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TANATOLOGIA
Outras disciplinas que contribuem para este campo: Filosofia, Psicologia, Antropologia,
Sociologia, História, etc.
ANSIEDADE DA MORTE
Fenômeno complexo, modulado por fatores demográficos (sexo, idade), de
personalidade, culturais e biográficos.
associados
3. Uma proposta para lidar com os problemas associados aos modos de morrer
Surgimento da espécie há 150.000 anos na África Oriental, com posterior migração mundo
afora
Lesões com contaminação por anaeróbios podiam produzir gangrena e/ou tétano.
A dieta era onívora e o estado nutricional não era, de regra, muito ruim.
Oriente Médio
Sudeste Asiático
Arroz
Mesoamérica
2. Domesticação de animais
Equinos: rinovírus
Cães: sarampo
Porcos: Áscaris
REVOLUÇÃO NEOLÍTICA (10.000 AEC)
Malária
Expandiu-se, a partir da África sub-saariana, pelo Oriente Médio e pela bacia do Mediterrâneo, e depois
pelo mundo, seguindo os novos povoamentos
REVOLUÇÃO NEOLÍTICA (10.000 AEC)
O surgimento da agricultura em grande escala (vale do Nilo, Mesopotâmia) produziu
monoculturas de cereais, como o milho, ricos em calorias, mas deficiente em proteínas,
vitaminas e minerais.
Pelagra, beribéri, kwashiorkor
A noção de infância não existiria na Idade Média, surgindo apenas a partir no século XVII.
Considerava-se que as crianças eram seres muito fracos que podiam desaparecer a qualquer momento.
As crianças passariam a ser consideradas adultos assim que pudessem sobreviver sem a ajuda de suas mães ou outros
adultos.
FOME E MORTE NA EUROPA
Inglaterra (1315-22): 10% da população
Estado de saúde da população europeia, especialmente nas classes populares, era péssimo
20% da população inglesa não tinha energia para trabalhar e passava a vida como
indigentes.
Nos últimos três séculos, como a redução progressiva do estado de desnutrição crônica, o peso
Doenças crônicas cardíacas, pulmonares e articulares estão se manifestando em idades 10-25 anos mais
avançadas em média
TRAJETÓRIAS DE MORTE NO MUNDO OCIDENTAL
Cuidados disponíveis eram basicamente de suporte: repouso no leito, secar o suor e alimentação
digestiva e nutritiva
TRAJETÓRIAS DE MORTE NO MUNDO OCIDENTAL
Atitude fatalista
Não havia recursos terapêuticos específicos; o paciente só poderia ser salvo por sua
própria reação biológica.
Primeiros medicamentos: morfina (1803), quinino (1818), codeína (1832), atropina (1833), colchicina
(1836), hioscinamina (1836)
Em 2005, menos de 25% das pessoas vinham a falecer em casa, 45% morriam em hospitais e 22% em
Centenários
Morte do paciente tende ser vista cada vez mais como um fracasso potencialmente
French et al. End-Of-Life Medical Spending In Last Twelve Months Of Life Is Lower Than Previously Reported. Health Aff (Millwood). 2017 Jul 1;36(7):1211-1217. doi: 10.1377/hlthaff.2017.0174.
TRAJETÓRIAS DE MORTE NO MUNDO OCIDENTAL CONTEMPORÂNEO
ensinamentos, símbolos e rituais tradicionalmente utilizados para lidar com a perda e com a morte.
A discussão sobre a continuidade (ou não) do tratamento no final da vida ganhou maior relevância e
passa a envolver um número crescente de participantes: o próprio paciente, familiares, equipe médica,
Morte atípica Idoso (veneração) Criança (sem sentido) Criança (sem sentido)
Glaser e Strauss (1965) investigaram o que as pessoas em via de morrer sabiam ou suspeitavam
sobre sua morte iminente
2. Suspeita – os pacientes tentam confirmar suas suspeitas com o staff médico ou com a família.
3. Engodo mútuo – as duas partes estão conscientes da situação, mas tentam proteger uma a outra, negando
que o paciente vá morrer.
É o contexto mais comum.
4. Aberta – as duas partes estão cientes e podem discutir a perspectiva de morte iminente.
ELIZABETH KÜBLER-ROSS
”ON DEATH AND DYING”
Os Cinco Estágios do Luto
4. Depressão: "Estou tão triste. Por que me preocupar com qualquer coisa?"
Críticas
É duvidoso se existe linearidade nos estágios.
A questão central não seria ―O paciente aceita ou nega a morte?‖, mas ―Quando, com quem e sob que
circunstâncias ele discute a possibilidade de morte?‖
ESTÁGIOS VS. TAREFAS
Cada indivíduo tem os seus próprios modos e ritmo de lidar com as tarefas e podem mesmo deixar de
realizar algumas delas
Caso não ocorra a resolução eficaz de um estágio específico, todos os estágios subsequentes refletiriam esta falha,
sob forma de desajustes físicos, emocionais, cognitivos ou sociais.
Na doença grave ou terminal, o confronto com a perspectiva da morte poderia se constituir numa barreira ao
cumprimento das tarefas específicas do estágio, dando margem a bloqueios potenciais no desenvolvimento.
INFÂNCIA
Corresponde aos 10-12 primeiros ano de vida
3. 3 a 6 anos de idade
Desenvolvimento inicial da iniciativa versus culpa
Crianças cronicamente doentes podem não conseguir criar um vínculo psíquico com adultos e
desenvolver a confiança necessária à continuação do desenvolvimento da personalidade.
SEGUNDO ESTÁGIO DA INFÂNCIA: 12-18 MESES ATÉ
3 ANOS
Tarefa fundamental é o estabelecimento do sentimento de independência e de
autocontrole.
Nesta etapa, doenças graves podem impor limitações físicas significativas que,
Criança começa a ter que equilibrar desejos pessoais com responsabilidade moral.
inconsistentes.
e autoestima.
necessárias
ATITUDES FRENTE A MORTE NA INFÂNCIA
A morte pode ser percebida como reversível ou o efeito de intervenções mágicas ou médicas.
A morte é, às vezes, personificada. Pode ser também percebida como uma contingência evitável.
Ansiedade da morte
Os cuidadores devem permitir que as crianças atuem como parceiras ativas no tratamento,
Período que se estende aproximadamente dos 12 aos 18 anos de idade, com limites flexíveis
Envolve ainda a formulação de metas pessoais e profissionais e o trato das questões de gênero
Maior auto-aceitação, mais preocupação com os outros e visão de mundo crescentemente voltada para o futuro .
EFEITOS DAS DOENÇAS GRAVES NA
ADOLESCÊNCIA
Consequências físicas
Retardo das mudanças pubertais
Consequências psicossociais
Aumento da dependência física e emocional
A luta para construir uma identidade, típica deste ciclo vital, pode dificultar ainda mais um
entendimento lógico da morte e potencializar a angústia.
Relacionamento íntimos podem, por um lado, ser abalados por doenças graves, mas por outro,
podem minimizar o isolamento e a autodesvalorização em pacientes terminais.
IDADE ADULTA
Fase média da idade adulta (40-65 anos)
Ênfase na generatividade (#3, capacidade de cuidar da e orientar a nova geração) vs estagnação).
Perspectiva da morte pode levar à introspecção e à reavaliação crítica das realizações pessoais.
Resolução bem sucedida desta fase se associa à busca de sabedoria e a sentimentos de integridade (#4),
contentamento, satisfação e realização.
Adultos idosos
Estimular participação nas decisões referentes ao fim da vida.
É recomendado também estimular o processo de revisão da vida.
ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO
As doenças graves e a perspectiva da morte podem precipitar uma crise com múltiplas
dimensões:
Médica, psicológica, social, profissional, financeira, familiar, existencial e espiritual
Espiritualidade e fé religiosa fazem parte dos recursos para enfrentar as crises vitais
graves e a perspectiva da morte
ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO
Religião e espiritualidade são fenômenos difíceis de definir, de delimitar e de diferenciar
Religião
Também inclui a busca pela verdade, sentido e autenticidade, mas feita num contexto mais formal, comunitário,
institucionalizado e imposto externamente.
Embora pessoal, a espiritualidade pode ser influenciada pela religião do indivíduo, bem como por suas experiências
pessoais e perspectivas culturais
ESTRUTURA TRÍPLICE DAS RELIGIÕES
A estrutura da maior parte da religiões inclui três elementos básicos:
2. Concepção do mundo segundo a qual existe uma inteligência superior, um propósito ou uma ordem
que dá sentido aos eventos e aos relacionamento de nossas vidas.
Hinduísmo, budismo.
Confucionismo/taoísmo, xintoísmo.
Para ajudar pacientes graves ou terminais e pessoas em luto, é preciso ter uma compreensão
dos símbolos que as pessoas usam para encontrar um sentido para os acontecimentos e das
Apoio material, psicológico, social e espiritual por parte da comunidade religiosa e seus voluntários.
Espiritualidade e religião também podem ter papéis negativos, complicando as atitudes do indivíduo
Auto-culpabilização e sensação de abandono (e.g. ―Deus me abandonou por conta dos meus pecados‖)
Pode ainda evitar discutir este tópico por conta do medo de impor suas próprias crenças aos
paciente e seus familiares
Mas são os pacientes e familiares quem determinam se, quando, aonde e com quem eles irão
compartilhar suas preocupações espirituais.
ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO
Sugestões para o médico frente a questões de ordem religiosa
Mais grave: dissolução do sentimento de ser um indivíduo, uma pessoa diferente das demais
Sentimento de dignidade está associado a ser visto – autopercepção - como a pessoa que sempre foi
e não apenas como mais um portador de uma doença grave
Características de uma boa morte, segundo os próprios pacientes
Características % Características %
Adaptado de ―Steinhauser et al. Factors Considered Important at the End of Life by Patients, Family, Physicians, and Other Care Providers. JAMA, 284 (2000), 2476–82‘
Contraste entre a morte desejada e a realidade
Morrer em casa 70 15
Adaptado de ―Steinhauser et al. Factors Considered Important at the End of Life by Patients, Family, Physicians, and Other Care Providers. JAMA, 284 (2000), 2476–82‖
Características que são consideradas importantes para o fim da vida por mais de 70% dos
pacientes e por menos de 70% dos médicos
Adaptado de ―Steinhauser et al. Factors Considered Important at the End of Life by Patients, Family, Physicians, and Other Care Providers. JAMA, 284 (2000), 2476–
82‖
ABORDAGEM AO PACIENTE COM DOENÇA TERMINAL
Falta de expertise
Falta de tempo
Pacientes carentes de sentimentos de valor próprio, sentido ou propósito podem se sentir um fardo para os
Seres humanos tem valor intrínseco (i.e. dignidade) porque são agente racionais, capazes de tomar decisões, estabelecer metas e guiar
sua própria conduta pela razão
Dignidade no sentido kantiano é objetiva, intrínseca a cada ser humano, não podendo ser ganha, perdida ou fracionada.
Dignidade de mérito
Atribuída por conta da posição ou do papel que uma pessoa ocupa na sociedade
Elementos centrais: integridade pessoal, sentimento de self, sentimento de inclusão, e capacidade de fazer sentido da sua existência, da
Pode ser violada por ações físicas ou por agressões psicológicas e emocionais.
Harvey Chochinov
A noção de dignidade pode ser influenciada por fatores como a natureza da doença, religião e cultura.
Modelo de Dignidade e de Intervenções: Promovendo Dignidade para Pacientes nas Proximidades da Morte
Sente-se confortável? O que mais pode ser feito para você se sentir
Sofrimento físico Manejo efetivos dos sintomas com reavaliações frequentes
confortável
Sofrimento psicológico Como você está lidando com o que está acontecendo com você? Atitude de apoio, escuta empática e/ou encaminhamento à psicoterapia
Incerteza médica Tem algo a mais sobre sua doença que você gostaria de perguntar? Fornecer informações precisas e compreensíveis, a pedido
Tem alguma coisa sobre os estágios avançados da sua doença que você
Ansiedade da morte Fornecer informações precisas e compreensíveis, a pedido
gostaria de discutir?
Independência A doença o deixou mais dependente de outras pessoas? Estimular participação em decisões, médicas ou não
Acuidade cognitiva Tem sentido dificuldades para pensar? Tratar delirium. Evitar sedativos, quando possível
Capacidade funcional O que você consegue fazer por conta própria? Recurso a próteses, fisioterapia e terapia ocupacional
Adaptado de ―Chochinov. Dignity-Conserving Care—A New Model for Palliative Care: Helping the Patient Feel Valued. JAMA 2002;287(17):2253-60‖
Modelo de Dignidade e de Intervenções Promovendo Dignidade para Pacientes nas Proximidades da Morte
Entre as coisas que você fazia antes da doença, quais eram as mais Ver o paciente como digno de honra, respeito e estima. Tomar conhecimento e
Preservação dos papéis
importantes para você? manifestar interesse pelas coisas que ele mais valoriza
Preservação da auto-estima De que coisas em você ou na sua vida você em mais orgulho?
Preservação da esperança O que você acha que ainda é possível para você? Encorajar o paciente a participar de atividades que tenham um propósito
Autonomia O quanto você se sente em controle? Estimular participação do paciente em decisões, médicas ou não
Generatividade/legado Como é que você quer ser lembrado? Estimular projetos de vida. Terapia da dignidade
Aceitação O quanto você está em paz com o que está acontecendo com você? Estimular atividades que aumentem bem-estar do paciente: exercício leve,
meditação, ouvir música, preces, etc
Resiliência O que em você é mais forte neste momento?
Vivendo o momento Quais são as coisas que tiram a doença da sua mente e o confortam?
Estimular o paciente a manter sua rotina normal ou a buscar distrações (e.g.
exercício leve, licenças médicas, ouvir música)
Mantendo a normalidade Quais são as coisas que você gosta de fazer regularmente?
Adaptado de ‗Chochinov. Dignity-Conserving Care—A New Model for Palliative Care: Helping the Patient Feel Valued. JAMA 2002;287(17):2253-60‘
Modelo de Dignidade e de Intervenções Promovendo Dignidade para Pacientes nas Proximidades da Morte
Há alguma coisa no modo como você é tratado que compromete seu Trate o paciente como digno de honra, respeito e estima. Adote uma
O tom dos cuidados
senso de dignidade? postura empática, encorajadora e não crítica que transmita esta atitude
Você tem medo de virar um fardo para os outros? Para quem? De que Encorajar discussão aberta sobre o tema com aqueles que se teme
Fardo para terceiros
modo? sobrecarregar
Qual é sua maior preocupação quanto as pessoas que você está Encorajar o planejamento de diretrizes médicas, herança, cuidados
O ―Depois‖
deixando? funerários, etc
Adaptado de ‗Chochinov. Dignity-Conserving Care—A New Model for Palliative Care: Helping the Patient Feel Valued. JAMA 2002;287(17):2253-60‘
TRATAMENTO PRESERVADOR DA DIGNIDADE (CHOCHINOV, 2007)
Atitude
Behavior (comportamento)
Compaixão
Diálogo
Estado mental persistente de inclinação para reagir a uma determinada classe de objetos (ou pessoas), não
pelo que eles são, mas de acordo com o que se concebe que eles sejam‖
No mínimo, os profissionais de saúde devem fazer a si mesmos algumas perguntas básicas, destinadas a
ajudá-los a entender como suas próprias atitudes e suposições podem influenciar a forma como eles lidam com os
pacientes
"o que eles acreditam sobre os pacientes e seu potencial pode afetar a estes profundamente‖. ―
Louhivuori & Hakama. Risk of suicide among cancer patients. Am J Epidemiol 1982;109:59-65.
2. Pessoas que são tratadas como se elas já não importassem irão agir e se sentir como se de fato não tivessem mais
importância.
3. Os pacientes olham para os profissionais de saúde como se eles fosses um espelho, procurando neles uma imagem positiva de
4. Os profissionais de saúde precisam estar cientes de que suas atitudes e premissas irão moldar essas imagens muito
importantes.
I. ATITUDE: PERGUNTAS A SEREM FEITAS A SI MESMO
4. Estou consciente de como a minha atitude para com o paciente pode estar afetando a ele?
5. Poderia minha atitude para com o paciente estar baseada em algo que tem a ver com
minhas próprias experiências, ansiedades e medos?
1. Fazer um esforço consciente para tornar estas perguntas uma parte de sua reflexão
2. Discutir a questão das atitudes e pressupostos dos profissionais de saúde, e como elas
influenciam o cuidar de pacientes, como uma parte regular da abordagem dos casos e
do ensino clínico.
I. ATITUDE: AÇÕES RECOMENDADAS
Uma vez que os profissionais de saúde estejam conscientes de que eles desempenham um
Pequenos atos de gentileza podem conferir um tom pessoal aos cuidados sem
comprometer tempo excessivo do trabalho clínico.
Trazer um copo de água para o paciente, ajudar lhe com os seus chinelos, pegar seus óculos ou
aparelho auditivo, ajeitar o seu travesseiro ou seus lençóis, comentar uma foto, cartão de
cumprimentos ou flores recebidos
II. COMPORTAMENTOS
II. COMPORTAMENTOS
digno de atenção.
São particularmente importante no atendimento aos pacientes com doenças avançadas, não
só por causa da ameaça de aniquilamento físico trazido pela doença, quanto pelo atentado
Estes comportamentos podem ajudar o paciente a se sentir menos como um espécimen a ser cutucado e picado à
vontade do médico e mais como uma pessoa que pode renunciar à sua própria privacidade sob condições
mutuamente combinadas.
Este nível de profissionalismo e de conexão podem contribuir para que os pacientes sejam mais abertos na
divulgação de suas informações pessoais, dados estes que muitas vezes tem influência sobre os cuidados em curso
II. COMPORTAMENTOS:
1. DISPOSIÇÃO
A falta de opções curativas não deve servir como pretexto para racionalizar ou
justificar a falta de contato regular com o paciente
II. COMPORTAMENTOS: 2. EXAME CLÍNICO
2. Sempre pedir permissão do paciente para incluir estudantes ou estagiários no exame clínico
3. Embora um exame possa ser parte dos cuidados de rotina, raramente é rotina para o paciente.
Dedique, na medida do possível, algum tempo para deixar o paciente à vontade e para manifestar
seu reconhecimento por aquilo que ela/ele está prestes a enfrentar:
"Eu sei que isso pode se sentir um pouco desconfortável―; "Eu sinto muito que nós tenhamos que fazer isso com você―; "Eu sei que
isto é um inconveniente―; ―Isso só deve doer por um momento― ―Avise me se você sentir que precisamos parar por qualquer motivo
―; "Esta parte do exame é necessário porque ... ―
4. Evite conversar com o paciente durante um exame até que esteja adequadamente vestido ou coberto
II. COMPORTAMENTOS:
3. FACILITAÇÃO DA COMUNICAÇÃO
1. Atuar de forma a mostrar ao paciente que ele ou ela tem a sua atenção total e completa
2. Sempre convidar o paciente a ter alguém da sua rede de apoio presente, especialmente quando você
privacidade do paciente
4. Ao falar com o paciente, tente sentar-se a uma distância confortável para conversar, ao nível dos olhos
8. Sempre pergunte se o paciente tem alguma dúvida e assegure lhe que haverá
outras oportunidades para fazer perguntas que possam surgir
III. COMPAIXÃO
Compaixão refere-se a uma consciência profunda do sofrimento do outro, associada ao desejo de aliviá-lo.
Como a empatia – compreensão e identificação com a situação, os sentimentos e as motivações do outro -, a compaixão
é algo da esfera dos sentimentos, que não pode ser atingida exclusivamente pela via intelectual.
Para alguns, a compaixão é parte de uma disposição natural que intuitivamente perpassa o atendimento ao paciente.
Para outros, a compaixão surge gradualmente, através das experiências de vida, da prática clínica e da percepção de que, como
Compaixão também pode ser cultivada através da exposição às ciências humanas e à arte:
Literatura, filosofia, ética, história, religião, antropologia, psicologia, sociologia, literatura, teatro,
As ciências humanas e a arte podem oferecer insights sobre a condição humana e sobre o sentimento
Ler contos e romances e assistir filmes e peças de teatro que retratem o caráter trágico da condição humana
Autores: Anton Tchekhov (1860-1904), Mikhail Bulgakov (1891-1940), William Carlos Williams (1883 –1963), Pedro Nava (1903-1984),
Richard Selzer (1928), Oliver Sacks (1933), Moacyr Scliar (1937-2011), Samuel Shem (1944).
Filmes: Ikiru (1952, Akira Kurosawa), O Homem Elefante (1980, David Lynch), O Escafandro e a Borboleta (2007, Julian Schnabel),
Experimentar algum grau de identificação com aqueles que estão sofrendo ou doentes
Koopman, E. M. E., & Hakemulder, F. (2015). Effects of literature on empathy and self-reflection: A theoretical-
empirical framework. Journal of Literary Theory, 9(1), 79-111.
III. COMPAIXÃO
Maneiras simples de mostrar compaixão
Olhar de compreensão
Toque suave no ombro, braço ou mão (atenção aos limites: e.g. abraço pode ser excessivo)
Alguma forma de comunicação, verbal ou não, que reconheça que existe ali uma pessoa e não apenas
uma doença.
IV. DIÁLOGO
"É natural que você se sinta muito assustado em momentos como este―
"Quais são as coisas neste momento da sua vida que são mais importantes para você ou que te preocupam mais?"
"Quem mais será afetado pelo que está acontecendo com a sua saúde?"
"Quem deveria estar aqui para ajudar a apoiá-lo?" (amigos, família, rede de apoio espiritual ou religiosa, etc.)
"Quem mais poderia participar neste momento para ajudar e apoiá-lo nesse momento difícil?" (serviços sociais; grupo de
apoio; sacerdotes; especialistas, etc)
IV. DIÁLOGO
Abordagens psicoterapêuticas
• Terapia da Dignidade
• Revisão/reminiscência da vida
2. Há coisas específicas que você gostaria que sua família soubesse sobre você, e há coisas
específicas que você gostaria que ela lembrasse?
3. Quais são os papéis mais importantes que você desempenhou na vida (papéis familiares,
vocacionais, de serviço comunitário, etc.)? Por que eles eram tão importantes para você, e o
que você acha que realizou nesses papéis?
4. Quais são suas realizações mais importantes e de que você se sente mais orgulhoso?
QUESTÕES PARA TERAPIA DA DIGNIDADE
5. Há coisas particulares que você ainda sente necessidade de ser dito aos seus entes queridos ou coisas
que você gostaria de tomar o tempo para dizer mais uma vez?
7. O que você aprendeu sobre a vida que você gostaria de transmitir aos outros? Que conselhos ou
palavras de orientação você gostaria de transmitir ao seu (filho, filha, marido, esposa, pais, outros [s])?
8. Existem palavras ou talvez até instruções que você gostaria de oferecer à sua família para ajudar a
9. Ao criar esse registro permanente, existem outras coisas que você gostaria de incluir?
TERAPIA DA DIGNIDADE
As sessões terapêuticas têm duração entre 30 e 60 minutos
As sessões de terapia são transcritas e editadas para formar uma narrativa fluente com
final apropriado
Fatores sociais contribuem para a própria definição de uma morte digna e, conseqüentemente, as
percepções de dignidade podem variar entre grupos etários, sociais e culturais
As instituições sociais afetam a dignidade do paciente. Muitas vezes, mas muitas vezes mesmo, a
indignidade têm origem no próprio sistema de saúde
A eutanásia não deve ser considerada como uma alternativa preferencial à falta de dignidade.
Que um paciente desesperançado, com dor crônica, isolado ou se sentindo um fardo considere
morrer a única alternativa para recuperar sua dignidade é cruel e indigno. É ―resolver o problema
eliminando a vítima‖.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ADICIONAIS
Nicholas Christakis
― ... Se nós somos realmente sérios a respeito da dignidade, precisamos rever a forma como
...Não apenas por causa dos pacientes, mas também por causa dos próprios médicos...
...Pois é indigno para o médico, e para a nossa sociedade, fornecer cuidados indignos‖.
REFERÊNCIAS
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valued." JAMA 287.17 (2002): 2253-2260.
Chochinov, HM. "Dignity and the essence of medicine: the A, B, C, and D of dignity conserving care." BMJ 15
(2007): 184–187.
Chochinov, HM, et al. "Effect of dignity therapy on distress and end-of-life experience in terminally ill
patients: a randomised controlled trial." The Lancet Oncology 12.8 (2011): 753-762.
Christakis, N. "The social origins of dignity in medical care at the end of life." Perspectives on Human Dignity:
A Conversation. Springer Netherlands, 2007. 199-207.
Lo, B, et al. "Discussing religious and spiritual issues at the end of life: a practical guide for
physicians." JAMA 287.6 (2002): 749-754.
Steinhauser, KE, et al. "Factors considered important at the end of life by patients, family, physicians, and
other care providers." JAMA 284.19 (2000): 2476-2482.
Tadd, W, Linus V, & Chris G. "Clarifying the concept of human dignity in the care of the elderly: a dialogue
between empirical and philosophical approaches." Ethical Perspectives 17.1 (2010): 253-81.