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o
10 Encontro Espírita
sobre “Dependências”
Tema:
Dependências
Um desafio para o desenvolvimento das virtudes
Data:
4 de agosto de 2013
Mentores do Encontro
3
“A desgraça é a alegria, é o prazer, é a fama, é a vã agitação, é a tola satisfação
da vaidade que faz calar a consciência, que reprime a ação do pensamento, que
confunde o homem sobre o seu futuro; a desgraça é o ópio do esquecimento que
buscais ardentemente.”1
Sumário
Apresentação ...................................................................................................................... 7
Módulo 1:
1- Espiritismo e dependências: principais conceitos ...................................................... 9
Módulo 2:
2- Cair em si e o despertar espiritual .............................................................................. 19
1
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. V – “A verdadeira desgraça”, item 24. Celd.
4
Objetivos do 10o Encontro Espírita sobre Dependências
Desde 2002 estamos “em marcha” com Jesus para apreender o sentido das
dependências nas etapas de desenvolvimento do espírito.
Começamos os estudos em 2002... E nesse processo de aprofundamento e
compreensão sobre o assunto, apresentamos os seguintes estudos nos Encontros:
2004 – Dependência Química e Espiritismo. Medos, Inibições e Fraquezas
2005 – Dependências e Espiritismo. Pensamento, Vontade e a Busca da Verdade
2006 – Viver sem Drogas. Um Projeto Reeducativo para o Homem
2007 – Espiritismo, Família e Dependências
2008 – Adolescência na Visão Integral
2009 – Mulher. Outros Olhares
2010 – Educação para a Busca de Sentido
2011 – O Sentido da Consciência. A Transformação pelo Amor
2012 – O Sentido da Criatividade. O Trabalho do Amor
Objetivo GeraL:
• Compreender o tema Dependências. Um desafio para o desenvolvimento das
virtudes na perspectiva do Espiritismo, da Filososfia e da Ciência.
Objetivos Específicos:
• Conhecer a relação existente entre a Parábola do Filho Pródigo e as depen-
dências.
• Compreender a dinâmica psicológica contida na Parábola do Filho Pródigo.
• Analisar como as bem-aventuranças podem ser utilizadas como roteiro para o
amadurecimento do espírito nas lutas evolutivas.
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Como desenvolver as virtudes, apesar de estar
na experiência da dependência emocional?
2
Denis, Léon. O Grande Enigma. Cap. III – “Solidariedade; comunhão universal”. Celd.
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Apresentação
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Módulo1
Espiritismo e dependências: principais conceitos
Dependência ou dependências?
As drogas representam um real problema da alma encarnada no planeta?
Quem é o dependente?...
(...) o guloso sente a boca encher-se de saliva ao ver uma iguaria apetitosa. Não é a
comida que pode superexcitar o órgão do paladar, pois que não existe contato; é,
pois, o espírito, cuja sensibilidade é despertada, que age pelo pensamento sobre esse
órgão, enquanto que, sobre um outro espírito, a visão dessa iguaria não produziria
nenhum efeito.
Allan Kardec. O Céu e o Inferno, Cap. VIII – “As Penas Futuras Segundo o Espiritismo”. A carne é fraca.
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Muita gente imagina que os comportamentos compulsivos estão apenas
associados às drogas como álcool, maconha, cocaína e nicotina, por
exemplo. De fato, dependentes de droga manifestam esse tipo de
comportamento, mas a compulsão não está relacionada, exclusivamente,
com o uso de substâncias químicas. Pode estar ligada a outras situações
que provocam prazer, como fazer compras ou passar horas em frente do
computador. Quem não conhece pessoas que compram compulsivamente, estouram o
limite do cartão de crédito, do cheque especial e a conta no banco, de uma forma
deletéria para si mesmas. Esses comportamentos, tanto quanto os relacionados com o
uso de drogas, interferem com o mecanismo de prazer e podem adquirir características
patológicas, de certa forma incontroláveis.
Alguns conceitos:
Dependência Emocional: Que o vosso coração não se perturbe. Crede em Deus, crede
É inerente ao estágio de de- também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se
senvolvimento psíquico do es- assim não fosse, eu já vos teria dito, porquanto eu vou para
pírito, que na grande maioria
preparar o lugar para vós; e depois que eu tiver ido, e
preparado o lugar, voltarei, e vos retirarei para mim, a fim de
da população do orbe terreno, que, lá onde estou, vós estejais também.” (João, XIV: 1 a 3.)
se apresenta em condições (...) Independente da diversidade dos mundos, essas pala-
de imaturidade emocional. As vras também podem ser entendidas como o estado feliz ou
particularidades deste espírito infeliz do espírito na erraticidade. Segundo a situação do
em etapa de dependência espírito — mais ou menos depurado e desprendido dos
laços materiais — o meio onde ele se encontra, o aspecto
emocional são as seguintes:
das coisas, as sensações que experimenta e as percepções
padrão permanente de neces- que possui variam ao infinito.
sidades emocionais insatisfei- (...) Nos mundos inferiores a existência é toda material, a
tas, provenientes de vidas vida moral é quase nula, as paixões reinam soberanas.
anteriores, como também de Porém, à medida que a vida moral se desenvolve, a
vivências atuais, associado à influência da matéria diminui, de tal forma que, nos mundos
mais avançados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
educação familiar deficiente,
(...) Nos mundos intermediários há a mistura do bem e do
o que faz com que a alma mal, com a predominância de um ou de outro, segundo o
tente se satisfazer, inadequa- grau de adiantamento existente.
damente, por meio de relacio- Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo – “Há Muitas
Moradas na Casa de Meu Pai” – cap. III, itens 1, 2 e 3.
namentos difíceis com outras
pessoas e/ou com o uso de outros objetos de compulsão, para tentar suprir o vazio
existencial. A Dependência emocional está por trás dos diferentes tipos de
dependência. Assim, quando se fala em dependência química, por exemplo,
estamos fazendo referência ao tipo de dependência da alma, que se ligou ao objeto
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de compulsão “droga”. Deste mesmo modo, temos a dependência por compras,
dependência por jogos, dependência tecnológica, dependência por comida e assim
por diante.
É importante ressaltar que existem variações no padrão dos relacionamentos do
espírito, que está dependente emocional com o objeto de compulsão de sua
escolha, o qual se vincula diretamente ao seu nível de carência afetiva. Assim, de
acordo com essa ideia, teremos diferentes padrões de “ligação” do espírito depen-
dente emocional ao objeto de compulsão, que vai desde a fase de contato com
objetivos de experimentação até estágios de subordinação, com as consequentes,
perda de controle e sérios prejuízos à saúde física, mental e espiritual.
Dependência Química: Ela é gerada por um comportamento rebelde e de risco
do usuário. Ela representa um agravamento progressivo do uso indevido de objetos
de compulsão, que se inicia, passando pelo uso experimental, ocasional/habitual
e ancorando-se num uso depen-
dente. Para desenvolvê-la é ne-
(...) Jamais haverá corpo físico que não seja resultante
exato das necessidades do espírito, que lhe utiliza a
cessário que haja “códigos gené-
arquitetura e comanda as reações químicas de todas as
ticos da hereditariedade em con- modalidades, onde nada será esquecido e onde as
sonância com o conteúdo vibratório manifestações, desde as mais simples do cadinho
dos registros perispirituais”, predis-
3 celular até as mais complexas do psiquismo, serão a
posição psíquica ou social, e que expressão real de suas fontes vorticosas.
Andréa, Jorge. Dinâmica Psi.
se faça habitualmente, uso de uma “A Personalidade nas Reações Cármicas.”
substância qualquer que altere o
humor.
Dependências: As dependências aos variados objetos de compulsão escoam na
mesma química cerebral. Assim, tais objetos não são importantes por si mesmos, mas
pelo que representam. As compulsões não se ligam especificamente a tais objetos,
cada qual está ligado a sentimen- Precisamos revisar nossas concepções sobre vícios.
tos íntimos de solidão e desvalia. Não podemos entendê-los como uma problemática
Então, abordamos, a temática das que abrange, exclusivamente, delinquentes e vadios.
dependências, e não, apenas da (...) viciados são todos aqueles que se enfraqueceram
dependência química. Então, nós diante da vida e se refugiaram na dependência de
pessoas ou substâncias.
temos dependentes químicos, de- Hammed (Espírito). Psicografia de Francisco do Espírito Santo
pendentes de comida, dependentes Neto. As Dores da Alma. “Vícios”.
de trabalho, etc.
3
O perispírito arquiva em suas camadas, os conhecimentos adquiridos por meio de nossa evolução individual. Também serve de
modelo para a formação do corpo físico.
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Abuso: Qualquer ação humana onde exista Todo aquele que é depositário da
uma pré-condição de desnível de poder, seja ele autoridade, qualquer que seja a sua
sobre objetos, seres, legislações, crenças ou extensão, desde a do senhor sobre o
valores. Ele geralmente vem associado à ideia de seu escravo, até do soberano sobre seu
poder do abusador sobre o “objeto" abusado, que povo, não pode esquecer-se de que é
não pode ou não quer (por motivos intimidatórios um encarregado de almas.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiri-
reais ou não) resistir e/ou se contrapor ao abuso. 4 tismo. Cap. XVII. “Sede Perfeitos”. Item 9.
Muitos de nós aprendemos a ser dependentes desde cedo, dirigidos por adultos superpro-
tetores que nos imprimiram “clichês psíquicos” de repressão, que se refletem até hoje como
mensagens bloqueadoras dentro de nós e que não nos deixam desenvolver o “senso de
autonomia” e de independência. Outros trazem enraizadas experiências em que lhes foi
negada a possibilidade de exercer a capacidade de seleção de amigos e parceiros afetivos, em
virtude da intervenção de adultos prepotentes. Essa nociva interferência torna-os mais tarde
indivíduos de caráter oscilante, indecisos, assustados e inseguros. Outros ainda, por terem
sofrido experiências conflitantes em outras encarnações, em contato com criaturas
desequilibradas e em clima de inconstância e desarmonia, são predispostos a renascer hoje
com maior identificação com a instabilidade emocional.
Dessa forma, entendemos que os fatores que propiciam os vícios e as compulsões ocorrem em
ambientes familiares-sociais desarmônicos, desta ou de outras encarnações, onde deixamos as
pressões, traumas, coações, desajustes e conflitos se enraizarem em nossa “zona mental” ou
“perispiritual”, porquanto os vícios não passam de efeitos externos de nossos conflitos internos.
Hammed (Espírito). Psicografia de Francisco do Espírito Santo Neto. Renovando Atitudes. “Velhos hábitos”.
4
Wikipédia. A enciclopédia livre. Abuso.
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Compulsão – É um meio de sobrevivência e enfrentamento de crises e de amortecer a dor
dos abusos sofridos. Ela é acionada por lembranças dos episódios abusivos e tem por
objetivo preencher o vazio existencial.
Carnes, Patrick. Isto não é Amor. Cap. 4 – “Crianças vulneráveis. Abuso na infância: um fator de compulsão”.
Objetos de compulsão: São objetos disponíveis para o usuário, onde lhes são
creditados uma capacidade para confortar, consolar e dar excelência pessoal.
Via de regra, acredita-se que tais objetos cumpram a “promessa” de gerar bem-
estar e autoestima positiva.
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Quais as simplificações do uso de objetos de compulsão para o
crescimento do espírito?
A utilização de objetos de com- (...) Vosso amor pelos bens terrenos é um dos fortes
pulsão representa o maior sím- empecilhos ao vosso adiantamento moral e espiritual;
bolo da materialidade humana. por esse apego às posses materiais, destruís as
Nosso apego à matéria se traduz faculdades de amar levando-as todas para as coisas
em seu maior grau no uso destes materiais.
objetos. O “amor” que dedica-
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XVI –
mos à matéria representa um dos “Não se Pode Servir a Deus e a Mamon”. Item 14.
maiores obstáculos ao processo
de espiritualização. Logo, compreendemos a seriedade do assunto relativo ao
cuidado no trato da questão das dependências, pois estamos lidando com o
óbice do adiantamento moral em seu mais alto nível. As dependências não se
referem apenas a uns poucos seres humanos que, para anestesiar as dores,
bebem, comem, trabalham em demasia.
(...) Os que aceitam estar na condição de compulsivos e buscam a recuperação,
abrem a porta para treinar a faculdade de amar. Amor no seu verdadeiro sentido,
visto que todos já sabemos amar, apesar de aplicarmos este amor às coisas
materiais, como fazemos com os objetos de compulsão.
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Vazio Existencial: É forjado pelo desconhecimento de si mesmo, ou seja, por pessoas
que ignoram o que querem e o que sentem. Deste modo, aqueles que sofrem com a
falta de sentido, via de regra têm suas vidas orientadas por padrões alheios.
Fenômenos como a depressão, a violência e as dependências não podem ser
entendidos se não reconhecermos a falta de sentido.
Sobre esse fenômeno psicológico do vazio existencial, é bom ter em conta que, ao desconhecer-
se, o indivíduo adere aos valores e normas sociais de um modo que a contrapartida inevitável é
a desagregação da própria identidade ante as determinações da “ditadura” das vontades
externas à sua. Nesse contexto, a falta de autonomia conduz o indivíduo à necessidade de
adaptar-se mais do que autorrealizar-se, prática que recalca a criatividade e as potencialidades
do ser. A pessoa simplesmente se ajusta de forma pouco reflexiva e nada criativa à sociedade
enferma.
Lousada, Vinícius. Tristeza, Vazio Existencial e Estratégias de Superação em:
http://oconsolador.com.br/ano6/306.especial.html. Acesso: 13/3/2013
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Então, como se relacionam os abusos, o vazio existencial e as dependências?
Culpa
Compulsão
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Vergonha
Importante:
Não admitir a impotência e fragilidade diante dos objetos de compulsão;
compulsão é sinônimo de medo de reconhecer em si a dependência. “Bebo com o
meu dinheiro e ninguém tem nada a ver com isso”, “Em 1o de janeiro, começo a
dieta…”. Frases como essas são comuns entre aqueles que já demonstram a perda
de controle do uso de objetos de compulsão e negam.
Você é compulsivo?
Reflita por um momento sobre seu dia a dia. O seu ritmo, suas respostas aos
momentos mais tumultuados.
Caso você tenha identificado o uso de qualquer objeto de compulsão, escreva
na linhas pontilhadas o que seu objeto de compulsão representa. Por exemplo:
uma pessoa percebe seu medo de não ser amada. Toda vez que se sente
rejeitada, ela se cala e come demasiadamente. Assim, o exercício dessa pessoa
ficaria da seguinte forma:
Objeto de compulsão: comida (que é utilizado para confortar diante do medo
da rejeição)
Agora é a sua vez:
Você tem um objeto de compulsão?.....................................................................
Em caso afirmativo, qual é?.....................................................................................
Como você lida com esse objeto de compulsão?...............................................
O uso desse objeto de compulsão já lhe prejudicou?..........................................
O que faria você abrir mão do seu objeto de compulsão ?...............................
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Qual é a natureza da tendência às dependências?
Numa consulta ao plano espiritual da Casa de Léon Denis, fomos informados sobre
a natureza educativa inserida na questão da dependência química, que posteriormente
foi estendida às demais dependências. Dr. Hermann, em psicografia, nos informou que a
dependência química é uma tendência do espírito imortal, cujo teor é resistir ao mal.
Qual o desafio maior das dependências? Livro dos Espíritos – Questão 893
Qual é a mais meritória de todas as virtudes?
“Resistir ao mal”. Todas as virtudes têm seu mérito, porque todas são
sinais de progresso no caminho do bem. Há virtude
todas as vezes em que há resistência voluntária ao
265. Se alguns espíritos escolhem o contato arrastamento dos maus pendores (…)
com o vício como prova, haverá outros que o
escolham por simpatia e pelo desejo de viver
num meio conforme aos seus gostos ou para
poderem entregar-se, materialmente, a pen- Virtude = Resistência voluntária ao
dores materiais? arrastamento dos maus pendores.
“Certamente os há, mas apenas entre aqueles Ou ainda... Virtude = Resistir ao mal.
cujo senso moral ainda está pouco desenvolvido;
a prova vem por si mesma e eles a suportam
mais demoradamente. Cedo ou tarde, compreen-
dem que a satisfação plena das paixões brutais Sendo as provas, uma série de situações apresentadas
acarreta-lhes consequências deploráveis, que ao espírito encarnado, objetivando o seu crescimento
sofrerão durante um tempo que lhes parecerá através dos próprios esforços, a natureza da tendên-
eterno; e Deus poderá deixá-los neste estado, até cia às dependências por seu caráter de luta para
que tenham compreendido suas faltas e que eles resistir ao mal, favorece o desenvolvimento do senso
mesmos peçam para repará-las, através de moral.
proveitosas provações.”
A prova é a luta que ensina ao discípulo
Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos. 2a Parte, cap. VI rebelde e preguiçoso a estrada do trabalho
– “Escolha das provas”.
e da edificação espiritual.
Emmanuel. O Consolador- Questão 246.
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MÓDULO 2:
Cair em si e o despertar espiritual
Objetivos:
• Conhecer os pontos de contato entre a Parábola do Filho
Pródigo e as Dependências.
• Compreender a dinâmica psicológica contida na
Parábola do Filho Pródigo.
• Analisar como as “Bem-aventuranças” podem ser
utilizadas como roteiro para o amadurecimento do
espírito nas lutas evolutivas.
“Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura,
e eu aqui morro de fome ! Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai (…)”.
A Parábola do Filho Pródigo. Evangelho de Lucas. Capítulo 15:11 a 32.
Cair em si: É o primeiro passo na direção de regresso a Deus, pois outros desafios
evolutivos surgirão, tais como, libertar-se dos conflitos cultivados, harmonizar o eixo
ego-self, eliminar os defeitos morais e converter o despertar da consciência em
atitudes renovadas sob a égide do amor.
Paula, Alessandro Viana Vieira de. Cair em Si.
Site:http://www.oconsolador.com.br/ano5/252/alessandro_paula.html. Acesso: 13/3/13
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Aproximando a Parábola do Filho Pródigo do contexto das dependências
Se os dois filhos vivessem em situação das dependências eles poderiam ter expres-
sado as ideias abaixo?
Filho Pródigo: “Quando fui procurar ajuda, eu não tinha qualquer noção do que seria
um ‘fundo de poço’, apesar de ter atingido o meu limite. Não há como não se sentir
moído e fracassado tendo ficado tanto tempo distraído na vida. Aliás, caso eu não
tivesse percebido que algo doía dentro de mim, eu não teria ido procurar ajuda. Mas,
mesmo que eu não tivesse admitido que estava comendo com os “porcos”, EU ESTAVA
COMENDO COM OS PORCOS. Era fato! E esse fato abalou minha resistência física e emo-
cional. Então, eu quis fazer o caminho de volta ao lar.”
Filho que ficou: “Eu sou um filho exemplar. Trabalho demais para manter tudo perfeito
e reprovo meu irmão. Não acho que meu pai devesse compensá-lo por seus erros. Eu
que merecia uma festa por tudo que sempre fiz”.
O nosso futuro está em nossas mãos e as qualidades para o bem aumentam na razão
direta de nossos esforços para o praticarmos (...). Cada faculdade brilhante, cada
virtude sólida reclamou existências múltiplas de trabalho obscuro, de combates
violentos entre o espírito e a carne, a paixão e o dever (...)
Denis, Léon. O Problema do Ser e do Destino.
Meus bem-amados, eis chegados os tempos em que os erros, explicados, se tornarão verdades; nós
vos ensinaremos o sentido exato das parábolas, e vos mostraremos a correlação poderosa que une o
que foi ao que é. Em verdade, vos digo: a manifestação espírita vai crescer no horizonte, e eis aqui o
seu enviado que vai resplandecer como o Sol sobre o cume das montanhas.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. VIII – “Bem-aventurados os que têm o
Coração Puro”. Deixai vir a mim os pequeninos, item 18.
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Nós cultivamos o desamor, reforçando, portanto,
Como cultivamos o desamor? a negatividade do ego, usufruindo dos prazeres
egoicos. Esses prazeres são: comer, fazer sexo, dormir, usar drogas... O cultivo do desamor
(negatividade do ego), não obstante gera prazer momentâneo que exaure o ser, pois as
energias egoicas não repõem nada no espírito ou corpo físico.
Filho, Alírio de Cerqueira . Parábolas Terapêuticas.
Filho que Ficou – Representa a máscara do ego. Quando nos identificamos com as
máscaras do ego, agimos como o filho mais velho, que ficou. As características dos
representantes da máscara do ego relacionam-se à vida de aparências, isto é, o
pseudoamor. Os sentimentos são orientados pelo perfeccionismo, controle e apego.
Vive de aparências.
Fugimos constantemente de nossos sentimentos interiores por não confiarmos em nosso poder
pessoal de transformação e, dessa forma, forjamos um “disfarce” para sermos apresentados
perante os outros. Anulamos qualquer emoção que julgamos ser inconveniente dizendo para nós
mesmos: “eu nunca sinto raiva”, “nunca guardo mágoa de ninguém”, vestindo assim uma
aparência de falsa humildade e compreensão. (…)
“A maioria de nós pode conscientizar-se das máscaras que vestimos como estratégia para
afastar o sentimento de vulnerabilidade , mas que se tornaram parte do nosso ser social.
Por trás de modelos e das máscaras existe uma originalidade que existe desde que Deus nos
fez com amor.
Encontrar esse eu singular é a questão da nossa existência.
Nada é mais importante, pois, se encontrarmos nosso verdadeiro eu, encontraremos a Deus, e,
se encontrarmos a Deus, encontraremos o nosso eu mais autêntico.”
Benner, David G. O Dom de ser Você Mesmo.
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A volta do filho que foi – Percepção do
sofrimento e o trabalho para desenvolver as Todo abuso resulta numa carência,
virtudes, que o manterá em recuperação. que só o autoconhecimento com
Jesus pode aplacar.
Pai - É Deus.
Casa do Pai – Essência divina. Nossa destinação é o amor que existe no Ser Essencial
que SOMOS. Segundo Jorge Andréa é a instância que nos conecta com o pensamento
divino.
No Ser Essencial há identificação com os sentimentos originários da energia do AMOR
(compaixão, bondade, harmonia, equilíbrio, alegria, etc., os quais geram a potencia-
lização do Ser Essencial, resultando na sutilização do ego, propiciadora de plenitude,
felicidade e saúde integral.
Filho, Alírio de Cerqueira . Parábolas Terapêuticas.
Caindo em si e buscando o
Como cultivamos o amor ou essência divina?
autoencontro por intermédio
da humildade.
Mais conceitos...
• Ego: É o defensor da personalidade, pois ele impede que os conteúdos incons-
cientes passem para o campo da consciência, acionando assim os seus mecanismos
de defesa. O ego é responsável pela diferenciação que o indivíduo é capaz de
realizar, entre seus próprios processos interiores e a realidade que se lhe apresenta. A
realidade é realizada pela percepção, pela capacidade de perceber do próprio
indivíduo.
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2.c- O mal e o remédio – uma análise da dor e do sofrimento
Na Terra, precisais do mal para sentirdes o bem; da noite, para admirardes a luz; da doença,
para apreciardes a saúde. Naqueles outros não há necessidade desses contrastes.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. III – “Há Muitas Moradas na Casa de meu Pai.” Item 11.
– Mundos inferiores e mundos superiores
• Análise do sofrimento:
1- Você está feliz?
O sofrimento vem como sinalizador de que
2- Há quanto tempo algo que o inco- é preciso reconstruir essa rota e encontrar
moda convive com suas melhores seu rumo. E quando consegue, apesar de
expectativas? todas as dores do percurso, se reconectar
com o objetivo essencial da vida, isso pode
3- Você avaliou sua responsabilidade na
significar a cura de sua alma.
manutenção do incômodo?
4- Fez alguma coisa para mudar tal situa- Frankl Viktor Emil.
ção? Quantas vezes? Vontade de Sentido
5- O que faz você perceber que precisa
mudar determinada atitude?
6- Como você efetua essa mudança?
7- Diante de um ato danoso e repetitivo, você admite a derrota completa?
8- Sua vida ficou uma bagunça por causa desse hábito?
9- Suas respostas ao sofrimento são mais de desamor (filho pródigo), pseudoamor
(filho que ficou) ou amor (casa do pai / essência divina)?
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Percepção do sofrimento – A experiência de Alcoólicos Anônimos
OBS: O sofriemento surge pela falta de aceitação das lições que as dores nos
trazem.
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Autoconhecimento sem Jesus
Desamor Pseudoamor
Suas más tendências atuais são o indício do que falta corrigir em si mesmo, e é sobre esse ponto
que ele deve concentrar toda a sua atenção, porquanto, do que foi completamente corrigido, não
resta nenhum vestígio. As boas resoluções que tomou representam a voz da consciência que o
adverte sobre o que é o bem ou o mal, e lhe dá forças para resistir às más tentações.
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritimo. Cap. V – “Bem-aventurados os Aflitos”.
Item 11 – O esquecimento do passado.
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grande é o vosso galardão nos Céus; pois assim perseguiram aos profetas que
existiram antes de vós.
Filosofia Felicidade
Em hebraico:
“Se buscarmos o original em hebraico do Evangelho de Mateus a palavra que Jesus
usava é asrhéi, proveniente de ashar, que significa a retidão de alguém em marcha
em direção ao Reino de Deus.”
Filho, Alírio Cerqueira – Parábolas Terapêuticas
Desinflar o Ego
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Relação: As Bem-aventuranças e os 12 Passos
O Espiritismo, sem Evangelho, pode alcançar as melhores expressões de nobreza, mas não
passará de atividades destinadas a modificar-se ou desaparecer, como todos os elementos
transitórios do mundo. E o espírita que não cogitou da sua iluminação com Jesus Cristo, pode
ser um cientista e um filósofo, com as mais elevadas aquisições intelectuais, mas estará sem
leme e sem roteiro no instante da tempestade inevitável da provação e da experiência,
porque só o sentimento divino da fé pode arrebatar o homem das preocupações inferiores da
Terra para os caminhos supremos dos páramos espirituais.
O Consolador – Emmanuel – Questão 236.
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Os Doze Passos de Alcoólicos Anônimos são:
1 – Admitimos que éramos impotentes perante o álcool – que tínhamos
perdido o domínio sobre nossas vidas.
2 – Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia
devolver-nos à sanidade.
3 – Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de
Deus, na forma em que o concebíamos.
4 – Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.
5 – Admitimos perante Deus, perante nós mesmos e perante outro ser
humano, a natureza exata de nossas falhas.
6 – Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos
esses defeitos de caráter.
7 – Humildemente rogamos a ele que nos livrasse de nossas imperfeições.
8 – Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado
e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
9 – Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre
que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
10 – Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos erra-
dos, nós o admitíamos prontamente.
11 – Procuramos, através da prece e da meditação, melhorar nosso contato
consciente com Deus, na forma em que o concebíamos, rogando
apenas o conhecimento de sua vontade em relação a nós, e forças
para realizar essa vontade.
12 –Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a esses Passos,
procuramos transmitir essa mensagem aos alcoólicos e praticar esses
princípios em todas as nossas atividades.
Compulsão,
Distração
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Perfeccionismo
Controle
Vive de aparências
Amor
Belo
Bondade
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Manter-se em marcha. Só por hoje!
• Fazer o que for necessário Fazei o que eu mesmo fazia quando vivi na Terra: no
para manter-se em marcha. final do dia, interrogava minha consciência, passava em
• Investigar tudo aquilo que o revista o que tinha feito e me perguntava se não havia
incomoda e não projetar culpa faltado a algum dever, se ninguém tivera motivo de se
nos outros por seu mal-estar. queixar de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e
a ver em mim, o que precisava de reforma. Aquele que ,
• Ser honesto.
todas as noites, relembrasse todas as suas ações do dia e
• Conhecer as Leis de Deus; se perguntasse o que fez de bem ou de mal, rogando a
• Meditar sobre as coisas Deus e ao seu anjo guardião que o esclarecesse,
importantes da vida. adquiriria uma grande força para se aperfeiçoar, pois,
crede-me, Deus o assistiria (...).
Lembre-se que:
A Virtude é um hábito. O hábito é uma espécie de Lei que precisa de ação para
fixar e criar raízes. Os bons sentimentos são impotentes
diante da falta de realização.
Willian James – Psicólogo, Filósofo e Médico.
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O Bom Combate – Martins Peralva
Têm todos os seres humanos, na vida de relação, problemas a equacionar, no bom combate em
busca do aperfeiçoamento espiritual, que chegará mais cedo ou mais tarde, em função do maior ou
menor esforço.
A condição expiatória e provacional de nosso orbe — di-lo a boa Doutrina — impõe lutas que
renovam e conduzem à felicidade, pelas vias do progresso.
Na questão 998, de O Livro dos Espíritos, as sublimes entidades asseveram, categóricas, que “a
expiação se cumpre durante a existência corporal, mediante as provas a que o espírito se acha
submetido e, na vida espiritual, pelos sofrimentos morais, inerentes ao estado de inferioridade do
espírito”.
No quadro das realidades contingentes, no plano físico, o resgate e a reparação, a lágrima e o suor,
entrelaçam-se na tessitura do Destino. Deus, porém, Pai Amoroso e Justo, concede-nos os recursos
da reabilitação plena (…)
Surjam trabalho e experimentações, mesmo dolorosas e complexas, visando ao amadurecimento
espiritual, de maneira que possamos seguir para a frente e para o Alto, de viseira erguida,
procurando, no dever bem cumprido, na lucidez consciencial e no saneamento do território mental,
adequada equação para os problemas do quotidiano.
André Luiz, em sua notável simplicidade, adverte que somente solucionaremos nossos problemas
“se não fugirmos a eles” (…)
No tempo e no espaço, chegou o livre-arbítrio. E com ele, a conscientização da marcha.
O advento da responsabilidade, como decorrência da livre escolha, pelo discernimento, abre,
simultaneamente, os pórticos da Luz Gloriosa, ou as casamatas dos equívocos, que se podem
corporificar na invigilância.
No campo do espírito, singulares problemas desafiam-nos a coragem e o bom senso, criando-nos
perspectivas para a vitória, se o Evangelho do Mestre for o ponto de referência de nosso
comportamento, em harmonia com o facho de luz com que o Espiritismo nos clareia a estrada.
Na enfermidade — a dieta e o repouso, o medicamento e a disciplina substancializam valores
positivos para o reajuste do cosmo orgânico.
Nos conflitos emocionais, de curta ou longa duração, desarticulando, nas almas descuidadas, as
resistências internas — a prudência e a sobriedade, o equilíbrio e a reflexão asseguram à alma
inquieta a fé que se esvaecera nas leiras da intemperança.
Abraçando, pois, na Boa Nova do reino e na Doutrina dos Espíritos seus eternos preceitos de
renovação e luz, construiremos, no solo terrestre, o edifício da felicidade planetária, convertendo a
vida em formoso jardim que nos propicie não só o inebriante aroma das flores, mas, também,
tranquila alamêda que nos conduza aos planos da imortalidade gloriosa.
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10o Encontro Espírita sobre Dependências
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