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Suplentes: Joaquim Gongalves Lima Filho; Jogo Manuel de Magalhaes. Suplentes: Zacarias Goncalves Lima; Domingos José Ram Joaquim Goncalves Jo8o Manuel de Magalhaes. ‘As duas relacdes eram assinadas pelo secretdrio da Camara, Livino Goncalves Lima, 3.5.9 - VILA BELA E 0 ACUDE DA NACAO. Em 1869, o problema mais urgente de Vila Bela, pareci necessidade de consertos no paredao de terra do acude publico, conhecido come “acude da Nacao,” que fornecia dgua a populacio local, Diversos formiqueiros de savas tinham penetrado pelo paredéo, danificando-o e comprometendo sua capacidade para barrar o grande reservatério d’agua. Em 30 de outubro, a Camara oficiava ao Governo da Provincia: "...quanto 4s necessidades, nenhuma parece m urgente que uma quota para conserto do acude publico desta Vil que se acha em estado de ndo se poder sustentar com a futuro inverno. Pois se acha toda a parede contaminada de formigas e sem que haja uma providéncia enérgica, tera o Estado de perder aquela grande obra..." 0 Governo, porém, no tomou providéncias. E no dia 25 de maio de 1872, a Camara Municipal comunicava, com tristeza ao Presidente Dr. Manuel do Nascimento Machado Portela, que no dia 10 daquele més, as 8 horas do dia, "uma grande elevacgo de équa arrombou 0 “acude da Nagao” desta Vila.” 3.5.10 - A CAMARA MUNICIPAL DE FLORES,O PADRE MESTRE IBIAPINA E ‘A CASA DE CARIDADE DE TRIUNFO. Logo nos trés primeiros meses de 1869, interferiu a Camara Municipal de Flores, junto ao Governo da Provincia, na época presidida pelo Conde de Beipendi, no sentido de que aquela autoridade obtivesse. do Governo Imperial a cessao de um prédio existente na povoacdo de Baixa Verde, para que nele o Padre-Mestre Ibiapina fizesse reformas € instalasse uma Casa de Caridade, assim como ja o fizera na vila do Crato. Dito edificio, servira, no comego do séctlo, para abrigar um. convento pert io da Ordem da Penha e, mais tarde, 10 Governo. Frente Aquele pedido, 0 ‘em 17 de ms CAmara de Flores, para que esclarecesse melhor sobre a preter No dia 17 de abril, a Camara voltava doag8o particul 277 do século, criara-se uma aldeia naquele lugar, com os esforcos do Capuchinho Fr. Angelo Mauricio de Niza, construindo este uma capela € 0 mencionado prédio. Extinta a aldeia, mandara 0 Governo, por Aviso de 21 de abril de 1857 e ordem de 31 dos mesmos més e ano, explicados por Aviso de 21 de julho de 1858, incorporar aos terrenos naclonais as terras da extinta aldeia e arrecadar como renda do Estado ‘0 arrendamentos feitos por pessoas no descendentes dos indios primitivos. Era assim que estavam sendo conservadas as terras da antiga aldeia eo edifcio agora plelteado, o qual somente vinha servindo para residéncia tempordria do Procurador de Nossa Senhora des Dores. Quanto & posigo do prédio agora relvindicado, ere bem apropriada para a instalacdo da Casa de Caridade e a populacdo do povoado, jé bastante numerosa, para que a Instt muito vantajosa. © Padre Ibiapina prometera coiocar-se 8 frente da iniciativa, desde que Ihe fosse feita a cesséo. A Cémara pedia ainda que a meia légua de terra em quadro, da época de Fr. Angelo, ficasse como patriménio da Casa de Caridade e seus rendimentos para sustento da mesma. Trés anos depois deste pedido, a Casa de Caridade de “Triunfo era inaugurada pelo Padre Ibiapina. 3.5.11 - CONSTRUGAO DO EDIFICIO CENTRAL DACADEIA E DACAMARA Até 0 inicio dos anos 70 do século XIX, a cadeia de Flores funcionava num velho edificio public, mai adaptado para tal fim, cujas paredes e teto ameacavam desabar. Nao sé em Flores como em outras cidades do sertdo, a fuga de presos perigosos era uma constante. Mesmo assim, tornara-se costume serem trazido: aquela precdria cadei ‘sertanejos, para que all cumprissem suas penas. Por tudo isso, era plano dos sucessivos governs provinciais a construcao em Flores de um imponente edificio que servisse como priséo segura e confortével para muitas dezenas de presos, de ambos 0s sexos e abrigasse, 20 ‘mesmo tempo, na sua parte superior, a Camara Municipal, com toda a dignidade que ela merecia. Na fala com que abriu a Assembiéia Provincial em 1 de marco de 1872, 0 Presidente da Provincia Jodo José de Oliveira Junquetra di "Nao possul esta Provincia, ainda, suficiente ntimero de cadeias que preencham as verdadeiras necessidades puiblicas, pols pela maior parte, compéem-se elas de pequenas casas, sem as acomodacées pprecisas, de forma que no 6 cumprida a promessa constitucional de fundarem-se cadefas seguras, limpas e bem arejada: “Reconhecendo que no.centro da Provincia deve existir uma cadel com proporgées malores para guarda dos criminosos das comarcas apropriado na Vila de i, com acomodagGes para a Casa da Cémara, sesses pris6es espagosas, seguras e higiénicas, como se depreende fel tigdo das Obras Pablicas '@ obra esté em concurso 278 Por fim, a ser térre0, os recintos para a guarda Para servir de prisgo provis . © ilustre florense deu logo inicio eos ie imediato, uma primeira parcela de 1873, segundo informacSo do licas, todos os alicerces inspecdes de parte do através de competentes marco de 1875, encarregado de de fevereiro de 1877, ia 20 Presidente informagsex ia quoted tte fore moots, tay 8 informacto do Jue de Oren Obras fltas,fnde a ano de sus conor que 9 referida multe fosse eaceras oe depostades no Tesouro, pars gorstdi aad eS eee 279 referido més de agosto mandei que a Reparti¢go das Obras Publicas oreasse a despesa da coberta e do mals que é indispensavel para que esse prédio preste-se ao fim a que destinado. Desse trabalho fo! incumbido 0 engenheiro Mermoud, em comisséo no interior da Provincia.” Rompido, destarte, o contrato com o Ten. Cel Pedro Pessoa, de Siqueira Campos, paravam as obras da cadela de Flores. Em 18 de setembro de 1879, 0 Presidente da Provincia Adolfo de Barros Cavalcanti de Lacerda passava 0 governa ao St. Adelino Anténio de {una Freire. No relatério, dizia ele (pag. 19), sobre a cadeia de Flores: "Depols de ouvido o Tesouro provincial, aprovei, em 1° de setembro, 9 arcamento organizado pelo engenheiro Mermoud, na importancia de 23:230$974, para conclusdo das obras desta cadela e mandel pb las em praca no Tesouro provincial e perante 0 Juiz de Direito da Comarca, designando para isso 0 dia 14 de setembro. O pagamento sera feito em apdlices de 70/0 ao par, na forma da lel. Em 31 de outubro de 1879, 0 Governo assinou um novo contrato, para a concluséo das obras, desta vez com Francisco d’Avila de Mendonca, pela quantia de 23:230$974.2 Finalmente, depois de quase 10 anos, Podiia o Presidente de Pernambuco, Dr. Epaminondas de Barros Correl dizer no relatério com que abriu a sess&o da Assembléia Legisiativa, em 1 de marco de 1882: “foram concluidos e entregues provisoriamente, em 17 de setembro do ano pasado, as obras que faltavam na construcéo” da cadela cle Flores. No ano de 1884, dita cadela comportava 40 presos. 3.5.12 - A CADEIA DE FLORES NA MEMORIA DE D®, MARTA STELLA DE SIQUEIRA CAMPOS No capitulo x (dez) do seu "Memorial da Comarca de Pajei de Flores - Reminiscéncias de uma Sertaneja,” trabalho inédito até 1899, quando, em parte, icado pela Autora, através da editora Comunicarte, sob o titulo “Flores, Campos, Barros @ Carvalho” e subtitulo “olhando para o passado, até onde a vista alcanca...” refere D*, Maria Stella, falando da velha cadeia, nos comecos do século xx: “As grades das celas davam para o exterior, eram guarnecidas com grossas barras de ferro. Podiam os detentos passar as pernas © os >bragos para fora, onde tinham um certo contato com as pessoas que passavam pela calcada, Chegavam mesmo a conversar, sob a vigiléncia da guard." Como fato curioso, destaca a sensivel Mmemorialista 0 caso da “preta Josefa,” que ali cumpriu “a pena maxima de 30 anos, Ela, juntamente com uma itm, assassinara seu patro Benjamin Wanderley, irmao do Cel. Olympio Wanderley, chefe Politico de Triunfo. Sua irmé, faleceu logo, chegando ainda a cumprir 3 Relatdri. do) OF AGSING ARténlo de Luna Freire, passando o governa a gu 280 12 anos.” "Com 0 decorrer dos anos,” a preta Josefa anfanga, comesende a ter carta tBerdadey dade sua boa conta, chegando a sair da cadeia para ir ao rio lavar roupa sua e dos companheiros. Sala para fazer compres, cozinhava para sie também para os presos, até mesmo para alguns soldados alojados na mesma. Eassim, cumpriu toda a sentenca, Eu a conhec! jé de cabelos brancos, palpebras avermelhadas. Alta, forte como um tronco de baratina queimada, causando medo, inspirando pavor a nés, criancas assustadas pelo seu aspecto, como pela histéria do seu crime. Contava-se que, de méo-de-pll@o em riste, elas haviam executado 0 seu patro enquanto ele dormia e aquela imagem a tornou para nds, uma criatura crue! e vingadora.” “Faleceu bem velhinha e com a esperanca de ter sido resgatada pelo sangue de Jesus...” "Outro detalhe da cadela no seu cotidiano: todos os dias era feita a faxina pela madrugada. Os presos carregavam os dejetos e outras sujelras ¢ lam despejar os vasilhames além, do outro lado do rio. Os soldados {que 0s acompanhavam” naquela tarefa, “eram escalados a cada dia, apanhavam agua e enchiam os barris que eram transportados num pau de mais de dois metros nos ombros de dois prisioneiros ‘acorrentados, para ngo se evadirem.” 3.5.13 = © SOLDADO DOMINGUINHOS ier bana stl ue um cinco detente deidram gira casa; Um dos solsedor ea gusta era Gominguinhos, homem bom, humide,fiho da terr, incapaz de u’a maldade. Adiantou-se e suplicou aos presos para que nao se svediesom, 0s fugtvas, muta naturalmente, @Ignareram e fram em frente. E quando aparece, por sorte, o Sr. Anténio Barbeiro, homem Etoponto, gue pedinde ane de Govingunnos; intima os foes desistirem da aventura. Os pres 30 recolhidos as celas. Salvave- se, destarte, a situacéo do policial, de todos reconhecido por sua Dandade. Contavarse que quando era ele trensteido Se um destacamento para outro, saia de casa em casa, pedindo perdao, caso houvesse ofendido ou magoado alguém. i pela madrugada, quatro ou 3.5.14 - A NOBREZA DE UM GESTO Eram tempos em que os filhos ilegitimos tinham direito apena! 20 ar que respiravam; nads mais! Ser fiho llegkimo, era um estigma que 0 infeliz carregava pela vida afora, Direito a nomes, honrarias € herangas, nem pensar. No dia 4 de junho de 1871, 0 tenente-coronel Galdino Pereira de Morais, residente na Povoacéo de Col6i compareceu ao Tabelionato do St. Joaquim José do Nascimento Wanderley. Vinha lavrar um documento nobre: era a escritura de perfilhacdo de seus nove filhos menores, ilegitimos, que tivera com uma companheira, ao long ‘conviven esc 10 livro de notas daquiele Cartdrio pei dignidac tanejo, cobrin nto de Lely protegendo aqui 281 garantindo o future de seus filhos, de nomes: Inocéncio, Maria, Licia, ‘Antonio, Herminia, Arcelino, Anténia, Manoel ¢ Francisco. 3.5.15 - GENEALOGIA - TRES FAMILIAS SERTANEJAS ENTRELACADAS Foram referidas, J, nesta obra, trés importantes estirpes sertanejas, originérias de Flores e de Triunfo e que se espalharam, fem sucessivas geracdes, por Afogados da Ingazeira, Sao Jose do Egito, Custédia ¢ outros municipios, nao sé do vale do Pajeu, como do Moxot6 ©, de resto, por todo o Pais: foram as familias Campos, Lopes de Siqueira e Siqueira Campos. A genealogia destas trés familias, cuja vastidsio nao caberia nesta “Flores do Pajet,” é assunto para um Volumoso tratado, Mas fazendo pesquisas para a tessitura do meu trabalho, interessei-me, quanto pude, pela genealogia dos Lopes de Siqueire, meus ancestrais pela linha paterna. Por outro lado, desde muitos anos, vinha D>, Marla Stella de Siqueira Campos, descendente dos Campos, dos Campos Gées e dos Lopes Barros e ligada pelo Casamento aos Siqueira Campos, pesquisando, escrevendo e coligindo, de formiga, todo um trabalho, ainda inédito, sobre familias. Em resumo, canforme foi visto, os Campos provieram do primeiro casamento do portugués Manoel José de © Campos (0 Marinheiro Campos), com D®. Tereza _Firmiana Fonseca Ge Aragao; os Lopes de Siqueira, do primeiro casamento de D». Clara Maria de Siqueira, com o portugués Francisco José Lopes Braga (0 Marinheiro Campos ficou vilivo; D*. Clara Marla de Siqueira, também, Casaram-se os dois e geraram a familia Siquelra Campos. E fa constatar que os componentes desses trés clas, com raras excecées, como que presos aos compromissos de uma aristocrética, agiram sempre como se constituissem uma s6 familia. Entre todos les, quem nao tiver sobrenome Siqueira Campos, té-lo-8 Campos ou Siqueira. Tendo talvez compreendido em tempo a vantagem da Unido, vieram unidos, desde meados do séc. XIX, sob as liderancas do Mons. Pinto de Campos e do Cel. Pedro Pessoa de Siqueira Campos, Sempre no leito do Partido Conservador. Nos atos notarlais © eclesidsticos, hoje registrados em bolorentos livros paroquials € Cartoriais, nota-se como as pessoas de prol dessas trés fa estavam sempre juntas, apolando umas &s outras. A partir da segunda metade do séeulo XIX, encheram literalmente as folhas daqueles livros, Com os atos e fatos de suas vidas familiares., Os casamentos fendogdmicos, os batizados, os padrinhos emadrinhas, os atos perante o direito civil, tudo, enfim, évidencia sua coerente uniao, sua concérdia familiar, Vejamos, por exemplo, as seguintes anotacdes, feltas bvulsamente, sem a preocupagao de desenhar érvores genealéaicas, Sendo apenas de fornecer dados para quem quiser se deter nesse estudo: Filipe de Aragao Osério, era flho de Inacio de Aragao Os6rio fe de Marla Francisca de Jesus. Tereza Firmiana da Fonseca Aragio, ha de Filpe de Araglo e de Maria Francisca da Fonseca AragBo. Os ‘nos ragistros, principalmente paroquials eram, mais das vezes,

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