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LINCOLN M. S. FREIRE
Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Vice-Presidente da Associação Médica
Brasileira. Professor-Adjunto Mestre e Doutor do Departamento de Pediatria da Faculdade
de Medicina da UFMG. Professor do Curso de Pós-graduação em Medicina Tropical
e Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG. Membro do Comitê Técnico Assessor
do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Membro Assessor
do Programa de Erradicação do Sarampo e Controle da Rubéola do Ministério da Saúde.
Membro da Comissão Nacional de Revisão de Casos do Programa Nacional de Erradicação
da Poliomielite do Ministério da Saúde. Médico Pediatra do Hospital Governador
Israel Pinheiro -IPSEMG. Ex-Diretor do Centro Geral de Pediatra -
Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais.
2000
VOLUME I
DoençasInfecciosasna Infância e Adolescência-2" edição -2 volumes
Copyright 2000 by
MEDSI -Editora Médica e Científica Ltda.
Reservadostodos os direitos.
É proibida a reprodução total ou parcial deste livro,
de qualquer forma ou por quaisquermeios,
sem o consentimento expressoda Editora.
ISBN: 85-7199-225-8
Editoração: Futura
e-mail: medsi@ism.com.br
CAPíTULO 68
Arbovi roses
Amélia P;A. Travassos da Rosa. Francisco P;Pinheiro
Elizabeth Salbé Travassos da Rosa. Sueli Guerreiro Rodrigues
Jorge F. S. Travassos da Rosa. Pedro F. C. Vasconcelos
Arbovírus
988 DOENÇAS CAUSADAS POR V(RUS
Formas benignas Grau I -Febre acompanhada de sintomas inespecíficos; a única manifestação hemor-
rágica é a prova do laço positiva
Grau 11-Sangramento espontâneo, além das manifestações dos pacientes do grau I,
geralmente na forma de sangramentos da pele e outros sangramentos
Formas graves Grau 111-Insuficiência circulatória manifestada por pulso rápido e fraco, redução da
pressão de pulso em 20 mm Hg ou menos, ou hipoterlsão, com a pele pegajosa e fria e
inquietação
Grau IV -Choque profundo com pressão arterial e pulso não-detectáveis
*A presença de trombocitopenia e hemoconcentração distingue os estágios I e II da FHD do casos da febre clássica do dengue.
Em macacos,o vírus da FA causa uma espaço porta como da veia centro lobular.
doençacaracterizadapor um tropismo seme- Dentro da área necrosada,observam-se,além
lhante àqueledeterrntnadono homem, isto é, da necrosepropriamente dita, um infiltrado
o vírus apresenta viscerotropismo, especial- inflamatório em que predominam as células
mente para o figado, onde determina necrose mononucleares,debris celularese vários tipos
hepatocitáriamaciça53. e graus de degeneração.É freqüente e muito
Após o inoculo, o vírus desapareceda circu- característicada FA, ainda que não patogno-
lação,não sendodetectadonasprimeiras 24 h mônica (pois pode serencontrada na hepatite
pioApós esseperíodo, o vírus é encontradonas viral, malária por Plasmodium falciParum,mo-
células de Kupffer, onde causa degeneração nonucleoseinfecciosae febre hemorrágicasde
acidófila em zonasfocais,durante seuperíodo naturezaviral), a degeneraçãohialina (corpús-
inicial de multiplicação. Em seguida, essas culo de Councilman, que se caracteriza por
células sofrem degeneraçãobaloniforme e, degeneraçãoacidófila ou hialina dos hepatóci-
posteriormente, sofrem necrosedo tipo hiali- tos). Ocorre, ainda, a degeneraçãogordurosa
na. Cerca de 48 h pi, () vírus já é encontrado (esteatosehepática,do tipo multi- e microva-
no sangue e nos hepatócitos.A partir daí, o cuolar, observadatanto nas célulasdegenera-
título viral no sanguecresceaté cercade 96 h das como nas preservadas),os corpúsculosde
pi, quando então o mesmo decrescerapida- Torres (corpúsculos encontrados dentro do
mente até não sermaisdetectadono sangue,o núcleo das célulasdegeneradase que corres-
que ocorre por volta de 120 h (cinco dias)pi, pondem a inclusõesde proteínasnucleares),e
que é o período em que costuma ocorrer a Villela (corpúsculos amarelos brilhantes,
maioria das mortes. Vale salientar que os menores do que os corpúsculosde Council-
macacosrhesus são os animais mais sensíveis man, encontrados nas fases avançadas da
ao vírus amarílico53.Dosesmínimas do vírus doença e detectadosnos hepatócitos,células
sãocapazesde causara morte dessesanimais, de Kupffer e macrófagos53.
prolongando-se ape~s o período de estado Em sereshumanos,os achadoshistopatoló-
da doença. Doses elevadas determinam a gicos são muito semelhantesàquelesobserva-
morte fulminante dessessímios(48-72 h pi). dos nos símiose decorrem sobretudo de exa-
No figado, além da degeneração inicial mesde necropsia.Normalmente, a doençano
determinada nas célulasde Kupffer, à qual se homem arrasta-sepor um período de tempo
segue necrose hialina das mesmas,o vírus maior do que no macacorhesuse, ao contrá-
amarílico causa necrose hepatocitária em rio destes,que invariavelmente sucumbemà
grandes áreas do parênquima hepático, por infecção,entre OSsereshumanos apenasuma
volta de 72-96 h pioDe início, as lesõescarac- pequena parte desenvolveformas graves da
terizam-se por aumento de tamanho dos doença,e somentecercade 50% dos mesmos
núcleose marginaçãoda cromatina. Simulta- evoluempara o óbito. O períQdode viremia é
neamente,ocorre necrosehialina dos hepató- maior, prolongando-sede cinco a setedias. O
citos. As lesõeshepatocitáriasse caracterizam título da viremia atinge o pico por volta de 96
por localizarem-senos lóbulos hepáticos,atin- horasapóso início dos sintomas(quatro dias),
gindo, dentro de um lóbulo, determinadas quando então começaa decrescerrapidamen-
áreas e preservando outras. Com efeito, a te, até não ser mais detectadovírus circulante,
lesãono lóbulo individualizado é representada o que ocorre após o oitavo dia de doença,
por uma área de necrose central (necrose embora tenha sido descrito um casoem que a
mediozonal). Nessa área, há destruição das viremia prolongou-seexcepcionalmenteaté o
traves de Remack, perdendo o figado sua 122dia de doença3.
estrutura característica.Em alguns casosem Estudosrealizadosno continente african062
que a necroseé muito extensa,há dificuldade relacionama existênciade infecçõesinaparen-
para o patologista emitir um diagnóstico53. tese doençaem função da naturezada respos-
Paradoxalmente,as áreasem volta da necrose ta do hospedeiro.Se a respostaé do tipo pri-
mediozonalapresentam-secom suasarquite- mária, a proporção de casosfrustros ou leves
turas preservadas,tanto na porçãopróxima ao (benignos) em relação aos graves é de 2:1.
ARBOVIROSES 995
tais casos,o volume urinário diário pode ser A insuficiência renal instala-serepenúna-
menor do que 500 ml. Os níveis plasmáticos mente. De início, há oligúria com aumento
de uréia e creatininaelevam-see servemcomo discretode uréia e creatinina. Com a evolução
parâmetros para avaliação da insuficiência da doença,a insuficiênciarenal pode agravar-
renal. se, sendo possívela ocorrência de anúria. Os
A hematêmese(com vômitos em borra de valoressangüíneosde uréia e creaúnina estão
café) se faz acompanhar de dor epigástrica muito elevados,podendo chegar até cinco a
intensa.Outras hemorragiaspodem estarpre- seisvezesos valoresnormais, ou mesmovalo-
sentes, principalmente melena e epistaxe, res maisaltos,caracterizandoa azootemia,que
porém costumamserde pequenaintensidade. serve como parâmetro clinicolaboratorial de
Os pacientes,nessescasos,tendem a procurar avaliaçãoda insuficiênciarenal82.
hospitalização.A resolução ocorre após um Coagulaçãointravasculardisseminadaestá
período de estado que v'i:lriade cinco a sete comumente associadacom reduçõesdo fator
dias82. '
VIII e fibrinogênio, acompanhadasde trom-
bocitopeniae presençade produtos de degra-
daçãoda fibrina58.
Nessa forma, a letalidade pocle acometer
mais de 50% dos casos34.53. A doença dura
Forma Maligna invariavelmentemaisde uma semana,poden-
do chegara duas. Vale ressaltarque, na maio-
A febre amarela maligna caracteriza-sepor se ria dos pacientesque evoluempara a morte, o
tratar de quadro que merececuidado intensi- óbito costumaacontecerentre o sétimoe déci:.
vo, sendoconsideradauma emergênciamédi- mo dia de evolução.
ca. Nessaforma, todos os sintomas clássicos
estão presentes com grande intensidade. As
hemorragias são freqüentes, profusas e aco-
Evolução Clínica
metem múltiplos órgãos.~ém da hematême-
se, outras manifestaçõesh~morrágicas,como, As formas leve e moderada geralmente não
melena, epistaxe, gengivorragia, otorragia, comprometem outros órgãos nobres da eco-
hematúria e metrorragia costumam ocorrer.
nomia, ou o fazem muito discretamente. Por
São hemorragias francas, muitas das vezes
com volume considerávelde sangue.A colora- outro lado, os quadros gravese malignosagri-
ção viva do sanguedemonstraa intensidadee dem múltiplos órgãos, como rins, coração,
a gravidade da hemorragia, refletindo mau pulmõese cérebro.Ademais,invariavelmente,
prognóstico, em especialquando hematême- apresentam evolução em duas etapas, daí
se,melenae hematúria estãopresentes82. dizer-seque a febre amarelaé doençade evo-
Os níveisplasmáticosdasaminotransferases lução bifásica com um período de remissão
e bilirrubina encontram-seelevados.As taxas entre as mesmas53.82.
das transaminasespodem atingir 4.000 V/ml,
enquanto asde bilirrubina podem alcançar20 .Período de infecção (viremia).
mg% ou mais.Tais níveis começama subir no .Remissão (algumas horas a dois dias).
segundo dia, e muitas vezes encontram-se .Período de intoxicação (localização).
acima dos valoresnormais em torno do sexto
dia. Nos sobreviventes,a partir do sétimo dia,
começama diminuir e geralmente voltam aos Período de Infecção
valoresnormais por volta do 14"dia de doen-
ça. Os leucócitos invariavelmente diminuem Essaetapacorrespondeao período de viremia
(leucopenia). Quando eventualmente ocorre e, portanto, coincide com a passagemdo vírus
leucocitose, se faz por conta de infecções no sangue e também com as manifestações
secundárias.Além da leucopenia,verificam-se prodrômicas da doença,tais como febre, cefa-
neutropenia e linfocitose82. léia e mialgias,dentre outras.
ARBOVIROSES 997
dos sintomas, porém, em geral, com menor ditos, 1996). No cômputo geral, cerca de
intensidade. Alguns pacientes podem exibir 500.000pessoasforam atingidasdurante esses
um quadro severo, caracterizado como surtos52.77; no entanto, não houve registrosde
meningite linfoplasmocitária. A recuperação óbitos.
dos enfermos é completa, sem seqüelasapa- Fora do Brasil, assinalaram-seapenasduas
rentes,mesmonos casosmais graves. epidemias,sendouma no Panamáe a outra no
O primeiro casoda enfermidade foi descri- Peru. O surto do Panamá ocorreu em 1989,
to em Trinidad, em 19551.O vírus foi obtido a tendo atingido a localidadede Bejuco,situada
partir do sanguedo paci~nte.O doente residia cercade 50 km a oesteda capital panamenha
na localidade de Vega de Oropouche, daí a (Quiroz et aloPanamá,dados inéditos, 1989).
origem da denominação do vírus. Depois No Peru, o foco epidêmico foi registrado em
desse caso clínico aparentemente isolado, a 1992, afetandoa cidade de Iquitos, situadana
doença voltou a ser detectadaem 1961, desta Amazôniaperuana83.
vez em Belém, e sob a forma de epidemia,
durante a qual pelo menos 11.000 pessoas
foram infectadas39. Incidência
A partir de então, os centros urbanos da
Amazôniatêm sido afetadospor inúmerasepi- o Quadro 68-2 mostra as epidemiasbrasilei-
demias de febre do Oropouche. Conforme ras, em seqüênciacronológica, e a incidência
pode ser observadono Quadro 68-2, em sua de pessoasinfectadaspor localidade.As taxas
grande maioria as epidemias ocorreram no de ataque oscilaramentre 4,8% e 50,8%. Em
Estado do Pará, particularmente na zona geral, a estimativadas taxas foi feita mediante
Bragantina e na própriâ-.capital do estado; inquéritos soroepidemiológicos, nos quais
esta, inclusive, foi afetada por três epidemias grupos familiares eram selecionadosaleatoria-
importantes em um período de 20 anos, nos mente, e onde seaplicavaum questionáriocli-
anos de 1961, 1967-1968 e 1979-1980, e nicoepidemiológico aos membros de cada
durante a última a virose atingiu inúmeras família, bem como obtinham-se amostras de
cidades da parte leste desseestado18,39,40. A sanguepara detecçãode anticorpos neutrali-
cidade de Santaréme localidadescircunvizi- zantes,fixadores do complemento, inibidores
nhas sofreram igualmente uma forte epide- da hemaglutinação ou, mais recentemente,
mia, durante 1974-197513,17,4°. Em 1980- anticorpos IgM contra o vírus Oropouche.
1981,a virose incidiu em Manause Barcelos, Na cidade de Manaus, encontrou-se uma
no Estado do Amazonas, estimando-seque taxa de anticorpos IH de 15% para o vírus
cercade 97.000pessoasforam infectadaspelo Oropouche no período pós-epidêmico,o que
agentesomentena capital amazonense5 e, em sugereque cercade 97.000 de seushabitantes
1980, na cidade de Mazagão,Amapá4o.Após foram afetadospela virose, em 1980-19815.
um período de silêncio, que durou até 1988, Os dados obtidos pela Secretariade Estado
surgiram novos surtos, dessa vez incidindo de Saúdede Rondônia (dadosinéditos, 1991)
sobre as cidades de Porto Franco e Tocan- através de inquérito aleatório, indicaram a
tinópolis, situadas respectivamentenos esta- ocorrência de 58.574 casos de febre por
dos do Maranhão e Tocantins75.As epidemias Oropouche em Ariquemes e 35.413 em Ouro
seguintesocorreram em 1991,em localidades Preto do Oeste,durante epidemia que afetou
mais distantes -as cidades de Ariquemes e esseestado.
Ouro Preto D'Oeste, no Estado de Rondô-
nia52.Em 1994,o Oropouche voltou a deter-
minar epidemias, desta feita no garimpo de
ouro de Serra Pelada,Curionópolis, no Pará,71 DistribuiçãoSazonal
e posteriormente, em 1996, nos estadosdo
Acre (Xapun'),Amazonas(Novo Airão) e Pará A maioria das epidemias de febre do
(Brasil Novo, Oriximiná e Vitória do Xingu) Oropouche tem ocorrido nos mesesde maior
(Travassosda Rosa& Vas~oncelos,
"
dados iné- índice pluviométrico que, na Amazônia, cor-
ARBOVIROSES 999
Quadro 68-2. Epidemias de febre do Oropouche no Brasil, mostrando o número de amostras de vírus isoladas
de doentes, bem como a incidência e a estimativa de pessoas infectadas, 1961-1991
PESSOAS
INFECTADAS
ESTADO/MUNICíPIO(Mn) DATAPRovAVEL N° DE ISOLAMENTOS POPULAÇÃO INCID~NCIATOTAL
LOCALIDADE DA EPIDEMIA DEvfRUS EXISTENTE % ESTIMADO
PARÁ
Belém Fev-Mai/61 15 67.000' 17 11.000
Bragança(Mn)
Caratateua Fev-Mar/67 2 1.200 67 400
Bragança Mar-Jul/67 8 20.000 30 6.000
Belém Fev-Jul/68 101 600.000 D > 101
Baião (Mn)
Baião Jun-Set/72 o 2.500 35 > 85
Santarém (Mn)
Mojuí dos
Campos Dez-Abr/75 42 2.900 20 600
Palhal Fev-Abr/75 22 1.680 25 400
Santarém Abr-Jul/75 9 80.000 0-44 14.000
Belterra Abr-Jun/75 O 4.000 39 1.600
Alter-do-Chão Jul-Ago/75 16 750 37 280
Itupiranga (Mn)
AMAZONAS
Manaus Nov/80-Mar/81 9 650.000 15 97.000
Barcelos Mai-Jul/80 O D 171
AMAPÁ
Mazagão 1980 o 10.000 D o
MARANHÃO
Porto Franco Dez/87 -Mar /88 75 D D
TOCANTINS
Tocantinópolis Dez/8? -Mar/88 10 D D
RONCÔNIA
Ariquemes Jan-Abr/91 16 210.837 27.78 58.574
Ouro Preto D'oeste Jan-Abr/91 3 130.125 27.21 35.413
D. Desconhecido.
1. População de dois bairros (Marco e Pedreira).
2. População de seis bairros (Marco, Marambaia, Cidade Velha, Guamá, Umarizale Telégrafo).
3. Abaetetuba, Benfica, Benevides, Sta. Izabel, Castanhal, Capanema.
4. Ananindeua, Augusto Correa, Bragança.
5. População suscetível.
1000 DOENÇAS CAUSADAS POR VíRUS
Quadro 68-3. Freqüência das manifestações clínicas em casos de febre do Oropouche observados em Mojuí
dos Campos (MC) e Porto Franco (PF) em 1975 e 1988, respectivamente'
Febre 97 100
Cefaléia 88 88
Calafrios 85 54
Mialgias 82 76
Artralgia 67 64
Tonturas 63 42
Fotofobia 66 58
Náuseas 26 24
Congestão conjuntival 22 NA
Vômitos 17 24
Diarréia 13 NA
Anorexia NA 14
Dor retroocular NA 14
Coriza 3 NA
Tosse 3 NA
1001
1002 DOENÇAS CAUSADAS POR yíRUS
tra a freqüência das manifestações clínicas em 4 anos de idade, cuja infecção pelo vírus foi
pacientes observados nas epidemias de Mojuí comprovada sorologicamente18. Tais manifes-
dos Campos e de Porto Franco40;75. taçõespersistiramdurante aproximadamente
A febre pode ser alta, alcançando 39° a oito dias, e a criança recuperou-se,aparente-
40°C; eventualmente, ultrapassa 40°C. A cefa- mente semseqüelas.
léia apresenta localização frontal ou occipital, Os efeitosda febre por Oropouche na ges-
embora também possa ter caráter difuso; cos- tação ainda são praticamente desconhecidos.
tuma ser intensa, sendo às vezes dificil de ser Os únicos dados a esserespeito vêm de estu-
debelada pelo uso de analgésicos comuns. As dos realizadosem Manaus, referentes a nove
mialgias são generalizadas, porém mais acen- pacientes gestantes,duas das quais, que se
tuadas na nuca, ao longo da coluna vertebral e encontravam no segundo mês de gestação,
na região sacra; podem ser muito fortes, cau- vieram a abortarS .
sando grande desconforto :aos pacientes. A
artralgia usualmente é generalizada. Alguns
pacientes são acometidos de fortes tonturas MeningiteAsséptica
que, às vezes, chegam até a provocar quedas.
Quando presente, a dor epigástrica costuma De início, os pacientes exibem as manifesta-
ser branda. Não se observa icterícia, hepato- ções típicas do período agudo inicial. Após
megalia ou esplenomegalia; ocasionalmente, alguns dias de evolução,a cefaléiae as tontu-
constata-se a presença de linfonodos ingurgi- ras se intensificam, bem como, em alguns
tados nas regiões submaxilar e occipital, embo- doentes, surgem outras manifestaçõesneuro-
ra possa não estar relacionada com a viro- lógicas.Os pacientesprocuram, então, atendi-
se40.52.75. mento médico, o que usualmente ocorre na
O período agudo da doença dura, em segunda semana de doença. As principais
geral, de dois a cinco dias, ou até mesmo uma queixas referidas são febre, cefaléia occipital
semana, embora as mialgias possam persistir muito intensa e tonturas. Náusease vômitos
por três a cinco dias após ü,çiesaparecimento são reportados por cerca de um terço dos
da febre. Alguns pacientes referem um perío- enfermos. Alguns pacientes exibem letargia
do prolongado de astenia, que pode durar até moderada. Podem também encontrar dificul-
um mês. Certos enfermos queixam-se de cefa- dade para se manterem na posiçãoortostática.
léia persistente, que pode prolongar-se por Alguns pacientesreferem "visãodupla" (diplo-
várias semanas. pia). Comumente eles procuram evitar os
Cerca de 60% dos pacientes exibem uma ou movimentosda cabeça,pois estesprovocam a
mais crises de recorrência dos sintomas, exacerbaçãodas dores. Ao exame fisico, a
durante a primeira ou segunda semana subse- maioria dos pacientesapresentagrau variável
qüente ao desaparecimento das manifestações de rigidez da nuca, masnão se detectampare-
da fase aguda 18.40.44.75.
A recorrência caracteri- siasou paralisias.Em alguns pacientes,obser-
za-se pelo reaparecimento de todas as mani- va-sea presençade nistagmo.Apesarda gravi-
festaçõesda fase aguda, ou consiste apenas de dade do quadro neurológico, a recuperação
febre, astenia e tonturas. dos casos é completa, não se observando
Entre as manifestações raras, encontra-se o seqüelas.Nenhuma anormalidade foi encon-
exantema44. Observações efetuadas durante o trada no encefalogramade quatro pacientes43.
surto de Belém, em 1980, mostraram que
cerca de 5% dos casoscomprovados em labo-
ratório exibiam uma erupção cutânea. O
exantema surgia entre o terceiro e o sexto dia Mayaro
após o início da febre, desaparecendo em dois
a três dias; a erupção atingia principalmente o Duas epidemias causadaspelo vírus Mayaro
tórax, dorso, braços e pernas44.45.Outro acha- foram detectadasno Estadodo Pará:a primei-
do raro foi a presença de nistagmo, tremores ra em uma fazendasituada às margensdo rio
generalizados e sonolência em uma criança de Guamá, em 19557,e a outra na localidade de
ARBOVIROSES 1003
Belterra, em 197848.Ao contrário dos quadros mento a partir de sangue,o que constitui um
febris pouco distintos observados no passado, raro evento nessetipo de arbovirose.O qua-
na epidemia de Belterra os pacientes apresen- dro clínico de ambosfoi de febre comicterícia.
taram uma tnade de sintomas bastante carac- Um dos pacientes procedia do interior
terística -febre, artralgia e exantema -, e as (Bujaru), tendo evoluído para óbito; o diag-
articulações das extremidades foram as mais nóstico clinicolaboratorial foi de leucemia.
afetadas48,50.Em 1991, verificou-se, a ocorrên- Quanto ao outro, residenteem Belém, evoluiu
cia de dois pequenos surtos dessa virose em de forma benigna, embora se tenha notado
Benevides-PA e Peixe-TO. Em Benevides, elevaçãodo nívelséricodastransaminasesglu-
foram registrados dois casos humanos com tâmico-pirúvica e oxaloacética, bem como
isolamento viral e nove sorologias positivas albuminúria. Não se observaram, contudo,
por MAC ELISA, indicativas de infecção sinaisde encefalite47. Aliás, essetipo de mani-
recente pelo vírus, afora 16 isolamentos a par- festação neurológica causada pelo referido
tir de lotes do mosquito Hg. (Hag.) janthinomys, vírus tem sido observadosomentenos Estados
o que corrobora o papel desse artrópode Unidos.
como vetor potenàal do vírus Mayaro72.Já em Quanto aosoutros dois, os vírus da encefa-
Peixe, obtiveram-se três isolamentos virais e 14 lite eqüina leste (EEL) e da encefaliteeqüina
sorologias indicativas de infecção recente pela oeste (EEO) têm sido responsabilizadospor
presença de IgM específica por MAC ELISA. várias epidemias de encefalite nos Estados
Vale ressaltar que os isolamentos virais em ter- Unidos, onde determinam quadros clínicos
ritório brasileiro, até então, tinham ocorrido severos,muitos, inclusive, com evoluçãopara
o óbito. Na Amazônia, porém, nenhum caso
exclusivamente no Estado do Pará (fravassos
humano de encefalitecausadapelos referidos
da Rosa e Vasconcelos, dados não-publicados,
agentesvirais foi diagnosticadoaté o presente.
1991). Anticorpos inibidores de hemaglutina-
A taxa de anticorpos para os dois vírus nos
ção para o referido vírus são encontrados em
residentesda AnÍ'à-zônia é inferior a 1%,exce-
pessoasde todas as localidades investigadas na
to na cidade de Cametá,no Estado do Pará,
Amazônia. A taxa global de indivíduos positi-
onde aproximadamente 25% dos adultos
vos é de 21%; porém, entre os índios de Pari- apresentaramanticorpospara o vírus EEL em
Cachoeira, Estado do Amazonas, ela se eleva a inquéritos sorológicosrealizados em 1954 e
62%. Macacos, aves e mosquitos do gênero 19598.Ainda nessacidade, 36% das crianças
Haemagogussão responsáveis, provavelmente, na faixa etária inferior a 9 anos tinham anti-
pela manutenção do vírus em natureza45. corpos para o mesmovírus em 1961.Anticor-
Ressalte-seque o Mayaro tem causado epide- pos para os vírus EEL e EEO são freqüente-
mias simultaneamente com o vírus da febre mente encontrados em aves silvestres da
amarela, já que ambos apresentam o mesmo Amazônia, e vários isolamentosde ambos os
ciclo principal de manutenção (Haemagogus- vírus já foram obtidos a partir das mesmase
macacos)55.69. de mosquitos76.É importante registrar que,
no casodo vírus EEL, há registro na Amazônia
brasileira de epizQotiasem eqüinos na região
de Bragança,Estadodo Pará,onde váriosóbi-
Arbovírus Responsáveis por Encefalite tos foram registrados9.
Finalmente,o vírus ROC, isolado em 1975,
o vírus da encefalite de Saint Louis (SLE) é na região do Vale do Ribeira, Estado de São
mantido enzooticamentepor avessilvestrese Paulo, tem sido associadocom epidemia de
mosquitos em diversas regiões da Amazô- encefalite naquele estado, com muitos casos
nia74.76.
Nas populaçõeshumanas, a taxa de evoluindo para o óbito. O período de incuba-
imunidade (anticorposinibidores da hemaglu- ção médio é de dez dias. A doença causada
tinação)varia de I a 5%74,e somenteem duas pelo ROC é caracterizadapor início abrupto
ocasiõeso vírus foi isolado de pessoas:em com febre elevada,cefaléia,prostração,mial-
1971 e 197847.De ambosse conseguiuo isola- gias generalizadase vômitos.Após esseperío-
1004 DOENÇAS CAUSADAS POR VIRUS
Não há icterícia nem comprometimento renal, febris clássicasde febre por Oropouche é a
e o aumento de TGO e TGP é moderado. malária. Efetivamente,em váriasepidemiasda
A malária, em alguns casoscursando com virose, a malária foi inicialmente suspeitada
icterícia e manifestaçõeshemorrágicas, pode como causadas mesmas;uma anamneseclíni-
dificultar o diagnósticoclínico. Entretanto, os ca minuciosa,aliada a elementosepidemioló-
exames de gota espessae esfregaço podem gicos,ajuda a estabelecerum diagnósticodife-
facilmente elucidar o diagnósticoetiológico. rencial, porém a certeza só é conseguida
A leptospirose apresentaalguma dificulda- mediantea demonstraçãode ausênciade plas-
de quando o paciente é egresso de áreas módio em esfregaçosde sangue.
rurais. No entanto, as intensasdores muscula-
res ao nível das panturrilhas é um achadoclí-
nico que pode valorizar o diagnóstico. Por
TRATAMENTO
outro lado, a icterícia na leptospiroseé mais
rubínica, enquanto na febre amarela é mais
verdínica. A presença de congestão intensa Específico
dos vasosconjuntivais é outro dado importan-
Não há tratamento específico para o dengue.
te na leptospiroseque, em geral, estáausente
O tratamento visa à manutenção do estado
na febre amarela. A história de contato com
geral do doente. As medidas, portanto, são de
roedores é dado epidemiológico importante.
suporte para manutenção das funções vitais.
Quanto aosexamesinespecíficos,o dado mais
Tanto no dengue clássico como no hemor-
importante na diferenciação são as taxas de
rágico, a febre alta deverá ser tratada com ace-
transaminasesque, na leptospirose,estãoligei-
taminofen ou dipirona, nas doses habituais,
ramente alteradas(duasa três vezesos valores
evitando-se os medicamentos que contenham
normais), enquanto na febre amarela esses
ácido acetilsalicílico e seus derivados, por sua
valores estão muito elevados.O encontro de
ação anticoagula~te e irritativa na mucosa gás-
leucopenia e linfocitose é outro dado impor-
trica, facilitando hemorragias, e pelos trans-
tante. Muito comum na febre amarela, está
ausente na leptospirose. No entanto, o diag- tornos que provo<;:a,m no equilíbrio ácido-bási-
nóstico definitivo é dado na leptospirose por co (acidose). Os mesmos medicamentos estão
aglutinaçãomicroscópicae ELISA. indicados para o combate às dores86.88.
As hepatites virais constituem sem dúvida, As complicações do dengue clássico, como
principalmente a hepatite B e a hepatite de as encefalites e outros distúrbios neurológicos,
Lábrea (associaçãodas hepatites B e D), os devem ser acompanhadas por especialistas. A
quadros que apresentam maior dificuldade terapêutica no dengue hemorrágico estávolta-
para serem diferenciados clinicamente da da para manutenção do equilíbrio hidroele-
febre amarela. O quadro clínico das formas trolítico do organismo. É necessário que o
fulminantes das hepatites pode ser indistin- paciente seja classificado, de acordo com a gra-
guível da doença amarílica, e só os exames vidade da doença, em graus I, 11, III ou IV e
específicos dos marcadores das hepatites que, nos hospitais de referência para o trata-
virais, especialmenteo encontro do antígeno mento do dengu~, existam um fluxograma e
de superficie do vírus da hepatite B (AgHBs), um esquema de tratamento previamente defi-
sãocapazesde diferenciá-Ios. nidos.
Com relaçãoao dengue, o diagnósticodife- A hidratação deve ser indicada sempre que
rencial deve ser feito, nas formas leves,com a o hematócrito estiver alterado; ressalte-se, no
malária, febre do Oropouche, rubéola, mono- entanto, que, como na FHD não há "perda"
nucleosee outras doençasfebris exantemáti- verdadeira de líquidos, a hidratação deve ser
cas,principalmente de origem viral. Nas for- monitorada com um rígido balanço hídrico.
masgraves,é importante excluir febre tifóide, Para hidratar, preferem-se os expansores plas-
septicemias,púrpuras trombocitopênicasetc. máticos, uma vez que tendem a carrear outros
Uma das principais patologiasa ser consi- líquidos por osmose para o espaço intravascu-
derada no diagnóstico diferencial das formas lar.
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