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Estrutura Conceitual Básica


da Contabilidade
Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade
Autoria: Fabrício Aquino dos Santos
Como citar este documento: AQUINO, Fabricio. Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade. Valinhos:
2016.

Sumário
Apresentação da Disciplina 04
Unidade 1: Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade 06
Assista a suas aulas 29
Unidade 2: Objetivos das demonstrações contábeis 38
Assista a suas aulas 57
Unidade 3: Usuário da informação contábil 69
Assista a suas aula 82
Unidade 4: Normas contábeis 92
Assista a suas aulas 123

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Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade
Autoria: Fabrício Aquino dos Santos
Como citar este documento: AQUINO, Fabricio. Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade. Valinhos:
2016.

Sumário
Unidade 5: Características qualitativas da informação e fundamentais 132
Assista a suas aulas 145
Unidade 6: Características qualitativas de melhoria 154
Assista a suas aulas 164
Unidade 7: Pressuposto básico: premissas subjacentes 172
Assista a suas aulas 186
Unidade 8: Elementos das demonstrações contábeis 195
Assista a suas aulas 221

3
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Apresentação da Disciplina

A contabilidade é uma poderosa ferramenta países. Em 1929, com a quebra da bolsa de


de gestão. Em qualquer momento de nossa Nova Iorque, a contabilidade passou a ter
economia, ela apresenta base para infor- um novo olhar, visando a uma melhora em
mações financeiras independentemente do transparência e confiabilidade das infor-
tamanho da empresa, pois fornece dados mações contábeis, portanto, vários órgãos
que auxiliam os gestores nas suas tomadas de controle e empresas de auditorias, pro-
de decisões e corrigem desvios no curso das duzindo, assim, um maior rigor na verifi-
operações das empresas, analisa vantagens cação e na apresentação das informações
e desvantagens em investimentos dos mais contábeis.
diversos, verifica a saúde financeira da em- Mesmo que a contabilidade seja apresenta-
presa, ou seja, sua capacidade de gerar um da em números, ela não é uma ciência exa-
fluxo de caixa positivo, entre outras infor- ta, mas uma ciência social, interpretando a
mações à gestão. ação humana no patrimônio das empresas.
Com o surgimento de grandes corporações Todavia, como ela procura explicar a ação
e aberturas de economias, muitas empre- humana nas empresas, a contabilidade ba-
sas expandiram suas fronteiras, integrando seia-se em princípios e normas para que as
mercados em níveis globais. Assim, empre- informações possam ser coletadas, compi-
sas passaram a possuir filiais em diversos ladas, analisadas e apresentadas de modo
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padronizado com seus princípios. Imagi- zar as normas contábeis em escala global e,
nem uma empresa com diversas unidades assim, a padronização da contabilidade em
em vários países, sendo que cada um deles todo o mundo.
possua sua norma e padrão específico de Esta disciplina trata da definição dos prin-
normas e princípios contábeis. Teríamos, cípios contábeis no Brasil e das normas in-
desse modo, uma “torre de babel contábil”. ternacionais, que aqui em nosso país são
Esse cenário era realidade até alguns anos editadas pelo Comitê de Pronunciamentos
atrás; cada país adotava suas regras. A con- Contábeis, das demonstrações contábeis
tabilidade de uma empresa, por exemplo, e os usuários da informação contábil e das
cuja matriz estava nos EUA e possuía uma demonstrações contábeis e seus elemen-
filial no Brasil, deveria ser feita respeitando tos, que são alicerces para a construção do
as regras de cada país e, consequentemente, entendimento da contabilidade.
deveria ser convertida para o padrão, natu-
ralmente da matriz.
No ano de 2001, foi criado o IASB – Interna-
tional Accounting Standards Board –, que pu-
blica e atualiza as IFRS – International Finan-
cial Reporting Standards –, visando harmoni-
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Unidade 1
Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade

Objetivos

1. Apresentar os princípios contábeis;


2. Expor as Normas Internacionais de
contabilidade – CPC;
3. Discorrer sobre os tipos dos órgãos re-
guladores no Brasil.

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Introdução

No cotidiano, vivemos tomando decisões mente, a área de atuação de um contador.


das mais variadas possíveis. São decisões Ela é um grande banco de dados da empre-
que podem ser simples, como, por exemplo, sa1, de modo que ela coleta todos os atos e
tomar um banho ou vestir uma determinada fatos administrados ocorridos diariamen-
roupa, ou podem ser mais complexas: qual te e processa estes dados de acordo com
curso escolher para o futuro, comprar uma as suas normas e práticas. Na sequência, é
casa, entre outras. Independentemente do possível extrair relatórios para que os usu-
tipo de decisão se ela poderá ser classifica- ários das informações possam tomar deci-
da como simples ou complexa, ela deverá sões.
ser tomada baseada em determinadas vari-
áveis e elas devem ser estar à disposição de
forma clara e objetiva. Há que se levar em
consideração quem tomará a decisão; tam-
bém deverá saber ler e interpretar os dados
disponíveis.
A contabilidade é uma grande ferramen-
ta para que os gestores possam tomar de- 1 Entende-se com o termo empresa todas as entidades de uma
cisões. A Figura 1 apresenta, simplificada- forma geral, que inclui as sociedades (companhias), socie-
dades limitadas (Ltda.), com fins ou sem fins lucrativos.
7/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
negócios por não dar a devida importância
ou desconhecer as informações geradas
pela contabilidade, pois certamente pos-
suem recursos financeiros escassos. Portan-
to, a necessidade de informações e também
a capacidade de as interpretar torna-se in-
dispensável.
A contabilidade é uma ciência social, pois
ela estuda o comportamento do patrimônio
Figura 1 – Área_de_atuação_do_contador
das empresas. Mesmo utilizando métodos
Fonte: Marion (2012), adaptado pelo autor.
quantitativos, não podemos confundi-las
A contabilidade traz a linguagem dos negó- com as ciências matemáticas (exata), pois
cios, medindo os resultados das empresas, o ela tem o objeto de ações abstratas inde-
seu desempenho e mostrando as diretrizes pendente das ações humanas. Na contabili-
para a tomada de decisão. dade, as quantidades são medidas dos fatos
Observamos várias empresas, principal- e atos administrativos ocorridos. Portanto,
mente pequenas empresas e empreende- a contabilidade carrega em surgimento a
dores, que não conseguem perpetuar seus necessidade de donos dos patrimônios de
8/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
mensurar e controlar as variações de suas quadas a estas exigências, muitas vezes em
riquezas. Assim, podemos confirmar que a detrimento às informações mais adequadas
contabilidade surgiu em função do homem para a tomada de decisão.
que possui um patrimônio e com as infor- Com o esforço de convergência das nor-
mações contábeis pode conhecer melhor a mas internacionais de contabilidade e com
“saúde” econômico-financeira do seu pa- a criação do IASB, considerado o principal
trimônio e tomar decisões baseadas nelas. organismo que emite Normas Contábeis
Com o avanço da escola americana e pro- Internacionais, foi criado no ano de 2005 o
mulgação da Lei 6.404, de 15 de dezembro Comitê de Pronunciamento Contábeis, com
de 1976, a “Lei das S/A” trouxe para a con- o objetivo de integrar o Brasil ao padrão
tabilidade uma primeira padronização das contábil internacional, e em janeiro de 2008
informações contábeis. divulgou-se a aprovação da sua estrutura
Porém, a contabilidade no Brasil possuía conceitual da Contabilidade, totalmente
uma característica fortemente inclinada convergente com as Normas Internacionais
para atender as necessidades do governo do IASB.
com fins tributários. Inicialmente, os conta- Decorrente desse esforço, ocorreram im-
dores preocupavam em montar as informa- portantes alterações na regulamentação
ções contábeis de forma que fossem ade- contábil no país, como, por exemplo, em
9/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
dezembro de 2007, a Lei nº 11.638/07, en- Assim, a MP nº 449/08 criou o Regime Tran-
trando em vigor logo em 1º de janeiro de sitório de Tributação (RTT), em que as em-
2008. presas tributadas, com base no Lucro Pre-
Essa nova legislação trouxe grandes mu- sumido ou no Lucro Real, poderiam escolher
danças, gerando, assim, muitas dúvidas se desejam, ou não, optar pelo RTT nos anos
quanto aos novos formatos para o trata- de 2008 e 2009. Nesse passo, a referida MP,
mento das informações contábeis com re- após análise pelo congresso, foi convertida
lação às questões tributárias. Desse modo, na Lei nº 11.941/09, determinando no ano
em 3 de dezembro de 2008, o Presidente de 2010 que as empresas optantes pelo re-
da República, com o pedido do Ministério gime tributário, chamado de Lucro Presu-
da Fazenda, sancionou a Medida Provisória mido e Lucro Real, estão obrigadas a adotar
nº 449/08, com o objetivo de “neutralizar o RTT, pois, a partir desse ano, a Comissão
os impactos dos novos métodos e critérios de Valores Mobiliários, o Banco Central do
contábeis introduzidos pela Lei 11.638/07, Brasil, a Receita Federal, além de outras en-
na apuração das bases de cálculos de tribu- tidades, por força da lei, assumiriam a con-
tos federais”, diminuindo, assim, as ques- vergência final para as Normas Internacio-
tões jurídicas dos contribuintes em função nais de Contabilidade.
da publicação da nova norma.
10/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Portanto, todas as empresas deverão estar a
partir de 2010 dentro dos critérios e regras
estabelecidas pelas normas vigentes, além
de acatarem as resoluções do Conselho Fe-
deral de Contabilidade. Assim, a contabili-
Link
dade no Brasil deixou de ser elaborada com Lei nº 6.404/76. Disponível em: <http://www.
grande tendência tributarista, passando planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6404consol.
a traduzir o cenário de negócios, trazendo htm>. Acesso em: 10 dez. 2016. Lei nº 11.638/07.
para as informações contábeis um caráter Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
estratégico para as empresas na sua toma- ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11638.
da de decisão. htm>. Acesso em: 10 dez. 2016. Lei nº 11.941/09.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.
htm>. Acesso em: 10 dez. 2016.

11/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
1. Os Princípios Fundamentais • Objeto da contabilidade é analisar e
de Contabilidade - Conceito controlar o patrimônio das empresas.
Portanto, os princípios são a forma, o meio
A contabilidade, como ferramenta para e a estrutura de que a Contabilidade se uti-
decisão, requer que as informações sejam liza para atingir seus objetivos ou entender
apresentadas com uniformidade e os Princí- o que vem sendo praticado de forma har-
pios Fundamentais de Contabilidade são os monizada e padronizada nas mais diversas
conceitos básicos que compõem os alicer- empresas.
ces necessários para guiar a coleta e apre-
Os notáveis professores Sérgio de Iudíci-
sentação das informações contábeis.
bus, José Carlos Marion e Ana Cristina Faria
Convém, a partir deste momento, separar- (2009) nos apresenta de forma didática a
mos adequadamente os Princípios Funda- diferença entre princípios versus objetivos:
mentais de Contabilidade com o Objetivo
ou Objeto da Contabilidade:
• Objetivo da contabilidade é informar
o usuário;

12/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Os princípios são como as grandes placas de direção e atenção de uma ro-
dovia moderna. O objetivo é o lugar ou cidade onde pretendemos chegar.
Eventualmente, mas com muito maior possibilidade de erro, poderíamos
chegar quase sem sinalização. Os Princípios Fundamentes, na Contabilida-
de, exercem a mesma função. São “guias” de direção que, devidamente ob-
servados, vão nos levar aos objetivos desejados, sem grandes problemas,
sem desvio de rota, sem entrar na variante ou rodovia errada e, às vezes,
quando a cidade (objetivo) é grande demais (objetivos complexos) vão nos
ajudar a acessar o lado certo da cidade: Cento, Zona Sul, Zona Norte, etc.
(Iudícibus; Marion; FARIA, 2009, p. 150).
Os notáveis professores colocam também “que toda Contabilidade nada mais é do um gigantesco
painel de indicadores [...]”. Essa afirmação é totalmente coerente, visto que a contabilidade cole-
ta, registra, expõe em relatórios toda a movimentação dos atos e fatos administrativos da em-
presa. Assim, a contabilidade, apresentando todas as ocorrências da empresa, traz aos gestores
informações para uma tomada de decisão baseada em indicadores socioeconômicos.

13/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
2. Órgãos Reguladores princípios contábeis em nosso país. A con-
tribuição foi feita através da circular 179/72
O início da emissão de pronunciamen- do Banco Central do Brasil e o IBRACON
tos sobre Princípios de Contabilidade para continuou com seus esforços emitindo pro-
orientação da prática dos contadores teve nunciamentos, chegando até o ano de 1986
seu início nos EUA, na década de 1930, logo com a publicação de um trabalho intitulado
após a quebra da Bolsa de Nova Iorque. Fica- “Estrutura Conceitual Básica da Contabili-
ram conhecidos como Princípios Contábeis dade”, baseado nos PCGAs.
Geralmente Aceitos (PCGAS), mas, dentro
No ano de 1981, o Conselho Federal de Con-
das empresas multinacionais de capital ori-
tabilidade, através da resolução nº 530, se
ginal norte-americano, ficaram conhecidos
pronunciou sobre os princípios contábeis.
como “GAAPs”. Podemos verificar que, a
Na sequência, o CFC publicou a Resolução
partir desse fato ocorrido, já havia a preo-
nº 750 de 29-12-93, que define os Princí-
cupação de uma uniformização de princí-
pios Fundamentais de Contabilidade (PFC),
pios para guiar a contabilidade.
sendo que a observação na prática contábil
No Brasil, o Instituto Brasileiro de Contado- é obrigatória.
res (IBRACON) teve uma participação fun-
damental no início da normatização dos
14/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
3. Princípios, Postulados e Convenções

A compreensão dos princípios, postulados e convenções pode ser sintetizada a partir da ilustra-
ção “edifício contábil”, conforme mostra a figura a seguir:

Figura 2 – O edifício contábil


Fonte: Iudícibus e Marion (2009). Adaptado pelo autor.

15/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Com relação à entidade, esse postulado é para atuar nas formas usuais de comércio
uma das bases importantes dos Princípios por um período relativamente longo. No fu-
da Contabilidade, determinando que a con- turo da vida da empresa, somente é abolida
tabilidade existe, é mantida e produz suas a continuidade quando há um histórico de
avaliações e demonstrações relativas às prejuízos persistentes, com uma perda de
empresas de qualquer natureza e fim, desde substância econômica e de competitivida-
que tenham exercida atividade econômica. de de mercado ou mesmo com o fim jurídico
Os sócios ou quotistas de uma determina- da empresa, em que a contabilidade sinali-
da empresa podem ser considerados tam- ze para que aquela empresa esteja prestes a
bém como uma empresa, possuindo distin- uma descontinuidade.
tamente seus patrimônios. Dessa forma, o O Custo Histórico, também conhecido por
princípio da entidade determina que não Custo Histórico com Base no Valor, determi-
devem ser confundidos os patrimônios de na que os elementos que compõem um pa-
ambas as empresas; elas são entidades dis- trimônio de uma empresa devem ser regis-
tintas e para cada uma deverá existir uma trados na data correta de aquisição, inde-
contabilidade. pendentemente da sua data de pagamen-
Com relação à Continuidade, esse é um con- to, e pelo valor de aquisição ou fabricação,
ceito de ambiente, pois a empresa é criada expresso em moedas nacionais. Além disso,
16/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
ele também determina que o valor do objeto O Denominador Comum Monetário deter-
em questão é o valor efetivamente pago por mina que a contabilidade seja processada
ele. na mesma moeda corrente do país. Portan-
Nesse princípio, podem ocorrer algumas di- to, quando tratamos de eventos como im-
ficuldades para a sua aplicação. Uma delas é portação ou exportações, os pagamentos
a inflação, em que o preço do produto varia ou recebimento, mesmo que operacionali-
ao longo do tempo, inclusive entre a data de zado em moeda diferente do país, devem ser
aquisição e o seu pagamento efetivo. Outro convertidos e registrados na moeda nacio-
problema é em relação ao custo do produto, nal. Também quando consolidamos a con-
principalmente quando falamos de aquisi- tabilidade de uma filial de outro país, há que
ção de Ativo Imobilizado, pois, quando se se efetivar a conversão entre as moedas.
fala em valor pago por ele, há a inclusão de A receita é reconhecida no período contábil
todos os gastos para colocar o bem em con- em que foi gerada, ou seja, quando os bens
dições de uso, como, por exemplo, seguros ou serviços são transferidos aos comprado-
pagos, fretes de transporte incorridos, pre- res em troca de dinheiro, à vista ou a prazo,
paração do local de instalação deste bem ou por permuta.
etc. A empresa existe com um objetivo de obter
lucro. Para tanto, é necessário que ela gere
17/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
receita. Porém, para que ela gere a receita, gal não for clara, a essência econômica da
necessitará gerar gastos que consumirão transação deve prevalecer sobre a forma.
seus ativos. A partir daí, temos o fato ge- O contador deverá escolher, entre vários
rador da despesa. Dessa forma, podemos procedimentos existentes, o mais adequado
consumir ativos pagos no mesmo período e objetivo possível para descrever e registrar
ou adquiridos em períodos anteriores, sen- um evento contábil. Os registros contábeis
do que a contabilidade deverá registrar esse deverão ter suporte, sempre que possível,
sacrifício juntamente com o período ocorri- em documentação gerada nas transações
do com a receita. Vale destacar que existem ou evidência que possibilite o registro, mas,
despesas que ocorrem de forma recorrente principalmente, a avaliação. O contador po-
independentemente da geração de receita, derá basear-se por meio de laudos elabora-
por exemplo, pagamento de aluguel. Mes- dos por peritos, documentos fiscais, extra-
mo não ocorrendo uma receita, a empresa tos bancários, contratos, entre outros.
deverá pagá-lo nos períodos contratuais.
A materialidade poderá ser analisada pelo
Em termos do registro de uma transação viés “custo versus benefício”. Existem infor-
comercial, a contabilidade deverá observar mações contábeis nas quais o custo para
sua forma legal e também a sua essência poder evidenciá-las, como tempo de tra-
econômica. Entretanto, quando a forma le- balho do pessoal da contabilidade, material
18/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
etc., é superior ao benefício que a informa- mações não terão um excessivo otimismo.
ção trará ao usuário da informação. Muitas Quando o contador estiver em dúvida sobre
vezes, os esforços para encontrar uma pe- um determinado valor de uma obrigação,
quena diferença, que não é recorrente nos ele deverá assumir a prudência de registrar
relatórios contábeis, por exemplo, não trará sempre o maior valor para ela. Em contra-
benefício para entendimento de uma deter- partida a essa, ele também deverá registar o
minada operação. menor valor para os bens e direitos, no caso
Na convenção Consistência ou Uniformida- de incerteza de determinar os valores exa-
de, determina-se que, uma vez adotado um tos para estes .
critério contábil, dentro dos mais variados e
igualmente relevantes, esse não deverá so-
frer mudanças de um ano para outro, pois,
Para saber mais
Alguns termos contábeis são corriqueiros numa
desse modo, a informação contábil poderá
empresa. Fica como sugestão a leitura de um
ser comparada.
glossário. Disponível em: <http://www.por-
O contador deverá ser conservador (pru- taldecontabilidade.com.br/glossario.htm>.
dente) em sempre antecipar prejuízo e nun- Acesso em: 10 dez. 2016.
ca antecipar lucro. Assim, ele garante para
o gestor tomador de decisão que as infor-
19/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
4. Normas Internacionais de No Brasil, o órgão responsável pela as con-
Contabilidade vergências das normas internacionais é o
CPC, que foi concebido pela união das en-
Com a globalização das economias mun- tidades ABRASCA, APIMEC NACIONAL, BO-
diais, as fronteiras para empresas foram VESPA, Conselho Federal de Contabilidade,
derrubadas. Investidores de qualquer parte FIPECAFI e IBRACON.
do globo podem investir em uma empresa
fora de seu local de origem. Desse modo, a
contabilidade precisou adequar-se a esse
novo cenário. Os esforços do IASB trazem
Para saber mais
para esses investidores segurança de análi- A APIMEC é uma instituição que representa os
se e interpretações da informação contábil. profissionais do mercado de capitais e certifica
Com isso, um investidor da França poderá os analistas de investimento. Outras informa-
analisar as informações contábeis de uma ções podem ser obtidas no site. Disponível em:
empresa brasileira e seu entendimento da <http://www.apimec.com.br>. Acesso em: 10
contabilidade será o mesmo praticado pe- dez. 2016.
las empresas francesas.

20/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Link
Os sites dessas entidades estão disponíveis em: CPC – <http://www.cpc.org.br/CPC/; ABRASCA –
http://www.abrasca.org.br>; BOVESPA – <http://www.bmfbovespa.com.br>; CFC – <http://cfc.
org.br>; FIPECAFI – <http://www.fipecafi.org>; IBRACON – <http://www.ibracon.com.br>. Acesso
em: 10 dez. 2016.

Segundo as informações no site do CPC, a união desses órgãos foi em função das necessidades de:

• Convergência internacional das normas contábeis (redução de custo


na elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas
análises e decisões, redução de custo de capital);

• Centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas


entidades o fazem);

• Representação e processos democráticos na produção dessas infor-


mações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, interme-
diário, academia, governo) (CPC, s.d).
21/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo:

o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre pro-


cedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natu-
reza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasilei-
ra, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção,
levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos
padrões internacionais (CPC, s.d.).
Atualmente, os principais países já estão convergidos para as normas internacionais IFRS, como
demonstra a Figura 3.

22/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Figura 3 – Países que adotam o IFRS
Fonte: Pesquisa PricewatherhouseCoopers (2008).

Atualmente, o CPC já produziu e editou 46 pronunciamentos mais o CPC PME.

23/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Para saber mais
Os CPCs estão disponíveis para download. Dis-
ponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/
Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>.
Acesso em: 10 dez. 2016.

24/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Glossário
Contabilidade: ciência social que tem como o principal objetivo estudar o patrimônio de uma
empresa, que é constituído por todos os seus bens, direitos e obrigações para com terceiros.
IFRS: as normas internacionais de contabilidade que em inglês International Accounting Stan-
dard, IAS, hoje conhecidas como International Financial Reporting Standards, IFRS, traduzidas
para o português brasileiro como “Normas Internacionais de Relatório Financeiro”, são um con-
junto de normas internacionais publicado e revisado pelo International Accounting Standards
Board (IASB). No Brasil, o responsável pelos os pronunciamentos contábeis harmonizados com
as IFRS é o CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
CPC PME: o Pronunciamento Técnico PME Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
(Contabilidade para PMEs) é apresentado nas Seções de 1 a 35. Correlação às Normas Interna-
cionais de Contabilidade – The International Financial Reporting Standard for Small and Medium-
-sized Entities (IFRS for SMEs).

25/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
?
Questão
para
reflexão

A contabilidade é uma poderosa ferramenta para os


gestores na tomada de decisões. Entretanto, é neces-
sário que o gestor utilize e compreenda as informações
contábeis, a fim de evitar a mortalidade de empresas.
Pesquise junto às associações comerciais, Sebrae ou na
Federação Nacional das Indústrias, e informe-se sobre o
índice de empresas que não sobrevivem após cinco anos
da sua fundação.

26/232
Considerações Finais

• A contabilidade é uma ferramenta poderosa para tomada de decisão;


• Há uma necessidade de harmonização da informação contábil, a qual pode
ser realizada pelos Princípios Fundamentais de Contabilidade;
• O objetivo da contabilidade é coletar as informações, registrá-las e apresen-
tá-las em relatório para o usuário da informação contábil utilizá-las no pro-
cesso de decisão;
• Os principais países do globo já adotam as normas internacionais de conta-
bilidade.

27/232
Referências

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Estrutura do comitê. Disponível em: <http://www.


cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>. Acesso em: 16 out. 2016.

IUDÍCUBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina de. Introdução à Teoria da Con-
tabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.

28/232 Unidade 1 • Definição dos princípios contábeis e das normas internacionais de contabilidade
Assista a suas aulas

Aula 1 - Tema: Definição dos Princípios Contá- Aula 1 - Tema: Definição dos Princípios Contá-
beis no Brasil e as Normas. Bloco I beis no Brasil e as Normas. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-
1d/269bf1a1292398a5a4408202a6a00bce>. 1d/466e63355e946d8e8ce5dd28f3d46ae9>.

29/232
Questão 1
1. A contabilidade é uma poderosa ferramenta para tomada de decisão, per-
mitindo que o gestor, ao aplicar a correta compreensão das informações
contábeis, poderá administrar com grande chance de sucesso as empresas.

Com base nessa informação, assinale a alternativa INCORRETA.


a) O objetivo da contabilidade é coletar e registrar dados, bem como criar relatórios para os
usuários com as informações contábeis a fim de que os mesmos possam tomar decisões.
b) A contabilidade é uma ciência social que procura estudar o patrimônio das empresas, ou
seja, busca registrar e analisar a interferência humana nas transações comerciais das em-
presas.
c) A contabilidade traz informações econômicas e financeiras, mostrando o desempenho, per-
mitindo que os gestores possam tomar diretrizes, ou tomar suas decisões pautadas em da-
dos reais situacionais das empresas em determinado momento.

30/232
Questão 1

d) A partir da depressão econômica mundial ocorrida após a quebra da bolsa de Nova Iorque, a
contabilidade vem sofrendo várias mudanças, com o objetivo sempre de melhoria na trans-
parência das informações contábeis.
e) No Brasil, mesmo com as grandes mudanças ocorridas com a Lei nº 11.638 de 2007 e com
a criação do Comitê de Pronunciamento Contábil, ainda sim temos uma Contabilidade ba-
seada apenas para satisfazer às necessidades tributárias, em especial a Receita Federal do
Brasil.

31/232
Questão 2
2. Assinale a alternativa que apresenta quais são os Postulados Contábeis.

a) Entidade e Descontinuidade.
b) IFRS e CPC.
c) Entidade, Continuidade.
d) Conservadorismo e Objetividade.
e) Custo Histórico e Entidade.

32/232
Questão 3
3. Assinale a opção que identifica quais são as Convenções Contábeis.

a) Objetividade, Consistência, Prudência e Materialidade.


b) Entidade Contábil, Descontinuidade e Princípios Contábeis.
c) Objetividade, Essência sobre a Forma e Consistência.
d) Objetividade, Materialidade, Consistência, Conservadorismo e Denominador Comum Mone-
tário.
e) Objetividade, Materialidade, Consistência, Conservadorismo e Relevância.

33/232
Questão 4
4. Assinale a alternativa que contempla quais são os princípios contábeis.

a) Entidade, Continuidade, Objetividade, CPC e IFRS.


b) Custo Histórico, Denominador Comum Monetário, Realização da Receita, Confrontação da
Despesa e Essência sobre a Forma.
c) Custo Histórico, Denominador Comum Monetário, Realização da Receita, Confrontação da
Despesa e Conservadorismo.
d) Custo Histórico, Denominador Comum Monetário, Realização da Receita, Confrontação da
Despesa e Continuidade.
e) Custo Histórico, Materialismo, Realização da Receita, Confrontação da Despesa e Essência
sobre a Forma.

34/232
Questão 5
5. Assinale a alternativa que menciona os principais órgãos internacional
e nacional, respectivamente, que tratam de pronunciamentos contábeis.

a) IFRS, IAC.
b) IBRACON, CFC.
c) CFC, CVM.
d) IASB, IFRS.
e) IASB, CPC.

35/232
Gabarito
1. Resposta: E. 3. Resposta: A.

Após a criação de novas leis, em especial a As Convenções contábeis são: Objetividade,


Lei nº 11.638/07, e a criação do CPC, que é Consistência, Prudência (ou Conservadoris-
responsável por fazer os pronunciamentos mo) e Materialidade.
das normas contábeis em harmonia com as
IFRS, o Brasil permitiu que as empresas dei- 4. Resposta: B.
xassem de manter uma contabilidade volta-
da fortemente para fins tributários. Os princípios contábeis são: Custo Históri-
co, Denominador Comum Monetário, Reali-
2. Resposta: C. zação da Receita, Confrontação da Despesa
e Essência sobre a Forma.
Os Postulados da Entidade e Continuidade
são os “alicerces” dos Princípios Fundamen- 5. Resposta: E.
tais da Contabilidade.
IASB International Accounting Standards Bo-
ard. No Brasil, o CPC Comitê de Pronuncia-
mentos Contábeis é o órgão responsável

36/232
Gabarito
pelas normas brasileiras de forma harmoni-
zada com as IFRS.

37/232
Unidade 2
Objetivos das demonstrações contábeis

Objetivos

1. Apresentar as principais demonstra-


ções contábeis;
2. Discorrer sobre a obrigatoriedade de
elaboração;
3. Aplicar as demonstrações contábeis.

38/232
Introdução

As demonstrações contábeis ou demons- informação, garantindo, assim, uma melhor


trações financeiras são os produtos finais da leitura dos econômicos financeiros apre-
contabilidade através das quais os gestores sentados.
tomam as decisões. Portanto, é importan- A Lei nº 11.638/07, devido à sua relação
te que se entenda o que cada uma das de- com as Demonstrações Financeiras, intro-
monstrações tem a mostrar para uma cor- duziu profundas mudanças na Lei das So-
reta e eficiente leitura da informação conti- ciedades das Ações e também sobre o mer-
da nos relatórios. cado de capitais.
Através das demonstrações financeiras, O Professor Eliseu Martins, que é um dos
podemos analisar a situação atual da em- membros do CPC e autor de várias obras
presa, comparar cenários passados com o ligadas ao estudo das Ciências Contábeis,
momento atual e projetar o futuro. Desse trouxe em uma de suas entrevistas a se-
modo, é importante que tenhamos como guinte mensagem:
premissa a padronização e a harmonização
dos padrões de contabilização dos eventos,
para que nossos relatórios possam expres-
sar em qualquer época o mesmo padrão de

39/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


O principal objetivo da mudança é transformar a contabilidade usada no
Brasil. Hoje, essa Contabilidade é registrada pelo Custo Histórico. Com a
mudança, a Contabilidade vai priorizar o Valor Justo, ou seja, demonstrar
a posição patrimonial da empresa a um valor mais próximo ao de mercado
(FERREIRA; MEDEIROS, 2008 apud TIBÚRCIO, s.d.).
Com essa mudança, foram criadas novas demonstrações: Demonstração de Fluxo de Caixa (DFC)
e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), e, ainda, eliminou a obrigatoriedade da apresen-
tação da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR). A seguir, é apresentado
um quadro comparativo das demonstrações financeiras antes e após a Lei 11.638/07.

40/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


Quadro 1 – Quadro comparativo das demonstrações financeiras antes e após a Lei 11.638/07
Fonte: Elaborado pelo autor.

O Balanço Patrimonial é um dos principais relatórios de posição, pois contempla os saldos das
contas de uma empresa após todos os lançamentos realizados. Ele é como uma fotografia da
posição econômica da empresa em um determinado momento do tempo.
Mesmo o Balanço Patrimonial sendo uma peça fundamental, devemos levar em consideração o
fato de possuirmos uma hierarquia, que podemos explicar de uma forma resumida e apresenta-
da na Figura 4.

41/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


tros das informações das transações, seja
feito de forma padronizada. Na apresenta-
ção dos relatórios, nós temos os Relatórios
de Posição, em destaque o Balanço Patri-
monial, os Relatórios de Fluxos, nos quais
teremos a Demonstração do Resultado do
Exercício que demonstra as Receitas e Des-
pesas de um determinado período. Também
podemos citar a Demonstração de Fluxo de
Caixa, que, com a nova Lei nº 11.638/07,
ganha cada vez mais evidência devido à sua
grande utilização pelos organismos inter-
Figura 4 – Hierarquia das demonstrações.
nacionais. Por fim, os Relatórios de Compa-
Fonte: IUDÍCIBUS et al. (2009, p. 85).
ração, conhecidos também como Situações
Nessa hierarquia, os Princípios e Fundamen- Especiais, pertencem mais ao campo da
tos são os que normatizam e padronizam a contabilidade gerencial.
contabilidade para que o processamento
Os gestores também devem levar em con-
contábil, que nada mais é do que os regis-
sideração, para análise das demonstrações
42/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis
financeiras, um profundo conhecimento pico. Portanto, nesse exemplo o gestor po-
das operações da empresa. Conhecer mui- derá tomar uma série de decisões diferen-
to bem as atividades dela se faz necessá- tes conforme o período analisado, poden-
rio para a compreensão e julgamento das do prever demandas altas e gerando mais
informações apresentadas nas demons- entrada de caixa, programar suas compras
trações. Eles também deverão conhecer o e, ainda, verificar a necessidade de caixa
mercado na qual a empresa está inserida, para a empresa passar o período de menor
se existem uma sazonalidade, crises, pro- venda.
blemas logísticos, entre outros. Para melhor
exemplificar, vamos imaginar uma empresa
que produz sorvete. Obviamente que o perí- Link
odo maior de consumo do produto é o verão. Consulte o CPC 26 R1, que traz as informações
Portanto, é normal, ao analisar as demons- quanto à apresentação das Demonstrações Con-
trações dos períodos anteriores da época de tábeis. Disponível em: <http://www.cpc.org.
pico de venda, verificar uma movimentação br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronuncia-
diferente na apresentação dos saldos ou mentos/Pronunciamento?Id=57>. Acesso em:
fluxos desse período. Consequentemente, 10 dez. 2016.
teremos um outro cenário no momento de

43/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


1. Balanço Patrimonial

A demonstração financeira Balanço Pa-


trimonial (BP), como já mencionado ante-
riormente, é um relatório extremante im-
portante. A partir dele, é possível extrair
diversos indicadores e, inclusive, ele é base
para a elaboração de outras demonstra-
ções financeiras, como a Demonstração de
Figura 5 – Estrutura básica do Balanço Patrimonial
Fluxo de Caixa. Sua função é apresentar os
Fonte: Elaborada pelo autor.
saldos das contas contábeis de forma quali
e quantitativa, ou seja, ele possui agrupa- Na figura anterior, verificamos que o BP re-
mentos de contas por natureza e estas con- gistra as contas por suas naturezas, tais
tas apresentam saldos monetários. A Figura como Bens, Diretos e Obrigações (exigíveis
5 apresenta a estrutura básica de um balan- e não exigíveis). Mas o balanço é apresenta-
ço patrimonial. do dentro de uma estrutura mais detalhada,
conforme mostra a Figura 6.

44/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


Figura 6 – Estrutura do Balanço Patrimonial com grupo de contas.
Fonte: Elaborada pelo autor.

45/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


2. Demonstração do Resultado
do Exercício

A Demonstração do Resultado Exercício


(DRE), juntamente com o Balanço, é um rela-
tório-chave para a contabilidade, que tam-
bém serve de base para outras Demonstra-
ções Financeiras.
A DRE é apresentada de forma dedutiva na
vertical, ou seja, iniciamos inserindo as Re-
ceitas e subtraímos na sequência os Custos
e as Despesas. A Figura 7 apresenta um mo-
Figura 7 – Modelo resumido DRE.
delo resumido de DRE.
Fonte: Elaborada pelo autor.

46/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


3. Demonstração dos Fluxos de pagamentos de caixa brutos. Já o método
Caixa indireto parte do Lucro Líquido ou Prejuízo,
obtido na DRE, e trata todas as transações
A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) que afetam o caixa ou equivalentes de caixa.
traz para os gestores a informação em ter- Para visualizar a DFC, apresentamos, no
mos da capacidade das empresas gerarem Quadro 2, um modelo amplamente sugeri-
caixa ou equivalentes de caixa, mostrando do pelo método indireto.
também como foram utilizados estes fluxos
de caixa dentro da empresa, demonstrando
as entradas e saídas de recursos financeiros.
A DFC poderá ser apresentada pelo mét-
odo direto ou indireto. O segundo método
é o mais utilizado, pois permite um mel-
hor detalhamento, sempre comparando a
variação de um ano para outro. Ambos pos-
suem a mesma estrutura, porém o método
direto divulga as principais classes dos re-
cebimentos de caixas brutos e também dos
47/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis
48/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis
Quadro 2 – Modelo DFC indireta
Fonte: Elaborado pelo autor.

49/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


Para saber mais
Equivalentes de caixa, de acordo com o CPC 03: equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto
prazo, de alta liquidez, prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitos a
um insignificante risco de mudança de valor.

Os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto
prazo e não para investimento ou outros propósitos. Para que um investimento seja qualificado como
equivalente de caixa, ele precisa ter conversibilidade imediata em montante conhecido de caixa e estar
sujeito a um insignificante risco de mudança de valor. Portanto, um investimento normalmente qualifica-
-se como equivalente de caixa somente quando tem vencimento de curto prazo, por exemplo, três meses
ou menos, a contar da data da aquisição. Os investimentos em instrumentos patrimoniais (de Patrimônio
Líquido) não estão contemplados no conceito de equivalentes de caixa, a menos que eles sejam, subs-
tancialmente, equivalentes de caixa, como, por exemplo, no caso de ações preferenciais resgatáveis que
tenham prazo definido de resgate e cujo prazo atenda à definição de curto prazo.

50/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


Portanto, o seu desdobramento fica restrito
Link a uma única conta do Patrimônio Líquido.

Sugerem-se o estudo de três vídeos a respeito da Devido a esse fator, as Companhias elabo-
Demonstração de Fluxo de caixa elaborados pela ram, em lugar da DLPA, a Demonstração das
Oficina técnica Conselho Regional de Contabi- Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL),
lidade-SP. Disponível em: <https://www.you- que aborda todas as contas do PL, inclusive
tube.com/watch?v=GFttsOOd6v0>; <ht- a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. A
tps://www.youtube.com/watch?v=I8i1wA- DMPL, portanto, possui a DLPA “dentro dela”.
Qy_58>; <https://www.youtube.com/wat- Desse modo, torna uma demonstração com-
ch?v=Fcr3a-XcRaA>. Acesso em: 10 dez. 2016. pleta e aceita pelas normas contábeis.

4. Demonstração de Lucros ou
Prejuízos Acumulados
Para saber mais
A DMPL é uma demonstração contábil importan-
A Demonstração de Lucros ou Prejuízos te, pois, além das finalidades inerentes, esta tam-
Acumulados (DLPA) traz como informação bém é utilizada para o entendimento e elabora-
a conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados. ção da DFC pelo método indireto.

51/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


A DMPL é apresentada trazendo os aumen-
tos e a diminuição (variação) das contas que
compõem o PL, principalmente demon-
strando a utilização e a composição das
reservas, inclusive do Lucro.
Para saber mais
A DMPL demonstra o “estilo” da empre-
Além das Demonstrações Contábeis que estuda-
sa, pois, como ela traz as movimentações
mos, as Notas Explicativas também fazem parte
das contas PL, podemos, através desse
das informações contábeis obrigatórias para a
relatório, entender como funcionam na em-
divulgação das informações contábeis das em-
presa os aumentos de capital, pagamento
presas. Elas têm como objetivo complementar as
de dividendos, constituição de reservas e a
informações contábeis, melhorando o entendi-
sua utilização. Nesse caso, por exemplo, um
mento da situação patrimonial da empresa.
investidor, disposto a colocar seus recursos
em uma determinada empresa, poderá en-
tender na DMPL alguns tipos de transação,
observando o comportamento da empresa
quanto ao tratamento dado ao Lucro.

52/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


Glossário
BP: Balanço Patrimonial (Demonstração Contábil).
DRE: Demonstração do Resultado do Exercício (Demonstração Contábil).
DFC: Demonstração de Fluxo de Caixa (Demonstração Contábil).
DLPA: Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
DMPL: Demonstração da Mutação do Patrimônio.

53/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


?
Questão
para
reflexão

As Demonstrações Contábeis são os relatórios finais


da contabilidade com informações sobre as empresas.
Acesse o site de grandes empresas e pesquise os relató-
rios disponíveis aos investidores e verifique as Demons-
trações Contábeis disponibilizadas gratuitamente.

54/232
Considerações Finais

• A hierarquia para as das Demonstrações Contábeis corresponde a:


Princípios e Fundamentos  Processamento das Informações Contá-
beis  Apresentações dos Relatórios;
• Os tipos de Demonstrações Contábeis são divididos em Relatórios de
Posição (BP), Relatórios de Fluxos (DRE e DFC) e Relatórios de Compa-
ração (contabilidade gerencial);
• O BP e a DRE são os relatórios-bases para a construção dos demais
relatórios obrigatórios da contabilidade;
• As empresas de capital aberto são obrigadas a fazer a apresentação
dos relatórios contábeis de forma trimestral e um relatório anual,
consolidando todas as informações contábeis;
• As empresas de capital fechado também são obrigadas a elaborar as
Demonstrações Contábeis, sendo consolidadas ao final de cada exer-
cício contábil.
55/232
Referências

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTABEIS. Estrutura do comitê. Disponível em: <http://www.


cpc.org.br/CPC/CPC/Conheca-CPC>. Acesso em: 16 out. 2016.

IUDÍCUBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina de. Introdução à Teoria da Con-
tabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
TIBURCIO, C. Nova lei: Lei nº 11.638/07. Disponível em: <https://cesartiburcio.wordpress.com/
category/lei-11638/>. Acesso em: 10 dez. 2016.

56/232 Unidade 2 • Objetivos das demonstrações contábeis


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1d/8a528a8752d4312f7acb8d744cbca2e0>. b6d0601325c8f36ca95eb3682b936b15>.

57/232
Questão 1
1. Analise os itens a seguir e identifique com V caso esteja correto ou F caso
falso.

( ) O Balanço Patrimonial é um relatório de posição e de comparação.


( ) A Demonstração de Resultado de Exercício é um relatório de fluxo.
( ) O Balanço Patrimonial é um relatório de comparação.
( ) A Demonstração de Fluxo de Caixa é um relatório de fluxo e comparação.
( ) A Demonstração de Fluxo de Caixa é um relatório de fluxo.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) V, V, V, V, V.
b) V, V, V, V, F.
c) F, F, F, V, V.
d) F, V, F, F, V.
e) F, V, V, F, V.

58/232
Questão 2
2. Analise as alternativas a seguir e assinale a INCORRETA.

a) A Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) traz para os gestores a informação da capacida-
de de as empresas gerarem caixa ou equivalentes de caixa, mostrando também como foram
utilizados estes fluxos de caixas dentro da empresa, demonstrando as entradas e saídas de
recursos financeiros.
b) Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que são
prontamente conversíveis em montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insig-
nificante risco de mudança de valor.
c) A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) traz como informação a conta Lu-
cros ou Prejuízos Acumulados, portanto, o seu desdobramento fica restrito a uma única conta.
d) A DMPL demonstra o “estilo” da empresa, pois, como ela traz as movimentações das contas
PL, podemos, através deste relatório, entender como funcionam na empresa os aumentos
de capital, pagamento de dividendos, constituição de reservas e sua utilização. Nesse caso,
por exemplo, um investidor disposto a colocar seus recursos em uma determinada empresa
poderá entender na DMPL estes tipos de transação, observando o comportamento da em-
presa quanto ao tratamento dado ao Lucro.
59/232
Questão 2

e) Além das Demonstrações Contábeis que estudamos, as Notas Explicativas também fazem
parte das informações contábeis não obrigatórias para divulgação das informações contá-
beis das empresas. Elas têm como objetivo complementar as informações contábeis e for-
necer dados sobre as Demonstrações, melhorando o entendimento da situação patrimonial
da empresa.

60/232
Questão 3
3. Analise os itens a seguir e identifique com V caso esteja correto ou F caso
falso.

( ) No Ativo Circulante, são registrados no BP todas as contas que são realizável a curto prazo, ou
seja, contas que podem serem realizáveis dentro exercício social.
( ) No Passivo Circulante, são registrados no BP todas as contas que são exigíveis a curto prazo,
ou seja, contas exigíveis dentro exercício social.
( ) No Ativo não Circulante, são registradas no BP todas as contas que são realizáveis após o
exercício social; geralmente, encontramos as contas de investimentos e do Ativo Permanente
registrados nesse grupo.
( ) Consideramos exigíveis a longo prazo todas as obrigações cujo vencimento seja superior a
data de 31 de dezembro de cada ano, conforme determinam as regras legais aqui no Brasil.
( ) Um determinado direito que a entidade possa ter contra outra, cujo recebimento seja datado
após 31 de dezembro, deve ser registrado em contas alocadas no BP no grupo de Ativo não Cir-
culante.

61/232
Questão 3

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.


a) V, V, V, V, V.
b) V, V, V, V, F.
c) F, F, F, V, V.
d) F, V, F, F, V.
e) F, V, V, F, V.

62/232
Questão 4
4. Sabemos que no BP é um relatório de posição. Ele é dividido entre Ativo,
Passivo e Patrimônio Líquido. No caso do Ativo, encontramos desse lado do BP
todas as contas patrimoniais consideradas para entidade como bens (móveis e
imóveis) e direitos (valores que a entidade tem “a receber” contra qualquer ou-
tra entidade). Analise os itens a seguir e identifique com V caso esteja correto ou
F caso falso, referentes às contas geralmente utilizadas no BP, que representam
um bem ou direito.

( ) Conta Corrente Banco X; Aplicação em Renda Fixa; Máquinas e Equipamentos; Estoque Produ-
tos Acabados; Adiantamento a Fornecedores.
( ) Fornecedores de Matéria-Prima; Outras Contas a Pagar; Salários a Pagar; Financiamentos a
Pagar a Curto Prazo; Financiamentos a Pagar a Longo Prazo.
( ) Veículos; Investimentos em Coligadas; Máquinas e Equipamentos; Contas a Receber a Longo
Prazo; Licenças de Sistemas de Gestão.
( ) Conta Corrente Banco X; Veículos; Investimento em Coligadas; Impostos a Pagar; Capital So-
cial.
63/232
Questão 4

( ) Salários a Pagar; Capital Social; Financiamentos Bancários; Investimento em Coligadas; Ou-


tras Contas a Pagar.
Assinale a alternativa que corresponde à sequência correta.
a) V, V, V, V, V.
b) V, F, V, F, V.
c) V, F, V, F, F.
d) F, F, F, V, V.
e) F, F, V, V, V.

64/232
Questão 5
5. Sabemos que o BP é um relatório de classificado como de posição. Ele é di-
vidido entre Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. No caso do Passivo Circulan-
te e Não Circulante, encontramos deste lado do BP todas as contas patrimo-
niais consideradas para entidade como obrigações exigível. Analise os itens
a seguir e identifique com V caso esteja correto ou F caso falso, referentes às
contas geralmente utilizadas no BP que representam uma obrigação.

( ) Fornecedores; Contas a Pagar; Impostos a Pagar.


( ) Salários a Pagar; Outras Contas a Pagar; Aluguéis a Pagar.
( ) Financiamentos Longo Prazo; Financiamentos; Empréstimos Bancários a Longo Prazo.
( ) Fornecedores; Contas a Pagar; Capital Social.
( ) Fornecedores; Salários a Pagar; Lucros Acumulados.

65/232
Questão 5

Assinale a alternativa que corresponde à sequência correta.


a) V, V, V, F, F.
b) F, F, F, V, V.
c) V, V, F, V, V.
d) F, V, V, F, V.
e) F, F, F, F, F.

66/232
Gabarito
1. Resposta: E. 4. Resposta: C.

O Balanço Patrimonial é um relatório ape- Todas as contas que finalizam com os ter-
nas de posição e a Demonstração de Fluxo mos “a pagar” são contas exigíveis classifi-
de Caixa é um relatório de fluxo. cadas no passivo. A conta Investimento em
Coligadas é uma conta em que é registrada
2. Resposta: E. no BP toda participação que a entidade pos-
sui em outra entidade, ou seja, a entidade é
As notas explicativas fazem parte das de- sócia de outra. A conta Adiantamento a For-
monstrações e ela é obrigatória. necedores é uma conta na qual a entidade
realiza um adiantamento a algum fornece-
3. Resposta: A. dor, portanto, a entidade passa a ter um di-
reito contra outra entidade, que irá fornecer
Todas as afirmações contidas nesta questão algum produto a ela.
são verdadeiras.

67/232
Gabarito
5. Resposta: A.

As contas Capital Social e Lucros Acumu-


lados são contas que compõem o grupo do
Patrimônio Líquido.

68/232
Unidade 3
Usuário da informação contábil

Objetivos

1. Apresentar a informação contábil e


seus usuários internos e externos;
2. Discorrer sobre a contabilidade como
provedora de informações.

69/232
Introdução

Uma empresa não é um “corpo isolado”, ou seja, ela sempre estará inserida em uma sociedade,
com participação de várias entidades, outras empresas, órgãos reguladores etc., conforme mos-
tra a Figura 8. Ela precisa constantemente conquistar mercado, gerar lucros, entre outros atribu-
tos, pois é desta forma que o negócio da empresa se perpetuará. A informação contábil deverá
apoiar a empresa nos cenários na qual ela está inserida.

Figura 8 – Empresa e a sociedade.


Fonte: MARION (2010, p.105).

70/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


Como já falamos anteriormente, a contabi- 1. Usuários Internos
lidade é um grande painel de informações
para os usuários que analisam, estudam e O usuário interno da informação contábil
elaboram cenários (principalmente de for- geralmente é a alta administração da em-
ma preditiva) para uma eficaz tomada de presa, sendo essa constituída pelas pessoas
decisão. que tomam decisões com relação aos cami-
nhos dela. Utiliza-se da informação contábil
A informação contábil atende aos diversos para uma radiografia da “saúde financeira”,
usuários, os quais podemos dividir em usu- podendo tomar decisões com relação a in-
ários externos e internos. Esses, por sua vez vestimentos dos mais variados ou até mes-
são os stakeholders da contabilidade. mo antever cenários ruins, buscando meios
para superá-los.

Link Link
Explanação sobre os usuários da informação con-
Conceitos fundamentais sobre stakeholding. Dis-
tábil. Disponível em: <revista.unicuritiba.edu.
ponível em: <https://www.youtube.com/wat-
br/index.php/admrevista/article/downlo-
ch?v=Jc66oDD5ySs>. Acesso em: 10 dez. 2016.
ad/1031/718>. Acesso em: 10 dez. 2016.

71/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


Entretanto, a informação contábil não fica menores, ocorrer a solicitação das demons-
restrita apenas a alta administração; muitos trações para verificar se a empresa é devi-
gestores podem e devem utilizar-se da in- damente estabelecida ou se possui capa-
formação contábil. É muito comum gestores cidade de fornecer aquilo que esteja sendo
da área de suprimentos ou da área comer- contratado.
cial buscarem as informações, por exemplo, Na figura a seguir, destacaremos os princi-
o Balanço Patrimonial e a Demonstração do pais usuários internos da informação con-
Resultado do Exercício, como instrumento tábil.
de processos de negociação junto a Forne-
cedores e Clientes. Imaginem se uma de-
terminada empresa pretende realizar uma
grande compra de um fornecedor especí-
fico. Esse, por sua vez, poderá solicitar as
demonstrações contábeis para analisar se a
empresa possui capacidade de pagamento
ou até mesmo analisar o nível de endivida-
mento. Também é comum, quando grandes
empresas contratam serviços de empresas

72/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


Figura 9 – Usuários internos da informação contábil.
Fonte: Elaborada pelo autor.

73/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


2. Usuários Externos Órgãos reguladores e de pesquisas, como
IBGE, utilizam-se das informações contá-
Os usuários externos da informação contá- beis para medir estatisticamente como está
bil são todos aqueles que, de uma maneira a economia ou a situação de um determina-
ou outra, possuem um relacionamento dire- do setor da economia.
ta ou indiretamente com uma determinada
Na figura a seguir, destacaremos os princi-
empresa. Através do acesso às informações
pais usuários externos da informação con-
contábeis, outras entidades poderão co-
tábil.
nhecer com exatidão a situação econômica
e financeira da empresa.
As finalidades de acesso a tais informações
são diversas, como, por exemplo, institui-
ções bancárias para liberação de limites de
créditos, fornecedores para verificar a ca-
pacidade de pagamento etc.

74/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


Figura 10 – Usuários externos da informação contábil.
Fonte: Elaborada pelo autor.

75/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


3. A Contabilidade como Provedora de Informações
Uma empresa não é um “corpo isolado”, ou seja, ela está inserida numa sociedade e possui relacio-
namento com diversos usuários. O Professor Marion, no seu livro Contabilidade Comercial (2012, p.
97), traz-nos uma ilustração que reproduzimos a seguir, na qual temos as três informações (de forma
macro) que a contabilidade deve nos trazer para que os usuários possam tomar decisões adequadas.

Figura 11 – Tripé da Informação contábil.


Fonte: MARION (2012). Adaptado pelo autor.
76/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil
Cada “pé” da informação contábil identifi-
ca:
1º Pé – Situação Financeira: comparar o Ati-
vo Circulante com o Passivo Circulante;
2º Pé – Endividamento: comprar o capital
de terceiros com o capital próprio; Para saber mais
3º Pé – Situação Econômica: apurar o lucro As empresas requerem controles eficientes a fim
da empresa e quanto deste lucro permane- de conquistar o retorno desejado. Nesse sentido,
ceu capitalizado na empresa. a contabilidade apresenta importância na organi-
zação de documentos e registros dos fatos ocor-
ridos durante as negociações.

77/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


Glossário
Stakeholder: patrocinador, parte interessada.
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia a Estatística.

78/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


?
Questão
para
reflexão

O IBGE é um renomado instituto de pesquisa. Acesse o


site do instituto http://www.ibge.gov.br/home/ e explo-
re as pesquisas de mercados e suas tabelas de informa-
ções de um determinado ramo de atuação de uma em-
presa de sua escolha.

79/232
Considerações Finais

• A empresa está inserida numa sociedade;


• A informação contábil é compartilhada com os seus usuários, portanto, ela
possui patrocinadores das informações contábeis;
• Usuários internos e externos são os patrocinadores da informação contábil.

80/232
Referências

MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 16 ed. São Paulo: Atlas, 2012.
_______. Contabilidade Básica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.

81/232 Unidade 3 • Usuário da informação contábil


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ae746822e615f4387c8c8edec25b203d>. 1d/92a6b021599ddb24038444d96b126b29>.

82/232
Questão 1
1. Analise os itens a seguir.

I – A empresa não é um corpo isolado. Ela possui um único direcionamento: ganhar dinheiro,
conquistar mercado, exercer seu papel social e integração entre as funções.
II – Os usuários internos da informação contábil geralmente são a alta administração da empre-
sa, as pessoas que tomam decisões com relação aos caminhos da empresa. Utiliza-se da infor-
mação contábil para uma radiografia da sua “saúde financeira”, podendo tomar decisões com
relação a investimentos dos mais variados ou até mesmo antever cenários ruins, buscando meios
para superá-los.
III – Os usuários externos da informação contábil são todos aqueles que, de uma maneira ou de
outra, possuem um relacionamento direto ou indiretamente com uma determinada empresa.
Através do acesso às informações contábeis, outras entidades poderão conhecer com exatidão a
situação econômica e financeira da empresa;
IV – Órgãos reguladores e de pesquisas, como IBGE, utilizam-se das informações contábeis para
medir estatisticamente como está a economia ou a situação de um determinado setor da eco-
nomia.

83/232
Questão 1

V – O Professor Marion menciona a necessidade de três informações que a Contabilidade deve


nos trazer para que os usuários possam tomar decisões adequadas.
São corretos os itens:
a) I, II, III.
b) I, II, IV.
c) II, V.
d) I, II, III, IV, V.
e) II, IV.

84/232
Questão 2
2. A empresa Flores Transportes e Logísticas S.A. possui sua matriz na cida-
de de Campinas/SP e uma filial em todas as capitais do Brasil. A alta admi-
nistração da empresa elabora orçamentos anuais para determinadas metas
de faturamento e controle de gastos para cada filial. Consequentemente, os
parâmetros orçados são controlados mensalmente pela alta administração
e os gestores das filiais precisam responder a vários quesitos feitos pela alta
administração em conferências mensais. Baseado nisso, analise os itens a
seguir que contemplam com o que a contabilidade poderá ajudar os gesto-
res de filiais.

I – Analisando o BP e DRE, os gestores poderão analisar qual a posição financeira e gastos reali-
zados mês a mês;
II – O orçamento anual também será realizado considerando o BP e DRE, portanto, a todo orça-
mento deverá ser apresentado um “novo BP e DRE”, refletindo o orçamento;
III – Com o BP e DRE orçado e o que foi fechado mês a mês, torna-se possível acompanhar os des-
vios para mais ou menos, sempre tomando como base a posição orçada. Na sequência, torna-se
necessário analisar os desvios;
85/232
Questão 2

IV – Os gestores basicamente devem controlar o dia-a-dia de cada unidade, acompanhando o


fluxo financeiro dos relatórios administrativos;
V – Os gestores só poderão utilizar-se do BP e da DRE uma única vez no ano, quando eles são fe-
chados e assinados ao final de cada exercício social.
São corretos os itens:
a) I, II, III.
b) I, III, IV.
c) II, IV, V.
d) II, III, IV.
e) I, III, V.

86/232
Questão 3
3. Na relação apresentada a seguir representam usuários da informação
contábil. Assine com a letra V se eles representam usuários Internos e F para
usuários externos. Qual a sequência correta está representada?

( ) Diretor financeiro.
( ) Presidente.
( ) Sócios quotistas.
( ) Sócios acionistas.
( ) Diretor de operações.
A sequência correta corresponde a:
a) V, F, F, F, V.
b) F, F, F, V, V.
c) V, V, V, V, V.
d) F, V, V, F, V.
e) V, V, F, V, F.
87/232
Questão 4
4. Na relação apresentada a seguir representam usuários das informação
contábil. Assine com a letra V se eles representam usuários Internos e F para
usuários externos. Qual a sequência correta está representada?

( ) ONU – Organização das Nações Unidas.


( ) IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
( ) Bancos Privados e Públicos.
( ) Governo.
( ) Sindicatos de Categorias Patronais.
A sequência correta corresponde a:
a) V, V, V, V, V.
b) V, F, F, F, V.
c) F, F, F, V, V.
d) F, V, V, F, V.
e) V, V, F, V, F.
88/232
Questão 5
5. A informação contábil para os usuários internos e externos deve apresen-
tar, resumidamente, três informações básicas. Assinale a alternativa que as
contempla.

a) Financeira, Endividamento e Econômica.


b) Fluxo de Caixa, Endividamento e Pagamentos.
c) Gastos, Custos e Receitas.
d) Financeira, Endividamento e Gastos.
e) Fluxo de Caixa, Endividamento Gastos.

89/232
Gabarito
1. Resposta: D. posição e nele é possível verificar a posição
financeira e medir o tamanho do patrimônio
A informação contábil pode ser útil para da entidade. A DRE é um relatório de fluxo
uma infinidade de usuários que necessitam que analisa o desempenho das entidades.
das informações para análise de algum ce- Quando falamos em orçamento anual nas
nário econômico e comportamento de se- entidades, é obrigatório que o BP e a DRE
tores específicos da nossa economia, na sejam analisados e também sejam feitas si-
qual as demonstrações contábeis poderiam mulações com eles baseando-se nos novos
mostrar tendências e instituições financei- números orçados.
ras analisam os relatórios para analisar qual
a saúde financeira de uma determinada en- 3. Resposta: C.
tidade que possa estar solicitando recursos
financeiros. Qualquer usuário interno ou colaborador
poderá utilizar informações contábeis para
2. Resposta: A. tomada de decisão de suas atividades. Ob-
viamente, devemos levar em consideração
Quando tratamos de tomada de decisão, as que os usuários devem ser capazes de inter-
demonstrações financeiras apresentam in- pretar as informações.
formações para tal. O BP é um relatório de

90/232
Gabarito
4. Resposta: A.
Qualquer usuário externo poderá utilizar
informações contábeis das entidades para
acompanhar as tendências de mercado na
qual as entidades estão inseridas, entre
outras informações para planejamento de
ações econômicas nos mais diversos níveis.

5. Resposta: A.
Posição Financeira, Endividamento e Eco-
nômica são considerados o tripé da infor-
mação contábil.

91/232
Unidade 4
Normas contábeis

Objetivos

1. Apresentar a criação das normas;


2. Identificar os tipos de normas e sua
classificação;
3. Apresentar os órgãos criadores e que
exercem a manutenção das normas;
4. Diferenciar as Normas internacionais
e as normas brasileiras.

92/232
Introdução

Todas as ciências possuem normas e na ci- Portanto, as normas são balizadoras para os
ência contábil não poderia ser diferente, já registros das informações, mas é totalmen-
que ela produz as informações necessárias te necessária a interpretação do homem
para a tomada de decisão, fazendo-se ne- sobre ela, neste caso, do contador que irá
cessárias a padronização e a normatização. analisar a informação recebida, atentando
Também temos de levar em consideração para os vários desdobramentos que esta in-
que nosso país possui um emaranhado de formação possa trazer em resposta. Assim,
leis e normas das mais variadas áreas: tri- o contador toma a decisão da melhor forma
butária, cível, societária, penal entre outras de registro da informação, pensando sem-
diversas. pre na forma de divulgação dela, ou seja,
sabendo como esta informação deverá ser
Para a contabilidade, temos as normas que divulgada, o contador irá embasar-se nas
determinam as diretrizes de condução dos normas vigentes e aplicará sobre o registro
trabalhos desde o momento da coleta de da informação.
dados até a divulgação da informação. Es-
sas normas respaldam as mais diversas
operações, porém não interferem na ação
humana de quem interpreta os dados para
registrá-los de uma forma ou outra.
93/232 Unidade 4 • Normas contábeis
1. Origem da criação das normas
A Resolução do CFC nº 750 de 1993 define os princípios contábeis. Já as Normas Brasileiras de
Contabilidade (NBC) estão regulamentadas pela Resolução do CFC nº 1.328/11.
Essas resoluções determinam a criação dos princípios contábeis e definem as normas contábeis,
separando-as em Normas Profissionais e Normas Técnicas.

1.1 Normas Profissionais


Essas normas ditam as regras para os profissionais da contabilidade, ou seja, elas atuam nas pos-
síveis profissões de atuação do contador, sendo que as NBC determinam as regras de atuação.
a) NBC PG Geral: a Norma Brasileira de PG Geral trata, em linhas gerais, do profissional contábil
e está dividida em quatro normas gerais, conforme pode ser visto na Figura 12.

Figura 12 – Quadro NBC PG GERAL


Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (s.d.).
94/232 Unidade 4 • Normas contábeis
b) NBC PA Auditor Independente: trata das normas de atuação dos auditores independentes no
exercício profissional, conforme apresentado na Figura 13 .

Fonte: O autor
Nome do arquivo: Figura 13 - Quadro da NCB PA Auditor Independente

95/232 Unidade 4 • Normas contábeis


c) NBC PP Perito Contábil: como o próprio nome diz, essas normas tratam da atuação do perito
contábil, como mostra a Figura 14.

Figura 13 – Quadro NBC PP Perito Contábil.


Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (s.d.).

1.2. Normas Técnicas


As normas técnicas trazem conteúdos doutrinários, procedimentos e regras que devem ser apli-
cados pela contabilidade. As normas técnicas possuem divisões, como mostra a Figura 14.

96/232 Unidade 4 • Normas contábeis


Figura 14 – Fluxo Divisão das NBC Técnicas
Fonte: Elaborada pelo autor.

1.3 Norma Técnica Geral Completas


A NBC TG traz as normas no âmbito geral de todas as atividades da contabilidade. A Resolução
CFC 1.374/2011 – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-
97/232 Unidade 4 • Normas contábeis
Para saber mais
AS NBC Setores tratam de normas de cada setor. Para o acesso completo de cada uma dessas normas ou
de qualquer outra, o site do CFC disponibiliza todas as normas em ordem de publicação, sempre com as
versões atualizadas. O link para acesso ao site do CFC com acesso às normas estará ao final deste módulo.

-Financeiro – é o ponto de partida das normas para as demais normas, a qual é enunciada por:

RESOLUÇÃO CFC N.º 1.374/11:


“O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atri-
buições legais e regimentais e com fundamento no disposto na alínea “f”
do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10,

98/232 Unidade 4 • Normas contábeis


RESOLVE:
Art. 1º Dar nova redação à NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro,
tendo em vista a edição do Pronunciamento Conceitual Básico (R1) pelo
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que tem por base The Con-
ceptual Framework for Financial Reporting (IASB – BV 2011 Blue Book).
Art. 2º Revogar a Resolução CFC nº 1.121/08, publicada no D.O.U., Seção I,
de 1/4/08.
Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplican-
do-se aos exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2011”.
Com a harmonização ocorrida nas Normas Internacionais de Contabilidade, a resolução CFC nº
1.374/11 configura o alinhamento entre as normas internacionais e as brasileiras. Portanto, to-
das as NBC possuem um CPC relacionado.

99/232 Unidade 4 • Normas contábeis


Para saber mais
As PMEs, muitas vezes, produzem demonstrações contábeis apenas para o uso de proprietários-adminis-
tradores ou apenas para o uso de autoridades fiscais ou outras autoridades governamentais. Demons-
trações contábeis produzidas apenas para esses propósitos não são, necessariamente, demonstrações
contábeis para fins gerais. As leis fiscais são específicas e os objetivos das demonstrações contábeis para
fins gerais diferem dos objetivos das demonstrações contábeis destinados a apurar lucros tributáveis.
Assim, não se pode esperar que demonstrações contábeis elaboradas de acordo com esta Norma para
PMEs sejam totalmente compatíveis com as exigências legais para fins fiscais ou outros fins específicos.
Uma forma de compatibilizar ambos os requisitos é a estruturação de controles fiscais com conciliações
dos resultados apurados de acordo com esta Norma e por outros meios.

1.4 Quadro correlação entre as Normas Brasileiras de Contabilidade emi-


tidas pelo CFC e suas resoluções (NBC), Pronunciamentos do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis (CPC) e as Normas Internacionais de Contabi-
lidade (IASB):

O quadro a seguir mostra o relacionamento entre as normas emitidas pelo CFC, CPC e IASB.

100/232 Unidade 4 • Normas contábeis


Quadro 3 – Quadro correlação NBC_CPC_IASB

Nova Numeração Resolução CFC Nome da Norma CPC IASB


NBC TG ESTRUTU- 1.374/11 Estrutura Conceitu- CPC 00R1 Framework
RA CONCEITUAL al para a Elaboração
e Divulgação de Re-
latório Contábil-Fi-
nanceiro
NBC TG 01 (R3) DOU 06/11/15 Redução ao Valor CPC 01R1 IAS 36
Recuperável de Ati-
vos
NBC TG 02 (R1) DOU 20/12/13 Efeitos das Mudan- CPC 02R2 IAS 21
ças nas Taxas de
Câmbio e Conver-
são de Demonstra-
ções Contábeis
NBC TG 03 (R2) DOU 17/04/14 Demonstração dos CPC 03R2 IAS 7
Fluxos de Caixa
NBC TG 04 (R3) DOU 06/11/15 Ativo Intangível CPC 04R1 IAS 38

101/232 Unidade 4 • Normas contábeis


NBC TG 05 (R3) DOU 01/12/14 Divulgação sobre CPC 05R1 IAS 24
Partes Relacionadas
NBC TG 06 (R2) DOU 06/11/15 Operações de Ar- CPC 06R1 IAS 17
rendamento Mer-
cantil
NBC TG 07 (R1) DOU 20/12/13 Subvenção e As- CPC 07R1 IAS 20
sistência Governa-
mentais
NBC TG 08 1.313/10 Custos de Transa- CPC 08R1 IAS 39(part)
ção e Prêmios na
Emissão de Títulos e
Valores Mobiliários
NBC TG 09 1.138/08 Demonstração do CPC 09 Não há
Valor Adicionado
(DVA)
NBC TG 10 (R2) DOU 01/12/14 Pagamento Basea- CPC 10R1 IFRS 2
do em Ações

102/232 Unidade 4 • Normas contábeis


NBC TG 11 (R1) DOU 20/12/13 Contratos de Segu- CPC 11 IFRS 4
ro
NBC TG 12 1.151/09 Ajuste a Valor Pre- CPC 12 Não há
sente
NBC TG 13 1.152/09 Adoção Inicial da CPC 13 Não há
Lei nº. 11.638/07 e
da Medida Provisó-
ria nº 449/08
NBC TG 15 (R3) DOU 01/12/14 Combinação de Ne- CPC 15 R1 IFRS 3
gócios
NBC TG 16 (R1) DOU 20/12/13 Estoques CPC 16R1 IAS 2
NBC TG 17 1.411/12 Contratos de Cons- CPC 17R1 IAS 11
trução

103/232 Unidade 4 • Normas contábeis


NBC TG 18 (R2) DOU 06/11/15 Investimento em CPC 18R2 IAS 28
Coligada, em Con-
trolada e em Em-
preendimento Con-
trolado em Conjun-
to
NBC TG 19 (R2) DOU 06/11/15 Negócios em Con- CPC 19R2 IAS 31
junto
NBC TG 20 (R1) DOU 06/11/15 Custos de Emprésti- CPC 20 IAS 23
mos
NBC TG 21 (R3) DOU 06/11/15 Demonstração In- CPC 21 IAS 34
termediária
NBC TG 22 (R2) DOU 06/11/15 Informações por CPC 22 IFRS 8
Segmento
NBC TG 23 (R1) DOU 20/12/13 Políticas Contábeis, CPC 23 IAS 8
Mudança de Esti-
mativa e Retificação
de Erro

104/232 Unidade 4 • Normas contábeis


NBC TG 24 (R1) DOU 20/12/13 Evento Subsequen- CPC 24 IAS 10
te
NBC TG 25 (R1) DOU 01/12/14 Provisões, Passivos CPC 25 IAS 37
Contingentes e Ati-
vos Contingentes
NBC TG 26 (R3) DOU 06/11/15 Apresentação das CPC 26R1 IAS 1
Demonstrações
Contábeis
NBC TG 27 (R3) DOU 06/11/15 Ativo Imobilizado CPC 27 IAS 16
NBC TG 28 (R3) DOU 06/11/15 Propriedade para CPC 28 IAS 40
Investimento
NBC TG 29 (R2) DOU 06/11/15 Ativo Biológico e CPC 29 IAS 41
Produto Agrícola
NBC TG 30 1.412/12 Receitas CPC 30R1 IAS 18

105/232 Unidade 4 • Normas contábeis


NBC TG 31 (R3) DOU 06/11/15 Ativo não Circu- CPC 31 IFRS 5
lante Mantido para
Venda e Operação
Descontinuada
NBC TG 32 (R2) DOU 17/04/14 Tributos sobre o Lu- CPC 32 IAS 12
cro
NBC TG 33 (R2) DOU 06/11/15 Benefícios a Empre- CPC 33R1 IFRS 19
gados
NBC TG 35 (R2) DOU 26/12/14 Demonstrações Se- CPC 35 R2 IAS 27
paradas
NBC TG 36 (R3) DOU 06/11/15 Demonstrações CPC 36 R3 IAS 27
Consolidadas
NBC TG 37 (R4) DOU 06/11/15 Adoção Inicial das CPC 37R1 IFRS 1
Normas Internacio-
nais de Contabili-
dade

106/232 Unidade 4 • Normas contábeis


NBC TG 38 (R3) DOU 01/12/14 Instrumentos Fi- CPC 38 IAS 39
nanceiros: Reco-
nhecimento e Men-
suração
NBC TG 39 (R3) DOU 01/12/14 Instrumentos Fi- CPC 39 IAS
nanceiros: Apresen-
tação

NBC TG 40 (R2) DOU 06/11/15 Instrumentos Fi- CPC 40 IFRS 7


nanceiros: Eviden-
ciação
NBC TG 41 (R1) DOU 17/04/14 Resultado por Ação CPC 41 IAS 33

NBC TG 43 1.315/10 Adoção Inicial das CPC 43R1 Não há


NBC Ts Convergidas
em 2009
NBC TG 44 DOU 26/06/13 D e m o n s t r a ç õ e s CPC 44 Não há
Combinadas

107/232 Unidade 4 • Normas contábeis


NBC TG 45 (R2) DOU 06/11/15 Divulgação de Par- CPC 45 IFRS 12
ticipações em Ou-
tras Entidades
NBC TG 46 (R1) DOU 01/12/14 Mensuração do Va- CPC 46 IFRS 13
lor Justo
ITG 01 1.261/09 Contratos de Con- ICPC 01R1 IAS 12
cessão
ITG 02 1.266/09 Contrato de Cons- ICPC 02 IAS 15
trução do Setor
Imobiliário
ITG 03 (R1) DOU 20/12/13 Aspectos Comple- ICPC 03 IAS 4 e
mentares das Ope-
SIC 15 e 27
rações de Arrenda-
mento Mercantil
ITG 06 1.259/09 Hedge de Investi- ICPC 06 IAS 16
mento Líquido em
Operação no Exte-
rior

108/232 Unidade 4 • Normas contábeis


ITG 07 (R1) DOU 20/12/13 Distribuição de Lu- ICPC 07 IAS 17
cros in Natura
ITG 08 1.398/12 Contabilização da ICPC 08 R1 Não há
Proposta de Paga-
mento de Dividen-
dos
ITG 09 DOU 28/11/14 D e m o n s t r a ç õ e s ICPC 09 Não há
Contábeis Individu-
ais, Demonstrações
Separadas, De-
monstrações Con-
solidadas e Aplica-
ção do Método de
Equivalência Patri-
monial

109/232 Unidade 4 • Normas contábeis


ITG 10 1.263/09 Interpretação sobre ICPC 10 Não há
a Aplicação Inicial
ao Ativo Imobiliza-
do e à Propriedade
para Investimento
ITG 11 1.264/09 Recebimento em ICPC 11 IAS 18
Transferência de
Ativos dos Clientes
ITG 12 1.265/09 Mudanças em Pas- ICPC 12 IAS 1
sivos por Desativa-
ção, Restauração e
Outros Passivos Si-
milares

110/232 Unidade 4 • Normas contábeis


ITG 13 (R1) DOU 20/12/13 Direitos a Partici- ICPC 13 IAS 5
pações Decorrentes
de Fundos de Desa-
tivação, Restaura-
ção e Reabilitação
Ambiental
ITG 15 1.289/10 Passivos Decorren- ICPC 15 IAS 6
tes de Participação
em Mercado Espe-
cífico – Resíduos de
Equipamentos Ele-
troeletrônicos
ITG 16 (R1) DOU 20/12/13 Extinção de Passi- ICPC 16 IAS 19
vos Financeiros com
Instrumentos Patri-
moniais

111/232 Unidade 4 • Normas contábeis


ITG 17 1.375/11 Contratos de Conces- ICPC 17 SIC 29
são: Evidenciação
ITG 18 DOU 19/09/13 Custos de Remoção de ICPC 18 IFRIC 20
Estéril de Mina de Su-
perfície Fase de Pro-
dução
ITG 19 DOU 01/12/14 Tributos ICPC 19 IFRIC 21
ITG 20 DOU 28/11/14 Limite de ativo de be- ICPC 20 IFRIC 14
nefício definido, re-
quisitos de custeio
(funding) mínimo e
sua interação
CTG 01 1.154/09 Entidades de Incorpo- OCPC 01 Não há
ração Imobiliária
CTG 02 1.157/09 Esclarecimentos so- OCPC 02 Não há
bre as Demonstrações
Contábeis de 2008

112/232 Unidade 4 • Normas contábeis


CTG 03 1.199/09 Instrumentos Finan- OCPC 03 Não há
ceiros: Reconheci-
mento, Mensuração e
Evidenciação
CTG 04 1.317/10 Aplicação da Interpre- OCPC 04 Não há
tação Técnica ITG 02
– Contrato de Cons-
trução do Setor Imo-
biliário
CTG 05 1.318/10 Contratos de Conces- OCPC 05 Não há
são
CTG 06 DOU 26/06/13 Apresentação de In- OCPC 06 Não há
formações Financei-
ras Pro Forma
CTG 07 DOU 01/12/14 Evidenciação na divul- OCPC 07 Não há
gação dos relatórios
contábil-financeiros
de propósito geral

113/232 Unidade 4 • Normas contábeis


CTG 08 DOU 12/12/14 Reconhecimento de OCPC 08 Não há
determinados ativos
e passivos nos relató-
rios contábil-financei-
ros de propósito geral
das distribuidoras de
energia elétrica emiti-
dos de acordo com as
normas brasileiras e
internacionais de con-
tabilidade
Fonte: CPC adaptado pelo autor.

Link
Apresentação de alterações em normas brasileiras de contabilidade pelo Conselho Federal de Contabili-
dade. Disponível em: <http://portalcfc.org.br/noticia.php?new=24004>. Acesso em: 10 dez. 2016.

114/232 Unidade 4 • Normas contábeis


1.5. Norma Técnica Geral Específicas

As NBC Específicas, como o próprio nome diz, tratam de normas para entidades de nossa socie-
dade, que possuem uma regulamentação específica. Essas entidades são geralmente ampara-
das pelo código civil brasileiro, como entidades sem fins lucrativos, entidades desportivas, coo-
perativas, entre outras.

1.6. Quadro correlação entre as Normas Brasileiras de Contabilidade Es-


pecíficas emitidas pelo CFC e suas resoluções (ITG), Pronunciamentos do
Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e as Normas Internacionais
de Contabilidade (IASB):

O quadro a seguir mostra o relacionamento entre as normas emitidas pelo CFC, CPC e IASB.

115/232 Unidade 4 • Normas contábeis


Numeração Resolução CFC Nome da Norma CPC IASB
ITG 2000 (R1) DOU 12/12/14 Escrituração Con- não há não há
tábil
ITG 2001 1.272/10 Entidade Fecha- não há não há
da de Previdência
Complementar
ITG 2002 (R1) DOU 02/09/15 Entidade sem Fina- não há não há
lidade de Lucros
ITG 2003 1.429/13 Entidade Desporti- não há não há
va Profissional
CTG 2000 1.159/09 Aborda como os não há não há
ajustes das novas
práticas contábeis
adotadas no Brasil
trazidas pela Lei nº
11.638/07 e MP nº
449/08 devem ser
tratados
116/232 Unidade 4 • Normas contábeis
Numeração Resolução CFC Nome da Norma CPC IASB
CTG 2001 (R2) DOU 20/04/16 Define as formali- não há não há
dades da escritu-
ração contábil em
forma digital para
fins de atendimento
ao Sistema Público
de Escrituração Di-
gital – SPED.
NBC T 10.8 920/01 Entidades Coopera- não há não há
tivas
NBC T 10.8 - IT 01 1.013/05 Entidades Coopera- não há não há
tivas
NBC T 10.21 944/02 Entidades Coopera- não há não há
tivas Operadoras de
Planos de Assistên-
cia à Saúde

117/232 Unidade 4 • Normas contábeis


Numeração Resolução CFC Nome da Norma CPC IASB
NBC T 10.21 - IT 1 958/03 Regulamentação do não há não há
item 10.21.1.4
NBC T 10.21 - IT 2 959/03 Regulamentação do não há não há
item 10.21.4 - De-
monstração de So-
bras e Perdas
NBC T 15 1.003/04 Informações de Na- não há não há
tureza Social e Am-
biental
Quadro 4 – correlação NBC_CPC_IASB – Cont.
Fonte: CPC Adptado pelo autor

118/232 Unidade 4 • Normas contábeis


Glossário
NBC: abreviação de Normas Brasileiras de Contabilidade.
R1..R2..R3: indicativo do número de revisões editadas da norma.
ITG: abreviação de Instrução Técnica Geral.
CTG: abreviação para Comunicado Técnico Geral.

119/232 Unidade 4 • Normas contábeis


?
Questão
para
reflexão
As normas contábeis possuem em grande número, com
regulamentações dos procedimentos e ações na contabi-
lidade. Esse número elevado de normas deveria inibir to-
talmente as ações de fraudes. Porém, devemos levar em
consideração que a contabilidade é uma ciência social,
na qual a interferência do homem é constante. Portanto,
é imprescindível que todas as normas sejam estudadas
e entendidas e o trato no relacionamento interpessoal
entre pessoas, entidades e sociedade deve ser pautado
na ética e bom senso. Deve-se pesquisar as fraudes con-
temporâneas, em que, de alguma forma, a contabilidade
foi utilizada por administradores para cometerem fraude.
120/232
Considerações Finais
• Divulgação das NBC realizada pelo CFC;
• As normas brasileiras em consonância com as normas internacionais;
• Normas profissionais que descrevem a atuação profissional;
• Normas técnicas são as questões doutrinárias da contabilidade.

121/232
Referências

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Disponível em:


<http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 10 dez. 2016.

122/232 Unidade 4 • Normas contábeis


Assista a suas aulas

Aula 4 - Tema: Normas Contábeis. Bloco I Aula 4 - Tema: Normas Contábeis. Bloco II
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1d/192bd1b6eabcbfbeb74a42c5d4a8c177>. 1d/2b0f1211b75dcaf04fb7d3895bb15100>.

123/232
Questão 1
1. Analise os itens a seguir e identifique com V para o caso de alternativa cor-
reta ou F para falsa
( ) O Conselho Federal de Contabilidade é um órgão federal que está subordinado ao CPC.
( ) A resolução do CFC 1.374/11 é meramente uma norma inócua, que não representa muito peso
dentro das NBCs.
( ) O CPC nunca poderá emitir uma norma sem a consonância com CFC.
( ) As NBC normatizam todas as ações da contabilidade.
( ) Mesmo que as NBC normatizem as ações da contabilidade, o que vale é a decisão do contador
de como ele deverá proceder com a tratativa das informações contábeis.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) V, F, V, V, F.
b) V, V, V, V, V.
c) F, F, V, V, V.
d) V, F, F, V, F.
e) F, V, F, F, V.
124/232
Questão 2
2. Com relação às normas, analise as alternativas que se seguem e identi-
fique a INCORRETA.

a) As normas são divididas em Normas Profissionais e Técnicas.


b) As normas profissionais tratam das regras do exercício da profissão.
c) As normas técnicas estabelecem os conceitos doutrinários da profissão contábil.
d) As normas técnicas gerais tratam dos procedimentos, ações e conceitos doutrinários apli-
cados à contabilidade.
e) As normas profissionais são divididas em grupos de atividades no exercício da profissão con-
tábil.

125/232
Questão 3
3. Com relação às normas, analise as alternativas que se seguem e identi-
fique a INCORRETA.

a) As normas técnicas são divididas em três grupos: específicas, geral e de setores específicos.
b) As normas gerais são normas técnicas.
c) As normas específicas são adaptadas para entidades da nossa sociedade que possuem re-
gras e legislações específicas.
d) As Normas simplificadas para PMEs seguem as normas gerais, mas com algumas adapta-
ções devido à sua necessidade de porte.
e) As normas para perícia são para os profissionais que atuam com regras geradas apenas pelo
mercado ou por regras contidas nos códigos legais.

126/232
Questão 4
4. Baseado na Resolução CFC 1.374/11: Estrutura Conceitual para a Elabo-
ração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, analise as alterna-
tivas a seguir identificando com V caso a assertiva contemple aspectos
dessa norma ou F caso contrário.

( ) As demonstrações contábeis são elaboradas e apresentadas para usuários externos em geral,


tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. Governos, órgãos regulado-
res ou autoridades tributárias, por exemplo, podem determinar especificamente exigências para
atender a seus próprios interesses.
( ) As exigências não devem afetar as demonstrações contábeis elaboradas segundo a Estrutura
Conceitual.
( ) As demonstrações contábeis elaboradas dentro do que prescreve a Estrutura Conceitual ob-
jetivam fornecer informações que sejam úteis na tomada de decisão econômica e avaliações por
parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender finalidade ou necessidade espe-
cífica de determinados grupos de usuários.
( ) As demonstrações contábeis são comumente elaboradas segundo o modelo baseado no custo
histórico recuperável e no conceito da manutenção do capital financeiro nominal.
127/232
Questão 4

( ) A Estrutura Conceitual foi desenvolvida de forma a ser aplicável a uma gama de modelos con-
tábeis e conceitos de capital e sua manutenção.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
a) V, F, V, F, V.
b) V, V, V, V, V.
c) F, F, V, F, V.
d) V, F, F, V, F.
e) F, F, F, F, V.

128/232
Questão 5
5. Assinale a alternativa que apresenta a norma que NÃO pertence às nor-
mas de setores específicos.

a) NBC TSP.
b) NBC PMEs.
c) NBC TA.
d) NBC TO.
e) NBC TR.

129/232
Gabarito
1. Resposta: A. 2. Resposta: C.

O item II discorre sobre resolução do CFC As normas técnicas não tratam das ques-
1.374/11, a qual é importante para a con- tões do exercício da profissão propriamente
tabilidade porque nela estão contidos os dita.
objetivos das demonstrações contábeis. O
item V está incorreto, pois o contador é a fi- 3. Resposta: E.
gura central para o registro das informações
contábeis. Cabe a ele as principais decisões As normas para perito contábil possuem re-
quanto ao registro e forma de divulgação da gras para o exercício da profissão, entretan-
informação contábil, entretanto ele seguirá to o perito irá trabalhar com as informações
as normas contábeis e deve respeitá-las no na contabilidade, e essas, por sua vez, de-
trato do registro das informações na conta- vem seguir as outras normas quando perti-
bilidade. nentes.

4. Resposta: B.

Todas as afirmativas fazem parte da in-


trodução da NBC TG Estrutura Conceitual
130/232
Gabarito
para Elaboração e Divulgação de Relatório
Contábil-Financeiro. Para responder a essa
questão, o aluno deverá fazer download da
norma, utilizando o link indicado no site do
CFC.

5. Resposta: B.
A NBC PMEs pertence ao grupo de normas
gerais.

131/232
Unidade 5
Características qualitativas da informação e fundamentais

Objetivos

1. Apresentar os Princípios Fundamen-


tais da Contabilidade;
2. Identificar o processo de comunicação
entre a contabilidade e seus usuários;
3. Discorrer sobre os atributos da infor-
mação contábil.

132/232
Introdução

Nas últimas décadas, a informação contábil dessas informações para que seja atendida
vem sendo estudada e investigada buscan- a principal finalidade da contabilidade. Por-
do minimizar a divergência no entendimen- tanto, a contabilidade procura mostrar, em
to provocada por problemas de comunica- seu trabalho final, o máximo de transparên-
ção entre a contabilidade e seus usuários. cia de compreensão e legibilidade dos da-
Podemos denominar esses problemas de dos coletados e apresentados, para atender
ruídos na informação, os quais atrapalham plenamente às necessidades dos usuários
o processo de comunicação, comprome- da informação contábil.
tendo o objetivo da informação prestada,
pois de nada adianta o uso das mais avan-
çadas ferramentas de tecnologia se não há
a compreensão da informação, tampouco Link
o seu compartilhamento. Logo, percebe-se Apresentação de um estudo aplicado das carac-
que essa informação de nada serviria por terísticas qualitativas da informação contábil.
não ser útil na tomada de decisão. Disponível em: <revistas.ufcg.edu.br/reunir/
index.php/uacc/article/download/216/pdf>.
Para que se possa ter o benefício propor-
Acesso em dez. 2016.
cionado pela informação contábil, é mui-
to importante e necessária a evidenciação
133/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais
O entendimento da informação também preensíveis aos que possuem uma noção
depende da capacidade de interpretação razoável dos negócios e das atividades eco-
do usuário e da premissa que toda a abor- nômicas e se dispunham a estudá-las com
dagem das informações apresentadas está certa diligência”.
ligada à ideia de que o usuário possui co- As dificuldades na exposição da informação
nhecimento suficiente para compreender o contábil podem ser consideradas relevan-
conteúdo dos demonstrativos contábeis. tes tendo em vista que a Estrutura Concei-
O embasamento necessário encontra apoio tual Básica da Contabilidade, aprovada pelo
no ponto de vista do Financial Accounting Instituto Brasileiro dos Contadores (IBRA-
Standards Board (FASB), em que a contabili- CON) em 1986, previne possíveis erros de
dade encontra na figura do contador, que é o comunicação por problemas de linguagem
produtor da informação, o esforço de apre- inadequada que pode resultar no menor
sentar as informações contábeis, de forma aproveitamento da informação contábil
que seja possível para o entendimento das apresentada nas demonstrações contábeis.
informações contábeis a seus usuários. Portanto, para o processo de tomada deci-
Assim, as informações segundo o CPC (nor- são pelo usuário final da informação contá-
mas nacionais), que são as mesmas do IASB bil poderá estar comprometido, ocasionan-
(normas internacionais), “devem ser com- do erros de interpretação, que resultarão em
134/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais
tomadas de decisões problemáticas para a ários, antes e após o recebimento das in-
entidade, podendo gerar os mais diversos formações (DIAS FILHO, 2000, p. 35). Dias
prejuízos de ordem financeira quando há Filho (2000) destaca que a contabilidade
perda de dinheiro na decisão mal tomada, não consegue atingir um nível satisfatório
ou perda na credibilidade da informação de informação para alguns usuários e enfa-
contábil apresentada, que colocará em dú- tiza que a contabilidade, à luz da teoria da
vida as futuras informações divulgadas. comunicação, deveria distinguir quais são
as necessidades dos usuários, para, a partir
1. Teoria da Comunicação e In- dessas, desenvolver o meio de comunicação
formação Contábil a ser utilizado. No entanto, sabe-se que os
usuários das informações contábeis são ca-
Qualquer tipo de Informação é o resultado pazes de serem identificados a partir de sua
obtido do processamento, manipulação e perspectiva sobre a informação, que po-
organização de dados. Ela produzirá uma dem ser usuários internos e externos, e que
mudança (quanti ou qualitativa) no conhe- os diversos tipos de usuários da informação
cimento de quem a recebe, diminuindo as contábil apresentam-se diferentes quanto
incertezas e sua utilidade pode ser medida à utilização dessas informações geradas.
pela divergência entre a dúvida dos usu- Desse modo, as informações precisam ser

135/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais


apresentadas, levando em consideração a ções. Para a outra, precisaria disponibilizar
forma que cada usuário possa utilizá-las de um banco de informações específico para
acordo com suas necessidades, conheci- cada espécie usuário.
mento prévio ou expectativas. A compreensão do sistema de comunicação
da informação contábil requer o entendi-
Link mento sobre a função da contabilidade, que
Apresentação da teoria da informação contábil é fornecer informações úteis para o proces-
sobre os aspectos de origem e evolução. Dispo- so de tomada de decisão.
nível em: <https://aprendeenlinea.udea.edu.
co/revistas/index.php/cont/article/view-
File/325314/20782679>. Acesso em: 10 dez.
Para saber mais
2016. Tão importante quanto produzir as informações
corretas é também ter a certeza de que os usu-
Iudícibus (2009) aponta duas abordagens ários desta informação possam compreendê-las
para os objetivos da contabilidade. Para a dentro das suas necessidades no processo de to-
primeira, a contabilidade precisaria assistir mada de decisão.
as necessidades de todos os usuários por
meio de um conjunto simples de informa-
136/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais
Entretanto, a contabilidade depara-se com 2. Características Qualitativas da
uma dificuldade quando temos uma diver- Informação Contábil
sidade de usuários e cada qual apresenta
necessidades diferentes para a tomada de Para que as informações fornecidas pela
decisão. Nesse caso, a informação gerada contabilidade atendam às necessidades dos
pela contabilidade poderá exercer limita- usuários, são necessários requisitos básicos
para que se alcance um nível de satisfação.
ções no fornecimento das informações, por
A anterior Estrutura Conceitual, aprovada
exemplo, uma pequena empresa poderá
pelo CPC 00 (2008) e baseada na Estrutura
sofrer uma forte tendência em gerar infor-
Conceitual do IASB (2001), determinava as
mação contábil para atender o fisco em de-
características qualitativas da informação
trimento de informações em formatos mais contábil, que são os atributos responsáveis
amigáveis para a gestão, devido a poucos pelas demonstrações contábeis úteis, clas-
recursos em seu orçamento destinados sificados em quatro principais:
para as áreas da contabilidade.
• Compreensibilidade;
• Relevância;
• Comparabilidade; e
• Confiabilidade.
137/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais
A redação do CPC 00 passou por algumas
Para saber mais mudanças em sua estrutura, sendo que as
características qualitativas da informação
As características qualitativas da informação
contábil-financeira passaram a ser dividi-
contábil foram definidas por Hendriksen e Van
das em:
Breda (2000, p. 96) como “As propriedades que
são necessárias para torna-la útil”. (a) características qualitativas fundamen-
tais (relevância e representação fidedigna),
sendo as mais críticas;
Também definia que cinco atributos se fa-
ziam necessários para que a informação (b) características qualitativas de melhoria
pudesse ser confiável, são eles: (enhancing qualitative characteristics – com-
parabilidade, verificabilidade, tempestivi-
• Representação Adequada; dade e compreensibilidade), menos críticas,
• Primazia da Essência sobre a Forma; mas. ainda assim, altamente desejáveis.
• Neutralidade; Dentre as modificações percebidas, tem-se
a característica qualitativa Confiabilidade
• Integridade; e
na qual foi reclassificada de Representação
• Prudência. Fidedigna; a Essência sobre a Forma foi re-

138/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais


tirada da condição de componente sepa- Para que as características qualitativas fun-
rado da Representação Fidedigna, uma vez damentais possam ser mais eficientes e efe-
que foram consideradas uma redundância; tivas, procedem-se três etapas:
a Prudência (ou conservadorismo) também 1º) Reconhecer o ato administrativo ou o
precisou ser retirada por ser inconsistente fenômeno econômico que possa ser útil
com a neutralidade. A classificação da Re- para os usuários da informação (internos e
levância e Representação Fidedigna como externos).
características qualitativas fundamentais
parece ser indiscutível, uma vez que a in- 2º) Identificar qual o tipo de informação que
formação necessita ser relevante e simulta- teria maior relevância se estivesse acessível
neamente desempenhar com fidedignida- e que poderia ser desempenhado com fide-
de a realidade apresentada para que possa dignidade.
ser útil. Uma representação fidedigna de 3º) Avaliar se a informação está acessível e
um acontecimento irrelevante é tão inútil pode ser desempenhada com fidedignida-
quanto uma representação não fidedigna de.
de um acontecimento relevante, pois não
poderá servir de auxílio ao usuário em uma
tomada de decisão eficaz.

139/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais


Glossário
Atos e fatos administrativos: são as operações da empresa (compra, venda, recebimento, pa-
gamentos, contração de dívidas, entre outros), que afetam o patrimônio da entidade.
Fidedigna: que é merecedor de confiança, de crédito, de fé.

140/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais


?
Questão
para
reflexão
Todo o processo de informação da contabilidade (coleta, regis-
tro, análise e divulgação) poderá ficar limitado pela capacidade de
compreensão das informações divulgadas pelos usuários que estão
recebendo as informações. Portanto, a contabilidade deverá aten-
tar-se inicialmente: para qual ou quais as necessidades dos usuá-
rios quanto as informações que a utilizaram com maior frequência
ou que estão patrocinando a geração dessas informações, fazendo
sentido para os usuários destas informações.
Quando possível, a contabilidade deverá adaptar-se sempre em
busca de uma linguagem acessível aos diversos usuários da infor-
mação. Quais seriam as dificuldades internas, por exemplo, gerar
um relatório baseado no balancete, em que as informações são
convertidas em arrobas de bois, cotação da saca de café, entre ou-
tros parâmetros, que são comuns ao negócio, no qual o usuário da
informação consiga racionar de forma mais lógica na sua maneira?
141/232
Considerações Finais

• Limitações na geração da informação diante da diversidade dos usuários da


contabilidade;
• O CPC 00 traz novos atendimentos quanto às características qualitativas da
informação contábil;
• O CPC 00 indica também que é necessário que as informações possuam os
atributos indicados nessa norma;
• Os três passos para a divulgação da informação contábil;
• Evolução na adaptação de formas de apresentação contábil.

142/232
Referências

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL: UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO


DOS CONCLUDENTES DO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA UFCG Disponível em: <http://re-
vistas.ufcg.edu.br/reunir/index.php/uacc/article/view/216>. Acesso em: 10 dez. 2016.

COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura


Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2008. Dis-
ponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC>. Acesso em: 10 dez. 2016.
_______. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apre-
sentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2011. Disponível em <http://www.cpc.org.br/
CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80> <http://www.cpc.org.
br/pdf/cpc00_r1.pdf>. Acesso em dez. 2016;

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Disponível em:


<http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 10 dez. 2016;
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução N° 774, de 16 de dezembro de 1994. Apro-
va o apêndice à resolução sobre os princípios fundamentais de contabilidade. Princípios funda-
mentais de contabilidade e normas brasileiras de contabilidade. Brasília: CFC, 1999. Disponível
em: <http://www.senar.org.br/legislacao/setor_cont/res_cfc_774.pdf>. Acesso em: 19 out. 2016;

143/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais


DIAS FILHO, J M. A linguagem utilizada na informação contábil: uma análise de sua com-
preensibilidade à luz da Teoria da Comunicação. Caderno de Estudos FIPECAFI, São Pau-
lo, v. 13, n. 24, p. 38-49, jul./dez. 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pi-
d=S1413-92512000000200003&script=sci_arttext>. Acesso em: 10 dez. 2016.

HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

144/232 Unidade 5 • Características qualitativas da informação e fundamentais


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Aula 5 - Tema: Característica Qualitativas da Aula 5 - Tema: Característica Qualitativas da


Informação e Fundamentais. Bloco I Informação e Fundamentais. Bloco II
Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/ Disponível em: <http://fast.player.liquidplatform.com/
pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/
51fc19d3f7f4b8387b67588e77b742e5>. ee0ed58c1e82d4a02f30c671ebe164d0>.

145/232
Questão 1
1. Analise os itens a seguir e identifique quais fazem parte da nova redação
dada pelo CPC 00 sobre os atributos das características fundamentais da in-
formação contábil.

I – Compreensibilidade.
II – Relevância.
III – Comparabilidade.
IV – Confiabilidade.
V – Representação Fidedigna.
a) I, II, III.
b) II, IV.
c) III, V.
d) I, IV, V.
e) II, V.

146/232
Questão 2
2. Analise os itens a seguir e identifique a alternativa INCORRETA.

a) Existe uma forma de comunicação que deve ser analisada antes do processo de coleta dos
dados pela contabilidade para entender a necessidade do usuário da informação contábil.
b) Devido à possibilidade de vários usuários com diferentes necessidades para a tomada de
decisão, a informação contábil poderá sofrer restrições.
c) Para a divulgação da informação contábil, precisamos atentar os três passos: reconhecer se
o fenômeno econômico é útil; acessibilidade da informação; mesmo que ela esteja acessível,
ela deverá ser divulgada com fidedignidade.
d) Podemos adaptar as informações contábeis para os diferentes usuários da informação con-
tábil.
e) Independente do custo operacional, a contabilidade tem por obrigação adaptar suas infor-
mações aos mais diferentes usuários da informação contábil.

147/232
Questão 3
3. Sobre as características qualitativas da informação contábil, analise os
itens a seguir.

I – Compreensibilidade e Relevância.
II – Comparabilidade e Confiabilidade.
III – Representação Adequada e Primazia da Essência sobre a Forma.
IV – Neutralidade e Integridade.
V – Comparabilidade e Prudência.
São corretos os itens:
a) I, III, IV.
b) I, II.
c) IV, V.
d) III, V.
e) I, III.

148/232
Questão 4
4. A característica qualitativa da confiabilidade foi reclassificada dentro da
norma básica, que corresponde à seguinte alternativa:

a) Representação Fidedigna.
b) Representação Fidelizada.
c) Representação Fiduciária.
d) Representação Econômica.
e) Representação Financeira.

149/232
Questão 5
5. Sobre as características qualitativas fundamentais, elas são eficientes e
efetivas quando:

( ) Reconhecer o ato administrativo ou o fenômeno econômico que possa ser útil para os usuários
da informação (internos e externos).
( ) Identificar qual o tipo de informação que teria maior relevância se estivesse acessível e que
poderia ser desempenhado com fidedignidade.
( ) Avaliar se a informação está acessível e pode ser desempenhada com fidedignidade.
( ) Mensurar se a informação contábil é ideal para a divulgação.
( ) Examinar a origem da informação contábil e caso não possa ser atribuída a origem dela, colo-
cá-la em notas explicativas a parte das demonstrações financeiras.

150/232
Questão 5

A sequência correta corresponde a:


a) F, F, F, V, F.
b) V, V, F, F, V.
c) V, V, V, F, F.
d) F, V, V, F, V.
e) V, V, F, V, F.

151/232
Gabarito
1. Resposta: E. 3. Resposta: B.

Relevância e Representação Fidedigna fa- As quatro principais características conti-


zem parte da nova redação do CPC 00. das na norma básica são: Compreensibili-
dade, Relevância, Comparabilidade e Con-
2. Resposta: E. fiabilidade.

Mesmo que o ideal seja adaptar a informa- 4. Resposta: A.


ção contábil para a visão dos mais diferen-
tes usuários finais, existe um fator relacio- A característica qualitativa da informação
nado a custo para operacionalizar as adap- contábil da Confiabilidade foi reclassifica-
tações. Muitas empresas, principalmente da dentro da norma básica CPC 00, para o
as microempresas e as de pequeno porte, já termo de Representação Fidedigna, na qual
possuem um custo elevado para gerar as in- a informação contábil que será registrada
formações ao fisco, que consomem tempo e deve ser fidedigna aos fatos econômico-fi-
recursos, os quais poderiam ser direciona- nanceiros ocorridos na entidade.
dos para essas adaptações.

152/232
Gabarito
5. Resposta: A, B e C.

A norma contábil pede que sejam seguidos


estes três passos para a informação contá-
bil.

153/232
Unidade 6
Características qualitativas de melhoria

Objetivos

1. Discorrer sobre o processo de comple-


mento para a divulgação da informa-
ção contábil;
2. Apresentar os atributos de melhoria
da informação contábil.

154/232
Introdução

As Características Qualitativas de Melhoria As características qualitativas de melho-


são desejáveis, mas não são essenciais para ria, conforme parágrafo QC19 da Estrutura
a informação contábil. A sua função é de Conceitual do CPC 00, estão divididas em:
melhorar a qualidade da informação e são
• Comparabilidade;
auxiliares, para quando nos depararmos,
por exemplo, com duas alternativas de in- • Verificabilidade;
formação igualmente relevantes e fidedig- • Tempestividade; e
nas. Qual delas representa ato administra-
• Compreensibilidade.
tivo e um fenômeno econômico?
Nesse caso, podemos garantir que as ca-
racterísticas fundamentais são necessárias
para as informações contábeis e estas po-
dem ser apoiadas pelas qualitativas de me-
lhoria, a fim de aperfeiçoar a compreensão
dos usuários durante o processo de tomada
de decisão.

155/232 Unidade 6 • Características qualitativas de melhoria


Para saber mais Link
Recomenda-se fazer o download do CPC 00 R1.
O texto original do CPC 00 QC 19 nos traz a se- Disponível em: <http://static.cpc.mediagroup.
guinte definição: comparabilidade, verificabili- com.br/Documentos/147_CPC00_R1.pdf>.
dade, tempestividade e compreensibilidade são Acesso em: 10 dez. 2016.
características qualitativas que melhoram a uti-
lidade da informação que é relevante e que é re- 1. Comparabilidade
presentada com fidedignidade. As características
qualitativas de melhoria podem também auxiliar As decisões de usuários implicam em esco-
a determinar quando houver por exemplo, duas lhas entre alternativas, como, por exemplo,
alternativas para levar em consideração na infor- vender ou manter um investimento, ou in-
mação contábil a ser registrada, que sejam consi- vestir em uma entidade ou noutra. Conse-
deradas equivalentes. Elas devem ser analisadas quentemente, a informação acerca da enti-
sobre o ponto de vista de relevância e fidedigni- dade que a reporta será útil caso possa ser
dade de representação para retratar um fenôme- comparada com uma informação similar
no. sobre outras entidades e com informação

156/232 Unidade 6 • Características qualitativas de melhoria


similar sobre a mesma entidade para outro 2. Verificabilidade
período ou para outra data.
A verificabilidade ampara os usuários em
Comparabilidade é a característica qualita-
termos que a informação representa de
tiva que permite aos usuários a identificação
modo fidedigno a proposta desejada. A ve-
e compreensão de similaridades nos itens e
rificabilidade significa que diferentes ob-
diferenças entre os mesmos. Diferentemen-
servadores, cônscios e independentes, po-
te de outras características qualitativas, a
dem chegar a um consenso, embora não
comparabilidade não está relacionada com
cheguem, necessariamente, a um completo
um único item. A comparação requer no mí-
acordo quanto ao retrato de uma realidade
nimo dois itens.
econômica em particular. Uma informação
Para a comparabilidade, é necessário um quantificável não necessita ser um único
grau de consistência na apresentação da ponto estimado para ser verificável. Uma
informação contábil, ou seja, devemos uti- faixa de possíveis montantes com suas res-
lizar os mesmos métodos para cada tipo pectivas probabilidades pode também ser
de fenômeno econômico, ou seja, uma vez verificável.
utilizado um critério para um determinado
A verificabilidade é muito usual no proces-
ponto e período, o mesmo deve ser aplicado
so de auditoria, pois os auditores (internos
subsequentemente.
157/232 Unidade 6 • Características qualitativas de melhoria
e externos) necessitam checar, através de 3. Tempestividade
testes e análise documental, os valores re-
gistrados pela contabilidade. Essa característica de melhoria determina
que a informação deverá chegar no tempo
O CPC 00 nos traz que a verificabilidade po-
que seja possível influenciar o usuário no
derá ser de forma direta ou indireta, sendo
processo de tomada de decisão. O tempo
que:
dessa informação poderá ser prolongado
Verificação direta significa verificar um por períodos indeterminados, não sendo
montante ou outra representação por meio restringido em períodos específicos. Pode-
de observação direta, como, por exemplo, mos aqui exemplificar crises econômicas de
por meio da contagem de caixa; um determinado país, na qual não temos
Verificação indireta significa checar os da- um prazo concreto ou determinado para
dos de entrada do modelo, fórmula ou outra terminar.
técnica e recalcular os resultados obtidos
por meio da aplicação da mesma metodo-
logia.

158/232 Unidade 6 • Características qualitativas de melhoria


tas vezes os fenômenos econômicos não
Link são totalmente claros.

Comentários sobre o CPC-00: comparabilidade, Nesse caso, a contabilidade deverá abrir


verificabilidade e compreensibilidade. Disponível meios, como relatórios auxiliares comple-
em: <https://www.pontodosconcursos.com. mentares ou explicações mais detalhadas
br/artigo/13602/moraes-junior/comenta- sobre estes fenômenos pouco compreensi-
rios-sobre-o-cpc-00-parte-5>. Acesso em: vos em primeiro momento.
10 dez. 2016.
Para saber mais
4. Compreensibilidade Nesse ponto, as Notas Explicativas trazem uma luz
sobre as informações divulgadas. Elas possuem a
A informação disponibilizada deverá ser
função de detalhar “os números”, mostrando as
compreensível. Mesmo que levamos em
informações que estão por trás da informação di-
consideração o fato que os usuários da in-
vulgada. Para melhor entendimento, consulte o
formação contábil devem apresentar um
CPC 26 (R1) dos Itens 112 a 138, que tratam sobre
conhecimento razoável para compreende-
as Notas Explicativas.
rem aquilo que está sendo reportado, mui-

159/232 Unidade 6 • Características qualitativas de melhoria


Glossário
Tempestividade: significa “dentro do prazo”. Oportunidade, no tempo próprio, o que ocorre no
momento certo, oportuno no tempo devido;
Compreensibilidade: característica ou particularidade do que é compreensível; qualidade do
que se pode compreender; habilidade ou aptidão para compreender; conhecimento ou facul-
dade de compreender.
Verificabilidade: é uma palavra derivada de verificável.
Verificável: adj. Que se consegue verificar; que pode ser alvo de verificação: mecanismo tecno-
lógico verificável.

160/232 Unidade 6 • Características qualitativas de melhoria


?
Questão
para
reflexão

A característica de melhoria da informação mostra que


a contabilidade pode ser comparada, verificada, apre-
sentada em tempo hábil para a tomada de decisão e que
também seja compreensível ao usuário tomador de de-
cisão. Caso ela não apresente uma dessas característi-
cas de melhoria, seria possível o usuário da informação
contábil tomar uma decisão assertiva?

161/232
Considerações Finais

• Características qualitativas melhoram o entendimento da informação con-


tábil;
• Limitações de aplicação das características de melhoria devido ao custo
operacional, pois o Brasil é um dos países com maior custo operacional na
geração das informações contábeis, devido ao grande esforço de pessoal ao
cumprimento de entrega de obrigações ao fisco, limitando o tempo e orça-
mentos das entidades para dedicação a geração de informações contábeis
úteis ao processo decisório;
• Atributos da informação contábil para usuário.

162/232
Referências

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Disponível em:


<http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 18 out. 2016.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2008.
Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC>. Acesso em: 19 out. 2016.
_______. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apre-
sentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2011.
Disponível em <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-
ciamento?Id=80>

Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-


ciamento?Id=80>. Acesso em: 19 out. 2016.

163/232 Unidade 6 • Características qualitativas de melhoria


Assista a suas aulas

Aula 6 - Tema: Característica Qualitativas de Aula 6 - Tema: Característica Qualitativas de


Melhoria. Bloco I Melhoria. Bloco II
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6df7354054f973b986107f7ceae9ce5c>. 97ce3f9e925d99a3f2c9d87b110ec681>.

164/232
Questão 1
1. Marque V para o caso que a alternativa esteja correta ou F caso contrário.

( ) Com a aplicação dos pressupostos das características qualitativas de melhoria, há o auxílio


dos usuários das informação contábil no processo de tomada de decisão.
( ) A comparabilidade nada mais é do que comparar um balanço de uma entidade com outra.
( ) Verificabilidade é uma característica em que é possível analisar a informação contábil por di-
versos observadores e, mesmo assim, eles conseguem concordar com a informação, mesmo que
não consigam chegar ao mesmo consenso.
( ) Tempestividade quer dizer que a informação contábil deve chegar a tempo para ser útil no
processo de tomada de decisão.
( ) Compreensibilidade exige que as informações devem ser compreensíveis ao usuário, por
exemplo, um balanço apresentado com os mesmos valores da moeda local.

165/232
Questão 1

A sequência correta é:
a) V, V, V, V, V.
b) V, F, V, V, V.
c) F, F, F, V, F.
d) F, V, V, F, F.
e) V, F, V, F, V.

166/232
Questão 2
2. Conforme trata a estrutura conceitual básica, as características de me-
lhoria da informação contábil são:

I – Comparabilidade e Verificabilidade.
II – Tempestividade e Compreensibilidade.
III – Assertividade e Representação Fidedigna.
IV – Primazia sobre a forma e Comparabilidade.
V – Prudência e Assertividade.
São corretos os itens:
a) I, II.
b) I, III, IV.
c) IV, V.
d) II, III.
e) I, III.
167/232
Questão 3
3. A Verificabilidade é muito utilizada pelos auditores durante o processo de
auditoria das informações contábeis. Ela pode ser aplicada de que forma?

I – Direta.
II – Indireta.
III – Reversiva.
IV – Teste de probabilidade.
V – Indiretamente.
São corretos os itens:
a) I, III.
b) II, IV.
c) III, V.
d) I, II.
e) IV, V.

168/232
Questão 4
4. No processo decisório, é muito importante que a informação chegue até
os gestores que estão incumbidos de tomada de decisão dentro de uma
entidade. Portanto, a informação contábil deverá ser apresentada para o
processo de tomada decisão em tempo suficiente para que ela exerça pa-
pel relevante neste processo, afinal como diz um ditado popular: “águas
passadas não movem mais o moinho”. Qual é a característica de melhoria
da informação contábil que trata esta situação?

a) Subjetividade.
b) Comparabilidade.
c) Tempestividade.
d) Competência.
e) Sustentabilidade.

169/232
Questão 5
5. O senhor Takashi é um CEO de uma empresa situada na cidade de Tóquio
no Japão. A empresa acabou de abrir uma filial no Brasil e, ao final do primei-
ro semestre, o sr. Takashi solicitou um BP e DRE prévio do final do primeiro
semestre e questionou se a unidade brasileira apresentou lucro ou prejuízo.
O gestor da filial brasileira atendeu prontamente enviando o BP e a DRE e
informou, orgulhosamente, que a unidade apresentou lucro líquido de R$ 2
milhões. O CEO da empresa, ao receber as informações, informou que os va-
lores estavam em moeda que ele não compreendia (R$), portanto era neces-
sário que fizesse uma conversão para moeda norte-americana ou japonesa.
Existe uma característica de melhoria que orienta que as informações sejam
repassadas aos usuários de uma forma compreensiva a eles. Qual seria ela?
a) Compreensividade.
b) Compreensão.
c) Transformação.
d) Conversão.
e) Modificação.
170/232
Gabarito
1. Resposta: B. 4. Resposta: C.

Comparabilidade é a característica quali- A tempestividade é uma característica de


tativa que permite aos usuários a identifi- melhoria que atribui que a informação con-
cação e compreensão de similaridades nos tábil deve chegar em tempo hábil para que
itens e diferenças entre eles. influa no processo de tomada de decisão.

2. Resposta: A. 5. Resposta: A.

A estrutura conceitual básica CPC 00 traz As informações contábeis devem ser envia-
estes atributos sobre as características qua- das dentro do máximo possível de compre-
litativas de melhoria da informação contá- ensibilidade, para que o usuário da infor-
bil. mação possa tomar decisão.

3. Resposta: D.

A verificabilidade pode ser aplicada de for-


ma direta e indireta para o trabalho dos au-
ditores.
171/232
Unidade 7
Pressuposto básico: premissas subjacentes

Objetivos

1. Apresentar o pressuposto básico de


que uma entidade nasce para uma
continuidade;
2. Discorrer sobre o Princípio da Conti-
nuidade;
3. Apresentar o texto original da estru-
tura conceitual para a elaboração das
demonstrações contábeis.

172/232
Introdução
Para que possamos ter o reconhecimento, Toda entidade é criada com um propósito
a mensuração e apresentação das informa- de continuidade da entidade, ou seja, deve-
ções contábeis de forma útil, a fim de que mos considerar que ela estará em atividade
os usuários possam desempenhar asserti- em um futuro previsível, sem intenção nem
vamente o processo de tomada de decisão, necessidade de interromper ou reduzir de
essas são apresentadas dentro da Estrutura maneira material sua atividade.
Conceitual Básica CPC 00, com uma pre-
missa subjacente. Essa premissa é a da Con- Obviamente, caso ocorra a quebra dessa
tinuidade da Entidade. continuidade, ou seja, por qualquer moti-
vo a empresa reduza suas atividades ou até
mesmo a interrompa, a informação contá-
bil-financeira deverá ser elaborada e apre-
Link sentada normalmente, porém em bases di-
Detalhamento acerca dos Princípios da Contabi- ferentes.
lidade. Disponível em: <https://www.youtube. Mesmo que a entidade apresente o pior ce-
com/watch?v=TRItWYqsCqE>. Acesso em: 10 nário, ou seja, interrupção de suas ativida-
dez. 2016. des, os recursos poderão não ter valor de
uso. Portanto, seu custo não é relevante,
mas terá importância para o mercado o seu
173/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes
valor para fins de alienação dos respectivos Não podemos afirmar que não seja possível
recursos. a ideia da existência de entidades em des-
continuidade quando existirem fortes evi-
1. Princípio da Continuidade dências de que ela irá descontinuar em de-
corrência de dificuldades financeiras ou de
No Princípio da Continuidade, a empresa mercado, de deliberação dos sócios ou de
deve ser considerada como um organismo qualquer outra situação; o que queremos
em movimento constante e contínuo de dizer é que esse fato deverá ser necessaria-
produção, venda, compra, consumo, inves- mente considerado na elaboração das de-
timentos, etc. É o que podemos chamar de monstrações contábeis.
“entidade ou empresa em marcha”, a qual
Assim, a continuidade ou não da entidade,
deve concretizar seus objetivos continua-
bem como sua vida definida ou provável,
mente.
deve ser considerada quando da mensura-
Em via de regra, a empresa não pode ser cria- ção e a apresentação dos componentes do
da com prazo estabelecido para o seu encer- patrimônio, considerando que a entidade,
ramento. Quando uma entidade é criada, até evidências em contrário, terá sua vida
partimos do pressuposto de que a mesma continuada no futuro.
operará indefinidamente ao longo do tempo.
174/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes
Quando uma entidade estiver em proces- Na ausência de continuidade, não teríamos
so de descontinuação, os demais princípios como apurar o resultado com exatidão, pois
deixam de ser observados e aplicados, pelo muitos valores estocados no Ativo, para se-
simples fato de não haver mais movimenta- rem transformados em despesas. Posterior-
ções que poderão impactar o patrimônio da mente, teriam de ser descarregados para o
entidade. resultado no ano de sua própria aquisição.
Vamos mencionar, como exemplo, uma si- Segundo o item 4.1 do CPC 00 Estrutura
tuação hipotética em que determinada en- Conceitual para Elaboração e Divulgação
tidade adquira sob encomenda uma má- de Relatório Contábil-Financeiro, as Pre-
quina pelo preço de R$ 500.000,00. Caso a missas Subjacentes são definidas da se-
descontinuidade for dada como certa, não guinte forma:
será possível ativar a máquina por esse valor.
Nesse caso, a máquina deverá ser avaliada
pelo seu valor de mercado e, na hipótese de
ela ter utilidade apenas para a própria em-
presa, pode ser que valha o seu peso em su-
cata, mesmo estando completamente nova.

175/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes


As demonstrações contábeis normalmente são elaboradas tendo como
premissa que a entidade está em atividade (going concern assumption) e
irá manter-se em operação por um futuro previsível. Desse modo, parte-se
do pressuposto de que a entidade não tem a intenção, nem tampouco a
necessidade, de entrar em processo de liquidação ou de reduzir material-
mente a escala de suas operações. Por outro lado, se essa intenção ou ne-
cessidade existir, as demonstrações contábeis podem ter que ser elabora-
das em bases diferentes e, nesse caso, a base de elaboração utilizada deve
ser divulgada.
Assim, o registro da informação e divulgação deve considerar que a entidade dará continuidade
às operações, portanto, teremos o registro da evolução economia-financeira da entidade, para
melhor ou pior. Entretanto, caso a entidade apresente uma data de validade de existência, a in-
formação contábil e sua divulgação deverão refletir exatamente o momento vivido pela entida-
de. Pode haver, por exemplo, entidades que estão com suas operações suspensas por qualquer
motivo. Desse modo, as informações geradas devem explicar tal paralisia.

176/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes


surjam os efeitos necessários para análise
Para saber mais dentro do processo decisório.
A Resolução CFC n° 750 de 1993 já trazia o texto
básico no que se refere ao Princípio da Continui-
2. Princípio DA Realização da
dade. Receita

No texto original da resolução, entre os Alguns autores tratam o Regime da Compe-


“Pressupostos Básicos da Competência e tência como o “Princípio da Competência”.
da Continuidade”, vale destacar que a com- Porém, este princípio não existe. O que de
petência, entretanto, está atualmente re- fato a competência trata é de uma escolha
ferenciada na apresentação dos efeitos de de reconhecimento da receita e das des-
transações que alteram recursos econô- pesas. Portanto, a competência ou o que é
micos em determinado período, ou seja, a também denominado por regime de com-
movimentação que ocorra em determinado petência pertence ao Princípio da Realiza-
período (dia, mês ou ano) deverá ser regis- ção da Receita. Este sim de fato é um princí-
trada e apresentada nos demonstrativos no pio contábil.
mesmo período de sua ocorrência, para que Nesse princípio, também temos o regime
de caixa. Assim, tem-se o questionamento
177/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes
com relação a diferença entre estes regimes dentro da realização da receita. Segundo Iudícibus,
os dois regimes são definidos da seguinte forma:

Competência versus Caixa – assim, escolher-se como ponto normal de re-


conhecimento da receita aquele em que produtos ou serviços são transfe-
ridos ao cliente e não, propriamente, o ponto em quem o dinheiro é rece-
bido por esta transferência (daí os nomes genéricos, quando nos referimos
às receita e despesas, de Regime de Competência como o oposto ao Re-
gime de Caixa). Usualmente, a maior parte dos textos e autores, ao reunir
a Receita e Despesa num princípio geral só, o da competência, limita-se a
enunciar que receitas e despesas são atribuídas aos períodos contábeis de
acordo com a inocorrência do fato gerador de ambos, e não com recebi-
mento e pagamento de caixa (2009, p. 86).

Link
Explanação sobre o Princípio da Realização da Receita. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=Yt3jR8EuTpc>. Acesso em dez. 2016.

178/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes


3. Regime de Compentência no da entidade, o fisco tende a desconsiderar o
Enfoque do Fisco cálculo do lucro real e de forma arbitrária irá
calcular novamente estes tributos nas bases
Também temos um efeito muito forte do legais (regime de Competência).
imposto de renda no Brasil, o qual adota o
regime de competência como sendo o único
aceito para fins de pagamentos do Imposto Para saber mais
de Renda das Pessoas Jurídicas pelo Lucro O Lucro Real é obtido a partir do lucro contábil,
Real. seguindo as regras da legislação do imposto de
renda, em que as receitas e despesas devem estar
A Receita Federal do Brasil trabalha em seus
registradas dentro do período de ocorrência.
processos fiscalizatórios baseando-se no
regime de competência para auferir se o pa-
O fisco, em determinados momentos, apre-
gamento do IRPJ, Adicional do IRPJ e da CSLL
senta uma incongruência na tratativa de al-
estão como base do regime de competên-
guns aspectos legais para outros tributos.
cia, ou seja, se as receitas e despesas estão
Um exemplo é quando uma entidade sofre,
registradas no balanço e apuradas, levando
por força de lei, uma retenção de tributos
em consideração este regime. Caso isso não
em suas notas fiscais, ou seja, a entidade
seja evidenciado dentro da Contabilidade
179/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes
vende para outra entidade e o imposto é Analisamos o seguinte exemplo:
retido e recolhido aos cofres públicos pela Entidade A vende serviços para a entidade Z
entidade comprada no mês de recebimento no mês de janeiro, para receber em 90 dias
da nota, criando um crédito para a entidade (três meses). Na nota fiscal de serviço para
vendedora de compensar o tributo anteci- este exemplo, vamos admitir que a lei obri-
pado nesta venda. Entretanto, o fisco deter- gue a entidade Z a recolher os tributos IRRF
mina que este crédito deverá ser compen- e CSL.
sando apenas quando a entidade receber o
valor vendido, ou seja, aplica-se neste caso Para esse exemplo, segue como ficaria a si-
o regime de caixa. tuação do recolhimento dos tributos:

Esse fato ocorre corriqueiramente nas en- • A entidade Z: irá recolher os tributos
tidades para vendas de serviços e também IRRF e CSL em guias aproprias no mês
quando ela vende produtos ou serviços para de recebimento da nota, descontan-
qualquer órgão público, ou seja, haverá a do do valor total a ser pago para en-
antecipação do imposto diretamente na tidade A;
nota fiscal. • A entidade A: irá considerar o valor
bruto da receita no mês da venda (mês
de competência Janeiro), que irá com-
180/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes
por sua base de lucro real para pa-
gamento do IRPJ, Adicional e CSLL. O
crédito tributário de direito só poderá
ser utilizado como abatimento do seu
imposto, apenas na competência do
mês de abril (mês de recebimento da
nota fiscal regime de caixa).
Portanto, para o Fisco no Brasil, em termos
de Regime de Caixa e Competência, deve-
-se analisar o contexto de cada lei tributá-
ria, pois cada uma apresenta regras especí-
ficas, que nada tem a ver com a Contabili-
dade. Com isso, as entidades são forçadas
a possuírem controles gerenciais para as
operações tributárias e também devem ser
refletidas dentro das demonstrações.

181/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes


Glossário
going concern assumption: pressuposto de continuidade.
Fisco: administração (federal, estadual e municipal) encarregada de calcular e arrecadar tribu-
tos. Erário ou tesouro público.
IRPJ: Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Tributo.
CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Tributo.
IRRF: Imposto de Renda Retido na Fonte. Tributo.
SPED: Sistema público de escrituração digital.

182/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes


?
Questão
para
reflexão

No Brasil, temos um uma complexidade em sua questão tributá-


ria. Anterior à Lei 11.638/2007, a contabilidade era mantida com
o primeiro objetivo de atender o fisco, sofrendo adaptações para
extrair as informações para tomada de decisão. Atualmente, não
estamos livres da complexidade tributária. Pelo contrário, o cená-
rio é de cada vez mais as entidades ficarem sobrecarregadas para
gerar informações ao fisco, visto o projeto SPED. Qual o tamanho
do esforço que a entidade deve fazer para manter em dia suas obri-
gações tributárias e gerar informações para a tomada de decisão?

183/232
Considerações Finais

• A entidade é criada para não haver um fim;


• Regime de competência para reconhecimento das receitas e despesas;
• Regime de Competência versus Regime de Caixa dentro conceito fiscal, obri-
gando a criação de diversos controles internos na entidade.

184/232
Referências

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Disponível em:


<http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 1 dez. 2016.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2008.
Disponível em <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-
ciamento?Id=80>

Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-


ciamento?Id=80>. Acesso em: 1 dez. 2016.

IUDÍCUBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina de. Introdução à Teoria da Con-
tabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens, SANTOS, Ariovaldo dos, IUDÍCIBUS, Sérgio de. Ma-
nual de Contabilidade Societária FIPECAFI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.
TAX CONTABILIDADE. Disponível em: <http://www.tax-contabilidade.com.br/matTecs/matTec-
sIndex.php?idMatTec=57>. Acesso em: 1 dez. 2016.

185/232 Unidade 7 • Pressuposto básico: premissas subjacentes


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Aula 7 - Tema: Pressupostos Básicos: Premissas Aula 7 - Tema: Pressupostos Básicos: Premissas
Subjacentes. Bloco I Subjacentes. Bloco II
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c645570043b07b9ace0aef87c4f7fcc4>. 6371d60e0ed4f100b2ed7321109164c0>.

186/232
Questão 1
1. Analise as alternativas a seguir e assinale a INCORRETA.

a) Quando é criada uma entidade, ela nasce com o propósito de continuidade por período in-
determinado.
b) Segundo o texto da Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Con-
tábil-Financeiro, é definida a Premissa Subjacente da seguinte forma: “As demonstrações
contábeis normalmente são elaboradas tendo como premissa que a entidade está em ati-
vidade (going concern assumption)”, salvo se a entidade passar por algum tipo de problema
financeiro. Neste caso, a Contabilidade deixará de ser obrigada a registrar as operações e
será decretada como uma empresa inativa.
c) No regime de caixa, registramos os atos administrativos no momento de recebimento, no
caso de direitos ou créditos para com terceiros da entidade.
d) No regime de competência, a contabilidade registra todos os fenômenos econômicos para
data do fato que a gerou.
e) Usualmente, o fisco brasileiro utiliza-se como um critério padrão aceito o regime de compe-
tência para fins de pagamento de tributos e entrega de declarações.

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Questão 2
2. Analise as alternativas a seguir e assinale a INCORRETA.

a) No regime de competência, o reconhecimento das receitas e despesas é registrado no mês


em que elas ocorrem.
b) No princípio da competência, o reconhecimento das receitas e despesas é registrado no mês
em que elas ocorrem.
c) No regime de caixa, o reconhecimento das receitas e despesas é registrado no mês do rece-
bimento ou pagamento.
d) No princípio contábil da realização da receita, o reconhecimento das receitas e despesas é
registrado no mês em que elas ocorrem.
e) O regime de caixa e competência no enfoque tributário gera controvérsias para as entidades.

188/232
Questão 3
3. As entidades pagam alguns tributos, que são calculados levando em con-
sideração as receitas e/ou despesas do mês que elas ocorreram. Assinale a
alternativa que apresenta o nome do regime atribuído a essa prática.

a) Regime aduaneiro.
b) Regime de caixa.
c) Regime tributário.
d) Regime do SPED.
e) Regime de competência.

189/232
Questão 4
4. As entidades sofrem retenções de alguns tributos no momento da venda,
ficando a cargo da entidade tomadora o desconto do valor e recolhimen-
to do tributo pertinente àquela operação. Porém, a entidade que sofreu a
retenção do tributo em sua nota só poderá utilizar deste direto quando re-
ceber o montante do cliente. Assinale a alternativa que apresenta o nome
do regime atribuído a esta prática?

a) Regime aduaneiro.
b) Regime de caixa.
c) Regime tributário.
d) Regime do SPED.
e) Regime de competência.

190/232
Questão 5
5. Analise os itens a seguir.

I – Independente da continuidade da entidade, todos os princípios contábeis devem ser respei-


tados.
II – Toda entidade é criada, ou seja, nasce com um propósito de continuar suas atividades por
tempo indeterminado.
III – Com o processo de descontinuidade, as obrigações de divulgação dos demonstrativos con-
tábeis deixam de ser obrigatórias.
IV – Quando uma entidade entra em processo de descontinuidade, as demonstrações contábeis
serão apresentadas, refletindo de forma fidedigna a atual realidade da entidade.
V – O princípio da continuidade faz parte da estrutura conceitual básica.

191/232
Questão 5

São corretos os itens:


a) II, IV, V.
b) I, III, V.
c) II, III, IV.
d) I, II.
e) II, V.

192/232
Gabarito
1. Resposta: B. 3. Resposta: E.

Mesmo que a entidade apresente algum O fisco aplica o regime de competência den-
problema e diminua seu ritmo de trabalho, tro do seu processo fiscalizatório para reco-
ela deverá manter sua contabilidade ativa, lhimento de impostos.
obviamente registrando se existe alguma
movimentação, até a decretação final de 4. Resposta: B.
sua existência.
O fisco aplica o regime de caixa dentro do
2. Resposta: A. seu processo fiscalizatório para recolhimen-
to de impostos, quando se trata de anteci-
Confunde-se muito afirmando que o Regi- pação de impostos, indo contra o princípio
me de Competência é um princípio contábil. básico utilizado por ele mesmo para o paga-
O que de fato é um princípio contábil é o da mento dos tributos mensais pela entidade.
realização da receita.
5. Resposta: A.

Com relação ao item I, no processo de des-


continuidade de uma entidade é muito pro-
193/232
Gabarito
vável que muitos princípios deixem de serem
observados, pois a entidade não apresenta
atos financeiros-econômicos que possam
interferir no patrimônio da entidade, obri-
gado a observâncias de algum princípio
contábil. No item III, as obrigações de divul-
gar as demonstrações contábeis ainda são
obrigatórias, contudo elas serão apresenta-
das demonstrando o atual cenário patrimo-
nial e de resultado da entidade.

194/232
Unidade 8
Elementos das demonstrações contábeis

Objetivos

1. Apresentar a estrutura conceitual dos


elementos das demonstrações contá-
beis, elementos do Ativo, elementos
do Passivo e elementos do Patrimônio
Líquido;
2. Discorrer sobre o Plano de Contas mo-
delo sugerido CPC;
3. Apresentar os elementos da demons-
tração do resultado do exercício.

195/232
Introdução

As demonstrações contábeis retratam a po- monial e financeira no balanço patri-


sição financeira de uma entidade em deter- monial são os ativos, os passivos e o
minado período. Além disso, evidenciam as Patrimônio Líquido.
transações administrativas e outros efeitos • Os elementos diretamente relaciona-
que possam interferir sobre a posição patri- dos com a mensuração do desempe-
monial de uma entidade. Convém recordar nho na demonstração do resultado
que o patrimônio de uma entidade é tudo são as receitas e as despesas.
que ela possui de Diretos, Bens e Obrigações
Portanto, nós temos uma separação entre
(com terceiros e sócios ou acionistas). Para
elementos que irão compor o balanço pa-
que possamos evidenciar de uma forma
trimonial – posição financeira e outros ele-
ordenada, agrupamos por classes às quais
mentos que utilizaremos para compor os
chamamos de elementos das demonstra-
elementos de desempenho.
ções contábeis.
Assim, o CPC 00 Capítulo 4: Estrutura Con-
O CPC 00 da estrutura conceitual básica se-
ceitual para Elaboração e Divulgação das De-
para os elementos da seguinte forma:
monstrações Contábeis servirá como base
• Os elementos diretamente relaciona- para explorarmos os conceitos e quais os ele-
dos à mensuração da posição patri- mentos que compõem as demonstrações.

196/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


1. Balanço patrimonial – elemento de posição financeira

Tratados como a posição patrimonial e financeira da entidade, os elementos que compõem o


balanço patrimonial estão agrupados entre: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
O CPC 00 nos traz como definição:

(a) Ativo – é um recurso controlado pela entidade como resultado de


eventos passados, do qual se espera que fluam futuros benefícios econô-
micos para a entidade;

(b) Passivo – é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos


passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos da
entidade capazes de gerar benefícios econômicos;

(c) Patrimônio Líquido – é o interesse residual nos ativos da entidade de-


pois de deduzidos todos os seus passivos.
Dentro desses grupos, o balanço patrimonial apresenta uma séria de contas que serviram para
registrar as movimentações patrimoniais. Essas contas nomeamos de contábeis, as quais iremos
detalhar no tópico relacionado ao Plano de Contas.
197/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
O texto do CPC trouxe uma divisão básica que podemos colocar como padrão. Ele divide os ele-
mentos contábeis, e, consequentemente, as contas contábeis, em: Ativo Circulante, Ativo não
Circulante, Passivo Circulante e Passivo não Circulante, conforme mostra a Figura 15.

Figura 15 – Ativo Passivo Patrimônio Líquido


Fonte: Elaborada pelo autor.

198/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


dezembro de cada ano. Nesse período, tudo
Para saber mais que registramos na Contabilidade chama-
mos de Curto Prazo, registrados dentro do
Os elementos registrados no Passivo tanto Circu-
grupo do Ativo ou Passivo Circulante. Qual-
lante quanto o Não Circulante são as obrigações.
quer outra transação que excede o período
Quando dizemos que é exigível obrigatório, quer
social, ou seja, cujos vencimentos recaem à
dizer que possui uma data limite para sua liqui-
frente do dia 31 de dezembro, classificamos
dação, ou seja, ela será paga em um vencimento,
como Longo Prazo e registramos dentro do
portanto, a entidade terá de liquidar esta obri-
grupo do Ativo e Passivo não Circulante. A
gação em algum momento de sua vida de forma
Figura 16 exemplifica o conceito de curto e
obrigatória, por meio de recursos financeiros ou
longo prazo.
qualquer outro tipo de compensação para a en-
tidade.

2. Exercício social conceito de


curto e longo prazo

No Brasil, o exercício social contábil inicia-


-se no dia 1º de janeiro e finaliza no dia 31 de
199/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
Figura 16 – Conceito de Curto e Longo Prazo
Fonte: Elaborada pelo autor.

200/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


3. Conceitos dos elementos das demonstrações contábeis – balanço pa-
trimonial
3.1. Ativos

A melhor definição que temos para o ativo vem do próprio CPC 00:

“O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial


em contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalen-
tes de caixa para a entidade. Tal potencial pode ser produtivo, quando o
recurso for parte integrante das atividades operacionais da entidade. Pode
também ter a forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa
ou pode ainda ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso de
processo industrial alternativo que reduza os custos de produção” (Estru-
tura conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações contá-
beis – CPC 00).

201/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


As entidades empregam seus ativos para produzir bens ou serviços dentro do seu negócio de
atuação, atendendo, assim, às necessidades dos consumidores, que, uma vez satisfeitos, geram
fluxos de caixa para entidade, ou seja, a empresa vende e recebe por estes produtos ou serviços.
Para os benefícios, o CPC 00 nos traz também alguns exemplos:

“a) Usados isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção


de bens ou na prestação de serviços a serem vendidos pela entidade;
b) Trocado por outros ativos;
c) Usado para liquidar um passivo; ou
d) Distribuído aos proprietários da entidade.”
Muitos ativos, principalmente os bens do imobilizado, podem possuir forma física ou não. Divi-
dimos estes bens em tangíveis (materiais) ou intangíveis (imateriais). Bens materiais (tangíveis)
como o próprio nome diz, são aqueles que possuem corpo, matéria. Por sua vez dividem-se em:
• Bens móveis: podem ser removidos do seu lugar. Exemplo: mesas, veículos, computadores,
dinheiro, mercadorias etc.
202/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
• Bens imóveis: não podem ser desloca- • Marca e Patentes: são os valores gas-
dos de seu lugar: Exemplo: terrenos, tos com o registro da marca (nome
prédios/edifícios etc. comercial) ou de uma patente de in-
Bens imateriais (intangíveis), embora consi- venção.
derados bens, não possuem corpo, logo não
têm matéria. São determinados gastos que
a empresa faz, os quais, pela sua natureza,
Para saber mais
Muitas vezes, os bens imateriais possuem valores
devem ser considerados parte integrante
intrinsicamente maiores que o próprio ativo físico
do Patrimônio e, por esse motivo, são regis-
(material). Um exemplo claro disto foi um dos ne-
trados pela contabilidade como Bens. Não
gócios emblemáticos sobre este assunto, quando
há muita variedade, sendo que os mais co-
a Philips Morris (fabricante de cigarros) incorpo-
muns são:
rou a indústria de alimento KRAFT (queijos, sor-
• Fundo de Comércio: ligado sempre ao vetes, etc.) por U$ 10 bilhões alguns anos atrás.
local, imagem em que a empresa está A surpresa é que o patrimônio físico da empresa
localizada. adquirida estava contabilizado em U$ 1 bilhão, ou
seja, U$ 9 bilhões adicionais referiam-se aos bens
intangíveis (marca).

203/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


3.2. Passivos

Para a definição do conceito dos elementos que classificam como passivo, o CPC 00 nos traz a
seguinte definição:

Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade


tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsa-
bilidade de agir ou de desempenhar uma dada tarefa de certa maneira. As
obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência de contrato
ou de exigências estatutárias. Esse é normalmente o caso, por exemplo,
das contas a pagar por bens e serviços recebidos. Entretanto, obrigações
surgem também de práticas usuais do negócio, de usos e costumes e do
desejo de manter boas relações comerciais ou agir de maneira equitativa.
Desse modo, se, por exemplo, a entidade que decida, por questão de po-
lítica mercadológica ou de imagem, retificar defeitos em seus produtos,
mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois da ex-
piração do período da garantia, as importâncias que espera gastar com os
produtos já vendidos constituem passivos (CPC 00).
204/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
Essas obrigações para sua liquidação exi- 3.3. Patrimônio Líquido
gem da entidade algum tipo de sacrifício. O
CPC nos traz como exemplo de liquidação Sobre o Patrimônio Líquido, mesmo que
destas obrigações da seguinte maneira: mencionamos que ele é a diferença entre
ativo e passivo, o CPC 00 nos traz uma defi-
• Pagamento em caixa; nição mais ampla acerca do assunto. Ele nos
• Transferência de outros ativos; traz que, embora o Patrimônio Líquido seja
• Prestação de serviços; definido no item 4.4 do referido CPC, como
algo residual, ele pode ter subclassificações
• Substituição da obrigação por outra; no balanço patrimonial. Por exemplo, na so-
• Conversão da obrigação em item do ciedade por ações, os recursos aportados
Patrimônio Líquido; ou pelos sócios, reservas resultantes de reten-
ções de lucros e as reservas representando
• A obrigação pode também ser extin-
ajustes para manutenção do capital podem
ta por outros meios, tais como pela
ser demonstrados separadamente. Tais
renúncia do credor ou pela perda dos
classificações podem ser relevantes para
seus direitos.
a tomada de decisão dos usuários das de-
monstrações contábeis quando indicarem

205/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


restrições legais ou de outra natureza sobre deria ser obtida pela venda dos seus ativos
a capacidade que a entidade tem de distri- líquidos numa base de item-por-item, ou da
buir ou aplicar de outra forma os seus re- entidade como um todo, tomando por base
cursos patrimoniais. Podem também refletir a premissa da continuidade.
o fato de que determinadas partes com di- Para algumas entidades, faz-se necessária
reitos de propriedade sobre a entidade têm a constituição de reservas, principalmen-
direitos diferentes com relação ao recebi- te quando o estatuto obriga a constituição
mento de dividendos ou ao reembolso de destas reservas dentro do Patrimônio Líqui-
capital. do, ponderando que elas possam ser de ca-
O CPC continua trazendo uma definição so- pital ou de lucro.
bre o Patrimônio Líquido, sendo que o mon-
tante pelo qual o Patrimônio Líquido é apre-
sentado no balanço patrimonial depende
da mensuração dos ativos e passivos. Nor-
malmente, o montante agregado do Patri-
mônio Líquido, somente por coincidência,
corresponde ao valor de mercado agregado
das ações da entidade ou da soma que po-
206/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
Para saber mais
Existe uma diferença entre reservas e provisões. Dentro da literatura contábil, a definição mais clara so-
bre esta diferença é o que nos traz o Manual da Contabilidade Societária:

Provisões: são acréscimos de exigibilidade que reduzem o Patrimônio Líquido, cujos valores ou prazos
não são ainda totalmente definidos. Representam, assim, estimativas de valores a desembolsar que, ape-
sar de financeiramente ainda não efetivadas, derivam de fatos geradores contábeis já ocorridos (como o
risco por garantias oferecidas em produtos já vendidos, estimativas de valores a pagar a título de indeni-
zações relativas a tempo de serviço já transcorrido, probabilidade de ônus futuro em função de proble-
mas fiscais já ocorridos, etc.). (FIPECAFI, 2013, p. 412).

Reservas: correspondem a valores recebidos dos sócios ou de terceiros que não representam aumento
de capital, ainda não formal e juridicamente incorporado a ele (capital social) (Reservas de Capital); ou
que se originam de lucros não distribuídos aos proprietários (Reservas de Lucros). Não possuem qualquer
característica de exigibilidade imediata ou remota. Se, em algum momento, houver essa característica
de exigibilidade, deixam de ser reservas para passarem a ser reconhecidos como passivo, como no caso
de decisão de distribuição de dividendo, utilização de saldo para resgate de partes beneficiárias etc. (FI-
PECAFI, 2013, p. 412).

207/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


Um elemento muito importante, que é classificado no Patrimônio Líquido, é o Capital Social. O
Manual de Contabilidade Societária da FICAPECAFI define o Capital Social como:

O investimento efetuado na companhia pelos acionistas é representado


pelo Capital Social. Este abrange não só as parcelas entregues pelos acio-
nistas como também os valores obtidos pela sociedade e que, por decisões
dos proprietários, foram incorporados ao Capital Social, representando
uma espécie de investimento derivado da renúncia a sua distribuição na
forma de dinheiro ou de outros bens. Trata-se o Capital Social, na verdade,
de uma figura mais jurídica que econômica, já que, do ponto de vista eco-
nômico, também os lucros não distribuídos, mesmo que ainda na forma
de Reservas, representam uma espécie de investimento dos acionistas. Sua
incorporação ao Capital Social é uma formalização em que os proprietá-
rios renunciam a sua distribuição; é como se os acionistas recebessem
essas reservas e as reinvestissem na sociedade. Mesmo essa renúncia é
também relativa, já que existe a possibilidade da devolução do capital aos
acionistas (FIPECAFI, 2013, p. 413).
208/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
4. Demonstração do resultado 1.376/11, determina a adoção de duas de-
do exercício – elementos de de- monstrações: a do resultado do exercício
sempenho e a do resultado abrangente. A entidade
deve apresentar todos os itens de receita
A Lei nº 6.404/76 define o conteúdo da De- e despesa realizados no período dentro da
monstração do Resultado do Exercício, que tradicional Demonstração do Resultado do
deve ser apresentada na forma dedutiva, Exercício. As demais variações do Patrimô-
com os detalhes necessários das receitas, nio Líquido (reservas de reavaliação, certos
despesas, ganhos e perdas e definindo cla- ajustes de instrumentos financeiros, varia-
ramente o lucro ou prejuízo líquido do exer- ções cambiais de investimentos no exterior
cício e por ação, sem confundir‐se com a e outros), que poderão transitar no futu-
conta de Lucros Acumulados, na qual é feita ro pelo resultado do período ou irem dire-
a distribuição ou alocação do resultado. to para Lucros ou Prejuízos Acumulados,
são apresentadas como Outros Resultados
O Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1) –
Abrangentes dentro da Demonstração do
Apresentação das Demonstrações Contá-
Resultado Abrangente do período. Essa úl-
beis –, aprovado pela Deliberação CVM no
tima corresponde à soma do resultado do
676/11 e tornado obrigatório para as de-
período com os outros resultados abran-
mais sociedades pela Resolução CFC no
209/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
gentes. Ela não faz parte do conjunto de Para a Demonstração do Resultado Abran-
demonstrações contábeis exigido pela Lei gente, a entidade pode optar por apresen-
Societária, porém foi incluída pelo CPC em tá‐lá separadamente ou dentro das muta-
decorrência das mudanças advindas da ções do Patrimônio Líquido.
convergência as normas internacionais. Conforme nos traz a estrutura conceitu-
O resultado abrangente é a mutação que al para elaboração e apresentação das de-
ocorre no Patrimônio Líquido durante um monstrações contábeis – CPC 00, a defini-
período que resulta de transações e outros ção dos elementos de Receita e Despesas
eventos que não derivados de transações são:
com os sócios na sua qualidade de pro-
prietário, ou seja, é o resultado do exercício
acrescido de ganhos ou perdas que eram
reconhecidos direta e temporariamente na
Demonstração das Mutações do Patrimônio
Líquido.

210/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


Receitas são aumentos nos benefícios econômicos durante o período con-
tábil, sob a forma da entrada de recursos ou do aumento de ativos ou di-
minuição de passivos, que resultam em aumentos do patrimônio líquido
e que não estejam relacionados com a contribuição dos detentores dos
instrumentos patrimoniais;
Despesas são decréscimos nos benefícios econômicos durante o período
contábil, sob a forma da saída de recursos ou da redução de ativos ou as-
sunção de passivos, que resultam em decréscimo do patrimônio líquido e
que não estejam relacionados com distribuições aos detentores dos ins-
trumentos patrimoniais.

4.1. Receitas

Os tipos de receitas que a contabilidade deve reconhecer na DRE basicamente são aqueles que
trazem a estrutura conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis –
CPC 00.

211/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


A definição de receita abrange tanto recei- diferem, em natureza, das receitas. Conse-
tas propriamente ditas quanto ganhos. A quentemente, não são considerados como
receita surge no curso das atividades usuais elemento separado nessa estrutura concei-
da entidade e é designada por uma varieda- tual.
de de nomes, tais como: Ganhos incluem, por exemplo, aqueles que
• Vendas resultam da venda de ativos não circulan-
tes. A definição de receita também inclui
• Honorários
ganhos não realizados. Por exemplo, os que
• Juros resultam da reavaliação de títulos e valores
• Dividendos mobiliários negociáveis e os que resultam
de aumentos no valor contábil de ativos de
• Royalties
longo prazo. Quando esses ganhos são re-
• Aluguéis conhecidos na demonstração do resultado,
Ganhos representam outros itens que se são usualmente apresentados separada-
enquadram na definição de receita e podem mente, porque sua divulgação é útil para
ou não surgir no curso das atividades usuais fins de tomada de decisões econômicas. Os
da entidade, representando aumentos nos ganhos são, em regra, reportados líquidos
benefícios econômicos e, como tais, não das respectivas despesas.
212/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
4.2. Despesas dade. Essas perdas podem ser, por exemplo,
sinistros com incêndio, vendavais, inunda-
A estrutura conceitual para elaboração e ções etc. Também podemos reconhecer per-
apresentação das demonstrações contá- das que ainda não foram realizadas, como
beis – CPC 00 traz a definição de Despesas as variações cambiais em outra moeda.
e abrange tanto as perdas quanto as despe-
Outra perda que usualmente encontramos
sas propriamente ditas que surgem no curso
nas demonstrações são as perdas com a
das atividades usuais da entidade. As des-
venda de Ativo não Circulante. Os mais co-
pesas que surgem no curso das atividades
muns de aparecerem nas DRE e de perda co-
usuais da entidade incluem, por exemplo,
mum são quando a entidade vende veículos
o custo das vendas, salários e depreciação.
automotores ou máquinas de uso intensivo,
Geralmente, tomam a forma de desembol-
nos quais o desgaste e a pouca valorização
so ou redução de ativos como Caixa e Equi-
no mercado geram perdas que devemos re-
valentes de caixa, estoques e Ativo Imobili-
conhecer na DRE.
zado.
As perdas também são consideradas como
despesas na DRE. Elas podem surgir na de-
corrência das atividades normais da enti-
213/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
4.3. Os conceitos de lucro
Como a DRE é apresentada de forma dedutiva, encontramos em vários momentos o termo Lucro.
O quadro a seguir procura explicar de forma resumida e didática o significado desse termo que
encontramos na DRE:

Figura 17 – As definições de Lucro


Fonte: Elaborada pelo autor.

214/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


seja possível gerar relatórios, por exemplo,
Link balancetes de verificação.

Definições dos principais tipos de lucro. Dispo- A criação do plano de contas varia de em-
nível em: <https://maiscontabilidademenos- presa para empresa, ou seja, cada qual irá
problemas.wordpress.com/2014/05/05/ elaborar um plano de contas que atenda às
dre/>. Acesso em: 10 dez. 2016. necessidades de geração de informação.
Entretanto, o plano de contas, mesmo que
cada entidade possa criar o modelo que
4.4. Plano de contas
mais lhe convém, é obrigado a ser criado le-
Para os elementos das demonstrações con- vando em consideração os elementos das
tábeis, existem as contas contábeis, que demonstrações contábeis, conforme estu-
são os registros das informações nas quais damos nos itens anteriores.
recebem os lançamentos das transações.
Através de uma sistematização de contas, a 4.4.1. Níveis de contas e seus
entidade elabora um Plano de Contas capaz agrupamentos
de receber os lançamentos e consolidar os
totais de informações por grupos para que No momento da criação do plano de con-
tas, para a maioria dos sistemas informati-
215/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis
zados, precisamos criar uma máscara inicial
para definir os níveis de quebra das contas
contábeis, a fim de que que possamos sepa-
rar os grupos de contas.
Após a criação desta máscara, iremos criar
as contas contábeis, que geralmente são
Figura 18 – Máscara para plano de contas
separadas em dois tipos: Fonte: Elaborada pelo autor.

• Contas sintéticas: são contas que “en-


cabeçam” os grupos de contas. Elas 4.4.2. Grupos, Subgrupos e Con-
não podem receber lançamentos e tas Contábeis
servem como totalizadoras de saldos
de contas; Com a criação da máscara do plano de con-
tas, podemos agora criar os grupos de con-
• Contas analíticas: são aquelas que re- tas e atribuir um código, geralmente por um
cebem os lançamentos propriamente numeral, para que possamos formar os gru-
ditos. Elas fazem parte dos grupos do pos de contas e as contas contábeis.
plano de contas.
No nosso exemplo, nosso plano poderá

216/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


atingir um nível máximo de quebras de até 4. Custos;
cinco níveis. Portanto, dentro desses níveis, 5. Despesas Operacionais;
devemos criar os Grupos, os Subgrupos e as
6. Outras Despesas e Receitas Não Ope-
Contas Contábeis.
racionais;
7. Provisão para Imposto de IRPJ e CSLL.

Link
Figura 19 – Grupos, Subgrupos e Contas Contábeis Verifique o modelo sugerido de plano de con-
Fonte: Elaborada pelo autor. tas oferecido pelo Conselho Regional do Ceará.
Podemos utilizar como exemplo a seguinte Disponível em: <http://www.crc-ce.org.br/
codificação: crcnovo/download/contab_contrucao_ci-
vil_02.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2016.
1. Grupo Ativo;
2. Grupo Passivo e Patrimônio Líquido;
3. Grupo Receita e Deduções da Receita;

217/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


Glossário
IRPJ: Imposto de Renda Pessoa Jurídica, tributo federal.
CSLL: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, tributo federal.

218/232 Unidade 8 • Elementos das demonstrações contábeis


Considerações Finais
• Os elementos do balanço patrimonial refletem a posição estática financeira
do patrimônio da entidade;
• O elemento da demonstração do resultado do exercício reflete a performan-
ce da entidade;
• O plano de contas é moldado de acordo com a necessidade da entidade;
• Foram apresentados os principais conceitos e definições de lucro.

219/232
Referências

CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Normas Brasileiras de Contabilidade. Disponível em:


<http://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/>. Acesso em: 10 dez. 2016.
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura
Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2008.
Disponível em, <http://www.cpc.org.br/CPC>. Acesso em dez. 2016;
______. Pronunciamento Conceitual Básico. Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apre-
sentação das Demonstrações Contábeis. Brasília, 2011.
Disponível em <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-
ciamento?Id=80>

Disponível em: <http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronun-


ciamento?Id=80>. Acesso em: 10 dez. 2016.

IUDÍCUBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos; FARIA, Ana Cristina de. Introdução à Teoria da Con-
tabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MARTINS, Eliseu, GELBCKE, Ernesto Rubens, SANTOS, Ariovaldo dos, IUDÍCIBUS, Sérgio de. Ma-
nual de Contabilidade Societária FIPECAFI. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2013.

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Questão 1
1. Baseado no que foi exposto em Elementos das Demonstrações Contábeis,
analise os itens a seguir.

I – Ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se
espera que fluam futuros benefícios econômicos para a entidade.
II – Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos passados, cuja liquidação
se espera que resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.
III – Patrimônio Líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos
os seus passivos.
IV – Balanço patrimonial é elemento de posição financeira.
V – A demonstração do resultado do exercício apresenta elementos que irão medir o desempe-
nho da entidade.

222/232
Questão 1

Estão corretos os itens:


a) I, II, III.
b) I, IV, V.
c) II, IV.
d) III, IV, V.
e) I, II, III, IV, V.

223/232
Questão 2
2. Analise os itens a seguir e assinale a alternativa INCORRETA.

a) Ativo Circulante é tudo que está disponível e conversível dentro de um período social.
b) Ativo não Circulante é tudo que está disponível e conversível além do período social.
c) O termo curto prazo refere-se a tudo aquilo que possui um vencimento dentro do período do
exercício social que vai até o dia 31/12 de cada ano.
d) O termo longo prazo refere-se a tudo aquilo que possui um vencimento fora do período de
exercício social que vai até o dia 31/12 de cada ano.
e) Embora consideremos o dia 31/12 como sendo o último dia do exercício social, existe uma
flexibilização e qualquer entidade poderá fechar o balanço e registrar suas movimentações
no padrão de data que melhor atender a suas necessidades internas.

224/232
Questão 3
3. Considerando a definição que o CPC 00 no traz sobre o Ativo: “O be-
nefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em
contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes
de caixa para a entidade”. Indique qual a alternativa está em DESACORDO
com a referida norma.

a) Usados isoladamente ou em conjunto com outros ativos na produção de bens ou na presta-


ção de serviços a serem vendidos pela entidade.
b) Poderá ser trocado por outros ativos.
c) Usado para liquidar um passivo exigível de curto e longo prazo.
d) Distribuído aos sócios ou acionistas da entidade.
e) Coloca em garantia para obtenção de financiamentos ou empréstimos bancários.

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Questão 4
4. Analise os itens a seguir e identifique com V para os itens verdadeiros e
F para os falsos.

( ) Uma característica essencial para a existência de passivo é que a entidade tenha uma obriga-
ção presente.
( ) Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou de desempenhar uma dada tarefa
de certa maneira. As obrigações podem ser legalmente exigíveis em consequência de contrato
ou de exigências estatutárias.
( ) Obrigações surgem também de práticas usuais do negócio, de usos e costumes e do desejo de
manter boas relações comerciais ou agir de maneira equitativa.
( ) Caso a entidade decida, por questão de política mercadológica ou de imagem, retificar defei-
tos em seus produtos, mesmo quando tais defeitos tenham se tornado conhecidos depois da ex-
piração do período da garantia, as importâncias que espera gastar com os produtos já vendidos
constituem passivos.
( ) As obrigações para sua liquidação exigem da entidade algum tipo de sacrifício financeiro.

226/232
Questão 4

Assinale a alternativa que contempla a sequência correta.


a) V, V, V, V, V.
b) V, F, V, F, F.
c) F, F, V, V, V.
d) F, F, V, F, V.
e) V, F, V, F, V.

227/232
Questão 5
5. Analise as alternativas a seguir e assinale a CORRETA.

a) A definição de receita abrange tanto receitas recebidas quanto ganhos. A receita surge no
curso das atividades usuais da entidade e é designada por uma variedade de nomes.
b) A Estrutura conceitual para elaboração e apresentação das demonstrações contábeis – CPC
00 traz a definição de Despesas que surgem no curso das atividades usuais da entidade. As
perdas não são consideradas como despesas na DRE, surgindo fora das atividades normais
da entidade.
c) Como a DRE é apresentada de forma dedutiva, encontramos em vários momentos o termo
Lucro. Entretanto, o único lucro que de fato devemos levar em consideração para fins de
análise de desempenho é o lucro líquido, pois ele apresenta todo o resultado final e líquido
da operação da entidade.
d) A Resolução CFC nº 1.376/11 determina a adoção de duas demonstrações: a do resultado do
exercício e a do resultado abrangente. A entidade deve apresentar todos os itens de receita
e despesa realizados no período dentro da tradicional Demonstração do Resultado do Exer-
cício. As demais variações do Patrimônio Líquido (reservas de reavaliação, certos ajustes de
instrumentos financeiros, variações cambiais de investimentos no exterior e outros), que po-
228/232
Questão 5

derão transitar no futuro pelo resultado do período ou irem direto para Lucros ou Prejuízos
Acumulados, são apresentadas como Outros Resultados Abrangentes dentro da Demons-
tração do Resultado Abrangente do período; esta última corresponde à soma do resultado
do período com os outros resultados abrangentes.
e) A criação do plano de contas varia de empresa para empresa, ou seja, cada qual irá elaborar
um plano de contas de acordo com a lei e regra que estabelecem regras básicas e rígidas
para que possamos ter uma padronização da informação contábil.

229/232
Gabarito
1. Resposta: E. 3. Resposta: E.

As afirmativas contidas nesta alternativa Um determinado ativo poderá ser colocado


fazem parte do que trata a estrutura con- com uma garantia para aquisição de em-
ceitual básica CPC 00. préstimo. Essa prática, muitas vezes, é co-
mum, pois garante uma taxa de juros sobre
2. Resposta: E. empréstimo mais baixa, pois existe uma ga-
rantia real. Porém, o fato em si não é con-
No Brasil, obrigatoriamente o exercício social siderado como ativo, mas sim um passivo,
vai de 1º de janeiro até 31 de dezembro de pois ganhamos uma obrigação para com
cada ano. Pode acontecer de empresas mul- um terceiro, que em determinado momento
tinacionais cuja matriz está localizada em deverá ser quitada.
outro país tenham um período diferente do
Brasil. Sendo assim, a contabilidade pode- 4. Resposta: A.
rá efetuar um fechamento de balanço para
atender à matriz, mas deverá fechar o balan- As afirmativas constam no texto do CPC 00
ço considerando a legislação brasileira. Estrutura Conceitual para Elaboração e Di-
vulgação de Relatório Contábil-Financeiro.

230/232
Gabarito
5. Resposta: D. operação da entidade. O plano de contas
deve ser criado para atender à necessidade
Independentemente de ser recebida, a re- de cada empresa, levando em consideração
ceita é reconhecida pelo fato que a gerou seu tamanho ou os usuários da informação
(venda de produtos, serviços etc.), dentro contábil. Apenas a estrutura conceitual bá-
do regime de competência. As perdas tam- sica que o CPC 00 deve ser respeitada.
bém são consideradas como despesas e elas
podem surgir tanto nas atividades usuais
da entidade quanto em momentos que não
são usuais da entidade, como, por exemplo,
acidentes, incêndios, inundações etc. O lu-
cro líquido não é o lucro final da operação
da empresa. Ele é o lucro que apresenta to-
dos os efeitos: operacionais e não opera-
cionais da empresa. Para considerar como
efeito operacional, devemos extrair do lucro
líquido os efeitos financeiros, depreciação e
amortizações e de ganhos que não são da

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