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1 – Circunstâncias dadas
1.1. Dados Ambientais
1.1.1 Onde: Lugar (macro e micro) onde acontece a história
A história se desenvolve, no âmbito macro, na periferia de São Paulo e, no âmbito micro,
todas cenas se passam na casa alugada onde moram Nina e Zé.
Estação: Verão (por opção dos atores e diretor, pois o texto não nos informa a estação).
Religiosa: Nina é cristã e se apoia em suas crenças para continuar resistindo junto ao
marido. Já Zé não possui nenhum forte vínculo religioso e constantemente faz críticas à
fé de Nina.
2 – Personagens
Zé –
É um jovem adulto de classe baixa, ex-operário, que se casou com uma mulher e
tem que lutar para manter a casa. É aficionado por futebol e pelo Cortinthians. Sempre
teve que trabalhar e lamenta muito o fato de não ter aprendido nenhum ofício mais novo.
Apesar de seus pesares, não fica claro qual é seu sonho profissional.
As marcas características de seu figurino e caracterização serão: cabelos soltos de
comprimento médio, bigode e talvez costeletas típicas da década, camisa de cor bege lisa
e uma do Corinthians para o primeiro quadro; calça jeans azul reta, sapatos pretos, um
short branco e um preto (refletindo as cores do time). Em casa, anda muito à vontade, pés
descalços, camisa aberta ou sem camisa. A paleta de cores de Zé está mais voltada para o
bege e o azul, com um aspecto meio opaco, refletindo sua condição de homem comum,
trabalhador e não muito vaidoso.
A camisa e a calça são um pouco mais largas do que o padrão atual, conferindo-lhe
uma silhueta maior e menos curvilínea.
2.1. Desejo: Superobjetivo, aonde quer chegar
Zé deseja formar uma família com Nina, ser feliz no casamento e ter uma vida estável com
um bom emprego.
2.2. Força de vontade: capacidade para atingir o superobjetivo: Luta para conseguir
o que quer?
Zé batalha para conseguir empregar-se, mas a frustração e seus valores, conscientes ou
não, acabam por imobiliza-lo a partir do quarto quadro.
Zé tem um ponto de vista crítico em relação à estrutura social na qual está inserido, onde
os trabalhadores são desprivilegiados em prol dos “bacanas”, dos donos de negócio. Para
o Zé, esses sujeitos são vagabundos, uma vergonha, pois só através do próprio suor um
homem pode ter dignidade. Apesar da inconformidade, possui uma visão tradicional
sobre a família e de seu papel na casa. Simpatiza muito com crianças, pois vê nelas um
contraste a essa sociedade corrompida.
2.4. Polarização: Como ele começa e como termina (emoções e objetivos atingidos?)
Zé inicia a peça desempregado a quase um semestre, mas ainda está, alegre, firme na
procura de um emprego e procurando se distrair. Os eventos da peça vão o deixando
frustrado e desconfiado, o que culmina em seu desanimo para procurar emprego e
hesitação em aceitar a oportunidade oferecida pelo marido da irmã de Nina. Vemos um
Zé melancólico, beligerante e niilista no final da peça, que trespassa os desejos de sua
mulher e a agride fisicamente.
3 - Diálogo
3.1. Escolha das palavras: dialetos (sotaques de grupos) e idioleto (sotaque
individual como por exemplo troca de letras)
4 – Ideias
4.1. Significado do título (o porquê do título)
O título da peça tem relação com a demissão de Zé, pois trabalhava no maquinário de
uma fábrica. A alusão a um mecanismo pode também estar relacionada aos aspectos da
relação entre Zé e Nina, que se aproxima cada vez mais de um impasse. Levando em conta
o criticismo da peça à sociedade, as “máquinas” poderiam se referir às pessoas e o “parar”
seria uma reação à opressão ininterrupta das autoridades e dos capitalistas.