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A Criança Interior – Espiritismo

EEVAA 2018

"Jesus, chamando a si um menino, o colocou no meio deles e respondeu: Digo-vos, em


verdade, que, se não vos converterdes e tornardes quais crianças, não entrareis no
reino dos céus." (O Evangelho Segundo o Espiritismo - capítulo VII - item 3)

Na formação do homem novo, temos de fazer renascer a criança que deixamos no


tempo... Escutar seus sentimentos. Todos temos uma "criança interior", um estado
natural de pureza que as vivências milenares no egoísmo soterraram sob os escombros
dos desatinos morais.
(Escutando Sentimentos - Wanderley S. De Oliveira/ Ermance Dufaux)

A busca da realização pessoal deve iniciar-se na auto superação mediante vigorosa


autoanálise das necessidades reais (...) Para o cometimento, são necessárias as
progressivas regressões aos diferentes períodos vividos da juventude e da infância,
até mesmo à fase de recém-nascido, quando o Self verdadeiro foi substituído
pelo ego artificial e dominador. Foi nessa fase que a inocência infantil foi substituída
pelo sentimento de culpa, em razão da natural imposição dos pais, no lar, e, por
extensão dos adultos em geral em toda parte. Mais tarde, identificando-se errada, em
razão de não haver conseguido modificar os pais, nem vencer a teimosia dos adultos,
mascara-se de feliz, de virtuosa, perdendo a integridade interior, a pureza, aprendendo
a parecer o que a todos agrada ao invés de ser aquilo que realmente é no seu mundo
interior.
(Amor Imbatível Amor – Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis)

Eis que é necessário liberar esses conflitos perturbadores, reprimidos, para que a
criança inocente, pura, no sentido psicológico, bem se depreende, volte a viver
integralmente. Inicia-se, então, o maravilhoso processo de terapia para a busca da
realização. Esse direcionamento se orienta para a criatividade, através da qual se
expresse um tipo de sentimento mas vivendo-o noutra situação.
(Amor Imbatível Amor – Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis)
A criança mal amada, que padece violências físicas e psicológicas, vê o mundo e as
pessoas através de uma óptica distorcida. As suas imagens estão focadas de maneira
incorreta e, como consequência, causam-lhe pavor. Ademais, os comportamentos
agressivos daqueles que lhe partilharam a convivência, atemorizando-a mediante
ameaças de punições com seres perversos, animais e castigos de qualquer
natureza, fazem-na fugir para lugares e situações vexatórios, nos quais o recolhimento
não oferece qualquer mecanismo de defesa, deixando-a abandonada. Essa sensação
a acompanhará por largo período, senão por toda a existência perturbando lhe a
conduta insegura e assinalada por culpas sem sentido, que a levarão a permanente
desconsideração por si mesma, pela ausência de autoestima, por incessantes
arrependimentos. (...) tais sentimentos contribuem para a análise do problema da
sobrevivência, que é o mais importante, ainda não solucionado no inconsciente.
(Amor Imbatível Amor – Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis)

As marcas da infância seguirão até a idade adulta, definindo a maneira da pessoa


viver. Tornam-se feridas, quando de natureza perturbadora, que mesmo ao serem
cicatrizadas, deixam sinais que somente uma terapia muito cuidadosa consegue anular.
Toda vez, portanto, que alguém sinta incompletude, seja visitado pelos sentimentos
inquietadores da insegurança, do medo, da raiva e da inveja injustificáveis, exceção
feita aos estados patológicos profundos, as feridas da infância estão ainda abertas
ou reabrindo-se, e necessitando com urgência de cicatrização.
(Amor Imbatível Amor – Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis)

A criança insegura, que permanece no subconsciente do ser adulto, dele faz um


infeliz, porque o impele a comportamentos ambivalentes, instáveis, ilógicos. No
íntimo ele teme, e exterioriza agressividade; sente necessidade de carinho, e
desvela raiva, ódio; precisa de apoio, de amparo, no entanto foge, isola-se... Sofre
carência de afetividade, disfarçando-a mediante bem urdida crueldade; busca
compreensão, mas prossegue agindo com inclemência.
(Autodescobrimento uma Busca Interior – Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis)

É indispensável que se faça uma revisão desses conteúdos psicológicos,


enfrentando com amor a própria infância não superada, a fim de diluir as fixações,
mediante afirmações novas e visualizações afáveis, amorosas, que se sobreponham
às de natureza perturbadora, crescendo, a pouco e pouco, na emoção, até atingir
o amadurecimento que lhe corresponda à idade real. Repartindo o sentimento latente
de amor, o adulto psicológico recebe amor, e a criança íntima, acalmada, cede lugar
ao ser desenvolvido, equilibrado, portanto saudável.
(Autodescobrimento uma Busca Interior – Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis)

De geração em geração, a criança que se sentia desprezada, desenvolveu esses


sentimentos perversos, perturbando o desenvolvimento da consciência e a consequente
conquista de si mesmo. Em qualquer atividade, competitiva ou não, o inconsciente
desatrela a insegurança infantil, ali adormecida, e surgem os conflitos, a infelicidade, a
des confiança desastrosa. É imprescindível, portanto, que o paciente entre em
contato com esse período e o seu conflito, que o libere, desse modo superando o
estado depressivo.
(O Ser Consciente – Divaldo Pereira Franco/ Joanna de Ângelis)

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