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APOSTILA
AVICULTURA DE POSTURA
ALUNO(A):______________________________________________
2010
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SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO
II – IMPORTÂNCIA ECONÔMICA
V – APARELHO REPRODUTOR
VIII – CONSTRUÇÕES
IX – EQUIPAMENTOS
XVIII – BIBLIOGRAFIA.
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- A V I C U L T U R A DE P O S T U R A -
I - Introdução
Através de pesquisas realizadas em diversos livros sobre Avicultura de Postura, chegamos à
conclusão de que se trata de um assunto de grande importância para os Técnicos em Agropecuária e
Técnicos em Zootecnia que aqui se formam, e para os interessados que queiram se aprofundar no
assunto.
Foi pensando nisto que decidimos elaborar este trabalho, com aspectos variados sobre a
criação de aves para produção de ovos.
Esperamos que, com este resumido trabalho, possamos ajudar aos iniciantes, nos primeiros
passos, para depois aprofundarem seus conhecimentos sobre o assunto.
Em alguns pontos não foram tecidos comentários muito detalhados, por tratarem de fatos
que serão mais úteis para quem quer se profundar no estudo da criação dessas aves.
II - Importância Econômica
É de grande importância salientar a utilidade da galinha poedeira, por se tratar da ave que
produz um dos três alimentos básicos que compõem a nossa dieta: o ovo.
A produção estimada de ovos no Brasil é de 68.333.300 caixas de ovos com 30dz e a
produção mineira 7.455.061 caixas. Consumo de ovos no Brasil é baixo. O brasileiro consumiu em
2008, 128,8 ovos per capta. O per capta foi estimado considerando a população brasileira de 2008
projetada de 190,2 milhões de habitantes.
O setor avícola de postura no Estado do Espírito Santo possui os seguintes números de
representatividade: Participação das atividades a nível nacional é de 13,14%; Número de
produtores: 150; Alojamento mensal de animais/plantel: 290.000 cabeças; Produção mensal:
395.500 caixas com 30 dz; O setor de postura de ovos comerciais destaca-se por ter no estado o
segundo maior município produtor de ovos do Brasil – Santa Maria de Jetibá – que produz
aproximadamente 9.500 caixas de ovos por dia, isto corresponde a aproximadamente 3.420.000
ovos por dia, ou seja, mais de um ovo por habitante. A produção de ovos por município é: Santa
Maria de Jetibá 87,04%; Venda Nova do Imigrante 6,96%; Domingos Martins 4,13%; Cariacica
0,88%; Santa Tereza 0,84%; Marechal Floriano 0,15%; Destino dos ovos de mesa provenientes do
setor: Mercado interno: 48%; Rio de janeiro: 29%; Minas Gerais: 14%; Bahia: 9%; Setores
beneficiados diretamente com a atividade no estado: horticultura, fruticultura, cafeicultura,
reflorestamento e transporte.
Mesmo com o baixo consumo, a procura por este alimento é muito grande, e isto tem gerado
um giro de um volume bem alto de capital que se encontra empregado em atividades como:
indústrias de rações, incubatórios, granjas, pesquisas diversas, classificadores de ovos, dentre outras.
A nossa produção pode aumentar bastante, pois sabemos que mercado consumidor tem
capacidade para receber grandes quantidades deste produto. Afinal, quem não gosta de uma boa
fritada de ovos juntamente com um peito de frango frito?
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AMERICANA - MEDITERRÂNEA - INGLESA - ASIÁTICA
INGLESA – As linhagens inglesas originárias da Inglaterra possuem a pele branca (com exceção da
Cornish) brincos vermelhos, ovos vermelhos (com exceção das Redcaps e Dorkings), tamanho
médio ou grande e com pernas desprovidas de plumas. Pertencem a este grupo a Cornish,
Orpington, Australorp, Sussex, Dorking e Redcap.
MEDITERRÂNEA – Têm sua origem nos países mediterrâneos, sendo suas características
principais, a pele amarela, brincos de cor branca, ovos brancos, tamanho pequeno e pernas
desprovidas de penas. A mais conhecida é a Leghorn além da Ancona, Minorca e Andaluza azul.
ASIÁTICA – Originárias da Ásia, com pele amarela (exceção da Langshan), brincos vermelhos,
tamanho grande e pernas cobertas por penas. São representantes deste grupo as linhagens Brahma,
Cochin e Langshan.
São várias as marcas de galinhas usadas para a produção de ovos. Estas se dividem em duas
classes distintas:
- Marcas para ovos brancos: leves.
- Marcas para ovos vermelhos: pesadas.
Dekalb, Isa Brown, Lohmann Brown, Hy-line Brown, Hissex Brown, etc.
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As linhagens utilizadas na formação das aves comerciais de alta postura são a Leghorn (ovos
brancos) e a Rhode Island Red (ovos vermelhos).
V - Aparelho Reprodutor
a. Da Galinha
A
B C
D
A – óvulo imaturo;
E B – óvulo maduro;
C – folículo rompido;
D - infundíbulo;
E - começo do mágnum;
G F – Fim do magnum e começo do istmo;
G – Fim do istimo e começo do útero;
F H - fim do útero e começo da vagina;
I - Abertura do oviduto na cloaca
H
O embrião de uma galinha em desenvolvimento possui dois ovários, dois obductos, sendo
que o ovário e o oviduto da direita se atrofiam, desenvolvendo apenas o ovário e o oviduto da
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esquerda. O ovário é formado por vários óvulos (mais de quatro mil) em diversos estágios de
desenvolvimento, sendo a maioria deles microscópios.
Já o oviduto, que tem de 81 cm de comprimento, é um canal que se inicia num funil que
recebe o óvulo amadurecido (gema), e o conduz até a cloaca, passando por várias fases onde se
forma a clara e as membranas.
Num oviduto normal são encontradas seis partes definidas que são: infundíbulo, magnum,
istmo, útero, vagina e cloaca.
O óvulo em desenvolvimento se prende a um folículo que se rompe quando este amadurece
(ovulação), caindo no infundíbulo ou funil.
A gema permanece no funil por 10 a 20 minutos, quando ocorre a fertilização por um
espermatozóide, se a galinha tiver sido coberta.
Logo após, esta gema desce para o magnum, onde se desenvolve 50% da clara, em duas ou
três horas.
No istmo, o ovo (óvulo já fecundado) permanece entre uma e uma hora e meia, recebendo aí
as membranas da casca e 10% da clara. Passa a seguir para o útero, onde a casca é composta em
vinte a vinte e três horas e os restantes dos 40% da clara são formados. Com a casa já formada, o
ovo vai para a vagina, onde permanece por cinco a quinze minutos e recebe a cutícula que veda os
poros da casca, impedindo a entrada de microorganismos.
A produção de um ovo, da ovulação até a postura, leva em torno de vinte e cinco horas.
b. Do Galo
c. Reprodução
O sêmen dos galos é bastante rico em espermatozóides, com cerca de 3,5 milhões por
milímetro cúbico. O volume de sêmen é de 0,5 a 1,1 centímetros cúbicos por ejaculação.
São necessários, no mínimo, 100 milhões de espermatozóides para uma fertilização ótima.
O número de coberturas ou ejaculações por dia afeta o volume de sêmen ejaculado. Um galo
pode cobrir de 20 a 30 galinhas por dia, ou até mais. Um espermatozóide mantém-se ativo por até
trinta dias dentro de uma galinha.
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VI – Nutrição e Alimentação Das Aves
Quando falamos que uma ração é rica, estamos nos referindo a rações que tenham um ótimo
balanceamento, principalmente de energia, proteínas, minerais. Qualquer deficiência de um destes
três componentes, em uma ração, será observada na produção.
A energia de uma ração, que representa 50% do seu custo, é tudo o que a galinha irá utilizar
para crescimento, produção de ovos, movimentos musculares, respiração, trabalho do coração, além
de outros. Uma ave não utiliza toda energia de uma ração, sendo parte da energia eliminada pelas
fezes e urina.
Vários nutrientes fornecem energia, sendo os principais os carboidratos, as gorduras e as
proteínas quando ingeridas em excesso.
Uma boa ração deverá conter proteínas (principal componente das células e tecidos), lipídeos
(reserva de energia), aminoácidos essenciais (componentes da proteína), minerais (composição de
escamas, ossos, ovos e carne) e vitaminas (facilitadoras da atividade metabólica e melhoram a
nutrição dos animais).
a- ingredientes de ração podem ter seu uso restringido para determinados animais ou categorias de
animais em função de aspectos de diversas naturezas,
b- o aspecto econômico é um dos fatores de restrição de uso de um ingrediente em uma ração.
Deve-se observar o efeito esperado por um ingrediente em uma ração, pode ser conseguido por um
outro ingrediente a um custo menor.
c- a palatabilidade e a digestibilidade também são fatores de restrição do uso de ingredientes.
Ingredientes de baixa digestibilidade e pouca palatabilidade serão usados apenas quando muito
necessários, e, ainda assim, em pequenas quantidades, para que não comprometam a qualidade da
ração. Deve-se observar, no entanto, que alimentos pouco digestíveis ou palatáveis para um
determinado animal, não o são para outro.
d- os fatores antinutricionais são substâncias presentes em alguns alimentos e que podem prejudicar
o processo digestivo, quando não todo o funcionamento do organismo. Devemos estar atentos, ao
nível de gossipol do farelo de algodão, da aflatoxina do farelo de amendoim, do tanino do sorgo, o
teor de fibra do trigo e etc.
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f- Verificar a composição química dos alimentos a serem trabalhados, as mesmas encontram-se nas
tabelas brasileiras de nutrição animal (tabela A).
g- Verificar as exigências nutricionais dos animais em: energia, proteína bruta, minerais (Ca, P,
Na,), aminoácidos essenciais, vitaminas e etc, de acordo com a fase de vida do animal. Essas
exigências encontram-se nas tabelas brasileiras de nutrição animal (tabela B).
h- Usar um método matemático para o balanceamento, como por exemplo:
- Tentativa: o cálculo é feito através de tentativa, aumentando ou diminuindo as quantidades dos
alimentos, até que as exigências do animal sejam atendidas.
- Quadrado de Pearson: é a técnica mais comumente usada para cálculo de uma ração devido sua
simplicidade. Calcula a ração levando em consideração o valor relativo (percentual) de um
determinado nutriente, que geralmente tem sido a proteína.
- Processo Algébrico: as proporções de ingredientes para se obter uma mistura com certo teor de
nutriente (proteína bruta, por ex.) podem ser obtidas através do estabelecimento de equações
algébricas e resolução do sistema de equações.
- Computação: a árdua tarefa de escolha dos alimentos e a quantidade exata de cada um, para
atender as necessidades dos animais com o máximo de desempenho e com o mínimo custo, é
grandemente facilitada pela utilização do computador. Além disso, o computador permite
acompanhar a variação quase diária de preços, pois sua rapidez na solução das fórmulas permite ao
técnico nutricionista mudanças na alimentação mais freqüentes.
a. Distribuição De Ração
b. Fases Da Alimentação
Num trabalho detalhado, onde se tenha facilidade de adquirir todos os tipos de ração, a
alimentação se divide em cinco fases, que são:
Fase Inicial: 1 a 6 semanas; Fase Cria: 7 a 12 semanas; Fase Recria: 13 a 18 semanas;
Fase Postura I: 19 a 45 semanas; Fase Postura II: acima de 45 até 80 semanas de idade.
Para aves de corte, a ração possui estimulantes ao crescimento, enquanto que, para as aves
de postura não há estes ingredientes. É dado às aves o tempo normal para se desenvolverem, que é
em torno de cinco meses (20 semanas). Não se devem apressar as aves para uma postura prematura,
pois poderão ocorrer sérios problemas, como por exemplo, o prolapso de oviduto.
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c. Tabela De Peso E Alimentação - (Marcas Pesadas)
01 75 I 11 77
02 145 N 18 203
03 205 I 25 378
04 300 C 30 588
05 400 I 35 833
06 500 A 40 1.113
07 600 L 40 1.428
08 700 48 1.764
09 780 C 52 2.128
10 860 R 56 2.520
11 920 E 59 2.933
12 1.010 S 62 3.397
13 1.080 C 65 3.822
14 1.160 I 68 4.298
15 1.210 M 70 4.788
16 1.270 E 72 5.292
17 1.310 N 74 5.810
18 1.360 T 75 6.335
19 1.430 O 80 6.895
20 1.480 90 7.525
21 1.550 95 8.190
22 1.610 100 8.890
A partir da 23ª semana, a ração a ser fornecida para as aves está em torno de 105 a 113
gramas/ ave/ dia, constantes até o final da postura (80 semanas).
Tabela A.
Composição de alguns alimentos mais usados para aves, segundo Rostagno et al. (2005).
Alimentos PB(%) EM Ca Pd Na M+C Lis Treo Trip
kcal/kg (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
Milho 8,26 3381 0,03 0,08 0,02 0,33 0,21 0,27 0,06
Farelo Soja 45,3 2256 0,24 0,18 0,02 1,11 2,55 1,57 0,56
Farelo Trigo 15,5 1824 0,14 0,33 0,02 0,43 0,47 0,37 0,18
Farelo Canola 37,58 1692 0,56 0,27 0,11 1,50 1,77 1,31 0,42
Fari. Car/ossos 44,54 2445 9,55 4,96 0,70 0,77 1,80 1,08 0,18
Triticale 12,23 3031 0,04 0,10 0,02 0,41 0,34 0,31 0,12
Milheto 13,10 3168 0,03 0,08 0,01 0,43 0,35 0,42 0,14
Farelo 48,45 2278 0,17 0,21 0,03 -- -- -- --
Amendoim
Óleo Soja -- 8790 -- -- -- -- -- -- --
Óleo Canola -- 8784 -- -- -- -- -- -- --
Óleo Milho -- 8773 -- -- -- -- -- -- --
Soja Integral 37,00 3281 0,23 0,17 0,01 0,90 1,94 1,24 0,40
Tostada
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Farelo arroz 13,24 2534 0,11 0,32 0,04 0,38 0,48 0,35 0,12
Sorgo BT 9,23 3192 0,03 0,09 0,02 0,27 0,17 0,26 0,08
Far.Pen+Viscer 65,50 3264 2,56 1,37 0,33 1,77 1,91 2,22 0,46
Fosfato -- -- 24,5 18,5 -- -- -- -- --
bicálcico
Calcário -- -- 38,4 -- -- -- -- -- --
calcítico
Farinha ostras -- -- 36,4 -- -- -- -- -- --
DL - metionina 59,4 4858 -- -- -- 98,2 -- -- --
L – lisina HCl 85,8 3762 -- -- -- -- 78,8 -- --
L - treonina 78,1 3067 -- -- -- -- -- 96,1 --
L - triptofano 85,64 5334 -- -- -- -- -- -- 70,0
Sal comum -- -- -- -- 39,7 -- -- -- --
Fari. sangue 82,80 2857 0,23 0,22 0,48 1,31 5,80 3,32 1,13
Gordura aves -- 8681 -- -- -- -- -- -- --
Fari. peixe 54,40 2627 5,90 2,87 0,68 1,99 2,96 1,98 0,39
Tabela B. Recomendação da composição de ração para frangos de corte macho ou misto e galinha
poedeira segundo a fase (por kg de ração).
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d. Água
O consumo de água pode ser afetado por vários fatores que são:
. quantidade e qualidade da ração;
. temperatura ambiente;
. temperatura da água;
. tamanho da ave;
. intensidade de postura.
Com a temperatura acima de 24°C, o consumo de água tende a aumentar, dobrando a 32
graus centígrados. A relação entre o consumo de água e ração é, em média, de 2,2 ÷1, podendo ir a 5
÷ 1 em tempos quentes.
Um número de 1.000 poedeiras, pesando 1.800 kg, produzindo 80% de ovos, numa
temperatura entre 25 e 30 °C consome 310 litros de água por dia.
Um número de 1.000 frangas, tanto em temperatura normal como em temperatura elevada,
220 litros de água e com temperatura normal, 175 litros.
Não devemos esquecer que a qualidade da água é importante. Não deve possuir mais que
240 PPM de sulfatos e cloretos e 40 PPM de nitratos.
O consumo de água pelas aves é, no mínimo, 2,0 : 1 vezes superior ao de ração.
Uma ave na fase adulta consome em média 400 ml de água por dia.
Neste último aspecto, deve-se levar em consideração que a criação se assemelha muito à de
frango de corte, sendo alguns itens de fundamental importância. São eles:
1. As linhagens;
2. O programa da luz;
3. A alimentação;
4. Parte do manejo.
VIII - Construções
Também se assemelham à criação de frangos de corte. Podem ser para aves com postura no
chão ou para postura em gaiolas. Estudaremos mais profundamente o sistema de gaiolas, por ser o
que nós utilizamos.
a. Sistema De Criação
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Existem vários sistemas de criação utilizados para a avicultura de postura. Todos apresentam
suas vantagens e desvantagens, temos alguns como em baterias de gaiolas, em abrigos ripados, em
cama no chão, etc.
No sistema de gaiolas são usados dois tipos de construções, um galpão é utilizado para
acomodar as aves no período de um dia de vida até aproximadamente 90-100 dias, quando vão para
as gaiolas, sendo acomodadas duas aves/ compartimento, somando um total de oito aves/ gaiola.
Neste sistema, o mais usado atualmente, a desvantagem maior ocorre devido ao alto custo
inicial da construção e dos equipamentos.
Um sistema contrário a este é a criação total no chão que apresenta muitas desvantagens,
como sujeira dos ovos, doenças, canibalismo, estresse e etc.
As vantagens de sistemas de gaiolas compensam a criação. Eis algumas: ovos limpos, as
aves não entram em contato com os ovos, não havendo possibilidade de estragá-los com o calor do
corpo, mais facilidade no descarte e no tratamento das aves, etc.
A vantagem principal do sistema no chão é o menor custo inicial.
Quanto à orientação, a melhor é a leste-oeste, como usado para frangos de corte. A distância
segura entre galpões deve ser no mínimo de 50 metros.
As gaiolas podem ser dispostas de várias maneiras, mas recomenda-se colocá-las da maneira
que melhor utilize o espaço construído e forneça conforto às aves. São exemplos de disposição de
gaiolas:
1. Galpão com 5,2 m. de largura, com séries duplas de gaiolas escalonadas e com canaletas
sobrepostas.
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4. Galpão com 4,20 m. de largura com 6 séries de gaiolas, sendo 2 duplas e 2 simples,
escalonadas e com canaletas sobrepostas nas gaiolas do centro.
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IX - Equipamentos
Todos os equipamentos utilizados para a criação de frangos, até uma determinada fase, serão
usados em criação de frangas para postura. Assim, são dispensados comentários mais detalhados
sobre equipamentos, como campânulas, círculo de proteção, comedouros, bebedouros, cortina entre
outros.
a. Gaiolas
Existem modelos diversos de gaiolas para abrigar uma ou mais aves por compartimento. A
mais usada, por ser mais econômica, abriga duas aves por compartimento e estes possuem 25
centímetros de largura nos compartimentos, somando um total de oito aves por gaiola com um
metro de comprimento. As dimensões desta são específicas e poderão ser compradas prontas ou
pode se fazer em pequenas indústrias. Possui um metro de comprimento, dividida em
compartimentos de 25 centímetros de largura, 45 centímetros de fundo e altura frontal maior que a
altura traseira. Isso ocorre devido à inclinação deixada no fundo da gaiola e à abertura para permitir
o escoamento do ovo.
Os bebedouros sempre serão colocados fixos à gaiola e abaixo do comedouro, para evitar
umedecimento da ração.
1. Facilidade do manuseio;
2. Adequação ao programa de luz que você deseja utilizar;
3. Preço acessível.
c. Debicador E Debicagem
Essencial no manejo das frangas, quando se deseja evitar alguns problemas causados por
aves de bico grande.
Consta-se de duas lâminas afiadas sobrepostas, podendo ser elétrico ou a gás. A lâmina
superior é ligada a uma bobina que pode ter a temperatura controlada por um termostato. A
debicagem, como vai ser falado mais adiante, consiste em segurar a ave de maneira correta, colocar
o bico entre as duas lâminas, previamente aquecida a superior que é móvel, e fazer uma pequena
pressão no pedal e cortar as duas partes do bico, alternadamente.
1/2
1/2
2/3
1/2 13
DEBICAGEM: (objetivo)
• prevenir e/ou corrigir canibalismo;
• evitar bicar/ consumo de ovos;
• evitar seleção de partes de ração;
• melhorar conversão alimentar;
• reduzir desperdício de ração.
PROBLEMAS NA DEBICAGEM
• DEBICADOR MUITO QUENTE: provoca surgimento de calos (neuromas) no bico;
• DEBICADOR MUITO FRIO: há hemorragia.
d. Ninho
Utilizados para
as poedeiras criadas no
piso fazerem a postura,
pois necessitam de um
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local seguro e confortá-
vel. Podem ser de metal
e madeira; em linha sim 0,30
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As aves que nascem no período de outubro a março terão, na fase mais crítica, a do
crescimento, períodos decrescentes de luminosidade, o que irá retardar a maturidade sexual,
impedindo que essa ave comece a produzir antes dos 140 dias (20 semanas).
Já as aves que nascem na primavera, recebem períodos crescentes de luminosidades na fase
de crescimento que irá trazer problemas como:
. prolapso de oviduto;
. ovos menores no início da postura;
. menor número de ovos durante o ciclo de postura.
Estes problemas ocorrem devido à maturidade sexual precoce.
A solução encontrada para solucionar essa maturidade sexual precoce foi à criação do
programa de luz com as funções de:
. aumentar a produção de 5 a 6% durante o período de postura;
. aumentar o peso do ovo em 2,5 gramas nos quatro primeiros meses de produção.
Mas, para se fazer um programa de luz, existem algumas regras básicas a seguir:
. não aumentar a quantidade de luz durante a fase de crescimento das frangas;
. nunca diminuir a luminosidade durante o período de postura;
. juntamente com o programa de luz, deve-se fazer um programa de alimentação quantitativo e
qualitativo, de forma a permitir às aves um bom desenvolvimento.
O programa de luz poderá ser constante ou decrescente, sendo que no primeiro caso há uma
economia maior de energia elétrica.
Na primeira semana fornecer luz 24 horas por dia. Calcular o fotoperíodo no dia em que as
aves completarem 140 dias de vida (20 semanas). A esse período acrescentar duas horas e trinta
minutos de luz artificial que será o total de luz a ser recebido pelas aves da segunda até a décima
semana. A partir da décima primeira semana, diminuir quinze minutos semanalmente até a vigésima
semana, quando então, será aumentada a luz quinze minutos por semana até completar dezessete
horas de luz diária, que é o máximo para se obter uma boa produção.
Na primeira semana serão fornecidas 24 horas de luz por dia. Calcular o fotoperíodo no dia
em que as aves completarem 140 dias de vida (20 semanas). A esse fotoperíodo acrescentar cinco
horas de luz artificial que será o total a ser fornecido a partir da segunda semana, sendo que,
semanalmente, diminui-se quinze minutos até retirar toda a luz artificial, quando então, começa a
aumentar a luz gradativamente, quinze minutos por semana, até somar dezessete horas de luz total
por dia.
c. Intensidade Da Luz
A lâmpada a ser usada ideal é a de 40 watts, colocada a uma altura de 2,10 metros do chão,
espaçadas em 3 metros da outra. Sempre instalar a luz de forma que a luminosidade recaia em maior
intensidade sobre a água e o alimento. Serão usados refletores com 30 centímetros de diâmetro para
aumentar a intensidade.
Uma lâmpada de 40 watts, para produzir uma luminosidade de 5 lux deverá estar, com
refletor a 2,7 metros de altura e, sem refletor, a 2,0 metros de altura. Luz muito intensa na fase de
recria das frangas pode gerar o canibalismo.
Conceito 1: Os estímulos luminosos captados pela Retina da ave chegam à área Hipotalâmica
através do Nervo Ótico. A maior quantidade de luz por dia que penetra pelo sistema ocular da ave
estimula a Glândula Pituitária a produzir determinados hormônios que são o FOLÍCULO
ESTIMULANTE – FSH e HORMÔNIO LUTEINIZANTE – LH.
Conceito 2: A luz incide no olho das aves e ativa a glândula Pituitária que, quando ativada, libera
hormônios (FSH e LH) para a corrente sanguínea, controlando as funções corporais ligadas ao
desenvolvimento sexual e ao crescimento. Estas funções são estimuladas por um aumento diário de
luminosidade, e retardadas por uma luminosidade decrescente diária.
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TABELA PERIÓDICA DE ILUMINAÇÃO NATURAL
Nordeste/ Norte Sudeste/ Centro Oeste Sul
DIA nascer ocaso duração nascer ocaso duração nascer ocaso duração
1º/01 5: 13 17: 48 12: 35 5: 11 18: 42 13: 31 5: 28 19: 29 14: 01
11/01 5: 18 17: 51 12: 33 5: 18 18: 44 13: 26 5: 36 19: 30 13: 54
21/01 5: 23 17: 54 12: 31 5: 26 18: 44 13: 18 5: 44 19: 28 13: 44
1º/02 5: 27 17: 54 12: 27 5: 33 18: 40 13: 07 5: 54 19: 23 13: 29
11/02 5: 29 17: 54 12: 25 5: 39 18: 36 12: 57 6: 03 19: 16 13: 13
21/02 5: 31 17: 51 12: 20 5: 45 18: 29 12: 44 6: 11 19: 07 12: 56
1º/03 5: 32 17: 48 12: 16 5: 49 18: 22 12: 33 6: 16 18: 50 12: 34
11/03 5: 32 17: 43 12: 11 5: 53 18: 14 12: 21 6: 23 18: 47 12: 24
21/03 5: 31 17: 38 12: 07 5: 57 18: 04 12: 07 6: 30 18: 35 12: 05
1º/04 5: 30 17: 32 12: 02 6: 01 17: 53 11: 52 6: 36 18: 22 11: 46
11/04 5: 30 17: 27 11: 57 6: 04 17: 44 11: 40 6: 43 18: 10 11: 27
21/04 5: 29 17: 23 11: 54 6: 08 17: 35 11: 27 6: 48 18: 00 11: 12
1º/05 5: 29 17: 19 11: 50 6: 12 17: 28 11: 16 6: 55 17: 49 10: 54
11//05 5: 30 17: 16 11: 46 6: 16 17: 22 11: 06 7: 00 17: 41 10: 41
21/05 5: 32 17: 15 11: 43 6: 21 17: 18 10: 57 7: 08 17: 34 10: 26
1º/06 5: 34 17: 14 11: 40 6: 26 17: 15 10: 49 7: 13 17: 30 10: 17
11/06 5: 37 17: 15 11: 38 6: 30 17: 14 10: 44 7: 19 17: 26 10: 07
21/06 5: 39 17: 17 11: 36 6: 32 17: 15 10: 42 7: 25 17: 31 10: 05
1º/07 5: 41 17: 19 11: 38 6: 34 17: 18 10: 44 7: 23 17: 34 10: 11
11/07 5: 42 17: 22 11: 40 6: 34 17: 22 10: 46 7: 21 17: 40 10: 19
21/07 5: 42 17 :24 11: 42 6: 32 17: 26 10: 54 7: 17 17: 45 10: 28
1º/08 5: 40 17: 26 11: 46 6: 27 17: 31 11: 04 7: 11 17: 51 10: 40
11/08 5: 38 17: 26 11: 48 6: 21 17: 35 11: 14 7: 03 17: 57 10: 54
21/08 5: 34 17: 26 11: 52 6: 14 17: 39 11: 25 6: 56 18: 01 11: 05
1º/09 5: 29 17: 25 11: 56 6: 04 17: 43 11: 39 6: 41 18: 09 11: 28
11/09 5: 23 17: 24 12: 01 5: 54 17: 46 11: 52 6: 30 18: 14 11: 44
21/09 5: 18 17: 23 12: 05 5: 44 17: 49 12: 05 6: 17 18: 20 12: 03
1º/10 5: 12 17: 22 12: 10 5: 34 17: 52 12: 18 6: 04 18: 25 12: 21
11/10 5: 06 17: 21 12: 15 5: 25 17: 56 12: 31 5: 52 18: 32 12: 40
21/10 5: 02 17: 21 12: 19 5: 16 18: 00 12: 44 5: 41 18: 38 12: 57
1º/11 4: 59 17: 22 12: 23 5: 08 18: 05 12: 57 5: 31 18: 46 13: 15
11/11 4: 57 17: 25 12: 28 5: 03 18: 09 13: 06 5: 24 18: 55 13: 31
21/11 4: 58 17: 28 12: 30 5: 00 18: 18 13: 18 5: 20 19: 03 13: 43
1º/12 4: 59 17: 33 12: 34 4: 59 18: 25 13: 26 5: 17 19: 11 13: 54
11/12 5: 03 17: 38 12: 35 5: 01 18: 31 13: 30 5: 18 19: 18 14: 00
21/12 5: 07 17: 43 12: 37 5: 05 18: 37 13: 32 5: 21 19: 24 14: 03
31/12 5: 13 17: 48 12: 35 5: 11 18: 41 13: 30 5: 28 19: 29 14: 01
Fonte: Manual de Produção Hisex Brown.
TRANSLAÇÃO: movimento que a Terra realiza ao redor do Sol. Esse movimento leva 365 dias.
ROTAÇÃO: movimento giratório que a terra realiza ao redor do seu eixo no sentido anti-horário.
Esse movimento leva 24 horas.
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XIII - Manejo Das Poedeiras
São aves já alojadas, em gaiolas ou piso, nos galpões de postura, após os 120 dias de vida
(17 semanas).
São atividades de manejo:
. fornecer ração duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra à tarde;
. a água deve correr constantemente nas canaletas ou usar bebedouro tipo nipple que favorece maior
economia de água e higiene;
. pulverizar as fezes debaixo das gaiolas com veneno para evitar moscas. Retirar sempre que
houver um acúmulo de grande quantidade;
. se houver a incidência de piolhos ou pulgões nos galpões, dedetizar com qualquer inseticida
que não seja fosforado.
Começa-se o descarte após os oitavo mês (35 semanas) de idade das aves, que é o tempo
suficiente para uma ave demonstrar sua capacidade de produzir. Existem alguns métodos, através
dos quais, pode-se detectar uma ave que está produzindo e outra que não está. Os métodos são os
seguintes:
1. Crista e Barbelas:
Devem ser grandes, elásticas, quentes e de coloração vermelha intensa nas aves produtoras.
Nas aves fora de produção, serão pequenas, enrijecidas, secas e de cor clara.
Uma ave em produção apresenta a distância entre os ossos pélvicos de dois e meio a três
dedos juntos, o que corresponde ao diâmetro de um ovo médio. Numa ave fora de produção, baixa
para menos de dois dedos.
Numa ave em produção o espaço é de, no mínimo, três e meio dedos juntos, o que
corresponde ao cumprimento de um ovo médio. Numa ave fora de produção, esse espaço é de
menos de três dedos.
4. Cloaca
A ave em postura tem a cloaca úmida, largada, oval e despigmentada. Já a ave fora de
produção terá a cloaca seca, estreita, circular e amarela.
5. Gordura Abdominal
6. Pigmentação do Corpo
Quase todo o pigmento amarelo do milho será depositado na gema do ovo, deixando
algumas partes do corpo da ave, como por exemplo, cloaca, anela do olho, coxa, bico, etc., com
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coloração clara numa ave em produção, e coloridos e amarelos numa ave fora de produção.
Também indicam quanto tempo uma ave está em postura.
7. Peso corporal. Intervalo de + - 10%. Aves em produção: Dentro do padrão, com pouca gordura
abdominal. Aves a serem descartadas: Pesada, com gordura abdominal e em outras regiões do
corpo, ou leve com reduzida massa muscular (aves refugos).
De 01 a 130 dias (18 semanas) as aves são frangas de reprodução e não produzem ovos. Aos
135 dias (19 semanas) começa a fase pinga-ovo. Aos cinco meses (20 semanas) inicia a postura
econômica, aumentando gradativamente até atingir o pique aos sete meses (28 semanas), o que se
prolonga até aos nove meses de idade (36 semanas). A partir desse período, começa a baixar
gradativamente, chegando ao limite que se considera postura econômica, aos vinte meses (80
semanas). A postura dura em média quinze meses (60 semanas). A mortalidade nesse período é de
1% ao mês.
Fase Inicial: 1 a 6 semanas; Fase Cria: 7 a 12 semanas; Fase Recria: 13 a 18 semanas;
Fase Postura I: 19 a 45 semanas; Fase Postura II: acima de 45 até 80 semanas de idade.
c. Muda Forçada
A troca de penas é um processo natural no crescimento das aves. Para que ocorra a troca das
penas é necessário que a ave utilize todos os ingredientes da ração na formação de novas penas.
A conseqüência disso é que ocorre uma queda de produção e aumenta a incidência de ovos
quebrados. Se o avicultor permitir que as aves troquem de penas naturalmente, terá um prejuízo
elevado, visto que as aves não produzem quase nada, mas continuam comendo. Por isso, é
necessário que se acelere a muda para que essa seja feita em, no máximo, 60 dias, voltando às aves
a produzir por mais seis meses.
Realiza-se a muda forçada por alguns motivos, a saber. Tais como:
. alto custo da franga de reposição;
. elevação do preço do milho;
. mercado difícil com preço baixo para aves de descarte.
. o valor das aves velhas destinadas ao descarte;
. a produção, peso e qualidade dos ovos esperados durante o segundo ciclo de produção;
. o custo da muda forçada, a taxa de ocupação dos aviários e o cronograma de entrada e saída de
lotes na granja. Só assim o avicultor saberá decidir melhor pela prática da muda forçada.
São olhados principalmente aspectos ligados a economicidade do processo. Para isso deve-
se olhar o período que a oferta de ovos é grande e o preço do milho está alto (janeiro).
Sob o aspecto idade das aves, é recomendada a muda após os quinze meses do primeiro
ciclo de produção (60 semanas).
São vários os métodos, sendo todos eles eficientes. A seguir apresentamos um exemplo:
20
. descartar todas as aves doentes e refugos;
. fornecer luz artificial durante toda a noite na semana que antecede à muda;
. revacinar as aves contra New Castle.
. Décimo dia:
- fornecer 50 g/ave/dia de ração especial de muda ou ração de crescimento de frangas;
- continuar sem luz artificial.
. Observações:
Caso a produção não baixe a menos de 10% até o sexto dia, cortar a água por um dia.
Toda semana aumenta 5 gramas de ração por ave até completar 60 dias de muda.
A MUDA FORÇADA - Esta prática objetiva mais um ciclo de produção, aumenta a vida
produtiva e otimiza o desempenho da ave.
A muda das penas é um processo que acontece em todas as espécies de aves e em ambos os
sexos. Ocorre como conseqüência de um período de descanso em que a ave cessa a produção de
ovos e passa por modificações fisiológicas (internas e externas). Pode ocorrer de forma natural ou
forçada. Na muda natural as aves perdem e renovam suas penas antes do início do inverno, porém a
época da muda varia individualmente e é prejudicial ao desempenho produtivo em escala comercial.
A muda forçada é uma prática que tem sido utilizada principalmente em poedeiras comerciais,
objetivando mais um ciclo de produção, aumentando a vida produtiva e otimizando o desempenho
da ave. Pode ser realizada em aves selecionadas para a produção de ovos comerciais ou de ovos
férteis, onde o plantel é forçado, ou induzido, ao descanso reprodutivo num período de tempo
determinado através do método escolhido pelo avicultor. Tem como características a redução do
consumo de alimento, a perda de penas, a regressão acentuada no peso corporal e no trato
21
reprodutivo. Essa prática busca a renovação do aparelho reprodutor por desencadeamento de
mecanismos hormonais envolvidos no processo, semelhantes àqueles associados aos que levam à
incapacidade reprodutiva, de outra causa qualquer. A produção do hormônio liberador de hormônio
luteinizante (LHRH) é inibida pelo hipotálamo, levando a redução da secreção do hormônio
luteinizante (LH) pela hipófise. Isso faz com que haja um colapso na hierarquia folicular do ovário,
ocorrendo perda de estímulo do hormônio estrogênio que mantém em atividade o oviduto,
induzindo por conseqüência sua regressão. Na literatura existem vários métodos de muda forçada.
Na Tabela 1: encontra-se apresentado um método simples e eficiente (adaptado do método
Califórnia), que já foi utilizado com sucesso várias vezes na Embrapa Suínos e Aves. Pode ser
executada em qualquer idade da produção. Normalmente é realizada no final do primeiro ciclo de
postura, em torno de 60 semanas de idade, fazendo com que a ave produza por mais um ciclo de 25
a 30 semanas, podendo atingir novo pico de produção em torno de 85%.
Para a realização da muda forçada são necessárias algumas providências iniciais como:
a) o veterinário ou o técnico responsável deve observar o histórico do lote, se sadio, vacinas
atualizadas e adequadas;
b) realizar uma seleção e retirar as aves refugo;
c) informação do peso através de uma amostra em torno de 10% do plantel em lotes inferiores a
1.000 aves e 5% se o lote variar de 1.000 a 5.000 aves e 1% em lotes acima de 5.000 aves;
d) fazer homogeneização da lotação por gaiola ou por boxes.
O período de jejum (sem alimento) não é fixo, depende da gordura acumulada pelas aves e
da capacidade da linhagem em perder peso. Portanto, deve-se retornar o alimento quando:
a) o peso se aproximar daquele do início da produção (20 semanas de idade);
b) ou o lote perder em torno de 25 a 30% do peso em que se iniciou a muda;
c) ou as aves atingirem no máximo 12 dias sem alimento;
d) ou a mortalidade atingir 2,0 % do lote.
Quando aplicar - A decisão em efetuar um programa de muda forçada deve levar em conta a
disponibilidade e custo da cria e recria de frangas para reposição comparada ao custo de
manutenção das poedeiras por um período não produtivo em torno de 10 semanas. Esse tempo é
necessário para cair à plumagem, o ovário e o trato reprodutivo regredirem, as penas renascerem e a
ave se tornar apta à foto estimulação. Havendo vantagens econômicas, o programa de muda forçada
pode ser utilizado por produtores de ovos comerciais nas seguintes situações:
a) em época de sobra de ovos no mercado, quando o preço tende a cair;
b) em época de entressafra, quando o preço está alto e quando se disponha de galpão ocioso;
c) quando o avicultor não tiver suporte financeiro para a aquisição de um novo plantel e que a muda
seja mais econômica em comparação a aquisição de um novo lote.
22
Tabela 1: Proposta de manejo para muda forçada em poedeiras comerciais
Dias Alimento Água Programa de Luz
10 20 g/ave/dia
20 60 g/ave/dia
Ao contrário do que ocorre com as aves silvestres adultas, em que a troca de plumagem tem
pouca relação com o ciclo de postura, nas aves domésticas selecionadas para alta produção de ovos
a muda de penas na fase adulta ocorre, em condições normais, apenas após um longo período de
produção e a completa troca de penas demora cerca de quatro meses. Este processo pode ser
acelerado com um programa que induz a queda de penas, com posterior crescimento das plumas
novas e rápido reinício da produção de ovos, a partir de um mecanismo conhecido como "muda
forçada", que deve durar, no máximo, 6 a 8 semanas.
Diversas pesquisas já demonstraram que a adição de 15 mil a 25 mil mg/kg de zinco à dieta,
na forma de óxido de zinco, reduz a postura a zero e induz a muda de penas por promover uma
intoxicação e tornar o alimento de péssimo paladar. Isso provoca a diminuição em seu consumo: no
23
primeiro dia a ave absorve 25 a 30 g e nos dias seguintes de 7 a 15 g - um semi- jejum que induz a
ave a paralisação da produção e à muda.
Na troca das penas pelo manejo, o produtor induz as aves a várias situações de estresse,
provocando a rápida parada na produção de ovos. Em geral, ocorre redução do fotoperíodo a partir
da retirada da iluminação artificial; ou retirada de ração por um período não superior a 15 dias; e
algumas vezes o resultado é obtido com a retirada de água por um período de no máximo três dias.
"É o método mais utilizado no Brasil, com grande variação e recomendações diferentes feitas pelos
diversos centros de pesquisas".
Período pré-muda - Antes de iniciar a muda forçada, o produtor deve lembrar que a atividade no
segundo ciclo é cerca de 7% a 10% menor que a do primeiro ciclo. Além disso, quanto mais jovem
for o lote trabalhado, mais cedo as aves reiniciam a postura e atingem melhores níveis de produção.
Segundo a EMBRAPA, a muda deve ser forçada antes das 70 semanas de idade do lote,
respeitando-se os interesses comerciais e o cronograma de produção estabelecido para a entrada e
saída de lotes na granja. Ainda no período pré-muda o granjeiro deve pesar e fazer a seleção do lote
descartando aves com baixo peso, fora de produção e com estado físico insatisfatório. "Se
necessário, deve-se fazer reagrupamento de aves de mesma idade; porém de galpões diferentes a fim
de preencher todas as gaiolas dos galpões a sofrerem mudas”.
Após o jejum, as aves devem retornar à alimentação, com fornecimento de ração de franga,
milho ou sorgo moído. A readaptação das aves ao alimento deve ser feito com cuidado: no primeiro
dia de retorno, o produtor deve fornecer apenas 30% da quantidade de ração que a ave consumiria
"ad libitum", 60% no segundo dia, 90% no terceiro e apenas no quarto dia as aves devem receber
ração completa - condição que deverá ser mantida até o vigésimo oitavo dia do processo. A partir
dos 29 dias do início da muda, as aves devem receber ração de produção e reiniciar um programa de
luz crescente semelhante ao utilizado para frangas em início de produção. "Nesse método não se
utiliza jejum hídrico. As aves atingem 50% de postura cerca de 8 semanas após o início da muda".
No processo de muda rápida, que na verdade é uma variante do método convencional de muda, o
produtor fixa um rápido período de jejum (reduzido para 4 a 6 dias) e elimina o período de repouso:
este manejo leva as aves a alcançar 50% de produção 5 a 6 semanas após o início da muda.
24
XIV - Estudo Do Ovo - Ovos Defeituosos
8
1
7 2
2A
6
3
4
4A 5
São encontrados ovos das mais variadas formas numa criação de aves de postura. Alguns
tipos ocorrem por deficiência nutricional, outros por idade das aves, outros por hereditariedade, etc.
Vejamos alguns tipos:
1. Duas Gemas:
2. Manchas de Sangue:
Com a ruptura do folículo algum capilar se rompe, derramando sangue que será envolvido
pela casca. Ligados ao fator hereditariedade.
3. Pedaços de Carne:
Pode ocorrer devido ao desprendimento do folículo junto com a gema ou por mancha de
sangue em que parte do sangue for reabsorvida.
4. Casca Mole:
Acontece por diversas razões. Pode ser por funcionamento inadequado das glândulas
secretoras de casca ou por um severo e anormal peristaltismo do oviduto. Acontece após o
surgimento das doenças New Castle e Bronquite Infecciosa. Pode ser ainda devido à deficiência de
cálcio e fósforo na ração ou presentes desproporcionalmente e estresse calórico.
Peristaltismo reverso poderá fazer voltar o ovo já formado, que se encontra com outra gema
e são envolvidas por uma só casca.
Ocorre pela presença de um corpo estranho no oviduto que estimula o funcionamento das
glândulas de formação do ovo.
25
Ovoscopia: Nesse procedimento, o ovo intacto é colocado diante de um foco de luz e as
características avaliadas são: tamanho da câmara de ar, condições da gema e da clara, presença de
corpo estranho e desenvolvimento do embrião (se houver, caso tenha havido fecundação).
Os ovos devem ser comercializados duas vezes por semana ou mais. Um ovo perde suas
qualidades mesmo quando conservados a 8oC.
Deve-se sempre acomodar os ovos com a extremidade mais larga, onde se encontra a câmara
de ar, voltada para cima. Isso mantém o equilíbrio interno do ovo e dá uma aparência de ovo extra.
Ovo guardado próximo a material mofado, sujo ou úmido, sofrerá contaminação bacteriana.
Coletar os ovos freqüentemente, pelo menos duas vezes ao dia. No verão ou com
temperaturas acima de 32o, coletar de duas em duas horas.
Lave os ovos sujos logo após a coleta, numa solução detergente e desinfetante ( 1 colher por
4 litros de água ), por 3 minutos e a uma temperatura entre 43oC e 48oC. Não lave os ovos
rachados. Use um lavador de ovos automático.
Manter os ovos na câmara fria, mantendo-o entre 10oC e 12oC e com uma umidade relativa
entre 75% e 85%.
Ao empacotar ou encaixotar os ovos use somente bandejas e caixas de 30 dúzias ou caixas
de uma dúzia previamente resfriada.
Venda os ovos duas vezes por semana, se possível.
Conservação de ovo:
Logo após a postura, o ovo fica susceptível à perda de umidade e qualidade, não necessariamente
por ação de microorganismos. O principal método para a conservação do ovo é a refrigeração, com
objetivo de controlar sua qualidade. O armazenamento do ovo fresco deve ser cuidadoso, porque
principalmente com a ação de microorganismos, podem ocorrer perdas de peso e processos de
desintegração químicos e físicos, que influenciam no estado de frescor e na palatabilidade. Os ovos
também sofrem alterações pela putrefação de bactérias e fungos, no entanto, esta sofre retardamento
com o armazenamento em baixas temperaturas ou por tratamento de fechamento dos poros da casca.
Para controlar o crescimento microbiano em ovos, deve-se atentar para refrigerar em temperaturas
de 13º a 15°C, com 70% de umidade. Se o armazenamento for para meses, por exemplo, seis
meses, a temperatura deve estar entre -1,7º e – 0,6º C, o que manterá a umidade em torno de 90% se
a circulação de ar for boa, atentando para mofos e fungos que se desenvolvem a 0º C. A
deterioração parece ser mais rápida durante os primeiros três meses de armazenamento, depois se
torna mais lenta. Vale ressaltar que, os ovos armazenados durante muito tempo são mais
susceptíveis a agentes de putrefação do que os ovos frescos. Antes da refrigeração uma boa opção é
o processo de lavagem, que remove resíduos orgânicos, como proteínas, gorduras, açúcares, e
minerais aderidos à superfície, visando à redução de microorganismos patogênicos. A lavagem
equivale à detergente, enxágüe e depois sanitização com solução clorada. Também há outros
tratamentos auxiliares, como a impregnação da casca com óleo mineral, que fecha os poros,
evitando a desidratação e a perda de CO2.
Validade dos Ovos: validade por 15 dias em lugar seco e fresco ou 25 dias no refrigerador.
Se os ovos forem transportados por longas distâncias, é recomendável pulverizá-los com óleo
mineral que diminuirá a perda de
gás carbônico e água pelos poros da casca,
conservando por mais tempo a sua qualidade
interna. Quanto à classificação, um ovo
pode ser analisado sob vários aspectos, como:
qualidade, coloração da casca, peso.
26
Classificação do ovo quanto ao peso:
27
XV - Programa De Vacinação Para Poedeiras
Volume de água para 1000 aves, a fim de efetuar a vacinação via água de beber é o seguinte:
POEDEIRAS COMERCIAIS
28
30% das aves. Em frangos de corte é comum ocorrer tumores disseminados em toda a pele,
causando rejeição da carcaça nos abatedouros.
O vírus é eliminado por células epiteliais e por células de descamação da pele, podendo
permanecer na cama contaminada por mais de 6 meses.
Não existe tratamento adequado para a doença, por isso a prevenção ainda é a única maneira
de se evitar a doença. A vacina foi descoberta em 1971 e hoje é obrigatória a sua aplicação em
pintos de um dia, ainda no incubatório, por via subcutânea na região do pescoço.
3) Gumboro:
Também causada por vírus e existe no Brasil desde 1978. O vírus ataca a “bolsa de
Fabrício”, que é um órgão localizado na região superior da cloaca e é responsável pela produção de
linfócitos B, que são os produtores de anticorpos. Portanto, a doença diminui as defesas
imunológicas das aves, permitindo que outras doenças se manifestem. A bolsa de Fabrício infectada
fica edêmica e hemorrágica, alem de causar diarréia, tremores e incoordenação das aves. O vírus
pode se manter viável em locais contaminados por vários meses e pode se tornar resistente aos
desinfetantes. A vacinação em vários lotes seguidos pode ser uma medida para erradicar a doença.
5) Bronquite infecciosa:
É uma doença respiratória muito contagiosa, causada por vírus que se propaga rapidamente
entre as aves (em 48 horas todas as aves podem ficar atacadas). Os principais sintomas são tosse,
ronqueira, descarga nasal, espirros, olhos lacrimejantes e cara inchada. Ataca principalmente aves
jovens (até 3 semanas).
Não existe tratamento. Antibióticos e vitamina A podem ajudar na recuperação das aves. A
vacinação pode ser usada para evitar a doença, porém, deve ser orientada e acompanhada por
médico veterinário, pois vacinas mal aplicadas podem causar reações muito fortes, semelhante à
própria doença.
O termo doenças de produção é usado para definir doenças que estão diretamente ligadas
ao alto nível de produção, e são resultado de algum desequilíbrio biológico do animal. Portanto, nas
doenças de produção não existe um agente causador como nas demais doenças. As de maior
importância por causar grandes danos econômicos na avicultura moderna são: Síndrome de Ascite
(SA), Síndrome de Morte Súbita (SMS) e Síndrome de pernas tortas.
a) Síndrome de Ascite
A morte súbita (ou ataque cardíaco) ocorre em frangos de bom desempenho, principalmente
machos na fase final de criação, ou seja, alguns dias antes do abate. Não existem sintomas ou lesões
causadas pela doença. As aves que morrem tem aparência normal e com bom peso. O problema é
idêntico a ascite, ou seja, insuficiência circulatória, devido a grande necessidade de oxigênio
requerida pelo frango. Porém o ataque é mais agudo (rápido), levando à ave a morte imediata.
30
Redução do estresse e restrição alimentar para reduzir a taxa de crescimento são, até hoje, as
únicas medidas possíveis para reduzir a mortalidade por SMS.
O rápido crescimento dos frangos faz com que haja uma deficiência nos suprimentos de
minerais necessários a formação óssea, principalmente cálcio e fósforo. Tais distúrbios levam a
formação incompleta dos ossos das pernas. Isto é agravado pelo fato dos frangos atingirem pesos
corporais muito altos em pouco tempo, sendo que as pernas são as responsáveis pela sustentação
deste peso. Assim, muito peso sobre pernas fracas resulta em problemas que comumente chamamos
de “pernas tortas”. Isto traz como conseqüência condenações de abatedouro e principalmente a
redução do consumo de ração e ganho de peso devido à dificuldade de locomoção, que impede o
acesso ao bebedouro e comedouro.
31
ITEM INSUMOS UNID. QUANT. V.UNIT. VALOR
TOTAL
1. PINTINHAS
2. RAÇÃO INCIAL
3. RAÇÃO CRIA
4. RAÇÃO RECRIA
5. RAÇÃO POSTURA I
6. RAÇÃO POSTURA II
7. VACINAS
8. MEDICAMENTOS
9. LUZ
10. ÁGUA
11. CAL + CREOLINA
12. GÁS
13. MÃO-DE- OBRA
14. DEPRECIAÇÃO
15. TRANSPORTE
16. OUTROS
TOTAL
Índices Zootécnicos
. Índice de mortalidade até 22 semanas de idade até 5%, para poedeiras entre 1 e 1,5% ao mês.
. C.A. = 1,8 a 1,9.
. Ovos quebrados = não deve ultrapassar 3%.
. Produção por ave alojada em um ano = de 240 a 330 ovos.
. Observar registro, gráfico de produção de ovos e comparar.
XVIII - BIBLIOGRAFIA
Bertechini, A.G.; Oliveira, B.L. de. Avicultura: Produção de galinha poedeira. ESAL/FAEPE,
1991. 67p.
Leite, J. L. B.; Rodrigues, P. B.; Fialho, E.T.; Freitas, R. T. F.; Nagata, A. K.; Cantarelli, V. S.
Efeito da peletização e adição de enzimas e vitaminas sobre o desempenho e aproveitamento da
energia e nutrientes em frangos de corte de 1 a 21 dias de idade. Revista Ciência e
Agrotecnologia, v. 32, p. 1292-1298, 2008.
Englert, Sérgio. Avicultura. Livraria e Editora Agropecuária Ltda, ed. 6, 1991, 288p.
http://www.agroceres.com.br/
http://www.hylinedobrasil.com.br/default.asp?secao=manuais
http://www.granjaplanalto.com.br/produtos/postura/postura.htm
E-mail: sindiracoes@uol.com.br
Fim.....
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