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UnB - Instituto de Química

Laboratório de Físico-Química
Profs. Maria José A. Sales, José Roberto dos S. Politi e Edgardo Garcia.

Experimento 8 – DETERMINAÇÃO DA CMC DO DODECIL SULFATO DE SÓDIO


POR CONDUTIVIDADE

Experimento apresentado pelos alunos Ana P. da S. Melônio, Leonardo A. F. da Costa, Luiz F. R. de Souza e
Vinícius M. Melo, na disciplina Laboratório de Físico-Química, Turma B, Sem 1-2008.

1. INTRODUÇÃO

Os tensoativos, também chamados de surfactantes e, quando adicionados em água, passam a


se agregar sob forma de micelas, após uma determinada concentração.
A molécula do surfactante dodecil sulfato de sódio divide-se em duas regiões, a saber:

O
O Na
S
H3C O
O

(parte hidrofóbica: em geral parte orgânica da molécula; e parte hidrofílica: parte inorgânica da
molécula)

As regiões hidrofóbicas do surfactante formam um núcleo apolar e são mantidas afastadas das
moléculas de água, que interagem somente com a camada externa da micela formada pelos
grupos hidrofílicos do surfactante. A concentração onde se inicia o processo de formação das
micelas é chamada de concentração micelar crítica (CMC), que é uma propriedade intrínseca de
cada surfactante.
A condutividade da solução aumenta com o incremento da concentração do surfactante, visto
que a quantidade de íons em solução aumenta. Porém, a partir da CMC a condutividade aumenta
mais lentamente, pois a mobilidade iônica da micela é menor que a do monômero.
Esse experimento tem como objetivo medir a variação da condutividade de uma solução do
surfactante dodecil sulfato de sódio com o aumento de sua concentração e determinar
graficamente a CMC desse surfactante.

2. PARTE EXPERIMENTAL

Prepare 100 mL de uma solução 80 mmol·L-1 do surfactante dodecil sulfato de sódio


(CH3(CH2)10-CH2-O-(SO3)- Na+) e transfira 25 mL da solução recém preparada para uma bureta
de 25 mL. Coloque 100 mL de água destilada em um becker de 200 mL, e posicione o mesmo
embaixo da bureta, de forma que o eletrodo do condutivímetro fique totalmente imerso na água.
Inicie a titulação com alíquotas de 0,5 mL. A cada adição, faça uma agitação manual e espere
alguns segundos até que a condutividade se estabilize. A titulação deve ser feita com toda a
solução existente na bureta.
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Após a titulação, calcule a concentração da solução do surfactante para cada volume e, depois
faça um gráfico da condutância (mS) medida em função da concentração (mol·L-1). De posse do
gráfico, calcule a CMC.
Obs. É necessário ter cuidado para não agitar a solução no momento de medir a
condutividade.

3. PRÉ-RELATÓRIO

1. Defina condutividade.
2. Explique o que é CMC.
3. Descreva qual o comportamento da condutividade antes e depois da CMC para surfactantes
iônicos. Por que tal comportamento ocorre?
4. Explique como os surfactantes auxiliam no processo de limpeza.
5. Qual a relação da CMC com a tensão superficial da solução? Uma solução de surfactante com
concentração abaixo da CMC tem o mesmo potencial de limpeza que uma solução com
concentração acima da CMC? Explique.
6. O fato de a solução estar em repouso ou sob agitação pode alterar a medida de condutividade?
Por quê?

4. DICAS PARA A ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO


 A condutividade específica é expressa em (S·cm-1). Como (1S = 1Ω-1), a condutividade
especifica poderá ser expressa em (Ω-1·cm-1). As concentrações devem ser expressas em (mol·L-
1
) ou (mol·cm-3). Observação: (1 L = 1000 cm3). Com os valores de condutividade específica,
determinados para as soluções do surfactante, faça um gráfico de condutividade específica (Ω -
1
·cm-1 no eixo y) versus a concentração do surfactante (mol·L-1 no eixo x) e determine o valor da
CMC (ponto de descontinuidade). Calcule o coeficiente angular das regiões abaixo e acima da
CMC e determine o grau de ionização das micelas. Procure na literatura o valor de CMC para o
DSS e compare com o valor obtido experimentalmente.

Sugestão. Construa a seguinte tabela neste experimento.


Volume adicionado
Concentração do Condutividade Condutividade molar Raiz quadrada da
de solução estoque
surfactante (mol·L-1) específica (k) (Ω-1·cm-1) (Λ) (Ω-1·cm2·mol-1) concentração
(mL)

5. DESCARTE E TRATAMENTO
O DSS é um detergente, assim, em pequenas quantidades pode ser descartado na pia.
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6. RISCO DOS REAGENTES E DIAGRAMA DE HOMMEL

Tabela 1. Pictograma de perigo e diagrama de Hommel dos reagentes.


REAGENTE RISCO HOMMEL (NFPA704)*

DODECIL SULFATO DE
SÓDIO

ÁGUA

Riscos a saúde Inflamabilidade


4-Produto letal (ponto de fulgor)
3-Produto severamente perigoso 4-Abaixo de 22,7ºC
2-Produto moderadamente 3-Abaixo de 37,7ºC
perigoso 2-Abaixo de 93,3ºC
1-Produto levemente perigoso 1-Acima de 93,3ºC
0-Produto não perigoso ou de 0-Não inflamável
risco mínimo

Riscos específicos Instabilidade (Reatividade)


OXY-Oxidante 4-Pode explodir
ACID-Ácido 3-Pode explodir com
ALK-Alcalino aquecimento ou choque
COR-Corrosivo 2-Reação química violenta
-Evite uso de água 1-Instavel se aquecido
0-Estável
-Radioativo
*Figura 1. Ilustração explicativa do diagrama de Hommel (NFPA 704)
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7. BIBLIOGRAFIA

1. Reagentes bioquímicos e kits. Para pesquisa em ciências da vida. Sigma Aldrich. Tabela de
detergentes biológicos.
2. MANIASSO, N. Quim. Nova, 24, 87, 2001.
3. CATELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. Tradução de Cristina Maria Pereira dos
Santos et al. 1ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988, p. 474-475.
4. MINATTI, E. Interações entre polímeros neutros hidrossolúveis e surfactantes, TESE
Doutorado, Universidade Federal de Santa Catarina, 1999.
5. JACQUIER, J. C.; DESBENE, P. L. J. Cromatogr., A 718, 167, 1995.
6. LIN, C. E.; WANG, T. Z.; CHIU, T. C.; HSUCH, C. C. J. Resol. Chromatogr., 22, 265, 1999.
7. TESAROVÁ, E.; TUZAR, Z.; NÉSMERÁK, K.; BOSÁKOVÁ, Z.; GÁS, B. Talanta, 54, 643,
2001.
8. HARKINS, W.D.; JORDAN, H. F., J. Am. Chem. Soc., 52, 1751-1772, 1930.
9. DANIELS, F. et al, Experimental Physical Chemistry, 7 ed. New York, McGraw-Hill, 1972.
10. RANGEL, R. N., Práticas de Físico-Química, S. Paulo, Edgard Blücher Ltda, 1997.
11. WILSON, J. M. Experiments in Physical Chemistry, New York, Pergamon Press, 1962.
12. Van KREVELEN, D. W., Properties of Polymers, Now York, Elesevier, 1972.
13. ATKINS, P. W. Físico-Química, Vol. 1, Rio de Janeiro, LTC, 1999.
14. www.qmcweb.org

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