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Medicina Tradicional Chinesa | Cancro

O cancro é um dos desequilíbrios patológicos mais temidos nos dias que correm.
Se há casos em que a sua evolução é silenciosa, outros há em que os sintomas são
realmente difíceis de suportar. Saiba que esforços fazem a medicina
convencional e a Medicina Tradicional Chinesa no árduo trabalho em busca da
preservação da saúde.
O que é
Segundo a Medicina Tradicional Chinesa (MTC), em geral, não existem conceitos
de doenças definíveis como entidades de direito próprio e autónomo, tal como o
"cancro". Há sim a noção da existência de desequilíbrio energético, quer em
termos de circulação da energia e do sangue, quer em termos de Yin e Yang.
Paralelamente, a procura do restabelecimento da saúde não depende nem é
consequente ao factor conceptual e analítico da causa da doença, incidindo
antes no restabelecimento energético e funcional da pessoa, em harmonia com o
todo.
Quais as causas
Os factores que podem causar o cancro podem ser: vírus, produtos químicos,
radiações, alimentação e factores ambientais, nos quais se inclui qualquer tipo
de agressão vinda do exterior.
A sua origem é, fundamentalmente, psicossomática devido aos bloqueios e
desequilíbrios desencadeados pelas emoções.
Se se verifica predisposição constitucional, portanto genética, ou
susceptibilidade para um estado patológico, é porque, num dado tempo e
espaço, estas três condições (origem psicossomática, alimentação e factores
ambientais), afectaram os progenitores.
Um bloqueio à circulação energética nos meridianos naturais do corpo cria
condições para a acumulação de debilidade no órgão atingindo (consoante o tipo
de emoção), a qual se manifestará ao longo do sistema de meridianos, afectando
por consequência as funções de resistência a factores patológicos, os quais
poderão ser causa fisiológica de enfermidades, entre as quais o cancro.
Quais os sintomas
Na mulher os locais com maior taxa de incidência de células cancerígenas são:

• Pele: o aspecto inicial do melanoma caracteriza-se pelo aparecimento de um


pequeno nódulo ou mancha de cor negra. Outros sinais de alarme são a
modificação de um sinal já existente, seja no tamanho, cor (especialmente
tonalidades de vermelho, branco, castanho ou azul), forma (bordos irregulares),
o surgimento de comichão ou inflamação e dor.

• Mama: nódulos que se sentem na superfície do seio, deformação anormal no


seio, dores nos seios, eczema junto aos mamilos, endurecimento do tecido numa
dada região do seio, retracção ou encovamento do mamilo, secreção do mamilo
(sangue ou pus), fadiga.

• Pulmão: tosse persistente, dor no peito, mais intensa quando se respira fundo,
rouquidão, perda de peso e de apetite, expectoração de sangue, infecções como
bronquite ou pneumonia, respiração difícil.

• Colo do útero: hemorragia vaginal (sangramento anormal, principalmente se já


estiver na menopausa), dispareunia (dor durante a relação sexual), dor pélvica.

• Ossos: dores cada vez mais intensas, fracturas inexplicáveis, fadiga, perda de
apetite e peso, febre baixa persistente.

• Sangue (leucemia): facilidade de contusões, hemorragias, fadiga, palidez,


fraqueza, febre, falta de fôlego, dor articulações, inchaço e sensibilidade
abdominais.
No homem os tipos de cancro mais frequentes são:

• Estômago: azia persistente, distensão abdominal e desconforto após as


refeições, perda de apetite e peso, dores abdominais, náuseas, vómitos, fadiga,
sangue nas fezes.

• Fígado: fígado dilatado, dor no quadrante superior direito do abdómen,


fraqueza, perda de peso, anorexia.

• Próstata: dificuldade em urinar, incapacidade em esvaziar completamente a


bexiga, micções frequentes, em especial à noite, dor ou ardor durante a micção,
sangue na urina, dor na parte inferior das costas, bacia e parte superior das
coxas.
• Cólon e recto: dor, hemorragias, obstrução intestinal.
• Bexiga: sangue na urina, dor ou ardor durante a micção, fadiga, perda de peso,
dores abdominais, pélvicas e nas costas.
Testículos: surgimento de um nódulo, dor, saída de pus através do pénis,
sensação de peso ou desconforto no escroto ou virilhas, aumento de tamanho de
um ou ambos os testículos.
Como se diagnostica
Na medicina convencional o diagnóstico do cancro é feito após a análise dos
sintomas e através de procedimentos de confirmação do mesmo, através de
exames auxiliares de diagnóstico.
O rastreio é feito através de métodos e procedimentos, tais como a mamografia
que visam a identificação do cancro no seu estado inicial, bem como a
confirmação do mesmo quando tudo indica para que já esteja instalado.
Na MTC, o diagnóstico é realizado com base nos oito princípios: yin – yang, vazio
– plenitude, interno - externo, frio – calor. Tem-se também em conta o Qi
correcto e o Qi perverso, a localização patológica e a natureza da patologia.
Formas de tratamento
No tratamento convencional do cancro, recorre-se:
• À cirurgia: cisão definitiva de uma via energética.
• À radioterapia: neo-trajectos aleatórios de energia destrutiva, i.e., radiações
ionizantes e radioisótopos. Tratamento por via de radiação direccionada para a
área do corpo onde se aloja o tumor para eliminar as células cancerígenas e
parar a sua multiplicação. Funciona, por vezes, como um complemento à cirurgia
para eliminar células malignas que resistiram à intervenção.
• À quimioterapia: uso de medicamentos anti-cancro por via oral (através de
comprimidos), por via endovenosa (com soros) ou através de injecções
intramusculares (mais raramente). Os fármacos entram na corrente sanguínea e
actuam nas células cancerígenas que se desenvolvem em órgãos difíceis de
alcançar, visando a sua destruição. Possui um efeito tóxico e cancerígeno. Efeitos
secundários: diarreia; náuseas e vómitos; perda de apetite; falta de ar;
inflamação bocal; maior vulnerabilidade a infecções; fadiga; queda de cabelo.
• À hormonoterapia: o objectivo é a supressão ou o aumento dos níveis de
hormonas de acordo com o que é mais eficaz para controlar o tumor maligno (Ex.
cancro da mama e próstata dependem de hormonas para se desenvolverem).
Recorre-se ainda à imunoterapia.
Qualquer uma destas é utilizada com a intenção de combater as células
cancerígenas e de melhorar e prolongar o tempo de vida do doente; contudo são
técnicas que afectam indiscriminadamente não só as células malignas como
também as células saudáveis, o que provoca desgaste e afecção, tanto a nível
físico como a nível energético.
A Medicina Tradicional Chinesa preocupa-se não só em descobrir a causa da
doença, mas também em saber o que mantém a saúde. E a saúde é mantida com
uma boa circulação da energia e com um equilíbrio da energia Yin e Yang.Pela
terapêutica tradicional oriental, e chinesa, especificamente, a ênfase e a
prioridade são dadas ao desbloqueio e recondução da energia. É nesta
perspectiva que a contribuição do Qigong ("arte de manipular com êxito a
energia") se manifesta como processo essencial ou, então, complementar aos
restantes procedimentos tradicionais de: acupunctura, fitoterapia, massagem e
dietética (técnicas da MTC que promovem o reequilibro energético do corpo).

• O Qigong "Chigong": é um método de autogestão de saúde, que vem sendo


praticado desde 3.000 a.C. na China. Consiste numa variedade de técnicas que
incluem a respiração, o exercício dos músculos externos e dos internos que se
podem controlar, com a finalidade de melhorar a operação dos diversos sistemas
orgânicos.
Tem por efeitos, a dragagem dos canais energéticos, a fluidez do Qi (energia), o
equilíbrio do Yin e do Yang, dos órgãos e das vísceras, a optimização do
metabolismo celular, o estabelecimento da mente num estado de equanimidade.
O tratamento prolonga-se até às origens da enfermidade, ou seja, até à
dissipação dos conflitos emocionais e, mais profundamente ainda, até à
reformulação das estruturas conceptuais.
Formas de prevenção
• Evite o tabaco.
• Evite o consumo excessivo de bebidas alcoólicas.
• Evite o estilo de vida sedentário. Pratique um desporto do seu agrado.
• Sugerimos que experimente o Qigong (chikung) ou Tai Chi, pois proporcionar-
lhe-á momentos de descontracção, longe dos problemas do quotidiano e um
desbloqueio de Qi (energia), sangue e fluidos corporais, evitando ou tratando
deste modo as mais variadas patologias.
É uma excelente forma de se abstrair, mesmo que por instantes, de qualquer
preocupação.
Nota1: Alguns dos grandes mestres destas artes, foram antes pessoas muito
doentes e que com a prática conseguiram superar as doenças que os afectavam,
manter e prolongar a sua saúde.
• Modere o consumo de alimentos gordos.
• Evite a exposição prolongada ao Sol e a lâmpadas ultravioletas.
• Insira uma boa quantidade de fibras na sua alimentação.
Nota2: para quem possui antecedentes familiares com cancro, todos estes
cuidados devem ser reforçados.
Quando procurar aconselhamento especializado
Quando os sintomas anteriormente descritos se fizerem sentir de uma forma
intensa e frequente.

Pessoas mais predispostas


Mulheres:
• Cancro da pele: exposição excessiva ao Sol (queimaduras cutâneas) e a
lâmpadas ultravioletas, pele clara e dificuldade em se bronzear, cabelo ruivo ou
louro, olhos azuis ou esverdeados, tendência para formar sardas ou muitos sinais
no corpo, antecedentes familiares, mulheres com mais de 50 anos.
• Cancro da mama: idade superior a 50 anos, antecedentes familiares, mulheres
que já sofreram de cancro da mama, mulheres com período fértil longo
(menstruação antes dos 12 e menopausa após os 54), ausência de filhos ou
primeira gravidez depois dos 35 anos, mães sem amamentação, má nutrição,
ingestão de álcool, obesidade.
• Cancro do pulmão: fumadores – o tabaco é responsável por oito em cada 10
casos de cancro no pulmão. O tempo que tem como fumador e a quantidade de
tabaco que consome aumentam proporcionalmente o risco de contrair cancro; a
marijuana tem níveis de alcatrão mais elevados que os cigarros convencionais.
Antecedentes familiares, tuberculose, indivíduos que sofreram de doenças que
deixam lesões nos pulmões que podem desenvolver-se para cancro, exposição ao
amianto e minérios (mineiros), concentração de radão (gás radioactivo com
origem no urânio. Invisível, sem cheiro e sem sabor), alimentação fraca em
frutas e vegetais.
• Cancro do colo do útero: antecedentes cancerígenos, tratamentos por radiação
contra outros tipos de cancro, que podem ter danificado o ADN das células,
principalmente na zona pélvica. Nesta situação, o diagnóstico surge cinco a 25
anos depois da exposição à radiação, mulheres com mais de 50 anos – mais vulgar
entre a meia-idade mas, podem surgir tumores em idade mais jovem, obesidade,
diabéticos, menstruação antes dos 12 anos e menopausa depois dos 52 anos.
• Cancro do sangue: exposição a radiações e a campos electromagnéticos de
elevada tensão, exposição prolongada a certas substâncias químicas (ex. benzeno
- composto químico que contém apenas carbonos e hidrogénios na sua estrutura),
perturbações genéticas (síndrome de Down), tratamento prévio com certos
medicamentos anti-cancerosos.
• Cancro dos ossos: crescimento muito rápido, exposição excessiva a radiações
(radiografias), doença de Paget (crescimento ósseo excessivo).
Homens:
• Cancro do estômago: indivíduos com má alimentação (carne e peixe salgados,
poucas fibras e vegetais), fumadores, consumidores regulares de álcool,
antecedentes de intervenções cirúrgicas para resolver problemas estomacais
(úlceras), indivíduos com mais de 50 anos (maioria dos diagnósticos entre os 60 e
70 anos), grupo sanguíneo A (por razões desconhecidas), hereditariedade,
antecedentes cancerígenos.
• Cancro do fígado: hepatite B - o vírus da hepatite B produz uma infecção
crónica do fígado que pode evoluir para uma cirrose hepática.
Hepatite C - o vírus da hepatite C é transmitido através de transfusões
sanguíneas e, menos frequentemente, através do contacto sexual. Causa uma
inflamação crónica do fígado, 20 a 30 anos após a exposição ao agente
infeccioso.Cirrose - 60 a 80% dos doentes com cancro no fígado têm cirrose
subjacente e cerca de 4% de cirróticos desenvolvem tumores malignos.
• Cancro da próstata: idade - o risco de cancro na próstata aumenta com o
avançar da idade; indivíduos afro-americanos (por razão desconhecida).
É mais frequente na América do Norte e Noroeste da Europa, sendo quase
inexistente na Ásia, África, América Central e do Sul, alimentação rica em
gorduras, ausência de actividade física regular, hereditariedade (antecedentes
familiares próximos com este tumor).
• Cancro do cólon e recto: indivíduos após os 40 anos, hereditariedade,
antecedentes de cancro colonrectal (lesões anómalas podem surgir noutras
partes do cólon e do recto), indivíduos com pólipos do cólon, homens que sofram
de doenças inflamatórias dos intestinos, obesos, fumadores (quem fuma é 30 a
40% mais provável que morra de cancro colo rectal que os não fumadores), estilo
de vida sedentário, alimentação rica em gorduras de origem animal e pobre em
fibras.
• Cancro da bexiga: idosos entre os 60 e os 79 anos, exposição a substâncias de
grande potencial cancerígeno (tintas, corantes, alcatrão, vernizes) usados na
indústria de borracha, metalúrgica, cabedal e têxtil, fumadores – o tabaco
aumenta duas a três vezes o risco, inflamação e infecção crónicas.
• Cancro nos testículos: antecedentes familiares, exposição ao cádmio ou outros
metais/substâncias químicas.
Autor: Diana Pinheiro e Manuel João Pinheiro (Especialistas de Medicina
Tradicional Chinesa ESMTC)

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