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Tecelagem

Manual
TEAR PENTE LIÇO

TAPEÇARIA

Engº Áquila Klippel


R. Laurindo Januário da Silveira 2626
CEP 88062-200 Fone (48) 232-6131
Email: aklippel@tecelagemanual.com.br
Florianópolis SC
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TÉCNICAS BÁSICAS DE TAPEÇARIA

1. – PONTO TELA

Este é o ponto básico da tecelagem manual. Dele se derivam quase todos os demais. É
também denominado de ponto liso ou simples. O resultado final vai depender da
combinação dos tipos de fios e cores usados na urdidura e trama. No caso de
tapeçarias, a trama é bem batida, escondendo a urdidura, que não faz parte do efeito
final.
No ponto tela, normalmente tecemos sempre com a mesma cor ( fio ), utilizando apenas
uma navete. As etapas de trabalho são as seguintes:

1- Pente na posição superior . Navete desliza pela cala da esquerda para a direita.
2- Trocar o pente de posição
3- Navete desloca-se da direita para a esquerda
4- Trocar novamente o pente de posição e deslizar a navete da esquerda p/direita e
assim sucessivamente.

Observação: na passagem da trama de um lado para outro, deixar um arco, para


evitar o estreitamento da peça final.
O esquema é o seguinte:

P é navete è
P ê navete ç
P é navete è
P ê navete ç

O efeito final do trabalho, depois da trama ter sido batida, é o seguinte:

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2.- PONTO LISTRADO SIMPLES

Utilizando o ponto tela, mas alterando-se a cor do fio após algumas duites, obtém-se o
efeito denominado “Listrado simples”ou “Listrado de Trama”. O efeito é semelhante ao
ponto tela, apenas que teremos listras de várias cores.
Pode-se tecer em uma seqüência regular ou irregular.

3.LISTRADO DE URDUME

Este ponto é também denominado de “Mexicano”. O efeito final são listras no sentido
da urdidura. Mesmo esquema do ponto tela. São utilizadas duas cores contrastantes.
Inicia-se tecendo meia duite ( uma carreira ) com a cor A . Trocar a posição do pente e
introduzir outra navete com a cor B, no lado oposto à entrada da cor A . Desta maneira
a seqüência de trabalho é: meia duite da cor A / meia duite da cor B alternadamente.
O esquema é o seguinte:

P é côr A è
P ê côr B ç
P é côr A è
P ê côr B ç

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4. – LISTRADO DE TRAMA

São também utilizadas duas cores contrastantes. Incia-se tecendo uma duite ( 2
carreiras consecutivas) da cor A . É introduzida então a cor B, do lado oposto à entrada
da cor A . Os fios se entrelaçam no lado da peça e o resultado é um “ondeado”colorido,
de forma horizontal. Este ponto é também conhecido como “Ondulado”.

5. – UNIÃO VERTICAL

Esta técnica é utilizada na fabricação dos conhecidos tapetes orientais. Denominada de


Kilim, podem ser criados inúmeros desenhos geométricos. A união de duas cores
vizinhas, se dá através de uma linha vertical. Entre as duas cores, aparece uma fenda,
uma vez que os fios não se entrelaçam.
Trabalha-se com duas navetes, uma de cada cor, na mesma cala. Cada uma é
introduzida em uma lateral do tear, dirigindo-se para o centro do trabalho. ( em
sentidos contrários ).
Escolhe-se um ponto qualquer na urdidura e leva-se uma navete de cada vez, até este
ponto do desenho, saindo ambas pela parte superior da urdidura, entre dois cabos
superiores vizinho.
Trocar então a posição do pente. Observa-se então que resultará um cabo de urdidura
entre os dois fios de trama. Este cabo deverá ser enlaçado por uma das cores, isto é, a
cor escolhida, ( uma das navetes ), passa por cima deste cabo, antes de entrar na cala
novamente e retornar para a lateral do tear. Escolhida uma das cores, enlaçar sempre o
cabo com a mesma cor.

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6.- UNIÃO INCLINADA OU DIAGONAL

Trabalha-se com duas navetes, uma de cada cor, na mesma cala e em sentidos
contrários. A navete com a cor A, apenas do lado esquerdo do tear, enquanto que a
navete com a cor B opera do lado direito. O ponto de encontro das duas navetes no
centro do tear é constantemente mudado. Uma das cores ( navete ) avança, enquanto
que a outra recua.
Como resultado, a união entre as duas cores,será uma linha inclinada. O ângulo de
inclinação dependerá do número de cabos de urdidura que uma das cores avança de
cada vez. Quanto mais cabos avançar, mais deitada será a inclinação. Este avanço
prossegue, duite a duite, até alcançar a altura desejada. A inclinação resultante poderá
ser para a esquerda ou para a direita, dependendo da cor que avançar.

7.- INTERPENETRAÇÃO OU INTERLACE

Da mesma maneira que na técnica Kilim, ( União Vertical ou União Inclinada ),


trabalha-se com duas navetes, uma de cada cor, e cada uma introduzida em uma das
laterais do tear. A diferença aqui esta que , em cada duite, é alterado o ponto de
encontro das duas cores. Assim, o efeito final é de uma cor “entrando” dentro da outra.
Vários são os efeitos obtidos, dependendo se estes encontros são feitos de uma maneira
regular ou irregular.
As navetes estão sempre em sentidos contrários, encontram-se em um ponto qualquer
no meio da urdidura; é trocada a posição do pente, e cada uma retorna para sua
posição inicial na lateral do tear.

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8. – DESENHOS EM KILIM

A técnica KILIM, nada mais é do que a criação de figuras geométricas, utilizando-se


uniões verticais, inclinadas e pontos tela. Para deixar um desenho centralizado,
necessitamos trabalhar com no mínimo três navetes ( três cores ), duas laterais e uma
central. As duas navetes laterais, podem estar utilizando a mesma cor. Assim, o efeito
final sera um desenho centralizado de uma determinada cor, sobre um fundo de outra
cor.

Independente do número de desenhos ou cores, que queiramos utilizar, deve-se seguir


uma regra básica, com relação ao sentido de deslocamento das navetes. A regra, já
utilizada nos pontos anteriores, é a seguinte:

“Fios vizinhos se encontram e se afastam alternadamente”

Assim, se tivermos as cores A, B, e C , o deslocamento das navetes pelas duites deve


ser o seguinte:

Carreira Cor A Cor B Cor C

Primeira

Segunda

Terceira

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Veja no exemplo abaixo, como as navetes se deslocariam.

Quando houver necessidade de retirar ou acrescentar uma cor , ( desenho interno


terminar ou iniciar um novo desenho ), deve-se verificar sempre se todas as navetes
estão obedecendo a regra.

Em trabalhos maiores, costuma-se tecer uma parte da tapeçaria, e depois a outra.


Nestes casos, deve-se prestar atenção na ordem de preferência dos desenhos s serem
trabalhados, de maneira a não se prender uma urdidura que seja necessária mais tarde.
Acompanhe no desenho abaixo, a ordem preferencial dos desenhos:

Nos esquemas a seguir, o trabalho com três cores, utilizando-se a união vertical, a
união inclinada e o interlace...

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Na figura abaixo, um esquema bem detalhado do entrelaçamento dos fios da urdidura


com a trama.

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