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Em relação aos apóstolos, vemos a advertência de Jesus: “A quem muito foi dado, muito
será cobrado.”
No entanto, a atuação dos discípulos, enquanto acompanhavam Jesus, não foi tão
significativa, ou, nas palavras de Cairbar Schutel, na obra “Vida e Ato dos Apóstolos”: “O
trabalho dos apóstolos durante a vida corpórea de Jesus, foi nulo. Só depois de haverem
recebido o Espírito, após, a explosão de Pentecostes, é que eles entraram em ação para o
desempenho de grande tarefa.”
Mas, adiante, clama: “Mas passado o Pentecostes todos os escolhidos pelo Mestre, com
exceção de Judas Iscariote que faliu em sua missão, cedendo num momento de fraqueza,
as injunções inferiores, todos os demais fizeram o que lhes foi possível para a difusão do
grande Ideal a eles outorgado.”
Observação 2: Eles eram pescadores, e pescadores são por natureza nômades. Aliás a
sociedade judaica ainda era nômade naquela época.
PEDRO (Simão)
Era um pescador. Quando Jesus encontrou-o pela primeira vez, disse-lhe: “Tu és Simão,
irmão de João; chamar-te-ás Cefas.” (João, 1:42). Esta palavra aramaica “Cefas” significa
“pedra”. Em outro relato, temos: “Também te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei minha Igreja.” (Mt 16:18). Principalmente por esta sentença de Jesus, Pedro é,
para a tradição católica, designado como o primeiro papa.
Pedro pode ser considerado, dentre os apóstolos, como o mais importante. Ele está
presente em quase todos os momentos de maior relevância descritos nos Evangelhos. E
embora num momento de hesitação, na hora crucial, tenha negado Jesus, vemos que,
posteriormente, ele se firmou e emergiu como o líder dos demais apóstolos.
Observação 1: Aparece ainda uma variante do seu nome original, Simão Pedro, no
livro dos Atos dos Apóstolos (Atos 10:18) e na II Epístola de Pedro (II Pedro 1:1).
Observação 2: No Evangelho de João (João 1:42), Cristo muda seu nome para כיפא,
Kepha (Cefas em português), que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este
que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, "Rocha".
Observação 4: O apóstolo Pedro era casado, tendo sido sua sogra curada por Jesus
(Mc 1:30). Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja
descrição é muito semelhante a uma vila romana.[Lucas 5:17-26] na cidade
"romana" de Cafarnaum.[A cidade de Cafarnaum possuía status de cidade romana].
Além disso, é possível que sua esposa frequentemente o acompanhasse em
viagens ministeriais na Igreja Primitiva (“Não temos nós direito de levar conosco uma
esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e
Cefas?” 1 Coríntios 9:5). Possivelmente tinha pelo menos um filho.[Stromata III, VI.
Terceiro trabalho na trilogia de Clemente de Alexandria sobre a vida cristã].
Observação 6: Pedro se destacou entre os discípulos por ser ousado e falar o que
todos estavam pensando. Ele era uma pessoa simples, direta e também impulsiva,
fazia tudo com entusiasmo e amava Jesus ferozmente. Pedro também possuía uma
aptidão natural para exercer liderança, talvez por ser caloroso, vigoroso e
normalmente comunicativo: tinha a personalidade de um líder mas ainda não era
maduro.
JOÃO
Era o mais jovem dos discípulos. Como seu irmão, João também era pescador. Quando
chamado por Jesus, também o atendeu prontamente. Foi o único apóstolo que acompanhou
Jesus até a morte na cruz, momento em que Jesus confiou-lhe a tarefa de cuidar de Maria.
Além do Evangelho, atribui-se a João: as Cartas de João e o Livro do Apocalipse.
Observação 1: João seria o mais novo dos 12 discípulos, tinha provavelmente cerca
de vinte e quatro anos de idade à altura do seu chamado por Jesus. Consta que
seria solteiro e vivia com os seus pais em Betsaida. Era pescador de profissão,
consertava as redes de pesca. Trabalhava junto com seu irmão Tiago Maior, e em
provável sociedade com André e Pedro.
ANDRÉ
Era irmão de Pedro. Tinha sido discípulo de João Batista, conforme vemos no Evangelho de
João (1:40): "André, o irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de
João e seguiram Jesus.” E foi ele que testemunhou para seu irmão Pedro: “Encontramos o
Messias (que quer dizer Cristo). E o conduziu a Jesus.”
FILIPE
Em João, 1:44-45, encontramos: “Filipe era de Betsaida, a cidade de André e de Pedro.
Filipe encontra Natanael e lhe diz: “Encontramos aquele de quem escreveram Moisés, na
Lei e os profetas: Jesus, o filho de José, de Nazaré.”
Em Atos dos Apóstolos, cap. 8, encontramos algumas narrações de seu exercício
apostólico: “As multidões atendiam unânimes ao que Filipe dizia, pois ouviam falar dos
sinais que operava ou viam-no pessoalmente. De muitos possessos os espíritos impuros
saíam, dando grandes gritos, e muitos paralíticos e coxos foram curados. E foi grande a
alegria naquela cidade. ”E adiante, no mesmo capítulo, é descrito que anunciava a Boa
Nova em todas as cidades que atravessava.
Observação 2: Não deve ser confundido com Filipe, o Evangelista, o diácono que
evangelizava Samaria, de acordo com a história relatada nos Atos dos Apóstolos
[Atos 6:5].
BARTOLOMEU (Natanael)
Há pouca informação sobre Bartolomeu. Assim chamado nos três primeiros Evangelhos,
João o chama de Natanael. Acredita-se que Bartolomeu seja seu sobrenome. Em João,
1:45-47, encontramos um traço de sua personalidade: a sinceridade e a espontaneidade.
Após Felipe anunciar-lhe que havia encontrado o messias em Nazaré: “Perguntou-lhe
Natanael ‘De Nazaré pode sair algo de bom?’ Filipe lhe disse: ‘Vem e vê ’. Jesus viu
Natanael vindo até ele e disse a seu respeito: ‘Eis verdadeiramente um israelita, em quem
não há fraude’.”
Observação 1: Seu nome vem do aramaico, com uma referência patronímica: Bar
Talmay - filho de Talmay. Há historiadores que também mantêm uma referência
patronímica, mas dá outro significado para o nome: Bar Ptolomeu - Filho de
Ptolomeu.
MATEUS (Levi)
Mateus, também chamado Levi, era um publicano (cobrador de impostos) - uma das
classes então mais odiadas pelos judeus. Certo dia, quando estava no exercendo suas
funções de coletoria, Jesus passou e ali o encontrando chamou-o, e ele atendeu de
imediato. E após deixar tudo, ofereceu a Jesus uma grande festa em sua casa, e com eles
estava numerosa multidão de publicanos e outras pessoas. Nesta passagem, após a
manifesta indignação dos fariseus e seus escribas sobre “comer com pecadores”, Jesus
respondeu: “Os são não
têm necessidade de médico, e sim os doentes.” (Lucas 5:29).
TOMÉ
Tomé, também chamado Dídimo, não é muito citado nos Evangelhos. Ficaria conhecido
por, após o desencarne e reaparecimento de Jesus, ser aquele que não acreditou porque
não viu. Alguns dias depois, quando Jesus apareceu novamente, disse: “‘A paz esteja
convosco ’Disse depois a Tomé:‘ Põe teu dedo aqui e vê minhas mãos! Estende tua mão e
põe-na no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!’ Respondeu-lhe Tomé: ‘Meu Senhor e
meu Deus! ’ Jesus lhe disse: ‘Porque viste, creste. Felizes os que não viram e creram!”.
Observação 1: Em Mc 15:40, lhe é dado o epíteto "o menor" (Almeida RA) ou "o
mais jovem" (NVI), dependendo da versão.
Observação 1: Seus outros nomes são Judas Tadeus, Judas Lebeus e Judas, irmão
de Tiago. Ele é também conhecido como São Tadeu (em grego: Θαδδαῖος, transl.
Thaddæus ou Thaddaeus em diferentes versões da Bíblia), e como São Matfiy
(Фаддей, он же Иуда Иаковлев или Леввей, em russo) na tradição ortodoxa russa
(junto com São Judas). Ele é às vezes identificado como sendo Judas, "irmão de
Jesus", mas não deve ser confundido com Judas Iscariotes, também outro apóstolo,
que traiu Jesus.
Observação 2: É quase certo que ele falava tanto o grego quanto o aramaico, assim
como os seus contemporâneos naquela região, e que era um fazendeiro de
profissão.
SIMAO (o zelote)
Para distingui-lo de Pedro, que também se chamava Simão, os evangelistas o chamaram
de Simão, o zelota, ou Simão, o cananeu. Nos Evangelhos, há poucas referências a este
apóstolo.
JUDAS ISCARIOTES
Nos Evangelhos, quando sãos relacionados os apóstolos, Judas Iscariotes é sempre
colocado no fim da lista, pois este foi aquele que entregou Jesus. Não há indicação de
quando ele foi chamado por Jesus. Quando então se juntou aos demais discípulos, assumiu
a função de tesoureiro. Após ter entregado Jesus as autoridades, sentiu imenso remorso e
suicidou-se.
Observação 1: Iscariotes pode ter sido usado como apelido, em hebraico ish
Qeryoth, que significa homem de Queriote. (João 6:71; João 13:26). Também, podia
ser designado "filho" ou "descendente" ou "natural" de Queriote. "Queriote" – de
acordo com a interpretação inicialmente veiculada por São Jerónimo – seria o nome
simplificado da aldeia, ou mais provavelmente um conjunto de aldeias, de Queriote-
Ezron (Josué 15:21) – nome que significa "cidades de Ezron" – localizada na
província romana da Judeia (no território da Tribo de Judá) e que é comumente
identificada com a moderna Qirbet el-Qaryatein, situada a cerca de 20 km a sul de
Hebron.
Observação 3: Judas apenas acreditava que Jesus iria reagir contra os guardas do
império romano quando eles fossem pegá-lo. Se isto ocorresse, os Judeus (que não
acreditavam que Jesus era o Messias) iriam se unir a eles e assim derrotar Roma.
Os Judeus não acreditavam em Jesus, pois eles viam Messias como um libertador
que viria de espada e destruiria Roma. Como Jesus veio em paz algumas pessoas
não acreditaram e continuaram a dizer que Messias ainda viria dessa vez com uma
espada na mão. Se Jesus reagisse contra os guardas que o vieram prender, como
no plano de Judas, muitos judeus que antes não acreditavam iriam começar a
acreditar e assim todos eles poderiam derrotar Roma juntos.
MATIAS
Com a morte de Judas, outro deveria assumir seu lugar. Conforme narrativa contida em Ato
dos Apóstolos, capítulo 1 , o apóstolo Pedro conduziu a escolha de um sucessor de Judas.
No sorteio entre Barsabás e Matias, este último foi o vencedor.
Observação 1: No Salmo 109:8, "Seja a sua vida curta, e outro ocupe o seu lugar.".