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02/08/2016
PROCESSO
Durante todo esse processo pode ocorrer intercorrências, como a decretação de uma
prisão cautelar ou medida diversa da prisão.
Quando o Inquérito Policial é relatado, nos casos em que o crime for de Ação Penal
Pública ele é levado ao Ministério Público que terá três alternativas (Denunciar, Pedir
Diligências ou Pedir o Arquivamento).
Uma vez recebida a denuncia, o Juiz manda citar o Réu, que deverá apresentar sua
primeira defesa no processo. A resposta à acusação possui algumas peculiaridades, uma vez
que na prática ela não deve trazer todos os argumentos de defesa.
A referida peça deve conter apenas teses que podem levar a absolvição sumária do
réu, nulidades e o requerimento de provas, em especial a testemunhal.
Neste sentido, são argumentos da resposta: o fato ser atípico, existirem causas
excludentes de ilicitude ou causas extintivas da punibilidade, princípio da insignificância, erro
de tipo, erro de proibição, eventuais discriminantes putativas, escusas absolutórias, etc.
Incidentes
Pode ser que durante o andamento do processo ocorra alguns incidentes, como por
exemplo, incidente de falsidade, incidente de falso testemunho, incidente de restituição de
coisas apreendidas, incidentes assecuratórios (arresto, sequestro, hipoteca legal), incidente de
insanidade mental, etc. que serão melhor discutidos posteriormente.
RESPOSTA A ACUSAÇÃO
Tudo que puder ser alegado como nulidade e que possa absolver o cliente de forma
definitiva deve ser colocada na resposta à acusação, as outras matérias devem ser utilizadas
somente por ocasião das alegações finais.
O único problema que devemos estar atentos diz respeito as nulidades relativas, pois
se elas não forem arguidas no momento oportuno, elas se convalidam e há preclusão do
direito de argui-la.
Normalmente esse pedido é realizado de forma genérica, mas quando houver algum
pedido relevante é bom que ele seja especificado , por exemplo, a juntada de uma mídia e/ou
de mensagens em redes sociais, que seja nomeado um perito assistente ou que seja expedido
algum ofício.
09/08/2016
A Resposta à Acusação encontra seu fundamento legal nos Arts. 396 e 396-A do CPP.
PRELIMINARES
Interesse de Agir: refere-se ao fato de que a Ação penal tem como finalidade assegurar
o jus puniendi do Estado, neste sentido, se o crime estiver prescrito, houver decadência do
direito de representar ou de propor a queixa crime, ou ainda no caso de estar presente uma
excludente que isente o acusado de pena, faltará interesse de agir.
o Nulidades
Devemos alegar as nulidades ditas relativas, ocorridas desde o inquérito policial até a
peça acusatória, sob pena de preclusão.
o Exceções
O §1° do Art. 396-A do CPP, normatiza que as exceções sejam manejadas em uma
petição autônoma, vejamos:
Neste sentido, poderão ser opostas, segundo previsão do Art. 95 do CPP: suspeição;
incompetência e juízo; litispendência; ilegitimidade de parte; e coisa julgada.
Com esta normatização surgiram duas correntes, uma mais clássica que defende a
necessidade de se manejar a exceção em peça autônoma conforme o dispositivo legal e outra,
cuja OAB compactua, que as exceções podem ser alegadas em sede de preliminares da
Resposta à Acusação.
Na prática, para não corrermos o risco é melhor arguirmos as exceções em uma peça
apartada, no entanto, se cair no exame da Ordem ela poderá ser realizada em sede preliminar
da Resposta à Acusação.
MÉRITO
Existem autores que defendem que a prescrição e decadência, devem ser alegadas em
sede preliminar, o que na pratica não muda muita coisa, pois o resultado seria o mesmo.
Temos que nos ater ao fato que a Resposta à Acusação tem como viés discutir a
extinção do processo e absolvição sumária do Réu.
PRODUÇÃO DE PROVAS
23/08/2016
INCIDENTES
Por óbvio este incidente depende de conhecimentos técnicos que possam definir o
grau de discernimento do indivíduo no momento da prática delituosa e é com base neste
laudo que o Juiz se orienta.
Tal disposição não significa dizer que o indivíduo ficará por todo esse tempo sob
Medida de Segurança, uma vez que ele passará periodicamente por exames e quando se
comprovar que a periculosidade cessou ele será colocado em liberdade.
No entanto, em algumas situações pode ser difícil obter um laudo favorável, assim é
melhor que o indivíduo seja condenado e pegando a pena mínima talvez ela seja convertida
em restritiva de direitos, do que sofrer uma Medida de Segurança e correr o risco de ficar
preso por um período até o máximo cominado ao crime praticado.
Ainda nas hipóteses em que o crime for praticado com violência ou grave ameaça, em
que não é possível a sua conversão em penas restritivas de direito, pode ser que o acusado
pegue uma pena de até 4 anos e já inicie o cumprimento em regime aberto ou semi-aberto,
podendo ainda se beneficiar com a progressão de regime e os demais benefícios. Por outro
lado se ele for considerado insano, dependerá de um laudo para conseguir sair.
Não é incomum que os clientes peçam para que o advogado solicite ao Juiz o incidente
de insanidade mental, no entanto, o deferimento ou não do exame é faculdade do Juiz,
portanto, se o indivíduo possui realmente uma patologia de ordem mental, recomenda-se que
a família traga os documentos que comprovam o acompanhamento clínico para fundamentar
o pedido do Incidente de Insanidade Mental.
Assim, em prol daqueles que são submetidos a tais medidas existe apenas a Súmula
527 do STJ que acaba por vetar a possibilidade de prisões perpétuas, mascaradas por
Medidas de Seguranças.
No entanto, na grande maioria das vezes o laudo retorna com a conclusão de que o
indivíduo é dependente, no entanto, plenamente imputável.
Em outras palavras, a jurisprudência não entende que pelo simples fato de ser
dependente o sujeito torna-se inimputável (não é automático), entendimento estes que
compactuamos uma vez que a grande maioria dos dependentes químicos são realmente
plenamente imputáveis.
Nestes casos o advogado, por petição simples ou mesmo como um item na Resposta à
Acusação, requer o incidente, ou o próprio Ministério Público atuando como custus legis
requer a instauração do incidente conforme dispõe o Art. 564, III, “d” do CPP e o Juiz decide
acerca do deferimento ou não do pedido.
30/08/2016
Existem dois tipos de falsidade, a material e a ideológica. A perícia somente pode ser
realizada nos casos de falsidade material, uma vez que a ideológica o documento é verdadeiro
a ideia nele inserida é que é falsa, impossibilitando a constatação por perícia.
Tal incidente é importante, pois se o Juiz extinguir um processo tomando como base
em um atestado de óbito falso do Réu, dificilmente conseguirá reabrir o processo novamente,
uma vez que não se admite Revisão Criminal pro societate.
O Advogado se juntar aos autos um documento falso, caso o Juiz perceba que há
conluio com o cliente, além da coautoria no crime de falso há possibilidade de sofrer uma
sanção por litigância de má fé. Pois ainda que o Código de Processo Penal não preveja esta
possibilidade, o processo é único e a boa fé deve ser observada em todos os procedimentos,
assim por analogia pode-se aplica a previsão do Código de Processo Civil.
Uma vez verificada a falsidade, a depender da gravidade do crime, o Juiz pode pensar
na possibilidade de se decretar preventiva, além do indivíduo responder pelo crime de falso.
Por óbvio há objetos que pela sua própria natureza não podem ser restituídos. Nesse
sentido, armas com numeração raspada, produtos falsificados, veículos utilizados no tráfico de
drogas, contrabando ou descaminho, não são restituídos e os dois primeiros são destruídos e o
terceiro é revertido em favor do Estado.
Por esta razão, o legislador tem que buscar medidas que se não trazem o resultado de
pronto da demanda, pelo menos podem garantir até o final desta, que a parte lesada possa
receber a prestação jurisdicional na sua plenitude, pois, senão, caso fosse impossível se
acautelar um direito, a realização da justiça seria como nos dizeres de Calamandrei, “um
remédio longamente elaborado para um doente já morto”.
A razão de ser possível a sua proposição antes de começada a ação, se deve ao risco de
que durante o procedimento investigativo, o investigado se desfaça de seus bens tornando
difícil a reparação do dano.
a. Sequestro
Em regra como o sequestro é requerido pelo membro do Ministério Público, uma vez
que se trata de uma política de Estado no combate a criminalidade.
Somente o juiz penal é que possui competência para determinar o sequestro. Mas
para saber qual o juiz penal o competente, deve-se observar algumas regras. A primeira é a de
que se os autos do inquérito já foram distribuídos, a competência será o juiz da ação. Se os
autos da peça investigativa ainda não foram distribuídos, a competência será do juiz penal da
comarca. Existindo mais de um juiz criminal na comarca, a competência será definida por
sorteio realizado no Cartório do Distribuidor.
b. Arresto
A terminologia empregada pelo CPP, no Art. 137, vêm há muitos anos sendo criticada
pela grande maioria da doutrina brasileira. Dizemos isto, em razão da imprecisão técnica com
que é utilizado o termo “sequestro” neste dispositivo. Na verdade, o correto seria o emprego
do termo “arresto” ao invés de “sequestro”, por causa da finalidade a que se presta a medida,
que pelas suas definições são bem distintas.
Os elementos diferenciais estão na cautela, que diz respeito à utilidade final da relação
de direito (no arresto) enquanto concerne ao próprio objeto (no sequestro). O sequestro
supõe a litigiosidade da coisa, enquanto no arresto existe certeza sobre a titularidade dominial
do objeto. Por fim, não existe arresto de pessoa, enquanto se admite o sequestro pessoal,
como na posse provisória de filhos.
O arresto poderá será interposto em qualquer fase do processo, pois pode servir de
preparação para a especialização da hipoteca legal.
Dois requisitos deverão ser satisfeitos para poder se interpor o arresto: a) a prova da
materialidade do delito; b) a existência de indícios suficientes de autoria.
Note-se que esta medida, aplicar-se-á, apenas a bens imóveis, vez que é preparatória
para a especialização da hipoteca legal.
Acerta do Arresto definitivo, é necessário que não haja bens imóveis ou sejam eles
insuficientes para garantir a responsabilidade do acusado ou de seu responsável, para que os
bens móveis possam ser arrestados.
Se os bens móveis arrestados, nos termos do Art. 137, forem fungíveis e facilmente
deterioráveis, estes deverão ser avaliados e levados à leilão público, devendo ser o dinheiro
apurado, depositado ou entregue a terceiro idôneo, que assinará termo de responsabilidade
(art. 137, § 1° c/c art. 120, § 5° do CPP).
São fungíveis os bens móveis que podem ser substituídos por outros do mesmo
gênero, qualidade e quantidade.
Se os bens móveis arrestados gerarem rendas, caberá ao juiz arbitrar uma importância
proveniente destes rendimentos, a ser entregue à vítima para a sua manutenção e a de sua
família.
c. Hipoteca Legal
Hipoteca é o direito real de garantia em virtude do qual um bem imóvel, que continua
em poder do devedor, assegura ao credor, precipuamente, o pagamento da dívida.
A hipoteca legal é aquela instituída pela lei, como medida cautelar, favorável a certas
pessoas, com o fim de garantir determinadas obrigações.
Ainda, a respeito da hipoteca legal, a que se falar sobre a crítica de Camara Leal, à
redação do Art. 134 do Código de Processo Penal, quando diz que o ofendido poderá
requerer a hipoteca legal. Não é a hipoteca que a vítima poderá requerer, mas sim, a sua
especialização, pois a hipoteca é decorrente da lei, e dá direitos ao agredido, a partir da data
do cometimento do crime.
Mirabete alerta, entretanto, que alguns tribunais do país vêm entendo que a
especialização da hipoteca poderia ocorrer antes do início da ação penal, posicionamento este,
que data vênia, discordamos, pois a redação do artigo supracitado, é bem clara em dizer que a
especialização da hipoteca poderá ser requerida em qualquer fase do processo.
Se a especialização da hipoteca legal for requerida no juízo cível, obviamente será este
o competente para decidi-la. Como estamos falando sobre uma medida assecuratória penal, a
competência neste caso, será da autoridade judiciária que estiver presidindo a ação penal.
O pedido de especialização da hipoteca legal pode ser formulado pelo ofendido (Art.
134 do CPP), pela parte (Art. 135 do CPP), pelo representante legal da vítima ou seus
herdeiros e pelo Ministério Público, quando o ofendido for pobre e a ele requeira, ou se
houver interesse da fazenda pública (municipal, estadual ou federal).
A hipoteca legal será levantada ou cancelada, se o réu for absolvido por sentença
transitada em julgado ou estiver extinta a sua punibilidade.
O Código de Processo Penal, no § 6° do Art. 135, permite que a hipoteca legal seja
impedida através de caução, prestada pelo réu. A caução poderá ser realizada em dinheiro ou
títulos da dívida pública, a serem cotados na bolsa, no dia em que for procedida.
A grande discussão a respeito da caução gira em torno desta ser mera faculdade do
juiz ou direito subjetivo do réu.
Considerações Finais
O dever de reparar o dano deriva da condenação pelo ilícito penal, conforme previsão
no inciso I do Art. 91 do CP.
Neste sentido, o Juiz Criminal pode realizar uma estimativa dos danos causados e uma
vez a decisão transitando em julgado ela serve como Título Executivo Judicial que, se líquida,
pode ser executada imediatamente sem necessidade de se ingressar com um processo cível.
Insta salientar que com a criação da defensoria pública o Ministério Público deixou de
ser legitimado para propor a Ação Civil Ex Delicto. Assim, somente advogados autônomos que
representem a vítima (Assistentes da Acusação) ou a defensoria pública que são legitimados
para propositura da referida Ação.
Sabendo disso, nós enquanto advogados não precisamos aguardar o resultado final da
Ação Penal para demandar o Réu no Cível. É possível impetrarmos a Ação Cível
concomitantemente com a Ação Penal e, para garantir o ressarcimento requeremos as
medidas assecuratórias.
06/09/2016
Ofertada a Ação Penal o Juiz poderá rejeita-la ou recebe-la e citar o Réu para
apresentar Resposta a Acusação.
O dispositivo acima foi modificado pela Lei 11.719/08 e com as modificações houve
uma concentração dos atos processuais que anteriormente eram fragmentados. Assim, o que
antes se realizava em atos separados e fazia com que a Ação Penal perdurasse por anos,
atualmente é realizado tudo em uma única audiência.
Etapas da Audiência:
O Código de Processo Penal autoriza que se a vítima quiser por sentir-se atemorizada,
poderá prestar suas declarações sem a presença do Réu. Neste sentido, tanto a vítima como as
testemunhas de acusação poderão narrar os fatos e até mesmo realizar o reconhecimento do
Réu sem que ele esteja presente pessoalmente, conforme prevê o inciso III do Art. 226 do
CPP.
O Advogado deve ter cautela em perquirir a vítima, primeiro para não vitimizá-la
novamente e segundo para não favorecer ainda mais para formar o convencimento do Juiz no
sentido da existência de materialidade e autoria do crime.
São arroladas pelo Ministério Público ou pelo Querelante por ocasião do oferecimento
da peça acusatória.
Antes da testemunha ser ouvida, poderá ocorrer a CONTRADITA e, neste caso, o Juiz
decidirá sobre ouvi-la como testemunha do juízo, como informante ou dispensa-la.
Normalmente o Juiz sempre ouve, ainda que como informante, por conta do Principio da
busca pela Verdade Real.
o Acareações
o Interrogatório do Réu
A Lei de Drogas determina que o primeiro ato da audiência deve ser o Interrogatório
do Réu e, há Juízes que entendem que ela deve ser respeitada, por ser uma Lei Especial
possuindo hierarquia sobre a Lei Geral (CPP), por outro lado há Juízes que entendem que como
a previsão no CPP é mais benéfica que a da Lei, deve-se manter o disposto no Código e o
interrogatório do Réu ser o último ato da audiência, antes apenas dos debates orais.
O interrogatório é composto por duas partes, uma primeira que diz respeito a
informações pessoais do Réu e uma segunda parte que diz respeito aos fatos.
A maioria dos Juízes acabam convertendo os Debates Orais em Memoriais, mas como
já alertamos acima, o advogado deve sempre ir preparado pois alguns Juízes não convertem.
o Prolação da Sentença
03/10/2016
A regra é que os debates sejam orais (Art. 403, caput, CPP), mas se o Juiz achar
conveniente ele pode converter em memoriais (Art. 403, §3°, CPP).
Defesa Efetiva
Este é o momento para esgotar todas as teses de defesa, seja em sede de preliminares
ou de mérito e, neste último, inclui-se teses que não absolvem, mas beneficiam o Réu de
alguma forma (estas teses relacionam-se com dosagem de pena, afastamento de
qualificadoras, de causas de aumento de pena ou agravantes).
Isso porque na grande maioria das vezes não se consegue a absolvição do Réu, até
porque por ocasião da Sentença já se passou por vários filtros (Inquérito – Indiciamento;
Promotor – Oferecimento da Denúncia; Juiz – Recebimento da Denuncia / Possibilidade de
Absolvição Sumária), assim temos que ter cuidado com as teses que não absolvem, pois
podem gerar benefícios ao cliente.
Principais Teses
o Preliminares
Nulidades
Incompetência do Juízo
Não oferecimento do SURSIS
Inépcia da Inicial
o Ex. não individualização das condutas.
Exceções
Todos os argumentos do Art. 95 do CPP
A existência de algumas das causas dispostas nos incisos deste dispositivo gera a
nulidade do Processo.
Prescrição e Decadência
Interesse de Agir: refere-se ao fato de que a Ação penal tem como finalidade
assegurar o jus puniendi do Estado, neste sentido, se o crime estiver prescrito, houver
decadência do direito de representar ou de propor a queixa crime, ou ainda no caso de estar
presente uma excludente que isente o acusado de pena, faltará interesse de agir.
o Mérito
Teses Absolutórias
Fato Atípico
o Erro de Tipo (Art. 20, CP)
Escusável Isento de Pena (§1°)
Inescusável Responde pelo crime
culposo (§2°)
o Clausula excludente da tipicidade
Princípio da insignificância
Excludentes de Culpabilidade
o Erro de Proibição (Art. 21, CP)
o Coação Moral Irresistível (Art. 22, CP)
o Obediência Hierárquica (Art. 22, CP)
o Legitima Defesa Putativa
Atenuantes
o Nominadas (Art. 65, CP)
Confissão (Súmula 545, STJ)
o Inominadas (Art. 66, CP)
Primariedade
Atentar para o §3° do Art. 44 do CP, nos casos em que o indivíduo for reincidente,
vejamos:
Desclassificação do crime
Atacar:
o Qualificadoras
o Agravantes
o Causas de aumento de pena e
o Concurso de crimes material.
Às vezes, serve como tese de defesa algar crime continuado, visto que a pena cai
consideravelmente quando comparado ao concurso material.
Regime Prisional
É importante buscarmos reduzir ao máximo a pena fixada para que o cliente possa
iniciar o cumprimento em um regime prisional mais benéfico.
Pedidos
Todas as teses alegadas no Direito devem constar no pedido, não é por outro motivo
que os pedidos trabalham com a ideia de subsidiariedade.
Insta salientar que não podemos nos olvidar de pedir pelo Direito de Recorrer em
Liberdade, especialmente se o Réu estiver respondendo o processo livre. Nas hipóteses em
que ele estiver respondendo preso, ainda assim podemos pedir para que ele tenha o direito de
recorrer em liberdade pugnando-se pela expedição do Alvará de Soltura, tendo em vista não
estarem mais presentes os requisitos que autorizam a prisão preventiva.
25/10/2016
Além das nulidades que deverão ser alegadas em sede preliminares, temos que
trabalhar três teses importantes:
E requerer pelo:
PROBLEMA 01 – WALDOMIRO está sendo processado por manter arma ilegal no interior de
sua residência. Foi encontrada uma arma de fogo de fabricação caseira, denominada de “rabo
de cotia”, desmuniciada. Os policiais adentraram durante a noite na residência do réu, sem seu
consentimento, no intuito de averiguarem suposto delito de descaminho. Os policiais civis
apenas lograram êxito no encontro da referida arma. O acusado não foi preso em flagrante e
por ser primário responde o processo em liberdade. Foi aberto inquérito policial para melhor
apuração do fato, tomando o depoimento do acusado, dos policiais civis que realizaram a
apreensão e confeccionado o laudo pericial. A peça investigatória foi encaminhada para o MP.
Inclusive o laudo concluiu que a arma é apta a realizar disparos. O MP não ofereceu a
suspensão do processo, uma vez que o réu não possuía bons antecedentes (dois inquéritos por
lesões corporais graves em andamento). O magistrado não acatou a tese do defensor na
defesa inicial. Na audiência de instrução, debates e julgamento foram ouvidas as testemunhas
de acusação, que confirmaram a apreensão da arma desmuniciada. As testemunhas de defesa
apenas relatam os bons antecedentes socais do réu. No interrogatório o réu afirma que a arma
lhe pertencia, mas que nunca tinha a usado e seria de fabricação caseira, com a finalidade de
“matar pombinhas”, uma vez que sua residência fica na zona rural. O Magistrado, após o
interrogatório do réu, determina a conversão dos debates orais em memoriais. O MP postula
pela condenação do réu pelo crime descrito no Art. 12, da Lei 10.826/03. Apresente
memoriais da defesa.
Preliminares
o Inquérito em andamento não impede concessão de Sursis processual
o Inviolabilidade de domicílio – nulidade do processo
Mérito
o Erro de proibição
Dosimetria
o Primariedade – atenuante inominada do Art. 66 do CP.
o Confissão – atenuante do Art. 65, III, “d”, do CP e Súmula 545 do STJ.
o Substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos.
o Suspensão condicional da pena.
o Regime inicial aberto.
o Direito de recorrer em liberdade, já que assim respondeu ao processo.
PROBLEMA 02 – Carlos atropelou duas pessoas com seu veículo. No dia dos fatos, o Policial
que atendeu a ocorrência solicitou a presença da Polícia Técnica, a qual constatou em laudo
pericial que o indiciado estava em alta velocidade (aproximadamente 120 KM/HORA) no
momento do incidente. O veículo também foi periciado. O inquérito foi concluído e remetido
ao Ministério Público, o qual ofertou denúncia em face de Carlos por duplo homicídio doloso.
O promotor de justiça justificou a capitulação no dolo eventual. O magistrado do Tribunal do
Júri de Presidente Prudente, sem acatar a defesa inicial, recebeu a denúncia e determinou data
para audiência de instrução e julgamento. O defensor solicitou em sua defesa inicial a
presença do perito para esclarecimentos em audiência, o que foi negado pelo r. magistrado
sob o fundamento de que o laudo apresentado bastava para provar os fatos. Durante a
audiência, as testemunhas de acusação afirmaram que as vítimas trafegavam pela pista. As
testemunhas de defesa indicaram que o réu é pessoa cuidadosa, apresentando bons
antecedentes. No interrogatório o réu reafirma que tomou todos os cuidados devidos para
evitar o acidente e que até a presente data nunca foi multado por infração de trânsito. O r.
magistrado converte os debates orais em memoriais a pedido das partes. O Ministério Público
postula a pronúncia de Carlos com fundamento na velocidade incompatível com o local, o que
já demonstraria o dolo eventual do acusado. Você como defensor de Carlos apresente
memoriais na primeira fase do procedimento do Júri.
Preliminares
o Nulidade do processo a partir da decisão que indefere os esclarecimentos do
perito, tendo em vista o cerceamento à defesa – afronta ao princípio da
plenitude de defesa, princípio específico do Tribunal do Júri e aplicável a todo
o procedimento.
Mérito
o Absolvição (Art. 415, CPP)
Culpa exclusiva das vítimas – trafegavam na pista.
Imprevisibilidade do resultado danoso – exclusão do dolo e culpa.
Insuficiência de provas da materialidade – laudo por si só não poderia
formar convencimento do juiz, ressaltando-se sua contradição com os
demais elementos probatórios.
o Desclassificação para homicídio culposo (Art. 302 do CTB) – agente não agiu
dolosamente. Entretanto, entendendo por estar presente culpa, requer a
desclassificação.
o Direito de recorrer em liberdade – não estão presentes requisitos dos Arts.
312 e 313, CPP.
PROBLEMA SAMARCO
Das 22 pessoas denunciadas, apenas o engenheiro da VogBR Samuel Paes Loures não foi
acusado de homicídio com dolo eventual. Ele vai responder, juntamente com a VogBR, pelo crime
de apresentação de laudo ambiental falso. Os demais, além de homicídio, vão responder ainda por
crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e crimes ambientais. A Samarco, aVale e a BHP
Billiton são acusadas de nove crimes ambientais.
O procurador da República José Adércio Leite Sampaio disse que o MPF pediu a reparação
dos danos causados às vítimas. O valor será apurado durante a instrução processual, que deve ser
feito pela Justiça.
"Havia sempre a busca pela exploração de mais minério, sempre em busca de aumentar os
lucros e dividendos para a Samarco e suas detentoras", disse o procurador. "Houve um sequestro da
segurança em busca do lucro", acrescentou.
A análise feita por uma força-tarefa do MPF constatou problemas no maciço da barragem,
vazamentos, problemas na quantidade de água na barragem e nos procedimentos adotados para
que fossem feitos o alteamento e o recuo de Fundão. Um laudo feito por uma auditoria
independente concordou com a conclusão do inquérito da Polícia Civil sobre a causa do
rompimento da barragem, que foi a liquefação, quando há um acúmulo de água.
A Vale afirmou que "adotará firmemente as medidas cabíveis perante o Poder Judiciário
para comprovar sua inocência e de seus executivos e empregados e acredita, serenamente, que a
verdade e a sensatez irão prevalecer, fazendo-se a devida justiça".
Por meio de nota, a Samarco refutou a denúncia dizendo que a “empresa não tinha
qualquer conhecimento prévio de riscos à sua estrutura”. A mineradora disse ainda que a barragem
era “regularmente fiscalizada, não só pelas autoridades como também por consultores
internacionais independentes” e que a “segurança sempre foi uma prioridade” para a empresa (leia
a íntegra da nota abaixo).
acusações formuladas contra o ex-Presidente são improcedentes, o que, por certo, haverá de ser
reconhecido pelo Poder Judiciário".
Por nota, a VogBR informou que não irá se pronunciar.
A mineradora BHP Billiton disse que aguarda ser notificada oficialmente. Em nota, ela
informou ainda que "repudia veementemente as acusações contra a empresa e os indivíduos
denunciados e irá apresentar sua defesa contra as denúncias oferecidas, prestando também todo o
suporte na defesa dos indivíduos denunciados”.
Inquérito da Polícia Federal
Na conclusão do inquérito da Polícia Federal, em junho deste ano, oito pessoas e as
empresas Samarco, Vale e VogBR foram indiciadas por crimes ambientais e danos contra o
patrimônio histórico e cultural.
Preliminares
o Nulidade por cerceamento de defesa; e
o Denuncia Inepta, por não individualização das condutas.
Mérito
o Este é o primeiro caso que o MPF denuncia alguém por homicídio doloso em
decorrência de um crime ambiental, assim poderíamos alegar:
Obediência hierárquica em alguns casos;
Caso fortuito, uma vez que há necessidade do fato ser ao menos
previsível inexistência de responsabilidade objetiva.
Desclassificação Homicídio Culposo
Art. 13, §2°, CP Crimes omissos impróprios indivíduo deixou de agir quando
deveria ter agido.
Art. 103, §4°, CDC Se a sentença penal for julgada procedente e transitar em
julgado, todas as pessoas que foram lesadas pelo crime poderão liquidar seus danos e executar
a sentença. Ou seja, além do crime, multa, ação civil publica, os responsáveis terão que
enfrentar ainda a execução de vários Títulos Executivos Judiciais.