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Galdrakver - Bruxaria Islandesa - Ægishjálmur

O
Galdrakver, traduzido livremente como “pequeno livro mágico”, datado de 1670

A fim de compreender os símbolos islandeses, precisamos de olhar


para a sua utilização no seio da sociedade da Islândia.

A maioria dos símbolos e feitiços parecem ser para o uso em


problemas simples da vida, desde a captura de um ladrão, até derrubar
um inimigo. Outros ajudam a curar o gado, enquanto outros foram
feitos para amaldiçoar os animais de outrem. Vemos também encantos
para ajudar a preservar alimentos e cerveja, símbolos para abençoar o
portador com força ou coragem, ou símbolos para ajudar com a pesca
ou impedir a morte por afogamento.

Tudo isto pinta um retrato da vida na Islândia do século XVII. Com


longos invernos escuros, pouca terra arável para culturas e mares
gelados, a vida aqui era implacável. A sorte parecia brincar com seu
papel na sociedade, e os habitantes fariam o possível para influenciar
suas próprias fortunas. Em tempos de fome, vizinhos seriam tentados
a roubar uns dos outros, e as disputas geralmente acabavam de forma
violenta. A reputação e a capacidade de intimidar parece ter sido um
fator importante para a sobrevivência, e muitos símbolos foram
criados para permitir que o portador pudesse fazer isso ou lançar de
volta negatividade sobre seu oponente declarado. Foi uma
época de muita superstição.

A bruxaria foi usada por alguns em segredo como “remédios


populares” para uma situação particular, enquanto outros praticavam
mais abertamente, às vezes cobrando por seus serviços. Ao utilizar
estes símbolos místicos, um indivíduo sentia que era capaz de
controlar e influenciar a sua situação sem confronto direto.

A Origem dos símbolos

O símbolo chamado “Ægishjálmur” ou “Elmo do Terror”, tirado do Galdrakver


É difícil apontar a data precisa em que os símbolos foram
desenvolvidos.

Os manuscritos mais antigos datam do século XVII, com os outros


sendo um pouco mais jovens. Pensa-se que estes volumes registraram
símbolos e fórmulas utilizadas ao redor da Islândia por uma linhagem
de determinada família, ou dentro de uma certa região. Assim, a sua
utilização pode ter sido muito mais velha do que os próprios
manuscritos.

Os símbolos parecem ser desenhados usando runas escandinavas e


símbolos medievais tardios e símbolos ocultos renascentistas. Eles
são, pelo menos, influenciados por encantos posteriores utilizados na
Europa continental. Alguns até mesmo parecem ser influenciados por
símbolos cabalísticos. Alguns encantos que acompanham certos
símbolos mencionam os antigos deuses nórdicos tal como Odin e
Thor, enquanto outros mencionam Salomão e Cristo. O sistema parece
ser uma interessante mistura de crenças mágicas antigas e novas, de
uma forma semelhante a como os anglo-saxões misturaram suas
práticas com o cristianismo em ritos, como o Aecerblot que está
registrado no Exeter Book que tem origem no século X. Durante estes
períodos de transição, Odin ainda foi clamado ou mencionado, mas
seu papel havia deixado de ser o de Alföðr (Pai de todos) para a figura
de um feiticeiro. O Deus cristão tinha tomado o lugar do Pai dos
homens na terra, com os Deuses Antigos sendo empurrados para um
lugar onde eles só foram invocados pelos supersticiosos ou “magos
negros”.

O Manuscrito Huld [1] contém várias páginas no início do tomo com


tabelas de runas gravadas. Isso mostra os vários estilos de runas que às
vezes eram personalizadas pelo mago, que nos ajuda a reconhecer o
surgimento delas dentro de símbolos mágicos (stave symbols)
islandeses. Parece que muitos símbolos (staves) são feitos de moldes
destas runas que ampliam os efeitos do símbolo (symbol). Outros
símbolos parecem não ter qualquer padrão lógico por trás de sua
forma, e é provável que foram criados por meio de “tentativa e erro”
pelos magos ao longo dos anos.
Tabela de runas correlacionanda com o alfabeto moderno, encontrado na parte da frente
do Manuscrito Huld.
Os Julgamentos das Bruxas

Entre os séculos XIV e XVII, as bruxas eram caçadas minuciosamente


e julgadas e punidas por suas artes de feitiçaria. Curiosamente, ao
contrário da Europa continental, a maioria dos bruxos islandeses que
foram executados eram do sexo masculino; queimando na fogueira
como punição. As mulheres foram afogadas.

Como tantos outros exemplos de histeria e amargura, que atingiu o


auge durante esses tempos de perseguição, acusações de feitiçaria
pareciam ser uma ferramenta poderosa para se livrar dos inimigos e
melhorar a sua própria situação. Um desses contos sugere uma
superstição maníaca, ou possivelmente uma vingança pessoal contra
uma família.
Em 1656, em Kirkjuból (agora conhecido como Ísafjörður), um pastor
chamado Jón Magnússon estava sofrendo de problemas de saúde e
outros infortúnios. Ele acusou dois membros de sua congregação de
feitiçaria contra ele. Os acusados eram pai e filho, ambos chamados
Jón Jónsson, que cantavam no coro da igreja. Depois de ser
interrogado, o pai confessou ter usado magia contra o pastor e ter um
livro de magia em sua posse. Jón Jónsson júnior confessou atacar a
saúde do pastor, e de usar Fretrúner contra uma menina. O último foi
um símbolo que fez a tal peidar constantemente. Longe de ser uma
piada, ele tinha a intenção de humilhar e causar terrível desconforto
abdominal. Os dois foram considerados culpados e foram queimados
na fogueira. Pastor Jón Magnússon foi premiado com todas as
propriedades dos Jónsson, mas depois acusou a filha de Jón Jónsson
sênior (irmã de Jón Jónsson júnior) de bruxaria, uma vez que sua
saúde ainda continuava má. Thuridur Jónsdóttir foi julgada e não foi
considerada culpada. Ela fez um então um processo contra o Pastor e
ganhou. Em compensação, ela foi premiada com os pertences do
Pastor [3].

A magia popular passou à clandestinidade, e tornou-se oculta. Alguns


registros que existem dos símbolos, as respectivas utilizações e outras
práticas mágicas dos islandeses foram feitos pelos tribunais durante
esses julgamentos. Ironicamente, é esta atitude que preservou alguns
dos antigos costumes para o presente. Sem serem arquivados, eles
simplesmente seriam esquecidos ou teriam morrido com seus
praticantes.

Mantendo-se em concordância com as tradições islandesas que estava


naufragando em sombras, o manuscrito “Huld” significa literalmente
o manuscrito “escondido”. As pessoas que praticavam também
desapareceram de forma sensível.

https://asatrueliberdade.com/2015/08/08/simbolos-secretos-das-
bruxas-da-islandia/
Esta página do Manuscrito Huld apresenta na parte superior esquerda, o “Vegvísir”.
Significando “sinal de direção”, crê-se que ajudar a orientar o usuário através de mau
tempo, sem perder o seu caminho. O símbolo tornou-se bastante popular recentemente.

Renascimento no Século XX

Foi só no século passado que se tornou mais seguro explorar as


práticas de magia popular na Europa e na Escandinávia. Embora ainda
desaprovada como superstição e absurdo, os símbolos islandeses têm
tido um aumento na popularidade, particularmente dentro
descendentes de colonos americanos nórdicos e também heathens.

Os símbolos têm sido tema de livros por recentes autores esotéricos.


Edred Thorsson foi fundamental na ascenção destes símbolos em sua
edição atual do “Galdrabok”. Outros que figuram entre os tomos
arcanos incluem “Aegishjalmur”, de Michael Kelly.

Muitos dos símbolos são utilizados em arte e decoração de louças,


enquanto algumas pessoas tornaram a tê-los tatuados em seus corpos.
A cantora e compositora islandesa Björk tem o símbolo Vegvísir
tatuado em um dos braços.

Os símbolos islandeses têm evoluído ao longo dos séculos, e enquanto


certamente incorporaram runas nórdicas, eles não podem ser
considerados exclusivamente da cultura “Viking”, uma vez que eles
são influenciados por outras práticas esotéricas do continente europeu
e de além dele.

Embora muitos dos símbolos aparecem com a arte nos corpos, há


muita especulação e confusão sobre sua autêntica aplicação. Para
qualquer interessado em estudar os símbolos islandeses de forma mais
abrangente, eu recomendo fortemente a obtenção de cópias dos tomos
originais que podem ser encontrados na lista de fontes abaixo.
Litografias dos livros podem ser comprados a partir dda loja online do
Museum of Icelandic Sorcery and Witchcraft’s.

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