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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO


CAMPUS ITAPINA

APOSTILA

AVICULTURA DE POSTURA

ATUALIZAÇÃO: PROF. LAUREANO BARBOSA.

ALUNO(A):______________________________________________

2010

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SUMÁRIO

I - INTRODUÇÃO

II – IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

III – HÍBRIDOS PARA POSTURA ( MARCAS COMERCIAIS)

IV – CARACTERÍSTICAS DE AVES DESTINADAS À POSTURA

V – APARELHO REPRODUTOR

VI – NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DAS AVES

VII – INSTALAÇÃO DA GRANJA

VIII – CONSTRUÇÕES

IX – EQUIPAMENTOS

X – MANEJO DAS PINTINHAS

XI – MANEJO DAS FRANGAS

XII – PROGRAMA DE LUZ

XIII – MANEJO DAS POEDEIRAS

XIV - ESTUDO DO OVO - OVOS DEFEITUOSOS

XV – PROGRAMA DE VACINAÇÃO PARA POEDEIRAS

XVI – PRINCIPAIS DOENÇAS DAS AVES

XVII – FICHAS DE CONTROLE E CUSTO DE PRODRUÇÃO

XVIII – BIBLIOGRAFIA.

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- A V I C U L T U R A DE P O S T U R A -
I - Introdução
Através de pesquisas realizadas em diversos livros sobre Avicultura de Postura, chegamos à
conclusão de que se trata de um assunto de grande importância para os Técnicos em Agropecuária e
Técnicos em Zootecnia que aqui se formam, e para os interessados que queiram se aprofundar no
assunto.
Foi pensando nisto que decidimos elaborar este trabalho, com aspectos variados sobre a
criação de aves para produção de ovos.
Esperamos que, com este resumido trabalho, possamos ajudar aos iniciantes, nos primeiros
passos, para depois aprofundarem seus conhecimentos sobre o assunto.
Em alguns pontos não foram tecidos comentários muito detalhados, por tratarem de fatos
que serão mais úteis para quem quer se profundar no estudo da criação dessas aves.

II - Importância Econômica
É de grande importância salientar a utilidade da galinha poedeira, por se tratar da ave que
produz um dos três alimentos básicos que compõem a nossa dieta: o ovo.
A produção estimada de ovos no Brasil é de 68.333.300 caixas de ovos com 30dz e a
produção mineira 7.455.061 caixas. Consumo de ovos no Brasil é baixo. O brasileiro consumiu em
2008, 128,8 ovos per capta. O per capta foi estimado considerando a população brasileira de 2008
projetada de 190,2 milhões de habitantes.
O setor avícola de postura no Estado do Espírito Santo possui os seguintes números de
representatividade: Participação das atividades a nível nacional é de 13,14%; Número de
produtores: 150; Alojamento mensal de animais/plantel: 290.000 cabeças; Produção mensal:
395.500 caixas com 30 dz; O setor de postura de ovos comerciais destaca-se por ter no estado o
segundo maior município produtor de ovos do Brasil – Santa Maria de Jetibá – que produz
aproximadamente 9.500 caixas de ovos por dia, isto corresponde a aproximadamente 3.420.000
ovos por dia, ou seja, mais de um ovo por habitante. A produção de ovos por município é: Santa
Maria de Jetibá 87,04%; Venda Nova do Imigrante 6,96%; Domingos Martins 4,13%; Cariacica
0,88%; Santa Tereza 0,84%; Marechal Floriano 0,15%; Destino dos ovos de mesa provenientes do
setor: Mercado interno: 48%; Rio de janeiro: 29%; Minas Gerais: 14%; Bahia: 9%; Setores
beneficiados diretamente com a atividade no estado: horticultura, fruticultura, cafeicultura,
reflorestamento e transporte.
Mesmo com o baixo consumo, a procura por este alimento é muito grande, e isto tem gerado
um giro de um volume bem alto de capital que se encontra empregado em atividades como:
indústrias de rações, incubatórios, granjas, pesquisas diversas, classificadores de ovos, dentre outras.
A nossa produção pode aumentar bastante, pois sabemos que mercado consumidor tem
capacidade para receber grandes quantidades deste produto. Afinal, quem não gosta de uma boa
fritada de ovos juntamente com um peito de frango frito?

III - Híbridos Para Postura (marcas comerciais)


Para se chegar aos híbridos de hoje, foram necessário anos de pesquisa e conhecimento das
linhagens e variedades.
De acordo com a classificação da “América Poultry Association Standard of Perfection”-
Esta classificação foi feita pela primeira vez no ano de 1870, quando reuniu 86 linhagens e 235
variedades. Hoje são classificadas 280 variedades (incluindo galinhas, perus, gansos, patos e
marrecos). Estas 280 variedades de aves estão agrupadas em 15 classes. As quatro classes de maior
importância econômica, conforme as origens geográficas são:

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AMERICANA - MEDITERRÂNEA - INGLESA - ASIÁTICA

AMERICANA – As aves pertencentes a este grupo desenvolveram-se na América do Norte e têm


como características principais a pele amarela, brincos vermelhos, ovos vermelhos, tamanho médio
e pernas desprovidas de penas. Como principais representantes deste grupo estão a New
Hampshire, Rhode Island Red, Plymouth Rock e a Wiandotte.

INGLESA – As linhagens inglesas originárias da Inglaterra possuem a pele branca (com exceção da
Cornish) brincos vermelhos, ovos vermelhos (com exceção das Redcaps e Dorkings), tamanho
médio ou grande e com pernas desprovidas de plumas. Pertencem a este grupo a Cornish,
Orpington, Australorp, Sussex, Dorking e Redcap.

MEDITERRÂNEA – Têm sua origem nos países mediterrâneos, sendo suas características
principais, a pele amarela, brincos de cor branca, ovos brancos, tamanho pequeno e pernas
desprovidas de penas. A mais conhecida é a Leghorn além da Ancona, Minorca e Andaluza azul.

ASIÁTICA – Originárias da Ásia, com pele amarela (exceção da Langshan), brincos vermelhos,
tamanho grande e pernas cobertas por penas. São representantes deste grupo as linhagens Brahma,
Cochin e Langshan.

GENÉTICA E SELEÇÃO ATUAL

A finalidade de seleção das aves através das aplicações da genética é primordialmente de


melhorar as características de cada linhagem, a fim de aumentar a produção – seja de ovos ou carne
– e baixar os custos desta produção. Para alcançar isto, temos muitas vezes que eliminar certas
características indesejáveis e hereditárias do genótipo e desenvolver aquelas que são benéficas.
O primeiro geneticista que conseguiu selecionar uma galinha que produziu 300 ovos num
ano, foi James Dryden, na Universidade de Oregon, nos princípios do século XX.
Nos últimos 20 anos, têm sido utilizados os grupos sangüíneos como auxiliares na seleção e
identificação das aves portadoras de gens desejáveis.
Hoje são conhecidos 13 grupos sangüíneos nas galinhas. Ao determinar qual o caráter
desejado (como por exemplo, alta postura, alta eclodibilidade, espessura da casca, ganho de peso,
etc.) associado a um determinado “loci” de um certo grupo sangüíneo, podemos então eliminar as
aves indesejáveis já no primeiro dia de vida e manter as portadoras de gens procurados. Assim
vemos, então, que os grupos sangüíneos permitem aos geneticistas uma maior purificação dos gens
das linhagens já selecionadas para transmitir caracteres econômicos de produção. Posteriormente,
cruzando duas ou mais linhagens que tenham alto poder de combinação entre si, obteremos pintos
comerciais de grande vigor híbrido e portadores da soma destas boas qualidades de cada uma das
linhagens usadas.

São várias as marcas de galinhas usadas para a produção de ovos. Estas se dividem em duas
classes distintas:
- Marcas para ovos brancos: leves.
- Marcas para ovos vermelhos: pesadas.

- Marcas de Ovos Brancos:


Arbor Acres, Babcock, Dekalb, Hissex White, Hy-line, Lohmann etc.

- Marcas de Ovos Vermelhos:

Dekalb, Isa Brown, Lohmann Brown, Hy-line Brown, Hissex Brown, etc.
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As linhagens utilizadas na formação das aves comerciais de alta postura são a Leghorn (ovos
brancos) e a Rhode Island Red (ovos vermelhos).

BISAVÓS AxA BxB CxC DxD


AVÓS AxB CxD
MATRIZES AB x CD
FRANGA HÍBRIDA ABCD

IV - Características De Ave Destinada À Postura


. baixa mortalidade.
. conversão (kg de ovos / kg de ração) baixa.
. capacidade para alta postura (acima de 240 ovos por ano).
. alta percentagem de ovos grandes.
. ovos com casca uniforme e resistente.
. capacidade para pigmentar a gema.
. resistência às doenças.
. maturidade sexual precoce.
. alta qualidade interna dos ovos.
. baixa incidência de manchas de sangue ou carne no interior dos ovos.
. baixa ocorrência de galinhas chocas.

V - Aparelho Reprodutor
a. Da Galinha
A
B C

D
A – óvulo imaturo;
E B – óvulo maduro;
C – folículo rompido;
D - infundíbulo;
E - começo do mágnum;
G F – Fim do magnum e começo do istmo;
G – Fim do istimo e começo do útero;
F H - fim do útero e começo da vagina;
I - Abertura do oviduto na cloaca
H

O embrião de uma galinha em desenvolvimento possui dois ovários, dois obductos, sendo
que o ovário e o oviduto da direita se atrofiam, desenvolvendo apenas o ovário e o oviduto da

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esquerda. O ovário é formado por vários óvulos (mais de quatro mil) em diversos estágios de
desenvolvimento, sendo a maioria deles microscópios.
Já o oviduto, que tem de 81 cm de comprimento, é um canal que se inicia num funil que
recebe o óvulo amadurecido (gema), e o conduz até a cloaca, passando por várias fases onde se
forma a clara e as membranas.
Num oviduto normal são encontradas seis partes definidas que são: infundíbulo, magnum,
istmo, útero, vagina e cloaca.
O óvulo em desenvolvimento se prende a um folículo que se rompe quando este amadurece
(ovulação), caindo no infundíbulo ou funil.
A gema permanece no funil por 10 a 20 minutos, quando ocorre a fertilização por um
espermatozóide, se a galinha tiver sido coberta.
Logo após, esta gema desce para o magnum, onde se desenvolve 50% da clara, em duas ou
três horas.
No istmo, o ovo (óvulo já fecundado) permanece entre uma e uma hora e meia, recebendo aí
as membranas da casca e 10% da clara. Passa a seguir para o útero, onde a casca é composta em
vinte a vinte e três horas e os restantes dos 40% da clara são formados. Com a casa já formada, o
ovo vai para a vagina, onde permanece por cinco a quinze minutos e recebe a cutícula que veda os
poros da casca, impedindo a entrada de microorganismos.
A produção de um ovo, da ovulação até a postura, leva em torno de vinte e cinco horas.

Segmento Função Medida Tempo


Infundíbulo Captar óvulos 09 cm 18´
Magnum Secreção de albúmen 33 cm 2h, 54´
Istmo Formação 10 cm 1h,40´
membranas
Útero ou câmara Produção da casca 12 cm 20h,40´
calcífera
Vagina Dar passagem ao ovo 12 cm rápido
e lubrificação
Cloaca saída do ovo 05 cm rápido
Total -- 81 cm 25h,52´

b. Do Galo

É composto de dois testículos, canais deferentes e órgãos copulatórios rudimentares ou


phalus. Os testículos são de tamanhos diferentes, sendo o esquerdo maior que o direito. Aumentam
de volume nos galos em serviços de cobertura.

c. Reprodução

O sêmen dos galos é bastante rico em espermatozóides, com cerca de 3,5 milhões por
milímetro cúbico. O volume de sêmen é de 0,5 a 1,1 centímetros cúbicos por ejaculação.
São necessários, no mínimo, 100 milhões de espermatozóides para uma fertilização ótima.
O número de coberturas ou ejaculações por dia afeta o volume de sêmen ejaculado. Um galo
pode cobrir de 20 a 30 galinhas por dia, ou até mais. Um espermatozóide mantém-se ativo por até
trinta dias dentro de uma galinha.
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VI – Nutrição e Alimentação Das Aves
Quando falamos que uma ração é rica, estamos nos referindo a rações que tenham um ótimo
balanceamento, principalmente de energia, proteínas, minerais. Qualquer deficiência de um destes
três componentes, em uma ração, será observada na produção.
A energia de uma ração, que representa 50% do seu custo, é tudo o que a galinha irá utilizar
para crescimento, produção de ovos, movimentos musculares, respiração, trabalho do coração, além
de outros. Uma ave não utiliza toda energia de uma ração, sendo parte da energia eliminada pelas
fezes e urina.
Vários nutrientes fornecem energia, sendo os principais os carboidratos, as gorduras e as
proteínas quando ingeridas em excesso.

* Ração com Qualidade

Uma boa ração deverá conter proteínas (principal componente das células e tecidos), lipídeos
(reserva de energia), aminoácidos essenciais (componentes da proteína), minerais (composição de
escamas, ossos, ovos e carne) e vitaminas (facilitadoras da atividade metabólica e melhoram a
nutrição dos animais).

* Consideração das restrições de uso dos ingredientes

a- ingredientes de ração podem ter seu uso restringido para determinados animais ou categorias de
animais em função de aspectos de diversas naturezas,
b- o aspecto econômico é um dos fatores de restrição de uso de um ingrediente em uma ração.
Deve-se observar o efeito esperado por um ingrediente em uma ração, pode ser conseguido por um
outro ingrediente a um custo menor.
c- a palatabilidade e a digestibilidade também são fatores de restrição do uso de ingredientes.
Ingredientes de baixa digestibilidade e pouca palatabilidade serão usados apenas quando muito
necessários, e, ainda assim, em pequenas quantidades, para que não comprometam a qualidade da
ração. Deve-se observar, no entanto, que alimentos pouco digestíveis ou palatáveis para um
determinado animal, não o são para outro.
d- os fatores antinutricionais são substâncias presentes em alguns alimentos e que podem prejudicar
o processo digestivo, quando não todo o funcionamento do organismo. Devemos estar atentos, ao
nível de gossipol do farelo de algodão, da aflatoxina do farelo de amendoim, do tanino do sorgo, o
teor de fibra do trigo e etc.

* Procedimentos para o balanceamento de rações.

a- Conhecer as exigências nutricionais do animal;


b- Conhecer a composição química nutricional dos ingredientes da ração;
c- Observar as restrições de uso dos ingredientes: por exemplo.
- farinha de peixe para frango de corte (a carne ficará com gosto e cheiro forte de peixe.),
- leite em pó na ração de aves (restrição econômica - muito caro),
- presença de fatores antinutricionais nos ingredientes: soja – precisa ser aquecida e triturada antes
de ser fornecida aos animais (sorjina),
- farelo de amendoim – precisa ser aquecido antes, pois tem toxinas que pode provocar câncer,
d- Observar a necessidade de inclusão de aditivos químicos: por exemplo.
- para evitar fungos utilizar o fungistáticos,
- para evitar a oxidação das gorduras (gosto ruim, rançoso) usar antioxidante,
- para evitar os vermes da coccidiose usar coccidiostáticos,
e- Caracterizar bem os animais a serem alimentados, em termos de categoria, fase, idade, peso vivo,
produção estimada ( leite, ovos, carne, lã e etc.).

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f- Verificar a composição química dos alimentos a serem trabalhados, as mesmas encontram-se nas
tabelas brasileiras de nutrição animal (tabela A).
g- Verificar as exigências nutricionais dos animais em: energia, proteína bruta, minerais (Ca, P,
Na,), aminoácidos essenciais, vitaminas e etc, de acordo com a fase de vida do animal. Essas
exigências encontram-se nas tabelas brasileiras de nutrição animal (tabela B).
h- Usar um método matemático para o balanceamento, como por exemplo:
- Tentativa: o cálculo é feito através de tentativa, aumentando ou diminuindo as quantidades dos
alimentos, até que as exigências do animal sejam atendidas.
- Quadrado de Pearson: é a técnica mais comumente usada para cálculo de uma ração devido sua
simplicidade. Calcula a ração levando em consideração o valor relativo (percentual) de um
determinado nutriente, que geralmente tem sido a proteína.
- Processo Algébrico: as proporções de ingredientes para se obter uma mistura com certo teor de
nutriente (proteína bruta, por ex.) podem ser obtidas através do estabelecimento de equações
algébricas e resolução do sistema de equações.
- Computação: a árdua tarefa de escolha dos alimentos e a quantidade exata de cada um, para
atender as necessidades dos animais com o máximo de desempenho e com o mínimo custo, é
grandemente facilitada pela utilização do computador. Além disso, o computador permite
acompanhar a variação quase diária de preços, pois sua rapidez na solução das fórmulas permite ao
técnico nutricionista mudanças na alimentação mais freqüentes.

a. Distribuição De Ração

Geralmente as frangas brancas consomem 07 kg de ração até a 20ª semana e as frangas


vermelhas consomem entre 08 e 10 kg no mesmo período.
Para se saber o consumo total de ração por dia, multiplica-se o consumo diário por ave pelo
número de aves; este total será dividido em duas partes, sendo fornecida a metade de manhã e a
outra metade à tarde.
O consumo de ração é baseado na qualidade da mesma, na iluminação, na temperatura
ambiente e na saúde das aves.

b. Fases Da Alimentação

Num trabalho detalhado, onde se tenha facilidade de adquirir todos os tipos de ração, a
alimentação se divide em cinco fases, que são:
Fase Inicial: 1 a 6 semanas; Fase Cria: 7 a 12 semanas; Fase Recria: 13 a 18 semanas;
Fase Postura I: 19 a 45 semanas; Fase Postura II: acima de 45 até 80 semanas de idade.

Para aves de corte, a ração possui estimulantes ao crescimento, enquanto que, para as aves
de postura não há estes ingredientes. É dado às aves o tempo normal para se desenvolverem, que é
em torno de cinco meses (20 semanas). Não se devem apressar as aves para uma postura prematura,
pois poderão ocorrer sérios problemas, como por exemplo, o prolapso de oviduto.

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c. Tabela De Peso E Alimentação - (Marcas Pesadas)

IDADE PESO DAS TIPO DE CONSUMO DIÁRIO CONSUMO ACUMULADO


(em semanas) AVES RAÇÃO (grama/ ave/ dia) (em gramas)
(em gramas)

01 75 I 11 77
02 145 N 18 203
03 205 I 25 378
04 300 C 30 588
05 400 I 35 833
06 500 A 40 1.113
07 600 L 40 1.428

08 700 48 1.764
09 780 C 52 2.128
10 860 R 56 2.520
11 920 E 59 2.933
12 1.010 S 62 3.397
13 1.080 C 65 3.822
14 1.160 I 68 4.298
15 1.210 M 70 4.788
16 1.270 E 72 5.292
17 1.310 N 74 5.810
18 1.360 T 75 6.335
19 1.430 O 80 6.895
20 1.480 90 7.525
21 1.550 95 8.190
22 1.610 100 8.890
A partir da 23ª semana, a ração a ser fornecida para as aves está em torno de 105 a 113
gramas/ ave/ dia, constantes até o final da postura (80 semanas).

Tabela A.

Composição de alguns alimentos mais usados para aves, segundo Rostagno et al. (2005).
Alimentos PB(%) EM Ca Pd Na M+C Lis Treo Trip
kcal/kg (%) (%) (%) (%) (%) (%) (%)
Milho 8,26 3381 0,03 0,08 0,02 0,33 0,21 0,27 0,06
Farelo Soja 45,3 2256 0,24 0,18 0,02 1,11 2,55 1,57 0,56
Farelo Trigo 15,5 1824 0,14 0,33 0,02 0,43 0,47 0,37 0,18
Farelo Canola 37,58 1692 0,56 0,27 0,11 1,50 1,77 1,31 0,42
Fari. Car/ossos 44,54 2445 9,55 4,96 0,70 0,77 1,80 1,08 0,18
Triticale 12,23 3031 0,04 0,10 0,02 0,41 0,34 0,31 0,12
Milheto 13,10 3168 0,03 0,08 0,01 0,43 0,35 0,42 0,14
Farelo 48,45 2278 0,17 0,21 0,03 -- -- -- --
Amendoim
Óleo Soja -- 8790 -- -- -- -- -- -- --
Óleo Canola -- 8784 -- -- -- -- -- -- --
Óleo Milho -- 8773 -- -- -- -- -- -- --
Soja Integral 37,00 3281 0,23 0,17 0,01 0,90 1,94 1,24 0,40
Tostada
9
Farelo arroz 13,24 2534 0,11 0,32 0,04 0,38 0,48 0,35 0,12
Sorgo BT 9,23 3192 0,03 0,09 0,02 0,27 0,17 0,26 0,08
Far.Pen+Viscer 65,50 3264 2,56 1,37 0,33 1,77 1,91 2,22 0,46
Fosfato -- -- 24,5 18,5 -- -- -- -- --
bicálcico
Calcário -- -- 38,4 -- -- -- -- -- --
calcítico
Farinha ostras -- -- 36,4 -- -- -- -- -- --
DL - metionina 59,4 4858 -- -- -- 98,2 -- -- --
L – lisina HCl 85,8 3762 -- -- -- -- 78,8 -- --
L - treonina 78,1 3067 -- -- -- -- -- 96,1 --
L - triptofano 85,64 5334 -- -- -- -- -- -- 70,0
Sal comum -- -- -- -- 39,7 -- -- -- --
Fari. sangue 82,80 2857 0,23 0,22 0,48 1,31 5,80 3,32 1,13
Gordura aves -- 8681 -- -- -- -- -- -- --
Fari. peixe 54,40 2627 5,90 2,87 0,68 1,99 2,96 1,98 0,39

Tabela B. Recomendação da composição de ração para frangos de corte macho ou misto e galinha
poedeira segundo a fase (por kg de ração).

Tabela 1 – Exigências nutricionais de Frangos de Corte, segundo Rostagno et al. (2005).


Nutrientes Pré-inicial (1 a 7 Inicial (8 a 21 Engorda (22 a 33 Abate (34 a 43
dias) dias) dias) dias)
EM (kcal/kg) 2950 3000 3100 3150
PB (%) 22,04 20,79 19,25 17,86
Cálcio (%) 0,939 0,884 0,817 0,756
Pd (%) 0,470 0,442 0,408 0,377
Sódio (%) 0,223 0,214 0,203 0,193
M + C (%) 0,944 0,814 0,773 0,732
Lisina (%) 1,330 1,146 1,073 1,017
Treonina (%) 0,865 0,745 0,697 0,661
Triptofano 0,213 0,183 0,182 0,173
(%)

Tabela 2 – Exigências nutricionais de Galinha Poedeira Comercial (marrom), segundo Rostagno et


al. (2005).
Nutrientes Inicial (1 a 6 Cria (7 a 12 Recria (13 a 17 Post. I (18 a 45 Post. II (46 a 80
semanas) semanas) semanas) semanas) semanas)
EM 2900 2900 2900 2900 2800
(kcal/kg)
PB (%) 18,00 16,00 14,00 16,02 15,00
Cálcio (%) 0,940 0,832 0,800 3,90 3,66
Pd (%) 0,437 0,392 0,310 0,364 0,341
Sódio (%) 0,180 0,160 0,150 0,218 0,205
M + C (%) 0,640 0,497 0,396 0,703 0,602
Lisina (%) 0,876 0,621 0,483 0,773 0,661
Treonina 0,587 0,422 0,333 0,510 0,436
(%)
Triptofano 0,158 0,124 0,106 0,178 0,152
(%)

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d. Água
O consumo de água pode ser afetado por vários fatores que são:
. quantidade e qualidade da ração;
. temperatura ambiente;
. temperatura da água;
. tamanho da ave;
. intensidade de postura.
Com a temperatura acima de 24°C, o consumo de água tende a aumentar, dobrando a 32
graus centígrados. A relação entre o consumo de água e ração é, em média, de 2,2 ÷1, podendo ir a 5
÷ 1 em tempos quentes.
Um número de 1.000 poedeiras, pesando 1.800 kg, produzindo 80% de ovos, numa
temperatura entre 25 e 30 °C consome 310 litros de água por dia.
Um número de 1.000 frangas, tanto em temperatura normal como em temperatura elevada,
220 litros de água e com temperatura normal, 175 litros.
Não devemos esquecer que a qualidade da água é importante. Não deve possuir mais que
240 PPM de sulfatos e cloretos e 40 PPM de nitratos.
O consumo de água pelas aves é, no mínimo, 2,0 : 1 vezes superior ao de ração.
Uma ave na fase adulta consome em média 400 ml de água por dia.

VII - Instalação Da Granja


O levantamento a ser feito para a instalação de uma granja de postura tem muita semelhança
com o de uma granja de corte.
São aspectos a observar:
a. Mercado consumidor;
b. Capital disponível;
c. Água e energia elétrica;
d. Condições climáticas e topográficas;
e. Distribuidor de rações e outros produtos;
f- Disponibilidade de mão-de-obra;
g. Fornecedor de pintos de um dia.

Neste último aspecto, deve-se levar em consideração que a criação se assemelha muito à de
frango de corte, sendo alguns itens de fundamental importância. São eles:

1. As linhagens;
2. O programa da luz;
3. A alimentação;
4. Parte do manejo.

VIII - Construções
Também se assemelham à criação de frangos de corte. Podem ser para aves com postura no
chão ou para postura em gaiolas. Estudaremos mais profundamente o sistema de gaiolas, por ser o
que nós utilizamos.

a. Sistema De Criação

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Existem vários sistemas de criação utilizados para a avicultura de postura. Todos apresentam
suas vantagens e desvantagens, temos alguns como em baterias de gaiolas, em abrigos ripados, em
cama no chão, etc.
No sistema de gaiolas são usados dois tipos de construções, um galpão é utilizado para
acomodar as aves no período de um dia de vida até aproximadamente 90-100 dias, quando vão para
as gaiolas, sendo acomodadas duas aves/ compartimento, somando um total de oito aves/ gaiola.
Neste sistema, o mais usado atualmente, a desvantagem maior ocorre devido ao alto custo
inicial da construção e dos equipamentos.
Um sistema contrário a este é a criação total no chão que apresenta muitas desvantagens,
como sujeira dos ovos, doenças, canibalismo, estresse e etc.
As vantagens de sistemas de gaiolas compensam a criação. Eis algumas: ovos limpos, as
aves não entram em contato com os ovos, não havendo possibilidade de estragá-los com o calor do
corpo, mais facilidade no descarte e no tratamento das aves, etc.
A vantagem principal do sistema no chão é o menor custo inicial.

b. Orientação E Distância Dos Galpões

Quanto à orientação, a melhor é a leste-oeste, como usado para frangos de corte. A distância
segura entre galpões deve ser no mínimo de 50 metros.

c. Disposição Das Gaiolas

As gaiolas podem ser dispostas de várias maneiras, mas recomenda-se colocá-las da maneira
que melhor utilize o espaço construído e forneça conforto às aves. São exemplos de disposição de
gaiolas:

1. Galpão com 5,2 m. de largura, com séries duplas de gaiolas escalonadas e com canaletas
sobrepostas.

   
______ ______ _____

2. Galpão com 7 metros de largura com 4 séries duplas de gaiolas.

_____ _____  _____  ____  ___


3. Galpão com 2,8 m. de largura com 2 séries duplas escalonadas e com canaletas
sobrepostas.

 
______  _____  _____

4. Galpão com 4,20 m. de largura com 6 séries de gaiolas, sendo 2 duplas e 2 simples,
escalonadas e com canaletas sobrepostas nas gaiolas do centro.
12
   
______  _____  ____

IX - Equipamentos
Todos os equipamentos utilizados para a criação de frangos, até uma determinada fase, serão
usados em criação de frangas para postura. Assim, são dispensados comentários mais detalhados
sobre equipamentos, como campânulas, círculo de proteção, comedouros, bebedouros, cortina entre
outros.

a. Gaiolas

Existem modelos diversos de gaiolas para abrigar uma ou mais aves por compartimento. A
mais usada, por ser mais econômica, abriga duas aves por compartimento e estes possuem 25
centímetros de largura nos compartimentos, somando um total de oito aves por gaiola com um
metro de comprimento. As dimensões desta são específicas e poderão ser compradas prontas ou
pode se fazer em pequenas indústrias. Possui um metro de comprimento, dividida em
compartimentos de 25 centímetros de largura, 45 centímetros de fundo e altura frontal maior que a
altura traseira. Isso ocorre devido à inclinação deixada no fundo da gaiola e à abertura para permitir
o escoamento do ovo.
Os bebedouros sempre serão colocados fixos à gaiola e abaixo do comedouro, para evitar
umedecimento da ração.

b. Relógio De Luz ou TIMER

Equipamento de grande importância na criação de frangos de corte e ainda mais na criação


de aves de postura.
Através do relógio, pode-se fazer um controle da luminosidade na fase do crescimento das
aves, evitando a maturidade sexual precoce e o início da postura antes do período ideal.
Existem vários tipos de relógios no mercado, por isso, quando pensar em adquirir um,
devem ser seguidos alguns itens, como:

1. Facilidade do manuseio;
2. Adequação ao programa de luz que você deseja utilizar;
3. Preço acessível.

c. Debicador E Debicagem

Essencial no manejo das frangas, quando se deseja evitar alguns problemas causados por
aves de bico grande.
Consta-se de duas lâminas afiadas sobrepostas, podendo ser elétrico ou a gás. A lâmina
superior é ligada a uma bobina que pode ter a temperatura controlada por um termostato. A
debicagem, como vai ser falado mais adiante, consiste em segurar a ave de maneira correta, colocar
o bico entre as duas lâminas, previamente aquecida a superior que é móvel, e fazer uma pequena
pressão no pedal e cortar as duas partes do bico, alternadamente.

1/2
1/2

2/3

1/2 13

FRANGA – 14 semanas de vida Pintinhas – 10 a 15 dias de vida


A DEBICAGEM DAS AVES

DEBICAGEM: (objetivo)
• prevenir e/ou corrigir canibalismo;
• evitar bicar/ consumo de ovos;
• evitar seleção de partes de ração;
• melhorar conversão alimentar;
• reduzir desperdício de ração.

CANIBALISMO: (é provocado por vários fatores)


• desconforto causado pela temperatura e/ou densidade alta;
• deficiência alimentar – qualidade e/ou quantidade de proteínas e aminoácidos;
• número e posição dos equipamentos insuficiente;
• trocas de penas (provoca coceiras);
• início de postura (19ª sem.);
• ventilação insuficiente dentro do galpão.

QUANDO E COMO DEVE SER FEITA ?


• 1ª DEBICAGEM: 1ª semana de idade = cortar 1/3 ou ½ superior e inferior;
• 2ª DEBICAGEM: 11ª semana de idade = cortar ½ superior e 1/3 inferior;
• 3ª DEBICAGEM: se houver necessidade, retocar.

QUEM DEBICA E COM QUÊ ?


• OPERADOR: pessoa treinada (+ou- 1200 aves/dia);
• DEBICADOR ELÉTRICO (+ou- 300º C). vermelho-rubro.

PROBLEMAS NA DEBICAGEM
• DEBICADOR MUITO QUENTE: provoca surgimento de calos (neuromas) no bico;
• DEBICADOR MUITO FRIO: há hemorragia.

CUIDADOS A SEREM TOMADOS ANTES, DURANTE E DEPOIS DA DEBICAGEM


• fazer ao amanhecer ou entardecer ou à noite (usar luz azul ou verde no galpão);
• lâmina cortante: afiada e aquecida;
• operador bem treinado;
• não debicar aves doentes;
• não realizar outras atividades ao mesmo tempo (vacinação, transporte, seleção.)
• manter o comedouro (cocho) cheio para evitar que o bico debicado bata no fundo do
comedouro (07 dias após);
• ração tipo antiestresse: colocar antibiótico na ração ou água, (2 dias antes e 2 dias depois);
• colocar vitamina K (anti-hemorrágica) na ração ou na água. (07 dias antes);
• confira cuidadosamente a debicagem;
• durante a debicagem fazer a cauterização;
** ficar atento a idade das aves.

d. Ninho

Utilizados para
as poedeiras criadas no
piso fazerem a postura,
pois necessitam de um
14
local seguro e confortá-
vel. Podem ser de metal
e madeira; em linha sim 0,30

ples ou bateria, sempre 0,30m


colocados nas partes 1,65m

mais tranquilas e escuras


do galpão. Possuem vá-
rias dimensões.
0,40m
1,50m
0,40
X - Manejo Das Pintinhas
Poucas são as diferenças do manejo de corte. As mais importantes dizem respeito à
densidade das aves que deve ser de 5 a 7 aves/ m2 durante o período que permanecerem nos galpões.
A vacinação que será no final deste estudo; as debicagens feitas uma entre 10 e 15 dias de vida e
outra ao se levar para as gaiolas (98 a 100 dias); e controle da quantidade e do tipo de ração e o
programa de luz. Já quantidade e regulagem dos bebedouros e comedouros seguem o mesmo
padrão. A limpeza e desinfecção são iguais.

XI - Manejo Das Frangas


As frangas permanecerão no galpão denominado pinteiro-frangueiro, até o período
compreendido entre 100 e 120 dias, podendo ser debicadas e levadas para as gaiolas ou se esperar
um pouco mais.
Aos 98-100 dias, efetua-se a 2ª debicagem, removendo-se 2/3 da parte superior e ½ da parte
inferior.
São cuidados a se tomar numa debicagem nessa fase:
. não debicar aves doentes ou sob tensão;
. debicar nas horas mais frescas do dia, até mesmo à noite;
. administrar um antibiótico na água ou ração dois dias antes e dois dias após a debicagem;
. após debicagem, por um dia, manter o nível da ração nos comedouros, mais alto;
. sempre debicar arredondando as pontas laterais e não mais que 250 aves/ hora;
. não superaquecer a lâmina, o que poderá provocar bolhas na boca da ave;
. deve-se fazer uma limpeza completa do galpão após a remoção de todas as aves e uma desinfecção
idêntica a realizada para frangos de corte;
. o transporte das aves deverá ser à noite, para evitar o stress e lâmpada de luz azul que não é
vista pelas aves;
. deve-se sempre regular os comedouros e bebedouros de acordo com o crescimento das aves;
. obedecer ao programa de alimentação das aves, fornecendo ração de acordo com a idade.

XII - Programa De Luz


Atualmente, quem cria aves de postura com um programa de luz bem feito, pode obter um
bom lucro em qualquer mês do ano, o que não acontece com produtores que deixam suas aves com
luz constante ou sujeitas à variação do fotoperíodo.
O estímulo luminoso é fundamental para a ovulação, pois a luz incidindo sobre o mecanismo
de visão, retina e levada via nervo ótico-hipotálamo à glândula hipófise, que libera hormônios
gonatotróficos LH (hormônio luteinizante) e FSH (hormônio folículo estimulante).
LH - responsável pela ovulação.
FSH - responsável pela maturação de folículos e crescimento da gema no ovário.

15
As aves que nascem no período de outubro a março terão, na fase mais crítica, a do
crescimento, períodos decrescentes de luminosidade, o que irá retardar a maturidade sexual,
impedindo que essa ave comece a produzir antes dos 140 dias (20 semanas).
Já as aves que nascem na primavera, recebem períodos crescentes de luminosidades na fase
de crescimento que irá trazer problemas como:
. prolapso de oviduto;
. ovos menores no início da postura;
. menor número de ovos durante o ciclo de postura.
Estes problemas ocorrem devido à maturidade sexual precoce.
A solução encontrada para solucionar essa maturidade sexual precoce foi à criação do
programa de luz com as funções de:
. aumentar a produção de 5 a 6% durante o período de postura;
. aumentar o peso do ovo em 2,5 gramas nos quatro primeiros meses de produção.
Mas, para se fazer um programa de luz, existem algumas regras básicas a seguir:
. não aumentar a quantidade de luz durante a fase de crescimento das frangas;
. nunca diminuir a luminosidade durante o período de postura;
. juntamente com o programa de luz, deve-se fazer um programa de alimentação quantitativo e
qualitativo, de forma a permitir às aves um bom desenvolvimento.
O programa de luz poderá ser constante ou decrescente, sendo que no primeiro caso há uma
economia maior de energia elétrica.

a. Exemplo De Programa De Luz Constante

Na primeira semana fornecer luz 24 horas por dia. Calcular o fotoperíodo no dia em que as
aves completarem 140 dias de vida (20 semanas). A esse período acrescentar duas horas e trinta
minutos de luz artificial que será o total de luz a ser recebido pelas aves da segunda até a décima
semana. A partir da décima primeira semana, diminuir quinze minutos semanalmente até a vigésima
semana, quando então, será aumentada a luz quinze minutos por semana até completar dezessete
horas de luz diária, que é o máximo para se obter uma boa produção.

b. Exemplo De Programa De Luz Decrescente

Na primeira semana serão fornecidas 24 horas de luz por dia. Calcular o fotoperíodo no dia
em que as aves completarem 140 dias de vida (20 semanas). A esse fotoperíodo acrescentar cinco
horas de luz artificial que será o total a ser fornecido a partir da segunda semana, sendo que,
semanalmente, diminui-se quinze minutos até retirar toda a luz artificial, quando então, começa a
aumentar a luz gradativamente, quinze minutos por semana, até somar dezessete horas de luz total
por dia.

c. Intensidade Da Luz

A lâmpada a ser usada ideal é a de 40 watts, colocada a uma altura de 2,10 metros do chão,
espaçadas em 3 metros da outra. Sempre instalar a luz de forma que a luminosidade recaia em maior
intensidade sobre a água e o alimento. Serão usados refletores com 30 centímetros de diâmetro para
aumentar a intensidade.
Uma lâmpada de 40 watts, para produzir uma luminosidade de 5 lux deverá estar, com
refletor a 2,7 metros de altura e, sem refletor, a 2,0 metros de altura. Luz muito intensa na fase de
recria das frangas pode gerar o canibalismo.

d. Determinação Do Número De Lâmpadas Em Função Da Intensidade Da Luz

Intensidade de luz medida em:. lux = pé-vela = lumens


. 5,38 lux = 0,5 pé-vela
16
Exigências:

. 20 lumens/ m2 ou 2,5 watts/ m2

Tipo e Potência das Lâmpadas:


TIPO WATTS LUMENS (consumo)
15 125
25 225
Incandescente 40 430
50 655
60 810
100 1.600
15 500- 700
20 800- 1.000
Fluorescente 40 2.000- 2.500
75 4.000- 5.000
100 10.000-12.000
• Fonte: Campos / 1975

Localização e Distribuição das Lâmpadas:


. distanciadas em 3 metros da lateral do galpão (igual à altura do pé-direito);
. distância entre lâmpadas: dobro da altura da lâmpada ou o dobro da distância da lâmpada à
lateral;
. geralmente altura de 3 metros (pé-direito).

. OBS.: Cuidado com as lâmpadas:


- lâmpadas sujas reduzem a intensidade da luz em 1/3 a 1/2 da intensidade;
- refletores (disco) diminuem em grande parte o consumo de luz.

ALTURA DA LUZ - 1,8 a 2,20 ACIMA DAS AVES


Espaço entre Lâmpadas (m) Com Prato Refletor Sem Prato Refletor
2,40 lâmpadas 25 watts lâmpadas 40 watts
3,40 lâmpadas 40 watts lâmpadas 60 watts
3.60 lâmpadas 40 watts lâmpadas 60 watts
4,80 lâmpadas 60 watts lâmpadas 100 watts
5,40 lâmpadas 75 watts lâmpadas 100 watts
Fonte: Campos / 1975

Conceito 1: Os estímulos luminosos captados pela Retina da ave chegam à área Hipotalâmica
através do Nervo Ótico. A maior quantidade de luz por dia que penetra pelo sistema ocular da ave
estimula a Glândula Pituitária a produzir determinados hormônios que são o FOLÍCULO
ESTIMULANTE – FSH e HORMÔNIO LUTEINIZANTE – LH.

Conceito 2: A luz incide no olho das aves e ativa a glândula Pituitária que, quando ativada, libera
hormônios (FSH e LH) para a corrente sanguínea, controlando as funções corporais ligadas ao
desenvolvimento sexual e ao crescimento. Estas funções são estimuladas por um aumento diário de
luminosidade, e retardadas por uma luminosidade decrescente diária.

17
TABELA PERIÓDICA DE ILUMINAÇÃO NATURAL
Nordeste/ Norte Sudeste/ Centro Oeste Sul
DIA nascer ocaso duração nascer ocaso duração nascer ocaso duração
1º/01 5: 13 17: 48 12: 35 5: 11 18: 42 13: 31 5: 28 19: 29 14: 01
11/01 5: 18 17: 51 12: 33 5: 18 18: 44 13: 26 5: 36 19: 30 13: 54
21/01 5: 23 17: 54 12: 31 5: 26 18: 44 13: 18 5: 44 19: 28 13: 44
1º/02 5: 27 17: 54 12: 27 5: 33 18: 40 13: 07 5: 54 19: 23 13: 29
11/02 5: 29 17: 54 12: 25 5: 39 18: 36 12: 57 6: 03 19: 16 13: 13
21/02 5: 31 17: 51 12: 20 5: 45 18: 29 12: 44 6: 11 19: 07 12: 56
1º/03 5: 32 17: 48 12: 16 5: 49 18: 22 12: 33 6: 16 18: 50 12: 34
11/03 5: 32 17: 43 12: 11 5: 53 18: 14 12: 21 6: 23 18: 47 12: 24
21/03 5: 31 17: 38 12: 07 5: 57 18: 04 12: 07 6: 30 18: 35 12: 05
1º/04 5: 30 17: 32 12: 02 6: 01 17: 53 11: 52 6: 36 18: 22 11: 46
11/04 5: 30 17: 27 11: 57 6: 04 17: 44 11: 40 6: 43 18: 10 11: 27
21/04 5: 29 17: 23 11: 54 6: 08 17: 35 11: 27 6: 48 18: 00 11: 12
1º/05 5: 29 17: 19 11: 50 6: 12 17: 28 11: 16 6: 55 17: 49 10: 54
11//05 5: 30 17: 16 11: 46 6: 16 17: 22 11: 06 7: 00 17: 41 10: 41
21/05 5: 32 17: 15 11: 43 6: 21 17: 18 10: 57 7: 08 17: 34 10: 26
1º/06 5: 34 17: 14 11: 40 6: 26 17: 15 10: 49 7: 13 17: 30 10: 17
11/06 5: 37 17: 15 11: 38 6: 30 17: 14 10: 44 7: 19 17: 26 10: 07
21/06 5: 39 17: 17 11: 36 6: 32 17: 15 10: 42 7: 25 17: 31 10: 05
1º/07 5: 41 17: 19 11: 38 6: 34 17: 18 10: 44 7: 23 17: 34 10: 11
11/07 5: 42 17: 22 11: 40 6: 34 17: 22 10: 46 7: 21 17: 40 10: 19
21/07 5: 42 17 :24 11: 42 6: 32 17: 26 10: 54 7: 17 17: 45 10: 28
1º/08 5: 40 17: 26 11: 46 6: 27 17: 31 11: 04 7: 11 17: 51 10: 40
11/08 5: 38 17: 26 11: 48 6: 21 17: 35 11: 14 7: 03 17: 57 10: 54
21/08 5: 34 17: 26 11: 52 6: 14 17: 39 11: 25 6: 56 18: 01 11: 05
1º/09 5: 29 17: 25 11: 56 6: 04 17: 43 11: 39 6: 41 18: 09 11: 28
11/09 5: 23 17: 24 12: 01 5: 54 17: 46 11: 52 6: 30 18: 14 11: 44
21/09 5: 18 17: 23 12: 05 5: 44 17: 49 12: 05 6: 17 18: 20 12: 03
1º/10 5: 12 17: 22 12: 10 5: 34 17: 52 12: 18 6: 04 18: 25 12: 21
11/10 5: 06 17: 21 12: 15 5: 25 17: 56 12: 31 5: 52 18: 32 12: 40
21/10 5: 02 17: 21 12: 19 5: 16 18: 00 12: 44 5: 41 18: 38 12: 57
1º/11 4: 59 17: 22 12: 23 5: 08 18: 05 12: 57 5: 31 18: 46 13: 15
11/11 4: 57 17: 25 12: 28 5: 03 18: 09 13: 06 5: 24 18: 55 13: 31
21/11 4: 58 17: 28 12: 30 5: 00 18: 18 13: 18 5: 20 19: 03 13: 43
1º/12 4: 59 17: 33 12: 34 4: 59 18: 25 13: 26 5: 17 19: 11 13: 54
11/12 5: 03 17: 38 12: 35 5: 01 18: 31 13: 30 5: 18 19: 18 14: 00
21/12 5: 07 17: 43 12: 37 5: 05 18: 37 13: 32 5: 21 19: 24 14: 03
31/12 5: 13 17: 48 12: 35 5: 11 18: 41 13: 30 5: 28 19: 29 14: 01
Fonte: Manual de Produção Hisex Brown.

TRANSLAÇÃO: movimento que a Terra realiza ao redor do Sol. Esse movimento leva 365 dias.
ROTAÇÃO: movimento giratório que a terra realiza ao redor do seu eixo no sentido anti-horário.
Esse movimento leva 24 horas.

Dias compridos: 21/ junho a 21/ dezembro,


Dias curtos: 22/ dezembro a 20/ junho.

18
XIII - Manejo Das Poedeiras
São aves já alojadas, em gaiolas ou piso, nos galpões de postura, após os 120 dias de vida
(17 semanas).
São atividades de manejo:
. fornecer ração duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra à tarde;
. a água deve correr constantemente nas canaletas ou usar bebedouro tipo nipple que favorece maior
economia de água e higiene;
. pulverizar as fezes debaixo das gaiolas com veneno para evitar moscas. Retirar sempre que
houver um acúmulo de grande quantidade;
. se houver a incidência de piolhos ou pulgões nos galpões, dedetizar com qualquer inseticida
que não seja fosforado.

a. Descarte Das Aves Improdutivas

Começa-se o descarte após os oitavo mês (35 semanas) de idade das aves, que é o tempo
suficiente para uma ave demonstrar sua capacidade de produzir. Existem alguns métodos, através
dos quais, pode-se detectar uma ave que está produzindo e outra que não está. Os métodos são os
seguintes:

1. Crista e Barbelas:

Devem ser grandes, elásticas, quentes e de coloração vermelha intensa nas aves produtoras.
Nas aves fora de produção, serão pequenas, enrijecidas, secas e de cor clara.

2. Distância dos Ossos Pélvicos

Uma ave em produção apresenta a distância entre os ossos pélvicos de dois e meio a três
dedos juntos, o que corresponde ao diâmetro de um ovo médio. Numa ave fora de produção, baixa
para menos de dois dedos.

3. Distância entre os Ossos Pélvicos e a Ponta do Externo

Numa ave em produção o espaço é de, no mínimo, três e meio dedos juntos, o que
corresponde ao cumprimento de um ovo médio. Numa ave fora de produção, esse espaço é de
menos de três dedos.

4. Cloaca

A ave em postura tem a cloaca úmida, largada, oval e despigmentada. Já a ave fora de
produção terá a cloaca seca, estreita, circular e amarela.

5. Gordura Abdominal

Diferenciam-se pela elasticidade e pouco acúmulo de gordura no abdômen de uma ave em


produção e do excesso de gordura e pouca elasticidade do abdômen numa ave fora de produção.

6. Pigmentação do Corpo

Quase todo o pigmento amarelo do milho será depositado na gema do ovo, deixando
algumas partes do corpo da ave, como por exemplo, cloaca, anela do olho, coxa, bico, etc., com

19
coloração clara numa ave em produção, e coloridos e amarelos numa ave fora de produção.
Também indicam quanto tempo uma ave está em postura.

7. Peso corporal. Intervalo de + - 10%. Aves em produção: Dentro do padrão, com pouca gordura
abdominal. Aves a serem descartadas: Pesada, com gordura abdominal e em outras regiões do
corpo, ou leve com reduzida massa muscular (aves refugos).

b. Vida Útil Da Ave

De 01 a 130 dias (18 semanas) as aves são frangas de reprodução e não produzem ovos. Aos
135 dias (19 semanas) começa a fase pinga-ovo. Aos cinco meses (20 semanas) inicia a postura
econômica, aumentando gradativamente até atingir o pique aos sete meses (28 semanas), o que se
prolonga até aos nove meses de idade (36 semanas). A partir desse período, começa a baixar
gradativamente, chegando ao limite que se considera postura econômica, aos vinte meses (80
semanas). A postura dura em média quinze meses (60 semanas). A mortalidade nesse período é de
1% ao mês.
Fase Inicial: 1 a 6 semanas; Fase Cria: 7 a 12 semanas; Fase Recria: 13 a 18 semanas;
Fase Postura I: 19 a 45 semanas; Fase Postura II: acima de 45 até 80 semanas de idade.

c. Muda Forçada

A troca de penas é um processo natural no crescimento das aves. Para que ocorra a troca das
penas é necessário que a ave utilize todos os ingredientes da ração na formação de novas penas.
A conseqüência disso é que ocorre uma queda de produção e aumenta a incidência de ovos
quebrados. Se o avicultor permitir que as aves troquem de penas naturalmente, terá um prejuízo
elevado, visto que as aves não produzem quase nada, mas continuam comendo. Por isso, é
necessário que se acelere a muda para que essa seja feita em, no máximo, 60 dias, voltando às aves
a produzir por mais seis meses.
Realiza-se a muda forçada por alguns motivos, a saber. Tais como:
. alto custo da franga de reposição;
. elevação do preço do milho;
. mercado difícil com preço baixo para aves de descarte.
. o valor das aves velhas destinadas ao descarte;
. a produção, peso e qualidade dos ovos esperados durante o segundo ciclo de produção;
. o custo da muda forçada, a taxa de ocupação dos aviários e o cronograma de entrada e saída de
lotes na granja. Só assim o avicultor saberá decidir melhor pela prática da muda forçada.

A muda forçada oferece ao avicultor algumas vantagens como:


. baixo consumo de ração durante a troca de penas;
. rapidez na formação de uma ave para produzir por mais seis meses;
. ovos de boa qualidade, ou seja, boa casca e bom tamanho após a muda.

1. Época de Muda Forçada

São olhados principalmente aspectos ligados a economicidade do processo. Para isso deve-
se olhar o período que a oferta de ovos é grande e o preço do milho está alto (janeiro).
Sob o aspecto idade das aves, é recomendada a muda após os quinze meses do primeiro
ciclo de produção (60 semanas).

2. Método de Muda Forçada

São vários os métodos, sendo todos eles eficientes. A seguir apresentamos um exemplo:
20
. descartar todas as aves doentes e refugos;
. fornecer luz artificial durante toda a noite na semana que antecede à muda;
. revacinar as aves contra New Castle.

. Primeiro ao nono dia:


- suspender a ração;
- retirar toda a luz artificial;
- pesar uma parcela de cinqüenta aves no centro do galpão, que perdera 30% do peso inicial
ao final do nono dia;
- fornecer 40 gramas de farinha de ostra/ave/dia, enquanto houver produção.

. Décimo dia:
- fornecer 50 g/ave/dia de ração especial de muda ou ração de crescimento de frangas;
- continuar sem luz artificial.

. Décimo primeiro ao décimo oitavo dia:


- fornecer 100g/ave/dia de ração especial de muda, dia sim, dia não;
- continuar sem luz artificial.

. Décimo nono ao vigésimo sétimo dia:


- continuar a ração dia sim, dia não;
- sem luz artificial;
- ao reiniciar a postura, fornecer 4 gramas de farinha de ostra/ave/dia.

. Vigésimo oitavo ao trigésimo quarto dia:


- fornecer ração à vontade (postura);
- fornecer quatorze horas de luz diária.

. Trigésimo quinto dia:


- fixar a ração em 70g/ave, para aves pesadas;
- aumentar a luz trinta minutos por semana até atingir dezessete horas.

. Observações:
Caso a produção não baixe a menos de 10% até o sexto dia, cortar a água por um dia.
Toda semana aumenta 5 gramas de ração por ave até completar 60 dias de muda.

A MUDA FORÇADA - Esta prática objetiva mais um ciclo de produção, aumenta a vida
produtiva e otimiza o desempenho da ave.

A muda das penas é um processo que acontece em todas as espécies de aves e em ambos os
sexos. Ocorre como conseqüência de um período de descanso em que a ave cessa a produção de
ovos e passa por modificações fisiológicas (internas e externas). Pode ocorrer de forma natural ou
forçada. Na muda natural as aves perdem e renovam suas penas antes do início do inverno, porém a
época da muda varia individualmente e é prejudicial ao desempenho produtivo em escala comercial.
A muda forçada é uma prática que tem sido utilizada principalmente em poedeiras comerciais,
objetivando mais um ciclo de produção, aumentando a vida produtiva e otimizando o desempenho
da ave. Pode ser realizada em aves selecionadas para a produção de ovos comerciais ou de ovos
férteis, onde o plantel é forçado, ou induzido, ao descanso reprodutivo num período de tempo
determinado através do método escolhido pelo avicultor. Tem como características a redução do
consumo de alimento, a perda de penas, a regressão acentuada no peso corporal e no trato
21
reprodutivo. Essa prática busca a renovação do aparelho reprodutor por desencadeamento de
mecanismos hormonais envolvidos no processo, semelhantes àqueles associados aos que levam à
incapacidade reprodutiva, de outra causa qualquer. A produção do hormônio liberador de hormônio
luteinizante (LHRH) é inibida pelo hipotálamo, levando a redução da secreção do hormônio
luteinizante (LH) pela hipófise. Isso faz com que haja um colapso na hierarquia folicular do ovário,
ocorrendo perda de estímulo do hormônio estrogênio que mantém em atividade o oviduto,
induzindo por conseqüência sua regressão. Na literatura existem vários métodos de muda forçada.
Na Tabela 1: encontra-se apresentado um método simples e eficiente (adaptado do método
Califórnia), que já foi utilizado com sucesso várias vezes na Embrapa Suínos e Aves. Pode ser
executada em qualquer idade da produção. Normalmente é realizada no final do primeiro ciclo de
postura, em torno de 60 semanas de idade, fazendo com que a ave produza por mais um ciclo de 25
a 30 semanas, podendo atingir novo pico de produção em torno de 85%.
Para a realização da muda forçada são necessárias algumas providências iniciais como:
a) o veterinário ou o técnico responsável deve observar o histórico do lote, se sadio, vacinas
atualizadas e adequadas;
b) realizar uma seleção e retirar as aves refugo;
c) informação do peso através de uma amostra em torno de 10% do plantel em lotes inferiores a
1.000 aves e 5% se o lote variar de 1.000 a 5.000 aves e 1% em lotes acima de 5.000 aves;
d) fazer homogeneização da lotação por gaiola ou por boxes.
O período de jejum (sem alimento) não é fixo, depende da gordura acumulada pelas aves e
da capacidade da linhagem em perder peso. Portanto, deve-se retornar o alimento quando:
a) o peso se aproximar daquele do início da produção (20 semanas de idade);
b) ou o lote perder em torno de 25 a 30% do peso em que se iniciou a muda;
c) ou as aves atingirem no máximo 12 dias sem alimento;
d) ou a mortalidade atingir 2,0 % do lote.

Se houver necessidade de prolongar o período de descanso do lote, é possível fazê-lo


mantendo o fornecimento do milho triturado por mais tempo. Nesse caso, é necessário atrasar o
estímulo luminoso pelo mesmo período. Em lotes demasiadamente gordos, é viável a retirada da
água junto com o alimento e a luz, somente para o primeiro dia.

Quando aplicar - A decisão em efetuar um programa de muda forçada deve levar em conta a
disponibilidade e custo da cria e recria de frangas para reposição comparada ao custo de
manutenção das poedeiras por um período não produtivo em torno de 10 semanas. Esse tempo é
necessário para cair à plumagem, o ovário e o trato reprodutivo regredirem, as penas renascerem e a
ave se tornar apta à foto estimulação. Havendo vantagens econômicas, o programa de muda forçada
pode ser utilizado por produtores de ovos comerciais nas seguintes situações:
a) em época de sobra de ovos no mercado, quando o preço tende a cair;
b) em época de entressafra, quando o preço está alto e quando se disponha de galpão ocioso;
c) quando o avicultor não tiver suporte financeiro para a aquisição de um novo plantel e que a muda
seja mais econômica em comparação a aquisição de um novo lote.

A idade da poedeira é fator limitante em relação à qualidade da casca, tanto no final do


primeiro como do segundo ciclo de produção. Nesse sentido, deve ser dada atenção aos fatores
sanitários, nutricionais e de manejo em geral que possam interferir na qualidade da casca, tais como
níveis de cálcio nas rações, granulométrica e solubilidade das fontes de cálcio bem como o horário
de fornecimento do alimento. Razão pela qual se recomenda atenção especial ao fornecimento de
rações devidamente balanceadas e que atendam às exigências das aves. Isto porque a correta
utilização do conjunto desses fatores faz com que a muda forçada, se bem conduzida, permita uma
resposta em quantidade de ovos produzidos e qualidade de casca, tornando a atividade eficiente e
economicamente favorável ao produtor.

22
Tabela 1: Proposta de manejo para muda forçada em poedeiras comerciais
Dias Alimento Água Programa de Luz

01- 09 sem alimento à vontade luz natural

retornar o alimento (milho)

10 20 g/ave/dia

11-19 aumentar 4 g/ave/dia à vontade luz natural

20 60 g/ave/dia

retornar a ração de postura

21-31 aumentar 1 g/ave/dia A partir do 21o dia


fornecer 14h de luz
32-40 70 g/ave/dia (natural + artificial) e
41-49 75 g/ave/dia à vontade manter constante até
iniciar a produção. A
50-54 80 g/ave/dia partir do início da
postura aumentar
55-56 85 g/ave/dia gradualmente 1h por
semana, até atingir
57-60 90 g/ave/dia
16h30/dia e manter
61... ração conforme a produção constante até o final
da produção
Fonte: EMBRAPA

Ao contrário do que ocorre com as aves silvestres adultas, em que a troca de plumagem tem
pouca relação com o ciclo de postura, nas aves domésticas selecionadas para alta produção de ovos
a muda de penas na fase adulta ocorre, em condições normais, apenas após um longo período de
produção e a completa troca de penas demora cerca de quatro meses. Este processo pode ser
acelerado com um programa que induz a queda de penas, com posterior crescimento das plumas
novas e rápido reinício da produção de ovos, a partir de um mecanismo conhecido como "muda
forçada", que deve durar, no máximo, 6 a 8 semanas.

Os métodos de muda podem ser reunidos em três grupos: os farmacológicos, os


nutricionais e os de manejo. O primeiro deles adiciona à ração determinadas drogas como o 2
amino- 5 nitrotiazol, a progesterona, um anovulatório (como o acetato de clormadinona) ou outros
produtos que induzam as aves a efetuar muda de penas com cessação temporária da produção de
ovos. A dificuldade do emprego destes métodos e a possibilidade de que as substâncias utilizadas
tenham efeito colateral sobre a saúde humana excluíram seu uso comercial.

Modificar a concentração dietética de determinados íons com ação específica sobre a


produção de ovos - como o cálcio e o fósforo, o sódio e o potássio, o iodo e o zinco – é a base dos
métodos nutricionais. No início, receberam pouca atenção, mas, recentemente, aqueles que utilizam
zinco são os mais aplicados na prática, principalmente nos EUA. Neste caso, a redução da produção
de ovos e a indução à muda forçada se dá pelo aumento do nível de zinco dietético, que é de 50
mg/kg para a máxima produção de ovos.

Diversas pesquisas já demonstraram que a adição de 15 mil a 25 mil mg/kg de zinco à dieta,
na forma de óxido de zinco, reduz a postura a zero e induz a muda de penas por promover uma
intoxicação e tornar o alimento de péssimo paladar. Isso provoca a diminuição em seu consumo: no
23
primeiro dia a ave absorve 25 a 30 g e nos dias seguintes de 7 a 15 g - um semi- jejum que induz a
ave a paralisação da produção e à muda.

Na troca das penas pelo manejo, o produtor induz as aves a várias situações de estresse,
provocando a rápida parada na produção de ovos. Em geral, ocorre redução do fotoperíodo a partir
da retirada da iluminação artificial; ou retirada de ração por um período não superior a 15 dias; e
algumas vezes o resultado é obtido com a retirada de água por um período de no máximo três dias.
"É o método mais utilizado no Brasil, com grande variação e recomendações diferentes feitas pelos
diversos centros de pesquisas".

Período pré-muda - Antes de iniciar a muda forçada, o produtor deve lembrar que a atividade no
segundo ciclo é cerca de 7% a 10% menor que a do primeiro ciclo. Além disso, quanto mais jovem
for o lote trabalhado, mais cedo as aves reiniciam a postura e atingem melhores níveis de produção.
Segundo a EMBRAPA, a muda deve ser forçada antes das 70 semanas de idade do lote,
respeitando-se os interesses comerciais e o cronograma de produção estabelecido para a entrada e
saída de lotes na granja. Ainda no período pré-muda o granjeiro deve pesar e fazer a seleção do lote
descartando aves com baixo peso, fora de produção e com estado físico insatisfatório. "Se
necessário, deve-se fazer reagrupamento de aves de mesma idade; porém de galpões diferentes a fim
de preencher todas as gaiolas dos galpões a sofrerem mudas”.

Já no período de muda, a partir do primeiro dia, o produtor deve retirar a iluminação


artificial, deixando nos aviários clássicos apenas a iluminação natural e nos aviários de ambiente
controlado, o fotoperíodo deve ser reduzido para 6 horas diárias. As aves devem ser mantidas em
jejum alimentar por um período de 10 a 14 dias – para ocorrer à perda de peso de 25% a 30% do
peso vivo. Nesta fase é possível administrar farinha de cascas de ostras por três a quatro dias no
início do período de jejum.

Após o jejum, as aves devem retornar à alimentação, com fornecimento de ração de franga,
milho ou sorgo moído. A readaptação das aves ao alimento deve ser feito com cuidado: no primeiro
dia de retorno, o produtor deve fornecer apenas 30% da quantidade de ração que a ave consumiria
"ad libitum", 60% no segundo dia, 90% no terceiro e apenas no quarto dia as aves devem receber
ração completa - condição que deverá ser mantida até o vigésimo oitavo dia do processo. A partir
dos 29 dias do início da muda, as aves devem receber ração de produção e reiniciar um programa de
luz crescente semelhante ao utilizado para frangas em início de produção. "Nesse método não se
utiliza jejum hídrico. As aves atingem 50% de postura cerca de 8 semanas após o início da muda".
No processo de muda rápida, que na verdade é uma variante do método convencional de muda, o
produtor fixa um rápido período de jejum (reduzido para 4 a 6 dias) e elimina o período de repouso:
este manejo leva as aves a alcançar 50% de produção 5 a 6 semanas após o início da muda.

Resultados esperados – No método de muda forçada convencional a taxa de mortalidade máxima


fica em 2,0 % desde o início do programa até a oitava semana. A partir daí, a mortalidade deve ser
idêntica a do primeiro ciclo de produção.

24
XIV - Estudo Do Ovo - Ovos Defeituosos
8
1
7 2
2A

6
3
4
4A 5

1- Germe, Embrião, cicatrícula ou disco germinativo; 2 – Gema; 2A – Membrana


vitelina ( que envolve a gema do ovo) também chamada de córion; 3 – Albumina;
4 e 4A – Calazas; 5 – Membrana da casca ou capa interna e externa; 6 – Câmara
de ar; 7 – Casca; 8 – Cutícula.

São encontrados ovos das mais variadas formas numa criação de aves de postura. Alguns
tipos ocorrem por deficiência nutricional, outros por idade das aves, outros por hereditariedade, etc.
Vejamos alguns tipos:

1. Duas Gemas:

Resultado da ovulação de duas gemas ao mesmo tempo. Ocorre em frangas novas.

2. Manchas de Sangue:

Com a ruptura do folículo algum capilar se rompe, derramando sangue que será envolvido
pela casca. Ligados ao fator hereditariedade.

3. Pedaços de Carne:

Pode ocorrer devido ao desprendimento do folículo junto com a gema ou por mancha de
sangue em que parte do sangue for reabsorvida.

4. Casca Mole:

Acontece por diversas razões. Pode ser por funcionamento inadequado das glândulas
secretoras de casca ou por um severo e anormal peristaltismo do oviduto. Acontece após o
surgimento das doenças New Castle e Bronquite Infecciosa. Pode ser ainda devido à deficiência de
cálcio e fósforo na ração ou presentes desproporcionalmente e estresse calórico.

5. Ovo Dentro de Ovo:

Peristaltismo reverso poderá fazer voltar o ovo já formado, que se encontra com outra gema
e são envolvidas por uma só casca.

6. Ovo Sem Gema:

Ocorre pela presença de um corpo estranho no oviduto que estimula o funcionamento das
glândulas de formação do ovo.

25
Ovoscopia: Nesse procedimento, o ovo intacto é colocado diante de um foco de luz e as
características avaliadas são: tamanho da câmara de ar, condições da gema e da clara, presença de
corpo estranho e desenvolvimento do embrião (se houver, caso tenha havido fecundação).

Os ovos devem ser comercializados duas vezes por semana ou mais. Um ovo perde suas
qualidades mesmo quando conservados a 8oC.
Deve-se sempre acomodar os ovos com a extremidade mais larga, onde se encontra a câmara
de ar, voltada para cima. Isso mantém o equilíbrio interno do ovo e dá uma aparência de ovo extra.
Ovo guardado próximo a material mofado, sujo ou úmido, sofrerá contaminação bacteriana.
Coletar os ovos freqüentemente, pelo menos duas vezes ao dia. No verão ou com
temperaturas acima de 32o, coletar de duas em duas horas.
Lave os ovos sujos logo após a coleta, numa solução detergente e desinfetante ( 1 colher por
4 litros de água ), por 3 minutos e a uma temperatura entre 43oC e 48oC. Não lave os ovos
rachados. Use um lavador de ovos automático.
Manter os ovos na câmara fria, mantendo-o entre 10oC e 12oC e com uma umidade relativa
entre 75% e 85%.
Ao empacotar ou encaixotar os ovos use somente bandejas e caixas de 30 dúzias ou caixas
de uma dúzia previamente resfriada.
Venda os ovos duas vezes por semana, se possível.

Conservação de ovo:

Logo após a postura, o ovo fica susceptível à perda de umidade e qualidade, não necessariamente
por ação de microorganismos. O principal método para a conservação do ovo é a refrigeração, com
objetivo de controlar sua qualidade. O armazenamento do ovo fresco deve ser cuidadoso, porque
principalmente com a ação de microorganismos, podem ocorrer perdas de peso e processos de
desintegração químicos e físicos, que influenciam no estado de frescor e na palatabilidade. Os ovos
também sofrem alterações pela putrefação de bactérias e fungos, no entanto, esta sofre retardamento
com o armazenamento em baixas temperaturas ou por tratamento de fechamento dos poros da casca.
Para controlar o crescimento microbiano em ovos, deve-se atentar para refrigerar em temperaturas
de 13º a 15°C, com 70% de umidade. Se o armazenamento for para meses, por exemplo, seis
meses, a temperatura deve estar entre -1,7º e – 0,6º C, o que manterá a umidade em torno de 90% se
a circulação de ar for boa, atentando para mofos e fungos que se desenvolvem a 0º C. A
deterioração parece ser mais rápida durante os primeiros três meses de armazenamento, depois se
torna mais lenta. Vale ressaltar que, os ovos armazenados durante muito tempo são mais
susceptíveis a agentes de putrefação do que os ovos frescos. Antes da refrigeração uma boa opção é
o processo de lavagem, que remove resíduos orgânicos, como proteínas, gorduras, açúcares, e
minerais aderidos à superfície, visando à redução de microorganismos patogênicos. A lavagem
equivale à detergente, enxágüe e depois sanitização com solução clorada. Também há outros
tratamentos auxiliares, como a impregnação da casca com óleo mineral, que fecha os poros,
evitando a desidratação e a perda de CO2.

Validade dos Ovos: validade por 15 dias em lugar seco e fresco ou 25 dias no refrigerador.

Se os ovos forem transportados por longas distâncias, é recomendável pulverizá-los com óleo
mineral que diminuirá a perda de
gás carbônico e água pelos poros da casca,
conservando por mais tempo a sua qualidade
interna. Quanto à classificação, um ovo
pode ser analisado sob vários aspectos, como:
qualidade, coloração da casca, peso.

26
Classificação do ovo quanto ao peso:

COMO AVALIAR A QUALIDADE DO OVO


QUANTO A IDADE E O ESTADO FÍSICO

O teste de imersão, que é o mais simples


para avaliar a idade do ovo consiste basicamente
em mergulhar o ovo em água ou em salmoura. A
posição ou o nível do ovo nesses meios determina a
idade ou o estado do mesmo.
Imersão em Salmoura: A Salmoura (250 ml de água + 25 gramas de sal) deve ser colocada em
recipiente transparente. À parte, deve ser preparado um cartão com divisões que correspondam aos
ângulos de 20º, 45º, 60º e 90º. O cartão deve ser colocado ao lado do recipiente e a seguir o ovo
deve ser imerso.
Para determinar o ângulo formado deve ser tomada por base à parte mais larga das extremidades do
ovo na direção onde normalmente está localizada a câmara de ar.

Tabela.1 Idade do ovo, avaliado pelo teste de Imersão em salmoura.


Posição do Ovo Idade
1. Horizontal no fundo do recipiente 1 a 30 horas
2. Horizontal suspenso na solução 3 a 5 dias
3. Posição de 45º 7 a 8 dias
4. Posição de 60º 14 a 16 dias
5. Posição de 75º 21 dias
6. Posição de 90º 01 mês

Tabela.2 Idade do ovo avaliado em água pura.


Posição do ovo Idade
1. Horizontal no fundo do Ovo fresco
vasilhame
2. Horizontal suspenso na água Ovo desidratado
3. Vertical e boiando na superfície 20 a 26 dias de postura

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XV - Programa De Vacinação Para Poedeiras
Volume de água para 1000 aves, a fim de efetuar a vacinação via água de beber é o seguinte:

IDADE VOLUME DE ÁGUA


a
l semana 5 litros
2a semana 10 litros
3a semana 15 litros
5a semana 20 litros
7a semana 25 litros
10a semana 30 litros
17a semana 35 litros
Acima de 20 semanas 40 litros

POEDEIRAS COMERCIAIS

IDADE DOENÇA TIPO DE VACINA VIA DE


APLICAÇÃO
10 DIAS BRONQUITE INFECCIOSA H-120 Ocular
NEWCASTLE La Sota Ocular
15 DIAS GUMBORO Cepa Suave ou Água
BOUBA AVIÁRIA Intermediária Membrana da Asa
Cepa Suave
25 DIAS GUMBORO Cepa Intermediária Água
35 DIAS NEWCASTLE La Sota Ocular
BRONQUITE INFECCIOSA H-120 Ocular
45 DIAS CORIZA Gel Alumínio Pescoço (subcutânea)
BOUBA AVIÁRIA Cepa Forte Agulha 10x8
Membrana da Asa
70 DIAS ENCEFALOMIELITE Viva Água
85 DIAS NEWCASTLE La Sota Ocular
BRONQUITE INFECCIOSA H-52 - H-120 Ocular
105 DIAS CORIZA Oleosa Peito (Intramuscular)
Agulha 8x8
Agulha 10x8
119 DIAS NEWCASTLE Oleosa Peito
BRONQUITE INFECCIOSA Oleosa Peito
EDS (Síndrome da Queda de Postura) Oleosa Peito ou Coxa
280 DIAS NEWCASTLE La Sota Água
BRONQUITE INFECCIOSA H-120 Água
Fonte: EMBRAPA

XVI - PRINCIPAIS DOENÇAS DAS AVES

1) Doença da Marek ou Leucose Neural:


É provocada por um vírus do tipo Herps. A doença da marek ocorre em galinhas jovens de
um modo geral com lesões nervosas e oculares, além de tumores nas gônodas, vísceras e pele. Nas
aves de postura ocorrem lesões no nervo ciático com paralisia típica, podendo causar a morte de

28
30% das aves. Em frangos de corte é comum ocorrer tumores disseminados em toda a pele,
causando rejeição da carcaça nos abatedouros.
O vírus é eliminado por células epiteliais e por células de descamação da pele, podendo
permanecer na cama contaminada por mais de 6 meses.
Não existe tratamento adequado para a doença, por isso a prevenção ainda é a única maneira
de se evitar a doença. A vacina foi descoberta em 1971 e hoje é obrigatória a sua aplicação em
pintos de um dia, ainda no incubatório, por via subcutânea na região do pescoço.

2) Bouba aviária ou Difteria:


É causada por um vírus muito comum em aves caipiras. Pode ocorrer em aves de qualquer
idade, causando febre e erupções (nódulos) na pele. Daí existirem outros sinônimos como “varíola
aviária”, “caroço”, “pipoca” e “bexiga”. Estas lesões ocorrem nas áreas sem penas como crista,
barbela, bico, em volta dos olhos, pernas e pés. Pode também causar placas e bolhas na boca,
faringe, laringe e traquéia.
A doença é transmitida através de mosquitos. Por isso nos meses mais quentes e úmidos,
quando há maior proliferação de mosquitos, há um maior perigo do aparecimento da doença.
Os principais prejuízos são devido à diminuição do consumo alimentar, reduzindo o
crescimento das aves, devido às placas formadas nas vias internas do sistema digestivo e
respiratório.
Não existe tratamento para a doença e a prevenção é feita através de vacinação.

3) Gumboro:
Também causada por vírus e existe no Brasil desde 1978. O vírus ataca a “bolsa de
Fabrício”, que é um órgão localizado na região superior da cloaca e é responsável pela produção de
linfócitos B, que são os produtores de anticorpos. Portanto, a doença diminui as defesas
imunológicas das aves, permitindo que outras doenças se manifestem. A bolsa de Fabrício infectada
fica edêmica e hemorrágica, alem de causar diarréia, tremores e incoordenação das aves. O vírus
pode se manter viável em locais contaminados por vários meses e pode se tornar resistente aos
desinfetantes. A vacinação em vários lotes seguidos pode ser uma medida para erradicar a doença.

4) Newcastle ou Peste Aviária Clássica:


É causada por um vírus que se propaga rapidamente e produz sintomas respiratórios em
geral acompanhados por sintomas nervosos. Os principais sintomas respiratórios da doença são
espirros, tosse, dificuldade de respiração, exudato nasal, muco no interior da traquéia, sacos aéreos
opacos e amarelos. Quando a doença está em estágio avançado aparecem os problemas nervosos
causando paralisia parcial ou incompleta, torcicolo e incoordenação do pescoço, fraqueza das
pernas, cambalhotas para trás e caminhar em círculo. Os sintomas nervosos são irrecuperáveis.
Não existe tratamento para a doença. Como preventivo utiliza-se a vacinação, além das
medidas de limpeza e isolamento já citadas anteriormente.

5) Bronquite infecciosa:
É uma doença respiratória muito contagiosa, causada por vírus que se propaga rapidamente
entre as aves (em 48 horas todas as aves podem ficar atacadas). Os principais sintomas são tosse,
ronqueira, descarga nasal, espirros, olhos lacrimejantes e cara inchada. Ataca principalmente aves
jovens (até 3 semanas).
Não existe tratamento. Antibióticos e vitamina A podem ajudar na recuperação das aves. A
vacinação pode ser usada para evitar a doença, porém, deve ser orientada e acompanhada por
médico veterinário, pois vacinas mal aplicadas podem causar reações muito fortes, semelhante à
própria doença.

6) Doença crônica respiratória (DCR):


É causado por um microorganismo, o Micoplasma Gallisepticum, que ataca de forma
crônica (lenta) o sistema respiratório das aves. A doença causa lesões na traquéia, pulmões e sacos
29
aéreos. Ocorrem também corrimentos nasais, ronqueira e tosse. Esta doença aparece principalmente
quando a resistência das aves está diminuída por problemas de estresse ou após o surgimento de
outras doenças.
O tratamento pode ser realizado com antibióticos (terramicina, estreptomicina, tylan). Para
prevenção existe vacina, porém só recomendada para matrizes.

7) Coccidiose ou Diarréia Vermelha:


É uma doença de muita importância pelos elevados prejuízos que ela causa à avicultura. É
causada por protozoários que invadem e destroem as células intestinais após intensa multiplicação.
Os protozoários pertencem ao gênero Eimeria, e as espécies mais comuns são E. Acervulina, E.
Maxima, E. Necatrix, E. Tenellla. Em geral as lesões podem ser hemorrágicas, ocorrendo diarréia
com fezes escuras e sanguinolentas. Os prejuízos devem-se a mortalidade e redução no consumo,
ganho de peso e conversão alimentar.
Estes protozoários desenvolvem parte do seu ciclo evolutivo na cama, voltando para atacar
novos lotes. Atualmente, é impossível criar frangos sem o uso de medicamentos. Portanto, estes
medicamentos, chamados de coccidiostáticos são adicionados na ração durante toda a fase inicial e
de crescimento dos frangos. Apenas nos últimos dias de criação pode-se usar rações sem
coccidiostáticos.

A. DOENÇAS MODERNAS OU DOENÇAS DE PRODUÇÃO

O termo doenças de produção é usado para definir doenças que estão diretamente ligadas
ao alto nível de produção, e são resultado de algum desequilíbrio biológico do animal. Portanto, nas
doenças de produção não existe um agente causador como nas demais doenças. As de maior
importância por causar grandes danos econômicos na avicultura moderna são: Síndrome de Ascite
(SA), Síndrome de Morte Súbita (SMS) e Síndrome de pernas tortas.

a) Síndrome de Ascite

Caracteriza-se por um acúmulo de líquido de cor esverdeada na cavidade abdominal das


aves. As aves afetadas apresentam respiração ofegante, com bico aberto, crista e barbelas de cor
roxa, e morte após 3 ou 4 dias.
Esta doença ocorre em frangos de crescimento rápido, principalmente em machos,
geralmente após a 4a semana de idade. O fator principal parece ser uma insuficiência respiratória e
circulatória devido a grande necessidade de oxigênio requerido pelo frango, sem que o mesmo
consiga obtê-lo do ambiente em quantidades suficientes. O coração e os pulmões são relativamente
pequenos em relação ao tamanho do frango que, com o melhoramento genético, cresce rapidamente.
Esta doença agrava-se em períodos frios, em regiões coma alta altitude, e em linhagens que tem
crescimento mais rápido.
A Síndrome de ascite é hoje, possivelmente a doença de maior preocupação em avicultura,
devido aos seus grandes prejuízos causada. As mortes ocorrerem no período final de criação e, além
disso, ocorre grande número de aves condenadas no abatedouro. Mesmo que não cheguem a morrer,
a inspeção veterinária no abatedouro condena as aves que apresentam os sinais da doença, ou seja,
líquido depositado na cavidade abdominal.

b) Síndrome de Morte Súbita (SMS) ou Ataque Cardíaco

A morte súbita (ou ataque cardíaco) ocorre em frangos de bom desempenho, principalmente
machos na fase final de criação, ou seja, alguns dias antes do abate. Não existem sintomas ou lesões
causadas pela doença. As aves que morrem tem aparência normal e com bom peso. O problema é
idêntico a ascite, ou seja, insuficiência circulatória, devido a grande necessidade de oxigênio
requerida pelo frango. Porém o ataque é mais agudo (rápido), levando à ave a morte imediata.

30
Redução do estresse e restrição alimentar para reduzir a taxa de crescimento são, até hoje, as
únicas medidas possíveis para reduzir a mortalidade por SMS.

c) Síndrome de pernas tortas

O rápido crescimento dos frangos faz com que haja uma deficiência nos suprimentos de
minerais necessários a formação óssea, principalmente cálcio e fósforo. Tais distúrbios levam a
formação incompleta dos ossos das pernas. Isto é agravado pelo fato dos frangos atingirem pesos
corporais muito altos em pouco tempo, sendo que as pernas são as responsáveis pela sustentação
deste peso. Assim, muito peso sobre pernas fracas resulta em problemas que comumente chamamos
de “pernas tortas”. Isto traz como conseqüência condenações de abatedouro e principalmente a
redução do consumo de ração e ganho de peso devido à dificuldade de locomoção, que impede o
acesso ao bebedouro e comedouro.

XVII - FICHAS DE CONTROLE E CUSTO DE PRODUÇÃO


Existem vários tipos de fichas que empresas produtoras de ração elaboram para as granjas.
Em todas elas devem vir anotações, tais como:
. produção diária de ovos;
. consumo diário de ração;
. porcentagem de produção;
. mortalidade diária e acumulada e também o número de lote;
. procedência, etc.
Através destes fatores, é possível calcular o valor de custo de produção.
O custo mensal se torna mais necessário por ser através dele que será colocado o preço de
venda dos ovos.
Faz-se o cálculo de todos os gastos como a ração, mão-de-obra, água, luz, medicamentos,
etc.

CONVERSÃO ALIMENTAR = Total Ração Consumida .


dúzias de ovos produzidas
ou
kg de ovos produzidos

CUSTO POR DÚZIA DE OVOS = Despesas .


dúzias de ovos produzidas

% MORTALIDADE = Nº de Aves Mortas . x 100


nº inicial de pintos de um dia

LUCRO LÍQUIDO = Receita - Despesas

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ITEM INSUMOS UNID. QUANT. V.UNIT. VALOR
TOTAL
1. PINTINHAS
2. RAÇÃO INCIAL
3. RAÇÃO CRIA
4. RAÇÃO RECRIA
5. RAÇÃO POSTURA I
6. RAÇÃO POSTURA II
7. VACINAS
8. MEDICAMENTOS
9. LUZ
10. ÁGUA
11. CAL + CREOLINA
12. GÁS
13. MÃO-DE- OBRA
14. DEPRECIAÇÃO
15. TRANSPORTE
16. OUTROS
TOTAL

Índices Zootécnicos
. Índice de mortalidade até 22 semanas de idade até 5%, para poedeiras entre 1 e 1,5% ao mês.
. C.A. = 1,8 a 1,9.
. Ovos quebrados = não deve ultrapassar 3%.
. Produção por ave alojada em um ano = de 240 a 330 ovos.
. Observar registro, gráfico de produção de ovos e comparar.

XVIII - BIBLIOGRAFIA
Bertechini, A.G.; Oliveira, B.L. de. Avicultura: Produção de galinha poedeira. ESAL/FAEPE,
1991. 67p.

Bertechini, A. G. Fisiologia da digestão de suínos e aves. UFLA/FAEPE, 1994, 140 p.

Bertechini, A. G. Nutrição de monogástricos. UFLA/FAEPE, 1997, 255p.

Leite, J. L. B.; Rodrigues, P. B.; Fialho, E.T.; Freitas, R. T. F.; Nagata, A. K.; Cantarelli, V. S.
Efeito da peletização e adição de enzimas e vitaminas sobre o desempenho e aproveitamento da
energia e nutrientes em frangos de corte de 1 a 21 dias de idade. Revista Ciência e
Agrotecnologia, v. 32, p. 1292-1298, 2008.

Cotta, Tadeu. Reprodução da galinha e produção de ovos. UFLA/FAEPE, 1997, 311p.


Roberta H. V. et al. Tecnologia de ovos. UFLA/FAEPE, 2000. 86p.

Rostagno, H.S. et al. Composição de alimentos e exigências nutricionais de aves e suínos


(tabelas brasileiras). Viçosa: UFV, 2005. 139p.

Englert, Sérgio. Avicultura. Livraria e Editora Agropecuária Ltda, ed. 6, 1991, 288p.

Teixeira, Antônio Soares. Alimentos e alimentação dos animais. UFLA/FAEPE, 4 edição,


1997,402p.
32
Técnicas de Criação. Disponível em < www.avifran.com.br > capturado em 10 de out. 2003. >
capturado em 12 de setembro. 2003.

Estatística e preço. < Disponível em < www.avisite.com.br/economia/default.asp > capturado em


15 de fev. 2004.

http://www.agroceres.com.br/
http://www.hylinedobrasil.com.br/default.asp?secao=manuais
http://www.granjaplanalto.com.br/produtos/postura/postura.htm
E-mail: sindiracoes@uol.com.br

Compilação de notas de aulas dadas.

Fim.....

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