Professional Documents
Culture Documents
IMAGINÁRIAS
nr
MACiAINE
F. LaGard
Smith
r /
vi
ISBN 0-8297-1644-0
- Seitas______
AS VIDAS
IMAGINÁRIAS
DE
Shiriey
MacLaine
F. L aG ard
S m ith
T raduzido por
Wanda de Assumpção
ISBN 0-8297-1644-0
Categoria: Seitas
Prefácio ..................................................................7
1. Vizinhos — Em Pólos O postos....................... 11
2. Lições Tiradas de uma A utópsia.....................21
3. Fascinação e Fantasia.......................................47
4. Providência e Perspectiva ............................... 69
5. Reencamação à Moda Ocidental.....................77
6. Lembrança ou Ficção....................................... 99
7. Textos Fora de Contexto ............................... 117
8. Jesus — Iogue ou Salvador? ......................... 135
9. Um Watergate da Reencamação? ................. 143
10. O Carma Indiferente....................................... 155
11. Então, Qual é a A tração?............................... 171
12. Eu, Eu e Eu ................................................... 195
13. Padrões de um Deus M enor...........................205
14. Uma Vez por Toda a Eternidade...................215
PREFACIO
Este livro é o resultado de uma breve conversa que
tive certa vez com uma jovem estudante de Direito.
Quando a vi em nosso campus, tempos atrás, ela estava
muito entusiasmada com sua nova crença na “reencar-
nação”. Quase insistiu em que eu lesse o livro “Minhas
Vidas”, da atriz Shirley MacLaine. “Se o leu”, excla
mou ela, “deve saber muito bem de que estou falando.
No livro, ela disse tudo!” Nada me poderia ter surpreen
dido mais do que saber que aquela jovem americana,
inteligente e culta, havia ficado fascinada pela reencar-
nação. Despertada a curiosidade, fui à livraria local
comprar “o livro da Shirley”.
Achei “Minhas Vidas” cativante e bem escrito, mas
fiquei surpreso ao perceber que as memórias da Srta.
MacLaine eram na realidade uma declaração filosófica
em favor da reencamação, da percepção da Nova Era,
e do egoísmo da geração do “eu primeiro”. Além disso,
fiquei admirado ao ver a tentativa da Srta. MacLaine
em combinar o seu eclético sistema de crenças com a
Bíblia. Fazendo uma pesquisa para um livro que havia
escrito, eu tinha acabado de passar seis anos da minha
vida lendo e estudando a Bíblia o mais detalhadamente
possível. Eu sabia que ela não ensinava a existência da
reencamação, como a Srta. MacLaine e seus mentores
espirituais indicavam, e sabia que estavam colocando
palavras nos lábios de Jesus que ele nem chegou perto
de dizer. Eu sabia que fatos históricos haviam sido
grosseiramente distorcidos num esforço de justificar as
crenças reencamacionistas.
8 As Vidas Imaginárias de Shirley MacLaine
VIZINHOS—
EM PÓLOS OPOSTOS
ção “Eu Podería Ter Sido Uma Rainha”, que traz versos
como “Sou um novo par de olhos, uma mente original”.
Shirley MacLaine é provavelmente a mais eficaz e
popular propagadora da causa da reencamação. Consi
dere-se que “Minhas Vidas” esteve na lista dos livros
mais vendidos do jornal “New York Times” por mais
de 15 semanas, e que a venda de seus exemplares já
ultrapassou a casa dos dois milhões. A Srta. MacLaine
promove sua filosofia diante de milhões de espectado
res em programas nacionais da televisão tais como
“Donahue” e “The Today Show”. Diz ela que já recebeu
mais de 40.000 cartas de leitores e telespectadores que
desejam maiores informações sobre a sua filosofia de
reencamação. “Minhas Vidas” já foi citado por outros
adeptos da reencamação como “leitura obrigatória”
para qualquer pessoa que esteja buscando respostas
para a vida. Sem dúvida, Shirley MacLaine é o flautista
de Hamelim da música de reencamação nos dias de
hoje.
O mais recente livro da Srta. MacLaine, “Dançando
na Luz”, é uma saga ainda mais chocante de suas
supostas vidas anteriores. Ela assume despreo-
cupadamente que encarnações anteriores afetaram seu
relacionamento com a família e os vários amantes. Em
“Dançando na Luz”, a Srta. MacLaine se arrisca mais
do que no primeiro livro. Sob a influência da acupuntura
psíquica, ela alega ser capaz de conversar com animais,
árvores, e uma entidade à qual dá o nome de “Eu
Superior”. Admira-me muito o fato de milhares de
pessoas acreditarem em Shirley MacLaine quando não
dariam o menor crédito a qualquer outra pessoa que
passasse pela rua dizendo ser capaz de conversar com
as árvores!
16 As Vidas Imaginárias de Shirley MacLaine
LIÇÕES TIRADAS DE
UMA AUTÓPSIA
FASCINAÇÃO E
FANTASIA
PROVANDO OS ESPÍRITOS
PROVIDÊNCIA E
PERSPECTIVA
— Sim.
A MINHA MISSÃO
Acho que conheço a sensação de ter sido incumbido
de uma missão. Há alguns anos, comecei a tarefa de
organizar cronologicamente a Bíblia. Estou certo de
que nunca teria iniciado ou completado esse trabalho
sem o impulso de uma força maior do que eu. E, da
mesma forma que a Srta. MacLaine, sei que eu não era
o candidato mais indicado para essa tarefa. Mas, quan
do olho para trás, posso ver as peças do quebra-cabeças
se encaixando umas nas outras.
Quando eu era adolescente, meu pai, que era pastor,
plantou uma semente que não deu fruto até 25 anos mais
tarde. Enquanto atravessávamos o estacionamento de
pois de um culto dominical, ele disse apenas: “Alguém
deveria colocar a Bíblia na seqüência certa.” Isso é tudo
o de que me recordo daquela conversa, e não me lembro
de jamais termos tocado no assunto novamente.
O que Papai queria dizer certamente não repre
sentava nenhum mistério para mim. Eu conhecia a
dificuldade que a maioria das pessoas encontra ao ler a
Bíblia. A menos que se tenha bons conhecimentos de
história, cultura e da ordem cronológica da antigüidade,
a Bíblia pode parecer um tanto confusa.
Muitos anos mais tarde, uma amiga íntima resolveu
ler a Bíblia de capa a capa. Ela tinha pouco conheci
mento bíblico anterior e a leitura tomou-se difícil. Du
rante o seu paciente esforço para compreender o que
lia, a idéia de meu pai voltou-me à mente: “Alguém
deveria colocar a Bíblia na seqüência certa.” Papai tinha
razão — alguém deveria fazer isso. Para falar a verdade,
eu mesmo gostaria de ter uma Bíblia assim!
Após seis anos e centenas de horas de trabalho,
chegou enfim a hora de eu ir a Grand Rapids, no estado
72 As Vidas Imaginárias de Shirley MacLaine
REENCARNAÇÃO À
MODA OCIDENTAL
REALIDADE X FANTASIA
Eu estava em Davos, na Suíça, o meu lugar favorito
quando tenho de escrever, quando li a fantasiosa histó
ria de Van Auken sobre a natureza ilusória da vida. Ao
terminar o relato inspirado em Cayce feito por ele
acerca do princípio do mundo, pausei, deixando que
suas idéias me percorressem a mente enquanto eu olha
va ao redor.
A tarde de meados de junho no Dischmatal, um vale
que se estende rumo ao leste de onde eu estava morando
na periferia de Davos, estava ensolarada, em lugar da
nublada escuridão do dia anterior. Naquela tarde indo
lente, os campos achavam-se escondidos debaixo de
flores de todos os matizes, as quais serviam de pasto
para as vacas. Brancas, amarelas, roxas, lilases com
delicados tons de azul — havia flores por toda a parte.
O riacho Dischmal corria ligeiro e ondulado por
sobre as grandes pedras que forravam seu leito, ao
serpear entre os graciosos chalés alpinos com suas
jardineiras salpicadas de gerânios vermelhos. Mães
com crianças de faces rosadas, juntamente com casais
mais velhos cujos rostos traziam as marcas de invernos
alpinos, saudavam-me com a amável expressão local:
“Gruezi”.
Os Alpes, constante e silencioso pano de fundo da
vida em Davos, na ponta dos pés, procuravam tocar o
magnífico céu azul com seus picos cobertos de neve.
Quando a fresca aragem soprou de suas encostas e
tocou-me de leve o rosto, senti-me como se fosse um
com as montanhas, um com as flores, como riacho, com
as vacas, com as crianças, e com a natureza. Também
senti-me como se fosse um com Deus, e louvei-o pela
gloriosa sensação de estar vivo e naquele lugar!
92 As Vidas Imaginárias de Shirley MacLaine
LEMBRANÇA OU
FICÇÃO?
TEXTOS FORA DE
CONTEXTO
JESUS—
IOGUE OU SALVADOR?
OS MITOS MÍSTICOS
UM WATERGATE DA
REENCARNAÇÃO?
DAVID E O CONCÍLIO
Naturalmente, David também contou à Srta. Mac-
Laine a respeito do pretenso “Watergate da Reencar-
nação” da igreja:
UM CARMA
INDIFERENTE
A DIFERENÇA ENTRE
CARMA E DEUS
ENTÃO, QUAL É A
ATRAÇÃO?
TRANSFERINDO A CULPA
O carma oferece uma explicação alternativa. Man
tém a culpa sobre nós, mas à distância de um passo
gigantesco. Diz que somos responsáveis, mas não nesta
vida. Diz que aquilo pelo qual estamos passando é o
resultado do que fizemos em vidas anteriores. Nossa
tragédia é apenas parte de um sistema cósmico de
educação superior.
Para muitas pessoas, o carma é uma atraente expli
cação, transfere qualquer culpa imediata para vidas
passadas das quais nem se conseguem lembrar. Somos
responsáveis pelas coisas ruins que nos acontecem, mas
não precisamos sentir-nos culpados por elas. É também
cativante, pois é algo a que nos apegar, mesmo que não
contenha um grama sequer de verdade. Pelo menos, é
uma explicação, o que, para muitas pessoas, é melhor
que nada.
Mas existem dois problemas sérios com a explicação
do carma. A primeira é simplesmente que, como já
vimos, nenhum de nós teve uma vida anterior na qual
acumulamos carma desfavorável. O segundo problema
é que, embora possamos ser a causa de nosso próprio
sofrimento, não é sempre que necessariamente o so
mos.
Lembra-se o leitor de ter ouvido falar da paciência
de Jó? Ele foi o personagem bíblico conhecido pelo
grande sofrimento por que passou. Tendo sido muito
rico, perdeu tudo o que tinha, inclusive a família e a
própria saúde. Sua história, que se encontra no livro de
Jó, descreve como ele veio a compreender a causa do
seu sofrimento. Há importante mensagem para nós
naquilo que ele aprendeu. Quando Jó passou por grande
sofrimento, seus amigos insistiram repetidas vezes em
174 As Vidas Imaginárias de Shirley MacLaine
O MITO DA EVOLUÇÃO
O ERRO DO CÍNICO
EU, EU E EU
TRANSFORMANDO O EU EM DEUS
O coração e a alma do movimento da Nova Era, que
a Srta. MacLaine adota, juntamente com suas idéias
acerca da reencamação, nada mais são do que auto-en-
deusamento. Gina Cerminara, adepta de Cayce, ridicu
lariza como sendo “crime psicológico” a idéia de
alguém ser salvo mediante a morte sacrificial de Cristo.
“É um crime psicológico porque coloca a responsabi
lidade pela redenção sobre algo externo ao eu; toma a
salvação dependente de uma crença na divindade de
outra pessoa em lugar de na autotransformação, através
da crença na divindade intrínseca da própria pessoa.”
Se houvesse qualquer dúvida acerca do que está
sendo dito, “John”, a entidade canalizada através de
Kevin, coloca um ponto final na especulação.
— Então você quer dizer que se eu quiser en
tender o que esse negócio de Deus é, preciso
conhecer a mim mesma? — perguntou Shirley.
— Correto — disse John; — sua alma é uma
metáfora de Deus.
PADRÕES DE UM DEUS
MENOR