – Instituto de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional é a Fazenda Colubandê, um significativo conjunto formado pela
casa-grande, pátio, capela e jardins. Atualmente, abriga um batalhão do exército que vem
garantindo assim, manutenção e proteção ao bem material do monumento.
O conjunto de marcos históricos remanescentes do século XVII inclui ainda a Fazenda Nossa
Senhora da Boa Esperança, em Ipiíba, e a propriedade do capitão Miguel Frias de Vasconcelos,
no Engenho Pequeno. A capela de São João, Porto do Gradim, e a Fazenda da Luz, em Itaóca,
são lembranças do passado colonial de São Gonçalo. Há ainda a Biquinha da Bela Vista e o
Casario de Boa Esperança, casas que constituem resquícios da antiga vila operária da fábrica de
cerâmica que deu origem à formação urbana da sede do 2° Distrito.
O município de São Gonçalo, segundo o IBGE (Censo 2000), tinha em 2000, 211.344 domicílios
atendidos por rede de abastecimento de água que atingia 80,4% das habitações (ligações
regulares e irregulares). O restante, 19,6% dos domicílios, utilizava nascentes e poços profundos
ou rasos.
Pelos dados do SNIS, referente ao ano de 2004, cerca de 66% população urbana (625.683
habitantes) é atendida, 174.172 economias ativas (das quais 163.385 economias eram
residenciais) e 360 km de rede de distribuição de água (com uma média de 3,0 m/ligação).
Informações apresentadas pela CEDAE para Dez/2004, constantes no Plano Diretor, o índice
médio de atendimento (???) com esgotamento sanitário no município é de 1,6%. A população
não atendida pela rede de esgotos utiliza a rede de drenagem ou faz o lançamento, sem
tratamento, nos cursos d’água que cortam a cidade.
População Quantidade
Quantidade
total Quantidade de Quantidade
de Extensão da Volume de Volume de
atendida de ligações economias de ligações
Ano economias rede de esgoto esgoto
com ativas de residenciais totais de
ativas de esgoto coletado tratado
esgotamento esgoto ativas de esgoto
esgoto
sanitário esgoto
1.000 1.000
Habitante ligação economia km economia ligação
m3/ano m3/ano
2000 20.668 4.452 7.150 118,0 1.275,2 0,0 5.167
2001 15.455 3.046 4.811 118,0 3.732,5 0,0 4.641 3.273
2002 15.395 3.043 4.797 426,0 1.275,0 0,0 4.623 3.266
2003 15.455 3.037 4.791 426,0 11.198,0 11.198,0 4.619 3.037
2004 15.378 3.035 4.789 427,0 17.061,0 17.061,0 4.618 3.035
Fonte: SNIS – Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento do Ministério das Cidades
Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, realizada pelo IBGE em 2000, é possível
observar que em São Gonçalo não havia controle da disposição dos resíduos sólidos industriais,
nem coleta seletiva, nem reciclagem de maneira organizada dos resíduos sólidos ali produzidos.
Foi possível identificar a existência de remoção sistemática de entulhos e coleta de lixos
especiais, entretanto esses resíduos não apresentavam destinação adequada, sendo que todos
os resíduos sólidos coletados eram dispostos em vazadouro a céu aberto.
Informações obtidas junto à Prefeitura Municipal indicam que os serviços de coleta e limpeza
urbana deverão apresentar melhorias significativas, uma vez que no mês de abril/06 foi concluída
a licitação e deu-se início à prestação desses serviços pela Empresa ServiFlu, vencedora do
processo licitatório, cujo contrato tem duração de 5 anos. A referida empresa é responsável pelos
serviços de coleta de lixo e detritos, pela pintura de meio-fio, higienização de logradouros e coleta
de lixo hospitalar. Já no mesmo mês de abril, a empresa iniciou a prestação dos serviços
contando com uma frota de 60 caminhões compactadores.
Educação
De acordo com o Censo Demográfico de 2000, o município apresenta uma taxa de alfabetização
da ordem de 94,3% da população com 15 anos ou mais.
A distorção série-idade alcançou um total de 33,8% dos alunos. Enquanto a média de aprovação
da rede estadual no Estado alcançou 81,6% de todos os estudantes em 2004, em São Gonçalo
este indicador alcançou 76,2%, com 15,3% de reprovação e 8,5% de abandono. Já nas redes
municipais, 80,7% foram aprovados no Estado, enquanto em São Gonçalo atingiu 70,9%, 21,1%
foram reprovados e 8,0% abandonaram a escola.
Os 96 estabelecimentos de ensino médio tiveram 34.952 matrículas em 2005, sendo 80% na rede
estadual. A distorção série-idade alcançou 57,7% dos alunos da primeira série. A média de
aprovação no Estado atingiu 69,9% dos estudantes em 2004, contra 71,9% em São Gonçalo,
onde a rede estadual teve 67,9 dos alunos aprovados.
Cerca de 57% das escolas de ensino fundamental pertenciam à rede privada e 43% à rede
pública (16% municipais e 27,4% estaduais). Com relação ao número total de matrículas a
situação se inverte: o maior número de alunos está na rede pública que detém 74,6% das
matrículas contra 25,4% em escolas privadas. Das escolas de ensino médio, 45% eram públicas
No ensino de jovens e adultos, São Gonçalo tem um total de 20.020 matrículas em 2005, sendo
29% para o primeiro segmento do ensino fundamental, 51% para o segundo segmento; e o
restante para o ensino médio. Além de responsável pelo ensino fundamental e pré-escolar a
Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo patrocina o “Educação para Jovens e Adultos”
– EJA – que consiste num curso regular para jovens e adultos que não concluíram o ensino
fundamental em tempo hábil, ou seja, entre 7 e 14 anos de idade.
Quanto ao ensino especial, 2.732 alunos estavam matriculados em 2005, distribuídos em 111
estabelecimentos.
O município tem ainda 4 instituições particulares de ensino superior, com 11.524 alunos
matriculados em 2005, segundo do Ministério da Educação (Censo da Educação Superior 2005).
Tabela 4.4.224 - Escolaridade - anos de estudo (pessoas de 5 ou mais anos de idade) - 2005.
S/ instrução(1)
15 anos ou Não Alfab(2) de
e menos de 1 1 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 a 14 anos Total
Municípios mais determinados adultos
ano
São Gonçalo 91651 11,22 132445 16,21 261395 31,99 154090 18,86 151366 18,52 22614 2,77 2858 0,35 682 0,08 817101
Saúde
Dentre o total de mortes registradas em 2004 em São Gonçalo, houve uma grande incidência (22,1%)
de causas infecciosas e parasitárias que envolvem ambientes em precárias condições sanitárias.
Taxa
Leitos por
Internações postos de
Leitos 1000 Internações
por 100 saúde
habitantes
habitantes
São Gonçalo 2 357 2,42 48 652 5,00 21
Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, Sistema de Informações Hospitalares - SIH/SUS.2005
Segurança
O município está inscrito na 7a Área Integrada de Segurança Pública do estado e possui quatro
delegacias de polícia distritais e um batalhão de Polícia Militar (Alcântara). Além disso, sedia o
Batalhão Florestal e Meio Ambiente da Polícia Militar em Columbandê. Há ainda dois postos da
Polícia Rodoviária Federal, um quartel do Corpo de Bombeiros e uma guarnição de Guardas
Municipais.
Comunicação
São Gonçalo possui dois jornais diários, dois jornais periódicos, 30 emissoras de rádio
comunitárias, duas emissoras de rádio FM e um canal de TV comunitária. Há ainda 545 telefones
públicos distribuídos pela cidade.
Lazer e Cultura
São Gonçalo possui 3 cinemas, 4 teatros e 3 bibliotecas, mas não tem museu. Entre os principais
equipamentos urbanos de lazer estão o Centro Cultural Joaquim Lavoura, a Casa das Artes , no
bairro Zé Garoto (próxima à Igreja Matriz) e a Lona Cultural do Jardim Catarina. Há ainda três
clubes (Mauá, Sesc e Tamoio) e a quadra da escola de Samba Porto da Pedra.
A cidade tem ainda praças, o Piscinão de São Gonçalo e uma Vila Olímpica na Fazenda
Columbandê, onde são mantidos projetos e programas esportivos ou de iniciação ao esporte.
Quanto às artes, a cidade, através da Fundação das Artes, organiza um salão de inverno no
outono para a exposição de artistas, e uma feira de artes e tradições em agosto.
Apesar de não ter hotéis, (os leitos da cidade estão distribuídos em motéis) a prefeitura afirma
estar trabalhando o potencial turístico da região e investindo na sua vocação, que seria o turismo
rural e o turismo nas ilhas, praias e mangues da Baía de Guanabara. Há cursos de capacitação na
área para a população local.
• Ruínas da Fazenda Engenho Novo do Retiro - As Ruínas da Casa Grande que pertenceu ao
Barão de São Gonçalo, Belarmino Siqueira, teve o seu apogeu no séc. XVIII, possuindo ainda, as
palmeiras imperiais, símbolo do Império Brasileiro, com imensa área verde utilizada para
caminhadas e realizações de grandes cavalgadas.
• APA do Engenho Pequeno
• Sítio Girasol - Com opções de pesque pague, cavalgada, almoço caseiro e doces em
compota.
• Sítio São João - Sítio com produção agrícola. Incluindo o antigo Engenho de Farinha,
movido à tração animal (puxado a burros), datado de mais 150 anos.
• Fazenda Santa Edwiges - Possui uma lindíssima arquitetura pintada de azul e branco inspirada
no rico período colonial brasileiro. Sua extensão, com 2 mil hectares, ocupa 10% do território da
cidade de São Gonçalo. Considerada a segunda Fazenda do Estado do Rio de Janeiro em
Transferência Embrionária (TE).
Energia elétrica
Segundo dados do Censo do IBGE (2000), em São Gonçalo, 99,9% dos domicílios eram
atendidos com energia elétrica.
A distribuição de energia em São Gonçalo é de responsabilidade da empresa AMPLA, que
segundo dados da Fundação CIDE/RJ (2001), atendia no Município a 283.098 consumidores, com
um consumo médio de 1.023.590 MWh.
Sistema viário
Segundo o Plano Diretor do município, há cinco corredores estruturais do sistema viário em São
Gonçalo:
O Corredor 1 é formado pela Rodovia BR-101, que no Estado do Rio de Janeiro estrutura o
transporte intermunicipal e municipal nos municípios que atravessa. A rodovia conecta esta região
leste da Baía de Guanabara, pela Ponte Rio-Niterói, à região norte do estado. A BR-101 é, hoje,
um dos principais eixos de ligação do município de São Gonçalo com a Região Metropolitana do
Rio, com uma extensão aproximada, dentro do município, de 23,4 km. Com diversos acessos para
o centro da cidade de São Gonçalo, se transformou, ao longo dos anos, em um eixo estruturador
de transporte e de desenvolvimento urbano do município.
Trata-se de uma via expressa com duas pistas, sendo que, no Município de São Gonçalo,
apresenta duas faixas de rolamento em cada sentido. Apresenta fluxo misto de tráfego, com linhas
de transporte coletivo interestadual e intermunicipal, veículos de carga e de passeio, sendo este
último o de maior incidência. Ao longo deste corredor destacam-se, ainda, as conexões com a Av.
Paiva, a R. Visconde de Itaúna e o viaduto do Jardim Catarina, utilizadas como acesso a bairros
de São Gonçalo.
O Corredor Neves , estruturado paralelo à via férrea, que liga o bairro do Barreto, em Niterói, ao
Município de Maricá. A partir de Niterói o eixo é composto pelas Ruas Oliveira Botelho e Maurício
Abreu, com seqüência pela R. Dr. Alberto Torres; a partir do cruzamento com a R. João
Damasceno, segue pela R. Com. Ari Parreiras, depois Ruas Francisco Portela, Fontes, Jaime
Figueiredo, Avenidas 10 de Novembro e Pres. Kennedy, R. Feliciano Sodré, Dr. Nilo Peçanha,
Alfredo Backer, chegando, então à RJ-104, no bairro de Alcântara. A partir do cruzamento das
Avenidas Kennedy e Domingos Damasceno Duarte, e da R. Francisco Portela com a Av. Cel.
Serrado, o corredor segue pela Av. Dr. Alfredo Backer. Sua extensão é de aproximadamente 12,0
km.
As vias deste corredor formam binários de pistas simples com sentido único de circulação e duas
faixas por sentido, à exceção da Av. Dr. Alfredo Backer, que opera com circulação em mão dupla
e uma faixa de rolamento em cada sentido. Os maiores fluxos de tráfego correspondem aos
ônibus dos serviços de transporte coletivo do município e intermunicipal.
O Corredor Sete Pontes, estruturado pelas Ruas Dr. March, Dr. Porciúncula, Dr. Pio Borges, Dr.
Getúlio Vargas, Av. Cel. Serrado, até a R. Francisco Portela, na altura da Praça. Profª. Estephânia
de Carvalho, em Zé Garoto, onde passa a se sobrepor ao Corredor Neves. As vias que compõem
este eixo apresentam pista simples e, no geral, duas faixas por sentido.
O Corredor formado pela RJ-104, a rodovia estadual Amaral Peixoto, considerada como
“Estrada Tronco do Norte Fluminense”, que conecta Niterói à cidade do Rio de Janeiro, através da
Ponte Rio-Niterói, e do corredor formado pela Alameda São Boaventura e Av. Feliciano Sodré, em
Niterói. Sua extensão no município é de aproximadamente 16,1 km. Esta rodovia é constituída por
duas pistas com duas faixas de rolamento em cada sentido.
O Corredor formado pela Rodovia RJ-106, que estrutura o eixo leste da Baía de Guanabara, e
se constitui num dos principais corredores de transportes desta região. Liga Tribobó ao Município
de Maricá, e deste, acompanhando a costa, até a Região dos Lagos e o Norte do Estado. É uma
via estruturadora regional, ligando o município de São Gonçalo a Niterói e Rio de Janeiro, além de
Maricá, Saquarema, Araruama, Iguaba Grande e todo o norte Fluminense. Sua extensão no
município é de aproximadamente 11,5 km. A rodovia apresenta pista simples com duas faixas de
tráfego por sentido.
Estrutura Econômica
O município tem sua economia baseada no setor terciário, com um forte segmento de comércio e
serviços. São Gonçalo chegou a possuir durante as décadas de 1940 e 1950 um dos parques
industriais mais importantes do antigo estado do Rio de Janeiro, atuando nos campos da
metalurgia, transformação de materiais não metálicos (cimento e cerâmica), químico,
farmacêutico, papel e produtos alimentares. O setor foi enfraquecido com o decorrer dos anos,
mas, segundo levantamento feito para o plano diretor do município ainda há indústrias na região.
Entre elas a Plastigel, a Tintas Internacional, a Eletro Vidro, a Comercial Gerdau, a CCPL, a
Quaker Alimentos, e os laboratórios farmacêuticos B. Braun e Herald's, além de confecções.
O Produto Interno Bruto do município teve as seguintes contribuições, por setor da economia, em
2004:
Tabela 4.4.237 - PIB total, PIB per capita e pessoal ocupado 2004.
PIB per capita Pessoal ocupado
2004 2004
São Gonçalo 5 923 5 596 397 82.727
Fonte : Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, Relação Anual de Informações Sociais - RAIS./CIDE
O PIB de São Gonçalo a preços básicos de 2004, segundo cálculos da Fundação CIDE, alcançou
R$ 4.286 milhões, 5ª posição entre os 92 municípios fluminenses, com uma variação de 12,3%
em relação ao ano anterior. O PIB per capita foi de R$ 4.520,12. Se considerarmos a média do
PIB per capita do Estado como índice 100,00, o de São Gonçalo ficou em 26,03.
São Gonçalo teve uma receita total de R$ 277.518.378,72 em 2005, ou 1,0248 vezes a sua
despesa total, apresentando equilíbrio orçamentário, segundo relatório de 2006 do Tribunal de
Contas do Estado. Suas receitas correntes estão comprometidas em 93% com o custeio da
máquina administrativa. Sua autonomia financeira é de 21,1% e seu esforço tributário alcançou
69,1% da receita total. A dependência de transferências da União, do Estado e dos royalties
atingiu 66%.
A carga tributária per capita de R$ 56,47 é a 51ª do Estado, sendo R$ 22,00 em IPTU (45ª
posição) e R$ 19,78 em ISS (54º lugar). Por sua vez, o custeio per capita de R$ 267,51 é o 89º do
Estado, contra um investimento per capita de R$ 10,50, posição de número 90 dentre os demais
91 municípios. Esse investimento representou 3,6% da receita total. Tal quadro resultou numa
liquidez corrente de 1,016.
Segundo a prefeitura, os resíduos sólidos urbanos coletados na bacia são dispostos nos
vazadouros de Itaóca, em São Gonçalo, próximos à APA de Guapi-Mirim, (cerca de 750
toneladas/dia) e no Morro do Céu, em Niterói (cerca de 600 toneladas/dia).
Organização Social
Entre os sindicatos representativos e atuantes no município estão:
Setrerj – O Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro
congrega 30 empresas de ônibus de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Tanguá, Maricá e Rio Bonito.
Sinticon – Sindicato dos trabalhadores de moda e vestuário
Sinip – Sindicato dos aposentados e pensionistas
Sindicato dos Metalúrgicos
Sindicato da Construção Civil
Os estudos da Área Diretamente Afetada tiveram por base uma pesquisa domiciliar junto aos
municípios de Itaboraí, Guapimirim e Cachoeiras de Macacu compreendendo os bairros no
entorno do empreendimento, tendo como abrangência um raio de 10 km a partir do sítio do
Comperj.
A pesquisa foi coordenada por um sociólogo, com o apoio de um estatístico, contando com seis
pesquisadores de campo, que levantaram informações socioeconômicas da população residente
na área do entorno do empreendimento (raio de 10 km).
Por meio de um questionário previamente elaborado pela equipe, e após realização de pré-teste,
em localidade semelhante às que seriam pesquisadas, foram coletados dados estatísticos sobre a
caracterização do domicilio, educação, cultura e lazer, saúde, segurança, saneamento, trabalho e
renda.
Ao todo foram visitados 610 domicílios no período de julho a agosto de 2007, tendo como
resultado: 185 domicílios encontrados fechados, 20 recusas de moradores em responder à
pesquisa e 405 questionários aplicados. As recusas foram em sua maioria pela falta de
disponibilidade do morador em responder ao questionário naquele momento. Exceto em
Sambaetiba (no município de Itaboraí) onde houve duas recusas à pesquisa propriamente dita.
Divididos em setores, a partir dos setores censitários do IBGE, os bairros dos municípios acima
citados foram identificados dentro da área de abrangência da pesquisa. A identificação das áreas
de pesquisa foi orientada por técnicos das prefeituras municipais e mapas, considerando os
bairros conforme definidos pelo plano diretor de cada um dos municípios.
Dos questionários respondidos havia uma média de quatro pessoas por família, totalizando 1.600
residentes que responderam à pesquisa, na área próxima à que será ocupada pelo Comperj.
De modo geral a população desta região é predominantemente de baixa renda, com baixa
escolaridade e sem qualificação profissional. As formas de lazer da população são principalmente
as festas religiosas locais, bailes de forró e ainda, o shopping e o cinema no município vizinho de
São Gonçalo. A maioria dos entrevistados reivindica a construção de praças e parques de
diversão com áreas verdes para as crianças e idosos, e a instalação de cinemas como formas de
lazer necessárias a região que, segundo eles, carece de entretenimento.
A mão de obra local encontra trabalho e emprego nas fabricas de cerâmica, em sítios e casas de
veraneio, em Itaboraí e no comércio das localidades vizinhas de Alcântara e São Gonçalo. Há
ainda, um grande numero de aposentados bem como, de pessoas atuando no trabalho informal.
Segundo os depoimentos dos moradores, as maiores carências estão nos serviços de transporte,
saúde, cultura e lazer, além da segurança que embora declarem ser os locais pesquisados como
ambientes sossegados e tranqüilos, com pouco índice de violência, reclamam da falta de policiais
e viaturas, nos bairros. De modo geral, a população associa segurança à presença de policiais
nas ruas. A maioria dos domicílios nos bairros pesquisados, não possui escritura, seus moradores
são posseiros há mais de 15 anos em média, e conseqüentemente não há recolhimento de IPTU.
Entre novembro de 2006 e janeiro de 2007, a Cena Brasileira realizou uma pesquisa censitária
com a população localizada no interior do sítio do Comperj. Em junho de 2007 foi feito um
levantamento dos moradores que se encontravam no interior da Fazenda Macacu – também
localizada no interior do sítio do Comperj, cujos dados foram incorporados às etapas posteriores
da pesquisa.
A ilustração a seguir mostra as áreas de abrangência das pesquisas realizadas, tanto na área do
decreto de utilidade pública, como no raio de entorno de 5 km, indicando os locais dos domicílios
entrevistados. .
Toda a área a ser desapropriada foi coberta pela pesquisa. As equipes trabalharam a maioria do
tempo juntas, sucedendo-se alternadamente na visita às casas e sítios contíguos, identificados
segundo as coordenadas aferidas pelo GPS, conforme roteiro previamente traçado pela
coordenação, e monitorado diariamente. As pesquisas no interior da Fazenda Macacu não tiveram
as coordenadas aferidas, de modo que não estão localizadas na ilustração acima apresentada.
Em cada visita, foram prestados esclarecimentos básicos sobre o Comperj, entrevistados
preferencialmente os chefes de família, colhidos depoimentos em vídeo e realizados registros
fotográficos. As casas vazias foram identificadas por GPS e visitadas pelo menos mais duas
vezes, uma dessas no final de semana. Nas propriedades somente habitadas pelos caseiros,
estes foram entrevistados e, posteriormente, feitos contatos com os proprietários; para aqueles
que não têm ido à propriedade, foram agendadas entrevistas no seu local de trabalho ou
residência, seja no Rio de Janeiro ou nas cidades vizinhas.
A pesquisa identificou duas principais categorias dos domicílios que se encontram na área:
domicílios de moradores e domicílios de veranistas, ou seja, aqueles usados como residência
principal e permanente e os que são usados como residência secundária. Dos 211 domicílios
identificados 154 eram de moradores e 57 de veranistas.
Nos domicílios que aí se encontram observa-se uma média de 3,9 pessoas por família, tendo sua
distribuição apresentada na tabela a seguir.
Mais de 40% dos chefes de família entrevistados só estudou até a 4ª série do ensino fundamental,
sendo que mais de 10% nunca estudou. Por outro lado, é grande o percentual de pessoas com 2º
grau completo e ensino superior (28%), refletindo uma variação significativa na composição social
da população que se encontra na área.
É muito expressiva a presença de agricultores (25% do total) entre os entrevistados, assim como
daqueles que estão ligados às atividades de serviços (28%). A composição do grupo entrevistado
em termos da atividade profissional também é um reflexo da diversidade social encontrada no
local.
As entrevistas foram feitas com apenas um morador de cada residência (em geral o chefe de
família), totalizando 177 questionários respondidos (52 da área 1 e 125 da área 2). Para a
totalização da população residente, foram considerados todos os moradores citados por cada
entrevistado, somando-se quase 700 habitantes, em uma média de quase 4 moradores por
família, bastante próximos à média nacional.
Pode-se observar um equilíbrio entre os sexos feminino e masculino, com pequena tendência
para o feminino. Em relação à faixa etária, a mesma se distribui de forma muito semelhante à
população brasileira em geral, com aproximadamente, 40% até 20 anos de idade e 10% acima
dos 60 anos.
P1 - Sexo
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Feminino Masculino
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Até 10 anos 11 a 20 anos 21 a 30 anos 31 a 40 anos 41 a 50 anos 51 a 60 anos Mais de 60 anos
Cinqüenta por cento dos habitantes estudaram – ou estudam – apenas o ensino fundamental. No
segmento dos proprietários, há uma parcela expressiva pertencente aos setores médios urbanos,
com níveis mais elevados de escolaridade, mas também uma parcela significativa de proprietários
¨tradicionais¨, nascidos e criados no local, com um considerável patrimônio acumulado, em termos
de terras e benfeitorias, além de um mercado já consolidado para seus produtos agrícolas, que
apresentam baixa escolaridade e pouco contato com uma realidade além da esfera local. Por um
outro lado, percebe-se que um quarto dos entrevistados da Área 1 têm nível superior – não só no
segmento dos proprietários, mas também entre alguns caseiros.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
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2º
2º
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60%
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40%
30%
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E
po
A
São muitos os comentários sobre a precariedade do sistema público de saúde. Nesse aspecto,
em particular, fica bastante evidente a diferenciação de status social entre os moradores das
áreas 2 e 1. Enquanto a rede pública atende 66% dos primeiros e 48% dos outros, a rede
conveniada e seus planos de saúde atendem a 40% destes, estando acessível a apenas 24%
daqueles.
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Rede Pública Rede Particular Rede Conveniada
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Alvenaria Integral Alvenaria Parcial Madeira
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Própria Alugada Emprestada Posse Outros
Em torno de 35% das famílias sobrevive com uma renda mensal média que varia de 1 a 2 salários
mínimos. Somando-se os 14% que têm renda familiar entre 2 e 4 salários mínimos, temos a
metade dessa população. Vale o registro dos extremos: 10% das famílias com renda mensal
acima de 20 salários mínimos (R$ 7.201,00), sendo que na área 1 esse percentual sobe a 18%, e
6% delas recebendo mensalmente menos de R$ 180,00.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Até ½ Salário Mais de ½ a 1 SM Mais de 1 a 2 SM Mais de 2 a 4 SM Mais de 4 a 10 SM Mais de 10 a 20 SM Mais de 20 SM N.S./N.R
Mínimo
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
O fornecimento de energia elétrica é feito (segundo alguns comentários, precariamente) por uma
cooperativa (CERCI) com sede em Papucaia, distrito de Cachoeira de Macacu.
Mesmo com essas deficiências, a grande maioria, quase 90%, considera bom ou ótimo morar ali.
É uma população com arraigados laços à região - 60% vive na comunidade há mais de 10 anos, e
a qualidade mais destacada da região é a tranqüilidade, tanto pelos moradores mais antigos
quanto pelos mais recentes – há um contingente expressivo de ex-veranistas que se fixaram e
antigos moradores de centros urbanos, especialmente do Rio de Janeiro que buscaram a região
nos últimos anos para evitar a violência e o tumulto da região metropolitana.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Ruim Péssimo Regular Bom Ótimo
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Mais de 10 anos 6-10 anos 3-5 anos 0-2 anos
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
Além dos laços antigos, há proximidade – 43% se consideram bem informados com relação ao
que ocorre em sua comunidade, enquanto quase 30% se consideram medianamente informados.
Apenas ¼ dos moradores se declarou desinformado das questões locais, índice que pode ser
considerado baixo para uma região basicamente rural com tantas dificuldades de deslocamento.
Um dos aspectos que se alteraram significativamente na área 2 com a inclusão dos últimos 37
questionários foi o grau de informação sobre o COMPERJ. Até 28/12/2006, os primeiros 88
questionários sinalizavam que 20% dos entrevistados se consideravam bem informados, 41%
mais ou menos informados e 39% mal informados. Com a soma de mais 37 entrevistas, os 125
resultantes convergiram para um resultado de 24% bem informados, 34% mais ou menos
informados e 40% mal informados.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Bem Informado Mais ou Menos Informado Mal Informado NS/NR
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Bem Informado Mais ou Menos Informado Mal Informado NS/NR
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
Nas perguntas 13 e 14 há uma aparente contradição com relação aos sentimentos da instalação
do COMPERJ: 48% acredita que haverá mais pontos positivos do que negativos, porém, apenas
34% acha que viver na região deverá ficar melhor enquanto 36% vê a perspectiva de piora. Esses
índices são sensivelmente mais agudos se observarmos apenas os resultados da área 1, bastante
mais crítica com relação ao processo de implantação do empreendimento. Muito provavelmente,
essa controvérsia se explique pelo fato dos moradores perceberem uma melhoria para a cidade,
até mesmo para os municípios vizinhos, mas não especificamente para aquela área. Quanto aos
aspectos negativos, muitos manifestaram preocupações com a poluição, favelização e aumento
da violência.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
NS/NR Pior Nem melhor, nem pior Melhor
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
NS/NR Totalmente negativos Mais negativos que Igualmente positivos e Mais positivos que Totalmente positivos
positivos negativos negativos
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
Cerca de 56% dos moradores acreditam que o principal ponto positivo do COMPERJ será a
criação de mais empregos, um dos maiores problemas em Itaboraí, fato que parece reforçar a
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Desenvolvimento Mais empregos Mais impostos Mais qualificação Outros NS/NR
econômico profissional
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Desorganização Urbana Aumento de Preços Dificuldade com Moradia Mais Poluição Outros NS/NR
ou Transportes
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
Ainda assim, 56% do total dos moradores pretendem continuar morando na região, o que pode se
inviabilizar, ressalvam, pela especulação imobiliária que se desenrola nas proximidades. Essa
questão da permanência ou não na região é uma das que mais se diferenciam na comparação
entre as áreas 1 e 2. A opção Sim, com certeza foi escolhida por 40% dos moradores da área 2 e
menos de 30% na área 1, enquanto Talvez sim marcou 15% e 8%, respectivamente. Por outro
lado, a alternativa Não, com certeza teve menos de 20% na área 2 e 28% na área 1. Há, ainda,
mais indecisos na área 1 que na 2, proporcionalmente.
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Sim, com certeza Talvez sim Não, com certeza Talvez não Ainda não se decidiu NS/NR
Etapa 1 Etapa 2 Consolidado
Características da População
A média de moradores por domicílio encontrada foi de 3,6 pessoas/domicílio, sendo que os
valores mais elevados foram encontrados no Loteamento N. Sra. de Fátima, 4,3
pessoas/domicílio e em São José da Boa Morte, 4,2 pessoas/domicílio, enquanto o valor mais
baixo ocorre em Itambi Centro, quando atinge 3,3 pessoas/domicílio. Agrupado por Distritos,
Subaio tem o valor mais elevado de 4,2 pessoas/domicílio e Porto das Caixas o mais baixo 3,0
pessoas/domicílio.
A média de tempo que as pessoas vivem no mesmo local é de 15 anos. Esta média é bem mais
baixa nos bairros de Vila Rica (6 anos), City Real (7 anos) e Loteamento N. Sra. de Fátima e muito
superior em João Caetano (23 anos) e Itambi Centro (24 anos). Em termos de distritos, a média
mais baixa foi encontrada em Itaboraí (10 anos) e as médias mais elevadas em Itambi e Visconde
de Itaboraí (21 anos).
No que se refere à intenção de continuar residindo no mesmo domicilio, 90% dos moradores
desejam permanecer no local, em geral porque gostam do bairro, estão ali há muitos anos ou por
não terem condições de comprar um imóvel em outro local. No bairro de Papucaia, esta intenção
chega a 100% e no Vale das Pedrinhas a 97,5%. Os bairros onde á menor a intenção de seus
moradores de permanecerem no mesmo domicílio são o Loteamento N. Sra. de Fátima, onde
atinge 75%, Vila Rica (80%) e Itambi Centro (81%).
Nas áreas pesquisadas, verificou-se que os domicílios são majoritariamente (70%) próprios, muito
embora se constate que grande parte dos moradores não possue título de propriedade, mas que
por morarem a mais de 15 anos e terem pago por sua casa, consideram-se proprietários. Somam
20% os domicílios cedidos por empregadores ou familiares e 10% são alugados. O bairro de Vila
Rica é onde é menor a propriedade do domicílio, sendo muito elevada (65,4%) a condição de
morador em domicílio cedido pelo empregador. Já em João Caetano, ganha expressão os
domicílios cedidos por parentes (13,3%). A condição de domicílio alugado é mais expressiva em
Visconde Centro e City Real.
2.5
1.5
Masculino
1
Feminino
0.5
0
Areal
Porto das
Grande Rio
Maravilha
Vila Rica
São José
Visconde
Caetano
da Boa
Centro
Caixas
João
2,5
1,5
0,5
0
Itambí
Guapimirim
Itaboraí
Japuíba
Total
Sambaetiba
Porto das
Subaio
Visconde de
Caixas
Itaboraí
Meio Antrópico
Anos
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Diagnóstico Ambiental
Areal
Itaboraí
City Areal
Itambí Centro
Porto das
Caixas João Caetano
Estudo de Impacto Ambiental – EIA, COMPERJ
Nª Sª de
Fátima
Sambaetiba
Maravilha
Porto das
Visconde de Caixas Centro
Itaboraí
4.4-353
Sambaetiba
Centro
Vila Visconde
Japuíba Visconde
Centro
Vale das
Pedrinhas
Subaio
Papucaia
São José da
Gráfico 4.4.88 – População por Idade (bairros e distritos)
Boa Morte
Total
Total
Outubro de 2007
Estudo de Impacto Ambiental – EIA, COMPERJ
Diagnóstico Ambiental
Total 15 14 403
Outra condição
Outra condição
Próprio quitado
Próprio quitado
Próprio quitado
Município Total Distrito Total Bairro Total
Alugado
Alugado
Alugado
Areal 68,9 2,7 18,9 1,4 8,1 0,0 100,0
City Areal 50,0 0,0 25,0 0,0 25,0 0,0 100,0
Itaboraí 59,2 1,7 15,0 15,0 9,2 0,0 100,0 Loteamento Nª Sª de
Fátima 75,0 0,0 0,0 0,0 25,0 0,0 100,0
Vila Rica 34,6 0,0 0,0 65,4 0,0 0,0 100,0
Grande Rio 77,8 0,0 11,1 0,0 11,1 0,0 100,0
Itambí 73,9 0,0 4,3 1,4 8,7 11,6 100,0 Itambí Centro 61,9 0,0 4,8 4,8 0,0 28,6 100,0
Itaboraí 65,5 0,7 10,9 8,6 9,2 5,3 100,0
João Caetano 80,0 0,0 0,0 0,0 13,3 6,7 100,0
Porto das Caixas 56,3 0,0 15,6 3,1 15,6 9,4 100,0 Porto das Caixas Centro 56,3 0,0 15,6 3,1 15,6 9,4 100,0
Sambaetiba 66,7 0,0 3,0 12,1 12,1 6,1 100,0 Sambaetiba Centro 66,7 0,0 3,0 12,1 12,1 6,1 100,0
Maravilha 84,2 0,0 5,3 0,0 10,5 0,0 100,0
Visconde de
74,0 0,0 12,0 4,0 4,0 6,0 100,0 Vila Visconde 68,4 0,0 10,5 5,3 0,0 15,8 100,0
Itaboraí
Visconde Centro 66,7 0,0 25,0 8,3 0,0 0,0 100,0
Guapimirim 84,6 2,6 5,1 7,7 0,0 0,0 100,0 Guapimirim 84,6 2,6 5,1 7,7 0,0 0,0 100,0 Vale das Pedrinhas 84,6 2,6 5,1 7,7 0,0 0,0 100,0
Cachoeiras Japuíba 83,3 0,0 16,7 0,0 0,0 0,0 100,0 Papucaia 83,3 0,0 16,7 0,0 0,0 0,0 100,0
83,3 3,3 8,3 5,0 0,0 0,0 100,0
de Macacú
Subaio 36,2 2,9 0,0 4,3 0,0 0,0 100,0 São José da Boa Morte 83,3 6,7 0,0 10,0 0,0 0,0 100,0
Total 70,0 1,2 9,9 7,9 6,9 4,0 100,0 Total 70,0 1,2 9,9 7,9 6,9 4,0 100,0 Total 70,0 1,2 9,9 7,9 6,9 4,0 100,0
Condições de Trabalho
Observa-se nos bairros estudados uma elevada diversidade de atividades, que se expressam na
pesquisa pela importância da categoria “outras atividades”. A prestação de serviços é a ocupação
majoritária dos moradores, seguida do comércio e da agricultura. Algumas diferenças entre os
bairros são marcantes. A atividade agropecuária ganha expressão em São João da Boa Morte
(40%), Papucaia (13,3%), Areal (12,9%) e Vila Rica (8%). O funcionalismo público é muito
significante em Maravilha (27,3%) e Visconde Centro (16,7%). A atividade no comércio é
predominante em Vale das Pedrinhas (30,8%) e em Papucaia (20%) e a construção civil só é
expressiva em Vale das Pedrinhas.
A forma de ocupação dos entrevistados é assim distribuída: apenas 8,9% ocupados com carteira
assinada, 23,2% ocupados sem carteira assinada,sendo que 10,9% dos entrevistados se
declararam como pertencente ao mercado informal de trabalho. Entende-se como mercado
informal todo tipo de atividade realizada de forma continua, sem reconhecimento social e registro
ocupacional. As donas de casa foram consideradas como uma categoria e computadas
separadamente, além de não serem remuneradas, não são reconhecidas inclusive por elas
mesmas, como pessoas que trabalhem. Outras formas de ocupação, identificam-se como
atividades descontinuas, esporádica como pessoas que tomam conta de crianças, ajudantes, etc
mas que não possuem nenhuma qualificação e realizam esta atividade eventualmente.
Em termos das especificidades dos bairros, merecem destaque: Visconde Centro, Maravilha e
Porto das Caixas Centro pela elevada presença de trabalhadores com carteira assinada; a maior
presença de desocupados no Loteamento N. Sra. e Fátima e em City Areal; o elevado número de
donas de casa em João Caetano, Grande Rio e Itambi Centro; e o fato de que em São José da
Boa Morte 83,3% da amostra ter se declarado em “outras condições”.
Extremamente relevante é o fato de que a maioria dos moradores (54%) não trabalha ou estuda
no município, confirmando o caráter de localidades-dormitório destes bairros. Esta situação é
particularmente expressiva nos bairros Loteamento N. Sra. de Fátima, Itambi Centro, João
Caetano, Maravilha, Vila Visconde e Visconde Centro. Apenas em Vila Rica e São João da Boa
Morte esta característica não se faz presente.
SETOR DE OCUPAÇÃO
Funcionarismo público
5,2% Comércio
14,3%
Indústria
outros 1,6%
45,3%
Construção
4,7%
Prestação de serviços
20,6%
Agropecuária
8,3%
Visconde de Vila Visconde 5,3 10,5 0,0 0,0 21,1 0,0 63,2
Itaboraí Visconde Centro 16,7 0,0 8,3 0,0 16,7 8,3 50,0
Total 14,3 9,5 4,8 0,0 16,7 2,4 52,4
Total 5,3 13,0 1,8 2,5 23,5 4,9 49,1
Vale das Pedrinhas 7,7 30,8 2,6 23,1 7,7 5,1 23,1
Guapimirim
Guapimirim Total 7,7 30,8 2,6 23,1 7,7 5,1 23,1
Total 7,7 30,8 2,6 23,1 7,7 5,1 23,1
Papucaia 6,7 20,0 0,0 6,7 23,3 13,3 30,0
Japuíba Total 6,7 20,0 0,0 6,7 23,3 13,3 30,0
Cachoeiras
de Macacú São José da Boa Morte 0,0 0,0 0,0 0,0 6,7 40,0 53,3
Subaio Total 0,0 0,0 0,0 0,0 6,7 40,0 53,3
Total 5,2 14,3 1,6 4,7 20,6 8,3 45,3
Aspectos Culturais
A média de anos de estudo identificada nos bairros ficou em torno dos 6,7 anos, o que equivale à
sexta serie do ensino fundamental como média de formação. Este índice atinge seu valor máximo
em Maravilha (8,1 anos) e Areal (8,0 anos), e seu valor mínimo em São José da Boa Morte (3,7
anos de estudo).
Em relação à cultura e ao lazer, a população revela que desfruta de poucos eventos nos
municípios pesquisados, em decorrência da baixa disponibilidade de alternativas. Por exemplo,
em Itaboraí 32,8% responderam que há algum tipo de show (religioso ou de artista), mas apenas
2,5% em Guapimirim e 1,7% em Cachoeiras de Macacu. Os eventos de teatro são freqüentados
por 22,2% da pessoas em Itaboraí. O cinema só alcança 1,3% dos moradores em Itaboraí e
nenhuma ocorrência para os demais municípios. Para os moradores de Itaboraí a freqüência ao
cinema se dá em São Gonçalo. O circo é uma atividade encontrada nestes municípios: para
20,5% dos moradores de Itaboraí, 2,5% para os moradores de Guapimirim e nenhuma ocorrência
em Cachoeiras de Macacu.
Outras formas de lazer apontadas foram os ensaios de escolas de samba em São Gonçalo e
Niterói, peladas de futebol, forros, bailes funk, e principalmente festas da igreja, juninas e de
aniversario da cidade.
O acesso à Internet é restrito a 26% dos moradores, sendo realizado em casa, no trabalho e em
lanhouses.
Nos bairros pesquisados, o rádio, a geladeira, o telefone celular, a máquina de lavar e o DVD,
estão marcantemente presentes nos domicílios, enquanto o ar condicionado, o computador, o
carro, o forno microondas, o telefone fixo e o videocassete estão ausentes. A televisão é o bem
com maior presença nos domicílios, apresentando uma média de 1,61 aparelhos por domicílio.
anos
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Areal
Estudo de Impacto Ambiental – EIA, COMPERJ
City Areal
Grande Rio
Itambí Centro
João Caetano
Nª Sª de
Fátima
Maravilha
Porto das
4.4-363
Caixas Centro
Sambaetiba
Centro
Vila Rica
Média de anos de estudo
Gráfico 4.4.90 – Média de anos de estudo
Vila Visconde
Visconde
Centro
Papucaia
São José da
Boa Morte
Vale das
Pedrinhas
Total
Outubro de 2007
Estudo de Impacto Ambiental – EIA, COMPERJ
Diagnóstico Ambiental
Religião
C atólica
Evangélica
Espírita
Visconde de Vila Visconde 21,1 10,5 0,0 21,1 15,8 Festas juninas e bailes
Itaboraí Visconde Centro 50,0 16,7 0,0 16,7 16,7 Festas religiosas
Total 41,2 17,6 0,0 11,8 9,8 Forró
Total 32,8 22,2 1,3 20,5 17,5 Futebol local
Vale das Pedrinhas 2,5 0,0 0,0 2,5 17,5 igreja
Guapimirim
Guapimirim Total 2,5 0,0 0,0 2,5 17,5 Lona cultural
Total 2,5 0,0 0,0 2,5 17,5 Parque de diversões
Cachoeiras Papucaia 3,3 0,0 0,0 0,0 13,3 Parque de exposição e Festas da Igreja
Japuíba
Total 3,3 0,0 0,0 0,0 13,3 Parque e Festas
de Macacú São José da Boa Morte 0,0 0,0 0,0 0,0 3,3 Quadra de esportes
Subaio Total 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Show no aniversário da cidade
Total 1,7 0,0 0,0 0,0 6,7 Sítio com toboágua
Total 25,1 16,7 1,0 15,7 15,9
Acesso à saúde
Em relação a saúde foi perguntado aos moradores que tipo de estabelecimento de saúde
costumam utilizar. A maioria 81,0% utiliza o hospital público e 72,8% também utilizam os postos
de saúde locais. Apenas 18,8% dos moradores utilizam hospitais privados e 25,4% clínicas
particulares. Outros estabelecimentos somaram 5,9% das respostas.
Saúde
A saúde obteve um conceito médio, na maioria dos bairros, exceto em Vale das Pedrinhas e
Papucaia, onde foi considerada ruim. Apenas no Loteamento N. Sra. de Fátima o conceito atingiu
um nível bom. Foram feitas reclamações relacionadas à falta de estrutura dos postos de saúde
locais, médicos especialistas, falta de equipamentos e remédios, bem como, à demora no
atendimento nos hospitais públicos. Os conceitos ótimo e bom foram dirigidos a instituições de
saúde em outros municípios tais como: Rio de Janeiro, Niterói e São Gonçalo.
Segurança
A segurança de modo geral é vista pelos moradores como algo insuficiente, pois associam a
presença de policiais nas ruas com a sensação de segurança. Em geral, teve um concito médio,
exceto em City Real, São João da Boa Morte e Vale das Pedrinas, onde o conceito foi ruim.
Relatam que exceto o furto de cabos e fios de telefone e de luz, comuns na região, e alguns
roubos em residências não há ocorrências policiais relevantes nos três municípios pesquisados. O
tráfico de drogas, embora existente em algumas localidades, não foi em momento algum apontado
como problema ou mesmo sequer citado, pelos respondentes.
Coleta de Lixo
De todos os serviços é o melhor visto pela maioria dos moradores. Exceto o bairro de Vila Rica
em Itaboraí (ruim), e o bairro de São Jose da Boa Morte (péssimo), em Cachoeiras de Macacu,
que não possuem o serviço, o conceito geral foi bom e ótimo. Os moradores afirmam que a coleta
e feita de forma regular, que passam três vezes por semana nas suas residências, e não
mencionam outros aspectos, como o acumulo de lixo espalhado nas ruas, terrenos baldios,
encostas, rios e canais.
Transporte
Este foi o serviço com o maior índice de reclamações por parte dos respondentes. Afirmam que os
ônibus circulares disponíveis não atendem satisfatoriamente a população dos três municípios.
Longas esperas, como por exemplo, em Sambaetiba, onde os moradores chegam a 2 horas de
espera, ou ainda, em trajetos longos, como os de São Jose da Boa Morte em que ficam mais de 2
horas dentro do ônibus para chegarem ao seu destino. Em Vila Rica não há transporte e em Areal,
consideram péssimo o serviço, pois além da demora, muitas vezes o ônibus não entra no bairro.
Recorrem a vans e kombis para se deslocarem.
Não %ñ
Saúde - Município Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Responderam responderam resp. Questionário Média Conceito
Cachoeiras de Macacú 2 12 27 7 12 60 0 0 60 4.4 Médio
Guapimirim 0 2 13 8 16 39 1 3 40 2.6 Ruim
Itaboraí 20 74 79 31 55 259 46 15 305 4.7 Médio
Total 22 88 119 46 83 358 47 12 405 4.4 Médio
Ótim
Bom
Médio
Ruim
Péssim
Não %ñ
Segurança - Município Ótimo Bom Médio Ruim Péssimo Responderam responderam resp. Questionário Média Conceito
Cachoeiras de Macacú 1 14 18 9 18 60 0 0 60 3.8 Médio
Guapimirim 0 7 12 9 11 39 1 3 40 3.5 Ruim
Itaboraí 15 64 83 27 67 256 49 16 305 4.3 Médio
Total 16 85 113 45 96 355 50 12 405 4.2 Médio
Ótim
Bom
Médio
Ruim
Péssim
Ótimo
Bom
Médio
Ruim
Péssimo
Ótimo
Bom
Médio
Ruim
Péssim
O principal acesso ao município de Itaboraí é realizado através da BR-101, que vem de São
Gonçalo, a leste, e segue para Tanguá, a oeste. A RJ-104 é outra importante via de acesso para
São Gonçalo e Niterói. A BR-493 vem de Magé e Guapimirim, a leste. Essas três rodovias se
encontram no importante entroncamento de Manilha.
A partir do levantamento realizado nas vias de acesso originadas na BR-493, bem como nos dois
acessos secundários oriundos da RJ-104 e RJ-116 até o futuro Complexo Petroquímico de
Itaboraí, elaborou-se a análise das vias envolvidas, por trechos, sendo que algumas vias como a
IB-44 foram analisadas em duas partes (por trecho), por possuir características distintas nesses
trechos.
Falar da Manilha
A velocidade média deste trecho da via é de 25 km/h, nos trechos onde a pavimentação permite,
pois em outros locais, a presença de buracos e poças de água dificultam a trafegabilidade.
O segundo trecho, entre a comunidade de Visconde de Itaboraí e a de Porto das Caixas, numa
extensão de 3,2 km até a via IB-39, possui as mesmas características rurais do primeiro, porém é
o trecho mais povoado e, conseqüentemente, mais urbanizado, no que diz respeito ao número de
construções ao longo da via. Entretanto, as condições do pavimento oscilam entre regular e ruim,
sendo partes em terra batida, em paralelepípedo e em lama asfáltica (pois já não se percebe as
características iniciais do asfalto). A largura média da via é de 7 metros e a velocidade média
levantada foi de 21 km/h.
Uma linha férrea corta o trecho em vários pontos, com ausência de sinalização vertical de
advertência sobre a convergência desse modo de transporte com os veículos que trafegam pela
via. Apesar das estações existentes estarem desativadas, trens de carga ainda operam em alguns
trechos com baixa freqüência.
Outro fato de suma importância que diz respeito não somente à dificuldade na circulação, mas
também às questões de segurança, é a utilização de uma ponte estreita (largura de 3,0 metros)
com problemas estruturais visíveis.
O trecho entre a Comunidade de Visconde de Itaboraí e Porto das Caixas mescla áreas rurais
com áreas urbanas de comunidades carentes. As condições atuais de circulação apresentam
pavimentos ruins, onde não há calçadas e nem a preocupação em proteger os moradores e
usuários daquela área. Ressaltando, ainda, a existência da referida ponte que não favorece
condições de circulação de veículos pesados no local.
Esse trecho, de Porto das Caixas até a porteira da Fazenda Macacu, possui extensão de 1,8 km.
Trata-se de uma via com piso em “terra batida”, sinuoso, com largura média de 7 metros e com
característica basicamente rural. As condições de circulação de veículos ao longo deste trecho
não são satisfatórias, pois o pavimento torna-se escorregadio e perigoso em condições de
intempéries desfavoráveis, sendo a velocidade média da via de 20 km/h.
O volume de tráfego verificado no local é muito baixo, composto apenas de veículos com destino
à Fazenda Macacu.
IB-43:
A via de acesso IB-43 faz ligação entre a área central e urbanizada de Itaboraí até a confluência
da via IB-40, que liga à IB-39, numa extensão de 5,8 km. Seu trecho inicial situado entre a
Avenida Vereador Hermínio Moreira até o final da área urbanizada possui boas condições de
trafegabilidade, inclusive com o pavimento revestido em paralelepípedo e asfalto. Essa via é
duplicada a partir do cemitério municipal até o trecho urbanizado, com largura de caixa de rua
aproximada de 7 metros por sentido de cada lado.
A partir do trecho urbanizado, até a confluência com a IB-40, essa via não possui calçamento,
transformando-se em uma via rural de “terra batida”, onde existem irregularidades no leito da via,
baixo volume de veículos e com largura média de 8 metros. O volume horário total da via é de 99
veículos/h e a velocidade média de 21 km/h nos dois sentidos.
IB-40:
A Via IB-40, ligação da RJ 104 à IB-43, possui boas condições de trafegabilidade. Ela é bem
utilizada pelos veículos em geral, além de ser uma importante via de ligação entre a área central
de Itaboraí e os distritos de Porto das Caixas e Visconde de Itaboraí. Seu trecho inicial possui
largura média de 9,50 metros com calçamento em paralelepípedo. A via possui uma extensão de
4,9 km e boa largura de via, perfazendo uma média de 8,50 metros com calçamento revestido em
paralelepípedo, sendo seu trecho final em “terra batida” somente próximo à confluência com a IB-
43. O volume horário total é de 324 veículos/h e a velocidade média de 23 km nos dois sentidos.
Verificou-se a utilização da via principalmente por caminhões e por transporte coletivo urbano e
complementar, e não somente por veículos de passeio caracterizando-se, portanto, como uma
importante via de ligação, dentre as analisadas.
IB-38:
A via IB-38 possui boas condições de circulação. A largura média no seu trecho inicial é de 6,50
metros. Continuando o percurso na via, verifica-se a existência de área urbanizada com
calçamento e com alteração na largura de caixa de rua para 8,50 metros, até atingir a RJ-104.
Essa via passa de área rural para urbana, culminando com o acesso à Rodovia RJ-104. O volume
total encontrado nessa via foi de 40 veículos/h e a velocidade média de 15 km/h nos dois sentidos.
MUNICÍPIO DE ITABORAÍ
Sambaqui Itambi * Itambi não encontrado
S. Aldeia I * 11 Itambi Localização 23K 0710047 /
Localização imagem 1 imprecisa 7486034
Saputicaieira 22 23 K
737220/7503147
MUNICÍPIO DE GUAPIMIRIM
Ponta do Pirata * Guapimirim
Amourins * Faz
Amourins
Sernambetiba * Guapimirim 23k 0705359/
7492231
Arapuam *
Fernando *
Guapi *
Guaraíi-mirin *
Rio das Pedrinhas * 10 Condomínio 23k 0706650/
Localização imagem 21 Vale das 749243969
Pedrinhas
Porto da Estrela *
Imenezes * 10 Condomínio 23k 0706650/
Localização imagem 22 Vale das 749243969
Pedrinhas
Iguapi *
Saracuruna *
Nossa Senhora da Ajuda de 7 Condomínio 23k 0709772/
Guapimirim** Vale das 7495669
Localização imagem 23 Pedrinhas