You are on page 1of 110

See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.

net/publication/277708754

Avaliação da qualidade da habitação de interesse social: projetos urbanístico


e arquitetônico e qualidade construtiva

Book · February 2015

CITATIONS READS

0 298

9 authors, including:

Márcio Albuquerque Buson Cláudia Naves David Amorim


University of Brasília University of Brasília
7 PUBLICATIONS   6 CITATIONS    25 PUBLICATIONS   22 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Natalia Lemos Vanda A G Zanoni


University of Brasília University of Brasília
2 PUBLICATIONS   0 CITATIONS    22 PUBLICATIONS   14 CITATIONS   

SEE PROFILE SEE PROFILE

Some of the authors of this publication are also working on these related projects:

Metodologia de avaliação View project

Monografia da Especialização View project

All content following this page was uploaded by Márcio Albuquerque Buson on 04 June 2015.

The user has requested enhancement of the downloaded file.


avaliação da qualidade da

habitação
de interesse social
projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade construtiva

organizadoras | autoras | Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio
autores | Cláudia Naves David Amorim, Débora Félix Rodrigues Ikeda, Liza Andrade,
Márcio Buson, Natália Lemos, Vanda A. G. Zanoni
Universidade de Brasília Edital MCTI/CNPq/MCIDADES No 11/2012 organizadoras | autoras
Reitor: Ivan Marques de Toledo Camargo Raquel Naves Blumenschein
Vice-reitora: Sonia Báo Colaboração: Elane Ribeiro Peixoto
Decana de extensão: Thérèse Hofmann Gatti Rodrigues da Arquitetas Ayla Sauerbronn Gresta, Marina Lima de Fontes e Cristiane Guinancio
Costa Talita da Silva Sá autores
Estagiárias Lara Araújo Garcia, Shinelle Delice Hills e Tais Alves Cludia Naves David Amorim
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UnB Oliveira Débora Félix Rodrigues Ikeda
Diretor: José Manoel Morales Sánchez Liza Andrade
Vice-diretora: Cláudia Naves David de Amorim Projeto gráfico Márcio Buson
Coordenador de pós-graduação: Márcio Augusto Roma Buzar Gabriela Bílá e Marilia Alves | GRUPO Arquitetura etc. Natália Lemos
Vanda A. G. Zanoni

A945 Avaliação da qualidade da habitação de interesse social : projetos urbanístico e arquitetônico e qualidade
construtiva / organizadoras, Raquel Naves Blumenschein, Elane Peixoto, Cristiane Guinancio. – Brasília : UnB, FAU,

Avaliação da qualidade da
2015.
214 p. : il. ; 21 x 23 cm.

ISBN 978-85-60762-20-0.
habitação de interesse social:
1. Habitação de interesse social. 2. Planejamento urbano. 3. Arquitetura e urbanismo. 4. Projeto urbanístico. 5.
Projeto arquitetônico. 6. Sustentabilidade urbana. I. Blumenschein, Raquel Naves, org. II. Peixoto, Elane, org. III.
Guinancio, Cristiane, org.
CDU 351.778.532(81)
projetos urbanístico e arquitetônico
e qualidade construtiva
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade de Brasília - UnB
Instituto Central de Ciências - ICC Norte - Gleba A
Campus Universitário Darcy Ribeiro - Asa Norte - Caixa postal 04431
CEP: 70904-970 - Brasília / DF - E-mail: fau-unb@unb.br 1ª edição
Fone: +55 61 3107 6630 / Fax: +55 61 3107 7723
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Universidade de Brasília
faunb
Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo UnB Brasília, 2015
sumário 104
114
121
122
2.2.2 funcionalidade
2.2.3 habitabilidade
2.2.4 uso sustentável de energia e água
2.2.5 acessibilidade
124 2.2.6 satisfação do usuário
8 apresentação [ Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio ] 134 2.3 considerações à avaliação da qualidade de projeto arquitetônico
12 o desenvolvimento da metodologia de avaliação do pmcmv [ Raquel Naves Blumenschein, 135 notas de rodapé
Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio ] 136 listas de figuras e quadros
16 referências 136 referências

19 1 qualidade de projeto urbanístico /// sustentabilidade e qualidade da forma 139 3 qualidade construtiva [ Márcio Buson e Vanda A. G. Zanoni ]
urbana [ Liza Andrade e Natália Lemos ]
140 3.1 introdução
20 1.1 introdução 143 3.2 fundamentação conceitual
23 1.2 métodos e procedimentos 147 3.3 princípios, critérios, indicadores e verificadores da qualidade construtiva
23 1.2.1 análise de impacto ambiental (AIA) 147 3.3.1 segurança da unidade habitacional
27 1.2.2 princípios de sustentabilidade ambiental para reabilitação de assentamentos urbanos 148 3.3.2 habitabilidade
33 1.2.3 dimensões morfológicas dos lugares para análise de projetos em arquitetura e urbanismo 149 3.3.3 sustentabilidade construtiva
37 1.2.4 análise das certificações, naturezas e finalidades 151 3.3.4 responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
40 1.3 a metodologia de avaliação 152 3.3.5 satisfação do usuário com a qualidade construtiva
46 1.3.1 sustentabilidade ambiental 166 3.4 procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva sob o ponto
48 1.3.2 sustentabilidade social de vista do usuário
49 1.3.3 sustentabilidade econômica 168 3.4.1 Instrumento de coleta de dados - questionário
50 1.3.4 sustentabilidade cultural e emocional 173 3.4.2 quadro geral da avaliação da satisfação dos usuários
91 notas de rodapé 178 3.5 procedimentos metodológicos para avaliação da qualidade construtiva por meio de
94 listas de figuras e quadros vistorias e levantamento documental
94 referências 184 3.5.1 instrumento de coleta de dado - vistoria e levantamento
196 3.5.2 instrumento de coleta de dado – responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva
99 2 qualidade de projeto arquitetônico [ Cláudia Naves David Amorim, Cristiane Guinancio, 200 3.5.3 apresentação final das avaliações dos indicadores da qualidade construtiva
Débora Félix Rodrigues Ikeda, Elane Ribeiro Peixoto ] 202 3.6 considerações à avaliação da qualidade construtiva
204 listas de figuras e quadros
100 2.1 introdução 204 referências
103 2.2 conceitos e definições
103 2.2.1 flexibilidade 208 conclusão
apresentação
8 9

Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio

No Brasil, desde o estabelecimento da propriedade conjunto ensaiava a configuração de uma unidade de vizi- taram em custos sociais expressivos. Na década de 1980,
fundiária rural e urbana em 1850, observa-se a exclusão nhança, assim como expressava em termos de arquitetura e a crise econômica enfrentada pelo país levou à extinção
A partir da segunda metade do século de parcelas menos favorecidas da população do acesso proposição urbana os debates da primeira geração brasileira do BNH em 1986. Os problemas de moradia agravaram-se
XX, a urbanização brasileira, em sincronia à terra. Não que antes isto não ocorresse, mas a lei é um de arquitetos e urbanistas modernos. em função do empobrecimento da população e da drástica
com o que ocorre no mundo, acelerou-se marco de institucionalização da exclusão socioespacial A partir da segunda metade do século XX, a urbaniza- redução dos financiamentos habitacionais.
surpreendentemente. A explosão das cidades, dessas populações (BONDUKI, 1998, 2010; SEVCENKO, ção brasileira, em sincronia com o que ocorre no mundo, O período pós os anos de 1980 caracterizou-se pela
tanto no que tange à população quanto à extensão 1998; CORREIA, 2004). acelerou-se surpreendentemente. A explosão das cidades, atuação dos estados e municípios, mediante uma orientação
sobre o território, tornou-se um fato consumado. Em fins do século XIX e início do século XX, na transição tanto no que tange à população quanto à extensão sobre o de maior autonomia dessas instâncias no enfrentamento
da economia agrícola para a industrial, a segregação socio- território, tornou-se um fato consumado. Dentre os princi- da questão. Seja com recursos próprios ou oriundos do
espacial nas cidades se traduz pela expulsão da população pais problemas resultantes desta situação, destacou-se o Governo Federal, programas que envolviam as comunidades
pobre para as periferias não urbanizadas. Neste período, a expressivo incremento da demanda habitacional. O quadro locais na produção da habitação foram estimulados, dando
população proveniente do campo em busca de melhores de forte crise de moradia, dentre outros fatores da conjuntura origem às cooperativas e aos mutirões de autoconstrução.
condições de vida tinha por opções de moradia apenas as política, levou à criação, em 1964, do Banco Nacional de Há também neste período um esforço para responder aos
vilas operárias ou as moradias de aluguel oferecidas pela Habitação – BNH. Suas ações, ao longo de décadas, favo- desafios das ocupações irregulares, caracterizadas por
iniciativa privada. Somente a partir de 1930, o Estado inicia receram a produção de unidades habitacionais em grande moradias construídas de forma precária em áreas de risco
ações visando à produção de moradias. Os Institutos de escala. Todavia, a adoção de soluções burocráticas, pauta- ou de proteção ambiental. Porém, essas experiências por
Aposentadorias e Pensões tornaram-se referência na pro- das na ideia de casas embriões ou em espaços mínimos de mais exitosas que tenham sido não foram prosseguidas.
dução habitacional, assim como órgãos governamentais, moradia, situados em conjuntos a grandes distâncias dos Com a criação do Ministério das Cidades em 2003,
como foi o caso do Departamento de Habitação do Dis- centros das cidades, originou vazios urbanos, transforma- novas orientações foram dadas à questão habitacional,
trito Federal, responsável pela execução do Conjunto do dos em estoque de terra para a especulação imobiliária. As considerada tema indispensável para a concepção de um
Pedregulho, construído no Rio de Janeiro. Este importante respostas à demanda habitacional dadas pelo BNH resul- desenvolvimento urbano integrado. Mesmo alçada a um
10 11
novo patamar de importância, o financiamento de unidades à habitação vincula-se à inclusão socioeconômica da po- novas unidades habitacionais ou requalificação de imóveis dois bilhões de reais. Estes números oferecem uma ideia
era restrito. Com o agravamento da crise financeira interna- pulação atendida. Além disso, os processos construtivos urbanos para famílias com renda até dez salários mínimos. da magnitude do programa de habitação envolvendo as
cional no final de 2008, o governo federal adotou medidas foram postos em debates e, ao menos em discursos, con- As fontes de financiamento são: o Fundo de Garantia por instâncias federal, estadual e municipal.
mitigadoras do impacto na economia nacional, entre essas siderou-se a utilização de tecnologias não tradicionais, que Tempo de Trabalho (para renda até dez salários mínimos); O PMCMV estabelece uma série de requisitos que de-
medidas, encontrava-se o lançamento do Programa Minha visam melhorar a qualidade, o desempenho e a redução de o Fundo de Arrendamento Residencial – FAR (para renda vem ser atendidos pelos empreendimentos. Todavia estas
Casa Minha Vida – PMCMV. impactos ambientais causados pela geração de resíduos até três salários); Fundo de Atendimento Social (para renda exigências não têm se mostrado suficientes para garantir
Ao longo dessa história, observam-se diferenças ex- e pelo uso excessivo de matérias-primas, entre outros. até três salários mínimos e organizado em cooperativas ou a qualidade dos projetos arquitetônicos e urbanísticos e a
pressivas nas soluções habitacionais. Evidenciam-se espe- Embora as iniciativas neste sentido nem sempre cumpram instituições sem fins lucrativos); e oferta pública de recursos qualidade construtiva dos empreendimentos produzidos.
cificidades na inserção urbana das unidades habitacionais o que anunciam, o fato de serem discutidas aponta para (atendimento às famílias com renda até três salários mínimos Grande parte das realizações é anacrônica em relação às
assim como de sua produção. Um contexto multifacetado perspectivas futuras. para municípios de até 50.000 habitantes). questões da habitação de interesse social. Elas não consi-
desenhou-se compreendendo habitações espontâneas em Quanto à solução habitacional, tem-se fortalecido ao Quanto à segunda modalidade, o Programa de Habi- deram os modos de vida dos grupos sociais e tampouco a
lugares impróprios, modelos habitacionais pré-determinados longo dos últimos anos a compreensão de que esta deve tação Nacional de Habitação Rural, seu principal objetivo composição de grupos familiares. Os modelos de residência
e, muito pontualmente, soluções que procuraram responder responder à diversidade de composição das famílias. Apesar é a produção ou reforma de imóveis de agricultores. São não se caracterizam por uma flexibilidade adequada permi-
a particularidades espaciais de grupos sociais específicos. do aprofundamento das reflexões acerca do assunto , os três faixas de renda consideradas, grupos com renda anual tindo ajustes às necessidades de seus futuros moradores.
Em graus diferenciados de atuação, a produção habitacio- resultados são questionáveis, o que comprova a comple- até vinte e cinco salários mínimos; grupos com renda entre Além das limitações da casa, a inserção urbanística dessas
nal foi assumida tanto pela iniciativa privada quanto pela xidade da problemática habitacional e a necessidade de vinte e cinco e cinquenta salários mínimos; e grupos com habitações ignora sua continuidade com a cidade onde se
iniciativa pública. Em decorrência da grandeza da demanda estudos multidisciplinares. É neste quadro que se apre- renda até cem salários mínimos. encontram. Em geral, tornam-se urbanizações monofun-
por habitações e da pressão que exercem, as políticas pú- sentou o Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV), No caso das habitações urbanas, objetos específicos, cionais, aprofundando velhos problemas de dependência
blicas historicamente caracterizaram-se por soluções que cujas realizações abrangem o país como um todo e susci- dos estudos aqui apresentados, são duas as formas básicas com centros distantes de serviços e comércio e agravam
priorizavam grandes quantidades de unidades, geralmente ta questionamentos sobre a qualidade e propriedade dos de sua produção. Na primeira delas, a produção da habita- os problemas de mobilidade e ambientais. A qualidade
sacrificando sua qualidade. empreendimentos. Seu lançamento marca a retomada da ção concerne à participação das construtoras contratadas construtiva das moradias do PMCMV é outro aspecto que
Atualmente a questão habitacional implica um amplo gestão do processo produtivo da habitação de interesse pelo agente financeiro do governo federal, Caixa Econômica, exige atenção, pois em parte de realizações pesquisadas
espectro de ações na esfera governamental, tais como regu- social pelo governo federal, que assumiu como diretriz a para a execução dos serviços. Depois de concluídas, as o seu desempenho está comprometido pela precoce ne-
larização fundiária, melhorias habitacionais, urbanização de perspectiva quantitativa, demonstrada pela meta inicial de unidades são vendidas às famílias que atendem aos critérios cessidade de manutenções.
assentamentos precários e reabilitação de edifícios desocu- contratar a construção de 1 milhão de unidades de 2009 a estabelecidos. Na segunda modalidade de atendimento, Avaliar e monitorar realizações de programas de enver-
pados, além da produção de novas unidades habitacionais. 2010, e mais 2,4 milhões de 2011 a 2014. Curiosamente, o o financiamento é direto às famílias que, organizadas em gadura nacional é um desafio que exige a participação de
Avaliações das experiências consolidadas apontam PMCMV parece contrariar os mais recentes debates sobre entidades sem fins lucrativos, assumem a produção das profissionais de áreas distintas. Sociólogos, antropólogos,
abordagens interessantes, visando a garantir qualidade às a habitação social, ao optar por modelos de urbanização e moradias. Nesse caso, as unidades podem ser produzidas assistentes sociais, arquitetos e urbanistas, engenheiros,
habitações. Entre as questões tratadas merece atenção a de arquitetura que parecem remeter às práticas do antigo por administração direta, pela contratação de empresas, entre outros, em trabalho de colaboração, podem oferecer
compreensão de que o morar relaciona-se ao pertencimen- BNH, evidenciando seu papel de dinamizador da economia. por mutirão assistido ou autoconstrução (ROLNIK, 2010). uma visão mais clara sobre eles, indicando suas conquistas
to, o que implica considerar os beneficiários de políticas Estruturalmente, o Programa Minha Casa Minha Vida As formas de produção vinculam-se, como esclarecido, e limites. Tem-se consciência de que o presente trabalho é
públicas de habitação em suas redes sociais e essas es- divide-se em duas modalidades: o Programa Nacional de aos níveis de renda das famílias atendidas. Até o final de uma visão parcial sobre o tema, pois são reflexões de um
tendidas a outras atividades, como o trabalhar (SANTOS, Habitação Urbana e o Programa Nacional de Habitação 2014 foi estimada a construção de um total de 2.750 mi- grupo de arquitetos e engenheiros.
1983). Compreendeu-se que o sucesso das ações voltadas Rural. À primeira, compete a produção ou aquisição de lhões de casas, contabilizando um investimento superior a
o desenvolvimento da metodologia
12 13

de avaliação do pmcmv
Raquel Naves Blumenschein, Elane Ribeiro Peixoto, Cristiane Guinancio

O PMCMV visa a atender as famílias cuja renda limita-se Essas metodologias possibilitariam ao poder público, prin- realizadas por professores da Faculdade de Arquitetura
no máximo a dez salários mínimos. Para que essas famílias cipalmente aquele de pequenas cidades, capacitar seus e Urbanismo da Universidade de Brasília, no âmbito da
possam arcar com pagamento do financiamento da casa funcionários para o cumprimento do que é de sua compe- Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº 11/2012,
própria, foram definidos três grupos de atendimento, consi- tência: zelar pela qualidade das realizações no seu sentido cujo objetivo é oferecer apoio financeiro a estudos para o
derando as faixas de renda. Assim, tem-se: faixa 1 – famílias mais amplo. Isto só é possível a partir de avaliações contí- monitoramento, a avaliação e o aprimoramento do Programa
com renda até três salários mínimos; faixa 2 – famílias com nuas que possam alimentar todo o processo da produção Minha Casa Minha Vida, vinculado à Secretaria Nacional
renda entre três e seis salários mínimos; faixa 3 – famílias de habitações de interesse social (HIS). Em síntese, essas de Habitação do Ministério das Cidades. Visa a contribuir
com renda entre seis e dez salários mínimos. avaliações implicam percorrer desde a escolha do local para para o desafio de se construir casas de interesse social com
Para a execução de um projeto concebido para ser a instalação das HIS, o projeto de arquitetura, a qualidade qualidade, com especial ênfase no entendimento que elas
executado em escala nacional envolvendo diferentes ato- construtiva, o nível de satisfação dos usuários, qualidade do são partes da construção das cidades. Embora seu ponto
res, pressupõe-se a necessidade de municiar os agentes projeto urbanístico/sustentabilidade e qualidade da forma de partida tenha sido o programa Minha Casa, Minha vida,
institucionais de recursos que possibilitem avaliar e mo- urbana, entre outros aspectos. As avaliações nesta ampli- a metodologia elaborada não se restringe a ele, podendo
nitorar a qualidade dos empreendimentos, independen- tude, quando tornadas uma prática corrente, promovem ser aplicada em outras circunstâncias ou programas. Seu
temente da capacidade ou das iniciativas dos gestores revisões críticas, ajustes, possibilitando resultados melhores. objetivo é oferecer informações necessárias para evitar a
institucionais locais em fazê-lo. Apesar do relativo avanço O monitoramento e avaliação da produção das habita- repetição de soluções ou procedimentos inadequados que
no monitoramento e avaliação do que até o momento foi ções de interesse social são, portanto, determinantes para o comprometam os recursos econômicos, além dos aspectos
realizado, ainda são poucas as iniciativas institucionais controle de qualidade dos empreendimentos. Desta forma, ambientais e sociais. Por esta razão, contempla duas esca-
com este propósito e, mais raro ainda, é o conhecimento os estudos cujos interesses contribuem para aperfeiçoar las de análise: a urbanística e a arquitetônica, abrangendo a
sistematizado de metodologias de avaliação. Ainda não se a qualidade arquitetônica, urbanística e construtiva dos avaliação de impactos urbanos e ambientais, a concepção
tem um conhecimento sólido das práticas de avaliação e, empreendimentos são imprescindíveis. Acredita-se que dos projetos e a realização dos empreendimentos, sua
tampouco, se conhecem os seus resultados, pois eles não instrumentos de monitoramento e avaliação que possam ocupação e uso.
são divulgados amplamente. ser disseminados e replicados nacionalmente fortaleçam a A metodologia foi concebida para ser replicada em
A carência de metodologias avaliativas de fácil domínio prática da avaliação de resultados dos programas e ações contextos diferenciados, constituindo-se em um documento
destinadas à produção habitacional demanda esforços, gerados por meio de recursos públicos. de referência para a avaliação de empreendimentos. Foi
tendo em vista otimizar os subsídios de recursos públicos. A metodologia que se apresenta resulta de pesquisas aplicada em situações reais visando a testá-la. O propósito
14 15
era verificar sua adequação e facilidade de aplicação. Para arquitetônico (equipe 2); qualidade construtiva arquitetônica critério pode ser entendido como um segundo nível de prin- Estas questões orientaram as pesquisas bibliográficas
tal, selecionou-se como local de aplicação o PMCMV na (equipe 3). Embora os trabalhos tenham sido desenvolvidos cípio, sem ser diretamente uma medida ou uma performance. e as discussões entre equipes. A resposta a elas resultou
Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito pelas três equipes, não se perdeu de vista a interação entre É um ponto intermediário no qual as informações dadas na concepção da metodologia de avaliação aqui apresen-
Federal (RIDE-DF). Os casos selecionados responderam a elas, pois um projeto arquitetônico de qualidade responde à pelos indicadores podem ser integradas e interpretadas. tada, que foi traduzida em quadros de averiguação das
critérios prévios de escolha: realização concluída, dois ou qualidade de sua inserção urbana e ambas repercutem na Indicador – Variável ou componente usado para inferir o exigências consideradas necessárias para uma razoável
mais anos de uso das moradias, residências destinadas a qualidade construtiva do urbano e vice-versa. A interação status particular de um critério. Um indicador deve exprimir qualidade de Habitações de Interesse Social. Espera-se
faixas de renda distintas. Os testes foram necessários para das equipes foi garantida por reuniões periódicas a cada uma única informação. Representa um conjunto de um ou que o resultado apresentado possa orientar as práticas
o ajuste da metodologia, pois mostraram seus problemas e quinze dias, possibilitando a inter-relação de todas as vari- mais dados com algumas relações estabelecidas. e fortalecer o sistema de aprendizagem dos atores que
dificuldades sanados na versão aqui apresentada. áveis a serem observadas em cada âmbito de abordagem, Verificador - Dados que apuram a especificidade e ca- participam de empreendimentos semelhantes àqueles do
Sobre a metodologia, cabem algumas considerações ge- de tal forma a superar contradições e fomentar interações. pacidade avaliativa dos indicadores. Como um quarto nível programa Minha Casa, Minha Vida, além de estimular o
rais. Estudos históricos sobre a habitação de interesse social Além das linhas mestras para a orientação das pes- de especificidade, os verificadores oferecem detalhes que debate no âmbito acadêmico e contribuir para a formação
permitiram identificar linhas mestras de orientação para a quisas, foi necessária a definição de uma linguagem co- indicam a condição desejada de um Indicador, ao qual de novos profissionais.
análise das HIS. Elas foram sintetizadas em duas escalas: a mum aos grupos, tendo em vista a unidade pretendida da atribuem significado e precisão. Os três capítulos que constituem este trabalho sintetizam
da moradia e de sua inserção urbana. No caso da primeira, metodologia de avaliação. Optou-se por uma estrutura A definição de cada um destes níveis de informação deu- os resultados obtidos pelas equipes nele envolvidas.
é importante observar que se orientou pela capacidade de composta pela definição de princípios e critérios de avalia- se a partir de revisão bibliográfica, constituída por autores O primeiro capítulo, “Qualidade de projeto urbanístico/
as moradias responderem às necessidades individuais dos ção e monitoramento, posteriormente, desdobrados em que problematizam a Habitação de Interesse Social, cuja sustentabilidade e qualidade da forma urbana”, discute a
grupos familiares. Para que isso seja possível, conclui-se instrumentos operativos na forma de quadros de mais fácil leitura permitiu articular na metodologia avaliativa questões inserção e a forma urbana de urbanizações destinadas às
que a casa devesse ser pensada como um processo de tal manejo e visualização para os responsáveis pela avaliação que contemplassem a qualidade dos empreendimentos de habitações de interesse social, considerando os impactos
forma que ela se realizasse ao longo do tempo, permitindo e monitoramento de projetos do PMCMV. tal forma que permitisse a programas de magnitude como ambientais por elas causados.
ajustes, modificações de uso, ampliações, enfim adaptações Cabem explanações sobre o que se considerou como o PMCMV superar a quase sempre oposição entre quanti- O segundo capítulo, “Qualidade do projeto arquitetôni-
de ordem funcional e simbólica. Na segunda dimensão, a princípios, critérios, indicadores e verificadores, termos- dade e qualidade. co”, tem por interesse o projeto de arquitetura e visa a definir
da inserção urbana, considerou-se que a construção de chaves que nortearam a concepção do método de Em síntese, pode-se apresentar a problematização para os princípios indispensáveis para a avaliação dos projetos,
HIS não se limita a objetos arquitetônicos, mas que elas avaliação proposto. As definições a seguir foram baseadas pensar uma metodologia de avaliação e monitoramento da considerando as potencialidades da habitação de responder
são parte do todo – a cidade. Portanto, questões como no Guidelines for Applying Multi-Criteria Analysis to the qualidade das realizações do PMCMV a partir de perguntas, à demanda de diferentes composições de grupos familiares.
oferecimento de serviços, equipamentos públicos, mobili- Assessment of Criteria and Indicators (1999), documento considerando a habitação como um processo e a construção O terceiro e último capítulo, “Qualidade construtiva”,
dade, qualidade morfológica, qualidade ambiental, relações elaborado pelo Center for International Forestry Research de HIS como construção de cidades. Tem-se, na escala da apresenta os princípios considerados na avaliação do as-
entre bairros, entre bairros e centralidades ou centralidade (CIFOR). Estas definições foram concebidas especificamente habitação – o que implica pensar uma casa-processo? Que pecto construtivo da habitação, tendo em vista evitar erros
são imprescindíveis. para responder ao manejo florestal e foram, para o propósito questões devem ser priorizadas? Na escala urbanística, que conduzem inevitavelmente em patologias, envelheci-
O entendimento da HIS segundo as escalas referidas do presente trabalho, adaptadas. De forma geral, tem-se: por sua vez, tem-se: como pensar as inserções urbanas de mento precoce e manutenção constante das moradias.
orientou as reflexões desenvolvidas pelas três equipes for- Princípios – Verdade ou lei fundamental base para a empreendimentos do PMCMV? Que questões e relações Por fim, o último texto realiza um balanço da experiência
madas pelos pesquisadores e bolsistas da Universidade reflexão ou ação. São eles que justificam os critérios, in- seriam importante privilegiar na concepção de um projeto que reuniu os pesquisadores envolvidos no trabalho e pon-
de Brasília, responsáveis pelo trabalho. Cada uma reuniu dicadores e verificadores, estabelecendo entre eles uma de qualidade de tal forma que se integre ao todo urbano? dera sobre os limites e garantias da metodologia proposta
especialistas de tal forma a contemplar a avaliação da: qua- hierarquia coerente de dados e informações. No âmbito da qualidade construtiva, a pergunta mestre é: de avaliação e monitoramento de habitações de interesse
lidade do projeto urbanístico (equipe 1); qualidade do projeto Critérios – Padrão pelo qual uma coisa é avaliada. Um como aferir desempenho construtivo dessas habitações? social, além de apresentar diretrizes para sua disseminação.
16

referências

BONDUKI, Nabil Georges. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. 2. ed. São
Paulo: Estação Liberdade: Fapesp, 1998.

BONDUKI, Nabil Georges; KOURY, Ana Paula. Os pioneiros da habitação social. São Paulo: Unesp, 2010.

CORREIA, Telma de Barros. A construção do habitat moderno no Brasil: 1870-1950. São Paulo: Rima Editora, 2004.

Center for International Forestry Research (Ed.). Guidelines for appluing multi-critéria analysis to the assesment of criteia an indicator. Jakarta:
Cifor, 1999. Disponível em: <http://www.cifor.org/livesinforests/publications/pdf_files/toolbox-9c.pdf>. Acesso em: 26 dez. 2014.

ROLNIK, Raquel. Como produzir moradia bem localizada com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida: implementando os instrumen-
tos do estatuto da cidade. Brasília: Ministério das Cidades, 2010.

SANTOS, Carlos Nelson Ferreira dos. Habitação: o que é mesmo que pode fazer quem sabe? In: VALLADARES, Licia do Prado. Repensando
a habitação no Brasil. v. 3. Rio de Janeiro: Zahar, 1983.

SEVCENKO, Nicolau. In: BONDUKI, Nabil Georges; KOURY, Ana Paula. Os pioneiros da Habitação Social. São Paulo: Unesp, 2010. (Texto da
orelha do livro).
qualidade de
projeto urbanístico
/// sustentabilidade
e qualidade da
forma urbana

Liza Andrade e Natália Lemos


1.1
20 21

A evidência da sustentabilidade na habitação por

introdução empreendimentos imobiliários demonstra claramente que


a sustentabilidade se tornou um pretexto na conquista
da casa própria de modo incoerente com a noção de
desenvolvimento sustentável.

As questões relacionadas ao ambiente socioeconômico definidores e escolhedores do terreno a comprar, e muitas morar e viver na sociedade urbana do consumo. tornou os consumidores condizentes com os processos de
e aquelas em que são produzidos e gestados os empreendi- vezes por decisões com base em estudos de mercado, não Outra ramificação, talvez a mais incidente na questão devastação de lugares e com a noção do desenvolvimento
mentos imobiliários compõem um dos setores econômicos atentam para a sensibilidade em relação à questão ambiental habitacional, refere-se às pistas para se pensar em novos atual, na qual prevalece o desejo de ter, e não o de ser.
em maior ascensão no cenário atual do país e, de modo sob o ponto de vista da edificação e da intervenção urba- conceitos e produtividade do atual sentido de habitar e mo- No Brasil, os programas habitacionais como PMCMV
paradoxal, é um dos que trazem maior degradação do meio na, consequência da falta de domínio dos conhecimentos rar, podendo ser variável em função do contexto, da camada apresentam objetivos para redução do déficit habitacional
ambiente, perpassando pelas questões do déficit habita- técnicos e básicos da atuação de arquitetos e urbanistas. socioeconômica e realidade da qual o indivíduo faz parte. no país. Villa e Ornstein (2013) afirmam que as avaliações
cional e da ideologia da casa própria, tomando posição de Assim sendo, as escolhas sustentáveis de terrenos que Santana (2013) afirma que tais empreendimentos, de um desses programas em maioria demonstram apenas as re-
evidência em todo o país. se fazem fundamentais para a mobilidade, potencialização modo geral, são lançados por incorporadoras e construtoras lações quantitativas de números de famílias atendidas, qual
Nesse contexto da necessidade de se produzir uma de áreas com infraestruturas consolidadas e reduzir gastos renomadas no mercado e que lançam estilos e modas. Essas a faixa econômica e o impacto que as edificações (casas
gigantesca quantidade de moradias, a grande questão se públicos deixam demasiadamente a desejar. mesmas empresas ao empreender para classes de menor ou apartamentos) resultam sobre as questões do déficit
faz no atendimento de exigências relacionadas à qualidade Para além da necessária responsabilidade social com poder aquisitivo se segmentam no mercado dentro de um habitacional local, negligenciando o contexto da qualidade
construtiva do imóvel, o significado, o valor da unidade para a edificação, essas mesmas escolhas sustentáveis estão mesmo grupo empresarial para que possam atender a esse do produto.
o usuário e as visões para com a ecologia urbana. ligadas ao controle do ciclo de vida e produtos empregados, público sem perder a imagem de marca de luxo. As questões levantadas para a satisfação do usuário
O marketing da habitação traz uma importância dema- reaproveitamentos e redução, fontes renováveis e menos Para essas camadas sociais a produção habitacional não apresentam relações com os elementos específicos de
siada às empresas e profissionais do marketing e propagan- poluidoras de energia, e usos eficientes de água e energia. é condicionada por políticas subsidiadas pelo governo, o qualidade do ambiente urbano como a inserção, equipamen-
da, dando-lhes o papel de criador das melhores locações, Segundo Santana (2013), o enfoque entre as questões que justifica as localizações habitacionais em regiões de- tos e serviços urbanos disponíveis, implantação qualitativa,
conceitos e necessidades habitacionais, pois oferecem do consumo e da cidade auxiliam na análise do modo com- masiadamente afastadas dos centros urbanos, muito em desenho e paisagismo urbano do bairro. Na qualidade das
consultorias especializadas sobre o melhor terreno e loca- portamental do mercado e da sustentabilidade urbana por função do preço da terra, fato impresso no Programa Minha edificações também são desconsideradas questões como
lização para empreendimento e, até mesmo, a definição de meio de três ramificações. Casa Minha Vida. No Programa Minha Casa Minha Vida os dimensões espaciais, acabamentos e níveis de conforto,
programas e ordenamento, função anteriormente preenchida A primeira é a comunicação publicitária, que traz suporte empreendimentos são locados em áreas de valor inferior e todos oriundos do projeto arquitetônico.
por arquitetos e urbanistas. ao consumo tendo o meio urbano como base territorial; e com menor acesso aos meios de transporte e infraestrutura. Villa e Ornstein (2013) afirmam que esse tipo de avaliação
Os profissionais do marketing “habitacional”, como os os ritmos e fluxos urbanos determinantes aos modos de Santana (2013) verificou que a conquista da casa própria não impacta na qualidade prática profissional da constru-
1.2
22 23
ção e do projeto, perdendo oportunidades de inserção de edificações sobre as questões do déficit habitacional local,
melhorias nos processos produtivos de habitações. descuidando totalmente do contexto da qualidade global
Os autores argumentam que o aumento do impacto do produto.
das construções de conjuntos habitacionais em centros
urbanos e da qualidade da moradia deveria ser o objeto
principal das avaliações. Os métodos devem instigar os
O método de avaliação da sustentabilidade ambiental
que foi adotado nesta pesquisa está baseado em quatro
estudos, a saber: inovações-chave para aproximar a si-
métodos e procedimentos
gestores nesse direcionamento utilizando produtos, con- nergia entre as agendas Verde e Marrom; o documento
ceitos e processos novos. Informe Global da ONU-Habitat de 2009; os princípios de 1.2.1 análise de impacto ambiental (AIA)
De acordo com o que afirma Santana (2003) quanto às sustentabilidade estudados por Andrade (2005) para mediar
questões de mercado e sustentabilidade na área da habi- conflitos entre os atributos próprios; as agendas Verde e
tação, o que se conclui é que os empreendedores priori- Marrom no Brasil para promover a reabilitação sustentável
zam a venda do imóvel por meio do marketing do “produto dos assentamentos urbanos. A ferramenta de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA)
sustentável e ecológico”, em detrimento da oferta de uma Também é complementado pela metodologia das Di- é baseada numa política de gestão urbana do governo
sustentabilidade sistêmica e verdadeira. mensões Morfológicas do Processo de Urbanização, de norte-americano criada em 1969 – o Environment Impact
A relação habitacional com a sustentabilidade e a eco- Holanda e Kohlsdorf (1944), a qual trabalha projetação por Assessment (EIA) –, que é a exata tradução para o inglês
logia urbana no Brasil dentro da realidade explica a total respostas dimensionais. Essa metodologia consiste na da AIA brasileira. Dessa forma, portanto, existe uma coin-
ilusão do urbanismo ecológico, vendo um produto selado avaliação do espaço quanto às suas expectativas sociais cidência de siglas, pois este EIA americano é diferente
por qualidades que de fato ele não apresenta ao usuário. para com as equivalências de cada uma das dimensões, (e precedente) do EIA brasileiro, que significa Estudo de
A evidência da sustentabilidade na habitação por em- que em conjunto evidencia um juízo global. E, ainda, em Impacto Ambiental e é parte integrante da AIA.
preendimentos imobiliários demonstra claramente que a alguns critérios de certificação de empreendimentos verdes Essa ferramenta auxilia o processo de desenvolvimento
sustentabilidade se tornou um pretexto na conquista da que estão sendo aplicados no Brasil (Selo Azul da Caixa e de projetos de crescimento urbano, analisando e identifi-
casa própria de modo incoerente com a noção de desen- AQUA para Bairros da Fundação Vazolini, 2012). cando os impactos nas esferas ambiental, social e cultural,
volvimento sustentável, tornando-se uma alavanca dos Após o levantamento de todo esse material, faz-se um propondo respostas em curto, médio e longo prazo. A AIA
processos de devastação de lugares no contexto urbano e cruzamento das informações referentes às avaliações atri- deve identificar os processos socioeconômicos, conhe-
ambiental com apoio dos compradores, os quais, em grande buídas por esses modelos de certificação, verificando e cer os ecossistemas, definir os tópicos ambientais que
parte, não têm o conhecimento necessário para discernir se avaliando as atribuições que melhor se adéquam às re- sejam relevantes a um determinado empreendimento e
a habitação de fato agrega sustentabilidade arquitetônica, alidades e necessidades brasileiras, principalmente com gerar informações que possibilitem a tomada de decisões
urbana e ambiental. o foco nas populações direcionadas ao Programa Minha considerando a participação da sociedade. “Métodos de
Além dessa incoerência entre o ser de fato e não so- Casa, Minha Vida. AIA são mecanismos estruturados para identificação, co-
mente aparentar a sustentabilidade, o que se constata na leção e organização de dados sobre impactos ambientais”
realidade brasileira é que os programas habitacionais como (ERICKSON apud RODRIGUES, 2003).
PMCMV, diante dos objetivos da superação do déficit habi- A AIA é um conjunto de procedimentos concatenados
tacional, priorizam as relações quantitativas, como números de maneira lógica, com a finalidade de analisar a viabilidade
de famílias atendidas, faixa econômica e o impacto das ambiental de projetos, planos e programas, e fundamentar
24
uma decisão a respeito. As etapas a serem seguidas para
confecção da AIA são: apresentação da proposta com me-
de identificar, prever, avaliar e mitigar os efeitos relevantes
de ordem biofísica, social ou outros de projetos ou a AIA auxilia o
morial descritivo do projeto incluindo o levantamento de atividades antes que decisões importantes sejam tomadas.
dados; plano de trabalho com definição da abrangência
e conteúdo do EIA que será o que foi identificado como
provável impacto pelo empreendimento na etapa anterior;
(IAIA, 1999).

O EIA e o RIMA são documentos integrantes do proces-


desenvolvimento de projetos
de crescimento urbano,
elaboração do EIA com a previsão dos impactos identifi- so de AIA, portanto não são métodos de classificação de
cados anteriormente; publicação do relatório com as con- empreendimentos, mas apenas de avaliação.
clusões alcançadas (RIMA); decisão da aprovação ou não Existe um Termo de Referência para preparação de
do empreendimento em questão; caso positivo, execução Estudo de Impacto Ambiental (EIA), que deve ser seguido
da obra com o devido programa de acompanhamento,
monitoramento e auditorias. Os impactos ambientais cau-
sados pela implantação e operação do empreendimento,
por equipe multidisciplinar independente do empreendedor
e custeado por este. Neste documento existe uma série de
tópicos que devem ser pesquisados e levantados, além de
analisando e identificando
os impactos nas esferas
identificado nos meios físico, biótico e antrópico, são qua- muitas informações a respeito do projeto e o local onde
lificados e hierarquizados, segundo critérios que devem ele será implantado. É tão particular para cada caso, que
ser combinados e ponderados, tais como: magnitude do se torna um trabalho complexo único, não havendo um
impacto, probabilidade de ocorrência do impacto, exten- questionário objetivo que se possa preencher e se possa
são espacial e temporal, possibilidade de recuperação do
ambiente afetado, importância do ambiente afetado, nível
de preocupação pública, repercussões políticas etc. (NE-
comparar efetivamente um empreendimento com outro.
Na lista de atividades em que é exigida a licença ambien-
tal para instalar e operar, projetos urbanísticos aparecem no
ambiental, social e cultural,
propondo respostas a curto,
GREIROS; ABIKO, 2007). final, sem muito destaque e com restrições para aplicabi-
Em suma, a AIA é o processo de identificar as consequ- lidade, tais como área mínima de 100 hectares e ser áreas
ências futuras de uma ação presente ou proposta e possui de relevante interesse social. Isso indica que o sistema de
um caráter prévio e preventivo. avaliação é de fato voltado para o meio ambiente e sua
A norma de brasileira para EIA foi implantada pela Re-
solução CONAMA nº 001, de 23 de janeiro de 1986, que
apresenta uma lista de empreendimentos com potencial
preservação. O foco está sempre nos impactos ambientais
em si, independente do tipo de empreendimento, seja um
assentamento urbano, seja uma indústria petroquímica.
médio e longo prazo
de degradação ou poluição que passam a ser sujeitos à Nesse sentido, segundo Rezende (2009), tanto o EIA
Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) como condição para quanto o RIMA, e até mesmo a AIA, não possuem logomarca
licenciamento ambiental. ou selo que os identifiquem em um empreendimento, têm
sua necessidade de aplicação exigida por lei e, portanto,
O EIA consiste na elaboração de um documento resultante constituem uma obrigação que não tem retorno para o in-
do desenvolvimento de uma Avaliação de Impacto vestidor, que arcará com altos custos durante a elaboração
Ambiental (AIA) que, por sua vez, corresponde ao processo dos estudos. Dessa maneira, os estudos exigidos, apesar de
26 27
obrigatórios, fazem com que o processo de licenciamento cados diretamente em áreas urbanas, apresentam alguns senvolvido em regiões que já foram estudadas por meio de gestão privada das comunidades, em vez de promover
ambiental seja algo malvisto pela sociedade como contra- problemas operacionais que comprometem sua credibilida- EIA-RIMA, ou qualquer outro estudo similar, à semelhança novas formas de gestão da administração pública local. Este
partida de investimento, pois não oferecem nada em troca de e sua eficácia de avaliação: primeiramente, a necessida- do EIVI, não são levadas em consideração as informações processo de certificação pode se tornar excludente, uma
ao empreendedor, podendo ainda gerar mais custos para de de avaliação da hipótese de não realização do projeto obtidas, por justamente existir uma lacuna na análise des- vez que não incorpora os problemas urbanos já existentes,
o montante da obra, com exigências projetuais ou atitudes analisado ou suas alternativas de localização. ses dados. visto que o modelo, na maioria das vezes, é empregado em
mitigadoras e compensatórias. Em prosseguimento, trata da rotina processual de apro- Era de se esperar que da interface de informações do novos empreendimentos.
vação ou emissão de licenças – a prévia, a de instalação e meio físico, biótico e antrópico, obtidas na etapa do diag- Neste caso, um estudo aprofundado da sustentabilidade
Para que o tratamento dos possíveis impactos causados a de operação. Na visão desse autor, a licença de operação nóstico ambiental, surgissem estratégias sustentáveis de ambiental do empreendimento se torna mais importan-
pelo projeto proposto seja eficaz, o EIA propõe medidas não se aplica à dinâmica urbana, uma vez que, ao implantar uso e ocupação do solo urbano, isto é, soluções alternativas te para o meio ambiente do que para o mercado. Neste
de adequação ao princípio da sustentabilidade ambiental, o loteamento (desmatamento, abertura de vias, implantação ao espaço urbano em áreas protegidas. ponto de vista se enquadra melhor uma análise do projeto
divididas em três tipos básicos: medidas valorizadoras de infraestrutura), a operação já está sendo iniciada. O que se pode observar nos projetos, entretanto, são (ou assentamento constituído) por meio dos Princípios de
dos impactos positivos; medidas mitigadoras que buscam Por fim, apresenta o problema de estruturação meto- proposições de tecnologias imediatistas tradicionais e res- Sustentabilidade propostos por Andrade (2005).
a diminuição e a proporção dos impactos ambientais dológica de avaliação de impactos, pois são estabelecidos trições de uso, que muitas vezes só adiam os problemas.
negativos; e medidas compensatórias para os impactos pesos iguais para atributos de naturezas diversas, resul- Consequentemente, não contribuem para acelerar o pro-
ambientais negativos cuja mitigação é impossível ou tando em conclusões hipotéticas e gerando documentos cesso de licenciamento ambiental. 1.2.2 princípios de
insuficiente. conclusivos ilegítimos, verdadeiras enciclopédias de dados, Segundo Andrade (2005), nos projetos urbanísticos, a sustentabilidade ambiental para
O EIA-RIMA é um instrumento fundamental aos órgãos muitas vezes irrelevantes e, quase sempre, onerosos para ênfase ainda é dada ao tipo de uso do espaço e suas malhas reabilitação de assentamentos
de meio ambiente competentes a conceder licenças o agente empreendedor. viárias e não à capacidade de suporte do regime hídrico de urbanos
ambientais, porém é insuficiente para proporcionar desafios Esses estudos, em sua maioria, não evitam conflitos no cada região, estabelecendo uma unidade hidrográfica como
no processo de criação de novos projetos, assim como processo de licenciamento e, consequentemente, esten- unidade de planejamento. Estudo desenvolvido por Andrade (2005) para mediar
para gestão ambiental no geral. (REZENDE, 2009). dem-se por muito tempo, privando a população carente dos Portanto, segundo Rezende (2009), um sistema de conflitos entre os atributos próprios das agendas Verde e
benefícios da urbanização da área. O processo de licencia- certificação ambiental através de um selo que lhe confi- Marrom no Brasil comprovou que deve haver uma aproxi-
Segundo Absy (1995, p. ), o EIA-RIMA “tem contribuído mento ambiental de assentamentos urbanos torna-se cada ra credibilidade “perante o mercado”, que pode propor mação ecológica para os profissionais que trabalham o meio
muito pouco para aperfeiçoar a concepção dos projetos vez mais complexo, pois muitas vezes o projeto urbanístico é uma revolução no desenvolvimento de projetos para as- ambiente construído e uma aproximação urbanística para
propostos e para a gestão ambiental no seu todo” desenvolvido pelo órgão municipal por profissionais da área sentamentos urbanos, como também “puxar para cima” os profissionais que trabalham o meio natural.
Mesmo funcionando como um elo entre o componente de arquitetura e urbanismo, e o licenciamento ambiental é os assentamentos existentes que tenham interesse em Os princípios de Andrade (2005) também trazem abor-
político e social, responsável pela execução das diretri- assegurado pelo órgão ambiental por cientistas ambientais serem certificados através de profundos retrofites em suas dagens provenientes de uma análise que discorre sobre a
zes ambientais, e o componente técnico, científico e legal no âmbito federal. instalações para se adequarem ao checklist proposto pela legislação ambiental brasileira e os instrumentos de gestão
desses instrumentos, existe um distanciamento entre as Os projetos urbanísticos, por sua vez, não se apropriam empresa auditora do processo. ambiental urbana dentro do processo de licenciamento
informações obtidas nos estudos de impactos ambientais das informações obtidas nos EIAs para a formulação do De acordo com Rezende (2009), porém, apesar de o ambiental para empreendimentos urbanos.
e as análises e proposições para as intervenções urbanas, desenho dos assentamentos, pois usualmente os estudos processo de certificação ser muito conveniente, talvez se A análise do autor evidencia que os instrumentos de ges-
ou seja, apresentam um caráter mais enciclopédico do que de impactos são feitos posteriormente ao estudo urbanís- mostre um tanto superficial e pode contribuir para direcionar tão ambiental urbana, como o EIA-RIMA, não dinamizam a
analítico (ANDRADE, 2005). tico preliminar. as estratégias de mercado aos empreendedores privados, execução de estudos coerentes e objetivos entre suas fases
Segundo Ribas (2003), quando os EIAs-RIMAs são apli- Quando o projeto urbanístico tem a chance de ser de- no lugar dos órgãos e entidades públicas, e favorecer a de dimensionamento do problema a estudar, proposição de
de acordo com os princípios mitigação e controle dos impactos.
Andrade (2005) desenvolveu estudos no Brasil sobre a
29

visão sistêmica ou ecossistêmica para aplicação de princí-

da rede europeia para cidades pios de sustentabilidade ambiental, que podem ser adotados
no planejamento e desenho das cidades brasileiras. Eles
formam uma estrutura sistêmica e integrada que nos ajuda a

sustentáveis, é importante
entender o potencial para implantar assentamentos urbanos
sustentáveis. De acordo com os princípios da Rede Europeia
para Cidades Sustentáveis, é importante encontrar soluções
simples, sobretudo, capazes de resolver vários problemas

encontrar soluções simples, de uma só vez ou várias soluções combináveis entre si.
Tais princípios estudados por Andrade (2005) são basea-
dos em autores1 que estudam a visão sistêmica dos assenta-

sobretudo, capazes de
mentos humanos e das cidades, a saber: proteção ecológica
(biodiversidade), adensamento urbano, revitalização urbana,
implantação de centros de bairro e desenvolvimento da
economia local, implementação de transporte sustentável

resolver vários problemas de e habitações economicamente viáveis, comunidades com


sentido de vizinhança, tratamento de esgoto alternativo,
drenagem natural, gestão integrada da água, energias alter-

uma só vez ou várias soluções


nativas e, finalmente, políticas baseadas nos 3Rs (reduzir,
reusar e reciclar). Andrade (2008, p. 389), dentro da visão
sistêmica, fez a adaptação para a realidade brasileira dos
princípios para reabilitação ambiental de assentamentos

combináveis entre si urbanos.

quadro 1.1
30
quadro 1.1 princípios de sustentabilidade 31

desenvolvidos por Andrade (2005). Fonte: autores. implantação de Verificar se o comércio está centralizado dentro de distâncias caminháveis da maioria das

centros de bairro edificações. Se for um condomínio isolado, por exemplo, a ausência de um centro comercial,
dentro do empreendimento ou nas proximidades, é um dos incentivos para as pessoas usa-
rem carros, o que tem efeito negativo na interação social com a vizinhança, dada a ausência
princípio descrição de oportunidades para as pessoas se encontrarem. Centralizar a região de comércios dentro
de distâncias caminháveis da maioria das casas do empreendimento. A ausência de um cen-
tro comercial, dentro dos empreendimentos ou nas proximidades, é um dos incentivos para
proteção Fazer um diagnóstico ambiental e um levantamento da legislação ambiental da região e verifi- as pessoas usarem carros, o que tem efeito negativo na interação social com a vizinhança,

ecológica car se há aplicação da lei, bem como planos de recuperação de nascentes ou florestas. Verifi- em virtude da ausência de oportunidades para as pessoas se encontrarem.

(biodiversidade)
car se há respeito ao Código Florestal e às Resoluções do Conama 302, 303 e 369. Identificar
a relação da superfície pavimentada e cobertura vegetal. Verificar também se há propostas de
agricultura urbana na cidade: hortas comunitárias, hortas individualizadas.
desenvolvimento Estabelecer estratégias práticas para o empreendimento da economia local nos planejamen-
da economia local tos em sintonia com o planejamento de transportes (moradia-trabalho).

adensamento Evitar a expansão urbana de modo a conter: a ocupação urbana de terras agrícolas, o enfra-

urbano – quecimento do sentido de comunidade e o aumento de emissões de dióxido de carbono com implementação Verificar se há provisão de caminhos para bicicleta com vegetação, interconectados com as

“adensar para viagens locais. Verificar a densidade do bairro (baixa, média, alta). Se estiver em áreas centrais
de transporte ruas ou redes de transporte público. Certificar se o transporte público é eficiente. Verificar

proteger e
com baixa densidade, certificar se a expansão urbana ocorre em áreas de proteção permanen-
te – APPS – ou em terras agrícolas, se enfraquece o sentido de comunidade e se aumenta as
sustentável se há ruas mais estreitas em oposição às ruas largas, típicas da expansão suburbana, para
redução de área de superfície pavimentada, diminuindo os efeitos de ilhas de calor. Estabele-

incluir” emissões de dióxido de carbono com viagens locais. Se estiver em áreas com altas densida- cer estratégias de desenho incluindo a provisão de caminhos para bicicleta, com vegetação
des, identifique os problemas de ilhas de calor, problemas de conforto térmico, canalização de e interconectados com as ruas ou redes de transporte público. Sugere-se a existência de
córregos, ausência de áreas verdes e poluição do ar e das águas. Identificar possíveis corre- conexões atrativas para pedestres, redutores de velocidade para a travessia de indivíduos
dores ecológicos que possam ser recuperados, juntamente com a recuperação dos córregos. de modo a incentivar as pessoas a caminharem ou andarem de bicicleta, o que promove a
redução de CO2.

revitalização Verificar se há áreas urbanas degradadas ou patrimônios culturais abandonados, se há possi-

urbana bilidade de recuperação para reaproveitar a infraestrutura existente e valorizar a cultura de sua moradias Certificar os tipos de classes sociais, se há diversidade de classes. As estratégias precisam vir
cidade. Recuperar áreas urbanas, para reaproveitar uma infraestrutura existente (sustentabili-
dade). Essa iniciativa celebra a cidade viva, trazendo novos moradores, comércio e atividades
economicamente acompanhadas do desenho urbano como zoneamento inclusivo, bônus de densidade e fun-
dos para terra, incentivando habitações econômicas. Uma comunidade sustentável necessita
para a vizinhança em áreas abandonadas. viáveis de diversidade e mistura de classes com variedade de moradias e custos diferentes.
32
princípio descrição 33

comunidades Verificar se há espaços públicos adequados e instalações comunitárias que gerem oportunida- políticas Verificar se há coleta seletiva e reciclagem do lixo orgânico, dos resíduos da construção entre

com sentido des para a sociabilidade e desenvolvimento pessoal. Proporcionar espaços que gerem oportu-
baseadas nos outros. Verificar se há espaços para a compostagem de lixo e hortas comunitárias e individu-

de vizinhança
nidades para a sociabilidade e desenvolvimento pessoal por meio de instalações comunitárias
e do tratamento dos espaços públicos. Ex: Village Homes.
3R’s (Reduzir, ais. Para o desenho de empreendimentos sustentáveis, os 3R’s incluem redução do gasto de
energia, reuso das edificações e reciclagem de resíduos de construção.
(habitáveis) Reusar, Reciclar)

tratamento de Verificar os problemas e soluções dentro da bacia hidrográfica, em relação à drenagem e

esgoto alternativo ao esgotamento sanitário. A abordagem sustentável caminha em duas escalas: sistemas de
tratamentos de águas residuais com plantas para as casas (zona de raízes) ou para o empre- 1.2.3 dimensões morfológicas dos
e drenagem endimento como um todo (wetlands). lugares para análise de projetos
natural em arquitetura e urbanismo

Holanda e Kohlsdorf (1996, apud Andrade et al., 2010) Dimensões morfológicas do processo de urbanização (HO-
gestão integrada Verificar as condições de abastecimento de água em seu bairro e de onde vem a água dentro trabalham sob o entendimento de que o espaço deve ser LANDA; KOHLSDORF; VILLAS BOAS, CNPq, 1985 - 1994).

da água da bacia hidrográfica. Identificar se há exemplos de aplicação dos princípios da gestão ecoló- entendido como qualquer espaço físico socialmente con- O método consiste na avaliação do espaço quanto às
gica do ciclo da água. Se não houver, proponha soluções, os empreendimentos de natureza quistado pela presença de pessoas. Para esses autores a suas expectativas sociais, resultando várias avaliações de
mais compacta podem utilizar menos água, se preparados tecnicamente, que loteamentos forma espacial física dos lugares é um aspecto fundamental, um mesmo local, nas quais cada uma equivale a uma de-
suburbanos com densidades mais baixas. Tecnologias como coberturas ajardinadas, estacio- considerando que não há espaço sem configuração física terminada dimensão. Quanto à dimensão, o entendimento
namentos e vias com pisos permeáveis, além de tanques ou cisternas para reaproveitamento e não há sociedade sem espaço. Para eles, a proposição, é de que isto equivale a toda direção, grau e plano em que
de água da chuva ou águas servidas, podem reduzir o consumo de água. avaliação e análise dos espaços são resultados de seus se permite efetuar investigações ou realizar ações (ABBAG-
atributos morfológicos. NANO, 1982).
A maneira de projetar utilizando as dimensões morfoló- As dimensões morfológicas dos lugares para análise de
energias Verificar de onde vem a energia gerada utilizada, se há energia vinda de fontes renováveis gicas vem sendo adotada pela Profª. Liza Maria de Andrade, projetos em Arquitetura e Urbanismo, quanto à qualidade do

alternativas como o sol, o vento e a biomassa e, em segundo lugar, sob o viés do gasto de combustíveis da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universida- lugar (espaço), concernem a uma variedade proveniente de
fósseis se há um gasto excessivo de energia utilizada no transporte individual. A eficiência de de Brasília, na disciplina de Projeto de Urbanismo 1, e cada dimensão ou expectativa considerada; para o juízo glo-
energética pode ser colocada sob dois aspectos. Primeiramente, para as moradias, sob a também na disciplina de Projeto de Habitação de Interesse bal existe uma ponderação partindo das avaliações parciais.
ótica de uso da energia utilizada, vinda de fontes renováveis como o sol, o vento e a biomas- Social (PROJETO IV) na Faculdade de Arquitetura e Urba- As expectativas e dimensões possuem prioridades
sa. Em segundo lugar, sob o viés da redução de combustíveis fósseis utilizados nas moradias, nismo do Centro Universitário Euroamericano em Brasília. diferentes para cada grupo ou indivíduo em questão. A
carros e indústrias. Essa metodologia de projetação se fundamenta em classificação de tais expectativas sociais gera a taxonomia
respostas dimensionais originadas a partir da pesquisa ponderada aos lugares e, portanto, são dadas as dimensões
34
de avaliação segundo diferentes atributos, entendidos como res socioeconômicos do usuário e do gestor da construção. quadro 1.2 descrição das dimensões morfológicas 35

categorias e elementos analíticos, conforme descritos no Essa metodologia proposta pelas dimensões morfoló- Fonte: adaptado Andrade et. al (2010), apud Queiroz, 2000.

“Quadro 2- Descrição das dimensões morfológicas”. gicas permite que se estabeleça um modo de elaborar um
A metodologia trabalha essas seis subdimensões con- projeto coerente entre as partes, permitindo que as propos-
siderando-as equânimes, ou seja, em princípio não existe tas sejam analisadas e avaliadas durante o desenvolvimento
valor diferenciado entre elas; a ponderação de uma ser mais do processo projetual.
importante que outra é uma questão relativa aos contextos Por meio dessa análise e avaliação é possível ponderar, dimensões expectativas sociais para as caracterização dos
socioculturais dos avaliadores. Para a elaboração de uma em função de um estudo do lugar, qual aspecto deve ser morfológicas dimensões morfológicas atributos morfológicos
análise, a metodologia, de acordo com Kolsdorf (2006), se enfatizado pelo projeto: social ou ambiental. Esse entendi-
divide em três movimentos recorrentes descritos no Quadro mento resulta do fato de que os dois aspectos não recebem funcional respostas espaciais para com a realização de determinadas funcionais
3 - Cronograma dos movimentos de atribuição crítica-téc- o mesmo peso em um projeto, ou seja, em função das atividades: configuração do espaço disponível; quantificação de
nica segundo as Dimensões morfológicas”. características do lugar um deles deve ser priorizado. espaço disponível; e as relações locacionais entre as unidades
Além de vínculos pessoais e espaciais da cidade, se funcionais
tornam explícitas relações abrangentes do cotidiano, apesar
de essas não envolverem, de modo necessário, as articula- bioclimática resposta do espaço ao conforto luminoso, higrotérmico, acústi- bioclimáticas
ções estabelecidas entre usuários e lugares. co e de qualidade do ar
Isso ocorre por processos sociais que se evidenciam
em todas as situações, tempos, por consequência das re- copresencial resposta do espaço para a facilidade de encontros casuais e copresenciais
lações existentes entre pessoas, usuários e meio ambiente, não programados em áreas livres públicas, analisando vida
e pessoas e o mundo simbólico. social e espacial, além de padrões espaciais
Com tudo isso, desenvolveram-se áreas de conheci-
mento para o tratamento de cada “macrodimensão”, nas topoceptiva resposta espacial para orientabilidade e identificabilidade dos topoceptivas
quais as primeiras são objeto da ética; as segundas, da lugares, analisando representações secundárias, imagens men-
ecologia e, as terceiras, da estética. Essas macrodimensões tais e percepção
englobam as descrições do Quadro 4 - Macrodimensões das
dimensões morfológicas. A dimensão ecológica aplicada econômica resposta espacial aos custos de sua construção e manutenção, econômico-
estuda como realizar conceitos do homem como natureza fundamentadas nos custos de formação (origem: planificação e financeiras
e da própria natureza nas relações de modo geral. Essas construção); custos fundamentais de utilização (manutenção)
relações mudam com o tempo de acordo com a sociedade quadro 1.2
em questão, as quais podem ter maior ou menor impacto expressiva e resposta do espaço quanto às representações simbólicas e à expressivas-
na transformação do meio herdado. quadro 1.3 simbólica forma física dos lugares para a satisfação emocional, a partir de simbólicas
Os valores ecológicos demonstram o modo pelo qual qualidades semânticas; fenômenos da configuração e a plastici-
características do lugar são incorporadas no projeto, tais quadro 1.4 dade da composição
como recursos regionais, clima, relevo, cultura; além de fato-
36
quadro 1.3 cronograma dos movimentos de atribuição critica- 1.2.4 análise das certificações, 37

técnica segundo as dimensões morfológicas naturezas e finalidades


Fonte: adaptação de Andrade et. al (2010), apud Kolsdorf 2006.

A avaliação da sustentabilidade urbana é um tema ainda dada a cada um deles nas certificações.
movimento definição bastante complexo e com diferentes abordagens em vários As certificações representam uma ação de acreditar, de
países do mundo, seja pelo nível de desenvolvimento eco- maneira documental e fiel, que um determinado produto
análise explicar fenômenos e situações de acordo com suas várias dimensões, descrevendo elementos e cate- nômico de cada país ou pela diversidade de legislações am- ou serviço cumpre os requisitos e exigências definidas em
gorias incidentes em cada dimensão bientais existentes que geram uma vasta gama de métodos normas ou especificações técnicas, emitidas pelo certificado
para avaliação ambiental, cada qual adaptado à realidade de um organismo autorizado.
avaliação julgar, tanto individual como global, a bondade do fenômeno e da situação quanto ao desempenho local. Faz-se necessário, no entanto, avaliar a aplicabilida- Para este trabalho, dentre os sistemas de certificação
afetivo e expressivo, econômico, topoceptivo, copresencial, funcional e bioclimático de dos métodos de certificação ambiental estrangeiros no internacionais, foram selecionados os critérios utilizados
contexto brasileiro, considerando as desigualdades sociais no método Alta Qualidade Ambiental (AQUA) para Bairros,
proposição sugerir uma nova situação superando os problemas detectados na avaliação existentes no país. adaptado do referencial técnico francês HQE – Haute Qualité
Essas certificações ou guias são ações que procuram Environnementale –, que está sendo difundido no Brasil,
novo ciclo iniciar outro ciclo de análise e avaliação da proposta, caso necessário elaborar nova proposição colaborar com a sustentabilidade no setor urbano e da desde setembro de 2011 pela Fundação Vanzolini (2011), e
construção, visando a uma elevação da qualidade dos ser- o método lançado pela Caixa Econômica Federal em 2009,
viços e produtos, decorrentes de estímulos à competição o selo Casa Azul, sintetizados no Quadro 5 a seguir.
“verde” no mercado. Sua utilização se diversifica como
instrumento de políticas administrativas, ambientais e até
mesmo contratuais.
Na direção da construção de edificações, as certifica-
ções atuam de modo a orientar a conduta técnica e arqui-

quadro 1.4 macrodimensões das dimensões morfológicas


Fonte: Andrade et. al (2010).
tetônica na busca pela eficiência energética do projeto. Ao
urbanismo implicam pautas e critérios ambientais e susten-
táveis para com os processos de planejamento e projetual
de novos bairros e com as reabilitações espaciais urbanas.
macrodimensões expectativas sociais Para o urbano, as certificações são recentes, sendo poucas
com essa abordagem.
ética o espaço para com o balizamento das relações entre os indivíduos No desenvolvimento do tema de certificações, houve um
desenvolvimento propriamente urbano através de uma des-
ecológica espaço ao balizamento das relações entre indivíduos e meio natural crição, ampla metodologia e o procedimento de avaliação
que consideram a análise comparativa final, identificando
estética o espaço quanto às expectativas pelo belo nas relações entre os indivíduos e o mundo os critérios de base da sustentabilidade e a importância quadro 1.5
38
quadro 1.5 métodos de certificação abordados pelo trabalho 39

métodos de avaliação princípios norteadores,


- movimentos para a critérios e categorias de
sustentabilidade urbana avaliação

AQUA para Bairros Integração e a coerência do bairro: território e contexto local; densidade; mobilidade e tecnológicos; saúde.
Referencial Técnico acessibilidade; patrimônio, paisagem e identidade; adaptabilidade e potencial evolutivo. Vida social e dinâmicas econômicas: economia do projeto; funções e pluralidade; ambientes e espaços públicos; inserção e forma-
de Certificação para a Recursos naturais, qualidade ambiental e sanitária do bairro: água; energia e clima; mate- ção; atratividade, dinâmicas econômicas e estruturas de formação locais.
Qualidade Ambiental riais e equipamentos urbanos; resíduos; ecossistemas e biodiversidade; riscos naturais e

Selo Azul da Caixa Consiste em verificar, durante a análise de viabilidade técnica do empreendimento, o iluminação natural de áreas comuns, ventilação natural de banheiros, adequação às condições físicas do terreno.
atendimento dos critérios estabelecidos pelo instrumento, a fim de estimular a adoção de Os de eficiência energética: lâmpadas de baixo consumo, dispositivos economizadores, sistema de aquecimento solar, sistemas de
práticas direcionadas à sustentabilidade dos empreendimentos habitacionais. aquecimento a gás, medição individualizada de gás, elevadores eficientes, eletrodomésticos eficientes, fontes alternativas de energia.
Os atributos são divididos em: qualidade urbana; projeto e conforto; eficiência energética; Para conservação de recursos materiais: coordenação modular, qualidade de materiais e componentes, componentes industrializa-
conservação de recursos e materiais; gestão da água; práticas sociais. O método abrange dos ou pré-fabricados, formas e escoras reutilizáveis, gestão de resíduos de construção e demolição (RCD), concreto com dosagem
três classificações: bronze, prata e ouro–, as quais serão contempladas em função do otimizada, cimento de alto-forno e pozolânico, pavimentação com RCD, facilidade de manutenção da fachada, madeira plantada ou
número mínimo de critérios que o empreendimento atende. certificada,
Para gestão da água: medição individualizada de água, dispositivos economizadores, sistema de descarga, dispositivos economiza-
Critérios de avaliação dores – arejadores e registro regulador de vazão, aproveitamento de águas pluviais, retenção de águas pluviais, infiltração de águas
Os critérios da qualidade urbana estão subdivididos em: qualidade do entorno, infraestru- pluviais, a áreas permeáveis.
tura; qualidade do entorno, impactos, melhoria do entorno, recuperação de áreas degra- Práticas sociais: educação para a gestão de RCD, educação ambiental dos empregados, desenvolvimento pessoal dos empregados,
dadas, reabilitação de imóveis. capacitação profissional dos empregados, inclusão de trabalhadores locais, participação da comunidade na elaboração do projeto,
Os de projeto e o conforto abrangem: paisagismo, flexibilidade de projeto, relação com orientação aos moradores, educação ambiental dos moradores, capacitação para gestão do empreendimento, ações para mitigação
a vizinhança, solução alternativa de transporte, local para coleta seletiva; equipamentos de riscos sociais, ações para a geração de emprego e renda.
de lazer, sociais e esportivos, desempenho térmico (vedações, orientação solar e eólica),
1.3
40 41
ficações Ambientais Selo Azul, Aqua, Leed-ND e Breeam; o
UN-HABITAT (Planning Sustainable Cities: Global Report on
Human Settlements, 2009); o trabalho do Grupo de Pesquisa

a metodologia de avaliação Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº 11/2012 –


“Princípios, critérios, indicadores, verificadores”; a tese de
doutorado da Prof. Liza Andrade, Conexões dos padrões
espaciais nos ecossistemas urbanos: desenho urbano sensível
à água e infraestrutura verde (2014).
O fluxograma, a seguir, apresenta o processo construti-
vo da avaliação proposta a partir das correlações entre as
visões teóricas selecionadas. Pelo fluxograma se demonstra
Quanto à metodologia de análise decidiu-se adotar a que os grupos teóricos, representados no fluxograma por
integração dos Princípios de Sustentabilidade (Andrade, quadros individuais, evidenciam que a abordagem de cada
2005) com o Desempenho Morfológico dos Lugares (trata- um estabelece algumas relações com outros, contribuindo
se das expectativas sociais) proposto pelo Grupo DIMPU, no todo do processo de construção da metodologia.
composto por Maria Elaine Kohlsdorf, Gunter Kohlsdorf e No âmbito da qualidade de projeto urbanístico/sus-
Frederico de Holanda, da FAU/UnB. tentabilidade e qualidade da forma urbana foram traçadas
A partir da integração dessas visões, chegou-se ao que quatro dimensões: sustentabilidade ambiental (que abran-
denominamos Dimensões da Sustentabilidade e Dimensões ge os princípios proteção ecológica e agricultura urbana,
Morfológicas, construindo uma abordagem integrada da infraestrutura verde, conforto ambiental, promoção dos
sustentabilidade, urbanidade e habitabilidade, sendo esta sistemas alternativos de energia, saúde, redução, reutili-
oriunda das pesquisas da Profª. Liza Andrade, da FAU/UnB, zação e reciclagem de resíduos), sustentabilidade social
juntamente com outros pesquisadores nas disciplinas de (urbanidade, comunidade com sentido de vizinhança, mo-
Projeto de Habitação de Interesse Social e Urbanismo 1. radias adequadas, mobilidade e transportes sustentáveis),
Para que esse conjunto de abordagens teóricas se sustentabilidade econômica (adensamento urbano, dinâmica
viabilizasse com uma metodologia de análise aplicada, urbana, desenvolvimento da economia local em centros de
construíram-se quatro quadros, divididos em Sustentabili- bairros) e sustentabilidade cultural e emocional (revitalização
dade Ambiental, Sustentabilidade Social, Sustentabilidade urbana, legibilidade e orientabilidade, identificabilidade e
Econômica e Sustentabilidade Cultural e Emocional dentro afetividade e simbologia).
do grupo que denominamos Princípios das Dimensões da Em conjunto global, a avaliação da Sustentabilidade e
Sustentabilidade e das Dimensões Morfológicas. Qualidade da Forma Urbana trabalha sobre 17 princípios, figura 1.1
Ao construirmos os quadros de aplicação para análise, 41 critérios, 92 indicadores e 104 verificadores, que ao
sintetizamos em critérios, indicadores e verificadores: as serem quantificadas por sustentabilidade sintetizam-se na figura 1.2
contribuições da Legislação Urbana e Ambiental; as Certi- figura 1.2.
42 Figura 1.1 - Fluxograma: correlações entre visões teóricas 43

DESEMPENHO MORFOLÓGICO DOS LUGARES PRINCÍPIOS DAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILI- CONTRIBUIÇÕES DO GRUPO DE
– EXPECTATIVAS SOCIAIS DADE E DAS DIMENSÕES MORFOLÓGICAS PESQUISA
Bioclimática, funcional, econômica, copresencial, topocepti- SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL (SA) – A. Proteção Chamada Pública MCTI/CNPq/MCIDADES Nº
va, expressiva-simbólica (Grupo DIMPU: M. E. Kohlsdorf; G. ecológica e agricultura urbana. B. Infraestrutura verde: 11/2012.
Kohlsdorf; F. Holanda). gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgo- Princípios, critérios, indicadores, verificado-
FORMA URBANA to alternativo. C. Conforto ambiental. D. Promoção dos res, descritores.
Gera impacto no modo de vida sistemas alternativos e diminuição da pegada ecológi- Cristiane Guinâncio, Elane Ribeiro, Liza An-
das pessoas e no meio ambiente ca. E. Saúde. F. Redução, reutilização e reciclagem de drade, Natália Lemos, Raquel Blumenshein
(F. Holanda). resíduos.
DIMENSÕES DA SUSTEN- SUSTENTABILIDADE SOCIAL (SS) – A. Urbanidade B.
PRINCÍPIOS DE TABILIDADE E DIMEN- Comunidade com sentido de vizinhança. C. Moradias
SUSTENTABILIDADE SÕES MORFOLÓGICAS adequadas. D. Mobilidade e transportes sustentáveis.
Princípios associados Sustentabilidade, Urbanida- SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA (SE) – A. Adensa- TESE DE DOUTORADO Profª. Liza Andrade
SUSTENTABILIDADE à morfologia urbana de e Habitabilidade. Fonte: mento urbano. B. Dinâmica urbana. C. Desenvolvimento Conexões dos padrões espaciais nos ecossistemas
E QUALIDADE DA (Andrade, 2005). Pesquisas acadêmicas rea- da economia local em centros de bairros. urbanos – Desenho urbano sensível à água e infraestru-
FORMA URBANA lizadas pela professora Liza SUSTENTABILIDADE CULTURAL E EMOCIONAL tura verde.
Andrade e outros pesquisa- (SCE) – A. Revitalização urbana B. Legibilidade e
dores no âmbito da discipli- orientabilidade. C. Identificabilidade D. Afetividade e
na de Projeto de Habitação simbologia.
de Interesse Social e de Parâmetros de Projeto
CONFLITOS ENTRE AS Urbanismo 1 Padrões espaciais
QUESTÕES URBANAS
E AS QUESTÕES
AMBIENTAIS
Agenda Marrom e Agenda Verde. CRITÉRIOS
Diferença de prioridades entre INDICADORES
os países desenvolvidos e em Avaliação de impactos CERTIFICAÇÕES VERIFICADORES
desenvolvimento. socioambientais (não AMBIENTAIS LEGISLAÇÃO URBANA E UN-HABITAT (ONU-HABITAT). DESCRITORES:
Regularização Fundiária. considera os efeitos da SELO AZUL, AQUA, LEED-ND, AMBIENTAL Planning Sustainable Cities: Parâmetros urbanís-
forma urbana) BREEAM. Avaliação do desempe- Parâmetros urbanísticos e am- Global Report On Human ticos e Parâmetros
EIA-RIMA nho da sustentabilidade ambiental bientais. Settlements 2009. Londres: ambientais - Normas
desvinculado da forma urbana. Normas da ABNT Earthscan, 2009
Figura 1.2 - Fluxograma: correlações entre visões teóricas 45
Os quadros apresentados a seguir demonstram as ava-
liações atribuídas para cada uma das sustentabilidades
envolvidas na avaliação do contexto geral para a Sustenta-

sustentabilidade
bilidade e Qualidade da Forma Urbana. As sustentabilidades
se dividem em quatro quadros, os quais têm uma aborda-
e qualidade da sustentabilidade sustentabilidade gem específica para seu conjunto de princípios, critérios,

forma urbana ambiental econômica indicadores e verificadores.


Inicialmente estão apresentados os princípios norteado-

17
res da metodologia. Em seguida estão estruturados em um
6 princípios 3 princípios quadro referencial os princípios, critérios, indicadores e seus
verificadores. Estão apresentados em planilhas especificas
15 critérios 10 critérios
SA SE
os meios de verificação, seus respectivos instrumentos de
princípios coleta de dados, procedimentos e forma de apresentação

32 indicadores 23 indicadores dos resultados.

41
55 verificadores 23 verificadores

critérios

92
sustentabilidade sustentabilidade
social cultural e emocional

indicadores 4 princípios 4 princípios


12 critérios 7 critérios

104 SC 25 indicadores SCE 12 indicadores


verificadores 35 verificadores 14 verificadores quadro 1.6
46
quadro 1.6 princípios de sustentabilidade e qualidade da forma urbana 47

1 1 1

1.3.1 sustentabilidade ambiental

proteção ecológica e agricultura urbana

1
Respeito aos ecossistemas, atendimento ao Código Florestal, às Resoluções do Conama 302, 303 e 369, e às leis ambientais
respectivas a cada região, bem como aos planos de recuperação de nascentes ou florestas. Existência de agricultura urbana 2 2

na cidade: hortas comunitárias, hortas individualizadas.

infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de esgoto alternativo

2
Observação da bacia hidrográfica, em relação à drenagem e ao esgotamento sanitário. A abordagem sustentável caminha em
duas escalas: sistemas de tratamentos de águas residuais com plantas para as casas (zona de raízes) ou para o empreendi-
mento como um todo (wetlands). Os empreendimentos de natureza mais compacta podem utilizar menos água, se preparados
tecnicamente, que loteamentos suburbanos com densidades mais baixas.

3 conforto ambiental
Resposta do espaço com relação ao desempenho luminoso, térmico, acústico e de qualidade do ar. 3 3

promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada ecológica

4 A eficiência energética pode ser colocada sob dois aspectos. Primeiramente, para as moradias, sob a ótica de uso da energia
utilizada, vinda de fontes renováveis como o sol, o vento e a biomassa. Em segundo lugar, sob o viés da redução de combus-
tíveis fósseis utilizados nas moradias, carros e indústrias.

5
saúde 4 4 5 6
O ambiente não deve apresentar vulnerabilidade ambiental, decorrente de materiais tóxicos e poluição do ar, do solo e das
águas.

6
redução, reutilização e reciclagem de resíduos
Para o desenho de empreendimentos sustentáveis, os 3Rs incluem redução do gasto de energia, reuso das edificações e
reciclagem de resíduos de construção, e compostagem do lixo orgânico.
48
1.3.2 sustentabilidade social 1.3.3 sustentabilidade econômica 49

urbanidade adensamento urbano

1 Desempenho do espaço urbano, considerando a interação social por meio do desenho da malha viária e das macroparcelas
com maior integração, conectividade, espaços externos positivos, constitutividade dos espaços, diversidade de uso do solo e
acessibilidade.
1 Uso do solo intensificado numa relação equilibrada entre densidade e infraestrutura verde, de modo a evitar a expansão ur-
bana com a ocupação de terras agrícolas, o enfraquecimento do sentido de comunidade com grandes espaços públicos, e o
aumento de emissões de dióxido de carbono com viagens locais.

2 2
comunidade com sentido de vizinhança dinâmica urbana
Oportunidades para a sociabilidade, participação no processo, e desenvolvimento pessoal em espaços públicos e instalações Economia de recursos financeiros no processo de construção e manutenção dos espaços urbanos com o uso efetivo desses
comunitárias. espaços, resultante de condições adequadas de infraestrutura, mobiliário urbano, iluminação e sistema viário.

3 3
moradias adequadas desenvolvimento da economia local em centros de bairros
Diversidade e mistura de classes sociais, estabelecidas com variedade de moradias, custos diferenciados e acessibilidade Espaços que favoreçam a existência de centralidades na malha viária e mescla de funções, e atividades localizadas a distân-
universal garantida. cias caminháveis.

4
mobilidade e transporte sustentáveis
Existência de estruturas adequadas a diferentes modais de mobilidade (pedestres, ciclistas e automobilistas) e inibidoras do
uso de combustíveis fósseis, aliada à disponibilidade de transporte público eficiente.

1 1 2

3 4 4 1 2 3
50
1.3.4 sustentabilidade cultural e emocional
desenvolvimento da
1
revitalização urbana
Recuperação e valorização de infraestrutura existente em áreas urbanas degradadas ou patrimônios culturais abandonados, economia local em centros
de bairros
promovendo o incremento da ocupação dessas áreas.

2
legibilidade e orientabilidade
Os espaços devem responder à necessidade de orientação dos usuários nos lugares, obtidos com a conectividade entre bair-
ros e diferenciação entre bairros e continuidade de caminhos.

3
identificabilidade
Reconhecimento de características particulares ao espaço urbano resultantes de diversidade tipológica em pequenos agrupa-
mentos e efeitos visuais que promovam imagens mentais e percepção da paisagem urbana.

4
afetividade e simbologia
A forma física dos lugares promove satisfação emocional quando laços afetivos se estabelecem pelo reconhecimento de qua-
lidades e plasticidade da configuração urbana.

1 2

$
3 4
52
quadro 1.7 síntese da metodologia de avaliação de B. B.1 B.1.1 atendimento à restrição do PGIRH não
53

sustentabilidade e qualidade da forma urbana desempenho atendimento à capacidade de suporte ocupando áreas ambientalmente sensíveis
infraestrutura eficiente da bacia hidrográfica de acordo com o e adensamento em outra área da bacia
do ciclo da plano de gestão integrada de recursos
sustentabilidade ambiental verde: gestão água no solo hídricos
urbano
d’água, B.1.2
princípios critérios indicadores verificadores presença de sistemas naturais para
jardins de chuva, canteiros pluviais,
canais de infiltração, bacias de retenção
drenagem retenção de águas pluviais e retenção, wetlands, tetos verdes, piso

A. natural e permeável
A.1 A.1.1 aplicado no processo de desenvolvimento
projetual para minimizar o impacto
proteção
cumprimento
da legislação
existência de diagnóstico e avaliação
ambiental urbana (EIA e EIV) ambiental da forma urbana3
tratamento B.1.3 cisternas para armazenamento, cisternas
existência de captação e comunitárias, telhados com calhas para
ecológica e
ambiental
de esgoto armazenamento de água da chuva nos captação. Atentar para o atendimento ao
A.1.2 ocupações topos de morro, margens espaços públicos e nas edificações. Código de Obras Local, se não houver
agricultura ocupação urbana respeitando às de cursos d’água, código florestal; alternativo consultar técnico especializado para
APPs com aplicação da legislação conformidade com as atribuições avaliação
urbana para projetos de regularização
fundiária sustentável
estabelecidas nos Plano de Regularização
Fundiária Sustentável - Resolução
CONAMA 369 e Lei nº 11.977/20094 B.1.4 cisternas para armazenamento e
reaproveitamento de águas servidas tratamento com filtros de areia e plantas
aquáticas (zonas de raízes) em atendimento
A.2 A.2.1 invasão e parcelamento do solo em zona à normas para qualidade da água, se não
compatibilização limites de crescimento urbano sobre rural e áreas ambientalmente sensíveis houver consultar técnico especializado para
dos zoneamentos áreas agrícolas e de preservação avaliação
(urbano, ambiental e ambientalmente sensíveis
balanço hídrico)
B.2 B.2.1 córregos não aterrados, não estreitados,
equilíbrio entre respeito à condição natural dos não canalizados e distâncias adequadas
A.3 A.3.1 disposição dos corredores entrelaçados vazões de cheias, cursos d’água perenes e intermitentes das áreas edificadas aos corpos hídricos
proposição e conectividade das áreas verdes em zona rural, urbana e de preservação altas e vazões de e recuperação de córregos
respeito à corredores (manchas) de acordo com zonas de ambiental, em afetar e integrar seca
ecológicos vida silvestre dos planos de manejos
em áreas urbanas não consolidas
positivamente a capacidade de dispersão
das espécies para manutenção da
B.2.2 projeto de prevenção aos riscos eventuais de
respeito às áreas de inundações inundações nos espaço urbano. Consultar
biodiversidade
técnico especializado para avaliação

A.4 A.4.1 cultivos em canteiros de vias, beira de


provimento de áreas existência de espaços livres públicos estradas, linhas de transmissão, parques, B.3 B.3.1 desenho de vias e macroparcelamento
para agricultura praças, jardins de escolas públicas desenho urbano respeito à topografia e aos córregos acompanhando as curvas de nível
que possibilitem o cultivo
urbana e paisagismo adequado ao terreno como limites entre bairros associadas às infraestruturas verdes
produtivo natural
A.4.2 cultivos em quintais, tetos, paredes,
existências de hortas em lotes trepadeira
privados e áreas comunitárias B.4 B.4.1 relatório de oferta – demanda - vazão
provimento da capacidade de suporte das estações existentes, consultar o plano municipal de
ecoeficiência e de tratamento existentes saneamento
A.4.3 árvores frutíferas dispersas no espaço biodiversidade
pomares urbanos urbano
princípios critérios indicadores verificadores C.
54 55
C.1 C.1.5 materiais com baixo nível de reflexão da luz
materiais de superfície adequados ao solar e calor, e absorvedores do som
B. B.4 B.4.2
tratamento ecológico e
uso de wetlands, biodigestores e ecofossas
conforto térmico, acústico e luminoso

reaproveitamento das águas C.1.6 distâncias mínimas de fontes de ruídos,


negras(esgoto) para usos não potáveis obstáculos adequados das fontes aplicação de obstáculos para propagação
geradoras e receptoras de ruídos do som segundo atributos da norma6

B.4.3 zonas de raízes, bacia de C.1.7 paralelismo entre superfícies (não


tratamento ecológico e evapotranspiração, cisternas de bananeiras minimização do de efeito vale (caixa potencializar a reflexão do som)
reaproveitamento de águas de via estreita com altura superior a
cinzas(chuveiros, máquinas de lavar) largura)
para usos não potáveis

B.4.4 proximidade entre corredor ecológico e o D. D.1


redução do uso de
D.1.1
aplicação de sistemas para redução
existência de sistemas de automação,
sistemas alternativos interligados ou
promoção da vida silvestre saneamento ecológico
promoção energia do uso de energia, incorporação de
energia renovável e compensação de
independentes ao sistema tradicional e
substitutos
dos CO2
C. C.1
conforto térmico,
C.1.1
conformidade ao relevo
ocupações em vales, morros e planos
conforme orientação às condições sistemas
conforto luminoso e acústico climáticas, à topografia e áreas aquíferas D.2 D.2.1 existência e infraestrutura voltada para
usando como parâmetros as diretrizes do alternativos aplicação de existência de sistemas instalados técnicas passivas com orientação
zoneamento bioclimático brasileiro
ambiental de energia e
sistemas alternativos em unidades em bairros e usinas de
geração de energia comunitária
adequada ao aproveitamento do potencial
das energias solar, eólica, hídrica e
biomassas, desvinculadas de uma central
C.1.2 distanciamentos entre edificações, largura da diminuição única
composição dos espaçamentos entre caixa viária, massa de vegetação (arbustiva
edificações e aberturas e fechamentos e arbórea) em vias usando como referência a da pegada
das edificações quanto à orientação NBR15220
solar e eólica para o conforto térmico ecológica D.3 D.3.1 aparição de sistemas de infraestrutura
e luminoso integração da água presença de abordagens de base projetada em um desenho direcionado para
e energia: sistemas comunitária e planejamento da gestão o controle integrado das companhias de
integrados para local centralizada energia e água
C.1.3 a massa edificada na relação com a área
distribuição da
energia e água
coerência da densidade construtiva total considerada deve propiciar ventilação
e edificada em relação a orientação e insolação adequadas através de saliências
solar e eólica
E.
e reentrâncias na horizontal e na vertical.
Atentar para os parâmetros da norma de E.1 E.1.1 poluição dos solos
zoneamento bioclimático brasileiro vulnerabilidade risco de poluição e materiais tóxicos
saúde ambiental poluição da água

poluição atmosférica
C.1.4 adequabilidade da quantidade de luz
otimização ou redução da quantidade proveniente do céu visível e a quantidade de parcela da população exposta à poluição e
de luz proveniente do céu visível luz refletida externa à edificação5 toxidade
56
princípios critérios indicadores verificadores sustentabilidade social 57

F. F.1
promoção da
F.1.1
instalação de usinas de reciclagem e
existência de proximidade entre a usina de
reciclagem e compostagem
redução, redução da pegada
ecológica
compostagem dentro da microbacias

reutilização princípios critérios indicadores verificadores


F.2 F.2.1 existência de infraestrutura para a coleta
e reciclagem destinação adequada presença de coleta seletiva de seletiva e compostagem local, setorial ou
de resíduos e reaproveitamento
de resíduos
resíduos e destinação adequada dos
resíduos orgânicos
regional
A. A.1
interação
A.1.1
configuração que possibilite encontros
configuração de espaços livres públicos
menores que promova a probabilidade,
proteção social não programados intensidade e constância de pessoas7
F.2.2 existência de relatórios de resíduos de
destinação adequada e impacto da construção ecológica e A.1.2 percentual da área de espaços abertos
reaproveitamento dos resíduos da adequabilidade da relação de ilhas sobre o espaço total (y/A): área dos
construção agricultura espaciais e permeabilidade versus espaços abertos (y) dividida pela superfície
barreiras total da área considerada (A) – quanto
urbana menor o percentual de espaços abertos,
maior urbanidade será observada

A.2 A.2.1 a configuração espacial é favorável aos


acessibilidade adequabilidade da permeabilidade deslocamentos e acessibilidade quanto
versus barreiras ao desenho universal desenho universal, atentar para os
parâmetros da NBR90508

A.3 A.3.1 maior presença de vias integradas que


centralidade áreas de inserção de favoreçam ao percurso mínimo
empreendimentos do PMCMV em
regiões de centralidade integrada à
malha viária

A.3.2 maior presença de interconectividade entre


inserção de subcentros com bairros e localização de subcentros a cada
comércio: núcleos integradores agrupamento entre 5 - 7 mil pessoas

A.4 A.4.1 porcentagem de aberturas voltadas


vigilância: constituição das aberturas nas para espaços públicos e vias, evitando
olhos para fachadas paredes sem entradas (x/C): número total
ruas de entradas (x) dividida pelo número total
de espaços em que se possa caminhar
em linha reta entre quaisquer pontos
(C). Quanto maior o percentual, maiores
possibilidades de interface entre os
espaços serão observadas
princípios critérios indicadores verificadores C.
58 59
C.1 C.1.1 aplicação de sistemas construtivos mais
variedade de adoção de tecnologias apropriadas sustentáveis: biodegradáveis, baixa energia
A. A.5 A.5.1 provimento de comércio e serviços moradias moradias com ao uso com ênfase na redução de embutida, agregadores de facilidade de corte
adequabilidade ao recursos econômicos e financeiros e mobilidade do canteiro de obras, concreto
operacionalidade na vizinhança: (correio, bancos, casas
diversidade de atividades
lotéricas, postos de serviços municipais,
adequadas padrão das faixas ultraleve, e materiais à base de terra
mercados, feiras livre, farmácia)9, socioeconômicas
mercearias na esquina C.1.2 apresenta diversidade de quadras e
diversidade de macroparcelas e tipos tipologias habitacionais com habitação uni
equipamentos educacionais em edilícios e multifamiliar e também usos mistos
conformidade com a norma urbanística e
decreto municipal10 C.1.3 apresenta mesclas de faixas
diversidade socioeconômica e de socioeconômicas e de faixas etárias15
equipamentos de saúde em conformidade faixa etária
com a norma urbanística e decreto
municipal11
C.1.4 a cada 100 unidades habitacionais,
atendimento das habitações ao menos 3 devem estar totalmente
equipamentos de segurança em
adaptadas às pessoas com adaptadas para pessoas com mobilidade
conformidade com a norma urbanística e
mobilidade reduzida reduzida segundo os padrões da NBR 9050
decreto municipal12

oportunidades de atividades diárias ou


semanais organizadas dentro da própria
vizinhança: praças, áreas de práticas
esportivas e lazer13
D. D.1
sistema de
D.1.1
coerência da demanda e oferta de
distribuição equilibrada, acessibilidade,
integração das redes de transporte público;
mobilidade transporte público
eficiente
transporte público existência de mobiliário urbano especifico
para cada rede16
A.5.2 atividades locais, subcentrais, centrais ou e transporte
abrangência e temporalidade das regionais em períodos diurnos, noturnos,
atividades diuturnos, constantes, esporádicas ou sustentáveis D.1.2 distribuição equilibrada dos pontos de
sazonais
composição adequada dos pontos de ônibus17
ônibus

B. B.1
promoção do
B.1.1
continuidade de laços sociais
implementação de núcleos sociais afetivos
e empresariais14 D.1.3 existência de integração entre transporte,
comunidade sentimento de previamente existentes existência de corredores de uso do solo e tecnologia18
pertencimento sustentabilidade
com
sentido de B.2 B.1.1 ações de educação para sustentabilidade D.2 D.2.1 passeios de pequeno porte
sistema viário dimensionamento adequado de
inserção da ações de fomentos a promoção de passeios de médio e grande porte
vizinhança comunidade modelos comunitários sustentáveis
acordo com a hierarquia viária.
ciclovias e ciclofaixas
no processo de (PMCMV Entidades)
planejamento do vias locais
empreendimento
vias coletoras
vias arteriais
vias expressas
60
princípios critérios indicadores verificadores sustentabilidade econômica 61

D. D.2 D2.2
arborização e canteiros pluviais de
existência de árvores em canteiros lineares
com no mínimo 1.8m de largura. As árvores
acordo com a hierarquia viária com tronco de Ø ≥ 90cm, espaçadas
a cada 4.5 a 9m. As árvores oferecem
sobreamento. Sem linhas aéreas de
serviços públicos19
princípios critérios indicadores verificadores

D.3 D.3.1
existência de distinção clara das áreas de fluxo de
sinalização correta gerindo e articulando os
diversos modais20 A. A.1
respeito aos
A.1.1
coerência da densidade construtiva
aplicabilidade do gradiente de densidade
decrescendo em sentido ao subúrbio
estruturas pedestres, ciclistas e carros.
propícias aos adensamento gradientes
de densidade
com o espaço urbano e o espaço
natural.
diferentes D.3.2 ciclovia e ciclofaixa, passeios nas vias, vias
urbano crescente
modais de mobilidade garantida de pedestres e vias para automotores21 em direção
mobilidade ao centro de
(pedestres,
ciclistas e D.3.3 para a conectividade entre as atividades
bairro

automobilistas) malha urbana permeável interbairros a conexão deve ocorrer com a


via principal sendo o limite entre os bairros A.2 A.2.1 ocupação em áreas urbanas disponíveis
e não transversal existência de preenchimento dos subúrbios sem necessidade de ampliar o limite
adensamento urbano
D.4 D.4.1 a maioria das conexões entre quadras por responsável
existência de menor dependência da infraestrutura veículos a cada 120m com velocidade A.2.2 proporção unidade habitacional por
estruturas baseada em veículos particulares controlada. As quadras são mais longas, existência de uma relação equilibrada hectare24
inibidoras favorecendo as trilhas e outros passeios entre densidade e infraestrutura
do uso de para com as conexões necessárias22 urbana
combustíveis
fósseis D.4.2 a maioria das quadras é acessada por A.2.3 edificações baixas para redução de custos,
ordenamento dos espaços e das vias locais, sem acessos privativos para edifícios com limites de altura – de 4 a redução de elevadores e melhorar o
atividades urbanas para menor veículos, possuem unidade de habitação 5 pavimentos contato direto com a rua
dependência do deslocamento
motorizado
ou outros meios de vigilância23
B. B.1
provimento de
B.1.1
respeito às taxas de ocupação do solo
respeito aos índices de ocupação do solo,
devendo atentar para as regulamentações
dinâmica infraestruturas das normas locais
diversificas
urbana
B.2 B.2.1 existência de equipamentos e mobiliários
especificação existência de mobiliário urbano urbanos listados pela norma NBR 9283/8625
de mobiliário
urbano
adequado B.2.2 materiais com baixa energia incorporada e
especificação de materiais resistentes recicláveis empregados nos equipamentos
e mobiliário urbano

B.2.3 dimensionamento adequado ao usuário e à


desenho confortável e ergonômico do funcionalidade
mobiliário
princípios critérios indicadores verificadores B.
62 63
B.7 B.7.1 união entre linha de transmissão e rede
projeto adequado existência de Estações Reguladoras suporte e entre a rede-suporte e distribuição,
B. B.3
sistema de
B.3.1
garantia de segurança viária, citadina
reconhecimento de obstáculos e da
presença de pessoas a uma distância
para a rede de
abastecimento de
de Pressão sendo necessário 1 para cada 80 ha

Iluminação e orientação visual máxima de 4m


gás B.7.2 adequação da localização, do tipo de rede
pública eficiente correto desenho, localização e e cálculo das instalações de distribuição
B.3.2 adequabilidade da iluminância e dimensionamento da rede
respeito aos valores adequados de ofuscamento para orientabilidade no
iluminância e ofuscamento espaço de acordo com a capacidade
instalada
C. C.1
centralidades
C.1.1
completude das centralidades em
existência para bairros de 16 -80 hectares
em raios de 400m a partir do ponto central
B.3.3 iluminação ativa durante o período
desenvol- com mescla de relação à população atendida
temporalidade da iluminação necessário funções e atividades

B.3.4 altura dos postes apropriada a iluminação


vimento da em distâncias
caminháveis C.1.2 oferta de espaços para atividades
concentração de destinos (comércio/ corriqueiras e essenciais ao cotidiano da
adequação da capacidade de
instalada
do espaço
economia serviços) para os pedestres e usos do vida urbana
solo urbanizado
local em
B.4 B.4.1 materiais com baixa energia incorporada
sistema viário revestimentos adequados à hierarquia e recicláveis empregados nas vias de centros de C.1.3 proximidade entre atividades
compatível com viária circulação coexistência de comércio/serviço e proporcionando a multifucionalidade
os materiais bairros habitação
empregados

C.1.4 oferta de espaços para atividades


B.5 B.5.1 existência de todos os equipamentos espaços para atividades comunitárias
eficiência da sistema da rede pluvial completo necessário à funcionalidade do sistema de crescimento profissional
rede de água, (tubulação, canais de infiltração, com dimensionamento adequado
esgoto e canteiros pluviais e bocas de lobo
drenagem para a correta infraestrutura verde)

B.5.2 adequação da localização, do tipo de rede


correto desenho, localização e e cálculo das instalações de vazão
dimensionamento da rede de acordo
com a topografia e o sistema viário.

B.5.3 localização de modo a possibilitar acesso


poços de visitas acessíveis aos condutos para limpeza e inspeção

B.6 B.4.1 adequação da localização, do tipo de rede


projeto correto desenho, localização e e cálculo das instalações de distribuição.
adequado dimensionamento da rede
para a rede de
abastecimento
de energia
elétrica
sustentabilidade cultural e emocional C.
64 65
C.2 C.2.1 identificação de efeitos visuais no percurso
identificação de reconhecimento de efeitos visuais no do pedestre entre o observador e a linha
efeitos visuais percurso do pedestre na caixa de via da massa construída e: estreitamento,
observados no entre o observador e a linha da massa enclausuramento, alargamento, amplidão e
campo visual do construída na calçada envolvimento
percurso do pedestre

princípios critérios indicadores verificadores C.2.2 identificação de efeitos perspectivos:


reconhecimento de efeitos visuais conexão, direcionamento, realce,
pelo ângulo visual do pedestre da emolduramento, impedimento e efeito y

A. A.1
patrimônio,
A.1.1
desenho responsável contra a
respeito ao patrimônio existente
massa construída na caixa de via e
entre vias

revitalização paisagem e
identidade
padronização e a banalização do
espaço construído existente
emergência de uma identidade própria
D. D.1 D.1.1 diz respeito à fruição pela contemplação
urbana laços afetivos através reconhecimento de cenas quanto à de coisas belas. Percepção de conjuntos
A.1.2 identificação de elementos marcantes e
afetividade e da agradabilidade agradabilidade do lugar formados por sínteses Capacidade de
visual e da recordar um espaço pela memorização,
singularidade do projeto de acordo
com a geografia e com a história
implantação que permita sua contemplação
simbologia simbologia planos de composição, ligação entre
espaços soltos, similaridade, continuidade,
clareza, originalidade, simplicidade ou
A.2 A.2.1 reaproveitamento dos espaços e/ ou complexidade e dominância26
proposição de possibilidade de reuso de terras ou reabilitação de moradias, equipamentos
economia de solo edifícios em áreas degradadas ou públicos e empreendimentos
urbano abandonadas D.1.2 desperta sentimentos e evoca significados
reconhecimento de cenas quanto à de natureza simbólica. Capacidade de
B. B.1
continuidade
B.1.1
implantação de caminhos conectados
presença de continuidade e integração no
tecido urbano
simbolização do lugar recordar um espaço pela simbologia,
conotação, evocação de proximidade ou
legibilidade e de caminhos para livre circulação no espaço urbano
semelhança, originalidade, volumetria,
ornamentação e significância27
orientabilidade B.2 B.2.1 aspecto de diálogo entre os limites das
conectividade coerência entre os limites de quadra quadras: praças, parques, pequenos
entre bairro, comércios, áreas verdes, etc
definição
de bairros adequabilidade do gabarito entre os bairros
heterogêneos e
agrupamentos
B.2.2 presença de elementos que se destacam
apresentação de características de visualmente nas áreas limítrofes entre
conjunto nas quadras, marcos visuais bairros como marcos visuais e pontos
e pontos focais focais

B.2.3 existência de partes ou porções que se


presença de características de expressam por configurações próprias ou
conjunto nas quadras conjuntas

C. C.1 C.1.1 unidade de conjunto entre tipologias dentro


agrupamentos presença de diversidade tipológica e de um agrupamento de 20 habitações e
com unidade e unidade de pequenos agrupamentos diversidade de conjuntos no contexto do
identificabilidade diversidade bairro
66
quadro 1.8 síntese da metodologia de avaliação de sustentabilidade e A.3 proposição e respeito a corredores ecológicos 67

qualidade da forma urbana


desempenho
sustentabilidade ambiental indicador verificador não não se aplica sim
A.3.1
A. proteção ecológica e agricultura urbana disposição dos corredores entrelaçados percentuais em áreas urbanas não maior que 20% e ≤
conectividade em zona rural, urbana e de preservação abaixo de consolidadas 60% em relação a
das áreas verdes ambiental, em afetar e integrar positivamente 20% em um raio de 1 km
(manchas) de acordo a capacidade de dispersão das espécies para relação a um
A.1 cumprimento da legislação ambiental com zonas de vida manutenção da biodiversidade raio de 1 km
silvestre dos planos
de manejos em
desempenho áreas urbanas não
indicador verificador não não se aplica sim consolidadas

A.1.1 aplicado no processo de desenvolvimento não aplicado pequenos pequenos


existência de projetual para minimizar o impacto ambiental no processo empreendimentos empreendimentos
diagnóstico e da forma urbana28 A.4 provimento de áreas para agricultura urbana e paisagismo produtivo
avaliação ambiental
urbana (EIA e EIV)
desempenho
A.1.2 ocupações topos de morro, margens de presença de ocupações anteriores ausência de
indicador verificador não não se aplica sim
ocupação urbana cursos d’água, código florestal Conformidade ocupações previstos nas ocupações nessas
respeitando às com as atribuições estabelecidas nos Plano nessas áreas; legislações áreas;
APPs com aplicação de Regularização Fundiária Sustentável fora da área inserido em área
da legislação – Resolução Conama nª 369 e Lei nº estabelecida estabelecida A.4.1 cultivos em canteiros de vias, beira de ausência de área menor que 16 ha área igual ou maior
existência de espaços estradas, linhas de transmissão, parques, hortaliças com hortaliças e frutas que 1,1 ha com
para projetos de 11.977/2009 29 e frutas anualmente hortaliças e frutas
regularização fundiária livres públicos que praças, jardins de escolas públicas
possibilitem o cultivo no espaço anualmente
sustentável urbano

A.4.2 cultivos em quintais, tetos, paredes, ausência área menor que 16 ha áreas aproximadas
existências de hortas trepadeiras de cultivos com hortaliças e frutas a 11 ha para
em lotes privados e privados, anualmente cultivos
A.2 compatibilização dos zoneamentos (urbano, ambiental e balanço hídrico) áreas comunitárias hortaliças
e frutas
comunitários
e 0,25 ha para
desempenho no espaço
urbano
cultivos privados de
hortaliças e frutas
indicador verificador não não se aplica sim anualmente

A.2.1 invasão e parcelamento do solo em zona rural não houve empreendimentos houve
A.4.3 árvores frutíferas dispersas no espaço urbano ausência área menor que 16 ha área igual ou maior
limites de crescimento e áreas ambientalmente sensíveis sobreposição em áreas urbanas sobreposição dos
pomares urbanos de árvores com hortaliças e frutas que 0,1 ha com
urbano sobre dos planos do consolidadas planos do território
frutíferas anualmente árvores frutíferas
áreas agrícolas e território
no espaço apropriadas para
de preservação urbano região
ambientalmente
sensíveis
68 69

B. infraestrutura verde: gestão d’água, drenagem natural e tratamento de B.2 equilíbrio entre vazões de cheias, altas e vazões de seca
esgoto alternativo
desempenho
B.1 cumprimento da legislação ambiental indicador verificador não não se aplica sim
B.2.1 córregos não aterrados, não estreitados, desrespeito a condição básica respeito e
desempenho respeito à condição não canalizados e distâncias adequadas das e não para a manutenção preservação do
indicador verificador não não se aplica sim natural dos cursos áreas edificadas aos corpos hídricos preservação
do desenho
do ciclo da água e do
ecossistema aquático
desenho natural
dos cursos e limites
d’água perenes
natural dos é a não alteração do de corpos hídricos
B.1.1 atendimento à restrição do PGIRH não não houve inexistência de plano consulta ao PGIR e intermitentes e
recuperação de cursos e desenho
atendimento à ocupando áreas ambientalmente sensíveis e consulta PGIR de bacia (PGIR)
córregos limites de
capacidade de suporte adensamento em outra área da bacia corpos
da bacia hidrográfica hídricos
de acordo com o plano
de gestão integrada de
recursos hídricos
B.2.2 projeto de prevenção aos riscos eventuais não houve o empreendimento houve projeto
respeito às áreas de de inundações nos espaço urbano. consultar projeto não deve estar em preventivo às
inundações técnico especializado para avaliação. preventivo às áreas sujeitas às possibilidades
B.1.2 jardins de chuva, canteiros pluviais, canais ausência deve ser aplicado presença dos possibilidades inundações eventuais de
presença de sistemas de infiltração, bacias de retenção e retenção, dos sistemas em qualquer sistemas naturais eventuais de inundações
naturais para retenção wetlands, tetos verdes, piso permeável naturais empreendimento inundações
de águas pluviais

B.1.3 cisternas para armazenamento, cisternas não se for em área de aproveitamento


existência de captação comunitárias, telhados com calhas para aproveitamento poluição atmosférica, máximo da
máximo da considerar uso para cobertura para
e armazenamento de captação. atentar para o atendimento ao
cobertura para demandas de água captação, e
B.3 desenho urbano adequado ao terreno natural
água da chuva nos Código de Obras Local. se não houver,
espaços públicos e consultar técnico especializado para captação, e não potáveis considerar
nas edificações avaliação considerar
demanda
demanda diária por
pessoa
desempenho
diária por indicador verificador não não se aplica sim
pessoa
B.3.1 desenho de vias e macroparcelamento desenho em casos em que desenho
B.1.4 cisternas para armazenamento e tratamento ausência de quando a oferta for apresenta respeito à topografia acompanhando as curvas de nível associadas incompatível o parcelamento acompanhando
reaproveitamento de com filtros de areia e plantas aquáticas (zonas instalações maior que a demanda instalações para e aos córregos como às infraestruturas verdes com a urbano está definido a composição do
águas servidas de raízes) em atendimento às normas para para reapro- reaproveitamento e limites entre bairros composição previamente pelo traçado das curvas
qualidade da água. se não houver, consultar veitamento e tratamento do traçado plano diretor de nível
técnico especializado para avaliação tratamento das curvas de
nível
70
C. conforto ambiental 71

C.1 conforto térmico e luminoso

desempenho
indicador verificador não não se aplica sim
ocupação ocupação do relevo
C.1.1 ocupações em vales, morros e planos
conforme orientação às condições climáticas, do relevo
em áreas já
adequada aos
conformidade ao consolidadas
à topografia e áreas aquíferas usando como inadequada às fatores climáticos,
relevo implicações topográficos e
parâmetros as diretrizes do zoneamento
bioclimático brasileiro climáticas, aquíferos
topográficas e
aquíferas
B.4 provimento da ecoeficiência e biodiversidade C.1.2 distanciamentos entre edificações, largura da quando a quando o quando a altura dos
composição dos caixa viária, massa de vegetação (arbustiva altura dos empreendimento edifícios for metade
espaçamentos entre e arbórea) em vias usando como referência a edifícios for não apresentar da caixa viária
desempenho edificações e aberturas NBR 15220 menor ou continuidade na (distância entre os
maior que a massa edificada edifícios) 2 ≤ w/h ≤
indicador verificador não não se aplica sim e fechamentos das
edificações quanto metade da paralela às vias 4, é satisfatório
à orientação solar e caixa viária
B.4.1 relatório de oferta-demanda-vazão existentes, está está adequada
eólica para o conforto (distância entre
capacidade de suporte consultar o plano municipal de saneamento ultrapassando à capacidade de
térmico e luminoso os edifícios) 0
das estações de a capacidade suporte
≤ w/h ≤ 1 ou 5
tratamento existentes de suporte
≤ w/h ≤ 7, não
é satisfatório
B.4.2 uso de wetlands, biodigestores e ecofossas ausência de o saneamento infraestrutura para
C.1.3 a massa edificada na relação com a área quando quando
tratamento ecológico infraestrutura ecológico – problema o tratamento dessa
para o como solução água coerência da total considerada deve propiciar ventilação houver maior houver menor
e reaproveitamento porcentagem de porcentagem de
tratamento densidade construtiva e insolação adequadas através de saliências
das águas negras massa edificada massa edificada
dessa água e edificada em relação e reentrâncias na horizontal e na vertical.
(esgoto) para usos não sobre os espaços sobre os espaços
à orientação solar e atentar para os parâmetros da norma de
potáveis públicos sem públicos com
eólica zoneamento bioclimático brasileiro
possibilidade possibilidade
ventilação e de ventilação e
B.4.3 zonas de raízes, bacia de evapotranspiração, ausência de o saneamento infraestrutura para
insolação insolação
tratamento ecológico cisternas de bananeiras infraestrutura ecológico – problema o tratamento dessa
e reaproveitamento para o
tratamento
como solução água
C.1.4 adequabilidade da quantidade de luz ausência de limites inadequados limites dos
de águas cinza otimização ou redução proveniente do céu visível e a quantidade de limites dos para os incômodos incômodos visuais
(chuveiros, máquinas dessa água incômodos visuais pelo gabarito,
da quantidade de luz luz refletida externa à edificação36
de lavar) para usos proveniente do céu visuais prospectos, planos
não potáveis visível de massas

B.4.4 proximidade entre corredor ecológico e o saneamento quando estiver saneamento C.1.5 materiais com baixo nível de reflexão da luz materiais com limites inadequados materiais com
ecológico não localizado em áreas ecológico está materiais de superfície solar e calor, e absorvedores do som alta reflexão e para os incômodos baixa reflexão e alta
promoção da vida saneamento ecológico baixa absorção visuais absorção
silvestre localizado em centrais localizado em áreas adequados ao
áreas de vida de vida silvestre conforto térmico,
silvestre acústico e luminoso
72
indicador verificador não não se aplica sim D.3 integração da água e energia: sistemas integrados para distribuição de 73

C.1.6 distâncias mínimas de fontes de ruídos, Raios menores Raios maiores que energia e água
obstáculos adequados aplicação de obstáculos para propagação do que 2.500 m 2.500.m desempenho
das fontes geradoras e som segundo atributos da norma37 indicador verificador 40
não não se aplica sim
receptoras de ruídos
C.1.7 paralelismo entre superfícies (não quando a quando a altura D.3.1 aparição de sistemas de infraestrutura indisponibi- em regiões onde não disponibilidade nas
altura dos dos edifícios for presença de projetada em um desenho direcionado para lidade nas houver possibilidades edificações comuns
minimização do efeito potencializar a reflexão do som)
edifícios for menor que metade abordagens de o controle integrado das companhias de edificações de adaptação de dispositivos
de vale (caixa de via
maior que a da caixa viária base comunitária energia e água comuns de ou equipamentos
estreita com altura
metade da (distância entre os e planejamento dispositivos mais eficientes,
superior à largura)
caixa viária edifícios) 2 ≤ w/h, é da gestão local ou equipa- garantindo
(distância entre satisfatória centralizada mentos mais economia de
os edifícios) eficientes ao menos 20%
2 ≤ w/h, é que garantam em relação
insatisfatória economia em aos consumos
relação aos convencionais
consumos
D. promoção dos sistemas alternativos de energia e diminuição da pegada convencionais

ecológica
D.1 redução do uso de energia
desempenho
indicador verificador 38
não não se aplica sim
D.1.1
aplicação de sistemas
existência de sistemas de automação,
sistemas alternativos interligados ou
habitações não em regiões onde não
equipadas ao houver possibilidades
adesão de
50%–80% das
E. saúde
independentes ao sistema tradicional e uso de energia de adaptação habitações
para redução do
uso de energia, substitutos renovável equipadas ao E.1 vulnerabilidade ambiental
incorporação de uso de energia
renovável
desempenho
energia renovável e
compensação de CO2
indicador verificador 41
não não se aplica sim
potencial potencial de
E.1.1 poluição dos solos
de poluição
aplicável a qualquer
poluição moderada
risco de poluição e fator de risco –
identificada, “justiça ambiental” e adoção
D.2 redução do uso de energia desempenho materiais tóxicos sem adoção de medidas
de algumas mitigadoras
indicador verificador39 não não se aplica sim medidas
mitigadoras
D.2.1 existência e infraestrutura voltada para ausência em regiões onde não
houver possibilidades
uso de energia
renovável cobrindo
existência de sistemas técnicas passivas com orientação adequada de energia poluição da água
instalados em ao aproveitamento do potencial das renovável de adaptação 10% do consumo
unidades em bairros e energias solar, eólica, hídrica e biomassas, cobrindo o de energia elétrica poluição atmosférica
usinas de geração de desvinculadas de uma central única consumo dos equipamentos
de energia públicos parcela da população exposta à poluição e riscos aplicável a qualquer identificação de
energia comunitária toxidade significativos riscos moderados
elétrica dos fator de risco –
equipamentos sem as “justiça ambiental” e proteções
públicos proteções necessárias
necessárias
74 75

sustentabilidade social

F. redução, reutilização e reciclagem de resíduos A. urbanidade


F.1 promoção da redução da pegada ecológica A.1 interação social

desempenho desempenho
indicador verificador não não se aplica sim indicador verificador não não se aplica sim
F.1.1 existência de proximidade entre a usina de não tem em pequenos tem instalações A.1.1 configuração de espaços livres públicos ausência pequenos pequenos
instalação de usinas reciclagem e a de compostagem instalações empreendimentos configuração que menores que promova a probabilidade, de pessoas empreendimentos empreendimentos
de reciclagem e considerar o nível das possibilite encontros intensidade e constância de pessoas42 utilizando
compostagem dentro moradias não programados os espaços
da microbacias públicos como
pequenas
praças, limites
entre bairros

F.2 destinação adequada e reaproveitamento de resíduos A.1.2 percentual da área de espaços abertos sobre acima de 50% abaixo de 50%.
adequabilidade o espaço total (y/a): área dos espaços abertos
da relação de (y) dividida pela superfície total da área
desempenho ilhas espaciais e considerada (a) – quanto menor o percentual
indicador verificador não não se aplica sim permeabilidade versus de espaços abertos, maior urbanidade será
barreiras observada

F.2.1 existência de infraestrutura para a coleta inexistência de previsão de coleta


presença de coleta seletiva e compostagem local, setorial ou infraestrutura da massa de
seletiva de resíduos e regional para a coleta resíduos orgânicos
da massa e renováveis
destinação adequada
dos resíduos orgânicos de resíduos produzidos A.2 acessibilidade
orgânicos e desempenho
renováveis
produzidos indicador verificador não não se aplica sim
F.2.2 existência de relatório de resíduos de impacto não existe existe esse relatório A.2.1 a configuração espacial é favorável aos com barreiras sem barreiras ao
adequabilidade da deslocamentos e acessibilidade quanto ao desenho desenho universal
destinação adequada da construção esse relatório universal
permeabilidade versus desenho universal. Atentar para os
e reaproveitamento barreiras ao desenho parâmetros da NBR905043
dos resíduos da universal
construção
76 77

A.5 operacionalidade

desempenho
indicador verificador não não se aplica sim
A.3 centralidade
A.5.1 provimento de comércio e serviços na não atende ao existência dessas
diversidade de vizinhança (correio, bancos, casas lotéricas, raio estipulado atividades em raios
desempenho atividades postos de serviços municipais, mercados, de abrangência
menores ou igual a
feiras livre, farmácia) , mercearias na esquina
indicador verificador não não se aplica sim 1 km
não atende ao c.e.infantil em
A.3.1 maior presença de vias integradas que vias com vias com muitas equipamentos educacionais em conformidade
com a norma urbanística e decreto raio estipulado raio ≤ 300.m; c.e.
áreas de inserção de favoreçam ao percurso mínimo poucas conexões no
municipal45 fundamental em
empreendimentos do conexões no sistema
raio ≤ 1.050 m;
PMCMV em regiões de sistema
c.e. médio em raio
centralidade integrada ≤ 1.440 m; c.e.
à malha viária especial em raio ≤
10.000 m
A.3.2 maior presença de interconectividade entre inexistência de um centro por
não atende ao posto de saúde
inserção de bairros e localização de subcentros a cada um centro por agrupamento equipamentos de saúde em conformidade
agrupamento com a norma urbanística e decreto raio estipulado em raio ≤ 2.500 m;
subcentros com agrupamento entre 5 e 7 mil pessoas
municipal46 centro de saúde
comércio: núcleos
em raio ≤ 3.000 m;
integradores
hospital regional
em raio ≤ 20.000 m
Equipamentos de segurança em não atende ao posto policial em
conformidade com a norma urbanística e raio estipulado raio ≤ 2.000 m
A.4 vigilância: olhos para ruas decreto municipal47
não existem os praças ≤ 600m;
desempenho Oportunidades de atividades diárias ou
semanais organizadas dentro da própria equipamentos parques ≤ 2400 m;
indicador verificador não não se aplica sim vizinhança: praças, áreas de praticas playground ≤ 600
esportivas e lazer48 m; equipamentos
A.4.1 porcentagem de aberturas voltadas para inexistência existência de de esporte em raio
≤ 600 m.
constituição das espaços públicos e vias, evitando paredes de portas, portas, varandas,
aberturas nas sem entradas (x/c): número total de entradas varandas, janelas, galerias
fachadas (x) dividido pelo número total de espaços janelas, em um percentual A.5.2 atividades locais, subcentrais, centrais ou usos usos diuturnos
galerias em acima de 50%. abrangência e regionais em períodos diurnos, noturnos, exclusivamente locais centrais e
em que se possa caminhar em linha reta diurnos ou regionais
entre quaisquer pontos (c). quanto maior um percentual temporalidade das diuturnos, constantes, esporádicas ou
abaixo de atividades sazonais noturnos, e
o percentual, maiores possibilidades de somente local
interface entre os espaços serão observadas 50%.
ou regional
78 79

B. comunidade com sentido de vizinhança


C. moradias adequadas
B.1 promoção do sentimento de pertencimento
C.1 variedade de moradias com adequabilidade ao padrão das faixas
desempenho socioeconômicas
indicador verificador não não se aplica sim
desempenho
B.1.1 implementação de núcleos sociais afetivos e nenhum abranger ao mínimo
continuidade de laços empresariais49 espaço três espaços indicador verificador não não se aplica sim
sociais previamente relacionado relacionados à
existentes à integração integração social C.1.1 aplicação de sistemas construtivos mais não usos usos de materiais
social adoção de tecnologias sustentáveis: biodegradáveis, baixa energia de materiais ecológicos e
apropriadas ao embutida, agregadores de facilidade de corte ecológicos e tecnologias
uso com ênfase na e mobilidade do canteiro de obras, concreto tecnologias construtivas
redução de recursos ultraleve, e materiais à base de terra construtivas apropriadas
B.2 inserção da comunidade no processo de planejamento do empreendimento econômicos e apropriadas
financeiros

desempenho C.1.2 apresenta diversidade de quadras e não há mescla mescla desses


diversidade de tipologias habitacionais com habitação uni e desses tipos tipos edilícios
indicador verificador não não se aplica sim macroparcelas e tipos multifamiliar, e também usos mistos edilícios
edilícios
B.2.1 ações de educação para sustentabilidade ausência de centro de educação
ações de fomentos centro de ambiental C.1.3 apresenta mesclas de faixas oferta de oferta de
educação diversidade socioeconômicas e de faixas etárias50 edificações edificações
à promoção de acessíveis acessíveis
modelos comunitários ambiental socioeconômica e de
faixa etária para 1 classe para 4 classes
sustentáveis (PMCMV socioeconômica socioeconômicas
Entidades)
C.1.4 a cada 100 unidades habitacionais, ao menos habitações não habitações
realizadas realizadas
B.2.2 participação da comunidade no projeto desde não houve houve participação atendimento das
habitações adaptadas
3 devem estar totalmente adaptadas para
pessoas com mobilidade reduzida segundo
projetar em parceria a elaboração à aprovação do projeto participação no no desenvolvimento
desenvolvimento do projeto às pessoas com os padrões da nbr 9050
com a comunidade
do projeto mobilidade reduzida
80 D. mobilidade e transporte sustentáveis D.3 existência de estruturas propícias aos diferentes modais de mobilidade 81

D.1 sistema de transporte público eficiente (pedestres, ciclistas e automobilistas)


desempenho
desempenho indicador verificador não não se aplica sim
indicador verificador não não se aplica sim
D.3.1 sinalização correta gerindo e articulando os ausência de sinalização de
sinalização de advertência para
D.1.1 distribuição equilibrada, acessibilidade, distribuir distribuir previsão distinção clara das
áreas de fluxo de
diversos modais57
advertência atentar a prioridade
coerência da demanda integração das redes de transporte público; previsão de de usos para cada
pedestres, ciclistas e do transporte
e oferta de transporte e existência de mobiliário urbano específico uso para um modal
para cada rede51 único modal carros
público

D.1.2 distribuição equilibrada dos pontos de não possui Pontos a cada D.3.2 ciclovia e ciclofaixa, passeios nas vias, vias rede de rede de pedestre
mobilidade garantida de pedestres e vias para automotores58 pedestre e ciclistas paralela
composição adequada ônibus52 pontos a cada 800 m e ciclistas à de automotores
dos pontos de ônibus 800 m paralela à de com tratamento
automotores adequado aos
D.1.3 Existência de integração entre transporte, uso mapas de mapas de trajetos e
sem diferentes modais
existência de do solo e tecnologia53 trajetos e distância ≤ 200 m
tratamento
corredores de distância >
adequado
sustentabilidade 400 m
aos diferentes
modais

D.3.3 para a conectividade entre as atividades a via principal mapas de trajetos e


D.2 sistema viário malha urbana interbairros a conexão deve ocorrer com a via corta os limites distância ≤ 200 m
desempenho permeável principal sendo o limite entre os bairros e não
transversal
indicador verificador não não se aplica sim
passeios de pequeno porte não atende à largura média de
D.2.1 largura média 1.8 m D.4 existência de estruturas inibidoras do uso de combustíveis fósseis
dimensionamento passeios de médio e grande porte largura média de
adequado de acordo 2.1 m desempenho
com a hierarquia largura média de
viária55
ciclovias e ciclofaixas
1.05 m indicador verificador não não se aplica sim
largura média de
vias locais
2.85 m D.4.1 a maioria das conexões entre quadras por não atende atende aos 120 m
menor dependência veículos a cada 120 m com velocidade aos 120 m
vias coletoras largura média de
3.3 m da infraestrutura controlada. As quadras são mais longas,
largura média de baseada em veículos favorecendo as trilhas e outros passeios para
vias arteriais particulares com as conexões necessárias59
3.45 m
vias expressas largura média de D.4.2 a maioria das quadras é acessada por vias indisponibilidade disponibilidade
3.75 m ordenamento locais, sem acessos privativos para veículos, de sistema de sistema de
dos espaços e possuem unidade de habitação ou outros de transporte transporte (tipo
D.2.2 existência de árvores em canteiros lineares não atende atende
das atividades meios de vigilância60 (tipo circular) circular) sem uso
arborização e com no mínimo 1.8 m de largura. As árvores urbanas para menor sem uso de de combustível
canteiros pluviais com tronco de ø ≥ 90 cm, espaçadas a cada dependência do combustível fóssil
de acordo com a 4.5 a 9m. As árvores oferecem sobreamento. deslocamento fóssil
hierarquia viária Sem linhas aéreas de serviços públicos56 motorizado
82
sustentabilidade econômica B. dinâmica urbana 83

B.1 provimento de infraestruturas diversificas


A. adensamento urbano
desempenho
A.1 respeito aos gradientes de densidade crescente em direção ao centro de bairro indicador verificador não não se aplica sim
B.1.1 respeito aos índices de ocupação do solo, não atinge empreendimento em 40% público
desempenho Respeito às taxas de devendo atentar para as regulamentações os índices área consolidada – sendo 10%
equipamentos
indicador verificador não não se aplica sim ocupação do solo das normas locais estipulados
públicos, 15%
áreas verdes e
A.1.1 aplicabilidade do gradiente de densidade gradiente de empreendimentos em densidade alta em
livres; e 15%vias e
coerência da decrescendo em sentido ao subúrbio densidade não áreas consolidadas áreas centralizadas
circulação.
densidade construtiva decrescente com queda (média
60% privado –
com o espaço urbano em sentido ao a baixa) no sentido
sendo acima de 5%
e o espaço natural subúrbio do subúrbio
comercial e 55%
habitações

A.2 existência de adensamento responsável

desempenho B.2 especificação de mobiliário urbano adequado


indicador verificador não não se aplica sim desempenho
A.2.1 ocupação em áreas urbanas disponíveis sem quando houver quando o indicador verificador não não se aplica sim
necessidade de ampliar o limite urbano ampliação do empreendimento
preenchimento dos
subúrbios tecido urbano for inserido dentro B.2.1 existência de equipamentos e mobiliários não se empreendimentos em identifica-se a
existência de urbanos listados pela norma NBR 9283/8662 identifica a áreas consolidadas presença desses
– espraiamento dos limites urbanos
mobiliário urbano presença equipamentos no
para fora dos sem espraiamento
desses espaço urbano
limites
equipamentos
A.2.2 proporção unidade habitacional por hectare61 abaixo de 25 menor ou igual no espaço
urbano
existência de uma uni/ha – casas 112,5 uni/
unifamiliares ha – blocos
relação equilibrada
entre densidade e com recuos habitacionais B.2.2 materiais com baixa energia incorporada e equipamentos empreendimentos em equipamentos
especificação de recicláveis empregados nos equipamentos e instalados não áreas consolidadas instalados utilizam
infraestrutura urbana (até dois baixos (2 ou 3 utilizam esses nas quais já constam esses materiais
pavimentos) pavimentos) em materiais resistentes mobiliário urbano
materiais equipamentos
em vias locais vias locais públicos
A.2.3 edificações baixas para redução de custos, edificações de edificações de
B.2.3 dimensionamento adequado ao usuário e à dimensionamento dimensionamento
edifícios com limites redução no de elevadores e melhorar o apartamentos apartamentos em
d esenho confortável funcionalidade não adequado adequado
de altura – de 4 a 5 contato direto com a rua com mais de 5 até entre 4 e 5
pavimentos pavimentos e ergonômico do
pavimentos
mobiliário
84
B.3 sistema de iluminação pública eficiente B.5 eficiência da rede de água, esgoto e drenagem 85

desempenho desempenho
indicador verificador não não se aplica sim indicador verificador não não se aplica sim
B.3.1 reconhecimento de obstáculos e da presença iluminação não iluminação
B.5.1 existência de equipamentos e mobiliários não se empreendimentos em identifica-se a
garantia de segurança de pessoas a uma distância máxima de 4 m adequada adequada identifica a áreas consolidadas presença desses
sistema da rede pluvial urbanos listados pela norma NBR 9283/8662
viária, citadina e completo (tubulação, presença equipamentos no
orientação visual canais de infiltração, desses espaço urbano
canteiros pluviais e equipamentos
B.3.2 adequabilidade da iluminância e ofuscamento não se identificam-se
bocas de lobo para a no espaço
respeito aos para orientabilidade no espaço de acordo identificam nomes das ruas, urbano
correta infraestrutura
valores adequados com a capacidade instalada nomes das ruas, números de
verde)
de iluminância e números de edifícios e outros
ofuscamento edifícios e outros elementos do
elementos do entorno urbano B.5.2 adequação da localização, do tipo de rede e aplicação não empreendimentos em aplicação
entorno urbano pela capacidade correto desenho, cálculo das instalações de vazão apropriada áreas consolidadas apropriada
pela capacidade instalada localização e
instalada dimensionamento da
rede de acordo com a
B.3.3 iluminação ativa durante o período necessário iluminação iluminação pública topografia e o sistema
temporalidade da pública ativa ativa durante todo viário
iluminação em partes o período noturno,
do período sem desperdícios B.5.3 localização de modo a possibilitar acesso aos poços não empreendimentos em poços acessíveis
noturno e no período diurno poços de visitas condutos para limpeza e inspeção acessíveis áreas consolidadas
eventualmente acessíveis
durante o
período diurno

B.3.4 altura dos postes apropriada à iluminação do altura dos altura dos postes ≥
adequação da espaço postes não 4m e ≥ a metade
capacidade de apropriada à da altura da
instalada luminosidade edificação mais
necessária próxima

B.4 sistema viário compatível com os materiais empregados B.6 projeto adequado para a rede de abastecimento de energia elétrica

desempenho desempenho
indicador verificador não não se aplica sim indicador verificador não não se aplica sim
B.4.1 materiais com baixa energia incorporada e materiais com empreendimentos em materiais com B.6.1 adequação da localização, do tipo de rede e aplicação não empreendimentos em aplicação
revestimentos recicláveis empregados nas vias de circulação elevado custo áreas consolidadas custo compatível correto desenho, cálculo das instalações de distribuição apropriada áreas consolidadas apropriada
adequados à à necessidade à necessidade de localização e
hierarquia viária de manutenção dimensionamento da
manutenção rede
86 B.7 projeto adequado para a rede de abastecimento de gás 87

desempenho
indicador verificador não não se aplica sim sustentabilidade cultural e emocional
B.7.1 união entre linha de transmissão e rede- Não atende empreendimentos em
áreas consolidadas
Atende
existência de estações suporte e entre a rede-suporte e distribuição,
reguladoras de
pressão
sendo necessário 1 para cada 80 ha A. revitalização urbana
B.7.2 adequação da localização, do tipo de rede e aplicação não empreendimentos em Aplicação
A.1 patrimônio, paisagem e identidade
correto desenho, cálculo das instalações de distribuição apropriada áreas consolidadas apropriada
localização e
dimensionamento da desempenho
rede
indicador verificador não não se aplica sim
C. desenvolvimento da economia local em centros de bairros A.1.1
desenho responsável
respeito ao patrimônio existente ausência ou
desrespeito
em áreas fora do
conjunto tombado
identificação e
preservação de
C.1 centralidades com mescla de funções e atividades em distâncias caminháveis contra a padronização às diretrizes
e restrições
patrimônios à
conservação e
e a banalização do
desempenho espaço construído locais regulamentação
indicador verificador não não se aplica sim existente
emergência de uma identidade própria banalização do identificação da
espaço sem cultura e saberes
C.1.1 existência para com bairros de 16-80 centros empreendimentos em centros locais com identificação
da cultura e
locais e tradicionais
aplicados à
completude das hectares em raios de 400 m a partir do ponto locais com áreas consolidadas distanciamento
centralidades em central distanciamento entre si de até saberes locais arquitetura
entre si maiores 400m
relação à população
atendida que 400 m A.1.2 identificação de elementos marcantes e ausência de elementos
singularidade do implantação que permita sua contemplação elementos marcantes e
ausência de marcantes e valorização do sítio
C.1.2 oferta de espaços para atividades corriqueiras
atividades para
empreendimentos em
áreas consolidadas
atividades que
atendam às
projeto de acordo com
a geografia e com a valorização do físico
concentração de e essenciais ao cotidiano da vida urbana
atendimento das necessidades história sítio físico
destinos (comércio/ necessidades primárias da
serviços) para os primárias da população local
pedestres e usos do população local
solo urbanizado

C.1.3 proximidade entre atividades proporcionando quando empreendimentos em quando houver A.2 proposição de economia de solo urbano
a multifuncionalidade não houver áreas consolidadas proximidade entre
coexistência de
proximidade comércio/serviço
comércio/serviço e
habitação
entre comércio/ e habitação dentro desempenho
serviço e
habitação dentro
do parcelamento
indicador verificador não não se aplica sim
do parcelamento
A.2.1 reaproveitamento dos espaços e/ ou destruição em áreas sem reaproveitamento
C.1.4 oferta de espaços para atividades nenhum
centro de
empreendimentos em
áreas consolidadas
ao menos
um centro de possibilidade de reuso reabilitação de moradias, equipamentos dos espaços ocupação dos espaços e
espaços para atividades de terras ou edifícios públicos e empreendimentos e edifícios reuso dos edifícios
desenvolvimento desenvolvimento existentes
comunitárias de em áreas degradadas
comunitário comunitário local
crescimento profissional ou abandonadas
local no bairro no bairro
88
B. legibilidade e orientabilidade C. identificabilidade 89

B.1 continuidade de caminhos C.1 agrupamentos com unidade e diversidade

desempenho desempenho
indicador verificador não não se aplica sim indicador verificador não não se aplica sim
B.1.1 presença de continuidade e integração no malha não malha integrada C.1.1 unidade de conjunto entre tipologias dentro sem unidade e unidade a cada
implantação de tecido urbano integrada ao ao entorno do presença de de um agrupamento de 20 habitações e sem diversidade 20 habitações
caminhos conectados entorno do empreendimento diversidade diversidade de conjuntos no contexto do e diversidade
para livre circulação no empreendimento tipológica e unidade bairro tipológica no
espaço urbano de pequenos conjunto
agrupamentos

B.2 conectividade entre bairro, definição de bairros heterogêneos e agrupamentos

desempenho C.2 identificação de efeitos visuais observados no campo visual do percurso


indicador verificador não não se aplica sim do pedestre
B.2.1 aspecto de diálogo entre os limites das sem limites limites de quadras
coerência entre os quadras: praças, parques, pequenos
comércios, áreas verdes, etc
de quadras e
bairros bem
e bairros bem
definidos
desempenho
limites de quadra
definidos indicador verificador não não se aplica sim
adequabilidade do gabarito entre os bairros incoerência em áreas densamente coerência entre os C.2.1 identificação de efeitos visuais no percurso
do pedestre entre o observador e a linha
menos que 50% de efeitos
entre os ocupadas gabaritos de bairros reconhecimento de 50% de efeitos
gabaritos de efeitos visuais no da massa construída e estreitamento,
bairros percurso do pedestre enclausuramento, alargamento, amplidão e
na caixa de via entre envolvimento
B.2.2 presença de elementos que se destacam
visualmente nas áreas limítrofes entre bairros
ausência de existência de
o observador e a linha
apresentação de marcos visuais marcos visuais e
como marcos visuais e pontos focais e pontos focais pontos focais nos da massa construída
características de
nos limites limites entre bairros na calçada
conjunto nas quadras,
entre bairros ou ou agrupamentos
marcos visuais e
pontos focais agrupamentos C.2.2 identificação de efeitos perspectivos:
conexão, direcionamento, realce,
reconhecimento de
efeitos visuais pelo emolduramento, impedimento e efeito y
B.2.3 existência de partes ou porções que se
expressam por configurações próprias ou
sem divisão em pequenos divisão em ângulo visual do
presença de em partes empreendimentos partes menores pedestre da massa
características de conjuntas menores diversificadas construída na caixa de
conjunto nas quadras diversificadas via e entre vias
90
notas de rodapé 91

1. Capra (2002), Mollissom (1998), Rueda (2000), Rogers (2001), Register (2002) e Dancey e Peck (2002).
2. Desenhos de alunos da disciplina de Projeto urbano 1, ministrada pela Prof. Liza Andrade na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de Brasília.
3. Esses levantamentos devem ser elaborados conforme regulamentação do Plano Diretor da região. Verificar Lei nº 5.022/2013 do Governo
do Distrito Federal.
4. Lei Federal nº 11.977/2009, que possibilita a regularização fundiária em APPs anterior a 31 de dezembro de 2007. E se o assentamento
estiver inserido em área urbana consolidada, estudo técnico deve comprovar que a intervenção programada implicará “melhoria das condi-
ções ambientais” relativamente à situação de ocupação irregular anterior.
5. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011.
6. Norma técnica sobre o Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575.
7. Fatores de desempenho adaptados da tese de doutorado Ao desocupado em cima da ponte: Brasília, arquitetura e vida pública (TENORIO,
2012). “Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização” (HOLANDA; KOHLSDOR; KOHLSDORF; VILLAS BOAS, 1985 - 1994).
8. Consultar Norma Técnica de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços E Equipamentos Urbanos – NBR 9050.
9. Serviços e comércio exigidos pelo Selo Azul da Caixa.
10. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
D. afetividade e simbologia 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
Federal.
D.1 laços afetivos através da agradabilidade visual e da simbologia63 11. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n°4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
desempenho 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
indicador verificador não não se aplica sim Federal.
12. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
D.1.1 diz respeito à fruição pela contemplação sem percepção percepção de
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
reconhecimento de coisas belas. Percepção de conjuntos dos conjuntos conjuntos nos
de cenas quanto à formados por sínteses. Capacidade de (agrupamentos agrupamentos (20 Federal.
agradabilidade do recordar um espaço pela memorização, e quadras) habitações) ou
planos de composição, ligação entre espaços quadras formados 13. Norma para Equipamentos urbanos – NBR9284.
lugar
soltos, similaridade, continuidade, clareza, por sínteses 14. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
originalidade, simplicidade ou complexidade
15. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
e dominância64
16. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
D.1.2 desperta sentimentos e evoca significados de
natureza simbólica. Capacidade de recordar
percepção de
17. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 104).
reconhecimento conjuntos nos
de cenas quanto à um espaço pela simbologia, conotação, agrupamentos (20 18. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
simbolização do lugar evocação de proximidade ou semelhança, habitações) ou
originalidade, volumetria, ornamentação e quadras evocando 19. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
significância65 significados de 20. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
natureza simbólica
21. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
92 93
22. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148). 46. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
23. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5. 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
24. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 96). Federal.
25. Norma para Equipamentos urbanos – NBR 9.284. 47. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
26. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Leis da Gestalt: figura como unidade, ligações entre partes 5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
soltas, elementos visualmente agrupados, similaridade (tamanho, forma, textura, cor). Federal.
27. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Qualidade semântica: relação de significado entre o objeto, 48. Norma para Equipamentos Urbanos – NBR 9284.
seu sinal e o observador: facilidade de apreensão, realce morfológico, singularidade da configuração ou característica, presença de poucos e 49. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p 16.
semelhantes elementos de composição, diversidade e abundância de elementos, continuidade, vínculos entre composições associadas. 50. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 16.
28. Esses levantamentos devem ser elaborados conforme regulamentação do Plano Diretor da região. Verificar Lei nº 5.022/2013 do Governo 51. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, .p 5.
do Distrito Federal 52. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável:desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 104).
29. Lei Federal nº 11.977/2009: possibilita a regularização fundiária em APPs anterior a 31 de dezembro de 2007. E se o assentamento esti- 53. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
ver inserido em área urbana consolidada, estudo técnico deve comprovar que a intervenção programada implicará “melhoria das condições 54. Esses dimensionamentos foram extraídos do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006).
ambientais” relativamente à situação de ocupação irregular anterior. 55. Esses dimensionamentos foram extraídos do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006).
30. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 116). 56. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
31. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 182). 57. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
32. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 182). 58. Esse fator de desempenho foi adaptado do livro Cadernos de desenho: ciclovias (GONDIM, 2006, p. 24).
33. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 182). 59. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 148).
34. Atender à Norma Técnica sobre Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse 60. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 5.
Social – NBR 15220. 61. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável: desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 96).
35. Esses fatores de desempenho foram adaptados do livro Urbanismo sustentável:desenho urbano com a natureza (FARR, 2013, p. 182). 62. Norma para Equipamentos Urbanos – NBR 9284.
36. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011. 63. KOHLSDORF, 2006.
37. Norma técnica sobre o Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575. 64. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Leis da Gestalt: figura como unidade, ligações entre partes
38. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9. soltas, elementos visualmente agrupados, similaridade (tamanho, forma, textura, cor).
39. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9. 65. Categorias Analíticas Morfológicas de Agradabilidade Visual e Simbolização. Qualidade semântica: relação de significado entre o objeto,
40. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 9. seu sinal e o observador: facilidade de apreensão, realce morfológico, singularidade da configuração ou característica, presença de poucos e
41. Os fatores de desempenho foram adaptados do Referencial Técnico de Certificação do Processo AQUA de 2011, p. 13. semelhantes elementos de composição, diversidade e abundância de elementos, continuidade, vínculos entre composições associadas.
42. Fatores de desempenho adaptados da tese de doutorado Ao desocupado em cima da ponte: Brasília, arquitetura e vida pública (TENORIO,
2012). “Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização” (HOLANDA; KOHLSDOR; KOHLSDORF; VILLAS BOAS, 1985, 1994).
43. Consultar Norma Técnica de Acessibilidade a Edificações, Mobiliário, Espaços e Equipamentos Urbanos – NBR 9050.
44. Serviços e comércio exigidos pelo Selo Azul da Caixa.
45. NBR n° 3: Índices e Indicadores Urbanísticos Gerais; NBR n° 4: Padrões Locacionais e Dimensionais para o Mobiliário Urbano; NBR n°
5: Padrões Locacionais e Dimensionais para Postos de Abastecimento; Decretos n° 16.248/1994 e n° 19071/1998 do Governo do Distrito
Federal.
94
listas de figuras e quadros Communities Assessor Manual. Development Planning Application. 2009.
95

Figura 1. 1 Fluxograma: correlações entre visões teóricas p.42 BRITO, Ana Lucia. Saneamento Ambiental nos Planos Diretores Municipais. In: SANTOS JUNIOR, Orlando Alves, MONTANDON e Daniel
Figura 1. 2 Síntese dos princípios, critérios, indicadores e verificadores da Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana p.44 Todtmann (orgs). Os Planos Diretores Municipais Pós-Estatuto da Cidade: balanço crítico e perspectivas. Rede de Avaliação e Capacitação
Quadro 1. 1 Princípios de Sustentabilidade desenvolvidos por Andrade (2005, p. ). p.30 para Implementação dos Planos Diretores Participativos. Ministério das Cidades/SNPU. Rio de Janeiro, 2011.
Quadro 1. 2 Descrição das dimensões morfológicas. Fonte: Queiroz (2000). Adaptado por Andrade et al. (2010). p.35
Quadro 1. 3 Cronograma dos movimentos de atribuição crítica-técnica segundo as Dimensões morfológicas. p.36 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF. Guia Selo Casa Azul: Boas práticas para habitação mais sustentável. São Paulo: Páginas & Letras -
Quadro 1. 4 Macrodimensões das dimensões morfológicas. Fonte: Andrade et al. (2010). p.36 Editora e Gráfica, 2010.
Quadro 1. 5 Métodos de Certificação adotados pelo método proposto p.38
Quadro 1. 6 Princípios de Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana p.46 CAPRA, F. A Teia da Vida: Uma Nova Compreensão Científica Dos Sistemas Vivos. São Paulo: Cultrix, 2012. 13 ed.
Quadro 1. 7 Síntese da metodologia de avaliação de Sustentabilidade e Qualidade da Forma Urbana p.52
Quadro 1. 8 Meios de verificação p.66 CIFOR. Testing criteria and indicators for the sustainable management of forests: Phase 1 Final report. Indonésia, 1996. p.2-72.

COSTA, Heloisa Soares de Moura; CAMPANATE, Ana Lúcia Goyatá; ARAÚJO, Rogério Palhares Zschaber. A Dimensão Ambiental nos Planos
referências Diretores de Municípios Brasileiros. In: SANTOS JUNIOR, Orlando Alves, MONTANDON e Daniel Todtmann (orgs). Os Planos Diretores Muni-
cipais Pós-Estatuto da Cidade: balanço crítico e perspectivas. Rede de Avaliação e Capacitação para Implementação dos Planos Diretores
ABSY, Miriam Laila et al. Avaliação de impacto ambiental: agentes sociais, procedimentos e ferramentas. Brasília: IBAMA, 1995. Participativos. Ministério das Cidades/SNPU. Rio de Janeiro, 2011.

ANDRADE, Liza Maria Souza de e Romero e Marta Adriana Bustos. Construção de indicadores de eficiência hídrica: desafio para a Ges DAUNCEY, Guy; PECK, Steven. 12 features of sustainable community development: social, economic and environmental benefits and two
tão ambiental Urbana. I International Congress on Environmental Planning and Management: Environmental Challenges of Urbanization In: case studies in sustainable community development in Canada. Retrieved October 15, 2009, from http://www.peck.ca/nua/.
Anais... Brasília: [s. n.], 2005.
ERICKSON, P. A. A practical guide to environmental impact assessment. San Diego: Academic, 1994. 266 p. apud RODRIGUES, G. S.; BUS
ANDRADE, Liza Maria Souza de. Agenda verde x Agenda marrom: inexistência de princípios ecológicos para o desenho de assentamentos
urbanos. Dissertação de Mestrado PPG-FAU/UnB. Brasília, 2005. CHINELLI, C. C. de A.; IRIAS, L. J. M.; LIGO, M. A. V. Avaliação de impactos ambientais em projetos de pesquisa II: avaliação da formulação
de projetos: versão I. Jaguariúna: EmbrapaCNPMA, 2000. 28 p. (Boletim de Pesquisa, 10).ROGERS, R. Cidades para um pequeno planeta.
ANDRADE, Liza Maria Souza de. Princípios de Sustentabilidade para a reabilitação de assentamentos urbanos. In: ROMERO, Marta Adriana Barcelona: Gustavo Gili, 2001, 180 p.
Bustos (Org.). Reabilitação Ambiental Sustentável Arquitetônica e Urbanística. Reabilita. Registro de Curso de Especialização a Distância.
PPG-FAU/UnB. Brasília, 2008, p. 344-411. FCAV- FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI. Referencial Técnico de Certificação: edifícios habitacionais - Processo AQUA. 2011.

ANDRADE, Liza Maria Souza de; COSTA E SILVA, Erika da; MEDEIROS, A. M.; TIMO, C. R. F. Sustentabilidade e urbanidade para Projeto de FOREST STEWARDSHIP COUNCIL - FSC. Padrões de certificação do FSC para manejo florestal em terra firme na Amazônia Brasileira. Brasí-
Habitação de Interesse Social Multifamiliar: Análise crítica e proposta para um novo modelo Par/Caixa em Samambaia – DF. In XIII Encontro lia: Grupo de Trabalho do FSC no Brasil, 1998. 33p.(documento 2.0)
Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído – ENTAC 2010.
HOLANDA, Frederico e KOHLSDORF, Gunter. A arquitetura como situação relacional. Grupo de pesquisa dimensões morfológicas no proces-
BUILDING RESEARCH ESTABLISHMENT – BRE. Building Research Establishment Environmental Assessment Methodology. BREEAM so de urbanização – PPG-FAU/UnB, Brasília. 1994.
96
IAIA – INTERNATIONAL ASSOCIATION FOR IMPACT ASSESSMENT. Principles of Environmental Impact Assessment Best Practice. Fargo:
IAIA, Special Publication v.1, 1999.

KOHLSDORF, Maria Elaine. Diretrizes gerais para as disciplinas de projeto de arquitetura e urbanismo. Curso de Arquitetura e Urbanismo -
Colegiado das disciplinas de Projeto de Arquitetura E Urbanismo do Centro Universitário UNIEURO. Brasília, 2006.

MOLLISON, Bill; SLAY, R. M. Introdução à Permacultura. Tradução: André Luis Jaeger Soares. Brasília: MA/ SDR/ PNFC. 1998.

NEGREIROS, Iara e ABIKO, Alex. Análise de método de avaliação ambiental para loteamentos urbanos: o LEED-ND e o EIA. In IV Encontro
Nacional e II Encontro Latino-americano sobre Edificações e Comunidades Sustentáveis. Campo Grande, MS. 2007.

REGISTER, Richard. Ecocities, building cities in balance with nature. Berkeley: Berkeley Hills Book, 2002.

RESENDE, ALECIO LARA. Os condomínios irregulares no DF: a certificação verde ou a busca pela sustentabilidade urbana? Brasília: Univer-
sidade de Brasília, 2009.

RIBAS, Otto. A sustentabilidade das cidades: os instrumentos de gestão urbana e a construção da qualidade ambiental. Tese de Doutorado
apresentada ao Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília. Brasília: CDS/UnB, 2003.

RODRIGUES, G. S.; BUSCHINELLI, C. C. de A.; IRIAS, L. J. M.; LIGO, M. A. V. Avaliação de impactos ambientais em projetos de pesquisa II:
avaliação da formulação de projetos: versão I. Jaguariúna: EmbrapaCNPMA, 2000. 28 p. (Boletim de Pesquisa, 10).

ROGERS, R. Cidades para um pequeno planeta. Barcelona: Gustavo Gili, 2001, 180 p.

RUEDA, Salvador. Modelos de ciudad: indicadores básicos y las escalas de la sostenibilidade. Barcelona: Quaderns – D’arquitetura e urba-
nismo – Collegio D’ Arquitetos de Catalunya, 2000.

SANTANA, G. V. Marketing da “sustentabilidade” habitacional: lançamentos imobiliários e ecologia urbana: em busca do equilíbrio. Rio de
Janeiro. Mauad x Inverde. 2013.

U.S. GRENN BUILDING COUNCIL – Pilot Version: LEED for Neighborhood Development Rating System. 2007.

VILLA, S. B.; ORNSTEIN, S. W. Qualidade ambiental na habitação: avaliação pós-ocupação. São Paulo. Oficina de textos. 2013.
qualidade
de projeto
arquitetônico

Cláudia Naves David Amorim,


Cristiane Guinancio,
Débora Félix Rodrigues Ikeda,
Elane Ribeiro Peixoto
2.1
100 101

A dimensão histórica da casa e seu significado lançam luz à

introdução habitação de interesse social.

Ao apresentarmos a metodologia desenvolvida para século XVIII e chave para compreender a casa burguesa do e convinha às demandas de uma sociedade de massa. Os máticas. No caso do Brasil podem-se considerar como
a avaliação e o monitoramento da qualidade de projetos século XIX como o apogeu de um longo percurso. À casa grandes conjuntos habitacionais surgiram nas periferias período áureo dessas realizações os conjuntos financia-
de arquitetura, acreditamos ser necessário tecer algumas burguesa somaram-se outras duas importantes noções: a de importantes cidades e nos anos de 1970 tornaram-se dos pelos Institutos de Aposentadorias e Pensões dos In-
considerações históricas sobre a habitação em geral e da de salubridade, com criativas soluções para arejar, ventilar objeto das mais ferrenhas críticas, pois eram vistos como dustriários – IAPIs – e as iniciativas nos anos de 1980 de
habitação de interesse social, tendo em vista o entendimento os cômodos enfumaçados pelo fogo das lareiras; e o de efi- desumanizados, destituídos de qualidades agregadoras de soluções situadas na esfera dos municípios e organizadas
dos problemas que lhe são inerentes. ciência, proveniente das contribuições de inúmeros atores, comunidades e de identidade. em cooperativas para a construção de residências para
A história da casa estende-se na longa duração. O ponto entre os quais as mulheres americanas e seus manuais de No âmago dessas críticas, encontra-se a consciência comunidades específicas.
de referência para a compreensão da moradia ocidental no bem gerir uma casa (RIBCZYNKI, 1996). de que o sentido da morada humana definido ao longo Porém, parece que os insucessos são mais numerosos,
século XX reporta-se ao Renascimento, momento em que a Na mesma medida em que a casa adquiria uma cres- de séculos havia se perdido. A casa burguesa do século bastando recordar as realizações do BNH, criado em 1964
casa inicia o processo de divisão e especialização funcio- cente especialização de seus espaços, ela também se XIX era e é ainda a referência que povoa o imaginário do para interromper a produção de habitações informais e a
nal de seus espaços. A casa renascentista na sua grande mecanizou. A presença das máquinas provocou mudan- homem ocidental. Privacidade e intimidade, salubridade e expansão desordenada das cidades. As soluções massifi-
maioria ainda pouco se diferenciava da casa medieval, ças dimensionais e técnicas nas moradias e não cessaram eficiência tornaram-se valores implícitos no conceito de boa cadas, expressas, sobretudo, pela construção de conjuntos
nelas as funções se sobrepunham em um único espaço, os de causá-las em decorrência das rápidas mudanças tec- moradia. A eles somam-se os valores estéticos, orientados habitacionais em grande escala, suas desvantajosas loca-
móveis eram poucos e a eles também correspondia uma nológicas que caracterizam o século XX. A casa foi me- pelo desejo de distinção e reconhecimento que a casa, no lizações, a falta de qualidade arquitetônica e construtiva
indeterminação equivalente ao espaço da casa. Todavia, taforicamente definida como uma máquina de morar. As sentido amplo de abrigo, atribui a quem a habita. demonstraram a fragilidade de uma gestão centralizadora
os primeiros passos para as noções de privacidade e in- experiências das vanguardas arquitetônicas do século XX A dimensão histórica da casa e seu significado lançam que ignorava qualquer partição popular. Ao se fazer um
timidade foram definitivamente dados neste momento da buscaram inventar novas tipologias, tais como as unidades luz à habitação de interesse social. Desde o século XIX balanço sobre a história das habitações de interesse social
história da casa no Ocidente e são concomitantes com o de habitação de Corbusier, as casas coletivas soviéticas, foram incontáveis as tentativas de responder às exigências no Brasil, não seria absurdo dizer que a opção sempre re-
surgimento do conceito de indivíduo. Porém, muito havia chamadas de condensadores sociais, ou ainda os estudos de populações urbanas inéditas em termos numéricos na caiu na quantidade de unidades produzidas, mais do que
ainda para se caminhar até que as noções de domesticidade ergonômicos desenvolvidos para racionalizar os espaços história das cidades. Leis higienistas, proposições de so- na qualidade delas.
e comodidade surgissem e ensejassem novas distribuições e atividades da moradia com proposições como a cozinha cialistas utópicos e ações de industriais filantropos ou de É ainda importante considerar que as políticas públi-
espaciais da casa. Primeiramente, deu-se a distinção dos de Frankfurt ou o conceito de espaço mínimo ideal. Muitas capitalistas interessados na obtenção de renda de aluguel cas de produção de habitação de interesse social (HIS)
ambientes de acesso público daqueles reservados à priva- dessas ideias foram testadas no segundo pós-guerra. A casa ou ainda políticas públicas proporcionaram versões dife- extrapolam o atendimento exclusivo de famílias carentes,
cidade da família, esses se multiplicaram e os seus móveis produzida por processos industriais parecia ser a resposta rentes de moradias. pois estão imbricadas numa ordem macroeconômica que
especializaram-se para propiciar conforto, noção datada do mais indicada para a urgência de reconstrução da Europa Muitas foram bem-sucedidas e tornaram-se paradig- ativa uma poderosa rede de produção da construção civil,
2.2
102 103
com geração de renda e trabalho. Portanto, equacionar como frisamos, as HIS não se limitam a construir objetos
quantidade e qualidade no âmbito da HIS requer considerar arquitetônicos isolados, mas de pensá-los a partir do todo, a
questões em geral desprezadas: à casa somam-se valores cidade. Portanto, questões como oferecimento de serviços,
que ultrapassam sua função de abrigo. Esses valores devem
ser entendidos como indispensáveis para a concepção de
uma metodologia de avaliação de realizações e políticas
equipamentos públicos, mobilidade, qualidade morfológica,
qualidade ambiental, relações entre bairros, entre bairros
e centralidades ou centralidade são imprescindíveis nesta
conceitos e definições
públicas que visem responder à demanda de HIS. escala.
São os valores definidos na história dos estabelecimen- A par das linhas mestras consideradas, a metodolo- Os conceitos e definições que apresentamos estão
tos humanos que devem ser considerados numa definição gia apresentada para a avaliação da qualidade do projeto organizados de forma hierárquica, segundo uma ordem
de qualidade para as políticas habitacionais. Portanto, a arquitetônico considera a qualidade de informação dada decrescente de complexidade.
casa deve ser entendida como morada, respondendo a pelos documentos técnicos. As referências para avaliação Pensar a casa como um processo implica concebê-la
dimensões individuais das famílias, pertencentes a grupos e aferição dessas informações são dadas, no caso da ar- com qualidades que permitam sua alteração ao longo do
sociais que partilham crenças, hábitos e modos de vida. Mas quitetura, pelas Normas Técnicas Brasileiras (NBR 13531, tempo, garantindo sua individualização, envolvendo as
a casa-morada não existe autônoma. Ela só se completa NBR 13532), que determinam os conteúdos relacionados questões distributivas do espaço, de acréscimo, de con-
na integração de um espaço social maior que extrapola a a cada fase de desenvolvimento de projetos. Interessa-nos forto e salubridade e de expressão estética para responder
dimensão da vizinhança imediata, para se conectar à cidade, o que define o conteúdo do projeto executivo, implicando adequadamente aos grupos familiares.
seus lugares de trabalho, de lazer de serviços e de exercício documentos técnicos e documentos escritos. As exigências
político. Considerada nesta abrangência, não se está diante discriminadas nesses documentos foram organizadas na
de um problema simples, pois não se trata de construir um forma de quadro, constituindo um  checklist, tendo em vista 2.2.1 flexibilidade
abrigo, mas de construir cidades, invertendo-se a lógica conferir as informações apresentadas, conforme Quadro-
modernista que considerava a cidade a somatória de suas Síntese da Metodologia. O primeiro princípio considerado é o da flexibilidade.
células habitacionais. Esclarecemos que nossa proposição de metodologia de Antes de defini-lo é preciso esclarecer que seu significado
Das recuperações históricas, extraímos linhas mestras avaliação da qualidade de projeto de arquitetura adotou o não é fixo e dado, mas foi construído no decorrer da história
orientadoras para o desenvolvimento da metodologia de que foi consensual entre as três equipes que desenvolveram da arquitetura, respondendo às prerrogativas de diversos
avaliação e monitoramento da qualidade de projetos ar- o conjunto dos trabalhos aqui apresentados. Em decorrên- períodos. Paiva (2002, p.167) considera um conceito de
quitetônicos. Estas linhas podem ser sintetizadas em duas cia desta opção definimos quatro princípios – flexibilidade, flexibilidade que, aqui, tomamos como referência. Ele está
dimensões: a da moradia e de sua inserção urbana. No funcionalidade, habitabilidade e acessibilidade –, que se orientado por três linhas: a primeira pauta-se pelo reconhe-
caso da primeira, é importante observar que ela deve ser desdobram em critérios de avaliação, indicadores e verifi- cimento e capacidade de trabalhar com situações prévias,
capaz de responder mais especificamente às necessidades cadores, estruturando os níveis de informação necessários em termos físicos e emocionais; a segunda implica todas as
individuais dos grupos familiares. Para isso, a casa-mo- à análise dos projetos de arquitetura. A seleção dos prin- proximidades com a construção de tal forma que a estrutura
rada deve ser concebida como um processo a se realizar cípios citados é referenciada na bibliografia que discute a se adapte às necessidades espaciais e não que essas sejam
ao longo do tempo, permitindo ajustes, modificações de moradia, tanto em sua historicidade quanto atualidade, com por ela ditadas; a terceira, por fim, diz respeito à capacidade
uso, ampliações, enfim, adaptações de ordem funcional e especial interesse em autores que abordam as habitações concreta de conectar espaços, proporcionando condições
simbólica. Na segunda dimensão, a da inserção urbana, de interesse social. de fácil uso. O conceito de flexibilidade dado por Paiva foi
104
Figura 2.1 - Adaptabilidade e Ampliabilidade
ampliado, visando à proposição de espaços polivalentes e A verificação das questões de ampliabilidade e de adap-
versáteis que permitem a individualização não só em termos tabilidade necessita de desenho para testar alternativas de
funcionais, ou de lógica produtiva, mas também de valores novas configurações da unidade habitacional. Para isso,
simbólicos e estéticos. elaboramos, por meio de estudos morfológicos, um ins-
Os estudos mais recentes sobre flexibilidade classificam- trumento que nos possibilite especular sobre os limites e
na em dois tipos: a inicial e a permanente. A inicial relacio- possibilidades de alteração das moradias (Figura 2.1).
na-se ao momento de concepção do projeto, construção Para este propósito é indispensável avaliar o sistema
e escolha da habitação. No momento de concepção, duas estrutural da habitação, sua cobertura, os sistema de es-
condições se estabelecem, sendo elas as estratégias proje- gotamento sanitário e abastecimento de água e energia, as
tivas do partido arquitetônico e/ou a participação do usuário circulações e a distribuição dos cômodos de forma que as
na definição do programa. No momento da construção, alterações possam ser realizadas sem riscos à estabilidade,
considera-se a participação do usuário por autoconstrução. funcionalidade e estética da moradia.
E por fim, no momento da escolha, implica a oferta de va-
riações de tipologias acessíveis aos interessados.
A flexibilidade permanente é a que se adéqua à con-
cepção de uma casa processo ou casa evolutiva e envolve 2.2.2 funcionalidade
uso múltiplo dos espaços (neutralidade e mutabilidade)
e alterações físicas da habitação, dentro ou fora de seu O segundo princípio considerado é o da funcionalidade.
perímetro (PAIVA, 2000). A funcionalidade pode ser entendida como a especialização
Com este entendimento do princípio de flexibilidade, dos compartimentos da casa em decorrência do atendimen-
assumida como permanente, consideramos dois critérios to a atividades específicas. Deve-se ter em consideração
para aferir a capacidade de individualização das habitações que essas compartimentações ocorreram ao longo de tempo
aos diferentes grupos sociais: adaptabilidade e ampliabi- e foram consequência de valores culturais, conquistas tec-
lidade. Cada um deles desdobra-se em verificadores com nológicas e valores simbólicos traduzidos na espacialidade
níveis de informação mais detalhadas. Temos: das habitações. Como referido, a noção de privacidade,
Adaptabilidade – a capacidade da edificação de ajustar- sincrônica à de indivíduo, as noções de higiene e conforto,
se às necessidades de seus usuários; para isso é necessário as conquistas das engenharias, a produção do maquinário
que haja cômodos neutros e que possibilitem usos múltiplos. doméstico contribuíram para a conformação de tipologias
Ampliabilidade – capacidade da habitação de sofrer de habitações ocidentais no século XIX. Basicamente, nesse
alterações com acréscimo de área ou não. No caso des- século podem-se identificar duas tipologias dominantes:
sas alterações, é imprescindível avaliar a concepção e o a casa burguesa e a casa operária. O que em especial as
dimensionamento estrutural, as instalações e o desenho diferencia são o número e o grau de especialização de
da cobertura e as alternativas apresentadas em manual cômodos, suas dimensões, o nível de mecanização, entre
dedicado ao usuário. outros. Para essas diferenças, a casa operária foi pensada,
Figura 2.2 - Rigor dimensional / Mobiliário com áreas de circulação
107
em certa medida, como uma réplica da casa burguesa em
menor escala, guardando seus esquemas distributivos e
suas funções básicas à morada humana.
Palermo / ABNT NBR 15.575 Para o princípio de funcionalidade consideramos dois
critérios: o programa arquitetônico e o rigor dimensional dos
ambientes da residência. O programa arquitetônico à es-
pecialização de cômodos ou ambientes para determinados
fins. Para efeito deste trabalho, consideramos os ambientes
julgados essenciais para uma habitação de interesse social,
tendo por referência os estudos de Palermo (2007) e do que
é definido pela NBR 15575 – Edificações Habitacionais:
Desempenho. Elaboramos, portanto, um rol de ambientes
considerados indispensáveis às HIS, sendo eles: ambientes
para o repouso, para o convívio social, para a preparação
de alimentos, higiene pessoal, higiene e manutenção geral,
estudos e atividades afins e para o armazenamento de
pertences diversos.
Todavia, a presença desses ambientes não garante em
si o bom desempenho da moradia. É necessário que os
espaços sejam corretamente dimensionados. Por esta razão
consideramos outro critério: o rigor dimensional. Para veri-
ficar os ambientes, são necessários estudos ergonômicos
que relacionem a eles um mobiliário mínimo, recomendado
pelo documento NBR 15575 – Edificações Habitacionais
Desempenho”, e os espaços para sua correta utilização.
Verificar se os ambientes estão corretamente dimensiona-
dos demanda experimentar as possibilidades de layout que
eles permitem. Para isso, propusemos um instrumento de
desenho apresentado como anexo à metodologia e que
servirá para responder se os ambientes são apropriados
às atividades para os quais foram propostos (Figura 2.2).
Esclarecemos que o mobiliário é padrão e os espaços de
utilização correspondem aos recomendados pela norma quadro 2.1
mencionada (Quadros 2.1, 2.2, 2.3).
108
quadro 2.1 disponibilidade de espaço para o mínimo necessário de quadro 2.2 dimensões mínimas de mobiliário e circulação 109

móveis/equipamentos-padrão tabela F1/ NBR 15575: Móveis e Equipamentos Padrão quadro F.2/ABNT – NBR 15575

atividades essenciais/cômodo móveis e equipamentos-padrão mobiliário


ambiente móvel ou dimensões [m] circulação observações
cama de casal + guarda – roupa + criado-mudo equipamento L P
dormir/ dormitório de casal (mínimo 1)

1,7 0,7
sofá de 3 lugares com braço

dormir/dormitório para duas duas camas de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo ou


pessoas (2º dormitório) mesa de estudo

1,2 0,7
sofá de 2 lugares com braço-

dormir/dormitório para uma cama de solteiro + guarda-roupa + mesa de estudo a largura mínima da

pessoa (3º dormitório) criado-mudo sala de estar deve ser

0,8 0,7
poltrona com braço prever espaço de de 2,40 m.
sofá de dois ou três lugares + armário/estante 0,50 m na frente do número mínimo de
estar + poltrona assento, para sentar, assentos determinado

1,5 0,7
sofá de 3 lugares sem braço levantar e circular pela quantidade de

cozinhar
fogão + geladeira + pia de cozinha + armário sobre a pia + sala de habitantes da unidade,
gabinete + apoio para refeição (2 pessoas)
estar considerando o número
sofá de 2 lugares sem braço
1,0 0,7 de leito

alimentar/tomar refeições mesa + quatro cadeiras

lavatório + chuveiro (box) + vaso sanitário. no caso de la-


poltrona sem braço
0,5 0,7
fazer higiene pessoal vabos, não é necessário o chuveiro

tanque (externo para unidades habitacionais térreas) + má-


poltrona sem braço
0,5 0,7 1 unidade, consideran-
do o número de leito
lavar, secar e passar roupas quina de lavar roupa
estante/armário para tv
0,8 0,5 0,5 m espaço para o móvel
obrigatório
estudar, ler, escrever, costurar, escrivaninha ou mesa + cadeira
reparar e guardar objetos diversos mesinha de centro ou cadeira
- - - espaço para o móvel
opcional
110 111
mesa redonda para 4 lugares cama de casal mínimo: 1 cama, 2
ø 0,95 - dormit. 1,4 1,9 criados-mudos e 1
estar/ casal guarda-roupa

jantar mesa redonda para 6 lugares


ø 1,2 -
largura mínima estar/ dormitório criado-mudo circulação mínima É permitido somente
jantar ou jantar isolado: principal 0,5 0,5 entre o mobiliário e/ou 1 criado-mudo, quando
2,40m paredes de 0,50 m o 2º interferir na abertu-

jantar/ mesa quadrada para 4 lugares


1,0 1,0
circulação mínima guarda-roupa ra de portas do

copa de 0,75 m a partir mínimo: 1 mesa para 4 1,6 0,5 guarda-roupa


da borda da mesa pessoas. O lado menor
mesa quadrada para 6 lugares (espaço para afastar da mesa pode ser camas de solteiro
copa/ 1,2 1,2 a cadeira e levantar) encostado na parede, 0,8 1,9
cozinha desde que haja espaço dormit. circulação mínima
mesa retangular para 4 lugares
1,2 0,8
para seu afastamento,
quando de sua utiliza-
para 2 criado-mudo
0,5 0,5
entre as camas de
0,60 m. demais cir-
mínimo: 2 camas, 1
criado-mudo e 1 guar-
ção. pessoas culações, mínimo de da-roupa
mesa retangular para 6 lugares 2º dormitório guarda-roupa 0,50 m
1,2 0,8 1,5 0,5
pia mesa de estudo espaço para o móvel
1,2 0,5 0,8 0,6 - opcional
circulação mínima largura mínima de cozi-
fogão de 0,85 m frontal à nha: 1,50 m cama de solteiro
0,55 0,6 pia, fogão e gela- mínimo: pia, fogão e 0,8 1,9
deira geladeira e armário dormit. circulação mínima
cozinha geladeira
para 1 criado-mudo
0,7 0,7
entre as camas de mínimo: 1 cama,
0,5 0,5 0,60 m. demais cir- 1 guarda-roupa e 1
pessoa culações, mínimo de criado-mudo
3º dormitório
- - -
armário sob a pia e gabinete espaço obrigatório para armário 0,50 m
móvel 1,2 0,5
apoio para refeição espaço opcional para mesa de estudo espaço para o móvel
(2 pessoas). - - - móvel 0,8 0,6 - opcional
112
lavatório quadro 2.3 disponibilidade de espaço para inclusão de novo mobiliário 113

0,39 0,29
lavatório com bancada
0,8 0,55 atividades inclusão dimensões circulação
essenciais/ de novo mínimas mínima
vaso sanitário (caixa acoplada) largura mínima do ba- cômodos mobiliário L P exigida (m)
0,6 0,7 circulação mínima nheiro: 1,10 m, exceto

0,5 0,5 0,5


de 0,4 m frontal ao no box. dormir/dormitório de casal mínimo exigido + criado- mudo

banheiro vaso sanitário


0,6 0,6
lavatório, vaso e mínimo: 1 lavatório, 1
bidê vaso e 1 box.

0,5 0,5 0,5


dormir/dormitório para duas mínimo exigido + criado- mudo
box quadrado pessoas (2º dormitório)
0,8 0,8
0,5 0,5 0,5
dormir/dormitório para uma mínimo exigido + criado- mudo
box retangular pessoa (3º dormitório)
0,7 0,9
0,8 0,7 0,5
estar mínimo exigido + poltrona com

-
bidê Peça Opcional braço
0,6 0,6
1,2 0,5 0,5
cozinhar mínimo exigido + armário

área de tanque
0,52 0,53
circulação mínima
de 0,50 m frontal ao
mínimo: 1 tanque e 1
máquina (tanque de no
serviço tanque e máquina mínimo alimentar/tomar refeições mínimo exigido + armário
0,4 0,4 0,35
máquina de lavar roupa de lavar 20 l).
0,6 0,65
0,8 0,55 0,5
fazer higiene pessoal + bancada com pia

1,2 0,5 0,5


lavar, secar e passar roupas mínimo exigido + armário
NOTA 1. Esta Norma não estabelece dimensões mínimas de cômodos, dei- NOTA 2. Em caso de adoção em projeto de móveis opcio-
xando aos projetistas a competência de formatar os ambientes da habitação nais, as dimensões mínimas devem ser obedecidas.

0,8 0,6 0,7


segundo o mobiliário previsto, evitando conflitos com legislações estaduais estudar, ler, escrever, costurar, mínimo exigido + mesa de
ou municipais que versam sobre dimensões mínimas dos ambientes. reparar e guardar objetos diversos estudos
Figura 2. 3
114
2.2.3 habitabilidade 115

zoneamento
O princípio da habitabilidade aplicado à moradia en- Habitacionais), o RTQ-R (Regulamento Técnico da Quali- bioclimático
volve as questões de conforto, segurança e salubridade. dade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações
Segundo Bonduki (1998), este conceito diz respeito ao Residenciais), a NBR 15220-3 (Desempenho Térmico de brasileiro
conjunto de aspectos que interferem na qualidade de vida Edificações – Zoneamento Bioclimático Brasileiro e Diretrizes (NBR 15220-3)
e na comodidade dos moradores, bem como na satisfação Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse
de suas necessidades físicas, psicológicas e socioculturais. Social) e o Guia Selo Casa Azul da Caixa Econômica Federal.
Por meio desse conceito, poder-se-iam visualizar questões No caso desse último, a referência adotada foi a obtenção
como a do conforto ambiental: luminoso, térmico, acústico da qualificação de categoria bronze. A partir da análise
e táctil; segurança do usuário e salubridade domiciliar e do feita com os referidos documentos foram identificadas as
seu entorno, que seriam as mesmas questões envolvidas recomendações que devem ser seguidas para se obter
na fruição, usufruto e construção do espaço arquitetural. adequadas condições de conforto térmico, ventilação e
O conceito de Habitabilidade da Unidade Habitacional está iluminação naturais.
associado ao conceito de ambiência, vinculado à neces- Essas recomendações consideram desde a orientação
sidade de se estar confortável em termos de: adequação da edificação, os materiais que compõem as paredes e co-
sociocultural (materiais locais em que foram feitos móveis, berturas, a existência e ângulos mínimos de proteção solar
utensílios e em que foram elaborados pisos, paredes e tetos) das aberturas, a proporção de aberturas para iluminação e
e adequação ambiental (temperatura, ventilação, luminosi- ventilação naturais e porosidade mínima da edificação para
dade e da quantidade e qualidade do ruído inserido dentro se obter o mínimo de ventilação natural.
do espaço arquitetural). De acordo com a NBR 15575 e NBR 15220-3, as estraté-
No âmbito da presente pesquisa, selecionaram-se como gias de condicionamento térmico passivo são apresentadas
critérios mínimos derivados do princípio de habitabilidade: em conjunto com o Zoneamento Bioclimático Brasileiro que
a existência de instalações prediais, o conforto ambiental compreende oito diferentes zonas (Figura AII.4).
e a estanqueidade à umidade. A NBR 15220-3 define para cada zona bioclimática3
Para as instalações hidrossanitárias, consideramos a diretrizes e parâmetros de projeto relativos ao tamanho Z1 - 00,8%

existência de sistemas de abastecimento de água e coleta das aberturas para ventilação, necessidade de existência Z2 - 06,4%

de esgoto, efetuados por redes públicas ou alternativas. de proteção das aberturas, vedações externas (tipo de Z3 - 06,5%
Nas questões de conforto, especificamente relacionadas parede externa e tipo de cobertura) bem como estratégias Z4 - 02,0%
ao conforto térmico, ventilação e iluminação naturais quatro de condicionamento térmico passivo. Z5 - 05,6%
documentos foram as bases para a definição do que con-
Z6 - 12,6%
siderar na avaliação do projeto tendo em vista a obtenção
Z7 - 12,6%
de condições espaciais favoráveis. Esses documentos são:
Z8 - 53,7%
a ABNT NBR 15575 (Norma de Desempenho – Edificações
116 117
A NBR 15575 e Selo Azul da CAIXA indicam qual é a correta composição das paredes e cobertura objetivando atender A proteção solar dos ambientes em relação à orientação utilizados em fachadas, dentre os quais pórticos, varandas,
à transmitância térmica4 visando ao desempenho térmico da habitação em padrões aceitáveis. De acordo com a NBR solar é uma recomendação dada pelo RTQ-R. Protetores beirais, marquises, brises, cobogós e pergolados. Os prote-
15575, as transmitâncias das paredes e coberturas devem seguir o recomendado nos Quadros.5 e.6. solares são elementos utilizados para barrar os raios solares tores solares podem ser verticais (representados pelo ângulo
sem impedir a visão e a ventilação, reduzindo o excesso beta), horizontais (representados pelo ângulo alfa) e mistos
de luminosidade nos ambientes internos (BITTENCOURT, (representados pelos ângulos alfa e beta em conjunto),
2004, p.20). Pilotto Neto (1980, p. 54) afirma que os pro- podendo ser fixos ou móveis. Os protetores solares móveis

quadro 2.4 transmitância térmica da cobertura


(NBR 15220-3)
tetores solares são elementos construtivos utilizados para devem ser manipulados pelos usuários para serem posi-
atenuar a ação dos raios solares, modificando os ângulos de cionados de acordo com a necessidade (BITTENCOURT,
incidência de modo a permitir uma iluminação por reflexão 2004; AMORIM, 2007).
transmitância térmica (U) - W/m² . K (IKEDA, 2012, p. 37). Cada fachada tem uma necessidade diferente de pro-
As proteções solares nas fachadas podem proteger as teção solar, por isso deve-se primeiramente identificar os

zonas 1 e 2 zonas 3 a 6 zonas 7 e 8 janelas dos ganhos térmicos solares e, ao mesmo tempo, azimutes (ângulos formados com a normal de cada fachada
preservar a visibilidade celeste e reduzir o ofuscamento; em relação ao norte geográfico) para se propor quais os
α ≤ 0,6 α > 0,6 α ≤ 0,4 α > 0,4 no entanto, podem diminuir os níveis de iluminação natural ângulos de proteção são adequados para cada uma.

U ≤ 2,30 U ≤ 2,3 U ≤ 1,5 U ≤ 2,3 FV U ≤ 1,5 FV


internamente. Como a luz refletida pelas proteções solares é
uma fonte potencial de ofuscamento, devem ser cuidadosa-
Com relação aos ângulos de proteção solar, o RTQ-R
apresenta um quadro com os ângulos mínimos que garan-
mente localizados, para evitar o campo visual dos usuários tem a proteção solar para cada fachada, considerando a
α é a absortância à radiação solar da superfície externa da cobertura. (BROWN; DEKAY, 2004, p. 283; IKEDA, 2012, p. 37). dimensão das janelas.
NOTA: O fator ventilação (FV) é estabelecido na ABNT NBR 15220-2 Existem vários tipos de proteção solar que podem ser

quadro 2.6 ângulos mínimos indicados para protetores solares


quadro 2.5 transmitância térmica de paredes externas
(NBR 15220-3)
para a cidade de Brasília Fonte: BRASIL, 2010

transmitância térmica (U) - W/m² . K fachada Norte área da janela < 25% área do piso
α βd βe γd γe
- - - - -
Brasília α βd βe γd γe
zonas 1 e 2 zonas 3, 4, 5, 6, 7 e 8 edificações residenciais área da janela > 25% área do piso
- - 30º - 30º
αa ≤ 0,6 αa > 0,6

U ≤ 2,5 U ≤ 3,7 U ≤ 2,5


fachada Sul área da janela < 25% área do piso
α
-
βd
-
βe
-
γd
-
γe
-
Brasília α βd βe γd γe
edificações residenciais área da janela > 25% área do piso
αa é a absortância à radiação solar da superfície externa da parede. - - - - -
118 119
fachada Leste α βd βe γd γe Além dos protetores solares visando ao conforto da entre a profundidade e a altura da abertura em ambientes
área da janela < 25% área do piso
- - - - - moradia, o RTQ-R apresenta outras recomendações pro- de permanência prolongada.
Brasília α βd βe γd γe jetuais que têm o mesmo fim. Dentre elas, podemos subli- Com relação ao atendimento à proporção entre a área
edificações residenciais área da janela > 25% área do piso
- - 30º - 30º nhar o atendimento à proporção entre a área de abertura de abertura para ventilação com relação à área do piso, o
para ventilação em relação à área do piso; a proporção de RTQ-R recomenda que as unidades habitacionais devam
aberturas para propiciar a ventilação natural cruzada nas atender aos seguintes pré-requisitos de ventilação natural:
fachada Oeste área da janela < 25% área do piso α βd βe γd γe fachadas; o atendimento à porosidade5 mínima para pelo a) As áreas mínimas de abertura para ventilação para
- - - - - menos duas das fachadas; o atendimento ao percentual ambientes de permanência prolongada e cozinhas devem
Brasília
área da janela > 25% área do piso α βd βe γd γe de abertura para iluminação natural em relação à área do obedecer às áreas mínimas de abertura considerada a área
edificações residenciais
- - - - - piso; adequada refletância do teto; atendimento à relação de piso dos ambientes.

fachada Nordeste área da janela < 25% área do piso


α βd βe γd γe
- - - - -
Brasília
área da janela > 25% área do piso α βd βe γd γe
edificações residenciais
percentual de áreas mínimas para ventilação em
- - 30º - 30º
quadro 2.7 relação à área de piso
Fonte: adaptado de NBR 15575-4, ABNT, 2013
fachada Sudeste área da janela < 25% área do piso α βd βe γd γe
- - - - -
Brasília
edificações residenciais área da janela > 25% área do piso α βd βe γd γe percentual de abertura para ventilação
- - - - - ambiente em relação à área de piso (A)

ambientes de ZB 1 a 6 ZB 7 ZB 8
fachada Noroeste área da janela < 25% área do piso
α βd βe γd γe
permanência
- - - - - A≥8 A≥5 A ≥10
Brasília prolongada e cozinha
área da janela > 25% área do piso α βd βe γd γe
edificações residenciais
- - 30º - 30º

fachada Sudoeste área da janela < 25% área do piso α βd βe γd γe


Brasília - - - - - Nota: Nas ZB 1 a 7 e nas cidades que possuam médias mensais das temperaturas mínimas abaixo de 20°C, as aberturas

edificações residenciais área da janela > 25% área do piso α βd βe γd γe para ventilação devem ser passíveis de fechamento durante o período de frio (excetuam-se as áreas de ventilação de segu-
- - - - - rança como as relativas às instalações de gás).
120 121
O percentual de abertura para ventilação (A) é calculado a seguir: dos lavabos (50% mais 1), deve ser garantido por uma Com a apresentação destas recomendações concluímos
de acordo com a equação a seguir: ou mais aberturas para o exterior. A soma das áreas de a indicação de algumas das principais formas de verificar
aberturas para iluminação natural desses ambientes deve o atendimento mínimo de conforto térmico e luminoso no
corresponder a no mínimo 1/10 da área do piso. Para o projeto de unidades habitacionais.
Em que: cômputo desta área é considerada apenas a área passível Podemos, então, tratar de um outro critério de análise
A1: somatório das áreas efetivas de aberturas para ven- de desobstrução total, excluindo caixilhos. relacionado ao princípio da habitabildade: estanqueidade
Em que: tilação localizadas nas fachadas com maior área de abertura Observação: Em cozinhas iluminadas pela área de à umidade. A partir das NBR 15.575 – Edificações Habita-
A: percentual de abertura para ventilação em relação à para ventilação (m²); serviço, a abertura para iluminação da área de serviço cionais – Desempenho, são indicadores importantes para
área de piso (%); A2: somatório das áreas efetivas de aberturas para ven- deve corresponder a no mínimo 1/10 da área do piso, a qualidade do projeto de arquitetura, considerando este
AA: área efetiva de abertura para ventilação (m2), sendo tilação localizadas nas demais fachadas (m²). considerando a soma das áreas de piso da cozinha e da critério, a impermeabilização de componentes construtivos,
que para o cálculo desta área somente são consideradas área de serviço. (RTQ-R, 2012 p. 30, 31). escoamento e proteção contra infiltração de água em áreas
as aberturas, as quais permitem a livre circulação do ar, Com relação ao atendimento à porosidade6 mínima o molhadas e cobertura. Os indicadores foram desdobrados
devendo ser descontadas as áreas de perfis, vidros e de RTQ-R (2012, p. 132) recomenda que: Para garantir adequada iluminação natural, o RTQ-R em verificadores que podem ser observados no projeto
quaisquer outros obstáculos; recomenda ainda que cada ambiente de permanência pro- executivo, nos memoriais e recomendações. A título de
Ap: área de piso do ambiente (m2). [...] unidade habitacional de até dois pavimentos deve longada, cozinha e área de serviço/lavanderia deve ter re- exemplo, podemos citar a especificação ou indicação de
comprovar a existência de porosidade mínima de 20% fletância do teto acima de 60%. barras impermeáveis em paredes, caimento de pisos de áre-
Com relação ao atendimento à proporção de aberturas em pelo menos duas fachadas com orientações distintas, Para o atendimento à relação entre a profundidade e a as molhadas, impermeabilização de fundações, entre outros.
para propiciar a ventilação natural cruzada nas fachadas o expressa pela relação entre a área efetiva de abertura para altura da abertura em ambientes de permanência prolon-
RTQ-R recomenda que: ventilação e a área da fachada (a verificação da porosidade gada, o RTQ-R orienta que:
é feita para cada fachada). 2.2.4 uso sustentável de
[...] unidade habitacional deve possuir ventilação cruzada [...] a profundidade de ambientes de permanência prolongada, energia e água
proporcionada por sistema de aberturas compreendido Para o atendimento ao percentual de abertura para cozinha e área de serviço/lavanderia (50% mais 1) com
pelas aberturas externas e internas. Portas de acesso iluminação natural com relação à área do piso o RTQ-R iluminação natural proveniente de aberturas laterais deve ter Seria um equívoco grosseiro não considerar os aspectos
principal e de serviço não serão consideradas como orienta que: profundidade máxima calculada através da Equação xx. Caso de sustentabilidade nos empreendimentos do programa Mi-
aberturas para ventilação. O projeto de ventilação natural existam aberturas em paredes diferentes em um mesmo nha Casa, Minha Vida. O conceito de sustentabilidade é muito
deve promover condições de escoamento de ar entre [...] o acesso à iluminação natural em ambientes de ambiente, deverá ser considerada a menor profundidade. amplo e sua vulgarização nada contribuiu para seu esclareci-
as aberturas localizadas em pelo menos duas diferentes permanência prolongada deve ser garantido por uma (SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL, 2010, p. 105, 106). mento. Muito pelo contrário, terminou por borrar fronteiras e
fachadas (opostas ou adjacentes) e orientações da ou mais aberturas para o exterior. A soma das áreas de tornar os limites do termo menos nítidos. Na construção civil,
edificação, permitindo o fluxo de ar necessário para aberturas para iluminação natural desses ambientes deve sustentabilidade abrange desde a concepção do projeto, com
atender condições de conforto e higiene. As aberturas corresponder a no mínimo 1/8 da área do piso. Para o as implicações de ordem espacial e técnica, a construção de
devem atender à proporção indicada na equação [...], cômputo desta área é considerada apenas a área passível Em que: edifícios, o tratamento dos resíduos, o uso dos materiais, a
(RTQ-R, 2012, p. 29), de desobstrução total, excluindo caixilhos. O acesso P: profundidade do ambiente (m); logística construtiva, o aspecto social dos trabalhadores, até
à iluminação natural em cozinhas, áreas de serviço/ ha: distância medida entre o piso e a altura máxima da o seu ciclo de vida, manutenção e demolição. Os estudos
lavanderias e na maioria dos banheiros, com exceção abertura para iluminação (m), excluindo caixilhos. de Ken Yeang (2006) são referências importantes, pois eles
122
ilustram a complexidade que o uso do termo “sustentabili- Quase metade da energia elétrica consumida no País é
dade” na arquitetura pode adquirir. Para o arquiteto malaio, usada nos edifícios, seja em iluminação, seja no condiciona-
o edifício deve ser concebido como ser vivo e inserido numa mento térmico dos ambientes ou no funcionamento de ele-

L11 L12
matriz inspirada nas cadeias alimentares. trodomésticos. Portanto, além de grandes investimentos na
No processo de concepção, construção, uso e manuten- melhoria da captação de água, da produção de energia, e da
ção do edifício e seu fim são considerados os aportes ener- educação da população urbana a respeito do uso sustentável
géticos que o sustentam. A matriz ao lado sintetiza a energia de recursos naturais é necessário que o projeto arquitetônico
necessária à construção do edifício, à sua manutenção, as esteja comprometido com este princípio.
trocas que realiza com o meio em que se encontra. Esse Cientes dos limites do que propomos, consideramos
tipo de avaliação é de fato uma grande contribuição para as como princípio de avaliação o uso sustentável de recursos

L21 L22
questões ambientais. Mas considerar abordagens semelhan- naturais, restringindo-nos ao de controle do consumo de água
tes como condição necessária para uma boa qualidade das e energia na fase de uso das residências. Nos projetos de
construções de habitação de interesse social reprovaria toda habitação de interesse social, em especial, pode-se verificar a
a experiência que até o momento se realizou no País. Por esta eficiência no consumo de energia e água por meio da especi-
razão, buscou-se um mínimo de exigência a considerar no ficação de componentes economizadores de energia e água,
âmbito da metodologia de avaliação da qualidade do projeto entre os quais podemos lembrar os sensores de presença, as
de arquitetura que ora se apresenta. Tomamos por documento minuterias ou lâmpadas eficientes, medidores individuais de
de referência o Guia do Selo Casa Azul. gás e de água e especificação de bacias sanitárias dotadas
Considerando os 53 critérios apresentados nesse docu- de sistema de descarga econômico.
mento, organizados em seis categorias, elegemos, além dos Ou por meio da previsão da implementação de sistemas
obrigatórios, outros que podem mais facilmente ser respon- alternativos economizadores de energia e recursos naturais,
didos pelos construtores das moradias. Ressalta-se que as como: aquecimento solar com reservatório acoplado com
categorias referidas limitam-se àquelas que dizem respeito à volumes mínimos proporcionais à quantidade de dormitórios
sustentabilidade do edifício, como objeto a ser construído e da residência, coletores e reservatórios de água pluvial e
nas demandas sociais que lhe são inerentes. Essas implicam sistema de aproveitamento de águas pluviais com dispositivo
incluir os trabalhadores do canteiro de obras, assim também de descarte de águas iniciais, entre outros sistemas.
como seus futuros moradores.
A água potável e a energia elétrica, recursos necessários
L11 = trocas energéticas externas
para a sobrevivência humana, dão suporte ao modo de vida 2.2.5 acessibilidade
contemporâneo. A vida urbana, confortável e prática depende L22 = trocas energéticas internas
diretamente do acesso a esses recursos. Sua produção ocorre O princípio da Acessibilidade baseia-se nos propósitos ex- L12 = trocas do meio externo com o interno
com grandes custos para a natureza – sua fonte original é pressos na Norma Brasileira NBR 9050, que visa a proporcionar
L21 = trocas do meio interno com o externo
finita. Racionalizar o seu consumo é uma das melhores for- “[...] à maior quantidade possível de pessoas, independente-
mas de garantir que os recursos estarão sempre disponíveis. mente de idade, estatura ou limitação de mobilidade ou percep- (YEANG, 1999)
124
ção, a utilização de maneira autônoma e segura do ambiente, direta e fácil, pois o morador responderá à avaliação a partir de quadro 2.8 quadro síntese - qualidade do projeto arquitetônico 125

edificações, mobiliário, equipamentos urbanos e elementos”. sua experiência de habitar a nova casa.
Cabe frisar que para responder aos selos de qualidade da Caixa Ambas as circunstâncias, portanto, consideram que um prin- princípios critérios indicadores
Econômica Federal é necessário que, do total de unidades do cípio básico da avaliação da qualidade do projeto de arquitetura
empreendimento, 3% respondam às exigências da NBR 9050. é dado a partir do ponto de vista do usuário (GARVIN,1992). flexibilidade adaptabilidade às neces- possibilidade de alteração de usos e expansão
Como esta norma é muito abrangente e detalhada, selecio- Com base nesse princípio, a avaliação da qualidade focaliza o sidades do usuário
nou-se o que especificamente diz respeito ao espaço arquitetô- produto, o usuário e a produção. Para isso são estabelecidas
nico, sendo as questões relativas ao espaço urbano tratados em combinações das dimensões de desempenho, características, funcionalidade atendimento às principais existência e correto dimensionamento dos ambientes segundo a norma de
capítulo próprio. O espaço arquitetônico compreende o interior confiabilidade, conformidade, durabilidade, atendimento, estética necessidades humanas desempenho
dos edifícios e os espaços de uso coletivo. e qualidade percebida. A abordagem baseada no produto relacio-
Dessa forma, para o interior da residência, consideramos na as dimensões de desempenho, características e durabilidade. habitabilidade instalações prediais existência de sistema domiciliar de abastecimento de água, energia elétrica e gás,
como indicador o correto dimensionamento dos elementos A abordagem baseada no usuário fundamenta-se na dimensão adequadas coleta de esgoto, escoamento de águas pluviais e segurança contra incêndio
construtivos, com atenção às portas, circulação, rampas, pa- estética e qualidade percebida. Para os objetivos da avaliação do
tamares, sanitários e dimensão de dormitórios. produto unidade habitacional são aplicáveis os focos no produto e conforto ambiental adequada utilização de estratégias de condicionamento térmico passivo, orien-
No espaço coletivo, o indicador adotado foi a sinalização no usuário. No caso da metodologia proposta, consideramos que satisfatório tação e proteção solar de ambientes e composição dos elementos construtivos
específica, verificada em portas de sanitários e sinalização tátil o produto foi contemplado na avaliação dos princípios anteriores,
nos percursos, além de sua presença nos banheiros adaptados, cabendo, portanto, considerar a avaliação por parte do usuário. adequado desenho e dimensionamento das aberturas e especificação de
portas, rampas. Assim, incluímos a apreciação da qualidade arquitetônica a dispositivos para ventilação e iluminação conforme RTQ-R
partir da ótica do usuário, envolvendo as dimensões da estética
e da qualidade percebida. A consulta sobre o grau de adequação estanqueidade à adequada impermeabilização de componentes construtivos, escoamento e
2.2.6 satisfação do usuário da moradia às necessidades da família e de sua beleza indica o umidade proteção contra infiltração de água em áreas molhadas e cobertura
nível de satisfação. As necessidades da família estão relacionadas
A qualidade de projeto arquitetônico, além de responder à existência dos ambientes para o acolhimento das diferentes uso sustentável eficiência de consumo especificação de componentes economizadores de energia e água e medição
aos parâmetros técnicos, conceituais e legais aplicáveis, deve atividades humanas e a particularidades relativas a hábitos e
de recursos de energia e água individualizada
igualmente considerar a Satisfação das expectativas dos usuá- modos de vida. A satisfação com a beleza encontra-se no âmbito
rios. Consideramos duas possibilidades para a avaliação deste da subjetividade do usuário.
naturais sistemas alternativos economizadores de energia e recursos naturais.
princípio. A primeira antes de a residência estar construída e a Os princípios e critérios apresentados são os que permane-
segunda, quando estiver pronta e habitada. No primeiro caso, a ceram na versão final da metodologia depois de ter sido posta acessibilidade atendimento das exigências da corretos dimensionamentos de elementos construtivos e sinalização
avaliação recai sobre o entendimento que o morador tem de sua à prova. Com este último princípio, fechamos a metodologia de norma técnica brasileira nbr 9050
futura casa, o que pode ser aferido pelos documentos que lhe avaliação da qualidade do projeto de arquitetura que apresenta- para o total das unidades
são oferecidos, tais como cadernos informativos com desenho mos a seguir, na forma de quadros-sínteses de razoável amplitude,
facilmente legíveis de tal forma a garantir a compreensão funcional todavia, de fácil leitura. satisfação do efetividade da concepção satisfação do usuário com a adequação da moradia
da casa, suas possibilidades de uso e sua qualidade plástica. Apresentamos a seguir a ferramenta operacional completa da de projeto
usuário
No caso da segunda, com a moradia pronta, a avaliação é mais Metodologia de Avaliação da Qualidade de Projeto Arquitetônico. Satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
126
ferramenta operacional consolidada - qualidade do projeto arquitetônico altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na
127

c) preparação de alimentos
mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na
princípios critérios indicadores verificadores espaço de utilização * s | n | na
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na
flexibilidade adaptabilidade às neces- possibilidade de cômodos neutros s | n | na d) higiene pessoal
sidades do usuário alteração de usos e previsão de espaço de trabalho s | n | na mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na
- ver figura 2.1 adaptabili- expansão independência entre vedação e estrutura s | n | na espaço de utilização * s | n | na
da-de e ampliabilidade cobertura permite ampliação s | n | na altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na
ampliação sem prejuízo da iluminação e ventilação e) limpeza e manutenção geral
natural dos ambientes internos s | n | na mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na
fossa e sumidouro dimensionados prevendo-se espaço de utilização * s | n | na
ampliação da unidade habitacional – anexo qua- altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na
dro de dimensionamento de fossa s | n | na f) estudo e atividades afins
previsão de novos circuitos elétricos s | n | na mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na
previsão de ampliação da capacidade de armaze- espaço de utilização * s | n | na
namento de água potável s | n | na altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na
manual de utilização da habitação com alternati- altura mínima de pé-direito direito para
vas de expansão da unidade habitacional s | n | na corredores é de 2,30 m
funcionabi- atendimento às principais existência e correto a.1) repouso dormitório do casal habitabilidade instalações prediais ade-existência de sistema domi- projeto de segurança contra incêndio
necessidades humanas dimensionamento mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na quadas ciliar de abastecimento de aprovado nos órgãos competentes s | n | na
lidade
* ver figura 2.2 e quadros dos ambientes espaço de utilização * s | n | na água, energia elétrica e gás, rede pública de abastecimento de água s | n | na
2.1, 2.2 e 2.3 segundo a norma altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na coleta de esgoto, escoa- poço s | n | na
de desempenho a.2) repouso dormitório 2 pessoas mento de águas pluviais e rede pública de coleta de esgoto s | n | na
mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na segurança contra incêndio sistema alternativo s | n | na
espaço de utilização * s | n | na conforto ambiental adequada utilização de zona 4 e 6 (estratégias existência de sombre-
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na satisfatório estratégias de condicio- de condicionamento amento das aberturas s | n | na
a.3) repouso dormitório 1 pessoa namen-to térmico passi- térmico passivo a serem verão: h) resfriamento evaporativo
mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na vo, orientação e proteção analisadas pela zona e massa térmica para resfriamento
espaço de utilização * s | n | na solar de ambientes e bioclimática específica) s | n | na
altura mínima de pé-direito direito 2,50 m s | n | na composição dos elemen- verão: j) ventilação seletiva (nos
b) convívio familiar e social tos construtivos períodos quentes em que a tem-
mobiliário mínimo exigido pela norma * s | n | na peratura interna seja superior à
espaço de utilização * s | n | na externa) s | n | na
128
princípios critérios indicadores verificadores adequado desenho e dimen- zona ambientes atende ñ atende
129

sionamento das aberturas e anexo 3 - quadro sala de estar


habitabilidade conforto ambiental adequada utilização de zona 4 e 6 (estratégias inverno: b) aque- especificação de dispositivos de desconto das quarto 1
satisfatório estratégias de condicio- de condicionamento cimento solar da para ventilação e iluminação esquadrias RTQ-R quarto 2
namento térmico passivo, térmico passivo a serem edificação s | n | na conforme RTQ-R. zona 4 e 6: aberturas cozinha
orientação e proteção solar analisadas pela zona inverno: c) vedações médias em que a≥ 7%
de ambientes e compo- bioclimática específica) internas pesadas (inér- da área do piso
sição dos elementos cia térmica) s | n | na atendimento à porosi- fachadas atende ñ atende
construtivos zona 4 e 6: as aberturas dos cômodos dade mínima de 20% fachada 1
cômodos de permanência fachada norte s | n | na para pelo menos 2 das fachada 2
prolongada (salas e dormitó- fachada leste s | n | na fachadas (RTQ-R) fachada 3
rios) recebem insolação direta fachada sul s | n | na fachada 4
durante o inverno. fachada oeste s | n | na A2/A1 ≥ 0,25 em que:
proteção ângulo A1: somatório das áreas de aberturas para ven-
cômodos s n antende ñ antende tilação localizadas nas fachadas da orientação
quartos com maior área de abertura para ventilação (m²)
salas A2: somatório das áreas de aberturas para
cozinha ventilação localizadas nas fachadas das demais
banheiro orientações (m²) s | n | na
serviço pelo menos 50% dos banheiros, com exceção
zonas antende ñ antende de lavabos, devem possuir ventilação natural. s | n | na
correta composição da parede segundo utilização de dispositivos especiais (como
a norma 15.575/selo casa azul caixa venezianas móveis, peitoris ventilados, torres de
ver anexo 3: quadro 3, 3.a e 4 zona 4 e vento e outros), que favoreçam o desempenho da
6: absortância ≤ 0,6 u ≤ 3,7 w/m2.k ventilação natural, da incidência de chuvas e dos
absortância > 0,6 u ≤ 2,5 w/m2.k raios solares e a manutenção da privacidade s | n | na
zonas antende ñ antende na zona bioclimática 8, as aberturas intermediárias
correta composição da cobertura se- (portas, rasgos, etc.) devem apresentar permeabi-
gundo norma 15575/selo azul caixa lidade em relação à circulação do ar, quer seja na
ver anexo 3: quadro 3.b e 5 zona 4 e 6: própria folha da esquadria, quer na forma de ban-
absortância ≤ 0,6 u ≤ 2,3 w/m2.k deiras móveis ou rasgos verticais. a área livre desses
absortância > 0,6 u ≤ 1,5 w/m2.k componentes deve corresponder a, no mínimo, 30%
da área da abertura intermediária quando esta esti-
ver fechada e devem ser passíveis de fechamento s | n | na
130
princípios critérios indicadores verificadores estanqueidade a adequada impermeabili- existência de impermeabilização da fundação s | n | na
131

umidade zação de componentes apresentação de barras de impermeabilização em


habitabilidade conforto ambiental adequado desenho e 1 - aberturas para ambientes atende ñ atende construtivos, escoamento e regiões sujeitas à deposição de água s | n | na
satisfatório dimensionamento das iluminação natural em sala de estar proteção contra infiltração existência de impermeabilização do contrapiso das
aberturas e especifica- ambientes de perma- quarto 1 de água em áreas molha- áreas externas e molhadas. s | n | na
ção de dispositivos para nência prolongada: quarto 2 das e cobertura existência de caimento pisos externos => 0,5% s | n | na
ventilação e iluminação a soma das áreas de adequado de piso: pisos internos => 0,5 a 1% s | n | na
conforme RTQ-R. aberturas deve corres- box chuveiro => 1 a 2% s | n | na
ponder a, no mínimo, pias de cozinha e lavatórios: especificação de
1/8 da área do piso rodabanca e azulejo s | n | na
2 - aberturas para ambientes atende ñ atende diferença de nível entre áreas molhadas e áreas
iluminação natural cozinha secas demarcadas por soleira. s | n | na
em cozinhas, área de a. de serviço inclinação adequada dos telhados s | n | na
serviço e lavanderias: cobertura em telha cerâmica: especificação de
a soma das áreas de rufos e beiral mínimo s | n | na
aberturas deve corres- cobertura em telha plana: especificação de rufos e
ponder a, no mínimo, pingadeiras s | n | na
1/10 da área do piso especificação e detalhamento dos encontros entre
refletância do teto deve atende ñ atende planos de telhados, calhas, rufos, pingadeiras e
ser maior que 60%. esquadrias s | n | na
relação entre a profun- cômodos estanqueidade a águas pluviais na cobertura s | n | na
didade do ambiente e a salas s | n | na pingadeiras e/ou frisos nas fachadas s | n | na
altura da abertura: p≤ 2,6 h cozinha (em cozinha inclinação e pingadeira em peitoril nas janelas s | n | na
p = profundida- integrada com área diferença de nível na soleira da porta de entrada s | n | na
de do ambiente de serviço, conside- uso eficiência de consu- especificação de compo- sensores de presença, minuterias ou lâmpadas
h = altura do piso ao topo rar a profundidade mo de energia e água nentes economizadores de eficientes em áreas comuns dos condomínios s | n | na
da janela dos dois ambientes). s | n | na
sustentável energia e água e medição medidores individuais de gás, certificados pelo
quartos s | n | na de recursos individualizada. inmetro, para todas as unidades habitacionais s | n | na
antende ñ antende naturais sistema de medição individualizada de água s | n | na
janelas: a cota do peitoril deve estar especificação em todos os banheiros e lavabos,
posicionada a, no máximo, 100,cm do de bacia sanitária dotada de sistema de descarga
piso interno, e a cota da testeira do vão com volume nominal de seis litros e com duplo
no máximo a 220 cm a partir do piso acionamento (3/6 L) s | n | na
interno
132
princípios critérios indicadores verificadores sanitários as barras de apoio devem ter diâmetro de
133

3 cm e distante a 4,5cm da parede.

uso eficiência de consu- sistemas alternativos eco- unidades habitacionais dotadas de sistema individual dentro do box do chuveiro deverá ter um
mo de energia e água nomizadores de energia e de aquecimento solar com reservatório acoplado s | n | na banco de dimensões mínimas (45 x 70
sustentável recursos naturais casa com 1 a 2 dormitórios, reservatório do cm) a uma altura de 46 cm do chão s | n | na
de recursos sistema de aquecimento solar com capacidade lavatório com barra de proteção a 80 cm

naturais mínima de 200 litros s | n | na do chão s | n | na


casa com 3 dormitórios, reservatório do sistema existência de barras de apoio auxiliando
de aquecimento solar com capacidade mínima a utilização de pias, bacias sanitárias e
de 250 litros s | n | na chuveiros s | n | na
coletores e reservatórios de água pluvial s | n | na dimensiona- área de manobra em 360º com raio de
sistema de aproveitamento de águas pluviais com mento dos 150 cm
dispositivo de descarte de águas iniciais s | n | na dormitórios s | n | na
acessibilidade atendimento das corretos dimensionamen- portas vão livre mínimo de 80 cm s | n | na portas de informação visual, localizada no centro da
exigências da Norma tos de elementos construti- demarcação nítida de soleiras s | n | na sanitários porta ou na parede adjacente s | n | na
Técnica Brasileira vos e sinalização circulação largura útil entre 90 cm e 120 cm devidamente sinalização tátil em braile ou texto em
NBR 9050 para o (corredores, rampas e escadas) s | n | na sinalizadas relevo s | n | na
total das unidades rampas inclinação máxima de 8,33% s | n | na sinalização sinalização tátil direcional em áreas de circu-
largura da rampa recomendada entre tátil nos lação na ausência ou interrupção da guia de
120 cm e 150 cm s | n | na percursos balizamento ou da linha-guia identificável s | n | na
comprimento do patamar no mínimo a existência de piso tátil de alerta implantado
de 150 cm s | n | na perpendicularmente ao sentido de deslocamento
existência do prolongamento do (faixa tátil direcional), nas seguintes situações:
corrimão s | n | na no início e término de escadas e rampas s | n | na
Piso antiderrapante nas rampas s | n | na ao longo de toda a extensão onde houver
portas maçanetas do tipo alavanca e puxador risco de queda s | n | na
horizontal s | n | na satisfação efetividade da con- satisfação do usuário com atendimento atende atende atende
sanitários medida de área ideal para box de bacia cepção de projeto a adequação da moradia às necessida- satisfato- parcial- insatisfato-
do usuário
sanitária 150 L x 170 C s | n | na des da família riamente mente riamente
altura da descarga de 1,00 do seu eixo
ao piso s | n | na satisfação do usuário com beleza da mora-
box chuveiro: largura mínima livre de 90 a dimensão estética da dia quanto aos
x 90 cm.área de transferência: avanço moradia aspectos físicos
da parede de 30 cm s | n | na da construção
2.3
134 135

considerações à avaliação da
qualidade de projeto arquitetônico
Os princípios apresentados, desdobrados em critérios, em gráficos simples, como os do tipo “pizza”, que depois
indicadores e verificadores, foram organizados em qua- podem ser unidos em um único, cujo objetivo é visualizar
dro-síntese objetivando a construção de um instrumento o desempenho global da qualidade de projeto.
orientador da avaliação e monitoramento da qualidade do Consideramos importante demonstrar o desempenho
projeto arquitetônico. Para aplicá-lo é preciso primeiramente específico de cada princípio, assim como o do conjunto
que toda a documentação técnica exigida pelas Normas formado por eles. Vale ressaltar que os gráficos resultam
Brasileiras 13531 esteja reunida e disponível para os avalia- de uma soma numérica de respostas SIM, NÃO E NÃO
dores7. Para refinar o que propusemos, submetemos nosso SE APLICA aos verificadores de cada princípio, ou seja,
instrumento a testes que nos permitissem avaliá-lo. Esta o 100% de cada gráfico corresponde ao número total de notas de rodapé
experiência demonstrou a necessidade de simplificação do verificadores que cada princípio possui, e esse número de
quadro, implicando a exclusão de critérios que demandariam verificadores pode variar de um princípio para o outro. 3. Região geográfica homogênea quanto aos elementos climáticos que interferem nas relações entre ambiente construído e conforto humano
conhecimentos teóricos mais exigentes, como, por exemplo, As sucessivas simplificações permitiram atingir um re- de acordo com a NBR 15220-3.
noções de topologia. Além dessa decisão, revisamos os sultado mais sintético. Mesmo assim, é importante ressaltar 4. Transmitância térmica (U) [W/(m²K)] é a transmissão de calor em unidade de tempo e através de uma área unitária de um elemento ou
textos para que, de maneira mais econômica, eles pudes- que sua aplicação demandaria a preparação prévia de seus componente construtivo; neste caso, dos vidros e dos componentes opacos das paredes externas e coberturas, incluindo as resistências
sem comunicar objetivamente seu conteúdo. A verificação executores. Isto poderia ser feito a partir de treinamentos superficiais interna e externa, induzida pela diferença de temperatura entre dois ambientes (RTQ-R, p.13).
da metodologia foi, portanto, orientada pela preocupação e cursos preparatórios que poderiam ser ministrados a 5. Para o RTQ-R, porosidade é a relação entre as áreas efetivamente abertas para ventilação e as áreas impermeáveis à passagem do vento.
com sua aplicação, que possivelmente será feita pelos distância, ou mesmo por meio de material didático auto- 6. Para o RTQ-R, porosidade é a relação entre as áreas efetivamente abertas para ventilação e as áreas impermeáveis à passagem do vento.
agentes públicos, responsáveis pelo financiamento e gestão explicativo, como são exemplos os bons tutoriais. Somente 7. Desenhos: planta geral de implantação, planta de terraplenagem, cortes de terraplenagem, plantas de coberturas, plantas de pavimento,
das moradias. Na aplicação do quadro, os percentuais de com pessoal devidamente preparado, competente para cortes, elevações, plantas, cortes e elevações de ambientes especiais, detalhes (plantas, cortes, elevações e perspectivas) de elementos da
respostas aos verificadores SIM, NÃO ou NÃO SE APLI- aplicação e leitura dos resultados da metodologia proposta, edificação e de seus componentes construtivos ( portas, janelas, bancadas, grades, forros, beirais, parapeitos, revestimentos e seus encon-
CA permitem visualizar um cenário de desempenho para poder-se-ia vislumbrar uma alteração positiva no quadro tros, impermeabilização e proteções).
cada princípio (contabilizando seus respectivos critérios e que hoje se desenha acerca das políticas habitacionais de Textos: memorial descritivo da edificação, memorial descritivo dos elementos da edificação, das instalações prediais (aspectos arquitetôni-
indicadores), apontando o grau de desempenho da con- âmbito nacional. cos), dos componentes construtivos e dos materiais de construção, memória quantitativa dos componentes construtivos e dos materiais de
cepção arquitetônica. As respostas podem ser traduzidas construção, perspectivas (opcionais), maquetes (opcionais), fotografias etc. (opcionais), recursos audiovisuais (opcionais).
136
listas de figuras e quadros IKEDA, Débora Félix R. Análise de projeto com foco em iluminação natural: aprimoramento e validação de um método. 2012. Dissertação
137

(Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de Brasília, 2012.


Figura 2.1 Adaptabilidade e Ampliabilidade p.105
Figura 2.2 Rigor dimensional / Mobiliário com áreas de circulação p.106 JOHN, Vanderley Moacyr; Prado, Racine Tadeu A. (Coord.). Boas práticas para habitação mais sustentável. São Paulo: Páginas & Letras,
Figura 2. 3 Zoneamento bioclimático brasileiro (NBR 15220-3) p.115 2010.
Quadro 2.1 Disponibilidade de espaço para o mínimo necessário de móveis/equipamentos-padrão (Tabela F1/ NBR 15575) p.108
Quadro 2. 2 Dimensões mínimas de mobiliário e circulação (Quadro F.2/ABNT – NBR 15575) p.109 MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).
Quadro 2. 3 Disponibilidade de Espaço para Inclusão de Novo Mobiliário p.113 Regulamento Técnico da Qualidade – RTQ para o Nível de Eficiência Energética de Edificações Residenciais. Brasília: MDIC, 2012.
Quadro 2. 4 Transmitância térmica da cobertura (NBR 15220-3) p.116
Quadro 2. 5 Transmitância térmica de paredes externas NBR 15220-3) p.116 PAIVA, Alexandra Luísa Severino de Almeida e. Habitação flexivel: analíse de conceitos e soluções. Lisboa: Faculdade de Arquitectura da
Quadro 2. 6 Ângulos mínimos indicados para protetores solares para a cidade de Brasília (Fonte: BRASIL, 2010) p.117 Universidade Técnica de Lisboa, 2002.
Quadro 2. 7 Percentual de áreas mínimas para ventilação em relação à área de piso (Fonte: adaptado de NBR 15575-4, ABNT, 2013) p.119
Quadro 2. 8 Quadro Síntese - Qualidade do Projeto Arquitetônico p.125 PALERMO, C. E. Habitação social: uma visão projetual. In: COLÓQUIO DE PESQUISAS EM HABITAÇÃO “COORDENAÇÃO MODULAR E
MUTABILIDADE”, 2007, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: EAUFMG, abr. 2007. Disponivel em: <http:/www.arq.ufmg.br/mom/coloquio-
mom/>. Acesso em: 17 abr. 2013.
referências
PILLOTO NETO, Egydio. Cor e iluminação nos ambientes de trabalho. São Paulo: Liv. Ciência e Tecnologia,1980.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15220-3. Desempenho térmico de edificações. Parte 3: Zoneamento bioclimático
brasileiro e estratégias de condicionamento térmico passivo para habitações de interesse social. Rio de Janeiro: ABNT, 2005 RIBCZYNKI, Witold. Casa: pequena história de uma ideia. Tradução de Betina von Staa. Rio de Janeiro: Record, 1996

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575. Edificações habitacionais: desempenho. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
AMORIM, Cláudia Naves David. Paranoá: Cadernos em Arquitetura e Urbanismo 3. (número temático Luz Natural). Brasília: PPG/FAU, UnB, Tecnologia – INMETRO Portaria n.º 449 , de 3 de outubro de 2014.
2007.
YEANG, Ken. Proyectar com la naturaleza. Barcelona: Gustavo Gili, 2006.
BITTENCOURT, Leonardo. Uso das cartas solares: diretrizes para arquitetos. Maceió: EdufaL, 2004.

BONDUKI, Nabil. Origens da habitação social no Brasil: arquitetura moderna, lei do inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Fapesp,
1998.

BROWN, G. Z.; DEKAY, Mark. Sol, vento e luz: estratégias para o projeto de arquitetura. Tradução de Alexandre Ferreira da Silva. Porto Ale-
gre: Bookman, 2004.

GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva, Rio de Janeiro: Qualitymark, 1992.
qualidade
construtiva

Márcio Buson
Vanda A. G. Zanoni
3.1
140

Os ciclos avaliativos devem permear todo o ciclo

introdução de vida do empreendimento, de forma contínua,


integrada e sistematizada

A metodologia de monitoramento e avaliação da qua- diversas fases e etapas do ciclo de vida do empreendimento. figura 3.1 fase 1
agentes
etapa 1 políticas habitacionais
lidade construtiva, aqui apresentada, é resultado de uma Os ciclos avaliativos devem permear todo o ciclo de
institucionais
série de etapas cumpridas ao longo dos processos de con- vida do empreendimento, de forma contínua, integrada e Sistematização
cepção, desenvolvimento, aplicação piloto e consolidação sistematizada (Figura 3.1), retroalimentando o processo de das fases e etapa 2 instrumentos das políticas habitacionais:
planos, programas, ações e atividades
da metodologia, como uma ferramenta concebida para melhoria da qualidade construtiva nas diversas esferas de etapas dos ciclos
ser capaz de avaliar a qualidade construtiva, na fase de responsabilidade (institucional, empresarial e do usuário). avaliativos
uso, das unidades habitacionais produzidas por meio do A metodologia proposta, neste capítulo, enquadra-se fase 2 etapa 3 planejamento e concepção
agentes
Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), em todo o no desenvolvimento de uma ferramenta que visa avaliar empresariais
território nacional. o produto na escala da unidade habitacional, na etapa de
Os empreendimentos de habitação de interesse social uso, operação e manutenção (Etapa 7 da Figura 3.1), sem, etapa 4 projetos
apresentam grande variabilidade, tanto no processo de no entanto, deixar de considerar aspectos das etapas an-
produção como nos produtos. Vários pesquisadores, entre teriores e posterior.
eles Formoso et al. (2003), Formoso e Ino (2003), Picchi O objetivo é avaliar o produto na fase de uso, isto é, etapa 5 produção

(1993), Souza e Abiko (1997), Ioshimoto (1998), Barros Neto avaliar a qualidade da produção habitacional após certo
(1999), Sabbatini (2003), Fiess et al. (2004), Bartz (2007), período de vida útil em serviço. Sugere-se que a avaliação
Richter (2007), Zanoni e Basso (2007, 2009), Berr e Formo- seja realizada entre dois e cinco anos de uso da unidade etapa 6 entrega do produto

so (2012), Balbim et al. (2012), Thomaz e Del Mar (2013), habitacional, ainda dentro dos prazos de garantia legal.
discutem aspectos da complexidade da cadeia produtiva O período proposto para a realização das avaliações,
da construção e da diversidade dos contextos regionais e por meio de vistorias, na fase pós-ocupação, atende às fase 3 etapa 7 uso, operação e manutenção (pós ocupação)
usuários
locais, a grande incidência de manifestações patológicas, a exigências da NBR 15575-1 quanto aos prazos mínimos
ausência ou deficiência de mecanismos sistematizados para decorridos para as avaliações de campo: “Do ponto de
monitoramento e avaliação da qualidade construtiva, nas vista da durabilidade, as avaliações de campo só devem etapa 8 final da vida útil de projeto
3.2
142 143
ser aceitas se a construção ou instalação tiver ocorrido há
pelo menos dois anos” (ABNT, 2013).
A concepção desta metodologia foi fundamentada no
conjunto de normas brasileiras, principalmente, no conjunto
de normas NBR 15575 – Edifícios Habitacionais – Desempe-
nho (ABNT, 2013). As normas de desempenho constituem-
fundamentação conceitual
se, no estágio atual, na mais importante base referencial
de critérios para a qualidade construtiva na produção ha-
bitacional brasileira. Visto que as normas de desempenho
reportam-se às outras normas brasileiras, por vinculação,
considera-se que as normas citadas também integram a
base referencial para a avaliação da qualidade construtiva. A qualidade construtiva pode ser entendida como a
Os princípios, critérios, indicadores e verificadores se- ausência de defeitos, a conformidade com os requisitos (es-
lecionados para compor esta metodologia de avaliação e pecificações) e a adequação ao uso. A ausência de defeitos
monitoramento foram baseados em referenciais consagra- e o atendimento aos requisitos estabelecidos junto ao cliente
dos na área da qualidade construtiva, entre eles Formoso e podem ter um impacto positivo em termos de diminuição
Ino (2003), Ornstein e Romero (1992), Formoso et al. (2003), dos custos e redução no número de reclamações, aumen-
Picchi (1993), Wood Jr. e Urdan (1994), Souza e Abiko (1997), tando a satisfação dos usuários. A adequação ao uso mostra
Juran e Godfrey (1998), Arditi e Gunaydin (1999), Abiko e que as necessidades e as expectativas dos clientes foram
Ornstein (2002), Roméro e Ornstein (2003), IEE/PUCSP atendidas, gerando satisfação (JURAN; GODFREY, 1998).
(2006), Mitidieri, Cleto e Weber (2007), Bartz (2007), Richter Para Garvin (1992) a qualidade é obtida quando são
(2007), Berr e Formoso (2012), Brasil (2004, 2014), Thomaz preenchidos os seguintes quesitos: desempenho, carac-
e Del Mar (2013). terísticas especificadas, durabilidade, atendimento aos
Este capítulo foi estruturado de forma a apresentar as requisitos, estética, qualidade percebida, conformidade e
principais partes que constituem uma metodologia, a saber: confiabilidade. Para Arditi e Gunaydin (1999), o atendimento
princípios, critérios de análise, indicadores e seus verifi- aos requisitos deve satisfazer as expectativas do usuário, os
cadores, meios de verificação, instrumentos de coleta de atributos e especificações dos projetos, dos construtores e
dados, procedimentos e critérios de avaliação dos dados das exigências legais.
e forma de apresentação dos resultados. Considera-se que a população atendida pelos progra-
mas de interesse social, principalmente da faixa 1, possui
baixa capacidade de se posicionar em relação às dimensões
da qualidade, porque dispõe de pouca referência ou expe-
riência vivenciada quanto à qualidade de uma construção.
Parte da produção habitacional de interesse social atende
144
a uma população oriunda de áreas de extrema precarieda-
de do habitat, em condições inadequadas de salubridade
e corretiva da unidade habitacional, a serem realizadas
ao longo da vida útil da edificação, para conservar a sua a avaliação da produção
habitacional deve ser
ambiental, oriunda de áreas de risco ou de irregularidade capacidade funcional e de seus sistemas constituintes, de
urbanística, além de baixo nível de instrução. Assim, no forma a garantir o tempo de vida útil previsto em projeto. A
que tange à qualidade, essas populações exercitam baixo adequação ao uso, assim como as demandas por manuten-
nível de exigência, pois não possuem experiência anterior ção, está diretamente relacionada à qualidade construtiva.
ou conhecimento tácito para avaliar comparativamente o
produto adquirido. Por isso, a metodologia apresentada
neste trabalho está ancorada na avaliação dos resultados do
A qualidade construtiva dos empreendimentos de inte-
resse social e de suas unidades habitacionais começa a ser
delineada quando são estabelecidas, no âmbito da esfera
um mecanismo de
proteção ao consumidor
produto final, na fase de pós-ocupação, quando se verifica pública, as Políticas Habitacionais, seus programas, ações
o efetivo atendimento das necessidades dos usuários na e instrumentos, que resultam em produtos habitacionais.
fase de uso, buscando tutelar uma população que apresenta Esta fase caracteriza-se pela determinação dos condicio-

e de monitoramento das
fragilidade na defesa das garantias de seus direitos. nantes institucionais. Trata-se dos requerimentos indutores
Historicamente, as trincas e a umidade estão entre as da qualidade construtiva da fase subsequente, que ocorre
principais patologias que ocorrem nas habitações de in- sob a responsabilidade e interesses dos empreendedores.

construtoras
teresse social. No entanto, com a entrada dos sistemas Portanto, a qualidade construtiva não depende somente dos
construtivos inovadores devem-se avaliar outras ocorrên- agentes empresariais, mas também das decisões tomadas
cias, além das trincas e umidade. pelos agentes institucionais.
Considerando a falta de histórico de manutenção para os No âmbito local e na escala do empreendimento, as
sistemas inovadores, os desembolsos financeiros requeridos etapas de planejamento, concepção do produto, elaboração
para pagar os gastos com as operações e manutenções de projetos, processo de produção e entrega do produ-
preventivas das edificações devem ser de conhecimento to resultam em produtos de maior qualidade construtiva
dos intervenientes e devem ser explicitados nos contratos e na medida em que os empreendedores (incorporadoras
outros documentos técnicos. As operações e manutenções e construtoras) sejam aderentes aos compromissos com
preventivas geram custos que não são do conhecimento a sistematização e controle de cada etapa do processo,
do usuário quando da escolha e aquisição do imóvel. Esse buscando a efetividade e a melhoria contínua por meio da
equacionamento entre os custos de venda e os custos de retroalimentação baseada na avaliação e monitoramento da
manutenção e operação exigidas pelo imóvel compõe o sua produção. A rigor, essas fases caracterizam-se pelos
custo global da edificação e deve ser declarado para que condicionantes econômicos e financeiros que exercem forte
o comprador possa fazer escolhas conscientes ao adquirir influência nas decisões sobre o empreendimento. Portanto,
a sua casa própria. a qualidade construtiva depende de uma maior exigência
A fase de uso, operação e manutenção envolve direta- no cumprimento das obrigações e responsabilidades ine-
mente o usuário que passa a ter responsabilidades sobre rentes aos construtores e incorporadores durante o prazo
as condições de ocupação e de manutenção preventiva de garantia legal e ao longo da vida útil do imóvel.
3.3
146 147
Os indicadores selecionados para compor esta meto- toramento da qualidade construtiva não substitui, em ne-
dologia de avaliação da qualidade construtiva foram pen- nhum momento, os procedimentos obrigatórios de Inspeção
sados com o propósito de servir como referência para a Predial padronizados pelas normas brasileiras como uma
retroalimentação das políticas e ações visando à melhoria
da produção de habitação de interesse social no país.
Normalmente, os indicadores de desempenho para as
exigência a ser cumprida pelos usuários. Os resultados
das avaliações da qualidade construtiva não devem ser
usados como justificativa da ausência ou suspensão dos
princípios, critérios,
etapas de planejamento, concepção de projeto e constru-
ção do empreendimento são contemplados amplamente
pelos mecanismos dos sistemas de gestão da qualidade
procedimentos padronizados de Inspeção Predial para ma-
nutenção das edificações que são obrigações normativas
dos proprietários e síndicos.
indicadores e verificadores
que operam nas fases que antecedem a entrega do em-
preendimento.
Na etapa pós-entrega da unidade habitacional, cabe
da qualidade construtiva
aos usuários exigir o atendimento às ocorrências (falhas ou
danos), fazendo cumprir os aspectos legais dos prazos de
garantia. A solução ágil das ocorrências depende da efeti- Neste item são descritos os princípios e os critérios de
vidade dos mecanismos relacionados à assistência técnica análise a serem considerados na avaliação dos indicadores
da construtora e do compromisso empresarial em cumprir e seus verificadores. Para cada princípio são estabelecidos
as suas responsabilidades. Caso a assistência técnica não os critérios de análise que norteiam as observações e as
seja tratada como prioridade na política da empresa, o avaliações da qualidade construtiva. No Quadro 3.1 são
consumidor fica desprotegido. apresentados os indicadores e seus respectivos verifica-
Por isso, a avaliação da produção habitacional deve dores, e no Quadro 3.2 os meios de verificação e os instru-
ser um mecanismo de proteção ao consumidor e de mo- mentos de coleta de dados adotados para a metodologia.
nitoramento das construtoras quanto ao atendimento às
demandas de assistência técnica na fase pós-ocupação.
Deve ser de interesse empresarial atender às solicitações 3.3.1 segurança da unidade
ou reclamações do consumidor, preservando assim a sua habitacional
imagem e as relações legais e contratuais com os agentes
promotores. Independente do sistema estrutural ou dos materiais
Os indicadores selecionados para esta metodologia constituintes a unidade habitacional deve apresentar esta-
são sinalizadores de processo, portanto, o objetivo não é bilidade e segurança da construção frente às cargas gra-
o rigor técnico da medição, considerando que os critérios vitacionais, à ação do vento, ações decorrentes do uso e
de avaliação possuem muitos aspectos subjetivos para a ocupação do imóvel ou outras condições de exposição,
avaliação. apresentando durabilidade prevista de acordo com a vida útil
Esta proposta de metodologia para avaliação e moni- de projeto, desde que as condições de uso e manutenção
148 149
especificadas sejam atendidas. pessoas assim como a durabilidade do bem imóvel. As necessidades de seus moradores. As intervenções, quando são a vida útil e a manutenção das edificações. A durabilidade
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Segurança estrutural: a uni- condições de habitabilidade melhoram a qualidade de vida efetuadas, devem garantir as características e integridade como expressão qualitativa da vida útil é representada por:
dade habitacional não deve apresentar danos que compro- fortalecendo a dignidade dos moradores e as relações de da habitação original. a) Estado de conservação compatível com a vida útil de
metem a sua integridade estrutural, tais como: pertencimento e propriedade necessárias para a valorização A falta de adequação da unidade habitacional quanto projeto;
a) Perda de estabilidade ou ruína no todo ou em qualquer e conservação do bem imóvel. aos aspectos funcionais relacionados à construção pode b) Ausência de patologias (ausência de não conformi-
uma de suas partes estruturantes; CRITÉRIO DE ANÁLISE – Estanqueidade: a unidade ha- ser observada quando ocorrem: dades que se manifestam no produto em função de falhas
b) Presença de fissuras decorrentes de afundamentos bitacional não deve apresentar umidade ou outros defeitos a) Substituição de materiais, componentes ou elemen- no projeto, na fabricação, na instalação, na execução, na
ou recalques de fundação; relacionados com a perda da estanqueidade. tos para melhor atender aos padrões e às necessidades montagem, no uso ou na manutenção bem como problemas
c) Presença de fissuras excessivas em elementos estru- O comprometimento da estanqueidade é representado da família; que não decorram do envelhecimento natural) de acordo com
turais, de vedação, entre os elementos de vedação ou entre por: b) Adaptações de materiais, componentes ou elemen- a NBR 15575-1 (2013);
os elementos de vedação e a estrutura que se configuram a) Presença de manchas, eflorescência, corrosão, apo- tos para melhor atender aos padrões e às necessidades c) Ausência de obsolescência funcional, de partes ou do
como resultado de estados inaceitáveis de deslocamentos, drecimento, mofo ou bolor, empolamento ou descascamento da família (colocação de piso, instalações de sistemas de todo, decorrente de estado insatisfatório de desempenho;
deformações, impactos ou vibrações; no revestimento ou pintura decorrentes da umidade; comunicação, dispositivos de segurança, colocação de d) Sistemas construtivos cujos materiais, componentes e
d) Dificuldade de operação, funcionamento ou manuseio b) Gotejamento ou escorrimento de água por vazamen- grades de proteção); elementos são compatíveis com as condições de exposição;
das esquadrias ou de outros componentes, elementos ou tos decorrentes de rompimento, desencaixe ou falhas nas c) Modificações, extensões ou adaptações no sistema ou e) Sistemas construtivos com detalhes construtivos, so-
subsistemas da edificação decorrente das deformações ligações das instalações; dispositivos elétricos ou dispositivos hidrossanitários para luções construtivas e dispositivos adequados para assegurar
estruturais; c) Infiltração por falhas nos sistemas de impermeabi- melhor adequação às necessidades da família; a vida útil de projeto;
e) Interações não previstas entre a edificação e o solo, lização; d) Reformas: modificações internas sem acréscimo de f) Condições ambientais sem alterações que afetem a vida
que podem provocar recalques de fundação, presença de d) Umedecimento da edificação por falhas nos sistemas área para melhor adequação às necessidades da família; útil de projeto, tais como mudanças do microclima, níveis de
afundamento ou trincas no sistema de piso no nível do solo; de drenagem responsáveis pelo afastamento das águas e) Ampliações: reformas com acréscimo de área para poluição no local, mudanças no entorno ao longo do tempo
f) Presença de abaulamentos, descolamentos, empe- de chuva; ampliar a unidade habitacional acrescentando novos am- (trânsito de veículos, rebaixamento do nível do lençol freático,
namentos ou flechas excessivas em componentes ou ele- e) Falhas de vedação nas interfaces ou ligações entre bientes ou aumentando os existentes. obras de infraestrutura, expansão urbana etc.).
mentos estruturais ou de vedação; os diversos elementos ou componentes da construção; CRITÉRIO DE ANÁLISE – Manutenibilidade: a manutenção
g) Situação de sobrecarga em lajes, tetos ou parede f) Infiltrações ou vazamentos por falhas ou ausência de é uma das expressões quantitativas da durabilidade e depen-
ocasionada por mau uso ou mudança de uso ou função, detalhes construtivos que assegurem a estanqueidade de 3.3.3 sustentabilidade construtiva de da manutenibilidade, ou seja, do grau de facilidade de um
inclusive aquelas ocasionadas por reformas inadequadas partes do edifício, interfaces e juntas entre componentes sistema, elemento ou componente ser mantido ou recolocado
que geram cargas não previstas em elementos estruturais (pingadeiras, rufos, selantes, etc.); Expressa pela durabilidade, manutenibilidade e adequa- no estado no qual possa executar suas funções requeridas,
ou de vedação. g) Gotejamento ou escorrimento de água decorrente de ção ambiental, a sustentabilidade construtiva deve promover sob condições de uso especificadas, quando a manutenção
infiltração da água de chuva pelas fachadas e seus com- o equilíbrio entre os aspectos técnicos, econômicos, sociais é executada de acordo com as recomendações do Manual
ponentes. e de preservação ambiental, em todo o ciclo produtivo. do Proprietário. A manutenibilidade é representada por:
3.3.2 habitabilidade CRITÉRIO DE ANÁLISE – Funcionalidade: as unida- CRITÉRIO DE ANÁLISE – Durabilidade: a unidade habita- a) Facilidade em realizar as inspeções prediais bem como
des habitacionais e os ambientes de uso coletivo (áreas cional deve apresentar estado satisfatório de desempenho e as intervenções de manutenção previstas no Manual do
A habitabilidade da unidade habitacional é uma condição condominiais) devem apresentar condições construtivas conservação de acordo com a vida útil de projeto e com as Proprietário;
necessária para garantir a saúde, a integridade física das adequadas para o uso e manutenção de acordo com as funções esperadas. As medidas quantitativas da durabilidade b) Facilidade de substituição ou reposição de componen-
a sustentabilidade tes, elementos ou sistemas mantendo as mesmas caracte-
rísticas estéticas e de desempenho da habitação original;
c) Facilidade de acesso para manutenção, considerando
3.3.4 responsabilidade empresarial
com a qualidade construtiva
151

construtiva deve promover acessos às instalações prediais, aos telhados, áticos, lajes
de cobertura ou quaisquer partes elevadas da construção;
d) Procedimentos de execução das manutenções com-
Os empreendedores de habitação de interesse social
devem ter o compromisso com a qualidade construtiva,
traduzida na incessante busca pela elevação do patamar

o equilíbrio entre os patíveis com as especificações, quantificações, instruções


técnicas e respectivos custos de desembolso financeiro,
todos previstos no Manual do Proprietário;
de excelência na construção civil e pelo empenho pela
adequação ambiental.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Compromisso com a qualidade

aspectos técnicos,
e) Adequação ao uso e função com base nas condições construtiva: o compromisso com a qualidade construtiva
satisfatórias de manutenções realizadas sobre condições requer responsabilidades quanto aos aspectos técnicos,
determinadas, procedimentos e meios prescritos; organizacionais, legais, normativos e socioambientais. Essas

econômicos, sociais e de
f) Cumprimento das exigências normativas quanto à rea- condições são representadas por:
lização das inspeções prediais elaboradas por profissionais a) Cumprimento dos termos e prazos de garantia;
habilitados e devidamente preparados, como ferramenta que b) Adoção de Planos de Seguro;

preservação ambiental, em
propicia uma avaliação sistêmica da edificação, facilitando c) Procedimentos sistematizados para entrega da unida-
assim as manutenções preventivas, visto que classifica as de habitacional, acolhimento das reclamações do usuário
não conformidades constatadas na edificação quanto a sua e registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e
origem, grau de risco e indica orientações técnicas neces- corretivas) realizados pós-venda por meio dos Serviços de

todo o ciclo produtivo sárias à melhoria da manutenção dos sistemas e elementos


construtivos.
CRITÉRIO DE ANÁLISE – Adequação ambiental: as unida-
Assistência Técnica ao usuário;
d) Fornecimento do Manual do Proprietário com infor-
mação sobre itens de manutenção e a periodicidade das
des habitacionais devem ser produzidas e usadas de forma manutenções, formas de realização (técnicas, processos,
a minimizar alterações adversas no meio ambiente. Essas equipamentos, materiais etc.) e forma de registro das ins-
condições são representadas por: peções prediais;
a) Ausência de alterações no ambiente local decorrentes e) Fornecimento de Planos de Manutenção com previ-
de desconfinamento do solo, além de outros riscos similares são quantitativa de todos os materiais necessários para as
decorrentes da implantação e das formas de uso e operação diferentes modalidades de manutenção e a estimativa do
da unidade habitacional (individual ou coletiva) na escala desembolso financeiro para pagar os respectivos gastos;
do lote; f) Recomendações gerais para reforma e ampliações,
b) Ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto, inclusive sobre prevenção de danos, situações de sobre-
vazamentos ou lançamentos indevidos de águas servidas cargas não previstas no projeto estrutural, abertura de vãos
provenientes dos sistemas hidrossanitários, evitando a con- de portas ou janelas em paredes estruturais, perfuração de
taminação do ambiente local. peças estruturais para passagem de dutos, entre outros;
152 153
g) Existência e disponibilidade de projetos completos órgãos ambientais; lidando a permanência no lugar, o desenvolvimento local e a sua influência no nível de satisfação quanto à qualidade
e outros documentos técnicos, incluindo os mecanismos s) Aquisição de materiais, componentes, elementos e a convivência harmônica da comunidade local. construtiva;
institucionais que facilitam o acesso a projetos, documen- equipamentos cuja declaração de vida útil é fornecida pelos CRITÉRIO DE ANÁLISE – Adequação ao uso: a qualidade b) Cuidados com a limpeza, conservação e reparo da
tação técnica e assistência técnica ao usuário; fabricantes e compatíveis com a vida útil de projeto; construtiva é percebida pelos usuários por atender melhor unidade habitacional e do conjunto habitacional como um
h) Declaração do Custo Global como resultado da soma t) Utilização de produtos certificados pelo Programa Bra- aos seus desejos e necessidades e corresponde às prefe- todo como uma forma de reconhecimento do valor do bem
das parcelas Custo de Venda + Custo de Manutenção e sileiro de Qualidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H); rências e modos de vida dos moradores com base na sua imóvel e dos significados da casa como morada.
Operação; u) Adoção de sistemas de gestão e organização do experiência vivenciada e nos seus valores. A adequação CRITÉRIO DE ANÁLISE – Inserção dos moradores no
i) Fornecimento da composição dos Custos de Operação canteiro de obra e logística com implantação de sistema de ao uso mostra que as necessidades e as expectativas dos contexto do empreendimento. Uma das condições neces-
e Manutenção Preventiva; gestão de resíduos no canteiro de obras, de forma a mini- usuários foram atendidas, gerando satisfação. Essas con- sárias para concretizar a efetividade do programa habi-
j) Adesão às normas técnicas; mizar sua geração e possibilitar a segregação de maneira dições são representadas por: tacional e dos investimentos públicos no atendimento às
k) Adoção de documentos de referência que fundamen- adequada para facilitar o reuso, a reciclagem ou a disposição a) Satisfação quanto à qualidade construtiva das prin- necessidades e expectativas da população-alvo é a inserção
tam a excelência construtiva; final em locais específicos; cipais partes ou subsistemas da edificação percebida por dos moradores no contexto urbano e social gerado pelo
l) Cumprimento integral dos projetos na execução da v) Adoção de sistemas construtivos e processos produti- corresponder ao desempenho no uso ou operação. As empreendimento e, em uma escala ampliada, no bairro
obra considerando que os projetos cumprem integralmente vos racionalizados ou industrializados que indiquem a busca principais partes ou subsistemas da edificação, aqui con- onde está localizada a intervenção.
as normas nacionais; pelo aumento da produtividade decorrente da elevação sideradas, são: telhado ou cobertura, teto (lajes ou forros), a) A satisfação com o lugar e a intenção de permanência
m) Adoção de sistemas gerenciais que visem à saúde e do grau de inovação, racionalização e industrialização do paredes, pisos internos, áreas externas (quintal, calçadas, são condições necessárias para a fixação da família à casa
à segurança dos trabalhadores; sistema de produção; muros, áreas condominiais), esquadrias (portas e janelas), e contribuem com a valorização do imóvel na medida em
n) Adesão aos Sistemas da Qualidade ou outros sistemas w) Aperfeiçoamento de seus produtos por meio da in- instalações elétricas (fiação e peças elétricas), instalações que estimulam a sua conservação.
gerenciais que visem à diminuição das não conformidades trodução de inovações para o aumento da produtividade; hidráulicas (tubulação de água, louças e metais), instalações CRITÉRIO DE ANÁLISE – Aspectos relacionados à manu-
pela incessante busca pela melhoria contínua; x) Equipe técnica com qualificação profissional e expe- sanitárias (tubulação e esgoto, sistemas de fossa, caixas tenção: a qualidade construtiva é percebida pelo usuário por
o) Cumprimento dos requisitos relacionados à seleção, riência comprovada e atualizada para o projeto, execução de inspeção), partes externas da edificação ou das áreas demandar menos manutenção. As ações de manutenção
especificação e certificação dos materiais de acordo com e fiscalização, de acordo com o tipo de empreendimento; condominiais (quintais, calçadas, acessos, muros, equipa- exigem dupla responsabilidade: do usuário e dos constru-
as exigências normativas e legais para as condições de y) Adoção sistemática e frequente de programas de mentos coletivos etc.); tores. Essas condições são representadas por:
exposição encontrada; qualificação técnica e capacitação/treinamento das equipes b) Satisfação quanto à qualidade construtiva em virtude a) Disponibilidade e facilidade de obtenção de informa-
p) Aquisição de materiais, componentes e equipamentos de mão de obra. da ausência de problemas ou defeitos que comprometem o ções necessárias para as ações de manutenção contidas
cujos inventários de ciclo de vida de produtos são fornecidos desempenho ou a durabilidade dos materiais, componentes nos projetos e Manual do Proprietário;
pelos fabricantes; e elementos. b) Plano de manutenção com informações referentes às
q) Especificação de insumos que causem menor de- 3.3.5 satisfação do usuário com a CRITÉRIO DE ANÁLISE – Dimensão estética: a satisfação manutenções a serem realizadas e seus prazos;
gradação ambiental, menor consumo de água, de energia qualidade construtiva com a dimensão estética do bem imóvel reflete o bem-estar c) Cumprimento pelos construtores dos prazos de ga-
e de matérias-primas, desde as fases de exploração dos do indivíduo e, consequentemente, as relações afetivas e rantia legais;
recursos naturais à sua utilização final; A qualidade construtiva, além de entender aos parâme- sociais no âmbito da família e da comunidade. Esta condição d) Efetividade da assistência técnica quanto ao atendi-
r) Utilização de madeiras cuja origem possa ser com- tros técnicos e legais, deve corresponder às expectativas é representada por: mento às solicitações de manutenção feitas pelo usuário;
provada mediante apresentação de certificação legal ou dos usuários que, satisfeitos nas suas necessidades e de- a) Correspondência da dimensão estética com os valo- e) Efetividade das ações de manutenção feitas tanto pela
sejam provenientes de plano de manejo aprovado pelos sejos, buscam conservar e valorizar o bem imóvel, conso- res da família e suas referências anteriores, considerando construtora como aquelas realizadas pelo usuário.
a qualidade construtiva, quadro 3.1 quadro geral dos princípios, indicadores, verificadores e
meios de verificação da qualidade construtiva
155

além de atender aos princípio 1 - segurança da unidade habitacional

parâmetros técnicos e critério de análise 1.1 – segurança estrutural

indicador 1.1.1 presença de trincas meio de verificação

legais, deve corresponder verificador presença de fissuras em elementos estruturais do tipo pilares, vigas,
1.1.1.1 lajes, escadas e rampas vistoria
presença de fissuras em elementos de vedação vertical com função
verificador

às expectativas dos
1.1.1.2 estrutural
presença de fissuras em elementos de vedação vertical sem função
verificador
1.1.1.3 estrutural

usuários
verificador presença de fissuras em sistemas de piso
1.1.1.4
verificador presença de fissuras na interface entre os elementos estruturais e/ou
1.1.1.5 vedação

indicador 1.1.2 presença de deformações meio de verificação


verificador ocorrência de deformações ou flechas excessivas em elementos
1.1.2.1 estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas vistoria
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, desco-
verificador
1.1.2.2 lamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de
vedação com função estrutural
ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, desco-
verificador
1.1.2.3 lamentos, destacamentos ou flechas excessivas em elementos de
vedação sem função estrutural
verificador ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, descola-
1.1.2.4 mentos, destacamentos em sistemas de revestimentos ou forros
ocorrência de afundamento ou recalque no sistema de piso sobre o solo
verificador
1.1.2.5
156
princípio 2 - habitabilidade verificador substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas elétricos
157

2.2.1.5
critério de análise 2.1 – estanqueidade indicador 2.2.2 reforma da unidade habitacional meio de verificação
verificador modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da
indicador 2.1.1 presença de umidade meio de verificação 2.2.2.1 unidade habitacional, mas com alterações em elementos estruturais vistoria
verificador presença de umidade ascendente (do solo) verificador modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da
2.1.1.1 vistoria 2.2.2.2 unidade habitacional e sem alterações em elementos estruturais
verificador presença de umidade por infiltração de água de chuva pela fachada adaptação da habitação para adequação aos padrões ou neces-
2.1.1.2 verificador sidades da família (colocação de pisos, grades, muros, calçadas,
2.2.2.3
verificador presença de umidade por infiltração de água de chuva pela cobertura suportes etc.)
2.1.1.3 ou telhado

verificador presença de umidade por vazamentos de instalações hidrossanitárias indicador 2.2.3 ampliação da unidade habitacional meio de verificação
2.1.1.4 verificador acréscimo de área da unidade habitacional original
2.2.3.1 vistoria
verificador presença de umidade de condensação
2.1.1.5 indicador 2.2.4 adequação das intervenções efetuadas meio de verificação
verificador presença de umidade por água de lavagem decorrente do uso ou verificador adequação das intervenções efetuadas de acordo com os padrões
2.1.1.6 manutenção 2.2.4.1 mínimos da construção original (substituições, reformas ou acréscimos) vistoria
verificador presença de umidade decorrente das condições inadequadas de
2.1.1.7 escoamento das águas pluviais (caimento) e falta de drenagem das
águas de chuva (inundação) princípio 3 - sustentabilidade construtiva

critério de análise 2.2 – funcionalidade critério de análise 3.1 – durabilidade

indicador 2.2.1 substituições de materiais, componentes ou indicador 3.1.1 estado de conservação compatível com a meio de verificação
dispositivos meio de verificação vida útil de projeto
verificador substituições de materiais ou componentes dos sistemas de revesti- estado de conservação da fachada (estrutura, vedação, revestimento
verificador vistoria
2.2.1.1 mentos de piso, parede ou teto vistoria 3.1.1.1 e pintura das paredes de fachada; esquadrias externas; impermeabi-
verificador substituições de materiais ou componentes dos sistemas de cober- lizações e proteções do sistema de fachada)
2.2.1.2 tura ou telhado verificador estado de conservação da cobertura ou telhado, inclusive seus siste-

verificador substituições de materiais ou componentes dos sistemas de esqua- 3.1.1.2 mas de impermeabilização
2.2.1.3 drias estado de conservação dos ambientes internos (estrutura principal
verificador substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas hidros- verificador e auxiliares dos ambientes internos; esquadrias internas; vedação,
2.2.1.4 sanitários 3.1.1.3 revestimento e pintura das paredes dos ambientes internos, inclusive
seus sistemas de impermeabilização e proteção).
158
indicador 3.1.1 estado de conservação compatível com a meio de verificação princípio 4 - responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva 159

vida útil de projeto


estado de conservação das instalações prediais e seus componentes critério de análise 4.1 – compromisso com a qualidade construtiva
verificador (instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, metais, louças, acessó- vistoria
3.1.1.4
rios e equipamentos) indicador 4.1.1 compromisso com a garantia da qualidade
condições satisfatórias de exposição aos construtiva meio de verificação
indicador 3.1.2 agentes de degradação meio de verificação verificador fornecimento de termos e prazos de garantia

verificador materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos compatí- 4.1.1.1 documentos


3.1.2.1 veis com as condições de exposição vistoria verificador procedimentos sistematizados para entrega da unidade habitacional
verificador presença de soluções construtivas adequadas para a proteção aos 4.1.1.2
3.1.2.2 agentes externos de degradação verificador procedimentos sistematizados para acolhimento das reclamações do
4.1.1.3 usuário
critério de análise 3.2 – manutenibilidade verificador registro dos atendimentos e manutenções (preventivas e corretivas)
4.1.1.4 realizados na pós-venda por meio dos serviços de assistência técni-
indicador 3.2.1 condições satisfatórias para as atividades de ca ao usuário
uso e manutenção meio de verificação verificador fornecimento do manual do proprietário
condições adequadas de acesso e facilidade no uso e operação de 4.1.1.5
verificador vistoria
3.2.1.1
equipamentos, dispositivos de manobra, acessórios, esquadrias, e verificador disponibilização de projetos ao usuário
sistemas de instalações e equipamentos (elétricos, de gás etc.) 4.1.1.6
verificador facilidade de substituição ou reposição de materiais, componentes, declaração do custo global da unidade habitacional
3.2.1.2 elementos ou sistemas da habitação indicador 4.1.2 (custo de venda + custo de mantutenção) meio de verificação
verificador facilidade de manutenção verificador declaração da previsão de custos para operação e manutenção pre-
3.2.1.3 4.1.2.1 ventiva da habitação ao longo da vida útil de projeto
documentos
critério de análise 3.3 – adequação ambiental adesão a sistemas de qualidade e/ou
indicador 4.1.3 certificação meio de verificação
indicador 3.3.1 ausência de situações que comprometem o meio de verificação verificador adoção de normas técnicas e outros documentos técnicos e de
meio ambiente (na escala do lote) 4.1.3.1 referência documentos
verificador ausência de vazamentos ou transbordamentos dos sistemas de es- verificador adoção de sistemas integrados de saúde e segurança do trabalho
3.3.1.1 gotamento sanitário da unidade habitacional no âmbito do lote vistoria 4.1.3.2
verificador ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto, no âmbito do lote verificador adoção de sistemas de gestão da qualidade ou outros sistemas de
3.3.1.2 4.1.3.3 certificação

verificador ausência de alteração das condições topográficas do lote inicialmente pre-


verificador
adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais,
3.3.1.3 vistas em projeto que comprometem as condições de vizinhança e entorno
4.1.3.4 componentes e equipamentos que possuam inventários de ciclo de
vida ou vida útil declarada
160
adesão a sistemas de qualidade e/ou princípio 5 - satisfação do usuário com a qualidade construtiva 161

indicador 4.1.3 certificação meio de verificação


adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais, critério de análise 5.1 – adequação ao uso
verificador componentes e equipamentos cuja origem possa ser comprovada documentos
4.1.3.5
mediante apresentação de certificação legal satisfação do usuário com a qualidade
comprovação da utilização de produtos produzidos de acordo com indicador 5.1.1 construtiva, na escala da unidade habitacional meio de verificação
verificador
4.1.3.6
as normas técnicas ou certificados pelo Programa Brasileiro de Qua- verificador telhado ou cobertura
lidade e Produtividade no Hábitat (PBQP-H) 5.1.1.1 opinião do usuário
ações de combate às perdas, verificador teto (lajes ou forros)
indicador 4.1.4 despercícios e diminuição de consumo meio de verificação 5.1.1.2
verificador adoção de procedimentos sistematizados de gestão e organização verificador paredes
4.1.4.1 do canteiro de obra e logística documentos 5.1.1.3
verificador adoção de plano de gestão de resíduos sólidos verificador pisos internos
4.1.4.2 5.1.1.4
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção verificador portas e janelas
verificador (redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração 5.1.1.5
4.1.4.3
de resíduos) verificador parte externa da unidade habitacional (quintal, calçadas, muros)
procedimentos para a inovação do sistema de 5.1.1.6
indicador 4.1.5 produção meio de verificação verificador instalações elétricas
adoção de sistemas de controle de consumo na fase de produção 5.1.1.7
verificador
4.1.5.1 (redução do consumo de água e energia, das emissões e da geração documentos verificador instalações hidráulicas
de resíduos) 5.1.1.8
verificador adoção de sistemas construtivos e processos produtivos raciona- verificador instalações sanitárias
4.1.5.2 lizados 5.1.1.9
verificador adoção de sistemas construtivos e processos produtivos industriali- verificador unidade habitacional como um todo
4.1.5.3 zados 5.1.1.10
procedimentos para qualificação técnica das percepção positiva do usuário quanto à
indicador 4.1.6 equipes e profissionais meio de verificação ausência de problemas ou defeitos existentes
verificador adoção de programas de capacitação e treinamento das equipes de indicador 5.1.2 na construção meio de verificação
4.1.6.1 mão de obra documentos verificador ausência de trincas ou rachaduras

verificador experiência e qualificação profissional comprovada da equipe técnica 5.1.2.1 opinião do usuário
4.1.6.2 de acordo com o tipo de empreendimento verificador ausência de umidade por infiltrações ou vazamentos
5.1.2.2
162
percepção positiva do usuário quanto à verificador cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou
163

ausência de problemas ou defeitos existentes 5.2.1.2 condomínio


indicador 5.1.2 na construção meio de verificação
verificador ausência de problemas nas portas e janelas critério de análise 5.3 – inserção dos moradores no contexto do empreendimento
5.1.2.3
verificador ausência de problemas nas instalações elétricas satisfação do usuário com o conjunto
5.1.2.4 indicador 5.3.1 habitacional meio de verificação
verificador ausência de ocorrência de queda ou falta de energia da habitação verificador intenção de permanência no conjunto habitacional
5.1.2.5 5.3.1.1 opinião do usuário
verificador ausência de vazamentos nas tubulações e registro de água verificador satisfação com o conjunto habitacional como um todo
5.1.2.6 5.3.1.2
verificador ausência de ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, tornei- critério de análise 5.4 – aspectos relacionados à manutenção
5.1.2.7 ras e caixa d’água
verificador ausência de ocorrência de falhas no abastecimento de água indicador 5.4.1 percepção positiva do usuário quanto aos meio de verificação
5.1.2.8 documentos e esclarecimentos fornecidos pela
verificador ausência de problemas na tubulação de esgoto e fossa construtora para as ações de manutenção
5.1.2.9 verificador recebimento dos projetos da unidade habitacional quando da entrega
5.4.1.1 opinião do usuário
verificador ausência de problemas na pintura do imóvel
5.1.2.10 verificador recebimento do manual do proprietário quando da entrega do imóvel
verificador ausência de falta de segurança contra intrusão e roubo da unidade 5.4.1.2
5.1.2.11 habitacional verificador conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações
verificador ausência de falta de isolamento acústico adequado permitindo ruídos 5.4.1.3
5.1.2.12 externos ou internos verificador conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no
satisfação do usuário com a adequação da 5.4.1.4 manual do proprietário
indicador 5.1.3 moradia às necessidades da família meio de verificação indicador 5.4.2 efetividade do serviço de assistência técnica meio de verificação
verificador adequação da moradia às necessidades da família da construtora
5.1.3.1 opinião do usuário verificador solicitação feita à assistência técnica da construtora (serviço de aten-
opinião do usuário
5.4.2.1 dimento ao usuário) para algum tipo de manutenção ou reparo
critério de análise 5.2 – dimensão estética verificador solicitações ou reclamações feitas à assistência técnica da construto-
5.4.2.2 ra (serviço de atendimento ao usuário) foram efetivamente atendidas
indicador 5.2.1 satisfação do usuário com a dimensão estética meio de verificação
da moradia
verificador beleza da habitação quanto aos aspectos físicos da construção
5.2.1.1 opinião do usuário
a habitabilidade da quadro 3.2 meios de verificação

instrumento de
165

unidade habitacional é identificação

documento
meios de verificação

levantamento documental: coleta de dados documentais


coleta de dados

checklist

uma condição necessária vistoria


disponíveis em projetos e outros documentos técnicos

observação visual (in loco) da unidade habitacional


matriz de achados

roteiro de vistoria

para garantir a saúde das


matriz de achados
registro fotográfico

pessoas
opinião do pesquisa de satisfação para obtenção da opinião dos usuários questionário
usuário por meio de questões fechadas e questões abertas entrevista
3.4
166 167
ções que contribuem com as análises qualitativas e escla- satisfação (quando todas a médias são iguais a 1) o indica-
recem as avaliações quantitativas. Segundo Balbim et al. dor recebe a pontuação mínima de 20 pontos de satisfação.
(2012), há casos em que o dado pode ser quantitativo ou Nas questões fechadas, quando os respondentes opi-

procedimentos qualitativo; as duas formas garantem que o item seja aferido


de forma satisfatória. Os critérios de avaliação da satisfação
do usuário são dados no Quadro 3.3.
nam, concordando ou discordando sobre as questões apre-
sentadas, as avaliações dos verificadores são feitas pelos
percentuais de respostas positivas (sim). Neste caso, a

metodológicos para avaliação Quando os respondentes expressam suas opiniões por


meio de notas (números inteiros variando de 1 a 5), as ava-
liações dos verificadores com notas são feitas pelas médias
avaliação do indicador baseia-se na soma dos percentuais
obtidos nos verificadores. Na condição de máxima satis-
fação (quando todos os percentuais são iguais a 100% de

da qualidade construtiva sob simples. Neste caso, a avaliação do indicador baseia-se na


soma das médias dos verificadores, isto é: na condição de
máxima satisfação (quando todas as médias são iguais a
resposta sim) o indicador recebe uma pontuação máxima,
atingindo a meta 100 pontos de satisfação. Para a condição
de mínima satisfação (quando todos os percentuais são

o ponto de vista do usuário 5) o indicador recebe uma pontuação máxima, atingindo a


meta 100 pontos de satisfação; para a condição de mínima
iguais a 100% de resposta não, ou seja, 0% de respostas
sim), o indicador recebe a pontuação mínima de 0 ponto.

critérios de classificação para a avaliação da


Para que a metodologia de avaliação e monitoramento
da qualidade construtiva possa ser aplicada em todo o
quadro 3.3 opinião do usuário
território nacional e seus resultados possam ser analisa-
dos comparativamente, de forma integrada, nos diversos
contextos produtivos e de localização, é importante que os notas escala de satisfação escala de avaliação intervalo de médias
procedimentos sejam sistematizados e os instrumentos de
coleta de dados sejam padronizados. 5 fortemente satisfeito atende muito satisfatoriamente 4,1 a 5
A coleta de dados da opinião do usuário deve ser rea-
lizada em uma amostra estatisticamente representativa do 4 satisfeito atende satisfatoriamente 3,1 a 4
universo amostral. O questionário, com questões fechadas
e questões abertas (conforme formulário padrão), deve ser 3 neutro atende parcialmente 3
aplicado preferencialmente à(o) proprietária(o) da casa.
Nas questões fechadas, os respondentes atribuem no- 2 insatisfeito atende insatisfatoriamente 2 a 2,9
tas, ou então concordam (sim) ou discordam (não) com a
questão apresentada. As questões abertas são respondidas 1 fortemente insatisfeito atende muito insatisfatoriamente 1 a 2,9
espontaneamente pelos respondentes; fornecem informa-
168
3.4.1 Instrumento de coleta de 169

dados - questionário

quadro 3.4 instrumento de coleta de dados

avaliação da qualidade construtiva – ponto de vista do usuário atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas:
1 identificação do exemplar da amostra
indicador – satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da
2 empreendimento 3 endereço da unidade habitacional unidade habitacional
4 nome do respondente 5 posição na família
Qual a sua opinião sobre a qualidade construtiva da sua moradia nota justificativa
6 número de moradores da habitação 7 tempo de moradia (em meses) (o todo e as partes)?

8 condição de propriedade inquilino 9 Unidade habitacional como um todo


primeiro propietário invasor
segundo proprietário 10 Telhado ou cobertura

11 Teto (lajes ou forros)

considere a seguinte escala de 12 Paredes


avaliação por notas variando de
1 a 5 pontos: 13 Pisos internos

pesos escala de satisfação 14 Portas e janelas

1 fortemente satisfeito 15 Parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)

2 satisfeito 16 Instalações elétricas (fiação, tomadas, interruptores, etc.)

3 neutro
17 Instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa
d’água, vasos, pias, tanques, torneiras)
4 insatisfeito

18 Instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)


5 fortemente insatisfeito
170
atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas 171

indicador – satisfação do usuário com a adequação da moradia


às necessidades da família nota
19 a habitação é adequada às necessidades da família? assinalar a concordância (sim) ou a discordância (não) e apresentar as
20 quais as melhorias e manutenções já efetuadas na sua moradia? por que foram realizadas?
justificativas
21 sobre a construção da sua moradia, o que você teria construído diferente ou melhor? indicador – percepção do usuário quanto aos problemas ou defeitos
existentes na construção
quais os principais problemas ou defeitos que existem na
construção da sua moradia? sim não justificativa

26 presença de trincas ou rachaduras


atribuir nota variando de 1 a 5
27 presença de umidade por infiltrações ou vazamentos

indicador – satisfação do usuário com a dimensão estética da 28 problemas nas portas e janelas
moradia nota
29 problemas nas instalações elétricas
22 beleza da moradia quanto aos aspectos físicos da construção
30 ocorrência de queda ou falta de energia da habitação
23 cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote ou condomínio
31 vazamentos nas tubulações e registro de água

32 ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques,


torneiras e caixa d’água

33 ocorrência de falhas no abastecimento de água


atribuir nota variando de 1 a 5 e respectivas justificativas
34 problemas na tubulação de esgoto e fossa

indicador – satisfação do usuário com o 35 problemas na pintura


conjunto habitacional nota justificativa
36 falta de segurança contra intrusão e roubo da
unidade habitacional
24 qual a sua opinião sobre o conjunto habitacional como um todo?
37 falta de isolamento acústico adequado permitindo
25 você deseja continuar morando neste imóvel? ruídos externos ou internos
172
assinalar a concordância (sim) ou discordância (não) 173

indicador – percepção positiva do usuário quanto


aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela
construtora para as ações de manutenção sim não
38 no ato de recebimento da unidade habitacional foram entregues todos os projetos?

39 no ato de recebimento da unidade habitacional foi entregue o manual do proprietário?


3.4.2 quadro geral da avaliação da satisfação dos usuários
40 você tem conhecimento sobre os prazos de garantia para reclamações?

41 você tem conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção previstos no manual


do proprietário?

quadro 3.5 resultados da avaliação da satisfação dos usuários

assinalar a concordância (sim), a discordância (não) ou não de aplica (n/a) indicador

indicador – percepção positiva do usuário quanto 5.1.1 satisfação do usuário com a qualidade avaliação
à efetividade do serviço de assistência técnica da construtiva, na escala da unidade habitacional geral
construtora sim não n/a (20 a 100 pontos)
verificadores nota
42 depois do recebimento da unidade habitacional você já solicitou algum
tipo de manutenção ou reparo para a assistência técnica da construtora unidade habitacional como um todo
5.1.1.1
(serviço de atendimento ao usuário)?
5.1.1.2 telhado
43 caso tenha solicitado algum tipo de manutenção ou reparo para a 5.1.1.3 teto (lajes ou forros)
assistência técnica da construtora, as reclamações foram efetivamente
atendidas? 5.1.1.4 paredes
5.1.1.5 pisos internos
5.1.1.6 portas e janelas

5.1.1.7 parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros)

5.1.1.8 instalações elétricas (fiação, quadros de energia, tomadas,


Anotações do entrevistador:
interruptores)

Horário: Data: Assinatura do entrevistador: 5.1.1.9 instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa
- início: d’água, vasos, pias, tanques, torneiras)
- término: 5.1.1.10 instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura)
174
indicador 175

5.1.2 percepção positiva do usuário quanto à avaliação


ausência de problemas ou defeitos existentes geral
na construção (0 a 100 pontos)

verificadores %
5.1.2.1 ausência de trincas ou rachaduras

5.1.2.2 ausência de umidade por infiltrações ou vazamentos

5.1.2.3 ausência de problemas nas portas e janelas


5.1.2.4 ausência de problemas nas instalações elétricas indicador
5.1.2.5 ausência de ocorrência de queda ou falta de energia da
habitação
5.2.1 satisfação do usuário com a dimensão avaliação
5.1.2.6 ausência de vazamentos nas tubulações e registro de água estética da moradia geral
5.1.2.7 ausência de ocorrência de defeitos nos vasos, pias, tanques, (20 a 100 pontos)
torneiras e caixa d’água
verificadores nota
5.1.2.8 ausência de ocorrência de falhas no abastecimento de água
ausência de problemas na tubulação de esgoto e fossa 5.2.1.1 beleza da moradia quanto aos aspectos físicos da construção
5.1.2.9
5.1.2.10 ausência de problemas na pintura 5.2.1.2 cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do
5.1.2.11 ausência de falta de segurança contra intrusão e roubo da lote ou condomínio
unidade habitacional
5.1.2.12 ausência de falta de isolamento acústico adequado
permitindo ruídos externos ou internos

indicador

indicador 5.3.1 satisfação do usuário com o conjunto avaliação


habitacional geral
5.1.3 satisfação do usuário com a adequação da avaliação (20 a 100 pontos)
moradia às necessidades da família geral verificadores nota
(20 a 100 pontos)
verificadores nota 5.3.1.1 satisfação do conjunto habitacional como um todo

5.3.1.2 intenção de permanência no conjunto habitacional


5.1.3.1 adequação da moradia às necessidades da família
176
satisfação do usuário 177

figura 3. 2 - exemplo de diagrama de


indicador resultados da satisfação do usuário

5.4.1 percepção positiva do usuário quanto aos avaliação 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
documentos e esclarecimentos fornecidos pela geral
construtora para as ações de manutenção (0 a 100 pontos) unidade habitacional como um todo 3,43

cuidados com a limpeza e conservação da habitação e do lote 4,67

verificadores % telhado 4,53

a habitação é adequada às necessidades da família? 4,40


5.4.1.1 recebimento dos projetos da unidade habitacional quando
da entrega do imóvel você deseja continuar morando nesse imóvel? 4,17
5.4.1.2 recebimento do manual do proprietário quando da entrega beleza da casa quantos aos aspectos físicos da construção 4,00
do imóvel
instalações sanitárias (esgoto, fossa, caixas de gordura) 3,97
5.4.1.3 conhecimento sobre os prazos de garantia para
instalações elétricas (fiação, tomadas, interruptores, etc.) 3,70
reclamações
5.4.1.4 conhecimento sobre os planos e prazos de manutenção instalações hidráulicas (encanamento de água, caixa d’água, vasos, pias...) 3,63
previstos no manual do proprietário teto (lajes ou forros) 3,63

qual a sua opinião sobre o conjunto habitacional como um todo? 3,62

parte externa da moradia (quintal, calçadas, muros) 3,52

portas e janelas 2,73

indicador paredes 2,73

pisos inernos 2,30

efetividade do serviço de assistência técnica avaliação


5.4.2 da construtora geral
(0 a 100 pontos) figura 3. 3 - exemplo de gráfico de
verificadores % resultados da satisfação do usuário
atende muito insatisfatoriamente
5.4.2.1 solicitação à assistência técnica da construtora (serviço de 26% 29% atende insatisfatoriamente
atendimento ao usuário) para algum tipo de manutenção ou
reparo atende parcialmente
10%
5.4.2.2 solicitações ou reclamações feitas à assistência técnica 6% atende satisfatoriamente
da construtora (serviço de atendimento ao usuário) foram 29%
atende muito satisfatoriamente
efetivamente atendidas
3.5
178 179
deformações e umidade, buscando identificar os danos que de risco (risco mínimo se PR ≤ 16; risco moderado se 16 <
comprometem a integridade estrutural e a estanqueidade PR ≤ 36; risco crítico se 36 < PR ≤ 100).

procedimentos metodológicos das unidades habitacionais. Para cada situação observa-


da, são apresentadas as evidências, possíveis causas e
efeito (falhas ou danos). Após identificar e caracterizar a
A Figura 3.4 mostra a representação dos resultados da
avaliação quanto ao grau de risco, plotados na Matriz de
Criticidade.

para avaliação da qualidade situação encontrada são feitas as análises, segundo os


princípios e critérios de análise já pré-estabelecidos (BSI,
2006). Os dados obtidos para cada verificador e as análises
A avaliação do indicador é a síntese da avaliação do
conjunto de seus respectivos verificadores. Os quadros 3.6
e 3.7 mostram os critérios para classificação dos índices

construtiva por meio de de causa-efeito permitem avaliar a situação encontrada em


cada unidade habitacional. Cada indicador é avaliado de
acordo com as evidências, a frequência de ocorrência e a
de ocorrência e de severidade.

vistorias e levantamento severidade dos danos. A análise do grupo de verificadores


permite avaliar o indicador do respectivo grupo.
Os índices de ocorrência e de severidade, que variam

documental de 1 a 10, além de permitirem classificar a criticidade dos


indicadores e seus verificadores, também permitem quantifi-
car a Prioridade de Risco (PR) para cada uma das variáveis.
Para a avaliação do indicador, deve ser atribuído um índice
Por meio da observação in loco, em vistoria à unidade de severidade em conformidade com a sua gravidade, ex-
habitacional, são verificados as falhas e os danos, suas tensão e impacto dos efeitos da falha. Da mesma forma,
tipologias, localizações e extensões. Seguindo o roteiro para é atribuído para cada indicador um índice de ocorrência.
as vistorias (formulário padrão no item 3.5.1 e 3.5.2), as ma- Para a classificação, deve-se considerar sempre a situação
trizes de achados devem ser preenchidas. As ocorrências mais crítica apresentada pela falha e suas consequências
devem ser anotadas em registro fotográfico. ou danos (SAKURADA, 2001; BSI, 2006; SILVA; FONSECA;
Todas as fontes de dados devem ser devidamente re- BRITO, 2006).
gistradas para que seja possível rastrear a informação. Para De acordo com o número de Prioridade de Risco (PR),
os levantamentos de dados documentais e observações cada exemplar da amostra pode ser plotado em um diagra-
in loco, devem ser consultados os projetos arquitetônicos, ma de criticidade. A Matriz de Criticidade mostra a avaliação
projetos estruturais e projetos de instalações prediais, entre de todos os exemplares da amostra, para cada indicador.
outros. Os documentos técnicos, entre eles o Memorial Deve-se aferir a porcentagem de unidades habitacionais
Descritivo e o Manual do Proprietário, também devem ser classificadas para cada categoria de risco. Em síntese, os quadro 3.6
consultados. Outras informações necessárias devem ser indicadores Trinca, Deformação e Umidade são avaliados
solicitadas às empresas construtoras. pelo procedimento que determina o número da Prioridade quadro 3.7
Devem ser realizados os levantamentos das trincas, de Risco (PR), e classificados de acordo com os critérios
180 181
figura 3. 4 - exemplo de matriz de criticidade
obtida para o indicador umidade

grau de risco - umidade 10


10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

quadro 3.6 critério de classificação do índice de ocorrência de trincas,


9
9 18 27 36 45 54 63 72 81 90
deformações e umidade
8 16 24 32 40 48 56 64 72 80
8

7 14 21 28 35 42 49 56 63 70
7 frequência índice de critério de classificação do índice de
da falha ocorrência ocorrência
6 12 18 24 30 36 42 48 54 60
6

5
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 I- 1 ausência de ocorrências visualmente observáveis

muito baixa 2
4 8 12 16 20 24 28 32 36 40
4

3 6 9 12 15 18 21 24 27 30
II - 3 ocorrências pontuais eventuais e de pequena extensão
3
baixa 4
índice de ocorrência

2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
2
III - 5 ocorrências de características lineares: a soma de todas as
extensões não ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das
paredes e fachadas
1
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
moderada 6 ocorrências de características bidimensionais: a soma total das

!
áreas afetadas não ultrapassa 5 % das áreas de todas as paredes,
incluindo as fachadas
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
critério de classificação
de risco: índice de severidade
IV - 7 ocorrências de características lineares: a soma de todas as
extensões ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes e
risco mínimo ≤ 16 fachadas
alta 8 ocorrências de características bidimensionais: a soma total das áreas
16 < risco moderado ≤ 36
afetadas ultrapassa 5% das áreas de todas as paredes, incluindo as
36 < risco crítico ≤ 100 fachadas

amosta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 V- 9 ocorrências de características lineares: a soma das extensões


ultrapassa 0,1 m/m2 referente à área total das paredes ou das
í. de ocorrência 6 6 2 7 6 3 3 3 3 3 2 4 2 5 2 4 4 2 2 3 4 6 3 5 4 2 2 2 fachadas
muito alta 10 ocorrências de características bidimensionais: a soma total das
í. de severidade 6 6 2 6 6 3 3 3 3 3 2 4 2 5 2 6 7 2 2 6 4 6 3 6 5 2 2 2
áreas afetadas ultrapassa 5% das áreas de paredes ou das fachadas
grau de risco - umidade 36 36 4 42 36 9 9 9 9 9 4 16 4 24 4 24 28 4 24 18 16 36 9 30 20 4 4 4
182 183
Alguns indicadores que medem a qualidade construtiva A avaliação do indicador baseia-se na soma das médias
são avaliados por meio de notas. Com base nas vistorias e das notas dadas para os respectivos verificadores. Com
na identificação das situações relacionadas à durabilidade base na proporção entre a pontuação máxima prevista
e vida útil das unidades habitacionais, são apresentadas as para o indicador e a pontuação obtida pelo indicador, é

quadro 3.7 critério de classificação do índice de severidade de trincas, evidências, possíveis causas e efeito (falhas ou danos). Após feita a avaliação quanto ao grau de atendimento da meta
deformações e umidade identificar e caracterizar a situação encontrada são feitas estabelecida (Quadro 3.5).
as análises, segundo os princípios e critérios de análise já Para os indicadores e seus respectivos verificadores
preestabelecidos. Os dados obtidos para cada verificador avaliados por meio do atendimento (sim) ou não atendimento
e as análises de causa-efeito permitem avaliar a situação (não) dos princípios e critério estabelecido (formulário padrão
categoria índice de critério de classificação do índice de encontrada em cada unidade habitacional, atribuindo uma no Quadro 3.5), a avaliação deve ser feita considerando
de risco severidade severidade nota (números inteiros variando de 1 a 5), de acordo com proporcionalmente os percentuais de itens respondidos po-
os critérios de avaliação do Quadro 3.5. Com base na ava- sitivamente. Portanto, para o indicador atingir a pontuação

I 1 riscos que não causam nenhum prejuízo às pessoas, ao edifício ou


ao meio ambiente. Qualquer tipo de falha sem gravidade que não se
liação dos verificadores é feita a avaliação do indicador
correspondente.
máxima de 100 pontos, 100% dos verificadores devem ter
sido assinalados positivamente no checklist.
enquadra nas condições apresentadas nas outras categorias, desde
desprezível 2 que ocorra de maneira pontual, esporádica e não sistêmica

II 3 risco de causar pequenos prejuízos à estética, sem a probabilidade


de ocorrência dos riscos moderados e críticos, além de baixo
comprometimento do valor imobiliário. Falhas de pequeno grau
critérios de avaliação por meio de notas e por escala de
mínimo 4 de gravidade, com causas bem definidas e que não afetam os
elementos estruturantes ou a estanqueidade da edificação
quadro 3.8 atendimento dos verificadores e indicadores

III 5 risco de provocar a perda parcial de desempenho e funcionalidade


da edificação e deterioração precoce. Danos de pequeno grau de
avaliação do(a)
gravidade, mas que podem vir a ocasionar consequências mais
moderado 6 graves decorrentes da sua evolução, para um ou mais componentes critério de avaliação avaliação do verificador indicador(a)
do sistema
(regular)
atende muito satisfatoriamente 5 A > 90%

IV 7 risco de provocar danos contra a saúde dos moradores ou


segurança das pessoas, do edifício ou do meio ambiente; perda de
desempenho e funcionalidade com comprometimento sensível da atende satisfatoriamente 4 90 % ≥ A > 70 %
crítico 8 vida útil. Danos graves que afetam um ou mais componentes do
sistema
atende parcialmente 3 70 % ≥ A > 50 %

comprometimento de todo o sistema, necessitando intervenção


V 9 imediata. As situações de ruína ou perda de estabilidade no todo ou
em qualquer uma de suas partes estruturantes sinalizam categoria de
atende insatisfatoriamente 2 50 % ≥ A > 30%

catastrófico 10 risco catastrófico, em qualquer situação


atende muito insatisfatoriamente 1 A ≤ 30 %
184
3.5.1 instrumento de coleta de dado - vistoria e levantamento ficha 1 - V matriz de achados - vistoria 185

base de dados para avaliação do indicador avaliação


1.1.1 trincas n/a
quadro 3.9 roteiro para vistoria sim não

verificador presença de fissuras em elementos estruturais do tipo pilares,


1.1.1.1 vigas, lajes, escadas e rampas
identificação do exemplar da amostra

empreendimentos verificador presença de fissuras em elementos de vedação vertical com


1.1.1.2 função estrutural
endereço da unidade habitacional

verificador presença de fissuras em elementos de vedação vertical sem


1.1.1.3 função estrutural

verificador presença de fissuras em sistemas de piso


1.1.1.4

verificador presença de fissuras na interface entre os elementos estruturais e/


1.1.1.5 ou vedação

situação evidências, análises, possíveis causas e efeitos


observada (falhas ou danos)

avaliação do índice de índice de índice risco risco risco


ocorrência severidade do risco mínimo moderado crítico
indicador
I.I.I trincas
186
ficha 1 - V matriz de achados - vistoria ficha 1 - V matriz de achados - vistoria 187

base de dados para avaliação do indicador avaliação base de dados para avaliação do indicador avaliação
1.1.2 deformações n/a 2.1.1 umidade n/a
sim não sim não

verificador ocorrência de deformações ou flechas excessivas em elementos verificador presença de umidade ascendente (do solo)
1.1.2.1 estruturais do tipo pilares, vigas, lajes, escadas e rampas 2.1.1.1

verificador ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, verificador presença de umidade por infiltração de água de chuva pela
1.1.2.2 descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em 2.1.1.2 fachada
elementos de vedação com função estrutural

verificador ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, verificador presença de umidade por infiltração de água de chuva pela
1.1.2.3 descolamentos, destacamentos ou flechas excessivas em 2.1.1.3 cobertura ou telhado
elementos de vedação sem função estrutural

verificador ocorrência de deformações, abaulamentos, empenamentos, verificador presença de umidade por vazamentos de instalações
1.1.2.4 descolamentos, destacamentos em sistemas de revestimentos ou 2.1.1.4 hidrossanitárias
forros

verificador ocorrência de afundamento ou recalque no sistema de piso sobre verificador presença de umidade de condensação
1.1.2.5 o solo 2.1.1.5

verificador presença de umidade por água de lavagem decorrente do uso ou


situação evidências, análises, possíveis causas e efeitos 2.1.1.6 manutenção

observada (falhas ou danos)


verificador presença de umidade decorrente das condições inadequadas de
2.1.1.7 escoamento das águas pluviais (caimento) e falta de drenagem
das águas de chuva (inundação)

situação evidências, análises, possíveis causas e efeitos


avaliação do índice de índice de índice risco risco risco observada (falhas ou danos)
ocorrência severidade do risco mínimo moderado crítico
indicador
1.1.2 avaliação do índice de
ocorrência
índice de
severidade
índice
do risco
risco
mínimo
risco
moderado
risco
crítico
deformações indicador
2.1.1 umidade
188 189

ficha 2 - V matriz de achados - vistoria

base de dados para avaliação do indicador pontuação


2.2.1 substituições de materiais, componentes
ou dispositivos sim não

verificador substituições de materiais ou componentes dos sistemas de


2.2.1.1 revestimentos de piso, parede ou teto ficha 2 - V matriz de achados - vistoria

verificador substituições de materiais ou componentes dos sistemas de


base de dados para avaliação do indicador pontuação
2.2.1.2 cobertura ou telhado 2.2.2 reforma da unidade habitacional
sim não
verificador substituições de materiais ou componentes dos sistemas de
verificador modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área
2.2.1.3 esquadrias
2.2.2.1 da unidade habitacional, mas com alterações em elementos
estruturais

verificador substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas verificador modificações internas dos ambientes sem acréscimo de área da
2.2.1.4 hidrossanitários
2.2.2.2 unidade habitacional e sem alterações em elementos estruturais

verificador substituições de componentes ou dispositivos dos sistemas


verificador adaptação da habitação para adequação aos padrões ou
2.2.1.5 elétricos
2.2.2.3 necessidades da família (colocação de pisos, grades, muros,
calçadas, suportes etc.)

pontuação média pontuação média


avaliação do indicador prevista para o indicador avaliação do indicador prevista para o indicador
pontuação obtida pontuação obtida
pelo indicador pelo indicador

comentários comentários
190 191

ficha 2 - V matriz de achados - vistoria ficha 3 - V matriz de achados - vistoria

base de dados para avaliação do indicador pontuação base de dados para avaliação do indicador avaliação
2.2.3 ampliação da unidade habitacional 2.2.4 adequação das instervenções efetuadas n/a
sim não 5 4 3 2 1

verificador acréscimo de área da unidade habitacional original verificador adequação das intervenções efetuadas de acordo com os
2.2.3.1 2.2.4.1 padrões mínimos da construção original (substituições, reformas
ou acréscimos)

situação evidências e análises


pontuação média
avaliação do indicador prevista para o indicador observada
pontuação obtida
pelo indicador avaliação do indicador pontuação média
prevista para o indicador
comentários pontuação obtida
pelo indicador

atende muito atende atende atende atende muito


satisfatoriamente satisfatoriamente parcialmente insatisfatoriamente insatisfatoriamente
192 193

ficha 3 - V matriz de achados - vistoria

base de dados para avaliação do indicador avaliação


3.1.1 estado de conservação compatível com a n/a
vida útil de projeto 5 4 3 2 1

verificador estado de conservação da fachada (estrutura, vedação, ficha 3 - V matriz de achados - vistoria
revestimento e pintura das paredes de fachada; esquadrias
3.1.1.1 externas; impermeabilizações e proteções do sistema de fachada)
base de dados para avaliação do indicador avaliação
verificador estado de conservação da cobertura ou telhado, inclusive seus 3.1.2 condições satisfatórias de exposição aos n/a
3.1.1.2 sistemas de impermeabilização agentes de degradação 5 4 3 2 1

verificador materiais, componentes, elementos e sistemas construtivos


verificador estado de conservação dos ambientes internos (estrutura principal
3.1.2.1 compatíveis com as condições de exposição
e auxiliares dos ambientes internos; esquadrias internas; vedação,
3.1.1.3 revestimento e pintura das paredes dos ambientes internos,
inclusive seus sistemas de impermeabilização e proteção
verificador presença de soluções construtivas adequadas para a proteção
verificador estado de conservação das instalações prediais e seus
3.1.2.2 aos agentes externos de degradação
componentes (instalações elétricas, hidráulicas, sanitárias, metais,
3.1.1.4 louças, acessórios e equipamentos)

situação evidências e análises situação evidências e análises


observada observada

avaliação do indicador pontuação média avaliação do indicador pontuação média


prevista para o indicador prevista para o indicador
pontuação obtida pontuação obtida
pelo indicador pelo indicador

atende muito atende atende atende atende muito atende muito atende atende atende atende muito
satisfatoriamente satisfatoriamente parcialmente insatisfatoriamente insatisfatoriamente satisfatoriamente satisfatoriamente parcialmente insatisfatoriamente insatisfatoriamente
194 195

ficha 3 - V matriz de achados - vistoria ficha 3 - V matriz de achados - vistoria

base de dados para avaliação do indicador avaliação base de dados para avaliação do indicador avaliação
3.2.1 condições satisfatórias para as atividades n/a 3.3.1 ausência de situações que comprometem n/a
de uso e manutenção 5 4 3 2 1 o meio ambiente local (na escala do lote) 5 4 3 2 1

verificador condições adequadas de acesso e facilidade no uso e operação verificador ausência de vazamentos ou transbordamentos dos sistemas de
esgotamento sanitário da unidade habitacional no âmbito do lote
3.2.1.1 de equipamentos, dispositivos de manobra, acessórios, 3.3.1.1
esquadrias, e sistemas de instalações e equipamentos (elétricos,
de gás etc.)

verificador facilidade de substituição ou reposição de materiais, verificador ausência de lançamentos de esgoto a céu aberto, no âmbito do
componentes, elementos ou sistemas da habitação lote
3.2.1.2 3.3.1.2

verificador facilidade de manutenção verificador ausência de alteração das condições topográficas do lote
inicialmente previstas em projeto que comprometem as condições
3.2.1.3 3.3.1.3 de vizinhança e entorno

situação evidências e análises situação evidências e análises


observada observada

avaliação do indicador pontuação média avaliação do indicador pontuação média


prevista para o indicador prevista para o indicador
pontuação obtida pontuação obtida
pelo indicador pelo indicador

atende muito atende atende atende atende muito atende muito atende atende atende atende muito
satisfatoriamente satisfatoriamente parcialmente insatisfatoriamente insatisfatoriamente satisfatoriamente satisfatoriamente parcialmente insatisfatoriamente insatisfatoriamente
196
3.5.2 instrumento de coleta de dado – responsabilidade empresarial com a indicador 197

qualidade construtiva
4.1.3 adesão a sistemas de qualidade e/ou avaliação
certificação geral
quadro 3.10 avaliação dos indicadores e verificadores relacionados com (0 a 100 pontos)
a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva verificadores sim não
4.1.3.1 adoção de normas técnicas e outros documentos
técnicos e de referência
indicador
4.1.3.2 adoção de sistemas integrados de saúde e segurança do
trabalho
4.1.1 compromisso com a garantia da qualidade avaliação
construtiva geral 4.1.3.3 adoção de sistemas de gestão da qualidade ou outros
sistemas de certificação
(0 a 100 pontos)
verificadores sim não 4.1.3.4 adoção de procedimentos de seleção ou aquisição
de materiais, componentes e equipamentos que
possuam inventários de ciclo de vida ou vida útil
4.1.1.1 fornecimento de termos e prazos de garantia declarada

4.1.1.2 procedimentos sistematizados para entrega da unidade 4.1.3.5 adoção de procedimentos de seleção ou aquisição de materiais, componentes
habitacional e equipamentos cuja origem possa ser comprovada mediante apresentação de
certificação legal
4.1.1.3 procedimentos sistematizados para acolhimento das
4.1.3.6 comprovação da utilização de produtos produzidos de acordo com as normas
reclamações do usuário
técnicas ou certificados pelo programa brasileiro de qualidade e produtividade no
4.1.1.4 registro dos atendimentos e manutenções (preventivas hábitat (pbqp-h)
e corretivas) realizados na pós-venda por meio dos
serviços de assistência técnica ao usuário

4.1.1.5 fornecimento do manual do proprietário


4.1.4 ações de combate às perdas, desperdícios e avaliação
4.1.1.6 disponibilização de projetos ao usuário
diminuição de consumo geral
(0 a 100 pontos)
verificadores sim não
4.1.2 declaração do custo global da unidade habitacional avaliação
(custo de venda + custo de manutenção) geral 4.1.4.1 adoção de procedimentos sistematizados de gestão e
organização do canteiro de obra e logística
(0 a 100 pontos)
verificadores sim não 4.1.4.2 adoção de plano de gestão de resíduos sólidos

4.1.2.1 declaração da previsão de custos para operação e 4.1.4.3 adoção de sistemas de controle de consumo na fase
manutenção preventiva da habitação ao longo da vida útil de produção (redução do consumo de água e energia,
de projeto das emissões e da geração de resíduos)
198

os empreendedores de
habitação de interesse
social devem ter o
indicador
compromisso com a
4.1.5 procedimentos para a inovação do sistema de
produção
avaliação
geral
(0 a 100 pontos)
qualidade construtiva
verificadores sim não
4.1.5.1 sistematização e adoção de boas práticas no projeto e
produção dos empreendimentos habitacionais

4.1.5.2 adoção de sistemas construtivos e processos produtivos


racionalizados

4.1.5.3 adoção de sistemas construtivos e processos


produtivos industrializados

4.1.6 procedimentos para qualificação técnica das avaliação


equipes e profissionais geral
(0 a 100 pontos)
verificadores sim não
4.1.6.1 adoção de programas de capacitação e treinamento das
equipes de mão de obra

4.1.6.2 experiência e qualificação profissional comprovada da


equipe técnica de acordo com o tipo de empreendimento
200
3.5.3 apresentação final das avaliações dos indicadores da qualidade construtiva quadro 3.13 quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados 201

com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva

quadro 3.11 quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados indicadores avaliação global - 0 a 100 pontos
com os critérios de segurança estrutural e estanqueidade da 4.1.1 compromisso com a garantia da qualidade construtiva
unidade habitacional
4.1.2 declaração do custo global da unidade habitacional (custo de venda + custo de manutenção)
avaliação global - grau de risco
indicadores risco mínimo risco moderado risco crítico 4.1.3 adesão a sistemas da qualidade e/ou certificação

1.1.1 trincas 4.1.4 ações de combate às perdas, desperdícios e diminuição de consumo

1.1.2 deformações 4.1.5 procedimentos para a inovação do sistema de produção

2.1.1 umidade 4.1.6 procedimentos para qualificação técnica das equipes e profissionais

quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados
quadro 3.12 com a sustentabilidade construtiva quadro 3.14 com a satisfação do usuário com a qualidade construtiva

avaliação indicadores avaliação global - 0 a 100 pontos


atende muito atende atende atende atende muito
5.1.1 satisfação do usuário com a qualidade construtiva, na escala da unidade habitacional
indicadores satisfatoria- satisfato- parcial- insatisfato- insatisfatoria-
mente riamente mente riamente mente
5.1.2 percepção negativa do usuário quanto aos problemas ou defeitos existentes na construção
2.2.4 adequação das intervenções efetuadas
5.1.3 satisfação do usuário com a adequação da moradia às necessidades da família
3.1.1 estado de conservação compatível com a vida útil de projeto
5.2.1 satisfação do usuário com a dimensão estética da moradia
3.1.2 condições satisfatórias de exposição aos agentes de degradação
5.3.1 satisfação do usuário com o conjunto habitacional
3.2.1 condições satisfatórias para as atividades de uso e manutenção
5.4.1 percepção positiva do usuário quanto aos documentos e esclarecimentos fornecidos pela construtora para as ações de manutenção
3.3.1 ausência de situações que comprometem o meio ambiente local
(na escala do lote) 5.4.2 opinião do usuário quanto à efetividade do serviço de assistência técnica da construtora
3.6
202 203

considerações à avaliação
da qualidade construtiva

A proposta de Metodologia para Monitoramento e Ava- mas inovadores, validados pelo Sistema Nacional de Avalia- da por meio de recursos subsidiados pelo poder público,
liação da Qualidade Construtiva, apresentada neste capítulo, ções Técnicas – SINAT (MITIDIERI; CLETO; WEBER, 2007). espera-se que os municípios, principalmente das cidades
é resultado da consolidação de uma ferramenta que foi A mediação dos resultados entre os interesses econô- de pequeno porte que são mais carentes de instrumentos
concebida, ajustada, testada e validada por meio de dois micos e financeiros e a busca pela qualidade construtiva de controle, possam capacitar-se para os processos de
estudos de caso realizados em Conjuntos Habitacionais de depende não só do atendimento aos condicionantes insti- aprendizagem e melhoria contínua proporcionados pelos
Interesse Social. A aplicação da metodologia em dois testes- tucionais e técnicos, mas também da satisfação do usuário resultados dos processos avaliativos, quando devidamente
piloto permitiu torná-la mais sucinta e intuitiva. Os resultados e do compromisso e responsabilidade dos empreendedores apreendidos e aplicados.
da sua aplicação mostraram-se capazes de detectar os com a qualidade construtiva. Para garantir a imparcialidade da avaliação, e em con-
principais aspectos que avaliam a qualidade construtiva, Neste contexto, pressupõe-se a necessidade de mu- cordância com os pesquisadores Balbim et al. (2012), re-
na escala da unidade habitacional, principalmente em em- niciar os agentes institucionais de uma ferramenta que comenda-se que os processos avaliativos sejam realizados
preendimentos com construções em série. possibilite avaliar e monitorar a qualidade construtiva dos por meio de contratação de equipe externa à execução,
Como forma de retroalimentar as Políticas Habitacionais produtos gerados por meio das políticas e recursos pú- estimulando assim a formação de equipes independentes
e seus instrumentos, na busca da melhoria contínua, uma blicos destinados às habitações de interesse social, de daquelas que tiveram a responsabilidade pela execução da
das alternativas é avaliar os resultados, isto é, o compor- forma sistematizada, unificada e de abrangência nacional, política, programa, projeto ou execução.
tamento em uso do produto final. abarcando a diversidade da produção em cada cidade do Entende-se que o processo de monitoramento e avalia-
Considera-se que esta proposta de Metodologia para país, independente da capacidade ou das iniciativas dos ção deve ser estabelecido como fluxo contínuo pela perma-
Monitoramento e Avaliação da Qualidade Construtiva vem gestores institucionais locais de manterem instrumentos nente apropriação das análises realizadas como referenciais
minimizar a ausência de ferramentas sistematizadas para a próprios de controle da qualidade construtiva dos empre- para retroalimentação de decisões e aprimoramento de
avaliação na fase de pós-ocupação, de unidades habitacio- endimentos produzidos. resultados em novos empreendimentos, fortalecendo a
nais construídas em série, à luz de importantes conceitos Rompendo com a lacuna histórica da falta de mecanis- cultura da avaliação de resultados dos programas e projetos
consagrados pelo conjunto de normas de desempenho mos de monitoramento e avaliação da produção habitacional gerados por meio de alocação de recursos públicos.
(ABNT, 2013) e da recente introdução no mercado dos siste- brasileira fomentada pelas políticas públicas e provisiona-
204
listas de figuras e quadros 205

BALBIM, Renato; BECKER, Maria Fernanda; CASSIOLATO, Martha; KRAUSE, Cleandro; NADALIN, Vanessa. Meta-avaliação: estudos e pro-
Figura 3. 1 – Sistematização das fases e etapas dos ciclos avaliativos p.141 posições metodológicas a partir da avaliação de políticas de urbanização de assentamentos precários. Texto para Discussão, n. 1704. Institu-
Figura 3. 2 - Exemplo de diagrama de resultados da satisfação do usuário p.177 to de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA. Rio de Janeiro: IPEA, 2012. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/index.php>.
Figura 3. 3 - Exemplo de gráfico de resultados da satisfação do usuário p.177
Figura 3. 4 - Exemplo de Matriz de Criticidade obtida para o indicador umidade . p.180 BARROS NETO, José de Paula. Proposta de um modelo de formulação de estratégias de produção para pequenas empresas de construção
Quadro 3. 1 Quadro geral dos princípios, indicadores, verificadores e meios de verificação da qualidade construtiva p.155 habitacional. 1999. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Quadro 3. 2 - Meios de verificação e coleta de dados p.165 Alegre, 1999.
Quadro 3. 3 - Critérios de classificação para a avaliação da opinião do usuário p.177
Quadro 3. 4 - Instrumento de coleta de dados p.168 BARTZ, Cíntia Fassbender. Proposta de procedimentos para identificação de melhorias no processo de controle da qualidade de empreendi-
Quadro 3. 5 Resultados da avaliação da satisfação dos usuários p.173 mentos habitacionais de baixa renda. 2007. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Quadro 3. 6 Critério de classificação do índice de ocorrência de trincas, deformações e umidade p.181 Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
Quadro 3. 7 Critério de classificação do índice de severidade de trincas, deformações e umidade p.182
Quadro 3. 8 Critérios de avaliação por meio de notas e por escala de atendimento dos verificadores e indicadores p.183 BERR, Letícia Ramos; FORMOSO, Carlos Torres. Método para avaliação da qualidade de processos construtivos em empreendimentos habi-
Quadro 3. 9 Roteiro para vistoria p.184 tacionais de interesse social. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 12, n. 2, p. 77-96, abr.-jun. 2012.
Quadro 3.10 Avaliação dos indicadores e verificadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade construtiva p.196
Quadro 3.11 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com os critérios de segurança estrutural e estanqueidade p.200 BRASIL. Ministério das Cidades. Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat: PBQP-H. 2014. Disponível em: <http://pbqp-
da unidade habitacional -h.cidades.gov.br/index.php>.
Quadro 3.12 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a sustentabilidade construtiva p.200
Quadro 3.13 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a responsabilidade empresarial com a qualidade p.201 BRASIL. Ministério das Cidades. Matriz de Indicadores para avaliação do pós-ocupação dos projetos piloto de investimento intervenção em
construtiva favelas. São Paulo: Secretaria Nacional de Habitação e Instituto de Estudos Especiais da PUC-SP, 2004. Disponível em: <http://www. cida-
Quadro 3. 14 Quadro-síntese da avaliação global dos indicadores relacionados com a satisfação do usuário com a qualidade construtiva p.201 des.gov.br/secretarias-nacionais/secretaria-de-habitacao/pac/AVALIACaO_DE_POS_ OCUPACaO.pdf>. Acesso em: maio 2014.

BSI – British Standard Institution. BSEN 60812: analysis techniques for system reliability – procedure for failure mode and effects analysis
referências (FMEA). London: BSI, 2006.

ABIKO, Alex Kenya; ORNSTEIN, Sheila Walbe (Ed.). Inserção urbana e avaliação pós- ocupação (APO) da habitação de interesse social. São FIESS, Júlio Ricardo et al. Causas da ocorrência de manifestações patológicas em conjuntos habitacionais do Estado de São Paulo. In: EN-
Paulo: FAUUSP, 2002. (Coletânea Habitare/FINEP, v. 1). CONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 9., São Paulo, 2004. Anais... São Paulo: Antac, 2004.

ARDITI, David; GUNAYDIN, H. Murat. Perceptions of process quality in building projects. Journal of Management In Engineering, p. 43-53, FORMOSO, Carlos T.; INO, Akemi. Inovação, gestão da qualidade & produtividade e disseminação do conhecimento na construção habita-
Mar.-Apr. 1999. cional. Porto Alegre: Antac, 2003. p. 396- 421. (Coletânea Habitare, v. 2). Disponível em: <http://www.habitare. org.br/publicacao_coletanea2.aspx>.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575-1: Edificações habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais. Rio FORMOSO, Carlos T.; LANTELME, Elvira M. V.; TZORTZOPOULOS, Patrícia; BARROS NETO, José de Paula; FENSTERSEIFER, Jaime Eval-
de Janeiro: ABNT, 2013. do; SAURIN, Tarcisio Abreu; MOREIRA, Maurício; BERNARDES, Silva. Gestão da qualidade na construção civil: estratégias e melhorias de
206 207
processo em empresas de pequeno porte. In: FORMOSO, Carlos T. ; INO, Akemi. Inovação, gestão da qualidade & produtividade e dissemi- SAKURADA, Eduardo Yuji. As técnicas de análise dos modos de falhas e seus efeitos e análise da árvore de falhas no desenvolvimento e na
nação do conhecimento na construção habitacional. Porto Alegre: Antac, 2003. avaliação de produtos. 2001. Dissertação (Mestrado) – Engenharia Mecânica da UFSC, Florianópolis, 2001.

GARVIN, David A. Gerenciando a qualidade: a visão estratégica e competitiva. Rio de Janeiro: Qualitymark,1992. SILVA, Sônia Raposo Costa e Silva; FONSECA, Manuel; BRITO, Jorge de. Metodologia FMEA e sua aplicação à construção de edifícios.
Lisboa, Portugal: QIC, 2006.
EE/PUCSP – Instituto de Estudos Especiais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Matriz de indicadores para avaliação da
pós-ocupação: Programa Habitar Brasil – BID (HBB) – Relatório 4. Coordenação técnica: Rosangela Dias Oliveira da Paz. Brasília: UAS/HBB SOUZA, Roberto de; ABIKO, Alex. Metodologia para o desenvolvimento e implantação de sistemas de gestão da qualidade em empresas
– Ministério das Cidades, 2006. construtoras de pequeno e médio porte. Boletim Técnico da Escola Politécnica da USP. São Paulo: Departamento de Engenharia de Constru-
ção Civil, 1997.
IOSHIMOTO, Eduardo. Incidência de manifestações patológicas em edificações habitacionais: tecnologia das edificações – divulgação tecno-
lógica – IPT. São Paulo: PINI, 1998. THOMAZ, Érico; DEL MAR, Carlos Pinto. Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR
15575/2013. Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013.
JURAN, Joseph M.; GODFREY, A. Blanton. Juran’s Quality: handbook. 5. ed. USA: McGraw- Hill, 1998.
WOOD JR., Thomaz; URDAN, Flávio Torres. Gerenciamento da qualidade total: uma revisão crítica. Revista de Administração de Empresas,
MITIDIERI FILHO, Cláudio; CLETO, Fabiana da R.; WEBER, Maria Salete. Desenvolvimento e Implementação do Sistema Nacional de Avalia- São Paulo, v. 34, n. 6, p. 46-, nov.-dez. 1994.
ções Técnicas de Produtos Inovadores (SINAT (SINAT). In: SIBRAGEC, 5., Campinas, out. 2007.
ZANONI, Vanda Alice Garcia; BASSO, Jussara Maria. Avaliação pós-ocupação do Projeto Integrado Mudando Para Melhor – Buriti-Lagoa –
ORNSTEIN, Sheila Walbe; ROMERO, Marcelo de Andrade (Org.). Avaliação pós-ocupação do ambiente construído. São Paulo: Studio Nobel; HBB (Relatório de Pesquisa).Prefeitura Municipal de Campo Grande: EMHA, 2007.
Edusp, 1992.
ZANONI, Vanda Alice Garcia; BASSO, Jussara Maria. Avaliação pós-ocupação do Projeto Integrado Mudando Para Melhor – Imbirussu Serra-
PICCHI, Flávio A. Sistemas de qualidade: uso em empresas de construção de edifícios. 1993. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica da Uni- dinho – HBB (Relatório de Pesquisa).Prefeitura Municipal de Campo Grande: EMHA,, 2009.
versidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

RICHTER, Cristiano. Qualidade da alvenaria estrutural em habitações de baixa renda: uma análise da confiabilidade e da conformidade. 2007.
175 f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
2007.

ROMÉRO, Marcelo de Andrade; ORNSTEIN, Sheila Walbe (Ed.; Coord.). Avaliação pós- ocupação: métodos e técnicas aplicados à habitação
social. Porto Alegre: Antac, 2003. (Coleção Habitare).

SABBATINI, Fernando Henrique. Alvenaria estrutural: materiais, execução da estrutura e controle tecnológico: requisitos e critérios mínimos
a serem atendidos para solicitação de financiamento de edifícios em alvenaria estrutural junto à Caixa Econômica Federal. Caixa Econômica
Federal, Diretoria de Parcerias e Apoio ao Desenvolvimento Urbano. Brasília, 2003.
conclusão
208 209

resposta a uma situação de emergência

O trabalho apresentado resulta de um esforço coletivo, indigência e carência. nos espaços públicos, como a proliferação de urbanizações gestores municipais e suas respectivas equipes precisam
visando a contribuir para o avanço das questões habita- Tem-se a convicção de que as questões da habitação monofuncionais e o desequilíbrio da distribuição de serviços ter consciência dos seus papéis e das responsabilidades
cionais e da qualidade das cidades no Brasil. Diante da e de nossas cidades requerem transformações sociais a e equipamentos públicos e ambientais. É preciso admitir: como gestores de programas de habitação social, assim
complexidade que elas implicam, tem-se ciência dos limites muito longo prazo, pois demandam uma alteração social as cidades brasileiras são injustas, violentas e feias. como da importância do monitoramento e avaliação de
da metodologia de avaliação e monitoramento elaborada no de base que exige revisão da tradição cultural brasileira Diante de um quadro tão pouco animador, como pen- resultados. Uma vez assumida a responsabilidade de
decorrer de dois anos de estudos e trabalhos. patrimonialista e hierárquica. Todavia, compreender a origem sar respostas possíveis? Uma primeira alternativa seria a monitorar e avaliar resultados, passa-se à necessidade
A questão habitacional pressupõe, sobretudo, a distri- cultural dos problemas habitacionais e urbanos em cida- descentralização das políticas habitacionais com maiores de capacitar equipe técnicas municipais no uso dos ins-
buição de renda no país. Uma distribuição de renda mais des brasileiras não significa impedir a busca de respostas exigências de participação dos estados e município nas trumentos propostos.
igualitária possibilitaria, por exemplo, que o déficit habita- possíveis, mesmo que se reconheçam nelas ineficiências. decisões do onde e do que construir, apostando, sobretu- O sucesso da apreensão dos instrumentos de avalia-
cional pudesse ser minimizado pela iniciativa da própria Faz-se necessário questionar as políticas de âmbito do, na autonomia dessas instâncias na avaliação do que é ção e monitoramento depende do cumprimento de dois
sociedade, caracterizada por grupos distintos, com neces- nacional que tratam a habitação como um modelo universal, realizado. Ao pensar nesta alternativa, depara-se com outra requisitos: os gestores municipais devem reconhecer a
sidades espaciais e hábitos diversos, distribuída num Brasil replicável em âmbito nacional, sem considerar as diferenças dificuldade: a ausência de capital humano, no âmbito da importância de assumirem esses instrumentos, integran-
com variações climáticas continentais. A distribuição de regionais. A inadequação de tal concepção da moradia é administração pública, preparado para o exercício dessas do-os à gestão dos programas habitacionais; as equipes
renda mais justa permitiria aos grupos sociais construir suas agravada pela desconsideração de que essas são partes funções. Dessa forma, urge investir na formação de equipes técnicas municipais devem ser capacitadas para a aplica-
moradias em consonância com suas aspirações particulares. integrantes de cidades, cujo planejamento urbano tem, a técnicas municipais, o que implica educação e valorização ção e o potencial de uso dos instrumentos, permitindo que
Essa mesma desigualdade de renda se expressa no cada dia, assumido uma orientação “flexível” e se associa- dos profissionais. contribuam de maneira efetiva para a melhoria contínua
espaço urbano, acarretando problemas graves que difi- do ao capital privado, originando adensamentos obtusos Para a disseminação do método de monitoramento e dos programas de habitação de interesse social.
cultam ainda mais a vida das populações. A mobilidade e expansões urbanas perdulárias, ao se considerar o solo avaliação da Qualidade de Projeto Urbanístico e Arquitetôni- Portanto, como etapas para assegurar a absorção dos
urbana, o acesso aos equipamentos públicos e serviços, urbano. Os efeitos da gestão urbana, calcada em modelo co e da Qualidade Construtiva, aqui proposto, é imprescin- instrumentos propostos têm-se:
entre outros, corroboram para a conformação das cidades que acentua a segregação espacial da população, apre- dível contar com um corpo técnico apto, plenamente capaz 1. Publicação da ferramenta – os testes realizados
como arquipélagos onde uns concentram riquezas e outros, sentam consequências deletérias facilmente identificáveis de lidar com os instrumentos de avaliação. Para tanto, os para ajuste dos instrumentos demonstram seu potencial
para oferecer diagnóstico e subsídios para o desenho de o reforço de uma participação mais exigente dos agentes
estratégias de melhoria contínua de programas de habita- financiadores dessas políticas. As políticas habitacionais
ção social. estão, em geral, atreladas às políticas econômicas, pois
2. Apresentação dos instrumentos aos municípios e elas geram emprego e dinamizam a economia com a cir-
respectivas equipes técnicas em eventos organizados com culação de capital. Todavia, essa associação nem sempre
a participação do Ministério das Cidades, Caixa Econômica, resulta no efeito desejado, enredando com frequência na
Banco do Brasil e Associação Nacional dos Municípios, transferência de recursos públicos para a iniciativa privada,
entre outros agentes identificados como relevantes à sua com lucros vantajosos para esta. Não se advoga aqui pela
disseminação. não participação da iniciativa privada na solução do déficit
3. Capacitação das equipes técnicas municipais, in- habitacional e da qualidade das cidades. Pelo contrário,
cluindo elaboração de material técnico para este fim. A ela é bem-vinda e necessária, contanto que também esteja
capacitação envolve a orientação para o conhecimento sobre avaliações competentes e constantes, podendo ser de
dos instrumentos de análise e suas respectivas fundamen- responsabilidade dos órgãos de financiamento juntamente
tações conceituais, tanto para o planejamento e realização com as instâncias de gestão municipal e estadual. E aqui se
do trabalho de análise quanto para a avaliação dos resul- esbarra em mais uma vez dificuldade: a integração desses
tados obtidos. As particularidades relativas à avaliação da poderes com a gestão das cidades.
qualidade de projeto e da qualidade construtiva exigem As dificuldades e os desafios são muitos, quando as
abordagens diferenciadas, resultando em estratégias gerais questões são habitação e cidades, e não dependem de
e específicas. respostas técnicas, embora sejam imprescindíveis. A me-
É ainda preciso que os órgãos de planejamento urbano lhoria das cidades, no seu sentido mais amplo, só pode
retomem seu papel de mediador entre os atores urbanos. ser vislumbrada na coordenação de frentes múltiplas e
Ainda que a legislação existente, como o Estatuto da Cidade, interdisciplinares de trabalho. O que se apresenta como
tenha oferecido importantes instrumentos de controle do resultado dos estudos realizados e apresentados nesta
solo urbano, visando a uma justiça espacial, os órgãos de publicação não pode fazer as vezes de um checklist, que
planejamento e as instâncias participativas, como os Con- quando respondido ateste a validade de um empreendi-
selhos Municipais de Política Urbana, não têm conseguido mento. Espera-se que ele sirva como um instrumento que
fazer frente aos especuladores, como bem o demonstra o apoie e sustente a avaliação das políticas relativas à habi-
estado de nossas cidades: degradação de regiões centrais, tação social e cumpra o papel de realimentar um processo
descuido com o patrimônio edificado, espaços públicos de produção da moradia, minimizando erros de origem à
abandonados, equipamentos degradados, entre outros que conclusão. E para cumprir este objetivo é preciso que se
poderiam ser enumerados. torne de domínio pelos responsáveis pelas avaliações. O
Descentralização das políticas habitacionais, com o domínio não significa posse, mas ciência e entendimento.
apoio do governo federal, e atuação de órgãos estadual
e municipal apontam para uma luz no fim do túnel, com
faunb
Faculdade de Arquitetu ra
e Urbanismo UnB
View publication stats

You might also like