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Projeto e Desenvolvimento de um Microinversor Monofásico para Sistemas


Fotovoltaicos Conectados à Rede Elétrica de Baixa Tensão

Conference Paper · April 2014


DOI: 10.13140/2.1.1634.2407

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5 authors, including:

Leonardo Ruffeil de Oliveira Tarcio Barros


G2Elab University of Campinas
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Paulo Sergio Nascimento Filho Marcelo Gradella Villalva


University of Campinas University of Campinas
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Projeto e Desenvolvimento de um Microinversor
Monofásico para Sistemas Fotovoltaicos
Conectados à Rede Elétrica de Baixa Tensão
Leonardo Ruffeil de Oliveira, Tárcio André dos Santos Barros, Paulo Sergio Nascimento Filho,
Marcelo Gradella Villalva, Ernesto Ruppert Filho
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - FEEC - Campinas, Brasil
leo_ruffeil@hotmail.com, tarcioandre@hotmail.com

Resumo— Neste trabalho é descrito o desenvolvimento de um arranjos fotovoltaicos, o que dificulta a instalação de sistemas em
microinversor monofásico para a geração distribuída de locais onde os módulos estão sujeitos a inclinações, orientações
energia elétrica com módulos fotovoltaicos. O microinversor azimutais ou incidências de sombras distintas.
é constituído de dois estágios eletrônicos de conversão: CC– O principal objetivo deste trabalho é descrever o desenvolvimento de
CC e CC–CA. Resultados de simulações e resultados um microinversor monofásico para sistemas fotovoltaicos modulares.
experimentais são apresentados e comprovam o êxito do O propósito deste inversor é realizar a conexão individual de um
projeto desenvolvido. Especial ênfase é dada à modelagem módulo fotovoltaico à rede elétrica de distribuição de baixa tensão, o
dos estágios de conversão e ao estudo das malhas de controle que permite facilmente a constituição de sistemas fotovoltaicos com
necessárias para realizar a conexão do sistema com a rede qualquer número de módulos e possibilita a maximização da energia
gerada através da individualização do MPPT, entre outras vantagens
elétrica.
dos sistemas modulares.
Palavras chave—Energia fotovoltaica, Conversores de O microinversor é constituído de dois estágios eletrônicos de
potência, Sistemas Fotovoltaicos conversão, sendo o primeiro um conversor CC–CC boost isolado e o
segundo um inversor CC–CA. O conversor CC-CC é responsável
pelo controle da tensão de entrada (tensão nos terminais do módulo
I. INTRODUÇÃO fotovoltaico) e pela injeção de potência no conversor CC-CA o qual,
Sistemas de geração distribuída baseados em módulos fotovoltaicos além de ser o responsável pela transformação da tensão contínua em
são bastante adequados para a instalação em qualquer local onde haja alternada, também é responsável pelo sincronismo com a rede
a incidência de luz solar. Os módulos fotovoltaicos convertem a elétrica. São apresentados resultados de simulação e experimentais do
energia da luz diretamente em eletricidade e são um modo muito funcionamento do microinversor. Especial ênfase é dada à
conveniente para o aproveitamento da energia solar. [1] Esta forma modelagem dos estágios de conversão e ao estudo das malhas de
de geração começou a popularizar-se no Brasil após a publicação da controle necessárias para realizar a conexão do sistema com a rede
resolução No. 482 da ANEEL – Agência Nacional de Eletricidade. elétrica.
Uma vantagem encontrada nos sistemas com módulos fotovoltaicos é
que estes são modulares, o que permite a realização de diversos tipos II. SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ELÉTRICA
de arranjos para a adequação aos mais variados tipos de espaços COM CONVERSOR DE DOIS ESTÁGIOS
livres, telhados e fachadas. Todavia, estes módulos ou arranjos
necessitam estar ligados a conversores eletrônicos específicos para a Módulos fotovoltaicos tipicamente geram tensão contínua em uma
potência de cada módulo ou do conjunto de módulos, dependendo do faixa de 15 V a 40 V, dependendo do número de células
arranjo empregado no projeto [2]. fotovoltaicas existentes. Esta tensão não pode ser conectada
diretamente à rede elétrica, necessitando de conversores eletrônicos
Os módulos ou conjuntos de módulos geram energia elétrica em para o seu condicionamento adequado em amplitude, frequência e
tensão contínua, exigindo em seus terminais a presença de um forma. Existem na literatura [3-6] muitas topologias de conversores
conversor eletrônico para converter a tensão e a corrente contínuas utilizados para este fim. Neste trabalho utiliza-se um sistema
(CC) em tensão e corrente alternadas (CA) na frequência do sistema composto de dois estágios, um estágio CC–CC boost isolado com a
de energia elétrica local. As primeiras implantações de módulos
estrutura em ponte completa (full-bridge) para o controle da tensão
fotovoltaicos utilizavam sistemas centralizados de conversores, com
fotovoltaica e elevação da tensão de entrada e um estágio CC–CA
strings de módulos em série para obter uma elevada tensão e vários
strings em paralelo para obter uma elevada potência [3]. Os sistemas composto de uma segunda estrutura FB, que realiza a conversão de
centralizados apresentam problemas como perdas por condução nos tensão e corrente contínuas para alternada e conecta o sistema
cabos de alta tensão que conectam os módulos ao inversor, perdas fotovoltaico à rede elétrica de distribuição. Na Figura 1 apresenta-se
devido à centralização do algoritmo de busca do ponto de máxima o sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica através de um
potência (MPPT) [4] e ausência de flexibilidade na constituição dos conversor de dois estágios semelhante ao adotado neste trabalho.
Conversor simulações utilizaram-se dados do modelo matemático do módulo
Conversor CC - CC
CC - CA fotovoltaico KC200GT cujos parâmetros são apresentados em [1].
Para a definição do circuito equivalente real de um módulo
fotovoltaico necessita-se obter os valores das resistências série e
paralela equivalente. Para isto usaram-se os dados obtidos em [1].

C DC
PV TAF
C PV
Figura 1: Sistema fotovoltaico conectado à rede elétrica com conversor de
dois estágios. Adaptado de [3].

Tendo em vista a importância da isolação galvânica do sistema,


optou-se por uma topologia de conversor CC–CC isolada
(apresentada em detalhes na Seção II.B), pois desta forma usa-se um
transformador de alta frequência, o que reduz consideravelmente o
seu tamanho, podendo-se obter, portanto, conversores mais
compactos e de menor peso. O retificador de saída do estágio CC- Figura 3: Curva característica de um módulo fotovoltaico com seus pontos
CC alimenta o elo de corrente contínua, representado na Fig.1 pelo notáveis. Adaptado de [7].
capacitor CDC, que filtra o componente CA da tensão retificada e
atenua a sua ondulação. Conectado ao elo de corrente contínua Os dados do módulo são utilizados como parâmetros para as
encontra-se o inversor CC-CA propriamente dito (abordado na equações apresentadas na Fig. 4, que representa o esquema utilizado
Seção II.C adiante), o qual é conectado à rede elétrica de para simular o módulo fotovoltaico no software Matlab/Simulink.
distribuição através de um filtro indutivo. Na Seção II.A a seguir são Rs I
descritos os modelos matemáticos utilizados e os sistemas de

controle empregados no microinversor proposto. Ipv Id
Rp
A. Modelo Matemático do Módulo Fotovoltaico
O circuito da Fig. 2 representa o modelo do funcionamento de uma

célula fotovoltaica cristalina elementar. Este modelo leva em conta
V I
os fatores que levam à alteração no funcionamento do módulo como
a resistência série e a resistência paralela para levar em consideração V  Rs . I
G Id  Io .[exp( )  1]
as perdas internas. Ipv (Ipv, n  KI.T ).( )
Gn Vt .a
Rs I

 Figura 4: Esquema de simulação do módulo fotovoltaico.


Ipv
Id Rp V
As grandezas T e G correspondem à variação de temperatura (entre
a temperatura padrão de 25ºC e a temperatura de operação) e à taxa


Figura 2: Circuito equivalente de uma célula fotovoltaica.
de irradiação solar sobre o módulo. A corrente e a tensão elétricas
geradas pelo módulo dependem destes dois parâmetros.
Consequentemente, o ponto de máxima potência do módulo
modifica-se de acordo com as condições de temperatura e irradiação
O circuito da Fig. 2 pode ser representado matematicamente pela solar. Os algoritmos de MPPT [8,9] são necessários para ajustar o
equação (1) a seguir [1], onde a tensão térmica do módulo ( VT ) com funcionamento do inversor e regular o ponto de operação do módulo
N S células associadas em série é dada por (2). fotovoltaico de acordo com as condições de temperatura e
irradiação. Neste trabalho utilizou-se o método de MPPT descrito
em [1].
  V  Rs.I   V  Rs.I
I  Ipv  I 0 exp    1 
  Vt.a   Rp (1)
Id
B. Conversor CC-CC Boost Isolado em Ponte Completa
Neste trabalho foi escolhida para o estágio CC-CC a topologia boost
isolada com ponte completa (full bridge), apresentada na Fig. 5.
N S KT
VT  (2) VL

q
L S1 S3
A resistência elétrica série do módulo é representada por RS e a D1 D3

resistência paralela equivalente é representada por RP . De (1) e da Vi VT Vo

Fig. 2 obtém-se a curva I x V do modelo do módulo fotovoltaico,


mostrada na Figura 3. Nesta curva apresentam-se três pontos S2
S4 1:N D2 D4
notáveis [3]: a corrente de curto circuito (0, ISC), tensão de circuito
aberto (VOC,0) e o ponto de máxima potência (Vmp, Imp). Para realizar
Figura 5: Conversor boost isolado em ponte completa.
Este conversor é composto de um indutor de entrada, quatro um sistema de PLL (phase-locekd loop) fornece a referência de
transistores, um transformador de alta frequência e uma ponte ângulo da tensão da rede elétrica, usada para a síntese da referência
retificadora de diodos no secundário do transformador. A fonte de da corrente de saída.
tensão Vo mostrada na saída do conversor representa o elo CC, que
faz a conexão com o estágio seguinte de conversão. Pressupõe-se, Iboost Iinv

desta forma, que a tensão de saída seja constante. A fonte de tensão T1 T2


na entrada (Vi) representa a tensão de saída do módulo fotovoltaico.
RL Linv Carga rLg Lg
A relação estática de conversão deste conversor CC-CC, pode ser Fonte de
E
V+
deduzida como: Energia
-
V +
- Vs

Vi (3) T3 T4
Vo  N
2(1   )
T1 T2 T3 T4
A Fig. 6 mostra o conversor CC-CC com variáveis médias e sendo Vdc Ig Vs

alimentado pelo modelo linear equivalente do módulo fotovoltaico, Vdc*


Controle do
Ig*
Controle da Sincronismo
conforme definido em [1]. As variáveis de estado são a tensão no Link DC corrente de saída com a rede

capacitor e a corrente no indutor. Este conversor tem seu


Figura 7: Conversor CC-CA conectado à rede elétrica de distribuição.
comportamento dinâmico descrito pelas das equações de estado (4) e
(5).
Na Fig. 7 o indutor Linv é o filtro indutivo na saída do conversor
VL
Req IFV CC-CA, servindo como elemento de acoplamento com a rede
IL elétrica. RL é a resistência ôhmica do indutor. A fonte de tensão
+ CC +
VS representa a tensão da rede elétrica e o resistor rL g e o indutor
VFV

IC

Veq VT Vret Vo

-
CC
-
Lg representam, respectivamente, a resistência e a indutância da
linha de distribuição naquele ponto.
1:N
O elo de corrente contínua fica situado na entrada do conversor CC-
Figura 6: Conversor boost alimentado pelo modelo equivalente linear do PV.
CA, constituído fisicamente pelo capacitor de acoplamento entre os
dois estágios, que funciona como como filtro CA para a energia
dVFV V Veq I
  FV   L (4) (0.1)
proveniente do estágio retificador de saída do conversor CC-CC.
dt Req C Req C C
D. Modelagem do Conversor CC-CA
dI L VFV Vo
  2d (5) A modelagem do inversor de frequência conectado à rede elétrica
dt L LN não incorpora a representação da carga local. Além disso, o elo de
corrente contínua foi dividido em duas partes, sendo o ponto central
Considerando Veq como uma perturbação, escreve-se o sistema em a referência virtual do conversor.
espaço de estados: Nas equações a seguir, as tensões Vt1 e Vt 2 representam as tensões
nos terminais do inversor de frequência, enquanto
 dVFV   1 
1 Vs1 e Vs 2 representam a tensão da rede elétrica de distribuição em
  Req C  0 
 dt C  VFV   (6a) cada terminal do inversor. A função de transferência do inversor
      2V  d
 dI L   1   IL    o  CC-CA monofásico, tendo como entrada a tensão terminal Vt1 e a
 dt   L 0   LN 
 corrente I inv como saída, pode ser deduzida como:

V 
Y  1 0.  FV  (6b)  sL  RL
I inv  s  
 Vs
  Vt1 
(7)
 IL   2  2
A partir das equações de estados do conversor foi projetado um
sistema de controle utilizando-se a técnica de realimentação de Nesta função de transferência a tensão terminal do conversor
espaço de estados. O procedimento de projeto é descrito em detalhes aparece apenas como Vt1 , o que implica que apenas um braço do
na referência [10]. inversor de frequência será realmente controlado. O outro braço do
inversor, que possui a tensão terminal Vt 2 , será controlado de forma
C. Conversor CC-CA complementar.

O conversor CC-CA usado neste trabalho consiste em um inversor Sabendo que a potência do inversor é um distúrbio, despreza-se este
em ponte completa ligado a um filtro indutivo na sua saída, distúrbio e aplicando-se a transformada de Laplace encontra-se a
conforme mostrado na Figura 7. Conectado ao inversor tem-se um função de transferência do elo CC:
elo de corrente contínua, representado pela capacitância CDC. A
tensão no elo de corrente contínua fornece a referência de amplitude Vdc ²( s) 2
 (8)
de corrente para o controle da corrente de saída do inversor enquanto Pdc ( s) sC
E. Controle do Conversor CC–CA

O controle do conversor CC – CA é feito com base no diagrama


apresentado na Fig. 8. Neste esquema nota-se que a referência de
tensão proveniente do filtro capacitivo ( Vdc2 ) é comparada com a
medição da tensão deste filtro ( Vdc ). O sinal de erro gerado pela
diferença entre os sinais passa por um compensador. O sinal
corrigido é na realidade uma referência de potência ( Pref ) que é
convertida em referência de amplitude de corrente elétrica,
dividindo-se o valor da potência de referência pela tensão de pico da
rede elétrica.
Posteriormente se multiplica a amplitude da corrente elétrica de
referência pela fase desejada, obtida da tensão da rede elétrica
através do uso de um sistema de PLL. Desta forma tem-se uma
corrente de referência ( ig* ) que em seguida é comparada com a
Figura 9: Diagrama de Bode da resposta em frequência do inversor CC-CA
corrente medida na saída do filtro indutivo do inversor ( ig* ). O sinal em cascata com o controlador P+R.
de erro desta comparação é corrigido por um compensador que
fornece o sinal de controle U do inversor.
A malha de controle possui realimentações de estado que atuam de
forma a desacoplar a tensão da rede elétrica da malha de controle.
Este conjunto de realimentações é conhecido na literatura como
feedforward [3]. As realimentações realizadas são a inserção da
medição da tensão do elo de corrente contínua (E) e da tensão da
própria rede elétrica (VS) na malha de controle, conforme visto na
Fig. 8.
Utilizando-se a análise por resposta em frequência foi projetado
um controlador P+R (proporcional e ressonante) para a malha de
corrente e um compensador lead para a malha do elo CC. Nota-se na
Fig. 9 que existe um pico de ressonância na frequência angular de
377 rad/s, que corresponde à frequência de 60 Hz da rede elétrica no
Brasil. O diagrama de Bode apresentado mostra que o sistema possui
uma margem de fase de 50,9º, o que implica em um sistema estável
em malha fechada. A Fig. 10 apresenta o diagrama de Bode do
sistema em malha fechada com o compensador lead. Nota-se que a
margem de fase do sistema é de 132º. Figura 10: Diagrama de Bode do sistema compensado pelo controlador lead.

Vs
Vdc*
Vs/2 Vs/2

Vdc* ²  Pref
 + -
 +
 Cv(s)   Ig* +
 Gc (s)
U +
  m
 +

U’ 2
LS  Rl
Vdc* - -
Vdc ² Ig 0,5 0,5
165

 Vdc E E

Vdc Sen
 PLL
Vs

Figura 8: Malha de controle do conversor CC-CA.


III. RESULTADOS DE SIMULAÇÕES
Na Fig. 11 apresenta-se um perfil de irradiância solar criado para
que a potência gerada pelo módulo fotovoltaico varie e desta forma
possam ser visualizadas variações da potência injetada na rede
elétrica.

Figura 14: Tensão no elo de corrente contínua.

Figura 11: Perfil de irradiância simulado.

Na Fig. 12, observa-se o resultado do controle da tensão de entrada


do conversor boost. Nota-se que a tensão VFV acompanha sua
referência com bastante precisão, com erro de regime nulo. A
referência de tensão é produzida pelo sistema de MPPT, que neste
caso emprega o algoritmo de P&O (perturbação e observação), Figura 15: Formas de onda da corrente de saída do inversor de frequência e
explicado na referência [1]. da sua referência.

Figura 12: Controle da tensão fotovoltaica (VFV). Figura 16: Potência de entrada e de saída do microinversor.

Na Fig. 13 apresenta-se a forma de onda da corrente fotovoltaica.


Como a tensão fotovoltaica no ponto de máxima potência A Fig. 16 mostra as potências na saída do módulo fotovoltaico
experimenta variações bem pequenas, observam-se variações na (potência de entrada) e na saída do inversor CC-CA (potência de
corrente fotovoltaica bem acentuadas, semelhantes à variação da saída). Percebe-se que as formas de onda das duas potências são
potência fotovoltaica. muito parecidas. A diferença entre as duas corresponde às perdas
no sistema, pois a potência injetada na rede não é igual à
potência total vinda do módulo.
Observa-se que inicialmente a potência de saída é maior do que a
potência de entrada. Esta situação ocorre pois inicialmente o
capacitor do elo de corrente contínua já está carregado com 250
V. Logo que o módulo fotovoltaico passa a fornecer potência
para o sistema acontece uma sobretensão no elo CC. Durante
este transitório a potência injetada na rede é maior do que a
potência proveniente do módulo. Entretanto, assim que o sistema
Figura 13: Corrente fotovoltaica (IFV). entra em regime permanente a potência de saída passa a ter o
mesmo perfil da potência de entrada, diferenciando-se apenas na
Na Figura 14 apresenta-se a tensão no elo de corrente contínua. amplitude devido às perdas no sistema.
Nota-se que a tensão no capacitor tende a aumentar nos primeiros
instantes, resultado do transitório da tensão proveniente do módulo
fotovoltaico; posteriormente, o controlador atua regulando a tensão IV. RESULTADOS EXPERIMENTAIS
do elo para 250 V.
Na Figura 15 apresentam-se as formas de onda da corrente de saída Os resultados experimentais deste trabalho foram obtidos através do
do inversor de frequência e a sua referência, ampliadas. Observa-se protótipo apresentado na Fig. 17, onde podem ser observados os
que a corrente de saída segue sua referência. módulos CC-CC e CC-CA.
Módulo CC-CC

Módulo CC-CA
Figura 20: Corrente de saída do inversor, injetada na rede (100 mV/A), e
tensão da rede elétrica.

V. CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou o desenvolvimento de um microinversor
Figura 17: Fotografia do microinversor experimental. monofásico para a geração distribuída de energia elétrica utilizando
como fonte primária um módulo fotovoltaico. Foi realizada a
Na Fig. 18 apresentam-se as formas de onda da tensão fotovoltaica modelagem matemática dos conversores CC-CC e CC-CA. A partir
(curva 1) e da corrente injetada na rede elétrica, filtrada com um das funções de transferência desses conversores foi possível projetar
filtro digital do osciloscópio (curva 2) para eliminar as harmônicas os compensadores das malhas de controle, que permitiram o
de alta frequência provocadas pela modulação de largura de pulsos. funcionamento adequado do sistema. Foram obtidos resultados de
Observa-se que a corrente injetada na rede elétrica possui amplitude simulações e resultados experimentais, que comprovaram o devido
maior do que zero, o que significa que o módulo fotovoltaico está funcionamento do sistema desenvolvido para injetar na energia
injetando potência no conversor. Para a medição da corrente elétrica, na forma de corrente alternada, a energia proveniente de um
considera-se a divisão escala de 100 mV/A. módulo fotovoltaico.

VI. REFERÊNCIAS
[1] M. G. Villalva, “Conversor Eletrônico de Potência Trifásico para Sistema
Fotovoltaico Conectado à Rede Elétrica”, Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). Tese de Doutorado, Campinas, 2010.
[2] S. Jiang, D. Cao, Y. Li e F. Z. Peng, “Grid-Connected Boost-Half-Bridge
Photovoltaic Microinverter System Using Repetitive Current Control and
Maximum Power Point Tracking”, IEEE TPEL, vol. 27, 2011.
[3] Q. Li e P. Wolfs, “A Review of the Single Phase Photovoltaic Module
Integrated Converter Topologies With Threee Different DC Link
Configurations”, IEEE TPEL, vol. 23, 2008.
[4] H. Ertl, J. W. Kolar e F. C. Zach, “A Novel Multicell DC–AC Converter
Figura 18: Tensão fotovoltaica e corrente elétrica injetada na rede de for Applications in Renewable Energy Systems”, IEEE Transactions on
distribuição (100 mV/A). Industrial Electronics, vol. 49, 2002.

Na Fig. 19 apresenta-se a tensão no elo CC (curva 1) e a corrente de [5] L. Galotto Junior, “Inversores Integrados Monofásicos Aplicados em
saída do inversor (curva 2). Observa-se que a tensão no elo CC Sistemas Fotovoltaicos com Conexão à Rede de Distribuição de Energia”,
permanece constante, mesmo com a injeção de potência do módulo Universidade Estadual Paulista (UNESP). Dissertação de Mestrado, Ilha
Solteira, 2011.
fotovoltaico.
[6] D. Cruz Martins, R. Demonti e I. Barbi, “Usage of the Solar Energy from
the Photovoltaic Panels for the Generation of Electrical Energy”, INTELEC,
Copenhagen, 1999.
[7] J. R. Gazoli, “Microinversor Monofásico para Sistema Solar Fotovoltaico
Conectado à Rede”, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Dissertação de Mestrado, Campinas, 2011.
[8] D. Carrijo Rezende, R. Sousa Ferreira, S. Camargo Guimarães Junior e J.
R. Camacho, “Uma Proposta de Técnica de Rastreamento de Máxima
Potência de um Módulo Fotovoltaico”, XVIII Congresso Brasileiro de
Automática, CBA, 2010.
[9] N. Femia, G. Petrone, G. Spagnuolo e M. Vitelli, “Optimization of Perturb
and Observe Maximum Power Point Tracking Method,” IEEE TPEL, vol. 20,
Figura 19: Formas de onda da tensão do elo CC e da corrente de saída do 2005.
inversor, injetada na rede elétrica (100 mV/A).
[10] L.R. Oliveira, P. S.Nascimento, T. A. S. Barros, M. G. Villalva, E.
Na Fig. 20 apresenta-se a corrente de saída do inversor de (curva 2) Ruppert, “Input Voltage Regulation of an isolated Full-Bridge Boost
e a tensão da rede elétrica (curva 1). Ambos estão em fase, o que Converter Fed By A Photovoltaic Device With The State-Space Feedback
Control Method”, Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência, COBEP,
acarreta em fator de deslocamento unitário e fator de potência 2013.
próximo de um.

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