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Aos 25 anos Mariátegui chega à Itália, embora sem nenhuma inclinação política ou
ideológica, já se aproximava do socialismo onde no qual teve uma experiência político-
teórica extraordinária. Deve-se levar em consideração que ao chegar ao continente itálico,
Mariátegui viu de perto a falência do modelo democrático e a ascensão dos governos fascistas
e comunistas.
Mariátegui vai se inserir na Itália e resultado da I Guerra Mundial, e para esse país a
guerra foi um mal negócio, apesar de estar incluída ao bloco dos vencedores seus ganhos
foram minúsculos frente aos ganhos franceses e ingleses.
A tese soreliana do mito foi algo que, sem sombra de dúvidas, influenciou Mariátegui
que a incorporou inteiramente, o mito seria um mobilizador social, a revolução operária teria
como base a esse mobilizador e tal tese ganha força quase que religiosamente. O proletariado
iria se empolgando como uma emoção e fé profundas (ou seja, um acreditar em tudo quase
que cegamente). O retorno do nosso autor ao Peru foi uma opção e nessa fase se configura o
marxismo agônico, que estava pronto para luta, cujo pensamento estava sempre em
movimento.
O Peru também carrega uma pesada herança cultural do seu período colonial, que
resultou em uma enorme concentração pessoal da propriedade, da renda e do poder de fato
além da dizimação de sua população nativa, o processo de lutas pela independência teve
como foco principal as rebeliões indígenas, a partir de 1780 tem-se um crescimento nessas
lutas com a revolta de Tupac Amaru, mas seu fim será em 1781 com a sua prisão, tortura e
execução.
Em 1821 San Martin cruza os Andes e atinge Lima vencendo as resistências, mas
suas tentativas de instaurar uma monarquia colidiram com os ideais republicanos de Bolívar,
quando este invade a Bolívia e o Peru, San Martin é obrigado a se retirar, a Bolívia é liberta
e o a independência do Peru é consolidada em 1825 quando são destituídos dois presidentes
provisórios que tentavam instaurar uma monarquia e trair Bolívar.
Até meados da década de 1950 a regra que se segui no Peru era o liberalismo, as
intervenções eram na maioria das vezes focalizadas, mas a crise de 1929 leva o governo a
adotar medidas intervencionistas na sua economia. Entre 1930 e !945 o Estado fez ensaios
intervencionistas, em 1931 cria o Banco Central e no mesmo ano institui o Banco de Fomento
Agrário, em 1936 tem-se a criação do Banco Industrial (que teria uma atuação mais
significativa no final da década de 1950) e em 1937 o Estado cria uma legislatura que lhe
permite intervir no câmbio.
Entre 1945 e 1948 tem-se a intensificação dos controles cambiais são introduzidas
restrições quanto às importações. O cenário começa a mudar em 1948-1949 a melhora na
conjuntura externa reporia com força a velha conservadora política liberal.
Entre 1980 e 1990 tem-se na política peruana uma forte tradição liberal e uma
tentativa de se aplicar uma política de ajuste heterodoxa. Entre 1988 e 1992 houve um
período de forte depressão econômica com redução acumulada no PIB de 25%. A inflação
dá um salto entre 1989 e 1990 de 2.7005 para 7.600%, dando mais força a crise e ao
crescimento da violência.
Nesse contexto surge Fugimori, que após uma semana de sua posse instaura uma
radical mudança na política econômica, introduzindo o projeto neoliberal no Peru, formulado
e assistido pelo FMI e BIRD. O seu projeto consistia num programa de estabilização (com
tratamento de choque) e um conjunto de reformas estruturais, que tinham por objetivo
estabilizar o nível de preços e de procurar uma nova inserção internacional, capaz de retomar
o crescimento em bases mais eficientes.