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Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico

BRUCE K. WALTKE E M. O’CONNOR

p iv Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico, Bruce K. Waltke e Michael P. O’Connor. © 2006,


Editora Cultura Cristã. Publicado em inglês com o título: An Introduction to Biblical Hebrew
Syntax. © 1990, Eisenbrauns Inc. Publicação em português autorizada pela Eisenbrauns Inc.
Todos os direitos são reservados.

1ª edição – 2006

3.000 exemplares

Tradução

Adelemir Garcia Esteves

Fabiano Antônio Ferreira

Roberto Alves

Revisão
Fabiano Antônio Ferreira

Roberto Alves

Tarcízio José de Freitas Carvalho

Editoração

OM Designers

Capa

Magno Paganelli

Conselho Editorial

Cláudio Marra (Presidente), Alex Barbosa Vieira, André Luiz Ramos, Francisco Baptista de
Mello, Mauro Fernando Meister, Otávio Henrique de Souza, Ricardo Agreste, Sebastião Bueno
Olinto, Valdeci da Silva Santos.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Waltke, Bruce K.

W237i Introdução à sintaxe do hebraico bíblico / Bruce K. Waltke e Michael P. O’Connor,


[tradução Fabiano Antônio Ferreira, Adelemir Garcia Esteves e Roberto Alves]. São
Paulo: Cultura Cristã, 2006.

784p.; 21,5×27,9 cm.

Tradução de An Introduction to Biblical Hebrew Syntax

ISBN 85-7622-141-1

1. Hebraico – Sintaxe e Gramática. 2. Antigo Testamento – Linguagem e Estilo.

I.Waltke, B.K. II.Título.

CDD – 492.4

EDITORA CULTURA CRISTÃ

Rua Miguel Teles Jr., 394 - CEP 01540-040 - São Paulo - SP

Caixa Postal 15.136 - CEP 01599-970 - São Paulo - SP

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Superintendente: Haveraldo Ferreira Vargas

Editor: Cláudio Antônio Batista Marra

pv em memória de

W. J. Martin
25 de maio de 1904

Broughshane, Co. Antrim

21 de março de 1980

Cambridge

p vii Sumário

Abreviaturas e Siglas

Apresentação

Prefácio

Introdutório

1. Língua e Texto

2. História e Estudo da Gramática Hebraica

3. Conceitos Básicos

4. Unidades Gramaticais

Substantivos

5. Padrões Substantivos

6. Gênero

7. Número
8. Função Nominativa e Orações sem Verbo

9. Função Genitiva

10. Função Acusativa e Assuntos Relacionados

11. Preposições

12. Aposição

13. Definibilidade e Indefinibilidade

Adjetivos, Numerais, e Pronomes

14. Adjetivos

15. Numerais

16. Pronomes Pessoais

17. Demonstrativos

18. Interrogativos e Indefinidos

19. Relativos

Graus Verbais

20. Introdução ao Sistema Verbal

21. O Sistema de Graus Verbais

22. Grau Qal

23. Grau Niphal

24. Grau Piel

25. Grau Pual

26. Grau Hithpael

27. Grau Hiphil

28. Grau Hophal

Conjugações Verbais e Orações

29. Introdução às Conjugações

30. Conjugação de Sufixo (Perfectiva)

31. Conjugação de Prefixo (Não-Perfectiva)


32. Waw + Conjugação de Sufixo

33. Waw + Conjugação de Prefixo

34. Jussivo, Imperativo e Coortativo

35. Infinitivo Absoluto

36. Infinitivo Construto

37. Particípios

38. Subordinação

39. Coordenação e Advérbio Oracionais

40. Exclamações e Perguntas Polares

Glossário

Bibliografia

Índices

p viii Abreviaturas e Siglas

Termos Gramaticais
abs. absoluto

bis duas vezes

C consoante

C termo construto

c. comum

col. coletivo

cstr. construto

SNEA semítico noroeste antigo

f(em). feminino

foc. marcador focal


G termo genitivo

impfv. imperfectivo

inf. abs. infinitivo absoluto

inf. cstr. infinitivo construto

m(asc). masculino

non-pfv. não-perfectivo

pf. perfeito

pfv. perfectivo

pl. plural

pleo pronome pleonástico

Pred predicado

S sujeito

s(ing). singular

V vogal

V verbo

* forma não-atestada

** forma impossível

~/≅ aproximadamente igual a

Versões e Traduções
AV Authorized Version

LXX Septuaginta

TM Texto Massorético

NAB New American Bible (1970)

NIV New International Version (1973)

NJPS New Jewish Publication Society Version (1982)

RSV Revised Standard Version (1932)

Sam Pentateuco Samaritano


Bibliografia
BL Hans Bauer e Pontus Leander. 1922. Historische Grammatik der hebräischen
Sprache des Alten Testaments.

GAHG Wolfgang Richter. 1978–80. Grundlagen einer althebräischen Grammatik

GB [Wilhelm Gesenius-] Gotthelf Berg-strässer. 1918–29. Hebräische Grammatik.

GKC [Wilhelm Gesenius-] Emil Kautzsch, trad. A. E. Cowley. 1910. Gesenius’ Hebrew
Grammar.

Joüon Paul Joüon. 1923. Grammaire de l’hébreu biblique.

LHS Ernst Jenni. 1981. Lehrbuch der hebräischen Sprache des Alten Testaments.

MPD P. Swiggers e W. Van Hoecke.1986. Mots et Parties du Discours.

SA/THAT Statistischer Anhang to Ernst Jenni and Claus Westermann. 1971–76.


Theologisches Handwörterbuch zum Alten Testament.

UT Cyrus H. Gordon. 1965. Ugaritic Textbook.

p ix Apresentação

Apresentar esta obra de Waltke e O’Connor na sua tradução para a língua portuguesa é
uma honra imensa. Quando a indiquei para tradução e os trabalhos foram iniciados, não tinha
idéia de quanto tempo e esforço seriam necessários até que pudéssemos tê-la entregue ao
estudioso da língua hebraica no Brasil. Não se trata da tradução de um livro simples, mas de
uma obra que, além de volumosa, apresenta complexidade nas relações internas com vários
índices fundamentais ao seu bom uso.

A necessidade desta obra específica em língua portuguesa é incontestável. Os estudos da


língua hebraica no Brasil andam por lentos e tortuosos caminhos. Há poucas décadas havia
apenas as mais básicas gramáticas de hebraico disponíveis para nossos estudantes. Houve,
naturalmente, um desenvolvimento na área, e nos últimos anos encontramos várias novas
gramáticas publicadas em língua portuguesa, pelo que damos graças a Deus. Há menos de dez
anos que o primeiro dicionário Hebraico-Português de porte razoável tomou seu lugar em
nossas bibliotecas. Essas publicações, básicas para o estudo da língua hebraica, encontram
agora o suporte de uma obra de grande peso, que tornou-se um manual de referência ao
redor de todo o mundo, ainda que os próprios autores reconheçam o limite da mesma quanto
às discussões de exceções, e daí a necessidade de outras obras clássicas como Gesenius,
Kautzsch e Cowley ou Jüon-Muraoka, que esperamos sejam um dia traduzidas para o
português. Até então, nenhuma obra do porte de Waltke e O’Connor foi publicada em nosso
vernáculo para o estudo do hebraico.

A Introdução à sintaxe do hebraico bíblico é normalmente descrita como uma gramática


intermediária. Para o estudante dedicado da língua, seu uso torna-se possível a partir do
segundo ano de estudos e acrescenta informações fundamentais na construção da
compreensão da língua. As qualidades didáticas da obra são inúmeras. Entre elas, destacamos
o próprio uso da linguagem. Os autores se esmeram em explicar a terminologia usada, tanto
no texto quanto nas notas de rodapé, permitindo ao estudante noviço uma leitura mais fácil.
Encontram-se na obra mais de 3.500 exemplos do uso específico relativo aos temas dos
capítulos e seções. Além dos exemplos e suas traduções estarem no texto, as notas de rodapé
apontam vários outros exemplos no texto na Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS) e também as
discussões acadêmicas em artigos, livros e comentários são apontadas, abrindo o caminho
para o estudo avançado de cada uma das questões apresentadas. As referências cruzadas são
inúmeras, tanto nas notas quanto nos índices finais de Tópicos, Autores, Palavras Hebraicas e
Citações das Escrituras. A inserção de uma bibliografia separada por tópicos aponta os
caminhos para a pesquisa avançada.

Ainda que após a publicação do livro (1990) as pesquisas na língua hebraica tenham
avançado, abrangendo o estudo de novas categorias lingüísticas e metodologias, a obra de
Waltke e O’Connor continua a ser reimpressa, por seu porte e valor inestimáveis. Essa é, sem
sombra de dúvida, uma obra que todo estudioso do Hebraico Bíblico deve ter em sua
biblioteca.

DR. MAURO FERNANDO MEISTER

D.LITT. UNIVERSIDADE DE STELLEMBOSH

ÁFRICA DO SUL

p xi Prefácio

O Escopo e o Propósito deste Livro


Uma Introdução à Sintaxe do Hebraico Bíblico é, em dois sentidos, uma gramática
intermediária da língua da Bíblia Hebraica. Em primeiro lugar, é uma gramática projetada para
estudo por aqueles que já dominaram os fundamentos da língua e possuem uma boa
compreensão de sua fonologia e morfologia, como também um vocabulário funcional. Em
segundo lugar, coloca-se entre um estudo básico e a vasta lista de literatura de pesquisa, uma
ferramenta para preparar leitores para pesquisar esse corpo de escritos enquanto acessam o
grande e difícil corpus de Escrituras Hebraicas antigas. Este volume é apresentado tanto como
um livro-texto quanto como uma obra de referência e estudo. Não existe em português
qualquer gramática intermediária ou avançada atualizada de hebraico bíblico e esta falta tem
sido reconhecida há muito tempo. Tentamos apresentar tanto um corpo de conhecimento
(provendo, como seja, as “respostas certas”) quanto uma amostra de abordagens analíticas e
descritivas (sugerindo as “perguntas certas”). A gramática hebraica introdutória é, em grande
parte, uma questão de morfologia, e a abordagem das classes de palavra ou dos termos do
discurso que temos adotado deveria seguir um programa introdutório desse tipo. A teoria das
classes de palavra tem uma respeitável antigüidade e, como resultado de pesquisa recente na
organização do léxico, um futuro esplêndido. Esperamos que o arcabouço seja conservador o
suficiente para ser amplamente acessível, mas suficientemente sério para permitir-nos escapar
de algumas das confusões de gramáticas mais antigas de hebraico. A terminologia nova foi
introduzida com cautela.

As gramáticas de referência estão disponíveis. Todo estudante avançado do texto hebraico


precisa ter a gramática de Gesenius, Kautzsch e Cowley à mão para conferir uma variedade de
detalhes em um amplo e bem informado arcabouço. Este volume não busca substituir GKC ou
obras compatíveis disponíveis em outros idiomas. Não tratamos de todas as exceções e
anomalias. Pelo contrário, o livro busca ser usado tanto antes quanto em paralelo a tais obras,
apontando para as pesquisas de gerações mais recentes de eruditos, tanto em detalhes
quanto na estrutura do arcabouço global e reconsiderando as visões dos trabalhos mais
antigos à luz dessas pesquisas.

Como uma gramática pedagógica, este volume não busca apenas descrever a sintaxe do
hebraico bíblico, mas prover alguma profundidade explicativa para a descrição. Os estudantes
emergem de um curso introdutório de hebraico prontos para começar a confrontar o texto, e
este volume situa-se entre os livros que podem ajudá-los. Entre esses livros, esperamos que
este tenha um lugar distintivo. Gramáticas de referência e léxicos avançados, se consultados
rapidamente, tendem a fragmentar a visão do leitor acerca dos problemas, enquanto que
comentários tendem a estreitar demasiadamente o foco. Estudos gramaticais especializados às
vezes são forçados a discutir excessivamente uma tese ou cobrir todos os dados muito
rapidamente.

p xii Como uma ferramenta de leitura e exegese, este volume busca estimular a atenção
às dificuldades de um texto em uma língua escrita do mundo antigo de uma cultura diferente.
Um programa muito breve de estudo de hebraico pode ser desencaminhador ou até mesmo
perigoso. O domínio fácil pode fazer os estudantes acreditarem que compreenderam um
texto, quando tudo que eles realmente conseguiram foi simplesmente a memória de uma
tradução recebida pronta. As distorções decorrentes do uso da língua hebraica como a chave
para a compreensão de uma mentalidade estrangeira não fazem parte de nosso programa,
pois a erudição atual superou tais concepções. Mas o hebraico permanece uma língua
estrangeira para falantes nativos de português ou outras línguas européias. Esta gramática
busca ajudá-los a perceber o caráter desse estrangeirismo, principalmente com respeito à
interação entre sintaxe e semântica. Preocupamo-nos com o que as formas do hebraico
significam, como esses significados podem ser apropriados e, incidental e principalmente por
meio de exemplos, como esses significados podem ser vertidos para o português.
A primeira base deste estudo é a grande tradição de gramática hebraica falante-nativa
associada com a comunidade judaica medieval. Esta tradição foi passada durante séculos e
supriu a tradição européia moderna canonizada por Wilhelm Gesenius, no primeiro quarto do
século 19. A segunda base é o estudo lingüístico moderno, com suas raízes contemporâneas a
Gesenius e suas primeiras flores contemporâneas à edição da gramática de Gesenius,
atualmente impressa em inglês (1910). Esta gramática apóia-se sobre estas duas bases, ora
mais em uma, ora mais em outra. O objetivo deste volume não é a inovação; de fato, muitas
novidades não seriam apropriadas. Ainda que o corpo enorme de eruditos interessados na
Bíblia Hebraica tenha produzido muitos materiais novos, e cada nova visão ou conceito
reposiciona e reforma todas as outras facetas da gramática, isso tudo ocorre ligeiramente.
Então, é seguro dizer que qualquer leitor achará algo novo aqui, e é mais seguro dizer que
cada leitor achará algo com que discordar.

Embora esta não seja uma sintaxe exaustiva da Bíblia Hebraica, ela provê uma avaliação
completa do assunto e utiliza um corpo rico e diversificado de erudição. Por exemplo, os
estudos importantes de F. I. Andersen, Ernst Jenni e Dennis Pardee estão aqui, pela primeira
vez, trazidos para um exame da gramática hebraica; outros estudos são avaliados, e ainda
outros são citados somente de passagem. Como David Qimḥi, freqüentemente somos
respigadores seguindo os ceifeiros. Algumas das distorções que podem ser achadas na
literatura são criticadas. A bibliografia não somente dirigirá os estudantes às obras que usamos
aqui, mas também às obras de referência e aos estudos em fonologia e morfologia hebraicas,
assuntos não tratados aqui. Temos provido uma bibliografia básica de estudos de hebraico
bíblico, porque nenhuma ferramenta assim está atualmente disponível.

Embora visemos a ajudar os estudantes na apreciação e avaliação da literatura secundária,


não estamos diretamente interessados em tais avaliações. Não pudemos usar e citar a extensa
gama de materiais como gostaríamos, mas a quantidade é considerável. Muitas literaturas
novas apareceram durante os anos em que estivemos trabalhando. Em casos em que apenas
detalhes de nossa exposição foram afetados, pudemos melhor incorporar as novas
descobertas e visões. Em assuntos maiores, freqüentemente fomos incapazes de revisar e
reformar tanto quanto gostaríamos, em resposta a uma variedade de gramáticas introdutórias
recentes, como também a contribuições eruditas maiores como, por exemplo, a obra de
Shelomo Morag sobre o hebraico de Qumran, o ensaio de p xiii Jaakov Levi sobre Die
Inkongruenz im biblischen Hebräisch e a monografia de John Huehnergard sobre ugarítico.
Artigos do novo jornal de Hans-Peter Müller, Zeitschrift für Althebraistik, somente nos
alcançaram nos últimos estágios de nosso trabalho.

Algumas outras bases do volume são dignas de nota. Dados comparativos de línguas
semíticas foram utilizados para iluminar e prover perspectivas. Entretanto, não pressupomos
conhecimento algum de outras línguas. Tendo em vista nossas duas bases primárias, este uso é
inevitável. Os gramáticos de hebraico mais antigos falavam tanto o árabe quanto o hebraico;
assim, a tradição começa com uma tendência comparativa. A decifração do cuneiforme e o
desenvolvimento de gramáticas modernas de acadiano afetaram a interpretação de cada
faceta do verbo hebraico. Ao lado do árabe e do acadiano, as grandes línguas faladas
originalmente ao sul e ao leste do hebraico, estão as outras línguas do Levante antigo,
parentes mais íntimas do hebraico – moabita, amonita e púnico-fenício, como também a
língua mais antiga de Ugarite e as aparentadas mais distantes línguas aramaicas. A citação de
dados de semítico comparativo é restringida, mas em nosso julgamento é sempre crucial para
o argumento à mão. Semelhantemente cruciais são dados comparativos do português e de
outras línguas européias. A análise por contraste de línguas é agora comum no ensino
moderno de línguas. Tal informação serve para lembrar os estudantes como a própria língua
deles e outras correlatas funcionam. Nem todos os estudantes têm um amplo e firme
embasamento em lingüística – este livro não pressupõe familiaridade alguma com este
assunto – e o português pode ser tomado como um ponto de referência fixo e atraente. O uso
de dados de língua portuguesa serve, pelo menos em parte, para expor os pré-entendimentos
dos leitores de língua portuguesa. Realmente, à luz de uma língua “exótica” como o hebraico,
o português também passa a ser uma língua “exótica”. No labor da leitura ou da tradução, a
língua receptora não é mais “natural” ou “correta” que a língua de origem.

A forma do livro é irregular, pois não buscamos equilibrar exatamente os vários aspectos
do hebraico ou dividir os materiais em porções iguais. Uma compreensão própria do grau Piel
ou da conjugação prefixa requer o uso de conceitos e noções que podem parecer teóricos
demais. O capítulo sobre preposição, em contraste, pode parecer demasiadamente léxico.
Certos tópicos não são tratados completamente: os advérbios, especialmente as partículas
negativas, não recebem a atenção focalizada que eles podem receber, não obstante há
referências pertinentes ao longo do livro. O trabalho de escrita de cada livro deve ser limitado
ou pelo menos deve ser chamado a uma pausa.

O Uso Deste Livro


A estrutura deste volume é grandemente tópica e lógica, em vez de pedagógica. Os
professores e estudantes são livres para abordar o material como preferirem e fazer
adaptações apropriadas aos seus próprios programas e circunstâncias. Depois da seção de
abertura, qualquer das quatro seções restantes pode ser abordada; as várias tabelas de
conteúdo e o índice tópico devem facilitar a averiguação de dados cruzados. Em cada uma
dessas seções, certos capítulos requerem exposição conceitual, enquanto outros exigem
revisão e consideração dos exemplos em contexto. Provemos muitos, muitos exemplos em
citação completa ou expandida, com glosas (não traduções). Os exemplos são todos da Bíblia,
com três ou quatro exceções, onde fica claro que está sendo feita uma imitação p xiv
moderna de hebraico bíblico. Os estudantes são estimulados a ler os exemplos citados aqui e
eventualmente conferi-los (e os outros exemplos citados nas notas) no contexto bíblico.
Porque às vezes os exemplos são resumidos e abreviados, eles não refletem necessariamente
o texto real. As versões dadas aqui tendem a apresentar um equivalente dinâmico, às vezes
complementado por uma glosa mais literal refletindo o ponto gramatical em discussão –
entretanto, o termo lit. às vezes é usado imprecisamente. Poucas palavras hebraicas são
deixadas sem glosa, e versões de excerto bíblico podem variar de seção em seção do livro. As
versões portuguesas não são estritamente uma ajuda ou uma cola – os leitores deveriam
tentar explicar (ou melhorar) nossas sugestões, freqüentemente tiradas de versões modernas,
e deveriam considerar possíveis alternativas. Adições interpretativas são dadas entre
colchetes, enquanto outras adições, incluindo informação gramatical, aparecem entre
parênteses. Geralmente não são usadas elipses finais em texto hebraico. O versículo é disposto
em linhas onde tal arranjo não requereria nenhum espaço extra. Aspas simples (‘ / ’) são
usadas para glosas e versões, aspas duplas (“ / ”) para citações e termos técnicos.

A abordagem de toda a obra em um curso de um ano de duração envolveria a dedicação


de, aproximadamente, uma semana para cada um dos vinte e oito capítulos ou pares de
capítulos, deixando para uma rápida revisão ou estudo extraclasse os capítulos 1–3, 5, 15–19 e
combinando 11 e 12, 24 e 25, e 27 e 28. Alguns professores podem preferir saltar seções
individuais e reorganizar o material de outras formas. Nós prevemos a preparação de uma
versão mais resumida desta gramática, talvez equipada com exercícios e chave, sendo mais
satisfatória para um curso breve, e solicitamos comentários de usuários deste volume. Os
professores experientes sabem que a gramática se torna importante para os alunos somente
quando eles são levados a usá-la. Em qualquer formato, o estudo gramatical intermediário ou
avançado deveria ser acompanhado da leitura das obras-primas de prosa bíblica, como as
histórias de José e de Rute, bem como de alguns dos poemas bíblicos principais, como o Salmo
100 e o Cântico de Ana. Durante tais leituras, os alunos deveriam aplicar os princípios
esboçados aqui e começar a usar a gramática tanto para referência quanto para estudo
aprofundado. O breve glossário cobre principalmente termos gramaticais, principalmente os
sujeitos à confusão e aqueles improváveis de ser achados em outras obras de referência; em
nenhum sentido ele pretende competir com o texto do livro.

Os índices cobrem quatro campos: tópicos, autoridades modernas citadas, palavras


hebraicas e passagens bíblicas. Usado com as tabelas de conteúdo do capítulo, o índice de
tópicos deve guiar os estudantes a qualquer discussão relevante aqui.

O texto bíblico geralmente é citado da Biblia Hebraica Stuttgartensia (1977), embora em


alguns casos preferimos a evidência das margens massoréticas (Qere) ou outros manuscritos
massoréticos, ou o Pentateuco Samaritano, ou citamos um texto refletido nas versões antigas
ou numa emenda. Para as leituras do Qere perpétuo, usamos a forma longa de Jerusalém e o
pronome feminino da terceira pessoa do singular, onde apropriado; deixamos o Tetragrama
sem pontuação. Casos nos quais variamos da BHS são raros: este volume não serve como
substituto para uma introdução aos problemas de crítica textual. Ao citar o texto hebraico,
algumas das leituras mais anômalas do Códice de Leningrado são retidas (por exemplo, 1Sm
9.21 e Rt 3.9, com BHS contra o texto da mais antiga Biblia Hebraica de 1937 [BH3]; Gn 32.18,
com BHS e BH3 contra outras p xv edições), porém algumas são substituídas silenciosamente
por um texto padrão (por exemplo, um soph pasuq que é perdido no Leningrado, mas
informado para outros textos pela BHS, como em Êx 20.3). (Com base em sua autópsia da
edição fac-símile Makor de 1971 do Leningrado, J. Alan Groves, do Seminário Teológico
Westminster, informanos que a variante de Gn 32.18 provavelmente é um erro tipográfico em
BH3 e BHS). Os acentos massoréticos são dados em alguns casos, e a sílaba tônica, quando não
é final, é marcada. Athnach e sop pasuq (mas não silluq), principais divisores do versículo, são
determinados a partir do texto, e a sílaba tônica é indicada com o marcador<. Os divisores de
versículo dão um senso de forma global a um versículo e são dados mesmo onde a marca de
sílaba tônica também é encontrada. Esta redundância reflete as bases fonológicas e sintáticas
misturadas da acentuação massorética. O acento é mostrado apenas como uma característica
da palavra; somente o acento principal é apresentado; grupos tônicos constituídos de várias
palavras não são assim realçados. Na citação de itens lexicais com ocorrência única, formas
atestadas são normalmente dadas, em vez de formas de dicionário; em alguns casos de listas,
athnach é usado em vez de sop pasuq para mostrar que uma forma é pausal. Algumas vezes o
divisor de versículo do TM é retido, embora a glosa mostre que acreditemos que uma
transposição é necessária. Methegh é dado a partir da BHS ou quando for necessário, embora
nem todos os casos possíveis sejam providos. As transliterações seguem os sistemas agora
amplamente aceitos dos principais jornais eruditos, menos em duas características: e virado (ə)
é usado para shewa e e com marca breve (ĕ) para hateph seghol; e as matres lectionis de
vogais breves plenas não são escritas entre parênteses. Este sistema padrão, baseado como
está em uma reconstrução duvidosa de fonologia hebraica, não é perfeito, mas é funcional e
deveria ser familiar a todo estudante. Em geral, o hebraico é apresentado em caracteres no
texto e em transliteração nas notas, mas alguma variação será encontrada em ambas as
posições. Tomamos a liberdade de usar o asterisco único (para marcar formas lingüísticas não-
atestadas ou primitivas:*yaqtul) e o asterisco duplo (para marcar formas que seriam
impossíveis em hebraico: **yaqtal). Os sinais diacríticos são omitidos de palavras que indicam
paradigmas, tão freqüentemente quanto possível, desde que ainda preservem a clareza (Piel,
não Piʿēl).

Reconhecimentos
Ambos os autores desejam aproveitar esta oportunidade para agradecer aos seus
professores: Waltke foi treinado por T. O. Lambdin, F. M. Cross e o falecido G. Ernest Wright de
Harvard; e O’Connor por C. R. Krahmalkov, D. N. Freedman e G. E. Mendenhall de Michigan.
Todo o estudo de graduação é um empenho colaborativo, e queremos aproveitar esta
oportunidade para agradecer nossos condiscípulos, agora, com freqüência, colegas e
conselheiros. Nossos editores estiveram envolvidos de perto com o projeto durante mais de
oito anos, e James E. Eisenbraun trabalhou em cada aspecto do livro, na grande tradição de
eruditos-editores. Ambos os autores assumem a total responsabilidade pela obra.

FILADÉLFIA

ANN ARBOR

p xvi Nota à Terceira Impressão Corrigida


Foram corrigidos erros tipográficos e algumas passagens truncadas ou mal escritas
retificadas como resultado da vigilância de revisores e outros colegas, incluindo David W.
Baker (Ashland, Ohio), Adele Berlin (College Park, Maryland), Walter R. Bodine (Dallas), C. John
Collins (Spokane), Edward L. Greenstein (Cidade de Nova York), Frederic C. Putnam (Hatfield,
Pensilvânia), Leona Glidden Running (Berrien Springs, Michigan), e Mark F. Willson (Juazeiro do
Norte, Ceará, Brasil). Nossos agradecimentos a eles.

1° DE DEZEMBRO DE 1990

Nota à Quarta Impressão Corrigida


Continuamos sendo gratificados pela recepção generosa outorgada a este livro. Uma vez
mais, estamos contentes em corrigir erros e em emendar infortúnios mostrados por alunos do
Seminário Teológico Westminster (Filadélfia) e Regent College (Vancouver), por revisores, por
outros colegas e amigos, incluindo Ralph L. Bogle (Ann Arbor), James H. Charlesworth
(Princeton), Terence Collins (Manchester), Peter T. Daniels (Chicago), John Huehnergard
(Cambridge, Massachusetts) e W. G. E. Watson (Edimburgo).

Vancouver

St. Paul

7 DE ABRIL DE 1993

Nota à Sétima Impressão Corrigida


A oportunidade para revisar este volume não surgiu e, assim, o material bibliográfico,
especialmente, permanece desatualizado. Uma segunda edição iria, e esperamos, breve irá
usufruir muitos estudos eruditos que têm sido apresentados e publicados na última década.
Continuamos fazendo pequenos ajustes ao longo da gramática e estamos felizes por agradecer
aos colegas e estudantes por sua atenção contínua.

Vancouver e Orlando

Washington, D.C.

24 DE JUNHO DE 1999

p1 Introdução
1 Língua e Texto

2 História do Estudo da Gramática Hebraica

3 Conceitos Básicos

4 Unidades Gramaticais

p3 1
Língua e Texto
1.1 Introdução

1.2 Hebraico como uma Língua Semítica

1.3 História do Hebraico

3.1 Pré-História

3.2 Hebraico Bíblico e Congêneres

3.3 História Posterior do Hebraico

1.4 Sincronia/Diacronia

4.1 Estudos Literários e Gramática

4.2 A Pesquisa Recente

1.5 História do Texto Bíblico

5.1 Introdução

5.2 Período Primitivo (até 400 a.C.)

5.3 De 400 a.C. até 100 d.C

5.4 De 100 até 1000 d.C.

1.6 O Texto Massorético

6.1 Característica

6.2 Consoantes

6.3 Vocalização

6.4 Acentuação

1.1 Introdução

a A língua hebraica tem sido usada desde os tempos de Moisés (a era arqueológica
conhecida como Idade do Bronze Tardio II, 1400–1200 a.C.) até o presente. O assunto desta
gramática, o Hebraico Bíblico – empregamos o termo para designar tanto o hebraico usado na
composição da Escritura como o do Texto Massorético (abreviado TM) – esteve em uso desde
aquela época, passando pelos períodos exílico, pós-exílico e do Segundo Templo. Este espaço
de tempo corresponde em grande parte à Idade Imperial (Império Neo-Babilônico, 625–540;
Império Persa, 540–330; Império Helenístico, 330–360; Império Romano, 60 a.C.–330 d.C.).
Num período de mais de três milênios, a língua hebraica experimentou muitas mudanças; na
verdade, mesmo num período de várias gerações qualquer língua sofre alterações. O
português falado hoje no Brasil não é a língua de Camões ou mesmo a de José Bonifácio. O
português de Pedro Álvares Cabral e, mais ainda, o português antigo do trovador D. Dinis
(1261–1325 d.C.) são, para nós, virtualmente p 4 línguas estrangeiras. O intervalo entre a
literatura bíblica mais primitiva, como a Canção de Moisés (Êx. 15) ou a Canção de Débora (Jz.
5), e os livros mais tardios da Bíblia, como Ester ou Crônicas, é o mesmo que nos separa de D.
Dinis. Em contraste com a história da maioria das línguas, a língua hebraica tem exibido uma
notável uniformidade com o passar do tempo. Um falante de hebraico bem educado pode ler
e entender literatura hebraica de todos os períodos, desde as porções mais antigas da Bíblia
Hebraica até o hebraico moderno.

b Para entender a natureza do hebraico bíblico é necessário conhecer tanto o pano de


fundo da família do texto quanto a história do hebraico em geral (1.2–3), como também a
história do texto bíblico na qual ele foi registrado até o período dos massoretas, que
padronizaram todos os aspectos de sua transmissão (1.5). O trabalho deles é tão fundamental
para a produção de uma gramática hebraica que merece um tratamento separado (1.6). A
compreensão da história do texto e do trabalho dos massoretas provê discernimento acerca
de alguns problemas com que um lingüista se depara ao tentar escrever uma gramática do
Texto Massorético. Também nos ajuda a explicar porque as variações não são tão marcantes
quanto poderíamos esperar, haja vista a diversidade geográfica, política e cultural na história
primitiva das tribos de Israel, sua bifurcação em dois reinos em sua história subseqüente e sua
existência posterior na diáspora e no exílio. A tensão entre sincronia e diacronia é fundamental
no estudo do hebraico bíblico (veja também 3.4). A visão sincrônica considera uma língua em
um único ponto no tempo. Uma visão sincrônica do português atual, por exemplo, deveria
estar baseada no modo em que a língua é usada por uma variedade de falantes, falantes de
todas as áreas do mundo onde o português é falado nativamente, ou usado como uma língua
comum em documentos oficiais (conforme o papel do aramaico em 2 Rs 18.26 e Ed 4.7), ou
por eruditos ou comerciantes. Tal estudo também poderia considerar os usos escritos da
língua, jornais, revistas (populares e literárias), gênero e ficção importantes, como também
relatórios e documentos. Um estudo diacrônico do português necessariamente se apoiaria
mais em fontes escritas do que em orais. Como, neste caso, as fontes tornamse menos
familiares, o estudo precisaria dedicar mais atenção em qualificá-las e também avaliar seu tipo
de linguagem. Idealmente, uma análise lingüística do hebraico bíblico deveria representar a
língua diacronicamente pela descrição de seus vários estágios sincrônicos; somente podemos
analisar amplamente a língua hebraica a partir deste enfoque. Em uma seção separada (1.4),
mostramos as limitações de tal abordagem quando aplicada ao Texto Massorético.

p 5 1.2 Hebraico como uma Língua Semítica

a O hebraico pertence à família de línguas semíticas, ao grupo lingüístico historicamente


predominante no sudoeste da Ásia, na região geralmente conhecida como Oriente Próximo ou
Oriente Médio. A família semítica é, em si mesma, parte do phylum de línguas afroasiáticas, o
maior grupo de língua que abarca os continentes da África e da Ásia.
b A família semítica é atestada primariamente na área relativamente compacta do Oriente
Próximo. Porém, precisar a razão da existência de cada membro da família é uma tarefa
complexa, principalmente devido à enorme extensão de tempo ao longo da qual eles são
usados e a multiplicidade de influências na região. As línguas formam um grupo
lingüisticamente coeso comparável ao das línguas românicas da Europa, as descendentes
modernas do Latim: francês, espanhol, catalão, português, italiano, romeno, e outras. Há dois
ramos maiores na família: o semítico oriental e o semítico ocidental. Apenas uma língua
pertence ao subgrupo semítico oriental, a saber, o acadiano, a língua dos babilônios e assírios
da Mesopotâmia. Registros em acadiano, no sistema de escrita cuneiforme, têm relevância
histórica, literária e lingüística para os estudos bíblicos. O grupo semítico ocidental inclui o
semítico noroeste, o árabe e o semítico sul. O árabe do norte é a língua do Qurʾân (Corão) e da
religião islâmica; o grupo semítico sul inclui as várias línguas árabes do sul e as línguas etíopes.
O etíope clássico, ou geez, não é mais falado; as principais línguas semíticas da terra da Etiópia
são o amárico e o tigrina. As línguas semíticas do noroeste incluem as línguas cananéias, o
hebraico bíblico e seus congêneres imediatos, e as línguas aramaicas, importantes no mundo
bíblico. Cerca de dois por cento da Bíblia Hebraica foram escritos em aramaico. O termo
“línguas semíticas clássicas” é usado para referir-se às grandes línguas literárias pré-modernas,
ao hebraico, ao siríaco (uma língua aramaica), ao geez, ao árabe, e às vezes ao acadiano; p 6
todas estas são bem atestadas por períodos significativos de tempo. As principais línguas
modernas são o árabe (falado em uma variedade de dialetos e usado comumente em uma
forma padrão), amárico, tigrina e o hebraico moderno.

c Textos do terceiro milênio do sítio de Tell Mardikh na Síria (antiga Ebla) estão escritos
tanto em sumeriano como em uma língua semítica. A afiliação desta língua não é clara: alguns
eruditos asseveram que ela se aproxima das formas mais primitivas do acadiano, enquanto
outros a vêem primordialmente como uma língua semítica do noroeste. Ainda outros eruditos
asseveram que o eblaico (ou eblaito) precede à divisão semítica leste-oeste. Por causa da
complexidade dos modos nos quais o sistema de escrita cuneiforme era usado em Ebla, só um
estudo prolongado solucionará o debate.

d As semelhanças entre as línguas semíticas e as várias línguas da África foram percebidas


há muito tempo. A família maior ou phylum foi chamada de hamito-semítica, com base na
idéia de que o phylum teve duas partes distintas; na realidade, ele tem cinco (ou seis). O termo
afro-asiático é agora padrão; também é encontrado afrasiano, lisrâmico e eritreano. Duas
famílias afro-asiáticas são norte-africanas em termos de localidade: o egípcio, a língua agora
extinta do Egito antigo (conhecida em suas fases posteriores como cóptico), e o berbere, um
grupo de línguas usadas principalmente na Argélia e no Marrocos. Ainda é controversa a idéia
de que haja uma íntima relação dentro das famílias afro-asiáticas, egípcia e semítica. Na África
sub-saariana é encontrada a família chádica (na Nigéria, Chade e países vizinhos; a língua
principal é o hauçá) e a família cusítica-omótica (na ponta do crescente da África, i.e., a Etiópia
e a Somália; as línguas cusíticas principais são o oromo e o somali). Numerosos aspectos do
desenvolvimento das línguas semíticas podem ser elucidados por meio de referência ao
contexto afro-asiático maior.

1.3 História do Hebraico


1.3.1 Pré-História

a Uma das grandes ironias da arqueologia siro-palestina é que tem sido encontrada
documentação imensamente maior para o que se pode chamar de a pré-história do hebraico
bíblico do que propriamente para a história da língua no tempo em que a Escritura estava
sendo registrada. O uso desta documentação é difícil, tanto pelo fato de as fontes serem
variadas como por se espalharem por toda a extensão do antigo Oriente Próximo. Estes
materiais estão registrados em uma variedade de escritas. Em alguns casos, um único nome
pessoal contribui como evidência de importância comparável à de um texto literário inteiro.
Um exame destes materiais, melhores designados por semítico noroeste p 7 antigo (ENWS),
está além do objetivo desta gramática, mas uma revisão cronológica das fontes principais pode
ser útil.

Tal revisão torna possível evitar as perguntas de quantas línguas (ou dialetos) exatamente
estão envolvidas e como elas estão exatamente correlacionadas.

b Terceiro Milênio Tardio (2350–2000). Vestígios de ENWS são achados em textos


cuneiformes sumerianos e acadianos procedentes de uma variedade de locais, talvez em Ebla
inclusive.

c Período Babilônico Antigo (2000–1600). Nomes pessoais na língua amorita são


encontrados em textos procedentes da Babilônia Central, do reino de Mari (no vale do Médio
Eufrates) e de outros locais sírios. Os textos de Mari, escritos em acadiano, também exibem
vocabulário comum de origem amorita. Nomes amoritas também ocorrem numa série de
Textos de Execração da época da décima segunda dinastia egípcia (ca. 2000–1750).

d Bronze Médio Tardio – Bronze Tardio Posterior (1600–1400). A prova documental deste
período é escassa, limitada aos textos denominados proto-sinaíticos, escritos na forma mais
primitiva do alfabeto linear. Estas inscrições, encontradas nos muros de Serābîṭ el-Khādem,
uma área de mineração de turquesa na região do Sinai, geralmente é datada em cerca de
1475, embora alguns eruditos propuseram uma data posterior. Sinais alfabéticos foram
achados em jarros de Gezer, datados do mesmo período, e foram achados alguns pequenos
textos na Palestina.

e Bronze Tardio II (1400–1200). Há um pequeno número de inscrições alfabéticas


siropalestinas no período Bronze Tardio II, mas o lugar de honra para estudos de ENWS se
deve a materiais de Amarna e Ugarite. A cidade egípcia de Amarna legou-nos as
correspondências enviadas aos Faraós Amunhotpe III e o seu filho Akhenaten, entre 1400 e
1350, sendo a maior parte delas oriunda da última metade do período. Estas cartas estão
escritas em uma forma de acadiano fortemente influenciada pelo cananeu nativo ou por
línguas do ENWS dos escribas, empregados dos reis menos importantes das cidades-estado
siro-palestinas. Elas também contêm glosas cananéias.

Ugarite era uma das maiores dentre os reinos insignificantes da região. Ela não somente
preservou textos escritos em acadiano, mas também escritos na língua nativa, o ugarítico. Os
caracteres destes textos são do tipo alfabético, mas, diferentemente dos caracteres dos textos
proto-sinaíticos e dos textos correlatos ancestrais dos alfabetos europeus, a escrita ugarítica é
em forma de cunha. Textos escritos em caracteres do tipo do alfabeto ugarítico foram achados
em Ras Ibn Hani, um sítio perto de Ugarite, e em outros sítios na Síria palestina.

p 8 1.3.2 Hebraico Bíblico e Congêneres

a O hebraico bíblico é a língua da Escritura Hebraica. A história desta língua está em parte
atrelada à história da transmissão textual (1.5). Outros fatores que apontam para uma análise
diacrônica da língua merecem um tratamento separado (1.4). Uma variedade de línguas e
dialetos mais ou menos com relação próxima ao hebraico foi registrada na ocasião em que a
Escritura Hebraica estava sendo escrita. A Idade do Ferro (1200–540 a.C.) forma uma bacia
conveniente na história das línguas siro-palestinas. Entretanto, o significado do ano 1200 não
deveria ser exagerado: o hebraico bíblico mais primitivo tinha muitas coisas em comum com o
cananeu ugarítico e com o de Amarna.

b O material lingüístico extrabíblico da Idade do Ferro é principalmente epigráfico, quer


dizer, textos escritos sobre materiais rígidos (cerâmica, pedras, paredes, etc.). Os textos
epigráficos do território israelita estão escritos em hebraico, numa forma da língua que pode
ser chamada de hebraico inscricional; este “dialeto” não é extraordinariamente diferente do
hebraico preservado no texto massorético. Infelizmente, ele é escassamente atestado.
Semelhantemente limitados são os materiais epigráficos nos outros dialetos sulcananeus,
moabita e amonita; o edomita é tão parcamente atestado que não estamos seguros em
afirmar que ele é um dialeto sul-cananeu, ainda que isso pareça provável. De maior tamanho e
interesse é o corpo de inscrições em cananeu central, aqueles escritos na língua fenícia de Tiro,
Sidon e de Biblos, e nas línguas do ramo púnico e neo-púnico das colônias fenícias ao norte da
África. Um corpo especialmente problemático de material é o do muro de Deir Alla, com
inscrições que se referem a um certo profeta Balaão (ca. 700 a.C.); estes textos têm
características do cananeu e do aramaico. W. R. Garr propôs recentemente que todos os
dialetos da Idade do Ferro sejam considerados como formando uma cadeia que realmente
inclua também as formas mais antigas do aramaico.

Em um extremo lingüístico da cadeia dialetal está o fenício padrão, e na outra


extremidade está o aramaico antigo. Dos dialetos conhecidos, o amonita era o
que mais se aproximava do fenício padrão. O edomita estava relacionado com
o fenício e com o hebraico. Neste continuum dialetal, o hebraico situa-se mais
próximo do fenício padrão do que do aramaico antigo. O moabita estava mais
intimamente relacionado ao hebraico, mas também possuía traços distintivos
do aramaico. O dialeto de Deir Alla compartilhava algumas características com
o hebraico (e com o cananeu), mas a maior parte de seu inventário fonológico
e morfológico era derivada do aramaico antigo. Finalmente, o aramaico antigo
situa-se no término do continuum.

p 9 Afiliação lingüística é um assunto comparativamente secundário em relação aos restos


epigráficos da Idade do Ferro. Eles são uma rica fonte de informação sobre morfologia, sintaxe
e uso literário da língua cananéia, qualquer que seja o modelo da estrutura dialetal aceito.

1.3.3 História Posterior do Hebraico


a As Escrituras Hebraicas estão profundamente harmoniosas em si mesmas e, por causa do
seu papel focal na comunidade judaica, elas serviram para unificar aquela comunidade. Este
uso da Escritura preservou a língua contra as forças estimuladoras da diversidade e de uma
mudança drástica. A série inteira das fontes para a língua hebraica – estendendose da Escritura
até os escritos da Mishná, dos Midrashim e da poesia medieval – retém um certo grau de
uniformidade lingüística. A maior influência foi o texto bíblico. Aqui está uma amostra de um
uso relativamente livre de pasticho bíblico em uma carta pública escrita pelo rabino
renascentista, médico e professor, Judah Messer Leon (na tradução foram incluídas as
referências bíblicas):

Eu ouvi que o pranto rodeia os limites [Is 15.8] de Bolonha, aumentaram em


largura de andar para andar [Ez 41.7] nas congregações cheias [Sl 68.26], Em
sua casa de oração [Is 56.7] minha glória foi tornada em vexame [Sl 4.2] por
homens sanguinários e fraudulentos que não chegarão à metade de seus dias
[Sl 55.23]. É um inimigo que me afronta [Sl 55.12], e todo o povo presenciou os
trovões [Êx 20.15].

O autor reclama aqui que “uma difamação aviltante de um inimigo… foi espalhada ao
longo de toda a comunidade judaica de Bolonha. Ele foi exposto à infâmia pública até na casa
de adoração divina por pessoas destrutivas e enganosas que, conseqüentemente, estão sob a
maldição de uma vida encurtada”. Esta passagem é um exemplo do estilo de meliṣa ‘adorno’;
há outros modos nos quais os autores hebreus de todas as épocas impregnaram seus escritos
com a linguagem da Escritura e de outras fontes.

b A primeira fase na história pós-bíblica do hebraico é desconhecida pela tradição. Os rolos


e fragmentos de manuscritos achados ao redor do Mar Morto, principalmente no sítio de
Qumran, incluem, além de textos bíblicos e antologias, um grande número de textos
contemporâneos em hebraico. Os textos datam de cerca de 200 a.C. a 135 d.C. e alguns deles
precedem a descoberta de Qumran. Desde que os textos de Qumran são freqüentemente
próximos ao texto bíblico em termos de assunto, lidando com o comportamento cúltico, por
exemplo, e o louvor divino, o hebraico desses textos é de interesse especial.

p 10 c Na tradição judaica pós-bíblica, a primeira obra importante, a Mishná, lida com a


discussão e a resolução de problemas que envolvam a aplicação da lei religiosa; foi compilada
em meados do segundo século d.C. O hebraico mishnaico é a língua da Mishná e de vários
documentos contemporâneos relacionados. Os dois Talmudes, o babilónico (‫בלִי‬
ְ ‫ ) ַּב‬e o
palestino (‫למִי‬
ְ‫ש‬ַּ ‫)י ְרּו‬, suplementam a Mishná e contêm materiais em hebraico mishnaico,
como o fazem também o Tosefta e os Midrashim halákhicos (exposições legais). Uma parte
deste material foi registrada durante (ou reflete) a idade em que o hebraico mishnaico era
uma língua falada na Palestina (até 200 d.C.?), e outra é posterior. O hebraico mishnaico não é
um descendente direto do hebraico bíblico, mas um dialeto distinto com sua pré-história
própria e grandemente desconhecida.

d Durante o período que vai desde o início do século 3 d.C. até o fim do século 19, o
hebraico estava em uso contínuo como uma língua religiosa, isto é, como uma língua de
oração e adoração, como também de discussão científica e legal-religiosa. Todos os judeus
educados (i.e., judeus homens) estavam até certo ponto familiarizados com ele. A língua só era
usada em situações orais limitadas, mas extensivamente por escrito; seu vocabulário foi
aumentado a partir de formas anteriores da língua, mas seus outros aspectos tenderam a
permanecer estáveis.

e Essa forma de hebraico moderno medieval primitivo serviu de base para a língua
moderna, a língua falada na comunidade judaica emigrante da Palestina do final do século 19.
Ela cresceu continuamente desde então e, hoje, é a língua oficial do Estado de Israel. Os
estudiosos de hebraico bíblico se interessam por ela como uma língua de pesquisa e como
uma fonte de informação sobre mudanças fonológicas e morfológicas. Muitos aspectos da
sintaxe da língua moderna revelam influências não-semíticas. A complexidade da interação de
várias fases do hebraico na língua moderna a toma atrativa para estudantes de lingüística
histórica em geral.

p 11 1.4 Sincronia/Diacronia

1.4.1 Estudos Literários e Gramática

a O estudo de hebraico bíblico não é nem sincrônico, focalizado claramente na língua num
certo ponto do tempo, nem diacrônico, dirigido às mudanças que a língua sofre com o passar
do tempo. Vários fatores chocam-se com a pergunta de como ver o corpus bíblico em relação à
extensão de tempo durante o qual ele foi escrito. De um modo mais amplo, dois fatores
principais nos interessam: a incerteza sobre o tempo de composição e a complexidade de
fatores na produção e transmissão do texto. (Uma variedade de outros fatores merece estudo;
há sinais de que a fala dos homens difere da fala das mulheres; a fala, se dirigida a um jovem
ou a um ancião, pode variar a partir de um certo padrão. Mesmo a linguagem oral
freqüentemente difere de uma prosa narrativa e há traços de variação dialetal com base em
regiões em ambos os casos.)

b Se considerarmos apenas a datação das seções em prosa das Escrituras Hebraicas, os


problemas podem ser vistos claramente. Muito da prosa é material anônimo e não-datado, e a
extensão de várias alegadas unidades dentro da massa de prosa é obscura. Até que ponto os
três livros que formam o cerne do Pentateuco deveriam ser considerados juntos? E até que
ponto eles deveriam ser vistos com Gênesis e Deuteronômio? As histórias de Elias e Eliseu
exibem importantes diferenças do material de arquivo que as precedem e as sucedem – como
podemos esclarecer essas diferenças? Estas são questões para cursos introdutórios na
Escritura; o importante aqui é observarmos que os críticos bíblicos comumente discordam
sobre datação, autoria, unidade e extensão das obras de prosa bíblica. Estes problemas
também ocorrem no estudo do verso, datado e não-datado, do Saltério, dos livros sapienciais
e no corpus profético.

c Julgamentos acerca destes assuntos literários são precisamente julgamentos, decisões


refletidas baseadas em suposições e investigações. Em relativamente poucos assuntos os
julgamentos estão suficientemente bem fundamentados para fornecer convicção ao
gramático, especialmente levando em conta fatores que serão mencionados abaixo. A maioria
dos julgamentos inquestionáveis envolve datação relativa; por exemplo, todos os eruditos
concordam que Crônicas é posterior (e em algum sentido se baseiam nisto) ao Pentateuco e
aos Profetas Anteriores.

d Há três processos de distorção relacionados que estão envolvidos na produção e na


preservação do texto: arcaização, modernização e uniformização. A arcaização envolve a
escrita ou o ajuste de um texto que é copiado ou editado, de tal modo que pareça ou soe
antiquado. Freqüentemente a arcaização se trai ao utilizar formas mais velhas ou construções
de modo errado. É importante distinguir uso arcaico de uso arcaizante. A versão inglesa da
Bíblia Authorized Version está cheia de arcaísmos, quer dizer, palavras e estruturas que não
estão mais em uso no inglês do século 17, quando foi escrita, mas p 12 que foram trazidas dos
três primeiros quartos do século 16, quando os antecedentes da AV foram escritos. Há um
imenso abismo entre o inglês moderno primitivo, como é chamado o inglês da AV e o de
Shakespeare, e o inglês atual. O escritor moderno ou pregador que deseje parecer com a
linguagem da AV está engajado em arcaização. Este escritor moderno às vezes errará usando
uma forma inadequada, por exemplo, ou só usando alguns tiques estilísticos do inglês da AV.

e Usualmente é difícil distinguir arcaísmos e arcaizações. O estudo mais recente sobre


arcaização em prosa bíblica está, em parte, baseado nos tipos de julgamentos literários aos
quais nos referimos anteriormente. Robert Polzin distingue o hebraico bíblico clássico (CBH),
descrito com base num corpus incluindo partes do Pentateuco e os Profetas Anteriores, do
hebraico bíblico posterior (LBH), o corpus que inclui Esdras-Neemias, Ester e as partes não-
sinóticas de Crônicas. Polzin argumenta que Ester é escrito numa forma arcaizante de LBH e
que os Rolos do Mar Morto não-bíblicos levam o processo de arcaização ainda mais adiante.
Ester e os Rolos do Mar Morto revelam-se como arcaizações, em lugar de arcaicos, pela
presença de características de LBH, aramaísmos (o aramaico era mais amplamente usado que
o hebraico depois do Exílio) e até mesmo características proto-mishnaicas.

f Modernizar é o oposto de arcaizar, a tendência para substituir formas e construções mais


antigas pelas da fala atual. Esta tendência também esteve operante entre os transmissores da
Escritura. Gillis Gerleman voltou-se para Crônicas, como fez Polzin, porém Gerleman examinou
as seções sinóticas de Crônicas. Ele achou que o autor/compilador usou um tipo de texto
modernizado do Pentateuco, um tipo no qual as construções antiquadas do original foram
substituídas pelas construções atuais do tempo do Cronista. A tradição textual representada
pelo Pentateuco Samaritano reflete uma modernização ulterior do texto.

g Os problemas lingüísticos de arcaização e modernização são complementares. Um texto


resultante de arcaização registra a obra de um autor/compilador que tenta usar formas de
linguagem que não são as suas próprias; os resultados destes esforços podem confundir o
lingüista que investiga essas formas de linguagem. Um texto resultante de modernização
registra a obra de compiladores/copistas que tentam fazer um texto antigo parecer ou soar
corrente. Se o lingüista descreve o texto atualizado como se este estivesse refletindo sua
forma primitiva, a descrição errará em não levar em consideração as mesmas mudanças na
língua de que os compiladores/copistas estavam muito conscientes.

h Além de arcaização e modernização, o processo de uniformização pode ocorrer em um


texto, nivelando características e padrões incomuns. Os transmissores do texto recebido da
Escritura tenderam a nivelar o texto em um padrão mais ou menos comum. Esta operação
distorce a evidência relativa à gramática da literatura como foi primeiramente escrita. Algumas
uniformizações, especialmente do tipo fonológico, teriam ocorrido de p 13 modo
completamente inconsciente; discutiremos abaixo a credibilidade do Texto Massorético (1.6).
Outros aspectos de uniformização são completamente conscientes, como por exemplo, os que
envolvem escolha de palavras. A uniformização morfológica situa-se entre os extremos
consciente e inconsciente. Um exemplo de inglês americano pode esclarecer este assunto.
Lingüisticamente, os estudantes destreinados registrarão particípios falados e gerúndios como
terminando em -ing (in), seja ou não seja a nasal pronunciada como velar (n) ou dental (n). Eles
escrevem o -ing porque sabem as convenções de ortografia da língua escrita e também sabem
que “a queda do g” é uma “ação imprópria”, embora o g freqüentemente caia na língua falada.
O nivelamento morfológico, semelhantemente, pode ter sido estimulado na transmissão do
texto da Bíblia Hebraica. Os transmissores do tipo de texto representado pelo Pentateuco
Samaritano uniformizaram-no numa extensão maior do que aquela representada pelo TM.

i A análise lingüística do hebraico é, como Chaim Rabin coloca a questão, “mais um corte
transversal do que uma análise sincrônica”. Ele escreve:

É um outro problema se…uma gramática que distingue as diferentes états de


langue [estados/fases da língua] poderia ser escrita na prática. No momento,
muitos livros bíblicos ainda são de data disputada, totalmente à parte dos
debates sobre quais porções de livros datáveis são adições posteriores… O
corpus indisputado durante cada período é muito pequeno para uma análise
estrutural efetiva.

Os processos de arcaização, modernização e uniformização têm tanta relação com os


problemas gramaticais quanto as questões literárias mais tradicionais.

j Se considerarmos a poesia, o problema de datação fica ainda mais complicado. Tradições


poéticas podem transcender as barreiras cronológicas, nacionais e dialetais. Por isso, a poesia
hebraica posterior pode conter paralelos com os textos ugaríticos não encontrados na poesia
hebraica mais primitiva. Cyrus Gordon colocou a questão da seguinte forma: “A tradição
poética de Canaã atravessa o tempo e o espaço em Canaã do mesmo modo como a tradição
épica homérica atravessa o tempo e o espaço entre os gregos, a despeito de serem eles jônicos
ou áticos, anteriores ou posteriores”.

1.4.2 A Pesquisa Recente

a Apesar das dificuldades que temos discutido, vários eruditos têm procurado considerar o
problema de datação do texto bíblico em solos lingüísticos. Discutiremos brevemente três
projetos recentes como exemplos de tal estudo, um baseado em fontes externas comparadas
ao texto bíblico e dois dependentes em grande parte de comparações bíblicas internas. Tais
estudos históricos sérios têm sido menos comuns do que muitas reflexões anedóticas.

p 14 b W. J. Adams Jr. e L. LaMar Adams baseiam sua obra em um número limitado de


elementos gramaticais e buscam determinar como esses elementos mudaram ao longo de um
período. Eles usam como seu controle 470 linhas tiradas de 27 textos não-hebraicos e
documentos com relação próxima, variando desde a Pedra Mesha em moabita (por volta de
850 a.C.) até a Regra da Comunidade de Qumran (1QS; cerca de 200 a.C.). Com base na
amostra de controle, os Adams sugerem que tanto Rute como Obadias devem ser
determinados em uma data pré-exílica.

c A obra de Robert Polzin sobre prosa hebraica já foi mencionada (1.4.1). Os dois dados de
Polzin, como vistos, são (a) Hebraico Bíblico Clássico ou Primitivo (CBH), baseado nas porções
Yahwista e Elohista do Pentateuco, a História da Corte de David (2Sm 13–1Rs 1) e o arcabouço
de Deuteronômio, os quais mostram uma “notá-vel homogeneidade gramatical/sintática”, e
(b) Hebraico Bíblico Posterior (LBH), melhor mostrado nas partes não-sinóticas de Crônicas. O
projeto de Polzin é a datação do chamado Documento Sacerdotal do Pentateuco, incluindo
quatro cordões principais, Pg (o texto básico), Ps (o suplemento), Pt (o código de lei principal),
e Ph (o código de lei mais primitivo conhecido como o Código de Santidade). Polzin focaliza
corpos maiores de material, Pg e Ps. Ele percebe que Pg exibe algumas características de HBP,
mas retém mais características de CBH, enquanto Ps mostra mais características de LBH.
Assim, ele propõe que, tipologicamente, as fontes P principais se si-tuam, em termos de data,
entre o CBH e o LBH, e que Pg é anterior a Ps. A relação entre datação tipológica, que
necessariamente é datação relativa (“A e B foram escritos antes de C e D”) e datação absoluta
é um assunto diverso da linha principal de argumentação de Polzin.

d O terceiro projeto que mencionaremos, de David Robertson, preocupa-se com a poesia


hebraica e é semelhante em propósito à obra dos Adams. Robertson focaliza sua análise sobre
o arcaico versus arcaização e considera a assim chamada poesia primitiva, a poesia do
Pentateuco e os Profetas Anteriores, como também Habacuque 3 e o Livro de Jó. O corpo de
características a ser esperado na poesia primitiva é estabelecido com base na poesia ugarítica
e no material do ENWS presente na correspondência de Amarna (veja 1.3.1e). O hebraico
poético padrão é descrito com base no material profético datado do oitavo século e depois.
Fundamentado em características morfológicas e sintáticas, uma variedade de poemas se
assemelha ao material primitivo: Êxodo 15, Deuteronômio 32, Juízes 5, 2Samuel 22 (= Salmo
18), Habacuque 3 e Jó. Todos, menos o primeiro, revelam formas poéticas padrão e
paradigmas, e cada qual pode ser então o p 15 resultado de arcaização no uso de formas mais
antigas ou de composição durante um período transitório de história lingüística.

e Vários pontos emergem destes estudos. O primeiro é que estudos de datação relativa e
absoluta são empreendimentos diferentes. A datação relativa situa-se logicamente antes da
datação absoluta; virtualmente, qualquer data absoluta requer uma data relativa, enquanto
que o contrário não é verdade. Em geral, datas absolutas não podem ser derivadas de
evidência lingüística. O segundo ponto importante é que existe material abundante sobre
datação, tanto dentro do corpus bíblico como fora dele.

f O aspecto mais importante destes estudos é o seu caráter estatístico. O hebraico da


Bíblia é suficientemente homogêneo, de modo que diferenças devem ser localizadas em uma
base estatística. A sofisticação de tal estudo não está nas estatísticas; metodologias estatísticas
avançadas são geralmente elaboradas para lidar com corpos de evidência muito diferentes
daqueles que a Bíblia apresenta. A sofisticação está mais precisamente na discriminação
lingüística daquilo que é levado em conta do que na formulação dos argumentos resultantes.
O hebraico da Escritura, ainda que esteja longe de ser uniforme, é essencialmente uma
língua única. Na poesia mais antiga, subsistem formas arcaicas, conhecidas do ugarítico. Certos
materiais pós-exílicos diferem de textos mais recentes. O volume da Bíblia Hebraica, posterior
a Êxodo 15 e anterior a Ester, apresenta uma única gramática, embora variável. O corpus final
editado da Escritura Hebraica foi preparado para e compreendido por uma audiência comum.

1.5 História do Texto Bíblico

1.5.1 Introdução

a O lapso de tempo decorrido entre a composição e a edição das Escrituras Hebraicas e os


manuscritos massoréticos medievais fizera com que os fundamentos da gramática do hebraico
bíblico sempre chamassem a atenção. No início do período moderno, alguns eruditos
estiveram propensos a rejeitar o TM indiscriminadamente, às vezes infelizmente, por ser obra
de judeus. Estes ataques vis anti-semíticos desapareceram há muito tempo, mas a suspeita
sobre o TM permaneceu. A consideração séria da história do texto deveria ajudar a dispersar
qualquer desconfiança subjacente e conduzir a um conservadorismo cauteloso no seu uso.

b A história do texto pode ser dividida, a partir dos tipos disponíveis de evidência e no
destino do texto, em quatro períodos: (a) do tempo de composição a ca. 400 a.C., (b) de 400
a.C. a ca. 100 d.C., (c) de 100 d.C. a 1000, e (d) de 1000 até o presente. Desde que o texto (e
conseqüentemente a base para a gramática do hebraico bíblico) foi unificado durante o
terceiro período, e ao quarto pertencem principalmente as modificações secundárias dentro
da tradição massorética e a impressão do texto, limitamos nosso exame aos primeiros três.

p 16 1.5.2 Período Primitivo (até 400 a.C.)

a Nenhum manuscrito existente da Bíblia Hebraica pode ser datado antes de 400 a.C. pelas
disciplinas da paleografia ou da arqueologia (nem mesmo com ajuda da física nuclear). Práticas
escribais anteriores a este período devem ser inferidas de evidências internas na própria Bíblia
e de práticas escribais conhecidas no antigo Oriente Próximo na ocasião em que foram escritos
os livros. Estas duas fontes sugerem que os escribas variadamente buscavam tanto preservar
como revisar o texto.

b Tendência de preservar o texto. O fato de que a Escritura persistentemente sobreviveu


às condições mais deletérias ao longo de sua longa história demonstra que infatigáveis
escribas insistiram em sua preservação. Os livros foram copiados à mão por gerações em
papiros altamente perecíveis e em peles de animais, no clima relativamente úmido e hostil da
Palestina; o clima seco do Egito, tão favorável à preservação de tais materiais, propicia um
contraste vívido. Além disso, as perspectivas de sobrevivência de textos eram incertas numa
terra que servia como uma ponte para exércitos em constante disputa entre os continentes da
África e da Ásia – uma terra cujos povos eram objeto de saques em sua história primitiva e de
captores em sua história posterior. Que nenhum outro escrito israelita, como o Livro dos
Justos (Livro de Jasher) (p.ex., 2Sm 1.18) ou o Livro da História do Reis (p.ex., 2Cr 16.11),
sobreviveu deste período, indiretamente sugere a determinação dos escribas em preservar os
livros que se tornaram canônicos. Os adversários da Bíblia Hebraica às vezes incluíram
audiências que buscavam matar seus autores e destruir as suas obras (cf. Jr 36). Desde o
tempo de sua composição, porém, ela capturou os corações, mentes e lealdades dos fiéis em
Israel, que a guardaram em segurança, freqüentemente pondo em risco suas próprias vidas.
Tais pessoas insistiram na transmissão precisa do texto.

c Além do mais, a própria Bíblia (cf. Dt 31.9 ss.; Js 24.25, 26; 1Sm 10.25; etc.) e a literatura
do antigo Oriente Próximo mostram que no tempo das composições bíblicas mais primitivas
havia uma mentalidade que favorecia a canonicidade. Esta mentalidade nutriu uma
preocupação por cuidado e precisão na transmissão dos escritos sagrados. Por exemplo, um
tratado hitita (da Idade do Bronze Tardio), assemelhando-se muito de perto a partes da Torá,
contém esta ameaça explícita: “Quem quebra [este tablete] ou faz qualquer um mudar o teor
do tablete —… que os deuses, os senhores do juramento, o destruam”. Igualmente, uma das
Estelas Sefire (ca. 750 a.C.) registra, “Quem… diz: ‘Eu apagarei algumas d[as palavras do
tratado]’… esse homem, sua casa e tudo o que está nela serão transtornados pelos Deuses, e
ele [será] virado de cabeça para baixo, e esse (homem) não adquirirá um nome”. Novamente,
na conclusão do famoso Código de Hamurabi (ca. 1750 a.C.), são lançadas maldições contra
aqueles que tentassem alterar o Código. Indubitavelmente esta psicologia era um fator que
inibia os escribas israelitas de multiplicar variantes textuais.

p 17 d Além disso, práticas escribais através do antigo Oriente Próximo refletem uma
atitude conservadora. W. F. Albright observou que “O estudo prolongado e profundo do
grande número de milhares de documentos relativos ao antigo Oriente Próximo prova que
documentos sagrados e profanos foram copiados com maior cuidado do que aquelas cópias
escribais feitas nos tempos greco-romanos”. Para verificar esta declaração, basta
considerarmos o cuidado com que foram copiados os textos das Pirâmides, os Textos de Coffin
e o Livro dos Mortos, muito embora nunca se pretendeu que fossem vistos por outros olhos
humanos. K. A. Kitchen chamou a atenção à ostentação de um escriba egípcio num colofão de
um texto datado em ca. 1400 a.C.: “[O livro] está completado de seu começo ao seu fim, tendo
sido copiado, revisado, comparado e verificado sinal por sinal”.

e Tendência para revisar o texto. Por outro lado, escribas, tencionando ensinar as pessoas
por meio da disseminação de um texto compreensível, sentiram-se livres para revisar a escrita,
a ortografia (i.e., grafia) e gramática, de acordo com as convenções de seu próprio tempo.
Albright disse: “Um princípio que nunca deve ser perdido de vista quando lidamos com
documentos do antigo Oriente Próximo é que, em vez de deixar arcaísmos óbvios na grafia e
na gramática, os escribas geralmente revisavam documentos literários e outros
periodicamente. Esta prática foi seguida com regularidade particular por escribas do
cuneiforme”. As muitas diferenças entre as porções sinóticas da Bíblia Hebraica sugerem
fortemente que aqueles que estavam investidos com a responsabilidade de ensinar sentiam-se
livres para revisar os textos (cf. 2Sm 22 = Sl 18; 2Rs 18.13–20.19 = Is 36–39; 2Rs 24.18–25.30 =
Jr 52; Is 2.2–4 = Mq 4.1–3; Sl 14 = 53; 40.14–18 = 70; 57.8–12 = 108.2–6; 60.7–14 = 108.7–14;
Sl 96 = 1Cr 16.23–33; Sl 106.1,47–48 = 1Cr 16.34–36; e os paralelos entre Samuel–Reis e
Crônicas). Estas formas variantes são melhor apropriadas como textos finais mutuamente
dependentes, às vezes envolvendo variantes literárias primárias, como também secundárias e
variantes transmissionais.
f A língua e o desenvolvimento da escrita. Da correspondência de Amarna, dos textos
ugaríticos e de outras evidências, podemos inferir com confiança razoável que antes do
período de Amarna (ca. 1350 a.C.) o hebraico possuía vogais breves finais que diferenciavam
casos com substantivos (veja 8.1) e distinguiam várias conjugações prefixadas (veja 29.4). A
gramática preservada pelos massoretas, porém, representa um períod posterior, depois destas
vogais terem caído.

g Da evidência epigráfica, parece que em seus estágios primitivos o texto foi escrito no
alfabeto proto-cananeu, como é encontrado em Serâbîṭ el-Khâdem. Em uma fase posterior
teria sido registrado nos caracteres hebraicos (um descendente dos caracteres proto-
cananeus), e ainda depois na forma dos caracteres aramaicos (um outro descendente dos
caracteres proto-cananeus, às vezes chamados de “caracteres quadrados”) conhecidos como
caracteres judaicos.

h A epigrafia também nos permite reconstruir a história da ortografia do texto. Antes de


1000 a.C., a prática fenícia do consonantismo fonético (ou seja, representar apenas p 18
consoantes) foi percebida. Logo após os arameus tomarem emprestado o alfabeto dos fenícios
(ca. 11° – 10° séculos a.C.), eles começaram a indicar as vogais finais usando consoantes que
eram homogêneas a elas, isto é, yod para ī final, waw para ū final e he para os sinais restantes.
(No TM às vezes he é usado para ō como também para ā esta ortografia arcaica foi substituída
em grande parte por waw para ō.) Consoantes usadas para indicar vogais são conhecidas como
matres lectiones (‘mães da leitura’). O mesmo sistema para a representação de vogais finais foi
usado em moabita e em hebraico do 9º século em diante. Em textos aramaicos, o sistema de
representação vocálica foi estendido esporadicamente às vogais mediais depois do 9º século.
Foi começado depois disso em hebraico. O processo coincidiu com as contrações de ditongos
em aramaico e hebraico (por exemplo, *aw > ô como *yawm > yôm), e como resultado yod e
waw adquiriram valores novos: yod para ê < ay, e waw para ô < aw; he depois passou a
representar apenas a vogal â. Eventualmente, outras vogais mediais longas vieram a ser
notadas, com yod usado para - ī/ē - e waw para -û/ō - (o último do histórico - ā - longo).

1.5.3 De 400 a.C. até 100 d.C.

a As mesmas tendências para preservar e revisar o texto, rotuladas por S. Talmon como
centrífugas e centrípetas, manifestam-se nos manuscritos e versões existentes no tempo da
formação do cânon e da padronização final do texto consonantal.

b Tendência para preservar o texto. A presença de um texto típico entre os textos bíblicos
de Qumran (ca. 100 a.C. a 130 d.C.) semelhante àquele preservado pelos massoretas, cujo
manuscrito primitivo existente data de ca. 1000 d.C., dá testemunho do empreendimento dos
escribas posteriores preservando o texto fielmente. Este tipo de texto deveria existir antes do
tempo de Qumran, e suas muitas formas arcaicas dão forte razão para acreditar que foi
transmitido num círculo de escribas dedicados à preservação do texto. Os estudos de M.
Martin mostram que os Rolos do Mar Morto revelam uma tendência escribal conservadora em
seguir o exemplar tanto no texto como na forma.
c De acordo com a tradição rabínica, os escribas tentaram manter o texto “correto”. O
próprio TM preserva alguns remanescentes do cuidado escribal primitivo com a preservação
do texto: (1) as quinze marcas extraordinárias que condenam as letras hebraicas assim
marcadas como espúrias ou então simplesmente chamam atenção para alguma característica
textual peculiar, (2) as quatro letras suspensas que podem indicar mudança escribal
intencional ou erro escribal devido à distinção defeituosa de guturais, e (3) talvez os nove nuns
invertidos que aparentemente marcam versículos considerados como tendo sido transpostos.

p 19 d Tendência para revisar o texto. Alguns escribas, “os revisores autorizados do


texto”, algum tempo depois do retorno do cativeiro babilônico, alteraram os caracteres, O
alfabeto hebraico foi substituído pelo alfabeto aramaico, o que ajudou na divisão de palavras
pela peculiaridade das formas das cinco letras finais; eventualmente uma forma distintamente
judaica da escrita aramaica evoluiu. Esta forma é chamada freqüentemente de “caractere
quadrado”. O processo de inserção das matres lectionis também continuou. Alguns poucos
manuscritos de Qumran estão em uma forma arcaica de escrita hebraica conhecida como
paleohebraico, mas a maioria dos textos bíblicos de Qumran e os posteriores estão na escrita
judaica. Há três classes de problemas de escrita: (a) aqueles que surgem de letras que se
assemelham umas às outras na escrita hebraica, mas não na escrita judaica, (b) aqueles que
surgem da transição entre os caracteres, e (c) aqueles que surgem de letras que se
assemelham umas às outras na escrita judaica. Problemas da classe b são o resultado direto de
mudança de caracteres, enquanto que os de classe a são um subproduto oculto dele. Devemos
acrescentar que os caracteres têm certas semelhanças constantes (‫ ר‬e ‫ ד‬são responsáveis pela
confusão em ambas as escritas) e eles mesmos assumem formas diferentes com o passar do
tempo e em várias mídias (por exemplo, pedra, papiro, barro).

e Mais significativamente, os escribas alteraram o texto por razões tanto filológicas quanto
teológicas. Eles o modernizaram substituindo formas e construções hebraicas arcaicas por
formas e construções de uma época posterior. Eles também uniformizaram o texto
substituindo construções raras por outras de ocorrência mais freqüente e suplementaram e
esclareceram o texto pela inserção de adições e interpolações de glosas oriundas de passagens
paralelas. Além disso, eles substituíram vulgaridades por eufemismos, alteraram os nomes de
falsos deuses, removeram as frases que amaldiçoavam a Deus e salvaguardaram o nome
divino sagrado ou tetragrammaton (YHWH), ocasionalmente substituindo formas no texto
consonantal.

f Conclusões. Como resultado destas mudanças intencionais, juntamente com as mudanças


não-intencionais (erros no sentido restrito), emergiram variadas recensões. Estas são
comprovadas pelo Pentateuco Samaritano e um texto típico similar em Qumran sem suas
leituras sectárias, por outros textos típicos variados entre os Rolos do Mar Morto, e pelas
versões antigas – a Septuaginta grega (LXX), e recensões e surrecensões (R, Áquila, Simacus,
Teodósio e Orígenes) baseadas nela, a Peshitta em Siríaco, a Vulgata em latim, e outros. A
relação entre textos típicos e textos genuínos em geral não é simples: alguns livros tiveram
mais de uma forma final e recensões se seguiram umas p 20 às outras. Localizar os tipos em
textos traduzidos pode ser particularmente difícil; a tradução de partículas é freqüentemente
uma ferramenta diagnóstica básica. O estudo destes materiais é designado por crítica textual.
1.5.4 De 100 até 1000 d.C.

a Padronização do texto. O testemunho rabínico reflete um movimento que se afasta de


uma pluralidade de recensões, em direção a uma estabilização do texto próxima ao começo do
primeiro século. As sete regras de hermenêutica bíblica compiladas por Hillel, o Ancião, (fl.
século 1º d.C.) na época de Herodes exigiu um texto inviolável, sacrossanto e autorizado. Os
comentários exegéticos e os princípios hermenêuticos dos tannaim (professores dos primeiros
dois séculos d.C.), notavelmente Zacarias ben ha-Kazzav, Nahum Gimzo, Rabino Akiva e Rabino
Ismael, pressupõem que neste período um único texto estável tinha atingido autoridade
incontestável acima de todos os outros. Justino Mártir (por volta do 2º século) reclamou que
os rabinos tinham alterado a venerável LXX para remover um braço essencial da propaganda
cristã, o que também demonstra que os rabinos desejavam um texto autorizado. Uma
recensão do Antigo Testamento grego (R) encontrada em Naḥal Ḥever, na região do Mar
Morto, e datada por seu editor, D. Barthélemy, em 70–100 d.C., confirma a reclamação de
Justino, em certo sentido. Barthélemy demonstrou que esta recensão serve como testemunha
do texto usado por Justino para debate. O caráter recensional do texto (também conhecido
como texto kaige) é evidente a partir do fato de que todas as modificações do texto grego
tradicional podem ser explicadas por uma preocupação em modelá-lo mais exatamente de
acordo com o texto hebraico que finalmente se cristalizou como massorético. (A convicção de
Justino de que as mudanças foram feitas somente por causa de controvérsia seria descartada.)
Barthélemy também notou que, ao lado de centenas de variantes deste tipo, há também
registros nos quais a recensão parte tanto da LXX quanto do TM, sugerindo que nestes
exemplos o texto hebraico no qual a recensão é baseada diferiu do texto hebraico recebido.

b O testemunho rabínico, combinado com a evidência de manuscritos, dá testemunho da


existência de um texto hebraico oficial como fonte legal logo após a destruição do Templo (70
d.C.), nos dias do Rabino Akiva. O domínio de um texto como esse usado pelos massoretas é
atestado amplamente pelos rolos bíblicos hebraicos descobertos em Masada (ocupada em 66–
73 d.C.) e em Wadi Murabbaʿat, como também pelo texto de Naḥal Ḥever (ocupado em 132–
35 d.C.). Nestes rolos faltam em grande parte até mesmo as variantes secundárias achadas nas
grandes recensões do Antigo Testamento grego atribuídas por tradição a Áquila (baseado em
R; ca. 120 d.C.), Simacus (ca. 180 d.C.) e p 21 Teodósio (ca. 180 d.C.). Estas versões gregas
menores eram tentativas suplementares para tornar a tradução grega da Bíblia mais próxima
do texto hebraico aceito por volta do século 2º d.C. Suas variantes, como também a maioria
daquelas encontradas na literatura rabínica posterior, nos Targuns (traduções aramaicas) e em
Jerônimo (a Vulgata Latina), não representam uma tradição vívida, mas são de igual modo
sobrevivências antedatando à recensão oficial ou corrupções secundárias após sua aceitação.
Com efeito, a evidência combinada apóia essencialmente o ponto de vista de Paul Lagarde de
que os manuscritos hebraicos medievais da Bíblia descenderam de um rolo mestre único
datado (não antes do que) no 1º século depois de Cristo.

c Assim, no curso do 1º século d.C., a mentalidade escribal havia mudado da posição de


preservação e esclarecimento do texto para a posição de preservação e padronização do texto.
Por volta de 100 d.C., os rabinos tinham concordado com uma recensão que, no caso do
Pentateuco, é conservadora e disciplinada. Sua adoção como texto oficial efetivamente
destruiu todas as linhas variantes da tradição no Judaísmo estabelecido. Possivelmente, a
necessidade de estabilizar o Judaísmo por meio de uma forte aderência à Lei depois da queda
de Jerusalém incitou estes esforços. Este texto não era, como Paul Kahle teorizou no início
deste século, o começo de uma tentativa para unificar um cânon que finalmente só foi fixado
no tempo de Maimônides (século 12 d.C.), depois de uma luta longa e amarga entre as escolas
rabínicas.

d A atividade dos massoretas (ca. 600 a 1000 d.C.). Entre 600 e 1000 d.C., escolas
constituídas de famílias de estudantes judeus surgiram na Babilônia, Palestina e notavelmente
em Tiberíades, no Mar de Galiléia, para salvaguardar o texto consonantal e registrar – por
meio de anotações diacríticas acrescentadas ao texto consonantal – as vogais, as cantilações
litúrgicas e outras características do texto. Até estes esforços, tais características
acompanhavam o texto oralmente. Estes estudiosos são conhecidos como masoretas ou
massoretas, designação possivelmente derivada da raiz (pós-bíblica) msr ‘passar, transmitir’.
No afã de conservar o texto, eles o cercaram colocando nas margens observações atinentes à
sua forma externa. Nas margens laterais eles usaram abreviações (Masorah parvum), nas
margens superior e inferior deram explicações mais p 22 detalhadas e contínuas (Masorah
magnum), e no fim (Masorah finalis), proveram classificação alfabética de todo o material
massorético. Somadas a essas anotações feitas diretamente no texto, preservaram
relativamente poucas variantes dentro da tradição consonantal pela inserção de uma leitura
no texto, chamada Kethiv, e outra na margem, chamada Qere. Outras leituras alternativas são
indicadas na margem por Səbir, uma palavra aramaica que significa ‘suposto’.

e Às vezes os massoretas podem ter usado daghesh em lugares inesperados para chamar a
atenção para leituras incomuns. Com a ajuda de sugestões providas pelas versões antigas, a
Masorah e outros códices, E. A. Knauf explicou o uso do Códice de Leningrado do daghesh em
‫( ָקצִיר‬Gn 45.6) como uma maneira de chamar a atenção para a aparente contradição com Gn
8.22; em ‫אבִי ֶֶּ֫מלְֶך‬
ֲ (Gn 26.1) como um dispositivo para insinuar a idéia, devido ao texto prévio,
que estamos lidando aqui com um outro Abimeleque, e em ‫( תֵּ אתֶ ה‬Mq 4.8) como uma marca
para sinalizar que a pontuação era incerta.

f Das três escolas rivais, uma no oriente e duas no ocidente, cada uma com seu próprio
sistema de notação diacrítica, a escola Tiberiana prevaleceu. A obra mais importante da escola
é um códice modelo preparado por Aaron ben Asher em cerca de 1000 d.C.; este códice foi
preservado na velha sinagoga de Aleppo até imediatamente após a Segunda Guerra Mundial,
quando foi removido para Jerusalém. O estudo contemporâneo do TM está baseado em uma
variedade de textos ligeiramente posteriores e similares ao Códice de Aleppo, notavelmente o
Códice de Leningrado. O estudo moderno anterior estava estabelecido em manuscritos
medievais posteriores e nas primeiras Bíblias impressas. Uma reimpressão fotográfica do
Códice de Aleppo está disponível, e uma edição da Bíblia baseada nele está em preparação em
Jerusalém. As edições geralmente disponíveis do TM só diferem dele em certos materiais
fonológicos secundários, envolvendo alguns acentos e algumas vogais reduzidas, e a
pontuação de umas poucas formas excêntricas.

1.6 O Texto Massorético


1.6.1 Característica

a A história apresentada acima coloca em nítido relevo duas características fundamentais


do TM. Primeiramente, ele preserva uma das várias recensões que emergiram na era pós-
exílica. Em segundo lugar, ele é um texto composto, consistindo de (a) um texto p 23
consonantal original, freqüentemente escrito sem matres lectiones, (b) letras vocálicas, (c)
adições massoréticas dos pontos vocálicos e (d) marcas acentuais ou de cantilação. Vejamos
cada um destes pontos mais de perto.

1.6.2 Consoantes

a Não se pode acentuar em demasia que, embora o alfabeto para a preservação das
consoantes estivesse em evolução durante os dois primeiros períodos descritos acima (1.5.2–
3), o registro massorético consonantal seja arcaico. A evidência do material epigráfico,
especialmente no que tange ao hebraico inscricional e aos congêneres do hebraico bíblico da
Idade do Ferro, põe este assunto fora de dúvida. A menos que o texto tivesse sido transmitido
fielmente, tanto o trabalho de filólogos de semítico comparativo como o dos eruditos bíblicos
que tentam datar o texto (veja 1.4.2) seriam impossíveis.

b Não obstante, os escribas não só mudaram o alfabeto (essencialmente, a forma das


consoantes), mas ocasionalmente as próprias consoantes. Eles agiram assim tanto
intencionalmente, uniformizando-o e modernizando-o (1.4.1), como não intencionalmente. As
mudanças não intencionais são de dois tipos: erros no sentido mais estrito do termo e
enganos. Podemos classificar os primeiros como problemas com o TM como registrado e os
últimos como problemas com o TM como um registro.

c Problemas com o TM como registrado. Todos os críticos textuais concordam que o TM


contém erros em todas as suas camadas compostas. Variantes textuais verdadeiras raramente
envolvem matérias de preocupação direta do gramático, e a discriminação entre tais variantes
é uma tarefa mais crítica do que puramente lingüística. Erros desta sorte são ou visuais ou
auriculares. Eles são bem conhecidos daqueles que já fizeram muitas cópias à mão. Um escriba
pode omitir uma palavra ou grupo de palavras, às vezes por nenhuma razão e às vezes por
razões visuais. Uma seqüência repetida de letras (idênticas ou quase idênticas) pode fazer com
que o olho salte da primeira ocorrência para a segunda (haplografia); freqüentemente em
hebraico, as repetições provocadas envolvem palavras com letras finais semelhantes
(homoioteleuton), embora letras iniciais semelhantes possam produzir o mesmo efeito
(homoioarkhton). Similarmente, um escriba pode repetir uma palavra ou grupo de palavras
(ditografia), um outro tipo de erro visual. Erros auriculares são também de interesse lingüístico
porque podem reveler mudanças fonológicas, levando, por exemplo, à formação de
homônimos dentro da língua. Porém, tais lapsos do ouvido são difíceis de ser estudados.

d Problemas com o TM como um registro. Já chamamos a atenção para a tendência de


modernizar e uniformizar o texto. Certos problemas surgem porque a tradição não
acompanhou o ritmo das mudanças lingüísticas. Um exemplo extraído do inglês pode
esclarecer este tipo de problema. Em manuscritos contendo inglês medieval posterior, a letra y
e a letra agora obsoleta þ (“thorn”, para th) tornaram-se semelhantes, e a palavra “the” era
escrita de tal maneira que podia ser confundida com ye ou ye. Esta forma breve foi retida em
formas primitivas de impressos, mas os leitores dos manuscritos e dos primeiros livros
impressos sabiam que o artigo era “the” e não “ye”. Confusões modernas desta forma breve
levaram à palavra pseudo-arcaica “ye”, encontrada em letreiros de p 24 lojas, por exemplo,
‘Ye Olde Junke Shoppe’. Assim, após centenas de anos desde o desaparecimento da letra ϸ da
ortografia inglesa, muitas pessoas bem educadas acreditam que o inglês um dia teve um artigo
pronunciado ‘ye’.

e Tais complexidades morfológicas também afetam o hebraico. O formante gramatical


arcaico chamado mem enclítico, de função incerta (veja 9.8), foi geralmente reinterpretado
pelos escribas posteriores como um marcador de plural; a ortografia foi revisada para fazer a
adaptação, então o ‫ –מ‬se tornou (entre outras coisas) ‫–ים‬, e a tradição oral foi remodelada.

f As letras vocálicas do TM. Observamos acima que as letras vocálicas foram introduzidas
posteriormente nos textos antigos, primeiramente apenas para vogais finais longas e
posteriormente para vogais mediais longas. Estas letras foram adicionadas esporádica e
inconsistentemente. O TM reflete todos os estágios desta prática. F. M. Cross e D. N.
Freedman colocam a questão da seguinte forma:

Embora esforços persistentes foram feitos para padronizar a ortografia da


Bíblia, eles não lograram êxito completo, e a clara evidência dos primeiros
estágios do desenvolvimento da grafia hebraica foi preservada no texto.
Assim, a Bíblia Hebraica que a tradição nos legou é, na realidade, um
palimpsesto; subjacente ao texto visível, foi registrada a variedade de
costumes ortográficos das gerações mais antigas.

A ausência de letras vocálicas, especialmente no período mais primitivo do texto,


indubitavelmente foi uma fonte de ambigüidades e pode ter contribuído para o erro textual.
Por exemplo, a seqüência de letras no TM de Êx 15.3

‫יהוה איש מלהמה‬


‫יהרה שמו‬
originalmente deve ter aparecido da seguinte forma:

‫יהואשמלהמיהושמ‬
É fácil constatar que um escriba cujo apego à tradição oral fosse fraco, por exemplo,
pudesse ler ‫ שֵּם‬em vez de ‫שמֹו‬
ְ ou fizesse uma divisão errada da seqüência ‫יהוא‬, escrevendo
‫הּוא‬ e transferindo o ‫י‬ para a palavra prévia. (O espaçamento de palavras ou, mais
comumente, os divisores de palavras, não era regularmente usado na escrita alfabética
primitiva.) Em Êx 15.1, o TM apresenta a seqüência ‫גָא ֹה גָָאה‬, enquanto que o Pentateuco
Samaritano registra ‫;גוי גאה‬ a revisão ortográfica errônea é responsável em parte pela
variação samaritana.
1.6.3 Vocalização

a A relativa uniformidade do hebraico bíblico resulta primariamente de dois fatores:


apresentação amplamente consonantal da língua através de sua história pré-massorética e sua
representação pelos massoretas tiberianos. A representação consonantal, com ou sem matres
lectionis, efetivamente “cobre” variações vocálicas em ambos os níveis, sincrônico p 25 e
diacrônico. Os fonemas consonantais, aqueles representados pela maioria das letras, são
precisamente aqueles mais estáveis e não tendentes à mudança, ao passo que os fonemas
vocálicos, aqueles mais suscetíveis à mudança, não são graficamente representados à parte do
uso limitado das letras vocálicas. Ainda mais significativamente, a tradição tiberiana esforçou-
se por rechaçar a variação com o intuito de produzir um texto normativo. Nossa expectativa de
que as vogais sofreram mudanças internas em ambos os sistemas fonológico e morfológico
pode ser verificada. Contudo, a vocalização do TM representa essencialmente uma tradição
antiga e confiável. Aqui também devemos exibir a tensão que uma vez mais leva à postura de
conservadorismo cauteloso ante o TM.

b Evidência de mudança. O tipo de mudança fonológica que ocorreu no hebraico bíblico


antes que ele fosse padronizado no TM pode ser ilustrado a partir do inglês. Em bases
históricas, a palavra ‘wind’ deveria ser pronunciada wand, para rimar com ‘find’ e ‘bind’, mas
desde o século 18, ‘wind’ tem sido pronunciada wand, para rimar com ‘thinned’ e ‘sinned’.
Tendo em vista que a forma mais antiga ocorre na poesia (e de fato é preservada no uso
poético muito tempo após o seu desaparecimento da língua falada), os leitores podem
facilmente reconstruir sua forma, mesmo se forem ignorantes no que tange ao
desenvolvimento histórico da palavra.

c A fonologia hebraica mostra duas mudanças para as quais o TM provê evidência


posterior. Uma afeta o a breve em sílabas fechadas no início de palavras; no TM, a em tal
posição é trocado por i, mas, no tempo da LXX, a troca não havia ocorrido. Assim, temos na
‫שמְשֹון‬
LXX (e em outros lugares) Sampsōn, mas no TM ִ ; na LXX, a irmã de Moisés é Mariam
(de onde vem Maria), mas o TM a chama de ‫מ ְִרי ָם‬. A segunda mudança envolve anaptixe,
inserção de uma vogal para quebrar um agrupamento consonantal; a vogal usada em hebraico
usualmente é seghol, e os substantivos que exibem este tipo de mudança são chamados de
segholados. O processo aconteceu depois de Áquila e de Orígenes, que registram os
segholados na forma CVCC, e antes de Jerônimo e do TM, que usaram a forma CVCVC. Assim,
Orígenes tem sethr (σεθρ) para o TM ‫ ֵֶּּ֫סתֶ ר‬, enquanto Jerônimo tem aben e qedem, mais ou
menos igual ao TM ‫ ֶֶּ֫אבֶן‬e ‫ ֶֶּ֫קדֶ ם‬.

d O a > i trocado em sílabas fechadas no início de palavras e os segholados derivados de


anaptixes são desenvolvimentos claramente diretos. Outra evidência que indica que o TM
reflete desenvolvimentos pós-bíblicos é complexa. Algumas questões envolvem (a) a
diferenciação de wə wa (Orígenes difere do TM), (b) a dupla pronúncia das letras
“begadkephat” (a evidência externa é confusa) e (c) o valor ou valores de qâmes. Nestes casos
e em outros assuntos menores, o tratamento no TM está aberto ao escrutínio.
e Além de mudanças acidentais na transmissão da tradição oral, a corrupção do texto
consonantal pode estimular a tradição oral correspondente a ajustar-se à nova leitura. No
Salmo 73.7, o TM diz ‫יָצָא ֵּמ ֵֶּּ֫חלֶב עֵּינ ֵּ֑מֹו‬, que parece significar ‘Os olhos deles saem (ou
tornam-se protuberantes?) da (i.e., por causa da?) gordura’; às vezes isto é tomado como ‘A
gordura tapa seus olhos’ (assim traduz a NJPS). As versões sugerem, todavia, que a leitura
original era ‫עונמו‬, ou seja, ‫עֲֹונָמֹו‬, ‘Suas iniqüidades saem da gordura’, a saber, ‘Suas
iniqüidades procedem de (corações engordados)’. A confusão de ‫ו‬e‫י‬é p 26 um lugar
comum; após um erro como este cometido aqui, a tradição oral ajustou-se a ele, produzindo a
leitura do TM com ‘olho’ como um sujeito do verbo ‫‘ יצא‬sair’.

f Durante os estágios mais fluidos do texto, podemos também esperar confusão entre
formas verbais tais como I-yod, onde o yod inicial em um nível puramente gráfico é ambíguo
entre as conjugações prefixos e sufixos. Pares do TM como ‫שב‬
ָ ָ‫י‬ e ‫שב‬
ֵּ ֵּ ‫י‬ ou ‫י ָדַּ ע‬ e ‫י ֵּדַּע‬
requerem atenção cuidadosa. O artigo definido “oculto” em preposições inseparáveis também
ilustra o problema (cf. ‫ לְָאדָ ם‬em Gn 2.20).

g A validade do TM. A tradição massorética, incluindo os pontos vocálicos, representa os


sistemas gramaticais globais durante o período quando a literatura bíblica estava sendo criada.
Podemos dizer que, a despeito dos problemas que temos revisto, devido a um corpo
considerável de evidência, tudo indica que a função de transmissão da tradição foi levada a
sério e que os dados lingüísticos do TM não poderiam ter sido fraudados.

h Sobre os labores que culminaram nos manuscritos tiberianos, considere a seguinte


passagem talmúdica que evidencia a preocupação pela exatidão:

Está escrito: “Porque Joabe e todo o Israel permaneceram ali até que ele
tivesse cortado todos os varões em Edom [1Rs 11.16]”. Quando Joabe veio
perante Davi, Davi disse-lhe: “Por que agiste assim?” Ele respondeu: “Porque
está escrito: ‘Tu apagarás os machos [‫ ]זְכַּר‬de Amaleque [Dt 25.19]’ ”. Davi
disse: “Mas nós lemos ‘a memória [‫ ְֶּ֫זכֶר‬no TM] de Amaleque’ ”. Ele replicou:
“Eu fui ensinado a dizer ‫”זְכַּר‬. Ele [Joabe] então foi ao seu mestre e perguntou:
“Como tu me ensinaste a ler?” Ele replicou: “‫”זְכַּר‬. Logo após ele puxou sua
espada e ameaçou matá-lo. “Por que estás fazendo isto?”, perguntou o
professor. Ele respondeu: “Porque está escrito: ‘Maldito aquele que faz a obra
da Lei negligentemente’ ”.

Esta anedota sugere que se esperava dos mestres em Israel que eles passassem fielmente
a vocalização recebida.

i Um corpo complexo de evidências indica que o TM não poderia, de um modo sério ou


sistemático, representar a reconstrução ou fraude dos dados. A primeira pista de que os
massoretas e seus predecessores eram preservadores e não inovadores está na história do
hebraico. Ao tempo da comunidade de Qumran, o hebraico bíblico não era mais uma língua
falada; o hebraico mishnaico e o aramaico eram as línguas vernaculares da Palestina. Os
escribas estavam lidando com material lingüístico que eles entendiam bem, p 27 mas não
podiam usar com espontaneidade, da mesma forma que não podemos falar o português da
época de D. Dinis.

j Alguns dos estudantes antigos posteriores da Escritura foram cuidadosos o suficiente com
o texto bíblico para preservar sinais com que estavam lidando, ao trabalharem com um texto
próximo ao TM. O grego rude de Áquila reflete o hebraico tão de perto quanto possível; em
sua miscelânea ele provê freqüentemente palavras hebraicas e formas de vocalização
próximas àquelas do TM (exceto para os segholados; veja 1.6.3c); mesmo as palavras raras são
dadas em uma forma próxima às do TM.

k Jerônimo (346–420) é outro estudante cuidadoso do texto hebraico de seu próprio


tempo, não estando fora do conservadorismo piedoso de Áquila, mas muito fora do zelo
filológico: “Quase que desde o berço”, ele conta, “gastei meu tempo entre os gramáticos,
retóricos e filósofos”. A obra de Jerônimo, com sua maior parte escrita após ele ter aprendido
hebraico, apóia o TM. Mais impressionante aqui é o contraste entre sua versão anterior do
saltério, baseada na LXX, e a posterior, baseada no hebraico. Com freqüência, a LXX representa
o mesmo texto consonantal do TM, mas não com a mesma vocalização. Considere o Salmo
102.24–25a. As consoantes do TM são:

‫ ענה בדרְך כחו‬Qere] ‫[כחי‬


‫קצר ימי׃ אמר אלי‬
No Salmo 101.24, a LXX registra:

ἀπεκρίθη αὐτῳ ἐν ὁδῷ ἰσχύοζ ἀυτοῦ

τὴν ὀλιγότητα τῶν ἡμερῶν μου ἀνάγγειλόν μοι.

Ele lhe respondeu no caminho de sua força:

A brevidade de meus dias apresenta-me.

que é traduzido no saltério galicano:

Respondit ei in via virtutis suae:

Paucitatem dierum meorum nuntia mihi.

Estas duas versões refletem um texto hebraico como este, tomando as duas últimas palavras
da primeira linha como uma cadeia construta:

‫ָע ֶָּ֫נה[ּו] בְדֶֶּ֫ ֶרְך כ ֹחֹו‬


‫קֹצֶר יָמַּי ֱאמ ֹר אֵּ לַּי‬
Em seu saltério posterior, “Juxta Hebraeos”, Jerônimo traduz:
24
Adflixit in via fortitudinem meam
adbreviavit dies meos
25
Dicam, Deus meus.…

p 28 Ele quebrou minha força no caminho,

ele abreviou meu dias.

Eu disse: Meu Deus …

Esta versão corresponde ao TM,

‫ ִענָה בַּדֶֶּ֫ ֶרְך כֹחִי‬24


‫ְקצַּר י ָמָ ָֽי׃‬
… ‫ אֹמַּר אֵּ לִי‬25
O texto da LXX difere do TM em (a) registra ʿnh (Qal) ‘responder’, em vez de ʿnh (Piel)
‘humilhar’, (b) tomando bdrk kḥy/w como um construto, (c) a vocalização de qṣr, ʾmr, e ʾly,
como também na (d) divisão das linhas poéticas. Nosso ponto aqui não é que o TM e Jerônimo
estejam corretos, embora provavelmente eles estejam, mas que eles concordam. A
vocalização errada e freqüentemente improvável que a LXX faz do TM sugere que foi realizada
por judeus alexandrinos que não possuíam uma tradição de vocalização fixa e confiável.

l Complementando as evidências antigas para a validade geral do TM, há evidência


moderna, sistemática e incidental. Em geral, a gramática do TM ajusta-se admiravelmente ao
arcabouço da filologia semítica, e este fato garante o trabalho dos massoretas. Quando na
década de 1930 Paul Kahle anunciou sua teoria de que os massoretas fizeram inovações
massivas, Gotthelf Bergsträsser observou sarcasticamente que eles devem ter lido a gramática
semítica comparativa de Cari Brockelmann para ter alcançado formas tão completamente
alinhadas com reconstruções históricas. Mais ainda, há numerosos padrões individuais de
divergências dentro do TM que refletem traços fonológicos e morfológicos de hebraico
conhecidos de outras fontes. Contudo, além disso, numerosas singularidades isoladas no TM
foram confirmadas por materiais só descobertos neste século.

m A evidência mostra que a língua do TM representa a gramática do hebraico usado


durante o período bíblico. Nossa posição em relação ao TM está baseada em confiança
cautelosa. O erro deve ser demonstrado em vez de assumido; e o ônus da prova repousa sobre
o crítico.

1.6.4 Acentuação

a Valendo-se da tradição oral, os massoretas acrescentaram ao texto os sinais acentuais


que dão direções para sua execução. O canto, quer dizer, a entonação do texto com pausas
apropriadas, acrescenta dignidade, solenidade, beleza e clareza à leitura. Cada sinal representa
grupos de notas mediante as quais as palavras do versículo são cantadas. A maneira de leitura
do texto ainda pode ser ouvida nas comunidades judaicas de nossos dias. As cantilenas
tradicionais antigas dos católicos romanos, dos gregos ortodoxos p 29 e das igrejas sírias
estão relacionadas. Todos utilizam uma “nota de recitação básica” (e motivos ou tropos
relacionados) que comporta o tamanho de cada cláusula. O sistema de acento pontua o texto
e é, então, uma característica muito importante em sua análise sintática; apesar do termo
acento, o sistema não se refere primariamente ao grau de intensidade ou duração das
palavras. Esta característica da gramática hebraica é tão importante para a compreensão que
as fontes judaicas medievais prestavam mais atenção a ela do que ao estabelecimento da
pronúncia correta de palavras.

b Os acentos no TM são de dois tipos: disjuntivos e conjuntivos. Os acentos disjuntivos,


intitulados eufemisticamente “senhor ou mestre” por eruditos mais antigos, marcam o
comprimento das pausas desde as finais até as várias nuanças de pausas menores; os
conjuntivos, intitulados “servo ou escravo”, controlam o texto até o disjuntivo. De acordo com
o estudo abrangente dos acentos por W. Wickes, os disjuntivos marcam uma contínua
“dicotomia” do verso, quer dizer, eles dividem unidades maiores, começando com o próprio
verso (marcado por silluq fechando o verso), e indo sucessivamente em semi-unidades
menores seguindo uma base sintática (ou lógico-sintática). Uma unidade que termina com um
disjuntivo de um grau é dividida em metades, e suas metades por sua vez são divididas em
unidades menores por outros sinais disjuntivos, até que o verso inteiro esteja dividido em
simples palavras ou grupos de palavras unidas por conjuntivos. Israel Yeivin agrupa os acentos
disjuntivos principais como segue: “Geralmente atnaḥ divide o verso, zaqef as metades dos
versos, pashṭa ou revia a unidade que termina com zaqef. e assim por diante”.

c Os sinais acentuais no TM também preservam a tradição. O Talmude menciona ‫ּפסקי‬


‫“ טעמים‬as pausas de ṭəʿamîm’ que eram aprendidas como uma parte normal do aprendizado
do texto. De acordo com S. Morag, alguns sinais de pontuação foram acrescentados ao texto
antes dos sinais vocálicos, e E. J. Revell sugere que a pontuação foi a primeira característica
depois que o texto consonantal se tornou estabilizado na tradição bíblica judaica. Revell
encontrou a evidência mais antiga para o sistema de acento hebraico no espaçamento de um
texto primitivo da Septuaginta (século 2º d.C.) que corresponde quase exatamente aos acentos
na Bíblia Hebraica. Ele postula a existência de um sistema de acentos “siro-palestino” primitivo
que marcava a sintaxe de um texto de modo simplificado, que concorda na maior parte com o
sistema mais complexo do TM; formas pausais do TM representam uma manifestação do
sistema mais simples. O estudo formidável de Morag sobre as tradições da comunidade
judaica iemenita também p 30 reabre a questão da validade do sistema massorético de
entonação do texto. A variedade de pronúncias entre as várias comunidades judaicas sinaliza
que se deve ser cauteloso na absolutização de qualquer sistema acentual, embora o extremo
de negligenciar a filologia tradicional não seja justificado. No momento, é melhor considerar os
acentos como uma testemunha primitiva e relativamente confiável para uma interpretação
correta do texto.
p 31 2
História do Estudo da Gramática Hebraica
2.1 Começos (século 10 d.C.)

2.2 Estudos Judaicos Medievais (séculos 11 a 16)

2.1 Período Criativo (1000–1150)

2.2 Período de Disseminação (1150–1250)

2.3 Período de Declínio (1250–1550)

2.3 Estudos Hebraicos Cristãos (séculos 16 ao meado do 18)

3.1 Primeiros Estágios (1500–1550)

3.2 Desenvolvimento (1550–1750)

2.4 O Método Comparativo (meado do século 18 ao meado do século 19)

2.5 O Método Histórico-Comparativo (meado do século 19 ao meado do século 20).

2.1 Começos (século 10 d.C.)

a Próximo ao meado do século 10 d.C., Saadia ben Joseph (882–942) iniciou o estudo
lingüístico do hebraico com dois livros escritos em árabe. Este versátil erudito judeu,
geralmente conhecido como Saadia Gaon, após seus serviços como deão ou gaon da academia
judaica de Sura, na Babilônia, é mais famoso por causa de sua tradução da Bíblia Hebraica para
o árabe. Seu Agron (Vocabulário) lida com a lexicografia e o Kutub al-Lugha (Livros sobre a
Língua [Hebraica]) trata da gramática. As obras de Saadia foram p 32 totalmente perdidas há
muitos séculos, mas o conhecimento delas chegou até nós por seus sucessores, especialmente
por meio dos escritos de Abraham ibn Ezra, que reverenciava Saadia como o primeiro
gramático de hebraico e “o principal porta-voz de todos os tempos” de tais estudos. Profiat
Duran conta-nos que Saadia escreveu três obras de gramática que não sobreviveram no seu
próprio tempo. As obras de Saadia foram lidas e estudadas durante o brilhante período
criativo da gramática hebraica e serviram para transferir a atenção dos intelectuais judeus dos
estudos talmúdicos para os estudos lingüísticos. Os eruditos modernos ainda o consideram
como o pai de nossa disciplina. As obras gramaticais de Saadia apresentaram vários elementos
que são básicos para qualquer gramática moderna, por exemplo, os paradigmas para os graus
verbais Qal e Hiphil além de cuidadosas distinções entre várias classes de som. O que motivou
Saadia dar à luz nossa disciplina?

b A pré-história dos estudos gramaticais hebraicos é escassa. É verdade que nos materiais
talmúdicos e midráshicos os rabinos fizeram observações gramaticais ocasionais, por exemplo,
que a terminação‫ –ָָ ה‬em formas como ‫ ִמצ ְֶַּּ֫ריְמָה‬e ‫ ֶּ֫חּוצָה‬indicam direção e se colocam no
lugar de um ‫ ל‬prefixado, como em ‫מצ ְֶַּּ֫רי ִם‬
ִ ‫ש ְל‬
ָ e ‫לְחּוץ‬, e que ‫ כִי‬tem quatro significados
diferentes: ‘se’, ‘para que não’, ‘de fato’ e ‘porque’. Além disso, uma quantidade considerável
de material gramatical é encontrada em Sefer Yeṣirá, uma obra cabalística do início da era
medieval. Mas estes comentários esporádicos não proveram nem base e nem motivação para
a obra de Saadia e de seus sucessores. Pelo contrário, o impulso para a descrição das regras da
língua hebraica adveio dos seguintes fatores: (1) o argumento de que a gramática é básica para
a compreensão da literatura escriturística, (2) a ameaça da seita caraíta, (3) a obra fundacional
dos massoretas, (4) o exemplo das gramáticas árabes e (5) o contínuo uso literário do
hebraico, especialmente na poesia devocional. Vamos considerar cada um destes fatores em
detalhes.

c Os primeiros gramáticos judeus defenderam sua atividade com o argumento filosófico e


teológico de que o conhecimento apropriado das Escrituras Hebraicas depende da gramática;
ela é a ferramenta exegética básica. David Tene observou:

Por volta do fim do primeiro milênio d.C., escrever acerca de temas lingüísticos
tornou-se um novo fenômeno na literatura judaica, considerada por muitas
pessoas importantes como vã e sem sentido. Portanto, em suas introduções,
os autores [de obras gramaticais] discutem os fatores que os estimulavam a
escrever suas obras lingüísticas. Eles buscavam provar a seus leitores que é
uma incumbência imposta aos judeus proceder à investigação de sua língua, e
seus argumentos incluem os seguintes pontos: (1) a língua é o meio de todo
discernimento e a lingüística é o meio de toda a investigação e sabedoria; (2) o
cumprimento dos mandamentos depende do entendimento da palavra escrita
e, por sua vez, o próprio entendimento da língua é impossível sem o auxílio da
lingüística.

Tais argumentos ainda são convincentes e inevitáveis para qualquer comunidade que
constrói sua fé sobre uma escritura.

p 33 d A seita caraíta, que apareceu por volta do fim do século 8º rejeitava as tradições
rabínicas e insistia no estudo diligente das próprias Escrituras como sendo a base para o
Judaísmo. O movimento, que fez sérias incursões na academia judaica da Babilônia, incitou
tanto amigos como adversários a um estudo mais aprofundado do texto bíblico e sua língua.
Saadia, como cabeça dessas academias, estava diretamente envolvido e na liderança do
contra-ataque rabínico. Mais especificamente, o caraísmo incitou-o a escrever Kitāb al-Sabʿîn
Lafẓa al-Mufrada (O Livro das Setenta Palavras Isoladas), um breve ensaio lexicográfico em
árabe que trata de algumas das hapax legomena da Bíblia.

e Os massoretas, cuja obra havia culminado no século 10 com a escola de Ben Asher em
Tiberíades, estavam preocupados não em descrever a língua, mas com o registro do texto.
Todavia, sua atividade de vocalização do texto e de comentário do mesmo na massorá auxiliou
na preservação de um corpo essencialmente oral de tradição e formou a base para as
primeiras descrições gramaticais. Concernente à relevância do texto pontuado, Tene escreve:
É bastante surpreendente que o aparecimento inicial da literatura lingüística
dos judeus surgisse tão tarde. Há, contudo, acordo geral de que em semítico,
este tipo de discurso metalingüístico não poderia ter começado antes da
invenção dos pontos vocálicos.

Acerca das contribuições mais específicas dos massoretas para a gramática hebraica,
Yeivin observa:

Algumas das terminologias usadas na massorá foram apropriadas pelos


gramáticos. Termos como masculino, feminino, singular, plural, os nomes das
letras, as vogais e os sinais de acento, e outras características da pontuação…
foram todos usados pelos massoretas e apropriados pelos gramáticos… Desde
que os massoretas compararam todas as ocorrências de palavras particulares,
suas listas formaram a base para as observações gramaticais sobre mudanças
no padrão vocálico: tanto as mudanças condicionadas, tais como mudanças de
formas em situações contextuais ou pausais, mudanças em palavras com ou
sem maqqef, com ou sem artigo definido, com waw simples ou waw
consecutivo, etc., como as variações não-condicionadas na vocalização da
palavra.

Os massoretas tinham uma teoria lingüística sofisticada, mas com uma expressão
subdesenvolvida; os gramáticos, dando o passo de fazer a teoria explícita, foram capazes de
avançá-la porque poderiam avaliar lacunas e inconsistências.

p 34 f As gramáticas árabes dos eruditos muçulmanos proveram um impulso imediato e


um modelo para um trabalho similar com a língua hebraica. A influência dos gramáticos árabes
sobre Saadia Gaon, que escreveu em árabe, é clara. Como eles, por exemplo, ele classifica as
palavras da língua em três divisões: substantivos, verbos e partículas. Embora o hebraico fosse
o foco de seu estudo, o árabe era a língua da ciência no século 10° no Oriente Próximo, no
Norte da África e na Espanha. Na segunda metade deste século frutífero, alguns estudos
lexicais hebraicos produzidos na Espanha foram escritos em hebraico, mas a maior parte das
obras gramaticais durante os próximos dois séculos foi escrita em árabe.

g Finalmente, na introdução de Agron, Saadia informa seus leitores que, estando


perturbado pelo estilo de vários poetas religiosos contemporâneos, autores de piyyûṭîm, e
pela confusão de categorias gramaticais em seus poemas, ele elaborou sua obra para guiar os
escritores hebreus de seus dias no correto uso da língua.

h Um outro pioneiro em lingüística hebraica é Menaḥem ibn Saruq (ca. 910–ca. 970), que
leu os comentários de Saadia. Ele escreveu a Maḥberet, primeiro dicionário completo de
hebraico e a primeira obra lingüística a ser escrita em hebraico. Ela foi severamente criticada
em questões lingüísticas por um discípulo de Saadia, Dunash ben Labraṭ (ca. 920–990), cuja
família veio de Bagdá, embora ele mesmo tenha nascido em Fez e tenha se instalado em
Córdoba. Dunash e Menaḥem mediaram o aprendizado de Saadia e outras características do
judaísmo babilônico para a Espanha. Leslie McFall convincentemente observa: “A erudição
judaica na Espanha deveu não apenas sua pronúncia (sefardita), mas seus começos ao
judaísmo babilônico”.
2.2 Estudos Judaicos Medievais (séculos 11 a 16)

2.2.1 Período Criativo (1000–1150)

a O período que se estende desde o século 10 até ao meado do século 12 é designado por
David Tene como o “período criativo”. Yehuda Ḥayyuj (ca. 940–ca. 1010), um discípulo de
Menaḥem, expôs científica e sistematicamente a teoria de que todas as palavras hebraicas
têm uma raiz trirradical, uma noção que ele adatou dos gramáticos árabes. Os gramáticos
estavam agora na posição de formular regras de pesquisa para entender fenômenos como o
num assimilado e o dagesh compensatório, bem como as várias características dos verbos
fracos, aqueles com uma ou mais das letras ‫א ה ו י‬ na raiz. Foi Ḥayyuj que adotou o
incômodo ‫ּפעל‬ como verbo paradigmático, oriundo das gramáticas árabes, e introduziu a
designação dos três radicais da raiz por Pe (primeiro radical), Ayin (segundo radical) e Lamedh
(terceiro radical).

b Os sucessores de Saadia prosseguiram seus estudos com zelo e profundidade, como


ilustrado pela famosa literatura de “objeções” e “réplicas” entre o brilhante gramático p 35
Jonah ibn Janāḥ (Abūal-Walīd Marwān ibn Janāḥ, ca. 990–1050) e o estadista, militar poeta
Samuel ha-Nagid (993–1056). William Chomsky recapitulou a controvérsia:

Samuel ha-Nagid, aparentemente despertado pela crítica de Ibn Janāḥ acerca


de algumas opiniões de seu professor, Yehudah Ḥayyuj, enviou um mensageiro
de Granada a Saragossa, lugar de residência de Ibn, incumbido da tarefa de
desafiar Ibn Janāḥ para um duelo oral acerca de alguns assuntos gramaticais e
da exposição pública da “falácia” de suas teorias. Ao chegar em Saragossa, o
mensageiro hospedou-se na casa de… um amigo de Ibn Janāḥ. Uma recepção
pública foi preparada em honra ao visitante, para a qual Ibn Janāḥ foi
convidado. Este último, sem suspeitar do principal propósito da reunião,
aceitou o convite. Durante a recepção, o visitante começou a persuadir Ibn
Janāḥ gradual e sutilmente para uma discussão. Algumas das questões
levantadas por ele foram prontamente resolvidas e adequadamente
respondidas por Ibn Janāḥ. Mas outras se seguiram e Ibn Janāḥ, por estar
despreparado para este bombardeio de perguntas, ficou estonteado e
prometeu respondê-las em alguma ocasião futura.

Assim ele fez e enviou sua resposta ao visitante. Este último, todavia,
desdenhosamente observou que seria mais sábio para Ibn Janāḥ reter sua
réplica até que o livro de Nagid fosse publicado, onde iria encontrar críticas
ainda mais severas apontadas contra ele. Ibn Janāḥ recusou-se a fazer isto. Ele
publicou sua réplica na forma de livro e a chamou de Kitab at-Taswiya [O Livro
de Reprovação]. Após a publicação do ataque de Nagid contra ele, Ibn Janāḥ
revidou com um violento contra-ataque em um livro que ele intitulou Kitab at-
Tashwir [O Livro da Vergonha].

c A sofisticação da gramática hebraica neste tempo pode ser percebida pelos assuntos que
estavam sendo discutidos: o Qal passivo, um tema examinado independentemente em tempos
modernos por Böttcher e Barth (veja 22.6), o uso do termo Inphial para formas Niphal
transitivas, etc. Tene escreve sobre essa literatura: “O estudo da língua nunca atingira
distinções tão requintadas e refinadas como aquelas encontradas na controvérsia que se
desenvolveu em tomo das obras de Ḥayyuj na época de Ibn Janāḥ e Samuel ha-Nagid”. Acerca
das últimas obras de Ibn Janāḥ, escritas em árabe como todos os seus livros o foram, a mais
importante é Kitâb al-Tanqīḥ (Hebraico, Sepher ha-Diqduq, O Livro da Investigação,
Detalhada). Este consiste de duas partes: Kitāb al-Lumaʿ (gramática) e Kitāb al-Uṣūl (um
dicionário). Tene fala com entusiasmo exagerado sobre o grande Kitāb:

Esta obra em duas partes, com escritos de Ḥayyuj e as obras menores de Ibn
Janāḥ, forma a primeira descrição completa do hebraico bíblico, e nenhuma
obra similar – comparável em objetivo, profundidade e precisão – foi escrita
até os tempos p 36 modernos. Esta descrição constitui o auge do pensamento
lingüístico em toda literatura [gramatical medieval].

Ele resume assim o assunto: “Os autores deste período são os grandes criadores da
lingüística hebraica”.

2.2.2 Período de Disseminação (1150–1250)

a O século que se seguiu à metade do século 12 foi um período de disseminação,


diretamente estimulado pelas tribulações políticas de 1148, acarretadas pelas conquistas
almôadas do sudoeste da Espanha. Intelectuais judeus, exilados na Itália e no sudoeste da
França, trouxeram consigo as obras de Ḥayyuj, Ibn Janāḥ, Samuel ha-Nagid e outros. Estas
obras foram tanto adaptadas como traduzidas. O erudito viajante Abraham ibn Ezra (1089–
1164), por meio de seus escritos copiosos, notavelmente comentários e obras gramaticais,
popularizou as idéias dos gramáticos espanhóis e em geral trouxe os benefícios da ciência
árabe para as comunidades judaicas européias deserdadas do povo judeu espanhol. Em Roma,
por volta de 1140, ele produziu sua gramática em hebraico, a primeira, baseada em fontes
árabes.

b Os labores de adaptação culminaram nas obras da família Qimḥi: Joseph, o pai (ca.
1105–1170) e seus filhos Moses e David (1160–1235). Na introdução à seção de seu Sepher
Mikhol (Compendium), tratando de gramática hebraica, David comparou-se a um “respigador
seguindo os ceifeiros”, cuja tarefa era compilar e apresentar, de modo simples e sucinto, as
volumosas descobertas de seus predecessores. Ele selecionou seu material tão
ponderadamente e o apresentou tão eficazmente, que sua obra eclipsou e, eventualmente,
substituiu as obras mais originais e profundas de Ibn Janāḥ e serviu como padrão autorizado
até o século 19. A posteridade abraçou suas obras com tal consideração que um ditado
mishnaico foi adaptado a elas: ‫אם אין קמחי אין תורה‬, ‘Se não há Qimḥi, não há Torah’.
Somos devedores a Joseph e David Qimḥi pela formulação do atual padrão de vogais longas e
breves em sílabas fechadas e abertas e do relacionamento destas com os shewas mudo e
vocálico; o sistema de graus verbais (binyanim), como é compreendido hoje, foi primeiro
elaborado por eles.

p 37 c David Tene avaliou este período de disseminação como segue:


Embora os trabalhos de adaptação e tradução obviamente fossem apenas uma
pequena contribuição original ao pensamento lingüístico, seria difícil avaliar a
importância dessa atividade literária. Foram os tradutores e adaptadores que
salvaram a lingüística hebraica do esquecimento e fizeram-na um ramo
permanente na história da literatura judaica. Eles também traduziram para o
hebraico termos gramaticais árabes… e fixaram um modo de exposição de
assuntos gramaticais e lexográficos… que subsistiram até os nossos dias no
estudo e ensino da língua hebraica e na exegese hebraica bíblica.

2.2.3 Período de Declínio (1250–1550)

a No final da Idade Média, como o centro intelectual e demográfico do povo judeu


transferiu-se para longe do Oriente Próximo, assim também os estudos de gramática hebraica
assumiram um elenco europeu. Modelos latinos substituíram os modelos árabes. Embora as
obras gramaticais deste período sejam geralmente inferiores, elas não são desinteressantes.
Os gramáticos árabes trataram o domínio da língua como algo preponderante, incluindo não
apenas lingüística, mas também a retórica (a ciência da persuasão) e a poética como partes da
gramática. As escolas européias, em contraste, agruparam gramática, retórica e lógica como
três ciências co-iguais da língua (as trivia, em oposição às ciências naturais e técnicas, as
quadrivia).

b Na obra Maʿaseh Ephod (1403) de Profiat Duran (1360–1412), a mudança filosófica é


evidente: Duran clama por uma base mais teórica para a gramática, opondo-se ao caráter
mecânico de Mikhol. O modelo imediato da língua latina é importante para Abraham de
Balmes (ca. 1440–ca. 1523). Sua obra Miqneh Abram procura construir uma ponte entre as
tradições gramaticais árabes e latinas. Ela é a primeira obra que divide a gramática hebraica
em fonologia, morfologia e sintaxe. Ela reúne as pesquisas prévias concernentes à
concordância dos pronomes em gênero e número, à regência verbal, à combinação dos
substantivos com outros substantivos, à concordância do substantivo (sujeito) e do verbo
(predicado), e a possíveis combinações com auxílio de partículas. De todas as obras medievais
depois de Ibn Janāḥ, a de Balmes pode ser considerada a mais original. A tradição gramatical
judaica medieval morreu com Elijah Levita, que, como veremos, passou sua herança para mãos
cristãs.

p 38 2.3 Estudos Hebraicos Cristãos (século 16 a meados do século 18)

2.3.1 Primeiros Estágios (1500–1550)

a A literatura lingüística sobre o hebraico do século 10° até o século 15 foi um território
exclusivamente judaico. Com as transformações na cultura européia associadas ao
reavivamento do aprendizado clássico e à reforma da igreja cristã, a gramática hebraica
transferiu-se para os eruditos cristãos. O novo interesse da igreja no que ela chamava de o
Antigo Testamento foi uma das razões para que os judeus perdessem o interesse. Alegando
que Mikhol marca o fechamento da “Era de Ouro” da filologia hebraica medieval, William
Chomsky escreve:
A maioria dos eruditos judeus das gerações subseqüentes considerou o estudo
de gramática como um desperdício de tempo e alguns até consideravam tal
estudo como uma heresia. Mesmo o estudo da Bíblia começou a ser reputado
como de importância secundária e estava gradualmente diminuindo a uma
proporção tal que um rabino alemão do século 17 reclamou que havia certos
rabinos em sua geração “que nunca tinham visto um texto da Bíblia durante
toda sua vida”.

Quando os judeus reentraram ao campo do estudo gramatical, o contexto havia mudado


vastamente. O filósofo Baruch Spinoza (1632–1677), “o maior pensador a escrever um tratado
sobre a língua hebraica”, escreveu seu Compendium grammatices linguae hebraeae em latim e
com uma consciência tal da Escritura Bíblica que teria sido incompreensível aos seus
predecessores.

b O interesse em gramática hebraica desenvolveu-se entre os eruditos cristãos na primeira


parte do século 16. O humanista Johann Reuchlin estabeleceu o estudo de gramática hebraica
no mundo cristão europeu no seu livro Rudimenta linguae hebraicae (1506), como também
por meio de sua imensa reputação pessoal. O interesse na Escritura que delegou poder ao
estudo de hebraico foi renovado com a era de Reuchlin e seu cuidado pelo retorno às fontes
antigas e pela reforma da igreja.

c Embora os escolásticos da Idade Média Alta e Tardia não acreditassem que a Escritura
tivesse um sentido único e simples, como os reformadores acreditavam, alguns deles
sustentavam p 39 que seu sentido fundamental deve ser averiguado em todos lugares
conforme os princípios da gramática e do discurso humano; só então outros sentidos serão
considerados. Nicholas de Lira (m. 1349) foi criterioso ao insistir em que todos os sentidos
pressupõem o sentido histórico e gramatical como seu fundamento e norma. Seguindo Hugo
de São Vitor (m. 1141) e outros eruditos da escola vitorina, Nicholas reclamou que o sentido
histórico tinha se tomado muito obscurecido em virtude da prática generalizada de ignorá-lo
em favor da exegese mística. Esses escolásticos recapturaram o pensamento de Agostinho e
especialmente de Jerônimo – que tinha estudado hebraico com rabinos judeus em Israel há
quase mil anos – pela influência de eruditos judeus, especialmente Rashi.

Embora o estudo do hebraico fosse freqüentemente negligenciado, é uma distorção não


comprovada fazer de Nicholas de Lira um completo excêntrico, sem lugar na Idade Média.
Beryl Smalley criticou a opinião de que Lira fora o primeiro a ficar sob influência judaica e fora
assim um proto-reformador:

O conhecimento cristão da rabínica na Idade Média costumava ser


subestimado. Pensava-se que Rashi aparecera pela primeira vez em
comentários latinos com Nicholas de Lira no início do século 14. Sua influência
sobre Lira foi classificada não como tipicamente medieval, como de fato o foi,
mas como um fator na Reforma:

Si Lyra non lyrasset [“Se Lira não tivesse tocado,

Lutherus non saltasset Lutero não teria dançado”.]


Esta dicton absurde [“cantiga tola”]… foi… refutada.

d A despeito dos vários contatos entre eruditos judeus e cristãos durante o período
medieval, nenhum nome se destaca na história dos “estudos hebraicos cristãos entre Jerônimo
e Johann Reuchlin”. Reuchlin é uma figura completamente humanística. Sua breve Rudimenta
não se baseia tanto na obra Mikhol de David Qimḥi como na obra elementar de Moses Qimḥi,
Mahalakh Shebile ha-Daʿat (A Jornada nas Veredas do Conhecimento), a primeira gramática
hebraica impressa (Soncino, 1489). O valor de Reuchlin não repousa no conteúdo de sua
gramática simples, mas nos seus esforços pioneiros e em sua atividade planejada. Lutero
aprendeu hebraico usando ou a obra Mikhol de Qimḥi ou as Rudimenta de Reuchlin. Conrad
Pellicanus (1478–1556), um monge dominicano que aprendeu hebraico por si mesmo sob as
mais árduas circunstâncias, efetivamente escreveu a primeira obra de gramática hebraica em
latim (1503 ou 1504). Pellicanus ensinou o reformador suíço Wolfgang Capito (1478–1541)
que, por sua vez, ensinou João Calvino.

p 40 2.3.2 Desenvolvimento (1550–1750)

a Entre os fatores que incitaram o trabalho iniciado efetivamente por Reuchlin estavam a
expansão da imprensa e as controvérsias na igreja. O erudito judeu itinerante Elijah Levita
(1468–1549) exerceu um papel especial. Seus livros incluem um comentário sobre a gramática
de Moses Qimḥi (1504), sua própria gramática (1517) e seus estudos sobre a massorá (1538).
Seu contato pessoal com eruditos cristãos foi também importante; entre seus alunos estava
Sebastian Münster (1489–1552), professor em Basle de 1529 em diante, que traduziu suas
obras para o latim. Levita transportou o grande lastro de filologia judaica medieval com o selo
quimḥiano para as universidades cristãs.

b O século 16 foi o primeiro grande século de estudo gramatical moderno. Perto do fim do
século, John Udall produziu a primeira gramática hebraica em inglês (1593), uma tradução da
gramática de Pierre Martinez escrita em latim (1567). Em tempo, a busca humanística pelo
hebraico cedeu lugar a interesses teológicos; cadeiras vieram a ser ocupadas por homens com
treinamento teológico.

c No capítulo 29, discutindo com mais detalhes os desenvolvimentos na compreensão do


sistema verbal hebraico, teremos novamente a oportunidade de olhar a história dos estudos
gramaticais hebraicos. Necessitamos apenas observar aqui o seguinte: durante os dois
primeiros séculos de estudos hebraicos cristãos, de Reuchlin à época da escrita das
Institutiones (1737) de Albert Schultens, a vasta maioria das gramáticas hebraicas fez pouco
para avançar o estudo científico da língua.

2.4 O Método Comparativo (meado do século 18 ao meado do século 19)

a No início brilhante dos estudos gramaticais hebraicos, lexicógrafos e gramáticos criativos


compararam o hebraico bíblico com as línguas cognatas com as quais eles estavam
familiarizados, como também com formas posteriores do hebraico. Por exemplo, Yehuda ibn
Quraysh (início do século 10°), um contemporâneo de Saadia, tentou em seu Riṣâla (Relatório)
uma comparação sistemática de palavras do hebraico bíblico com palavras aramaicas, com
palavras hebraicas usadas na Mishná e com palavras árabes; Dunash ibn Tamim (ca. 900–960)
lidou com as relações estreitas entre os vocabulários árabe e hebraico. Com a transferência
dos centros de aprendizagem da Arábia para a Europa, onde os eruditos se comunicavam em
latim, a maior parte destes estudos se perdeu.

b Entre os séculos 16 e 18, eruditos cristãos retomaram independentemente o estudo das


línguas “orientais” que não o hebraico, línguas que chamamos hoje de semíticas. Esses
eruditos acrescentaram o siríaco e o etiópico clássico ao árabe e ao aramaico. Como Barr
observou: “O material estava sendo reunido para uma abordagem filológica mais inclusiva e
abrangente do que a que tinha sido possível aos filólogos judeus medievais”. Esses estudos
pavimentaram o caminho para o erudito holandês Schultens (1685–1750), p 41 que em suas
Institutiones (1737) colocou a gramática hebraica sobre o novo fundamento da filologia
semítica comparativa. Nesta perspectiva, o hebraico não é mais considerado como a primeira
língua, da qual as outras línguas orientais divergiam, mas como uma língua semítica entre
outras. Barr avalia assim a obra de Schultens:

Schultens enfatizava com exagero revolucionário o alcance da mudança


efetuada pelo novo conhecimento. Longe de aceitar a visão tradicional de que
o árabe (como outras línguas) era uma forma degenerada do hebraico,
Schultens manteve que o hebraico era apenas um dialeto semítico, enquanto
que tal dialeto mais puro e mais claro seria o árabe.… Mas, a despeito do
elevado valor conferido ao árabe por Schultens, seu uso dele foi infeliz e longe
de ser recomendável, mesmo do ponto de vista de um arabista. Contudo, ele
marcou o início de uma época que continuou no meado do século 20, na qual
uma das principais formas de estudo lingüístico erudito era o uso de línguas
cognatas para a elucidação de dificuldades em hebraico.

c Essa nova abordagem encontrou mais expressão em N. W. Schröder (1721–1798) e mais


substancialmente em Johann David Michaelis, professor de línguas orientais e teologia em
Göttingen. A nova abordagem também produziu um novo tipo de hebraísta. Barr comenta:

Agora, esperava-se do hebraísta acadêmico que ele fosse um orientalista. Isto


significava que ele não apenas deveria ter o conhecimento do árabe, mas
também uma consciência da nova informação trazida pelos viajantes advindos
do Oriente acerca dos costumes, dos ambientes físicos da vida, e agora – em
sua primeira forma rudimentar – da arqueologia.

d O gramático cujo trabalho desfrutou a mais larga aceitação e influência tanto em seu
próprio tempo como desde então foi (Heinrich Friedrich) Wilhelm Gesenius (1786–1842),
professor em Halle. Seu léxico, Thesaurus linguae hebraicae (publicado de 1829 a 1858), foi
sucessivamente revisado e alcançou proporções clássicas na 17° edição, editada por Frants
Buhl (1921). Uma edição anterior foi usada como a base para o dicionário de inglês de Francis
Brown, Samuel Rolles Driver e Charles A. Briggs (1907). A gramática de Gesenius, Hebräische
Grammatik (1813) passou por muitas transformações profundas. Ele produziu 13 edições e
Emil Kautzsch fez as 7 seguintes. Os editores posteriores da obra de Gesenius tiveram de levar
em consideração o vasto conhecimento de línguas e literatura do antigo Oriente Próximo que
estava sendo descoberto pelas pás de arqueólogos infatigáveis e sua decifração por lingüistas
brilhantes. A gramática de Gesenius ainda permanece como a obra de referência padrão hoje,
com numerosas emendas e revisões, e em várias edições.

p 42 2.5 O Método Histórico-Comparativo (meado do século 19 ao meado do


século 20)

a O impulso para uma abordagem histórico-comparativa da gramática hebraica veio do


estudo da família de línguas indo-européias, que inclui a maioria das línguas da Europa e
muitas línguas da Ásia. A descoberta de correspondências regulares entre grego, latim e seus
parentes românicos (francês, espanhol, italiano e outros), e as línguas germânicas, incluindo o
inglês, foi seguida pelo trabalho sobre o sânscrito. O rastreamento de correspondências pelos
eruditos foi um dos principais fatores no desenvolvimento da filologia histórico-comparativa.
Tornou-se claro que duas línguas relacionadas podem evoluir de uma única língua anterior e
que o desenvolvimento histórico a partir de um estágio anterior, por de suas transformações
evolucionárias nos estágios posteriores, às vezes pode ser demonstrado. Resumindo, a filologia
comparativa foi substituída pela filologia histórico-comparativa. Esta significativa realização da
erudição do século 19 foi aplicada à família semítica. O estudo histórico-comparativo das
línguas semíticas alcançou proporções monumentais na obra em dois volumes de Carl
Brockelmann, Grundriss der vergleichenden Grammatik der semitischen Sprachen (1908; Guide
to Comparative Grammar of the Semitic Languages) e na obra de Gotthelf Bergsträsser,
Einführung in die semitischen Sprache (1928; tradução para o inglês, Introduction to the Semitic
Languages, 1983).

b Pela comparação do hebraico com outras línguas semíticas e pelo trabalho com a
evidência interna do próprio hebraico tornou-se possível remontar aos primeiros estágios da
língua e traçar vários desenvolvimentos posteriores – mishnaico, medieval e, eventualmente,
hebraico moderno. Esta abordagem revolucionária do hebraico apareceu primeiro nas
gramáticas de Justus Olshausen (1861) e Bernhard Stade (1879). Ela alcançou proporções
clássicas na sintaxe de Eduard König (1897), na gramática de Hans Bauer e Pontus Leander
(1922), na 29° revisão da gramática de Gesenius por Gotthelf Bergsträsser (1918) e na
gramática de Rudolf Meyer (1966).

p 43 c Durante o século 19, eruditos judeus retornaram à corrente principal de trabalhos


lingüísticos hebraicos, reentrada esta “facilitada pelo fato de os estudos [hebraicos] não-
judaicos tornarem-se novamente mais humanísticos e menos atrelados à teologia”. Uma figura
notável nessa reentrada foi S. D. Luzzato (1800–1865), erudito e poeta (como Saadia Gaon e
outros gramáticos medievais). Como nossa disciplina cresceu nos últimos duzentos anos, ela
reuniu, embora de um modo reduzido, judeus e todos os ramos diversos de cristãos.

d Mais recentemente, em especial desde a década de 1940, a abordagem histórico-


comparativa do hebraico proveu solo para a contribuição da lingüística moderna, que
considera o grande erudito suíço Ferdinand de Saussure como seu pai. Neste século [20], os
lingüistas descritivos e os estruturalistas esclareceram os métodos pelos quais a língua é
estudada e os modos de interação de suas partes componentes. Os eruditos bíblicos terão de
enfrentar os horizontes em contínua expansão na filologia comparativa e o número
continuamente crescente de fontes antigas do hebraico bíblico.

p 44 3
Conceitos Básicos
3.1 Introdução

3.2 Significação

2.1 Semiótica e Semântica

2.2 Gramática e Palavras

2.3 Polissemia e Contexto

3.3 Níveis de Análise

3.1 Sons

3.2 Morfemas

3.3 Sintagmas

3.4 Discurso e Texto

3.5 Abordagens Analíticas

3.4 Variação

3.5 Compreensão

3.1 Introdução

a Do mesmo modo como as Institutiones de Schultens (1737) fixaram o estudo gramatical


de hebraico sobre o fundamento da filologia semítica comparativa, assim o erudito suíço
Ferdinand de Saussure (1857–1913) fixou o estudo de língua em geral sobre o fundamento de
lingüística, a qual toma toda linguagem como seu objeto de estudo. O caráter de qualquer
língua semítica sobressai mais claramente quando é estudado à luz de todas as línguas
semíticas, e o caráter de qualquer língua torna-se mais aparente à luz das línguas em geral. Um
lingüista observa cientificamente paradigmas e propõe teorias pertinentes às línguas em geral,
habilitando o especialista em qualquer língua dada para interpretar melhor os seus dados.
Atualmente, o hebraísta erudito deve ser tanto semitista como lingüista. Neste capítulo,
tentaremos estabelecer algumas noções fundamentais. Nos capítulos que se seguem,
ocasionalmente relacionamos teorias lingüísticas aos diversos pontos de gramática hebraica
que estiverem sendo discutidos.

b A Lingüística é uma disciplina em si mesma e, como em qualquer ciência dinâmica e em


desenvolvimento, os eruditos com freqüência não concordam acerca da melhor maneira de
sistematizar os dados. Nosso objetivo aqui é prático; restringimo-nos a pontos da teoria que
gozam de um amplo consenso entre os lingüistas e que são mais pertinentes ao nosso estudo.
Três grandes temas do estudo lingüístico serão abordados. O primeiro envolve a língua em
relação ao mundo real; a língua tem certas propriedades que a permite p 45 descrever e
referir-se ao mundo real. O segundo tema é a estrutura da língua em si mesma e os vários
níveis usados para analisá-la; os níveis e as unidades relevantes ao estudo sintático em
particular são tratados mais adiante no capítulo 4. O terceiro tema é a variação, a diferença e a
mudança interna numa única língua ou num grupo de dialetos correlatos; a variação pode
estar atrelada a muitas facetas diferentes da língua e pode refletir muitos aspectos diferentes
do uso lingüístico. Concluindo, retornamos à questão da língua e do mundo e refletimos sobre
o processo de compreensão.

3.2 Significação

3.2.1 Semiótica e Semântica

a Linguagem é um meio por meio do qual um falante comunica algo no mundo de


experiência ou pensamento a um ouvinte. Saussure referiu-se àquilo que será comunicado
como significado (francês signifié) e à parte do sistema de comunicação correlativa a ele como
significante (francês signifiant). Semelhantemente, o lingüista francês Emile Benveniste sugere
que a língua repousa sobre dois tipos de entidades: as entidades semióticas (isto é, os signos) e
as entidades semânticas (as portadoras de sentido). Os signos são entidades distintivas e
combináveis dentro de um sistema específico: sons (fonemas) dentro do sistema fonológico,
palavras e partes de palavras (morfemas) dentro dos sistemas lexicais, e padrões gramaticais
(sintagmas) dentro do sistema sintático. Os signos tornam-se unidades semânticas quando
estão atrelados ao significado. De fato, signos e significados são dois aspectos da língua como
os dois lados de uma moeda: eles não podem ser separados no exercício da língua, porque a
língua é som significativo. Os elementos da língua constituem um código consistindo de signos
que apontam para um sentido: usando termos psicológicos, podemos dizer que a língua
envolve imagens e conceitos, tanto quanto guardemos em mente que as imagens e os
conceitos são mediados por meio de palavras.

b Os lingüistas usam outros termos para descrever o caráter dual ou a dupla articulação da
língua, além de signifiant/signifié e as entidades semióticas/entidades semânticas. Louis
Hjelmslev formulou a diferença envolvendo expressão e conteúdo. Outros pares correlatos
incluem sentido versus referência e sistema (intralingüístico) versus referente
(extralingüístico). Não importa como os dois aspectos da língua são vistos, o discernimento de
Saussure de que há dois aspectos é básico. Semelhantemente básica é p 46 sua observação
de que o relacionamento entre os dois aspectos é em extremo arbitrário: não há nada acerca
da substância mel que a leve a ser chamada de ‫( דבש‬em hebraico) ou honey (em inglês) ou
miel (em francês) ou mi-t’ang (em chinês). Na verdade, Saussure acreditava que a ligação entre
significante e significado era inteiramente arbitrária, mas esta visão é provavelmente muito
exagerada.

3.2.2 Gramática e Palavras

a A língua pode ser analisada em categorias mais amplas de palavras (lexis) e suas relações
(gramática). A gramática envolve o conjunto fechado de sistemas determinados por signos
intralingüísticos, o código; palavras freqüentemente são signos que apontam para a realidade
extralingüística. Um código de língua, ou gramática, consiste de, pelo menos, três sistemas:
sons, formas e sintagmas (i.e., relacionamentos de palavras umas com as outras no fluxo de
um enunciado). O conjunto de palavras não é “fechado”, mas “aberto”, embora não seja
infinito. Novas palavras podem ser cunhadas e novos sentidos podem surgir, de acordo com
padrões mais ou menos estabelecidos. Em geral, os falantes não estão livres para reconstruir a
gramática, mas estão livres para escolher as palavras que representam sua experiência. M. A.
K. Halliday refere-se à gramática como determinista, em contraste com o vocabulário, que é
probabilista.

b Uma forma de ver a oposição gramática/lexis está baseada nas classes de palavras.
Nessa concepção, há duas classes de palavras, a maior, classe aberta de palavras com
referência extralingüística versus a menor, classe fechada de “palavras gramaticais”; estas são
às vezes chamadas de “vocábulos plenos” versus “vocábulos formais”. Vocábulos plenos
incluem substantivos, tais como “árvores”, “tios”, “dentes”, “animais”; verbos, tais como
“crescer”, “correr”, “morder”, “vagar”; qualificadores, tais como “grande”, “bom”, “saudável”,
“perigoso”; e conectores, tais como ‘para cima’, “para baixo’, ‘sobre’, ‘através’. Assim, por
exemplo, as orações “A vaca saltou sobre a lua” e “A porca pisoteou o quarto” compartilham a
mesma gramática: as mesmas formas significativas (e.g., o artigo definido, a terminação –ou
para o tempo passado) e a mesma sintaxe significativa (sujeito + predicado + frase adverbial),
mas as palavras apontam para experiências totalmente diferentes. Palavras de código
intralingüístico podem ser ilustradas por ‘to’ na oração inglesa ‘He wanted to run’ (Ele queria
correr) e ‘did’ em ‘I did not go’ (Eu não fui). O falante não escolhe livremente tais palavras; elas
pertencem ao código. A distinção entre vocábulos formais e palavras plenas não é absoluta;
para alguns propósitos, o vocábulo ‘not’, na última oração, pode ser considerado um vocábulo
p 47 formal, enquanto que para outros propósitos pode ser melhor vê-lo como um vocábulo

pleno. Em hebraico, palavras como ‫ ַּה‬, ‫ ֲאשֶר‬e ‫ֶאת‬ pertencem ao sistema e recebem um
melhor tratamento numa gramática do que num léxico.

c Os lingüistas discordam sobre a extensão em que gramática e lexis são verdadeiramente


distintas. O argumento de que elas são distintas pode ser encapsulado em um exemplo de
Noam Chomsky, ‘Idéias verdes incolores dormem furiosamente’. O sentido intralingüístico ou
gramatical é impecável (sujeito nominal ‘idéias’, com adjetivos qualificativos ‘incolores’ e
‘verdes’, predicado plural ‘dormem’ e advérbio ‘furiosamente’), mas sua referência ao mundo
extralingüístico é inexistente, de modo que a oração é sem sentido. Chomsky argumenta que
se uma oração pode ser gramatical e ainda ser semanticamente anticonvencional, então os
componentes semânticos e sintáticos de uma língua são separados. Os termos sentido e
referência auxiliam na explicação do que está errado no exemplo de Chomsky. Referência
envolve o relacionamento entre os elementos lingüísticos e a esfera não-lingüística. Sentido
envolve as relações de conexão entre os elementos lingüísticos; ele se preocupa apenas com a
esfera lingüística. Nestes termos, a oração de Chomsky tem sentido, mas é não-referencial.
Quer este argumento seja ou não aceito, ainda permanece o caso em que o sistema gramatical
de uma língua pode ser estudado proveitosamente em seus próprios termos.

3.2.3 Polissemia e Contexto

a “A língua é um uso infinito de meios finitos”, disse o pensador alemão Wilhelm von
Humboldt. O material que pode ser “introduzido” na língua é interminável – é impossível
nomear um número finito que não pode ser ultrapassado – mas o código usado para
comunicar este material é finito. O código de uma língua não é nada simples, mas é muito mais
sofisticado do que a maioria dos outros sistemas semióticos como, por exemplo, os dos gestos
faciais ou dos modos de vestir. A despeito desta sofisticação, a língua usa um número pequeno
de recursos.

b Desde que o código da língua seja finito, os elementos do código devem ser usados em
uma variedade de maneiras. Com freqüência, um signo tem mais de um significado e, por isso,
é chamado polissêmico. No inglês falado, /tu/ é polissêmico; três significados p 48 principais
podem ser distinguidos na pronúncia –to, two e too. Considere as seguintes orações, cada uma
delas usando a palavra ‘com’.

1. Eu comi sorvete com meu amigo.

2. Eu comi sorvete com torta.

3. Eu comi sorvete com minha colher.

Nas primeiras duas orações, a preposição significa ‘junto com’, em um caso significando
‘em companhia de’ e em outro ‘em associação com’; no terceiro caso ela significa ‘por meio
de’. O mesmo fenômeno ocorre com outros tipos de entidades gramaticais. Por exemplo,
Beekman e Callow analisaram mais de trinta sentidos para o genitivo grego.

c Um léxico tenta descobrir a polissemia de uma palavra apontando seus possíveis


significados em uma língua, enquanto que uma gramática auxilia a revelar a polissemia das
formas e dos paradigmas gramaticais pela citação de seus sentidos potenciais. Não há
separação absoluta entre léxico e gramática, e os leitores precisam aprender onde localizar
mais eficientemente os tipos de informação de que precisam. Nossa gramática focaliza as
Escrituras Hebraicas e os capítulos seguintes oferecem um paradigma pelo qual o leitor pode
testar os possíveis sentidos de uma forma gramatical da mesma maneira que um léxico
capacita o leitor a examinar vários sentidos de uma palavra.

d Enquanto a polissemia satisfaz a uma exigência elementar da língua, isto é, economia,


ela exige um preço. A língua pode ser ambígua (i.e., um enunciado pode estar aberto a várias
interpretações), ou estar sujeita a equívocos (i.e., o ouvinte pode ser forçado a hesitar sobre os
sentidos pretendidos) ou mesmo ser mal entendida (i.e., o ouvinte pode chegar a uma
conclusão errônea acerca do sentido pretendido pelo falante). Mesmo os enunciados que o
falante considera perfeitamente claros podem ser problemáticos, como cada um de nós sabe
de experiências diárias. Tais enunciados exigem interpretação, o processo por meio do qual o
ouvinte vem a conhecer o significado do falante. Na vida cotidiana, interpretação envolve
simplesmente dar uma olhada no ambiente ao redor, mas à medida que aumenta a distância
entre falante/escritor e ouvinte/leitor, assim aumenta a complexidade do processo
interpretativo. Na base, contudo, o processo interpretativo sempre envolve o que Paul Ricoeur
chamou de “sensibilidade ao contexto”. O contexto inclui não apenas o ambiente lingüístico
das palavras reais, mas também o comportamento do falante e do ouvinte, a situação comum
a ambos e, finalmente, o horizonte da realidade circundante à situação da fala. Desde que
estejamos escrevendo uma gramática de textos literários, estamos restritos em nosso
conhecimento dessas facetas mais amplas de contexto; nosso recurso primário é recorrer às
características formais da língua, embora sejamos obrigados a manter na memória outro tanto
do restante do contexto quanto possamos reconstruir.

p 49 e A necessidade de determinar o significado de formas lingüísticas por meio de


considerações contextuais é essencialmente um subproduto de um sistema semiótico
polissêmico. A língua mesma faz muito do trabalho de interpretação para nós, pelo fato de ela
pressupor uma “lei de pertinência semântica”, que requer que entidades semânticas se
harmonizem de tal modo que se tornem compreensíveis juntas. Como os elementos de um
enunciado seguem-se um ao outro numa linha temporal, eles escondem significados não
pretendidos; somente por seus significados harmoniosos é que os elementos “fazem sentido”.
Por exemplo, a palavra inglesa “before” pode ter um valor temporal ou espacial na oração ‘I
sang before Queen Elizabeth’. Na oração, ‘I sang before Queen Elizabeth in Buckingham Palace’
(‘Eu cantei perante a Rainha Elizabete no Palácio Buckingham’), ‘before’ refere-se a espaço; no
período, ‘I sang before Queen Elizabeth adressed the parliament’ (‘Eu cantei antes que a
Rainha Elizabete se dirigisse ao parlamento’), ‘before’ refere-se a tempo, como no período ‘I
sang before Queen Elizabeth, and after we both had sung we sat down together for tea’ (‘Eu
cantei antes da Rainha Elizabete e, depois de ambos termos cantado, sentamo-nos juntos para
tomar chá’). Desde que polissemia e contexto sejam constituintes essenciais da língua,
assumimos que determinantes contextuais normalmente estejam disponíveis. Na
apresentação paradigmática dos possíveis significados de uma forma, assumimos que o
significado em um dado caso seja claro a partir de outras entidades semânticas no contexto.

3.3 Níveis de Análise

a A língua é composta de uma hierarquia de níveis. Sons, palavras e elementos de


palavras, frases e orações são sucessivamente níveis mais complexos. As interações e
estruturas dentro de cada nível são diferentes em tipo e extensão daquelas nos outros níveis.
Uma redução vocálica, por exemplo, é distinta em caráter da formação de uma frase no
construto. Os três níveis mencionados são aqueles tradicionalmente reconhecidos na
gramática ocidental e sua sucessora, a lingüística moderna. Sons são estudados sob os títulos
de fonética e fonologia. A morfologia trata dos elementos da palavra e de palavras como
unidades gramaticais, em formação (‘montar’ versus ‘montou’), derivação (‘montador’ < mont
+ ador) e flexão (‘montei’ < mont + ei). A sintaxe é o estudo de níveis mais elevados – frases,
orações, períodos e outros. Os elementos ou unidades são maiores em cada nível sucessivo.

b Esta divisão tripartida, embora tradicional, não é a ideal nem do ponto de vista de um
lingüista nem do ponto de vista de um semitista. O lingüista em geral tem duas objeções.
Primeira, os blocos de construção ou unidades de fonologia são arbitrários: sons em si mesmos
não têm significado algum e esse fato separa o estudo de sistemas de sons do estudo de
outras realidades lingüísticas. Segunda, a análise do domínio sintático é difícil: deveria ser dada
atenção primariamente a frases, ou a orações e períodos ou a blocos de enunciados maiores
(i.e., discursos ou textos)? Somente o estudo de blocos de enunciados maiores permite-nos
explicar, por exemplo, aspectos de referência temporal e narrativa ou funções retóricas (p. ex.,
expressões lingüísticas de subserviência ou sarcasmo).

c As objeções do semitista apontam para as mesmas áreas problema que as do lingüista


em geral, mas por razões diferentes. Primeira, o entendimento tradicional da morfologia p 50
é baseado em seqüências combináveis de elementos de palavra, como em inglês ‘bridemaids’
< [[[bride + POSSESSIVO] + maid] + PLURAL]. O hebraico, como as outras línguas semíticas, usa
paradigmas vocálicos tanto quanto combinações seqüenciais e, portanto, sua morfologia é
mais diversa. Em particular, com freqüência a morfologia hebraica está intimamente
entrelaçada com a fonologia, em aspectos que a avaliação tradicional não permite. Segunda, o
semitista observa, o domínio da língua acima do nível da frase é muito mais difícil de subdividir
em hebraico e em outras línguas semitas do que a fórmula tradicional reconhece. O período,
por exemplo, é difícil de ser isolado e definido e, assim, as gramáticas tendem a tratar as
orações detalhadamente, com alguma referência a uns poucos tipos de períodos complexos.

d Apesar desses dois conjuntos de objeções, a divisão tripartida é um esquema útil, não
obstante reconhecida por todos os gramáticos como uma estrutura conveniente e às vezes
reveladora. Discutiremos os três níveis básicos mencionados e então voltaremos brevemente
ao trabalho realizado sobre um nível discursivo ou textual. Ao término deste exame, adotamos
algumas abordagens que atravessam os níveis lingüísticos e revelam o que eles têm de
comum.

3.3.1 Sons

a O sistema mais básico do código lingüístico envolve os sons em si. Um som produzido
pelo aparelho fonador pode ser chamado fone, e os sons são estudados na ciência da fonética.
De grande interesse para o lingüista é o conjunto de sons realmente usados por uma
determinada língua, o conjunto de fonemas, e os modos pelos quais eles são usados; o
conjunto destes padrões de usos é chamado a fonologia de uma língua, tal como o estudo dos
padrões.

b Um fonema é um som ou uma unidade de fala que faz uma diferença, isto é, ele pode
distinguir uma palavra de outra. As palavras inglesas ‘pit’ e ‘pin’ diferem apenas nos sons
finais, o t e o n; assim, dizemos que t e n são fonemas em inglês. O par de palavras ‘bit’ e ‘pit’
mostram que b e p são fonemas em inglês; um par assim é chamado de par mínimo. Para
muitos falantes do inglês americano ‘pen’ e ‘pin’ são distintos, e para esses falantes as duas
vogais ε e I são fonêmicas. Para muitos outros, contudo, ‘pen’ e ‘pin’ soam iguais, e apenas a
vogal I é usada. Observe que estes falantes usam a vogal I em palavras como ‘rent’, ‘sent’ e
‘went’, onde o primeiro grupo de falantes usa a vogal de ‘pen’; não há problema com estas
palavras, como às vezes há com os pares ‘pen’/‘pin’, porque não existem palavras que tenham
um mínimo contraste com ‘rent’, ‘sent’ e ‘went’.

c O fonema não é um som como ele é produzido na garganta e na boca de um falante, mas
antes uma abstração baseada em como os falantes usam o som nas palavras de uma língua.
Fonemas, os sons mínimos significativos em uma língua, não existem como tais; eles são o
conjunto de sons que produzimos e ouvimos em nossa língua, independentes de obstáculos
tais como ruído de fundo ou idiossincrasia. Os falantes de uma língua podem variar
tremendamente e ainda conseguir entender um ao outro, porque cada qual intuitivamente
conhece o sistema de som da língua e interpreta o fluxo da fala em termos desse sistema.

d Mencionamos fontes de variações sonoras, como as variações da fala pessoal e variações


dialetais (o dialeto pen/pin do inglês americano e o dialeto pen ≅ pin/pin). p 51 Há uma outra
fonte de variação, o ambiente lingüístico do som; tal variação é chamada de condicionada e as
variantes são chamadas de alofones. Por exemplo, a maioria dos falantes de inglês pensa em
sua língua como tendo um único som k. Mas, na verdade, o k de ‘key’ e de ‘kin’ difere do k de
‘ski’, ‘skin’, ‘sick’ e ‘sock’. (Coloque seu dedo na frente da sua boca e sinta a diferença na
aspiração que o seu ouvido não está treinado a detectar, e observe que apenas o primeiro
conjunto é seguido de um sopro de ar, o resultado da aspiração). Embora os dois tipos de k
sejam foneticamente diferentes, falantes de inglês os consideram como sendo “o mesmo
som”, porque no sistema da língua inglesa k iniciando uma sílaba é sempre aspirado, enquanto
que k após s ou ao fim de uma sílaba é sempre não-aspirado; essa diferença fonética nunca é
associada a um contraste de sentido, isto é, nunca é fonêmica. Em contraste, o turco distingue
k aspirado (escrito k’) e k não-aspirado, e assim k’alb ‘cão’ é distinto de kalb ‘coração’.

e Semelhantemente, a variação das “letras begadkepat” do hebraico (os assim chamados


sons “duros” e “brandos”) pode ser analisada como alofones, pelo fato de a forma que ocorre
em determinado contexto ser previsível a partir do ambiente fonético, especificamente se for
precedida de uma vogal ou consoante. Baseado nisso, as letras begadkepat nunca conduzem a
um contraste de significado; observe que b/v (~ hebraico ‫ב‬/‫)ב‬, d/ð (‫ד‬/‫)ד‬, p/f (‫ּפ‬/‫ )פ‬e t/th
(‫ת‬/‫ )ת‬são todos pares de fonemas contrastantes em inglês.

f As maiores complexidades da fonologia hebraica envolvem as vogais da língua. Um


conjunto complexo de regras reduz vogais em alguns ambientes e alonga-as em outros;
algumas regras inserem vogais (anaptixe) e extinguem outras (síncope). A forma mais
completa deste conjunto de regras pertence à forma massorética tiberiana do hebraico bíblico,
mas muitas das regras refletem processos mais antigos. A fonologia do hebraico não é tratada
em qualquer extensão nesta gramática; é um assunto de importância grandemente secundária
para o exegeta, que não deve, contudo, negligenciar a leitura própria do texto em voz alta.

3.3.2 Morfemas
a Um fonema é um som que serve para contrastar significados e o nível fonêmico de
análise é o mais básico; o nível acima é o morfêmico. Um morfema é uma unidade mínima de
fala que é recorrente e significativa. Ele pode ser uma palavra (‘formiga’, ‘rinoceronte’) ou um
afixo a uma palavra (p. ex., o prefixo negativo in-, como em ‘inesperado’, ‘indisponível’ ou o
sufixo plural –s, como em ‘livros’, ‘botas’). Um morfema livre pode figurar sozinho, por
exemplo ‘mar’, ‘azul’; um morfema aglutinado não pode ser usado por si próprio, como no
caso dos afixos. Alguns morfemas têm várias p 52 formas e estas são chamadas alomorfes ou,
com menos freqüência, simplesmente morfes. Por exemplo, a palavra ‘felizmente’ contém dois
morfes: feliz e o sufixo formador de advérbio –mente.

b Os alomorfes de um morfema único podem ser muito distintos foneticamente. Por


exemplo, o sufixo plural regular inglês consiste de –s (como em ‘hats’), –z (como em ‘lids’), –IZ
(como em ‘forces’). Os alomorfes podem ser condicionados por um ambiente específico: o
sufixo plural –s é surdo após fonemas surdos, como em ‘caps’, ‘bits’, ‘wicks’, etc.; –z sonoro
após fonemas sonoros, como em ‘scabs’, ‘bids’, ‘wags’, etc.; e –IZ após uma sibilante ou som s,
como em ‘senses’, ‘censuses’, ‘lances’, etc. (Há também alguns alomorfes históricos, tais como
–en em ‘oxen’, ‘brethren’, e – e – em ‘men’, ‘women’.) O morfema prefixal in– significando
‘não’ aparece como in– em ‘incontável’, i– em ‘iletrado’, im– em ‘impróprio’ e ir– em
‘irrelevante’. Similarmente, em hebraico os alomorfes do morfema plural são – îm, –ê, –ôt,
etc.; o morfema do Qal perfeito consiste de vários alomorfes com padrões infixos vocálicos:
CāCaC, CāCǝC + sufixo vocálico, CǝCaC + sufixo consonantal, como em ‫קטַּל‬
ָ , ‫ ָק ְטלָה‬, ‫ ְק ַּטלְתֶ ם‬.
c Assim como os sons são a realidade e os fonemas as unidades lingüísticas funcionais,
formando um complexo inseparável, assim os alomorfes e os morfemas são inseparáveis.
Saussure expressou a distinção entre morfemas e alomorfes em termos de forma e substância.
Como todas as unidades gramaticais, o morfema é um elemento de “forma’, necessariamente
relacionado à sua realização “substancial”.

d Os morfemas significando o código gramatical são formas aglutinadas mais


freqüentemente em hebraico do que em português. Por exemplo, os morfemas significando
definitividade, o infinitivo, a relação genitiva, etc., são todas formas presas em hebraico, ao
passo que em português os artigos são as palavras separadas ‘o, a, os, as’, e a relação
possessiva é mostrada pela preposição ‘de’.

3.3.3 Sintagmas

a Um sintagma é um arranjo ordenado e unificado de palavras ou elementos de palavras


no fluxo linear da fala. Quando dois ou mais elementos na palavra, frase ou construção
idiomática ocorrem juntamente com um modo distintivo, como na frase verbo + partícula
‘voar sobre’ ou na combinação adjetivo + substantivo ‘pobre Natã’, eles podem ser chamados
de sintagma. Sintagmas frasais podem ser usados na construção de orações, períodos ou
unidades maiores. Estruturas sintagmáticas maiores podem ser vistas como envolvendo
encaixes, as posições ocupadas por uma palavra, frase ou oração em uma estrutura. As vagas
que tais elementos ocupam em relação uns aos outros em sintagmas podem ser significativas.
Contraste, por exemplo, as orações ‘O cachorro mordeu o homem’ e ‘O homem mordeu o
cachorro’. Em hebraico o predicado e os p 53 adjetivos atributivos são discriminados por
precederem ou seguirem o substantivo. A ordem de palavras do português tende a ser mais
fixa do que em hebraico. A chave para a ordem de palavras em hebraico envolve uma relação
básica, requerendo que o elemento regente (regens) geralmente preceda o regido (rectum).
Assim, em hebraico geralmente a partícula relacional precede (e por isso é chamada de
preposição) o objeto (‫מֹוָאב‬ ‫) ִבשְדֵּ י‬, o possuído precede o possuidor (‫הָאִיש‬ ‫)שֵּם‬, o
substantivo precede os adjetivos atributivos (‫אבִּיֹות‬
ֲ ֹ‫מ‬ ‫ )נָשִים‬e o verbo precede o sujeito
(‫אלִי ֶֶּ֫מלְֶך‬
ֱ ‫) ֶּ֫ ַּוּיָמָת‬.

3.3.4 Discurso e Texto

a A maioria dos lingüistas toma o período como limite superior de seu campo de estudos,
consignando a consideração de unidades maiores a folcloristas ou críticos literários. Os
semitistas, como observado antes, tenderam a focalizar a oração. Assim, o estudo da sintaxe é
tido como o estudo do uso de palavras, frases ou orações individuais. Porém, recentemente,
muitos teoristas têm expresso insatisfação com essa limitação. Em parte eles têm sido
estimulados por um desejo de estudar sistematicamente certas facetas do uso lingüístico que
filósofos, antropólogos e críticos literários têm observado. Esses eruditos têm visto que a
determinação contextual ou enunciativa do sentido de uma oração segue certos padrões.
Polidez, por exemplo, tem consequências lingüísticas distintas e, argumenta-se, a lingüística
deveria ser capaz de descrevê-las. Em parte, aqueles que rejeitassem os limites padronizados
em lingüística seriam motivados por um desejo de elucidar problemas de referência: o sistema
de pronomes, por exemplo, não pode ser examinado propriamente em períodos isolados, mas
apenas em uma série de períodos.

b A análise de discurso ou a lingüística de texto é um campo relativamente novo de estudo


baseado nesses esforços para ir além do período. Robert Longacre coloca vigorosamente o
caso para a gramática discursiva:

Nos trabalhos anteriores, a análise de discurso era reputada como uma opção
aberta ao estudante de uma determinada língua, contanto que ele estivesse
interessado, e contanto que ele tivesse um bom começo na estrutura de níveis
mais baixos (palavra, frase, oração). Mas… todo trabalho… sobre níveis mais
baixos está carente em perspectiva e encontra uma frustração inevitável
quando os níveis mais altos – especialmente discurso e parágrafo – não foram
analisados. Alguém pode descrever a morfologia verbal de uma língua, mas
onde se usar uma determinada forma? … Alguém pode descrever as
permutações lineares do predicado, do sujeito e do objeto, mas que fatores
controlam a ordenação alternativa de palavras? Alguém pode recitar a lista de
conjunções que figuram no início de orações, mas onde se usar qual? … Para
resolver estes e outros problemas precisa-se da perspectiva de discurso.

Devido a essas considerações, a análise de discurso não emerge como uma


opção ou um luxo para os estudantes sérios de uma língua, mas como uma
necessidade.
p 54 À luz dessas reivindicações, devemos defender cautelosamente o caminho mais
tradicional seguido por esta gramática. Inquestionavelmente, uma frase ou um período é
apenas uma parte de um discurso maior, mantido junto por elementos gramaticais que Ihe
dão unidade e coerência, e determinam a forma gramatical de suas frases e períodos. Uma
gramática inclusiva deveria dispor os sistemas de tal modo que o discurso inteiro fizesse
sentido. Não obstante, contentamo-nos aqui com a escrita de uma gramática mais modesta,
por razões lógicas e práticas. A razão principal é que frases e orações compreendem em si
mesmas a maioria dos elementos dos sistemas gramaticais de uma língua.

c Se levássemos a análise de discurso à sua conseqüência final, só poderíamos escrever


“com precisão” uma gramática de um texto literário inteiro; no contexto bíblico, isso
significaria um livro inteiro. A hierarquia dos elementos constituintes de uma gramática seria,
em ordem descendente de grau: livro, perícope ou seção, parágrafo, período, oração, frase,
palavra e morfema. Para os nossos propósitos, uma gramática dessa magnitude não é
prudente.

d A oração ou o período é um rompimento lógico na graduação de hierarquias porque os


elementos envolvidos nos sistemas que relacionam entidades semânticas acima desse nível
são qualitativamente diferentes daqueles envolvidos na escrita de uma gramática mais
tradicional. Por exemplo, Wilbur Pickering, em sua análise discursiva, investiga hierarquia
(perspectiva de esboço), coesão (perspectiva linear), proeminência (perspectiva temática),
estilo (perspectiva social) e estratégia (perspectiva pragmática). Esses elementos de discurso
merecem tratamento separado, mas ainda não está claro que uma explicação estritamente
lingüística seria melhor do que um tratamento mais prosaico e menos formal, como poderia
ser achado em um comentário avançado sobre um texto bíblico. Em um dos estudos
gramático-textuais mais atrativos de hebraico bíblico, Wolfgang Schneider pretende descrever
a língua não com base no período, mas com base em textos (que ele entende serem estruturas
coerentes de períodos). Ele enfatiza aqueles fenômenos lingüísticos que incorporam relações
textuais, analisando-os em três grupos diferentes: (1) formas que se referem a outras palavras
(p.ex., sufixos pronominais), (2) formas que se referem a uma relação entre orações
(conjunções) e (3) formas que se referem a relações entre segmentos de textos (ele chama
essas formas de signos macrossintáticos; p. ex., ‫ַּויְהִי‬ discursivo-inicial). Como E. Talstra
percebe, as p 55 observações de Schneider não são novas em si mesmas; o que é nova é a
maneira em que os fenômenos são organizados, de acordo com a função no texto. Schneider
distingue signos anafóricos (os que se referem ao que está atrás, p. ex., a maioria dos
pronomes pessoais em hebraico), signos catafóricos (os que se referem ao que está à frente, p.
ex., pronomes interrogativos) e os signos dêiticos (os que se referem à situação de
comunicação, apontando para fora do discurso, p. ex., pronomes demonstrativos). Todos estes
signos são tratados na presente gramática num arcabouço mais tradicional; é mérito do
trabalho de Schneider trazê-los juntos em sua função comum de apontamento e distinguir
entre eles com base na orientação (apontando para trás, apontando para frente e apontando
para fora), de um modo não possível em uma gramática tradicional.

e Resistimos aos vigorosos clamores dos gramáticos discursivos em parte pelas razões
teóricas e práticas mencionadas antes: a maior parte da sintaxe pode ser e tem sido descrita
com base em frase, oração e período. Além do mais, é evidente que a análise do discurso
hebraico está em sua infância. Como um infante, ela oferece pouca ajuda para muitos
problemas de gramática que ainda não têm sido bem compreendidos. Muitos tradutores,
pensamos ser justo dizer, agem instintivamente ao interpretar as conjugações hebraicas. Os
gramáticos de hebraico só recentemente vieram apreciar morfemas tão diversos como o
“marcador de objeto” ‫את‬ e o mem enclítico. Além disso, nenhuma gramática moderna
começou ainda a reunir a riqueza de estudos individuais que têm sido realizados em um
arcabouço mais tradicional; assim, não é surpresa que alguns estudantes pouco saibam acerca
das funções de caso, e alguns comentaristas cometam erros notórios em suas interpretações
de preposições. Para nossos propósitos, portanto, estamos felizes em ficar com as bases mais
tradicionais do que com as da gramática discursiva.

3.3.5 Abordagens Analíticas

a Cada um dos níveis lingüísticos envolve unidades ou elementos. Para analisar como um
dado nível funciona, os tipos de unidades devem ser isolados. Em fonologia os sons são
reconhecidos e as características principais atreladas a eles – tom, altura ou intensidade – são
descritas. A morfologia estuda as classes de palavras e os processos formativos associados a
elas. A sintaxe dedica-se aos tipos de frases, orações e períodos.

b Uma vez que o tipo de unidade em um determinado nível é estabelecido de um modo


preliminar, o próximo estágio de análise pode ser experimentado. No trabalho de gramáticos e
lingtüistas antes do século 19, este estágio tendia a ser comparativo, pelo menos
implicitamente. Uma língua (na Europa mais freqüentemente o latim) servia como modelo e
outras línguas eram descritas como desvios daquele modelo. Por volta do fim do século 19 as
insuficiências de tal abordagem tornaram-se óbvias, resultado de trabalhos sobre uma
variedade de línguas. Na obra de Saussure emergiu uma alternativa ao estudo comparativo e
histórico anterior. O estruturalismo lingüístico está baseado na idéia de que uma língua pode
ser descrita em seus próprios termos: sem sua história e à parte de comparações com outras
línguas, correlatas ou não. Numa visão estruturalista, as unidades num dado nível gramatical
são consideradas como um sistema, em relação umas às outras.

c Os anos após a morte de Saussure foram grandes anos para os lingüistas e as


metodologias estruturalistas foram elaboradas em vários contextos e com diferentes p 56
ênfases. Assim, a escola dos alunos de Saussure em Genebra dedica-se a um conjunto de
problemas de forma distinta que a escola de Praga, literariamente orientados, ou os
antropologicamente dominados da escola americana. A diversificação do estruturalismo
lingüístico conduziu a metodologias estruturalistas em outros campos, e por um tempo nos
anos 60 e início dos anos 70 (século 19), o estruturalismo parecia um modelo provável para o
domínio das “ciências humanas”, capaz de unificar antropologia, psicologia e crítica. Claude
Lévi-Strauss, um antropólogo francês, estudou mitos e sistemas de mitos a partir de uma base
lingüisticamente informada; vários caracteres e ações míticos são vistos como unidades
compondo uma “língua de mito”.

d O papel do estruturalismo foi alterado nos anos recentes. Nas “ciências humanas” o
estruturalismo é visto, um pouco incorretamente, como antiquado, e novas abordagens são
chamadas de “pós-estruturalismo”. Lingüistas, em contraste, têm visto os métodos
estruturalistas como ferramentas que podem capacitá-los a voltar a uma abordagem anterior
com uma reserva imensamente aumentada de dados. Agora é possível usar uma base
comparativa na avaliação de uma dada língua, onde a base não é meramente o latim ou
algumas línguas, mas uma amostra amplamente representativa de toda língua. Nem todas as
línguas têm sido estudadas, sem dúvida, mas o suficiente tem sido descrito em detalhes, de
modo que poucas surpresas são esperadas. Estudos em línguas universais e tipologias
lingüísticas, cujos caminhos foram abertos por Joseph H. Greenberg, têm assumido
recentemente um papel destacado em lingüística.

e Como foi observado antes, a essência do método estruturalista é uma abordagem


sistemática em um determinado nível ou em outro domínio. Assim fazemos perguntas do tipo:
como diferem as unidades? Como opera o contraste? Como são usadas as oposições? As
formas nas quais as respostas são elaboradas são os modos pelos quais os vários
estruturalismos são diferenciados. Um conceito principal é a ausência de marca: em uma
oposição emparelhada, um membro do par é considerado não-marcado (i.e., mais simples,
menor, mais “óbvio”, mais “natural”), enquanto que o outro membro é considerado marcado.
No sistema sonoro português há um contraste surdo/sonoro para consoantes e cada um dos
pares p:b, t:d, k:g tem um membro não-marcado surdo (p, t, k) e um membro marcado sonoro
(b, d, g). A sonoridade (vibração das cordas vocais) é a “marca” dos membros marcados. A
morfologia portuguesa contrasta singular e plural e cada um dos pares porta/portas,
livro/livros, peixe/peixes tem um membro não-marcado singular (porta, etc.) e um membro
marcado plural (portas, etc.); a terminação plural é a “marca” dos membros marcados. Nos
casos em que o significado usual dessa marca é irrelevante, a marca pode assumir outros
significados. A forma plural ‘águas’ não tem um sentido plural ordinário; ao contrário, ela
usualmente tem um sentido de grande quantidade de água num ambiente natural (‘as águas
do São Francisco’, ‘as águas do Jordão’). As p 57 formas plurais marcadas são maiores em
termos físicos e mais complexas em termos semânticos, usualmente (embora nem sempre)
com o significado “plural”. O hebraico tem um duplo conjunto de contrastes de marcação para
número. O singular é não-marcado em oposição ao plural, e singular e plural juntos são não-
marcados em oposição ao dual. Este duplo esquema pode ter uma representação direta: o
singular ‫ יֹום‬é monossílabo, o plural ‫ יָמִים‬é dissílabo e o dual ‫ י ֹ ֶַּּ֫מי ִם‬é trissílabo. A marcação
não é sempre tão simples, e a marca nem sempre é um traço ou elemento acrescentado. Em
termos de unidades lingüísticas maiores, a estrutura de uma oposição marcada é
freqüentemente difícil de elaborar. Os gramáticos medievais de hebraico viram os sistemas de
graus como divididos entre Qal ‘leve’ e os graus derivados ou ‘pesados’. Essa é uma oposição
de marcação, visto que todos os graus derivados têm alguma marca adicional. Contudo, não é
óbvio que conclusões lingüísticas resultam dessa concepção.

f Uma das bases da teoria da marcação é encontrada no léxico. A forma não-marcada de


uma palavra, que pode ser flexionada, é a forma de dicionário ou citação. Em um léxico de
inglês alguém se volta para ‘day’ a fim de investigar as formas days e day’s, e para ‘daze’ para
investigar dazed e dazes. Em léxicos de hebraico baseados em palavra (aqueles nos moldes de
Koehler-Baumgartner), a forma de citação da palavra é básica, enquanto que nos léxicos
tradicionais de semítico (incluindo os dicionários de hebraico de Gesenius), as palavras são
categorizadas adicionalmente por formas de citação das raízes. É importante não confundir as
formas usadas em léxicos com as formas reais não-marcadas, visto que os léxicos assumem
uma variedade de soluções conciliatórias entre a representação mais econômica das palavras e
as necessidades práticas de usuários. Além disso, podemos dizer que a idéia da forma não-
marcada de uma palavra cresceu independente da idéia da forma de citação; as convenções de
pronúncia, também, tiveram sua função na estruturação do conceito de marcação.

3.4 Variação

a A língua varia ao longo dos mesmos parâmetros como os outros aspectos da cultura
humana, isto é, ela varia através do tempo, de acordo com o contexto geográfico, social e p 58
político, e junto com idade, gênero e relacionamento entre usuários. Variação histórica é o
tipo mais óbvio: nosso português não é o de Camões e o hebraico moderno não é a língua de
Ezequiel. Discutimos alguns aspectos da história do hebraico no capítulo 1, e lá aludimos à
oposição sincrônica/diacrônica. Na visão de Saussure, o estudo de um determinado estado da
língua num dado tempo (estudo sincrônico) é um empreendimento diferente do estudo da
relação de vários estados de uma língua (estudo diacrônico). Como argumentamos antes, uma
variedade de problemas toma difícil um estudo estritamente sincrônico ou diacrônico do
hebraico bíblico. A despeito da padronização e homogeneidade refletida no texto bíblico, é
possível apreciar aspectos de mudança histórica dentro dele. Desde a Segunda Guerra
Mundial, lingüistas perceberam muitos outros tipos de variação no uso lingüístico, e esses,
também, podem ser relevantes para o estudo do hebraico.

b Mudanças ao longo do tempo e variações devidas a outras circunstâncias refletem


diversidades numa comunidade de falantes. Algumas mudanças, chamadas “variações livres”,
refletem variações espontâneas ou não-sistemáticas, que surgem à medida que os falantes
usam uma língua. Todas as outras formas de mudança, no final das contas, refletem variações
condicionadas lingüística ou culturalmente. Algumas mudanças refletem analogias no interior
do sistema: se o plural de ‘rato’ é ‘ratos’, uma criança pode pluralizar ‘cão’ como ‘cãos’. A
forma ‘rooves’, em analogia a ‘loaves’, adquiriu aceitação no inglês americano, e ‘have went’
às vezes substitui ‘have gone’. Em termos culturais as palavras saem de uso à medida que as
coisas que elas nomeiam se tomam sem importância; a forma inglesa ‘jesses’ (português
‘pioses’) é usualmente vista em Shakespeare, em vez de ser ouvida hoje com referência a
gaviões e falcões. Por outro lado, coisas novas trazem palavras novas: uma instituição alemã
conduziu ao empréstimo de ‘kindergarten’ para o inglês, e o vocabulário musical português é
grandemente de origem italiana (‘soprano, piano, pianíssimo’). A mudança social é refletida
em novos usos como ‘gay’ e cunhagens tais como ‘dono de casa’ e ‘criança chave de trinco’. A
tecnologia está sempre mudando: o velho vocabulário de hidrologia (‘açude, regueira da calha
da azenha, roda d’água’) praticamente desapareceu; um novo vocabulário das fábricas
apareceu (‘náilon, mistura algodão-poliéster, pressão permanente’). O comércio também é um
fator: ‘musselina’ (cf. Mosul) e ‘escalônia’ (cf. Asqelon) vieram do Oriente Médio para a
Europa.

c As tradições poéticas (e em extensão menor todas as tradições literárias) preservam


vocabulário antigo e formas gramaticais que têm sido perdidas na fala ordinária e em prosa
clara. Os recursos léxicos e morfológicos tendem a ser maiores. Os fatos p 59 lingüísticos
interagem de maneiras complexas com outros traços estruturais do verso hebraico. É
importante ver a gramática na poesia, no contexto da gramática hebraica. Noções soltas de
um vocabulário especial e gramática de poesia são lingüisticamente desinformadas.

d A maior fonte de variação lingüística é a geografia, embora a variação geográfica


freqüentemente, também, seja determinada igualmente por outros fatores. É habitual
designar sistemas lingüísticos geograficamente distintos de dialetos e falar de uma língua
como sendo um grupo de dialetos mutuamente inteligíveis. A distinção terminológica não
deveria ser tomada tão seriamente: línguas e dialetos sobrepõem-se e engrenam-se de vários
modos. Alguns tipos de inglês não são inteligíveis uns aos outros, mas uma tradição comum de
escrita os mantém juntos. A priori poderíamos esperar que uma área geográfica do sul da
Palestina fosse lingüisticamente diversa nos tempos antigos, particularmente devido ao fato
de os instrumentos de padronização não terem sido ainda bem desenvolvidos. Algumas
evidências inscricionais suportam essa expectativa, como o faz o texto bíblico em pequeno
grau. A maior parte do hebraico bíblico está, de fato, no dialeto de Jerusalém, e pouco
material permanece para preencher a geografia dialetal das áreas circunvizinhas.

e A própria Bíblia dá testemunho de diferenças regionais entre os israelitas em Juízes 12.


Os efraimitas na Cisjordânia não podiam pronunciar šibbolet do mesmo modo que os gileaditas
na Transjordânia. A variante efraimita sibbolet foi usada como um marcador lingüístico: se um
gileadita suspeitasse que alguém era efraimita, deveria testar aquela pessoa apontando para
uma espiga de milho (ou talvez um ribeiro; šibbolet significa ambas as coisas) e perguntando
como ele a chamava. O uso dos efraimita custaria a vida do falante. Há igualmente evidência
de uma ruptura norte-sul (cf. 1.4.1). Traços de hebraico não-jerusalemita podem ser
encontrados em passagens bíblicas associadas com o reino do norte; tais passagens podem
referir-se a nortistas (as histórias de Elias), ou mesmo a fenícios (Sl 45); podem citar nortistas
(Amós), ou podem ser atribuídas a nortistas (Oséias). O estudo lingüístico de tais passagens é
auxiliado por materiais epigráficos tanto provenientes de Israel como da Fenícia.

f Outras fontes de variações lingüísticas parecem ter deixado alguns poucos traços na
Bíblia, e estudos posteriores podem ser frutíferos. Primeiro, urbano versus rural: a fala não-
urbana é freqüentemente mais conservadora do que a dos moradores da cidade,
especialmente a elite ou os grupos instruídos. Segundo, homem versus mulher, e empregado
versus patrão: as situações sociais diferentes dos gêneros e das classes podem afetar suas
falas. Terceiro, jovem versus idoso: o desenvolvimento histórico da língua é ordenado pouco a
pouco na fala de todos os falantes como eles a dominam e amadurecem em seu uso. O estudo
destes e de outros tipos lingüísticos de variação na Bíblia é complicado por questões de gênero
e uso literário.

p 60 g Falamos de gramática do hebraico bíblico como um único sistema porque as


variações e dialetos parecem existir dentro de uma única língua, e nenhum traço de
diversidade dessa língua é surpreendente à luz de nosso conhecimento das línguas modernas.
Falantes de dialetos do inglês americano que distinguem as vogais de ‘pin’ e ‘pen’ não têm
praticamente qualquer dificuldade para entender falantes que não as distinguem, como os
Apalaches, os Ozarques e muitos do extremo sul. As linhas que separam variação, dialeto e
língua são vagas porque variações acumuladas levam à formação de dialetos, e dialetos
divergentes levam à formação de uma língua. Outros fatores culturais desempenham seus
papéis na situação de mundo real. Efraimitas e Gileaditas, apesar de suas pronúncias
diferentes, comunicavam-se uns com os outros em uma língua comum. Falantes do português
brasileiro exibem ricas variações em suas expressões lingüísticas e em suas expressões
literárias; porém, comunicam seus pensamentos e experiências por meio de uma língua
comum. Da mesma forma os falantes encontrados nas escrituras hebraicas comunicaram suas
mensagens a uma audiência comum, a despeito de algumas variações. Aqueles que
compartilham a mesma cultura e oportunidade tendem a conservar uma estrutura lingüística
comum. Nosso propósito nesta gramática não é focalizar variações dentro do hebraico bíblico,
mas focalizar os sistemas comuns; não duvidamos de que a gramática de qualquer corpo de
material ou autor seria reveladora.

3.5 Compreensão

a No andamento deste capítulo examinamos diversos conceitos básicos de lingüística


moderna. Aqui consideramos dois pares de conceitos e brevemente tocamos na questão por
trás da gramática e exegese, a questão de como as pessoas entendem umas as outras além da
“barreira” de línguas diferentes. Essa questão está presente na conjuntura de todas as ciências
humanas.

b Um par nos moldes saussurianos, desenvolvido pela análise lingüística, é o sintagma e o


paradigma. O termo sintagma já foi apresentado. A palavra paradigma é familiar em seu
sentido ordinário de uma lista ordenada de formas flexionais; o uso saussuriano é levemente
diferente. Em seus termos, relações entre elementos lingüísticos no fluxo linear da fala (i.e., o
arranjo de fonemas e morfemas como ocorrem no ato da fala) são sintagmáticas; relações
entre itens lingüísticos não presentes nesse arranjo ordenado no ato da fala são
paradigmáticas. As duas categorias representam dois modos basicamente diferentes de
organização de material lingüístico. Por exemplo, podemos distinguir uma seqüência ou
relação sintagmática do tipo “substantivo + adjetivo atributivo” em hebraico. As categorias
paradigmáticas envolvidas aqui são a classe dos substantivos e a classe dos adjetivos
atributivos. Considere estes grupos:

Substantivos Adjetivos

Atributivos

‫אִיש‬ ‫ִעב ְִרי‬

‫בַּת‬ ‫טֹוב‬

‫ָגמָל‬ ‫נָבָל‬
‫דָ בָר‬ ‫ִראשֹון‬

p 61 Cada grupo é uma amostra das classes paradigmáticas, e desde que as classes sejam
aquelas especificadas na relação sintagmática “substantivo + adjetivo atributivo”, todas as 16
combinações possíveis deveriam estar sintagmaticamente disponíveis. As frases com ‫בַּת‬
devem requerer que o adjetivo esteja no gênero feminino. Não podemos estar certos de que
frases não-atestadas seriam efetivamente boas em hebraico; ‫ָגמָל נָבָל‬ poderia parecer
redundante – não são todos os camelos tolos? Tal julgamento seria uma matéria de semântica.

c Os eruditos há muito suspeitaram de que um período pode ter traços que são básicos a
ele, embora não estejam aparentes na forma superficial. Noam Chomsky distinguiu entre
“estrutura superficial” e “estrutura profunda”. Ele definiu a estrutura superficial de um
período como a seqüência linear de elementos; a estrutura profunda, que não precisa ser
idêntica à estrutura superficial, é vista como uma representação de relações gramaticais mais
abstrata. A distinção entre estes dois níveis da língua tem sido responsável pela enorme
quantidade de pensamento lingüístico desenvolvido sob o título de gramática gerativo-
transformacional e vários desenvolvimentos mais recentes.

d M. A. K. Halliday observou que os dois conjuntos de distinções que acabamos de


examinar são similares. O lado sintagmático do uso da língua é revelado na estrutura
superficial, que Halliday chama de “cadeia”; para ser verdadeiro, Halliday propôs que toda
estrutura é superficial, e que toda “escolha”, consideração sistemática da paradigmática, é
profunda. A estrutura da língua, então, seria o dispositivo para conceber no plano físico, a
representação seqüencial, as escolhas feitas de forma não-seqüencial, uma gramática abstrata
profunda.

e Estas oposições – sintagmático/paradigmático, estrutura superficial/estrutura profunda,


cadeia/escolha – são partes de teorias maiores e mais sofisticadas de como a língua funciona.
Elas nos permitem esboçar uma visão do problema transcultural, o problema de como a
comunicação atravessa a linha divisória lingüística. Tomemos uma formulação do problema. O
trabalho de pesquisa do antropólogo Bronislaw Malinowski na Polinésia o levou a pensar que a
“tradução” de termos e textos da língua de uma cultura para a língua da outra é impossível.
Absolutamente falando isto é verdade, porque tanto a realidade extralingüística como a
expressão intralingüística dela estão condicionadas sócio-culturalmente. Contudo, no nível
mais profundo da língua parece haver um vínculo comum entre as pessoas, que as capacita a
comunicar-se umas com as outras e tornar objetivas suas diferenças sócio-culturais. Esse
vínculo está baseado em parte nos elementos comuns da gramática da estrutura profunda.
Malinowski não foi um antiuniversalista. Ele escreveu: “Seria absurdo e intelectualmente
pusilânime desistir logo de início de qualquer busca por forças profundas que devem ter
produzido [as] características comuns universalmente humanas da língua”. Mais
recentemente, Chomsky foi mais objetivo em sua defesa do estudo de uma gramática
universal. John Lyons explana:

p 62 Há poucos anos, a maioria dos lingüistas teria rejeitado a possibilidade


de construir uma teoria universal de categorias gramaticais. As coisas não são
mais assim. Como Chomsky salientou: “o trabalho moderno… mostrou uma
grande diversidade nas estruturas superficiais das línguas”, mas “as estruturas
profundas, para as quais a universalidade é reivindicada podem ser muito
distintas das estruturas superficiais de períodos como elas realmente
aparecem”. Segue-se que “as descobertas da lingüística moderna… não são
incompatíveis com a hipótese dos gramáticos universais”. Uma vez mais a
famosa afirmação de Roger Bacon acerca da gramática universal está sendo
citada com aprovação pelos lingüistas: “A gramática é substancialmente a
mesma em todas as línguas, embora ela possa variar acidentalmente”.

Desde que haja muitas coisas e experiências no domínio extralingüístico que as pessoas
compartilham universalmente, a visão medieval de Bacon talvez não seja surpreendente.
Assim, em parte por causa das propriedades universais da língua em sua dimensão mais
profunda, abstrata e não-física, nós, como falantes e leitores do português, estamos aptos
para entender hebraico.

p 63 4
Unidades Gramaticais
4.1 Introdução

4.2 Palavra

2.1 Definição

2.2 Classes de Palavra

4.3 Frase e Oração

4.4 Sujeito

4.1 Expressões do Sujeito

4.2 Sujeito Indefinido

4.5 Predicado

4.6 Modificadores
6.1 Modificadores Adjetivos

6.2 Modificadores Adverbiais

4.7 Nominativo Absoluto e Vocativo

4.8 Período

4.1 Introduçáo

a A teoria gramatical tradicional opera com duas unidades fundamentais: a palavra e o


período. Os lingüistas associam a palavra com unidades mínimas de significado chamadas
morfemas (veja 3.3.2). Os gramáticos comumente reconhecem frases e orações como situadas
entre a palavra e o período. Estas cinco unidades estão relacionadas por via de composição.
Uma unidade tem um “grau superior” se é composta de outras unidades; as unidades se
distribuem em graus decrescentes: período, oração, frase, palavra e morfema. Uma forma
lingüística particular pode situar-se em vários graus: freqüentemente um morfema é uma
palavra, isto é, com freqüência as palavras são monomorfêmicas. Uma palavra pode até
mesmo ser uma oração ou um período. Em 2 Reis 4, Eliseu instrui a Geazi para aproximar-se da
Sunamita e dizer:

‫שְך‬
ֵּ ‫ ֲהשָלֹום לְָך ֲהשָלֹום ְלאִי‬Vai tudo bem contigo? Teu marido vai bem? O
menino vai bem?

‫ ֲהשָלֹום ַּל ֶָּּ֫ילֶד‬2 Reis 4.26

A mulher responde com uma única palavra,

‫(שָלֹום‬Todos vamos) bem.

2 Reis 4.26

p 64 Essa resposta pode ser considerada uma palavra, uma oração (do tipo reduzido tratado
abaixo), e um período simples. Esse elemento de sobreposição entre as unidades é bastante
útil na análise. Desde que unidades superiores dependem de unidades inferiores, vamos
apresentá-las em ordem ascendente. Já tendo esclarecido a noção de morfema, começaremos
neste capítulo com a palavra.
4.2 Palavra

4.2.1 Definição

a A palavra é a unidade da língua consistindo de um ou mais sons falados (ou sua


representação escrita) que pode soar como um enunciado completo ou pode ser separada dos
elementos que a acompanham no enunciado por outras unidades do mesmo tipo; palavras são
compostas de um morfema ou vários morfemas. Neste último caso, os morfemas são
freqüentemente combinados em uma palavra por critérios de ligação. Por exemplo, em
português, a perda do acento primário que distingue pára-quedas de para quedas. Alguns
morfemas estão sempre ligados ou presos e nunca ocorrem isolados; isto se aplica aos prefixos
em hebraico – por exemplo, em ‫שב ְָרה‬
ָֽ ָ ‘ela quebrou’, o sufixo ‫‘ – ָָ ה‬ela’ está preso a uma
forma de uma raiz verbal. Em outros casos, os morfemas podem ocorrer isolados. Alguns
morfemas estão unidos pela perda do acento ou próclise (apoio adiante, i.e., de uma palavra
sobre a outra); diz-se que a palavra que perde o acento é proclítica. A próclise é marcada no
TM por maqqeph, como em ‫‘ עַּל־ ְּפנֵּי‬sobre a face de’ (Gn 1.2). A próclise é comum com as
preposições monossilábicas e as partículas, por exemplo, ‫אֶל‬, ‫עַּל‬, ‫עַּד‬, ‫עִם‬, ‫מִ ן‬, ‫ ּפֶן‬e a negativa
‫ַאל‬. As palavras são discriminadas na fala por tonicidade, acento ou entonação, e na escrita
por espaços. Pensa-se que as palavras representem um conceito indivisível, ação ou
sentimento; tal definição imaginária é demasiadamente imprecisa para ser útil.

b Palavras podem ser definidas fonológica ou gramaticalmente. Por exemplo, down é


fonologicamente a mesma palavra nas orações “He ran down the Hill” (Ele correu colina
abaixo) e “She stroked the soft down on his cheek” (Ela alisou a parte macia debaixo da
bochecha dele); gramaticalmente as ocorrências envolvem duas palavras que têm significados
diferentes (i.e., representam uma relação espacial e uma entidade, respectivamente) e entram
na língua em funções contrastantes e combinatórias distintas; os dois downs não podem ser
sintaticamente permutados um com o outro. A homofonia de duas palavras é grandemente
acidental para o estudo gramatical básico. Gramaticalmente as palavras funcionam por
referência a uma realidade extralingüística ou por servir como parte de um código
intralingüístico (3.2.2).

4.2.2 Classes de Palavra

a Palavras podem ser classificadas de acordo com o modo como elas funcionam (i.e., de
acordo com sua distribuição) nas unidades superiores, frase, oração e período. Essa
classificação refere-se às relações sintagmáticas entre os diversos tipos de palavras e os p 65
diversos tipos de ordens de palavras possíveis em unidades superiores. Em português, ‘o
cachorro preto’ (artigo + substantivo + adjetivo) é uma frase aceitável, mas ‘cachorro preto o’
(substantivo + adjetivo + artigo) não é aceitável. Similarmente, a combinação de palavras nas
orações seguintes é aceitável:

O cachorro preto morde cruelmente.

O chimpanzé marrom come entusiasticamente.


O vento forte soprou furiosamente.

Por outro lado, ninguém encontrará orações como estas entre os usuários da língua
portuguesa:

Cachorro o morde preto.

O entusiasticamente chimpanzé come marrom.

O forte soprou vento furiosamente.

Mordeu comeu abriu.

O artigo ‘o’ ocorre a algumas palavras e não a outras, e as mesmas espécies de restrição são
impostas a outras palavras. Ao observar palavras que possam ocorrer em ambientes
comparáveis, podemos agrupá-las em classes. De um modo formal, podemos agrupar as
palavras destas orações como:

Classe T: o

Classe W: preto, marrom, forte

Classe X: cachorro, chimpanzé, vento

Classe Y: morde, come, soprou

Classe Z: cruelmente, entusiasticamente, furiosamente

b Tradicionalmente, os gramáticos chamam a classe T “o artigo”, a classe W “o adjetivo”, a


classe X “o substantivo”, a classe Y “o verbo” e a classe Z “o advérbio”. Tal sistema formal de
categorização produz grupos de classes de palavra. Palavras pertencentes a uma classe de
classe de palavras podem ser analisadas em subclasses semânticas. Por exemplo, ‘cachorro’ e
‘chimpanzé’ podem ocorrer nos verbos ‘morder’ e ‘comer’, mas não em ‘soprou’, enquanto
que ‘vento’ pode ocorrer nos verbos ‘soprou’ e não em ‘morder’ e ‘comer’ (exceto
metaforicamente). Sobre o fundamento de distribuição podemos analisar a classe dos
substantivos em Substantivos (a) classe e Substantivos (b) classe. Não tencionamos aqui
esgotar as classes possíveis nas quais palavras possam ser categorizadas, mas explicar como é
feita tal categorização tanto no campo formal como no semântico.

c Os gramáticos têm abstraído valores irreais para essas classes; por exemplo, diz-se que a
classe dos substantivos significa normalmente pessoas, lugares e coisas; a classe dos adjetivos
atribui uma qualidade ao substantivo, etc. Subclasses semânticas são, também, descritas de
acordo com valores irreais. Membros do Substantivo (a) classe citada acima pertencente à
classe de “substantivos animados”, enquanto que o exemplo do Substantivo (b) classe é um
“substantivo inanimado”. O modo pelo qual classes de palavras são imaginariamente rotuladas
é matéria distinta dos procedimentos lingüísticos usados para isolar as classes; os rótulos
podem ser em si mesmos enganadores. Por “classes de palavra” queremos dizer ambos, as
classes às quais as palavras pertencem em bases distribucionais formais e o abstrato, noção
comum pertencente à classe. Em p 66 hebraico, os termos principais do discurso são o
substantivo e o verbo; os adjetivos pertencem à classe dos nomes, juntamente com os
substantivos; os advérbios são uma classe pequena. As categorias de preposição e conjunção
se sobrepõem; estas duas, juntamente com alguns advérbios, são com freqüência
simplesmente chamadas de partículas. A classe de exclamações e interjeições, por exemplo,
‫‘ הֹוי‬ai’, ‫‘ ָח ִֶּ֫לילָה‬longe com isto!’, ‫‘ נָא‬eu rogo’, ‘por favor’ é de menor importância.
d As classes de palavras têm definições misturadas, em parte baseadas em fatores
semânticos ou referenciais e em parte baseadas em várias características formais. Não existe
qualquer esquema universal único das classes de palavras, tampouco qualquer conjunto de
associações entre as classes de palavras e os sintagmas, mais complicados do que as frases.
Visto que a sintaxe, como a estamos apresentando aqui, é o estudo sistemático de como as
palavras são usadas, alguns aspectos da história da classificação de palavras são dignos de
serem mencionados. O sistema de classe de palavras remonta aos tempos helenísticos (sua
continuidade com os modelos do antigo Oriente Próximo permanece inexplorada) e, embora
os papiros gramaticais do Egito mostrem que os sistemas assumiram muitas formas diferentes,
a tradição o atribui a Dionísio Traxe (ca. 100 a.C.). O esquema completo reflete tanto o
pensamento filosófico estóico clássico como o posterior, mas Dionísio e os autores dos papiros
são mais propriamente gramáticos do que filósofos. Há uma base tríplice: o grego onoma ‘a
nomeação’, rhēma ‘a fala’ e syndesmos ‘a ligação’; sob estes três títulos podemos arranjar as
oito categorias de Dionísio:

Classe Classe de palavraa

nomeação 1. nome (i.e., substantivo)

2. interjeição

3. advérbio

a fala 4. fala (i.e., verbo)


5. particípio

a ligação 6. preposição

7. conjunção

8. pronome

A primeira categoria inclui tanto os substantivos como os adjetivos, enquanto # 8 cobre os


artigos além dos pronomes. Se substantivos e adjetivos estão separados, e verbos e partículas
combinados, esse esquema, da era helenística, se aproxima daqueles ainda em uso em muitas
gramáticas de ensino das línguas européias.

e Os gramáticos medievais do árabe e do hebraico usaram apenas três classes de palavras,


correspondentes aos três títulos gerais acima: árabe ism ‘nome; substantivo”; fiʿl ‘ato; verbo’,
p 67 e ḥarf (plural ḥurūf) ‘movimento; partícula’. Esse esquema mais simples não deve ser
aceito como um indicador de que as línguas semíticas não possuem áreas problemáticas como
as línguas européias clássicas, mas simplesmente que seus gramáticos ergueram um
fundamento mais próximo ao chão. Algumas das áreas problemáticas repercutidas no hebraico
podem ser mencionadas. Primeira, os substantivos próprios (nomes) parecem diferentes em
caráter dos outros substantivos (latim, nomina) e, dentre estes, os substantivos são diferentes
dos adjetivos (embora menos diferentes do que na maioria das línguas européias); além disso,
números parecem um tipo especial de adjetivo. Segundo, algumas formas verbais são usadas
como substantivos (substantivos verbais, i.e., os dois infinitivos e os particípios). Em alguns
aspectos, os adjetivos se comportam mais como verbos do que como substantivos:
substantivos (e pronomes) são determinados em si mesmos enquanto que verbos e adjetivos
são apenas determinados em relação a substantivos ou substantivos equivalentes; eles se
referem a acidentes (no sentido filosófico). Terceiro, a maioria das partículas é invariável na
forma, mas algumas variam, e poucos nomina e verbos são invariáveis. Algumas partículas
referem-se ao contexto imediato (p. ex., advérbios), enquanto outros se referem a contexto do
discurso mais ampios (p. ex., conjunções). Se tivermos essas considerações em mente, será
fácil ver como a lista tradicional européia se desenvolveu e, também, será fácil apreciar a
classificação de Wolfgang Richter para o hebraico:

Verbo

substantivo verbal (infinitivo; particípio)

nome (substantivo; adjetivo; numeral)

nome próprio
pronome

partícula (advérbio; preposição; conjunção; palavra modal, p. ex., negativa; artigo;


interjeição)

f Não é nosso propósito defender uma lista particular, mas, antes, ressaltar a utilidade de
uma abordagem centrada em classe de palavras a despeito de suas origens mescladas. Essas
origens poderiam ser encobertas ou superaradas, se indicadores estritamente formais fossem
encontrados para substituir os fatores referenciais. Não fizemos assim porque o peso do
testemunho tradicional é parte de nossa segurança, de que as classes de palavras facilitam o
mapeamento e a compreensão da sintaxe. E ainda, porque o referencial histórico de termos
como “substantivo” e “verbos” permanece, a dificuldade de mudar da classe de palavras para
o sintagma surge indefinidas vezes. Acreditamos que a alternativa seja uma gramática na qual
os elementos se combinem suavemente em sintagmas, mas os próprios elementos não são
reconhecíveis aos leitores sem uma preparação especial (em geral) no novo e limitado
arcabouço teorético. Um arcabouço estritamente sintagmático (ou estritamente
paradigmático) seria pouco razoável e, suspeitamos, menos acessível para “trabalhar sem
dados” (na frase de T. O. Lambdin).

g Um inconveniente de uma abordagem conservadora da sintaxe centrada em classe de


palavras é que ela pode levar a uma fragmentação da organização (tentamos evitar isto p 68
tanto quanto possível) e à perda de generalizações e regularidades. A abordagem tende a
separar e isolar os fenômenos sintáticos, o que de algum modo é o oposto de uma gramática
discursiva. Certos fenômenos que abreviam diversas categorias não recebem o tratamento
devido. Coerência ou concordância é o traço que mantém juntas frases e orações, a base de
todos os padrões sintagmáticos. Flexão é o traço que cria a diversidade de formas verbais e
(em menor extensão) nominais, a base dos padrões paradigmáticos. Uma gramática de
hebraico que tenha começado com concordância e flexão seria uma gramática muito diferente
da que escrevemos.

4.3 Frase e Oração

a Uma frase é, em certo sentido, um grupo de palavras usadas como um equivalente a


uma classe de palavra única. Considere a oração de um exemplo anterior, ‘O chimpanzé
marrom come entusiasticamente’, ao lado da oração, ‘O chimpanzé marrom come com zelo’;
‘com zelo’, um grupo de palavras, segue o mesmo padrão distribucional e tem o mesmo valor
gramatical que ‘entusiasticamente’, no sentido de que ambos modificam um verbo. Então,
assim como ‘entusiasticamente’ é um advérbio, ‘com zelo’ é uma “frase adverbial”. Na oração,
‘O cachorro com pêlo felpudo morde cruelmente’, o grupo de palavras ‘com pêlo felpudo’ tem
a mesma função do adjetivo ‘preto’ na oração ‘O cachorro preto morde cruelmente’.
Chamamos um grupo de palavras com função de adjetivo de “frase adjetiva”.
Semelhantemente, há frases nominais, frases verbais, etc.

b Um outro sentido diferente de frase também é proveitoso. Neste sentido, uma frase
inclui uma palavra regente e ela a tudo rege. Uma frase preposicional é uma preposição e seu
objeto; uma frase participial é um particípio e as palavras que ele rege, seja no construto ou
por meio de uma preposição; e uma frase construta inclui todos os substantivos numa cadeia
construta.

c Observamos no Capítulo 3 que a língua serve como um meio ou código pelo qual um
falante comunica pensamentos ou experiências a uma audiência. Uma oração designa um
enunciado no qual o falante faz um comentário sobre um tópico. O tópico é chamado “o
sujeito” e o comentário “o predicado”. O sujeito é expresso por um substantivo ou um
equivalente; o predicado de uma oração verbal é um verbo ou um equivalente, enquanto que
o de uma oração não-verbal é um complemento substantivo.

d Uma oração é uma combinação sintática de um sujeito e de um predicado. O sujeito ou


o predicado pode ser composto, como em ‘O cachorro e o chimpanzé morderam cruelmente’
(sujeito composto) ou ‘O cachorro mordeu e comeu sua vítima cruelmente’ (predicado
composto) ou ‘O cachorro e o chimpanzé morderam e comeram suas vítimas cruelmente’
(sujeito composto e predicado composto). Cada um destes enunciados consiste de um único
tópico e de um único comentário acerca dele. Em contraste, o p 69 período ‘O cachorro
estava comendo sua vítima quando o chimpanzé chegou’ consiste de duas orações; o
enunciado contém dois tópicos separados (sujeitos), cada qual com seu próprio comentário
(predicados). As duas orações juntas constituem um período, um termo que discutiremos
abaixo. Quando um período consiste de apenas uma oração, ele é chamado de “período
simples”; quando ele consiste de mais de uma oração, ele é chamado de período “composto”
ou “complexo”, dependendo de como as orações dentro do período estão ligadas (38.1).

e Além do sujeito e do predicado a oração pode incluir modificadores de qualquer um


destes elementos, e conjunções podem mostrar a relação de uma oração com outras orações
ou períodos. Modificadores ou complementos podem ser necessários (nucleares) ou passíveis
de omissão (periféricos); podem ser adjetivos ou adverbiais.

4.4 Sujeito

4.4.1 Expressões do Sujeito

a Um substantivo, um substantivo equivalente ou uma construção nominal complexa pode


expressar o tópico. Uma classe de palavras, que não seja um substantivo, mas que exerce em
uma oração a função de um substantivo, é chamada de substantivo equivalente. Abaixo temos
exemplos de substantivo ou substantivo equivalente exercendo a função de sujeito gramatical.

(1) Substantivo (8.3)

1. ‫ ְו ַּהנָחָש ָהי ָה עָרּום‬Ora a serpente era sagaz.


Gn 3.1

(2) Pronome (16.3.2)


2. ‫וְהּוא י ִ ְמשָל־בְָך‬E ele te governará.
Gn 3.16

(3) Adjetivo (14.3.3)

3. ‫ ָחכָם י ֵָּרא ְוסָר מ ֵָּרע‬O


(que é) sábio é cauteloso e
desvia-se do mal.

Pv 14.16

(4) Particípio (37.2)

4. ‫ ַּה ֵּמתָ ה ָתמּות‬O que quer morrer, morra.


Zc 11.9

(5) Infinitivo absoluto (35.3.3)

5. ‫ֹלא־טֹוב‬
֑ ‫ָאכ ֹל דְ בַּש ה ְַּרבֹות‬Comer muito mel não é bom.
Pv 25.27

(6) Infinitivo construto (36.2)

6. ‫ ַּה ְמעַּט ַּקחְתֵּ ְך אֶת־אִישִי‬Achas pouco o me teres levado


o marido? (lit., Foi o teu roubar
de meu marido…?)

Gn 30.15

7. ‫ ְואִם ַּרע ְבעֵּינֵּיכֶם ַּלעֲב ֹד אֶ ת־‬Se servir YHWH vos parece mal…
‫יהוה‬Js 24.15

p 70 (7) Advérbio
8. ‫ה ְַּרבֵּה נָפַּל מִן־ ָהעָם‬Muitos caíram das tropas.
2Sm 1.4

b Construções nominais complexas – frase nominal, frase preposicional, oração – também


podem expressar o sujeito. (1) Em frases nominais, dois ou mais substantivos são ligados por
um dos seguintes modos:

(a) aposição, a justaposição assindética de dois ou mais substantivos com um único referente
extralingüístico

9. ‫ ַּויְהִי ּאיש ֵּלוִי גָר ְבי ְַּרכְתֵּ י הַּר־‬Houve um homem levita,


‫ ֶאפ ְֶַּּ֫רי ִם‬peregrino nos longes da região
montanhosa de Efraim.

Jz 19.1

(b) hendíade, a justaposição de dois substantivos com um único referente, com ou sem a
conjunção; compare com # 10 a expressão portuguesa ‘agressão e lesão corporal’.

10. ‫שמַּע בָּה‬


ָ ֶּ֫ ִ ‫ ָחמָס וָש ֹד י‬Violência e destruição ressoam
nela.

Jr 6.7

(c) coordenação (um sujeito composto), a coordenação de vários substantivos com referentes
diferentes

11. ‫ ַּוּי ִתְ ַּחבֵּא הָָאדָ ם ְו ִאשְתֹו‬Ohomem e sua mulher se


esconderam.

Gn 3.8

(d) relação construta

12. ‫שנֵּיהֶם‬
ְ ‫וַּתִ ָּפ ַּק ְחנָה עֵּינֵּי‬Os olhos de ambos se abriram.
Gn 3.7
(2) Uma frase preposicional usada como um sujeito geralmente é uma frase partitiva,
introduzida por ‫‘ מִן‬de’, tanto em frases deste tipo como ‘(algo) de’ ou após um negativo ‘(nem
mesmo um) de’.

13. ‫ ַּוּי ִז ִמדָ מָּה אֶל־ ַּהקִיר‬E um pouco do sangue dela


respingou na parede.

2Rs 9.33

(3) Uma oração freqüentemente ocorre como um sujeito de um verbo de relato,


conhecimento, ou outra atividade mental.

14. ‫ּו ְלשָאּול ֻהגַּד כִ ָֽי־נִ ְמלַּט ָדוִד‬Foi anunciado a Saul que Davi
fugira.

1Sm 23.13

4.4.2 Sujeito Indefinido

a Às vezes o tópico de uma oração não tem em vista referência particular a pessoa (s). Em
tais casos de sujeito indefinido, a língua portuguesa, exigindo em sua estrutura p 71
superficial que um substantivo ou seu equivalente expresse o sujeito, provê um “falso” sujeito,
seja ele um substantivo (p. ex., ‘homens’, ‘povo’), um pronome (‘eles’, ‘seu’), ou um adjetivo
(‘único’); nenhum destes tem um referente extralingüístico em vista.

Os homens lutam e morrem pela liberdade.

Eles me contaram que você se acidentou.

Você pode ter esperança e aguardar.

Único à procura de chuva.

Em hebraico, sujeitos indefinidos podem ser expressos por formas ligadas do pronome na
terceira pessoa com um verbo finito; se um particípio é usado em tal construção, ele
usualmente está no plural. O verbo finito pode estar no singular ou no plural, ativo (cf. 22.7)
ou passivo; a construção plural ativa é a mais comum.

(1) Pronome na terceira pessoa do singular, forma verbal ativa

1. ‫שמָּה ָבבֶל‬
ְ ‫עַּל־כֵּן ק ָָרא‬Portanto alguém chama seu
nome Babel (ou, homens ou
pessoas chamam-na Babel).
Gn 11.9

(2) Pronome na terceira pessoa do singular, forma verbal passiva

2. ‫וְֹלא יּוכַּל ל ְִרא ֹת ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬Ninguém poderá ver a terra.


Êx 10.5

3. ‫ָאז הּוחַּל ִלקְרא ֹ ְבשֵּם יהוה‬Nesse tempo o povo começou a


invocar o nome de YHWH.

Gn 4.26

(3) Pronome na terceira pessoa do plural, forma verbal ativa

4. ‫כִי מִן־ ַּה ְבאֵּר ַּההִיא יַּשְקּו‬Porque daquele poço eles


‫ ָהעֲדָ ִרי֑ ם‬davam de beber aos rebanhos
Gn 29.2

(4) Particípio Plural

5. ‫שיָך ְו ֶאת־ ָב ֶֶּ֫ניָך‬ ֶ ֶּ֫ ָ‫ ְו ֶאת־כָל־נ‬Eles levarão a todas as tuas


ְ ‫מֹו ִצאִים אֶל־ ַּה ַּכ‬mulheres e a teus filhos aos
‫שדִ ים‬
babilônios.

Jr 38.23

A construção impessoal (na qual o tópico é a condição expressa pelo predicado) é tratada em
22.7a.

4.5 Predicado

a O predicado é aquela parte do enunciado que faz um comentário acerca do sujeito. O


termo pode ser usado amplamente para o comentário inteiro, incluindo tanto o verbo ou
equivalente, ou alternativamente a cópula ‘ser’ (expressa ou não) com um complemento (um
substantivo ou adjetivo) mais palavras modificadoras; ou ele pode ser usado mais estritamente
para excluir palavras modificadoras. Vamos considerar os tipos possíveis de predicação sem
referência a palavras modificadoras.
p 72 b Numa oração verbal o predicado é um verbo.

(1) Verbo finito

1. ‫וַּּיֶּ֫ אמֶר אֱֹלהִים‬E Deus disse …


Gn 1.3

(2) Infinitivo absoluto (35.5.2)

2. ‫ז ְַּרעְתֶ ם ה ְַּרבֵּה ְו ָהבֵּא ְמעָט‬Tendes semeado muito e


recolhido pouco

Ag 1.6

(3) Infinitivo construto (36.3.2)

3. … ‫ ֶַּּ֫יעַּן ַּהכְאֹות לֵּב־צַּדִ יק‬porque tendes desanimado (lit.,


‫ּו ְל ַּחז ֵּק י ְדֵּ י ָרשָע‬golpeado o coração de) o
justo… e encorajado (lit.,
fortalecido as mão de) o ímpio.

Ez 13.22

Indicadores quase-verbais são partículas denotando existência.

4. ‫י ֵּש ג ֹאֵּל ָקרֹוב ִמ ֶֶּ֫מנִי׃‬Háum resgatador mais


chegado do que eu.

Rt 3.12

c Numa oração não-verbal (ou nominal) não existe marcador verbal de predicação. O
hebraico, como muitas outras línguas, incluindo o latim e o grego clássico, pode predicar um
adjetivo ou substantivo diretamente, sem uma cópula (i.e., alguma forma de ‫היה‬, que
corresponde ao verbo ‘ser’). Em línguas onde a cópula pode ser opcional, ela é usualmente
requerida se o comentário é feito no tempo passado ou no tempo futuro, em contraste com o
tempo presente (ou em algum modo diferente do indicativo), ou se a situação deve ser
realçada. A função principal da cópula é então marcar na estrutura superficial o tempo, o
modo ou o aspecto. John Lyons observa:
[Qualquer verbo equivalente a] “ser” não é ele mesmo um constituinte de
estrutura profunda, mas um “falso verbo” semanticamente vazio gerado pelas
regras gramaticais de [certas línguas] para a especificação de certas distinções
(usualmente “carregadas” pelo verbo) quando não há outro elemento verbal
qualquer que porte estas distinções. Orações que são temporais, modais e
aparentemente “não-marcadas”… não necessitam de “falso” portador.

A oração não-verbal é comum em hebraico. As unidades gramaticais seguintes podem servir


como predicados na estrutura profunda de um período; diz-se que elas “complementam o
sujeito” de uma oração não-verbal.

(1) Substantivo (“predicado nominativo”; 8.4)

5. ‫עֵּד ַּהגַּל ַּהז ֶה‬Este montão é uma


testemunha.

Gn 31.52

6. ‫מ ְַּר ְגלִים ַּאתֶ ם‬Vós sois espiões.


Gn 42.9

p 73 (2) Adjetivo indefinido (“predicado adjetivo”; 14.3.2)

7. ‫צַּדִ יק ַּאתָה‬Tu és justo.


Jr 12.1

(3) Pronome (16.3.3, 17.4.1)

8. ‫ ְו ֶַּּ֫נחְנּו מָה‬Quem somos nós?


Êx 16.7

(4) Advérbio

9. ‫שם‬
ָ ‫כִי ֶֶּ֫זבַּח ַּהיָמִים‬O sacrifício anual está lá.
1Sm 20.6
(5) Frase preposicional adverbial

10. ‫ ֶָּ֫לנּו ַּה ֶָּ֫מי ִם‬A


água é nossa (lit., a água é
para nós).

Gn 26.20

11. ‫ֹלא ב ֶַָּּ֫רעַּש יהוה‬YHWH não estava no terremoto.


1Rs 19.11

4.6 Modificadores

4.6.1 Modificadores Adjetivos

a Um modificador adjetivo é uma construção que qualifica um substantivo ou seu


equivalente. Tal construção é “adnominal” (para o substantivo), em contraste com uma
construção que modifica um verbo (ad-verbial, “para o verbo”). Há muitos modos nos quais
formas nominais podem ser qualificadas na estrutura superficial. Considere, por exemplo,
estas frases, todas com formas atestadas em hebraico (embora nem todos os equivalentes são
atestados).

adjetivo: deuses estrangeiros

construto: deuses de estranhos

aposição adjetiva: deuses, os estrangeiros

hendíadis: deuses e estrangeiros

frase preposicional: deuses em estranhos

aposição adverbial: deuses (com referência a) estranhos

oração relativa: deuses que são estrangeiros


oração relativa: deuses pertencentes aos estrangeiros

A expessão preferida dentre essas em hebraico é a constructa, ‫( אֱֹלהֵּי ַּהנֵּכָר‬Gn 35.2, etc.).
Uma dessas formas ou construções pode ser escolhida quer por razões de estilo, quer por
ênfase, ou devido a fatores lingüísticos. Aqui estão alguns exemplos de construções adjetivas:

(1) Adjetivo

1. ‫… ְו ָה ַּלכְתָ ַאח ֲֵּרי אֱֹלהִים ֲאח ִֵּרים‬e (se) vós sequis outros
deuses

Dt 8.19

p 74 (2) Particípio

2. ‫יהוה אֱֹל ֶֶּ֫היָך אֵּש א ֹ ְכלָה‬YHWH vosso Deus é um fogo


consumidor.

Dt 4.24

(3) Sufixo pronominal

3. ‫ש ְתָך ּונְשֵּי־ ָב ֶֶּ֫ניָך‬


ְ ‫ּו ָב ֶֶּ֫ניָך ְו ִא‬Vossos filhos e vossas esposas e
as esposas de vossos filhos

Gn. 6.18

(4) Estado construto

4. ‫ ִבנְאֹות דֶֶּ֫ שֶא י ְַּרבִי ֵֶּּ֫צנִי‬Ele me faz deitar em pastos de


relva.

Sl 23.2

(5) Aposição adverbial (“acusativo de limitação”; 10.2.2)


5. ‫ ַּהכ ְֻרבִים זָהָב‬o querubim áureo (lit., o
querubim com referência a
ouro)

1Cr 28.18

(6) Aposição

6. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ֶַּּ֫קי ִן אֶל־ ֶֶּ֫הבֶל ָאחִיו‬Caim disse a Abel seu irmão …
Gn 4.8

(7) Hendíadis

7. ‫שכָן‬
ְ ‫ב ְֶּ֫א ֹהֶל ּו ְב ִמ‬Comuma tenda como minha
habitação (lit., uma tenda e
habitação)

2Sm 7.6

(8) Oração relativa (com ou sem pronome relativo)

8. ‫ ְוכָל־ ֲאשֶר ב ֶָּ֫א ֹהֶל י ִ ְטמָא‬Etodo aquele que estiver na


tenda será imundo.

Nm 19.14

9. ‫וַּתִ תֵּ ן גַּם־ ְלאִישָּה ִעמָּה‬E ela deu também (um pouco)
ao seu marido (que estava) com
ela.

Gn 3.6

10. ‫ ְואִיש ֹלא־ַאכ ְִרית לְָך‬Todo dentre vós que eu não


cortar (lit., um homem [que] eu
não cortar pertencente a vós)

1Sm 2.33
4.6.2 Modificadores Adverbiais

a Um modificador adverbial é uma construção que modifica um verbo ou seu equivalente.


Há vários tipos de construções adverbiais.

b Quando um substantivo modifica um verbo, diz-se que ele está na “função acusativa”,
uma construção tratada no Capítulo 10. Basta aqui notar que há dois tipos principais de
acusativo: objeto direto e adverbial.

1. ‫ ַּוּיִב ְָרא אֱֹלהִים ֶאת־הָָאדָ ם‬Deus criou hāʾādām (objeto


direto).

Gn 1.27

p 75 2. ‫ ַּרק ַּה ִכסֵּא ֶאגְדַּ ל ִמ ֶֶּ֫מ ָך‬Somente com respeito ao trono


(adverbial) eu serei maior do
que tu.

Gn 41.40

Um infinitivo construto (36.2.1) pode ser usado como um objeto direto, como um
complemento verbal ou numa frase preposicional.

3. ‫ֹלא ֵּאדַּ ע צֵּאת וָב ֹא‬Eu não sei (como) sair, nem
como entrar (objetos).

1Rs 3.7

4. ‫אּולַּי אּוכַּל נַּכֶה־בֹו‬Talvez eu poderei derrotá-los


(complemento).

Nm 22.6

5. ‫ ְב ִפגְעֹו־בֹו הּוא י ְ ִמ ֶֶּ֫תנּו‬Quando


ele o encontrar (frase
preposicional), ele será posto à
morte.

Nm 35.19
Um infinito absoluto (35.3.3) pode ser usado como um objeto direto ou como um advérbio.

6. ‫ ִל ְמדּו הֵּיטֵּב‬Aprendei a fazer o bem


(objeto).

Is 1.17

7. ‫ְבּורת חֲמֹור י ִ ָקב ֵּ֑ר סָחֹוב‬


ַּ ‫ק‬Ele terá o enterro de um
‫שלְֵּך‬ ְ ‫ ְו ַּה‬jumento – será arrastado fora e
jogado para fora (advérbios).

Jr 22.19

Outros tipos de modificadores adverbiais são estes:

(1) Advérbios (Cap. 39)

8. ‫ֹלא ת ֹאכַּל ִמ ֶֶּ֫מנ֑ ּו‬Tu não deves comer dela.


Gn 2.17

(2) Partículas (Cap. 40)

9. ‫גַּם־בָרּוְך י ִ ְהי ֶה‬Realmente ele será abençoado.


Gn 27.33

(3) Frases preposicionais (Cap. 11)

10. ‫עַּל־גְחֹנְָך תֵּ לְֵּך‬Tu rastejarás sobre o teu ventre.


Gn 3.14

(4) Orações subordinadas (Cap. 38)

11. ‫ ֲאשֶר אִם־ ֶָּ֫צדַּ ְקתִ י ֹלא ֶא ֱענֶה‬Embora


eu fosse inocente, eu
não (lhe) responderia.
Jó 9.15

Em alguns casos um verbo pode modificar outro verbo sem estar em uma oração subordinada;
o verbo ‫ שוב‬freqüentemente é usado nesta função quase-auxiliar (39.3.1).

p 76 12. ‫ ַּו ֶָּּ֫ישָב י ִ ְצחָק ַּוּיַּחְּפ ֹר ֶאת־ ְבאֵּר ֹת‬EIsaque reabriu os poços (lit.,
Isaque voltou e abriu …).

Gn 26.18

4.7 Nominativo Absoluto e Vocativo

a Nas orações que consideramos até agora, o sujeito e o predicado dividiam a oração entre
si. Algumas orações simples contêm outros elementos, o nominativo absoluto, que não tem
equivalente no português regular, ou o vocativo.

b A construção nominativa absoluta serve para destacar ou focalizar um elemento da


oração principal; ela pode servir dentro de um contexto para contrastar este elemento com
um item comparável em outra oração. Esta construção (ou família de construções) possui
muitos nomes; ela é chamada de construção casus pendens, construção focal e construção
comentário de tópico (os termos “tópico” e “comentário” são usados aqui de um modo
ligeiramente diferente daquele em que os temos usados). Considere a oração ‫תָ מִים דֶֶּ֫ ֶרְך‬
‫‘ ָהאֵּל‬O caminho de Deus é perfeito’; aqui o sujeito é ‫ דֶֶּ֫ ֶרְך הָאֵּ ל‬e o predicado ‫תָ מִים‬, numa
oração não-verbal. O papel de ‫האֵּל‬ ָ na oração não é tão proeminente quanto na oração similar
com um nominativo absoluto, ‫האֵּל תָ מִים דַּ ְרכֹו‬ ָ ‘Quanto a Deus, seu caminho é perfeito’ (Sl
18.31). Aqui o sujeito é ‫דַּ ְרכֹו‬, e o predicado ‫תמִים‬ָ ; o nominativo absoluto, ‫ ָהאֵּל‬, fica fora da
oração, como uma entidade absoluta. A relação entre o absoluto e a oração é assinalada pela
posição inicial do absoluto e pelo pronome na oração que se refere a ele (neste exemplo ‫ ֹו‬de
‫ ;)דַּ ְרכֹו‬este pronome, chamado de (o-x) pronome pleonástico, é opcional.
c O absoluto pode estar associado como possuidor do sujeito da oração, como no Salmo
18.31, onde ‫האֵּל‬
ָ é o “possuidor” de ‫דַּ ְרכֹו‬, ou no caso seguinte:
1. ‫שקָה נַּפְשֹו ְבבִתְ כֶם‬
ְ ‫שכֶם ְבנִי ָ ָֽח‬
ְ Quanto a meu filho Siquém, sua
alma está enamorada
fortemente de vossa filha.

Gn 34.8
O absoluto pode também estar associado como possuidor do objeto direto da oração.

2. ‫שתְ ָך ֹלא־תִ ק ְָרא אֶת־‬


ְ ‫ש ַָּרי ִא‬Quanto a Sarai tua esposa, não
‫שמָּה ש ָָרי‬ ְ chamarás seu nome Sarai.
Gn 17.15

O absoluto pode referir-se ao objeto direto da oração ou ao objeto direto de uma frase
preposicional na oração.

p 77 3. ‫ָאנֹכִי בַּדֶֶּ֫ ֶרְך נָ ֶַּּ֫חנִי יהוה‬Quanto a mim, YHWH guiou-me


(objeto) no caminho.

Gn 24.27

4. ‫ ֶּ֫ש ֹ ֶרש יִשַּי ֲאשֶר ע ֹ ֵּמד ְלנֵּס ַּעמִים‬Quanto à raiz de Jessé que está
‫ ֵּאלָיו גֹוי ִם י ִדְ ֑רשּו‬posta por estandarte para os
povos – as nações recorrerão a
ela (objeto preposicional).

Is 11.1

5. ‫ ַּה ִמטָה ֲאשֶר־ ָע ִֶּ֫ליתָ שָם ֹלא־‬Quanto à cama a que subiste,


‫תֵּ ֵּרד ִמ ֶֶּ֫מנָה‬tu não
descerás dela (objeto
preposicional).

2Rs 1.4

No # 5 a oração ‫ אשר‬inclui um advérbio pleonástico, ‫שם‬. Uma razão diferente da ênfática no


uso da construção absoluta é sugerida pelos ## 4–5: ela permite que uma parte
gramaticalmente complexa de uma oração possa ficar independente, aumentando assim a
clareza. Por razões semelhantes um sujeito complexo pode ser trocado ou pode ser deslocado
para preceder a oração, às vezes sendo separado dela por uma conjunção, como no # 6.

6. ‫כִי ְמעַּט ֲאשֶר־ ָהי ָה לְָך ְל ָפנַּי‬No tocante ao pouco que tinhas
‫ ַּוּיִפְר ֹץ לָר ֹב‬antes da minha vinda, (ele) foi
aumentado grandemente.
Gn 30.30

d A construção vocativa, familiar no português, é semelhante ao nominativo absoluto,


sendo um elemento da oração diferente do sujeito e do predicado. Os vocativos ficam em
aposição ao pronome de segunda pessoa, expressa ou não-expressa, e pode ocorrer tanto em
orações não-verbais como em orações verbais.

7. ‫צַּדִ יק ַּאתָ ה יהוה‬Tu és justo, YHWH.


Jr 12.1

8. ‫ש ֶַּּ֫ב ְע ָת‬
ְ ִ‫ ֲאדֹנִי ַּאתָ ה נ‬Meu senhor, tu juraste…
1Rs 1.17

9. ‫שעָה ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬


ִ ֶּ֫ ‫הֹו‬Salva-me, ó rei!
2Sm 14.4

Após um vocativo, uma frase modificadora ou oração, regularmente usa-se o pronome de


terceira pessoa (como também no árabe clássico) e não o pronome de segunda pessoa como
em português e em outras línguas.

10. ‫שמְעּו ַּעמִים ֻכלָם‬


ִ Ouvi, ó povos, todos vós (lit.,
todos eles)!

Mq 1.2

4.8 Período

a O período tem sido tradicionalmente definido como “um pensamento completo


expresso em palavras”. Tal definição é falha de dois modos. Primeiro, ela define o período
apenas em p 78 termos imaginários e não em termos descritivos, ou seja, ficamos
impossibilitados de decidir a partir da estrutura superficial quando um pensamento está
completo. Segundo, ela não distingue um período de um discurso maior do qual ele é uma
parte; alguém poderia dizer que um discurso inteiro é um “pensamento completo expresso em
palavras”. Os lingüistas têm experimentado a mesma dificuldade que os gramáticos
tradicionais na abordagem desse problema: “Deve-se admitir”, escreve F. I. Andersen, “que, a
despeito da constante discussão, nenhuma definição segura de período foi concluída com êxito
em lingüística teórica”.

b Uma forma de desenvolver um critério descritivo para definir o período leva em


consideração as melodias e os acentos tônicos que acompanham suas palavras. Um período
declarativo em português é marcado por uma entonação descendente no seu término; a
entonação é ascendente no fim de um período interrogativo. Sinais melódicos são expressos
na escrita pelos sinais de pontuação (pontos finais, pontos de interrogação, pontos de
exclamação, etc.). Tal abordagem é de uso limitado em hebraico bíblico, porque o sistema de
acentuação massorética – embora pretendesse separar relações de palavra na cantilação –
não coincide precisamente com as unidades gramaticais.

c Em sua obra sobre o hebraico, Andersen estabeleceu a definição, “Uma sentença é uma
construção gramaticalmente auto-suficiente”, isto é, “As funções gramaticais de todos os
constituintes em um período podem ser descritas em termos de relações com outros
constituintes no mesmo período”. Esta definição é semelhante à nossa noção de período como
a unidade que comporta o “maior grau” em análise de composição. Mas a definição de
Andersen ainda não está teoricamente satisfatória; ele mesmo reconheceu mais tarde: “A
integralidade gramatical… pode demonstrar ser tão difícil de estabelecer como a integralidade
de pensamento”.

d O lingüista americano Leonard Bloomfield ofereceu uma definição semelhante com


algumas ilustrações interessantes. Ele definiu um período como “uma forma lingüística
independente, não inclusa em virtude de qualquer construção gramatical em qualquer forma
lingüística maior”. Ele exemplificou esta definição com o seguinte enunciado: ‘Como vai? Está
um ótimo dia. Você vai jogar tênis esta tarde?’, comentando, “Qualquer que seja a relação
prática que possa haver entre estas três formas, não há qualquer arranjo gramatical unindo-as
em uma forma maior: o enunciado consiste de três períodos”. Contudo, ao definir o período
como a maior unidade de descrição gramatical ainda é insuficiente porque, de fato, o período
é um constituinte do discurso, uma forma gramatical maior.

e Definições como estas têm a vantagem de definir o período como uma unidade
lingüística composta de unidades lingüísticas identificáveis e menores. Mais particularmente,
podemos definir um período como uma forma lingüística composta de uma ou mais orações.
Se há múltiplas orações, elas estão ligadas por conjunções, p 79 significando que, juntas, elas
compõem uma unidade gramatical, embora devamos permitir que o discurso seja mantido
coeso por padrões de “conjunções macros-sintáticas”, da mesma maneira que por padrões de
“conjunções microssintáticas”, que ligam orações dentro de um período (Cap. 38). Uma
definição completa de período, que não empreenderemos oferecer, deveria incluir uma
declaração de como ele difere do enunciado macrossintático de discurso.

f Definimos um período como uma unidade lingüística não tão grande como um discurso,
porém maior do que aqueles elementos gramaticais que não podem existir
independentemente, mas são sintaticamente dependentes uns dos outros dentro dessa
unidade lingüística maior, a saber, a oração, a frase, a palavra e o morfema.
g Os períodos podem ser incompletos. Algumas das unidades menores, incluindo uma
unidade maior, são deixadas para ser inferidas do contexto; na estrutura superficial de um
enunciado, as palavras que precisam “ser supridas” para torná-lo numa construção típica são
chamadas de elididas. As palavras são prontamente supridas do contexto circundante (no
enunciado ou na situação) e dos sistemas gramaticais conhecidos como característicos da
língua. Às vezes a conjunção que liga tanto orações como períodos é elidida; outras vezes um
dos outros elementos de uma oração é elidido, como o sujeito ou o predicado.

h Um período pode ser coextensivo com uma única oração, caso em que ele é um período
simples, ou pode consistir de duas ou mais orações, caso em que ele é composto ou complexo.
Considere, por exemplo, o enunciado,

1. ‫ש ָראֵּל‬
ְ ִ ‫ ַּוּי ַּ ֲע ִֶּ֫בדּו ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ֶאת־ ְבנֵּי י‬Os egípcios faziam os Israelitas
‫ ְב ֶָּ֫פ ֶ ָֽרְך׃‬servirem com aspereza.
Êx 1.13

Este é um período simples consistindo de elementos gramaticais que não podem existir à parte
de sua relação sintática um com o outro e que, juntos, constituem um enunciado unificado.
Seus constituintes dependentes menores são (deixando de lado o waw inicial):

‫מצרים‬o substantivo que expressa o sujeito

‫ויעבדו‬o verbo que expressa o predicado

‫את־בני יששראל‬a frase substantiva que modifica o verbo


(objeto direto)

‫בפרך‬uma frase preposicional adverbial

A última destas é uma frase preposicional, a terceira é uma frase substantiva; as outras duas
são simples palavras.

i A seguir temos um período composto.

2. ‫ּו ְבנֵּי יִש ְָראֵּל ּפָרּו ַּוּיִש ְְרצּו ַּוּי ְִרבּו‬Os israelitas foram

‫ ַּו ַּּי ָֽ ַּעצְמּו ִבמְא ֹד מְא ֹד‬poderosamente frutíferos e


fecundos, e aumentaram muito
e se tornaram fortes.

Êx 1.7

Neste período os quatro verbos, com o sujeito único e o modificador adverbial único, seguem
um ao outro apenas com as conjunções a uni-las. O período seguinte é complexo.

p 80 3. ‫ ַּו ֶָּּ֫יקָם ֶֶּ֫מלְֶך־חָדָ ש עַּל־ ִמצ ְֶָּ֫רי ִם‬Um novo rei se levantou sobre
‫ ֲאשֶר ֹלא־י ָדַּ ע ֶאת־יֹוסֵּף‬o Egito, que não conhecera
José.

Êx 1.8

A segunda oração, ‫ ֲאשֶר ֹלא־י ָדַּ ע ֶאת־יֹוסֵּף‬, está subordinada à primeira; é uma oração
relativa modificadora do sujeito da oração principal, ‫ ֶֶּ֫מלְֶך־חָדָ ש‬.

p 81 Nomes
5 Paradigmas Nominais

6 Gênero

7 Número

8 Função Nominativa e Orações sem Verbo

9 Função Genitiva

10 Função Acusativa e Assuntos Relacionados

11 Preposições

12 Aposição

13 Definibilidade e Indefinibilidade
p 83 5
Paradigmas Nominais
5.1 Raiz, Afixo, Paradigmas

5.2 Diversidade de Paradigmática

5.3 Paradigmas Simples

5.4 Paradigmas com Alongamento Medial

5.5 Paradigmas com Reduplicação

5.6 Paradigmas com Prefixação

5.7 Paradigmas com Sufixação

5.8 Excursus: Intercâmbio de Consoantes

5.1 Raiz, Afixo, Paradigmas

a A maioria das palavras em hebraico inclui uma raiz, uma seqüência de consoantes a
associadas a um significado ou a um grupo de significados. A maioria das raízes é
triconsonantal (ou trirradicais); raízes médio-fracas (e às vezes outras raízes fracas) são
consideradas biconsonantais. A raiz é uma abstração baseada nas formas e nas palavras que
efetivamente ocorrem, e seu significado é, também, uma abstração baseada no campo
semântico das palavras da forma como são usadas. O sistema de raízes é parte do
conhecimento que o falante possui da língua, mas as abstrações resultantes não devem ser
exageradas, especialmente em bases semânticas. As palavras que realmente ocorrem sempre
têm prioridade sobre tais abstrações. Somente os pronomes e algumas partículas ficam
inteiramente fora do sistema de raízes.

b A raiz pode ser modificada para formar uma palavra com um afixo; pode ser um prefixo
(antes da raiz), um sufixo (após a raiz), um infixo (no interior da raiz), ou alguma combinação
destes. Os afixos formam vários paradigmas verbais e nominais, e cada palavra representa um
paradigma formativo. O termo grau é usado às vezes para descrever uma forma de raiz
consonantal com um afixo, da qual outras palavras podem ser derivadas.

p 84 c A raiz ‫‘ חבר‬ligar, unir’ pode ser usada na ilustração destes aspectos. A seguir
temos uma dúzia de palavras.

1. ‫ ָ ָֽחבְרּו‬eles (foram) unidos


2. ‫ ָחבֵּר‬associado

3. ‫ ֶֶּ֫חבֶר‬companhia

4. ‫ ִחבַּר‬ele uniu (algo a outra coisa)

5. ‫ ַּחבָר‬parceiro

6. ‫ ֲח ֶֶּ֫ב ֶרת‬consorte

7. ‫ ֶחב ְָרה‬associação

8. ‫ח ֹ ֶֶּ֫ב ֶרת‬coisa unida

9. ‫ ַּמ ְח ֶֶּ֫ב ֶרת‬ligação

10. ‫ ְמ ַּחב ְָרה‬braçadeira

11. ‫ ֶחבְרֹון‬Hebrom

12. ‫ ֶחבְרֹונִי‬hebronita

Nas primeiras três formas, a raiz é complementada por vogais infixas (e no # 1 sufixada); nas
duas seguintes, a consoante medial da raiz é também alongada (ou duplicada). As formas ##
6–10 levam um sufixo feminino; ## 9–10 têm um mem prefixado adicional. As formas ## 11–12
têm um sufixo –ôn e a última forma tem um sufixo –î adicional. Há outras formas que derivam
da raiz ḥbr. A raiz nunca ocorre isolada de um paradigma de afixos; o significado ‘ligar, unir’ é
derivado de vocabulário atestado.

d Alguns dos paradigmas usados nesta dúzia de palavras são paradigmas verbais; tais
paradigmas tendem a ser consistentes e regulares num grau superior àqueles usados para
formar nomes (substantivos e adjetivos). O paradigma verbal CāCaC, (ou C1āC2aC3 ou ‫) ָקטַּל‬
denota uma situação completa ou perfectiva, por exemplo, ‫שבַּר‬ ָ ‘ele quebrou’, ‫שמַּר‬ ָ ‘ele
guardou’, ‫‘ ָגנ ַּב‬ele furtou’, ‫‘ ָאז ַּל‬foi-se’; assim ‫חבְרּו‬
ָֽ ָ ‘eles (foram) unidos’. O paradigma verbal
C1iC2C2ēC3 funciona de modo semelhante, por exemplo, ‫כבֵּר‬ ִ ‘ele honrou’, ‫‘ ִסּפֵּר‬ele recontou’,
‫‘ גִדֵּ ל‬ele causou o crescimento’; assim ‫‘ ִחבַּר‬ele uniu (algo)’. (A relação entre o primeiro
paradigma, Qal, e o segundo paradigma, Piel, será discutido adiante, 24.1).

e Nomes individuais são compostos de vogais e consoantes em uma unidade menos


divisível, e assim, paradigmas nominais são menos predizíveis em termos de sentido.
Novamente, constatamos que nomes são criados com muito menos freqüência do que verbos,
e os significados de tais paradigmas são assim uma parte menos ativa do conhecimento de um
falante da língua. Em alguns casos, um paradigma no hebraico bíblico pode resultar de vários
paradigmas oriundos de estágios anteriores da língua, que assumiram a mesma forma por
causa das mudanças fonológicas. Alguns paradigmas de nomes podem estar correlacionados
com significados específicos ou gamas de significados em uma base regular; esses paradigmas
são o assunto deste capítulo.

f O sistema de raízes e afixos é o coração da morfologia hebraica. O morfema raiz é uma


constante neste sistema; os morfemas verbais afixos, também, são elementos consistentes. Os
morfemas ou paradigmas usados para formar nomes são muito mais variáveis. No entanto,
eles são uma parte importante da gramática. Combinado com um conhecimento de
aproximadamente quatrocentas raízes usadas freqüentemente na Bíblia Hebraica, esses
paradigmas podem contribuir para a construção de vocabulário. “Se soubermos o significado
de uma raiz e as regras de inflexão e morfologia”, escreve G. B. Caird, “usualmente é possível
descobrir por nós mesmos o significado de formas cognatas [isto p 85 é, formas provenientes
da mesma raiz]”. Nomes geográficos e de pessoas, como # 11 acima, e formas derivadas, como
# 12, constituem uma área especial do léxico.

g Os morfemas nominais estão sujeitos a todas as leis da fonologia hebraica. Assim, o


paradigma CôCēC, usualmente associado com o particípio Qal ativo, tem a forma CôCēC se
nenhum sufixo o segue, mas possui a forma CôCəC diante de um sufixo vocálico. Por exemplo,
‫קֹוטֵּל‬, masculino singular; ‫קֹו ְטלָה‬, feminino singular; e ‫קֹו ְטלִים‬, masculino plural. Em poucos
casos, as formas masculina e feminina, que parecem ser um paradigma, são melhor
consideradas separadamente.

5.2 Diversidade Paradigmática

a A riqueza e a complexidade das associações semânticas dos paradigmas nominais


hebraicos podem ser ilustradas ao considerar o importante paradigma CôCēC em suas
manifestações distintas do simples uso participial. Benjamin Kedar-Kopfstein propôs um
esquema elaborado para classificar os sentidos desse paradigma; consideraremos apenas uma
parte de suas descobertas.

b Há uma classe de substantivos, Kedar-Kopfstein alega, na qual o paradigma ô- ē “carece


de valor morfêmico” (# 1) ou “denota objetos” (## 2–4).

1. ‫ע ֵֹּרב‬corvo

2. ‫הֹומָה‬parede

3. ‫יֹובֵּל‬chifre de carneiro

4. ‫שרק‬
ֵּ videira

c Vários grupos de nomes usando esse paradigma não possui qualquer vínculo com uma
raiz verbal no Qal. De fato, em alguns nomes, onde o paradigma “indica o titular de um ofício
ou profissão”, nenhuma raiz de verbo cognato é usada (## 5–6).

5. ‫כֹוהֵּן‬sacerdote

6. ‫נֹוקֵּד‬criador de ovelhas

Em outro grupo de nomes, também bastante associado a profissões, cada nome é


denominativo em sua origem, isto é, é derivado de outro nome; neste caso, a forma qôtēl
“denota uma pessoa que se ocupa com o objeto indicado” pelo nome básico (## 7–8).

7. ‫בֹו ֵּקר‬boiadeiro < ‫ ָבקָר‬gado

8. ‫חֹבֵּל‬marinheiro < ‫ ֶֶּ֫חבֶל‬corda


Outra classe de formas CôCēC, também incluindo alguns termos do campo profissional, é
derivada de raízes atestadas como verbos, mas não usadas no Qal (## 9–10).

9. ‫נֹוקֵּש‬caçador de aves< ‫נקש‬Niphal, Piel,


Hithpael

10. ‫סֹכֵּן‬mordomo < ‫סכן‬Hiphil

p 86 d Outra categoria principal de nomes qôtēl inclui aqueles que podem ser associados
com verbos usados no Qal. Todavia, esses nomes não são simplesmente particípios Qal,
porque “eles não mais descrevem o exercício real de uma atividade, mas se tornaram
denotações fixas rotulando um sujeito baseados em um traço distintivo que é durável e
objetivamente observável”. Alguns desses são, como acima, os nomes de ocupações (## 11–
16), enquanto outros descrevem um papel social individual (## 17–20). Um subgrupo correlato
é usado para abstrações (## 21–22).

11. ‫א ֵֹּרג‬tecelão < ‫ָארג‬


ַּ tecer

12. ‫בֹנֶה‬construtor, < ‫ ָבנָה‬construir


lapidário

13. ‫ג ֹדֵּר‬fabricante de< ‫גָדַּר‬cercar


cercas

14. ‫זֹונָנ‬prostituta < ‫זָנָה‬prostituir-se

15. ‫חֹובֶר‬adivinho < ‫ ָחבַּר‬unir, ser unido


(compilador de
feitiços)

16. ‫חֹז ֶה‬vidente < ‫ ָחז ָה‬ver

17. ‫גֹאֵּל‬redentor, < ‫גַָאל‬redimir


protetor
familiar

18. ‫יֹלֵּד‬pai, progenitor < ‫יָלַּד‬agüentar,


procriar

19. ‫יֹונֵּק‬lactente < ‫יָנַּק‬mamar

20. ‫יֹושֵּב‬habitante, < ‫יָשַּב‬habitar


governador

21. ‫אֹבֵּד‬destruição < ‫ָאבַּד‬perecer

22. ‫רֹאֶה‬visão < ‫ ָרָאה‬ver

e Kedar-Kopfstein observa dois outros grupos relacionados a essa categoria principal. Os


nomes de um grupo “denotam um traço permanente do sujeito em termos de caráter ou
comportamento” (## 23–26), enquanto os do outro grupo denotam um traço claramente
temporário, por exemplo, uma ocupação sazonal (## 27–30).

23. ‫אֹוי ֵּב‬inimigo < ‫ָאי ַּב‬ser hostil

24. ‫(ב ֹ ֵּט ַּח‬além de)< ‫ ָבטַּח‬confiar


confiante

25. ‫בֹעֵּר‬bruto < ‫ ָבעַּר‬ser bruto

26. ‫בֹו ֵּצ ַּע‬cobiçoso < ‫ ָבצַּע‬roubar

27. ‫בֹוצֵּר‬vindimador < ‫ ָבצַּר‬amputar


28. ‫ז ֵֹּר ַּע‬semeador < ‫ז ַָּרע‬semear

29. ‫ח ֵֹּרש‬lavrador < ‫ח ַָּרש‬lavrar

30. ‫קֹוטֵּף‬colhedor < ‫ ָקטַּף‬colher

f Esse pequeno resumo de esforços para descrever um paradigma principal (as formas
poderiam ser consideradas em outras perspectivas) deve deixar claro quão intrincado pode ser
o sistema nominal hebraico. Porém, fica também claro que a maioria desses usos não-
participiais da forma qôṭēl está vinculada ao sentido participial básico: apenas seis dos trinta
exemplos citados (## 1–4, 21–22) afastam-se drasticamente do sentido de “alguém que faz
algo”. Ao mesmo tempo, o sentido de “atividade” é com freqüência semanticamente
inapropriado – um yôšēb ‘habitante’ não é simplesmente alguém que p 87 realiza o ato de
habitar (yâšab) –, ou impossível morfologicamente – não existe o verbo *ḥābal ‘manipular
cordas’, para produzir ḥōbēl ‘(manipulador de cordas) marinheiro’.

g Neste capítulo, a meta é mais modesta do que o estudo de Kedar-Kopfstein e outros


semelhantes. Pode-se afirmar que o paradigma qôṭēl é formador de nomes que se referem a
profissões, exista ou não a raiz (cf. # 5), ou ocorra como um verbo (cf. # 7) ou no Qal (cf. # 9).
Semelhantemente, a distinção entre profissões permanentes e temporárias pode ser ignorada.
Os usos excêntricos (## 1–4) também podem ser omitidos. A apresentação feita aqui,
portanto, será em um nível elevado de abstração. As formas e significados gerais de
paradigmas nominais são o foco, em lugar de uma taxionomia de todos os paradigmas
atestados.

h Os paradigmas nominais listados nesse capítulo são categorizados como substantivais ou


adjetivais; a classe nome em hebraico não distingue rigidamente adjetivos de substantivos. O
termo substantivo é usado para referir-se a uma classe semântica semelhante de nomes, isto
é, palavras que se referem a pessoas, lugares ou coisas; infelizmente o termo nominal é
ambíguo. Palavras adjetivais são, grosso modo, aquelas que descrevem um estado ou
condição; o hebraico, mais freqüentemente do que o português, usa verbos para descrever
condições. Em termos sintáticos, substantivos e adjetivos exercem funções comparáveis (veja
4.4.1). Nem todos os paradigmas são igualmente comuns. Paradigmas com reduplicação, por
exemplo, são raros, mas podem ser proveitosamente estudados por causa de seu caráter
distinto. Os paradigmas principais são semanticamente mais diversos, bem como mais
comuns.

5.3 Paradigmas Simples


a O paradigma qāṭēl é geralmente adjetival (## 1–3; veja, também, 22.3–4); ele também
ocorre com substantivos, especialmente os referentes às partes do corpo (## 4–5).

1. ‫יָבֵּש‬seco

2. ‫ ָעי ֵּף‬exausto

3. ‫שלֵּו‬
ָ desinteressado

4. ‫י ֵָּרְך‬coxa (superior)

5. ‫כָתֵּ ף‬braço superior

b O paradigma qôṭēl/qāṭēl é usado em substantivos que se referem a profissões ou


ocupações (p. ex. veja 5.2). Uma contrapartida portuguesa é o sufixo –or/–eiro, por exemplo,
‘ator, pescador, conselheiro, banqueiro’. Outros particípios ativos diferentes do Qal podem
designar uma profissão. Isto é mais comum com os particípios do Piel (## 6–7; cf. 24.5c) e Poel
(# 8).

p 88 6. ‫ ְמ ַּלמֵּד‬professor

7. ‫מ ְַּרגֵּל‬espião (espia)

8. ‫ ְמחֹקֵּק‬comandante

c O paradigma qātîl amolda tanto adjetivos (## 9–11) como substantivos. O paradigma é
usado para termos profissionais, alguns de sentido passivo (## 12–14), alguns estativos ou
ativos (## 15–17), embora as distinções não devam ser forçadas. As palavras para certas
atividades da agricultura, também empregam esse paradigma (## 18–22).

9. ‫ ָצעִיר‬pequeno
10. ‫נָקִי‬puro

11. ‫ ָענִי‬pobre

12. ‫ָאסִיר‬prisioneiro (=uma limitação)

13. ‫ ָמשִי ַּח‬ungido

14. ‫ ָּפלִיט‬refugiado

15. ‫ ָּפקִיד‬supervisor

16. ‫נָגִיד‬líder

17. ‫נָבִיא‬profeta

18. ‫ָאסִיף‬colheita

19. ‫ ָבצִיר‬vindima

20. ‫זָמִיר‬poda de videira

21. ‫ח ִָריש‬aragem
22. ‫ ָקצִיר‬colheita de grão

d O paradigma qātûl/qātūl é, como o qôtēl, uma forma participial, designando o objeto da


ação verbal, por exemplo, ‫‘ כָתּוב‬o que está escrito’; como o qôtēl, o qātûl tem muitos outros
usos, faltando a muitos um sentido passivo. O paradigma é usado tanto para adjetivos (## 23–
25) como para substantivos (## 26–28). O feminino pode mostrar duplicação no radical final
(## 26; cf. 5.5b). Nomes abstratos com este paradigma freqüentemente são plurais (7.4.2).

23. ‫בָצּור‬inacessível

24. ‫עָצּום‬forte

25. ‫עָרּום‬astucioso

26. ‫ ֲא ֻחז ָה‬possessão (fem.)

27. ‫חָרּוץ‬decisão

28. ‫י ָעּוש‬caçador de ave

e A forma qātôl/qātōl é usada para adjetivos (## 29–35).

29. ‫ָאי ֹם‬terrível

30. ‫ ָמתֹוק‬doce

31. ‫נָק ֹד‬manchado


32. ‫עָגֹול‬redondo

33. ‫עָמ ֹק‬profundo

34. ‫עָק ֹב‬montanhoso; enganoso

35. ‫צָה ֹב‬áureo

f O paradigma feminino qətālâ comumente designa sons e ruídos (## 36–41).

36. ‫ ֲאנָחָה‬suspiro

37. ‫ ֲאנָקָה‬gemido

38. ‫י ְ ָללָה‬uivo

39. ‫נְָאקָה‬gemido

40. ‫ ְצ ָעקָה‬grito

41. ‫שְָאגָה‬urro

p 89 5.4 Paradigma com Alongamento Medial

a A forma qattāl, com alongamento ou duplicação, é outra que freqüentemente significa


ocupação, profissão ou mesmo ação repetida (## 1–6).

1. ‫ ַּגנָב‬ladrão
2. ‫דַּ ּי ָן‬juiz

3. ‫ ַּחטָא‬pecador

4. ‫ח ָָרש‬artífice

5. ‫ּפ ָָרש‬eqüestre

6. ‫ ַּצּי ָד‬caçador

b Adjetivos referindo-se a defeitos físicos ou mentais usam o paradigma qittçl (## 7–14).

7. ‫ ִאטֵּר‬inválido

8. ‫ ִאלֵּם‬mudo

9. ‫ ִגבֵּן‬corcunda

10. ‫ח ֵֵּּרש‬surdo

11. ‫ ִעּוֵּר‬cego

12. ‫ ִעקֵּש‬perverso

13. ‫ ִּפ ֵּס ַּח‬manco


14. ‫ק ֵֵּּר ַּח‬calvo

Três desses termos ocorrem juntos em Êxodo 4.11 (## 8, 10, 11).

c Palavras qattîl (como aquelas em outros paradigmas com alongamento medial e uma
segunda vogal longa) freqüentemente indicam posse de uma qualidade de um modo
“intensivo”. Isto é improvável porque se baseia na noção duvidosa de que a duplicação “afia” a
raiz em um modo semanticamente direto (24.1). Basta dizer que qattîl é, a um mesmo tempo,
adjetival (## 15–17) e uma espécie de substantivo qātîl (## 18–19; no # 18, cf. 5.3 #12).

15. ‫ ַּאבִיר‬forte

16. ‫ע ִָריץ‬terrificante

17. ‫צַּדִ יק‬justo

18. ‫ ַּאסִיר‬prisioneiro

19. ‫ס ִָריס‬eunuco

5.5 Paradigmas com Reduplicação

a Os dois paradigmas comuns de reduplicação são usados para adjetivos. A reduplicação


pode envolver apenas C3, como em qatlâl (## 1–2). O segundo e o terceiro radicais são
reduplicados na forma qətaltāl, usada por vários adjetivos (## 3–5), e especialmente comum
em palavras que expressam cores (## 6–8).

1. ‫ ַּר ֲענָן‬exuberante, verde

2. ‫ש ֲאנָן‬
ַּ seguro
3. ‫ ֲה ַּפ ְכּפְַּך‬torto

4. ‫ ֲח ַּל ְקלַּקֹות‬incertezas (fem. pl.)

5. ‫ּפְתַּ לְת ֹל‬tortuoso

6. ‫ ֲאדַּ ְמדָם‬avermelhado

7. ‫י ְַּרק ְַּרק‬esverdeado

8. ‫שח ְַּר ֶּ֫ח ֹ ֶרת‬


ְ enegrecido

p 90 b De acordo com T. N. D. Mettinger, 36 nomes apresentam o paradigma feminino C 3


reduplicado qətūllâ. Ele analisa o grupo como apresentando três subgrupos. Os nomes
concretos denotam o resultado ou produto de um ato (## 9–11). Os abstratos incluem termos
legais (## 11–14; cf. 5.3 # 2b) e termos para “valores” num sentido mais abrangente (## 15–
17). Finalmente, os coletivos são termos para corporações de pessoas (## 18–20).

9. ‫ ֲא ֻלמָה‬gavela

10. ‫ ֲא ֻסּפָה‬coleção, fechaduras

11. ‫ ְקוֻצֹות‬cachos

12. ‫בְכ ָֹרה‬direito do primogénito

13. ‫ ְג ֻאלָה‬direito de redenção


14. ‫י ְֻרשָה‬possessão

15. ‫ ְסגֻלָה‬bolsa privada

16. ‫ע ֲֻרבָה‬segurança, penhor

17. ‫ ְּפ ֻעלָה‬salários, recompensa

18. ‫ ֲאגֻדָה‬bando, tropa

19. ‫( ֲעבֻדָה‬um corpo de) escravos

20. ‫ ְּפ ֻקדָ ה‬autoridades governantes

5.6 Paradigmas com Prefixação

a O hebraico bíblico emprega uma variedade de prefixos que servem para modificar o
sentido das raízes. A maioria dos prefixos são elementos usados tanto em paradigmas
nominais como em verbais, incluindo ʾ, h, y, m, t e ʿ. Stanley Gevirtz tem sustentado que “o que
estas parecem ter em comum umas com as outras é uma força dêitica, demonstrativa,
definidora ou especificadora”. Nem todos os prefixos são igualmente comuns ou importantes.

b O prefixo mais comum é m, usado em substantivos de lugar (## 1–3), termos


instrumentais (## 4–5) e abstrações (## 6–9).

1. ‫ ִמדְ בָר‬pastagem, estepe

2. ‫מָקֹום‬lugar
3. ‫מֹושָב‬assembléia (< yšb)

4. ‫ ַּמפְתֵּ ַּח‬chave

5. ‫ ַּמ ֲא ֶֶּ֫כלֶת‬faca (fem.)

6. ‫שּפָט‬
ְ ‫ ִמ‬julgamento

7. ‫מ ְַּראֶה‬aparência

8. ‫מ ְַּרָאה‬visão (fem.)

9. ‫ ַּמ ְמ ָלכָה‬reino, reino (fem.)

Na maior parte destes exemplos, a vogal da primeira sílaba prefixada é a (## 2–5, 7–9); nas
outras é i. A primeira sílaba de # 3, mô-, é contração de maw-; o ô é visto também nas formas
Niphal, Hiphil e Hophal de yšb e em várias outras formas verbais com waw- inicial. Nos
exemplos femininos citados, a forma masculina correspondente pode tanto não ocorrer (## 5,
9) como ter um sentido diferente (# 8, cf. # 7).

c Um nome t-prefixal geralmente designa a ação do verbo do qual é derivado (## 10–12). A
maioria destes nomes, incluindo os exemplos, é derivada de raízes w-inicial.

p 91 10. ‫תֹו ֶֶּ֫חלֶת‬expectação (fem.; < yḥl)

11. ‫תֹו ֶַּּ֫כחַּת‬argumento (fem.; < ykḥ)

12. ‫תֹודָה‬ação de graças (fem.; < ydy)


d Nomes com prefixo m, t e y freqüentemente se parecem relacionados em termos de
sentido. Jacob Barth defendeu, em seu estudo clássico sobre formação de nomes, que certos
pares de nomes m e t (## 13–15) e mesmo um par y e t (# 16) e um par m e y (# 17) não
possuem sentidos significativamente diferentes.

13. ‫תַּ ְרבִית מ ְַּרבִית‬interesse, crescimento (< rby)

14. ‫תִ ְקוָה ִמ ְקוֶה‬esperança (< qwy)

15. ‫תַּ ֲח ֻלאִים ַּמ ֲח ֻלי ִים‬doença (< ḥly/ʾ)

16. ‫תְ שּועָה י ְשּועָה‬salvação (< yšʿ)

17. ‫ ֶַּּ֫יעַּן ֶַּּ֫מעַּן‬por causa de, porque

Gevirtz adverte contra esse tipo de obscurecimento semântico, tanto no âmbito geral do
som, que postula que onde exista diferença em forma há uma diferença em significado,
quanto no âmbito de seu estudo das palavras.

Ambos os termos ‫ יַּעַּן‬e ‫מעַּן‬


ַּ (‫ ) ְל‬significam ‘propósito, intenção’, …; mas o
primeiro freqüentemente carrega um sentido causativo, enquanto que o
último não. Os termos ‫לי ִים‬
ֻ ‫ מַּ ָֽ ֲח‬e ‫ תַּ ֲח ֻלאִים‬derivados de ḤLʾ/Y, significam
‘enfermidade(s), doença (s)’, mas a forma mqtl refere-se a enfermidade
resultante de ferimentos (2Cr 24.25), ao passo que a forma tqtl refere-se à
enfermidade resultante de saques devido à fome (Jr 14.18; 2Cr 21.19). Ambas
as formas ‫אוָה‬ ֲ ‫ ַּ ָֽת‬e [‫ ]מאוה‬significam ‘desejo’, mas a forma tqtl geralmente
significa ‘apetite físico’ (Nm 11.4; Sl 78.29–30; 106.14; Jó 33.20), enquanto que
a forma mqtl, na expressão ‫מַּ ָֽ ֲא ַּוּי ֵּי ָר ָ ֑שע‬ “os desejos do homem ímpio’, em
paralelo com ‫זְמָמֹו‬ ‘seu plano, dispositivo’, pareceria significar ‘esquema,
enredos, maquinações’, tendo referência a ‘apetite mental’.

e Uma parada glótica prefixada é usada em vários adjetivos (## 18–20), bem como em
certas formas substantivas (## 21–22).

18. ‫ַא ְכז ָב‬enganoso


19. ‫ַא ְכז ָר‬cruel

20. ‫אֵּיתָ ן‬perene (< ytn?)

21. ‫ ֶאז ְרֹו ַּע‬braço

22. ‫ ֶא ְצבַּע‬dedo

O ‫ א‬usado em nomes como ## 21 e 22 parece refletir um esforço para remodelar a raiz, talvez
em parte por causa da sibilante inicial; a palavra ‘braço’, por exemplo, também ocorre na
forma mais comum ‫זְרֹו ַּע‬. Este ‫א‬ prefixado é, portanto, chamado ou de protético (i.e.,
prefixado) ou de prostético (i.e., dando um poder adicional).

p 92 f Gevirtz sugeriu que ‫ ע‬indica especificação ou força como um elemento da raiz. Ele
compara raízes similares com e sem ʿ: gnn ‘cobrir’ e ʿgn ‘fechar-se fora’, qwr ‘cavar’ e ʿqr
‘desenterrar’, rwy ‘estar saturado’ e ʿry ‘derramar’ (≠ ʿry ‘estar despido’). Particularmente
notáveis são as raízes que ocorrem tanto com ‫ א‬como com ‫ע‬, ʾgm ‘estar triste’ e ʿgm ‘afligir’;
ʾṭr ‘fechar’ e ʿṭr ‘cercar’. Pares relevantes de nomes incluem

23. ‫ ִא ֶּ֫ ֶּולֶת‬tolo ‫ ֶָּ֫עבֶל‬injustiça

24. ‫ ֵּאזֹור‬cinto ‫ ֲעז ָָרה‬documento anexo,


tribunal exterior

25. ‫ַארבֶה‬
ְ locusta ‫עָר ֹב‬enxame de
moscas

O elemento ʾaleph/ʿayin, nesses casos, é parte da raiz, tal qual existe no hebraico bíblico. O
elemento ʿayin também é encontrado em alguns quadriliterais designando animais, nos quais
ele pode funcionar como um prefixo, como os outros tratados aqui (## 26–30).
26. ‫ ֲע ַּטלֶף‬morcego

27. ‫ ַּע ְכבָר‬rato

28. ‫ ַּע ָכבִיש‬aranha

29. ‫ ַּעכְשּוב‬víbora

30. ‫ ַּעק ְָרב‬escorpião

5.7 Paradigmas com Sufixação

a Os paradigmas com sufixação que serão apresentados aqui são geralmente


denominativos, isto é, eles formam nomes a partir de outros nomes, em lugar de raízes
verbais.

b O sufixo mais comum é -ôn ~ -ān. Ele pode ser usado para adjetivos (## 1–3),
substantivos abstratos (## 4–6) e diminutivos (## 7–8).

1. ‫ ַּקדְ מֹון‬ocidente < ‫ ֶֶּ֫קדֶ ם‬leste

2. ‫חִיצֹון‬exterior < ‫חּוץ‬lado de fora

3. ‫ ִראשֹון‬primeiro < ‫ר ֹאש‬cabeça

4. ‫ּפִתְ רֹון‬solução

5. ‫זִכָרֹון‬memorial
6. ‫ק ְָרבָן‬oferta

7. ‫אִשֹון‬pupila (do olho) < ‫אִיש‬pessoa

8. ‫ ַּצּוָרֹון‬colar < ‫ ַּצּוָאר‬pescoço

A ‘pupila’ ou ‘menina’ do olho é designação para a pessoa pequena vista refletida nele, tanto
em hebraico como em latim (pupillus, de onde provém o termo português ‘pupilo’). A
terminação -ôn é comum em nomes de lugar (p.ex., ‫ ) ֶחבְרֹון‬e a terminação –ûn de Jesurum
(Yeshurun - ‫)יְשֻרּון‬, um termo poético para Israel (cf. ‫‘ יָשָר‬reto’), e Zebulun (‫ )זְבֻלּון‬estão
relacionadas.

c O sufixo -î estabeleceu-se no uso do inglês em formas como ‘Israeli’, ‘Saudi’ e ‘Farsi’. No


hebraico, ele serve para formar adjetivos a partir de substantivos (## 9–11), incluindo nomes
(## 12–14). Nomes com o sufixo -î são chamados de gentílicos ou étnicos.

p 93 9. ‫ ַּרגְלִי‬infantaria (-< ‫ ֶֶּ֫רגֶל‬pé


soldado)

10. ‫נָכ ְִרי‬estranho < ‫ ֶּ֫נ ֹכֶר‬estranheza

11. ‫תַּ חְתִ י‬mais baixo < ‫תֶַּּ֫ חַּת‬abaixo

12. ‫ ִעב ְִרי‬hebraico < ‫ ֵֶּּ֫עבֶר‬éber

13. ‫מֹוָאבִי‬moabita < ‫מֹוָאב‬moabe

14. ‫גִלֹונִי‬gilonita < ‫גִֹלה‬giló


d Nomes abstratos denominativos são formados com o sufixo -ût e menos
freqüentemente, com -ît.

15. ‫יַּלְדּות‬infância < ‫ ֶֶּ֫ילֶד‬criança

16. ‫ ַּמלְכּות‬realeza, reino < ‫ ֶֶּ֫מלְֶך‬rei

17. ‫שא ִֵּרית‬


ְ remanescente < ‫שְָאר‬resíduo

e O sufixo -ām é usado para formar advérbios (## 18–20; 39.3.1h).

18. ‫יֹומָם‬de dia < ‫יֹום‬dia

19. ‫ ִחנָה‬graciosamente < ‫חֶן‬graça

20. ‫ ֵּריקָם‬em vão < ‫ ֵּריק‬vazio

5.8 Excursus: Intercâmbio de Consoantes

a A estrutura fonológica do hebraico bíblico está fora de nossa esfera, mas uma faceta dela
merece menção, associada ao estudo de paradigmas. Consoantes ocasionalmente
intercambiam-se na formação de palavras em hebraico e formas muito intimamente
vinculadas podem realmente assumir formas ligeiramente diferentes. Há três grupos de
intercâmbios importantes para o hebraico bíblico: as guturais, as líquidas (l e r) e as nasais (m e
n), e outras consoantes.

b O intercâmbio do ʾaleph e do yod inicial é atestado em ʾš para a forma padrão yš (2Sm


14.9) e ʾśrʾl para a forma padrão yśrʾl (1Cr 25.2, cf. v. 14). Observe, também, a forma
alternativa do nome divino ‫הי ֶה‬
ְ ‫( ֶא‬Os 1.9; cf. Êxodo 3.12,14). Outros intercâmbios de guturais,
embora comuns em formas posteriores da língua, são raros no hebraico bíblico.

c As comutações líquido-nasais são mais bem conhecidas por duas formas do nome
Nebuchadnezzar (p.ex., Jr 29.1) e Nebuchadrezzar (p.ex., Jr 21.2). Os três sons l, n e r
ocasionalmente surgem em formas intimamente vinculadas, por exemplo, liškâ e niškâ,
‘quarto’; mazzālot e mazzārot, ‘constelações’; lḥṣ e nḥṣ, ‘pressionar, urgir’. Aloysius Fitzgerald
colecionou exemplos de outras dessas variantes em textos poéticos; ele alega que em tais
casos o poeta “está usando uma forma dialetal que se encaixa melhor no padrão sonoro de
sua linha” do que faria uma forma padrão.

p 94 d Outros intercâmbios são atestados para sibilantes (ʿlṣ, ʿls, ʿlz, ‘exultar’; ṣḥq e śḥq
‘sorrir’), velares (sgr e skr, ‘fechar’) e bilabiais (plṭ e mlṭ, ‘escapar’).

e Metátese, isto é, a transposição de elementos de uma palavra, é parte da morfologia


regular do Hithpael (veja 26.1.1b). Ela também afeta algumas raízes que aparecem em duas
formas: a comum ‫ש ְלמָה‬
ַּ ‘manto’ e a etimologicamente correta ‫ש ְמלָה‬
ִ , com o mesmo
significado; a comum (e etimologicamente correta) ‫‘ ֶֶּ֫כבֶש‬carneiro jovem’ e ‫‘ ִכ ְבשָה‬ovelha-
cordeiro’, ao lado de ‫שב‬
ֶ ‫‘ ֶֶּ֫כ‬carneiro jovem’ e ‫שבָה‬
ְ ‫‘ ִכ‬cordeiro’.

p 95 6
Gênero
6.1 Introdução

6.2 Estudo do Gênero

2.1 Visões Antiga e Medieval

2.2 Visões Modernas

6.3 Perspectivas Comparativas

3.1 Gênero na Língua

3.2 Gênero em Semítico e Hebraico

6.4 Gêneros de Inanimados e de Não-Animados

4.1 Nomes com Gênero Zero-Marcado

4.2 Nomes Femininos com Gênero Marcado

4.3 Gênero Duplo (Comum de Dois Gêneros)

6.5 Gênero de Animados

5.1 Díades Naturais

5.2 Nomes Epicenos


5.3 Prioridade do Masculino

6.6 Concordância

6.1 Introdução

a Gênero é uma categoria de muitas línguas e desempenha um papel importante na


estrutura do hebraico. Como um aspecto da morfologia, o gênero afeta tanto a sintaxe quanto
o léxico; no léxico, o gênero é uma faceta da semântica, isto é, o modo pelo qual o mundo ao
nosso redor é representado em palavras. Como as outras línguas semíticas, o hebraico
distingue formalmente dois gêneros, masculino e feminino; a distinção é usada para nomes
(tanto substantivos quanto adjetivos), pronomes e verbos. O sistema formal em nomes
envolve uma classe não-marcada de formas masculinas e uma classe grandemente marcada de
formas femininas.

p 96 b Na teoria lingüística uma oposição envolve marcação se um membro tem em si

algo extra ou incomum para distingui-lo dos outros (3.3.5e). Por exemplo, na oposição ‫ֶֶּ֫מלְֶך ׃‬
‫ ַּמ ְלכָה‬, o gênero de ‫ ֶֶּ֫מלְֶך‬não é mostrado por qualquer dispositivo evidente, enquanto que o
gênero de ‫לכָה‬ ְ ‫ ַּמ‬é mostrado pela terminação ‫ָָ ה‬-; ‫ ֶֶּ֫מלְֶך‬é o membro não-marcado ou zero
(Ø)-marcado do par, enquanto que ‫לכָה‬ ְ ‫ ַּמ‬é o membro marcado. No hebraico, em geral, o
gênero masculino é não-marcado, enquanto o feminino é marcado. O membro não-marcado
pode ter o mesmo valor que o seu oposto e assim os nomes masculinos não-marcados podem
referir-se ao feminino. O membro marcado de um par lingüístico atrai mais atenção do que o
não-marcado e assim, no estudo do gênero, pode parecer que estamos lidando com o
“problema” do feminino, mas na realidade estamos preocupados com o sistema gramatical
masculino: feminino.

c Os nomes femininos singulares no hebraico podem ter uma variedade de terminações: –


â (# 1) é a mais comum, com –at (# 2) sua forma construta e –t (# 3) e –et (# 4) que são
também usadas. Alguns nomes com referentes femininos são zero-marcados (# 5).

1. ‫ ַּמ ְלכָה‬rainha (abs.)

2. ‫ ַּמ ְלכַּת‬rainha (cstr.)

3. ‫ב ְִרית‬pacto (abs., cstr.)


4. ‫גְדֶֶּ֫ ֶרת‬muro (abs., cstr.)

5. ‫אֵּם‬mãe (abs., cstr.)

A terminação -â (o he é uma mater lectionis) e as terminações com t estão todas


relacionadas na base. O –â surgiu como uma variante pausai de –at; –t e –et são variantes
morfológicas de –at. Referimo-nos a todas essas terminações como o sufixo –at, contrastando-
as ao sufixo Ø ou marcador de ‫ָאב‬, ‫ אֵּם‬e nomes semelhantes.

d A marcação do gênero há muito tem atraído o interesse dos estudantes de línguas.


Examinaremos as visões de alguns comentaristas antigos, medievais e modernos antes de
voltarmo-nos a um estudo comparativo do gênero como um fenômeno lingüístico. Tendo
estabelecido que gênero e sexo são fenômenos distintos, e que a forma –â/–at originalmente
sinalizava modificação de uma forma-Ø oposta, estaremos mais capacitados para examinar o
funcionamento real do sistema de gêneros do hebraico.

6.2 Estudo do Gênero

6.2.1 Visões Antiga e Medieval

a A tradição gramatical ocidental, começando pelos gregos, especulou sobre o gênero.


Protágoras, um sofista influente do século 5º a.C., mereceu o reconhecimento por ter p 97
sido o primeiro a classificar os três gêneros em grego: masculino, feminino e neutro.
Aristóteles (384–322 a.C.) prosseguiu ao listar as terminações típicas de cada gênero, assim
classificando os nomes de acordo com suas inflexões ou acidentes. Os gramáticos inovadores e
criativos da escola sofista anteciparam as terminações dos lingüistas modernos pela
observação de dois princípios no campo do gênero: (1) o gênero formalmente marca a
concordância entre palavras em alguns tipos de frases e em outros grupos sintáticos, e (2) a
correspondência entre gênero (lingüístico) e sexo (natural) é apenas parcial. Após os sofistas
primitivos, os gramáticos gregos preocuparam-se grandemente com as taxionomias. Os
acréscimos romanos à lingüística grega foram de pouca importância; é importante destacar
que Sextus Empiricus (final do século 2º d.C.) observou que o gênero de alguns nomes diferiam
de um dialeto para outro.

b Os verdadeiros herdeiros dos gramáticos gregos foram os árabes. Os primeiros


gramáticos árabes, nos séculos 8º e 9º d.C., foram estritamente descritivos e taxionômicos.
Eles demarcaram os gêneros em formas masculinas e femininas, reconhecendo que o feminino
é o membro marcado do par. Eles essencialmente classificaram os nomes nos seguintes
grupos:

(1) o verdadeiro feminino: nomes animados que denotam fêmeas, com ou sem
terminação (p. ex., baqarat- ‘vaca’ e ʾum (mãe)
(2) o feminino metafórico: nomes inanimados, com ou sem terminação feminina (p. ex.,
dawlat- ‘estado, governo’ e yad ‘mão’)

(3) o feminino morfológico: nomes usados exclusivamente para - referir-se a machos e


tratados como masculinos, mas possuindo uma terminação feminina (p. ex., khalifat-
‘califa’)

Categorias semelhantes podem ser estabelecidas para o hebraico bíblico.

6.2.2 Visões Modernas

a Em contraste com as abordagens estritamente descritivas dos primitivos gramáticos


gregos e árabes, os lingüistas dos séculos 18 e 19 foram extensivos em especulação e breves
em análise descritiva. Os alemães Herder e Adelung tentaram explicar a origem e a função do
gênero, focalizando os gêneros atribuídos a objetos inanimados. Esses estudiosos pensaram
que os assim chamados povos primitivos individualizaram os objetos, ordenando-os em um
dos dois gêneros baseados no sexo, de acordo com as características do objeto. Objetos
considerados como fortes, grandes, ativos, etc., eram p 98 tidos como masculinos, e objetos
considerados como sendo suscetíveis, delicados, passivos, etc., vieram a ser femininos. Esta
abordagem infundada foi comumente aceita por sucessivas gerações de lingüistas, passando
dos livros do último século 18 para muitos livros eruditos do século 19. Um estudioso escreveu
sobre os povos “primitivos” como crianças e assim observa:

Desta fonte [i.e., imaginação] é derivada o sistema inteiro de gêneros para


coisas inanimadas, que foi talvez inevitável naquele primitivo estágio infantil
da inteligência humana…

b Uma autoridade notável em gramática árabe, W. Wright, semelhantemente observou:

A imaginação vívida do semita concebia todos os objetos, mesmo aqueles que


são aparentemente sem vida, como dotados de vida e personalidade. Deste
modo, para eles existem apenas dois gêneros, como existem na natureza
apenas dois sexos.

Tais noções estão subjacentes à maioria das grandes gramáticas hebraicas, as de Gesenius,
Gesenius-Kautzsch-Cowley, Joüon e outras. Paul Joüon, por exemplo, observa:

Excetuando o dos seres vivos, o gênero é metafórico: certos substantivos são


masculinos, por analogia com os seres machos; outros são femininos, por
analogia com os seres fêmeos.

Tão inadequada é esta opinião que ele acrescenta diretamente:

É necessário confessar, por fim, que o que determinou o gênero sempre nos
escapa.

O assunto do gênero de inanimados não foi o único estímulo para a má teorização entre os
estudiosos. Carl Brockelmann, por exemplo, tendo mostrado, cria ele, que não havia
terminação feminina alguma evidente no semítico primitivo, prosseguiu concluindo que as
fêmeas eram altamente consideradas naquela cultura, que pode ter tido uma organização
realmente matriarcal.

c M. H. Ibrahim, deplorando a pesada dependência destes eruditos da fantástica


especulação extralingüística, conclui:

Esses gramáticos que têm escrito acerca dos povos primitivos e de suas
primitivas línguas foram como os antropólogos “de poltrona” do século 19,
que escreveram acerca desses povos sem quaisquer contatos com eles e com
sua cultura.

p 99 Os antropólogos ajudaram a reformar as idéias européias dos povos pré-industriais


(“primitivos” ou “selvagens”) e os afastaram da estereotipagem fácil. Ao mesmo tempo, os
lingüistas modernos retomaram ao seu próprio ponto de partida, a língua, por meio da
consideração do fenômeno lingüístico.

d Os lingüistas modernos concordam que o gênero gramatical serve apenas para denotar
diferenças sexuais entre os seres animados. A função primária dos vários sistemas de gênero é
sintática; gênero é um dos sistemas de concordância que conecta palavras relacionadas dentro
de uma oração. É de importância secundária que os chamados formativos “femininos”
designam o gênero natural nos seres viventes.

6.3 Perspectivas Comparativas

6.3.1 Gênero na Língua

a A descrição do gênero como é usada numa variedade de línguas sugere que o gênero
gramatical não denota primariamente sexo em seres animados e traços “análogos” dos
inanimados. Em vez disso, gênero é primariamente uma matéria de sintaxe. Os argumentos
lingüísticos relevantes são diversos; reunidos, eles apontam na direção de uma noção
propriamente lingüística de gênero.

b Tipologicamente, as línguas podem ser divididas em aquelas que possuem as classes


nominais e as em que há ausência delas. As classes nominais mais comuns são os gêneros, que
podem ser em número de três (masculino, feminino e neutro) ou dois (masculino e feminino).
Outros sistemas de classes nominais distinguem animados de inanimados, ou nomes contáveis
(como ‘livro’, ‘mulher’, ‘árvore’) de nomes não-contáveis (como ‘povo’, ‘água’, ‘sal’). As línguas
que usam gênero incluem a maioria das línguas indo-européias e semíticas; dentre as que não
usam estão o turco, o chinês e o basco. Assim, em nenhum lugar o turco – nem mesmo em
seus pronomes – distingue gramaticalmente gêneros, ao passo que o francês, como o
hebraico, forçosamente situa todos os seus nomes ou no gênero masculino ou no feminino.
Notando esse contraste, James Barr mostra que seria absurdo supor que os turcos eram
inconscientes no tocante às diferenças sexuais ou que a gramática prova “os lendários
interesses eróticos” do francês! Não é verdade que os falantes de uma língua com um sistema
de dois gêneros pensem em todos os objetos como macho ou fêmea; antes, como F. R. Palmer
argumenta, “é simplesmente o fato que a gramática de suas línguas meramente divide todos
os nomes em duas classes”.
c O erro da idéia de que o gênero está fixado a um objeto de acordo com certas qualidades
concebidas é ilustrado em seguida pela comparação dos gêneros de palavras numa língua e em
outra. Por exemplo, nas línguas neolatinas ‘sol’ é masculino e ‘lua’ é feminino, mas em alemão
a situação é inversa. Na verdade, mesmo para nomes animados o traço referencial pode ser
enfraquecido ou estar ausente. Assim, há nomes em francês que, ainda que femininos quanto
à forma, referem-se a homens, por exemplo, la sentinelle ‘a sentinela’, la vigi ‘o guarda
noturno’. Em francês, a maior parte dos termos p 100 ocupacionais é feminina, mesmo se a
pessoa referida for do sexo masculino. Por outro lado, alguns nomes que designam profissões
são masculinos (le professeur, le médicin), ainda que o referente seja feminino; assim, a
seguinte oração é possível em francês: Le professeur est enceinte, ‘A professora está grávida’.

d Em alemão também encontram-se conflitos de sexo. É engraçado que Rübe ‘nabo’ é


feminino, enquanto Mädchen ‘menina’ é neutro. Mark Twain preparou este diálogo em A
Tramp Abroad (Uma Caminhada no Estrangeiro):

Gretchen: Wilhelm, onde está o nabo?

Wilhelm: Ela foi para a cozinha.

Gretchen: Onde está a linda e realizada moça inglesa?

Wilhelm: Ela (neutro, inglês it) foi à ópera.

Na verdade, o gênero neutro Mädchen é determinado pelo sufixo -chen; o nome base é
feminino, die Magd. Outro tipo de conflito de gênero-sexo surge quando adjetivos indicando
sexo ocorrem com nomes de gêneros “opostos”. Em francês ‘o rato’ é la souris, e ‘o rato
macho’ é la souris mâle, isto é, ‘o rato (feminino) macho’!

e Foi Karl Brugmann, no final do século 19, quem mais drasticamente modificou a visão de
seus predecessores sobre gênero. De fato, ele reverteu completamente a prioridade de gênero
gramatical e sexo daquela visão de lingüistas anteriores. Ele defendeu a tese de que o gênero
gramatical, que originalmente não tinha nada a ver com sexo, guiou a imaginação poética em
personificações míticas.

Em todos os casos que vêm (são chamados) à consideração aqui [o período


histórico das línguas indo-européias] o gênero gramatical da palavra, tão longe
como podemos julgar, é o mais antigo [i.e., mais antigo que as
personificações]. A imaginação usou esse gênero e permitiu-se ser guiada por
ele.… Quando [os povos primitivos ou os poetas] personificavam um conceito
sem vida em um ser vivo, era a forma gramatical do nome que, por meio do
impulso psicológico de analogia,… decidia a direção definida do gênero - se
deveria ser masculino ou feminino.…

Seus estudos encontraram confirmação limitada em algumas áreas. Por exemplo, os russos
personificam os dias da semana como macho ou fêmea na base do gênero gramatical do dia.
Semelhantemente, os poetas hebreus às vezes personificaram inanimados de acordo com o
gênero, por exemplo, ‫ ָח ְכמָה‬é Senhora Sabedoria, anfitriã (Pv 9.1–6), irmã (7.4), mediadora
(1.20–33). Equilibrando as coisas, contudo, é melhor ver o gênero gramatical e o sexo natural
dos seres animados como sistemas coordenados, nenhum controlando o outro.

f Uma visão mais ampla dos sistemas de gênero deriva dos estudos de línguas com outros
sistemas de classes nominais; estes incluem as línguas bantas, algumas línguas p 101
sudanesas e algumas línguas do Cáucaso e da Austrália. As classes nominais nessas línguas não
têm relação alguma com o sexo natural. Por exemplo, em suaíle, há classes de animados, de
coisas redondas e pequenas, de coisas compridas e finas, e assim por diante; cada classe é
formalmente indicada por um prefixo e concorda com seus adjetivos modificadores e com os
verbos. Desde que ali haja apenas uma correspondência limitada entre as classes formais e
seus “significados”, os lingüistas classificam-nas meramente por seus acidentes. Gênero nas
línguas indo-européias e semíticas parece ser um caso especial de classificação nominal; como
C. F. Hockett diz, “Gêneros são classes de nomes refletidas no comportamento de palavras
associadas”. Destas observações comparativas podemos ver que os gêneros gramaticais não
“atribuem” sexo a objetos inanimados e apenas o designam imperfeitamente em objetos
animados; é principalmente um traço sintático, seja o nome animado ou inanimado, não um
traço estritamente referencial-semântico.

6.3.2 Gênero em Semítico e Hebraico

a Esses fatos básicos do gênero hebraico podem ser revistos antes de tentarmos discutir as
operações do sistema. Os gêneros gramaticais são parte do sistema de rudimentos hebraicos,
isto é, as marcações de gênero mostram que certas partes da fala concordam com outras
partes da fala.

b Um ser feminino pode ser gramaticalmente marcado apenas na área de objetos


animados (p. ex., ‫‘ ּפָר‬touro’ e ‫‘ ּפ ָָרה‬vaca’). “Nomes de gênero” lexicalmente opostos podem
ser usados para designar cada membro da díade macho-fêmea (p. ex., ‫‘ ָאב‬pai’ e ‫‘ אֵּם‬mãe’).
Formadores de femininos plurais são encontrados com nomes denotando seres machos (p. ex.,
‫‘ ָאבֹות‬antepassados, pais’). Por outro lado, formadores de masculinos plurais aparecem com
nomes denotando seres fêmeas (p. ex., ‫‘ נָשִים‬mulheres’).

c Não há “razão” porque nomes inanimados estão num gênero gramatical particular.
Contraste ‫‘ הָר‬monte’ e ‫‘ גִ ְבעָה‬monte’. Alguns nomes inanimados mostram dois gêneros (p.
ex., ‫‘ דֶֶּ֫ ֶרְך‬caminho’ ‫‘ אֲרֹון‬tórax’). O mesmo significado pode ser associado a dois nomes não-
animados que diferem apenas em gênero (p. ex, ‫ נָקָם‬e ‫קמָה‬ ָ ְ‫נ‬, ‘domínio, vingança’). Nomes
femininos não-animados podem designar um coletivo (e.g., ‫‘ גֹולָה‬exílio’), ou um componente
simples de um coletivo (p. ex., ‫אנִּי ָה‬ ֳ ‘navio’, contraste ‫‘ ֳאנִי‬frota’, tanto masculino como
feminino).

d O formador feminino é usado para formar números usados com nomes masculinos (p.
ex., ‫בנ ִים‬
ָ ‫‘ שְלשָה‬três filhos’).
p 102 e Estudos comparativos revelam certos paradigmas de gênero. O hebraico (como as
línguas semíticas geralmente) conforma-se a esses paradigmas. Se o gênero serve
principalmente à função sintática de concordar, como ele adquiriu qualquer valor semântico
nas línguas semíticas? Ele teve um “significado original”? C. Brockclmann, por causa de alguns
sistemas de classes nominais apresentados acima, pensava que os gêneros gramaticais nas
línguas semíticas originalmente não tinham nada a ver com o sexo natural. Ele associou os
sistemas de gêneros semíticos aos sistemas de classes em outras línguas e sugeriu que a
terminação feminina, juntamente com outras terminações menores, reflete um traço de um
sistema mais antigo de classe nominal no semítico. Diversos eruditos têm teorizado que as
classes nominais representadas pelos gêneros formam simplesmente classes de formas
básicas (ora masculinas) e derivadas (ora femininas).

f E. A. Speiser pensava que o que é agora o formador feminino em semítico começou como
um elemento acusativo na família maior de línguas hamito-semíticas ou afro-asiáticas. Essa
idéia tem sido rejeitada; o valor permanente de seu estudo do problema permanece em sua
alegação de que o “feminino’ significava originalmente palavras derivadas com alguma
modificação especial da raiz básica. Ele observa que em todas as línguas semíticas –(a)t havia
não apenas um, mas pelo menos quatro valores semânticos: (1) formar uma abstração a partir
de um adjetivo, numeral ou verbo (p. ex., ‫‘ ָרעָה‬mal’ de ‫‘ ַּרע‬mau’); (2) formar um coletivo a
partir de um particípio (p. ex., ‫‘ א ְֹרחָה‬caravana’ de ‫ח‬ ַּ ‫‘ א ֵֹּר‬viajante’); (3) construir uma
singularidade (nomen unitatis) de um coletivo (e.g., ‫שע ֲָרה‬ ַּ ‘[um único] cabelo’ a partir de
‫שעָר‬ ֵּ ‘cabelo’); (4) construir um diminutivo ou semelhante (p. ex., ‫‘ יֹו ֶֶּ֫נקֶת‬broto’ a partir de
‫‘ יֹונֵּק‬planta jovem’; cf. 6.4.2f). A “versatilidade notável” de um formativo que poderia marcar
um nome coletivo ou um nomen unitatis levou Speiser a concluir:

É essa inconsistência aparente que fornece a pista necessária para a avaliação


da função principal de –(a)t. Isso não era para marcar classificação inferior, ou
para formar nomes abstratos, coletivos, diminutivos, ou coisa semelhante,
mas é claramente para construir raízes derivadas com alguma modificação
especial do significado original.

Com o tempo –at veio a ter a especialização definitiva do feminino com objetos animados.
Outras características como forma, tradição e associações com outras palavras, contribuíram
para a atribuição do gênero de um nome.

6.4 Gênero de Inanimados e de Não-Animados

a Não há gênero “natural” para (objetos) inanimados e não-animados (abstratos). Os


gramáticos mais antigos que buscavam explicar o gênero gramatical em uma tal base p 103
estavam iludidos com sua correlação de fenômenos lingüísticos e não-lingüísticos. Nós
analisamos estes nomes de acordo com o fato de eles terem um Ø ou um –at formativo.

6.4.1 Nomes com Gênero Zero-Marcado


a Nomes com um formativo gênero-Ø podem ser tratados no hebraico ora como
masculinos ora como femininos, embora a maioria deles seja masculino. Com raras exceções,
nenhum valor semanticamente homogêneo pode ser atrelado à atribuição de gênero. Há,
contudo, três campos semânticos nos quais o padrão gênero merece estudo: nomes referindo-
se a partes do corpo, nomes de lugares e termos figurativos.

b Nomes referindo-se a partes do corpo tendem a ser femininos (## 1–17).

1. ‫ ֶּ֫א ֹז ֶן‬orelha

2. ‫ ֶא ְצבָע‬dedo

3. ‫ ֶֶּ֫בטֶן‬barriga

4. ‫ ֶֶּ֫ב ֶרְך‬joelho

5. ‫ז ְרֹו ַּע‬braço

6. ‫י ָד‬mão

7. ‫י ֵָּרְך‬coxa

8. ‫ ָכנָף‬asa

9. ‫כָף‬palma

10. ‫ ְלהִי‬queixo

11. ‫לָשֹון‬língua
12. ‫ ֶַּּ֫עי ִן‬olho

13. ‫ ֵּצלָע‬lado

14. ‫ ֶֶּ֫ק ֶרן‬corno, chifre

15. ‫ ֶֶּ֫רגֶל‬pé

16. ‫שֹוק‬perna

17. ‫שֵּן‬dente

A exceção notável é ‫( שַּד‬masc.) ‘mama’ (veja Os 9.14).

c O gênero de nomes de lugares é complicado pelo fato de que os termos que designam
nome de lugar freqüentemente terem perdido seus nomes principais (o processo gramatical
de “decapitação”), enquanto que o nome principal continua a controlar o gênero da frase. A
decapitação é comum em português – dizemos ‘Rio’ para ‘Estado do Rio de Janeiro’, ‘Brasil’
para ‘República Federativa do Brasil’. Em línguas com sistemas de gênero gramatical, a
redução quase invariavelmente afeta esses sistemas. Os primeiros gramáticos de árabe
notaram que um termo genérico (como ‘cidade de…’, ‘reino de…’, ‘rio de…’, ‘montanha…’) em
construto com um nome de lugar determina o gênero da frase e mesmo que o genérico não
tenha sido expresso, seu gênero ainda controla o termo, por exemplo, dijlat ‘Tigre’ é feminino
na forma, mas é considerado como masculino, uma vez que a expressão completa é nahr dijlat
‘rio de Tigre’ e nahr é masculino. A omissão do nome no construto (decapitação) é comum em
árabe. Assim, a maior parte dos nomes de cidade é feminina porque madinatu ‘cidade’ é
feminino.

d A situação do hebraico é similar. Como o árabe nahr, o termo hebraico ‫ נָהָר‬é masculino,
como pode ser visto no # 18; embora ‫ּפ ְָרת‬ pareça ser feminino, o pronome em # 19 é
masculino, seguindo (‫נְהַּר )־ּפ ְָרת‬.
18. ‫ ַּהנָהָר ַּהגָד ֹל נְהַּר־ּפ ְָרת׃‬o grande rio, o rio Eufrates
Gn 15.18

19. ‫ ְו ַּהנָהָר הָ ְָֽרבִיעִי הּוא פ ְָרת׃‬o quarto rio era o Eufrates


Gn 2.14

p 104 De novo, ‫ ֲא ָמנָה‬, embora feminino na forma, estabelece concordância com os


modificadores masculinos devido à omissão de ‫נָהָר‬, que é masculino.

20. ‫הֲֹלא טֹוב ֲא ָמנָה‬Não é Amaná melhor?


2Rs 5.12 Qere

Outro substantivo principal é ‫ ;בֵּית‬assim ‫ בֵּית־ ֶֶּ֫לחֶם‬em Miquéias 5.1 e ‫אל‬


ֵּ ‫ בֵּית־‬em Amós 5.5
são ambos masculinos. Bases femininas incluem ‫מ ֶֶּ֫לחֶת‬
ְ ‫ ַּמ‬e ‫ ֶֶּ֫א ֶרץ‬, e qualquer das duas poderia
explicar o tratamento de ‫בבֶל‬
ָ como feminino em Gênesis 11.9 e Isaías 21.9, uma vez que ‫ָבבֶל‬
é chamada tanto de ‫מ ֶֶּ֫לחֶת‬
ְ ‫( ַּמ‬Gn 10.10) como de ‫( ֶֶּ֫א ֶרץ‬Jr 50.28). Semelhantemente, ‫ אַּשּור‬é
feminino em Ezequiel 32.22 (cf. Is 7.18). Observe os femininos em Êxodo 12.33; 1 Samuel
17.21; 2 Samuel 8.2, 24.9. Em alguns casos um nome de lugar parece variar em gênero; isto é
provavelmente um sinal de que a base subjacente varia. Assim ‫ י ְהּודָ ה‬é masculino em Isaías
3.8, talvez devido à base ‫בֵּית‬, mas é feminino em Isaías 7.6, devido à base ‫ ֶֶּ֫א ֶרץ‬. De modo
semelhante, ‫ אֱדֹום‬é masculino em Números 20.20 (devido a ‫)בֵּית‬, mas feminino em Jeremias
49.17 (devido a ‫) ֶֶּ֫א ֶרץ‬. Em alguns casos o uso não é inteiramente claro: ‫ י ְהּודָ ה‬é
provavelmente feminino em Lamentações 1.3 devido a ‫עִיר‬, em vez de ‫ ֶֶּ֫א ֶרץ‬, ou o nome de
lugar aí pode referir-se, por metonímia, aos habitantes do lugar. Desde que ‫ עִיר‬é feminino e,
portanto, nomes de cidades são reputados como femininos, os poetas de Israel foram levados
a personificar cidades como mulheres, por exemplo, ‫בַּת־ ָבבֶל‬, ‘Filha de Babilônia’ (Is 47.1) e
‫ש ַּליִם‬
ָ ‫בַּת י ְרּו‬ ‘Filha de Jerusalém’ (Is 37.22; veja 6.3.1, 9.5.3h). Acerca deste método de
atribuição de gênero, Ibrahim comenta: “Isso explica de um modo simples por que a milhares
de nomes de países, rios, cidades, montanhas, etc. são atribuídos um gênero ou outro”. Há
exceções a este padrão, no qual o nome de lugar determina o gênero da frase; por exemplo, ‫גַּן‬
é usualmente masculino, mas a frase ‫גַּן־עֶדֶ ן‬ é feminina (Gn 2.15); ‫ֶֶּ֫גפֶן‬ é provavelmente
masculino em Oseías 10.1 por causa da referência ali a ‫יִש ְָראֵּ ל‬.
e Uma terceira área semântica onde há um claro padrão para nomes Ø-marcados envolve
uso figurativo, uma área também importante para nomes femininos em –at. Onde o sentido
literal de um termo é feminino, o figurativo pode ser masculino:‫ ֶַּּ֫עי ִן‬, feminino (em hebraico),
porém masculino ‘superfície de gravação, faceta’ (Zc 3.9, 4.10); ‫שֵּן‬, feminino (em hebraico)
‘dente’, porém masculino ‘dente (de um garfo)’ (1Sm 2.13), ‘ponta (de uma rocha)’ (1Sm 14.4,
5).

6.4.2 Nomes Femininos com Gênero Marcado

a Vários grupos importantes de nomes não-animados e inanimados são morfologicamente


femininos. Estes incluem os abstratos, coletivos e singularidades, bem como infinitivos e certos
nomes figurativos. (Sobre o “falso” pronome feminino, veja 6.6d.)

b Nomes abstratos podem estar no singular (## 1–8) ou no plural (## 9–11). Os abstratos
singulares e mais freqüentemente os plurais podem ser usados adverbialmente (10.2.2e), por
exemplo, ‫קָשֹות‬ ‫ ַּוי ְדַּ בֵּר‬, ‘ele falou coisas duras’ (i.e., ele falou duramente)’ (Gn 42.7; cf. Is 32.4
para # 10; cf. 39.3.1).

p 105 1. ‫ ֱאמּונָה‬firmeza

2. ‫נֶ ֱא ָמנָה‬uma coisa certa

3. ‫ְבּורה‬
ָ ‫ג‬força

4. ‫טֹובָה‬bondade

5. ‫יְש ָָרה‬retidão

6. ‫נְכֹונָה‬firmeza

7. ‫תְ כּונָה‬arranjo

8. ‫ ָרעָה‬mal
9. ‫נְדִ יבֹות‬coisas nobres

10. ‫צָחֹות‬coisas claras

11. ‫ ָקשֹות‬coisas duras

Nem todos os nomes abstratos são femininos (e.g., ‫ ֶַּּ֫חי ִל‬, ‘poder’, ‫כָבֹוד‬, ‘glória’, ‫טֹוב‬ ‫ו ָָרע‬
‘bem e mal’ [Gn 2.9]).

c Os coletivos, designações inclusivas de um número de coisas ou pessoas,


freqüentemente apresentam o sufixo -at (## 12–14). Às vezes é incerto se uma forma é um
caso de personificação ou um coletivo (## 15–16).

12. ‫א ְֹרחָה‬caravana

13. ‫גֹולָה‬exílio

14. ‫דַּ לָה‬povo pobre

15. ‫א ֶֶּ֫יבֶת‬inimigo

16. ‫שבֶת‬
ֶ ֶּ֫ ‫יֹו‬habitante

d Componentes simples de uma unidade coletiva freqüentemente aparecem com o sufixo


–at; este tipo de forma é designado de nomen unitatis ou singularidade.

17. ‫ ֳאנִּי ָה‬navio ‫ ֳאנִי‬frota


18. ‫ ִצצָה‬, ‫נִצָה‬flor ‫צִיץ‬, ‫נֵּץ‬grinalda

19. ‫שע ֲָרה‬


ַּ (um) cabelo ‫שעָר‬
ֵּ cabeleira

20. ‫ִירה‬
ָ ‫(ש‬um) cântico ‫שִיר‬cântico, canto

Por outro lado, encontra-se ‫‘ דָ גָה‬cardume (coletivo)’, mas ‫(‘ דָ ג‬um) peixe’. Algumas formas,
por exemplo, ‫שנ ָה‬ַּ ‫‘ שֹו‬lírio’, ‫ ְל ֵּבנָה‬tijolo’, etc., são singularidades para as quais o coletivo não
é atestado. (A forma masculina ‫ שּושָ ן‬é um ‘lírio’ metafórico, uma decoração arquitetural).

e O infinitivo pode ser tratado como feminino.

21. ‫הַּ ָֽנְ ַּקלָה בְעֵּ ָֽינֵּיכֶם הִתְ חַּתֵּ ן ַּב ֶֶּ֫מלְֶך‬Parece-vos
coisa de somenos
ser genro do rei?

1Sm 18.23

Em alguns casos ele é tratado com masculino.

22. ‫ִי־רע ָומָר ָעזְבְֵּך … אֱֹל ֶָּ֫הי ְִך‬


ַּ ‫כ‬Quão mau e quão amargo é
deixares … o teu Deus.

Jr 2.19

f Um sentido figurado pode, também, ser denotado por -at.

23. ‫יֹונֵּק‬lactente/criança ‫יֹו ֶֶּ֫נקֶת‬lactente, broto


(masc.)

24. ‫י ֵָּרְך‬quadril (fem.) ‫י ְַּרכָתֶַּּ֫ י ִם‬lados


(de uma
construção, etc.)

25. ‫ ֵֶּּ֫מצַּח‬testa ‫ ִמ ְצחָה‬perneira, greva


p 106 6.4.3 Gênero Duplo

a Alguns nomes não-animados têm formas tanto masculinas como femininas. Embora
esses assim chamados duplos possam ter diferentes conotações, é melhor não se apoiar muito
sobre suas distinções de gênero; ambas as formas significam essencialmente a mesma coisa.
Mordechai Ben-Asher compilou 117 nomes não-animados possuindo tanto formas masculinas
como femininas, incluindo cinco pares coletivo/nomen unitatis (6.4.2d). (Ele exclui casos onde
não há relação alguma entre formas semelhantes, e.g., tôrâ/tôr, ou onde a relação é dúbia,
e.g., ʾādamâ/ʾādām). Desses, 61 são nomes abstratos e 56 são concretos. Esses pares incluem
todos os tipos de significados: nomes abstratos (## 1–2), partes do corpo (## 3–4), termos da
agricultura (## 5–6), palavras ligadas ao vestuário (## 7–8) e pares de palavras com inicial ma–
/mi– (## 9–12; veja 5.6), sete das quais são derivadas das raízes com –waw medial (## 11–12).
Ele não encontra qualquer diferença positiva em termos de sentido entre os pares, exceto dos
poucos casos de coletivos/nomina unitatis (# 6 e talvez # 3).

1. ‫שמָה‬
ְ ‫ ַּא‬/ ‫ ָאשָם‬culpa

2. ‫ נְ ָקמָה‬/ ‫נָקָם‬domínio, vingança

3. ‫ ֶאב ְָרה‬/ ‫ ֵֶּּ֫אבֶר‬pinhão

4. ‫ גֵּוָה‬/ ‫גֵּו‬costas

5. ‫ ֶח ְלקָה‬/‫ ֵֶּּ֫חלֶק‬território

6. ‫ ִצצָה‬/ ‫צִיץ‬grinalda

7. ‫ ֲאפֻדָ ה‬/ ‫אֵּפֹוד‬éfode

8. ‫ֲגֹורה‬
ָ ‫ ח‬/ ‫חֲגֹור‬cinto
9. ‫ מַּתָ נָה‬/ ‫ ַּמתָ ן‬presente

10. ‫ ִמ ְמ ֶֶּ֫כ ֶרת‬/ ‫ ִמ ְמכָר‬mercadoria

11. ‫ָגֹורה‬
ָ ‫ מ‬/ ‫ ָמגֹור‬terror

12. ‫ מְחֹולָה‬/ ‫ ָמחֹול‬dança

Em cinco casos ele descobriu que uma das formas ocorre num estilo poético ou elevado e a
outra em um estilo ordinário prosaico (## 13–17).

prosaico elevado

13. ‫ֲא ֵּפלָה‬ ‫ ֶּ֫א ֹפֶל‬escuridão

14. ‫גַּן‬ ‫ ַּגנָה‬jardim

15. ‫ֶּ֫חשְֶך‬ ‫שכָה‬


ֵּ ‫ ֲח‬/ ‫שכָה‬
ְ ‫ ָח‬trevas

16. ‫צְדָ קָה‬ ‫ ֶֶּ֫צדֶק‬justiça

17. ‫ ֶּ֫שבַּע‬/ ‫שבָע‬


ָ ‫ש ְבעָה‬
ִ / ‫ש ְבעָה‬
ָ dança

O duplo ‫ענ ָה‬


ֵּ ‫ש‬
ְ ַּ‫ּומ‬ ‫שעֵּן‬
ְ ‫ ַּמ‬é usado como uma hendíade para ‘todo tipo de sustento’ (Is 3.1).

6.5 Gênero de Animados


6.5.1 Díades Naturais

a Algumas díades naturais do tipo macho-fêmea são designadas por palavras não
relacionadas, nenhuma das quais é marcada por gênero.

p 107 1. ‫אִיש‬homem ‫אִישָה‬mulher

2. ‫ָאב‬pai ‫אֵּם‬mãe

3. ‫תֶַּּ֫ י ִש‬bode ‫עֵּז‬cabra

4. ‫חֲמֹור‬asno ‫ָאתֹון‬mula

5. ‫א ֲִרי‬, ‫ַארי ֵּה‬


ְ leão ‫ ָלבִיא‬leoa

Os nomes em outras díades são designados por pares Ø-marcados: –at.

6. ‫ ַּאּי ָל‬cervo ‫ ַּא ֶֶּּ֫ילֶת‬, ‫ַאיָלָה‬cerva

7. ‫ ֵֶּּ֫עגֶל‬bezerro ‫ ֶעגְלָה‬novilha

8. ‫ ֶֶּ֫עלֶם‬rapaz ‫ ַּע ְלמָה‬moça

9. ‫ּפָר‬touro, boi ‫ּפ ָָרה‬vaca

6.5.2 Nomes Epicenos

a Nomes usados para um referente macho ou fêmea animado ou para um grupo


misturado são chamados epicenos. Por exemplo, na frase ‫‘ ד ֹב שַּכּול‬uma ursa roubada de
seus filhos’ (Os 13.8), ainda que o substantivo e o adjetivo sejam masculinos na forma, uma
ursa está em vista (cf. também Is 49.15). Os nomes epicenos em português incluem ‘ovelha’
(em contraste com ‘ovelha / carneiro’), ‘secretária’ (em contraste com ‘secretário /
secretária’), ‘cão’ (em contraste com ‘cadela, cão fêmea’ / cão macho’). Em hebraico um
epiceno pode ser de ambos os gêneros; um epiceno feminino singular pode formar um
epiceno masculino plural.

masculino

1. ‫ ֶֶּ֫אלֶף‬gado (col.)

2. ‫ד ֹב‬urso

3. ‫זְאֵּב‬lobo

4. ‫ ֶֶּ֫כלֶב‬cão

feminino

5. ‫ַאר ֶֶּ֫נבֶת‬
ְ lebre

6. ‫ ֲחסִידָ ה‬cegonha

7. ‫יֹונָה‬pomba

8. ‫נִ ְמלָה‬formiga

De acordo com o sentido, às vezes nomes epicenos gramaticalmente masculinos são


modificados com formas femininas, por exemplo, ‫ְג ַּמלִים מֵּינִיקֹות‬ ‘camelas de leite’ (Gn
32.15), em contraste com ‫אים‬
ִ ‫ָב‬ ‫‘ ְג ַּמלִים‬camelos que vinham’ (Gn 24.63). Semelhantemente,
‫‘ ְוהַּצ ֹאן ְו ַּה ָבקָר עָלֹות‬o gado miúdo [i.e., ovelhas e cabras] e vacas de leite’ (Gn 33.13; cf. 1Rs
5.3 para ‫בקָר‬ ָ , Gn 30.39 para ‫)צ ֹאן‬. O nome epiceno mais notável é ‫ – אֱֹלהִים‬o hebraico
(como outros dialetos cananeus) não possui palavra alguma distinta para ‘deusa’.

p 108 9. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך שְֹלמ ֹה אַּ ָֽח ֲֵּרי ַּעש ְֶּ֫ת ֹ ֶרת‬Salomão seguiu a Astarote,

‫אֱֹלהֵּי צִד ֹ ִנ֑ים‬deusa dos sidônios.


1Rs 11.5

6.5.3 Prioridade do Masculino

a Os gramáticos falam do gênero masculino como “o gênero anterior” porque sua forma
refere-se a seres femininos.

1. ‫זָכָר ּונְ ֵּקבָה ב ָָרא א ֹתָ ם׃‬Macho e fêmea os criou


(masc.).

Gn 1.27

2. ‫ ַּויְנַּשֵּק ְל ָבנָיו ְו ִלבְנֹותָ יו ַּוי ְ ֶָּ֫ב ֶרְך‬Ele beijou seus filhos e suas
‫ ֶאתְ ֶ ֑הם‬filhas e os abençoou (masc.).
Gn 31.54

3. ‫ ְואִיש אֹו ִאשָה כִי־ ִי ָֽ ְהי ֶה בֹו ֶּ֑֫ ָנגַּע‬Quando


o homem (ou a
mulher) tiver praga sobre ele …

Lv 13.29

4. ‫ֹלא־ת ֲעשֶה כָל־ ְמלָאכָה ַּאתָ ה‬ ָֽ ַּ Tu (masc.) não farás nenhum


‫ּו ִבנְָך ּובִתֶֶּ֫ ָך‬trabalho, nem tu, nem o teu
filho, nem a tua filha.

Êx 20.10

Esta prioridade do gênero masculino é devida em parte ao caráter profundamente


androcêntrico do mundo da Bíblia Hebraica. Como Clarence Vos mostra, este ambiente deve
ser chamado um “mundo de homem”. A prioridade do gênero masculino nestes exemplos é
devida não apenas à precedência do não-marcado (masculino) sobre o marcado (feminino); é,
também, devida em parte à religião de Israel, que, embora permita ou reconheça nābîʾe
nəbîʾâ, há lugar somente para um sacerdote, e não uma sacerdotisa, em contraste com as
outras religiões da região.

b As formas gramaticais para Deus são masculinas e as representações de Deus são


principalmente masculinas. Ainda que Deus use uma comparação a uma mulher parturiente (Is
42.13), no entanto há um forte consenso entre os eruditos de que Deus é considerado como
assexual. “Se sexo deve ser aplicado à divindade de Israel, ela seria monossexual, e isto é uma
incompletude ou uma contradição de termos”. Este consenso encontra apoio explícito em
Deuteronômio 4.15–16:

Vós não vistes aparência alguma no dia em que o YHWH vos falou em Horebe…
para que não… façais para vós alguma imagem esculpida na forma de ídolo,
semelhança de homem ou de mulher.

p 109 Um fato que provê apoio inferencial é o uso de ambos os sexos de uma vítima sacrificial
como oferta a Deus. No antigo Oriente Próximo era costume sacrificar animais machos a
deuses (machos) e fêmeas a deusas. No culto de Israel tanto machos como fêmeas de uma
espécie eram sacrificados a Deus (cf. Lv 3.1; 4.23,28). Ninguém pode mudar ou remover as
representações masculinas figuradas de Deus sem distorcer o texto da Bíblia.

6.6 Concordância

a O gênero gramatical envolve três sistemas distintos: morfologia, significado com


referência a uma realidade extralingüística e sintaxe. Em hebraico, a morfologia básica opõe o
masculino Ø-marcado ao feminino em –at, embora existam muitos nomes Ø-marcados com
referência fêmea. Em termos semânticos, o sufixo –at essencialmente marca palavras
derivadas, palavras com modificação especial das alternativas não-marcadas, embora o sufixo,
também, sirva como a designação da fêmea natural de animados. A função principal da marca
de gênero é manter juntas as partes do enunciado por concordância na mesma oração ou
discurso.

b Às vezes a forma gramatical de um nome difere de seu significado semântico, por


exemplo, um nome coletivo como ‫‘ מֹו ֶֶּ֫לדֶ ת‬descendentes’ (fem.) ou um nome abstrato como
‫‘ ק ֹ ֶֶּ֫הלֶת‬pregador’ (fem.) pode ter um referente masculino. Quando surgem tais conflitos numa
língua, a concordância pode seguir o gênero gramatical (como acontece, p. ex., em italiano ou
em francês), ou ela pode seguir a orientação semântica do nome; o hebraico prefere esse
último curso, às vezes chamado de constructio ad sensum (“construção de acordo com o
sentido”). Assim nós encontramos ‫‘ ָהי ָה ק ֹ ֶֶּ֫הלֶת ח ָָכ֑ם‬O pregador foi sábio’ (Qohelet 12.9).
Além disso, um nome feminino coletivo singular pode ser construído com um verbo plural
porque o referente do nome está no plural; no segundo exemplo ‘terra’ é usada para
‘habitantes’ por metonímia.

1. ‫שא ִֵּרית ְּפ ִלשְתִ ים‬


ְ ‫וְאָ ָֽבְדּו‬E o resto dos filisteus perecerá.
Am 1.8

2. ‫ ְוכָל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֶָּ֫באּו ִמצ ְֶַּּ֫ריְמָה‬Etodas as terras vinham ao


Egito.

Gn 41.57

3. ָ‫ּומֹו ַּל ְדתְ ָך ֲאשֶר־הֹו ֶַּּ֫לדְ ת‬Mas a tua descendência, que


֑‫ַאח ֲֵּריהֶם לְָך יִהְיּו‬gerarás depois deles, será tua.
Gn 48.6

c A concordância em gênero pode, também, caducar quando (como freqüentemente é o


caso) o verbo precede o sujeito; o sujeito pode ser feminino singular ou plural e o verbo pode
ser masculino singular.

p 110 4. ‫נֶעְתַּ ם ֶּ֫ ָ ֑א ֶרץ‬A terra está abrasada.


Is 9.19

5. ‫תַּ חְתֶֶּ֫ יָך יֻצַּע ִרמָה‬Por baixo de ti, uma cama de


gusanos (fem. coletivo).

Is 14.11

6. ‫ ַּויַּעֲב ֹר ה ִָרנָה ַּב ַּמ ֲחנֶה‬Fez-se ouvir um pregão pelo


exército.

1Rs 22.36

7. ‫ ְוחָש ֲע ִתד ֹת ֶָּ֫למֹו׃‬E o seu destino (lit., coisas


preparadas) se apressa em
chegar.

Dt 32.35

8. ‫י ִתְ נַּגְפּו ַּרגְלֵּיכֶם‬Vossos pés tropeçam.


Jr 13.16

O verbo precedente pode, também, ser um masculino plural, como em # 9; desde que haja
casos de um verbo masculino plural seguindo um nome feminino plural, como em # 10, tem
sido sugerido que ambos os tipos de discórdia refletem um evitar verbos femininos plurais.

9. ‫אִם־יֵּצְאּו בְנֹות־שִילֹו‬Saindo as filhas de Silo …


Jz 21.21

10. ‫ ְוע ֵָּריכֶם יִהְיּו ח ְָרבָה׃‬As vossas cidades serão


desertas.

Lv 26.33

Exemplos como # 10 são muito menos comuns do que casos de discordância gramatical nos
quais o verbo precede o sujeito.

d Finalmente podemos mencionar casos nos quais não há qualquer antecedente


verdadeiro para um pronome – e por falar nisso, qual é o gênero de uma situação ou uma
ação? Tal pronome falso ou impessoal é normalmente feminino (cf. 4.4.2).

11. ‫שיתָ ז ֹאת‬


ִ ֶּ֫ ‫כִי ָע‬Visto que fizeste isso.…
Gn 3.14; cf. 3.13, 2.23

12. ‫ּובָּה ֵּאדַּ ע‬Por meio disto conhecerei.


Gn 24.14

Para outros exemplos, veja Êx 10.11, Números 14.41 e Isaías 43.13; cf. 1 Crônicas 21.10. Tal
tipo vago de pronome pode ser masculino, como na frase trivial ‫כז ֶה‬
ָ ‫ְו‬ ‫‘ כָז ֹה‬assim e assim’ (1Rs
14.5 e outras) e no seguinte exemplo.

13. ‫ ְוז ֶה־לְָך הָאֹות‬E isto será o sinal para ti.


Êx 3.12
p 111 7
Número
7.1 Introdução

7.2 Singular

2.1 Contáveis e Coletivos

2.2 Classes Nominais

2.3 Repetição

7.3 Dual

7.4 Plural

4.1 Contáveis, Coletivos e Extensões

4.2 Abstratos e Semelhantes

4.3 Honoríficos e Semelhantes

Introdução

Os padrões de uso de número parecem refletir o mundo real tão de perto que
discrepâncias entre várias línguas podem parecer desconcertantes. Em português nos
referimos a um agregado de criaturas voadoras com um plural, ‘pássaros’, mas o hebraico usa
o singular ‫ ;עֹוף‬em contrapartida, o português usa um singular para referirse à ‘face’ humana,
mas o hebraico usa um plural, ‫ ָּפנִים‬. Tais discrepâncias existem porque nenhuma faceta da
língua espelha o mundo diretamente. Número é uma categoria gramatical, como gênero, e
assim, é parte de um sistema maior de uma determinada estrutura gramatical e lexical. Além
disso, o uso de número revela até mesmo mais claramente o fato de que uma língua faz parte
de uma cultura e é, por isso mesmo, moldada por aquela cultura. Vamos considerar este
segundo ponto mais detidamente, tendo em vista que ele é crucial no processo de
compreensão de uma língua.

As culturas expressam percepções coletivas da realidade diferentemente e, portanto,


representam o mundo de diversos modos. O hebraico, por exemplo, representa as partes do
corpo diferentemente rotuladas em português como ‘mão’ ou ‘braço’ por ‫י ָד‬, um termo que
denota aquela extensão que vai do ângulo do cotovelo até às pontas dos dedos;
adicionalmente, ele subdivide essa porção e refere-se à subdivisão inferior como ‫כָף‬, a porção
que vai do pulso às pontas dos dedos. O português não tem uma palavra que corresponda
precisamente à palavra hebraica ‫ ;י ָד‬e o hebraico não tem palavra correspondente à palavra
portuguesa ‘antebraço’. As palavras numa língua raramente coincidem precisamente em
objetivo e em conteúdo com as palavras “correspondentes” em outra língua. A herança
cultural dos falantes os faz perceber a realidade de um modo um pouco diferente daquele de
falantes em outras culturas. O estudo lingüístico não pode ser p 112 divorciado da
antropologia e da sociologia. É um fato cultural e lingüístico que o falante de português,
concebendo ‘face’ como um nome contável, manifesta esta percepção por meio de um
singular, enquanto que o falante do hebraico clássico provavelmente o percebia como uma
massa e o representava por um plural.

c As línguas, também, podem diferir em seu uso do número gramatical por causa das
diferentes percepções do que é contado como “um objeto” e do que é contado como “mais de
um objeto” (i.e., um contável), o que é contado como um coerente “grupo de objetos” (i.e.,
um coletivo), ou como uma indistinguível “massa de material” (i.e., uma massa, p. ex.,
‘manteiga’); essas percepções auxiliam na moldagem da estrutura lexical de uma língua. Por
exemplo, o inglês trata ‘grape’ (uva) como um contável (Will you have some grapes? [Será que
vai ter algumas uvas?]), mas ‘fruit’ (fruta) como um coletivo (Will you have some fruit? [Será
que vai ter um pouco de fruta?]); o russo trata essas palavras de um modo exatamente
inverso. Assim, também, o português trata ‘pássaros’ como contável, mas o hebraico referese
a eles como um coletivo.

d Além disso, o número gramatical de um nome é determinado pela estrutura lexical da


língua, e assim ele não representa diretamente o pensamento ou a experiência do falante. Por
exemplo, a estrutura lexical do português exige que ‘férias’ sejam representadas como um
plural (‘As férias dele foram tranqüilas’), mas ‘trigo’ como um singular (‘O trigo está no
celeiro’). Não podemos pressupor que os falantes de português pensem em ‘férias’ como
plural e em ‘trigo’ como singular; isto é simplesmente falso. Uma velha piada exibe esta falta
de correspondência:

Professor: “Calças” é singular ou plural?

João: Por favor, senhor, singular em cima e plural embaixo.

‘Calças’ é de fato um nome plural invariável, como outras peças de vestuário em inglês (pants,
pajamas), bem como nomes de ferramentas em inglês (pliers, scissors, glasses), em português
(óculos). O hebraico, também, possui substantivos plurais invariáveis.

e A diferença culturalmente determinada mais notável entre o uso do número em


hebraico e em inglês envolve os honoríficos. Muitas línguas européias (p. ex., francês, italiano,
russo, alemão) sistematicamente usam formas plurais com referentes singulares, para
expressar honra ao referente. Por exemplo, na segunda pessoa do singular, o alemão usa tanto
Sie, plural gramatical para expressar respeito, e du, singular gramatical para indicar intimidade.
O inglês, por não possuir esse paradigma lingüístico e cultural, usa o singular.

f O número gramatical assim não representa direta e necessariamente um “pensamento”.


Ele é mais um sistema lingüístico específico – e cultural. Não devemos ficar surpresos se o
número gramatical em hebraico nem sempre pode ser representado diretamente em
português. Uma vez que o número possa ser usado de modos muito p 113 diferentes dentro
de uma língua, e desde que ele seja determinado em parte pelo significado da palavra, nossa
discussão tocará em muitas facetas da sintaxe e do léxico.

g O hebraico, como outras línguas semíticas, usa três números: singular, dual e plural. Nas
seções seguintes analisaremos e mostraremos os usos destes números.

7.2 Singular

a O hebraico usa o singular gramatical para os contáveis, para os coletivos e para a classe
de nomes em geral. Nomes singulares podem ser repetidos em várias construções.

7.2.1 Contáveis e Coletivos

a Com os contáveis o singular serve para enumerar um objeto. Com entidades que o
hebraico conta como “um objeto” ou “mais de um objeto”, o singular normalmente enumera o
referente como um indivíduo. Substantivos contáveis são os mais comuns.

1. ‫שתִי‬
ְ ‫ ָהבָה אֶת־ ִא‬Dê-(me) minha mulher.
Gn 29.21

2. ‫ ְו ָה ֶָּ֫א ֶרץ הָ ָֽי ְתָ ה ֶּ֫ת ֹהּו ו ֶָּ֫ב ֹהּו‬E a terra era sem forma e vazia.
Gn 1.2

3. ‫ ַּוּי ִ ְמ ָצ ֵֶּּ֫אהּו אִיש‬Um homem o encontrou.


Gn 37.15

b Com os coletivos o singular designa um grupo. Algumas palavras em hebraico, como


‘folhagem’, ‘gado’ e ‘laranjal’ em português, são tratadas como coletivos e representadas pelo
singular. Como observado acima, o português e o hebraico diferem em sua distribuição de
contáveis e coletivos. Os coletivos ocorrem em ambos os gêneros gramaticais. Um coletivo
singular sempre concordará em número com as outras palavras na oração sintaticamente
relacionadas a ela (Cf. português ‘Um cardume de baleias se aproxima da praia’ e ‘O povo
sempre espera dias melhores’); assim, um substantivo coletivo singular sempre regerá um
verbo singular. Nós distinguimos entre palavras em hebraico que são convencionalmente
coletivas (i.e., palavras que quase sempre são representadas no singular) e aquelas que são
não convencionalmente coletivas (i.e., palavras que são freqüentemente representadas pelo
plural, mas por razões contextuais podem ser representadas por um coletivo).
c Os coletivos convencionais são freqüentemente naturais, observe os três coletivos neste
exemplo.

4. ‫ ַּתָֽדְ שֵּא ָה ֶָּ֫א ֶרץ דֶֶּ֫ שֶא ֵֶּּ֫עשֶב ַּמז ְִֶּ֫רי ַּע‬Produza a terra relva, ervas que
‫ ֶֶּ֫ז ַּרע‬dêem semente.
Gn 1.11

Outro coletivo vegetal é ‫‘ ּפ ְִרי‬fruto’. Coletivos animais incluem ‫‘ עֹוף‬pássaros, a espécie alada’,
‫ֶֶּ֫רמֶש‬ ‘rastejador-rasteiro, a espécie de corredores-a-pequenos-passos’, ‫ש ֶרץ‬
ֶ ֶּ֫ ‘enxame,
espécie p 114 ziguezagueante’,‫‘ ְב ֵּהמָה‬gado’, ‫‘ ִרמָה‬vermes’. Um coletivo humano é ‫טַּף‬
‘crianças’. Coletivos inanimados incluem ‫‘ ֶֶּ֫רכֶב‬carruagem’, ‫מעָה‬ְ ִ‫‘ ד‬lágrimas’, ‫‘ צִיצִת‬borlas,
franjas’.

d Os coletivos não-convencionais são freqüentemente humanos, por exemplo, ‫ נֶפֶש‬em


Gênesis 12.5.

5. ‫ַּל־איש וְַאל־‬
֑ ִ ‫שּפ‬
ְ ִ ‫שח ָאדָ ם ַּוּי‬
ַּ ִ ‫ ַּוּי‬Com isso, o gênero humano se
‫תִ שָא ָלהֶם‬abate, e os homens se aviltam;
portanto, não lhes perdoarás.

Is 2.9

6. ‫מַּה־נַּ ֲעשֶה לַּנֹותָ ִרים ְלנ ִ ָ֑שים כִי־‬Como obteremos mulheres para
ְ ִ‫נ‬os restantes ainda, pois foram
‫ש ְמדָ ה ִמ ִבנְיָמִן ִאשָה׃‬
exterminadas as mulheres dos
benjamitas?

Jz 21.16

7. ‫ ַּט ְּפכֶם נְשֵּיכֶם ְוג ְֵּרָך‬os


vossos meninos, as vossas
mulheres e o estrangeiro

Dt 29.11

8. ‫וַּ ָֽיְהִי־לִי שֹור ַּוחֲמֹור צ ֹאן ְו ֶֶּ֫עבֶד‬Tenho bois, jumentos,

ִ ‫ ְו‬rebanhos, servos e servas.


‫שפ ָ ְ֑חה‬
Gn 32.5
Casos não-humanos incluem ‫( ֶֶּ֫אבֶן‬em Jó 28.3) e ‫( עֵּץ‬em Gn 3.8).

7.2.2 Classes Nominais

a Como o português, o hebraico pode usar o artigo com um substantivo singular para
indicar uma classe particular ou grupo; cf. ‘O leão é o rei dos animais’. Tal substantivo singular
tem um vasto referente, cada membro do grupo. O hebraico pode usar o singular com este
significado mesmo sem o artigo, especialmente em poesia. Este uso do singular é encontrado
em enumerações, após ‫ כ ֹל‬e outros termos de quantidade, com nomes gentílicos e varias
expressões.

b Em enumerações os substantivos singulares seguem o numeral.

1. ‫שנַּי ִם ֶֶּ֫מלְֶך‬
ְ ‫ּושְלשִים ּו‬32 reis
1Rs 20.1

2. ‫ ֶֶּ֫אלֶף ֶֶּ֫גפֶן‬1.000 vinhas


Is 7.23

3. ‫שת ֲא ָלפִים ָמ ָ ֑של‬


ֶ ‫ש ְֶּ֫ל‬3.000 provérbios
1Rs 5.12

4. ‫שתֵּ ים ֶעש ְֵּרה ַּמ ֵּצבָה‬


ְ ‫ּו‬12 colunas
Êx 24.4

5. ‫ַארבַּע מֵּאֹות נַּע ֲָרה בְתּו ָָ֔לה‬


ְ 400 moças
Jz 21.12

6. ‫שמֹנֶה מֵּאֹות ָחלָל‬


ְ 800 feridos
2Sm 23.8
p 115 O substantivo de grupo também é freqüente com ‫כ ֹל‬, “tudo, todo”.
7. ‫ְכּורָך‬
ְ ‫כָל־ז‬Todo homem
Êx 34.23

8. ‫ ַּאתֶ ם נִ ָצבִים הַּּיֹום ֻכ ְלכֶם ִל ְפנֵּי‬Vós estais, hoje, todos perante


‫ֵּיכֶ֣ם‬
ֶ ‫ֵּיכ֑ם ָראש‬ ֶ ‫יהוה אֱֹלה‬YHWH vosso Deus: os cabeças de
vossas tribos, vossos anciãos e
‫ז ִ ְקנֵּיכֶם וְשֹט ְֵּריכֶם כ ֹל‬ ִ os vossos oficiais, todos os
‫ש ְבטֵּיכֶם‬
(outros) homens de Israel.
‫אִיש יִש ְָראֵּל‬
Dt 29.10

9. ‫ ַּויְצַּו ּפ ְַּרע ֹה ְלכָל־עַּמֹו לֵּאמ ֑ ֹר‬Então, ordenou Faraó a todo o


‫כָל־ ַּהבֵּן ַּהּי ִלֹוד ַּהי ְֶּ֫א ֹ ָרה‬seu povo, dizendo: A todos os
filhos que nascerem aos
‫שלִי ֶֻּ֫כהּו ְוכָל־ ַּהבַּת ְתחַּּיּון׃‬ ְ ַּ‫ת‬hebreus lançareis no Nilo, mas
a todas as filhas deixareis viver.

Êx 1.22

Outros termos de quantidade podem reger um singular.

10. ‫ר ֹב יֹועֵּץ‬Uma multidão de conselheiros


Pv 11.14

Os substantivos gentílicos (5.7c) são convencionalmente representados no singular (veja nove


exemplos em Gn 15.19–21).

11. ‫שבֶט‬
ֵּ ֶּ֫ ‫ ְולָראּו ֵּבנִי ְו ַּלגָדִ י ְו ַּל ֲחצִי‬Falou Josué aos rubenitas, e aos
‫ש ַּע‬ֶ ‫ ַּה ְמנ ֶ ַּ֑שה ָא ַּמר י ְהֹו‬gaditas, e à meia tribo de
Manassés, dizendo:

Js 1.12

O substantivo singular de classe é encontrado, também, numa variedade de outras expressões.


12. ‫רֹעֵּה צ ֹאן ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬Teus servos são pastores.
Gn 47.3

13. ‫ ָכשַּל כ ֹ ַּח ַּה ַּסבָל ְו ֶה ָעפָר ה ְַּר ֵּ ֑בה‬Oscarregadores já estão


cansados, e ainda há muito
entulho.

Ne 4.4

14. ‫כִי־גָ ַּמר ח ִ ָ֑סיד‬Porque já não há homens


piedosos.

Sl 12.2

Estas orações são análogas às afirmações genéricas em português.

7.2.3 Repetição

a Substantivos singulares podem ser repetidos dentro de uma curta extensão para uma
variedade de propósitos: para expressar distribuição, diversidade ou ênfase. A referência geral
a tais tipos de expressões é plural, embora o português não use o plural para frases
comparativas.

b Um singular pode ser repetido para um sentido distributivo, seja assindeticamente (## 1–
2) ou sindeticamente com ‫( ו‬## 3–5) ou com uma preposição (## 6–8); nesses tipos de p 116
frases os membros componentes do agregado são escolhidos. Tais construções podem ser
representadas em português com ‘cada’ ou ‘todo’. Com palavras temporais uma repetição
distributiva escolhe os membros diacronicamente (cf. 15.6).

1. ‫שנָה׃‬
ָ ‫שנָה‬
ָ ano após ano
Dt 14.22

2. ‫ ַּויְהִי כְדַּ ב ְָרּה אֶל־יֹוסֵּף יֹום י֑ ֹום‬Ela falou a José dia após dia
(ou, todos os dias).

Gn 39.10
3. ‫דֹור־וָדֹור‬todas as gerações
Dt 32.7

4. ‫ ַּלעֲשֹות כ ְִרצֹון אִיש־ ָואִיש׃‬de acordo com o desejo de


cada homem.

Et 1.8

5. ‫יֹום וָיֹום‬dia após dia


Et 3.4

6. ‫שנָה‬
ָ ‫שנָה ְב‬
ָ ano após ano
Dt 15.20

7. ‫ב ֶַּּ֫ב ֹקֶר ב ֶַּּ֫ב ֹקֶר‬Cada


manhã (manhã após
manhã)

Ex 16.21

8. ‫ ְול ֶַּּ֫ב ֹקֶר ל ֶַּּ֫ב ֹקֶר‬Todas as manhãs


1Cr 9.27

c Um substantivo singular pode ser repetido sindeticamente para formar uma oração
indicando diversidade.

9. ‫ֹלא־י ִ ְהי ֶה לְָך ְככִיסְָך ֶֶּ֫אבֶן ו ֶּ֫ ָ ָ֑אבֶן‬Na tua bolsa, não terás pesos
‫גְדֹולָה ּו ְק ַּטנָה׃‬diversos, um grande e um
pequeno

Dt 25.13

10. ‫ ְבלֵּב ָולֵּב י ְדַּ ֵֶּּ֫ברּו׃‬Eles


falam com um coração
dúplice (i.e., com engano).
Sl 12.3

11. ‫ ְו ַּלעֲד ֹר בְֹלא־לֵּב ָולֵּב׃‬Ajudar sem coração dobre.


1Cr 12.34

Expressões semelhantes podem ser usadas para ênfase (cf. 7.4.1).

12. ‫זָהָב זָהָב … ֶֶּ֫כסֶף ֶּ֫ ָ ֑כסֶף‬ouro puro… prata pura.


2Rs 25.15

13. ‫בַּדֶֶּ֫ ֶרְך ַּב ֶֶּ֫ד ֶרְך א ֵֵּּלְ֑ך‬Permanecerei


constantemente
na estrada principal.

Dt 2.27

A expressão de uso corrente ‫מעָט‬


ְ ‫‘ ְמעַּט‬pouco a pouco’ é similar (veja Êx 23.30, Dt 7.22).

p 117 7.3 Dual

a O hebraico, como outras línguas (p. ex., grego clássico, sânscrito e certas línguas eslavas),
possui o dual morfológico, usado principalmente para fazer referência a dois objetos
emparelhados. Nem todas as formas duais têm uma referência dual; algumas servem como
formas plurais. O equivalente português mais próximo ao dual hebraico é provido por
expressões como ‘um par de’ (p. ex., ‘um par de meias’) ou ‘ambos’ (p. ex., ‘ambas as mãos’).
Da mesma forma que estes equivalentes em língua portuguesa, o dual hebraico é usado para
referir-se a certos objetos que ocorrem em pares (p. ex., ‘um par de tacos’, ‘um par de
brincos’) e mesmo para referir-se a objetos que são de fato singulares (p. ex., ‘um par de calças
compridas’, ‘um par de óculos’, etc.). O hebraico, também, usa o dual para referir-se a
fenômenos distintos daqueles comparativamente marcados em outras línguas. Os usos do dual
podem ser analisados de acordo com os referentes dos termos: pares naturais e conjunto de
expressões de tempo e medida. Poucas palavras morfologicamente duais deixam de exibir
traços semânticos ou sintáticos do dual.

b Pares naturais no dual geralmente envolvem partes em pares do corpo humano ou


animal, ainda que nem todas elas ocorram no dual.

1. ‫ָאז ְ ֶַּּ֫ני ִם‬2 ouvidos


2. ‫י ָדֶַּּ֫ י ִם‬2 mãos

3. ‫ ְכנָ ֶַּּ֫פי ִם‬2 asas

4. ‫ ַּכ ֶַּּּ֫פי ִם‬2 palmas

5. ‫ ְל ָח ֶַּּ֫יי ִם‬2 bochechas

6. ‫ ָמתְ ֶַּּ֫ני ִם‬lombos

7. ‫עֵּי ֶַּּ֫ני ִם‬2 olhos

8. ‫ק ְָר ֶַּּ֫ני ִם‬, ‫ק ְַּר ֶַּּ֫ני ִם‬2 chifres

9. ‫ ַּרגְ ֶַּּ֫לי ִם‬2 pés

10. ‫שפָתֶַּּ֫ י ִם‬


ְ 2 lábios

Outros objetos que ocorrem em pares, associados com partes emparelhadas do corpo, podem
ser referidos com o dual, por exemplo, ‫ע ֶַּּ֫לי ִם‬
ֲ ַּ‫(‘ נ‬um par de) sandálias’. O plural de uma palavra
que forma um par natural dual é, muitas vezes, o dual morfológico.

11. ‫ ְוכָל־ב ְִר ֶַּּ֫כי ִם‬Todo joelho


Ez 7.17, 21.12

12. ‫כָל־י ָדֶַּּ֫ י ִם‬Toda mão


Is 13.7, Ez 21.12

13. ‫שֵּש ְכנָ ֶַּּ֫פי ִם‬Seis asas


Is 6.2

14. ‫ש ְבעָה ע ֶּ֑֫ ֵַּּני ִם‬


ִ Seteolhos (viz. Facetas
esculpidas)

Zc 3.9

Como o último exemplo mostra, o sentido metafórico de um par natural pode ser pluralizado
com o dual. Com freqüência, porém, tal uso metafórico mostrará um plural morfológico
regular.

p 118 15. ‫י ָדֶַּּ֫ י ִם‬2 mãos ‫י ָדֹות‬manivelas

16. ‫ ַּכ ֶַּּּ֫פי ִם‬2 palmas ‫כַּּפֹות‬solas; panelas

17. ‫עֵּי ֶַּּ֫ני ִם‬2 olhos ‫ ֲעי ָנ ֹת‬fontes

18. ‫ק ְַּר ֶַּּ֫ני ִם‬2 chifres ‫ק ְָרנֹות‬chifres


(de um animal) (de um altar)

19. ‫ ַּרגְ ֶַּּ֫לי ִם‬2 pés ‫ ְרגָלִים‬tempos

c A forma dual de certas unidades de medida e de tempo contáveis ocorre; os substantivos


relevantes apresentam na maioria dos casos um paradigma singular-dual-plural completo.

20. ‫ַּאמָה‬ ‫ ַּא ָמתֶַּּ֫ י ִם‬2 côvados ‫ַּאמֹות‬


21. ‫יֹום‬ ‫ּיֹו ֶַּּ֫מי ִם‬2 dias ‫יָמִים‬

22. ‫מֵָּאה‬ ‫מָאתַּ י ִם‬200 ‫מֵּאֹות‬

23. ‫ַּּפעַּם‬ ‫ ַּּפ ֲע ֶַּּ֫מי ִם‬duas vezes ‫ְּפ ָעמִים‬

24. ‫שנָה‬
ָ ‫שנָתֶַּּ֫ י ִם‬
ְ 2 anos ‫שנִים‬
ָ

d Por razões históricas complexas, poucos substantivos possuem morfologia dual, mas não
se comportam de modo algum como duais. Os dois mais comuns são plurais: ‫‘ ֶַּּ֫מי ִם‬água’ e
‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬
ָ ‘céus’; ambas as palavras têm raízes finais fracas (‫מי‬, ‫)שמי‬, e suas formas plurais
coincidem com o dual usual. A alguns outros termos têm sido atribuídas etimologias ‘duais’
fantasiosas: ‫שתֶַּּ֫ י ִם‬ ְ ‫(‘ נְ ֻח‬duplos?) grilhões de bronze’, ‫‘ ָצה ֳֶַּּ֫רי ִם‬meio-dia (hora da dupla
sombra?)’, ‫‘ ע ְַּר ֶַּּ֫בי ִם‬noite (tempo entre o dia e a noite?) e ‫מצ ְֶַּּ֫רי ִם‬
ִ ‘Egito (composto de alto e
baixo Egito)’. Um punhado de topônimos possui formas duais de significação nada óbvia:
‫ֶאפ ְֶַּּ֫ריִם‬ ‫ק ְִרי ָתֶַּּ֫ יִם‬
‘Efraim’, ‘Quiriataim’ e a Qere de ‘Jerusalém’, ‫י ְרּושָ ֶַּּ֫ליִם‬ (a Kethiv é
aparentemente ‫שלֵּם‬ָ ‫)י ְרּו‬.

7.4 Plural

a Considerando que o inglês em grande parte restringe seu uso do plural para enumerar os
contáveis, o plural hebraico é usado com muitos significados diferentes. Ele possui uma
variedade de usos básicos, principalmente com substantivos contáveis e coletivos, e um
conjunto especial de sentidos com substantivos abstratos. Os plurais honoríficos são
importantes por razões teológicas e literárias.

b Alguns pontos de morfologia são dignos de nota. A terminação plural padrão -îm tem
dominado muitas das ocorrências do mem enclítico (veja 9.8); assim, alguns casos nos quais
uma forma plural parece difícil podem, na verdade, estar errados. A terminação plural
hebraica -îm (também encontrada no fenício) raramente é substituída por -în (padrão no
aramaico e no moabita). Isto ocorre em muitas passagens poéticas, como também nos livros
posteriores, por exemplo, ‫אח ִֵּרין‬
ֲ ‘outro’ (Jó 31.10), ‫‘ ִאּי ִן‬ilhas’ (Ez 26.18), ‫‘ ִחטִין‬trigo’ (Ez 4.9),
‫‘ ַּחּיִין‬vida’ (Jó 24.22), ‫‘ יָמִין‬dias’ (Dn 12.13), ‫‘ מִדִ ין‬vestes’ (Jz 5.10), ‫‘ ִמלִין‬palavras’ (Jó 4.2),
‫‘ ְמ ָלכִין‬reis’ (Pv 31.3), ‫‘ ִעּי ִין‬pedregulho’ (Mq 3.12), ‫‘ צִדֹנִין‬Sidônios’ (1Rs 11.33), ‫ָרצִין‬
‘corredores’ (2Rs 11.13), ‫ממִין‬ ֵּ ‫‘ שֹו‬desolado’ (Lm 1.4). As terminações plurais são quase
sempre externas à forma singular, mas há alguns sinais do uso de mudanças na base para
formar plurais, como nas outras línguas semíticas. Estas incluem: (1) o alongamento-base da
sílaba -ōh- encontrado no plural de substantivos biradicais (sing. ‫‘ אֵּל‬deus’, pl. ‫ ;אֱֹלהִים‬a rara
alternativa singular, ‫אֱֹל ַּּה‬, é provavelmente p 119 uma formação secundária; sing. ‫ָאמָה‬
‘serva’, pl. ‫( ;) ֲאמָה ֹת‬2) talvez uma base variante nos plurais de substantivos segolados (sing.
‫‘ ֶֶּ֫מלְֶך‬rei’, pl. ‫ ;) ְמ ָלכִים‬e (3) as geminações plurais de substantivos de raízes geminadas (‫הַּר‬
‘monte’, pl. regular ‫ה ִָרים‬, ‫ה ֵָּרי‬, geminação pl. ‫ה ֲַּר ֵּרי‬, apenas em poesia; ‫‘ הֵּץ‬seta’, pl. ‫הצִים‬ ִ ,
mas ‫צ ֶֶּ֫ציָך‬ ָ ‫‘ ח ֹק ; ֲח‬decreto’, pl. ‫ ֻח ִקים‬, mas ‫‘ עַּם ; ִח ֲקקֵּי‬povo’, pl. ‫ ַּעמִים‬, ‫ ַּעמֵּי‬, mas também
‫ ֲע ָממִים‬, ‫ ; ַּע ְממֵּי‬dois substantivos raros mostram apenas geminações plurais: ‫‘ צֵּל‬sombra’
produz ‫ללִים‬ ָ ‫ ְצ‬e ‫‘ תְֹך‬dano’ produz ‫)תְ ָככִים‬.

7.4.1 Contáveis, Coletivos e Extensões

a O uso mais comum do plural é para referir-se a mais de um ou dois de um substantivo


contável.

1. ‫כְדָ ְרל ֶָּ֫ע ֹמֶר ְו ַּה ְמ ָלכִים ֲאשֶר ִאתֹו‬Quedorlaomer e os reis que
estavam com ele

Gn 14.5

2. ‫הָיּו ש ֶֶָּ֫רי ָה ְכ ַּאּיָלִים‬seus


príncipes ficaram sendo
como corços

Lm 1.6

3. ‫ ְואֵּת כָל־קִירֹות ַּה ֶַּּ֫בי ִת ֵּמסַּב‬Todas as paredes, tanto no mais


‫ ָקלַּע ּפִתּוחֵּי ִמ ְקלְעֹות כְרּובִים‬interior da casa como no seu
exterior, lavrou, ao redor,
‫ְטּורי צ ִ ִ֑צים‬ֵּ ‫וְתִ מ ֹר ֹת ּופ‬entalhes de querubins,
palmeiras e flores abertas.

1Rs 6.29

Esses plurais podem ser repetidos por ênfase (cf. 7.2.3c).

4. ‫ ַּוּי ִ ְצבְרּו א ֹתָ ם ֳח ָמ ִרם ֳחמ ִָר ֑ם‬Ajuntaram-nas em montões e


montões
Êx 8.10

5. ‫עָשה ַּה ֶַּּ֫נחַּל ַּהז ֶה ֵּגבִים ֵּגבִים׃‬Farei,


deste vale árido (wadi),
cisternas.

2Rs 3.16

6. ‫הֲמֹונִים הֲמֹונִים ְב ֵֶּּ֫עמֶק ֶהחָרּו֑ ץ‬Multidões, multidões no vale da


Decisão!

Jl 3.14

b O plural de um substantivo coletivo singular pode indicar composição, isto é, que a


coletividade foi decomposta (cf. 6.3.2f). Assim, para os seguintes nomes de vegetais o singular
refere-se ao produto em seu estado natural, ao passo que o plural refere-se ao material
ajuntado, medido, cozinhado ou cozido. (Com base na teoria de que vegetais são para comer-
se, etc., isto é às vezes chamado de plural de resultado.)

7. ‫ִחטָה‬ ‫ ִחטִים‬trigo

8. ‫ֻכ ֶֶּ֫ס ֶמת‬ ‫ ֻכ ְסמִים‬espelta

9. ‫ֵֶּּּ֫פשֶת‬ ‫שתִ ים‬


ְ ‫ ִּפ‬linho

10. ‫שְע ָֹרה‬ ‫שְע ִֹרים‬cevada

p 120 11. ‫בִימֵּי ְקצִיר־ ִחטִים‬nos dias da ceifa do trigo


Gn 30.14

Geralmente o sangue humano em seu estado natural é chamado ‫;דָ ם‬ depois que ele foi
derramado, a forma plural é usada.
12. ‫קֹול דְ מֵּי ָא ִֶּ֫חיָך צ ֹ ֲעקִים ֵּאלַּי‬O sangue de teu irmão clama a
mim.

Gn 4.10

O sangue animal é sempre grafado no singular.

c Plurais de extensão indicam que o referente do substantivo é inerentemente amplo ou


complexo; a qualidade plural é o resultado não de uma multiplicidade contável, mas de uma
multiplicidade que, no entanto, é percebida como real. O plural pode ser variável; a palavra
portuguesa ‘água’ designa a maioria das quantidades desde as menores até às maiores, mas
aquelas quantidades verdadeiramente enormes tomam o plural ‘as águas dos Grandes Lagos’
(de Foz do Iguaçu). Muitos plurais de extensão são invariáveis; alguns exemplos da língua
portuguesa referem-se a partes do corpo, literal (‘intestinos’) ou metafórico (‘cérebros,
inteligências, olhares’), enquanto outros se referem a entidades não-animadas complexas
(‘cinzas, conteúdos, sedimentos, degraus’) e alguns abstratos (‘agradecimentos, indenizações,
patrocínios’). Em hebraico algumas partes do corpo são sempre plurais, por exemplo, ‫ָּפנִים‬
‘face’ e ‫ֲחֹורים‬
ִ ‫‘ א‬costas’; ‫ָארים‬
ִ ‫‘ ַּצּו‬pescoço’ é muito mais comum do que o singular. Também
pluralia tantum são duas palavras referindo-se a áreas ao redor de uma pessoa enquanto esta
se reclina, ‫‘ מ ְַּראֲשֹות‬área ao redor da cabeça’ e ‫מ ְרגְלֹות‬
ַּ ‘área ao redor dos pés’.
13. ‫ו ְָר ִֶּ֫איתָ ֶאת־אֲח ָ ֹ֑רי ּו ָפנַּי ֹלא‬Tu me verás pelas costas; mas a
‫י ֵָּראּו׃‬minha face não se verá.
Êx 33.23

d Do mesmo modo como o português contrasta ‘água : águas’, assim também o hebraico
contrasta‫(‘ י ָם‬um) mar’ e ‫‘ יַּמִים‬mar(es), superfície do mar, etc.’; o termo relativo ‫ַּמ ֲע ַּמקִים‬
‘profundezas’ é sempre plural. Uma região que atravessa um limite ou corpo de água é ‫ ֵֶּּ֫עבֶר‬,
enquanto que ‫עב ְֵּרי נָהָר‬
ֶ (Is 7.20) é a ‘região do outro lado do (Grande) Rio’, Trans-Eufrates.
Este paradigma não deve ser procurado em todos os lugares; tanto ‫ מ ְֶרחָק‬como ‫חקִים‬ ַּ ‫מ ְַּר‬
referem-se a ‘distância’.

e Substantivos complexos inanimados são referidos às vezes como formas plurais, por
exemplo, ‫ א ֹ ָהלִים‬significa ‘habitação, acampamento’ (bem como ‘tendas’), como acontece
com ‫כנ ִים‬
ָ‫ש‬ְ ‫ ִמ‬e com ‫שכָנֹות‬ ְ ‫ ; ִמ‬as formas singulares de ambas tendem a ser reservadas para
um sentido religioso especial, a saber, ‫ ֶּ֫א ֹהֶל‬para a Tenda (da Congregação) e ‫שכָן‬ְ ‫ ִמ‬para o
Tabernáculo. Compare também ‫כבִים‬ ָ‫ש‬
ְ ‫ ִמ‬para ‘cama’, ao lado de ‫שכָב‬ ְ ‫‘ ִמ‬cama’ (mas
também ‘o ato de deitar’).
7.4.2 Abstratos e Semelhantes

a Um substantivo abstrato é freqüentemente expresso por um plural, que pode ter


significado originalmente manifestações concretas diversas de uma qualidade ou de um
estado. Estes plurais são construídos freqüentemente com os paradigmas qātūl e qittûl (veja
5.3d, 5.4). O singular de plurais abstratos é raramente atestado. Tais plurais podem referir-se a
qualidades.

p 121 1. ‫אִיש ְמדַּ בֵּר תַּ ְהּפֻכֹות‬homem cuja fala é perversa (lit.,
homem que diz coisas
perversas)

Pv 2.12

2. ‫אִיש ֱאמּונֹות ַּרב־ב ְָר ֑כֹות‬Um homem fiel será ricamente


abençoado.

Pv 28.20

3. ‫כִי ֹלא עַּם־בִינֹות הּוא‬Porque este é um povo sem


entendimento.

Is 27.11

b Outros substantivos abstratos especificando qualidades incluem ‫‘ אֹונִים‬força’ (Is 40.26),


‫‘ ַּבטֻחֹות‬segurança’ (Jó 12.6), ‫‘ ִמ ְב ַּטחִים‬segurança’ (Is 32.18, Jr 2.37; sing. freqüente), ‫הַּּוֹות‬
‘mal, destruição’ (Sl 5.10), ‫‘ חֲמּודֹות‬excelência’ (Dn 9.23), ‫חמַּדִ ים‬ ֲ ‫‘ ַּמ‬desejável’ (Ct 5.16),
‫‘ ח ֲָרפֹות‬vergonha’ (Dn 12.2), ‫‘ דֵּ עֹות‬conhecimento’ (1Sm 2.3, Jó 36.4; sing. ‫ דֵּ עָה‬quatro
vezes), ‫‘ י ְשּוע ֹת‬salvação’ (Is 26.18; Sl 18.51, 28.8, 42.6, 44.5; sing. freqüente), ‫מֵּיש ִָרים‬
‘justiça’ (Is 33.15), ‫ממְר ִֹרים‬
ַּ ‘amargura’ (Jó 9.18), ‫‘ ַּמ ְמתַּ קִים‬doçura’ (Ct 5.16), ‫שעִים‬ ֻ ‫ש ֲע‬
ַּ
‘delícias’ (Pv 8.30).

Substantivos abstratos podem também se referir a estados ou condições.

4. ‫ש ֵּרת משֶה‬
ָ ‫ש ַּע בִן־נּון ְמ‬
ֻ ‫י ְהֹו‬Josué, filho de Num, ajudante
‫ ִמ ְבח ָֻריו‬de Moisés desde a sua
juventude.

Nm 11.28
5. ‫וְהּוא ִאשָה ִבבְתּו ֶֶּ֫לי ָה י ִ ָקח׃‬Ele só poderá casar-se com uma
virgem.

Lv 21.13

6. ‫בֶן־ז ְ ֻקנִים הּוא ֑לֹו‬porque era filho da sua velhice


Gn 37.3

Outros substantivos de estado incluem ‫‘ כְלּוֹלת‬compromisso’ (Jr 2.2), ‫ְעּורים‬


ִ ‫‘ נ‬juventude’ (Is
54.6), ‫‘ ַּסנְו ִֵּרים‬cegueira’ (Gn 19.11), ‫‘ עֲלּומִים‬juventude’ (Sl 89.46), ‫ש ֻכלִים‬
ִ ‘desfiliação’ (Is
49.20).

c Uma série repetida de ações ou um comportamento habitual pode ser designado por um
plural e esse termo pode ter um sentido abstrato: o ‫תַּ נ ְחּומִים‬ ‫( כֹוס‬Jr 16.7) é ‘um cálice’ não
de atos repetidos de conforto, mas ‘um cálice de consolação’, um cálice que dá ‘consolação’ ao
ser bebido.

7. ‫קַּח־לְָך ֵֶּּ֫אשֶת ז ְנּונִים‬toma uma mulher de


prostituições

Os 1.2

8. ‫שנַּת‬
ְ ‫כִי יֹום נָ ָקם לַּיהו֑ ה‬Porque YHWH tem um dia da

‫שִלּומִים ל ְִריב צִּיֹון׃‬vingança, um ano de


retribuições pela causa de Sião.

Is 34.8

Outros substantivos abstratos baseados em ações incluem ‫‘ ָא ֳהבִים‬fornicação’, ‫חֲנּוטִים‬


‘embalsamamento’, ‫כּפ ִֻרים‬
ִ ‘expiação’, ‫‘ ִמ ֻלאִים‬instalação’, ‫‘ ּפִתּוחִים‬gravura’.

p 122 7.4.3 Honoríficos e Semelhantes

a Relacionado aos plurais de extensão e de referência abstrata está um grupo de plurais


intensivos. Neste uso (às vezes chamado de pluralis majestatis) o referente é um singular
individual, que é, todavia, tão completamente caracterizado pelas qualidades do substantivo
que um plural é usado. Dois dos grandes monstros na Bíblia são designados com plurais
intensivos.
1. ‫ש ֶַּּ֫ב ְרתָ ָראשֵּי תַּ נִינִים עַּל־‬
ִ Tu esmagaste sobre as águas a
‫ ַּה ֶָּ֫מי ִם׃‬cabeça dos monstros marinhos.

‫ ַּאתָ ה ִר ַּצצְתָ ָראשֵּי ִל ְוי ָ ָ֑תן‬Tuespedaçaste as cabeças do


Leviatã.

‫תִ תְ ֶֶּ֫ננּו ַּמ ֲאכָל ְלעַּם ְל ִצּי ִים׃‬Tu


o deste por alimento aos
povos, às (?) bestas.

Sl 74.13–14

2. … ‫ ִהנֵּה־נָא ְבהֵּמֹות‬Contempla agora Behemoth…

… ‫ ִהנֵּה־נָא כ ֹחֹו ְב ָמתְ נָיו‬Eis que sua força está nos seus
lombos…

‫ֵּי־אל‬
֑ ֵּ ‫הּוא ֵּראשִית דַּ ְרכ‬Ele é obra-prima dos caminhos
(?) de Deus

Jó 40.15,16,19

Relacionado a esta intensificação está um tipo de generalização pela qual uma espécie inteira
de animais é designada por uma forma plural.

3. ‫ ְועַּל־ ֶַּּ֫עי ִר בֶן־ ֲאת ֹנֹות׃‬sobre um jumento, um


jumentinho, cria de jumenta.

Zc 9.9

4. ‫דֹומֶה דֹודִ י ִל ְצבִי א ֹו ל ְֶּ֫ע ֹפֶר‬O meu amado é semelhante ao


‫ ָה ַּאּי ִָל֑ים‬gamo ou ao filho da gazela.
Ct 2.9
b Estes usos animais são obscurecidos por plurais similares usados em referência ou em
direção a seres humanos ou a Deus, os usos honoríficos. A maioria dos plurais honoríficos na
Bíblia envolve o Deus de Israel e o mais comum destes é ‫אֱֹלהִים‬, usado cerca de 2.500 vezes.
Quando usado para referir-se ao Deus de Israel, este termo usualmente concorda no singular
(‫צָדִ יק‬
‫‘ אֱֹלהִים‬um Deus justo’, Sl 7.10); Quando usado para referir-se a vários deuses, ele
concorda no plural (‫‘ אֱֹלהִים אֲ ח ִֵּרים‬outros deuses’, Êx 20.3; cf. Êx 12.12).

5. ‫וַּּי ֹאמֶר ֵּאלָיו ָהאֱֹלהִים ַּבחֲֹלם גַּם‬Respondeu-lhe Deus num


‫ָאנֹכִי י ָדֶַּּ֫ עְתִ י‬sonho: Sim, eu sei.
Gn 20.6

Outros plurais honoríficos usados para o Deus de Israel incluem ‫‘ קְדֹושִים‬Santo’ e ‫אֲדֹנִים‬
‘Senhor’.

p 123 6. ‫וְדֶַּּ֫ עַּת קְדֹשִים בִינָה׃‬Oconhecimento do Santo é


entendimento.

Pv 9.10

7. ‫יהרה … הּוא אֱֹלהֵּי הָ ָֽאֱֹלהִים‬YHWH … é o Deus dos deuses e o


‫ ַּו ֲאדֹנֵּי ָה ֲאד ֹ ִנ֑ים‬Senhor dos senhores
Dt 10.17

8. ‫יהוה ֲאד ֵֶֹּּ֫נינּו‬YHWH … é nosso Senhor.


Sl 8.2,10

9. ‫הֹודּו ַּל ֲאדֹנֵּי ָה ֲאד ֹ ִנ֑ים‬Rendei


graças ao Senhor dos
senhores.

Sl 136.3

O singular ‫ ָאדֹון‬é usado para referir-se a Deus somente na frase ‫ה ֶָּ֫א ֶרץ‬
ָ ‫כָל־‬ ‫( ָאדֹון‬Js 3.11, 13,
etc.).
c Seres humanos podem ser referidos com plurais honoríficos, principalmente ‫ְב ָעלִים‬
‘Senhor’ (não ‘marido’) e ‫אֲדֹנִים‬ ‘senhor’. Estes plurais ocorrem geralmente com sufixos,
sendo o primeiro apenas com sufixos de terceira pessoa do singular.

10. ‫י ָדַּ ע שֹור ק ֵֶֹּּ֫נהּו ַּוחֲמֹור אֵּבּוס‬O boi conhece o seu possuidor,
‫ ְב ָעלָי֑ ו‬e o jumento, a manjedoura de
seu dono.

Is 1.3

11. ‫הַּ ָֽ ָח ְכמָה תְ ַּחּי ֶה ְב ָע ֶֶּ֫ליהָ׃‬A sabedoria preserva a vida do


seu possuidor.

Ec 7.12

12. ‫ ֲאד ֵֶֹּּ֫נינּו ַּה ֶֶּ֫מלְֶך־ ָדוִד ִה ְמ ִליְך ֶאת־‬Nosso senhor, o rei Davi,
‫שְֹלמ ֹה׃‬constituiu rei a Salomão.
1Rs 1.43

d Um uso relacionado ao plural honorífico envolve particípios usados para referir-se a


Deus (## 13–15) ou a seres humanos (## 16–17). Estas referências divinas mostram
preferência com o verbo ‫( עשה‬veja # 13 abaixo e Is 22.11; 54.5; Sl 149.2).

13. ‫ ַּאּי ֵּה אֱלֹו ַּּה ע ָ ֹ֑שי‬Onde está Deus meu Criador?
Jó 35.10

14. ‫יהוה לִי בְעֹז ָ ְ֑רי‬YHWH está comigo como meu


Ajudador.

Sl 118.7

15. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם וְנֹוטֵּיהֶם‬


ָ ‫בֹורא ַּה‬
ֵּ Ele
que criou os céus e os
estendeu

Is 42.5
16. ‫שבֶט ְו ֶאת־מ ְִרימָיו‬
ֵּ ֶּ֫ ‫ ְכ ָהנִיף‬como
se a vara brandisse os
que a levantam

Is 10.15

17. ֑‫ ְו ַּאתְ ָהי ִיתְ בְעֹכ ְָרי‬Tu és minha perturbadora.


Jz 11.35

e A palavra‫‘ ָאדֹון‬senhor’ pode ser usada no singular ou no plural para referir-se a um


senhor divino ou humano; como outros termos honoríficos, ‫ ָאדֹון‬pode ser usado com um
sufixo pronominal de primeira pessoa, ‫אֲדֹנ ִי‬, plural ‫אֲדֹנ ַּי‬. Como pode esta última forma estar
relacionada à forma similar ‫אֲדֹנ ָי‬, usada mais de 400 vezes com referência ao p 124 Deus de
Israel? O que é a terminação – āy? O debate tem sido considerável. Alguns eruditos pensam
que o título é uma forma sufixada de primeira pessoa do singular do substantivo plural ‫;אֲדֹנ ִים‬
como tal, a forma é um honorífico plural, um plural de majestade significando ‘meu Senhor’.
Esta interpretação faz excelente sentido em passagens nas quais os servos e adoradores de
YHWH dirigem-se a ele. Ela, também, encontra apoio pelo fato de que as formas sufixadas de

primeira pessoa, tanto do singular como do plural (‫אֲדֹנ ִי‬, ‫)אֲדֹנַּי‬, são usadas somente com
referência a pessoas (cf. Gn 23.6; 19.2). Outros defendem que o –āy é um aformativo
substantival que denota ênfase pelo reforço da raiz e o termo significa ‘Senhor por excelência,
Senhor de tudo’. Diversos argumentos apóiam esta opinião. ‫ אֲדֹנָי‬ocorre em passagens nas
quais Deus fala de si mesmo e onde adequadamente a referência a ‘meu Senhor’ é improvável
(p. ex., Ez 13.9; 23.49; Jó 28.28). O termo também ocorre em passagens nas quais o falante
humano é plural, fazendo com que um sufixo singular pareça incongruente (Sl 44.24).

f O sentido ‘Senhor de tudo’ encaixa-se em todos os textos. Há um dado ugarítico para


apoiar a existência de um –y (= āy?) aformativo, com um sentido enfático ou intensificador. Os
primeiros tradutores bíblicos não verteram o termo com um pronome; a Septuaginta, por
exemplo, tem kyrios ‘senhor’, não kyrios mou ‘meu senhor’. ‫ אֲדֹנ ָי‬parece ser um epíteto divino
quando usado em conjunção com YHWH ou como um paralelo a ele.

18. ‫שבְתְ ָך ָּפ ֶַּּ֫עלְתָ יהו֑ ה‬ִ ‫מָכֹון ְל‬YHWH, tu fizeste um lugar para a
‫ ִמ ְקדָ ש ֲאדֹנָי כֹונְנּו י ָדֶֶּ֫ יָך׃‬tua habitação, um santuário, ó
Senhor, que as tuas mãos
estabeleceram.

Êx 15.17
Concluímos, portanto, que embora ‫ אֲדֹנ ָי‬possa significar ‘meu Senhor’ em algumas passagens
nas quais fala-se com Deus (p. ex., Gn 15.2), mais provavelmente significa ‘Senhor de tudo’ em
todos os outros lugares.

p 125 8
Função Nominativa e Orações sem Verbo
8.1 Caso / Função

8.2 Remanescentes do Sistema de Caso

8.3 Função Nominativa

8.4 Ordem de Palavras em Orações Sem Verbo

4.1 Orações de Identificação

4.2 Orações de Classificação

8.1 Caso / Função

a Os sistemas de flexão ou acidentes numa língua servem para indicar os modos pelos
quais palavras em frases, orações e períodos se relacionam umas com as outras. A flexão
nominal em muitas línguas inclui as categorias de número e gênero e já vimos alguns dos
modos como estas categorias funcionam no léxico e na sintaxe do hebraico bíblico. Outro
sistema de flexão nominal, o caso, é encontrado em línguas correlatas e foi usado em formas
mais primitivas do hebraico bíblico; embora o hebraico bíblico não use casos, este sistema
provê um arcabouço conveniente para o estudo dos substantivos em hebraico.

b Um sistema de casos é um sistema de funções nominais; palavras no mesmo caso têm a


mesma função nominal. Sistemas de casos moderadamente elaborados distinguem cinco ou
seis funções; tais sistemas são encontrados no grego, latim e turco. Algumas linguagens,
notadamente o finlandês, têm sistemas bem mais complexos. O inglês tem um sistema de
casos simples, diferenciando para o substantivo um caso comum (‘tiger’) e um caso genitivo ou
possessivo (‘tiger’s’). Alguns pronomes têm dois casos, mas vários possuem três.

p 126 subjetivo
(nominativo) eu ele ela nós ele o (a) qual

objetivo

(acusativo) me o a nos os quem

possessivo

(genitivo) meu dele dela nosso deles de quem

O sistema de casos do semítico clássico é como o do inglês ao distinguir algumas vezes dois e,
em outras, três casos. Este sistema é encontrado no acádio e no árabe clássico, pois
desapareceu na grande maioria dos dialetos árabes modernos. Existe abundante evidência
para o sistema de casos no semítico noroeste antigo (1.3.1), no ugarítico e nas glosas
cananéias das cartas de Amarna.

c No sistema semítico clássico geralmente há três terminações de casos no singular


(chamados trípticos) e dois no plural e no dual (chamados dípticos).

singular plural dual

nominativo –u –ū –ā

genitivo –i –ī – ay

acusativo –a

Assim, a forma do hebraico primitivo *malk- ‘rei’ (posterior mélek) seria flexionada
aproximadamente desta forma:

singular plural dual


nominativo malku mal(a)kū malkā

genitivo malki mal(a)kī malkay

acusativo malka

Durante os últimos séculos do segundo milênio, o sistema de casos desapareceu. As vogais


breves finais da flexão do caso singular desapareceram e a terminação do genitivo-acusativo
dual e plural (ou oblíquo) associou-se a um –m final, produzindo as terminações do hebraico
clássico, dual –aym > –áyim e plural –īm. Há vários remanescentes do sistema de casos
encontrados na Bíblia, a maioria deles em nomes (8.2).

d O hebraico bíblico é uma língua sem um sistema de casos, embora geralmente seja útil
encarar vários aspectos do seu uso nominal num arcabouço de casos. Numa análise descritiva
formal do hebraico bíblico não podemos falar propriamente de casos. Contudo, de uma
perspectiva histórica, comparativa e sintática, podemos diferenciar três “casos” distintos, isto
é, conjuntos de funções sintáticas de um substantivo: nominativo, genitivo e acusativo. É nesse
último sentido que empregamos os termos “caso” e “função”.

p 127 8.2 Remanescentes do Sistema de Casos

a Alguns resquícios do sistema de casos ainda sobrevivem na Bíblia Hebraica.

b A antiga terminação – ū do nominativo plural pode ser vista no nome de lugar ‫ּפְנּואֵּל‬
‘face de Deus” (Gn 32.32); a forma ultrapassada ‫( ְּפנִיאֵּל‬Gn 32.31) pode conter uma antiga
terminação do genitivo-acusativo plural. Os significados dos nomes semelhantemente na
forma‫( בְתּואֵּל‬Gn 22.22), ‫( לְמּואֵּל‬Pv 31.1) e ‫( נְמּואֵּל‬Nm 26.9) são desconhecidos, como
também são ‫( חֲמּוטַּל‬2Rs 23.31) ~ ‫חמִיטַּל‬
ֲ (2Rs 24.18 Kethiv).
c A antiga terminação genitiva singular é preservada e alongada nas formas sufixadas de
algumas palavras monossilábicas referentes a membros de família: ‫( ָאב‬pai), mas ‫‘ ָא ִֶּ֫ביָך‬teu
pai’; ‫‘ ָאח‬irmão’, mas ‫‘ ָא ִֶּ֫חיָך‬teu irmão’; ‫‘ חָם‬sogro’, mas ‫ה‬
ָ ‫‘ ָח ִֶּ֫מי‬seu (dela) sogro’. ‫ ֲאבִי‬e ‫ֲאחִי‬
também servem como primeiro elemento em nomes pessoais compostos; nesses casos o î
pode ser uma vogal marcadora de caso ou o pronome de pessoa do singular: ‫אבִי ֶֶּ֫מלְֶך‬
ֲ ‘o/meu
pai é rei’ e assim também ‫ ֲאבִינָדָ ב‬, ‫ ֲאחִי ֶֶּ֫מלְֶך‬, ‫ ; ֲאחִי ֶַּּ֫מעַּץ‬cf. ‫‘ ַּמ ְלכִי־ ֶֶּ֫צדֶ ק‬meu rei é justo’ e
‫‘ ַּגב ְִריאֵּל‬o/meu homem é Deus’.
d É possível que a terminação acusativa possa ainda ser vista em algumas formas, por
exemplo, ‫ֶַּּ֫לילָה‬ ‘noite’ e ‫ֶַּּ֫א ְרצָה‬ ‘terra’. Esses provavelmente são os enfraquecidos
remanescentes do sufixo he direcional (10.5). Os gramáticos costumavam derivar esse sufixo
da antiga terminação do acusativo, mas a evidência advinda do ugarítico exclui hoje essa
explicação.

e Um fenômeno obscuro com freqüência associado ao sistema de casos é apresentado


pelos sufixos de conexão (litteræ compaginis), as debatidas e inexplicadas terminações –î e –ô
geralmente encontradas num substantivo no construto (veja 9.2). O segundo destes é muito
raro, mas o ḥireq compaginis ocorre numa variedade de passagens, quase todas poéticas. Se
estas terminações fossem ser tratadas como terminações de casos, o –î seria o genitivo e o –ô
seria acusativo (< a) ou nominativo (< u). Nenhum desses paradigmas emerge dos dados; se
algo pode ser dito, o ḥireq compaginis é mais comum em substantivos servindo como uma
função nominativa e formas similares em Amarna sugerem que o î não é uma terminação
genitiva. O ḥireq ocorre tanto em formas masculinas (## 1–3) quanto em femininas (## 4–6) no
construto.

1. ‫ ְבנִי ֲאת ֹנ֑ ֹו‬O potro do asno dele.


Gn 49.11

p 128 2. ‫עֹזְבִי הַּצ ֹאן‬que abandona o rebanho


Zc 11.17

3. ‫ש ֹ ְכנִי ס ְֶנ֑ה‬o habitante na sarça


Dt 33.16

4. ‫גְנֻ ָֽבְתִ י יֹום ּוגְנֻ ָֽב ִ ְִ֖תי ֶּ֫לָ ָֽיְלָה׃‬que


fosse roubado de dia ou
roubado de noite

Gn 31.39

5. .‫עַּל־דִ ב ְָרתִ י ַּמ ְלכִי־ ֶֶּ֫צדֶ ק׃‬segundo a ordem de


Melquisedeque

Sl 110.4

6. ‫שּפָט‬
ְ ‫ ְמ ֵּל ֲאתִ י ִמ‬ela, que estava cheia de justiça
Is 1.21

A terminação, também, ocorre antes de frases intimamente ligadas, preposicionais (## 7–10) e
adverbiais (# 11).

7. ‫נֶ ְאדָ ִרי ב ַּ֑כ ֹ ַּח‬gloriosa em poder


Êx 15.6

8. ‫ ַּר ֶָּ֫בתִ י בַּגֹוי ִם‬Ela


que foi grande entre as
nações

Lm 1.1

9. ‫ש ֶָָּ֫רתִ י ַּב ְמדִ נֹותי‬uma princesa entre as


províncias

Lm 1.1

10. ‫אֹס ְִרי ַּל ֶֶּ֫גפֶן עִיר ֹה‬amarrando o seu jumentinho à


vide

Gn 49.11

11. ‫ח ֹ ְצבִי מָרֹום ִקבְרֹו‬que lavras a tua sepultura em


lugar alto

Is 22.16

Mesmo em textos poéticos, essas formas são distribuídas irregularmente; observe os dois
exemplos em Gênesis 49.11 e os três exemplos no versículo de abertura de Lamentações.

8.3 Função Nominativa

a A função nominativa inclui quatro papéis: o sujeito (tanto de orações verbais como de
orações sem verbo; veja 4.4), o predicado nominativo (de orações sem verbo), o nominativo
absoluto e o vocativo (em qualquer tipo de oração; veja 4.7). Um substantivo ou um
substantivo equivalente pode preencher esses papéis.
1. ‫ש י ֶַּּ֫אנִי‬
ִ ‫ ַּהנָחָש ִה‬A serpente (SUJEITO) me
enganou.

Gn 3.13

2. .‫יהוה ַּהצַּדִ יק‬YHWH (SUJEITO) é o que está no


que é justo (PREDICADO
NOMINATIVO).

Êx 9.27

p 129 3. ‫שעָה ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬


ִ ֶּ֫ ‫הֹו‬Salva(-me), ó rei (VOCATIVO)
2Sm 14.4

4. ‫הָ ָֽ ִאשָה ֲאשֶר נָ ֶַּּ֫תתָ ה ִע ָמדִ י הִיא‬A mulher (NOMINATIVO ABSOLUTO)


‫נָ ָֽתְ נָה־לִי מִן־ ָהעֵּץ‬que tu puseste comigo – ela
(SUJEITO) me deu da árvore.

Gn 3.12

b Para orações verbais a ordem básica das palavras do hebraico é verbo + sujeito (VS). Esta
ordem de palavras verbo-primeiro usualmente ocorre onde uma oração não tem material
introdutório (# 5), onde uma oração começa com uma construção waw-relativa
(tradicionalmente “waw-consecutivo”) (# 6) ou onde uma oração começa com materiais
adverbiais (# 7).

5. ‫דָ ְבקָה נַּ ְפשִי ַאח ֶ ֲ֑ריָך‬Minha alma apega-se a ti.


Sl 63.9

6. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר אֱֹלהִים‬E disse Deus…


Gn 1.3

7. ‫ַאחַּר הַּדְ ב ִָרים ָה ֵֶּּ֫אלֶה ָהי ָה דְ בַּר־‬Depois destes acontecimentos,


‫יהוה אֶל־ַאב ְָרם‬veio a palavra de YHWH a Abrão.
Gn 15.1
Após um waw-disjuntivo (39.2.3) a ordem das palavras é normalmente waw + substantivo (ou
seu equivalente) + verbo.

8. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם ְו ֵּאת‬
ָ ‫ֱֹלהים ֵּאת ַּה‬ ֑ ִ ‫((ב ָָרא א‬criou Deus os céus e a terra.) A
‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ׃) ְו ָה ֶָּ֫א ֶרץ ָהי ְתָ ה ֶּ֫ת ֹהּו‬terra, porém, estava sem forma
e vazia.
‫ו ֶָּ֫ב ֹהּו‬
Gn 1.1–2

9. ‫ ְוהָָאדָ ם י ָדַּ ע ֶאת־ ַּחּוָה ִאש ְ֑תֹו‬Coabitou hāʾādām com Eva, sua
mulher.

Gn 4.1

Quando duas orações em contraste são ligadas por um waw-adversativo, uma espécie de
waw-disjuntivo, o sujeito sempre vem antes em ambas.

10. ‫הּוא י ְשּופְָך ר ֹאש ְו ַּאתָ ה‬Ele te ferirá a cabeça, e tu lhe


‫תְ שּו ֶֶּ֫פנּו ָעקֵּב׃‬ferirás o calcanhar.
Gn 3.15

11. ‫ַאב ְָרם יָשַּב ְב ֶא ֶרץ־כ ֶּ֑֫ ְָנעַּן וְלֹוט‬Abrão


habitou na terra de
‫יָשַּב ְבע ֵָּרי ַּה ִככָר‬Canaã;
e Ló, nas cidades da
campina.

Gn 13.12

c Em orações sem verbo (ou nominais), um substantivo ou seu equivalente é justaposto ao


sujeito para indicar uma predicação.

12. ‫ֵּי־נ ֹ ַּח‬


֑ ‫שְלשָה ֵֶּּ֫אלֶה ְבנ‬São eles os três (SUJEITO) filhos
de Noé (PREDICADO).

Gn 9.19
As regras que regem a seqüência do sujeito e do predicado merecem um tratamento separado
(8.4).

p 130 d O vocativo (ou nominativo de endereço) designa aquele a quem o falante está
dirigindo uma declaração. É mais claramente identificável onde o falante coloca um
substantivo definido em aposição a um pronome de segunda pessoa (# 13) ou a um imperativo
(# 14).

13. ‫בֶן־מִי ַּאתָ ה ה ֶּ֑֫ ַָּנעַּר‬De quem és filho, jovem?


1Sm 17.58

14. ‫ש ָ ֑מעּו ְו ַּה ִעו ְִרים‬


ְ ‫ ַּהח ְֵּרשִים‬Surdos, ouvi, e vós, cegos,

‫ ַּה ִֶּ֫ביטּו‬olhai…
Is 42.18

8.4 Ordem de Palavras em Orações Sem Verbo

a A ordem do sujeito (S) e do predicado (Pred) em orações sem verbo varia


tremendamente. Na investigação dos paradigmas principais seguimos o estudo de Francis I.
Andersen. A compreensão dos diversos paradigmas oracionais depende de uma variedade de
fatores. O primeiro é a definibilidade do predicado e do sujeito. Se o predicado é definido, ele
identifica um sujeito definido (sobreposição total de S e Pred); se ele é indefinido, ele classifica
um sujeito definido (sobreposição parcial). Falando grosso modo, uma oração de identificação
tem a ordem S–Pred e uma oração classificadora tem a ordem inversa, apesar de que, se o
predicado é um substantivo com um sufixo, a ordem torna-se menos previsível. Os outros
fatores estão atrelados ao contexto gramatical: primeiro, se a oração é independente (se for,
ela está em contraste com o que a precede, i.e., é disjuntiva ou não) ou se é subordinada a
outra oração; e segundo, a oração é declarativa (faz um afirmação), interrogativa (faz uma
pergunta), ou precatória (expressando um pedido)? A ordem de palavras em orações
subordinativas é muito menos previsível do que em orações independentes, como é a ordem
de palavras em orações precatórias. As interrogativas tendem, no todo, a seguir o mesmo
padrão das declarativas. A maior parte das estruturas tratadas aqui é sobre orações
declarativas independentes.

8.4.1 Orações de Identificação

a Numa oração de identificação sem verbo (“Quem ou o que é o sujeito?”), as duas partes
da oração usualmente ocorrem na ordem sujeito-predicado.

1. ‫ִיא־צ ֹעַּר‬
ֶּ֫ ‫ה‬Esta é Zoar.
Gn 14.2

p 131 2. ‫ ֲאנִי יהוה׃‬Eu sou YHWH.


Êx 6.2

3. ‫הּוא מֹשֶה וְַאהֲרֹון׃‬São estes Arão e Moisés.


Êx 6.27

4. ‫שמֹות ָה ֲאנָשִים ֲאשֶר‬


ְ ‫ ֵֶּּ֫אלֶה‬São estes os nomes dos homens
que …

Nm 13.16

5. ‫ִישֹון‬
֑ ‫שֵּם הָ ָֽ ֶאחָד ּפ‬O nome do primeiro (rio) é o
Pisom.

Gn 2.11

Embora substantivos sufixados ocasionalmente apresentem exceções a essa ordem, eles


freqüentemente a seguem. (O exemplo # 7 é uma interrogativa, também na ordem S–Pred.).

6. ֑‫הּוא ֲאדֹנִי‬Ele é meu senhor.


Gn 24.65

7. ‫ ֲחז ֶה ֲאחִיכֶם ַּה ָקט ֹן‬É este o vosso irmão mais


novo?

Gn 43.29

Como os exemplos sugerem, um pronome é sempre o sujeito dessas orações.

b É possível que uma oração sem verbo possua três, em vez de duas partes; a relação
entre o sujeito e o predicado pode ser produzida pelo que geralmente é chamado de pronome
pleonástico ou falso (pleo), pessoal ou demonstrativo.
8. ‫ ֵּעשָו הּוא ֱאדֹום‬Esaú (, ele) é Edom.
Gn 36.8

O pronome é aqui chamado pleonástico (i.e., redundante) uma vez que a oração ‫עשָו‬
ֵּ ‫ אֱדֹום‬é
gramatical. Desse modo, a oração é estruturada S–pleo–Pred. De outra maneira, a predicação
pode estar associada a ‫אֱדֹום‬ ‫הּוא‬, como S–Pred, enquanto que ‫ ֵּעשָו‬é considerado como um
nominativo absoluto (tópico sentencial ou marcador de foco; Foc; cf. 4.7 e 16.3.3). Essa análise
sugeriria a glosa ‘Quanto a Esaú, ele é Edom’; a estrutura seria então Foc–S–Pred.

p 132 9. ‫יהוה אֱֹל ֶֶּ֫היָך הּוא עֹבֵּר ְל ָפ ֶֶּ֫ניָך‬YHWH,


teu Deus, (ele) é o que
passa adiante de ti.

Dt 31.3

10. ‫סֹורר ּומ ֶֹרה‬


ֵּ ‫ ְב ֵֶּּ֫ננּו ז ֶה‬Este nosso filho, (ele) é rebelde
e contumaz.

Dt 21.20

11. ‫ ַּאתָ ה ז ֶה ְבנִי ע ָ ֵּ֑שו‬Tu és meu filho Esaú.


Gn 27.24

8.4.2 Orações de Classificação

a Numa oração de classificação sem verbo em que o predicado se refere a uma classe geral
da qual o sujeito é um membro, as duas partes da oração geralmente ocorrem na ordem
predicado-sujeito. As orações de classificação respondem à pergunta, “Como é o sujeito?” (O
exemplo # 6 contém uma frase partitiva, min + um plural, significando ‘um dos’ objetos ou
indivíduos nomeados; cf. 4.4.1b.)

1. ‫ ֵּכנִים ֲא ֶַּּ֫נחְנּו‬Nós somos honestos.


Gn 42.11

2. ‫ ָטמֵּא הּוא׃‬Ele é impuro.


Lv 13.36

3. ָ‫שר־דִ ֶַּּ֫ב ְרת‬


ֶ ‫טֹוב־הַּדָ בָר ֲא‬O que propuseste fazer é bom
‫( ַּלעֲשֹות׃‬lit. boa é a coisa que…).
Dt 1.14

4. ‫מְעֹנָה א ֱֶֹּ֫להֵּי ֶֶּ֫קדֶ ם‬O


eterno Deus é um lugar de
habitação.

Dt 33.27

5. ‫ַארי ֵּה י ְהּודָה‬


ְ ‫גּור‬Judá é um filhote de leão.
Gn 49.9

6. ‫ ִמּיַּלְדֵּ י ָה ִעב ְִרים ז ֶה׃‬Este é um menino dos hebreus.


Êx 2.6

Se o predicado contém uma forma sufixada, esta ordem também pode ser usada.

7. ‫ָאחִי הּו֑ א‬Ele é meu irmão.


Gn 20.5

8. ‫ ֵֶּּ֫אשֶת ִבנְָך הִיא‬Ela é mulher de teu filho.


Lv 18.15

A ordem predicado-sujeito também é favorecida se o sujeito é um infinitivo.

p 133 9. ֑‫ֹלא־טֹוב הֱיֹות הָָאדָ ם ְלבַּדֹו‬Não é bom que o homem esteja


só (lit., O ser do homem por ele
mesmo não é bom).

Gn 2.18
10. ‫הֲלֹוא טֹוב ֶָּ֫לנּו שּוב ִמצ ָ ֶּ֫ ְָֽריְמָה׃‬Não nos seria melhor voltarmos
para o Egito?

Nm 14.3

11. ‫שבֶת ָבהָר ַּהז ֶה׃‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ַּרב־ ָלכֶם‬Tempobastante haveis estado
neste monte.

Dt 1.6

b Se o chamado pronome pleonástico é usado numa oração de classificação, o sujeito


precede o predicado, e o pronome o segue (i.e., S–Pred–pleo). Nesta análise parece que o
pronome pleonástico inverte a estrutura oracional usual. Se, porém, tomamos o “sujeito”
aparente como um nominativo absoluto ou marcador focal e o chamado pronome pleonástico
como o verdadeiro sujeito, a ordem básica das orações classificatórias é preservada: Foc–
Pred–S.

12. ‫אִיש ר ֹאש ְלבֵּית־אֲב ֹתָ יו הּוא׃‬Quanto a cada homem (FOCO),


ele é cabeça de sua família
ancestral (PREDICADO) ou Cada
homem é cabeça de sua família
ancestral.

Nm 1.4

13. ‫ש ֶרץ הַּש ֵֹּרץ עַּל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ְוכָל־ ַּה‬E quanto a todo enxame de
‫שקֶץ הּוא‬ ֶ ֶּ֫ criaturas que povoam a terra
(FOCO), (ele) (SUJEITO) é uma
abominação (PREDICADO) ou
Todo enxame de criaturas que
povoam a terra é uma
abominação.

Lv 11.41

A construção nominativa absoluta serve aqui, como freqüentemente, para esclarecer


construções potencialmente complexas (veja 4.7).
c Assim, a ordem básica das orações classificatórias sem verbo é Pred–S. Diversos fatores
podem inverter esse padrão, particularmente o contraste com o material precedente e o uso
de um particípio no predicado.

d Se uma oração de classificação coloca-se em contraste a (# 14) ou em disjunção com (#


15) a que precede, então a ordem é S–Pred.

14. ‫הֹו ֶַּּ֫אלְתִ י לְדַּ בֵּר אֶל־ ֲאדֹנָי וְָאנֹכִי‬Eis que me atrevo a falar ao
‫ ָעפָר ָו ֵֶּּ֫אפֶר׃‬Senhor, mas eu sou pó e cinza.
Gn 18.27

15. ‫ ְו ָהי ָה ַּכ ֲאשֶר י ִָרים מֹשֶה י ָדֹו‬Quando Moisés levantava sua
mão,

‫שר יָנִי ַּח י ָדֹו‬


ֶ ‫ש ָר ֵּ ֑אל ְו ַּכ ֲא‬
ְ ִ ‫ ְוגָבַּר י‬Israel
prevalecia; quando,
‫ ְוגָבַּר ֲע ָמלֵּק׃ וִידֵּ י מֹשֶה ְכבֵּדִ ים‬porém, ele abaixava sua mão,
Amaleque prevalecia. Ora, as
mãos de Moisés estavam
pesadas!

Êx 17.11–12

e A ordem de palavras S–Pred também é encontrada se a oração for declarativa e o


predicado contiver um particípio que, ainda que modifique o sujeito, é usado de uma maneira
essencialmente verbal (37.6).

p 134 16. ‫קֹול דְ מֵּי ָא ִֶּ֫חיָך צ ֹ ֲעקִים ֵּאלַּי מִן־‬A voz do sangue de teu irmão
‫ ָה ֲאדָ מָה׃‬está clamando da terra a mim.
Gn 4.10

17. ‫ ֲע ָמלֵּק יֹושֵּב ְב ֶֶּ֫א ֶרץ ה ֶּ֑֫ ֶַּנגֶב‬Amaleque habita na terra do


Neguebe.

Nm 13.29

Essa regra não se aplica se a oração é predicativa (o particípio passivo é comum, ## 18–20) ou
se o particípio é agentivo (# 21, cf. 5.2; cf Nm 35.16).
18. ‫ָארּור ְכ ֶָּ֫נעַּן‬Maldito seja Canaã.
Gn 9.25

19. ‫ָארּור ָהאִיש ֲאשֶר ַּי ָֽ ֲעשֶה ֶֶּ֫פסֶל‬Maldito o homem que fizer
‫ּו ַּמ ֵּסכָה‬imagem de escultura ou de
fundição.

Dt 27.15

20. ‫ְַאר ֶֶּ֫תָך׃‬


ְ ‫בָרּוְך ַּטנְאֲָך ּו ִמש‬Bendita a tua cesta e a tua
amassadeira.

Dt 28.5

21. ‫מ ְַּר ְגלִים ַּאתֶ ם‬Vós sois espiões.


Gn 42.9

No exemplo seguinte, o padrão S–Pred é usado para ambas as orações contrastantes; essa
exceção provavelmente reflete a necessidade de chamar a atenção para o contraste.

22. ‫א ְֹר ֶֶּ֫ריָך ָארּור ּו ְמב ֲָר ֶֶּ֫כיָך בָרּוְך׃‬Maldito


seja o que te
amaldiçoar, e abençoado o que
te abençoar.

Gn 27.29

f Além dessas exceções ao padrão Pred–S para orações classificatórias, existem alguns
tipos de predicados que parecem neutralizar os padrões de ordem de palavras. Qualquer
ordem pode ser esperada se o predicado for um numeral (## 23–25), um advérbio (## 26–27)
ou uma frase preposicional (## 28–33).

23. ‫ ַּע ֻמדֵּ יהֶם ֲעש ָָרה‬As colunas serão dez.


Êx 27.12; cf. Êx 27.14,15,16;
38.10,11,12
24. ‫ ֶעש ְִרים ג ֵָּרה הּוא׃‬Ele é de vinte geras.
Nm 18.16

25. ‫ָארכַּּה‬
ְ ‫תֵֶּּ֫ שַּע ַּאמֹות‬Seu
comprimento é de nove
côvados.

Dt 3.11; cf. Gn 6.15, 24.22; Êx


25.10

26. ‫ּו ְפנֵּיהֶם ֲאח ַֹּרנִית‬E seus rostos estavam para trás
(i.e., eles estavam virados para
trás).

Gn 9.23

p 135 27. ‫ששַּי וְתַּ ְלמַּי‬


ֵּ ‫ ְושָם ֲאחִימָן‬E Aimã, Sesai e Talmai estavam
ali.

Nm 13.22

28. ‫ְַארבַּע־מֵּאֹות אִיש עִמֹו׃‬


ְ ‫ו‬E há quatrocentos homens com
ele.

Gn 32.7

29. ‫וַּיהוה ִאתֶָּ֫ נּו‬E YHWH é conosco.


Nm 14.9

30. ‫ ַּהנִסְתָ ר ֹת לַּיהוה‬Os segredos pertencem a YHWH.


Dt 29.28

31. ‫ַארבַּע מֵּאֹות ִ ֑איש‬


ְ ‫ ְועִמֹו‬E há quatrocentos homens com
ele.

Gn 33.1
32. ‫ ְו ִאתֹו ָא ֳהלִיָאב‬E Aoliabe está com ele.
Êx 38.23

33. ‫שבָתֹון ּובַּּיֹום‬


ַּ ‫בַּּיֹום הָ ִָֽראשֹון‬Ao primeiro dia haverá

‫שבָתֹון׃‬ ְ ‫ ַּה‬descanso, e ao
ַּ ‫שמִינִי‬ oitavo haverá
descanso.

Lv 23.39

g Os problemas propostos pelo Shema (Dt 6.4) são numerosos. Após o imperativo e o
vocativo iniciais, ‫שמַּע יִש ְָראֵּ ל‬
ְ ‘Ouve, ó Israel’, seguem-se quatro palavras. A despeito de
como estejam construídas, concorda-se que nenhuma passagem próxima comparável ocorre.
A solução mais simples é reconhecer duas orações sem verbo justapostas: (a) ‫יהוה אֱֹל ֵֶּּ֫הינּו‬
‘YHWH é o nosso Deus’ (oração de identificação, S–Pred); (b) ‫‘ יהוה ֶאחָד‬YHWH é um’ (oração
classificatória, S–Pred, com um numeral; cf. # 23). Poucos eruditos favorecem esta análise
gramatical. Andersen toma … ‫ יהוה יהוה‬como um predicado descontínuo, com as outras
duas palavras como um sujeito descontínuo ‘Nosso único Deus é YHWH, YHWH’. Outros propõem
análises que consideram as duas primeiras palavras como sujeito (i.e., ‘YHWH nosso Deus é um
YHWH’) ou as três primeiras palavras (i.e., ‘YHWH, nosso Deus, YHWH é um’) ou mesmo a primeira

palavra sozinha. É difícil afirmar se ‫ אחד‬pode servir como um adjetivo que modifica ‫יהוה‬. E é
ainda menos claro o que o predicado ‫אחד‬ ‫ אלהינו יהוה‬significa, embora alguns eruditos o
classifiquem adverbialmente (‘YHWH é nosso Deus, só YHWH’). Como Gerald Janzen observa, “o
Shema não se conforma exatamente a qualquer paradigma de oração nominal padrão” e
qualquer discussão adicional cai totalmente fora da esfera da gramática.

p 136 9
Função Genitiva
9.1 Funções de Modificação do Substantivo

9.2 Estado Construto


9.3 Sintaxe da Relação Construto-Genitiva

9.4 Usos da Relação Construto-Genitiva

9.5 Espécies de Genitivo

5.1 Genitivo Subjetivo

5.2 Genitivo Adverbial

5.3 Genitivo Adjetival

9.6 Estado Construto diante de Frases e Orações

9.7 Determinação e Perífrase

9.8 Mem Enclítico

9.1 Funções de Modificação do Substantivo

a Um substantivo no nominativo em uma oração verbal pode ser um sujeito (relacionado


ao verbo) ou um vocativo (relacionado à oração como um todo); todas as partes principais
numa oração sem verbo são nominativas. É possível formar uma oração completa usando
apenas substantivos no nominativo.

1. ‫יהוה דִ ֵּ ֑בר‬YHWH (SUJEITO) falou.


Is 1.2

2. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬
ָ ‫שמְעּו‬
ִ Ouvi, ó céus (VOCATIVO).
Is 1.2

Muitas estruturas frasais e oracionais requerem que substantivos (ou pronomes) exerçam
outras funções. Um grupo dessas funções envolve substantivos que têm uma relação direta
com o verbo; esse grupo ad-verbial é chamado de acusativo.

3. ‫ ָבנִים גִדֶַּּ֫ לְתִ י‬Eu


(SUJEITO) tenho criado filhos
(ACUSATIVO)

Is 1.2
Na gramática portuguesa, o papel acusativo mostrado em Isaías 1.2 é chamado de objeto
direto, isto é, o acusativo é o objeto da ação do verbo e seu status não é mediado (p. ex., por
uma preposição).

p 137 b O outro grupo de modificações envolve outros substantivos, aqueles que não são
nem sujeitos e nem modificadores do verbo; esse grupo (em sua maioria) ad-nominal é
chamado de genitivo. Esse é, mais freqüentemente, o caso de um substantivo relacionado com
outro substantivo.

4. ‫נִ ֲאצּו ֶאת־ ְקדוש יִש ְָראֵּל‬Eles (SUJEITO) rejeitam o Santo


(OBJETO) de Israel

Is 1.4

5. ‫ש ֶַּּ֫בעְתִ י ע ֹלֹות אֵּילִים‬


ָ Eu estou farto dos ʿōlôt (OBJETO)
de carneiros (GENITIVO).

Is 1.11

Um pronome pode preencher também o espaço do genitivo numa oração.

6. ‫י ָדַּ ע שֹור ק ֵֶֹּּ֫נהּו‬Oboi (SUJEITO) conhece o seu


(GENITIVO) possuidor (OBJETO).

Is 1.3

O objeto de uma preposição também está no genitivo; é a preposição (ou frase preposicional)
que está diretamente relacionada ao verbo.

7. ‫ ְוהֵּם ֶָּּ֫פשְעּו בִי׃‬Eles (SUJEITO) se rebelaram


contra (PREPOSIÇÃO) mim
(GENITIVO).

Is 1.2

c Assim, além de um papel nominativo, um substantivo pode assumir um dos dois papéis
(ou grupo de papéis): ele pode modificar o verbo (acusativo) ou outro substantivo (genitivo).
Há uma importante similaridade com a qual estas e outras relações compartilham: o elemento
modificado (ou base) usualmente precede o modificador (ou dependente). Assim em … ‫ידע‬
‫קנהו‬, o verbo precede o objeto que o modifica; em ‫ישראל קדוש‬, ‘O Santo’ é qualificado
por ‘de Israel’. Da mesma forma, esta relação afeta outras áreas da sintaxe hebraica, por
exemplo, um substantivo (o modificado) usualmente precede um adjetivo atributivo
(modificador): ‫ְצּורה‬
ָ ‫עִיר נ‬ ‘uma cidade, sitiada’ > ‘uma cidade sitiada’ (Is 1.8). A relação
modificado-modificador (ou definido-definidor) às vezes é descrita com os termos latinos
regens (‘governador, regente, cabeça’) para o elemento modificado e rectum (‘coisa regida’)
para o modificador. O português freqüentemente usa a ordem regens-rectum (verbo antes do
objeto; o genitivo possuído-possuidor, p. ex., ‘O Santo de Israel’); ele pode usar também uma
seqüência modificador-modificado (p. ex., ‘falso profeta’, ‘longo caminho’). Outras línguas
exibem uma sintaxe similar à do hebraico (cf. francês ‘une ville assiégée’, LXX grega ‘pólis
poliorkoúmenē’, árabe ‘madīatin muḥāsaratin’).

p 138 9.2 Estado Construto

a Na língua anterior ao hebraico bíblico, a relação genitiva era indicada por um marcador
vocálico final, – i no singular e – ī no plural. Porém, após a perda do sistema de casos (8.1), o
substantivo no genitivo era deixado não-marcado. Agora, se um substantivo precedesse um
substantivo no genitivo, esse substantivo freqüentemente viria a ser marcado; tal substantivo
“pré-genitivo” encontra-se no estado construto. A formação do construto é uma questão de
som e ritmo: para ligar o pré-genitivo ao genitivo, o pré-genitivo pode ser abreviado.

b O estado construto é uma forma de substantivo ou um equivalente nominal que pode


servir a qualquer função sintática ou caso.

1. ‫ּוזֲהַּב ָה ֶָּ֫א ֶרץ ַּההִיא טֹו֑ ב‬E o ouro


(CONSTRUTO:NOMINATIVO) dessa
terra é bom.

Gn 2.12

2. ‫בְתֹוְך ַּהגָן‬no meio (CONSTRUTO:GENITIVO)


do jardim

Gn 2.9

3. ‫שמ ֹר ֶאת־ ֶֶּ֫ד ֶרְך עֵּץ ַּה ַּחּי ִים׃‬


ְ ‫ ִל‬Para guardar o caminho
(CONSTRUTO: ACUSATIVO) de [i.e.,
que conduz para] a árvore
(GENITIVO:CONSTRUTO) da vida

Gn 3.24
c O estado construto é freqüentemente indicado por um enfraquecimento do acento na
palavra. Isto pode levar a mudanças vocálicas (p. ex., ‫דָ ֶָּ֫בר‬ ‫דְ בַּר־אֱֹלהִים‬
‘palavra’, mas
‘palavra de Deus’). O construto pode ser marcado por um acento conjuntivo (p. ex., ‫ח‬ ַּ ֶ֣‫וְרּו‬
‫‘ אֱֹלהִים‬o espírito de Deus’, Gn 1.2) ou mais raramente por um methegh+ maqqeph (p. ex.,
‫‘ מֶ ָֽלְֶך־צ ֹר‬rei de Tiro’, 2Sm 5.11). Em alguns exemplos uma terminação distintiva marca a
forma (cf. 8.2e).

singular dual plural

masculino absoluto Ø – áyim – îm

construto Ø –ê –ê

feminino absoluto – â, – t ou Ø – ātáyim, – táyim – ôt

construto – at, – t – (ət)ê, – tê – ôt

9.3 Sintaxe da Relação Construto-Genitiva

a A função genitiva abrange dois papéis: o objeto de uma preposição e um substantivo


regido por outro substantivo; sufixos pronominais podem preencher ambos os papéis. O
funcionamento dos sistemas preposicionais do hebraico são estudados no Capítulo 11. A classe
das relações substantivo-substantivo é o tema principal deste capítulo (9.5). Discutiremos,
também, várias construções correlatas, nas quais as frases preposicionais (## 1–2) e as orações
inteiras (## 3–4) ficam no papel genitivo e, por isso, são precedidas por formas construtas
(9.6).

p 139 1. ‫ ֶּ֫ח ֹסֵּי בֹו׃‬os que se refugiam nele


Na 1.7

2. ‫כְַאחַּד ִמ ֶֶּ֫מנּו‬como um de nós


Gn 3.22
3. ‫מְקֹום ֲאשֶר יֹוסֵּף ָאסּור שָם׃‬O lugar onde José estava preso
Gn 40.3

4. ‫ ִק ְרי ַּת ָחנָה דָ ִו֑ד‬a cidade onde Davi acampou


Is 29.1

b A maioria das cadeias construtas em hebraico bíblico envolve dois termos, construto ou
base (C) e genitivo ou absoluto (G). Se a base envolve dois ou mais substantivos em vez de um,
todos, com exceção do primeiro, vêm após o genitivo, geralmente ligados à base por um sufixo
pronominal.

5. ‫ּו ָפ ִֶּ֫ניתָ אֶל־תְ ִפלַּת ַּעבְדְ ָך ְואֶל־‬E atenta para a oração e súplica
‫תְ ִחנָתֹו‬de teu servo (lit., a oração de
teu servo e sua súplica)

1Rs 8.28

Há exceções a essa regra; essas exceções construtas geralmente ocorrem em verso ou em


prosa elevada.

6. ‫ ִמ ְבחַּר וְטֹוב־ ְלבָנֹון‬a fina flor e o melhor do Líbano


Ez 31.16

Se o rectum ou modificador envolve dois ou mais substantivos, o construto é usualmente


repetido com cada genitivo.

7. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם וְאֹלהֵּי‬
ָ ‫יהוה אֶלֹוהֵּי ַּה‬YHWH, Deus dos céus e terra
‫(ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬lit., Deus dos céus e Deus da
terra)

Gn 24.3

Contudo, o construto pode reger uma frase nominal coordenativa. Quanto mais proximamente
vinculados estejam os genitivos, maior a probabilidade de eles formarem esse tipo de frase.
8. ‫בְה ֹנֹות י ָדָ יו ו ְַּרגְלָיו׃‬seus dedos polegares e os
dedos grandes dos seus pés (os
dedos principais de suas mãos e
de seus pés)

Jz 1.6, cf 1.7

9. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם ָו ֶָּ֫א ֶרץ׃‬


ָ ‫קֹנֵּה‬criador dos céus e terra
Gn 14.19

10. ‫שיָך‬
ֶ ֶּ֫ ָ‫ ֶֶּ֫נפֶש ָב ֶֶּ֫ניָך ּובְנ ֹתֶֶּ֫ יָך ְו ֶֶּ֫נפֶש נ‬a vidade teus filhos e de tuas
‫שיָך׃‬ ֶ ֶּ֫ ְְׄ‫ ְו ֶֶּ֫נפֶש ִּפ ַּלג‬filhas,
e a vida de tuas
mulheres, e a vida de tuas
concubinas

2Sm 19.6

p 140 c É possível a dependência estender-se além de duas (classes de) entidades; o


genitivo de um construto pode ser o construto de outro substantivo, etc.

11. ‫לֵּב ָראשֵּי עַּם־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬o coração dos príncipes do povo
da terra

Jó 12.24

Neste exemplo há três relações construto-genitivas, ‫לב ראשי‬, ‫ ראשי עם‬e ‫עם־הארץ‬,
fundidas numa única cadeia. Tais cadeias não são comuns, sendo preferidas as construções
perifrásticas (9.7). A relação entre o construto e o absoluto que o acompanha é forte e
ordinariamente nada intervém.

d Quando um elemento gramatical tal como uma preposição (9.6b), um mem enclítico
(9.8) ou um he direcional se coloca entre o construto e o genitivo, o resultado é chamado de
uma cadeia construta quebrada. Outros elementos intrusivos encontrados em poesia hebraica
incluem formas construtas – k (# 12), ‫( את‬# 13), sufixos pronominais (# 14) e formas verbais (#
15).

12. ‫ ְבעֵּי ֶֶּ֫ניָך ֲאדֹנָי‬aos teus olhos, senhor (assim


está no TM; melhor; aos olhos
do senhor)
Ëx 34.9

13. ‫ִיחָך‬
֑ ֶֶּ֫ ‫ ְל ֵֶּּ֫ישַּע ֶאת־ ְמש‬para salvação de teu ungido
Hc 3.13

14. ‫כִי תִ ְרכַּב עַּל־סּו ֶֶּ֫סיָך מ ְַּרכְב ֹתֶֶּ֫ יָך‬Quando tu cavalgaste sobre
‫י ְשּועָה׃‬teus cavalos, teus carros de
vitória.…

Hc 3.8

15. ‫ְחּו־ש ְכמָה‬


֑ ֶ ‫דֶֶּ֫ ֶרְך י ְַּרצ‬Eles
cometem assassinato na
estrada de Siquém (lit., Na
estrada, eles cometem
assassinato, para Siquém).

Os 6.9

F. I Andersen rejeita o TM de # 12, que classifica gramaticalmente ‫ אדני‬como um vocativo,


porque “essa não é a forma usual com que Moisés se dirige a Yahweh” e “a oração seguinte
mostra que a fala ocorre na respeitável terceira pessoa, não na segunda”. D. N. Freedman
sugere que a base da frase no # 14 “provavelmente será encontrada na associação de mrkbtyk
e o precedente swsyk, como elementos coordenados numa frase composta introduzida por ʿl e
controlada por yšwʿh.”

p 141 9.4 Usos da Relaçāo Construto-Genitiva

a Dois substantivos justapostos podem formar uma frase construta em hebraico. Na


estrutura construto + genitivo, o genitivo modifica o construto, assim como na estrutura
substantivo + adjetivo atributivo, o adjetivo modifica o substantivo. Há três construções
inglesas aparentemente similares à frase construta hebraica, que pode ser útil rever: (a)
compostos substantivo-substantivo (‘windmill, ashtray, figtree, pigpen’), (b) ’s-genitivos
(Mose’s brother, Isaiah’s sign’), (c) genitivos perifrásticos (‘word of God, length of years). No
primeiro caso, a semelhança é superficial: a relação em hebraico de construto + genitivo é
essencialmente uma ligação inflexional, enquanto que o sistema inglês é muito menos
fecundo. Os dois genitivos ingleses são marcadamente análogos e dentre os dois, o genitivo
perifrástico é mais similar, visto que nele a palavra base vem primeiro; no ’s-genitivo (como em
compostos do tipo substantivo-substantivo) a palavra base vem em segundo lugar. Os
genitivos perifrásticos ingleses, na verdade, mostram a mesma complexidade de sentido
característica das cadeias construtas hebraicas. A frase ‘love of God’ (amor de Deus) ( ‫ַא ֲהבַּת‬
‫ )אֱֹלהִים‬é ambígua em ambas as línguas; ela tanto pode significar ‘O amor de Deus (por
alguém)’ ou ‘o amor (de alguém) por Deus’. Este exemplo ilustra a importância de se
estabelecer os possíveis significados do caso genitivo, às vezes chamado de “espécies de
genitivo”.

b Nas próximas seções estabelecemos uma classificação tradicional destas espécies, pela
qual apresentaremos as várias noções significadas por esta construção polissêmica (veja 3.2.3).
Por qual procedimento os gramáticos estabelecem essas classes de sentidos? E como um leitor
pode identificar as funções de um genitivo num texto específico? Nossa análise de
procedimento para identificação e classificação do genitivo (e outras construções gramaticais)
divide-se em três partes.

c Para explicar o procedimento, primeiro voltamos à distinção entre estrutura superficial e


estrutura subjacente (veja 3.5). Estruturas profundas possíveis são opções gramaticais
alinhando os elementos de uma situação. Em certas circunstâncias, alguém pode falar da idéia
de que Deus ama as pessoas com a oração prosaica ‘Deus ama as pessoas’; em outras
circunstâncias, alguém pode usar uma frase genitiva, ‘o amor de Deus pelas pessoas’ ou
mesmo ‘o amor de Deus’. As três estruturas de superfície são muito diferentes, mas elas
compartilham um alinhamento comum. É possível abrandar a ambigüidade na estrutura de
superfície através de decomposição; construções de superfície ambíguas, ou seja, construções
que podem estar associadas com estruturas profundas, são mais explícitas. No caso do
genitivo, isto pode ser feito pela reformulação da frase de construção genitiva numa oração ou
numa construção adjetiva. Assim, por exemplo, o ‘amor de Deus’ pode ser reformulado por
orações tendo Deus como o sujeito (‘Deus ama [algo ou alguém]’) ou como o objeto (‘[alguém
ou algo] ama Deus’) ou por uma frase adjetiva (Deus [-caracterizado por] amor’).
Semelhantemente, ‘a palavra de YHWH’ pode ser reformulada ou como ‘a palavra falada por
YHWH’ ou ‘YHWH falou a palavra’; em ambos os casos, YHWH é o agente. ‘Teus votos’ (cf. Sl
56.13) é equivalente a ‘votos que tu fizeste’, uma construção que esclarece que ‘tu’ qualifica o
‘fizeste’ p 142 implícito. Assim o genitivo ambíguo da estrutura de superfície pode ser
transformado em análogos gramaticais não ambíguos. Freqüentemente, uma vez que a
estrutura de uma frase hebraica tenha sido encontrada por uma decomposição, o genitivo
ambíguo pode ser mais bem traduzido em português por uma construção que não se apóie
sobre o geralmente rígido e ambíguo ‘de’; tais são as traduções, como as utilizadas na NVI, que
são citadas no que se segue.

d Tais decomposições pressupõem que o analista conheça tanto as opções gramaticais


disponíveis para substituir as estruturas de superfície ambíguas como seus usos. As opções são
aprendidas essencialmente do mesmo modo que alguém aprende o(s) sentido(s) de uma
palavra, a saber, inferindo a partir do uso. No caso de uma língua escrita com uma longa
tradição de estudo, o gramático pode fazer um uso crítico de uma respeitável herança.
Leitores de uma língua escrita devem constantemente estar alertas contra a aplicação
inadvertida de categorias conhecidas de sua própria língua à língua que estiver estudando.

e Continuamos o processo de decomposição pela atribuição de um rótulo semântico


abstrato (e um pouco arbitrário) aos vários tipos de genitivo, por exemplo, “genitivo de
autoria”, “genitivo objetivo”, “genitivo atributivo”. Nós, também, lhes atribuímos um rótulo
gramatical. Um genitivo pode ser analisado tanto como um sujeito (ou agente), quanto como
um modificador, e tanto como adverbial quanto adjetival.

f Vamos elucidar o procedimento de identificação do uso de uma frase genitiva pelo


contraste dos usos da frase portuguesa ‘amor de Deus’ nas orações: ‘Como o amor de Romeu
conquistou Julieta, assim o amor de Deus conquista pecadores’ e ‘Como o amor do dinheiro
inspira alguém, assim o amor de Deus inspira outros’. Como falantes do português sabemos
que ‘amor de alguém’ pode significar tanto ‘alguém amou [alguém]’ ou ‘[alguém] amou
alguém’. Aqui o amor de Romeu é um genitivo de agente (ou genitivo de sujeito), enquanto
que na segunda oração ‘amor do dinheiro’ deve ser um genitivo objetivo (ou adverbial). As
conjunções comparativas ‘como … assim’ mostram que ‘amor de’ está sendo usado do mesmo
modo em ambas as metades de cada oração; portanto, na primeira oração ‘amor de Deus’ é
um genitivo de agente (ou genitivo de sujeito) e na segunda um genitivo objetivo (ou
adverbial).

g Vamos agora considerar a mesma frase em outra oração: ‘Romeu amou Julieta com as
brasas queimando como fogo, com o amor de Deus, com a avidez da sepultura’. Aqui a
pertinência semântica sugere que o ‘amor de Deus’ significa ‘Deus [-caracterizado por] amor’,
um genitivo atributivo (ou adjetival). Como essa oração sugere, a criatividade entra em cena
ao introduzir novos usos e sentidos de formas. A criatividade não é absoluta, uma vez que
todos os falantes são controlados pelo que Otto Jespersen chamou de uma “latitude de
correção”. Para comunicar um falante deve ser regido pelos significados estabelecidos e
públicos dos lexemas, morfemas e estruturas gramaticais. Lewis Caroll imaginativamente
descreveu a tensão entre o significado público das palavras e dos morfemas versus o uso
particular deles.

“Há glória para você!” “Eu não sei o que você quer dizer com ‘glória’ ”, disse
Alice. Humpty Dumpty sorriu desdenhosamente. “Claro que não sabe – até
que eu lhe diga. Eu queria dizer que ‘há um argumento interessante imbatível
para você!’ ”. “Mas ‘glória’ não significa ‘um argumento interessante
imbatível’ ”, Alice objetou. “Quando eu uso uma palavra”, disse Humpty
Dumpy, num tom bastante desdenhoso, “ela significa exatamente o que eu
escolhi que ela significasse – nem mais nem menos”. p 143 “A questão”, disse
Alice, “é se você pode fazer as palavras significar coisas tão diferentes”. “A
questão”, disse Humpty Dumpty, “é quem será o senhor – isso é tudo”.

O gramático e o lexicógrafo estão do lado de Alice.

9.5 Espécies de Genitivo

a A frase genitiva ou cadeia construta substantivo-substantivo é “imensamente versátil e


difícil de trabalhar”. Os tipos principais de cadeia construta podem ser distinguidos: subjetivo,
adverbial e adjetival. No que se segue, C designa o construto, a base, ou o primeiro termo da
cadeia e G o genitivo, absoluto, ou segundo termo.
9.5.1 Genitivo Subjetivo

a Nos diversos tipos de frases genitivas subjetivas, o termo genitivo tem um papel de
sujeito subjacente, como em inglês ‘the boy’s leaving’ (a partida do menino) implicando ‘The
boy left’ (O menino partiu). Em hebraico um genitivo subjetivo pode ter uma estrutura
basicamente verbal ou possessiva/qualitativa.

b Num genitivo de agência, G realiza a ação descrita por C (ativo, ## 1–3; passivo, # 4).

1. ‫לָתֵּ ת נִ ְקמַּת־יהוה ְב ִמדְ י ָן׃‬para


executar niqmâ de YHWH
contra Midian

Nm 31.3

2. ‫שנְַאת יהוה א ֹתֶָּ֫ נּו‬


ִ ‫ ְב‬porque YHWH nos aborrece
Dt 1.27

3. ‫ִשראֵּל‬
ָ ‫בְַא ֲהבַּת יהוה ֶאת־י‬porque YHWH ama a Israel
1Rs 10.9

4. ‫ ֻמכֵּה אֱֹלהי ִם‬ferido por Deus


Is 53.4

c Uma forma particular de agência está incluída na fala e na escrita e o genitivo de autoria
denota que G escreveu, falou ou, de outra maneira, originou C.

5. ‫דִ ֶַּּ֫ב ְרתִ י דְ ב ָ ָ֑רי‬Eu tenho dito minhas palavras.


Gn 24.33

6. ‫ ָהי ָה דְ בַּר־יהוה ֵּאלָיו‬A palavra de YHWH veio a ele.


Jr 1.2

7. ‫דִ ב ְֵּרי לְמּואֵּל‬As palavras segundo Lemuel


Pv 31.1
8. ‫ ַּמשְַאת מֹשֶה‬O imposto determinado por
Moisés

2Cr 24.6

p 144 d Um agente ou autor é animado; o análogo inanimado ao papel do agente é o do


instrumento. Um genitivo de instrumento envolve a relação G é o instrumento de C. (Veja
9.5.2d.)

9. ‫ֹלא ַּח ְללֵּי־ ֶֶּ֫ח ֶרב וְֹלא ֵּמתֵּ י‬não mortos pela espada nem
‫ ִמ ְל ָחמָה׃‬mortos por meio da guerra
Is 22.2

10. ‫ ַּמ ֲחלִיק ַּּפטִיש‬ele que poli com um martelo


Is 41.7

11. ‫ש ֻרפֹות ֵּ ֑אש‬


ְ ‫ע ֵָּריכֶם‬Suas cidades são abrasadas com
fogo

Is 1.7

12. ‫ ְטמֵּא־ ֶֶּ֫נפֶש‬impuro


por (razão de contato
com) um cadáver

Lv 22.4

e Um genitivo subjetivo não pode envolver nem o agente e nem o instrumento, mas uma
motivação ou intenção. Num genitivo subjetivo abstrato, G denota uma ação verbal afetando
C. (A frase ‫חמָה‬
ָ ‫ִמ ְל‬ ‫ ֵּמתֵּי‬em # 9 pode pertencer a esta classificação).
13. ‫ש ֶַּּ֫לחְתָ ֶאת־אִיש־ח ְֶרמִי ִמּי ָ֑ד‬
ִ você
tem libertado o homem
que eu tinha determinado que
deveria morrer (lit., homem da
minha dedicação consagrado
para a morte)
1Rs 20.42

14. ‫ ְועַּל־עַּם ֶעב ְָרתִ י ֲאצ ֶֶַּּּ֑֫ונּו‬Eu os envio contra o povo que
incorre em meu furor (lit., um
povo de meu furor)

Is 10.6

15. ‫שבְנּו כְצ ֹאן ִט ְבחָה׃‬


ַּ ֶּ֫ ‫נֶ ְח‬Nós
somos considerados como
ovelhas para o matadouro (lit.,
como ovelhas de sacrifício)

Sl 44.23

16. ‫ ַּוּיַּנְחֵּם אֶל־ ְמחֹוז ֶח ְפצָם׃‬E ele os guiou ao porto


desejado (para o porto do seu
desejo).

Sl 107.30

O sentido do abstrato pode ser passivo, caso em que C é afetado por C.

17. ‫מְכ ֹר ֹתֶַּּ֫ י ְִך ּומֹלְד ֹתֶַּּ֫ י ְִך ֵּמ ֶֶּ֫א ֶרץ‬Tua linhagem e teu nascimento
‫הַּ ָֽ ְכנַּ ֲע ִנ֑י‬procedem da terra de Canaã
Ez 16.3

f Um genitivo temporal envolve uma ação verbal G associada com um tempo C


(freqüentemente ‫)יֹום‬.

18. ‫יֹום מְהּומָה ּומְבּוסָה ּומְבּוכָה‬O Senhor YHWH Ṣbʾwt tem um

‫לַּאדֹנָי יהוה ְצבָאֹות‬dia de alvoroço, de


atropelamento e terror (i.e., O
Senhor … trará alvoroço, etc.,
em um dia determinado).

Is 22.5
p 145 19. ‫ ְו ַּה ְקדִ שֵּם לְיֹום ה ֲֵּרגָה׃‬Destina-os
para o dia de
matança (i.e., eles serão mortos
em um determinado dia).

Jr 12.3

g Em contraste com o caráter basicamente verbal dos tipos de genitivo que acabamos de
esboçar está a qualidade não-verbal de outros genitivos subjetivos. Num genitivo possessivo, G
possui ou tem C; as relações envolvidas podem ser muito diferentes.

20. ‫ ֵּבית יהוה ְו … בֵּית ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬o templo de YHWH e a casa do


rei

1Rs 9.10

21. ‫ּוזֲהַּב ָה ֶָּ֫א ֶרץ ַּההִיא טֹו֑ ב‬O ouro dessa terra é bom
Gn 2.12

22. ‫ ָח ְכ ַּמת שְֹלמ ֹה‬a sabedoria de Salomão


1Rs 5.10

h Um genitivo de possessão inalienável refere-se a algo intrinsecamente próprio ao seu


possuidor, principalmente as partes do corpo. (O exemplo # 22 pode pertencer a esta
classificação).

23. ‫דְ מֵּי ָא ִֶּ֫חיָך‬o sangue de teu irmão


Gn 4.10

24. ‫ל ְִרח ֹץ … ַּרגְלֵּי ָה ֲאנָשִים‬lavar … os pés dos homens


Gn 24.32

i Se relações humanas estão envolvidas, o genitivo é próprio de relação; essas ligações


podem envolver tanto parentescos quanto outras estruturas sociais.
25. ‫י ַּ ֲעז ָב־אִיש ֶאת־ָאבִיו ְו ֶאת־ ִא ֑מֹו‬Um homem deixará seu pai e

‫שתו‬ ְ ‫וְדָ בַּק ְב ִא‬sua


mãe e se unirá à sua
mulher.

Gn 2.24

26. ‫ ְבנִי ַּ ֑אתָ ה‬Tu és meu filho


Sl 2.7

27. ‫מֹשֶה ֶֶּ֫עבֶד־יהוה‬Moisés, o servo de YHWH


Js 12.6

28. ‫שכִיל ַּעב ִ ְ֑די‬


ְ ַּ ‫י‬Meu servo agirá sabiamente.
Is 52.13

29. ‫ִשראֵּל‬
ָ ‫נִ ֲאצּו ֶאת־ ְקדֹוש י‬Eles rejeitaram o Santo de Israel
Is 1.4

j O genitivo de qualidade denota que G tem a qualidade de C; tais frases usualmente


envolvem pessoas.

p 146 30. ‫ ַּויְהִי ַּכנָהָר שְלֹו ֶֶּ֫מָך ְוצִדְ ָקתְָך‬Tua paz teria sido como um rio,
‫ ְכגַּלֵּי ַּהּי ָם׃‬tua justiça como as ondas do
mar.

Is 48.18

k A referência inanimada de um genitivo partitivo é geralmente uma substância que pode


ser dividida: G é dividido em (partes, incluindo) C.

31. ‫ ַּוּי ִ ַּקח מֹשֶה ֲחצִי הַּדָם‬Moisés tomou a metade do


sangue.

Êx 24.6
9.5.2 Genitivo Adverbial

a Os diversos tipos de genitivos adverbiais incluem o objeto, direto ou indireto, da ação


verbal subjacente, como em português ‘a captura do rei’, implicando ‘alguém capturou o rei’.
Em hebraico, genitivos adverbiais podem ser classificados de acordo com a relação existente
entre o verbo e o objeto.

b No genitivo objetivo, o genitivo é o objeto (direto) da ação verbal essencial, isto é, grosso
modo, C faz G.

1. ‫שכֵּי הֶ ָֽעָֹון‬
ְ ֹ ‫מ‬os que puxam pela iniqüidade
Is 5.18

2. ‫ ַּמצְדִ יקֵּי ָרשָע‬os que justificam o culpado


Is 5.23

c No genitivo de efeito a relação entre C e G é do tipo diretamente causativo, isto é, grosso


modo, C causa G.

3. ‫רּו ַּח ָח ְכמָה ּובִינָה‬o espírito de sabedoria e


entendimento (i.e., o espírito
que causa sabedoria)

Is 11.2

4. ‫ ֻק ֶַּּ֫בעַּת … הַּתַּ ְר ֵּעלָה‬o cálice que causa cambaleio


Is 51.17

5. ‫מּוסַּר שְלֹו ֵֶּּ֫מנּו‬o castigo que nos trouxe a paz


Is 53.5

d A relação entre o genitivo e o verbo implícito pode ser do tipo usualmente mediado por
uma preposição; o genitivo de um objeto mediado envolve a relação C faz para / por / com G.
p 147 6. ‫ש ֻבעַּת יהו֑ ה‬
ְ o juramento a YHWH
1Rs 2.43

7. ‫ ָעלַּי אֱֹלהִים נְדָ ֶריָך‬Eu estou debaixo de teus votos


para ti, ó Deus.

Sl 56.13

8. ‫ ֲח ָמסִי ָע ֶֶּ֫ליָך‬A minha injustiça me seja feita


sobre ti.

Gn 16.5

9. ‫ְַארתְ ָך‬
ְ ‫ֹלא תִ ְהי ֶה תִ פ‬a honra não será tua (i.e.,
determinada a você)

Jz 4.9

10. ‫עַּד־מֶה כְבֹודִ י ִל ְכ ִלמָה‬Até quando a glória


[depositada] sobre mim servirá
como um opróbrio?

Sl 4.3

11. ‫ ֶֶּ֫א ֶרץ זָבַּת ָחלָב ּודְ בָש׃‬uma terra fluindo com leite e
mel

Dt 6.3

e Um genitivo especial deste tipo é o genitivo de vantagem (ou desvantagem), no qual G é


o recipiente ou beneficiário de uma ação favorável (ou desfavorável) denotada por C.

12. ‫נִ ְקמַּת הֵּיכָלֹו׃‬niqmâ por causa de seu templo


Jr 50.28
13. ‫ ֵֶּּ֫אבֶל יָחִיד‬lamentando por um filho único
Am 8.10

14. ‫ ֲחמַּס ָא ִֶּ֫חיָך‬violência contra seu irmão


Ob 10

15. ‫ ֵֶּּ֫אי ַּמת ֶּ֑֫ ֶמלְֶך‬medo devido a um rei


Pv 20.2

16. ‫ ֶֶּ֫לחֶם ַּה ֶֶּּ֫פחָה‬o pão devido ao governador


Ne 5.14

17. ‫כִי־אִיש ִמ ְלחֲמֹות ֶּ֫תעִי ָהי ָה‬Hadade-Ezer foi experiente em


‫הֲדַּ דְ ָ ֑עז ִר‬batalhas contra Toi (i.e., *Um
homem de guerras que tinham
sido lutadas contra Toi foi
Hadade-Ezer).

2Sm 8.10

f O genitivo de localização designa que G é a localização ou o alvo de C; estes genitivos são


alternativos às várias construções preposicionais. Se a frase se refere a uma localização, a
construção preposicional básica é usualmente composta de ‫ב‬
ְ e não existe qualquer verbo de
movimento implícito.

p 148 18. ‫שבֵּי גִבְעֹון‬


ְ ‫י‬os que moram em Gibeão
Js 9.3

19. ‫ ִג ְבעַּת ִבנְיָמִין‬Gibeá em Benjamin


1Sm 13.2
20. ‫ש ְלחַּן אִי ֶָּ֫זבֶל׃‬
ֻ ‫א ֹ ְכלֵּי‬Comendo à mesa de Jezabel
1Rs 18.19

21. ‫שכֶר ַאגְמֵּי־ ֶָּ֫נפֶש׃‬


ֶ ֶּ֫ ‫כָל־עֹשֵּי‬Todosos assalariados estarão
doentes em espírito

Is 19.10

Se a frase se refere a um alvo, há um verbo de movimento, explícito ou implícito.

22. ‫שעַּר־עִירֹו‬
ַּ ֶּ֫ ‫ ָבאֵּי‬que entram no portão de sua
cidade

Gn 23.10

23. ‫קְרֹבַּי‬os que vêm perto de mim


Lv 10.3

24. ‫ ָבאֵּי מֹועֵּד‬quem venha ao banquete


Lm 1.4

25. ‫ ֶּ֫ש ֹ ְכבֵּי ֶֶּ֫קבֶר‬Estado na tumba


Sl 88.6

26. ‫שבֵּי ֶֶּּ֫פשַּע‬


ָ ‫ ְל‬Os que se convertem do pecado
Is 59.20

27. ‫דֶ ֶרְך עֵּץ ַּה ַּחּי ִים׃‬ocaminho para a árvore da


vida

Gn 3.24
28. ‫יֹורדֵּ י־בֹור‬
ְ os que descem à cova
Is 38.18

É difícil sustentar uma rígida distinção entre o alvo e a localização.

9.5.3 Genitivo Adjetival

a Em frases genitivas adjetivais, o construto e o genitivo modificam um ao outro, um


especificando as características do outro. Em português, estruturas semânticas comparáveis
muitas vezes envolvem adjetivos ou, menos freqüentemente, substantivos compostos;
genitivos geralmente não são usados. Contudo, exemplos não são raros: ‘um homem de
muitos talentos’, cf. ‘uma mulher multitalentosa’; ‘um casaco de lã’, cf. ‘uma camisa de
algodão’; ‘a cidade de Laquis’, cf. ‘a área de Bete-Seã’. As expressões hebraicas de atribuição,
substância e sociedade de classe freqüentemente usam construtos.

p 149 O maior grupo de genitivos adjetivais refere-se a uma característica ou qualidade de


alguma coisa. O tipo mais comum desses é o genitivo atributivo, no qual C é caracterizado por
G; em português, tais frases são freqüentemente traduzidas com G como um adjetivo de C.

1. ‫ּו ִבגְדֵּ י ה ֶַּּ֫ק ֹדֶש‬vestuários sagrados


Êx 29.29

2. ‫גִבֹות ֶַּּ֫חי ִל‬guerreiro valoroso


Jz 11.1

3. ‫ ַּמ ְלכֵּי ֶֶּ֫חסֶד‬reis misericordiosos


1Rs 20.31

4. ‫ ַּא ֶֶּּ֫ילֶת ֲא ָהבִים‬Corça amada


Pv 5.19

5. ‫ ְונָ ַּתתִ י לְָך … אֵּת כָל־ ֶֶּ֫א ֶרץ‬Eu darei a ti… toda
a terra de
ָ ‫ ְכ ֶַּּ֫נעַּן ַּל ֲא ֻחז ֵּת‬Canaã como uma
‫עֹול֑ם‬ posse de
perpetuidade (i.e., como uma
possessão perpétua)
Gn 17.8

6. ‫מ ֹאזְנֵּי ֶֶּ֫צדֶ ק ַא ְבנֵּי־ ֶֶּ֫צדֶ ק … י ִ ְהי ֶה‬Balanças de retidão, pedras de

‫ל ֶ ָ֑כם‬retidão… tu terás (i.e., use


balanças honestas).

Lv 19.36

7. ‫ ְבעִיר אֱֹל ֵֶּּ֫הינּו הַּר־ ָקדְ שֹו׃‬nacidade de nosso Deus, no


seu santo monte

Sl 48.2

Relacionado de um modo próximo a esse genitivo atributivo está o uso do genitivo em


expressões idiomáticas convencionais de formas construtas de ‫‘ אִיש‬homem’ (## 8–9), ‫ֶַּּ֫בעַּל‬
‘senhor, possuidor’ (## 10–12), ‫‘ בֶן‬filho de’ (## 13–14), ou seus equivalentes femininos ou
plurais, com algum tipo de substantivo no caso genitivo para representar a natureza,
qualidade, caráter ou condição de (uma) pessoa(s). Essas locuções suplementam o escasso
estoque de adjetivos em hebraico. As expressões idiomáticas em inglês preferem que essas
construções sejam traduzidas por um adjetivo.

8. ‫אִיש הַּדָ מִים ְואִיש ַּה ְב ִל ֶָּּ֫יעַּל׃‬Fora


daqui, fora, homem de
sangue (lit., homem de sangue,
homem de Belial)

2Sm 16.7

9. ‫ָאנ ֹכִי‬
ֶּ֫ ‫ֹלא אִיש דְ ב ִָרים‬Eu nunca fui um homem
eloqüente (lit., homem de
palavras).

Êx 4.10

10. ‫ ִהנֵּה ֶַּּ֫בעַּל ַּהחֲֹלמֹות ַּה ָלז ֶה בָא׃‬Aqui vem aquele sonhador (lit.,
o possuidor de sonhos).

Gn 37.19
p 150 11. ‫ ַּבקְשּו־לִי ֵֶּּ֫אשֶת ַּב ֲעלַּת־אֹוב‬Ache-me uma mulher, uma
possesora de um espírito (ou,
uma mulher que é um médium).

1Sm 28.7

12. ‫ ְוהֵּם ַּב ֲעלֵּי ב ְִרית־ַאב ְָרם׃‬Eles eram aliados de Abrão (lit.,
possuidores de uma convenção
de Abrão).

Gn 14.13

13. ‫כִי בֵּן־ ֶָּ֫מוֶת הּוא׃‬Ele é um filho de morte (i.e., Ele


tem que morrer).

1Sm 20.31; cf. 1Rs 2.26

14. ‫אִם י ִ ְהי ֶה ְלבֶן־ ֶַּּ֫חי ִל‬Se ele for um filho de virtude
(i.e., Se ele se mostrar um
homem digno)…

1Rs 1.52

Mais especificamente ‫ בֶן‬é usado em expressões de idade.

15. ‫וְַאב ְָרהָם בֵּן־מְַאת ש ָָנ֑ה‬Abraão tinha agora cem anos


de idade

Gn 21.5

16. ‫שנָה י ִ ְהי ֶה ל ֶ ָ֑כם‬


ָ ‫שֶה … זָכָר בֶן־‬O animal que você escolhe deve
ser um… macho de um ano.

Êx 12.5

Expressões semelhantes indicam a relação de um indivíduo com uma classe de seres.


17. ‫בֵּן־ָאדָ ם‬Ó Filho do homem (i.e., Ó,
humano)

Ez 2.1, etc.

18. ‫ ְבנֵּי־ ָהאֱֹלהִים‬filhos de Deus (i.e., seres


divinos)

Jó 1.6

19. ‫ ְוק ַָּרבְתָ מּול ְבנֵּי עַּמֹון‬e chegarás até defronte dos
filhos de Amon (i.e, os
amonitas).…

Dt 2.19

Num genitivo atributivo, um sufixo pronominal é afixado ao genitivo, mas usualmente modifica
toda a cadeia.

20. ‫הַּר־ ָקדְ שִי‬minha santa colina


Sl 2.6

21. ‫אֶֹלהֵּי צִדְ קִי‬meu Deus íntegro


Sl 4.2

22. ‫ש ֶֶּ֫עָך‬
ְ ִ ‫וַּתִ תֶ ן־לִי ָמגֵּן י‬Tu
me deste teu escudo de
vitória (não o escudo de tua
salvação, AV)

Sl 18.36

p 151 23. ‫תְ פִילָה ְלאֵּל ַּחּי ָי‬uma oração para o meu Deus
vivo (não o Deus da minha vida)

Sl 42.9
c Num genitivo atributivo, C é caracterizado por G; a relação oposta é também encontrada,
no genitivo epexegético, em que G é caracterizado por C. Muitas frases epexegéticas podem
ser traduzidas pelos genitivos –de; observe a frase ‘duro de coração’, cf. ‘desumano’. O sentido
pode também ser transmitido pela glosa ‘igualmente’, ou ‘com referência a’, por exemplo,
‘duro com referência aos pescoços deles/delas’; este é o significado do termo “epexegético.”

24. ‫עַּם־ ְקשֵּה ֶּ֫ע ֹ ֶרף‬povode dura cerviz (lit., duro-


de-pescoço)

Êx 32.9

25. ‫ ְו ַּהנַּע ֲָרה טֹבַּת מ ְַּראֶה מְא ֹד‬A


moça era muito bonita (lit.,
boa de aparência).

Gn 24.16 Qere

26. ‫ ַּויְהִי יֹוסֵּף יְפְה– ֶּ֫ת ַֹאר‬José era formoso


de aparência
(ou, bem delineado).

Gn 39.6

27. ‫ ַּהּפָרֹות ָרעֹות ַּהמ ְַּראֶה‬as vacas que eram feias (lit.,
ruins de aparência)

Gn 41.4

28. ‫שכֶל וִיפַּת ֶּ֫ת ַֹאר‬ ֶ ֶּ֫ ‫ ְו ָה ִאשָה טֹובַּת־‬A mulher era muito prudente e
‫ ְו ָהאִיש … ַּרע ַּמ ֲע ָללִים‬bonita de aparência, mas o
homem era… mau em suas
ações.

1Sm 25.3

29. ‫שפָתֶַּּ֫ י ִם‬


ְ ‫ ְטמֵּא־‬impuro de lábios
Is 6.5

30. ‫ ֶֶּ֫א ֶרְך ַּא ֶַּּּ֫פי ִם‬paciente (lit., comprido como as


narinas, as fontes de raiva)
Êx 34.6

Essa representação simétrica dos genitivos atributivos e epexegéticos não devem obscurecer o
fato de que os atributivos são muito mais comuns.

d Os tipos restantes de genitivos adjetivos envolvem uma grande variedade de relações.


Três delas podem ser chamadas genitivos de substância, a saber, de material, de tópico e de
medida. O genitivo de material indica o material de que algo é feito ou com o qual é cheio, a
saber, C é feito de G.

31. ‫ ִמז ְבַּח ֲא ָדמָה‬um altar de terra


Êx 20.24

32. ‫ִי־ח ֶרש‬


֑ ֶָּ֫ ‫ ְכל‬um vaso de barro
Nm 5.17

33. ‫שבֶט ב ְַּר ֶז֑ל‬


ֵּ ֶּ֫ um cetro de ferro
Sl 2.9

34. ‫ ְכלֵּי ֶכסֶף‬vasos de prata


1Rs 10.25

p 152 35. ‫לְשֹון זָהָב‬cunha de ouro


Js 7.21

36. ‫ ַּוּי ִ ַּקח יִשַּי חֲמֹור ֶֶּ֫לחֶם וְנ ֹאד ֶַּּ֫יי ִן‬Assim
Jessé levou um burro
carregado com alimento e um
odre de vinho.

1Sm 16.20

e O genitivo tópico especifica o tópico de um discurso ou algo equivalente, a saber, C é


acerca de G.
37. ‫ ַּמשָא ב ֶ ָ֑בל‬oráculo acerca de Babilônia
Is 13.1

38. ‫שמַּע צ ֹר‬


ֵּ ֶּ֫ a notícia acerca de Tiro
Is 23.5

39. ‫ז ַּ ֲעקַּת סְד ֹם ַּועֲמ ָֹרה‬o clamor contra Sodoma e


Gomorra

Gn 18.20

f Num genitivo de medida, uma contagem é especificada juntamente com o termo


contado, a saber, G é medido em C. Além de números, quantificadores gerais como ‫‘ כ ֹל‬todo’
e ‫‘ ר ֹב‬multidão’ são freqüentes em tais genitivos, como são as medidas em si.

40. ‫שת יָמִים‬


ֶ ‫ש ְֶּ֫ל‬três dias
Gn 40.18

41. ‫ ֶַּּ֫מי ִם עַּל־ ְּפנֵּי כָל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬havia


água em toda (a
superfície) da terra.

Gn 8.9

42. ‫אֵּל … ַּרב־ ֶֶּ֫חסֶד ֶו ֱא ֶמת׃‬um Deus… abundante em


misericórdia e verdade

Êx 34.6

43. ‫ֹלג ה ָ ַּ֑שמֶן‬o (comum) logue de óleo


Lv 14.12
g Quatro tipos adicionais de genitivos envolvem classes e a inter-relação de uma classe
com um indivíduo ou de uma classe (a super ordenada) e de uma subclasse (a subordinada).
No genitivo de espécie, a classe designada pelo construto (C) é reduzida a uma subclasse (i.e.,
“espécies”) indicada por G. Assim, no # 45 o construto inclui todos os trabalhadores e o
genitivo serve para marcar um grupo individual de trabalhadores, ‘aqueles que trabalham em
madeira’.

44. ‫ֵּי־ג ֹפֶר‬


ֶּ֫ ‫ ֲעצ‬madeira de Gôfer
Gn 6.14

45. ‫ח ָָרשֵּי עֵּץ‬trabalhadores em madeira


2Sm 5.11

46. ‫תְ ֵּאנֵּי ַּה ַּבכֻרֹות‬figos


das primeiras frutas (lit.,
figos temporãos)

Jr 24.2

p 153 47. ‫ ֻעגַּת ְר ָצפִים‬bolos assados em pedras


quentes

1Rs 19.6

48. ‫ ֲא ֻחז ַּת־ ֶֶּ֫קבֶר‬local de enterro


Gn 23.4

49. ‫ ֶֶּ֫ז ַּרע מ ְֵּרעִים‬uma ninhada de malignos


Is 1.4

h No genitivo de associação, o indivíduo G pertence à classe de C; embora ‘de’ seja bem


estabelecido em traduções de tais frases, ele é quase sempre exigido em português.

50. ‫נְהַּר־ּפ ְָרת‬Rio Eufrates


Gn 15.18
51. ‫ ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬a terra [do] Egito
Êx 7.19

52. ‫גַּן־ ֵֶּּ֫עדֶן‬o jardim [do] Êden


Gn 2.15

53. ‫בְתּולַּת יִש ְָראֵּל‬a virgem [de] Israel


Am 5.2

54. ‫מְקֹום ּפְֹלנִי ַאלְמֹונִי׃‬tal e tal lugar


1Sm 21.3

i Em outros genitivos de classe, o elemento subordinado (C) precede o elemento super


ordenado (G). No genitivo de gênero e no genitivo superlativo, o individual está no construto e
a classe mais ampla à qual ele pertence é o genitivo. No genitivo de gênero, C pertence à classe
de G.

55. ‫ַּף־רגְלָּה‬
ַּ ‫כ‬a planta de seu pé
Gn 8.9

56. ‫צ ֹאן ָאדָ ם‬rebanhos de homens


Ez 36.38

57. ‫ ֶּ֫א ֹהֶל בֵּיתִ י‬minha casa de tenda


Sl 132.3

58. ‫ּו ְכסִיל ָאדָ ם בֹוז ֶה ִאמֹו׃‬Um bobo de um homem (i.e.,


um homem tolo) menospreza a
sua mãe.
Pv 15.20

59. ‫ ֲעלִיֹלת דְ ב ִָרים‬trama envolvendo palavras (i.e.,


qualquer calúnia)

Dt 22.14

p 154 60. ‫ …וְֹלא־י ְִראֶה בְָך ע ְֶרוַּת דָ בָר‬de forma que ele não veja em
ti alguma forma de indecência
(i.e., qualquer coisa indecente)

Dt 23.14

j Semelhante é a construção usada para o genitivo superlativo. Um superlativo pode


envolver duas realizações de um único substantivo, a primeira um singular construto e a
segunda um plural genitivo; ou dois substantivos diferentes podem ser usados.

61. ‫ ֶּ֫ק ֹדֶ ש ָקדָֽ שִים‬mais santo


Êx 29.37

62. ‫ ֶֶּ֫עבֶד ֲעבָדִ ים‬um servo dos servos (i.e., um


servo desprezível)

Gn 9.25

63. ‫ִירים‬
ִ ‫שִיר ַּהש‬o Cântico dos Cânticos (i.e., a
Canção mais escolhida)

Ct 1.1

64. ‫אֱֹלהֵּי ָהאֱֹלהִים ַּו ֲאדֹנֵּי ָה ֲאד ֹ ִנ֑ים‬o Grande Deus e o Supremo
Senhor

Dt 10.17

65. ‫ ִמ ְבחַּר ְקבָדֵֶּּ֫ ינּו‬a mais escolhida de nossas


sepulturas

Gn 23.6

66. ‫ ְקט ֹן ָבנָיו‬o mais moço de seus filhos


2Cr 21.17

k Esta discussão pode ser resumida pela divisão dos genitivos adjetivais em duas classes.
No primeiro grupo o construto é o elemento modificado, e o genitivo o modificador:

atributivo C é caracterizado por G ‫הַּר־ ָקדְ שֹו‬## 7, 20

material C é feito de G ‫שבֶט ב ְַּרז ֶל‬


ֵּ ֶּ֫ # 33

tópico C é acerca de G ‫ ַּמשָא ָבבֶל‬# 37

espécie C é especificado por G ‫ח ָָרשֵּי עֵּץ‬# 45

associação C é associado com G ‫ ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬# 51

O construto é o modificador e o genitivo é o elemento modificado no segundo grupo:

epexegético G é caracterizado por C ‫ֵּה־ע ֹ ֶרף‬


ֶּ֫ ‫ ְקש‬# 24

medida G é medido em C ‫שת יָמִים‬


ֶ ‫ש ְֶֹּ֫ל‬# 40

gênero G é especificado por C ‫ ְכסִיל ָאדָ ם‬# 58


superlativo G é especificado pelo ‫ְקט ֹן ָבנָיו‬
melhor

(ou o maior) de C # 66

p 155 9.6 Estado Construto diante de Frases e Orações

a O caso genitivo é costumeiramente uma característica de um único substantivo ou


pronome, mas, como mencionado antes, dois substantivos podem estar associados como um
no encaixe genitivo, após um construto (9.3b). É também possível que frases preposicionais e
mesmo orações inteiras se situem após um construto; estes componentes são então tratados
como um único substantivo (cf. 4.4.1).

b Uma frase preposicional situa-se com mais freqüência após um particípio construto, um
uso semelhante ao genitivo de objeto direto; numa frase comum a preposição é omitida
(9.5.2), enquanto que nestas construções ela é mantida.

1. ‫ָל־חֹוסֵּי בֹו׃‬
ֶּ֫ ‫כ‬Todos os que nele se refugiam.
Sl 2.12

2. ‫שבֵּי ְב ֶֶּ֫א ֶרץ ַּצ ְל ֶָּ֫מוֶת‬


ְ ֹ ‫י‬os
que habitavam na terra da
sombra de morte

Is 9.1

3. ‫שדֶָּ֫ י ִם׃‬
ָ ‫גְמּולֵּי ֵּמ ָחלָב עַּתִ יקֵּי ִמ‬Aos desmamados de leite e aos
que foram afastados dos seios
maternos

Is 28.9

Outros substantivos podem ficar no construto antes de uma frase preposicional; ‫ֶַּּ֫אחַּד‬
regularmente rege uma frase partitiva com ‫מִן‬.

4. ‫ש ְמחַּת ַּב ָקצִיר‬


ִ Alegram-se no tempo da ceifa
Is 9.2
5. ‫ ַּהאֱֹלהֵּי ִמקָר ֹב ֶָּ֫אנִי … וְֹלא‬Acaso, sou Deus apenas de
‫אֱֹלהֵּי מ ֵָּרח ֹק׃‬perto… e não também de
longe?

Jr 23.23

6. ‫ ַּקח־נָא ִאתְ ָך ֵּאת־ַאחַּד‬Toma agora contigo um dos

‫ ֵּמ ַּהנְע ִָרים‬servos


1Sm 9.3

c Uma oração pode situar-se após um substantivo construto. Às vezes o construto tem
uma força preposicional. Por exemplo, ‫ ֶַּּ֫אחַּר‬é um substantivo significando ‘parte posterior’,
porém, ocorre mais freqüentemente em um plural construto, como uma preposição apenas
(‫‘ ַאח ֲֵּרי‬depois’; 11.2.1), ou com outras preposições (‫‘ מֵַּאח ֲֵּרי‬depois de, por detrás’; 11.3.3),
ou como uma conjunção (‫אשֶ ר‬
ֲ ‫ַאח ֲֵּרי‬, veja, p. ex., Dt 24.4; cf. Cap. 38.7); assim, ‫ ַאח ֲֵּרי‬está
bem estabelecida como uma preposição. Semelhantemente, ‫ י ָד‬na frase ‫בי ָד‬ ְ , embora seja um
substantivo construto, pode ser considerado parte de uma preposição complexa. Em casos
oracionais em que o substantivo construto não pode ser considerado uma preposição ou parte
de uma preposição, orações relativas são mais comuns, ainda que ocorram outros tipos de
orações subordinadas.

p 156 dEncontramos, também, orações relativas após construtos usados


preposicionalmente; nestes três exemplos, a oração relativa é assindética (ou acéfala, i.e.,
carece de um pronome relativo).

7. ‫וְַאח ֲֵּרי ֹלא־יֹו ִֶּ֫עלּו ָה ֶָּ֫לכּו׃‬eles seguiram após (desses que)


não podem agir.

Jr 2.8

8. ‫שלָח׃‬
ְ ִ‫שלַּח־נָא ְבי ַּד־ת‬
ְ Envie (tua mensagem) pela mão
daquele (a quem) tu hás de
enviar.

Êx 4.13
A oração relativa pode ser usada após um substantivo construto sem força preposicional
alguma; # 10 usa um pronome relativo.

9. ‫ ִק ְרי ַּת ָחנָה דָ ִו֑ד‬a cidade (onde) David


estabeleceu

Is 29.1

10. ‫ ַּוּי ִתְ ֵֶּּ֫נהּו אֶל־בֵּית ה ֶַּּ֫ס ֹהַּר מְקֹום‬E o


lançou no cárcere, o lugar

‫ֲסּורים‬
֑ ִ ‫ִירי ַּה ֶֶּ֫מלְֶך א‬
ֵּ ‫שר־ ֲאס‬ ֶ ‫ ֲא‬no qual os presos do rei
estavam encarcerados.

Gn 39.20 Qere

e O construto também pode ser usado antes de orações não-relativas, se for ( ‫)אחרי‬
preposicional ou semi-preposicional (‫)כל־ימי‬.

11. ‫ַאח ֲֵּרי נִ ְמכַּר‬Depois de haver-se vendido


Lv 25.48

12. ‫וְֹלא־ ָפ ֶַּּ֫קדְ נּו מ ְֶּ֫אּומָה כָל־יְמֵּי‬Não encontramos nenhuma


ָ ‫הִתְ ַּה ֶַּּ֫לכְנּו ִאתָ ם ִבהְיֹותֵֶּּ֫ נּו ַּב‬falta em todos os dias-em-que-
‫שדֶ ה׃‬
convivemos com eles, quando
estávamos no campo.

1Sm 25.15

Também é possível para um construto sem força preposicional situar-se antes de uma oração
não-relativa. Essa construção é extremamente rara.

13. ‫ְהֹוש ַּע‬


֑ ֵּ ‫תְ ִחלַּת דִ בֶר־יהוה ב‬O começo de palavra de YHWH
por meio de Oséias

Os 1.2

9.7 Determinação e Perífrase


a O tema da determinação (definibilidade/indefinibilidade) será tratado em detalhe no
Capítulo 13, mas um aspecto dele deve ser mencionado aqui. Em hebraico, a definibilidade de
um substantivo e de seus modificadores concorda entre si. Com adjetivos atributivos e
demonstrativos isto é exibido pelo uso do artigo tanto no p 157 substantivo como no adjetivo:
‫שמִיני‬
ְ ‫‘ הַּּיֹום ַּה‬oitavo dia’, ‫‘ הַּּיֹום ַּהזֶה‬este dia’. Numa cadeia construta, o construto nunca
poderá ser prefixado com o artigo. A definibilidade do genitivo especifica a exatidão da frase.
Se o genitivo é indefinido, a frase é indefinida.

1. ‫אִיש ִמ ְל ָחמָה‬um soldado (lit., um homem de


guerra)

Js 17.1

2. ‫ַּר־שקֶר‬
ָ ֶּ֑֫ ‫דְ ב‬Uma mentira (lit., uma palavra
de falsidade)

Pv 29.12

Se o genitivo é definido, a frase é definida; o genitivo pode ser definido por levar o artigo ou
um sufixo ou porque é um nome.

3. ‫ ְבנֵּי ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬filhos do rei (ou, praticamente,


os filhos do rei)

2Sm 9.11

4. ‫ ֵֶּּ֫אשֶת־ָא ִֶּ֫ביָך‬mulher
de teu pai (ou
praticamente a esposa de seu
pai)

Lv 18.8

5. ‫ ִג ְבעַּת ִבנְיָמִין‬Gibeá em Benjamim


1Sm 13.2

6. ‫אֱֹלהֵּי יִש ְָר ֵּאל‬Deus de Israel (ou


praticamente, o Deus de Israel)
1Rs 8.15

A ambigüidade do português ‘o filho do rei’ poderia, também, teoricamente obter a frase


hebraica comparável: o referente é único ou um entre outros? Se o referente não é único (i.e.,
se o rei tem outros filhos) e isto precisa ser deixado claro, o português usa uma frase como
‘um filho do rei’. O hebraico não pode usar um construto com um artigo definido em tais
circunstâncias, mas, em vez disto, recorre ao uso de um genitivo perifrástico com lamed (para
o uso em orações sem verbo, veja 8.4.2).

7. ‫ ָר ִֶּ֫אתִ י בֵּן ְליִשַּי‬Eu conheço um filho de Jessé.


1Sm 16.18

8. ‫ ִמז ְמֹור לְדָ ִו֑ד‬um salmo de Davi


Sl 3.1

b A perífrase pode ser usada em expressões genitivas sob outras circunstâncias. Ela pode
ser usada onde uma frase construta seria também aceitável.

9. ‫הַּצֹפִים ְלשָאּול‬Os guardas de Saul


1Sm 14.16

p 158 O l perifrástico é usado também em casos nos quais uma cadeia construta precisa ser
qualificada (notavelmente por causa da necessidade de clareza sobre a definibilidade, como no
# 7 acima e no # 10 abaixo) ou manter-se concisa.

10. ‫שדֶ ה ל ְֶּ֫ב ֹעַּז‬


ָ ‫ ֶח ְלקַּת ַּה‬a porção de um campo
pertencente a Boaz

Rt 2.3

11. ‫עַּל־ ֵֶּּ֫ספֵּר דִ ב ְֵּרי ַּהּיָמִים ְל ַּמ ְלכֵּי‬no Livro dos Anais dos reis
‫יִש ְָראֵּל׃‬israelitas
1Rs 14.19
Em expressões de contagem a cadeia construta inclui a unidade e a coisa contada; se esta
última é qualificada, isto deve ser feito por um genitivo perifrástico em l. A maioria destas
expressões envolve datas.

12. ‫ ַּב ֲח ִמשָה ָעשָר יֹום ל ֶַּּ֫ח ֹדֶש‬no décimo quinto dia do mês
Lv 23.6

O genitivo perifrástico é usado em datas mesmo se a palavra ‫ יֹום‬for omitida.

13. ‫ְַאר ָבעָה ָעשָר ל ֶַּּ֫ח ֹדֶש‬


ְ ‫ב‬no décimo quarto dia do mês
Lv 23.5

c Outra forma de genitivo perifrástico envolve ‫‘ ֲאשֶר לְ־‬o qual/que pertence a’.
14. ‫אֵּין מ ְִרעֶה לַּצ ֹאן ֲאשֶר ַּל ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬nãohá pasto para o gado
miúdo de teus servos (i.e.,
nosso gado pequeno).

Gn 47.4

Uma construção comparável envolve o raro pronome relativo ‫ש‬


ֶ e produz a combinação ‫שֶל‬, a
partícula genitiva do hebraico pós-bíblico. Esta forma é usada duas vezes na Bíblia.

15. ‫ש ִלשְֹלמ ֹה‬


ֶ ‫ ִהנֵּה ִמטָתֹו‬Eis que é a liteira de Salomão
(lit., sua liteira que pertence a
Salomão)

Ct 3.7

16. ‫שלִי ֹלא נָ ֶָּ֫ט ְרתִ י׃‬


ֶ ‫כ ְַּרמִי‬Eu
não vigiei minha vinha (lit.,
meu vinhedo que pertence a
mim).

Ct 1.6

9.8 Mem Enclítico


a Diversas evidências externas têm levado os eruditos a reconhecerem uma partícula m no
texto bíblico, geralmente associada com o genitivo. Seja qual for a forma que a p 159 partícula
tenha tomado (–m após uma vogal; ou –mi ou –ma em todos os outros casos), parece que ela
foi usada ao final de uma palavra. Apenas o mem consonantal está preservado; uma vez que
seu significado perdeu-se no correr da extensa transmissão textual, o mem confundiu-se com
outros morfemas comuns formados com o mem, tais como o sufixo masculino plural –îm, o
sufixo pronominal –ām, a preposição inseparável min, etc. Como resultado, ele deve ser
detectado no Texto Massorético por irregularidades e anomalias associadas ao mem final ou
inicial.

b O mem enclítico é usado de modo bastante diversificado em línguas cognatas de modo a


certificar que as formas mais antigas de semítico devem ter conhecido mais do que uma forma
dessa construção. No hebraico ele tem às vezes uma força enfática, enquanto que em outras
vezes ele serve como um morfema para indeterminação. Ele é visto em relação com quase
todas as partes do discurso, incluindo verbos, substantivos, sufixos pronominais, advérbios,
etc. Mais comuns são os seus usos no meio de uma cadeia construta. O mem enclítico é
comum na poesia.

c Os exemplos mais fáceis de serem vistos são os que envolvem evidências externas. Aqui
estão duas formas de uma linha de verso extraídas do Salmo 18 e de 2 Samuel 22, textos
paralelos.

1a. 2Sm 22.16 ‫ַּוּי ֵָּראּו ֲא ִֶּ֫פיקֵּי י ָם‬

1b. Sl 18.16 ‫ַּוּי ֵָּראּו ֲא ִֶּ֫פיקֵּי ֶַּּ֫מי ִם‬

O primeiro texto perdeu o seu mem enclítico, enquanto que o segundo acoplou-o a ‫ים‬,
produzindo uma leitura diferente (mas não implausível). A linha é melhor lida assim:

1c. ‫ ַּוּי ֵָּראּו ֲא ִֶּ֫פיקֵּי־ם י ָם‬As


profundezas do mar foram
vistas.

O Pentateuco está preservado não apenas nas várias traduções antigas, mas também em um
texto samaritano; examinemos uma frase extraída de uma narrativa em prosa.

2a. Gn 14.6 / TM ‫ְו ֶאת־הַּח ִֹרי ְבה ְַּר ָרם ש ִ ֵּ֑עיר‬

2b. Gn 14.6 / Sam ‫ואת־החרי בהררי שעיר‬


A leitura mais adequada não é nem o TM, com o estranho sufixo – ām ‘deles’, nem o
samaritano, com a leitura simplificada omitindo o m (uma leitura também encontrada na LXX,
na Vulgata e no Texto Peshitta). Em vez disto, deveríamos ler:

2c. ‫שעִיר‬
ֵּ ‫ ְו ֶאת־הַּח ִֹרי ְבה ְַּר ֵּרי־ם‬Eo horita, nas montanhas de
Seir.

p 160 No TM de Deuteronômio 33.11, uma linha do poema contém um substantivo absoluto


seguido pelo que poderia ser o seu genitivo. O samaritano, ao contrário, contém um construto.
A melhor leitura seria

3. ‫ ְמחַּץ ָמתְ נֵּי־ם ָקמָיו‬Fere os lombos dos seus


inimigos (lit., aqueles que se
levantam contra ele).

Dt 33.11 emendado

Em outros casos, o uso hebraico de forma geral provê um guia confiável para a detecção do
mem enclítico.

4. ‫(אֱֹלהֵּי־ם )> יהוה־אֱֹלהִים‬YHWH Deus dos Exércitos


‫ ְצבָאֹות‬Sl 59.6 emendado

5. ‫[וְאֹלהִים ַּמ ְלכֵּי מ ֶּ֑֫ ִֶקדֶ ם( ַּמ ְלכֵּי־ם‬Tu,] ó Deus, és o Rei Antigo.
>)‫ ֶֶּ֫קדֶ ם‬Sl 74.12 emendado

6. ‫ ִרבֵּי־ם ַּעמִים )> ז ְכ ֹר ֲאדֹנָי‬:(Lembra-te, ó Deus, de tudo,


ְ ‫ח ְֶרּפַּת ֲעב ֶ ָ֑דיָך‬como teus servos foram
‫ש ֵּאתִ י ְבחֵּיקִי‬
escarnecidos, como trago em
‫ָל־רבִים ַּעמִים‬
ַּ ‫כ‬meu coração todas as injúrias
das nações.

Sl 89.51 emendado

7. ‫א ֲֻרבֹות־ם > כִי־א ֲֻרבֹות ִממָרֹום‬As janelas dos céus estão


‫( מָרֹום) נִפְתֶָּ֫ חּו‬abertas
Is 24.18 emendado

p 161 10
Função Acusativa e Assuntos Relacionados
10.1 Função Acusativa

10.2 Espécies de Acusativo

2.1 Acusativo Objetivo

2.2 Acusativo Adverbial

2.3 Duplo Acusativo

10.3 A Partícula ‫את‬

3.1 Com o Acusativo

3.2 Nos Demais Lugares

10.4 Aspectos do Uso de ‫ל‬

10.5 ‫ ה‬Direcional

10.1 Função Acusativa

a Como o genitivo, o acusativo é uma função de modificação ou dependência: substantivos


usados com outros substantivos ou preposições estão no genitivo, enquanto substantivos que
estejam modificando verbos estão no acusativo. Esta função adverbial pode envolver
receptores ou objetos de ação verbal, às vezes onde possui marcação definida com a partícula
‫ ֶאת‬.
1. ‫ ָבנִים גִדֶַּּ֫ לְתִ י‬Eu tenho criado filhos
(ACUSATIVO).
Is 1.2

2. ‫עָ ְ ָֽזבּו ֶאת־יהוה‬Eles abandonaram YHWH


(ACUSATIVO).

Is 1.4

A função pode também envolver outras especificações de ação verbal.

3. ‫נ ֶָּ֫ז ֹרּו ָאחֹור׃‬Eles voltaram para trás


(ACUSATIVO).

Is 1.4

b Considerando que o genitivo pode ser identificado por sua associação com uma
preposição ou com um substantivo no caso construto, o caso acusativo não pode ser
distinguido regularmente pela forma. Mesmo a distinção entre verbos transitivos (que podem
ser qualificados por um objeto direto acusativo) e intransitivos (que usualmente não o são)
não é proveitosa; acusativos adverbiais podem estar associados com ambos os tipos de verbos.
A partícula ‫ ֶאת‬geralmente é usada com o acusativo definido; mesmo p 162 esta partícula
sendo útil, seu valor é limitado na identificação do acusativo por três razões: ela é usada
apenas com substantivos que são definidos, pode ser usada com o nominativo e raramente é
usada em poesia.

c Outras dificuldades são criadas pela ordem de palavras relativamente livre do hebraico,
especialmente no verso. Enquanto o português distingue o sujeito de um verbo de seu objeto
por uma ordem fixa de palavras (veja que contraste em ‘João golpeou José’ e em ‘José golpeou
João’), o acusativo hebraico não é consistentemente ordenado com relação ao verbo. Por
exemplo, ‫אִיש־דָ ִמים ּומִ ְרמָה י ְתָ עֵּב יהוה‬ (Sl 5.7) pode tanto significar ‘um homem
sanguinário e traiçoeiro detesta YHWH’ como ‘YHWH detesta um homem sanguinário e
traiçoeiro’. Os exegetas não podem decidir quanto ao sentido utilizando quaisquer sinais
estritamente gramaticais pertencente à oração. Neste exemplo a linha precedente do poema
aponta claramente na direção do segundo sentido.

d Apesar dessa falta essencial de indicadores formais, a presença do acusativo, o sentido e


os usos ainda podem ser identificados considerando o hebraico no contexto de outras línguas
semíticas que marcam o acusativo com a terminação –a (8.1.c) e ao considerar os padrões do
próprio hebraico. O acusativo semítico é histórica e descritivamente o caso adverbial (para o
verbo); ele associa um substantivo ou seu equivalente com um verbo a fim de modificá-lo de
acordo com o sentido do substantivo. Como sempre, é problemático abstrair “o significado” de
uma construção a partir de seus muitos usos particulares. Não obstante, abstrações são úteis e
mesmo necessárias na construção de sentido do fenômeno lingüístico. À luz de seus muitos
usos exibidos na próxima seção, podemos fazer um melhor sentido do acusativo hebraico
emoldurando a generalização que é a função adverbial.

10.2 Espécies de Acusativo

a No capítulo precedente descrevemos alguns aspectos do processo pelo qual os usos de


uma forma gramatical são classificados (9.4). Essencialmente, os gramáticos tentam classificar
os usos mais amplamente por considerações sintáticas e mais particularmente por
considerações semânticas. Não se pode estabelecer uma delimitação estrita entre sintaxe e
semântica; por exemplo, o uso de um acusativo objetivo direto reflete um sentido transitivo de
um verbo, enquanto a distinção entre acusativos adverbiais de lugar e de p 163 tempo é, em
grande medida, mas não inteiramente, lexical. Os gramáticos às vezes distinguem entre
adjuntos e complementos, o primeiro significando um constituinte opcional de uma sentença e
o último um constituinte obrigatório. O acusativo objetivo direto é chamado de complemento
e o acusativo adverbial de adjunto. Por exemplo, na oração ‘Deus plantou um jardim’, ‘jardim’
é um constituinte obrigatório porque ‘Deus plantou’ tem sentido incompleto. Por outro lado,
‘para Adão’ na oração ‘Vieste para Adão’ é um adjunto, um constituinte opcional. Novamente,
não é possível uma delimitação estrita.

b Nas seções seguintes, os usos do acusativo como um objeto verbal ou receptor de ação
(10.2.1) são distinguidos dos acusativos adverbiais (10.2.2). As construções acusativas duplas
são tratadas por último (10.2.3).

10.2.1 Acusativo Objetivo

a Os verbos podem governar uma variedade de tipos de objetos, de modo que a extensão
de objetos associados a um verbo particular é no fundo uma característica do verbo. A
classificação do acusativo objetivo está, portanto, baseada em várias categorizações de verbos.
A maioria dos verbos que rege um acusativo objetivo é (a) fientiva (i.e., eles descrevem ações
em vez de condições) e (b) transitiva (i.e., o efeito do verbo se transfere/atravessa para algo).
Os objetos de tais verbos podem sofrer a ação (objetos diretos; cf. ‘Ele plantou tomates’) ou
criados (objetos produzidos; cf. ‘Ele cultivou tomates’). Alguns objetos estão virtualmente
subentendidos no verbo usado (cf. ‘Ele chorou lágrimas’) – estes são objetos internos –
enquanto alguns objetos são complementares ao verbo (cf. ‘Ele vestiu roupas’).

b A própria categorização dos verbos hebraicos é uma tarefa mais complexa do que
indicada até aqui, por duas razões. Primeira, a transitividade é apenas um aspecto do esquema
de regência de um verbo; outros modificadores além dos acusativos objetivos são relevantes.
Segunda, a transitividade é expressa variavelmente; objetos diretos e preposicionais podem
ser igualmente usados em diferentes tipos de orações. Considere, associado a estes pontos, as
seguintes orações:

1. She gave at home. Ela deu em casa.


2. She gave up. Ela desistiu.

3. She gave some pages. Ela deu algumas páginas.

4. She gave the book to them. Ela lhes deu o livro.

5. She gave him the books. Ela lhe deu o livro.

6. She gave away the books. Ela se desfez dos livros.

p 164 O verbo ‘to give’ (dar) pode ser simplesmente transitivo, apenas (# 3), com uma
partícula (# 6), ou com um objeto preposicional (“indireto”) (# 4). Mas ele também pode ser
usado com um objeto não explícito (# 1) ou com dois (# 5) ou com uma partícula (# 2).
Complexidades como estas, combinadas com o status do hebraico bíblico como língua escrita,
tornam difícil traçar um esquema completo dos tipos de acusativos hebraicos. Tanto as
semelhanças como as diferenças no governo verbal entre o hebraico e o inglês (português),
também, complicam nossa tarefa, e dedicaremos atenção para insistir em algumas das
distinções entre as duas línguas.

c O acusativo objetivo direto é o recipiente da ação de um verbo transitivo.

7. ‫ָָאדם‬
֑ ָ ‫ ַּוּי ִ ַּקח יהוה אֱֹלהִים ֶאת־ה‬E YHWH Deus tomou Adão.
Gn 2.15

8. ‫ ֱהבִי ֶַּּ֫אנִי‬me trouxe


Ez 40.2

Ambos os verbos hebraicos ‫ לקח‬e ‫ הביא‬são transitivos, como o são os verbos portugueses
‘tomar’ e ‘trazer’. Na prosa, o objeto direto, se definido, pode ser regido por ‫את‬. Compare # 9
e # 10.

9. ‫ ַּוּיַּסְֵּך ֶאת־נִס ְ֑כֹו‬E ele derramou a sua libação.


2Rs 16.13

10. ‫בַּל־ ַּאסִיְך נִ ְסכֵּיהֶם‬E não derramará as suas


libações.

Sl 16.4

Freqüentemente um verbo transitivo hebraico não corresponde a um transitivo português que


pode apropriadamente ser usado para comentá-lo ou traduzi-lo.

11. ‫וַּתֵֶּּ֫ לֶד ֶאת־ ֶַּּ֫קי ִן‬Ela deu à luz a Caim.


Gn 4.1

12. ‫ּופִי־ ִמ ְרמָה ָעלַּי ּפ ֶּ֑֫ ָָתחּו‬Eles falaram contra mim com
línguas mentirosas (lit.: abriu…
uma boca de mentiras).

Sl 109.2

Em contrapartida, muitos verbos transitivos portugueses não têm correspondentes em


hebraico.

13. ‫נָגַּע ְבכַּף־ ֶֶּ֫י ֶרְך יַּעֲק ֹב‬Ele tocou a juntura do quadril
de Jacó.

Gn 32.33

14. ‫ ַּוּי ִ ְבחַּר ְבז ְַּרעֹו ַאח ָ ֲ֑ריו‬E ele escolheu a sua
descendência após dele.

Dt 4.37

p 165 d Dentro do sistema sintático hebraico, um mesmo verbo pode variar. Alguns
verbos podem reger tanto acusativos objetivos diretos (substantivos, # 15; ou pronomes, # 16)
quanto objetos preposicionais (# 17), sem qualquer diferença considerável no sentido.
15. ‫שר ִצּוָה אֱֹלהִם ֶאת־נֹחַּ׃‬
ֶ ‫ ַּכ ֲא‬como Deus ordenara a Noé
Gn 7.9

16. ‫שר־ ִצ ֶּ֫ ָּוהּו יהוה׃‬


ֶ ‫כְכ ֹל ֲא‬Tudo o que YHWH lhe ordenou
Gn 7.5

17. ‫ ַּויְצַּו יהוה אֱֹלהִים עַּל־הָָאדָ ם‬E YHWH Deus ordenou Adão…
Gn 2.16

Assim, ṣwy Piel pode reger (1) um objeto direto, seja ele (a) um substantivo (# 15) ou (b) um
pronome (# 16), ou (2) um objeto pela preposição ‫( עַּל‬# 17). O verbo ydʿ ‘conhecer’ pode
reger ou um objeto direto (# 18) ou um objeto com l (# 19), como pode hrg ‘matar’ (## 20–21)
e ʾrk Hiphil ‘alongar’ (## 22–23).

18. ‫י ָדַּ ע שֹור ק ֵֶֹּּ֫נהּו‬O boi conhece seu dono.


Is 1.3

19. ֑‫ ַּאתָ ה י ָדֶַּּ֫ עְתָ ְל ִא ַּּולְתִי‬Tu conheces minha loucura.


Sl 69.6

20. ‫כִי ְב ַּאּפָם ֶָּ֫ה ְרגּו אִיש‬Nasua ira mataram uns


homens.

Gn 49.6

21. ‫ג־כעַּש‬
֑ ָ ֶּ֫ ‫ ֶל ֱאוִיל יַּה ֲָר‬O ressentimento mata um tolo.
Jó 5.2

22. ‫עַּל־מִי … תַּ ֲא ִֶּ֫ריכּו לָשֹו֑ ן‬Contra quem … deitais para


fora (lit., alongais) (tua) língua?
Is 57.4

23. ‫עַּל־ ֶַּּ֫גבִי … ֶהא ֱִֶּ֫ריכּו ְל ַּמ ֲענִיתָ ם׃‬Nas


minhas costas … eles
alongam os seus sulcos.

Sl 129.3 Qere

As formas niphal às vezes regem um objeto direto (cf. 23.2, 4).

24. ‫ ְבנֵּי– ְב ִל ֶַּּּ֫יעַּל נַּ ֶַּּ֫סבּו ֶאת– ַּה ֶַּּ֫בי ִת‬Os homens malvados cercaram
a casa.

Jz 19.22

25. ‫ ַּו ִּי ָֽ ָלח ֲֶּ֫מּונִי ִחנָם׃‬Eles me atacam sem causa.


Sl 109.3

p 166 e Para alguns verbos, por exemplo, ngʿ ‘tocar’, ykl ‘superar’, um pronome pode
comportar-se como um objeto preposicional (## 26, 28), ou como um objeto sufixado (i.e.,
direto) (## 27, 29), sem qualquer diferença apreciável de sentido.

26. ‫ ָל ֶַּּ֫געַּת בְָך׃‬para prejudicá-lo


2Sm 14.10

27. ‫ֹלא נְגַּ ָֽעֲנֶּ֫ ּוָך‬não o prejudicamos.


Gn 26.29

28. ‫ֹלא י ָכ ֹל לֹו‬Ele não o pôde dominar


Gn 32.26

29. ‫י ְ ָכל ִ ְ֑תיו‬Eu o superei


Sl 13.5
Quando um verbo tem significados diferentes ou nuanças de acordo com a frase preposicional
ligada, o uso de um pronome sufixado pode resultar em ambigüidade. Por exemplo, ‫את‬ ‫אחז‬
‘pegar, apoderar-se de’ (# 30) contrasta com ‫‘ אחז ב‬segurar firmemente’ (# 31); o # 32 é
ambíguo.

30. ‫וַּּי ֹאחֲזּו א ֹתֹו‬Eles o agarraram


Jz 1.6

31. ‫ ְוי ָדֹו א ֹ ֶֶּ֫חז ֶת ַּב ֲעקֵּב ֵּעשָו‬sua mão segurou o calcanhar de
Esaú

Gn 25.26

32. ‫וַּּי ֹאחֲזֶּ֫ ּוהּו ְפ ִלשְתִ ים ַּויְנַּ ְקרּו ֶאת־‬Então os filisteus o capturaram
‫ )?(עֵּינָי֑ ו‬/ agarraram-no (?) e
arrancaram os seus olhos.

Jz 16.21

f O acusativo objetivo produzido é o resultado ou o efeito da ação de um verbo transitivo.

33. ‫תַּ דְ שֵּא ָה ֶָּ֫א ֶרץ דֶֶּ֫ שֶא‬produza a terra vegetação.


Gn 1.11

A ‘vegetação’ não é paciente da ação do verbo (compare com ‫אֶת־ז ְַּרעֲָך‬ ‫‘ תִ ז ְַּרע‬Tu semeias a
tua semente’, Dt 11.10); ela resulta mais precisamente das ações que o verbo descreve. O
verbo e o objeto produzido freqüentemente derivam da mesma raiz; este tipo de objeto é
chamado de acusativo produzido cognato. (Como o exemplo de Dt 11.10 deixa claro, nem
todos os acusativos cognatos descrevem um objeto produzido).

34. ‫ ְו ָהי ָה בְעַּ ָֽנְנִי ָענָן עַּל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬Quando


eu trouxer nuvens
sobre a terra…

Gn 9.14
p 167 35. ‫חֲֹלמֹות יַּחֲֹלמּון‬Eles terão sonhos.
Jl 3.1

36. ‫[בְרֹוק ֶָּ֫ב ָרק‬O Deus,] despede relâmpagos


Sl 144.6

g Um acusativo interno é uma expressão da ação verbal; ele geralmente não possui artigo
e pode seguir ou preceder o verbo. Ele se assemelha em sentido tanto a um infinitivo absoluto
(35.3.1) quanto a diversos acusativos adverbiais (10.2.2). Um acusativo interno pode ser um
acusativo cognato.

37. ‫הִתְ ַּאּוּו תַּ א ֲָו֑ה‬Eles


apeteceram com uma
apetência (ou, vorazmente).

Nm 11.4

38. ‫ּפָר ֹ ַּח תִ פ ְַּרח ְו ָתגֵּל ַאף גִילַּת‬florescerá abundantemente,


jubilará de alegria e exultará
(lit.: floresça viçosamente e
grande-mente regojize).

Is 35.2

39. ‫ ֶָּּ֫פחֲדּו ֶּ֑֫ ָפחַּד‬Eles apavorados com medo (lit.:


foram subjugados com medo).

Sl 14.5

Um cognato interno pode ser usado em uma comparação.

40. ‫ְבּורת חֲמֹור יִק ֵּ ָ֑בר‬


ַּ ‫ק‬Ele será enterrado como um
jumento (lit.: com o enterro de
um jumento).

Jr 22.19
41. ‫אִם־כְמֹות כָל־הָ ָָֽאדָ ם י ְ ֻמתּון‬Se estes morrerem uma morte
‫ ֵֶּּ֫אלֶה ּו ְפ ֻקדַּ ת כָל־הָ ָָֽאדָ ם י ִ ָּפקֵּד‬natural (lit.: como a morte de
todas as pessoas) ou se eles
‫ֵּיהם‬
֑ ֵּ ‫ ֲעל‬experimentarem uma punição
natural (lit.: haverá punição
sobre eles uma punição de
todas as pessoas)…

Nm 16.29

Um acusativo interno não-cognato carrega consigo um qualificador (cf. português ‘Ela escreve
à boa mão (com habilidade)’). Tal acusativo freqüentemente envolve um verbo ou expressão
junto ao qual o órgão de expressão é mencionado.

42. ‫ ְוק ְָראּו … קֹול גָדֹול‬E eles clamam… com uma


grande voz.

Ez 8.18

43. ‫ ְוכָל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ בֹוכִים קֹול גָדֹול‬Toda a terra estava lamentando
em alta voz.

2Sm 15.23

p 168 h Um acusativo complementar especifica o substantivo associado a um verbo


intransitivo sob certas condições. Diversas classes de verbo tomam um complemento
acusativo. Verbos de plenitude e desejo pode ser tanto transitivo como intransitivo, por
exemplo, ‫ָמלֵּא‬ pode significar ‘encher (transitivo)’ no Qal como também ‘ser/estar cheio
(intransitivo)’ tanto no Qal como no Niphal.

44. ‫י ְדֵּ יכֶם דָ מִים ָמ ֵֶּּ֫לאּו׃‬Vossas mãos estão cheias de


sangue.

Is 1.15

45. ‫וַּתִ ָמלֵּא ָה ֶָּ֫א ֶרץ א ֹתָ ם׃‬E a terra estava cheia deles.
Êx 1.7
46. ‫אּולַּי י ַּ ְחסְרּון ֲח ִמשִים ַּהצַּדִיקִם‬Talvez faltem cinco justos para

‫ ֲח ִמשָה‬cinqüenta.
Gn 18.28

47. ‫ ְוש ַָּרץ ַּהי ְא ֹר ְצפ ְַּרדְ עִים‬O Nilo ficará repleto de rãs.
Êx 7.28

48. ‫ש ֶַּּ֫בעְתִ י ע ֹלֹות‬


ָ Eu tenho mais que suficiente
‘ôlôt.

Is 1.11

Verbos para vestir, doar ou tirar roupas podem levar um complemento.

49. ‫ ָלבְשּו כ ִָרים הַּצ ֹאן‬Os campos estão cobertos de


rebanhos.

Sl 65.14

50. ‫ ְלבַּש ְבגָדֶֶּ֫ יָך‬Traja as tuas vestes.


1Rs 22.30

51. ‫שלִים ֶָּ֫אז ְרּו ֶָּ֫חי ִל׃‬


ָ ‫ ְונִ ְכ‬Os que tropeçaram foram
cingidos de força.

1Sm 2.4

52. ‫וְהּוא עֹטֶה מ ִ ְ֑עיל‬E ele está usando uma capa.


1Sm 28.14

53. ‫ ַּו ֶַּּּ֫יעַּט ַּכ ְמעִיל ִקנְָאה׃‬E ele se cobriu de zelo como de
um manto.

Is 59.17
54. ‫ ַּו ִֶּּ֫י ְפשַּט גַּם־הּוא ְבגָדָ יו‬Eletirou também as suas
vestes.

1Sm 19.24

55. ‫שטְתִ י ֶאת־ ֻכ ָתנְתִי‬


ַּ ‫ ָּפ‬Eu tirei as minhas vestes.
Ct 5.3

i O assim chamado “acusativo dativo” envolve um objeto direto pronominal onde um


objeto preposicional (viz., um “dativo”) seria esperado. Muitos exemplos estão mencionados
acima no tratamento de acusativos objetivos diretos; o padrão mencionado para ykl e p 169
ngʿ (## 26–29), também se obtém para outros verbos. O verbo ntn leva a preposição l para
substantivos indicando o beneficiário (a pessoa para quem o objeto é dado; # 56) e às vezes
pronomes (# 57), mas um pronome indicando o beneficiário pode estar sufixado diretamente
ao verbo (# 58).

56. ‫ ְונָ ַּתתָ ה ֶאת־ ַּה ְל ִוּי ִם לְַאהֲר ֹן‬E darás os Levitas para Aarão e
‫ּו ְלב ָָנ֑יו‬para sua descendência.
Nm 3.9

57. ‫שלָל‬
ָ ‫שָך ְל‬
ְ ‫ ְונָ ַּתתִ י לְָך ֶאת־נַּ ְפ‬Eu darei para você a vida como
despojo.

Jr 45.5

58. ‫שי ִת ַּב ִמ ְל ָחמָה‬


ַּ ֶּ֫ ‫שמִיר‬
ַּ ‫מִי־י ִתְ ֵֶּּ֫ננִי‬Oh, se ele (indefinido) me desse
(i.e., Oh que eu tivesse) sarças e
espinheiros diante de mim para
a batalha!

Is 27.4

O verbo z ʿq normalmente leva a preposição ʾel diante de um substantivo ou pronome


indicando o destinatário (## 59–60), mas o destinatário pode estar expresso com um pronome
sufixado (# 61).
59. ‫שמּואֵּל אֶל־יהוה‬
ְ ‫ ַּוּיִזְעַּק‬E clamou Samuel a YHWH.
1Sm 7.9

60. ‫ ְונִזְעַּק ֵּא ֶֶּ֫ליָך ִמצ ָָרתֵֶּּ֫ נּו‬Clamaremos a ti em nossas


dificuldades.

2Cr 20.9

61. ‫ ַּוּיִזְע ֶָּ֫קּוָך‬Eles clamaram a ti.


Ne 9.28

Outros “acusativos dativos” ocorrem com verbos menos bem documentados.

62. ‫שנִי׃‬
ֵּ ֶּ֫ ָ‫ֹלא תִ נ‬Tu não serás esquecido por
mim.

Is 44.21

63. ‫הֲצֹום ַּצמְתֶֻּ֫ נִי ֶּ֫אנִי׃‬Jejuastes para mim!?


Zc 7.5

64. ‫בִעּותֵּ י אֱלֹו ַּּה ַּיָֽע ְַּר ֶּ֫כּונִי׃‬Osterrores de Deus estão


arregimentados contra mim.

Jó 6.4

10.2.2 Acusativo Adverbial

a Além dos acusativos objetivos, os verbos podem reger vários acusativos adverbiais; esses
detalhes característicos da ação verbal (e outros mais), incluindo tempo, lugar, condição,
modo e especificação. Em termos gerais, esses acusativos são adjuntos em vez de
complementos para o verbo (10.2).

b O acusativo de lugar especifica uma localização. Ordinariamente, a localização sem


movimento pode ser especificada por uma frase preposicional com b ou l, mas um acusativo
pode ser usado. Os verbos yšb ‘habitar’ (## 1–2), gwr ‘residir’ (## 3–4) e škb ‘morar’ (# 5) são
encontrados com acusativos de lugar, visto que são verbos sem referência de localização
específica (## 6–7).

p 170 1. ‫וְהּוא יֹשֵּב ּפֶתַּ ח־ה ֶָּ֫א ֹהֶל‬Enquanto ele estava assentado
na entrada de sua tenda

Gn 18.1

2. ‫שבֶת ֶָּ֫בי ִת׃‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ָל‬Para
que possa habitar num
santuário

Is 44.13

3. ‫מִי י ָגּור ֶָּ֫לנּו אֵּש אֹו ֵּכלָה‬Quem de nós habitará no fogo


consumidor?

Is 33.14

4. ‫ֹלא יְג ְֻרָך ָרע׃‬O mal não pode morar com


você.

Sl 5.5

5. ‫ ְו ִהנֵּה ִאשָה ש ֹ ֶֶּ֫כבֶת מ ְַּרגְֹלתָיו׃‬Evê, que uma mulher estava


aos seus pés!

Rt 3.8

6. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬
ָ ‫שמַּע ַּה‬
ְ ִ‫ ְו ַּאתָ ה ת‬Então
ouve [Ó Deus] dos (i.e.,
no) céus.

1Rs 8.32

7. ‫ ֲהי ֵּש בֵּית־ָאבִיְך מָקֹום‬Haverá um quarto na casa de


teu pai?

Gn 24.23
O alvo do movimento (ou atividade dirigida) é usualmente marcado com uma preposição, mas
pode aparecer como um acusativo de lugar.

8. ‫שדֶה‬
ָ ‫ ְוצֵּא ַּה‬Saia ao campo.
Gn 27.3

9. ‫ ַּוּי ֶָּ֫ב ֹאּו ֶֶּ֫א ֶרץ ְכ ֶַּּ֫נעַּן‬E vieram à terra de Canaã.


Gn 45.25

10. ‫אֹוצַּר יהוה י ָבֹוא‬Irão à tesouraria de YHWH.


Js 6.19

Por analogia, o acusativo também é usado para o lugar de onde alguém parte.

11. ‫הֵּם ָיָֽצְאּו ֶאת־ ָהעִיר‬Tendo eles saído da cidade


Gn 44.4

As construções com acusativo de localidade (## 12, 14) e com o direcional –āh (## 12, 13) às
vezes são intercambiáveis.

p 171 12. ‫ְֹלמ ֹה כִי־‬


֑ ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך ֶַּּ֫גתָ ה … ַּוּיֻגֵּד ִלש‬E ele (Simei) foi para Gate… e
‫ש ְמעִי … גַּת‬ ִ ‫ ָהלְַּך‬isto foi falado a Salomão que
Simei tinha ido… para Gate.

1Rs 2.40–41

13. ‫ְהֹור ְדתֶ ם ֶאת־שֵּיבָתִ י ְבי ָגֹון‬


ַּ ‫ו‬Fareis descer as minhas cãs até
‫ש ְֶּ֫אֹולָה׃‬o Sheol com tristeza.
Gn 42.38

14. ‫ְהֹור ְדתָ ֶאת־שֵּיבָתֹו בְדָ ם‬


ַּ ‫ו‬Tu farás que as suas cãs desçam
‫שְאֹול׃‬o Sheol com sangue.
1Rs 2.9

A extensão local de uma ação verbal pode também aparecer como um acusativo de lugar.

15. ‫ ֲחמֵּש ֶעש ְֵּרה ַּאמָה ִמ ְל ֶַּּ֫מ ְעלָה‬E as águas subiram a uma

‫גָ ָֽבְרּו ה ֶּ֑֫ ַָּמי ִם‬profundidade de quinze


côvados.

Gn 7.20

16. ‫ ַּוּי ִּפ ֹל מְֹלא־קֹו ָמתֹו ֶַּּ֫א ְרצָה‬Ele caiu completamente


estendido no chão.

1Sm 28.20

17. ‫וְהּוא־ ָהלְַּך ַּב ִמדְ בָר דֶֶּ֫ ֶרְך יֹום‬Ele foi ao deserto, jornada de
um dia.

1Rs 19.4

c O acusativo de tempo especifica um tempo. Ele pode referir-se ao tempo no qual uma
ação se realiza.

18. ‫עַּתָ ה ֶא ָספֶה יֹום– ֶאחָד ְבי ַּד־‬Ora, ainda algum dia perecerei
‫שָאּו֑ ל‬pela mão de Saul.
1Sm 27.1

19. ‫שנָה ַּאתָ ה מֵּת‬


ָ ‫ ַּה‬Este ano tu vais morrer.
Jr 28.16

20. ‫שיחָה‬
ִ ֶּ֫ ‫ ֶֶּ֫ע ֶרב ו ֶָּ֫ב ֹקֶר ְו ָצה ֶַָּּ֫רי ִם ָא‬Noite,
manhã, e meio-dia que
eu clamo em angústia.

Sl 55.18
Ele pode, também, referir-se à duração de uma ação.

21. ‫ ְו ָעפָר ת ֹאכַּל כָל־יְמֵּי ַּח ֶֶּּ֫ייָך׃‬Comerás pó todos os dias de


tua vida.

Gn 3.14

22. ‫שת יָמִים תַּ עֲב ֹד‬


ֶ ‫ש‬
ֵּ ֶּ֫ Durante seis dias trabalharás.
Êx 20.9

23. ‫יָמִים ַּרבִים ֵּיָֽשְבּו‬Eles viverão muitos dias.


Os 3.4

d O acusativo de condição especifica uma característica do sujeito ou do objeto do verbo


no momento da ação verbal ou em relação àquela ação. Este tipo de acusativo, seja ele
subjetivo, adjetivo ou particípio, é indefinido. Ele pode referir-se ao sujeito de uma oração.

p 172 24. ‫ ַּוּיֵּצֵּא ה ִָראשֹון ַאדְ מֹונִי‬E o primeiro saiu ruivo.


Gn 25.25

25. ‫ ֶּ֫באתִ י הַּּיֹום ִראשֹון‬Eu vim hoje como o primeiro.


2Sm 19.21

26. ‫ש ְע ֶָּ֫יהּו עָרֹום ְוי ֵּ ָ֑חף‬


ַּ ְ ‫ ָהלְַּך ַּעבְדִ י י‬Meu
servo Isaías andou nu e
descalço.

Is 20.3

27. ‫שמֹנַּת יָמִים י ִמֹול ָלכֶם כָל־‬


ְ ‫ּובֶן־‬Todo macho entre ti, quando
‫זָכָר‬tiver oito dias, será
circuncidado.

Gn 17.12
Ele pode referir-se ao objeto de uma oração.

28. ‫שלָה‬
ֵּ ‫ ְו ָלקַּח הַּכֹהֵּן ֶאת־ ַּהז ְר ֹ ַּע ְב‬E o sacerdote tomará a espádua
quando estiver cozida.

Nm 6.19

29. ‫חָם ִה ְצ ַּט ֶַּּּ֫ידְ נּו א ֹתֹו‬Nós


o empacotamos quando
ainda estava quente.

Js 9.12

30. ‫הּוא י ְשּופְָך ר ֹאש‬Ele te esmagará a cabeça.


Gn 3.15

31. ‫ּהר ֶַּּ֫אנִי יהוה א ֹתְ ָך ֶֶּ֫מלְֶך עַּל־‬


ְ YHWH indicou-me que tu hás de
‫א ֲָרם׃‬ser rei sobre a Síria.
2Rs 8.13

32. ‫שמַּע מֹשֶה ֶאת־ ָהעָם בֹכֶה‬


ְ ‫וַּּי‬Moisés ouviu o povo
lamentando.

Nm 11.10

O acusativo de condição pode discordar do seu referente em gênero ou em número.

33. ‫ת ִֶּ֫כיתָ ֶאת־כָל־אֹיְבַּי ֶּ֑֫ ֶלחִי‬Golpeie todos meus inimigos na


mandíbula.

Sl 3.8

e O acusativo de maneira descreve o modo pelo qual uma ação é realizada; este acusativo
também não leva artigo.
34. ‫וְֹלא ֵּ ָֽתלְכּו רֹומָה‬Não andareis orgulhosamente
Mq 2.3

35. ‫שכֶם ֶאחָד׃‬


ְ ‫ ְל ָעבְדֹו‬sirvam de comum acordo
Sf 3.9

36. ‫שּפְטּו ְבנֵּי ָאדָם‬


ְ ִ‫מֵּיש ִָרים ת‬Julgais com retidão os filhos dos
homens?

Sl 58.2

p 173 37. ‫נֹוראֹות נִ ְפ ֵֶּּ֫ליתִ י‬


ָ Eu fui feito de modo
assombrosamente maravilhoso

Sl 139.14

O acusativo de limitação especifica a extensão da realização de uma ação.

38. ‫ ֶּ֫ע ֹ ֶרף יִפְנּו ִל ְפנֵּי ָֽא ֹיְבֵּיהֶם‬Elesviraram os seus pescoços


(i.e., viraram as suas costas)
diante dos seus inimigos

Js 7.12

O acusativo de especificação descreve uma característica de um substantivo no estado


absoluto; o acusativo é indefinido. Esse uso acusativo é semelhante a certos padrões genitivos.

39. ‫שקָל ִלמְנ ֹרֹות ַּהזָהָב‬ ְ ‫ּו ִמ‬e o peso para os candeeiros de
‫ ְונֵּר ֹתֵּ יהֶם זָהָב‬ouro (GENITIVO) e suas lâmpadas
de ouro (ACUSATIVO)

1Cr 28.15

40. ‫ ְו ַּאתָ ה מַּ ָֽ ֲחסִי־ע ֹז׃‬Tu és meu refúgio forte.


Sl 71.7
O acusativo de especificação pode ser usado numa comparação.

41. ‫ ַּכבִיר ֵּמא ֶָּ֫ביָך יָמִים׃‬mais poderosos do que seu pai


com respeito a dias (i.e.,
homens até mais velhos que
seu pai)

Jó 15.10

Freqüentemente o hebraico não permite que se decida se um substantivo especificador é um


acusativo, um genitivo ou um apositivo.

42. ‫ ִאטֵּר י ָד־יְמִינ֑ ֹו‬Impedido


de / na sua mão
direita (ACUSATIVO ou GENITIVO)
(i.e., mão esquerda)

Jz 3.15

43. ‫שְלש ְסאִים ֶֶּ֫ק ַּמח‬Três medidas de farinha


(ACUSATIVO ou APOSIÇÃO)

Gn 18.6

10.2.3 Acusativo Duplo

a Alguns verbos são dupla ou complexamente intransitivos e podem ter mais do que um
objeto associado a eles. Tais verbos são muito mais comuns em hebraico do que em
português, mas considere estas orações:

1. Eles o (OBJETO1) fizeram rei (OBJETO2).

2. Eles a (OBJETO1) pensaram uma profetiza (OBJETO2).

3. Eles o (OBJETO1) provaram um tolo (OBJETO2).

p 174 Como esses exemplos sugerem, uma transitividade complexa freqüentemente está
associada a noções de causalidade e julgamento, noções atreladas em hebraico aos graus Piel
e Hiphil. Muitos dos exemplos aqui usam verbos nesses graus, enquanto outros refletem
outras diferenças entre os léxicos hebraico e português.
b Comecemos com acusativos duplos não associados com as formas Piel-Hiphil. Um
acusativo duplo de objeto direto + objetos “dativos” é encontrado com verbos de fala (šʾl, ʿny,
ṣwy, ## 4–8), como também com verbos de doação (ntn, zbd, ## 9–10). O objeto “dativo”
geralmente é um pronome. (Nos exemplos abaixo, a marca | é usada para separar os dois
acusativos quando estes forem adjacentes na glosa portuguesa.)

4. ‫ש ְּפטֵּי־ ֶֶּ֫צדֶ ק‬
ְ ‫ְָאלּונּו ִמ‬
ֶּ֫ ‫יִש‬Eles me perguntam | somente
para decisões.

Is 58.2

5. ‫שא ֵֶּּ֫לּונּו שֹו ֵֶּּ֫בינּו דִ ב ְֵּרי־‬


ְ ‫כִי שָם‬Aqueles que nos levaram

‫שִיר‬cativos exigiram de nós |


canções.

Sl 137.3

6. ‫ ַּו ֶַּּּ֫יעַּן ַּה ֶֶּ֫מלְֶך ֶאת־ ָהעָם ָק ָ ֑שה‬E


o rei respondeu ao povo |
severamente (lit.: uma coisa
severa).

1 Rs 12.13

7. ‫שר דִ בֶר יהוה‬


ֶ ‫ ַּוי ְ ַּצּוֵּם אֵּת כָל־ ֲא‬E ele ordenou-lhes | tudo que

‫ ִאתֹו‬YHWH lhe falou.


Êx 34.32

8. ‫ ִמצְֹותָ יו ֲאשֶר ָאנֹכִי ְמ ַּצּוֶָך‬Seus mandamentos que eu


tenho ordenado a ti

Dt 6.2

9. ‫ ֶֶּ֫א ֶרץ ַּה ֶֶּ֫נגֶב נְ ַּתתֶָּ֫ נִי‬Tu me deste | a terra do Negev.


Js 15.19

10. .‫זְבָדֶַּּ֫ נִי אֱֹלהִים א ֹתִ י ֵֶּּ֫זבֶד טֹוב‬Deus tem me presenteado |


com um precioso presente.
Gn 30.20

c Verbos de criação e de designação com freqüência regem dois acusativos.

11. ‫ ַּוּי ִיצֶר יהוה אֱֹלהִים ֶאת־הָ ָָֽאדָ ם‬E YHWH Deus formou o homem
‫ | ָעפָר מִן־ ָה ֲאדָ מָה‬do pó da terra.
Gn 2.7

12. ‫שת׃‬
ֶ ‫כָל־ ֵּכלָיו ָעשָה נ ְֶּ֫ח‬Todos os utensílios os fez de
bronze.

Êx 38.3

13. ‫עַּמּודָ יו ֶָּ֫עשָה ֶֶּ֫כסֶף‬Ele fez seus postes | de prata.


Ct 3.10

14. ‫שלֵּמֹות תִ ְבנֶה ֶאת־ ִמזְבַּח‬


ְ ‫ ֲא ָבנִים‬Edificarás o altar de YHWY com
‫יהוה‬pedras toscas.
Dt 27.6

p 175 Os acusativos também podem ser coisa feita + coisa refeita.

15. ‫ ְועָשּו א ֹתֹו עֻג֑ ֹות‬E o fazia (maná) | nuns bolos.


Nm 11.8

16. ‫שהּו ֶֶּּ֫פסֶל‬


ֵּ ֶּ֫ ‫ ַּוּי ַּ ֲע‬E
a fez (a prata roubada) |
numa imagem.

Jz 17.4

17. ‫ ַּוּי ִ ְבנֶה ֶאת־ ָה ֲא ָבנִים ִמז ְ ֵּב ַּח‬Ele edificou as pedras | num
altar
1Rs 18.32

Este par pode envolver termos abstratos.

18. ‫ש ֶֶּ֫ב ָה לֹו צְדָ קָה׃‬


ְ ‫ ַּוּי ַּ ְח‬Ele creu nisso (a fé de Abraão) e
lhe foi imputado como justiça.

Gn 15.6

Verbos de designação regem como acusativos pessoa designada + graduação.

19. ‫ ָו ֶָּּ֫ישֶם ֶאת־ ָבנָיו ש ֹ ְפטִים‬Ele fez dos seus filhos | juízes.
1Sm 8.1

20. ‫ֹלא תְ שִי ֶֻּ֫מנִי ְקצִין עָם׃‬Não me faça | o príncipe do


povo.

Is 3.7

21. ‫ ָו ֶאתֵּ ן א ֹתָ ם ָראשִים‬E eu os designei | cabeças.


Dt 1.15

Semelhantemente, verbos de nomeação regem pessoa nomeada + nome.

22. ‫שמֹו ֵּעשָו׃‬


ְ ‫ ַּוּיִק ְְראּו‬E chamaram o seu nome | Esau.
Gn 25.25

d Alguns verbos regem um acusativo duplo de objeto direto + meio, seja ele instrumento
(## 23–25) ou meio (# 26).

23. ‫אִיש ֶאת־ָא ִֶּ֫חיהּו י ֶָּ֫צּודּו ֵֶּּ֫ח ֶרם׃‬Cada


um caça a seu irmão |
com uma rede.

Mq 7.2
24. ‫ ְו ִה ֵֶּּ֫כיתִ י ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֵֶּּ֫ח ֶרם׃‬Eucastigo a terra | com uma
maldição.

Ml 3.24

25. ‫וַּּי ֵֹּרם אֱֹלהִים חֵּץ‬Deus atira contra eles | com


setas.

Sl 64.8

26. ‫שמֶן‬
ֶ ֶּ֫ … ‫שחֲָך אֱֹלהִימ‬
ָ ‫ ְמ‬Deus o ungiu… | com óleo.
Sl 45.8

Com verbos de cultivo, o objeto direto é a área plantada e o meio é a colheita.

27. ‫ ַּוּי ִ ָט ֵֶּּ֫עהּו ש ֵֹּרק‬Ele


a plantou | com vides
escolhidas.

Is 5.2

p 176 28. ‫ ַּוּיִז ְָר ֶֶּ֫ע ָה ֶֶּ֫מלַּח׃‬Ele a semeou | com sal.


Jz 9.45

e Os acusativos duplos usados com os verbos Piel-Hiphil seguem padrões similares (24.1,
27.1). Em diversos casos os acusativos envolvem o objeto do predicado de causalidade, a
pessoa paciente (que sofre a ação) (pelo sujeito primário) + o objeto do outro predicado
verbal, o objeto paciente (que sofre a ação) (pelo sujeito subjacente, a pessoa que sofre a
ação).

29. ‫ ַּוּיַּאֲכִ ָֽלְָך ֶאת־ ַּהמָן‬Ele te sustentou | com o maná


(lit.: ele te fez comer maná).

Dt 8.3
30. ‫שקִינִי־נָא ְמעַּט־ ֶַּּ֫מי ִם‬
ְ ‫ ַּה‬Dê-me | um pouco de água para
beber.

Jz 4.19

31. ‫ה ְֶר ֶָּ֫אנּו … ֶאת־כְב ֹדֹו‬Ele nos mostrou … sua glória.


Dt 5.21

32. ‫ְַאר ֶֶּ֫אָך ֶאת־ ָהאִיש‬


ְ ‫ו‬mostrar-te-ei | o homem.
Jz 4.22

33. ‫וְנֹודִֶּ֫ יעָה ֶאתְ כֶם דָ ָ ֑בר‬E nós vo-lo ensinaremos | uma
lição.

1Sm 14.12

34. ‫וְהּוא יַּנְחִיל א ֹתָ ם ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬Ele lhes fará que herdem a
terra.

Dt 3.28

Os acusativos duplos podem referir-se ao objeto do predicado de causalidade (pessoa ou coisa)


+ o meio ou o complemento do outro predicado verbal.

35. ‫ ַּוי ְ ַּמלְאּו ֶאת־ ְכלֵּיהֵּם בָר‬Eles encheram as suas bolsas |


com grãos.

Gn 42.25

36. ‫ ָו ֲא ַּכ ְל ְכלֵּם ֶֶּ֫לחֶם ָו ֶָּ֫מי ִם׃‬Eu os sustentei | com comida e


água.

1Rs 18.13

37. ‫שבִי ַּע ֶָּ֫לחֶם׃‬


ְ ‫ ֶאבְיֹו ֶֶּ֫ני ָה ַּא‬O seu pobre eu fartarei com
comida.

Sl 132.15

38. ‫ ְוכָבֹוד ְו ָהדָר תְ ַּעט ְֵֶּּ֫רהּו׃‬Tu o coroaste | com glória e


honra.

Sl 8.6

39. ‫א ֲַּר ֶָּּ֫יוְֶך דִ ְמעָתִי‬Euo rego | com minhas


lágrimas.

Is 16.9

Verbos de vestir-se (ou despir-se) podem reger um objeto direto pessoal + objeto
complementar.

p 177 40. ‫ ַּוּי ַּ ְלבֵּש שָאּול ֶאת־דָ וִד ַּמדָיו‬Saul vestiu a Davi | com suas
vestes.

1Sm 17.38

41. ‫שיטּו ֶאת־יֹוסֵּף ֶאת־ ֻכ ָתנְתֹו‬


ִ ֶּ֫ ‫ ַּוּי ַּ ְפ‬Tiraram a José | da sua túnica.
Gn 37.23

10.3 A Partícula ‫את‬

a A partícula ‫ את‬é um dos morfemas mais difíceis do hebraico bíblico. Parte da dificuldade
é morfológica: a partícula ‫את‬ ֵּ /‫ אֶת־‬é homônima de ‫ ֵּאת‬/‫אֶת־‬, a preposição ‘com’, exceto com
os sufixos pronominais. Com estes a partícula principal é ʾōt–/ ʾet– (‫א ֹתִ י‬, ‫א ֹתְ ָך‬, ‫א ֹתֹו‬, ‫אתְ כֶם‬
ֶ,
‫ א ֹתָ ם‬/ uma vez ‫ אֹותְ הֶם‬/ raramente ‫ ֶאתְ הֶם‬, etc.), enquanto a preposicional preponderante é
ʾitt– (‫אתִ י‬
ִ , ‫ ִאתְ כֶם‬, etc.) O resultado dessa semelhança é a confusão entre as duas palavras que
pode ocorrer.

b Outra dificuldade é a questão sintática. Há duas abordagens para a descrição da função


da partícula. (1) A tradição a chama de nota acusativa ou “sinal do acusativo” e
essencialmente enumera as ocorrências que não se ajustam a esta regra. (2) Os gramáticos
mais recentes consideram-na um marcador de ênfase usada mais freqüentemente com
substantivos definidos no papel de acusativo. As perceptíveis ocorrências com o nominativo
são mais problemáticas – elas devem ser negadas, retificadas ou algo assim, ou deverão ser
explicadas? O último caminho parece ser o melhor, embora a dificuldade do problema não
possa ser negada: “Nenhuma partícula jamais suscitou tão vasta e tão contraditória discussão
do que a nota acusativa”. A. M. Wilson, no fim do século 19, concluiu a partir de um estudo
exaustivo de todas as ocorrências dessa debatida partícula, que ela possuía uma p 178 força
intensiva ou reflexiva em algumas de suas ocorrências. Muitos gramáticos seguiram sua
orientação. Baseado neste ponto de vista, ‫את‬ é uma partícula enfática enfraquecida,
correspondendo ao pronome ‘self’ do inglês em locuções como ‘He, himself (NOMINATIVO), kept
the law’ (Ele, ele mesmo, guardou a lei) e ‘He kept the law itself (ACUSATIVO)’ (Ele guardou a
própria lei). Ela assemelha-se ao grego autos e ao latim ipse, ambos às vezes utilizados para
ênfase e, como eles, ela pode ser omitida do texto sem obscurecer a gramática. Essa
explicação do significado da partícula harmoniza-se bem pelo fato de que a partícula é usada
no hebraico mishnaico como um demonstrativo e é encontrada quase exclusivamente com
substantivos definidos.

c Poderia ser debatido que ‫ את‬tenha sido originalmente um sinal do acusativo com verbos
ativos e que no desenvolvimento histórico da língua ele foi reinterpretado como o sujeito de
uma construção passiva equivalente. Assim, por exemplo, ‫ִירד‬
ָ ‫יָלַּד חֲנֹוְך אֶת־ע‬ “Enoque
gerou Irade” é equivalente a ‫ִירד‬
ָ ‫ֶאת־ע‬ ‫ ַּוּי ִ ָּולֵּד ַּלחֲנֹוְך‬, “A Enoque nasceu-lhe Irade” (Gn 4.18).
Isto deu a origem, o debate continuaria, ao tipo de construção conhecida como ergativa, na
qual a marcação morfológica do sujeito de um verbo intransitivo seria a mesma do objeto
direto de um verbo transitivo. Assim, uma paráfrase portuguesa ergativa hipotética de ‘João a
moveu’ seria ‘a movida por João’. O passo conclusivo, alguém concluiria no debate, é que
mesmo esse traço da construção passiva original se perdeu. Tal desenvolvimento é atestado
no movimento do indo-ariano primitivo para o hindi e o persa moderno. A reconstrução
também acharia suporte nas línguas semíticas p 179 cognatas, nas quais a terminação do caso
acusativo às vezes é encontrada com o sujeito de verbos passivos e é derivada da falta de
concordância gramatical entre o sujeito plural e o verbo singular. A teoria ergativa deve ser
rejeitada porque não leva em consideração o amplo uso de ‫ את‬em outras construções no
hebraico bíblico.

10.3.1 Com o Acusativo

a A partícula enfática é usada mais freqüentemente para marcar o objeto direto definido
de um verbo transitivo.

1. ‫ ַּוּיִטַּע יהוה אֱֹלהִים גַּן … ַּו ֶָּּ֫ישֶם‬E YHWH Deus plantou um

‫שָם ֶאת־הָָאדָ ם‬jardim… e colocou Adão ali.


Gn 2.8
2. ‫וְֹלא־י ָכ ֹל עֹוד ְל ָהשִיב אֶת־ַא ְבנֵּר‬Ele não pôde responder a
‫דָ ָ ֑בר‬Abner.
2Sm 3.11

3. ‫ ַּו ֶַּּּ֫יעַּש אֱֹלהִים ֶאת־ ַּחּי ַּת ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬Deus fez os animais selvagens.
Gn 1.25

Numa série de objetos diretos definidos, se a partícula for usada em um membro da série, ela
geralmente será usada em cada membro (# 4); ocasionalmente o ʾt inicial numa série anula os
objetos subseqüentes (# 5).

4. ‫ ַּוּי ַּכּו ֶאת־ ַּה ְכנַּ ֲענִי ְו ֶאת־ ַּהּפ ְִרז ִי׃‬Feriram os cananeus e ferezeus.
Jz 1.5

5. ‫ ַּוּי ִתֵּ ן יהוה ֶאת־ ַּה ְכנַּ ֲענִי ְו ַּהּפ ְִרז ִי‬YHWH deu os cananitas e
‫ ְבי ָ ָ֑דם‬ferezeus em suas mãos.
Jz 1.4

Pronomes com ʾt são definidos.

6. ‫גַּם־א ֹתְ כָה ה ֶַָּּ֫רגְתִ י וְאֹותָ ּה‬Eu, agora, certamente te teria

‫ ֶה ֱח ִֶּ֫ייתִ י׃‬matado, porém a ela eu teria


poupado.

Nm 22.33

7. ‫ּו ְל ַּקחְתֶ ם גַּם־ ֶאת־ז ֶה ֵּמעִם ָּפנַּי‬Se agora também tirardes este
de mim …

Gn 44.29

8. ‫שלַּח‬
ְ ‫ֶאת־מִי ֶא‬ Quem enviarei?
Is 6.8

p 180 Construções com ‘todo’ e números, também envolvem uma determinação lógica.

9. ‫ ַּוּיִב ְָרא אֱֹלהִים ֶאת־הַּתַּ נִינִם‬E Deus criou as grandes


‫ ַּהגְד ִ ֹ֑לים ְואֵּת כָל־ ֶֶּ֫נפֶש ַּה ַּחּי ָה‬criaturas do mar e todos os
seres viventes que rastejam.
‫הָר ֹ ֶֶּ֫משֶת‬
Gn 1.21

10. ‫ ַּקח־נָא ִאתְ ָך ֶאת־ַאחַּד‬Leva contigo um dos servos.


‫ ֵּמ ַּהנְע ִָרים‬1Sm 9.3

11. .‫שבַּע ְכבָש ֹת תִ קַּח ִמּי ִ ָ֑די‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ֶאת־‬Tomarás estas sete cordeiras de
minha mão.

Gn 21.30

O marcador relativo ‫אשֶר‬


ֲ é regido por ‫ את‬quando utilizado como um pronome (## 12–13) e
quando utilizado para introduzir uma oração iniciada com ‘que’ (## 14–15).

12. ‫שחְתָ לִי אֵּת ֲאשֶר־אֹמַּר‬ַּ ‫ּו ָמ‬e eu te farei saber o que hás de
‫ ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬fazer, e ungir-me-ás a quem eu
te disser.

1Sm 16.3

13. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ידַּ ע ֵּאת ֲאשֶר־ ָעשָה־לֹו בְנֹו‬E ele soube o que lhe fizera o

‫ ַּה ָקטָן׃‬filho mais novo


Gn 9.24

14. ָ‫שכַּח ֵּאת ֲאשֶר־ ִה ְק ֶַּּ֫צפְת‬


ְ ִ‫ַאל־ת‬não vos esqueçais de que muito
‫ ֶאת־יהוה‬provocastes à ira a YHWH
Dt 9.7
15. ‫ש ֶַּּ֫מעְנּו ֵּאת ֲאשֶר־הֹובִיש יהוה‬
ָ Temos ouvido que YHWH secou
‫ ֶאת־מֵּי י ַּם־סּוף‬as águas do mar Vermelho
Js 2.10

T. Muraoka observou que, estatisticamente, há um uso mais elevado de ‫ את‬em 1 Samuel 1–8
(apenas 8 das 116 ocorrências do objeto direto definido não a possuem) do que em Gênesis
12–20 (22 de 86 exemplos não a possuem). Ele não encontrou qualquer razão para sua
omissão; compare os exemplos a seguir.

16. ‫ ְוהַּדֶֶּ֫ לֶת ָסגַּר ַאח ֲָריו׃‬Ele fechou a porta após si


Gn 19.6

17. ‫ ְו ֶאת־הַּדֶֶּ֫ לֶת ָס ֶָּ֫גרּו׃‬E fecharam a porta


Gn 19.10

A partícula ‫ את‬raramente é prefixada a um acusativo de objeto direto indefinido. Esse uso


anômalo pode ser explicado devido a uma tentativa de realçar a função acusativa.

18. ‫ ְו ִהשִיג ָלכֶם דֶַּּ֫ י ִש ֶאת־ ָבצִיר‬A debulha se estenderá até


‫(ּו ָבצִיר יַּשִיג ֶאת־ ָז ַּ֑רע‬i.e., até última ou próxima) à
vindima, e a vindima, até à
sementeira.

Lv 26.5

p 181 19. ‫ ְו ָהי ָה אִם־נָשְַּך ַּהנָחָש ֶאת־אִיש‬E se a serpente (i.e., uma


serpente) morder qualquer
um…

Nm 21.9

20. ‫תִרד ֹף׃‬


ְ ‫ ְו ֶאת־קַּש יָבֵּש‬Perseguirás a palha seca?
Jó 13.25
c A partícula é usada com muito menor freqüência com outros substantivos acusativos.
Quanto a outros acusativos objetivos, ‫ את‬tende a não ocorrer com acusativos internos, mas é
encontrada com acusativos complementos (## 21–22) e “acusativos dativos” (## 23–26).

21. .‫ּו ָמלְאּו בָתֵּ י ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ֶאת־ ֶהעָר ֹב‬E as casas dos egípcios se
encheram de moscas.

Êx 8.17

22. ‫ ַּוּי ִ ָמלֵּא ֶאת־ ַּה ָח ְכמָה‬E era cheio de sabedoria.


1Rs 7.14

23. ‫וְָא ַּיָֽבְתִ י אֶת־אֹי ְ ֶֶּ֫ביָך‬Eu


serei um inimigo de seus
inimigos.

Êx 23.22

24. ‫ש ְבטֵּי‬
ִ ‫הֲדָ בָר דִ ֶַּּ֫ב ְרתִ י ֶאת־ַאחַּד‬Eu falei alguma palavra com
ָ ‫י‬algumas das tribos de Israel?
‫ִשראֵּל‬
2Sm 7.7

25. ‫ש ָּפטַּי אֹותָם‬


ְ ‫וְדִ ֶַּּ֫ב ְרתִ י ִמ‬Pronunciarei meus juízos a eles.
Jr 1.16

26. ‫ ֲאדַּ בֵּר אֹותָ ְך׃‬Falarei contigo.


Ez 3.22

A partícula é usada esporadicamente com acusativos adverbiais, de lugar (## 27–28), de tempo
(## 29–30) e de limitação (## 31–33).

27. ‫י ָדַּ ע ֶלכְתְ ָך ֶאת־ ַּהמִדְ בָר ַּהגָד ֹל‬Ele te assistiu em tua jornada
‫ ַּה ֶז֑ה‬por meio deste imenso deserto.
Dt 2.7

28. ‫הֵּם ָיָֽצְאּו ֶאת־ ָהעִיר‬Tendo eles saído da cidade …


Gn 44.4

29. ‫ש ְבעַּת ַּהּי ִ ָ֑מים‬


ִ ‫ ַּמצֹות ֵּיָָֽאכֵּל ֵּאת‬Pão
sem fermento deve ser
comido por sete dias.

Êx 13.7

30. ‫ ָו ֶאתְ נַּּפַּל ִל ְפנֵּי יהוה אֵּת‬Prostrei-me, perante YHWH

‫ַאר ָבעִים הַּּיֹום‬ ְ quarenta dias.


Dt 9.25

31. ‫ַּתְכ֑ם‬
ֶ ‫ּונְ ַּמלְתֶ ם ֵּאת ְבשַּר ע ְָרל‬Circuncidareis no que diz
respeito à carne de seu
prepúcio.

Gn 17.11

32. ‫שכַּב הַּצָ ָֽה ֳֶָּ֫רי ִם׃‬


ְ ‫וְהּוא שֹכֵּב ֵּאת ִמ‬E estando ele deitado a dormir,
ao meio-dia.

2Sm 4.5

33. ‫ת־רגְלָיו׃‬
ַּ ‫ ָחלָה ֶא‬Ele ficou doente dos seus pés.
1Rs 15.23

p 182 10.3.2 Nos Demais Lugares

a A partícula ‫ את‬é prefixada a substantivos na função nominativa em orações com verbo e


sem verbo, geralmente em casos envolvendo enumerações ou aposições (12.1). Ela é
raramente utilizada em outras construções.
b Em orações verbais ‫את‬ pode marcar o sujeito de verbos ativos transitivos (# 1) e
intransitivos (## 2–5) e de verbos passivos (## 6–8). O uso com transitivos é extremamente
raro; os outros dois usos são mais comuns.

1. ‫ ְו ֶאת־ ְמ ָל ֵֶּּ֫כינּו … ֹלא עָשּו‬Os nossos reis … não guardaram


ָ (TRANSITIVO) tuas leis.
‫תֹור ֶּ֑֫ ֶתָך‬
Ne 9.34

2. ‫ּובָא ָהא ֲִרי ְו ֶאת־הַּדֹוב ְונָשָא שֶה‬Quando veio (INTRANSITIVO) um


leão ou um urso e tomou uma
ovelha …

1Sm 17.34

3. ‫שמֹנָה ָעשָר ֶֶּ֫אלֶף‬ ְ ‫ ַּוּיִּפְלּו ִמ ִבנְיָמִן‬Caíram (INTRANSITIVO) de


‫ ִ ֑איש ֶאת־כָל־ ֶֶּ֫אלֶה ַאנְשֵּי־ ֶָּ֫חי ִל׃‬Benjamim dezoito mil homens,
todos estes homens valentes.

Jz 20.44

4. ‫ ְו ֶאת־ ַּהב ְַּרז ֶל נָפַּל אֶל־ה ֶּ֑֫ ַָּמי ִם‬O


ferro (do machado) caiu na
água.

2Rs 6.5

5. ‫ ֶאת־עַּמּוד ֶה ָענָן ֹלא־סָר‬A coluna de nuvem não se


apartou (INTRANSITIVO).

Ne 9.19

6. ‫ִירד‬
ָ ‫ ַּוּי ִ ָּולֵּד ַּלחֲנֹוְך ֶאת־ע‬E Irade nasceu (PASSIVO) a
Enoque.

Gn 4.18

7. ‫ ְב ִה ֶּ֫ ָּולֶד לֹו ֵּאת י ִ ְצחָק בְנֹו׃‬Quando lhe nasceu (PASSIVO)


Isaque, seu filho.
Gn 21.5

8. ‫ ַּוּיֻגַּד ל ְִר ְבקָה ֶאת־דִ ב ְֵּרי ֵּעשָו‬Foram


contadas (PASSIVO) as
palavras de Esaú para Rebeca.

Gn 27.42

O verbo existencial ‫‘ ָהי ָה‬ser’ e as duas partículas existenciais ‫‘ י ֵּש‬há’ e ‫‘ אֵּין‬não há’ pedem
regência verbal ordinária, com um sujeito nominativo. O verbo ‫( היה‬com ‫‘ ל‬pertencer a’; ##
9–10) e ambas as partículas (## 11–12) têm sujeitos ou substantivos em aposição aos sujeitos
marcados com ‫את‬.

9. ‫ ְואִיש ֶאת־ ֳקדָ שָיו לֹו יִהְי֑ ּו‬Como para toda pessoa, as suas
ofertas lhe pertencem

Nm 5.10

10. ‫שנֵּי הַּגֹוי ִם ְו ֶאת־שְתֵּ י‬ְ ‫ ֶאת־‬As duas nações e as duas terras
‫ ָהא ֲָרצֹות לִי תִ ְה ֶֶּ֫יינָה‬serão minhas.
Ez 35.10

11. ‫ ֲהי ֵּש אֶת־ ְל ָבבְָך יָשָר‬Reto é o teu coração?


2Rs 10.15

p 183 12. ‫ ְואֵּין־ ֶאתְ כֶם ֵּאלַּי‬Tu não te voltaste para mim
Ag 2.17

c Com orações sem verbo, ‫ את‬pode ser usada para marcar o sujeito (# 13) ou o predicado
(# 15) ou ambos (# 17), ou um substantivo em aposição a eles (## 14, 16).

13. ‫ ַּה ְמעַּט־ ֶָּ֫לנּו אֶת־עֲֹון ּפְעֹור‬Acaso,não nos bastou a


iniqüidade de Peor (SUJEITO)?

Js 22.17
14. … ‫ ְוז ֶה ֲאשֶר ֹלא־ת ֹאכְלּו מ ֶ ֵּ֑הם‬Mas estas são as (aves) que tu
‫אֵּת כָל־ע ֵֹּרב ְלמִינֹו׃‬não podes comer de … qualquer
espécie de corvo (SUJEITO
APOSITIVO)

Dt 14.12, 14

15. ‫כָל־ ֶהע ִָרים ֲאשֶר תִ תְ נּו ַּל ְל ִוּי ִם‬Todas as cidades que dareis aos
‫שמֹנֶה עִי֑ ר ֶאתְ הֶן‬ ְ levitas serão quarenta e oito
ְ ‫ַאר ָבעִים ּו‬
cidades e os seus arrabaldes
‫( ְו ֶאת־ ִמג ְְרשֵּיהֶן׃‬PREDICADO).

Nm 35.7

16. ‫ ֵּהמָה ַּה ָּפנִים ֲאשֶר ָר ִֶּ֫איתִ י עַּל־‬Eram as suas aparências como a
֑ ָ ‫נְהַּר־ ְכבָר ַּמ ְראֵּיהֶם ו‬dos rostos que eu tinha visto
‫ְאֹותם‬
junto ao rio Quebar (PREDICADO
APOSIÇÃO).

Ez 10.22

17. ‫ ְואֵּת הֶ ָֽע ִָרים ֲאשֶר ִתתְ נּו ַּל ְל ִוּי ִם‬As cidades (SUJEITO) que dareis
‫ ֵּאת שֵּש־ע ֵָּרי ַּה ִמ ְקלָט‬aos levitas, seis serão cidades
de refúgio (PREDICADO).

Nm 35.6

d Os dois usos restantes de ‫ את‬são raros. Ela pode ser usada para marcar um nominativo
absoluto (tópico oracional ou marcador focal; veja 4.7, 8.3).

18. ‫ ֶאת־כָל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֲאשֶר־ ַּאתָ ה רֹאֶה‬Porque toda essa terra que vês,
‫לְָך ֶאתְ ֶּ֑֫ ֶננָה‬eu a darei, a ti.
Gn 13.15

19. ‫ ְוגַּם ֶאת־ ַּמ ֲעכָה ִאמֹו ַּויְס ִֶֶּ֫ר ָה‬e até a Maaca, sua mãe, depôs
ָ ‫ ִמ ְגב‬da dignidade de rainha-mãe.
‫ִירה‬
1Rs 15.13

20. ‫ ְו ֶאת־חֻקֹותַּ י ֹלא־הָ ָֽלְכּו ָבהֶם‬E não andaram nos meus


estatutos

Ez 20.16

Como muitos exemplos têm mostrado, ‫ את‬pode marcar um substantivo em aposição (12.1) a
um nominativo; é usada pelo menos uma vez diante de um substantivo em aposição a um
objeto preposicional.

21. ‫ ַּויְמ ְָררּו אֶת־ ַּחּי ֵּיהֶם ַּבעֲב ֹדָה‬Assim lhes fizeram amargar as
‫ ָקשָה … אֵּת כָל־עֲב ֹדָ תָ ם‬vidas com dura servidão … em
todos os seus trabalhos

Êx 1.14

10.4 Aspectos do Uso de ‫ל‬

a A preposição l, como as outras preposições monográficas b e k, serve a uma ampla p 184


variedade de funções (cf. 11.2.10). Ela marca local ‘para, em direção a’ e ‘em, perto’, bem
como referências temporais análogas; é a preposição de transformação ‘em’ e pertencendo ‘a’
e ela marca orações de propósito (‘a fim de que’). Ela pode também ser usada de modo
análogo a ‫את‬, prefixada a substantivos que não caem dentro de seu alcance preposicional
usual, em geral substantivos em enumerações ou em aposições.

b Como ‫את‬, ‫ ל‬é usada para marcar o objeto direto definido de um verbo transitivo
(cf.11.2.10, ##58–60).

1. ‫ז ְכ ֹר לְַאב ְָרהָם ְלי ִ ְצחָק ּו ְליִש ְָראֵּל‬Lembra-te de Abraão, de Isaque


‫ ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬e de Israel, teus servos.
Êx 32.13

2. ‫ ְרפָא נָא לָּה׃‬Rogo-te que a cures.


Nm 12.13
3. ‫שחֵּת ָלעִיר‬
ַּ ‫ ְל‬para destruir a cidade
1Sm 23.10

4. ‫ ַּכ ֶַּּ֫מי ִם ַּלּי ָם ְמ ַּכסִים׃‬como as águas cobrem o mar


Is 11.9

Ela raramente é utilizada para marcar um objeto direto indefinido.

5. ‫ג־כעַּש‬
֑ ָ ‫לֶ ָֽ ֶאוִיל יַּה ֲָר‬O ressentimento mata um tolo.
Jó 5.2

c O sujeito de um verbo pode ser marcado com l; o verbo pode ser intransitivo ou passivo.

6. ‫ ְלכָל־עֹבֵּר ָעלָיו י ִ֑ש ֹם‬Todo aquele que por ela passar


pasmará (INTRANSITIVO).

2Cr 7.21

7. ‫ּפֶן י ְ ֻבלַּע ַּל ֶֶּ֫מלְֶך ּו ְלכָל־ ָהעָם‬para que não seja destruído o
‫ ֲאשֶר ִאתֹו׃‬rei e todo o povo que com ele
está (PASSIVO)

2Sm 17.16

Outro uso de l é quando ocorre no final da oração, em que há um substantivo complexo. No #


8 o substantivo com l está na última parte do sujeito, enquanto que em # 9 a frase com l está
em aposição a um objeto preposicional (cf. 11.2.10, ## 62–64).

p 185 8 .‫ ַּוּי ִתְ נַּדְבּו ש ֵָּרי הָָאבֹות ְוש ֵָּרי‬Então, os chefes das famílias, os
‫ִשראֵּל ְוש ֵָּרי ָה ֲא ָלפִים‬ ָ ‫ש ְבטֵּי י‬ ִ príncipes das tribos de Israel, os
capitães de mil e os de cem e
‫ ְו ַּהמֵּאֹות ּו ְלש ֵָּרי ְמ ֶֶּ֫לאכֶת ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬até os intendentes sobre as
empresas do rei.

1Cr 29.6
9 ‫ִם־שרי ָה ֲא ָלפִים‬
ֵּ ‫ ַּוּי ִ ָּועַּץ דָ וִיד ע‬Consultou Davi os capitães de
‫ ְו ַּהמֵּאֹות ְלכָל־נָגִיד׃‬mil, e os de cem, com cada
príncipe.

1Cr 13.1

10.5 ‫ ה‬Direcional

a Antes da decifração dos textos ugaríticos (1.3.1) os gramáticos supunham que o sufixo
átono hebraico –āh, significando “direção”, representava uma sobrevivência da terminação –a
do caso acusativo original. Descobriu-se, porém, que o ugarítico tinha tanto uma terminação
acusativa –a como um sufixo adverbial –h, como o sufixo hebraico chamado “he-local” ou “he-
direcional”. Com base nessa evidência é certo que o he direcional hebraico não é um
sobrevivente do antigo acusativo, mas um sufixo adverbial distinto. Em linhas gerais, como o
sufixo adverbial inglês ‘–ward’, esse sufixo denota alguns sentidos semelhantes àqueles
designados pelo caso acusativo; ele difere daquele caso, no qual ele pode ocorrer com
substantivos regidos por uma preposição, ao enfatizar claramente a noção de direção.

b O he direcional pode indicar a direção para a qual uma ação está dirigida. O caso mais
simples desse tipo de he direcional é a palavra ‫ ֵֶּּ֫הנ ָה‬.

1. ‫ ָהבֵּא ֶאת־ ָה ֲאנָשִים ה ֶּ֫ ָ ַּ֑בי ְתָ ה‬Leve


estes homens para
(minha) casa.

Gn 43.16

2. ‫ש ֶַּּ֫מי ְ ָמה‬
ָ ‫ ַּהבֶט־נָא ַּה‬Olhe para os céus.
Gn 15.5

O he direcional pode romper uma cadeia construta (9.3d).

3. ‫ ַּוּיָבֵּא ָהאִיש ֶאת־ ָה ֲאנָשִים ֵֶּּ֫ביתָ ה‬O varão levou os homens para a
‫יֹוסֵּף׃‬casa de José.
Gn 43.17
Menos freqüentemente, o he ocorre numa frase preposicional indicando a direção a partir da
qual uma ação é dirigida.

p 186 4. ‫שבִים ִמ ָב ֶֶּ֫בלָה‬


ָ ‫ ְכלֵּי בֵּית־יהוה מּו‬Eis que os utensílios da casa de
YHWH voltarão em breve de
Babilônia.

Jr 27.16

O sufixo he também é usado em frases preposicionais referindo-se a um local.

5. ‫וְדָ וִד ְב ִמדְ בַּר־ז ִיף ב ֶַּּ֫ח ֹ ְרשָה׃‬Davi esteve no deserto de Zife,
em Horesa.

1Sm 23.15

6. ‫ ְוכָל־בֵּית שְָאן ֲאשֶר ֵֶּּ֫אצֶל‬E a toda a Bete-Seã, que está


‫צ ְָר ֶַּּ֫תנָה‬junto a Zaretã
1Rs 4.12

c Finalmente, a partícula pode marcar uma progressão avançada no tempo.

7. ‫שמ ְַּרתָ ֶאת־ ַּה ֻחקָה הַּז ֹאת‬ ָ ‫ ְו‬Portanto,


guardarás esta
‫לְמֹוע ָ ֲ֑דּה ִמּיָמִים י ָ ִֶּ֫מימָה׃‬ordenança
no determinado
tempo, de ano em ano.

Êx 13.10

p 187 11
Preposições
11.1 Introdução
1.1 Perspectiva “Nominal”

1.2 Perspectiva de “Partícula”

1.3 Perspectiva “Semântica”

11.2 Semântica das Preposições Simples

2.1 ‫אחרי‬ ~ ‫אחר‬

2.2 ‫אל‬

2.3 ‫אצל‬

2.4 ‫את‬

2.5 ‫ב‬

2.6 ‫בין‬

2.7 ‫בעד‬

2.8 ‫יען‬

2.9 ‫כ‬

2.10 ‫ל‬

2.11 ‫מן‬

2.12 ‫עד‬

2.13 ‫על‬

2.14 ‫עם‬

2.15 ‫תחת‬
11.3 Preposições Compostas e Complexas

3.1 Preposições Complexas e Substantivos

3.2 Preposições Complexas como Advérbios

3.3 Preposições Compostas

11.4 Aspectos da Sintaxe das Preposições

4.1 Verbos com Acusativo ou Objetos Preposicionais


4.2 Preposições com Objetos Múltiplos

4.3 Ambigüidade Suposta e Elipse

11.1 Introdução

a Preposições são termos relacionais que se colocam diante de substantivos ou de


subsatantivos equivalentes (incluindo certas formas verbais) e, assim, formam frases (4.3b);
frases preposicionais são usadas dos mais variados modos. A classe das preposições é p 188
uma classe fechada, isto é, um grupo de palavras mais ou menos pequeno e bem definido,
diferente, por exemplo, da classe aberta dos verbos, que é grande e (numa língua viva)
prontamente expansível.

11.1.1 Perspectiva “Nominal”

a As preposições hebraicas podem ser consideradas sob diversas perspectivas. Algumas


delas são derivadas de substantivos e seu comportamento pode ser visto em termos de papéis
ou funções nominais. Nessa perspectiva, as preposições são tomadas como substantivos no
acusativo adverbial, regendo substantivos no genitivo. Pelo menos algumas preposições
hebraicas em suas formas arcaicas terminavam em a, a terminação histórica do caso acusativo,
e foram usadas no estado construto; o substantivo regido por elas ficavam no caso genitivo
(veja 9.3). Vestígios de tal história ainda podem ser vistos em formas construtas como ‫ ַאח ֲֵּרי‬e
a preposição complexa ‫‘ ִל ְפנֵּי‬diante da face de’ > ‘diante’ (veja 11.3.1); as línguas cognatas
também apóiam esta concepção. A redução de formas construtas nominais está relacionada
ao estado átono de muitas preposições, escritas como prefixos ou como proclíticos (com
maqqeph, p.ex., ‫)על־‬. Acerca dessa visão “nominal” das preposições há uma ênfase na íntima
relação entre frases preposicionais e os verbos que as regem; como outros papéis acusativos, a
preposição é fundamentalmente adverbial. Preposições e expressões nominais (ou quase
nominais) de várias origens suplementam o caso acusativo para tornar mais precisa a relação
entre o verbo e os substantivos que elas modificam (veja 10.2, 11.4.1). A perspectiva
“nominal” sobre preposições provê uma visão limitada. Várias preposições não possuem raiz
nominal alguma, e, mais importante, as preposições como termos relacionais funcionam
diferentemente dos substantivos (ou de qualquer subclasse de substantivos).

11.1.2 Perspectiva de “Partícula”

a Por outra perspectiva, as preposições hebraicas pertencem à ampla classe das partículas.
Algumas preposições também se comportam como advérbios ou conjunções, dois outros
grupos de partículas. Como muitas partículas, algumas preposições hebraicas p 189 ficam do
lado de fora do sistema de raízes. De fato, a complexidade morfológica das preposições
merece um estudo separado. Ela apresenta três características.
b A primeira destas envolve a oposição das preposições simples (p.ex., ‫ מִן‬e ‫)עַּל‬, as
preposições compostas, que são compostas de duas (ou mais) preposições simples (p.ex.,
‫ ; ֵּמעַּל‬11.3.3), e as preposições complexas, constituídas de uma preposição + um substantivo
(p.ex., ‫בי ַּד‬
ְ ‘por, através’ e ‫‘ בְתֹוְך‬no meio de’; 11.3.1).
c A segunda característica dessa complexa classe de palavras é a diversidade de
estructuras associadas às preposições simples:

1. Cə, as preposições prefixadas (ou uniliterais) ‫ב‬


ְ , ‫ ְכ‬, ‫ ; ְל‬estas são escritas como prefixos
aos substantivos que elas modificam.

2. CVC, as preposições proclíticas ‫עַּד־‬, ‫עַּל־‬, ‫אֶל־‬, ‫ ;מִן־‬estas com freqüência são unidas
aos substantivos que elas modificam com um maqqeph.

3. CVC < CVyC, ‫בֵּין‬.

4. CVCVC < CVCC, p.ex., ‫ ֵֶּּ֫אצֶל‬, ‫תֶַּּ֫ חַּת‬.

5. Outras, p.ex., ‫ַאח ֲֵּרי‬.

d A terceira característica complexa é o uso de formas variantes, especialmente com


pronomes sufixados. As preposições que são derivadas de geminados exibem a esperada
duplicação com um sufixo (‫עִם‬, mas ‫עמִי‬
ִ ; ‫אֶת־‬, mas ‫) ִאתִ י‬, e aquelas que estão de algum modo
relacionadas a substantivos plurais levam terminações plurais (‫אֶל־‬, mas ‫אלַּ־‬
ֵּ ; cf. masculinos
‫עַּד‬, ‫עַּל‬, ‫תֶַּּ֫ חַּת‬, ‫ ;ַאח ֲֵּרי‬masculino ‫ בֵּינֵּי‬ou feminino ‫ בֵּינֹות‬com sufixos plurais). Há uma classe a
mais de formas variantes, um grupo imprevisível. As variantes podem estar associadas ao mem
enclítico (9.8), mas o paradigma de uso de variantes permanece sem explicação, juntamente
com o fato de que as variantes são usadas principalmente em poesia, uso que geralmente é
arcaico.

forma forma variante variante variante forma


regular variante solitária usada com regular
com sufixo com
sufixo sufixo

‫ְב‬ ‫בְמֹו‬ sim não — ‫ ֶָּ֫בנּו‬, etc.

‫ְכ‬ ‫כְמֹו‬ sim sim ‫כ ֶָּ֫מֹוהּו‬ ‫ ָכהֶם‬, etc.


‘como
ele’
‫ְל‬ ‫למו‬ sim sim ‫‘ לָמֹו‬para ‫ ָלהֶם‬, ‫לֹו‬,
ele, eles’ etc.

‫מִן‬ (‫ממֵּי‬
ִ ?) não sim ‫ִמ ֶֶּ֫מנּו‬ ‫ ֵּמהֶם‬, etc.
‘dele, de
nós’

‫ִמנִי‬ sim não —

Mesmo as regularidades nesta tabela são enganadoras: variantes alongadas de ‫ כ‬e ‫ מן‬são
regularmente usadas com sufixos, mas a forma alongada de ‫ ל‬é observada apenas em ‫לָמֹו‬, p
190 que é usada em dois sentidos diferentes, ‘para ele’ (como se fosse ləmô + pronome –ô) e
‘para eles’ (como se fosse lə + pronome –hem/–am). A forma variante mais alongada é usada
apenas em Jó (quatro vezes).

11.1.3 Perspectiva “Semântica”

a Nas duas perspectivas sobre preposições que descrevemos, as palavras são vistas, por
um lado, como substantivos essencialmente em papéis acusativos adverbiais e, por outro lado,
como partículas morfologicamente diferentes. Numa terceira perspectiva, é a semântica das
preposições que é enfatizada. Qual o significado da relação entre o substantivo que a
preposição rege e a oração na qual a frase preposicional ocorre? A relação vai em duas
direções; considere esta oração:

‫ש ֶַּּ֫לי ִם ְב ֶֶּ֫עצֶם הַּּיֹום ַּהז ֶה׃‬


ָ ‫ ָסמְַּך ֶֶּ֫מלְֶך־ ָבבֶל אֶל־י ְרּו‬O
rei de Babilônia se atira contra Jerusalém
neste dia.

Ez 24.2

Para descrever os significados das preposições, dois conjuntos subordinados de relações


devem ser observados: (1a) ʾl + seu objeto (um lugar) e (1b) b + seu objeto (um tempo), como
também (2a) smk ʾl e (2b) smk b. Infelizmente, às vezes tem sido dada maior atenção ao
primeiro conjunto de relações do que ao segundo. Para algumas preposições, o primeiro
conjunto pode ser mais importante, mas esse dificilmente é o caso para todas elas. A
tendência de focalizar a preposição apenas em relação a seu objeto tem sido exacerbada pelo
mau uso recente de dados comparativos, principalmente os extraídos do ugarítico. Apesar de
os paradigmas da forma verbo + preposição + objeto não serem plenamente atestados em
hebraico como gostaríamos, as preposições não devem ser tratadas como “curingas”
filológicos. É “a tarefa de um dicionário, em geral, especificar os usos de paradigmas
complexos, acima de tudo quando associados a alguns verbos”, mas continua sendo função de
uma gramática prover um arcabouço dentro do qual um dicionário possa ser usado
apropriadamente.

b A parte principal deste capítulo ocupa-se com esse arcabouço, ou seja, as preposições
simples mais importantes (11.2). Após debater as preposições compostas e complexas (11.3),
algumas características sintáticas das preposições são apresentadas (11.4).

11.2 Semântica das Preposições Simples

a Preposições são termos de relação, e sua grande importância está na notável economia
com que conseguem expressar tantas relações diferentes. O número de tipos de p 191 relação
é abundante, embora as relações de lugar e de tempo sejam as de maior importância, e as
formas de relações posicionais e temporais são as mais desenvolvidas. Outros tipos
importantes de relação, freqüentemente sinalizados por preposições, incluem origem,
instrumento, agente, interesse, causa e alvo.

b Mesmo um exame apenas das interrelações de usos espaciais das preposições hebraicas
revela a complexidade do sistema, as lacunas, as sobreposições no léxico, e os diversos modos
em que os termos relacionais estão delineados. Os sentidos espaciais das preposições podem
referir-se tanto a posição quanto a movimento. Se marcarmos com flechas as preposições que
descrevem principalmente o movimento e deixarmos as outras não-marcadas, podemos
esboçar muitas das preposições espaciais num diagrama simples.

c Todavia, o sentido espacial ou referência de uma determinada preposição não é um valor


absoluto; ela é sempre regida pelo verbo (ou predicado) de uma oração e, mais amplamente,
pela perspectiva da qual uma ação é vista. Dennis G. Pardee ilustra o ponto:

‘Ele o tomou da mesa’ = [em francês] il l’a pris sur la table … Devemos assumir
que sur em francês é ambíguo, significando tanto ‘sobre’ quanto ‘de (origem)’?
Tal reivindicação não seria viável e nenhum falante nativo aceitaria a
permutabilidade entre sur e de [como em de Paris ‘(oriundo) de Paris’] ou
depuis [como em depuis le matin ‘a partir da manhã, desde a manhã’]. A
explicação se apóia na perspectiva do falante: o português expressa a
separação causada pelo ato mediante o uso da preposição ‘de’ (oriundo de),
enquanto que o francês olha para a posição do objeto antes de a ação ter
ocorrido.

Semelhantemente, em acadiano, a preposição ina usualmente tem o sentido de ‘em’, mas na


oração ina našpakim ilteqe ‘ele (o) tomou do celeiro’ a preposição tem um sentido ablativo.

p 192 d A maioria das preposições tem um sentido espacial, o que é conveniente


considerar como ponto de partida. A partir desta noção outros sentidos, referindo-se a
relações lógicas e temporais, podem ser desenvolvidos. O papel do sentido espacial deve ser
qualificado: o uso, não a etimologia, define o sentido. As preposições têm significados
distintos. Embora seus campos semânticos se sobreponham, nenhum par exibe completa
permutabilidade. Contudo, devido à sobreposição de sentido, é possível que às vezes a escolha
entre combinações verbo-preposição essencialmente similares fosse principalmente uma
questão estilística.

e Idealmente, os significados das preposições devem ser classificados de acordo com suas
combinações idiomáticas com verbos específicos, no intuito de salvaguardar-se de
alongamentos impróprios do significado de uma preposição. Não se deve assumir que um
falante de hebraico teria categorizado seus significados de acordo com equivalentes
portugueses. Todavia, o significado da preposição é, em grande medida, consistente e
apreensível, mesmo com as variações devidas aos sentidos dos verbos usados com ela. Um
estudo preciso e exaustivo dos pares hebraicos do tipo verbo-preposição pertence a um
dicionário ou a livros de vocabulário avançado, como observado antes. O propósito desta
gramática é fornecer um panorama básico da maioria das preposições simples e de seus
significados, sem inventariar os verbos associados a cada uma delas. O estudante deve
considerar as glosas usadas nos exemplos seguintes como guias e continuar aberto a outras
interpretações possíveis das combinações do tipo verbo-preposição.

f Das quinze preposições simples discutidas aqui, todas, exceto duas ( ‫ ֶַּּ֫יעַּן‬, ‫) ְכ‬, têm um
sentido espacial. Os sentidos espacial e temporal são geralmente observados primeiro, e
outras relações relevantes em seguida.

11.2.1 ‫ַאחַּר ~ ַאח ֲֵּרי‬

a Esta preposição é usada de duas formas, uma aparentemente singular, e a outra com a
terminação –ê, aparentemente plural. A forma singular também é usada como um advérbio, e
a plural como um substantivo. A preposição tem o sentido posicional ‘atrás de, depois de’ (# 1)
e um sentido metafórico posicional ‘(andar) após’ > ‘(comportar-se) como, à maneira de,
conforme a norma de’ (# 2). O sentido temporal é ‘depois, posterior’ (## 3–4), e o sentido
lógico principal refere-se a interesse, vantagem, ou desvantagem (‘após, para, contra’; ## 5–6).
Há um sentido derivado, que se origina na geografia p 193 básica do corpo em hebraico:
exatamente como o lado ‘direito’ (‫ )יָמִין‬do corpo é ‘sul’ (‫)יָמִין‬, assim o lado ‘detrás de’ ‫ ַאחַּר‬é
o lado remoto ou ‘oeste’ (# 7).
1 .‫ ִהנֵּה־ז ֶה עֹומֵּד ַאחַּר כָתְ ֵֶּּ֫לנּו‬Eis que ele está detrás da nossa
parede.

Ct 2.9

2. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך ַאחַּר חַּט ֹאת י ָָר ְבעָם‬Porque


foi após (ou, andou à
maneira de) os pecados de
Jeroboão.

2Rs 13.2

3. ‫ַאחַּר הַּדְ ב ִָרים ָה ֵֶּּ֫אלֶה‬depois destas coisas


Gn 15.1

4. ‫ַאח ֲֵּרי ִהּפ ֶ ָָֽרד־לֹוט ֵּמעִמֹו‬depois que Ló se separou dele


Gn 13.14

5. ‫וְַאחַּר כָל־י ָרֹוק י ִדְ רֹוש׃‬E anda à procura de tudo o que


está verde.

Jó 39.8

6. ‫ַאח ֲֶֶּ֫ריָך ר ֹאש ֵּה ִֶּ֫ניעָה‬Ela (filha de Jerusalém) meneia


a (sua) cabeça para ti.

2Rs 19.21

7. ‫ ַּוּיִנְהַּג ֶאת־הַּצ ֹאן ַאחַּר ַּה ִמ ְדבָר‬Ele levou o rebanho para o lado
ocidental (ou distante) da
estepe.

Êx 3.1

11.2.2 ‫אֶל‬
a O maqqeph está quase invariavelmente presente com esta preposição. Há uma forma
alongada ‫אלֵּי־‬
ֱ , e é a partir desta que as formas sufixadas parecem derivar: ‫ ֵּאלַּי‬, ‫ ֵּא ֵֶּּ֫לינּו‬, etc. O
sentido locativo contingente (‘a, por, perto de’; # 1) é menos importante do que os sentidos
envolvendo movimento; ʾl marca uma direção (‘para’; ## 2–3), um alvo ou um fim (‘para
dentro’; # 4), ou um limite ou um grau (‘até onde, até; # 5, metafórico). Um grupo de sentidos
lógicos é “dativo” (cf. 11.2.10d): ʾl marca um dativo simples (‘para’ o recipiente de presente ou
um endereço; ## 6–7), um dativo ético de interesse, vantagem, ou desvantagem (para, contra;
## 8–11), e um dativo normativo (de acordo com; # 12). Outro grupo é comitativo, que são os
sentidos de companhia (‘com’; # 13) e soma (‘em adição a’; # 14); as preposições comitativas
pessoais (‘com alguém’) são ‫ אֵּת‬e ‫עִם‬. A preposição ʾl também pode ser usada como uma
especificação (‘por causa de’; # 15).

1. ‫ ַּוּי ִ ְמצְאּו א ֹתֹו אֶל־ ֶַּּ֫מי ִם ַּרבִים‬Eles o acharam junto às grandes


águas.

Jr 41.12

p 194 2. ‫וַּתֶָּ֫ שָב ֵּאלָיו אֶל־הַּתֵּ בָה‬tornou a ele para a arca


Gn 8.9

3. ‫ ִלהְיֹות עֵּי ֶֶּ֫נָך פְתֻ חֹות אֶל־ ַּה ֶַּּ֫בי ִת‬que os teus olhos estejam
‫ ַּחז ֶה‬abertos em direção a este
templo

1Rs 8.29

4. ‫הַּתֵּ ָ ֑בה‬-‫ב ֹא … אֶל‬Vá… para dentro da arca.


Gn 7.1

5. ‫ש ָּפטָּה‬
ְ ‫ש ֶַּּ֫מי ִם ִמ‬
ָ ‫כִי–נָגַּע אֶל־ ַּה‬O seu juízo chega até aos céus.
Jr 51.9

6. ‫ ְונָתַּ ן ֵּא ֶֶּ֫ליָך אֹות אֹו מֹופֵּת׃‬E ele te der um sinal ou


prodígio.

Dt 13.2
7. ‫ ַּוּיִק ְָרא אֶל־ ֲעבָדָ יו וַּּיֶּ֫ אמֶר‬E ele chamou (aos) os seus
‫ ֱאלֵּיהֶם‬servos e lhes disse…
2Rs 6.11

8. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך אֶל־נַּפְשֹו‬E ele fugiu por sua vida.


1Rs 19.3

9. ‫ֵּיכ֑ם ּו ָפ ִֶּ֫ניתִ י ֲאלֵּיכֶם‬


ֶ ‫כִי ִהנְנִי ֲאל‬Eu
estou preocupado convosco
e me voltarei para vós [com
favor].

Ez 36.9

10. ‫אֵּין נַּ ְפשִי אֶל־ ָהעָם ַּה ֶז֑ה‬Eu não tenho coração para este
povo.

Jr 15.1

11. ‫ ִלסְּפֹות עֹוד עַּל חֲרֹון ַאף־יהוה‬para acrescentar ainda mais a


‫אֶל־יִש ְָראֵּל׃‬ira de YHWH contra Israel
Nm 32.14

12. ‫ִיהֹוש ַּע‬


֑ ֻ ‫אֶל־ּפִי יהוה ל‬de acordo com a palavra de
YHWH a Josué

Js 15.13

13. ‫וְֹלא־תֶ ֶחטְאּו לַּיהוה ֶלאֱכ ֹל אֶל־‬Não pequeis contra YHWH,


‫ה ָ ַּ֑דם‬comendo [carne] com sangue.
1Sm 14.34

14. ‫הֹו ֶַּּ֫ספְתָ ָח ְכמָה וָטֹוב אֶל־‬Tu somaste sabedoria e riqueza


além do relatório que eu tinha
‫ש ֶָּ֫מעְתִי׃‬
ָ ‫שמּועָה ֲאשֶר‬
ְ ‫ ַּה‬ouvido (i.e., Tu és mais sábio e
mais rico do que eu tinha
ouvido).

1Rs 10.7

15. ‫ ַּוּי ִ ֶָּ֫נחֶם יהוה אֶל־ה ָָרעָה‬YHWH estava aflito em relação à


calamidade.

2Sm 24.16

11.2.3 ‫ֵֶּּ֫אצֶל‬

a Esta preposição tem um sentido posicional ‘ao lado de, junto a’ (## 1–2).

1. ‫ ְוהַּתֹו ֵּק ַּע בַּשֹופָר ֶא ְצלִי׃‬E a pessoa que tocava a


trombeta estava ao meu lado.

Ne 4.12

p 195 2. ‫שכַּב ֶא ְצלָּה‬


ְ ‫שמַּע ֵּא ֶֶּ֫לי ָה ל‬
ָ ‫וְֹלא־‬Ele se recusou a deitar (lit., ele
não a ouviu sobre deitar) ao
lado dela.

Gn 39.10

11.2.4 ‫אֶת‬

a O formato desta preposição em formas sufixadas é ʾitt– (e.g,‫ ִאתִ י‬, ‫ ) ִאתֶָּ֫ נּו‬e assim ela
contrasta com a escrita da partícula ‫את‬
ֵּ , que tem as formas ʾōt– (p.ex., ‫א ֹתִ י‬, ‫ )א ֹתֶָּ֫ נּו‬e ʾet–
(p.ex., ‫תכֶם‬
ְ ‫ ; ֶא‬veja 10.3). O sentido básico é comitativo (‘com’); ela pode marcar
acompanhamento (companhia, comunhão; # 1), interesse (companhia, literal ou metafórica,
com o intuito de ajuda; ## 2–4), ou o complemento de verbos de trato, fala e ação (## 5–7). O
objeto de ʾt também pode ser uma adição (‘junto a, ao lado de, em adição a’; # 8). A
preposição tem um sentido espacial intimamente relacionado a este último (‘próximo de’; # 9);
compare a forma portuguesa ‘ao lado de’, como em ‘Há um templo ao lado do palácio’ e ‘Há
um sacerdócio ao lado da monarquia’. O possessivo pode ser marcado com ʾt (‘ter’; # 10).
1. ‫ ְו ַּאתָ ה ּו ָב ֶֶּ֫ניָך ִאתְָך‬tu e teus filhos contigo
Nm 18.2

2. ‫מִי ִאתִ י ִ ֑מי‬Quem é (está do meu lado)


comigo? Quem?

2Rs 9.32

3. ‫וַּיהוה ִאתֶָּ֫ נּו‬YHWH


é (está do nosso lado)
conosco.

Nm 14.9

4. ‫ ָק ִֶּ֫ניתִ י אִיש ֶאת־יהוה׃‬Adquiri um homem com o


auxílio de YHWH.

Gn 4.1

5. ‫ ַּו ֲאנִי ִהנְנִי ֵּמקִים ֶאת־ב ְִריתִ י‬Eu estou confirmando minha
‫ ִאתְ ֶכ֑ם‬aliança convosco.
Gn 9.9

6. ‫דִ בֶר… ִאתֶָּ֫ נּו ָקשֹו֑ ת‬Ele… falou severamente


conosco.

Gn 42.30

7. ‫יָאֵּר ָּפנָיו ִאתֶָּ֫ נּו‬E faça resplandecer o seu rosto


sobre nós.

Sl 67.2

8. ‫ֹלא תַּ עֲשּון ִא ִ ֑תי‬Nãofareis deuses para colocá-


los ao meu lado.

Êx 20.23
9. ‫ ְב ַּצ ֲע ֶַּּ֫ני ִם ֲאשֶר ֶאת־ ֶֶּ֫קדֶ ש׃‬em Zaananim, que está junto a
Quedes

Jz 4.11

10. ‫מָה ִאתֶָּ֫ נּו׃‬Que temos (à mão)?


1Sm 9.7

p 196 11.2.5 ‫ב‬


ְ

a Esta preposição, a segunda mais comum em hebraico, ocorre tanto na forma simples ‫ְב‬
como forma alongada ‫ ;בְמֹו‬esta última não leva sufixos. A diversidade de sentidos de ‫ ב‬é algo
digno de nota.

b Os sentidos espaciais são básicos. A preposição b marca localização dentro de ou em um


ponto (# 1), sobre uma superfície (# 2), dentro de uma área (# 3) e em meio a um domínio (#
4). Ela marca, com verbos de movimento, tanto alvos (‘em, para dentro de’; # 5) e áreas que
são passadas através de (# 6).

1. ‫ ַּוּי ֶ ֱאהַּב ִאשָה ְב ֶַּּ֫נחַּל ש ֵּ ֹ֑רק‬Ele amou uma mulher em Nahal


Soreque.

Jz 16.4

2. ‫ ַּוּיִזְבַּח יַּעֲק ֹב ֶֶּ֫זבַּח ָבהָר‬Jacó


ofereceu um sacrifício na
montanha.

Gn 31.54

3. ‫שע ֶ ֑ ֶָּ֫ריָך‬
ְ ‫וְָא ַּכלְתָ ָבשָר … ְבכָל־‬Comerás a carne… dentro de
todos os teus portões.

Dt 12.15

4. ‫אֹודְ ָך ָב ָעמִים‬Cantar-te-ei entre as nações.


Sl 57.10

5. ‫ ַּה ָבאִים ַאח ֲֵּריהֶם ַּב ָּי֑ם‬que os haviam seguido no mar


Êx 14.28

6. ‫שדֶ ה‬
ָ ‫מִי־ ָהאִיש ַּה ָלז ֶה הַּהֹלְֵּך ָב‬Quem é aquele homem que
‫ ִלק ְָראתֵֶּּ֫ נּו‬vem pelo campo ao nosso
encontro?

Gn 24.65

c Usada temporalmente, b pode marcar um tempo vigente em, a ou quando (## 7–9). Ela
pode ainda, marcar uma ação simultânea à do verbo principal; a ação simultânea é mostrada
por um infinitivo (36.2.2b) numa oração circunstancial.

7. ‫ ְבכָל־עֵּת אֹהֵּב ה ֵּ ָ֑ר ַּע‬Amigo


é aquele que ama em
todos os tempos.

Pv 17.17

8. ‫שמָם׃‬
ְ ‫בְדֹור ַאחֵּר יִמַּח‬Em (o tempo de) uma futura
geração sejam seus nomes
extintos.

Sl 109.13

9. ‫ ֶעז ְָרה ְבצָרֹות נִ ְמצָא מְא ֹד׃‬Queajuda ele tem sido em (o


tempo de) tribulação.

Sl 46.2

d Diversas circunstâncias podem ser marcada com b, tanto física (beth comitantiæ; ## 10–
12) como mental (## 13–14); tais frases freqüentemente são vertidas para o português p 197
com um advérbio. Ambas, instrumentos (não-animados; ## 15–16) e agentes (animados),
simples (# 17; observe o Niphal) e adversativo (# 18), levam b. A preposição pode reger o
material com o qual um ato é realizado (# 19) e o preço (beth pretii) pago (# 20) ou o padrão
monetário utilizado (# 21).
10. ‫ש ֶַּּ֫ליְמָה ֵּב ַּחי ִל ָכבֵּד‬
ָ ‫וַּתָ ב ֹא י ְרּו‬Ela entrou em Jerusalém com

‫מְא ֹד‬uma grande caravana.


1Rs 10.2

11. ‫נָתַּ ן בְקֹולֹו‬Ele


trovejou (lit., ele anuncia
com sua voz).

Sl 46.7

12. ‫בֹכִים בְקֹול ָג֑דֹול‬chorando alto (lit., chorando


em alta voz)

Ed 3.12

13. ‫ש ֑שֹון‬
ָ ‫ּושְַאבְתֶ ם־ ֶַּּ֫מי ִם ְב‬Vós tirareis água alegremente
(lit., em alegria).

Is 12.3

14. ‫ ִב ְבכִי י ָב ֹאּו ּובְתַּ חֲנּונִים אֹובִילֵּם‬Virão com choro, e em súplicas


os levarei.

Jr 31.9

15. ‫שבֶט י ַּכּו‬


ֵּ ֶּ֫ ‫ ַּב‬Eles golpeiam com a vara.
Mq 4.14

16. ‫וַּתִ ָבקַּע ָה ֶָּ֫א ֶרץ בְקיֹלָם׃‬Aterra foi sacudida pelo seu
clamor.

1Rs 1.40

17. ‫שֹפְֵּך דַּ ם הָָאדָ ם בָָאדָ ם דָ מֹו‬Se alguém derramar o sangue


‫יִש ֵּ ָ֑פְך‬do homem, pelo homem se
derramará o seu
Gn 9.6

18. ‫י ָדֹו בַּכ ֹל ְוי ַּד כ ֹל ֑בֹו‬Sua mão será contra todos, e a
mão de todos, contra ele.

Gn 16.12

19. ‫ ַּריְצַּף ֶאת־ק ְַּרקַּע ַּה ֶַּּ֫בי ִת ְב ַּצלְעֹות‬E cobriu o piso da casa com

‫בְרֹושִים׃‬tábuas de cipreste.
1Rs 6.15

20. ‫וַּתַּ ֲעלֶה וַּתֵּ צֵּא מ ְֶר ָכבָה … ְבשֵּש‬Uma carruagem foi importada

‫(מֵּאֹות ֶֶּ֫כסֶף‬lit., subiu e saiu) … por


seiscentos siclos (sheqels) de
prata.

1Rs 10.29

21. ‫שקֶל‬
ֶ ‫ש ָקלִים ְב‬
ְ ‫שת‬
ֶ ‫ ֶכסֶף ֲח ֵּמ‬cinco siclos (sheqels) de

‫הַּק ֹדֶ ש‬dinheiro, segundo o siclo do


santuário.

Nm 18.16

p 198 e Outros usos circunstanciais de b também são comuns. O beth de especificação


serve para qualificar o domínio com referência ao que prevalece da ação verbal (## 22–24). Há
dois tipos intimamente ligados: o beth de norma (‘à maneira de’; # 25) e o beth estimativo,
especificando a extensão contra a qual uma opinião é sustentada (cf. ‘O melhor menininho de
todos’; # 26) O beth de identidade (beth essentiæ) marca a capacidade com a qual um ator se
comporta (‘como, servindo como, na capacidade de’; ## 27–28) O beth causal marca a razão
ou a força impulsionadora de uma ação (# 29); às vezes torna-se difícil distingui-lo de seus usos
circunstanciais comuns.

22. ‫עַּל־ַאחַּת מִכ ֹל ֲאשֶר־י ַּ ֲעשֶה‬Em qualquer de todas estas


‫הָָאדָ ם ַּלחֲט ֹא ָב ֵּהנָה‬coisas em que uma pessoa
possa pecar (lit., faça por
pecado) com respeito a estas
ações
Lv 5.22

23. ‫ש ַּמחְתָ ְבכָל־הַּטֹוב‬


ָ ‫ ְו‬Alegrar-te-ás em todo o bem …
Dt 26.11

24. ‫ ַּוּיִגְוַּע כָל־ ָבשָר … בָעֹוף‬E expirou toda carne … a saber,


ֶ ֶּ֫ ‫ּו ַּב ְב ֵּהמָה ּו ַּב ַּחּי ָה ּו ְבכָל־ ַּה‬aves, gado, feras e répteis.
‫ש ֶרץ‬
Gn 7.21

25. ‫עַּל־כֵּן ֶא ְבכֶה ִב ְבכִי י ַּ ְעז ֵּר‬Pelo que prantearei, como Jazer
(lit., como o pranto de Jazer).

Is 16.9

26. ‫ָארּום בַּגֹוי ִם‬Eu sou exaltado entre as


nações,

‫ָארּום ָב ֶָּ֫א ֶרץ׃‬Eu sou exaltado na terra.


Sl 46.11

27. ‫ ָוא ֵָּרא אֶל־ַאב ְָרהָם … בְאֵּ ל‬Eu apareci a Abraão …como El

ַּ Shaddai.
‫ש ָ ֑די‬
Êx 6.3

28. ‫יהוה לִי בְעֹז ָ ְ֑רי‬YHWH está comigo, (servindo


como) meu Ajudador.

Sl 118.7

29. ‫שחִית ַּב ֲח ִמשָה ֶאת־כָל־‬


ְ ַּ‫הֲת‬Destruirás toda a cidade por
‫ה ִ ָ֑עיר‬causa dos /devido aos cinco?
Gn 18.28

f Um grupo de relações estritamente gramaticais permanece. Em frases nominais, b pode


marcar um distributivo (#30) ou um partitivo (# 31). A preposição b marca o objeto p 199 de
uma variedade de verbos (veja 10.2.1); estes incluem verbos de extensão, toque; segurança
(sobre; # 32), golpe (em), alcance (a), enchimento (com); de exercício de autoridade sobre (#
33); de percepção pelos sentidos (especialmente a visão, # 34) e de emoção (notavelmente
confiança; # 35); e de fala (# 36).

30. ‫יֹום בְיֹום‬dia após dia


2Cr 30.21

31. ‫ּובַּל־ ֶא ְלחַּם ְב ַּמנְ ַּעמֵּיהֶם‬E não me permita comer


(algumas) de suas iguarias.

Sl 141.4

32. ‫ְחּו־בֹו‬
֑ ‫של‬ ְ ִ‫ ְוי ָד ַאל־ת‬Mas vós não poreis mão sobre
ele.

Gn 37.22

33. ‫ ָמשֹול תִ מְש ֹל ֶּ֫ ָ ֑בנּו‬Tu, pois, deveras reinarás sobre


nós?

Gn 37.8

34. ‫ ָראּו ַּב ֲארֹון יהוה‬Eles olharam na arca de YHWH.


1Sm 6.19

35. ‫בְָך י ַּ ֲא ִֶּ֫מינּו‬Eles crerão em ti.


Êx 19.9

36. ‫שבְתְ ָך ְבבֵּי ֶֶּ֫תָך‬


ִ ‫וְדִ ב ְַּרתָ ָ ֑בם ְב‬E falarás delas (sobre elas)
assentado em tua casa.…

Dt 6.7

11.2.6 ‫בֵּין‬

a Esta preposição baseia-se em um substantivo que significa ‘intervalo, espaço entre’,


embora uma única ocorrência do substantivo seja certa. Na frase ‫‘ אִיש־ ַּה ֵּב ֶַּּ֫ניִם‬homem de
dois intervalos’ (1Sm 17.4,23), o ‘espaço entre’ é o entre dois exércitos; assim a frase significa
‘campeão’. Pronomes sufixados no singular e no plural são afixados a bên e bênê–,
respectivamente; sufixos plurais da primeira e da terceira pessoas também podem ser afixados
à menos comum bênôt–, resultando nas formas bênếnû / bênôtếnû e bênêhem e bênôtam. A
preposição aparece associada 126 vezes na frase bên X ûbên Y e 30 vezes na frase bên X ləY.
Ela tem também um sentido inclusivo (i.e., entre ou dentre uma quantidade de coisas
consideradas como um grupo) ou um sentido exclusivo (i.e., entre ou dentre duas ou mais
coisas diferentes consideradas opostas umas às outras).

b Como uma expressão de uma só palavra ela tem um sentido inclusivo, seja
espacialmente (locativo simples ‘entre’, # 1; locativo múltiplo ‘entre, em meio de, dentro de’,
## 2–3), seja temporalmente (# 4). Um sentido distributivo excepcional surge num texto
posterior (# 5).

p 200 1. ‫ ֲאשֶר ָעבַּר בֵּין ַּה ְגז ִָרים ָה ֵֶּּ֫אלֶה׃‬que


passou entre aqueles
pedaços.

Gn 15.7

2. ‫כִי הּוא בֵּין ַאחִים יַּפ ִ ְ֑ריא‬Ele viceja entre os (seus)


irmãos.

Os 13.15

3. ‫(א ֲִרי בֵּין ה ְָרח ֹבֹות׃‬Há) um leão nas ruas!


Pv 26.13

4. ‫שחֲטּו א ֹתֹו … בֵּין ָהע ְַּר ֶָּ֫בי ִם׃‬


ָ ‫ ְו‬Eles o imolarão …entre as duas
noites.

Êx 12.6
5. ‫ש ֶרת יָמִים‬
ֶ ֶּ֫ ‫ּובֵּין ֲע‬de dez em dez dias
Ne 5.18

O sentido exclusivo é expresso por frases emparelhadas. A frase bên X lə Y marca a


expressão tanto para distinção como para classes, exceto em certos textos posteriores. Não
surpreendentemente ele ocorre pelo menos 24 vezes em textos sacerdotais e legais (## 6–8).

6. ‫ ְו ִהבְדַּ לְתֶ ם בֵּין־ ַּה ְב ֵּהמָה ַּהטְה ָֹרה‬Fareis distinção entre os


‫ ַּל ְטמֵָּאה‬animais limpos e os imundos.
Lv 20.25

7. ‫ ַּה ֻחקִים … בֵּין אִ יש ְל ִאשְ ֑תֹו‬estatutos válidos …entre o


marido e sua mulher

Nm 30.17

8. ‫שּפָט בֵּין־דָ ם לְדָ ם‬


ְ ‫ ִמ‬Casos legais entre sangue e
sangue (i.e., entre um tipo de
homicídio e outro)

Dt 17.8

James Barr classifica os usos da frase comum não-marcada, bên X ûbên Y, como segue: (1)
entre lugares designados com topônimos (# 9) e outros locais físicos (#10); (2) movimento,
parada ou separação entre pessoas e coisas semelhantes (# 11); (3) pactos e juramentos (# 12)
e guerra e paz (# 13) entre pessoas e coisas semelhantes; (4) julgamentos (# 14); e (5) divisões
(## 15–16). Apenas alguns poucos exemplos não se encaixam neste esquema.

9. ‫בֵּין בֵּית־אֵּל ּובֵּין ָהעָי׃‬entre Betel e Ai


Gn 13.3

10. ‫שר ִמתֶַּּ֫ חַּת‬ֶ ‫ ַּוּיַּבְדֵּ ל בֵּין ַּה ֶַּּ֫מי ִם ֲא‬E ele dividiu entre as águas
‫שר ֵּמעַּל‬ ֶ ‫ל ָ ָָֽרקִי ַּע ּובֵּין ַּה ֶַּּ֫מי ִם ֲא‬debaixo do firmamento e as
águas sobre o firmamento.
‫ל ָָר ִ ֑קי ַּע‬
Gn 1.7

p 201 11. ‫ש ְמתִ י ְפ ֻדת בֵּין ַּעמִי ּובֵּין ע ֶּ֑֫ ֶַּמָך‬


ַּ ‫ ְו‬Farei
distinção entre o meu
povo e o teu povo.

Êx 8.19

12. ‫ָאביָך‬
֑ ִ ‫ב ְִרית … בֵּין ָאבִי ּובֵּין‬um tratado… entre meu pai e
teu pai

1Rs 15.19

13. ‫ ַּויְהִי שָלֹום בֵּין יִש ְָראֵּל ּובֵּין‬E houve paz entre Israel e os

‫ ָה ֱאמ ִֹרי׃‬amorreus.
1Sm 7.14

14. ‫יִשְּפ ֹט יהוה בֵּינִי ּובֵּי ֶֶּ֫נָך׃‬Que YHWH julgue entre mim e ti.
Gn 16.5

15. ‫ ְל ַּהבְדִ יל בֵּין ַּה ָטמֵּא ּובֵּין ַּהט ָ֑ה ֹר‬distinguindo entre o imundo e o
limpo

Lv 11.47

16. ‫ ְו ֶהע ֱִריְך הַּכֹהֵּן א ֹתָ ּה בֵּין טֹוב‬O sacerdote o avaliará, seja
‫ּובֵּין ָ ֑רע‬bom ou mau.
Lv 27.12

O emparelhamento comum, então, também pode marcar distinção entre classes (cf. ## 15–
16), como o par bên X ləY; observe especialmente ## 6 e 15.

d As seis formas sufixadas bênôt– ocorrem apenas como expressões de termo único com,
conforme esperado, um sentido inclusivo (## 17–18); as formas sufixadas bênê– ocorrem
tanto em frases de termo único como em frases com objetos definidos (## 17,19–20). O
sentido pode ser inclusivo (# 19) ou exclusivo (## 17,20).
17. ‫תְ הִי נָא ָאלָה בֵּינֹותֵֶּּ֫ ינּו בֵּי ֵֶּּ֫נינּו‬Haja agora acordo entre nós –

‫ּובֵּי ֶֶּ֫נָך‬entre nós e ti.


Gn 26.28

18. ‫ש ֻבעַּת יהוה ֲאשֶר בֵּינ ֹתָ ם‬ ְ ‫עַּל־‬por causa do juramento a YHWH,
‫בֵּין דָ וִד ּובֵּין י ְהֹונָתָן‬que entre eles houvera, entre
Davi e Jônatas.

2Sm 21.7

19. ‫ש ֶַּּ֫לי ִם ְלנִדָ ה בֵּינֵּיהֶם׃‬


ָ ‫ ָהי ְתָ ה י ְרּו‬Jerusalém tornou-se uma coisa
imunda entre eles.

Lm 1.17

20. ‫ּוגְבּול נָ ָֽתַּ ן־יהוה בֵּי ֵֶּּ֫ננּו ּובֵּינֵּיכֶם‬YHWH pôs o Jordão por limite …
‫… ֶאת־ ַּהּי ְַּרדֵּן‬entre nós e vós.
Js 22.25

11.2.7 ‫ֶַּּ֫בעַּד‬

a Esta preposição forma frases sufixadas aparentemente tanto com bases singulares
quanto plurais (p.ex., ‫בעֲדֹו‬
ַּ , ‫נּו‬ ֵֶּּ֫‫ ַּבעֲד‬, ‫ ;) ַּבעֲדֵֶּּ֫ ינּו‬a forma ‫ ַּבעֲדֵֶּּ֫ נִי‬é usada lado a lado com ‫ ַּבעֲדִ י‬.
O sentido locativo pode ser simples (‘atrás de’; # 1) ou inclusivo, referindo-se a para p 202
onde quer que alguém se vire (‘ao redor de, em torno de’; # 2). Com verbos de movimento, bʿd
significa ‘longe de, com as costas para’, embora a perspectiva portuguesa usualmente exija
‘através’ ou ‘por cima de’ (# 3). A preposição também designa interesse ou vantagem, surgida
da idéia de proteção por (para o benefício, por causa de’; # 4). Este último sentido raramente
requer uma troca de mercadoria (# 5).

1. ‫ ַּוּי ִ ְסגְרּו ַּבע ָ ֲ֑דם‬E


eles fecharam (as portas da
torre) após si.

Jz 9.51

2. ‫שכְתָ ַּבעֲדֹו‬
ַּ ֶּ֫ ָ‫הֲֹלא־ ַּאת‬Acaso, não puseste uma sebe
ao redor dele?

Jó 1.10

3. ‫ַּתֹורדֵּ ם ַּב ֶֶּ֫חבֶל ְבעַּד ַּהח ַּ֑לֹון‬


ִ ‫ו‬Ela os fez descer por uma corda
pela janela.

Js 2.15

4. ‫ ְוי ִתְ ַּּפלֵּל ַּבעַּדְ ָך‬Ele orará por ti.


Gn 20.7

5. ‫עֹור ְבעַּד־עֹור וְכ ֹל ֲאשֶר ָלאִיש‬Pele por pele! Tudo quanto o


‫י ִתֵּ ן ְבעַּד נַּפְשֹו׃‬homem tem dará pela sua vida.
Jó 2.4

11.2.8 ‫ֶַּּ֫יעַּן‬

a Esta palavra é mais freqüentemente usada como uma conjunção do que como uma
preposição. Como uma preposição com o sentido de ‘por causa de’ ela rege um infinitivo
construto (36.2.2b) muito mais vezes do que outra forma nominal (# 1).

1. ‫ ֶַּּ֫יעַּן ָכל־תֹועֲב ֹתֶָּ֫ י ְִך‬por


causa dos teus atos
abomináveis

Ez 5.9

11.2.9 ‫כ‬
ְ
a Esta preposição é a única partícula de relação extremamente comum que não tem
qualquer sentido espacial ou temporal; ela descreve comparação e correspondência (‘como,
na qualidade de, exatamente como’). Na maioria dos casos ‫ כ‬é utilizada de modo comparável
a outras preposições, mas é distintiva em duas de suas características sintáticas: sua
capacidade de encabeçar uma frase nominal (p.ex., ‫כ ֶֶּ֫פשַּע‬
ְ ‘(uma distância) como / igual a um
passo’, 1Sm 20.3) e sua habilidade para “absorver” outras preposições (p.ex., ‫‘ ְכהַּר‬como
sobre a montanha’, Is 28.21). É por causa dessas características que k é às vezes referida como
um substantivo, ‘à semelhança de’. A forma variante ‫ כְמֹו‬ocorre desacompanhada e com
sufixos, cf. ‫כ ֵֶּּ֫הנ ָה‬
ָ e ‫כָמֹוָך‬. Em combinação com ʾšr, k forma a conjunção temporal mais comum
em hebraico, ‫אשֶר‬
ֲ ‫ ַּכ‬.
b Há três facetas para o uso básico de ‫כ‬. (1) A preposição pode denotar concordância em
quantidade ou medida, como em ‘Moisés é tão alto quanto Josué’ (# 1). Relacionado a isto está
o uso da preposição diante de aproximações, como em ‘Moisés é aproximadamente p 203
daquela altura’ (# 2). (2) A concordância em tipo também é marcada com k (# 3), cf. ‘Josué é
como Moisés na qualidade de profeta’. Neste exemplo do português ‘na qualidade de profeta’
especifica o ponto de comparação ou tertium quid, a “terceira coisa” em termos do que a
semelhança é proposta. A “terceira coisa” não necessita de ser especificada – ela é em geral
evidente a partir do discurso; na poesia, o ponto de comparação pode ser deixado vago com a
finalidade de permitir uma analogia que revele, induzindo o leitor a engajar-se na analogia e a
encontrar não apenas um, mas muitos pontos de contato entre as coisas comparadas. A
concordância em maneira ou norma (cf. ‘Josué é um profeta à maneira de Moisés’) é similar à
concordância em tipo (## 4–7). (3) O resultado lógico de comparação é uma correspondência
ou uma identidade, cf. ‘Moisés ama Josué como (ele ama) a si mesmo’. A concordância das
coisas comparadas é completa, à medida que disser respeito ao discurso (kaph veritatis; # 8).
Construções de identidade formadas com k freqüentemente envolvem um uso duplo de k: em
um discurso acerca de X, encontramos tanto kX kY quanto, ou mais comumente, kY kX (## 9–
10); ambos são utilizados em materiais legais. O segundo destes paradigmas chegou ao
português da forma ‘Tal pai, tal filho’.

1. ‫יהוה … יֹסֵּף ֲעלֵּיכֶם ָככֶם ֶֶּ֫אלֶף‬YHWH… vos faça mil vezes mais
‫ ְּפע ִ ָ֑מים‬numerosos do que sois.
Dt 1.11

2. ‫שנִים׃‬
ָ ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ישְבּו שָם ְכ ֶֶּ֫עשֶר‬Eles viveram lá cerca de dez
anos.

Rt 1.4

3. ‫ ִו ְהי ִי ֹתֶ ם כֵּאֹלהִים י ֹדְ עֵּי טֹוב‬Vós sereis como seres divinos
‫(ו ָָרע׃‬em seres) conhecedores do
bem e do mal.

Gn 3.5

4. ‫מּותנּו‬
ֵּ ֶּ֑֫ ְ‫נַּ ֲעשֶה ָאדָ ם ְב ַּצ ְל ֵֶּּ֫מנּו כִד‬Façamos
ʾādām à nossa
imagem, conforme a nossa
semelhança.

Gn 1.26

5. ‫ ְו ִהנֵּה ַּה ֶֶּ֫מלְֶך עֹמֵּד עַּל־ ָהעַּמּוד‬E eis que o rei estava junto à
ְ ‫ ַּכ ִמ‬coluna, segundo o costume.
‫שּפָט‬
2Rs 11.14

6. ‫ ָח ֵֶּּ֫ננִי אֱֹלהִים ְכ ַּחס ֶּ֫ ֶ ְ֑דָך‬Tem


misericórdia de mim, ó
Deus, segundo o teu amor
infalível.

Sl 51.3

7. ‫שבֶט ְו ֶאת־מ ְִרימָיו‬


ֵּ ֶּ֫ ‫ ְכ ָהנִיף‬como se a vara brandisse os
que a levantam

Is 10.15

8. ‫כִי־הּוא ְכאִיש ֱא ֶמת‬Porque ele é em todos os


sentidos um homem honesto.

Ne 7.2

p 204 9. ‫[כַּקֹונֶה כַּמֹוכֵּר‬As coisas irão tão mal ao …


senhor como ao servo; à serva,
como à sua dona;] ao devedor,
como ao credor (qwnh).

Is 24.2

10. ‫מֹות יּומָת … ַּכגֵּר ָכ ֶאז ְָרח‬Ele será morto … tanto o


natural como o estrangeiro.

Lv 24.16
c Dois fenômenos relacionados a estes pontos são dignos de nota. Primeiro, o uso de k
para fazer uma comparação absorve outras preposições, como observado acima. Se
compararmos Y com X, temos X kY; extraordinariamente, se a comparação envolver bY, ʿl–Y,
mn–Y, etc., também teremos simplesmente kY (#11–12). (O outro termo da relação pode estar
expresso, mas isso é menos comum). Segundo, é possível a reivindicação de identidade ser
vazia, e k servir então como uma partícula enfática (#13); na prática é difícil certificar-se
quando k é estritamente enfática.

11. ‫ו ְָרעּו ְכ ָבשִים כְדָ ב ָ ְ֑רם‬Oscordeiros pastarão lá como


em seu próprio pasto.

Is 5.17

12. ‫שבֶט הַּנֹגֵּש ֑בֹו ַּהח ִֶּ֫ת ֹתָ כְיֹום‬ ֵּ ֶּ֫ O cetro do seu opressor tu

‫ ִמדְ י ָן׃‬quebraste, como no dia (da


derrota) de Midiã.

Is 9.3

13. ‫ ִבהְיֹותָ ם ְמתֵּ י ִמס ָ ְּ֑פר ִכ ְמעַּט‬Quando eles eram em pequeno


‫ ְוג ִָרים בָּה׃‬número, realmente escassos e
forasteiros nela.

Sl 105.12

d O uso de k como uma base frasal quase nominal (## 14–15) foi citado anteriormente; o
uso inglês de ‘como’ na função de um substantivo é comparável (“o igual a (‘que é’ como)
ele”). Este k substantival tem algo em comum com o uso aproximativo, uma vez que ele tende
a ser vago; em termos retóricos, ele serve como “uma cerca”, protegendo o valor verdadeiro
de uma declaração de ser destituída. Se em português dizemos ‘Ele era como um profeta’,
pretendemos proteger a asserção de definições ilegítimas – se ele não era precisamente um
profeta, então era como um.

14. ‫ ֲהנִ ְהי ָה כַּדָ בָר ַּהגָדֹול ַּהז ֶה אֹו‬Sucedeu jamais coisa tamanha
ְ ִ‫ ֲהנ‬como esta? Ouviu-se coisa
‫שמַּע כ ֶָּ֫מ ֹהּו׃‬
como esta?

Dt 4.32

15. ‫ ְו ִהנֵּה ע ֹ ֵּמד ְלנֶגְדִ י ְכמ ְַּראֵּה־ ֶָּ֫גבֶר׃‬E eis que se apresentou diante
de mim algo como uma
aparência de homem.

Dn 8.15

p 205 e O uso temporal de k está relacionado a seu sentido tanto de marcador de


aproximação (‘por aquele tempo’) como de simultaneidade (‘ao (mesmo) tempo’; # 16) e é
encontrado com o infinitivo construto (#17; 36.2.2b).

16. ‫שלַּח ֵּא ֶֶּ֫ליָך אִיש‬


ְ ‫ ָכעֵּת ָמחָר ֶא‬Amanhã a estas horas, te
enviarei um (certo) homem …

1Sm 9.16

17. ‫ ַּויְהִי כְבֹוא ַאב ְָרם ִמצ ָ ֑ ְֶּ֫ריְמָה‬Aconteceu quando Abrão


‫ ַּוּי ְִראּו ַּה ִמצ ְִרים‬entrou no Egito, que os egípcios
viram que …

Gn 12.14

11.2.10 ‫ל‬
ְ

a Esta preposição, como as outras preposições uniliterais ‫ ב‬e ‫כ‬, é utilizada de modos
muito diversos (cf. 10.4). Muitos de seus sentidos são traduzidos pelas preposições
portuguesas ‘para, a’ em seus múltiplos significados. Uma vez que vários dos sentidos de l são
representados pelo caso dativo em latim ou grego, ou ambos, muitas gramáticas e dicionários
referem-se a ela, por exemplo, como o lamed do dativo ético; tal terminologia é aceitável
somente se for lembrado que o hebraico (como o português) não possui qualquer conjunto
distinto e interrelacionado de funções dativas. A forma alongada de l, ‫למו‬, é usada
desacompanhada (mas somente no Livro de Jó) e com sufixos de terceira pessoa, singular e
plural (viz., ‫לָמֹו‬, tanto para ‫ ָלהֶם‬, quanto para ‫)לֹו‬. A partícula negativa ‫לא‬ pode
ocasionalmente ser escrita sem o aleph e assim ser confundida com a preposição, seja na
forma sufixada ou prefixada a outro substantivo. Para o caso de l com o infinitivo construto,
veja 36.2.3.

b Os sentidos básicos de l são espaciais. A preposição pode marcar posição dentro de ou


em um ponto (## 1–2). Com verbos de movimento, l marca o objeto do movimento em direção
a (alativo; # 3) e de movimento para (terminante; # 4). Algumas frases com l são usadas como
advérbios alativos: ‫‘ לְָאחֹור‬para trás’, ‫עלָה‬
ְ ‫‘ ְל ֶַּּ֫מ‬para cima’, ‫‘ ְל ִמז ְַּרח‬para o leste’, ‫‘ ְל ָפנִים‬para
frente’.
1. ‫וַּתֵֶּּ֫ שֶב לִימִינֹו׃‬Ela se assentou à sua mão
direita.

1Rs 2.19

2. ‫ ַּל ֶֶּּ֫פתַּ ח ַּחטָאת ר ֵּ ֹ֑בץ‬Eis que o pecado é um rōbēṣ à


porta

Gn 4.7

3. ‫אִיש לְדַּ ְרכֹו ָּפ ֶּ֑֫ ִנינּו‬Cada


um (de nós) se desviava
para o seu próprio caminho.

Is 53.6

4. ‫כִי הַּּיֹום בָא ָלעִיר‬Hoje ele veio à cidade.


1Sm 9.12

p 206 c Os usos temporais de l incluem um sentido como o locativo simples (dentro de,
em ou durante um período de tempo; ## 5–7) e um sentido como o terminante (para, por, até
ou após um período de tempo, ## 8–11). A preposição também é utilizada com distributivos
temporais (conforme, por ou mediante um período de tempo; # 12; cf. 7.2.3b).

5. ‫ ִמתְ ַּהלְֵּך ַּבגָן לְרּו ַּח הַּּי֑ ֹום‬andando no jardim ao (na hora
do) esfriamento (lit.: brisa) do
dia

Gn 3.8

6. ‫וַּתָ ב ֹא … הַּּיֹונָה ְלעֵּת ֶֶּ֫ע ֶרב‬E a pomba voltou … ao tempo


da tarde.

Gn 8.11

7. ‫ש ְבעָה ָאנֹכִי ַּמ ְמטִיר‬


ִ ‫ ְליָמִים עֹוד‬Porque, daqui a sete dias, farei
chover.

Gn 7.4
8. ‫ ֶו ְהי ֵּה נָכֹון ל ֶַּּ֑֫ב ֹ ֶקר‬Esteja pronto pela manhã.
Êx 34.2

9. ‫ ְל ֶֶּ֫אלֶף דֹור‬a/por/até mil gerações


Dt 7.9

10. ‫שנָתֶַּּ֫ י ִם יָמִים‬


ְ ‫ ַּויְהִי ִל‬E
aconteceu que, após dois
anos …

2Sm 13.23

11. ‫וְֹלא־יָלִין מִן־ ַּה ָבשָר … ל ֶַּּ֫ב ֹקֶר׃‬Nada da carne … ficará até pela
manhã.

Dt 16.4

12. ‫ש ֶרת ֶֶּ֫כסֶף‬


ֶ ֶּ֫ ‫וְָאנֹכִי ֶאתֶ ן־לְָך ֲע‬Eu te darei dez (sheqels) de

‫ ַּלּיָמִים‬prata por ano.


Jz 17.10

d Outro conjunto de relações denotado por l tem uma estrutura semelhante ao locativo:
conjunto espacial alativo. Estas relações estão baseadas em conexões com respeito a. O grupo
quase locativo inclui possessão (## 13–16), autoria (lamed auctoris; # 17), especificação (##
18–19), modo (# 20; o sentido é geralmente melhor traduzido com advérbios e locuções
adverbiais em português), classe e tipo (## 21–22), e comparação (# 23). As relações quase
alativas envolvem o alvo de uma ação e são na sua maioria do tipo que às vezes chama-se
dativo. O chamado objeto indireto de verbos de doação e de alguns verbos de fala e escuta
recebem l (## 24–27).

p 207 13. ‫ִי־הּוא‬


֑ ‫ ַּכ ְסּפְָך ּוז ְ ָהבְָך ל‬A tua prata e o teu ouro são
meus (lit., para mim).

1Rs 20.3
14. ‫דֹודִ י לִי ַּו ֲאנִי לֹו‬Meu amado é meu e eu sou
dele.

Ct 2.16

15. ‫שי‬
ַּ ִ ‫ ָר ִֶּ֫איתִ י בֵּן ְלי‬Eu vi um filho de Jessé.
1Sm 16.18

16. ‫ ַּה ֵּמת ְל ָי ָָֽר ְבעָם ָבעִיר‬qualquer um pertencente a


Jeroboão que morre na cidade

1Rs 14.11

17. ‫שר דִ בֶר‬


ֶ ‫[ ְל ֶֶּ֫עבֶד יהוה לְדָ וִד ֲא‬Um salmo] por Davi, o servo de
YHWH, que ele falou…

Sl 18.1

18. ‫ש ַּמעְתִיָך‬
ְ ‫ש ָמעֵּאל‬
ְ ִ ‫ּו ְלי‬Com respeito a Ismael, eu tenho
ouvido (o que) tu (disseste).

Gn 17.20

19. ‫ֹלא־ר ִֶּ֫איתִ י ָכ ֵֶּּ֫הנָה … לָרֹעַּ׃‬


ָ Não tenho visto outras tais
…quanto à fealdade.

Gn 41.19

20. ‫ ַּוּיֵּשֶב י ְהּודָ ה ְויִש ְָראֵּל ָל ֶֶּ֫בטַּח‬Judá


e Israel habitaram
seguramente.

1Rs 5.5

21. ‫ש ְבטֵּיכֶם‬
ִ ‫הִתְ יַּצְבּו … ְל‬Apresentai-vos… de acordo com
as vossas tribos.

1Sm 10.19
22. ‫עֵּץ ּפ ְִרי ֶּ֫ע ֹשֶה ּפ ְִרי ְלמִינֹו‬árvores
frutíferas (cada) que
dêem fruto de acordo a sua
espécie

Gn 1.11

23. ‫שר־דַּ ק ְלע ָ ָ֑פר‬


ֶ ‫עַּד ֲא‬até que se tornou tão fina como

Dt 9.21

24. ‫תִ תֶ ן־לֹו׃‬Tu darás a ele.


Dt 15.14

25. ‫ ַּוּיִק ְָרא פ ְַּרע ֹה לְַאב ְָרם‬Faraó convocou (lit., chamou a)


Abrão.

Gn 12.18

26. ‫בָרּוְך הּוא לַּיהוה‬Que ele possa ser pronunciado


bendito a YHWH.

Rt 2.20

27. ‫שתֶ ָך‬


ְ ‫ש ַּמעְתָ לְקֹול ִא‬
ָ ‫כִי‬Visto que ouviste (ou
atendeste) à voz de tua mulher

Gn 3.17

O lamed de interesse ou de (des) vantangem (dativus commodi et incommodi) marca a pessoa


por ou contra quem uma ação é direcionada (## 28–33); o termo “dativo de beneficiação” às
vezes é usado para designar este tipo de l.

p 208 28. ‫ָאביָך‬


֑ ִ ֶּ֫ ‫כִי־נִכְס ֹף נִ ְכ ֶַּּ֫ספְתָ ה ְלבֵּית‬Tu anelas pela casa de teu pai.
Gn 31.30

29. ‫ַאל־תִ בְכּו ְלמֵּת‬Não choreis pelo morto.


Jr 22.10

30. ‫ ַּוּי ֵּ ָהפְֵּך ָלהֶם לְאֹוי ֵּב‬Ele se tornou inimigo deles (lit.,
ele se voltou contra eles para
[tornar-se] um inimigo).

Is 63.10

31. ‫כִי יֹום לַּיהוה ְצבָאֹות‬Há um dia [preparado] por


YHWH dos Exércitos.

Is 2.12

32. ‫שּפָט׃‬
ְ ‫הֲלֹוא ָלכֶם לָדֶַּּ֫ עַּת ֶאת־ ַּה ִמ‬Não é a vós que pertence saber
os costumes?

Mq 3.1

33. ‫ֹלא־תַּ חְמ ֹד ֶֶּ֫כסֶף ְוזָהָב ֲעלֵּיהֶם‬Não cobiçarás a prata e o ouro


‫ ְו ָל ַּקחְתָ לְָך‬que estão sobre elas (ídolos
abandonados), nem os (a prata
e o ouro) tomarás para ti.

Dt 7.25

Uma variedade especial do lamed de interesse é um uso que alguns rotulam dativus ethicus ou
“dativo ético”. T. Muraoka ressalta que este termo significa que uma pessoa que não seja o
sujeito ou o objeto está interessada na questão, mas “o carimbo da construção semítica é a
identidade da pessoa gramatical do sujeito do verbo com a do pronome sufixado à
preposição”. Muitos eruditos referem-se a este uso como “reflexivo”: l marca a ação como
sendo de interesse do seu realizador (# 32); o termo “ingressivo” também é utilizado. Muraoka
sugere a nomenclatura “centrípeta”. Ele explica: “Basicamente ela serve para transmitir a
impressão da parte do falante ou do autor de que o sujeito estabelece sua própria identidade,
recuperando ou encontrando seu próprio lugar por meio de um dissociar-se resoluto de seu
ambiente familiar”. Talvez as noções reflexivas e centrípetas devam ser separadas; a primeira
sendo traduzida por ‘mesmo’ e a última, com suas noções de isolamento e reclusão, bem
como seu uso com imperativos e em contextos negativos, sendo deixada sem tradução. O uso
centrípeta é encontrado com verbos de movimento (## 34–35) e em expressões denotando
disposição do temperamento (## 36–37).

34. ‫ּולְכּו ָלכֶם לְָא ֳהלֵּיכֶם‬Ide-vos para as vossas tendas.


Js 22.4

35. ‫וְקּום ב ְַּרח־לְָך אֶל־ ָלבָן ָאחִי‬Retira-te para a casa de Labão,


meu irmão.

Gn 27.43

36. ‫ַאל־תִ ְבטְחּו ָלכֶם אֶל־דִ ב ְֵּרי‬Não confieis em palavras falsas.


‫שקֶר‬ֶ ֶּ֫ ‫ ַּה‬Jr 7.4

p 209 37. ‫ש ְכנָה־לָּה נַּפ ִ ְ֑שי עִם שֹונֵּא‬


ָֽ ָ ‫ ַּרבַּת‬Já há tempo demais que habito
‫שָלֹום׃‬com os que odeiam a paz.
Sl 120.6

O lamed “objeto indireto” marca o chamado dativo de alvo, enquanto que outro tipo de alvo é
marcado pelo lamed de propósito. Os alvos aqui incluem uma coisa feita (com ʿśy, ntn, śym,
etc.; ## 38–41) ou usada (# 42), ou uma pessoa alterada em status ou mesmo na forma (## 43–
45, cf. # 38).

38. ‫שָך לְגֹוי גָדֹול‬


ְ ‫ ְו ֶא ֶע‬Eu te tornarei (em) uma grande
nação.

Gn 12.2

39. ‫ש ֶַּּ֫לי ִם ְלגַּלִים‬


ָ ‫ ְונָ ַּתתִ י ֶאת־י ְרּו‬Tornarei
Jerusalém (em)
montões de ruínas.

Jr 9.10
40. ‫שדֶה‬
ָ ‫ש ְמתִ י ש ֹ ְמרֹון ְלעִי ַּה‬
ַּ ‫ ְו‬Tornarei
Samaria (em) um
montão de pedras do campo.

Mq 1.6

41. … ‫הֹוי הָאֹמ ְִרים ל ַָּרע טֹוב‬Ai dos que ao mal chamam bem
‫שמִים‬
ָ … ‫שְך לְאֹור‬ ָ … que estabelecem (i.e.,
ֶ ֹ ‫שמִים ֶּ֫ח‬
avaliam?) a escuridão como luz
‫ …מַּר ְלמָתֹוק‬que estabelecem o amargo
como doce.

Is 5.20

42. ‫ ָלכֶם י ִ ְהי ֶה לְָא ְכלָה׃‬Isso será vosso como


mantimento.

Gn 1.29

43. ‫יֵּצֵּא ַּל ָח ְפשִי‬Ele sairá como um homem livre.


Êx 21.2

44. ‫כִי ָהי ָה־לִי ַּה ֵּלוִי לְכֹהֵּן‬Olevita, como um sacerdote,


pertence a mim.

Jz 17.13

45. ‫תְ שִי ֵֶּּ֫תמֹו ְלש ִָרים‬Tu os farás príncipes.


Sl 45.17

e Uma grande quantidade de usos de l ainda está para ser elucidada e sua diversidade é
considerável.

f Várias classes célebres de frases possessivas usam l. Uma frase l deve ser usada se ela
referir-se, sem ambigüidade, a um indefinido (## 46–47). Muitos exemplos relevantes foram
citados anteriormente em relação com os lameds de especificação e de autoria; estes podem
ser revistos: *bēn yišai significa ‘o filho de Jessé’ enquanto bēn ləyišai (# 15) significa ‘um filho
de Jessé’; observe mizmôr lədāwid ‘um salmo de David’ (Sl 3.1; cf. # 17). Além disso, uma frase
l pode ser usada (a) para evitar uma frase com três (ou mais) termos construtos (# 48), (b)
onde o possuidor é um nome (# 49), ou (c) onde a forma construta não seria (suficientemente)
distintiva (# 50).

46. ‫ּו ְלנָ ֳעמִי מֹודַּע ְלאִישָּה‬Noemi tinha um parente de seu


marido.

Rt 2.1 Qere

p 210 47. ‫ִירם לְדָ וִד כָל־‬


ָ ‫כִי אֹהֵּב ָחי ָה ח‬Hirão tinha sido muito tempo
‫ ַּהּיָמִים׃‬um aliado de Davi.
1Rs 5.15

48. ‫אִיש ר ֹאש ְלבֵּית־אֲב ֹתָ יו הּוא׃‬cada um sendo cabeça da casa


de seus pais

Nm 1.4

49. ‫ ִבגְדֵּ י ה ֶַּּ֫ק ֹדֶ ש ֲאשֶר לְַאהֲרֹן‬as vestes sagradas de Arão


Êx 39.1

50. ‫ְַארבַּע ְכנָ ֶַּּ֫פי ִם לְַאחַּת ָלהֶם׃‬


ְ ‫ו‬Cada um deles quatro asas.
Ez 1.6

g A preposição l é usada para marcar o tópico de um verbo de expressão (## 51–54, cf. #
26), um uso recentemente removido do lamed de especificação. Ele também denota o agente
de um verbo passivo, usualmente um Niphal (## 55–56); raramente l rege o sujeito de um
verbo passivo (# 57). Com um verbo transitivo ativo, l pode marcar o objeto (## 58–60; veja
10.4b) ou, muito raramente, o sujeito (# 61).

51. ‫ ִאמ ְִרי־לִי ָאחִי הּוא׃‬Dirás de mim: Ele é meu irmão.


Gn 20.13

52. ‫ּו ְלעִתִ ים ְרחֹוקֹות הּוא נִבָא׃‬E ele profetiza acerca de


tempos que estão mui longe.
Ez 12.27

53. ‫ ֲאנִי ְמדַּ בֵּר א ֹתָ ְך ְלכָל־חֻקֹות‬Eu estou lhe falando de todas as
‫בֵּית־יהוה‬determinações a respeito da
Casa de YHWH.

Ez 44.5

54. ‫שירּו לַּיהוה שִיר ָח ָ ֑דש‬


ִ ֶּ֫ Cantai de YHWH um novo
cântico.

Sl 96.1, 98.1

55. ‫שבְנּו לֹו‬


ַּ ֶּ֫ ‫הֲלֹוא נָכ ְִרּיֹות נֶ ְח‬Não somos considerados por
ele como estrangeiras?

Gn 31.15

56. ‫ ְונִ ְבחַּר ֶָּ֫מוֶת ֵּמ ַּחּי ִים לְכ ֹל‬A morte antes do que a vida
‫שא ִֵּרית‬ ְ ‫ ַּה‬será escolhida por todos os
remanescentes.

Jr 8.3

57. ‫ּו ַּב ֲחב ָֻרתֹו נ ְִרּפָא־ ֶָּ֫לנּו׃‬E


pelas suas pisaduras somos
sarados.

Is 53.5

58. ‫יַּצְדִ יק צַּדִ יק ַּעבְדִ י ל ַָּר ִ ֑בים‬O Justo, meu Servo, decidirá
(ou, fará) muitos justos.

Is 53.11

p 211 59. ‫וְָא ַּהבְתָ ל ְֵּרעֲָך כ ֶָּ֑֫מֹוָך‬Amarás o teu próximo como


(fazes) a ti mesmo.

Lv 19.18
60. ‫שחֶת ָלעִיר‬
ַּ ‫ ְל‬para destruir a cidade
1Sm 23.10

61. ‫ּפֶן י ְ ֻבלַּע ַּל ֶֶּ֫מלְֶך‬para


que o rei não seja
destruído

2Sm 17.16

h Uma aposição pode ser marcada com l, seja ela sujeito (# 62), objeto (# 63), ou objeto
preposicional (# 64).

62. ‫כָל־בֶן־נֵּכָר ֶֶּ֫ע ֶרל לֵּב ְו ֶֶּ֫ע ֶרל ָבשָר‬Nenhum estrangeiro,


‫ֹלא י ָבֹוא אֶל־ ִמ ְקדָ ִ ֑שי ְלכָל־בֶן־‬incircunciso de coração ou
incircunciso de carne, (isto é,
‫ִשראֵּל׃‬
ָ ‫נֵּכָר ֲאשֶר בְתֹוְך ְבנֵּי י‬nenhum estrangeiro que se
encontra no meio dos israelitas)
entrará no meu santuário.

Ez 44.9

63. ‫אֹו כִי יִגַּע ְב ֻטמְַאת ָאדָ ם לְכ ֹל‬Ou quando tocar a imundícia de
‫שר י ִ ְטמָא ָ ֑בּה ְונֶ ְעלַּם‬ֶ ‫ ֻטמְָאתֹו ֲא‬um homem, isto é, seja qual for
a imundícia com que se faça
‫ ִמ ֶֶּ֫מנּו וְהּוא י ָדַּ ע ְו ָאשֵּם׃‬imundo e lhe for oculto, e o
souber depois, será culpado.

Lv 5.3

64. ‫ ַּו ֲאנִי ִהנֵּה נְתַּ תִֶּ֫ יָך הַּּיֹום ְלעִיר‬Eis que hoje te ponho por
‫ ִמ ְבצָר … עַּל־כָל־ ָה ֶּ֫ ָ ֑א ֶרץ‬cidade fortificada, … contra
todo o país, isto é, contra os
‫ ְל ַּמ ְלכֵּי י ְהּודָ ה ְלש ֶָרי ָה לְכ ֹ ֲה ֶֶּ֫ני ָה‬reis de Judá, contra os seus
‫ּו ְלעַּם ָה ֶָּ֫א ֶרץ׃‬príncipes, contra os seus
sacerdotes e contra o seu povo.

Jr 1.18
i Concluindo, voltamos nossa atenção ao chamado lamed enfático. Esta partícula deve ser
distinguida primeiramente da partícula hipotética independente lû (escrita ‫לּו‬, ‫לֻא‬, ‫)לּוא‬, que
introduz orações optativas (‘Oh isso…!’) e orações subordinadas de força irreal e concessiva
(‘ainda que…’). Em adição, é fortemente possível que o lamed enfático ou asseverativo seja
etimologicamente distinto da preposição, ainda que os massoretas não distinguissem entre os
dois. O lamed enfático aparece (a) antes de um substantivo em orações sem verbo (# 65), (b)
antes de uma forma verbal numa oração com verbo (# 66), e (c) antes de vocativos (# 67). Um
uso enfático diferente envolve outras p 212 preposições: l pode vir após outra preposição
(‫ל‬
ְ ‫ ) ָסבִיב‬ou como um complemento (‫… ְל בֵּין‬, Gn 1.6), e seu uso em tais construções
também pode ser chamado de enfático.

65. ‫כִי־ ְל ֶֶּ֫כלֶב חַּי הּוא טֹוב מִן־‬Realmente um cão vivo é


ְ ‫ה‬melhor do que um leão morto.
‫ַָארי ֵּה ַּה ֵּמת׃‬
Ec (Qo) 9.4

66. ‫ִיענִי‬
֑ ֵֶּּ֫ ‫יהוה לְהֹוש‬YHWH, salva-me!
Is 38.20

67. ‫ש ִרים‬
ָ ְ ‫ ַּרנְנּו צַּדִ יקִים בַּיהו֑ ה ַּלי‬Exultai, ó justos, em YHWH! Aos
‫נָאוָה תְ ִהלָה׃‬retos fica bem louvá-lo.
Sl 33.1

11.2.11 ‫מִן‬

a Esta preposição exibe regularmente sua forma canônica ‫ מִן‬antes do artigo e apenas
irregularmente de outra maneira; em outras ocorrências, o nun é assimilado pela consoante
seguinte e resultam as formas – ‫ ִמ‬ou – ‫ ֵּמ‬. Há duas variantes extensas: ‫ ִמנִי‬, sem sufixos, e –
‫ ִמ ֶמנ‬, com sufixos (p.ex., ‫) ִמ ֶֶּ֫מנִי‬. As relações que a preposição designa envolve origens e
causas.

b Os sentidos espaciais são estáticos e dinâmicos. O mn locativo descreve o lugar de onde


um objeto ou pessoa se origina (# 1) ou a direção onde um objeto está localizado (# 2). Mais
básico é o sentido ablativo de mn, designando movimento para longe de um ponto inicial
especificado (# 3); este sentido subjaz à designação de origem (cf. # 1). Como ocorrem com
outras preposições, vários sentidos diferentes podem ser usados juntamente (# 4).
1. ‫וַּּישְּפ ֹט … ִא ְבצָן ִמבֵּית ֶָּ֫לחֶם׃‬Ibsã, que era de Belém …
julgou.

Jz 12.8

2. ‫שימּו ָהעָם ֶאת־כָל־ ַּה ַּמ ֲחנֶה‬ ִ ֶּ֫ ָ ‫ ַּוּי‬Eles posicionaram o exército: a
‫שד ִמצְפֹון ָלעִיר ְו ֶאת־ ֲעקֵּבֹו‬ ֶ ‫ ֲא‬força principal, que estava ao
norte da cidade e a emboscada
‫ ִמּי ָם ל ִ ָ֑עיר‬ao ocidente dela.

Js 8.13

3. ‫לְהֹוצִיָאם ֵּמ ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ְֶָּ֫רי ִם‬para os da terra do Egito


Êx 12.42

4. ‫ ַּוּיַּעְתֵּ ק ִמשָם ָה ֶָּ֫ה ָרה ִמ ֶֶּ֫קדֶ ם‬Passando dali para o monte ao


‫ ְלבֵּית־אֵּל‬oriente de Betel.
Gn 12.8

c Usos temporais de mn em relação ao ponto inicial, que pode ser incluído (‘de, sobre, em’;
# 5). O mn temporal também pode marcar um bloco de tempo (‘depois de’; # 7).

p 213 5. ‫ש ֵֶּּ֫ ֑דהּו‬


ָ ‫שנַּת הַּּיֹבֵּל י ַּ ְקדִ יש‬
ְ ‫אִם־ ִמ‬Se dedicar o seu campo do Ano
‫… ְואִם־ַאחַּר הַּּיבֵּל י ַּ ְקדִ יש‬do Jubileu em diante …; mas, se
dedicar o seu campo depois do
‫שדַּ הּו‬
ָ Ano do Jubileu…

Lv 27.17–18

6. ‫ ַּכחֲלֹום ֵּמה ָ֑קיץ‬como um sonho, depois que se


acorda

Sl 73.20

7. ‫שלִישִי‬
ְ ‫י ְ ַּח ֵֶּּּ֫ינּו מִּי ֶּ֑֫ ָֹמי ִם בַּּיֹום ַּה‬Depois de
dois dias, nos
‫י ְ ִק ֵּמנּו‬revigorará e
(quando tiverem
passado, i.e., e será que) ao
terceiro dia, nos levantará.

Os 6.2

d Os sentidos ablativo e locativo de mn são similares a outro grupo de sentidos de


preposição: mn marca o material de que algo é feito (# 8) ou o autor ou autoridade de quem
um padrão ou verdade originou (# 9). A causa ou meio de uma situação é marcada por mn (##
10–12), como é um agente (# 13; observe os passivos em ## 12–13). Com verbos que
expressam temor ou semelhantes, freqüentemente é difícil distinguir causa e agente (## 14–
15).

8. ‫ ַּוּיִצֵּר יהוה אֱֹלהֹים מִן־ ָה ֲאדָ מָה‬YHWH Deus formou da terra


‫שדֶה‬ ָ ‫כָל־ ַּחּי ַּת ַּה‬todos os animais do campo.
Gn 2.19

9. ‫ ְוי ָדְ עּו … דְ בַּר־מִי י ָקּום ִמ ֶֶּ֫מנִי‬Eles saberão … qual palavra


‫ּו ֵּמהֶם׃‬subsistirá, a minha ou a deles.
Jr 44.28

10. ‫מֵּר ֹב עֲֹו ֶֶּ֫ניָך … ִח ֶַּּ֫ללְתָ ִמ ְק ָד ֶּ֑֫ ֶשיָך‬Por causa da multidão das tuas
iniqüidades … profanaste os
teus santuários.

Ez 28.18

11. ‫כִי ֹלא ָהי ְתָ ה ֵּמ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬Isto


não era (por causa) da
vontade do rei …

2Sm 3.37

12. ‫שר עֹוד ִממֵּי‬


ָ ‫וְֹלא־יִכ ֵָּרת כָל־ ָב‬Toda carne não será mais
‫ ַּהמ ַּ֑בּול‬destruída por águas de dilúvio.
Gn 9.11

13. ‫ ְו ִאשָה גְרּושָה ֵּמאִישָּה‬uma mulher repudiada por seu


marido

Lv 21.7

14. ‫ִירא‬
֑ ָ ‫ ִממִי א‬De quem terei medo?
Sl 27.1

15. ‫ ַּוּי ְִיראּו ִמ ֶֶּ֫גשֶת ֵּאלָיו׃‬Elestinham medo de


aproximar-se dele.

Êx 34.30

A preposição tem três usos adicionais. (1) Ela é um marcador partitivo: a frase com mn
pode referir-se a parte d(o) substantivo (ou equivalente substantivo) após à preposição. A p
214 partição pode ser simples (‘algo de’; ## 16) ou comparativa/superlativa (‘o melhor de/o
melhor’, # 18; ‘o pior de, o pior’, etc.). Em orações negativas a frase mn refere-se a nenhum de
ou nem um d(o) objeto preposicional (## 19–20); tal sentido negativo pode ser encontrado em
juramentos e em outros pronunciamentos retoricamente carregados (#21).

16. ‫יָצְאּו מִן־ ָהעָם ִלל ְ֑ק ֹט‬Alguns do povo saíram para (o)
colher.

Êx 16.27

17. ‫ ְו ִהז ָה ִמדַּ ם ַּה ַּחטָאת עַּל־קִיר‬Ele aspergirá um pouco do


‫ ַּה ִמז ְ ֵּב ַּח‬sangue da oferta pelo pecado
sobre o lado do altar.

Lv 5.9

18. ‫הַּטֹוב ְו ַּהּיָשָר ִמ ְבנֵּי ֲאדֹנֵּיכֶם‬escolhei o melhor e mais capaz


dos filhos de vosso senhor

2Rs 10.3

19. ‫וְֹלא־יָלִין מִן־ ַּה ָבשָר‬Nada da carne ficará até pela


manhã.
Dt 16.4

20. ‫וְלֹוא נַּכ ְִרית ֵּמ ַּה ְב ֵּהמָה׃‬E não tenhamos de matar
algum dos animais.

2Rs 18.5

21. ‫ ָח ִֶּ֫לילָה הַּי־יהוה אִם־י ִּפ ֹל‬Oh, profanação! Tão certo


ַּ ‫ ִמ‬como vive YHWH, não lhe há de
‫שע ֲַּרת ר ֹאשֹו ֶַּּ֫א ְרצָה‬
cair no chão um só cabelo da
cabeça!

1Sm 14.45

(2) A preposição é um marcador privativo, ela marca o que está perdido ou o que não está
disponível (## 22–23).

22. ‫ ְבצֵּל ֶחשְבֹון ָעמְדּו מִכ ֹ ַּח נ ִ ָ֑סים‬À sombra de Hesbom os


fugitivos param sem forças.

Jr 48.45

23. ‫בָתֵּ יהֶם שָלֹום מ ֶּ֑֫ ִָּפחַּד‬As suas casas estão seguras (e)
livres de temor.

Jó 21.9

(3) A preposição é um marcador comparativo, prefixado a um padrão pelo qual uma qualidade
é medida (e assim semelhante a alguns superlativos portugueses; # 24) ou a um grupo para o
qual algo é comparado (e assim semelhante a alguns comparativos portugueses; # 25; 14.4d).

24. ‫ ָק ֶּ֫ט ֹנְתִ י מִכ ֹל ַּה ֲהסָדִ ים‬Eu


sou pequeno em relação a
(ou, demasiadamente pequeno
para) todas as misericórdias.

Gn 32.11
25. ‫דֹודִ י … דָ גּול מ ְֵּר ָבבָה׃‬O meu amado é … mais atrativo
do que dez milhares (de outras
pessoas).

Ct 5.10

p 215 11.2.12 ‫עַּד‬

a Esta preposição, também usada como conjunção, pode estar relacionada ao substantivo
‫‘ עַּד‬futuro’, que ocorre apenas em frases como ‫( לְעֹלָם ָועֶד‬Êx 15.18) e ‫( ָלעַּד לְעֹלָם‬Sl 111.8),
‘para sempre e sempre’. Duas formas da preposição são usadas independentemente, ‫ עַּד‬e a
mais antiga ‫עֲדֵּ י‬, da qual as formas sufixadas são compostas. O sentido básico da preposição é
alativo (movimento em direção a) – terminativo (movimento até).

b Alguns usos espaciais da preposição são estáticos (# 1), mas o sentido de movimento até
usualmente está presente (# 2). Usos temporais são mais comuns e mais diversos: ʿd pode
marcar o tempo antes d(o) qual um evento acontece (# 3) ou até que ele aconteça (# 4).
Menos freqüentemente, o sentido é durativo, referindo-se ao tempo durante o qual um
evento ocorre (#5).

1. ‫עַּד־ ַּצּוָאד י ַּ ִג֑י ַּע‬Ele (o Eufrates) (atingirá até e)


tocará até ao pescoço (dos de
Judá).

Is 8.8

2. ‫ ַּוּי ֶָּ֫ב ֹאּו עַּד־ח ָָרן‬Eles vieram até Harã.


Gn 11.31

3. ‫ ַּוּיִפְתַּ ח אֶת־ּפִי עַּד־בֹוא ֵּאלַּי‬Ele (Deus) abriu a minha boca,


‫ב ֶַּּ֑֫ב ֹ ֶקר‬antes da vinda (do mensageiro)
a mim pela manhã

Ez 33.22

4. ‫יֵּצֵּא ָאדָ ם ְל ָפע ֳ֑לֹו … עֲדֵּ י־ ֶָּ֫ע ֶרב׃‬O homem sai para o seu
trabalho (e ele permanece nele)
… até à tarde
Sl 104.23

5. … ‫מָה ַּהשָלֹום עַּד־ז ְנּונֵּי אִי ֶֶּ֫זבֶל‬Como pode haver paz,


‫ה ַָּרבִים׃‬enquanto as prostituições de
tua mãe Jezabel … abundam?

2Rs 9.22

c A preposição também expressa medida ou grau (‘tanto quanto, até onde, até mesmo
para, mesmo até’; # 6), mais freqüentemente na frase ‫‘ עַּד מְא ֹד‬muito’. Com um negativo a
preposição pode assumir um sentido privativo (# 7).

6. ‫שתְֵּך עַּד־ ֲחצִי ַּה ַּמלְכּות‬


ָ ‫ּומַּה־ ַּב ָק‬Qual é a tua petição? Cumprir-
‫וְתֵּ עָש׃‬se-á (lit., ser-te-á feito), mesmo
até metade do reino.

Et 5.6

p 216 7. ‫ֹלא נִשְַאר עַּד־ ֶא ָחד׃‬Não restou um sequer.


Jz 4.16

d O alvo de um tipo abstrato pode ser regido por ʿd (# 8), como pode um foco ou objeto de
interesse (# 9).

8. ‫[ ְועַּד־ ַּהשְלשָה ֹלא־בָא׃‬Embora ele fosse um bom


soldado], contudo, ele não
atingiu os (o nível da força de
elite) primeiros três.

2Sm 23.19

9. ‫ ְועָדֵּ יכֶם ֶאתְ בֹונָן‬Edei minha atenção a vós


outros.

Jó 32.12
11.2.13 ‫עַּל‬

a Esta preposição, também usada como conjunção, pode estar relacionada com o
substantivo raro ‫‘ עַּל‬altura’ (p.ex., ‫עָל‬ ‫‘ ַּה ֶֶּ֫גבֶר ֶֻּ֫הקַּם‬o homem foi elevado a uma altura’, 2Sm
23.1). As formas sufixadas da preposição são derivadas da não-atestada ‫עלֵּי‬ ַּ , por exemplo,
‫ ָעלַּי‬. A relação ‘em ou perto do topo’ é básica para esta preposição.
b Dos sentidos espaciais, a maior parte é locativo: locativo simples (‘por sobre, sobre, em
cima de’; ## 1–2), locativo contingente (‘junto a, ao lado de, por’; # 3), ou locativo inclusivo
(‘ao redor de, cerca de’, freqüentemente com verbos de cobertura e proteção; # 4). Com
alguns verbos de movimento, ʿl tem um sentido terminativo (sobre, para, em cima de’; ## 5–
6). (Este sentido é compartilhado por ʿl e por ʾl; a partir dele, outros sentidos das duas
preposições sobrepõem-se por analogia. E fútil a tendência de emendar o TM a fim de eliminar
alguns ou todos estes sentidos, embora possa haver casos em que as preposições tenham sido
confundidas no desenvolvimento do texto).

1. ‫ש ָכבְָך‬
ְ ‫שכַּב עַּל־ ִמ‬
ְ Deita-te sobre a tua cama.
2Sm 13.5

2. ‫ש ֶָּ֫מי ִם׃‬
ָ ‫תְ נָה הֹודְָך עַּל־ ַּה‬Pois expuseste sobre o céu a
tua majestade.

Sl 8.2

3. ‫שנֵּיהֶם ָע ְמדּו עַּל־ ַּהּי ְַּרדֵּ ן׃‬


ְ ‫ּו‬Eles
ambos pararam junto ao
Jordão.

2Rs 2.7

4. ‫חֹומָה הָיּו ָע ֵֶּּ֫לינּו‬Eles eram um muro ao redor de


nós.

1Sm 25.16

5. ‫כִי ֹלא ִה ְמטִיר יהוה אֱֹלהִים עַּל־‬YHWH Deus não fizera chover
‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬sobre a terra.
Gn 2.5
p 217 6. ‫וְֹלא־תַּ ֲעלֶה ְב ַּמעֲֹלת עַּל־ ִמזְב ִ ְ֑חי‬Não subirás ao meu altar por
degrau.

Êx 20.26

c Metaforicamente, ʿl marca um fardo ou um dever (# 7), quando o objeto sente uma


incumbência ‘sobre’ ele mesmo, como também um posto (# 8). Com predicados psicológicos
(verbos que expressam pensamento, sentimento, regozijo, aflição, assistência) ʿl rege o objeto
direto de interesse (sobre, para, por, por cima de’; ## 9–10). Quando o sujeito sente o patos
‘sobre’ si mesmo ou si mesma, a frase em ʿl é reflexiva (#11; cf. 11.2.10d). Vantagem (‘em
nome de, por causa de’) e desvantagem (‘contra’) também são marcados com ʿl (## 12–14).

7. ‫ש ָרה ֶֶּ֫כסֶף‬
ָ ֶּ֫ ‫ ְו ָעלַּי ֶָּ֫לתֶ ת לְָך ֲע‬Eforçoso me seria dar-te dez
(sheqels) de prata.

2Sm 18.11

8. ‫וְיֹוָאב … עַּל־ ַּהצ ָ ָ֑בא‬Joabe … estava sobre o


exército.

2Sm 8.16

9. ‫ ֵֶּּ֫מתָ ה ָעלַּי ָרחֵּל‬Raquel morreu para meu pesar


(lit., por cima de mim).

Gn 48.7

10. ‫יָשִיש ָע ֶַּּ֫לי ְִך‬Ele se regozijará sobre ti.


Sf 3.17

11. ‫רּוחי‬
֑ ִ ‫וַּתִ ְת ַּעטֵּף ָעלַּי‬O meu espírito esmorece
dentro de mim.

Sl 143.4

12. ‫ָאנֹכִי ֲאדַּ בֵּר ָע ֶֶּ֫ליָך אֶל־ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬Eu falarei ao rei em teu nome.
1Rs 2.18
13. ‫שנֵּי ס ִָריסָיו‬
ְ ‫ ַּוּי ִ ְקצ ֹף ּפ ְַּרע ֹה עַּל‬Faraó
indignou-se contra os
seus dois oficiais.

Gn 40.2

14. ‫ש ְל ַּמנְ ֶֶּ֫אסֶר‬


ַּ ‫ ָעלָיו ָעלָה‬Salmaneser subiu contra ele.
2Rs 17.3

d A preposição pode marcar um objeto de excesso (cf. ‘no topo desse’), envolvendo
acompanhamento (‘com, junto de, junto com’; # 15), adição (em adição a, para’; # 16), e
mesmo multiplicação (‘por sobre, acima de’; # 17).

15. ‫ ַּוּי ֶָּ֫ב ֹאּו ָה ֲאנָנָשִים עַּל־ ַּהנ ִ ָ֑שים‬Homens


juntamente com
mulheres vieram.

Êx 35.22

16. ‫כִי־י ָ ֶַּּ֫ספְנּו עַּל־כָל־חַּט ֹאתֵֶּּ֫ ינּו‬Porque acrescentamos

‫ ָרעָה‬iniqüidade a todos os nossos


pecados.

1Sm 12.19

17. ‫שנֶה עַּל ֲאשֶר־י ִ ְל ְקטּו‬


ְ ‫ ְו ָהי ָה ִמ‬E será duas vezes tanto quanto
‫יֹום יֹום‬eles juntarem em outros dias.
Êx 16.5

p 218 e A preposição pode introduzir uma norma (a base para a realização de um ato; ‘de
acordo com’; # 18), uma causa (a razão para a realização de um ato; ‘por causa de’; 19), ou um
alvo (a finalidade da realização de um ato; ‘por’; # 20). Em algumas situações, torna-se difícil
distinguir normas de causas, enquanto que em outras, causas e fins são semelhantes.

18. ‫עַּל כָל־הַּדְ ב ִָרים ָה ֵֶּּ֫אלֶה׃‬de acordo com todas estas


palavras

Êx 24.8
19. ‫ ִהנְָך ֵּמת עַּל־ ָה ִאשָה ֲאשֶר־‬Estás a ponto de morrer por
‫ ָל ֶַּּ֫ק ְח ָת‬causa da mulher que tomaste.
Gn 20.3

20. ‫שוְא ב ֶָָּ֫ראתָ כָל־ ְבנֵּי־‬


ָ ‫עַּל מַּה־‬Para que futilidade criaste todo
‫ָאדָ ם׃‬o povo!
Sl 89.48

f Um sentido oposicionista está associado a ʿl (‘em oposição’; #21), do qual pode ser
derivado um sentido concessivo (‘embora, apesar de, a despeito de’; # 22). Pode haver um
raro sentido separativo (# 23).

21. ‫ֹלא י ִ ְהי ֶה־לְָך אֱֹלהִים ֲאח ִֵּרים‬Não tereis outros deuses em
‫עַּל־ ָּפ ֶָּ֫ני ַּ׃‬oposição a mim.
Êx 20.3

22. ‫ש ָּפטִי ֲא ַּכ ֵּז֑ב‬


ְ ‫ ַּעל־ ִמ‬Apesar do meu direito, sou tido
por mentiroso.

Jó 34.6

23. ‫ ְבצֵּאתֹו עַּל־ ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ָ ֑ ְֶּ֫רי ִם‬quando saíra da terra do Egito
Sl 81.6

g Certas relações mais freqüentemente marcadas por ʿl também estão associadas com l, ʿl
pode marcar um tópico (freqüentemente com verbos de fala; ‘acerca de, concernente a’; ##
22–25) ou uma circunstância (‘relativo a, com relação a’; # 26). No hebraico bíblico posterior, ʿl
às vezes rege um objeto indireto do tipo que seria governado por l anteriormente (# 27).

24. ‫ש ֶַּּ֫מעְתִ י ָע ֶֶּ֫ליָך‬


ָ ‫ ַּו ֲאנִי‬Ouvi
dizer, porém, a teu
respeito

Gn 41.15
25. ‫ ְועַּל ִהשָנֹות ַּהחֲלֹום‬Agora,
acerca da repetição do
sonho …

Gn 41.32

26. ‫ַּל־רב‬
ִ ‫וְֹלא־תַּ ֲענֶה ע‬Não responda com relação a
um litígio.

Êx 23.2

27. ‫אִם־ ֲעלֵּיכֶם טֹוב‬Se bem parece a vós …


1Cr 13.2

p 219 11.2.14 ‫עִם‬

a Esta preposição tem a base ʿimm–, vista em formas sufixadas, por exemplo, ‫ ; ִעמָנּו‬a
forma ‫עמָדִ י‬
ִ (1 c.sg.) é de origem incerta. Ela expressa uma variedade de relações comitativas
(‘com’).

b O sentido mais comum envolve acompanhamento (comunhão e companhia, pessoa +


pessoa; ‘com’; ## 1–3) ou adição (com, junto com, e’; # 4); ʿm freqüentemente marca um
complemento pessoal após verbos (‘com, para’, # 5–7; adversativo, ‘contra’, # 8). O locus de
interesse psicológico pode ser marcado com ʿm (‘com, em’; ## 9–10).

1. ‫וַּּי ֹאכְלּו ץץץ הּוא ְו ָה ֲאנָשִים‬Eles comeram …, ele e os


‫ ֲאשֶר־עִמו‬homens com ele.
Gn 24.54

2. ‫כִי ֹלא י ִַּירש בֶן־הָָאמָה הַּז ֹאת‬O filho dessa escrava não será
‫עִם־ ְבנִי עִם־י ִ ְצחָק׃‬herdeiro com meu filho, com
Isaque.

Gn 21.10

3. ‫כִי־עִם־אֱֹלהִים ָעשָה הַּּיֹום ַּה ֶז֑ה‬Pois foi com (a ajuda de) Deus
que fez isso, hoje.

1Sm 14.45

4. ‫שעַּ׃‬
ֻ ‫עִם־ע ֵָּריהֶם ֶהח ֱִרימָם י ְהֹו‬E Josué os destruiu totalmente
com as suas cidades.

Js 11.21

5. ‫ ַּו ֲעשֵּה־ ֶֶּ֫חסֶד עִם ֲאדֹנִי ַאב ְָרהָם׃‬Mostre


bondade para com o
meu senhor Abraão.

Gn 24.12

6. ‫בְדַּ ב ְִרי ִעמְָך‬quando eu falo contigo


Êx 19.9

7. ‫וְֹלא־נְתָ נֹו אֱֹלהִים ְלה ַָּרע ִע ָמדִ י׃‬Deus não lhe permitiu que
fizesse mal nenhum a mim.

Gn 31.7

8. ‫כִי־ב ְַּרבִים הָיּו ִע ָמדִ י‬Quando muitos estão contra


mim (ou, ainda que muitos se
oponham a mim)

Sl 55.19

9. ‫ ְוי ָדַּ עְתָ עִם־ ְלב ֶּ֫ ֶ ָ֑בָך‬Sabe no teu coração que …
Dt 8.5

10. ‫ ָה ְי ָֽתָ ה רּו ַּח ַא ֶֶּ֫ח ֶרת עִמֹו‬Há outro espírito nele.
Nm 14.24
c Com verbos de movimento e semelhantes, ʿm marca o ponto final de uma ação (‘ao lado
de, junto a’; # 11). A preposição também é usada em construções comparativos (# 12).

11. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ישב י ִ ֵּצחָק עִם־ ְבאֵּר ַּלחַּי רֹאִי׃‬Isaque se estabeleceu junto a
Beer-Laai-Roi.

Gn 25.11

p 220 12. ‫ ֶָּ֫חלְפּו עִם־ ֳאנִּיֹות א ֶ ֵּ֑בה‬Passaram como barcos de


papiro.

Jó 9.26

11.2.15 ‫ֶַּּ֫תחַּת‬

a Esta preposição também é usada ocasionalmente como um substantivo, ‘que está em


baixo’. As formas sufixadas são, na maioria, oriundas de uma raiz taḥtê–, por exemplo,
‫תַּ חְתֵּ יכֵּם‬, mas cf. ‫תַּ חְתָ ם‬. A localização em baixo é o sentido básico.
b O uso locativo usualmente é sob um lugar (# 1). A preposição pode ter o sentido ‘em
lugar, naquele mesmo lugar’ (## 2–3) e, mais abstratamente, ‘em (o) lugar de, em vez de, por’
(## 4–5). Autoridade ou controle é designado por tḥt (#6).

1. ‫ ַּויְכֻסּו כָל־ ֶהה ִָרים ַּהגְבֹהִים‬Todos os altos montes que


ָ ‫ ֲאשֶר־תֶַּּ֫ חַּת כָל־ ַּה‬havia debaixo de todo o
‫ש ֶָּ֫מי ִם׃‬ céu
foram cobertos.

Gn 7.19

2. ‫ ְו ָל ֶַּּ֫מדְ נּו תַּ חְתֵֶּּ֫ ינּו‬Ficaremos onde estamos.


1Sm 14.9

3. ‫ ַּו ֶָּּ֫ימָת ַּתחְתָ יו‬E morreu ali no mesmo lugar


(lit., sob si mesmo).

2Sm 2.23 Qere

4. ‫כִי שָת־לִי אֱֹלהִים ֶֶּ֫ז ַּרע ַאחֵּר‬Deus me deu outra semente em


‫תֶַּּ֫ חַּת ֶֶּ֫הבֶל‬lugar de Abel.
Gn 4.25

5. ‫ ְונָ ַּתתָ ה ֶֶּ֫נפֶש תֶַּּ֫ חַּת ֶָּ֫נפֶש׃‬Tu darás vida por vida.
Êx 21.23

6. ‫ ְוי ִ ְצבְרּו־בָר תֶַּּ֫ חַּת י ַּד־ּפ ְַּרע ֹה‬Recolham


o cereal sob o
controle de Faraó.

Gn 41.35

11.3 Preposições Compostas e Complexas

a Por preposições complexas queremos dar a entender as combinações de várias


preposições e substantivos ou advérbios para constituir novas entidades, usualmente com
significados imprevisíveis a partir das partes. As preposições compostas são o resultado da
sobreposição de duas ou mais preposições simples.

b As preposições tendem a combinar formalmente com as expressões que elas regem.


Esta tendência é evidente no caráter inseparável de ‫ב‬, ‫כ‬, ‫ל‬, e no uso freqüente de maqqeph
para unir preposições independentes às palavras que elas regem. Algumas combinações de
preposições e substantivos tornam-se rígidas para formar preposições (cf. português ‘em lugar
de’). Alguns advérbios envolvem combinações de preposições com advérbios que retêm seu
aspecto nominal (cf. português ‘de acordo com’ e ‘adequadamente’). Quando compostas com
outras preposições a noção preposicional pode ser feita mais explicitamente (cf. ‘por entre,
através de’).

p 221 11.3.1 Preposições Complexas e Substantivos

a Alguns substantivos exibem uma união rígida com uma preposição. Estas construções
funcionam sintaticamente como preposições, isto é, elas relacionam um substantivo adverbial
ao verbo e especificam a natureza de sua relação no tocante ao substantivo governado. Por
exemplo, ‫‘ ִל ְפנֵּי‬perante’ pode ser local (cf. Gn 18.22), temporal (cf. Am 1.1), referencial (Gn
7.1), ou comparativo (cf. 1Sm 1.16). Semelhantemente, ‫ּפנ ֵּי‬ ְ ‫( ִמ‬cf. ‫ ) ִמ ִל ְפנֵּי‬significa ‘de diante’
num sentido locativo (cf. Êx 14.19) ou causal (cf. Gn 6.13). Outras expressões preposicionais
rígidas são ‫ל ֶַּּ֫מעַּן‬
ְ ‘por causa de’ e ‫‘ עַּל־ּפִי‬de acordo com a boca de’>’de acordo com’.

11.3.2 Preposições Complexas como Advérbios


a Algumas construções preposicionais funcionam como advérbios. Por exemplo, ‫אֶל־ ִחנָה‬
‘em vão, vaidosamente’ (Ez 6.10), ‫‘ ַאח ֲֵּרי־כֵּן‬depois disto, então, posteriormente’ (Gn 6.4),
‫‘ ְבכֵּן‬em esta condição, então’ (Qh 8.10), ‫( ָלכֵּן‬Nm 16.11) e ‫( עַּל־כֵּן‬Gn 20.6) ‘portanto’, e ‫עַּד־‬
‫‘ כֵּן‬até este ponto’ (Ne 2.16). Formas como ‫‘ מִחּוץ‬sem’, ‫‘ ִמתֶַּּ֫ חַּת‬em baixo’, ‫‘ מ ֵָּרחֹוק‬longe’ e
‫‘ ֵּמעָל‬dentro de’ surgem da combinação de preposições com substantivos de lugar para
formar advérbios. Com ‫ל‬ ְ estes advérbios de lugar tornam-se preposições, por exemplo, ‫מִחּוץ‬
‫ ְל‬, ‘fora quanto a’ > ‘fora de’ e ‫‘ ִמתֶַּּ֫ חַּת ְל‬de debaixo quanto a’ > ‘debaixo….’

11.3.3. Preposições Compostas

a O hebraico freqüentemente sobrepõe preposições para representar mais precisamente a


relação em questão, por exemplo, ‫(‘ מֵַּאח ֲֵּרי הַּצ ֹאן‬YHWH tomou-me) de após o gado’ (Am
7.15) e ‫(‘ אֶל־ַאח ֲָרי‬voltar-se’ para trás de mim’ (2Rs 9.18).

Às vezes advérbios complexos são incluídos no grupo: ‫ל‬


ְ ‫‘ ִמבֵּית‬dentro de’, ‫‘ ְל ִמבֵּית ְל‬dentro
de’, ‫אֶל־ ִמבֵּית ְל‬ ‘em, dentro de’. As combinações e suas nuances são excessivamente
numerosas para ser catalogadas aqui.

11.4 Aspectos da Sintaxe das Preposições

11.4.1 Verbos com Acusativo ou Objetos Preposicionais

a O caráter complementar de algumas construções que usam o caso acusativo e daquelas


que empregam uma preposição para unir o verbo e seu modificador nominal pode ser
demonstrada por meio de pares de exemplos em que o primeiro não usa a preposição e o
outro a emprega (cf. 10.2.1c–e).

p 222 b A preposição ‫ל‬ ‘para’, com sua orientação de meta, é compatível com a
orientação de meta da função acusativa com verbos transitivos (# 1; veja 10.2.1, 10.4). Outras
preposições também ocorrem com verbos que, de outra forma, regem um objeto diretamente
(# 2; veja 10.2).

1a. ‫שתֶַּּ֫ י ִם י ְ ַּכסֶה ָפנָיו‬


ְ ‫ ְב‬Com duas cobria o rosto.
Is 6.2

1b. ‫ ַּכ ֶַּּ֫מי ִם ַּלּי ָם ְמ ַּכסִים׃‬como as águas cobrem o mar


Is 11.9
2a. ‫ ָג ֶַּּ֫ע ְרתָ גֹוי ִם‬Tu repreendes as nações.
Sl 9.6

2b. ‫ ַּוּיִגְעַּר־בֹו ָאבִיו‬Seu pai o repreendeu.


Gn 37.10

c Estes pares podem ser encontrados para complementos acusativos (com verbos
intransitivos; # 3; 10.2.1h), para acusativos adverbiais (# 4; 10.2.2b) e para acusativos duplos (#
5; 10.2.3c).

3a. ‫שט ֶאת־ ְבגָדָ יו ְו ָלבַּש ְבגָדִ ים‬


ַּ ‫ּו ָפ‬Depois, despirá as suas vestes e
‫ ֲאח ִ ֵּ֑רים‬porá outras.
Lv 6.4

3b. ‫לְבּוש ַּמלְכּות ֲאשֶר ָלבַּש־בו‬as vestes reais, que o rei


‫ה ֶּ֑֫ ֶַּמלְֶך‬costuma usar
Et 6.8

4a. ‫ ַּו ֶַּּּ֫יעַּל ִמשָם ּפְנּואֵּל‬Dali subiu a Penuel.


Jz 8.8

4b. ‫כִי־ ָעלִית ֻכלְָך ַּלגַּגֹות׃‬Todos vós subistes aos


telhados.

Is 22.1

5a. ‫וַּּי ְבנֶה ֶאת־ ָה ֲא ָבנִים ִמז ְ ֵּב ַּח‬Com aquelas pedras edificou o
altar.

1Rs 18.32

5b. ‫ ַּוּיִבֶן … ֶאת־ ַּה ֵּצלָע … ְל ִא ָ ֑שה‬E ele … transformou a costela …


numa mulher.

Gn 2.22

11.4.2 Preposições com Objetos Múltiplos

a Quando uma preposição rege vários objetos, usualmente ela é repetida junto a cada um
deles.

1. ‫ֵַּארצְָך ּומִמֹולַּדְ תְָך‬


ְ ‫לְֶך־לְָך מ‬Sai da tua terra, da tua
֑ ִ ֶּ֫ ‫ּו ִמבֵּית‬parentela e da casa de teu pai.
‫ָאביָך‬
Gn 12.1

Contudo, não é raro que a preposição não seja repetida; este tipo de construção é chamado de
anulação de preposição.

p 223 2. ‫ ַּה ֵֶּּ֫חפֶץ לַּיהוה בְע ֹלֹות ּוז ְ ָבחִים‬Tem,porventura, YHWH tanto
prazer em holocaustos e
sacrifícios?

1Sm 15.22

b Em versos adjacentes de poesia uma preposição pode reger um objeto em um verso e,


por extensão, também no outro seguinte; podemos dizer que uma preposição simples exerce
um duplo dever ou que a segunda ocorrência da preposição foi removida por abertura de
lacuna.

3. ‫י ַּ ֲעשֶה ֶחפְצֹו ְב ָבבֶל ז ְר ֹעֹו‬E ele executará a sua vontade


ְ ‫ ַּכ‬contra a Babilônia, e o seu
‫שדִ ים׃‬
braço será contra os caldeus.

Is 48.14

11.4.3 Ambigüidade Suposta e Elipse

a Cada uma das preposições em hebraico tem uma variedade de significados e usos, como
o estudo de muitas das preposições simples em 11.2 deixa claro. Não é metodologicamente
consistente apoiar-se num dicionário para encontrar um pequeno conjunto de equivalentes de
tradução para que sejam “plugadas” no texto hebraico. Em alguns casos, o português não
requer preposição alguma em construções que, caso contrário, seria semelhante em hebraico.
Além disso, algumas preposições sobrepõem-se em sentido. Alguns usos de ‫על‬ são
semelhantes alguns usos de ‫( אל‬11.2.13b), enquanto outros são semelhantes a alguns usos de
‫( ל‬11.2.13g); mas isto não significa que ‫על‬, ‫ אל‬e ‫ ל‬são equivalentes ou sinônimas como
termos relacionais.

b Um erro metodológico semelhante a estes fracassos envolve ambigüidade suposta. A


idéia de que uma unidade lingüística pode ter mais do que um significado é direta, mas vários
tipos de ambigüidade podem estar associados com unidades lingüísticas. A ambigüidade
gramatical surge de certos aspectos das maneiras como frases e orações são construídas.
Tendo em vista que adjetivos e substantivos ordinariamente não são estritamente distintos,
algumas frases da forma substantivo + substantivo podem ser ambíguas; em ‫( צַּדִ יק ַּעבְדִ י‬Is
53.11), por exemplo, o “adjetivo” ‫ צַּדִ יק‬pode ser interpretado como um modificador de ‫עבְדִי‬ ַּ
ou como um substantivo, isto é, ‘o Justo, (o qual é) meu servo’ ou ‘meu servo (o qual é) justo’.
A ambigüidade do hebraico pode ser exibida em português, mas a questão gramatical
pertence primeiramente ao hebraico. É possível considerar a frase à luz do resto da passagem,
mas freqüentemente em tais casos nenhuma solução simples é possível. Tampouco ela sempre
desejável: a ambigüidade gramatical é uma parte da linguagem genuína e freqüentemente
funcional. O outro tipo principal de ambigüidade, a ambigüidade lexical, surge a partir dos
vários significados de um termo simples; muitos substantivos e verbos muito comuns têm
vários significados. Em 2 Samuel 6.2, lemos ‫אתֹו‬
ִ ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך דָ ִוד ְוכָל־ ָהעָם ֲאשֶ ר‬. Aqui, ‫ עַּם‬refere-
se a ‘povo’ p 224 ‘exército’? Esta ambigüidade é resolvida pelo versículo precedente, que

menciona a reunião que Davi fez de ‫בי ִשְ ָראֵּל‬


ְ ‫‘ כָל־בָחּור‬todas as tropas escolhidas ou todos
os jovens vigorosos em Israel’; apesar da incerteza da referência exata de ‫בָחּור‬, estamos
lidando com uma expedição militar e ‫ עם‬significa ‘força, exército’. Nos versículos 3 e 5 o
termo ‫ בֵּית‬é usado; em cada caso o desfazimento da ambigüidade é feito pelo contexto: o
primeiro ‫ בֵּית‬é ‫בעָה‬
ְ ‫‘ ַּב ִג‬sobre o monte’ e tal deve ser uma estrutura física, enquanto o
segundo é dito ser ‫קים‬ִ ‫ש ֲח‬ ַּ ‫‘ ְמ‬regozijo’ e então deve ser um grupo de pessoas.
c Com estes dois tipos de ambigüidade em mente, consideremos as preposições. É claro
que a ambigüidade lexical não pode ser associada com termos relacionais: as preposições, ao
contrário dos substantivos e verbos, não possuem aquele tipo de sentidos independentes que
levam à ambigüidade lexical. Imputar a ‫ ב‬um significado ‘em’ e um significado ‘de’ é separar
muito drasticamente a palavra dos seus padrões de uso. A ambigüidade pode ser associada
com preposições, mas tal associação é estrutural ou gramatical – ela é uma propriedade de
uma frase em vez de ser da própria preposição.

d Uma abordagem útil às ambigüidades estruturais associadas com preposições envolve a


consideração da perspectiva a partir da qual uma ação é vista (11.1). Outra abordagem
envolve elipse, a omissão de parte de uma estrutura gramatical quando essa parte pode ser
recobrada a partir do contexto. Quando uma preposição parece estar sob a regência imediata
de um verbo, mas os significados normais distintivos dos termos excluem tal união, a
preposição pode ser tomada como estando sob a regência de um verbo elidido (usualmente
um verbo de movimento) apropriado à preposição.

1. ‫שר ַּאתָ ה בָא ע ֶּ֑֫ ֶָלי ָה‬


ֶ ‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֲא‬a terra na qual estais entrando
[para estabelecer-te] sobre ela

Êx 34.12

2. ‫כִי־לֵּב ַּה ֶֶּ֫מלְֶך עַּל־ַא ְבשָלֹוים׃‬O coração do rei estava [posto]


sobre Absalão.

2Sm 14.1

3. ‫ ַּה ְבעַּד ע ֲָרפֶל יִשְּפֹוט׃‬Acaso, poderá ele julgar


[olhando] através de densa
escuridão?

Jó 22.13

4. ‫ ַּוּי ֶ ֱאהַּל עַּד־סְד ֹם׃‬Ele [migrou] e ia armando a sua


tenda até [que veio] a Sodoma

Gn 13.12

5. ‫ֵּיכ֑ם‬
ֶ ‫ֹלא תְ נַּסּו ֶאת־יהוה אֱֹלה‬Não porás YHWH, teu Deus, à

‫ ַּכ ֲאשֶר נִסִיתֶ ם ַּב ַּמסָה׃‬prova, como (o) puseste à


prova em Massá.

Dt 6.16

p 225 Aqui, ‫ במסה‬aplica-se ao teste, aos perpetradores e à vítima. Contudo, às vezes a frase
preposicional refere-se apenas a um sujeito ou a um objeto, e a ambigüidade pode ser
encarada como resultado de elipse de uma oração relativa.

6. ‫ ֶֶּ֫א ֶענְָך ְב ֵֶּּ֫סתֶ ר ַּ ֑ ֶּ֫רעַּם‬Eu


(SUJEITO) (que estou) no
recôndito do trovão te
respondi.
Sl 81.8

7. ‫כֵּן ב ֶַּּ֫ק ֹדֶ ש ֲחז ִיתִֶּ֫ יָך‬Assim, eu te (OBJETO) contemplo


(que estás) no santuário.

Sl 63.3

8. ‫אֱֹלהִים … מֹוצִיא ֲאס ִִרים‬Deus … é o que solta os presos


ָ ‫(בַּכֹו‬OBJETO) [que estão] em
‫שרֹו֑ ת‬
correntes (não solta presos de
correntes).

Sl 68.7

9. ‫ ִכ ְמעַּט כִלּונִי ב ֶּ֫ ָ ַּ֑א ֶרץ‬Eles quase me (OBJETO)


destruíram da terra (lit., me
[que estou] sobre a terra).

Sl 119.87

É possível que uma frase preposicional faça referência a um elemento elidido, usualmente um
objeto.

10. ‫שלַּח י ָדְ ָך ֶואֱח ֹז ִבזְנ ָ֑בֹו‬


ְ Estende a mão e pega-lhe pela
cauda.

Êx 4.4

p 226 12
Aposição
12.1 Introdução
12.2 Aposição, Semelhança e Identidade

12.3 Frases Aposicionais Substantivo-Substantivo

12.4 Frases Aposicionais Pronome-Substantivo

12.5 Aposição Repetitiva

12.1 Introdução

a Os vários encaixes sintáticos associados a substantivos podem ser preenchidos não


apenas por simples substantivos e pronomes, mas também por outros tipos mais elaborados
de frases nominais. Os tipos mais comuns de frases nominais em hebraico são frases
construtas (9.1), frases adjetivas (14.1), frases coordenadas (p. ex., ‫)מֹשֶה ְוי ִתְ רֹו‬ e frases
aposicionais. Este último grupo de frases é distintivo de dois modos: as várias partes de cada
frase estão justapostas e elas possuem os mesmos referentes ou referentes semelhantes. Na
frase ‫מִדְ י ָן‬ ‫י ִתְ רֹו ח ֹתְ נֹו כֹהֵּן‬, as três partes, cada qual definida (13.2), situam-se lado a lado, e
cada uma delas refere-se ao mesmo indivíduo, ‘Jetro, seu (de Moisés) sogro, o sacerdote de
Midiã’ (Êx 3.1). Uma frase apositiva é, pois, uma seqüência de substantivos (ou frases
nominais) com a mesma função sintática e concordância, e com uma referência comparável.
Às vezes o termo aposição é usado para referir-se a toda uma frase aposicional; contudo, nós o
usamos para descrever os segundos (últimos) termos. (Apositivo tem o mesmo significado). Ao
primeiro termo chamaremos palavra-regente ou regente. Assim, ‫ יתרו‬é a palavra-regente e
‫ חתנו‬a aposição (ou apositivo).
b Frases aposicionais são semelhantes tanto às frases construtas quanto aos acusativos de
especificação; em todos os três tipos de frase um substantivo serve para determinar outro
substantivo mais precisamente. Frases que em português são aposicionais podem
corresponder a frases hebraicas genitivas, por exemplo, ‫צִיֹון‬ ‫‘ בַּת‬filha de Sião’ (cf. 9.5.3h). Em
hebraico bíblico, quando um objeto é feito de ouro, uma frase construta geralmente é usada:
‫‘ ֲע ֶֶּ֫ט ֶרת זָהָב‬uma coroa de ouro, uma coroa áurea’ (Et 8.15, cf. Sl 21.4; 9.5.3d). Mas, uma frase
apositiva pode ser usada: ‫הזָהָב‬ ַּ ‫שתֵּ י ָהעֲב ֹת ֹת‬
ְ ‘as duas cordas de ouro’ (Êx 39.17, cf. 2Rs
16.17). Quando o próprio ouro é medido, a construção é aposicional: ‫ שֵּש־מֵּאֹות זָהָב‬p 227
‘seiscentas (unidades de) ouro’ (1Rs 10.16). Quando o material cru de ouro está sendo
utilizado (ʿśy) em algo, um acusativo de especificação é usado (10.2.2e): ‫ש ֶַּּ֫ני ִם כ ְֻרבִים ז ָ ָ֑הב‬
ְ
ָ‫‘ ְוע ֶָּ֫שִ ית‬Farás dois querubins (de) ouro’ (Êx 25.18). Devido à semelhança e à sobreposição
destas construções, devemos ficar atentos às diferenças entre elas.

c Como muitas construções em hebraico, uma frase apositiva possui uma forma
regenteprimeiro (regens-rectum). Ela é diferenciada da frase construta e semelhante a uma
frase adjetival, em que ambas as partes desse tipo de frase permanece como palavras
completamente distintas e todas as suas partes concordam em definibilidade e em referência.
Ocasionalmente as partes de uma frase apositiva concordam em seus sufixos e em suas
partículas, por exemplo, ‫ִירי‬
ִ ‫‘ ַּעמִי ְבח‬meu povo, meu eleito’ (i.e., ‘meu povo escolhido’; Is
43.20), ‫ש ָראֵּל‬
ְ ִ‫‘ עַּל־ ַּעמִי עַּל־י‬sobre o meu povo, sobre Israel’ (i.e., ‘sobre o meu povo Israel’;
2Sm 7.8). Esta concordância nem sempre é encontrada; veja, por exemplo, ‫העִיר‬ ָ ‫ש ֶַּּ֫ליִם‬
ָ ‫בִירּו‬
‘em Jerusalém, a cidade’ (i.e., ‘na cidade de Jerusalém’; 2Cr 12.13), ‫בנ ְָך בְכ ֶֶֹּ֫רָך‬
ִ ‫‘ אֶת־‬teu filho,
teu primogênito’ (i.e., ‘teu filho primogênito’; Êx 4.23; veja, também, 12.3b). Uma frase
apositiva é diferenciada de uma frase adjetival em que os substantivos e adjetivos possuem
tipos distintos de referências. Numa frase apositiva as partes têm referências semelhantes ou
idênticas; como mostram os exemplos sobre o ‘ouro’, essa diferenciação pode ser
problemática. Outra diferenciação é mais problemática ainda: se dois substantivos justapostos
numa frase forem indefinidos, a frase é apositiva ou um acusativo de especificação? Uma vez
que acusativos de especificação possam discordar em definibilidade, a frase indefinida
usualmente será mais bem classificada como apositiva (10.2.2e).

d Antes de discutirmos os tipos de aposição encontrados no hebraico, podemos considerar


o assunto do contraste de recursos lingüísticos e tradução. O português e o hebraico usam o
recurso da aposição, mas as duas línguas usam-no de maneira diferente, e precisamos estar
atentos quando estamos prestes a fazer análise gramatical e a tradução. Considere as
maneiras nas quais o português pode unir ‘Egito’ e ‘país’: ‘o país do Egito’, ‘o país chamado
Egito’, ‘o país Egito’, ‘Egito, o país’. Aposição, como mostram os dois últimos exemplos, é
normal no português com certos tipos de nomes. O mesmo é verdade no hebraico, e assim,
quando um nome desse tipo está envolvido em aposição, o texto hebraico pode ser traduzido
palavra-por-palavra para o português, como por exemplo, no caso de ‫ש ְע ֶָּ֫יהּו ַּהנָבִיא‬
ַּ ְ ‫‘ י‬Isaías,
o profeta’ (Is 39.3), ‫ביָתָר הַּכֹהֵּן‬
ְ ‫‘ ֶא‬Abiatar, o sacer dote’(1 Sm 23.9), e ‫‘ ַּהנָהָר ּפ ְָרת‬o rio, (o)
Eufrates’ (1Cr 5.9).

e O hebraico, contudo, emprega aposição mais extensivamente do que o português. No


português normalmente não se justapõe um nome substantivo com um substantivo genérico
de material. Em vez dessa construção, o português prefere um adjetivo atributivo que
usualmente sucede o substantivo por ele qualificado, por exemplo, não ‘a lei, o ouro’, mas ‘a
lei áurea’. Assim, também, em vez de representar por aposição a construção complexa de um
nome substantivo ‘língua’ e um substantivo abstrato ‘enganosa’ como em ‫מּי ָה‬
ִ ‫ְר‬ ‫‘ לָשֹון‬língua,
duplicidade’ (Sl 120.2), a convenção portuguesa requer ‘a língua enganosa’, e enquanto o
hebraico representa o composto de ‘fome’ e ‘sete anos’ por ‫שנִים ָרעָב‬
ָ ‫שבַּע‬
ֶ ֶּ֫ ‘sete anos,
fome’ (2Sm 24.13), o português o representa por ‘sete anos de fome’.

p 228 f O amplo uso da aposição em hebraico e nas línguas semíticas geralmente se


conforma com a tendência encontrada alhures dentro dessa família de línguas de confiar na
justaposição de elementos. É comum no hebraico usar orações sem verbo (ou uma oração com
o verbo hyy) para unir um substantivo (como sujeito) a um substantivo genérico de classe ou
material (como predicado). Numa oração assim, a relação entre sujeito e predicado não se
torna tão explícita como numa oração comparável em português.
1. ‫שפָה ֶא ָ ֑חת‬
ָ ‫ ַּויְהִי כָל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬Emtoda a terra havia apenas
uma língua. (A terra tinha uma
linguagem.)

Gn 11.1

2. ‫יהם‬
֑ ֶ ֵּ‫שת‬
ְ ‫ ְו ָהי ָה כִנֹור … ִמ‬Nos seus banquetes há …
harpas. (Têm harpas … em seus
banquetes.)

Is 5.12

3. ‫מ ֹר־ ַּו ֲאהָלֹות ְקצִיעֹות כָל־‬Todas as tuas vestes recendem


‫ ֻבגְד ֶּ֑֫ ֶֹתיָך‬a mirra, aloés e cássia. (Todas
as suas vestes estão cheias com
a fragrância de mirra, aloés e
cássia.)

Sl 45.8

4. ‫שתָ ה ִגבְע ֹל׃‬


ְ ‫ ַּהשְע ָֹרה ָאבִיב ְו ַּה ִּפ‬A cevada já estava na espiga, e
o linho era broto, (a cevada
tinha granado e o linho estava
em flor.)

Êx 9.31

5. ‫הַּדּוד ֶאחָד תְ ֵּאנִים ט ֹבֹות‬Um cesto tinha (estavam) figos


bons.

Jr 24.2

Enquanto o hebraico prefere coordenar com a cópula ou com uma oração sem verbo, o
português prefere usar verbos como ‘consiste de, estende sobre, mede, pesa’, etc.
Semelhantemente, o hebraico, como outras línguas semíticas, tende a relacionar orações por
justaposição, a reunião de orações, períodos e frases sem uma partícula logicamente
subordinante, em vez de subordinar orações, períodos e frases por uma partícula lógica.

g Devido a tais diferenças no uso estratégico de estruturas gramaticais, o idioma hebraico


não deverá ser traduzido palavra-por-palavra para o português. Na melhor das hipóteses, esse
tipo de tradução seria desajeitada, e, na pior, ela realmente deturparia o hebraico. Verter o
idioma hebraico ordinário sem uma convenção portuguesa irregular pode sugerir a uma
audiência falante de português que o escritor hebraico tinha buscado enfatizar ou intensificar
algum aspecto improvável de pensamento. A expressão portuguesa irregular ‘o boi, o bronze’
para ‫שת‬
ֶ ֹ ‫( ַּה ָבקָר ַּהנ ְֶּ֫ח‬2Rs 16.17) deturpa o hebraico, que é uma simples aposição. Não raro
uma tradução palavra-por-palavra, em lugar de representar fielmente o texto original,
realmente o distorce.

p 229 12.2 Aposição, Semelhança e Identidade

a O ponto mais difícil sobre construções aposicionais é a qualidade de referência


compartilhada. Em ‫ח ֹתְ נֹו‬
‫‘ י ִתְ רֹו‬Jetro, seu sogro’, há, se Moisés tem uma esposa e ela tem um
pai, completa identidade entre ‫ יתרו‬e ‫חתנו‬. Em ‫בי ָתָ ר הַּכֹהֵּן‬ְ ‫‘ ֶא‬Abiatar, o sacerdote’, há uma
sobreposição limitada, mas clara: a frase significa um certo Abiatar – não outro – e isso não
exige ser ele o único sacerdote. A referência compartilhada em ‫זָהָבשֵּש־‬ ‫ מֵּאֹות‬é de um tipo
diferente: a unidade (‘seiscentos’) e a coisa medida (‘ouro’) juntamente apontam para uma
certa quantidade de ouro.

b É útil rever três distinções filosóficas implicitamente envolvidas aqui, embora não
devamos permitir que a metafísica dite a gramática. Primeiro, Aristóteles distingue entre
“matéria” e “forma”. Diz-se que toda coisa individual consiste de matéria e de uma forma
particular imposta sobre a matéria física que lhe confere sua identidade. Segundo, Aristóteles
também distinguia entre “substância” e “acidente”; substâncias são pessoas ou coisas, das
quais propriedades acidentais podem ser afirmadas. Nomes, bem como pronomes e frases que
identificam uma pessoa ou coisa definida, são reputados como substantivais; propriedades
acidentais envolvem quantidade, qualidade, relação, ação, lugar, estado, etc. Assim, as
propriedades acidentais qualificam os substantivos. Terceiro, de outra perspectiva ontológica,
podemos dizer que termos particulares são qualificados por termos universais (ou “genéricos”
ou “gerais”), isto é, termos particulares caracterizam pessoas ou coisas particulares. Termos
para pessoas ou coisas não denotam os indivíduos em si mesmos; em vez disso, eles denotam,
também, uma classe de indivíduos ou qualidades, estados, ações, etc. Alguns lógicos ainda
subdividem os termos universais em típicos e caracterizadores; os típicos agrupam pessoas ou
coisas em classes (p. ex., ‘homem, mulher’), enquanto que os caracterizadores universais
incluem os substantivos abstratos, como também verbos, adjetivos e advérbios.

c A maioria das construções aposicionais envolvem a justaposição de substantivos distintos


em uma destas formas. Voltemos aos três exemplos com os quais começamos. Primeiro, na
frase‫ מֵּאֹות זָהָבשֵּש־‬a palavra-regente é um termo para forma e o apositivo ‫ זהב‬é um
termo para matéria. Segundo, o nome ‫ יתרו‬pode ser tomado como uma substância e ‫חתנו‬
como um acidente dessa substância. Terceiro, ‫ אביתר‬é um particular e ‫ הכהן‬é um
qualificador universal (ou típico). Essa abordagem às frases aposicionais provê um arcabouço
no qual se podem examinar os problemas de referência compartilhada.
12.3 Frases Aposicionais Substantivo-Substantivo

a A maioria das construções aposicionais envolve substantivos tanto em posição de


palavra-regente como em aposição (ou segundo termo), embora pronomes possam ocorrer
como palavras-regentes. Em frases aposicionais do tipo substantivo-substantivo, o segundo
termo identifica ou qualifica o primeiro. Como resultado algumas frases aposicionais
assemelham-se muito aos genitivos adjetivais (9.5.3).

p 230 b Se a palavra-regente é um substantivo comum, o apositivo com freqüência provê


informações adicionais acerca da subclasse à qual a palavra-regente pertence. O padrão pode
envolver um típico, isto é, um termo de classe mais ampla seguido por um termo um pouco
mais restrito do mesmo tipo.

1. ‫ש ָלמִים‬
ְ ‫ז ְ ָבחִים‬sacrifícios, ofertas pacíficas
(sacrifícios como ofertas
pacíficas)

Êx 24.5

2. ‫נַּע ֲָרה בְתּולָה‬A uma jovem menina, uma


virgem (uma jovem virgem, não
uma virgem jovem)

1Rs 1.2

3. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬
ִ ‫ ְו ַּה ַּמזְלֵּג שְלש־ ַּה‬um garfo de três dentes (os três
dentes do garfo)

1Sm 2.13

4. ‫אֵּת כָל־ ַּה ָצבָא ַּהגִב ִֹרים׃‬todos


do exército, os homens
de poder e valor (o exército
inteiro de homens valentes)

2Sm 10.7

5. ‫ ֶַּּ֫נעַּר אִיש־ ָהאֱֹלהִים‬um jovem homem, um homem


de Deus

2Rs 8.4
6. ‫ ַּמ ֲעשֶה ִמ ְקשֶה‬produto, feitio de cabelo
(cabelos bem frisados)

Is 3.24

Na verdade, esse padrão é encontrado com termos genéricos possíveis mais amplos para
pessoas, ‫ איש‬e ‫( אשה‬cf. 9.5.3b).

7. ‫אִיש כֹהֵּן‬Um homem, um sacerdote (um


sacerdote)

Lv 21.9

8. ‫ ִאשָה ַא ְל ָמנָה‬Uma mulher, uma viúva (uma


viúva)

1Rs 7.14

9. ‫שתֶַּּ֫ י ִם נָשִים ז ֹנֹות‬


ְ duas mulheres, prostitutas
(duas prostitutas)

1Rs 3.16

c O termo apositivo pode referir-se a tipos diferentes de categorização da palavra-regente.


O apositivo pode referir-se à qualidade ou ao caráter da palavra-regente.

10. ‫שמִים ר ֹאש‬


ָ ‫ ְב‬especiarias, primeiras (finas
especiarias)

Êx 30.23

11. ‫ ֲאמ ִָרים ֱאמֶת‬palavras, verdade (palavras


verdadeiras)

Pv 22.21

12. ‫ּו ֶַּּ֫מי ִם ֶַּּ֫לחַּץ‬água, aflição (água tão escassa


como na seca)
1Rs 22.27

13. ‫ ֶַּּ֫יי ִן תַּ ְר ֵּעלָה‬Vinho,


atordoante (vinho que
faz cambalear)

Sl 60.5

p 231 Mais comumente, o apositivo, se for semanticamente distinto da palavra-regente,


refere-se ao material da palavra-regente; os apositivos de qualidade e material tendem a
envolver inanimados.

14. ‫ ַּה ָבקָר ַּהב ְֶּ֫ח ֹשֶת‬bois, bronze (bois de bronze)


2Rs 16.17

15. ‫ ֲאש ֵָּרה כָל־עֵּץ‬Asera, toda árvore (Aseras


feitas de qualquer espécie de
árvores)

Dt 16.21

16. ‫טּורים ֶָּ֫אבֶן‬


ִ Fileira, pedras (fileira de pedras)
Êx 28.17

17. ‫ ְוכָל־ ָה ֵֶּּ֫עמֶק ַּה ְּפג ִָרים ְוהַּדֶֶּ֫ שֶן‬todo


o vale, dos cadáveres e
das cinzas (vale inteiro onde são
lançados corpos mortos e as
cinzas)

Jr 31.40

d O apositivo de medida justapõe-se como palavra-regente a uma medida, a um peso ou a um


número e como apositivo a uma substância medida, pesada ou contada (# 18–20) ou vice-
versa (## 21–22).

18. ‫ְָאה־ס ֹלֶת … ְוסָאתֶַּּ֫ י ִם שְ ע ִֹרים‬


ֶּ֫ ‫ס‬uma medida de farinha… e duas
medidas de cevada
2Rs 7.1

19. ‫שְלשָה ָבנִים‬três filhos


Gn 6.10

20. ‫שת יָמִים דֶֶּ֫ בֶר‬


ֶ ‫ש ְֶּ֫ל‬três dias de pestilência
2Sm 24.13

21. ‫ש ֶרת‬
ֶ ֶּ֫ ‫הּוא־ ִהכָה אֶת־ ֱאדֹום … ֲע‬foi ele que feriu (de) Edom…
‫ ֲא ָלפִים‬dez mil (homens)
2Rs 14.7

22. ‫ ְועַּל־יִש ְָראֵּל כֹֻּלה׃‬Sobre todo o Israel


2Sm 2.9

e O apositivo após um nome (geralmente um nome pessoal) serve para identificar o


portador do nome, por ofício ou relacionamento.

23. ‫יֹוָרם ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬Jorão, o rei


2Rs 8.29

p 232 24. ‫שת ַאב ְָרם‬


ֶ ‫ ְוש ַָּרי ֵֶּּ֫א‬Sarai, mulher de Abrão
Gn 16.1

Nos casos em que o nome e a identificação são igualmente distintivos, o nome pode ser usado
como a aposição; nesses exemplos, pressupõe-se que haja apenas um rei por vez e que o rio
do antigo sudoeste da Ásia fosse o maior, o Eufrates.

25. ‫ ְו ַּה ֶֶּ֫מלְֶך דָ וִד‬O Rei, Davi (Rei Davi)


2Sm 3.31
26. ‫ ַּהנָהָר ּפ ְָרת‬o Rio Eufrates
1Cr 5.9

f Nos casos em que o nome é uma aposição e a frase toma uma preposição ou ‫את‬, a
partícula geralmente é repetida na palavra-regente e na aposição.

27. ‫ ִל ְבנִי ְלי ִ ְצחָק‬para


meu filho, para Isaque
(para meu filho Isaque)

Gn 24.4

28. ‫ ְל ַּעבְדְ ָך ְליַּעֲק ֹב‬de teu servo, Jacó


Gn 32.20

29. ‫ת־הבֶל‬
֑ ָ ֶּ֫ ‫ ֶאת־ָאחִיו ֶא‬teu irmão, Abel
Gn 4.2

30. ‫ ֶאת־ ָהעִיר הַּז ֹאת ֶאת־י ְִרחו‬esta cidade, Jericó


Js 6.26

Se o nome é a palavra-regente, a partícula geralmente não é repetida.

31. ‫ָאחיו‬
֑ ִ ‫אֶל־ ֶֶּ֫הבֶל‬a Abel, seu irmão
Gn 4.8

32. ‫ָאחיָך׃‬
֑ ִ ֶּ֫ ‫ ְלנָחֹור‬a Naor, teu irmão
Gn 22.20

33. ‫ש ְפחָתָּה‬
ִ ‫ ֶאת־ ָהגָר ַּה ִמצ ְִרית‬Hagar, a egípcia, sua serva
Gn 16.3

34. ‫אּורּי ָה הַּכֹהֵּן‬


ִ ‫ ֵּאת‬Urias, o sacerdote
Is 8.2

12.4 Frases Aposicionais Pronome-Substantivo

a Um pronome pode ser seguido por um substantivo em aposição.

No caso de um pronome sujeito independente após um verbo finito, é usual falar de um p 233
uso enfático, em lugar de um uso aposicional; no # 1, o pronome sujeito enfático tem sua
própria aposição que o segue, como que aumentando a especificidade para equilibrar o atraso
narrativo (cf. Gn 22.2).

1. ‫ ַּוּיַּעֲשּו גַּם־הֵּם ח ְַּר ֻטמֵּי ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬Os magos do Egito, fizeram
‫ ְב ַּל ֲהטֵּיהֶם כֵּן׃‬também (milagres) por meio de
suas artes mágicas.

Êx 7.11

Com mais freqüência, a aposição a um pronome independente amplifica o sujeito do verbo (#


2); aqui, os verbos no imperativo singular são estendidos para aplicar a um grupo maior –
observe que o ‫אתה‬, implícito nos imperativos, deve ser especificado antes de ser ampliado.

2. ‫קּום עֲב ֹר ֶאת־ ַּהּי ְַּרדֵּ ן ַּהז ֶה ַּאתָ ה‬Passa este Jordão, tu e todo

‫ ְוכָל־ ָהעָם ַּהז ֶה‬este povo.


Js 1.2

Os sufixos pronominais, sejam eles possessivos (# 3), objetivos (# 4–5) ou preposicionais (# 5),
também podem servir como palavras-regentes a apositivos; para aposição pronome-pronome,
veja 16.3.4a.

3. ‫בְב ֹאֹו ה ִ ָ֑איש‬Quando ele, o homem, entrou


(quando o homem entrou)

Ez 10.3
4. ‫וַּתִ ְר ֵֶּּ֫אהּו אֶת־ ַּה ֶֶּּ֫ילֶד‬E
ela o vira, o menino (viu o
menino).

Êx 2.6

5. ‫תִ ש ְְר ֶֶּ֫פנּו אֵּת ֲאשֶר־בֹו ַּה ֶָּ֫נגַּע׃‬Tu deves queimá-lo (o


vestuário), em que há a praga.
(Tu deves queimar nele a
praga).

Lv 13.57

12.5 Aposição Repetitiva

a A repetição direta de um substantivo pode servir a uma variedade de propósitos; o


sentido pode ser distributivo (‫שנ ָה‬
ָ‫שנָה‬
ָ ‘ano após ano’ Dt 14.22), variado (‫‘ ֶֶּ֫אבֶן ָו ֶָּ֫אבֶן‬dois
pesos diferentes’, Dt 25.13) ou enfático (‫‘ זָהָב זָהָב‬ouro puro’ 2Rs 25.15). Destes sentidos,
discutidos anteriormente (7.2.3, 7.4.1a), o último é o mais próximo do uso aposicional. O
segundo termo parece qualificar a palavra-regente; repetições portuguesas comparáveis,
infreqüentes na escrita, mas comuns na fala, incluem ‘quente quente’ (mais para quente do
que para morno, acerca de alimento) e ‘longo longo’ (i.e., inimaginavelmente longo).

1. ‫ַאל … תְ דַּ בְרּו גְבֹהָה גְבֹהָה‬Não … fale tão orgulhosamente


1Sm 2.3

2. ‫ ְועָמ ֹק עָמ ֹק מִי י ִ ְמ ָצ ֶֶּ֫אנּו׃‬Profundo, profundo (i.e., mui


profundo), quem o achará?

Ec 7.24

p 234 A aposição, no sentido estrito, também pode envolver repetição: o apositivo, então,
repete a palavra-regente.

3. ‫ָאביָך‬
֑ ִ ֶּ֫ ‫ָאנֹכִי ָהאֵּל אֱ ֹלהֵּי‬Eu sou Deus, o Deus de teu pai.
Gn 46.3
4. ‫שנֵּי ַּהמְא ֹר ֹת ַּהגְד ִֹל֑ים ֶאת־‬
ְ ‫ ֶאת־‬os dois grandes luzeiros, o
‫ ַּה ָמֹור ַּהגָד ֹל … ְו ֶאת־ ַּהמָאֹור‬luzeiro maior… e o de menor luz
‫ ַּה ָקט ֹן‬Gn 1.16

p 235 13

Definibilidade e Indefinibilidade
13.1 Dêixis

13.2 Definibilidade: Indefinibilidade

13.3 Morfologia do Artigo

13.4 Substantivo Definido

13.5 Substantivos Comuns com o Artigo

5.1 Características Referenciais

5.2 Características Sintáticas

13.6 Substantivos Intrinsecamente Definidos com o Artigo

13.7 Uso e Desuso do Artigo

13.8 Substantivos Indefinidos

13.1 Dêixis

a Muitos aspectos do modo como uma oração se refere ao mundo são manipulados por
indicadores. Usando indicadores, é possível para o falante e para o ouvinte situar um
enunciado sem mencionar explicitamente todos os traços caracterizadores. As palavras
indicadoras são na maioria pronomes e várias expressões adverbiais; todas estas expressões
gramaticais compõem um sistema de dêixis, a palavra grega para indicação. Os pronomes
pessoais são dêiticos: o pronome de primeira pessoa singular indica o falante (o plural indica
um grupo ao qual o falante pertence), a segunda pessoa singular indica o ouvinte e os
pronomes de terceira pessoa indicam qualquer outra coisa ou pessoa. A maioria dos outros
pronomes, também, é dêitica, sejam eles demonstrativos (p. ex., ‘este livro’), interrogativos (p.
ex., ‘quem é você?’), indefinidos (p. ex., ‘quem quer que ele envie, vai’), ou relativos (p. ex., ‘O
livro que/o qual eu leio é bom’). O hebraico usa relativamente poucas expressões adverbiais
dêiticas; ‫כֵּן‬ ‘assim’ é a mais comum. Nos capítulos subseqüentes lidamos com o sistema
pronominal do hebraico (caps. 16–19), como também com os tópicos intimamente
relacionados dos adjetivos e numerais (caps.14–15); neste capítulo lidamos com as
características mais básicas da dêixis, a oposição definibilidade: indefinibilidade. Com os
pronomes esta oposição é direta: os pronomes de primeira e segunda pessoas são sempre
definidos; os pronomes de terceira pessoa devem ser especificados para serem definidos.
Como veremos, a oposição é freqüentemente complexa e diferenças significantes entre o
hebraico bíblico e o português podem ser observadas.

p 236 13.2 Definibilidade: Indefinibilidade

a No português e nas outras línguas européias a oposição básica de definido: indefinido é


correlata ao par de artigos, português ‘o/a : um/uma’, inglês ‘the : a, an’, francês ‘le/la:
un/une’, alemão ‘der/die/das : ein/eine’. Duas características do par inglês são dignas de nota.
Primeira, o artigo definido ‘the’ começa com um som que é usado apenas em outros dêiticos e
palavras semelhantes: ‘this, that, then, their’, etc. Segunda, o artigo indefinido é uma forma
reduzida da palavra ‘one’; o –n original é preservado antes de uma vogal (an eye), caso
contrário ele é eliminado. Os artigos nem sempre são usados em português para marcar
definidos e indefinidos. Substantivos em algumas estruturas sintáticas são inerentemente
definidos (p. ex., ‘Eu fui para casa’) ou indefinidos (p. ex., ‘Tigres são animais perigosos’). Como
os exemplos mostram, um substantivo definido ou uma frase nominal definida pode ter uma
referência específica (## 1–2) ou uma referência particular (## 3–4); muito infreqüentemente
um definido português pode ter uma referência genérica (# 5).

1. Eu vi Moisés.

2. Eu vi o sol.

3. Eu vi o homem que eu estava procurando.

4. Eu vi o pai do profeta.

5. O tigre é um animal perigoso.

Um substantivo indefinido ou uma frase nominal indefinida usualmente é não-específica (# 6),


mas pode ser específica (# 7).

6. Eu estou procurando uma tenda, mas não consigo encontrar uma.

7. Eu estou procurando uma tenda, mas não consigo encontrá-la.

No # 6, o pronome ‘uma’ é não-específico e mostra que a frase ‘uma tenda’ também é não-
específica; no # 7, ‘la’ deve referir-se a uma tenda particular e também o deve a frase ‘uma
tenda’.

b Com esses fatos em mente podemos voltar ao sistema hebraico que apresenta muitas
semelhanças com o português, tantas que, de fato, é importante que os estudantes guardem
na mente as muitas diferenças entre as línguas.
A oposição básica das categorias definido: indefinido é semelhante: em hebraico, como em
português, o substantivo definido dirige a atenção para a identidade do referente, enquanto
que o substantivo indefinido focaliza a classe à qual o referente pertence, sua qualidade e seu
caráter. No # 8 o uso de um substantivo indefinido (ou anartro) enfatiza a classe à qual o
referente pertence, enquanto que no # 9 a frase nominal (sem o artigo) destaca a
particularidade do referente.

p 237 8. ‫ ַּאתָ ה בָא ֵּאלַּי ְב ֶֶּ֫ח ֶרב‬Viste


contra mim com uma
espada.

1Sm 17.45

9. ‫ ֶֶּ֫ח ֶרב ָג ְלי ָת … ִהנֵּה־הִיא‬A espada de Golias … está aqui.


1Sm 21.10

O sistema hebraico, como o português, inclui sob o título de definidos tanto os substantivos
intrinsecamente definidos e como aqueles que levam o artigo (13.4–6); o hebraico não tem
artigo indefinido, embora o numeral ‫ ֶאחָד‬/ ‫‘ ַאחַּת‬um’ seja usado para marcar substantivos
indefinidos específicos (13.8). Em resumo, três categorias são relevantes para definibilidade e
indefinibilidade como estes fenômenos são expressos em hebraico: (1) identificação precisa (‘a
casa’), (2) identificação de classe (‘(uma) casa’) e (3) identificação indefinida específica (‘uma
(certa) casa’).

13.3 Morfologia do Artigo

a Antes de considerarmos as várias características sintáticas da definibilidade, há alguns


aspectos morfológicos do artigo que precisam ser brevemente revisados. Esses incluem a
forma consonantal básica do artigo, seu vocalismo, a forma especial de certas palavras com o
artigo e sua redução após certas preposições.

b A forma básica do artigo é ha– seguida pela duplicação da primeira consoante da palavra
à qual o artigo é prefixado. A forma é às vezes reconstruída como han–; o n desta forma
responderia pela duplicação, que seria análoga à duplicação dos verbos com –nun inicial (p.
ex., ‫י ִּפֹול‬, ‫הּפִיל‬
ִ ).
c A vogal do artigo usualmente é a, como em ‫‘ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬o rei’, mas há muitas variantes. A
vogal pode ser alongada, a para ā, ou pode ser desassimilada, a para e. Essas mudanças
usualmente ocorrem se a palavra começa com uma consoante gutural ou com r, isto é, uma
consoante não permite duplicação. Antes de ‫ א‬e ‫ר‬, a vogal do artigo é alongada (‫ ; ָה‬## 1–3).
Antes de ‫ה‬, a vogal é a (‫ה‬
ַּ ; # 4), a menos que a vogal da palavra seja ā; se esse ā é tônico, o
artigo tem ā (‫ה‬
ָ ; # 5); se esse ā não é tônico, a vogal do artigo é desassimilada em e (‫ ; ֶה‬# 6).
Antes de ‫ח‬, a vogal é a (‫ ; ַּה‬# 7), a menos que a primeira vogal seja ā p 238 (# 8–9) ou ŏ
(ḥateph qameṣ; ## 10–11), caso em que o artigo é ‫ה‬ ֶ , seja o ā tônico (# 8) ou não (# 9). Antes
de ‫ע‬, o artigo geralmente é ‫ה‬ ָ (## 12–13), a menos que a primeira vogal seja ā átona, caso em
que o artigo é ‫ה‬
ֶ (## 14–15).
1. ‫ ָהאִיש‬o homem

2. ‫ה ָָרשָע‬o ímpio

3. ‫ה ֶֶָּ֫רגֶל‬o pé

4. ‫ ַּההֵּיכַּל‬o palácio

5. ‫ ָההָר‬a montanha

6. ‫ ֶהה ִָרים‬as montanhas

7. ‫ה ֶַּּ֫ח ֹדֶש‬o mês

8. ‫ ֶהחָג‬o festival

9. ‫ ֶה ָחכָם‬o sábio

10. ‫ ֶההֳדָ שִים‬os meses

11. ‫ ֶהה ֳֵּרבֹות‬o solo improdutivo


12. ‫ ָה ִעּוֵּר‬o homem cego

13. ‫ ָהעִיר‬a cidade

14. ‫ ֶהעָֹון‬a iniqüidade

15. ‫ ֶה ָעפָר‬o pó

Em síntese, o a básico do artigo

a. desassimila em e antes de ‫ח‬


ָ , ‫ ֳח‬, ‫ ָע‬átono, ‫ ָה‬átono
b. alonga para ā antes de ‫א‬, ‫ר‬, os demais ‫ע‬, ‫ה‬
ָ tônico
c. permanece a em qualquer outro lugar (i.e., antes dos demais ‫ה‬, e demais ‫)ח‬

d A forma do artigo possui outra variação: palavras iniciando com yə ou mə


freqüentemente formam o artigo sem duplicação; o shewa inicial da palavra é mudo (# 16–19).

16. ‫ ַּהיְלָדִ ים‬as crianças haylâdîm

17. ‫ ַּהי ְסֹוד‬a base haysôd

18. ‫ ַּה ְמ ַּב ְקשִים‬os pesquisadores hambaqšîm

19. ‫הַּ ָֽמ ְַּר ְגלִים‬os espias hamragglîm

Se a consoante após yə for ‫ ה‬ou ‫ע‬, esta regra não é observada e a duplicação é encontrada (##
20–21); se a consoante após mə for ‫ה‬, ‫ ע‬ou ‫ר‬, a duplicação também é usualmente encontrada
(## 22–24).
20. ‫ ַּהּי ְהּודִ ים‬os judaítas hayyəûdîm

21. ‫ ַּהּי ְ ֵּעפִים‬o cansado hayyəʿēpîm

22. ‫ ַּהמְהּומָה‬a confusão hamməhûmâ

23. ‫ ַּה ְמע ָָרה‬a caverna hammʿārā

24. ‫ ַּבמ ְֵּרעִים‬nos malfeitores bammrēʿîm

e Poucas palavras possuem uma forma especial após o artigo (## 25–29).

25. ‫ֲארֹון‬ ‫הָָארֹון‬

26. ‫ֶֶּ֫א ֶרץ‬ ‫ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬

27. ‫ הֵּג‬/ ‫הָג‬ ‫ֶהחָג‬

28. ‫ עַּם‬/ ‫עָם‬ ‫ָהעָם‬

29. ‫ ּפַּר‬/ ‫ּפָר‬ ‫ַּהּפָר‬

Em alguns casos, a forma dessas palavras com ā é encontrada sem o artigo, mas em todos os
casos o artigo requer a vogal mais longa.

p 239 f O artigo geralmente reduzido após uma preposição monográfica, bə, kə, lə; o
shewa da preposição e o h do artigo são elididos, de modo que a preposição fica com a vogal
do artigo.
30. ‫ ָלאִיש‬para o homem

31. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬


ָ ‫ ַּב‬em os céus

A elisão não é estritamente fonológica, desde que ela não ocorra com wə, e há várias
exceções, a maior parte nos livros posteriores (contraste ## 32–33).

32. ‫ ֶל ָהכָם‬para o sábio

33. ‫ ְכ ֶה ָחכָם‬como o sábio

13.4 Substantivo Definido

a Um substantivo é definido se ele (1) é intrinsecamente definido, (2) leva o artigo ou um


sufixo, ou (3) está no construto com um substantivo definido por (1) ou (2). Intrinsecamente,
os substantivos definidos tendem a possuir referentes específicos, enquanto que substantivos
com o artigo podem ter referentes particulares ou específicos. Nesta seção lidamos com o
primeiro e terceiro casos de definibilidade; nas duas seções seguintes, a construção sem artigo
(anartro) é tratada.

b A maior classe de substantivos intrinsecamente definidos é a dos nomes: nomes divinos


(# 1), nomes humanos (## 2–3), nomes de lugares (## 4–6). Um nome dessa natureza tem
referente específico.

1. ‫יהוה‬YHWH

2. ‫מֹשֶה‬Moisés

3. ‫ ַּהּוָה‬A Vivente, Eva

4. ‫ח ְֶרמֹום‬Hermon
5. ‫צ ֹר‬Tiro

6. ‫ּפ ְָרת‬Eufrates

Quase todos os pronomes são também inerentemente definidos, em virtude de seu papel
como indicadores de coisas ou pessoas específicas; pronomes definidos podem ser pessoais
(## 7–8), demonstrativos (## 9–10) ou interrogativos (# 11).

7. ‫ָאנ ֹכִי‬
ֶּ֫ ‫עֵּיר ֹם‬Eu estou nú.
Gn 3.10

8. ‫ֱֹלהיָך‬
֑ ֶ ‫ָאנֹכִי יהוה א‬Eu sou YHWH, teu Deus.
Êx 20.2

9. ‫ש ֻב ַּע ֑ז ֹאת‬
ְ ‫ ַּמלֵּא‬Complete a semana desta.
Gn 29.27

10. ‫שלְחּו־נָא ֶאת־ז ֹאת ֵּמ ָעלַּי‬


ִ Tire esta (mulher) da minha
‫ה ַּ֑חּוצָה‬frente! Ponha-a para fora.
2Sm 13.17

11. ‫מִי ִהגִיד לְָך‬Quem te fez saber …?


Gn 3.11

p 240 Também inerentemente definidos são os apelativos específicos, termos que se referem
a indivíduos ou coisas específicos e são usados mais ou menos como nomes. Termos para o
Deus de Israel tendem ser tratados como apelativos específicos, raramente tomando o artigo
(# 12; a forma sem artigo é mais comum no Pentateuco, enquanto que o artigo é usado mais
freqüentemente nos Primeiros Profetas) ou nunca (## 13–14).

12. ‫אֱֹלהִים‬Deus
13. ‫אֵּל ֶעלְיֹון‬Deus Altíssimo

14. ‫שדַּ י‬
ַּ ‫אֵּל‬Deus Governante (?)

Certos elementos cosmológicos (## 15–17) e instituições terrestres (# 18) também são
tratados desse modo.

15. ‫תֵּ בֵּל‬O mundo, universo

17. ‫שְא ֹול‬A sepultura

16. ‫תְ הֹום‬O abismo, profundidade

18. ‫ ֶּ֫א ֹהֶל מֹעֵּד‬A Tenda da Congregação

Muitos nomes de lugares terrestres, pela mesma razão, aparecem sem o artigo, mesmo se
formados com substantivos comuns (## 19–22).

19. ‫שדֵּ ה כֹובֵּס‬


ְ Campo do Lavandeiro
Is 7.3; 36.2

20. ‫שדֵּ ה צֹפִים‬


ְ Campo do Observador
Nm 23.14

21. ‫עֵּין־ ֶֶּ֫גדִ י‬Fonte do Cabrito


1Sm 24.1
22. ‫שמֶש‬
ֶ ֶּ֫ ‫עֵּין‬Fonte do Sol
Js 15.7

Com freqüência os títulos são tomados como específicos (## 23–24).

23. ‫שר־ ָצבָא‬


ַּ Chefe do Exército
2Sm 2.8; 9.13; 1Rs 16.16

24. ‫ ַּרב־ ַּט ָבחִים‬Capitão da Guarda


2Rs 25.8, Jr 39.9

c A relação construta usualmente contém a definibilidade do genitivo para o construto:


assim, o construto usualmente é definido, se o genitivo seguinte é definido, como um nome (#
25), um pronome (# 26), um apelativo específico (# 27) ou devido ao artigo (# 28–29).

25. ‫אִיש נָ ֳעמִי‬o marido de Noemi


Rt 1.3

26. ‫אִישָּה‬seu (dela) marido


Gn 3.6

p 241 27. ‫ ְּפנֵּי תְ ה ֹום‬a face do Abismo


Gn 1.2

28. ‫ ְּפנֵּי ַּה ֶָּ֫מי ִם‬a face da água


Gn 1.2

29. ‫ ִמּפ ְִרי עֵּץ־ ַּהגָן‬do fruto da árvore do Jardim


Gn 3.2
Contudo, há exceções em que a frase construta é indefinida com o genitivo seguinte definido
como um nome (## 30–31), um pronome (# 32), um apelativo específico (# 33) ou devido ao
artigo (## 34–35; cf. 9.7a).

30. ‫שנְעָר ַאחַּת‬


ִ ‫שלָל ַּאדֶֶּ֫ ֶרת‬
ָ ‫ ָו ֵֶּּ֫א ֶרא ַּב‬Eu vi entre os despojos uma
‫טֹובָה‬certa capa babilônica bela.
Js 7.21 Qere

31. ‫ִשראֵּל‬
ָ ‫בְתֹולַּת י‬uma (certa) virgem de Israel
Dt 22.19

32. ‫ָאחִי הּוא‬Ele é um irmão meu


Gn 20.5; cf. 8.4.2a

33. ‫רּו ַּח אֱֹלהִים ָרעָה‬um (certo) espírito mal de Deus


1Sm 18.10

34. ‫אִיש ָה ֲאדָ מָה‬um fazendeiro


Gn 9.20

35. ‫ ִבנְקִיק ַּה ֶָּ֫סלַּע‬Em uma certa fenda da rocha


Jr 13.4

Na maioria desses casos (## 30,31,33,35), fica claro do contexto que o genitivo é um genitivo
indefinido, a saber, ‘um certo …’; no # 30, a adição de ʾaḥat torna isto claro. O substantivo
genérico de classe ‫ אִיש‬é usado no # 34 com um artigo de classe (cf. 9.5.3b).

13.5 Substantivos Comuns com o Artigo

a Substantivos comuns – quase todos, com exceção de nomes e apelativos específicos –


tornam-se definidos pelo artigo. As convenções da língua hebraica regularmente exigem o uso
do artigo com substantivos comuns de maneira semelhante ao uso português do artigo ‘o/a’ e
de maneira que possa diferir perceptivelmente dele. Desde que os usos do artigo podem
diferir em hebraico e em português, é necessário observar seus usos normais em hebraico a
fim de evitar distorção do sentido do hebraico. Uma tradução palavra-por-palavra geralmente
leva a um português anormal. É vital que se leia o hebraico a partir da perspectiva do falante
de hebraico. É, também, importante considerar como essa perspectiva pode ser representada
em português por suas convenções normais, sem comprometimento com um comentário
extenso.

b Há duas áreas principais que necessitam ser exploradas ao considerar-se o uso articular
hebraico. Uma área envolve o lado referencial: o que o artigo revela sobre o funcionamento p
242 da palavra que ele modifica? A outra área é sintática: como a combinação artigo +
substantivo se situa dentro da oração?

13.5.1 Características Referenciais

a O substantivo comum com o artigo pode ter uma função específica, particular ou
genérica. O uso genérico é muito mais comum em hebraico do que em português.

b O substantivo comum com o artigo pode designar um referente específico. A


especificidade pode ser natural, por exemplo, ‫שמֶש‬
ָ ֶּ֫ ‫ ַּה‬, ‘o sol’ em Êxodo 17.12 ou ‫‘ ַּלּי ֵָּר ַּח‬à lua’
em Deuterônomio 17.3; ou teológico, por exemplo, ‫‘ הָ ָֽאֱֹלהִים‬Deus’, em Gênesis 6.2; ou
situacional, por exemplo, ‫ה ֶֶּ֫מלְֶך‬
ַּ ‘o Rei’, em 1Samuel 8.9 ou ‫‘ הַּכֹהֵּן ַּהגָד ֹל‬O Sumo Sacerdote’,
em Números 35.25. Até certo ponto, o uso entra em conflito com a definibilidade explícita de
apelativos específicos (13.4.b); em geral, o artigo é raro com termos teológicos e com nomes
de lugares.

c A especificidade situacional surge porque, por exemplo, a cultura somente permite um


rei ou um sumo sacerdote por vez. Intimamente relacionado a este tipo de definibilidade está
o uso de substantivo + artigo para designar uma coisa ou pessoa bem conhecida; a combinação
está perto de constituir um nome (cf. 13.6). Considere, por exemplo, as orações em português:
‘Passarei o feriado no Pão de Açúcar’ versus ‘Irei encontrálo na colina rochosa’. Em português,
nós distinguimos esses dois usos ao escrever com letras maiúsculas a primeira e a última em
letras minúsculas. As distinções envolvidas são às vezes subjetivas e arbitrárias.

1. ‫וַּתִ ָקבֵּר מִתֶַּּ֫ חַּת ְלבֵּית־אֵּל ֶַּּ֫ת ַּחת‬E ela foi sepultada debaixo do

‫הָ ָֽא ַּ֑לֹון‬carvalho ao pé de Betel.


Gn 35.8

2. ‫ ִל ְפנֵּי ה ֶָָּ֫רעַּש׃‬antes do terremoto


Am 1.1
d O artigo freqüentemente serve para dar um substantivo a uma referência particular.

3. ‫ֵַּארצְָך … אֶל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬


ְ ‫לְֶך־לְָך מ‬Sai da tua terra … para a terra
ְ ‫ ֲאשֶר‬que eu te mostrarei.
‫ַאר ֶֶּ֫אָך׃‬
Gn 12.1

A referência particular pode ser baseada na menção prévia de uma coisa ou pessoa; este uso
se chama anafórico.

4. ‫ ַּוּיִקַּח בֶן־ ָבקָר … ַּוּיִקַּח … בֶן־‬tomou um novilho … tomou … o


‫ ַּה ָבקָר‬novilho.
Gn 18.7–8

5. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך אִיש … ְושֵּן ָהאִיש‬E um homem saiu … e o nome


‫ ֱאלִי ֶֶּ֫מלְֶך‬desse homem era Elimeleque.
Rt 1.1–2

6. ‫וַּּי ֹ ֶמר אֱֹלהִים יְהִי ֑אֹור … ַּוּי ְַּרא‬E Deus disse: Haja luz.… E Deus
‫אֱֹלהִים את־הָאֹור‬viu a luz.
Gn 1.3–4

p 243 Este uso é levemente demonstrativo. Um paralelo próximo ao # 5 realmente usa um


demonstrativo.

7. ‫אִיש ָהי ָה ְב ֶֶּ֫א ֶרץ עּוץ‬Houve um homem na


‫… ְו ָהי ָה ָהאִיש הַּהּוא‬terra de Uz … e esse
homem era puro e reto.
‫תָ ם ְויָשָר‬
Jó 1.1

A referência particular, também, pode ser catafórica, isto é, restrita ao que se segue; este uso
é discutido em 13.5.2d.
e O artigo, também, pode marcar substantivos definidos na imaginação, que designam
uma coisa ou pessoa particular necessariamente entendida como presente ou retratando
vividamente alguém ou alguma coisa cuja identidade não seja indicada de outra maneira. Para
uma pessoa ou coisa entendida como presente, a língua portuguesa geralmente, também, usa
o artigo.

8. ‫ ַּוּיִקַּח ְבי ָדֹו ֶאת־ ָהאֵּש ְו ֶאת־‬E ele tomou em sua mão o fogo
‫ ַּה ַּמא ֶּ֑֫ ֲֶכלֶת‬e a faca.
Gn 22.6

9. ‫וַּתְ עַּר כַּדָ ּה אֶל־ה ֶַּּ֫שקֶת‬E ela esvaziou o jarro na calha.


Gn 24.20

10. ‫ו ֶַּּ֫ת ֹאמֶר לָּה ַּה ְמי ַּ ֶֶּ֫לדֶת‬disse-lhe a parteira …


Gn 35.17; cf. 38.28

Outras vezes a língua portuguesa prefere o pronome pessoal.

11. ‫ ְו ָל ַּקח דָ וִיד ֶאת־ ַּה ָצעִיף‬Davi tinha de tomar sua harpa.
1Sm 16.23

12. ‫וַּתִ קַּח ַּה ָצעִיף‬Então ela tomou seu véu.


Gn 24.65

13. ‫וַּתִ ּפ ֹל ֵּמעַּל ַּה ָגמָל׃‬Ela desmontou do seu camelo.


Gn 24.64

Em alguns casos a própria tradução portuguesa é indefinida.

14. ‫ ַּהמֵּליץ בֵּינ ֹתָ ם׃‬Um intérprete estava entre eles.


Gn 42.23
15. ‫ ַּוּי ִתֵּ ן אֶל־ ַּהנַּעַּר‬e (o) deu a um criado
Gn 18.7

16. ‫ ַּוּי ָב ֹא ַּה ָּפלִיט‬veio um, que escapara,


Gn 14.13

17. ‫ ַּו ֶָּּ֫י ָרץ ַּה ֶַּּ֫נעַּר‬Um jovem correu.


Nm 11.27

p 244 18. ‫ ַּוּי ָב ֹא ַּה ַּמגִיד‬Um mensageiro veio.


2Sm 15:13

Este uso também é encontrado na expressão ‫הַּּיֹום‬ ‫ ַּויְהִי‬.


19. ‫ ַּויְהִי הַּּיֹום ַּוּיִזְבַּח ֶא ְלק ָָנ֑ה‬Um dia Elcana veio ao sacrifício.
1Sm 1.4

As construções análogas em português não devem enganar: todas estas ocorrências e outras
semelhantes a elas são definidas em hebraico.

f O uso do artigo para distinguir o particular e o específico, como também o


situacionalmente pertinente, é balanceado pelo uso genérico. O artigo de classe não assinala
uma pessoa ou coisa particular, mas uma classe de pessoas, coisas ou qualidades que são
específicas e determinadas nelas mesmas. Às vezes a classe é considerada como uma unidade,
enquanto que em outras vezes um indivíduo dentro da espécie é escolhido para representar o
gênero. Este uso é muito mais extensivo no hebraico do que no português. O artigo genérico
pode ser usado como um coletivo singular (veja 7.2.1b).

20. ‫ ַּה ָבקָר‬o gado (ou, rebanho)


Gn 18.7
21. ‫ ֶאת־ ַּהצַּדִ יק ְו ֶאת־ה ָָרשָע‬o justo e o ímpio
Ec (Qo) 3.17

Esse uso é especialmente comum com animais: um indivíduo de uma espécie pode referir-se
ao todo.

22. ‫ ַּאְך ֶאת־ז ֶה ֹלא ת ֹאכְלּו … ֶאת־‬Mas estes vós não podereis
‫שפָן‬ָ ‫ ַּה ָגמָל … ְו ֶאת־ ַּה‬comer … o camelo, … o coelho

Lv 11.4–5

23. ‫שּועה‬
֑ ָ ְ‫ש ֶקר הַּסּוס לִת‬
ֶ Um cavalo é uma esperança vã
para a vitória.

Sl 33.17

Além disso, ele é especialmente comum em comparações, com (## 24–27) ou sem animais (##
28–30).

24. ‫ַָארי ֵּה‬


ְ ‫ ְכלֵּב ה‬Como o coração de um leão
2Sm 17.10

25. ‫ ַּכ ֲאשֶר י ָֹלק ַּה ֶֶּ֫כלֶב‬como lambe um cão


Jz 7.5

26. ‫ ַּכ ֲאשֶר י ְִרד ֹף הַּק ֵֹּרא‬como o que caça uma pulga
1Sm 26.20

27. ‫שסַּע ַּהגְדִ י‬


ַּ ‫ ְכ‬como quem rasga um cabrito
Jz 14.6
p 245 28. ‫ ְכ ִקט ֹר ַּה ִכ ְבשָן‬como a fumaça de uma
fornalha

Gn 19.28

29. ‫ ַּכ ֲאשֶר יַּחֲֹלם ה ָָרעֵּב‬como alguém que sonha em


uma (época de) fome

Is 29.8

30. ‫ש ֶּ֑֫ ָמי ִם‬


ָ ‫ו ְֶָֹּ֫נלּו ַּכ ֵֶּּ֫ספֵּר ַּה‬E
os céus juntamente serão
enrolados com um rolo.

Is 34.4

O artigo genérico é usado, também, com plurais.

31. ‫הַּכֹו ָכבִים‬as estrelas


Gn 15.5; cf. 1.16

32. ‫הַּגֹוי ִם‬as nações


Gn 10.32

33. ‫ ַּל ְבק ִָרים‬todas as manhãs


Is 33.2; Sl 73.14

34. ‫ֹלא־כֵּן ה ְָרש ִ ָ֑עים‬Os ímpios não são assim.


Sl 1.4

Tanto os gentílicos singulares como os plurais regularmente recebem o artigo ao referir-se ao


grupo inteiro, por exemplo, ‫‘ ַּה ְכנַּ ֲענִי‬o(s) cananita(s)’, ‫‘ ָה ִעב ְִרים‬os hebreus’. Em gentílicos
derivados de nomes em cadeia construta, o segundo termo da cadeia toma o artigo, por
exemplo, ‫עז ְִרי‬
ֶ ‫ָה‬ ‫‘ ֲאבִי‬o abiezrita’ (< ‫ ; ֲאבִי ֶעזֶר‬Jz 6.11,24), ‫‘ בֵּית ַּה ַּל ֵּחמִי‬o belemita’ (< ‫בֵּית‬
‫) ֶֶּ֫לחֶם‬. O termo de grupo ‫שתִ ים‬
ְ ‫ ְּפ ִל‬usualmente não toma o artigo; apenas oito vezes ‫ ַּה‬é
usado e em apenas dezoito casos é dada a evidência do artigo a uma preposição precedente.

g O artigo genérico é encontrado em itens diferentes de animais, por exemplo, materiais


(## 35–39; observe as comparações no # 38).

35. ‫ ַּב ִמ ְקנֶה ַּב ֶֶּ֫כסֶף ּו ַּבזָהָב׃‬em gado, em prata e em ouro.


Gn 13.2

36. ‫ ָבאֵּש‬com fogo


Js 11.9

37. ‫ ֵּב ֵּח ָמר ּו ַּב ֶּ֑֫ ָזפֶת‬com betume e piche


Êx 2.3

38. ‫שנִים‬
ָ ‫אִם־יִהְיּו ֲח ָטאֵּיכֶם ַּכ‬Ainda que os vossos pecados
ֶ ֶּ֫ ‫ ַּכ‬sejam como a escarlata, eles se
‫שלֶג י ַּ ְל ִֶּ֫בינּו‬
tornarão brancos como a neve.

Is 1.18

p 246 39. ‫ ְרבִד ַּהזָהָב‬uma corrente de ouro


Gn 41.42

Medições e unidades de medida são, também, marcadas assim.

40. ‫ ְוה ֶָּ֫ע ֹמֶר ֲעש ִִרית ָהאֵּיפָה הּוא׃‬Gômer é a décima parte do efa.
Êx 16.36

41. ‫צְרֹור הַּמ ֹר‬um saquitel de mirra


Ct 1.13
Termos abstratos referindo-se a atributos, qualidades ou estados também recebem o artigo
genérico.

42. ‫ ַּב ַּסנְו ִֵּרים‬com cegueira


Gn 19.11

43. ‫הַּדֶָּ֫ בֶר‬Doenças


Dt 28.21

44. ‫בַּתִ מָהֹון‬com pânico


Zc 12.4

45. ‫ ְו ָה ֱאמּונָה ֵּאזֹור ֲח ָלצָיו׃‬Fidelidade é o cinto ao redor da


sua cintura.

Is 11.5

46. ‫ ְוי ִכֹון ַּב ֶֶּ֫צדֶ ק ִכסְאֹו׃‬Seu trono será estabelecido por
meio da justiça.

Pv 25.5

13.5.2 Características Sintáticas

a O artigo pode ser usado como um demonstrativo, como um marcador vocativo e como
um marcador relativo. Nestes usos o referente da combinação substantivo + artigo é
particular.

b Expressões do tempo presente são usadas adverbialmente e o artigo tem uma clara força
demonstrativa, apesar de, como observado acima, tal força pode ser encontrada, também, em
outros lugares (17.5).

1. ‫הַּּיֹום‬este dia / hoje


Gn 4.14
2. ‫ ַּה ֶָּ֫ליְלָה‬Esta noite / à noite
Gn 19.5

3. ‫שנָה‬
ָ ‫ ַּה‬este ano
2Rs 19.29 ≅ Is 37.30; Jr 28.16

4. ‫ ַּה ֶָּּ֫פעַּם‬este tempo


Êx 9.27

p 247 5. ‫בַּּיֹום ַּהז ֶה‬em este dia


Js 7.25

6. ‫ ַּב ֶַּּּ֫פעַּם הַּז ֹאת‬em este tempo


Êx 8.28

c O artigo é usado para marcar um destinatário definido, chamando a atenção para um


indivíduo particular que está presente para o falante e que é dirigido no vocativo. O português
não faz uso de seu artigo definido desta maneira. O artigo pode ser usado quando um
substantivo comum está em aposição a um substantivo definido.

7. ‫ש ַּע הַּכֹהֵּן ַּהגָדֹול‬


ֻ ‫שמַּה־נָא י ְהֹו‬
ְ Ouve, ó sumo sacerdote Josué.
Zc 3.8

8. ‫ ַּוּיִק ְָרא אַּ ָֽח ֲֵּרי־שָאּול לֵּאמ ֹר ֲאדֹנִי‬E ele gritou a Saul: Ó rei, meu
‫ה ֶּ֑֫ ֶַּמלְֶך‬senhor!
1Sm 24.9

Ele também é encontrado quando o substantivo comum está em aposição apenas ao pronome
de segunda pessoa, implícito ou declarado.
9. ‫חֵּי־נַּ ְפשְָך ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬Tão certo como tu vives, ó rei!
1Sm 17.55

10. ‫בֵּן־מִי ַּאתָ ה ה ֶּ֑֫ ַָּנעַּר‬De quem és filho, jovem?


1Sm 17.58

11. ‫דָ בָר לִי ֵּא ֶֶּ֫ליָך ה ָ ַּ֑שר‬Eu tenho


uma mensagem para
ti, ó capitão!

2Rs 9.5

Muito freqüentemente o artigo não é usado quando a referência é a pessoas não presentes ou
que são mais ou menos imaginárias.

12. ‫שמַּח בָחּור בְילְדּותֶֶּ֫ יָך‬


ְ Alegra-te, jovem, na tua
juventude.

Ec 11.9

13. ‫לְֵּך־אֶל־נְ ָמלָה ע ֵּ ָ֑צל‬Vaiter com a formiga, ó


preguiçoso.

Pv 6.6

d O uso anafórico do artigo é baseado em menção prévia da coisa referida (13.5.1d); é


possível que a definibilidade seja estabelecida na mesma oração como a referência, e tal uso é
chamado de catafórico. Aqui estão dois exemplos em português.

‘o’ anafórico: Eu vi um homem. O homem era alto.

‘o’ catafórico: O homem que eu vi era alto.

Como o exemplo em português sugere, a referência catafórica pode ser associada às orações
relativas, e o uso comparável hebraico de ‫ה‬
ַּ freqüentemente é comparado ao p 248 pronome
relativo. Este assim chamado uso relativo do artigo (cf. 19.7) é mais comum com particípios, se
usado atributivamente (i.e., adjetivamente; ## 14–16; veja 37.5) ou predicativamente (## 17–
20).
14. ‫לַּיהוה ַּהנ ְִראֶה ֵּאלָי ַּו‬a YHWH, que lhe apareceu
Gn 12.7

15. ‫הַּש ֹ ֵּל ַּח‬O que (te) enviou


2Rs 22.18

16. ‫הַּנֶ ָֽ ֱח ָמדִ ים‬os que são desejáveis


Sl 19.11

17. ‫הּוא הַּסֹבֵּב‬É o que rodeia …


Gn 2.11

18. ‫ּפִי ַּה ְמדַּ בֵּר ֲאלֵּיכֶם׃‬É a minha boca que está vos
falando.

Gn 45.12

19. ‫עֵּי ֶֶּ֫ניָך הָר ֹא ֹת‬São os teus olhos que têm visto

Dt 3.21

20. ‫ָאנֹכִי ַּהבָא מִן־ ַּה ַּמע ֲָרכָה‬Eu sou o que voltou da batalha.
1Sm 4.16

Outros predicados, também, podem receber o artigo; em certo sentido, esses predicados são
adjetivais, mas devemos nos lembrar que não existe uma classe distinta de adjetivos em
hebraico (14.3.2).

21. ‫יהוה ַּהצַּדִ יק ַּו ֲאנִי ְו ַּעמִי‬YHWH é o que está no que é


‫שעִים׃‬ ָ ‫ה ְָר‬certo, porém eu e o meu povo
somos os que estão no que é
errado.

Êx 9.27

Um predicativo adjetivo com artigo freqüentemente tem um sentido superlativo.

22. ‫וְדָ וִד הּוא ַּה ָק ָ ֑טן‬Davi era o mais moço.


1Sm 17.14

23. ‫ ַּאתֶ ם ה ַָּר ִ ֑בים‬Vós sois os mais numerosos.


1Rs 18.25

Em poucos casos, o artigo é usado com um verbo finito para formar uma oração relativa, quer
com um antecedente explícito (## 24–25), quer sem nenhum antecedente (# 26).

24. ‫ ְקצִינֵּי ַאנְשֵּי ַּה ִמ ְל ָחמָה ֶה ָהלְכּוא‬os capitães do exército que


‫ ִאתֹו‬tinham ido com ele
Js 10.24

25. ‫ ַּעמְָך ַּהנִ ְמצְאּו־פ ֹה‬oteu povo, que está presente


aqui

1Cr 29.17

p 249 26. ‫שמַּח … עַּל ַּה ֵּהכִין ָהאֱֹלהִים‬ְ ִ ‫ ַּוּי‬E ele … se alegrou por causa
‫ל ָ ָ֑עם‬daquilo que Deus fizera para o
povo.

2Cr 29.36

Essa construção pode ser comparada às orações divididas do português (‘É o profeta que eu
estava procurando’), e às orações pseudo–divididas (‘O profeta era quem eu procurava’),
como também às construções do francês em ‘C’est… celui qui… ‘(É… aquele que…’).

13.6 Substantivos Intrinsecamente Definidos com o Artigo


a O artigo é usado principalmente com substantivos comuns de acordo com padrões
esboçados em 13.5. Normalmente, palavras que são definidas em si mesmas não recebem o
artigo, uma vez que o artigo seria redundante. Mas há uma classe principal de exceções. Às
vezes, pelo uso, o artigo não apenas chama a atenção para uma pessoa ou coisa particular,
mas também a eleva a uma posição tal de especificidade que a combinação de substantivo +
artigo torna-se equivalente a um nome próprio (13.4b). Entre os falantes de português, por
exemplo, em algumas comunidades, ‘a cidade’ não designa mais uma cidade dentre muitas,
mas pelo uso denota ‘A Cidade’, a única cidade naquela área. Em tais construções não significa
que o artigo seja acrescentado a um nome; em vez disso, o artigo torna a combinação um
nome. Essas combinações compõem topônimos.

1. ‫ ַּה ִג ְבעָה‬a montanha Gibeá

2. ‫ ַּהי ְא ֹר‬a fonte (hayʾor) o Nilo

3. ‫ ַּה ִככָר‬o circuito o circuito do Jordão

4. ‫ ַּה ְלבָנֹון‬o branco (Mt.) Líbano

5. ‫ ַּהנָהָר‬o rio o Eufrates

6. ‫ ֶֶּ֫אבֶן ָה ֵֶּּ֫עז ֶר‬a rocha de ajuda Ebenézer

Elas também são usadas para designar indivíduos.

7. ‫ ָהאֱֹלהִים‬o deus Deus

8. ‫ ַּה ֶַּּ֫בעַּל‬o senhor Baal

9. ‫שטן‬
ָ ‫ ַּה‬o adversário Satanás
Além desta construção de designação intermediária, há outros casos anômalos de um artigo
num substantivo com um sufixo ou no construto. Na maioria dos casos essas formas são o
resultado de corrupção textual. Em Josué 7.21 a forma ‫הלִי‬
ֳ ָֽ ָ‫‘ הָ ָֽא‬a/minha tenda’ pode ser uma
combinação de ‫ האהל‬com ‫אהלי‬. A frase ‫אַּשּור‬ ‫ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬ocorre duas vezes em Isaías 36.8,16,
mas a forma sem artigo própria é encontrada nos versículos sinópticos em 2Reis (18.23, 31).
Em Isaías 24.2, o termo ‫‘ ַּכ ְגב ְִרתָ ּה‬como à sua dona’ pode ter a pontuação ka em vez de kə,
porque a sílaba ka, ocorre onze outras vezes no verso, criando um forte padrão de assonância.
Pelo menos em um caso o sufixo numa forma perdeu seu significado: além da palavra ‫ֵֶּּ֫ע ֶרְך‬
‘valor’, o hebraico tem um termo ‫‘( ע ְֶרכְָך‬teu valor’>) p 250 ‘valor’, usado com o artigo,
‫( ָהע ְֶרכְָך‬Lv 27.23) e no construto, ‫‘ ְכע ְֶרכְָך הַּכֹהֵּן‬de acordo com o valor (estabelecido) pelo
sacerdote’ (Lv 27.12).

13.7 Uso e Desuso do Artigo

a O artigo não é consistentemente usado mesmo de acordo com os melhores padrões


estabelecidos. Muito freqüentemente ele é “omitido” ou não é usado onde seria esperado, em
poesia, e esse padrão de desuso é mais verdadeiro no que tange à poesia mais antiga, ainda
que o padrão seja encontrado em passagens poéticas relativamente mais recentes e em prosa.
Ao estudar esse padrão, os eruditos descobriram que os massoretas tendiam a regularizar o
uso articular onde podiam, isto é, com as preposições monográficas. Outra vez, esta é apenas
uma tendência geral, e não uma regra fixa.

b Os substantivos com referentes específicos fornecem alguns exemplos convenientes. Em


Gênesis 1.1, encontramos os artigos na frase ‫ה ֶָּ֫ארץ‬
ָ ‫ש ֶַּּ֫מי ִם ְו ֵּאת‬
ָ ‫ ֵּאת ַּה‬, e em 2.1 encontramos
‫ ;השמים והארץ‬na arcaica oração de Melquisedeque, em contraste, faltam os artigos na
frase ‫ש ֶַּּ֫מי ִם וָאֶָּ֫ ֶרץ‬
ָ ‫קֹנֵּה‬. Voltando a Gênesis 2, encontramos flutuação em duas partes de
prosa vizinhas.

1. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם ְו ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬


ָ ‫ ֶּ֫אלֶה תֹולְדֹות ַּה‬Esta é a história do cosmos,
‫ ְבהִבָ ְָֽר ָ ֑אם‬quando ele foi criado.
Gn 2.4a

2. ‫בְיֹום עֲשֹות יהוה אֱֹלהִים ֶֶּ֫א ֶרץ‬Deus fez o cosmos … Quando

ָ ‫ ְו‬YHWH
‫ש ֶָּ֫מי ִם׃‬
Gn 2.4b

A omissão é mais comum em verso.


3. ‫[ ַּמ ְלכֵּי־ ֶֶּ֫א ֶרץ‬os] reis d[a] terra
Sl 2.2

4. ‫[ַא ְפסֵּי־ ֶָּ֫א ֶרץ‬os] fins d[a] terra


Sl 2.8

5. ‫שמֶש‬
ֶ ֶּ֫ ‫ ִל ְפנֵּי־‬perante [o] sol
Sl 72.17

Contudo, mesmo em verso, há flutuação.

6. ‫ש ְכבָה‬
ְ ‫ ְבשָלֹום … ֶא‬Eu me deitarei … em paz.
Sl 4.9; cf. 55.19

7. ‫יהוה יְב ֵָּרְך … ַּבשָלֹום׃‬Que YHWH abençoe … com paz.


Sl 29.11; cf. Jó 15.21

p 251 Na arcaica invocação aos grandes luminares em Josué 10, três artigos dos quatro
esperados são omitidos.

8. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ְלעֵּינֵּי יש ְָראֵּל‬e (YHWH) disse na presença dos


israelitas:

‫שמֶש בגִבְעֹון דֹום‬


ֶ Sol, detém-te em Gibeão,

‫ ְוי ֵָּר ַּח ְב ֵֶּּ֫עמֶק ַּאּי ָלֹון׃‬e tu, lua, no vale de Aijalom.

‫שמֶש‬
ֶ ֶּ֫ ‫ ַּוּי ִד ֹם ַּה‬E o sol se deteve,
‫ ְוי ֵָּר ַּח עַּ ָמָד‬e a lua parou

‫עַּד־י ִק ֹם גֹוי א ֹ ְיָֽבָיו‬até


que ele (YHWH) derrotou a
força de seus inimigos.

Js 10.12–13

13.8 Substantivos Indefinidos

a Os substantivos indefinidos em hebraico são não-marcados, via de regra, mas em certas


ocasiões indefinidos específicos podem ser marcados com ‫אחָד‬
ֶ /‫‘ ַאחַּת‬um’. Como um adjetivo
com um substantivo singular, ele tem a força de ‘um certo’.

1. ‫ ַּקח ִצנְ ֶֶּ֫צנֶת ַאחַּת‬Toma um jarro.


Êx 16.33

2. ‫ ֶּ֫אבֶן ֶאחָת‬uma só pedra


Jz 9.5

3. ‫ ִאשָה ַאחַּת‬uma certa mulher


Jz 9.53

4. ‫אִיש ֶאחָד ִמצ ְָרעָה‬Um certo homem de Zorá


Jz 13.2

5. ‫ ַּויְהִי אִיש ֶאחָד מִן־ח ָָרתֶַּּ֫ י ִם‬Havia


um certo homem de
Ramataim.

1Sm 1.1

6. ‫ֵּית־אל‬
֑ ֵּ ‫ ְונָבִיא ֶאחָד זָקֵּן יֹשֵּב ְבב‬Um certo profeta velho estava
morando em Betel.
1Rs 13.11

7. ‫ ַּוּי ִתֶ ן … ַּה ֶֶּ֫מלְֶך ס ִָריס ֶאחָד‬O rei lhe designou … um certo
oficial.

2Rs 8.6

Como um substantivo no construto com um substantivo plural, ele tem a força de ‘um de, um’.

8. ‫תֶַּּ֫ חַּת ַאחַּד ַּהשִיחִם׃‬Debaixo de um dos arbustos


Gn 21.15

9. ‫עַּל ַאחַּד ֶההָרים ֲאשֶר אֹמַּר‬Sobre um dos montes, que eu

‫ ֵּא ֶֶּ֫ליָך׃‬te direi.


Gn 22.2

p 252 10. ‫ ְס ָפ ֵֶּּ֫חנִי נָא אֶל־ַאחַּת ַּה ְכהֻנֹות‬Admita-me a algum dos cargos
‫ ֶלאֱכ ֹל ּפַּת־ ֶָּ֫לחֶם׃‬sacerdotais, para ter alimento
para comer.

1Sm 2.36

11. ‫ּו ֶָּ֫באנּו ֵּאלָיו בְַאחַּת ַּהמְקֹומ ֹת‬Então o atacaremos onde quer
‫ ֲאשֶר נִ ְמצָא שָם‬que ele possa ser encontrado.
2Sm 17.12

Essa mudança de estilo é particularmente freqüente em comparações.

12. ‫כְַאחַּד ַּה ְצ ָבי ִם‬como uma das gazelas


selvagens

2Sm 2.18

13. ‫כְַאחַּד ַּהנְ ָבלִים ְביִש ְָר ֵּ ֑אל‬como um dos ímpios tolos de
Israel

2Sm 13.13

b Substantivos pessoais indefinidos podem, também, ser marcados com um substantivo


genérico de classe, ‫ אִיש‬ou um equivalente.

14. ‫ ִאשָה־ַא ְל ָמנָה ֶָּ֫אנִי‬Eu sou uma viúva.


2Sm 14.5

15. ‫שתֶַּּ֫ ים נָשִים ז ֹנֹות אֶל־‬


ְ ‫תָ ֶּ֫ב ֹאנָה‬Duas prostitutas vieram ao rei.
‫ה ֶּ֑֫ ֶַּמלְֶך‬1Rs 3.16

16. ‫שלַּח יהוה אִיש נָבִיא ֶאל־ ְבנֵּי‬ ְ ִ ‫ ַּוּי‬YHWH enviou um profeta aos

‫ש ָר ֵּ ֑אל‬ְ ִ ‫י‬israelitas.
Jz 6.8

c Um adjetivo predicativo não leva artigo (4.5); ele não identifica o sujeito, mas o
categoriza como pertencente a uma classe.

p 253 Adjetivos, Numerais e Pronomes


14 Adjetivos

15 Numerais

16 Pronomes Pessoais

17 Demonstrativos

18 Interrogativos e Indefinidos

19 Relativos
p 255 14

Adjetivos
14.1 Adjetivos e Construções Relacionadas

14.2 Concordância

14.3 Usos do Adjetivo

3.1 Uso Atributivo

3.2 Uso Predicativo

3.3 Uso Substantivo

14.4 Grau Comparativo

14.5 Grau Superlativo

14.1 Adjetivos e Construgóes Relacionadas

a Substantivos podem ser modificados de diversas maneiras (4.6.1) e a principal delas


inclui os adjetivos. Palavras desta classe descrevem ou qualificam substantivos pela descrição
de seu estado ou condição. Considere o seguinte período.

‫שמְָך ַּהגָדֹול ְו ֶאת־ ָי ָֽדְ ָך ַּה ֲחזָקָה‬


ִ ‫שמְעּון ֶאת־‬ ְ ִ ‫י‬ouvirão do teu grande nome, e da tua mão

‫ ָּֽוז ְרֹעֲָך ַּהנְטּו ָי֑ה‬poderosa, e do teu braço estendido.


1Rs 8.42

Aqui, tanto no hebraico como no português, há três substantivos, cada um qualificado por um
adjetivo atributivo.

b O hebraico difere do português e de outras línguas européias por usar modificação


adjetival muito menos freqüentemente do que elas; no hebraico, frases nominais são
geralmente construídas de outros modos. Nos seguintes exemplos, as traduções portuguesas
usam um formato adjetival, enquanto os originais hebraicos usam uma frase construta (## 1–
3), um acusativo de especificação (# 4) e uma aposição (# 5).
1. ‫ ֶֶּ֫ז ַּרע ַּהמְלּוכָה‬de família real
2Rs 25.25

2. ‫ ִכסֵּא ַּהמְלּוכָה‬o trono real


1Rs 1.46

p 256 3. ‫בֵּית ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬o palácio real


2Rs 11.5

4. ֹ ‫ ַּמ ֲחסִי־עז‬Meu forte refúgio (meu refúgio


como força)

Sl 71.7

5. ‫לָשֹון ְר ִמּי ָה‬a língua enganosa


Sl 120.2

c O hebraico, com menor freqüência, também difere do português ao utilizar adjetivos


como predicativos (como em # 6).

6. ‫טֹוב הַּדָ בָר‬A palavra é boa


1Rs 2.38

O hebraico pode usar apenas um substantivo (# 7) ou uma frase preposicional (# 8), onde o
português conta com um predicativo adjetival; mais distintamente, verbos estativos hebraicos
(# 9) geralmente correspondem, no português, a construções predicativas adjetivas (mas veja
27. 1c).

7. ‫ ֲהשָלֹום ב ֶּ֫ ֶ ֹ֑אָך‬Tua visita é de paz?


1Rs 2.13
8. ‫ ִכי לְעֹולָם ַּחסְדֹו‬Porque a sua benignidade é
para sempre

Sl 136.1

9. ‫ ָק ֶּ֫ט ֹנְתִי‬Eu sou pequeno


Gn 32.11

d Assim, a dependência de construções adjetivais para atribuição e predicação é limitada


no hebraico. Igualmente limitada é a distintividade morfológica do adjetivo hebraico: na maior
parte, tanto substantivos como adjetivos são formados a partir dos mesmos padrões (5.1).
Apesar destas duas limitações interrelacionadas, o adjetivo é uma parte importante do estudo
da sintaxe hebraica. Duas classes de adjetivos não são consideradas neste capítulo: numerais
(Cap. 15) e demonstrativos (Cap. 17), ambos apresentam problemas especiais.

14.2 Concordância

a Os adjetivos são subordinados aos substantivos que eles qualificam e geralmente


concordam com eles em gênero e em número (## 1–4).

1. ‫שמֶן ֶַּּ֫זי ִת ז ְָך‬


ֶ ֶּ֫ puro óleo de oliva
Êx 27.20

2. ‫ ֵּחמָה ַּעז ָה‬forte ira


Pv 21.14

p 257 3. ‫ירם‬
ִ ִ‫ ֶַּּ֫מי ִם ַּאד‬Poderosas águas
Êx 15.10

4. ‫ש ֲאנַּנֹות‬
ַּ ‫ ְמנּוח ֹת‬Seguras habitações
Is 32.18

Um adjetivo atributivo também concorda com o substantivo modificado (ou termo principal)
em termos de definibilidade (14.3.1).
b Adjetivos não formam o número dual; substantivos duais usam adjetivos plurais.

5. ‫עֵּי ֶַּּ֫ני ִם ִעוְרֹות‬olhos cegos


Is 42.7

6. ‫ב ְִר ֶַּּ֫כי ִם כֹשְלֹות‬joelhos trementes


Is 35.3

7. ‫י ָדֶַּּ֫ י ִם ָרפֹות‬mãos fracas


Jó 4.3

8. ‫וִידֵּ י מֹשֶה ְכבֵּדִ ים‬As mãos de Moisés eram


pesadas.

Êx 17.12

c Um adjetivo freqüentemente concorda com seu substantivo ad sensum (i.e., de acordo


com o seu sentido inerente), em lugar de concordar com sua forma gramatical. Com respeito
ao número, um adjetivo pode ser plural com um substantivo coletivo singular (## 9–10) ou
singular com um plural de distinção honorífica ou de intensificação (## 11–12; 7.4.3).

9. ‫צ ֹאן ַּרבֹות‬Grandes rebanhos


Gn 30.43

10. ‫ ָהעָם ַּהנִ ְמ ְצאִים עִמֹו‬a(s) tropa(s) presente(s) com


ele

1Sm 13.15

11. ‫ ֲאדֹנִים ָקשֶה‬um senhor cruel


Is 19.4
12. ‫אֱֹלהִים צַּדִ יק‬Ó justo Deus
Sl 7.10

Com substantivos femininos cujos plurais são formados com um sufixo masculino plural, o
adjetivo concorda com o gênero intrínseco do substantivo (## 13–16; 6.5.2).

13. ‫שנִים הַּט ֹב ֹת ַּהבָא ֹת ה ֶּ֫ ֵּ ָ֑אלֶה‬


ָ ‫ ַּה‬estes bons anos que estão
vindo

Gn 41.35

14. ‫ ְג ַּמלִים מֵּינִיקֹות‬Camelas de leite


Gn 32.16

p 258 15. ‫בֵּיצִים ֲעז ֻבֹות‬ovos abandonados


Is 10.14

16. ‫ש ֲאנַּנֹות‬
ַּ ‫נָשִים‬mulheres descansando
Is 32.9

d Há uma prioridade do gênero masculino (6.5.3). Quando dois adjetivos seguem um


substantivo feminino, às vezes apenas o adjetivo que está próximo ao substantivo toma o
sufixo feminino.

17. ‫ ְב ֶֶּ֫א ֶרץ־ ִצּי ָה ְו ָעי ֵּף‬em uma terra seca e cansada
Sl 63.2

Quando um adjetivo atributivo qualifica vários substantivos de gêneros diferentes, ele


concorda com o masculino.

18. ‫ ֻחקִים ּומִיצְֹות טֹובִים׃‬bons estatutos e ordenanças


Ne 9.13
e Um adjetivo, em geral, não pode modificar diretamente um nome.

19. ‫נִינְוֵּה ָהעִיר ַּהגְדֹולָה‬a grande [cidade de] Nínive


Jn 1.2

f Não existe forma distintiva do adjetivo para expressar os graus comparativo e superlativo
(14.4–5).

14.3 Usos do Adjetivo

a Um adjetivo pode ser encontrado em um dentre três encaixes sintáticos: (1) como um
atributivo modificador de um substantivo, (2) como um predicado, e (3) como um substantivo.
No último caso, é novamente visível que a subclasse adjetiva de substantivos não é definida
rigidamente.

14.3.1 Uso Atributivo

a Um adjetivo atributivo modifica diretamente um substantivo de tal modo que a frase


combinada funciona como uma simples unidade sintática na oração (cf. 37.5b). Neste uso, o
adjetivo normalmente segue seu substantivo na ordem modificado-modificador, como
substantivos no genitivo e no acusativo de especificação. É identificado (1) por sua inflexão
(concordando com seu termo principal quanto a gênero, número e determinação) e (2) por sua
posição. Nas orações sem verbo, um atributivo difere de um adjetivo predicativo por sua
definibilidade, se o substantivo principal for definido, e em geral por sua posição após o
substantivo.

1. ‫שתֶ ה גָדֹול‬
ְ ‫ ִמ‬um grande banquete
Gn 21.8

p 259 2. ‫ש ָּפחָה ה ָָרעָה הַּז ֹאת‬


ְ ‫ ַּה ִמ‬esta raça maligna
Jr 8.3

3. ‫שמֹו ַּהגָדֹול‬
ְ seu grande nome
1Sm 12.22
4. ‫ ְבח ְַּרבֹו ַּה ָקשָה ְו ַּהגְדֹולָה‬com a sua espada dura, grande
‫ ְו ַּה ֲחזָקָה‬e poderosa
Is 27.1

5. ‫אִיש אֱֹלהִים ָקדֹוש‬um santo homem de Deus


2Rs 4.9

6. ‫ש ְֶּ֫לשֶת ְבנֵּי־יִשַּי ַּהגְדֹלִים‬Os três filhos mais velhos de


Jessé

1Sm 17.13

b Às vezes um adjetivo atributivo precede seu substantivo, notadamente no caso da


palavra ‫ר ֹב‬, no plural (no sentido de ‘muitos’ e não no sentido de ‘grande’). Este uso é
provavelmente devido a uma afinidade com numerais, que podem preceder seu substantivo
(veja Cap. 15). Outra influência pode ser ‫מעַּט‬
ְ ‘pequeno’ e ‫‘ כ ֹל‬tudo’, que, sendo substantivos
que envolvem quantidade, também precedem o substantivo.

7. ‫לְדַּ ָּוגִים ַּרבִים … ל ְַּרבִים‬muitos pescadores … muitos


‫ ַּצּי ָדִ ים‬caçadores
Jr 16.16

8. ‫ ַּרבִים ֲח ָללִים ה ֶּ֑֫ ִִּפילָה‬Muitas


vítimas ela tem
derrubado.

Pv 7.26

9. ‫ ַּרבֹות בָנֹות ֶָּ֫עשּו ֶָּ֫ ֑חי ִל‬Muitas


mulheres procedem
virtuosamente.

Pv 31.29

Com ‫רב‬ no masculino singular, é difícil decidir se é o caso de um adjetivo atributivo


precedendo seu substantivo ou um uso nominal do adjetivo.
10. ‫ ַּרב־ ֶָּ֫קשֶב‬grande atenção
Is 21.7

c Alguns adjetivos atributivos, tais como os numerais ‫ַאחֵּר‬ ‘outro’ e ‫ַּר ִבים‬ ‘muitos’, são
definidos em si mesmos e podem dispensar o uso do artigo.

11. ‫הָר ֹאש ֶאחָד‬uma companhia


1Sm 13.17

12. ‫ ֲאחִיכֶם ֶאחָד‬um de seus irmãos


Gn 42.19

13. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬


ְ ‫ ָהעַּמּודִ ים‬os dois pilares
2Rs 25.16

p 260 14. ‫ ֲאחִיכֶם ַאחֵּר‬seus outros irmãos


Gn 43.14

15. .‫הַּגֹוי ִם ַּרבִים‬muitas nações


Ez 39.27

d Às vezes o adjetivo atributivo é definido e o substantivo, indefinido, especialmente com


numerais (## 16–19 veja 15.2.6), com certos termos quase técnicos referindo-se a
características arquitetônicas (# 18–21; tribunal, portão, entrada, caminho) e dias (# 22), e com
referentes raros (## 23–24), dos quais todos são definidos em si mesmos.

16. ‫שבַּע ּפָר ֹת הַּט ֹב ֹת‬


ֶ ֶּ֫ as sete vacas boas
Gn 41.26

17. ‫שבַּע ְכבָש ֹת ָה ֵֶּּ֫אלֶה‬


ֶ ֶּ֫ estes sete cordeiros
Gn 21.29

18. ‫שלִישִי‬
ְ ‫מָבֹוא ַּה‬a Terceira Entrada
Jr 38.14

19. ‫שעַּר ה ִָראשֹון‬


ַּ ֶּ֫ ‫מְקֹום‬o local do Primeiro Portão
Zc 14.10

20. ‫ ָחצֵּר ַּהגְדֹולָה‬o Grande Pátio


1Rs 7.12

21. ‫דֶֶּ֫ ֶרְך הַּטֹובָה ְו ַּהיְש ָָרה׃‬o caminho bom e direito


1Sm 12.23

22. ‫שבִיעִי‬
ְ ‫יֹום ַּה‬o sétimo dia
Êx 20.10

23. ‫רּו ַּח ה ָָרעָה‬o mau espírito


1Sm 16.23

24. ‫ ָקנֶה הַּטֹוב‬a doce cana


Jr 6.20

14.3.2 Uso Predicativo

a Numa oração sem verbo, um adjetivo predicativo serve para marcar uma afirmação
acerca do sujeito da oração. O predicativo geralmente precede o sujeito (## 1–3; mas cf. 8.4.2
e ## 4–5) e é sempre indefinido; caso contrário, ele concorda com o sujeito.
p 261 1. ‫צַּדִ יק ַּאתָה‬Tu és justo.
Jr 12.1

2. ‫ש ָּפ ֶֶּ֫טיָך‬
ְ ‫שר ִמ‬
ָ ָ ‫ ְוי‬Tuas leis são retas.
Sl 119.137

3. ‫ ַּרבָה ָרעַּת הָָאדָם‬A maldade do povo está


grande.

Gn 6.5

4. ‫ ְּוזַּהַּב ָה ֶָּ֫א ֶרץ ַּההִיא טֹו֑ ב‬O ouro dessa terra é bom.
Gn 2.12

5. ‫וְהֶ ָֽע ִָרים ְבצֻרֹות גְדֹֹלת מְא ֹד‬As


cidades são fortificadas e
muito grandes.

Nm 13.28

b Podemos aguçar nossa compreensão da oposição entre o adjetivo predicativo e o


adjetivo atributivo se considerarmos a classificação do adjetivo feita por vários eruditos
gregos. Platão e Aristóteles consideram os adjetivos como uma subclasse dos verbos,
enquanto os Alexandrinos os tratam como uma subclasse dos substantivos. Esta última
posição é fortalecida pelo aspecto estrutural da inflexão de um adjetivo como um substantivo,
com respeito a gênero e número, enquanto o primeiro ponto de vista vê um adjetivo como
uma predicação acerca do sujeito, como é um verbo. Ao colocar o adjetivo predicativo sem o
artigo antes do sujeito, posição típica do verbo, a língua hebraica acrescenta um argumento
em favor da posição de Platão e de Aristóteles, que observaram o adjetivo “predicativo”
funcionando como um verbo.

14.3.3 Uso Substantivo

a Tendo em vista que o limite entre adjetivos e substantivos não são fixos ou rígidos, é
comum encontrar substantivos que são mais utilizados como adjetivos em encaixes
substantivos.

b Adjetivos podem ocorrer como construtos, geralmente com uma força superlativa (14.5).
1. ‫ ַּח ְכמֵּי י ֹ ֲעצֵּי פ ְַּרע ֹה‬o
mais sábio dos conselheiros
de Faraó

Is 19.11

2. ‫ ָרעֵּי גֹוי ִם‬os piores das nações


Ez 7.24

3. ‫ ְקט ֹן ָבנָיו‬o mais jovem dos seus filhos


2Cr 21.17

4. ‫ ֲח ִמשָה ַּח ֻלקֵּי־ ֲא ָבנִים‬cinco pedras lisas


1Sm 17.40

Eles podem ser usados na função genitiva após um construto.

5. ‫חֵּיל ָכבֵּד‬uma grande força


2Rs 18.17

p 262 6. ‫י ֵּין הַּטֹוב‬o melhor vinho


Ct 7.10

7 .‫צִיצַּת נֹבֵּל‬flor murchada


Is 28.4

8. ‫כָל־בֵּית גָדֹול‬toda grande casa


2Rs 25.9

9. ‫כ ֹל ְכלֵּי ַּה ָק ָ ֑טן‬todos os recipientes menores


Is 22.24

10. ‫מֵּי ַּהמ ִָרים‬a água amarga


Nm 5.18

11. ‫גְאֹון ַּעז ִים‬uma besta feroz (lit., o orgulho


do forte)

Ez 7.24

c Os adjetivos ocorrem em outras construções substantivo-substantivo. Um adjetivo usado


como um substantivo em aposição se coloca antes de seu apositivo e, assim, pode ser
distinguido de um adjetivo atributivo.

12. ‫ ֲענִּי ָה ֲענָתֹות‬Ó pobre Anatote


Is 10.30

13. ‫שקָה בְתּולַּת בַּת־צִידֹון‬


ָ ‫ ַּה ְמ ֻע‬Ó oprimida, Virgem Filha Sidon
Is 23.12

14. ‫צַּדִ יק ַּעבְדִ י‬um homem justo, meu servo


Is 53.11

15. ‫ש ְבעִים אִיש ַּהז ְ ֵּק ִנ֑ים‬


ִ os setenta anciãos
Nm 11.25

Um adjetivo pode servir como um acusativo de especificação (10.2.2e).

16. ‫שלָה‬
ֵּ ‫ ַּהז ְר ֹ ַּע ְב‬a espádua quando está cozida
Nm 6.19
17. ‫ ַּכּי ָם נִג ָ ְ֑רש‬como o mar em fúria
Is 57.20

18. ‫ ַּל ְחמָם ט ֵּ ָ֑מא‬o seu pão com imundícia


Ez 4.13

19. ‫ ְבבָתֵּ יכֶם סְפּו ִנ֑ים‬em suas casas com painéis


Ag 1.4

20. ‫דִ בַּת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ָר ָ ֑עה‬umrelatório da terra com


referência para mal

Nm 14.37

p 263 d Há alguns substantivos que têm sentidos diferentes dependendo do modo como
sejam usados: como adjetivos ou como substantivos.

21a. ‫ֵּירמִם ֵּ ֑הם‬


ֻ ‫ע‬Eles estavam nus.
Gn 3.7

21b. ‫ ְבעֵּיר ֹם‬em nudez


Dt 28.48

22a. ‫ ֵּמ ֶֶּ֫א ֶרץ ְרחֹוקָה‬de uma terra distante


1Rs 8.41

22b. ‫ ָרחֹוק י ִ ְחי ֶה בֵּינֵּיכֶם ּובֵּינָיו‬Haverá um espaço entre vós e


ela.

Js 3.4 Qere
23a. ‫ ֶו ְחי ֵּה תָ מִים‬e sê perfeito
Gn 17.1

23b. ‫בְתָ מִים‬em inculpabilidade


Jz 9.16

Mais freqüentemente, um adjetivo não exibe este tipo de variação de sentido, e os


substantivos de acompanhamento esperados podem ser omitidos, especialmente se estes
forem amplamente genéricos.

24. ‫ ַּרבִים ָקמִים ָעלָי׃‬Muitos [pessoas] estão se


revoltando contra mim.

Sl 3.2

Em alguns casos, o adjetivo permanece onde nenhum substantivo concreto poderia servir.

25. ‫ ֲאשֶר־ ָלבָן בֹו‬que tinha branco [viz., coisa]


nele

Gn 30.35; cf. 30.37

O uso pode ser poético: na figura de anthimeria (um tipo de metonímia, [o uso de uma palavra
de uma classe como se fosse membro de outra; tipicamente o uso de um substantivo como
verbo ou de um adjetivo como um substantivo]), um substantivo esperado é substituído por
um adjetivo que descreve alguma característica essencial do substantivo suprimido.

26. ‫ְחפ ְָרה ַּה ְל ָבנָה ּובֹושָה ה ַַּּח ָ ָֽ֑מה‬


ָֽ ָ ‫ו‬O branco [lua] será
envergonhado, o calor [do sol]
envergonhado.

Is 24.23

27. ‫עַּל־קַּל נ ְִרכָב‬Nós montaremos sobre um


rápido (corcel).
Is 30.16

14.4 Grau Comparativo

No português e em outras línguas européias, o adjetivo forma três graus por inflexão:

grau exemplo

absoluto jovem

comparativo mais jovem do que

superlativo o mais jovem

p 264 Também há equivalentes frasais dos dois graus maiores, por exemplo, ‘mais jovem’
‘muito mais jovem’ e, ocasionalmente, há equivalentes com ‘menos’ e ‘muito menos’. O
hebraico não possui esquema inflexivo algum para os graus maiores de adjetivos e, em lugar
disto, utiliza diversos recursos sintáticos.

b O uso do grau comparativo envolve pelo menos a existência de entidades comparadas


(e.g., ‘Josué é mais jovem do que Moisés’). Em alguns casos, a esfera da comparação deve ser
tornada explícita (por exemplo, ‘Moisés é maior do que Josué como um líder / em liderança,
etc.’): a preposição ‫ מִן‬é quem faz essa explicitação no hebraico.

c Em uma comparação situacional, a estrutura lógica geralmente não é especificada,


necessitando ser deduzida do contexto. A oração isolada ‫ מַּה־טֹוב ָלכֶם‬pode ser tomada
como significando ‘O que é bom para ti?’, mas se é seguida por alternativas, é possível que
‫ טֹוב‬tenha o significado de ‘melhor’.
1. ‫מַּה־טֹוב ָלכֶם ַּהמְש ֹל ָבכֶם‬Que é melhor para vós - que
‫ש ְבעִים אִיש … אִים־ ְמש ֹל‬ ִ setenta homens dominem
sobre vós… ou um único
‫ ָבכֶם אִיש ֶא ָ ֑חד‬homem domine sobre vós?

Jz 9.2
Semelhantemente, ‫ בְקֹול־גָדֹול‬pode significar ‘em alta voz’, mas num contexto de choro
prolongado, um sentido comparativo pode ser discernido.

2. ‫ק ְִראּו בְקֹול־גָדֹול‬Chore mais ruidosamente.


1Rs 18.27, cf. v. 26

Verbos estativos também podem ser usados em comparações situacionais.

3. ‫ל ַָּרב תַּ ְרבֶה נַּ ֲחלָתֹו ְו ַּל ְמעַּט‬Para o grupo maior darás
‫תַּ ְמעִיט נַּ ֲחל ָ֑תֹו‬herança maior, e para o grupo
menor darás herança menor.

Nm 26.54

d Quando o substantivo em que se baseia a comparação está expresso, ele vem precedido
da preposição ‫מִן‬, o chamado “min comparativo” (11.2.11e). Esta preposição denota ‘longe
de’; a comparação é vista de fora, à distância. Ela pode indicar uma comparação positiva, na
qual tanto o sujeito como a coisa comparada possuem a qualidade expressa pelo adjetivo, com
o sujeito a possuindo num grau maior.

4. ‫שתֶ ם גֹוי ִם גְדֹולִים ַּו ֲע ֻצמִים‬ִ ‫ִיר‬


ִ ‫ו‬despojarás nações maiores e
‫ ִמכֶם׃‬mais poderosas do que tu.
Dt 11.23

5. ‫מַּה־מָתֹוק ִמדְ בַּש ּומֶה עַּז ֵּמ ֲא ִ ֑רי‬O


que é mais doce do que o
mel? E o que é mais forte do
que um leão?

Jz 14.18

p 265 Freqüentemente, comparações positivas são compostas com verbos estativos.

6. ‫ ֶאגְדַּ ל ִמ ֶֶּ֫מָך׃‬Eu serei maior do que tu.


Gn 41.40
7. ‫ ְוגַּם־הּוא יִג ָ ְ֑דל וְאּולָם ָאחִיו‬Ele também será grande;
‫ ַּה ָקטֹון יִגְדַּ ל ִמ ֶֶּ֫מנּו‬contudo, o seu irmão mais novo
será maior do que ele.

Gn 48.19

8. ‫ ְויִש ְָראֵּל ָאהַּב אֶל־ֹוסֵּף ִמכָל־‬Agora Israel amou a José mais

‫ ָבנָיו‬que todos os seus filhos.


Gn 37.3

9. ‫ ִמנְש ִָרים ֶַּּ֫קלּו ֵּמא ֲָריֹות ָג ֵֶּּ֫ברּו׃‬Eles eram mais ligeiros do que
as águias; mais fortes que os
leões.

2Sm 1.23

10. ‫טֹוב לִי ָאז ֵּמ ֶָּ֫עתָה׃‬Era


melhor para mim do que
agora.

Os 2.9

11. ‫( ַּהנֶ ֱח ָמדִ ים ִמזָהָב ּומִיּפַּז ָ ֑רב‬Eles são) mais preciosos do que
‫ּומְתּוקִים ִמדְ בַּש‬o ouro, mais do que muito ouro
bom; são mais doces do que o
mel.

Sl 19.11

Às vezes o adjetivo do qual ‫ מִן‬depende logicamente é omitido e deve ser suprido a partir do
contexto.

12. ‫ש ֶַּּ֫לי ִם‬


ָ ‫ּו ְפסִילֵּיהֶם מִירּו‬As suas imagens eram (mais) do
que as de Jerusalém.

Is 10.10

13. ‫י ָשר ִממְסּוכָה‬A pessoa mais reta (é pior) do


que uma cerca viva de espinho.

Mq 7.4

14. ‫ ָּֽו ִמ ָצה ֳֶַּּ֫רי ִם י ָקּום ֶָּ֫ ֑חלֶד‬Tua vida será (mais clara) que o
meio-dia.

Jó 11.17

e Numa comparação de exclusão, somente o sujeito possui a qualidade conotada pelo


adjetivo ou verbo estativo, a ponto de excluir a coisa comparada.

15. ‫צָ ָֽדְ קָה ִמ ֶֶּ֫מנִי‬Ela está no direito, não eu.


Gn 38.26

16. ‫ת־רחֵּל ִמל ָ ֵּ֑אה‬


ָ ‫ ַּוּי ֶ ֱאהַּב גַּם־ ֶא‬Ele amou a Raquel mais do que
Lia.

Gn 29.30

17. ‫ש ֶקר ִמדַּ בֵּר‬


ֶ ֶּ֫ ‫ָא ֶַּּ֫הבְתָ ָרע מ ִ֑טֹוב‬Tu amas o mal em lugar do
‫ ֶֶּ֫צדֶק‬bem, falsidade em lugar da
oração do que é certo.

Sl 52.5

p 266 18. ‫כִי … ָח ֶַּּ֫פצְתִ י … דֶַּּ֫ עַּת אֱֹלהִים‬Pois… eu quero… o


‫מֵּע ֹלֹות׃‬conhecimento de Deus, não
ʿōlôt.

Os 6.6

19. ‫וַּתִ ְבחַּר ַּמ ֲחנָק נַּפ ִ ְ֑שי ֶָּ֫מוֶת‬Assim eu


escolho o
‫ ֵּמ ַּעצְמֹותָ י׃‬estrangulamento
e morte em
lugar de meus ossos.

Jó 7.15
20. ‫ָה־בּה‬
֑ ָ ‫ש ְלו‬ַּ ‫טֹוב ּפַּת ח ֲֵּרבָה ְו‬Um bocado seco com paz e
ִ ‫ ִמ ֶַּּ֫בי ִת ָמלֵּא ז ִ ְבח‬tranqüilidade do que uma casa
‫ֵּי־ריב׃‬
cheia com discussão.

Pv 17.1

f Um terceiro uso do min comparativo ocorre naqueles contextos nos quais o sujeito é
comparado a um objeto ou alvo a ser alcançado, caso em que o sujeito pode ser mais capaz do
que o desafio ou menos capaz do que ele: tal é a comparação de capacidade. Neste uso,
verbos estativos são muito mais comuns do que adjetivos.

21. ‫ ְואִם־י ִ ְמעַּט ַּה ֶַּּ֫בי ִת ִמהְי ֹת ִמשֶה‬Se


qualquer casa for muito
pequena para um cordeiro…

Êx 12.4

22. ‫ ֶָּ֫גבְרּו ֶּ֑֫ ֶמנִי‬Eles são muito fortes para mim.


Sl 65.4

23. ‫י ָרּום ִמ ֶמנִי‬É muito alto para mim.


Sl 61.3

24. ‫ ֲה ָקצֹור ָקצ ְָרה י ָדִ י ִמּפְדּות‬É minha mão muito curta para
executar redenção?

Is 50.2

25. ‫ ֲהי ִ ָּפלֵּא מֵּיהוה דָ ָ ֑בר‬Qualquercoisa é muito difícil


para YHWH?

Gn 18.14

26. ‫ ָק ֶּ֫ט ֹנְתִ י מִכ ֹל ַּה ֲחסָדִ ים‬Eu sou indigno de todo o amor.
Gn 32.11
Este uso é freqüente com infinitivos.

27. ‫גָדֹול עֲֹונִי ִמנְש ֹא׃‬Meu castigo é mais do que eu


posso suportar.

Gn 4.13

28. ‫שבֶת יַּח ָ ְ֑דו‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ָהי ָה ְרכּושָם ָרב ִמ‬Os seus bens eram muito
grandes para permanecerem
juntos.

Gn 36.7

29. ‫ ִמזְבַּח ַּהנ ְֶּ֫חשֶת … ָקט ֹן מֵּ ָֽ ָהכִיל‬O altar de bronze… era muito
‫ ֶאת־הָעֹלָה‬pequeno para comportar a
ʿōlâ…

1Rs 8.64

p 267 30. ‫ ַּרב ָהעָם … ִמתִ תִ ֶאת־ ִמדְ י ָץ‬As pessoas também são muitas
‫ ְבי ָ ָ֑דם‬para eu … entregar os
midianitas nas suas mãos.

Jz 7.2

Às vezes é difícil distinguir entre uma comparação positiva e uma comparação de capacidade.

31. ‫ ָע ֶַּּ֫צ ְמתָ ִמ ֶֶּ֫מנּו מְא ֹד׃‬Tu


és muito, muito poderoso
para nós. / Tu és muito mais
poderoso do que nós.

Gn 26.16

32. ‫מַּר־לִי מְא ֹד ִמכֶם‬Eu sou muito, muito amarga


para ti. / Eu tenho mais
amargura do que tu.

Rt 1.13
14.5 Grau Superlativo

a Há dois tipos de superlativos, o superlativo comparativo e o superlativo absoluto. No


primeiro, alguma pessoa ou objeto é julgado ultrapassando todos os outros em sua classe com
respeito a alguma qualidade; no último, alguma pessoa ou coisa é julgada excedente em
alguma qualidade, estado ou condição. Analisaremos estes dois tipos de superlativo e
mencionaremos as expressões empregadas para cada um.

b O superlativo absoluto pode ser expresso com o cognato genitivo sem artigo: um
substantivo cognato singular fica antes do mesmo substantivo no plural, sem artigo. (Uma
determinada cadeia construta expressa um superlativo comparativo; veja 9.5.3j e 14.5d.)

1. ‫ ֲהבֵּל ֲה ָבלִים‬futilidade de futilidade,


absoluta futilidade

Ec 1.2

2. ‫ ֶֶּ֫עבֶד ֲעבָדִ ים‬servo


de servos, um servo
desprezível

Gn 9.25

3. ‫ ְל ֵֶּּ֫נצַּח נְ ָצחִים‬para sempre e sempre


Is 34.10

4. ‫ ְצבִי ִצבְאֹות‬mais formosa


Jr. 3.19

5. ‫סֹור ִרים‬
ְ ‫ס ֵָּרי‬rebeldes endurecidos
Jr 6.28

Dois substantivos de sentidos relacionados podem ser usados semelhantemente.

6. ‫ ָֽחשְֶך־ ֲא ֵּפלָה‬uma grossa escuridão


Êx 10.22

7. ‫ ֵּמהֲדַּ ר גְא ֹנֹו‬de sua majestade esplendorosa


Is 2.10

8. ‫שוְא‬
ָ ‫ ַּה ְבלֵּי־‬vaidades vãs, vaidades inúteis
Jn 2.9

p 268 9. ‫ש ְמחַּת גִילִי‬


ִ A alegria do meu regozijo,
minha excelente alegria

Sl 43.4

O termo ‫( מְא ֹד‬ou ‫ )עַּד־מְא ֹד‬pode ficar após um adjetivo que estiver sendo usado como um
superlativo absoluto.

10. ‫טֹוב מְא ֹד‬muito bom


Gn 1.31

11. ‫אִיש ב ִָריא מְא ֹד׃‬um homem muito gordo


Jz 3.17

12. ‫ ְו ַּהנַּע ֲָרה יָפָה עַּד־מְא ֹ֑ד‬Ajovem era extremamente


formosa.

1Rs 1.4

13. ‫וַּתְ הִי ַּה ִמ ְל ָחמָה ָקשָה עַּל־מְא ֹד‬A batalha era muito feroz.
2Sm 2.17
14. ‫עֲֹון … גָדֹול ִבמְא ֹד מְא ֹד‬O pecado … é excessivamente
grande

Ez 9.9

Diversos nomes divinos podem ser usados de modo semelhante: “Um tipo de superlativo de
sentido”, como A. B. Davidson observou, “é dado a uma palavra relacionando-a ao nome
divino. Provavelmente, a idéia era que Deus originou a coisa … ou que ela pertencia a ele, e,
portanto, era extraordinária. Às vezes o significado parece estar ‘sob a apreciação de Deus’ ”.

15. ‫נְשִיא אֱֹלהִים‬Um príncipe poderoso


Gn 23.6

16. ‫ח ְֶר ַּדת אֱֹלהִים‬tremor muito grande


1Sm 14.15

17. ‫ה ְַּר ֵּרי־אֵּל‬grandes montanhas


Sl 36.7

18. ‫גַּן־יהוה‬um esplêndido jardim


Is 51.3

19. ‫עִיר־גְדֹולָה לֵּאֹלהִים‬excessivamente uma grande


cidade

Jn 3.3

O mesmo uso pode ser observado com termos referentes à realeza.

20. ‫בֵּית זְבֻל‬uma mansão (lit., casa de um


príncipe)

1Rs 8.13
p 269 Superlativos absolutos com um sentido negativo podem ser formados com ‫מּות‬
‘agonizante’, ‫ֶָּ֫מוֶת‬ ‘morte’, e ‫שְא ֹל‬ ‘Sheol’; compare no português ‘fadado à morte,
mortalmente entorpecido, diabolicamente esperto’

21. ‫וַּתִ ְקצַּר נַּפְשֹו לָמּות׃‬Sua alma estava angustiada até


a morte (i.e., Ele não podia
suportar mais isto).

Jz 16.16

22. ‫ח ָ ָָֽרה־לִי עַּד־ ֶָּ֫מוֶת׃‬Eu estou irado ate à morte (i.e.,


Eu não podia estar mais irado).

Jn 4.9

23. ‫כִי־ ַּעז ָה ַּכ ֶָּ֫מוֶת ַא ֲהבָה‬O amor é forte como a morte
(i.e., Amor é excessivamente
forte).

‫ ָקשָה ִכשְאֹול ִקנ ָ ְ֑אה‬O ciúme é cruel como a


sepultura (i.e., Ciúme é
profundamente cruel).

Ct 8.6

24. ‫ ֶח ְבלֵּי שְאֹול‬dores do Sheol (i.e., dores


infernais)

Sl 18.6

25. ‫ש ִֶּּ֫פילִי עַּד־שְאֹול׃‬


ְ ַּ‫וַּת‬Tu humilhas a ti mesmo até ao
inferno (i.e, Tu humilhaste a ti
mesmo até as mais baixas
profundidades [sem localidade
precisa à vista]).

Is 57.9
c O superlativo comparativo refere-se a um grupo, embora esse grupo possa ser discreto e
óbvio (e assim não ser expresso) ou difuso e difícil de descrever (e assim ser inexpressável). O
caso mais simples deste tipo de superlativo envolve um adjetivo definido.

26. ‫ ַּה ָקט ֹן‬o mais novo [filho]


Gn 42.13

27. ‫בִתִ י ַּהגְדֹולָה‬minha filha mais velha


1Sm 18.17

28. ‫ ָהעִיר ַּהקְרֹבָה‬a cidade mais próxima


Dt 21.3

29. ‫ז ֵּיתֵּ יכֶם הַּטֹובִים‬tuas melhores oliveiras


1Sm 8.14

30. ‫הֲֹלא ֲאח ֹתָ ּה ַּה ְק ַּטנָה טֹובָה‬Não é a sua irmã mais nova /
‫ ִמ ֶֶּ֫מנָה‬sua irmã mais nova melhor do
que ela?

Jz 15.2

Um superlativo comparativo também pode ser formado com um adjetivo que se torna definido
por um sufixo pronominal (## 31–32) ou como o primeiro termo de uma cadeia construta
definida (## 33–35).

p 270 31. ‫ ִמ ְק ַּטנָם ְועַּד־גְדֹולָם‬do menor deles até o maior


Jr 6.13

32. ‫ ִמגְדֹולָם ְועַּד־ ְק ַּטנָם׃‬do maior deles até o menor


Jn 3.5
33. ‫גְדֹלֵּי ָהעִיר‬os principais homens da cidade
2Rs 10.6

34. ‫ ְקט ֹן ָבנָיו‬o mais novo de seus filhos


2Cr 21.17

35. ‫הֲלֹוא בֶן־יְמִינִי ָאנֹכִי ִמ ַּק ַּטנֵּי‬Eu não sou um benjamita, da


‫ִשראֵּל‬ ִ menor das tribos de Israel?
ָ ‫ש ְבטֵּי י‬
1Sm 9.21

Um tipo frasal semelhante inclui um adjetivo definido, com o grupo prefixado por ‫ב‬.

36. ‫ ַּהּיָפָה ַּבנָשִי֑ ם‬a mais formosa entre as


mulheres

Ct 1.8; 5.9

37. ‫ ָהאִיש ה ַָּרְך בְָך‬o homem mais delicado entre ti


Dt 28.54

38. ‫ ְכשֵּם ַּהגְדֹלִים ֲאשֶר ָב ֶָּ֫א ֶרץ׃‬Como o nome dos maiores


(homens) na terra

2Sm 7.9

d O superlativo genitivo tem um sentido comparativo se o substantivo plural, o genitivo,


for definido.

39. ‫ ֶּ֫ק ֹדֶ ש ַּה ֳקדָ שִים‬o lugar mais santo


Êx 26.33

40. ‫ִירים‬
ִ ‫שִיר ַּהש‬o cântico mais excelente
Ct 1.1

41. ‫נְשִיא נְשִיאֵּי ַּה ֵּלוִי‬o principal líder do Levitas


Nm 3.32

42. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬


ָ ‫שמֵּי ַּה‬
ְ os céus mais altos
1Rs 8.27

Uma frase construta também pode ser usada com ‫ מִכ ֹל‬permanecendo antes do genitivo.

43. ‫ ְו ַּהנָחָש ָהי ָה עָרּום מִכ ֹל ַּחּי ַּת‬Agora a serpente era a mais
‫שדֶה‬ָ ‫ ַּה‬astuta de todas as bestas.
Gn 3.1

44. ‫ָארּור ַּאתָ ה ִמכָל־ ַּה ְב ֵּהמָה‬Amaldiçoado sejas tu acima de


todos os animais domésticos.

Gn 3.14

45. ‫וְהּוא נִ ְכבָד מִכ ֹל בֵּית ָאבִיו׃‬Ele era o mais honrado de toda
a casa de seu pai.

Gn 34.19

p 271 46. ‫שכַּל דָ וִד מִכ ֹל ַּעבְדֵּ י שָאּול‬


ָ Davi lograva mais êxito do que
todo o resto dos servos de Saul.

1Sm 18.30

Frases com ‫ מכל‬também podem seguir os verbos estativos.

47. ‫עָק ֹב ַּהלֵּב מִכ ֹל‬Enganoso é o coração, mais do


que todas as coisas.
Jr 17.9

48. ‫ ַּוּיִגְבַּּה ִמכָל־ ָהעָם‬Era o mais alto e sobressaía de


todo o povo.

1Sm 10.23

e Finalmente, um superlativo comparativo pode utilizar termos abstratos de qualidade,


com um sufixo (# 49) ou um genitivo definido (## 50–53).

49. ‫טֹובָם ִכ ֵֶּּ֫חדֶק‬Omelhor deles era como um


espinheiro.

Mc 7.4

50. ‫טּוב ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬o melhor da terra de Egito
Gn 45.18

51. ‫ש ִלשָיו‬
ָ ‫ ִמ ְבחַּר‬seus (de Faraó) escolhidos
oficiais [capitães]

Êx 15.4

52. ‫ ֵּראשִית גֹוי ִם ֲע ָמלֵּק‬Amalaque é o primeiro das


nações.

Nm 24.20

53. ‫ ֵּראשִית הַּגֹוי ִם‬a principal das nações


Am 6.1

p 272 15
Numerais
15.1 Introdução

15.2 Cardinais

2.1 Cardinais ‘Um,’ ‘Dois’

2.2 Cardinais de ‘Três a Dez’

2.3 Cardinais de ‘Onze a Dezenove’

2.4 Cardinais Decimais

2.5 Cardinais Maiores

2.6 Determinação e Cardinais

15.3 Ordinais

3.1 Padrões

3.2 Datas

15.4 Multiplicativos

15.5 Frações

15.6 Expressões Distributivas

15.1 Introdução

a Numerais ou palavras numéricas são as expressões lingüísticas de enumeração. Da


mesma maneira que a enumeração geralmente envolve números inteiros, assim todos os
numerais são de extrema importância na língua. As unidades também são muito importantes
uma vez que a enumeração as inclui com muita freqüência, e elas demonstram mais
complexidades lingüísticas.

b Há duas séries principais de palavras numéricas. A série mais importante, os cardinais,


expressa uma quantidade, ‘um, dois, três’; no hebraico, eles são geralmente substantivos
(15.2). Os ordinais numa série expressam grau, qualidade ou posição, ‘primeiro, segundo,
terceiro’; estes, no hebraico, são adjetivos (15.3). Depois de rever os conjuntos numéricos
ordinais e cardinais, trataremos resumidamente dos multiplicativos p 273 (‘dobro, sétuplo’;
15.4) das frações (‘metade, um terço’; 15.5), como também das expressões distributivas (‘seis
por pessoa’; 15.6).

c Dois pontos importantes fora de nossa alçada requerem atenção. Primeiro, no hebraico e
nas línguas semíticas em geral, os numerais quase não representam qualquer papel na
formação de uma palavra, e as complexidades associadas a prefixos numéricos no português
(ex.: ‘unilíngüe, monociclo; dicotômico, bicicleta; tripé, multirracial, polissílabo’) são evitados.
Segundo, na Bíblia os numerais são sempre expressos de forma completa. Nos tempos bíblicos,
pelo menos, dois sistemas de sinais numéricos estavam em uso: sinais hieráticos de traços e
pontos (// = 2) e sinais com letras numéricas (‫ = ב‬2); contudo, não há vestígios de quaisquer
dos dois sistemas no texto bíblico, e todos os números editoriais pertencem ao período
medieval. Desta forma, os pesquisadores da Bíblia nunca terão dúvida acerca da forma
lingüística do número, como freqüentemente ocorre com os estudiosos de outros textos
antigos.

15.2 Cardinais

a Os cardinais das unidades ‘um’ e ‘dois’ são os mais complexos. Os cardinais de ‘três a
dez’ são basicamente substantivos, flexionados em gênero e usados tanto nas formas
absolutas como nas formas construtas. Os cardinais de ‘onze a dezenove’ são compostos, e os
cardinais decimais são geralmente o plural das unidades. Os cardinais maiores apresentam um
pouco de complexidade, mas são basicamente combinações regulares.

Cardinais ‘Um’, ‘Dois’

a ‘Um’ ‫ אֶ חָד‬/ ‫( ַאחַּת‬construtos ‫ ַאחַּד‬/ ‫ )ַאחַּת‬é o cardinal mais adjetival, embora possa ser
usado como um substantivo. Quando usado como um adjetivo atributivo, seguindo o
substantivo que modifica, ele tem uma variedade de sentidos. Depois de um substantivo
indefinido o sentido é na maioria das vezes indefinido mas específico (cf. 13.8).

1. ‫שפָה ֶאחָת‬
ָ uma certa (específica) língua
Gn 11.1

p 274 2. ‫אִיש ֶאחָד‬um certo homem


Jz 13.2; 18.19

3. ‫ ִאשָה ַאחַּת‬uma certa mulher


2Rs 4.1

4. ‫שמּואֵּל ֶֶּ֫אבֶן ַאחַּת‬


ְ ‫ ַּוּיִקַּח‬ESamuel tomou uma certa
pedra.

1Sm 7.12
5. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬
ְ ‫ֹלא־לְיֹום ֶאחָד וְֹלא ִל‬não em um dia ou dois
Ed 10.13

Com menor freqüência, um substantivo indefinido com ‫ אחד‬pode ter uma força enfática, de
contagem.

6. ‫שנֵּיהֶם׃‬
ְ ‫בְיֹום ֶאחָד י ֶָּ֫מּותּו‬Em um único dia, eles morrerão
– os dois!

1Sm 2.34

7. … ‫ַאח ֲֵּרי מִי יָצָא ֶֶּ֫מלְֶך יִש ְָראֵּל‬Após quem saiu o rei de Israel
‫ …ַאח ֲֵּרי ּפ ְַּרע ֹש ֶא ָחד׃‬contra uma única pulga?
1Sm 24.14

O substantivo indefinido mais ‫אחד‬ tem um sentido definido no capítulo de abertura de


Gênesis: ‫אחָד‬
ֶ ‫‘ יֹום‬o primeiro dia’ (Gn 1.5); este padrão não é encontrado em nenhuma outra
parte – mesmo o restante do relato utiliza substantivos indefinidos com números ordinais (Gn
1.8,13, etc,).

b Com um substantivo definido, ‫ אחד‬serve (como um ordinal) para enumerar a primeira


de um pequeno número de coisas (## 8–9). Nessa construção o substantivo pode ser elidido
depois de uma menção recente (# 10), o artigo pode ser omitido do adjetivo (# 11; 14.3.1c).

8. ‫הַּטּור ָה ֶאחָד‬aprimeira ordem [de quatro


ordens]

Êx 39.10

9. ‫[ ַּהנָהָר] ֶאחָד‬o primeiro [rio de quatro rios]


Gn 2.11; cf. v.v. 13,14

10. ‫הָר ֹאש ֶאחָד‬uma companhia [de três


companhias]

1Sm 13.17

c Como um adjetivo atributivo pode possuir também o sentido de ‘único’ (# 11) e como um
adjetivo predicativo o sentido de ‘só’ (# 12) ou de ‘integral (i.e., tendo integridade)’ (# 13).

11. ‫נְצִיב ֶאחָד ֲאשֶר ָב ֶָּ֫א ֶרץ׃‬O único governador na terra


1Rs 4.19

12. ‫י ִ ְהי ֶה יהוה ֶאחַּד‬YHWH será um só.


Zc 14.9

13. ‫יהוה … ֶאחָד׃‬YHWH … é um


Dt 6.4

d O adjetivo ‫אחד‬ forma um plural. Em um uso aproximado da forma singular numa


construção específica indefinida, o plural tem um sentido semelhante (# 14). Noutro p 275

lugar o plural é usado numa expressão de tempo, ‫ יָמִים אֲ חָדִ ים‬o sentido aqui, também, é
indefinido mas específico, ‘alguns dias, um pouco de tempo’ (# 15).

14. ‫שפָה ֶא ָ ֑חת ּודְ ב ִָרים ֲאחָדִ ים׃‬


ָ uma certa língua e certo
vocabulário

Gn 11.1

15. ‫ ַּוּיִהְיּו ְבעֵּינָיו ְכיָמִים ֲאחָדִ ים‬Estes


(os sete anos) lhe
pareceram como poucos dias.

Gn 29.20

e Relacionado com o uso adjetivo atributivo de ‫ אחת‬está um pequeno grupo de usos


adverbiais.
16. ‫ש ֶַּּ֫בעְתִי‬
ְ ִ‫ ֶַּּ֫אחַּת נ‬Uma vez (por todas) jurei.
Sl 89.36

17. ‫שתֶָּ֫ י ִם׃‬


ְ ‫ֹלא ַאחַּת וְֹלא‬Em
várias ocasiões (lit., nem
uma ou duas vezes)

2Rs 6.10

f Os usos substantivos de ‫אחד‬/‫ אחת‬envolvem principalmente frases construtas. A palavra


numérica pode preceder um substantivo plural (## 18–20) ou estar no genitivo (## 21–22).

18. ‫ַאחַּד ֶהה ִָרים‬uma das montanhas


Gn 22.2

19. ‫בְַאחַּד הַּב ֹרֹות‬em uma das covas


Gn 37.20

20. ‫שפְח ֹתֶֶּ֫ יָך‬


ְ ‫כְַאחַּת‬como uma das tuas servas
Rt 2.13

21. ‫שּפַּט ֶאחָד‬


ְ ‫ ִמ‬um julgamento
Lv 24.22

22. ‫ ֲארֹון ֶאחָד‬uma arca


2Rs 12.10

g Certas noções de unidade são expressas com palavras relacionadas a ‫אחד‬,


aparentemente derivadas de uma raiz secundária, ‫ ;יחד‬a chave da expressão adverbial de
reciprocidade é ‫יַּחַּד‬, ‫‘ יַּחְדָ ו‬junto, como um’. O número cardinal raramente é usado neste
modo.
23. ‫זְאֵּב ְו ָטלֶה י ְִרעּו ְכ ֶאחָד‬O lobo e o cordeiro se
apascentarão como um.

Is 65.25

h O numeral ‘dois’ é um quebra-cabeça morfológico: por tradição, pelo menos, o sheva


inicial em ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬
ְ (pausal ‫ש ֶָּ֫ני ִם‬
ְ ) e ‫שנֵּי‬
ְ é vocálico (šənáyim), enquanto o sheva em ‫שתֶַּּ֫ י ִם‬
ְ
(pausal ‫שתֶָּ֫ י ִם‬
ְ ) e ‫שתֵּ י‬
ְ é de fechamento de sílaba (štáyim). O numeral é morfologicamente
dual; ele concorda em gênero com o substantivo a que se refere, e pode receber um sufixo.

p 276 i Como um substantivo o numeral pode ocorrer como o primeiro termo de uma
cadeia construta (## 24–27) ou com um sufixo pronominal (# 28; cf. 9.5.3f).

24. ‫שנֵּי נְע ָָריו‬


ְ seus dois servos
Gn 22.3

25. ‫שנֵּי ה ֶָּ֫ע ֹמֶר‬


ְ dois gômeres
Êx 16.22

26. ‫שתֵּ י־ ֶֶּ֫לחֶם‬


ְ dois (pedaços) de pão
1Sm 10.4

27. ‫שתֵּ י־ ֵֶּּ֫אלֶה‬


ְ ambas, estas duas (coisas)
Is 47.9

28. ‫שנֵּיהֶם‬
ְ os dois
Gn 2.25

O genitivo é geralmente plural; os exemplos ## 25–26 são excepcionais. Com o numeral ‘um’,
assim como o ‘dois’, ambos podem ocorrer como o segundo termo de uma frase construta,
embora esse uso seja raro.
29. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם עֵּדִ ים‬
ְ ‫עַּל־ּפִי‬pela boca de duas testemunhas
Dt 17.6

30. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬


ְ ‫ּפִי‬duas porções (de uma herança)
Dt 21.17

O numeral também é um substantivo no uso absoluto: ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬


ְ ‘um par’ (Gn 7.2), ‫שתֶַּּ֫ י ִם‬
ְ ‘em
duas ocasiões’ (Jó 40.5).

j A maior parte da utilização adjetival do numeral envolve a forma absoluta ocorrendo


tanto antes (## 31–32) quanto depois (## 33–34) do substantivo plural a que se refere; a
variação de posição sugere que tais frases poderiam ser chamadas de aposicionais como
também de adjetivais.

31. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם חֳדָ שִים‬


ְ dois montes
1Rs 5.28

32. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם כ ְֻרבִים‬


ְ dois querubins
Êx 25.18

33. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם תְ מִימִם׃‬


ְ ‫ ְואֵּילִם‬dois carneiros sem defeito
Êx 29.1

34. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬


ְ ‫שנָה‬
ָ ‫ ְכ ָבשִים ְבנֵּי־‬dois
cordeiros de um ano de
idade

Êx 29.38

p 277 Com menor freqüência, o numeral absoluto é usado com um substantivo singular.

35. ‫שנָי ִם‬


ְ ‫ ֶֶּ֫נפֶש‬duas pessoas
Gn 46.27
15.2.2 Cardinais de ‘Três a Dez’

a Os substantivos cardinais de ‘três a dez’ não apenas discordam do substantivo


enumerado, mas seguindo uma regra de oposição, têm o gênero morfológico contrário àquele
do substantivo.

com masculino com feminino

absoluto construto absoluto construto

três ‫שְלשָה‬ ‫ש ְֶּ֫לשֶת‬ ‫שָלש‬ ‫שְלש‬

quatro ‫ַאר ָבעָה‬


ְ ‫ַאר ֶַּּ֫בעַּת‬
ְ ‫ַארבַּע‬
ְ ‫ַארבַּע‬
ְ

cinco ‫ֲח ִמשָה‬ ‫ֲח ֵֶּּ֫משֶת‬ ‫ָחמֵּש‬ ‫ֲחמֵּש‬

seis ‫ששָה‬
ִ ‫ששֶת‬
ֵּ ֶּ֫ ‫שֵּש‬ ‫שֵּש‬

sete ‫ש ְבעָה‬
ִ ‫ש ְבעַּת‬
ִ ‫שבַּע‬
ֶ ֶּ֫ ‫שבַּע‬
ְ

oito ‫שמֹנָה‬
ְ ‫שמֹנַּת‬
ְ ‫שמֹנֶה‬
ְ [‫שמֹנֶה‬
ְ ]

nove ‫שעָה‬
ְ ִ‫ת‬ ‫שעַּת‬
ְ ִ‫ת‬ ‫תֵֶּּ֫ שַּע‬ ‫תְ שַּע‬

dez ‫ֲעש ָָרה‬ ‫ש ֶרת‬


ֶ ֶּ֫ ‫ֲע‬ ‫ֶֶּ֫עשֶר‬ ‫ֶֶּ֫עשֶר‬
Eles muitas vezes não concordam com o substantivo quanto à definibilidade. Podem ser
afixados à coisa relacionada de modos variados.

b Estes cardinais são usados no estado construto antes de um substantivo definido.

1. ‫ש ֶרת הַּדְ ב ִָרים‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ֲע‬as dez palavras
Êx 34.28

2. ‫ש ָבטִים‬
ְ ‫ש ֶרת ַּה‬
ֶ ֶּ֫ ‫ ֲע‬as dez tribos
1Rs 11.35; cf. v. 31

3. ‫ ֲח ֵֶּּ֫משֶת ַּמ ְלכֵּי ִמדְ ָי֑ן‬os cinco reis de Midiam


Nm 31.8

4. ‫ש ְבעַּת ָבנָיו‬
ִ seus sete filhos
1Sm 16.10

5. ‫ ֲחמֵּש ַּהי ְִריע ֹת‬cinco [de dez] cortinas


Êx 26.3,9; 36.10,16

p 278 O construto também precede coisas numeradas tomadas como um bloco, notadamente
os números cardinais maiores.

6. ‫שת יָמִים‬
ֶ ‫ש ְֶּ֫ל‬três dias (i.e., um trio de dias)
2Sm 24.13

7. ‫שְלש מֵּאֹות ש ָָנ֑ה‬trezentos anos


Gn 5.22

8. ‫ ֲח ֵֶּּ֫משֶת ֲא ָלפִים ִ ֑איש‬cinco mil homens


Js 8.12

9. ‫ ֲחמֵּש מֵּאֹות ֲאתֹונֹות‬quinhentas jumentas


Jó 1.3

Esses cardinais podem aparecer no estado absoluto antes de um substantivo indefinido plural
(## 10–12), especialmente em listagens (## 13–14), ou antes de substantivos coletivos singular
(## 15–16). Os termos que expressam unidade para mercadorias podem ser omitidos (## 17–
18). Finalmente, esses cardinais podem permanecer depois de um substantivo no estado
absoluto (## 19–21).

10. ‫שְלשָה ָבנִים‬três filhos


Gn 29.34

11. ‫שָלֹוש ע ִָרים‬três cidades


Dt 19.2

12. ‫ ֲח ִמשָה ֲאנָשִים‬cinco homens


2Rs 25.19

13. ‫ש ְבעָה ָבנִים ְושָלֹוש בָנֹות׃‬


ִ Sete filhos e três filhas
Jó 1.2

14. ‫ַאר ָבעָה ְמ ָלכִים ֶאת־ ַּה ֲח ִמשָה׃‬


ְ Quatro reis contra cinco
Gn 14.9

15. ‫ ֲח ִמשָה ָבקָר‬Cinco (cabeça de) gado


Êx 21.37
16. ‫שנָה‬
ָ ‫שמֹנֶה‬
ְ Oito anos
2Rs 8.17 Kethiv

17. ‫ ֲעש ָָרה זָהָב‬dez (siclos de) ouro


Gn 24.22

p 279 18. ‫שש־שְע ִֹרים‬


ֵּ Seis (medidas de) cevada
Rt 3.15

19. ‫יָמִים שְלֹושָה‬Três dias


1Cr 12.40

20. ‫בָנֹות שָלֹוש‬Três filhas


1Cr 25.5

21. ‫ ַּאמֹות ָחמֵּש‬Cinco côvados


2Cr 3.11

15.2.3 Cardinais de ‘Onze a Dezenove’

a Os numerais de ‘onze a dezenove’ são formados normalmente pela justaposição das


unidades com o numeral ‫עשר‬. A combinação unidade-dezena geralmente precede o
substantivo enumerado, que freqüentemente está no plural, exceto no caso de coletivos,
especialmente em tais palavras como ‫יֹום‬, ‫שנָה‬
ָ , ‫אִיש‬, ‫ ֶֶּ֫נפֶש‬e ‫שקֶל‬
ֶ ֶּ֫ (## 3,9,10). O numeral
‫ עשר‬com as unidades (em total contraste com seu uso) concorda com seu substantivo em
gênero, enquanto que as unidades seguem as suas próprias leis de concordância com o gênero
(para os casos de ‘um’ e ‘dois’) e com o gênero de oposição (para os casos de ‘três a nove’). O
numeral ‘dois’ pode ser usado como um absoluto ou um construto.

b Há três singularidades morfológicas acerca das dezenas de onze a dezenove. (1) O


numeral ‫ עשר‬tem diferentes vocalizações nas combinações: ‫( ָעשָר‬versus ‫ ֶֶּ֫עשֶר‬apenas) e
‫( ֶעש ְֵּרה‬versus ‫ש ָרה‬ ָ ‫ ֲע‬apenas). (2) A unidade usada para o ‘onze’ pode tanto ser ‫אחר‬/‫אחת‬
quanto ‫שתֵּ י‬ְ ‫ ַּע‬, esta última, aliás, em desuso. (3) A unidade usada para o ‘doze’ não é um dual,
mas um plural ‫שנ ֵּים‬ ְ /‫שתֵּ ים‬
ְ .
1. ‫ַאחַּד ָעשָר כֹו ָכבִים‬onze estrelas
Gn 37.9

2. ‫שר יְלָדָ י֑ ו‬
ָ ‫ַאחַּד ָע‬seus onze filhos
Gn 32.23

3. ‫ַאחַּד ָעשָר יֹום‬onze dias


Dt 1.2

4. ‫שנֵּי ָעשָר ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬


ְ teus doze servos
Gn 42.13

5. ‫שתֵּ י־ ֶעש ְֵּרה ֲא ָבנִים‬


ֵּ doze pedras
Js 4.8

6. ‫שנֵּים‬
ְ ‫שתֵּ ים ֶעש ְֵּרה ַּמ ֵּצבָה ִל‬
ְ doze pilares para as doze tribos
ִ ‫ ָעשָר‬de Israel
‫ש ְבטֵּי יִש ְָראֵּל׃‬
Êx 24.4

p 280 7. ‫שתֵּ ים ֶעש ְֵּרה עֵּינ ֹת ֶַּּ֫מי ִם‬


ְ doze fontes de água
Êx 15.27

8. ‫ ֲח ֵֶּּ֫משֶת ָעשָר ָבנָיו‬seus quinze filhos


2Sm 19.18
9. ‫שנָה׃‬
ָ ‫שמֹונֶה ֶעש ְֵּרה‬
ְ dezoito anos
Jz 3.14

10. ‫ש ָעה־ ָעשָר אִיש‬


ְ ִ‫ת‬dezenove anos
2Sm 2.30

Em casos raros, geralmente em listas, o substantivo principal precede o numeral.

11. ‫ע ִָרים שֵּש־ ֶעש ְֵּרה ְו ַּחצ ְֵּריהֶן׃‬dezesseis cidades com suas
aldeias

Js 15.41

15.2.4 Cardinais Decimais

a As dezenas, formadas a partir das unidades, não são flexionadas em gênero, mas sempre
acrescentam o sufixo masculino plural ‫־ ִָ ים‬: ‫‘ עֶשְ ִרים‬vinte,’ ‫שים‬
ִ ‫‘ שְֹל‬trinta,’ etc. Uma
unidade pode preceder (## 1–2, 7) ou seguir (## 3–6, 9–10); as unidades decimais seguem suas
próprias leis de concordância de gênero e de oposição ao item enumerado. Se o item vem
após o numeral, pode estar no singular (## 1–5) ou plural (## 6–7). Se o item enumerado é
plural, pode preceder o numeral (## 8–10); essa construção é preferida nas listagens (## 8–9).

1. ‫שנָה‬
ָ ‫ששִים‬
ִ ‫שתֶַּּ֫ י ִם ְו‬
ְ sessenta e dois anos
Gn 5.20

2. ‫ש ִרים ש ָָנ֑ה‬
ְ ‫ ַּויְחִי נָחֹור תֵֶּּ֫ שַּע ְו ֶע‬viveu Naor vinte e nove anos …
Gn 11.24

3. ‫שתֶַּּ֫ י ִם עִיר׃‬
ְ ‫ַאר ָבעִים ּו‬
ְ quarenta e duas cidades
Nm 35.6

4. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם ֶֶּ֫אלֶף‬
ְ ‫ ֶעש ְִרים ּו‬vinte e dois mil
Jz 7.3

5. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם ֶֶּ֫מלְֶך ִאתֹו‬


ְ ‫ּושְלשִים ּו‬Trinta e dois reis com ele
1Rs 20.1

6. ‫ְַאר ָבעָה ּפ ִָרים‬


ְ ‫ ֶעש ְִרים ו‬trinta e quatro bois
Nm 7.88

7. ‫שָלֹוש ּושְֹלשִים ְּפ ָעמִים‬trinta e três vezes


Ez 41.6

8. ‫ַאר ָבעִים ּופ ִָרים ֲעש ָָרה‬


ְ ‫ּפָרֹות‬quarenta vacas e dez novilhos
Gn 32.16

9. ‫שמֹונֶה‬
ְ ‫ַאר ָבעִים ּו‬
ְ ‫ע ִָרים‬quarenta e oito cidades
Js 21.41

p 281 10. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬


ְ ‫ששִים ּו‬
ִ ‫ש ֻבעִים‬
ָ ‫ ַּה‬as sessenta e duas semanas
Dn 9.26

b Ordinariamente a junção decimal + unidade funciona como uma entidade única, mas em
alguns exemplos, o substantivo enumerado é repetido com cada elemento da frase numérica
composta.

11. ‫שנָה‬
ָ ‫ש ְבעִים‬
ִ ‫שנִים ְו‬
ָ ‫ ָחמֵּש‬setenta e cinco anos
Gn 12.4

12. ‫שת יָמִים‬


ֶ ‫שְֹלשִים יֹום ּוש ְֶּ֫ל‬trinta e três dias
Lv 12.4

15.2.5 Cardinais Maiores

a Os substantivos para ‘uma centena’ e seus múltiplos de dez são ‫( ֵּמָאה‬fem.) ‘cem,’ ‫ֶֶּ֫אלֶף‬
(masc.) ‘mil,’ e ‫( ְר ָבבָה ִרבֹוא ִרבֹו‬fem.) ‘dez mil, uma miríade’. Com estes e os numerais
maiores, os itens enumerados podem seguir o numeral como coletivo singular (## 1–4) ou
como plural (## 5–6).

1. ‫שנָה‬
ָ ‫בֶן־מְַאת‬100 anos
Gn 11.10

2. ‫מֵָּאה־ ֶֶּ֫אלֶף ַּרגְלִי‬100.000 infantes


1Rs 20.29

3. ‫שנָה‬
ָ ‫בֶן מֵָּאה־‬100 anos
Gn 17.17

4. ‫ ֶֶּ֫אלֶף ַּאמָה‬1.000 côvados


Nm 35.4

5. ‫מֵָּאה נְ ִבאִים‬100 profetas


1Rs 18.4

6. ‫ ֶּ֫אלֶף ִעז ִים‬1.000 bodes


1Sm 25.2

Os numerais maiores são usados no plural como indicadores incertos de grandes magnitudes;
neste uso, o numeral usualmente permanece sozinho.
7. ‫לְַא ְלפֵּי ְר ָבבָה‬em milhares de dez milhares
Gn 24.60

p 282 8. ‫ ִהּפִיל ִרב ֹאֹות‬Ele subjugará miríades


Dn 11.12

9. ‫הֵּם ִרבְבֹות ֶאפ ְֶַּּ֫רי ִם ְוהֵּם ַא ְלפֵּי‬Estes, pois, são os dez milhares
‫ ְמנַּשֶה‬de Efraim, estes são os milhares
de Manassés.

Dt 33.17

b Os numerais para ‘duzentos’ e ‘dois mil’ estão no dual, ‫מָאתֶַּּ֫ י ִם‬ e ‫ַא ְל ֶַּּ֫פי ִם‬. Itens
enumerados seguem o numeral no singular (## 10–11) ou no plural (## 12–13).

10. ‫כְַא ְל ֶַּּּ֫פי ִם אִיש‬Cerca de 2.000 homens


Js 7.3

11. ‫מָאתֶַּּ֫ י ִם ֶֶּ֫להֶם‬200 (pedaços de) pães


1Sm 25.18

12. ‫ש ָקלִים ֶֶּ֫כסֶף‬


ְ ‫מָאתֶַּּ֫ י ִם‬200 peças de prata
Js 7.21

13. ‫ַא ְל ֶַּּּ֫פי ִם סּוסִים‬2.000 cavalos


2Rs 18.23

c Nos cardinais maiores, as unidades recebem seu gênero pela oposição ao número maior:
as unidades de três a dez com ‫ מאה‬e ‫רבבה‬, etc., têm forma masculina, embora estas
unidades com ‫ אלף‬tenham forma feminina. Esses numerais podem permanecer antes de um
substantivo singular (## 14–15) ou de um substantivo plural (# 16).

14. ‫ַארבַּע מֵּאֹות נַּע ֲָרה בְתּולָה‬


ְ 400 moças virgens
Jz 21.12

15. ‫שתֵּ ים־ ֶעש ְֵּרה ִרבֹו ָאדָם‬


ְ ‫ ִמ‬120.000 homens
Jn 4.11

16. ‫שְלש־מֵּאֹות שּוע ִָל֑ים‬300 raposas


Jz 15.4

Construções coordenadas mistas são encontradas, uma com substantivo no singular, a outra
no plural.

17. ‫ששֶת‬
ֵּ ֶּ֫ ‫ש ָלשִים ֶֶּ֫אלֶף ֶֶּ֫רכֶב ְו‬
ְ 30.000 carros e 6.000 cavaleiros
‫ ֲא ָלפִים ּפ ָָרשִים‬1Sm 13.5

18. ‫שבַּע־מֵּאֹות ּפ ָָרשִים‬ ְ ‫ ֶֶּ֫אלֶף ּו‬1.700 cavaleiros e 20.000


‫ ְו ֶעש ְִרים ֶֶּ֫אלֶף אִיש ַּרג ִ ְ֑ל‬infantes
2Sm 8.4

p 283 d Nas expressões de grande contagem, os elementos são freqüentemente


apresentados em ordem decrescente: milhares → centenas → dezenas → unidades (## 19–
22). O oposto, a ordem crescente, é raro (# 23).

19. ‫ְַארבַּע‬
ְ ‫שְלשָה ַּו ֲח ִמשִים ֶֶּ֫אלֶף ו‬53.400
‫מֵּאֹות׃‬Nm 1.43

20. ‫שבַּע מֵּאֹות ַּו ֲח ִמשִים׃‬


ְ ‫ַא ְל ֶַּּּ֫פים‬2.750
Nm 4.36
21. ‫שת ֲא ָלפִים ּומָאתֶָּ֫ י ִם׃‬
ֶ ‫ש‬
ֵּ ֶּ֫ 6.200
Nm 3.34

22. ‫ַארבַּע ִרבֹוא ַא ְל ֶַּּּ֫פי ִם שְֹלש־‬


ְ 43.360
‫ששִים‬ִ ‫מֵּאֹות‬Ed 2.64

23. ‫ששִים ּושְֹלש מֵּאֹות‬


ִ ‫ ֲח ִמשָה ְו‬1.365
‫ ָו ֶֶּ֫אלֶף‬Nm 3.50

Uma ordem mista também é atestada:

miríades → milhares → unidades → dezenas → centenas.

24. ‫ש ֶַּּ֫נים‬
ְ … ‫כָל־בְכֹור זָכָר‬Todos os varões primogénitos …
ִ ‫ ְו ֶעש ְִרים ֶֶּ֫אלֶף שְֹלשָה ְו‬22.273
‫ש ְבעִים‬
‫ּומָאתֶָּ֫ י ִם‬Nm 3.43

15.2.6 Determinação e Cardinais

a Acredita-se que os numerais tenham uma certa determinação em si mesmos, e o artigo é


usado frugalmente com eles. Quando é usado, tem os significados analisados acima (veja 13.5,
14.3.1d). Não considerando o numeral ‘um’, o artigo é usado raramente tanto com o numeral
como com a coisa enumerada. Geralmente é encontrado com a coisa numerada, e, como foi
observado antes, o numeral pode precedê-lo (## 1–4) ou segui-lo (## 5–6).

1. ‫ ִבשְֹלש מֵּאֹות ָהאִיש‬entre os trezentos homens


Jz 7.7

2. ‫שְֹלש־מֵּאֹות הַּשֹופָרֹות‬as trezentas trombetas


Jz 7.22
3. ‫ ֶֶּ֫אלֶף־ּומֵָּאה ַּה ֶֶּ֫כסֶף‬os mil e cem (siclos de) prata
Jz 17.3

4. ‫אֶל־מָאתֶַּּ֫ י ִם ָה ֲאנָשִים‬aos duzentos homens


1Sm 30.21

5. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬
ְ ‫ ָהעַּמּודִ ים‬as duas colunas
2Rs 25.16

6. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬
ְ ‫ששִים ּו‬
ִ ‫ש ֻבעִים‬
ָ ‫ ַּה‬as sessenta e duas semanas
Dn 9.26

p 284 15.3 Ordinais

a Os adjetivos de numeração ou ordinais são diferentes apenas nas unidades menores. O


uso mais comum de ordinais ocorre nas diversas expressões de datação.

15.3.1 Padrões

a Os ordinais de ‘primeiro a décimo’ têm formas especiais. Além de ‫ ִראשֹון‬, o ordinal


comum inicial ‫אחָד‬
ֶ é muitas vezes usado com o sentido de ‘primeiro’ (15.2.1b). Os ordinais de
‘segundo a décimo’ têm a forma de adjetivos gentílicos (5.7c).

1. ‫ ַּה ַּמכָה ה ִָראשֹנָה‬a primeira derrota


1Sm 14.14

2. ‫וְֹלא־ ָהי ָה דְ ב ִָרי ִראשֹון‬Nãofoi a minha palavra a


primeira?

2Sm 19.44

3. ‫בַּּיֹום ה ְָרבִיעִי‬no quarto dia


Jz 19.5

4. ‫שנָה הָ ְָֽרבִיעִית‬
ָ ‫ ַּב‬No quarto ano
2Rs 18.9

5. ‫ִישי‬
֑ ִ ‫שנָה הָ ְָֽר ִבעִית ב ֶַּּ֫ח ֹדֶ ש ַּה ֲחמ‬
ָ ‫ ַּב‬no quinto mês do quarto ano
Jr 28.1 Qere

Com outros usos ordinais, os numerais cardinais são usados permanecendo antes do
substantivo enumerado; normalmente nenhum numeral ou substantivo leva o artigo.

6. ‫שנָה‬
ָ ‫ְַארבַּע ֶעש ְֵּרה‬
ְ ‫ּוב‬no décimo quarto ano
Gn 14.5

7. ‫שנָה‬
ָ ‫ְַאר ָבעִים‬
ְ ‫ב‬no quadragésimo ano
Dt 1.3

8. ‫שר ֶּ֫ח ֹדֶש‬


ָ ‫שנֵּים ָע‬
ְ ‫ ִב‬no duodécimo mês
2Rs 25.27

15.3.2 Datas

a Há três componentes para uma data na íntegra, cada um deles numérico. Os dois
elementos mais simples, dia e mês, são totalmente considerados (i.e., por um calendário fixo).
O ano é contado usualmente por reinado (p. ex.: 2Rs 25.1) ou por era, por exemplo, do Exílio
na Babilônia (p. ex.: 2Rs 25.27). O dia e o ano são geralmente indicados por números cardinais;
o mês, por ordinais.

p 285 b Se apenas o dia é mencionado, há duas fórmulas comuns. A primeira é usada para

os ordinais do ‘primeiro ao décimo’ e inclui ‫ יֹום‬com o artigo, seguido pelo ordinal com o
artigo.
1. ‫בַּּיֹום ה ִָראשֹון‬ao primeiro dia
Êx 12.16, Nm 7.12

2. ‫שבִיעִי‬
ְ ‫בַּּיֹום ַּה‬ao sétimo dia
Êx 12.16, Nm 7.48

3. ‫ִירי‬
ִ ‫בּיֹום ָה ֲעש‬no décimo dia
Nm 7.66

Para os dias maiores enumerados, a formula é ‫ יֹום‬+ numeral + ‫ ;יֹום‬nenhuma ocorrência de


‫ יֹום‬leva o artigo.
4. ‫שתֵּ י ָעשָר יֹום‬
ְ ‫בְיֹום ַּע‬no undécimo dia
Nm 7.72

5. ‫שנֵּים ָעשָר יֹום‬


ְ ‫בְיֹום‬no duodécimo dia
Nm 7.78

Se o mês é mencionado, há mais variedade.

6. ‫ ֶבעָש ֹר ל ֶַּּ֫ח ֹדֶ ש ַּה ֶז֑ה‬no décimo (dia) deste mês


Êx 12.3

7. ‫ַאר ָבעָה ָעשָר י ֹום ל ֶַּּ֫א ֹדֶש‬


ְ ‫עַּד‬até ao décimo quarto dia deste
‫ ַּהז ֶ֑ה‬mês
Êx 12.6

8. ‫ְַאר ָבעָה ָעשָר י ֹום‬


ְ ‫ב ִָראש ֹן ב‬no primeiro (mês), no décimo

‫ל ֶַּּ֫ח ֹדֶש‬quarto dia do mês


Êx 12.18

9. ‫עַּד יֹום ָה ֶאחָד ְו ֶעש ְִרים ל ֶַּּ֫ח ֹדֶש‬até ao vigésimo primeiro dia do
mês

Êx 12.18

10. ‫שנִי‬
ֵּ ‫ב ֲח ִמשָה ָעשָר יֹום ל ֶַּּ֫ח ֹדֶ ש ַּה‬nodécimo quinto dia do
segundo mês

Êx 16.1

11. ‫שר ֶּ֫ח ֹדֶ ש ְב ֶעש ְִרים‬ָ ‫שנֵּים ָע‬ ְ ‫ ִב‬no duodécimo mês, no

‫ש ְבעָה ל ֶַּּ֑֫ח ֹדֶ ש‬ִ ‫ ְו‬trigésimo sétimo (dia)


do mês

2Rs 25.27

O mês é freqüentemente mencionado com o dia.

c As fórmulas para o ano somente são semelhantes àquelas apenas para o dia: uma é
usada com os números menores e a outra para todos os demais. Em ambas, ‫ שנה‬é usado
inicialmente no construto. Para os números menores, o numeral cardinal segue o ‫שנת‬.

p 286 12. ‫שנַּת שְתַּ י ִם‬


ְ ‫ ִב‬no segundo ano
1Rs 15.25; 2Rs 15.32

13. ‫שנַּת שָלש‬


ְ ‫ ִב‬no segundo ano
1Rs 15.28

14. ‫שנַּת ַּה ְתשִיעִית‬


ְ ‫ ִב‬no nono ano
2Rs 17.6
Para os números maiores é utilizada uma composição: ‫שנ ַּת‬
ְ + numeral + ‫שנָה‬
ָ .
15. ‫שנָה‬
ָ ‫שנַּת שְתֵּ ים ֶעש ְֵּרה‬
ְ ‫ ִב‬no duodécimo ano
2Rs 8.25

16. ‫שנָה‬
ָ ‫שנַּת שֵּש־מֵּאֹות‬
ְ ‫ ִב‬no sexto-centésimo ano
Gn 7.11

Em datas na íntegra, os elementos ocorrem na ordem de tamanho decrescente:


ano→mês→dia.

17. ‫שנַּת שְתֶַּּ֫ י ִם לְדָ ְר ֶָּ֫יוֶש ַּה ֶמלְֶך‬


ְ ‫ ִב‬no segundo ano do rei Dario, no
‫ששִי בְיֹום ֶאחָד ל ֶַּּ֑֫ח ֹדֶ ש‬ ִ ‫בַּח ֹדֶ ש ַּה‬sexto mês no primeiro dia do
mês

Ag 1.1

15.4 Multiplicativos

a As expressões multiplicativas são formadas de diversas maneiras. Um grupo de


expressões está baseado na raiz do numeral envolvido. Para o ‘dobro’ tanto o número cardinal
(#1) como a forma derivada, ‫שנֶה‬
ְ ‫‘ ִמ‬cópia, dobro, segundo’ são usados no absoluto. Para
‘quádruplo,’ ‘sétuplo’ e talvez ‘dez mil vezes’, são usadas formas duais femininas (## 4–6).
Números cardinais, geralmente no masculino, podem também ser usados como
multiplicativos; quando um substantivo for suprimido, provavelmente ‫ ֶַּּּ֫פעַּם‬deva ser inferido
(#7).

1. ‫שלֵּם׃‬
ַּ ְ ‫ש ֶַּּ֫ני ִם י‬
ְ Pagará em dobro
Êx 22.3

2. ‫שנֶה‬
ְ ‫ ֶֶּ֫כסֶף ִמ‬dobro da quantia da prata
Gn 43.12

3. ‫שנֶה־ ֶֶּ֫כסֶף‬
ְ ‫ ִמ‬dobro da quantia da prata
Gn 43.15

4. ‫ַאר ַּבעְתֶָּ֫ י ִם‬


ְ quatro vezes
2Sm 12.6

5. ‫ש ְבעָתֶַּּ֫ י ִם‬
ִ sete vezes, sétuplo
Gn 4.15

p 287 6. ‫ ִרב ֹתֶַּּ֫ י ִם‬dez mil vezes (?)


Sl 68.18

7. ‫שבַּע‬
ֶ ֶּ֫ sete vezes
Lv 26.21,24

b
O outro grupo de multiplicativos inclui um número mais outra palavra
convencionalmente traduzida por ‘vez’. Três de quatro palavras ‘vez’ referem-se a membros:
‫( ֶַּּּ֫פעַּם‬fem.) ‘pé’ (## 8–11), ‫( ֶֶּ֫רגֶל‬fem.) ‘pé’ (# 12), ‫( י ָד‬fem.) ‘mão’ (## 13–14); o quarto, ‫מֹנֶה‬,
ocorre apenas duas vezes e seu sentido é obscuro (# 15).

8. ‫ ֶַּּּ֫פעַּם ֶאחָת‬uma vez


Js 6.3

9. ‫ ַּּפ ֲע ֶַּּ֫מי ִם‬duas vezes


Gn 27.36

10. ‫שָלֹוש ּושְֹלשִים ְּפ ָעמִים‬trinta e três vezes


Ez 41.6
11. ‫מֵָּאה ְפ ָעמִים‬cem vezes
2Sm 24.3

12. ‫שנָה׃‬
ָ ‫שָֹלש ְרגָלִים … ַּב‬três vezes … um ano
Ex 23.14

13. ‫ ָחמֵּש י ָדֹות‬cinco vezes


Gn 43.34

14. ‫ ֶֶּ֫עשֶר י ָדֹות‬dez vezes


Dn 1.20

15. ‫ש ֶרת מֹנִים‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ֲע‬dez vezes
Gn 31.7,41

15.5 Frações

a Há diversos paradigmas utilizados para formar frações, como também palavras


diferentes. Os termos são geralmente usados como construtos (2Sm 18.2 é uma exceção). As
frações ‘um décimo’ e maiores são ordinais femininos para a unidade correspondente:
‫שלִשִ ית‬
ְ ‘um terço’ (2Sm 18.2), ‫‘ ְרבִ(י)עִית‬um quarto’ (Nm 15.4, 5), ‫ִירית‬
ִ ‫‘ ֲעש‬um décimo,
um dízimo’ (Nm 28.5). Não há um termo baseado no ordinal para ‘metade’, somente ‫חצִי‬ ֲ ,
aparentemente da raiz ḥṣy ‘dividir’. Há termos para diversas outras frações maiores que saem
do padrão ordinal: ‫ ֶֶּ֫רבַּע‬e talvez ‫‘ ֶּ֫ר ֹבַּע‬um quarto,’ ‫‘ ֶּ֫ח ֹמֶש‬um quinto’ (somente em Gn 47.26),
e ‫עשֵּר‬
ֲ ‫( ַּמ‬pl. ‫) ַּמ ַּעשְרֹות‬, ‫‘ ִעשָרֹון‬um décimo, dízimo.’
1. ‫ ֲחצִי ָהעָם ָהי ָה ַאח ֲֵּרי תִ ְבנִי‬metade do povo seguia a Tibni
1Rs 16.21

p 288 2. ‫שקֶל ֶּ֫ ָ ֑כסֶף‬


ֶ ֶּ֫ ‫נִ ְמצָא ְבי ָדִ י ֶֶּ֫רבַּע‬Há um quarto de um siclo de
prata em minha mão.

1Sm 9.8

3. ‫ ִמנְחָה ֶּ֫ס ֹלֶת ִעשָרֹון בָלּול‬Uma oferta (de) fina flor de


‫שמֶן׃‬ָ ֶּ֫ ‫ב ְִר ִבעִית ַּההִין‬farinha, uma décima (de uma
efa), misturada com a quarta
parte de um him (de) azeite

Nm 15.4; cf. Êx 29.40

Outro padrão usado para frações abaixo de um décimo, envolve o número cardinal no
construto antes da coisa enumerada, com artigo.

4. ‫מְַאת ַּה ֶֶּ֫כסֶף‬a centésima parte do dinheiro


Ne 5.11

15.6 Expressões Distributivas

a Frases que associam entidades emparelhadas – ‘Um homem, um voto’, ‘Um por todos e
todos por um’ – são chamadas de distributivas. Se a entidade distribuída é uma ação verbal, a
frase distributiva é adverbial. A preposição ‫ ב‬pode ser usada com um substantivo repetido
indicando a entidade distributiva.

1. ‫שנָה‬
ָ ‫וְֹלא־ ֶה ֱעלָה ִמנְחָה … ְכ‬Ele não pagava tributo como

‫( ְבש ָָנ֑ה‬fazia) ano por ano.


2Rs 17.4

A preposição ‫ ל‬pode apresentar a extensão distributiva.

2. ‫שנִים תָ בֹוא‬
ָ ‫ַאחַּת ְלשָֹלש‬Vem uma vez a cada três anos.
1Rs 10.22
b Se a distribuição é de uma entidade a uma entidade, o ‫ ל‬pode novamente introduzir a
extensão (## 3–6); a frase para a entidade distribuída pode ser repetida (# 4) ou o todo pode
ser repetido (## 5–6).

3. ‫שבֶט׃‬
ָ ֶּ֫ ‫אִיש ֶאחָד ַּל‬um homem para uma tribo
Dt 1.23

4. ‫אִיש ֶאחָד אִיש ֶאחָד ְל ַּמטֵּה‬um homem para cada tribo de


‫אֲב ֹתָ יו‬seus pais
Nm 13.2

5. ‫ ֶֶּ֫אלֶף ַּל ַּמטֶה ֶֶּ֫אלֶף ַּל ַּמ ֶ ֑טה‬mil para cada tribo
Nm 31.4

6. ‫שש ְכנָ ֶַּּ֫פי ִם לְאֶ ָ ֑חד‬


ֵּ ‫שֵּש ְכנָ ֶַּּ֫פי ִם‬Seis asas para cada
Is 6.2

Se a distribuição é a partir de uma entidade, a preposição ‫ מִן‬é utilizada.

p 289 7. ‫ְהֹורה תִ קַּח־לְָך‬


ָ ‫מִכ ֹל ַּה ְב ֵּהמָה ַּהט‬Dos animais limpos tomarás de
‫ש ֑תֹו‬
ְ ‫ש ְבעָה אִיש ְו ִא‬ִ ‫ש ְבעָה‬ ִ sete a sete, um macho e sua
fêmea.

Gn 7.2

8. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם‬
ְ … ‫ְהֹורה‬
ָ ‫מִן־ ַּה ְב ֵּהמָה ַּהט‬Dos animais limpos … par por
ְ par virão
‫ש ֶַּּ֫ני ִם ֶָּ֫באּו‬
Gn 7.8–9

c Relacionadas a essas distribuições numéricas estão as expressões distributivas universais,


significando ‘todo que’ ou ‘cada’. Parte destas expressões envolve um referente plural
(freqüentemente um particípio) com um predicado singular.
9. ‫ ְמ ַּח ְל ֶֶּ֫לי ָה מֹות יּומָת‬Alguém que profana / todo que
profanar / cada um que o
profana (o Sábado sagrado)
deverá ser posto a morte.

Êx 31.14

10. ‫ת ֹ ְמ ֶֶּ֫כי ָה ְמ ֻאשָר‬todo


que a adquire (i.e.,
sabedoria) é abençoado.

Pv 3.18

Outro grupo de tais expressões usa ‫ כ ֹל‬antes de um singular indefinido. (Antes de um singular
definido kōl geralmente significa um agregado ou totalidade.)

11. ‫ ְבכָל־יֹום‬todo dia


Sl 7.12

12. ‫ ֻסגַּר כָל־ ֶַּּ֫בי ִת מִבֹוא׃‬Toda


casa está fechada (i.e., A
entrada de cada casa está
fechada).

Is 24.10

p 290 16

Pronomes Pessoais
16.1 Pronomes em Geral

16.2 Pronomes Pessoais

16.3 Pronomes Pessoais Independentes

3.1 Funções

3.2 Orações Verbais Finitas


3.3 Orações sem Verbos

3.4 Aposição

3.5 Funções Secundárias

16.4 Pronomes Pessoais Sufixados

16.1 Pronomes em Geral

a Pronomes são palavras que podem significar (Latim pro) um nome (nomen) ou frase
nominal; os principais grupos de pronomes são: pessoais, demonstrativos, interrogativos,
indefinidos e relativos. Diversas expressões podem representar o papel nominativo numa
oração, incluindo nomes (p. ex.: ‘um menino’), frases nominais (‘um menino e uma menina’), e
orações (‘tu sabes que’), como também pronomes (veja 4.4.1). Os gramáticos geralmente
limitam a classe de pronomes aos grupos mencionados. Isto em parte se deve à tradição das
“classes de palavras,” primeiramente reconhecidas pelos gramáticos alexandrinos.

b A separação tradicional de pronomes tem certas vantagens. A classe de pronomes, como


é parte do sistema dêitico (13.1), é essencialmente uma classe fechada (4.2), isto é, limitada
em sua membresia. Os pronomes são “burros de carga” – eles são usados freqüentemente e
desempenham um papel importante no funcionamento gramatical. A classe de pronomes é
morfologicamente diversa: categorias funcionais de flexões hebraicas, tais como número e
grau, são manifestas, por vezes, de modo incomum. Modelos pronominais, também, são
incomuns; as palavras são interligadas de modos complexos (cf 17.2, 19.2).

p 291 c Os quatro principais grupos pronominais são bem distintos um do outro.


Pronomes pessoais referem-se ao que fala, ao que ouve, ou a um tópico em discussão; são
sintaticamente o grupo menos especializado. Os demonstrativos escolhem uma pessoa ou
coisa a que se refere (p. ex.: em português ‘Esta é a terra’); eles compartilham algumas
características dos pronomes de terceira pessoa (p. ex. ‘Esta/Ela é a rainha’) e são também de
caráter adjetival. Os interrogativos e indefinidos compõem um grupo simples correlativo, uma
parte associada a questões (p. ex.: ‘Quem é a rainha?’) e a outra com um tipo particular de
referência (p. ex.: ‘Qualquer que seja a rainha, tem que governar’). Os pronomes indefinidos
são apenas uma variedade de funções indefinidas, da mesma maneira que questões podem
ser perguntadas sem interrogativos (40.3). Pronomes relativos ligam elementos anteriores e
posteriores (p. ex.: ‘A rainha ← que → governa bem prosperará’; ‘eu visitei a rainha ← que →
me chamou’).

d Uma característica especial dos pronomes pessoais hebraicos é a extensão com que se
refere a pessoas em lugar de objetos, ou mais estritamente, a animados em lugar dos
inanimados. Somente ‫‘ מִי‬quem’ é comparavelmente limitado entre os outros pronomes. Nos
encaixes de primeira e segunda pessoa a limitação a animados é completa, e o encaixe na
terceira pessoa é quase perfeito.
e Os pronomes pessoais têm sido citados em vários exemplos nos capítulos anteriores,
porém são os assuntos especiais deste capítulo. Nos capítulos posteriores os outros grupos
pronominais serão tratados (Caps. 17–19).

16.2 Pronomes Pessoais

a Há duas classes de pronomes pessoais no hebraico, distintos tanto em termos formais


como em funcionais. Os pronomes pessoais independentes são tanto palavras soltas como
palavras com função nominativa, enquanto que os sufixos pronominais nunca estão nas
formas soltas e são genitivos em função (com substantivos e preposições) ou acusativos (com
verbos, ‫את‬, e ‫)הנה‬. A partir de uma perspectiva comparativa, este duplo padrão é notável. O
ugarítico, por exemplo, tem o pronome independente genitivo-acusativo na terceira pessoa, e
alguns dialetos do acádico têm o nominativo independente, genitivo-acusativo, e formas
dativas. Há algumas complexidades na sintaxe dos pronomes pessoais independentes,
envolvendo seu uso qualificando substantivos numa função oblíqua. Tais complexidades não
podem desviar a atenção do uso sobremodo básico dos pronomes separados nas funções
nominativas.

p 292 16.3 Pronomes Pessoais Independentes

a Antes de voltar ao tópico dos usos dos pronomes de forma isolada, devemos fazer
algumas observações sobre suas formas.

singular plural

primeira comum ‫ָאנֹכִי‬, ‫ֲאנִי‬ ‫ֲא ֶַּּ֫נחְנּו‬

segunda masc. ‫ַּאתָ ה‬ ‫ַּאתֶ ם‬

segunda fem. ְ‫ַּאת‬ ‫ ַּאתֵּן‬, ‫ַּאתֵֶּּ֫ נָה‬

terceira masc. ‫הּוא‬ ‫הֵּם‬, ‫ֵֶּּ֫המָה‬

terceira fem. ‫הִיא‬ ‫ֵֶּּ֫הנָה‬


Há dois subgrupos distintos. As formas da primeira e segunda pessoas são todas formadas a
partir de uma base final ʾan. O –n assimila para um –t– nos finais da segunda pessoa
produzindo –tt–. Em contraste, as formas de terceira pessoa são construídas de elementos
também encontrados nos demonstrativos e no artigo *ha (n?)– (13.3, 17.2). Somente a
primeira pessoa do singular tem duas formas distintas: a forma breve (ʾānî) e a forma longa
(ʾānōkî); não há qualquer diferença funcional entre elas, embora a forma longa seja a que
eventualmente desaparece, restando apenas ʾānî no hebraico bíblico posterior, como também
no mishnaico e em formas posteriores da língua. As formas de terceira pessoa do singular
parecem ser simplificadas das formas monossilábicas MT hûʾ–hîʾ; formas bissilábicas estão
implícitas nos escritos de Qumran ‫הואה‬, ‫היאה‬. É possível que tenha havido formas mono e
bissilábicas alternadas no hebraico clássico (cf. português ‘os’ e ‘lhes’) e que os massoretas
tenham feito uma escolha preferida neste ponto.

16.3.1 Funções

a Os pronomes pessoais independentes servem como substitutos para um substantivo


ntecedente ou implícito, geralmente referindo-se a pessoas; podem servir numa variedade p
293 de contextos lingüísticos. Sua função é, antes de tudo, uma característica da economia da
língua (3.2.3). Como simples substitutos eles aliviam a monotonia tediosa do mesmo
substantivo sendo repetidos muitas vezes. Aquela é sua função normal, por exemplo, nestas
orações sem verbos:

1. ‫זֹונה‬
ָ ֶּ֑֫ ‫וְהּוא בֶן־ ִאשָה‬Ele era o filho de uma
prostituta [‘ele’ em lugar de
‘Jeftá’]

Jz 11.1

2. ‫וְהּוא ֶַּּ֫נעַּר‬Ele
era um jovem rapaz [‘ele’
em lugar de ‘José’]

Gn 37.2

b Às vezes, especialmente numa aposição, pronomes pessoais significam uma ênfase


moderada numa declaração em algum substantivo ou pronome, isto é, a função de um
pronome faz alguma diferença no significado de uma declaração. Por exemplo, o significado de
‘Maria trouxe isto para mim?’ depende em parte em se uma das palavras é enfatizada. Se a
ênfase está em Maria (‘Maria trouxe isto para mim?’), a atenção está sobre o fato que Maria
foi quem trouxe o presente; se a ênfase está em um dos pronomes (‘Maria trouxe isto para
mim?’ ou ‘Maria trouxe isto para mim?’) a atenção recai no presente ou em quem fala. Em
comunicação oral/auricular expressamos tais distinções por tensão e tom de voz, mas na
expressão escrita outros meios são usados. Nos textos modernos estes podem ser
estritamente tipográficos, mas tais dispositivos não estavam disponíveis aos antigos escritores.
No exercício constante da língua falada eles tiveram que utilizar meios sintáticos e
morfológicos, conduzindo esses recursos cuidadosa e freqüentemente mais sistematicamente
do que poderíamos a princípio suspeitar.

c Nas seções seguintes lidaremos com os pronomes pessoais independentes tanto nos
padrões substitutivos como enfáticos. Primeiro, as principais classes de orações, verbais ou
sem verbos, serão discutidas (16.3.2–3); então a função aposicional será tratada (16.3.4).
Alguns padrões secundários serão abordados por último (16.3.5).

16.3.2 Orações Verbais Finitas

a Uma forma verbal finita no hebraico é intrinsecamente marcada por pessoa, número, e,
onde relevante, o gênero: ‫יְצְאּו‬ é terceira pessoa, plural, masculina. Se um pronome
independente tivesse de ser usado com este verbo, sua ocorrência precisaria de alguma
explicação: tanto ‫יֵּצְאּו‬ ‫ הֵּם‬quanto ‫ יְצְאּו הֵּם‬parecem ter mais do que é necessário. Dois tipos
de explicação são antecipadas para essas estruturas gramaticais, nenhuma delas
completamente adequadas. Uma parte delas refere-se ao pleonasmo, literalmente,
exuberância; é duvidoso que qualquer elemento lingüístico principal possa ser
verdadeiramente supérfluo ou redundante. A segunda parte de explicações refere-se à ênfase:
tais explicações podem ser falhas como sendo excessivamente vagas, mas são suscetíveis de
refinamento e reconsideração.

p 294 b Há três razões por que um pronome independente é usado com um verbo finito;
em todas elas a seguinte ordem de palavras é possível de ser encontrada: pronome + verbo e
verbo + pronome, embora a primeira forma seja muito mais comum. A primeira razão envolve
uma abertura sintática na língua – isto não é nem um pleonasmo nem uma função enfática. Os
outros dois envolvem contraste lógico e foco psicológico – ambos podem ser chamados
vagamente de enfático.

c Uma abertura no sistema sintático surge porque o verbo não necessita estar
completamente marcado pelo sujeito. Eis duas orações:

1. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר יִפְתָ ח‬E disse Jefté …


Jz 11.7

2. ‫וַּּי ֹאמְרּו ז ִ ְקנֵּי גִ ְלעָד‬E disseram os anciãos de


Gileade …

Jz 11.8

Em ambos os casos o verbo concorda com o sujeito. O seguinte período também é possível,
embora não-certificado e assim marcado com*.
3. ‫*ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר יִפְתָ ח ְוז ִ ְקנֵּי גִ ְלעָד‬E Jeftá e os anciãos de Gileade
disseram…

O verbo singular antes do sujeito coordenado plural é comum. Se o discurso precedente


interessasse à primeira parte deste sujeito coordenado de tal modo que ele não necessite ser
nomeado, podemos esperar a seguinte oração:

4. ‫**ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ְוז ִ ְקנֵּי גִ ְלעָד‬E ele e os anciãos de Gileade


disseram …

Este tipo de oração é impossível (e é deste modo marcado com \**): nesses exemplos, o
pronome independente deve ser usado para formar o sujeito coordenado.

5. ‫*ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר הּוא ְוז ִ ְקנֵּי גִ ְלעָד‬E ele e os anciãos de Gileade
disseram …

O pronome aqui não é pleonástico ou enfático; serve meramente para representar o referente
do pronome como o ator principal entre outros atores.

6. ‫ב ֹא־ ַּאתָ ה ְוכָל־בֵּיתְ ָך אֱל־הַּתֵּ ָ ֑בה‬Entra tu e toda a tua casa na


arca.

Gn 7.1

7. ‫וַּתֵֶּּ֫ לְֶך הִיא ו ְֵּרעֹותֶֶּ֫ י ָה‬Ela e suas amigas foram.


Jz 11.38

8. ֵּ‫שד‬
ְ ‫וַּתֶָּ֫ קָם הִיא ְוכַֹּּלתֶֶּ֫ י ָה וַּתֶָּ֫ שָב ִמ‬Ela (Noemi)
e sua nora

֑ ָ levantaram-se
‫מֹואב‬ e retornaram
dos campos de Moabe.

Rt 1.6

p 295 Quando outro elemento gramatical intervém antes de um sujeito, é necessário


acrescentar um pronome pessoal para a retomada.
9. ‫ ַּוּיַּעַּל ַאב ְָרם ִמ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם הּוא‬E Abrão subiu do Egito, ele e

ְ ‫ ְו ִא‬sua esposa.
‫שתֹו‬
Gn 13.1

Uma aposição, contudo, não constitui tal separação.

10. ‫ ַּוּי ָבא י ִתְ רֹו ח ֹתֵּ ן מֹשֶה ּו ָבנָיו‬E Jetro, sogro de Moisés, e seus
filhos vieram.

Êx 18.5

d Um segundo grupo de funções de pronomes pessoais independentes com verbos finitos


envolve uma estrutura lógica. O referente do pronome pode estar envolvido numa antítese
explícita com outra pessoa ou grupo de pessoas.

11. ‫ש ֶּ֑֫ ָמעָה וְַאל־‬


ְ ִ‫דַּ בֵּר־ ַּאתָ ה ִע ֶָּ֫מנּו ְונ‬Tu fales conosco, e nós
‫י ְדַּ בֵּר ִע ֶָּ֫מנּו אֱֹלהִים‬ouviremos, mas não fale Deus
conosco.

Êx 20.19

12. … ‫ִיתפֶל‬
ֶּ֫ ‫כָז ֹאת ְוכָז ֹאת יָעַּץ ֲאח‬Aitofel tem aconselhado … a
‫ ְוכָז ֹאת ְוכָז ֹאת י ָ ֶַּּ֫עצְתִ י ָאנִי׃‬fazer tal e tal, mas eu os
aconselhei a fazer assim e
assim.

2Sm 17.15

13. ‫ָאנֹכִי ָח ֶָּ֫טאתִ י וְָאנֹכִי ֶה ֱע ֶּ֫ ֵּויתִ י‬Eu sou o que pequei, eu tenho
‫ ְו ֵֶּּ֫אלֶה ֶַּּ֫הצ ֹאן מֶה ע ָ֑שּו‬iniquamente obrado; porém
estas ovelhas que fizeram?

2Sm 24.17

14. ‫י ֵֶּּ֫ב ֹשּו ר ֹדְ פַּי וְַאל־א ֵֶּּ֫ב ֹשָה ֶָּ֫אנִי‬Envergonhem-se os


que me

‫י ֵּ ֶַּּ֫חתּו ֵֶּּ֫המָה וְַאל־ ֵּא ֶַּּ֫חתָ ה ֶּ֫ ָ ֑אנִי‬perseguem, mas


não me
envergonhe eu; assombrem-se
eles, mas não me assombre eu.
Jr 17.18

Em alguns casos, ambas as partes para a antítese referem-se a pronomes.

15. ‫הּוא י ְשּופְָך ר ֹאש ְו ַּאתָ ה‬Ele esmagará tua cabeça, mas
‫תְ שּו ֶֶּ֫פנּו ָעקֵּב׃‬tu ferirás o seu calcanhar
Gn 3.15

Em outros exemplos, a antítese está somente implícita; a outra, a parte contrastante não é
mencionada.

16. ‫ש ְרתִ י ֶאת־ַאב ְָרם׃‬


ַּ ֶּ֫ ‫ ֲאנִי ֶה ֱע‬Eu[não YHWH] enriqueci a
Abrão.

Gn 14.23

17. ‫הִיא יָש ְָרה ְבעֵּינָי׃‬Ela [não outra] é a certa para


mim.

Jz 14.3

p 296 18. ‫שְֹלמ ֹה ְבנְֵּך יִמְֹלְך אח ָ ֲ֑רי וְהּוא‬Salomão seu filho deve ser rei
‫יֵּשֵּב עַּל־ ִכ ְסאִי׃‬depois de mim, e ele se sentará
em meu trono [ninguém mais].

1Rs 1.17

e Aqui o terceiro grupo de exemplos relevantes envolve foco psicológico; a maior parte
desses envolve a primeira e a segunda pessoas do pronome. Em relação a este grupo,
Takamitsu Muraoka faz referência a uma “forte carga emocional” e uma “atenção focalizada
ou uma profunda auto-consciência”. A maioria dos exemplos envolve a primeira pessoa, em
um estado de elevação arrebatadora (#19), ou de meditação profunda (# 20), ou em lampejos
de auto-afirmação (## 21–24).

19. ‫ירה‬
ָ ‫ש‬ִ ֶּ֫ ‫ָאנֹכִי לַּיהוה ָאנֹכִי ָא‬Eu cantarei a YHWH.
Jz 5.3
20. ‫דִ ֶַּּ֫ב ְרתִ י ֲאנִי עִם־ ִלבִי‬Eu pensei comigo.
Ec 1.16; cf. 2.1

21. ‫ש ְפחָתִ י ְבחֵּי ֶֶּ֫קָך‬


ִ ‫ָאנֹכִי נָתֶַּּ֫ תִ י‬Eu te dei a minha serva para a
possuíres.

Gn 16.5

22. ‫ָאנֹכִי ֶא ְהי ֶה ָלכֶם לְר ֹאש׃‬Eu realmente serei seu chefe.
Jz 11.9

23. ‫ ַּו ֲאנִי נָ ֶַּּ֫סכְתִ י ַּמל ִ ְ֑כי‬Eu ungi meu rei.


Sl 2.6

24. ‫ ַּו ֲאנִי ָב ִֶּ֫ניתִ י בֵּית־זְבֻל ָלְ֑ך‬Eu


construí uma casa para tua
exaltada morada.

2Cr 6.2

A auto-afirmação pode estar combinada com uma antítese.

25. … ‫ ַּאתָ ה עַּתָ ה ַּת ֲעשֶה מְלּוכָה‬Acaso não és tu que governas?


‫ … ֲאנִי ֶאתֵּ ן לְָך ֶאת־ ֶֶּ֫כ ֶרם נָבֹות‬Eu te darei a vinha de
Nabote.

1Rs 21.7

Uma antítese pragmática surge nos exemplos de responder perguntas e fazer promessas.

26. ‫ש ֵּבעַּ׃‬
ָ ‫ש ְבעָה לִי … ָאנֹכִי ִא‬
ָ ‫ ִה‬Jura-me … Eu juro.
Gn 21.23–24
27. ‫מִי־י ֵֵּּרד ִאתִ י … ֲאנִי א ֵֵּּרד ִע ָמְך׃‬Quem descerá comigo…?… Eu
descerei com você.

1Sm 26.6

Nos exemplos de segunda pessoa, o pronome indica atenção fortemente focalizada; o falante
pode estar dando uma ordem ou pode preparar uma pergunta.

28. ‫ ְו ַּאתֵֶּּ֫ נָה י ְדַּ ע ֶ ְ֑תן כִי ְבכָל־כ ֹחי‬Tu sabes que eu servi teu pai

‫ ָע ֶַּּ֫בדְ תִ י אֶת־ ֲאבִיכֶן׃‬com toda minha força.


Gn 31.6

p 297 29. ‫ ְו ַּאתֶ ם ֲעז ַּ ְבתֶ ם אֹותִ י‬Vós tendes me abandonado


Jz 10.13

30. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ַּה ֶֶּ֫מלְֶך לְדֹוי ֵּג ס ֹב ַּאתָ ה‬Então disse o rei a Doegue,
‫“ו ְפגַּע בַּכ ֹ ֲהנִי֑ ם ַּוּי ִס ֹב דֹוי ֵּג ָה ֲאדֹמִי‬Vira-te tu, e arremete contra
os sacerdotes”, e Doegue, o
‫ ַּוּי ִ ְפגַּע־הּוא בַּכ ֹ ֲהנִים‬edomita, tornou-se e ele se
arremeteu contra os
sacerdotes.

1Sm 22.18

16.3.3 Orações sem Verbos

a Há dois tipos de orações sem verbo: identificadora (a ordem básica sendo: sujeito-
predicado) e classificadora (a ordem básica sendo: predicado-sujeito). A terceira pessoa do
pronome independente pode ser usada na oração sem verbo assim como uma cópula ou um
pronome pleonástico, e já discutimos anteriormente a análise de tal função (8.4). Nesta seção,
recapitulamos nosso tratamento e consideramos o papel do pronome em particular.

b Orações de identificação com pronomes independentes num papel de cópula possuem a


ordem palavra sujeito-pronome-predicado.

1. ‫ ֵּעשָו הּוא אֱדֹום׃‬Esaú é Edom.


Gn 36.8
Tais períodos, como observado em 8.4.1, podem ser também analisados como construções
absolutas nominativas (foco ou casus pendens): o substantivo inicial (aqui, ‫עשָו‬
ֵּ ) é o marcador
do foco, e a própria oração tem a ordem sujeito-predicado (aqui, ‫הּוא‬ ‫)אֱדֹום‬. Nesta análise,
podemos parafrasear, ‘Quanto a Esau, ele é Edom’.

c Essa construção tem uma força “exclusiva-seletiva”, nas palavras de Muraoka: o


sujeito/foco é separado e contrastado com outras alternativas possíveis ou reais. Em alguns
exemplos, a passagem está interessada na singularidade do sujeito/foco.

2. ‫ֱֹלהים ֵּאין עֹוד‬


֑ ִ ‫יהוה הּוא ָהא‬YHWH é Deus; nenhum outro há
‫ ִמ ְלבַּדֹו׃‬Dt 4.35

3. ‫יהוה הּוא ָהאֱֹלהִים יהוה הּוא‬YHWH é Deus. YHWH é Deus [em


‫ ָהאֱֹלהִים׃‬contraste agudo para com
Baal].

1Rs 18.39

4. ‫וַּיהוה הּוא הַּהֹלְֵּך ְל ָפ ֵֶּּ֫ניָך‬YHWH é aquele que vai diante de


ti.

Dt 31.8

5. ‫ ָהאִיש ֲאשֶר־י ִ ְבחַּר יהוה הּוא‬O homem a quem YHWH


‫ ַּה ָקדֹו֑ ש‬escolhe, este será O santo.
Nm 16.7

p 298 Nessa construção de foco, o sujeito/foco, pode ser um pronome (primeira ou segunda
pessoa).

6. ‫ ַּאתָ ה־הּוא ָהאֱֹלהִים‬Tu és Deus


2Sm 7.28

7. ‫ש ֶֶּ֫עיָך‬
ָ ‫ָאנֹכִי אָֹנֹכִי הּוא מֹחֶה ְפ‬Eu, eu mesmo, sou o que apago
as tuas transgressões

Is 43.25

8. ‫ ַּאתָ ה־הּוא ַּמ ְלכִי‬Tu és meu rei


Sl 44.5

As construções de foco também podem ser usadas quando houver uma mudança no centro de
atenção.

9. ‫ ַּוּי ֶָּ֫ב ֹאּו ְבנֵּי יִש ְָראֵּל … וְיֹוסֵּף‬E os (outros) filhos de Israel
ַּ ‫הּוא ַּה‬vieram … mas José era o
‫שלִיט עַּל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬
governador da terra.

Gn 42.5–6

10. ‫ ַּוּיִהְיּו ְבנֵּי־נ ֹ ַּח … שֵּם ְוחָם ָו ֶּ֑֫ ָיפֶת‬Os filhos de Noé eram … Sem,
‫ ְוחָם הּוא ֲאנִי ְכ ֶָּ֫נעַּן׃‬Cão e Jafé. Cão era o pai de
Canaã

Gn 9.18

d Nas orações de classificação com pronomes pessoais independentes, o pronome segue o


sujeito básico e predicado (8.4.2).

11. ‫אִיש ר ֹאש ְלבֵּית־אֲב ֹתָ יו הּוא׃‬Cada homem é cabeça de sua


casa paterna.

Nm 1.4

Aqui, novamente, sob uma análise de casus pendens, o mecanismo gramatical é mais fácil de
compreender: o sujeito básico ou subjacente é um marcador de foco (aqui, ‫)אִיש‬, e o resto da
oração tem a estrutura sujeito-predicado (aqui, ‫)ר ֹאש … הּוא‬. O foco/sujeito tem
novamente uma força “exclusiva-seletiva”.

12. ‫כָל־ה ֶָּ֫ע ֹשֶר … ֶָּ֫לנּו הּוא ּו ְל ָב ֵֶּּ֫ני֑ נּו‬Toda a riqueza … é nossa, como
também nossas crianças.
Gn 31.16

13. ‫ ִמ ְקנֵּהֶם ְו ִקנְיָנָם ְוכָל־ ְב ֶה ְמתָ ם‬Quanto ao gado, sua

‫הֲלֹוא ֶָּ֫לנּו ִ ֑הם‬propriedade, e todos os seus


animais, eles não serão nossos?

Gn 34.23

14. ‫ ְו ַּהלֻח ֹת ַּמ ֲעשֵּה אֱֹלהִים ֵֶּּ֫המָה‬Astábuas - elas eram o


trabalho de Deus.

Êx 32.16

15. ‫זֹובֹו ָטמֵּא הּוא׃‬No tocante a seu fluxo – é sujo.


Lv 15.2

p 299 16. ‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֲאשֶר ָע ֶַּּ֫ב ְרנּו בָּה לָתּור‬A terra nós exploramos – ela
ְ ‫א ֹתָ ּה ֶֶּ֫א ֶרץ א ֹ ֶֶּ֫כלֶת יֹו‬devora os seus moradores.
‫שבֶי ָה הִיא‬
Nm 13.32

Orações de classificação podem ter a ordem rara, predicado-sujeito ou, com um pronome,
predicado-pronome-sujeito.

17. ‫ששִים ֵֶּּ֫המָה ְמלָכֹות … ַאחַּת‬


ִ Sessenta rainhas pode haver …
‫הִיא יֹונָתִ י‬mas minha pomba é sem igual.
Ct 6.8–9

18. ‫צַּדִ יק הּוא יהוה‬YHWH é justo.


Lm 1.18

16.3.4 Aposição
a Quando um pronome pessoal independente fica em aposição a um pronome sufixado,
ele cumpre um papel enfático. O pronome sufixado pode ser um genitivo ligado a um
substantivo (## 1–4) ou uma preposição (## 5–8).

1. ‫ּו ִפג ְֵּריכֶם ַּא ֶ ֑תם יִּפְלּו ַּב ִמדְ ָבר‬Vossos cadáveres malditos

‫ ַּהז ֶה׃‬cairão neste deserto.


Nm 14.32

2. ‫ש ֵֶּּ֫נינּו ֲא ֶַּּ֫נחְנּו‬
ְ ‫ש ֶַּּ֫בעְנּו‬
ְ ִ‫ ֲאשֶר נ‬o que juramos, ambos
1Sm 20.42

3. ‫מִי־י ִתֵּ ן מּותִ י ֲאנִי תַּ חְתֶֶּ֫ ָך‬Quem me dera que eu morrera
por ti.

2Sm 19.1

4. ‫ָאבַּד זִכ ְָרם ֵֶּּ֫המָה׃‬A memória deles pereceu


Sl 9.7

5. ‫ֹלא אֶת־אֲב ֹתֵֶּּ֫ ינּו כ ַָּרת יהוה את־‬Não foi com nossos pais que fez
‫ ַּהב ְִרית ה ַּ֑ז ֹאת כִי ִאתָ נּו ֲא ֶַּּ֫נחְנּו‬o SENHOR esta aliança, mas
conosco

Dt 5.3

6. ‫בִי־ ֲאנִי ֲאדֹנִי ֶהעָֹו֑ ן‬Em mim, meu senhor, é a culpa.


1Sm 25.24

7. ‫ ְולִי ֲאנִי־ ַּעבְדֶֶּ֫ ָך … ֹלא ק ָָרא׃‬Mas eu, [eu de todas as


pessoas] somente eu, teu servo,
… não convidou.

1Rs 1.26
8. ‫שבֶת ְבבָתֵּ יכֶם‬ ֶ ֶּ֫ ‫ ַּהעֵּת ָלכֶם ַּאתֶ ם ָל‬Acaso, é tempo de habitardes
‫סְפּו ִנ֑ים ְו ַּה ֶַּּ֫בי ִת ַּהז ֶה ח ֵָּרב׃‬vós em casas apaineladas,
enquanto esta casa permanece
em ruínas?

Ag 1.4

p 300 Menos freqüentemente, o pronome sufixado com a aposição é um sufixo verbal numa
função acusativa.

9 ‫כִי־ ַּצ ְמתֶ ם … הֲצֹום ַּצמְתֶֻּ֫ נִי‬Quando jejuastes, era para mim
que jejuastes?

‫שתּו‬ְ ִ‫ ֶָּ֫אנִי׃ ְוכִי ת ֹאכְלּו ְוכִי ת‬Quando comestes e quando


‫הלֹוא ַּאתֶ ם הָא ֹ ְכלִים ְו ַּאתֶ ם‬bebestes, não fostes vós os
comedores, não fostes vós os
‫הַּש ֹתִ ים׃‬bebedores?

Zc 7.5–6

Um evidente anverso desta construção envolve um pronome independente como um casus


pendens com o mesmo referente como um pronome sufixado.

10. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬


ָ ‫ ֲאנִי י ָדַּ י נָטּו‬Eu, minhas mãos tem estendido
aos céus.

Is 45.12

16.3.5 Funções Secundárias

a Sob esta rubrica geral são consideradas três funções totalmente distintas dos pronomes
pessoais independentes: com partículas, como um neutrum referente a um antecedente não
específico, e como um marcador prepositivo de nomes. As duas últimas dessas funções
envolvem somente as formas da terceira pessoa.

‫ ִהנֵּה‬, geralmente ‘eis’ (e o relacionado ‫)הֵּן‬, e ‫גַּם‬,


b As duas partículas de interesse são

geralmente ‘também’ (e o semelhante ‫)ַאף‬. As partículas ‫ הֵּן‬e ‫הנ ֵּה‬


ִ podem chamar atenção
especial para uma certa declaração como um todo ou para uma única palavra fora da
declaração. Elas podem ficar antes dos pronomes independentes para destacar o elemento
pronominal. Uma partícula comumente segue ‫הנ ֵּה‬
ִ + pronome (# 1; cf. 37.6f, 40.2.1d), às vezes
com elementos intervenientes (# 2); outras formas podem seguir a combinação de ‫ הנה‬+
pronome (# 3).

1. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר יהוה ִהנֵּה הּוא נֶ ְחבָא‬YHWH disse: “Eis que ele se

‫אֶל־ ַּה ֵּכלִים׃‬escondeu na bagagem.”


1Sm 10.22

2. ‫כ ֹה ָאמַּר יהוה ִהנֵּה ֲאשֶר־ ָב ִֶּ֫ניתִ י‬YHWH disse isto: “Eis que eu
‫ ֲאנִי ה ֵֹּרס‬construí, Eu derribarei.”
Jr 45.4

3. ‫וַּּי ֹא ֶמרּו ֵּאלָיו ִהנֵּה ַּאתָ ה ז ָ ֶַּּ֫קנְ ָת‬Disseram-lhe, “Eis que tens
envelhecido!”

1Sm 8.5

A partícula é sufixada antes de um pronome independente apenas na combinação ‫אנ ִי‬


ֲ ‫ ִהנְנִי־‬.
4. ‫ ִהנְנִי־ ֶָּ֫אנִי וְדָ ַּרשְתי ֶאת־צ ֹאנִי‬Eu procurarei minha ovelha.
Ez 34.11

p 301 Nesses exemplos em que o pronome pessoal ocorre depois de ‫גַּם‬ (ou, menos
freqüentemente, ‫)ַאף‬, se está em aposição a um sujeito (# 5) ou numa construção casus
pendens (# 6), eles não têm ênfase especial, e a partícula significa um pouco mais do que
‘também’. A força do pronome pode estar mais acentuada se ficar em aposição a um objeto
preposicional (# 7), um objeto verbal (# 8), ou um sufixo possessivo (# 9); veja 16.3.4a.

5. ‫ ְו ִצלָה גַּם־הִיא ָיָֽלְדָ ה‬Zilá também deu à luz.


Gn 4.22

6. ‫ַאף־ ֲאנִי ַּבחֲלו̇מִי‬Eu, também, em meu sonho …


Gn 40.16
7 ‫וַּתְ הִי ָעלָיו גַּם־הּוא רּו ַּח אֱֹלהִים‬O espírito de Deus veio também
sobre ele.

1Sm 19.23

8. ‫ב ֲָר ֵֶּּ֫כנִי גַּם־ָאבִי׃‬Abençoa-me também a mim,


meu pai.

Gn 27.34

9. ‫ ֶאת־דָ ְמָך גַּם־ ֶָּ֫אתָ ה׃‬Teu sangue, o teu também.


1Rs 21.19

c A terceira pessoa do pronome singular, masculino ou feminino, pode servir como


neutrum com respeito a alguma ação ou circunstância vaga (6.6). O feminino é usual.

10. ‫הֲֹלא־הִיא כְתּובָה עַּל־ ֵֶּּ֫ספֶר‬Isto não está escrito no Livro de


ָ ָ ‫ ַּהּי‬Yashar?
‫ש ֑ר‬
Js 10.13

11. ‫ָאבִיו וְאמֹו ֹלא י ָדְ עּו כִי מֵּיהוה‬Os seus pais não souberam que
‫הִיא‬isto vinha de YHWH
Jz 14.4

Outros modos podem ser usados para expressar o neutrum; observe, no seguinte exemplo,
‫ז ֹאת‬.
12. ‫שבָה לָדַּ עַּת ֑ז ֹאת ָעמָל הּוא‬ְ ‫ ָו ֲא ַּח‬Quando eu tentei entender
‫ ְבעֵּינָי׃‬tudo isso, isso era doloroso
para mim.

Sl 73.16 Qere
d Finalmente, ‫ הּוא‬precede um nome pessoal somente nos livros pós-exílicos e tem a força
de ‘o mesmo’, sem ênfase especial.

13. ‫ֶזרא‬
ָ ‫הּוא ע‬o mesmo Esdras [retoma ao
sujeito perdido no caminho
depois de uma longa
genealogia]

Ed 7.6

14. ‫הּוא שְֹלמֹות‬o mesmo Selomite [se refere a


verso prévio e serve para
introduzir um parêntese
explicativo]

1Cr 26.26

p 302 16.4 Pronomes Pessoais Sufixados

a As funções dos sufixos pronominais são o nosso principal interesse aqui, porém algumas
explicações acerca de sua morfologia pode ser útil para começar.

singular plural

primeira comum ‫ִָ י‬, ‫נִי‬ ‫נּו‬

segunda masc. ‫ָך‬ ‫כֶם‬

segunda fem. ‫ְך‬ ‫כֶן‬

terceira masc. ‫ו‬, ‫ֹו‬,ֹ ‫ה‬, ‫הּו‬ ‫ָָ ם‬, ‫הֶם‬

terceira fem. ‫ָָ ּה‬, ‫ָה‬ ‫ן‬, ‫הֶן‬


A característica mais marcante desses sufixos é o fato de que formas possessivas e objetivas
são as mesmas, exceto na primeira pessoa singular, em que –î é possessivo e –nî objetivo. O
desenvolvimento fonológico de muitos sufixos é complexo, mas um ponto é especialmente
importante. A forma do TM ‫–(– ָך‬kā) é uma mistura de um sufixo não-vocalizado –k (conforme
o texto consonantal) e uma forma final de vogal longa –kā (conforme a vocalização). A forma
longa do sufixo é observada regularmente na escrita de Qumran ‫ –כה‬e esporadicamente no
TM (p. ex., ‫אכָה‬
ֲ ֹ ‫‘ ב‬sua vinda,’ Gn 10.30). Semelhantemente, ‫ –ְך‬é uma mistura não-vocalizada
–k e –kī, a forma esperada em solos etimológicos. O Qumran regularmente usa o sufixo na
forma ‫–כי‬, o TM também exibe raramente essa forma, (p. ex., ‫ָרעָתֵֶּּ֫ כִי‬ ‘suas misérias,’ Jr
11.15).

b O pronome masculino é usado freqüentemente para um antecedente feminino (## 1–2;


6.5.3).

1. ‫ּוב ְַּרגְלֵּיהֶם תְ ַּע ֶַּּ֫כ ְסנָה׃‬com ornamentos que tinem nos


seus (masc. para ‫)בְנֹות‬
tornozelos

Is 3.16

2. ‫ ְוכָל־ ַּה ְבאֵּר ֹת … סִתְ מּום‬E como a todos os poços


ְ ‫( ְּפ ִל‬fem.)…
‫שתִ ים ַּוי ְ ַּמלְאּום ָעפָר׃‬ os Filisteus os
entupiram (masc.) e os
encheram (masc.) com terra.

Gn 26.15

p 303 Sufixos singulares podem ter uma referência coletiva (# 3), e, contrariamente, sufixos
plurais podem ser usados depois de coletivos singulares (# 4; 7.2.1b).

3. ‫ ַּויְהִי ִכ ְקרֹוא י ְהּודִ י שָלש דְ לָתֹות‬Quando Jeudi leu três ou

ְ ‫ו‬quatro colunas
‫ְַאר ָבעָה יִק ְָר ֶֶּ֫ע ָה‬ (pl.), (o rei) os
cortou (sing.).

Jr 36.23

4 ‫גֵּר י ִ ְהי ֶה ז ְַּרעֲָך ְב ֶֶּ֫א ֶרץ ֹלא ָלהֶם‬Teus descendentes (sing.) serão
estrangeiros (sing.) em uma
terra não sua própria (pl.).

Gn 15.13

c Ligados a um substantivo ou preposição, os sufixos estão no caso genitivo, enquanto que


ligados a um verbo, ‫ ֶאת‬, ou ‫ ִהנֵּה‬estão na função acusativa. Consideremos primeiro a função
genitiva, também a gama mais complexa do acusativo, e finalmente a função reflexiva.

d Os sufixos genitivos servem a mesma gama de propósitos como outros genitivos (9.5),
embora os propósitos adjetivais são raramente relevantes. São encontrados os sufixos
genitivos subjetivos, de agência (# 5), autoria (# 6), e relação (# 7; 9.5.1).

5. ‫בְיֹום ֲא ָכ ְלכֶם ִמ ֶֶּ֫מנּו‬quando tu comeres disto


Gn 3.5

6. ‫ב ְִריתי‬minha aliança
Gn 9.9

7. ‫שתֹו‬
ְ ‫ ִא‬sua mulher
Gn 2.25

Sufixos genitivos adverbiais podem representar um objeto direto (## 8–9) ou um objeto
indireto (## 10–12; 9.5.2).

8. ‫אִיש ה ֶַָּּ֫רגְתִ י ְל ִפ ְצעִי‬Eumatei um homem por me


ferir.

Gn 4.23

9. ‫ ֲח ָמסִי‬a injustiça que eu estou


sofrendo, a injustiça feita a mim

Gn 16.5, Jr 51.35

10. ‫שכ ֵּ ָ֑רְך‬


ְ ‫ ֲאנִי ֶאתֵּ ן ֶאת־‬Eu o pagarei (lit., eu te darei teu
salário).

Êx 2.9

11. ‫וַּּיתֵּ ן הִנֹו‬Ele lhe concedeu favor (lit., Ele


deu o seu favor).

Gn 39.21

12. ‫ְַארתְ ָך‬


ְ ‫ ֶֶּ֫אפֶם כִי ֹלא תִ ְהי ֶה תִ פ‬Masa honra não será tua
(iluminou., Mas não será tua
honra).

Jz 4.9

O sufixo pronominal varia com frases preposicionais em l, que também indica posse.
Raramente, um substantivo é marcado para posse com um sufixo tanto para uma frase
preposicional (# 13) como para uma frase relativa (## 14–15).

p 304 13. ‫ּאֹיְבַּי לִי‬meus inimigos


Sl 27.2

14. ‫ש ִלשְֹלמ ֹה‬


ֶ ‫ ִמטָתֹו‬minha própria vinha
Ct 1.6

15. ‫שלִי‬
ֶ ‫כ ְַּרמִי‬a própria carruagem de
Salomão

Ct 3.7

Outros sufixos preposicionais exercem o mesmo papel como objetos substantivos de


preposições.

16. ‫וַּּיֶּ֫ אמֶר ָלהֶם אֱֹלהִים‬E Deus disse-lhes …


Gn 1.28
e Já que substantivos numa cadeia construta constituem uma idéia unificada, um sufixo
pronominal ligado ao último substantivo numa cadeia afeta logicamente a construção inteira.

17. ‫הַּר־ ָקדְ שִי‬minha santa montanha


Sl 2.6

18. ‫ ֱאלִילֵּי ַּכסְּפֹו‬seus ídolos de prata


Is 2.20

19. ‫ ְכלֵּי ִמ ְל ַּה ְממֹו‬suas armas


Dt 1.41

20. ‫י ַּד־יְמִינו‬sua mão direita


Jz 3.15

Quando um sufixo pronominal se referir a um substantivo numa série que não pode ser
sufixada, outras construções, tais como aposição (## 21–22) ou acusativo de especificação (#
23), são usadas para se ajustar às modificações desejadas.

21. ‫כֻתָ נְתֹו אֶת־כ ְֶּ֫ת ֹנֶת ַּה ֵּּפסִים‬sua


túnica, túnica ricamente
ornamentada

Gn 37.23

22. ‫ ְגבִיעִי ְגבִי ַּע ַּה ֶֶּ֫כסֶף‬Meu copo, o copo de prata


Gn 44.2

23. ‫מִסֹו בַּד‬seu vestuário em linho


Lv 6.3
f Sufixos acusativos também são usados como objeto direto (## 24–28) ou objetos
“dativais” (## 28–29; 10.2.1). Numa construção de duplo-acusativo, um dos objetos pode ser
representado por um sufixo (# 27).

24. ‫ ַּוי ְ ֶָּ֫ב ֶרְך א ֹתָ ם אֱֹלתִ ים‬Deus os abençoou.


Gn 1.28

25 .‫ ְסב ָ֑בּונִי‬Eles me cercaram.


Sl 109.3

p 305 26. ‫תִ ְמ ָל ֵֶּּ֫אמֹו נַּ ְפשִי‬Eu me fartarei deles.


Êx 15.9

27. ‫שהּו ֶֶּ֫פסֶל‬


ֵּ ֶּ֫ ‫ ַּוּי ַּ ֲע‬Ele fez isto numa imagem.
Jz 17.4

28. ‫ ְו ִהפ ְֵּרתִ י א ֹתְ ָך … ּונְ ַּתתִֶּ֫ ָך‬Eu


te farei frutificar … Eu te
darei

Gn 17.6

29. ‫ ַּצ ְמ ֶֻּ֫תנִי‬Jejuastes para mim?


Zc 7.5

O neutrum ou referente vago pode ser marcado com um sufixo pronominal objetivo,
usualmente feminino. A ação ou estado é descrito normalmente na(s) oração(ões)
precedente(s).

30. ‫ש ֶֶּ֫ב ָה לֹו‬


ְ ‫ ְו ֶה ֱאמִן בַּיהו֑ ה ַּוּי ַּ ְח‬Ele creu em YHWH e foi contado
‫צְדָ קָה׃‬isto como justiça
Gn 15.6
31. ‫בָּה ֵּאדַּ ע‬Por isto eu conhecerei.
Gn 24.14

32. ‫ֹלא ז ָ ֶַּּ֫כ ְרתְ ַאח ֲִרתָּה׃‬Tu


não refletiste sobre o que
poderia acontecer.

Is 47.7

33. ‫ ָעלַּי הָיּו ֶֻּ֫כ ֶָּ֫לנָה׃‬Tudo é contra mim.


Gn 42.36

g Em muitas línguas, há uma série de pronomes reflexivos separados; por exemplo, na


forma portuguesa ‘–próprio’ ou na francesa ‘–même’. O hebraico não possui essa série;
preferivelmente, com uma preposição (ou ‫ )את‬um sufixo pode ser usado com uma força
reflexiva. Em alguns contextos possuem uma variação enfática adicional, mas esse significado
é mais reconhecido por lógica do que por indicadores formais.

34. ‫ ַּו ִֶּּ֫יעַּש לֹו אֵּהּוד ֶֶּ֫ח ֶרב‬Eude fez para si uma espada.
Jz 3.16

35. ‫ ַּוּיָבֵּא א ֹתָ ּה ֵּאלָיו אֶל־הַּתֵּ בָה׃‬E trouxe isto (a pomba) para ele
mesmo na arca.

Gn 8.9

36 ‫כִי־גָמְלּו ָלהֶם ָרעָה׃‬Porque eles trouxeram mal


sobre eles mesmos.

Is 3.9

37. ‫ששּו ָלהֶם תֶֶּ֫ בֶן׃‬


ְ ֹ ‫הֵּם יְלְכּו וְק‬Eles têm que ir e têm que juntar
palha para eles mesmos.

Êx 5.7
38. ‫ ַּוּי ְִראּו שֹט ְֵּרי ְבנֵּי־יִש ְָראֵּל א ֹתָ ם‬Os capatazes dos israelitas

‫ב ְָרע‬viram eles mesmos em


dificuldade.

Êx 5.19

p 306 17

Demonstrativos
17.1 Introdução

17.2 Morfologia

17.3 Demonstrativos Verdadeiros e Quase-Demonstrativos

17.4 Demonstrativos Verdadeiros

4.1 Propriedades Sintáticas

4.2 Usos de Demonstrativos Simples

4.3 Outras Funções

17.5 Quase-Demonstrativos

17.1 Introdução

a Os demonstrativos são palavras dêiticas independentes que podem ser usadas como
pronomes, tomando o lugar de um substantivo, ou como adjetivos, ao qualificar ou determinar
um substantivo. As palavras dêiticas indicam, ou chamam a atenção para alguém ou alguma
coisa (13.1). Os demonstrativos se dividem em duas séries. Os demonstrativos “próximos” ou
“imediatos” referem-se a alguém ou a alguma coisa que está relativamente próxima ao falante
ou relativamente vívida na imaginação. Os demonstrativos “distantes” ou “remotos” referem-
se a alguém ou alguma coisa relativamente distante. Os demonstrativos próximos no
português são ‘este, esta, isto,’ e os distantes são ‘esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo’;
ambos são flexionados em gênero e número. O hebraico tem uma classe de demonstrativos
verdadeiros, aqueles com o elemento z e ‫אלה‬, utilizando-se dos pronomes na terceira pessoa
como quase-demonstrativos; o conjunto z tem uma referência de proximidade (## 1, 3–4) e o
pronome pessoal uma referência de distância (# 2). Ambos servem em papéis adjetivais (## 1–
2); o conjunto z tem, também, um uso estritamente pronominal (## 3–4).
1. ‫ ֶַּּ֫בעַּל ַּהחֲֹלמֹות ַּה ָלז ֶה‬este sonhador
Gn 37.19

2. ‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ַּההִיא‬dessa terra


Gn 2.12

p 307 3. ‫‘לְז ֹאת יִק ֵָּרי ִאשָה כִי ֵּמאִיש‬Mulher’ será utilizado para
‫ ֻל ֳקחָה־ז ֹאת׃‬designar esta porque esta foi
tomada do homem.

Gn 2.23

4. ‫הֶן־ז ֹאת ֹלא־צָדֶַּּ֫ ְק ָת‬Nisto não estás certo.


Jó 33.12

17.2 Morfologia

a As duas séries principais de demonstrativos estão convencionalmente em séries


paralelas.

perto longe

masc. sing. ‫ז ֶה‬ ‫הַּהּוא‬

fem. sing. ‫ז ֹה‬, ‫ז ֹאת‬,‫זֹו‬ ‫ַּההִיא‬

masc. pl. ‫ ֵֶּּ֫אלֶה‬, ‫אֵּל‬ ‫ ַּההֵּם‬, ‫ַּה ֵֶּּ֫המָה‬

fem. pl. ‫ַּה ֵֶּּ֫הנָה‬


Como discutiremos na próxima seção, esse arranjo perto/longe não é preciso, como é sugerido
pelo uso do artigo na série de demonstrativos de distância. Os elementos formativos nas séries
dos demonstrativos de proximidade são z e l. (O elemento formativo h é usado no artigo e
está, desta forma, associado com a função dêitica dos termos de definibilidade; veja 13.1). As
variantes do feminino singular são raras; o arcaico grafado com ‫ זֹו‬ocorre duas vezes, e o
grafado com ‫ ז ֹה‬ocorre onze vezes. A forma ‫ אֵּל‬é encontrada nove vezes, geralmente com o
artigo; é possível que ‫ אל‬devesse ser tomado como uma variante escrita e vocalizada como
‫ ֵֶּּ֫א ֶל‬. Há uma série ampliada de demonstrativos de proximidade: ‫( ַּהלָז‬masc., fem.; sete vezes,
todas, exceto uma, utilizando uma função adjetival), ‫לז ֶה‬ ָ ‫( ַּה‬masc.; somente em Gn 24.65,
37.19), ‫ה ֵֶּּ֫לזּו‬
ַּ (fem., somente Ez 36.35).
b Há vários grupos de formas relacionadas. O pronome determinativo ‫( זּו‬às vezes ‫ )זֶה‬é
raro. Os chamados advérbios demonstrativos exibem os elementos formativos h e l (## 1–2),
como também n (## 3–4, 6, 8) e k (## 5–8).

1. ‫הֲֹלם‬para cá, aqui

2. ‫ ֶּ֫הָ ָֽלְָאה‬por isso

3. ‫ ִהנֵּה‬eis

4. ‫ ֵֶּּ֫הנָה‬para cá

5. ‫ ַּאְך‬certamente

6. ‫ָאכֵּן‬de modo a

7. ‫כ ֹה‬aqui

8. ‫כֵּן‬assim
Outros advérbios que possuem força demonstrativa são ‫‘ ָאז‬então’, ‫‘ שָם‬lá’, e ‫שמָה‬
ָ ֶּ֫ ‘para lá’.
O artigo (13.5.2b) e ‫( את‬10.3) também são palavras dêiticas que tendem a ser demonstrativas.

p 308 Demonstrativos Verdadeiros e Quase-Demonstrativos

a Somente os demonstrativos de proximidade são os verdadeiros demonstrativos; os


pronomes pessoais determinados (‫ ההוא‬e seus equivalentes) são quase-demonstrativos,
servindo apenas em certas construções nas quais os demonstrativos verdadeiros são usados.
Diversos argumentos apóiam esta distinção.

b A primeira diferença entre os grupos envolve diversidade de caso: ‫ זה‬pode ser usado em
todas as funções: nominativas (## 1–2), genitivas (## 3–4) e acusativas (## 5–6).

1. ‫ז ֶה הַּדָ בָר ֲאשֶר ִצּוָה יהוה׃‬Este


é o que fez juramento a
YHWH.

Nm 30.2

2. ‫ז ֶה־י ִ ְהי ֶה ָלכֶם גְבּול י ָם׃‬Esta será sua borda ocidental.


Nm 34.6

3. ‫ש ֻב ַּע ז ֹאת‬
ְ a semana desta
Gn 29.27

4. ‫לְז ֹאת יִק ֵָּרא‬Será chamada (a) esta aqui.


Gn 2.23

5. ‫ ְק ָרא נָא־ ֶז֑ה‬Leia isto


Is 29.11

6. ‫שלְחּו־נָא ֶאת־ז ֹאת‬


ִ Despache esta pessoa
2Sm 13.17
‫הוא‬, por outro lado, como pronome pessoal, ocorre somente no nominativo (veja 16.2a), e
‫ ההוא‬ocorre somente como um adjetivo atributivo.
c A segunda diferença envolve a carga funcional dos dois grupos de demonstrativos; em
todos os casos em que línguas com dois grupos de demonstrativos empregam um par
contrastante (p. ex.: em português, ‘Nós falamos disto e daquilo’), o hebraico usa apenas ‫זה‬.
Assim, ‫ הוא‬pode ter o pronome demonstrativo verdadeiro como seu antecedente (## 7–8),
mas nunca usado em justaposição com ele para expressar ‘este … aquele.’

7. ‫ו ֶַּּ֫ת ֹאמֶר אֶל־ ָה ֶֶּ֫עבֶד מִי־ ָהאִיש‬E ela (Rebeca) perguntou ao


‫שדֶ ה ִלק ְָראתֵֶּּ֫ נּו‬ ָ ‫ ַּה ָלז ֶה הַּהֹלְֵּך ַּב‬servo: “Quem é aquele homem
que vem pelo campo ao nosso
‫ ֶּ֫ ַּוּיא ֶמר ָה ֶֶּ֫עבֶד הּוא ֲאד ֹ ִנ֑י‬encontro?” “Este é meu
senhor”, respondeu o servo.

Gn 24.65

8. ‫ ְו ָהי ָה ֲאשֶר אֹמַּר ֵּא ֶֶּ֫ליָך ז ֶה יֵּלְֵּך‬E será a prova de quem eu te


‫ ִאתָ ְך הּוא יֵּלֵָּך וְכ ֹל ֲאשֶר־אֹמַּר‬disser, “Este aqui irá contigo”,
este (ou, aquele) irá contigo; e
‫ ֵּא ֶֶּ֫ליָך ז ֶה ֹלא־יֵּלְֵּך ִע ָמְך הּוא ֹלא‬todos esses de quem eu te
‫יֵּלְֵּך׃‬disser, “aquele (ou, este aqui)
não entrará em tua
companhia”, este (ou, aquele)
não irá.

Jz 7.4

p 309 Por contraste, ‫ זה‬é usado tanto para o objeto ‘próximo’ como para o objeto ‘distante’
quando um par é justaposto.

9. ‫ז ֹאת א ֹ ֶֶּ֫מ ֶרת … וְז ֹאת א ֹ ֶֶּ֫מ ֶרת‬Esta


aqui disse … e aquela
disse.…

1Rs 3.23

10. ‫עֹוד ז ֶה מְדַּ בֵּר ְוז ֶה בָא‬Esteaqui ainda estava falando


quando aquele chegou.

Jó 1.16
‫ ההוא‬nunca é usado desse modo.
d O terceiro argumento envolve a referência de direção. O demonstrativo verdadeiro ‫זה‬
pode ser usado para uma referência anterior (anáfora; # 11) ou posterior (catáfora; # 12).

11. ‫ש ַּבעְתִ י‬
ְ ִ‫ז ֹאת ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֲאשֶר נ‬Esta é a terra de que jurei a

‫לְַאב ְָרהָם‬Abraão.
Dt. 34.4; cf. vv 1–3

12. ‫ ֵֶּּ֫אלֶה ְבנֵּי־ ֵֶּּ֫אצֶר ִב ְלהָן‬Estes são os filhos de Ezer:


Bilã.…

Gn 36.27

‫ הוא‬e ‫ההוא‬, por outro lado, referem-se apenas aos que os precedem.
e Quando‫ הוא‬for limitado como atributivo, ele sempre reterá uma força dêitica maior do
que ‫ההוא‬. Compare, por exemplo, Jr 25.13 ‫ההִיא‬ ַּ ‫‘( ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬aquela terra’, da qual temos
falado) com o v. 9 ‫ה ֶָּ֫א ֶרץ הַּז ֹאת‬
ָ (‘esta terra’, onde Jeremias se encontra).

17.4.1 Demonstrativos Verdadeiros

17.4 Propriedades Sintáticas

a ‫ זה‬e seus equivalentes podem estar agrupados a outras palavras num período como um
equivalente nominal, em qualquer função gramatical, ou como um atributivo. Já citamos
exemplos da primeira construção (veja 17.3b); precisamos apenas comentar acerca do uso
atributivo. Como um atributivo ‫ זה‬é usado de três maneiras diferentes. Pode ser usado como
um adjetivo atributivo (i.e., com o artigo e após o termo principal; ## 1–2) ou como um
adjetivo predicativo (i.e., sem o artigo e antes do termo principal; ## 3–5).

1. ‫בַּדֹור ַּהז ֶה‬nesta geração


Gn 7.1

2. ‫הַּגֹים ַּהגָדֹול ַּהז ֶה׃‬esta grande nação


Dt 4.6

3. ‫ז ֶה מֹשֶה‬este Moisés
Êx 32.1

4. ‫ז ֹאת קֹומָתֵּ ְך‬esta tua estatura


Ct 7.8

5. ‫שדִ ים ז ֶה ָהעָם‬
ְ ‫הֵּן ֶֶּ֫א ֶרץ ַּכ‬Olhe para a terra da Babilônia,
este povo.

Is 23.13

p 310 A construção mencionada em segundo lugar ocorre habitualmente, mas não


exclusivamente (# 5), com nomes próprios (# 3) ou com nomes que tenham um sufixo
pronominal (# 4). Finalmente, com substantivos determinados por um sufixo pronominal, o
demonstrativo atributivo pode exibir uma mistura dessas duas construções, aparecendo após
sua palavra principal, porém sem o artigo (## 6–8). Ele pode ser construído como uma
aposição nesses casos.

6. ‫א ֹת ֹתַּ י ֵֶּּ֫אלֶה‬estes
(coisas), meus sinais
miraculosos

Êx 10.1

7. ‫ש ֻבעָתִ י ז ֹאת‬
ְ ‫ ִמ‬deste, meu juramento
Gn 24.8

8. ‫ ְואִם־תַּ ִֶּ֫גידִ י ֶאת־דְ ב ֵֶָּּ֫רנּו ֶז֑ה‬Se


tu contares esta (coisa, a)
nossa ação …

Js 2.20

17.4.2 Usos de Demonstrativos Simples


a ‫ זה‬pode ser usado em qualquer situação onde um objeto está para ser assinalado, seja
de forma real ou imaginária. Essa força dêitica informa todos os seus usos, embora a relação
entre a dêixis e o contexto possa variar.

b A força dêitica simples é evidente em diversas expressões de tempo (cf. no português


‘Faça-o neste minuto’).

1. ‫לַּמֹועֵּד ַּהז ֶה‬por este tempo


Gn 17.21

2. ‫קּום כִי ז ֶה הַּּיֹום ֲאשֶר נָתַּ ן יהוה‬Vá - este é o dia que YHWH
‫ ֶאת־סִיס ְָרא ְבי ָדֶֶּ֫ ָך‬entregou Sísera em tuas mãos
Jz 4.14

3. ‫ז ֹאת ַּה ֶַּּּ֫פעַּם ֶֶּ֫עצֶם ֵּמ ֲע ָצמַּי‬esta afinal, é osso de meus


ossos

Gn 2.23

A frase‫ היום הזה‬é quase invariavelmente adverbial. Ela especifica o tempo quando ocorre
uma ação (# 4) sendo, assim, equivalente ao ‫ היום‬adverbial (13.5.2b).

4. ‫הַּּיֹום ַּהז ֶה ָאחֵּל גַּדֶ לְָך‬Hoje eu começarei a te exaltar.


Js 3.7

Para datar eventos,‫ היום ההוא‬é geralmente usado para eventos passados e futuros,
enquanto ‫( היום הזה‬ou ‫ )בעצם היום הזה‬é reservado para o tempo presente; o dêitico de
proximidade pode, contudo, ser usado para referir-se a um tempo longínquo (# 5).

p 311 5. ‫שנָה ְל ַּחּי ֵּי־נ ֹ ַּח‬


ָ ‫שנַּת שֵּש־מֵּאֹות‬ ְ ‫ ִב‬No sexto centésimo ano da vida
‫… בַּּיֹום ַּהז ֶה‬de Noé … neste dia …
Gn 7.11
Essa associação com o tempo é estendida a circunstâncias nas quais não haja datação próxima
ou explícita: o ‫ זה‬sem artigo (raramente ‫ )זאת‬ocorre com numerais nas expressões de tempo
e surge para enfatizá-lo (cf. a redundância no português ‘este aqui’ e ‘aquele ali’).

6. ‫ ְועַּתָ ה ִהנֵּה ֶה ֱחי ָה יהוה אֹותִי‬E agora eis que YHWH me


‫ַאר ָבעִים ְו ָחמֵּש‬
ְ ‫שר דִ בֵּר ז ֶה‬ֶ ‫ ַּכ ֲא‬conservou em vida, estes
quarenta e cinco anos,
‫שנָה‬ ָ conforme me prometeu.

Js 14.10

7. ‫ ַּויְנַּסּו א ֹתִ י ז ֶה ֶֶּ֫עשֶר ְּפ ָעמִים‬Eles me provocaram dez vezes.


Nm 14.22

c 8. ‫ ְו ָהי ִית ְכ ִאשָה ז ֶה יָמִים ַּרבִים‬Aja como uma mulher que há


‫ ִמתְ ַּא ֶֶּ֫בלֶת עַּל־מֵּת׃‬muitos dias está de luto por um
morto.

2Sm 14.2

O dêitico simples pode referir-se também a pessoas; em tais casos, a língua portuguesa tende
a usar um pronome pessoal.

9. ‫כִי־ק ָָרא יהוה ִלשְלשֶת ַּה ְמ ָלכִים‬Tem YHWH nos chamado três
‫ ָה ֵֶּּ֫אלֶה‬reis juntos …?
2Rs 3.10

10. ‫ ִהנֵּה הַּשּונַּמִית ַּהלָז׃‬Eis a nossa Sunamita


2Rs 4.25

Este pode ser enfraquecido a partir do dêitico verdadeiro para caracterizar algo.

11. ‫ז ֶה דֹור ד ֶֹר ָ ֑שיו‬Tal


é a geração desses que o
buscam.

Sl 24.6 Qere
d Semelhante ao papel do dêitico simples é o uso emparelhado de ‫זה…זה‬ citado
anteriormente (17.3c).

12. ‫ ְוק ָָרא ז ֶה אֶל־ז ֶה‬Um estava dizendo para o


outro.

Is 6.3

13. ‫וַּּיֶּ֫ אמֶר ז ֶה בְכ ֹה ְוז ֶה אֹמֵּר בְכ ֹה׃‬Um sugeriu isto e outro aquilo.
1Rs 22.20

e Na fluência do discurso, ‫ זה‬pode ter uma força dêitica relativa (17.3d), referindo-se a
substantivos, ainda que antecedendo-os (uso anafórico; ## 14–15) ou seguindo-os (uso
catafórico; ## 16–18).

p 312 14. ‫שת ֶבע ָָנ֑ן … ז ֹאת‬


ֶ ‫ ְו ָהי ְתָ ה ַּה ֶֶּ֫ק‬Sempre que o arco-íris aparecer
‫אֹות־ ַּהב ְִרית‬nas nuvens… este é o sinal da
aliança

Gn 9.16–17

15. ‫ ְו ָהי ָה כִי תָ ב ֹאנָה הָא ֹתֹות ָה ֵֶּּ֫אלֶה‬quandoestes sinais forem


cumpridos

1Sm 10.7 Qere; cf. vv 5–6

16. ‫שת ַּהש ִָרגִים‬


ֶ ‫ז ֶה ּפִתְ ר ֹנ֑ ֹו ש ְֶּ֫ל‬Esta
é a sua interpretação: os
três ramos são.…

Gn 40.12

17. ‫ ְועַּתָ ה ז ֶה הַּדָ בָר ֲאשֶר נַּ ֲעשֶה‬Porém isto é o que faremos a

‫ ַּל ִגב ָ ְ֑עה נַּ ֲעלֶה‬Gibeá: subiremos.…


Jz 20.9 LXX
18. ‫ ְו ֵֶּּ֫אלֶה תֹולְד ֹת ַאחֲר ֹן ּומ ֶ ֹ֑שה‬Estas são as gerações de Aarão
e Moisés …

Nm 3:1

17.4.3 Outras Funções

a Três usos de ‫ זה‬fogem da faixa usual de demonstrativos: como um pronome neutro, com
um antecedente incerto; como um enclítico com exclamações; e como um pronome relativo.

b Como um pronome da terceira pessoa, o demonstrativo verdadeiro pode referir-se a


uma ação ou circunstância vagamente definida (6.6, 16.3.5c). Esse pronome neutro
geralmente é feminino.

1. ‫ז ֹאת עֲשּו ִוהְי֑ ּו‬Fazei isto e vivereis.


Gn 42.18

2. ‫בְז ֹאת תִ ב ֵּ ָ֑חנּו‬E nisto sereis provados


Gn 42.15

3. ‫ִיתפֶל ֶאת־‬
ֶּ֫ ‫כָז ֹאת ְוכָז ֹאת יָעַּץ ֲאח‬Aitofel aconselhou Absalão … a
‫ַא ְבשָֹלם … ְוכָז ֹאת ְוכָז ֹאת‬fazer assim e assim e eu os
aconselhei fazer tal e tal
‫תָ ֶַּּ֫עצְתִ י ֶָּ֫אנִי׃‬
2Sm 17.15

4 ‫שר תַּ ֲעשֶה א ָ ֹ֑תּה‬


ֶ ‫ ְוז ֶה ֲא‬E deste modo farás
Gn 6.15

‫ זה‬enclítico é encontrado com perguntas exclamativas e sugestivas. ‫( זה‬ou com o


c O

verbo ‫עשה‬, ‫ )זאת‬parece enfatizar a pergunta e é melhor traduzido como um advérbio ou


uma frase enfática.
5. ‫מַּה־ז ֶה ִמ ֶַּּ֫ה ְרתָ ִלמְצ ֹא ב ְָנ֑י‬Como é isso que a pudeste
achar já tão depressa, meu
filho?

Gn 27.20

6. ‫מַּה־ז ֶה רּוחֲָך ס ָָרה‬Por que no mundo estás tão


desgostoso?

1Rs 21.5

p 313 7. ‫ֶל־ר ֵֶּּ֫עהּו‬


ֵּ ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ָהעָם אִיש א‬O povo perguntou um para ao
‫מַּה־ז ֶה ָהי ָה ְלבֶן־קִיש‬outro: “O que no mundo
aconteceu ao filho de Quis?”

1Sm 10.11

8. ‫מַּה־ז ֹאת ֲעשִיתֶ ם׃‬O que tendes feito no mundo?


Jz 2.2

9. ‫אֵּי־ז ֶה הַּדֶֶּ֫ ֶרְך נַּע ֲֶל֑ה‬Por qualquer caminho


atacaremos?

2Rs 3.8

O ‫ זה‬tautológico também ocorre com ‫הנה‬.

10. ‫ ְו ִהנֵּה־ז ֶה ַּמ ְלאְָך נֹגֵּ ַּע בֹו‬Olhe [aqui], um anjo o tocou.
1Rs 19.5

11. ‫ ִהנֵּה־ז ֹאת ה ָ ָָֽרעָה ֵּמאֵּת יהוה‬Olhe [aqui], o mal é de YHWH.


2Rs 6.33
‫ אשר‬é predominante em todos os usos do relativo, mas há exemplos nos
d O pronome

quais uma oração relativa é estabelecida por ‫( זה‬ou o relativo próximo ‫ ;זּו‬19.5). A maioria
deles é poético.

12. ‫ש ֶַּּ֫כנְתָ בֹו׃‬


ָ ‫הַּר־צִּיֹון ז ֶה‬O monte Sião, onde tu habitas
Sl 74.2

13. ‫כָל־ז ֶה ק ֹ ֵּל ַּע‬cada um de que tinha uma


funda

Jz 20.16

17.5 Quase-Demonstrativos

a O pronome determinado, ‫ ההוא‬e semelhantes, compartilham de algumas das funções


sintáticas dos demonstrativos verdadeiros. ‫ ההוא‬pode ter uma força dêitica simples.

1. ‫ַּנֹורא‬
ָ ‫אֵּת כָל־ ַּה ִמדְ בָר ַּהגָדֹול ְוה‬aquele grande e terrível deserto
‫הַּהּוא‬Dt 1.19

Pode ser, também, usado anaforicamente, como dêitico relativo.

2. ‫ ְו ֵּהבֵּאיתִ י עַּל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ַּההִיא‬Eu trouxe sobre aquela terra


Jr 25.13

b ‫ ההוא‬é freqüente em expressões de tempo. Na narrativa costumeira, o ‫ ההוא ביום‬de


tempo passado ocasionalmente serve para incorporar um “material suplementar” (# 3),
freqüentemente “funciona como parte de uma fórmula conclusiva” (# 4), e ainda em outros
lugares “serve como parte de uma transição para um episódio seguinte dentro da perícope” (#
5). Simon DeVries também se refere ao seu uso em um resumo “uma caracterização p 314
resumida relativa a um dia particular”. Num número pequeno de passagens, a frase serve para
marcar um sincronismo numa lembrança de “exortação e advertência concernente ao…
passado recente” (# 6). Em contextos cúlticos ou didáticos (proverbiais), ele marca um
sincronismo (# 7). Fora do corpus profético, ‫ביום ההוא‬ ao referir-se ao futuro cria um
sincronismo (# 8), um resumo (# 9), ou ambos (# 10). Em 101 ocorrências dirigidas para o
futuro no corpus profético, a frase funciona para incluir informações suplementares (# 11),
marcar transições (# 12), e em fórmulas de conclusão (## 13–14).

3. ‫וְֹלא־יָכְלּו ַּלעֲש ֹת־ ַּה ֶֶּּ֫פסַּח בַּּיֹום‬Mas alguns deles não puderam
֑ celebrar a páscoa naquele dia.
‫ההּוא‬
Nm 9.6

4. … ‫בַּּיֹום הַּהּוא כ ַָּרת יהוה‬Naquele dia fez YHWH… uma

‫ב ְִרית‬aliança.
Gn 15.18

5. ‫ ַּו ֶָּּ֫י ָרץ אִיש־ ִבנְיָמִן ֵּמ ַּה ַּמע ֲָרכָה‬Um benjamita correu da linha
‫ ַּוּי ָב ֹא שִֹלה בַּּיֹומ ה ַּ֑הּוא‬de batalha e veio a Siló no
mesmo dia.

1Sm 4.12

6. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹא ֶמר מֹשֶה ִל ְבנֵּי־גָד ְו ִל ְבנֵּי‬Moisés disse aos gaditas e


‫אּובן … ַּו ִֶּּ֫יחַּר־ַאף יהוה בַּּיֹום‬ ֑ ֵּ ‫ ְר‬rubenitas,… a ira de YHWH foi
despertada naquele dia.
‫ה ַּ֑הּוא‬
Nm 32. 6, 10

7. ‫קָבֹור תִ ְקב ְֶֶּ֫רנּו בַּּיֹום הַּהּוא‬O enterrará no mesmo dia.


Dt 21.23

8. ‫ ְו ִה ְפלֵּיתִ י בַּּיֹום הַּהּוא‬Eu vos deixarei fora naquele dia


Êx 8.18; veja v. 17

9. ‫וְָאנֹכִי ַּהסְתֵּ ר ַאסְתִ יר ָּפנַּי בַּּיוָם‬Esconderei certamente a minha


‫הַּהּוא‬face naquele dia.
Dt 31.18
10. ‫ּוז ְ ַּע ְקתֶ ם בַּּיֹום הַּהּוא ִמ ִל ְפנֶי‬Quando aquele dia vier em que
‫ ַּמ ְל ְככֶם‬clamareis por socorro por causa
do seu rei.

1Sm 8.18

11. ‫בַּּיֹום הַּהּוא יָסִיר ֲאדֹנָי‬Naquele dia, tirará o Senhor.…


Is 3.18

12. ‫יִשָא בַּּיֹום הַּהּוא‬Porém naquele dia a ele


clamará…

Is 3.7

13. ‫ ֶה ֱחז ִקּו … בַּּיֹום הַּהּוא‬Elas agarrarão… naquele dia…


Is 4.1

14. ‫ ְויִנְה ֹם ָעלָיו בַּּיֹום הַּהּוא‬Naquele dia bramarão contra


ele.

Is 5.30

p 315 18

Interrogativos e Indefinidos
18.1 Introdução

18.2 O Pronome Animado

18.3 O Pronome Inanimado

18.4 Partículas Locativas e Formas Relacionadas


18.1 Introdução

a Os marcadores lingüísticos de incerteza interagem de diversos e diferentes modos com


as formas de expressão, isto é, declaração, pergunta, exclamação, etc. Vamos começar
considerando alguns fatos sobre os interrogativos em português. Há cinco tipos de perguntas
usadas no português: (a) perguntas de fato, ‘sim e não’ ou perguntas polares (# 1), (b)
perguntas de circunstâncias ou perguntas de quem, onde, o que, quando, por que, como (## 2–
7), (c) perguntas alternativas (# 8), (d) perguntas exclamativas (# 9), e (e) perguntas retóricas (#
10).

1. Moisés viajou?

2. Quem atravessou a estepe?

3. Onde Moisés viveu durante quarenta anos?

4. O que Moisés atravessou?

5. Quando Moisés deixou o Egito?

6. Por que Moisés deixou o Egito?

7. Como Moisés deixou o Egito?

8. Moisés ou Aarão partiu primeiro?

9. Que distância Moisés viajou!

10. Quem é como Moisés?

Os dois tipos mais comuns de perguntas diferem no português pelo fato de que as perguntas
de fato são formadas pelas variações na ordem de palavras, enquanto as perguntas de
circunstâncias envolvem palavras de um grupo especial, ou palavras interrogativas – quem,
onde, o que, quando, por que, como. Perguntas alternativas são semelhantes a perguntas de
fato, já as perguntas exclamativas e de retórica (dois tipos de pseudo-perguntas) são como
perguntas de circunstâncias.

b A classe de palavras – quem, onde, o que, quando, por que, como – não é usada somente
em perguntas; estas palavras podem ser encontradas em outros tipos de períodos (## 11–16).

p 316 11. O homem que cruzou a estepe foi Moisés

12. O Egito foi onde Moisés nasceu.

13. Moisés tomou o que tinha em sua mão.

14. Moisés partiu quando pôde.

15. Moisés perguntou por que deveria partir.

16. Moisés desejou saber como poderia partir.


Estas palavras – quem, onde, o que, quando, por que, como – são usadas como pronomes
relativos (## 11–12, 14), pronomes indefinidos (# 13), e como termos de perguntas embutidas
(## 15–16). Alguns destes usos são bastante similares ao uso de frases interrogativas (## 15–
16), enquanto outros são bem diferentes (## 11–14).

c Com esses fatos da língua portuguesa em mente, vamos retornar ao uso do hebraico. O
hebraico possui vários tipos de perguntas, como o português: perguntas de fato (# 17),
perguntas de circunstância (# 18), perguntas alternativas (# 19), perguntas exclamativas (# 20)
e perguntas retóricas (#21).

17. ‫שתִ ים‬


ְ ‫הַּ ָֽא ֵֵּּרד ַאח ֲֵּרי ְפ ִל‬Descerei atrás dos filisteus?
1Sm 14.37

18. ‫ ְו ֶָּ֫למֶה י ֵַּּרע ְלב ֵּ ָ֑בְך‬Por que o teu coração está mal?
1Sm 1.8

19. ‫ֶל־רמ ֹת ִג ְלעָד ַּל ִמ ְל ָחמָה‬


ָ ‫ ֲהנֵּלְֵּך א‬Iremos a Ramote de Gileade
‫אִם־נֶח ָ ְ֑דל‬para a batalha ou deixaremos
de ir?

1Rs 22.15

20. ‫ַּה־ט ֹבּו א ֹ ָה ֶֶּ֫ליָך תַּ ע ֲ֑ק ֹב‬


ֶּ֫ ‫מ‬Queboas são as tuas
habitações, Jacó!

Nm 24.5

21. ‫מִי־כ ֶָּ֫מ ֹכָה ָב ֵּאלִים יהוה‬Quem é como tu entre os


deuses, ó YHWH?

Êx 15.11

Como no português, perguntas de fatos e perguntas alternativas são formadas


semelhantemente: no hebraico, ambos os tipos tendem a usar uma partícula interrogativa ‫ֲה‬
(antes de uma gutural, ‫ה‬
ַּ ), e com menos freqüência ‫אִם‬. Os outros tipos de perguntas utilizam
palavras interrogativas, ‫מי‬, ‫מה‬, ‫למה‬, etc., um grupo praticamente análogo ao quem, onde, o
que, quando, por que e como. Do mesmo modo que as palavras quem, onde, o que, quando,
por que e como, os interrogativos hebraicos são um grupo diferente: ‫ מי‬e ‫ מה‬são pronomes,
enquanto algumas outras palavras são melhor designadas como advérbios ou partículas. Como
as palavras quem, onde, o que, quando, por que, como, os pronomes interrogativos também
podem ser usados em contextos não-interrogativos; no caso do hebraico, servem como
pronomes indefinidos, ‘quem, todos que, qualquer, tudo que’ etc. Os pronomes interrogativos
indefinidos e algumas partículas interrogativas são os tópicos deste capítulo.

d Há quatro partes principais do vocabulário interrogativo-indefinido hebraico: (1) o


pronome animado, (2) o pronome inanimado, (3) as partículas locativas, e (4) as partículas
temporais.

p 317 e O pronome animado é ‫ ;מי‬como ‫מה‬, ‫ מי‬é invariável quanto ao gênero e número.
(Assim, a variação nominal costumeira no hebraico masculino/feminino e singular/plural é
substituída na categoria interrogativo-indefinida pela variação animado/inanimado). ‫מי‬ é
encontrado em todas as três funções de caso, no nominativo (# 22), no genitivo (## 23–24) e
no acusativo, sempre com ‫( את‬# 25).

22. ‫מִי ִהגִיד לְָך‬Quem te disse isto?


Gn 3.11

23. ‫בַּת־מִי אַּת‬De quem és filha?


Gn 24.23

24. ‫ ְלמִי־ ֶַּּ֫אתָ ה‬A quem pertence?


Gn 32.18

25. ‫שלַּח‬
ְ ‫ ֶאת־מִי ֶא‬Quem enviarei eu?
Is 6.8

O pronome inanimado é ‫ ;מה‬a vocalização varia. Essencialmente, a forma é ‫ מָה‬antes de ‫א‬, ‫ה‬
e‫ מֶה ;ר‬antes de ‫ ה‬e ‫ ;ע‬e ‫ מַּה‬nos demais casos, com a duplicação da consoante seguinte.
Qualquer que seja a vocalização, ‫ מה‬pode tomar o maqqeph. Esse pronome também é
encontrado nas três funções de caso, no nominativo (# 26), raramente no genitivo (## 27–28),
e no acusativo (# 29), nunca com ‫את‬.
26. ‫שעִי‬
ְ ‫מַּה־ ִּפ‬Qual é meu crime?
Gn 31.36

27. ‫ ָבמָה ֵּאדַּע‬Como eu saberei?


Gn 15.8

28. ‫ ְו ָח ְכ ַּמת־מֶה ָלהֶם׃‬Sabedoria


de que espécie (i.e.,
Que espécie de sabedoria) eles
tem?

Jr 8.9

29. ‫מֶה ע ֶּ֑֫ ִָשת‬Que fizeste?


Gn 4.10

p 318 ‫ מה‬às vezes ocorre com um substantivo que está separado formalmente dele, mas que
está sintaticamente relacionado como um acusativo de especificação (## 30–31).

30. ‫ּומַּה־ ְבי ָדִ י ָרעָה׃‬Que


(quanto a) maldade se
acha na minha mão?

1Sm 26.18

31. ‫ּומַּה־ּי ֶש־לִי עֹוד צְדָ קָה‬Que (quanto ao) direito tenho
eu?

2Sm 19.29

‫‘ אֵּי‬onde?’ e seus derivados são usados de várias maneiras; o


f Os advérbios locativos

advérbio ‫‘ ָאן‬onde?’ é menos importante. O advérbio temporal principal é ‫‘ מֶתַּ י‬quando?’,


freqüentemente em combinações ‫מתַּ י‬ָ ‫‘ ְל‬quando?’ e ‫‘ עַּד־ ָמתַּ י‬até quando?’
g O restante deste capítulo recapitula os pronomes animados (18.2), os inanimados (18.3)
e os advérbios de lugar (18.4).
O Pronome Animado

a Uma das funções básicas do pronome ‫ מי‬é obter a identificação ou classificação de


pessoas (raramente coisas) por meio de perguntas diretas (‘Quem é você?’) ou indiretas,
regendo outra oração (‘Quem és tu que fazes estas coisas?’), ou embutida (‘Ele me perguntou
quem é você’). Também é fundamental sua função como um pronome indefinido. ‫ מי‬também
é usado nas perguntas exclamativas e retóricas, precedendo um predicado verbal.

b O uso interrogativo de ‫ מי‬como um predicado numa oração sem verbo pode servir para
obter uma identificação (‘Eu sou Moisés’) ou uma classificação (‘Eu sou um israelita’).

1. ‫ִי־את‬
֑ ָ ‫מ‬Quem é você (identificação)?
Rt 3.9

2. ‫מִי־ ָהאִיש ַּה ָלז ֶה‬Quem é aquele homem


(classificação)?

Gn 24.65

3. ‫מִי־ ֵֶּּ֫אלֶה ָכעָב תְ עּו ֶֶּ֫פי֑ נָה‬Quem


são estes que voam
como nuvens?

Is 60.8

O demonstrativo ‫ זה‬às vezes é acrescentado depois de ‫( מי‬17.4.3c).

4. ‫בֶן־מִי־ז ֶה ַּה ֶַּּ֫נעַּר‬De


quem é filho (eu desejo
saber) este rapaz?

1Sm 17.55

5. ‫מִי ז ֶה ֶֶּ֫מלְֶך ַּהכָבֹוד‬Quem é o rei da glória!?


Sl 24.8

6. ‫ּומִי־ז ֶה רֹעֶה ֲאשֶר יַּעֲמ ֹד ְל ָפנָי׃‬Quem (eu desejo saber) é o


pastor que subsistiria perante
mim?
Jr 49.19

p 319 O pronome pode ser repetido, talvez por um propósito enfático.

7. ‫מִי ָומִי הַּה ֹ ְלכִים׃‬Quem, quem irá?


Êx 10.8

O pronome pode estar associado a várias construções partitivas.

8. ‫ּומִי ְבכָל־ ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬Quemde todos os teus


servos…?

1 Sm 22.14

9 ‫ש ְבטֵּי יִש ְָראֵּל‬


ִ ‫מִי ֶאחָד ִמ‬Qual das tribos de Israel?
Jz 21.8

10. ‫ֶל־מלְֶך יִש ִָראֵּל׃‬


ֶּ֫ ‫ש ֶָּ֫לנּו א‬
ֶ ‫…מִי ִמ‬
quem dos nossos é pelo rei
de Israel?

2Rs 6.11

11. ‫מִי ְבכָל־אֱֹלהֵּי ָהא ֲָרצֹות ָה ֵֶּּ֫אלֶה‬Quem dentre todos os deuses


destas terras…?

Is 36.20

c A maior parte das orações que temos considerado até aqui nesta seção são orações
simples. Uma oração interrogativa com ‫ מי‬pode reger outra oração (cf. # 3).

12. ‫מִי ַּאתָ ה ק ֶָָּ֫ראתָ אֶל־ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬Quem és tu, que bradas ao rei?
1Sm 26.14
13. ‫ָאנ ֹכִי כִי ֵּאלְֵּך אֶל־ּפ ְַּר ֑ע ֹה‬
ֶּ֫ ‫מִי‬Quem sou eu, que vá a Faraó?
Êx 3.11

14. ‫כִי מִי כָל־ ָבשָר ֲאשֶר‬Qual mortal que pode…?


Dt 5.26

Uma oração interrogativa com ‫ מי‬pode também estar embutida em outra oração; a oração
embutida é uma pergunta indireta.

15. ‫ֹלא י ָדֶַּּ֫ עְתִ י מִי ָעשָה ֶאת־ ַּה ָדבָר‬Eu não sei quem fez isto.
‫ ַּה ֶז֑ה‬Gn 21.26

16. ‫שְַאל ַּאתָ ה בֶן־מִי־ז ֶה ָה ֶָּ֫עלֶם׃‬Descubra de quem é filho este


jovem.

1Sm 17.56; cf. #4

Esse uso às vezes é chamado de “o uso relativo” e apresenta uma combinação de um relativo
com sentido interrogativo.

d A maior parte das ocorrências de ‫מי‬ refere-se a pessoas de um modo direto, mas
algumas referências não são tão claras. Quando uma coisa está intimamente associada com a
pessoa ou se está imaginando com a idéia de uma pessoa, ou em que as pessoas são
reconhecidas e subentendidas, ‫ מי‬pode ser usado. Por exemplo, ‘Qual é o seu nome?’ pode
ser expresso por ‫ש ֶֶּ֫מָך‬
ְ ‫מִי‬, porque o nome é concebido como um substituto para a p 320
pessoa. Entretanto, em face da inquirição ser sobre alguma coisa (## 17–19) ou alguma
condição, etc. (## 20–21), a língua portuguesa exige outros interrogativos: ‘o que (cf. # 14),
como, onde,’ etc.

17. ‫ש ֶֶּ֫מָך‬
ְ ‫מִי‬Qual é teu nome
(identificação)?

Jz 13.17

18. ‫כִי מִי־גֹוי גָדֹול‬Que (outra) grande nação…?


Dt 4.7

19. ‫מִי ָאנֹכִי … ּומִי בֵּיתִ י‬Quem sou eu… e qual é a minha
família…?

2Sm 7.18

20. ‫מִי־ ַּא ְת‬Quem és tu (i.e., Como é que


foi)?

Rt 3.16

21. ‫מִי־ ֶֶּ֫פשַּע יַּעֲק ֹב הֲלֹוא ש ֹ ְמרֹון‬Qual é a transgressão de Jacó?


Não é Samaria?

Mq 1.5

Em contraste, ‫ מה‬pode ser usado quando se tem mais em vista a circunstância do que a
pessoa.

22. ‫ש ֶּ֑֫ ֶמָך‬


ְ ‫מַּה־‬Qual é o teu nome?
Gn 32.28

23. ‫מָה ָה ִעב ְִרים ה ֶּ֫ ֵּ ָ֑אלֶה‬Que tal estes hebreus?


1Sm 29.3

e Os usos indefinidos de ‫ מי‬são principalmente nominativos: ‫ מי‬geralmente é o sujeito da


oração principal e base de uma oração relativa.

24. ‫ָ־רא‬
ֵּ ‫מִי־י‬qualquer um que for medroso
Jz 7.3

25. ‫מִי לַּיהוה א ֵָּל֑י‬Quem é por YHWH [venha] a


mim.

Êx 32.26

26. ‫מִי־ ֶַּּ֫בעַּל דְ ב ִָרים יִגַּש ֲא ֵּלהֶם׃‬Quem tem perguntas se


chegará a eles

Êx 24.14

27. ‫מִי ָחכָם ְר ֶָּ֫יבֵּן ֵֶּּ֫אלֶה‬Quem


é sábio, que entenda
estas coisas.

Os 14.10

A unidade relativa ‫ אשר‬pode seguir ‫( מי‬# 28 ) ou até mesmo ‫האיש‬ ‫( מי‬## 29–30).
p 321 28. ‫שר ָ ָֽחטָא־לִי ֶא ְמ ֶֶּ֫חנּו‬ֶ ‫מִי ֲא‬Quem pecou contra mim eu o
‫ ִמ ִספ ְִרי׃‬riscarei de meu livro.
Êx 32.33

29. ‫מִי ָהאִיש ֲאשֶר יָחֵּל ְל ִח ָלחֵּם‬Quem começar a pelejar contra


‫ ִב ְבנֵּי עַּמֹו֑ ן י ִ ְהי ֶה לְר ֹאש‬os amonitas esse será o
cabeça…

Jz 10.18

30. ‫מִי־ ָהאִיש ֲאשֶר ָבנָה ֶַּּ֫בי ִת־חָדָ ש‬Quem construiu uma casa nova
‫ …… יֵּלְֵּך‬o deixe ir [lar].
Dt 20.5

O indefinido ‫מי‬ pode ser usado absolutamente (sem a oração relativa seguinte) e como
vocativo.

31. ‫ש ְמרּו־מִי‬
ִ Tenha cuidado, quem quer que
[possa ser].
2Sm 18.12

O ‫ מי‬indefinido pode ser usado na função acusativa.

32. ‫ ַּבחֲרּו … ֶאת־מִי תַּ עֲב ֹדּון‬Escolhei … a quem sirvais.


Js 24.15

f Perguntas exclamativas e perguntas retóricas com ‫ מי‬devem ser reconhecidas a partir do


contexto, embora haja padrões associados a cada grupo. Perguntas exclamativas têm
geralmente um verbo não-perfectivo, e o sentido é desiderativo: ‘Quem agirá?’ > ‘Oh, alguém
poderia agir!’

33. ‫ש ֵֶּּ֫קנִי ֶַּּ֫מי ִם‬


ְ ַּ ‫מִי י‬Oh, que alguém me daria água
para beber!

2Sm 23.15

34. ‫מִי־י ֹאמַּר‬Que vá (ouse) diga…?


Jó 9.12

35. ‫ש ֵֶּּ֫מנִי שֹפֵּט‬


ִ ְ ‫מִי־י‬Oh,
que eu fosse designado
šopet!

2Sm 15.4

As expressões fixas ‫יתן‬ ‫ מי‬e ‫ מי יודע‬comunicam desejo (# 36) ou dúvida (# 37).


36. ‫מִי־י ִתֵּ ן ֶֶּ֫ע ֶרב‬Quem me dera que visse a
noite!

Dt 28.67

37. ‫מִי יֹודֵּ ַּע י ַּח ֶַּּ֫ננִי יהוה‬Talvez YHWH se compadecerá de


mim.
2Sm 12.22

Freqüentemente, como nos dois últimos exemplos, o resultado não é alcançável.

p 322 g Perguntas retóricas não visam obter informação, mas dar informação com
emoção. Propriamente falando, este uso deveria estar relacionado a figuras de linguagem. O
uso retórico do pronome interrogativo ‫מי‬, porém, para auto-comiseração ou para ofensa
ocorre dentro de uma sólida estrutura gramatical sendo, portanto, considerado aqui. De
acordo com George W. Coats, os dois elementos estruturais neste padrão são

… uma pergunta introdutória construída como uma oração nominativa com


‫ מָה‬ou ‫ מי‬e pronome, nome, ou substantivo, e uma
partícula interrogativa
afirmação que se segue, introduzida por ‫כִי‬, ‫אשֶר‬
ֲ , ou um waw consecutivo
imperfeito construído em uma forma verbal. O segundo elemento
regularmente retoma o objeto do primeiro elemento como sujeito ou objeto
verbal ou objeto de uma preposição … [O padrão] apresenta uma pergunta … ,
rebaixa então o substantivo ou sujeito do pronome por uma resposta incluída
na pergunta. Baseado na resposta subentendida, o verbo … é negado.

Este padrão pode envolver, como observado, a auto-comiseração (# 38; cf. # 13) ou a ofensa
(## 39–41).

38 ‫מִי ָאנֹכִי … כִי־ ֶא ְחי ֶה חָתָ ן‬Quem sou eu… que eu deva ser
‫ ַּל ֶֶּ֫מלֶָך‬genro do rei?
1Sm 18.18

39 ‫שמַּע בְק ֹלֹו‬


ְ ‫מִי יהוה ֲאשֶר ֶא‬Quem é YHWH que eu deva
obedecer?

Êx 5.2

40. ‫שתִ י הֶ ָֽע ֵָּרל ַּהז ֶה כִי‬


ְ ‫כִי מִי ַּה ְּפ ִל‬Quem
é este incircunciso

‫ח ֵֵּּרף ַּמע ְַּרכ ֹות אֱֹלהִים ַּחּי ִים׃‬filisteu


que está desafiando os
exércitos do Deus vivo?

1Sm 17.26

41. ‫מִי דָ וִד‬Quem é Davi [que eu deva


ajudá-lo]?
1Sm 25.10

Um uso generalizado deste padrão envolve rebaixar todas as pessoas, inclusive o que fala,
usualmente em contraste implícito a Deus.

18.3 O Pronome Inanimado

a A gama de usos de ‫ מה‬é maior do que ‫מי‬, porque ‫ מה‬freqüentemente vem associado a
preposições. Os tipos de usos são, porém, comparáveis: os padrões interrogativos e
indefinidos são básicos, enquanto que várias estruturas exclamativas e retóricas são dignas de
nota.

b O interrogativo ‫מה‬ tem um amplo repertório de sentidos, até mesmo sem


complementação preposicional. Como observado antecipadamente, ‫מה‬ pode preencher
qualquer caso das principais funções, porém é muito mais comum como objeto direto do
verbo.

p 323 1. ‫מֶה ע ֶּ֑֫ ִָשי ָת‬O que fizestes?


Gn 4.10

2. ‫מָה ֶאתֶ ן־ ֶָּ֫לָך‬que te darei?


Gn 30.31

3. ‫שיתָ ֶאת־ ַּה ָדבָר‬


ִ ֶּ֫ ‫מָה ָר ִֶּ֫איתָ כִי ָע‬Qual a tua razão para fazeres

‫ ַּהז ֶה׃‬isto?
Gn 20.10

O uso de ‫ זה‬pode servir para acrescentar “vivacidade” (17.4.3c, 18.2b).

4. ‫מַּה־ז ֹאת ע ִ ָ֑שית‬O que (desejo saber) tens feito?


Gn 3.13

O pronome pode estar especificado mais adiante por um acusativo de especificação (18.1e).
5. ‫ּומַּה־ ְבי ָדִ י ָרעָה׃‬Que (quanto a) maldade se
acha nas minhas mãos?

1Sm 26.18

6. ‫מַּה־ ָמצְאּו אֲבֹותֵּ יכֶם בִי ֶָּ֫עוֶל‬Queinjustiça acharam vossos


pais em mim?

Jr 2.5

O interrogativo ‫מה‬, às vezes com ‫זה‬, pode significar ‘por quê?’

7. ‫מַּה־תִ ְצעַּק א ֵָּל֑י‬Por que clamas para mim?


Êx 14.15

8. ‫שבִים ּפ ֹה‬
ְ ֹ ‫מָה ֲא ֶַּּ֫נחְנּו י‬Por que deveríamos ficar aqui?
2Rs 7.3

9. ‫מַּה־ז ֶה רּוחֲָך ס ָָרה‬Por que (afinal) teu espírito está


tão desgostoso?

1Rs 21.5

Numa oração interrogativa sem verbo, ‫מה‬ pode ser usado com o lamed de interesse
(vantagem ou desvantagem); a pergunta diria respeito vagamente ao objeto de l ou a uma
forma elipticamente definida. O objeto geralmente é pessoal (# 10–15); objetos duplos são
encontrados (## 15–16).

10. ‫מַּה־לְָך ה ָָג֑ר‬Que tens, Hagar? (i.e., o que te


aborrece, Hagar?)

Gn 21.17

11. ‫מַּה־לְָך‬Que (posso fazer) para tu?


Jz 1.14
12. ‫מַּה־ ָלעָם כִי יִב ְ֑כּו‬Que está (errado) com o povo
que lamentam?

1Sm 11.5

13. ‫מַּה־לְָך ְל ַּסּפֵּר ח ָ ֻ֑קי‬Que (direito tens) tu para


recitar minhas leis?

Sl 50.16

p 324 14. ָ‫מַּה־לִי ָולְָך כִי־ ֶָּ֫באת‬Que tenho eu contigo que


vieste?

Jz 11.12

15. ‫מַּה־לְָך ּו ְלשָלֹום‬Que tens tu com a paz?


2Rs 9.18

16. ‫מַּה־לַּתֶֶּ֫ בֶן ֶאת־ ַּהבָר‬Que tem a palha com o trigo?


Jr 23.28

Uma construção assim pode receber uma referência a um tempo passado com o verbo hyy
(#17).

17. ‫מַּה־ז ֶה ָהי ָה ְלבֶן־קִיש‬Que (afinal) aconteceu ao filho


de Quis?

1Sm 10.11

‫מה‬
c Com preposições interrogativas, assume diversos sentidos. A combinação mais
comum é ‫‘ למה‬por que?’, as vezes com ‫זה‬.

18. ‫ ֶָּ֫למָה ֶָּ֫ח ָרה לְָך‬Por que estás irado?


Gn 4.6

19. ‫ ֶָּ֫למֶה תִ ְבכִי‬Por que estás chorando?


1Sm 1.8

20. ‫ ֶָּ֫למָה ז ֶה ָצ ֲחקָה ש ָָרה‬Por que (afinal) Sara riu?


Gn 18.13

21. ‫ ְועַּתָ ה מֵּת ֶָּ֫למָה ז ֶה ֲאנִי צָם‬Agora que está morto, por que
deveria jejuar?

2Sm 12.23

Em alguns casos, ‫למה‬ é usado num modo quase-retórico, introduzindo uma alternativa
indesejável: ‘Faça alguma coisa; ‫‘ = ’… למה‬por que alguma coisa acontecerá?’ > ‘para que algo
aconteça?’ ou ‘caso contrário algo acontecerá.’

22. ‫ש ְל ִֶּ֫חנִי ָלמָה ֲאמִיתֵּ ְך׃‬


ַּ Deixa-me ir; por que eu deveria
te matar? / para que o não
mate / caso contrário eu o
matarei.

1Sm 19.17

23. ‫ ֶָּ֫למָה י ִ ְקצ ֹף הָ ָֽאֱֹלהִים‬caso contrário Deus estará


irado

Ec 5.5

Neste uso, ‫ למה‬pode ser precedido por um pronome relativo.

24. ‫ ֲאשֶר ָלמָה י ְִראֶה אֶת־ ְּפנֵּיכֶם‬caso contrário, ele te verá


Dn 1.10
25. ‫ש ָלמָה אֶ ָֽ ְהי ֶה כְע ֹ ְטי ָה‬
ַּ caso contrário, eu serei como as
mulheres ocultas

Ct 1.7

p 325 d As outras preposições uniliterais combinam-se também com ‫ במה ׃מה‬significa tanto
‘em, em que?’ (# 26) quanto ‘como?’ (# 27) e ‫ כמה‬significa ‘quantos?’ (# 28) e ‘quanto?’.

26. ‫שכָב‬
ְ ִ ‫ ַּבמֶה י‬Em que se deitará ele?
Êx 22.26

27. ‫ ַּבמָה ֵּאדַּע‬Como / Pelo que saberei eu?


Gn 15.8

28. ‫שנֵּי ַּח ֶֶּּ֫ייָך׃‬


ְ ‫ ַּכמָה יְמֵּי‬Quantos anos tu tens?
Gn 47.8

Na combinação com ‫עַּד‬, o pronome tem o sentido de ‘quanto tempo?’ (## 29–30) e com ‫ עַּל‬o
sentido de ‘baseado em que, por que?’ (## 31–32).

29. ‫ ְבנֵּי אִיש עַּד־מֶה כְבֹודִ י ִל ְכ ִלמָה‬Quantotempo, ó filhos dos


homens, [convertereis] minha
glória em vexame?

Sl 4.3

30. ‫עַּד־מָה יהוה תֶ ֱאנַּף ָל ֶּ֑֫ ֶנצַּח‬Quanto tempo, ó YHWH? estarás


irado para sempre?

Sl 79.5

31. ‫עַּל־מָה ִה ִֶּ֫כיתָ אֶת־ ֲאתֹנְָך‬Por que espancaste a jumenta?


Nm 22.32

32. ‫עַּל מֶה תֻ כּו ע ֹוד‬Por que haveis de ainda ser


feridos?

Is 1.5

e O uso indefinido de ‫ מה‬envolve usualmente um objeto oracional.


33. ‫מַּה־ת ֹאמַּר נַּ ְפשְָך ְו ֶא ֱעשֶה־לְָך׃‬Tudo que dizes, eu te farei.
1Sm 20.4

34. ‫מַּה־ּי ְַּר ֵֶּּ֫אנִי ְו ִה ֶַּּ֫ג ְדתִ י ָלְ֑ך‬Tudo


que me revelar, eu te
falarei.

Nm 23.3; cf. 1Sm 19.3

35. ‫ ְונ ְִראֶה מַּה־ּיִהְיּו חֲֹלמ ֹתָ יו׃‬Então veremos o que lhe darão
os sonhos

Gn 37.20

36. ‫ַּה־טֹוב‬
֑ ‫ ִהגִיד לְָך ָאדָ ם מ‬Ele te mostrou, ó homem, o que
é bom.

Mq 6.8

Às vezes o relativo ‫ ש‬segue ‫ מה‬neste uso.

37. ‫ש ָהי ָה ְכבָר הּוא‬


ֶ ‫מַּה־‬Tudo que é, já foi.
Ec 3.15

O pronome pode ter um sentido indefinido em combinação com uma preposição.


p 326 38 ‫ּותְ אִי ַּבמֶה כ ֹחֹו גָדֹול ּובמֶה‬Veja em que consiste a sua

‫נֶּ֫ ּוכַּל לֹו‬grandeforça e como


poderemos superá-lo.

Jz 16.5

39. ‫כִי אִם־י ִ ְהי ֶה ְל ֶָּ֫בע ֵָּֽר ֶָּ֫ק ִי֑ן עַּד־מָה‬O queneu será consumido
ְ ִ‫ ַּאשּור ת‬quando Assur o levar cativo.
‫ש ֶֶּ֫בָך׃‬
Nm 24.22

f As perguntas exclamativas com ‫ מה‬podem envolver um adjetivo (## 40–41) ou um verbo


(## 42–46).

40. ‫מָה־ ַּאדִ יר‬quão magnífico


Sl 8.2

41. ‫מַּה־ּיָקָר‬como é preciosa


Sl 36.7

42. ‫ּומַּה־נִ ְצט ָ ַּ֑דק‬como nos justificaremos!


Gn 44.16

43. ‫מָה ֶאתֶ ן ז ֶה ִל ְפנֵּי ֵֶּּ֫מָאה ִ ֑איש‬Como hei de eu pôr isto diante
de cem homens!

2Rs 4.43

44. ‫מַּה־ז ֶה ִמ ֶַּּ֫ה ְרתָ ִלמְצ ֹא‬Como


(afinal) achou isto tão
depressa!

Gn 27.20

45. ‫מָה־אֶק ֹב ֹלא קַּב ֹה ֵּ ֑אל‬Como posso amaldiçoar o que


Deus não amaldiçoou!

Nm 23.8

46. ‫ ֶַּּ֫כמָה י ַּ ְמ ֶּ֫רּוהּו ַּבמִדְ ָ ֑בר‬Quanto


eles se rebelaram
contra ele no deserto!

Sl 78.40

g Um dos usos retóricos de ‫מה‬ envolve o tipo de rebaixamento ou ofensa citado na


conexão com ‫( מי‬18.2g).

47. ‫כִי מָה ַּעבְדְ ָך ַּה ֶֶּ֫כלֶב כִי י ַּ ֲעשֶה‬Que é teu servo, este cão, que
‫הַּדָ בָר ַּהגָדֹול ַּה ֶז֑ה‬deverá fazer esta grande coisa?
2Rs 8.13

48. ‫מָה־אֱנֹובִי כִי־תִ זְכ ְֶֶּ֫רנּו‬Que é o homem, que dele te


lembres?

Sl 8.5

Outro uso envolve perguntas retóricas que esperam uma resposta fortemente negativa.

p 327 49. ‫ַּה־היא‬


֑ ִ ‫בֵּינִי ּובֵּינְָך מ‬O que é isto entre mim e ti?
Gn 23.15

50. ‫שתֶה׃‬
ְ ִ‫מַּה־נ‬O que havemos de beber? (i.e.,
Não temos nada para beber.)

Êx 15.24

51. ‫מַּה־לָנּו ֵֶּּ֫חלֶק בְדָ וִד‬Que parte temos em Davi? (i.e.,


Não temos parte.)

1Rs 12.16
18.4 Partículas Locativas e Formas Relacionadas

a Uma rede elaborada de termos interrogativos está organizada em torno de ‫‘ אֵּי‬onde?’,


incluindo diversas palavras compostas (e.g., ‫ )אי מזה‬e construções afins (e.g., ‫)אֵּיפ ֹה‬. Uma
construção aparentemente relacionada, ‫אין‬, é a origem de ‫‘ ָאן‬onde?’ e ‫מ ֶַּּ֫אי ִן‬
ֵּ ‘de onde?’ A
maior parte destes termos é locativo com referência e ligado ao uso estritamente
interrogativo, embora ocorram tanto em perguntas diretas como em perguntas indiretas.

‫אֵּי‬, possui dois usos distintos. No padrão locativo simples,


b O termo central desta rede,

pode ser usado isoladamente ou com ‫ זה‬na seqüência.

1. ‫ָאהיָך‬
֑ ִ ֶּ֫ ‫אֵּי ֶֶּ֫הבֶל‬Onde está teu irmão Abel?
Gn 4.9

2. ‫ֱֹלהימֹו‬
֑ ֵּ ֶּ֫ ‫אֵּי א‬Onde
estão os seus deuses
(pergunta retórica)?

Dt 32.37

3. ‫אֵּי־ז ֶה הַּדֶֶּ֫ ֶרְך ה ָָלְ֑ך‬Onde é a estrada que ele foi?


1Rs 13.12

4. ‫אֵּי ז ֶה ֵֶּּ֫ספֶר כ ְִריתּות‬Onde (desejo saber) está a carta


de divórcio?

Is 50.1

5. ‫אֵּי־ז ֶה דֶֶּ֫ ֶרְך הַּטֹוב‬Onde está o bom caminho?


Jr 6.16

‫ אי‬pode também ser usado com sufixos pronominais, às vezes antecipadamente (# 8).
6. ‫ ַּא ֶֶּּ֫יכָה‬Onde estás?
Gn 3.9

7. ‫ ְואַּּיֹו‬Onde está ele?


Êx 2.20

8. ‫אַּּיֹו ֶֶּ֫מלְֶך־ ֲחמָת‬Onde está ele, o rei de Hamate?


2Rs 19.13

p 328 Um locativo direcional é ‫‘ אי מזה‬de onde?’


9. ‫ ְואֵּי ִמז ֶה ֶָּ֫אתָ ה‬De onde és?
1Sm 30.13

10. ‫ ְואֵּי־ ִמז ֶה עַּם ֶָּ֫אתָ ה׃‬De que povo és tu?


Jn 1.8

11. ‫אֵּי־ ִמז ֶה בָאת‬De onde vens?


Gn 16.8

No # 10, o advérbio toma um acusativo adverbial ‫עם‬. Uma frase aparentemente análoga ‫אֵּי‬
‫לָז ֹאת‬, significa não ‘onde?’ (que talvez seria ‫)אי אל־זה‬, mas ‘baseado em que, por que?’
sendo somente encontrado em Jeremias 5.7.

c Duas formas associadas a‫ אי‬também têm o sentido de ‘onde?’: ‫ ַּאּי ֵּה‬e ‫אֵּיפ ֹה‬, sendo este
último também relacionado a ‫‘ ּפ ֹה‬aqui.’ A primeira e mais comum destas formas não é usada
com verbos (## 12–13); ‫ אֵּיפ ֹה‬pode ser usado nas orações verbais (# 14) ou nas sem verbos (#
15).

12. ‫ש ֶּ֑֫ ֶתָך‬


ְ ‫ש ָרה ִא‬
ָ ‫ ַּאּי ֵּה‬Onde está Sara tua mulher?
Gn 18.9

13. ‫ ֲאּי ֵּה ש ֹ ֵּקל‬Onde está o que pesa o tributo?


Is 33.18

14. ‫שמּואֵּל וְדָ ִו֑ד‬


ְ ‫אֵּיפ ֹה‬Onde estão Samuel e Davi?
1Sm 19.22

15. ְ‫ש ֶַּּ֫גלְת‬


ֻ ‫אֵּיפ ֹה ֹלא‬Onde não te prostituístes?
Jr 3.2

d Outro conjunto de formas relacionadas a ‫ אי‬tem o sentido de ‘como?’, usado tanto em


perguntas de circunstâncias de fato como em perguntas exclamativas; cada uma delas envolve
um elemento k: ‫אֵּיְך‬ é a mais comum, enquanto ‫אֵּיכָה‬ e ‫אֵּי ֶָּ֫ככָה‬ são raras. O uso em
perguntas de fato envolve todas as três formas.

16. ‫אֵּיְך ַּאתֶ ם נ ָֹֽו ָעצִים‬Como me aconselhais?


1Rs 12.6

17. ‫ ְואֵּיְך ָא ֶַּּ֫מ ְרתָ א ֲֶּ֫ח ֹתִ י ִ ֑היא‬Como, pois, disseste, “É minha
irmã”?

Gn 26.9

18. ‫אֵּיְך י ָדֶַּּ֫ עְתָ כִי־ ֵּמת שָאּול‬Como sabes que Saul e Jônatas
estão mortos?

2Sm 1.5

19. ‫אֵּיכָה ֶאשָא ְלב ִ ַּ֑די‬Como o posso suportar


sozinho?

Dt 1.12
20. ‫אֵּי ֶָּ֫ככָה ֶא ְלב ֶּ֑֫ ֶָשנָה‬Como hei de vesti-la?
Ct 5.3

p 329 e O uso exclamativo envolve ‫ איכה‬com mais freqüência do que ‫ ;איך‬a ocorrência
de ‫ איכה‬como a primeira palavra do Livro de Lamentações (# 22) é a origem do nome do livro
hebraico.

21. ‫ִבֹורים׃‬
ִ ‫אֵּיְך נָפְלּו ג‬Como caíram os valentes!
2Sm 1.19

22. ‫שבָה בָדָ ד‬


ְ ָ ‫אֵּיכָה י‬Como jaz solitária!
Lm 1.1

23. ‫אֵּיכָה ָהי ְתָ ה לְזֹונָה‬Como se fez prostituta!


Is 1.21

f A forma não-atestada ‫ *אין‬provavelmente é a origem tanto de ‫‘ ָאן‬onde?’ como de ‫ֵּמ ֶַּּ֫אי ִן‬
‘de onde?’

24. ‫ָאן ֲה ַּלכ ֶ ְ֑תם‬Onde fostes?


1Sm 10.14

25. ‫ ֵּמ ֶַּּ֫אי ִן תָ ֑ב ֹא‬De onde vens?


Jó 1.7

Há duas formas relacionadas aproximadamente idênticas: ‫ ֶָּ֫אנָה‬aparentemente ‫ ָאן‬com o h


direcional, e ‫ָא ֶָּ֫נה‬, aparentemente uma forma estendida de ‫ ;ָאן‬ambas significam geralmente
‘onde?’
26. ‫ ְו ֶָּ֫אנָה תֵּ ֶּ֑֫ ֵּלכִי‬Onde vais?
Gn 16.8

27. ‫ ְו ֶָּ֫אנָה ָעשִית‬Onde trabalhaste?


Rt 2.19

28. ‫א ֶָּ֫נה ֲא ֶַּּ֫נחְנּו עֹלִים‬Onde subiremos?


Dt 1.28

A forma ‫ ֶָּ֫אנ ָה‬é duplicada numa frase significando ‘aqui e ali,’ sem qualquer força interrogativa.
O sentido locativo de ‫ ֶָּ֫אנ ָה‬é estendido na frase ‫‘ עַּד־ ֶָּ֫אנ ָה‬quanto tempo?, até quando?’

29. ‫עַּד־ ֶָּ֫אנָה מֵַּאנְתֶם‬Quanto tempo recusareis?


Êx 16.28

30. ‫עַּד־ ֶָּ֫אנָה יְנַּ ֲא ֶֻּ֫צנִי ָהעָם ַּה ֶז֑ה‬Quanto


tempo me provocará
este povo?

Nm 14.11

p 330 19

Relativos
19.1 Introdução

19.2 Tipos de Marcadores das Orações Relativas

19.3 Usos de ‫אשר‬

19.4 Usos de ‫ש‬

19.5 Usos das Formas da Série z


19.6 Orações Relativas Assindéticas

19.7 Outros Marcadores Relativos

19.1 Introdução

a A maioria das orações discutidas até agora consiste de orações simples, isto é, orações
que compõem uma predicação, verbal ou não-verbal.

1. ‫ושֵּם ִאמֹו י ְדִ ידָה‬O nome de sua mãe é Jedida


2Rs 22.1

2. ‫ ַּו ִֶּּ֫ילְֶך ְבכָל־דֶֶּ֫ ֶרְך דָ וִד‬E ele seguiu todos os caminhos


de Davi

2Rs 22.2

Muitas vezes é necessário combinar mais de uma predicação; em tais situações, a oração
principal (ou independente) contém uma ou mais orações subordinadas. Orações relativas são
a principal variedade das orações subordinadas. O marcador ‫אשר‬ é o mais amplamente
usado nas orações relativas.

3. ‫ ְוי ַּתֵּ ְך ֶאת־ ַּה ֶֶּ֫כסֶף … ֲאשֶר ָאסְפּו‬Assim ele pode trazer o
‫שֹמ ְֵּרי ַּהסַּף‬dinheiro… o qual os guardas da
porta têm coletado.

2Rs 22.4 LXX L

Nesse exemplo, ‫ הכסף‬é o objeto do verbo principal ‫ויתְך‬, e objeto do verbo ‫ אספו‬na oração
relativa. Embora as orações relativas não necessitem ser marcadas, há vários marcadores de
orações relativas; alguns deles são usados apenas deste modo e são chamados de pronomes
relativos, enquanto que outros também servem em outros papéis, notadamente o artigo.

b Orações relativas são semelhantes de muitas maneiras aos adjetivos atributivos. Elas
diferem por trazer uma informação mais complexa, isto é, uma informação que requer uma
predicação própria.

p 331 4. ‫שר ִמתֶַּּ֫ חַּת‬


ֶ ‫ ַּוּיַּבְדֵּ ל בֵּין ַּה ֶַּּ֫מי ִם ֲא‬E ele dividiu entre as águas que
estavam abaixo do firmamento
‫שר ֵּמעַּל‬
ֶ ‫ל ָָרקִי ַּע ּובֵּין ַּה ֶַּּ֫מי ִם ֲא‬e as águas que estavam acima

‫ל ָָר ִ ֑קי ַּע‬do firmamento.


Gn 1.7

As duas orações relativas sem verbo aqui admitem a especificação do ‫ רקיע‬como um ponto
de referência, como o uso dos adjetivos ‫‘ תַּ חְתִ י‬inferior’ e ‫עלִי‬
ִ ‘superior’, que com ‫ מים‬não
seria possível.

c Afirma-se freqüentemente que há dois tipos de orações relativas no hebraico: a relativa


dependente (ou atributiva) e a chamada “relativa independente”. A relativa dependente, que
possui uma analogia com o português, contém um termo principal seguido pelo marcador
relativo; todos os exemplos até aqui considerados são desse tipo. No # 4 o termo principal é
‫המים‬ para ambas as orações; o relativo ‫אשר‬ segue esse formato e introduz a oração
atributiva.

d O “relativo independente” é realmente uma contradição de termos, porque ele é


independente, isto é, não é relativo a qualquer coisa. Nessas construções, a oração
apresentada pelo marcador “relativo” funciona como uma parte principal da oração verbal
principal, como sujeito (# 5), objeto (# 6), ou genitivo (# 7), ou numa oração sem verbo (# 8).

5. ‫שר נ ָ֑שה‬
ֶ ‫ ַּו ֵֶּּּ֫י ַּרע ְבעֵּינֵּי יהוה ֲא‬Oque ele fazia era mau aos
olhos de YHWH.

Gn 38.10

6. ‫ ְו ַּא ִֶּ֫גידָ ה ָלכֶם ֵּאת ֲאשֶר־יִק ְָרא‬Eu vos farei saber o que vos há
‫ ֶאתְ כֶם‬de acontecer.
Gn 49.1

7. ‫שנ ֵּ֑את‬
ָ ‫ ְבי ַּד ֲאשֶר‬nas mãos daqueles a quem
aborreces

Ez 23.28

8. ‫שר־ ֵֶּּ֫מתּו בְַא ְבנֵּי ַּהב ָָרד‬


ֶ ‫ ַּרבִים ֲא‬Esses que morreram pela chuva
‫ ֵּמ ֲאשֶר הָ ְָֽרגּו ְבנֵּי יִש ְָראֵּל‬de pedras eram mais
numerosos do que esses a
‫ ֶב ֶָּ֫ח ֶרב׃‬quem os israelitas mataram à
espada.

Js 10.11

Os marcadores “relativos” indicam nos ## 5–8 que as orações apresentadas por eles são partes
de uma sentença maior.

19.2 Tipos de Marcadores das Orações Relativas

a Há quatro classes de marcadores de orações relativas: (1) ‫אשר‬, (2), ‫ש‬, (3) a série z, e (4)
outras. As duas primeiras são usadas apenas como relativas; a série z coincide com os
demonstrativos, e esses agrupados sob o último título são elementos gramaticais usados
principalmente de outras formas. Os membros dos primeiros três grupos podem ser chamados
de pronomes relativos.

p 332 b O pronome relativo mais comum, ‫אשר‬, é etimologicamente um substantivo


locativo ‘um passo, lugar’, e pode ser considerado um substantivo sempre usado no construto.
Não há qualquer vestígio do sentido etimológico, de modo que o estado construto é útil
somente ao explicar a forma fonética da palavra. Geralmente falando, ‫ אשר‬é raro em poesia,
mais raro ainda na poesia mais antiga do que na posterior, e os usos de ‫ אשר‬são mais
diversos na prosa posterior do que na primitiva.

‫ ש‬é mostrado de diversas maneiras: geralmente ‫ש‬


c O relativo ַּ ou ‫ש‬
ֶ com a duplicação da
consoante seguinte; ‫ש‬
ָ ou ‫ש‬ֶ se a duplicação não for permitida (ou antes de ō ou ā), exceto
para ‫ש‬
ְ antes de ‫ה‬. Esse pronome apresenta uma história curiosa: está atestado nas camadas
mais antigas do hebraico bíblico (p. ex.: Jz 5.7) e nos livros posteriores, mas raramente na
literatura entre os dois. Uma vez que a maioria das línguas semíticas usa uma forma š para o
relativo, incluindo o fenício e o amonita, e já que o ‫ ש‬é um padrão no hebraico mishnaico,
podemos supor que o dialeto dominante no hebraico bíblico era diferente entre o hebraico e
os dialetos cananitas do sul no uso preferencial de ‫ אשר‬em lugar de ‫ש‬.

d Os marcadores relativos da série z incluem o demonstrativo ‫זֶה‬, como também as formas


raras ‫זּו‬ e ‫)ז ֹה( זֹו‬. A diversidade desse grupo de formas é discutida em relação aos
demonstrativos (17.4.3). O uso relativo dessas formas é principalmente poético. Os padrões
sintáticos das orações relativas com ‫ אשר‬e formas z são semelhantes.

1a. ‫שת־זּו ָט ֶָּ֫מנּו‬


ֶ ‫ב ְֶֶּ֫ר‬na rede que eles esconderam
Sl 9.16
1b. ‫ו ְִרשְתֹו ֲאשֶר־ ָטמַּן‬em sua rede que escondeu
Sl 35.8

Como š, z é um elemento freqüente nos marcadores relativos semíticos fora do hebraico, e nos
demonstrativos hebraicos.

e A classe final exclui o artigo, como também ‫ מי‬e ‫מה‬. Os usos posteriores são citados
acima (18.2–3); o artigo como um relativo é tratado abaixo (19.7; cf. 13.5.2d).

f Os marcadores dos primeiros três grupos podem ser usados na formação das chamadas
orações relativas independentes. Há uma distinção formal entre os usos dependentes p 333 e
independentes dos relativos: como pronomes dependentes nunca são agrupados com uma
preposição ou ‫את‬, mas como pronomes independentes podem ser agrupados. O pronome
independente é melhor traduzido pelos equivalentes em português: ‘ele quem, ele que, aquele
que, de tal tipo como’, etc.

g A oração relativa pode ser não-marcada, especialmente na poesia, quando a oração


funciona claramente como parte do período.

2. ֑‫שחַּת עָשּו‬
ַּ ֶּ֫ ‫ ְב‬na cova (que) eles cavaram
Sl 9.16

19.3 Usos de ‫אשר‬

a Este pronome relativo é indeclinável. Ele pode iniciar orações relativas dependentes ou
atributivas, tanto sozinho quanto com um elemento de reinício, especificando a função do
pronome relativo na oração subordinada. Estritamente falando, a estrutura da oração varia
dependendo do elemento de continuação estar presente; entretanto, as diferenças não são
cruciais na avaliação do uso ou não do elemento de reinício. Nas orações relativas
dependentes sem reinício, o pronome geralmente está na função nominativa (## 1–2), embora
ele possa estar no acusativo (# 3)

1. ‫ ָהעֵּץ ֲאשֶר בְתֹוְך־ ַּהגָן‬a árvore que (NOMINATIVO) está


no meio do jardim

Gn 3.3
2. ‫ ֲאנִי יהוה ֲאשֶר הֹוצֵּאתִֶּ֫ יָך מֵּאּור‬Eu sou YHWH que (NOMINATIVO)
ְ ‫ ַּכ‬te tirou de Ur da Caldéia.
‫שדִ ים‬
Gn 15.7

3. ‫אֱֹלהִים ֲאח ִֵּרים ֲאשֶר ֹלא י ָדֶַּּ֫ ְע ָת‬outros deuses que (ACUSATIVO)
não conhecestes

Dt 13.7

b O elemento de continuação mais comum é um pronome, independente na função


nominativa (# 4), caso seja sufixado (## 5–9). Observe que a palavra principal pode ser definida
(## 4, 6–9) ou indefinida (#5).

4. ‫ּומִן־ ַּה ְב ֵּהמָה ֲאשֶר ֹלא טְה ָֹרה‬do animal que (NOMINATIVO) não
‫הִיא‬é puro
Gn 7.2

5. ‫שמַּע לְש ֹנֹו׃‬


ְ ִ‫גֹוי ֲאשֶר ֹלא־ת‬uma nação cuja (GENITIVO) (a)
língua (dela) não entenderás

Dt 28.49

6. ‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֲאשֶר ַּאתָ ה שֹכֵּב ָע ֶֶּ֫לי ָה‬a terra que (GENITIVO) estais
deitado sobre (ela)

Gn 28.13

p 334 7. ‫שר־ ְמכ ְַּרתֶ ם‬


ֶ ‫ ֲאנִי יֹוסֵּף ֲאחִיכֶם ֲא‬Eu sou seu irmão, José, a quem
‫(א ֹתִ י ִמצ ְֶָּ֫ריְמָה׃‬ACUSATIVO) (me) vendestes para
o Egito

Gn 45.4

8. ‫שלָחֹו יהוה‬
ְ ‫שר־‬
ֶ ‫ ַּהנָבִיא ֲא‬o profeta que (ACUSATIVO) YHWH
(o) enviou

Jr 28.9
9. ‫כַּמ ֹץ ֲאשֶר־תִ דְ ֶֶּ֫פנֹו רּוחַּ׃‬como a moinha que (ACUSATIVO)
o vento (isto) espalha para
longe

Sl 1.4

Depois das palavras de tempo geralmente não há pronome de reinício, de modo que ‫אשר‬
afigure-se equivalente a ‘quando.’

10. ‫עַּד־הַּּיֹום ֲאשֶר־בָא ְבשָלֹום׃‬até ao dia quando (em que) ele


voltou em paz

2Sm 19.25

11. ‫שנִים ֲאשֶר אֵּין־‬


ָ ‫(וְעֹוד ָחמֵּש‬Há) ainda cinco anos quando

‫ח ִָריש ְו ָקצִיר׃‬não existirá nenhuma lavoura


ou colheita.

Gn 45.6

12. ‫שר תָ ב ֹא‬


ֶ ‫בַּּיֹום הַּהּו֑ א ֲא‬No dia quando fores
1Rs 22.25

O elemento de continuação pode ser também um advérbio de lugar.

13. ‫עַּד־ ַּהמָקֹום ֲאשֶר־ ֶָּ֫הי ָה שָם‬ao lugar onde (que) estivera a
‫ָאהֳֹלה‬sua tenda (ali)
Gn 13.3

14. ‫שמָם‬
ָ ֶּ֫ ‫כָל־ ַּהמָקֹום ֲאשֶר נָבֹוא‬em todo lugar em que
entrarmos

Gn 20.13
15. ‫ ֶאת־ ָה ֲאדָ מָה ֲאשֶר ֻל ַּקח ִמשָם׃‬a terra de que fora tomado
Gn 3.23

c A chamada oração “relativa independente” pode, como observado em 19.1d, servir


numa oração verbal tanto como sujeito (# 16) quanto como objeto (# 17), numa oração sem
verbo (# 18), e numa função genitiva, como objeto de uma preposição (## 19–20) ou como um
segundo termo numa cadeia de construto (# 21).

16. ‫שאֶר ַּאְך־נ ֹ ַּח ַּו ֲאשֶר ִאתֹו‬ָ ֶּ֫ ִ ‫ ַּוי‬Somente Noé e aqueles que
‫בַּתֵּ בָה׃‬com ele na arca estavam salvos.
Gn 7.23

17. ‫כִי י ָדֶַּּ֫ עְתִ י ֵּאת ֲאשֶר־תְ ב ֵָּרְך‬Eu sei que será abençoado a
‫מְב ָֹרְך‬quem tu abençoares.
Nm 22.6

p 335 18. ‫ ַּרבִים ֲאשֶר ִאתֶָּ֫ נּו ֵּמ ֲאשֶר אִתָ ם׃‬Mais são os que estão conosco
do que os que estão com eles.

2Rs 6.16 manuscrito Kethiv

19. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ַּל ֲאשֶר עַּל־בֵּיתֹו‬Ele


disse àquele que estava
sobre a sua casa …

Gn 43.16

20. ‫ּו ֵּמ ֲאשֶר לְָא ִֶּ֫בינּו‬Do que pertenceu a nosso pai
Gn 31.1

21. ‫שנ ֵּ֑את‬


ָ ‫שר‬
ֶ ‫ ְבי ַּד ֲא‬Na mão desses que tu
aborreces

Ez 23.28
19.4 Usos de ‫ש‬

O pronome relativo ‫ש‬ tem uma gama de usos semelhantes ao de ‫אשר‬. Ele pode
introduzir orações relativas dependentes sem o elemento de reinício, servindo no nominativo
ou, com menor freqüência, na função acusativa na oração relativa.

1. ‫שפַּת ַּהּי ָם‬


ְ ‫שעַּל־‬
ֶ ‫כַּחֹול‬Como a areia que (NOMINATIVO)
está na beira do mar

Jz 7.12

2. ‫יהו֑ ה שֶֹּלא נְתָ ֶָּ֫ננּו ֶֶּ֫ט ֶרף‬YHWH que (NOMINATIVO) não nos
ִ ‫ ְל‬deu por presa aos seus dentes
‫שנֵּיהֶם׃‬
Sl 124.6

3. … ‫שנָתַּ ן דָ וִיד‬
ֶ ‫ּומִן־ ַּהנְתִ ינִים‬E dos servidores que
‫( ַּלעֲב ֹדַּ ת ַּה ְל ִוּי ִם‬ACUSATIVO) Davi apontou …
para serviço dos levitas

Ed 8.20

Elementos de continuação ocorrem com menor freqüência depois de ‫ש‬, mas tanto os
pronomes como os advérbios são usados assim.

4. ‫שּי ְדֻ בַּר־בָּה׃‬


ֶ ‫בַּּיֹום‬Nodia em que dela se falar
(nisto)

Ct 8.8

5. ‫ש ָבטִים‬
ְ ‫ששָם עָלּו‬
ֶ Para a qual sobem as tribos (ali)
Sl 122.4

b A chamada oração relativa independente com ‫ ש‬pode servir como o objeto (ou parte do
objeto) de uma oração verbal principal (# 6) ou como um genitivo, tanto como objeto de uma
preposição (## 7–8) quanto como o segundo termo de uma frase construta (## 9–10).
6. ‫שתִ י ֵּאת שֶָא ֲהבָה נַּפ ִ ְ֑שי‬
ְ ‫ ִב ֶַּּ֫ק‬Eu busquei a quem amo.
Ct 3.1

p 336 7. ‫ש ַּבכ ְָרמִים‬


ֶ ‫ ְועַּל‬Ao cargo daquele que está nas
(i.e., no produto das) vinhas

1Cr 27.27

8. ‫שּי ְ ָח ֵֶּּ֫ננּו׃‬
ֶ ‫עַּד‬Até
que ele nos mostre
clemência

Sl 123.2

9. ‫ֶם־לְ֑ך‬
ָ ‫של‬ ַּ ְ ‫שי‬
ֶ ‫ש ֵּרי‬
ְ ‫ ַּא‬As alegrias daquele que te der
pago

Sl 137.8

10. ‫שאֵּל יַּעֲק ֹב ְב ֶעז ְ֑רֹו‬


ֶ ‫ש ֵּרי‬
ְ ‫ ַּא‬As alegrias daquele que (tem) o
Deus de Jacó como seu auxílio

Sl 146.5

A oração com ‫ ש‬pode também ser usada como um vocativo.

11. ‫ ַּה ִֶּ֫גידָ ה לִי שֶָא ֲהבָה נַּ ְפשִי‬Dize-me,


(tu) a quem ama a
minha alma.

Ct 1.7

19.5 Usos das Formas da Série z

a As três formas relevantes da série relevante z são: ‫זֶה‬, ‫(ז ֹה) זֹו‬, e ‫ ;זּו‬as formas não são
comuns suficientemente para fazer possível distinguir claramente entre elas. Há dois padrões
de usos a serem discutidos: os usos relativos são semelhantes àqueles encontrados com ‫אשר‬
e ‫ש‬, enquanto que os usos dos quase-relativos ou determinativos são completamente
diferentes.

b A forma z pode ser usada como um pronome relativo dependente, geralmente sem um
elemento de continuação.

1. ‫שמַּע לְָאבִיָך ז ֶה יְל ֶֶּ֫ ָ֑דָך‬


ְ Escute a teu pai, que
(NOMINATIVO) te gerou.

Pv 23.22

2. ‫ש ֑ ֶּ֫דּונִי‬
ַּ ‫שעִים זּו‬
ָ ‫ ִמ ְּפנֵּי ְר‬da presença do malvado que
(NOMINATIVO) me cerca

Sl 17.9

3. ‫ ִל ְוי ָתָ ן ז ֶה־י ָ ֶַּּ֫צ ְר ָת‬o


leviatã, que (ACUSATIVO) tu
formaste

Sl 104.26

4. ‫ ְועֵּד ֹתִ י זֹו ֲא ַּל ְמדֵּם‬meus estatutos que


(ACUSATIVO) eu lhes hei de
ensinar

Sl 132.12

5. ‫אֶל־מְקֹום ז ֶה י ָ ֶַּּ֫סדְ תָ ָלהֶם׃‬Para o lugar que (GENITIVO) tu


fundaste para elas

Sl 104.8

Um pronome de continuação é usado com pouca freqüência.

p 337 6. ‫ ִהנֵּה אֱֹל ֵֶּּ֫הינּו ז ֶה ִק ֶּ֫ ִּווינּו לֹו‬Veja nosso Deus em quem nós
confiamos (ele)

Is 25.9
7. ‫הֲלֹוא יהו֑ ה זּו ָח ֶָּ֫טאנּו לֹו‬Não foi YHWH aquele contra
quem pecamos

Is 42.24

8. ‫ש ֶַּּ֫כנְתָ בֹו׃‬
ָ ‫הַּר־צִּיֹון ז ֶה‬Monte Sião no qual tu habitaste
(neste)

Sl 74.2

A forma z pode ser também usada na chamada oração relativa independente.

9. ‫ ְוז ֶה־ָא ֶַּּ֫הבְתִ י נֶ ְהּפְכּו־בִי׃‬Esses


que eu amava se
tornaram contra mim.

Jó 19.19

10. ‫ ְוז ֶה־ ָח ִֶּ֫זיתִ י ַּו ֲא ַּס ֵֶּּּ֫פ ָרה׃‬Aquilo que eu vi eu te contarei.
Jó 15.17

Ao considerar o uso quase-relativo ou o uso determinativo das formas z, precisamos


reconsiderar o sentido fundamental de ‫זה‬.

c A partir do uso de ‫ זה‬e seus equivalentes como o demonstrativo atributivo (p. ex.: ‘a
pessoa, esta’), desenvolveu-se um uso substantivo: ‘a pessoa, aquela que (algo)’, que é
equivalente a ‘a pessoa que…’. Por definição, as formas z que regem outro substantivo não são
pronomes relativos, mas uma vez que se unem a um substantivo qualificativo com um
substantivo precedente, elas podem ser consideradas neste uso como quase-relativos. Nestas
construções, sua força dêitica [não significam, apenas indicam] e sua sintaxe apositiva
fundamental podem ainda ser sentidas fortemente. (Foi a partir desse uso quase-relativo que
os usos relativos considerados acima foram desenvolvidos).

d O determinativo pode ser usado nas orações relativas dependentes.

11. ‫ ִמ ְּפנֵּי יהו֑ ה ז ֶה סִינַּי‬Diante de YHWH, o Sinai


Jz 5.5
12. ‫מִן־הַּדֹור זּו לְעֹולָם׃‬da geração, a perpétua (i.e., a
geração perpétua)

Sl 12.8

Também ocorre nas orações relativas independentes, no próprio uso do determinativo, ou


como um predicativo numa frase nominal (# 13) ou como um construto (# 14).

p 338 13. ‫ ְו ָהי ָה ז ֶה ש ָ֑לֹום‬E ele será o de paz.


Mq 5.4

14. ‫ז ֶה ֳענִי ֶָּ֫ק ָרא‬O


de pobreza clamou (i.e., O
homem pobre clamou).

Sl 34.7 emendado

19.6 Orações Relativas Assindéticas

a Muitas orações relativas não trazem um marcador relativo evidente, mas são justapostas
diretamente à oração principal; essas orações não-marcadas ou Ø-marcadas são comuns em
poesia, particularmente como atributivos (## 1–2) e após as palavras temporais (## 3–4).

1. ‫ ַּה ִֶּ֫ביטּו אֶל־צּור ֻח ַּצבְתֶ ם ְואֶל־‬Olhe para a rocha (da qual) tu


‫ ַּמ ֶֶּ֫קבֶת בֹור נֻק ְַּרתֶ ם׃‬foste cortado e para a pedreira
(da qual) tu foste esculpido.

Is 51.1

2. ‫ ֲעצָמֹות דִ ִֶּ֫כי ָת‬os ossos (os quais) quebraste.


Sl 51.10

3. ‫ִיתנּו‬
ָ ֶּ֑֫ ‫כִימֹות ִענ‬de acordo com os dias (quando)
tu nos afligiste

Sl 90.15
4. ‫ ֵּמעֵּת ְדגָנָם וְתִ ָֽירושָם ָ ָֽרבּו׃‬na ocasião (quando) o seus
grãos e vinho novo abundam.

Sl 4.8

As orações “relativas independentes” assindéticas ocorrem como objetos preposicionais (## 5–


6).

5. ‫ ֲאח ֲֵּרי ֹלא־יֹו ִֶּ֫עלּו ָה ֶָּ֫לכּו׃‬Eles


seguiram (esses que) não
podem ajudar.

Jr 2.8

6. ‫ש ֶָּ֫אלּו‬
ָ ‫נִדְ ֶַּּ֫רשְתִ י לְלֹוא‬Eufui buscado por (esses que)
não tinham perguntado.

Is 65.1

19.7 Outros Marcadores Relativos

a Além dos pronomes relativos ‫אשר‬, ‫ש‬, ‫זה‬ e semelhantes, há outros marcadores
relativos a serem considerados; o uso relativo de ‫מי‬ e ‫מה‬ foi tratado acima (18.2–3),
enquanto que resta o artigo para ser discutido.

b O artigo como marcador relativo deve ser considerado com referência ao particípio, com
outras construções, e com formas ambíguas. Os hebraístas às vezes analisam o artigo com o
particípio como possuindo uma força relativa ou como investindo o particípio com esse valor.
Por exemplo, Ronald J. Williams registra como um dos usos do artigo o seu uso como
“equivalente a um pronome relativo … com particípios”, enquanto que A. B. Davidson um
pouco mais acuradamente disse: “Quando em aposição com um sujeito p 339 definido
precedente, o particípio com artigo tem muito mais o significado de uma oração relativa… Esse
uso é muito comum”. Mas até mesmo esta análise não é convincente porque o particípio,
como um adjetivo verbal, por si mesmo pode servir como uma oração relativa, ‘alguém que…,
aquele que…’ Assim, um particípio pode formar uma oração subordinada até mesmo sem o
artigo.

1. ‫ ְסע ָָרה בָָאה מִן־ ַּהצָפֹוץ‬uma tempestade que estava


vindo do norte

Ez 1.4
Assim é enganoso considerar o artigo como um marcador relativo dependente de um
particípio.

c Contudo, o artigo com um verbo perfectivo serve como marcador relativo; este uso é
encontrado principalmente nos livros posteriores da Bíblia, notadamente Esdras e Crônicas.

2. ‫ ְקצִינֵּי ַאנְשֵּי ַּה ִמ ְל ָחמָה ֶה ָהלְכּוא‬os chefes do exército que


‫ ִאתֹו‬tinham vindo com ele
Js 10.24

3. ‫וְכ ֹל ֲאשֶר ֶבע ֵֶָּּ֫רינּו הַּהֹשִיב נָשִים‬todos em nossas cidades que se


‫נָכ ְִרּיֹות‬casaram com uma mulher
estrangeira

Ed 10.14

4. ‫שמּואֵּל‬
ְ ‫וְכ ֹל ַּה ִה ְקדִ יש‬e tudo que Samuel tinha
dedicado

1Cr 26.28

Uma oração “relativa independente” formada com o artigo pode ficar depois de uma
preposição.

5. ‫ ַּב ֵּהכִין לֹו דָ וִי֑ ד‬no


(lugar) que Davi tinha
preparado para isto

2Cr 1.4

6. ‫עַּל ַּה ֵּהכִין ִהאֱֹלהִים‬em que Deus tinha trazido


2Cr 29.36

Infelizmente, nem sempre é fácil distinguir particípios e verbos perfectivos. Há formas em


livros mais antigos nas quais as consoantes seriam lidas como particípios, porém os sinais
diacríticos ou a acentuação indicam perfectivos, particularmente as formas Niphal e as formas
vazias. Apesar de os sinais diacríticos ou de a acentuação na Massorá carecerem de explicação,
tais formas provavelmente devam ser lidas como particípios (## 7–8); o artigo com o
perfectivo é improvável nos textos primitivos.

p 340 7. ‫מֹואב‬
֑ ָ ‫שדֵּ י‬
ְ ‫שבָה ִמ‬
ָ ֶּ֫ ‫ ַּכלָתָ ּה ִעמָּה ַּה‬suanora com ela, que voltou
dos campos de Moabe

Rt 1.22

8. ‫בְנֹו הַּנֶּ֫ ֹולַּד־לֹו‬seu filho, que lhe nasceu


Gn 21.3

p 341 Graus Verbais


20 Introdução ao Sistema Verbal

21 O Sistema de Graus Verbais

22 Grau Qal

23 Grau Niphal

24 Grau Piel

25 Grau Pual

26 Grau Hithpael

27 Grau Hiphil

28 Grau Hophal

p 343 20

Introdução ao Sistema Verbal


20.1 Multifuncionalidade
20.2 Categorias Relevantes à Predicação

20.3 O Sistema Verbal Hebraico

20.1 Multifuncionalidade

a Língua é um sistema que usa recursos limitados para maneiras ilimitadas de expressar-
se, por isso, muitos aspectos do funcionamento de uma língua são exigidos para realizar uma
variedade de funções. Vimos essa qualidade multifuncional exemplificada reiteradas vezes na
gramática do hebraico bíblico, mas a maior multifuncionalidade envolve o sistema verbal. O
sistema verbal é o âmago da expressão de predicação; embora o hebraico utilize orações sem
verbo (8.4), interjeições e exclamações são encontradas intermitentemente (40.2), o papel
principal na predicação é desempenhado pelos diversos graus verbais (Qal, Piel, etc.) e formas
(conjugação perfectiva ‫ ָר ֶָּ֫עשָה‬, conjugação não-perfectiva ‫ ֲאזַּמֵּר‬, imperativo ‫שמְעּו‬
ִ , etc.).
Antes de tratar das raízes e formas, esboçaremos a ampla variedade de categorias relevantes à
predicação neste capítulo.

b Contudo, antes de voltar a essas categorias, consideremos de novo a noção de


multifuncionalidade. Em sua análise do desenvolvimento da linguagem infantil, M. A. K.
Halliday observou que no ato da fala de uma criança pequena cada elocução serve apenas a
um propósito, por exemplo: ‘Quero meu brinquedo’. Na linguagem do adulto, ao contrário, os
falantes são capazes de articular-se em relação às suas experiências e audiências, e cada
elocução é muito complexa, p. ex.: “Eis minha última duquesa pendurada na parede”. Halliday
refere-se à linguagem adulta como tendo três componentes: “ideacional” (isto é,
representando um pensamento ou uma experiência), “interpessoal” (isto é, expressando o
lado da elocução do falante, a escolha dos papéis para o destinatário, a comunicação de
julgamentos e prenúncios, etc.), e “textual” (isto é, preenchendo “o requisito de que a
linguagem seja operacionalmente relevante – que tenha textura em situações contextuais
reais”). Esses três componentes ou “macrofunções” são reflexos lingüísticos altamente
abstratos da multiplicidade de usos sociais da linguagem”.

p 344 Considerando a criança nos primórdios do sistema [gramatical], as


funções permanecem desintegradas… com uma elocução tendo apenas uma
função, já as unidades lingüísticas da linguagem do adulto cumprem todas as
(macro-) funções de uma vez. Uma frase em português é a realização
simultânea de significados ideacionais, interpessoais e textuais. Mas esses
componentes não estão reunidos em um modelo descontínuo de tal maneira
que possamos indicar um segmento de uma frase como se estivesse
expressando um tipo de significado e outro segmento expressando outro. A
escolha de uma palavra pode expressar um tipo de significado, sua morfologia
outro e sua posição na seqüência ainda outro; e qualquer elemento tem,
provavelmente, mais do que um papel estrutural, como um acorde numa
estrutura polifônica que participa simultaneamente de diversas linhas
melódicas.

c Dado que um “elemento provavelmente tem mais do que um papel estrutural”,


podemos falar da multifuncionalidade do elemento: uma forma gramatical pode ter muitos
significados ao mesmo tempo. De todas as classes de palavras, o verbo é a mais multifuncional
e assim a mais apropriada para determinar uma variedade de macro-funções.

d Considere a forma ‫ ַּוּי ַּכֶּ֫ ּו ָה‬, que convencionalmente poderia ser expressa: “E eles (os
membros da tribo de Judá) atacaram-na (a cidade de Jerusalém), (Jz 1.8). O verbo expressa:

1. a ação de atacar (raiz nky)

2. o sujeito, aqui o agente (3 m. pl.)

3. o objeto, aqui o paciente (3 f. s.)

4. voz (o sujeito é o agente e assim a voz é ativa, não reflexiva, etc.)

5. quanto à predicação (o verbo é transitivo, não intransitivo; é transitivo simples, isto é,


tem um só objeto, em vez de bi-transitivo; etc.)

6. tipo de ação (o verbo é Hiphil, embora a relevância do radical não seja óbvia neste
caso; cf. a ação simples do português: “Ele se irou contra seu auditório”, versus uma
ação causativa: “Ele irou seu auditório”)

7. tempo de ação relativo ao tempo do falante (o ataque precede à referência dele; o


contraste ‫“ י ַּ ֶֶּ֫ככָה‬ele ataca/ele te atacará”, em que o tempo da ação não precede o
falante)

8. a qualidade da ação (a ação, embora composta cumulativamente de ações menores,


tem uma finalidade, embora não necessariamente uma intenção)

9. modo ou modalidade (a ação é independente, embora conseqüente sobre outro


predicado, o verbo não é subordinado a ela; além disso, o verbo faz mais uma
afirmação, mais precisamente, por assim dizer, do que um pedido)

e Essas noções e diversas outras estão todas ligadas a ‫ ַּוּי ַּכֶּ֫ ּו ָה‬. Esta configuração
envolve tanto uma conjunção quanto uma forma verbal; algumas das características do
predicado surgem da combinação dos dois e são, assim, sintaticamente distintos. Outras
características envolvem o sufixo –hā.

p 345 f Na forma yakkû (e em todos os verbos finitos) temos quatro morfemas unidos:

1. a raiz verbal, significando estado ou ação, sendo aqui representada por nky.

2. o(s) afixo(s) pronominal(ais), significando a pessoa, o gênero e o número do sujeito da


ação, aqui ya-û.
3. o prefixo e/ou o alongamento da consoante medial da raiz, significando voz e
causalidade, isto é, as marcas do “radical verbal”, aqui o Hiphil.

4. o infixo vocálico significando tempo/aspecto e modo/modalidade, isto é, a


“conjugação verbal”, aqui de forma prefixada (usada depois do [u] waw).

g De fato, o morfema conjuntivo waw prefixado a uma forma verbal pode mostrar a
relação da situação representada pela forma verbal com outras situações. Desempenha,
portanto, um papel especial na morfologia verbal. Embora esses quatro morfemas estejam em
elementos de sentido um tanto diferente na forma verbal, eles estão ligados a fim de que a
forma de cada um dependa da forma dos outros. O infixo paradigmático da conjugação verbal
é afetado pela presença dos afixos que pertencem aos graus verbais, etc. Esses quatro
morfemas são encontrados nos verbos finitos. Quando a raiz verbal é despojada dos afixos
pronominais que indicam a pessoa, o gênero e o número do sujeito e o concomitante infixo
dos paradigmas das conjugações verbais que significam tempo/aspecto e modo/modalidade, a
forma resultante não é mais um verbo de fato, mas algo híbrido. Sem um prefixo ou sufixo
adicional é um substantivo verbal, isto é, um infinitivo; o hebraico tem duas formas
contrastantes, o chamado “infinitivo construto” e o “infinitivo absoluto”. Uma forma simples
pode acrescentar sufixos parecidos com os usados pelos adjetivos junto com outros afixos,
neste caso tem-se um adjetivo verbal, isto é, um particípio.

h A difícil tarefa de descrever o sistema verbal hebraico envolve sua configuração. De que
maneira fenômenos como os nove observados acima configuram os elementos do verbo? Em
alguns casos sabemos alguma coisa acerca do funcionamento de uma forma verbal por meio
de sua sintaxe, isto é, as conjunções antecedentes, a ordem das palavras numa oração, a
forma verbal da oração precedente (e em menor grau na oração seguinte), etc. Em outros
casos, sabemos algo por meio do léxico, isto é, a maneira pela qual uma determinada raiz é
utilizada regular e distintamente. Há um terceiro grupo de casos que nos interessa aqui: o que,
realmente, a morfologia derivativa nos informa? Isto não é uma questão de equivalência na
tradução, mas um assunto prioritário de estudo lingüístico. Somente depois de entendermos
como o sistema verbal hebraico funciona é que podemos discutir propriamente como
expressar aquela informação numa tradução fluente, usando categorias verbais de uma
linguagem objetiva. Em tudo isto, é útil uma apreciação realista de como os predicados
funcionam, e os apelos ao senso comum não devem substituir o estudo cuidadoso. O senso
comum tem sido utilizado muitas vezes para reduzir o sistema verbal hebraico a um sistema
como o do inglês, o do alemão ou o do grego clássico.

p 346 20.2 Categorias Relevantes à Predicação

a Antes de considerarmos como funciona o sistema verbal hebraico, faríamos bem em dar
uma pausa e considerar algumas das categorias que estão refletidas em predicados de diversas
línguas. Nosso propósito não é fazer um levantamento dos sistemas lingüísticos, mas fazer um
apanhado geral em sistemas que têm traços que são relevantes para o hebraico ou que não
são relevantes, mas que pareçam ser. Esse levantamento é um tanto arbitrário, tal como foi
arbitrária, em certa medida, a lista acima de nove conotações de ‫ויכוה‬.
b Diversas categorias relevantes requerem pouca atenção. Os traços de pessoa, número e
gênero estão associados ao sujeito do verbo, seja ele um elemento pronominal (‫“ וַּּיֶּ֫ אמֶר‬e ele
disse”) ou um sujeito expresso (‫גִדְ עֹון‬ ‫“ ויאמר‬e disse Gideão”). Se há um objeto, os mesmos
traços são relevantes para ele. Esses três traços possuem certos aspectos distintivos no
hebraico (cf. Caps. 6, 7), mas não apresentam maiores obstáculos ou explicações para a
compreensão do verbo.

c As categorias que requerem atenção são tempo, grau, voz e os dois tipos de aspectos. A
palavra portuguesa “aspecto” refere-se a dois conjuntos completamente distintos de
categorias gramaticais, aspecto como a maneira da ação (perfectiva, progressiva, etc.; Aspekt,
no alemão) e aspecto como o tipo de ação (causativa, estativa, etc.; Aktionsart, no alemão,
literalmente “tipo de ação”). Por exemplo, na predicação “ele cantou” o Aspekt é pretérito
(completo, passado, definido) e a Aktionsart do verbo “cantar” é fortemente freqüentativa.
Muitas línguas têm sistemas complexos para representar uma ou outra dessas categorias; as
línguas semíticas possuem expressões bem desenvolvidas de ambos os sistemas, em que
formalmente distinguem Aspekt nas conjugações e Aktionsart nas raízes. Assim, o leitor
brasileiro deve estar sempre atento ao termo isolado “aspecto” ao lidar com estudos
semíticos; além disso, muitos autores são idiossincráticos no uso de seus termos (e,
inevitavelmente, também o somos). Neste capítulo, recorremos ao expediente de usar termos
alemães para evitar algum tipo de confusão.

d Tempo refere-se à categoria dos fenômenos morfológicos que localizam uma situação no
curso do tempo. Tempo sempre se refere tanto ao tempo da ação quanto ao tempo do
enunciado: “Ele correu” usa um verbo no tempo passado para referir-se a uma ação antes do
tempo da fala. Tempo também pode referir-se ao tempo de outra ação: “Tendo corrido, ele
descansou” usa dois verbos no tempo passado para referir-se a situações anteriores ao
enunciado, e uma delas (“tendo corrido”) é anterior em tempo à outra. Os tempos p 347
podem ser simples, usando uma forma (“corre, correu”), ou perifrásticos, ao utilizar dois
verbos, sendo um auxiliar (“terá corrido”).

e O hebraico bíblico não tem tempos no sentido estrito; utiliza-se de uma variedade de
outros meios para expressar relações temporais. Muitas línguas não possuem tempos, isto é,
não têm referência de tempo gramaticalizado, embora provavelmente todas as línguas possam
criar uma referência de tempo, isto é, utilizarem-se advérbios temporais que localizam
situações no tempo”. O hebraico utiliza advérbios com alguma amplitude, mas muito mais
importantes são os diferentes significados sintáticos. Em face destes significados serem tão
bem conhecidos e por causa da premência em compreender a realidade cotidiana também ser
grande, somos tentados a dizer que, por exemplo, wayyiqtol está no tempo passado. Como
veremos, a gramática é mais complexa.

f Modalidade refere-se à categoria de fenômenos morfológicos que localizam uma


situação no discurso; informalmente, podemos dizer que refletem o modo do falante. Algumas
categorias modais estão diretamente envolvidas na morfologia hebraica: uma oração no modo
imperativo deve usar um verbo imperativo; uma oração coortativa deve usar um verbo
coortativo. Algumas categorias que são modais em muitas línguas não possuem traços
morfológicos no hebraico; orações interrogativas, por exemplo, são formadas somente por
dispositivos sintáticos ou léxicos no hebraico (18.1; cf. 40.3). O modo é o indicativo (ou
declarativo), na maioria dos verbos hebraicos; pode-se distinguir o jussivo. Há traços de dois
outros modos. Parece que estágios imediatamente anteriores ao hebraico continham
subjuntivo; este modo é de grande importância histórica na explicação do sistema verbal
existente no hebraico bíblico. Além disso, há diversas formas com nun, tanto entre a raiz e o
sufixo (formas intensivas) como depois da raiz (formas com nun paragógico); estas formas
refletem, também, um estágio mais remoto da língua. Como em outras línguas, o subjuntivo, o
intensivo e as formas paragógicas são usadas em construções sintaticamente complexas,
embora o contraste com os verbos declarativos seja muitas vezes obscuro nessas
circunstâncias.

g Aspecto (Aspekt) refere-se à categoria de fenômenos morfológicos que descrevem o


perfil de uma situação no tempo. Em português há dois conjuntos de marcadores que
pertencem ao aspecto, ambos fundidos em alguma medida aos marcadores de tempo. O
aspecto progressivo indica que a situação é continuada, e há formas do presente progressivo
(“estou correndo”), passado progressivo (“estava correndo”), futuro progressivo (“estarei
correndo”), etc. O aspecto perfectivo indica que a situação está completa, quer no tempo
presente (“eu amo”) quer no passado (“eu amei”). O aspecto perfectivo precisa ser
diferenciado do tempo perfeito do português, o qual associa o aspecto perfectivo com uma
referência a um tempo anterior, novamente, seja no tempo presente (presente perfeito, “eu
tenho corrido”) ou no tempo passado (pretérito perfeito “eu tinha corrido”). Como no
português, os sistemas de tempo e aspecto são fundidos nas línguas românicas (francês,
espanhol, etc.), mas em muitas delas o aspecto é uma categoria independente. As línguas
eslavas (p. ex.: o russo) usam o imperfectivo completo e estruturas verbais perfectivas; o
perfectivo é uma estrutura marcada (isto é, o uso dessas formas p 348 assevera que a
situação é completa ou acabada), enquanto que o imperfectivo é não-marcado (isto é, o
emprego dessas formas nada afirma a respeito de sua integralidade). O grego clássico utiliza
um sistema de aspecto verbal com três elementos: o perfeito declara que a situação está
acabada, opondo-se ao imperfeito e às formas do aoristo, enquanto que o imperfeito assevera
que a situação não está acabada e que o processo está em progresso, opondo-se ao aoristo.

h A marcação “de aspecto” do hebraico é semelhante ao sistema imperfectivo/perfectivo


eslavo, mas sua operação é mais simples porque não há sistema algum de formas marcadas
para tempo sob as duas rubricas “de aspecto”. A referência de tempo dêitico das formas do
verbo hebraico é determinada grandemente pela sintaxe, embora seja a referência de tempo
que imponha se a conjugação não-perfectiva significa aspecto imperfeito (como ocorre com o
tempo passado ou o presente) ou não (como se dá com o tempo futuro).

i Outros fenômenos relativos ao aspecto (Aspekt) são menos importantes do que os


fenômenos progressivos e perfectivos. Eles incluem interatividade ou freqüentatividade
(marcando um verbo como indicador de uma ação repetida) e a categoria proximamente
relacionada de habitualidade (marcando um verbo como indicador de uma ação habitual); cf.
português “Eu costumava correr”. Essas categorias de aspecto são bem próximas, no hebraico,
às expressões não-perfectivas. Outras categorias de aspecto referem-se à pontualidade (ou
momentaneidade) e incepção (que principia, que começa), isto é, verbos que descrevem a
totalidade de um evento breve e aqueles que descrevem o começo de uma situação (“Eu
comecei a correr”). Essas categorias são relevantes para algumas operações menores do
sistema de graus.

j Aspecto (Aktionsart) refere-se a uma categoria de fenômenos morfológicos que


descrevem a espécie de situação a que o verbo se refere. As vozes das línguas européias são
um grupo bem conhecido de fenômenos de aspecto. O português reconhece duas vozes: ativa
(“eu corro”) e passiva (“eu fui derrotado”). Com um verbo ativo o sujeito é o agente ou o ator,
ao passo que com um verbo passivo, o sujeito é o paciente (aquele que suporta ou sofre a
ação). Outras línguas, por exemplo, o grego clássico, reconhece uma terceira voz, chamada de
voz média; o sujeito da voz média age sobre si mesmo ou age por interesse próprio. (Os
reflexivos do português e de outras línguas européias são análogos). As vozes podem servir
para separar as várias feições gramaticais do hebraico, como veremos no próximo capítulo.

k Outro grupo de fenômenos de aspecto (Aktionsart) envolve “fientividade” e


transitividade. O primeiro destes termos se refere ao tipo de movimento ou atividade inerente
ao verbo. Um verbo pode ser estativo (descreve um estado) ou fientivo (descreve uma p 349
atividade). Essa diferenciação está relacionada a uma antiga questão de com que proximidade
os adjetivos estão relacionados com os verbos. Em línguas com um aspecto progressivo, os
verbos fientivos podem ser progressivos (cf. “Ele estava aprendendo hebraico”), enquanto que
os estativos não (cf. a inaceitabilidade de: “Ele estava sabendo hebraico”). Verbos fientivos às
vezes são chamados de verbos dinâmicos, que é um termo aceitável, ou de verbos ativos,
terminologia que não deveria ser utilizada por estar sujeita à confusão com o sentido de ativo
no que se refere ao papel do sujeito.

l Transitividade refere-se ao perfil do movimento ou atividade inerente ao verbo. Um


verbo intransitivo é aquele que costumeiramente não aceita qualquer objeto; todos os
estativos puros (cf. 30.5.3) e muitos “fientivos” (cf. “eu corri”) são intransitivos. Um verbo
transitivo é aquele que exige o(s) objeto(s); um verbo transitivo simples exige um objeto (cf.
“Saul golpeou Davi”), enquanto que um duplamente transitivo exige dois objetos (cf. “Davi deu
a Saul sua armadura”). Outra maneira de definir esses três grupos baseia-se na contagem do
número de substantivos vinculados ao verbo. Assim, um verbo intransitivo é o verbo de
“predicação única” (somente o sujeito); um verbo transitivo simples é um verbo de “dupla
predicação” (sujeito, objeto); um verbo bi-transitivo é um verbo de “predicação tríplice”
(sujeito, objeto1, objeto2).

m Há dois tipos principais de construções de causação. Elas podem ser compreendidas


como correlações ativas e passivas. Em frases como: “ela me torna cansado” e “ela me torna
instruído”, me, como objeto da causação, deu ocasião a um estado de conseqüência; tal
construção é chamada de construção factitiva ([duplamente ativa] com verbos estativos
adjetivos) ou resultantes (com verbos fientivos). Em contraste, verifique estas frases: “ele me
cansa” e “ela me obriga a aprender”. Aqui o objeto me é visto como ativo, e tal construção é
chamada causativa. O contraste semântico desses exemplos em português é fraco por não ter
tanta importância na língua. Reformulemos a diferença do ponto de vista morfológico. Se um
verbo transitivo no qual o objeto participa da ação é formado por um verbo fientivo transitivo
pela adição de um elemento morfológico, o verbo é chamado causativo. A maior parte da ação
de causar é expressa em português por palavras diferentes ou por diversas construções
sintáticas (p. ex.: “ele me fez correr”, “ela me obrigou a ir”, “eles me forçaram escrever”). Se
um verbo transitivo vem de um verbo estativo adjetivo (p. ex.: ‫“ כבד‬ser pesado”) pela adição
de um elemento morfológico, o verbo é chamado de factitivo. O infixo inglês en é factitivo
como sufixo (“whiten, quicken, sadden, gladden”) e causativo como prefixo (“enable, enrich,
enclose”; “enlighten” é duplamente marcado). Associada aos verbos factitivos há uma classe
de verbos que envolve não um verbo estativo, mas um adjetivo propriamente dito; esta classe
é chamada de declarativa (cf. “ele declarou-me justo”), estimativa (cf. “ele julgou um tolo”),
ou putativa (“ele subestimou o perigo”). A relação entre causação de construções e voz é
tratada em 21.2.2.

p 350 n Outro conjunto de determinantes de aspecto envolve ações de duplo estado.


Construções reflexivas, como se pode notar, envolvem o sujeito (singular ou plural) agindo
sobre si mesmo. Construções recíprocas (plural) envolvem diversos sujeitos individuais
realizando ações recíprocas. Construções de tolerância (geralmente no singular) envolvem um
agente (geralmente um ser humano) permitindo-se sofrer a ação (cf. “Ele se permitiu ser
escolhido”).

o Os parâmetros tratados neste capítulo sob o título de aspecto (Aktionsart) podem ser
resumidos nesta lista:

1. voz: ativa, passiva, média (20.2j)

2. tipo de movimento/atividade: fientivo, estativo (20.2k)

3. perfil de movimento/atividade: transitivo, intransitivo (20.2l)

4. causação: causativo, resultante/factitivo, declarativo (20.2m)

5. ação de duplo estado: reflexiva, recíproca, de tolerância (20.2n)

Não comentamos a relevância para o hebraico desses conjuntos de termos; cada um


desempenha uma parte importante no sistema de graus.

20.3 O Sistema Verbal Hebraico

a O sistema verbal do hebraico é um sistema de morfologia derivativa que compreende


diversas categorias, as quais apenas tivemos uma visão geral. Nos capítulos seguintes
descreveremos os subsistemas gramaticais de morfemas essenciais ao verbo em si.
Organizamos nosso material em ordem de importância, considerando o morfema que for mais
abrangente como o mais importante. A partir disso começamos com os graus verbais, porque
nenhum grau contém o outro, mas cada um inclui as conjugações verbais. Não vamos
manusear os afixos pronominais, novamente, porque para nossos propósitos os subsistemas
gramaticais aos quais eles pertencem já foram suficientemente explanados nos capítulos
precedentes. Além disso, não tratamos das diferenças entre verbos fortes (trirradicais) e
fracos, exceto onde um fenômeno historicamente menos visível nos verbos fortes ainda estava
evidente nos verbos fracos. Depois de analisar os subsistemas pertencentes aos morfemas
essenciais do verbo em si, nos dirigimos aos seus prefixos conjuntivos e ao papel especial do
waw com sua ênfase na sintaxe. Trataremos dos híbridos verbais por último. As densas
interações de morfologia tanto com raízes individuais quanto com fenômenos sintáticos
básicos interessam-nos em todos os momentos. A despeito das ligações da morfologia verbal
com outras partes da gramática, seja por que meio for, a morfologia em si mesma é planejada,
e, como em qualquer sistema lingüístico, o significado de um elemento é relativo ao dos
demais.

p 351 21

O Sistema de Graus Verbais


21.1 Terminologia

21.2 O Sistema

2.1 O Problema

2.2 Rumo a uma Solução

2.3 Características Menores

21.1 Terminologia

a O fenômeno central da morfologia derivativo verbal do hebraico é a modificação da raiz


ou do esqueleto consonantal por diversos afixos vocálicos e consonantais. Estes últimos
incluem n e h prefixados, t infixo, e alongamento ou duplicação do radical médio da raiz. Os
gramáticos classificam esses modelos de afixação de várias maneiras; os modelos mais
importantes são chamados de Qal, Niphal, Piel, Pual, Hithpael, Hiphil e Hophal. Os antigos
gramáticos do hebraico chamaram esses modelos verbais de ‫ בנינים‬binyanim ‘formativos’
(literalmente: ‘construções’), e nas gramáticas mais antigas que traziam o hebraico e o latim en
face, o termo latino conjugatio aparece defronte ao termo binyan hebraico. O termo
“conjugação” para esses modelos ainda é usado. Contudo, há muito tempo que um certo
receio vem sendo expresso a respeito desse termo, porque ele significa algo diferente de
“formativo” nas gramáticas influenciadas pelo latim. Alguns eruditos modernos protestam
contra esse uso por outro motivo, porque querem reservar “conjugação” para as formas
verbais sufixadas e prefixadas. Diversas gramáticas comparativas/históricas agrupam outros
graus, exceto o Qal, como “graus derivados” (cf. o p 352 termo hebraico Kabed ‘pesado’); o
termo pode ser enganoso se for empregado para encobrir a relação do Qal com o sistema
como um todo. Outros eruditos chamam binyanim de “paradigmas verbais”, “modificações”,
“temas” ou “estirpes” (do latim, stirps ‘talo, cepo’). Atualmente usamos o termo comum
“graus verbais”, muito embora ele também corra o risco de ser enganoso.
b Os nomes tradicionais para os graus verbais derivam-se dos antigos gramáticos judeus.
Eles chamaram a primeira raiz de Qal ‘leve’, porque ela não é aumentada em comparação com
os outros graus. Eles denominaram os graus verbais restantes com referência à forma da
terceira pessoa do masculino singular do grau verbal na conjugação sufixada, com a raiz ‫ּפעל‬,
seu verbo paradigmático; por isso os termos ‫נִ ְפעַּל‬ Niphal, ‫ִּפעֵּל‬ Piel, etc. Gramáticos
posteriores conservaram estes termos, embora usem raramente ‫ ּפעל‬como verbo
paradigmático devido à sua gutural medial, preferindo em seu lugar ‫‘ קטל‬matar’ ou ‫כתב‬
‘escrever’.

c Depois do advento do método comparativo/histórico, eruditos procuraram nomes gerais


para os graus verbais cognatos mutuamente correspondentes tanto na forma como na função
por meio das línguas semíticas; estes ignorariam as idiossincrasias dentro de cada língua. O
grau não-aumentado correspondente ao Qal hebraico, eles chamaram de “grau G” (do alemão
“Grundstamm”) ou “grau B” (“grau-Base”) porque parece ser o grau verbal sobre o qual os
outros foram construídos. O Niphal é chamado de “grau N” por causa de seu prefixo n
característico nas línguas cognatas; o Piel é apelidado de “grau D” por causa de sua
característica de duplicação; etc. A maioria das línguas semíticas adiciona um –t– a um ou mais
desses graus verbais, que leva às classificações de “grau Gt”, “grau Dt”, etc. Infelizmente os
cognatos do Hiphil hebraico variam tremendamente (š [acadiano], h [hebraico], ʾ[siríaco,
árabe], etc.), e nenhum termo é aceito universalmente.

p 353 21.2 O Sistema

21.2.1 O Problema

a Três inauspiciosos problemas têm frustrado as discussões do sistema de graus. Primeiro,


os estudiosos se inclinaram a descrever o sistema baseado formalmente no grau Qal. Segundo,
eles descreveram os graus imaginariamente de forma atomizada, isto é, prescrevendo um
significado ou um conjunto de significados para cada grau independentemente. Terceiro, eles
negligenciaram o caráter essencialmente sistêmico do sistema. A queixa de M. H. Goshen-
Gottstein acerca da Introduction to the Comparative Grammar of the Semitic Languages, de
Sabatino Moscati, se aplica a muitas outras obras semíticas: “Essa descrição afasta-se
(conscientemente?) de qualquer apresentação sistemática e mostra os fatos atomizadamente.
Nisso ela segue até certo ponto C. Brockelmann, Grundriss der vergleichenden Grammatik der
semitischen Sprachen”. Agora, obviamente, o método científico requer a análise e classificação
sistemática dos empregos dos graus verbais individuais, mas a abordagem atomizada em geral
é insuficiente para considerar o fato de que os graus verbais constituem um sistema, um
sistema de morfemas claramente diferenciados, que, por definição, envolve tanto a forma
como a função.

b Recentemente Goshen-Gottstein tentou corrigir a abordagem atomizada aos graus


verbais semíticos, construindo um diagrama do sistema dos graus verbais que remediaria os
fatos conhecidos sobre eles. Seu diagrama se interessa mais pelas formas do que pelos
significados. Contudo, se os graus verbais individuais cumprem funções particulares, e se eles
juntos constituem um sistema, então podemos, por um bom motivo, tentar estudar a função
do sistema como um todo. De fato, tal abstração pode ser útil na compreensão das funções ou
dos significados das partes individuais e de seus relacionamentos mútuos.

c Todos os gramáticos concordam que os graus verbais em parte denotam voz, a relação
do sujeito com a situação, discutida em 20.2j. O caráter passivo de diversos graus foi
reconhecido no Maʿaseh Ephod de Profiat Duran (cerca de 1.400 d.C.); no tratamento dos
binyanim do verbo, o Pual e Hophal são chamados de graus cujos agentes não são
mencionados. Moshe Greenberg oferece um modelo de graus verbais baseado em uma
“grade” ou sistema de coordenadas (“eixos”), com uma das coordenadas pertencendo à voz.

p 354 I II III

Ativo ‫שמַּר‬
ָ ‫ִסּפֵּר‬ ‫ִהזְכִיר‬

Passivo ‫שמַּר‬
ְ ִ‫נ‬ ‫ֻסּפַּר‬ ‫ָהזְכַּר‬

Reflexivo (duplo ‫שמַּר‬


ְ ִ‫נ‬ ‫הִתְ ַּאּפֵּק‬ ———
estado)

O diagrama de Greenberg ajuda a apresentar as funções do sistema verbal, e também serve


para salientar as dificuldades para abstrair as características do sistema. O conjunto vertical de
coordenadas pertence à voz, mas o que dizer em relação ao eixo horizontal? Esse eixo é
normalmente descrito em termos da ação verbal em si, isto é, I = “simples”, II = o chamado
“intensivo”, III = “causativo”. A segunda coluna, o “intensivo”, já é uma entrada problemática;
a base morfológica comum de Piel, Pual e Hithpael é clara, mas a base semântica é muito
menos certa. Um novo exame desses graus é crucial para entender a relação entre os dois
eixos e, assim, o sistema como um todo.

21.2.2 Rumo a uma Solução

a Há diversas abordagens para elucidar o sistema de grau; os gramáticos mais tradicionais


salientam a relação Qal:Piel como a chave elucidativa, enquanto que recentemente a relação
Piel:Hiphil é que tem sido enfatizada. O Piel é a decifração para o sistema, e o passo inicial
principal para abrir o sistema foi dado por Albrecht Goetze em seu levantamento do grau D
acádico; seu trabalho se estendeu ao semítico do oeste, passando por Ernest Jenni e outros.
Até certo ponto, eruditos anteriores a Goetze e Jenni não conseguiram perceber a função do
sistema de grau verbal hebraico porque pensavam que Piel significasse primariamente uma
ação intensiva. O estudo de Jenni acerca do Piel hebraico demonstra que ele
fundamentalmente vincula uma noção que relaciona ativo simples: à dicotomia passiva de voz.
Esta nova percepção oferece uma oportunidade de ver o sistema em sua totalidade, embora
creiamos que Jenni não tenha conseguido apreender o significado completo de sua tese,
porque ele exclui a noção de causalidade de sua compreensão do Piel.

b O eixo horizontal no diagrama de Greenberg pertence à causalidade. Consideremos o


papel das relações de construção envolvendo causalidade. A oração em português: ‘João
cozinhou o repolho’ pode ter somente uma ligeira nuança de causalidade (“No quadro mental
que se forma está João, o que cozinhou o repolho”); com uma nuança mais forte de
causalidade, pode significar também que ‘João fez o repolho ser cozido’, e neste caso o
repolho é apresentado como estando no estado “passivo” de ser cozido, ou que ‘João fez com
que o repolho cozinhasse’, com um sentido mais “ativo”, em que o repolho de p 355 certo
modo é participante da ação. Unido à noção de causalidade, pode haver vários graus de
agência (“atividade” [o estado de ser ativo]) ou paciência (“passividade”).

c A causalidade é expressa em muitas das línguas européias pelas construções com dois
verbos. Por exemplo, o alemão, o francês e o inglês usam verbos auxiliares respectivamente
‘lassen’, ‘faire’, ‘make/cause’. Os verbos auxiliares do inglês ‘make’ (fazer) e ‘cause’ (fazer com
que, causar) apresentam uma sugestão de força ou coerção, uma noção que não é crucial para
formações de causalidade, e, com isso, a idéia semelhantemente estranha de que outro
agente além do sujeito possa estar envolvido na ação. Isto não é sempre assim no alemão e no
francês, que tendem a usar suas construções de causalidade de modo mais extensivo. Um
verbo inglês que pode ser intrinsecamente causativo, como ‘to cook’ (cozinhar) evita uma
carga extra de construção auxiliar de causalidade. Assim, chega mais próximo às formas da
causalidade morfológica do hebraico. Preliminarmente, é nossa proposta que o verbo ‘cooked’
(‘cozinhou’) na oração: ‘John cooked the cabbage’ (‘João cozinhou o repolho’) no sentido de
‘John made the cabbage cooked’ (‘João fez o repolho ser cozido’) seria traduzido para o
hebraico pelo Piel, e no sentido de ‘John caused the cabbage to cook’ (‘João fez com que o
repolho fosse cozido’) pelo Hiphil. O Piel tende a significar causalidade com uma nuança de
paciência, e o Hiphil uma noção de causalidade com uma nuança de agência. Os dois tipos de
formas de causalidade diferem entre si com referência ao status do sujeito que sofre a ação
expressa pelo verbo principal, isto é, a voz associada ao sub-sujeito ou sujeito secundário.

João causar

sujeito1 verbo1

repolho cozinhar

sujeito1 verbo2

Colocando de forma aproximada, as diferenças entre Qal, Niphal e Hithpael, etc., (as
diferenças verticais no diagrama de Greenberg) referem-se à voz do sujeito1, o sujeito
primário; as diferenças entre Qal, Piel, e Hiphil, etc., referem-se à voz do sujeito2, quando
houver um. Usamos orações em inglês aqui para dar a entender as diferenças dos graus em
termos de significado; nos próximos capítulos, as ilustraremos com o hebraico bíblico.
d O exemplo do inglês ‘to cook’ com seus vários sentidos é retrospectivo às complexidades
dos verbos hebraicos usados em diversos graus. Outro verbo inglês com semelhante
diversidade é ‘to fly’ (voar, dirigir), que pode ser usado transitiva ou intransitivamente, em
contextos semelhantes e também em variados; uma investigação pode ser importante para
uma formulação geral. Nos exemplos seguintes, reconhecidamente mais bem selecionados,
indicamos entre parênteses o grau verbal hebraico que teria sido usado em cada exemplo. Na
maioria dos exemplos, o verbo inglês permanece inalterado mesmo quando o grau hebraico
varia. Já mostramos uma razão para isso; nos comentários que seguem os períodos daremos
outras.

1. Sara (flies) (Qal) pilota o avião.

2. Sara (flies) (Qal) viaja à hoje. / Sara (flies off) (Qal) escapa no céu.

3. Sara (flies) (Niphal) viaja para o Egito, quando Abraão se oferece para soltá-la de lá.

p 356 4. Sara está sendo levada (flown) (Niphal) para o Egito.

5. Sara voa (flies) (Niphal) para o Egito, em vez de pegar sua mula.

6. Sara (is flying) (Niphal) está indo para o Egito a fim de apelar de seu caso a Faraó.

7. Sara (is flying) (Piel) está viajando apesar da tempestade de areia.

8. Sara (is flown) (Pual) é levada para o Egito, quando Faraó estala os dedos.

9. Sara (flies) (Hithpael) viaja ao Egito.

10. Sara (flies) (Hiphil) pilota mais alto o avião / obriga o avião a voar (Hiphil) mais alto.

11. Sara (flew) (Hiphil) se elevou mais alto no avião.

12. Sara (is made to fly) (Hophal) faz o avião voar mais alto.

e O período 1 representa a voz ativa com um verbo transitivo. Sara é a protagonista ou a


agente, realizando a ação expressa pelo verbo. O período 2 também representa a voz ativa.
Como (1), responde à pergunta: “O que Sara está fazendo”? mas, diferente de (1) o verbo aqui
é intransitivo. Estas sentenças mostram que ações transitivas e intransitivas não estão
necessariamente relacionadas com a função de voz. O grau Qal expressa ambos (1) e (2).

f No período 3, Sara não é mais a agente realizando a ação. Em lugar de responder a


pergunta: “O que Sara está fazendo”?, o primeiro período responde implicitamente a
pergunta: “O que está acontecendo com Sara”? Aqui Sara é implicitamente é o objeto do
equivalente sintático “Abraão solta (‘flies’) Sara”. O verbo intransitivo em (3) tem como seu
sujeito gramatical o substantivo que seria o objeto do verbo transitivo correspondente. Na
construção Niphal o sujeito não é o executor da ação, mas um participante dela. O inglês, por
carecer de uma construção que indique a relação sintática entre palavra/objeto de um verbo
transitivo e o sujeito não-agente de um verbo intransitivo equivalente, não distingue
formalmente entre (1), se o objeto for omitido – como pode acontecer – e (3).
O período 4 representa a voz passiva simples. Como em (3), Sara não é a agente, mas
diferente de (3) ela é vista não como participante do ato, mas como no estado de “sofrer a
ação” ou “sofrendo os efeitos da ação”. Nesta construção, o agente pode ser expresso ou não.
O Niphal é usado em (3) e (4) porque em ambos os casos o sujeito não é o executor da ação,
mas o paciente dela, mais claramente (período 4) e menos (período 3).

g Nos períodos 5 e 6 está implícita uma noção reflexiva. Os sentidos plenos são: (5) ‘Sara
voa ela mesma…’ (6) ‘Sara voa com um interesse pessoal…’ Uma vez que a ação afeta o sujeito
do verbo (período 5) ou seus interesses (período 6), o Niphal seria usado. No inglês, o reflexivo
seria muitas vezes redundante e, portanto, omitido.

p 357 h No período 7, temos um exemplo de construção de causalidade com uma nuança


passiva. Como no caso de ‘João cozinhou o repolho’, o falante inglês diria: ‘Sarah flies the
airplane’ (‘Sara pilota o avião’) em lugar de uma circunlocução, que poderia ser enganosa,
‘Sarah gets the airplane flown’ (‘Sara pega o avião pilotado’). O significado em (7) é bem
diferente daquele pretendido em (1) embora as expressões sejam formalmente idênticas. Em
(1) o evento, a ocorrência de Sara estar pilotando o avião, é intencionado; em (7) o que se
pretende significar é o estado realizado do avião estar voando, isto é, o avião foi colocado no
estado passivo de ser dirigido. A mesma nuança teria sido expressa por ‘Sarah makes her
airplane flown’ (‘Sara faz seu avião ser pilotado’), exceto que aquela declaração normalmente
significaria ‘She causes someone else to fly the airplane’ (‘Ela faz com que alguém pilote o
avião’). Aqui ‘cause’ (‘fazer com que’) implica coerção e outro agente. Com alguns verbos, a
noção de causalidade é mais facilmente indicada em inglês. Como é o caso com ‘shine’
(‘brilhar’). O equivalente a (1) com ‘shine’ (‘lustrar’) seria ‘Sarah shines the airplane’ (‘Sara
lustra o avião’ e ao (7) ‘Sarah makes the plane shined-up [=shiny]’ (‘Sara faz o avião ser polido
[=lustroso])’ ou mais simplesmente, ‘Sarah shines up the airplane’ (‘Sara poli o avião.’). O
equivalente não é ‘Sarah makes the airplane shine’ (‘Sara faz o avião brilhar’; esta noção
pertence à sentença 10).

i O período 8 é o equivalente sintático de ‘Abraham gets Sarah flown to Egypt’ (‘Abraão


leva Sara fugida para o Egito’), sem necessariamente o agente em vista; num inglês bastante
inadequado significa: ‘Sarah is made flown’ (‘Sara foi fugida’). O falante de inglês usa em (8)
uma construção semelhante à que está em (4) e permite que o contexto diferencie entre
‘Sarah is flown’ (“Sara está fugida”) como um estado consumado e ‘Sarah is being flown’ (“Sara
está sendo fugida”) como um acontecimento.

j No período 9, Sara viaja para o Egito, talvez em seu próprio interesse. (Aqui, também, o
uso de ‘makes’ [“faz”] correria o risco de introduzir a noção de coerção). O sentido quase não
pode ser representado em inglês. O sentido reflexivo em (5) ou em (6) envolve um
acontecimento, mas em (9) denota um estado acabado. Como (5) e (6) são os complementos
reflexivos de (1), assim (9) é o complemento reflexivo de (7).

k No período 10, Sara faz o avião participar do ato de voar. Aqui o objeto de “faz” é sujeito
de voar, como em (7), mas de maneira diferente de (7) o segundo sujeito tem um papel mais
agentivo. Esta idéia de fazer com que um objeto (gramatical) participe como sujeito na ação é
representada pelo Hiphil.
l No período 11, estão implícitas tanto as noções causativas como as reflexivas. O sentido
pleno é: ‘Sarah caused herself to fly higher in the airplane’ (“Sara fez com que ela mesma
voasse mais alto no avião.”) Tal Hiphil “interno” seria distinto de outros tipos de Hiphil por ser
um predicado com uma função única.

m No período 12, temos o complemento passivo de (10). Um equivalente sintático poderia


ser: ‘The highjackers made Sarah fly the plane higher’ (“Os piratas aéreos fizeram Sara voar o
avião mais alto”). Em contraste com (8), onde ‘Sara’ sofre tanto a “causalidade” como a idéia
verbal, aqui ela é tanto passiva como ativa – passiva com referência à “causalidade”
(“fizeram”) e ativa com referência ao verbo (“ela fez o avião voar mais alto”). O Hophal
transmite esse complemento ao Hiphil.

n Podemos agora voltar à tabela apresentada anteriormente e explicar os dois eixos com
referência à voz. O eixo vertical representa a voz do sujeito primário, o eixo horizontal
representa a voz do sujeito secundário, o objeto do predicado de “causalidade”, se houver um.
O eixo horizontal I representa a ausência da noção de causalidade; II, a causalidade p 358 com
a condição passiva ‘made flown’ (“feito voado”); III, a causalidade com participação ativa
‘made to fly’ (“feito voar”). Os números entre parênteses indicam o período que esclarece as
relações básicas.

VOZ DO SUB-SUJEITO

I. Ø II. Passiva III. Ativa

VOZ DO SUJEITOI. Ativa Qal (1–2) Piel (7) Hiphil (10)


PRIMÁRIO

II. Média/Passiva Niphal (3–4) Pual (8) Hophal (12)


(Sujeito <
objeto do
verbo
transitivo)

III. Reflexiva Niphal (5–6) Hithpael (9) Hiphil (“interno”,


(Duplo-status) 11)

o Desta maneira funciona o sistema de grau hebraico para conotar Aktionsarten (voz,
causalidade, transitividade; 20.2). As diversas inflexões interrelacionadas servem para
representar as diversas categorias de relações entre o sujeito e o(s) predicado(s). O sistema é
muito mais complexo do que o sistema familiar para nós em inglês. No hebraico, diversamente
do inglês, as formas flexionadas do verbo indicam se um sujeito não-agentivo de um verbo
intransitivo seria o objeto de uma oração equivalente com um verbo transitivo; e se a
causalidade é entendida, quer com o papel passivo quer ativo para o sujeito secundário.

p O sistema verbal do inglês não diferencia entre transitividade subjacente e


intransitividade, de tal maneira que (1) e (3) possam admitir a mesma forma verbal. Além
disso, o inglês tende a elidir a reflexiva quando o sujeito age em seu próprio interesse ou para
seu próprio benefício, e por isso (5) e (6) juntamente com (9) e (10) assumem a mesma forma
de (1) e (2). Também, os auxiliares ingleses ‘make’ (“fazer”) e ‘cause’ (“causar”), etc.,
juntamente com muitos outros verbos, exigem que o sujeito esteja compelindo alguém a
realizar a ação, com a resultante de que as sentenças não-coercivas correspondentes (7) e (8) –
que já mencionamos (9) e (11) – fiquem com (1), (3), (5), (6). Resumindo, seis ou sete dos doze
períodos têm formas semelhantes em inglês, embora signifiquem coisas diferentes. Além
disso, conquanto (10) destaque a força causativa sem ambigüidade, pode ainda ser expressa
por ‘Sarah flies…’ (“Sara voa…”). Na maioria dos casos, o falante de inglês depende do contexto
para reconhecer as noções de agência, causalidade e reflexividade. Sem um contexto ‘Sarah
flies…’ é uma situação muito ambígua em inglês; o mesmo se aplica a, ‘Sarah is flown’.

q É possível simpatizar com eruditos que expressaram dúvidas acerca da visão de que cada
grau indique uma diferença de significado. Alexander Sperber sustentou: “Estou para
desaprovar esta noção, demonstrando que os assim chamados graus verbais foram usados
intercambiavelmente a fim de indicar um único significado, sem implicar a mais leve
diferenciação”. Suas listas de formas de diferentes graus usados em contextos semelhantes
são bastante atraentes, mas no final das contas sua evidência não traz convicção alguma
porque ele fracassa em observar o contexto completo em cada passagem. Seu argumento
equivale a pouco mais do que um levantamento de períodos 1, 5, etc. e anunciando: “Veja,
não há p 359 diferença de significado nos graus do verbo hebraico. Todos eles significam
‘Sarah flies’ (“Sara voa”) e podem ser usados intercambiavelmente”.

r Em virtude dos sistemas verbais ingleses e de outras línguas européias estarem


empobrecidos nos tratamentos morfológicos da transitividade, causalidade e reflexividade, os
léxicos mais modernos de hebraico também falham em mostrar adequadamente as diferenças
sutis de significado entre os graus verbais. Os lexicógrafos muitas vezes são forçados a atribuir
os “significados” semelhantes de um verbo aos diferentes graus verbais. Por exemplo, William
L. Holladay em seu excelente léxico, apresenta ‫ נקם‬como segue:

Qal: tomar vingança

Niphal: ser vingado, vingar, vingar-se

Piel: vingar

Hophal: ser vingado, sofrer vingança

Hithpael: tomar vingança de alguém

Não se surpreenda quando certos aspectos do estudo do hebraico parecerem impossíveis ou


fizerem a língua parecer despropositada. O português e línguas similares dificilmente
poderiam sequer começar a transmitir sua forma. Muitos estudantes serão tentados a apoiar
este ingênuo comentário de Sperber:

Devo confessar minha ignorância do hebraico; porque essas… páginas de


formas verbais [em gramáticas hebraicas], que foram supostamente
“hebraico” quando a língua da Bíblia era uma língua viva, são como páginas de
mistérios e dificuldades insuperáveis para mim. Como meus antepassados
puderam dominá-los é para mim um verdadeiro milagre!

Como vimos, o verdadeiro problema consiste na maneira como outras línguas ocultam as
estruturas do hebraico.

s Cientes da ambigüidade dentro do sistema verbal inglês quando frente a frente com as
distinções sutis usadas no sistema de graus do hebraico com relação à causalidade e à voz, o
pesquisador se preveniria em dar prioridade à função aparente do grau sobre sua forma
manifesta ao experimentar decidir suas funções. Categorias pressupostas, impostas pelas
estruturas “mais rudes” do inglês, são inadequadas para interpretar as categorias do hebraico;
devemos ser orientados mais pelas formas e usos do hebraico do que os do inglês ou de outra
língua similar.

21.2.3 Características Menores

a Quantos graus há? A tradição medieval reconhecia sete graus, embora houvesse
discussão sobre acrescentar ou subtrair algum. David Quimḥi em seu influente Mikhlol optou
por oito, acrescentando o Poel. Embora eruditos modernos discordem a respeito p 360 do
número de graus verbais representados por formas raras, concordam que haja essencialmente
sete graus principais, aqueles baseados em raízes trilíteras, e mais ou menos uma dúzia de
secundários, a maioria deles baseada em raízes bilíteras. Os graus secundários, em sua
maioria, são variações morfêmicas dos graus principais. Portanto, com o Piel, há o pôʿēl, piʿlēl e
pə̆ʿalʿal, e pilpēl; o Pual é complementado por pôʿal, puʿlal, e polpal; e o Hithpael pelo hitpôʿēl,
hitpaʿlel, hitpaʿlal, e hit-palpel.

b Algumas formas raras e controvertidas podem ser mencionadas. (1) Hithpael, sem o
alongamento típico ou a duplicação do segundo radical que caracteriza o Hithpael e o
alongamento do a diante de uma não-gutural, acha-se em Juízes 20.15,17 e 21.9; é
interpretado por Paul Joüon como uma variante combinada do Hithpael, mas interpretado por
Carl Brockelmann como um reflexivo do Qal, comparável à chamada forma Gt encontrada em
outras línguas semíticas.

c (2) As formas Hippael são controvertidas: a duplicação de um nun ou kaph iniciais com
algumas raízes é tratada por alguns como um sinal das formas Hithpael, nas quais o –t– infixo
foi assimilado pelo radical inicial da raiz. Israel Eitan considera algumas das formas como
evidência de um grau ‫נ‬-reflexivo e David Yellin identificou alguns deles como parte de um grau
Hippael não identificado até agora.
d (3) Hištaphʿel: A importante palavra ‫השתחוה‬ que ocorre 170 vezes tem sido
interpretada por muitos modernos com base na forma š do ugarítico (comparável ao Hiphil),
como um grau t; J. A. Emerton pensa que há evidência para inclinar o equilíbrio da p 361
probabilidade em favor de um ponto de vista mais ou menos tradicional de que seja um
Hithpael da raiz ‫שחה‬. Seja como for, a forma inusitada da palavra sugere seu significado
cultural extraordinário.

e Um resumo estatístico do uso dos graus do verbo pode ser muito útil.

Ocorrências Raízes usadas

N % N %

Qal 49.180 68,8 1.115 71,2

Niphal 4.140 5,8 435 27,8

Piel 6.450 9,0 415 26,5

Pual 460 0,6 190 12,1

Hithpael 830 1,2 175 11,2

Hiphil 9.370 13,1 505 32,2

Hophal 400 0,6 100 6,4

Other 680 0,9 130 8,3

Total 71.510 3.065


As estatísticas não suprem os indícios diretos do sistema de grau, mas podem proporcionar
uma visão aproximada de como é usado.

p 362 22

Grau Qal
22.1 Introdução

22.2 Semântica

2.1 Verbos Fientivos e Estativos

2.2 Os Verbos Estativos e os Adjetivos

2.3 Fientivos e Estativos Com a Mesma Raiz

22.3 Morfologia

22.4 Classes Verbais

22.5 Denominativos

22.6 Qal Passivo

22.7 Construções Impessoais Qal

22.1 Introdução

a O grau verbal mais usado comumente é o Qal ou grau “leve”, também conhecido como
Grau G (Grundstamm) ou Grau B (Basic). O grau Qal é chamado apropriadamente de
“simples”, no sentido de que a raiz não suporta nenhum afixo consonantal; é semanticamente
simples por estarem ausentes as noções de causalidade.

b Antes de analisar as formas e significados do grau com respeito à divisão básica entre
verbos fientivos e estativos, vamos primeiramente apreciar sua forma e seu significado como
um todo. Então voltaremos a pesquisar a divisão fundamental desse grau em verbos fientivos
e estativos com referência ao significado (22.2) e forma (22.3). Tendo esboçado a diferença
entre as duas espécies de verbos Qal, continuaremos a considerar mais particularmente as
classes dentro dos Qal estativos (22.4). Depois consideraremos o uso do Qal para modelar
denominativos (22.5). Finalmente revisaremos a evidência para a existência de um Qal passivo
e suas formas (22.6), e construções impessoais Qal (22.7).

22.2 Semântica
a Em contraste com os outros cinco graus principais, os graus Qal e Niphal ordinariamente
não possuem qualquer elemento de causalidade em sua predicação. Alinhando Pual e Hithpael
com Piel, e Hophal com Hiphil, posicionamos um contraste tríplice Qal: Piel: Hiphil. Considere
estes exemplos ingleses: “Moses split (cf. Qal) the rock” (“Moisés fendeu a rocha”), “Moses
split up (cf. Piel) the rock” (“Moisés despedaçou a p 363 rocha”), e “Moses split (cf. Hiphil) the
rock” (isto é: “Moisés fez a rocha fender-se”). Além disso, considere estes exemplos hebraicos
contrastando Qal e Piel:

1a. ‫ ֶָּ֫בקַּע י ָם‬Ele (Deus) dividiu (Qal) o mar.


Sl 78.13

1b. ‫י ְ ַּבקַּע צ ִֻרים ַּב ִמדְ ָ ֑בר‬Ele


(Deus) fendeu (Piel) rochas
no deserto.

Sl 78.15

O primeiro desses dois enunciados representa uma situação com Deus como o agente e o mar
como o objeto da ação de dividir. O segundo enunciado representa Deus como o agente e as
rochas como tendo sido obrigadas a se colocarem na situação de serem divididas.

b O Qal e o Niphal diferem com respeito ao papel do sujeito; o Qal sujeito é ativo, como
pode ser visto comparando o # 1a com o # 2:

2. ‫וַּתִ ָבקַּע ָה ֲאדָ מָה ֲאשֶר תַּ ְחתֵּיהֶם׃‬O chão debaixo deles se fendeu
(Niphal).

Nm 16.31

O exemplo do Qal representa o sujeito como o agente, respondendo implicitamente a


pergunta: “O que Deus está fazendo?”. O Niphal, por contraste, responde à pergunta: “O que
aconteceu com o chão?”. Ele não descreve o sujeito como o ator ou agente. Antes descreve o
sujeito como sofrendo a ação realizada por um agente não-declarado; o sujeito é um mero
participante da ação.

22.2.1 Verbos Fientivos e Estativos

a Os verbos no grau Qal (rejeitando as formas passivas raras) classificam-se em dois grupos
forma/função. Os gramáticos os têm chamado de “voluntários” (freiwillig) e “involuntários”
(unfreiwillig), “ativos” e “neutros” (neutrisch), e “ativos” e “estativos”. Uma vez que o termo
“ativo” também é usado para voz, é impróprio usá-lo referindo-se a tipo de ação, por isso
usamos o termo “fientivo” (20.2k, 30.2.3).
b Um “verbo fientivo” é aquele que designa uma situação dinâmica. Com essa espécie de
verbo uma oração responde à pergunta implícita: “O que faz X?”, onde X é uma expressão
nominal e faz é um verbo fientivo. Um verbo fientivo pode ser tanto transitivo como
intransitivo; alguns, como bʿr, pode ser ambos.

p 364 1a. ‫ ֶג ָחלִים ָבעֲרּו ִמ ֶֶּ֫מנּו׃‬Carvões incandescentes


arderam (intransitivo) dela (de
sua boca).

Sl 18.9

1b. ‫ ְכ ֵּאש תִ ְבעַּר־ ֶּ֑֫ ָיעַּר‬Como fogo consome (transitivo)


a floresta.

Sl 83.15

Com verbos fientivos o sujeito pode ser definido como “ator”.

c Um verbo estativo é aquele que descreve uma circunstância ou estado, quer exterior e
físico, quer psicológico ou perceptivo. Orações com esta espécie de verbo implicitamente
responde à pergunta: “Qual é a característica, a qualidade, a circunstância, estado (físico ou
mental) de X?”, onde X é uma expressão nominal e a situação que caracteriza é um verbo
estativo, por exemplo, zāqēn dāwîd, “Davi estava velho”.

d A diferença entre as duas espécies de verbos pode ser testada, às vezes, de uma ou duas
maneiras. Primeira, os verbos podem ser testados pela transitividade (20.2l), já que verbos
transitivos tendem a ser fientivos. Transitividade significa que os efeitos da ação expressa pelo
verbo passam do sujeito (o “agente” ou “ator”) para o objeto (ou “objetivo”).

e O português oferece um segundo teste conveniente para distinguir verbos estativos e


fientivos: os verbos estativos em português não acontecem em formas progressivas. Por
exemplo, um verbo fientivo como “ler” constitui livremente a forma progressiva, com em “eu
estou lendo este livro”. Em contraste, ninguém diz livremente: “Eu estou amando este livro”.
Já que “amar” descreve uma situação estativa (neste caso um estado psicológico), diz-se
livremente: “Eu amo este livro”. Este teste pode servir de uso na consideração de casos
difíceis.

22.2.2 Os Verbos Estativos e os Adjetivos

a O português não faz distinção entre verbos estativos e construções predicativas


adjetivas, como faz o hebraico, e essa discrepância merece uma pesquisa. O hebraico usa o
Qal, por exemplo, em ָ‫“ ָח ֶַּּ֫כ ְמת‬tu és sábio” (Pv 9.12), ‫ש ֶּ֫כ ֹלְתִ י‬
ָ “estou desolado” (Gn 43.14), e
‫“ ַּוּי ִ ְכבַּד‬ele (o coração de Faraó) estava pesado” (Êx 9.7). Nesses exemplos, o português traduz
corretamente o hebraico inserindo uma forma do “verbo fictício” ser, marcando a situação
representada pelo enunciado em relação àqueles significados trazidos pelo verbo
macrofuncional (veja 4.8, 20.2).

b A facilidade com que o hebraico representa “estados adjetivados” por meio de formas
verbais reflete a relação que os filósofos e gramáticos alegavam existir entre adjetivos e
verbos. Podemos dizer que as estruturas do hebraico revelam a semelhança de função entre
verbo e adjetivo encontrada em todas as línguas.

c Os gramáticos primitivos do hebraico supunham que os verbos estativos haviam-se


derivado de adjetivos. Hans Bauer e Pontus Leander, por exemplo, afirmam que os padrões
vocálicos *qatil e *qatul eram originalmente de adjetivos; os sufixos da conjugação perfectiva
foram mais tarde afixados neles. Carl Brockelmann selhantemente p 365 fala de estativos
como adjetivos que desenvolveram numa flexão verbal. A despeito da racionalidade dessas
considerações, a maioria dos eruditos pensa agora que as formas dos verbos estativos
modulados, qatil e qatul, já estavam presentes nos primeiros estágios do semítico.

b Como as construções estativas diferem das construções predicativas adjetivas? As


construções estativas Qal marcam a situação representada com todos os valores de uma
forma verbal (aspecto, modo, Aktionsart), enquanto que a construção adjetiva é não-marcada
para esses valores. O português não pode traduzir a última representação; é preciso adicionar
o “verbo fictício” ser, por isso fazendo-a aparecer como se não houvesse diferença alguma
entre as duas construções hebraicas.

1a. ‫ ַּוּי ְִראּו ְבנֵּי־הָ ָֽאֱֹלהִים ֶאת־בְנֹות‬Os filhos de hāʾĕlōhim viram


‫הָ ָָֽאדָ ם כִי ט ֹב ֹת ֶּ֫ ִ ֑הנָה‬que as filhas de hāʾādām eram
belas (adjetivo).

Gn 6.2

1b. ‫ַּה־טבּו א ֹ ָה ֶֶּ֫ליָך‬


ֶּ֫ ‫מ‬Quão belas (verbo) são as tuas
tendas!

Nm 24.5

No primeiro exemplo, o sentido da segunda oração ‫טבת הנה‬ (em termos de aspecto e
referência de tempo) é mais definido pelo seu contexto sintático (como uma oração embutida
depois de uma forma do verbo rʾy com ky, “ver que…”), do que é o sentido do segundo
exemplo, ‫מה־טבו‬. Essa discrepância entre os idiomas hebraico e português leva o português
a “dissimular” o funcionamento das duas construções diferentes do hebraico.

22.2.3 Fientivos e Estativos com a Mesma Raiz


a Tanto o português como o hebraico tratam certos verbos às vezes como estativos, às
vezes como fientivos, dependendo do significado particular que eles têm na oração. Bernard
Comrie esclarece este ponto contrastando o verbo “ser” em “Frederico é tolo” e “Frederico
está sendo tolo”. Na primeira oração, Frederico está num estado, mas no segundo “ele está
agindo como tolo”, uma situação dinâmica (isto é, fientiva). Compare este par de orações:

1a. ‫ ַּוּי ֶ ְחכַּם ִמכָל־הָ ָָֽאדָ ם‬E ele (Salomão) era mais sábio
(estativo) do que qualquer um.

1 Rs 5.11

1b. ‫ש ָח ֶַּּ֫כ ְמתִי‬


ֶ ‫ ְבכָל־ ֲע ָמלִי ֶ ֑ש ָע ֶַּּ֫מלְתִ י ְו‬Todo meu trabalho, no qual eu
derramei meu esforço e
sabedoria (fientivo).

Ec 2.19

p 366 2a. ‫ש ַּע … ָמלֵּא רּו ַּח ָח ְכמָה‬


ֻ ‫וִיהֹו‬Agora Josué… estava cheio
(estativo) do espírito de
sabedoria.

Dt 34.9.

2b. ‫שכָן׃‬
ְ ‫ּוכְבֹוד יהוה ָמלֵּא ֶאת־ ַּה ִמ‬E a glória de YHWH encheu
(fientivo) o tabernáculo.

Êx 40.34

b Alguns verbos, especialmente aqueles que denotam uma percepção mental ou estado
emocional, exibem simultaneamente características tanto estativas como fientivas. Muitas
vezes, como na oração: ‫שנ ֵּ֑אתִ י‬
ָ ‫שו‬
ָ ‫וָאֹהַּב ֶאת־יַּעֲק ֹב ְו ֶאת־ ֵּע‬, “Amei a Jacó e a Esaú odiei” (Ml
1.2–3), são usadas formas estativas, e elas são traduzidas por formas não-progressivas em
português. Por outro lado, como na oração acima, elas podem ser limitadas por objetos
diretos, colorindo-as com uma noção fientiva, e podem ainda ocorrer no particípio, que tende
a ter um sentido progressivo e, portanto, fientivo. Por exemplo:

3a. ‫ ְוכָל־יִש ְָראֵּל וִיהּודָ ה אֹהֵּב ֶאת־‬E todo Israel e Judá amavam

‫(דָ ִו֑ד‬literalmente: estavam


amando) Davi.
1 Sm 18.16.

3b. ‫וְהּוא ֹלא־שֹנֵּא לֹו ִמתְ מֹול‬E ele não o odiava

ִ (literalmente: estava
‫שלְשֹו֑ ם‬ odiando)
premeditadamente.

Dt 4.42.

Contudo, rigorosamente falando, ainda quando limitados por um objeto, os verbos não são
nocionalmente transitivos, porque nenhuma ação passa do agente para a palavra alvo. Na
oração ‫שמַּע אֱֹלהִים אֶ ת־נַּ ֲא ָק ָ ֑תם‬
ְ ִ ‫ ַּוּי‬, “e Deus ouviu o lamento deles” (Êx 2.24), embora a
relação sintática entre o sujeito e o objeto é a mesma que em ‫מצ ְִרי‬ ִ ‫ ַּוּי ְַּך ֶאת־ ַּה‬, “e ele
(Moisés) matou o egípcio” (Êx 2.12), nocionalmente nenhuma ação passa do sujeito para o
objeto. R. H. Robins observa:

A fragilidade das definições semânticas está bem esclarecida aqui: golpear, em


eu o golpeei, é sintaticamente um verbo transitivo …; mas ouvir em eu o ouço,
está envolvido exatamente nas mesmas relações sintáticas com os dois
pronomes, e é considerado como um verbo transitivo, embora neste caso, a
“ação”, se de fato se refere a alguma ação, aponte ao contrário.

Entretanto, apesar de suas formas estativas e do equívoco semântico com esses verbos de
estado mental quando limitados por uma palavra alvo, eles são mais bem construídos como
quase-fientivos quando ocorrem implícita ou explicitamente com um objeto e como estativos
quando eles estão livres. A ocorrência com um objeto, em contraste com outros estativos,
sugere que eles foram constatados como fientivos. Compare estas orações:

4a. ‫ִירא‬
ָ ‫ ָוא‬Eu estava com medo (estativo).
Gn 3.10.

4b. ‫ָֽיראּו ֶאת־עַּם ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬


ְ ִ‫ַאל־ת‬Não tenhais medo (quase-
fientivo) do povo da terra.

Nm 14.9.

p 367 5a. ‫ ַּוּי ֶ ֱחז ַּק הָ ָָֽרעָב‬A fome tornou-se severa


(estativo).

Gn 41.56.
5b. ‫וְֹלא ֲחז ָקֹו׃‬Não o fortaleceu (fientivo).
2Cr 28.20.

c Alguns verbos têm tanto a forma estativa (qātēl) quanto a forma fientiva (qātal) no grau Qal.

6a. ‫ ָלבֵּש יהוה ע ֹז‬YHWH está vestido (estativo) de


majestade.

Sl 93.1.

6b. ‫שר ָלבַּש בְב ֹאֹו אֶל־ה ֑ ֶַּּ֫ק ֹדֶ ש‬


ֶ ‫ ֲא‬Quehavia vestido (fientivo)
antes de entrar no santuário

Lv 16.23.

Mais freqüentemente, o hebraico formalmente contrasta diferenças comparáveis usando a


raiz verbal tanto no Qal como no Piel ou Hiphil.

d Alguns verbos com diferenciação parecem ter perdido um de seus significados


potenciais. Por exemplo, ‫ ק ֵָּרב‬originalmente significava “estar próximo”, pelo menos para
avaliar pela forma alternativa ‫ ק ַָּרב‬e cognatas árabes, mas no hebraico ambas as formas têm
um significado fientivo.

7a. ‫אֶל־אֱֹל ֶֶּ֫הי ָה ֹלא ק ֵֶָּּ֫רבָה׃‬Ela não se aproxima de Deus.


Sf 3.2.

7b. ‫ ַּו ֲאבִי ֶֶּ֫מלְֶך ֹלא ָק ַּרב ֵּא ֶֶּ֫לי֑ ה‬Abimeleque ainda não se havia
chegado a ela.

Gn 20.4.

e Alguns eruditos pensam que as formas estativas desses pares são mais antigas que as
formas fientivas. Por exemplo: G. R. Driver sugeriu que nos verbos onde uma conjugação
sufixo intransitivo pode receber ou i ou a na sílaba final, a forma qātēl representa uma camada
mais antiga da língua do que a forma qātal (cf. 22.3fv). T. L. Fenton argumenta o oposto,
afirmando que onde existem os dois, o Qal fientivo é mais antigo do que o Qal estativo. Está
claro, em todo caso, que o número de pares de Qal fientivo/estativo é muito pequeno, e sua
diferenciação é somente de importância sincrônica marginal.

22.3 Morfologia

Todas as línguas do semítico ocidental suprem a evidência da divisão tríplice na


conjugação sufixo Qal, um fato que sugere que esta divisão é básica nas línguas. O sufixo
padrão *C1aC2aC3a (prefixo *yaC1C2uC3u) foi usado para fientivos, *C1aC2uC3a (prefixo
yaC1C2aC3u) para estativos designando um estado temporário e *C1aC2uC3a (prefixo
*yaC1aC2u/aC3u) para estativos designando um estado permanente. Desse modo temos estas
formas árabes:

p 368 naẓara ~ yanẓuru olhar para, ver

salima ~ yaslamu estar a salvo, bem

ḥasuna ~ yaḥsunu ser bonito

O paradigma fientivo (a/u) é o mais comum no árabe, enquanto que o estativo temporário
(i/a) e os paradigmas estativos permanentes (u/u) são menos freqüentes. Distribuições
semelhantes de formas comparáveis são encontradas no hebraico.

b O Qal hebraico tem seis paradigmas, três como o árabe e outros três resultantes de
diversos paradigmas menores e fusões:

1) qātal (< *qatala) yiqtōl (< *ya/iqtulu)

‫כָתַּ ב‬ ‫יִכְת ֹב‬ escrever

2) qātēl (< *qatila) yiqtal (< *ya/iqtalu)

‫ָחמֵּץ‬ ‫י ֶ ְחמָץ‬ estar azedo, levedado

3) qātōl (< qatula) yiqtal (< *ya/iqta/u?lu)


‫ָק ֶּ֫ט ֹנְתִי‬ ‫תִ ְקטַּן‬ diminuir

(4) qātal yiqtal

‫ָלמַּד‬ ‫י ִ ְל ַּמד‬ aprender

(5) qātal yēqtēl (< *ya/iqtilu)

‫יָלַּד‬ ‫תֵּ לֵּד‬ procriar, gerar

(6) qātēl (< *qatila) yiqtōl

‫נָבֵּל‬ ‫י ִבֹול‬ pender

Examinaremos estes paradigmas cada um por sua vez.

c Paradigma # 1: qātal/yiqtōl. O primeiro paradigma, de longe o mais comum, está


associado principalmente com os fientivos. A conjugação sufixo tipo ā-a é também usada para
diversas classes de verbos fracos; esses são diferenciados na conjugação prefixo, com alguns
fientivos mostrando uma forma yaqtol (< *yaqtulu) e assim se conformando ao paradigma # 1,
por exemplo, geminada ‫סבַּב‬
ָ ~ ‫י ָס ֹב‬, “girar”, II-waw ‫“ י ָקּום ~ קָם‬subir”, I-gutural ‫יַּעֲמ ֹד ~ ָעמַּד‬
“levantar-se”. (Estativos e fientivos de outros verbos fracos em qātal conformam-se aos
paradigmas ## 4–5).

d Paradigma # 2: qātēl/yiqtal. Os paradigmas estativos, ## 2–3, são muito menores do que


o # 1, mas o # 2 é ainda usado numa classe de verbos claramente definida. Embora a maioria
seja de intransitivos (p. ex.: ‫“ יִזְקַּן ~ זָקֵּן‬ser velho”, ‫“ י ִָירא ~ י ֵָּרא‬estar com medo”, ‫~ ָכבֵּד‬
‫“ י ִ ְכבַּד‬ser pesado”, ‫“ ימלא ~ ָמלֵּא‬estar cheio”, ‫שפֵּל‬ ָ ~ ‫ש ַּּפל‬ ְ ִ ‫“ י‬ser [tornar-se] baixo”), alguns
são transitivos, envolvendo estados psicológicos (p. ex.: ‫שנ ֵּא‬ ָ ~ ‫שנָא‬ ְ ִ ‫“ י‬odiar”).
e Paradigma # 3: qātōl/yiqtal. O paradigma estativo permanente original está quase
extinto e sobrevive somente com alguns verbos. Estes incluem: ‫“ יקטן ~ קטן‬diminuir”, ‫יגר‬
“temer”, ‫“ יקש‬pôr uma isca”, e ‫( שכל‬cf. ‫שכַּל‬
ְ ‫“ ) ֶא‬estar aflito”. Os dois paradigmas estativos
(## 2–3) usam as mesmas formas de conjugação prefixo. De acordo com alguns, este
paradigma está aprovado, também, em alguns verbos II-waw (‫“ אֹור‬ser p 369 luminoso”,

‫י ֵּבֹוש ~ בוש‬ “estar envergonhado”, etc.), mas em geral verbos ocos não se conformam
prontamente aos paradigmas discutidos aqui.

f Paradigma # 4: qātal/yiqtal. O quarto paradigma é composto originalmente e suas raízes


precisam ser analisadas mais adiante. O paradigma parece estar misturado com a conjugação
sufixo do # 1 (qātal) e a conjugação prefixo dos ## 2–3 (yiqtal).

g (i) Fientivos II-guturais e III-guturais. Quase todos os II-guturais e III-guturais pertencem a


esse paradigma; alguns deles, pelo menos para avaliar a partir de seu significado, como
também das formas da conjugação sufixo, são de fato verbos fientivos (p. ex.: ‫י ִ ְבלַּע ~ ָבלַּע‬
“engolir” e ‫ּפתַּ ח‬
ָ ~ ‫“ יִפְתַּ ת‬abrir”).
h (ii) Estativos II-guturais e III-guturais. Em outros verbos com guturais-II e guturais-III
mostrando o paradigma # 4 pode-se descobrir formas pausais na conjugação sufixo ou as
formas com pronomes sufixados (especialmente vocálicos), uma forma estativa original (ou
alternativa) (qātēl). A predominância do paradigma fientivo, qātal, pode ser devida a três
fatores: (1) o gutural, (2) a penetração analógica do paradigma fientivo, e (3) o significado
parcialmente fientivo.

1. ‫צלח‬ )‫~( ָצ ֶּ֑֫ ֵּלחָה‬ ‫י ִ ְצלַּח‬prosperar

2. ‫שבַּע‬
ָ )‫ש ֵֶּּ֫ב ֑עּו‬
ָ (~ ‫שבָע‬
ְ ִ ‫י‬estar saciado

3. ‫שמַּח‬
ָ )ַּ‫ש ֶמח‬
ָ (~ ‫שמַּח‬
ְ ִ ‫י‬estar alegre

4. ‫שַָאל‬ )‫שא ֵֶּּ֫לּונּו‬


ְ (~ ‫יִשְַאל‬pedir,
perguntar

5. ‫שכַּח‬
ָ )‫שכ ָ ֵּ֑חנִי‬
ְ (~ ‫שכַּח‬
ְ ִ ‫י‬esquecer

6. ‫שמַּע‬
ָ )ַּ‫ש ֵּ ֑מע‬
ָ (~ ‫שמַּע‬
ְ ִ ‫י‬ouvir
i (iii) Outros verbos fientivos fracos. O paradigma # 4 é comum para verbos fientivos I-yod:

7. ‫~ינק‬ ‫י ִָינ֑ק‬sugar

8. ‫~יָעַּץ‬ ‫ייעץ‬aconselhar

9. ‫~יקץ‬ ‫י ָ ִ֑קץ‬acordar

10. ‫~י ַָּרש‬ ‫י ִַּירש‬herdar

j (iv) Outros verbos estativos fracos. Uma variedade de classes de verbos fracos usam este
paradigma para estativos: geminado ‫קלל‬ ‫“ תֵּ קַּל‬ser luminoso”, ‫“ יֵּחַּת ~ חַּת‬estar
~
espalhado”, ‫י ֵַּּרע ~ ַּרע‬, “ser mau”, I-gutural ‫חז ַּק‬
ָ ~ ‫“ י ֶ ֱחזָק‬ser forte”, e talvez alguns verbos
ocos.

k (v) Verbos estativos regulares. À parte desses verbos fracos, o paradigma # 4 é usado
com verbos regulares. Muitos desses denunciam uma forma estativa primitiva na conjugação
sufixo por suas formas pausais e formas com sufixos verbais, ou pelas formas adjetivadas
paralelas do tipo qātēl com a mesma raiz. Com esses verbos parece como se o paradigma
fientivo dominante estivesse penetrando nos paradigmas estativos, pois se o paradigma # 3
está quase extinto, o paradigma # 2 está se extinguindo. Verbos que mostram uma forma de
sufixo estativo primitivo em suas formas pausais (e semelhantes) incluem:

11. ‫ָאשַּם‬ )‫~( ָא ֶּ֑֫ ֵּשמּו‬ ‫י ֶ ְאשַּם‬ser culpado

12. ‫ָגבַּר‬ )‫~(ג ֶּ֫ ֵּ ָ֑ברּו‬ ‫יִגְבַּר‬ser forte

p 370 13. ‫דָ בַּק‬ )‫~(דָ ֵּ ֑בק‬ ‫י ִדְ בַּק‬aderir

14. ‫ָלבַּש‬ )‫~( ָלבֵּש‬ ‫י ִ ְלבַּש‬vestir


15. ‫ָקדַּ ש‬ )‫~( ָק ֵֶּּ֫ ֑דשּו‬ ‫י ִ ְקדַּ ש‬ser santo

Um verbo que mostra uma forma estativa primitiva pela sua forma com sufixos verbais é
‫“ יִגְדַּ ל ~ (גְדֵּ ֶַּּ֫לנִי) גָדַּ ל‬ser ou tornar-se grande”. Verbos que mostram uma forma estativa
primitiva pela forma paralela qātēl, incluem:

16. ‫ָאבֵּל‬ ‫~ָאבַּל‬ ‫תֶ ֱאבַּל‬1lamentação,


lamentar

17. ‫ח ֵָּרד‬ ‫~ח ַָּרד‬ ‫יֶח ֱַּרד‬estremeciment


o, tremer

18. ‫ָקצֵּר‬ ‫~ ָקצַּר‬ ‫תִ ְקצַּר‬curto, encurtar

l (vi) Outros verbos regulares. Alguns verbos regulares com este paradigma não dão
indicação alguma de uma forma estativa primitiva. Em alguns exemplos, portanto, o
paradigma # 4 pode representar um paradigma original, mas raro, para verbos fientivos. Em
outros exemplos, pode-se suspeitar de que uma forma estativa original estivesse perdida:

19. ‫~ ָלמַּד‬ ‫י ִ ְל ַּמד‬aprender

20. ‫~ ָרבַּץ‬ ‫י ְִר ָ ֑בץ‬ficar estendido,


deitar-se

21. ‫~ ָרכַּב‬ ‫י ְִרכַּב‬cavalgar

22. ‫שכַּב‬
ָ ~ ‫שכַּב‬
ְ ִ ‫י‬deitar-se

m Paradigma # 5: qātal/yēqtēl. O quinto paradigma é encontrado com verbos I-yod e


nātan: Verbos com esse paradigma seriam considerados como fientivos; sua forma deve ser
contrastada com a dos verbos I-yod que seguem o paradigma # 4.
23. ‫~יָלַּד‬ ‫יֵּלֶד‬procriar

24. ‫~י ַָּרד‬ ‫י ֵֵּּרד‬descer

25. ‫~יָשַּב‬ ‫יֵּשֵּב‬morar

26. ‫~נָתַּן‬ ‫י ִתֵּ ן‬dar

n Paradigma # 6: qātēl/yiqtōl. O paradigma, como o # 4, parece estar misturado com a


conjugação sufixo do # 2 (qātēl) e com a conjugação prefixo do # 1 (yiqtōl). Essa mistura pode
ser considerada por uma das duas maneiras: ou o paradigma fientivo dominante está
penetrando nesse paradigma (cf. paradigma # 4v) ou o condicionamento fonológico está
agindo. A última explicação está baseada na observação de que das sessenta formas verbais
vocalizadas nesse paradigma, trinta e seis delas têm b, p, m, h, g, k. q, como a segunda ou
terceira consoante da raiz, e essas consoantes condicionariam uma mudança de a para u (> ō).
Em qualquer caso o paradigma é misturado.

p 371 27. ‫~ ָחפֵּץ‬ ‫יַּחְּפ ֹץ‬deleitar-se

28. ‫~נָבֵּל‬ ‫י ִבֹול‬desfalecer

29. ‫~שמם‬ ‫י ֹ ִם‬estar desolado

o Resumindo. Os paradigmas ## 1 e 5 são fientivos na forma e no significado. Os


paradigmas ## 2 e 3 são estativos na forma e no significado, embora o paradigma # 2 admita
noções fientivas. Os paradigmas ## 4 e 6 misturam traços fientivos e estativos tanto na forma
quanto no significado. Para avaliar a partir das línguas cognatas e das evidências das formas
estativas usadas de ordinário como formas fientivas quando o verbo está em pausa ou
limitado por um sufixo verbal, parece que o paradigma predominante # 1 está suplantando as
formas estativas primitivas. Não necessitamos estabelecer em pormenores o desenvolvimento
histórico dessas formas. Contentamo-nos com a percepção de que os verbos que exibem os
paradigmas ## 4 e 6 estão misturados tanto na forma quanto no sentido, enquanto que os
verbos do paradigma # 2 são puros com relação à forma, mas um tanto ou quanto misturados
com relação ao significado (i.e., eles podem comportar-se como verbos nocionalmente
fientivos).

22.4 Classes Verbais

a Às vezes, é feito um esforço para classificar os verbos usados no grau Qal. Para os
fientivos, este esforço não é importante por razões práticas e teóricas. Praticamente, os
verbos fientivos do paradigma # 1 são muito numerosos e variados, e teoricamente, o estudo é
mais lexical do que gramatical, porque mesmo uma divisão tão fundamental de verbos
fientivos em transitivos e intransitivos não é indicada por formas distintas. Para reforçar este
ponto, feito anteriormente (veja 22.2.1), coloque em contraste os verbos deste versículo:

1. ‫ ְוכִי־יִפְתַּ ח אִיש בֹור … ְונָפַּל־‬Se um homem abre (transitivo)


‫שמָה ֹור‬ ָ ֶּ֫ uma cova … e um boi cai
(intransitivo) nela…

Êx 21.33.

O Qal é usado nas duas espécies de verbo fientivo, sem qualquer contraste.

b O caso de verbos estativos é algo diferente; esse grupo menor pode ser analisado mais
lucrativamente. Os verbos estativos formais e nocionais são de três espécies: aqueles que
descrevem uma característica, uma circunstância externa ou um estado emocional. A distinção
é útil para a compreensão do significado dos verbos estativos em geral, principalmente em
relação com as conjugações verbais. Alguns verbos, como já foi mencionado, são estativos na
forma mas fientivos no significado; as linhas que dividem esses significados não são muito
nítidas. Alguns exemplos servirão para mostrar os três grupo:

2. ‫ִיחי‬
֑ ִ ‫יֶע ֱַּרב ָעלָיו ש‬Minha meditação seja
agradável (característica) a ele.

Sl 104.34

3. ‫ֹלא ח ֶּ֑֫ ֵָּסרּו‬Eles


não estiveram em falta
(circunstância).

Ne 9.21

4. ‫ש ֵֶּּ֫מעּו‬
ָ ‫ ְוגַּם אֶל־ש ֹ ְפטֵּיהֶם ֹלא‬Mas eles não ouviram (estado
psicológico) os seus juízes.

Jz 2.17
p 372 c Verbos que designam uma característica pode referir-se a uma qualidade inerente (p.
ex., qṣr), uma qualidade completa (p. ex., zqn), ou uma capacidade temporária ou contingente
(p. ex., ykl).

5. ‫~זָקֵּן‬ ‫יִזְקַּן‬ser, tornar-se


velho

6. ‫~ ָחז ַּק‬ ‫י ֶ ֱחז ַּק‬estar firme

7. ‫~ ָחכַּם‬ ‫י ֶ ְחכַּם‬ser sábio

8. ‫~ ָחמֵּץ‬ ‫יחמץ‬ser azedo

9. ‫~חנף‬ ‫תֶ ֱחנַּף‬ser contaminado

10. ‫~חרב‬ ‫יֶח ֱַּרב‬ser seco

11. ‫~חרש‬ ‫יֶח ָ ֑ ֱֶּ֫רש‬estar silencioso

12. ‫~ ָחשְַּך‬ ‫תֶ ְחשְַּך‬ser escuro

13. ‫~יָבֵּש‬ ‫י ִיבַּש‬ser seco, secar

14. ‫~י ָכ ֹל‬ ‫יּוכַּל‬ser capaz, poder

15. ‫~ ָכבֵּד‬ ‫י ִ ְכבַּד‬ser pesado


16. ‫~ ָכשֵּר‬ ‫י ִ ְכשָר‬ser conveniente

17. ‫~נעם‬ ‫יִנ ֶָּ֫ ְ֑עם‬ser agradável

18. ‫~ערב‬ ‫יֶע ֱַּרב‬ser doce

19. ‫~צדק‬ ‫יִצְדַּ ק‬ser justo

20. ‫~ ָקדַּ ש‬ ‫י ִ ְקדַּ ש‬ser santo

21. ‫~קטן‬ ‫יקטן‬ser pequeno

22. ‫~ ָקצַּר‬ ‫תִ ְקצַּר‬ser curto

23. ‫שפֵּל‬
ָ ~ ‫שּפַּל‬
ְ ִ ‫י‬ser baixo

d Os estativos podem, também, ser usados para descrever uma circunstância ou um


acidente (no sentido filosófico); a referência envolve, em certo grau, o transitório.

24. ‫ה ֶַּּ֫ב ֹ ֶקר אֹו֑ ר‬Chegada a luz da manhã.


Gn 44.3.

25. ‫וַּתָ א ְֹרנָה עֵּינָיו׃‬E seus olhos brilharam.


1 Sm 14.27 Qere

26. ‫ ְו ָטמֵּא עַּד־ ָה ֶֶּ֫ע ֶרב ְו ָטהֵּר׃‬E estará impuro até à tarde, e
então ficará puro.

Lv 11.32.

Alguns verbos circunstanciais (alguns deles não foram bem comprovados) podem ser
relacionados:

27. ‫אפֵּס‬ cessar

28. ‫ָבצֵּק‬ crescer

29. ‫~ ָחסֵּר‬ ‫י ֶ ְחסַּר‬estar carente

30. ‫י ֵּ ַּקד‬estar aceso

31. ‫י ִי ַּקץ‬despertar

32. ‫~ישן‬ ‫י ִישַּן‬dormir

33. ‫~מֵּת‬ ‫י ָמּות‬morrer

34. ‫~ ָמלֵּא‬ ‫ימלא‬estar cheio

35. ‫~צלח‬ ‫י ִ ְצלַּח‬prosperar

36. ‫י ְִרקַּב‬apodrecer
37. ‫שכַּב‬
ָ ~ ‫שכַּב‬
ְ ִ ‫י‬deitar-se

38. ‫~שלם‬ ‫יִש ֶּ֑֫ ְָלם‬estar completo

Semelhantes são os verbos de estado físico temporário:

39. ‫~ח ַָּרד‬ ‫יֶח ֱַּרד‬tremer

40. ‫~יעף‬ ‫י ִיעַּף‬estar cansado

41. ‫~צמא‬ ‫י ִ ְצמָא‬estar com sede

42. ‫~ ָרעֵּב‬ ‫י ְִרעַּב‬estar com fome

43. ‫ש ֵּב ַּע‬


ָ ~ ‫שבַּע‬
ְ ִ ‫י‬estar saciado

e Uma importante classe de estados psicológicos temporários (emocional ou mental).

p 373 44. ‫יראֻם‬


ָ ִ‫ַאל־ת‬E não os temais (o povo da
terra).

Nm 14.9.

45. ‫י ֶָּ֫ג ֹ ְרתִ י ִמ ְּפנֵּי הַָאף‬Temidiante da ira.


Deut. 9:19

Estes são outros estativos psicológicos:

46. ‫~ָאבַּל‬ ‫תֶ ֱאבַּל‬lamenter


47. ‫~ָאהֵּב‬ ‫י ֶ ֱאהַּב‬amar

48. ‫~בוש‬ ‫י ֵּבוש‬envergonhar-se

49. ‫~ ָחפֵּץ‬ ‫יַּחְּפ ֹץ‬deliciar-se

50. ‫~חפר‬ ‫יחפר‬ser humilhado

51. ‫~חתת‬ ‫יַּחֵּת‬estar horrorizado

52. ‫יגר‬estar com medo

53. ‫~ ָּפחַּד‬ ‫י ִ ְפחָד‬temer

54. ‫~ ָרגַּז‬ ‫י ְִרגַּז‬estar agitado

55. ‫שנֵּא‬
ָ ~ ‫שנָא‬
ְ ִ ‫י‬odiar

56. ‫~שמם‬ ‫י ֹ ִם‬estar apavorado

22.5 Denominativos

a O grau Qal forma verbos denominativos, verbos baseados em substantivos (cf. também
24.4), ou com uma noção fientiva ou estativa. Os fientivos designam alguma ação implícita no
substantivo.

1. ‫אהל‬armar tenda < ‫ ֶּ֫א ֹהֶל‬tenda


2. ‫אזר‬cingir (para a< ‫ ֵּאזֹור‬cinto
batalha)

3. ‫אצל‬pôr de lado < ‫ ֵֶּּ֫אצֶל‬lado

4. ‫חגג‬celebrar um< ‫חַּג‬festival


festival

5. ‫חמר‬tapar com< ‫ ֵּחמָר‬piche


piche

6. ‫חרף‬hibernar < ‫ ֶּ֫ח ֹ ֶרף‬inverno

7. ‫לבן‬moldar tijolos < ‫ ְל ֵּבנָה‬tijolo

8. ‫מלח‬salgar < ‫ ֶֶּ֫מלַּח‬sal

9. ‫משל‬compor fábulas < ‫ ָמשָל‬provérbio

10. ‫שער‬eriçar, arrepiar < ‫שעָר‬


ֵּ cabelo

11. ‫שבר‬comprar grão < ‫שבֶר‬


ֶ ֶּ֫ grão

Os estativos significam o ser ou o tornar-se o que é expresso pelo substantivo:

12. ‫בעל‬tornar-se um< ‫ ֶּ֫בעל‬senhor


senhor
13. ‫בער‬ser estúpido,< ‫ ֶַּּ֫בעַּר‬estúpido,
ignorante estupidez

14. ‫הבל‬tornar-se vazio < ‫ ֶֶּ֫הבֶל‬hálito, vazio

15. ‫מלְך‬reinar, tornar-< ‫ ֶֶּ֫מלְֶך‬rei


se rei

16. ‫ּפתה‬ser simples < ‫ ֶֶּּ֫פתִ י‬simplicidade

22.6 Qal Passivo

a Os massoretas reconheciam o Qal somente como um grau da voz ativa, mas há muita
evidência de que o hebraico bíblico tinha um aspecto passivo. Em bases comparativas, um p
374 Qal passivo é facilmente justificado. Um grau passivo simples é comprovado em algumas
das línguas cognatas: no árabe, onde está em pleno uso; no ugarítico, onde não se pode
facilmente distinguir a conjugação prefixo do grau passivo com prefixo n; nos comentários de
Tell Amarna; e possivelmente em alguns dialetos aramaicos. Além disso, alguns supostos Qal
passivos são apontados como formas de sufixo Pual, mas o Piel e o Hithpael da raiz ou são não-
atestadas ou atestadas somente num sentido diferente. Outros são apontados como formas
de prefixo Hophal, mas semelhantemente o Hiphil da raiz é não-atestado ou atestado somente
num sentido diferente. Também, em alguns casos, o Texto Massorético tem formas de prefixo
Niphal que devem ser analisadas como formas de sufixo de Qal passivo. Os particípios têm
formas impróprias para Niphal, Pual ou Hophal. Estas e várias assimetrias resultantes (por
exemplo, formas de sufixo Pual e formas de prefixo Hophal da mesma raiz no mesmo sentido)
sugerem a existência de um grau Qal passivo, como sugere a semântica das formas. A
assimilação anômala l de lqḥ também sugere que suas formas passivas são Qal. Uma
designação com base apenas no sentido é problemática.

b O Qal passivo de algumas raízes é encontrado para a conjugação sufixo (apontado como
Pual) e para a conjugação prefixo e para os particípios (apontados como Hophal), por exemplo,
lqḥ.

1a. ‫ ֲאשֶר ֻל ַּקח מָם׃‬do qual foi tomada.


Gn 3.23
1b. ‫י ֻ ַּקח־נָא ְמעַּט־ ֶַּּ֫מי ִם‬traga-se agora um pouco de
água…

Gn 18.4

1c. ‫אִם־תִ ְראֶה א ֹתִ י ֻל ָקח ֵּמ ִא ָתְך‬se me vires quando for tomado
de ti…

2Rs 2.10

Alguns verbos mostram somente a conjugação sufixo do Qal passivo (apontado como Pual),
por exemplo: bzz e zrʿ.

2. ‫ּו ֻב ֶָּ֫זזּו‬e eles serão saqueados.


Jr 50.37

p 375 3. ‫בַּל־ז ֶָֹּ֫רעּו‬Mal foram semeados.


Is 40.24

Formas com prefixo indicadas como Niphal ao lado de formas de sufixo do Pual para algumas
raízes, por exemplo: ḥṣb, onde os dois conjuntos são claramente Qal passivos.

4a. ‫ ַּה ִֶּ֫ביטּו אֶל־צּור חֻצבְתֶם‬Olhai para a rocha donde fostes


cortados.

Is 51.1

4b. ‫בַּצּור י ֵּ ָחצְבּון׃‬Elas foram esculpidas na rocha.


Jó 19.24

Um quarto grupo de raízes mostra somente formas de prefixo de Qal passivo, considerado
como Hophal.
5. ‫מִי־י ִתֵּ ן ַּב ֵֶּּ֫ספֶר ְוי ֻ ֶָּ֫חקּו׃‬Quem
me dera, que se
gravassem num livro!

Jó 19.23

6. ‫ַּם־קי ִן‬
ֶּ֫ ֑ ָ ‫ש ְבעָתֶַּּ֫ י ִם יֻק‬
ִ ‫כִי‬e Caim será vingado sete
vezes…

Gn 4.24

c Há dois particípios passivos Qal: quttal (apontado como se fosse uma forma abreviada do
Pual məquttal) e qittāl (aparentemente interpretado pelos massoretas como uma forma
adjetiva).

7. ‫ ְו ַּה ְסנֶה אֵּי ֶֶּ֫ננּו ֻאכָל׃‬ea sarça não estava sendo


consumida.

Êx 3.2

8. ‫כָל־ ַּהבֵּן ַּהּי ִלֹוד ַּהי ְא ָֹרה‬Todo menino que nascer

ְ ַּ‫ת‬lançareis no rio.
‫שלִי ֶֻּ֫כהּו‬
Êx 1.22

d As formas finitas do grau Qal passivo são tratadas pelos massoretas como segue. Onde
ocorrem as duas formas sufixo e prefixo, as formas sufixo são Pual; as formas prefixo ou p 376
são Hophal (no caso de duas raízes) ou Niphal (no caso de nove raízes). Se somente são usadas
formas sufixo, elas são consideradas como Pual (para dezesseis raízes).

Qal passivo

Sufixo Prefixo Prefixo

(= TM Pual) (= TM Hophal) (= TM Niphal)

‫ֻל ַּקח‬ ‫י ֻ ַּקח‬ —


‫יֻלַּד‬ — —

‫ש ַֹּרף‬ — ‫יִש ֵָּרף‬

— ‫י ֻתַּ ן‬ —

Quarenta e duas raízes estão envolvidas (45, se incluirmos os particípios), e aproximadamente


160 formas (quase 200 com os particípios). A maioria das formas é encontrada em verso.

22.7 Construções Impessoais Qal

a A grande maioria dos verbos hebraicos tem sujeitos pessoais; eles podem ser definidos,
como de costume, ou indefinidos, como com o uso pseudo-passivo da terceira pessoa do
masculino plural ou, menos freqüentemente, singular (4.4.2). Um pequeno grupo de verbos é
usado impessoalmente, isto é, sem outro tópico qualquer em vista além da condição ou da
ação expressa pelo predicado; quase todos são encontrados no Qal. Tais construções são
familiares do verbo circunstancial português, por exemplo: “Está chovendo”, “Está quente lá
fora”. Uma categoria de construções impessoais do hebraico é a circunstancial (##1–2).

1. ‫וְאֹור ָלכֶם ָו ֵֶּּ֫לכּו׃‬Quando houver luz (bastante)


para que (vades), ide.

1Sm 29.10

2. ‫שלֵּג ְב ַּצלְמֹון‬
ְ ַּ‫ת‬Neva no (monte) Zalmom.
Sl 68.15

b Uma categoria maior de impessoais envolve uma área de emoções e experiências;


nessas construções, o que sofre a emoção ou experiência é especificado por uma frase p 377
proposicional seguinte em l. Os emocionais representam a emoção como que vindo do exterior
para o que a experimenta (## 3–4), mas este ponto não deve ser exagerado. Os experimentais
descrevem uma circunstância (## 5–6) ou sorte (# 7). O verbo ṭwb pode ser usado ou como um
emocional ou experimental, fato que sugere que há uma pequena diferença entre os grupos.
3. ‫ ַּו ִֶּּ֫יחַּר לֹו׃‬E
ele estava furioso (lit., havia
lhe acendido).

Jn 4.1

4. ‫ו ְָרוַּח ְלשָאּול וְטֹוב לֹו‬Saul estava aliviado (lit., estava


claro para Saul) e se sentia bem
(lit., estava bom para ele).

1Sm 16.23

5. ֑‫ ֵֶּּ֫יצֶר לֹו‬Eleestará em angústia (lit.,


estará estreito para ele).

Jó 20.22

6. ‫שנְתִ י ָאז י ָנּו ַּח לִי׃‬


ַּ ֶּ֫ ָ ‫י‬Agora
estaria adormecido, em
repouso (lit., seria em repouso
para mim).

Jó 3.13

7. ‫ ְולַּמֹוכִיחִים יִנ ָ ְ֑עם‬Será bempara aqueles que o


repreendem (o culpado).

Pv 24.25

p 378 23

Grau Niphal
23.1 Forma e Significado

23.2 Tipos Básicos do Niphal

2.1 Médio

2.2 Passivo
23.3 Tipos Adjetivais do Niphal

23.4 Tipos de Duplo-Status do Niphal

23.5 Tipos de Niphal Denominativos e Isolados

23.6 Formas Mistas

6.1 Mista com Qal

6.2 Mista com Piel

6.3 Mista com Hiphil

6.4 Mista com Hithpael

23.1 Forma e Significado

a Os graus Qal e Niphal distinguem-se dos outros graus por lhes faltarem qualquer
elemento de causalidade (cf. 23.4h). Os dois se distinguem entre si em que o grau Qal ou G é
não-marcado, enquanto que o grau Niphal ou N é marcado, tanto morfologicamente (com n)
quanto semanticamente. O aumento n característico do grau, funcionando principalmente
como uma contrapartida marcada do grau G, é atestado em toda a área semítica com exceção
do aramaico. No hebraico, o nun aparece inicialmente na conjugação sufixada niqtal, no
particípio niqtāl e numa forma do infinitivo absoluto, niqtôl; ele aparece em uma forma não
assimilada com a primeira consoante da raiz na conjugação prefixada yiqqātēl, e em formas
afins com o chamado h de proteção, por exemplo, o imperativo hiqqātēl, o infinitivo contruto
hiqqātēl, e em outra forma do infinitivo absoluto, hiqqātēl.

b A respeito da origem do prefixo n nada em definitivo pode ser dito. Hans Bauer e Pontus
Leander supõem que os afixos *na e *ta nos graus Niphal e Hithpael, representem
respectivamente os pronomes da primeira pessoa plural do proto-semítico original p 379 (cf.
o hebraico ʾanáḥnû) e da segunda pessoa (cf. o hebraico ʾattâ, etc.). Posteriormente
consideraram como possiblidade que esses afixos originalmente indicassem reflexivos
somente para essas pessoas e que eles se generalizaram secundariamente nas conjugações
para expressão do reflexivo. Eles defenderam sua conjectura mostrando as línguas
escandinava e eslava, nas quais o pronome reflexivo da terceira pessoa penetravam nas
pessoas remanescentes em expressões do passivo.

c A sugestão de que o aumento *na se originasse com o pronome da primeira pessoa do


plural é plausível, mas a hipótese posterior de que fosse originalmente usado para expressar a
idéia reflexiva vai além da evidência formal. Mais importante do que o problema etimológico é
o uso, de fato, do Niphal.

d Os gramáticos têm procurado determinar o significado do Niphal por três meios


diferentes: (1) categorizando os valores do grau, (2) abstraindo um significado comum para
todos os seus valores na tradução, e (3) teorizando um significado original a partir do qual
outros fossem secundariamente desenvolvidos. Gotthelf Bergsträsser optou pela primeira
abordagem:

O Niphal está relacionado, de acordo com seu significado, principalmente ao


Qal; ele é (a) reflexivo do Qal – ocasionalmente (b) num sentido recíproco –
ainda mais freqüentemente (c) passivo. Do significado passivo é derivado o
sentido de “permitir que alguma coisa seja feita a alguém”.

A tarefa de categorizar é preliminarmente necessária, mas a análise de Bergsträsser não


esgota as funções do Niphal e nem tenta penetrar no significado do grau nas categorias
semíticas.

e Thomas O. Lambdin foi além dos esforços básicos abstraindo um significado médio-
passivo do que considerava ser as quatro categorias do uso do Niphal: (1) passivo incompleto,
(2) médio, (3) reflexivo, e (4) resultante: “Essas quatro categorias foram definidas com base no
inglês. Em hebraico, contudo, elas são uma: o médio-passivo, tal como expresso pela forma
Niphal”. Ernst Jenni também procurou um significado essencial e não encontrou uma categoria
equivalente de pensamento nas línguas indo-européias:

Uma equivalente exata à categoria de significado do Niphal não existe em


nossas línguas, de forma que somos obrigados a tomar duas categorias
diferentes para ajudar na tradução do grau uniforme – isto é, o passivo e o
reflexivo, às quais, às vezes, devemos acrescentar um chamado uso de
tolerância.…

Assim, sua conclusão é semelhante à de Bergsträsser.

f Tentaremos seguir a terceira abordagem, isto é, abstrairemos o melhor que pudermos


um significado primário dos numerosos usos do grau e teorizaremos a trajetória dos p 380
desenvolvimentos secundários. Visto que tal abordagem vai além da evidência descritiva,
precisamos justificá-la. Precisamos nos aproximar das estruturas do hebraico (em contraste
com aquelas do inglês), e precisamos estabelecer o significado da categoria gramatical (em
contraste com os significados léxicos).

g Como nosso objetivo é estabelecer o(s) significado(s) do grau Niphal do hebraico,


podemos começar classificando os tipos do Niphal. Podemos consultar as categorias de
pensamento conhecidas por nós como falantes de português, mas as categorias do português
não são, necessariamente, as mesmas do hebraico. Abstraindo uma noção essencial por trás
de todos esses usos específicos podemos nos aproximar da categoria hebraica. Os valores do
grau diferem de acordo com o significado de uma palavra no contexto. Abstraindo a noção
comum por trás desses usos podemos, contudo, nos aproximar da significação da forma
gramatical separadamente dos valores léxicos. Alguns gramáticos referiram-se à idéia reflexiva
como primária, mas eles não definem adequadamente essa noção. Se, ao tentarmos traçar o
desenvolvimento de um significado primário em seus usos secundários, encontrarmos um
desenvolvimento aceitável, ele tenderá a fortalecer nosso ponto de partida.
h Os significados específicos do grau podem ser classificados como (1) médio, (2) passivo,
(3) adjetival (adjetival simples, ingressivo, gerundivo), e (4) duplo-status (reflexivo, de
beneficiação, recíproco, de tolerância, causativo-reflexivo). Há alguns usos não classificados e
alguns Niphal denominativos. Abstraímos desses significados específicos uma noção médio-
reflexiva. Em todos os usos específicos do Niphal, encontramos a noção comum (as noções
comuns) de que a ação ou o estado expresso pelo verbo afeta o sujeito (como na voz média)
ou seus interesses (como na reflexiva). Os tipos 1, 2, e 3 podem ser associados razoavelmente
com a noção média, e os outros com a reflexiva. Mesmo nos empregos do duplo-status, onde
o sujeito é tanto o agente como o paciente da ação, a noção primária é que o sujeito é afetado
pela ação.

i O Niphal funciona normalmente como uma contrapartida do Qal, mais do que qualquer
dos graus de causalidade, mas às vezes se torna confuso com valores normalmente atribuídos
ao próprio Qal ou serve como uma contrapartida médio-reflexiva a um grau de causalidade
(23.6).

j As funções do Niphal dependem do significado do verbo e do seu contexto. O hebraico,


como veremos, agrupa os três sentidos de ‘mudar’ nas orações: ‘Rute mudou’, ‘Rute foi
mudada’ e ‘Rute mudou-se.’ Todas essas seriam Niphal. Poucos verbos ingleses, contudo,
mostram a flexibilidade sintática de ‘mudar’. O verbo ‘cortar’, por exemplo, não pode ser
usado intransitivamente (como em ‘Rute moveu’); ‘Rute corta…’ pede um objeto, seja reflexivo
(‘se’) ou não (‘o pão’). As formas equivalentes do inglês ao Niphal hebraico serão, portanto,
diversas. Considere estas orações:

1a. ‫שמָר׃‬
ְ ִ‫ּו ְבנָבִיא נ‬Por um profeta ele (Israel) foi
guardado.

Os 12.14

p 381 1b. ‫שמַּר ַּב ֶֶּ֫ח ֶרב‬


ְ ִ‫ ַּו ֲע ָמשָא ֹלא־נ‬Mas
Amasa não se resguardou
da espada.

2Sm 20.10

A diversidade do inglês é um assunto de tradução e não deveria ser confundida com a


diversidade do hebraico, o objeto característico de nosso estudo.

23.2 Tipos Básicos do Niphal

a As duas categorias mais comuns do emprego do Niphal são o médio ou quase-ergativo e


o passivo que se desenvolveu do médio. O médio não é necessariamente o tipo mais comum
de Niphal; antes, é o mais geral, dispondo do denominador comum de significado, mais
abstrato do que as outras variedades.
23.2.1 Médio

a A base do papel sistêmico do grau Niphal é o seu contraste com o Qal. O par elementar
Qal: Niphal envolve, como demonstraremos, uma construção com um verbo Qal transitivo
regido por um sujeito agente e regendo um objeto e um verbo Niphal intransitivo
correspondente onde o objeto do Qal serve como o sujeito, e o agente do Qal não é expresso.
Verifique estes dois empregos de ‫‘ בקע‬fender, romper.’

1a. ‫ ַּוּי ִ ְבקַּע אֱֹלהִים ֶאת־ ַּה ַּמכְתֵּ ש‬Então Deus fendeu (Qal) a
caverna.

Jz 15.19

1b. ‫נִ ְבקְעּו כָל־ ַּמ ְעי ְנ ֹת תְ הֹום ַּרבָה‬E todas as fontes do grande
abismo se romperam (Niphal).

Gn 7.11

Na primeira oração, ‘Deus’ é o “ator” ou “agente” e o verbo é transitivo com um “objeto” ou


palavra “objetiva”. Na segunda oração, que significa aproximadamente ‘Deus escancarou
todas as fontes,’ a construção exige que a fonte de água seja o sujeito e que o verbo seja
intransitivo, não expressando qualquer agência. Aqui está um outro par de orações com bqʿ.

2a. ‫כְמֹו פ ֹ ֵּל ַּח ּוב ֹ ֵּק ַּע ב ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬Como
quando alguém lavra e
sulca (Qal) a terra.

Sl 141.7

2b. ‫וַּתִ ָבקַּע ָה ֶָּ֫א ֶרץ בְקֹולָם׃‬e a terra retiniu (Niphal) com
seu clamor.

1Rs 1.40

Um par semelhante pode se encontrado com ‫‘ שבר‬quebrar’:

3a. ‫שבְרּו ַּהכַּדִ ים‬


ְ ִ ‫ ַּוּי‬E eles (os trezentos de Gideão)
partiram (Qal) os cântaros.

Jz 7.20
3b. ‫שבֵּר׃‬
ָ ‫שבָה ְל ִה‬
ְ ‫ ְו ָה ֳאנִּי ָה ִח‬E o navio ameaçava quebrar-se
(Niphal).

Jn 1.4

p 382 O Niphal é usado em conjunção com verbos Qal intransitivos.

4. ‫ש ָ ֑מח‬
ְ ִ‫ ִבנְפ ֹל אֹויִבְָך ַאל־ת‬Quando cair (Qal) o teu inimigo,
‫ּובִכָ ָֽשְלֹו ַאל־יָגֵּל ִל ֶֶּ֫בָך׃‬não te alegres, nem quando
tropeçar (Niphal) se regozije o
teu coração.

Pv 24.17 Qere

De fato, ‫ כשל‬ocorre normalmente no Qal com a conjugação sufixada e no Niphal com a


conjugação prefixada, de maneira que os dois graus se complementam (ou se suplementam)
mutuamente na conjugação desse verbo.

b Uma ferramenta para entender pares como aqueles citados para bqʿ e šbr é o conceito
de ergatividade. Como observado anteriormente (21.2.2f n. 20), em muitas línguas (p. ex., o
basco, as línguas dos esquimós, as da Geórgia Européia) o sujeito de um verbo intransitivo é
marcado com a mesma inflexão de caso como o objeto de um verbo transitivo equivalente.
Por exemplo, em esquimó, a oração ‘Boaz mudou Noemi,’ que implicitamente responde à
pergunta: ‘O que fez Boaz?’, se transforma, em resposta à pergunta: ‘O que aconteceu a
Noemi’?, ‘Mudou-a,’ não ‘Ela mudou.’ A função deste caso é chamada de ergativa. O emprego
do médio do Niphal tem algumas semelhanças com o paradigma ergativo, o mais marcante
envolvendo ‫אֶת־‬.

5a. ‫וְָאכְלּו ֶאת־ ַּה ָבשָר‬E eles comeram (Qal) a carne.


Êx 12.8

5b. ‫שרֹו‬
ָ ‫וְֹלא י ֵָּאכֵּל ֶאת־ ְב‬Suacarne não será comida
(Niphal).

Êx 21.28

Normalmente a partícula ‫ את‬marca a palavra objetiva depois de um verbo transitivo, mas na


construção do Niphal ela marca o sujeito. Estritamente falando esta não é uma construção
ergativa porque yēʾākēl ‘ser comido’ é voz passiva, admitindo um agente, ao passo que uma
construção ergativa refere-se a verbos intransitivos, embora a analogia do Niphal hebraico seja
insinuada. Um sistema ergativo realça o participante na situação verbal que é mais
diretamente afetado, o “objeto” de um transitivo e o “sujeito” de um intransitivo. O Niphal é o
grau no hebraico que realiza um papel semelhante de realçar; o sentido médio do Niphal, de
fato, está baseado na mutualidade “objeto/sujeito”. Semelhante ao “Niphal ergativo” é o
emprego do Niphal com um acusativo interno.

6. ‫ ַּוּיִנָ ְקמּו נָקָם ִבשְָאט ְב ֶֶּ֫נפֶש‬Executaram


vingança com
malícia de coração.

Ez 25.15

23.2.2 Passivo

a O sentido passivo do Niphal é provavelmente o mais comum. Por “passivo” queremos


dizer que o sujeito está no estado de receber a ação ou de sofrer os efeitos de uma ação por
um agente implícito ou explícito. Como ocorre com a voz média, assim também p 383 com a
passiva, o sujeito do Niphal corresponderia a um objeto do Qal. Assim, ‫קבֵּר‬
ָ ִ ‫ַּוּי‬ ‫יֹואָש‬, ‘E Joás
foi sepultado’ (2Rs 13.13), é equivalente a ‫ ַּוּי ִ ְקבְרּו אֶת־יֹואָ ש‬, ‘E eles sepultaram Joás.’ O
médio difere do passivo de duas maneiras: (1) é mais orientado ao “processo,” ao passo que o
passivo é mais orientado ao “estado,” e (2) visto que o médio é orientado a um não-agente, o
passivo é orientado ao agente.

b O médio se funde prontamente com o passivo em alguns verbos.

1. ‫וַּּיֶּ֫ ֹולְֶך יהוה ֶאת־ ַּהּי ָם … ַּו ֶָּּ֫ישֶם‬E YHWH fez retirar o mar…
e

‫ ֶאת־ ַּהּי ָם ֶלח ָָר ָ ֑בה ַּוּי ִ ָבקְעּו ַּה ֶָּ֫מי ִם׃‬tornou o mar em terra seca
e
assim as águas foram divididas.

Êx 14.21

Aqui vemos justapostos o paradigma sintático agente (‘YHWH’) + verbo transitivo (‘fez retirar’) +
palavra objetiva (‘mar’) com o paradigma Niphal + palavra objetiva. O segundo paradigma está
incompleto (o agente está omitido). A forma de bqʿ pode ser tratada como uma média, isto é,
‘as águas divididas’, mas a nuança de agente da terceira oração está tão fortemente presente
pelas duas primeiras que é melhor classificada como passiva. O mesmo fenômeno poder ser
observado com ‫‘ ּפתח‬abrir.’

2. ‫ ַּוּיִפְתַּ ח אֶת־ּפִי … ַּוּיִּפָתַּ ח ּפִי‬E ele abriu (Qal) a minha boca…


e minha boca foi aberta
(Niphal).

Ez 33.22

Muitas vezes não é possível distinção alguma.

3a. ‫ ָהפְַּך ִלבָם ִלשְנ ֹא עַּמֹ֑ו‬Ele (Deus) mudou (Qal) seu (dos
egípcios) coração para odiar seu
povo.

Sl 105.25

3b. ‫ ַּוּי ֵּ ָהפְֵּך ְלבַּב ּפ ְַּרע ֹה ַּו ֲעבָדָ יו אֶל־‬E o coração de Faraó e de seus
‫ ָהעָם‬oficiais mudou (ou: foi mudado)
(Niphal) contra o povo.

Êx 14.5

c Em termos históricos, foi por meio da “fusão” da nuança de “não-agência” com a de


“agência” que o Niphal recebeu o sentido passivo e no devido curso desalojou o antigo Qal
passivo (22.6), mesmo com um agente expresso. É instrutivo observar que no árabe clássico
um desenvolvimento comparável foi rejeitado: “É norma que no alto árabe uma voz passiva
não pode ser limitada por uma preposição com o sujeito ativo correspondente… Portanto, a
‘regra’ pode ser estabelecida: ‘a construção passiva no árabe é usada somente onde o agente
não é mencionado’ ”. Mesmo no hebraico, o agente com o Niphal só raramente é apontado
por uma frase proposicional.

d Nas línguas indo-européias ocorreu uma fusão semelhante da voz média de não-agência
com a passiva de agência. Na verdade, John Lyons observa: “isto parece ter sido o point de
départ para o desenvolvimento subseqüente de construções passivas nas línguas p 384 indo-
européias”. Assim, por exemplo, em latim encontra-se (fazendo A representar o agente e B
representar o objeto):

ativa A movet B ‘A move B’

passiva B movetur ‘B move’ ou ‘B é movido’

Isto é, a voz passiva latina tem um sentido de voz média. No grego, “a oposição de voz… é
primariamente voz ativa versus voz ‘média’. A voz passiva foi um desenvolvimento posterior”.
e As construções passivas no hebraico podem ser incompletas ou completas. No
incompleto passivo, o agente não é indicado.

4. ‫ ְוַאנְשֵּי־ ֶֶּ֫חסֶד נֶ ֱא ָספִים‬Os homens compassivos são


retirados.

Is 57.1

5. ‫שע ֲֵּרי ַּהנְהָרֹות נִפ ֶּ֑֫ ְָתחּו‬


ַּ As portas do rio se abrirão.
Na 2.7

6. ‫ש ֶּ֑֫ ָמרּו‬
ְ ִ‫לְעֹולָם נ‬Eles
são preservados para
sempre.

Sl 37.28

7. ‫ּומ ְַּראֵּה ָה ֶֶּ֫ע ֶרב ְוה ֶַּּ֫ב ֹקֶר ֲאשֶר‬E a visão da tarde e da manhã,
‫נֶ ֱא ַּמר ֱא ֶמת ֑הּוא‬que foi dita, é verdadeira.
Dn 8.26

8. ‫אִם־אֵּין לֹו ְונִ ְמכַּר ִבגְנֵּבָתֹו׃׃‬E se (o ladrão) não tiver com


que pagar, será vendido (para
pagar) por seu furto.

Êx 22.2

Uma forma especial do passivo incompleto envolve a forma da terceira pessoa singular sem
um sujeito expresso. Para refletir esta espécie de construção impessoal, com seu modelo
sujeito + verbo, o inglês usualmente pede a inserção do pronome “simulado” it.

9. ‫לְז ֹאת יִק ֵָּרת ִאשָה‬Quanto a esta, será chamada [it


shall be called] mulher.

Gn 2.23

10. ‫עַּל־כֵּן י ֵָּאמַּר ְב ֵֶּּ֫ספֶר ִמ ְלחֲמ ֹת‬Pelo


que se diz [it is said] no
livro das guerras de YHWH.
‫יהו֑ ה‬Nm 21.14

11. ‫ּו ַּב ֲחב ָֻרתֹו נ ְִרּפָא־ ֶָּ֫לנּו׃‬Epelas suas pisaduras fomos
sarados [were healed] (lit., isto
foi cura para nós) [it was healed
to us].

Is 53.5

Como ocorre com o emprego de outros passivos, o sujeito de um Niphal pode ser marcado
com a partícula ‫את‬.

p 385 12. ‫ִירד‬


ָ ‫ ַּוּי ִ ָּולֵּד ַּלחֲנֹוְך ֶאת־ע‬E a Enoque nasceu Irade.
Gn 4.18

13. ‫ ַּכ ֲאשֶר י ֵָּאכֵּל ֶאת־ ַּה ְצבִי וְאֶ ת־‬como se comem o corço e o

‫ ָה ַּאּי ָל‬veado
Dt 12.22

‫( ּש‬##
f No passivo completo, o agente pode ser indicado por uma frase preposicional com

14–16) ou ‫( ך‬## 17–19); os meios ou instrumentos podem ser dados depois de ‫( ּש‬# 20) ou ‫מן‬
(# 21).

14. ‫עַּם נֹושַּע בַּיהוה‬Um povo salvo por YHWH


Dt 33.29

15. ‫שֹפְֵּך דַּ ם הָָאדָ ם בָָאדָ ם דָ מֹו‬Quem derramar o sangue do


‫יִש ֵּ ָ֑פְך‬homem, pelo homem o seu
sangue será derramado.

Gn 9.6

16. ‫כָל־ ְמלָאכָה ֹלא־י ֵּ ָעשֶה ָבהֶם‬Nenhuma obra será feita por
eles.

Êx 12.16

17. ‫שבְנּו לֹו‬


ַּ ֶּ֫ ‫הֲלֹוא נָכ ְִרּיֹות נֶ ְח‬Não
somos nós consideradas
como estranhas por ele?

Gn 31.15

18. ‫ ֲאשֶר י ֵָּאכֵּל ְלכָל־ ֶֶּ֫נפֶש‬senão o que cada alma houver


de comer.

Êx 12.16

19. ‫וְֹלא־נִ ְפ ַּקד ָלהֶם מ ְֶּ֫אּומָה‬coisa alguma lhes faltou.


1Sm 25.7

20. ‫כִי ְבאֵּש ִקנְָאתִ י תֵּ ָאכֵּל כָל־‬porque toda essa terra será
‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ׃‬consumida pelo fogo do meu
zelo.

Sf 3.8

21. ‫שר עֹוד ִממֵּי‬


ָ ‫וְֹלא־יִכ ֵָּרת כָל־ ָב‬não será mais destruída toda a
‫ ַּהמ ַּ֑בּול‬carne pelas águas do dilúvio.
Gn 9.11

23.3 Tipos Adjetivais do Niphal

a O Niphal tem vários empregos que podem ser chamados livremente de adjetivais: estes
incluem os adjetivais simples (cf. ‘o muro foi quebrado’), o ingressivo-estativo (cf. ‘Noemi ficou
triste’) e o gerundivo (cf. ‘Jônatas será amado’). Como os exemplos abaixo sugerem, o
ingressivo e o gerundivo são usados tanto com sujeitos pessoais quanto com sujeitos não-
pessoais.

b No Niphal adjetival simples, o sujeito está num estado adjetival definido pelo verbo; tal
forma é “essencialmente um verbo estativo”. Lambdin faz um contraste comparável com o
passivo inglês e as formas adjetivais simples: “Na voz passiva It was broken (‘foi p 386
quebrado’), was (‘foi’) é um verbo auxiliar na unidade was-broken (‘foi quebrado’),” ao passo
que na adjetival “It was broken (‘estava quebrado’), was (‘estava’) é o verbo to be (‘ser’)
seguido por um adjetivo/particípio”.

1. ‫וְֹלא נִפְתַּ ח ֵּאזֹור ֲח ָלצָיו וְֹלא‬O cinto dos seus


lombos não

‫נִתַּ ק שְרֹוְך נְ ָעלָיו׃‬está desatado, nem está


arrebentada a correia da sua
sandália.

Is 5.27

2. ‫שבְרּו ב ְִרי ֶֶּ֫חיהָ׃‬


ְ ִ‫נ‬Os seus ferrolhos (de Babilônia)
estão quebrados.

Jr 51.30

3. … ‫שעַּר … י ִ ְהי ֶה … סָגּור‬ ַּ ֶּ֫ A porta … será fechada [por seis


‫יִּפָתֵּ ַּח‬dias… então) será aberta.
Ez 46.1

c O Niphal ingressivo-estativo descreve o sujeito que está prestes a estar num estado
particular. Se o sujeito é não-pessoal, o Niphal também tem um sentido médio.

4. ‫ ְו ִהנֵּה־ ֶַּּ֫מי ִם ָבאִים ִמדֶֶּ֫ ֶרְך אֱדֹו֑ ם‬Eis que vinham as águas pelo
‫וַּתִ ָמלֵּא ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֶאת־ ַּה ֶָּ֫מי ִם׃‬caminho de Edom e a terra se
encheu dágua.

2Rs 3.20

Com um sujeito pessoal, o ingressivo-estativo também tem um sentido reflexivo, porque ele se
refere a emoções e assim por diante, que reagem sobre a psiquê.

5. ‫כִי־נִ ְכ ְמרּו ַּר ֲחמָיו אֶל־ָאחִיו‬Ea sua compaixão se aqueceu


para seu irmão.

Gn 43.30
6. ‫כִי נִ ְבחֲלּו ִמ ָּפנָיו׃‬porque estavam pasmados
diante de sua face.

Gn 45.3

7. ‫ש ְלחָן‬
ֻ ‫ ַּו ֶָּּ֫יקָם י ְהֹונָתָ ן ֵּמעִם ַּה‬Pelo que Jônatas, todo

‫י־אף … כִי נֶ ְעצַּב אֶל־דָ וִד‬ ֑ ָ ‫ ָבח ֳִר‬encolerizado, levantou-se da


mesa … porque se magoava por
causa de Davi.

1Sm 20.34

8. ‫נִ ְל ֵֶּּ֫איתִ י ִהנָחֵּם׃‬Euestou cansado de me


arrepender.

Jr 15.6

9. ‫נִלְָאה ַּל ֲהשִיבָּה אל־ּפִיו׃‬O preguiçoso esconde a sua


mão no seio, enfada-se de a
levar à sua boca.

Pv 26.15

10. ‫הִיא נֶ ֶאנְחָה‬ela (Jerusalém) está suspirando.


Lm 1.8

p 387 d Por “gerundivo” queremos dizer dos verbos no Niphal (muitas vezes particípios)
significando que o estado adjetival é necessário, ou próprio ou possível. Em inglês, os sufixos
adjetivais –able / –ible / –ful / –ly / significam essas noções.

11. ‫ ַּל ֶַּּ֫בי ִת ַּהנִ ְבנֶה ְלשֵּם־יהוה׃‬a casa que está para ser
edificada ao nome de YHWH.

1Cr 22.19

12. ‫ַּנֹורא‬
ָ ‫כָל־ ַּה ִמדְ בָר ַּהגָדֹול ְוה‬e caminhamos por aquele vasto
e tremendo (dreadful) deserto
que vistes.

Dt 1.19

13. ‫נֹורָאה׃‬
ָ ‫ ֵּמ ֶֶּ֫א ֶרץ‬da terra horrível (terrible).
Is 21.1

14. ‫נֹושבֶת‬
ָ ֶּ֑֫ ‫עַּד־בָֹאם אֶל־ ֶֶּ֫א ֶרץ‬até que entraram em terra
habitável.

Êx 16.35

15. ‫ ַּוּי ַּכּום ְלפִי־ ֶֶּ֫ח ֶרב … כָל־ ַּהנִ ְמ ָ ֑צא‬e os feriram ao fio da espada…
todos os que foram achados.

Jz 20.48

16. ‫אֵּין ֶֶּ֫אבֶן נ ְִרָאה׃‬pedra nenhuma visível (visible).


1Rs 6.18

17. ‫ּובֵּין ַּה ַּחּי ָה ַּהנֶ ֱא ֶֶּ֫כלֶת ּובֵּין ַּה ַּחּי ָה‬e entre os animais que se
‫ ֲאשֶר ֹלא תֵּ ָאכֵּל׃‬podem comer e os animais que
não se podem comer.

Lv 11.47

18. ‫עֲש ֹה צְדָ קָה ּו ִמש ָ ְּ֑פט נִ ְבחָר‬Fazer justiça e julgar com
‫לַּיהוה ִמזָבַּח׃‬retidão é mais agradável ao
Senhor do que oferecer
sacrifícios.

Pv 21.3

19. ‫שָאּול וִיהֹונָתָ ן ַּהנֶ ֱא ָהבִים‬Saul e Jônatas, tão amáveis e


‫ ְו ַּהנְעִימִם‬graciosos.
2Sm 1.23

23.4 Tipos de Duplo-Status do Niphal

a Nos empregos de duplo-status do Niphal, o sujeito (quase sempre pessoal) é ao mesmo


tempo agente e paciente (ou sofredor) da ação verbal. Estas correspondem aos reflexivos e às
construções afins nas línguas européias, por exemplo, no inglês: ‘I wash myself’ (Eu me lavo),
no francês: ‘Je me brosse les dents’ (Eu escovo os dentes), no alemão: ‘Ich setze mich’ (Eu me
sento). Como estes exemplos sugerem, as ações reflexivas não são uma categoria fechada ou
fixa: o inglês não usa um reflexivo para escovar os dentes, como o francês o faz, e
ordinariamente não o utiliza para sentar-se (mas cf. “Set yourself down”). As outras categorias
de duplo-status que não as reflexivas, procedem de diversos tipos de complexidade semântica.

b Uma construção reflexiva é aquela na qual o sujeito e o objeto do verbo se referem à


mesma pessoa ou à mesma coisa. Os tipos de Niphal reflexivos no singular funcionam p 388
de modo direto; no plural o sentido tende ser distributivo (cf. no inglês: ‘We washed
ourselves,’ ‘We each washed ourselves,’ ‘Each of us washed herself’). Alguns Niphal são
essencialmente reflexivos; deste modo, ‫שמַּר‬
ְ ִ‫נ‬ quase sempre significa ‘guardar-se,’ ‫נִקַּם‬
‘vingar-se,’ ‫שעַּן‬
ְ ִ‫‘ נ‬apoiar(-se),’ ‫‘ נֶ ְחנַּק‬enforcar-se.’
1. ‫ ְו ִאנָ ְקמָה מֵּאֹויְבָי׃‬e vingar-me-ei dos meus
inimigos.

Is 1.24

2. ‫י ִ ָס ֵּמְך אִיש ָעלָיו‬se alguém se apoiar nele.


Is 36.6

3. ‫שר־ָא ֶַּּ֫מ ְרתִ י ֲאלֵּיכֶם‬


ֶ ‫ּובְכ ֹל ֲא‬E em tudo o que vos tenho dito,
‫תִ ש ֶּ֑֫ ֵָּמרּו‬guardai-vos.
Êx 23.13

Em outros casos, o sentido reflexivo é encontrado ao lado de outros, por exemplo, ‫ נִצַּל‬pode
significar ‘livrar-se’ ou ‘ser livrado.’
c Em muitas situações onde outras línguas usam construções reflexivas, o hebraico não usa
‫( ל‬11.2.10d), ‫כ‬,
o Niphal. Por vezes a relação reflexiva é expressa por meio das preposições
etc., com um pronome pessoal ou alguma circunlocução, tal como ‫ נפש‬ou ‫לבב‬.

4. ‫שתֵּ י נ ִ ָ֑שים‬
ְ ‫ ַּוּי ִ ַּקח־לֹו ֶֶּ֫ל ֶמְך‬Então
Lameque tomou para si
duas mulheres.

Gn 4.19

5. ‫וְָא ַּהבְתָ ל ְֵּרעֲָך כ ֶָּ֑֫מֹוָך‬Amarás o teu próximo como a ti


mesmo.

Lv 19.18

6. ‫כִי־ַא ֲהבַּת נַּפְשֹו ֲאהֵּבֹו׃‬Porque o amava com todo o


amor por ele.

1Sm 20.17

7. ‫כִי ת ֹאמַּר ִב ְל ֶָּ֫בבְָך‬Se disseres em teu coração (isto


é: a ti mesmo)

Dt 7.17

Uma construção reflexiva pode, também, envolver um Niphal junto com uma frase
preposicional, como na injunção freqüente ‫לְָך‬ ‫שמֶר‬
ָ ֶּ֫ ‫ ִה‬, ‘Guarda-te a ti mesmo’ (Dt 4.9).
d Numa construção de beneficiação, o sujeito age em seu próprio benefício ou interesse; o
verbo é geralmente transitivo. Essa construção, como observada acima, também ocorre com o
médio grego (p. ex.: endysasthai khitōna ‘vestir-[se] a túnica’). Compare o reflexivo francês ‘Je
me lave’ (‘Eu estou me lavando’) e a construção de beneficiação ‘Je me lave une chemise’ (‘Eu
[me] lavo uma camisa’). O Niphal de beneficiação não é comum.

8. ‫נִשְא ֹל נִשְַאל ִמ ֶֶּ֫מנִי דָ וִד לָרּוץ‬Davi me pediu muito que o


‫בֵּית־ ֶֶּ֫לחֶם‬deixasse ir correndo a Belém.
1Sm 20.6; cf. v 28
p 389 e Uma construção recíproca é a variedade plural da voz reflexiva, onde a ação é mútua.
Algumas vezes o sujeito age um em relação ao outro, e em outras os sujeitos interagem
hostilmente. A proximidade entre as noções reflexiva e recíproca é por vezes evidente, como
no Niphal de ‫אסף‬.

9. ‫ ַּוּי ִ ְק ָרא יַּעֲק ֹב אֶל־ב ָָנ֑יו ו ֶַּּּ֫י ֹ ֶמר‬Então Jacó chamou seus filhos e
‫הֵָּאסְפּו‬disse: Ajuntai-vos.
Gn 49.1

A ação de comum acordo pode ser auto-contida (# 10) ou direcionada para fora (# 11).

10. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם יַּח ָ ְ֑דו ִבלְתִ י אִם־‬


ְ ‫ ֲהיֵּלְכּו‬Andarão dois juntos, se não
‫נֹו ֶָּ֫עדּו׃‬estiverem de acordo?
Am 3.3

11. ‫ ַּוּי ִ ָלחֲמּו ָע ֶֶּ֫ליהָ׃‬e eles pelejaram contra ela.


Js 10.5

A ação hostil pode incluir um combate único (## 12–13) ou um processo judicial (# 14).

12. ‫ ְוכִי־יִנָצּו ֲאנָשִים‬Se homens lutarem um com


outro …

Êx 21.22

13. ‫תְ נּו־לִי אִיש ְונִ ָל ֲחמָה ֶָּ֫יחַּד׃‬Daí-me


um homem para que
ambos pelejemos.

1Sm 17.10

14. ‫יהוה‬
֑ ‫ש ְפטָה ִאתְ כֶם ִל ְפנֵּי‬
ָ ‫ ְו ִא‬e contenderei convosco perante
o Senhor.

1Sm 12.7
Em uma oração transitiva o modo recíproco se funde com o de beneficiação.

15. ‫ ַּוּי ִ ָּועַּץ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך ְר ַּח ְבעָם ֶאת־‬Então o rei Reoboão consultou
‫ ַּהז ְ ֵּקנִים‬os anciãos…
1Rs 12.6

f Uma construção de tolerância é aquela que combina a noção reflexiva com a noção de
permissão. O sujeito permite que um agente implícito ou explícito produza sobre ele a ação
indicada pelo verbo: ‘X (sujeito) se permite ser Y (verbo).’ Se numa voz passiva o sujeito é um
não-voluntário e na reflexiva o sujeito é voluntário, então na toletativa o sujeito é meio-
voluntário. O hebraico muitas vezes usa o Niphal em tais construções. Uma tradução passiva
desses tipos de Niphal muitas vezes é possível; por exemplo: ‫( ִהזָהֵּר ְבנִי‬Ec 12.12) pode ser
traduzido: ‘Cuidado, meu filho’ ou ‘Permita-se/Sofra tu mesmo o ser avisado, meu filho.’ Na
verdade, outras línguas usam a voz passiva e formas semelhantes para construções tolerativas,
por exemplo, a forma média do grego em Anebē de kai Iōsēph … apograpsasthai, ‘José então
foi … para ser alistado (isto é, permitir-se ser alistado)’ (Lc 2. 4–5).

g O Niphal de tolerância muitas vezes envolve o elemento de eficácia: o que o sujeito


permite acontecer realmente pode ser realizado. Deste modo Paul Joüon comenta ‫נִדְ ַּרש‬ p
390 como ‘deixar-se ser interrogado’ e isto tão eficazmente que praticamente significa
‘responder’ (quando se fala de Deus); ‫נִזְהַּר‬, ‘deixar-se ser avisado’ e isto tão eficazmente que
praticamente significa ‘ter em mente o aviso’; ‫נֹוסַּר‬, ‘permitir-se ser corrigido, ser
repreendido’; ‫נֶעְתַּ ר‬, ‘permitir-se ser suplicado (eficazmente), conceder’ ”. O Niphal de
tolerância é muitas vezes usado para a divindade.

16 ‫ ְונֶ ְעתַּר ָלהֶם‬E ele responderá a seus rogos (<


permitiu a si mesmo ser
suplicado por eles).

Is 19.22

17. ‫ש ֶָּ֫אלּו נִ ְמצֵּאתִ י‬


ָ ‫נִדְ ֶַּּ֫רשְתִ י לְלֹוא‬Eu respondi (< permiti a
mim
‫לְֹלא ִב ְק ֶֻּ֑֫שנִי‬mesmo ser busca do
por)
aqueles que não perguntavam
(por mim); eu me revelei a (<
permiti-me ser achado por)
aqueles que não me buscavam.

Is 65.1
18. ‫ ַּוּיֶעְתַּ ר י ִ ְצחָק לַּיהוה … ַּוּי ֵּ ֶָּ֫עתֶ ר‬E Isaque suplicou (Qal) a YHWH…
‫ֹלו יהוה‬e YHWH respondeu (< permitiu-
se ser suplicado por) ele.

Gn 25.21

19. ‫ש ָר ֵּ ֑אל‬
ְ ִ ‫ ַּו ֲאנִי ִאדָ ֵּרש ָלכֵּם בֵּית י‬E eu me permito ser inquirido
‫חַּי־ ֲאנִי … אִם־ ִאדָ ֵּרש ָלכֶם׃‬por vós (ou: respondo-vos), ó
Casa de Israel? Assim como eu
vivo … eu não permitirei ser
inquirido por vós (ou:
responder-vos).

Ez 20.31

A noção de eficácia nem sempre está presente.

20. ‫ ָה ֲאנָשִים ָה ֵֶּּ֫אלֶה ֶהעֱלּו גִלּולֵּיהֶם‬Estes homens levantaram os


‫עַּל־ ִלבָם … ַּה ִאדָ ר ֹש ִאדָ ֵּרש‬ídolos nos seus corações …
Devo eu, de alguma maneira,
‫ ָלהֶם‬ser interrogado por eles?

Ez 14.3

h O esquema causativo-reflexivo no hebraico é usualmente o Hithpael, mas em alguns


casos o Niphal é usado. Nesses verbos, o sujeito faz a ação acontecer a si mesmo: ‘X (sujeito)
faz a si mesmo ser Y (noção verbal)’. O grego usa a voz média para sentidos comparáveis, por
exemplo: misthoumai ‘Eu me contratei, eu tenho um trabalho, eu me contrato (como um
soldado mercenário),’ didaskomai ‘eu ensino a mim mesmo’. Deste modo temos no hebraico:
‫‘ נֹודַּ ע‬fazer-se conhecido’.
21. ‫ַאל־תִ ּוָדְ עִי ָלאִיש‬Não te dês a conhecer ao
homem…

Rt 3.3

22. ‫וְנֹודַּ ע יהוה ְל ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ְוי ָדְ עּו‬E o Senhor se dará a conhecer
‫ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ֶאת־יהוה‬ao Egito, e os egípcios, e assim
os egipcios conhecerão o
Senhor.
Is 19.21

p 391 23. ‫ ָוא ֵָּרא אֶל־ַאב ְָרהָם … בְאֵּ ל‬Eu apareci (< fiz-me ser visto) a
‫שמִי יהוה ֹלא נֹודֶַּּ֫ ְעתִי‬ ַּ Abraão… como Todo-Poderoso;
ְ ‫ש ָ ֑די ּו‬
mas por meu nome YHWH eu
‫ ָלהֶם׃‬não me fiz conhecido deles.

Êx 6.3

Visto que esta função do Niphal corresponde à função primária do Hithpael, os dois graus
podem ser usados semelhantemente com alguns verbos. Em pelo menos um caso, o Niphal
mais antigo é substituído pelo Hithpael mais recente (com a mudança da preposição usada).

24a. ‫ַּוּי ְִראּו ְבנֵּי עַּמֹון כִי‬ Os Amonitas pensavam


que eles se tinham
‫נִ ְב ֲאשּו בְדָ ִו֑ד‬
tornado repugnantes
2Sm 10.6 para Davi.

24b. ‫ַּוּי ְִראּו ְבנֵּי עַּמֹון כִי‬


‫הִתְ ָב ֲאשּו עִם־דָ ִו֑יד‬
1Cr 19.6

23.5 Tipos de Niphal Denominativos e Isolados

a Dois grupos de Niphal quebram os esquemas que elaboramos. Um grupo inclui raízes de
verbos atestadas somente no Niphal; esses casos isolados são deixados sem classificação
porque os outros graus verbais estão faltando para servir como pontos de referência. Dentre
eles estão ‫אבק‬, ‘lutar’ (somente em Gn 32.25–26), ‫אות‬, ‘consentir,’ ‫אלח‬, ‘sercorrupto’. Os
dois primeiros são aparentemente recíprocos e o terceiro adjetival.

b O raro uso denominativo do Niphal provavelmente está relacionado com suas funções
ingressivo-estativas e causativo-reflexivas.

‫ אחז‬Niphal, ‘possuir’ < ‫‘ ֲא ֻחזָה‬posse’ (cf. Js 22.9)


‫ יאל‬Niphal, ‘tornar-se tolo’ < ‫‘ ֱאוִיל‬tolo’ (cf. Is 19.13; cf. v 11)
‫ לבב‬Niphal, ‘tornar-se sábio’ < ‫‘ ֵּלבָב‬coração’ (hapax em Jó 11.12)
‫ נבא‬Niphal, ‘profetizar’ < ‫‘ נָבִיא‬profeta’ (cf. 1Sm 10.11)
‫ צמד‬Niphal, ‘unir-se’ < ‫‘ ֶֶּ֫צמֶד‬par’ (cf. Nm 25.3)
‫ שבע‬Niphal, ‘jurar’ < ‫שבַּע‬
ֶ ֶּ֫ ‘sete’ (cf. Gn 21.24)

23.6 Formas Mistas

a O caráter sistemático do sistema de graus do hebraico fica ocasionalmente


comprometido. Carl Brockelmann observa que, em contraste com o árabe clássico e o
aramaico, os graus verbais no hebraico tendem a se tornar confusos: “O sistema de graus
verbais … claramente preservados no árabe clássico e no aramaico – está em sérias
dificuldades com todas as espécies de caminhos em vários dialetos árabes modernos, no
hebraico, mas especialmente no etiópico e no acádico”.

p 392 Especificamente, alguns verbos no Niphal com suas várias funções se tornaram
confusos com o Qal, o Piel, o Hiphil e o Hithpael.

23.6.1 Mista com Qal

a Já observamos a correspondência entre a função da “voz média” do Niphal e o uso de


alguns verbos intransitivos Qal (23.2.1a). A função ingressivo-estativa do Niphal, obviamente, é
semelhante à dos estativos Qal. Com algumas raízes do Qal e do Niphal, não mostram
qualquer diferença perceptível no significado; na conjugação de outros, o Qal e o Niphal
combinam-se para formar um paradigma. O Niphal também fica misturado com o antigo Qal
passivo.

b Onde nenhuma diferença em significado for aparente, os sistemas de grau parecem


intercambiáveis.

1a. ‫שה׃‬
ָ ‫כִי ָח ִֶּ֫ליתִ י הַּּיֹום שְל‬porque adoeci (Qal) há três dias
1Sm 30.13

1b ‫שבֶר יֹוסֵּף׃‬
ֵּ ֶּ֫ ‫וְֹלא נֶחְלּו עַּל־‬Masnão vos afligis (Niphal)
pela quebra de José.

Am 6.6

2a. ‫ּובְמֹוט ה ִָרים ְבלֵּב יַּמִים׃‬ainda que os montes se abalem


(Qal) no coração do mar

Sl 46.3
2b ‫בַּל־תִ מֹ֑וט‬e a terra se derreteu (Niphal)
Sl 46.6

c Alguns verbos constroem sua conjugação sufixada com o Niphal e sua conjugação
prefixada com o Qal. Mayer Lambert explica esse fenômeno:

No caso de verbos raros alguém creria ser um acidente encontrar o Niphal


num tempo e o Qal em outro. Mas essa explicação não é possível para outros
verbos tão freqüentemente usados. É provável que tanto o Niphal quanto o
Qal tenham sua própria origem especial, mas a diferença em sentido foi
eliminada e a analogia de som conduziu aos tempos que se assemelham um ao
outro com uma ou outra forma sendo preferida, como ‫ נִגַּש‬e ‫יִגַּש‬.

Este modelo é um exemplo de supleção [em lingüística e em etimologia significa o uso de uma
forma flexionada de uma palavra como uma palavra totalmente diferente, não cognata na
forma flexionada].

3. ‫ ְונִגַּש משֶה ְלבַּדֹו אֶל־יהוה ְוהֵּם‬E só Moisés se chegará (Niphal)


‫ֹלא י ֶָּ֫ ִ֑גשּו‬a YHWH; mas os outros não
devem aproximar-se (Qal).

Êx 24.2

p 393 4. ‫וַּתְ פּו ֶֶּ֫צינָה ִמ ְבלִי ר ֶ ֹ֑עה … נ ֶָּ֫פ ֹצּו‬Minhas ovelhas andam
‫צ ֹאנִי‬desgarradas (Qal) porque não
há pastor… meu rebanho se
espalhou (Niphal).

Ez 34.5–6

5a. ‫הַּנֹוגֵּ ַּע ָב ֶָּ֫א ֶרץ ַּו ַּתמֹוג‬ele


que toca a terra e ela se
derrete (Qal)

Am 9.5

5b. ‫שבֵּי ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬


ְ ֹ ‫ ְוכִי נ ֶָּ֫מ ֹגּו כָל־י‬porque todos os que vivem na
‫ ִמ ְּפנֵּיכֶם׃‬terra desmaiam (Niphal) diante
de vós.
Js 2.9

d É provável que, às vezes, o Qal passivo e o Niphal fossem confundidos pelos massoretas,
como, por exemplo, com os verbos I-nun em sua conjugação prefixada, onde o antigo Qal
passivo teria um šureq em lugar do ḥireq do Niphal. Lambert argumenta: “É provável que no
caso de I-nun onde o Niphal não se encontrava separado do passado [a conjugação sufixada], o
Niphal passado, se tinha o sentido passivo, seria considerado como um antigo passivo do Qal”.
Três exemplos que ele cita são: ngœ Niphal ‘ser duramente pressionado,’ ‫( נִגַּש‬p.ex.: # 3; 1Sm
13.6); nṭʿ Niphal ‘ser plantado,’ somente em ‫נִ ֶָּ֫טעּו‬ (Is 40.24); nsḥ Niphal ‘ser arrancado,’
somente em ‫סחְתֶ ם‬
ַּ ִ‫( ְונ‬Dt 28.63; cf. ‫י ִסְחּו‬, provavelmente Qal passivo ‫ יֻסְחּו‬em Pv 2.22 como
no texto da Guenizá do Cairo).

Lambert também alega que a sustituição gradual do Niphal pelo Qal passivo pode ser vista
com alguns verbos que mostram um infinitivo absoluto Qal diante de uma forma Niphal
prefixada, como, por exemplo: ‫סָקֹול יִסָקֵּ ל‬, ‘Ele certamente será apedrejado’ (Êx 19.13) e
‫שָקֹול י ִשָ קֵּל‬, ‘será pesado’ (Jó 6.2). Ele corretamente reconhece que não se pode estar certo
acerca de quais verbos esta substituição ocorreu (cf. 35.2. 1d).

23.6.2 Mista com o Piel

a Embora o Niphal normalmente fique em justaposição com o Qal, com alguns verbos ele
serve como a contrapartida médio-reflexiva para o Piel; os graus passivo e reflexivo usuais são
Pual e Hithpael, respectivamente. A mistura é mais clara com verbos cujo Qal não seja
atestado; este é o caso com todos os pares de verbo apresentados aqui.

1a. ‫ ְו ַּהגֶד־נָא לִי מֶה ע ֶָּ֫שיתָ ַאל־‬Declara-me o que fizeste. Não


‫תְ ַּכחֵּד ִמ ֶֶּ֫מנִי׃‬me ocultes (Piel) de mim.
Js 7.9

1b. ‫שמֹותַּ י ִממְָך ֹלא־נִ ְכ ֶָּ֫חדּו׃‬


ְ ‫ ְו ַּא‬E meus pecados não foram
ocultos (Niphal) de ti.

Sl 69.6

2a. ‫ַּ־רעָה ֵּמאֵּת יהוה׃‬


ָ ‫ּו ִב ֲע ֶַּּ֫תתּו רּוח‬E um mau espírito da parte de
YHWH o assombrava (Piel).

1Sm 16.14
p 394 2b. ‫כִי נִ ְבעַּת ִמ ְּפנֵּי ֶֶּ֫ח ֶרב ַּמ ְל ַּאְך‬Porque ele estava aterrorizado
‫(יהוה׃‬Niphal) pela presença da
espada do anjo de YHWH.

1Cr 21.30

3. ‫ּובַּת אִיש כֹהֵּן כִי תֵּ חֵּל ִלז ְנֹ֑ות‬Se a filha de um sacerdote se

‫אֶת־ָא ִֶּ֫בי ָה הִיא ְמ ַּח ֶֶּ֫ללֶת‬desonra (Niphal),


prostituindo-
se, profana (Piel) a seu pai.

Lv 21.9

23.6.3 Mista com o Hiphil

a Assim como com as raízes Piel: Niphal, o Niphal de alguns verbos ficam mais próximos do
Hiphil do que do Qal.

1.a ‫ ְו ִה ְכחַּדְ תִיו‬E eu os destruirei (Hiphil).


Êx 23.23

1.b ‫ִימנּו‬
ָ ֶּ֑֫ ‫אִם־ֹלא נִ ְכחַּד ק‬Certamente nossos inimigos são
destruídos (Niphal).

Jó 22.20

2a. ‫ ְואֵּין מ ִ ֹ֑שי ַּע‬Não


há ninguém que os salve
(Hiphil).

2Sm 22.42

2b. ‫שעַּ׃‬
ֵּ ‫ּומֵּאֹיְבַּי ִא ָּו‬Eu estou salvo (Niphal) de meus
inimigos.

2Sm 22.4
3a. ‫ִיעם‬
֑ ֵּ ‫ ַּוּי ַּ ְכנ‬E
ele (Davi) sujeitou-os (Hiphil)
(os Filisteus).

2Sm 8.1

3b. ‫שתִ ים‬


ְ ‫ ַּוּי ִ ָכנְעּו ַּה ְּפ ִל‬Assim os filisteus foram
subjugados (Niphal).

1Sm 7.13

4a. ‫ִיאנִי‬
֑ ָ ֶּ֫ ‫ ְבצֵּל י ָדֹו ֶה ְחב‬Na sombra de sua mão ele
ocultou-me (Hiphil).

Is 49.2

4b. ‫ ַּוּיִּוָתֵּ ר יֹותָ ם … כִי נֶ ְחבָא׃‬Mas Jotão escapou… porque se


escondeu (Niphal).

Jz 9.5

5. ‫ ְו ַּאתָ ה כִי ִהזְה ְַּרתֹו צַּדִ יק ְל ִבלְתִ י‬Se tu avisares (Hiphil) o justo,
‫חֲט ֹא … וְהּוא ֹלא־ח ָ ָ֑טא חָיֹו‬para que não peque…, e ele não
pecar, certamente, viverá,
‫י ִ ְחי ֶה כִי נִזְהָר‬porque ele se permitiu ser
avisado (Niphal).

Ez 3.21

p 395 6. … ‫ ַּו ֲהכִינ ֹתִ י ֶאת־ ַּמ ְמ ַּלכְתֹו׃‬E eu estabelecerei (Hiphil) o seu
‫וְכֹנַּנְתִ י ֶאת־ ִכסֵּא ַּמ ְמ ַּלכְתֹו עַּד־‬reino …e eu estabelecerei
(Polel) o trono de seu reino
‫עֹולָם׃ … ִכ ְס ֲאָך י ִ ְהי ֶה נָכֹון ע ַּ֨ד‬para sempre… teu trono será
‫עֹו ָלם׃‬restabelecido (Niphal).
2Sm 7.12,13,16

23.6.4 Mista com Hithpael


a Uma vez que o Hithpael historicamente tende a assumir as funções passivas do Niphal
(26.1.3, 26.3), não é de surpreender que os graus sejam ocasionalmente confundidos.

1a. ‫ ְוהִתְ ב ֲָרכּו ְבז ְַּרעֲָך כ ֹל גֹוי ֵּי ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬E
por tua semente todas as
nações da terra serão
abençoadas (Hithpael).

Gn 22.18

1b. ‫שּפְח ֹת‬


ְ ‫ ְונִב ְְרכּו בְָך כ ֹל ִמ‬e em ti serão benditas todas as
‫ ָה ֲאדָ מָה׃‬famílias da terra (Niphal).
Gn 12.3

O significado passivo de ambos os verbos está claro no contexto: é Deus quem abençoa (Gn
12.3a, 22.17), isto é, quem concede o vigor, embora através de um agente. Com alguns verbos
a conjugação sufixada Niphal e a conjugação prefixada Hithpael suplementam ou
complementam uma à outra, formando um paradigma; os verbos são ‫ טמא‬e ‫יצב‬.

2. ‫ָל־אלֶה כִי ְבכָל־‬


֑ ֵּ ֶּ֫ ‫ַאל־תִ ַּטמְאּו ְבכ‬Não vos contamineis (Hithpael)
‫ ֵֶּּ֫אלֶה נִ ְטמְאּו הַּגֹוי ִם‬com nenhuma dessas coisas,
porque em todas essas coisas
as nações se contaminaram
(Niphal).

Lv 18.24

p 396 24

Grau Piel
24.1 Forma e Significado

24.2 Factitivos

24.3 Resultativos

3.1 Resultativo Simples

3.2 Resultativo Irreal


3.3 Outros

24.4 Denominativos

24.5 Freqüentativos

24.6 Formas Mistas

24.1 Forma e Significado

a As línguas semíticas clássicas têm um grau caracterizado pela duplicação (ou


alongamento) do radical médio de onde o termo grau D; a caracterização desse grau em várias
línguas comprovou ser difícil. Antes do estudo revolucionário do grau D do acádico de Albrecht
Goetze, os hebraístas sustentavam, geralmente, que o Piel primeiramente significava uma
“intensificação” do significado da raiz. Além disso, pensava-se que o Piel tivesse um significado
“causativo” (e na ocasião “declarativo” ou “estimativo”) com algumas raízes; foi achado um
significado denominativo em outras raízes. Entre os verbos regularmente citados nas
gramáticas para expor esses empregos, estavam esses.

p 397 Raiz Significado Qal Significado Piel Classificação

‫שנר‬ quebrar espalhar intensivo

‫למד‬ aprender ensinar causativo

‫צדק‬ ser justo declarar justo declarativo

‫קדש‬ ser santo declarar santo estimativo

‫כחן‬ sacerdote exercer umadenominativo


(particípio; nãofunção de
não há outrassacerdote
formas Qal)
b Tal diversidade de funções para um grau morfologicamente unificado confundiu os
gramáticos. Eles tentaram ou abstrair uma base comum para todos esses significados ou
explicar alguns deles como tendo se desenvolvido de um significado original. A gramática de
Gesenius-Kautzsch-Cowley optou pela primeira abordagem e considerou a noção de
intensificação como significado básico: “A idéia fundamental de Piʿel, a que todos os vários
matizes de significado nesta conjugação possa referir-se, é ocupar-se intensamente com a ação
indicada pelo grau”. Como esta formulação sugere, tal abordagem é complicada, e os
gramáticos mais recentes não conseguiram nenhum consenso fundamental em relação ao
sentido do grau. Costumeiramente eles conferiram a vaga noção de “intensificação”
primeiramente porque eles viram uma conexão entre forma (a duplicação do radical médio da
raiz) e sentido (uma suposta elevação do significado da raiz). Mas eles não conseguiram
antecipar uma explicação plausível para o elo entre noções tão diversas como “intensivo” e
“causativo”. Hans Bauer e Pontus Leander, por exemplo, declaram resignadamente: “A
pergunta como o intensivo semítico ganhou um significado causativo não pode ser respondida
presentemente”. Goetze semelhantemente comenta: “A força causativo-factitiva da forma é
dita costumeiramente ser uma conseqüência da força do intensivo. Mas ninguém foi capaz de
demonstrar de maneira satisfatória como seu desenvolvimento poderia ter sido possível”.

c Goetze, em 1942, classificou a interpretação semântica do radical médio duplicado como


uma “noção romântica” e pediu um estudo estabelecendo um significado do Piʿel de acordo
com os princípios da lingüística moderna. Ernest Jenni aceitou o desafio; em vez de contentar-
se em repetir a dúzia ou mais de verbos citados nas gramáticas p 398 tradicionais, investigou
todos os 415 verbos bíblicos atestados no Piel. Ele dá uma atenção especial aos verbos que
ocorrem em pares Qal:Piel ou Pieh:Hiphil, em contextos semelhantes tanto quanto possível;
deste modo, ele é capaz de oferecer para o grau Piel uma descrição semântica unificada e
colocá-lo separado dos outros graus.

d Jenni começa seu estudo desligando-se da respeitável tradição acatada pelas gramáticas
árabes e hebraicas, olhando para os desenvolvimentos recentes da gramática acádica, onde
Goetze estabeleceu uma conexão íntima entre o significado estativo do grau G (~ Qal hebraico)
e o grau D. De acordo com Goetze, o grau acádico D não modifica a raiz verbal, como é o caso
do acádico Š e os graus N (~ Hiphil e Niphal hebraicos). Pelo contrário, o grau D está associado
ao uso adjetival do grau G. Entre as formas finitas do acádico, cinco são importantes (os
exemplos são da raiz parāsu, “separar, cortar”): presente iparras “ele está cortando”, perfeito
iptaras “ele cortou”, pretérito iprus “ele cortava”, imperativo purus “corta!”, e o permansivo
[certas línguas como o acádico possui um tempo que denota um estado mais ou menos
permanente. O equivalente em português seria algo como um ‘quasi-permanente’, mas será
mantida a nomenclatura permansivo] ou estativo paris? “ele é cortado”. O último desses é
relevante aqui; a forma do verbo permansivo ou estativo acádico não deve ser confundida com
a classe dos verbos estativos, isto é, verbos que se referem a estado ou qualidade (22.2.1). A
forma permansiva acádica é usada quando o sujeito tem uma qualidade ou sofreu uma ação
associada com a raiz. (No último caso, a forma é traduzida como uma voz passiva). A proposta
de Goetze associa o grau G permansivo arik “é longo” com o grau D urrukum “fazer (ser)
longo”. Wolfram von Soden em sua gramática padrão do acádico, segue Goetze descrevendo o
grau: “A função principal do grau D é factitiva, isto é, expressase sobre tudo aquilo que motiva
uma situação que seria designada pelo permansivo do grau G,… (p. ex.: damiq “ele é bom”:
dummuqum “fazer o que é bom”; baliṭ “ele está vivo”: bulluṭum “fazer [ser] vivente, conservar
vivo”; salim “ele é afetuoso”: sullumum “tornar-se [ser] afetuoso, reconciliar”). Deste modo,
na gramática de von Soden, o conceito de “intensivo” não é usado para explicar o grau D.

e O argumento de Jenni acerca do sentido do Piel hebraico é modelado no tratamento de


Goetze, embora a forma dele seja diferente por algumas razões. Primeira: o hebraico não tem
forma finita de verbo como o permansivo acádico. Segunda: as formas do Piel são usadas com
uma variedade maior do que as formas do grau D do acádico; especificamente, mais verbos
que são fientivos (geralmente transitivos) no grau G usam o grau D. (Para tais grupos,
usaremos termos como fientivo Qal ou transitivo Qal).

f O Piel, de acordo com Jenni, expressa a noção de realização ou causalidade de um estado


correspondente ao significado básico da raiz; esse estado pode ser expresso em p 399 termos
de construção adjetival. Com os verbos intransitivos Qal (muitas vezes estativos) este
significado é classificado como “factitivo”, e com verbos transitivos Qal (geralmente fientivos),
como “resultativos”. Por exemplo, o verbo intransitivo Qal ‫“ גָדַּ ל‬ser grande” toma-se no Piel
“fazer grande”; o transitivo Qal ‫שבַּר‬
ָ “quebrar” torna-se no Piel “fazer (ser) quebrado”.
g Stuart A. Ryder II também se dedica à percepção de Goetze nos significados dos graus D
do semítico. Seis anos depois da publicação do trabalho de Jenni, mesmo independentemente
dele, Ryder escreveu: “Goetze nos dá os meios para discernir a natureza das associações que
se desenvolveram, os meios de introduzir ordem onde antes era cena de confusão lingüística…
As diversas funções que [o grau D] assumiu [nas várias línguas semíticas do Ocidente] são
reciprocamente consistentes do ponto de vista da orientação denominativo-factitiva do grau”.
Em contraste com Jenni, que tende a forçar todas as raízes relevantes num modelo,
estipulando que o Piel transforma a noção definida pelo Qal, Ryder reconhece que nem todas
as raízes necessitam apresentar um relacionamento “correto” com os graus verbais. Variações,
argumenta ele, devem ser esperadas. Dedicando-se às perspectivas duvidosas que os graus
provocaram independentemente, e então vieram a se associar e contrastar-se um com o
outro, Ryder enfatiza uma genuína imbricação de vários graus, como também o lado
idiossincrático dos itens lexicais individuais.

h Embora no restante do capítulo sigamos Jenni muito de perto, divergiremos dele em


vários pontos, e assim fica propício oferecer o resumo de seu próprio trabalho. Ele começa
insistindo que cada um dos diversos graus do hebraico é morfologicamente unificado tanto na
forma quanto na função semântica. Cada um funciona em oposição distintiva aos outros graus
no sistema. O significado do grau Piel não é nem intensivo nem causativo (no sentido que é
praticamente equivalente em significado ao Hiphil). p 400 Antes, ele expressa a causa de um
estado. Com os verbos Qal intransitivos o Piel é factitivo: designa, sem restrição ao processo, a
causa do estado descrito por um adjetivo. O objeto experimenta esta ação como um
“acidente” (termo filosófico que significa que uma qualidade ou situação não é essencial à
pessoa ou à coisa em questão). A diferença entre um significado factitivo verdadeiro e um
significado declarativo-estimativo consiste em se o estado realizado, descrito em termos de
um adjetivo, é experimentado externamente (pelos sentidos) ou subjetivamente (na mente).
Com verbos transitivos Qal o Piel é resultativo: indica a causa do resultado da ação designada
pela raiz base, ação essa que pode ser expressa em termos de um adjetivo e sem atenção ao
processo real do evento. As espécies dos resultativos (significado metafórico, ação indireta,
resumindo ação sucessiva com objetos plurais, etc.) devem ser entendidas em contraste com a
ação real, que é apresentada pela raiz base. Verbos denominativos no Piel têm um significado
factitivo ou resultativo. Mais especificamente, o denominativo expressa-se em termos de
significados verbais produtivos, ou interativos sucessivos ou privativos, em vez de expressar-se
em termos de um evento real ou de um significado causativo.

i O Piel está associado com causalidade: o Piel causa antes um estado do que uma ação
(como faz o Hiphil, para o qual reservamos o termo causativo). Desde que o objeto de
causalidade esteja num estado de receber os efeitos de uma ação, ele está inerentemente
passivo em parte. Estes dois traços, enfatizados anteriormente (21.2.2), comportam-se bem
com a análise de Jenni e continuam o projeto básico desse erudito de descobrir a unidade
“viva” do sistema de grau.

24.2 Factitivos

a A classe de verbos com um perfil básico (Qal intransitivo) :: Piel factitivo :: (Hiphil-
causativo) inclui, de acordo com Jenni, cerca de cem verbos, que podem ser divididos em
quatro grupos:

I. Qal-Piel-Hiphil, atestados (cerca de 45exemplos: ‫גדל‬, ‫כבד‬, ‫צדק‬


verbos)

II. Qal-Piel, atestados (cerca de 25 verbos) exemplos: ‫דשן‬, ‫טהר‬, ‫ישן‬

III. Piel-Hiphil, atestados (cerca de 8exemplos: ‫מלט‬, ‫ּפלא‬


verbos)

IV. Piel, atestado (cerca de 20 verbos) exemplos: ‫חדש‬, ‫טנף‬, ‫רמה‬

Os últimos dois grupos podem ser tratados como Qal intransitivos com base na evidência
oriunda de línguas cognatas e de paradigmas semânticos. Por exemplo, o Piel do hebraico glḥ
“barbear-se” não tem correspondente Qal, mas o árabe tem o grau simples jaliḥa, “ser calvo”.

p 401 b No Piel dessa classe de verbos, o sentido básico do Qal é transformado: o Piel
indica um estado efetuado e rege um objeto. Essa classe de verbos inclui, principalmente, Qal
intransitivos (verbos que não regem um objeto direto), a maioria deles estativa; mas quase-
fientivos (22.2.3) e alguns transitivos (de um tipo historicamente diferente) estão também
incluídos (o caso de ‫ למד‬é discutido abaixo). Os verbos denotam basicamente uma condição,
seja uma condição geral (p. ex.: “ser rico”) ou uma situação realizada (p. ex.: “estar gasto”).
Nós excluímos, em contraste com Jenni, os Qal intransitivos que se referem a esforços físicos
(p. ex.: ‫נתר‬ “saltar”), projeção vocal (p. ex.: ‫צעק‬ “clamar”), e expectação (p. ex.: ‫קוה‬
“esperar”); veja 24.5 para esses.

c A diferença entre Qal, Piel e Hiphil pode ser vista em conexão com o verbo ‫למד‬. Os
gramáticos muitas vezes citam esse verbo como um exemplo de função causativa do Piel
desde que o Qal signifique “aprender” (sempre transitivo) e o Piel “ensinar (alguma coisa a
alguém)”, um emprego muito semelhante ao Hiphil de duplo acusativo. Mas ‫למד‬
originalmente era intransitivo, a julgar pela sua vogal temática a com a conjugação prefixo Qal,
e pelo etiópico, onde significa “estar acostumado”. O passo entre esse sentido intransitivo e
seu sentido transitivo no hebraico pode ser visto no aramaico, onde o verbo significa “estar
acostumado (a alguma coisa)”. O Piel hebraico constrói sobre o significado intransitivo, e desta
base o sentido pode ser extrapolado para “fazer (alguém) acostumado (a alguma coisa), isto é,
ensinar (alguma coisa a alguém)”, um significado distinto do sentido do Hiphil, como veremos.

d O Piel factitivo pode ser o resultado de uma causalidade sensorial, um resultado “real”
acessível aos sentidos físicos, ou a uma causalidade psicológica ou lingüística, uma mudança
mental ou a um ato da fala que reflita uma mudança mental.

e Um factitivo “real” refere-se a um evento objetivo, um evento que poder ser visto ou
sentido separadamente dos participantes. O verbo ‫ חלה‬é o único Qal intransitivo atestado em
todos os sete graus, e ele fornece exemplos aptos para o contraste Qal: Piel.

1a. ‫ ָח ִֶּ֫ליתִ י הַּּיֹום שְלשָה׃‬Eu adoeci (Qal) há três dias.


1Sm 30.13

1b. ‫שר־ ִחלָה יהוה בָּה׃‬


ֶ ‫( ֲא‬a doença) com que afligirá
(Piel) YHWH a terá afligido (a
terra).

Dt 29.21

A forma Qal é estativa, e a ação do Piel implica pôr o objeto (aqui, o objeto preposicional de b)
num estado descrito pelo Qal. Considere este par contrastante:

2a. ‫ ְו ָקדַּ ש הּוא ּו ְבגָדָ יו‬E ele será santo (Qal)


juntamente com suas roupas.

Êx 29.21
2b. ‫ ַּקדֶ ש־לִי כָל־בְכֹור‬Consagrai (Piel) a mim todo
primogênito.

Êx 13.2

p 402 O Qal intransitivo “ser santo” torna-se no Piel “fazer ser santo = transferir-se para um
estado de santidade = consagrar”, que toma um objeto. O próprio entendimento deste
exemplo depende de uma apreciação de “santidade” mesma como um atributo físico e de
“consagração” como resultado de diversos gestos de toque e de borrifação. Considere outro
par envolvendo um Qal intransitivo:

3a. ‫ ַּו ֲאבִי ֶֶּ֫מלְֶך ֹלא ָק ַּרב א ֶּ֑֫ ֵֶּלי ָה‬Mas


Abimeleque não se tinha
chegado (Qal) a ela (Sara).

Gn 20.4

3b. ‫ק ֵֶַּּּ֫רבְתִ י צִדְ ָקתִי‬Faço chegar (Piel) a minha


justiça,

Is 46.13

As interpretações podem ser enganosas. A forma Qal, embora possa ser interpretada por
“chegar perto, aproximar”, representa um evento estativo ingressivo; a idéia principal da
história é que Abimeleque não tinha infringido o status protegido de Sara como mulher casada
ao aproximar-se dela. Na passagem com o exemplo Piel o objeto ṣdqty admite o estado de
“estar próximo”. Finalmente, compare esses verbos que são fientivos no Qal com seus
complementos no Piel.

4a. ‫שבּו‬
ֵּ ֶּ֫ ֵּ ‫עַּל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ י‬E
sobre a terra se sentarão
(Qal).

Ez 26.16

4b. ‫ ְויִשְבּו טִירֹותֵּ יהֶם‬Eles estabelecerão (Piel) em ti


os seus acampamentos. Ez 25.4

5. ‫ ְב ֶֶּ֫ט ֶרם תָ בֹוא ֲא ֵּלהֶן ַּה ְמי ַּ ֶֶּ֫לדֶת‬Antes que a parteira (lit. aquela
‫ ְוי ָ ֶָּ֫לדּו׃‬que ajuda o nascimento) venha
(Piel) a elas, já têm dado à luz
os filhos (Qal).

Êx 1.19

f Um factitivo “psicológico/lingüístico” refere-se a um evento subjetivo. O aspecto saliente


desse evento está aberto à discussão. Jenni refere-se a tais verbos como declarativo-
estimativos, pelo que ele quer dizer que o estado descrito é alcançado por uma declaração
(isto é, “declarar alguém estar num estado”) ou como resultado de uma estimativa (isto é,
“estimar alguém como estando num estado”). Dilbert Hillers prefere designar os assim
chamados verbos declarativos de “verbos delocutivos”. Ele observa corretamente que com
alguns desses verbos o uso do Piel está baseado em uma locução em lugar de um uso adjetival
ou mesmo verbal. O verbo ‫קלל‬, por exemplo, no Qal significa “ser leve, ligeiro, insignificante”.

6a. ‫ּובֹז ַּי י ֵּ ֶָּ֫קלּו׃‬Os


que me desprezam são
insignificantes.

1Sm 2.30

p 403 O uso do Piel muitas vezes é interpretado como “amaldiçoar”, mas mais estritamente
significa “declarar ser insignificante”.

6b. ‫שמ ִ ְ֑עי כִי‬


ִ ‫הֲתֶַּּ֫ חַּת ז ֹאת ֹלא יּו ַּמת‬Não se dá o caso que Simei
‫ ִקלֵּל ֶאת־ ְמשִי ַּח יהוה׃‬deveria morrer por isto: que ele
declarou ser o ungido de YHWH
insignificante?

2Sm 19.22

A ofensa em consideração não é amaldiçoar ou mesmo pensar abjetamente de alguém; é


publicamente declará-lo sem importância. O crime de Simei, a saber, é sedição (caracterizando
lesa majestade), não sujeira. Um exemplo claro de Piel delocutivo é ‫ִאשֵּר‬ “declarar
abençoado”; ele não pode estar baseado na noção verbal de ‫“ אשר‬marchar”, mas deve ser
derivado da locução ‫אש ְֵּרי‬
ַּ “abençoados”. No nível lexical, se o verbo simples é atestado, pode
ocorrer numa locução. Uma vez que o uso delocutivo do Piel está baseado numa declaração,
pode ser agrupado com os denominativos (24.4g); por causa da base experimental, que é
física, pode ser agrupado com os factitivos “reais”. Na verdade, contudo, a declaração
depende de uma avaliação subjetiva precedente, e alguns Piels são simplesmente estimativos;
não devemos insistir muito fortemente sobre a diferença entre os “delocutivos” de Hiller e o
“declarativos” de Jenni.
g A relação entre o factitivo “real” e o Piel delocutivo-estimativo pode ser vista nesses
exemplos:

7a. ‫וַּּי ֹאמֶר יהוה אֶל־י ְהֹושֻע הַּּיֹום‬YHWH disse a Josué: “Hoje
‫ ַּהז ֶה ָאחֵּל גַּדֶ לְָך ְבעֵּינֵּי כָל־‬começarei a engrandecer-te
(Piel) perante os olhos de todo
‫ש ָר ֵּ ֑אל‬
ְ ִ ‫י‬o Israel”.

Js 3.7

7b. ‫גַּדְ לּו לַּיהוה ִא ִ ֑תי‬Engrandecei


(ou: Declara
YHWH
que YHWH é grande) (Piel)
comigo.

Sl 34.4

O primeiro exemplo é um factitivo “real” porque Israel experimentará fisicamente o


engrandecimento de Josué por parte de YHWH; no segundo caso a ação é uma declaração,
especificamente pronunciada e baseada num julgamento subjetivo precedente. Julgamentos
sobre o status de um factitivo “psicológico-lingüístico” são difíceis, a menos que o ato da fala
seja claramente documentado, como nas leis sacerdotais.

8. ‫ ְו ִטהַּר א ֹתֹו‬Ele(o sacerdote) o declarará


(ritualmente) por limpo.

Lv 13.34

Em alguns casos o verbo se refere primeiramente à aproximação refletida nos atos da fala.

p 404 9a. ‫עַּל־צַּדְ קֹו נַּפְשֹו ֵּמאֱֹלהִים׃‬porque ele reputava a si mesmo


mais justo (Piel) do que Deus.

Jó 32.2

9b. ‫ש ָר ֵּ ֑אל‬
ְ ִ ‫שבָה י‬
ֻ ‫צִדְ קָה נַּ ְפשָּה ְמ‬A rebelde Israel justificou (Piel)
‫מִבֹגֵּדָ ה י ְהּודָ ה׃‬mais a sua alma mais do que a
aleivosa Judá.

Jr 3.11
9c. ‫וַּתְ צַּדְ קִי אֶת־ ֲאחֹותֶַּּ֫ י ְִך ְבכָל־‬E tu fizestetuas irmãs

‫תֹועֲבֹותֶַּּ֫ י ְִך ֲאשֶר ָעשִית׃‬parecerem mais justas (ou:


declaraste) (Piel) por meio de
todas as abominações que
cometeste.

Ez 16.51 Qere

h Dado que o factitivo está associado com o estado adjetival, o uso comparativo não é
surpreendente. Os exemplos dados acima de ṣdq são todos comparativos, o objeto de
comparação é regido por mn (## 9a–b) ou não-expresso (# 9c). Tal uso comparativo encontra-
se em exemplos estimativos simples.

10. ‫וַּתְ ַּכבֵּד ֶאת־ ָב ֶֶּ֫ניָך ִמ ֶֶּ֫מנִי‬Tu honrastes mais a teus filhos
do que a mim.

1Sm 2.29

O comparativo pode envolver um factitivo “real”.

11. ‫וִיגַּדֵּ ל ֶאת־ ִכסְאֹו ִמ ִכסֵּא ֲאדֹנִי‬E faça que seu trono seja maior
‫ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך דָ וִד׃‬do que o trono de meu senhor,
o rei Davi.

1Rs 1.37

12. ‫ֱֹלהים‬
֑ ִ ‫וַּתְ ַּחס ְֵֶּּ֫רהּו ְמעַּט ֵּמא‬Contudo,a fizeste (a
humanidade) faltar [somente]
pouco para seres divinos.

Sl 8.6

24.3 Resultativos

a A maioria dos verbos Piel apresenta um perfil resultativo, ou mais estritamente (Qal
transitivo) :: Piel resultativo :: (Hiphil causativo). De acordo com Jenni, cerca de 180 verbos são
atestados em Qal: Piel (:: Hiphil), e 135 em Piel (:: Hiphil). A categoria de Qal transitivos de
Jenni é grandemente formada de fientivos, e de fato poderia melhor ser assim chamada,
porque Jenni estende a classe de transitivos para incluir verbos que “nocionalmente” recebem
um objeto “imaginado”, por exemplo, hlk “ir, isto é, fazer uma viagem”, e ṣʿq “clamar, isto é,
falar com grito”. Este dispositivo parece pedir uma conclusão. p 405 Os aproximadamente 40
verbos Qal intransitivos fientivos são mais bem tratados separadamente (24.5).

b Os graus Piel dos verbos transitivos Qal assinalam o motivo de um estado


correspondente ao significado verbal do grau Qal, um estado que pode ser descrito em termos
de uma construção adjetival. Na maioria dos exemplos, isto envolve a transformação do verbo
em uma forma que corresponde ao particípio passado do inglês, por exemplo, ‫שבר‬ Qal
“quebrar”, torna-se Piel “tornar quebrado” e ‫זרה‬ Qal “espalhar” torna-se Piel “fazer
espalhado”. Jenni chama a este emprego do Piel de resultativo. Ryder prefere o termo
“transformativo” para o Piel tanto para os verbos estativos quanto para os transitivos.

c A distinção entre Qal e Piel para verbos transitivos fientivos pode ser reconhecida apenas
em inglês; o “significado” de “fazer quebrado” é um “circunlóquio prolixo” para o mais simples
“quebrar”. Esta semelhança reflete-se em alguns modelos de ocorrência, por exemplo, o uso
do Qal e Piel em linhas vizinhas de verso sem nenhuma diferença notável de significado. A
distinção, raciocina Jenni, deve ter sido importante no hebraico porque os dois graus são
distintos. Mais razoavelmente, Ryder reconhece que

a distinção entre “fazer alguma coisa” e “ter feito alguma coisa” não é bem
definida… Onde a diferença de significado entre [o Qal] e [o Piel] é quase
imperceptível, a escolha entre eles pode ser determinada pela classificação
léxica …ou [pode ser] uma questão de eficiência estilística por parte de um
escritor individual.

Esta perspectiva é notavelmente apta para as raízes que mostram formas mistas (24.6),
aquelas que ocorrem regularmente no Piel e só raramente no Qal (e por conseguinte como
particípios ou infinitivos), e aquelas que são tão raras no Piel como para sugerir que elas
possam ser formações ad hoc.

d A distinção Qal: Piel poder ser vista com alguns verbos ingleses através do uso de
partículas (preposições). Por exemplo, o inglês põe em contraste “break” (= “quebrar”) e
“break up” (= “fazer cessar”), “cut” (= “cortar”) e “cut off” (= “decepar”) ou “cut down” (=
“diminuir”), “run” (= correr”) e “run away” (= “fugir”), “fall (= “cair”) e “fall down” (= “decair”),
“walk” (= “passear”) e “walk out” (= “fazer greve”), “bore” (= furar”) e “bore through” (= “furar
de parte a parte”), etc. Em cada caso a forma simples significa a própria ação e a forma com a
partícula (preposição) denota o estado concluído. Incidentalmente, esta analogia pode ajudar
a explicar porque o Piel é tradicionalmente considerado como intensivo, devido ao estado
realizado colocado desta maneira parecer mais intensivo, embora, de fato, a maneira de
expressão não “reflita” a situação. O termo “resultativo” referese ao estado ao qual a noção
verbal do transitivo é trazida como um estado final, um resultado. A terminologia de Jenni
concorda com a de von Soden, que escreve do acádico:

Nos verbos fientivos transitivos, o grau D, às vezes, tem uma espécie de


significado resultativo (p. ex.: ṣabātum “agarrar”: ṣubbutum “conservar
agarrado”; paṭārum “descarregar”: puṭṭurum “fazer cessar”; zâzum “dividir”;
zuʾʾuzu “distribuir”; ṭarā dum “enviar”: ṭurrudum “mandar embora”).
p 406 Na concepção de Jenni, o grau Qal dos verbos fientivos significa a idéia verbal como um
ato, um acontecimento. Em contraste com o grau Piel, que tem em vista um resultado
acabado, o Qal vê a ação em sua execução, em seu trajeto, “in actu”(no ato). Jenni emprega o
termo “actualis” (“atual”). É possível, também, conceber o Qal como um grau não-marcado e o
Piel como marcado (cf. 23.1).

24.3.1 Resultativo Simples

a O contraste do Qal e do Piel resultativo simples pode ser esclarecido pelo caso de ‫שבר‬
mencionado acima ou aquele de ‫ חלק‬Qal “repartir”, Piel “fazer partilha”:

1a. ‫ש ָר ֵּ ֑אל ַּוּי ַּ ְחלְקּו‬


ְ ִ ‫כֵּן עָשּו ְבנֵּי י‬Assim fizeram os filhos de Israel
‫ ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ׃‬e repartiram (Qal) a terra.
Js 14.5

1b. ‫ ַּויְכַּלּו ֵּמ ַּחלֵּק ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ׃‬Elescompletaram a partilha


(ou: fazendo a divisão) (Piel) da
terra.

Js 19.51

A distinção é apenas discernível em nossa língua. Jenni observa que somente o Qal de ḥlq é
rejeitado, como seria de esperar da forma que se refere à ação. Compare, por exemplo, estes
casos:

1c. ‫ ֲאשֶר ֹלא־ ָחלְקּו ֶאת־נַּ ֲחל ָ ָ֑תם‬que ainda não tinham repartido
(Qal) a sua herança.

Js 18.2

1d. ‫ש ַּע ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬


ֻ ‫ ַּוי ְ ַּחלֶק־שָם י ְהֹו‬e ali Josué repartiu (Piel) a
terra.

Js 18.10

Há um caso semelhante com ‫בתר‬.

2. ‫ּיִקַּח־לֹו ֶאת־כָל־ ֵֶּּ֫אלֶה ַּויְבַּתֵּ ר‬Ele tomou todos estes (bezerra,


‫א ֹתָ ם בַּתֶָּ֫ וְֶך … ְואֶת־ ַּהצִּפ ֹר ֹלא‬cabra, carneiro) e partiu-os
‫(בָתָ ר׃‬Piel) em dois… mas a ave não
partiu (Qal)

Gn 15.10

b Um tipo de resultativo simples está associado ao movimento corporal: o Qal especifica o


movimento como um evento (aspecto processual / Aktionsart), e o Piel como num fim
(Aktionsart terminal).

3a. ‫שתָ ֵּאלָיו ַּכ ֶֶּּ֫פָך׃‬


ְ ‫אִם … ּפ ַָּר‬Se
… estendes as (Qal) mãos
para ele…

Jó 11.13

3b. ‫ ְכצֵּאתִ י ֶאת־ ָהעִיר ֶאפְר ֹש ֶאת־‬Quando eu sair da cidade,


‫ ַּכּפַּי אֶל־יהוה‬estenderei as mãos a YHWH.
Êx 9.29

p 407 3c. ‫שכֶם ַּכּפֵּיכֶם ַא ְעלִים עֵּינַּי‬


ְ ‫ּו ְבפ ִָר‬Quando estendeis (Piel) as

‫ ִמכֶם‬vossas mãos (em oração),


esconderei meu rosto de vós
(isto é, por causa das mãos
estendidas).

Is 1.15

3d. ‫שתִ י י ָדַּ י כָל־הַּּיֹום אֶל־עַּם‬ְ ‫ּפ ֵֶַּּּ֫ר‬Todo dia estendi (Piel) as mãos
֑ ֵּ a um povo rebelde.
‫סֹורר‬
Is 65.2

O contraste encontra-se com outros verbos estender ou estirar; os dois ‫ ּפשק‬e ‫ שטח‬são
raros.

4. ‫שפָתָ יו ְמחִתָ ה־לֹו׃‬


ְ ‫ּפֹשֵּק‬o que muito abre (Qal) seus
lábios tem perturbação.

Pv 13.3
5. ‫ש ֶַּּ֫טחְתִ י ֵּא ֶֶּ֫ליָך ַּכּפָי׃‬
ִ Eu tenho estendido (Piel) para ti
as minhas mãos.

Sl 88.10

24.3.2 Resultativo Irreal

a Alguns verbos usam um contraste Qal: Piel que é mais bem resumido pelos termos realis:
irrealis. Se o Piel descreve uma versão irreal da ação do Qal, o Piel pode ser metafórico ou
pode significar ação indireta. Deste modo, se “Ele construiu uma ponte” fosse Qal, então “Ele
construiu uma ponte entre antigos inimigos” seria metafórico, e “Ele construiu milhares de
pontes” seria indireto (desde que outros é que de fato construíram as pontes). Consideremos
primeiramente o uso metafórico e depois o indireto.

b Foi Gotthelf Bergsträsser quem observou que os graus Qal e Piel às vezes se distinguem
em que o primeiro tem um sentido real ou literal e o último um sentido metafórico: “Uma das
duas formas é usada no sentido mais essencial, e a outra no sentido mais metafórico”. Jenni
pensa que o Qal focaliza sobre próprio evento que se encaixa no sentido natural, enquanto
que o Piel concentra-se no estado final que se comporta melhor com o sentido metafórico. O
argumento é interessante, mas não convincente. Aqui estão alguns exemplos:

1a. ‫ ַּו ִֶּּ֫יז ֶר עַּל־ ְּפנֵּי ַּה ֶַּּ֫מי ִם‬E


o espargiu (Qal) (o bezerro
moído) sobre as águas.

Êx 32.20

1b. ‫שעִים ֶֶּ֫מלְֶך ח ָָכ֑ם‬


ָ ‫ ְמז ֶָרה ְר‬O rei sábio dissipa (Piel)
(literalmente: fá-los
espalhados) os ímpios.

Pv 20.26

p 408 1c. ‫ש ִלשִית ִתז ְֶרה לָרּו ַּח‬


ְ ‫ ְו ַּה‬A terça parte (dos cabelos)
espalharás (Qal) aos ventos.

Ez 5.2

1d. ‫שלִישִית ְלכָל־רּו ַּח ֱאז ֶָרה‬


ְ ‫ ְו ַּה‬A terça parte (do povo)
espalharei (Piel) a todos os
ventos.

Ez 5.12

c De maneira semelhante, o Qal com seu significado concreto real pode ser incluído com
sujeitos materiais, enquanto o Piel metafórico, que recebe só o estado final em vista, pode ser
incluído com Deus:

2a. ‫וַּתִ דְ ֶֶּ֫לנָה‬E elas (as filhas de Midiã)


tiraram (Qal) (água).

Êx 2.16

2b. ‫ִיתנִי‬
ָ ֶּ֑֫ ‫כִי דִ ל‬Porque tu (YHWH) me tiraste
(Piel) (de águas caóticas)

Sl 30.2

Com respeito ao uso do Piel com tais antropomorfismos, Jenni comenta: “O Piel tem êxito em
conduzir os resultados de volta a YHWH sem ter de descrever mais exatamente o curso dos
acontecimentos. Naturalmente, uma norma mais estrita não pode ser derivada disso”.

d Sob o título de ação direta-indireta, como reconhece Jenni, a diferença não é o tipo de
ação tanto quanto a maneira pela qual o sujeito se relaciona com a ação. No Qal, argumenta
ele, o sujeito está diretamente envolvido com a ação, enquanto que no Piel o sujeito está
envolvido só indiretamente na motivação da ação. Nesta ação o sujeito efetua o estado
resultante através de uma pessoa ou instrumento que pode ser denominado ou somente
implicado. Aqui estão alguns exemplos:

3a. ‫שב ֵָּרְך‬


ְ ‫רּו ַּח ַּה ָקדִ ים‬o vento oriental te quebrantou
(Qal).

Ez 27.26

3b. ‫שבֵּר ֳאנִּיֹות‬


ַּ ְ‫בְרּו ַּח ָק ִ ֑דים ת‬Tu quebras (Piel) as naus de
‫תַּ ְרשִיש‬Társis com um vento oriental.
Sl 48.8
4a. ‫עַּל־ ִב ְקעָם הָרֹות‬porque (os amonitas) fenderam
(Qal) as grávidas

Am 1.13

4b. ‫ ְוהָר ֹתֵּ יהֶם תְ ַּב ֵּקעַּ׃‬E tu (Hazael) fenderás (Piel) as


grávidas.

2Rs 8.12

p 409 Acerca da diferença entre # 4a e # 4b Jenni comenta:

Em conexão com a queixa de Amós, os próprios Amonitas são chamados de


atores; o verbo, portanto, fica no Qal. Por outro lado, Hazael cumpre as
atrocidades preditas não com suas próprias mãos, mas indiretamente através
de seus soldados; portanto, o verbo resultativo no Piel.

24.3.3 Outros

a Tradicionalmente, os usos do Qal e Piel (a) para transmitir ação a um objeto (Qal) versus
objetos numerosos (Piel) ou (b) para um movimento singular / simples (Qal) versus
movimentos sucessivos (Piel) (c) para que atividades ocasionais (Qal) versus atividades
profissionais (Piel) eram vistos como variações especiais da noção intensiva do Piel. Jenni
opõe-se antes a que esses modelos de plural estejam em harmonia com sua tese de que a
diferença do Qal: Piel para fientivos seja devida à oposição de actualis e resultativo. Ele
argumenta que com um objeto único ou com um movimento único, por exemplo, o evento é
representado in actu, enquanto que no caso de muitos objetos ou de muitos movimentos uma
série de eventos sucessivos pode ser representada apenas como um resultado alcançado.

b Apresentamos os argumentos de Jenni, mas confessamos que não os achamos


convincentes, porque uma pluralidade de ações, parece-nos, pode ser representada in actu.
Pode ser digno de observação, novamente, que verbos no Piel desses tipos são semelhantes
aos verbos ingleses que incluem uma partícula (preposição). Por exemplo: compare “he cut the
loaf” [“ele cortou o pão”] (um ato único) e “he cut up the loaf” [“ele cortou o pão em
pedaços”] (uma multiplicidade de atos resultando em vários pedaços). Compare novamente:
“he broke the stick” [“ele quebrou o bastão”] e “he broke up the stick” [“ele quebrou o bastão
em pedaços”]. Esses dois exemplos oferecem um contraste, comparável ao contraste Qal: Piel.
Este uso do Piel pode representar uma extensão análoga dos verbos freqüentativos, desde os
verbos intransitivos (relativamente poucos) até os verbos transitivos (veja 24.5). Em qualquer
caso, embora os eruditos difiram em suas análises e explicações, eles concordam que para
algumas raízes o Piel seja usado em conexão com objetos múltiplos ou ações múltiplas.
c O Piel de objetos múltiplos pode ser exemplificado com os verbos ‫( נשְך‬duas vezes no
Piel) e ‫( נשק‬cinco vezes no Piel). Para o primeiro, consideremos estes casos:

1a. … ‫יְהִי־דָ ן נָחָש ֲעלֵּי־דֶ ֶרְך‬Dã é uma serpente junto ao


‫הַּנשְֵּך ִע ְקבֵּי־סּוס ַּוּי ִּפ ֹל רֹכְבֹו‬caminho… que morde (Qal) os
calcanhares do cavalo, e faz cair
‫ָאחֹור׃‬o seu cavalheiro por detrás.

Gn 49.17

1b. ‫ש ֵּל ַּח ָבכֶם נְ ָחשִים‬


ַּ ‫ ִהנְנִי ְמ‬Eis queenviarei serpentes

‫ ִצפְעֹנִים … ְונִשְכּו ֶאתְ כֶם‬venenosas entre vós… e vos


morderão (Piel).

Jr 8.17

p 410 Aqui o Qal descreve um incidente único, com um objeto (plural) em vista, enquanto que
o Piel se refere a uma pluralidade de incidentes e objetos. Não faz sentido dizer que morder no
Piel seja mais intenso. Aqui estão dois casos de ‫נשק‬:

2a. ‫ש ְקָך‬
ָ ‫ ֶא‬beijar-te-ia (Qal)
Ct 8.1

2b. ‫שתֶַּּ֫ נִי ְלנַּשֵּק ְל ָבנַּי‬


ְ ‫וְֹלא נְ ַּט‬Tu (Jacó) não me permitiste
‫( ְו ִלבְנ ָ ֹ֑תי‬Labão) beijar (Piel) meus filhos
e minhas filhas.

Gn 31.28.

Jenni argumenta corretamente que a diferença nos graus aqui não pode ser devida a qualquer
diferença na intensidade (ou passional ou profusamente) do beijar!

24.4 Denominativos

a Visto que o Piel é grau mais comumente usado para formar denominativos no hebraico,
é apropriado que consideremos aquela classe mais amplamente do que consideramos em
conexão com os denominativos Qal (22.5) e Niphal (23.5). Por “denominativos” queremos
dizer aqueles verbos que não pertencem a uma raiz verbal original, sejam transitivos ou
intransitivos, mas a outra categoria gramatical, especialmente um substantivo, adjetivo, ou
numeral; nas línguas vivas, esta relação é reconhecida pelos falantes da língua. Partindo dessa
definição, parece verificável se um verbo é ou não é denominativo em solos lingüísticos
descritivos, semânticos e históricos: a forma nominal é derivada dela primariamente e a verbal
secundariamente. Na prática esta decisão não é feita facilmente. Numa língua viva os verbos
estão sendo desenvolvidos constantemente a partir de substantivos (cf. no Inglês: “He wolfed
his food” [“Ele devorou sua comida”]) e vice-versa (cf. no Inglês: “The players went on strike”
[“Os jogadores entraram em greve”]), deste modo os dicionaristas e os gramáticos, às vezes,
estão incertos se a forma primária é nominal ou verbal. Ainda, além disso, eles estão incertos
qual é primária por causa de os denominativos assumirem todas as espécies de significados;
por exemplo: denominativos do substantivo “raiz” do inglês incluem as noções encontradas
em “Os preconceitos dos pais geralmente deixam raízes em seus filhos”, “Nós estávamos
radicados no lugar de surpresa”, “Boas maneiras estavam radicadas nele como uma segunda
natureza”, e “O novo procurador distrital erradicou o elemento criminoso da cidade”. Esta
espécie de polissemia no hebraico, às vezes, torna difícil distinguir os denominativos de verbos
primários. Para nossos propósitos devemos estar satisfeitos em explicar e exemplificar o uso
denominativo do grau Piel com aqueles verbos que são vistos como tais pelo consenso erudito
recente. Jenni argumenta que o resul p 411 tado histórico não é crucial do ponto de vista
descritivo, porque o Piel mostra a mesma função essencial com verbos denominativos como
mostra com outras raízes. Ryder, ao contrário, crê que a força transformadora do Piel está
faltando nas raízes nominais.

b Embora o grau Piel expresse a noção essencial de ocasionar o estado adjetivalmente


declarado correspondente à raiz da base, o significado denominativo pode ser configurado de
muitas maneiras, dependendo da raiz em questão. Por exemplo: ‫“ כֹהֵּן‬sacerdote” torna-se
‫ כהן‬Piel “servir como sacerdote” (intransitivo) mas ‫“ יָבָם‬irmão de levirato” torna-se ‫ יבם‬Piel
“cumprir para com alguém o dever do irmão de levirato” (transitivo). Jenni questiona a
exagerada ênfase dessa diversidade: “Os variados tipos de relações entre o significado verbal
denominativo e o substantivo em questão geralmente têm apenas uma relação indireta com a
função do grau Piel como tal”. A tese de Jenni é sustentada pelo fato de que o grau Piel não é o
único grau em que os denominativos são formados. São encontrados denominativos no Qal (p.
ex.: ‫ ברְך‬Qal “ajoelhar” de ‫“ ב ְִר ֶַּּ֫כי ִם‬joelhos”, ‫“ חמר‬pichar” de ‫חמָר‬
ֵּ “asfalto”, ‫“ שבר‬comprar
(grão)” de ‫שבֶר‬
ֶ ֶּ֫ “grão”); no Niphal (p. ex.: ‫ אחז‬Niphal “ser instalado (numa possessão)” de
‫“ ֲא ֻחזָה‬possessão”, ‫ שבע‬Niphal “jurar” de ‫שבַּע‬ ֶ ֶּ֫ “sete”); e no Hiphil (p. ex.: ‫ ימן‬Hiphil “virar-
se para a direita” de ‫“ יָמִין‬mão direita”, ‫ אזן‬Hiphil “ouvir” de ‫“ ֶּ֫א ֹז ֶן‬ouvido”).

c É o Piel que é usado em conexão com muitos verbos denominativos. Certamente o grau
Piel, que expressa o efeito de um estado adjetival, é o mais adaptado para transformar
adjetivos em verbos. Jenni defende sua abrangente tese justapondo verbos denominativos
que ocorrem tanto no grau Qal como no Piel um frente ao outro; ele estende o significado
compilado destas justaposições, plausivelmente, a todos os denominativos Piel que carecem
de um complemento Qal.

d É necessário contar com o fato de que em alguns exemplos onde ocorrem


denominativos em mais de um grau, a diferença entre eles não deve ser mais do que aparente;
os denominativos em um grau ou outro, ao contrário, devem ter sido formados em uma
extensão de período de tempo durante o qual a raiz relevante exibiu uma variedade de
significados. Este é o caso, por exemplo, de ‫ חטא‬Qal “errar o alvo; pecar”, Hiphil “fazer
pecar”, e Piel “reconhecer alguma coisa como falta” (estimativo, Gn 31.39), “descontaminar,
remover impureza de” (privativo), e “apresentar como oferta pelo pecado” (produtivo). A raiz
‫עצם‬ oferece ainda um outro exemplo de denominativos com diversos significados
relacionados com variedade nas palavras bases: ‫ עצם‬tem um significado adjetival “forte” (cf.
‫“ עָצּום‬poderoso”) e se torna no Qal “ser forte, poderoso”, e um significado nominal “osso”
(‫ ) ֶֶּ֫עצֶם‬que se transforma no Piel “roer ossos” (privativo).

e O denominativo Piel pode ser analisado dentro de diversos tipos básicos. Pode ser
resultativo com a noção de produzir grande quantidade designada pelo substantivo ou tirando
dele. Chamamos o primeiro de “Piel produtivo” e o último de “Piel privativo”. Muito verbos
Piel denominativos conotam a noção de produzir alguma coisa (cf. o inglês “to wall [in]
“emparedar”). Com relação a este uso Jenni explica: “Esta produtividade,

p 412 como se pode chamá-la, designa o produzir da coisa a partir da designação de que
os verbos são derivados, não como um evento real mas como um evento resultativo, uma
conseqüência dele”. Este pequeno grupo de verbos inclui os seguintes:

1. ‫בְכ ֹר‬primogênito ‫י ְ ַּבכֵּר‬eproduzirá novos


frutos.

Ez 47.12

2. ?‫דבר‬descendente ‫י ְדַּ בֵּר‬ele


deixará muitos
descendentes
atrás,

Pv 21.28

3. ‫ ֲחטָָאה‬oferta pelo ‫ ַּה ְמ ַּחטֵּא‬oque apresenta


pecado. uma oferta pelo
pecado.

Lv 6.19

4. ‫ ְל ִבבָה‬bolo (em forma de ‫וְתְ ַּלבֵּב‬E ela assou bolos.


coração)
2Sm 13.6,8
5. ‫ ָענָן‬nuvem ‫ ְב ַּענְנִי ָענָן‬quando eu formo
nuvens

Gn 9.14

6. ‫ ָעפָר‬pó ‫ ְר ִעּפַּר ֶב ָעפָר‬ele atirava sujeira.


2 Sm 16.13

f Em contraste com a nuança produtiva, o Piel denominativo pode, também, denotar a


tomada da parte principal designada pelo substantivo (cf. no inglês: “to skin [esfolar], to
behead [decapitar], to root out [desarraigar], to uproot [extirpar], to bone [desossar]”, etc.).
Com relação a esse uso explica Jenni: “Aqui o Piel está muito compreensível se um resultado
permanente for criado pela tomada da parte principal designada. Também aqui está um
assunto, contudo, não de uma função privativa especial, mas do significado factitivo-
resultativo geral do Piel”. Entre os muitos verbos Piel privativos estão estes:

7. ‫דֶֶּ֫ שֶן‬pingos gordos ‫לְדַּ שְנֹו‬clarear/limpar (o


altar) da gordura

Êx 27.3

8. ‫זָנָב‬cauda ‫ ַּויְזַּנֵּב‬ete derribou na


retaguarda.

Dt 25.18; cf. Js
10.18

9. ‫ ֵּחטְא‬pecado ‫ ְו ִחטְאֹו‬ele (o limpo) o


descontaminará (o
imudo).

Nm 19.19

10. ‫ ֵּלבָב‬coração ‫ ִל ַּבבְתִֶּ֫ נִי‬tu (feminino)


tiraste-me o
coração.
Ct 4.9

p 413 11. ‫ ָסעִיף‬ramo ‫ ְמ ָסעֵּף‬desbastará os


ramos

Is 10.33

12. ‫ ֶֶּ֫עצֶם‬osso ‫ ִעצְמֹו‬ele quebrará os


ossos dele.

Jr 50.17

13. ‫ ֶּ֫ש ֹ ֶרש‬raiz ‫ ְוש ֵֶּרשְָך‬ele te desarraigará.


Sl 52.5

g Com outras raízes nominais, o denominativo Piel denota realizar um estado pela ação
sobre um objeto ou qualidade que já existe (## 14–16). Um denominativo vindo de um
adjetivo descreve o resultado de um processo, usualmente o processo da vinda para estar no
estado denotado pelo adjetivo; deste modo há denominativos de ‫“ ִעּוֶר‬cego (ou: com um só
olho?)” (# 17), ‫ָמהִיר‬ “habilidoso, destro” (# 18) e ‫י ָדּו ַּע‬ “perito” (# 19). Uma formação
semelhante vem da preposição ‫“ ֶֶּ֫קדֶ ם‬em frente de” (# 20). De um substantivo agentivo um
denotativo significa “agir como” (## 21–22). Com outros substantivos o Piel pode ser
delocutivo (# 23) ou estimativo (# 24).

14. ‫וְֹלא־יַּהֵּל [ > י ָאהֵּל] שָם ע ֲָרבִי‬nem o árabe armará ali sua
tenda.

Is 13.20

15. ‫ ְונִחֵּש‬e praticava bruxaria (lit.: e


usava uma serpente).

2Rs 21.6

16. ‫כִי־י ְ ַּחנֵּן קֹולֹו‬Embora ele faça sua voz (ser)


encantadora…
Pv 26.25

17. ‫הַּשֹחַּד יְעַּּור ִּפ ְקחִים‬o presente cega aqueles que


vêem

Êx 23.8

18. ‫ ַּוי ְ ַּמהֵּר ַאב ְָרהָם ה ֶָּ֫א ֹ ֱהלָה‬EAbraão apressou-se (lit.: fez
[ir] rápido) ir à tenda

Gn 18.6

19. ‫שחַּר מְק ֹמֹו׃‬


ַּ ֶּ֫ ‫י ִדַּ עְתָ ַּה‬Já mostraste à alva seu lugar?
Jó 38.12

20. ‫ֹלא־ ִקדְ מּו ֶאתְ כֶם‬Eles não vieram te encontrar


(lit.: fazer uma situação ser
contra ti).

Dt 23.5

21. ‫ ְו ִכהֵּן לִי׃‬Ele me servirá como sacerdote


Êx 40.13

22. ‫ ְויַּבֵּם א ָ ֹ֑תּה‬Cumpre teu dever para com ela


como cunhado.

Gn 38.8

23. ‫ְַארּוהּו׃‬
ֶּ֫ ‫כָל־גֹוי ִם י‬todas as nações lhe chamarão
bem-aventurado.

Sl 72.17
p 414 24. ‫וְתַּ עֵּב ְתתַּ ֲע ֶֶּ֫בנּו‬de
todo a detestarás (lit.: com
relação a uma abominação).

Dt 7.26

h Nos denominativos numerais, o Piel parece pertencer aos números fracionários e os


verbos se comportam como verbos de dividir ou partilhar, ‫ חמש‬Piel “tomar o quinto (como
imposto)” (Gn 41.34), ‫ שש‬Piel “dividir em seis partes” (talvez em Ez 45.13), ‫ שלש‬Piel “dividir
em três partes” (Dt 19.3). O último desses pode também ter o sentido de “fazer pela terceira
vez” (1Rs 18.34; cf. 1Sm 20.19).

i Para ilustrar o aspecto freqüentativo do Piel em oposição ao Qal, o caso de ‫ עשר‬é útil:
25a. ‫ ְוז ְַּרעֵּיכֶם ְוכ ְַּרמֵּיכֶם יַּעְש ֑ ֹר‬E as vossas sementes, e as
vossas vinhas dizimará (Qal).

1Sm 8.15; cf. v 17

25.b ‫וְכ ֹל ֲאשֶר תִ תֶ ן־לִי ַּעשֵּר‬E de tudo que me deres,


‫ ֲא ַּעש ְֶֶּ֫רנּו לְָך׃‬certamente te darei o dízimo
(Piel).

Gn 28.22

A diferença aqui entre os graus Qal e Piel não envolve o contraste “de receber o dízimo” (Qal)
e “dar o dízimo” (Piel), porque essa distinção não pode ser sustentada com consistência. O Piel
também pode significar “receber o dízimo:”

25c. ‫ ְוהֵּם ַּה ְל ִוּי ִם ַּה ְמ ַּעש ְִרים בְכ ֹל‬Os Levitas são aqueles que
‫ע ֵָּרי עֲב ֹדָ תֵֶּּ֫ נּו׃‬arrecadam (Piel) os dízimos em
todas as cidades onde
trabalhamos.

Ne 10.38

Jenni explica a diferença entre o Qal e Piel como a diferença entre um ato único (Qal) e atos
múltiplos (Piel), isto é, actualis versus resultativo. Neste caso, tal opinião parece duvidosa.

24.5 Freqüentativos
a Há um grupo de verbos que no Qal são intransitivos e denotam movimento ou esforço
físico, projeção de voz, ou expectativa; o Piel desses denota um aspecto freqüentativo, ou
iterativo com o passar do tempo, ou plural através do espaço. Ryder encontra cerca de
quarenta dessas raízes. Visto que os gramáticos antigos construíram erradamente sua teoria
do significado intensivo dos graus grandemente sobre a base estreita deste grupo
relativamente pequeno, Jenni se opõe minimizando o significado iterativo. Ele tenta explicar
esses verbos em termos do Piel resultativo, ou como um resultativo plural p 415 (o Piel reflete
uma multiplicidade de ações ou objetos; o Qal correspondente designa uma ação única ou
objeto único) ou como um resultativo definido (o Qal designa uma atividade sem nenhuma
conseqüência ou produto). Jenni falha, contudo, em tomar cuidados adequados com certos
fatos: estes verbos são intransitivos no Qal e tendem a não exigir um objeto no Piel. Por causa
de suas características lexicais distintivas e sintáticas, preferimos interpretá-los com Goeltze e
Ryder como denotando o aspecto freqüentativo do Piel. Se supusermos que o Qal é uma
forma não-marcada e que o Piel é uma forma marcada, então podemos dizer o Qal significa
algo mais do que o freqüentativo.

b Um grupo maior desses verbos inclui verbos de movimento ou de esforço físico (## 1–2).

1a. ‫שנֵּיהֶם יַּחְדָ ו׃‬


ְ ‫ ַּוּי ֵּלְכּו‬E os dois foram (Qal) juntos.
Gn 22.6

1b. ‫ ִהלְכּו ְבלִי לְבּ֑וש‬Fazem com que (os pobres


defraudados) vão (Qal) sem
roupas.

Jó 24.10

2a. ‫כָל־הַּדֹולֵּג עַּל־ ַּה ִמפְתָן‬Todos aqueles que saltam (Qal)


sobre o umbral.

Sf 1.9

2b. ‫ ִהנֵּה־ז ֶה ָ ֑בא ְמדַּ לֵּג עַּל־ ֶהה ִָרים‬Eis


que vem saltando (Piel)
sobre os montes.

Ct 2.8

Alguns verbos de expressão vocal também apresentam esse perfil:

3a. ‫הֵּן ֶא ְצעַּק ָחמָס‬Embora eu clame: (Qal)


Violência!

Jó 19.7

3b. ‫וְהּוא ְמ ַּצעֵּק ָאבִי ָאבִי ֶֶּ֫רכֶב‬E eleestava clamando: (Piel)


‫“יִש ְָראֵּל ּופ ָָרשָיו‬Meupai, meu pai! Os carros
de Israel e seus cavaleiros!”

2Rs 2.12

Com verbos que significam esperar ou ter expectativa o Qal expressa qualquer tipo de ação
diferente da freqüentativa indicada pelo Piel. Jenni explica ## 4a–b como envolvendo um
contraste de espera geral, sem um objetivo (Qal) versus a condução da ação em direção a um
objetivo definido (Piel); eles podem ser mais bem explicados como ação freqüentativa versus
não-freqüentativa. Os dois graus são encontrados no # 5:

4a. ‫וְקֹוי ֵּ יהוה‬Aqueles que esperam (Qal) em


YHWH

Is 40.31

4b. ‫ ַּויְקַּו ַּלעֲשֹות ֲענָבִים‬Ele esperou que produzisse


(Piel) uvas.

Is 5.2

p 416 5. ‫ ְו ָלכֵּן י ְ ַּחכֶה יהוה ַּל ֲחנַּנְכֶם ְו ָלכֵּן‬Por isso YHWH esperará (Piel),
‫שּפָט‬ְ ִ‫י ָרּום ל ְַּר ֶחמ ְֶכ֑ם כִי־אֱֹלהֵּי מ‬para ter misericórdia de vós, r
por isso será exaltado para se
‫יהוה ַּאש ְֵּרי כָל־חֹוכֵּי לֹו׃‬compadecer de vós, porque
YHWH é um Deus de justiça:
bem-aventurados os que nele
esperam (Qal).

Is 30.18

c O grau Piel, especialmente no particípio, é usado com freqüência evidente para designar
atividade profissional e outras ações praticadas habitualmente. Com ‫ארב‬, o Qal significa
“emboscar”, enquanto que o Piel se refere a um “(tocaieiro profissional), atirador de tocaia”.
6a. ‫ ְועַּתָ ה קּום ֶַּּ֫ליְלָה ַּאתָ ה ְו ָהעָם‬Agora, pois, levanta-te, de
‫שר־ ִא ָ ֑תְך ֶו ֱאר ֹב ַּבשָדֶ ה׃‬ֶ ‫ ֲא‬noite, tu e o povo que tiveres
contigo, e põe emboscadas
(Qal) no campo.

Jz 9.32

6b. ‫ְָארבִים‬
ְ ‫שכֶם מ‬
ְ ‫שימּו לֹו ַּב ֲעלֵּי‬
ִ ֶּ֫ ָ ‫ ַּוּי‬Em oposição a ele os cidadãos
‫עַּל ָראשֵּי ֶהה ִָרים‬de Siquém puseram
emboscadas (Piel) no topo dos
montes.

Jz 9.25

Com relação a ‫“ נאף‬cometer adultério”, Jenni comenta: “O Qal (16 vezes) designa o caso de
adultério individual, real… No Piel (15 vezes) significou quase sempre um comportamento
costumeiro com vários parceiros diferentes”. O Qal de ‫ כתב‬significa “escre-ver”, enquanto
que no Piel descreve as ações de uma casta profissional (## 7a–b). O sentido profissional do
Piel às vezes é estendido para raízes que são transitivas no Qal (cf. ## 8a–b):

7a. ‫ ַּו ֲאנִי כ ֹתֵּ ב עַּל־ ַּה ֵֶּּ֫ספֶר בַּדְ יֹו׃‬Eu escrevo (Qal) num livro com
tinta.

Jr 36.18

7b. ‫הֹוי … ְמכַּתְ בִים ָעמָל כִתֵֶּּ֫ בּו׃‬Ai … dos escribas que escrevem
(particípio Piel) (decretos de)
um trabalho árduo.

Is 10.1

8a. ‫ ַּוּי ִתְ ּפְרּו ֲעלֵּה תְ ֵּאנָה‬e coseram (Qal) folhas de


figueira.

Gn 3.7

8b. ‫הֹוי ִל ְמתַּ ּפְרֹות ְכסָתֹות‬Ai da mulheres que cosem (Piel)


amuletos.
Ez 13.18

24.6 Formas Mistas

a O Qal e Piel podem ser confundidos de várias maneiras (24.3.1). As formas Pual que não
possuem complemento no Piel podem bem ser formas passivas Qal (22.6). Às vezes o Piel
emprega sua força factitiva a verbos não atestados no Qal, mas no Niphal.

p 417 1a. ‫ ַּכּפֵּיכֶם נְגֹאֲלּו בַּדָ ם‬Vossas mãos estão


contaminadas (Niphal) com
sangue

Is 59.3

1b. ‫ ַּבמֶה גֵַּאלְנ֑ ּוָך‬Em que te havemos profanado?


(Piel)

MI 1.7

p 418 25

Grau Pual
25.1 Forma e Significado

25.2 Factitivos

25.3 Resultantes

25.4 Denominativos

25.5 Freqüentativos e Formas Mistas

25.1 Forma e Significado

a Os graus Piel e Pual situam-se na oposição voz ativa: voz passiva; essencialmente, o
objeto de um Piel seria o sujeito de um Pual correspondente. Esta relação direta é
inteiramente distinta da relação Qal: Niphal (23.1), mas é comparável à relação Qal: Qal
passivo.

Qal : Qal passivo

Piel : Pual

Esta analogia é obscurecida pelo fato de muitas formas do Qal passivo serem designadas
no TM como Pual (22.6). Neste capítulo estamos interessados pelas formas que pertencem
propriamente ao grau Pual.

b Estas formas, como um todo, apresentam um contraste admirável em relação aos graus
estudados até aqui: o Pual é um grau fortemente participial. Ernest Jenni examina a estatística:

O Niphal mostra um elevado índice de particípios comparado ao Qal. Quase


20% de todas as formas do Niphal são particípios; os infinitivos perfazem 5%. A
situação do Pual é inteiramente diferente. Uma vez que o interesse preliminar
não é um evento que acontece ao sujeito, mas antes a condição ligada a ele, o
particípio tem uma boa perspectiva de ser usado com freqüência. No Pual o
particípio (“uma coisa ou pessoa para/na qual uma nova condição foi
alcançada”) compreende não menos do que 40% de todas as formas do Pual…
Que isto não é mera coincidência é mostrado por um exame do infinitivo como
nomen actionis. O infinitivo Pual é p 419 essencialmente uma contradição.
Seja porque o infinitivo significaria o ato de “ser colocado em uma condição” e
porque o Pual não se interessa por um ato, mas por uma condição alcançada.

Esta qualidade participial do Pual reflete sua estrutura essencialmente como um predicado de
causalidade adjetival (como o Piel) e como passivo. Essa estrutura é aparente até mesmo em
usos não participiais. O Qal intransitivo ‫ גדל‬no Pual ‫ גֻדַּ ל‬significa ‘foi feito [causalidade]: ser
grande [adjetivo]’ > ‘foi feito desenvolvido (isto é: criado)’; o Qal transitivo ‫ בקש‬no Pual ‫בקַּש‬ ֻ
significa ‘foi feito: ser procurado’ > ‘foi (feito) procurado’. A apresentação do Pual segue
essencialmente o formato do capítulo do Piel. É importante observar que os verbos
freqüentativos Piel (de movimento físico, expectativa e projeção vocal) são amplamente
escassos, coerentes com o caráter do Pual. O uso freqüente do particípio Piel para formar um
agente substantivo também é escasso.

25.2 Factitivos

a Os verbos intransitivos Qal formam Pual factitivos. Este Pual pode refletir uma
causalidade sensível e deste modo ser um factitivo “real”.

1. ‫ּו ָבשֵּל ְמ ֻבשָל ב ֶּ֑֫ ַָּמי ִם‬oucozida (carne) (adjetivo)


cozida (Pual particípio, lit.: que
foi feito para ser cozida) em
água

Êx 12.9

2. ‫גַּם־ ַּאתָ ה ֻח ֵֶּּ֫ליתָ כ ֶָּ֫מֹונּו‬Tu também adoeceste como


nós.

Is 14.10

b Uma causalidade psicológica ou lingüística está na base de um Pual estimativo ou


delocutivo:

3. ‫ ַּאתְ ֶֶּ֫א ֶרץ ֹלא ְמטֹה ָָרה‬Tu és uma terra que não foi
purificada.

Ez 22.24

4. ‫שנָה י ְ ֻקלָל׃‬
ָ ‫ ְוהַּחֹוטֶא בֶן־מֵָּאה‬mas o pecador de cem anos
será (ou considerado como)
amaldiçoado

Is 65.20

p 420 25.3 Resultantes

a Os verbos transitivos Qal estão associados aos usos resultantes do Pual. O resultante
simples pode ser ilustrado com ‫ חלק‬e outros verbos:

1. ‫וְַאדְ ָמ ְתָך ַּב ֶֶּ֫חבֶָך ַּב ֶֶּ֫חבֶל תְ ח ָֻל֑ק‬e


a tua terra será repartida a
cordel.

Am 7.17

2. ‫כִי ֹלא פ ַֹּרש מַּה־ּי ֵּ ָעשֶה לֹו׃‬porquanto ainda não estava


declarado que se devia fazer.

Nm 15.34
3. ‫שמ ִָרים ְמז ֻ ָקקִים‬
ְ vinho filtrado.
Is 25.6

4. ‫תֶַּּ֫ מְנּו ֵֶּּ֫חפֶש ְמח ָ ֻּ֑פש‬concebemos um plano perfeito.


Sl 64.7

5. ‫י ְז ֶֹרה עַּל־נָ ֶּ֫ ֵּוהּו גָפ ְִרית׃‬espalhar-se-á enxofre sobre a


sua habitação.

Jó 18.15

b O resultante irreal também é expresso com o Pual. No Pual ‫אכל‬ é sempre usado
figuradamente (# 6); o uso figurado de ‫ בלע‬está concentrado no Piel e no Pual (# 7). No Piel
‫נקר‬ pode ser literal (Jz 16.21) ou metafórico (Jó 30.17); sua única ocorrência no Pual é
figurada (# 8).

6. ‫ ְו ִהנֵּה ַּה ְסנֶה בֹעֵּר ָבאֵּש ְו ַּה ְסנֶה‬eis que a sarça ardia no fogo, e
‫אֵּי ֶֶּ֫ננּו ֻאכָל׃‬a sarça não se consumia.
Êx 3.2

7. ‫ּפֶן י ְ ֻבלַּע ַּל ֶֶּ֫מלְֶך‬para


que o rei e todo o povo
que está com ele não seja
devorado. (lit.: para que não
seja devorado com referência
ao rei).

2Sm 17.16

8. ‫ ְואֵּל־ ַּמ ֶֶּ֫קבֶת בֹור נֻק ְַּרתֶ ם׃‬para a rocha donde fostes
cortados.

Is 51.1
Se a ação implícita é indireta (‘Ele construiu uma ponte’ [= ele mesmo a construiu] ~ ‘Ele
construiu uma ponte’ [ele mandou construí-la], o Pual pode ser usado.

9. ‫ ְכ ֶֶּ֫ה ֶרג ה ֲֻרגָיו ה ָֹרג׃‬Porventura


feriu-o ele como
feriu aos outros que o feriram?

Is 27.7

p 421 10. ‫ע ֹ ְללֵּיהֶם י ְֻר ֶָּ֫טשּו ְוה ִָרּיֹותָ יו‬seus filhos serão despedaçados,
‫י ְ ֻב ֶָּ֫קעּו׃‬e suas mulheres grávidas serão
abertas pelo meio.

Os 14.1

11. ‫ש ָללְֵּך ְבק ְִרבְֵּך׃‬


ְ ‫ ְו ֻחלָק‬os
teus despojos se repartirão
no meio de ti.

Zc 14.1

c O resultante plural do Qal intransitivo, na visão de Jenni, é encontrado no Pual bem


como no Piel; do mesmo modo que o Piel, o Pual de certas raízes se refere a uma pluralidade
de eventos, onde o Qal se refere a um desses eventos. No Pual esses verbos têm sujeitos
múltiplos. Em alguns casos os exemplos de Jenni são plausíveis; questionamos um outro verbo
relevante como o freqüentativo (25.5a.).

12. ‫שמָה ֻקבַּר ַאב ְָרהָם ְוש ָָרה‬ ָ ֶּ֫ Ali está sepultado Abraão e Sara
ְ ‫ ִא‬sua mulher.
‫שתֹו׃‬
Gn 25.10

13. ‫בְה ֹנֹות י ְדֵּ יהֶם ו ְַּרגְלֵּיהֶם‬com os dedos polegares das

‫ ְמ ֻק ָצצִים‬mãos e dos pés cortados.


Jz 1.7

14. ‫ש ְקמִים גֻדֶָּ֫ עּו‬


ִ cortaram-se as figueiras bravas.
Is 9.9
d O Pual, em contraste com o Piel, não é usado com muita freqüência para indicar
atividade profissional (cf. 5.3b). Mas em contrapartida, o Pual é usado extensivamente com o
vocabulário técnico de edificação e artes. A respeito desse uso do Piel Jenni observa: “Também
aqui o resultante é o ponto de partida para o significado que é transformado pela atividade
profissional, uma atividade que é realizada sucessivamente e, em sua maioria, sobre diversos
objetos”. Estas palavras listadas por Jenni, que ocorrem freqüentemente no Piel, ocorrem
também com relativa freqüência no grau Pual.

15. ‫ ְו ֻחבָר‬e assim se unirá (o éfode).


Êx 28.7

16. ‫כָל־עַּמּודֵּ י הֶ ָֽ ָחצֵּר ָסבִיב‬Todas as colunas do pátio ao


‫שקִים ֶֶּ֫כסֶף‬ ָ ‫ ְמ ֻח‬redor serão cingidas de faixas
de prata.

Êx 27.17

17. ‫שטִים‬
ִ ‫ַּל־ַאר ָבעָה עַּמּודֵּ י‬
ְ ‫ע‬E o porás sobre quatro colunas
‫ ְמ ֻצּפִים זָהָב‬de madeira de acácia, cobrirás
de ouro.

Êx 26.32

18. ‫ ֶֶּ֫כסֶף מ ְֻרקָע ִמתַּ ְרשִיש יּובָא‬Trazem (Hophal) prata


estendida (Pual) de Társis.

Jr 10.9

p 422 25.4 Denominativos

a Os verbos denominativos Pual são do mesmo tipo conforme os do Piel. Substantivos (p.
ex.: ‫‘ דֶֶּ֫ שֶן‬gordura’ e o não-atestado ‫‘ סקל‬pedra’), bem como os adjetivos (p. ex.: ‫חכָם‬
ָ ‘hábil’)
formam os factitivos “reais” Pual.

1. ‫ ַּו ֲעפ ָָרם ֵּמ ֵֶּּ֫חלֶב י ְדֻ שָן׃‬Eo seu pó de gordura se


encherá (lit.: feito gordura).

Is 34.7
2. ‫ ֻסקַּל נָבֹות‬Nabote foi apedrejado.
1Rs 21.14

3. ‫חֹו ֵּבר ֲחב ִָרים ְמ ֻחכָם׃‬um perito (lit.: alguém


instruído) em encantamentos.

Sl 58.6

b O Pual produtivo pode apontar para um resultado (## 4–5) ou para um “objeto” já
existente (‫‘ זְמָן‬tempo indicado’; # 6). O Pual de ‫‘ ב ְִר ֶַּּ֫כי ִם( ברְך‬joelhos’) pode ser sucessivo (#
7) ou delocutivo (# 8; cf. # 9).

4. ‫שמָה‬
ְ ֻ‫ֹלא ג‬E que não tem chuva
Ez 22.24 emendado

5. ‫שיתָ א ֹתָ ּה ק ְֶּ֫ט ֹ ֶרת … ְמ ֻמלָח‬


ִ ֶּ֫ ‫ ְו ָע‬E disto farás incenso …
temperado com sal.

Êx 30.35

6. ‫ ְלעִתִ ים ְמז ֻ ָמנִים‬em tempos apontados


Ed 10.14

7. ‫ ְועַּתָ ה הֹואֵּל ּוב ֵָּרְך ֶאת־בֵּית‬Sê, pois, agora servido em


‫ ַּעבְדְ ָך … ּו ִמב ְִרכָתְ ָך י ְב ַֹּרְך‬abençoar (Piel) a casa de teu
servo… e com tua bênção será
‫בֵּית־ ַּעבְדְ ָך לְעֹולָם׃‬para sempre bendita (Pual) a
casa de teu servo.

2Sm 7.29

8. ‫יְהִי שֵּם יהוה מְב ָֹרְך׃‬Bendito seja o nome do Senhor.


Jó 1.21
9. ‫שר ב ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬
ַּ ‫י ְ ֻא‬Ele
será chamado bendito na
terra.

Sl 41.3

c O Pual numérico é um multiplicativo especializado em alguns usos do ‫ שלש‬Pual, dando


o sentido de ‘ser da idade de três anos’.

10. ‫שת ְועֵּז‬


ֶ ‫ש ֶֶּ֫ל‬
ֻ ‫ ְקחָה לִי ֶעגְלָה ְמ‬Toma-me uma bezerra, uma
‫שת ְו ֶַּּ֫אי ִל ְמש ָֻל֑ש‬ ֻ ‫ ְמ‬cabra, um carneiro, cada um de
ֶ ‫ש ֶֶּ֫ל‬
três anos.

Gn 15.9

p 423 Como o passivo do Piel ‘fazer três vezes,’ o Pual significa ‘ter feito três vezes, tendo
feito três vezes’.

11. ‫שלָש‬
ֻ ‫הַּחּוט ַּה ְמ‬e o cordão de três dobras
Ec 4.12

12. ‫שלָשֹות ֵֶּּ֫הנָה‬


ֻ ‫ ְמ‬Porque elas eram de três
andares.

Ez 42.6

25.5 Freqüentativos e Formas mistas

a O único Piel intransitivo com uma contrapartida Pual é ‫‘ רנן‬dar um grito retumbante’.
Considere este grupo de exemplos:

1a. ‫ ַּצ ֲחלִי ו ֶָּ֫ר ֹנִי‬Exulta e canta de gozo (Qal)


Is 12.6

1b. ‫ ָה ִֶּ֫קיצּו ו ְַּרנְנּו‬Despertai e exultai (Piel)


Is 26.19
1c. ‫ֹלא־י ְֻרנָן ֹלא י ְר ָ ֹ֑עע‬Efugiu o folguedo (Pual), e já
nas vinhas não cantam (Polal)

Is 16.10

b Há um caso de Pual que parece ser mais reflexivo em lugar de passivo, de ‫ענה‬, e por isto
tem sido confundido com o Hithpael.

2. ‫כִי כָל־ ַּה ֶֶּ֫נפֶש ֲאשֶר ֹלא־תְ ֻענֶה‬que naquele dia não se afligir
Lv 23.29

p 424 26

Grau Hithpael
26.1 Forma e Significado

1.1 Diversidade Morfológica

1.2 Propostas de Comparativos Semíticos

1.3 Distribuição

26.2 Uso do Duplo-Status

26.3 Uso Passivo, Formas Passivas

26.4 Uso Denominativo

26.1 Forma e Significado

26.1.1 Diversidade Morfológica

a Há um extenso grupo de graus verbais semíticos utilizando um t infixado ou prefixado, e


este grupo é representado no hebraico principalmente pelo Hithpael ou grau tD, que
primariamente serve como o complemento de duplo-status (reflexivo-recíproco) do Piel e
secundariamente como uma forma passiva. Tantas complexidades morfológicas e semânticas
aplicam-se ao Hithpael que alguns eruditos sugeriram que o grau seja o resultado da
convergência de alguns graus secundários. Defendemos que o grau apresenta uma unidade
básica,

b Certas características do grau resultam do t prefixado; estas não são irregularidades, mas
meramente os efeitos de algumas normas relativamente raras da fonologia do hebraico. Se a
raiz começa com uma sibilante, o t e a sibilante metatisam-se (## 1–17). p 425 Se a sibilante é
enfática (isto é, ‫)צ‬, a metátese é acompanhada por uma assimilação enfática do t (‫ ;ט→ת‬##
18–19). Se a raiz começa com uma pausa dental, o prefixo t se incorpora a ela (‫→תט ;ד→תד‬
‫ ;ט‬naturalmente, ‫ ;ת→תת‬## 20–25).
Raiz Hithpael

1. ‫סבל‬ ‫יִסְתַּ בֵּל‬Ec 12.5

2. ‫סלל‬ ‫ ִמסְתֹולֵּל‬Êx 9.17

3. ‫ספח‬ ‫ ִהסְתַּ ֵּּפ ַּח‬1Sm 26.19, etc.

4. ‫סתר‬ ‫ ִמסְתַּ תֵּר‬1Sm 23.19, etc.

5. ‫שכר‬ ‫שתַּ כֵּר‬


ְ ‫ ַּה ִמ‬Ag 1.6 bis

6. ‫שרר‬ ‫תָרר‬
ֵּ ‫ש‬ְ ‫ ִה‬Nm 16.13 bis

7. ‫שבח‬ ‫שתַּ ֵּב ַּח‬


ְ ‫ ִה‬Sl 106.47 = 1Cr 16.35

8. ‫שגע‬ ‫ש ַּת ֵּג ַּע‬


ְ ‫ ִמ‬1Sm 21.15; cf. v 16

9. ‫שחח‬ ‫תִ שְתֹו ֲחחִי‬Sl 42.6, etc.


‫‪10.‬‬ ‫ּושכח‬ ‫שתַּ כְח‬
‫‪Ec 8.10‬י ִ ְ‬

‫‪11.‬‬ ‫שכר‬ ‫שתַּ כ ִָרין‬


‫‪1Sm 1.14‬תִ ְ‬

‫‪12.‬‬ ‫שלל‬ ‫שתֹולֵּל‬


‫‪ִ Is 59.15, etc.‬מ ְ‬

‫‪13.‬‬ ‫שמם‬ ‫שתֹומֵּם‬


‫‪Sl 143.4, etc.‬י ִ ְ‬

‫‪14.‬‬ ‫שמר‬ ‫שתַּ מֵּר‬


‫‪ֶ 2Sm‬א ְ‬ ‫‪22.24, = Sl 18.24,‬‬
‫‪etc.‬‬

‫‪15.‬‬ ‫שנה‬ ‫שתַּ נִית‬


‫‪ִ 1Rs 14.2‬ה ְ‬

‫‪16.‬‬ ‫שעה‬ ‫שתֶָּ֫ עָה‬


‫‪Is 41.23, etc.‬נִ ְ‬

‫‪17.‬‬ ‫שפְך‬ ‫שתַּ ּפְֵּך‬


‫‪Jó 30.16, etc.‬תִ ְ‬

‫‪18.‬‬ ‫צדק‬ ‫‪Gn 44.16‬נִ ְצט ָ ַּ֑דק‬

‫‪19.‬‬ ‫ציד‬ ‫‪ִ Js 9.12‬ה ְצ ַּט ֶַּּּ֫ידְנּו‬

‫‪20.‬‬ ‫דבר‬ ‫‪ִ 2Sm 14.13, etc.‬מדַּ בֵּר‬

‫‪21.‬‬ ‫דדה‬ ‫‪ֶ Is 38.15‬אדַּ דֶה‬


22. ‫דמה‬ ‫ ֶאדַּ מֶה‬Is 14.14

23. ‫טהר‬ ‫ ִה ַּט ֶַּּ֫ה ְרנּו‬Js 22.17, etc.

24. ‫טמא‬ ‫י ִ ַּטמָא‬Lv 21.1, etc.

25. ‫תמם‬ ‫תִ ַּת ָ ֑מם‬2Sm 22.16 = Sl 18.26

c A morfologia do Hithpael possui certas complexidades. As variantes de graus afins


incluem o raro Hithpāel sem a duplicação (# 26) e o Hippael (## 27–28), ambos discutidos em
21.2.3. As formas do chamado Hippael são usadas juntamente com as formas do Hithpael (##
29–30) e podem ser consideradas exemplos de assimilações irregulares, ‫נ→תנ‬ (algo
inesperado) e ‫כ→תכ‬. Somente cinco raízes estão envolvidas no Hippael, três I–n e duas I–k.
Há outros dois graus de variantes perceptíveis. O Hithpoel, encontrado uma vez (# 31); e o
Hithpaal, freqüente, geralmente em raízes que começam ou terminam com uma gutural (##
32–34, cf. ## 23, 35). Deste modo, o Hippael, o Hithpoel e o Hithpaal não são variantes
imperceptíveis do Hithpael, como são o Hithpolel e o Hithpalpel de raízes geminadas (para o
Hithpolel, veja ## 2, 9, 12, 13 acima; para o Hithpalpel, veja ## 36–39).

p 426 Raiz Hithpael

26. ‫ּפקד‬ ‫י ִתְ ָּפ ֵּקד‬Jz 21.9, etc.

27. ‫נבא‬ ‫ ִהנַּ ֵֶּּ֫באתִ י‬Ez 37.10, etc.

28. ‫כסח‬ ‫תִ ַּכסֶה‬Pv 26.26, etc.

29. ‫נבא‬ ‫הִתְ נַּ ִֶּ֫בי ָת‬1Sm 10.6, etc.


30. ‫כסה‬ ‫י ִתְ כָסּו‬Is 59.6, etc.

31. ‫געש‬ ‫הִתְ גֹעֲשּו‬Jr 25.16, etc.

32. ‫אפק‬ ‫י ִתְ ַּאּפַּק‬Gn 43.31, etc.

33. ‫אנף‬ ‫הִתְ ַּאנַּף‬Dt 1.37, etc.

34. ‫חכם‬ ‫תִ ְת ַּחכַּם‬Ec 7.16, etc.

35. ‫ּפלא‬ ‫תִ תְ ַּּפלָא‬Jo 10.16

36. ‫מרר‬ ‫י ִתְ מ ְַּרמַּר‬Dn 11.11; cf. 8.7

37. ‫שעע‬ ‫שתַּ ע ָ ֲ֑שע‬


ְ ‫ ֶא‬Sl 119.16; cf. v 47

38. ‫שקק‬ ‫שתַּ ְקשְקּון‬


ְ ִ ‫י‬Na 2.5

39. ‫תעע‬ ‫ ִמתַּ עְתְ עִים‬2Cr 36.16

d Essas aparentes variantes do Hithpael são imperceptíveis, ou seriam uma grande


exceção por outras complexidades. Embora o Hithpael esteja associado ao Piel, algumas
formas Hithpael não têm contrapartida no Piel, mas encontram uma nos graus Qal ou Hiphil:
deste modo, ‫הִתְ נַּדֵּ ה‬ ‘apresentar-se voluntariamente’ combina como Qal ‫נָדַּ ב‬ ‘incitar,’
‫הִתְ ַּאבֵּל‬ ‘observar ritos fúnebres’ combina com o Qal ‫ָאבַּל‬ ‘lamentar’, etc. Ainda, alguns
verbos no Hithpael não possuem um sentido relacionado com o significado reflexivo primário
do Hithpael. Por exemplo, ‫‘ הִתְ וַּדֵּ ה‬confessar’, cuja contrapartida é atestada somente no Hiphil
‫ידה‬ ‘reconhecer’, não se mostra prontamente como contrapartida de um grau Piel. A
presença de formas passivas similares ao Hithpael, o Hothpael, aumenta o problema mais
adiante (26.3b).

26.1.2 Propostas de Comparativos Semíticos

a Parcialmente em resposta a essa diversidade e parcialmente raciocinando


analogicamente a partir dos muitos graus t–prefixados e infixados em outras línguas semitas,
alguns estudiosos consideraram o grau Hithpael não como uma unidade morfológica original
com uma função no sistema de graus, mas um composto de graus heterogêneos que, com o
passar dos anos, fundiu-se em um grau comum. Esses graus primitivos em sua maioria não
podem ser reconhecidos formalmente, mas devem ser descobertos pelos seus significados
atípicos. E. A. Speiser defende esta opinião:

O Hithpaʿel… combina diversos graus–t independentes, sua fusão é devida por


um lado à competição bem sucedida da parte do Nifʿal e do Hofʿal e, por outro
lado, às circunstâncias fonológicas e morfológicas específicas…

p 427 [Há] um resíduo de formas-t hebraicas em que a função do infixo


dificilmente é reflexiva, média ou recíproca. Muitas delas são imediatamente
denunciadas como atípicas, pelo fato de que os graus correspondentes sem
um morfema–t – no Qal ou no Piʿel, com deve ser o caso – aparecem para
cumprir o mesmo papel como das formas–t.

b Ao comparar alguns desses usos atípicos do grau Hithpael com os graus t–prefixados nas
línguas semitas cognatas, especialmente o acádico, Speiser (e Bruno Dombrowski de forma
independente) detecta um grau–t durativo-iterativo homônimo ao grau–t reflexivo. Este grau
é representado no acádico por um infixo tan (Gtn, Dtn, etc.). No hebraico tenderia a fundir-se
com o grau Hithpael ‘normal’. Speiser cita esses exemplos com a raiz compartilhada ‫ הלְך‬/
alāku ‘ir’ com seus vários significados (as formas do acádico são os graus Gtn, e as formas do
hebraico são o Hithpael).

(i) no sentido de ‘caminhar, andar, passear’

Acádico: [Senhor,] peregrino da noite (muttallik muši)

Hebraico: [Deus] passeando no jardim (mithallēk) no frescor do dia

(Gn 3.8)

(ii) no sentido de ‘vagar (sem rumo)’

Acádico: [carruagens com seus cavalos sem cavaleiros] vagavam de um lado


para outro (ittanallakā mithāriš utirrā)

Hebraico: [de vaguear sobre a terra] e vagando de lá para cá (ûmēhithallēk


bāh)

(Jó 1.7, 2.2)


(iii) no sentido de ‘andar com, comungar’

Acádico: [se ele rejeitou o pecado] seu deus andará com ele (ilšu ittišu
ittanallak)

Hebraico: E Enoque andou com Deus (wayyithallēk ḥănôk ʾet-hā ʾelōhîm)

Gn 5.22, 24; cf. Gn 6.9

Speiser sustenta sua teoria com três argumentos. Primeiro, o argumento comparativo, de que
outras línguas semitas possuem mais do que uma forma t. Segundo, o argumento morfológico,
de que a vocalização tradicional ainda reflete vestígios de um grau Qal t em ‫( הִתְ ָּפקְדּו‬Jz
20.15). Terceiro, o argumento semântico, de que um grupo de formas hebraicas do Hithpael
tem sentido de aspecto distintivo [algumas formas verbais p 428 indicam a duração ou o
resultado do processo que elas exprimem em vez ou ao lado da indicação do tempo da
ocorrência]. Assim, Speiser deduz, algumas formas de Hithpael deveriam ser tratadas como se
fossem formas tn (ou tan). De acordo com este ponto de vista a tradução destas formas seria
feita como iterativas ou durativas:

1. ‫ ַּוּי ִתְ ָגעֲשּו וְֹלא יּו ֶָּ֫כלּו‬ainda que se levantem (as suas
ondas) não prevalecerão.

Jr 5.22

2. ‫שתָ אֵּה ָלּ֑ה‬


ְ ‫ ְו ָהאִיש ִמ‬O homem (Eliézer) olhou
fixamente para ela.

Gn 24.21

Speiser atribuiu a seu grau tn durativo‫‘ אבל‬lamentar’, ‫‘ אוה‬desejar’, ‫‘ אנף‬estar zangado’,


‫‘ געש‬sacudir’, ‫‘ הלְך‬movimentar-se’, ‫‘ נחל‬herdar’, ‫‘ עלל‬agir (muitas vezes adversamente)’,
‫‘ עטף‬crescer/estar fraco, desmaiar’, e ‫ שאה‬e ‫‘ שעה‬olhar fixamente’, porque estes verbos
não mostram “qualquer traço dos empregos ordinários dos graus–t [do hebraico].” Speiser
sugere estar negando a noção de Goetze de um uso freqüentativo do Piel (24.5) pelas razões
de que somente graus tD como o Hithpael podem mostrar esse significado. De fato, o Piel
freqüentativo poderia ser tomado como apoio indireto ao ponto de vista de Speiser, em que
ele leva em conta mais diversidade dentro de um grau do que, digamos, Ernst Jenni faria
(24.1h).

c Nem todas as nove raízes de Speiser precisam ser construídas como iterativas. É difícil
construir uma gramática sobre o fundamento de um significado aparente, e os verbos
destacados por Speiser para este grau somente parecem não se ajustar ao significado típico do
Hithpael. Curiosamente, o uso “não-reflexivo” é apresentado, em uma descrição
lingüisticamente ingênua, como o uso mais freqüente do grau – o uso típico! A. F. Bean chegou
a essa conclusão equivocada analisando as funções do grau de “maneira puramente
descritiva”, aparentemente inconsciente de que ele descrevia sua amostra de acordo com as
estruturas da língua inglesa; ele chegou à conclusão de que a maioria das ocorrências do
Hithpael têm “um significado simples, não-específico”, pelo qual quer dizer que se comportam
como verbos fientivos nos graus Qal ou Piel. Bean inclui em suas listas de verbos Hithpael com
sentidos “simples” ‫‘ ּפלל‬orar’ e ‫‘ נבא‬profetizar’. Speiser, contudo, exclui estes de suas listas
de Hithpael “atípicos” porque ele percebe que em hebraico eles descrevem ações reflexivas:
‫ ּפלל‬Hithpael significa ‘buscar uma mediação para si’ com uma real força reflexiva, e ‫נבא‬
Hithpael significa ‘surgir / portar-se como profeta,’ de novo uma noção típica de Hithpael
reflexivo. Em suma, embora ‘orar’ e ‘profetizar’ não pareçam ter força reflexiva de uma
perspectiva inglesa, um estudo minucioso manifesta que eles a têm.

d Ponderando, o Hithpael provavelmente denota um aspecto iterativo ou freqüentativo


com ‫אבל‬, ‫געש‬, ‫עטף‬, ‫ שאה‬e ‫שעה‬. Essas raízes não apresentam qualquer sentido de grau–t
no Hithpael e possuem mais Qal do que Piel como correspondente ao Hithpael. O verbo p 429
‫ הלְך‬pode ser considerado como um verbo que apresenta problemas especiais; é até possível
que o Hithpael dessa raiz seja um “acadismo” emprestado ao hebraico.

26.1.3 Distribuição

a Há mais de 825 ocorrências do Hithpael, envolvendo 175 raízes, muitas delas usadas
somente uma vez. O estudo de Bean oferece algumas observações sobre o uso esporádico do
grau. Ele mostra que tentativas em explicar esse uso irregular por fatores críticoformais,
geográficos ou semânticos são destituídos de valor.

b O estudo de Bean demonstra, sim, que o grau foi usado durante todo o período histórico
representado pela literatura na Bíblia e que seu uso estava em mudança desde o período pré-
exílico, através do exílico e ainda no pós-exílico. Embora a erudição moderna não tenha sido
capaz de determinar datas para todos os segmentos da literatura bíblica e, por essa razão, as
conclusões de Bean sejam inevitavelmente um tanto arbitrárias, o impacto da evidência por
toda parte é tal que Bean estabeleceu com certeza que o grau está crescendo em
popularidade na literatura bíblica e que estava se tornando um grau menos reflexivo e mais
passivo. Seu estudo apoia a teoria de que o significado original do Hithpael era reflexivo e que
os usos passivos representam um desenvolvimento secundário dentro da língua hebraica.

26.2 Uso do Duplo-Status

a O Hithpael é usado principalmente como um duplo-status (reflexivo / recíproco),


contrapartida do grau Piel. O objeto de causalidade no Piel é o sujeito do Hithpael e
transforma-se / é transformado no estado realizado expresso pela raiz. Esses significados
harmonizam os dois graus com suas formas (prefixo t + Piel) e seu emprego contextual.

Na análise dada abaixo refinamos posteriormente o uso reflexivo no reflexivo direto, no


reflexivo indireto, no reflexivo de beneficiação, e no reflexivo estimativo-declarativo. Nos
exemplos dados abaixo para esses usos variados, deve-se ter em mente que embora tenhamos
traduzido os verbos em um inglês idiomático, de fato, além de sua força reflexiva (recíproca ou
passiva), o Hithpael é geralmente ou factitivo ou resultativo. Deste modo, por exemplo, o
verbo em # 1 significa ‘fazer-vos atados com o cinto’.

p 430 c Nos reflexivos diretos, o sujeito é também o objeto direto da idéia verbal:

1. ‫הִתְ ַּאז ְרּו‬Cingi-vos (para a batalha)


Is 8.9

2. ‫ֹלא תִ תְ נַּקֵּם נַּ ְפשִי׃‬Não se vingaria minha alma?


Jr 5.9

3. ‫ ַּו ֲאדֹנִּי ָה … ִמתְ נַּשֵּא‬Então Adonias … se levantou


1Rs 1.5

4. ‫חֲלֹוא דָ וִד ִמסְתַּ תֵּ ר ִע ֶָּ֫מנּו‬Não se escondeu Davi entre


nós?

1Sm 23.19

d No uso reflexivo indireto o sujeito é também o objeto indireto da ação; muitas vezes, um
objeto direto é expresso.

5. ‫ ַּוּי ִתְ ּפ ְָרקּו כָל־ ָהעָם ֶאת־נִזְמֵּי‬Então


todo o povo arrancou

‫( ַּהזָהָב‬deles mesmos) os pendentes


de ouro.

Êx 32.3

6. ‫שט י ְהֹונָתָ ן ֶאת־ ַּה ְמעִיל‬


ֵּ ‫וַּּיתְ ַּּפ‬E Jônatas se despojou da capa.
1Sm 18.4

e O reflexivo de beneficiação se refere a uma ação feita em favor de alguém.


7. ‫ ְוהִתְ ַּּפלְלּו ְו ִה ְת ַּחנְנּו ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬eoraram e suplicaram a ti
nesta casa (lit.: fizeram uma
mediação [ao suplicarem] por
eles mesmos).

1Rs 8.33

8. ‫ ְוי ִתְ ַּּפלֵּל ַּבעַּדְ ָך‬eele rogará por ti, para que
vivas (lit.: ele fará uma
mediação [ao procurar ou
suplicar] por ele mesmo em teu
favor).

Gn 20.7

9. ‫עַּל־ש ְָרשֵּי ַּרגְלַּי ִתתְ ַּחקֶה׃‬Também pões os meus pés em


cepos (por ti mesmo), e
observas todos os meus
caminhos.

Jó 13.27

10. ‫ז ֶה ַּל ְח ֵֶּּ֫מנּו חָם ִה ְצ ֶַּּ֫טּי ַּדְ נּו א ֹתֹו‬Este nosso pão – estava quente
– para nossa provisão.

Js 9.12

f O reflexivo estimativo-declarativo é a contrapartida do uso do Piel para considerar


alguém como em um estado ou para declarar alguém como existindo em um estado; o p 431
Hithpael pode denotar consideração ou apresentar alguém em um estado, algumas vezes sem
levar em conta a questão da veracidade (## 12–13, 15?).

11. ‫ ְוהִתְ גַּדִ לְתִ י ְוהִתְ ַּקדִ שְתִ י וְנֹודַּ עְתִ י‬Assim eu me engrandecerei e
‫ ְלעֵּינֵּי גֹוי ִם ַּר ִ ֑בים‬me santificarei, e me farei
conhecer aos olhos de muitas
nações; e saberás que eu sou o
Senhor.

Ez 38.23
12. ‫ש ָכבְָך ְו ִה ְת ָ ֑חל‬
ְ ‫שכַּב עַּל־ ִמ‬
ְ Deita-te na tua cama e finge-te
doente.

2Sm 13.5

13. ‫שר ְואֵּין ֑כ ֹל‬


ֵּ ‫י ֵּש ִמתְ ַּע‬Há quem se faça rico, não
tendo coisa nenhuma

Pv 13.7

14. ‫ ַּוּי ִתְ ַּעבָר‬E ele se mostrou zangado.


Sl 78.21

15. ‫ו ְַּרבִים ֵּמ ַּעמֵּי ָה ֶָּ֫א ֶרץ ִמתְ י ַּ ֲהדִים‬E muitas pessoas da terra
fingiam ser judeus.

Et 8.17

g Quando dois ou mais sujeitos agem em relação um ao outro de acordo com a idéia
expressa pela raiz verbal, a ação é recíproca. Ainda que o Hithpael seja usado para designar
essa ação, ele é raro.

16. ‫ ֶָּ֫למָה תִ ת ְָראּו׃‬Por que estais olhando uns para


os outros?

Gn 42.1

17. ‫ששּו׃‬
ָ ֶּ֫ ֹ ‫וְֹלא י ִתְ ב‬E ambos estavam nus, o
homem e a mulher, e não se
envergonhavam.

Gn 2.25

18. ‫שמַּע ֶאת־הַּקֹול ִמדַּ בֵּר ֵּאלָיו‬


ְ ִ ‫ ַּוּי‬Então ouvia a voz (de alguém)
que lhe falava de cima do
propiciatório.

Nm 7.89
26.3 Uso Passivo, Formas Passivas

a Os usos passivos do Hithpael podem exprimir ou (a) a noção de que o sujeito é


transformado em um estado para um agente não expresso, ou (b) a noção de que o sujeito
transforma-se nesse estado. Deste modo, # 1 pode ser usado tanto como (a) ‘ela é feita / feita
para ser louvada’ (cf. o Pual) quanto como (b) ‘ela faz-se de tal forma para ser louvada’ (cf. o
Hithpael de beneficiação). O segundo parecer encontra apoio teórico por manter as diferenças
entre os vários graus; o primeiro parecer é sustentado pela crescente popularidade do
Hithpael durante a história do hebraico bíblico.

p 432 1. ‫הִיא הִתְ ַּהלָל׃‬Ela é louvada.


Pv 31.30

2. ‫ש־חג‬
֑ ָ ֶ‫ ְכ ֵּליל הִתְ ַּקד‬como na noite em que se
celebra festa santa

Is 30.29

3. ‫ ֻכלָם הִתְ יַּחְשּו בִימֵּי יֹותָ ם‬Todas essas coisas foram


registradas nos dias de Jotão.

1 Cr 5.17

4. ‫ ַּו ֶָּּ֫ישָב ְלהִתְ ַּרּפֵּא‬E tornou a curar-se.


2 Cr 22.6

5. ‫שתַּ כְחּו‬
ְ ִ ‫ ְוי‬Eles foram esquecidos.
Ec 8.10

Como os exemplos ## 3–5 sugerem, o sentido passivo tende a ser encontrado na literatura
bíblica posterior.

b Na literatura primitiva há poucas formas Hothpael.


6. ‫ו ְָרָאה הַּכֹהֵּן ַאח ֲֵּרי ֻה ַּכבֵּס אֶ ת־‬E o sacerdote examinando a
‫ ַּה ֶֶּ֫נגַּע … ְו ִהנֵּה ֵּכהָה ַּה ֶֶּ֫נגַּע‬praga, depois que for lavada …
e a praga se tiver recolhido
‫ַאח ֲֵּרי ֻה ַּכבֵּס א ֹ֑תֹו‬depois que for lavada …

Lv 13.55–56

7. ‫ ֻה ַּט ֶָּ֫מָאה‬Depois que foi contaminada.


Dt 24.4

8. ‫שנָה ֵּמ ֵֶּּ֫חלֶב‬


ְ ֶַּּ֫‫ ֶֶּ֫ח ֶרב … הֻד‬A espada está cheia de gordura.
Is 34.6

Uma vez que o grau é encontrado somente em verso e escritos sacerdotais técnicos, é difícil
acreditar que ele fosse comum.

26.4 Uso Denominativo

a O paradigma Hithpael com um de seus significados mais específicos, algumas vezes é


imposto sobre uma forma nominal. Por exemplo, a nuança estimativa-declarativa está ligada a
‫נביא‬ ‘profeta’ e ‫אנף‬ ‘cólera,’ produzindo ‫ִה ְתנַּבֵּא‬ ‘parecer como um profeta’ e ‫הִתְ ַּאנַּף‬
‘mostrar-se zangado.’ Um valor reflexivo de beneficiação está ligado a ‫‘ ציד‬provisão, alimento’
e assim se transforma em ‫טּי ַּד‬
ַּ ‫‘ ִה ְצ‬suprir alguém com provisões’ (Js 9.12).

p 433 27

Grau Hiphil
27.1 Forma e Significado

27.2 Hiphils de Verbos Qal e Niphal usados intransitivamente

27.3 Hiphils de Verbos Qal usados transitivamente

27.4 Hiphils Denominativos e Isolados

27.5 Sentidos Modais


27.1 Forma e Significado

a O sistema de graus do verbo hebraico funciona como um sistema, e os dois maiores


pontos da ênfase e desenvolvimento do sistema envolvem o contraste Qal: Piel e o contraste
Piel: Hiphil. Esses dois contrastes são discutidos em 21.2.2; tratamos dos pontos relevantes
resumidamente aqui. As gramáticas hebraicas apresentam tradicio-nalmente o grau Hiphil
como o causativo do grau Qal. Uma vez que eles ensinam, também, que o grau Piel às vezes
significa esta mesma noção, eles não podem distinguir os dois graus, pois alguns verbos, pelo
menos, afirmam não haver distinção prática. Deste modo, escreve um gramático: “O
significado do Hiphʿil é principalmente, e ainda mais freqüentemente causativo do Qal … do
que no Piʿēl. Em alguns verbos, Piʿēl e Hiphʿil ocorrem lado a lado no mesmo sentido…”. O uso
dos dois graus para o chamado “sentido declarativo” mais adiante aumenta a confusão.

b Ernst Jenni, começando com a exposição de que os graus morfologicamente distintos


têm valores semânticos diferentes, empreendeu um estudo exaustivo do Piel, focalizando os
graus Piel e Hiphil da mesma raiz verbal em contextos semelhantes. De acordo com Jenni, o
Piel significa provocar um estado, e o Hiphil, causar um evento. Sua distinção envolve duas
idéias contrastantes: estado versus evento, e provocar versus agir ativamente. De acordo com
Jenni, as diferenças entre Piel e Hiphil podem ser entendidas apelando para diferenças
profundas: o Piel é análogo a uma sentença nominal, o Hiphil a uma sentença verbal.

p 434 c Em nossa discussão de verbos estativos contrastamos a construção predicativa-


adjetiva hebraica com a construção estativa (22.2.2). O primeiro predica um estado ou
condição sem qualquer verbo, isto é, sem indicar aspecto, modo, Aktionsart. Na última
construção, por contraste, a raiz tem todas as marcas de um verbo. Deste modo, a construção
predicado-adjetiva apresenta uma situação envolvendo um estado ou condição. Observe estes
pares:

1a. ‫גְדֹלִים ַּמ ֲעשֵּי יהו֑ ה‬Grandes são as obras do


Senhor.

Sl 111.2

1b. ‫מַּה־גָדְ לּו ַּמ ֲעשֶיָך יהו֑ ה‬Quão


grandes são, Senhor, as
tuas obras!

Sl 92.6

2a. ‫וַּאדֹנִי ָחכָם‬Sábio é meu senhor.


2Sm 14.20
2b. ‫לּו ָחכְמּו‬Oxalá eles fossem sábios!
Dt 32.29

Jenni observa duas diferenças fundamentais entre as sentenças nominais e verbais:

1. As sentenças nominais [## 1a, 2a] representam um estado, ao passo que as


sentenças verbais [## 1b, 2b] representam um evento. A primeira é rígida,
uma não-atividade; a última, uma atividade, um movimento, um
acontecimento, uma ação. 2. Nas sentenças nominais o falante considera o
predicado como uma característica acrescentada ao sujeito (um julgamento
sintético); nas sentenças verbais ele considera o predicado como ligado de
perto juntamente com o sujeito e como estabelecido numa situação (um
julgamento analítico). O primeiro expressa um julgamento subjetivo sobre o
sujeito; o último um evento objetivo.

O inglês e a maioria das outras línguas européias não podem distinguir formalmente as noções
relevantes, porque para as duas noções elas devem empregar o verbo “to be” [“ser”] (ou
semelhante) e admitir considerações contextuais para indicar se “ser” é um verbo “falso” com
um predicado adjetivo ou um verbo verdadeiro. Falantes da língua inglesa podem perceber a
diferença entre as noções de estado e evento justapondo “he is alive” [“ele está vivo”] com
“he lives” [“ele vive”], embora falando estritamente, a primeira pode geralmente ser expressa
como um evento, bem como a segunda.

d Embora as duas raízes envolvam causalidade, o Piel factitivo-resultativo geralmente tem


a ver com a execução de um estado ou condição, e o Hiphil causativo com o causar um evento.
O Piel muitas vezes pode ser traduzido por uma construção adjetival: um adjetivo (com verbos
estativos), um particípio passado passivo (com verbos fientivos). Considerada
superficialmente, a relação entre sujeito e objeto tanto nos graus Piel como Hiphil, muitas
vezes, é aquela de um transitivo fazendo ou causando aquilo que procede do sujeito para o
objeto. O objeto, porém, experimenta esta ação completamente diferente nos dois graus. Com
o Piel, o objeto é transposto passivamente para um novo p 435 estado ou condição. Os
filósofos se refeririam a essa transposição como “acidental” porque o objeto não faz nenhuma
contribuição à noção verbal. Com o Hiphil, contudo, o objeto participa do evento expresso pela
raiz verbal. Exemplifiquemos a diferença que Jenni estabeleceu plausivelmente entre os graus,
justapondo casos de ‫אבד‬, uma raiz muitas vezes usada para sustentar a opinião de que os
graus têm o mesmo sentido.

3a. ‫וַּתְ ַּאבֵּד אֵּת כָל־ ֶֶּ֫ז ַּר ִע ַּה ַּמ ְמ ָלכָה׃‬Ela
(Atalia) destruiu toda a
descendência real.

2Rs 11.1
3b. ‫ ְו ַּה ֲאבַּדְ תִ י ֶאת־ ַּה ֶֶּ֫נפֶש ַּההִיא‬Eu (o Senhor) destruirei (Hiphil)
(aquela alma) do meio de meu
povo.

Lv 23.30

Reconhecidamente, por amor ao “bom” inglês nós provavelmente traduziríamos ‫ אבד‬nos dois
exemplos como “destroy” [“destruir”], mas isso faria com que encobríssemos uma distinção
fundamental em hebraico. No primeiro exemplo, o escritor conceitua o objeto, a família real,
como transposta “acidentalmente” ao estado de perdição, mas no segundo exemplo, o
legislador apresenta o objeto, aquela alma, como um ator no momento de perecer. Sem a
noção causativa do Hiphil, a sentença seria lida como um Qal, como em:

3c. ‫ ַּו ֲאבַּדְ תֶם‬Vós perecereis (Qal)


Dt 11.17

e Visto que o Piel representa o sujeito como transpondo um objeto para o estado ou
condição correspondendo à noção expressa pela raiz verbal, o Hiphil representa o sujeito
como causando um objeto para participar indiretamente como um segundo sujeito na noção
expressa pela raiz verbal. De fato, essa noção provavelmente é responsável pela forma
distintiva do Hiphil. O h performativo característico do grau Hiphil, derivado de um pronome
pessoal da terceira pessoa, reflete a designação da participação de um segundo sujeito na
ação. Na visão de E. A. Speiser o Hiphil originalmente significava: “X (o sujeito) faz com que Y (o
segundo sujeito) seja ou faça alguma coisa.”

p 436 f A noção causativa fundamental do Hiphil pode ser refinada ao se considerar a


espécie de raiz verbal a que foi afixada e pela relação modal que existe entre o sujeito e o(s)
objeto(s). Distinguimos amplamente entre raízes que são Qal ou Niphal intransitivos (27.2),
Qal transitivo (27.3), e denominativo ou isolado (27.4). Em 27.5 discutimos a relação modal
que possa existir entre o sujeito e o objeto.

27.2 Hiphils dos verbos Qal e Niphal usados intransitivamente

a As raízes fientivas Qal e Niphal usadas intransitivamente são predicados unilaterais


(envolvendo um único sujeito; veja 20.21); elas tendem a formar transitivos ou Hiphils
bilaterais ou Hiphils internos.

b No elo unilateral Qal e Niphal fientivos intransitivos e Hiphil bilaterais transitivos,


devemos ser cuidadosos em manter a distinção do Hiphil do Piel. Para a diferença entre esses
dois graus com essa espécie de raiz, compare estas sentenças:
1a. ‫ ַּוּי ַּ ַּעבֵּר ב ְַּרתּוקֹות זָהָב ִל ְפנֵּי‬E cobriu a casa por dentro
de

‫הַּדְ בִיר‬ouro puro; e com Cadeias de


ouro pôs um véu diante do
oráculo.

1Rs 6.21 Qere

1b. ‫ ַּוּי ַּ ֲעבֵּר אֱֹלהִים רּו ַּח עַּל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬E


Deus fez passar um vento
sobre a terra.

Gn 8.1

Na construção Piel, o verbo de movimento denota um estado consumado, enquanto que na


construção Hiphil é descrito um evento em que participa o objeto/segundo sujeito. Na
primeira construção, o efeito é direto e imediato; no segundo, é indireto e mediato. A mesma
diferença pode ser vista com ‫שוב‬.

2a. ‫לְשֹובֵּב יַּעֲק ֹב ֵּאלָיו‬Que lhe torne a trazer Jacó.


Is 49.5

2b. ‫ ַּו ֲהשִב ֹתִֶּ֫ יָך אֶל־ ָה ֲאדָ מָה הַּז֑ א ֹת‬E te farei tornar a esta terra.
Gn 28.15

Um grupo maior de Qal fientivos intransitivos é o dos verbos de movimento, incluindo estes:

p 437 3. ‫בָא‬ ‫ ֵּהבִיא‬trazer (tomar, conduzir,


enviar) em, para,
dentro

4. ‫יָצָא‬ ‫הֹוצִיא‬trazer (tomar, conduzir,


enviar) para fora

5. ‫י ַָּרד‬ ‫הֹוריד‬
ִ trazer (tomar, conduzir,
enviar) para baixo
6. ‫ָעבַּר‬ ‫ ֶה ֱעבִיר‬trazer (tomar, conduzir,
enviar) através

7. ‫ָעלָה‬ ‫ ֶה ֱעלָה‬trazer (tomar, conduzir,


enviar) para cima

8. ‫שָב‬ ‫השיב‬trazer (tomar, conduzir,


enviar) para trás

Como esses verbos e exemplos sugerem, o Hiphil está muitas vezes associado a objetos
pessoais ou humanos, uma vez que são mais facilmente capazes de servir como objeto de
causalidade verbal. A extensão da associação não deve ser exagerada: no exemplo # 2a, um
Piel tem um objeto humano (embora seja metafórico), enquanto no # 1b, e # 9, o objeto de
um Hiphil é não-pessoal.

9. ‫ ְוכָל־עֵּץ טֹוב תַּ ִֶּּ֫פילּו‬e todas as árvores boas


cortareis.

2Rs 3.19

c Alguns verbos intransitivos são comprovados no Niphal mas não no Qal; o Hiphil desses
segue o modelo de raízes com uso do Qal intransitivo. Desse modo, um Niphal unilateral, “ser
derramado”, forma um Hiphil bilateral, “fazer (alguma coisa) ser derramada, derramar.”

10. ‫ ְו ִהג ְַּרתִ י ַּלגַּי ֲא ָב ֶֶּ֫ני ָה‬e


farei rebolar as suas pedras
no vale.

Mq 1.6

d Os verbos estativos Qal tendem a formar Hiphils bilaterais normalmente traduzidos


como transitivos. O sentido é, muitas vezes, ingressivo, descrevendo um objeto entrando em
um estado. Pode ser difícil para o falante de inglês distinguir um factitivo (Piel) e um causativo
(Hiphil) que são derivados de um estativo, raiz intransitiva. Compare estas sentenças:

11a. ‫גָדֹול כְבֹודֹו‬Grande é a tua glória.


Sl 21.6

11b. ‫גָדֶַּּ֫ ְל ָת‬Grandioso és, ó Senhor.(Qal)


2Sm 7.22

11c. ‫ש ַּע‬
ֻ ‫גִדַּ ל יהוה ֶאת־י ְהֹו‬O Senhor engrandeceu a
Josué.(Piel)

Js 4.14

11d. ‫ ִהגְדֶַּּ֫ לְתָ … ִאמ ְָר ֶֶּ֫תָך׃‬Poisengrandeceste a tua


palavra. (Hiphil)

Sl 138.2

Acima (27.1c) comentamos acerca da diferença entre # 11a e 11b; dado que a distinção
fundamental entre Piel e Hiphil é que o primeiro significa provocar um estado e o último
causar um evento, podemos razoavelmente supor que # 11c é o complemento factitivo de #
11a e que # 11d é complemento causativo de # 11b. Mais uma vez o uso do p 438 português
conduz à obscuridade da distinção fundamental do hebraico nivelando as duas construções
com o verbo engrandecer. “O Senhor engrandeceu a Josué” e “Tu engrandeceste a tua
palavra”. Compare, de novo, estes pares de sentenças:

12a. ‫ ְו ֶָּ֫למָה תְ ַּכבְדּו אֶת־ ְל ַּב ְבכֶם‬Por que, pois, endureceríeis


‫ ַּכ ֲאשֶר ִכבְדּו ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ּופ ְַּרע ֹה‬vosso coração, como os
egípcios e Faraó endureceram
‫ ֶאת־ל ָ ִ֑בם‬os seus?

1Sm 6.6

12b. ‫ ְו ַּה ְכבֵּד אֶת־לִבֹו‬E ele (Faraó) endureceu seu


coração.

Êx 8.11

13a. ‫בְנֹו ִקדְ שּו‬Eles consagraram seu filho.


1Sm 7.1

13b. ‫שדֵּ ה ֲא ֻחז ָתֹו י ַּ ְקדִ יש אִיש‬


ְ ‫ ְואִם ִמ‬Se também algum santificar ao
‫לַּיהוה‬Senhor uma parte do campo de
sua família…

Lv 27.16

Nesses exemplos, o português tende a obscurecer a distinção entre a noção factitiva do Piel o
significado causativo do Hiphil. Os verbos Piel aqui dirigem a atenção para os resultados da
situação separada do evento (os corações serem endurecidos, o ser consagrado do filho), e os
Hiphil referem-se ao processo (o fazer duro dos corações, o fazer santa a terra). A ênfase sobre
o evento pode ser vista neste exemplo:

14. ‫ש ֶַּּּ֫פלְתִ י עֵּץ גָב ֹ ַּה‬


ְ ‫ ֲאנִי יהוה ִה‬Eu, o Senhor, abati a árvore alta
‫שפָל‬ָ ‫ ִהגְ ֶַּּ֫בהְתִ י עֵּץ‬e elevei a árvore baixa.
Ez 17.24

Verbos que podem ser usados no Qal ou como formas bilaterais intransitivas Hiphil ou
intransitivas com o primeiro uso:

15a. ‫גָם־ ָעבִים ֶָּ֫נטְפּו ֶָּ֫מי ָם׃‬Até as nuvens gotejaram (Qal)


água.

Jz 5.4

15b. ‫ ְו ָע ֵֶּּ֫לימֹו ִתט ֹף ִֶּ֫מלָתִ י׃‬Eminhas razões distilavam


(Qal) sobre elas.

Jó 29.22

15c. ‫ֹלא־י ַּ ִֶּ֫טפּו ָל ֵֶּּ֫אלֶה‬Eles não distilarão (Hiphil)


(palavras) a respeito dessas
coisas.

Mq 2.6
e Os estativos Qal podem produzir também Hiphils putativo-delocutivos. Igualmente como
o Piel pode denotar que um objeto é subjetivamente considerado ou declarado p 439 pelo(s)
falante(s) como tendo alcançado certo estado (o chamado Piel “estimativo-declarativo,” 24.2),
assim, também, o Hiphil pode denotar a causalidade de um evento em que uma pessoa ou
objeto é estimado ou declarado através de uma sentença judicial ou uma outra espécie de
reconhecimento para estar em um estado. O uso do Piel delocutivo pertence à realização de
um estado, enquanto que o Hiphil delocutivo pertence à causalidade de um evento.

16. ‫ ֲאשֶר י ְַּרשִיעֻן אֱֹלהִים‬Será levado diante dos juízes.


Êx 22.8

Para elucidar a diferença entre o Piel delocutivo-factitivo e o delocutivo-causativo, compare


estas sentenças:

17a. ‫דַּ ֵּבר כִי־ ָח ֶַּּ֫פצְתִ י צַּדְ ֶֶּ֫קָך׃‬Fala, porque desejo justificar-te.
Jó 33.32

17b. ‫ ָח ִֶּ֫לילָה לִי אִם־ַאצְדִ יק ֶאתְ כֶם‬Longe de mim que eu o


justifique. (Hiphil)

Jó 27.5

Em alguns casos, o causativo-delocutivo é difícil de se distinguir de um causativo simples:

18a. ‫ ְלה ְַּרשִי ַּע ָרשָע ָל ֵּתת דַּ ְרכֹו‬Condenando ao injusto,


֑ ‫בְר‬fazendo cair o seu Proceder
‫ֹאשֹו ּו ְל ַּהצְדִ יק צַּדִ יק לָתֶ ת לֹו‬
sobre sua cabeça e justificando
‫ ְכצִדְ ָקתֹו׃‬o Justo, fazendo-lhe segundo a
sua justiça.

1Rs 8.32

18b. ‫ ַּמצְדִ יק ָרשָע ּו ַּמ ְרשִי ַּע צ ִ ַּ֑דיק‬O que justifica o ímpio, e o que
‫שנֵּיהֶם׃‬ ְ ‫תֹו ֲעבַּת יהוה גַּם־‬condena o Justo, abomináveis
são para o Senhor.

Pv 17.15
18c. ‫שע׃‬
ָ ‫כִי ֹלא־ַאצְדִ יק ָר‬E não matarás o inocente e o
justo, porque não justificarei o
ímpio.

Êx 23.7

Nesses exemplos, a pessoa é, provavelmente, reconhecida como tornar justo ou injusto por
algum ato visível ou julgamento imposto sobre ele.

f Os intransitivos Qal, usualmente estativos, podem tomar-se intransitivos Hiphil; estes são
chamados unilaterais ou transitivos no interior ou Hiphil internos. Como ilustrações de Hiphil
unilaterais ou bilaterais das mesmas raízes, compare estas:

p 440 19a. ‫ ַּמגְדִ ל י ְשּועֹות ַּמלְכֹו‬E ele que engrandece as vitórias


do seu rei.

Sl 18.51

19b. ‫שת ּו ְכל ָ ִ֑מ ַּה ַּמגְדִילִים‬


ֶ ֹ ‫ְשּו־ב‬
ֶּ֫ ‫י ִ ְלב‬Vistam-se
de vergonha e
‫ ָעלָי׃‬confusão
os que se
engrandecem contra mim.

Sl 35.26

No # 19a, o sujeito faz alguém mais ser tomado como grande ou demonstrado grande, mas no
# 19b o sujeito faz a si mesmo ser considerado como grande (p. ex.: “jactarse”). Muitas vezes
no Hiphil unilateral o sujeito e o objeto são os mesmos; o sujeito duplo-status faz a si mesmo
ser ou fazer alguma coisa, e uma vez que o objeto é elidido, o verbo é formalmente
intransitivo. Algumas vezes o objeto elidido não é o próprio sujeito, mas está conectado de
perto com o sujeito, como no # 20b; estes dois exemplos são semelhantes no sentido:

20a. ‫ ְל ַּה ֲחז ִיק ַּה ַּמ ְמ ָלכָה ְבי ָדֹו׃‬a fim de firmar o reino na sua
mão.

2Rs 15.19

20b. ‫כִי ֶה ֱחז ִק עַּד־ ְל ֶָּ֫מ ְעלָה׃‬Porque se fortificou altamente.


2Cr 26.8
No Hiphil interno o sujeito funciona em conexão com ele mesmo, como o causador da ação,
mesmo quando um objeto que não o sujeito for elidido. Em contraste com o grau Piel, ao qual
o grau reflexivo Hithpael está ligado, o Hiphil não tem forma de grau reflexivo. O emprego do
duplo-status do Niphal é, também, adequado a tais verbos Hiphil.

g A diferença entre o Hiphil bilateral em contrapartida ao Hiphil interno pode ser


observado com outros verbos Qal-estativos igualmente.

21a. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן ה ְַּרחִיק ֶאתְ כֶם ֵּמעַּל‬e para que eu vos lance dela, e
‫ַאדְ ַּמתְ כֶם‬vós pereçais
Jr 27.10

21b. ‫ֹלא ה ְִרחִיקּו‬Saindo eles da cidade, e não se


havendo ainda distanciado

Gn 44.4

22a. ‫ ַּוּיַּק ְֵּרב ֶאת־ ַּה ִמנְחָה ְל ֶעגְלֹון‬E levou aquele presente a
Eglom.

Jz 3.17

p 441 22b. ‫ּופ ְַּרעֹו ִה ְק ִ ֑ריב‬E, chegando Faraó, os filhos de


Israel levantaram seus olhos,

Êx 14.10

Como todos os exemplos com ‫ גדל‬revelam que o Hiphil interno pode ser metafórico; os
sujeitos aqui são não-pessoais:

23. ‫גַּם־חֹשְֶך ֹלא־י ַּ ְחשִיְך ִמ ֶֶּ֫מָך‬as trevas e a luz são para ti a


mesma coisa.

Sl 139.12

24. ‫ ְו ַּה ֶַּּ֫בי ִת ִלבְנֹות לַּיהוה ְל ַּהגְדִיל‬ea casa que se há de edificar


para o Senhor se há de fazer
magnífica em excelência.
1Cr 22.5

Lambdin observa que esses usos transitivos internos constituem um problema de tradução,
uma vez que quase todos os verbos têm, também, um sentido causativo transitivo. De fato, os
sentidos raramente são confundidos um com o outro, porque geralmente o Hiphil tem um
objeto expresso claramente diferente do sujeito.

27.3 Hiphil dos Verbos Qal Usados Transitivamente

a Raízes que são transitivas no Qal (isto é, raízes que recebem um objeto direto naquele
grau), no Hiphil tendem a ser causativas. Com muita frequência essas construções são
predicados trilaterais, com um sujeito e dois acusativos, o objeto de causalidade (geralmente
uma pessoa) e o objeto do verbo básico ou da raiz verbal.

1. ‫שיטּו ֶאת־יֹוסֵּף ֶאת־ ֻכ ָתנְתֹו‬


ִ ֶּ֫ ‫ ַּוּי ַּ ְפ‬Tiraram
a José a sua túnica, a
túnica de várias cores que
trazia.

Gn 37.23

O objeto de causalidade aqui é ‫יוסף‬, enquanto o objeto de tirar é ‫כתנתו‬.

b As construções Hiphil trilaterais variam na madeira em que dois objetos são


introduzidos. Os dois podem ser assinalados por ‫את‬ (## 1–2), ou somente o objeto de
“causalidade” por ‫( את‬# 3), ou somente o objeto do verbo da raiz por ‫( את‬# 4). O objeto de
“causalidade” pode ser assinalado por uma preposição (## 5, 7) e assim pode o objeto do
verbo da raiz (# 6; cf. # 7). O objeto da causalidade pode ser um relativo ‫ ֲאשֶר‬, com ou sem
‫( את‬## 8, 9).
2. ‫כִי ַּאתָ ה תֵּ נְחִיל ֶאת־ ָהעָם ַּהז ֶה‬Tu farás este povo herdar a
‫ ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬terra que jurei a seus pais lhes
daria.

Js 1.6

p 442 3. ‫ ַּוּי ַּ ְלבֵּש א ֹתֹו ִבגְדֵּ י־שֵּש‬Eo fez vestir de vestidos de


linho fino.

Gn 41.42
4. ‫ת־קֹולְ֑ך‬
ֵּ ‫שמִי ִֶּ֫עינִי ֶא‬
ְ ‫ ַּה‬faze-me ouvir a tua voz.
Ct 2.14

5. ‫וְהֹודַּ עְתָ ָלהֶם ֶאת־הַּדֶֶּ֫ ֶרְך‬E faze-lhes saber o caminho em


que devem andar.

Êx 18.20

6. ‫שלִיש׃‬
ָ ‫ש ֵֶּּ֫קמֹו בִדְ מָעֹות‬
ְ ַּ‫וַּת‬e lhes dás a beber lágrimas em
abundância.

Sl 80.6

7. ‫ש ְלמָה ַּאדֶֶּ֫ ֶרת תַּ ְפשִטּון‬


ַּ ‫מִמּול‬Além da túnica, arrancam a
‫מֵּעֹב ְִרים‬capa
daqueles que Passam
confiantes.

Mq 2.8

8. ‫שלַּח‬
ְ ִ‫ֹלא הֹודַּ עְתֶַּּ֫ נִי ֵּאת ֲאשֶר־ת‬não me faças sabem a quem
‫ע ִ ִ֑מי‬hás de enviar Comigo.
Êx 33.12

9. ‫ְהֹוריתִֶּ֫ יָך ֲאשֶר תְ דַּ בֵּר׃‬


ֵּ ‫ו‬e te ensinarei o que hás de
falar.

Êx 4.12

c Assim como um verbo que usualmente é transitivo no Qal pode aparecer sem um objeto,
assim um verbo que é usualmente um Hiphil trilateral pode mostrar somente um objeto. Com
esses Hiphils bilaterais, o objeto é usualmente uma pessoa.

10. ‫ש ַּמעְתִֶּ֫ יָך‬


ְ ‫חֲֹלא … ִה‬E não vô-lo anunciei?
Is 44.8
11. ‫ ַּכ ֲאשֶר ה ְֶרָאה א ֹתְ ָך ָבהָר‬Como te foi mostrado no monte
Êx 27.8

12. ‫הֹודַּ עְתִֶּ֫ יָך הַּּיֹום‬A ti tas faço conhecer hoje,


Pv 22.19

Essa construção pode ter um objeto não-pessoal, e nesses casos o sentido de causalidade é um
evento estativo. O objeto de causalidade nesses casos ou são substantivos abstratos ou são
atos da fala.

13. ‫ַאזְכִיר צִדְ ָקתְ ָך ְל ַּב ֶֶּ֫דָך׃‬Farei menção da tua justiça e só


dela.

Sl 71.16

14. ‫הֹודִ י ַּע יהוה י ְשּוע ָ֑תֹו‬O Senhor fez notória a sua
salvação.

Sl 98.2

p 443 15. ‫שמִי ַּע ז ֹאת ִמ ֶֶּ֫קדֶם‬


ְ ‫מִי ִה‬Quem fez ouvir isto desde a
antigüidade?

Is 45.21

16. ‫שמִי ַּע … ִא ְמרּו ְלבַּת־‬


ְ ‫יהוה ִה‬Eis que o Senhor fez ouvir até
‫צִּיֹון‬às extremidades da terra. “Dizei
à filha de Sião …”

Is 62.11

27.4 Hiphils Denominativos e Isolados


a Como o Niphal (23.5) e o Piel (24.4), o Hiphil tem uma função denominativa. O valor
causativo está sempre presente neste uso, mas a larga faixa de significados e de significados
estendidos, dependendo da raiz. Um grupo importante se refere à geração (p. ex.: ‫בְכ ֹר‬
“primogônito”), “crescimento” (p. ex.: ‫“ ֶּ֫ש ֶרש‬raiz”, ‫“ ֶֶּ֫ק ֶרן‬chifre(s)”, ‫“ ּפ ְַּרסָה‬casco da unha dos
animais”), e à atmosfera (p. ex.: ‫“ אֹור‬luz”, ‫מטָר‬
ָ “chuva”).
1. ‫ִירה‬
ָ ‫צ ָָרה ְכ ַּמ ְבכ‬uma voz, como de mulher que
está de parto (lit. fazendo
nascer o primeiro nascimento).

Jr 4.31

2. ‫יַּש ֵַּּרש יַּעֲק ֹב‬Jacó lançará raízes.


Is 27.6

3. ‫ּפָר ַּמק ְִרן ַּמפ ְִריס‬obezerro que tem pontas e


unhas.

Sl 69.32

4. ‫ ְל ָהאִיר עַּל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬para iluminar a terra.


Gn 1.15

5. ‫כִי ֹלא ִה ְמטִיר יהוה אֱֹלהִים עַּל־‬Porque ainda o Senhor não tina
‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬feito chover sobre a terra.
Gn 2.5

Outro grupo se refere ao uso de partes do corpo (cf. o inglês “to make eyes” [“fazer olhos”]).

6. ‫וְֹלא ֶה ֱאז ִין ֲאלֵּיכֶם׃‬o Senhor não ouviu a vossa voz.


Dt 1.45

7. ‫שמִיל מִכ ֹל‬


ְ ‫אִם־אִש ְל ֵּהמִין ּו ְל ַּה‬Ninguém se poderá desviar,
nem para a direita nem para a
‫שר־דִ בֶר ֲאדֹנִי ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬
ֶ ‫ ֲא‬esquerda, de tudo quanto o rei,
meu senhor, tem dito.

2Sm 14.19

8. ‫ַאל־תַּ ְלשֵּן ֶֶּ֫עבֶד אֶל־ ֲאד ָֹנ֑יו‬Não calunies o servo diante do


seu senhor

Pv 30.10 Q’ri

p 444 Alguns denominativos de substantivo abstrato pode denotar execução da noção da raiz

(p. ex.: ‫ ֶֶּ֫ח ֶרב‬, “excomunhão”).

9. ‫ ֲאשֶר ֹלא־יָכְלּו ְבנֵּי יִש ְָר ֵּאל‬Os quais os filhos de Israel não
‫ ְל ַּהח ֲִר ָ ֑מם‬puderam destruir totalmente.
1Rs 9.21

Geralmente, contudo, denominativos abstratos no grau Hiphil (muitas vezes figurados) tendem
a comportar-se como o Hiphil transitivo internamente (cf. 27.2g), isto é, o sujeito obriga a si
mesmo a comportar-se de acordo com a noção nominal (p. ex., talvez, ‫שכֶל‬
ֵּ ֶּ֫ “introspecção”, e
certamente ‫“ ֶּ֫ז ֹהַּר‬brilho” e ‫לבָן‬
ָ “branco”; cf. 27.2g ## 23–24).
10. ‫ש ִכלִים יַּז ְ ִֶּ֫הרּו כ ְֶּ֫ז ֹהַּר ה ָָר ִ ֑קי ַּע‬
ְ ‫ ְו ַּה ַּמ‬Os entendidos, pois,
resplandecerão, como o
resplendor do firmamento.

Dn 12.3

11. ‫שלֶג י ַּ ְל ִֶּ֫בינּו‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ַּכ‬Eles se tornarão brancos como
a neve.

Is 1.18

Um Qal denominativo pode, também, produzir um Hiphil: ‫“ ַּרע‬mal” produz tanto o Qal ‫רעע‬
‘ser mau” como um Hiphil “obrigar a ser mau, fazer (ações de alguém) mal, agir
perversamente”.
b As construções podem se desenvolver por causa de expressões figuradas em que a força
do termo básico ou a forma gramatical não é claramente visível. Deste modo ‫שכֶם‬
ְ “ombro”
desdobrou-se na forma ‫שכִים‬
ְ ‫“ ִה‬empurrar com o ombro (isto é, usar o ombro)” e em carregar
animais “pôr cargas nos lombos”; uma vez que isso acontecia de manhã cedo, por metonímia
‫שכִים‬
ְ ‫ ִה‬veio a significar “separar o campo de manhã cedo, madrugar”.
12. ‫ש ַּכ ְמתֶ ם ָמחָר לְדַּ ְר ְככֶם‬
ְ ‫ ְו ִה‬e amanhã de madrugada
levantai-vos a caminhar.

Jz 19.9

O oposto é ‫הע ֱִריב‬


ֶ “agir na noite”, de ‫“ ֶֶּ֫ע ֶרב‬tarde, noite.”
13. ‫שכֵּם ְו ַּהע ֵּ ֲ֑רב‬
ְ ‫שתִ י ַּה‬
ְ ‫ ַּוּיִגַּש ַּה ְּפ ִל‬Chegava-se, pois, o filisteu pela
manhã e à tarde.

1Sm 17.16

Observe, também, o Hiphil ‫“ נגד‬agir contra, opor-se”, uma reflexão da posição básica de falar
ou informar néged o destinatário. Essas lexicalizações são áreas isoladas imprevisíveis do
sistema de graus onde uma especialização semântica tem alcançado força sistemática.

c A função do Hiphil com algumas raízes não pode ser classificada com certeza dentro de
alguns desses tipos abaixo, porque a raiz é, sob outros aspectos, desconhecida. Nesses
exemplos não classificados, contudo, o valor semântico básico do grau é geralmente evidente,
e se pode discernir muitas vezes se a forma funciona como um transitivo, ou transitivo
internamente, etc.

p 445 14. ‫י ֵָּר ַּח וְֹלא יַּא ִ ֲ֑היל‬A lua não resplandece
Jó 25.5

15. ‫ ְו ֶה ֶאז ְ ִֶּ֫ניחּו נְהָרֹות‬E secarão os canais do Egito


Is 19.6

27.5 Sentidos Modais


a A noção causativa do Hiphil pode admitir diversas variações ou funções, não somente
por causa da natureza da raiz mas, também, por causa da relação que pode existir entre o
sujeito principal e o sujeito da ação causada (o sub-sujeito). Porque a expressão dessas
funções está associada aos modos não indicativos nas línguas que os usam (p. ex. o Grego
Clássico e o Latim), eles são chamados de funções modais. O inglês os expressa com uma
pequena categoria de verbos irregulares, chamados de modais (p. ex. “can, could, should,
would, may, might, etc.).

b Se, por exemplo, o “causativo” ocasiona um evento inaceitável por este sub-sujeito, o
verbo assume uma variação de compulsão.

1. ‫ ֲאהָּה בִתִ י ַּהכ ְֵּר ַּע ִהכ ְַּרעְתִֶּ֫ נִי‬Ah!


Minha filha, muito me
abateste.

Jz 11.35

2. ‫קּומָה יהוה ַּקדְ מָה ָפנָיו‬Levanta-te, Senhor, detém-no,

֑ ֵֶּּ֫ ‫ ַּהכ ְִר‬derriba-o.


‫יעהּו‬
Sl 17.13

Se, por um lado, a noção de “causalidade” é correta e bem recebida ou agradável ao sujeito
participante, então o Hiphil pode denotar solicitude, “cuidar disto”.

3. ‫ש ִב ַּע אֹותָם‬
ְ ‫ ָו ַּא‬E eu cuidei para satisfazê-los
Jr 5.7

Às vezes a ação é bem recebida ou agradável ao objeto, mas não é considerada como uma
propriedade. Aqui o Hiphil denota permissão:

4. ‫ַאח ֲֵּרי הֹודִ י ַּע אֱֹלהִים אֹותְ ָך ֶאת־‬Pois, Deus te fez saber tudo

֑ ‫כ‬isso.
‫ָל־ז ֹאת‬
Gn 41.39

Um sentido semelhante é encontrado com objetos pessoais:

5. ‫שקִי ַּע מֵּימֵּיהֶם ְונַּהֲרֹותָ ם‬


ְ ‫ָאז ַּא‬Então farei assentar as suas
‫אֹול֑יְך‬
ִ ‫שמֶן‬ ֶ ֶּ֫ ‫ ַּכ‬águas, e farei correr os seus rios
como azeite.

Ez 32.14

p 446 c Se a atividade causada é bem recebida pelo sub-sujeito, mas inaceitável ou


desagradável a um terceiro grupo, então a noção de tolerância passa a ser considerada no
conjunto:

6. ‫ש ֶַּּ֫מחְתָ כָל־אֹויְבָיו׃‬
ְ ‫ ִה‬Fizeste
com que todos os teus
inimigos se regozijassem.

Sl 89.43

Em certos exemplos a atividade causada é agradável tanto ao sujeito como ao sub-sujeito e o


sub-sujeito se torna um objeto indireto da “causadora”, no caso em que esta noção se torna
equivalente a concessão.

7. ‫ ִה ְצלִיחֹו ָהאֱֹלהִים׃‬Deus o fez prosperar.


2Cr 26.5

8. ‫וְֹלא תַּ ְצ ִֶּ֫ליחִי ָלהֶם׃‬E não prosperarás com elas.


Jr 2.37

p 447 28

Grau Hophal
28.1 Forma e Significado

28.2 Hophal de Verbos Qal e Niphal Usados Intransitivamente

28.3 Hophal de Verbos Qal Usados Transitivamente

28.4 Hophal Denominativos e Isolados

28.5 Sentidos Modais


28.1 Forma e Significado

a Como o Piel e o Pual, os graus Hiphil e Hophal encontram-se na voz ativa: com contraste
passivo. Os graus Pual e Hophal são os mais raros dos sete principais, e o Hophal é o mais raro
dos dois. Como com o Pual, certas formas passivas do Qal são indicadas como Hophal (22.6).

b Ambos os graus, Pual e Hophal, representam o sujeito como sendo causado a ser
acionado ou a sofrer os efeitos de ter sido acionado (geralmente por um agente não
identificado). Considerando que no Pual o sujeito é constituído dentro de um estado
representado pela raiz, no Hophal ele é causado, ou sofre os efeitos de ter sido causado, de
estar no evento significado pela raiz. Compare e confronte, por exemplo, estes casos com ‫ילד‬
e ‫( כון‬que tem Polel / Polal no lugar de Piel / Pual).

1a. ‫ ְביַּלֶדְ כֶן ֶאת־ ָה ִעב ְִרּיֹות‬Quando ajudardes no parto


(Piel) (literalmente: quando
fizerdes as mulheres hebréias
darem à luz filhos) as hebréias

Êx 1.16

1b. ֑‫שר י ֻ ֶַּּ֫לדְ תִ י בֹו‬


ֶ ‫ָארּור הַּּיֹום ֲא‬Malditoo dia em que nasci!
(Pual) (literalmente: que foi
feito para nascer [como um
estado]).

Jr 20.14

1c. ‫וַּּיֶּ֫ ֹולֶד ָבנִים ּובָנֹות׃‬E gerou (Hiphil) filhos e filhas


(literalmente: foi a causa de
que filhos e filhas nascessem
[como um estado]).

Gn 5.4

p 448 1d. ‫יֹום ֻה ֶֶּ֫לדֶ ת אֶת־ּפ ְַּרע ֹה‬o dia do nascimento (Hophal)
(literalmente: no dia que Faraó
foi nascido [como um evento])
de Faraó.
Gn 40.20

2a. ‫וְכֹנַּנְתִ י ֶאת־ ִכסֵּא ַּמ ְמ ַּלכְתֹו‬e estabelecerei o trono de seu


reino (literalmente: eu farei o
trono de seu reino estabelecido
[como um evento]).

2Sm 7.13

2b. ‫מֵּיהוה ֵּמ ְצעֲדֵּ י־ ֶֶּ֫גבֶר כֹו ֶָּ֫ננּו‬Ospassos de um homem bom


são confirmados (Polal)
(literalmente: serão feitos
firmes [como um estado]) pelo
Senhor.

Sl 37.23

2c. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם ֵּהכִין ִכסְאֹ֑ו‬


ָ ‫יהוה ַּב‬O Senhor estabeleceu (Hiphil)
seu trono nos céus
(literalmente: fez com que seu
trono fosse estabelecido [como
um evento]).

Sl 103.19

2d. ‫וְהּוכַּן ַּב ֶֶּ֫חסֶד ִכסֵּא‬Porque seu trono se firmará


(Hophal) (literalmente: fará
com que seja estabelecido
[como um evento]) em
benignidade.

Is 16.5

Estes exemplos mostram que o Hophal representa o sujeito como o paciente de uma situação
causativa envolvendo um evento. O objeto da noção causativa ativa com o grau Hiphil torna-se
o sujeito com o grau Hophal; o agente, expresso no Hiphil, normalmente não é expresso no
Hophal. Por exemplo, “trono” no # 2c é o objeto da noção causativa, com Deus como agente,
mas no # 2d “trono” é o sujeito, e o agente não é mencionado.
c A distinção do Hophal diante de outros graus passivos pode ser vista nestes exemplos
utilizando ‫בקע‬.

3a. ‫ ַּותִ ָבקַּע ָהעִיר‬Entãoa cidade foi arrombada


(Niphal)

2Rs 25.4

3b. ‫ ִכמְבֹואֵּי עִיר ְמ ֻב ָקעָה׃‬Como pelas entradas de uma


cidade que se fez (Pual)
(literalmente: foi feita com que
estivesse em brechas) em
brechas

Ez 26.10

3c. ‫ ָה ְב ְקעָה ָהעִיר׃‬se fez (Hophal) (literalmente: foi


causada a estar em brechas) a
brecha na cidade.

Jr 39.2

Cada um desses passivos reflete uma forma ativa correspondente na qual a cidade é o objeto
do “fazer brecha”. Nos graus passivos, a cidade é o sujeito sendo acionado ou sofrendo os
efeitos da ação; o agente não é mencionado. Em # 3a o Niphal representa p 449 uma ação
simples, sem a noção de causalidade. Em # 3b e # 3c o Pual e o Hophal significam causalidade;
no Pual a cidade é representada como sendo feita num estado de ser feita em brechas,
enquanto que no Hophal a cidade é representada como sendo causada a sofrer os efeitos do
evento de ser feita em brechas.

28.2 Hophal dos Verbos Qal e Niphal Usados Intransitivamente

a Uma vez que o Hiphil é muito mais amplamente usado do que o Hophal, praticamente
todas as raízes que formam o Hophal também formam o Hiphil, sendo assim conveniente
mostrar os dois juntamente.

b Os verbos fientivos intransitivos Qal e Niphal e seus correspondentes do Hophal são


predicações com uma função; no Hophal o agente do Hiphil não é representado e o sujeito é o
paciente ou o que sofre a ação.

1a. ‫שכַּב עַּל־ ַּה ֶֶּּ֫ילֶד‬


ְ ִ ‫ ַּוּי‬deitou-se (Qal) sobre o menino.
2Rs 4.34

1b. ‫ש ִכ ֵֶּּ֫בהּו‬
ְ ַּ‫וַּת‬e o deitou (Hiphil) sobre a cama
do homem de Deus.

2Rs 4.21

1c. ‫שכָב עַּל־ ִמטָתֹו׃‬


ְ ‫ ֻמ‬Eis que o menino jazia morto
(Hophal) (literalmente: foi
causado a reclinar) sobre a sua
cama.

2Rs 4.32

2a. ‫ ַּו ֶָּּ֫ישָב מֹשֶה אֶל־יהוה‬Então tornou (Qal) Moisés ao


Senhor.

Êx 5.22

2b. ‫ ַּו ֶָּּ֫ישֶב י ָדֹו אֶל־חֵּיקֹ֑ו‬E tornou (Hiphil) a meter a sua


mão (literalmente: ez com que
sua mão voltasse) em seu seio.

Êx 4.7

2c. ‫וַּּיּושַּב ֶאת־מֹשֶה ְואֶת־ַאהֲרֹן‬Então Moisés e Arão foram


‫אֶל־ּפ ְַּרע ֹה‬levados (Hofal) (literalmente:
foram levados a voltar) outra
vez a Faraó.

Êx 10.8

3a. ֹ ‫ ַּכ ֶַּּ֫מי ִם ַּהנִג ִָרים ֶַּּ֫א ְרצָה‬comoáguas derramadas


(Niphal) na terra.

2Sm 14.14
3b. ‫ ַּוּיַּגֵּר‬Ele (o) derrama (Hiphil)
(literalmente: faz com que [ele]
seja derramado)

Sl 75.9

3c. ‫ְמֹורד׃‬
ָ ‫ ְכ ֶַּּ֫מי ִם ֻמג ִָרים ב‬Como as águas que se
precipitam (Hophal)
(literalmente: causadas para
serem deramadas) num abismo.

Mq 1.4

4a. ‫שמּו דַּ ְרכֵּיכֶם׃‬


ַּ ֶּ֫ ָ‫ ְונ‬E os vossos caminhos serão
desertos. (Niphal)

Lv 26.22

p 450 4b. ‫ ַּו ֲהשִמ ֹתִ י ֲאנִי ֶאת־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬E assolarei (Hiphil) a terra
(literalmente: farei com que sua
terra seja como um deserto)

Lv 26.32

4c. ‫שמָה‬
ַּ ‫כָל־יְמֵּי ָה‬Todos os dias da assolação
descansará (Hophal)
(literalmente: de ser causada
para ser como um deserto)

Lv 26.35

5a. ‫תִ דְ בַּק־לְשֹונִי ְל ִחכִי‬Apegue-se-me (Qal) a língua ao


paladar

Sl 137.6

5b. ‫ּולְשֹונְָך ַאדְ בִיק אֶל־ ִח ֶֶּ֫כָך‬E eu farei que tua língua se
apegue (Hiphil) ao teu paladar.
Ez 3.26

5c. ‫ְקֹוחי‬
֑ ָ ‫ּולְשֹונִי ֻמדְ בָק ַּמל‬e a língua se me pega (Hophal)
(literalmente: é causada a se
apegar) ao paladar.

Sl 22.16

c Os verbos estativos Qal raramente formam causativos passivos, e nenhum tipo


delocutivo-putativo. Nenhum dos verbos estativos citados em 22.4 ocorre sem alguma
ambigüidade com significado estativo no grau Hophal, embora alguns apareçam no Hiphil. No
caso de verbos com um Qal estativo e um Qal com força fientiva (p. ex., ‫“ שמם‬estar desolado;
devastar”, ‫“ מות‬ser morto; morrer”) parece melhor construir formas Hophal como fientivas.

d Não há nenhum Hophal análogo ao Hiphil interno. Mesmo um verbo que possa ser
transitivo internamente no Hiphil, é passivo no Hophal, com outro agente implícito que não ele
mesmo. Esta carência de uso é fácil de entender: o sujeito do grau Hophal é normalmente um
objeto implícito de outra noção causativa que não o agente, mas no caso do Hiphil interno não
há este objeto. Confronte o ‫ חלה‬Qal, Hiphil, e Hophal:

6a. ‫ ְו ָח ִֶּ֫ליתִי‬Ir-se-ia
de mim minha força, e
me enfraqueceria. (Qal)

Jz 16.17

6b. ‫ש ִרים ֲחמַּת ִמ ֶּ֑֫ ָּיי ִן‬


ָ ‫ ֶהחֱלּו‬Os príncipes se tornaram
doentes (Hiphil) com a
excitação do vinho
(literalmente: causaram a si
mesmos adoecerem com febre
do vinho).

Os 7.5

6c. ‫כִי ָה ֳח ֵֶּּ֫ליתִ י׃‬porque estou gravemente


ferido (Hophal) (literalmente:
foi causados a ser ferido)

1Rs 22.34
28.3 Hophal de Verbos Qal Usados Transitivamente

a As formas Hophal de raízes que são transitivas no Qal são causativas passivas. Além dos
exemplos em 28.1, considere estes:

p 451 1a. ‫ש ָר ֵּ ֑אל‬


ְ ִ ‫ ַּוּי ְִראּו ֵּאת אֱֹלחֵּי י‬E viram (Qal) o Deus de Israel.
Êx 24.10

1b. ‫כְכ ֹל ֲאשֶר ֲאנִי מ ְַּראֶה אֹותְ ָך‬Conforme a tudo o que eu te


mostrar (Hiphil) (literalmente:
fazer com que vejas)

Êx 25.9

1c. ‫ ֲאשֶר־ ַּאתָ ה מ ְָראֶה ָבהָר׃‬que te foi mostrado (Hophal)


(literalmente: fez com que
visse) no monte.

Êx 25.40

2a. ‫שחָה‬
ְ ‫שמֶן ַּה ִמ‬ֶ ֶּ֫ ‫ ְו ָל ַּקחְתָ ֶאת־‬E tomarás o azeite da unção. e
‫ ְוי ָ ַּצ ְקתָ עַּל־ר ֹא֑שֹו‬o derramarás (Qal) sobre sua
cabeça.

Êx 29.7

2b. ‫ ְוהִיא מֹו ֶָּ֫צקֶת׃‬E eles lhes traziam os vasos e


ela os enchia (Hiphil)
(literalmente: fazer com que
seja derramado)

2Rs 4.5 Qere

2c. ‫שמֶן‬
ֶ ֶּ֫ ‫ ֲאשֶר־יּוצַּק עַּל־ר ֹאשֹו‬Sobre cuja cabeça foi
‫שחָה‬ְ ‫ ַּה ִמ‬derramado o azeite da unção
(Hophal) (literalmente: fez com
que fosse derramado).

Lv 21.10

28.1 Hophal Denominativos e Isolados

a O papel denominativo do Hiphil é, também, encontrado no Hophal. Considere estes


conjuntos, de ‫“ ֶֶּ֫נגֶד‬diante de”, ‫“ שָלֹום‬paz”, e ‫“ ֶֶּ֫מלַּח‬sal”; para o último, nenhuma forma do
Hiphil foi atestada:

1a. ‫שי ָת‬


ִ ֶּ֫ ‫ ְו ַּהגֶד־נָא לִי מֶה ָע‬edeclara-me (Hiphil) agora o
que fizeste

Js 7.19

1b. ‫ ֻהגֵּד ֻהגַּד ַּל ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬Porquanto com certeza foi


anunciado (Hophal) a teus
servos

Js 9.24

2a. ‫ּוש ְָל֑ם‬e tem paz (Qal)


Jó 22.21

2b. ‫שלִים ִע ָמְך‬


ְ ַּ‫ ְואִם־ֹלא ת‬Porém, se ela não fizer paz
(Hiphil) contigo (literalmente:
não fizer com que se esteja em
paz contigo [como um
evento])…

Dt 20.12

2c. ‫ש ְלמָה־לְָך׃‬
ְ ‫ ְו ַּחּי ַּת ַּהשָדֶ ה ָה‬e os animais do campo estarão
[se fará com que estejam]
(Hophal) contigo em paz.

Jó 5.23
p 452 3a. ‫ ְוכָל־ק ְָרבַּן ִמנְחָתְ ָך ַּב ֶֶּ֫מלַּח תְ ְמלָח‬E toda oferta dos teus manjares
salgarás (Qal) com sal.

Lv 2.13

3b. ‫ ְו ָה ְמ ֵּל ַּח ֹלא ֻה ְמ ֶַּּ֫ל ַּח ְת‬Nem tão pouco foste esfregada
(Hophal) com sal.

Ez 16.4

b Ocorrências isoladas ou não-classificadas de Hiphil também formam modos de Hophal:

4a. ‫ש ִֶּ֫לכּו אֶל־יֹוָאב‬


ְ ַּ ‫ ַּוּי‬E a lançará (Hiphil) a Joabe.
2Sm 20.22

4b. ‫שלְָך ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬


ְ ‫ר ֹאשֹו ֻמ‬Eis que te será lançada (Hophal)
a sua cabeça pelo muro.

2Sm 20.21

5a. ‫ִיאנִי‬
֑ ָ ֶּ֫ ‫ ְבצֵּל י ָדֹו ֶה ְחב‬Com a sombra de sua mão me
cobriu (Hiphil).

Is 49.2

5b. ‫ּו ְבבָתֵּ י ְכ ָלאִים ָהח ֶּ֫ ָ ְ֑באּו‬e escondidos (Hophal) nas casas
dos cárceres.

Is 42.22

6a. ‫ ְו ֵּה ַּטלְתִ י אֹתְָך … עַּל ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬Lançar-te-ei (Hiphil) a ti, e a tua
‫ַא ֶֶּ֫ח ֶרת‬mãe… para uma terra estranha.
Jr 22.26
6b. ‫ ַּמדּו ַּע הּוטֲלּו הּוא ְוז ְַּרעֹו‬Por que foram lançados fora
ְ ‫( ְו ֻה‬Hophal), ele e os seus filhos, e
‫שלְכּו עַּל־ ָח ֶָּ֫א ֶרץ‬
arrojados (Hophal) para a
terra…

Jr 22.28

28.5 Sentidos Modais

a Assim como o Hiphil pode receber variações modais quando se percebe que a vontade
dos participantes está envolvida, o Hophal também pode receber as mesmas variações quando
tal objeto se torna o sujeito passivo da noção causativa. Por exemplo, alguém percebe a
nuança de coerção nesta ordem com a raiz ‫( שכב‬veja 27.5).

1. ‫ש ְכבָה ֶאת־ע ֲֵּרלִים‬


ְ ‫ ְו ָה‬e deite-te (literalmente: seja
causada [contra a sua vontade]
deitar-se) com os incircuncisos

Ez 32.19

p 453 Conjugações Verbais e Orações


29 Introdução às Conjugações

30 Conjugação de Sufixo (Perfectiva)

31 Conjugação de Prefixo (Não-Perfectiva)

32 Waw + Conjugação de Sufixo

33 Waw + Conjugação de Prefixo

34 Jussivo, Imperativo, Coortativo

35 Infinitivo Absoluto

36 Infinitivo Construto

37 Particípios
38 Subordinação

39 Coordenação e Advérbios Oracionais

40 Exclamações e Perguntas Polares

p 455 29

Introdução às Conjugações
29.1 Variedade de Formas Verbais

29.2 Teorias Baseadas no Tempo

29.3 Teorias Elementares do Aspecto

29.4 Teorias Histórico-Comparativas

29.5 Teorias Filosóficas

29.6 Uma Comcepção Posterior

29.1 Variedade de Formas Verbais

a Há três grupos superpostos de formas de verbos em hebraico, as conjugações, os


modais, e os não-finitos, e vamos discuti-los nesta gramática nesta ordem. No momento,
vamos revê-los na ordem inversa. As formas não-finitas incluem o particípio (# 1) e os dois
infinitivos (ou substantivos verbais) o construto (# 2) e o absoluto (# 3). As formas modais
incluem o coortativo (primeira pessoa modal, #4), o imperativo (segunda pessoa modal, #5) e
o jussivo (terceira pessoa modal, # 6). As conjugações podem ter o comportamento das formas
modais, pois todos os modais são relacionados ou derivados de uma das conjugações.

1. Particípio ‫עֹמֵּד‬ ‫עֹולֶה‬

2. Infinitivo construto ‫ַּלעֲמ ֹד‬ ‫ַּכעֲלֹות‬

3. Infinitivo absoluto ‫עָמ ֹד‬ ‫עָֹלה‬


4. Coortativo ‫ֲאזַּמ ְָרה‬ ‫ֵּא ֱעלֶה‬

5. Imperativo ‫עֲמ ֹד‬ ‫ֲעלִי‬

6. Jussivo ‫יַּעֲמ ֹד‬ ‫ֶַּּ֫יעַּל‬

b Há duas conjugações maiores: a sufixada, perfectiva (perfeito, qatal, qtl) e a prefixada,


não-perfectiva (imperfeito, yiqtol, yqtl). A variedade de termos usados para as conjugações p
456 dá a impressão da controvérsia que cercou o estudo deles. No âmago da controvérsia está
no fato de que as conjugações têm uma variedade de funções sintáticas, ligadas em parte ao
uso da conjunção waw (‫)ו‬. Geralmente são reconhecidas como cinco as maiores combinações.
Estas incluem os perfectivos sem o waw (# 7) e com o waw (# 8), isto é, qatal e wəqatal; e o
não-perfectivo sem waw (yiqtol, # 9), com waw e duplicação (wayyiqtol, # 10), e com waw
simples (wəyiqtol, # 11).

7. qatal ‫ָע ֶַּּ֫מדְ תִי‬ ‫עָ ָֽלְתָה‬

8. wəqatal ‫ְו ַּעמַּד‬ ‫ְו ָעלָה‬

9. yiqtol ‫תַּ עֲמ ֹד‬ ‫נַּ ֲעלֶה‬

10. wayyiqtol ‫ַּוּי ַּ ַּע ְמדּו‬ ‫ַּו ֶַּּּ֫יעַּל‬

11. wəyiqtol ‫ְוי ַּ ַּע ְמדּו‬ ‫ְונַּ ֲעלֶה‬

Estas cinco combinações têm sido a base de muito estudo, pois não é óbvio em quais maneiras
elas são independentes uma das outras. Outras questões a respeito de conjugações envolvem
suas relações com as formas não-finitas (particularmente a relação dos infinitivos e da
conjugação de prefixo), sua referência de tempo, e seu relacionamento ao “tempo” e sistemas
de aspecto em outras línguas.
c As combinações não são igualmente comuns, como a lista de ocorrências a seguir
demonstra:

qatal 13.874 27% 20.252 40%

wəqatal 6.378 13%

yiqtol 14.299 28%

wayyiqtol 14.972 29% 30.606 60%

wəyiqtol 1.335 3%

50.858

As formas de prefixo são apreciavelmente mais comuns do que as formas de sufixo. Embora a
combinação mais freqüente seja wayyiqtol, as formas sem waw são, de modo geral, mais
comuns, 28.173 formas (55%), em oposição àquelas com waw, 22.685 formas (45%). Também
é digna de nota a predominância de três das combinações: qatal, yiqtol, e wayyiqtol, que são
consideradas em 85% das formas conjugadas hebraicas na Bíblia (43.145).

d Os hebraístas não são concordes quanto à significação das conjugações e suas


construções com o waw. Várias teorias avançaram, cada uma com seus pontos fortes e fracos.
p 457 Em seus estudos das conjugações, os hebraístas têm agido de maneira semelhante à
anedota dos cinco cegos que examinaram um elefante. Cada um deles descrevia a parte do
animal minuciosamente, mas eles diferiam em suas conclusões, porque tentavam descrever o
todo generalizando a partir de uma parte. A fim de evitar abstrações reducionistas que têm
importunado esta área mais difícil da gramática hebraica, parece conveniente começar
examinando as teorias; depois de as avaliarmos criticamente, seremos capazes de construir
uma base provisória da qual continuaremos a investigação.

e Leslie McFall recentemente reviu a literatura sobre o assunto desde os primitivos


gramáticos medievais judeus até o estudo de T. W. Thacker de 1954, concentrando-se em
“soluções desde Ewald até o presente dia.” Seguimos rigorosamente a revisão de McFall na
introdução da abordagem histórico-comparativa, no ano de 1900. Desde aquele ponto sua
obra deve ser suplementada, porque ele negligenciou alguns estudos significativos (p. ex.,
Brockelmann, Sperber, Hughes, e Michel).

f Alguns traços de qualquer visão moderna de conjugações representam uma ruptura com
os termos do debate tradicional. Desde o tempo de Renascença até a ultima parte do século
dezenove, havia uma tendência sólida com relação ao sistema verbal hebraico, a qual o
postulava como intrinsecamente “primitiva”, o que fazia do hebraico bíblico uma língua
arcaica incapaz de se compatibilizar com as complexidades de outras línguas comprovadas
posteriormente. Nenhuma solução moderna poderia estar baseada nessa noção suspeita e
enganosa do hebraico como uma língua. Mais tarde, antes do surgimento do pensamento
lingüístico moderno, o sistema verbal do hebraico era avaliado em confronto com as línguas
européias e foram as discrepâncias que pareciam exigir uma explicação. Uma forma especial
dessa perspectiva estava baseada nos interesses de tradução, mas não existe nenhum sistema
de equivalência absolutamente consistente para traduzir os verbos hebraicos para outra
língua. Estudiosos modernos procuram explicar da melhor maneira possível com seus próprios
termos.

g Cada fase do estudo moderno das semíticas comparadas tem estimulado novas teorias
do verbo do hebraico bíblico, embora algumas dessas teorias tenham sido inaceitáveis como
idéias a respeito de uma língua. Como veremos, uma informação do semítico comparado pode
ser usada tanto para elucidar como para criar a maior confusão na gramática hebraica. E
impossível explicar o hebraico alegando que ele é um híbrido ou monstro entre suas primas
Semíticas, pois, embora o hebraico seja diferente delas, não é diferente na espécie.

h Duas diferenças sobre o hebraico são relevantes. A primeira envolve o que está na Bíblia:
porque há certos tipos de escritos na Bíblia Hebraica que não atestados com a mesma
freqüência nos textos extrabíblicos semíticos, especialmente o Semítico do Noroeste, devemos
ser cuidadosos acerca de comparações. A predominância da prosa narrativa contínua na Bíblia
Hebraica é sem paralelo no antigo Oriente Próximo; até mesmo os anais acádicos dos reis neo-
assírios revelam diferenças consideráveis. Como veremos, há características distintivas da
prosa narrativa, bem como da linguagem p 458 profética, e esses “efeitos literários”
(peculiares a cada gênero literário) precisam ser levados em consideração quando se avalia o
sistema de verbo. Uma segunda diferença envolve a maneira na qual o hebraico foi
preservado. A noção de que o TM sofreu uma distorção significativa não desempenha nenhum
papel sério na explicação dos verbos. Isto já deveria estar mais do que claro quando se
considera a separação das formas ‫ וַּּיקטל‬e ‫וְיקטל‬, citadas anteriormente, e a variação na
acentuação da combinação wəqatal em certas pessoas (p. ex., ָ‫ְָאמ ְרת‬ ָ ֶּ֑֫ ‫ו‬, Is 14.4, mas ֶָּ֫‫וְָאמ ְַּרת‬,
Ez 29.3; cf. ‫וְָא ֶַּּ֫מ ְרתִ י‬, Dt 32.40).

i A idéia principal, na verdade a única, por traz das opiniões primitivas a respeito do verbo
hebraico era o tempo (29.2); o século 19 acrescentou a idéia de aspecto (em-bora não o
vocabulário) (29.3). A decifração do cuneiforme e a recuperação de outros mo-numentos
semíticos antigos contribuíram com fundos de novos dados (29.4). A integração deste material
é somente parte dos esforços empregados na compreensão (29.5–6).
29.2 Teorias Baseadas no Tempo

a A referência ao tempo pode ser indicada na língua de várias maneiras. Pode ser
lexicalizada, isto é, expressa por palavras individualizadas (tais como os advérbios ingleses
“now [agora], soon [logo], formerly” [outrora], ou poder ser gramaticalizada, isto é, expressa
morfologicamente como parte de, ou em conjunção com formas de verbo. A referência de
tempo gramaticalizada é chamada tempo. O inglês usa a categoria de tempo, distinguindo
tempo presente “I run” [“Eu corro”] do tempo passado “I ran” ]”Eu corri”]. O hebraico bíblico
não tem essas formas simples de tempo, mas porque o hebraico mishnaico e a maioria as
línguas européias têm, por pelo menos oito séculos, mais ou menos do ano 1.000 D.C. em
diante, os gramáticos medievais judeus e estudiosos cristãos das Escrituras Hebraicas acharam
que qtl, qôtēl, yqtl significassem respectivamente tempos passado, presente e futuro. Esse é o
sistema basicamente encontrado no hebraico mishnaico (e posterior), o que faz dela uma
língua baseada em tempo. Com tal perspectiva, é muito difícil acomodar as nuances do
Hebraico Bíblico, e foi necessário um estratagema para explicar a referência do “passado”
wayyqtl e a referência do “presente / futuro” de wəqtl.

b Os gramáticos primitivos judeus (2.2) pensavam que as conjugações significassem tempo


e que um verbo prefixado com waw era “convertido” para um sentido oposto. p 459 Japeth
ha-Levi, o gramático caraíta de Jerusalém, do século 10°, chama a conjugação com sufixo waw
de ʿatīdī waw, “waw do futuro”. David Quimḥi (1160–1235), em sua Mikhlol, “a Gramática de
Gesenius da sua época”, como seus predecessores, pensava em termos de tempos. Ele chama
o waw que “substitui” o passado pelo futuro e vice-versa de waw haššārût “waw de serviço.”
Elijah Levita (1468–1549) foi talvez quem cunhou o termo que tornou padrão desse “tipo” de
waw, waw hippûk, “waw conversivo”. O waw ordinário, a conjunção simples, ele chamou de
waw ḥibbûr, “waw de ligação”.

c Os gramáticos medievais judeus desta maneira viram três tempos: qtl passado, qôtēl
presente, e yqtl futuro; o waw hippûk podia converter o primeiro e o terceiro. Os primeiros
hebraístas cristãos aceitaram a perspectiva medieval hebraica. Eles chamaram o waw ḥibbûr
de conjunctivum, e o waw hippûk de conversivum.

d Até 1827, prevaleceu a perspectiva tradicional nas universidades cristãs da Europa, mas
alguns começaram aprimorar criticar e modificar tal perspective. A gramática de Johannes
Buxtorf (1653), por exemplo, negou que o hebraico tivesse um tempo presente. McFall cita,
como um exemplo típico de confusão sobre os tempora (“tempos” em latim) no hebraico, a
declaração de C. Bayly em 1872: “Os Tempos muitas vezes são usados promiscuamente,
especialmente nos livros poéticos e proféticos”. Não obstante, a teoria do tempo e o waw
conversivo sobreviveram. W. Gesenius, nas treze edições de sua gramática (1813–1842), não a
abandonou.

e A teoria do tempo e o waw conversivo representaram uma tradição tão respeitável que
parecia ser arriscado desafiá-la. Algumas estatísticas certamente a comprovam. Em 14.202
exemplos de wyyqtl (dentro de um total de 14.972) a RSV (Revised Standard Version) traduz
com um pretérito perfeito. Além disso, a teoria do tempo apela para o “bom senso”. F. R.
Blake, por exemplo, defendia ser muito pouco provável que um verbo, a priori, não tivesse
tempo. Em ultimo lugar, a necessidade de traduzir o verbo hebraico para as estruturas de
tempo das línguas européias acaba apoiando a teoria do tempo.

f Contudo, a teoria tem fragilidades tremendas. Embora possa ser verdadeiro que wayyqtl
na maioria das vezes designe tempo passado, isto não significa que ele tenha sempre esse
valor (veja 31.2). Quando mudamos para outras formas o padrão estatístico perde a sua
elegância. De acordo com McFall, os tradutores da RSV traduzem yqtl como um tempo
passado 774 vezes, e como tempo presente 3.376 vezes, como tempo futuro 5.451 vezes,
como modal não-passado 1.200 vezes, como modal passado 423 vezes, como imperativo 2.133
vezes, como jussivo / coortativo 789 vezes, e não verbalmente 153 vezes. Com relação ao qtl, a
RSV traduz em Jó, uma boa fonte para comparação por causa de seu caráter não-histórico,
como tempo passado 252 vezes e como tempo presente 244 vezes; em sua forma com waw
wqtl como passado 12 vezes, como presente 23 vezes, e como futuro 14 vezes. Sem dúvida, os
tradutores da RSV necessitaram de todos os três tempos principais p 460 do inglês para
traduzir as duas conjugações com e sem waw. Como explicar o fato de que cada uma das
formas em Hebraico “representam” todos os três tempos importantes do inglês se
postularmos que tais formas tem um valor predominantemente temporal?

g N. W. Schröder em 1766 ofereceu uma explicação alternativa para o uso “promíscuo”


das formas do verbo hebraico introduzindo o conceito de tempo relativo. De acordo com essa
teoria o tempo de uma determinada situação não está localizado absolutamente em relação
ao momento presente do tempo do locutor; antes, está relacionado com o tempo do verbo
precedente. Na prática isto significa que wayyqtl é futuro em relação a um evento passado
precedente representado por qtl. Com esta sugestão ele substituiu o “barbarismo”, como
alguém o havia chamado, que o waw podia “converter” as formas de tempo em seus opostos;
lançando deste modo os fundamentos para a posterior teoria do waw-consecutivo. A teoria de
Schröder, alem de não resolver os pontos fracos da teoria do tempo assinalada acima,
introduziu novos problemas. Será que os judeus tiveram a agilidade mental de deslocar
constante e facilmente para trás e para frente entre passado e futuro? Por que as construções
qtl ~ wayyqtl e yqtl ~ wqtl ocorrem sob condições sintáticas rigorosas? Não continua wqtl
converter o passado em futuro?

h Em 1818 Philip Gell, independentemente de Schröder, ofereceu uma solução


semelhante, mas em lugar do termo “vaw futuro relativo” ele usou “waw indutivo”. McFall
resume sua perspectiva:

Philip Gell sugeriu que cada gênero ou categoria de literatura era composto
por um sistema principal e um secundário. Um sistema principal, por exemplo,
podia ser uma narrativa histórica. Ele começaria com um verbo regente que
coloque a narrativa em seu verdadeiro período histórico. Este será seguido por
formas verbais subordinadas, as quais reterão seu próprio tempo
individualmente. O poder temporal do verbo regente, ou inicial, é induzido, ou
passado adiante, aos verbos subordinados por meio do waw conjuntivo.

Na perspectiva de Gell o waw comunicou o efeito fluindo do todo para as partes.


i O estudo de Gell é seminal para o estudo do discurso. Sua apreciação do efeito do gênero
e a distinção entre sistemas literários principais e secundários oferecem uma perspectiva
preciosa na estrutura sintática da narrativa hebraica (veja 31.2). Além disso, ele abriu a porta
para ver as construções do waw ligado como denotando conseqüência (veja 32.2) e situações
epexegéticas (veja 32.2.2). Mas ele ainda nos deixa na mão com os problemas inerentes a
qualquer teoria de tempo e com o problema de wqtl, para o qual Gell confessou que seu
princípio não fez funcionar.

j Em 1827, Samuel Lee (1783–1852) Professor Régio de hebraico em Cambridge, tentou


introduzir uma perspectiva histórica no debate. Ele analisou os verbos conjugados como
consistindo de afixos pronominais e raízes nominais. Ele afirmava que qtl, quando formado a
partir de substantivos concretos, representavam o tempo passado, e que yqtl, formado a partir
de um infinitivo abstrato, significava o tempo presente. Como Schröder ele pensava que
wayyqtl significasse tempo relativo, mas o definia diferentemente. Para ele a forma funcionava
como o tempo presente histórico encontrado no p 461 Grego e Latim, onde o tempo presente
é usado para referir-se a uma situação passada. Um exemplo simples do inglês seria: “Eu
estava sentado na varanda quando chega John e diz…” Isto oferece uma narrativa mais vívida
do que “Eu estava sentado na varanda quando veio Kathy e disse…. Um presente relativo na
construção wayyaqtl combina bem com a sua teoria, porque ele não distinguiu o significado de
yqtl em sua forma livre (sem o waw) da forma ligada do waw-relativo.

k A obra de Lee deve ser considerada como revolucionária. Ele foi o primeiro que
conseguiu desvencilhar o estudo sério do sistema verbal hebraico para bem longe da tradição
venerável de que yqtl significa somente o tempo presente-futuro. Sua análise morfológica das
conjugações baseada nos afixos e raízes nominais é fundamental para a abordagem histórico-
comparativa posterior. De fato, alguns semitistas comparativos ainda apoiam sua teoria de
que a forma yqtl é baseada no infinitivo. Sua distinção entre ações concretas e abstratas
aguarda a distinção de Diethelm Michel entre ações acidentais e substanciais. Embora ele
tenha desafiado a tradição, de fato, ele simplesmente substituiu uma noção de tempo por
outra, e nenhuma visão baseada exclusivamente em tempo é adequada. De certa maneira essa
falha é surpreendente uma vez que Lee reconheceu que aquilo que ele chamava de
pensamento oriental diferia do ocidental.

29.3 Teorias Elementares do Aspecto

a Considerando os defeitos das teorias baseadas no tempo, não é surpreendente que os


estudiosos considerassem outros fatores explicativos, que podiam ser agrupados juntos sob o
título de aspecto. Em acréscimo às perspectivas estritamente aspectuais de Heinich Ewald e
William Turner, consideramos a teoria do “tempo universal” como uma teoria aspectual por
falta de uma alternativa melhor.

b A teoria do “pensamento universal”, a qual tem sido geralmente sustentada por todo
estudante de hebraico bíblico elementar por um curto período, alega estritamente que as duas
conjugações não podem ser separadas. O grande crítico romântico alemão Johann Gottfried
von Herder (1744–1803) foi um dos primeiros apreciadores modernos da literatura hebraica.
Em seu livro Vom Geist der Hebräischen Poesie (Sobre o Espírito da Poesia Hebraica, 1783),
sugeriu que o hebraico tinha somente um tempo, ou antes, que os dois tempos são
essencialmente tempos indefinidos, são ambos aoristos, isto é, tempos indemarcáveis. A visão
de Herder está baseada em sua atribuição ao espírito hebraico “primitivo” e “sereno e aberto”,
a qualidade do imediatismo: “Todas as canções hebraicas de louvor à [criação] … foram …
formadas, por assim dizer, a partir de um contato direto com exatamente as mesmas cenas
[descritas].” O desejo de apresentar impressões vívidas de primeira mão levou os hebreus
“como crianças” a contar com formas de verbo ilimitado.

p 462 c Estranhamente, tais maneiras de ver podem ser encontradas em nosso próprio
tempo, embora com reflexões diferentes. Alexander Sperber (1897–1971), um erudito
extravagante, mas diligente concordava essencialmente com Herder. Ele demonstrou que as
duas conjugações eram usadas permutavelmente, baseando-se em passagens do Pentateuco,
onde ele alegava que tal confusão poderia se encontrada (p. ex., ‫ הּוסַּר‬em Lv 4.31, ‫ יּוסַּר‬em
4.35). Ele também relacionou inúmeros versículos onde o perfeito é seguido por um imperfeito
(p. ex., Nm 9.15), onde o imperfeito é seguido por um perfeito (Lv 6.21), etc. Ele, portanto,
propôs:

Cada um desses tempos… pode indicar nenhum tempo e todo tempo. Deste
modo, eles não complementam um ao outro a fim de formar uma conjugação
verbal completa expressando passado e futuro, respectivamente, mas eles
correm paralelos um ao outro, representando duas possibilidades de expressar
um e o mesmo tempo.

Por esta razão ele exigiu esta nova terminologia, o tempo de sufixo e o tempo de prefixo. Por
que, então, há duas formas de tempo? Sperber explicou o fenômeno por sua teoria
compreensiva de que o hebraico bíblico não é uma língua unificada, mas uma confluência de
dialetos: “O uso combinado de dois tempos, que corre através de nossa literatura bíblica, é
mais uma evidência para nossa afirmativa de que a língua de nossa Bíblia é de um tipo
misturado.”

d James Hughes chegou a uma conclusão semelhante (sem negar a unidade do texto):
“Parece não haver diferença entre os dois tempos – exceto a forma – como eles aparecem nas
Escrituras Hebraicas.” Tempo, de acordo com Hughes, é indicado pelas partículas que ocorrem
com o “aoristo aformativo [isto é, qtl]” e o “aoristo preformativo [isto é, yqtl]”.

e Os estudos de Sperber e de Hughes têm os valores salientes de descrever o texto e de


corrigir as generalizações exageradas. À luz da falta de consenso com respeito ao significado
do texto, o apelo de Sperber para uma terminologia neutra, descritiva baseada mais na forma
do que no significado faz sentido. Conseqüentemente os eruditos começaram adotar os
termos conjugação prefixo e conjugação sufixo. Além disso, “universal” é um termo adequado
para descrever o alcance da conjugação prefixo. Mas o ceticismo profundo de Sperber com
relação à fidedignidade da vocalização massorética e a unidade essencial da língua são
injustificados (veja 1.6). O fenômeno sobre o qual ele baseou sua dissecação do texto em
dialetos, isto é, a mistura dos tempos nas linhas vizinhas da poesia, também ocorre no
ugarítico. O ugarítico também é uma “língua misturada”? Além disso, é metodologicamente
errôneo construir uma teoria mais sobre dificuldades isoladas do que sobre um estudo
sincrônico e diacrônico compreensivo do p 463 sistema verbal. As teorias do “tempo
universal”, ou defendidas por Herder ou por Sperber, não oferecem nenhuma solução final
para o problema do sistema verbal.

f A teoria aspectual propriamente dita começa em 1820, contemporânea com os estudos


de Samuel Lee. Heinrich Ewald (1803–1875) escreveu a respeito das duas conjugações: “O
aoristo primeiro [qtl] transmite uma coisa completada (perfectam), quer presente, passada ou
futura. O aoristo segundo [yqtl] transmite uma coisa não completada (imperfectam), quer
presente, passada ou futura.” Embora ele tenha usado termos latinos modi “modos” e
tempora “tempos”, a concepção de Ewald é aspectual. Foi por causa das opiniões de Ewald de
que as conjugações hebraicas ficaram conhecidas como perfeita e imperfeita; estas, como ele
disse, representam “os dois aspectos grandes e opostos sob os quais cada ação concebível
pode ser considerada.” Pelo perfeito Ewald quis dizer que o locutor representa a ação como
acabada e desta maneira antes dele; o imperfeito representa ação como inacabada e não-
existente, mas possivelmente vindo a ser e chegar. McFall resume a perspectiva do perfeito de
Ewald desta maneira:

É usado em ações em que o locutor do seu presente olha como realmente


passadas e, portanto, completas. [E] é usado em ações que são vistas como
acabadas mas que passam direto para o presente.

Com respeito à perspectiva de Ewald do imperfeito, McFall observa:

Da idéia básica de incompletude nesse ponto surgem dois significados


distintos que são muito diferentes um do outro. Primeiro, o que é especificado
ser absolutamente incompleto se refere ao tempo, e é portanto uma mera
forma-tempo (time) ou tempo (tense). Segundo, o que é especificado ser
dependente de algo que é colocado como uma “espécie de ser particular, que
conseqüentemente se torna mais um modo do que um tempo”.

g Uma vez que Ewald desvencilhou o estudo do verbo hebraico do tempo, a teoria do waw
conversivo acabou também sendo questionada. Em seu lugar, Ewald avançou a idéia de waw
relativo como entendido por Lee. Ewald considerava erroneamente que ‫ַּו‬ (isto é, we-)
prefixado ao presente histórico yqtl era compreendido de ‫“ ו‬e” e ‫“ אז‬então” e pensava que
indicava mais enfaticamente a conseqüência de uma ação. Para esta interpretação da forma
Ewald (como os mais modernos) adotou o termo de F. Böttcher, waw consecutivo. Ewald mais
adiante sugeriu, com razão, que wqtl funciona como a antítese de wayyaqtl. De grande
importância para pesquisa posterior baseada no método histórico-comparativo foi a
observação de Ewald de que a forma wayyqtl está baseada, onde quer que seja possível, na
forma jussiva. Aqui, contudo, ele generalizou demasiadamente; p 464 McFall chama a atenção
para exemplos onde está construída sobre a forma do chamado imperfeito mais extenso.

h O estudo de Ewald estreitou consideravelmente a distancia entre o texto e a


interpretação. No pensamento científico uma teoria é criada pela imaginação de dados sendo
investigados, e a teoria é então testada pela lógica diante dos dados. A teoria do aspecto de
Ewald, no pensamento de muitos, satisfez melhor os dados do que qualquer teoria do tempo;
na maioria das gramáticas os termos “perfeito” e “imperfeito” substituem os termos
temporais. Obras de referencia a respeito de outras línguas semíticas acabaram empregando
termos e conceitos semelhantes. O termo “aspecto” tem sido aplicado gradualmente a essas
formas.

i As perspectivas de Ewald foram deficientes em certos aspectos. Como muitos de seus


sucessores, ele confundiu o conceito de completo com o de completado. Como resultado ele
se sentiu compelido a explicar o uso dos profetas do perfeito para eventos futuros, como o
resultado de experiências extáticas, nas quais eles viam o futuro como realizado. Quimhi havia
explicado o mesmo fenômeno, do mesmo modo, seis séculos antes: “A questão é tão clara
como se já tivesse passada”. Ewald substituiu “acabada” por “passada”.

j Além disso, Ewald é acusado de reducionismo, pois é questionável se a abstração


“aspecto imperfeito” pode incluir referências de tempo futuro e variações modais. Thomas O.
Lambdin adverte com razão: “Não é inteiramente exato… descrever tal ação [geral, não-
específica, habitual, potencial, ou a algum grau provável] como incompleta ou inacabada,
como muitas vezes se faz”.

k Finalmente, em nossa apreciação da teoria de Ewald, observamos as alegações de Péter


Kustár de que qtl pode designar uma ação que não esteja completa, como em ‫( י ָ ֶַּּ֫עצְתִ י‬2Sm
17.11), ‫( ז ָ ֶַּּ֫כ ְרנּו‬Nm 11.5), e ָ‫( ָא ֶַּּ֫הבְת‬Gn 22.2) e que yqtl pode designar uma ação completa
como em Jó 3.3 (‫א ֶּ֫ ָּולֶד‬ ִ ) e Jz 2.1 (‫)ַא ֲעלֶה‬. As observações não podem ser sustentadas
totalmente, como veremos nos capítulos seguintes.

l A recepção e a popularidade da teoria de Ewald pelo influente erudito inglês S. R. Driver


(1846–1914) representa um retrocesso. Embora seja tanto um grande erudito com todo o
direito como o maior mediador da cultura alemã, Driver não deu nenhuma contribuição
considerável para o estudo dos tempos. Driver recebeu generosamente a perspectiva de
Ewald, exceto aquela, como foi observado por Carl Brockelmann, que ele procurava explicar:
as duas conjugações em hebraico relacionando-as aos aspectos “perfeito” e “imperfeito” como
interpretadas por G. Curtius para o Grego. Isto o levou a afirmar que o imperfeito sempre
significou ação nascente ou incipiente, embora Ewald tenha sugerido esses significados
somente como uma possibilidade. Driver escreveu:

p 465 É… da maior conseqüência entender e ter em mente constantemente


os fatos fundamentais e primários… (1) que o verbo hebraico notifica o
caráter, sem fixar a data de uma ação, e (2) que, suas duas formas … uma é
calculada para descrever uma ação como nascente e deste modo como
imperfeita; a outra para descrevê-la como completa e assim como perfeita.

Como poderia ser previsto de sua citação, ele aceitou o conceito de um “perfeito profético”

[Com] extrema facilidade e rapidez [o locutor] muda seu ponto de vista, em


um momento falando de uma cena como se ainda no futuro remoto, em outro
momento descrevendo-a como se estivesse presente no seu olhar.
Driver demonstrou que qtl em sua forma ligada (wqtal) perdeu sua individualidade e sofreu a
influência do verbo a que está ligado. Na visão de Driver wayyqtl também representava uma
atividade “por acontecer” e “incompleta”, mas relativamente ao invés de completamente, a
saber, em relação à expressão verbal precedente à qual se subordinou. E. König se referiu a
essa conexão como um annexum (isto é, uma “conseqüência”).

m As visões de Driver foram amplamente aceitas, mas sua teoria não pode ser apoiada. Ele
herdou a fragilidade do reducionismo de Ewald e agravou-o. Além disso, como McFall
demonstra convincentemente, algumas situações complicadas exigem que interpretemos o
yqtl descrevendo uma ação acabada: “Ação nascente é uma visão demasiadamente estreita de
uma ação para servir de meio adequado para descrever um evento total composto de
inúmeras ações individualmente completas, p. ex., 2Cr 28.15”. De fato, Driver foi forçado a
abandonar sua teoria de yqtl em conexão com a combinação wayyqtl. “O uso de [wayyqtl] nos
livros históricos … torna inconcebível a idéia de que ele teria sugerido qualquer coisa, exceto a
de um fato consumado”. McFall também assinala a mesma inconsistência de Ewald. Driver,
escrevendo há mais de um século atrás, não teve o privilegio de contar com materiais
comparativos semíticos antigos quando fez suas pesquisas, e sua dependência do grego seja,
talvez, compreensível.

n A reação a Ewald por William Turner de Edimburgo foi em forma de uma refutação, mas
sua teoria era em base aspectual e filosófica. Turner procurou opor-se à teoria de Ewald com a
visão de que qtl representa o ato ou estado do verbo como um fato objetivo e que o yqtl
descreve o processo. Em sua visão qtl é fato objetivo, yqtl representação p 466 subjetiva; qtl
focaliza resultados históricos, yqtl focaliza o forjar da história. Turner não vê diferença
essencial entre qtl com raízes que denotam um estado versus uma atividade; nenhum
representa o sujeito como desprendendo energia, mas ao contrário assinalando o sujeito com
uma atribuição. Ele distinguiu qtl do particípio (qôtēl) sugerindo que o último enfatiza a pessoa
e o primeiro o fato. Tanto as formas livres como as ligadas de yqtl expressavam o elemento de
vida pessoal e atividade.

o Turner nos oferece mais uma vez uma perspectiva interessante, mas reducionista. Ele
antecipa as teorias de Michel bem como as perspectivas modernas de aspecto e a
representação subjetiva de realidade. Embora Turner contraste suas perspectivas com a teoria
aspectual, sua análise não é inteiramente diferente. Observe a explicação de Brockelmann de
que as duas conjugações representam aspectos:

Os tempora são para ser explicados como aspectos subjetivos, como podem
ser observados em muitas línguas dependendo se o falante deseja
simplesmente declarar que o que aconteceu como um evento (perfeito) ou
seu progresso (cursivo) (imperfeito).

Turner parece observar os aspectos fora de foco.

p Dos três grupos de teorias esboçadas aqui, é a perspectiva de Ewald que representa a
contribuição mais permanente. A teoria do “tempo universal” não é uma perspectiva séria, e
os pós-Ewald de fala inglesa não avançaram além de seu mestre alemão. Enquanto Ewald, S. R.
Driver e Turner escreviam, novos dados de antigos monumentos se tornaram disponíveis.
Esses dados informam a maioria dos estudos recentes.

29.4 Teorias Histórico-Comparativas

a Na década de abertura do século 20, os maiores traços da gramática acádica foram


entendidos e puderam ser trazidos para afetar os problemas das conjugações verbais
hebraicas. Hans Bauer, em sua dissertação em 1910, dedicou-se ao novo método histórico-
comparativo. Ele achou a interpretação de S. R. Driver artificial e voltada ao conceito que as
duas conjugações semíticas se referiam a período de tempo. Mesmo quando todas as línguas
semíticas cognatas mostram pelo menos duas conjugações, Bauer fez uma hipótese de que as
conjugações semíticas originalmente tivessem somente uma forma, a conjugação de prefixo.
Esta forma originalmente era sem tempo, e por isso ele a chamou de “aoristo.” A conjugação
de prefixo originou-se de uma construção de oração nominal (veja 8.4) envolvendo o
particípio, e por isso é chamada de “nominal”; ele acreditava que a proto-forma devia ser
assinalada pelo significado de um verbo, ou o de um perfeito (p. ex., qatal “ele é um assassino”
que é igual a “ele assassinou”) ou a um presente (p. ex., yadaʿ “ele é hábil”, equivalente a “ele
sabe”). O signifi p 467 ca perfeito da conjugação de sufixo prevaleceu nas línguas semíticas
Ocidentais, com o resultado que aí a conjugação de prefixo ficou restrita aos períodos
presentes e futuros. Em contraste, no acádico a conjugação de sufixo sofreu uma metamorfose
para surgir como uma forma de prefixo (suposto iparas) e foi usado para o tempo presente,
com o resultado da forma de antigo prefixo (iprus) tornou-se restrito ao passado. Desde que o
significado de pretérito para yqtl também é encontrado no hebraico, Bauer foi forçado a alegar
que o hebraico em sua forma wayyqtl deve preservar esta conjugação pretérita acádica; o
waw desta forma é assim, o waw-conservativo.

b Para explicar a presença no hebraico, tanto das conjugações de prefixo do Semítico


Ocidental como do Semítico Oriental, Bauer sugeriu que os hebreus peregrinando trouxeram
com eles as conjugações do Semítico Oriental e mais tarde as misturaram com as conjugações
do Semítico Ocidental dos residentes cananeus. O Hebraico não é uma língua estritamente
Semítica Ocidental, mas uma língua mista. Em suma, Bauer, sustentando que o qtl hebraico =
tempo perfeito, yqtl = tempo presente / futuro, wayyqtl = tempo passado, retornou
dramaticamente à perspectiva judaica medieval, mas por razões diferentes.

c A teoria de Bauer foi aceita por Gotthelf Bergsträsser sem a hipótese de língua mista. Por
contraste, G. R. Driver procurou defender precisamente a hipótese de língua mista. F.R. Blake,
também, seguiu essencialmente Bauer. Mais recentemente J. F. A. Sawyer, também,
respondeu a essa interpretação de tempo.

d Mas o desenvolvimento suposto de Bauer, não pôde se mantido. A conjugação de sufixo


é encontrada em outras línguas afro-asiáticas, que estavam conectadas no período primitivo
com o proto-semítico. Além disso, uma pesquisa posterior mostrou que o chamado presente
do acádico originalmente tinha um radical médio dobrado e, portanto, não podia estar
relacionado com o perfeito semítico Ocidental, mas estaria relacionado com o imperfeito do
indicativo das línguas etiópicas construído do mesmo modo. O presente acádico (iparras)
expressa o aspecto imperfectivo; a forma foi eliminada em outras línguas devido à sua
semelhança com o grau D (isto é, o Piel).

p 468 e A obra de Bauer, a despeito de seus defeitos, supre o esboço crítico de uma visão
moderna dos tempos hebraicos. É, primeiramente, uma teoria baseada em fatos
comparativos. Desde que tenhamos, agora, aperfeiçoado vastamente descrições disponíveis
do acádico, bem como do egípcio, e vários materiais de diversos sítios, notavelmente Amarna
e Ugarit, temos um campo muito mais amplo de comparação do qual para estudar hebraico.
Segundo, Bauer reconhecia que yqtl / wayyqtl hebraico era basicamente um grupo misto, e a
maioria dos eruditos aceitam sua perspectiva de que a conjugação de prefixo do hebraico é
(ou melhor, contém remanescentes de) duas conjugações de prefixo mais antiga, uma
denotando o tempo presente / futuro (como Bauer a teria) ou um aspecto cursivo / durativo
(como, p. ex., Rudolf Meyer a descreve), e a outra uma forma narrativa. Indiscutivelmente, a
língua Proto-semítica tinha, pelo menos, duas conjugações de prefixo, uma forma “mais
longa”(?) significando o aspecto não-perfectivo, tempo futuro, etc., e uma forma “mais curta”
para o passado narrativo. Vamos rever alguns dados comparativos.

f No acádico, encontra-se uma conjugação de prefixo longo (o “presente” – iparras,


irappud, ikkabit) para expressar ação incompleta ou habitual no tempo passado, um presente
histórico ou presente real, e futuro simples, bem como variações modais. Como veremos, esta
faixa de usos se comporta quase exatamente com aquela do yqtl do hebraico (historicamente
yaqtula). O acádico também tem uma conjugação de prefixo curto (o “pretérito” – iprus, iplaḥ,
ikbit) para cada ação pretérita ou para o modo jussivo. A descoberta dessa forma levou os
filólogos a verem yaqtul do Semítico Ocidental (isto é, jussivo hebraico e wayyqtl) como
pretérito e como jussivo.

g No árabe também se encontra uma conjugação de prefixo longo (yaqtulu), significando


aspecto imperfeito, ação circunstancial, e (com a partícula sawfa) tempo futuro. A conjugação
de prefixo curto (yuqtul) significa ou o modo jussivo ou (com a partícula negativa lam) ação
pretérita.

h Quanto a evidência do Semítico Noroeste primitivo, Ugarítico, é problemática porque


não é pronunciada. A forma longa correspondente Amarna (yaqtulu, plural: yaqtuluna) p 469
denota aspecto imperfectivo, modo irreal, ou ações presentes gerais ou futuras. A forma curta
(yaqtul, plural: yaqtulu) denota ou modo jussivo ou ação pretérita.

i Como essa evidência nos ajuda a entender o hebraico? Ewald observou que nos verbos
hebraicos, onde formas de prefixo variam, a forma wayyaqtl tem sempre o mesmo formato
como o jussivo. Pode ser demonstrado da evidência do comparativo semítico que essas formas
representam historicamente uma forma curta em contraste com a forma regular yqtl. Por
exemplo, no grau Hiphil o “imperfeito” é yaqtîl (<* yaqtilu) mas a forma do jussivo / waw-
relativo é yaqtēl (<* yaqtil). Uma distinção semelhante pode ser observada no II-waw (p. ex.,
‫ )קּום‬e as raízes geminadas (p. ex., ‫)סבב‬: yāqûm (<* yaqūmu) versus yāqōm (<* yaqum) e
yāsēb (<* yasubbu) versus yāsob (<* yasub). Uma conjugação arcaica prefixo curto deste modo
pode ter sobrevivido na forma de narrativa wayyqtl. Alguns pensam que ela sobreviveu numa
forma livre, especialmente na poesia (31.6).
j A despeito da correlação aparente na forma e no significado entre as conjugações prefixo
mais longo e mais curto em outras línguas semíticas e as formas do hebraico, a teoria apesar
disso tem sua própria série de problemas. O maior problema é a alegada divisão entre formas
longas e curtas. Com a maioria dos verbos não se pode distinguir entre as duas alegadas
conjugações de prefixo. Isto é explicado pelo fato de que cerca de 1.100 antes da era cristã a
língua perdera todas suas vogais breves finais, ocasionando a maiorias das formas *yaqtulu e
*yaqtul a caírem juntas como homônimas. Mas pode uma língua tolerar essa homonímia?
Pode uma língua tolerar num período extenso, a mesma forma representando aspectos ou
tempos opostos? Poder-se-ia contestar que o hebraico (bem como algumas outras línguas
semíticas) use uma conjugação de prefixo comum para expressar tanto o modo jussivo como o
indicativo. (A mesma confusão às vezes, também, acomete os modos coortativo e o
indicativo). Se a mesma forma pode significar modos opostos, não pode, também, a mesma
forma, expressar aspectos opostos? A evidência do semítico comparativo e os dois usos
distintos da conjugação prefixo do hebraico sugerem que, de fato, yaqtulu e yaqtul se
fundiram no hebraico para formar uma conjugação (aproximadamente) comum.

p 470 As conseqüências sintáticas da fusão não são óbvias. Estudos do próprio texto devem
ser decisivos para rever os resultados da evidência comparativa.

29.5 Teorias Filosóficas

a Diethelm Michel em 1960, seu estudo das conjugações no Saltério seguiu um método
diferente. Ele rejeitou as teorias aspectuais mais antigas, bem como as teorias histórico-
comparativas do tipo em que Bauer foi pioneiro. A recomendação baseada numa oposição
polar entre as formas qtl e yqtl é necessária, crê ele.

b Michel começa seu estudo justificando o uso da poesia melhor do da prosa e no


processo trata do problema dos efeitos de espécie. Ele recusa usar a prosa narrativa como a
maior fonte de dados porque o verbo nessa literatura quase sempre se refere ao tempo
passado ou a uma ação completa. Em acréscimo, segundo ele, as teorias disponíveis não
correspondem aos fatos. Ele escreve de teorias padrão da obra de poesia:

Repentinamente na poesia há uma “narrativa arcaica imperfectum com


significado passado”; na poesia deve-se aceitar o “perfectum profético” e
aplicar a psicologia para explicar sua existência; em poesia há em discurso
direto um “perfectum de execução”, também chamado de “perfectum
declarativo,” que acompanha uma ação e portanto designa uma ação
incompleta, presente.

Michel por conseguinte volta às chamadas (conjugações) têmpora consecutivas:

Parece inesperado e estranho, para dizer o mínimo, que um tempus estaria


perto de seu oposto pela simples prefixação de ‫ו‬. E se considerar-se mais tarde
que esta mesma forma ‫ ו‬mais perfectum diz-se ser usado numa ocasião como
um “perfectum copulativum”, como o perfectum costumeiro, e em outra
ocasião como “perfectum consecutivum”, como o imperfectum costumeiro, as
questões se tornariam intoleravelmente fortes.

p 471 Ele então começa a estudar a discrepância observada por todos os estudantes quando
se voltaram da gramática para o texto.

Devemos testar e discutir todos os verbos que ocorrem. Não faz nenhum
sentido citar como evidência somente aquelas passagens que sustentam nossa
tese e ocultar as outras. Essa abordagem eclética como as gramáticas devem
usar por necessidade por razão de espaço tem que contar com um trabalho
avançado que tenha testado toda evidência, e este trabalho avançado
devemos suprir aqui, investigando os Salmos.

Ele, também, rejeita os resultados da escola histórico-comparativa.

Nós não assumimos … os resultados dos estudos lingüísticos comparativos


relativos ao significado das formas dos verbos semíticos. Onde se pode
terminar, se ele toma seu ponto de partida aqui, Brockelmann mostrou muito
satisfatoriamente com a ajuda das teorias de Bauer. Lingüística comparativa só
é possível se as línguas a serem comparadas são entendidas em suas próprias.

c Esse iconoclasta começa sua investigação com o “imperfectum consecutivum” (wayyqtl).


Tendo estudado suas ocorrências depois de “perfectum” (qtl), depois de “imperfectum” (yqtl),
numa cadeia de “imperfecta consecutiva,” e depois de sentenças nominais, particípios, e
infinitivos, ele tira a conclusão de que sempre denota conseqüência ou dependência,
indiferente de tempo (daí o termo, teoria do waw-conseqüencial):

Tem sido mostrado que o chamado imperfectum consecutivum produz uma


conseqüência, e de fato age assim sem referência a tempo. Para estar certo, a
maioria das passagens têm que ser traduzidas no passado, contudo, ainda
encontramos um grupo considerável que não pode ser categorizado em
qualquer período de tempo.

d Depois ele estuda o “perfectum” em diversas espécies de salmos e situações. Aqui ele
descobre que pode referir-se a ações do perfeito, do presente, e do futuro, e que pode ser
usado em construções que acrescentam fatos explicativos a algo retratado mais tarde. Desse
estudo ele tirou a conclusão de que o “perfectum” não serve para referir-se a um período de
tempo, mas antes “relata um evento que fica em nenhuma relação dependente, mas que é
importante em si mesmo.” Ele demonstra que isto pode ser provado de três maneiras:

1. Se um perfectum fica isolado ou no começo de uma sentença ele expressa um


fato.

2. Se um perfectum segue um imperfectum ou particípio sindética ou


assindeticamente, ele não os favorece mas antes coloca um fato explicativo ao
lado deles…
3. Se diversos perfecta ficam desligados um do outro, eles não favorecem a ação,
mas especifica igualmente fatos importantes …

p 472 Por contraste, ele observa: “Do imperfectum pode se dizer exatamente a princípio, que
ele não faz tudo isso; ele informa uma ação que está numa relação”.

e Michel então volta à significação das conjugações em vista de o sujeito agindo. Depois de
um exame em profundidade do Salmo 1, ele provisoriamente avança sua tese em termos
filosóficos: o “perfectum” e o “imperfectum” têm um caráter “acidental” e “substancial”
respectivamente:

As ações típicas expressas pelos perfecta designam fatos, que uma pessoa
faz, mas que teoricamente pode não fazer. As ações poderiam ser chamadas
típicas às extensões que a pessoa que as faz manifesta sua pertença a um
certo tipo de indivíduo. Se a pessoa agiu de outra maneira, mostrar-se-ia como
pertencendo a um outro tipo de indivíduo. Por conseguinte, as ações não são
relatadas sob o ponto de vista que eles prosseguiram de uma espécie definida
de pessoa, mas que eles fazem essa espécie de ser antes ser manifesto. Em
resumo: as ações designadas pelo perfectum em relação à pessoa que age ter
um caráter acidental.

Por outro lado, a espécie de árvore [Sl 1.3] é estabelecida daquilo que
precede: é a substância de uma árvore plantada junto às correntes de água.
Que esta árvore produz frutos na sua estação, que suas folhas não murcham
não são ações que podem ou não pode fazer; antes, elas resultam da
necessidade do caráter [Wesen] da árvore. Em resumo: as ações designadas
pelo imperfectum com relação à pessoa do sujeito que age tenha uma caráter
substancial.

Michel tenta validar esta distinção provisória através de um estudo compreensivo do Saltério.
Ele resume suas conclusões assim: “Os critérios para a escolha do tempus não residem na ação
mesma (período de tempo, Aktionsart, ou o semelhante), mas na relação que o falante deseja
ver expressa.”

f Michel agora estuda as formas yqtl isoladas. Ele começa sua pesquisa com a visão de que
qtl designa um fato independente, por conseguinte yqtl deve designar ações dependentes. Ele
valida sua visão examinando as formas yqtl com respeito a (1) conseqüências negativas, o
chamado aoristo poético, (2) ocorrências correspondentes – “onde uma segunda ação
corresponde à primeira,” (3) o uso modal, (4) o uso iterativo, (5) expressões de pedido, e (6)
conjunções. Alguns de seus resultados merecem menção. Em conexão com “o chamado
aoristo poético” ele nega, em oposição a Stade, Bauer, Bergsträsser, Gunkel, e outros, que um
uso antigo de yqtl para ações passadas sobreviveu no Saltério. Para Michel, não existe
diferença significativa entre yqtl e wayyqtl – ambos expressam uma conseqüência:

Entre o imperfectum [yqtl] e imperfectum consecutivum [wayyaqtl] nenhuma


distinção existe com relação a seu significado … Os dois tempora são distintos
somente pelo fato de que com o chamado imperfectum consecutivum uma
conexão mais próxima é realizada pela *‫ ון‬prefixada.

p 473 Com respeito ao uso modal, ele argumenta que se uma ação ocorre como uma
conseqüência da essência da pessoa agindo ou da determinação da situação, yqtl designa a
noção modal e praticamente é “substancial.” “A expressão ‘ele faz isto’ é independentemente
importante, mas as expressões ‘ele pode (fisicamente), precisa, pode (moralmente)…’ são
significativas somente em relação a outro dado.” Ele argumenta que yqtl é usado
compreensivelmente para ações repetidas, desde que uma ação que repete sempre um novo
acontecimento está sendo reportada em lugar de um fato. A teoria “substancial”, argumenta
ele, também funciona com o uso de yqtl para pedidos e ordens, porque uma ação que é
pedida ou proibida não é importante em si mesma mas tem sua significação através da sua
conexão com a pessoa que dá a ordem. É portanto “substancial”.

g Indiscutivelmente, Michel avançou e enriqueceu consideravelmente essa área central da


gramática hebraica, ainda muito difícil e questionada, com seu estudo compreensivo de uma
porção selecionada do texto. A cultura futura fica em débito com ele, e nos aprofundamos em
sua obra nos capítulos seguintes. Ele demonstrou, acima de qualquer dúvida, que a construção
do waw-relativo (wayyqtl) pode significar conseqüência ou dependência. Mas se o “evento” se
refere a situações dinâmicas em contraste com situações estáticas, então sua declaração é
inadequada para verbos estativos. Sua visão da conjugação sufixo assemelha-se fortemente à
de Turner (quem ele não cita), e nossa crítica a Turner (29.3) aplica-se aqui também. Michel,
como Turner, parece estar fora de foco, vendo variações que acompanham as conjugações
embora falhando seus traços aspectuais.

h Sua obra contém falhas em sua avaliação das formas de prefixo. Não é verdade que as
conjugações apresentam um contraste filosófico entre situações que são acidentais e reais e
aquelas que são substanciais e menos reais (confronte ʾmr yqtl em Is 40.1 e ʾmr qtl no Sl 83.5: a
primeira é uma citação real menos “real” do que a segunda?). Muitas ações representadas
pela construção wayyqtl significam atos auto-suficientes, independentes (cf. a narrativa da
criação: Gn 1.3 e seguintes). Embora a conjugação prefixo às vezes represente atos
“substanciais”, atos que de necessidade procedem do sujeito, nem sempre procedem assim.
Considere # 1:

1. ‫יָבֵּש ָחצִיר נָבֵּל צִיץ כִי רּו ַּח‬Seca-se a erva, e caem as flores,
‫שבָה ֑בֹו‬ְ ָ‫יהוה נ‬soprando nelas o hálito de
YHWH.

Is 40.7

Segundo a teoria de Michel teríamos esperado, a conjugação de prefixo com os primeiros dois
verbos, porque, se a árvore plantada junto à corrente de água de necessidade produz fruto (Sl
1.3), assim a grama murcha e as flores secam de necessidade diante do vento divino.
i Em termos gerais, também, a obra de Michel pode estar falhada. O enfoque sobre a
poesia, muitas vezes elevado e idiossincrático, ignora um conjunto de (possíveis) efeitos de
espécie para evitar serem misturados por outro conjunto, os da prosa narrativa. Além disso,
enquanto as teorias de Bauer comprovadas demasiadamente especulativas, e traços
importantes não resistiram uma investigação posterior, para dispensar todo o p 474 método
comparativo-histórico, por esta razão parece injustificado. Michel, ao apresentar o seu
método, diz que deseja evitar suposições a priori, todavia ele falha exatamente naquela
contagem, quando alega que a conjugação de prefixo deve ser o oposto preciso da conjugação
de sufixo. Uma forma gramatical não acentuada não é necessariamente a oposta (lógica) de
uma forma acentuada. Demonstraremos, de fato, que a conjugação de prefixo representa tudo
não-perfectivo. Michel, também, caiu na mesma armadilha, como os pesquisadores antes
dele, a armadilha do reducionismo através da abstração. A forma não tem, necessariamente,
apenas um significado: pode incluir diversos significados que o falante e o público distinguem
pelo contexto.

j Alguns pontos específicos podem ser observados. Parece forçado dizer que atos repetidos
estão faltando na realidade. Considere o # 2.

2. ‫שדֶ ה ְו ִהנֵּה־‬
ָ ‫ ַּוּי ְַּרא ְו ִהנֵּה ְבאֵּר ַּב‬E olhou, e eis um poço no
‫שָם שְלשָה עֶדְ ֵּרי־צ ֹאן ר ֹ ְבצִים‬campo, e eis três rebanhos de
ovelhas que estavam deitados
‫ ָע ֶֶּ֫לי ָה כִי מִן־ ַּה ְבאֵּר ַּההִיא יֵּשְקּו‬junto a ele; porque daquele
‫ ָהעֲדָ ִ ֑רים‬poço davam de beber aos
rebanhos.

Gn 29.2

A forma da conjugação de prefixo ‫ יֵּשְקּו‬não é necessária aqui por causa da sentença causal
dependente (cf. ‫ ָסגַּר‬em 1Sm 1.5). Antes, o historiador por meio da forma de prefixo está
dando atenção necessária aos fatos, como acontece com a conjugação de sufixo. É muito mais
provável que a conjugação de prefixo denote aqui, como denota em outras línguas semitas,
aspecto imperfectivo e que a realidade não é o resultado. Notavelmente, o estudo de Michel
carece de uma consideração sobre wqtl que é o oposto aparente de wayyqtl, e portanto
poderia ajudar a esclarecer as funções da última forma. Parece improvável, à luz da sintaxe
estrita que rege o uso das formas livre e limitada na prosa, que yqtl e wayyqtl diferem não em
qualidade, mas somente em grau, embora wqtl e wayyqtl sejam completamente distintas.

k A tese variante de Michel é digna de nota. Péter Kustár propõe conclusões semelhantes
às de Michel. Mas, ao passo que Michel se refere a qtl e yqtl como representando ações
independentes e dependentes respectivamente, Kustár se refere a elas como representando
aspectos determinantes e determinados. Escreve ele:

A lei básica do uso das categorias de aspecto é a seguinte: o falante, através do


uso das categorias de aspecto de qtl e yqtl, distingue as ações, conforme o que
algumas são consideradas na relação imediata das ações uma à outra como
determinante e algumas como determinadas, isto é, o falante precisa apontar
algumas ações como pontos originários, a base, o momento determinante, o
propósito, resultado, ou o ponto conclusivo p 475 de outras ações, e para
outras ações como tendo sua base, propósito, ou momento determinado. As
ações determinantes são designadas através da formas qtl, as ações
determinadas pelas formas yqtl.

Sua tese caiu em muitas das mesmas censuras como as Michel, notavelmente a insistência na
oposição polar das formas qtl e yqtl.

29.6 Uma Concepção Posterior

a Todas as teorias esboçadas aqui representam esforços informados e considerados para


lutar com o uso das conjugações do hebraico. Se parece que o número de fatores e sistemas,
grotescamente demais, ultrapassa a complexidade dos usos, pode ser importante recordar que
algumas partes do sistema de tempo do inglês são obscuras. A operação da seqüência de
tempos, por exemplo, e a relação dos tempos perfeito e mais-que-pefeito são o assunto de
muita controvérsia numa língua que não é somente viva e muito falada, mas também, muito
estudada intensivamente. Dessa maneira, é necessário um pouco de paciência para o trabalho
sobre as conjugações do hebraico. Os estudos considerados até agora sugerem que a estrutura
básica do sistema, embora leve em conta a referência de tempo, é aspectual; vamos rever essa
estrutura.

b Com os advogados da teoria aspectual baseamos nosso estudo da conjugação sufixo na


hipótese de que ela designe um aspecto perfectivo (Aspekt). Bernard Comrie define aspecto
como “maneiras diferentes de ver a constituição temporal interna de uma situação”.
Considere esta sentença: “João estava lendo quando eu entrei.” Comrie explica:

O primeiro verbo apresenta o fundo para algum evento, enquanto que o


próprio evento é apresentado pelo segundo verbo. O segundo verbo
apresenta a totalidade da situação referida (aqui, minha entrada) sem
referência à constituição temporal interna; a totalidade da situação é
apresentada como um todo único não analisável, com começo, meio e fim
lançado dentro de um; nenhuma tentativa foi feita para separar essa situação
em várias fases individuais que compõem a ação de entrada. Formas verbais
com esse significado serão ditas para ter significado perfectivo, e p 476 onde
a língua em questão tem formas verbais especiais para indicar este, diremos
que ela tem o aspecto perfectivo. As outras formas, isto é, aquelas que se
referem à situação da leitura de João, não apresentam a situação dessa
maneira, mas antes faz referência explícita à constituição temporal interna da
situação, Nestes exemplos, em particular, a referência é feita a um porção
interna da leitura de João, quando não há nenhuma referência explícita ao
começo ou ao fim de sua leitura. Isto é porque as sentenças são interpretadas
como significando que minha entrada é um evento que ocorreu durante o
período que João estava lendo, isto é, a leitura de João tanto precedeu como
seguiu a minha entrada. Outra maneira de explicar o significado de perfectivo
e imperfectivo é dizer que o perfectivo olha a situação do exterior, sem
necessidade de distinguir alguma estrutura interna da situação, enquanto que
o imperfectivo olha a situação do interior, e como tal está decisivamente
interessado na estrutura interna da situação, desde que possa olhar para trás
e para diante a partida da situação e olhar adiante para o fim da situação, e
com efeito é igualmente apropriado se a situação é tal que continue através
de todo o tempo, sem qualquer começo ou qualquer fim.

Vários pontos nessa passagem necessitam ser observados à luz do estudo das conjugações do
hebraico. Comrie não define criticamente o perfectivo como uma ação completa (perfeito).

Há uma distinção semântica importante que se torna crítica na discussão do


aspecto. O perfectivo, realmente, não denota uma situação completa, com
começo, meio e fim. O uso do “completo”, contudo, dá muito mais ênfase no
término da situação, ao passo que o uso do perfectivo não dá mais ênfase,
necessariamente, sobre o fim da situação do que sobre qualquer outra parte
da situação.

c Significativamente, Comrie não fala de uma ação, mas de uma situação, que pode ser
estativa ou dinâmica. Se o aspecto perfectivo é definido em termos de uma situação completa,
o termo é aplicável tanto aos verbos estativos como aos fientivos.

d O segundo verbo do exemplo acima, “entrei”, é convencionalmente chamado passado


simples, enquanto que o primeiro, “estava lendo”, é um passado progressivo. A assimetria
desses termos sugerem que os aspectos perfectivo e progressivo em inglês não são opostos
polares, ainda que seus significados sejam distintos. A pesquisa da oposição polar,
argumentamos, fez Michel desviar do caminho, e no hebraico nós achamos que gêneros
masculino e feminino não são opostos simples (6.3–5). Essas lições serão úteis na consideração
da forma yqtl, em relação ao perfectivo qtl.

e A conjunção prefixo (historicamente longo) (yaqtulu) não pode ser descrita somente em
termos de aspecto imperfectivo. Nesta forma as noções de aspecto e tempo tanto p 477
combinado (aspecto imperfectivo no tempo passado e presente) como separado (aoristo no
tempo futuro). Sperber e Hughes estão parcialmente certos descrevendo-o como tempo
universal. E pode significar mais do que uma combinação de tempo e aspecto ou tempo
simples; pode também significar modos real ou irreal – o indicativo como graus de dúvida e
vontade. Em resumo: uma forma pode significar qualquer tempo, qualquer modo, e o aspecto
imperfectivo (mas não o perfectivo), não imperfectivo, mas não-perfectivo, “um mais do que
oposto” da conjugação de sufixo. (O termo “aoristo” significando sem limites ou fronteiras, é
apropriado).

f O wayyqtl (do historicamente curto yaqtul), e waqtl, tradicionalmente chamado de


formas waw-consecutivo, são mais bem chamados de formas waw-resultativo, embora não no
sentido que Schröder, Lee, ou Ewald adicionaram àquele termo. Essas construções waw
ocorrem principalmente em relação a um verbo precedente e significam duas noções em um e
ao mesmo tempo: a forma prefixo limite tem os valores da conjugação sufixo e a forma prefixo
limite tem os valores da conjugação não-perfectiva e ambas as formas de limite representam
uma situação subordinada à da sentença precedente, ou como uma (con)seqüência ou
explicação dela. Os termos waw-conversivo e waw-consecutivo são muito restritivos. O termo
waw-relativo, por contraste, sugere a relação com o verbo precedente e leva uma abertura de
possibilidades de significado subordinado. Como já observamos, a origem desse sistema pode
consistir das formas yqtl ~ wayyqtl, a primeira derivada da forma de prefixo longo com o
sentido não-pefectivo e a segunda derivada da forma de prefixo abreviado usada com
pretérito narrativo. Mas o que quer que seja a origem do sistema, aí aconteceu em hebraico
um sistema muito diferente de yqtl com waw relativo usado como perfectivo. Como
discutiremos, este novo sistema (31.1.2b) foi desenvolvido primeiramente em oposição à
combinação wəqtl usada para apresentar a apódose depois de uma prótase condicional (p. ex.,
“se isto for assim, wəqtl = então isto assim é / será”) e mais tarde levou, por analogia, ao
desenvolvimento da combinação wəqtl usada como um não-perfectivo. Nossa visão do waw
relativo combina e enriquece a antiga noção do waw hippûk e do waw conseqüencial de
Ewald.

p 478 g Expusemos nossas perspectivas provisoriamente, apoiando-nos fortemente em


estudos críticos anteriores, para prover uma estrutura dentro da qual estudar as formas. A
estrutura, contudo, não deve ser tão difícil que se imponha em textos relutantes. Ao contrário,
deve ser testada, refinada e preenchida pelo texto.

p 479 30

Conjugação de Sufixo (Perfectiva)


30.1 Forma e Significado

30.2 Variedades de Aspecto Perfectivo

2.1 Variação Léxica

2.2 Variação Sintática

2.3 Estativo versus Fientivo

30.3 Aspecto Perfectivo e Estado Perfeito

30.4 Aspecto Perfectivo e Referência a Tempo

30.5 Espécies de Usos do Perfectivo

5.1 Verbos Fientivos

5.2 Verbos Fientivos, Estado Perfeito

5.3 Verbos Estativos


5.4 Modo Irreal

30.1 Forma e Significado

a As conjugações hebraicas qtl e yqtl são opostas como perfectiva e não-perfectiva. A


marca morfológica dessa oposição aspectual é complexa. Muitas línguas marcam somente um
de um par de aspectos dados, com um prefixo (mi- para o imperfectivo persa [impfv]; pro-, na-,
etc., para o perfectivo russo) ou um sufixo (-zhe para o progressivo chinês). O inglês usa,
geralmente, uma forma de verbo simples para o perfeito (p. ex., “she read” [“ela leu”]) e uma
forma composta para o progressivo (p. ex., “she was reading” [“ela estava lendo”]). A oposição
hebraica é marcada de diversas maneiras. A distinção morfológica entre perfectivo e não-
perfectivo é mostrada por (1) padrões de infixos distintos (p. ex., qātal- versus -qtōl-), (2)
conjuntos de afixos distintos indicando pessoa (primeira, segunda, terceira), número (singular,
plural), e gênero (masculino, feminino), e (3) o uso de sufixação (perf.) versus afixação (tanto
sufixação como prefixação para não-perf.). Assim, qātal-tā versus ti-qtōl, ti-qtə-lû. O perfectivo
também difere do não-perfectivo, que está intimamente relacionado com diversos modais e
formas volitivas (Cap. 34), e não estando associadas muito intimamente a outras partes do
sistema de verbos.

p 480 b Como os nomes sugerem, a conjugação perfectiva é mais especializada em


significado do que a conjugação não-perfectiva. A forma de sufixo do verbo anuncia que uma
certa categoria (perfectividade) é relevante, enquanto que a forma prefixo não invoca essa
categoria. Perfectividade se envolve visando uma situação como um todo, visando-a
globalmente (29.6). Se o verbo é fientivo, a forma do perfeito se refere a um evento.

c As conjugações perfectiva e não-perfectiva são partes complementares do sistema de


verbo. Há um oposto ao aspecto do verbo perfeito, imperfeito; muitos, mas não todos os usos
da conjugação não-perfectiva do Hebraico mostram um aspecto imperfeito. Se um verbo é
fientivo, uma visão imperfeita dele descreve um processo (melhor do que um evento).
Imperfeição dirige a atenção para distinções internas da várias fases separadas compondo a
situação.

d Dois pontos negativos a respeito da perfectividade são importantes. Primeiro,


perfectividade não pertence à duração da situação. A situação representada pela forma
perfectiva pode prolongar um momento ou anos. Esta pode se esclarecer mostrando tanto as
conjugações perfectiva com a não-perfectiva sendo empregada em referência à mesma
duração estendida:

1. ‫ּו ְבנֵּי יִש ְָראֵּל אָ ָֽכְלּו ֶאת־ ַּהמָן‬E comeram (pfv.) os filhos de

‫שנָה‬
ָ ‫ַאר ָבעִים‬ ְ Israel maná Quarenta anos.
Êx 16.35
2. ‫שנָה ָאקּוט בְדֹור‬
ָ ‫ַאר ָבעִים‬
ְ Quarenta anos estive
desgostado (não-ptv.; ou:
estava desgostando) com esta
geração.

Sl 95.10

Quando a forma perfectiva reúne juntamente uma situação estendida interna, nós nos
referimos a ela como uma perfeita constativa. Segundo, o perfectivo não enfatiza a
completude de uma situação. Pesquisadores primitivos erraram conjuntamente caracterizando
a conjugação de sufixo como indicando ação completada, em lugar de indicar uma situação
completa. Expressa desta maneira errônea a teoria que a conjugação de sufixo indica aspecto
perfectivo está aberta à objeção. No # 3 a forma de sufixo não representa uma ação
completada.

3. ‫שנָה‬ ָ ‫שתֵּ ים־ ֶעש ְֵּרה‬ ְ ‫שנַּה‬ְ ‫ ִב‬No ano doze de


ָ ‫ל‬Jorão…começou
‫ְיֹורם … ָמלְַּך ֲא ַּחז ְ ֶָּ֫יהּו‬ a reinar
Acazias.

2Rs 8.25

p 481 Discutimos esses exemplos como este abaixo. A definição de completude imperfeita
também necessitava encontrar uma psicologia profética anormal para explicar o uso dos
profetas na conjugação de sufixo para eventos futuros. O aspecto perfectivo pode ocorrer em
referência a qualquer período de tempo.

30.2 Variedades de Aspecto Perfectivo

a Um número de fatores, tais como o significado inerente do verbo, advérbio e


modificação adjetival, e o caráter estativo ou fientivo de um verbo, modificam o aspecto
perfectivo. As variações causadas por esses fatores podem ser escondidas pela conjugação do
Hebraico, mas encontram um sistema verbal inglês mais rico e mais complexo.

30.2.1 Variação Léxica

a O significado inerente de uma palavra no contexto mais longo do discurso pode escolher
o começo, ou a extensão ou o fim da estrutura interna da situação representada como um
evento único.

b Às vezes, o valor inerente de uma palavra e o contexto em que a situação única é


colocada, determinam que a forma perfectiva seja progressiva, isto é, ela se refere ao começo
da situação.
1a. ‫ַאר ָבעִים‬
ְ ‫ ָמלְַּך דָ וִד עַּל־יִש ְָראֵּל‬E foram os dias que Davi reinou
‫שנָה‬ ָ (constativa) sobre Israel
quarenta anos.

1Rs 2.11

1b. ‫שנָה‬ָ ‫שנַּת שְתֵּ ים־ ֶעש ְֵּרה‬ ְ ‫ ִב‬No ano doze de Jorão …

ָ ‫ל‬começou a reinar Acazias.


‫ְיֹורם … ָמלְַּך ֲא ַּחז ְ ֶָּ֫יהּו‬
2Rs 8.25

A forma perfectiva no # 1a é constativa, a do # 1b é ingressiva. Verbos estativos, implicando


duração inerentemente, quando são usados numa situação perfectiva, muitas vezes têm força
ingressiva.

2. ‫ ֶּ֫ ַּוּיֵּלְֶך הָלֹוְך ְוגָדֵּ ל עַּד כִי־גָדַּל‬E engrandeceu-se o varão, e ia-


‫מְא ֹד׃‬se engrandecendo, até que se
tornou mui grande

Gn 26.13

3. ‫ִזֹובּה‬
֑ ָ ‫ ְואִם־ ָטה ֲָרה מ‬Porém, quando for limpa de seu
fluxo,

Lv 15.28

c Um significado constativo, como observado acima, pode ser mostrado pelos


modificadores externos que estendem a estrutura interna da situação perfectiva; em outros
casos o significado inerente da palavra estende a estrutura temporal interna de uma situação
única.

p 482 4. ‫שר־חַּי‬
ֶ ‫ ַּוּיִהְיּו כָל־יְמֵּי ָאדָ ם ֲא‬E foram os dias que Adão viveis,
‫שנָה ּושְלשִים ש ָָנ֑ה‬ ָ ‫תְ שַּע מֵּאֹות‬novecentos e trinta anos.
Gn 5.5

5. ‫ַאב ְָרם יָשַּב ְב ֶֶּ֫א ֶרץ־כ ֶּ֑֫ ְָנעַּן‬Habitou Abrão na terra de


Canaã.
Gn 13.12

Outros verbos construíram dentro deles um “telos” (τέλος = fim, termo) ou ponto terminal
(p. ex., “matar” é télico).

6. ‫כִי אִיש ח ֶַָּּ֫רגְתִ י ְל ִפ ְצעִי‬Eu matei um varão por me ferir


Gn 4.23

Um significado télico (= final) pode ser encontrado se o significado inerente da palavra


determina que a forma perfectiva representa o fim da situação interna para a qual a ação está
apontando. Por exemplo, há uma diferença importante entre “ele estava reinando” e “ele
estava sendo feito rei” com referência à estrutura interna da situação. No segundo caso, aí
chega eventualmente um ponto em que o sujeito entra no estado descrito por “sendo feito
rei” (cf. Dn 9.1). Alguém pode olhar a primeira situação em algum ponto e achar a mesma ação
ocorrendo, mas olhando a segunda em intervalos selecionados antes do ponto terminal
revelaria diferentes ações em progresso. A primeira situação (“estava reinando”), em
contraste com a segunda, não tem um objetivo em vista. Situações como “estava reinando”
são chamadas atélicas, e aquelas como “sendo feito rei”, télicas. Comenta Bernard Comrie:
“Uma situação télica é aquela que envolve um processo [dentro de uma situação perfectiva]
que conduz a um ponto terminal bem definido, além do qual o processo não pode continuar”.
A forma perfectiva pode significar a realização do ponto terminal da situação télica.

7. ‫ ַּו ֲאנִי־ ֶָּ֫באתִ י בִדְ ב ֶֶָּ֫ריָך׃‬Eu


vim por causa das tuas
palavras

Dn 10.12

30.2.2 Variação Sintática

a A forma perfectiva, representando uma situação como um todo único, não pode, por ela
mesma, representar uma estrutura interna; contudo, por meio de modificadores, um evento
único pode ser desdobrado em partes:

1. ‫וְֹלא־ק ַָּרב ז ֶה אֶל־ז ֶה כָל־‬de maneira que em toda a noite


‫ ַּה ֶָּ֫ליְלָה׃‬não chegou um ao outro.
Êx 14.20
A única situação em que a coluna de nuvem permanecia entre os dois exércitos opostos de
Israel e Egito é quebrada em espaços por ‫זה … זה‬ e no tempo por ‫כל־הלילה‬.
Semelhantemente, ‫בבקר‬ ‫ בבקר‬no exemplo seguinte estende a ação em vista:
2. ‫ ְוהֵּם ֵּה ִֶּ֫ביאּו ֵּאלָיו עֹוד נְדָ בָה‬e ainda eles lhe traziam oferta
‫ב ֶַּּ֫ב ֹקֶר ב ֶַּּ֫ב ֹ ֶקר׃‬voluntária cada manhã.
Êx 36.3

p 483 b Às vezes uma situação perfectiva é representada por um ponto (.) em contraste
com uma situação imperfectiva, que é representada por uma série de pontos (…) ou uma linha
( _______ ). Comrie sugere mais precisamente que nós vemos a situação perfectiva como uma
gota:

Desde que a noção de um ponto parece excluir complexidade interna, uma


metáfora mais útil, talvez fosse dizer que o perfectivo reduz a situação a uma
gota, melhor do que a um ponto: uma gota é um objeto tridimensional, e
pode, portanto, ter complexidade interna, embora seja, apesar disso, um
objeto único com limites claramente circunscritos.

30.2.3 Estativo versus Fientivo

a Verbos estativos diferem de verbos fientivos por prender o sujeito num estado de ser
pelo contrário de um estado de atividade (22.2.1). Temos observado que o inglês usa sua
construção progressiva com verbos fientivos (p. ex., “he is running” [“ele está correndo”],
imperfectivo versus perfectivo “he runs” [“ele corre”]), mas não com os estativos (p. ex., “he
knows” [“ele sabe”], mas não “he is knowing” [“ele está sabendo”]). Com verbos estativos a
situação dinâmica somente continua desde que o sujeito ou agente coloque continuamente
energia nova nele, ao passo que em situações estáticas nenhum esforço é requerido em sua
parte (p. ex., “he fills” [“ele enche”] dinâmica versus estativa “he is full” [“ele está cheio”]).
Mais adiante, em situações dinâmicas da estrutura interna da situação precisa de diferentes
fases, mas esta não está geralmente em situações tão estáticas, onde as fases internas tendem
a ser uniformes. Se dizemos “Deus formou o homem”, a situação dinâmica precisa que Deus
tomou o barro e modelou a carne, etc., mas se dizemos “she fears” [“ela teme”] (estativo) ou
“he knows best” [“ele sabe do melhor modo”] (quase-fientivo), a estrutura interna da situação
é a mesma seja onde for que a olhemos.

Quando um estado durativo é expresso por um verbo com um aspecto perfectivo o foco
pode estar no momento inceptivo (perfectivo ingressivo) ou tanto na incepção como na
continuação (perfectivo constantivo). Cada método necessita de certo dinamismo, para
referência à estrutura interna da situação que implica em alguma mudança. Mesmo assim uma
situação estativa pode tomar-se um evento.

30.3 Aspecto Perfectivo e Estado Perfeito


a Os termos perfectivo e perfeito são usados em sentidos diferentes. Por perfeito
(abreviado: perf.) queremos dizer um estado passado, presente ou futuro relacionado a uma
situação precedente ou a uma situação passada pertinente a um estado persistente posterior.
Forme um contraste, por exemplo, com estas duas sentenças:

1. ‫ ְו ָה ֶָּ֫א ֶרץ ָהי ְתָ ה ֶּ֫ת ֹהּו ו ֶָּ֫ב ֹהּו‬E a terra era sem forma e vazia.
Gn 1.2

2. ‫הֵּן הָָאדָ ם ָהי ָה כְַאחַּד ִמ ֶֶּ֫מנּו‬Eis que o homem é como um de


nós.

Gn 3.22

p 484 No # 1 está em vista uma única situação; no # 2 há duas coisas em vista, tanto uma
situação anterior como um estado resultante. Mudaria radicalmente o sentido dos dois versos
se os interpretássemos vice-versa.

b Tradicionalmente o perfeito sem sido caracterizado como um tempo. De fato, contudo,


ele representa um estado fluindo de uma situação anterior, e portanto parece melhor pensar
nele como uma variação que pode estar relacionada ao aspecto. Uma vez que a variação do
perfeito, com seu foco duplo no evento passado e no estado presente, parece, ao primeiro
olhar de relance, diferir significativamente dos outros usos da conjugação perfectiva, pode
parecer incrível aos falantes de inglês, que podem distinguir formalmente a noção de perfeito,
que os falantes de Hebraico toleraram essa diversidade para embrulhada como uma
conjugação. Como pode a mesma forma representar essas situações divergentes como, por
exemplo, são encontradas em ## 1 – 2? Talvez possamos dissipar nossa incredulidade,
observando que tanto nas formas do perfeito Grego como do Inglês muito próximas do aoristo
da língua clássica têm praticamente combinado, e no Inglês o uso do perfeito é muitas vezes
opcional. Compare, por exemplo, duas traduções da sentença: ‫שמּואֵּ ל‬
ְ ‫ֵּמת ּו‬ (1Sm 28.3):
“Agora Samuel morreu” (RSV), e “Agora Samuel estava morto” (NIV, AV). Neste exemplo, a
RSV dá uma expressão evidente à noção do perfeito, enquanto a AV e a NIV permitem ao leitor
inferi-lo. Semelhan-temente, quando o sentido perfeito é relevante, o Hebraico emprega a
forma perfectiva e permite outras considerações contextuais para indicar que um estado
resultante atendeu a situação. A língua inglesa mais orientada pelo tempo, em contraste com
o hebraico, pode distinguir entre os estados perfeito passado, perfeito presente e perfeito
futuro. Faça um contraste, por exemplo, desses casos:

3. ‫שר נָתַּ ן‬
ֶ ‫ ְו ַּהגָדִ י ָל ְקחּו נַּ ֲחל ָ ָ֑תם ֲא‬Os gaditas receberam a herança
‫ ָלהֶם מֹשֶה‬que Moisés lhes deu.
Js 13.8
4. ‫ ְו ֶָּ֫למָה נָפְלּו ָפ ֶֶּ֫ניָך׃‬Epor que descaiu o teu
semblante?

Gn 4.6

5. ‫ּוב ֵַּּרכְתָ ֶאת־יהוה אֱֹל ֶֶּ֫הָך עַּל־‬Louvarás ao Senhor teu Deus

‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ הַּטֹבָה ֲאשֶר נָתַּ ן־לְָך׃‬pela boa terra que te deu.
Dt 8.10

6. ‫וַּאדֹנָי יהוה י ַּ ֲעז ָר־ ִל … עַּל־כֵּן‬Porque o Senhor JEOVÁ me


ַּ ֶּ֫ ajuda… por isso pus meu rosto
‫ש ְמתִ י ָפנַּי ַּכ ַּח ָלמִיש‬
como um seixo.

Is 50.7

Aqui vemos a mesma conjugação hebraica traduzida pelos três tempos perfeitos do inglês.
Falantes de inglês, num registro menos formal tendem a substituir o perfeito passado e o
futuro pelos tempos passado e futuro simples, e, como o Hebraico, permitem aos ouvintes a
inferir a noção perfeita mais precisa do contexto. Podíamos igualmente bem traduzir # 3 por
“… Moisés deu-lhes” e # 5 por “… a boa terra ele vos dará.” Perfectividade é uma parte do
sistema de verbo hebraico; a noção de perfeito é a que pode ser explícita em inglês e a que é
pertinente a ações descritas em hebraico. Assim, se falamos a respeito de um verbo perfectivo
tendo um significado perfeito, estamos p 485 falando a respeito de interpretação ou a
respeito de tradução, uma forma especial de interpretação.

30.4 Aspecto Perfectivo e Referência a Tempo

a A moldura do tempo em que a situação ocorre influencia a significação da forma.


Referindo-se ao tempo passado a forma perfctiva significa eventos completados.
Modificadores temporais claros podem caracterizar uma narrativa hebraica de eventos
passados.

b Às vezes a conjugação perfectiva é usada para situações de tempo-presente. Essa


combinação cria tensões nocionais porque a forma requer um aspecto único, mas o tempo
presente tende a exigir um aspecto imperfectivo. Ganhamos percepção nesse uso do
perfectivo hebraico da forma búlgara que evidentemente expressa tanto aspecto perfectivo
como tempo presente. A forma em questão pode ser usada com significado habitual no
sentido que um caso único exemplifica uma situação repetida. Comrie ilustra este uso e
explica-o:
O tempo presente é usado para expressar uma situação habitual apresentando
um caso para exemplificar a situação repetida, como em: spoglednat (Presente
Perf.) se, pousmixnat (Presente Perf.) devojki, ponadevat (Presente Perf.)
zarumeni lica … “as moças olham uma as outras, sorriem umas as outras,
inclinam suas faces avermelhadas…”. O sentido não é, contudo, o que elas
estão fazendo no momento presente, mas antes o que acontece sempre que
um certo conjunto de circunstâncias considera (e, na verdade, é muito
semelhante àquele conjunto particular de circunstâncias não considera
precisamente no momento presente).

O Hebraico pode usar sua forma perfectiva com a mesma significação presente / habitual (“o
perfectivo gnômico”).

1. ‫שמְרּו ֶאת־עֵּת‬
ָ ‫וְת ֹר … ְועָגּור‬A rola … e o grou observam o
‫ב ָ ֹ֑אנָה‬tempo de sua arribação.
Jr 8.7

O Hebraico, também, usa sua forma perfectiva para uma situação presente em que o falante
analisa uma ação futura (daí: “perfectivo de análise”). O presente perfectivo búlgaro tem um
uso algo semelhante a esse: iskam da kupja (presente perfectivo) kniga, “Eu-quero aquele Eu-
compro livro.”

c Já temos observado que em outras línguas que são orientadas aspectualmente o aspecto
perfectivo deve estar associado com situações futuras. O mesmo acontece com o Hebraico.
Indicadores temporais marcam o tempo futuro em que ocorre a situação temporal.

p 486 2. ‫עַּד־ ָמתַּ י ֵּמ ֶַּּ֫אנְתָ ֵּלעָנ ֹת ִמּפ ָָנ֑י‬Até quando recusas humilhar-te
diante de mim?

Êx 10.3

d Ambas as conjugações de sufixo e de prefixo podem ser usadas em conexão com o


tempo futuro absoluto. Como diferem elas? A conjugação de sufixo marca a situação como
completa: a conjugação de prefixo não age assim, mas antes marca a situação como
dependente. Representando uma situação como futura ou uma situação como completa e
independente conduz a uma certa qualidade dramática de representação.

30.5 Espécies de Usos de Perfectivo

a O rico sistema verbal inglês muitas vezes expressa excessivamente variações associadas
a fatores analisados acima. Nesta sessão tentaremos relacionar ao sistema verbal inglês
diversas variações potencialmente peculiares à forma perfectiva hebraica. Expomos, também,
outras variações representadas não formalmente em inglês. (Muitas vezes admitimos-lhes
ilustrações para sugerir maneiras em que a situação perfectiva poderia ser traduzida para o
inglês).

30.5.1 Verbos Fientivos

a Formas perfectivas de verbos fientivos podem referir-se a qualquer bloco de tempo,


passado, presente ou futuro.

b Referência a tempo passado é mostrada com partículas tais como waw-relativo


combinado com outros verbos no contexto) ou por modificadores adverbiais. O sentido
perfectivo pode se definido (“pretérito”; ## 1–2), ingressivo (# 3), constativo (# 4), complexo (#
5), ou télico (# 6).

1. ‫שְך ֶָּ֫ק ָרא ֶּ֑֫ ָלילָה‬


ֶ ֹ ‫ ְול ֶַּּ֫ח‬Ele chamou as trevas “Noite”.
Gn 1.5

2. ‫וַּתְ ַּכחֵּש ש ָָרה לֵּאמ ֹר ֹלא ָצ ֶַּּ֫ח ְקתִי‬Sara negou dizendo: não me ri.
Gn 18.15

3. ָ‫מִן־הַּּיֹום ה ִָראשֹון ֲאשֶר נָ ֶַּּ֫תת‬Desde o primeiro dia em que


‫אֶת־ ִלבְָך ְל ָהבִין‬aplicaste o teu coração a
entender.

Dn 10.12

4. ‫שנָה ָעבְדּו ֶאת־‬


ָ ‫שתֵּ ים ֶעש ְֵּרה‬ ְ Doze anos eles haviam servido
‫כְדָ ְרל ֶָּ֑֫ע ֹמֶר‬a Quedorlaomer.
Gn 14.4

5. ‫שכַּל דָ וִד מִכ ֹל‬


ָ ‫ ַּויְהִי ִמדֵּ י צֵּאתָ ם‬Davi se conduziu mais
‫ ַּעבְדֵּ י שָאּול‬prudentemente do que todos
os servos de Saul.

1Sm 18.30

6. ‫שר־ ְמכ ְַּרתֶ ם א ֹתִ י ִמצ ְֶָּ֫ריְמָה׃‬


ֶ ‫ ֲא‬A quem vendestes para o Egito.
Gn 45.4

p 487 Quando a forma perfectiva representa a situação que ocorreu no passado recente, o
idioma inglês muitas requer o uso do verbo auxiliar “has / have” (“tem / têm”) Embora a forma
pareça ser um perfeito, a idéia é de um passado simples (“perfectivo recente”).

7. ‫שי ָת‬
ִ ֶּ֫ ‫ו ֶַּּּ֫י ֹא ֶמר מֶה ָע‬E disse Deus: Que fizeste?
Gn 4.10

8. ‫הַּּיֹום ַּהז ֶה ָר ִֶּ֫אינּו‬Hoje


vimos que Deus fala ao
homem.

Dt 5.24

9. ‫ ֲאנִי הַּּיֹום יְלִדְ תִֶּ֫ יָך׃‬Eu hoje te gerei.


Sl 2.7

A forma perfectiva pode representar uma situação passada em que o falante está relutante ou
é incapaz de especificar precisamente (perfectivo indefinido”). Para este uso, também, o
idioma inglês normalmente adiciona o auxiliar “has / have” [“tem / têm”].

10. ֑‫תַּ ֲאוַּת לִבֹו נָתֶַּּ֫ תָ ה לֹו‬Cumpriste-lhe o desejo de seu


coração.

Sl 21.3

11. ‫ ָר ִֶּ֫איתִ י ָרשָע ע ִָרי֑ ץ‬Vi o ímpio com grande poder.


Sl 37.35

O contexto pode sugerir uma ênfase sobre a unicidade de um ato no passado indefinido. Neste
caso, a tradução pode ser auxiliada acrescentando o advérbio inglês “ever” [“sempre”] ou
“never” [“nunca”].

12. ‫ ֶאת־שֹור מִי ָל ֶַּּ֫קחְתִ י‬A quem tomei o boi?


1Sm 12.3

13. ‫שמַּע כָז ֹאת‬


ָ ‫מִי־‬Quem jamais ouviu tal coisa?
Is 66.8

14. ‫ֹלא־נִ ְהי ְתָ ה וְֹלא־נ ְִר ֲאתָ ה כָז ֹאת‬Nunca tal se fez.
Jz 19.30

15. ‫ָאחֹור‬
֑ ‫שת י ְהֹונָתָ ן ֹלא נָשֹוג‬
ֶ ‫ ֶֶּ֫ק‬O arco de Jônatas nunca se
retirou para trás.

2Sm 1.22

c Vários usos do perfectivo hebraico podem ser correlacionados com referência ao tempo-
presente como é entendido em inglês; poderia ter-se em mente que o tempo presente simples
inglês é raramente usado para referir-se ao tempo presente. No perfectivo persistente
(presente), a conjugação prefixo representa uma situação única que começou no passado mas
continua (persiste) no presente. O inglês muitas vezes usa sua forma do perfeito aqui, mas de
fato a forma não justapõe uma situação passada com o estado presente:

p 488 16. ‫לִי ֹלא נָתֶַּּ֫ תָ ה ֶּ֑֫ ָז ַּרע‬Eis


que não tens me dado
semente.

Gn 15.3

17. ‫וְָאנֹכִי ֹלא־ ָח ֶָּ֫טאתִ י לְָך‬Tão pouco pequei contra ti!


Jz 11.27

18. ‫שיתִי‬
ִ ֶּ֫ ‫שר־ ָע‬
ֶ ‫ְטֹובה כ ֹל ֲא‬
֑ ָ ‫ל‬E de tudo quanto fiz a esse
povo.

Ne 5.19
O gnômico ou perfectivo proverbial no hebraico muitas vezes corresponde às formas do tempo
presente em inglês.

19. ‫ ָכלָה ֶָּ֫ענָן‬Tal como a nuvem se desfaz e


passa.

Jó 7.9

20. ‫יָבֵּש ָחצִיר ֶָּ֫נבֵּל צִיץ‬Seca-se a erva, e caem as flores.


Is 40.7

d Um perfectivo instantâneo representa uma situação ocorrendo no mesmo instante que a


expressão está sendo proferida. O uso aparece principalmente com verba dicendi (“palavras
para dizer”, jurar, declarar, avisar, etc.) ou gestos associados com a fala.

21. ‫ ִה ֶַּּ֫גדְ תִ י הַּּיֹום‬Eu declaro hoje…


Dt 26.3

22. ‫כִי י ָ ֶַּּ֫עצְתִ י‬Eu, porém, aconselho.


2Sm 17.11

23. ‫ָא ֶַּּ֫מ ְרתִ י ַּאתָ ה ְו ִצבָא תַּ ְחלְקּו ֶאת־‬Eu ordeno que tu e Ziba reparti
‫שדֶ ה׃‬ ָ ‫ ַּה‬As terras.
2Sm 19.30

24. ‫ה ֲִר ֶּ֫ימ ֹתִ י י ָדִ י אֶל־יהוה‬Levantei minhas mãos ao


Senhor.

Gn 14.22

25. ‫שתִ י י ָדַּ י ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬


ְ ‫ּפ ֵֶַּּּ֫ר‬Estendo para ti as minhas mãos.
Sl 143.6
O uso da forma perfectiva, também, ocorre com outras espécies de palavras:

26. ‫כִי ָק ִֶּ֫ניתִ י‬Tomei tudo (aqui e agora)


Rt 4.9

27. ‫שתַּ ֲח ֶּ֫ ֵּויתִי‬


ְ ‫ ִה‬Eu me inclino humildemente.
2Sm 16.4

28. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר א ֲֶַּּ֫ר ְונָה … הַּכ ֹל נָתַּן‬Araúna disse…” Araúna dá


‫א ֲֶַּּ֫ר ְונָה … ל ֶּ֑֫ ֶַּמלְֶך‬tudo… para o rei.
2Sm 24.22–23

p 489 Um perfectivo epistolar representa uma situação no tempo passado do ponto de vista
do recebedor de uma mensagem. Para avaliar do uso do “aoristo epistolar” no latim e no
grego, o escritor usa a forma perfectiva nesse contexto como uma cortesia delicada – “ele
supõe a perspectiva de um recebedor desta maneira considera a mensagem como tendo sido
enviada no passado. O idioma inglês, contudo, emprega a forma do presente progressivo, uma
forma que obscurece a força do hebraico:

29a. ‫ש ֶַּּ֫לחְתִ י לְָך ֶּ֫ש ֹחַּד‬


ָ Eu
estou te mandando um
presente.

1Rs 15.19

29b. ‫ש ֶַּּ֫לחְתִ י אִיש־ ָחכָם‬


ָ Agora, pois, envio um homem
de grande entendimento.

2Cr 2.12

O perfectivo epistolar pode ser visto como um caso especial do perfectivo instantâneo. Outro,
um subtipo sobreposto, é o performativo em que não somente estão o falante e o
desempenho simultâneo, eles são idênticos. Dos exemplos acima # 23 é performativo, e ## 26
e 28 (ntn) provavelmente também são. Outro uso do tempo presente da conjugação de sufixo
é o perfectivo de análise.

30. ‫ ָמכ ְָרה נָ ֲעמִי‬Noemi que tornou da terra dos


moabitas a vendeu.

Rt 4.3

31. ‫ ַּוּיַּעַּן ֶעפְרֹון ַּהחִתִ י ֶאת ַאב ְָרהָם‬E Efrom heteu respondeu a
ָ ‫ ַּה‬Abraão… eu te darei o campo…”
‫שדֶ ה נָ ֶַּּ֫תתִ י לְָך … ַּוי ְדַּ בֵּר אֶל־‬
E ele (Abraão) disse: “Eu
‫שדֶה‬ ָ ‫ ֶעפְרֹון … נָתֶַּּ֫ תִ י ֶֶּ֫כסֶף ַּה‬pagarei o preço do campo.”

Gn 23.10–11,13

32. ‫ּפִתַּ חְתִֶּ֫ יָך הַּּיֹום מִן־הָאזִקִים‬Eu te soltei hoje das cadeias.
Jr 40.4

e Referindo-se ao tempo futuro absoluto, uma forma perfectiva pode ser persistente ou
acidental. Uma perfectiva persistente (futura) representa uma situação única estendendo-se
do presente para o futuro.

p 490 33. ‫עַּד־ ָמתַּ י ֵּמ ֶַּּ֫אנְתָ ֵּלעָנ ֹת ִמּפ ָָנ֑י‬Até quando recusas humilhar-te
perante mim?

Êx 10.3

Com um perfectivo acidental um falante ativa e dramaticamente representa uma situação


futura tanto como completa como independente.

34. ‫ש ָמעֵּאל … ִהנֵּה ב ֵֶַּּּ֫ר ְכתִי‬


ְ ִ ‫ּו ְלי‬E quanto a Ismael… Eu o
‫א ֹתֹו‬abençoarei.
Gn 17.20

35. ‫ש ֶּ֫רּונִי בָנ֑ ֹות‬


ְ ‫ ִא‬Porque as filhas me terão por
bem-aventurada.

Gn 30.13

36. ‫הֵּן ָג ֶּ֫ ַּועְנּו ָא ֶַּּ֫בדְנּו ֻכ ֶָּ֫לנּו ָא ֶָּ֫בדְ נּו׃‬Nós morremos. Estamos
perdidos, estamos perdidos.

Nm 17.27

Este uso é especialmente freqüente em discurso profético (daí também chamado de “perfeito
profético” ou “perfeito de confidência”).

37. ‫ֲשּורנּו וְֹלא‬


ֶֶּ֫ ‫א ְֶר ֶֶּ֫אנּו וְֹלא עַּתָ ה א‬Vê-lo-ei, mas não agora;

‫ק ֶָּ֫רֹוב דָ וְַּך כֹוכָב ִמּיַּעֲק ֹב‬contemplá-lo-ei,


mas de perto.
Uma estrela procederá de Jacó

Nm 24.17

38. … ‫ ָכעֵּת ה ִָראשֹון ֶהקַּל‬No passado ele humilhou … no


‫ ְוהַָאחֲרֹון ִהכ ִ ְ֑ביד … ָהעָם‬futuro ele honrará … O povo
que andava nas trevas viu uma
‫שְך ָראּו אֹור ג ָ֑דֹול‬
ֶ ֹ ‫הַּה ֹ ְלכִים ב ֶַּּ֫ח‬grande luz.

Is 8.23–9.1

30.5.2 Verbos Fientivos, Estado Perfeito

a Os diversos usos da forma perfectiva em conexão com o estado perfeito são revelados
claramente pelo caráter do tempo orientado do sistema verbal inglês.

b O perfeito passado (mais-que-perfeito) significa um estado resultante no tempo em que


é passado relativo ao falante. Este uso é freqüente em: (1) sentenças relativas, causais ou
temporais, quando a sentença principal pertence a uma situação passada (## 1–2) e (2) depois
de um waw-disjuntivo apresentando material parentético (# 3).

1. ‫ ֶּ֫ ַּוּיָשָב י ִ ְצחָק ַּוּיַּחְּפ ֹר ֶאת־ ְבאֵּר ֹת‬Isaque reabriu os poços que
‫שר ָ ָֽחפְרּו בִימֵּי ַאב ְָרהָם‬ ֶ ‫ ַּה ֶַּּ֫מי ִם ֲא‬tinham sido cavados no tempo
de Abraão.

Gn 26.18

2. ‫וְֹלא־י ָדַּ ע יַּעֲק ֹב כִי ָרחֵּל ְגנָ ֶָּ֫בתַּ ם׃‬Jacó


não sabia que Raquel os
tinha furtado.

Gn 31.32
3. ‫שמּואֵּל מֵּת … ְושָאּול ֵּהסִיר‬
ְ ‫ּו‬Agora Samuel tinha morrido …
e Saul tinha desterrado os
adivinhos ‫הָא ֹבֹות‬ e
encantadores

1Sm 28.3

O perfeito presente significa um estado perfeito resultante em tempo presente relativo ao


falante.

p 491 4. ‫שכַּח ֵּ ֑אל ִהסְתִ יר‬


ָ ‫ָא ַּמר ְבלִבֹו‬Diz em seu coração: Deus

‫ ָּפנָיו‬esqueceu-se; cobriu o seu


rosto.

Sl 10.11

5. ‫אֱֹלהִים זְנַּחְתֶָּ֫ נּו‬Ó Deus, tu nos rejeitaste.


Sl 60.3

O perfeito futuro significa um estado resultante em tempo futuro relativo ao falante. No


hebraico este uso da forma perfectiva é especialmente freqüente com ‫ עד‬e os compostos dela
(p. ex., ‫אִם‬ ‫עד‬, ‫)עד ֲאשֶ ר אִם‬.
6. ‫כִי ֹלא ֶא ֱעזָבְָך עַּד ֲאשֶר ִאם־‬Porque não te deixarei, até que
ִ ֶּ֫ ‫ ָע‬haja feito o que te tenho dito.
‫שיתִ י ֵּאת ֲאשֶר־דִ ֶַּּ֫ב ְרתִ י לְָך׃‬
Gn 28.15

7. ‫ ְו ִה ְצלִי ַּח עַּד־ ֶָּ֫כלָה ֶַּּ֫זעַּם‬E será próspero, até que a ira se
complete.

Dn 11.36

8. ‫ ְונִ ְבחַּר ֶָּ֫מוֶת … ְבכָל־ ַּהמְק ֹמֹות‬Eles preferirão a morte… em


‫ ֲאשֶר הִדַּ חְתִ ים שָם‬todos os lugares …que os lancei.
Jr 8.3

30.5.3 Verbos Estativos

a A forma perfectiva dos verbos estativos pode significar a maioria dos usos sugeridos para
verbos fientivos, mas os estativos apresentam um conjunto de problemas especiais na forma
perfectiva. Um estativo denota inerentemente uma situação com uma estrutura interna
estendida, enquanto que a forma perfectiva conceptualiza uma situação de fora, como um
todo único. Nesta seção estamos interessados somente naqueles pontos únicos da gramática
para os estativos. Antes de voltarmos às variações mais precisas da conjugação de sufixo,
observaríamos primeiramente, que a tradução nessas situações depende da natureza do
verbo. Os estativos podem ser analisados dentro de três espécies: (1) aqueles que denotam
uma qualidade adjetival sem receber um objeto, que muitas vezes recebem um verbo de
ligação mais um adjetivo em inglês (p. ex., “Eu sou indigno [‫ ]ק ֶָּ֫ט ֹנ ְתִ י‬de qualquer amor”, Gn
32.11); (2) aqueles que denotam uma qualidade e recebem um objeto complementar (10.2.1),
que muitas vezes são traduzidos como aqueles sem objeto (p. ex., “tuas mãos estão cheias
[‫מ ֵֶּּ֫לאּו‬
ָ ] de sangue,” Is 1.15); e (3) os quase-fientivos (22.2.3), aqueles que mostram tanto
características estativas quanto fientivas, aqueles que denotam um estado mental ou
psicológico e recebem um objeto (p. ex., “Israel amava [‫ ]ָאהַּב‬José,” Gn 37.3). A relação entre
essas três espécies de estativos podem ser vistas no trio inglês: “she is afraid” [“ela está com
medo”], “she is afraid of him” [“ela está com medo dele”], “she fears him” [“ela o teme”].

b Os usos das formas de sufixo de estativos são semelhantes àquelas formas de fientivos.
No tempo passado, uma situação pode ser télica (## 1–3), ingressivo (## 4–6), ou constativo
(## 7–8). Essas situações empregam uma qualidade um tanto dinâmica porque a referência é
um evento; a qualidade dinâmica cresce quando o verbo é transitivo (isto é, quase-fientivo; #
7).

p 492 1. ‫ ָכלָה ַּה ֶַּּ֫בי ִת‬O templo foi terminado.


1Rs 6.38

2. ‫כָלּו ֶב ָעשָן ֶָּ֫כלּו׃‬Desaparecerão, e em fumo se


desfarão.

Sl 37.30

3. ‫כִי־כָ ָֽלְתָ ה ה ָָרעָה ֵּמעִמֹו׃‬Sabe


que já está inteiramente
determinado ao mal.
1Sm 20.7

4. ‫וְַאב ְָרהָם זָקֵּן‬Abraão tinha envelhecido.


Gn 24.1

5. ‫ִשראֵּל ָכבְדּו מ ִֶּ֫ז ֹקֶן‬


ָ ‫ ְועֵּינֵּי י‬Os olhos, porém, de Israel eram
carregados de velhice.

Gn 48.10

6. ‫ַּם־רעֵּב ְואֵּין כ ֹ ַּח‬


ָ ‫ג‬E não bebe água, e desfalece
Is 44.12

7. ‫וְֹלא ָזָֽכְרּו … ֶאת־יהוה‬E os filhos de Israel não se


lembraram do Senhor.

Jz 8.34

8. ‫וְָאנֹכִי ֹלא י ָדֶָּ֫ עְתִ י׃‬E eu não sabia.


Gn 28.16

c Numa moldura de tempo presente, situações estativas podem ser semelhantes em


situações dinâmicas. A situação, por exemplo, pode ser gnômica (## 9–10; # 10 é também
ingressiva).

9. ‫ ָחכָם ֶָּ֫י ֵּרא ְוסָר מ ָ ֵָּֽרע‬O


sábio teme (o Senhor) e se
desvia do mal.

Pv 14.16

10. ‫ִירים ָרשּו ו ְָר ֵֶּּ֫ ֑עבּו‬


ִ ‫ ְכפ‬Os filhos dos leões necessitam e
sofrem fome.

Sl 34.11
No perfectivo adjetival presente, o uso da forma do verbo dirige a atenção para o
envolvimento do sujeito mais do que uma construção comparável com um adjetivo (27.1c).

11. ‫מַּה־ּיָפִית‬Quão formosa és.


Ct 7.7

12. ‫ ְו ֶֶּ֫ילֶד ז ְ ֻקנִים ָק ָ ֑טן‬Temos um velho pai e um moço


de sua velhice.

Gn 44.20

Verbos estativos que denotem um estado realizado no perfectivo podem estar no ingressivo
no tempo passado (# 4) ou pode significar um estado presente que implicitamente aconteceu
numa situação anterior (## 13–15). Neste uso ele aproxima o estado perfeito, que se refere à
situação precedente como motivando o estado realizado. Podemos argumentar indiretamente
que verbos estativos na conjugação sufixo pode significar um estado presente (realizado)
observando a conexão histórica em muitas línguas entre o tempo perfectivo e a voz passiva, e
entre a voz passiva e as formas estativas. Comrie mostrou que o estado perfeito p 493 e a voz
passiva freqüentemente vão juntos porque ambos se referem a esse estado realizado. Ele
também observa que “as formas mais antigas da voz passiva em muitas línguas são estativas
também.” Essa relação histórica mostrada em muitas línguas sugere que verbos estativos no
perfectivo representam um estado presente e não um evento perfeito.

13. ‫לָ ָֽבְשּו כ ִָרים הַּצ ֹאן‬Os campos cobrem-se de


rebanhos.

Sl 65.14

14. ‫י ְדֵּ יכֶם דָ מִים ָמ ֵֶּּ֫לאּו׃‬As vossas mãos estão cheias de


sangue.

Is 1.15

15. ‫ז ַּ ֑ ֶָּ֫קנְתִ י ֹלא י ָדֶַּּ֫ עְתִ י יֹום מֹותִי׃‬Eis que agora estou velho e não
sei o dia de minha morte

Gn 27.2
O perfectivo estativo durativo é encontrado com verbos quase-fientivos, indicando uma reação
emocional continuada.

16. ‫ ַּכ ֲאשֶר ָא ֶַּּ֫הבְתִ י‬Como eu gosto.


Gn 27.4

17. ‫דְ בַּר־הַּת ֹ ֵּעבָה הַּז ֹאת ֲאשֶר‬Não façais esta coisa
ָ abominável que eu aborreço.
‫ש ֵֶּּ֫נאתִ י׃‬
Jr 44.4

30.5.4 Modo Irreal

a A forma perfectiva não denota modo, ou real (isto é, indicativo no grego e latim) ou
irreal (isto é, subjuntivo, optativo, ou imperativo nas línguas clássicas). Essas noções no
hebraico são transmitidas por partículas ou outras características do contexto, mas os verbos
perfectivos são muitas vezes usados nesses contextos.

b Sentenças hipotéticas (“se”) usam o perfectivo em (1) sentenças contrárias ao fato (##
1–3), (2) sentenças de afirmação hipotética (# 4), e (3) expressões de um desejo que não se
espera ser realizado (# 5). Em sentenças contrárias ao fato, a segunda cláusula (“então”)
também usa um perfectivo. Devemos presumir que a conjugação sufixo numa cláusula
condicional tem um valor perfectivo muito embora esse valor não seja óbvio. Thomas O.
Lambdin é incerto acerca dessa visão:

É sempre possível justificar o uso do perfeito na prótase [a sentença “se”]


como representando uma ação completada de um estado consumado no
pensamento do falante. É difícil dentro do próprio hebraico predizer a escolha
entre o perfeito e o imperfeito na construção com o mesmo significado. Tudo
o que era a distinção original, tornou-se obscurecido no hebraico do período
bíblico, de tal maneira que os dois verbos terão, em geral, o mesmo alcance de
valores de tradução.

Parece improvável que as conjugações, senão distintas, tornaram-se confusas nessa classe
de sentenças, embora seja possível.

p 494 1. ‫כִי לּולֵּא הִתְ ַּמה ָ ְ֑מהְנּו כִי־עַּתָ ה‬E se nós não nos tivéssemos

ַּ ֶּ֫ detido,
‫שבְנּו ז ֶה ַּפ ֲע ֶָּ֫מי ִם׃‬ certamente já
estaríamos segunda vez de
volta.
Gn 43.10

2. ‫לּו ַּה ֲחי ִתֶ ם אֹותָ ם ֹלא ה ֶַָּּ֫רגְתִי‬Se os tivésseis deixado em vida,
‫ ֶאתְ כֶם׃‬eu não vos mataria a vós.
Jz 8.19

3. ‫לּו ָחפֵּץ יהוה ַּל ֲהמִיתֵֶּּ֫ נּו ֹלא־‬Se o Senhos nos quisera matar,
‫ ָל ַּקח ִמּי ָדֵֶּּ֫ נּו עֹלָה‬não aceitaria de nossa mão o
holocausto e a oferta de
manjares.

Jz 13.23

4. ‫שכַּב ַאחַּד ָהעָם אֶת־‬


ָ ‫ ִכ ְמעַּט‬Facilmente se teria deitado
ְ ‫ ִא‬alguém deste povo com tua
‫שתֶֶּ֫ ָך‬
mulher.

Gn 26.10

5. ‫לּו־ ֶַּּ֫מתְנּו ְב ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ְֶַּּ֫רים‬Ah se morrêramos na terra do


Egito!

Nm 14.2

c Um uso característico do perfectivo irreal é o perfectivo predicativo ou perfectivo de


súplica. Em contraste com o uso da forma perfectiva para situações que o falante expressa
como um desejo sem expectativa de cumprimento, o perfectivo pode ser usado com
referências a situações que o falante pede e espera ser compreendido. Este uso da forma
perfectiva pode ser reconhecido pela presença de outras formas não ambíguas no contexto
significando um modo volitivo. Como Moses Buttenwieser observou, esse uso do perfectivo foi
reconhecido há mais de um século por Heinrich Ewald e F. Böttcher. Tal uso é conhecido em
diversas das línguas semíticas cognatas: no aramaico, árabe e ugarítico. Segundo H. L.
Ginsberg, “uma da funções originais do perfeito era a de um optativo, uma precatória.” S. R.
Driver advertiu contra estabelecer o caso para este uso hebraico sobre a evidência árabe
porque em árabe a forma em questão quase universalmente continua em vigor primeiramente
na sentença; por essa razão ele excluiu a possibilidade de que a conjugação de sufixo possa ser
usada em hebraico como uma precatória. Mas muito mais significativo do que a ordem da
palavra árabe é o fato que o árabe usa a forma em relação ao modo volitivo.
d O perfectivo precatório pode ser reconhecido contextualmente; Buttenwieser destaca as
condições: O perfeito precatório propriamente.… é invariavelmente encontrado alternando-se
com o imperfeito ou o imperativo; é por esse sinal exterior que o perfeito precatório pode ser
identificado infalivelmente.” Infelizmente diversas traduções modernas e edições da Bíblia
ignoram este ponto ou se acomodam. Uma vez que este uso é admitido, p 495 seria melhor
seguir as observações de Buttenwieser. Alguns exegetas, também, forçam alguns outros usos
da forma perfectiva no texto. Não há nenhuma razão para negar este uso da conjugação de
sufixo quando todos reconhecem que é usada em ralação com condições hipotéticas. Por que
seria estranho que o perfectivo é usado em petições? Este uso ocorre cerca de vinte vezes, nos
Salmos:

6. ‫ ְבק ְָראִי ֲע ֵֶּּ֫ננִי אֱֹלהֵּי צִדְ קִי ַּבצָר‬Ouve-me quando clamo, ó Deus
ְ ‫ה ְִר ֶַּּ֫חבְתָ ִל֑י ָח ֵֶּּ֫ננִי ּו‬de minha justiça; na angústia
‫שמַּע תְ ִפלָתִ י׃‬
me deste largueza; tem
misericórdia de mim e ouve a
minha oração.

Sl 4.2

7. ‫ַאר ֵּי֑ה ּו ִמ ַּק ְרנֵּי‬


ְ ‫הושִי ֵּענִי ִמּפִי‬Resgata-me da boca dos leões;
‫ ֵּרמִים ֲענִיתֶָּ֫ נִי׃‬salva-me dos chifres dos touros
selvagens.

Sl 22.22

8. ‫שת זּו ֶָּ֫טמְנּו ָל֑י‬


ֶ ‫תֹוצִי ֵֶּּ֫אנִי מ ֵֶֶּּ֫ר‬Tira-me da rede que para mim
esconderam;

‫ּפָדִֶּ֫ יתָ ה אֹותִ י יהוה אֵּל ֱא ֶמת׃‬Tume remiste, Senhor da


verdade.

Sl 31.4–6

p 496 31

Conjugação de Prefixo (Não-Perfectiva)


31.1 Forma e Significado
1.1 Uma Visão Histórica

1.2 Uma Visão do Funcionamento

31.2 Tempo Não-Perfectivo e Passado

31.3 Não-Perfectivo e Tempo Presente

31.4 Usos Modais do Não-Perfectivo

31.5 Usos Volitivos do Não-Perfectivo

31.6 Usos Posteriores de Contingente do Não-Perfectivo

6.1 Com Partículas Expressando Contingência

6.2 Tempo Futuro

6.3 Tempo Passado com Partículas

31.7 Formas que Levam Nun

7.1 Formas Não-Perfectivas Paragógicas

7.2 Formas Não-Perfectivas Enérgicas

31.1 Forma e Significado

a A conjugação não-perfectiva tem uma faixa mais larga de significados do que a


perfectiva. Historicamente, também, é a forma mais complexa, tanto em si mesma quanto em
relação aos modos jussivo e coortativo. Um pouco da história do sistema verbal está esboçado
no Capítulo 29; devemos, contudo, dedicarmos ao tópico de novo antes de propor uma visão
de trabalho do Hebraico Bíblico não-perfetivo.

31.1.1 Uma Visão Histórica

a As cartas Amarna de Biblos do século XIV a.C. suprem o que é muitas vezes é entendido
como um guia de confiança no sistema verbal como o possuído pelo antepassado do Hebraico
Bíblico (29.4). O cananeu de Biblos tem pelo menos três conjugações de prefixo, inclusive
yaqtulu e yaqtul, as formas de interesse aqui, e o subjuntivo yaqtula, o antecedente do
coortativo do hebraico (o cananita Amarna e outras formas de ENWS mostram traços de
padrão enérgico, também, relativo ao árabe enérgico pesado yaqtulanna p 497 e o enérgico
leve yaqtulan). Essas formas ajudam a explicar as origens de várias formas do Hebraico Bíblico.

b Na maneira comum de entender, um entendimento baseado na gramática comparativa


semítica, a forma mais longa, yaqtulu, significa (1) o futuro presente e (2) o passado iterativo
nas sentenças principais, e (3) é usada em sentenças subordinadas ou circunstanciais. A forma
mais curta, yaqtul, significa normalmente o modo jussivo ou ação pretérita, geralmente
quando ligada pelo waw-relativo e raramente quando livre. Essas duas formas teriam em
grande parte caído juntas, quando yaqtulu perdeu sua vogal breve final, u. Tem sido discutido
que vestígios formais da distinção entre essas duas conjugações prefixo sobrevivem no grau
Hiphil do verbo regular: yaqtîl (significando os valores não-perfectivos associados a yaqtulu)
versus yāqtēl (significando o valor jussivo de yaqtul em sua forma livre e o valor pretérito de
yaqtul quando ligado com waw-relativo). Distinções semelhantes ocorrem no grau Qal com
verbos III-he (ybnéh [correspondente a yaqtulu] versus yíben [correspondente a yaqtul]); com
verbos ocos (isto é, II-waw / yodh; yāqûm ́ [não-perfectivo] versus yā́qom [jussivo / pretérito
com waw relativo]); e com verbos geminados (yāsṓb [não-perfectivo] versus yā́sōb [jussivo /
pretérito com waw relativo]).

c Se essa reconstrução histórica das conjugações de prefixo do proto-hebraico estiver


correta, então o valor jussivo da forma curta histórica yaqtul estava associado com a
conjugação morfologicamente unificada posteriormente. Como explicamos em 29.4, a
exatidão dessa reconstrução e sua relevância para o Hebraico Bíblico têm sido postas em
dúvida. Para a questão, Dld o valor pretérito de yaqtul tornou-se uma parte da última,
conjugação prefixo de Hebraico grandemente unificada morfologicamente, Hans Bauer,
Gotthelf Bergsträsser, e outros têm respondido afirmativamente. Mas Carl Brockelmann,
Diethelm Michel, e outros têm negado que a conjugação de prefixo, quer em sua forma livre
ou ligada com waw relativo, significa uma noção pretérita (isto é, serve como uma forma
perfectiva do passado).

d Os seguintes argumentos, baseados no uso hebraico, favorece a visão de que (alguma


parte de) a conjugação prefixo pode denotar ação pretérita. (1) Se aceitamos a visão de que o
valor jussivo de yaqtul foi incorporado à conjugação de prefixo, então podemos esperar que o
valor pretérito de yaqtul era também parte da conjugação. (2) A conjugação de prefixo ligada
com waw-relativo, a forma que mostra mais claramente sua provável origem histórica em
yaqtul, parece mais freqüentemente referir-se à ação pretérita. (3) No ugarítico (cerca de 1400
a.C.), outro dialeto semita primitivo do noroeste, a conjugação de prefixo pode ter-se referido
ao tempo passado bem como tinha os significados que nós associamos normalmente com o
não-perfectivo. Tanto no ugarítico quanto na p 498 poesia hebraica encontra-se a alteração
de qtl / yqtl ou yqtl / qtl do mesmo verbo em linhas associadas. Moshe Held explicou os dois
como pretéritos, supondo que o poeta mudou as formas por razões estilísticas. (4) Em alguns
textos de prosa parece que algumas formas de prefixo sem waw devem ser aceitas como
pretéritos:

1. ‫ַא ֲעלֶה ֶאתְ כֶם ִמ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬Do Egito vos fiz subir.
Jz 2.1

(5) Depois dos advérbios ‫אז‬, ‫טרם‬, e ‫ בטרם‬parece que algumas formas de prefixo devem ser
tomadas como pretéritos. Este é um uso condicionado, contudo, como será visto. (6) Em
textos poéticos contando história a conjugação prefixo desligada parece, às vezes, significar
situações pretéritas. David Robertson argumenta que nesses textos poéticos (p. ex., Êxodo 15,
Amós 2.9–12) yqtl desligado é usado no passado, onde nenhuma noção habitual ou
freqüentativa é relevante. Walter Gross encontra um modelo semelhante nesse material; ele,
também, acha que as formas yqtl curtas (< yaqtul) tendem ocorrer inicialmente em cláusula (p.
ex., ys. b em Dt 32.8) e as formas longas yqtl (< yaqtulu) tendem a ocorrer em cláusula
internamente (p. ex., tšth em Dt 32.14). Gross associa as formas cláusulas-iniciais a wayyiqtol,
uma forma com significado perfectivo; as formas não-cláusulas-iniciais ele designa de “aspecto
imperfeito histórico.” (7) Uma comparação dos salmos sinópticos Salmo 18 e 2Sm 22 revela
que os remanescentes da conjugação de prefixo historicamente curta aparentemente se
alterna entre as formas livres e ligadas. Se a forma ligada de yqtl significa ação pretérita, então
temos uma forte evidência de que a forma livre pode, também, significar ação pretérita.
Compare, por exemplo:

2a. ‫שת ֶּ֫ח ֹשְֶך … ס ֻ֑כֹות‬


ֶ ‫ ַּו ֶָּּ֫י‬Epor tendas pôs as trevas ao
redor de si.

2 Sm 22.12

2b. ‫שת ֶּ֫ח ֹשְֶך … ֻסכָתֹו‬


ֶ ‫ ֶָּ֫י‬Fez das trevas o seu lugar
oculto.

Sl 18.12

O mesmo fenômeno ocorre nos versos 7, 39, 44, e o oposto é encontrado no verso 14. Esta é
uma área impressionante de argumentos dos desenvolvimentos morfológicos e do uso que a
conjugação hebraica de prefixo contém pelo menos dois paradigmas, o longo (< yaqtulu)
significando imperfectivo e situações dependentes, e o curto (< yaqtul) significando um jussivo
quando desligado e um pretérito, especialmente quando ligado com waw relativo.

p 499 e Sobre o outro lado do livro mestre, contudo, os argumentos seguintes (que
apresentamos com algumas apreciações críticas) convencem alguns eruditos que o alegado
valor pretérito do yaqtul não acontece na conjugação de prefixo, ou pelo menos na forma
ligada a ela. (1) O valor jussivo do yaqtul histórico seria facilmente fundido com os valores da
conjugação não-perfectiva yaqtulu. Como veremos, a forma não-perfectiva muitas vezes
significa situações volitivas ou contingentes, duas noções acarretadas pelo modo jussivo. Por
contraste, o valor pretérito dificilmente comporta a faixa de sentidos do não-perfectivo. (2)
Correlativamente, não se pode supor que o (paradigma pretérito) da conjugação de prefixo
teria um valor também associado à conjugação de sufixo. Michel argumenta:

Deveria se aceito que cada forma verbal teria seu próprio significado. A língua
não se desenvolve variando formas verbais se elas não servem para expressar
significados diversos. E se uma língua desenvolve somente duas formas
verbais, tem que aceitar-se que essas duas expressam diferenças básicas,
talvez até contrastes… Realmente se aceitaria que uma língua, na qual,
obviamente, somente dois pontos de vista fossem decisivos em relação a
ações, mais tarde mesclados estes para uma extensão que usa a mesma forma
verbal para os dois pontos de vista?

Por outro lado, no cananeu de Biblos, tanto qatala quanto yaqtul são pretéritos. Além disso,
podemos nos admirar se os fatores sintáticos ou morfológicos distinguindo a origem de
yaqtulu e yaqtul não reduz o número de formas de prefixo realmente “competindo” com as
formas de sufixo. (A diversidade desses dois fatores, seria observado, não lutaria contra sua
operação simultaneamente). (3) Wayyqtl, ainda na maioria da poesia antiga, não representa
sempre um pretérito, e este fato sugere que ele não preserva a noção pretérita alegada de
yaqtul. Por exemplo, no Salmo 29, um poema antigo, encontramos o seguinte:

3. ‫שבֵּר‬
ַּ ְ ‫קֹול יהוה שֹבֵּר ֲא ָר ִז֑ים ַּוי‬A voz de YHWH quebra
‫ת־ַארז ֵּי ַּה ְלבָנֹון׃‬
ְ ‫(יהוה ֶא‬particípio) os cedros, O Senhor
quebra (wayyqtl) os cedros do
Líbano.

Sl 29.5

4. ‫קֹול יהוה י ְחֹולֵּל ַּאּי ָלֹות‬A voz do Senhor faz parir (yqtl)
‫ ַּו ֶֶּּ֫יחֱש ֹף־יְעָרֹות‬as cervas e desnuda (wayyqtl)
as brenhas

‫ּו ְבהֵּיכָלֹו֑ כֻלֹו א ֹ ֵּמר כָבֹוד׃‬E no seu templo todos clamam


(particípio): “Glória!”

Sl 29.9

F. C. Fensham pensa que as formas wayyqtl nesse salmo são inovações posteriores dos
massoretas. Não pensamos assim, mas, da maneira como está, o texto que temos em p 500
mão – objeto de nosso estudo – não parece tratá-los como pretéritos, ou mesmo como tendo
referência o tempo passado. (4) Inquestionavelmente a conjugação de prefixo tanto em ENWS
quanto no Hebraico Bíblico representaria situações passadas em narrativa, mas que não
necessariamente significam que funcionam como pretérito. Como veremos, a conjugação de
prefixo pode significar ação passada imperfectiva. Assim, também, na poesia hebraica a
conjugação de prefixo em paralelo com a conjugação de sufixo, pode significar um de seus
sentidos de passado não-perfectivo. Por exemplo, talvez pudéssemos achar um sentido
ingressivo e um sentido télico nestas linhas:

5. ‫תְ ה ֹמ ֹת י ְ ַּכ ְס ֶֻּ֑֫ימּו י ְָרדּו ִב ְמצֹוֹלת‬Os abismos os cobriram;


‫כְמֹו־ ֶָּ֫אבֶן׃‬desceram às profundezas como
pedra.

Êx 15.5

Numa visão histórica, contudo, a forma da conjugação de prefixo aqui estaria associada não a
yaqtul, mas a yaqtulu. (5) O mesmo evento pode ser descrito ou como uma situação perfectiva
ou como uma não-perfectiva, dependendo somente da visão subjetiva do falante. Isto não é
assim no caso de um sistema de tempo, para noções de tempo absoluto, permanecem
separadas das visões do falante: um evento ou aconteceu antes do tempo do falante ou não.
Há muito mais para o sistema hebraico do que tempo: o falante aproveita a latitude de
representar o mesmo evento com as conjugações tanto de prefixo quanto de sufixo. Porque
elas muitas vezes são usadas subjetivamente para representar uma situação, é possível para o
poeta justapor usos complementares das conjugações uma diante da outra. Podemos
demonstrar o uso complementar das conjugações com referência ao uso do tempo presente.
Por exemplo, o poeta pode colocar um perfectivo gnômico diante de um não-perctivo
habitual, como no # 6:

6. ‫בְמֹות ָאדָ ם ֶָּ֫רשָע ת ֹאבַּד ִת ְק ָו֑ה‬Morrendo o homem ímpio

‫וְתֹו ֶֶּ֫חלֶת אֹונִים ָא ֶָּ֫בדָ ה׃‬perece a sua


expectação, e a
esperança da iniqüidade perde-
se.

Pv 11.7

Ou, o poeta pode justapor o perfectivo instantâneo com o não-perfectivo progressivo-


incipiente, como no # 7:

7. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם י ִ ָ֑די‬
ָ ‫כִי־ ֶאשָא אֶל־‬Porque eu levantarei a minha
‫וְָא ֶַּּ֫מ ְרתִי‬mão para os céus e direi…
Dt 32.40

Se as duas conjugações podem referir-se em justaposição ao tempo presente, poderíamos


esperar o mesmo fenômeno com referência ao tempo passado. Por esta razão parece
improvável que, quando as duas conjugações estão próximas, as duas representam um estado
perfectivo no tempo passado. De novo, contudo, a visão histórica afirma que esse tempo é
verdadeiro, mas que esses casos refletem o yaqtulu histórico e dessa maneira não desaprova
que o yaqtul histórico com seu valor pretérito foi preservado em outros casos.

p 501 f (6) As passagens em prosa em que a forma desligada de prefixo significa um


pretérito, não são sem dificuldades. A forma do # 1 é uma forma longa, não a forma curta que
a teoria prediz. Essa passagem pode, contudo, ser condicionada de uma maneira não-óbvia ou
pode ser simplesmente excepcional. As poucas passagens com uma conjugação de prefixo
inesperada em prosa não pode anular a evidência esmagadora da direção oposta. S. R. Driver
pensava que algumas delas eram freqüentativas e Bergsträsser que algumas fossem usadas
como um presente histórico para uma descrição intensiva de um evento. Leslie McFall
certamente pede um exame das 775 formas simples yqtl usadas de eventos passados. (7) O
uso das formas longas de prefixo de verbos fracos com um valor de pretérito depois de ‫אז‬,
‫טרם‬, e ‫ בטרם‬é sintaticamente condicionada e não pode ser usada como evidência para o
mesmo uso em outras situações. (8) McFall observa que a forma curta de prefixo não é usada
consistentemente com waw relativo e que tanto a forma longa quanto a curta podem ter o
mesmo sentido. Ele cita, como exemplo, uma frase parcialmente duplicada em Jeremias,
‫שאִ ים‬
ִ ְ‫( ַּוּי ַּ ֲעלֶה נ‬10.13) e ‫( ַּו ֶַּּּ֫יעַּל נשאים‬51.10), “ele faz a névoa levantar-se”, mostrando como
o “encurtamento não devido ao ‫ ו‬prefixado, mas ao estilo, ou variedade, ou alguma outra
razão semelhante.” Para estar certo, a forma longa de um verbo fraco pode ser usada como
um jussivo (p. ex.: tr ʾh em Gn 1.9; cf. Cap. 14.4), ninguém ainda negou que o jussivo e o não-
perfectivo podem ser distintos (distinguidos).

g Queira ou não a conjugação de prefixo (como um todo, separada da distinção yaqtul /


yaqtulu) pode servir como um pretérito, especialmente em sua forma desligada na poesia
hebraica, não pode ser decidida indubitavelmente razoável no presente. Dois fatores
complicam a discussão e nos previnem da chegada de uma resposta decisiva. Primeiro: uma
vez que as conjugações hebraicas não representam tempo absolutamente, mas uma
representação subjetiva do falante, de um estado ou evento, a interpretação das formas
também é subjetiva. É instrutivo observar, por exemplo, que embora Held pense que as duas
formas de distinguir conjugações no Sl 93.3 ambas significam ação pretérita, Fensham pensa
que ambas significam atividade habitual. Segundo: etimologia e uso estão relacionados em
maneiras complexas. Enquanto que a evidência comparativo-histórica favorece a visão da
primitiva yaqtul, que significava ação pretérita, sobreviveu no hebraico wayyqtl, em uso real a
forma ligada parece ter empregado novos valores, e podemos supor que o mesmo pode ter
acontecido no caso da forma desligada.

h Em equilíbrio a evidência comparativo-histórica parece exigir alguma consideração, e


cremos que os vestígios do wayyqtl histórico sobrevive na conjugação de prefixo além do
jussivo. Na prosa o waw-relativo é normalmente ligado com a descendência do yaqtul
pretérito, uma forma não diferenciada consistentemente dos descendentes de yaqtulu. A
situação basicamente semelhante na poesia é complicada pela estilística e uso idiossincrático
bem como pela variação. A poesia, especialmente a poesia primitiva, preserva ocasionalmente
um pretérito yaqtul em forma desligada, como um uso arcaico ou arcaizante (1.4.1).

p 502 31.1.2 Uma Visão do Funcionamento

a No Capítulo 29, observamos que a maioria dos gramáticos errou em abstrair um


significado dos diversos usos da conjugação de prefixo, e sugerimos que a única generalização
possível, tinha de ser expressa negativamente: a conjugação não-perfectiva permanece em
confronto com a conjugação perfectiva. A conjugação de prefixo não-perfectiva tem dois
valores maiores: ou significar um situação imperfectiva no tempo passado e presente, ou uma
situação dependente. No último uso, a situação pode ser dependente do falante, o sujeito, ou
outra situação.

b Analisamos o uso da conjugação de prefixo, primeiramente segundo o tempo: tempo


passado (31.3) e tempo presente (31.3). Agrupamos seus usos para representar situações
dependentes naquelas envolvendo o falante ou o sujeito, e aqueles dependentes em outra
situação. Dividimos o primeiro grupo naquelas situações onde os falantes não impõem sua
vontade ao sujeito (os usos modais, 31.4), e aqueles em que eles impõem (os usos volitivos,
31.5). Finalmente, discutimos outros usos contingentes, incluindo seu uso em moldura de
tempo passado menos freqüente com certas partículas (31.6), e algumas relíquias
morfológicas (31.7).

31.2 Não-Perfectivo e Tempo Passado

a Uma demonstração clara do não-perfectivo e relações de tempo passado é suprida por


um exemplo árabe:

wā ttabaʿū (perf., tbʿ) mā tatlū (imperf., tly) š-šayāṭīnu ʿalā mulki sulaymān E
eles seguiram aquilo que os demônios usaram para recitar (ou: seguir) no
reino de Salomão.

A referência de tempo da conjugação de prefixo tatlū “eles usaram para recitar” é passado e
absoluto, porque ocorreu em um tempo anterior ao evento daquele que falava; o aspecto é
imperfectivo, mais especificamente costumeiro (iterativo), porque uma referência explícita é
feita à estrutura temporal interna, visando a situação de dentro, em contraste a ’ittaba?u “eles
seguiram,” pelo que a referência explícita é feita à situação como um todo único, visando a
situação de fora. A mesma combinação de referência de tempo e aspecto ocorre no hebraico,
em diversos modelos.

b Na estrutura interna do não-perfectivo costumeiro de uma situação é concebido como


estendido sobre um período indefinido no tempo anterior ao ato do falante. Bernard Comrie
nota que a visão pode ser “tão estendida no fato que a situação referida é vista p 503 não
como uma propriedade incidental do momento mas, precisamente como um aspecto
característico de um período todo”. O não-perfectivo costumeiro passado, em contraste com o
que chamamos de não-perfectivo presente, pressupõe que a situação descrita não se sustenta
mais no tempo da articulação. Com situações ativas o não-perfectivo costumeiro é
essencialmente uma declaração de iteratividade (isto é, “ele costumava fazer X”; ## 1–4). Este
uso é menos freqüente com situações estativas, em que representa a situação como existindo
sem interrupção (## 5–6; observe que os verbos em questão não são estativos).

1. ‫ ְו ֵּאד י ַּ ֲעלֶה מִן־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬Umvapor, porém, subia da


terra.

Gn 2.6
2. ‫ ֶָּ֫ככָה י ַּ ֲעשֶה אִּיֹוב כָל־הַּּימִים׃‬Assim o fazia Jó continuamente.
Jó 1.5

3. ‫שנָה‬
ָ ‫שנָה ְב‬
ָ ‫ ְוכֵּן י ַּ ֲעשֶה‬E assim o fazia ele de ano em
ano.

1Sm 1.7

4. ‫שר יַּחְדָ ו נַּמְתִ יק סֹו֑ ד ְבבֵּית‬ֶ ‫ ֲא‬Praticávamos juntos

‫אֱֹלהִים נְ ַּהלְֵּך ב ְֶָּ֫רגֶש׃‬suavemente,e fomos com a


multidão à casa de Deus.

Sl 55.15

5. ‫ּובְלּולִים יַּעֲלּו עַּל־הַּתִ יכֹנָה‬A porta da câmara do meio


estava à banda direita da casa,

1Rs 6.8

6. ‫כָל־יְמֵּי ֲאשֶר יִשְכ ֹן ֶה ָענָן עַּל־‬Todos os dias em que a nuvem


ְ ‫ ַּה ִמ‬parava sobre o tabernáculo
‫שכָן יַּחֲנּו׃‬
assentavam o arraial.

Nm 9.18

c No não-perfectivo passado incipiente o falante tem em vista as fases inicial e continuada


dentro da estrutura temporal interna de uma situação passada. Em contraste com o particípio,
que representa uma situação como continuada sem interrupção ou progredindo, mas não
focada no começo da situação, a conjugação de prefixo em seu uso combina as noções de
começo e continuação. Como o particípio, este uso presta-se às sentenças circunstanciais.
Brockelmann parece ter tido em mente esse uso quando escreveu: “O imperfeito pode
designar eventos passados com uma simpatia viva… Em poesia o imperfeito, também, pode
designar eventos passados visualizando intensamente ações únicas do passado.” Driver,
embora vendo erroneamente essa função como um significado essencial da conjugação de
prefixo, descreveu-a mais precisamente:
O imperfeito não implica em mera continuação como tal (que é a função do
particípio), embora, visto que enfatiza o processo apresentando e conduzindo
à conclusão, expressa o que deve ser denominado continuação progressiva,
desse modo p 504 tomando uma ação quando nascente e representando-a
sob o aspecto mais marcante e expressivo (pois é exatamente quando um
objeto novo aparece numa cena que mostra maior energia, e é por assim
dizer, mais ativo do que cada um enquanto continua, ou depois de ter sido
completado), pode apresentá-lo da maneira mais intensa possível.

7. ‫ ַּוּי ָב ֹא חּושַּי … ה ִ ָ֑עיר וְַא ְבשָֹלם‬Husai, pois, amigo de Davi, veio


ָ ‫י ָבא י ְרּו‬para a cidade; e Absalão entrou
‫ש ֶָּ֫לים‬
em Jerusalém.

2Sm 15.37

8. ‫ ַּוּי ָ ֶֻּ֫נעּו ַּאמֹות ַּה ִסּפִים … ְו ַּה ֶַּּ֫בי ִת‬E os umbrais da porta das
‫י ִ ָמלֵּא ָעשָן׃‬portas se moveram … e a casa
se encheu de fumo.

Is 6.4

9. ‫ ַּוּיַּעֲלּו אִיש יִש ְָראֵּל ׃ הּוא קָם‬E os homens de Israel se


‫שבּו‬
ֻ ֶּ֫ ָ ‫שתִ ים … ְו ָהעָם י‬ ְ ‫ ַּוּי ְַּך ַּב ְּפ ִל‬retiraram. Ele (Eleazar) se
levantou e feriu os filisteus… e
‫שט׃‬
ֵּ ‫ַאח ֲָריו אְַּך־ ְל ַּפ‬o povo voltou atrás dele,
somente a tomar o despojo.

2Sm 23.9–10

10. ‫וַּתִ יתְ ַּּפלֵּל עַּל־יהוה ּובָכ ֹה‬Ela, pois, orou ao Senhor e

‫תִ ְבכֶה׃‬chorou abundantemente.


1Sm 1.10

31.3 Tempo Não-Perfectivo e Presente

a Sob o título de tempo presente consideramos a faixa dos usos associados aos tempos do
presente inglês, incluindo certos modelos habituais ou gnômicos.

b Por não-perfectivo progressivo queremos dizer um modelo semelhante ao não-perfectivo


costumeiro, mas numa moldura de tempo presente com referência ao ato do falante. Aqui o
não-perfectivo, em vez de pressupor que a situação específica cessou, representa-a como
continuando. Este modelo é mais comum em situações dinâmicas. Faça um contraste, por
exemplo, ‫בָאת‬ ‫אֵּי־ ִמזֶה‬, “De onde vieste”, com ‫ ְו ֶָּ֫אנָה תֵּ ֵֶּּ֫לכִי‬, “Para aonde vais?”, em Gênesis
16.8. Considerando pares como esses William Turner confessou surpreendentemente:

É, ao mesmo tempo, admitir-se livremente que há muitos exemplos em que


em nossa apreensão, aí não existe razão aparente porque uma forma melhor
do que outra seria empregada, p. ex.: … ‫תָ בֹוא‬ ‫ ֵּמ ֶַּּ֫אי ִן‬, e … ָ‫ ֵּמ ֶַּּ֫אי ִן בָאת‬.
McFall, contudo, explica bem a diferença:

As formas do verbo têm sido determinadas pela situação real, então


prevalecendo, pois em Gn 16.8, Agar estava repousando quando o anjo lhe
perguntou: “De onde vens?” (‫מז ֶה בָאת‬ִ ‫)אֵּי־‬. Teria sido inapropriado ter usado
a forma yqtl uma vez que teria implicado que ela estava indo para algum lugar
naquele momento; embora seja possível que Agar tivesse sido vista como em
viagem, e ter ignorado a situação presente.

p 505 Joseph usa a forma qtl em Gn 42.7: “De onde viestes?” (‫בָאתֶ ם‬ ‫) ֵּמ ֶַּּ֫אי ִן‬,
porque naquele momento preciso, era óbvio, eles não estavam numa viagem,
mas tinham chegado. Observe, contudo, a diferença em Js 1.8: “Quem sois
vós? E de onde vindes?” (‫מ ֶַּּ֫אי ִן תָ ֶּ֫ב ֹאּו‬
ֵּ ‫)ּו‬. É óbvio para Josué que esses homens
estão em uma viagem, que é sua atividade presente. A pergunta de Josué é:
De onde começastes vossa viagem? Ele não sabe ainda que ele é o objetivo da
viagem deles; mas este aparece na escolha da forma de verbo que eles usam:
“De um país muito distante vossos servos vieram,”, ‫… בָאּו‬, sugerindo que eles
tinham terminado sua viagem e que tinham procurado seu destino.

As formas progressivas não-perfectivas em poesia podem ser usadas em associação com


formas semelhantes (## 1–2) ou com uma forma perfectiva persistente (presente) (# 3;
30.3.1c).

1. ‫יִפ ְְר ֵֶּּ֫צנִי ֶֶּ֫פ ֶרץ עַּל־ ְּפנֵּי־ ֶָּ֫פ ֵּרץ י ָֻרץ‬Quebranta-me com
quebranto

‫ ָעלַּי ְכגִבֹור׃‬sobre quebranto; arremete


contra mim como um valente.

Jó 16.14

2. ‫יֹום לְיֹום יַּבִי ַּע ֶּ֫א ֹמֶר ְו ֶַּּ֫ליְלָה‬Um dia faz declaração a outro
‫ ְל ֶַּּ֫ליְלָה י ְ ַּחּוֶה־דֶָּ֫ עַּת׃‬dia, e
uma noite mostra
sabedoria a outra noite.

Sl 19.3
3. ‫ת־אל ְב ֶֶּ֫ק ֶרב‬
֑ ֵּ ַּ‫אֱֹלהִים נִצָב ַּבעֲד‬Deus está na congregação dos
‫אֱֹלהִים יִשְּפ ֹט׃‬poderosos; julga no meio dos
deuses.

Sl 82.1

c Um não-perfectivo estativo representa a estrutura temporal interna de uma situação


presente estativa (imutável). Esse uso difere do particípio no qual o último ocorre em
situações dinâmicas.

4. ‫בְצּור־י ָרּום ִמ ֶֶּ֫מנִי תַּ נְ ֵֶּּ֫חנִי׃‬Leva-mepara a rocha que é


mais alta do que eu.

Sl 61.3

Esse uso forma um complemento apropriado a situações estativas representadas pela


conjugação perfectiva (30.5.3c).

5. ‫ֹלא ָי ָֽדְ עּו וְֹלא י ָ ִֶּ֫בינּו‬Eles


nada sabem (perfectivo),
nem entendem

Sl 82.5

d No não-perfectivo presente incipiente a estrutura temporal interna de uma situação é


concebida como começando e continuando em um não-passado (## 6–8). É como o não-
perfectivo passado incipiente, exceto que a situação existe não anterior ao tempo do falante,
mas no mesmo tempo. No verso, esse tipo de não-perfectivo pode estar associado com um
perfectivo instantâneo (# 9; 30.5.1d).

p 506 6. ‫ש ְועִי … כִי־‬


ַּ ‫שיבָה לְקֹול‬ ִ ֶּ֫ ‫ ַּה ְק‬Atende a voz de meu clamor,
‫ ֵּא ֶֶּ֫ליָך ֶאתְ ַּּפלָל׃‬Rei meu e Deus meu, pois a ti
oro (começo orando).

Sl 5.3

7. ‫מַּע־יהוה קֹולִי ֶאק ְָרא‬Ouve, Senhor, a minha voz


quando clamo.
Sl 27.7

8. ‫נַּחֲמּו נַּחֲמּו ע ִ ַּ֑מי י ֹא ַּמר אֱֹלהֵּיכֶם׃‬CONSOLAI,


consolai o meu
povo, diz o vosso Deus.

Is 40.1

9. … ‫ ְמרּו לְכּו ְונַּ ְכחִידֵּ ם מִג֑ ֹוי‬Disseram: Vinde, e


desarraiguemo-los para que
não seja nação; nem haja
memória deles.

‫כִי נֹועֲצּו לֵּב יַּחְדָ ו֑ ָע ֶֶּ֫ליָך ב ְִרית‬Porque à uma se conluiaram;


‫יִכ ְֶּ֫ר ֹתּו׃‬aliaram-se contra ti.
Sl 83.5–6.

b Por não-perfectivo habitual queremos dizer a representação de uma situação repetida


geral, não específica. Raramente em prosa, mas antes freqüentemente em poesia e expressões
proverbiais, o não-perfectivo é usado para denotar uma atividade habitual com um valor de
tempo não específico. Forma um paralelo adequado com o perfectivo gnômico (30.5.1c).
Enquanto que o perfectivo gnômico faz idéia de um estado universal ou evento como um
evento único, o não-perfectivo habitual representa as fases temporais internas da situação
geral como ocorrendo repetidas vezes, incluindo o tempo presente para o ato de falar.

10. … ‫כ ֹל ֲאשֶר־י ָֹלק ִבלְשֹונֹו‬Qualquer um que lamber as


‫ ַּכ ֲאשֶר י ָֹלק ַּה ֶֶּ֫כלֶב‬águas com a língua como um
cachorro lambe…

Jz 7.5

11. ‫ִשראֵּל‬
ָ ‫עַּל־כֵּן ֹלא־יאֹכְלּו ְבנֵּי־י‬Portanto até este dia os
‫שר עַּל־‬ֶ ‫ ַּה ֶז֑ה ֶאת־גִיד ַּהנָשֶה ֲא‬israelitas não comem o tendão;
porquanto ele tocara a juntura
‫כַּף ַּהּי ֵָּרְך עַּד הַּּיֹום‬da coxa no nervo encolhido.

Gn 32.33
12. ‫הַּשֹחַּד י ְ ַּעּור ִּפ ְקחִים‬Porque o presente cega os que
têm vista.

Êx 23.8

13. ‫ח־אב‬
֑ ָ ‫ש ַּמ‬
ַּ ְ ‫בֵּן ֶָּ֫חכָם י‬Umfilho sábio torna seu pai
alegre.

Pv 10.1

31.4 Usos Modais do Não-Perfectivo

a Enquanto que tempo (Latim: tempus) se refere à relação temporal absoluta do falante,
modo se refere a um julgamento subjetivo acerca da realidade da situação. Pode ser
considerado como real (isto é, indicativo, nas línguas clássicas) ou mais do que real (modo
irreal ou imaginário, isto é, subjuntivo e optativo nas línguas clássicas). Uma situação pode ser
considerada como irreal por uma das duas razões: (1) porque o falante está incerto a respeito
da realidade da própria situação, ou (2) porque o falante está incerto a p 507 respeito da
realidade existente entre o sujeito e seu predicado na situação. Isto é, a situação pode ser
contingente na relação (1) do falante com a declaração ou (2) do sujeito da declaração ao seu
predicado. Por exemplo, o falante desejando que o sujeito cante, pode dizer: “Tubalcaim
começaria cantar agora,” mas a situação proposta não é real, porque depende da vontade do
sujeito para aceder ao desejo do falante. Por outro lado, o falante, incerto a respeito do desejo
do sujeito de cantar, pode dizer: “Tubalcaim pode cantar quando vê Jubal.” Em ambos os casos
o modo é irreal.

b Nas línguas germânicas (incluindo o inglês) a natureza da irrealidade é muitas vezes


expressa adicionando modais como “can, should, must, may”, etc. [“pode (fisicamente),
poderia, deve, pode (moralmente)”, etc.], ao infinitivo do verbo em questão. No hebraico,
quando uma construção envolve um verbo finito com um infinitivo pode ser usado muitas
vezes mais é suficiente uma conjugação de prefixo simples, permitindo outras indicações no
contexto para decidir seu valor preciso.

c O não-perfectivo de capacidade denota a capacidade do sujeito de realizar a ação


expressa pela raiz. Esse uso muitas vezes coincide com “situações conseqüentes.”

1. ‫אֵּיכָה ֶאשָא ְלב ִ ַּ֑די ט ְָר ֲחכֶם‬Como suportaria eu só as


vossas moléstias, e as vossas
chagas, e as vossas diferenças?

Dt 1.12
A expressão ‫ש ֵּאת ֶאתְ כֶם‬
ְ ‫ ֹלא־אּוכַּל ְלבַּדִ י‬em Deuteronômio 1.9 mostra que esse valor é
relevante para a conjugação prefixo no # 1.

2. ‫ ְוח ָָרש ֹלא י ִ ָמצֵּא‬Nem um ferreiro se achava.


1Sm 13.19

3. ‫ ְו ַּאתָ ה קַּח־לְָך ִמכָל־ ַּמ ֲאכָל ֲאשֶר‬Etu toma para ti de toda a


comida que se come.

Gn 6.21

4. ‫ ְואִם ְב ֶֶּ֫אבֶן י ָד ֲאשֶר־י ָמּות בָּה‬Ou, se o ferir com pedra à mão,


‫ ִה ֶָּ֫כהּו‬de que possa morrer…
Nm 35.17

5. ‫וְֹלא י ְקּומּו֑ ן‬Demodo que nunca mais se


levantaram.

2Sm 22.39

6. ‫ש ָ ֑מע‬
ְ ‫ ַּו ֲאנִי ְכח ֵֵּּרש ֹלא ֶא‬Assim eu sou como um homem
que não ouve.

Sl 38.14

A RSN traduz # 6 como “Eu sou como um homem que não ouve,” mostrando desse modo uma
conexão íntima entre variação modal e resultados seqüenciais; a sentença relativa em cada
caso depende da situação da sentença primária.

d O não-perfectivo de permissão denota permissão do falante para o sujeito desempenhar


uma ação.

p 508 7. ‫שנֵּי ָבנַּי תָ מִית‬


ְ ‫ ֶאת־‬Mata os meu dois filhos.
Gn 42.37
8. ‫ ֶאת־ ַּהנָכ ְִרי תִ ֑ג ֹש‬Podesrequerer pagamento de
um estrangeiro.

Dt 15.3

9. ֹ ‫יהוה מִי־י ָגּור בְָאח ֶּ֑֫ ֲֶלָך מִי־יִשְכן‬SENHOR, quem habitará no teu
‫שָך׃‬ ֶ ֶּ֫ ְ‫ ְבהַּר ָקד‬santo tabernáculo? Quem
morará no teu santo monte?

Sl 15.1

e O não-perfectivo de possibilidade denota a possibilidade de que o sujeito possa realizar


uma ação.

10. ‫כָל־מָקֹומ ֶאשֶר תִ דְרְֹך כַּף־‬todo lugar que pisar teu pé.
‫ ַּרגְ ְלכֶם בֹו‬Js 1.3

Esse uso é comum na prótase de cláusulas condicionais (veja 38.6).

f O não-perfectivo de deliberação denota deliberação do falante ou do sujeito como se


uma situação acontecesse. Esse uso normalmente envolve questões de dúvidas e assim se
assemelha ao subjuntivo grego em perguntas. Falando estritamente, questões deliberativas
não perguntam a respeito da realidade da ação, mas acerca da conveniência ou da
necessidade dela.

11. ‫ּולְשֹנְאֵּי יהוה תֶ א ָ ֱ֑הב‬Amarias os inimigos do


SENHOR?

2Cr 19.2

12. ‫שנֵּיכֶם‬
ְ ‫שכַּל גַּם־‬
ְ ‫ ָלמָה ֶא‬Por que eu perderia ambos?
Gn 27.45

13. ‫ ַּהכְזֹונָה י ַּ ֲעשֶה אֶת־ ֲאחֹותֵֶּּ֫ נּו׃‬Faria,


pois, ele a nossa irmã
como a uma prostituta?

Gn 34.31
14. ‫…כִי־נִתֵּ ן ִל ְצ ָב ֲאָך ֶָּ֫לחֶם׃‬que daríamos pão a vossas
tropas?

Jz 8.6

g O não-perfectivo de obrigação se refere ou ao que o falante considera ser a obrigação do


sujeito ou conduta necessária ou o que o sujeito considera ser uma obrigação. Esse uso é
semelhante àquele acima, mas em vez de ocorrer em uma cláusula interrogativa em uma
afirmação declarativa. Esse uso está intimamente relacionado em ambos os usos da
conjugação de prefixo para expressar uma vontade e seu uso para resultados conseqüentes.

15. ‫בְר ֹב ֻעז ְָך י ְ ַּכחֲשּו לְָך אֹי ְ ֶֶּ֫ביָך׃‬Quão


terrível és tu nas tuas
obras! Pela grandeza de teu
poder se submeterão a ti os teu
inimigos.

Sl 66.3

16. ‫ְהֹוריתִ י ֶאתְ כֶם ֵּאת ֲאשֶר‬


ֵּ ‫ו‬Ensinando-vos o que deveis

‫תַּ עֲשּון׃‬fazer.
Êx 4.15

p 509 17. ‫ ֲא ַּח ֶֶּ֫טנָה ִמּי ָדִ י תְ ַּבק ֶּ֑֫ ְֶשנָה‬da minha mão o requerias.
Gn 31.39

18. ָ‫שית‬
ִ ֶּ֫ ‫ ַּמ ֲעשִים ֲאשֶר ֹלא־יֵּעָשּו ָע‬Tu me fizeste aquilo que não
‫ ִע ָמדִ י׃‬deverias ter feito
Gn 20.9

h O não-perfectivo de desejo denota desejo ou vontade do sujeito.

19. ‫הֲתֵּ ְלכִי עִם־ ָהאִיש ַּה ֶז֑ה‬Queres (isto é, desejas) ir com
este homem?

Gn 24.58
20. ‫אִם־א ֹתָ ּה תִ קַּח־לְָך קָח‬Se tu a queres tomar, toma-a,
1Sm 21.10

21. ‫ש ְמ ֶֶּ֫רנּו ְבע ָָל֑יו‬


ְ ִ ‫וְֹלא י‬Oseu dono não o guardou,
certamente pagará

Êx 21.36

31.5 Usos Volitivos do Não-Perfectivo

a Intimamente relacionado às variações modais do não-perfectivo que expressam uma


situação onde a ação do sujeito é contingente na vontade do falante, é seu uso em situações
onde o falante impõe uma obrigação sobre o sujeito endereçado. Nesse uso aproxima-se do
modo imperativo e é, de fato, freqüentemente encontrado em conjunção com uma forma
imperativa. A força com que o falante é capaz de fazer a imposição depende da distância social
entre o falante e o destinatário. Se um inferior se dirige a um superior uma obrigação toma a
força de um pedido, mas se a comunicação procede de um superior para um inferior ela tem a
força de uma ordem. O não-perfectivo volitivo está intimamente ligado a paradigmas volitivos
tanto morfológica quanto semanticamente (Cap. 34), incluindo o coortativo e o jusssivo, bem
como o imperativo. Essas formas enfatizam a vontade do falante, ao passo que o não-
perfectivo a ser tratado aqui enfatiza a ação imposta ou proibida.

b Um não-perfectivo de proibição expressa a vontade do falante num pedido ou ordem.

1. ‫תְ ַּח ְט ֵֶּּ֫אנִי ְב ֵּאזֹוב ְו ֶאט ָ ְ֑הר תְ ַּכ ְב ֵֶּּ֫סנִי‬Purifica-me com hissope,
e
‫שלֶג ַא ְלבִין׃‬ ֶ ֶּ֫ ‫ּו ִמ‬ficarei limpo; Lava-me, e
eu
ficarei mais banco do que a
neve.

Sl 51.9

2. ‫וְתֵּ ָראֶה ַּהּיַּב ָ ָ֑שה‬Apareça a terra seca.


Gn 1.9

3. ‫שמַּע דִ ב ְֵּרי ֲחכ ִ ָ֑מים‬


ְ ‫הַּט ָאזְנְָך ּו‬Inclina o teu ouvido e ouve as

‫ ְו ִלבְָך תָ שִית ְל ַּדעְתִ י׃‬palavras dos sábios; presta


atenção ao meu conhecimento.
Pv 22.17

p 510 c O não-pefectivo de instrução expressa a vontade do falante num contexto de


legislação ou ensino.

4. ‫ ִמ ְּפנֵּי שֵּיבָה תָ קּום‬Diante das cãs te levantarás.


Lv 19.32

5. ‫ָאדָ ם כִי־יַּק ְִריב ִמכֶם ק ְָרבָן‬Quando alguém de vós oferecer


‫לַּיהו֑ ה מִן־ ַּה ְב ֵּהמָה מִן־ ַּה ָב ָקר‬oferta ao Senhor, oferecereis as
vossas ofertas de gado, de
‫ּומִן־הַּצ ֹאן תַּ ק ְִריבּו ֶאת־‬vacas e de ovelhas.
‫ָקדְ ַּבנְכֶם׃‬
Lv 1.2

6. “ ‫שֶה‬ ‫לֵּאמ ֹר ְוי ִ ְקחּו ָלהֶם אִיש‬Falai a toda congregação de


‫דַּ בְרּו אֶל־כָל־עֲדַּ ת יִש ְָראֵּל‬Israel, dizendo: “… cada um
tome para si um cordeiro.”

Êx 12.3

d Um não-perfectivo de proibição expressa instrução negativa na literatura legal. O uso de


‫ ֹלא‬com o não-perfectivo é comum em contextos legais.
7. ‫ַּד־ב ֹקֶר‬
ֶּ֑֫ ‫וְֹלא־תֹותִֶּ֫ ירּו ִמ ֶֶּ֫מנּו ע‬E nada deixareis até amanhã.
Êx 12.10

8. ‫ֹלא תִ ְרצָח׃‬Não matarás.


Êx 20.13

31.6 Usos Posteriores de Contingente do Não-Perfectivo


a Três usos da forma de verbo não-perfectivo podem ser agrupados sob o título de outros
usos baseados na contingência. Dois dos três estão relacionados aos sentidos irreais, e dois
dos três estão associados a partículas.

31.6.1 Com Partículas Expressando Contingência

a Com relação ao uso da conjugação de prefixo sem marcas com variações modais irreais
(31.4) é seu uso com partículas expressando incerteza ou contingência. Esses podem ser
divididos em partículas condicionais apresentando a prótase (o “se” da sentença, em um “se
então” da sentença) e partículas télicas apresentando a apódose (a sentença “então”).

b A mais comum das partículas condicionais é ‫אִם‬ “se”. A conjunção ‫כִי‬ pode ser
igualmente usada. A partícula condicional *contingente é ‫לּו‬ “se somente (… mas não é
assim).”

1. ‫אִם־ ֶאצְדָ ק‬Se eu for inocente…


Jó 9.20

p 511 2. ‫י ִם־ ֶא ְמצָא … ֲח ִמשִים צַּדִ י ִקם‬Se eu achar… cinqüenta justos…


Gn 18.26

3. ‫כִי י ִ ְפ ָגשְָך ֵּעשָו ָאחִי‬Quando


meu irmão Esaú te
encontrar…

Gn 32.18

4. ‫שקֵּל ַּכע ִ ֲ֑שי‬


ָ ִ ‫לּו שָקֹול י‬Se minha angústia pudesse ser
pesada!

Jó 6.2

c A partícula télica pode ser positiva ( ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן‬, ‫ ַּבעֲבּור‬, “para que”; ‫ ֲאשֶר‬também é usada)
ou negativa (‫ּפֶן‬, ‫ ְל ִבלְתִ י‬, “para que não”). Em latim, partículas télicas não são usadas com o
modo indicativo, o modo de certeza, mas com o subjuntivo, o modo de contingência.

5. ‫ … ְל ֶַּּ֫מעַּן י ִיטַּב־לִי‬para que me vá bem, por tua


causa…
Gn 12.13

6. ‫ּו ַּבעֲבּור ִת ְהי ֶה י ְִרָאתֹו עַּל־‬Para que o seu temor esteja

‫ ֶּפנֵּיכֶם‬diante de vós.
Êx 20.20

7. ‫…ּפֶן־תְ ֻמתּון‬para que não morrais.


Gn 3.3

8. ‫ … ְל ִבלְתִ י תֶ ֱח ֶָּ֫טאּו׃‬para que não pequeis.


Êx 20.20

31.6.2 Tempo Futuro

a A conjugação de prefixo é usada para representar uma situação real que resulta como
conseqüência de outra situação. Enquanto que a conjugação de sufixo pode representar
dramaticamente uma situação futura como um evento acidental, a conjugação de prefixo
representa-a como uma conseqüência lógica de alguma situação expressa ou não expressa.
Embora Michel prolongue demasiadamente o conceito de dependência para todos os usos da
conjugação de prefixo, ele sugeriu plausivelmente que essência em contraste com acidente é
uma das diferenças entre as conjugações.

O imperfectum …deve designar uma ação que não é importante em si mesma,


mas que permanece em relação a uma outra, e nessa relação tem seu
significado. Resumindo: é dependente.

b Esse uso coincide em parte com algumas variações modais, que também envolvem
dependência, especialmente aquelas de competência, de obrigação, e de deliberação.

1. ‫…כִי בְיֹום אֲ ָכלְָך ִמ ֶֶּ֫מנּו מֹות‬porque no dia em que dela


‫תָ מּות׃‬comeres morrerás.
Gn 2.17

p 512 2. ‫ֵּה־אלֶה ֹלא י ִמֹוט לְעֹולָם׃‬


֑ ֵּ ‫עֹש‬Quem faz isso nunca será
abalado.
Sl 15.5

3. ‫שבַּע ְלמ ְִר ָמה׃ יִשָא ב ְָרכָה‬


ְ ִ‫וְֹלא נ‬Aquele que não jura pelo que é
‫ ֵּמ ֵּאת יהו֑ ה‬falso, ele receberá (deve
receber) bênção do SENHOR

Sl 24.4–5

4. ‫גַּם כָל־קֹוֶיָך ֹלא י ֵּ֑ב ֹשּו י ֵּב ֹשּו‬os que esperam em ti não se

‫הַּבֹוגְדִ ים ֵּריקָם׃‬envergonharão; Confundidos


serão os que transgridem sem
causa.

Sl 25.3

5. ‫שעִי ִממִי א ָ ִ֑רא‬


ְ ִ ‫אֹורי ְוי‬
ִ ‫יהוה‬O Senhor é a minha luz e minha
salvação; de quem me recearei?

Sl 27.1

c Esses exemplos e muitos outros sugerem que a conjugação de prefixo pode representar
uma situação futura como dependente ou contingente em alguma outra situação expressa ou
não expressa. Com referência ao tempo da fala, a situação pode ser futura ou passada. Se a
situação está no futuro, o sentido é de um futuro específico.

6. ‫ָאּו־לְ֑ך … כִי‬
ָ ‫ ֻכלָם נִ ְקבְצּו ב‬Todos esses que se ajuntam

ִ ‫ ֻכלָם ָכעֲדִ י תִ ְל ָב‬vêm a


‫שי‬ ti… tu os vestirás como
dum ornamento.

Is 49.18

7. ‫שכָה י ִתְ ה ַָּל֑כּו י ִמֹוטּו כָל־‬ ֵּ ‫ … ַּב ֲח‬andam em trevas todos os


‫מֹוסְדֵּ י ֶָּ֫א ֶרץ‬fundamentos da terra vacilam.
Sl 82.5

8. ‫ש ִֶּ֫בי ַּע בַּטֹוב עֶדְ ֵּיְ֑ך ִתתְ חַּדֵּ ש‬


ְ ‫ ַּה ַּמ‬ele
que satisfaz teus desejos
com coisas boas para que tua
mocidade se renove como
‫ְעּוריְכִי׃‬
֑ ָ ‫שר נ‬
ֶ ‫ ַּכ ֶֶּ֫נ‬águia.
Sl 103.5

Esse uso pode ser apropriadamente associado à conjugação de sufixo usada para eventos
futuros.

9. ‫שבְתִ י‬ ַּ ‫ ָלכֵּן כ ֹה ָאמַּר יהוה‬Portanto, o Senhor fiz assim:


ָ ‫לִירּו‬Voltarei para Jerusalém com
‫ש ֶַּּ֫לי ִם ב ְַּר ֲחמִים בֵּיתִ י י ִ ָבנֶה‬
misericórdia, e minha casa será
‫בָּה‬construída.

Zc 1.16

Uma forma negativa pode ser usada com um sentido correspondente.

10. ‫ּובַּיהוה ָב ֶַּּ֫טחְתִ י ֹלא ֶא ְמעָד׃‬Confiei no Senhor, não vacilarei.


Sl 26.1

p 513 11. ‫יהוה רֹעִי ֹלא ֶא ְחסָר׃‬O Senhor é o meu pastor, de


nada carecerei.

Sl 23.1

A situação conseqüente pode de fato ser passado com referência ao tempo absoluto do
falante, mas futuro a alguma situação diferente. Esse uso é encontrado somente em sentenças
dependentes.

12. ‫ ַּוּיָבֵּא אֶל־הָָאדָ ם ל ְִראֹות מַּה־‬E ele os trouxe a Adão para ver
֑‫ּי ִ ְק ָרא־לֹו‬como ele os chamaria.
Gn 2.19

13. ‫ּובֵּיתֹו ֲאשֶר־ ֵֶּּּ֫ישֶב שָם‬e a casa em que estava para


viver.

1Rs 7.8
31.6.3 Tempo Passado com Partículas

a A forma de verbo não-perfectivo regularmente (mas nem sempre) tem uma referência a
tempo passado depois de ‫ָאז‬, ‫ ֶֶּ֫ט ֶרם‬, e ‫ ְב ֶֶּ֫ט ֶרם‬. David Qimḥi apela para o árabe para explicar
esse uso inesperado.

E com a partícula ‫“ ָאז‬então”, usualmente vem um futuro no lugar do passado,


como ‫[ ָאז יָשִיר מֹשֶה‬Êx 15.1 “então cantou Moisés”]… E o sábio Rabi
Abraham Aben Ezra escreveu que este é o costume na língua de Ismael [isto é,
o árabe].

O árabe yaqtulu pode funcionar como um complemento verbal a qatala (conjugação de


sufixo). Nessa construção yaqtulu retém a força da conjugação perfectiva, por exemplo, jalasa
(perf.) nnasu yašrabûna (imperf.) lḥamra, “O homem se sentou, bebendo vinho.”

b Em hebraico essas partículas às vezes são usadas com a conjugação de prefixo para
denotar uma situação passada. A mais comum delas é ‫ָאז‬.

1. ‫ָאז יָשִיר מֹשֶה‬Então Moisés cantou.


Êx 15.1

2. ‫שתֶַּּ֫ י ִם נָשי ִם ז ֹנֹות‬


ְ ‫ָאז תָ ֶּ֫ב ֹאנָה‬Então duas prostitutas vieram

‫אֶל־ה ֶ ַּ֑מלְֶך‬ao rei.


1Rs 3.16

Isaac Rabinowitz concorda com os gramáticos tradicionais que ʾāz seguida por uma forma de
verbo não-perfectivo pode expressar uma conseqüência futuro-temporal ou lógica, enquanto
que com a perfectiva ʾāz “assinala uma narração ininterrupta em uma consecução de ações ou
eventos passados: primeiro fulano fez tal coisa, então (ʾāz) fulano fez (perfeito) tal coisa.” Ele
mais adiante observa que em quinze exemplos quando se refere ao passado, o não-perfectivo
com ʾāz indica que o contexto dos eventos passados narrados é “aproximadamente o tempo
quando, o tempo ou circunstâncias no p 514 curso do qual, ou a ocasião na qual a ação
designada pela forma do verbo imperfeito foi para adiante: isto foi quando (ʾāz…) fulano fazia
(imperfeito) tal coisa”. A ação apresentada por ʾāz é para ser considerada como tendo
acontecido antes da conclusão da ação precedente e nesse sentido o não-perfectivo descreve
uma ação relativa.

3. ‫ָאז י ֵּ ָחלֵּק ָהעָם יִש ְָראֵּל ַּל ֵּחצִי‬Então o povo de Israel se


dividiu em dois partidos.

1Rs 16.21

c A partícula ‫ ֶֶּ֫ט ֶרם‬, na maioria da vezes precedida por ‫ב‬, é usualmente empregada em
sentenças temporais.

4. ‫ ַּוּי ָ ִֶּ֫לנּו שָם ֶֶּ֫ט ֶרם יַּע ֲֶּ֫ב ֹרּו׃‬Epousaram ali, antes que
passassem.

Js 3.1

5. ‫ ַּוּיִשָא ָהעָם ֶאת־ ְבצֵּקֹו ֶֶּ֫ט ֶרם‬E o povo tomou a sua massa,
‫יֶח ָ ְ֑מץ‬antes que levedasse,
Êx 12.34

6. ‫וָאֹכַּל מִכ ֹל ְב ֶֶּ֫ט ֶרם תָ כֹוא‬Eu comi de tudo, antes que tu


viesses,

Gn 27.33

7. ‫ּו ְב ֶֶּ֫ט ֶרם יִק ְַּרב ֲאלֵּיהֶם‬e, antes que chegasse a eles …
Gn 37.18

Brockelmann havia sugerido com base nas ocorrências dessa construção que é obsoleta no
hebraico bíblico. Compare estes casos:

8a. ‫ש ַּע ִמז ְ ֵּב ַּח לַּיהוה‬


ֻ ‫ָאז י ִ ְבנֶה י ְהֹו‬Então Josué edificou um altar
ao Senhor.

Js 8.30

8b. ‫ָאז ָבנָה ֶאת־ ָהמִלֹוא׃‬Então ele edificou Milo.


1Rs 9.24
O cronista usa ‫ ָאז‬com a conjugação prefixo somente duas vezes.

31.7 Formas que Levam Nun

a Algumas formas do não-perfectivo no Hebraico Bíblico levam um nun atípico. Como em


outras formas do não-perfectivo, é mais fácil entender de onde essas podem p 515 ter vindo
do que como elas funcionam em hebraico. Um grupo delas, as paragógicas, está relacionado
com yaqtulu / yaqtul problema tratado em 29.4 e 31.1.1; o outro grupo, as enérgicas, está
relacionado provavelmente com o grupo das formas enérgicas do não-perfectivo, encontradas
no Amanrna cananita e no ugarítico. A etimologia das formas hebraicas podem ser
compreendidas se revisarmos algumas características do paradigma não-perfectivo arábico.

compacto leve

indicativo jussivo enérgico enérgico

2 m. s. taqtulu taqtul taqtulanna taqtulan

2 f. s. taqtull ̄na taqtull ̄taq tulinna taqtulin

3 m. s. yaqtulu yaqtul yaqtulanna yaqtulan

2 m. pl. taqtulūna taqtulū taqtulunna taqtulun

3 m. pl. yaqtulūna yaqtulū yaqtulunna yaqtulun

O singular feminino e o plural masculino das formas do indicativo e do jusssivo diferem em que
a desinência -na não é encontrada no jussivo. Recordando que as formas mais recentes de
yaqtul e yaqtutu (e o subjuntivo yaqtula) em grande parte fundidas com a perda das vogais
breves finais no hebraico, podemos nos admirar acerca do destino das formas comparáveis em
-na. De fato, há alguns casos do hebraico que preservam o n final em formas mais recentes,
tendo o a breve final desaparecido; esses casos atestam as origens complexas do(s)
paradigma(s) de prefixos hebraicos de um ângulo diferente que os usos sintáticos e
contrastantes de yāqōm / yāqûm. Esses remanescentes morfológicos apresentam um perfil
algo diferente dos fatores discutidos anteriormente, e assim os apresentamos aqui. O n final
hebraico é chamado paragógico (“[palavra-]que se prolonga” no grego), e as próprias formas
podem ser chamadas livremente de paragógicas.

b O paradigma árabe também mostra duas séries de formas enérgicas, uma forma
compacta em –anna, etc., e uma forma leve em –an, etc. Essas formas enérgicas também têm
análogas no hebraico, revelando (como revelam os materiais de Amarna e Ugarit) que os
dialetos ancestrais ao hebraico usavam desinências enérgicas. Curiosamente, contudo, essas
desinências sobrevivem com as formas de prefixo hebraico somente se acompanha um sufixo.
Essas formas se dizem ter uma desinência enérgica; não é claro que tenha havido (como há no
árabe) duas desinências diferentes em questão.

p 516 31.7.1 Formas Paragógicas do Não-Perfectivo

a Há três classes de formas hebraicas com o nun paragogicum. A segunda pessoa


masculina plural (# 1) e a feminina singular (# 2) são raras, enquanto que a forma da terceira
pessoa masculina plural (# 3) é muito mais comum.

1a. ‫תִ ת ֹצּון‬Êx 34.13

1b. ‫שבֵּרּו֑ ן‬
ַּ ְ‫ת‬Êx 34.13

1c. ‫תִ כְר ֹ֑תּון‬Êx 34.13

1d. ‫תַּ ק ְִרבּון‬Dt 1.17

1e. ‫וַּתִ ק ְְרבּון‬Dt 1.17

1f. ‫וַּתִ ק ְְרבּון‬Dt 1.22, 4.11

1g. ‫וַּתַּ ַּעמְדּון‬Dt 4.11

1h. ‫וַּתְ שִימּון‬Ez 44.8


1i. ‫תֶ ֱאהָבּון‬Sl 4.3

2a. ‫שתַּ כ ִ ָ֑רין‬


ְ ִ‫ת‬1Sm 1.14

2b. ‫ִילין‬
֑ ‫תְ ח‬Is 45.10

2c. ‫תִ ְת ַּח ָמקִין‬Jr 31.22

2d. ‫תִ דְ ָבקִין‬Rt 2.8, 21

3a. ‫י ְִרגָז֑ ּון‬Êx 15.14

3b. ‫י ְִריבֻן‬Êx 21.18

3c. ‫יא̇חֵּזּון‬Is 13.8

3d. ‫יְחִילּו֑ ן‬Is 13.8

3e. ‫ ַּוּי ֶ ֱאתָ יּו֑ ן‬Is 41.5

3f. ‫ּותְ דַּ כְאּו ֶַּּ֫ננִי‬Jó 19.2

Segundo os cálculos de Hoftijzer, há 6.900 casos de formas que mostrariam a desinência, 23%
de 30.606 formas do não-perfectivo no Hebraico Bíblico; desses 6.900, cerca de 300 não
mostram nun (4% das formas que poderiam tê-lo; 1% das formas dos não-perfectivos). Os
paragógicos tendem a ocorrer em pausa. Hoftijzer acredita que na prosa há uma diferença
entre ‫ יכתבו‬e ‫יכתבון‬, com a forma mais longa marcando contraste; outros estudiosos
tratam a forma mais longa como durativo. Em linha com sua origem como não-perfectivo
forma longa, a forma paragógica nunca foi encontrada depois de ‫( אל‬que gera o jussivo) e
raramente depois de w (em cada moldura de wəyiqtol ou wayyiqtol; mas observe ## 1f–h, 3e–
f). As formas são mais comuns em textos mais recentes; desse modo, para as passagens
sinópticas, paragógicas em Reis não são encontradas, em Crônicas (## 4), e Eclesiastes e o
hebraico de Daniel não têm paragógicas.

4a. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן י ֵּדְ עּו כָל־ ַּעמֵּי ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֶאת־‬para que todos os povos da

‫ש ֶֶּ֫מָך‬ ְ terra conheçam o teu nome.


1Rs 8.43

p 517 4b. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן י ֵּדְ עּו כָל־ ַּעמֵּי ָה ֶָּ֫א ֶרץ ֶאת־‬para que todos os povos da
‫ש ֶֶּ֫מָך‬ ְ terra conheçam o teu nome
2Cr 6.33

b Certas características do estudo de Hoftijzer dos paragógicos merecem uma observação.


Ele é claro que enquanto o paragógico pode marcar “contrastividade”, sua ausência não
assinala a ausência da característica; antes, deixa aberto o assunto. A substância de
contrastividade envolve “exceções para a prática normal, contradições, desvios das
expectativas normais …[e] exposições … que são contrários aos desejos… de outro povo.” O
modelo de contrastividade que ele distingue nos textos em prosa, geralmente é menos claro
do que em verso, profético ou não. Na poesia o paragógico assinala, entre outras coisas,
contrastividade ou certeza; e assinalam, também, que o sentido volitivo está excluído. Embora
Hoftijzer não discuta o assunto, é razoável supor que os modelos sintáticos poéticos trazem
uma característica tal como difícil contrastividade para reconhecer.

31.7.2 Formas Enérgicas Não-Pefectivas

a As formas não-perfectivas que apresentam uma desinência enérgica -an- antes de um


sufixo são ligeiramente mais comuns do que as formas paragógicas. Há mais adiante um
pequeno grupo de outras formas que não têm uma desinência enérgica. As desinências
ocorrem nas formas do não-perfectivo com sufixos singulares, primeira pessoa (# 1), p 518
segunda pessoa (# 2) ou terceira pessoa (## 3–4). O n pode ser desassimilado (## 1a, 2a, 3a) ou
assimilado (# 1b, n + n > mn; #2b, n + k >kk; ## 3b–4, n + h > mn).

não-assimiladas assimiladas
1a. ‫י ְ ַּכבְדֶָּ֫ נְנִי‬Sl 50.23 1b. ‫תְ ַּבע ֶּ֑֫ ֲַּתנִי‬Jó 7.14

2a. ‫ ֶאתְ ֶֶּ֫קנְָך‬Jr 22.24 2b. ‫י ֶֶּ֫ ַּ֑טָך‬Jó 36.18

‫שנ ֶ ָ֑אָך‬
ְ ִ ‫י‬Pv 9.8

‫י ַּ ֶֶּ֫ככָה‬Is 10.24

3a. ‫י ְס ֹ ְב ֶֶּ֫בנְהּו‬Dt 32.10 3b. ‫שמ ְֶֶּ֫רנּו‬


ְ ִ ‫י‬Êx 21.29

‫יְב ֲָר ֶּ֑֫ ֶכנְהּו‬Sl 72.15

‫א ֲִרי ֶֶּ֫צנּו‬Jr 49.19

‫תִ זְכ ֶ ֑ ְֶּ֫רנּו‬Sl 8.5

‫י ְסֹוב ֶּ֫ ֶ ְ֑בנּו‬Sl 32.10

4. ‫ ְונַּע ֶ ֲ֑שנָה‬Dt 30.12

‫יִש ֶּ֫ ֶ ָ֑אנָה‬Pv 18.14

b As formas enérgicas também são encontradas com referência a tempo passado (# 5) e


tempo presente (# 6) e em expressões de desejos, positivas (# 7) e negativas (# 8). A
diversidade de usos leva muitos a discutirem que nenhum sentido especial se liga a formas
enérgicas do não-perfectivos.
5. ‫יִצ ְֶֶּ֫רנְהּו ְכאִישֹון עֵּינֹו׃‬Ele
guardou (Israel) como a
menina de seus olhos.

Dt 32.10

6. ‫ֲשּורנּו וְֹלא‬
ֶֶּ֫ ‫א ְֶר ֶֶּ֫אנּו וְֹלא עַּתָ ה א‬Vê-lo-ei, mas não agora,

‫ ָקרֹו֑ ב‬contemplá-lo-ei, mas não de


perto.

Nm 32.10

7. ‫כָל־הַּּיֹום יְב ֲָר ֶֶּ֫כנְהּו׃‬E todos os dias o bendirão.


Sl 72.15

8. ‫ ְו ֵּא ִמתֹו ַאל־תְ ַּבעֲתֶַּּ֫ נִי׃‬E não amedronte o seu terror!


Jó 9.34

p 519 32

Waw + Conjugação de Sufixo


32.1 Forma e Significado

1.1 Diversidade

1.2 Evidência Comparativa

1.3 Significado

32.2 Waw Relativo + Conjugação de Sufixo

2.1 Depois de Formas de Conjugação de Prefixo

2.2 Depois de Formas Volitivas

2.3 Depois de Formas de Conjugação de Sufixo (e wayyqtl)

2.4 Depois de Cláusulas Nominais


2.5 Com Formas de Verbos Não Finitivos

2.6 Dois Pontos Adcionais

32.3 Waw Conjuntivo + Conjugação de Sufixo

32.1 Forma e Significado

32.1.1 Diversidade

a A conjugação sufixo de precedida por um waw está associada a duas construções


distintas semanticamente, uma à força relativa e outra à força coordenada. Faça um contraste
dessas sentenças:

1a. ‫ ְו ָהי ָה ְכ ָק ָר ְבכֶם אֶל־ ַּה ִמ ְלח ָ ָ֑מה‬E será que,


quando vos
‫ ְונִגַּש הַּכֹהֵּן וְדִ בֶר אֶל־ ָהעָם׃‬achegardes à peleja, o
sacerdote se adiantará, e falará
ao povo.

Dt 20.2

1b. ‫הַּהּוא ָאמַּר וְֹלא י ַּ ֲעשֶה וְדִ בֶר‬Porventura diria ele (Deus), e
‫וְֹלא י ְ ִק ֶֶּ֫מנָה׃‬não o faria? ou falaria, e não o
confirmaria?

Nm 23.19

No # 1a a fala do sacerdote é relativa e futura à situação precedente, na qual ele avança. No #


1b a fala de Deus não é relativa à situação precedente, em que é feita a promessa; antes, a
mesma situação é expressa de outra maneira. Chamamos a primeira construção de waw-
relativo e a segunda de waw-conjuntivo. (Tradicionalmente o primeiro tem sido chamado ou
de waw-conversivo ou waw-consecutivo). Essas duas construções semanticamente distintas
são semelhantes na forma em que a conjunção wə é prefixada inseparavelmente p 520 à
conjugação de sufixo, e sua forma ligada começa a sentença. São duas construções
formalmente distintas de alguma maneira? David Qimḥi pensava que elas seriam distinguidas
pelo verbo precedente. Segundo ele, se o verbo precedente estivesse na conjugação de sufixo,
então wqtl seria conjuntiva; de outra maneira, seria relativa. Escreveu ele:

O [waw-relativo] prefixado ao verbo no perfeito indica ação no futuro, por


exemplo, ‫שמַּר‬
ָ ‫ ְו‬Dt 7.12, etc. Quando precedida por um verbo no perfeito o
Waw com perfeito tem força meramente conjuntiva, p. ex., ‫עשָה‬
ָ ‫ְו‬ ‫ ָּפעַּל‬Is 41.4,
‫שתָ ה ְו ָעשָה‬
ָ ‫ ָאכַּל ְו‬Jr 22.5.
Embora a distinção de Qimḥi esteja em seus exemplos, não funciona em todos os casos
relevantes.

b Antes, as duas construções são distinguidas formalmente por acentuação, embora


somente em algumas formas: o waw-relativo na primeira pessoa do singular e segunda pessoa
masculina singular desloca o acento para o final da sílaba tanto quanto possível (# 2b),
enquanto que o waw-conjuntivo não desloca (# 2a).

2a. ‫וְדִ בֶר וְֹלא י ְ ִק ֶֶּ֫מנָה׃‬E livrei-o de sua boca.


1Sm 17.35

2b. ‫ ְו ִה ַּצל ְֶּ֫תי ֶאתְ כֶם ֵּמעֲב ֹ ָד ָ ֑תם‬E vos livrarei de sua servidão.
Êx 6.6

S. R. Driver comparou esse contraste através do acento, com fenômenos semelhantes no


inglês e no alemão.

Exatamente, portanto, como no inglês e alemão, não nos frustramos por ler
con’vict, inca’lod, pre’sent, geb’et (dá!), onde o contexto exige convict’,
invalid’, gebet’ (oração), assim no hebraico devemos ter cuidado em dizer
weqaṭ álta quando a gramática e a lógica exigem weqáṭaltá.

Muitas formas da conjugação de sufixo, contudo, sempre recebem o acento na última sílaba
(isto é, milraʿ): por exemplo, ‫ ָקט ְֶּ֫לּו‬, ‫ ֲאמ ְַּרתֶֶּ֫ ם‬, ‫( ָר ֶּ֫עּו‬de ‫)רעה‬, ‫שתֶָּ֫ ה‬
ָ , etc., e com tais pessoas,
nenhuma mudança é possível.

c Mesmo com as formas remanescentes (1 c. s. e 2 m. s.) há muitas exceções. A origem da


variação é mais semântica do que estritamente sintática. “Não é,” como observa E. J. Revell,
“muitas vezes possível prover uma descrição objetiva, precisa, da condição de p 521
variações.” Para a maioria dessas exceções pode ser agrupada em três categorias: O acento
não é usualmente deslocado para frente com o waw-relativo, quando (1) a conjugação de
sufixo é seguida imediatamente por uma sílaba acentuada na palavra seguinte (esse fenômeno
é conhecido como nesiga ou nasog ʾaḥor), (2) a penúltima é uma sílaba aberta, ou (3) a palavra
está em pausa. Podemos exemplificar os dois primeiros pontos:

3. ‫א ֶֶרץ כִי תֶ ֱחטָא־לִי … ְונָטִיתִ י‬Quando uma terra pecar contra


ָ ‫י ָדִ י … ְו‬mim…então estenderei a minha
‫שב ְַּרתִ י לָּה ַּמטֵּה־ ָלחֶם‬
mão…e tornarei instável o
‫… ְו ִהכ ְַּרתִ י ִמ ֶמנָה‬sustento do pão…e enviarei
contra ela a fome.

Ez 14.13

Observe que o acento se desloca para frente com ‫ והכרתי‬mas não com ‫ ונברתי‬e ‫ושברתי‬
porque a penúltima é aberta na anterior e a última é seguida imediatamente por uma sílaba
acentuada na palavra seguinte. Em acréscimo a esses grupos de exceções, a forma oscila tanto
no Qal quanto no Niphal de verbos geminados e nas formas das raízes ocas (II-waw) que
terminam em ‫ּו‬ ou ‫ָָ ה‬. Essa distinção entre as duas construções não envolve somente
distinções formais, mas também considerações contextuais.

d A combinação wəqtl (em todas as formas) ocorre 6.378 vezes (13% das formas de
conjugação; cf. 29.1c). É a mais freqüente em Levítico, Amós, Zacarias, Deuteronômio e
Ezequiel. Levítico exibe um alto número porque contém muitas prescrições. A combinação é
freqüente nas duas primeiras seções do cânon, isto é, os livros proféticos e legais, e menos
freqüente nos Escritos, embora seja comum em Daniel e Eclesiastes. A combinação ocorre
muito mais freqüentemente na chamada obra deuteronômica (Deuteronômio através de
2Reis) como diante das obras do chamado Cronista (Crônicas através de Esdras). Isto sugere
que wəqtl (como wayyqtl) esteja ultrapassado.

31.1.2 Evidência Comparativa

a Dois grupo de dados comparativos são úteis na consideração das construções em wə+
forma sufixo, uma dos textos de Amarna, o outro do árabe.

b O waw relativo com a conjugação sufixo pode ser o descendente de uma construção
achada no cananeu de Biblos. O waw apódose apresenta uma sentença independente
conseqüente (apódose) depois de uma senença condicional dependente (prótase). W. L.
Moran escreve: “Nas cartas de Biblos há trinta e três casos onde o perfeito [acádico]
[refletindo o uso cananeu] é usado com referência ao futuro. Desses, vinte e quatro são p 522
precedidos pela conjunção u, “e”, e são comparáveis, portanto, ao do hebraico [waw-
conversivo com o perfeito].” A maioria desses vinte e quatro exemplos ocorrem em sentenças
que são condicionais explícitas ou implícitas: “a inversão aparente dos tempos está limitada
principalmente à apódose das sentenças condicionais e sentenças imperativas.” Por exemplo:

(a) com um verbo estativo (depois de um imperativo que é implicitamente


condicional): dûkūmi eṭlakunu u ibaššātunu kīma yatinu u pašhātunu, “Mata teu
senhor, e então tu serás como nós e terás paz.”

(b) com o verbo fientivo: allu paṭārima awīlūt hupši u ṣabtū GAZ āla, “Eis! Se os servos
desertam, então os Hapiru tomarão a cidade”.

Por causa da força do u-relativo com a conjugação de sufixo em Biblos é claramente “e então”,
Moran classificou-o o “e de sucessão.”
Em sentenças condicionais a força da conjunção é claramente “e então”, como
no árabe fa. Quando usada antes de um perfeito com significado futuro, sua
força, acreditamos, é a mesma, enfatizando que o perfeito seguinte é
sucessivo à ação prévia.

Contudo, nem todos os casos de Biblos de u + perfeito significam sucessão; u em alguns casos
assinala simplesmente coordenação.

Temos … muitíssimos exemplos de um perfeito precedido por u quando está


claramente nenhuma inversão de tempos. Desse modo, u palḫātī anāku “e eu
estou com medo”…; u laqû ālānišu, “e eles tomaram suas cidades.”

Em suma, encontramos wqtl tanto relativo quanto conjuntivo num dialeto cananeu, pouco
tempo antes do surgimento do hebraico. Moran sugeriu que o waw relativo no Hebraico
Bíblico desenvolvera seus usos muito diversificados de uma função original de apresentar a
apódose depois de uma sentença condicional. Nesses usos o wə nunca perdeu sua noção de
sucessão ‘então, e assim’ (temporal ou lógica).

c O árabe clássico expressa duas noções diferentes de ‘e’ de maneira que pode ajudar-nos
a entender o hebraico. O árabe tem duas formas: wa e fa. Wa é empregado para ‘simples’ (isto
é, conjuntivo) ‘e’, fa para o ‘e’ ‘enérgico’ (isto é, sucessão, resultado, propósito). Para o ‘e’ de
sucessão, fa (raramente wa) é usado com o indicativo; para o propósito-consecutivo ‘e,’ fa é
usado com o subjuntivo.

p 523 d No hebraico falta essa diferenciação. O ‘e’ ‘simples’ e o ‘enérgico’ são ambos

expressos com ‫ ְו‬. Com a conjugação de sufixo os sentidos são às vezes distinguidos pela
acentuação. Mas, mesmo com o deslocamento da acentuação não é feita nenhuma distinção
de sucessão entre indicativo (cronológica) e subjuntivo (lógica). E separadamente dos desvios
da acentuação marcada, somente podemos distinguir os sentidos diferentes através de escudo
cuidadoso.

32.1.3 Significado

a Estudiosos são concordes que wə na construção wəqatalti normalmente significa


(embora nem sempre) sucessão (temporal ou lógica), mas eles não concordam a respeito do
significado da conjugação de sufixo na sua construção. Diethelm Michel, Bo Johnson, e outros
pensam que ela conserva a mesma significação como na forma desligada, enquanto que S. R.
Driver, Paul Joüon, Gotthelf Bergsträsser, Thomas O. Lambdin, Ernst Jenni, e outros pensam
em seu valor sob a variação do verbo precedente ao qual está apoiada. A segunda visão reflete
um entendimento moderno da noção medieval que o waw prefixado ‘converte’ as
conjugações.

b A. O. Schultz expôs o fundamento para a visão de que o waw não altera as funções das
conjugações. Johnson recentemente reafirmou-o:

Em narrativa o perfeito puro é usado na maioria dos exemplos como um


“Tempus do passado.” Um perfeito com wə– prefixado não é usado nesses
exemplos, desde que wa + imperfeito já dominava nessa esfera. Bobzin aqui
tira a conclusão de que wə + perfeito, visto diacronicamente, não pode ser
derivado do significado do perfeito, mas antes é totalmente dependente de
sua posição no sistema. Mas essas duas alternativas são incompatíveis? O
perfeito puro tem uma esfera maior do que wə + perfeito. O wə + perfeito está
limitado às áreas em que wə + imperfeito não seria usado, por exemplo, com
“e” eventos que permanecem numa relação final ou consecutiva à precedente.
Aquela não significa, contudo, que o perfeito aqui teria assumido um
significado final novo ou consecutivo – este significado subjaz em toda
construção com “e” + o perfeito e ao mesmo tempo, naturalmente, também
pelo fato de que wa + imperfeito existe no sistema. Tanto wə + perfeito
quanto o perfeito têm o caráter de duma ação completada, concluída, uma
ação que é vista de fora como um todo. À primeira vista aquela não se
comporta bem com a função final ou consecutiva do perfeito, onde um wə +
perfeito enfatiza a não-independência da ação e sua dependência da
precedente. Mas, mesmo aqui o caráter do perfeito chega à superfície: a ação
final ou consecutiva em questão é vista de fora como um todo. O evento todo
já está lá no momento. Com “e” + perfeito o acontecimento seguinte é visto
como um todo acabado, completo. Não se p 524 vê entrar na ação seguinte a
fim de descrever a iniciativa ou intenção do sujeito que age, mas se vê o
acontecimento como um momento acabado, que é assinalado de fora em sua
ligações.

c Driver expressou a segunda visão, que está mais próxima da visão tradicional:

Tudo quanto … for a sombra de significado gerado pelo primeiro verbo ou


“dominante”, seguindo o perfeito, visto que a ação que o denota é concebida
a tomar lugar sob as mesmas condições, admite-o também: ser o verbo
dominante um jussivo, freqüentativo ou subjuntivo, o perfeito é virtualmente
o mesmo. Para todos os intentos e propósitos o perfeito, quando ligado a um
verbo precedente por meio de um waw consecutivo, perde sua
individualidade: não mantendo mais uma posição independente, passa sob a
influência do verbo a que está conectado.

Como veremos, Driver exagerou a situação; há ocasiões, tais como quando wəqataltí sucede à
forma perfectiva (veja 32.2.3), em que não assume um valor de verbo dominante mas antes do
não-perfectivo. Mais recentemente Jenni, também, apresentou a visão mais tradicional:

O waw-perfectum, como o waw-imperfectum, é um tempus seqüencial:


através do perfectum consecutivum é expressa uma ação ou um evento que
segue temporariamente ou logicamente um imperfectum ou imperativo (ou
uma forma nominal com valor equivalente)… Se o imperfectum designa ações
repetidas ou continuadas e eventos no empo presente ou passado…, então o
waw-perfectum tem também esse significado.

Dois argumentos favorecem essa visão mais tradicional. Primeiro, quando uma negativa ou
outra palavra vem entre o waw e o perfectivo, o discurso volta ao não-perfectivo:
‫אִם תִ הְיּו כ ֶָּ֫מ ֹנּו … ְונָתֶַּּ֫ נּו ֶאת־‬Se fordes como nós… então
‫בְנ ֹתֵֶּּ֫ ינּו ָלכֶם ְו ֶאת־בְנ ֹתֵּ יכֶם נִקַּח־‬dar-vos-emos nossas filhas e
tomaremos as vossa para nós; e
‫שבְנּו ִאתְ כֶם ְו ָה ִֶּ֫יינּו ְלעַּם‬ ַּ ֶּ֫ ָ ‫ ֶּ֑֫ ָלנּו ְוי‬habitaremos convosco e
‫שמְעּו ֵּא ֵֶּּ֫לינּו‬ ְ ִ‫ ֶאחָד׃ ְואִם־ֹלא ת‬seremos um povo (convosco).
.‫ה ֶָּ֫לכְנּו׃‬ָ ‫ ְו ָל ֶַּּ֫קחְנּו ֶאת־בִתֵֶּּ֫ נּו ְו‬Mas se não nos ouvirdes…,
tomaremos a nossa filha e ir-
nos-emos.

Gn 34:15–17

Embora seja verdade que qtl possa referir-se ao futuro, não parece estranho que a suposta
mudança do ponto de vista de não-perfectivo para perfectivo ocorra somente com a
construção do waw-relativo e que mesmo a menor inserção separando o waw da forma de
verbo efetue uma mudança tal que a ação não seja vista mais de fora como completa, mas de
dentro como incompleta? Além disso, como veremos, a construção wəqataltí freqüentemente
leva adiante o aspecto imperfectivo de um verbo precedente. Embora a conjugação sufixo
possa denotar uma noção gnômica (veja 30.5.1c), ela nunca significa, por ela mesma, uma
atividade costumeira em tempo passado; aquele significado é expresso pela conjugação de
prefixo. Johnson, com sua hipótese de trabalho de p 525 que a conjugação de sufixo tem o
mesmo valor tanto com quanto sem o waw relativo, cita muitos exemplos onde wəqataltí
tinha um significado iterativo em tempo passado. A conjugação de sufixo desligado, contudo,
não tem esse valor.

d Estamos defendendo o uso tradicional tanto em termos de referência de tempo futuro


quanto em termos de aspecto de imperfectivo em tempo passado e presente. A oposição
perfectiva / não-perfectiva permanece funcional. Além disso, Driver e Jenni generalizam
demasiadamente o assunto quando afirmam, sem qualificação, que o waw relativo sempre
vem sob a influência do verbo dominante. Em outro lugar Driver observa: “Se, por exemplo, o
verbo principal inclui will (futuro), would (futuro do pretérito), let (imperativo, jussivo)…, os
verbos subordinados ligados a ele pelo ‫ ְו‬consecutivo devem ser entendidos no mesmo tempo
ou modo.” O comentário de Driver é adequado se yqtl preceder wəqataltí, porque depois de
yqtl, wəqataltí toma o valor específico de yqtl. Mas sua declaração não está precisa se uma
forma qtl com valor pretérito, por exemplo, precede o waw-relativo. Como o próprio Driver
observa em outro lugar, wəqataltí naquela conexão pode, também, significar os mesmos
valores não-perfectivos como em sua conexão com yqtl.

e O wqtl relativo está subordinado a um verbo primário (ou equivalente) e naquela


conexão ele representa uma situação epexegética com aspecto imperfectivo (somente em
tempo passado ou presente) ou uma situação conseqüente (lógica e / ou temporal). Desde que
o aspecto imperfectivo e a referência tempo futuro sejam associações primárias da conjugação
não-perfectiva, o waw relativo pode ser concebido como um “waw-conversivo,” embora este
rótulo não justifique sua função subordinada. O termo “waw-consecutivo”, também, não
justifica todos os usos da forma em questão. Como veremos, depois da conjugação perfectiva,
por exemplo, waw-relativo não representa cronologicamente uma situação sucessiva mas
antes explica a situação representada como um todo único. Resumindo, wəqataltí tem os
valores da conjugação de prefixo e retrata uma situação relativa (que é subordinada) ao verbo
dominante (ou equivalente).

32.2 Waw Relativo + Conjugação de Sufixo

a A função original proposta da construção wəqataltí para significar a apódose de uma


cláusula condicional salienta-se através de quase todos seus usos no Hebraico Bíblico. Na
maioria dos exemplos wə nessa construção é equivalente ao ‘então’ português. A função
primária torna-se mais evidente se aceitamos a definição ampla de Lambdin de uma sentença
condicional: “Nenhuma das duas sentenças, a primeira que estabelece a uma condição real ou
hipotética, e a segunda que estabelece sua conseqüência real ou hipotética, pode ser tomada
como uma sentença condicional.” Sentenças condicionais representam uma situação como
logicamente contingente sobre outra e impõem além disso uma seqüência temporal. Às vezes,
de fato, a noção de sucessão lógica dá uma direção para sucessão cronológica, embora muitas
vezes a linha de distinção entre as duas idéias esteja obscurecida, exatamente como o “então”
do português. Além disso a noção de contingência lógica pode também ser desenvolvida
expressando uma idéia final ou consecutiva. Porque essas idéias não podem ser demarcadas
com precisão uma p 526 da outra, Johnson agrupa simultaneamente sob um título único usa
com “significado futuro, final ou consecutivo.”

b Como Johnson também observa, em muitos exemplos os significados distintos podem


ser diferenciados mais exatamente. Aqui visamos analisar os usos mais cuidadosamente, mas
seria lembrado de que o significado essencial envolve subordinação clausular. Quando a
conexão com a qual precede não é focal, a construção é abandonada e reaparece a conjugação
não-perfectiva. Wəqataltí numa seqüência ou toma o valor de uma forma wəqataltí
precedente ou funciona como um waw da apódose.

32.2.1 Depois de Formas de Conjugação de Prefixo

a Já analisamos os significados e os valores que caracterizam a conjugação de prefixo (Cap.


31). Aqui vamos apresentar os usos comuns daquela forma que afetam a construção sob
pesquisa.

b Se a prótase de uma sentença condicional tem uma forma não-perfectiva com um


sentido de futuro contingente (depois de ‫אִם‬, ‫כִי‬, etc.), a apódose é apresentada por
wəqataltí; o waw tem o papel claramente arcaico de um ‘waw da apódose’ (## 1–4).

1. … ‫אִם־י ִ ְהי ֶה אֱֹלהִים ִע ָמדִ י‬Se Deus for comigo… então o

‫ ְו ָהי ָה יהוה לִי לֵּאֹלהִים׃‬Senhor será o meu Deus.


Gn 28.20–21
2. ‫אִם־י ַּ ַּעבְרּו … ִאתְ כֶם ּונְתַּ תֶ ם‬Se eles passarem … convosco…
‫ ָלהֶם‬então lhes … dareis…
Nm 32,29

3. ‫שמְעּו בְקֹלִי‬
ְ ִ‫שמֹו ַּע ת‬
ָ ‫ ְועַּתָ ה אִם־‬E agora se me obedecerdes
‫ ִוהְיֶּ֫ יתֶ ם לִי ְסגֻלָה‬inteiramente…Então sereis
minha segullâ (possessão).

Êx 19.5

4. ‫כִי־י ִ ְהי ֶה ָלהֶם דָ בָר בָא ֵּאלַּי‬Toda vez que uma pessoa tem
ָ ‫ ְו‬uma questão Vem a mim, eu
‫ש ַּפטְתִֶּ֫ י … וְהֹודַּ עְתִֶּ֫ י ֶאת־ ֻחקֵּי‬
julgo … e faço saber os
‫ ָהאֱֹלהִים‬estatutos do Senhor.

Êx 18.16

c Muitas vezes o waw-relativo com a conjugação de sufixo representa uma situação como
uma simples (con)seqüência, lógica ou temporal, ou ambas, representada por uma situação
precedente, por uma conjugação não-perfectiva. Este wəqataltí simples (con)seqüencial pode
ser exemplificado (##5; cf. # 1).

p 527 5. ‫שמ ֶַָּּ֫רנִי‬


ְ ‫אִם־י ִ ְהי ֶה אֱֹלהִים ִע ָמדִ י ּו‬Se Deus for comigo e me
‫בַּדֶֶּ֫ ֶרְך ַּהז ֶה … ְונָתַּ ן־לִי ֶֶּ֫לחֶם‬guardar nessa viagem E me der
comida para comer, e roupas
‫שבְתִֶּ֫ י‬
ַּ ‫ ֶלאֱכ ֹל ּו ֶֶּ֫בגֶד ִללְב ֹש ְו‬para vestir, e eu voltar salvo…
‫ ְבשָלֹום … ְו ָהי ָה יהוה לִי‬então o Senhor será meu Deus
‫לֵּאֹלהִים׃‬
Gn 28.20.21

Nesse exemplo, ‫ ושמרני‬e ‫ ונתן‬representam cronologicamente (e logicamente) situações


sucessivas; ‫ ושבתי‬é uma situação logicamente sucessiva para todas as três situações
precedentes; e ‫ והיה‬expressa a apódose para essa prótase estendida. Em # 6 (cf. # 3) a
prótase é, também, expandido por um wqtl (con)seqüente:

6. ‫שמְעּו בְקֹלִי‬ ְ ִ‫שמֹו ַּע ת‬ָ ‫ ְועַּתָ ה אִם־‬Se me obedecerdes


‫יתי ִו ְה ִֶּ֫ייתֶם‬ ְ ‫ּו‬completamente
֑ ִ ‫שמ ְַּרתֶ ם ֶאת־ב ְִר‬ e guardardes
meu concerto, então sereis …
Êx 19.5

Por outra lado, wqtl (con)seqüente expande a apódose em # 7 (cf. # 4).

7. ‫ש ַּפטְתִֶּ֫ י בֵּין אִיש ּובֵּין ֵּר ֵֶּּ֫עהּו‬ ָ ‫ … ְו‬então eu julgo entre as partes
‫וְהֹודַּ עְתִֶּ֫ י‬e faço saber a eles…
Êx 2.6

d O wqtl (con)seqüente usualmente toma o sentido do não-perfectivo precedente, que


pode ser imperativo (## 8–13), modal (## 14–16), legislativo (## 17–18), volitivo (# 19), futuro
(## 20–25), ou télico (## 26–29).

8. ‫שקָה‬
ְ ‫ ְו ֵּאד י ַּ ֲעלֶה מִן־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ ְו ִה‬Umvapor, porém, subia da
terra, e regava toda a face da
terra.

Gn 2.6

9. … ‫כִי מִן־ ַּה ְבאֵּר ַּההִיא יֵּשְקּו‬Porque daquele poço davam de


‫שמָה כָל־ ָהעֲדָ ִרים‬ ָ ֶּ֫ ‫ ְונֶ ֶאסְפּו־‬beber aos rebanhos; e havia
uma grande pedra sobre a boca
‫ ְוגָלֲלּו את־ ָה ֶֶּ֫אבֶן … ְו ִהשְקּו‬do poço; e ajuntavam ali todos
‫שיבּו ֶאת־ ָה ֶֶּ֫אבֶן‬
ִ ֶּ֫ ‫ ֶאת־ה ַּ֑צ ֹאן ְו ֵּה‬os rebanhos, e removiam a
pedra de sobre a boca do poço.

Gn 29.2–3.

10. ‫עַּל־כֵּן י ַּ ֲעז ָב־אִיש אֶת־ָאבִיו‬Portanto o homem deixa o pai e


ְ ‫ ְו ֶאת־ ִאמֹו֑ וְדָ בַּק ְב ִא‬mãe E se unirá à sua mulher.
‫שתֹו‬
Gn 2.24

11. ‫ַאף־יַּשִיק ְו ֶָּ֫אפָה ֶּ֑֫ ָלחֶם‬Ele acende o fogo e coze o pão.


Is 44.15
12. ‫תִ ְר ֵֶּּ֫אנִי ּו ָב ַּחנְתָ ִלבִי‬Tu
me vês e provas meu
coração.

Jr 12.3

13. ‫ ֻכלָם י ֵּ ֶַּּ֫חמּו כַּתַּ נּור וְָאכְלּו ֶאת־‬Eles estão todos quentes com

֑ ֶ ‫ש ֹ ְפט‬um forno, e Consomem


‫ֵּיהם‬ seus
juízes.

Os 7.7

p 528 14. ‫אִם־י ָבֹוא ֵּעשָו אֶל־ ַּה ַּמ ֲחנֶה‬Se Esaú vier a um bando e o
‫הַָאחַּת ְוה ֶּ֫ ָ ִ֑כהּו ְו ָהי ָה ַּה ַּמ ֲחנֶה‬ferir. o outro bando Escapará.
‫ ַּהנִשְָאר ִל ְפלֵּיטָה׃‬Gn 32.9

15. ‫ּו ַּבמֶה נּוכַּל לֹוא ַּו ֲאס ְַּר ֶֻּ֫נהּו‬Como podemos prevalecer
‫ ְלעַּנ ֹ֑תֹו‬sobre ele e dominá-lo?
Jz 16.5

16. ‫דֶֶּ֫ ֶרְך ש ְֶּ֫לשֶת יָמִים נֵּלְֵּך ַּב ִמדְ ָ ֑בר‬Deixa-nos ir caminho de três
‫ ְוז ָ ַּבחְנּו לַּיהוה אֱֹל ֵֶּּ֫הינּו‬dias para sacrificar ao Senhor.
Êx 8.23

17. ‫אֶל־ ֶֶּּ֫פתַּ ח ֶּ֫א ֹהֶל מֹועֵּד יַּק ְִריב א ֹתֹו‬À porta da tenda da
‫… ו ָס ַּמְך י ָדֹו‬congregação a oferecerá… e
colocará sua mão …

Lv 1.3–4.

18 ‫שיתָ כָל־‬
ִ ֶּ֫ ‫שת יָמִים תַּ עֲב ֹד ְו ָע‬ ֶ ‫ש‬ ֵּ ֶּ֫ Seis dias trabalharás, e farás

‫ ְמלַּאכְתֶֶּ֫ ָך‬toda tua obra.


Êx 20.9

19. ֶָּ֫‫ֶל־ַארצִי … תֵּ ֵּלְ֑ך ְו ָל ַּקחְת‬


ְ ‫כִי א‬Mas que irás à minha terra, e
‫ ִאשָה‬daí tomarás Mulher para meu
filho Isaque.

Gn 24.4

20. ‫שנִי ָאבִי ְו ָה ִֶּ֫ייתִ י‬


ֵּ ֶּ֫ ‫אּולַּי י ְ ֻמ‬Talvez meu pai me apalpe, e
serei …

Gn 27.12

21. ‫…אֹו־יֹומֹו י ָבֹוא ָומֵּת אֹו ַּב ִמ ְל ָחמָה‬ou o seu dia chegará em que
‫י ֵֵּּרד ְונִ ְסּפָה׃‬morra, ou Descerá batalha e
perecerá.

1Sm 26.10

22. ‫ ֶא ְהי ֶה ע ָ ִ֑מְך ְו ִהכִי ָת‬Eu estarei contigo, e tu ferirás…


Jz 6.16

23. ‫ ַּעבְדְ ָך יֵּלְֵּך ְונִ ְלחַּם‬Teu servo irá e lutará


1Sm 17.32

24. ‫ … ְואֵּיְך ֶא ֱעשֶה ה ָָרעָה ַּהגְדֹלָה‬como pois faria eu este


‫הַּז ֹאת ְו ָח ֶָּ֫טאתִ י לֵּאֹלהִים׃‬tamanho mal, e Pecaria contra
Deus?

Gn 39.9

25. ‫נָכֹון י ִ ְהי ֶה הַּר בֵּית־יהוה בְר ֹאש‬Que se firmará o monte da casa
‫ ֶהה ִָרים ְונִשָא ִמ ְגב ָ֑עֹות ְונָחֲרּו‬do Senhor, no cume dos
montes; e concorrerão a ele
‫ ֵּאלָיו כָל־הַּגֹוי ִם׃ ְו ָהלְכּו ַּעמִים‬todas as nações. E virão muitos
‫ ַּרבִים וְָאמְרּו‬povos e dirão.
Is 2.2–3.
26. ‫ …ּו ְל ֶַּּ֫מ ַּען תְ ַּסּפֵּר … וִידַּ עְתֶ ם כִי־‬para que possais dizer… para
‫ ֲאנִי יהוה׃‬que saibais que eu sou o
Senhor.

Êx 10.2

27. ‫ש ְמעֲָך ו ְָרגְזּו‬


ִ ‫שמְעּון‬
ְ ִ ‫… ֲאשֶר י‬os
que ouvirem a tua fama,
tremerão.

Dt 2.25

p 529 28. ‫ … ְל ֶַּּ֫מעַּן י ִיטַּב־לִי … ְוחָתָ ה נַּ ְפשִי‬para que me vá bem por tua
‫ ִבגְ ָללְֵּך׃‬causa… e minha vida será
poupada por tua causa.

Gn 12.13

29. ‫שלַּח י ָדֹו ְו ָלקַּח … וְָאכַּל‬


ְ ִ ‫…ּפֶן־י‬para
que não estenda sua
mão e tome … e coma…

Gn 3.22

e Às vezes o não-perfectivo é usado em sentenças antecipadas (casus pendens) (4.7) e as


funções wəqataltí como uma senteça principal (## 30–33), muitas vezes com um pronome
reduzido (## 30, 32) O casus pendens assemelha-se à sentença condicional.

30. ‫שר־יַּכֶה ֶאת־ק ְִרי ַּת־ ֵֶּּ֫ספֶר‬ ֶ ‫ ֲא‬Quem ferir a Quiriate-Sefer, E a


‫ּו ְלכ ָ ָ֑דּה ְונָ ֶַּּ֫תתִ י לֹו ֶאת־ ַּע ְכסָה‬tomar lhe darei minha filha
Acsa por mulher
‫בִתִ י ְל ִאשָה׃‬
Jz 1.12

31. ‫שמְתִֶּ֫ י לְָך‬ַּ ‫ ַּו ֲאשֶר ֹלא צָדָ ה … ְו‬Porém se não lhe armou ciladas
‫שמָה׃‬ ָ ֶּ֫ ‫ …מָקֹום ֲאשֶר י ָנּוס‬ordenar-lhe-ei um lugar, para
onde ele fugirá.

Êx 21.13
32. ‫ ְו ַּט ְּפכֶם ֲאשֶר ֲאמ ְַּרתֶ ם ָלבַּז‬Mas os vossos filhos, de que
‫לי ִ ְה ֶי֑ה ְו ֵּהבֵּיאתִֶּ֫ י א ֹתָ ם‬dizeis: Por presa serão; meterei
nela…

Nm 14.31

33. ‫מַּה־ּי ְַּר ֵֶּּ֫אנִי ְו ִה ֶַּּ֫ג ְדתִ י ָלָ֑ך‬E o que mostrar te notificarei.
Nm 23.3

32.2.2 Depois de Formas Volitivas

a Wəqataltí pode expressar uma situação conseqüente (lógica e / ou cronológica)


representado por uma forma volitiva (coortativa, imperativa, jusssiva; # 1 b). Em contraste,
uma construção envolvendo wə ligada a um imperativo depois de outro imperativo não
significa uma situação diretamente conseqüente (# 1a; cf. 34.6a).

1a. ‫ּוראּו ֶאת־י ְשּועַּת יהוה‬


ְ ‫הִתְ יַּצְבוּו‬Estai quietos, e vede
(imperativo) O livramento do
Senhor.

Êx 24.13

1b. ‫ּוראִיתֶ ם ֶאת־‬


ְ … ‫עֲלּו ז ֶה ַּב ֶֶּ֫נגֶב‬Subi por aqui para a bando do
֑ ִ ‫ ָה ֶָּ֫א ֶרץ מ‬sul (Negev) … e vede que terra
‫ַּה־היא‬
é, e o povo que nela habita…

Nm 13.17–18.

p 530 Sucessão como em # 1a pode estar envolvida por considerações léxicas, mas não é
indicada gramaticalmente, como em # 1b. Por exemplo, em português, ‘divide e conquista’
significa uma relação consecutiva entre os dois imperativos, mas não é a mesma coisa com a
ordem “come e bebe”. Essas duas declarações são gramaticalmente semelhantes, mas
representam relações diferentes por razões léxicas; o mesmo é verdadeiro em hebraico.

b A mais importante das formas volitivas é o imperativo (## 2–3), e, como observa Driver,
wəqataltí é “por grande diferença, a construção mais comum depois de um imperativo: às
vezes, contudo, uma sucessão de imperativos é preferida, e às vezes, o perfeito e o imperativo
se alternam.” É, também, encontrado depois de coortativos (## 4–6) e jussivos (## 7–8):
2. ‫לְֶך וְָאמ ְַּרתֶָּ֫ אֶל־ ַּעבְדִי‬Vai, e dize a meu servo.
2Sm 7.5

3. ֶָּ֫‫ֵּי־ג ֹפֶר ְו ָכפ ְַּרת‬


ֶּ֫ ‫ ֲעשֵּה לְָך תֵּ בַּת ֲעצ‬Faze para ti uma arca de
‫א ֹתָ ּה‬madeira de Gófer…e a
betumarás por dentro e por
fora…

Gn 6.14

4. ‫ ַּו ֲאב ֲָרכָה ְמב ְָר ֶֶּ֫כיָך … ְונִב ְְרכּו‬Abençoarei a todos que
‫שּפְח ֹת ָה ֲאדָ מָה׃‬ ְ ‫בְָך כ ֹל ִמ‬abençoares… e (assim) todas as
famílias da terra serão
abençoadas em ti.

Gn 12.3

5. ‫ ֲא ַּל ֳקטָה־נָא וְָא ַּספְתִֶּ֫ י‬Deixe-me colher espigas.


Rt 2.7

6. ‫ ְונִ ְק ְרבָה בְַאכַּד ַּהמְק ֹמֹו֑ ת ְו ֶַּּ֫לנּו‬Cheguemos a um desses


lugares e passaremos a noite.

Jz 19.13

7. ‫יְהִי מְא ֹר ֹת … ְוהָיּו‬Haja luminares… e sejam eles


por sinais…

Gn 1.14

8. ‫וְנֹו ַּע י ָנֶּ֫ ּועּו ָבנָיו ְוש ֶּ֫ ֵּ ִ֑אלּו‬Sejam


vagabundos e mendigos
seus filhos…

Sl 109.10
32.2.3 Depois de Formas de Conjugação de Sufixo (e wayyaqtl)

a Formas de waw-relativo usadas depois de uma forma de sufixo não empregam o aspecto
perfectivo daquela conjugação. Antes, naquela conexão wəqataltí significa ou uma situação
contingente (lógica e / ou cronológica) (sem aspecto, em tempo futuro) a uma situação
representada por qtl ou uma situação epexegética (com um aspecto imperfectivo no tempo
passado ou presente). O significado conseqüente se liga a wəqataltí quando funciona numa
apódose depois de uma sentença condicional, ou quando a situação representada por qtl
constitui a base para aquela visada pelo wəqataltí relativo, que pode ser dessa maneira
volitivo. A sentença com qtl pode ser uma sentença condicional, que pode estar não marcada
ou apresentada por uma partícula tal como ‫אם‬. Wqtl relativo normalmente significa uma
situação epexegética com aspecto imperfectivo depois p 531 das formas qtl (ou wayyqtl)
representando uma situação passada. Nessa relação anula a situação representada como um
evento único, desse modo especificando a situação como constantiva (30.1d).

b Na construção do waw-apódose a conjugação sufixo precedendo o waw-apódose tem


um valor que caracteriza aquela conjugação (30.5.4). A prótase pode ser marcada com uma
partícula (## 1–3); um verbo estativo pode ser usado na prótase (# 2).

1. ‫אִם־ ֻג ֶַּּ֫לחְתִ י ְוסָר ִמ ֶֶּ֫מנִי כֹחִי‬Se viesse a ser rapado, a força


‫ ְו ָח ִֶּ֫ליתִ י ְו ָה ִֶּ֫ייתִ י ְככָל־הָָאדָ ם׃‬de deixaria, e eu me tornaria
como qualquer homem.

Jz 16.17

2. ‫אִם־ ָחפֵּץ ֶָּ֫בנּו יהוה ְו ֵּהבִיא א ֹתֶָּ֫ נּו‬Se o Senhor de agradar de nós,
‫אֶל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ הַּז ֹאת‬então nos porá nessa terra.
Nm 14.8

3. ‫אִם ָע ֶַּּ֫ב ְרתָ ִאתִ י ְו ָה ִֶּ֫יתָ ָעלַּי‬Se passares comigo ser-me-ás


‫ ְל ַּמשָא׃‬pesado.
2Sm 15.33

4. ‫ּודְ פָקּום יֹום ֶאחָד ָו ֵֶּּ֫מתּו כָל־‬Se as afadigares somente um


‫הַּצ ֹאן׃‬dia, todo o rebanho morrerá.
Gn 33.13

5. ‫ ְו ָעז ַּב אֶת־ָאבִיו ָומֵּת׃‬Se deixar a seu pai, este


morrerá.

Gn 44.22

6. ‫שמַּע שָאּול ַּוח ֲָר ֶָּ֫גנִי‬


ָ ‫ ְו‬Pois, ouvindo-o Saul me
matará.

1Sm 16.2

c Numa situação (con)seqüente simples, a sentença independente representada por qtl


também constitui a base lógica ou causa para a situação expressa pelo wqtl relativo (veja
32.2.1). Este modelo pode envolver qualquer uso do perfectivo, com referência a tempo
passado (## 7–8), ou a situação do passado recente ou perfeito presente (## 9–12); a forma qtl
pode ser um estativo (# 13), um perfectivo epistolar (# 14), um perfectivo de resolução (# 15),
ou um perfectivo futuro acidental (## 16–17).

7. ‫גָם ֶאת־ ָהא ֲִרי גַּם־הַּדֹוב ִהכָה‬Assim feriu o teu servo o leão,
‫שתִ י …כְַאחַּד‬ ְ ‫ ַּעב ֶּ֫ ֶ ְ֑דָך ְו ָהי ָה ַּה ְּפ ִל‬como o urso; assim será esse
incircunciso filisteu como um
‫ ֵּמהֶם‬deles.

1Sm 17.36

8. ‫שכַּב ַאחַּד … ֶאת־‬ ָ ‫ ִכ ְמעַּט‬Facilmente se teria deitado


ְ ‫ ִא‬alguém deste povo com tua
‫שתֶֶּ֫ ָך ְו ֵּהבֵּאתֶָּ֫ ָע ֵֶּּ֫לינּו ָאשָם׃‬
mulher, e tu terias trazido sobre
nós esse delito.

Gn 26.10

9. ‫כִי־עַּתָ ה ה ְִרחִיב יהוה ֶָּ֫לנּו‬Porque agora nos alargou o

‫ּופ ִֶָּ֫רינּו ָב ֶָּ֫א ֶרץ׃‬Senhor, e crescemos nessa


terra.

Gn 26.22

p 532 10. … ‫ק ַָּרע יהוה ֶאת־ ַּמ ְמלְכּות‬O Senhor tem rasgado de ti o
‫ ֵּמ ָע ֶֶּ֫ליָך הַּּי֑ ֹום ּונְתָ נָּה‬reino de Israel, e o tem dado a
teu próximo, melhor do que tu.
1Sm 15.28

11. ‫שפָתֶֶּ֫ יָך ְוסָר‬


ְ ‫ ִהנֵּה נָגַּע ז ֶה עַּל־‬Eis que isto tocou os teus

‫עֲֹו ֶֶּ֫נָך ְו ַּחטָאתְָך תְ ֻכּפָר׃‬lábios; e a tua iniqüidade foi


tirada.

Is 6.7

12. ‫שיתִי׃‬
ָ ֶּ֫ ‫ ֲאנִי יהוה דִ ֶַּּ֫ב ְרתִ י ְו ָע‬O Senhor o disse e eu o farei.
Ez 17.24; 22.14, etc.

13. ‫נָקֵּל … ּונְתַּ תִֶּ֫ יָך‬Poucoé que sejas o meu


servo… eu te farei…

Is 49.6

14. ‫ש ֶַּּ֫לחְתִ י ֵּא ֶֶּ֫ליָך ֶאת־נַּ ֲעמָן‬


ָ ‫ ִהנֵּה‬Estou te enviando Naamã.…
‫… ַּו ֲא ַּספְתֹו‬para que o cures…
2Rs 5.6

15. ‫ִם־רצְתִ י ַאח ֲָריו‬


ֶַּּ֫ ‫חַּי־יהוה כִי־א‬Vive o Senhor, que hei de correr
‫ ְו ָל ַּקחְתִֶּ֫ י ֵּמאִתֹו מְאּומָה׃‬atrás dele, e tomar dele alguma
coisa.

2Rs 5.20

16. ‫ ִהנֵּה ב ֵֶַּּּ֫רכְתִ י א ֹתֹו ְו ִהפ ְֵּריתִ י א ֹתֹו‬Abençoá-lo-ei e o farei


frutificar.

Gn 17.20

17. ‫ְהֹורדְ תִֶּ֫ י‬


ַּ ‫ש ֶַּּ֫לחְתִ י ָב ֶֶּ֫בלָה ו‬
ִ Enviei a Babilônia e os trarei
‫ב ִָריחִים ֻכלָם‬como fugitivos.
Is 43.14
d Em alguns contextos, especialmente em literatura legal, o wqtl relativo com noção
consecutiva recebe uma força volitiva subordinada. Essa força pode, também, caracterizar a
conjugação não-perfectiva, a equivalente não-subordinativa de wəqataltí (31.5).

18. ‫ ַּרק ַּבאֲב ֹתֶֶּ֫ יָך ָחשַּק יהוה לְַא ֲהבָה‬Tão-somente tomou prazer em
֑ ָ teus pais para os amar; e a vós
‫אֹותם ַּוּי ִ ְבחַּר … כַּּיֹום ַּהז ֶה׃‬
semente deles, escolheu depois
‫ּו ַּמלְתֶ ם ֵּאת ע ְָרלַּת ְל ַּבב ְֶכ֑ם‬deles; circuncidai, pois, o
‫ ְוע ְָר ְּפכֶם ֹלא תַּ קְשּו עֹוד׃‬prepúcio do vosso coração; e
não mais endureçais a vossa
cerviz.

Dt 10.15–16

Segundo a teologia do Deuteronômio, Israel ofereceria a Deus obediência futura na base de


atos graciosos passados a eles, e aqui ou em qualquer lugar wəqataltí representa a forma de
súplica (‫)ומלתם‬, e qtl + wayyqtl os atos passados (‫ויבחר‬ … ‫)חשק‬.
19. … ‫ ָראּו עֵּי ֶֶּ֫ניָך … וָאֹולְֵּך‬Tendes visto tudo…e vos
… ‫שמ ְַּרתֶ ם‬ ְ ‫ּו‬conduziu … se cuidadosamente
seguirdes…

Dt 29.2,4,8

p 533 20. ‫ ַּה ַּחּי ִים ְו ַּה ָמוֶת נָתֶַּּ֫ תִ י ְל ָפ ֶֶּ֫ניָך‬Vida e morte coloquei diante de
‫…ּו ִבח ְַּרתֶָּ֫ ַּב ַּחּי ִים‬ti… assim, escolhei a vida.
Dt 30.19

Este uso não está limitado ao Deuteronômio.

21. ‫שיתָ ־נָא‬


ִ ֶּ֫ ‫כִי אִם־זְכ ְַּרתֶַּּ֫ נִי ִאתְ ָך ְו ָע‬Mas se te lembrares de mim…
‫ ִע ָמדִ י ָ ֑חסֶד ְו ִהזְכַּתֶַּּ֫ נִי‬então mostrarás misericórdia a
mim… e te lembrarás de mim.

Gn 40.14
22. ‫שבְנּו ֵּא ֶֶּ֫ליָך ְו ָה ַּלכְתֶָּ֫ ִע ֶָּ֫מנּו‬
ַּ ֶּ֫ ‫עַּתָ ה‬Por isso tornamos a ti, para que
venhas conosco.

Jz 11.8

e Depois de qtl (ou wayyqtl) representando uma situação em tempo passado, o wqtl
subordinativo representa uma situação imperfectiva dentro de um evento único, a construção
wəqataltí epexegética (cf. 32.2.2; veja também 32.2.1d # 9).

23. ‫ ַּוּי ִ ְבחַּר משֶה ַאנְשֵּי־ ֶַּּ֫חי ִל … ַּוּי ִתֵּ ן‬Escolheu Moisés homens
‫שפְטּו ֶאת־‬ ָ ‫א ֹתָ ם ָראשִים … ְו‬capazes… e os pôs por
cabeças… e eles julgaram o
‫הַּדָ בָר ַּה ָקשֶה י ְ ִביאּון אֶל־משֶה‬povo; o negócio árduo
‫ ְוכָל־הַּדָ בָר ַּה ָקט ֹן יִשְּפּוטּו הֵּם׃‬trouxeram a Moisés, e todo
negócio pequeno julgaram eles.

Êx 18.25 – 26

Preferimos interpretar a construção wqtl como epexegética com significado imperfectivo mais
do que como conjuntivo com valor perfectivo, por duas razões: Primeira, wəqataltí
epexegético pode significar uma conseqüência (futura), um significado primário da conjugação
não-perfectiva, depois de qtl. Não vemos nenhuma razão para negar a possibilidade de que
possa expressar, também, aspecto imperfectivo, o outro valor primário da conjugação não-
perfectiva, na mesma construção sintática. Segunda, quando a cadeia é quebrada, o texto
reverte a yqtl, que significa aspecto imperfectivo em tempo passado (veja, p. ex., # 23). Nesta
conexão, a situação representada por wəqataltí não segue cronologicamante aquela expressa
pela conjugação de sufixo, mas antes, explica a situação dominante. O valor aspectual de
wəqataltí epexegético depois de qtl pode ser visto contrariando aquela situação com wəqataltí
depois de ‫היה‬. Lambdin faz um contraste com as duas construções com estes exemplos:

‫ ָהי ָה ָרעָב ָב ֶָּ֫א ֶרץ ְוי ַָּרד ִמצ ְֶַּּ֫ריְמָה‬Houve uma forme na terra e ele
costuma descer ao Egito
(habitual).

‫ ָהי ָה ָרעָב ָב ֶָּ֫א ֶרץ ֶּ֫ ַּוּי ֵֶּרץ ִמצ ְֶַּּ֫ריְמָה‬Houve uma fome na terra e eles
desceram ao Egito (específico,
pontual).
Por este contraste Lambdin com razão visa mostrar a diferença em aspecto entre as duas
sentenças. A primeira é imperfectiva, mais especificamente habitual, a segunda perfectiva,
mais especificamente pretérita. Mas as sentenças, também, diferem com respeito à seqüência
p 534 temporal. O verbo ‫ ְוי ַָּרד‬é contemporâneo com a situação primária, enquanto que ‫ֶּ֫ ַּוּי ֵֶּרד‬
é provavelmente sucessivo cronologicamente à primeira. Lambdin limita a diferenciação
contemporânea / seqüente a sentenças com ‫ היה‬na sentença principal. Em qualquer narrativa
seqüente, contudo, wəqataltí relativo significa uma situação passada que é subordinativa ou
epexegética à situação representada por wəqataltí ou qtl na cláusula principal.

24. … ‫שמּואֵּל ֶאת־יִש ְָראֵּל‬


ְ ‫ ַּוּיִשְפ ֹט‬E Samuel julgou Israel.… e ia de
‫ ְו ָהלְַּך‬ano em ano…
1Sm 7.15–16.

25. … ‫ּומֵּישַּע … ָהי ָה נ ֹ ֵּקד ְו ֵּהשִיב‬Então Mesa… era contratador


‫כ ִָרים‬de gado… e pagava ao rei cem
mil cordeiros…

2Rs 3.4

26. … ‫שבִים ִהפ ְִריד יַּעֲק ֹב‬


ָ ‫ ְו ַּה ְכ‬Então separou Jacó os
‫ ְו ָהי ָה‬cordeiros… e sucedia que cada
vez que …

Gn 30.40–41

27. …‫ ְוגַּם ָאנֹכִי ָמ ֶַּּ֫נעְתִ י ִמכֶם ֶאת־‬Eu também retive a chuva de


‫ ַּה ֶֶּ֫גשֶם … ְו ִה ְמט ְַּרתִֶּ֫ י עַּל־עִיר‬vós… e fiz chover sobre a
cidade, e sobre outra cidade
‫ ֶאחָת ְועַּל־עִיר ַאחַּת ֹלא ַא ְמ ִ ֑טיר‬não fiz chover; …sobre um
‫ ֶח ְלקָה ַאחַּת תִ ָמטֵּר ְו ֶח ְלקָה‬campo choveu, mas outro sobre
‫ ֲאשֶר־ֹלא־תַּ ְמטִיר ָע ֶֶּ֫לי ָה תִ יבָש׃‬o qual não choveu, secou. E
‫ ְונָעּו שְתֶַּּ֫ י ִם שָלש ע ִָרים ֶאל־‬andaram vagabundas duas ou
três cidades indo para outra
‫עִיר ַאחַּת‬cidade.

Am 4.7–8

32.2.4 Depois de Cláusulas Nominais


a A forma wəqatalt depois de sentenças nominais mostra a mesma extensão de
significados como depois de formas da conjugação de sufixo: é encontrada na apódose depois
de uma cláusula condicional (# 1); numa situação conseqüente (## 2–9), que pode ser volitiva
(# 9); ou com um sentido imperativo (# 10–11).

1. ‫ ְואִם־אֵּין מֹושִי ַּע א ֹתֶָּ֫ נּו ְוי ָ ֶָּ֫צאנּו‬E não havendo ninguém que
‫ ֵּא ֶֶּ֫ליָך׃‬nos livre, então iremos a ti.
1Sm 11.3

2. ‫הַּעֹוד־לִי ָבנִים ְב ֵּמעָי ְוהָיּו ָלכֶם‬Teria ainda eu filhos nas


‫ ַּל ֲאנָשִים׃‬entranhas para que eles vos
fossem por maridos?

Rt 1.11

3. ‫ ֲהכִיָאחִי ֶַּּ֫אתָ ה ַּו ֲעבַּדְ תֶַּּ֫ נִי ִח ָנ֑ם‬Porque


tu és meu irmão me
servirias de graça?

Gn 29.15

4. ‫ ֲאנִי יהוה וְהֹוצֵּאתִֶּ֫ י ֶאתְ כֶם‬Eu sou o Senhor, e vos tirarei…


Êx 6.6

5. ‫אֵּין־י ְִרַאת אֱֹלהִים … ַּוה ֲָרגֶּ֫ ּונִי‬Não há temor de Deus … e eles


me matarão.

Gn 20.11

6. ְ‫ ִהנֵּה־נָא ַּאתְ ־ ֲעק ָָרה וְֹלא י ָ ֶַּּ֫לדְ ת‬Eis que agora és estéril, porém
‫ ְוה ִֶָּ֫רית ְוי ָ ֶַּּ֫ל ְדתְ בֵּן׃‬conceberá e terás um filho.
Jz 13.3

p 535 7. … ‫ּומִי בֶן־י ָ ִ֑שי … ְו ָל ַּקחְתִֶּ֫ י‬E quem é o filho de Jessé…

‫ ְונָ ַּתתִֶּ֫ י‬tomaria eu o meu Pão e o


daria…
1Sm 25.10–11

8. ‫ ָמחָר ֶּ֑֫ח ֹדֶ ש ְונִ ְפ ֶַּּ֫ק ְד ָת‬Amanhã é a lua nova, e não te


acharão no teu lugar…

1Sm 20.18

9. ‫ז ֹאת עֲבֹדַּת ְבנֵּי־ ְקהָת … ּונָא‬Este será o ministério dos


‫ַאהֲר ֹן ּו ָבנָיו‬coatitas… Arão e seus filhos
virão…

Nm 4.4–5

10. ‫כִי ח ֹק לַּכ ֲהנִים ֵּמ ֵּאת ּפ ְַּרע ֹה‬Somente a terra dos sacerdotes
‫וְאָ ָֽכְלּו ֶאת־ ֻחקָם‬não a comprou … e comeriam
da porção de Faraó.

Gn 47.22

11. ‫שבָה‬
ְ ָ ‫ ֵֶּּ֫אשֶת ְכסִילּות ה ֹ ִמ ָּי֑ה … ְוי‬A mulher
louca é

֑ ָ ‫ ְל ֶֶּ֫פתַּ ח ב‬alvoroçadora…
‫ֵּיתּה‬ e senta-se à
porta de sua casa

Pv 9.13–14

32.2.5 Com Formas de Verbos Não-Finitivos

a Formas wəqataltí podem ser usadas com três tipos de formas de verbos não-finitivos.
Depois de um particípio usado numa cláusula condicional, o wəqtl relativo pode servir na
apódose (# 1). O particípio usado como um casus pendens (## 2–4) é semelhante a uma
sentença condicional. A forma wəqtl pode ser usada para descrever uma situação
conseqüente, seja temporal (# 5) seja lógica (## 6–7; # 6 com força volitiva), seja uma situação
imperfectiva (cf. # 12). Tanto wayyqtl quanto o relativo wəqtl, podem seguir um particípio.
Como se diferem as duas construções? Driver observou muito bem que a última construção
ocorre em conexão com situações indefinidas uma vez que a primeira ocorre em situações
concretas:

Onde quer que [o particípio] ou [infinitivo] afirme algo indefinido ou


indeterminado – onde quer que, portanto, pode ser resolvido com quem quer
que, sempre que, se algum dia, etc. … podemos encontrar o perfeito com ‫ְו‬
consecutivo empregado onde, pelo contrário, o [particípio] ou o [infinitivo]
afirma um evento concreto real, encontramos os verbos seguintes ligados a
ele pelo imperfeito e ‫ ַּו‬.

O contraste entre wayyaqtl e wəqataltí depois de particípio está coerente com a teoria se que
qtl inverte seu valor com waw-relativo e que wayyqtl conserva um valor pretérito.

1. ‫הַּנֹגֵּ ַּע ְבמֵּת … ְו ָטמֵּא‬Aquele


que tocar num morto
…será imundo…

Nm 19.11

2. ‫כִי כָל־אֹכֵּל ָחמֵּץ ְונִכ ְְרתָ ה‬Qualquer que comer pão


‫ ַּה ֶֶּ֫נפֶש ַּההִיא‬levedado… esta alma Será
cortada …

Êx 12.15

p 536 3. ‫ ַּה ְמדַּ בֵּר ֵּא ֶַּּ֫ליְך ַּו ֲהבֵּאתֹו ֵּאלַּי‬Quem falar contra ti…traze-o a
mim…

2Sm 14.10

4. … ‫אִיש ֲאשֶר י ְִרקַּח כ ֶָּ֫מ ֹהּו‬O homem que compuser tal

‫ ְונִכ ְַּרת ֵּמ ַּעמָיו׃‬perfume como este Ele será


cortado do povo.

Êx 30.33

5. ‫ ִהנֵּה ָה ַּע ְלמָה ה ָָרה וְי ֹ ֶֶּ֫לדֶ ת בֵּן‬A virgem (‘almā) conceberá e
‫ ְוק ָָראת‬dará à luz um Filho e chamará…
Is 7.14

6. ‫כִי יהוה … הּוא אֱֹלהֵּי‬Porque o Senhor… o Deus dos


… ‫ ָהאֱֹלהִים … וְאֹהֵּב גֵּר‬deuses… aquele Que ama o
estrangeiro… assim como amais
‫ ַּו ֲא ַּהבְתֶ ם ֶאת־ ַּה ִג֑ר‬O estrangeiro.
Dt 10.17–19

7. ‫ ִהנְנִי ַּמפ ְְרָך ְוה ְִרבִיתִֶּ֫ ָך‬Eu


vos farei frutíferos e
numerosos

Gn 48.4

b Diferente o uso de wəqataltí relativo nas construções acima, onde ele mantém sua força
de apódose em vários graus, com um particípio substantivado, a situação representada por
wəqataltí pode representar uma situação subseqüente cronologicamente simples (## 8–11).
Wəqataltí depois de um particípio predicativo em tempo passado representa uma situação
explicativa, imperfectiva (# 12). Para uma situação conseqüente em tempo futuro, veja
37.7.2a.

8. ‫ … ְוהַּּיֹוצֵּא ְונָפַּל‬mas o que sair e se render…


Jr 21.9

9. ‫ ַּמכֵּה אִיש ָו ֵּמת מֹות יּומָת׃‬Quem ferir alguém que morra,


aquele morrerá…

Êx 21.12

10. ‫וְגֹנֵּב אִיש ּו ְמכָרֹו … מֹות‬Aquele que furtar um homem e


‫יּו ָמת׃‬vender… morrerá.
Êx 21.16

11. ‫הָאֹמ ְִרים נְאֻם־יהוה וַּיהוה ֹלא‬Aqueles que dizem: “Assim diz
ְ o Senhor”, mas O Senhor não
‫של ָ ָ֑חם ְויִחֲלּו ְל ַּקּי ֵּם דָ בָר׃‬
os enviou. E fazem que se
espere o cumprimento da
palavra.

Ez 13.6

12. … ‫וִיהֹונָתָ ן ַּו ֲאחִי ֶַּּ֫מעַּץ ע ֹ ְמדִ ים‬Estavam, pois, Jônatas e Aimaaz
junto a … e uma criada lhe foi
‫ש ְפחָה ְו ִה ִֶּ֫גידָ ה ָלהֶם‬
ִ ‫ ְו ָה ְלכָה ַּה‬disse-lhes.
2Sm 17.17

c A construção wəqataltí depois de funções de infinitivo construto de maneiras


semelhantes àquelas que observamos em ligação com outros verbos principais. A linha entre
uma apódose e uma situação conseqüente é vaga, muitas vezes, na construção (## p 537 13–
18). Os exemplos podem ser tomados como sentenças condicionais; por exemplo, # 14 pode
facilmente ser tomado como “quando a ira de teu irmão diminui, então …”. Em alguns casos, a
forma de wəqtl relativo é conseqüente (16, 19–21), em outros imperfectivos (cf. # 17), ou
subordinativa a uma expressão adverbial de tempo (# 22).

13. ‫כִי בְיֹום אֲ ָכ ְלכֶם ִמ ֶֶּ֫מנּו ְונִ ְפקְחּו‬Quando comeres dela, se


‫עֵּינֵּיכֶם‬abrirão Os teus olhos.
Gn 3.5

14. ‫ש ַּלחְתִֶּ֫ י‬
ָ ‫עַּד־שּוב ַאף־ָא ִֶּ֫חיָך … ְו‬Até que se desvie de ti a ira de
‫ּו ְל ַּקחְתִֶּ֫ יָך‬teu irmão… Então enviarei…
Gn 27.45

15. ‫ִם־רשָע ְו ָהי ָה‬


ָ ‫ ְל ָהמִית צַּדִ יק ע‬Que mates o justo com o ímpio
‫ ַּכצַּדִ יק כ ָָר ָ ֑שע‬e o justo seja Como o ímpio.
Gn 18.25

16. ‫ ְב ָעב ְְרכֶם ֶאת־ב ְִרית יהוה‬Se traspassardes o concerto do


‫ ַּו ֲה ַּלכְתֶ ם ַּו ֲעבַּדְ תֶ ם אֱֹלהִים‬Senhor, vosso Deus… e
servirdes outros deuses.… a ira
‫ ֲאח ִֵּרים … ְוח ָָרה ַאף־יהוה‬do Senhor se inflamará contra
‫ ָבכֶם‬Vós.
Js 23.16

17. ‫שחֵּת ַּר ֲחמָיו‬


ְ ‫ַּל־רדְ פֹו … ְו‬
ָ ‫ע‬Porque ele perseguiu… e baniu
toda misericórdia.

Am 1.11
18. ‫שב ְִרי ָלכֶם ַּמטֵּה־ ֶלחֶם וְָאפּו‬
ִ ‫ ְב‬Quando eu vos quebrantar o
‫ ֶֶּ֫עשֶר נָשִים … בְתַּ נּור ֶאחָד‬sustento do pão, Então dez
mulheres cozerão o vosso pão
num fomo.

Lv 26.26

19. ‫עַּד־בֹואִי ֵּא ֶֶּ֫ליָך וְהֹודַּ ע ְֶּ֫תי לְָך‬Até


que eu venha a vós e vos
diga.

1Sm 10.8

20. ‫כְטֹוב לֵּב־ַא ְמנֹון … וְָאמ ְַּרתִֶּ֫ י‬Quando o coração de Amnom


‫ ֲאלֵּיכֶם‬estiver alegre… E vos disser…
2Sm 13.28

21. … ֶָּ֫‫ ְו ָהי ָה בְיֹום צֵּאתְ ָך ְו ָעב ְַּרת‬No dia que saíres e passares…

‫י ָד ֹ ַּע תֵּ דַּ ע כִי מֹות תָ ֑מּות‬sabe que morrerás…


1Rs 2.37

22. ‫ּובְיֹום ָּפ ְקדִ י ּו ָפ ַּקדְ תִֶּ֫ י ֲעלֵּיהֶם‬Quando eu punir, então eu os

‫ ַּחטָאתָ ם׃‬punirei pelos Seus pecados.


Êx 32.34

d Depois de um infinitivo absoluto o waw relativo + uma construção de sufixo denota,


como em outras construções gramaticais, uma situação conseqüente ou uma explicativa
imperfectiva. Pode haver a noção precedente quando o infinitivo absoluto funciona como
substituto para um verbo finito; a última noção se aplica a ele p 538 quando funciona
adverbialmente na posição pospositiva. Como veremos, o infinitivo absoluto pode funcionar
como um verbo finito por várias razões (veja 35.5.2). A construção wəqataltí pode representar,
não surpreendentemente, uma situação conseqüente àquela prevista pelo infinitivo absoluto
(## 23–24). Essas sentenças poderiam ser, também, classificadas como apódoses, porque a
situação principal normalmente implica a condição para situação subseqüente. Veremos,
também, que o infinitivo absoluto pospositivo que concorda com o verbo finito denota ação
simultânea ou quase simultânea com o verbo finito (veja 35.4). Deste modo a estrutura interna
do verbo finito é desviada de seu progresso mesmo se ele for apresentado como um todo
simples pelo verbo finito. A construção wəqataltí, com seu potencial para representar uma
situação imperfectiva e epexegética, pode ocorrer com um infinitivo absoluto concordando
com o verbo finito para representar uma situação subordinativa à situação representada pelo
verbo finito (## 25).

23. ‫ ָהסֵּר ְמשּוכָתֹו ְו ָהי ָה ְל ָבעֵּר ּפָר ֹץ‬Tirarei a sua sebe, para que
‫גְדֵּ רֹו ְו ָהי ָה ְלמ ְִרמָס׃‬sirva de pasto; Derribarei a sua
parede, para que seja pisada.

Is 5.5

24. ‫שקִר ְו ִחז ְקּו י ְדֵּ י‬


ֶ ֶּ֫ ‫נָאֹוף ְוהָֹלְך ַּב‬Cometeram adultério, e andam
‫מ ְֵּרעִים‬com falsidade, E esforçam as
mãos dos malfeitores.

Jr 23.14

25. ‫וַּתֵֶּּ֫ לְֶך הָלֹוְך ְוז ָ ֶָּ֫עקָה׃‬E foi-se andando e clamando.


2Sm 13.19

32.2.6 Dois Pontos Adicionais

a O waw relativo com uma forma sufixo ocorre principalmente nas circunstâncias
observadas acima, mas os dois assuntos anexos precisam de um comentário.

b Observamos a expressão temporal formada com infinitivos (32.2.5c ## 21–22). A noção


dependente de (con) seqüência, nada surpreendentemente, pode ser subordinada a
expressões adverbiais de tempo (## 1–4). Às vezes o tempo futuro é enfatizado pela adição de
‫( היה‬# 5; por ‫יהי‬, veja 33.2.4).
1. ‫ּוב ֹקֶר‬
ֶּ֫ … ‫ ֶֶּ֫ע ֶרב וִידַּ עְתֶ ם‬À tarde sabereis … e amanhã
‫ּוראִיתֶם‬ ְ vereis .…
Êx 16.6–7

2. ‫( ַּבצַּר לְָך ּו ְמצ ֶָּ֫אּוָך כ ֹל הַּדְ ב ִָרים‬Quando) estiveres em

‫ ָה ֵֶּּ֫אלֶה‬angústia, e todas estas Cisas te


alcançarem…
Dt 4.30

3. ‫שנִים … ְונִ ְקלָה כְבֹוד‬


ָ ‫ ְבשָלש‬Dentro de três anos…a glória de
‫מֹוָאב‬Moabe será Envilecida.
Is 16.14

4. ‫עַּד־אֹור ה ֶַּּ֫ב ֹקֶר ַּוה ְֲרגְ ֶֻּ֫נהּו׃‬Até à luz da manhã


esperaremos; então o
mataremos.

Jz 16.2

p 539 5. ‫אִם ֹלא תַּ ִֶּ֫גידּו … ְו ָהי ָה ְב ֵּתת־‬Se não denunciardes…então


‫שינּו‬ ִ ֶּ֫ ‫יהוה ֶָּ֫לנּו ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ְו ָע‬será que o Senhor Dando-nos
esta terra, usaremos contigo de
‫ ִע ָמְך ֶֶּ֫חסֶד ֶו ֱאמֶת׃‬Beneficência e de fidelidade.

Js 2.14

c O segundo ponto está, também, associado com o verbo existencial. Às vezes ‫היה‬
funciona ou para apresentar um discurso ou para avançá-lo apresentando uma situação que
está mais ou menos ligada vagamente à situação precedente. Gottfried Vanoni estudou as
duas formas de verbos existenciais mais comuns. Ele sustenta que ‫ַּויְהִי‬ não apresenta
ordinariamente uma sentença temporal independente em si mesma, mas antes é sincrônica
com aquela que segue, enquanto que ‫ ְו ָהי ָה‬usualmente tem uma função temporal dêitica.
Nesse uso o tempo muitas vezes é especificado por uma construção temporal adverbial e
seguida por um outro wəqataltí ou por yqtl. Nessa construção wəqataltí significa ou tempo
futuro (## 6–9) ou, em tempo passado, aspecto imperfectivo (## 10–12).

6. … ‫ש ֶָּ֫יהּו‬
ַּ ְ ‫הַּדָ בָר ֲאשֶר ָחז ָה י‬A palavra que viu Isaías…será
‫ ְו ָהי ָה בְַאח ֲִרית ַּהּיָמִים נָכֹון י ִ ְהי ֶה‬que nos últimos dias que o
monte do tempo do Senhor
‫הַּר בֵּית־יהוה‬será estabelecido.

Is 2.1–2

7. ‫ ְו ָהי ָה ְב ַּענְנִי ָענָן עַּל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬E acontecerá que, quando eu


‫ ְונ ְִר ֲאתָ ה ַּה ֶֶּ֫קשֶת ֶב ָענָן׃ ְוזָכ ְַּרתִֶּ֫ י‬trouxer nuvens sobre
a terra,

‫ ֶאת־ב ְִריתִי‬aparecerá o arco nas


nuvens.
Então me lembrarei do meu
concerto…

Gn 9.14–15

8. … ‫ ְו ָהי ָה בְיֹום ָהנִי ַּח יהוה לְָך‬E acontecerá que o Senhor vier
ָ ֶּ֫ ָ‫ ְונ‬dar-te repouso …cessou a
‫שאתָ ַּה ָמשָל ַּהז ֶה‬
opressão.

Is 14.3–4

9. ‫ ִהנֵּה ָאנֹכִי נִצָב עַּל־עֵּין ה ֶּ֑֫ ַָּמי ִם י ָה‬Eis que estou junto à fonte d’
‫ ָה ַּע ְלמָה הַּּיֹצֵּאת‬água. Seja que a Donzela que
sair para tirar água…

Gn 24.43

10. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ידַּ ע אֹונָן כִי ֹּלא לֹו י ִ ְהי ֶה ַּה ֶּ֑֫ ָז ַּרע‬Mas Onã saia que a semente
‫שת ָאחִיו‬ ֶ ‫ ְו ָהי ָה אִם־בָא אֶל־ ֵֶּּ֫א‬não seria dele. Quando entrava
à mulher de seu irmão,
‫שחֵּת‬ִ ‫ ְו‬derramava-a por terra…

Gn 38.9

11. ‫ ְו ָהי ָה ְכצֵּאת משֶה אֶל־ה ֶָּ֫א ֹהֶל‬Quando Moisés saía da tenda
‫י ֶָּ֫קּומּו כָל־ ָהעָם‬todo o povo se levantava.
Êx 33.8

12. ‫ש ָר ֵּ ֑אל ְו ָעלָה‬


ְ ִ ‫ ְו ָהי ָה אִם־ז ַָּרע י‬Sucedia que, semeando Israel,
‫ ִמדְ י ָן‬subiam os Midianitas.
Jz 6.3

p 540 32.3 Waw Conjuntivo + Conjugação de Sufixo


a Considerando que o wəqtl relativo representa uma situação subordinada a uma outra, o
wəqtl conjuntivo representa duas situações como coordenadas a uma outra. As duas
construções são distinguidas pela importância (na primeira do singular e na segunda masculina
singular) e pela semântica. Dois conjuntos preferencialmente restritos a circunstâncias onde
wəqtl tem o valor de qtl com vaw simples foram estabelecidos por Revell; são estes:

(a) Como o segundo de um par ou séries mais longas de formas perfectivas agindo
como uma unidade semântica, isto é, representando diferentes aspectos do
mesmo evento, não ações diferentes em uma seqüência de eventos, como bānîm
giddáltî werômántî (“Criei filhos e exaltei-os”, Is 1.2).

(b) Onde verbos relacionados semanticamente na mesma maneira ocorrem em


cláusulas paralelas curtas, como hôbáštî ʿēṣ lāḥ wehipráḥtî ʿēṣ yābēš (“Sequei a
árvore verde, e fiz reverdecer a árvore seca,” Ez 17.24).

Dessa maneira, se uma pertença semântica exige que a situação representada por wəqtl é
perfectiva no aspecto e não subordinada à situação precedente, então a construção seria
efetuada como um waw conjuntivo. Pelo contrário, se o mesmo fator exige que wəqtl
represente uma situação subordinada, seja (con)seqüente e / ou aspecto imperfectivo, então
seria interpretada como uma construção de waw relativo. O Wqtl conjuntivo é usado, pelo
menos, em quatro maneiras diferentes:

b A construção conjuntiva às vezes serve numa hendíade, para representar dois aspectos
de uma situação complexa (cf. o primeiro conjunto de Revell).

1. ‫שבְתִ י‬
ַּ ֶּ֫ ‫ ַּו ֲאנִי ז ָ ֶַּּ֫קנְתִ י ָו‬Estou
velho e de cabelos
brancos.

1Sm 12.2

2. ‫הַּהּוא ָאמַּר … וְדִ בֶר‬Por ventura não diria ele? …


Não promete?

Nm 23.19

3. ‫שכ ְֻרתִ י‬
ְ ‫ ֵֶּּ֫התֶ ל בִי ְו ֶה ֱחלִף ֶאת־ ַּמ‬Ele me enganou e mudou meu
salário.

Gn 31.7

4. ‫כִי־ ִה ְקשָה יהוה … ֶאת־רּוחֹו‬O Senhor… endurecerá seu

‫ ְו ִאמֵּץ אֶת־ ְלבָבֹו‬espírito e ficará obstinado seu


coração.
Dt 2.30

5. ‫שבּו‬
ָ ֶּ֫ ‫שיבּו אֶל־ ִלבָם … ְו‬
ִ ֶּ֫ ‫ ְו ֵּה‬Se eles mudarem seu coração…
se arrependerem e
suplicarem…

1Rs 8.47

c Em outras ocasiões as formas qtl wəqtl funcionam em justaposição mais contrastando


duas situações do que apresentando dois lados de uma única situação (cf. o segundo conjunto
de Revell).

p 541 6. ‫ ְו ִהנֵּה נָטַּש ָא ִֶּ֫ביָך ֶאת־דִ ב ְֵּרי‬Teu pai deixou o negócio das

‫ ָה ֲאת ֹנֹות וְדָ ַאג ו ָלכֶם‬jumentas e anda aflito por


causa de vós.

1Sm 10.2

7. ‫ש ֶַּּ֫א ְל ָת‬
ָ ‫ש ֶַּּ֫אלְתָ … ְו‬
ָ ‫וְֹלא־‬Porquanto
pediste esta coisa…
e não pediste…

1Rs 3.11

8. ‫אִם־ ָח ַּכ ְמתָ … ְו ֶַּּ֫ל ְצ ָת‬Se fores sábio… se fores


escarnecedor.…

Pv 9.12

d O conjuntivo pode servir simplesmente em coordenação para ligar dois pontos no


discurso:

9. ‫הּוא־ ִהכָה אֶת־ ֱאדֹום … וְתָ פַּש‬Ele feriu Edom…e tomou Sela

‫ ֶאת־ ַּה ֶֶּ֫סלַּע ַּב ִמח ָ ָ֑מה‬na batalha.


2Rs 14.7

10. ‫ ַּו ִֶּּ֫יבֶן ֶאת־ ַּהבָמֹות … ּו ָבנָה‬Ele edificou os altos…e


construiu altares na casa do
‫ ִמזְבְח ֹת ְבבֵּית יהו֑ ה‬Senhor.
2Rs 21. 3–4

11. … ‫ש ֶַּּ֫לי ִם‬


ָ ‫ ַּוּיִש ְְרפֵּם מִחּוץ לִירּו‬E os queimou fora de
‫ ְונָשָא ֶאת־ ֲעפ ָָרם בֵּית־אֵּל׃‬Jerusalém… e levou as cinzas
deles para Betel.

2Rs 23.4

Este uso tende a recolocar wayyqtl comum nos livros mais recentes, em parte quando a língua
chega mais e mais sob a influência do aramaico, que não tem a forma wayyqtl.

12. ‫שיתִ י לִי גַּנֹות ּופ ְַּרדֵּ ִ ֑סים‬


ִ ֶּ֫ ‫ ָע‬Fiz para mim hortas e jardins, e
‫ ְונָ ֶַּּ֫טעְתִ י ָבהֶם עֵּץ כָל־ ֶֶּּ֫פ ִרי׃‬plantei neles árvores de toda a
espécie de fruto.

Ec 2.5

13. … ‫ ְוגָדֶַּּ֫ לְתִ י וְֹו ֶַּּ֫ספְתִ י מִכ ֹל‬E


engrandeci-me e me tornei
mais do que…

Ec 2.9

e A forma wəqatalí pode indicar uma disjunção, assinalando uma situação se seqüência
cronológica (39.2.3). Como Johnson observa, “Em vários exemplos uma nota parentética –
uma nota particular ou preliminar inserida parenteticamente – é indicada por wə + perfeito. Se
esta ocorre numa narrativa de tempo passado, wə + perfeito corresponde ordinariamente ao
nosso mais-que-perfeito”.

14. ‫ ַּוּי ְַּרא ֵּעשָו כִי־ב ֵַּּרְך י ִ ְצחָק אֶת־‬E Esaú viu que Isaque tinha

ִ ‫יַּעֲק ֹב ְו‬abençoado
‫שלַּח א ֹתֹו ּפַּדֶֶּ֫ נָה א ֲָרם‬ Jacó e o havia
enviado a Padã-Arã.

Gn 28.6

p 542 15. ‫ש ְמעִי … ַּו ֵֶּּּ֫י ֶרד עִם־אִיש‬ ִ ‫ ַּוי ְ ַּמהֵּר‬E apressou-se Simei…e desceu
… ‫י ְהּודָ ה … ְו ֶֶּ֫אלֶף אִיש עִמֹו‬com os homens de Judá…e com
ele mil varões de Benjamim
‫ ִמ ִבנְיָמִן … ְו ָצלְחּו ַּהּי ְַּרדֵּ ן ִל ְפנֵּי‬passando o Jordão., se prostrou
‫… ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬diante do rei.
2Sm 19.17–18

16. ‫ ַּוּי ִתְ ַּאנַּף יהוה ִבשְֹלמ ֹה כִי־נָטָה‬E o Senhor se


irou contra
‫ ְלבָבֹו … ְו ִצּוָה ֵּאלָיו‬Salomão, porque
seu coração
tinha voltado…e (o Senhor) lhe
ordenou…

1Rs 11.9–10

p 543 33

Waw + Conjugação de Prefixo


33.1 Waw-Relativo + Conjugação de Prefixo Abreviado

1.1 Forma

1.2 Origem e Significados

33.2 Waw Relativo: Variedades de Conexão

2.1 Sucessão

2.2 Epexegese

2.3 Mais-que-perfeito

2.4 Depois de Frases e Orações Circunstanciais

33.3 Waw-Relativo: Casos Aspectuais

3.1 Depois de Formas de Conjugação de Sufixo

3.2 Depois de Formas de Conjugação de Prefixo Abreviado

3.3 Depois de Formas de Conjugação de Prefixo

3.4 Depois de Orações Nominais

3.5 Com Formas de Verbos Não-Finitos

33.4 Waw Simples + Conjugação de Prefixo


33.1 Waw-Relativo + Conjugação de Prefixo Abreviado

33.1.1 Forma

a Waw-relativo com a conjugação de prefixo abreviado (wayyqtl), a forma de conjugação


mais freqüente na narrativa hebraica, mostra cinco características de formas: (1) o waw é
vocalizado com pathaḥ e o prefixo consonantal é duplicado (‫( ;) ַּו‬2) o waw é normalmente
prefixado à forma de conjugação de prefixo abreviado, onde está disponível (p. ex., ‫ ַּו ֵֶּּּ֫יבְְך‬e não
‫( ;) ַּוּי ִ ְבכֶה‬3) o acentuação é deslocada o mais possível para trás em direção ao waw (p. ex.,
‫ ַּוּי ָקֶָּ֫ ם‬e não ‫( ;) ַּוּיָקָם‬4) a construção começa normalmente sua oração; e (5) não recebe uma
desinência enérgica (31.1.1d, 31.7.2). A relação entre wayyqtl e as formas jussivas é clara em
Gn 1.3: ‫ַּויְהִי‬ … ‫יהִי‬, ‘Haja… e houve…’ Em contraste com o waw-relativo como usado com a
conjugação de sufixo (wəqtl), o waw-relativo na forma ligada wayyqtl é sempre indicado
diferentemente do waw-conjuntivo que ocorre na conjugação não-perfectiva. As variantes
fonologicamente condicionadas de ‫ – ַּו‬por exemplo, com ‫ – א‬não esconde esse fato.

b As formas da conjugação de prefixo longo ou abreviado, são distinguidas nos casos de (1)
o Hiphil de todos os verbos; (2) toda raiz verbal dos verbos III-he exceto o Pual p 544 e
Hophal; (3) o Qal dos verbos geminados, raízes ocas (II-waw / yodh), verbos I-aleph, e verbos I-
waw / yodh. Como salienta com razão Leslie McFall, o waw-relativo com a conjugação de
prefixo nem sempre ocorre com a forma abreviada: “‫בכֶה‬
ְ ִ‫ וַּת‬e ela chorou ocorre ao lado de
‫וַּתֵּ בְְך‬, ‫ ַּוּי ִ ְבנֶה‬ao lado de ‫ ַּו ִֶּּ֫יבֶן‬, ‫שתֶ ה‬ ְ ִ ‫ ַּוּי‬ao lado de ְ‫שת‬ ְ ֵּ ‫ ַּוּי‬, ‫ ַּוּי ַּ ֲעלֶה‬e ‫ ַּו ֶַּּּ֫יעַּל‬, ‫ ַּוּי ַּ ֲענֶה‬e ‫ ַּו ֶַּּּ֫יעַּן‬, ‫ַּוּי ַּ ֲעשֶה‬
e ‫ ַּו ֶַּּּ֫יעַּש‬, ‫ ַּוּי ְִראֶה‬e ‫ ַּוּי ְִרא‬, ‫ ַּוּי ְַּרבֶה‬e ‫ ַּו ֶֶּּ֫י ֶרב‬, etc.” Se houve originalmente dois conjuntos de
conjugação de prefixo e estes estão refletidos nas formas longas e abreviadas do Hebraico
Bíblico, pode ser que a acentuação da forma abreviada bíblica reflita a acentuação da forma da
que se deriva. As formas longas raras usadas depois de wa(y)– representaria desenvolvimentos
analógicos, secundários, como as duas formas de prefixo vieram a ser vistas como variantes de
uma forma única.

c A freqüência da forma wayyiqtol precisa rigorosamente de uma observação: 29% dos


verbos finitos no Hebraico Bíblico mostram essa forma (14.972 casos; cf. 29.1c). Em cerca de
noventa casos o waw-relativo ocorre com o pseudo-coortativo, principalmente nas partes de
Daniel, Esdras e Neemias, onde a narrativa é na primeira pessoa, e raramente em outro lugar
(34.5). Essa não é necessariamente uma característica recente da língua: não foi usada pelo
escritor do pós-exílio de Crônicas, mas foi usado pelo deuteronomista anterior (cf. 1Cr 17.8
com 2Sm 7.9). Além disso, não é encontrado em Zacarias 1–8 ou Ester, ambos são do pós-
exílio.

33.1.2 Origem e Significados


a A compreensão da origem da forma wayyqtl pode influenciar a interpretação de seu
significado. Eruditos não têm buscado um consenso com relação à origem ou de wa(y)– ou de
yqtl partes da forma composta, embora o peso da opinião erudita está inclinada a favor de
reconhecer como uma fonte distintiva da forma abreviada de prefixo.

b A história da especulação em torno da origem do wa(y)– é brilhante; eis um sumário de


Péter Kustár:

Storr (1779) percebeu no daguesh forte colocado no wa remanescente do he-


interrogativo. Schultens (1737), o fundador da pesquisa lingüística hebraica na
Holanda, procurou explicar o daguesh forte do wa por um he-demostrativo
que desapareceu. Outros gramáticos acreditavam que podiam reconhecer no
waw com pataḥ e o daguesh forte seguinte uma síncope de whyh ou de hyh
(hwh) e semelhantemente no imperfeito com wa uma analogia com kāna
yaqtulu árabe. Scholtze primeiro propôs essa hipótese (1735); ele encontrou
numerosos seguidores.…

p 545 O próprio Gesenius adotou a visão (1817) …[mas] abandonou-a


inteiramente na 12a edição da gramática (1839). Ewald (1863) supunha que
we e ʾaz tinham se fundido em wa, enquanto que Grimme (1896) pensava no
daguesh permanente depois de wa um le que assimilou os prefixos. Desse
levantamento histórico podemos ver que naquele tempo já existia toda
hipótese fantástica concebível, em lugar de uma compreensão adequada do
fenômeno. Uma reação muito necessária e também digna de nota, portanto,
pode ser vista na opinião de Jahn, que atribuiu as diversas pontuações das
formas com waw à “ingenuidade sutil” do agente da pontuação.

A última pesquisa, por contraste, pode ser caracterizada como uma tentativa
para objetividade. Estudiosos tentaram entender a função do waw na base da
forma com o próprio waw. Para conseguir isso eles muitas vezes tomaram
fenômenos paralelos de outras línguas semíticas para ajudar a esclarecê-lo.
Dessa relação lingüística o waw foi explicado como a modificação de we-
conjuntivo. S. R. Driver (1881) explicou-o à sua maneira; ele pensava que o
waw-conjuntivo tivesse um caráter demonstrativo. De acordo com isso, ele
designava o waw-conjuntivo como significando “uma conseqüência direta do
evento referido dessa maneira.” Para apresentar o ponto de vista de König
(1897), deve-se citar o seguinte: o waw “mais provavelmente é um “e” que se
tornou solene, que liga a conseqüência que depende de um evento
precedente; a conseqüência, portanto, era algo que não tinha acontecido em
relação com aquele momento passado.” E Bauer (1910) pensa que “ali deve
existir nessas conexões com waw um estilo arcaico.” O imperfeito com waw “é
sem tempo exatamente como o proto-fenício yaqtul e pode, portanto, incluir
qualquer momento temporal que possa ser concebido em qualquer maneira
com um verbo conectado com “e”; portanto, presente, passado, futuro como
a conexão em questão o exige…Se a relação com o passado predomina, então
aquela é devida ao fato de que na narração de eventos passados a seqüência
com “e” é preferida. Essencialmente G. R. Driver (1936) nada mais diz do que
isto. Ele pensava que a origem do wa no conectivo acádico ma ou no assírio
uma e mostrava que no assírio, por exemplo, m pode mudar em w. Douglas
Young (1953) vê a origem do imperfeito com waw na fusão do conectivo
egípcio iw e do n, o sinal do tempo passado (wan / wanyiqtol = wayyiqtol).

Visões semelhantes podem ser encontradas. V. Maag, por exemplo, sugeriu que a forma
original com o dêitico ou partícula demonstrativa han. Segundo ele, quando existe um shevá
simples diante de h ambos são sincopados (assim, *whannyiqtul > *wanyiqtul > wayyiqtol). O
fato de que nenhuma teoria baseada numa origem especial para wa(y)– conseguiu aceitação
sugere que o significado da construção composta não pode ser decidida nessa base. Todos
concordam, contudo, que o elemento wa(y)– está relacionado com a conjunção ‫ ְו‬, e une uma
situação à outra.

c A origem do elemento (way)yqtol é semelhantemente problemática, mas pelo menos


aqui há mais dados com que se trabalhar. Percebemos anteriormente que os hebraístas
diferem em sua avaliação dos dados comparativos semiticos (veja 29.4). Aqui a controvérsia p
546 é importante porque o significado de wayyqtl é parcialmente determinado pela
abordagem desses dados. Pesquisadores que sustentam que o hebraico conserva somente
uma conjugação de prefixo, que significa noções não-perfectivas, tendem a minimizar esses
elementos. Diethelm Michel, por exemplo, escreve: “Quanto à relação do imperfectum e do
imperfectum consecutivum pode ser estabelecido que não existe nenhuma distinção entre os
dois “tempora” com respeito ao significado… O imperfectum consecutivum expressa somente
uma ligação mais próxima com a forma verbal precedente.” Por contraste, pesquisadores que
levam em conta a conservação das duas formas de prefixo relacionado à construção da
conjugação de prefixo abreviado, isto é, relacionado à forma histórica abreviada yaqtul, que
significa ação pretérita ou modo jussivo; dessa maneira, wayyqtl pode bem expressar uma
noção contrária à conjugação de prefixo não ligado com o waw-relativo, isto é, com o derivado
de yaqtulu, forma longa histórica. A gramática comparativa semítica, a própria forma e o uso,
reconhecem a verdade da segunda visão. Como foi observado nas primeiras discussões,
diversas línguas semíticas têm, pelo menos, duas conjugações de prefixo, a mais abreviada que
indicava tanto as noções de jussivo quanto de pretérito. Além disso, como, também, foi
observado anteriormente, wayyqtl parece compartilhar a forma jussiva, exatamente como nas
línguas cognatas. Lembre-se, também, de que a forma desligada de prefixo abreviado pode ser
usada como um pretérito em alguns textos primitivos; compare, por exemplo, ‫שת‬
ֶ ‫‘ ֶָּ֫י‬ele fez’ (Sl
18.12) e ‫שת‬
ֶ ‫‘ ַּו ֶָּּ֫י‬e ele fez’ num texto sinóptico (2Sm 22.12). Finalmente, a forma com waw-
relativo não significa, geralmente, os usos distintivos da conjugação não-perfectiva, a saber,
variações modais dependentes ou ação habitual em tempo passado. Pelo contrário, significa
aspecto perfectivo, como tanto W. Gross (discordando de uma extensão de textos poéticos)
quanto T. J. Finley (baseando-se em Amós) afirmaram recentemente.

d Esses dois estudos certamente sugerem que wayyqtl significa noções diferentes de um
pretérito. Em acréscimo ao que ocorre depois da conjugação de sufixo, wayyqtl também
ocorre com a conjugação de prefixo, particípios, sentenças nominais, e infinitivos; em todas
essas ligações, pode se referir ao tempo presente ou futuro, bem como ao passado.
e Se wayyqtl se originou de uma conjugação de prefixo abreviado, yaqtul, mostra em
hebraico significados equivalentes àqueles de conjugação de sufixo. Semelhante àquela
conjugação, tende a representar situações concretas e específicas, segundo o aspecto
perfectivo. Como veremos, pode significar uma situação constativa passada, um estado
perfeito, ou um estado presente com verbos estativos, perfectivo persistente ou gnômico, etc.
Quando uma cadeia de waw-relativos é quebrada, o verbo reverte à conjugação de sufixo, um
fenômeno está sugerindo fortemente que as duas formas são equivalentes, separadamente do
valor do waw-relarivo ligado a ele.

1. ‫ ַּוּיִק ְָרא אֱֹלהִים לָאֹור יֹום‬E Deus chamou à luz dia, e às

ֶ ‫ ְול ֶַּּ֫ח‬trevas chamou noite.


‫שְך ֶָּ֫ק ָרא ֶּ֑֫ ָלילָה‬
Gn 1.5

A equivalência evidente de wayyqtl com qtl com respeito ao aspecto, encontra uma analogia
na equivalência do wqtl relativo com a conjugação de prefixo. De fato, o wqtl relativo p 547
pode ter influenciado o desenvolvimento de wayyqtl como uma conjugação de sufixo
‘alternativa’, para ser usada quando a situação é concebida como dependente de uma
anterior.

f Essa evidência favorece fortemente explicando esses exemplos de wayyqtl que devem
ser tomados como se referindo ao presente ou ao futuro de acordo com o significado e os usos
da conjugação de prefixo; isto é, em lugar de considerar uma forma como representando uma
situação habitual ou uma situação futura dependente, etc., preferimos interpretá-lo como
denotando um perfectivo gnômico ou futuro específico, etc. Seria entendido que essa
interpretação perfectiva gnômica, por exemplo, não deriva somente de uma análise descritiva
das passagens em questão, mas também de outras evidências que wayyqtl desempenha como
uma equivalência da conjugação de sufixo.

g Resumindo, wayyqtl representa subjetivamente uma situação segundo o aspecto


perfectivo e a subordina a uma declaração precedente. Uma vez que essas duas
características, subordinação e aspecto perfectivo, são distintas e ainda sempre presentes,
analisamos separadamente as diversas espécies de conexão subordinativa (33.2) e as diversas
funções do aspecto perfectivo (33.3). Uma vez que a conjugação perfectiva foi estudada em
profundidade no Capítulo 30, não pretendemos aqui ser exaustivo, mas somente comentar um
número suficiente de casos para justificar, explicar, e ilustrar nossa interpretação das formas
verbais mais freqüentes nas Escrituras Hebraicas.

33.2 Waw-Relativo: Variedades de Conexão

a O waw-relativo com uma forma de prefixo representa uma situação que é usualmente
sucessiva e sempre subordinada à declaração precedente. A sucessão pode ser absoluta ou
subjetiva, e muitas vezes a distinção entre elas é obscurecida. Uma seqüência temporal
depende de um fato objetivo externo do controle do falante; uma seqüência lógica, pelo
contrário, existe subjetivamente na maneira que o falante vê a relação entre as situações. Às
vezes com wayyqtl uma situação é representada como um vínculo lógico da situação
precedente ou um contraste lógico com ela/elas ou como uma declaração resumida
dela/delas. Se a situação explicativa de fato ocorreu anteriormente ao fato principal, pode ser
necessário traduzir wayyqtl por um mais-que-perfeito. Wayyqtl pode ser usado depois de
qualquer oração que estipula um ponto de partida para desenvolvimento, como acontece
quando wayyqtl é usado epegeneticamente, depois de uma oração ou frase circunstanciais.

33.2.1 Sucessão

a Situações descritas com wayyqtl são as mais sucessivas temporal ou logicamente. “A


relação mais óbvia e freqüente é,” como observa S. R. Driver, “que sucessão simples
cronológica [# 1] … mas desta não há necessidade de dar… exemplos, porque eles são
abundantes através das partes históricas do Antigo Testamento.” Wayyqtl significa sucessão
lógica onde um vínculo lógico de situação(ões) precedente(s) foi expresso (## 2–4).

p 548 1. ‫ ְוהָָאדָ ם י ָדַּ ע ֶאת־ ַּחּוָה … וַּתֶַּּ֫ הַּר‬Adão conheceu Eva … ela
‫וַּתֵֶּּ֫ לֶד ֶאת־ ֶַּּ֫קי ִן‬concebeu e deu à luz a Caim.
Gn 4.1

2. ‫ ַּויְהִי יהוה ֶאת־יֹוסֵּף ַּויְהִי אִ יש‬O Senhor estava com José e


‫ ַּמצ ְִל֑י ַּח‬assim ele era próspero.
Gn 39.2

3. ‫ ֶַּּ֫יעַּן ָמ ֶַּּ֫אסְתָ ֶאת־דְ בַּר יהוה‬Porquanto tu rejeitaste a


‫ ַּומְָאסְָך ִמ ֶֶּ֫מלְֶך׃‬palavra do Senhor, ele também
te rejeitou, para que não sejas
rei.

1Sm 15.23

4. ‫ֹלא־מֹותְֶּ֫ חֶם מ ָ ֑ ֵֶּּ֫רחֶם וַּתְ הִי־לִי‬Por que não me matou desde a


‫ ִאמִי ִקב ְִרי‬madre? Ou não ficou grávida
perpetuamente?

Jr 20.17

Pode-se questionar se a noção de sucessão é significada pela forma gramatical ou pelas


associações de palavras. Que a forma e não as palavras significa sucessão torna-se mais claro
naqueles exemplos onde uma cadeira é quebrada (# 5) e onde vários perfectivos são seguidos
por wayyqtl (cf. # 6).

5. ‫ ַּקּוה ִקּוֶּ֫ יהִי יהו֑ ה ַּוּי ֵּט ֵּאלַּי‬Eu fui visitado pelo Senhor;
‫ש ְועָתִ י׃ ַּוּי ַּ ֲע ֵֶּּ֫לנִי מִבֹור‬ ְ ִ ‫ ַּוּי‬então se voltou para mim e
ַּ ‫ש ַּמע‬
ouviu o meu clamor. Então ele
‫שָאֹון … ַּו ֶָּּ֫יקֶם עַּל־ ֶֶּ֫סלַּע ַּרגְלַּי‬me tirou da cova… e colocou
‫כֹונֵּן ֲאש ָֻרי׃ ַּוּי ִתֵּ ן ְבפִי שִיר‬meus pés na rocha. Ele firmou
‫חָדָש‬os meus passos. Então pôs uma
nova canção em minha boca.

Sl 40.2–4

Com referência às construções do waw-relativo nessa passagem, Michel tem este comentário:

Os imperfecta consecutiva descrevem uma cadeia de ações surgindo uma da


outra (“ele se voltou para mim,” “ouve o meu clamor,” “levantou-me do
poço…,” “coloca meus pés sobre a rocha” “coloca um cântico novo em minha
boca…”), que são como uma conseqüência toda de grito por socorro.
Grandemente excepcional, portanto, é o perfeito ‫ כונן‬no meio dessa cadeia.
Essa mudança não pode ser explicada como devida a um período variante de
tempo porque a ação “ele fez os meus passos firmes” é como passado como
“ele colocou meus pés sobre a rocha.” Se alguém considerar rigorosamente
essas duas sentenças, pode dizer que em essência elas estão exprimindo a
mesma coisa; ninguém pode garantir que haja um avanço no desenvolvimento
do pensamento. Aqui, em nossa opinião, reside a base para o uso variante dos
tempora; não podemos ver outra possibilidade.

Resumindo 40:2–4 podemos, portanto, dizer: a cadeia dos imperfecta


consecutiva originando-se uma da outra exprime um avanço em ação; designa
ações que se originam uma da outra. O perfectum não é um membro da ação
consecutiva; explica os imperfecta consecutiva precedentes e assim apresenta
um certo momento extenso de retardo na ação.

p 549 b A explicação de Michel é confirmada por muitas passagens da Bíblia Hebraica,


Contentamo-nos com apenas mais um exemplo:

6. ‫ָארץ‬
ֶ ‫כִי ָרדַּ ף אֹוי ֵּב נַּ ְפשִי דִ כָא ֶָּ֫ל‬O inimigo me perseguiu, ele me
… ‫שכִים‬ ַּ ‫ ַּחּי ִ ָ֑תי הושִי ֶַּּ֫בנִי ְב ַּמ ֲח‬abateu até o chão; fez-me
habitar na escuridão… Pelo que
‫רּוחי בְתֹוכִי‬ ֑ ִ ‫וַּתִ ְת ַּעטֵּף ָעלַּי‬o meu espírito se angustia em
‫שתֹומֵּם ִלבִי׃‬ ְ ִ ‫י‬mim; e o meu coração em mim
está desolado.

Sl 143.3–4
Aqui, também, Michel oferece um comentário apropriado:

O Salmo 143 é uma lamentação individual; os versos 3 e 4 descrevem os


acontecimentos que levaram o salmista à sua queixa. As derrotas pelo inimigo
já haviam naturalmente acontecido, mas não tinham terminado senão o
lamento seria sem fundamento. Os perfecta no verso 3 são, portanto, mais
bem traduzidos como presentes. O mesmo é verdadeiro, contudo, também da
aflição e desespero.… no verso 4. Pode-se apenas explicar a diferença dos
tempora por vários períodos de tempo.

Mas também ninguém pode extrair dessa passagem a idéia que a


descrição começada no perfectum avançou por um imperfectum
consecutivum. Se isto fosse assim, não seria claro porque o imperfectum
consecutivum não estaria e não poderia também ficar já em conexão com a
segunda e terceira ações do verso 3.

Possivelmente se poderia estabelecer que a descrição começada no


perfectum pode ser avançada por um imperfectum consecutivum, mas é
desnecessário…

As ações do verso 3 são semelhantes uma a outra; elas constituem uma


certa espécie de enumeração, mas são colocadas como fatos ao lado uma da
outra, sem estar ligadas lógica ou temporalmente. O verso 4 [começando com
‫]ותתעטף‬, por contraste, não avança na enumeração, mas volta-se à atenção
do salmista. Obviamente a descrição aqui pertence à ação efetuada pelo
inimigo; lá permanece, portanto, entre o verso 3 e o verso 4 a relação de causa
e efeito, posição e conseqüência. Não posso ver nenhuma outra diferença
entre as ações do verso 3 e verso 4. Aquela leva à conclusão, que aqui o
imperfectum cosecutivum é usado a fim de expressar a conseqüência.

c Mais digno de observação em narrativa é a maneira que wayyqtl traça a linha do discurso
(veja, também, 39.2).

7. ‫שנֵּי ַּה ַּמ ְלָאכִים ס ְֶּ֫ד ֹמָ ה‬ ְ ‫ ַּוּי ָב ֹאּו‬E vieram (wayyqtl) os dois anjos
‫שעַּר־ס ְ֑ד ֹם‬ ַּ ֶּ֫ ‫ ָב ֶֶּ֫ע ֶרב וְלֹוט יֹשֵּב ְב‬a Sodoma à tarde e Ló estava
sentado (particípio) à porta de
‫ ַּוּי ְַּרא־לֹוט ַּו ֶָּּ֫יקָם ִלק ְָראתָ ם‬Sodoma; vendo-o (wayyqtl) Ló
‫שתֶַּּ֫ חּו ַּא ֶַּּּ֫פי ִם ֶָּ֫א ְרצָה׃‬
ְ ִ ‫ ַּוּי‬levantou-se a - seu encontro e
inclinou-se (wayyqtl) com a face
até o chão.

Gn 19.1
p 550 Muitas vezes uma seqüência menor desenvolvida com wqtl (no # 8 depois do
imperativo) opera dentro duma seqüência maior da narrativa indicada por wayyqtl.

8. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ִהנֶה נָא־ ֲאדֹנַּי ֶּ֫סּורּו נָא‬E disse ele (wayyqtl): “Meus
‫אֶל־בֵּית ַּעבְדְ כֶם ְו ִֶּ֫לינִּו ו ְַּרחֲצּו‬senhores, por favor, entrai na
casa de vosso servo, nela
‫ש ַּכ ְמתֶ ם ַּו ַּה ַּל ְכתֶם‬ְ ‫ ַּרגְלֵּיכֶם ְו ִה‬passai. (wqtl) a noite, lavai
‫(לְדַּ ְרכ ְֶכ֑ם וַּּי ֹא ְמרּו ֹּלא‬wqtl) vossos pés e então ide.”
E eles disseram (wayyqtl):
“Não.”

Gn 19.2

O desenvolvimento da cadeia maior muitas vezes se apoia solidamente na cadeia menor (cf.
32.2.3e para wqtl aqui).

9. ‫שמֹו‬
ְ ‫ ַּויְהִי אִיש ֶאחָד … ּו‬Houve um certo homem.… seu
‫ ֶא ְל ָקנָה … ַּוי ְהִי הַּּיֹום ַּוּיִזְבַּח‬nome era Elcana … Um dia ele
ofereceu um sacrifício
‫שתֹו ּו ְלכָל־ ָב ֶֶּ֫ני ָה‬ ְ ‫(… ְונָתַּ ן ִל ְפנִנָה ִא‬wayyqtl) … Ele dava (yqtl)
‫ּובְנֹותֶ י ָה מָנֹות׃ ּו ְל ַּחנָה י ִתֵּ ן ָמנָה‬porções (de carne) à sua
‫ַאחַּת ַּא ֶָּּ֫פי ִם וַּתִ ְב ֶֶּ֫כה וְֹלא ת ֹא ֶַּּ֫כל׃‬mulher. A Ana ele dava (yqtl)
‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר‬porção.… dobrada. E ela
chorava (wayyqtl) e não comia
(yqtl). E ele disse (wayyqtl)…

1Sm 1.1,4–5,7–8

Sob o título de relação lógica podemos considerar um número mais menos de elos distintos. Às
vezes a situação representada como uma conseqüência lógica ocorrida em tempo absoluto
anterior à primeira situação (# 10). As duas situações podem ser contrastadas logicamente (w
tem o sentido de ‘e ainda’; ## 11–12)

d A afirmação de wayyqtl pode ser uma observação sumária (## 13–15):

10. ‫שנָתֶַּּ֫ י ִם ה ָָרעָב ְב ֶֶּ֫ק ֶרב‬ְ ‫כִי־ז ֶה‬Porque já houve dois anos de
‫שר‬
ֶ ‫שנִים ֲא‬ ָ ‫ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ וְעֹוד ָחמֵּש‬fome na terra, e nos próximo
cinco anos não haverá lavoura e
‫ש ָל ֵֶּּ֫חנִי‬
ְ ִ ‫אֵּיו־ח ִָריש ְוקָציר׃ וּי‬colheita. Pelo que Deus me
‫אֱֹלהִים ִל ְפנֵּיכֶם‬enviou diante de vossa face…
Gn 45.6–7
11. ‫ִי־ר ִֶּ֫איתִ י אֱֹלהִים ָּפנִים אֶ ל־‬
ָ ‫כ‬Tenho visto a Deus face a face,
‫ ָּפנִים וַּתִ ינָצֵּל נַּ ְפשִי׃‬e a minha alma foi salva.
Gn 32.31

12. ‫שבֶת ְבהַּר־ ֶֶּ֫ח ֶרס‬


ֶ ֶּ֫ ‫וַּּיֶּ֫ ֹואֶל ָה ֱאמ ִֹרי ָל‬Também os amorreus quiseram
‫… וַּתִ ְכבַּד י ַּד בֵּית־יֹוסֵּף‬habitar nas nas
montanhas…porém prevaleceu
a mão na casa de José…

Jz 1.35

13. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם ְו ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬


ָ ‫ ַּויְכֻלּו ַּה‬Assim
os céus e a terra foram
completados.

Gn 2.1

14. ‫שדֶ ה ְו ַּה ְמע ָָרה ֲאשֶר־בֹו‬


ָ ‫ ַּו ֶָּּ֫יקָם ַּה‬Assim o campo e a cova se

‫לְַאב ְָרהָם‬confirmou a Abraão.


Gn 23.20

p 551 15. ‫ ַּוּיִק ְָרא שֵּם ַּהמָקֹום הַּהּוא ִג ְלגָל‬Assim o lugar se chamou Gilgal
‫עַּד הַּּיֹום ַּהז ֶה׃‬até o dia de hoje.
Js 5.9

33.2.2 Epexegese

a Às vezes a situação representada por ‫ ַּו‬não sucede à situação anterior no tempo ou


como numa conseqüência lógica, ao contrário, explica a primeira situação (cf. 33.2.3c). Em um
sentido, esse uso epexegético de wayyqtl é o oposto do uso resumido. O maior fato ou
situação é estabelecido primeiro, e então as particularidades ou detalhes, situações
componentes ou concomitantes são preenchidas.

1. ‫ ֲאבָל ִאשָה־ַא ְל ָמנָה ֶָּ֫אנִי ַּו ֶָּּ֫ימָת‬Na verdade sou uma mulher
‫אִישִי׃‬viúva, e morreu meu marido.
2Sm 14.5

2. ‫שדֶ ה … ַּו ִֶּּ֫יקֶר ִמק ְֶֶּ֫ר ָה‬ ָ ‫וַּתְ ַּלקֵּט ַּב‬Ela apanhava espigas no
‫ ֶח ְלקַּת ַּהש ֶָרה ל ְֶּ֫ב ֹעַּז‬campo… e caiu-lhe por sorte
uma parte do campo de Boaz…

Rt 2.3

b Esse uso é comum depois de ‫היה‬ na oração principal. Se uma seqüência narrativa
começa com uma oração contendo o verbo ‫היה‬, a oração do waw-relativo seguinte explica a
situação total representada por ele. Ao passo que, o wqtl relativo pode significar evento(s)
habitual(ais) dentro da situação (32.2.1d), o wayyqtl representa eventos específicos, concretos
(# 3–4). O mesmo fenômeno ocorre em conexão com outras formas gramaticais (# 5; a forma
wayyqtl é, talvez, um mais-que-perfeito) é comum especialmente com verbos de falar (## 6–7)
e fazer (## 8–10), em que uma relação de situação subordinada é muitas vezes simultânea com
a situação principal.

3. … ‫ ְו ֵֶּּ֫אלֶה הָיּו ְבנֵּי ָא ֳהלִי ָבמָה‬Estes são os filhos de

‫וַּתֵֶּּ֫ לֶד ְל ֵּעשָו‬Aolibama… ela deu a Esaú…”


Gn 36.14

4. ‫יש ָהי ָה … ַּוּי ִ ֶּ֫ ָּולְדּו לֹו‬Havia um homem… e nasceram-


lhe…

Jó 1.1–2

5. ‫הֲלֹוא אִם־ ָקט ֹן ַּאתָ ה ְבעֵּי ֶֶּ֫ניָך‬Porventura sendo tu pequeno


‫ש ָראֵּל ֶּ֫ ָ ֑אתָ ה‬ְ ִ ‫ש ְבטֵּי י‬ִ ‫ר ֹאש‬aos teus olhos, não foste
cabeça das tribos de Israel? E o
‫שחֲָך י ְהוָה ְל ֶֶּ֫מלְֶך עַּל־‬ ָ ‫ ַּוּי ִ ְמ‬Senhor te ungiu rei sobre Israel.
‫יִש ְָראֵּל׃‬
1Sm 15.17

6. ‫שתִ ים נֶ ֱאסְפּו ִלז ְב ֹ ַּח‬


ְ ‫ ְוס ְַּרנֵּי ְפ ִל‬Então os príncipes dos filisteus
‫ ֶֶּ֫זבַּח־גָדֹול לְדָ גֹון … וַּּי ֹאמְרּו‬se juntaram para oferecer um
grande sacrifício a Dagom…
dizendo…
Jz 16.23

7. ‫וַּתִ ק ְָרא שְמֹו מֹשֶה ו ֶַּּ֫ת ֹאמֶר כִי‬Ela chamou seu nome Moisés,
‫מִן־ ַּה ֶַּּ֫מי ִם ְמשִיתִֶּ֫ הּו‬dizendo: “Eu o tirei da água.”
Êx 2.10

p 552 8. ‫שיתָ וַּתִ גְנ ֹב ֶאת־ ְלב ִ ָ֑בי‬


ִ ֶּ֫ ‫מֶה ָע‬Que fizeste? Tu me enganaste?
Gn 31.26

9. ‫ ְככָל־הַּמַּ ָֽ ֲעשִים ֲאשֶר־עָשּו מִּיֹום‬Como eles fizeram desde o dia


‫הַּ ָֽעֲֹלתִ י א ֹתָ ם ִמ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ְועַּד־‬que os tirei do Egito até o dia
de hoje, pois me deixaram, e
‫הַּּיֹום ַּהז ֶה ַּוּי ַּ ַּעז ְ ֶֻּ֫בנִי ַּו ַּּי ָֽ ַּעבְדּו‬serviram a outros deuses, assim
‫אֱֹלהִים ֲאח ִֵּרים כֵּן ֵֶּּ֫המָה עֹשִים‬também fizeram a ti.
‫גַּם־לְָך׃‬
1Sm 8.8

10. ‫ ְוגַּם ַּאתָ ה י ָדֶַּּ֫ עְתָ אֵּת ֲאשֶר־ ֶָּ֫עשָה‬Tu sabes o que Joabe … fez a
‫לִי יֹוָאב … ֲאשֶר ָעשָה ִלשְנֵּ ָֽי־‬mim… o que ele faz aos dois
comandantes do exército de
… ‫ש ֵָּרי ִצבְאֹות יִש ְָראֵּל‬Israel … ele os matou…
‫ ַּוּיַּה ְַּרגֵּם ַּו ֶָּּ֫ישֶם דְ מֵּי־ ִמ ְל ָחמָה‬derramou o sangue de guerra
‫ ְבש ָֹ֑לם‬em tempos de paz.
1Rs 2.5

33.2.3 Mais-que-perfeito

a O uso de wayyqtl para representar situação do mais-que-perfeito pode ser visto como
uma sub-variedade de uso epegenético, mas tem sido controvertido. Driver negou tal uso
colocado à parte dos exemplos que ocorrem no começo de uma narrativa ou parágrafo. Ele
tentou explicar as exceções a esta regra como devida ao redator que unia juntamente
unidades literárias diferentes sem observar a unidade formal. Mas W. J. Martin e D. W. Baker
argumentam de outro modo. Driver aqui parece inconsistente, uma vez que permite para o
uso epexegético do waw-relativo que pode acarretar uma situação de mais-que-perfeito. Além
disso, wayyqtl no texto recebido, o objeto de nossa investigação gramatical, deve ser
entendido para representar o mais-que-perfeito. David Qimḥi no período primitivo dos
estudos do hebraico já indicava esse uso:

1. ‫וְהַּ ָֽ ְל ִוּי ִם ְל ַּמטֵּה אֲב ָ ֹ֑תם ֹלא‬A família da tribo de Levi,


‫הָתְ ּפָ ָֽקְדּו בְתֹוכָ ָֽם׃ ַּוי ְדַּ בֵּר י ְהֹוָה‬contudo, não foi contada
juntamente com as outras. O
‫ֵּאמ ֹר׃ ַּאְך ֶאת־ ַּמטֵּה‬ ָֽ ‫אֶל־מֹשֶה ל‬Senhor disse a Moisés: “Não
‫ ֵּלוִי ֹלא תִ פְק ֹד‬deves contar a tribo de Levi”.
Nm 1.47–49

2. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר י ְהוָה ֵּאלָיו מִי שָם ּפֶה‬Disse-lhe o Senhor: “Quem fez a
‫לָ ָָֽאדָ ם … ְועַּתָ ה ֵּלְ֑ך וְאָ ָֽנֹכִי‬boca do homem?…Vai pois
agora…eu te ajudarei a
‫ְהֹוריתִֶּ֫ יָך ֲאשֶר‬ֵּ ‫ ֶא ְהי ֶה עִם־ ִֶּּ֫פיָך ו‬falar…”Então Moisés voltou-se
‫תְ דַּ בֵּ ָֽר׃ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך מֹשֶה ַּו ֶָּּ֫ישָב אֶל־‬para seu sogro …e disse:
‫“י ִתְ רֹו חָֹֽתְ נֹו ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר לֹו ֵֶּּ֫א ְלכָה־נָא‬Deixe-me voltar para o meu
‫”… ְוא ֶָּ֫שּובָה אֶל־ַאחַּי ֲאשֶר־‬povo no Egito O Senhor disse a
Moisés em Midiã: “Volta ao
‫ ְב ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם … ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר י ְהֹוָה אֶל־‬Egito, porque todos os homens
‫מֹשֶה ְב ִמדְ י ָן לְֵּך שֻב ִמצ ָ ֑ ְֶּ֫רי ִם כִי־‬que queriam matar-te já
‫ ֵֶּּ֫מתּו כָל־ ָה ֲאנָשִים הַּ ָֽ ְמ ַּב ְקשִים‬morreram”.
‫שָך׃‬ ֶ ֶּ֫ ‫ ֶאת־נַּ ְפ‬Êx 4.11–12,18 [Pentateuco
Samaritano]–19

p 553 3. ‫ ַּוי ְדַּ בֵּר ֲא ֵּלהֶם ֲאבִיהֶם אֵּי־זֶה‬E disse-lhe seu pai: “Por que
‫הַּדֶֶּ֫ ֶרְך ה ָָלְ֑ך ַּוּי ְִראּו ָבנָיו אֶת־‬caminho se foi?” E viram seus
filhos o caminho por onde fora
‫הַּדֶֶּ֫ ֶרְך‬o homem de Deus que viera a
Judá.

1Rs 13.12

33.2.4 Depois de Frases e Orações Circunstanciais

a Mesmo como relativo wqtl pode representar uma situação seqüencial dependente em
tempo futuro depois de expressões adverbiais (32.2.6), assim também wayyqtl pode expressar
uma situação seqüencial dependente em tempo passado. A função de wayyqt depois de
construções verbais não-finitas é semelhante ao seu uso depois de ‫ היה‬na oração principal
(33.2.2b). A expressão precedente provê ‘um ponto de partida para um desenvolvimento’ e
representa a circunstância em que a narrativa de desdobra. Na maioria dos casos a expressão
é temporal (## 1–5), mas outras frases, usadas em casus pendens, são encontradas (## 6–8;
33.3.4).

1. ‫שלִישִי ַּוּיִשָא ַאב ְָרהָם‬ְ ‫בַּּיֹום ַּה‬No terceiro dia Abraão levantou
‫ ֶאת־עֵּינָיו‬seus olhos.
Gn 22.4

2. ‫שנַּת־מֹות ַּה ֶמלְֶך ֻעז ִ ֶָּּ֫יהּו‬


ְ ‫ ִב‬No ano em que morreu o rei
‫ ָוא ְֶראֶה אֶת־ ֲאדֹנָי‬Uzias, eu vi o Senhor.
Is 6.1

3. ‫ּו ְכעֵּת מּותָ ּה ַּו ְתדַּ ב ְֵּרנָה ַּהנִצָבֹות‬Quando ela estava morrendo,
‫ ָע ֶֶּ֫לי ָה‬as mulheres que estavam junto
dela diziam…

1Sm 4.20

4. ‫ש ָראֵּל וָאֹח ֶּ֫ ֵּ ֲ֑בהּו‬


ְ ִ ‫כִי ֶַּּ֫נעַּר י‬Quando
Israel era um menino
eu o amei.

Os 11.1

5. ‫בְיֹום ָק ֶָּ֫ראתִ י וַּתַּ ע ֶּ֑֫ ֲֵּננִי‬Quando


eu clamei, tu me
respondeste.

Sl 138.3

6. ‫ּופִי ַּלגְשֹו … וַּתֵֶּּ֫ לֶד‬E sua concubina…e ela gerou…


Gn 22.24

7. ‫ ְוגַּם ֶאת־ ַּמ ֲעכָה ִאמֹו ַּויְס ִֶֶּ֫ר ָה‬E,também, Maaca, sua mãe…
ele a depôs.

1Rs 15.13
8. ‫ּו ְבנֵּי יִש ְָרעֵּל … ַּוּיִמְֹלְך ֲעלֵּיהֶם‬E quanto aos filhos de

‫ ְו ַּח ְבעָם׃‬Israel…reinou sobre eles


Reoboão.

1Rs 12.17

b Uma oração circunstancial introduzida por ‫ ויהי‬pode ser seguida por uma forma de
wayyqtl.

9. ‫ ַּויְהִי־אִיש ֵּמהַּר־ ֶאפ ְֶָּ֫רי ִם‬Havia um homem da montanha


de Efraim…

‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר‬Disse…
Jz 17.1–2

10. ‫ ַּויְהִי־אִיש ִמבִן־יָמִין וַּת ֹאבַּדְ נָה‬Havia um benjaminita… as

‫ ָה ֲאת ֹנֹות‬mulas… estavam perdidas…


1Sm 9.1 Kethiv

p 554 11. ‫ ַּויְהִי בִימֵּי שְפ ֹט הַּש ֹ ְפטִים ַּויְהִי‬E aconteceu nos dias que os
ֶ ‫ ָרעָב ב‬juizes julgavam…
‫ָָארץ‬ houve uma
fome na terra.

Rt 1.1

12. ‫ ַּויְהִי ַאח ֲֵּרי הַּדְ ב ִָרים ָה ֵּאלֶה ַּוּיֻגַּד‬Algum tempo mais tarde ele
disse…

Gn 22.20

Thomas O. Lambdin analisou esta construção freqüente com orações e frases temporais:

Dentro de uma seqüência temporal narrativa modificadores são colocados


muito freqüentemente antes da oração que eles modificam e são introduzidos
com um waw-conversivo + uma forma do verbo ‫היה‬. Em narrativa de tempo
passado esta é invariavelmente ‫ … ַּויְהִי‬A [forma] temporal é então seguida pela
forma seqüencial esperada da narrativa principal.

Essa construção apresenta os livros de Josué, Juízes, 1 Samuel, 2 Samuel, Ezequiel, Rute (# 11
acima), Ester e Neemias. Wayyqtl separado de ‫ ַּויְהִי‬apresenta os livros de Levítico, Números, 2
Reis, 2 Crônicas, mas estes são mais considerados como princípios secundários; isto é, os livros
têm uma conexão com aqueles que os precede. Este uso de wayyqtl de pois de ‫ ויהי‬fica em
polaridade em frente a wqtl relativo depois de ‫( ויהי‬cf. 32.2.6b).

33.3 Waw-Relativo: Casos Aspectuais

a Um estudo indutivo dos usos de wayyqtl confirma a presunção de que wayyqtl


representa uma situação subjetivamente como perfectiva. Citamos usos com formas das
conjugações de sufixo e de prefixo e orações sem verbo, particípios e infinitivos. Faltando um
entendimento adequado de aspecto, A. B. Davidson, por exemplo, ensinou que o erro comum
que os “tempos conversivos” têm “o significado dos tempos precedentes.” De fato, contudo,
wayyqtl depois da conjugação não-perfectiva não tem o significado daquela conjugação; pelo
contrário, significa um aspecto perfectivo em adição aos valores subordinados analisados
acima. Quando wayyqtl segue uma conjugação de prefixo possui um valor perfectivo
complementar, mesmo quando uma conjugação de sufixo pode complementar uma
conjugação de prefixo num par de linhas poéticas. Significativamente, não há exemplos de
wayyqtl depois de uma conjugação de prefixo denotando um aspecto habitual em tempo
passado ou um situação modal dependente. Depois da outras formas gramaticais wayyqtl,
também, significa noções associadas com a conjugação de sufixo.

33.3.1 Depois de Formas de Conjugação de Sufixo

a Wayyqtl, depois de uma forma de sufixo, usualmente expressa um valor perfectivo. Se o


tempo de referência está no passado, a forma wayyqtl pode ser um definido (‘pretérito’; # 1,
cf. # 9), um ingressivo (# 2), constativo (# 3), complexo (## 4–5), télico (## 6–7), perfectivo
indefinido (# 8), ou passado definido único (# 9).

p 555 1. ‫ ַּהנָחָש ִהשִי ֶַּּ֫אנִי וָאֹכֵּל׃‬A serpente enganou-me e eu


comi.

Gn 3.13

2. ‫ֹלא ש ָ ָ֑עה ַּו ִֶּּ֫יחַּר ְל ֶַּּ֫קי ִן מְא ֹד‬E


para Caim e para sua oferta
não atentou.

Gn 4.5
3. ‫עִם־ ָלבָן ֶַּּ֫ג ְרתִ י ָו ֵּאחַּר עַּד־ ֶָּ֫עתָ ה׃‬Como
peregrino morei com
Labão e me detive lá até agora.

Gn 32.5

4. ‫ ְו ַּה ֶַּּ֫מי ִם ָגבְרּו מְא ֹד מְא ֹד עַּל־‬As águas prevaleceram


‫ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ ַּויְכֻסּו כָל־ ֶהה ִָרים‬excessivamente sobre a terra e
todos os altos montes foram
‫ ַּהגְבֹהִים‬cobertos.

Gn 7.19

5. ‫שחֵּת ַּר ֲחמָיו ַּוּיִטְר ֹף ָלעַּד אַּּפֹו‬


ִ ‫ ְו‬Porque ele perseguiu seu irmão
à espada

Am 1.11

6. ‫וְֹלא־ ָמצְָאה הַּּיֹונָה מָנֹו ַּח ַּו ֶָּ֫תשָב‬Mas a pomba não achou lugar
‫ ֵּאלָיו‬de repouso… e assim voltou
para ele.

Gn 8.9

7. ‫שיעּו ֶאת־‬
ִ ֶּ֫ ‫ֹלא־ ָמצְאּו ַּמ ֲענֶה ַּוּי ְַּר‬Eles não acharam uma resposta
‫אּיֹוב׃‬e ainda condenaram Jó.
Jó 32.3

8. … ‫שמַּע עָם קֹול אֱֹלהִים‬


ָ ֶּ֫ ‫ ֲה‬Ouviu o povo a voz de Deus… e
‫ ַּו ֶֶּּ֫יחִי׃‬viveu?
Dt 4.33

9. ‫ ָר ִֶּ֫איתִ י אֶת־ ֲאדֹנָי נִצָב עַּל־‬Eu vi o Senhor em pé diante do


‫ ַּה ִמז ְ ֵּב ַּח וַּּי ֹאמֶר‬altar, e ele disse…
Am 9.1
b Se o tempo de referência é presente, wayyqtl pode empregar uma gama de significados
associados com a conjugação perfectiva com o mesmo tempo de referência (30.5.1). Esses
incluem notadamente perfectivos presentes persistentes (# 10–11) e perfectivos gnômicos (##
12–14), bem como presentes estativos (## 15–16). Esses usos podem ser encontrados juntos,
por exemplo, presentes fientivos com qtl presentes estativos (## 16–17).

10. ‫ ַּו ֲאנִי בְתֻ מִי תָ ֶַּּ֫מכְתָ ִ ֑בי וַּתַּ צִי ֵֶּּ֫בנִי‬A mim tu me sustentas em
‫ ְל ָּפ ֶֶּ֫ניָך לְעֹולָם׃‬minha integridade e me puseste
diante de tua presença para
sempre.

Sl 41.13

11. ‫שט ַּוּי ָע ֹף׃‬


ַּ ‫ ֶֶּ֫ילֶק ָּפ‬A locusta se espalhará e voará.
Na 3.16

12. ‫ ְוגַּם־נָשַּף ָבהֶם ַּוּי ִ ֶָּ֫בשּו‬Sopra sobre eles e secam-se…


Is 40.24

13. ‫ ָכלָה ֶָּ֫ענָן ַּו ֵֶּּּ֫י ַּלְ֑ך‬Tal como a nuvem se desfaz e


passa…

Jó 7.9

p 556 14. ‫בָא־ ֶָּ֫זדֹון ַּוּי ָב ֹא ק ָ֑לֹון‬Vindo a soberba, virá também a


afronta.

Pv 11.2

15. ‫שנָא ֶֶּ֫רשַּע‬


ְ ‫ָא ֶַּּ֫הבְתָ ֶֶּ֫צדֶ ק ַּו ִת‬Tu amas a justiça e aborreces e
aborreces a impiedade.

Sl 45.8

16. ‫כִי ָמלְאּו ִמ ֶֶּ֫קדֶ ם … וַּתִ ָמלֵּא‬Porque se encheram dos


ְ costumes do
‫ַארצֹו ֶֶּ֫כסֶף ְוזָהָב‬ oriente … e sua
terra está cheia de prata e ouro.
Is 2.6–7

17. ‫ש ְמתִ י ָפנַּי ַּכ ַּח ָלמִיש ָו ֵּאדַּ ע כִי־‬


ַּ ֶּ֫ Pus o meu rosto como um seixo
‫ֹלא אֵּבֹוש׃‬e sei que não serei confundido.
Is 50.7

18. ‫ ֶַּּ֫יעַּן כִי גָבְהּו בְנֹות צִּיֹון ַּו ֵּת ֶַּּ֫ל ְכנָה‬Porque
as filhas de Sião se
exaltam e andam…

Is 3.16

19. ‫ְבֹודי‬
֑ ִ ‫ש ַּמח ִלבִח ִלבִי ַּו ֶָּּ֫יגֶל כ‬
ָ ‫ ָלכֵּן‬Portanto está alegre o meu
coração e se regozija a minha
glória.

Sl 16.9

c Formas wayyqtl podem significar um estado perfeito depois de formas de sufixo com
aquele significado. Por exemplo, as estruturas de tempo podem ser perfeito presente (## 20–
22) ou mais-que-perfeito (perfeito passado; ## 23–24). Aqui, também, o estado perfeito pode
complementar outros significados da conjugação de sufixo, por exemplo, depois de referências
de tempo passado (## 25–26) ou referências de tempo presente (# 27).

20. ‫ ֶַּּ֫יעַּן מָָא ְסכֶם בַּדָ בָר ַּה ֶז֑ה וַּתִ ְבטְחּו‬Visto como rejeitais esta
‫ב ְֶּ֫ע ֹשֶק‬palavra, e confiais na opressão.
Is 30.12

21. ‫שמָע‬
ְ ‫שבְתִ י ָו ֶא‬
ַּ ֶּ֫ ‫ ִה ְק‬Eu escutei e ouvi…
Jr 8.6

22. ‫כִי־י ִתְ ִרי פִתַּ ח ַּוי ְ ַּע ֵֶּּ֫ננִי‬Porque


desatou a sua corda e
me oprimiu.

Jó 30.11 Qeri
23. ‫ו ְָרחֵּל ָל ְקחָה ֶאת־הַּתְ ָרפִים‬Mas Raquel tinha roubado os
‫שמֵּם ְבכַּר ַּהגָמָל וַּתֵֶּּ֫ שֶב‬ ִ ְ‫וַּת‬terafim, e colocado sob a sela
do camelo e sentou-se sobre
‫ֵּיהם‬
֑ ֶ ‫ ֲעל‬eles.

Gn 31.34

24. ‫כִי־ ָעז ַּב ִבגְדֹו … ַּו ֶָּּ֫ינָס‬Ele deixou seu vestido nas mãos
dela …e fugiu.

Gn 39.13

25. ‫כֹו ֶַּּ֫ננְתָ ֶֶּ֫א ֶרץ וַּתַּ עֲמ ֹד׃‬Tu


firmaste a terra e firme
permanece.

Sl 119.90

26. ‫שתֵּ ים ֶעש ְֵּרה ֲא ָבנִים ֵּהקִים‬ ְ ‫ּו‬Josué levantou doze pedras… e
ֻ ‫י ְהֹו‬elas permanecem lá até esse
‫ש ַּע … ַּו ִֶּּ֫יהְיו שָם עַּם הַּּיֹום‬
dia.
‫ַּהז ֶה׃‬
Js 4.9

27. ‫וְֹלא־נִ ְפ ַּקד ִמ ֶֶּ֫מנּו אִיש׃ ַּונַּק ְֵּרב‬E nenhum falta de nós… pelo
‫ ֶאת־ק ְָרבַּן יהוה‬que trouxeram uma oferta ao
Senhor.

Nm 31.49–50

p 557 d Visto que uma forma de conjugação de sufixo pode representar uma situação
objetiva futura como única, um evento acidental, um wayyqtl seguinte representa a situação
de acordo com os usos do waw relativo, mas apesar disso como um todo perfectivo, único (##
28–32).

28. ‫כִי־ ֶֶּ֫ילֶד יֻלַּד־ ֶָּ֫לנּו … וַּתְ הִי‬Um menino nos nasceu… e o

‫שמו‬ ְ ‫ ַּה ִמ‬governo estará


ְ ‫ש ָרה עַּל־שכ ְ֑מֹו ַּוּי ִ ְק ָרא‬ sobre seus
ombros. E ele chamará…

Is 9.5
Neste caso o primeiro waw relativo significa um evento conseqüente e o segundo, com o
verbo de falar, um evento explicativo. Muitas vezes, sucessão cronológica está à vista.

29. ‫ּפ ְָרצּו ַּוּיַּע ֲֶּ֫ב ֹרּו‬Eles


romperão e entrarão pela
porta…

Mq 2.13

30. ‫חָתֻ ם ִבצְרֹור ִּפש ִ ְ֑עי ַּו ִתטְּפ ֹל עַּל־‬A minha transgressão está
‫עֲֹונִי׃‬selada num saco, e amontoas as
minhas iniqüidades.

Jó 14.17

31. ‫שנֵּי־ ֶֶּ֫א ֶרץ‬


ְ ‫שתַּ חֲּוּו כָל־ד‬
ְ ִ ‫ָאכְלּו ַּוּי‬Todos os grandes da terra
comerão e adorarão.

Sl 22.30

32. ‫( ֶָּ֫קמּו ַּוּי ֵֶּּ֫בשּו‬Quando)


eles atacam, serão
envergonhados.

Sl 109.28

e Wayyqtl é também usado depois de uma forma de sufixo que é um perfectivo hipotético
ou condicional (## 33–35).

33. ‫כִי לּולֵּי ִמה ְַּרתְ וַּתָ ב ֹאת‬Se tu não te apressaras, e não
vieras…

1Sm 25.34 Queri

34. ‫אִם־נִ ְטמְָאה וַּתִ מְע ֹל ֶַּּ֫מעַּל‬Se ela se contaminou e se


tornou infiel…

Nm 5.27
35. ‫אִם־ ָק ֶָּ֫ראתִ י ַּוּיַּע ֶּ֑֫ ֲֵּננִי‬Ainda que chamasse, e ele me
respondesse…

Jó 9.16

f É muito raro que wayyqtl se refira a outro tempo do que aquele da conjugação de sufixo
precedente, separada de seu uso como mais-que-perfeito ou para indicar o estado perfeito no
tempo presente. Excluindo esses grupos de exceções, ficamos somente com um exemplo da
lista de supostos paradigmas de Gotthelf Bergsträsser de exemplos onde wayyqtl não tem
ligação com uma conjugação perfectiva precedente de um período de tempo diferente.

36. … ‫ ְוגַּם־ָא ְמנָה ֲאח ֹתִ י … הִיא‬Ela realmente é minha irmã… e


‫וַּתְ הִי־לִי ְל ִאשָה׃‬se tornou minha mulher.
Gn 20.12

Outro exemplo de uma conjugação perfectiva em um período diferente de tempo daquele da


verbo principal é o seguinte:

p 558 37. ‫ש ִֶּ֫ליכּו אֶל־הַּבֹו֑ ר‬


ְ ‫שר־ ִה‬
ֶ ‫… ֵּאת ֲא‬lançando-o no calabouço; de

‫ ַּו ֶָּּ֫ימָת‬certo morrerá.


Jr 38.9

Esses dois usos evidentemente epexegéticos são excepcionais.

33.3.2 Depois de Formas de Conjugação de Prefixo Abreviado

a Depois de uma forma de prefixo abreviado, wayyqtl expressa uma situação que é
logicamente, temporalmente subordinada, ou epexegeneticamente, e tem um valor perfectivo
que é o mesmo como complementar àquele do verbo principal. Observe, por exemplo, os
valores de pretéritos (## 1–2) e de gnômicos (# 3).

1. ‫י ְַּר ִכ ֵֶּּ֫בהּו עַּל־ ָבמֳותֵּ י ֶָּ֫א ֶרץ‬Ele o fez cavalgar sobre as


alturas da terra,

‫וַּּי ֹ ֲא ִכ ֵֶּּ֫להּו תְ נּוב ֹת ש ָ ָ֑די‬ecomeu as novidades do


campo,
‫ ַּו ֵּּיָֽנִ ֵֶּּ֫קהּו דְ בַּש ִמ ֶסלַּע‬e o
fez chupar mel da rocha e
azeite da dura pederneira.

Dt 32.13 Kethiv / Pentateuco


Samaritano

2. ‫שכַּח אֵּל‬ ְ ִ‫צּור י ְלָ ָֽדְ ָך ֶּ֑֫ ֶתשִיוַּת‬Esqueceste-te da Rocha que te


‫ ְמ ָֽח ֹ ֲל ֶֶּ֫לָך׃ ַּוּי ְַּרא י ְהֹוָה ַּוּיִנ ָ ְ֑אץ‬gerou, e esqueceste o Deus que
te formou, e vendo o Senhor, o
rejeitaste.

Dt 32.18–19

3. ‫תָ שֵּב אֱנֹוש עַּד־דַּ ָכ֑א ו ֶַּּ֫ת ֹאמֶר‬Tu reduzes o homem a pó e


dizes.…

Sl 90.3

33.3.3 Depois de Formas de Conjugação de Prefixo

a Wayyqtl depois de uma forma de conjugação de prefixo (não-perfectiva) pode significar


uma situação seqüencial ou explicativa, de acordo com os usos das formas de aspecto
perfectivo depois de formas de conjugação de prefixo.

b Depois de uma conjugação de prefixo significando uma situação de passado, wayyqtl


significa uma situação (con)seqüente, ou explicativa em tempo passado, de acordo com um
dos usos específicos da conjugação de sufixo naquela moldura de tempo, normalmente
definido como perfectivo; esse arranjo é encontrado depois de ʾāz (## 1–2), situações estativas
(# 3), e situações imperfectivas progressivas incipientes (# 4).

1. … ‫ש ַּע ִמז ְ ֵּב ַּח‬


ֻ ‫ָאז י ִ ְבנֶה י ְהֹו‬Então Josué construiu um
‫ ַּוּיַּעֲלּו‬altar… e eles ofereceram.…
Js 8.30–31

2. ‫ש ַּע … וַּּיֶּ֫ אמֶר‬


ֻ ‫ָאז י ְדַּ בֵּר י ְהֹו‬Então Josué falou… e disse.…
Js 10.12
3. ‫שנָה ָאקּוט … וָאֹמַּר‬
ָ ‫ַאר ָבעִים‬
ְ Quarenta anos estive
desgostoso… e disse…

Sl 95.10

4. ‫תְ ג ֵָּרש גֹוי ִם ַּו ִת ָט ֶֶּ֫עהָ׃‬Lançaste fora as nações e a


plantaste.

Sl 80.9

p 559 c Da mesma maneira, depois de yqtl regular referindo-se a uma situação de tempo
presente, wayyqtl representa uma situação conseqüente ou explicativa na mesma moldura de
tempo de acordo com um aspecto perfectivo. Supondo que as formas de prefixo (excluindo as
formas abreviadas desligadas) estabelecem a estrutura da seqüência verbal, achamos que
freqüentemente wayqtl, depois de yqtl progressivo presente, tem o sentido de perfectivo
presente persistente (## 5–9). Depois de um yqtl imperfectivo habitual, wayyqtl pode ter o
valor de um perfectivo gnômico (# 10).

5. … ‫שתַּ מֵּר חֻקֹות ָעמ ְִרי‬


ְ ִ ‫ ְוי‬Porque se observam os
‫וַּתֵּ לְכּו בְמֹעֲצֹותָם‬estatutos de Onri… e toda obra
da casa de Acabe…

Mq 6.16

6. ‫ ֶָּ֫למָה תִ ְבעֲטּו ְבז ִ ְבחִי … ַּו ְת ַּכבֵּד‬Por que dais coices contra o
‫ ֶאת־ ָב ֶֶּ֫ניָך ִמ ֶֶּ֫מנִי‬sacrifício… e honras teus filhos
mais do que a mim?

1Sm 2.29

7. ‫ַא ְל ָמנָה ְוגֵּר יַּה ֲֶּ֫רגֹ֑ ּו … ַּו ֶַּּּ֫יאמְרּו‬Matam


as viúvas e os
estrangeiros…dizendo…

Sl 94.6–7

8. ‫קֹולִי אֶל־יהוה ֶא ְק ָ ֑רא ַּוּי ַּ ֲע ֵֶּּ֫ננִי‬Clamei ao Senhor e Ele me


ouviu…

Sl 3.5
9. ‫ז ִ ְבחֵּי ַּה ְב ָהבַּי יִזְבְחּו ָבשָר‬Eles sacrificam carne… e a
‫וַּּי ֹא ֵֶּּ֫כלּו‬comem.
Os 9.13

10. ‫ח ַָּרש ב ְַּרז ֶל ַּמ ֲעצָד ּו ָפעַּל ַּב ֶּפחָם‬O ferreiro faz o machado – e
‫ּו ַּב ַּמקָבֹות יִצ ֵּ ֑ ְֶּ֫רהּו ַּוּי ִ ְפ ָע ֵֶּּ֫להּו‬trabalha nas brasas; e o forma
com martelo; e o forja com a
‫ ִבז ְרֹו ַּע כ ֹחֹו‬força de seu braço.

Is 44.12

As formas de sufixo e prefixo com o mesmo tempo de referência provavelmente


complementam uma a outra (31.3c). No # 11 um imperfectivo progressivo está associado com
um perfectivo presente persistente, e wayyqtl permanece perfectivo persistente; nos # 12–13
uma forma wayyqtl permanece como um perfectivo progressivo presente.

11. ‫א ֹ ֲהבַּי … ִמ ֶֶּ֫נגֶד נִגְעִי יַּע ֲֶּ֑֫מ ֹדּו‬Meus amigos… afastam-se de


‫ּו ְקרֹובַּי מ ֵָּרח ֹק ָע ֶָּ֫מדּו׃ ַּויְנַּקְשּו‬minha chaga, meus vizinhos
procuram o meu mal, buscam
‫ ְמ ַּב ְקשֵּי נַּ ְפשִי‬minha vida e armam laços.

Sl 38.12–13

12. … ‫כִי ֹלא שָלֹום י ְדַּ ֵֶּּ֫ברּו‬Pois eles não falam de paz… e
‫ ַּוּי ְַּר ִֶּ֫חיבּו ָעלַּי ּפִיהֶם ֶָּ֫אמְרּו‬eles abrem sua boca de par em
par contra mim e dizem: Ah!
‫ה ָ ֶ֑אח‬Ah! ‫הֶָאח‬
Sl 35.20–21

13. ‫י ָגֹודּו עַּל־ ֶֶּ֫נפֶש צ ִ ַּ֑דיק … ַּויְהִי‬Acorrem em tropel contra o


ְ ‫יהוה לִי ְל ִמ‬justo… mas o Senhor foi o meu
‫ש ָג֑ב‬
alto refúgio.

Sl 94.21–22

Assim, também, wayyqtl pode ter um significado perfectivo persistente (## 14–15) ou um
significado estativo de tempo presente (## 16–17) depois de um imperfectivo incipiente.
p 560 14. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬
ָ ‫ש ֶַּּ֫מם ַּוּי ַּ ֶֶּ֣֫ ִגידּו‬
ָ ‫י ִ ְק ָרא אֶל־ ַּה‬Chamará os céus… e os céus

֑‫צִדְ קֹו‬proclamam sua justiça.


Sl 50.4,6.

15. ‫י ְִרָאה ו ַָּרעַּד ֶָּ֫יב ֹא ִ ֑בי וַּתְ ַּכ ֵֶּּ֫סנִי‬Temor e tremor me sobrevêm…
‫ ַּּפלָצּות׃‬e o horror me cobriu.
Sl 55.6

16. ‫כִי עַּתָ ה תָ בֹוא ֵּא ֶֶּ֫ליָך ו ֶּ֑֫ ֵַּּתלֶא‬Mas


agora a ti te vem e te
enfadas.

Jó 4.5

17. ‫יראּו׃‬
ֶָּ֫ ִ‫תִ ְראּו חֲתַּ ת וַּת‬Vistes o horror e temestes.
Jó 6.21

33.3.4 Depois de Orações Nominais

a O uso de wayyqtl depois oraçãos nominais circunstanciais foi discutido anteriormente


(33.2.4), mas outras características de oração nominal + wayyqtl verbo requerem atenção.

b Depois de uma oração nominal com referencia a tempo passado, wayyqtl tende a
representar uma situação perfectiva definida em tempo passado, um uso em harmonia com
seu aspecto perfectivo.

1. ‫שתֵּ י נָשִים … ַּויְהִי ִל ְפנִנָה‬


ְ ‫וְֹלו‬Ele tinha duas mulheres…
‫יְלָדִ ים‬Penina tinha filhos.
1Sm 1.2

2. ‫ ְו ִהנֵּה ֶֶּ֫רכֶב־אֵּש ו ְֶּ֫סּוסֵּי אֵּש‬Eis que um carro de fogo, com


‫ֵּיהם‬ ְ ‫ ַּוּיַּפְדִֶּ֫ דּו בֵּין‬cavalos de fogo os separou um
֑ ֶ ‫שנ‬
do outro.

2Rs 2.11
3. ‫שא ֱָרה וַּתִֶּ֫ בֶן‬
ֶ ‫ּובִתֹו‬E sua filha foi Seerá; que
edificou.…

1Cr 7.24

c Se a estrutura do tempo da oração nominal corresponde àquela dos tempos presentes


do inglês, a forma wayyqtl pode ser presente persistente (# 4), gnômico (## 5–7), ou presente
estativo (# 8).

4. ‫יוהו ֲאדֹנָי חֵּילי ו ֶָּּ֫ישֶם ַּרגְלַּי‬Jeová, o Senhor é a minha força


‫ ָכ ַּאּי ָלֹות‬e fará meus pés como os das
cervas.

Hc 3.19

5. ‫אֵּל יהוה ַּו ֶָּּ֫י ֶאד ֶָּ֫לנּו‬O Senhor é Deus Ele faz brilhas
sua luz sobre nós.

Sl 118.27

6. ‫דָעהּו‬
֑ ֵֶּּ֫ ֵּ‫יהוה מָה־ָאדָ ם וַּת‬O Senhor não é homem para o
estimes?

Sl 144.3

7. … ‫ֹלא־עז ַּוּי ָ ִֶּ֫כינּו‬


ָ֑ ‫ ַּהנְ ָמלִים עַּם‬As formigas sãoum povo

‫ ַּל ְחמָם׃‬impotente, Todavia


no verão
preparam a sua comida.

Pv 30.25

p 561 8. ‫יראִי‬
ְ ִ‫מִי־ ַּאתְ וַּת‬Quem és tu para que temas o
homem?

Is 5.12

33.3.5 Com Formas de Verbos Não-Finitos


a A forma wayyqtl é mais comum depois de particípios do que de infinitivos.

b Wayyqtl depois de um particípio relativo (geralmente com ‫‘ ;ה‬aquele que…’; 13.5.2d)


representa uma situação que complementa o particípio. Desse modo, se o particípio de refere
ao passado, wayyqtl pode representar uma situação pretérita subordinada (## 1–4), em
contraste com uma forma wqtl, que, depois de um particípio relativo, representa uma situação
indefinida (32.2.5b). Wayyqtl pode representar um consequência lógica persistindo no
presente (# 5). Subordinado a um particípio relativo denotando um estado perfeito, wayyqtl
pode representar um estado perfeito ou alguma variação de aspecto perfectivo em tempo
presente, tal como um perfectivo persistente (# 6). Subordinado a um particípio relativo
referindo-se a tempo presente, wayyqtl também representa uma situação perfectiva, seja ele
perfectivo persistente (# 7) ou perfectivo gnômico (# 8).

1. ‫מִי־אֵּפֹוא הּוא ַּהצָד־ ֶַּּ֫צי ִד ַּו ֶָּּ֫יבֵּא‬Quem, pois, é aquele que


‫לִי‬apanhou a caça e ma trouxe?
Gn 27.33

2. ‫ ָלאֵּל הָעֹנֶה א ֹתִ י בְיֹום צ ָָרתִ י‬a Deus que me respondeu no


‫ ַּויְהִי ִע ָמדִ י בֵּדֶֶּ֫ ֶרְך ֲאשֶר ָה ֶָּ֫לכְתִ י׃‬dia da angústia e foi comigo no
caminho que tenho andado.

Gn 35.3

3. ‫ַארבַּע‬
ְ ‫ש ֶֶּ֫ב ֶרת ַּו ַּתע ֲֶּ֫מ ֹדְ נָה‬
ְ ִ‫ ְו ַּהנ‬o ter sido quebrada,
‫תַּ ח ֶּ֑֫ ְֶתי ָה‬levantando-se quatro em ligar
dela.

Dn 8.22

4. ‫ש ְּפכֵּם עַּל־‬
ְ ִ ‫הַּק ֵֹּרא ְלמֵּי־ ַּהּי ָם ַּוּי‬Ele chamou as águas do mar, e
‫ ְּפנֵּי ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬então derramaram-no sobre a
terra.

Am 9.6

5. ‫שבִי ַּח שְאֹון יַּמִים … ַּוּי ְִיראּו‬ְ ‫ ַּמ‬O que aplaca o ruído dos

‫שבֵּי ְקצָֹות‬ְ ‫י‬mares… e os que habitam os


fins da terra…

Sl 65.8–9
6. ‫ ִהנֵּה ָהעָם הַּּיֹצֵּא ִמ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ַּויְכַּס‬Vede, um povo que sai do Egito,
‫ ֶאת־עֵּין ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬cobre a terra.
Nm 22.11

7. ‫ ָהאֵּל ַּה ְמ ַּאז ְֵֶּּ֫רנִי ֶָּ֫ ֑חי ִל ַּוי ִתֵּ ן תָ מִים‬O Deus que arma com forças e
‫דַּ ְרכִי׃‬faz os meus caminhos
perfeitos…

Sl 18.33

8. ‫שהּו‬
ֵּ ֶּ֫ ַּ ‫גֹועֵּר ַּבּי ָם ַּוּי‬Aquele que repreende o mar e
o seca.

Na 1.4

c Depois de um particípio usado como um predicado em tempo presente, wayyqtl


subordinado pode ter um sentido de presente estativo (# 9) ou um sentido de perfectivo
persistente (## 10–12).

p 562 9. ‫ ִהנֵּה ַּה ֶֶּ֫מלְֶך ב ֹכֶה ַּוּי ִתְ ַּאבֵּל‬Orei anda chorando e se
lamenta.

2Sm 19.2

10. … ‫נֹצ ְִרים ָבאִים … ַּוּי ִתְ נּו‬Vigias vêm de um terra remota
‫קֹולָם׃‬e levantarão sua voz.…
Jr 4.16

11. ‫שקֶר׃‬
ָ ֶּ֫ ‫כֻלֹו ֶּ֫ע ֹשֶה‬cada um usa de falsidade

‫שבֶר ַּעמִי‬
ֶ ֶּ֫ ‫ ַּוי ְַּרּפְאּו ֶאת־‬e curam a ferida de meu povo.
Jr 6.13–14
12. ‫חֹנֶה ַּמ ְל ַּאְך־יהוה … ַּוי ְ ַּח ְלצֵּם׃‬Oanjo do Senhor acampa… e
assim os livra…

Sl 34.8

d Depois de um infinitivo representando uma situação no passado, wayyqtl tende a


descrever uma situação perfectiva definida em tempo passado.

13. ‫ ְבב ֲָרכֹו א ֹתֹו ַּויְצַּו ָעלָיו לֵּאמ ֹר‬quando


ele o abençoou e o
enviou, dizendo…

Gn 28.6

14. ‫ ְבק ְָרבָתָ ם ִל ְפנֵּי־י ְהֹוָה ַּוּי ָ ֶֻּ֫מתּו׃‬quando eles se aproximaram do


Senhor e morreram.

Lv 16.1

15. ‫ ַּבעֲֹלתִ י ָה ֶָּ֫ה ָרה … ָו ֵּאשֵּב ָבהָר‬Quando subi ao monte… e


fiquei no monte…

Dt 9.9

Em referência a tempo presente, o wayyqtl pode ter uma variedade de sentidos, incluindo o
complexo (# 16) e o gnômico (## 17–18).

16. ‫מַּה־לְָך ְל ַּסּפֵּר ח ָ ֻ֑קי וַּתִ שָא‬que tens tu que recitar os meus
‫ב ְִריתִ י ֲעלֵּי־ ִֶּ֫פיָך׃‬estatutos e tomar meu
concerto em tua boca?

Sl 50.16

17. ‫שאִים‬
ִ ְ‫לְקול תִ תֹו … ַּוּי ַּ ֲעלֶה נ‬Fazendo ele soar a sua voz… e
subir vapores…

Jr 10.13

18. ‫שעִים … ַּוּיָצִיצּו כָל־‬


ָ ‫ ִבפְר ֹ ַּח ְר‬Quando o ímpio brota… e
florescem todos os que
‫ ֶּּ֫פ ֹ ֲעלֵּי ֶּ֫ ָ ֑אוֶן‬praticam a iniqüidade
Sl 92.8

33.4 Waw Simples + Conjugação de Prefixo

a Wəyqtl difere de wayyqtl com referência a ambos os elementos do composto, a


conjunção e a forma do verbo. Em 39.2, o coordenador é discutido; aqui observamos somente
características salientes do uso de wəyqtl.

b A conjunção não marca wəyqtl como sucessiva ou subordinada; é, antes, um conector


sem marca, embora possa apresentar (por razões mais léxicas do que gramaticais) uma oração
que está lógica ou temporalmente subordinada à sua predecessora (# 1). No p 563 hebraico
pós-exílio wəyqtl tende a recolocar um wəyqtl seqüencial (# 2). Depois de volitiva (coortativo,
imperativo, jussivo) a forma wəyqtl tem uma força conseqüencial (# 3; cf. 39.2.2). A
conjugação de prefixo nessa combinação é geralmente imperfectiva, por exemplo, no uso
habitual (# 4).

1. ‫שמ ֶֶּ֫ ָ֑עָך‬


ְ ִ ‫תַּ עְתִ יר ֵֶּּ֫אלָיו ְוי‬Tu orarás a ele e ele te ouvirá.
Jó 22.27

2. ‫שמַּע‬
ְ ִ‫ ְונִזְעַּק ֵּא ֶֶּ֫ליָך ִמצ ָָרתֵֶּּ֫ נּו וְת‬E nós clamamos em nossa
‫וְתֹושִיעַּ׃‬angústia e tu nos ouviste e nos
salvaste.

2Cr 30.9

3. ‫שכֶם ְוי ִשְ מַּע‬


ְ ‫ש ְמעּו ֵּאלֵּי ַּב ֲעלֵּי‬
ִ Ouvi-me a mim, cidadãos de
‫ ֲאלֵּיכֶם אֱֹלהִים׃‬Siquém, e Deus vos ouvirá a
vós.

Jz 9.7

4. ‫כִי ה ֶַּּ֫ש ֹחַּד י ְ ַּעּוֵּר ִּפ ְקחִים וִי ַּסלֵּף‬Um presente cega aquele que
‫דִ ב ְֵּרי צַּדִ יקִים׃‬vê e torce as palavras do justo.
Êx 23.8
p 564 34

Jussivo, Imperativo, Coortativo


34.1 Formas Volitivas

34.2 Formação Morfológica

2.1 Jussivo

2.2 Imperativo e Coortativo

34.3 Usos do Jussivo

34.4 Usos do Imperativo

34.5 Usos do Coortativo

5.1 Coortativo em Orações Independentes

5.2 Coortativo em Orações Dependentes

5.3 Pseudo-Coortativo

34.6 Jussivo e Coortativo depois de Imperativo

34.7 A Partícula ‫נא‬

34.1 Formas Volitivas

a A maior classe de sentenças é declarativa, isto é, aquelas que fazem um afirmação ou


reivindicação (p. ex., ‘Baruque escreveu o pergaminho’), mas outras sentenças simples são
encontradas, e o mais importante grupo dessas é a das volitivas. Nas línguas clássicas, grego e
latim, as formas volitivas estão associadas aos modos verbais, tais como: imperativo,
subjuntivo, e optativo. O inglês tem uma forma gramatical distinta para o imperativo (a
segunda pessoa volitiva), mas outras formas volitivas são compostas de verbos auxiliares (p.
ex., ‘let, shall, may’) com formas simples de verbo. Em hebraico há um conjunto de formas
volitivas, o coortativo, imperativo, e jussivo. Estas formas não compõem um modo, contudo,
uma vez que são morfologicamente independentes; em formas primitivas da língua, o jussivo
(< yaqtul) e o coortativo (< yaqtula) formaram conjugações distintas em todas as pessoas. Os
volitivos hebraicos formam uma classe funcional.

b Porque as formas do jussivo (principalmente a terceira pessoa), imperativo (segunda


pessoa), e coortativo (primeira pessoa) não coincidem extensivamente em seus usos, as três p
565 formas juntas compreendem um sistema unificado para a expressão da vontade do
falante. As formas uma vez separadas, agora funcionam juntas para formar a classe volitiva.
primeira pessoacoortativo

segunda pessoa positivoimperativo / não-perfectivo

negativoʾl + jussivo / ʾl + não-perfectivo

terceira pessoajussivo

As formas se destinam a um grau limitado, mais especificamente na forma do jussivo para a


função de imperativo negativo. Além disso, os usos coincidem por causa das palavras
substitutas para os pronomes pessoais, por exemplo, palavras para ‘alma’, ‘coração’, etc.
Construções que diferem na gramática no nível superficial da linguagem (p. ex., ‘Posso eu…’,
primeira pessoa; ‘Ó minha alma, podes tu…’, segunda pessoa; ‘Pode minha alma…’, terceira
pessoa) estão num nível mais profundo semanticamente equivalente.

c Os termos imperativo e jussivo referem-se etimologicamente a expressões absolutas da


vontade (do latim: impero ‘mandar’, jubeo ‘ordenar’). De fato, essas formas podem exprimir
diversos graus de volição (do latim: volo ‘desejar’), como exprimem construções comparáveis
em outras línguas. Através da formas volitivas um falante almeja impor a vontade dele ou dela
em outra pessoa (ou, em linguagem figurada, numa coisa). A força com que aquela vontade é
exercida depende de vários fatores, incluindo a posição social do falante de frente de seu
interlocutor, o contexto social do discurso, e o significado do verbo. Por essas razões, as
variações precisas das formas volitivas podem variar da ordem, da advertência, permissão de
pedir, desejo, etc.

d A classe de formas volitivas é a base para o estudo sintático de expressões volitivas, mas
é somente a base. Algumas descrições de ordens ou exortações envolvem a conjugação
perfectiva (30.5.4) e outras, a conjugação não-perfectiva (31.5). A forma jussiva não é sempre
morfologicamente distinta das outras formas de prefixo (33.1). O coortativo é quase sempre
marcado por verbos com final he, raramente por verbos com final aleph, e é indistinguível
diante de sufixos. Uma forma ʾqtl pode ser aceita para denotar volição (isto é, pode ser tomada
como coortativo) em um meio onde um coortativo ocorreria, por exemplo, depois de ‫ אל‬ou
‫ נא‬ou depois de um imperativo (34.6.7). Às vezes o imperativo é recolocado por um infinitivo
absoluto (35.5.1). Por causa dessas complexidades relativas, discutimos a morfologia das
formas volitivas antes de tratar do uso.

p 566 34.2 Formação Morfológica

34.2.1 Jussivo
a Os dialetos cananeus antecedentes do hebraico distinguiam formas de prefixo yaqtulu e
yaqtul, como observamos (19.4, 31.1.1, 33.1.2). O jussivo hebraico, em certo sentido, derivou
da forma abreviada yaqtul. Sejam o que forem os fatos históricos, há dois grupos de formas
yiqtol no Hebraico Bíblico: a longa e a abreviada, para certos graus verbais e raízes. Em casos
onde a diferença é encontrada, a forma abreviada é o jussivo (como, também, a forma
wayyqtl).

forma longajussivo

‫יַּכ ְֵּרתיַּכ ְִרית‬

‫ִֶּ֫יגֵּליִגְלֶה‬

‫י ֵֶֶּּ֫ראי ְִראֶה‬, ‫ֵֶּּ֫י ֶרא‬

‫ִֶּ֫יחַּריֶח ֱֶרה‬

‫י ָ ֻקםי ָקּום‬

‫י ָ ֵּקםיָקִים‬

A diferenciação não é comum, contudo, e não há nenhuma distinção morfológica entre as


formas do jussivo e não-jussivo com a maioria das raízes. Por exemplo, na bênção arônica, a
rigor, somente dois dos seis verbos são jussivos, embora todos tenham o mesmo sentido
volitivo.

‫שמ ְֶֶּ֫רָך׃‬
ְ ִ ‫יְב ֶ ָָֽרכְָך יהוה ְוי‬YHWH te abençoe e te guarde.

‫יָאֵּר יהוה ָּפנָיו ֵּא ֶֶּ֫ליָך וִיחֻנֶ ָֽךָ׃‬YHWH faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e
tenha misericórdia de ti.
‫יִשָא יהוה ָּפנָיו ֵּאלֶיָך‬YHWH sobre ti levante o seu rosto

‫ ְויָשֵּם לְָך שָלֹוָֽם׃‬E te dê a paz.


Nm 6.24–26

Em tal situação todos os verbos são considerados como jussivos. Em alguns exemplos, a forma
distintiva do jussivo não é usada, mesmo quando parecesse (cf. 1Sm 25.25, ‫שים‬
ִ ָ‫י‬ ‫)ַאל־נָא‬, um
fenômeno que já observamos com wayyqtl (veja 33.1.1b). A forma mais longa é mais comum
antes de uma forma pausal ou em pausa (p. ex., ‫וְתֵּ ָראֶה‬, Gn 1.9; e ‫ ְוי ְִראֶה‬, 2Rs 6.17). Esta
cisão esporádica entre forma e significado adverte-nos para distinguir entre forma jussiva e
sentido jussivo; é a mais recente com que estamos principalmente interessados. Por causa da
ampla polissemia de formas yqtl o intérprete deve julgar na maioria dos exemplos sobre a base
da pertença semântica se a forma é jussiva ou não-perfectiva (veja 3.2.3).

p 567 b Nos estágios mais primitivos do semítico do Noroeste a conjugação de prefixo


abreviado seria usada com todas as três pessoas, mas no Hebraico Bíblico está mais restrita à
terceira pessoa (tanto nas sentenças positivas quanto nas negativas) e à segunda pessoa
(principalmente em sentenças negativas). Tanto com a segunda pessoa como com a terceira as
formas jussivas, a partícula negativa usual é ‫ ַאל‬preferencialmente a ‫ֹלא‬. A combinação de ‫אל‬
com a segunda pessoa jussiva constitui o imperativo negativo; a forma do imperativo mesmo
não pode ser precedido por uma partícula negativa. A forma não-perfectiva com ‫ אל‬pode ter
um sentido semelhante. A construção com ‫ אל‬tende a refletir urgência e aquela com ‫אל‬
legislação. Com a terceira pessoa jussiva ‫ אל‬assinala um jussivo negativo.

c Raramente uma forma jussiva ocorre onde poderíamos esperar uma forma de
conjugação não-perfectiva (cf. Sl 25.9, 47.4, 90.3, 107.29; Is 12.1; Jl 2.2, etc.). Essas formas
imprevistas de jussivo podem ser devidas à confusão entre os grupos de formas ou a
corrupções textuais; ou elas podem representar vestígios de um sistema verbal mais primitivo.
Alguns gramáticos as explicam em fundamentos rítmicos. Por causa dessa confusão formal
secundária, é melhor, em passagens problemáticas dessa natureza, ser orientado mais pelo
sentido do que pela forma. Uma abordagem semelhante é justificada em algumas passagens,
onde a vocalização que caracteriza o jussivo ocorre com a primeira pessoa (cf. Is 42.6).

d Semelhantemente, embora a partícula negativa com a forma jussiva numa cláusula


jussiva seja normalmente ‫ַאל‬, às vezes se encontra ‫( ֹלא‬cf. 1Rs 2.6, Ez 48.14). esses exemplos,
além disso, sugerem que as formas são, em pequeno grau, confundidas dentro da tradição
massorética.
e A partícula ‫ַאל‬, como ‫ֹלא‬, regularmente se encontra imediatamente diante do verbo,
mas ocasionalmente ocorre diante de um membro fortemente enfatizado da outra sentença
do que do verbo (cf. Is 64.8; Jr 10.24, 15.15; Sl 6.2, 38.2).

34.2.2 Imperativo e Coortativo

a Todas as línguas semitas expressam o imperativo, a forma que denota modo volitivo
para a segunda pessoa, por uma forma semelhante à da segunda pessoa da conjugação de
prefixo. Isto é o mais evidente em hebraico no Piel: compare ‫ תְ ַּדבֵּר‬e ‫דַּ בֵּר‬. A ‘queda’ p 568
aparente do prefixo ‘tu’ não é diferente no imperativo em português, que, também,
normalmente suprime o pronome, p. ex.: ‘Vai!’, não: ‘Tu irás!’. Nos graus Niphal, Hiphil, e
Hithpael, um he protético é adicionado para ‘proteger’ os padrões característicos de infixo
desses graus, por exemplo: ‫שמֵּר‬
ָ ‫ ִה‬, ‫הֹושַּע‬, ‫הִתְ ַּחזַּק‬, etc. O Pual e Hophal regularmente não
formam imperativos. A situação no Qal é algo complexo. Como com outras formas não-
perfectivas (22.3), verbos Qal fientivo e estativo são distinguidos: ‫ קְט ֹל‬fientivo versus ‫ְקטַּל‬
estativo. A forma do feminino plural ‫ ק ְֶּ֫ט ֹ ְלנָה‬usa a mesma base como o masculino singular,
enquanto que as formas do feminino singular e o masculino plural (aquelas com terminações
envolvendo uma vogal) usam um número de outras bases (‫ּו‬/ ‫ ִק ְטלִי‬, ‫ּו‬/ ‫ ָק ְטלִי‬, pausal ‫ק ְֶּ֫ט ֹלִי‬
‫ּו‬/), que também são encontradas com formas que recebem sufixos pronominais. A forma
longa do imperativo com final ‫ָָ ה‬-, é encontrada com o masculino singular. O morfema –ā
está relacionado com o –ā do coortativo. A proibição na segunda pessoa é expressa por uma
partícula negativa com o jussivo (34.2.1b), preferencialmente com a forma imperativa.

b O coortativo, como alternativa de Qal imperativo com ‫ָָ ה‬- sufixo, é derivado de uma
conjugação volitiva cananita mais primitiva yaqtula. Em hebraico, a forma é encontrada quase
exclusivamente na primeira pessoa do singular e do plural.

34.3 Usos do Jussivo

a As expressões de volição da terceira pessoa são encontradas numa variedade de


colocações de discursos. Se o jussivo é usado com sua força pragmática ordinária, pode ser
dirigido de uma superior para uma inferior ou vice-versa. Um caso especial da primeira
situação é apresentado pelo jussivos divinos; esses têm força de uma ordem. Um jussivo
dirigido ao reino divino (explícita ou implicitamente) pode ser uma bênção ou maldição. O
jussivo pode, também, ser usado retoricamente, transmitindo uma força pragmática evidente.

b O sentido de um jussivo em discurso simples geralmente resulta das relações de status


do falante e destinatário. Quando um superior usa o jussivo com referência a um inferior, a
força volitiva pode ser uma ordem (humana, # 1; divina, # 2), exortação (# 3), conselho (# 4),
convite ou permissão (# 5). Às vezes o jussivo qualifica ou restringe um imperativo (# 6). Um
jussivo de segunda pessoa pode ter o sentido de uma ordem (# 7). Quando um inferior usa o
jussivo com referência a um superior, pode denotar um pedido urgente (# 8), oração (# 9), ou
pedido para permissão (## 10–11). Freqüentemente ele é seguido por ‫( נָא‬## 4, 8, 10; veja
34.7).

1. ‫ ַּאְך אִיש ַאל־י ֵָּרב וְַאל־יֹוכַּח‬Todavia, ninguém contenda,


‫אִיש‬nem qualquer repreenda.
Os 4.4

2. ‫יְהִי אֹור‬Haja luz.


Gn 1.3

p 569 3. ‫ֵּיתֹו‬
֑ ‫יֵּלְֵּך ְוי ָש ֹב ְלב‬Vá, e torne-se à sua casa.
Dt 20.5

4. ‫תְ הִי־נָא לְָך תַּ חְתֶֶּ֫ יהָ׃‬Toma-a em seu lugar.


Jz 15.2

5. ‫ ִאתִ י יַּעֲב ֹר ִכ ְמהָם‬Quimã passará comigo.


2Sm 19.39

6. ‫שמַּע‬
ְ … ‫ַאל־י ֵַּּרע ְבעֵּי ֶֶּ֫ניָך‬Não te pareça mal aos teu olhos
‫בְק ָֹלּ֑ה‬acerca do moço.…ouve a sua
voz…

Gn 21.12

7. ‫ש ְמעֲָך ֶאת־קֹול ְצ ָעדָה‬ ָ ‫וִיהִי ְב‬E há de ser que, ouvindo tu um


‫ב ְָראשֵּי ַּה ְב ָכאִים ָאז תֶ ח ָ ֱ֑רץ‬estrondo de marcha pelas
copas da amoreira, então te
apressarás.

2Sm 5.24
8. ‫י ַּ ֲעבָר־נָא ֲאדֹנִי‬Ora, passe o meu Senhor diante
de seu servo…

Gn 33.14

9. ‫ַאל־י ִתֵּ ן לַּמֹוט ַּרגְ ֶֶּ֫לָך‬Não deixará vacilar o teu pé.


Sl 121.3

10. ‫יֵּלְֶך־נָא ֲאדֹנָי ְבק ְִר ֵֶּּ֫בנּו‬Vá


agora o Senhor diante de
nós…

Êx 34.9

11. ‫יֹסֵּף יהוה לִי בֵּן ַאחֵּר׃‬YHWH me acrescente outro


filho.

Gn 30.24

c Uma bênção (## 12–15) ou maldição (## 16–18) pode tomar a forma de uma cláusula
jussiva.

12. ‫יְהִי ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬Viva o rei!


1Sm 10.24; cf. 1Rs 1.25, etc.

13. ‫ש ָר ֵּ ֑אל‬
ְ ִ ‫כ ֹה תְ ב ֲָרכּו ֶאת־ ְבנֵּי י‬Assim abençoareis os filhos de
‫ָאמֹור ָלהֶם׃ … יָאֵּר יהוה ָּפנָיו‬Israel, dizendo: “…YHWH faça
seu rosto resplandecer sobre
‫ ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬sobre vós.”

Nm 6.23,25

14. ‫וִיהִי אֱֹלהִים ע ָ ִ֑מְך‬E Deus será contigo.


Ex 18.19
15. ‫יְהִי ְראּובֵּן וְַאל־י ָמ ֹת‬Viva Rúben e não morra.
Dt 33.6

16. ‫וִיהִי ְכ ֶַּּ֫נעַּן ֶֶּ֫עבֶד ֶָּ֫למֹו׃‬E seja Canaã seu servo.


Gn 9.26

17. ‫תִ גָל ע ְֶרוָתֵּ ְך‬A tua vergonha se descobrirá.


Is 47.3

18. ‫יֹום ֲאשֶר־יְלָדֶַּּ֫ תְ נִי ִאמִי ַאל־יְהִי‬O dia em que minha mãe me
‫בָרּוְך׃‬deu à luz não seja bendito.
Jr 20.14

p 570 d A força pragmática usual do jussivo pode estar desaparecida nos contextos
poéticos ou na prosa literária. Em alguns casos esse desaparecimento surge dos sentimentos
projetados sobre a natureza, como observa S. R. Driver.

Para o poeta, seja qual for a sua língua ou país, o mundo é animado pela vida,
vibrando em harmonia com ele mesmo, cujo olho prosaico é incapaz de
discernir: para ele, não meramente o mundo animal, mas a natureza
inanimada, também, está palpitando com emoções humanas, e agudamente
susceptível a toda impressão de fora (p. ex. Sl 65.14, 104.19, 114.3–6; Is
35.1f.); ele dirige ousadamente pessoas e objetos não realmente presentes (p.
ex. Is 13.2, 23.1f., 4; 40.9 etc.; Sl 98.7f.), ou povos uma cena com seres
invisíveis, as criações de sua própria fantasia (Is 40.3, 57.14, 62.10); ele sente,
e expressa uma simpatia intensa com os caracteres a transações ele tem de
lidar. O resultado é que em vez lugar de descrever uma ocorrência na
linguagem de um fato simples, o poeta muitas vezes gosta de representálo sob
a forma de uma ordem procedente dele mesmo.

Os dispositivos literários específicos envolvidos são personificação (## 19–20) e metonímia


(21–22); nos últimos casos fica um lugar para o povo que vive nele (observe o plural no # 22).
O jussivo é também usado para variar seqüências e a contextura literária, criando oratio
variata (do latim: oração variada) (## 23–24). Uma forma dessa oratio está baseada na
apóstrofe, discurso direto a uma pessoa, depois de uma passagem falando a respeito daquela
pessoa (# 25).
19. ‫י ְִרעַּם ַּהּי ָם ּומְֹלאֹו׃‬Brame o mar e a sua plenitude.
Sl 96.11

20. ‫ֲאּו־כ֑ף‬
ָ ‫נְהָרֹות י ִ ְמח‬Os rios batam as palmas.
Sl 98.8

21. ‫ש ְמחּו ִאּי ִים ַּרבִ ָֽים׃‬


ְ ִ ‫תָ גֵּל ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ י‬Regozije-se
a terra; alegrem-se
as muitas ilhas.

Sl 97.1

22. ‫ ִי ְָֽיראּו מֵּיהוה כָל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬Toda a Terra tema YHWH.
Sl 33.8

23. ‫ֶל־דל … וְַאל‬


֑ ָ ‫שכִיל א‬ ְ ‫ש ֵּרי ַּמ‬ ְ ‫ ַּא‬Bem-aventurado é aquele que
‫תִ תְ ֵֶּּ֫נהּו ְב ֶֶּ֫נפֶש אֹיְבָיו׃‬atende o pobre… E tu não o
entregarás à vontade de seus
inimigos.

Sl 41.2–3

24. ‫ ִמצִּיֹון … אֱֹלהִים הֹופִיעַּ׃ י ָב ֹא‬Desde Sião … a perfeição da


‫אֱֹל ֵֶּּ֫הינּו וְַאל־יֶח ֱַּרש‬formosura resplandeceu Deus;
virá o nosso Deus e não se
calará.

Sl 50.2–3

25. ‫ִשבעּו י ְ ַּהלְלּו‬


֑ ָ ֶּ֫ ‫יאֹכְלּו ֲענָוִים ְוי‬Os mansos comerão e se
‫יהוה ד ְֹר ָ ֑שיו יְהִי ְל ַּב ְבכֶם ָלעַּד׃‬fartarão; Louvarão o Senhor os
que o buscam; O vosso coração
viverá eternamente.

Sl 22.27
p 571 34.4 Usos do Imperativo

a Expressões de volição da segunda pessoa são formadas com o imperativo ou não-


perfectivo, se positivo; se negativo, o jussivo é usado com ‫ אל‬ou o não-perfectivo com ‫לא‬. O
imperativo positivo difere do não-perfectivo regulamentar ou legislativo, sendo em exigência
mais urgente ou imediata, ação específica na parte do destinatário (## 1–2); a diferenciação
não é precisa. Nenhuma diferenciação é possível entre as formas (‫ ָָ ה‬-) regulares e as longas
do imperativo, desde que ocorram em contextos semelhantes (## 3–4) Com alguns verbos de
formas mais longas transformaram as formas fixas do imperativo, por exemplo: ‫ֶּ֫חּושָה‬
‘apressa-te’, ‫ּורה‬
ָ ‫‘ ֶּ֫ע‬desperta’, ‫‘ ַּה ִֶּ֫גישָה‬aproxima-te’, ‫ש ְבעָה‬
ָ ֶּ֫ ‫‘ ִה‬jura’, ‫שיבָה‬
ִ ֶּ֫ ‫‘ ַּה ְק‬escuta’.
1. ‫וַּּי ֹאמֶר לָה ֶּ֫ב ֹעַּז ְלעֵּת ה ֶָּ֫א ֹכֶל ֶּ֫ג ֹשִי‬E sendo já horas de comer,
‫הֲֹלם‬disse-lhe Boaz: “Achega-te aqui
e come do pão.”

Rt 2.14

2. ‫ ְו ַּכ ֲאשֶר תִ ְראֵּה ֲעשֵּה עִם־‬E conforme vires, te hajas Com


‫ ֲעבָדֶֶּ֫ יָך׃‬teus servos.
Dn 1.13

3. ‫וַּּי ֹא ְמרּו ַּל ֶַּּ֫זי ִת ָע ֵֶּּ֫לינּו׃‬Edisseram à oliveira: Reina


sobre nós.

Jz 9.8 Queri

4. ‫ָָאטד‬
֑ ָ ‫וַּּי ֹא ְמרּו כָל־ ָה ֵּעצִים אֶל־ה‬Então as árvores disseram aos
‫לְֵּך ַּאתָ ה ְמלְָך־ ָע ֵֶּּ֫לינּו׃‬espinheiros: Vem tu, e reina
sobre nós.

Jz 9.14

b O uso principal do imperativo, como sugerido, envolve ordens diretas (## 5–7). Um
imperativo pode, também, conceder permissão (## 8–10) ou transmitir um convite (## 11–13)
ou um desejo (## 14–15). Os imperativos podem ser usados sarcasticamente (## 16–17).

5. ‫ ִה ֶָּּ֫פ ֶרד נָא ֵּמע ָָל֑י‬Separa-te de mim.


Gn 13.9
6. ‫שִים־נָא י ָדְ ָך תֶַּּ֫ חַּת י ְֵּרכִי׃‬Coloca tua mão sob minha
coxa.

Gn 24.2

7. ‫שפְטּו־דַּל‬
ִ Defendei o pobre…
Sl 82.3

8. ‫(וִיהִי־מָה ָארּוץ ו ֶַּּּ֫י ֹא ֶמר לֹו רּו֑ ץ‬disse


Aimaás): Seja o que for,
correrei. Disse Joabe: Correi.

2Sm 18.23

9. ‫ ַּוּי ִ ְפצְרּו־בֹו עַּד־ב ֹש ו ֵֶּּּ֫י ֹאמֶר‬Mas eles apertaram com ele,


‫ש ֶּ֑֫ ְָלחּו‬até se enfastiar; E disse-lhe:
Enviai.

2Rs 2.17

p 572 10. ‫ ֲעלֵּה ּוקְב ֹר אֶת־ָא ִֶּ֫ביָך ַּכ ֲאשֶר‬Vai e sepulta teu pai, como ele
ְ ‫ ִה‬te fez jurar (sepultar).
‫שבִי ֶֶּ֫עָך׃‬
Gn 50.6

11. ‫שפְטּו־נָא בֵּינִי‬


ִ ‫ְהּודה‬
֑ ָ ‫ ְואִיש י‬Homens de Judá, julgai entre
‫ּובֵּין כ ְַּרמִי׃‬mim e minha vinha.
Is 5.3

12. ‫תְ נָה־נָא ָלהֶם ִככַּר־ ֶֶּ֫כסֶף‬Dá-lhes um talento de prata e


duas mudas de vestidos.

2Rs 5.22

13. ‫ש ְפטָה ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬


ָ ‫קּומָה אֱֹלהִים‬Levanta-te, ó Deus, julga a
terra.

Sl 82.8

14. ‫ת־ר ְבקָה … ַּאתְ ֲהי ִי‬


ִ ‫ ַּויְב ֲָרכּו ֶא‬E abençoaram a Rebeca…sejas
‫לְַא ְלפֵּי ְרב ָ ָ֑בה‬tu em milhares de milhares.
Gn 24.60

15. ‫ְָאר ִרים‬


ֲ ‫ ִהנָקִי ִממֵּי ַּהמ ִָרים ַּהמ‬Destas águas amargas,

‫ ָה ֵּאלֶה׃‬amaldiçoantes, serás livre.


Nm 5.19

16. ‫ש ֲאלִי־לֹו ֶאת־ ַּהמְלּוכָה כִי הָּוא‬ ַּ ‫ ְו‬Pede o reino para ele (Adonias)
‫(ָאחִי ַּהגָדֹול מ ֶּ֑֫ ִֶמנִי‬porque é meu irmão mais
velho)

1Rs 2.22

17. ‫שעּו‬
ְ ‫ ֶּ֫ב ֹאּו בֵּית־אֵּל ּו ִפ‬Vinde a Betel e transgredi.
Am 4.4

c O imperativo, como o jussivo, tem usos em que sua força ordinária foi perdida. A figura
da heterose (do grego: ἑτέρωσις, hetérosis = mudança) envolve a mudança de uma forma
gramatical por outra; com o imperativo, a heterose cria uma promessa ou uma predição a ser
cumprida no futuro, tornado mais enfático e intenso do que seria o caso se fosse usada a
conjugação de prefixo (## 18–20).

18. ‫שנָה‬ ָ ‫שנָה ָספִי ַּח ּו ַּב‬ ָ ‫ָאכֹול ַּה‬Este ano se comerá o que
‫שנָה‬ ָ ‫שנִית ס ִ ָ֑חיש ּו ַּב‬ ֵּ ‫ ַּה‬nascer por si mesmo, e no ano
seguinte o que daí proceder;
‫שלִישִית ז ְִרעּו ְו ִקצְרּו ְונִטְעּו‬ ְ ‫ ַּה‬porém no terceiro ano semeais
‫כ ְָרמִים ְו ִאכְלּו פ ְִרי ָם׃‬e segai, e plantai vinhas e comei
os seu frutos.

2Rs 19.29
19. ‫שלַּח יהוה ִמצִּי֑ ֹון‬ ְ ִ ‫ ַּמטֵּה־ ֻעז ְָך י‬O Senhor enviará o cetro da tua
‫ ְרדֵּ ה ְב ֶֶּ֫ק ֶרב אי ְ ֶֶּ֫ביָך׃‬fortaleza desde Sião: Domina
no meio dos teus inimigos.

Sl 110.2

20. ‫כֹוננִי ַּר ֲחקִי מ ֵֶּּ֫ע ֹשֶק‬


ָ ֶּ֑֫ ִ‫ ִבצְדָ קָה ת‬Comjustiça serás confirmada;
estarás longe da opressão.

Is 54.14

A apóstrofe com o imperativo é geralmente dirigida a pessoas não especificadas ou indefinidas


(## 21–22); o jussivo personalizado é semelhante (34.3d).

21. ‫שּפֶה שְאּו־נֵּס ה ִֶָּ֫רימּו‬


ְ ִ‫עַּל הַּר־נ‬Alçai uma bandeira sobre o
‫קֹול ל ֶ ָ֑הם‬monte escalvado; levantai a voz
para eles.

Is 13.2

p 573 22. ‫ ָה ִֶּ֫כינּו ְל ָבנָיו ַּמ ְט ֵּב ַּח‬Preparai a matança para os


filhos…

Is 14.21

34.5 Usos do Coortativo

a A forma volitiva da primeira pessoa apresenta muito mais complexidades do que o


jussivo ou o imperativo. Em sua obra sobre o dialeto de Biblos da Idade do Bronze recente
cananita, W. L. Moran distingue dois usos de yaqtula como primários, calculando cerca de dois
terços dos exemplos: (a) o “volitivo direto,” para expressar um desejo, pedido, ou ordem, e (b)
o “volitivo indireto,” em sentenças de propósito ou resultado intencionado. Ambos têm
análogos entre os usos do coortativo hebraico. O yaqtula de Biblos é também encontrado em
sentenças condicionais, em prótase e apódose. As formas hebraicas –â (cf. 34.1d) podem ser
distinguidas segundo sua ocorrência em sentenças independentes ou dependentes.

34.5.1 Coortativo em Orações Independentes

a O coortativo expressa a vontade ou forte desejo do locutor. Em casos onde o locutor tem
a habilidade de executar uma inclinação, ele adquire o disfarce de resolução (‘Eu quero…’; ##
1–4). Em outros casos, onde o locutor não pode efetuar um desejo sem o consentimento do
interlocutor, ele conota um pedido. (‘Posso eu…’; ## 5–7). O sentido é optativo quando a
vontade do locutor envolve dúvida, uma potencialidade indefinida (‘Eu poderia / posso…’; ##
8–9). Finalmente, na primeira pessoa do plural, os locutores usualmente procuram investigar
ou encorajar um ao outro para alguma ação (‘Possamos…’; ## 10–12). Pela etimologia o termo
“coortativo” é aplicável somente nesse último uso (do latim: cohortor ‘encorajar’), mas o
termo tem sido desdobrado para atingir outros usos mencionados aqui. A partícula negativa
com o coortativo é ‫( אל‬# 2).

1. ‫ ֵּא ְלכָה ְוא ְֶר ֶֶּ֫אנּו‬Eu irei e o verei.


Gn 45.28

2. ‫ַאל־ ֶא ְראֶה בְמֹות ַּה ֶּ֑֫ ָּילֶד‬Que


não veja eu morrer o
menino.

Gn 21.16

3. ‫ ַּו ֲאזַּמ ְָרה שֵּם־יהוה ֶעלְיֹון׃‬Eu louvarei o Deus Altíssimo.


Sl 7.18

4. ‫ַּד־כ ֹה‬
֑ ‫ ַּו ֲאנִי ְו ַּה ֶַּּ֫נעַּר נֵּ ְלכָה ע‬Eu e o moço iremos até ali e
‫ש ַּת ֲחוֶה‬ ְ ִ‫ ְונ‬adoraremos.
Gn 22.5

p 574 5. ‫וְָאמ ְַּרתֶָּ֫ א ֹ ְכלָה ָבשָר‬Como disseste: “Comerei a


carne”

Dt 12.20

6. ‫ב ְַּרגְלַּי ֶאע ֱֶּ֫ב ֹ ָרה׃‬Deixa-me somente atravessar a


pé.

Nm 20.19

7. ‫נִ ְּפלָה־נָא ְבי ַּד־יהוה … ּו ְבי ַּד־‬Porém caiamos nas mãos de


Deus… mas nas mãos dos
‫ָאדָ ם ַאל־א ֶֶּּ֫פ ֹלָה׃‬homens não caia eu.
2Sm 24.14

8. ‫עַּל־מִי ֲאדַּ ב ְָרה וְָאעִידָה‬Aquem falarei para que me


ouça?

Jr 6.10

9. ‫אּולַּי ֲא ַּכּפ ְָרה ְבעַּד ַּחטַּאתְ כֶם׃‬Porventura


farei propiciação
por vosso pecado.

Êx 32.30

10. ‫נֵּ ְלכָה ד ֹתֶָּ֫ יְנָה‬Vamos a Dotã.


Gn 37.17

11. ‫נֵּ ְלכָה ַאח ֲֵּרי אֱֹלהִים ֲאח ִֵּרים‬Sigamos outros deuses.
Dt 13.3

12. ‫נְנַּתְ קָה ֶאת־מֹוסְרֹותֵּימֹו‬Rompamos as suas ataduras.


Sl 2.3

O efeito do plural coortativo é freqüentemente intensificado por um verbo de movimento no


imperativo, que funciona como um verbo auxiliar ou interjeição. Os verbos usados incluem hlk
(## 13–16), bw ʾ(# 17), e qwm (## 18–20); o verbo yhb ‘dar’ ocorre somente no imperativo, às
vezes nessa função (# 21). Esse imperativo pode ser ligado ao coortativo com um waw (## 13–
15, 18–20) ou pode ser justaposto assindeticamente (## 16–17, 21).

13. ‫ ְלכָה ְונִ ְק ְרבָה בְַאחַּד ַּהמְק ֹ֑מֹות‬Caminha,


e cheguemos a um
daqueles lugares.

Jz 19.13 Qeri; cf. v 11


14. ‫לְכּו ְונֵּ ְלכָה עַּד־הָר ֶ ֹ֑אה‬Vinde, e vamos ao vidente.
1Sm 9.9

15. ‫לְכּו־נָא ְונִ ָּו ְכחָה‬Vinde, então, e argüi-me…


Is 1.18

16. ‫לְכּו נ ְַּרנְנָה לַּיהוה‬Vinde, cantemos ao Senhor.


Sl 95.1

17. ‫שתַּ ֲחוֶה ְונִכ ָ ֑ ְֶּ֫רעָה‬


ְ ִ‫ ֶּ֫ב ֹאּו נ‬Ó vinde, adoremos.
Sl 95.6

18. ‫שבָה‬
ֻ ֶּ֫ ָ‫ ֶּ֫קּומָה ְונ‬Levanta-te e voltemos.
Jr 46.16

19. ‫ ֶּ֫קּומִי ְונֵּ ֵֶּּ֫לכָה‬Levanta-te e vamo-nos.


Jz 19.28

20. ‫ ֶּ֫קּומִי ְונֵּב ְֶָּ֫רחָה‬Levantai-vos e fujamos.


2Sm 15.14

p 575 21. ‫ ֶָּ֫הבָה נ ְֵּרדָה‬Eia, desçamos.


Gn 11.7

34.5.2 Coortativo em Orações Dependentes

a Em sentenças constituídas de mais de uma cláusula o coortativo poder encontrado em


sentenças de propósitos dependentes e na prótase (‘se’) ou apódose (‘então’) cláusulas de
sentenças condicionais. Esses usos estão intimamente relacionados com sua função de orações
independentes para expressar auto-inclinação com o modo de dubiedade.

b Com a variação de propósito ou resultado intencionado a forma coortativa muitas vezes


ocorre depois de outra forma volitiva (## 1–3; cf. 34.6) e às vezes depois de uma pergunta (##
4–6).

1. ‫ ְו ָה ִֶּ֫ביָאה לִי וְא ֶּ֑֫ ֵֹּכלָה‬E traze-mo para que eu coma.


Gn 27.4

2. ‫ ָחנְ ֵֶּּ֫ננִי … ְל ֶַּּ֫מעַּן ֲא ַּסּפ ְָרה כָל־‬Tem misericórdiade mim,


‫תְ ִהלָתֶ יָך‬Senhor; para que eu conte
todos os teus louvores…

Sl 9.14–15

3. ‫ַאל־נָא ִֶּ֫יחַּר לַּאדֹנָי ַּו ֲאדַּ ֵֶּּ֫ב ָרה‬Ora,


não se ire o meu senhor,
se eu ainda falar.

Gn 18.30; cf. v 32

4. … ‫ ַּהאֵּין ּפ ֹה נָבִיא לַּיהוה‬Não há aqui algum profeta do


‫ ְונִדְ ְרשָה מֵּאֹותֹו׃‬Senhor… ao qual possamos
consultar?

1Rs 22.7

5. ‫מִי־ ִהגִיד מֵּר ֹאש ְונֵּדֶָּ֫ עָה‬Quem anunciou isto desde o


princípio?

Is 41.26

6. ‫ירה‬
ָ ‫ש ִֶּ֫ב‬
ְ ַּ‫ ָמתַּ י יַּעֲב ֹר ה ֶַּּ֫ח ֹדֶש ְונ‬Quando passará a lua nova para
‫שבֶר‬ ֶ ֶּ֫ vendermos o grão?
Am 8.5
Em sentenças condicionais, o coortativo pode ser usado ou na prótase (## 7–9) ou na apódose
(## 10–12).

7. ‫אִם … ְו ַּא ִֶּ֫ציעָה שְאֹול ִה ֶֶּ֫נָך׃‬Se … eu fizer no Seol a minha


cama, eis que ali tu estás
também.

Sl 139.8

8. ‫אִם־ ֲאדַּ ב ְָרה ֹלא־י ֵּ ָחשְֵּך ְכא ִ ֵּ֑בי‬Seeu falar a minha dor não
cessa.

Jó 16.6

9. ‫ָאקּומָה ַּוי ְדַּ בְרּו־בִי׃‬


ֶּ֫ E levantando-me eu, falam
contra mim.

Jó 19.18

10. ‫שי ִת ַּב ִמ ְל ָחמָה‬


ַּ ֶּ֫ ‫שמִיר‬
ָ ‫מִי־י ִתְ ֵֶּּ֫ננִי‬Quem me poria sarças e

‫שעָה בָּה‬ ְ ‫ ֶא ְפ‬espinheiros, diante de mim na


guerra?

Is 27.4

p 576 11. ‫מִי־י ִתְ ֵֶּּ֫ננִי ַּב ִמדְ בָר מְלֹון א ְ ָֹֽרחִים‬Oxalá tivesse no
deserto uma
‫ ְו ֶא ֶעזְבָה ֶאת־ ַּעמִי‬estalagem de caminhantes!
Então deixaria o meu povo.

Jr 9.1

12. ‫אּולַּי יְפֻתֶ ה וְנּו ְכלָה לֹו ְונִ ְקחָה‬Bem pode ser que se deixe

‫נִ ְק ָמתֵּ נּו ִממֶנּו׃‬persuadir; então


prevaleceremos contra ele.

Jr 20.10

34.5.3 Pseudo-Coortativo
a A forma do coortativo, às vezes, é usada onde está faltando um sentido apropriado. O
uso de uma forma única para denotar tanto modos volitivos quanto indicativos não pode ser
facilmente explicado. Padrões divergentes semelhantes de yaqtula estão provados nas cartas
de Amarna de Biblos; Moran prudentemente oferece esta explicação: “Podemos somente
sugerir que em sentenças de resultado intencional a idéia de realização verdadeira começou a
substituir a de intenção, todavia não completamente, e assim (u[‘e’]) yaqtula, ainda aceito
como indicando um resultado desejado, expressa um resultado real somente depois de uma
sentença na primeira pessoa.” Esse uso no cananeu primitivo exclui a sugestão de alguns dos
hebraístas mais antigos que, em certas passagens, o coortativo não denota impulso interno,
mas compulsão externa e seria traduzido por “deve” (Driver antes tinha recusado esta
sugestão tanto desnecessária quanto improvável).

b O pseudo-coortativo (como podemos chamar essa forma) pode ser usado para se referir
ao tempo passado, sem waw relativo (## 1–3) ou com ele (## 4–6). A última combinação é
relativamente comum (cerca de noventa ocorrências) tem uma distribuição irregular na Bíblia.
A presença dessa construção num texto não pode ser usada para datá-lo, porque por um lado,
yaqtula é usado no cananeu de Biblos para tempo passado, e por outro lado, a combinação é
amplamente usada nos Manuscritos do Mar Morto. A combinação, também, ocorre em alguns
textos pré-exílicos, mas não em alguns livros pós-exílicos (e é ainda faltando em textos
sinópticos pós-exílicos evidenciando a forma). A combinação é também usada em situações
gnômicas (traduzida com o tempo presente inglês; ## 7–8) e com referência a tempo futuro (#
9).

p 577 1. ‫ָאפּונָה׃‬
ֶּ֫ ‫שאתִ י ֵּא ֶֶּ֫מיָך‬
ָ ֶּ֫ ָ‫נ‬Quando sofro os teus terrores,
fico perturbado.

Sl 88.16

2. ‫ ֶָּ֫הפְַּך י ָם ְלי ַּ ָבשָה … שָם‬Converteu o mar em Terra


‫ש ְמחָה־בֹו׃‬ ְ ִ‫נ‬seca… ali nos alegramos nele.
Sl 66.6

3. ‫ ָו ֵֶּּ֫א ֶרא ַּבּפְתָ אי ִם ָא ִֶּ֫בינָה ַּב ָבנִים‬Vi


entre os simples, descobri
entre os jovens…

Pv 7.7

4. … ‫ ָו ַּאצִל ֶאתְ כֶם ִמּי ַּד ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬E vos livrei das mãos dos
‫ת־ַארצָם׃ וָאֹמ ְָרה‬ְ ‫ ָו ֶאתְ נָה ָלכֶם ֶא‬egípcios… e a vós dei a sua
terra, e vos disse:…
Jz 6.9–10

5. ‫ ַּויְהִי כִי־ ֶָּ֫באנּו אֶל־ ַּהמָלֹון‬E aconteceu que, chegando nós


‫ ַּונִפְתְ חָה אֶת־ַא ְמ ְתח ֹתֵֶּּ֫ ינּו‬à venda, e Abrindo os nossos
sacos…

Gn 43.21

6. ‫שב ְָרה מְתֹלְעֹות ע ַָּּו֑ל‬


ַּ ‫ ָו ֲא‬E quebrava os queixais do
perverso.

Jó 29.17

7. ‫ששָה ַּכ ִעו ְִרים קִיר ּו ְכאֵּין‬ ְ ַּ‫נְג‬Apalpávamos a parede como


‫עֵּי ֶַּּ֫ני ִם נְג ֶּ֑֫ ֵַּּששָה‬cegos; sim, como os que não
têm olhos andávamos
apalpando.

Is 59.10

8. ‫ש ְכבָה‬
ְ ‫נַּ ְפשִי בְתֹוְך ְל ָבאִם ֶא‬A minha alma está entre leões.
Sl 57.5

9. ‫ש ְמעָה‬
ְ ‫ֶה־נ֑ס ֶא‬
ֵּ ‫עַּד־ ָמתַּ י ֶא ְרא‬Até quando verei a bandeira, e
‫קֹול שֹופָר׃‬ouvirei a voz da trombeta?
Jr 4.2

34.6 Jussivo e Coortativo Depois de Imperativo

a Depois de um imperativo uma forma verbal não precedida por seu sujeito ou uma
partícula negativa é, normalmente, ou um jussivo (## 1–2) ou um coortativo (## 3–5; cf.
34.5.2b). Onde uma forma de conjugação de prefixo não é marcada morfologicamente nesse
contexto pode ser considerado como tendo força jussiva (# 6) ou coortativa (# 7; 34.1d n. 3). A
segunda forma volitiva significa propósito ou resultado, em contraste com a seqüência
imperativo + imperativo (cf. ## 3, 10). Uma cadeia de jussivos ou coortativos pode seguir um
imperativo. Quando o verbo depois de um imperativo é precedido por seu próprio sujeito (##
8–9) ou por uma partícula negativa (# 10), é usualmente uma forma não perfectiva, com um
sentido volitivo.

1. ‫ ַּהעְתִֶּ֫ ירּו אֶל־י ְהֹוָה ְויָסֵּר‬Rogai ao Senhor que tire as rãs


‫ ַּה ְצפ ְַּרדְ עִים ִמ ֶֶּ֫מנִי ּו ֵּמע ִ ַּ֑מי‬de mim e do meu povo.
Êx 8.4

p 578 2. ‫הֹוצֵּא ֶאת־ ִבנְָך ְוי ָ֑מ ֹת‬Tira para fora teu filho, para
que morra.

Jz 6.30

3. ‫הִתְ ַּהלְֵּך ְל ָפנַּי ֶו ְהי ֵּה תָ מִים׃‬Anda em minha presença e sê


‫ ְו ֶאתְ נָה ב ְִריתִי‬perfeito; E porei meu concerto
entre mim e ti.

Gn 17.1–2

4. ‫ ֶָּ֫הבָה נִ ְל ְבנָה ְל ֵּבנִים ְונִש ְְרפָה‬Eia, façamos tijolos, e

ְ ‫ ִל‬queimemo-los bem.
‫ש ֵּר ָ ֑פה‬
Gn 11.3

5. ‫ ַּקח ִמ ֶֶּ֫מנִי ְו ֶא ְקב ְָרה ֶאת־מֵּתִי‬Toma-o de mim, e sepultarei ali


o meu morto.

Gn 23.13

6. ‫ש ֵֶּּ֫בהּו ִאתְ ָך … וְיֶּ֫ אכַּל ֶֶּ֫לחֶם‬ ִ ‫ ֲה‬Faze-o


voltar contigo à tua
ְ ֵּ ‫ ְוי‬casa…
‫שתְ ֶּ֑֫ ָמי ִם‬ para que coma pão e
beba água.

1Rs 13.18

7. ‫ֵַּארצְָך … וְאֶ ָֽ ֶעשְָך‬ ְ ‫לְֶך־לְָך מ‬Sai-te da tua terra…e far-te-ei


‫לְגֹוי גָדֹול ַּו ֲאב ֶָרכְָך ַּו ֲאגַּדְ לָה‬uma grande nação, e abençoar-
te-ei, e engrandecerei o teu
‫ש ֶּ֑֫ ֶמָך‬
ְ nome.
Gn 12.1–2

8. … ‫ ֶו ְהי ֵּה־לִי לְָאב ּולְכֹהֵּן ְוָאנֹכִי‬Fica comigo, e sê-me por pai e


‫ ֶאתֶ ן־לְָך‬sacerdote… e te darei…
Jz 17.10

9. ‫לְֵּך וַּיהוה י ִ ְהי ֶה ִע ָמְך׃‬Vai-te embora, e o Senhor seja


contigo.

1Sm 17.37

10. ‫שבְרּו־ ֶָּ֫לנּו ִמשָם‬


ִ ‫שמָה ְו‬ָ ֶּ֫ ‫ ְרדּו־‬Descei até lá, e comprai-nos

‫ ְונִ ְחי ֶה וְֹלא נָמּות׃‬trigo, para que Vivamos e não


morramos.

Gn 42.2

34.7 A partícula ‫נ ָא‬

a A partícula ‫נָא‬, freqüentemente associada a formas volitivas, é geralmente conhecida


como uma partícula deprecativa e traduzida para o português como ‘por favor’. Thomas O.
Lambdin tem questionado de que é uma partícula mais lógica do que deprecativa e que é
melhor deixá-la sem traduzir: “A partícula parece… denotar que a ordem em questão é uma
conseqüência lógica ou de uma declaração precedente imediatamente ou da situação geral em
que é proferida.” Ele baseia sua introspeção no seu uso com ‫ ִהנֵּה‬, que ele argumenta ser,
também, muitas vezes uma partícula lógica no discurso direto, e como tal é usada para
apresentar um fato sobre o qual está baseada uma declaração seguinte ou ordem. Sua
compreensão encontra mais apoio no uso de ‫ נ ָא‬com a partículas lógicas ‫ אִם‬e ‫עַּתָ ה‬, e no seu
uso com o coortativo de solução em passagens onde um uso de deprecativa é improvável.

b A partícula é encontrada com uma forma volitiva e ‫( ִהנֵּה‬## 1–2), ‫( אִם‬## 3), e ‫( עַּתָה‬#
4); –nāʾ é ligada à partícula lógica para ‫ הנה‬e ‫ אם‬e ao verbo para ‫( עתה‬e muitas vezes p 579
também para ‫ ;הנה‬## 1–2). Ode também ser ligada à negativa ‫( אל‬## 3). A combinação ‫הנ ֵּה־‬ ִ
‫ נָא‬é encontrada em contextos não volitivos (## 5–6). O coortativo de solução é seguido por
‫( נא‬## 7–8). Em ordens que são precedias ou seguidas por uma justificativa (## 9–11), ‫ נא‬é
também encontrada. O n é às vezes dobrado depois de uma sílaba que termina em vogal (##
7–8, confronte ## 9, 11).

1. ‫ ִהנֵּה־נָא דִ ב ְֵּרי ַּהנְבִיאִים ּפֶ ָֽה־‬Vês aqui que as palavras dos


‫ ֶאחָד טֹוב אֶל־ה ֶּ֑֫ ֶַּמלְֶך יְהִי־נָא‬profetas a uma voz predizem
coisas boas para o rei; seja,
‫דְ ב ְָריָך כִדְ בַּר ַאחַּד ֵּמהֶם‬pois, a tua palavra como a de
um deles.

1Rs 22.13 Kethiv

2. ‫ ִהנֵּה־נָא ֲעצ ֶַָּּ֫רנִי יהוה ִמ ֶֶּ֫לדֶת‬Eis que o Senhor me tem


ִ ‫ב ֹא־נָא אֶל־‬impedido de gerar; entra, pois,
‫ש ְפחָתִ י‬
à minha serva.

Gn 16.2

3. ‫אִם־נָא ָמ ֶָּ֫צאתִ י חֵּן ְבעֵּי ֶֶּ֫ניָך ַאל־‬Se agora tenho achado graça
‫נָא תַּ ֲֽעב ֹר ֵּמעַּל ַּע ְב ֶֶּ֫דָך׃‬aos teus olhos, rogo-te que não
passes de teu servo.

Gn 18.3

4. … ‫ ְועַּתָ ה ַּקח־נָא ֶאת־ ַּה ֲחנִית‬Toma lá a lança… e vamos!


‫ ְונֵּ ֲלכָה ֶָּ֫לנּו׃‬1Sm 26.11

5. ‫ ִהנֵּה־נָא ָמצָא ַּעבְדְ ָך חֵּן ְבעֵּינֶיָך‬Eis que agora o teu servo tem
‫וְָאנֹכִי ֹלא אּוכַּל ְל ִה ָמלֵּט‬achado graça… mas não posso
escapar.

Gn 19.19

6. … ‫הִנה־נָא מֹושַּב ָהעִיר טֹוב‬Eis que boa é a habitação desta


‫ ְו ַּה ֶַּּ֫מי ִם ָרעִים‬cidade… Porém, as águas são
más…

2Rs 2.19
7. ‫א ֲֵּרדָ ה־נָה ְוא ְֶראֶה‬Descerei agora e verei.
Gn 18.21

8. ‫ָאס ָֻרה־נָא ְוא ְֶראֶה ֶאת־ ַּהמ ְַּראֶה‬Agora me virarei para lá e verei
‫ ַּהגָד ֹל ַּה ֶז֑ה‬esta grande visão.
Êx 3.3

9. ‫הֲֹלא ֲאח ֹתָ ּה ַּה ְק ַּטנָה טֹובָה‬Porém não é sua irmã mais
‫ ִמ ֶֶּ֫מנָה תְ הִי־נָא לְָך ַּתחְתֶֶּ֫ יהָ׃‬nova, mais formosa do que ela?
Toma-a, pois, em seu lugar.

Jz 15.2

10. ‫הֲֹלא כָל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ ְל ָפ ֶֶּ֫ניָך ִה ֶָּּ֫פ ֶרד‬Não está toda a terra diante de
‫נָא ֵּמע ָָל֑י‬ti? Eia, pois, aparta-te de mim.
Gn 13.9

11. ‫ ִאמ ְִרי־נָא ֲא ֶּ֫ח ֹתִ י ָאתְ ְל ֶַּּ֫מעַּן‬Dize, peço-te, que és minha
ֵּ ‫י ִיטַּב־לִי ַּבע‬irmã, para que me vá bem por
‫ֲבּורְך‬
tua causa.

Gn 12.13

p 580 35

Infinitivo Absoluto
35.1 Formas de Verbos Não-finitos

35.2 Forma e Significado

2.1 Forma

2.2 Significado
35.3 Usos Nominais

3.1 Complemento Absoluto

3.2 Complemento Adverbial

3.3 Outros Usos Nominais

35.4 Usos Adverbiais

35.5 Usos Verbais

5.1 Como Forma de Ordem

5.2 Como Verbo Finito

5.3 Como Particípio

5.4 Como Infinitivo Construto

35.1 Formas de Verbos Não-finitos

a As línguas semitas geralmente distinguem duas categorias de formas de verbos não-


finitos, o infinitivo, que designa a ação ou situação do verbo, e o particípio, que se refere ao
agente ou paciente do verbo. Nem os infinitivos nem os particípios são flexionados para o
aspecto (Aspekt). Flexões de número e gênero referem-se às características da forma dos
substantivos; os particípios são regularmente assinalados por gênero e número, enquanto que
os infinitivos raramente são assinalados assim, usualmente com sufixos possessivos. O
hebraico (relacionado de perto, junto com poucas línguas) é característico por ter não um, p
581 mas dois tipos de infinitivos. O tipo de infinitivo mais simples é o infinitivo construto,
usados como infinitivos e gerúndios são usados em Latim e nas línguas modernas européias. O
infinitivo absoluto é, como observa Gotthelf Bergasträsser, “uma peculiaridade hebraica
híbrida do substantivo verbal e interjeição verbal do caráter imperativo.”

b Os termos infinitivo absoluto e infinitivo construto estão abertos à objeção. Eles não
seriam construídos para significar que o “absoluto” é reduzido em certos meios lingüísticos ao
“construto”, como acontece no caso de um substantivo que fica diante de outro substantivo
no caso genitivo (veja 9.2). Antes, para julgar dos seus padrões historicamente característicos
nominais, de suas funções no Hebraico Bíblico, e dos usos semelhantes do infinitivo em outras
línguas semíticas, essas duas formas são historicamente distintas e sem relação. No semita
mais primitivo o padrão nominal que desenvolveu no Hebraico no Qal infinitivo absoluto qātôl
/ qātôl era *qatāl, e o padrão nominal que desenvolveu no infinito construto qətôl era ou *qtul
ou *qutul.

c A vocalização massorética distingue claramente dois tipos de infinitivos, e muita


evidência externa sustenta a distinção. A correção da vocalização massorética é sustentada
indiretamente pelo reconhecimento das funções dos infinitivos na Bíblia Hebraica. Por essas
razões, E. Hammershaimb objeta certamente para a rejeição da vocalização massorética,
dizendo: “Somente um julgamento parcial sobre o Hebraico sozinho combinado com um
ceticismo profundo como a vocalização massorética pode levar à rejeição da diferença
funcional entre os dois infinitos.”

35.2 Forma e Significado

35.2.1 Forma

a Entre os muitos usos no Hebraico Bíblico, o infinitivo absoluto pode intensificar um verbo
finito, servem como uma palavra de ordem, funcionam como um verbo finito. Formas relativas
no acádico, árabe e ugarítico semelhantemente servem para intensificar um verbo finito ou
uma palavra de ordem; e nas línguas semitas do noroeste (o ugarítico, o fenício e o cananeu de
Amarna) tais formas podem funcionar como verbos finitos.

b O padrão do infinitivo absoluto Qal, qātôl, é levado para outros graus, por exemplo,
Niphal nilḥōm, ‘lutar’ e Piel yāssôr ‘retificar.’ Em outro lugar nos chamados graus p 582
derivados, talvez refletindo o uso do infinitivo absoluto Qal, como uma palavra de ordem, os
infinitivos absolutos são idênticos aos imperativos, por exemplo, Niphal himmāṣēʾ, Piel bārēk,
Hiphil haśkêl, Hithpael hitnaśśēʾ. O Niphal e o Piel são os únicos graus padrões variantes
infinitivos absolutos.

c Como vimos (35.3.1), o infinitivo absoluto usualmente ocorre paronomasticamente com


um verbo finito. Usado dessa maneira, usualmente partilha o grau do verbo finito, por
exemplo, Qal (Gn 2.16), Niphal (Êx 22.3), Piel (Gn 22.17), Pual (40.15), Hithpael (Nm 16.13),
Hiphil (Gn 3.16), e Hophal (Ez 16.4).

d Às vezes, o infinitivo absoluto Qal é assim usado com uma forma de um grau diferente.
Isto é comum com o Niphal (Êx 19.13; 21.20, 22, 28; 22.11, 12; 2Sm 23.7; Is 40.30; Jr 10.5;
34.3; 39.12; Mq 2.4; Na 2.13; Zc 12.3; Jó 6.2); observe o Hophal na expressão usual ‫מת‬
ַּ ‫יּו‬ ‫מֹות‬
(Êx 19.12, etc.). O infinitivo absoluto Qal também está incluído com outros graus, por exemplo,
com o Piel (2Sm 20.18), Hiphil (Gn 46.4, 1Sm 23.22, Is 31.5), e Hithpoel (Is 24.19).

e Separadamente da mistura dos infinitos absolutos Qal com outros graus, um infinitivo
absoluto é raramente usado com um verbo finito num grau diferente dele mesmo; ocorrem
exceções, por exemplo, Hophal com Niphal (2Rs 3.23), Hophal com Pual (Ez 16.4), Piel com
Hiphil (1Sm 2.16), e Pilpel com Hithpael (Jr 51.58).

35.2.2 Significado

a Infinitivos, em contraste com formas de verbos finitos, não requerem sufixos que
limitem a situação denotada bela raiz com referência ao agente ou circunstâncias sob as quais
a ação acontece. Antes, eles denotam a ação verbal simples ou um estado no abstrato. Visto
que os infinitivos hebraicos ocorrem nos graus verbais, eles estão limitados com respeito ao
grau definido Aktionsart, embora como vimos o infinito absoluto do Qal é usado com outros
graus.
b Infinitivos são híbridos, substantivos verbais, e como tais são incluídos com as outras
palavras em conjuntos onde esperaríamos ou um verbo ou um substantivo. Às vezes eles são
incluídos em ambos ao mesmo tempo. Considere este exemplo:

1. ‫מֹות יּומַּת ה ִ ָ֑איש ָרגֹום א ֹתֹו‬Este homem deve morrer – e


‫ ָב ֲא ָבנִים כָל־ ָהעֵּדָ ה‬toda a assembléia o apedrejará.
Nm 15.35

O infinitivo absoluto ‫רגום‬ está incluído com o verbo principal ‫יומת‬ como um acusativo
adverbial, qualificando como a ação será executada, e ao mesmo tempo é incluído tanto com
seu sujeito quanto com seu objeto.

c O infinitivo absoluto e o infinitivo construto são distinguidos em parte sua sintaxe.


Embora sejam ambos usados de maneiras associadas com ambos os verbos e substantivos,
eles diferem nos seguintes pontos de vista:

p 583 a. Somente o infinitivo absoluto regularmente toma o lugar de um verbo finito.

b. Somente o infinitivo construto é regularmente usado com uma preposição.

c. Somente o infinitivo construto pode receber sufixos pronominais.

d. Se o sujeito da ação verbal expresso pelo infinitivo absoluto é estabelecido, é sempre


um substantivo independente; com o infinitivo construto pode ser um sufixo
pronominal.

e. O infinitivo absoluto é usado muito menos do que o infinito construto na maioria dos
usos freqüentes dos substantivos, isto é, como um sujeito na função nominativa, como
um genitivo, ou na função acusativa.

d O infinitivo absoluto também acontece em outras partes do discurso numa cláusula,


também aquelas do substantivo e verbo; notavelmente ele serve como um advérbio. Pode ser
usado como uma palavra de ordem e ainda funciona onde esperamos um infinito construto.
Podemos classificar amplamente os usos do infinitivo absoluto por essas partes do discurso:

a. como um substantivo, especialmente como um complemento absoluto ou adverbial


(35.3)

b. como um advérbio contraído (35.4)

c. como uma palavra de ordem (35.5.1)

d. como um verbo finito (35.5.2)

e. como um particípio (35.5.3)

f. como um infinitivo construto (35.5.4)


Dentro dessa classificação ampla, de acordo com as classes de palavras podemos especificar
seus valores mais precisos.

e Antes de voltar a essas espécies, precisamos observar, além disso, que o infinitivo
absoluto não é normalmente negado; uma partícula negativa, onde é necessária, é
normalmente colocada diante do verbo finito:

2. ‫ ְונַּקֵּה ֹלא יְנַּקֶה ּפֹקֵּד עֲֹון‬Que


ao culpado não tem por
inocente.

Êx 34.7

3. ‫ּומָכ ֹר ֹלא־תִ ְמכ ְֶרנָה‬Mas de sorte nenhuma a


venderás.

Dt 21.14

35.3 Usos Nominais

a O infinitivo absoluto é usado muitíssimas vezes como um substantivo em duas a funções


distintas: como um complemento absoluto a uma sentença (na função nominativa; 35.3.1) e
como complemento adverbial, isto é, um complemento para o verbo p 584 (35.3.2). O
infinitivo absoluto pode ocorrer sintaticamente, onde é esperado um substantivo, a saber,
como um sujeito no caso nominativo, ou como um genitivo ou como uma função de acusativo
(35.3.3).

35.3.1 Complemento Absoluto

a Os gramáticos mais antigos não tiveram nenhuma dúvida de que quando um infinitivo
absoluto intensifica um verbo, ele é usado como uma espécie acusativo interno.
Recentemente, 1978, quando Ernst Jenni ainda se referiu a essa forma como um objeto
interno. Em ugarítico, contudo, onde o exemplo pode ser formalmente identificado em formas
das raízes final-aleph (= lâmed-aleph), que indicam a vogal final, esse uso do infinitivo absoluto
ocorre com o caso nominativo; por exemplo, ǵmʾu ǵmʾit (para ser vocalizado *ǵamāʾu,
infinitivo absoluto com nominativo u, ǵamiʾtī), ‘tu (f.) certamente estás com sede.’ Neste
ponto de vista, Rudolf Meyer trata apropriadamente do uso correspondente hebraico do
infinitivo absoluto como “uma aposição nominal verbal que permanece no nominativo
isolado.” Por esta razão a construção pode ser analisada como absoluta na função nominativa.

b Porque nesse uso o infinitivo absoluto partilha a raiz verbal (usualmente) e o grau verbal
do verbo finito que acompanha, o uso diz-se ser paronomástico, isto é, baseado na ação da
palavra, ou para mostrar o schema etymologicum. Por incluir o infinitivo paronomástico com o
verbo, a idéia verbal é intensificada. O efeito do infinitivo se refere à sentença inteira, donde
vem o termo complemento absoluto. O infinitivo usualmente enfatiza não o significado
denotado pela raiz do verbo, mas a força do verbo no contexto. Quando o verbo faz uma
afirmação, seja qual for o seu aspecto, a noção de certeza é reforçada pelo infinitivo (p. ex.,
com afirmação, contraste, concessão, ou clímax). Por contraste, se o verbo no contexto é
irreal, o sentido de irrealidade (p. ex., dúvida, suposição, modalidade, ou volição) torna-se
mais convincente. As conjugações verbais podem expressar tanto afirmativa quanto
irrealidade. Usualmente, o infinitivo intensivo com uma conjugação perfectiva vigorosamente
apresenta a certeza de um evento completado, como em ‫ט ַֹּרף‬ ‫טָר ֹף‬, ‘Sem sombra de dúvida,
ele foi despedaçado’ (Gn 37.33). Com a conjugação não-perfectiva o infinitivo absoluto muitas
vezes enfatiza que uma situação aconteceu, ou acontece, ou acontecerá. Mas uma vez que o
não-perfectivo é usado para irrealidade e volição, o infinitivo absoluto pode intensificar o
sentido de irrealidade em conexão com aquela conjugação. Não há, contudo, uma combinação
precisa entre a força do infinitivo e a conjugação do verbo finito. Tanto a conjugação pode
representar uma situação como real quanto irreal e portanto o infinitivo pode enfatizar ou o
sentido ou a conjugação. Referimo-nos a este uso do infinitivo como infinitivo intensivo.

p 585 c Estudiosos debatem se o infinitivo absoluto pode sempre intensificar a raiz verbal.
Jenni nega-o, enquanto Paul Joüon e S. Riekert afirmam-no. Concordamos com os últimos
eruditos, embora observando que este uso é raro.

d Os gramáticos primitivos dividem os usos do infinitivo absoluto ou intensivo em duas


categorias: prepositiva (isto é, diante do outro verbo) e pospositiva (isto é, depois do outro
verbo), embora permitindo que a diferença em significado entre elas seja insignificante.
Muitos deles também alegam que o infinitivo paronomástico mais freqüentemente signifique
intensificação na posição prepositiva mais comum e continuação ou repetição na posição
pospositiva. Riekert, contudo, certamente faz objeção na base de um estudo restrito do
infinitivo intensivo em Gênesis: “O autor está convencido de que temos aqui uma distinção
artificial entre os in[finitivos] prepositivos e pospositivos e que o último está incorretamente
reconhecido com este aspecto de expressar duração”. Na começo da metade do século, Joüon
tinha chamado a atenção para a questão. Em nossa opinião o infinitivo paronomástico é
sempre um infinitivo intensivo e assim não reconhecemos essa distinção tradicional. Não
obstante, onde podemos identificar um uso específico do infinitivo intensivo em somente uma
ou outra dessas posições, observamos aquele fato em nossa análise; de outro modo
exemplificamos em um único título uma espécie de infinitivo intensivo que mostra as duas
posições. O infinitivo intensivo ocorre quase sempre pospositivamente com wayyqtl, o
imperativo e o particípio.

e A variação precisa da intensificação deve ser descoberta a partir do contexto mais


amplo; pode ser traduzido para o português por um advérbio de intensidade apropriado à
sentença (p. ex., “certamente”, “realmente”). As espécies potenciais de ênfase são demasiado
diversas para classificar; é mais importante pegar o significado contextual do infinitivo
absoluto. Riekert aponta bem o objetivo: “Embora a ênfase sobre o verbo seja trazida ‘de
diversas maneiras’ … não é diferente a espécie de usos. É antes um diferenciação causada por
ser usado num campo ricamente diversificado de situações contextuais.”
f Afirmação é a função mais direta para o infinitivo absoluto (## 1–5); às vezes a partícula
‫ אְך‬é adicionada para ênfase (## 6); o infinitivo geralmente está em posição prepositiva. A
afirmação pode formar um contraste forte àquilo que precede (## 7–8) ou segue (# 9); p 586
ou os infinitivos podem ser usados nos dois membros de um par (# 10). O contraste pode
envolver uma concessão qualificada que segue (## 11–12) ou precede (# 13).

1. ‫מֹות תָ מּות׃‬Tu certamente morrerás.


Gn 2.17

2. ‫שֹוב ָאשּוב ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬Eu certamente voltarei para ti.


Gn 18.10

3. ‫כִי־ב ֵָּרְך ֲאב ֶָרכְָך‬Eu certamente te abençoarei.


Gn 22.17

4. ‫שר־י ְדַּ בֵּר בֹוא י ָ֑בֹוא‬


ֶ ‫כ ֹל ֲא‬Tudo quanto diz, sucede assim
infalivelmente.

1Sm 9.6

5. ‫ ְו ָה ְמ ֵּל ַּח ֹלא ֻה ְמ ֶַּּ֫לחַּתְ ְו ָהחְתֵּ ל ֹלא‬Nem tão pouco foste esfregada
‫ֻת ְלתְ׃‬ ָֽ ָ ‫ח‬com sal, nem envolta em faixas
(Pual perf. + Hophal inf. abs.).

Ez 16.4

6. ‫אְַּך נִגֹוף נִגָף הּוא ְל ָפ ֵֶּּ֫נינּו‬Já infalivelmente estão


derrotados diante de nós.

Jz 20.39

7. ‫ֹלא כִי־ ָקנֹו ֶא ְקנֶה ֵּמ ִאתְ ָך‬Não, eu insisto em pagar-te


(por ele).

2Sm 24.24 manuscritos


8. ָ‫לָק ֹב אֹיְבַּי ְל ַּקחְתִֶּ֫ יָך ְו ִהנֵּה ב ֵֶַּּּ֫רכְת‬Chamei-te para
amaldiçoar os
‫ב ֵָּרְך׃‬meus inimigos,
mas eis que
inteiramente os abençoaste.

Nm 23.11

9. ‫שמְעּו שָמֹו ַּע וְַאל־תָ ִֶּ֫בינּו‬


ִ Ouvis, de fato, e não entendeis!
Is 6.9

10. ‫כִי־ָאס ֹר נֶ ֱאס ְָרָך … ְו ָהמֵּת ֹלא‬Nós somente te amarraremos…


ֶ ֶּ֑֫ ‫נְמ‬nós não te mataremos.
‫ִיתָך‬
Jz 15.13

11. ‫ו ֶַּּ֫ת ֹאמֶר הָֹלְך ֵּאלְֵּך ִע ָמְך ֶאפֶס כִי‬E disse ela: “Certamente irei
contigo. Mas…”

Jz 4.9

12. … ‫ָאמֹור ָא ֶַּּ֫מ ְרתִ י בֵּיתְ ָך‬Na verdade, tinha dito eu que a
‫ַּד־עֹול֑ם ְועַּתָה‬
ָ ‫י ִתְ ַּהלְכּו ְל ָפנַּי ע‬tua casa e a casa de teu pai
andariam diante de
perpetuamente. Porém agora.…

1Sm 2.30

13. ‫ָאנֹכִי א ֵֵּּרד ִע ְמָך ִמצ ְֶַּּ֫ריְמָה וְָאנֹכִי‬E descerei contigo ao Egito, e
‫ַא ַּעלְָך גַּם־ע ָֹ֑לה‬certamente te farei tornar a
subir.

Gn 46.4

O clímax de uma série de situações pode ser assinalado com o infinitivo absoluto pospositivo,
precedido por ‫( גם‬## 14–15).
14. ‫וַּּיֶּ֫ אכַּל גַּם־ָאכֹול ֶאת־ ַּכ ְס ֵֶּּּ֫פנּו׃‬Pois, vendeu-nos, e comeu todo
o nosso dinheiro.

Gn 31.15

15. ‫תָרר ָע ֵֶּּ֫לינּו גַּם־ ִהשְתָ ֵּרר׃‬


ֵּ ‫ש‬ְ ִ‫כִי־ת‬Senão que também totalmente
te assenhoreias de nós?

Nm 16.13

p 587 g O efeito intensivo do infinitivo absoluto é encontrado em uma variedade de


contextos não-afirmativos. Em questões apaixonadas o infinitivo prepositivo mostra dúvida ou
improbabilidade de uma resposta afirmativa (## 16–18). Um infinitivo preposto pode,
também, ser usado numa sentença condicional (## 19–21) ou numa expressão contextual
(“Oh! que… se somente…”; ## 22–23). Diversas variações modais estão também associadas
aos infinitivos absolutos prepostos (## 24–25).

16. ‫ ֲהמָֹלְך תִ מְֹלְך ָע ֵֶּּ֫לינּו אִם־ ָמשֹול‬Tu, pois, reinarás sobre nós? Tu
‫תִ ְמש ֹל ֶּ֫ ָ ֑בנּו‬deveras terás domínio sobre
nós?

Gn 37.8

17. ‫הֶָאכֹול ָא ֶַּּ֫כלְנּו מִן־ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך אִם־‬Porventura comemos à custa


‫נִשֵּאת נִשָא ֶָּ֫לנּו׃‬do rei, nos apresentou algum
presente?

2Sm 19.43

18. ‫ ֲה ָקצֹור ָקצ ְָרה י ָדי ִמּפְדּות‬Tanto se encolheu a minha


mão, que já não possa remir?

Is 50.2

19. ‫וְָא ִֶּ֫בי ָה י ָר ֹק י ַָּרק ְב ָפ ֶֶּ֫ני ָה‬Se


seu pai cuspira em seu
rosto.…

Nm 12.14
20. ‫אִם־ ִה ָּפ ֵּקד י ִ ָּפ ֵּקד‬Se vier a faltar…
1Rs 20.39

21. ‫אִם־ָאמ ֹר אֹמַּר‬Se eu expressamente disser.…


1Sm 20.21

22. ‫ַאף כִי לּוא ָאכ ֹל ָאכַּל הַּּיֹום‬Se somente as tropas tivessem
‫ ָהעָם‬comido hoje…
1Sm 14.30

23. ‫שקֵּל ַּכע ִ ְ֑שי‬


ָ ִ ‫לּו שָקֹול י‬Oh! se a minha mágoa
retamente se pesasse… (Qal inf.
abs. + Niphal não-perf.)…

Jó 6.2

24. ‫ ֲהי ָרֹו ַּע נֵּדַּ ע כִי‬Podíamos nós saber que…?


Gn 43.7

25. ‫ישּון‬
֑ ‫מִי־י ִתֵּ ן ַּהח ֲֵּרש תַּ ח ֲִר‬Oxalá vos calásseis de todo!
Jó 13.5

h Relacionado aos usos tanto afirmativos quanto volitivos do infinitivo está seu uso com
ordens e advertências; como veremos abaixo, o infinitivo pode ficar sozinho como uma palavra
de ordem. Com outras ordens, o infinitivo geralmente é prepositivo com formas de prefixo (##
26–29) e pospositivos com imperativos (# 30; cf. # 9).

26. ‫ ַּויְצַּו ֲאבִי ֶֶּ֫מלְֶך ֶאת־כָל־ ָהעָם‬E mandou Abimeleque a todo o


֑ ‫ל‬povo, :: dizendo: “Qualquer que
‫ֵּאמ ֹר הַּנֹגֵּ ַּע ָבאִיש ַּהז ֶה‬
tocar neste varão ou em sua
‫שתֹו מֹות יּומָ ָֽת׃‬ ְ ‫ּו ְב ִא‬mulher certamente morrerá
(Qal inf. abs. + Hophal não-
perf.).
Gn 26.11

p 588 27. ‫הֹו ֵּכ ַּח תֹוכִי ַּח ֶאת־ ֲעמִיתֶ ָך וְֹלא־‬Não deixarás de repreender teu
‫תִ שָא ָעלָיו ֵּחטְא׃‬próximo, e nele não sofrerás
pecado.

Lv 19.17

28. ‫סָקֹול י ִ ָס ֵּקל הַּשֹור‬O boi será apedrejado (inf. abs.


Qal + não-perfectivo Niphal.

Êx 21.28

29. ‫שמְרּון ֶאת־ ִמצְֹות‬


ְ ִ‫שמֹור ת‬
ָ Diligentemente guardarás os
mandamentos…

Dt 6.17

30. ‫שמְעּו שָמֹו ַּע ֵּאלַּי ְו ִאכְלּו־טֹוב‬


ִ Ouvi-me
atentamente e comei
o que é bom.

Is 55.2

i Em alguns exemplos é difícil concentrar a força do infinitivo absoluto. Ocasionalmente


parece intensificar a situação da raiz (usualmente pospositiva, ## 31–32; prepositiva, # 33). Em
outro lugar o efeito é acentuar a negação (# 34) ou limite relevante de tempo (## 35–36).

31. ‫בְכּו בָכֹו לַּהֹלְֵּך‬Chorai


abundantemente por
aquele que sai, (para o exílio).

Jr 22.10

32. ‫שטֹו ַּח ְסבִיבֹות‬


ָ ‫שטְחּו ָלהֶם‬ ְ ִ ‫ ַּוּי‬Eles as estenderam (as
‫ ַּה ַּמ ֲחנֶה׃‬codornizes) para si ao redor do
arraial.

Nm 11.32
33. ‫ָאביָך‬
֑ ִ ֶּ֫ ‫כִי־נִכְס ֹף נִ ְכ ֶַּּ֫ספְתָ ה ְלבֵּית‬Porquanto tinhas saudades (de
voltar) à casa de teu pai.

Gn 31.30

34. ‫ֹלא־סכְתִ י‬
ָ ֶּ֑֫ ‫וְסֹוְך‬Nem me ungi com ungüento.
Dn 10.3

35. ‫ ַּויְהִי ַּאְך י ָצ ֹא יָצָא יַּעֲק ֹב מֵּ אֵּת‬Apenas Jacó acabava se sair da
‫… ְּפנֵּי י ִ ְצחָק … ְו ֵּעשָו … בָא‬face de Isaque… Esaú …veio!
Gn 27.30

36. ‫ ַּאְך ָהקֵּם ֵּה ִֶּ֫קימּו ֶאת־הַּש ֹ ְמ ִ ֑רים‬Havendo-se já posto as


guardas.

Jz 7.19

35.3.2 Complemento Adverbial

a Quando um infinitivo absoluto não-paronomástico é incluído com um verbo, o infinitivo


qualifica o verbo de outras maneiras que não a de intensificá-lo. Nesse uso o infinitivo pode
ser um acusativo adverbial (veja 10.2.2) e nesse caso se refere a um infinitivo adverbial ou
complemento. Um infinitivo adverbial acrescenta uma qualificação à situação representada
pelo verbo finito. Mais especificamente, ele descreve a maneira ou a circunstância
concomitante daquela situação; não é unido por um conjuntivo ao verbo finito (## 1–5). O
verbo principal pode ser ativo (## 1–3) ou passivo (## 4–5) no sentido. O p 589 exemplo final
aqui (# 5) é digno de nota no que o infinitivo tem seu próprio sujeito e rege uma frase
preposicional.

1. ‫ ְוסַּב ֹתֶ ם ֶאת־ ָהעִיר כ ֹל ַאנְשֵּי‬Vós, pois, todos os homens de


‫ ַּה ִמ ְל ָחמָה ַּהקֵּיף ֶאת־ ָהעִיר ֶַּּּ֫פעַּם‬guerra, rodeareis a cidade uma
vez.
‫ֶא ָ ֑חת‬
Js 6.3

2. ‫שר דִ ֶַּּ֫ב ְרתִ י‬


ֶ ‫ָאקִים … אֵּת כָל־ ֲא‬Tudo quanto tenho falado…
‫ ָהחֵּל ְו ַּכלֵּה׃‬começá-lo-ei …e acabá-lo-ei.
1Sm 3.12

3. ‫שכֵּב אֹותָם‬
ְ ‫ ַּוי ְ ַּמדְ דֵּ ם ַּב ֶֶּ֫חבֶל ַּה‬E os mediu com dois cordéis
para os matar.

2Sm 8.2

4. ‫ְבּורת חֲמֹור יִק ֵּ ָ֑בר סָחֹוב‬


ַּ ‫ק‬Em sepultura de jumento o
‫שלְֵּך‬ ְ ‫ ְו ַּה‬sepultarão, fora das portas de
Jerusalém.

Jr 22.19

5. ‫מֹות יּומַּת ה ִ ָ֑איש ָרגֹום א ֹתֹו‬Certamente morrerá tal homem


‫ – ָב ֲא ָבנִים כָל־ ָהעֵּדָ ה‬toda a congregação o
apedrejará.

Nm 15.35

b Um verbo finito pode ser incluído com um infinitivo absoluto paronomástico que está
coordenado com outro, um infinitivo absoluto não-paronomástico (## 6.15). Os hebraístas não
estão unânimes acerca do significado dos dois infinitivos nessa espécie de construção. Alguns
pensam que os compostos expressam invariavelmente continuação, ação contínua, ou
repetição de ação denotada pelo verbo principal, enquanto outros sugerem simplesmente que
o infinitivo não-paronomástico expressa alguma outra qualificação para a ação. Joüon sugere
que os infinitivos representam ação simultânea com o verbo principal. Nessa construção
podemos ver a coordenação de um infinitivo intensivo (o membro paronomástico) e um
infinitivo adverbial (o membro não-paronomástico).

c A maioria dos exemplos envolvem verbos principais de movimento, e com esses o


infinitivo não significa repetição ou continuação. Um dos infinitivos é muitas vezes hālôk, e,
onde o verbo principal é hlk, serve como infinitivo intensivo (## 6–10). Os infinitivos são ambos
usualmente pospositivos, apenas um (# 10) ou ambos (# 9) podem ser prepositivos. Com
outros verbos de movimento o complemento adverbial pode ser hālôk (## 11–12) ou,
indicando repetição, šôb (# 13, cf. # 11) ou haškēm (## 14–15).

p 590 6. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך הָלֹוְך וְָאכ ֹל‬Efoi-se andando, comendo


dele.

Jz 14.9
7. ‫ ִב ְמ ִסלָה ַאחַּת ָהלְכּו הָֹלְך ְוגָעֹו‬E seguiam um mesmo caminho,
andando e berrando.

1Sm 6.12

8. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך דָ וִד הָלֹוְך ְוגָדֹו֑ ל‬E


Davi se ia cada vez mais
aumentando e crescendo.

2Sm 5.10

9. ‫הָלֹוְך ְוטָפ ֹף תֵּ ֶַּּ֫ל ְכנָה‬Elas vão tinindo com os pés.


Is 3.16

10. ‫הָלֹוְך יֵּלְֵּך ּובָכ ֹה‬Os que andam e chorando…


Sl 126.6

11. ‫שבּו ַּה ֶַּּ֫מי ִם … הָלֹוְך וָשֹוב‬


ֻ ֶּ֫ ָ ‫ ַּוּי‬E as água tornaram de sobre a
terra continua mente.

Gn 8.3

12. ‫ ַּוּיִסַּע ַאב ְָרם הָלֹוְך ְונָסֹו ַּע‬Abraão continuou caminhando


‫ ַּה ֶֶּ֫נגְבָה׃‬para o Sul (para o Neguebe).
Gn 12.9

13. ‫ ַּוּיֵּצֵּא י ָצֹוא וָשֹוב‬Ele saiu, indo e voltando.


Gn 8.7

14. ‫שכֵּם וְדַּ בֵּר‬


ְ ‫ ָו ֲאדַּ בֵּר ֲאלֵּיכֶם ַּה‬Eu vos falei madrugando, e
falando…

Jr 7.13
15. ‫ ַּהנְ ִבאִים ֲאשֶר ָאנֹכִי ש ֹ ֵּל ַּח‬Os profetas que eu vos enviei,
ְ ‫ ֲאלֵּיכֶם ְו ַּה‬madrugando e enviando.
‫שכֵּם ְושָֹל ַּח‬
Jr 26.5

d Um grupo menor de infinitivos absolutos duplos envolvem um infinitivo intensivo


paronomástico e um infinitivo adverbial numa combinação que serve para qualificar o objetivo
ou caráter do verbo principal (## 15–18).

16. ‫ ַּוּי ַּ ֵֶּּ֫כהּו ָהאִיש ַּהכֵּה ּופָצ ֹ ַּע׃‬Assim


o homem o feriu (o
profeta), ferindo e vulnerando-
o.

1Rs 20.37

17. ‫ ְונָתַּ שְתִ י ֶאת־הַּגֹוי הַּהּוא נָתֹוש‬Totalmente arrancarei a tal

‫ ְו ַּאבֵּד‬nação, e a farei perecer.


Jr 12.17

18. ‫ ְונָגַּף יהוה ֶאת־ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם נָג ֹף‬O Senhor ferirá o Egito com
‫ו ְָר ֑פֹוא‬uma praga; ele os ferirá e os
curará.

Is 19.22

A narrativa mais ampla do # 16 mostra claramente que o profeta pretendia que o homem o
ferisse de tal maneira que ele não pudesse ser reconhecido. No contexto do # 17 duas espécies
de erradicação estão em vista: uma erradicação que não está além da recuperação p 591 (vv.
14–17) e uma erradicação que está além da recuperação (v. 17). A ameaça de ferir o Egito no #
18 é expressa em um contexto que promete a restauração do Egito. O pensamento pode ser
expresso em português por uma negativa: “Eu não ferirei o Egito além da recuperação”. Nada
nesse contexto sugere que o infinitivo paronomástico significa ação contínua ou iterativa. A
identificação do infinitivo paronomástico como o infinitivo intensivo que dá proeminência à
idéia verbal, que é então qualificada pela construção adverbial coordenada, é oposta em cada
contexto.

35.3.3 Outros Usos Nominais


a O infinitivo absoluto é raramente usado em outras funções gramaticais além de
complementos. Num caso nominativo, é encontrado como sujeito de uma sentença verbal (##
1–2) ou sujeito (## 3–4) ou predicado (# 5; cf. ‫ צום‬no # 13) de uma cláusula sem verbo. Um
infinitivo pode ser o objeto de uma preposição (## 6–7) ou o genitivo numa frase de construto
(## 8–10).

1. ‫ ְוגַּם־ה ְַּרבֵּה נָפַּל מִן־ ָהעַּם‬Muitos do povo caíram.


2Sm 1.4

2. ‫ּומַּה־ּיֹוכִי ַּח הֹו ֵּכ ַּח ִמכֶם׃‬Mas


o que é que censura a
vossa argüição?

Jó 6.25

3. ‫ָאכ ֹל דְ בַּש ה ְַּרבֹות ֹלא־טֹו֑ ב‬Comer muito mel não é bom.


Pv 25.27

4. ‫כִי ַּחטַּאת־ ֶֶּ֫קסֶם מ ִֶרי ְו ֶָּ֫אוֶן‬Porque a rebelião é como o


‫ּותְ ָרפִים ַּהפ ַּ ְ֑צר‬pecado de feitiçaria e o porfiar
é como iniqüidade e idolatria.

1Sm 15.23

5. ‫ש ֵּקט ָו ֶֶּ֫בטַּח‬
ְ ‫ ַּועֲב ֹדַּ ת ַּהצְדָ קָה ַּה‬A operação da justiça repouso e
segurança.

Is 32.17

6. ‫ ְו ִהכִיתָ אֶת־ ֲאדָ ם ַּב ֲאפֵּק ָו ֶֶּ֫בטַּח‬Destruirá completamente os

‫ ַּכלֵּה׃‬sírios em Afeca.
2Rs 13.17

7. ‫ש ֑ת ֹה‬
ָ ‫וְַאח ֲֵּרי‬depois que beberam
1Sm 1.9
8. ‫שמֵּד‬
ְ ‫ ְב ַּמ ְט ֲאטֵּא ַּה‬com vassoura de perdição
Is 14.23

9. ‫ ָל ֶַּּ֫קחַּת מּוסַּר ַּהש ְֵּכ֑ל‬para o caminho a instrução do


entendimento

Pv 1.3

10. ‫ ִמדֶֶּ֫ ֶרְך ַּהש ְֵּכ֑ל‬do caminho do entendimento


Pv 21.16

p 592 b Um infinitivo absoluto pode ser usado numa variedade de funções de acusativo:
objeto direto (## 11–13), acusativo adverbial de estado (# 14) ou especificação (# 15), e numa
construção de duplo acusativo (# 16). Esses usos de acusativo adverbial diferem daqueles
discutidos acima (35.3.2) em que ali o infinitivo descreve as circunstâncias concomitantes do
verbo.

11. ‫ ִל ְמדּו הֵּיטֵּב‬Aprendei a fazer bem.


Is 1.17

12. ‫שכֵּל‬
ְ ‫נָתַּ ן ָלהֶם ָהאֱֹלהִים ַּמדָ ע ְו ַּה‬Deus lhes deu o conhecimento
e a inteligência.

Dn 1.17

13. ‫חֲלֹוא ז ֶה צֹום ֶא ְבח ֶָרהּו ַּּפ ֵּת ַּח‬Porventura não é este o jejum
‫ח ְַּרצֻבֹות ֶֶּ֫רשַּע‬que escolhi? Que desfaças as
ataduras do jugo…

Is 58.6

14. ‫דֹורש ִממְָך‬


ֵּ ‫ּומָה־יהוה‬O que é que o Senhor pede de
‫… ְו ַּה ְצנֵּ ַּע ֶֶּ֫לכֶת‬ti? que andes humildemente
com o teu Deus.…
Mq 6.8

15. ‫ ַּועֲֹונ ֹתֵֶּּ֫ ינּו י ְדַּ עֲנּום׃‬E conhecemos as nossas


iniqüidades:

‫ּפָש ֹ ַּע ְו ַּכחֵּש‬Rebelião e traição.


Is 59.12–13

16. ‫ש ֵֶּּ֫מנּו‬
ִ ְ‫ ְסחִי ּומָאֹוס ת‬Como cisco e rejeitamento nos
puseste no meio dos povos.

Lm 3.45

35.4 Usos Adverbiais

a Alguns infinitivos absolutos (principalmente Hiphils) têm-se tornado advérbios; esses são
semelhantes aos complementos adverbiais tais como ‫( הָלֹוְך‬35.3.2), diferindo em que eles
podem ocorrer com uma variedade tipos de verbos. Esses infinitivos incluem ‫‘ הֵּיטֵּב‬bem,
perfeitamente’ (## 1–2), ‫‘ ה ְַּרבֵּה‬muito’ (muitas vezes ‫ ;מְא ֹד‬# 3), ‫‘ ה ְַּרחֵּק‬à distância’ (# 4),
‫שכֵּם‬
ְ ‫‘ ַּה‬cedo’ (# 5), e ‫‘ ַּמהֵּר‬rapidamente’ (# 6). Um infinitivo adverbial pode modificar um
infinitivo complemento adverbial (# 2).

1. ‫ֵּיטב‬
֑ ֵּ ‫ ְושַָאלְתָ ה‬Então inquirirás com diligência.
Dt 13.15

2. ‫ ָואֶכ ֹת א ֹתֹו טָחֹון הֵּיטֵּב‬E o pisei, moendo-o bem.


Dt 9.21

3. ‫שגֶה ה ְַּרבֵּה מְא ֹד׃‬


ְ ‫ ָו ֶא‬Eu errei muito.
1Sm 26.21
4. ‫ ֶָּ֫קמּו נֵּד־ ֶאחָד ה ְַּרחֵּק מְא ֹד‬Levantaram-se num montão,
bem longe…

Js 3.16

p 593 5. ‫ ְמבָדֵּ ְך ֵּרעֵּהּו בְקֹול גָדֹול ב ֶַּּ֫ב ֹקֶר‬O que bendiz ao seu amigo, em
‫ ַּהש ְֵּכ֑ים‬alta voz, madrugando pela
manhã…

Pv 27.14

6. ‫ ֶָּ֫סרּו ַּמהֵּר מִן־ ַּה ֶֶּ֫ד ֶרְך‬E depressa se têm desviado do


caminho…

Êx 32.8

35.5 Usos Verbais

a O infinitivo absoluto pode ser usado para “representar” uma variedade de outras formas
de verbo; esse uso de substituição é uma função do caráter não-finito da forma. Pode “repor”
formas de ordem, verbos finitos, particípios, ou infinitos construtos.

35.5.1 Como uma Forma de Ordem

a O infinitivo absoluto usado como uma palavra de ordem ou como uma interjeição é
assindético e inicia sua sentença. O uso da forma como um volitivo é extremamente antigo,
para julgar dos usos comparáveis em outras línguas semitas. Num hebraico mais recente
desapareceu, como é mostrado no Cronista (em contraste com o Deuteronomista) e do
Pentateuco Samaritano. Nesse uso ele expressa predominantemente ordens divinas e/ou
proféticas: ordens legislativas (## 1–2), ordens divinas (## 3–6), ou jussivo legislativo (# 7).

1. ‫ ָו ֲא ַּצּוֶה ֶאת־ש ֹ ְפטֵּיכֶם ָבעֵּת ַּההִיא‬Ao mesmo tempo mandei a


‫שמ ֹ ַּע בֵּיו־ ֲאחֵּיכֶם‬ ָ ‫לֵּאמ ֑ ֹר‬vossos juízes, dizendo: “Ouvi a
causa entre vossos irmãos e
‫ש ַּפטְתֶ ם ֶֶּ֫צדֶ ק‬
ְ ‫ּו‬Julgai justamente.”

Dt 1.16

2. ‫שבָת‬
ַּ ‫ז ָכֹור ֶאת־יֹום ַּה‬Lembrai-vos do dia de Sábado.
Êx 20.8

3. ‫נָש ֹא ֶאת־ר ֹאש ְבנֵּי ְקהָת‬Toma a soma dos filhos de


Coate.

Nm 4.2

p 594 4. ‫הָלֹוְך וְדִ ב ְַּרתָ אֶל־דָ וִד‬Vai e dize a Davi…


2Sm 24.12

5. ‫הָלֹוְך וְדִ ב ְַּרתָ אֶל־דָ וִד‬Fazei neste vale muitas covas.


2Rs 3.16

6. ‫שעַּר ז ַּ ֲעקִי־עִיר נָמֹוג‬


ַּ ֶּ֫ ‫הֵּילִילִי‬Uiva, ó porta; grita, ó cidade!
‫שת כ ֵֻּלְ֑ך‬ ֶ ‫ ְּפ ֶֶּ֫ל‬Tu. Filístia estás toda derretida.
Is 14.31

7. ‫הִמֹול לֹו כָל־זָכָר‬Seja-lhe circundado todo o


macho.

Êx 12.48

35.5.2 Como Verbo Finito

a A função do infinitivo absoluto como verbo finito varia, dependendo do uso do waw.
Sem a conjunção o infinitivo não tem nenhuma conexão formal ou conceptual com a
declaração precedente. Pode ser usado pelo coortativo (## 1–2), jussivo (## 3), perfectivo (##
4), e não-perfectivo (# 5), e em ditos proverbiais (## 6–8, cf. ## 2–3). Todos os exemplos
narrativos citados aqui (## 1, 4–5) ocorrem no discurso direto.

1. … ‫ִשראֵּל‬ ָ ‫וַּּי ֹא ֶמר ֶֶּ֫מלְֶך י‬E disse o rei de Israel …: “Eu me


‫הִתְ ַּחּפֵּש וָב ֹא ַּב ִמ ְל ָחמָה‬disfarçarei e entrarei na
batalha.”

1Rs 22.30 = 2Cr 18.29


2. ‫שתֹו כִי ָמחָר נָמּות׃‬
ָ ‫ָאכֹול ְו‬Comamos e bebamos porque
amanhã morreremos.

Is 22.13

3. ‫ּפָגֹוש ד ֹב שַּכּול ב ִ ְ֑איש‬Encontre-se com o homem a


ursa à qual roubaram os filhos.

Pv 17.12

4. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹא ֶמר ֵּמ ָהחֵּל ַּהתְרּומָה ָלבִיא‬Disse ele: Desde que essa oferta
‫בֵּית־יהוה ָאכֹול ְושָבֹוע‬se começou a trazer à casa do
Senhor, houve que comer e de
que se fartar.

2Cr 31.10

5. ‫כִי כ ֹה ַאמַּר יהוה ָאכ ֹל וְהֹותֵּ ר׃‬Assim disse o Senhor: Comer-


se-á, e sobejará.

2Rs 4.43

6. ‫הָר ֹה ֶָּ֫עמָל ְוי ָֹלד ֶָּ֫א ִו֑ן‬Concebem o trabalho, e


produzem a iniqüidade.

Jó 15.35

7. ‫ ָהפֵּר ַּמ ֲחשָבֹות ְבאֵּין סֹו֑ ד‬Onde não há conselho os


projetos caem.

Pv 15.22

8. ‫ש ָמע׃‬
ְ ִ ‫ּפָקֹו ַּח ָאז ְ ֶַּּ֫ני ִם וְֹלא י‬Tu
vês muitas coisas, mas não
as guardas.

Is 42.20
p 595 Às vezes esses infinitivos parecem funcionar como interjeições, isto é, como raízes
simples num discurso rápido e animado com característica de exclamação. O infinitivo
absoluto sem waw pode servir em lugar de um verbo finito enfatizando expressões e
perguntas indignadas (## 9–11). Quando o infinitivo absoluto é usado como interjeição, o
leitor deve prover a pessoa apropriada e o aspecto na base de pertença semântica. A distinção
entre o uso do infinitivo como interjeição ou como advérbio é algo empanado e subjetivo. Por
exemplo, no # 11, os infinitivos seriam traduzidos como abaixo (ou como ‘Tu confias… Tu
concebes…’), ou seriam interpretados como advérbios qualificados e traduzidos: ‘Ninguém
clama por justiça…, confiando em argumento vazio e falando mentiras, concebendo
perturbação e dando à luz ao mal!’

9. ‫ ֲהגָֹוב ָרצ ֹ ַּח ְונָא ֹף … ְוהָֹלְך‬Furtareis vós, matareis,


‫ַאח ֲֵּרי אֱֹלהִים ֲאח ִֵּרים‬cometereis adultério… e
andareis após outros deuses?

Jr 7.9

10. ‫ּפָנ ֹה אֶל־ה ְַּרבֵּה ְו ִהנֵּה ִל ְמעָט‬Olhastes


para muito, mas eis
que alcançaste pouco.

Ag 1.9

11. ‫שּפָט‬ ְ ִ‫אֵּין־ק ֵֹּרא ְב ֶֶּ֫צדֶ ק ְואֵּין נ‬Ninguém há que clame por
ֶּ֫ ‫ ֶב ֱאמּונָה בָטֹו ַּח ע‬justiça, nem ninguém que
‫ַּל־ת ֹהּו ְו ַּדבֶר־‬
compareça em juízo pela
‫שוְא הָרֹו ָעמָל וְהֹולֵּיד ֶָּ֫אוֶן׃‬ ָ verdade; confiam na vaidade e
falam mentiras! Concebem o
trabalho e produzem a
iniqüidade.

Is 59.4

b Segundo A. Rubinstein o infinitivo absoluto com a conjunção no começo de sua sentença


continua um verbo finito precedente em cerca de 45 passagens. Este uso pertence a um
estágio mais recente da língua, para apreciar a freqüência relativamente maior dessa
construção em Jeremias (dez vezes), Zacarias (três vezes), Ester (nove vezes), e Neemias
(quatro vezes) e da raridade dessa construção no Pentateuco (duas vezes) e nos profetas mais
antigos.

c O propósito usado por essa construção pode ser usado também por outras construções;
seu uso pode ser explicado como uma expressão de desejo por uma variação estilística, mas
essa explicação não conta com sua predominância num hebraico bíblico recente. Rubinstein
sugere que é o resultado do desaparecimento de formas de waw-consecutivo em hebraico
recente: “É pelo menos significativo que a maioria predominante de nossos exemplos o
infinitivo absoluto ocorre precisamente no ponto onde se poderia esperar uma transição para
forma consecutiva apropriada do verbo”. Sua nova tese de que a substituição não pertence ao
texto original mas ao trabalho de escribas e copistas carece de evidência convincente.

p 596 d Esse uso do infinitivo absoluto, ligado com waw e funcionando em lugar de um
verbo finito, aproxima de perto seu uso como um complemento adverbial, pois nas duas
construções o infinitivo qualifica um verbo principal. As construções são distinguidas pela
presença ou ausência de um waw conjuntivo. Sem waw o infinitivo é adverbial, qualificando a
mesma situação como o verbo; com waw o infinitivo é usado como um verbo finito e
representa uma situação subordinada ao verbo principal. Em Jr 22.19 (35.3.2 # 4), por
exemplo, os infinitivos adverbiais ‫שלְֵּך‬
ְ ‫סָחֹוב ְו ַּה‬ ‘arrastados e lançados para bem longe,’
embora coordenados um ao outro, não são coordenados com o verbo e deste modo qualificar
diretamente a situação ‫י ִ ָקבֵּר‬ ‘será enterrado.’ Na construção presente o infinitivo é
coordenado com o verbo principal e representa uma situação distinta da subordinada a ele; o
infinitivo absoluto com waw apresenta uma situação separada daquele representada pelo
verbo finito, embora aquele verbo especifique a pessoa e o aspecto do infinitivo. O infinitivo
pode se encontrado em seqüência com uma forma perfectiva (## 12–13), uma forma não-
perfectiva (## 14–15), um jussivo (# 16), uma forma wəqtl (## 18), um particípio (35.5.3), ou
um infinitivo construto (35.5.4).

12. ‫ ֲהנִגְֹלה נִגְ ֵֶּּ֫ליתִ י אֶל־בֵּית ָא ִֶּ֫ביָך‬Não me manifestei à casa de

‫… ּובָח ֹר א ֹתֹו‬teu pai… e o escolhi.…


1Sm 2.27–28

13. ‫כִי־ ַּצ ְמתֶ ם ְוסָפֹוד‬quando jejuastes e pranteastes


Zc 7.5

14. ‫ ְוכִי־תִ ְמכְרּו … אֹו קָנ ֹה‬E quando venderdes … ou


comprardes…

Lv 25.14

15. ‫שבַּע‬
ָ ֶּ֫ ‫אִיש כִי־י ִד ֹר ֶֶּ֫נדֶ ר … אֹו־ ִה‬Quando uma mulher fizer um
‫ש ֻבעָה‬ ְ …voto.…ou tomar um
juramento…

Nm 30.3
16. ‫י ְ ַּבקְשּו … ְוי ַּ ְפ קֵּד ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬Busquem-se… e ponha o rei
comissários.…

Et 2.2–3

p 597 17. … ‫ ְו ִה ִֶּ֫ביטּו ֵּאלַּי … ְו ָספְדּו‬E olharão para mim…e


‫ ְו ָהמֵּר‬prantearão… e chorarão…
Zc 12.10

18. ‫ ַּוּי ְַּרא ּפ ְַּרע ֹה כִי … ְו ַּה ְכבֵּד ֶאת־‬Faraó viu que.… e ele

‫לִבֹו‬endureceu seu coração.


Êx 8.11

35.5.3 Como Particípio

a O infinitivo absoluto pode funcionar como particípio, embora esse uso seja difícil de
distinguir de um uso acusativo adverbial. Os exemplos característicos envolvem ou uma
sentença sem verbo (# 1) ou uma mistura de infinitivos e particípios juntos (## 2–3).

1. ‫ ְו ַּהחַּּיֹות ָרצֹוא וָשֹו֑ ב‬E os animais corriam, e


tornavam.

Ez 1.14

2. ‫כְתָ ב ֲאשֶר־נִכְתָ ב ְבשֵּם־ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬a escritura que escrevi em


‫ ְונַּחְתֹום ְב ַּט ֶַּּ֫בעַּת ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬nome do rei e selei com o anel
do rei

Et 8.8

3. ‫ ַּה ָבנִים ְמ ַּל ְקטִים ֵּעצִים וְהָ ָָֽאבֹות‬Os filhos apanham a lenha, e os
‫ ְמ ַּבע ֲִרים ֶאת־ ָהאֵּש ְו ַּהנָשִים‬pais acendem o fogo, e a
mulheres amassam a farinha.…
‫לָשֹות ב ֵּ ָ֑צק … ְו ַּהסְֵּך נְ ָסכִים‬e oferecem libações.…

Jr 7.18
35.5.4 Como Infinitivo Construto

a A variação precisa do infinitivo absoluto quando é usado em lugar de um infinitivo


construto depende em parte da presença ou ausência do waw. Quando não ligado à conjunção
o infinitivo absoluto pode mostrar o uso do infinitivo construto como complemento verbal (#
1), enquanto que ligado com waw tem o mesmo uso como um infinitivo construto precedente
(## 2–3).

1. ‫וְֹלא ָאבּו בִדְ ָרכָיו הָלֹוְך‬Enos caminhos do qual não


queriam andar.

Is 42.24

2. ‫שתֹו‬
ָ ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ישֶב ָהעָם ֶלאֱכ ֹל ְו‬E o povo assentou-se a comer e
a beber.

Êx 32.6

3. ‫בְתִ תְָך לֹו ֶֶּ֫להֶם ְו ֶֶּ֫ח ֶרב ְושָאֹול לֹו‬pois deste-lhe pão e espada, e
‫בֵּאֹלהִים‬consultaste para ele a Deus.
1Sm 22.13

b Em adição a ‫( ָאבָה‬# 1), o infinitivo absoluto ilimitado pode funcionar como um


complemento verbal com ‫חפֵּץ‬ ָ ‘desejar’ (Jó 13.3), ‫‘ ָאהַּב‬amar’ (Pv 15.12), ‫‘ נָסָה‬experimentar’
(Dt 28.56), ‫‘ חָדֵּ ל‬parar’ (Is 1.16).

p 598 36

Infinitivo Construto
36.1 Forma e Significado

1.1 Forma

1.2 Significado
36.2 Usos Nominais

2.1 Características Sintáticas

2.2 Com Preposições

2.3 Com a Preposição ‫ל‬

36.3 Usos Verbais

3.1 Características Sintáticas

3.2 Como uma Forma Finita

36.1 Forma e Significado

36.1.1 Forma

a O habitual infinitivo hebraico, chamado infinitivo construto é um substantivo verbal


usado do mesmo modo que o português usa seu infinitivo (‘ir’) e seu gerúndio (‘indo’). É
apresentado tipicamente como o infinitivo “real” do hebraico bíblico, em contraposição ao
infinitivo absoluto (35.1). Como o infinitivo absoluto, porém até mesmo no grau mais elevado,
não é ilimitado, apesar da etimologia de “infinitivo” (do latim ‘não limitado’). Antes, pode estar
sufixado, usado como o primeiro termo de uma frase construta e governado por uma
preposição.

b O infinitivo construto não é consistentemente morfologicamente distinto do imperativo


(em alguns sistemas) ou do infinitivo absoluto (nos assim chamados sistemas derivados).
Assim, por exemplo, a forma hitqattēl serve tanto como infinitivo quanto como imperativo do
sistema Hithpael. No Hiphil o infinitivo construto geralmente tem um ī, escrito plene (‫קטִיל‬
ְ ‫) ַּה‬,
enquanto o absoluto usualmente tem um ē escrito defectivamente (‫קטֵּל‬
ְ ‫) ַּה‬. Em alguns casos
uma forma com um ē e grafada plene é usada em ambos os papéis (‫שכֵּיל‬
ְ ‫ ַּה‬em Jó 34.35,
infinitivo construto; em Jr 3.15, infinitivo absoluto). Uma forma ē escrita defectivamente é tida
como um infinitivo construto (e.g., Dt 32.8, Jr 44.19). Tais formas homófonas devem ser
distintas com base na pertinência semântica e na sintaxe.

p 599 c O infinitivo construto do Qal é morfologicamente mais complexo do que os outros


graus; várias formas básicas são usadas. Elas podem ter se derivado de uma forma primitiva
*qutul, embora *qtul também tenha sido proposto pelos eruditos. Há diversas variantes do
infinitivo hebraico. Um grupo delas é essencialmente gráfico: ‫ קְט ֹל‬se posiciona com liberdade
(e ‫ קְטֹול‬é uma rara alternância desta) embora ‫קטָל־‬
ְ ocorra antes do maqqeph. Outro grupo
envolve a base: a base ‫ קְט ֹל‬é usada independentemente e com sufixos consonantais (‫ָך‬-, -
‫כֶם‬, ‫כֶן‬-), por exemplo, ‫ כְתָ בְָך‬kəṯoḇḵa, embora a base ‫ָקטְל־‬ seja usada com sufixos
vocálicos, por exemplo, ‫תבִי‬
ְ ‫ ָכ‬koṯḇí (com shewa médio).
d Para algumas raízes a forma independente reflete uma base *qtul, enquanto formas
sufixadas exibem uma base *qatl/qitl, por exemplo, ‫ ִלבְג ֹד‬/ ‫ ְב ִבגְדֹו‬, ֹ ‫ְלע‬
ַּ ‫ ִלב‬/ ‫ ִב ְלעִי‬, ‫שח ֹט‬
ְ ‫ ִל‬/
‫ש ֲחטָמ‬ ַּ ‫ ְב‬. Ocasionalmente, duas formas são encontradas para o infinitivo sufixado da mesma
raiz, por exemplo, ‫ נָפְלּו‬/ ‫פלָם‬ ְ ִ‫נ‬. As formas femininas do infinitivo tomam os paradigmas
‫ ָק ְטלָה‬, ‫ ִק ְטלָה‬e ‫ק ְֶּ֫ט ֹלֶת‬, por exemplo, ‫דָ ְבקָה‬, ‫י ְִרָאה‬, ‫ ; ֶֶּ֫לכֶת‬formas menos freqüentes incluem
as que têm a, e, u, em vez de o na primeira silaba, (e.g., ‫הבָה‬ ֲ ‫ַא‬, ‫ ֶח ְמלַּת‬, ‫) ֻח ְמלָה‬. Todos os
infinitivos CVCCâ podem ser identificados como substantivos independentes em lugar de
infinitivos e os dicionários variam neste ponto; muitas das raízes com tais infinitivos são
estativos. Os infinitivos segolados são principalmente de raizes I–yod e I–nun, embora essas
raízes possam formar outros infinitivos. Outra fonte de variação envolve as preposições; as
formas ‫בכְת ֹב‬
ִ e‫ ִככְת ֹב‬tem shewa médio, embora a combinação mais comum, ‫ ִלכְת ֹב‬, tenha
um shewa silente. Observe, também, o contraste de ‫אמ ֹר‬
ֱ ‫ ֶב‬e ‫לֵּאמ ֹר‬.
e Somente com os sufixos masculino singular da primeira e da segunda pessoa ocorre uma
distinção entre o sufixo possessivo (genitivo) e o sufixo verbal (acusativo).

Primeira pessoa singular

Possessivo ‫עַּד־בֹאִי‬até eu vir (2Rs 18.32)

Verbal ‫ל ְַּרמֹו ֶַּּ֫תנִי‬trair-me (1Cr 12.18)

‫ ְל ָעז ְֵֶּּ֫רנִי‬ajudar-me (1Cr 12.18)

Segunda pessoa masculina singular

Possessivo ‫ז ַּ ֲע ֶֶּ֫קָך‬teu
clamor por ajuda (= tu
clamas por ajuda) (Is 30.19)

Verbal ‫גַּדֶ ל ְֶָּ֫ך‬para te exaltar (Js 3.7)


p 600 Em outra parte as formas dos sufixos possessivos são usadas e considerações
contextuais devem determinar se é tencionado um genitivo subjetivo ou objetivo (veja 9.4).

1. ‫ַּל־רדְ פֹו … ָאחִיו‬


ָ ‫ע‬por causa de sua perseguição a
seu irmão (< ele perseguiu)

Am 1.11

2. ‫ ַּו ֶָּּ֫יטֶל שָאּול ֶאת־ ַּה ֲחנִית ָעלָיו‬Mas Saul atirou-lhe com a lança
֑‫ ְלהַּכ ֹתֹו‬para feri-lo (i.e., para feri-lo).
1Sm 20.33

Às vezes a ambigüidade é evitada usando ‫ אֶת‬depois do infinitivo, por exemplo, ‫א ֹתִ י ל ֶָּ֫דעַּת‬
‘me conhecer’ (Jr 24.7). Às vezes, no papel objetivo, um longo sufixo verbal (–ē hû em lugar de
–ô) é usado para a terceira pessoa masculina e um sufixo enérgico verbal para a segunda
pessoa masculino (–kka < –nka; cf. 31.7.2).

3. ‫לְהֹו ִצ ֵֶּּ֫אהּו‬para o tirar


Jr 39.14

4. ‫ ְליַּס ֶ ֑ ְֶּ֫רָך‬para te ensinar


Dt 4.36

36.1.2 Significado

a O infinitivo construto é um infinitivo verdadeiro, um verbo e um substantivo, e assim


uma forma sem necessária restrição sobre agência. Como um substantivo verbal o infinitivo
pode funcionar onde um componente nominal poderia ser esperado ou como predicador
verbal; pode funcionar ao mesmo tempo de ambos os modos. É mais bem construído
nominalmente (36.2) se for usado (1) absolutamente, ou (2) no estado construto, ou (3) com
sufixo pronominal sem objeto adicional ou frase preposicional. Por outro lado, é mais bem
construído como um predicador verbal (36.3) se governar um objeto ou frase preposicional. O
infinitivo ocorre freqüentemente no genitivo com preposições e com a preposição ‫ ל‬uma
extensiva gama de usos tem se desenvolvido. Raramente parece tomar o lugar de um verbo
finito, notadamente depois de ‫ל‬.

36.2 Usos Nominais

36.2.1 Características Sintáticas

a As características básicas sintáticas de substantivos são relevantes ao infinitivo construto


quando ocorrem posicionadas como um substantivo, como geralmente ocorre, e assim são
algumas características verbais, tais como negação. Começaremos com as categorias nominal
de caso e definibilidade.

p 601 b O infinitivo construto pode representar cada parte nominal de uma oração. Numa
construção nominativa, usualmente é encontrado numa oração sem verbo, como sujeito (##
1–4) ou predicativo (# 5). O predicado é masculino até mesmo se o sujeito infinitivo tiver uma
forma feminina (## 1–2). É apropriado traduzir um infinitivo construto com um gerúndio
português em casos raros, como estes.

1. ֑‫ֹלא־טֹוב חֱיֹות הָָאדָ ם ְלבַּדֹו‬O ser humano não é bom só


(i.e., não é bom para hāʾādām
estar só).

Gn 2.18

2. ‫שבֶת ָבהָר ַּהז ֶה׃‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ַּרב־ ָלכֶם‬muitopara você (é o)
permanecer neste monte (i.e.,
Tu tens permanecido neste
monte muito tempo). Dt 1.6

3. ‫ ְו ֶָּ֫לנּו ַּה ְסגִירֹו ְבי ַּד ַּה ֶֶּ֫מלְֶך׃‬Por nós será o entregar na mão
do rei (i.e., será nossa
responsabilidade entregá-lo
sobre a mão do rei).

1Sm 23.20

4. ‫מַּה־טֹוב ָלכֶם ַּהמְש ֹל ָבכֶם‬O que é melhor para vós que


ִ (o) governar sobre vós seja
‫ש ְבעִים אִיש‬
setenta homens (i.e., que
setenta homens governem
sobre vós)…
Jz 9.2

5. ‫ ְוז ֶה ַּה ִחלָם ַּלעֲשֹו֑ ת‬E isto é o iniciar do fazer deles


(i.e., E isto é o que começam a
fazer).

Gn 11.6

c O infinitivo ocorre como um genitivo depois de uma preposição ou como um substantivo


no estado construto; consideramos seu uso com preposições separadamente (36.2.2). Após
um substantivo no estado construto (## 6–9) com freqüência é melhor não ser traduzido como
um gerúndio mas por alguma outra construção. Em ## 8–9 os infinitivos governam objetos
diretos.

6. ‫בִן הַּכֹות ה ָָר ָ ֑שע‬de ser um filho atingido


duramente o homem é culpado
(i.e., o homem culpado merece
ser atingido duramente)

Dt 25.2

7. ‫שת לֵּדָה‬
ֶ ‫ ֵֶּּ֫א‬uma mulher de parto (i.e., uma
mulher em trabalho)

Jr 13.21

8. ‫עֵּת הֵָּאסֵּף ַּה ִמק ְֶנ֑ה‬tempo para o ajuntar do gado


(i.e., tempo para o gado ser
juntado)

Gn 29.7

9. ‫יֹום ֻה ֶֶּ֫לדֶ ת אֶת־ּפ ְַּרע ֹה‬odia do nascer Faraó (i.e., no


aniversário de Faraó)

Gn 40.20
p 602 d Numa construção acusativa, construtos infinitivos são comuns como objetos ou
acusativos adverbiais. O infinitivo pode ocorrer como uma palavra objetiva com um verbo;
esta forma é habitualmente chamada de complemento verbal porque o infinitivo é um
componente obrigatório para “completar” a situação do verbo (## 10–12).

10. ‫ֹלא־תֹסֵּף תִ ת־כֹחָּה ָלְ֑ך‬Não somará dar sua força a ti


(i.e., não dará sua força).

Gn 4.12

11. ‫ֹלא נּוכַּל דַּ בֵּר ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬Nós não podemos falar a ti.
Gn 24.50

12. ‫ָאחֵּל תֵּ ת ַּּפ ְחדְָך‬Eu começarei a pôr terror de ti…


Dt 2.25

Outros verbos que governam complementos verbais incluem ‫‘ אבה‬estar disposto’ (Dt 2.30,
10.10), ‫ בקש‬Piel ‘procurar’ (Êx 4.24), ‫‘ ידע‬conhecer (como)’ (1Rs 3.7), ‫‘ מאן‬recusar’ (Nm
20.21), ‫‘ נתן‬permitir, causar’ (Nm 20.21). Quando o infinitivo construto ocorre com verbos que
tenha uma força distintamente adverbial (denotando lugar, tempo, maneira, etc.), ocorre mais
bem construído como um acusativo adverbial (## 13–15); a construção usualmente será
traduzida interpretando o infinitivo como um verbo finito e o verbo finito ou particípio por um
advérbio.

13. ‫עַּתָ ה ִה ְס ֶַּּ֫כלְתָ עֲשֹו׃‬Agora tu representaste um tolo


com respeito a fazer (isto) (i.e.,
tu fizeste tolamente).

Gn 31.28

14. ‫ ַּמדּו ַּע ִמה ְַּרתֶ ן ב ֹא הַּּיֹום׃‬Por que apressaste com


respeito a vir hoje (i.e., por que
vieste tão rapidamente hoje)?

Êx 2.18
15. ‫ּו ֵּמטִב נ ֵַּּג֑ן‬umque tange bem com
respeito a tocar (i.e., um que
toca bem)

Ez 33.32

e Como um substantivo o infinitivo construto pode ser definido, ocorrendo não somente
com sufixos mas também com o artigo, ‫( כ ֹל‬notadamente posterior no hebraico bíblico), etc.

16. ‫כָל־ ְכלֵּי ַּהש ֵָּרת‬todos os itens (usados) para (o)


ministério

Nm 4.12

17 .‫כָל־הִתְ נַּדֵּ ב׃‬todas (das) ofertas(s)


voluntárias

Esd 1.6

18. ‫עֵּץ הַּדֶַּּ֫ עַּת טֹוב ו ָָרע׃‬aárvore do conhecimento do


bem e mal

Gn 2.9

p 603 f A qualidade substantival do infinitivo construto varia. Alguns infinitivos funcionam

inteiramente como substantivos: ‫‘ דֶַּּ֫ עַּת‬conhecimento,’ ‫‘ שְחֹוק‬risada,’ ‫‘ הִתְ יַּחֵּש‬alistamento’.


Outros infinitivos, mais íntimos às suas origens no sistema verbal, são usados como formas
sem marca de modos notáveis. Infinitivos ativos podem ter um sentido passivo (## 19–20), a
referência pessoal de algumas formas pode ser surpreendente (## 21–22).

19. ‫שעַּר ִלסְגֹור‬


ַּ ֶּ֫ ‫ ַּויְהִי ַּה‬O portão estava a ponto de ser
fechado.

Js 2.5

20. ‫שמִיד‬
ְ ‫נִ ְמ ֶַּּ֫כ ְרנּו … ְל ַּה‬Porque nós fomos vendidos…
para ser destruído.

Et 7.4
21. ‫ֹלא־י ֵּ ָעשֶה כֵּן ִבמְקֹו ֵֶּּ֫מנּו לָתֵּ ת‬Não é feito em nossa terra dar
(i.e., que demos)…

Gn 29.26

22. ‫ה ְַּרא ֹתְ ָך ֶאת־כ ִ ֹ֑חי‬Mostrar-te (i.e., que eu poderia


te mostrar) meu poder

Êx 9.16

g O negativo com o infinitivo construto geralmente é )‫( לְ) ִבלְתִי‬raramente ‫) ְבלִי‬, uma
forma nominal com o genitivo arcaico com o final î (# 23). ‫ בְֹלא‬é usado, essencialmente com o
significado ‘sem’ (# 24). No hebraico posterior se encontra ‫ל‬
ְ ‫וְֹלא‬, ‫אֵּ ין ְל‬, e ‫אֵּין‬.
23. ‫שר צּוִתִֶּ֫ יָך ְל ִבלְתִ י ֲאכָל־ ִמ ֶֶּ֫מנּו‬
ֶ ‫ ֲא‬de
que te ordenei para não
comer

Gn 3.11

24. ‫בְֹלא ְראֹות‬sem (o) ver


Nm 35.23

36.2.2 Com Preposições

a “O uso mais importante do infinitivo construto”, como Ernst Jenni observa, “é seu uso
depois de preposições no lugar de uma oração subordinada (com conjunção e verbo finito)”.
Ele compara os seguintes exemplos.

1a. ‫עַּד־בֹוא ֲאדֹנָיו אֶל־בֵּיתֹו׃‬até a vinda de seu senhor à sua


casa (i.e., até seu senhor vir a
casa)

Gn 39.16

1b. ‫עַּד ֲאשֶר־ָאב ֹא אֶל־ ֲאדֹנִי‬até eu vir a meu senhor


Gn 33.14

p 604 Estas orações temporais são equivalentes em sentido, e, já que a construção gerúndio é
complicada em português, a primeira construção é melhor traduzida, como a segunda,
empregando uma construção de oração subordinada.

b A preposição comumente usada com infinitivos é ‫ל‬, por esta razão podemos discutila
separadamente (36.2.3). A construção ocorre com cada preposição, porém mais
freqüentemente com ‫ב‬ e ‫כ‬, especialmente com um sentido temporal. Com o infinitivo
construto, ‫ ב‬indica em geral a proximidade temporal de um evento para com o outro, ‫ כ‬mais
especificamente precedendo imediatamente o tempo.

2. ֑‫שנָה דָ וִד ְב ָמלְכֹו‬


ָ ‫ ֶבן־שְלשִים‬Davi
estava com trinta anos
quando se tornou rei.

2Sm 5.4

3. ‫ ַּויְהִי ְכ ָמלְכֹו ִהכָה ֶאת־כָל־בֵּית‬Exatamente quando (Baasa) se


‫י ָָר ְבעָם‬tornou rei matou toda a casa
Jeroboão.

1Rs 15.29

4. ‫בְבֹוא־ ֵּאלָיו נָתָ ן ַּהנָבִיא כַּאֲ שֶר־‬Quando o profeta Natã veio a


‫שבַּע׃‬ ָ ‫בָא אֶל־בַּת־‬ele justamente depois de ter
estado com Bate-Seba

Sl 51.2

As orações infinitivas mais comuns, como observadas, são as temporais, envolvendo ‫( ב‬## 2, 4,
5), ‫( כ‬## 3, 6, 7), ‫( עד‬## 1a. 8), ‫ אחר‬e ‫( אחרי‬# 9) e ‫( מן‬# 10). Outro grupo de orações indica
relações lógicas, especificamente uma causa ou uma meta. Orações causais são governadas
por ‫( ב‬# 11), ‫( מן‬# 12), ‫( יען‬# 13) e ‫( על‬# 14). Orações finais ou resultantes são governadas
por ‫( למען‬# 15). Há dois tipos de orações negativas, separativa em ‫( מן‬# 16) e concessiva
(‘embora’) em ‫( על‬# 17). Assim, ‫ ב‬pode ser temporal (## 2,4,5), causal (# 11); ‫ על‬pode ser
causal (# 14) ou concessiva (# 17); e ‫ מן‬pode ser temporal (# 10) causal (# 12) ou separativa (#
16); o restante das preposições somente tem papel principal nas orações infinitivas.
5. ‫שדֶה‬
ָ ‫ ַּויְהִי ִבהְיֹותָ ם ַּב‬eenquanto eles estavam no
campo

Gn 4.8

6. ‫ ַּויְהִי כ ְִרא ֹת ֶאת־ ַּה ֶֶּ֫נז ֶם … ַּוּי ָב ֹא‬Quando ele tinha visto o anel…
‫אֶל־ ָהאִיש‬ele saiu ao encontro do
homem.

Gn 24.30

7. ‫שמֶש‬
ֶ ֶּ֫ ‫כְבֹוא ַּה‬Quando o sol se puser
Dt 16.6

8. ‫עַּד־ב ֹ ֲאכֶם עַּד־ ַּהמָקֹום ַּהז ֶה׃‬até que chegues a este lugar
Dt 1.31

p 605 9. ‫ַאח ֲֵּרי הַּכ ֹתֹו אֵּת סִיחן‬Depois dele ter derrotado Siom
Dt 1.4

10. ‫ ֵּמ ָחחֵּל ח ְֶרמֵּש ַּב ָקמָה‬do tempo de começar a pôr a


foice para colher

Dt 16.9

11. ‫שנְַאת יהוה א ֹתֶָּ֫ נּו‬


ִ ‫ ְב‬Porquanto YHWH nos aborrece
Dt 1.27

12. ‫כִי מֵַּא ֲחבַּת יהוה ֶאתְ כֶם‬porque YHWH te amou


Dt 7.8
13. ‫ ֶַּּ֫יעַּן מַָּא ְסכֶם‬porque recusastes
Is 30.12

14. ‫עַּל־ָאמ ְֵּרְך‬porque dizes


Jr 2.35

15. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן תִ תֹו ְביָדְָך‬para to entregar em tuas mãos


Dt 2.30

16. ‫ ִמ ֵּתת לְַאחַּד ֵּמהֶם‬de


forma que não dará a um
nenhum deles

Dt 28.55

17. ‫עַּל־דַּ עְתְ ָך‬embora tu sabes


Jó 10.7

36.2.3 Com a Preposição ‫ל‬

a A combinação de l + infinitivo construto é comum em variados usos. Algumas são


semelhantes ao infinitivo sem preposição, embora outras são especializadas juntamente com
as linhas das orações infinitivas com ‫ב‬, ‫כ‬, e outras preposições. O papel especial desta
combinação é indicado pelo estado não-raphe da abertura da segunda sílaba, liḵtoḇ e não liḵ
ṯoḇ.

b A combinação pode ser encontrada em qualquer papel nominal numa oração. Num
arcabouço nominativo, geralmente é usado como um sujeito, numa oração sem verbo (## 1–2)
ou em orações com ‫( היה‬## 3–4).

1. ‫טֹוב לְה ֹד ֹת לַּיהו֑ ה‬Louvar a YHWH é bom.


Sl 92.2

2. ‫ ְואִם ַּרע ְבעֵּינֵּיכֶם ַּלעֲב ֹד אֶ ת־‬Se for mau a teus olhos adorar
‫יהוה‬YHWH
Js 24.15

3. ‫כִי ֵּמ ֵּאת יהוה ָהי ְתָ ה ְל ַּחז ֵּק ֶאת־‬Porque de YHWHera o
‫ ִלבָם‬endurecimento (de) o seu
coração (i.e., porque YHWH o
endureceu)…

Js 11.20

p 606 4. ‫כִי ֹלא ָהי ְתָ ה ֶמ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך ְל ָהמִי ֶאת־‬a morte (de) Abner não
‫ַא ְבנֵּר‬procedera do rei
2Sm 3.37

Infinitivos com l podem servir também como complemento verbal, suprindo um verbo para
“completar” o verbo principal finito (## 5–9). Alguns verbos finitos geralmente governam
complementos em ‫( ל‬e.g., ‫ירא‬, # 5), embora outros possam governar infinitivos com ou sem
‫( ל‬e.g., ‫מאן‬, # 6; cf. 36.2.1d). Raramente um infinitivo com ‫ל‬é adverbial depois de um
substantivo (## 10–11).

5. ‫שבֶת ב ְֶּ֑֫צֹועַּר‬
ֶ ֶּ֫ ‫י ֵָּרא ָל‬Ele
estava com medo de ficar
em Zoar.

Gn 19.30

6. ‫ ַּוי ְ ָמאֵּן ְלהִתְ נַּחֵּם‬Ele recusou ser confortado.


Gn 37.35

7. ‫ ְואִם־ֹלא יַּחְּפ ֹץ הָאִ יש ָל ֶַּּ֫קחַּת‬Se um homem não quiser casar


֑‫ ֶאת־י ְ ִב ְמתֹו‬com a viúva do seu irmão …
Dt 25.7

8. ‫יֹודֵּ ַּע ַּלעֲשֹות ַּבזָהָב־ּו ַּב ֶכסֶף‬um que conhece [como]


trabalhar em ouro e prata
2Cr 2.13

9. ‫ ִה ְפ ִֶּ֫געּו ַּב ֶֶּ֫מלְֶך ְל ִבלְתִ י שְר ֹף ֶאת־‬Eles argumentaram com o rei

‫ ַּה ְמג ִָל֑ה‬para não queimar o rolo.


Jr 36.25

10. ‫גַּם־מָקֹום לָלּון׃‬como também um quarto para


passar a noite

Gn 24.25

11. ‫כִי ּהּוא הַּנ ֹתֵּ ן לְָך כ ֹ ַּח ַּלעֲשֹות‬Por isto ele é que te dá força

‫ ֶָּ֫ ֑חי ִל‬para adquirir riqueza.


Dt 8.18

c Orações infinitivas com ‫ ל‬são de tipos variados. Alguns destes tipos são análogos aos
formados com outras preposições, isto é, propósito, resultado e orações temporais. Outros
refletem a distintividade da combinação l, isto é, gerundivo, modal e orações imanentes.

d Orações ou frases de propósito, resultado e temporais podem ser vistas como servindo
ao papel de complementos verbais, embora com complementos de um tipo que pode ser
também especificado por uma oração subordinativa com um verbo finito. Propósito infinitivo
ou orações finais (# 12a) são semelhantes para orações de propósito com verbos finitos (#
12b).

12a. ‫ְֹלמ ֹה‬


֑ ‫שמ ֹ ַּע ֵּאת ָח ְכמַּת ש‬
ְ ‫ ְל‬para ouvir a sabedoria de
Salomão

1Rs 5.14

12b. ‫שמְעּו כָל־עֲדַּ ת ְבנֵּי‬


ְ ִ ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן י‬para que toda comunidade
‫יִש ְָראֵּל׃‬israelita ouvisse (a ele)
Nm 27.20
p 607 A linha de demarcação entre a oração infinitiva de propósito e a complementação
infinitiva é um tanto ofuscado (# 13). (Com verbos imperativos, o infinitivo é melhor
considerado como um acusativo.)

13a. ֑‫ ְו ָלבָן ָהלְַּך ִלגְז ֹז ֶאת־צ ֹאנֹו‬Labão foi tosquiar suas ovelhas.
Gn 31.19

13b. ‫ ַּו ֵֶּּּ֫י ֶרד יהוה ל ְִרא ֹת ֶאת־ ָהעִיר‬Yhwh desceu para ver a cidade.
Gn 11.5

O sujeito do infinitivo pode ser sujeito de um verbo principal (## 12a, 13a, 14) ou um
substantivo não envolvido naquela oração (# 15).

14. ‫ ַּוּיֵּצֵּא ָה ֱאמ ִֹרי … ִלק ְַּראתְ כֶם‬Os


amorreus saíram … para te
confrontar

Dt 1.44

15. ‫ש ֶַּּ֫ני ִם דְ ָרכִים לָבֹוא‬


ְ ‫שִים־לְָך‬Então agora, trace dois
‫ ֶֶּ֫ח ֶרב‬caminhos para a espada … para
vir.

Ez 21.24

Orações resultantes expressam uma conseqüência do verbo principal (‘e assim; de forma que’;
## 16–19).

16. ‫ ַּלעֲשֹות ה ַָּרע ְבעֵּינֵּי יהוה‬fazendo mal aos olhos de YHWH


‫ ְל ַּה ְכעִיסֹו׃‬e assim o provocando
Dt 9.18

17. ‫וַּאדֹנִי ָחכָם … לָדֶַּּ֫ עַּת ֶאת־כָל־‬Meu senhor é sábio … de forma


‫ ֲאשֶר ָב ֶָּ֫א ֶרץ׃‬que ele sabe de tudo no
mundo.

2Sm 14.20
18. ‫ ָלמָה ַּאתֶ ם עֹשִים ָרעָה גְדֹולָה‬Por que trazes grande mal
‫אֶל־נַּפְש ֹתֵּ כֶם … ְל ִבלְתִ י הֹותִ יר‬sobre eles… e assim os deixa
sem remanescente?
‫שא ִֵּרית׃‬ ְ ‫ָלכֶם‬
Jer 44.7

19. ‫ ַּמדּו ַּע ָמ ֶָּ֫צאתִ י חֵּן ְבעֵּי ֶֶּ֫ניָך‬Por que achei tal favor aos teus
‫ִירנִי‬ ֵֶּּ֫ ‫ ְל ַּהכ‬olhos para que me notes?
Rt 2.10

Orações temporais em ‫ ל‬podem marcar um ponto no tempo ou uma extensão no tempo.


Sinalizando um ponto é uma característica principalmente associada ao verbo pny ‘tornar,’
sujeitando a expressão ‫‘ לפנת בקר‬ao virar de (o) dia (## 20–21) e ‫‘ לפנת ערב‬no virar da
noite’ (## 22). A extensão no tempo pode ser marcada com ‫( ל‬# 23) e com ‫עד‬, este padrão
pode ser usado também com referência espacial (## 24–25).

p 608 20. ‫ ַּו ֶָּּ֫ישָב ַּהּי ָם ִלפְנֹות ֶּ֫ב ֹקֶר ְל ֵּאיתָ נֹו‬O
mar tornou ao seu fluxo ao
amanhecer.

Êx 14.2

21. ‫וַּתָ ב ֹא ָה ִאשָה ִלפְנֹות ה ַּ֑ב ֹקֶר‬A mulher veio ao amanhecer e


‫וַּתִ ּפ ֹל ֶֶּּ֫פתַּ ח … עַּד־הָאֹור׃‬caiu à porta… (permanecendo
lá) até que (foi) luz.

Jz 19.26

22. ‫שדֶ ה ִלפְנֹות ֶָּ֫ ֑ע ֶרב‬


ָ ‫ ַּוּיֵּצֵּא … ַּב‬Ele saiu… ao campo ao
entardecer

Gn 24.63

23. ‫ ַּוּי ִתְ נַּבְאּו עַּד ַּלעֲלֹות ַּה ִמנ ָ ְ֑חה‬Eles profetizaram até (o tempo
de) a oferta do sacrifício.

1Rs 18.29
24. ‫עַּד לְבֹוא ֲחמָת׃‬até a entrada de Hamate
Js 13.5

25. ‫ ְו ַּל ִמז ְָרח יָשַּב עַּד־לְבֹוא ִמ ְד ֶָּ֫ב ָרה‬para o leste ele ocupou a terra
até a entrada do deserto.

1Cr 5.9

Frases ou orações temporais podem complementar verbos que indicam um período de tempo
que se aproxima (‫ ;קרב‬# 26) ou a ser complementado (‫ ;כלה‬## 27–28).

26. ‫ ַּוּיִק ְְרבּו יְמֵּי־יִש ְָראֵּל לָמּות‬Aproximou-se o tempo de Israel


morrer.

Gn 47.29

27. ‫ּו ְככַּלֹות ְל ַּהעֲלֹות כ ְָרעּו‬Tendo


completado (o tempo
do) sacrifício, eles se
ajoelharam.

1Cr 29.29

28. ‫ ְו ַּכלָתֹו … ָללַּת‬o(tempo de) dar à luz ser


complementado

1Sm 4.19

e Como um gerundivo, explicativo ou epexegético, a construção ‫ל‬ + infinitivo


freqüentemente explica as circunstâncias ou a natureza de uma ação precedente.
Desenvolvendo o pensamento de um verbo finito ele se assemelha ao gerundivo latino (por
exemplo, faciendo ‘fazendo’), o português ‘[faze]ndo algo.’ A construção é encontrada
freqüentemente no hebraico cumrânico; ali e no hebraico bíblico é usada no estilo lingüístico
da oratória. Sob este título pode ser incluído o freqüente ‫לאמר‬, usado para introduzir um
discurso direto depois de verbos de declaração e de atividade mental (pensando, orando, etc.).
29. ‫שבָת ְל ַּק ְד ֑שֹו‬
ַּ ‫שמֹור ֶאת־יֹום ַּה‬
ָ Guarda o dia de sábado para o
santificar.

Dt 5.12

p 609 30. … ‫שמַּע בְקֹול י ְהֹוָה‬ ְ ִ‫כִי ת‬Se obedeceres a YHWH…


… ‫שמ ֹר ֶאת־כָל־ ִמצְֹותָ יו‬ ְ ‫ ִל‬guardando todos seus
mandamentos… fazendo o que
‫ ַּלעֲשֹות ַּהּיָשָר‬é reto …

Dt 13.19

31. ‫הֵּן הָ ָָֽאדָ ם ָהי ָה כְַאחַּד ִמ ֶֶּ֫מנּו‬Hāʾādām tem se tornado como


‫לָדֶַּּ֫ עַּת טֹוב ו ָ ָ֑רע‬um de nós no conhecimento do
bem o do mal.

Gn 3.22

32. ‫ת־ָאר ֑חֹו‬


ְ ‫ ַּבמֶה יְזַּכֶה־ ֶַּּ֫נעַּר ֶא‬Como um jovem pode manter
‫שמ ֹר כִדְ ב ֶֶָּ֫רָך׃‬ְ ‫ ִל‬seu caminho puro? Vivendo de
acordo com a tua palavra.

Sl 119.9

f Os sentidos modais das orações de l são encontrados nas orações sem verbos ou orações
com ‫ י ֵּש‬ou ‫אֵּין‬. Usualmente uma frase preposicional também é usada, geralmente com l (para
indicar possibilidade ou permissão; ## 33–38) ou ʿl (para indicar obrigação ou permissão; ##
39–40), embora outras preposições sejam também encontradas (## 41–43). Orações modais
sem frase prepositiva tendem ser usadas na poesia (## 44–45).

33. ‫מֶה ַּלעֲשֹות לְָך ֲהי ֵּש לְדַּ בֶר־לְָך‬O que pode ser feito por ti?
‫אֶל־ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬Podemos falar em teu favor ao
rei?

2Rs 4.13

34. ‫מַּה־לְָך ְל ַּסּפֵּר ח ָ ֻ֑קי‬Que


direito tens de recitar
meus estatutos?
Sl 50.16

35. ‫ֹלא ָלכֶם ְל ִה ָלחֵּם ב ָ֑ז ֹאת‬Não lutareis nesta (batalha).


2Cr 20.17

36. ‫ֹלא־לְָך ֻעז ִ ֶָּּ֫יהּו ְל ַּה ְקטִיר‬Não é certo para ti, Uzias,
queimar incenso.

2Cr 26.18

37. ‫י ֵּש לַּיהוה ֶָּ֫לתֶ ת לְָך ה ְַּרבֵּה ִמז ֶה׃‬YHWH pode te dar muito mais
do que isso.

2Cr 25.9

38. ‫ש ָר ֵּ ֑אל‬
ְ ִ ‫ ְואֵּין־ ֶָּ֫לנּו אִיש ְל ָהמִית ְבי‬Nenhum de nós tem direito
para matar um cidadão israelita

2Sm 21.4

39. ‫ש ָרה ֶֶּ֫כסֶף‬


ָ ֶּ֫ ‫ ְו ָעלַּי ֶָּ֫לתֶ ת לְָך ֲע‬Então
eu teria tido que te dar
dez moedas de prata.

2Sm 18.11

40. ‫ ְו ָעלַּיו אֵּין לְהֹוסִיף ּו ִמ ֶמנּו אֵּין‬Nada pode ser acrescentado a


‫ ִלג ְ֑ר ֹ ַּע‬isto e nada pode ser tornado
disto.

Ec 3.14

41. ‫שכֶם לִקְֹר אֶ ת־‬


ְ ‫אִם־י ֵּש ֶאת־נַּ ְפ‬Se estiveres pronto para
‫ ֵּמתִי‬enterrar meu morto…
Gn 23.8
42. ‫ ְואֵּין ִע ְמָך ְלהִתְ יַּצֵּב׃‬E ninguém pode ficar contra ti.
2Cr 20.6

p 610 43. ‫כִי אֵּין זּו ֶָּ֫לתְ ָך ִלגְאֹול‬E nenhum tem o direito para (a)
redimir exceto tu.

Rt 4.4

44. ‫מַּה־ ַּלעֲשֹות עֹוד ְלכ ְַּרמִי‬O


que mais poderia fazer por
minha vinha?

Is 5.4

45. ‫שם‬
ֵּ ‫הָס כִי ֹלא ְל ַּהזְכִיר ְב‬Cale-se, não devemos
mencionar o nome

Am 6.10

g O sentido imanente do infinitivo com l descreve um evento não-perfectivo, usualmente


um “prestes a” acontecer (tempus instans); a oração pode ser sem verbo (## 46–48) ou
governada por uma forma de ‫היה‬, se a referência ocorrer no passado (# 49).

46. ‫ִיענִי‬
֑ ֵֶּּ֫ ‫יהוה לְהֹוש‬YHWH me salvará.
Is 38.20

47. ‫גַּם־ ָבבֶל ִלנְּפ ֹל‬Babilônia cairá.


Jr 51.49

48. ‫שֹמֵּר תְבּונָה ִל ְמצ ֹא־טֹוב׃‬O que adquire entendimento


achará o que é bom.

Pv 19.8

49. ‫שמֶש לָבֹוא‬


ֶ ֶּ֫ ‫ ַּויְהִי ַּה‬O sol estava próximo de se pôr.
Gn 15.12

36.3 Usos Verbais

36.3.1 Características Sintáticas

a Um infinitivo construto pode manifestar seu caráter verbal de modos variados. Pode
estar associado apenas ao seu sujeito (## 1–2) seu objeto (## 3–5) ou preposição (## 6–7).
Menos freqüente, tanto o sujeito como o objeto seguem o infinitivo; o objeto pode ser não-
marcado (# 8) ou assinalado por ‫( את‬# 9) ou uma frase preposicional pode ser usada (# 10; cf.
10.2.1c–d).

1. ‫שמָה הָר ֵּ ֹ֑צ ַּח‬


ָ ֶּ֫ ‫ ָלנֻס‬de forma que o assassino possa
fugir para lá

Nm 35.6

2. ‫ִירנּו׃‬
ֵֶּּ֫ ‫לָמּות שָם ֲא ֶַּּ֫נחְנּו ּו ְבע‬de forma que nós e nosso gado
podemos morrer ali

Nm 20.4

p 611 3. ‫ ְליַּס ְָרה ֶאתְ כֶם‬para te castigar


Lv 26.18

4. ‫ ְלי ְִרָאה א ֹתִ י‬para me temer


Dt 4.10

5. ‫ ְל ָהמִית ֶאת־דָ וִד‬para matar Davi


1Sm 19.1

6. ‫ ְלנַּשֵּק ְל ָבנַּי ְו ִלבְנ ָ ֹ֑תי‬para beijar meus filhos e filhas


Gn 31.28
7. ‫מַּה־טֹוב ָלכֶם ַּהמְש ֹל ָבכֶם‬Que é melhor para vós – que o
governante sobre vós …?

Jz 9.2

8. ‫בְיֹום עֲשֹות יהוה אֱֹלהִים ֶֶּ֫א ֶרץ‬Quando Deus YHWH fez o céu e
ָ ‫ ְו‬a terra
‫ש ֶָּ֫מי ִם׃‬
Gn 2.4

9. ‫שמְעֹו ֶאת־הַּדְ ב ִָרים ה ֶּ֫ ֵּ ָ֑אלֶה‬


ָ ‫ ְב‬quando ele ouviu estas palavras
1Sm 11.6

10. ‫ ְב ִפגְעֹו־בֹו‬quando ele os encontrar


Nm 35.19

36.3.2 Como uma Forma Finita

a Às vezes no discurso poético ou no hebraico posterior o infinitivo construto depois de ‫ול‬


é usado como um equivalente de um verbo finito (ou uma construção nominal) para
representar uma situação sucessiva de comparação representada por um verbo finito (# 1) ou
particípio (# 2).

1. ‫ִם־ּפ ֹ ֲעלֵּי ֶּ֫ ָ ֑אוֵּן‬


ֶּ֫ ‫ְָארח ְל ֶהב ְָרה ע‬
ַּ ‫ו‬Ele mantém companhia com
‫ֵּי־רשַּע׃‬ ֶֶּ֫ ‫ ְו ָל ֶֶּ֫לכֶת עִם־ַאנְש‬malfeitores; associa-se com
homens maus.

Jó 34.8

2. … ‫ו ְַּרבִים ֵּמהַּכ ֹ ֲהנִים … בֹכִים‬Muitos dos sacerdotes…


‫ו ְַּרבִים … ְלה ִָרים קֹול׃‬estavam a chorar… e muitos…
estavam a jubilar.

Ed 3.12
Em muito de seus usos o infinitivo construto é seguido por um verbo finito.

3. ‫ת־תֹורתִ י … וְֹלא־‬
ָ ‫עַּל־ ָעזְבָם ֶא‬porque eles abandonaram
‫שמְעּו בְקֹולִי‬ָ minha lei… e não obedeceram
minha voz

Jr 9.12

p 612 37

Particípios
37.1 Forma e Significado

37.2 Uso Substantival

37.3 Sintaxe Participial: Acusativo e Genitivo

37.4 Uso Adjetival

37.5 Uso Relativo

37.6 Uso Predicativo

37.7 Uso com Verbos Finitos

7.1 Com ‫היה‬

7.2 Na Associação com Verbos Finitos

37.1 Forma e Significado

a O particípio é assim chamado porque participa tanto das características nominais como
das verbais; é uma forma de verbo não-finito usado como um substantivo (especificamente,
como um adjetivo). O português tem dois particípios, o particípio presente (em –ndo; usado
para formar o verbo progressivo, # 1, e nas orações nominais, # 2) e o particípio passado (em –
do; usado para formar os verbos perfectivos com o auxiliar ‘ter’, # 3, e verbos passivos com o
auxiliar ‘ser,’ # 4). De acordo com os gramáticos tradicionais, a forma –ndo no português pode
servir como particípio, uma forma adjetiva, (# 5–6) ou gerúndio, uma forma substantiva (## 7–
8, cf. # 2). Às vezes gramáticos modernos questionam a utilidade desta distinção. Os variados
usos dos dois particípios dependem das características semânticas como também dos padrões
sintáticos.
1. Abraão estava caminhando de Ur.

2. O caminhar de Ur estava agradável.

3. Ele tinha fechado a sua casa.

4. Ele estava persuadido a partir

5. Camelos correndo são perigosos.

6. Eu observei os camelos correndo de Ur.

7. Correndo em camelos é perigoso.

8. Eu observei os camelos correndo de Ur.

p 613 Os infinitivos hebraicos correspondem ao gerúndio no português e os particípios ao


particípio (adjetival) no português.

b O hebraico tem dois tipos de particípios, ativo e passivo; a característica passiva derivada
dos sistemas que indicam a voz passiva (i.e., Niphal, Pual, Hophal) é independente desta
distinção nos particípios, e a ocorrência de um particípio passivo num determinado sistema
não é completamente previsível. Os particípios masculino singular Qal tem estas formas: ativo
fientivo ‫קֹטֵּל‬, estativo ‫ ָקטֵּל‬e passivo ‫( קָטּול‬raramente ‫ ֻקטָל‬ou ‫)קִטֹול‬. Os particípios são
flexionados em número e grau e são usados tanto no estado absoluto como no construto; no
absoluto eles têm um caráter mais verbal e podem governar substantivos.

c O particípio tem quatro funções principais no hebraico bíblico: como um substantivo (#


9: cf. # 12), um adjetivo (## 10–11), um relativo (# 12) e um predicativo (# 13). O uso relativo é
a forma mais claramente intermediária, tanto como adjetivo ou como predicativo. O particípio
passivo é raro como substantivo, mas é comum em outras funções.

9. ‫ ַּויְהִי בִימֵּי שְפ ֹט הַּש ֹ ְפטִים‬Quando os šopetim julgavam …


Rt 1.1

10. ‫ ְונָ ַּתתָ ְל ַּעבְדְ ָך לֵּב ש ֹ ֵּמ ַּע‬Assim


dê a teu servo um
coração entendido

1Rs 3.9

11. ‫ֹלא־ ָהי ָה דָ בָר נֶ ְעלָם מִן־ ַּה ֶֶּ֫מלְֶך‬Nada estava escondido do rei.
1Rs 10.3
12. ‫עַּל־הָרֹעִים הָרֹעִים ֶאת־ ַּעמִי‬contra os pastores que
apascentam meu povo

Jr 23.2

13. ‫ ֶָּ֫אנָה ַּאתָ ה ה ֵֹּלְ֑ך‬Onde estás indo?


Zc 2.6

d É possível associar um “significado” a todas estas funções? A. B. Davidson,


representando uma visão tradicional, reivindica que o particípio indica aspecto linear: “O
[particípio] ou nomen agentis … apresenta a pessoa ou suj[eito] no exercício contínuo ou a
exibição da ação ou a condição indicada pelo verbo”. Seguindo a mesma linha, S. R. Driver
distingue cuidadosamente este aspecto linear do aspecto partido, repetitivo da conjugação
não perfectiva: “Mera continuidade sem progresso no sentido de duração nunca é expresso
pelo imp[erfeito].… O particípio é a forma que indica ação prolongada.… Assim todo o
imp[erfeito] multiplica uma ação e o particípio a prolonga.”

e Esta apresentação necessita de qualificação. Alguém pode quase não falar


exclusivamente nas palavras de ação do particípio substantival (nomen agentis) (veja 37.2);
neste uso a forma qōtēl não aponta tanto para uma ação sobre uma pessoa. Mais adiante, o
particípio estativo funciona como um adjetivo, conotando uma qualidade fixa e permanente;
p 614 como declara M. Greenberg: “Particípios estativos são puros adjetivos”. E. Kautzsch
reivindica que a língua está “plenamente consciente da diferença entre um estado envolvendo
ação” e não a evidencia para raízes quase fientivas, isto é, raízes com particípios transitivos
estativos (e.g., ‫שנ ֵּא‬
ָ ‘odiar’) em contraste às raízes transitivas estativas (e.g., ‫‘ ָכבֵּד‬ser pesado’;
veja 22.2.3), podem não formar um particípio depois do estativo, porém depois do paradigma
fientivo; somente com esta forma podem tais raízes indicar contínua atividade. Mais adiante, o
aspecto progressivo não é crucial nos usos de particípios como um relativo. T. O. Lambdin
observa que em seus usos o particípio implica “ação completa”: “Em inglês, entretanto, uma
oração relativa com um verbo pretérito ou perfeito é freqüentemente obrigatório na
tradução” (37.5). O particípio passivo, também, cuida em descrever uma situação não
implicando atividade progressiva mas sendo o resultado de alguma antiga ação. Finalmente, o
particípio é usado algumas vezes onde se esperaria uma forma finita. Isso é verdade
especialmente nos livros pós-exilicos: “O particípio é usado algumas vezes – especialmente nos
livros posteriores… – Onde esperaríamos a ação ser dividida em suas diversas partes, e por
conseguinte esperariamos o verbo finito”.

f Deste modo a caracterização do particípio como denotando o aspecto inteiro é apenas


verdadeiro no caso do uso quase puramente verbal do particípio como predicativo. Não
podemos resumir das quatro funções do particípio um significado básico. Contudo, se
deixarmos à parte o uso substantivo, podemos dizer que como um adjetivo verbal o particípio
cuida em descrever o estado das coisas em lugar de apresentar um simples evento.
37.2 Uso Substantival

a Algumas palavras com o paradigma qōtēl (5.2) são apenas usadas como substantivos,
embora outras são às vezes usadas como substantivos ou particípios. B. Kedar-Kopfstein tem
sugerido que considerações sintáticas, etimológicas e semânticas são relevantes em ambas
decisões quando um particípio é usado substantivamente (como um nomen agentis ou
substantivo ator) e a extensão de sua qualidade substantiva. A classificação de palavras das
partes do discurso descreve sua distribuição, isto é, seu potencial de ocorrer numa oração
relativa com a ocorrência de outras palavras na mesma oração (4.2.2). Quando um particípio
se relaciona com outras palavras na mesma oração de modo que o associamos a substantivos,
freqüentemente ele funciona como um nomen agentis. Considere este exemplo.

1. ‫ש ֹ ְפטִים וְשֹט ְִרים ִתתֶ ן־לְָך‬Tu constituirás šopetim e


oficiais.

Dt 16.18

b Os dois substantivos qōtēl poderiam ser substituídos prontamente por outras formas
nominais mas não tão prontamente por outras formas verbais. Por outro lado, no # 2, outro
verbo, em contraste com algumas outras classes de palavras, poderia ser substituído
prontamente por ‫שֹפֵּט‬.

p 615 2. ‫ ְו ִה ֶַּּ֫ג ְדתִ י לֹו כִי־שֹפֵּט ֲאנִי ֶאת־‬E eu lhe falei que julgaria sua
‫בֵּיתֹו ע‬família para sempre.
‫ַּד־עֹול֑ם‬
ָ
1 Sm 3.13

A sintaxe, a distribuição de palavras em uma oração ou período, é decisiva a descrição do uso


de um particípio.

b A relação do paradigma qōtēl e a classe de particípios ativo fientivo é problemática.


“Isoladamente” as formas qōtēl (i.e., formas de raízes verbais que existem no Qal apenas na
forma qōtēl) são melhor tomadas como substantivos; por exemplo, ‫כֹהֵּן‬ ‘sacerdote,’ ‫רֹזֵּן‬
‘governador’ ‫‘ שֹטֵּר‬oficial,’ ‫‘ נֹקֵּד‬criador de ovelhas’, etc. Alguns eruditos citam essas pueris
formas nominais em conexão a particípios. Kedar-Kopfstein argumenta que o caráter
participial adere mais claramente a formas como ‫שֹפֵּט‬ ‘juiz’ e ‫יֹצֵּר‬ ‘oleiro’, pois formas
correspondentes finitas são atestadas. E. Köning disse que um crescimento freqüente e
excessivo do paradigma qōtēl poderia ser reconhecido no caso de adjetivos como ‫נֹסֵּס‬
‘(pessoa) doente,’ ‫זֹולֵּל‬ ‘lixo,’ ‫ק ֹדֵּ ר‬ ‘sujo,’ etc. A terceira classe de formas qōtēl que
propriamente não pertencem aos particípios é formada de palavras denominativas; palavras
como ‫‘ בֹוקֵּר‬carreiro’ (de ‫בקָר‬
ָ ‘gado’), ‫‘ כ ֵֹּרם‬vinhateiro’ (de ‫‘ ֶֶּ֫כ ֶרם‬vinha’), ‫‘ יֹגֵּב‬agricultor’ (de
‫‘ יָגֵּב‬campo’), ‫שֹועֵּר‬ ‘porteiro’ (de ‫שעַּר‬
ַּ ֶּ֫ ‘portão’) possuem um claro caráter substantivo.
Kedar-Kopfstein aponta acima a distinção entre uma forma qōtēl com falta de uma clara
origem verbal a uma base verbal pelo contraste de ‫ אֹוי ֵּב‬com ‫שֹונ ֵּא‬.

Com ‫ אויב‬a importância está situada na pessoa, portanto é um substantivo no


sentido mais completo; o sentido do significado pertence a isto
ininterruptamente. Com ‫ שונא‬é uma questão do comportamento e a ação que
caracteriza uma pessoa, talvez temporariamente.

c Outro grupo de palavras pode ser avaliado semanticamente em lugar de


etimologicamente, como sendo distinto dos particípios qōtēl. Estas são palavras para
profissões, por exemplo,‫ יֹוצֵּר‬etimologicamente ‘modelador’ torna-se o profissional ‘oleiro’;
‫צֹורף‬
ֵּ ‘fundidor’ torna-se ‘ourives’; ‫‘ רֹפֵּא‬o curador’ torna-se ‘médico.’ Outras atividades,
contudo, são de natureza transitória, por exemplo, ‫‘ שֹוטֵּף‬inundação,’ ‫‘ צֹועֵּק‬clamar’ ‫נֹבֵּל‬
‘desbotar’. Os termos de profissões são mais substantivos do que estes termos participiais de
fenômenos transitórios.

37.3 Sintaxe Participial: Acusativo e Genitivo

a O particípio mostra sua participação dual nas construções de características verbais


(especificamente adjetivais) com modificador de palavras. Temos visto que substantivos são
modificados pelo caso genitivo e verbos pelo caso acusativo ou pela frase preposicional (veja
9.2, 10.2, 11.1). O particípio pode ocorrer com palavras transformadas em qualquer tipo de
arcabouço; ocorre com sufixos possessivos ou com sufixos pronominais verbais.

p 616 b O particípio no estado absoluto pode governar um objeto acusativo, um acusativo


adverbial ou frase preposicional; tal particípio pode ser fientivo ativo (com objetos: ## 1–2;
com frases preposicionais: ## 3–4), quase-fientivo estativo (## 5–6), estativo (ou adjetivo
verbal; com acusativo adverbial, ## 7–8) ou passivo (com acusativo adverbial, ## 9–11).

1. ‫כָל־הַּק ֹר ֹת א ֹתָ מ‬tudo aquilo (i.e., os eventos


que) lhes acontecera

Gn 42.29

2. ‫ ְו ִהנֵּה ב ָָרק ר ֹדֵּ ף ֶאת־סִיס ְָרא‬Baraque estava procurando


Sísera.

Jz 4.22

3. ‫יהוה הַּדֹבֵּר ֵּא ֶֶּ֫לי ָה‬YHWH que falou para ela


Gn 16.13

4. ‫שתִ ים׃‬
ְ ‫נִ ְל ָהמִים עִם־ ְּפ ִל‬pelejando com os filisteus
1Sm 17.19

5. ‫ו ְִר ְבקָה א ֹ ֶֶּ֫הבֶת ֶאת־יַּעֲק ֹב׃‬Mas Rebeca (era a que) amava


Jacó.

Gn 25.28

6. ‫כִי־י ֵָּרא ָאנֹכִי א ֹתֹו‬Eu o temo.


Gn 32.12

7. ‫ְדֹול֑ה‬
ָ ‫ש ְמחָה ג‬
ִ ‫ש ֵּמחִים‬
ְ ‫ּו‬alegrando com grande alegria
1Rs 1.40

8. ‫ ָחפֵּץ ֶֶּ֫רשַּע‬que tem prazer na maldade


Sl 5.5

9. ‫חָגּור ְכלֵּי ִמ ְל ָחמָה׃‬armados com armas para a


batalha

Jz 18.11

10. ‫ ָקרּו ַּע כֻתָ נְתֹו‬rasgado com respeito a sua


túnica

2Sm 15.32

11. ‫ ָלבֻש בַּדִ ים‬vestido de linho


Ez 9.2
c No estado construto, um particípio governa um objeto ou alguma outra especificação no
genitivo (9.5). O particípio ativo fientivo sobretudo governa genitivos adverbiais, por exemplo,
objetos (## 12–13) e, com verbos de movimento, genitivo de localização (## 14–15), em que
um acusativo (10.2) pode ser esperado. Na poesia o genitivo pode referir-se a “outras
especificações (especificação de espaço) que por outro lado [viz., na prosa] pode ser criado
apenas para estar sujeito ao verbo em questão por meio de uma preposição” (## 16–18). Um
particípio estativo quase fientivo pode governar um genitivo (# 19) como um particípio
passivo. Com passivo, o genitivo pode ser de agência (# 20) ou de instrumento (## 21–23). T.
O. Lambdin observa, “A adição de uma frase p 617 preposicional para expressar o agente,
como em ‘o homem que fora morto pelos seus inimigos’ virtualmente é desconhecido no
hebraico, mas como qualquer adjetivo [o particípio passivo] pode estar no construto com um
substantivo qualificativo seguinte”. Outros tipos de genitivos, especialmente o epxegético
(9.5.3c), também pode seguir o particípio passivo (## 24–26; cf. ## 10–11).

12. ‫נ ֹתְ נֵּי ַּל ְחמִי ּומֵּימַּי‬que (me) dê meu pão e minha
água

Os 2.7

13. ‫שע ְָרה‬


ָ ‫ ְמשִיבֵּי ִמ ְל ָחמָה‬Os que retrocedem à batalha
no portão

Is 28.6

14. ‫שעַּר־עִירֹו‬
ַּ ֶּ֫ ‫ ָבאֵּי‬que
tinha vindo ao portão de
sua cidade

Gn 23.10

15. ‫י ֹ ְצאֵּי הַּתֵּ בָה‬que saíram da arca


Gn 9.10

16. ‫יֹורדֵּ י־בֹור‬


ְ os que descem à cova
Is 38.18
17. ‫ש ֹ ְכבֵּי ֶֶּ֫קבֶר‬que jazem na sepultura
Sl 88.6

18. ‫ ְכ ֵּאלָה נ ֹ ֶֶּ֫בלֶת ע ֶּ֑֫ ֶָל ָה‬como


um carvalho que
enfraquece na sua folha

Is 1.30

19. ‫י ְֵּרא אֱֹלהִימ‬um que teme Deus


Gn 22.12

20. ‫ ֻמכֵּה אֱֹלהִים‬ferido por Deus


Is 53.4

21. ‫שדּופ ֹת ָקדִ י֑ ם‬


ְ ‫ּו‬queimadas pelo vento oriental
Gn 41.6

22. ‫ש ֻרפֹות ֵּ ֑אש‬


ְ ‫ע ֵָּריכֶם‬suas cidades queimadas a fogo
Is 1.7

23. ‫ ְמ ֶּ֫ט ֹ ֲענֵּי ֶָּ֫ ֑ח ֶרב‬os transpassados pela espada


Is 14.19

24. ‫ק ְֻרעֵּי ְבגָדִ ים׃‬rasgou em relação a roupas


2Sm 13.31

25. ‫ ְו ִהנֵּה ָהאִיש ְלבֻש ַּהבַּדִ ים‬O homem vestido com linho
Ez 9.11
26. ‫נְשּוי־ ֶֶּּ֫פשַּע‬perdoado em relação a pecado
Sl 32.1

d Assim como um particípio pode ser seguido por um objeto no acusativo (o particípio
sendo absoluto) ou por um genitivo (o particípio sendo construto), da mesma forma os p 618
sufixos para o particípio podem ser genitivos ou acusativos. Os sufixos possessivos e acusativos
exibem formas diferentes apenas na primeira pessoa do singular, possessivo –î, objetivo– [ê]nî.

27. ‫שי‬
ָ ֹ ‫ ַּאּי ֵּה אֱלֹו ִּה ע‬Onde está Deus meu Criador?
Jó 35.10

28. ‫שנִי ָעשָהּו‬


ֵּ ֹ ‫הֲֹלא־ ַּב ֶבטֶן ע‬Não é ele que me fez no ventre
não os fez também?

Jó 31.15

29. ‫אֵּין רָֹאנִי‬Não há que me veja.


Is 47.10

Mas mesmo aqui é preciso cautela: “De fato, esta distinção é eliminada, visto que os sufixos
possessivo –ī, de acordo com a analogia dos sufixos restantes, podem também assumir um
significado objetivo”. Este nivelamento é aparente nos seguintes exemplos (o esperado
objetivo –ēnî, ## 30–32).

30. ‫כָל־מ ֹ ְצאִי‬O


olho que (agora) me vê não
me verá por muito tempo.

Jó 7.8

31. ‫שּורנִי עֵּין רֹאִי‬


ֵּ ְ‫ֹלא־ת‬todo que me achar
Gn 4.14
32. ‫ ָקמַּי‬Os
que se levantaram contra
mim

Sl 18.40

Embora o sufixo –î seja mais comum, uma confusão semelhante pode ocorrer com o sufixo
acusativo da primeira pessoa usado como possessivo (contraste ‫שנ ִי‬
ֵּ ֹ ‫ ע‬em Jó 32.22 com # 27).
O uso objetivo dos sufixos é comum (## 33–35); raramente, um particípio com um sufixo
governa outro objeto independente (## 36–37).

33. ‫ ְמב ְָר ֶֶּ֫כיָך‬os que te abençoarem


Gn 12.3

34. ‫י ֹדְ עָיו‬os que o conheceram


Jó 42.11

35. ‫ ַּה ַּמ ֲעלֵּם‬que os trouxe


Is 63.11

p 619 36. ‫ ִהנְנִי ַּמ ֲאכִילָם … ַּלע ֲָנ֑ה‬Eu os farei comer… absinto.
Jr 9.14

37. ‫שנִי‬
ָ ‫שכֶם‬
ְ ‫ ַּה ַּמ ְל ִב‬que vos vestia com escarlata
2Sm 1.24

e Há diferença entre particípios com programas acusativos e genitivos? Gramáticos estão


divididos. Por exemplo, Kedar-Kofstein tem discutido que não existe distinção. Em contraste, E.
Sellin alega que o particípio genitivo-regente diz respeito a situações mais duradouras ao passo
que formas acusativas ou formas regidas por preposição referem-se a estados mais
transitórios.

Por meio de um exame exaustivo das estatísticas, Sellin… mostra que o


particípio quando construído como um verbo expressa um ato único e
comparativamente transitório, ou se relaciona a casos particulares, a fatos
históricos e similares, enquanto que o particípio construído como um
substantivo… aponta para ações repetidas, duradouras, ou atos corriqueiros,
profissões e pensamentos.

De fato, esta diferenciação não é assim tão óbvia. Há casos em que o ponto de vista de Sellin
parece claro (contraste, e.g., ## 1–4, 6–7, porém não nos # 5 ou # 8, com os ## 12–13,19,
porém não nos # 14 ou # 24). Uma variedade de outros fatores parece estar envolvida, por
exemplo, em termos de definibilidade (contraste # 11 e # 25), assim estudos posteriores
parecem ter o seu lugar.

37.4 Uso Adjetival

a Por adjetival pretende-se falar acerca do uso de um particípio numa oração em que
poderia ser substituído por um adjetivo, atributivo ou predicativo, e não por alguma outra
parte do discurso. Já que o particípio passivo possui algumas características distintivas nesta
função, analisaremos os particípios ativo e passivo separadamente.

b O particípio ativo modificador é usualmente usado como um relativo (veja 37.5). Em


alguns exemplos, contudo, ele ocorre onde um adjetivo atributivo seria esperado (# 1).

1. ‫כִי יהוה אֱֹל ֶֶּ֫היָך אֵּש א ֹ ְכלָה הּוא‬Quanto a YHWH teu Deus, é um
fogo consumidor

Dt 4.24

c O particípio passivo pode ser usado tanto como um atributivo (# 2) quanto como um
adjetivo predicativo (## 3–5).

2. ‫ּו ְבי ָד ֲחזָקָה ּו ִבז ְרֹו ַּע נְטּוי ָה‬com uma mão poderosa e com
braço estendido

Dt 4.34

3. ‫ ֲעז ֻבֹות ע ֵָּרי עֲר ֵּ ֹ֑ער‬Ascidades de Aroer estão


desertas.

Is 17.2

p 620 4. ‫ש ַּע ָהי ָה ָלבֻש‬


ֻ ‫וִיהֹו‬Agora Josué estava vestido …
Zc 3.3
5. ‫גְדֹלִים ַּמ ֲעשֵּי יהו֑ ה דְ רּושִים‬As obras de YHWH são grandes,
‫ ְלכָל־ ֶח ְפצֵּיהֶם׃‬consideradas por todos os que
nelas se comprazem.

Sl 111.2

d Os particípios dos sistemas reflexivos ou passivos, especialmente o Niphal,


correspondem ocasionalmente aos termos portugueses –ivel / –ável ou ao latim gerundial
(23.3d; ## 6–8), por exemplo, ‫נֹורא‬
ָ ‘metuendus, para ser temido, temível,’ ‫נֶ ְחמָד‬
‘desiderandus, desejável,’ ‫שב‬
ָ ‫נֶ ְח‬ ‘aestimandus, estimável,’ ‫ְמ ֻהלָל‬ ‘laudandus, para ser
louvado.’ (veja 25.1 para tais usos do Pual). O significado gerundial também é atestado com o
relativo (# 9) e particípios predicativos.

6. ‫שדּודָה‬
ְ ‫בַּת־ ָבבֶל ַּה‬A filha de Babilônia, condenada
a destruição

Sl 137.8

7. ‫ ְלעַּם נֹולָד‬a um povo a nascer


Sl 22.32

8. ‫ ַּה ַּחּי ָה ַּהנֶ ֱא ֶֶּ֫כלֶת‬o plano comestível


Lv 11.47

9. ‫ ֶאת־כָל־ ַּה ֶֶּ֫כסֶף ַּהנִ ְמצָא ְב ֶֶּ֫א ֶרץ־‬todo o dinheiro que foi

‫ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬encontrado no Egito


Gn 47.14

e As formas proximamente relacionadas de qātûl e qātîl, de acordo com Köning, podem


ser distinguidas. O particípio passivo qātûl tem um sentido incoativo, isto é, focaliza a vinda do
sujeito num estado modificado, em contraste com qātîl que se refere ao próprio estado. Por
exemplo, ‫ ָאסּור‬chama a atenção para o momento de José ser levado a prisão, enquanto
‫ ָאסִיר‬abstrai a momentaneidade e olha para a circunstância fornecida por ele.
10a. ‫מְקֹום ֲאשֶר יֹוסֵּף ָאסּור שָם׃‬O lugar em que José
(recentemente) tinha sido
aprisionado

Gn 40.3

10b. ‫ִירם ֲאשֶר ְבבֵּית‬


ִ ‫אֵּת כָל־ ָה ֲאס‬todos os prisioneiros que

‫ה ֶַּּ֑֫ס ֹהַּר‬estavam na prisão


Gn 39.22

10c. ‫אֶל־בֵּית ה ֹ ֶַּּ֫ס ֹהַּר מְרֹום ֲאשֶר־‬para a prisão, o lugar onde os


ֵּ ‫ ֲאס‬prisioneiros do
‫ִירי ַּה ֶֶּ֫מלְֶך אֲסּו֑ ִרים‬ rei estavam
encarcerados

Gn 39.20 Qere

Somente raramente, de acordo com Köning, qātûl designa a qualidade abstrata originada na
modificação, por exemplo, ‫‘ י ְדֻ עִים‬experiente, respeitado’ (Dt 1.13) e ‫‘ סּור‬rejeitado’ (cf. Is
49.21).

p 621 37.5 Uso Relativo

a O particípio pode ser usado como o equivalente de orações relativas (cf. ‘ouvidor,
alguém que ouve’). Uma oração relativa pode ser independente ou dependente (19.1c–d).
Uma oração relativa independente com um particípio pode ocorrer em qualquer parte da
oração principal, por exemplo, como sujeito (# 1), casus pendens (# 2), predicativo nominativo
numa oração sem verbo (## 3–4), ou objeto (## 5–7). Como cláusula relativa dependente, tal
particípio pode servir como atributivo para uma palavra em qualquer função, por exemplo,
numa frase preposicional (# 8).

1. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ַּה ֶֶּ֫מלְֶך ַּהמְדַּ בֵּר ֵּא ֶַּּ֫לי ְִך‬E


o rei disse, “Quem fala a
você…”

2Sm 14.10

2. ‫שֹפְֵּך דַּ ם הָָאדָ ם בָָאדָ ם דָ מֹו‬Quanto ao que derrama o


ָ ‫י‬sangue humano, o seu sangue
‫ש ֵּ ֑פְך‬
será derramado pelo homem
será derramado.

Gn 9.6

3. ‫מִי הָא ֹ ֵּמר שָאּול יִמְֹלְך ע ֶּ֑֫ ֵָּלינּו‬quem é que disse, “Saul reinará
sobre nós?”

1Sm 11.12

4. ‫עֵּי ֶֶּ֫ניָך הָר ֹא ֹת אֵּת כָל־ ֲאשֶר‬Teus olhos são os que viram

‫ ָעשָה‬tudo o que ele fez.


Dt 3.21

5. ‫שמַּע אֵּת מִדַּ בֵּר ֵּאלָי׃‬


ְ ‫ ָו ֶא‬Eu ouvi um falando comigo.
Ez 2.2

6. ‫ ַּוּי ַּ ִֶּ֫גידּו לֹו אֵּת כָל־הַּק ֹר ֹת א ֹתָ ם‬E eles lhe contaram tudo o que
lhes tinha acon tecido.

Gn 42.29

7. ‫ש ֶַּּ֫מעְתִ י א ֹ ְמ ִרים נֵּ ְלכָה ד ֶּ֑֫ ָֹתיְנָה‬


ָ Eu
(os) ouvi dizer, “vamos a
Dotã”.

Gn 37.17

8. ‫ַארצָה‬
ְ ‫ ַּכ ֶַּּ֫מי ִם ַּהנְג ִָרים‬como água derramada no chão
2Sm 14.14

b O particípio relativo, diferente do predicativo, freqüentemente tem o artigo (19.6).


Como um adjetivo, o atributivo relativo (que funciona como oração relativa dependente)
concorda com seu substantivo em termos de definibilidade (definido: ## 9–11; indefinido: #
12), embora em estilos posteriores ocorram exceções (## 13–14). Por causa deste acordo, é
possível ao particípio relativo estar separado de seu antecedente (## 11,15).
9. ‫עַּל־ ַּה ִמז ְ ֵּב ַּח ַּהבָנּוי׃‬no altar que tinha sido
construído

Jz 6.28

10. ‫לַּיהוה ַּהנ ְִראֶה ֵּאלָיו׃‬YHWH, que tinha aparecido a ele


Gn 12.7

p 622 11. ‫ש ְּפטֵּי־י ְהֹוָה ֱא ֶמת צָדְ קּו יַּחְדָ ָֽו׃‬


ְ ‫ ִמ‬Os estatutos de YHWH são

‫ ַּהנֶ ֱח ָמדִ ים ִמזָהָב‬verdadeiros, completamente


justos, são mais desejáveis do
que o ouro.

Sl 19.10–11

12. ‫רּו ַּח ְסע ָָרה בָָאה מִן־ ַּהצָפֹון‬um vento tempestuoso que
estava vindo do norte

Ez 1.4

13. ‫ש ֶַּּ֫לי ִם‬


ָ ‫ ְבי ַּד ַּמלְָאכִים ַּה ָב ִאים י ְר ָּֽו‬por
intermédio dos enviados
que vieram a Jerusalém

Jr 27.3

14. ‫(עַּם נָגִיד ַּהבָא‬o) povo de (o) dominador que


virá

Dn 9.26

15. ‫כָל־ ַּה ֶֶּ֫נפֶש ְלבֵּית־יַּעֲק ֹב ַּה ֶָּ֫בָאה‬todo o povo da casa de Jacó que
‫ ִמצ ְֶַּּ֫ריְמָה‬vieram ao Egito
Gn 46.27

Quando orações relativas participiais são usadas em sucessão, a primeira pode ter o artigo e
a(s) outra(s) não (## 16–17), embora às vezes todas tenham o artigo (# 18).
16. … ‫הֹוי ה ָָֽא ֹמ ְִרים ל ַָּרע טֹוב‬Ai dos que ao mal chamam

‫שְך לְאֹור וְאֹור‬


ֶ ֹ ‫שמִים ח‬ ָ bem… que pôs escuridão por
luz…

Is 5.20

17. … ‫ַּש ֹ ְכבִים עַּל־ ִמטֹות שֵּן‬


ָֽ ‫ה‬os que deitam em camas
‫וְא ֹ ְכלִים כ ִָרים ִמצ ֹאן‬embutidas com marfim… que
jantam cordeiros selecionados

Am 6.4

18. … ‫הַּּיֹשֵּב עַּל־חּוג ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬o que senta entronizado sobre a


ָ ‫הַּנֹוטֶה כַּד ֹק‬redondeza da terra… que
‫ש ֶַּּ֫מי ִם … הַּנֹותֵּ ן‬
estende os céus como uma
‫ ָֽרֹוזְנִים ל ֶּ֫ ָ ְ֑אי ִן‬cortina … que traz regras ao
nada

Is 40.22–23

c O participial relativo com o artigo pode empregar um sentido genérico indefinido (cf.
‘qualquer que ouvir’). Este sentido assemelha-se ao uso de um particípio substantival com o
artigo para referir-se a uma classe de agentes, por exemplo, ‫‘ הַּכ ֵֹּרת‬o cortador (de árvore)’ (Is
14.8), isto é, ‘todos os que derrubam (árvores), lenhadores’. Como um relativo, o particípio
definido refere-se à qualidade transitória (## 19–20).

19. ‫הַּנֹגֵּ ַּע ָבאִיש ַּהז ֶה‬Qualquer que tocar neste


homem

Gn 26.11

20. ‫הַּנ ֹ ַּמ ֲאמִיו ֹלא יָחִיש׃‬Todo


aquele que crer não será
envergonhado.

Is 28.16

d Quando o particípio relativo como predicativo recebe o artigo, ele identifica o sujeito
(8.4.1); esta construção corresponde ao francês ‘C’est … celui qui’ (## 21–22; cf. # 20).
p 623 21. ‫הּוא הַּסֹבֵּב אֵּת כָל־ ֶֶּ֫א ֶרץ‬É o que rodeia a terra de Havilá.
‫ ַּה ֲחוִילָה‬Gn 2.11

22. ‫כִי־פִי ַּה ְמדַּ בֵּר ֲאלֵּיכֶם׃‬minha boca é a que fala


contigo.

Gn 45.12

e O particípio relativo é uma forma não-finita, assim como Paul Joüon observa, “ele não
expressa em si mesmo tempo ou até mesmo aspecto; … assim ‫הבָא‬
ַּ ‫ ָהאִיש‬pode significar, de
acordo com o contexto, o homem que vem, que virá, que veio, e este uma vez ou
freqüentemente, num instante ou de maneira contínua”. O particípio relativo ocorre
predominantemente em conexão com o tempo contemporâneo ao verbo principal (# 23), ou
sobreposto a ele (# 24) e menos freqüentemente pela ação concluída no passado (## 25–26).

23. ‫ ְו ָהי ָה ָה ַּע ְלמָה הַּּיֹצֵּא ֹת ִלשְא ֹב‬Deixe


ser que a ʿalmâ que
chegar para tirar água…

Gn 24.43

24. ‫כִי י ְהֹוָה אֱֹל ֶֶּ֫היָך ְמבִי ֲאָך ֶאל־‬Porque YHWH teu Deus está te
‫ ֶֶּ֫א ֶרץ טֹובָה … ֲעי ָנ ֹת ּותְ ה ֹמ ֹת‬trazendo para uma boa terra …
com fontes e mananciais que
‫י ֹ ְצאִים ַּב ִב ְקעָה ּו ָבהָר׃‬fluem nos vales e montes.

Dt 8.7

25. ‫ ַּה ֶֶּ֫כסֶף ַּהשָב בְַא ְמתְ ח ֹתֵֶּּ֫ ינּו‬prata que tinha sido reposta em
‫בַּתְ ִחלָה‬nossos sacos na primeira vez
Gn 43.18

26. ‫ ַּו ִֶּּ֫יבֶן שָם ִמז ְ ֵּב ַּח לַּיהוה ַּהנ ְִראֶה‬Ele construiu ali um altar a
‫ ֵּאלָיו׃‬YHWH, que tinha lhe aparecido.
Gn 12.7
f O particípio relativo é negado tanto pelo advérbio da oração ‫אֵּין‬, um predicador de não-
existência (# 27), mesmo que ‫ י ֵּש‬seja usado como um predicador de existência (# 28; 39.32a),
quanto pelo advérbio ‫( ֹלא‬# 29).

27. ‫אֵּין יֹוצֵּא ְואֵּין בָא׃‬Ninguém saía ou entrava.


Js 6.1

28. ‫י ֵּש ְמ ַּפז ֵּר‬Há um que espalha.


Pv 11.24

29. ‫ ְב ֶֶּ֫א ֶרץ ֹלא ז ְרּועָה‬numa terra não semeada


Jr 2.2

37.6 Uso Predicativo

a Um particípio é usado freqüentemente como o predicado de uma oração sem verbo. O


sujeito geralmente é expresso, freqüentemente como um pronome independente p 624 (##
1–2) ou como um sufixo com ‫ יש‬ou ‫( איו‬## 3–4). Raramente o sujeito não está expresso,
notadamente depois de ‫( הנה‬## 5–6) ou se o referente há pouco fora mencionado (# 7).

1. ‫ ֵֶּּ֫המָה עֹלִים‬Eles estavam subindo.


1Sm 9.11

2. ‫ ָמחָר ַּאתָ ה מּומָת׃‬Amanhã tu serás morto.


1Sm 19.11

3. ‫שָך מושִי ַּע‬


ְ ֶ ‫אִם־י‬Se tu salvarás .…
Jz 6.36

4. ‫ש ֵּל ַּח‬
ַּ ‫ ְואִם־אֵּינְָך ְמ‬Se tu não o enviares …
Gn 43.5

5. ‫ ַּוּי ָב ֹא אֶל־ ָהאִיש ְו ִהנֵּה ע ֹ ֵּמד‬Ele veio ao homem, e, viu, [ele


estava] em pé.

Gn 24.30

6. ‫ ַּוּי ִ ְמ ָצ ֵֶּּ֫אהּו אִיש ְו ִהנֵּה תֹעֶה‬Um homem o encontrou e viu,


‫ש ֶ ֑דה‬ ָ ‫[ ַּב‬ele estava] vagando no campo.
Gn 37.15

7. ‫כִי י ֹא ְמרּו נָסִים ְל ָפ ֵֶּּ֫נינּו‬Eles dirão, “[eles estão] fugindo


diante de nós.”

Js 8.6

b Embora a estrutura sintática usual de um predicativo participial seja uma oração sem
verbo, o caráter verbal do particípio não é eliminado, como demonstram os exemplos acima.
Em suas operações o particípio predicativo se aproxima da conjugação prefixo (cf. 37.7.2a),
mas se distingue dela ao enfatizar uma circunstância durativa, não representando assim a ação
modal/temporal ou volicional, embora o estado contínuo das situações possa envolver ação
repetida. O particípio exibe sua origem adjetival em seu uso essencial para expressar
circunstâncias, estado das coisas, fatos, etc., em lugar de eventos. Nas orações circunstanciais,
ele se concentra nas figuras que se movimentam nos bastidores, contemporâneas à ação
principal; ocorre com freqüência em orações causais (## 8–9).

8. ‫כִי י ֹדֵּ ַּע אֱֹלהִים כִי‬porque Deus (é um que) sabe


que …

Gn 3.5

9. ‫כִי א ֹתָ ּה ְמ ַּב ְק ִ ֑שים‬pois tens pedido isso


Êx 10.11

c O particípio não funciona no hebraico bíblico como um verbo finito com uma referência
distinta de tempo, embora tal uso seja comum no hebraico mishnaico e no p 625 hebraico
posterior; deste modo as palavras ‫אנ ִי‬
ֲ ‫ יֹודֵּ ַּע‬no hebraico bíblico teria o sentido ‘eu sou o que
sabe’, enquanto no mishnaico elas significam simplesmente ‘eu sei’.

d Com referência a um estado passado das coisas, um particípio pode descrever as


circunstâncias que acompanham um evento principal (## 10–12). Às vezes o advérbio ‫ עוד‬é
usado com o particípio para enfatizar a simultaneidade (# 13). Freqüentemente, o particípio
descreve um estado contínuo das coisas, envolvendo ação repetida (## 14–15) ou contínua (##
16–17).

10. ‫וִיהֹונָתָ ן וַּ ָֽ ֲאחִי ֶַּּ֫מעַּץ ָֽע ְמדִ ים‬Enquanto Jonatas e Aimaás
‫ש ְפחָה‬ִ ‫ ְבעֵּין־רֹגֵּל וְהָ ָֽ ְלכָה ַּה‬estavam ficando em En-Rogel,
uma criada iria …

2Sm 17.17

11. ‫הִיא בָָאה ְבסַּף־ ַּה ֶַּּ֫בי ִת ְו ַּה ֶַּּ֫נעַּר‬Quando ela cruzou o limiar da
‫ ֵּמת׃‬casa, a criança morreu.
1Rs 14.17

12. ‫ש ְלחָה‬
ָ ‫הִוא מּוצֵּאת ְוהִיא‬Quando estava a ser trazida, ela
enviou (palavra).

Gn 38.25

13. ‫עֹוד ז ֶה מְדַּ בֵּר ְוז ֶה בָא‬Enquanto este aqui ainda


estava falando, outro veio.

Jó 1.16

14. ‫שמַּע‬
ֵּ ֶּ֫ ‫שבָא ש ֹ ֶַּּ֫מעַּת ֶאת־‬
ְ ‫ּו ַּמ ְלכַּת־‬Agora a Rainha de Sabá estava
‫שְֹלמ ֹה … וַּתָ ב ֹא‬ouvindo falar da fama de
Salomão … e assim ela veio.

1Rs 10.1

15. ‫ ַּרק ָהעָם ְמז ַּ ְבהִים ַּבב ָ֑מֹות‬Apenas, o povo estava


sacrificando nos lugares altos.

1Rs 3.2
16. ‫ ְונָהָר יֹצֵּא ֵּמ ֵֶּּ֫עדֶן‬Agora, um rio estava fluindo do
Éden.

Gn 2.10

17. ‫ ִהנֵּה ָחמִיְך עֹלֶה ִת ְמ ֶָּ֫נתָ ה לָג ֹז‬Seu sogro está subindo a Timna
‫צ ֹאנֹו׃‬para tosquiar suas ovelhas.
Gn 38.13

Duas variedades deste padrão requerem observação. Com ‫הנה‬ a oração participial
usualmente descreve circunstâncias imediatas (## 18–20; cf. # 17); pelo fato destas
geralmente requererem observação, a tradução ‘eis’ estabeleceu-se no português. Cf. também
1Rs 3.3 (cf. # 15), 4.20. Uma oração com ‫ הֹלְֵּך‬indica um estado de coisas a longo prazo (# 21).

p 626 18. ‫ ְו ִהנֵּה אֵּי ֶֶּ֫ננּו פ ֹתֵּ ַּח דַּ לְתֹות הָ ָֽ ֲע ִלּי ָה‬E viram, que ele não abria as
‫ ַּוּי ִ ְקחּו ֶאת־ ַּה ַּמפְתֵּ ַּח‬portas do quarto superior,
assim levaram a chave.

Jz 3.25

19. ‫ ַּוּיִשָא עֵּינָיו ַּוּי ְַּרא ְו ִהנֵּה שְלשָה‬Ele levantou os olhos e viu, e
‫ ֲאנָשִים נִ ָצבִים ע ָָל֑יו‬contemplou três homens que
estavam de pé o aguardando.

Gn 18.2

20. ‫שבַּע‬
ֶ ֶּ֫ ‫ ַּוּי ִישָן ַּו ַּּיָֽחֲֹלם … ְו ִהנֵּה‬Ele dormiu e
sonhou… e viu,

‫ש ֳבלִים ע ֹלֹות‬ ִ sete espigas


de grãos que
estavam surgindo.

Gn 41.5

21. ‫וַּדָ וִד הֹלְֵּך ְו ָחז ֵּק ּובֵּית שָאּול‬Davi ia se fortalecendo, mas os
‫ה ֹ ְלכִים וְדַּ לִ ָֽים׃‬da casa de Saul iam se
enfraquecendo.
2Sm 3.1

e Em referência ao tempo presente o particípio também se aproxima da conjugação


prefixo, mas se distingue dela ao denotar um estado continuo das coisas (em lugar de um
aspecto interativo) sem qualquer significado modal ou volicional (## 22–25), às vezes numa
expressão (relativa) puramente circunstancial (## 26–27), e às vezes numa circunstância
durativa envolvendo ações repetidas (## 28–29). Tal estado de ocorrências raramente é
introduzido por ‫( הנה‬# 30).

22. ‫קֹול דְ מֵּי ָא ִֶּ֫חיָך צ ֹ ֲעקִים ֵּאלַּי‬Osangue de teu irmão está


clamando a mim.

Gn 4.10

23. ‫ָאנֹכִי ב ֶַֹּּ֫רחַּת׃‬Eu estou fugindo.


Gn 16.8

24. ‫כִי יהוה נִ ְלחָם ָלהֶם‬YHWH está lutando por eles.


Êx 14.25

25. ‫ ְו ָה ֶָּ֫א ֶרץ לְעֹולָם ע ֹ ֶָּ֫מדֶ ת׃‬A terra dura para sempre
Ec 1.4

26. ‫ ִמבְנֹות ַּה ְכנַּ ֲענִי ֲאשֶר ָאנֹכִי יֹושֵּב‬das filhas dos cananeus entre os
‫ ְבק ְִרבֹו׃‬quais eu estou habitando
Gn 24.3

27. ‫כִי ַּהמָקֹום ֲאשֶר ַּאתָ ה עֹומֵּד‬o lugar onde estás parado
‫ ָעלָיו‬Êx 3.5

28. … ‫תֶֶּ֫ בֶן אֵּין נִתָ ן ַּל ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬Palha


não está sendo dada a
teus servos… ainda dizem…
‫אֹמ ְִרים‬Êx 5.16

29. ‫עַּל־כֵּן ֲאנִי ז ֹ ֵּב ַּח לַּיהוה כָל־ ֶֶּּ֫פטֶר‬Portanto estou sacrificando a
‫ ֶֶּ֫רחֶם ַּהזְכ ִָרים‬YHWH todo o primogênito…
Êx 13.15

p 627 30. ‫שתִ ים נִ ְל ָחמִים ִב ְקעִילָה‬ ְ ‫ ִהנֵּה ְפ ִל‬Eis que os filisteus estão

‫ ְו ֵֶּּ֫המָה שֹסִים ֶאת־ ַּהג ֳָרנָֹֽות׃‬lutando contra


Queila e estão
saqueando as eiras.

1Sm 23.1

f Com referência a situações que são na realidade futuras, o particípio pode denotar
meramente uma circunstância acompanhando um evento futuro (# 31). Contudo, usualmente,
ele denota a completa gama de idéias conotada pelo português ‘Estou para… Eu vou’, ou seja,
certeza, freqüentemente com imanência – o chamado particípio futurum instans (## 32–37).
Nesta função ele também ocorre numa oração principal com alguma conexão lógica para
outras orações (## 42–44). ‫הנה‬ acontece freqüentemente com todas estas construções
porque aquela partícula chama a atenção para uma situação vívida (## 31–33,35) ou para sua
conexão lógica a algum outro evento (## 38,40,44).

31. ‫לְֵּך אֶל־ּפ ְַּרע ֹה ב ֶַּּ֫ב ֹקֶר ִהנֵּה יֹצֵּא‬Vai ter com Faraó pela manhã,
‫ ַּה ֶַּּ֫מיְמָה‬ele sairá às águas.
Êx 7.15

32. ‫ ַּו ֲאנִי ִהנְנִי ֵּמבִיא ֶאת־ ַּהמַּבּול‬Eu vou enviar um dilúvio.
Gn 6.17

33. ‫ ִהנֵּה ָאנֹכִי עֹשֶה דָ בָר ְביִש ְָר ֵּ ֑אל‬Euvou fazer uma coisa em
Israel.

1Sm 3.11

34. ‫ ֶֶּ֫מלְֶך א ֲָרם עֹלֶה ָע ֶֶּ֫ליָך׃‬O rei da Assíria vai te atacar.


1Rs 20.22

35. ‫ ִהנְכָה רֹאֶה ְבעֵּי ֶֶּ֫ניָך‬Irás ver (isto) com teus próprios
olhos.

2Rs 7.2

36. ‫ ֵּאת ֲאשֶר ָהאֱֹלהִים עֹשֶה ִהגִיד‬Deus contou a Faraó o que ele
‫ ְלפ ְַּרע ֹה׃‬vai fazer.
Gn 41.25

37. ‫צ ֹאנְָך נְ ֻתנֹות לְאֹיְבֶיָך‬Teu rebanho será dado a teus


inimigos.

Dt 28.31

38. ‫עֹודְ ָך ִמסְתֹולֵּל ְבע ִ ַּ֑מי … ִהנְנִי‬Tu ainda te levantas contra meu
‫ ַּמ ְמטִיר‬povo … Portanto, eu vou enviar
chuva…

Êx 9.17–18

39. ‫ ַּה ֶֶּּ֫ילֶד אֵּי ֶֶּ֫ננּו ַּו ֲאנִי ֶָּ֫אנָה ֲאנִי־בָא׃‬O moço não está ali, para mim,
aonde eu irei?

Gn 37.30

40. ‫ ִהנְָך ֵּמת עַּל־ ָה ִאשָה … ְוהִוא‬Tu vai morrer por causa desta
‫ ְב ֶֻּ֫עלַּת ֶָּ֫בעַּל׃‬mulher … ela é uma mulher
casada

Gn 20.3

p 628 41. ‫ ְוגַּם ֶאת־הַּגֹוי ֲאשֶר יַּעֲב ֹדּו דָ ן‬A nação à qual servirão eu a
ֶּ֫ julgarei.
‫ָאנ ֹכִי‬
Gn 15.14
42. ‫ ֲאנִי נֶ ֱאסָף אֶל־ ַּעמִי ִקבְרּו א ֹתִ י‬Eu estou próximo a ser
congregado ao meu povo,
(então) me sepulte …

Gn 49.29

43. ‫ָאנֹכִי הֹלְֵּך בְדֶֶּ֫ ֶרְך כָל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬Eu estou próximo a entrar pelo
‫ ְו ָחז ַּ ְק ָת‬caminho de toda a terra, então
sê forte…

1Rs 2.2

44. ‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬


ָ ‫ ִהנֵּה י ְהֹוָה עֹשֶה א ֲֻרבֹות ַּב‬Se YHWH abrir as janelas do céu,
‫ ֲהי ִ ְהי ֶה הַּדָ בָר ַּה ֶז֑ה‬isso poderá acontecer?
2Rs 7.2

37.7 Uso Com Verbos Finitos

37.7.1 Com ‫היה‬

a O verbo ‫היה‬ serve como um verbo independente com particípios usados como
substantivos (# 1) ou adjetivos (# 2), incluindo todos os particípios passivos (## 3–4).

1. ‫ ַּויְהִי־לֹו נֹשֵּא ֵּכלִים׃‬E ele se tornou o seu pajem de


armas.

1Sm 1.21

2. ‫ִישי‬
֑ ִ ‫של‬
ְ ‫ ְוהָיּו נְכֹנִים לַּּיֹום ַּה‬E estar pronto ao terceiro dia.
Êx 19.11

3. ‫כִי־ ֻמלִים הָיּו כָל־ ָהעָם‬Porque todo o povo tinha sido


circuncidado.

Js 5.5
4. ‫ִירְך בָרּו֑ ְך‬
ֵּ ‫יְהִי ַּמכ‬Possa aquele que te
reconheceu seja abençoado

Rt 2.19

b Ao se conectar uma forma finita de ‫ היה‬a um particípio predicativo que se segue, um


índice aspectual e/ou modal é atribuído ao particípio, formas sujeitas que são passados
progressivos (## 5–7), perfeito progressivo (## 8–10), futuro progressivo (# 11), ou jussivo
progressivo (# 12).

5. ‫שמַּע ִמדַּ בֵּר ֵּאלַּי … ְואִיש‬ ְ ‫ ָו ֶא‬E eu ouvi alguém falando

‫ ָהי ָה ע ֹ ֵּמד ֶא ְצלִי׃‬comigo… enquanto o homem


estava parando ao meu lado

Ez 43.6

6. ‫וְַא ְבנֵּר ָהי ָה ִמתְ ַּחז ֵּק ְבבֵּית‬Agora Abner estava (ou, tinha

‫שָאּול׃‬estado?) se fortalecendo na
Casa de Saul.

2Sm 3.6

p 629 7. ‫ ַּוּיִהְיּו יָמִים שְלֹושָה בֹזְז ִים‬E assim três dias eles estavam
saqueando.

2Cr 20.25

8. ‫כִי עַּד־ ַּהּיָמִים ָה ֵֶּּ֫המָה הָיּו ְבנֵּי־‬Por aquele tempo os israelitas

‫יִש ְָראֵּל ְמ ַּקט ְִרים לֹו‬tinham estado queimando


incenso.

2Rs 18.4

9. ‫ ַּוּיִהְיּו ַּמ ְכ ִעסִים א ִ ֹ֑תי מִן־הַּּיֹום‬E tinham estado me


provocando desde o dia…

2Rs 21.15
10. ‫שלְש ֹם ֱהי ִיתֶם‬ ִ ‫גַּם־תְ מֹול גַּם־‬Por muito tempo tinham estado
‫ ְמ ַּב ְקשִים ֶאת־דָ וִד ְל ֶֶּ֫מלְֶך‬procurando fazer a Davi rei
2Sm 3.17

11. ‫ ְו ָה ִֶּ֫ייתָ ְמ ַּמשֵּש ַּב ָצה ֳֶַּּ֫רי ִם‬Estarás apalpando ao meio-dia.


Dt 28.29

12. ‫יְהִי ָרקִי ַּע … וִיהִי ַּמבְדִ יל בֵּין‬Haja um firmamento… (deixa


‫ ֶַּּ֫מי ִם ָל ֶָּ֫מי ִם׃‬estar) dividindo água de água.
Gn 1.6

Às vezes a noção temporal parece ser mais precisamente ‘exatamente naquele tempo…’ (##
13–14); a noção aspectual pode ser incoativa (‘começar a…’; # 15).

13. ‫שנָה ָהי ָה‬


ָ ‫יֹוסֵּף בֶן־שְבַּ ָֽע־ ֶעש ְֵּרה‬José, um jovem de dezessete
‫רֹעֶה … ַּוּיָבֵּא‬anos, estava naquele tempo
cuidando dos rebanhos … e ele
trouxe…

Gn 37.2

14. ‫ש ָר ֵּ ֑אל‬
ְ ִ ‫ּו ֶֶּ֫מלְֶך ֲא ָרם ָהי ָה נִ ְלחָם ְבי‬O rei da Assíria que então

‫ ַּוּי ִ ָּועַּץ אֶל־ ֲעבָדָ יו‬estava


em guerra com Israel,
tomou deliberação com seus
servos.

2Rs 6.8

15. ‫ֵּיתֹו‬
֑ ‫ ַּו ֵֶּּּ֫ילְֶך ֶא ְל ָקנָה הָ ָָֽר ֶָּ֫מתָ ה עַּל־ב‬Elcana foi à sua casa a Rama, e
‫ ְו ַּה ֶַּּ֫נעַּר ָהי ָה ְמש ֵָּרת ֶאת־י ְהֹוָה‬o rapaz começou a ministrar a
YHWH.

1Sm 2.11
c No hebraico bíblico posterior, a combinação ‫ היה‬+ particípio substitui uma forma de
verbo perfectivo: esta “construção perifrástica” provavelmente é o resultado da influência
aramaica, como observa Joüon.

Na língua posterior, a pessoa encontra a construção perifrástica ‫הי ָה קֹטֵּל‬


ָ com
o sentido de um puro perfeito ele matou… Este uso livre (ou abuso) que é
usual no hebraico pós-bíblico é devido à influência do aramaico. Naquela
língua a construção perifrástica que se afirma a uma ação durativa ou
freqüentativa (cf. Dn 5.19) também é empregada, muito livremente, para um
ato instantâneo ou único.

Com a falta de um critério firme formal para distinguir a completa gama de papéis observada
aqui, devemos às vezes hesitar identificar nuanças com precisão.

p 630 16. ‫ ְושָם הָיּו ְל ָפנִים נ ֹתְ נִים ֶאת־‬E eles tiveram primeiramente
‫ ַּה ִמנְחָה‬armazenado ali as ofertas dos
grãos.

Ne 13.5

17. ‫ ַּוּיִהְיּו נִק ְָראִים‬E eles (as crônicas) foram lidas.


Et 6.1

18. ‫וָאֹמ ְָרה ַּל ְל ִוּי ִם ֲאשֶר יִהְיּו‬Então eu ordenei aos levitas se
‫ ִמ ַּטה ֲִרים ּו ָבאִים‬purificar e vir…
Ne 13.22

37.7.2 Na Associação Com Verbos Finitos

a Quando um verbo perfectivo ou não-perfectivo é usado para descrever uma ação, uma
ação próxima relacionada com o mesmo ator geralmente é descrita com o mesmo tipo de
verbo. Particípios freqüentemente quebram tais paradigmas. Um predicado participial pode
ser seguido por uma forma de prefixo, com sentido semelhante (# 1) ou pode ser usado onde
uma forma de prefixo poderia ser esperada (compare ## 2a–b) ou pode ser seguido pelo waw-
relativo e uma forma de sufixo com uma noção epexegética no tempo passado (cf. 37.6d) ou
uma situação (con)seqüente no tempo futuro (## 3–4; cf. 32.2.5b).

1. ‫ ֲאנִי ז ֹ ֵּב ַּח לַּ ָֽיהֹוָה כָל־ ֶֶּּ֫פטֶר ֶֶּ֫רחֶם‬Eu sacrifico a YHWH os machos
‫ ַּהזְכ ִָרים ְוכָל־בְכֹור ָבנַּי אֶ פְדֶ ָֽה׃‬de tudo o que abre a madre; e
resgato porém todo o
primogênito de meus filhos.

Êx 13.15

2a. ‫ְַאר ֶֶּ֫אָך ֶאת־ ָהאִיש ֲאשֶר־אַּתָ ה‬


ְ ‫ו‬Eu te mostrarei o homem que
‫ ְמב ֵּ ַּ֑קש‬estás procurando.
Jz 4.22

2b. ‫וְאֹו ִֶּ֫ליכָה ֶאתְ כֶם אֶל־ ָהאִיש‬Eu o conduzirei ao homem que
ֶ ‫ ֲא‬estás procurando.
‫שר תְ ַּב ֵּקשּו֑ ן‬
2Rs 6.19

3. ‫ש ְבעָה ָאנֹכִי‬
ִ ‫כִי ְליָמִים עֹוד‬Sete dias a partir de agora
‫ ַּמ ְמטִיר … ּו ָמ ִֶּ֫חיתִ י‬enviarei a chuva… e destruirei…
Gn 7.4

4. ָ‫ש ָָרה … י ֹ ֶֶּ֫לדֶ ת לְָך בֵּן ְוק ֶָָּ֫ראת‬Sara… te dará um filho e


ְ ‫ ֶאת־‬chamarás o seu nome.
‫שמֹו‬
Gn 17.19

Semelhantemente, um particípio relativo pode ter continuidade por uma forma não-perfectiva
(# 5), um waw-relativo com uma forma de prefixo breve (## 6–7), ou uma forma de sufixo (##
8–9).

5. ‫שדֶה‬
ָ ‫הֹוי ַּמגִיעֵּי ֶַּּ֫בי ִת ְב ֶַּּ֫בי ִת‬Ai dos que ajuntam casa a casa
ָ ‫ ְב‬e reúnem campo a campo
‫שדֶ ה י ַּ ְק ִ ֑ ֶּ֫ריבּו‬
Is 5.8

p 631 6. ‫מִי־אֵּפֹוא הּוא ַּהצָד־ ַּצי ִד ַּו ֶָּּ֫יבֵּא‬Quem então que apanhou a

‫לִי‬caça e (a) trouxe para mim?


Gn 27.33
7. ‫הָעֹנֶה א ֹתִ י בְיֹום צ ָָרתִ י ַּויְהִי‬O que me respondeu no dia da
‫ ִע ָמדִי‬angústia e esteve comigo
Gn 35.3

8. ‫הֹוי בֹנֶה עִיר בְדָ ִ ֑מים וְכֹונֵּן‬Ai daquele que edifica uma

‫ק ְִרי ָה ְב ַּע ְולָה׃‬cidade com


derramamento de
sangue e estabelece uma cidade
por meio do crime!

Hb 2.12

9. ‫ש ָבעִים … וְָאמְרּו‬
ְ ִ‫ ַּהנ‬Os que juram… e dizem
Am 8.14

p 632 38

Subordinação
38.1 Organização Textual

38.2 Orações Condicionais

38.3 Orações Finais e Resultantes

38.4 Orações Causais

38.5 Orações Comparativas

38.6 Orações Exceptivas

38.7 Orações Temporais

38.8 Orações Substantivas Constituintes

38.1 Organização Textual

a Os principais assuntos desta gramática são a organização interna de frases e orações;


temos considerado estes assuntos no contexto maior do discurso bíblico, mas sem atenção
restrita aos modos como esse discurso funciona (3.3.4). A base para uma organização textual
mais ampla é fornecida por várias classes de marcadores, notavelmente partículas, incluindo
conjunções tais como ‫ ְו‬e ‫אְַּך‬, e exclamações tais como ‫הֹוי‬, e por vários verbos e formas
nominais tais como ‫ ַּויְהִי‬e ‫ש ֵּרי‬
ְ ‫ ַּא‬. É com estes marcadores e com outros semelhantes que os
três capítulos finais se ocuparão. Neste capítulo, discutimos alguns aspectos da subordinação,
a saber, o controle gramatical que uma oração principal exerce sobre outras orações; no
próximo capítulo discutiremos algumas características da coordenação, isto é, a associação
gramatical de duas ou mais orações; e no capítulo 40, abordaremos orações exclamativas e
interrogativas.

b Muito do sistema massorético está voltado para a organização textual, e pouco do que é
relevante pode ser mencionado. Até recentemente, gramáticos modernos de hebraico bíblico
estiveram propensos a desprezar o estudo da massorá, considerando aquele conjunto de
observações e notas como o resultado de um estudo empreendido muito depois de o texto
bíblico ter sido registrado. Tem-se tornado mais e mais claro que os massoretas foram os
primeiros de todos os registradores e preservadores da tradição, e só então os estudiosos se
interessaram pela reconstrução da forma dessa tradição (cf. 1.6.3g–m).

p 633 c Os massoretas supriram o texto preservado com quatro características que


auxiliam o exegeta na análise tanto das unidades de pensamento do discurso como das
relações entre orações e palavras. Para permanecer dentro do objetivo desta gramática, nos
limitaremos a uma simples apresentação. (1) Os parágrafos (baseados no conteúdo),
chamados pisqot ou parashiyyot, são marcados por espaços no texto. Os pisqot parecem ter
sido marcados nos manuscritos primitivos (judaicos) da tradução grega, mostrando que eles
eram uma característica do texto antes da virada daquele período. (2) A divisão em versículos
foi formalizada depois da divisão em pisqot. Todavia, parece que a Bíblia foi dividida em
versículos nos tempos talmúdicos, desde que há halakot (achados legais) que dependem desta
característica. (3) Divisões em colunas e linhas também são úteis. “No rolo de uma sinagoga,
toma-se o cuidado de começar cada coluna com alguma palavra iniciando com waw, com
exceção de seis colunas que devem começar com palavras particulares”, incluindo
notavelmente ‫( בראשית‬Gn 1.1). Os “cânticos” na Torá são escritos num formato distintivo,
descrito no Talmude. A maneira com a qual outros poemas e listas bíblicos são escritos é
determinada menos rigidamente. (4) Os acentos constituem a mais complexa dessas
características. Enquanto as três primeiras características contribuem para o entendimento de
uma variedade de fatos lingüísticos, o sistema de acentuação é mais importante para se
entender o relacionamento de palavras e orações dentro de um determinado versículo.
Contudo, tal entendimento não é estritamente o alvo primeiro dos acentos. Também,
conforme observa Israel Yeivin, eles suplementam o texto.

Sua função primária… é representar os motivos musicais para que o texto


bíblico fosse cantado na leitura pública. Este canto aumentava a beleza e a
solenidade da leitura, mas, visto que o propósito da leitura era apresentar o
texto clara e inteligivelmente aos ouvintes, o canto é dependente do texto e
enfatiza as relações lógicas das palavras. Conseqüentemente, a segunda
função dos acentos é indicar o interrelacionamento das palavras no texto.
Assim, os acentos são um bom guia para a sintaxe do texto; mas… a
acentuação marca as unidades semânticas, que nem sempre são idênticas às
unidades sintáticas.

d Os intérpretes rabínicos medievais e as versões antigas geralmente entendiam o texto de


um modo coerente com os acentos. Insistindo neste ponto, Yeivin cita Abraão ibn Ezra: “Não
se deve ouvir ou concordar com uma interpretação que não seja coerente com a acentuação”.
Os complexos sistemas de acentuação acrescentados ao texto pelos massoretas representam
uma importante compreensão do texto, compreensão esta que complementa o estudo da
gramática hebraica, mas que necessita ser considerada independentemente.

p 634 e Se buscarmos sistematizar nosso entendimento de organização textual,


precisamos apresentar a noção dos diferentes níveis e tipos de organização. Por exemplo, nem
todo versículo funciona do mesmo modo em si mesmo e em relação aos versículos que o
cercam. Podemos reconhecer uma classe de marcadores textuais maiores, ou sinais
macrossintáticos; com isto queremos dizer conjunções e outras expressões que ligam as
orações constituintes de uma extensão maior de texto. Wolfgang Schneider define sinais
macrossintáticos, a base de sua análise de discurso, como segue:

Sinais macrossintáticos são palavras, partículas e expressões que servem …


para demarcar as divisões maiores de um texto… O falante insere tais sinais
macrossintáticos a fim de realçar para o ouvinte o começo, as transições, o
clímax e as conclusões de sua comunicação… Ainda que a língua falada
(coloquial) é a esfera essencial de tais sinais macrossintáticos, todavia, sua
influência também pode ser observada nas formas lingüísticas literárias fixas,
tais como encontramos na Bíblia, especialmente em contextos envolvendo
diálogo.

Schneider destaca os seguintes sinais macrossintáticos como sinais introdutórios e


transicionais em diálogos: ‫הֵּן‬, ‫ ִהנֵּה‬, ‫ ְו ִהנֵּה‬e ‫ ְועַּתָ ה‬. Ele cita os seguintes como sinais de
interrupção de narrativa: ‫ ַּויְהִי‬como introdutório e transicional, e ‫הנ ֵּה‬ ִ ‫ ְו‬como transicional.
Como Schneider adverte, seu estudo é apenas um passo inicial na identificação e
sistematização de sinais macrossintáticos. Como o sistema de acento massorético, este
método de análise da organização textual requer um estudo independente (cf. 3.3.4).

f Uma abordagem mais simples pode ser oferecida. Às vezes um sinal macrossintático
pode servir em mais do que um nível. Considere, por exemplo, ‫ ְו‬nestes dois períodos:

1a. ‫ ַּה ְבאֵּש ִה ְבאִיש … ְו ָהי ָה לִי‬Fez-se ele tão aborrecível [em
‫ ְל ֶֶּ֫עבֶד‬outro lugar]… que me será por
servo.

1Sm 27.12
1b. ‫ ְו ָהי ָה ְב ַּענְנִי ָענָן עַּל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬Sucederá
que, quando eu
trouxer nuvens sobre a terra…

Gn 9.14

No primeiro período ‫ ו‬é uma conjunção interoracional, introduzindo uma oração logicamente
dependente dentro de um período; no segundo, ele acrescenta outra provisão separada ao
pacto noaico e a une ao que precede, num nível macrossintático ou interperiódico.
Estritamente falando, o waw relativo com a conjugação prefixada breve é uma p 635
conjunção macrossintática, unindo períodos dentro de uma extensão maior do discurso,
considerando que o waw relativo com a conjugação prefixo é freqüentemente uma conjunção
interoracional, unindo orações dentro de um período. Uma distinção preliminar entre
conjunções interperiódicas e interoracionais capacita-nos a discutir estas últimas em separado.

g Mesmo que limitemos nosso foco às conexões interoracionais, as complexidades


sobejam. Dois tipos de conjunções unem orações: a conjunção coordenada waw “e” e as
conjunções subordinadas. Esta última classe inclui ‫אשר‬ e o š, elementos z, várias outras
palavras subordinantes e preposições. O importante sinal oracional ‫אשר‬, juntamente com
outros sinais de orações relativas também pode subordinar orações condicionais, finais,
conseqüentes, causais, comparativas, temporais e nominais a uma oração principal.

h O sistema expresso no texto pode desviar do sistema semântico não expresso; por
exemplo, a conjunção ‫ ו‬e a partícula dêitica ‫ ִהנֵּה‬podem esconder a relação logicamente
subordinada de orações que elas introduzem. Com respeito à primeira, compare, por exemplo,
estes dois períodos sinóticos.

2a. ‫ ֲעלֵּה ּונְתַּ תִ ים ְבי ָדֶֶּ֫ ָך׃‬Sobe,


e [i.e., porque] os
entregarei nas tuas mãos.

1Cr 14.10

2b. ‫ ֲעלֵּה כִי־נָת ֹן ֶאתֵּ ן ֶאת־‬Sobe, porque entregarei os

ְ ‫ ַּה ְּפ ִל‬filisteus nas tuas mãos.


‫שתִ ים ְבי ָדֶֶּ֫ ָך׃‬
2Sm 5.19

O sistema de discurso no # 2b expressa a conexão lógica entre as orações, a qual é velada pelo
‫ ו‬no # 2a. Discutimos as palavras ‫ ו‬e ‫ הנה‬em parte a fim de descobrir o desvio entre a sintaxe
do texto e seu sistema semântico (39.2, 40.2.1). Construções assindéticas, aquelas sem
conjunções, omitem qualquer palavra ou expressão de ligação, dependendo totalmente do
sistema semântico operante por trás do texto para estabelecer relações interpreposicionais.

i Neste capítulo examinamos alguns dos principais tipos de orações subordinadas e


conjunções, deixando à parte as orações relativas (Cap. 19) e as orações infinitivas (Cap. 36). p
636 A maioria das conjunções tem tanto uma função coesiva (elas mantêm o texto unido)
como uma função subordinativa (elas sinalizam as relações hierárquicas das unidades dentro
do texto). No capítulo 39, examinaremos o uso de ‫ ו‬e o uso adverbial relativo; no Capítulo 40,
serão tratados os funcionamentos de ‫ הנה‬e de termos exclamativos, como também do ‫ה‬
interrogativo.

38.2 Orações Condicionais

a Um dos tipos mais comuns de relação lógica entre orações é a condicional. “Duas
orações quaisquer, a primeira das quais apresenta uma condição real ou hipotética, e a
segunda das quais apresenta uma conseqüência real ou hipotética a partir dessa, pode ser
tomada como um período condicional”, afirma T. O. Lambdin. Observe o seguinte alinhamento
de termos relevantes.

Situação condição conseqüência

Lógica prótase Apódose

Oração subordinada principal

Português ‘se… então…’

b Em nossa discussão da construção wəataltí observamos que o waw-relativo nessa


construção freqüentemente serve como um waw apódose, introduzindo uma oração
independente conseqüencial (a apódose) após a oração dependente condicional (a prótase).
Muitos dos usos de wəataltí discutidos ali satisfazem a definição de um período condicional.
Não revisaremos todas aquelas construções aqui. Além disso, também observamos naquele
capítulo as várias construções que ocorrem na prótase.

c Há duas classes de condicionais, dependendo se a condição for real (se foi cumprida no
passado ou se ainda for capaz de ser cumprida) ou irreal (se contrária aos fatos de uma
situação prévia ou incapaz de cumprimento).
d A prótase de uma condicional real usualmente é introduzida por ‫( אם‬## 1–2) ou, na
negativa, ‫לא‬ ‫( אם‬## 1, 3); o verbo da prótase pode ser não-perfectivo (# 1) ou perfectivo (##
2–3).

1. … ‫אִם תִ הְיּו כ ֶָּ֫מ ֹנּו‬Se fordes como nós…,

‫ ְונָתֶַּּ֫ נּו ֶאת־בְנ ֹתֵֶּּ֫ ינּו ָלכֶם‬então, dar-vos-emos as nossas


filhas,

‫ח־לנּו‬
ָ ֶּ֑֫ ‫ ְו ֶאת־בְנ ֹתֵּ יכֶם נִ ַּק‬E tomaremos nós as vossas
filhas;

‫שבְנּו ִאתְ כֶם‬


ַּ ֶּ֫ ָ ‫ ְוי‬E habitaremos convosco,

‫ ְו ָה ִֶּ֫יינּו ְלעַּם ֶאחָד׃‬E seremos um só povo.…

‫ש ְמעּו ֵּא ֵֶּּ֫לינּו‬


ְ ִ‫ ְואִם־ֹלא ת‬Mas, se não nos ouvirdes…

‫ ְו ָל ֶַּּ֫קחְנּו ֶאת־בִתֵֶּּ֫ נּו‬Tomaremos a nossa filha

‫ ְו ָה ֶָּ֫לכְנּו׃‬e nos retiraremos embora.


Gn 34.15–17

p 637 2. ‫שבְנּו פ ֹה ו ֶּ֑֫ ָָמתְ נּו‬


ַּ ֶּ֫ ָ ‫ ְואִם־י‬Ese permanecermos aqui,
morreremos.

2Rs 7.4

3. ‫ ְו ָהי ָה אִם־ֹלא ָח ֶַּּ֫פצְתָ בָּה‬E se não te agradares dela,


ִ ‫ ְו‬deixá-la-as ir embora.
‫ש ַּלחְתָּה‬
Dt 21.14

A partícula ‫ כִי‬também pode introduzir uma prótase, situando-se antes (# 4) ou diretamente


após o sujeito (# 5), que pode assim ser tomado como casus pendens.

4. ‫כִי תִ ְמצָא־אִיש ֹלא תְ ב ְָר ֶֶּ֫כנּו‬Se encontrares alguém, não o


‫ ְוכִי־יְב ֶָרכְָך אִיש ֹלא תַּ ע ֶּ֑֫ ֲֶננּו‬saúdes, e, se alguém te saudar,
não lhe respondas.

2Rs 4.29

5. … ‫ָאדָ ם כִ ָֽי־יַּק ְִריב ִמכֶם ק ְָרבָן‬Quando algum de vós trouxer


‫מִן־ ַּה ְב ֵּהמָה מִן־ ַּה ָבקָר ּומִן־‬oferta … trareis a vossa oferta
de gado, de rebanho ou de
‫הַּצ ֹאן תַּ ק ְִֶּ֫ריבּו‬gado miúdo.…

Lv 1.2

Uma prótase também pode ser introduzida por ‫( אשר‬# 6, observe a negativa ‫לא‬ ‫)אם‬, ‫( הן‬#
7), ou assindeticamente (# 8). Períodos condicionais podem consistir de duas orações tipo
waw-relativo em justaposição (32.2.3).

6. ‫ ְראֵּה ָאנֹכִי נ ֹתֵּ ן ִל ְפנֵּיכֶם הַּּיֹו֑ ם‬Vede: Eu estou vos dando uma
‫ב ְָרכָה ּו ְק ָללָה׃ ֶאת־ ַּהב ְָר ָכ֑ה‬escolha hoje, bênção ou
maldição – a bênção (obtereis)
‫שמְעּו … ְו ַּה ְק ָללָה אִם־‬ ְ ִ‫ ֲאשֶר ת‬se ouvirdes … e a maldição
‫שמְעּו‬ְ ִ‫(ֹלא ת‬obtereis) se vós não ouvirdes.…
Dt 11.26–28

7. ‫ ְוכִי ת ֹא ְמרּו מַּה־נ ֹאכַּל … הֵּן‬Se disserdes: que comeremos…


‫ֹלא נִז ְָרע … ְו ִצ ֶּ֫ ִּויתִ י ֶאת־‬se não podemos semear… ?
[deveis reconhecer] que eu vos
‫ב ְִרכָתִ י ָלכֶם‬darei a minha bênção.

Lv 25.20–21

8. ‫(תִ תֵּ ן ֶָּ֫להֶם יִלְק ֹ֑טֹון‬Quando/se) lhes dás, eles o


recolhem.

Sl 104.28

e A prótase de uma condicional irreal pode ser introduzida por ‫לּו‬ (## 9–11) ou, na
negativa, ‫לּולֵּי‬ / ‫ ֹלא <( לּולֵּא‬+ ‫ ;לּו‬# 12). A partícula ‫ לּו‬pode introduzir uma prótase p 638
livremente situada, uma sem uma apódose (# 13); o sentido ‘oh (eu desejo) que, desejaria
que’. A partícula ‫ כי‬pode também introduzir uma condição irreal (# 14).

9. ‫לּו י ֶש־ ֶֶּ֫ח ֶרב ְבי ָדִ י כִי עַּתָ ה‬Se eu tivesse uma espada na
‫ה ֲַּרגְתִיְך׃‬mão, certamente te mataria.
Nm 22.29

10. ‫ש ִֶּ֫כילּו ֑ז ֹאת‬


ְ ַּ ‫לּו ָחכְמּו י‬Se eles fossem sábios,
entenderiam isto.

Dt 32.29

11. ‫לּו ָחפֵּץ יהוה ַּל ֲהמִיתֵֶּּ֫ נּו ֹלא־‬Se YHWH nos quisera matar, não
‫ ָלקַּח … עֹלָה‬aceitaria… a oferta…
Jz 13.23

12. ‫לּולֵּי אֱֹלהֵּי ָאבִי … ָהי ָה לִי כִי‬Se o Deus de meu pai… não fora
ִ ‫עַּתָ ה ֵּריקָם‬do meu lado, tu me despedirias
‫ש ַּלח ֶּ֑֫ ְָתנִי‬
agora de mãos vazias.

Gn 31.42

13. ‫וְלּו הֹו ֶַּּ֫אלְנּו ַּו ֵֶּּ֫נשֵּב ְב ֵֶּּ֫עבֶר ַּהּי ְַּרדֵּ ן׃‬Tomara
nos contentáramos
com ficarmos dalém do Jordão.

Js 7.7

14. ‫גַּם כִי־ ֵּאלְֶך ְבגֵּיא ַּצ ְל ֶָּ֫מוֶת ֹלא־‬Ainda que eu ande pelo vale da
‫ִירא ָרע‬ ָ ‫א‬sombra da morte, não temerei
mal (algum).

Sl 23.4

38.3 Orações Finais e Resultantes

a Em hebraico (como em muitas línguas) expressões de propósito e conseqüência não são


prontamente distinguidas; o sentido preciso das construções e das partículas relevantes deve
ser determinado a partir do contexto. A oração principal expressa uma situação e a oração
subordinada expressa um propósito (oração final ou télica) ou uma conseqüência (oração
resultante). Já consideramos o uso comum de l + o infinitivo para formar uma oração
proposital (36.2.2–3). Aqui dedicamos atenção a outros marcadores de orações finais e
resultantes, positivos e negativos.

b A conjunção relativa ‫ אשר‬é comum numa variedade de orações finais e resultantes. Em


orações positivas ‫אשר‬ sozinho pode introduzir uma oração final (# 1) ou uma oração
resultante (# 2). Orações finais são introduzidas por ‫למען‬, com ou sem ‫( אשר‬## 3–6), ou por
‫בעבור‬, com ou sem ‫( אשר‬## 7–8); pode reger um verbo finito (## 3–4) ou um p 639 infinito
construto (## 5–6). Uma oração resultante pode ser introduzida por ‫( כי‬## 9–11),
notavelmente após uma pergunta (## 9–10).

1. ‫שר‬
ֶ ‫ש ִמעֵּם ֶאת־דְ ב ָ ָ֑רי ֲא‬
ְ ‫ ְו ַּא‬Eu os farei
ouvir as minhas

‫י ִ ְל ְמדּון ְלי ְִרָאה א ֹתִ י‬palavras, de


modo que (i.e.,
com o alvo que) aprendam a
temer-me.

Dt 4.10

2. ‫ ַּוּיִק ְָרא … שֵּם־ ַּהמָקֹום הַּהּוא‬Ele chamou… o lugar… de modo


‫… ֲאשֶר ֵּיָָֽאמֵּר הַּּיֹום‬que (i.e., com o resultado que)
até hoje se diz…

Gn 22.14

3. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן י ַּ ֲא ִֶּ֫מנּו כִי‬para que creiam que…


Êx 4.5
4. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן ֲאשֶר י ְ ַּצּוֶה ֶאת־ ָבנָיו‬para que ordene a seus filhos
Gn 18.19

5. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן ז ְב ֹ ַּח לַּיהוה‬Para que eles (o povo) possam


sacrificar a YHWH

1Sm 15.15

6. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן הַּדִ יחִי ֶאתְ כֶם‬de forma que eu vos banirei


Jr 27.15

7. ‫שמְרּו ֻחקָיו‬
ְ ִ ‫ ַּבעֲבּור י‬para que eles possam guardar
meus preceitos

Sl 105.45

8. ‫ ַּב ֲעבֻר ֲאשֶר יְב ֶָרכְָך‬para que ele possa abençoar-te


Gn 27.10

9. ‫מָה־אֱנֹוש כִי־תִ זְכ ֶ ֑ ְֶּ֫רנּו‬Oque é o homem para que o


estimes?

Sl 8.5

10. ‫ ַּהאֱֹלהִים ֶָּ֫אנִי … כִי־ז ֶה ש ֹ ֵּל ַּח‬Eu sou Deus… para que envies a
‫ ֵּאלַּי‬mim… ?
2Rs 5.7

11. ‫ֹלָֽא־ ָעשִיתִ י מ ְֶּ֫אּומָה כִי־שָמּו‬Nada fiz, para que me


‫א ֹתִ י בַּבֹור׃‬pusessem nesta masmorra.
Gn 40.15
c Orações finais negativas e de resultado também usam ‫אשר‬, com ‫( לא‬# 12, final; # 13,
resultado). Orações finais negativas podem ser introduzidas por ‫( ּפֶן‬# 14), ‫בלְתִ י‬ ִ ‫( ְל‬# 15) e ‫ֹלא‬
‫( ְל ֶַּּ֫מעַּן‬# 16). Orações resultantes negativas podem ser orações infinitivas após ‫( מִן‬# 17).
12. ‫שפַּת‬
ְ ‫ש ְמעּו אִיש‬
ְ ִ ‫ ֲאשֶר ֹלא י‬de modo que eles não
‫ ֵּר ֵֶּּ֫עהּו׃‬entenderão um ao outro
Gn 11.7

13. ‫ ֲאשֶר ֹלא־י ֹאמְרּו ז ֹאת אִי ֶָּ֫זבֶל׃‬de maneira que já não dirão:
esta é Jezabel.

2Rs 9.37

p 640 14. ‫שְֹלף ח ְַּרבְָך ּומֹו ְתתֵֶּּ֫ נִי ּפֶן־י ֹא ְמרּו‬Desembainha a tua espada e
‫לִי ִאשָה ה ֲָר ֶּ֑֫ ָגתְ הּו‬mata-me, para que não se diga
de mim: a mulher o matou.

Jz 9.54

15. ‫ֱֹלהים … ְל ִבלְתִ י‬


֑ ִ ‫בָא ָהא‬Deus veio… a fim de que não
‫ ֶ ָֽת ֱח ֶָּ֫טאּו׃‬pequeis.
Êx 20.20

16. ‫ ְל ֶַּּ֫מעַּן ֹלא ֶא ֱחטָא־לְָך׃‬a fim de que eu não venha


pecar contra ti

Sl 119.11

17. ‫ש ֶַּּ֫לחְנּו ֶאת־יִש ְָראֵּל ֵּמ ָעבְדֵֶּּ֫ נּו׃‬


ִ ‫כִי־‬que
permitimos ir os israelitas
resultando de que nos
deixassem de servir

Êx 14.5

38.4 Orações Causais


a Se uma situação constitui a base para outra, essa primeira ou situação causal pode ser
representada por uma oração infinitiva (36.2.2–3), uma oração com waw relativo e forma
sufixa (32.2.3), ou por uma oração introduzida por uma dentre várias partículas. As mais
comuns são ‫( כי‬## 1–2) e ‫( אשר‬# 3). Ambas podem ser usadas com ‫( ֶַּּ֫יעַּן‬11.2.8), que também
pode ser utiizada sozinha (## 4–7); ‫ יען‬pode reger uma forma finita (## 4–6) ou um construto
infinitivo (# 7). Como ‫מען‬ )‫(ל‬, ‫ יען‬é derivada da raiz do verbo ‫‘ ענה‬responder’.
1. ‫כִי־ ֶַּּ֫מי ִם עַּל־ ְּפנֵּי כָל־ה ֶּ֫ ָ ָ֑א ֶרץ‬porque havia água sobre toda a
superfície da terra

Gn. 8.9

2. ‫שיתָ ז ֹאת ָארּור ַּאתָה‬


ִ ֶּ֫ ‫כִי ָע‬Porque fizeste isso, maldita és.
Gn 3.14

3. ‫ש ְכבָה ָעלָיו׃‬
ָ ‫ ֲאשֶר‬porque se deitara sobre ele.
1Rs 3.19

4. ‫ ֶַּּ֫יעַּן ָמ ֶַּּ֫אסְתָ ֶאת־דְ בַּר יהוה‬porque rejeitaste a palavra de


YHWH

1Sm 15.23

5. ‫ ֶַּּ֫יעַּן כִי־מְַאסְתֶ ם ֶאת־יהוה‬porque rejeitaste a YHWH


Nm 11.20

6. ‫שיתָ ֶאת־הַּדָ בָר‬


ִ ֶּ֫ ‫כִי ֶַּּ֫יעַּן ֲאשֶר ָע‬porque fizeste isso
‫ ַּהז ֶה‬Gn 22.16

7. ‫ ֶַּּ֫יעַּן ֲאמ ְָרכֶם ֶאת־הַּדָ בָר ַּהז ֶה‬porque dizeis esta palavra
Jr 23.38
Combinações menos freqüentes são numerosas. A preposição ‫( על‬11.2.13) pode introduzir
orações causais com outras partículas, dando como resultado ‫( על אשר‬# 8), ‫ על־כי‬e ‫עַּל־‬
‫‘ דְ בַּר ֲאשֶר‬pelo fato que’. A preposição ‫( מן‬11.2.11) também é usada desta maneira, p 641
em ‫( מאשר‬# 9) ou ‫אשֶר‬ ֲ ‫ ִמ ְּפנֵּי‬, como são ‫( תחת‬11.2.15), em ‫( תנת אשר‬# 10) e ‫תחת כי‬, e
‫ב‬, em ‫( באשר‬# 11). O termo ‫‘ ֵֶּּ֫ע ֶקב‬conseqüência’, relacionado a ‫‘ ָע ֵּקב‬roda’, também é
combinado com ‫ אשר‬para introduzir orações (# 12).

8. ‫עַּל ֲאשֶר ֵּהמִית ֶאת־ ֲעשָהאֵּל‬porque matara seu irmão Asael


2Sm 3.30

9. ‫ ֵּמ ֲאשֶר י ָ ֶַּּ֫ק ְרתָ ְבעֵּינַּי‬porque foste precioso aos meus


olhos

Is 43.4

10. ‫ש ְמעּו אֶל־דְ ב ַָּרי‬


ָ ‫תֶַּּ֫ חַּת ֲאשֶר־ֹלא־‬porque
não deram ouvidos às
minhas palavras

Jr 29.19

11. ֑‫שר יהוה ִאתֹו‬


ֶ ‫ ַּב ֲא‬porque YHWH era com ele
Gn 39.23

12. ‫ש ֶַּּ֫מעְתָ בְקֹלִי׃‬


ָ ‫ ֵֶּּ֫עקֶב ֲאשֶר‬porque obedeceste à minha voz
Gn 22.18

38.5 Orações Comparativas

a Orações que comparam uma situação com outra freqüentemente usam partículas para
introduzir tanto a situação comparada (na oração subordinada ou prótase) quanto a situação
presente (na oração principal ou apódose). O emparelhamento mais comum é ‫ַּכ ֲאשֶר‬ +
prótase — ‫ כֵּן‬+ apódose (## 1–4), usualmente nessa ordem, ainda que a ordem reversa possa
ser encontrada (# 4). A prótase pode ser introduzida por‫ ְכ‬antes de um infinitivo (# 5) ou de
uma oração sem verbo (# 6), com ‫ כן‬na apódose. (Para o ‫ עם‬comparativo, veja 11.2.14.)

1. ‫שר ּפָתַּ ר־ ֶָּ֫לנּו כֵּן ָה ָי֑ה‬


ֶ ‫ ַּויְהִי ַּכ ֲא‬E
como nos interpretou, assim
se deu.

Gn 41.13

2. ‫ ְו ַּכ ֲאשֶר יְעַּנּו א ֹתֹו כֵּן י ְִרבֶה ְוכֵּן‬Quanto mais eles (os egípcios)
‫יִפ ְ֑ר ֹץ‬os oprimiam (os israelitas),
tanto mais se multiplicavam e
tanto mais se espalhavam.

Êx 1.12

3. ‫ַָֽארי ֵּה … עַּל־‬ ְ ָ‫ ַּכ ֲאשֶר י ֶ ְהגֶה ה‬Como o leão… rugem sobre a
‫ט ְַּרּפֹו … ֹלא יֵּחָת … כֵּן י ֵֵּּרד‬sua presa (e)… não se
espantam… assim YHWH…
‫יהוה … עַּל־הַּר־צִּיֹון‬descerá… sobre o monte Sião.

Is 31.4

4. ‫שר דִ ֶַּּ֫ב ְרתָ׃‬


ֶ ‫כֵּן תַּ ֲעשֶה ַּכ ֲא‬Então, faze de acordo com o
que disseste.

Gn 18.5

5. ‫ְאּו־ל֑י‬
ִ ‫כ ְֻרבָם כֵּן ָחט‬Quanto mais eles se
multiplicaram, tanto mais
pecaram contra mim.

Os 4.7

p 642 6. ‫ ִהנֵּה ְכעֵּינֵּי ֲעבָדִ ים אֶל־י ַּד‬Como os olhos dos servos estão
‫ ֲאדֹונֵּיהֶם … כֵּן עֵּי ֵֶּּ֫נינּו ֶאל־‬fitos nas mãos dos seus
senhores,… assim os nossos
‫יהוה‬olhos estão fitos em YHWH.
Sl 123.2

A partícula ‫ כ‬pode ser usada com duas coisas comparadas, produzindo o efeito de assemelhar
uma situação à outra. A presente situação (i.e., a situação sob discussão) usualmente é dada
primeiro (## 7–8), embora a ordem reversa seja encontrada (## 9–10).

7. ‫ ְו ָהי ָה ַּכ ַּצדִ יק כ ָָר ָ ֑שע‬E o (estado do) justo fosse igual
ao (estado do) ímpio.

Gn 18.25

8. ‫כִי כ ֶָּ֫מֹוָך ְכפ ְַּרע ֹה׃‬Realmente,


tu és como o
próprio Faraó.

Gn 44.18

9. ‫תֹורה ַאחַּת‬
ָ ‫ ַּכ ַּחטָאת ָכ ָאשָם‬A oferta pela culpa (ʾšm) é como
‫ל ֶ ָ֑הם‬a oferta pelo pecado (ḥṭʾt); uma
única lei haverá para elas.

Lv 7.7

10. ‫ ָככֶם ַּכגֵּר י ִ ְהי ֶה ִל ְפנֵּי יהוה׃‬Como


vós sois, assim será o
estrangeiro perante YHWH.

Nm 15.15

38.6 Orações Exceptivas

a Há uma pequena classe de orações dependentes que apresenta exceções à situação


descrita nas orações principais correspondentes. Orações dependentes exceptivas são
semelhantes em função às orações independentes restritivas, marcadas por advérbios
oracionais como ‫( ַּרק‬39.3.5); elas diferem pelo fato de as orações independentes referirem-se
a uma extensão maior do texto precedente, enquanto as orações dependentes referem-se
apenas à oração principal imediatamente precedente.
‫ אם‬é freqüente em orações exceptivas, com ‫( ִבלְתִ י‬# 1) ou ‫( כי‬## 2–4);
b A partícula

‫ בלתי‬é encontrado sem ‫( אם‬# 5).


1. ‫ ֲהי ִתֵּ ן ְכפִיר קֹולֹו … ִבלְתִ י אִם־‬Bramará o leão… a menos que
‫ ָלכָד׃‬tenha derrotado (sua presa)?
Am 3.4

2. ‫ש ֵּלחֲָך כִי אִם־ב ֵַּּרכְתֶָּ֫ נִי׃‬


ַּ ‫ֹלא ֲא‬Não te soltarei a menos que me
abençoes.

Gn 32.27

3. ‫כִי ֹלא י ַּ ֲעשֶה ֲאדֹנָי י ְ ֶהוִה דָ בָר כִי‬O Senhor YHWH não fará coisa
‫אִם־ ָגלָה סֹודֹו אֶל־ ֲעבָדָ יו‬alguma a menos que tenha
revelado seu plano a seus
‫ ַּהנְבִיאִים׃‬servos, os profetas.

Am 3.7

p 643 4. ‫וְֹלא י ֹאכַּל מִן־ ַּה ֳקדָ שִים כִי אִם־‬Ele não comerá das coisas
‫ ָרחַּץ ְבשָרֹו ַּב ֶָּ֫מי ִם׃‬santas a menos que se lave em
água.

Lv 22.6

5. ‫ֹלאָֽ־תִ ְראּו ָפנַּי ִבלְתִ י ֲאחִיכֶם‬Vós não vereis minha face a


‫ ִאתְ כֶם׃‬menos que vosso irmão esteja
convosco.

Gn 43.3

38.7 Orações Temporais

a A maioria das orações temporais dependentes é formada com um infinitivo introduzido


por uma preposição (36.2.2–3; 11.2.5, 9–11). Todavia, há uma variedade de outros tipos de
orações temporais introduzidas por outras partículas. Estas podem ser classificadas de acordo
com a situação da relação temporal da oração principal e com a da oração subordinada. Se as
situações são contemporâneas, usualmente a conjunção é ‫אשֶר‬
ֲ ‫( ַּכ‬# 1) ou ‫( כִי‬# 2); raramente
‫ אם‬é usada desta maneira (# 3). Se a oração subordinada refere-se a uma situação posterior, a
conjunção é mais comumente ‫( עַּד‬11.2.12), sozinha (# 4) ou em combinação, ‫( עד אשר‬# 5),
‫עד אשר אם‬, ‫עד אם‬, ou ‫טרם ;עד כי‬, sozinha (# 6) ou com ‫( ב‬# 7), é também usada (cf.
31.6.3 sobre o uso de formas prefixadas). Para uma situação anterior, a conjunção é mais
freqüentemente ‫ ַאחַּר‬ou ‫( ַאח ֲֵּרי‬# 8; 11.2.1), cada uma das quais pode ser usada com ‫( אשר‬#
9); ‫ מֵָּאז‬também é usada (# 10).

1. ‫ ַּויְהִי כַּ ָֽ ֲאשֶר ִכלָה ְל ַּהק ְִריב ֶאת־‬Quando ele (Eúde) entregou o

‫שלַּח אֶת־ ָהעָם‬ ַּ ְ ‫ ַּה ִמנ ָ ְ֑חה ַּוי‬tributo, mandou o povo


embora.

Jz 3.18

2. ‫ש ֶֶּ֫מיָך‬
ָ ‫כִי־א ְֶראֶה‬Quando/sempre que contemplo
os teus céus …

Sl 8.4

3. ‫ש ָר ֵּ ֑אל ְו ָעלָה‬
ְ ִ ‫ ְו ָהי ָה אִם־ז ַָּרע י‬Cada vez que israelitas
‫ ִמדְ י ָן‬plantavam suas colheitas, os
midianitas atacavam.

Jz 6.3

4. ‫תָ מִים ַּאתָ ה … עַּד־נִ ְמצָא‬Perfeito eras… até que se achou


‫ ַּע ְו ֶָּ֫לתָ ה בְָך׃‬iniqüidade em ti.
Ez 28.15

5. ‫וְֹלא־ ֶה ֱא ֶַּּ֫מנְתִ י לַּדְ ב ִָרים עַּד‬E não cria naquelas coisas, até
‫ ֲאשֶר־ ֶָּ֫באתִ י ַּות ְִר ֶֶּ֫אינָה עֵּינִי‬que vim e (as) vi com os meus
próprios olhos.

1Rs 10.7

6. ‫ ַּוּי ָ ִֶּ֫לנּו שָם ֶֶּ֫ט ֶרם יַּע ֲֶּ֫ב ֹרּו׃‬Eles


acamparam ali antes que
atravessassem.
Js 3.1

7. ‫ ְב ֶֶּ֫ט ֶרם י ָב ֹא ַּה ַּמ ְל ָאְך ֵּאלָין וְהּוא‬Antes que o mensageiro viesse
‫ָאמַּר‬a ele, ele havia dito.…
2Rs 6.32

p 644 8. ‫ ְואִם־י ָשּוב ַּה ֶֶּ֫נגַּע ּופ ַָּרח ַּב ֶַּּ֫בי ִת‬Se a infecção tornar a brotar na
‫ַאחַּר ִחלֵּץ ֶאת־הָ ָֽ ֲא ָבנִים וְאַּ ָֽח ֲֵּרי‬casa, depois de arrancadas as
pedras, depois de raspada (?) a
‫ ִה ְקצֹות ֶאת־ ַּה ַּבי ִת וְאַּ ָֽח ֲֵּרי הִט ָֹֽוחַּ׃‬casa e depois de rebocada, o
‫ּובָא הַּכֹהֵּן ו ְָרָאה‬sacerdote entrará e examinará.
Lv 14.43–44

9. ‫שנָה ַאחַּר ֲאשֶר‬


ָ ‫בְַא ְרבַּע ֶעש ְֵּרה‬no décimo quarto ano depois
‫ ֻהכְתָ ה ה ִ ָ֑עיר‬que a cidade foi capturada
Ez 40.1

10. ‫ ַּויְהִי מֵָּאז ִה ְפקִיד א ֹתֹו ְבבֵּיתֹו‬E, desde o tempo que ele (o
‫… ַּוי ְ ֶָּ֫ב ֶרְך יהוה ֶאת־בֵּית‬senhor) o colocara (a José)
sobre sua casa… YHWH
‫ ַּה ִמצ ְִרי‬abençoou a casa do egípcio.

Gn 39.5

38.6 Orações Substantivas Constituintes

a É comum para uma oração preencher uma estrutura de caso usualmente ocupada por
um substantivo; esse tipo de oração dependente é chamado de oração substantiva ou de
oração substantiva constituinte. (Uma oração sem verbo, também chamada de oração
nominal, é uma oração independente com sujeito e predicado; veja 8.4.) Uma oração
substantiva freqüentemente é prefaciada por ‫כי‬, ‫אשר‬, ou (na estrutura de caso acusativo)
‫ ;את‬essas orações precedidas por ‫ כי‬ou ‫ אשר‬são freqüentemente chamadas de “orações tipo
‘que’ ” (uma vez que a partícula envolvida geralmente é traduzida por ‘que’), enquanto que
muitas orações substantivas são chamadas de “orações objetivas”.
b Numa estrutura de caso nominativo, uma oração pode servir como sujeito de uma
oração principal (## 1, 3–4) ou como um predicado nominativo (# 2). A oração substantiva
pode ser um construto infinitivo (freqüentemente com ‫ ;ל‬# 1), um oração do tipo ‫( אשר‬## 2–
3), ou uma oração do tipo ‫( כי‬# 4); uma oração em aposição usualmente é assindética (# 5). A
oração substantiva pode ser masculina (## 2–5) ou feminina (# 1).

1. ‫כי ֵּמ ֵּאת יהוה ָהי ְתָ ה ְל ַּחז ֵּק ֶאת־‬Porquanto de YHWH vinha o
‫ ִלבָם‬endurecimento do seu coração.
Js 11.20

2. ‫שר תַּ ֲעשֶה א ָ ֹ֑תּה‬


ֶ ‫ ְוז ֶה ֲא‬Esteé o modo como a
construirás.

Gn 6.15

3. ‫שר ֹלא־תִ ד ֑ ֹר‬


ֶ ‫טֹוב ֲא‬É melhor que tu não votes do
que… (lit., é melhor que tu não
votes do que…)

Ec 5.4

4. ‫ּו ְלשָאּול ֻהגַּד כִ ָֽי־נִ ְמלַּט ָדוִד‬Que Davi havia deixado Queila
‫ ִמ ְקעִילָה‬contaram a Saul (lit., contaram
a Saul que Davi…).

1Sm 23.13

5. ‫ ְו ִהנֵּה ֱא ֶמת נָכֹון הַּדָ בָר נֶ ָֽ ֶעשְתָ ה‬Se for verdade e certo que tal

‫הַּתֹו ֵּעבָה הַּז ֹאת‬abominação se cometeu…


Dt 13.15

p 645 c Uma oração substantiva pode ocorrer após um substantivo no construto, isto é,

numa estrutura genitiva. A oração pode ser introduzida por ‫אשר‬ (## 6–7) ou pode ser
assindética (## 8–9). Semelhantemente, uma oração substantiva pode seguir uma preposição,
com ‫( אשר‬# 10) ou sem ele (## 11–12).
6. ‫אֶל־בֵּית ה ֶַּּ֫ס ֹהַּר מְקֹומ ֲאשֶר־‬para a prisão, o lugar onde os

‫ֲסּורים‬
֑ ִ ‫ִירי ַּה ֶֶּ֫מלְֶך א‬ֵּ ‫ ֲאס‬presos do rei ficavam
confinados

Gn 39.20 Qere

7. ‫כָל־י ְ ֵּמ ֲאשֶר ַּה ֶֶּ֫נגַּע בֹו י ִ ְטמָא‬Enquanto ele tiver a infecção,

‫ ָט ֵּמא ֑הּוא‬será impuro.


Lv 13.46

8. ‫כָל־יְמֵּי הִתְ ַּה ֶַּּ֫לכְנּו ִאתָ ם‬todos


os dias de nosso trato
com eles

1Sm 25.15

9. ‫ְהֹושע‬
֑ ֵּ ‫תְ ִחלַּת דִ בֶר־יהוה ב‬Quando YHWH começou a falar
por meio de Oséias…

Os 1.2

10. ‫ַאח ֲֵּרי ֲאשֶר־ ֵּהנִי ַּח י ְהֹוָה‬depois que YHWH dera descanso
‫ ְליִש ְָראֵּל‬a Israel
Js 23.1

11. … ‫ ַּוּיִגְנ ֹב ַּיָֽעֲק ֹב אֶת־לֵּב ָלבָן‬Jacó enganou Labão… não o

‫עַּל־ ְבלִי ִהגִיד לֹו כִי ב ֵֹּר ַּח הּוא׃‬avisando que ia embora.
Gn 31.20

12. ‫עַּל ֹּלא־ ָחמָס ְבכ ָ ַּּ֑פי‬embora não haja violência nas
minhas mãos

Jó 16.17

d Numa estrutura acusativa, uma oração pode posicionar-se como objeto de um verbo ou
como um acusativo adverbial. Como um objeto, uma oração substantiva constituinte é
freqüente após verbos de percepção (geralmente com ‫כי‬, ## 13, 18; mais raramente com
‫אשר‬, # 14; ou assindética, # 15) e de locução (geralmente assindética, # 16; às vezes com
‫אשר‬, # 17). O sujeito lógico da oração subordinada substantiva pode ser transposto desta
oração e aparecer como objeto da oração principal (# 18; cf. # 15). Uma oração substantiva
acusativo-adverbial pode ser justaposta à oração principal da qual ela depende (# 19).

13. ‫ ַּוּי ְַּרא יהוה כִי ַּרבָה ָרעַּת הָָאדָ ם‬YHWHviu que a impiedade
humana era grande

Gn 6.5

14. ‫שכִיל‬
ְ ‫שר־הּוא ַּמ‬
ֶ ‫ ַּוּי ְַּרא שָאּול ֲא‬Saul viu que ele era bem-
sucedido (quão bem-sucedido
ele era).

1Sm 18:15

15. ‫שיתִ י מַּ ָֽהֲרּו עֲשּו‬


ִ ֶּ֫ ‫מָה ְראִיתֶ ם ָע‬O que me vistes fazer, fazei-o

‫כ ֶָּ֫מֹונִי׃‬também vós, depressa.


Jz 9.48

p 646 16. ‫כִי ָאמַּר אִּיֹוב אּולַּי ָחטְאּו ָבנַּי‬Jó disse: “Talvez os meus filhos
tenham pecado”.

Jó 1.5

17. ‫ ַּויְהִי הּוא ְמ ַּסּפֵּר ַּל ֶֶּ֫מלְֶך ֵּאת־‬Ele (Geazi)


estava contando
‫ ֲאשֶר הֶ ָֽ ֱחי ָה ֶאת־ ַּהמֵּת‬para o rei que ele (Eliseu)
ressuscitara o morto.

2Rs 8.5

18. ‫ ַּוּי ְַּרא ְמנֻחָה כִי טֹוב ְו ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ‬Viu que o repouso era bom e

‫כִי נָ ֵֶּּ֫עמָה‬que a terra era deliciosa.


Gn 49.15
19. ‫ש ַּע ּפִתְ ֑א ֹם כָל־‬ֻ ‫ ַּוּי ָב ֹא ֲאלֵּיהֶם י ְהֹו‬Josué lhes sobreveio de repente
‫( ַּה ַּליְלָה ָעלָה מִן־ ַּה ִג ְלגָל׃‬depois que) ele havia subido de
Gilgal ao longo da noite.

Js 10.9

p 647 39

Coordenação e Advérbios Oracionais


39.1 Organização Textual

39.2 Coordenação

2.1 Funções Básicas do Waw

2.2 Waw Conjuntivo-Seqüencial

2.3 Waw Disjuntivo

2.4 Waw Epexegético

2.5 Waw Conjuntivo

2.6 Outras Conjunções Coordenadas

39.3 Advérbios Oracionais

3.1 Advérbios em Geral

3.2 Advérbios Oracionais e de Item

3.3 Advérbios Negativos

3.4 Advérbios Enfáticos

3.5 Advérbios Restritivos

39.1 Organização Textual

a A continuidade do discurso hebraico, especialmente o narrativo, é o resultado de dois


fatores. O primeiro é o domínio de uma conjunção coordenada oracional única sobre outras.
Tão penetrante é o wə, que o discurso é amplamente organizado em torno desta partícula
única, que, deve ser observado, tem outros papéis a desempenhar, notavelmente como
partícula de união de substantivos em seqüência. A tarefa de coordenação oracional é
compartilhada apenas com o raro ʾô ‘ou’ e possivelmente com o extremamente raro p ‘e
assim’. O segundo fator responsável pela continuidade discursiva é a classe dos advérbios
oracionais, partículas que modificam uma oração inteira, quer em si mesma (notavelmente as
partículas negativas), quer em relação ao discurso circundante (as partículas enfáticas e as
restritivas).

b Neste capítulo estes dois fatores são considerados. Primeiro, abordamos os


coordenadores, preenchendo as lacunas de nossas considerações anteriores do waw e
discutindo brevemente ʾô e p. A categoria amorfa dos advérbios é então discutida, antes de
discutirmos os vários tipos de advérbios oracionais.

p 648 39.2 Coordenação

a As três partículas coordenadas, w, ʾô e p formam uma classe fonológica intimamente


unida, mas em termos de uso, apenas uma é de fundamental importância. Na medida em que
ʾô e (se ocorrer em hebraico) p desempenham papéis definidos, elas aparentemente podem
ser substituídas por w em todos os lugares.

39.2.1 Funções Básicas do Waw

a A conjunção w desempenha dois papéis básicos em hebraico: ela associa substantivos no


nível frasal e une orações. Que estes são papéis diferentes é sugerido por uma variedade de
línguas que os distinguem; que eles são semelhantes é mostrado pelo grande número de
línguas (incluindo o inglês) que os combina.

b O w frasal usualmente é encontrado em cada item numa série (# 1), mas às vezes apenas
no último de uma série (# 2); raramente ele é distribuído irregularmente através da série (# 3)
e ainda mais raramente é omitido (# 4).

1. ‫הַּדָ גָן ְוהַּתִירֹוש ְו ַּהּי ִ ְצהָר‬O grão e o mosto e o azeite


Os 2.10

2. ‫שב ָ ַּ֑תּה‬
ַּ ‫ ָחגָּה חָדְ שָּה ְו‬suasfestas, suas luas-novas
(festas) e seus sábados

Os 2.13

3. ‫שתִ י‬
ְ ‫נ ֹתְ נֵּי ַּל ְחמִי ּומֵּימַּי ַּצמ ְִרי ּו ִפ‬aqueles que me dão o meu pão
‫ש ְמנִי ְושִקּוי ָי׃‬ ַּ e a minha água, a minha lã e o
meu linho, o meu óleo e as min
has bebidas
Os 2.7

4. ‫בִימֵּי ֻעזִּי ָה יֹותָ ם ָאחָז י ְ ִחז ְ ִקּי ָה‬nos dias de Uzias-Jotão-Acaz-


֑ ָ ‫ ַּמ ְלכֵּי י‬Ezequias, reis de Judá
‫ְהּודה‬
Os 1.1

Após uma negativa oracional, o waw com um substantivo tem uma força alternativa (# 5);
como com a operação de associação simples, a operação de alternativas especificadoras pode
ser ou frasal ou oracional. O sentido do # 5 é ‘Eu não salvarei pelo arco e (eu) não (salvarei)
pela espada’, etc. Normalmente, uma frase nominal que especifica outra frase nominal
aparece justaposta a ela em aposição (12.1), mas às vezes o waw p 649 intervém (# 6). Em
alguns casos este waw ocorre numa parte não aposicional de uma oração; em tais casos ele
pode ser chamado de waw enfático (# 7). O waw frasal pontuado como wā indica um laço
íntimo entre as partes da frase (# 8).

5. ‫שת ּו ְב ֶֶּ֫ח ֶרב‬


ֶ ‫וְֹלא אֹושִיעֵּם ְב ֶֶּ֫ק‬não os salvarei pelo arco, ou
‫ּו ְב ִמ ְל ָחמָה בְסּוסִים ּו ְבפ ָָרשִים׃‬pela espada, ou pela guerra, ou
pelos cavalos, ou pelas
carruagens.

Os 1.7

6. ‫ ַּו ֶָּּ֫ישֶם א ֹתָ ם ִב ְכלִי הָרֹעִים אֲ שֶר־‬e as pôs no alforje de pastor,


‫לֹו ּו ַּבּיַּלְקּוט‬que trazia, isto é, no surrão
1Sm 17.40

7. ‫וַָא ֲעלֶה בְא ֹש ַּמ ֲחנֵּיכֶם ּו ְכ ַּא ְּפכֶם‬E eu farei com que o mau
cheiro dos vossos
acampamentos suba até
mesmo aos vossos narizes.

Am 4.10

8. ‫ ְונִין ָו ֶֶּ֫נכֶד‬E descendência e descendentes


(ou, kith* e família)
Is 14.22

c O waw oracional é uma conjunção simples, isto é, situa preposições ou orações uma
após a outra, sem indicar a relação hierárquica entre elas. O hebraico bíblico freqüentemente
liga logicamente orações subordinadas a uma oração principal quer assindeticamente quer,
mais freqüentemente, sindeticamente com esta conjunção. G. B. Caird censura justamente
filólogos que inferiram desta característica da língua que os hebreus eram intelectualmente
ingênuos.

Ainda existem filólogos eminentes que estranhamente tiram conclusões


defeituosas dela. “O período semítico é uma sucessão de orações unidas por
conjunções coordenadas simples. Portanto, a marca principal do estilo
hebraico, e especialmente do hebraico clássico, é o que os gregos chamavam
de lexis eiromenê ‘fala amarrada junta’ como um cordão de contas.… Portanto,
será prontamente entendido que o raciocínio filosófico e o argumento
contínuo estavam além do alcance do intelecto hebraico ou, em algum grau,
além de seu poder de expressão” [G. R. Driver].

Driver está em solo mais sadio quando descreve isto como uma
característica do estilo hebraico do que quando tenta deduzir dele as
limitações do pensamento hebraico. O hebraico possui palavras para ‘se’,
‘porque’ e ‘portanto’; e qualquer língua que possui tais palavras é capaz de ser
usada para o pensamento lógico.

Embora o hebraico se apóie pesadamente sobre o waw, outros indicadores na gramática de


superfície do texto às vezes delimitam valores lógicos mais precisos. Além disso, os padrões de
usos do waw permitem precisão.

p 650 d Já consideramos as orações do tipo waw-relativo (Capítulos 32, 33); aqui


trataremos primariamente outros tipos de orações unidas por wə (‫) ְו‬. Um ponto de partida é
provido por T. O. Lambdin, que analisa orações unidas por wə em dois tipos.

(1) conjuntivo-seqüencial, na qual a segunda oração é temporariamente ou


logicamente posterior à primeira, e

(2) disjuntivo, na qual a segunda oração pode estar em várias relações,


todas não-seqüenciais, com a primeira.

O principal dispositivo em hebraico para sinalização da diferença entre


orações conjuntivas e disjuntivas é o tipo de palavra que se situa
imediatamente após o wə–:

wə– (ou wa-) + verbo é conjuntivo[-seqüencial]

wə– + não-verbo é disjuntivo.


Já temos visto que waw + a conjugação sufixo pode ser puramente conjuntiva (32.3) e que o
waw relativo com o verbo pode ser epexegético (32.2.3e, 33.2.2). Aos dois usos de orações
unidas por wə/wa citados por Lambdin, nós adequadamente acrescentamos epexegético e
conjuntivo.

39.2.2 Waw Conjuntivo-Seqüencial

a A maioria dos usos conjuntivos-seqüenciais do waw foi discutida em conexão com


construções waw-relativas com as conjugações sufixo e prefixo; não há necessidade alguma de
rever ou demonstrar aquele material aqui. Podemos recordar uma construção importante:
forma volicional (i.e., coortativa, imperativa ou jussiva) + wə + conjugação prefixo (## 1–2).
Neste uso a segunda oração expressa um propósito ou resultado (“de modo que”; 34.6).
Freqüentemente é difícil distinguir exemplos desta construção dos casos com duas formas
volicionais seguidas (39.2.5).

1. ‫ש ָמעֵּאל‬
ְ ִ ‫ ֵֶּּ֫א ְלכָה נָא ְו ַּאכֶה ֶאת־י‬Deixe-me ir para que eu possa
matar Ismael.

Jr 40.15

2. ‫ִירי‬
ִ ‫ ֶָּ֫ישָב־נָא ַּעבְדְ ָך וְָאמֻת ְבע‬Deixa
o teu servo voltar para
que eu possa morrer em minha
própria cidade.

2 Sm 19.38

39.2.3 Waw Disjuntivo

a O waw interoracional antes de um constituinte não-verbal tem um papel disjuntivo. Há


dois tipos comuns de disjunção. Um tipo envolve uma continuidade de cena e de participantes,
mas uma mudança de ação, enquanto que o outro é usado onde a cena ou o participante
muda.

p 651 b Se o waw disjuntivo é usado numa situação com continuidade de cenário, a


oração que ele introduz pode contrastar com a precedente (## 1–2), especificar circunstâncias
contemporâneas (usualmente orações sem verbo; 3–5) ou causas (## 6–7), ou prover uma
comparação (## 8–9).

1. ‫שקִים עַּל־‬ ְ ‫ ַּו ֶָּּ֫ישֶב ֶאת־שַּר ַּה ַּמ‬Ele reintegrou o copeiro-chefe


ְ ‫ ַּמ‬no seu cargo, … mas enforcou o
‫ש ֵֶּּ֫קהּו … ְואֶת שַּר הָ ָֽאֹפִים‬
padeiro-chefe.
‫תָ ָל֑ה‬
Gn 40.21–22
2. ‫ ַּויְהִי ָרעָב ְבכָל־ ָהא ֲָרצֹות ּו ְבכָל־‬Houve fome em todas as outras
‫ ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם ֶָּ֫הי ָה ֶּ֫לָ ָֽחֶם׃‬terras, mas em todo o Egito
havia comida.

Gn 41.54

3. ‫נִ ְבנֶה־ ֶָּ֫לנּו עִיר ּו ִמגְדָ ל וְר ֹאשֹו‬Edifiquemos uma cidade e uma
ָ ‫ ַּב‬torre com seu topo alcançando
‫ש ֶַּּ֫מי ִם‬
até o céu.

Gn 11.4

4. ‫ ְו ִהנֵּה ִר ְבקָה יֹצֵּאת … ְו ַּכדָּה‬Rebeca, estava saindo … com


‫ש ְכמָּה׃‬ִ ‫עַּל־‬um cântaro sobre seu ombro.
Gn 24.15

5. ‫ ַּוּי ָב ֹא ַּה ֶַּּ֫בי ְתָ ה לַּ ָֽעֲשֹות ְמלַּאכ ְ֑תֹו‬E ele veio à casa para fazer o
‫ ְואֵּין אִיש מֵּ ַָֽאנְשֵּי ַּה ֶַּּ֫בי ִת שָם‬seu trabalho, enquanto nenhum
empregado estava na casa.
‫ַּב ֶָּ֫בי ִת׃‬
Gn 39.11

6. ‫ַאל־תְ ַאחֲרּו א ֹתִ י ַּוי ָֽהֹוָה ִה ְצלִי ַּח‬Não me detenhais, visto que
‫דַּ ְר ִכ֑י‬YHWH me tem feito bem-
sucedido na minha jornada.

Gn 24.56

7. ‫ ְוגֵּר ֹלא תִ ל ָ ְ֑חץ ְו ַּאתֶ ם י ְדַּ ְעתֶם‬Não oprimireis um estrangeiro


‫ ֶאת־ ֶֶּ֫נפֶש ַּהגֵּר‬porque vós mesmos sabeis os
sentimentos de um estrangeiro.

Êx 23.9

8. ‫[ ֶַּּ֫מי ִם ק ִָרים עַּל־ ֶֶּ֫נפֶש ֲעיֵּפָה‬Como]


água fria para o
sedento, tais são as boas-novas
‫שמּועָה ֶּ֫טֹובָה ֵּמ ֶֶּ֫א ֶרץ מ ְֶרחָק׃‬
ְ ‫ּו‬vindas de uma terra remota.
Pv 25.25

9. ‫ִירּה ְו ָעצֵּל‬
֑ ָ ‫[הַּדֶֶּ֫ לֶת תִ סֹוב עַּל־צ‬Como]
a porta se revolve nos
‫עַּל־ ִמטָתֹו׃‬seus gonzos, assim, o
preguiçoso, na sua cama.

Pv 26.14

c Uma oração waw-disjuntiva pode também mudar a cena ou referir-se a novos


participantes; a disjunção pode vir no início ou no fim de um episódio maior ou pode
“interromper” um. O uso “interruptivo”, melhor chamado de explanatório ou parentético,
“irrompe na narrativa principal para fornecer informação relevante ou necessária para a
narrativa” (# 10). A disjunção também pode indicar “ou a conclusão de um episódio ou p 652
o início de outro”. No início de um episódio de história, novos personagens freqüentemente
são mencionados primeiro (# 11); na conclusão, desenvolvimentos adicionais são esboçados
brevemente ou o episódio narrado é posto em contexto (#12).

10. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר הַּגֹאֵּל … גְַאל־לְָך ַּאתָ ה‬O resgatador disse: … Redime
… ‫ ֶאת־ ְג ֻאלָתִ י … וְז ֹאת ְל ָפנִים‬tu o que me cumpria resgatar…
Porque, no passado, este era (o
‫עַּל־ ַּהגְאּולָה … ְל ַּקּי ֵּם כָל־דָ בָר‬procedimento) da redenção…:
‫שלַּף אִיש נַּ ֲעלֹו … ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר‬ ָ para confirmar qualquer
‫ֵּה־לְ֑ך ַּוּיִשְֹלף‬
ָ ‫הַּגֹאֵּל ל ְֶּ֫ב ֹעַּז ְקנ‬negócio tirava sua sandália…
‫נַּעֲֹלו׃‬Assim, o resgatador disse a
Boaz: Adiquire-a para ti. E ele
tirou a sandália.

Rt 4.6–8

11. ‫שמֹו‬
ְ ‫ּו ְלנָ ֳעמִי מ ֹידַּ ע ְלאִישָּה … ּו‬Ora, Noemi tinha um parente
‫ ֶּ֫ב ֹעַּז׃‬da parte de seu marido…
chamado Boaz.

Rt 2.1 Qere

12. ‫שלְמֹון‬ַּ ‫ ְו ֵֶּּ֫אלֶה תֹולְדֹות ֶָּּ֫פ ֶרץ … ְו‬Ora, estas são as gerações de
‫ּוב ֹעַּז הֹולִיד‬ ֶּ֫ ‫הֹולִיד ֶא‬Perez … Salmon gerou a Boaz e
ֶּ֫ ‫ת־ב ֹעַּז‬
Boaz gerou a Obede … e Jessé
‫ ְויִשַּי הֹולִיד‬.… ‫ֶאת־עֹובֵּד׃‬
‫ ֶאת־דָ וִד׃‬gerou a Davi.
Rt 4.18, 21–22

39.2.4 Waw Epexegético

a O waw pode situar-se antes de orações que servem para esclarecer ou especificar o
sentido da oração precedente; o uso comum do waw epexegético, em prosa, como o waw-
relativo foi discutido (p.ex., 32.2.3, 33.2.2).

b No verso o waw epexegético é mais problemático. H. A. Brongers mostrou que, quando


versos vizinhos têm sentido quase idêntico, o waw não pode ser copulativo, mas
provavelmente serve para intensificar a poesia (## 1–2). Ele sugere adicionalmente que em
alguns casos ele compensa a ausência do verbo inicial (# 3) ou como um waw enfático (‘sim’)
(# 4). Quando ele intensifica a expressão poética, freqüentemente é melhor deixá-lo sem
tradução para o português. Estes três usos devem ser considerados juntos, porque a distinção
entre eles é subjetiva.

1. ‫שכָרֹו ִאתֹו ּו ְפ ֻעלָתֹו ְל ָפנָיו׃‬


ְ ‫ ִהנֵּה‬Eis que o seu galardão está com
ele, e diante dele, [vai] a sua
recompensa.

Is 40.10

2. ‫י ַּ ַּעב ְֶּ֫דּוָך ַּעמִים ְויִש ְַּתָֽ ֲח ֻו לְָך‬Que as nações te sirvam, Que


‫ ְל ֻאמִים‬os povos se prostrem diante de
ti.

Gn 27.29 Qere

p 653 3. ‫שמַּע ַּיָֽעֲק ֹב ַּעב ִ ְ֑די‬ ְ ‫ ְועַּתָ ה‬Mas agora, ouça, ó Jacó, meu
‫ ְויִש ְָראל ָב ֶַּּ֫ח ְרתִ י בָֹֽו׃‬servo, [ouça,] Israel, a quem
escolhi.

Is 44.1

4. ‫אֵּין־ ָקדֹוש כַּיהוה … ְואֵּין צּור‬Não quem seja santo como

‫כֵּ ָֽאֹלהֵּ ָֽינּו׃‬YHWH … Sim, não existe Rocha


como nosso Deus.

1 Sm 2.2
c O waw epexegético no nível oracional pode servir ao objetivo de introduzir uma oração
reformulando ou parafraseando a oração precedente; ele pode ser encontrado ou na prosa (##
5–6) ou verso (## 7–8). A nuance precisa do waw nestes e em casos semelhantes geralmente é
difícil de definir.

5. ‫שר־דבֶר יהוה‬
ֶ ‫וַּּי ֹאמְרּו כ ֹל ֲא‬Eles disseram: Tudo que YHWH
‫שמָע׃‬ְ ִ‫נַּ ֲעשֶה ְונ‬tem dito, faremos, isto é, nós
obedeceremos.

Êx 24.7

6. ‫ ֲאבָל ִא ָשָֽה־ַא ְל ָמנָה ֶּ֫ ָ ֑אנִי ַּו ֶָּּ֫ימָת‬Ah! Sou mulher viúva, ou seja,

ִ ‫אִי‬meu marido morreu.


‫שי ָֽ׃‬
2 Sm 14.5

7. ‫כִי־גֹוי אֹבַּד עֵּצֹות ֶּ֫ ֵּ ֑המָה ְואֵּין‬Eles são uma nação sem juízo,
‫ ָבהֶם תְ בּונָה׃‬ou seja, não há discernimento
neles.

Dt 32.28

8. ‫נַּפְתָ לִי שבַּע ָרעֹון ּו ָמלֵּא ב ְִרכַּת‬Naftali goza de favores


‫יהו֑ ה‬abundantes, ou seja, é cheio da
bênção de YHWH.

Dt 33.23

39.2.5 Waw Conjuntivo

a O waw conjuntivo serve para unir duas orações que descrevem situações
interrelacionadas ou sobrepostas que, caso contrário, não estariam logicamente relacionadas.
Pares de tais orações podem formar uma hendíadis. Há uma tendência, tanto em tradução e
comentário, de atribuir ao waw conjuntivo um valor logicamente mais distinto quanto
possível. Esta tendência pode obscurecer a forma distintiva da narrativa hebraica. Já
discutimos o uso do waw conjuntivo ou (copulativo) antes de formas sufixas (32.3) e formas
prefixas (33.4); aqui tratamos do waw conjuntivo antes de formas prefixas volicionais e
algumas não-volicionais.
b O waw conjunto pode conectar formas volicionais: imperativos (## 1–2), jussivos (# 3) ou
coortativos (# 4), ou várias combinações (coortativo + jussivo, # 5; imperativo + coortativo, # 6;
34.6). Ele pode também unir uma oração começando com uma forma prefixa a uma oração
precedente (## 7–9).

1. ‫ש ֵּ ֑תה‬
ְ ‫ ֲעלֵּה אֱכ ֹל ּו‬Vá, come e bebe.
1 Rs 18.41

p 654 2. ‫ִי־רע ָומָר‬


ַּ ‫ּוראִי כ‬
ְ ‫ּודְ עִי‬Saiba e vê que é mau e amargo.
Jr 2.19

3. ‫יַּּפְתְ אֱֹלהִים ְל ֶֶּ֫יפֶת ְויִשְכ ֹן‬Que Deus estenda o território


‫ֵּי־שם וִיהִי ְכנַּעַּן ֶעבֶד‬ ֳֽ ‫ב‬de Jafé, que Jafé
֑ ֵּ ‫ְָאהל‬ habite nas
tendas de Sem; e que Canaã
‫ ֶָּ֫למֹו׃‬seja seu servo.

Gn 9.27

4. ‫ֵּינָך‬
ֶ ֶּ֑֫ ‫ ְו ֶאתְ נָה ב ְִריתִ י בֵּינִי ּוב‬Farei um pacto entre mim e ti e
‫ְַארבֶה אֹוָֽתְ ָך ִבמְא ֹד מְא ֹד׃‬ ְ ‫ו‬te multiplicarei
extraordinariamente.

Gn 17.2

5. ‫מּותנּו‬
ֵּ ֶּ֑֫ ְ‫נַּ ֲעשֶה ָאדָ ם ְב ַּע ְל ֵֶּּ֫מנּו כִד‬Façamosos humanos à nossa

‫ ְוי ְִרדּו‬imagem … e que eles


governem.

Gn 1.26

6. ‫לְכּו ְונַּ ֲעלֶה אֶל־הַּר־יהוה‬Vamos e subamos ao monte de


YHWH.

Is 2.3 = Mq 4.2

7. ‫ְאֹור ֶּ֑֫ ֶשנּו‬


ִ ‫ ַּא ֶֶּ֫כנּו בַּדֶֶּ֫ בֶר ו‬Eu
os ferirei com praga e os
destruirei.
Nm 14.12

8. ‫שמְעּו ְוי ָ ֑ ִֶּ֫ראּו‬


ְ ִ ‫ ְוכָל־ ָהעָם י‬Todosos povos ouvirão e
temerão.

Dt 17.13; cf. 19.20, 21.21

9. ‫הֵּן י ֵֶּּ֫ב ֹשּו ְוי ִ ָכלְמּו כ ֹל ַּהנֶח ֱִרים‬Todos


que se irarem contra ti

‫ ָ ֑בְך‬serão
envergonhados e
desgraçados.

Is 41.11

39.2.6 Outras Conjunções Coordenadas

a Diferente de waw, a única conjunção coordenada estabelecida em hebraico é ‫‘ או‬ou’,


usada para unir alternativas. Alega-se que p ‘e então’ está para ser encontrada em hebraico.

b O coordenador ‫ או‬é achado separando alternativas em orações principais (## 1–2) e,


mais freqüentemente, em orações subordinadas (## 3–4); orações subordinadas são comuns
em materiais legais onde a precisão de ‫ או‬é desejada. Como um coordenador, ‫ או‬funciona
reduzindo material idêntico associado com duas orações conjugadas, deixando apenas o que é
diferente. Assim, a estrutura básica de # 1 é ‫עשור‬ … ‫תשב … ימימ או תשב‬, ‘Deixai que
a menina fique conosco poucos dias ou deixai que a menina fique conosco dez dias’.

1. ‫תֵּ שֵּב הַּנַּ ָֽע ֲָרה אִתֶָּ֫ נּו יָמִים אֹו‬Deixai a moça ficar conosco uns
‫עָשֹו֑ ר‬poucos dias ou dez.
Gn 24.55 Qere

p 655 2. ‫נְטֵּה לְָך עַּל־י ְמִ ָֽינְָך אֹו עַּל־‬Desvia-te para a direita ou para
ְ a esquerda.
‫שמ ֹא ֶֶּ֫לָך‬
2Sm 2.21

3. ‫וְכִ ָֽי־יִגַּח שֹור אֶת־אִיש אֹו ֶאת־‬Se algum boi chifrar (seja)
‫ ִאשָה ו ֵּ ָ֑מת‬homem ou mulher, que
(depois) venha a morrer.…
Êx 21.28

4. ‫אֹו־בֵּן יִגָח אֹו־בַּת י ִָג֑ח‬Quer


tenha chifrado um filho,
quer tenha chifrado uma filha
.…

Êx 21.31

c A conjunção p ‘e assim (então)’ é atestada comumente em árabe (fa) e numa variedade


de dialetos semíticos noroestes. Tem-se alegado que ela ocorre na Bíblia, mas seu uso foi
negligenciado pelos massoretas. Considere estes versículos.

5. ‫כִי־לִי כָל־ ַּחי ְתֹו־ ֶּ֑֫ ָיעַּר ְבהֵּמֹות‬Pois são meus todos os animais
‫ ְבה ְַּר ֵּרי־אלף׃ י ָדֶַּּ֫ עְתִ י כָל־עֹוף‬do bosque e as bestas sobre as
montanhas.… Conheço todas as
‫שדַּ י ִע ָמדִ ָֽי׃‬ָ ‫ה ִ ָ֑רים ְוז ִיז‬aves dos montes, e é meu tudo
o que pulula (?) no campo.

Sl 50.10–11

A frase ‫ הררי־אלף‬é problemática. Os massoretas lêem ‫‘ ֶָּ֫אלֶף‬mil’, enquanto o grego tem


ktēnē en tois oresin kai boes ‘rebanhos nas montanhas e gado’, refletindo ‫בהר (ר) ואלף‬
‫( בהמות‬o Peshitta é semelhante). Nenhum desses sentidos de ‫‘ ֶֶּ֫אלֶף‬mil’ ou ‘gado’, parece
apropriado. A frase no Salmo 36.7, ‫כה ְַּר ֵּרי־אֵּ ל‬
ְ ‘montes poderosos’ sugere que a última
palavra do Salmo 50.10 seja ‫אל‬, ao passo que ‫ ּפ‬é a conjunção. O sentido seria ‘os animais são
meus e assim eu os conheço a todos’. Há um pequeno número de passagens difíceis para as
quais argumentos semelhantes têm sido oferecidos. A questão da conjunção p no hebraico
bíblico não está resolvida.

39.3 Advérbios Oracionais

39.3.1 Advérbios em Geral

a A classe dos advérbios inclui palavras que modificam outras palavras ou orações. Em
muitas gramáticas, a classe apresenta inúmeros problemas: “A classe dos advérbios é a menos
satisfatória das classes de palavras tradicionais. [Ela é uma classe] especialmente mista, …
possuindo um grupo pequeno e muito bem definido de itens em um sistema fechado [muito,
bem, já, ainda], ao lado da classe aberta e indefinidamente grande de itens p 656
[brevemente, grandemente, francamente, periodicamente]”. Além disso, os itens chamados
de advérbios com freqüência se encaixam dentro de outras categorias de classe de palavras,
por exemplo, a palavra inglesa ‘round’ não apenas é um advérbio, mas também um
substantivo, um adjetivo e um verbo. Todos estes problemas são especialmente agudos para o
hebraico (e outras línguas semíticas). A classe dos advérbios é extremamente pequena,
extremamente heterogênea e seus membros são freqüentemente usados de outros modos.
Na verdade, muitas gramáticas de hebraico passam de largo pelos advérbios, tratando algumas
subclasses importantes em detalhe e negligenciando-os completamente.

b As funções adverbiais das várias línguas européias não fornecem guia algum para o uso
adverbial hebraico, porque em hebraico outras abordagens sintáticas são usadas para essas
funções. As duas mais importantes são o acusativo ‘adverbial’ (10.2.2) e o ‘uso adverbial’ do
infinitivo absoluto (35.4); ambos os termos carregam as marcas de gramáticos europeus e
refletem uma abordagem estranha ao hebraico. Contudo, os padrões de usos são claros e é
útil reter tal terminologia numa gramática para falantes do português. Outra abordagem
sintática está baseada no uso de dois verbos em seqüência, correspondendo à construção
verbo + advérbio em outras línguas; os dois verbos hebraicos podem ter a mesma forma ou
podem diferir em forma. (Ocasionalmente, o verbo que é semelhante a um advérbio
português é chamado pelos gramáticos de auxiliar ou quase-auxiliar; esta terminologia possui
relevância questionável.) Exemplos de tais usos são fornecidos por verbos como ‫ שוב‬e ‫יסף‬,
que são freqüentemente traduzidos por advérbios como ‘novamente, ademais,
continuamente’, etc. Esta abordagem sintática que as línguas européias usam como uma
função adverbial é propriamente uma questão para o léxico hebraico; uma vez que o padrão é
apreciado como uma parte integral do hebraico, ele requer pequena atenção gramatical.

c Deixando à parte construções que podem ser chamadas adverbiais de um ponto de vista
externo, somos deixados com uma classe de advérbios hebraicos. É uma classe que sobrepõe a
outros grupos de palavras na língua, e uma que revela apenas regularidades modestas, mas
uma que demanda uma breve revisão antes de tornarmos ao assunto à mão, a subclasse dos
advérbios oracionais.

d Há três subgrupos de advérbios em hebraico: advérbios oracionais, itens adverbiais e


advérbios constituintes; os dois primeiros grupos incluem em grande parte partículas,
enquanto que o terceiro é mais heterogéneo, incluindo substantivos e verbos, como também
p 657 partículas. Itens adverbiais e advérbios oracionais modificam, respectivamente, orações
e palavras individuais de certo modo relacionadas ao discurso, isto é, eles negam, enfatizam ou
restringem o que modificam em relação a alguma outra característica gramatical. Advérbios
constituintes modificam orações (e, raramente, palavras individuais), mas, em contraste com
os itens adverbiais e os advérbios oracionais, eles modificam o predicado, isto é, eles
especificam o tempo, o lugar ou a maneira da situação predicada. Considere este par de
orações.

‫שמָּה ֹלא ֻר ֶָּ֫ ֑חמָה כִי ֹלא אֹוסִיף עֹוד ֲא ַּרחֵּם‬ ְ ‫ ְק ָרא‬Põe-lhe o nome
de Não-compadecida, porque

‫ ֶאת־בֵּית יִש ְָראֵּל‬realmente eu


não mais tornarei a
compadecerme da casa de Israel.

Os 1.6
A forma ‫ עוד‬é um advérbio constituinte, qualificando a extensão de tempo do predicado,
enquanto )‫ אל (אוסיף‬é um advérbio oracional, negando a oração inteira. A partícula ‫ כי‬é
outro advérbio oracional, esta enfatizando a oração que ela introduz. Tradicionalmente, a
partícula ‫ כי‬é considerada uma conjunção (cf. ‘porque’), mas nós consideramos que ela seja
um advérbio enfático (cf. ‘realmente’). A questão não é primariamente de tradução (embora a
tradução ‘porque’ seja às vezes ilógica e freqüentemente tediosa), mas, ao contrário, de
‫ כי‬com outras formas que funcionam de modo semelhante. O quarto advérbio, ‫לא‬
alinhar
)‫ (רחמה‬é um item adverbial, negando apenas o adjetivo que segue imediatamente.
e Em termos de freqüência, advérbios oracionais e constituintes são comuns, enquanto
que itens adverbiais são raros. Em termos de dificuldade gramatical, advérbios oracionais e de
item são de interesse considerável, enquanto que advérbios constituintes requerem menos
atenção.

f Uma relação de advérbios constituintes deveria habilitar os estudantes a perceber o


caráter da classe e prepará-los para observar seus modos de funcionamento. Há quatro tipos
de advérbios constituintes, cada um com dinâmicas internas e com significativa sobreposição
com outros grupos de palavras.

g Os advérbios de locação são de dois tipos semânticos. Os mais comuns são os dêiticos,
aqueles que apontam para um lugar relativo à situação da fala; os sentidos são ‘aqui’ e ‘lá’
(estáticos) e ‘para cá’ e ‘para lá’ (dinâmicos). Os outros tipos de advérbios locacionais têm
referência independente, isto é, referência independente da situação na qual a oração é
falada; marcadores relevantes incluem ‘acima’ – ‘abaixo’, ‘dentro’ – ‘fora’, ‘ao redor’ e ‘atrás’.

p 658 1. ‫הֲֹלם‬para cá

2. ‫ ֵֶּּ֫הנָה‬para cá

3. ‫כ ֹה‬aqui

4. ‫ּפ ֹה‬aqui

5. ‫שמָה‬
ָ ֶּ֫ /‫שָם‬lá, para lá
6. ‫ ֶַּּ֫מעַּל‬acima

7. ‫ ֶָּ֫מטָה‬abaixo

8. ‫ ְּפ ִֶּ֫נימָה‬dentro

9. ‫חּוץ‬fora

10. ‫ ֵּמסַּב‬ao redor

11. ‫ ָסבִיב‬ao redor

12. ‫ַאחַּר‬atrás

Alguns destes são derivados de raízes (## 6–12, todos os independentes), enquanto que outros
são compostos de elementos encontrados em outras palavras gramaticais (## 1–5, todos os
dêiticos). Os advérbios independentes são também usados como preposições (## 6, 12) ou
como substantivos, freqüentemente com preposições (## 8–12). A maioria destes advérbios
tem apenas sentidos locacionais, embora vários tenham também um sentido temporal raro
(## 2, 5), e ‫ כה‬também é encontrado como um advérbio oracional.

h Advérbios temporais semelhantemente são de dois tipos semânticos. Dêiticos, referindo-


se à situação de fala, podem ser estativos (‘agora, então’) ou dinâmicos (‘ainda não,
previamente, já’). Os dêiticos temporais estativos ‫עתה‬ e ‫אז‬ compartilham com suas
contrapartes portuguesas ‘agora’ e ‘naquela época’ uma força lógica (‘Agora podemos ver…,
então podemos dizer…’), mas os usos temporal e lógico são melhores mantidos de forma
distinta. Os dêiticos dinâmicos são raros. Os advérbios de tempos independentes, aqueles que
não derivam sua referência da situação de fala, podem ser locais em sentido (‘de dia, amanhã,
posteriormente’) ou extensivos (‘sempre/ainda, por muito tempo, para sempre’). A frase
freqüente ‫ָו ֶָּ֫ליְלָה‬ ‫‘ י ֹומָם‬de dia e de noite’ (p.ex., Sl 1.2) é uma boa ilustração de um advérbio e
de um acusativo adverbial usados juntos.
13. ‫עַּתָה‬agora

14. ‫ ֵֶּּ֫הנָה‬agora (cf. # 2)

15. ‫ ֲאז ַּי‬/‫ָאז‬então

16. ‫שָם‬então (cf. # 5)

17. ‫ ֶֶּ֫ט ֶרם‬ainda não

18. ‫שלְשֹום‬
ִ ‫ ֶאתְ מֹול‬previamente

19. ‫עֲדֶֶּ֫ נָה‬/‫עֲדֶ ן‬previamente

20. ‫ ְכבָר‬já

21. ‫יֹומָם‬de dia

22. ‫ ָמח ֳָרת‬/‫ ָמחָר‬amanhã

23. ‫ַאחַּר‬então, posteriormente (cf. # 12)

24. ‫עֹוד‬ainda

25. ‫ ַּרבַּת‬por um longo tempo


26. ‫עֹולָם‬para sempre

27. ‫נֵּצַּח‬para sempre

Também a diversidade etimológica observada para os advérbios locacionais é evidente aqui.


Apenas uma destas formas (# 23) é usada como uma preposição, mas as últimas três são
usadas como substantivos; ‫( רבת‬# 24) é o feminino de ‫‘ רב‬muito’. Outra forma p 659 de
derivação pode ser vista em ‫ יומם‬e ‫ ;שלשום‬embora a terminação “adverbial” –ām não seja
mais produtiva em hebraico bíblico, ela forneceu muitas formas importantes (5.7e).

i Advérbios Escalares formam um grupo mais diverso do que os dos locacionais ou dos
temporais. Um grupo de escalares refere-se a estágios de graus, numa escala que vai de
‘muito, extremamente, abundantemente’ (ampliadores) descendo a ‘pouco, quase’
(diminuidores). Outro grupo de escalares refere-se aos graus de identidade de ação. A situação
pode ser repetida (‘novamente’) ou ininterrupta (‘continuamente’).

28. ‫מְא ֹד‬muito

29. ‫ה ְַּרבֵּה‬muito

30. ‫יֹותֵּר‬extremamente

31. ‫ ַּרבַּת‬abundantemente (cf. # 25)

32. ‫ ְמעַּט‬um pouco, quase

33. ‫עֹוד‬novamente, continuamente (cf.


# 24)

34. ‫תָ מִיד‬continuamente


Todos com exceção de um destes são usados como substantivos (inclusive ‫)!הרבה‬. Embora
‫ מעט‬seja comum (ocorre cerca de 100 vezes), a raridade relativa de redutores é notável.
j Os advérbios de maneira são o grupo mais diverso de advérbios constituintes: eles podem
descrever a maneira de uma ação com respeito a (a) ação (‘rapidamente, repentinamente’),
(b) os agentes (‘juntos, secretamente’), (c) seus motivos (‘falsamente’) ou (d) os resultados
(‘vãmente’)

35. ‫ ְמה ֵָּרה‬rapidamente

36. ‫ּפִתְ א ֹם‬subitamente, abruptamente

37. ‫ּפֶתַּ ע‬repentinamente

38. ‫ ֶֶּ֫רגַּע‬repentinamente

39. ‫ ֶַּּ֫יחְדָו‬/‫יַּחַּד‬juntamente

40. ‫ ֶֶּ֫ח ֶרש‬secretamente

41. ‫שוְא‬
ָ falsamente

42. ‫ ִחנָם‬em vão, de graça

43. ‫ ֵּריקָם‬vãmente

Exceto para as três formas com terminação adverbial (## 36, 42, 43), todos estes advérbios são
usados também como substantivos e deve ficar claro que não há linha estrita alguma
separando estes advérbios de maneira de uma variedade de outros usos acusativos adverbiais
de substantivos.

39.3.2 Advérbios Oracionais e de Item

a Os dois grupos de advérbios oracionais e de itens adverbiais sobrepõem-se em grande


parte, mas a sobreposição é grandemente o resultado de outro fato: itens adverbiais são raros
em hebraico. As tarefas gramaticais de negação, ênfase e restrição são usualmente associadas
com a oração inteira, em lugar de um item dentro dela. Esta relação é mais facilmente
reconhecida com a negação: a comum, do tipo oracional, é mostrada nos ## 1–2, a rara, do
tipo itens, nos ## 3–4.

p 660 1. ‫ ְו ֶאת־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ הַּז ֹאת ֹלא־י ִ ְראֶה‬E esta terra nunca mais verá / E
‫עֹוד׃‬esta terra verá nunca mais.
Jr 22.12

2. ‫ו ְָרעָה ֹלא ָר ִֶּ֫אינּו׃‬E mal nós não vimos / nós


vimos mal nenhum.

Jr 44.17

3. ‫ַאר ֵּאם‬
ְ ‫ ֶּ֫ע ֹ ֶרף וְֹלא־ ָפנִים‬Eu lhes mostrarei (meu)
pescoço e não (minha) face.

Jr 18.17 Manuscritos orientais

4. ‫ְהֹורה תִ ָֽקַּח־לְָך‬
ָ ‫מִכ ֹל ַּה ְב ֵּהמָה ַּהט‬Levarás contigo sete pares,
‫ש ֑תֹו ּוִמן־‬ְ ‫ש ְבעָה אִיש ְו ִא‬ ִ ‫ש ְבעָה‬ ִ machos e suas fêmeas, de
todos os animais limpos, e um
‫ ַּה ְב ֵּהמָה ֲאשֶר ֹלא טְה ָֹרה הִיא‬par, macho e sua fêmea, de
‫שתָֽ ֹו׃‬
ְ ‫ש ֶַּּ֫ני ִם אִיש ְו ִא‬
ְ todo animal não limpo.
Gn 7.2

Nos primeiros dois exemplos a negativa ‫לא‬ vem antes do verbo, embora no primeiro o
elemento negado é o advérbio ‫ עוד‬e no segundo o elemento negado é o objeto ‫רעה‬. Nos ##
3–4, o item negativo ‫ לא‬vem antes do item negado específico. A preferência pela ênfase e
pela restrição no nível oracional, em vez de no nível de item, é semelhante ao tratamento da
negação. Na realidade, o hebraico possui apenas um importante item adverbial que não é
principalmente um advérbio oracional e mais comumente usado como tal, ‫( מאד‬## 5–6).

5. ‫ ַּויְנִי ִ ֵֶּּ֫חנִי אל־הַּר גָב ֹ ָּה מְא ֹד‬Ele me levou a um monte muito
alto.

Ez 40.2

6. ‫ ַּוּי ַּ ַּע ְמדּו … ֶַּּ֫חי ִל גָדֹול מְא ֹד־‬Eles se puseram em pé … uma


‫מְא ֹד׃‬tropa muito, muito grande.
Ez 37.10

Uma variedade de advérbios causais pode ser usada como itens adverbiais, usualmente num
sentido elevado e freqüentemente em poesia; alguns desses usos são mencionados abaixo.

b Há três grupos de advérbios oracionais. Os negativos são mais bem considerados em


relação com as construções em que ocorrem e nós provemos apenas um breve sumário aqui.
Os advérbios enfáticos e restritivos, ambos tratados freqüentemente como tipos de
conjunção, requerem maior discussão aqui.

39.3.3 Advérbios Negativos

a Há cinco principais advérbios de negação; cada um é especializado em função, embora


algum entrelaçamento seja encontrado com todos exceto o mais raro. Orações verbais
independentes são negadas com (# 1), a menos que o verbo seja um imperativo negativo, que
requererá ‫ אל‬antes do jussivo (# 2).

p 661 1. ‫ֹלא־יִשָא גֹוי אֶל־גֹוי ֶֶּ֫ח ֶרב‬Nenhuma nação levantará


espada contra (outra) nação.

Is 2.4

2. ‫וְַאל־תִ שָא ָלהֶם׃‬Não os perdoes!


Is 2.9

Orações verbais dependentes podem ser negadas com ‫ ּפן‬para uma oração de proposital finita
(# 3) e ‫ לבלתי‬ou ‫ מן‬para uma oração infinitiva (# 6); de outro modo, ‫ לא‬é usado (# 5).
3. ‫ ְועֵּינָיו ָהשַּע ּפֶן־י ְִראֶה ְבעֵּינָיו‬Selaseus olhos a fim de que
não vejam com seus olhos.

Is 6.10

4. ‫ ְו ַּאתֶ ם ה ֵּ ֲָֽרע ֹתֶ ם לַּ ָֽעֲשֹות‬Vós fizestes pior no vosso


‫שמ ֹ ַּע‬
ְ ‫יכ֑ם … ְל ִבלְתִ י‬ ֶ ֵּ‫ ֵּמאֲבֹות‬procedimento do que vossos
pais … no que não me dais
‫ ֵּאלָי׃‬ouvidos a mim.

Jr 16.12

5. ‫אִם ֹלא תַּ ֲאמִינּו כִי ֹלא תֵּ ָא ֵֶּּ֫מנּו׃‬Se


o não permanecerdes fiéis,
certamente não permanecereis.

Is 7.9

b Orações sem verbo são negadas com ‫( אֵּין‬no construto; ## 6–7) ou raramente ‫( ֶַּּ֫אי ִן‬no
absoluto; # 8). Dois tipos freqüentes de orações negativas sem verbo são ‫ אין‬seguido por um
particípio (# 9) e ‫ אין‬com um sufixo possessivo denotando o sujeito (## 10–11). Vários tipos de
negação podem ocorrer juntos (# 12).

6. ‫ַאל־תַּ עֲלּו כִי אֵּין יהוה‬Não ataqueis! YHWH não está no


‫ ְב ִק ְרב ְֶכ֑ם‬vosso meio.
Nm 14.42

7. ‫אֵּין־בֹו ְמת ֹם‬Não há coisa sã nele!


Is 1.6

8. ‫וְכ ֹ ַּח ֶַּּ֫אי ִן ְללִדָ ה׃‬Não há força para dar à luz!


Is 37.3

9. ‫ש ַּכבְתֶ ם ְואֵּין ַּמח ִ ֲ֑ריד‬


ְ ‫ּו‬Deitar-vos-eis
e não haverá
quem (vos) aterrorize.
Lv 26.6

p 662 10. ‫אֵּי ֶֶּ֫ננִי נ ֹתֵּ ן ָלכֶם תֶ בֶן׃‬Não vos darei palha.
Êx 5.10

11. ‫ֵּינמֹו‬
ֵּ ֶּ֑֫ ‫ ַּב ֲעמַּל אֱנֹוש א‬Eles
não estão (envolvidos) na
dor humana.

Sl 73.5

12. ‫אֵּין־ ָעי ֵּף ְואֵּין־כֹושֵּל בֹו ֹלא‬Não há entre elas cansado, nem
֑ ָ ‫י ָנּום וְֹלא י‬quem tropece na estrada;
‫ִישן‬
ninguém tosqueneja, nem
dorme.

Is 5.27

39.3.4 Advérbios Enfáticos

a A categoria de advérbios oracionais inclui advérbios que modificam a oração em si


mesma (como o fazem os negativos), aqueles que modificam a oração em relação às orações
precedentes ou seguintes (dependentes ou independentes), e aquelas que modificam a oração
em relação ao discurso inteiro. Em gramáticas tradicionais de hebraico, alguns desses são
chamados de partículas e outros de advérbios; alguns estão associados com orações de tipos,
enquanto outros são relegados ao léxico. O grupo não é em si mesmo uma unidade estrita,
mas é melhor considerar esses advérbios juntos.

b Os disjuntos são aqueles advérbios que modificam a oração em relação ao ato da fala. O
hebraico tem poucos disjuntos, todos raros. Em contraste, o português tem uma grande
quantidade de advérbios disjuntos, e eles são usados com freqüência e são imprecisamente
vertidos para o hebraico. Por esta razão, a categoria merece alguma atenção extra. Os
advérbios disjuntos em português transportam a atitude do falante para a forma do enunciado
(‘verdadeiramente, fielmente, asperamente’) ou para o seu conteúdo (‘definidamente,
naturalmente, certamente, claramente, realmente, verdadeiramente’). Ambos os tipos são
regularmente usados para verter a gama completa de advérbios hebraicos enfáticos,
especialmente quando uma dada forma não possui algum outro equivalente português. É
importante observar esta disparidade entre o português e o hebraico, a fim de que a prática da
tradução não obscureça o fato gramatical. Os dois disjuntos hebraicos referindo-se à forma são
‫ ָא ְמנָה‬e ‫ ֻא ְמנָם( ָא ְמנָם‬em perguntas polares com ‫)ה‬, ‘realmente, verdadeiramente’ (## 1–3).
As duas que se referem a conteúdo são ‫‘ אּולַּי‬talvez’ (4–5) e ‫מעַּט‬
ְ ‘um pouco, algo’ (# 6).
1. ‫ָא ְמנָה ָאנֹכִי ָח ֶָּ֫טאתִי‬Em
verdade, (eu te digo que)
pequei.

Js 7.20

p 663 2. ‫ָא ְמנָם י ְהֹוָה ֶהח ֱִֶּ֫ריבּו ַּמ ְלכֵּי‬Verdadeiramente, (eu te digo)
‫אַּשּור ֶאת־כָל־ ָהא ֲָרצֹות‬YHWH, que os reis da Assíria
assolaram todas as terras.

Is 37.18

3. ‫ש ֶקר מ ִָל֑י‬
ֶ ֶּ֫ ‫כִי־ָא ְמנָם ֹלא־‬Verdadeiramente, (eu assevero)
que minhas palavras não são
mentiras.

Jó 36.4

4. ‫ש ְפחָתִ י אּולַּי אִ ָבנֶה‬


ִ ‫ב ֹא־נָא אֶל־‬Vá à minha serva. Talvez eu me
‫ ִמ ֶּ֑֫ ֶמנָה‬edificarei a partir dela.
Gn 16.2

5. ‫ ִע ְמדִ י־נָא בַּ ָֽ ֲחב ַָּרי ְִך ּוב ְֶּ֫ר ֹב‬Deixa-te estar com os teus
‫ש ַּפי ְִך … אּולַּי תָֽ ּו ְכלִי הֹועִיל‬ ָ ‫ ְכ‬encantamentos … Talvez possas
tirar proveito com isso.

Is 47.12

6. ‫ ָו ֱאהִי ָלהֶם ְל ִמ ְקדָ ש ְמעַּט‬Eufui até certo ponto um


santuário para eles.

Ez 11.16

O papel dos disjuntos pode ser desempenhado por não-advérbios, por exemplo, a frase
preposicional ‫‘ באמת‬na verdade’.
c Os advérbios que modificam uma oração em relação ao que segue ou, menos
freqüentemente, ao que precede, dividem-se em três categorias: partículas reconhecidas
como coordenadores (‫אף‬, ‫)גם‬, uma série de partículas em K usualmente tomada como
marcadores lógicos (‫כי‬, ‫כן‬, ‫כה‬, ‫)ככה‬, e os advérbios temporais comuns (‫אז‬, ‫)עתה‬. As
gramáticas hebraicas tendem a atribuir papéis bem definidos a estas palavras, mas como os
léxicos geralmente reconhecem, estas atribuições não descrevem adequadamente os usos.
Todos estes termos possuem usos enfáticos bem amplos, como também sentidos específicos a
ser discutidos. A noção de que o uso amplo ou difícil de definir originou-se do uso estreito ou
fácil de definir é atrativa, mas provavelmente enganosa.

d Dos dois coordenadores principais, ‫ אף‬é o mais simples e mais próximo a ‫ו‬, às vezes
escassamente distinto dele (# 7); ‫ אף‬também pode servir como um correlativo, alinhando a
situação desta oração com a da oração precedente. As orações envolvidas nesse tipo de
correlação são independentes (# 8), e assim, tal par é distinto da combinação ‫ ְכ‬prótase + ‫כֵּן‬
apódose (38.5). Seguido por ‫כי‬, ‫ אף‬pode desempenhar um papel enfático (## 8–9). O segundo
coordenador principal‫גם‬, embora seja usado como um item adverbial, geralmente possui
mais distintamente uma força lógica do que ‫אף‬, ainda que ele possa ser usado como um
enfático (## 10–11), freqüentemente seguido de um pronome. Ele pode sinalizar um clímax
final numa exposição (## 12–13) e é o único advérbio hebraico que marca um final de discurso
– todos os outros marcam inícios e meios. A partícula pode servir como um correlativo, numa
apódose após ‫( יען‬## 14–15) ou após uma oração dependente (# 16).

p 664 7. ‫ ִא ַּמצְתִ יָך ַאף־ ֲעז ַּתִ יָך‬Eu te fortalecerei e te ajudarei.


Is 41.10

8. ‫… ִהנֵּה בִ ָֽהְיֹותֹו תָ מִים ֹלא י ֵּ ָעשֶה‬Quando ele (tal madeira,


ָ ‫ ִל ְמל‬madeira da videira) está inteiro,
‫ָאכ֑ה ַאף כִי־ ֵּאש ֲא ָכ ֶַּּ֫לתְ הּו‬
não servia para obra alguma.
‫וְנַּ ָֽ ֲעשָה עֹוד ִל ְמלָאכָה׃‬Quanto menos sendo
consumido pelo fogo … , seria
ele usado para qualquer coisa?

Ez 15.5

9. ‫ש ָפטַּי ה ָָרעִים‬
ְ ‫ִי־ַאר ַּבעַּת‬
ְ ‫…ַאף כ‬Quanto mais, quando eu

ִ enviar os
‫ש ַּלחְתִי‬ meus quatro maus
julgamentos …

Ez 14.21
10. ‫ ֻכלָם יַּעֲנּו וְי ֹא ְמרּו ֵּא ֶֶּ֫ליָך גַּם־‬Todos estes falarão (lit.,
‫ ַּאתָ ה ֻחלֵּיתָ כ ֶָּ֫מֹונּו ֵּא ֵֶּּ֫לינּו‬responderão) e te dirão: Tu
também, realmente, estás fraco
‫ש ְלתָ׃‬
ָ ֶּ֫ ‫נִ ְמ‬como nós? E és semelhante a
nós?

Is 14.10

11. ‫שֹוחֵּט הַּשֹור ַּמכֵּה־אִיש זֹו ֵּב ַּח‬O que imola um boi é como o
‫ ַּהשֶה ע ֵּ ָֹֽרף ֶכלֶב … גַּם־ ֵּהמָה‬que comete homicídio. O que
sacrifica um cordeiro é
‫ ָבחֲרּו ְבד ְַּרכֵּיהֶם‬assassino de um cão … Eles
escolheram claramente os seus
próprios caminhos.

Is 66.3

12. ‫ָָארץ ּפָ ָֽצְחּו‬


ֶ ‫ש ְקטָה כָל־ה‬
ָֽ ָ ‫נָחָה‬Ela descansa, está sossegada
toda a terra.

‫שמְחּו לְָך‬
ָ ‫ ִרנָ ָֽה׃ גַּם־בְרֹושִים‬Assim, eles (os habitantes da
terra) irrompem em exaltação.
Até mesmo os ciprestes
exultam ti.

Is 14.7–8

13. ‫ ְב ַּח ְלקֵּי־ ֶַּּ֫נחַּל ֶח ְלקְֵּך הֵּם הֵּם‬A tua herança está entre as
‫ש ַּפכְתְ נֶסְֶך‬
ָ ‫גֹורלְֵּך גַּם־ ָלהֶם‬ ָ pedras lisas dos ribeiros. Estas,
estas são a tua porção. Sobre
‫ ֶה ֱעלִית ִמנְחָה‬elas, até mesmo, derramas a
tua libação e lhes apresentas
ofertas de manjares.

Is 57.6

14. … ‫ ֶַּּ֫יעַּן ֶאת־ ִמ ְקדָ שִי ִטמֵּאת‬Porquanto profanaste o meu


santuário … Eu, em
‫ ְוגַּם־ ֲאנִי ֶאג ְַּרע‬recompensa, (te) diminuirei.
Ez 5.11

15. ‫ ֶַּּ֫יעַּן ֲאשֶר ֹלָֽא־זָכ ְַּרתְ י ֶאת־יְמֵּי‬Visto que não te lembraste dos
‫ְעּורי ְִך … ְוגַּם־ ֲאנִי הֵּא דַּ ְרכְֵּך‬ ֶַּּ֫ ‫נ‬dias da tua mocidade … em
recompensa eu também farei
‫בְר ֹאש נָ ֶַּּ֫תתִ י‬recair sobre a tua cabeça (o
fardo do) teu procedimento.

Ez 16.43

16. ‫ִירי ָה‬ ֶֶּ֫ ‫שמְעּו ַּמטֶה … ֲאשֶר ֲעש‬ ִ Ouvi, ó tribos … cujos ricos da
‫ְרּו־ש ֶקר‬
ָ ֶּ֑֫ ‫ש ֶֶּ֫בי ָה דִ ב‬ְ ָֹֽ ‫מָ ָֽלְאּו ָחמָס וְי‬cidade estão cheios de
violência, e cujos habitantes
‫ּולְשֹונָם ְר ִמּי ָה ְבפִיהֶ ָֽם׃ ְוגַּם־ ֲאנִי‬falam mentiras, e a língua deles
‫ַּכֹותָך‬
ֶ ֶּ֑֫ ‫ ֶה ֱח ֵֶּּ֫ליתִ י ה‬é enganosa na sua boca. Eu, em
recompensa, farei sua ferida
pior (lit., farei dolorida sua
ferida).

Mq 6.9, 12–13

p 665 e Os quatro importantes advérbios em k são usualmente tratados como marcadores


lógicos, traduzidos como ‘porque, assim, portanto’, etc., mas tal abordagem pode ser
enganosa. Cada um dos três mais comuns está associado com um ponto específico no discurso
— ‫ כה‬é inicial, enquanto ‫ כי‬e ‫ כן‬são mediais; apenas ‫ ככה‬pode ocupar qualquer posição.
Esta consistência não significa que seja desejável um rígido entendimento lógico ou de
tradução. A mais problemática dessas partículas é ‫כי‬, usada não apenas como advérbio
oracional, mas também como conjunção introduzindo vários tipos de orações subordinadas
(## 17–18). Há dois usos adverbiais oracionais de ‫כי‬: o enfático (## 17–18) e o lógico (duas
vezes em # 19). O segundo destes obscurece o primeiro pela dominância da tradução ‘porque’
no “português bíblico”. Esta tradução é freqüentemente usada onde ela e o entendimento por
trás dela são simplesmente equivocados, ou seja, onde não há uma ligação lógica evidente
com a oração precedente. Além disso, ‘porque’ sugere que ‫ כי‬é uma conjunção subordinante,
o que freqüentemente ela não é quando usada no sentido lógico. Os dois usos oracionais, que
podem ocorrer em orações adjacentes (# 20, o primeiro, lógico e o segundo, enfático) não
devem ser separados tão estritamente.

17. ‫שּפָט תִ ּפ ֶ ָ֑דה … כִי‬


ְ ‫צִּיֹון ְב ִמ‬Sião será redimida
‫י ֵֶּּ֫ב ֹשּו ֵּמאֵּילִים … כִי תִ הְיּו‬justamente.… Eles (seus

‫ ְכ ֵּאלָה‬habitantes) realmente terão


vergonha dos carvallhos.… Vós
sereis realmente como um
carvalho.

Is 1.27, 29–30

18. ‫קּומָה יהוה הֹושִי ֵֶּּ֫ענִי אֱֹלהַּי כִי־‬Levanta-te, YHWH, Livra-me,


‫ ִה ִֶּ֫כיתָ ֶאת־כָל־אֹיְבַּי ֶ ֑לחִי‬meu Deus. Realmente, golpeia a
todos os meus inimigos nos
queixos.

Sl 3.8

19. ‫ש ְמחִי ְפ ֶֶּ֫לשֶת ֻכלְֵּך כִי‬ ְ ִ‫ַאל־ת‬Não te alegres, tu, toda a


‫שבֶט מ ֵַּּכְ֑ך כִי־ ִמ ֶּ֫ש ֹ ֶרש‬
ֵּ ‫שבַּר‬ ְ ִ‫נ‬Filístia, (pelo fato de) que está
quebrada a vara que te feria —
‫(נָחָש יֵּצֵּא ֶֶּ֫צפַּע‬pelo fato de) que uma áspide
emergirá da estirpe da
serpente.

Is 14.29

20. ‫ ֲהשִי ֵֶּּ֫בנִי ְוא ֶָּ֫שּובָה כִי ַּאתָ ה י ְהֹוָה‬Traga-me de volta, para que eu
‫אֱֹלהָ ָֽי׃‬possa voltar, porque tu é YHWH
meu Deus.

‫כִי־ַאח ֲֵּרי שּובִי נִ ֶַּּ֫ח ְמתִי‬Na


verdade, depois que voltei,
arrependi-me.

Jr 31.18–19

p 666 f A partícula ‫ כן‬é regularmente usada na apódose de um período comparativo (‘assim’;


38.5); quando ela aparece numa oração que não é uma apódose comparativa, tem um sentido
geral comparativo sem referente específico algum (## 21–22); o referente usualmente é claro
a partir do contexto. O ‫ כן‬adverbial é comum nas duas combinações ‫ לכן‬e ‫על־כן‬. A primeira
destas usualmente introduz uma reação proposta ou antecipada depois de uma declaração de
certas condições (‘sendo o precedente o caso, então’; ## 23 duas vezes, 24). Em contraste,
‫ על־כן‬usualmente introduz uma declaração de efeitos posteriores (# 25), notavelmente a
adoção de um nome ou de um costume (# 26).

21. ‫כֵּן יאבְדּו כָל־אֹוי ְ ֶֶּ֫ביָך יהוה‬Assim perecem todos os teus


inimigos, ó YHWH.

Jz 5.31

22. ‫כֵּן ָאהֲבּו לָנּו ַּע‬Assim,


eles gostam de andar
errantes.

Jr 14.10

23. ‫ ְו ֵּאת ֶּּ֫פ ֹעַּל יהוה ֹלא י ַּ ִֶּ֫ביטּו‬Eles não consideram os feitos
‫ּו ַּמ ֲעשֵּה י ָדָ יו ֹלא ָר ָֽאּו׃ יג ָלכֵּן‬de YHWH. Eles não olham para
as obras das suas mãos. (Sendo
‫ִי־דעַּת ּוכְבֹודֹו‬ ֑ ֶָּ֫ ‫ ָגלָה ַּעמִי ִמ ְבל‬assim,) pois, o meu povo será
‫ ְמתֵּ י ָרעָב וַּ ָֽהֲמֹונֹו ִצחֵּה צָמָ ָֽא׃ יד‬levado cativo, por falta de
‫ ָלכֵּן ה ְִר ִֶּ֫חיבָה שְאֹול נַּ ְפשָּה‬entendimento. A sua glória é
fazer homens sofrer de fome e
a sua multidão está seca de
sede. (Sendo assim,) pois, o Seol
aumentou o seu apetite.

Is 5.12–14

24. ָ‫( ֵּמתִ ים בַּל־יִחְיּו … ָלכֵּן ּפָקֶַּּ֫ דְ ת‬Estando) mortos, eles (outros
ְ ַּ‫וַּת‬deuses) não podem viver… isso
‫שמִידֵּ ם‬
sendo assim, tu os visitaste com
destruição.

Is 26.14

25. ‫כִי ַּמ ֲעלֵּה הַּלּוחִית ִב ְבכִי ַּי ָֽ ֲעלֶה־‬Item: Subida de Luíte — eles o
ֶ ֶּ֫ ‫בֹו כִי דֶֶּ֫ ֶרְך חֹור ֶַֹּּ֫ני ִם ז ַּ ֲע ַּקת־‬montam em lágrimas. Item:
‫שבֶר‬
Caminho de Horonaim —eles
… ‫י ְע ֹ ֵֶּּ֫ערּו׃ … כִ ָֽי־יָבֵּש ָחצִיר‬levantam grito de destruição.…
‫שאָּֽום׃‬ ָ ִ ‫עַּל־כֵּן י ִתְ ָרה ע ָ ָ֑שה … י‬Item: seca-se o pasto … Como
resultado, o que eles pouparam
… eles depositam.
Is 15.5–7

26. … ‫כִי ֶאת־ ַּמ ְעשַּר בְנֵּ ָֽי־יִש ְָראֵּל‬Na verdade, o dízimo dos
‫נָתֶַּּ֫ תִ י ַּל ְל ִוּי ִם לְנַּ ָֽ ֲחלָה עַּל־כֵּן‬israelitas… eu dou aos levitas
como herança. Como resultado,
‫ָא ֶַּּ֫מ ְרתִ י ָלהֶם … ֹלא יִנְחֲלּו‬eu os ordenei … que eles não
‫נַּחֲלָ ָֽה׃‬herdem qualquer (outra)
herança.

Nm 18.24

Além de servir como um advérbio constituinte de lugar (‘aqui’), ‫ כה‬é usado para introduzir
fala (especialmente com ‫ )אמר‬ação (especialmente com ‫ ;)עשה‬ele assim inicia uma seção do
discurso (# 27; cf. # 28). A partícula intimamente relacionada ‫ ככה‬pode introduzir fala que
aponta para trás, ao que precede (# 28) ou ela pode sumariar material precedente (# 29).

p 667 27. ‫ש ָר ֵּ ֑אל‬


ְ ִ ‫כ ֹה תְ ב ֲָרכּו ֶאת־ ְבנֵּי י‬Da seguinte maneira

‫ָאמֹור לָהֶ ָֽם׃ י ְבָ ֶָֽרכְָך יהוה‬abençoareis os israelitas,


dizendo-lhes: que YHWH te
abençoe… .

Nm 6.23–24

28. … ָ‫שב ְַּרתָ ַּה ַּב ְקבֻק … וְָאמ ְַּרת‬


ָ ‫ ְו‬quebrarás a botija … Tu dirás
‫…כ ֹה־ָאמַּר יהוה ְצבָאֹות ֶָּ֫ככָה‬Da seguinte maneira (kh) diz
YHWH Ṣbʾwt: Do modo
‫ ֶאשְב ֹר ֶאת־ ָהעָם הַּדֶה‬precedente (kkh) eu quebrarei
este povo.…

Jr 19.10–11

29. ‫ז ֹאת ֲאשֶר לַּ ָֽ ְל ִוּי ִם ִמבֶן ָחמֵּש‬Isto é o que diz respeito aos
… ‫שנָה ָו ֶַּּ֫מ ְעלָה י ָבֹוא‬ ָ ‫ ְו ֶעש ְִרים‬levitas: da idade de vinte e
cinco anos para cima (cada um
‫שמְר ֹתָ ם׃‬ְ ‫ ֶָּ֫ככָה תַּ ֲעשֶה לַּ ָֽ ְל ִוּי ִם ְב ִמ‬deles) entrará.… Do modo
precedente farás com os levitas
quanto aos seus deveres.

Nm 8.24, 26
Os advérbios de tempo ‫ עתה‬e ‫אז‬ / ‫ ֲאזַּי‬têm, além de seu uso temporal, um uso lógico ou
enfático; estes dois usos se fundem em tradução e comentário, porque muitas línguas
atribuem valor lógico (cf. português ‘já que… , então…’) ou mesmo valor enfático (cf.
português ‘Agora pois…’) a palavras de tempo. Contudo, os conjuntos de usos são mais bem
distinguidos, a fim de evitar equívoco quanto ao sentido global de uma passagem. A força
lógica de ‫ עתה‬usualmente é confinada à combinação ‫ועתה‬, introduzindo um desvio de rumo
argumentative com uma continuidade no assunto e na referência (# 30 duas vezes). No
exemplo, ‫ ועתה‬separa três estágios de discussão de um tópico único. A partícula ‫ אז‬é mais
diversa. Ela pode marcar uma volta lógica (## 31–32) ou, em verso, desempenha um papel
enfático (# 33). O papel enfático é problemático porque quase qualquer par de orações numa
seqüência (gramatical) pode ser entendido como estando em seqüência temporal. Tanto ‫אז‬
como ‫אז ַּי‬
ֲ podem introduzir a apódose de um período condicional (# 34).
30. ‫ ֶֶּ֫כ ֶרם ָהי ָה לִידִ ידִ י … ַּוי ְ ַּעז ְקֵֶּּ֫ הּו‬O meu amado tinha uma
‫… ַּוּי ִ ָט ֵֶּּ֫עהּו ש ֵֹּרק … ַּויְקַּו‬vinha… Ele a capinou … e a
plantou de vides… Ele esperava
‫ ַּלעֲשֹות ֲענָבִים ַּו ֶַּּּ֫יעַּש ְבא ִֻשָֽים׃‬que desse uvas boas, mas deu
… ‫ש ֶַּּ֫לם‬ָ ‫ ְועַּתָ ה יֹושֵּב י ְר ָּֽו‬ervas daninhas. E agora que
‫שפְטּו־נָא בֵּינִי ּובֵּין כ ְַּרמִ ָֽי׃ מַּה־‬ ִ sabeis estes fatos básicos, ó
‫שיתִ י‬ ִ ֶּ֫ ‫ ַּלעֲשֹות עֹוד ְלכ ְַּרמִי וְֹלא ָע‬moradores de Jerusalém…
julgai entre a minha vinha e
‫בֹו … ְועַּתָ ה אֹודִ ָֽיעָה־נָא ֶאתְ כֶם‬mim: Que mais se podia fazer
‫שר־ ֲאנִי עֹשֶה ְלכ ְַּר ִ ֑מי‬ ֶ ‫ ֵּאת ֲא‬ainda à minha vinha, que eu lhe
não tenha feito…? E agora (que
vós já formastes o julgamento),
eu revelarei o que decidi fazer à
minha vinha.

Is 5.1–5

31. ‫הַּּיֹום י ָדֶַּּ֫ עְנּו כִי־בְתֹו ֵֶּּ֫כנּו יהוה‬Hoje, sabemos que YHWH está
‫ ֲאשֶר ֹלא־ ְמ ַּעלְתֶ ם בַּיהֹוָה ַּה ֶַּּ֫מעַּל‬no meio de nós, porquanto não
agistes arrogantemente contra
‫ ַּה ֶז֑ה ָאז ִה ַּצלְתֶ ם ֶאת־ ְבנֵּי‬YHWH. (Como resultado,
‫יִש ְָראֵּל ִמּי ַּד יהוה׃‬podemos concluir), agora, (que)
livrastes israelitas do poder de
YHWH.

Js 22.31
p 668 32. ‫ ֶָּ֫למָה ֹּלא מ ֵֶֶּּ֫רחֶם ָאמּות … ִכי־‬Por que não morri eu na
‫שנְתִ י‬ ָ ‫עַּתָ ה‬madre? Por que não expirei ao
ַּ ֶּ֫ ָ ‫ש ֶַּּ֫כבְתִ י ְו ֶאשְקֹו֑ ט י‬
sair dela? … Se isso tivesse
‫ָאז י ָנּו ַּח לִי׃‬acontecido, já agora repousaria
tranqüilo; dormiria, e, como
resultado, tudo estaria bem
comigo.

Jó 3.11, 13

33. ‫יִגְשּו ָאז י ְדַּ בֵּרּו‬Eles


se achegam e, então,
falam.

Is 41.1

34. ‫ש ֶָּ֫הי ָה ֶָּ֫לנ֑ ּו בְקּום‬ ֶ ‫לּולֵּי י ְהֹוָה‬Não fosse YHWH, que esteve ao
ָ ‫ ָע ֵֶּּ֫לינּו‬nosso lado, quando os homens
‫ָאדָֽם׃ ֲאז ַּי ַּחּי ִים ְבל ֶָּ֑֫עּונּו‬
se levantaram contra nós,
então eles nos teriam engolido
vivos.

Sl 124.2–3

g O intensificador adverbial ‫ מאד‬é mais freqüente como um item adverbial do que como
um advérbio oracional, mas desde que nesta capacidade ele quase sempre modifica verbos
estativos (## 35–37), não há necessidade de separar os usos muito estritamente. Com formas
de ‫כבד‬, por exemplo, encontramos o adjetivo ‫כבֵּד‬
ָ usado com ‫ מאד‬para ‘extremamente rico’
(Abraão, Gn 13.2) ou ‘opressivamente severa’ (fome, Gn 41.31), e nós também encontramos
‫ ָכבְדָ ה‬com ‫ מאד‬para ‘clamorosamente sério’ (pecado, Gn 18.20).
35. ‫ ַּוּי ִ ְבטְחּו … ְועַּל ּפ ָָרשִים כִי־‬Eles confiam em.… cavalos —

‫עָ ָֽצְמּו מְא ֹד‬eles são muito numerosos.


Is 31.1

36. ‫עַּל־זָקֵּן ִה ְכבַּדְ תְ ֻעלְֵּך מְא ֹד׃‬E até sobre os velhos fizeste o
teu jugo excessivamente
pesado.

Is 47.6

37. ‫י ָרּום ְונִשָא ְוגָבַּּה מְא ֹד׃‬Seráalto, elevado e será


extremamente exaltado.

Is 52.13

39.3.5 Advérbios Restritivos

a A categoria dos advérbios oracionais restritivos inclui uma gama de partículas que se diz
funcionarem como entidades restritivas, exceptivas, adversativas ou limitativas. Estes
advérbios colocam-se em termos de sentido entre os advérbios negativos e os enfáticos:
geralmente eles são essencialmente negadores da continuidade entre orações e realçam o
status especial da oração em que ocorrem. Na verdade, poderia bem ser argumentado que
estes constituem uma classe especial de advérbios enfáticos; eles certamente mostram uma
unidade maior do que a classe enfática como um toso. Além disso, como veremos, estes
advérbios freqüentemente possuem estritamente funções enfáticas.

b A posição dos advérbios restritivos é sempre, em algum sentido, medial ao discurso.


Digamos que haja duas situações, A e B. A oração B, com um advérbio restritivo, p 669
descreve a situação B. Os três usos dos advérbios restritivos são estes: (1) A situação A é
descrita na oração imediatamente precedente (= oração A); o advérbio (p.ex., raq) segue e
possui o sentido de ‘apenas, exceto’. (2) A situação A é descrita no grupo precedente de
orações; o advérbio segue, com o sentido de ‘contudo, todavia, apenas’. (3) A situação A não é
descrita, mas pode ser inferida do contexto; o advérbio segue, com o sentido de ‘eu pensava,
parecia ser de outro modo, mas agora eu reconheço/é óbvio que.…’ Este conjunto diverso de
relações entre a situação anterior ou restrita e a oração restringente responde pelas glosas
polares usuais para, por exemplo, ʾăbhāl ‘de uma verdade’ e ‘mas’. Destas duas glosas, a
segunda é mais básica; os sentidos ‘certamente’ destes advérbios são secundários.

c A série completa de usos é evidente com ‫רק‬, que juntamente com ‫ אְך‬é o mais comum
desses advérbios. O sentido restritivo imediato de ‫ רק‬é encontrado quando ele se situa
inicialmente (## 1–2) ou medialmente (# 3) em sua oração; as glosas portuguesas padrão
refletem a polaridade da oração precedente: após uma oração positiva ‘apenas’, e após uma
oração negativa, ‘mas, exceto’. O sentido restritivo geral é encontrado em dois contextos: raq
pode introduzir um sumário (geralmente com instruções; # 4) ou um esclarecimento (## 5–6)
do que precede. O sentido restritivo não especificado (i.e., onde a situação a ser qualificada
não é descrita) tem com ‫רק‬, como acontece com outros advérbios deste grupo, um efeito
enfático (# 7).
1. ‫ ְוסָרּו ַּה ְצפ ְַּרדְ עִים ִממְָך … ַּרק‬As rãs serão retiradas de ti.…

ָ ִ‫ ַּבי ְא ֹר ת‬Somente permanecerão


‫ש ֶַּּ֫א ְרנָה׃‬ no
Nilo.

Êx 8.7

2. ‫ ַּועֲשּו ָלהֶן כַּטֹוב בְעֵּ ָֽינֵּיכֶם ַּרק‬Fazei o que quiserdes com estas
‫( ָל ֲאנָשִים ָהאֵּל ַאל־תַּ עֲשּו דָ בָר‬mulheres). Somente nada
façais a estes homens.

Gn 19.8

3. ‫ּפ ְִרי ַאדְ ָמתְ ָך … י ֹאכַּל עַּם ֲאשֶר‬Um povo que não conheces
‫ֹלא־י ֶָּ֫ ָ֑דעְתָ ְו ָה ִֶּ֫ייתָ ַּרק עָשּוק‬consumirá o fruto da vossa
terra.… e tu nada serás, mas
‫ו ְָרצּוץ כָל־ ַּהּי ָמִ ָֽים׃‬oprimido e esmagado para
sempre.

Dt 28.33

4. ‫שמַּע אֶל־ ַּה ֻחקִים‬


ְ ‫ ְועַּתָ ה יִש ְָראֵּל‬Agora, pois, ó Israel, ouve os
‫… ַּלעֲשֹות ְל ֶַּּ֫מעַּן תִ ָֽחְיּו … ֹלא‬estatutos.… para os cumprirdes,
para que vivais.… Nada
‫ת ֹ ִֶּ֫ספּו עַּל־הַּדָ בָר … ְו ַּאתֶם‬acrescentareis à mensagem.…
‫שמֶר‬ָ ‫הַּדְ ֵּבקִים בַּיהוה … ַּרק ִה‬vós sois os que vos apegastes a
‫לְָך‬YHWH.… Somente [a coisa mais
importante é / o fim é] daí
atenção.

Dt 4.1–2, 4, 9

p 670 5. ‫ָֹֽלתיָך‬ֶ ֶּ֑֫ ֹ ‫ָֽן־ת ֲעלֶה ע‬


ָֽ ַּ ֶ‫ש ֶמר לְָך ּפ‬ ָ ‫ ִה‬Guarda-te, não ofereças ofertas
‫ ְבכָל־מָקֹום … ַּרק ְבכָל־אַּ ּוַּת‬de ʿōlôt em todo lugar.…
Contudo, [somente as ofertas
… ‫נַּ ְפשְָך תִ זְבַּח וְאָ ָֽ ַּכלְתָ ָבשָר‬de ʿōlôt são assim restritas—]
‫שע ֶ ֑ ֶָּ֫ריָך‬
ְ ‫ ְבכָל־‬sempre que tua alma desejar,
poderás matar e comer carne
em qual quer portão da cidade.

Dt 12.13, 15
6. ‫ ַּוּי ֶ ֱאהַּב שְֹלמ ֹה ֶאת־יהוה ָל ֶֶּ֫לכֶת‬Salomão amou YHWH (e
‫ ְבחֻקֹות ָדוִד ָאבִיו ַּרק ַּבבָמֹות‬demonstrou isto) seguindo as
práticas de seu pai Davi.
‫הּוא ְמז ַּ ֵּב ַּח ּו ַּמ ְקטִ ָֽיר׃‬Todavia, [esta devoção não foi
perfeita—] ele ofereceu
sacrifícios nos lugares altos.

1Rs 3.3

7. ‫שמ ְַּרתֶ ם … כִי הִוא ָח ְכ ַּמתְ כֶם‬ ְ ‫ּו‬Observa-os … porque isto será a
‫… ְלעֵּינֵּי הָ ָֽ ַּעמִים ֲאשֶר י ִשְ ְמעּון‬tua sabedoria … aos olhos dos
povos, que ouvirão (de) todos
‫אֵּת כָל־הַּ ָֽ ֻחקִים ָה ֵֶּּ֫אלֶה וְָאמְ רּו‬estes estatutos e dirão: [Em
‫ ַּרק עַּם־ ָחכָם ְונָבֹון הַּגֹוי ַּהגָדֹול‬face disto poderíamos ter
‫ ַּהז ֶה׃‬pensado de modo contrário]
mas esta grande nação é um
povo sábio e entendido.

Dt 4.6

d Como ocorre com os advérbios enfáticos há uma série de advérbios restritivos em k: ‫אְַּך‬
e ‫ ;ָאכֵּן‬alguns usos de ‫ כי‬também são dignos de nota aqui. O mais comum dos advérbios
restritivos, ‫אְך‬, é usado como um item adverbial e como um advérbio oracional restringindo
de um modo geral o que precede, oferecendo esclarecimento (# 8) ou instrução (## 9–10), ou
realçando uma conclusão inesperada (# 11). Os dois usos podem ser achados juntos numa
única passagem (# 12). Diferentemente de ‫אְך‬, ‫אכן‬ reverte ou restringe o que precede
imediatamente (## 13–14); como ‫אְך‬, ‫ אכן‬tem um sentido geral enfático (# 15), indicando um
“reconhecimento repentino em contraste ao que era assumido até então”.

8. ‫ָל־רמֶש ֲאשֶר הּוא־חַּי ָלכֶם‬ ֶֶּ֫ ‫כ‬Tudo o que se move e vive ser-
‫י ִ ְהי ֶה לְָאכ ְָל֑ה … אְַּך־ ָבשָר‬vos-á para alimento.… Contudo
[isto deriva do entendimento de
‫ ְבנַּפְשֹו דָ מֹו ֹלא ת ֹא ֵֶּּ֫כלּו׃‬que], não comereis carne com
sua força viva (i.é.), com seu
sangue (ainda nela).

Gn 9.3–4
9. ‫שמַּע בְקֹלִי‬
ְ ‫ ָעלַּי ִק ְללָתְ ָך ְבנִי אְַּך‬Tua maldição seja sobre mim,
meu filho, [isto sendo
entendido], apenas me
obedeça.

Gn 27.13

10 ‫בֹאִי ֲעשִי כִדְ ב ֵָּרְך אְַּך ֲעשִי־לִי‬Vai e faze o que disseste.… mas
‫… ֻעגָה ְק ַּטנָה ב ִָראשֹנָה‬primeiro faze dele para mim um
bolo pequeno.

1Rs 17.13

p 671 11. ‫ ַּוּי ְַּרא אֶת־ ֱאלִיָאב ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר אְַּך ֶֶּ֫נגֶד‬E ele olhou a
Eliabe e disse:
‫[י ְהֹוָה ְמשִיחֹוָֽ׃‬Antes eu não
conhecia quem
eu estava procurando, mas aqui
ele está —] Certamente, está
perante YHWH o seu messias.

1Sm 16.6

12. ‫ ִחז ְקּו ְפנֵּיהֶם ִמ ֶֶּ֫סלַּע ֵּמ ֲאנּו‬Eles endureceram o rosto mais
‫לָשּוב׃ ַּו ֲאנִי ָא ֶַּּ֫מ ְרתִ י אְַּך־ ַּדלִים‬do que uma rocha e recusaram
arrepender-se. Eu disse: Mas
‫[ ֵּ ֑הם נֹואֲלּו כִי ֹלא ָי ָֽדְ עּו דֶֶּ֫ ֶרְך‬eu estava errado em olhar para
‫יהוה … ֵּא ְלכָה־לִי אֶ ל־ ַּהגְדֹלִים‬lá] são apenas os pobres que
… ‫… כִי ֵֶּּ֫המָה י ָדְ עּו דֶֶּ֫ ֶרְך יהוה‬são insensatos. Eles claramente
‫שבְרּו ע ֹל‬ ָ ֶּ֫ ‫אְַּך ֵֶּּ֫המָה יַּחְדָ ו‬não sabem o caminho de
YHWH.… Irei aos grandes.… Eles
certamente saberão o caminho
de YHWH.… Mas certamente
[que estava extraviado de
mim—] eles todos juntos [ricos
e pobres] quebraram o jugo.

Jr 5.3–5

13. … ‫ ַּו ֲאנִי ָא ֶַּּ֫מ ְרתִ י ל ְִריק יָגַּעְתִ י‬Eu disse:


Eu tenho trabalhado
‫ש ָּפטִי ֶאת־יהוה‬ ְ ‫ָאכֵּן ִמ‬em vão … mas [eu estava
errado ao dizer isto, porque]
meu julgamento está com
YHWH.

Is 49.4

14. ‫ש ְב ֶֻּ֫נהּו׃ ָאכֵּן ֲח ָל ֵֶּּ֫ינּו הּוא‬


ַּ ‫וְֹלא ֲח‬Nós não o estimamos, mas
‫[נָשָא‬estávamos errados porque] ele
carregou nossas enfermidades.

Is 53.3–4

15. ‫שיתִ י ֶֶּ֫א ֶרץ … ָאכֵּן ַּאתָ ה‬ ִ ֶּ֫ ‫ָאנֹכִי ָע‬Eu fiz a
terra, [diz YHWH e,
‫אֵּל ִמסְתַּ ֵּ ֑תר‬portanto,se poderia pensar
que YHWH deveria ser visível] …
mas [isto não é assim—] tu és
um Deus que se oculta. Is 45.12,
15

Relacionado aos usos de ‫ אכן‬para restringir a oração imediatamente precedente está o uso
restritivo de ‫( כי‬# 16) e ‫ כי אם‬numa oração que segue uma outra negativa; a combinação ‫כי‬
‫ אם‬pode ser usada para restringir material geralmente precedente (# 18).
16. ‫שתְ ָך ֹלא־תִ ק ְָרא אֶת־‬
ְ ‫ש ַָּרי ִא‬Quanto a Sarai, tua mulher — já
‫שמָּה׃‬
ְ ‫ש ָרה‬ ָ ‫ש ָ ֑רי כִי‬
ָ ‫שמָּה‬ ְ não lhe chamarás Sarai. Em vez
disso, seu nome é Sara.

Gn 17.15

17. ‫וְֹלא תִ תְ חַּתֵּ ן ָ ֑בם … כִי ִאם־כ ֹה‬Não contraireis matrimônio

‫תַּ עֲשּו ָלהֶם‬com os filhos deles … Não


obstante, vós os tratareis da
maneira seguinte.

Dt 7.3,5

18. ‫וַּּי ֹא ְמרּו ֹּלא כִי אִם־ ֶֶּ֫מלְֶך י ִ ְהי ֶה‬Eles disseram: Não! Não
‫ ָע ֵֶּּ֫לינּו׃‬obstante, que haja um rei sobre
nós.
1Sm 8.19

e Do restante, advérbios menos restritivos, apenas ‫ֲאבָל‬ exibe os três padrões vistos
anteriormente: ele pode restringir uma oração imediatamente precedente (# 19) ou materiais
p 672 geralmente precedentes (## 20–21), e pode marcar uma reversão em expectativas ou

crenças (# 22). Este último uso enfático está desaparecido de ‫ אפס‬e ‫אולם‬. Ambos ‫ אפס‬e
‫ אפס כי‬restringem material precedente geral, oferecendo esclarecimentos (## 23–25), e a
última combinação também pode restringir a oração imediatamente precedente (# 26). A
partícula ‫ אּולָם‬serve apenas para restringir uma oração em relação a uma oração precedente
(## 27–28).

19. ‫ו ְָראִיתִ י … ְלבַּדִ י ֶאת־ ַּהמ ְַּרָאה‬Só eu … tive aquela visão. Os


‫ ְו ָה ֲאנָשִים ֲאשֶר הָיּו ִעמִי ֹלָֽא־‬homens que estavam comigo
nada viram. Não obstante, caiu
‫ ָראּו ֶאת־ ַּהמ ְַּרָאה ֲאבָל ח ֲָרדָה‬sobre eles grande temor, e
‫גְדֹלָה נָ ְפלָה ֲעלֵּיהֶם ַּוּיִב ְְרחּו‬fugiram e se esconderam.
‫בְהֵּ ָֽ ָחבֵּא׃‬
Dn 10.7

20. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר אֱֹלהִים ֲאבָל ש ָָרה‬Deus disse: [Não ponha tuas
ְ ‫ ִא‬esperanças sobre Ismael—] de
‫שתְ ָך ילֶדֶ ת לְָך בֵּן‬
fato, Sara, tua mulher primária,
te dará um filho.

Gn 17.19

21. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹאמֶר ֲהי ָדַּ עְתָ לָ ָֽמָה־ ֶָּ֫באתִ י ֵּא ֶֶּ֫ליָך‬E ele disse: Sabes por que eu
‫ ְועַּתָ ה ָאשּוב ְל ִה ָלחֵּם עִם־שַּר‬vim a ti? Eu devo tornar agora
para pelejar contra o príncipe
‫ּפ ָ ָ֑רס … ֲאבָל ַּאגִיד לְָך ֶאת־‬dos persas.… Contudo, eu te
‫ה ָָרשּום‬declararei o que está expresso
na escritura.

Dn 10.20–21

22. ‫וַּּי ֹא ְמרּו אִי{ אֶל־ָאחִיו ֲאבָל‬Então, os irmãos disseram uns


ֵּ ‫ ֲא‬aos outros: [Nós acreditamos
‫שמִימ ֲאנַּחְנּו עַּל־ָאחִינּו‬
injustamente que tínhamos
escapa do ao dispor de nosso
irmão], mas agora fomos
achados culpados, no tocante a
nosso irmão.

Gn 42.21

23. ‫גַּם־י ְהֹוָה ֶה ֱעבִיר ח ַָּטָֽאתְ ָך ֹלא‬Não obstante, YHWH [de sua
‫תָ מָּֽות׃ ֶֶּ֫אפֶס כִי־נִ ֵּאץ נִ ֶַּּ֫אצְתָ ֶאת‬parte] transferiu o teu pecado.
Tu não morrerás. Todavia,
‫[ד ]בר יהוה בַּדָ בָר ַּהז ֶה גַּם ַּהבֵּן‬desde que profanaste a palavra
‫ ַּהּי ִלֹוד לְָך מֹות י ָמּות׃‬de YHWH neste assunto, o filho
que te nascerá morrerá.

2Sm 12.13–14 4QSama

24. ‫ ֶָּ֫באנּו אֶל־ ָה ֶָּ֫א ֶרץ … ֶֶּ֫אפֶס כִי־עַּז‬Nós entramos na terra.…


‫ ָהעָם‬Contudo, o povo é forte.
Nm 13.27–28

25. ‫הָֹלְך ֵּאלְֵּך ִע ָמְך ֶֶּ֫אפֶס כִי ֹלא‬Eu irei contigo, porém
ְ ‫[תִ ְהי ֶה תִ פ‬contrário às tuas expectativas]
‫ְַארתְָך‬
não haverá glória para ti.

Jz 4.9

p 673 26. ‫ש ַּמ ְדתִ י א ֹתָ ּה … ֶאפֶס כִי ֹלא‬


ְ ‫ ְו ִה‬Eu o destruirei (o reino
‫שמִיד ֶאת־בֵּית יַּעֲק ֹב‬
ְ ‫שמֵּיד ַּא‬ ְ ‫ ַּה‬errante)… . Todavia, eu não
destruirei (no processo) a casa
de Jacó.

Am 9.8

27. ‫ ַּוּיִק ְָרא ֶאת־שֵּם־ ַּהמָקֹום הַּהּוא‬Ele chamou àquele lugar Betel.
‫בֵּית־אֵּל וְאּולָם לּוז שֵּם־ ָהעִיר‬Todavia, no passado o nome da
cidade era Luz.
‫ל ִָראָֽשֹנָה׃‬
Gn 28.19
28. ‫וְכ ֹל ֲאשֶר ָלאִיש י ִתֵּ ן ְבעַּד‬Tudo que uma pessoa tem dará
por sua vida.

‫נַּפְשֹוָֽ׃ ה אּולָם ְשָֽלַּ ָֽח־נָא ָי ָֽדְ ָך‬Estenda a tua mão, contudo, e


‫ ְוגַּע אֶל־ ַּעצְמֹו‬toca nos seus ossos… .
Jó 2.4–5

p 674 40

Exclamações e Perguntas Polares


40.1 Introdução

40.2 Exclamações

2.1 Exclamações de Apresentação

2.2 Exclamações de Juramento e Desejo

2.3 Exclamações Nominais

2.4 Clamores de Aflição

2.5 Outras Exclamações

40.3 Perguntas Polares

40.1 Introdução

a Uma característica padrão de estudo sintático é a classificação funcional de orações e


períodos. Qualquer escolha é problemática. Um esquema tradicional distingue declarações ou
afirmações (‘É bom’), ordens (‘Seja bom’), perguntas (‘Quanto é bom?’, ‘É bom?’) e
exclamações (‘Como é bom!’, ‘Bom!’). Em termos das estruturas básicas do hebraico,
declarações, ordens e a maioria das perguntas usam recursos comparáveis e esses têm sido
tratados ao longo desta obra. Uma classe de perguntas, perguntas polares ou do tipo ‘sim-
não’, ainda permanece para ser tratada, bem como a ampla classe das exclamações. A
sobreposição considerável entre as quatro classes funcionais, principalmente das orações
interrogativas e exclamações, não é o nosso especial interesse aqui. A avaliação de casos
difíceis é um assunto de estudo mais especializado.
40.2 Exclamações

a Sob a rubrica de exclamações incluímos uma variedade de elocuções. Quatro grupos


requerem atenção por causa das complexidades sintáticas associadas a eles: exclamações de
apresentação (p. ex., aquelas com ‫)הנה‬, fórmulas de desejo e juramento (p. ex., aquelas com
‫)חי‬, exclamações nominais (p. ex., aquelas com ‫)אשרי‬, e clamores de aflição (p. ex., aqueles
com ‫)הוי‬. Outros tipos de exclamações podem ser tratados mais resumidamente.

p 675 40.2.1 Exclamações de Apresentação

a As exclamações apresentativas (de apresentação) são aquelas que começam com as


partículas de apresentação, ‫ ִהנֵּה‬e ‫ ;הֵּן‬as duas partículas não diferem em seu uso. As duas
apresentam exclamações de imediação e exclamações mais cheias de percepção, causa,
circunstância, etc.

b Em exclamações de imediação, ‫ הנה‬é freqüentemente flexionada com um pronome (#


1), muitas vezes em resposta a um chamado (# 2). Com ou sem o pronome “enfatiza a
imediação, o aqui-e-agora da situação”, seja no discurso direto (## 1–2), seja na narrativa (# 3).

1. ‫ ִהנְנּו ָאתֶָּ֫ נּו לְָך‬Eis-nos aqui, vamos a ti.


Jr 3.22

2. ‫ש ָל ֵֶּּ֫חנִי׃‬
ְ ‫וָאֹמַּר ִהנְנִי‬E eu disse; “Eis-me aqui, envia-
me a mim”.

Is 6.8

3. ‫ ַּוּיֻגַּד ַּל ֶמלְֶך … כִי נָס יֹוָאב אֶל־‬E disseram ao rei que Joabe
‫ ֶּ֫א ֹהֶל יהוה ְו ִהנֵּה ֵֶּּ֫אצֶל ַּה ִמז ֵּ ְ֑ב ַּח‬tinha fugido para o tabernáculo
de YHWH; e eis que estava junto
ao altar

1Rs 2.29

A partícula de apresentação ‫ הנה‬tem esta nuança de imediação intensiva com freqüência em


orações com particípios (## 4–5), às vezes muito elaboradas (# 6), como também em orações
verbais (# 7).

4. ‫ ִהנֵּה ָחמִיְך עֹלֶה ִת ְמ ֶָּ֫נתָה‬O teu sogro sobe agora a


Timnate.

Gn 38.13

5. ‫ ִהנֵּה ָא ִֶּ֫ביָך ה ֶֹל֑ה‬O teu pai agora está enfermo.


Gn 48.1

6. ‫כִי ִהנֵּה הָָאדֹון יהוה ְצבָאֹות‬O Senhor, YHWH Ṣbʾwt, está


‫שעֵּן‬ ָ ‫ ֵּמסִיר מִירּו‬tirando agora de Jerusalém … o
ְ ‫ש ֶַּּ֫לם … ַּמ‬
bordão e o cajado…
‫שע ֵָּנ֑ה‬
ְ ‫ּו ַּמ‬
Is 3.1

7. ‫ ִהנֵּה ֲאנָשִים ֶָּ֫בנָה ֵֶּּ֫הנָה ַּה ֶַּּ֫ליְלָה‬Esta


noite mesmo uns homens
vieram aqui.

Js 2.2

p 676 Relacionado com este sentido de imediação está o uso de ‫ והנה‬como uma ponte para
apresentar com emoção uma oração nominal (38.8) ou percepção, seja depois de um verbo de
percepção (# 8) ou depois que uma nova situação de percepção for descrita (## 9–10). Nos
últimos exemplos o verbo é geralmente omitido por causa da “vividez”. Nesses usos
freqüentemente é melhor que ‫ והנה‬fique sem ser traduzido.

8. ‫וְֹלא־הֶ ָֽ ֱא ַּמנְתִ י לַּדְ ב ִָרים עַּד‬E eu não cria naquelas palavras,


‫ ֲאש ֶָֽר־ ֶָּ֫באתִ י ַּות ְִראֶינָה עֵּינַּי‬até que vim, e os meus próprios
olhos viram [para minha
‫ ְו ִהנֵּה ֹלָֽא־ ֻהגַּד־לִי ַּה ֵּחצִי‬admiração] que não me
disseram nem a metade da
verdade.

1Rs 10.7

9. ‫ ַּוּי ָב ֹא דָ וִד ו ֲַּֽאנָשָיו אֶל־ ָהעִיר‬Davi e seus homens vieram à

‫שרּופָה ָבאֵּש‬ ְ ‫ ְו ִהנֵּה‬cidade e (viu [para sua


indignação] que) estava
queimada.
1Sm 30.3

10. ‫וָָאקֻם ב ֶַּּ֫ב ֹקֶר ְלהֵּינִיק ֶאת־ ְבנִי‬E, levantando-me eu pela

‫ֵּה־מת‬ ֑ ֵּ ‫ ְו ִהנ‬manhã, para dar de


mamar a
meu filho, e (vi [para meu
pavor] que) ele estava morto.

1Rs 3.21

c As partículas de apresentação de exclamações mais longas e mais completas servem


para estabelecer e definir o material que as segue. A distinção entre exclamações de
imediação e de exposição pode ser ofuscada (como no # 10). D. J. McCarthy em sua exposição
sobre ‫ והנה‬oferece alguns exemplos para comparação.

Examine as sentenças: “Veja! Tio Zé está chegando. Vamos!”. Isto pode


tranqüilizar, digamos, uma criança ansiosa por sair, e assim seria equivalente
a: “Quando tio Zé chegar etc.”. sem a força do coloquial original. Pode
pressupor dúvida: “Se tio Zé etc.” … Pode até expressar um propósito: talvez
tio Zé não seja um tio tão favorito, o que pode implicar em: “Para evitar tio Zé,
sairemos!” E assim por diante… Em tudo isso, a expressão permanece
exclamativa com um tom emocional e sentimos a falta da intenção completa
do usuário da linguagem se equipararmos simplesmente as sentenças com as
orações temporais, ou condicionais, ou causais, ou intencionais sugeridas.
Obtemos o significado mas não o sentimento, e os dois devem ser
compreendidos para alcançarmos a força total da linguagem.

A partícula de apresentação ‫ נהנ‬é comum em discurso direto, enquanto que a combinação


‫ והנה‬é freqüente na narrativa. Com ou sem ‫ו‬, ‫ הנה‬serve “para apresentar um fato sobre o
qual está baseado uma declaração ou uma ordem que se segue”. Desse modo pode ficar ou
antes de uma oração sem verbo (# 11) ou de uma oração verbal (## 12–13). Com referência ao
tempo futuro, as orações ‫ הנה‬podem ficar diante de uma oração com uma forma volitiva (##
11–12; às vezes com ‫ועתה‬, # 13), ou diante de uma forma de conjugação de sufixo com o
waw relativo (# 14). Para o tempo passado encontra-se o waw relativo com a pequena
conjugação de prefixo (# 15). Esse uso, também, freqüentemente é melhor ser deixado sem
tradução.

p 677 11. ‫ ִהנֵּה־נָא דִ ב ְֵּרי ַּהנְבִיאִים ּפֶה־‬Certo, agora: os veredictos dos


‫( ֶאחָד טֹוב אֶל־ה ֶּ֑֫ ֶַּמלְֶך יְהִי־נָא‬outros) profetas são
uniformemente favoráveis ao
ָ‫דְ ב ְָרָך כִדְ בַּר ַאחַּד ֵּמהֶם ְו ִד ֶַּּ֫ב ְרת‬rei; seja, pois, o teu veredicto
‫טֹוב׃‬como o de um deles, e fala
favoravelmente.

1Rs 22.13 Qere

12. ‫ש ֶַּּ֫מעְנּו כִי ַּמ ְלכֵּי בֵּית‬ָ ‫[ ִהנֵּה־נָא‬Visto que] já temos ouvido que
‫ש ָראֵּל כִ ָֽי־ ַּמ ְלכֵּי ֶֶּ֫חסֶד ֵּ ֑הם‬ְ ִ ‫י‬os reis da casa de Israel são
clementes – ponhamos, pois,
‫שקִים ְב ָמתְ ֵֶּּ֫נינּו‬ ַּ ‫שימָה נָא‬ ִ ֶּ֫ ָ‫נ‬sacos nos lombos…

1Rs 20.31

13. ‫[ ִהנֵּה ֶַּּ֫בעַּל ַּהחֲֹלמֹות ַּה ָלז ֶה בָא׃‬Visto que] lá vem o sonhador-
‫ ְועַּתָ ה לְכּו ְונַּה ְַּר ֵֶּּ֫גהּו‬mor! – vinde, pois, agora, e
matemo-lo.

Gn 37.19–20

14. ָ‫ ֲאנִי ִהנֵּה ב ְִריתִ י ִא ָ ֑תְך ְו ָה ִֶּ֫יית‬A minha aliança é contigo (ou,
‫לְַאב הֲמֹון גֹוי ִם׃‬quanto a mim, porque a minha
aliança é contigo) e eis que
serás o pai de uma multidão de
nações.

Gn 17.4

15. ‫ ְו ִהנֵּה אֵּין־יֹוסֵּף ב ַּ֑בֹור ַּוּי ִ ְק ַּרע‬Porque José não estava na cova,
‫ ֶאת־ ְבגָדָ יו׃‬então rasgou os seus vestidos.
Gn 37.29

d Semelhantes a essas ligações causais, as formas de apresentação ‫ הנה‬e ‫ והנה‬também


apresentam orações que expressam uma ligação temporal (# 16) ou a ocasião ou condição (##
17–18) para a oração resultante, usando ou uma construção sem verbo (## 16–17) ou uma
verbal (# 18). Outras funções semânticas incluem noções adversativas (# 19) e concessivas (#
20).

16. ‫ ְו ִהנֵּה־הּוא ְו ָהעָם ֲאשֶר־אִתֹו‬Quando ele e o povo que com


ִ ֶּ֫ ‫י ְצאִים ֵּא ֶֶּ֫ליָך ְו ָע‬ele estava te atacarem, faze-lhe
‫שיתָ לֹו כַּ ָֽאֲ שֶר‬
como alcançar a tua mão.
‫תִ ְמצָא י ָדֶֶּ֫ ָך׃‬Jz 9.33

17. ‫ ִהנֵּה יָמִים ָבאִים ְוגָדַּ עְתִ י ֶאת־‬Virá um tempo em que farei
‫ז ְרֹעֲָך‬cessar a tua força (ou, quando
no futuro.…)

1Sm 2.31

18. ‫ ְו ִהנֵּה אָ ָֽנֹכִי בָא … ְו ָהי ָה‬Quando eu chegar…será que,


‫ ַּכ ֲאשֶר־ ֶא ֱעשֶה כֵּן תַּ עֲשּון׃‬como eu fizer, assim fareis vós.
Jz 7.17

19. ‫ ִהנֵּה ָהאֵּש ְו ָה ֵּעצִים ְו ַּאּי ֵּה ַּהשֶה‬Eis aqui o fogo e a lenha, mas
‫לְעֹלָה׃‬onde está o cordeiro para a
ʿōlâ?

Gn 22.7

20. ‫ ְו ִהנֵּה יהוה עֹשֶה א ֲֻרבֹות‬Mesmo que YHWH fizesse


ָ ‫ ַּב‬comportas no céu, poderia isso
‫ש ֶַּּ֫מי ִם ֲה ִי ָֽ ְהי ֶה כַּדָ בָר ַּה ֶז֑ה‬
acontecer?

2Rs 7.19

e Além de servir como uma ponte para apresentar uma oração substantiva de percepção,
‫הנה‬ pode, também, funcionar como uma ponte para ligação lógica entre uma oração
precedente e a oração que ela apresenta, seja verbal (## 21,27,28,31) ou participial p 678 (##
22–24,26,29–30) ou sem verbo (# 25). Esta função de ponte pode envolver uma relação causal
(# 21), uma condição (# 32) ou circunstância (## 23–24), uma reversão de expectativas (## 25),
a apódose a uma oração temporal dependente (## 26–27), um resultado (## 28–30), ou uma
concessão (# 31).

21. ‫ ַּו ֶָּּ֫י ָרץ … ְו ִהנֵּה ֵּהחֵּל ַּה ֶֶּ֫נגֶף ב ָ ָ֑עם‬Eele correu… porque a praga
tinha começado (a espalhar-se)
entre o povo.

Nm 17.12
22. ‫ ְו ָע ַּמ ְדתָ … ְו ִהנֵּה יהוה עֹבֵּר‬Permanece.… porque YHWH vai
passar.

1Rs 19.11

23. ‫ ַּוּי ָב ֹא אֶל־ ָהאִיש ְו ִהנֵּה עֹמֵּד עַּל־‬Veio ao homem, enquanto ele
‫ ַּה ְג ַּמלִים‬estava em pé junto aos camelos
na fonte.

Gn 24.30

24. ‫עֹוד שַָאר ַּה ָקטָן ְו ִהנֵּה רֹעֶה‬Ainda resta o mais jovem, que
‫ב ַּ֑צ ֹאן‬está cuidando do rebanho.
1Sm 16.11

25. ‫ ַּויִק ְָרא ֲאדֹנָי … ִל ְבכִי … ְו ִהנֵּה‬Meu Senhor… vos chamará ao


‫שָשֹֹון‬choro… e (ou, mas) havia
alegria.

Is 22.12–13

26. ‫ ַּויְהִי־הּוא ט ֶֶרם ִכלָה לְדַּ בֵּר‬Antes que ele tivesse acabado
‫ ְו ִהנֵּה ִר ְבקָה יֹצֵּאת‬de falar apareceu Rebeca.
Gn 24.15

27. ‫ ַּויְהִי ְככַֹּּלתֹו לְהַּ ָֽעֲלֹות הָ ָֽעֹלָה‬E acabando ele de oferecer a


‫שמּואֵּל ָ ֑בא‬ ְ ‫ ְו ִהנֵּה‬ʿōlâ, Samuel chegou.
1Sm 13.10

28. ‫ ַּוּי ַּכֹו ָה ֶאחָד ֶאת־ ָה ֶאחָד ַּו ֶָּּ֫ימֶת‬Assim um feriu o outro e o
ְ ‫א ֹתֹו׃ ְו ִהנֵּה ֶָּ֫קמָה כָל־ ַּה ִמ‬matou. Assim agora todo o clã
‫ש ָּפחָה‬
desapareceu…

2Sm 14.6–7
29. ‫הֵּן לִי ֹלא נָתֶַּּ֫ תָ ה ֶָּ֫ז ַּרע ְו ִהנֵּה בֶן־‬Tu não me deste filho; assim
‫יֹורש א ֹתִ י׃‬ ֵּ ‫בֵּיתִ י‬um nascido em minha casa será
meu herdeiro.

Gn 15.3

30. ‫תֶֶּ֫ בֶן אֵּין נִתָ ן לַּ ָֽ ֲעבָדֶֶּ֫ יָך … ְו ִהנֵּה‬Palha não se dá a teus servos…
‫ ֲעבָדֶֶּ֫ יָך ֻמכִים‬e assim teus servos são
açoitados.

Êx 5.16

31. ‫ּו ָבז ָה ָאלָה ְל ָהפֵּר ב ְִרית ְו ִהנֵּה‬Pois que desprezou o

‫נָתַּ ן י ָדֹו‬juramento,
quebrantando a
aliança, ainda que tivesse feito
com aperto de mão.

Ez 17.18

40.2.2 Exclamações de Juramento e de Desejo

a A expressão de desejos e de juramentos não exige o uso de qualquer espécie de


exclamação, mas um conjunto diferente de exclamações é usado, algumas prótases sem
apódoses p 679 e algumas frases encabeçadas por substantivos. As partículas ‫ אם‬e ‫ לא‬estão
envolvidas em várias dessas exclamações, nem sempre de maneira compreensível. Enquanto
Paul Joüon argumenta que os usos imprevisíveis são o resultado da contaminação entre os
vários paradigmas, seria melhor confessar que o cálculo das partículas está além de nossa
especificação.

b Um juramento não precisa ser apresentado por uma exclamação. Não precisa ter
nenhuma apresentação ou pode ser precedido pela partícula ‫‘( כי‬certamente’, 39.3.4c;
positiva, # 1), ‫( אם‬negativa; # 2), ‫( אם לא‬positiva; # 3), ou ‫( כי אם‬positiva; # 4); somente
com as partículas, o juramento tem a forma de uma prótase sem qualquer apódose. Um
juramento pode, também, ser precedido pelo termo ‫ חי‬+ um nome (ou algo poderoso ou um
substituto sagrado); o termo é às vezes pontuado como ‫חַּי‬ (talvez um verbo, mas
provavelmente um substantivo), e às vezes ‫) ַּחי ִים <( חֵּי‬. A combinação ‫ חי‬+ nome é seguida
por uma oração com ‫( כי‬positiva; # 5), ‫( אם‬negativa; # 6), ‫( אם לא‬po-sitiva; # 7), ou ‫כי אם‬
(positiva # 8); os dois itens são gramaticalmente independentes (observe o # 9), apesar da
tradução padrão da frase ḥy como uma prótase e da oração ʾm como sua apódose (‘Como
YHWH vive, possa…’).

1. ‫שבַּע ֲאדֹנָי י ְֶה ֹוִה ְב ָקדְ שֹו כִי‬


ְ ִ‫נ‬Jurou o Senhor YHWH, pela sua
‫ ִהנֵּה יָמִים ָבאִים‬santidade: “Certamente, o dia
virá…”.

Am 4.2

2. ‫שמִי ַּהגָדֹול‬ ְ ‫ש ֶַּּ֫בעְתִ י ִב‬


ְ ִ‫“ ִהנְנִי נ‬Eis que eu juro pelo meu
‫שמִי‬ ְ ‫ָאמַּר י ְהֹוָה אִם־ ִי ָֽ ְהי ֶה עֹוד‬grande nome”, diz YHWH, “meu
nome nunca mais será
‫נִק ְָרא ְבפִי כָל־אִ יש י ְהּודָ ה אֹמֵּר‬pronunciado pela boca de
‫חַּי־ ֲאדֹנָי י ְהֹוִה ְבכָל־ ֶֶּ֫א ֶרץ‬homem de Judá, em toda a
‫ ִמצ ְֶָּ֫רי ִם׃‬terra do Egito que diz ‘(Pela)
vida do Senhor YHWH’ ”.

Jr 44.26

3. ‫שבַּע יהוה ְצבָאֹות לֵּאמ ֹר אם־‬ ְ ִ‫נ‬YHWH Ṣbʾwt jurou: “Como eu


ֶ ‫ֹלא ַּכ ֲא‬certamente
‫שר דִ מִיתִ י כֵּן ָה ֶָּ֫יתָ ה‬ intentei, assim
sucederá”.

Is 14.24

4. ‫שבַּע יהוה ְצבָאֹות ְבנַּפ ְ֑שֹו כִי‬ ְ ִ‫נ‬YHWH Ṣbʾwt jura por si mesmo:
‫“אִם־ ִמלֵּאתִ יְך ָאדָ ם‬Certamente te encherei de
homens”.

Jr 51.14

5. ‫חַּי־יהוה כִי בֶן־ ֶָּ֫מוֶת ָהאִיש‬Pela vida de YHWH! Certamente


ֶ ֹ ‫הָע‬o homem que fez isso é um
‫שה ז ֹאת׃‬
morto.

2Sm 12.5

6. ‫שבַּע שָאּול חַּי־יהוה אִם־‬


ָ ִ ‫ ַּוּי‬Saul jurou: “Pela vida de YHWH!
Ele não morrerá!”
‫יּו ָמת׃‬1Sm 19.6

p 680 7. ‫חַּי־ָאנִי אִם־ֹלא אָ ָֽלָתִ י ֲאשֶר ָבז ָה‬Minha (de YHWH) vida! Eu trarei
‫… ּונְ ַּתתִ יו בְר ֹאשֹו׃‬sobre a sua cabeça meu
juramento, que desprezou…

Ez 17.19

8. ‫ו ֶַּּּ֫י ֹא ֶמר דָ וִד חַּי־יהוה כִי ִאם־‬Disse mais Davi: “Vive YHWH!
certamente o ferirá ou
‫יהוה י ִ ָג ֶֶּ֫פנּו אֹו־יֹומֹו י ָבֹוא ָומֵּת‬YHWH
seu dia chegará em que morra”.

1Sm 26.10

9. ‫ש ֶַּּ֫בעְתָ חַּי־יהוה ֶב ֱא ֶמת‬ְ ִ ‫ו ְנ‬E jurarás: “Vive YHWH na


ְ ‫ ְב ִמ‬verdade, no juízo e na justiça”.
‫שּפָט ּו ִבצְדָ ָ ֑קה‬
Jr 4.2

c Um juramento negativo pode ser apresentado pela frase ‫ ָח ִֶּ֫לילָה לִי‬, convencionalmente
‘longe esteja de mim’, seguida por uma oração dependente especificando o resultado não
desejado; essa oração começa com ‫( מן‬# 10) seguida de um infinitivo ou ‫( אם‬# 11) seguida de
uma forma de prefixo.

10. ‫ ָח ִֶּ֫לילָה לִי ֵּמעֲשֹות ֑ז ֹאת‬Longe de mim que eu tal faça!


Gn 44.17

11. ‫ ָח ִֶּ֫לילָה לִי מֵּיהוה אִם־ ֶאעֱשֶ ה‬YHWH me proíba que eu faça tal
‫ ֶאת־הַּדָ בָר ַּהז ֶה‬coisa!
1Sm 24.7

d Desejos podem ser expressos em orações independentes completas (p. ex., com ‫מִי י ִתֵּ ן‬
ou ‫ ַא ֲחלַּי‬com uma forma de prefixo) ou em prótase destituída de apódose, apresentada por
‫( אְם‬# 12) ou, na maioria das vezes ‫( לּו‬## 13–15).
12. ‫שמַּע־לִי׃‬
ְ ִ‫יִש ְָראֵּל אִם־ת‬Ah, Israel, se me ouvisses!
Sl 81.9

13. ‫ְֹותי‬
֑ ָ ‫שבָתָ ְל ִמצ‬
ַּ ֶּ֫ ‫לּוא ִה ְק‬Ah!
Se tivesses dado ouvidos
aos meus mandamentos!

Is 48.18

14. ‫שקֵּל ַּכע ִ ְ֑שי‬


ָ ִ ‫לּו שָקֹול י‬Oh! se a minha mágoa
retamente se pesasse!

Jó 6.2

15. ‫לּו־ ֶַּּ֫מתְנּו ְב ֶֶּ֫א ֶרץ ִמצ ְֶַּּ֫רי ִם‬Ah! se morrêramos na terra do
Egito!

Nm 14.2

40.2.3 Exclamações Nominais

a Há três grupos de exclamações nominais. Um grupo consiste de criações ad-hoc, isto é,


substantivos ou frases substantivas usadas de acordo com a necessidade (# 1)

p 681 1. ‫ֹאשי‬
֑ ִ ‫ו ֶַּּּ֫י ֹא ֶמר אֶל־ָאבִיו ר ֹאשִי ר‬E ele disse ao seu pai: A minha
cabeça! A minha cabeça!

2Rs 4.19

Outro grupo consiste de substantivos ou frases substantivas usadas independentemente de


seu contexto gramatical; várias delas são importantes: (a) ‫יהוה‬ ‫‘ נְאֻם‬declaração (?) de YHWH’,
quase sempre usada como uma fórmula de encerramento nos profetas; (b) ‫‘( ָאמֵּן‬amém!’); (c)
‫‘ בִי‬perdoa-me’, talvez com o sentido de ‘seja sobre mim qualquer culpa que surja do que eu
diga/faça’, sempre seguida por ‫ אֲדֹנ ִי‬ou ‫ אֲדֹנ ָי‬em conversação; e talvez (d) ‫ ֶֶּ֫סלָה‬, uma palavra
de significado desconhecido encontrada somente no Saltério e no salmo de Habacuque 3 e
aparentemente uma espécie de exclamação. Esses dois grupos de exclamações envolvem
unidades abrangentes.
b Um terceiro grupo de exclamações nominais é mais complexo: os substantivos neste
grupo apresentam frases de certa complexidade. Entre essas estão ‫‘ ַּאש ְֵּרי‬Ó bênçãos de,
invejável situação de’, um substantivo plural petrificado encontrado somente em frases de
construto (## 2–3) ou com sufixos (# 4), e ‫‘ קֹול‬Ó voz de, ouve!’, um substantivo (‘voz’)
amplamente usado em outros lugares, mas capaz de iniciar uma frase independente (# 5).
Outros substantivos que formam exclamações nominais são ‫ חלילה‬e, se for substantivo, ‫חי‬
(40.2.2).

2. ‫ ַּאש ְֵּרי־ ָהאִיש ֲאשֶר ֹלא ָהלְַּך‬Como deve ser invejada é a

ָ ‫ ַּב ֲעצַּת ְר‬pessoa que não anda


‫שעִים‬ no
conselho dos ímpios!

Sl 1.1

3. ‫ ַּאש ְֵּרי ֲאנָשֶיָך ַּאש ְֵּרי ֲעבָדֶֶּ֫ יָך‬As alegrias dos teus homens, as
‫ ֵֶּּ֫אלֶה ה ָָֽע ֹ ְמדִ ים ְל ָפ ֶֶּ֫ניָך תָ מִיד‬alegrias destes teus servos que
estão sempre diante de ti!

1Rs 10.8

4. ‫ ַּאש ְֶֶּ֫ריָך יִש ְָראֵּל‬Tu serás invejado, ó Israel!


Dt 33.29

5. ‫שנָה ְו ִלבִי ֵּ ֑ער קֹול דֹול‬ ֵּ ְ ‫ ֲאנִי י‬Eu dormia enquanto meu
‫דֹודִ י דֹופֵּק‬coração velava. Ouve! Meu
amado está batendo!

Ct 5.2

40.2.4 Clamores de Aflição

a Há uma meia dúzia de clamores que estão convenientemente associados com aflição.
Somente dois são comuns: ‫( הֹוי‬cerca de 50 vezes, sempre nos profetas) e ‫( אֹוי‬cerca de p 682
25 vezes). O clamor ‫ הוי‬pode ser seguido por um vocativo (# 1) ou um tópico (# 2); em cada
caso o substantivo seguinte está justaposto a ‫הוי‬. Em vários casos a partícula não tem, de
modo algum, o sentido de aflição; é meramente um chamamento e convencionalmente
traduzida por ‘Oh!’ (## 3). Às vezes o clamor apresenta um discurso posterior, sem que o foco
pessoal do clamor seja especificado (# 4). Embora seja geralmente proferido, o clamor pode
ser citado (# 1).

1. ‫ֹלא־י ִ ְסּפְדּו ֹלו הֹוי ָאחִי וְהֹוי‬Não lamentarão por ele


‫ָאחֹות ֹלָֽא־י ִ ְסּפְדּו ֹלו הֹוי ָאדֹון‬ ֑ dizendo: “Ai, meu irmão” ou
“Ai, minha irmã!” Nem
‫וְהֹוי ה ָֹֽד ֹה׃‬lamentarão por ele, dizendo:
“Ai, Senhor, ou, Ai, Sua
Majestade!”

Jr 22.18

2. ‫הֹוי ֲע ֶֶּ֫ט ֶרת גֵּאּות שִכ ֵֹּרי ֶאפ ְֶַּּ֫רי ִם‬Ai


da coroa de soberba dos
bêbados de Efraim!

Is 28.1

3. ‫ה ֹוי כָל־ ָצמֵּא לְכּו ַּל ַּמי ִם‬Ó vós tos os que tendes sede,
vinde às águas!

Is 55.1

4. ‫שבֶט א ִ ַּּ֑פי ּו ַּמטֶה־הּוא‬


ֵּ ֶּ֫ ‫הֹוי ַּאשּור‬Ai! A Assíria é a vara da minha
‫ ְבי ָדָ ם ז ַּ ְעמִי׃‬ira! Minha indignação é como
bordão nas suas mãos.

Is 10.5

O clamor ‫ אוי‬é geralmente seguido por um tópico; se o tópico é um pronome, recebe um ‫( ל‬#
5), mas se é uma frase substantiva, é simplesmente justaposto (# 6). Também, geralmente é
pronunciado, mas pode ser apenas citado (# 7, a única ocorrência de ‫ ֲאבֹוי‬, outro clamor de
aflição).

5. ‫ש ֶַּּ֫לי ִם ֹלא תִ ְטה ֲִרי‬


ָ ‫אֹוי לְָך י ְרּו‬Ai de ti, Jerusalém! Tu não estás
pura!

Jr 13.27

6. ‫אֹוי עִיר הַּדָ מִים‬Ai da cidade sanguinária!


Ez 24.6, 9

7. ‫ ְלמִי אֹוי ְלמִי אֲבֹוי ְלמִי ִמדְ ָונִים‬Para quem são os “Ais!” Para
‫ ְלמִי שִיח‬quem são os “Uis”? Para quem
são as pelejas? Para quem são
as queixas?

Pv 23.29

b Os clamores restantes são raros. A forma ‫( ֶַּּ֫א ְללַּי‬Mq 7.1) / ‫( ַא ְל ֶַּּ֫לי‬Jó 10.15) é sempre
seguida por ‫ ;לי‬é pronunciada uma vez (Mq 7.1) e citada uma vez. Em Eclesiastes ‫ אי‬é usada
nas formas ‫( אִילֹו‬4.10, seguida por uma aposição, seguida por uma oração relativa) e ‫אי־לְך‬
(10.16, seguida por um vocativo, seguido por uma oração relativa). O clamor p 683 ‫אהָּה‬ ֲ pode
ficar sozinho (p. ex., Jz 11.35) ou diante de um vocativo (p. ex., Ez 4.14); uma vez é seguido por
‫( לַּּיֹום‬Joel 1.15).

40.2.5 Outras Exclamações

a As exclamações que restam, a maioria delas interjeições, não são um grupo homogêneo:
algumas têm etimologias diretas, enquanto que a maioria é fonologicamente marginal. No
caso das formas que parecem representar sons desencontrados – ‫ָאח‬, ‫הֶָאח‬, ‫הָס‬, ‫נָא‬, ‫ ָאנָא‬, e
‫ – הֵּא‬é importante ter em mente que a forma da palavra é provavelmente uma convenção.
Exclamações, a saber, tendem para o uso de sons que geralmente não são partes do sistema
de sons da língua, como os sons escritos em inglês como “whew, teh, tut-tut, tisk-tisk, ugh,
argh”. Este grupo de exclamações hebraicas é difícil de ser definido semanticamente, porque a
maioria dos itens é rara.

b Três dessas exclamações podem ser classificadas como clamores ou expressões


grosseiras.‫ ָאח‬é um clamor de dor ou pesar (expresso em Ez 21.20; citado em Ez 6.11). Um
clamor associado com um cavalo indo para a batalha (# 1), ‫ הֶָאח‬é aparentemente um clamor
humano de alegria (às vezes quer dizer enérgico). É sempre precedido por ‫ אמר‬e pode ficar
sem coisa alguma seguindo (p. ex., Sl 40.16) ou ser seguido por uma frase (Sl 35.25) ou uma
oração (# 2). A forma ‫ נֹואָש‬é usada como um clamor de desespero (# 3), um particípio Niphal
de ‫‘ יאש‬desesperar’.

1. ‫ְבּורה … ְבדֵּי‬ ָ ‫הֲתִ תֵּ ן לַּסּוס ג‬Deste força ao


cavalo…? Tão
‫שֹפָר י ֹאמַּר הֶָאח ּומ ֵָּרחֹוק י ִָרי ַּח‬freqüentementequanto a
trombeta toca, ela diz: “heʾaḥ”
‫ש ִרים ּותְ רּועָה׃‬
ָ ֶּ֫ ‫ ִמ ְל ָחמָה ַּרעַּם‬e de longe cheira a guerra, o
trovão dos príncipes e o alarido.

Jó 39.19, 25

2. ‫וְי ֹאמַּר הֶָאר חַּמֹותִ י ָר ִֶּ֫איתִ י אּור׃‬Ele diz: “Oh! Eu sou um verme!
Eu posso ver o fogo!”

Is 44.16

3. ‫וַּת ֹאמ ְִרי נֹואָש לֹוא כִי־ָא ֶַּּ֫הבְתִ י‬Mas tu dizes: “Desisto! Não!
‫ז ִָרים וְַאח ֲֵּריהֶם ֵּאלְֵּך׃‬Porque amo os estranhos, e
após eles andarei”.

Jr 2.25

c Diversas exclamações são polidas, mais estímulos do que clamores. A necessidade de


silêncio é marcada por ‫( הָס‬p. ex., Am 6.10); na base, aparentemente uma exclamação, esta
palavra vem a ser tratada como um verbo (somente duas vezes: Qal em Ne 8.11, Hiphil em Nm
13.30). O processo oposto é ilustrado por ‫הַּב‬, um termo de exortação (p. ex., Êx 1.10): a raiz
‫‘ יהב‬dar’, comum no aramaico, é rara no hebraico, ocorrendo p 684 somente no imperativo

(p. ex., Gn 29.21), da qual se desenvolveu o uso exortativo (‘Venha!’.). A partícula enclítica ‫־נ ָא‬
freqüentemente é usada depois de imperativos e outras formas volitivas (p. ex., Is 1.18, 5.5),
bem como depois de ‫ הנה‬e de outras exclamações e advérbios. Como Lambdin observa, “a
partícula parece… denotar que a ordem [ou algo semelhante] em questão é conseqüência
lógica, seja de uma declaração imediatamente precedente seja da situação geral na qual foi
proferida”. Um termo relativo, ‫ ָאנָא‬/ ‫ ָאנָה‬é usado antes de imperativos (p. ex., Gn 50.17) e
em contextos semelhantes.

d O sentido da exclamação ‫ הֵּא‬é desconhecido; seu contexto é diferente em suas duas


ocorrências (Gn 47.23, Ez 16.43).

40.3 Perguntas Polares

a Há dois tipos de perguntas em hebraico. As palavras usadas como perguntas de palavras-


interrogativas já. foram discutidas (18.1): ‫מִי‬, ‫מָה‬, ‫מָתַּ י‬, ‫ מַּדּו ַּע‬formam um grupo (‘quem, o
quê, quando, por que?’), e ‫אֵּי‬, ‫אּי ֵּה‬
ַּ , ‫אֵּיכ ֹה‬, ‫אֵּיפ ֹה‬, ‫ַאי ִן‬, ‫‘( ָאן‬onde?’) e ‫אֵּיְך‬, ‫‘( אֵּיכָה‬como?’)
formam outro. Perguntas polares, conhecidas como perguntas ‘sim-não’, diferem das
perguntas constituídas de palavras-interrogativas em que a proposição inteira é questionada
em vez de uma característica dela.

b As perguntas polares podem ser não-marcadas como perguntas ou marcadas com o ‫ֲה‬
interrogativo (a primeira pergunta no # 1 é não-marcada; a segunda tem ‫)ה‬. A mesma
pergunta é encontrada com e sem o ‫ה‬ (# 2). Como acontece com outras perguntas, as
perguntas polares com ‫ ה‬podem ter um sentido de exclamação (# 3). Em perguntas duplas ou
triplas, a primeira pergunta tem ‫ ה‬e as outras ‫( אם‬# 4), ‫ואם‬, ‫ ה‬ou ‫או‬. Perguntas em verso
com freqüência são retóricas, requerendo assentimento mais do que resposta (# 5).

1. ‫ש ָגעִים ֶָּ֫אנִי כִ ָֽי־ ֲהבֵּאתֶ ם‬ ֻ ‫ ֲחסַּר ְמ‬Faltam-me doidos, para que


ְ ‫ ֶאת־ז ֶה ְל ִה‬trouxésseis este que fizesse
‫ש ַּת ֵּג ַּע ע ָָל֑י ֲהז ֶה י ָבֹוא‬
doidices diante de mim? Há de
‫אֶל־בֵּיתִ י׃‬este entrar na minha casa?

1Sm 21.16

p 685 2a. ‫ ֲהשָלֹום ַּל ֶַּּ֫נעַּר לְַא ְבשָלֹום‬O jovem Absalão está bem?
2Sm 18.32

2b. ‫שָלֹום ַּל ֶַּּ֫נעַּר לְַא ְבש ָ֑לֹום‬O jovem Absalão está bem?
2Sm 18.29

3. ‫ ַּהז ְ ָבחִים ּו ִמנְחָה ִה ַּגשְתֶ ם־לִי‬Ofereceste-me vós sacrifícios e


‫שנָה בֵּית‬
ָ ‫ַאר ָבעִים‬ ְ ‫ ַּב ִמדְ בָר‬oblações no deserto por
quarenta anos, ó casa de Israel?
‫יִש ְָראֵּל׃‬
Am 5.25

4. ‫ ֲה ֶָּ֫לנּו ַּאתָ ה אִם־ ְלצ ֵֶָּּ֫רינּו׃‬És tu dos nossos, ou dos nossos


inimigos?

Js 5.13

5. ‫ש ֶָּ֫מעּו‬
ְ ‫הֲלֹוא תֵּ דְ עּו הֲלֹוא ִת‬Porventura
não sabeis?
‫הֲלֹוא ֻהגַּד מֵּר ֹאש ָלכֶם הֲלֹוא‬Porventura não ouvis? Ou
desde o princípio se vos não
‫ ֲהבִינ ֹתֶ ם מֹוסְדֹות ָה ֶָּ֫א ֶרץ׃‬notificou
isto mesmo? Ou não
entendestes desde os funda
mentos da terra?

Is 40.21

p 687 Glossário, Bibliografia e Índices


Glossário

Bibliografia

Índices

Índices de Tópicos

Índices de Autores

Índices de Palavras Hebraicas

Índices de Citações das Escrituras

p 689 Glossário

ablativo – que tem a faculdade de tirar, extrair, privar. Caso da declinação do latim, alemão, e
outras línguas, que indica circunstâncias (afastamento, instrumento, origem, etc.).

ação de estado-duplo – uma ação envolvendo uma pessoa em duas funções diferentes, isto é,
sujeito e objeto (direto, preposicional ou implícito).

ação indireta – uma ação em que o sujeito é a força de origem ou de motivação mas não o
agente, isto é, não o motor ou o ator imediato; a ação indireta pode se mediada por um
intermediário animado ou inanimado (p. ex., por um servente ou uma ferramenta).

acidência – veja inflexão. Modificação de timbre que sofre às vezes uma vogal sob a influência
de uma vogal vizinha. Rata-se de um caso particular de metafonia.
acidente (no sentido filosófico) – aquilo que está presente mas não é essencial; uma qualidade
não decisiva para um entendimento de uma coisa ou ser; veja também substância.

acusativo – veja caso (função).

ativo/a – veja voz; em outro lugar usado por fientivo.

adjetivo atributivo – um adjetivo que recebe um atributo do substantivo modificando-o, p.


ex., hammāʾôr haggādōl “a luz maior”; veja também adjetivo predicado.

adjunto – um elemento opcional mais ou menos importante, numa construção gramatical,


grupos notáveis de adjuntos sendo advérbios e algumas frases preposicionais.

afixo – forma ligada a outra forma (raiz ou base), antes (prefixo), depois (sufixo), ou
internamente (infixo).

agente – uma forma identificativa de quem é responsável por uma situação, usualmente uma
ação.

Aktionsart – (“tipo de ação” do alemão) – a maneira em que a estrutura de uma situação é


entendida em relação à causa, voz, transitividade, reflexividade, repetição, e fatores
semelhantes; ver também aspecto e Aspekt.

alativo – dá-se o nome de alativo ao caso que exprime a direção para a qual tende o processo
expresso pelo verbo (ex.: Ele caminhou PARA PERTO DE MIM).

ambíguo – não claro com um pequeno número de interpretacões variantes possíveis; ver vago.

analogia – um tipo de mudança lingüística em que uma classe maior de formas influencia ou
mesmo alcança uma classe menor.

anáfora – referência de um elemento gramatical mencionado anteriormente, p. ex., “Moisés


fugiu a Jetro ajudou-o,” o é um pronome anafórico; veja também catáfora.

anaptixe – a intromissão de uma vogal entre duas consoantes, em hebraico, muitas vezes um
segol. O mesmo que suarabácti (Obs. do tradutor).

anartria – anartria é o nome que se dá à afasia de expressão, caracterizada por perturbações


na programação dos fonemas e na seqüência de fonemas; falta de articulação; falta ou
ausência do artigo.

análise de marcador – análise baseada na presença ou na ausência de característica lingüística


particular.

análise contrastante – identificação de diferenças entre duas línguas ou famílias de línguas,


tais diferenças sendo vistas como pontos de dificuldade potencial em aprender e
entender.

aoristo – (do grego: ἀ + ὅριστὸ, a + hóristos, sem + limite) – uma forma verbal que indica uma
situação sem relação ao tempo absoluto; o uso real da forma do aoristo em grego envolve
uma variedade de fatores.
apócope – o encurtamento de uma forma no fim e o resultado muda a estrutura da sílaba.

apódose – o “então” de uma sentença de um “se” ou sentença condicional; um termo usado


aqui no sentido mais amplo; veja também prótase. Numa estrutura sintática de dois
membros correlacionados, aquele que, subordinante ou condicionante, encerra o
enunciado que satisfaz a expectativa criada pelo primeiro, chamado prótase.

aposição – justaposição de um substantivo (ou uma frase substantiva) com a mesma


referência e na mesma classe gramatical.

arcaico – marcado por características de um tempo antigo.

arcaísmo – um processo pelo qual as características de um tempo antigo são imitadas.

argumento – um substantivo ou frase substantiva se insere numa sentença, isto é, sujeito,


objeto, etc.

p 690 aspecto – a sinalização de uma forma verbal para indicar principalmente a estrutura
sobre o tempo da situação descrita; veja: Aspekt e Aktionsart.

Aspekt – (palavra alemã) – a maneira em que a estrutura interna de uma situação é entendida
em relação a tempo, como completo ou não; veja também: Aktionsart e aspecto.

assindético – faltando uma conjunção (esperada) ou outro conector.

base – aqui uma forma de uma raiz intermediária em especificação entre a raiz e uma palavra,
p. ex., qtl é uma raiz, - qtōl- é a base da conjugação de prefixo, e yiqtōl é uma palavra.

binyan (no hebraico: “construção”) – grau.

cadeia de construto – uma frase envolvendo um termo construto (regens) seguido por um
genitivo ou um termo absoluto (rectum), muitas vezes do tipo possuidor-possuído, p. ex.,
bêt hammélek “a casa do rei”.

caso (função) – aqui um grupo de fenômenos semânticos e sintáticos que podem


razoavelmente ser agrupados juntos com base em dados tanto internos quanto
comparativos; em outro lugar uma inflexão de um substantivo ou um pronome refletindo
vários fenômenos semânticos e sintáticos; os casos semíticos incluem o nominativo (o caso
do sujeito, vocativo, predicado em sentenças sem verbo), acusativo (o caso dos
substantivos modificando o verbo, especialmente o objeto direto), e o genitivo (o caso de
substantivos modificando outros substantivos, especialmente do possuidor, e do objeto
preposicionado), também marginalmente o dativo (caso do objeto indireto, geralmente
um recipiente).

casus pendens – (no latim: caso pendente) – veja nominativo absoluto.

catáfora – referência de um elemento gramatical a algo mencionado mais tarde, p. ex., em


“Quando ele fugiu, Moisés estava com medo,” ele é um pronome catafórico; veja também
anáfora.
causativo – veja factitivo.

cláusula nominal – veja cláusula sem verbo.

cláusula substantiva – uma cláusula dependente que é o objeto de um verbo expressivo ou de


percepção, p. ex., “Ele viu que estava só”.

cláusula sem verbo – uma cláusula que conecta um sujeito e um predicado sem um verbo,
usado para classificação ou identificação; também cláusula nominal.

cláusula relativa – uma cláusula dependente que modifica uma cláusula substantiva na
cláusula principal e pode ser apresentada por um pronome relativo (“o rei que eu vi”) ou
deixada sem apresentação (“o rei eu vi”).

cólon – veja linha.

comentário tópico – aqui uma construção particular envolvendo um tópico (cf. nominativo
absoluto) seguido por comentário; em outro lugar, uma abordagem a uma unidade de
informação (p. ex., uma cláusula) distinguindo uma informação antiga ou dada (tópico,
tema) e uma informação nova (comentário, rema [= comentário]).

complemento – um elemento numa construção gramatical que completa o predicado, tipos


notáveis sendo objetos e alguns advérbios.

concordância – a condição de elementos gramaticais que partilham uma categoria inflexiva


correspondente, p. ex., número ou gênero; também chamado concorde ou congruente.

concorde – veja concordância.

congruência – veja concordância.

conjugação – a maior categoria inflexiva de verbos, as principais conjugações do hebraico


sendo a conjugação qatal (ou perfectiva ou de sufixo) e a conjugação yiqtol (ou não-
perfectiva ou de prefixo).

conjugação perfectiva – veja conjugação de sufixo.

conjugação de prefixo – a conjugação caracterizada por prefixação, p. ex., yi-qtōl (e sufixação,


p. ex., yi-qtəl-û), e aqui associada ao aspecto não-perfectivo; também conjugação não-
perfectiva e conjugação yiqtol; veja também conjugação de sufixo.

conjugação qatal – veja conjugação de sufixo.

conjugação yiqtol – veja conjugação de prefixo.

conjugação de sufixo – a conjugação caracterizada por sufixação, p. ex., qātal-tî, e associada


ao aspecto perfectivo; também conjugação perfectiva e conjugação qatal; veja também
conjugação de prefixo.

constativo – referindo-se a um estado remanescente ou persistente.


cópula – (no latim: corda, correia) um verbo que une o sujeito e predicado de uma sentença
verbal equacional, p. ex., “Ela é alta”; ou um pronome que une o sujeito e o predicado de
uma sentença sem verbo, p. ex., “Miriam ela (é) alta”.

costumeiro – veja habitual.

dativo – veja caso (função).

declaração genérica – uma declaração que se refere a uma classe de entidades ou eventos;
veja também gnômico.

declarativo – veja indicativo.

p 691 dêixis – (palavra grega: “apontando”; no grego: δεῖξὶ, dêixis = prova.) – o sistema de
palavras que deslocam sua referência dependendo da situação da fala (especialmente
características pessoais, temporais e locativas), incluindo proeminentemente pronomes; p.
ex., a referência de Eu depende mais de quem está falando do que ali depende de onde
alguém está apontando (atenção direcionada).

delocutivo – uma forma verbal que se refere ao ato da fala; veja também expressão
performativa.

denominativo – um verbo derivado de um substantivo.

enclítico – (no grego [ἐγ + κλίνω]: “apoiar-se”) – uma palavra ou elemento que não recebe
nenhuma acentuação em si mesma, mas na palavra precedente; no hebraico, um
elemento escrito junto com a palavra precedente.

epexegese (do grego: επί + ἐξήγησὶ, epi + exégesis, em adição + explicação) – a função de
glosa ou explicação que precede imediatamente um assunto.

epigrafia – um estudo dos antigos escritos que ficam em materiais duráveis, sólidos (como
opostos aos manuscritos, em papiros, fazenda, madeira, pergaminho ou papel).

estatvo – um verbo ou forma verbal que descreve um estado ou qualidade; veja também
fientivo.

etimologia – as origens ou fontes dos elementos de uma palavra ou frase, bem como o estudo
dos desenvolvimentos de sua forma e significado; origem ou fonte é chamada de étimo.

factitiva – uma construção na qual a causa produz um estado, p. ex., se matar significasse
“causar ser morto” seria factitivo; factitivo é contrastado com causativo, uma construção
em que a causa produz um evento, p. ex., se matar significar “causar morrer”, seria
causativo.

fientivo – um verbo que descreve movimento ou mudança de estado.

finito – uma forma verbal que pode situar-se como um predicado numa cláusula independente
e é flexionada como aspecto e modo; formas não-finitas podem situar-se como predicado
em cláusulas dependentes e não são flexionadas como aspecto ou modo.
fluência – esforço para remover características desviadoras (arcaicas, dialetais, geográficas,
etc.).

forma de citação – a forma de uma palavra dada em citação isolada, como num léxico;
também forma de dicionário.

forma abreviada de prefixo – uma forma de conjugação de prefixo mostrando, onde for
possível, o desvio da acentuação, síncope e associação com os tempos jussivos e
pretéritos.

forma de dicionário – veja forma de citação.

formas cognatas – palavras que são basicamente derivadas da mesma fonte, p. ex., o hebraico
šēm, o acádico šumu, e o árabe ism são cognatas.

frase – palavras que estão em concordância uma com a outra; ou palavras que formam uma
unidade gramatical única.

função – veja caso (função).

gênero – uma categoria de composições com qualidades comuns, p. ex., oração, parábola,
carta.

genitivo – veja caso (função).

gnômico – o que tem o caráter de uma regra, provérbio ou ditado; veja também declaração
genérica.

grau – aqui a maior categoria flexiva do verbo assinalando a Aktionsart, p. ex., himlîk é uma
forma Hiphil; em outro lugar, uma forma da raiz intermediária em especificação entre a
raiz e a palavra, p. ex., malk- é a raiz de mélek, malkî, malkâ; ou uma forma de uma raiz à
qual afixos são adicionados, p. ex., mov- é a raiz de imóvel.

habitual – característica de um período de tempo estendido até o presente, como de uma


forma de verbo usado para descrever uma repetição regular de uma ação; uma forma de
verbo usada para descrever essa ação no passado é chamada costumeira.

hapax legomenon – (do grego: “uma vez lido” [ἅπαξ λεγόμενον, hápax legómenon]); plural:
hapax legomena, ou, menos convencionalmente: hapaxes) uma palavra, uma forma, ou
uma combinação de palavras encontrada somente uma vez em um dado grupo de
literatura.

hemistíquio – veja linha.

hendíade – (do grego: “um através de dois”, ἕν + διά + δύο) – uma expressão única
aparentemente separada de duas partes, p. ex., beber em taça e ouro por beber em taça
de ouro.

homônimas – palavras da mesma forma (pronúncia e grafia) mas de significados diferentes;


homófonas são palavras que têm o mesmo som, mas de significados diferentes; em línguas
com grafia tradicional complexa, p. ex., o inglês, o homofonia é o uso de palavras com
grafia diferente e homonímia para palavras de grafia idêntica.

homófonas – veja homônimas.

imperfectivo – um aspecto (Aspekt) em que uma situação é entendida como continuada, tudo
que sua relação temporal no tempo do falante; veja também não-perfectivo e perfectivo.

impessoal – uma construção ativa sem nenhum agente especificado.

inceptivo – refere-se ao começo de uma situação; também incoativo.

p 692 incoativo – veja inceptivo.

indicativo – o modo de uma declaração ou afirmação simples; veja declarativo.

infixo – veja afixo.

inflexão – uma marcação morfológica sistemática que assinala uma relação gramatical;
também acidência.

ingressivo – refere-se à entrada num estado; compare com inceptivo.

intervalo – a omissão de um item na segunda das duas sentenças adjacentes de estrutura


semelhante.

irreal – senão real ou verdadeiro, p. ex., hipotético, dúbio, veja também modo.

linha – unidade básica do verso hebraico; também cólon, henistíquio, versículo.

maqqeph (no hebraico: “aglutinante”) – sinal massorético equivalente ao hífen, ao traço de


união, muitas vezes servindo como sinal de que um dos dois ou três elementos reunidos
não têm acento independente.

marcador de foco – veja nominativo absoluto.

metátese – mudança na seqüência de sons ou sílabas, refletindo um lapso da língua, mudança


fonológica ou erro de copista.

mater lectionis (do latim: “mãe da leitura”).

média – veja voz.

mimação – a terminação m adicionada depois das desinências casuais de muitos substantivos


em antigos dialetos acádicos (acádico antigo, babilônio antigo, assírio antigo).

mišqal – (no hebraico: “peso”) – substantivo padrão, p. ex., CéCeC é o mišqal de kéleb e mélek.

modernização – processo pelo qual característica antigas ou arcaicas são recolocadas por
outras correspondentes mais novas.
modo – a maior categoria flexional do verbo marcando uma orientação ao fato, seja real
(modo indicativo) ou irreal (os modos volitivos, coortativos, imperativos e jussivos).

não-finito – veja finito.

não-perfectivo – um aspecto (Aspekt) em que a estrutura de uma situação em que o tempo


não é especificado, isto é, em que uma situação não é especificada como para a
perfectividade; situações relevantes muitas vezes incluem aquelas colocadas no tempo
futuro ou revelando modo irreal; veja também imperfectivo e perfectivo.

neutrum – elemento gramatical de referência vaga ou ampla, em hebraico muitas vezes um


pronome feminino; análogo ao “neutro” vago de “Não o faça” ou “Isto é uma bagunça”.

nome (substantivo) – (do latim: nomen “nome”) – a classe de palavras de designação,


incluindo substantivos (nome de coisas ou seres) e adjetivos, como também particípios em
certos usos.

núcleo – o elemento principal numa frase.

ordem de palavra – modelo de arranjo significativo em uma dada linguagem; a linguagem


verbo-sujeito-objeto tende usar frases com os elementos verbo-sujeito-objeto naquela
ordem.

ortografia – o estudo da maneira em que os elementos das palavras são pronunciados.

paciente – uma forma que identifica o que sofre a ação.

paradigma – um conjunto de formas flexivas de uma palavra; ou uma classe de palavras que
podem desempenhar uma função sintática semelhante.

paragógico – (no grego: παραγωγή, paragogê, “levado para trás”) – um elemento que é
adicionado no fim de uma palavra.

paronomásia – (variante: paranomásia) (do grego: παρά + ὀνομασία, pará + onomasía, palavra
que envolve palavras de sons semelhantes) – uma figura de linguagem que consiste em
aproximar as palavras cujo som é semelhante, mas cujo sentido é diferente; p. ex.: “Quem
casa quer casa.” O termo relacionado schema etymologicum refere-se a palavra
empregada envolvendo etimologicamente palavras relacionadas; ambos os termos às
vezes são aplicados ao uso do infinitivo absoluto com um verbo finito correspondente no
hebraico bíblico.

partícula – uma classe de palavras que ligam e unem substantivos e verbos (incluindo
preposições, alguns advérbios, o artigo, etc.) ou existem nas proximidades da pronúncia (p.
ex., exclamações e interjeições).

partitivo – uma construção indicando alguma ou parte de uma entidade maior.

passiva – veja voz.


pausa – a interrupção na divisão do verso massorético associado ao final de um verso
(indicado pelo silluq e soph pasuq) ou o meio de um verso (geralmente marcado pelo
athnach); uma forma em pausa pode mostrar vários desvios fonológicos, na acentuação ou
vocalização ou ambas.

perfeito – uma forma verbal que indica uma situação passada com relevância presente; veja
também pretérito.

p 693 perfectivo – um aspecto (Aspekt) em que uma situação é entendida como completa
(melhor do que completada), como um todo; veja também imperfectivo e não-perfectivo.

pergunta polar – uma pergunta que exige uma resposta sim ou não.

pergunta retórica – uma pergunta de que não se espera nenhuma resposta.

pleonasmo – (palavra grega [πλεονασμὸ́] “redundância”) veja pro-forma.

polissemia – faculdade que tem uma palavra de apresentar diferentes significados.

pospositivo – ocorrência depois de uma posição especificada; veja prepositivo.

prefixo – veja afixo.

prepositivo – ocorrência antes de uma posição especificada; veja pospositivo.

pro-forma – um elemento gramatical que é semanticamente vazio e que é usado


principalmente para encher um encaixe sintático, p. ex., it em “It’s raining” é um pronome
pro-forma, sem nenhum antecedente verdadeiro; também pleonasmo.

pretérito – uma forma de descrever uma situação passada simples; veja também perfeito.

privativo – um verbo que indica a remoção de alguma coisa, p. ex., esfolar, escornar.

proclítico/a – (no grego: “apoiando-se na frente”) – uma palavra ou um elemento que não
recebe nenhuma acentuação em si própria e depende da palavra seguinte; no hebraico um
elemento escrito junto com a palavra seguinte ou ligada a ela por um maqqeph.

progressivo – um termo comum assinalado por aspecto imperfectivo, p. ex., o presente


progressivo inglês: “I am running” [“Estou correndo”].

prosa – linguagem sem a métrica numérica do verso.

próstese – veja prótese.

prótase – o “se” da cláusula de um “então” da sentença; veja também apódose. Numa


estrutura sintática de dois membros correlacionados, aquele que, subordinado ou
dependente, cria uma expectativa para a enunciação do segundo chamado apódose.

prótese – (no grego: πρόθεσὶ, próthesis, “colocado diante de”) – a adição de uma sílaba inicial
diante de uma palavra; ’ (= álef) protético no hebraico aparece para separar um grupo de
consoantes iniciais; às vezes o termo próstese (no grego: “colocando com”, “adicionando”)
é também usado.

raiz – aqui o esqueleto consonantal de uma palavra, p. ex., mlk é a raiz de mélek e yimlôk; em
outro lugar, a forma básica de uma palavra, da qual a palavra e as cognatas são derivadas,
p. ex., mover é a raiz de movimento, móvel, imóvel, imobilidade; ou a forma histórica
básica de uma palavra, p. ex., do latim moveo é a raiz da palavra portuguesa mover.

raiz biconsonantal – uma raiz composta por duas consoantes, p. ex., bn, a raiz de bên “entre”
e bn(y), a fonte de bny “construir”.

raiz triconsonantal – uma raiz composta de três consoantes; geralmente excluídas como
biconsonantais estão as raízes fracas médias e as raízes facas finais, entre outras.

rectum – (no latim: “regido”) o termo que modifica ou que define numa frase ou menos vezes
uma cláusula; veja também regens e cadeia de construto.

referência – qualquer aspecto de significado com o mundo exterior; em contraste com o


sentido, qualquer aspecto do significado que surge das relações léxicas e gramaticais da
linguagem.

regens – (no latim “regente”) – a palavra modificada ou definida numa frase ou menos vezes
numa cláusula; veja também rectum e cadeia de construto.

regens-rectum – a estrutura do tipo modificado-modificador, como em construto-absoluto,


substantivo-adjetivo atributivo, possuído-possuidor, verbo-objeto, partícula (isto é,
preposição)-objeto.

ressumptivo – um elemento gramatical que une uma cláusula a um nominativo absoluto


precedente, p. ex., o em “Como para Moisés, eu o vi (pronome ressuntivo) ou lá em
“Como para Midiã, ele deixou lá” (advérbio ressuntivo).

sentença complexa – sentença construída de uma cláusula principal e uma ou mais cláusulas
dependentes; veja também sentença composta.

sentença composta – sentença feita de várias cláusulas coordenadas; veja também sentença
complexa.

sentido – veja referência.

sibilante – nome dado ao /s/ e ao /z/, porque a articulação desses fonemas produz ruído
semelhante ao silvo ou assobio; no hebraico: s, š, z, ṣ, s.

significado – valor, sentido, ou conteúdo semântico de um signo lingüístico; a palavra como


elemento de significação e gramática; veja também significante.

significante – aquilo que significa; a palavra como um som; imagem acústica ou manifestação
fȏnica do signo p 694 lingüístico; veja também significado.

síncope – supressão de um ou mais fonemas no interior de uma palavra, p. ex., maior [mor].
sintagma – uma série de elementos diferentes formando uma unidade sintática.

sistema ergativo – um sistema em que assinala um caso no qual o objeto de um verbo


transitivo e o sujeito de um verbo intransitivo regem o mesmo caso (o absolutivo) e o
sujeito de um verbo transitivo rege um caso diferente (o ergativo); algumas línguas são
predominantemente ergativas (p. ex., o basco); algumas são parcialmente assim (p. ex., as
línguas meio-ergativas como o hindi), e outras mostram traços de ergatividade.

situação – uma ação, evento ou estado, ou processo descrito por um verbo.

substância (no sentido filosófico) – uma coisa ou ser que é distinto em si mesmo; aquilo que é
essencial e em que os acidentes são inerentes; veja também acidente.

substantivo – veja nome.

substantivo verbal – um infinitivo, no hebraico, em cada tipo.

sufixo – veja afixo.

télico – em busca de um objetivo ou de uma finalidade.

tempus – (palavra latina: “tempo”) – tempo verbal.

texto sinóptico – um texto preservado em duas (ou mais) versões, assim o Salmo 18 e 2
Samuel 22 são textos sinópticos, e seções dos livros de Reis são sinópticos com seções de
Isaías, Jeremias e Crônicas.

vago – obscuro como resultado de uma informação restrita ou não especificada, capaz de uma
gama inespecificável de interpretações variadas; veja também ambíguo.

valência – o número de ligações que um elemento gramatical, especialmente um verbo, tem


outros elementos.

verbo intransitivo – um verbo que (normalmente) não rege um objeto; os verbos estativos
geralmente são intransitivos; veja também verbo transitivo.

verbo transitivo – um verbo que (geralmente) rege um objeto (direto) (de um lugar ou
simplesmente transitivo) ou, menos freqüentemente, dois objetos (de dois lugares ou
duplamente transitivo); veja também verbo intransitivo.

verso – linguagem numericamente regulada em termos do material sonoro da linguagem


(como em português) ou em termos do material sintático (como no hebraico); a regra
numérica sempre envolve número pequenos (um pé jâmbico no inglês inclui duas sílabas;
uma linha pentamétrica inclui cinco pés, etc.).

versículo – veja linha.

vetitiva – uma forma que expressa proibição negativa.


voz – uma categoria inflexional do verbo referindo-se à relação do agente (ator) e do paciente
(sofredor): na voz ativa o agente é o sujeito e o paciente é o objeto; na voz passiva o
paciente é o sujeito; na voz média (reflexiva) o agente é tanto sujeito quanto objeto.

p 695 Bibliografia
1 Hebraico Bíblico

a Gramática, Léxicos e Concordâncias

b Morfemas individuais e Partículas

c Semântica e Palavras Individuais

d O Verbo

e Fonologia, Ortografia e Escrita

f Comentários e Discussões de Passagens Particulares

g Crítica Textual

h Outros Estudos e Coleções

2 Hebraico Pós-Bíblico (de Qumran, Michnaico, Medieval e Moderno),

a História do Estudo do Hebraico e Assuntos Relacionados

3 Outras Línguas Semíticas

a Semítico Noroeste do Segundo Milênio

b Semítico Noroeste do Primeiro Milênio (exceto Aramaico)

c Aramaico

d Outras Línguas Semíticas, Semítico Comparativo e Línguas Afroasiáticas

4 Lingüística Geral e Estudos Literários; Estudos de Línguas Não-Semíticas

1. Hebraico Bíblico

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Índices
Índice de Tópicos

Índice de Autores

Índice de Palavras Hebraicas

Índice de Citações das Escrituras

Os quatro índices, usados em conexão com o capítulo Índice de Conteúdo, devem guiar o
leitor no uso deste livro. Os índices de tópicos e de palavras hebraicas estão arranjados por
seção e número de parágrafo (p.ex., 17.4.2a), por capítulo e número de nota (p.ex., 17n13), ou,
com menos freqüência, pelo número do capítulo (p.ex., 17). No Índice de Tópicos, os verbetes
substantivos, semântica de e verbos, semântica de reúnem uma ampla variedade de material.
Vastas observações, sobre livros da Bíblia são dadas no Índice de Tópicos.

Os índices de autoridades e de citações das Escrituras estão arranjados por número de


páginas (p.ex. 310) ou por página e número de nota (p.ex. 310n13). Para as autoridades
principais citadas, subtítulos são às vezes usados (p.ex., separando referências à gramática de
Bergsträsser [GB] daquelas à sua Introduction to the Semitic Languages [Introduction]).
Pessoas antigas e medievais estão listadas no Índice de Tópicos, como estão a maior parte das
figuras da pósrenascença; exceções envolvem gramáticos medievais posteriores (e do princípio
do período moderno) cujos escritos sobrevivem: estes são listados no Índice de Autoridades.
Alguma sobreposição será permitida.

O Índice de Palavras Hebraicas, incluindo palavras citadas tanto em caracteres quadrados


como com transliteração, dá apenas a raiz das formas verbais onde isto basta. Os vários usos
de ‫ה‬ e de ‫ו‬ estão listados no Índice de Tópicos (sob he e waw), como estão os termos
gramaticais paradigmas (especialmente latinos) que incluem uma palavra ou nome de letra
(p.ex., beth essentiae). Um óbelo seguindo um verbete no índice de palavra indica que não
apenas a forma indexada é discutida, mas também são as formas intimamente relacionadas
(p.ex., de um gênero diferente ou de graus múltiplos). Glosas são parcamente usadas; a forma
‫ )א ֹת־( ֵּאת‬é marcada (part.) e ‫ )אִת־( ֵּאת‬é glosada com. Variações menores em grafias são
ignoradas por questão de economia de espaço: uma forma plena citada pode ser indexada
numa grafia defectiva ou vice-versa.
Índice de Tópicos

abertura, 3.3.3

ablativo, 8n3, 11.2.11, glossário,

Abraham ibn Ezra veja Ezra, Abraham ibn

absoluto veja infinito absoluto e nominativo absoluto

absoluto, caso veja ergatividade

absorção, 11.2.9a, 11.2.9c,

abstrações veja substantivos, semântica das

acádico veja também Amarna e Mari

Acadianismo (em hebraico) 26.1.2d

canonicidade literária, 1n29

caso, 8.1b

conjunções, 33.1.2b

definititividade, 33n4

demonstrativos, 17n2

dual, 7n9

fonte SNEA, 1.3.1b, 1.3.1c,

formas -tan-, 26.1.2

grau D, 21.2.2

grau G, 23n22

grau N, 23n22

grau Š veja Shaphel

graus, 21.1c, 23.6a, 24.1, 26n11, 27n7,

história de, 1.2b

infinitivos, 35.2.1a

mimação, 9n43, glossário,

numeral, 15n4, 15n14, 15n15,


permansivo, 20n14, 29n29,

plural, 7n11

preposições, 11.2c, 11n1, 11n61, 11n85,

pronomes, 16.2a, 16.4, 16n12,

pronomes, indefinidos, 18n8

textos, 29.1h

verbos, 24.1d, 26n12, 29.4, 29n59, 30n2,

vocabulário, 5n1, 5n28, 17n2,

acentuação, 1.6.1a, 1.6.4, 1n.6.4, 4.8, 9.2c, 32.1.1, 33.1.1a, 38.1c,

acidente (sentido filosófico), 4.2.2, 12.2b, 24.1h, 27.1d, 29.5e, 29.5h, 31.6.2a, glossário,

acidente (sentido gramatical), 6.2.1a, glossário

acusativo, 4.6.2, 8n3, 9.1a, 9n16, 10, 35.3.3b, 36.1.1e, 36.2.1d36.2.3, 37.3, 38.8d, glossário;
veja também objeto e no Índice de Palavras Hebraicas

adverbial, 10.2, 10.3.1c, 11.1.1, 11.4.1c, 35.2.2b, 35.3.2, 36.2.1d, 39.3.1b,

cognato, 10.2.1f–g

com ʾt, 10.3.1

como oração relativa independente, 19.1d

complemento, 10.2.1h, 10.3.1c, 11.4.1c,

dativo, 10.2.1i, 10.2.3, 10.3.1c,

de coisa feita, 10.2.3c

de coisa refeita, 10.2.3c

de complemento, 10.2.3e

de compromisso, 10.2.3c

de especificação, 10.2.2e, 12.1b, 14.1b, 14.3.3c, 16.4e,

de estado, 10.2.2b

de grau, 10.2.3c

de instrumento, 10.2.3d

de limitação, 4.6.1, 10.2.2e, 10.3.1c,


de lugar, 10.2.2b, 10.3.1c

de maneira, 10.2.2e

de material, 10.2.3c, 11n30

de médio, 10.2.3d

de médios, 9n22, 10.2.3d, 10.2.3e,

de movimento, 10.2.2b

de nomeação, 10.2.3c, 10.2.3d

de tempo, 10.2.2c, 10.3.1c

demonstrativo, 17.3b

duplo, 10.2.3, 11.4.1c, 11n30, 35.3.3b,

interno, 10.2.1g, 35.3.1a,

objetivo, 10.2a, 10.2.1, 10.4, 36.2.1d,

objeto direto, 10.2, 10.2.1c, 10.2.3,

objeto produzido, 10.2.1f

pronomes, 16.2a, 16.4a,

pronomes indefinidos / interrogativos e, 18.1e, 18.3,

singular, arcaico, 8.2d

acróstico veja verso

ação, concreto vs. abstrato, 29.2j–k

ativa

para fientivo, 21.2.1a

voz veja voz

actualis, 24.3d, 24.3.3a,

Adelung, J. C., 6.2.2a

frases adjetivas, 12.1c

adjetivos, 4.2.2, 4.4.1, 4.6, 5.2h, 14, 37.1e–f,

como substantivos, 14.3.3


atributivo, 14.1, 14.3.1, glossário,

demonstrativo, 17

gentílico, 5.7c, 7.2.2, 13.5.1f, 15.3.1a,

predicado, 4.5c, 13.8c, 14.1c, 14.3.2, 22.2.2, glossário,

pronominal, 16n4

verbal, 37n3

com substantivos duais, 14.2b

adjuntos, 10.2a, 10.2.2a, glossário,

advertências, 35.3.1h

adnominal, 4.6.1a, 9.1,

advérbios, 8.3b, 11.3.2, 13.1, 31.1.1d, 32.2.2d, 34.4, 35.5.2a, 36.2.3b; veja também
distributivos

de tempo, 17.4.2b, 32.2.6b

advérbio, 4.2.2, 4.4.1, 4.5c, 4.6.1, 4.6.2, 8.4.2f, 11.2.1, 11.3.2, 39; veja também partículas
enfáticas

constituinte, 39.3.1d–f

de lugar, #39.3.1g

de maneira, 39.3.1j

dêiticos, 39.3.1g, 39.3.1h.

demonstrativo, 17.2b

disjunto, 39.3.4b

enfático, 39.3.2, 39.3.4,

escalar, 39.3.1i

item, 39.3.1d–e, 39.3.2–5,

locativo, 18.1f, 18.4.19.3b,

metaproposicional, 39n64

negação, 39.3.2, 39.3.3,

oracional, 39.1a, 39.3, 39.3.1,


restrição, 39.3.2, 39.3.5,

sentença, 39n64

temporal, 18.1f, 20.2e, 39.3.1h, 39.3.4c,

adversativo, 40.2.1d

afiamento, 5.4c

afirmação, 35.3.1b

afixo, 4.2.1, 5.1, glossário,

Afrasiano, 1.2d

Afro-asiático, 1.2d

gênero, 6.3.2f

verbos, 29.4d, 29n96, 32n1,

Agaw, números de, 15n10,

agência, 11.2.5, 11.2.10g, 11.2.11d, 21.2.2, 37.3c, glossário,

Ageu, pronomes, 16n12

Agostinho, 2.3.1c

adjetivo-substantivo, 14.2, 14.3.1,

gênero, 6.2.1a

ais veja exclamações

Akhenaten, 1.3.1e

Akiva, 1.5.4a

Aktionsart, 20.1d, 20.2c, 20.2j, 20.2k, 20.2o, 21.2.2o, 24.3.1b, 27.1c, glossário; veja também
aspecto

alativo, 11.2.10b, 11.2.12, glossário,

álef veja fonologia

alegria, 40.2.5b

alemão

acento, 32.1.1b

artigo, 13n1
causativos, 21.2.2c

definitividade, 13.2a

gênero, 6.3.1

número, 7.1e

preposições, 11n24

reflexivos, 23.4a

verbos, 20.1h

Aleppo, Códice, 1.5.4f, 1n67,

alfabeto, 1n55

cunha, 1.3.1e

linear, 1.3.1d, 1.3.1e, 1.5.2g, 1n13,

alofone, 3.3.1

alomorfe, 3.3.2

alongamento, 5.4a, 13.3b, 24.1; veja também paradigmas, substantivo,

Amarna, Acádico, 1.3.1e

Amarna, Cananeu, 1.3.1e, 1n14, 1.5.2f, 8.1b. 9n43, 22n9, 29.4h, 29n71, 31.1.1, 34.2.1, 34.2.2b,
34.5a, 34.5.3a–b, 35.2.1, 35n25,

e hebraico, 1.4.1d

forma enérgica, 31.7

graus, 22.6

história de, 1.3.2a

mem enclítico, 9n43

morfologia, 5n29, 8.2e,

verbos, 29.4e, 30n2, 32.1.2, 35n60,

amárico veja Etíope

Amarna, cartas de, 18n14, 29n59, 29n71,

ambigüidade, 3.2.3d, 9.4c, 9n20, 11.4.3, 36.1.1d, glossário,

amonita, 1.3.2b
artigo, 13n4

infinitivos, 35n2

pronome relativo, 19.2c, 19n2,

amorita, 1.3.1c, 1n10,

partícula ta/i, 10n31

verbos, 35n25

Amós

como do norte, 3.4e

verbos, 32.1.1d, 33.1.2c,

Amunhotpe III, 1.3.1e

anáfora, 3.3.4d, 13.5.1d, 13.5.2d, 17.3d, 17.4.2e, 17.5a, 17n17, glossário

análise, 3.3.5

analítico (julgamento), 24n12

analogia, 11.2.13b, 29.6f, 31.1.1g–h, 31n64, 33.1.1b, 33.1.2e, glossário

anaptixe, 3.3.1, glossário,

anartro glossário

anexação, imprópria veja genitivo, epexegético

animação, 4.2.2c, 6.2.2a, 6.3.1, 6.3.2, 6.4, 6.5.1, 6.6, 6n43, 7.2.1, 7.4.1e, 9.5.1d, 9n22, 12.3c,
16.1d, 18.1d–e, 18.2–3

animais veja substantivos, semântica dos

antimeria, 14.3.3d

anti-semitismo, 1.5.1a, 1.5.4a,

antítese, 16.3.2d, 16.3.2, e

antropologia, 6.2.2c

antropomorfismo, 24.3.2c

aoristo, 20.2g, 20.2j, 29.3b, 29.3d, 29.4, 29.5f, glossário,

apelativos, 13.4b, 13.4c; veja também nomes

Aphel, 21n8
apócope, 16n46, glossário,

apódose glossário; veja orações, condicionais,

apontadores, 13.1; veja também dêixis

apóstrofe, 34.3d, 34.4c,

aposição, 4.4.1b, 4.6.1, 10.2.2e, 10.3.2, 10.4, 11.2.10h, 11.4.3, 12.14.1b, 14.3.3c, 14n7, 15n28,
16.3.2c, 16.3.4, 16.3.5, 16.4e, glossário,

adjetivos e, 15.2.1j

pronomes, 16.2a, 16.3.1b,

Áquila, 1.5.3f, 1.5.4b, 1.6.3c, 1.6.3j,

árabe, Sul Antigo, numerais, 15n10, 15n15,

Árabe, 1.2b; veja também hebraico, bíblico, história do estudo do

adjetivos, 9.1c, 27n16,

artigo, 13n4, 13n5, 17n4,

caso, 8.1b

classe verbal, 22n16

como língua de ciência, 2.1f

conjunção fa, 29n97, 32.1.2c, 39.2.6c,

dual, 7n9

e hebraico, 2.4–5

elativo, 5n25, 14n21, 27n16,

forma enérgica, 31.1.1, 31n63,

gênero, 6.2.1b, 6.4.1, 6n3, 6n10c,

genitivo, 9n40

graus, 21.1c, 21n9, 21n27, 22.6, 23.2.2c, 23.6a, 24.1d, 24.2a, 24n15, 24n28, 26n1, 27n16

numeral, 5n1, 15n9, 15n19,

oposição, 12n2, 12n3,

partículas, 18n22 negativas

partículas locativas, 18n24


plural, 7n11

preposições, 11n1, 11n33,

pronome determinativo, 19n24

pronomes, 16n12, 16n14, 17n9,

sintaxe, 4n13, 12n10, 31.6.3a, 31n37, 31.1.2c,

substantivos verbais, 35n1

termos, 9n3 gramaticais, 29n2,

verbos, 22.3a, 29.4g, 29n93, 30.5.4e, 31.2, 31.7, 33.1.2b, 34n20, 34n34, 35.2.1a,

verbos, passivos, 22n27

vocabulário, 5n28, 24n55,

vocativos, 4.7d

aramaico veja também siríaco

artigo, 13n4

bíblico, 1.1b, 1.2b, 1.3.2b, 1.4.1e, 1.6.3i, 1n5, 1n6,

dialetos, modernos, 10n34

e acádico, 27n7

e hebraico, 2.4–5

graus, 21n8, 22.6, 23.1, 23.6, 26n1, 27n7,

infinitivos, 35n25

influência no hebraico, 10n37, 14n7, 16n46, 26n5, 27n30, 29n64, 32.3d, 37.7.1c; veja
também aramaismos

interrogativo / indefinido

judeu-palestino, 15n12

numeral, 15n15

ortografia, 1.5.2h

particípio, passivo, 5n15

partículas, 40n48

plural, 7.4b
preposições, 10n10, 11n85, 11n109,

pronome, 18n9

pronome, 9n42 relativo

pronomes, 16n30

sintaxe, 12n10

uso determinativo, 19n24

verbos, 29n17, 30.5.4c, 374n4, 34n9, 34n20, 36n36,

vocabulário: lmd, 24.2c p 32n9

šêzīb, 27n7

yhb, 40.2.5c

aramaica, escrita, 1.5.2g

aramaismos (em hebraico), 1.4.1e, veja também

aramaico, influência no hebraico

arbitrariedade, 3.2.1, 3.3b

arcaico glossário

arcaização, 1.4.1d, 34.5.3b, glossário,

argumento, verbal, 20.21, glossário,

Aristóteles, 3n4, 6.2.1a, 12.2b, 14.3.2b,

arqueologia, 1.3.1a, 1.5.2a,

arquitetura veja substantivos, semântica e verbos, semântica de, construção

artro, 4.2.2, 17.2b, 17n11; veja também definitividade e demonstrativos

como marcador de oração relativa, 19.1a, 19.2e, 19.7,

como oração substantiva

e classe de substantivos, 7.2.2

fonologia, “oculto”, 1.6.3f

Asher veja Ben Asher (texto)

aspecto (Aspekt), 20.2c, 20.2g, 20.2h, 29.3, 29.6, 30.1a, 35.1, glossário,
aspecto, 20.2c, 29.3f, glossário; veja também Aktionsart

aspiração, 3.3.1d

asseverativa veja ênfase

assimilação veja fonologia

assíndeto, 19.6, 38.1h, glossário

athnach veja acentuação

atributivo veja adjetivos

Authorized Version, 1.4.1d, 1n22

auto-degradação, 18.2g, 18.3g

auto-maldição, 40n18

Autônomo, gênero, 6n34

auxiliar, 34.5.1a, 39.3.1b

B (grau), 21.1c, 22.1a

Babilônia, judeu, 2.1

Bacon, Roger, 3.5e,

Balaam, 1.3.2b

Balmes, Abraham de, 2.2.3b

bantu, línguas, 6.3.1f

base glossário

basco

ergatividade, 23.2.1b

gênero

Bauer, H., 2.5b; veja também Índice de Autoridades

begadkepat veja fonologia

Ben Asher veja massoretas

Ben Asher texto, 1.5.4f

bênção, 34.3
benefactivo veja ação de duplo estado

Ben Sira, 1n16

Berber, 1.2d

Bergsträsser, G., 2.5; veja também Índice de Autoridades

beth comitantiae, 11.2.5d

beth pretii, 11.2.5d, 11n28

bíblico, português, 9.5.3h

bíblico, texto história do, 1.5, 38n12

biconsonantais, raízes glossário; veja raízes, fracas

binyan, 21.1a, glossário

bloco, linguagem de, 40n3

brevidade, 9.7b

Briggs, C.A. 2.4d

Brockelmann, C., 2.58; veja também Índice de Autoridades

Bronze Tardio, Idade do, 1.1a

Brown, Francis, 2.4d

Buhl, Frants, 2.4d

búlgaros, verbos, 30.4b, 30n4

Byblos veja também Amarna cananeu

hieróglifos, 1n11

Idade do Ferro, 1.3.2b

Idade do Bronze Tardio, 29n71

Cabala, 2.1d

Cairo Geniza veja texto

Calvino, João, 2.3.1d,

cananeu veja Amarna cananeu e semítico, noroeste,

canonicidade, 1.4.1, 1.5.2c, 1.5.3, 1.5.4c, 1n29,


Cântico

características do hebraico michnaico, 1n25

pronomes, 16n12

pronome relativo, 19n6

cantilação veja acentuação

Capito, Wolfgang, 2.3.1d

caraítas, 1n65, 2.1, 29.2b

cardinais veja numerais

caso (função), 8.1, 20.1d, glossário,

e demonstrativos, 17.3b

e ensino de hebraico, 8n1

cadeia, 3.5d

caixão, textos de (egípcio), 1.5.2d

Camos, 1n79

canto veja acentuação

capítulo, 40n3

cartas, 30.5.1d

caso, terminações de, arcaicas, 8.2

casus pendens glossário; veja absoluto nominativo

catáfora, 3.3.4d, 13.5.1d, 13.5.2d, 17.3d, 17.4.2e, 17n17, glossário

catalão, 1.2b

Cáucaso, línguas do, 6.3.1f,

causalidade, 9.5.2c, 9n21, 20.2m, 20.2o, 21.2.2, 21n18, 24.1i; veja também orações, casual,

causativo, 20.2c, 20.2m, glossário,

sentido tradicional, 21.2.1c

cega, força, 29n3

centrípeto, 11.2.10d
chádicas, línguas, 1.2d

Chinês

gênero, 6.3.1b

verbos, 30.1a

vocabulário, 6n41

choro, 11n37

circunstancial, 22.7

Cristãs, Escrituras

Mateus, 26:28 14n28

Marcos, 14:34 14n28

Lucas, 2:4–5 23.4f

João, 2:4 11n64

14:10 11n33

17:21 11n33

19:20 1n16

Apocalípse, 2:16 9n23

citação, forma de, 3.3.5f, glossário

clareza, 9.7b

classe, 13.2b

classe dos substantivos veja substantivos, classe

clássicas, línguas veja o grego e latim

classificação, 8.4, 8.4.2, 16.3.3d, 18.2b,

código, 3.2.1, 3.2.2a, 3.2.3

coesão, 38.1i

cognato, 5.1f, glossário; veja também acusativo, cognato

coletivos, 6.3.2c, 6.3.2f, 6.4.2, 6.4.3, 6.6c, 7.1c, 7.2.1, 7.4.1, 13.5.1f, 15.2.2b, 15.2.3a, 15.2.5a,
16.4b

colofão, 1.5.2d
cólon, glossário

coortativo, 20.2f, 29.1a, 31.1.1, 32.2.2, 34.1, 34.2.2b, 35.5, 324.6; veja também pseudo-
coortativo

infinitivo absoluto, 35.5.2

terceira pessoa, 34n11

com waw-relativo, 33.1.1c

cor, termos de veja substantivos, semântica de

coluna, divisões em, 38.1c

combinação veja preposições e orações

comentário, 4.3; veja também tópico-comentário

construção

comparações, 10.2.1g, 10.2.2e, 11.2.9, 11.2.11e, 11.2.14c, 11n98, 13.5.1f, 13.8a, 14.4, 39.2.3b

comparativo, método, 2.4–5

complementos, 4.5a, 10.2a, 35.5.4b, 36.2.1d, 36.2.3b, glossário

complexo veja preposições e orações

comportamento habitual, 7.4.2c

composição veja plural

compulsão, 27.5b

computadores, 1n68

comum, sentido, 29.2e, 29n23

concessão, 27.5c

concordância (agreement), 4.2.2g, 6.2.1a, glossário,

concordância (concord), 6.2.2d, 6.3.2e, 6.6, glossário,

condicional veja orações

congruência, 4.2.2g, glossário,

conjugações, 29, glossário; veja também

conjugação prefixo e conjugação sufixo

conjugatio, 21.1a
conjunções, 4.2.2, 4.8, 11.2.8, 11n49, 11n118, 20.1g, 38.1g, 39.1–2; veja também waw e
coordenação

ʾšr, 19n1, 19n10

p, 32n9, 39.2.6c

š, 19n1, 19n14

waw, 20.1g, 29, 39.2.6b

consoantes veja fonologia

constativo, 33.3.1a, glossário

convite, 34.3b

cadeia construta, 4.1.1b, 4.6.1, 8.2e, 8n8, 9, 10n19, 11.2.10e, 12.1, 12n1, 13.4, 14.1b, 14.3.3b,
14.5b14.5c, 35n44, 36.1.1, 36.2.1c, 37.3c, 37n23, glossário

e numerais, 15.2.1f, 15.2.1i, 15.2.2b.

e pronomes sufixados, 16.4e

quebrada, 9.3d, 10.5b, 10n46.

constructio ad sensum, 6.6b; veja também uso grávido

construto, estado, 9.2

construto, k, 9.3d

contentes, palavras, 4n2

contorno de movimento veja transitividade

contraste, 8.4.2c

contrastiva, análise glossário

contrastividade, 31.7.1b

conversação veja discurso, direto

coordenação, 4.4.1b, 32.3d, 39; veja também conjunções

frasais, 16.3.2c

Cóptico, 1.2d

Cópula, 4.5a, 4.5c, 8n12, 8n15, 12.1f, glossário

pronome, 16.3.3
verbo, 8n12

conselho, 34.3b

contagem

contáveis veja substantivos, contagem

cópia, 4n14

corrupção, textual, 1.6.3, 13.6b, 34.2.1c

cortesia, 3.3.4a, 40.2.5c, 40n48,

cosmologia veja substantivos, semântica de

co-texto, 9.7b

Cowley, A. E. 2.4d

Cratylus, 3n4

Crônicas

ʾt em, 10n32

como do norte, 1n20

como texto literário, 1.4.1c

datação, 1.1a, 1.4.1c, 1.4.2c,

linguagem de, 1n36

orações, 19.7c

pronome relativo, 19n6

pronomes, 16n12

sinópticos materiais, 1.5.2c

sintaxe, 31.6.3c

verbos, 32.1.1d, 32n39, 33.1.1c, 35.5.1

verbos paragógicos, 31.7.1a

cúlticos, textos, 1.3.3b, 17.5b, 17n14,

culto, 39n67

cultura, 7.1, 13.5.1c,


cuneiforme, 1.2b, 1.5.2e, 29.1i,

cusítica-omótica, 1.2d

costumeiro, 31.2a, 33.1.2f, 33.2.2a, glossário; veja também habitual

D (grau), 21.1c, 24.1a; veja também acádico

daghesh, 1.5.4e

Daniel

aramaico, 1n6

pronomes, 16n12

verbos, 26n22, 31.7.1, 32.1.1d, 33.1.1c,

datação, 9.7b, 15.3.2, 15n25, 15n26, 17.4.2b,

“relativa” / “absoluta”, 1.4.2

tipológica, 1.4.2c

dativo, 8n3, 10.2.1i, 10n13, 11.2.2, 11.2.10, glossário

pronomes acádico, 16.2a

ético, 11.2.10d

dativus commodi, 11.2.10d

dativus ethicus, 11.2.10d

dativus incommodi, 11.2.10d

Decálogo, 35n52

declarativo, 4.8, 8.4a, 20.2m, 34.1a, glossário

definitividade, 8.4a, 9.7, 9.8b, 10.2.1g, 10.3, 11.2.10e, 12.1c, 13, 14.2, 36.2.1a, 36.2.1e, 37.5b–
d; veja também artigo e he (artigo)

concordância e numerais, 15.2.1b, 15.2.2, 15.3.1,

e acusativo, 10.1, 10.3,

e genitivo, 9.7

demonstrativo, 17.4–5

numerais, 15.2.6

Deir Alla, textos de, 1.3.2b


pronome relativo, 19n2

dêixis, 3.3.4d, 13.1, 16.1, 17.1a, glossário

delocutivo glossário; veja Hiphil e Piei e Pual

demonstrativos, 14.1, 17; veja também artigo e definitividade 13.5.1d, 13.5.2

denominativos, 5.7, glossário,

substantivos, 5.2

numerais, 25.4c

verbos, 22.5, 36n14, 37.2b; veja também o português e numeral e grau em pergunta

derivados, graus, 21.1a, 21n4

descoberta, procedimentos de, 3n25

descontinuidade veja concordância

desejos, 34.4b; veja também exclamações

determinação veja definitividade

determinismo, 3n38

deuteronomista, obra, 33.1.1c

verbos, 32.1.1d, 35.5.1a

Deuteronômio

como texto literário, 1.4.1b

datação, 1.4.2c

verbos, 32.1.1d, 32.2.3d, 36n24

diacronia, 1.4, 3.4,

díade, 6.3.2b, 6.5.1,

dialeto, 3.4, 29.3c, 29.4b; veja também hebraico, Bíblico

dialetologia, 1.3.2

Diários dos Reis, 1.5.2b

dicionário veja léxico

dicionário, forma de, 3.3.5f, glossário


diminutivos veja substantivos, semântica de

Dionísio Traxe, 4.2.2d

diptote, 8.1c

direcional, he veja he local

direto, objeto veja acusativo e objeto

discurso, 4.8, 38.1, 39.1, 39.3.4c, 39.3.4d, 39.3.5,

direto, 1.4.1, 13.5.2c, 17n8, 35.5.2, 38n37, 38n39, 40.2.1b, 40.2.1c

discurso, análise de, 3.3.4, 38n10

distorção, 1.4.1d

distributivos, 7.2.3, 11.2.5f, 11.2.10c, 12.5a, 15.1b, 15.6, 23.4b; veja também repetição

ditografia, 1.6.2c, 19n31,

diversidade, 7.2.3c

dor, 40.2.5b

Driver, S. R., 2.4d; veja também Índice de Autoridades

Dt (grau), 21.1c

dual: contraste plural, 7.3a

dual, 7.1, 7.3, 14.2b, 15.2.1h, 15.2.3b, 15n17,

dupla articulação, 3.2.1

duplicação, 5.4a, 13.3b, 24.1; veja também paradigmas, substantivo

duplo dever, preposição de, 11.4.2b

duplo estado (duplo status) ação de, 20.2n, 20.2o, 21n15, glossário; veja também Hithpael e
Niphal e reflexivo

duplo, gênero, 6.4.3,

“falso” glossário

pronome, 8.4.1b, 23.2.2e; veja também neutrum

sujeito, 4.2.2

verbo, 4.5c, 22.2.2, 27.1c,

dinâmico, 20.2k, 20n9,


Duran, Profiat, 2.1–2, 2.2.3b,

Dyirbal, verbos, 29n23,

Ebla, 1.3.1b, 1n79, 2.1c, 2n8,

eblaíta, 2.1c, 2n8,

edomita, 1.3.2b

efraimita, dialeto, 3.4e, 3.4g,

egípcio, 1.2d

conjunções, 33.1.2b

canonicidade literária, 1n29

verbos, 29n41, 29.4, 31n3,

El-Amarna veja Amarna

elativo veja árabe

Elias, 1.4.1b

elipse, 11.4.2, 11.4.3, 31n31, 39n17,

Eliseu, 1.4.1b

emenda, 1n73, 10n29, 11.2.13b, 11n129; veja também texto

emocionais, 22.7

ênfase, 7.2.3c, 7.4.1a, 9.8b, 10.3b, 12.4a, 12.5a, 16.3.1b, 16.3.2a, 16n17, 16n35, 35.3.1b,
35n21, 39.3.5; veja também infinitivo absoluto

enfáticas, partículas veja também advérbios

beth, 11n128

kaph, 11.2.9c, 38n81

lamed, 11.2.10i, 11n92, 11n128

ênclise, 9.8a, 9n44, glossário

enclítico, mem, 1.6.2e, 3.3.4e, 5n29, 7.4b, 9.3d, 9.8, 11.1.2d, 39n2, 39n48,

encorajamento, 34.5.1a

Encyclopédie, 3n40

Enérgica, forma, 20.2f, 31.1.1, 31.7, 31n8, 32n32, 33.1.1a, 34n34, 36.1.1d, 40n43,
Emprestadas, palavras, 3.4b, 3n34,

entendimento, 3.5

enumerações, 7.2.2, 10.3.2, 10.4,

epexegético, 9.5.3c, 36n28, 37.3c, glossário

epicenos, substantivos, 6.5.2

epigrafia, 1.3.2b, 1.5.2h, 1.6.2a, 15n3, glossário,

epítetos veja apelativos e nomes

epítome, 17.5b

equivocação, 3.2.3d

ergatividade, 10.3c, 21n20, 23.2.1b, glossário

eritreano veja afro-asiático

erros no texto, 1.6.2c

escandinavas, línguas, verbos, 23.1b

Escolasticismo, 2.3.1

escolha, 3.5d

escribal, trabalho, 1.5.2

escrita, sistemas de, 1n55

Esdras-Neemias

aramaico (Esdras), 1n6

datação, 1.4.1e

orações, 19.7c

pronome relativo, 19n6

pronomes, 16n12

verbos, 33.1.1c, 35.5.2b

eslavo

dual, 7.3a

verbos, 20.2h, 23.1b, 30n4


Espanha, judeus da, 2.1f, 2.1h, 2.2,

espanhol, 1.2b

demonstrativo, 17n1

verbos, 20.2g

específico, definido e indefinido, 13.2, 13.8

esquimós, línguas dos, 23.2.1b

estado, construto / absoluto veja substantivos e cadeia construta

Estado, falante / ouvinte, 34

estativo, 20.2c, 20.2k, 20.21, 20.9, 33.3.3b, 33.3.4c, 33.3.5c, glossário; veja também
conjugação prefixo, não-perfectivo e Qal e conjugação sufixo, perfectivo e verbos

Ester

advérbios, 39n51

como do norte, 1n20

datação, 1.1a, 1.4.1e, 1.4.2g,

linguagem, 1n36

pronomes, 16n12

verbos, 33.1.1c, 35.5.2b

estilo, 11.2d, 11n6, 13n9,

estimativa, 20.2m

estóicos, 4.2.2d

estrutura, profunda: superfície, 3.5c

estruturalismo, 3.3.5

estudo, 1.4.2f estatístico ético, dativo veja dativus ethicus

etíope, 1.2b, 2.4–5,

preposições, 10n10

graus, 23.6a

verbos, 29.4

vocabulário: lmd, 24.2c


étnica, 5.7c

etimologia, 11.2d, 29n73, 31.1.1g, glossário

popular: maná, 18n5

eufemismo, 1.5.3e

européias, línguas, 14.4a

adjetivos, 14.1

como modelo gramatical, 29.1f, 29.2a, 29.2e, 39.3.1b,

definitividade, 13.2

número, 7.1e, 7n5,

pronome, 7n3

verbos, 20.2j, 21.2.2v, 27.1c, 35.1a

exclamações, 4.2.2, 20.1a, 38.1a, 39n78, 40.2; veja também interjeições

ad-hoc, 40.2.3a

ais, 40.2.4

apresentativo (de apresentação), 40.2.1

de imediação, 40.2.1b

desejos, 40.2.2

interjeições, 40.2.5

juramentos, 40.2.2

nominais, 40.2.3

Execração, Textos de, 1.3.1c

exegese, 2.1c, 11n50,

existencial veja verbos

exortação, 34.3b

experimentais, 22.7b

extensão veja plural

Ezequiel
pronomes, 16n12, 16n40,

sintaxe, 39n75

verbos, 32.1.1d

Ezra, Abraham ibn, 2.1–2, 31.6.3a, 38.1d,

Ezra, Moisés ibn, 2.2, 2n10, 2n19,

factivo, 20.2m, glossário; veja também Piel e Pual

feminina (fala), 3.4f

feminino veja também gênero e morfologia e neutrum

paradigmas substantivos, 5.3d, 5.3f

fenício, 3.4e

fone, 3.3.1

fonemas, 3.2.1, 3.3.1,

fonéticas, 3.3

fonologia, 1.5.2f, 1.6, 3.3, 5.1g, 5.8, 9.2, 10n14–15, 12n1; veja também morfologia e raízes,
fracas,

afixional subconjunto, 5n22

anaptixe, 1.6.3c

assimilação, 16.3a, 21n27,

dental, 26.1.1b, 26.1.1c,

enfático, 26.1.1b

velar, 26.1.1c

assonância, 13.6b

begadkephat, 1.6.3d, 3.3.1e,

ditongo, 1.5.2h

duplicação, 24.1

elementos formativos, 5.6, 5n22, 26.1.1

aleph, 15n11

h, 17.2, 23.1, 23n2, 27.1e, 27n7, 33.1.2b, 34.2.2a


k, 17.2, 18.4d

l, 17.2

n, 17.2, 21.2.3c, 23.1

š, 27n7

t, 21.2.3c, 23.1b

t + n, 26.1.2

z, 17.2, 19.2, 38.1g

e erros, 1.6.2c

alongamento, 24.1

duplicação virtual, 5n18

fontes gregas, 35n6

fontes latinas, 35n6

formas radicais, 22.3n

guturais, 5.8b

gutural, lenização, 39n52

labiais, 5.8d

líquidas, 5.8c

metátese, 5.8e, 26.1.1b, glossário

monossílabos, 4.2.1

nasais, 5.8c

particípio vs. perfectivo, 19.7d

qames, 1.6.3d

reduplicação, 5.5

ritmo, 34.2.1c

segolação, 1.6.3, 1.6.3j,

shewa, 36.1.1c–d

sibilantes, 5.6e, 5.8d, 26.1.1b, 26n2,


som ressonante (r), 5n18

sons ímpares, 40.2.5

velares, 5.8d

vocálica troca, 1.6.3c

vocalização de

he artigo veja ele artigo

he interrogativo veja ele interrogativo mh, 18.1e, 18n4

š, 19.2c

waw, 32.1.2b

vogal, 2.2.2b, 2n21,

fala veja discurso, direto

Ferro, Idade do, 1.3.2a

fiens, 29n43

fientividade, 10.2.1, 20.2k, 20n14, glossário; veja também Qal e conjugação sufixo e verbos

figurativas, expressões, 27.4b; veja também substantivos, semântica dos

filologia, 2.5, 11n125

finito glossário

finlandês, caso, 8.1d

“foco, psicológico”, 16.3.2e

focal, construção veja nominativo absoluto

formativos, elementos veja fonologia

formas veja morfologia

fracas, raízes veja raízes, fracas

frações veja numerais

francês, 1.2b, 37.5d,

adjetivos, 9.1c

causativos, 21.2.2c
definitividade, 13.2a

gênero, 6.3.1, 6.6.6,

numero, 7.1e

oração fissurada, 13.5.2d

preposições, 11.2c

pronomes, 16.4g

reflexivo, 23.4a

verbos, 20.2g, 23.4d,

frases, 4.1a, 4.3, glossário; veja também frases preposicionais

adverbial, 8.2e

em construto, 9.6

substantivas, 9.3b

substantivas, coordenadas, 9n18

freqüentativo, 20.2i

função veja caso e multifuncionalidade

função, palavras de, 4n2

futurum, 29n2

futurum instans, 37.6f

G (grau), 21.1c, 22.1a; veja também acádico

abertura de lacuna, 11.4.2, 11.4.3, 31n31, 39n17, glossário,

geez veja etíope

gênero, 14.2, 36.2.1b,

e numerais, 15.2.2–4, 15.2.5b,

estude do, 6.1–3

feminino para frações, 15.5a

prioridade do masculino, 6.5.3

pronomes, 16.4b
genérico, uso, 7.2.2, 20n13, 37.5c, glossário

Gênesis

ʾt nos capítulos, 12–20 10.3.1a

aramaico, 1n6

como texto literário, 1.4.1b

infinitivo absoluto, 35.3.1d, 35n17,

Genebra, Escola de, 3.3.5

genitivo, 8n3, 9, 9n16, 10.1a, 11.1.1, 14.3.3b, 14.5b, 36.1.1d, 36.1.2c, 36.2.3, 37.3, 38.8c,

adjetival, 9.4g, 9.5.3,

adverbial, 9.4f, 9.5.2, 16.4d,

atributivo, 9.4g, 9.5.3b,

como oração relativa independente, 19.1d

de agência, 9.4f, 9.5.1b

de associação, 9.5.3h

de autoria, 9.5.1c

de desvantagem, 9.5.2e

de efeito, 9.5.2c

de espécie, 9.5.3g

de gênero, 9.5.3i

de instrumento, 9.5.1d

de localização, 9.5.2f

de material, 9.5.3d

de medida, 9.5.3d, 9.5.3f

de meta, 9.5.2f

de objeto mediado, 9.5.2d

de posse inalienável, 9.5.1h

de qualidade, 9.5.1j
de relação, 9.5.1i

de substância, 9.5.3d

de vantagem, 9.5.2e

demonstrativo, 17.3b

epexegético, 9.5.3c

instrumental, 9n22

objetivo, 9.4f, 9.5.2b,

orações em, 9.3

partitivo, 9.5.1k

perifrástico, 9.7

possessivo, 9.5.1g

preposicional, frase em, 9.3

pronome interrogativo / indefinido, e 18.1e

pronomes, 16.2a, 16.4a,

singular, arcaico, 8.2c

subjetivo, 9.4f, 9.5.1, 16.4d,

superlativo, 9.5.3j

temporal, 9.5.1f

tópico, 9.5.3d–e

gênero, 3.3.4, 3.4f, 29.1h, 29.2h–i, 29n12, glossário

genitivo-acusativo, plural, arcaico, 8.2b

Geniza, Cairo veja texto

gentílico veja adjetivos

geográficos, nomes veja nomes e substantivos, semântica de, nomes de lugar

georgianas, línguas (Europa)

aspecto, 30n4

ergatividade, 23.2.1b
germânicas, línguas

como família, 2.5a

verbos, 31.4b

gerundivo, 23n23

Niphal, 23.1h, 23.3,

Gesenius, Wilhelm, 2.4d; veja também Índice de Autoridades

gesto, 30.5.1d

gileadita, dialeto, 3.4e, 3.4g,

glória, 9.4g

glossa, 10n30

gnômico, 33.1.2f, 33.3.2, 33.3.3c, 33.3.4c, 33.3.5b, 33.3.5d, glossário; veja também textos
proverbiais

gramática, 3.2.2, 3.5e, 3n6

gramáticos

egípcios, 4.2.2d

enciclopedistas, 3n40

Europeu, 39.3.1b

gregos, 6.2.1, 13n3, 14.3.2b, 20n15,

helenísticos, 4.2.2d, 14.3.2b,

judeus, medievais, 2.1c, 2.2–3, 4.2.2e, 21.1b, 29.2a–c, 29.4b,

latim, 4n7

muçulmanos, 2.1f, 2.2, 4.2.2e, 6.2.1b, 6.4.1c, 21n6,

Oriente Próximo, antigo, 4.2.2d

Porto-Real, 3n40

romanos, 6.2.1a

gramaticais, palavras, 3.2.2b

gramaticalização, 29.2

grau, mistura de
Hithpael e outros, 26.1.1d

Niphal: Hiphil, 23.6.3

Niphal: Piel, 23.6.2

Piel e outros, 24.6

Piel: Qal, 24.3d

Pual e outros, 25.5

Qal: Niphal, 23.2.1b, 23.6.1

grau-base, 21.1c

graus, 2.2.2b, 3.3.5e, 5.1b, 20.1a, 20.3, 21, 21n5; veja também grau em pergunta

(= Qal, etc.), 21.1a, glossário

(= raiz), 21n1

derivado veja graus derivados

menor, 21.2.3

grávido, uso, 11n131

grego, bíblico veja Bíblia Cristã e grego, Clássico e Septuaginta

Grego, clássico

adjetivos, 9.1c

artigo, 13n2

canonicidade literária, 1n29

casos, 8.1, 1n3,

conectares, 3n29

dativo, 9n23, 11.2.10,

demonstrativo, 17n1

dual, 7.3a

e estudo de classes de palavra, 4.2.2

estudo de, 2.5a

fonologia, 5n22
genitivo, 3.2.3b, 9n13, 9n15

modos, 27.5a, 34.1a

orações sem verbo, 14n17

preposições, 11n24, 11n33, 11n84

pronomes, 10.3b, 17n17

semitismos, 11n64

sintaxe, 4.5c, 4n13, 6n38,

superlativo, 14n28

verbos, 20.1h, 20.2g, 20.2j, 21n21, 23.2.2d, 23.4d, 23.4h, 23n8, 29.2j, 29.31, 30.5.1d, 31.4f,

vocabulário, 6n41, 13n3

voz mediana, 23.4f

grego, moderno, verbos, 30.3b

Grundstamm, 21.1c

Gt (grau), 21.1c, 21.2.3b, 26n1; veja também moabita

guerra-relâmpago, 11.2.9a

guturais veja fonologia

habitual, 27.6, 33.2.2a, 33.3.3c, 33.4b, glossário; veja também costumeiro

halakot, 38.1c

hamito-semíticas, línguas veja afro-asiáticas

hamito-semítico veja afro-asiático

Hammurabi, Código de, 1.5.2c

hapax legomenon glossário

haplografia, 1.6.2c, 10n14,

haplologia, 10n14, 39n106,

hatrano, 1n5

hauçá, 1.2d

Hayyuj, Yehuda, 2.2.1–2,


he (artigo), 13.3, 13.7, 14.5, 33.3.5b, 37.5b; veja também definitividade

he demonstrativum, 33.1.2b

he interrogativo, 16n32, 18.1c, 33.1.2b, 38.1i, 39n35, 40.3,

he local, 2.1b, 8.2d, 9.3d, 10.2.2d,

he paragogicum, 34n10

hebraico

história, 1.3–4

nome da língua, 1n16

Hebraica, Bíblia, tradições de leitura, 1.6.4c, 1n27, 16n46

hebraico, bíblico

como uma língua primeva, 2n4

como uma língua semítica, 1.2

consciência de linguagem, 1n16

datação, 1.4

desenvolvimento, 5.1e, 10.3.1a, 31.6.3c, 32.1.1d, 33.1.2, 34.5.3b, 35n13

dialetos, 3.4e, 3.4g

do norte, 1n36

ensino de, 3n18, 3n23, 8n1, 29.3b, 31.5c

história de, 1.4.1, 1.5.2f

história do estudo de, 2

“palavra” em, 4.2.1

posterior, 1n25, 7n7, 10n32, 10n42, 11.2.13g, 13.3f, 15n12, 15n31, 16.3a, 16.3.5d, 19.2c,
19.2c, 19.7c, 19n6, 19n10, 33n16, 34.5.3b, 35.5.2b–d, 35n17, 35n54, 35n60, 36.2.1e,
36.3.2, 36n22, 37.1e, 37.7.1c,

subconjunto afixal, 5n22

uniforme, 3.4g

vocabulário, 5.1f, 5n12

hebraico, inscricional, 1.3.2b, 1n45, 3.4d, 6n42, 11n15, 11n60, 11n65, 18n14, 19n13, 30n22,
hebraico, medieval, 1.3.3d, 14n28

termos gramaticais, 29n2

verso, 1n26, 2.1,

hebraico, michnaico, 1.3.3c, 1.4.1c, 10.3b, 11n42, 11n119, 14n11, 16.3a, 17n8, 19.2c, 19n1,
20n11, 29.2a, 29n17, 34n9, 36n8–9, 40n44

história do, 1.6.3i

infinitivos, 35n2

preposições, 11n2, 11n20

pronomes, 16n12

hebraico, moderno, 1.1a, 1.3.3e, 1n28, 2.1b, 19n1, 20n6, 20n11, 21n11, 27n30, 37n44

hebraico, pós-bíblico, 2.5, 9.7c, 9n42, 37.6c, 37.7.1c, 37n44,

hebraico, de Qumran, 1.3.3b, 1.4.1e, 1.4.2b, 1n23, 11n42, 15n12, 23n27, 29n17, 35n57,
36.2.3e, 36n24, 36n34, 37n27, 39n61

ʾt em, 10n28

infinitivos, 35n2, 36n36,

fonologia, 5.8, 26n2,

preposições, 11n8

verbos, 29n67, 32n24, 34.5.3b,

hebraico, rabínico, 1n24

hebraico, samaritano, 1.6.2f, 1n89, 10n28, 10n32; veja também o Samaritano

hebraico, tanaítico, 1n24

hebraicos, caracteres, 1.5.2g, 1.5.3d,

hemistíquio glossário

hendíadis, 4.4.1b, 4.6.1, 32.3b, 39.2.5, 39n5, glossário

heresia e gramática, 2.3.1a veja também teologia

hermenêutica, 1.5.4

heterosis, 34.4c

Hexapla, 1n78
hierarquia, 3.3, 4.1,

hierática, escritura, 15.1c

Hillel o Ancião, 1.5.4a

Hiphil, 10.2.3, 11n85, 20.1d, 24n12, 27, 29.4j, 31.1.1, 33.1.1b, 34.2.2a, 36.1.1b

atmosférico, 27.4a

bilaterais, 27.2

de tolerância, 27.5c

delocutivo, 27.2e, 27.3c,

denominativo, 27.4

gerador, 27.4a

interno, 27.2f

isolado, 27.4

modal, 27.5

não classificado, 27.4c

permissivo, 27n25

produtivo, 27.4a, 27n27,

trilateral, 27.3

unilateral, 27.2

Hilphil: Hophal contraste, 28.2

Hilphil: Piel contraste, 27.1

Hippael, 21.2.3c, 26.1.1c

hireq compaginis, 8.2e

Hisdai Ben Shafrut, 14n28

Hishtaphel, 21.2.3d

Hithpaal, 26.1.1c

Hithpael (sem duplicação), 21.2.3b, 26.1.1c

Hithpael, 10n25, 23.1b, 23.4h, 25.5b, 26, 34.2.2a


“indistinto”, 26n8

denominativo, 26.4

distribuição na Bíblia, 26.1.3

duplo estado, 26.2

e formas - tn -, 26.1.2b

passivo, 26.3

Hithpalel, 21.2.3

Hithpalpel, 21.2.3, 26.1.1c,

Hithpoel, 21.2.3, 26.1.1c,

Hithpolel, 26.1.1c

Hititas, tratados, 1.5.2c

homofonia, 4.2.1b, 36.1.1b, glossário

homoioarkton, 1.6.2c

homoioteleuton, 1.6.2c

homonímia, 3n12, 26n12, 29.4j, glossário

honoríficos, 7.1e, 7.4, 7n3,

Hophal, 21.2.1c, 23n18, 28, 33.1.1b, 34.2.2a,

denominativo, 28.4

isolado, 28.4

modal, 28.5

Hophal: Pual contraste, 28.1b

Hophal: Qal contraste passivo, 22.6

Hothpael, 26.1.1d, 26.3b,

Humpty Dumpty, 9.4g

huriano, 21n20

iconicidade, 24n8, 24n30,

identidade, 11.2.9b, 12.2, 13.2b,


identificação, 8.4, 16.3.3b, 18.2b,

Iemenita, tradição de leitura veja Bíblia Hebraica

Igbo, verbos, 29n23,

Iídiche artigo, 13n1

imaginação, 13.5.1e, 13.5.2c,

imperativos, 11n95, 12.4, 20.2f, 28n6, 29.1a, 29n1, 31.5a, 31n30, 31n64, 32.2.2, 32n31, 34.1,
34.2.2a, 34.4, 34.6, 39n72; veja também comandos

e infinitivo absoluto, 35.2.1b

e infinitivo construto, 36.1.1a

forma longa (he paragógico), 34.2.2a, 34.4a,

Hophal, 28n6

Pual, 28n6

Idade Imperial, 1.1a

imperfectiva, 20.2g, glossário

imperfeita, conjugação veja conjugação prefixo

imperfeito, consecutivo, 29.5c

impessoais construções, 4.4.2, 6.6d, 22.7, 23.2.2e, 25n8, glossário

imprecação, 40n18

imprópria, anexação veja genitivo, epexegético,

inceptivo, 20.2j, glossário

incerteza glossário

incipiente, ação, 29.31-m

incoativo, 20.2i, 27n18, 37.4e, 37.7.1b, glossário

indefinidas, construções veja pseudo-passivo

indi-urdu, ergatividade, 10.3c, 21n20

indefinitividade veja também definitividade

com numerais, 15.2.2b

indefinido específico, 15.2.1a, 15.2.1d,


indicativo, 20.2f, 31.4a, glossário

indireta, ação glossário

indo-européias, línguas

como família, 2.5, 6.3.1

gênero, 6.3.1b

sintaxe, 35n48

verbos, 21n20, 23.1e, 23.2.2,

indo-iranianas, línguas, sintaxe, 10.3c,

infectum, 29n43

infinitivo, 4.2.2e, 8.4.2a, 20.1g, 20n6, 25.1b, 29.1a, 35.1, 37.1a,

gênero, 6.4.2e

infinitivo absoluto: infinitivo construto contraste, 35.2.2c, 35.5.4, 36.1.1a

infinitivo absoluto, 4.4.1, 4.5b, 4.6.2, 32.2.5d, 32n2, 35, 39.3.1b,

como adverbio, 35.4, 35n15,

como substantivo, 35.3

como verbo, 35.5

complemento absoluto, 35.3

complemento adverbial, 35.3

dobrado, 35.3.2b–d

e infinitivo construto, 35.5.4, 36.1.1a

intensificando, 35.2.1a, 35.3.1b, 35n8, 35n22

concordância de graus, 35.2.1c

mistura de graus, 35.2.1d–e

morfologia, 35.2.1

uso, 34.1d volicional

infinitivo construto, 4.4.1, 4.5b, 4.6.2, 11.2.5c, 11.2.8, 11.2.9e, 11.2.10a, 11n98, 11n100, 14.4f,
27n27, 31.4b, 31n64, 32.2.5c, 33.3.5, 36, 40.2.2c

e infinitivo absoluto, 35.5.4, 36.1.1a,


como substantivo, 36.1.2, 36.3

com preposição, 36.2.2–3

infixo, 5.1b, glossário,

inflexão, 4.2.2g, 6.2.1a, 8.1a, glossário,

inglês / português

acento, 32.1.1b

adjetivos, 14.1, 14.4a,

advérbios, 29.2a, 30.5.1b, 33.3.1e, 39.3.1, 39.3.4b, 39n76,

artigo, 13.2a, 13.5.1e,

caso, 8.1, 9.1a,

causativos, 21.2.2c

conjunções, 39.2.1a

cópula, 30.5.3a

decapitação, 6.4.1c

definitividade, 13.2

demonstratives, 17.1, 17n1,

denominativos, 24.4a

discurso, 38n39

étnica, 5.7c

exclamações, 40.2.5a

fonologia, 1.4.1h, 3.3.1, 3.3.5e, 3.4g, 4.2.1a,

frases substantivas, 9.4a

frases, substantivas, 9.5.3a,

genitivo, 9.4, 9.5.3,

genitivo perifrástico, 9.4a

gerúndios / particípios: - ndo, 1.4.1h, 37.1a,

gerúndios, 37.1
história do, 1.1a, 1.4.1d, 10n8,

justaposição, 12.1

modais, 31.4b

modificadores, 12n6

morfologia, 3.3.2, 3.3.5e, 3.4,

negação, 18n19

orações fissuradas, 13.5.2d

orações pseudo-fissuradas, 13.5.2d

ordem de palavras, 10.1c

ortografia, 1.6.2d

particípios, 37.1

partículas, 24.3d, 24.3.3b,

perguntas, 18.1

preposições, 11.2.4

pronomes, 7n3, 10.3b, 16.4g,

reflexivos, 23.4a

repetições, 12.5a

semântica, 7.1, 7.2.1b, 7.4.1c, 22.2.3b

- able, - ful, - ible, - ly, 23.3d, 37.4d

abaixo, 4.2.1b

antes de, 3.2.3e

como, 11n34

en -, - en, 20.2m

um, 13.2

ferramentas, 7.1d

glória, 9.4

mamãe, 6n41
molhar, 10n23

mover, 23.1j

muito, 14n25

o/a/ao/as, 13.2

papai, 6n41

pares, 7.3a

round, 39.3.1a

ser/estar, 22.2.2a, 22.2.3a,

voar, 21.2.2

vestuário, termos de, 7.1d

- ward, 10.5a

agora, então, 32.2a, 39.3.4f,

alimentar 10n23

aluno, 5.7b

causar, 21.2.2j, 21.2.2p,

cortar, 23.1j

cozinhar, 21.2.2b–d

fazer, 21.2.2j, 21.2.2p,

sintaxe, 3.3.3, 40n48,

sistema verbal, 21.2.2r, 21.2.2s, 22.2,

substantivos, 13.5.1c

superlativo, 9n33

verbo “falso”, 22.2.2a

verbo + partícula, 24.3d, 24.3.3b,

verbos, 3n7, 22.2.1e, 23.3b, 27.1c, 29.2a, 29.2j, 29.6, 30.1a, 30.2.3a, 30.3b, 30.5.1b,
30.5.1c, 30.5.3, 30n8, 32.3e, 34.2.2a, 36.1.1, 36.2.1b, 36.2.3e,

verbos progressives, 22.2.1e

volicionais, 34.1a
voz, 20.2j

ingressivo, 11.2.10d, 20.2i, 27.2d, 27n18, 33.3.1a, glossário,

Niphal, 23.1h, 23.3,

inscrições veja hebraico, inscricional,

instrução, 39.3.5d

instrumento, 11.2.5; veja também acusativo

insultos, 18.2g, 18.3g,

intensificação, 5.4c; veja também infinitivo absolute

“intensivo”, 21.2.1c, 24.1,

interdições, 31n61

interjeições, 4.2.2, 20.1a, 34.5.1a, 35.5.1, 35.5.2a, 40.2.5; veja também exclamações

interrogativos, 8.4a, 18, 31.4f, 31n61, 34.5.2b, 35.3.1g, 38.8b, 39n72; veja também he
interrogative

de circunstância, 18.1a, 18.1c

embutidos, 18.1, 18.2,

entonação, 18n1

indireto

pergunta retórica, 18.1a, 18.1c, 18.2g, 18.3g, 18n7, 40.3, glossário,

pergunta tripla, 40.3

perguntas alternativas, 18.1a, 18.1c

perguntas duplas, 40.3

perguntas exclamatórias, 18.1a, 18.1c, 18.2f, 18.3f, 18.4e, 18n22, 40.3,

perguntas polares, 18.1a, 18.1c, 40.3, glossário

pronomes, 16.3.2e

intransitivo; veja transitividade glossário

involuntaria (verbos), 22.2.1a

ioruba, verbos, 29n23

irrealis, 24.3.2,” 5.3b, 35.3.1b, 38.2c, 38.2e, glossário; veja também modo
Isaiah, capítulos., 40–66, partícula presentativa, 40n4

Ishmael (Rabino), 1.5.4a

Islã, 1.2b

Israel (reino do norte), 3.4e

italiano, 1.2b

gênero, 6.6b

número, 7.1e

iteratividade, 20.2c, 20.2j, 31.2b

Janaḥ, Jonah ibn, 2.2.1b, 2.2.2

Japeth ha-Levi, 29.2b

Jeremias

aramaico, 1n6

infinitivo absoluto, 35n34

verbos, 35.5.2b

Jerônimo, 1.5.4b, 1.6.3c, 1.6.3k, 2.3.1c–d

títulos divinos, 37n28

preposições, 11.1.2d, 11.2.10a,

partícula presentativa, 40n4

verbos, 29.2f

verso, 1.4.1d

Judaico, manuscrito, 1.5.2g, 1.5.3d

Juízes

estrutura, 38n12

sintaxe, 39n10

judicial, procedimento, 27.2e

juramentos, 11.2.11e, 39n78; veja também exclamações e substantivos, semântica dos, pactos
jussivo, 20.2f, 29.1a, 29.4g, 31.1.1, 32.2.2, 33.1.1a, 34.1, 34.2.1, 34.3, 34.6,

e infinitivo absoluto, 35.5.2

“primeira-pessoa”, 34.2.1c

Justino Mártir, 1.5.4a,

justaposição, 12.1a, 12.1f; veja também aposição

kaige, texto, 1.5.3, 1.5.4a, 1n57, 1n89

kaph veritatis, 11.2.9b

kaph, construto veja construto k

Kautzsch, Emil, 2.4d; veja também Índice de Autoridades

Kethiv veja Qere

Khirbet Beit Lei, 1n45

König, E, 2.5b

labiais veja fonologia

Labrat, Dunash ben, 2.1h, 2n10

lamed auctoris, 11.2.10d

lamed de interesse, 11.2.10d, 18.3b

Lamentações

morfologia, 8.2e

pronomes, 16.12

título, 18.4e

Laquis, Cartas de, 18n14

língua como médio, 3.2

línguas, mistura de, 29.4

latim, 1.2b

casos, 8.1

como modelo gramatical, 2.2.3, 3.3.5, 4n7

coordenador, 9n44
dativo, 11.2.10

definitividade, 13n2

demonstrativos, 17n1

e estudo de classes de palavra, 4.2.2

estudo de, 2.5a

gerundivo, 36.2.3e, 37.4d,

modos, 27.5a, 34.1a,

partículas, 40n48

pronomes, 10.3b

semântica: gratis, 39n53

sintaxe, 4.5c, 4n13,

verbos, 23.2.2d, 29.2j, 30.5.1d, 31.6.1c, 35.1a

vocabulário, 5.7b, 6n41

Leander, Pontus, 2.5b; veja também Índice de Autoridades

legislação, 11.2.6c, 11.2.9b, 11n54, 31.54c, 31.5d, 32.2.1d, 32.2.3d, 34.2.1b, 34.4a, 35.5.1a,
38.2d,

leitura, tradição de veja Bíblia Hebraica

Leningrado, Códice de, 1.5.4e, 1.5.4f, 1n68,

Leon, Judah Messer, 2n25

Levita, Elijah, 2.2.3, 2.3, 29.2b

Levítico, verbos, 32.1.1d

lexicalizations, 27.3, 27.4b, 29.2a,

léxico, 3.2.3c, 3.3.5f, 11.1.3, 11.2, 21.2.2r, 21n11, 39.3.1b, 39.3.4a

lexis, 3.2.2a

ligação, 4.2.2d

línguas australianas, 6.3.1f

lingüística, 2.1e, 2.5d, 3.1, 6.2.2,

linha (verso) glossário


linha, divisões em, 38.1c

lisrâmico veja afro-asiático

lista(gen)s, 15.2.3b, 15.2.4a, 38.1c,

litterae compaginis, 8.2e

Livro de Jasher, 1.5.2b

Livro dos Mortos (egípcio), 1.5.2d

locativas, partículas, 18.1d, 18.1f, 18.4,

Lutero, Martinho, 2.3.1d

Luther Bibel, 1n22

Luzzato, S. D., 2.5c

macrossintáticos, sinais, 3n24, 38.1e,

Maimônides, 1.5.4c, 2n23,

mais-que-perfeito, sentido, 33.2.2–3

maldição, 34.3

maldições, 40n18

mandaico, 1n5

mandamentos, 16.3.2e, 34.3b, 34.4b, 35.2.2d, 35.3.1h, 35.5.1, 35n52; veja também
imperativos

manuscritos e unidades textuais, 3n21

manuscritos, medievais, 1.5.4b

maqqeph, 4.2.1a, 9.2c, 11.1.1, 11.2.2, 11.3b, 18.1e, 36.1.1c, glossário

marcação, ausência de, 3.3.5, 6.1b, 11n46, glossário

Mari, 1.3.1c, 1n12

Mari, Cartas de, verbos, 35n25

masculino veja gênero

Masorah finalis, 1.5.4d

Masorah magnum, 1.5.4d

Masorah parvum, 1.5.4d


Massada, 1.5.4b

massoretas, 1.5.4d, 1n65, 2.1, 13.7a, 29.3e, 35.1c, 38.1b–d, 39.2.6c,

e sistema verbal, 29.1h

organização de texto, 38.1b–d

ortografia consistente, 16.3a, 16.4a,

vocalização de formas verbais, 19.7d

Massorético, Texto, 1.1b, 1.6

origens do, 1.5.4, 1n62,

material veja genitivo e acusativo

matres lectiones, 1.5.2h, 1.5.3d, 1.6.1a, 1.6.2f, 1.6.3a, 18.1e, 19n31, glossário

mayela 9n4

média veja voz e Niphal

médio-reflexivo veja Niphal

meliṣa, estilo, 1.3.3a

mem veja mem enclítico

metafórico, uso, 6.2.2b, 7.3, 11n50; veja também irrealis

metátese glossário; veja fonologia

methegh, 9.2c

método histórico-comparativo, 2.4–5, 29.4

metonímia, 6.6b, 14.3.3d, 34.3d

Michaelis, J. D., 2.4c

Michná, 1.3.3, 1n89,

midrash, 2.1b

Midrashim, 1.3.3

milra‘, 32.1.1b

mimação, 9n43, glossário,

mishqal glossário; veja também substantivo


misturada, língua, 29.4

mito, 3.3.5

moabita, 1.3.2, 1.4.2b,

artigo, 13n4

grau Gt, 21n29

plural, 7.4b

pronome relativo, 19n2

texto, 1.4.2b

verbos, 29n17

modalidade veja modo

modernização, 1.4.1d, 1.5.3e, 1.6.2b, 1n32, glossário,

modi, 29.3f

modificado-modificador veja regens-rectum

modificadores, 4.6; veja também adjetivos

modificadores adjetivais, 4.6.1a

modo, 20.1d, 20.2f, 29.1, 29.5f, 30.5.4, 30n8, 31.1.2, 31.4, 34n1, 35.3.1g, glossário; veja
também irrealis

monossílabos veja fonologia

morfemas, 3.2.1, 3.3.2, 4.1a,

morfologia, 3.3, 4.2.1, 5.1f, 9.2, 11.1.2, 29.4i, 29n73, veja também

problemas de análise e substantivo,

paradigmas e fonologia, esp.

elementos formativos

adverbial - ām, 39.3.1h, 39n65, 39n104,

advérbios, 39.3.1

feminino, 5.3.d, 5.3f, 6.1c,

formação de palavra, 15.1c, 15n2,

gênero, 6
história da, 8.1c; veja também

hebraico, bíblico, desenvolvimento

do e sistema verbal,

desenvolvimento do

imperativo, 34.2.2a

infinitivo construto, 36.1.1

numeral, 5, 6’ 15n11

plural, 7.4b

pronomes, 16.1b, 16.3, 16.4a,

pronomes demonstratives, 17.2

verbo, prefixo, t-preformativo, 31n2, 31n48

verbos, 29.2j, 29n67, 30.1a,

morfes, 3.3.2

Morto, Rolos do Mar veja o hebraico, Qumran e ortografia, Qumran e Qumran

Moses, 1.1a

mudança, lingüística, 3.4

multifuncionalidade, 20.1

múltipla-escolha, plural de veja plural

Münster, Sebastian, 2.3.2,

Murabba‘at, 1.5.4b

N (grau), 21.1c, 23.1a; veja também acádico

nabateu, 1n5

Naḥal Ḥever, 1.5.4a, 1.5.4b,

Nahum de Gimzo, 5.4a

narrativa, 12.4, 29.1h, 29.2i, 29.5b, 39.1a, 39.2.5a, 40.2.1b–c

nascente, ação, 29.31-m

nasog ʾaḥor, 32.1.1c


nativo, análise de falante, 29n18, 38n9,

negação, 18n19, 18n22, 34.2.1; veja também advérbios

negação, 39n59

negativos, 11.2.11e, 11.2.12c, 36.2.1g, 37.5f, 38.3c, 39.2.1, 39.3.5e

ʾyn, 18n22

mh, 18n22

Neemias veja Esdras-Neemias

neo-púnico veja púnico-fenício

nesiga, 32.1.1c

neutralização, 3n28, 8.4.2f,

neutro (pronome), 6.6d, 16.3.5c, 16.4f, 16n42, 16n43, 17.4.3b, 17n3, glossário,

neutro, 6n5; veja também gênero e neutrum

neutros, verbos, 22.2.1a

Nícolas de Lira, 2.3.1c

Niphal, 11.2.5d, 11.2.10g, 22.2b, 23, 32.1.1c, 34.2.2a, 40.2.5b

adjetival, 23.3

denominativo, 23.5

duplo-estado, 23.4

e objeto, 10.2.1d

infinito absoluto, 35.2.1b

isolado, 23.5

médio, 23.2.1

partículas, 37.4d

passivo, 23.2.2

Niphal: Qal passivo contraste, 22.6

nisbe, 5n28; veja também adjetivos, gentílico

nomeação, 9.5.1i, 9n19, 39.3.4e, 39n102,


nomen agentis, 37.1d–e, 37.2a; veja também particípios

nomen occupationis, 5n18

nomen unitatis, 6.3.2c, 6.3.2f, 6.4.2d, 6.4.3

nomes, 4.2.2e, 5.1, 6.4.1c, 6.5.3, 6n42, 8.1c, 8.2, 9.7a, 10.2.3d, 11.2.10e, 12.1d, 12.2b, 12.3e,
13.4b, 13.4c, 15.5.1c, 13.6a, 14.2e, 40.2.2b; veja também apelativos e substantivos,
semântica de, nomes de lugar

e demonstrativos, 17.4.1a

divinos, 5.8b, 7.4b, 7.4.3b, 7.4.3e–f, 13.4b, 14.5b, 14n5

nomes divinos em superlativos, 14.5b

teofóricos, 6.5.3

nomes de lugar veja nomes e substantivos, semântica dos

nominalizações, 5n13

nominativo, 8n3, 9.1, 9n16, 10.1b, 10.3, 35.3.3a, 36.2.1b, 36.2.3, 38.8b, glossário

como oração relativa independente, 19.1d

demonstrative, 17.3b

pronome interrogativo / indefinido e, 18.1e

plural, arcaico, 8.2d

predicado, 4.5c, 8.3,

pronomes, 16.2a

ressuntivo pronome, 19.3b

nominativo absoluto, 4.7, 8.3a, 8.4, 10.3.2d, 16.3.3d, 16.3.5d, 16n22, 32.2.5a, 33.2.4, 37.5a,
38.2d, glossário,

não-finitos, 29.1, 35.1, glossário,

não-perfectiva, conjugação veja conjugação prefixo

noroeste, semítico veja semítico, noroeste

nota accusativi, 10.3b; veja ’t no Índice de Palavras Hebraicas

número, 7, 14.2; veja também plural

singular com numerais, 15.2.1j

numerais, 4.2.2e, 6.3.2d, 8.4.2f, 8.4.2g, 14.1d, 14.3.1b, 14.3.1d, 15,


cardeais, 15.1b, 15.2,

verbos denominativos, 24.4h

frações, 15.1b, 15.5, 15n27,

multiplicativos, 15.1b, 15.3

nun energicum veja formas enérgicas

nun-paragógicas formas, 20.2f, 31.7

nun paragogicum veja formas de nun-paragógico

nun, invertido, 1.5.3c

Obadias, datação, 1.4.2b,

objeto

direto, 4.6.2, 4.7c, 9.1a, 9.5.2b; veja também acusativo e pronomes, pessoais

indireto, 11.2.10d; veja também dativo

mediado, 9.1a

verbal, 16.4c, 16.4f

objetiva: subjetiva, visão, 29.3n

oblíquo veja genitivo-acusativo ocupações veja substantivos, semântica dos

ofícios, 12.3e

Olshausen, Justus, 2.5b,

omótico veja Omótico-Cuchítico

onoma, 4.2.2d

oposição, 29.5i, 29n86

optativo, modo, 31.4a, 38n23,

orações, 4.1a, 4.3, 4.4.1b, 40.1; veja também períodos

“que”, 38.8b

adversativas, 40.2.1d

causais, 36.2.2, 37.6b, 38.1g, 38.1i, 38.4,

circunstanciais, 11.2.5c, 31.2c,


comparativas, 38.1g, 38.1i, 38.5,

concessivas, 36.2.2, 38n18, 40.2.1d,

condicionais, 29.6f, 31.4e, 31.6.1, 32.1.2, 32.2a, 32.2.1, 32.2.3, 32.2.4a, 32.2.5c, 33.3.1e,
34.5, 34.5.2, 35.3.1g, 37.6f, 38.1g, 38.1i, 38.2, 39.3.4d, 39.3.4f, 40.2.2a

conseqüência, de veja orações, resultado,

constituintes substantivas, 38.8

correlativas, 39.3.4d

dependentes, 19.1e, 19.3–5, 31.6.2c, 31n61,

em construto, 9.6

exceptivas, 38.6

finais, 36.2.2–3, 38.1g, 38.1i, 38.3,

gerundivas, 36.2.3

hipotéticas, 30.5.4b

imanentes, 36.2.3

independentes, 19.1c, 19.1d, 19.2f, 19.3a, 19.3c, 19.4b, 19.5b, 19.5d, 19.7c,

infinitivas, 38.1i, 38.3a, 39.3.3a; veja também infinitivo construto

modais, 36.2.3

nominais veja orações, sem verbo

pequenas veja orações, menores

propósito, de, 34.5.2b, 36.2.3, 39.2.2, 39.3.3a

relativas, 4.6.1, 9.6d, 13.5.2, 19, 38.1g, 38.1i, glossário

relativas, assindéticas, 19.6

resultantes, 34.5.2b, 36.2.2–3, 38.1g, 38.1i, 38.3, 39.2.2, 39n60

secundário / pequeno, 18n16, 40n2

sem verbo, 4.5c, 8.3c, 8.4, 9.1a, 12.1f, 14.3.1a, 14.3.2, 20.1a, 27.1b, 27.1c, 29.4a, 33.3.4,
35.3.3, 35.5.3a, 36.2.3b, 36.2.3g, 36n31, 37.5a, 37.6, 38.8, 39.2.3b, 40.2.1c–e, glossário

sem verbo, e pronomes, 16.3.1a, 16.3.2, 16.3.3

sem verbo, perguntas, 18.2b, 18.3b


sem verbo, relativas independentes, 19.1d

separativas, 36.2.2–3

subordinadas, 4.6.2c, 8.4a, 8n12, 11.2.10i, 19, 38

substantivo, 38.1g, 38.1i, 38.8, glossário

télicas veja orações, finais

temporais, 31.6.3c, 36.2.2–3, 37.6f, 38.1g, 38.1i, 38.7

verbais, 4.5b, 8.3a

línguas “orientais”, 2.4b

oratio variata, 34.3d

oratio veja discurso

ordem de palavras veja ordem de palavra

ordinais veja numerais

Orientalismo, 29.2k, 39.2.1c

Orígenes, 1.5.3f, 1.6.3c, 1n78,

oromo, 1.2d

ortografia, 1.5.2e, 1.5.2h, 1.6, glossário

anulação

com ʾt, 10.3.1a, 12.3f

conjunção, 39n3

construto, 9.3b, 9n6

demonstrativos, 17.2

massorético, 16.3a, 16.4a,

numeral, 15.1c, 15n3, 15n4,

preposição, 11.4.2

pronome, 3m. / f.s. 16.3a

Qumran, 16.3a, 16.4a, 16n15, 16n16, 16n46, 19n31

Samaritano, 16n16
shewa, 15.2.1h

waw / yod variação, 16n45

Oséias, como do norte, 3.4e

pacto veja substantivos, semântica de e juramentos

palavra-regente, 12.1a, 12.2c

palavras, classe de veja classe de palavra paleografia, 1.5.2a

Palmirene, 1n5

paragógico glossário

par, mínimo, 3.3.1

paradigma, 3.5, glossário

parágrafos, 38.1c

parashiyyot, 38.1c

parentético, 30.5.2b, 32.3e, 39.2.3c, 39n1,

pares veja substantivos, semântica dos

paronomásia, 35.3.1b, glossário,

problemas de análise gramatical, 22n10, 31n48

textos paralelos veja textos sinóticos

particípios, 4.2.2d, 4.4.1, 4.6.1a, 5.3b, 7.4.3d, 8.4.2c, 8.4.2e, 9.6b, 10.2.2d, 10n18, 13.5.2d,
27n6, 29.1a, 29.2a, 29.2c, 29.3n, 29.4a, 29n17, 31.2c, 31.3c, 31n64, 32.2.5a–b, 33.3.5,
34n9, 35.1, 35.5.3, 37, 39.3.3b, 40.2.1b, 40.2.1e

com acusativo, 37.3

com genitivo, 37.3

com hyh, 37.7.1, 37n51

com verbos finitos, 37.7.2

como adjetivo, 37.1c, 37.4

como predicativo, 37.1c, 37.1f, 37.6,

como relativo, 37.1c, 37.4b, 37.5

como substantivo, 37.1c


como substantivo, 37.1c, 37.2

e Qal passivo, 22.6, 22n31

estado absoluto, 37.3b

estado construto, 37.3c

Hiphil, 27n27

orações relativas, 19.7

passivo, 5.3d, 8.4.2e, 37.1c, 37.3c, 37.4c

Piel, 5.3b, 24.5c

Pual, 25.1b

uso distributivo, 15.6b

partículas, 4.2.2, 4.6.2, 5.1a, 11.1.2, 38.1a, 39.3.1d, 39.3.4, glossário; veja também partículas
enfáticas e partículas locativas e partículas restritivas e partículas temporais

palavra, tradição da classe de, 4.2.2, 16.1a; veja também tipos de palavra

particulares, 12.2b

partitivo, 4.4.1b, 8.4.2a, 9.6b, 11.2.5f, 11.2.11e, 18.2b, glossário

passivo, 10.3d, 10.4, 11.2.10g, 11.2.11d, 28.1c, 30.5.3c, 37.1b; veja também voz

verbal com agente, 23.2.2c, 23.2.2e

paciente glossário

palavra, 4.1–2

palavra, classe de, 4.2

palavra, divisores de, 1.6.2f

palavra, espaçamento de, 1.6.2f

palavra, ordem de, 8.3, 8.4, 9.1c, 14.3.1, 38n13, 39n38, glossário

palavra, tipos de, 3.2.2 pastiche, 1.3.3a

patética, falácia, 34.3d, 34n14

patriarquia, 6.5.3a

patronímicos veja nomes

paradigmas, substantivos, 5, 14.1, 36.1.1d, 37.4e


qātēl, 5.3a, 37n3

qātîl, 5.5a

qatlāl, 5.3e

qattāl, 5.4a

qattîl, 5.4c

qātûl, 5.3d, 7.4.2

qǝtālâ, 5.3f

qǝtaltāl, 5.5a

qǝtûllâ, 5.5b

qittēl, 5.4b

qittûl, 7.4.2

qôtēl, 5.2, 5.3b, 37.2a

ʾ + qtl, 5.6e

ʿ + qtl, 5.6d

m + qtl, 5.6b

t + qtl, 5.6c

y + qtl, 5.6d

qtl + ām, 5.7e

qtl + ān, 5.7b

qtl + î, 5.7c

qtl + ît, 5.7d

qtl + ôn, 5.7d

qtl + ûn, 5.7b

qtl + ût, 5.7d

segolado, 7.4b, 36.1.1d, 36n5

paradigmas, verbos, 5.1d

pausa, 1n89, 6.1c, 16n46, 22.3, 32.1.1c, 34.2.1a, glossário


paytanim, 1.3.3

Pealal, 21.2.3

pedido, 34.3b, 34.4b, 34.5.1a,

Pellicanus, Conrad, 2.3.1d,

Pentateuco, 1.4.1b, 1.4.1e, 1.4.1f, 1.4.2c,

como unidade, 1.4.1b–c

datação, 1.4.2c

definitividade no, 13.4b

gramática, 7n16

poesia no, 37n28, 38.1c

verbos, 29.3c, 35.5.2b

perfeito: perfectivo, contraste, 30.3

perfeito, 30.3, glossário

“perfeito, profético”, 29.5, 30.5.1e

perfectivo, 20.2c, 20.2g, 30.1, 30.2.2, glossário

perfectivo de confiança, 30.5.1e,

perfectivo de oração veja precativo

perfectivo, conjugação do veja conjugação de sufixo

perfectivo, epistolar, 32.2.3c,

perfomatividade, 30.5.1d, 30n17, glossário

perífrase, 9.7

perifrástica, cadeia, 9.3c

perifrásticos, verbos, 20.2d, 37.7.1c,

períodos, 4.1, 4.3e, 4.8; veja também orações

complexos, 4.8, glossário

compostos, 4.8, glossário,

condicionais, veja orações


incompletos, 4.8

simples, 4.8 permansivo, 20n14, 29n29,

permissão, 27.5b

persa

aspecto, 30.1a

ergatividade, 10.3c

personificação, 6.3.1e, 6.4.1d, 6.4.2c, 34.3d, 34.4c,

perspectiva, 11.4.3

pesar, 40.2.5b

pesher, 8n16

Peshitta, 1.5.3f, 9.8c, 39.2.6c; veja também texto

pesos, 11n15

púnico-fenício, 1.3.2b, 3.4e, 14n11

artigo, 13n4

graus, 21n8, 21n27,

infinitivo, 35.2.1

numeral, 15n9

ortografia, 1.5.2h

plural, 7.4b

preposições, 11n12, 11n31

pronomes, 16n12

relativo, 19.2c, 19n2

verbos, 11n105, 29n17, 32n26, 35n60

vocabulário: ytn, 22n19

Piel, 10.2.3, 24, 29.4d, 34.2.2a

ação indireta, 24.3.2d

comparativo, 24.2h
declarativo, 24.2f, 24.2g,

delocutivo, 24.2f, 24.2g,

denominativo, 24.4

estimativo, 24.2f, 24.2g,

factitivo, 24.2

freqüentativo, 24.5

infinitivo absoluto, 35.2.1d

particípio, 5.3b, 24.5c,

privativo, 24.4d, 24.4e, 24.4f,

produtivo, 24.4d, 24.4e, 24.4f,

resultativo, 24.3

Piel: Hiphil, contraste, 21.2.2

Piel: Hithpael, 26.1.1d

Pilel, 21.2.3

Pilpel, 21.2.3

pirâmides, textos das, 1.5.2d

pisqot, 38.1c

piyut, 1.3.3, 2.1,

Platão, 3n4, 4n10, 14.3.2b

pleonasmo, 8.4.1b, 8.4.2, 16.3.2a, glossário,

plural, 7.1, 7.4; veja também número

honorífico, 14.2c

intensivo, 7.4.3, 14.2c,

múltipla-escolha, 7n15

de composição, 7.4.1b

de extensão, 7.4.1c

de resultado, 7.4.1b
plurale tantum, 7n2

pluralis majestatis, 7.4.3a

Poal, 21.2.3

Poel, 21.2.3

partículas, 5.3b

poesia veja verso

polar, oposição veja justaposição

polaridade glossário

e gênero

polar, pergunta veja interrogatives

poloneses, verbos, 30n4

Polpal, 21.2.3

Polinésia, 3.5e

polissemia, 3.2.3, 9.4b, 20n4, 34.2.1a, glossário,

português, 1.2b

possessivo, 4.7c, 11.2.4a, 11.2.10e, 16.4d,

pospositivo glossário veja palavra ordem

Praga, Escola de, 3.3.5, veja também orações descontínuas, 8.4.2g, 8n13

prefixo, conjugação de, 5.1b, 11.1.1, 11.1.2b, 29.1, 29.3k, 29.6e, 30.1a, 31, glossário; veja
também enérgica forma e formas de nun-paragógico

com conjugação sufixo, 32.1.3

com infinitivo absoluto, 35.3.1b, 35.5.2

com waw, simples, 33.4

com waw-relativo, 33

diversidade, 29.4e–j

forma curta, 31.1.1, 33.1,

forma longa, 31.1.1, 33.1

jussivo, 31.1.1
t-preformativo, 31n2, 31n48

valores, 31.1.2

wyiqtol, 29.1

wayyiqtol, 29.1, 29.3m

yiqtol, 29.1

prefixo, conjugação de, usos

conseqüente, 33.2.4, 33.3.3,

epexegético, 33.2.2, 33.3.3,

futuro, 31.6.2b

habitual, 31.1.1e

incipiente-progressivo, 31.1.1e

ingressivo, 31.1.1e

irregular, 33.3.1f

lógico, 33.2.1d

não-perfectivo

conseqüente, 31.6.2

de capacidade, 31.4c

de contingência, 31.6.1

de deliberação, 31.4f

de desejo, 31.4h

de incerteza, 31.6.1

de obrigação, 31.4g

de permissão, 31.4d

de possibilidade, 31.4e

de proibição, 31.5b

de proibição, 31.5d

dependente, 31.6.2
estativo, 31.3c

habitual, 31.2b

habitual, 31.3e

incipiente, 31.2c, 31.3d,

progressivo, 31.3b

passado, tempo, 31.6.3

perfeito, 33.3.1c

perfectivo, 33.3

pretérito, 31.1.1

subordinação (com waw), 33.2

sucessivo (com waw), 33.2.1

volicional, 34.1

prefixação, 5.6

pregenitivo, 9.2a

preposicionais, frases, 4.4.1b, 4.5c, 4.6.2c, 8.2e, 8.4.2f, 9.3, 37.5a

e acusativos, 10.2.1

no construto, 9.6b

preposições, 4.2.2, 9.1, 11, 36.1.1,

com infinitivos construtos, 36.1.1c–d

como partícula, 11.1.2

como substantivos, 11.1.1

complexas, 9.6c, 11.1.2b, 11.3.3,

e acusativos, 11.4.1

e artigo, 13.3f, 13.5.2b,

e verbos, 11.1, 23.4h,

em cadeia construta, 9.3d

monográfica, 11.1.2c
proclítica, 11.1.2c

semântica, 9n22, 11.1.3,

simples, 11.1.2b, 11.2,

prepositivo glossário; veja ordem de palavras

prescrições, 32.1.1d

pressuposição, 12.3e

pretérito, 20.2c, 29.4g, 31.1.1, 31n10, 33.3.1a, 33.3.2, glossário; veja também conjugação
sufixo

preteritum, 29n2

Primeiro Crônicas veja Crônicas

Primeiro Reis veja Reis

Primeiro Samuel veja Samuel

primitivo, hebraico, imprensa, 2.3.1d, 2n36

prioridade do gênero masculino veja gênero

privativo, 11.2.11e, 11.2.12c, glossário; veja também Piel

próclise, 4.2.1a, 11.1.1, glossário

produtivo veja Piel e Pual

profissões, 24.5c, 24n55; veja também substantivos, semântica dos

progressivo, 20.2c, 20.2g, 22.2. 1e, glossário

proibitivo, 34.2.2a, 34n6,

promessas, e pronomes, 16.3.2e

pronomes, 4.4.1, 4.5c, 4.6.2c, 5.1a, 12.2, 12.3, 13.1, 16.1,

animação, 18.1c–e

definitividade, 13.4b

demonstratives, 16.1c, 17

determinativos, 17.2b, 19.5

indefinidos, 16.1c, 18,

interrogativos, 16.1c, 18
pessoais, 16.1c, 16.2–4

com hnh, 40n6

com. ’t, 10.2.1

independentes, geral, 16.2.3, 21n8, 23.4c

independentes, oblíquos, 10n1, 16n9,

justaposição, 12.4

substituto, 34.1b

sufixados, e numerais, 15.2.1i

sufixados: 1 c.s., 16n45, 37.3d

sufixados: 1 c.s., 16n45, 37.3d,

sufixados: 3 m.s., 16n45

sufixados:, 4.6.1, 8.4.1a, 8.4.2a, 8n5, 8n8, 8n15, 9.1, 9.3, 9.5.3b, 10.2.1, 12.4, 13.4, 13.6b,
14.5c, 16.4, 18.4b, 19.3b, 22.3, 31.7, 31n8, 34.1d, 35.1, 36.1.1, 37.3, 39.3.3b

reflexivo, 16.4g

relativo, 4.6.1, 9n5, 16.1c, 18.1, 19,

ressuntivo, 16.3.2c

Profetas, Anteriores,

como texto literário, 1.4.1c

definitividade, 13.4b

verso, 37n28

Profetas, Posteriores, versos nos, 37n28

profética, fala, 17.5b, 29.1h, 29.3i, 29.31, 30.1d, 30.5.1e, 40.2.4,

prosa, 39n10, glossário

prostético, 5.6e, glossário

Protágoras, 6.2.1a, glossário de prótase; veja orações, condicionais

protético, 5.6e, glossário

proto-sinaíticos, textos, 1.3.1d

proverbiais, textos, 17.5b, 20n13, 31.3e, 35.5.2


psedo-coortativo, 33.1.1c, 34.5.3; veja também coortativo

pseudo-passivo, 4.4.2, 10n71, 22.7a, 22n40

pseudo-perguntas veja interrogativos

pseudossoritas, 39n87

Pual, 21.2.1c, 33.1.1b, 34.2.2a

delocutivo, 25.2

denominativo, 25.4

estimativo, 25.2

factitivo, 25.2

frequentativo, 25.5

infinitivo, 25n2

produtivo, 25.4b

resultativo, 25.3

pontuação, 4.8; veja também acentuação

pontualidade, 20.2i

Pual: Qal passivo, contraste, 22.6

Pulal, 21.2.3

púnico veja púnico-fenício

putativo, 20.2m

Qal, 22, 32.1.1c, 34.2.2a

denominativo, 22.5

estativo: fientivo, divisão, 27n10

fientivo verbos, 22.2.1, 22.2.3, 22.4, 22.5, 34.2.2a,

impessoal, 22.7

infinitivo, 35.1b, 35n10

infinitivo absoluto, 35.2.1

infinitivo construto, 36.1.1c


morfologia, 22.3

particípios, 5.2, 37.1b, 37.2b,

passivo, 2.2.1c, 22.6, 23.6.1, 24.6a, 25.1a, 27.1a,

quase-fientivo verbos, 22”. 3, 30.5.3,

verbos estativos, 22.2, 22.5, 34.2.2a

permanentes, 22.3.4

temporários, 22.3.4

Qal: Hiphil: Hophal contraste, 28.2b

Qal (passivo): Hophal contraste, 22.6

Qal (passivo): Pual contraste, 22.6

Qal: Niphal contraste, 22.2, 23.1, 23.2.1

Qal: Piel contraste, 21.2.2, 24.3.3b

Qal: Piel: Hiphil contraste, 22.2

Qatal, conjugação veja conjugação sufixo

qatāli anaku, 35n60

Qere / Kethiv, 1.5.4d, 1n65, 7.3d, 11n59, 16n45, 35n59

Qimḥi (a família), 2.2.2b, 2.3.1d, 2.3.2

Qimḥi, David, 2.2.2b, 2.3.1d, 2n1, 29.2b, 29.3i; veja também Índice de Autoridades

Qimḥi, Moses, 2.3.1d, 2.3.2a,

Qoheleth, 1n36

advérbios, 39n45–46, 39n51,

pronomes, 16n12, 17n6, 19n1,

pronome relativo, 19n6

verbos, 37.7.1a, 32.1.1d, 32n3

qtl conjugação veja conjugação sufixo

quadriliterais, 5.6f

quadrivia, 2.2.3a
quantificadores, 9.5.3f, 14.3.1b,

quase-demonstrativos (hhw’, etc.) veja demonstrativos

quase-fientivos, 22.2.3, 30.5.3,

quase-verbais, indicadores, 4.5b

perguntas veja interrogativos

quinqüiliterais, 5.6f

Qumran veja também ortografía, Qumran,

aramaico, 1n5

textos bíblicos, 1.5.3b, 1.5.3d, 1.5.3f, 38n2

textos não-bíblico, 1.4.2b, 37n27

datação, 1.4.1e

Qurʾan veja árabe

Quraysh, Yehuda ibn, 2.4a

R, texto do tipo, 5.3, 1.4.5a, 1n57, 1n89

Radaq veja Qimḥi, David,

raiz, 5.1, 21.1, 21nl, glossário,

raízes, fracas, 1.6.3f, 2.2.1a, 5.1, 5.6b, 5n17, 7.4b, 11.1.2d, 20.3, 20n17, 21.2.3, 23.6.1d, 26.1.1,
27n1, 27n10, 29.4i, 31.1.1, 32.1.1c, 33.1.1b, 34.1d, 34n3, 35n10, 36n7

Ras Ibn Hani, 1.3.1e

Rashi, 2.3.1c, 2n19,

Rashi, escrita de, 1n56

Real, Inscrição do Mordomo, 19n13

reanálise, 13.6b

recíprocas, construções, 20.2n

redução, 6.4.1c

reto glossário; veja regens-rectum

redução

conjunção, 39.2.6b, 39n23


oração, 39n59

reduplicação, 5.2h, 5.5,

referência, 3.2.1b, 3.2.2c, 12.2, glossário

específica, 13.2a

específica, 13.2a, 13.4, 13.5.1b–c, 13.7b, 14.3.1b,

genérica, 13.2a, 13.5.1d, 13.5.1f,

particular, 13.2a, 13.4,

reflexivo, 11.2.10d, 16.4g, 20.2j, 20.2n, 21.2.2g, 21.2.21, 23.1e, 23.1g; veja também ação de
duplo-estado

não-Niphal, 23.4c

Reforma, 2.3.1, 13n2,

regens-rectum, 3.3.3, 9.1c, 12.1c, 14.3.1a, glossário,

regente, 12.1a, glossário

Reis

forma paragógica, 31.7.1a

gramática de 1Re, 1 1.4.2c

materiais sinóticos, 1.5.2e

relacional, termo, 11.1a, 11.2,

relativo veja também pronomes, relativos e orações, relativas,

pronome interrogativo / indefinido, 18.2c, 18.3e,

zh, 17.4.3

religião e gênero, 6.5.3

repetição veja também distributivo

justaposição, 12.5

demonstrativo, 17.3c, 7.4.2d,

enfático, 18.2b, 18n8,

substantivos, 7.2.3

numeral, contagem, 15.2.4b,


ressuntivo, pronome, 4.7b, 16.3.2c, 19.3, 19.4, 19.5, 32.2.1e, glossário

restritivas, partículas veja advérbios

resultativo, 20.2m, 23.1e, 23n21,

retórica, 3.3b, 11.2.13c

retórica, pergunta veja interrogativos

Reuchlin, Johannes, 2.3.1,

rhēma, 4.2.2d

ritmo, 39n74

Rödiger, E., 1.2d

Romance, línguas

como família, 2.5

gênero, 6.3.1c

história das, 1.2b

verbos, 20.2g

romanticismo, 6.2.2, 29.3

romeno, 1.2b

root patterning, 5n1

russo

gênero, 6.3.1e

número, 7.1e

semântica, 7.1c

verbos, 20.2g, 30.1a, 30n4,

Rute

datação, 1.4.2b

verbos, em diálogo, 31n51

Š (grau) veja Shaphel

Saadia Gaon, 2.1–2, 2n10


sacerdotais, textos, 1.3.3b, 1.4.2c, 1n40 11.2.6c, 17.5b, 17n14, 26.3b, 31n59

sacrifício, 6.5.3

Saltério

Galicano, 1.6.3k

Juxta Hebraeos, 1.6.3k, 1n78

preposições, 11.2.10d, 11n70

verbos, 29.5, 30.5.4d,

vocabulário, 40.2.3a

samaritano veja o hebraico, samaritano e ortografia, samaritano,

Samaritano, Pentateuco, 1.4.1, 1.5.3f, 9.8c, 10n28, 10n32, 10n46, 14n10, 14n12, 15n23,
17n22, 31n49, 35.5.1a, 35n52, 35n57, 37n27; veja também texto

Samaritana, escrita, 1n56

Samuel

ʾt em, 1Sm 1–8 10.3.1a

gramática de, 2 Sam 13 ad fin., 1.4.2c

materiais sinóticos, 1.5.2e

Samuel ha-Nagid, 2.2, 2n10

Sânscrito

dual, 7.3a

estudo do, 2.5a

escribas, 1.5.3c

sarcasmo, 3.3b, 34.4b,

Saruq, Menahem ibn, 2.1h, 2n10, 2.2.1a,

saudações, 40n3

Saussure, F. de, 2.5d, 3.1a, 3.2.1a, 3.3.2c, 3.3.5, 3.4a

schema etymologicum, 35.3.1b

Schröder, N. W., 2.4c

Schultens, Albert, 2.3.2c, 2.4, 3.1a


Sebir, 1.5.4d

Sefire Steles, 1.5.2c

Segundo Crônicas veja Crônicas

Segundo Samuel veja Samuel

Segundos Reis veja Reis

Semântica, pertinência, 3.2.3e

semântica, 3.2, 3n8, 4.2.2c, 10.2; veja também substantivos, semântica dos e verbos,
semântica dos

de negação, 24.3.1a, 24n35

semióticas, 3.2, 3.2.3a,

semítico, noroeste, 1.2b, 39.2.6c,

Semítico Noroeste Antigo veja Semítico, Noroeste, Antigo

semítico, noroeste, antigo, 1.3.1, 8.1b; veja também ugarítico e cananeu, Amarna

semítico, sul, 1.2b,

semíticas, línguas, 1.2, 2.2–2.5, 2n1, 3.1, 3.3, 3n8, 20n5

“clássicas”, 1.2b

acusativo, 10.1

advérbios, 39.3.1

artigo, 13n4

caso, 8.1

demonstrativo, 13n5

gênero, 6.2.2b, 6.3.1, 6.3.2, 6n3

genitivo, 9.8b

graus, 21n7, 23.1,

graus tD / Dt, 26.1.2

infinitivos, 35.1b

justaposição, 12.1f

marcadores do objeto, 10n26


numeral, 15n1

número, 7.1g

orações, 3.3c, 3.3.4

plurais, 7.4b

preposições, 11n102

relativo, 19n2

verbos, 29.1g, 29.3h, 29.3m, 29n53, 31.1.1, 33.1.2, 34.2.2a

sentido, 3.2.1b, 3.2.2c, glossário

Sepher Yeṣirah, 2.1b

Septuaginta, 1.5.3f, 1.5.4, 1.6.3k, 9.1c, 9.8c, 38.1c, 39.2.6c; veja também texto

Hiphils, 27n9

manuscritos, 1.6.4c, 1n89,

números, 7.4.3f

fonologia, 1.6.3b

preposições, 11n26

leitura, 28n4

semelhança, 12.2

seqüenciamento, verbal, 32.1.3,

Serābîṭ el-Khadem, 1.3.1d, 1.5.2g,

sérvio-croata, língua, verbos, 30n4

sexo veja gênero

Sextus Empiricus, 6.2.1a

Shaphel, 21n8, 21n34

Shema, 8.4.2g

shewa veja fonologia

shibbolet história de, 3.4e

sibilante glossário; veja fonologia


Sidon, 1.3.2b

signifiant glossário

significado, 3n10

signifié glossário

Silwan, Inserição de, 19n13

símile, 11n50

sinais, 3.2.1

sinais, língua de, 3n1

singular veja número

singulativo, 6.3.2f; veja também nomen unitatis

situação, 20n9, 29.6c, glossário

SNEA veja Semítico, Noroeste, Antigo,

solicitude, 27.5b

solução, 34.5.1a, 34.7b,

Somali, 1.2d

Sophist, 4n10

sofistas, 6.2.1a

sons, 3.2.1; veja também fonologia

sul-cananéias, línguas, 1.3.2b

Spinoza, Baruch, 2.3.1a

Stade, B., 2.5b

selos matrizes, 11n15

sujeito, 4.3, 4.4, 4.8, 8.3, 9.1a; veja também orações

composto, 4.4.1b

indefinido, 4.4.2

subjetividade, 31.1.1e, 31.1.1g,

subjuntivo, 20.2f, 31.1.1, 31.4a,


subordinado, 38; veja também orações, subordinadas,

subordinados, fala de, 3.4f

subordinativas, conjunções veja conjunção

subserviência, 3.3b

substância (sentido filosófico), 12.2b, 29.5e, 29.5h, 31.6.2a, glossário,

substantivo, 4.2.2, 4.4.1, 5.2h, glossário

substantivos, classe dos, 6.3.1

substantivas, frases, 4.4, 4.6.1a, 12.1a, 14.1b,

complexas, 10.4c

em k, 11.2.9

substantivos, 4.2.2, 4.4, 4.5c, glossário; veja também paradigmas,

substantivo

classe, 7.2.2

com preposições, 11.3.1

comum, 13.5

contagem, 6.3.1b, 7.1c,

massa, 6.3.1b, 7.1c

plural-invariável, 7.1d

primitivo, 5n1

substantivos, semântica dos, 7.1,

abstrações, 5.2, 5.3d, 5.5d, 5.6b, 6.3.2f, 6.4.2, 6.4.3a, 7.4.1c, 7.4.2, 13.5.1g

ação, 5.6c

adjetivos, 14.3.3

agricultura, 5.3c, 6.4.3a,

animais, 5.6f, 7.4.3, 13.5.1f,

apelativos veja apelativos

arquitetura, 14.3.1d, 25.3d,


artes, 25.3d

coletivos veja coletivos

cores, 3n30, 5.5a,

corpo, 11.2.1

cosmologia, 13.4b

defeitos, 5.4b

dias, 14.3.1d

diminutivo, 5.7b, 6.3.2f,

extensão, 7.4.1c

fenômenos naturais, 7.2.1c

fontes, 11n106

idade, 9.5.3b

instituições, 13.4b

instrumentos, 5.6b

legumes, 7.4.1b

localização, 5.6b, 11.2.6,

materiais, 12.1, 12.3c, 13.5.1g

medida, 7.3c, 12.3d, 13.5.1g,

membros, 15.4b

nomes de lugar, 6.4.1, 7.3d, 8.2, 11.2.6c, 13.4b, 11.5.1f, 13.6, 13n11

nomes veja nomes

numerais, vagos, 15.2.5a

ocupações, 5.2, 5.3, 5.4a,

pacto, 11.2.6

palavras de quantidade, 7.2.2

parentesco, 3n30, 9.5.1i

pares, naturais, 7.3


partes do corpo, 5.3a, 6.4.1, 6.4.3a, 7.3b, 7.4.1c, 9.5.1h, 11n38, 11n103, 27.4a, 27.4b

profissões, 5.2, 5.3, 5.4a, 37.2c,

qualidades, 5.4c, 7.4.2, 9.5.3b,

realeza, 14.5b

realia, 3n30

rios, 11n106

ruídos, 5.3f

sangue, 7.4.1d

singulativos, 6.3.2c, 6.3.2f, 6.4.2, 6.4.3,

social papel / unidades, 5.2d, 5.5b, 15n21

sons, 5.3f

substância, 13.3c–d

tempo, 7.3c, 10.4a, 13.5.2b, 19.6a,

termos figurativos, 6.4.1, 6.4.2,

títulos, 13.4b; veja também apelativos e nomes

verbosidade, 9n28

vestuário, 6.4.3a

substantivos, verbais veja infinitive

sudanesas, línguas, 6.3.1f

sufixo, 5.1b, 5.7a, glossário; veja também pronomes, pessoal

sufixo, conjugação de, 29.1, 29.3k, 30, glossário

com advérbios de tempo, 32.2.6b

com hyh, 32.2.7c

com infinito absoluto, 35.3.1b, 35.5.2,

com waw, 32

com waw-copulativo, 32.3

com waw-relativo, 321–2, 38.2b,


forma enérgica, 31n64

paragógica forma, 31n49

qatal, 29.1

verbos estativos, 30.5.3

wqatal, 29.1

wqataltí, 29.1h

wqatálti, 29.1h

sufixo, conjugação de, usos,

complexa, 30.5.1b

de sentido futuro, 31.6.2b

definida, 30.5.1b

fientiva, 30.5.1b

ingressiva, 30.5.1b

perfeita, 30.5.2, 37.7.1e,

perfectiva

acidental, 30.5.1e

adjetival, 30.5.3c

conestativa, 30.1d, 30.2.1b, 30.2.1c, 30.2.3, 30.5.1b, 30.5.3b,

de resalução, 30.4, 30.5.1d

durativa, 30.5.3c

epistolar, 30.5.1d

estativa, 31.3c

gnômica, 30.4, 30.5.1c, 30.5.3c, 31.1.1e, 31.3e,

habitual, 30.4

indefinida, 30.2.1b, 30.2.3, 30.5.3b, 30.5.3c,

instantânea, 30.5.1d, 31.1.1e, 31.3d,

performativa, 30.5.1d
persistente, 30.5.1c, 30.5.1e, 31.3b,

precativa, 30.5.4c

proverbial, 30.5.1c

recente, 30.5.1b

télica, 30.5.1b, 30.5.3b, 31.1.1e,

pretérita, 30.5.1b, 31.1.1e; veja também pretérito

volicional, de uso, 34.1d

waw-relativo

apódose, 3232.1b, 32.2.3b,

casus-pendens, 32.2.1e

com infinitivo absoluto, 32.2.5d

com infinitivo construto, 32.2.5c

com partícula, 32.2.5a–b

conseqüential

depois de forma prefixa, 32.2.1

depois de forma sufixa, 32.2.3

depois de forma volicional, 32.2.2

depois de orações sem verbo, 32.2.4

epexegético, 32.2.3

Simaco, 1.5.3f, 1.5.4b,

Sinagoga, rolo da, 38.1c

síncope, 3.3.1, 33.1.2, glossário,

sincronia, 1.4, 3.4,

sincronismo, 17.5b

sinestesia, 40n41

sinonímia, 5.6d

sinóticos textos, 1.4.1f, 1.5.2e, 31.1.1d, 35n57, 38.1h, glossário


sintagmas, 3.2.1, 3.3.3, 3.5, glossário

sintaxe, 3.3, 3.3.4, 37.2a

sintético (julgamento), 24n12

siríaco, 1.2b; veja também aramaico e Peshitta

demonstratives, 17n2

e hebraico, 2.4–5

graus, 21.1c

suaíle, 6.3.1f

sumeriano, 1.2c, 21n20,

fonte SNEA, 1.3.1b superlativo, 9n33, 11.211e, 13.5.2d, 14.3.3b, 14.5,

syndesmos, 4.2.2d

tabu, vocabulário, 26n1

tagmema, 3n19

talmude, 1.3.3c, 1.6.4c, 2n3,

e gramática, 2.1b

citado, 1.6.3h

partículas temporais, 18.1d, 18.1f, 18.4,

Tamim, Dunash ibn, 2.4a

tannaim, 1.5.4a

targums, 1.5.4b, 14n27,

tchecos, verbos, 30n4

tD (grau), 26.1

télico glossário

Tell el-Amarna veja Amarna

Templo, Rolos do (Cunrã), 37n27

tempo, 20.2v, 20.2d, 20.2e, 20.2g, 29.2, 32.1.3d, glossário,

tempora, 29.3f, glossário


tempus instans, 36.2.3g

Teodósio, 1.5.3f, 1.5.4b,

tertium quid, 11.2.9

Testamento, Novo veja Bíblia Cristã

tetragrama, 1.5.3e

texto, bíblico, 1.5, 1n44; veja também

texto bíblico e corrupção

texto (usado aqui)

Cairo Geniza, 23.6.1d

emenda, 9.8c, 19.5d, 25.4b, 27.3b, 38n28, 39.2.6c,

manuscritos massoréticos, 19.3c, 35.3.1f, 39.3.2a,

Pentateuco Samaritano, 9.8c, 10n32, 11.2.6c, 15n23, 17n22, 22n32, 31n49, 33.2.3a,
33.3.2a, 35n57,

Peshitta, 9.8c, 39.2.6a

Qumrã, 39.3.5e

Septuaginta, 1.6.3k, 9.8c, 14n4, 17.4.2e, 19.1a, 25n5, 39.2.6c,

versões, 11n59

Vulgata, 1.5.3k, 9.8c,

texto, tipos de, 1.5.3

textuais, problemas, 13.6b

textual, crítica, 1.5.3

textual, gramática, 38n10; veja também análise de discurso

teologia, 1.5.3e, 32.2.3; veja também heresia

e definitividade, 13.4b

e gramática, 2.3.2, 8.4.2g,

e numero, 7.4.3b

Tiberíades, 2.1e

Tiberiano veja massoretas


Tigrinia veja Etiópico

típicos, 12.2b, 12.3b,

títulos, 11n65

tempo, 19.3b, 19.6a; veja também substantivos, semântica dos, tempo

expressões de, 17.4.2b, 17.5b,

intitulação, 11n82, 17n18, 40n3,

referência de tempo, 30.4; veja também tempo

relações de, 20.1d, 20.2h,

t-infixo, grau, 21n34

títulos veja substantivos, semântica do, títulos

tolerância, 27.5c

tolerativo, 20.2n; veja também ação de duplo-estado

tópico, 4.3, 8.4.1b,

tópico-comentário, construção, 4.7, glossário; veja também nominativo absoluto

Torá veja Pentateuco

Tosefta, 1.3.3c

visita, 36.2.3d

transitividade, 10.1b, 10.2.1, 10.2.3a, 10.3.2, 10.4, 11.4.1, 20.1d, 20.2k, 20.21, 20.2o,
22.2.1d, 22.2.3, 22.4a, glossário

e voz

tradução, 3.3.4e, 3.5e, 9.4c, 10n7, 11n125, 12.1g, 13.5a, 29.1f, 29.2, 29n22, 30.3b, 30.5.3,
39.3.1d, 39.3.4b, 40n4

triconsonantal, raiz glossário

triptote, 8.1c

trisagion, 12n15

trivia, 2.2.3a

tipo de ação veja Aktionsart

tipologia, 1.4.2c, 3.3.5,


Tiro, 1.3.2b

turco

caso, 8.1

fonologia, 3.3.1

gênero, 6.3.1b

Tyndale, William, 13n2,

Udall, John, 2.3.2b,

ugarítico, 1.3.1e, 1n10, 1n15, 9n43, 29n62, 39.2.6c

caso, 8.1c

dual, 7n9

fonologia, 1.5.2f, 17n4,

forma enérgica, 31.7

graus, 21.2.3d, 21n34, 22.6, 26n1, 26n2,

he locale, 8.2d

história do, 1.3.2a

infinitivo absoluto, 35.2.1, 35.3.1a, 35n25,

mem enclítico, 9n43

morfologia, 7.4.3f, 10.5f, 17n4,

numeral, 15n11, 15n15, 29n9,

partículas, 38n19, 39.2.6c, 39n1–2, 39n31, 40n48

pronome indefinido, 18n3, 18n5,

preposições, 11.1.3, 11n2, 11n4, 11n5, 11n37, 11n61, 11n80, 11n96, 11n109, 11n116,
11n117, 11n126, 11n133

pronomes, 10n1, 16.2a, 16n3, 16n12, 16n14, 17n4, 19n19,

perguntas, 40n48

verbos, 22n17, 29.3e, 29.4e, 29.4h, 29n73, 30.5.4c, 31.1.1, 34n16, 38n17,

verso, 1.4.2d

vocabulário
ʾtr, 17n2

p (‘boca’), 5n1

p (‘e’), 32n9

spsg, 1n73

ytn, 22n19

Ugo de São Vítor, 2.3.1c

uniformização, 1.4. 1d, 1.5.3e, 1.6.2b, glossário,

universais da língua, 3.3.5

universal (filosófico), 12.2b

“universal, tempo”, 29.3 urartiano, 21n20

urbana, fala, 3.4f

urdu veja o hindi-urdu

valência, 10.2.1, glossário,

variação, lingüística, 1.4.1, 3.3.1, 3.4,

velares veja fonologia

verba dicendi veja verbos, semântica dos, verbos de locução

verbal, sistema, desenvolvimento, do, 22.2.2c, 22.2.3e, 23.2.2c, 24.1g, 26.1.3, 26.3a,

verbal, substantivo glossário; veja infinitivo

verbos, 4.2.2

e preposição frases, 11.1.3

estativos, 14.1c, 14.4c, 14.4d, 14.4f, 14.5d, 30.1, 30.2.3, 31.2b, 33.3.1b, 37.1b, 37.1e,
39.3.4g

existenciais, 32.2.6c

fientivo, 30.1, 30.2.3, 33.3.1b, 37.1b, 37.1e,

finito, 4.5b

formas, 20.1, 20.3,

neutro, 22.2.1a

raiz idéia, 35.3.1c, 35.3.1i,


verbos de:

ação comum, 23.4e em

ação hostil, 23.4e

alcance, 11.2.5f

artes, 25.3d

atividade mental, 4.4.1b

características, 22.4

choro, 11n37, 14.4c,

circunstância, 22.4

comando, 36.2.3d

combate, 23.4e

compromisso, 10.2.3c

conhecimento, 4.4.1b

consolidação, 11.2.5

construção, 25.3d

contagem, 4.4.1b

criação, 10.2.3c

desejo, 10.2.1h

emoção, 11.2.5f, 11.2. 13c, 22.2.3b, 22.4, 23.3c,

escuta, 11.2.10d

esforço, 24.2b físico, 24.5,

espera, 24.5b, 24n 39,

estado mental, 22.2.3b, 30.5.3,

expectativa, 24.2b, 24.3,

expressão vocal, 10.2.1g, 24.2b, 24.5,

extensão, 11.2.5f

fala, 10.2.3b, 11.2.4, 11.2.5f, 11.2.10d, 11.2.10g, 11.2.13g, 30.5.1d, 33.2.2b, 33.2.2d,
fazer, 11.2.4, 11.2.10d

golpeamento, 11.2.5f

governo, 11.2.5f

intimidação, 11.2.11d

morder, 24.3.3c, 24n37,

movimento, 9.5.2f, 11.2.7, 11.2.10d, 11.2.13b, 11.2.14c, 11.4.3d, 11n19, 27.2b, 34.5.1a,
35.3.2e, 37.3c

negociação, 11.2.4

nomeação, 10.2.3c; veja também nomes

oferecimento, 10.2.3b, 11.2.10d,

percepção, 22.2.3b

plantação, 10.2.3d

preenchimento, 10.2.1h, 11.2.5f,

procedimento judicial, 23.4e

qualidades, 22.4

realização, 33.2.2b

toque, 11.2.5f

uso, 10.2.1h, 10.2.3e

visão, 11.2.5f

verso glossário

abertura, 31n31

acróstico, 16n34

advérbios, 39.3.2a, 39n91,

aliteração, 13.6b

arcaico, 1.1a, 1.4.2d, 19.2c,

artigo, 7.2.2a, 13.7, 14n30,

assonância, 13.6b

cadeia construta, 9.3d


como conservadores, 3.4c

conjunções, 39.2.4, 39n4,

datação, 1.4.1b, 1.4.2b,

demonstrativos, 17.4.3d, 17n20,

diversidade, 1.4.1j

fonologia, 5.8c

gênero, 6.4.3a, 6n39,

genitivo, sintaxe, 9n39

graus, 26.3b

Hithpael, 26n8

jussivo, 34.3d

mem enclítico, 9.8

morfologia, 7.4b, 39n58,

negação, 34n6, 39n58,

partícula ʾt, 10.1

preposições, 11.1.2d, 11.4.2b,

pronomes relativos, 19.2b, 19.2d, 19.2g, 19n5,

título divino, 37n28

verbos, 23.4, 29.4i, 29.5, 31.1.1g–h, 31.3b, 31.3e, 31.7.1b, 31n47, 33.1.2, 33.2.1, 34.2.1a,
35.5.2d, 36.3.2, 37.3c, 37n30, 37n44

versículo glossário de

versos, divisões de, 38.1c

vetitivo, 34n6, glossário,

Vetus Latina, 1n78

Victorina escola veja Hugo de São Vitor

vocalização veja fonologia

vocativo, 4.7, 8.3a, 8.3d, 8n3, 8n11, 9.1a, 11n96, 19.4b, 40.2.4,. glossário; vocativo (cont)

veja também partícula enfática, lamed


e artigo, 13.5.2

com meu, 18.2e

vocálicas, letras veja matres lectionis

volicional, uso, 31.1.2, 31.5, 31.7.1b, 32.2.2, 33.4, 34, 35.3.1b, 39.2.2, 39.2.5b,

voluntaria (verbos), 22.2.1a

voz, 20.1d, 20.2j, 20.2o, 21.2.1c, 21.2.2, 22.2.1, glossário; veja também passiva

vogais veja fonologia

vulgaridade, 1.5.3e

Vulgata, 1.5.3f, 1.5.4b, 1.6.3k, 9.8c; veja também texto

waw (conjunção), 8.3b, 29.2c, 29.3g, 38.1a, 38.1f–h, 39,

ʿatīdī 29.2b

adversativo, 8.3b

apódose, 32.1.2, 32.2.1, 32n23,

conjuntivo-seqüencial, 39.2.2

conseqüencial, 29.5

conversivo, 29.2b, 29.3g, 32.1.1a, 32.1.3e

copulativo, 32.1.1

disjuntivo, 8.3b, 30.5.2b, 39.2.3,

enfático, 39.2.1b

epexegético, 39.2.4

explicativo, 39.2.1b

frasal, 39.2.1

haššārût, 29.2b

ḥibbûr, 29.2b

hippûk, 29.2b

indutivo, 29.2h

interoracional, 38.1f–h
intersentencial, 38.1f–h

macrossintático, 38.1f–h

oracional, 39.2.1

relativo, 29.3g, 29.5g, 31.1.1, 32.1.1, 33.1.2, 34.5.3b, 35.5.2c, 39.2.1d, 40.2.1c,

resultadvo, 29.2f

sucessivo, 29.3g, 32.1.1a, 32.1.3e

waw compaginis, 8.2e

Whorf, B. L., 3n38

Yiphil, 21n8, 21n27

Yiqtol, conjugação veja conjugação prefixo

Yqtl, conjugação veja conjugação de prefixo

Zacarias

pronomes, 16n12

verbos, 32.1.1d, 33.1.1c, 35.5.2b,

Zechariah ben ha-Kazzav, 1.5.4a

Zero-marcado veja ausência de marca

Índice de Autores

Aartun, K., 188n2, 637n19, 647n1, 648nn1–2, 655n26, 656n31, 657n36, 658n41, 659n48, 697,
710

Achtemeier, E., 108n44, 706

Ackroyd, P.R., 15n43, 706

Adams, L.L., 14, 14n38, 706

Adams, W. J., Jr., 14, 14n38, 706

Adelung, J. C., 97, 97n12

Aiken, D. P., 465n57

Albrecht, K., 95n1, 177n29, 697, 706


Aiken

Albrecht

Albrektson

Albright, W. F., 13n37, 17, 17n47, 17n49, 522n5, 706, 710

Allegro, J. M., 313n20, 332n9, 336n19, 337n21, 337n24, 338n26, 697

Alonso-Schökel, L., 675n4, 697

Althann, R., 210n84, 697

Altman, A., 710

Andersen, F. I., 24n70, 52n19, 76n13, 78, 78n16, 78nn18–19, 130, 130n12, 131n14, 135n22,
140, 140n8, 140n11, 162n1, 178n34, 250n23, 266n23, 312n18, 332n5, 356n20, 360n26,
648n2, 695, 697, 700, 703, 704, 705, 712.

Archer, G. L., Jr., 696

Aristar, A. M. R., 566n4, 712

Aronoff, M., 633n9, 703

Aronson, R. veja R. A. Berman

Avigad, N., 107n42, 706

Avishur, Y., 8n18, 199n38, 697, 706

Baker, D. W., 54n22, 198n31, 552, 522n13, 649n5, 653n18, 697, 700, 705

Balmes, A. de, 37

Bar-Asher, M., 708

Barnes, O. L., 460n25, 700

Barr, J., 4n2, 21n65, 23n69, 26nn73–75, 27n77, 28n79, 30n90, 31n1, 38n30, 39n35, 39n37, 40,
40nn38–39, 40n41, 41, 41nn42–44, 42n45, 42n47, 43nn53–55, 47n8, 54n23, 99, 99n22,
125n1, 199n38, 200, 200n42, 200n44, 201n46, 215n102, 302n45, 661n59, 697, 698, 699,
703, 706, 709

Bartelmus, R., 346n7, 477n96, 523n11, 700

Barth, J., 35, 91, 91n23, 467n65, 713

Barthélemy, D., 19n57, 20, 30n89, 706

Barthes, R., 45n3


Bauer, H., 456n3, 457n11, 466, 466n60, 467–68, 470, 471, 472, 473, 497, 545, 567n9, 700

Bauer, H., and P. Leander [BL], 42, 42n50, 84n2, 127n6, 332n3, 339n32, 351n4, 364, 364n7,
374n26, 376n38, 378, 379n3, 380n7, 396n2, 397, 397n6, 581n4, 589n35, 599n2, 614n10,
618n29, 695, 712

Baumgartner, W., 57, 695, 696

Bayly, C., 459

Bean, A. F., 428, 428nn15–16, 429, 429nn 19–22, 700

Beekman, J., 48, 48n13, 143n17, 706

Beeston, A. F. L., 130n12, 713

Begrich, G., 135n23

Bekkum, W. J. Van, 600n8, 709

Ben-Asher, M., 106, 106n39, 441n20, 697, 700

Bender, M. L., 5n3, 713

Bem-Hayyim, Z., 4n1, 703

Benveniste, E., 45, 45n2, 715

Bergsträsser, G., 5n3, 6n7, 28, 42, 42n46, 87n12, 126n4, 237n4, 255n1, 292n11, 352n7,
353n14, 378n1, 424n1, 480n2, 581, 581n3, 629n52, 713

———. [GB], 42, 42n51, 363n2, 369n18, 370n20, 373nn24–25, 374n26, 379, 379n4, 392n31,
392n33, 396n2, 407, 407n33, 467, 467n61, 472, 480n3, 497, 501, 501n13, 507n27,
513n35, 514n40, 523, 523n12, 526n23, 554n18, 557, 557n20, 582n13, 583n16, 591n44,
599n2, 602n13, 602n15, 603n17, 628n50, 695, 696

Berlin, A., 59n35, 706

Berman, R. A., 10n28, 353n11, 376n40, 709

Beyer, K., 84n2, 418n1, 656n31, 695, 712

Birkeland, H., 703

Bimbaum, S. A., 703

Blake, F. R., 459, 459n24, 467, 467n63, 483n7, 544n1, 589n35, 700

Blass, F., 137n1, 715

Blau, J., 5n4, 96n3, 177n29, 360n26, 360n34, 399n15, 568n12, 575n23, 656n31, 662nn64–65,
662n67, 674n12, 675n4, 695, 697, 700, 703, 706, 709
Bloch, A., 468n67, 700

Bloom, H., 570n14

Bloomfield, L., 715

Bloomfield, M., 58n31, 78, 78n20, 715

Boadt, L., 452n6, 705

Bobzin, H., 523

Bodine, W. R., 707

Boer, P. de, 210n86, 697

Bogaert, M., 168n13, 697

Boling, R. G., 59n36, 251n24, 705

Bolozky, S., 353n11, 709

Böttcher, F., 35, 374n26, 463, 494, 695

Botterweck, G. J., 695

Boyarin, D., 179n34, 712

Boyle, A. M. L., 428n14, 700

Bravmann, M.M., 567n9, 713

Brenner, A., 57n30, 85n5, 89n20, 699

Briggs, C. A., 41, 695

Brockelmann, C., 25n71, 28, 42, 42n46, 96n2, 98, 98n18, 102, 102n31, 104n37, 173n20,
215n102, 232n14, 292n11, 316n1, 321n12, 327n23, 351n4, 353, 353n10, 360, 360n29,
363nn1–2, 364, 365n8, 367n15, 380n7, 391, 391n30, 396n2, 457, 461n29, 464, 464n49,
465n53, 466, 466n58, 466n60, 467n64, 467n67, 471, 497, 501n12, 503, 503n21, 514,
514n42, 581n5, 581n9, 582n11, 589n36, 593n49, 599n2, 624n42, 695, 713

Brongers, H.A., 639n25, 652, 652nn16–17, 667n85, 684n48, 697

Brovender, C., 709

Bronno, E., 703

Brown, F., 41, 695

Brown, M.L., 684n48, 697

Brown, R.E., 206n64, 715


Browning, R., 36n19

Brugmann, K., 97n12, 100, 100n25, 715

Buccellati, G., 461n29, 480n2, 713

Buhl, F., 41, 696

Butler, C., 48n14, 715

Buttenwieser, M., 494, 494nn21–22, 494n25, 495, 705

Buxtorf, J., 459

Caird, G. B., 84, 85n3, 143n14, 228n4, 649, 649n7, 653n19, 699

Callow, J., 48, 48n13, 143n17, 706

Carmi, T., 10n26, 34n10, 709

Carmignac, J., 210n84, 580n2, 661n61, 709

Carrol, L., 142, 143n14

Childs, B. S., 11n30, 707

Chomsky, N., 47, 61–62

Chomsky, W., 4n1, 31nn1–2, 33n6, 34n10, 34n12, 34n14, 35, 35nn15–16, 36n21, 38, 38n29,
224n128, 359n25, 374n26, 424n2, 429n18, 459n19, 520n1, 696, 697, 709

Christian, V., 397n5, 713

Claassen, W.T., 399n15, 433n2, 439n14, 638n14, 697, 700

Clark, E. V., 10n28, 709

Clarke, E.G, 713

Clifford, R.J., 682n34, 705

Clines, D.J.A., 145n19, 150n29, 707

Coats, G.W., 322, 322nn14–15, 326nn20–21, 707

Coffin, E.A., 35n15, 709

Cohen, H.R., 699

Cohen, J.M., 707

Cohen, M.B., 78n17, 465n53, 703, 713

Cole, P., 709


Collins, C.J., 423n14

Collins, T., 199n37, 707

Comrie, B., 56n26,

Cowley, A.E. veja W. Gesenius, E. Kautzsch, e A. E. Cowley

Craigie, P., 190n8, 655n27, 705

Crenshaw, P., 321n13, 699

Crim, K. R., 645n37, 707

Cross, F.M., 15n43, 16n45, 17n50, 21n62, 24, 24n70, 159n46, 337n23, 703, 705, 707, 709

Crystal, D., 45n1, 715

Curtius, G., 464

Dahood, M., 140n8, 159n45, 160n49, 162n1, 190n8, 223n124, 291n9, 302n45, 326n22,
360n27, 495n27, 655n26, 697,699, 700, 705

Daniels, P.T., 42n46, 42n52, 89n18, 108n44, 348n14, 352n7, 699

Davidson, A.B., 268, 338, 339n28, 552n13, 553n15, 554, 554n19, 561n22, 613, 613n5, 621n38,
622n39, 624n43, 656n31, 656nn33–34, 681n32, 696

Davies, G.I., 360n34, 699

Debrunner, A., 137n1, 715

Degen, R., 399n15, 707

DeVries, S.J., 246n16, 310nn13–15, 313, 313n23, 314nn24–30, 707

Diakonoff, I.M., 351n4, 353n12, 713

Dietrich, M., 26n73, 188n2, 317n5, 710, 711

Dijk. H. van., 497n2, 700

Di Lella, A., 709

Dillmann, A., 353n14, 713

Dion, P. E., 177n28, 708, 709

Dobrusin, D.L., 497n2, 711

Dombrowski, B., 427, 427n10, 700

Donner, H., 712


Dotan, A., 712

Douglas J.D., 707

Driver, G.R., 367, 367n13, 367n16, 457n11, 461n29, 467, 467n62, 475n89, 545, 596n60, 649,
653n19, 700

Driver, S. R.

Duke, R. K.

Duran, P.

Eaton, J. H.

Ebeling, E., 711

Eissfeldt, O.

Eitan, I.

Elgin, S. H.

Ellenbogen, M.

Ellieger, K., 22n68

Elson, B., 52n19, 715

Emerton, J. A.

Engler, R., 43n56

Evans, C.F., 15n43, 706

Ewald, H.

Eytan, E., 709

Ezra, Abraham ibn, 36, 36n19, 633

Faber, A., 703

Farrar, F.W., 98n14, 715

Feldman, B., 461n31, 715

Fensham, F. C.

Fenton, T. L.

Finley, T. J.

Fishbane, M.
Fisher, W.

Fitzgerald, A.

Fitzmyer, J. A.

Fleisch, H.

Floyd, E. D.

Follis, E. R.

Forbes, A. D.

Fox, M. V., 10n25, 705

Frajzyngier, Z., 713

Frantz, D.G., 48n12, 715

Freedman, D. N.

Freilich, D., 711

Friedman, J., 38n28, 709

Friedrich, J, 712

Friedrich, P.

Fronzaroli, P.

Frye, R. M.

Gai, A., 593n48, 700, 709

Garbini, G., 697

Garr, W. R., 8, 8n20, 9n20, 84n2, 703, 712

Gaster, T.H., 10n23, 709

Gaynor, F., 45n1, 16

Gelb, I. J., 19n55, 715

Gell, P., 458n12, 460

Gerleman, G., 12, 12n32, 707

Gesenius, W. [veja, também, G. Bergsträsser for GB], 41, 42, 57, 98, 459, 463n38, 545, 696

Gesenius, W., E. Kautzsch e A. E. Cowley [GKC], 98, 109nn48–49, 110n50, 127n7, 137n3,
140n7, 158n41, 171n18, 177n29, 196n24, 208n74, 221nn120–21, 223n124, 224n130,
291n8, 339n31, 351nn 1–2, 325n5, 360n28, 360n31, 361n35, 363n1, 376n40, 380n8,
396n2, 397, 397n4, 419n2, 433n1, 435n5, 440n18, 461n28, 494n24, 511n32, 516n49,
516n51, 516n53, 516n58, 517nn63–65, 518n68, 565n3, 567nn6–8, 568n11, 584n21,
585n26, 589n36, 599n2, 613n3, 614n8, 614nn11–12, 615n14, 616n24, 619n32, 620n35,
628n51, 656n32, 661n59, 661n61, 681n32, 684n43, 696

Gevirtz, S., 90–92, 90n22, 91n24, 92n27, 697, 711

Gibson, J.C.L., 5n5, 8nn17–18, 703, 712

Gill, D., 697

Ginsberg, H.L., 26n73, 374n26, 494, 494n23, 700, 711

Ginsburg, C.D., 9n55, 703

Givón, T., 331n1, 709

Glass, J. T., 7n12, 711

Glinert, L. H., 188n3, 645n36, 666n84, 697

Goddard, B.L., 581n8, 584n22, 585n25, 589n34, 589n37, 591n43, 592n46, 595n55, 700

Godel, R., 46n5, 715

Goetze, A., 354, 354n 17, 396–99, 397n7, 415, 428, 700, 703

Goldbaum, F. J., 670n98, 697

Goldenberg, E., 709

Gordis, R., 665n81, 697, 707

Gordon, A., 625n44, 700

Gordon, C. H. [incluindo UT], 6nn8–9, 7n15, 13, 13n36, 127n7, 159n45, 162n1, 185n44, 188n2,
189n5, 190n8, 198n33, 209n80, 222n123, 273n4, 290n3, 291n6, 292n12, 307n10, 317n5,
351n4, 360n34, 370n19, 424n1, 463n41, 469n71, 494n22, 515n9, 584n19, 599n3, 648n2,
697, 707, 711, 713

Goshen-Gottstein, M. H., 22n67, 38n28, 39n36, 43n53, 131n16, 331n1, 351n3, 353, 353n10,
353n12, 353n14, 354n16, 359n25, 635n14, 648n1, 700, 705, 706, 709, 713

Gottlieb, H., 517n63, 697

Gottwald, N.K., 11n30, 281n21, 707

Goulder, M.D., 203n50, 705

Greenbaum, S., 716

Greenberg, J.H., 45n1, 56, 56nn26–27, 57n30, 58n31, 58n33, 61n38, 83n1, 713, 715
Greenberg, M., 151n31, 271n30, 353–55, 353n14, 397n3, 475n91, 613, 614n7, 679n22, 696,
697, 705

Greenfield, J.C., 220n117, 567n9, 697, 700

Greenslade, S.L., 38n31, 236n2, 709

Greenspahn F., 36n19, 709

Greenstein, E.L., 31n1, 38n28, 59n35, 93n30, 470n73, 514n38, 514n38, 517n63, 700, 703, 707,
709

Gregersen, E.A., 101n27, 715

Greive, H., 39n36, 709

Grimme, H., 545

Gröndahl, F., 711

Gross, W., 76n13, 131n15, 163n4, 470n75, 498, 498n8, 546, 546n6, 657n38, 684n45, 700, 707

Grossberg, D., 87n13, 707

Gruntfest, J., 38n30, 709

Guenter, A.R., 14n37, 707

Gunkel, H., 472

Hackett, J., 8nn 19–20, 332n2, 712

Hailperin, H., 39n33, 709

Ha-Levi, Japheth, 458

Hall, B., 38nn31–32, 39nn36–37, 40n38

Halliday, M.A.K., 46, 61, 61n37, 78n16, 343, 343nn1–2, 344n3, 715

Hammershaimb, E., 581, 581n7, 582n14, 584n20, 585n25, 595nn56–57, 595n59, 596n60, 700

Ha-Nagib, Samuel, 35, 36

Harper, W.R., 696

Harris, R.L., 696

Harris, Z.S., 8, 260n 11, 580n2, 703, 712

Hartman, L.F., 191n11

Hartmann, M., 360n34


Haugen, E., 58n31, 715

Haupt, P., 363n1, 467n66, 715

Hayyuj, Y., 34–36

Held, M., 379n4, 470n75, 498, 498n4, 501, 684n48, 701, 707

Herder, J.G von, 97, 97n12, 458n16, 461, 462, 463

Herdner, A., 711

Hetzron, R., 210, 279n14, 469n73, 712, 713

Higgins, A.J.B., 707

Hill, A.E., 14n40, 705

Hillers, D.R., 77n15, 402–3, 402n24, 438n14, 489n17, 682n33, 697, 699, 701, 705

Hjelmslev, L., 45, 45n3, 715

Hoberman, R.D., 134, 276n9, 712

Hockett, C.F., 101, 101n28, 715

Hodge, C., 5n3, 349n15, 714

Hoecke, W. Van, 716

Hoffer, V., 696

Hoftijzer, J., 517, 125n1, 130n12, 178n32, 185n46, 462n36, 475n88, 516–17, 516n48,
516nn50–51, 516nn54–59, 517nn60–62, 522n9, 635n15, 697, 701, 707, 712

Holladay, W.L., 291, 249n22, 302n46, 327n27, 359, 359n23, 404n26, 410n38, 443n28, 485n10,
518n67, 576n27, 641n28, 670n98, 679n22, 683n40, 683n42, 696, 705

Holtz, B.W., 31n1, 709

Hospers, J.H., 518, 54n23, 58n32, 707, 714

Householder, F.W., 715

Huehnergard, J., 7n14, 119n11, 127n5, 211nn92–93, 211nn95–96, 368n17, 424n2, 470n73,
480n2, 517n63, 566n4, 637n22, 638n23, 701, 711, 712, 714

Huesmam, J., 520n2, 581n9, 593n49, 595n56, 701

Huffmon, H.B., 711

Hughes, J.A., 215n102, 457, 46”, 462n36, 469n72, 485n11, 701

Hughes, S.F.D., 62n40, 715


Humboldt, W. von, 47

Hummel, H. D., 159n45, 698

Hurvitz, A., 12n31, 14n40, 705, 707

Hymes, D., 58n31

Ibrahim, M.H., 95n1, 96n4, 97n9, 97n11, 98, 98nn13–15, 98n19, 99nn20–21, 100nn24–25,
101n28, 102n34, 103n35, 104n36, 109nn46–47, 715

Irsigler, H., 66n2, 696

Isbell, C.D., 93n30, 703

Izre’el, S., 698

Jackson, J.J., 190n8

Jackson, K.P., 580n2, 712

Jagersma, H., 566n5, 705

Jahn, J., 545

Jakobson, R., 46n5, 100n26, 397n8, 474n86, 476n96, 715

Janãh, Jonah ibn, 35, 36, 37

Janssens, G., 96n2, 714

Janzen, J.G., 135, 135n21, 135n24, 665n81, 705

Janzen, W., 681n32, 699

Jean, C.-F., 522n9, 712

Jellicoe, S., 706

Jenni, E., 400n17, 401n21, 418, 419n2, 420n6, 421, 421n9, 426n7, 696, 701, 707

———. [LHS], 192n16, 208n77, 216n106, 379, 379n6, 485n11, 489n16, 489n18, 516n59,
518n68, 523–25, 523n12, 524n16, 584, 584n18, 585, 585n23, 600n9, 603n22, 604n23,
606n29, 613n4, 637n20, 696

———. [Das hebräische Piʻel], 354, 354n17, 396n1, 398n11, 399n12, 399n15, 400n16, 400n18.
403n25, 404nn27–28, 405n29, 407n32, 408n34, 409n35, 410n37, 410n39, 411nn41–43,
412nn44–46, 415n51, 416nn52–54, 421, 421n10, 428, 433–35, 433n2, 434n4, 435nn5–6,
701.

Jespersen, O., 142, 143n14.


Johnson, B., 28n80, 456n4, 456n57, 521n4, 523, 523n11, 524n14, 525–26, 525n17, 526nn21–
22, 541, 541n42, 701.

Jones, G L., 38n28, 709

Jongeling, B., 576n25, 666n82, 669n91, 680n25, 698, 699.

Joüon, P., 98, 98nn16–17, 170n14, 178n32, 244n10, 250n23, 251n25, 256n2, 259n7, 292n13,
308n11, 311n16, 317n4, 320n9, 332n6, 333n10, 334n11, 339n29, 339n32, 351n2, 360,
360n28, 363n3, 374n26, 380n7, 389, 389n25, 390n26, 396n2, 425n5, 436n10, 455n2,
477n97, 487n12, 489n18, 503n19, 507n27, 513n36, 522n10, 523, 523n12, 525n20,
526n23, 564n1, 565n2, 567n6, 571n17, 585, 585n23, 585nn25–26, 589, 589n37, 590n42,
591n44, 599n2, 603n18, 608n33, 611n39, 623, 623n40, 629, 629n52, 636n17, 638n24,
641n28, 654n20, 656nn31–32, 659n35, 659nn52–53, 660n58, 662n62, 665n81, 674n1,
679, 679nn18–19, 679n21, 679n23, 680nn24–25, 680n28, 681nn30–32, 684n45, 684n47,
696, 698.

Kahle, P., 21, 28

Kaiser, B.B., 707

Katzenstein, H.J., 334n13, 699.

Kaufman, S.A., 9n23, 58n34, 276n9, 703, 706, 712.

Kautzsch, E. veja, W. Gesenius, E. Kautzsch, and A.E. Cowley

Kedar, B., 47n8, 699

Kedar-Kopfstein, B., 85, 85nn4–7, 86, 87, 86n8, 86n10, 614–15, 614n13, 615n15, 615nn18–20,
619, 619n31, 701.

Keenan, E.L., 62n41.

Keller, C.-A., 51n18, 707.

Khan, G. A., 165n10, 177n26, 179n34, 714.

Kipsrsky, P., 593n48, 716.

Kitchen, K.A., 12n32, 17n48, 26n73, 707

Kittel, B. P., 696.

Kittel, R., 22n68.

Klein, J., 710.

Knauf, E.A., 22, 22n66, 703.

Knudtzon, J.A., 466n59, 711.


Koehler, L., 57, 696.

König, E., 42, 42n49, 383n11, 465, 545, 615, 615n16, 620, 620n36, 620n36, 624n43, 696.

Kooij, G. van der, 8n19, 712

Krahmalkov, C.R., 178n31, 529n26, 610n35, 698, 701, 711, 712.

Kress, G. R., 46n6, 61n37, 61n39, 716.

Kropat, A., 178n32, 184n37, 514n43, 593n50, 696.

Krotkoff, G., 179n34, 712.

Kugel. J., 652n17, 665n81, 707.

Kuhn, K.G., 709

Kurylowicz, J., 475n93, 714

Kustár, P., 464, 464n47, 474, 474n87, 475n88, 498n5, 544, 545n3, 701.

Kutscher, E. Y., 4n1, 374n26, 703, 707, 709, 712, 714.

Kutscher, R., 4n1.

Labrat, Dunash ben, 34

Labuschagne, C. J., 663n73, 675n5, 698

Lagarde, P. de, 21, 21n61, 706

Lambdin, T. O., 67, 127n5, 237n4, 317n4, 351n2, 360n34, 363n3, 374n26, 374n28, 379, 379n5,
385, 386n21, 387n23, 388n24, 396n1, 399n12, 429n18, 436n12, 441, 441n19, 451n5, 464,
464n46, 493, 493n20, 506n25, 517n63, 523, 523n12, 525, 525n20, 533–34, 533n34,
536n37, 554, 554n17, 571n17, 577n32, 578, 578n35, 614, 614n9, 616, 617n25, 636,
636n16, 636n18, 638n23, 650, 650nn8–11, 651n14, 652n15, 675n7, 676n12, 684, 684n43,
696, 698, 701, 703.

Lambert, M., 373n26, 379n4, 391n28, 392–93, 392nn31–32, 393nn34–35, 498n8, 696, 701.

Lampe, G.W.H., 707

Lande. I., 326n21, 707

Landes, G.M., 705

Landsberger, B., 348n14, 466n59.

Langendoen, D.T., 100n24, 716.

Lapide, P., 38n28, 709.


Leander, P. veja, H. Bauer and P. Leander

Lee, S., 460–61, 463, 477.

Leech, G., 716.

Leemhuis, F., 354n17, 399n15, 714.

Leeuwen, C. van, 637n19, 642n30, 643n33, 698.

Lemaire, A., 7n12, 707, 711.

Lenhard, H., 666n82, 698.

Leon, J. M., 9, 37n25.

Levi, J., 696.

Levin, S., 599n8, 696, 703.

Levine, B., 43n54, 233n15, 402n23, 699.

Lévi-Strauss, C., 56, 716.

Levita, E., 37, 40, 459.

Lisowsky, G., 696.

Loewenstamm, S., 596n60, 701.

Longacre, R., 53, 53n20, 705, 716.

Loprieno, A., 477n96, 520n1, 701, 714.

Loretz, O., 26n73, 188n2, 317n5, 699, 710, 711.

Lund, J. A., 278n12, 712.

Lusted, M., 716.

Luzzato, S.D., 43, 43n54.

Lydall, J., 716.

Lyons, J., 47n10, 61, 62n40, 72n12, 78n21, 97n5, 112n1, 125n2, 163n5, 229n7, 290n1, 346n7,
356n20, 364n6, 366n12, 383, 384nn12–13, 430n23, 716.

Maag, V., 545, 545n4, 701.

McBride, S.D., 659n49, 705.

McCarter, P. K., Jr., 211n88, 216n104, 281n21, 339n30, 672n106, 705, 706.

McCarthy, D. J., 606n29, 624n41, 625n45, 675n4, 676, 676n11, 678n17, 698.
McCarthy, J.J., 714.

McCarus, E.N., 346n8, 367n16, 714.

McDonald, J., 178n32, 698, 707.

McFall, L., 31n1, 34, 34n13, 455n1, 456nn3–4, 457, 457nn7–10, 458nn12–14, 458n18, 459,
459nn20–23, 460, 460nn25–27, 461n30, 461n32, 463, 463nn37–40, 464, 464n42, 464n45,
464n48, 465, 465n54, 465nn56–57, 466nn59–60, 467n62, 467n66, 475n92, 477n97, 501,
501nn14–15, 504, 504n23, 505n24, 513n37, 544, 544n1, 552n14, 567n9, 576n29, 701.

Malinowski, B., 61.

Malone, J.L., 632n2, 703, 704.

Mandelkern, S., 696.

Marcus, D., 467n62, 596n60, 701, 711.

Magalit, B., 26n73, 711.

Marrow, S.B., 707.

Martin, M., 18, 18n53, 709.

Martin, W.J., 59n36, 552, 552n13, 680n28, 701, 705, 714.

Martinet, A., 47n11, 64n1, 66n4, 612n1.

Martinez, P., 40.

Mathews, K.A., 19n56, 704.

Matouš, L., 398n10, 715.

Matthiae, P, 6n8, 714.

Mauchline, J., 696.

Mazars, P., 426n8, 429n22, 701.

Meek, T. J., 638n24, 653n19, 701, 707.

Meillet, A., 58n31.

Mendenhall, G.E., 7n11, 281n21, 705, 711.

Merwe, C.H.J. van der, 31n1, 627n49, 701, 709.

Mettinger, T.N.D., 90, 90n21, 399n15, 468n67, 470n74, 477n96, 699, 701.

Meyer, R., 4n1, 42, 42n52, 49n15, 178n32, 190n8, 467n67, 468n67, 467nn72–73, 477n96,
498n6, 584, 584n20, 599n3, 608n32, 696, 698, 699, 701, 703, 709, 710.
Michaelis, J.D., 41

Michel, D., 95n1, 113n4, 457, 457n8, 461, 466, 470–74, 470nn74–76, 471nn77–79, 472nn80–
83, 473n84, 475, 476, 497, 499, 499n10, 511, 511n33, 523, 523n11, 546, 546n5, 548–49,
548n8, 549n9, 696, 701.

Michel, W., 326n22, 705.

Milgrom, J., 710.

Miller, C.H., 604n24, 701.

Miller, P.D. Jr., 211n96, 395n38, 530n28, 565nn2–3, 698, 705.

Morag, S., 21n64, 29, 29n86, 30n90, 576n29, 704, 710.

Moran, W.L., 7n10, 127n9, 365n9, 469n71, 480n2, 497n2, 521–22, 522nn5–8, 564n1, 567n8,
568n12, 573, 573n19, 576, 576n26, 596n60, 707, 710, 711.

Morrow, W.S., 713.

Mosca, P., 621n38.

Moscati, S., 42n46, 89n19, 306n2, 351n4, 353, 363n3, 378n1, 386n22, 464n44, 567n9, 599n2,
714.

Moule, C.F.D., 143n15, 716.

Muilenburg, J., 665n81, 675n4, 698, 708.

Mulder, M.J., 640n27, 666n82, 698.

Müller, H.-P., 356n20, 701.

Münster, S., 40.

Muraoka, T., 130n12, 131n15, 147n23, 163n6, 165n9, 166n11, 177nn29–30, 180, 180n35,
184n37, 208, 208nn74–76, 291n5, 293n17, 293n20, 294nn21–22, 295n23, 296nn24–25,
297, 297n26, 298nn30–31, 299n33, 299n35, 300nn37–38, 300n40, 301n41, 301n44,
584n21, 585n25, 593n52, 660n58, 662n63, 663nn72–73, 669n90, 670n98, 672n103,
675n6, 698, 701, 705, 708, 713.

Murtonen, A., 704.

Nakarai, T.W., 324n17, 696, 699.

Naveh, J., 19n55, 273n3, 704.

Niccacci, A., 135n23, 475n91, 564n1, 635n15, 675n4, 701.

Nida, E., 45n1, 46n7, 47n8, 708, 716.

Nyberg, H.S., 84n2, 350n17, 656n31, 657n39, 696.


Oberhuber, K., 130n12, 705.

O’Connor, M., 17n50, 26n73, 58n34, 59n35, 67n7, 76n13, 90n22, 93n30, 131n15, 137n2,
139n6, 140n12, 155n36, 157n40, 160n48, 162n2, 178n31, 204n55, 211n96, 222n123,
223n124, 293n18, 339n31, 397n8, 494n22, 596n60, 607n30, 616n22, 633n9, 644n34,
645n37, 652n17, 668n87, 699, 704, 708, 712, 713.

Ogden, G.S., 475n91, 701.

Olmo Lete, G. Del, 711.

Olshausen, J., 42, 42n47, 696.

Orlinsky, H.M., 577n31, 577n33, 599nn4–7, 699, 701, 704.

Palmaitis, M., 96n3, 714.

Palmer, F.R., 47n9, 99, 99n23, 716.

Paper, H.H., 716.

Pardee, D., 7n12, 8n17, 188n2, 189nn4–5, 190n8, 191, 191nn10–12, 192n14, 192n17, 193n19,
196nn24–25, 197nn28–30, 198n32, 198n34, 199nn36–37, 205n60, 206n61, 206nn63–64,
207n72, 208n73, 211n96, 215n103, 217nn108–9, 219n116, 220n117, 222n122, 223nn125–
26, 224n128, 224n130, 225nn132–35, 346n7, 489nn16–17, 636n17, 701, 702, 708, 711.

Parfitt, T.V., 10n27, 710.

Pedersen, J., 465n53.

Pei, M.A., 45n1, 716.

Pellicanus, C., 39, 39n37.

Penar, T., 223n124, 705.

Pettinato, G., 6n8, 28n79, 714.

Petuchowski, J.J., 710.

Pickering, W., 53n20, 54, 716.

Pickett, V.B., 52n19, 715.

Pike, K. L., 52n19.

Polotsky, H.J., 497n3.

Polzin, R., 10n25, 12, 12n31, 14, 14nn39–40, 178n32, 184n37, 278n12, 288n31, 333n10,
335n15, 539n39, 553n16, 576n30, 580n2, 583n17, 593n50, 594n54, 603n22, 708.

Pope, M. H., 655n28, 681n32, 705.


Porten, B., 5n5, 713.

Postal, P. M., 76n14, 716.

Powell, M.A., 279n14, 714.

Priebatsch, H.Y., 480n2, 704, 714.

Pritchard, J., 16n46, 708.

Puech, E., 7n13, 704.

Qimhi, D., 31n1, 36, 36n20, 39, 359, 429n18, 459, 464, 513, 520, 552.

Qimron, E., 9n23, 93n31, 177n28, 200n42, 278n12, 292nn15–16, 302n46, 391n27, 324n2,
358n17, 526, 526n24, 544n1, 576nn29–30, 580n2, 604n24, 608n32, 609n34, 610n36,
618n27, 702, 710.

Quirk, R., 612n2, 656nn29–30, 662n64, 683n38, 716.

Quraysh, Yehuda ibn, 40.

Rabin, C., 4n1, 12n31, 13, 13n35, 28n79, 36n19, 42n47, 126n4, 352n8, 422n13, 514n38,
680n28, 681n32, 699, 710, 714.

Rabinowitz, I., 9n21, 37n25, 513, 514n38, 702, 710.

Rainey, A.F., 192n15, 469n71, 469n73, 470n73, 497n3, 498n8, 515n44, 517n63, 518n69,
567n6, 698,702, 711.

Rashi, 39.

Ratner, R., 101n30, 497n2, 699, 702.

Reagan, C., 45n1, 47n11, 48n14, 716.

Reider, A., 585n26, 702.

Rendsburg, G. A., 6n8, 14n40, 159n45, 648n2, 705, 713.

Reuchlin, J., 38, 38n31, 39, 40.

Revell, E. J., 21n64, 29, 29n82, 29nn86–89, 59n21, 463n41, 468n67, 469n73, 520, 521n3, 540,
540n40, 544n2, 565n3, 567n29, 632n2, 649n6, 650n10, 702, 704.

Richardson, R.D., 461n31, 715.

Richter, W. [incluindo GAHG], 45n1, 54n24, 57n28, 66n2, 67, 67n8, 68n9, 79n22, 84n2, 125n1,
130n12, 143n17, 226n1, 236n2, 272n1, 324n17, 346n7, 353n11, 469n73, 635n12, 635n15,
675n4, 683n37, 696, 704, 705.

Ricoeur, P., 48.


Riekert, S., 583n17, 585, 585nn23–24, 585n27, %589n34, 589n36, 589n38, 590n41, 702.

Riemschneider, K. K., 398n10, 714.

Ringgren, H., 695.

Robertson, D. A., 14, 14n41, 15n42, 59n35, 498, 498n7, 708.

Robins, R. H., 66n3, 66nn5–6, 97nn6–8, 261n18, 290nn1–2, 366, 366n12, 612n1, 716.

Rödiger, E., 41, 463n38.

Rodríguez, C. Del Valle, 710.

Rölling, W., 712.

Rosén, H. B., 10n28, 292n12, 346n7, 469n73, 708, 716.

Rosenberg, H., 95n1, 708.

Rosenblatt, S., 32n3, 710.

Rosenthal, F., 5n6, 237n4, 273n6, 286n27, 320n9, 337n24, 515n47, 713.

Rössler, O., 467n67, 702.

Roth, N., 36n19, 710.

Rubinstein, A., 702.

Rubinstein, E., 404n25, 595, 595nn56–58, 702.

Rudolph, W., 22n68

Ruhlen, M., 5n3, 42n45, 716.

Rundgren, F., 332n2, 351n3, 398n10, 476n96, 477n96, 480n2, 702, 714.

Ruskin, J., 570n14, 716.

Ryder, S. A., II 354n17, 396n1, 399, 399nn13–15, 400nn18–20, 404n28, 405, 405n29, 409n35,
411n41, 414–15, 414n50, 419n3, 429n18, 702.

Saadia Gaon, 31–34, 43.

Sabar, Y., 179n34, 713.

Saénz-Badillos, A., 710.

Sakenfeld, K.D., 88n16, 699.

Sampson, G., 704.

Samuelson, N.M., 31n1, 710.


Sanderson, J.E., 12n33, 706.

Sammartin, J., 26n73, 711.

Sapir, E., 61n38, 399n15.

Sarfatti, G. B., 708.

Sarna, N. M., 15n44, 20n60, 698, 706.

Saruq, M. ibn, 34.

Saussure, F. de, 43, 44–46, 46n5, 55–56, 58, 716.

Sawyer, J. F. A., 47n8, 396n1, 399n15, 467, 467n64, 696, 699, 702.

Saydon, P. P., 154n33, 178n32, 268n26, 698, 699, 702.

Schenker, A., 706.

Schmid, W. P., 66n4, 67n8, 236n2, 272n1, 349n15.

Schmitz, P. C., 596n60.

Schneider, W., 54–55, 54n23, 458n12, 475n91, 634, 634n10, 696.

Scholze, J. S., 544.

Schoors, A., 635n13, 665n81, 698.

Schramm, G. M., 704.

Schroder, N. W., 41, 460, 477.

Schultens, A., 40–41, 44, 544.

Schulz, A. O., 523, 523n13, 702.

Schweizer, H., 125n1, 163n4, 698.

Scott, W. R., 708.

Scullion, J. J., 106n39, 699.

Segal, M. H., 10n25, 93n31, 158n42, 178n33, 188n2, 194n20, 221n119, 248n18, 260n11,
292n12, 307n8, 332n7, 347n11, 458n17, 567n9, 600nn8–9, 625n44, 684n44, 710.

Segert, S., 346n7, 349n16, 353n11, 467n64, 702, 711, 712, 713.

Sellin, E., 619, 619n31.

Seow, C. L., 696.

Sheehan, J. F. X., 463n41, 72


Silva, M., 47n8, 699.

Silverman, M. H., 467n64, 702

Sivan, D., 711.

Skehan, P. W., 708.

Skoss, S. L., 31n2, 710.

Smalley, B., 39, 39n34, 710.

Smith, J. M. P., 696.

Snaith, N. H., 670n95, 698.

Soden, W. von, 188n1, 190n9, 191n13, 210n85, 272n1, 273n4, 291n7, 319n8, 386n22, 398,
398n10, 405, 405n31, 427nn11–12, 461n29, m468n69, 714.

Soggin, J. A., 360n34, 429n18, 435n7, 662n63, 708.

Soisalon-Soininen, I., 196n26, 605n26, 698, 702.

Sola-Solé, J. M., 580n1, 714.

Sparks, H.F.D., 20n58, 27n76.

Speiser, E. A., 59n36, 102, 102nn32–33, 108n43, 109n45, 277n10, 426–28, 427n9, 427n13,
428n17, 429n18, 435nn7–8, 439n16, 699, 702, 714.

Sperber, A., 25n71, 137n3, 143n17, 177n27, 358–59, 358n22, 359n24, 398n11, 457, 462–63,
462nn33–35, 581n6, 595n56, 684n45, 696.

Spinoza, B., 38, 696.

Sperling, S. D., 708.

Stade, B., 42, 42n48, 472, 696

Steiner, R. C., 211n92, 302n46, 637n22, 698, 704, 715.

Stern, N., 10n28, 702.

Stewart, D., 45n1, 47n11, 48n14, 716.

Stinespring, W. F., 153n32, 699.

Storr, G. C., 544.

Stroumsa, S., 35n15, 710.

Strugnell, J., 704.

Sutcliffe, E., 191n11, 698.


Svartvik, J., 716.

Swiggers, P., 31n1, 38n28, 57n30, 58n31, 62n40, 64n1, 66n4, 66n6, 68n10, 191n12, 290n3,
469n71, 612n1, 698, 699, 710, 711, 712, 716.

Talmon, S., 15n43, 18, 18n51, 20n58, 706, 709.

Talstra, E., 54, 54n23, 458n12, 489n17, 564n1, 634n10, 666n82, 698, 708.

Tamim, Dunash ibn, 40.

Tene, D., 31nn1–2, 32–35, 32nn4–5, 33nn6–7, 33n9, 34n11, 34n14, 35nn15, 16, 36nn17–18,
36n20, 37, 37n22, 37nn24–27, 38n28, 38nn31–32, 40n38, 40n40, 353n13, 710.

Thacker, T. W., 457, 467n67, 702.

Thomas, D. W., 154n33, 268n26, 269n28, 699.

Thorion, Y., 190n8, 710.

Tobi, Y., 34n10, 710.

Tov, E., 20n58, 22n68, 436n9, 702, 706, 708.

Trible, P., 108n44, 301n42, 708.

Tromp, N. J., 567n6, 698.

Tsumura, D. T., 382n10, 702, 708.

Turner, W., 461, 465–66, 465n57, 473, 504.

Twain, M., 100, 100n24.

Twersky, I., 37n23, 710.

Tyndale, W., 236n2.

Udall, J., 40.

Ullendorff, E., 237n4, 698, 708.

Ungnad, A., 125n1, 350n17, 398n10, 696, 715.

Vanoni, G., 539, 539nn39, 702.

Vereet, E., 711.

Vetter, D., 54n23, 708.

Voigt, R.M., 352nn7–8, 353n14, 715.

Vos, C., 108, 108nn43–44, 708.


Wächter, L., 360n34, 702.

Wagner, M., 708.

Waldman, N. M., 42n47, 468n68, 710.

Walker, N., 178n32, 698.

Wallace, C., 648n2.

Walter, J., 54n23, 708.

Watke, B. K., 12n33, 13n34, 15n44, 18n52, 20nn58–59, 21n63, 156n38, 159n47, 177n28,
185n46, 593n50, 682n33, 696, 705, 706.

Watson, W. G. E., 106n39, 109n45, 708.

Watts, J. D. W., 593n51, 702.

Watts, J.W., 465n53, 702.

Waugh, L.R., 46n5, 397n8, 715.

Weber, O., 711.

Wechter, P., 710.

Weinberg, W., 8n16, 599n8, 704, 708.

Weingreen, J., 150n30, 397n3, 467n62, 475n91, 696, 698, 702.

Werlich, E., 634n10, 716.

Wernberg-Moller, P., 702.

Wesselius, J. W., 573n20, 713

Westermann, C., 696.

Wevers, J. W., 704, 708.

Wexler, P., 4n1, 710.

Wheeler, S. B., 360n34, 428n14, 697, 702.

Whitehed, J. D., 708.

Whiting, R.M., 489nn16–17, 711.

Whitley, C. F., 224n128, 660n58, 698.

Whitney, G. E., 661n59, 698.

Whorf, B. L., 61n38.


Whybray, R. N., 11n30, 705.

Wickes, W., 29, 29n83, 704.

Williams, R. J., 338, 338n27, 363n4, 374n26, 376nn38–39, 433n1, 475n91, 514n44, 517nn63–
64, 518n68, 567n6, 589n35, 637n18, 642n30, 644n34, 654n21, 668n89, 670n93, 697, 702.

Wilson, A. M., 177, 178n31, 698.

Winter, N. H., 6n8, 159n45, 713.

Wright, W., 98, 98n15, 227n3, 231n10, 326n2, 468n70, 502n17, 515n45, 573n20, 593n49,
655n25, 715.

Yeivin, I., 28n81, 29, 29nn84–85, 33, 33n8, 632n1, 633, 633nn3–8, 704.

Yellin, D., 360, 360n33, 702.

Young, G. D., 545.

Zaborski, A., 715.

Zevit, Z., 302n45, 461n28, 470n73, 661n59, 698, 703.

Zimmerli, W., 705.

Zuber, B., 458n17, 459n22, 489n18, 703.

Índice de Palavras Hebraicas

‫ָאב‬ 6.1c, 6.3.2b, 6.5.1a, 8.2c

‫אבד‬ 24n1, 24n15, 27.1d

‫אֹבֵּד‬ 5.2d†

‫אבה‬ 35.5.4b, 36.2.1d

‫ָאבֹות‬ 6.3.2b

‫ֲאבִי‬ 40n26

‫ֲאנִי ָה ֶעז ְִרי‬ 13.5.1f

‫ֲאבִי ֶמלְֶך‬ 8.2c

‫ֲאבִי־ ִמ ְלכָה‬ 8n7


‫ֲאבִינָדָ ב‬ ‫‪8.2c‬‬

‫ַּאבִיר‬ ‫‪5.4c‬‬

‫אבל‬ ‫‪22.3k, 22.4e, 26.1.2b, 26.1.2d‬‬

‫ֲאבָל‬ ‫‪39.3.5b, 39.3.5e‬‬

‫ֶאבֶן‬ ‫‪7.2.1d‬‬

‫אבק‬ ‫‪23.5a‬‬

‫ֵּאבֶר‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫ֲאגֻדָ ה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫אגם‬ ‫‪5.6f‬‬

‫אֱדֹום‬ ‫‪6.4.1d‬‬

‫ָאדֹון‬ ‫‪7.4.3b†, 7.4.3e‬‬

‫ָאדָ ם‬ ‫‪6.4.3a, 7.2.1d, 18n2‬‬

‫אֲדַּ מְדָ ם‬ ‫‪5.5a‬‬

‫ַאדָ מָה‬ ‫‪6.4.3a‬‬

‫אֲדֹנִי‬ ‫‪7.4.3e†, 40.2.3a‬‬

‫אֲדֹנַּי‬ ‫‪7.4.3e, 9.3d‬‬

‫אֲדֹנָי‬ ‫‪40.2.3a‬‬

‫אֲדֹנִים‬ ‫‪7.4.3b†, 7.4.3c‬‬

‫אהב‬ ‫‪22.2.3b, 22.4e, 30.5.3a, 30n17, 35.5.4b‬‬

‫ַא ֲהבָה‬ ‫‪36.1.1d‬‬

‫ֶא ְהי ֶה‬ ‫‪5.8b‬‬

‫‪ 22.5a†, 24.4g‬אהל ‪tenda‬‬


‫‪ 27.4c, 27n18‬אהל ‪brilhar‬‬

‫אֹהֶל‬ ‫‪7.4.1e†, 13.4b‬‬

‫אֹו‬ ‫‪39.1a, 39.1b, 39.2a, 39.2.6b, 40.3b‬‬

‫אוה‬ ‫‪26.1.2b, 26n 18‬‬

‫אֹוי‬ ‫‪40.2.4a‬‬

‫אֹוי ֵּב‬ ‫‪5.2e†, 37.2b‬‬

‫אֹוי ָה‬ ‫‪40n35‬‬

‫ֱאוִיל‬ ‫‪23.5b‬‬

‫אּולַּי‬ ‫‪39.3.4b, 39n105‬‬

‫אּולָם‬ ‫‪39.3.5e‬‬

‫ִא ֶּולֶת‬ ‫‪5.6f‬‬

‫אור‬ ‫‪22.3e, 22.4d, 22.7a, 27.4a‬‬

‫‪ 23.5a‬אות ‪consentir‬‬

‫ָאז‬ ‫‪11n97, 17.2b, 17n10, 29.3g, 31.1.1d, 31.1.1f, 31.6.3, 33.1.2b, 33.3.3b,‬‬
‫‪38.7a, 39.3.1h, 39.3.4c, 39.3.4f‬‬

‫אֵּזֹור‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ֲאזַּי‬ ‫‪39.3.1h, 39.3.4f, 39n88‬‬

‫אזן‬ ‫‪24.4b, 24n28, 27.4a‬‬

‫אֹזֶן‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫ָאזְנַּי ִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫אזר‬ ‫‪22.5a, 24n34, 26.2c‬‬

‫ֶאזְרֹו ַּע‬ ‫‪5.6e‬‬

‫ָאח‬ ‫‪8.2c†, 40.2.5b‬‬


‫ֶאחָד‪ַ/‬אחַּת‬ ‫‪8.4.2g, 9.6b†, 11n83, 13.2b, 13.4c, 13.8a, 15.2.1a–g, 15.2.3b, 15.3.1a,‬‬
‫‪15n5, 15n15‬‬

‫ֲאחָדִ ים‬ ‫‪15.2.1d‬‬

‫ֲאחָּה‬ ‫‪40.2.4b‬‬

‫ָאחֹור‬ ‫‪11.2.10b‬‬

‫אֲחֹודִ ים‬ ‫‪7.4.1c‬‬

‫אחז‬ ‫†‪10.2.1e, 11n122, 23.5b†, 24.4b‬‬

‫ֲא ֻחזָה‬ ‫‪5.3d‬‬

‫ֲאחִימֶ לְֶך‬ ‫‪8.2c‬‬

‫ֲאחִימַּ עַּצ‬ ‫‪8.2c‬‬

‫ַא ֲחלַּי‬ ‫‪40.2.2d‬‬

‫ַאחַּר‬ ‫‪11.2.1, 36.2.2b, 38.7a, 39.3.1g, 39.3.1h‬‬

‫ַאהֵּר‬ ‫‪14.3.1c, 15n24‬‬

‫ַאח ֲֵּרי‬ ‫‪9.6c, 11.1.1a, 11.1.2c, 11.2b, 11.2.1, 36.2.2b, 38.7a‬‬

‫ֲאח ִֵּרין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ַאחַּת‬ ‫אחָד ‪veja‬‬


‫ֶ‬
‫אטר‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ִאטֵּר‬ ‫‪5.4b‬‬

‫ֵּאי‬ ‫‪18.1f, 18.4a, 18.4b, 18.4c, 18.4d, 40.2.4b, 40.3a‬‬

‫אֵּי־זֶה‬ ‫‪18n25‬‬

‫אֵּי ִמזֶה‬ ‫‪18.4a, 18.4b‬‬

‫אֹיֶבֶת‬ ‫‪6.4.2c‬‬

‫ַּאּי ֵּה‬ ‫‪18.4c, 40.3a‬‬


‫אֵּיְך‬ 18.4d, 18.4e, 40.3a

‫אֵּיכָה‬ 18.4d, 18.4e, 18n28, 40.3a

‫אֵּיכ ֹה‬1 8n28, 40.3a

‫אֵּי ָככָה‬ 18.4d

‫אִילֹו‬ 40.2.4b

‫ַאי ִל‬ 6.5.1a†

‫ָאי ֹם‬ 5.3e

‫*אין‬ 18.4f, 18n23

‫ַאי ִן‬ 39.3.3b, 40.3a

‫אֵּין‬ 10.3.2b, 18.4a, 18n23, 22n40, 36.2.1g, 36.2.3f, 37.5f, 37.6a, 39.3.3b,
39n58, 39n61

‫ִאּי ִן‬ 7.4b

‫אֵּיפ ֹה‬ 18.4a, 18.4c, 40.3a

‫אִיש‬ 6.5.1a, 6n40, 7.2.1d, 9.5.3b, 12.3b, 13.4c, 13.8d, 15.2.3a, 18n2

‫אִישֹון‬ 5.7b†

‫אֵּיתָ ן‬ 5.6e

‫אְַּך‬ 17.2b, 17n10, 35.3.1f, 38.1a, 38n28, 39.3.5c, 39.3.5d

‫ַא ְכזָב‬ 5.6e, 14n21

‫ַא ְכזָר‬ 5.6e

‫אכל‬ 22n36, 22n38, 23.2.1b, 25.3b

‫ָאכֵּן‬ 17.2b, 39.3.5d

‫ַאל‬ 4.2.1a, 31.7.1a, 34.1b, 34.1d, 34.2.1b, 34.2.1d, 34.2.1e, 34.4a, 34.5.1a,
34.7b, 34n6, 39.3.3a, 39n59
‫אֶל‬ ‫‪4.2.1a, 10.2.1i, 11.1.2c, 11.1.2d, 11.1.3a, 11.2b, 11.2.2, 11.2.13b,‬‬
‫‪11.3.2, 11.4.3a, 11n20‬‬

‫אֶל־ַאח ֲָרי‬ ‫‪11.3.3a‬‬

‫ֱאלֵּי‬ ‫‪11.2.2a‬‬

‫אֶל־ ִמבֵּית ְל‬ ‫‪11.3.3a‬‬

‫ֵּאל‬ ‫‪7.4b, 9n33, 13.4b, 14.5b, 17.2a‬‬

‫אֱֹל ַּּה‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ֵּאלֶה‬ ‫‪17.2a‬‬

‫אֱֹלהֵּי ַּהנֵּכָר‬ ‫‪4.6.1a‬‬

‫אֱֹלהִים‬ ‫‪6.5.2a, 7.4b, 7.4.3b, 9n33, 13.4b, 13.5.1b, 13.6a, 14.5b, 14n5‬‬

‫אלח‬ ‫‪23.5a‬‬

‫ֵּאלְי‬ ‫‪1.6.3k‬‬

‫ַא ְללַּי‬ ‫‪40.2.4b‬‬

‫ִאלֵּם‬ ‫‪5.4b‬‬

‫ֲא ֻלמָה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫ֶאלֶף‬ ‫‪6.5.2a, 15.2.5a, 15.2.5c, 15n5, 15n21‬‬

‫ַא ְל ַּפיִם‬ ‫‪15.2.5b‬‬

‫ִאם‬ ‫‪18.1c, 31.6.1b, 31n31, 32.2.1b, 32.2.3a, 32.2.3b, 34.7a, 34.7b, 38.2d,‬‬
‫‪38.6b, 38.7a, 39n21, 39n72, 40.2.2a, 40.2.2c, 40.2.2d, 40.3b‬‬

‫אִם־ֹלא‬ ‫‪38.2d‬‬

‫ֵּאם‬ ‫‪6.1c, 6.3.2b, 6.5.1a‬‬

‫ָאמָה‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ַּאמָה‬ ‫‪7.3c‬‬
‫ֱאמּונָה‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫ָא ֵּמן‬ ‫‪40.2.3a‬‬

‫ֲא ָמנָה‬ ‫‪6.4.1d‬‬

‫ָא ְמנָם‬ ‫‪39.3.4b‬‬

‫ָא ְמנָם‬ ‫‪39.3.4b‬‬

‫אמץ‬ ‫‪27n18‬‬

‫אמר‬ ‫‪1.6.3k, 29.1h, 39.3.4e, 40.2.5b, 40n41‬‬

‫ֱאמֶר‬ ‫‪39.3.4b‬‬

‫ָאן‬ ‫‪18.1f, 18.4a, 18.4f, 40.3a‬‬

‫ָאנָה‬ ‫‪18.4f‬‬

‫ָאנָה‬ ‫‪18.4f‬‬

‫ָאנֶה וָָאנָה‬ ‫‪18n30‬‬

‫ָאנָה‬ ‫‪40.2.5c‬‬

‫אֱנֹוש‬ ‫‪6n40‬‬

‫ֲאנָחָה‬ ‫‪5.3f‬‬

‫ֲאנַּחְנּו‬ ‫‪16.3a, 16n10, 23.1b‬‬

‫ֳאנִי‬ ‫‪6.3.2c, 6.4.2d†, 16.3a, 16.3.5b, 16n10, 16n36‬‬

‫ֲאנִּי ָה‬ ‫†‪6.3.2c, 6.4.2d‬‬

‫ָאנֹכִי‬ ‫‪16.3a, 16n10, 16n12‬‬

‫ִאנָעֵּר‬ ‫‪21n27‬‬

‫אנף‬ ‫‪26.1.2b, 26.4a, 26n18‬‬

‫ִאנָקָה‬ ‫‪5.3f‬‬
‫ָאסּור‬ ‫‪37.4e‬‬

‫ָאסִיף‬ ‫‪5.3c‬‬

‫ָאסִיר‬ ‫‪5.3c, 37.4e‬‬

‫ַּאסִיר‬ ‫‪5.4c‬‬

‫אסף‬ ‫‪23.4e‬‬

‫ֲא ֻסּפָה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫אסר‬ ‫‪22n31‬‬

‫ַא ֲעלֶה‬ ‫‪31.1.1d‬‬

‫ַאף‬ ‫‪16.3.5b, 39.3.4c, 39.3.4d‬‬

‫ֵּאפֹו‬ ‫‪39n72‬‬

‫ֵּאפֹוד‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫אֹפֶל‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫אפס‬ ‫‪22.4d‬‬

‫ֶאפֶס‬ ‫‪39.3.5e‬‬

‫ֶאפ ְַּריִם‬ ‫‪7.3d‬‬

‫ֶא ְצבַּע‬ ‫‪5.6e, 6.4.1b‬‬

‫אצל‬ ‫‪22.5a‬‬

‫ֵּאצֶל‬ ‫‪11.1.2c, 11.2b, 11.2.3‬‬

‫ארב‬ ‫‪24.5c‬‬

‫ַארבֶה‬
‫ְ‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ַארבַּע‬
‫ְ‬ ‫‪15.2.2a, 15n5, 15n11‬‬

‫ַאר ָבעִים‬ ‫‪15n5‬‬


‫ַאר ַּבעְתָ י ִם‬
‫ְ‬ ‫‪15.4a‬‬

‫א ֵֹּרג‬ ‫†‪5.2d‬‬

‫אֲרֹון‬ ‫‪6.3.2c, 13.3e‬‬

‫א ְֹרחָה‬ ‫‪6.3.2f†, 6.4.2c‬‬

‫א ֲִרי‬ ‫‪6.5.1a‬‬

‫ַארי ֵּה‬
‫ְ‬ ‫‪6.5.1a‬‬

‫ארְך‬ ‫‪10.2.1d‬‬

‫ַארנֶבֶת‬
‫ְ‬ ‫‪5n26, 6.5.2a‬‬

‫א ֶֶרץ‬ ‫‪6.4.1d, 13.3e‬‬

‫ַארצָה‬
‫ְ‬ ‫‪8.2d‬‬

‫ארר‬ ‫‪22n32‬‬

‫ִאש ְָראֵּ ל‬ ‫‪5.8b‬‬

‫ֵּאש‬ ‫‪5.8b‬‬

‫ִאשָה‬ ‫‪6.5.1a, 6n40, 7.2.1d, 12.3b, 13.8b, 18.2e‬‬

‫אַּשּור‬ ‫‪6.4.1d‬‬

‫אשם‬ ‫‪22.3k‬‬

‫שם‬
‫ָא ָ‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫‪ 24.2f–g, 25.4b‬אשר ‪abençoar‬‬

‫‪ 19n2, 24.2f‬א ֹשר ‪marchar‬‬

‫שר‬
‫ֲא ֶ‬ ‫‪3.2.2b, 4.7c, 8n20, 10.3.1a, 11.2.9a, 13n19, 18.2e, 18.2g, 18.3c, 18n2,‬‬
‫‪19.1, 19.2a, 19.2b, 19.3, 19n6, 27.3b, 31.6.1c, 38.1g, 38.2d, 38.3b,‬‬
‫‪38.3c, 38.4a, 38.7a, 38.8a, 38.8c, 38.8d, 38n14‬‬

‫ֲאשֶר לְ־‬ ‫‪9.7c‬‬


‫ַּאש ְֵּרי‬ 24.2f, 38.1a, 40.2a, 40.2.3b

‫שת‬
ֶ ‫ֵּא‬ 9n28(part.)

‫ֵּאת‬ 3.2.2b, 3.3.4e, 8n1, 9.3d, 10.1, 10.2.1c, 10.3, 12.3f, 16.2a, 16.4c, 16.4g,
16n6, 17.2b, 23.2.1b, 23.2.2e, 25n4, 26n29, 27.3b, 28n3, 28n5,
36.1.1e, 36.3.1a, 38.8a

com ‫ אֵּת‬10.3a, 11.1.2d, 11.2b, 11.2.2a, 11.2.4

ְ‫ַּאת‬ 16.3a

‫ַּאתָ ה‬ 3n24, 12.4a, 16.3a, 16n10, 23.1b

‫ָאתֹוו‬ 6.5.1a

‫א ֹתִ י‬ 11.2.4a

‫ִאתִ י‬ 11.2.4a

‫ַּאתֶ ם‬ 16.3a, 16n10

‫אתמה‬ 16n16

‫אתְ מֹול‬ 15n2, 39.3.1h

‫ַּאתֵּ ן‬ 16.3a

‫ַּאתֵּ נָה‬ 16.3a

‫ב‬ 9.5.2f, 10n14, 10n15, 11.1.2c, 11.1.2, 11.1.3a, 11.2b, 11.2.5, 11.3b,
11.4.3c, 11n87, 11n115, 11n128, 11n132, 13.3f, 14.5c, 15.6a, 19n18,
23.2.2f, 23n19, 27.3b, 31.6.3b, 36.1.1c–d, 36.2.2b, 36n22, 38.4a

‫ַּבמָת‬ 18.3d

‫בעֲבּור‬ veja ‫עֲבּור‬

‫באש‬ 23n27

‫ָבבֶל‬ 6.4.1d

‫בְג ֹד‬ 36.1.1d†


‫בהל‬ ‫‪23n37‬‬

‫ְב ֵּהמָה‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫ְבהֵּמֹות‬ ‫‪7.4.3a, 7n14‬‬

‫בוא‬ ‫‪10.2c, 27.2b, 34.5.1a, 34n3‬‬

‫בֹו ֵּצ ַּע‬ ‫†‪5.2e‬‬

‫בֹוצֵּר‬ ‫†‪5.2e‬‬

‫בֹו ֵּקר‬ ‫†‪5.3c, 37.2b‬‬

‫בֹוש‬ ‫‪22.3e, 22.4e, 26.2g‬‬

‫בזז‬ ‫‪22.6b‬‬

‫בָחּור‬ ‫‪11.4.3b‬‬

‫בחר‬ ‫‪30n17‬‬

‫ב ֹ ֵּט ַּח‬ ‫‪5.2e‬‬

‫ֶבטֶן‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫ִב ְטנִי‬ ‫‪9n26‬‬

‫בִי‬ ‫‪40.22.3a‬‬

‫ְבי ַּד‬ ‫‪11.1.2b‬‬

‫בֵּין‬ ‫‪11.1.2c, 11.1.2d, 11.2.6, 11.2.10i‬‬

‫בֵּינֹות‬ ‫‪11.2.6a‬‬

‫בֵּינַּי ִם‬ ‫‪11.2.6a‬‬

‫ַּבי ִת‬ ‫‪6.4.1d, 10n14, 11.4.3b, 14.1b‬‬

‫בֵּית ַּה ַּל ְח ִמי‬ ‫‪13.5.1f‬‬

‫בכה‬ ‫‪31.1.1b, 33.1.1a‬‬


‫בכר‬ ‫‪24.4e†, 27.4a‬‬

‫בְכ ָֹרה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫בַּל‬ ‫‪34n6, 39n58‬‬

‫בְֹלא‬ ‫‪36.2.1g‬‬

‫ְבלִי‬ ‫‪36.2.1g, 39n58‬‬

‫בלע‬ ‫‪22.3g, 25.3b‬‬

‫בְֹל ַּע‬ ‫†‪36.1.1d‬‬

‫ִבלְתִ י‬ ‫‪31.6.1c, 31n32, 36.2.1g, 38.3c, 38.6b, 39.3.3a, 39n58, 38n103‬‬

‫בְמֹו‬ ‫‪11.1.2d, 11.2.5a‬‬

‫בֵּן‬ ‫‪5n1, 9.5.3b, 9n19‬‬

‫בֶן־ָאדָ ם‬ ‫‪9.5.3b‬‬

‫בנה‬ ‫‪33.1.1b‬‬

‫בֹנֶה‬ ‫†‪5.2d‬‬

‫ַּבעַּד‬ ‫‪11.2.7‬‬

‫ַּבעֲדֵּ נִי‬ ‫‪11.2.7‬‬

‫ְבעִיר‬ ‫‪11.2.7‬‬

‫בעל‬ ‫‪22.5a‬‬

‫ַּבעַּל‬ ‫‪9.5.3b, 13.6a‬‬

‫ְב ָעלִים‬ ‫‪7.4.3c‬‬

‫בער‬ ‫‪22.2.1b, 22.5a, 25n4‬‬

‫בֹעֵּר‬ ‫†‪5.2e‬‬

‫בעת‬ ‫‪23.6.3a‬‬
‫בָצּור‬ ‫‪5.3d‬‬

‫ָבצִיר‬ ‫‪5.3c‬‬

‫בצק‬ ‫‪22.4d‬‬

‫בצע‬ ‫‪10n11, 22.2a, 23.2.1a, 23.2.1b, 23.2.2b, 24.3.2d, 25.3b, 28.1c‬‬

‫ָבקַּר‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫בקש‬ ‫‪25.1b, 36.2.1d‬‬

‫בָרּוְך‬ ‫‪11.2.10d‬‬

‫ב ְִרית‬ ‫‪6.1c‬‬

‫ברְך‬ ‫‪23.6.4a†, 23n27†,‬‬

‫ב ֶֶרְך‬ ‫†‪24.4b†, 25.4b‬‬

‫ב ְִר ַּכי ִם‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫בשל‬ ‫‪7.3b‬‬

‫בַּת‬ ‫‪25.2a‬‬

‫בַּת־ ָבבֶל‬ ‫‪9n27, 9n32‬‬

‫בַּת י ְרּושָ ַּליִם‬ ‫‪6.4.1d‬‬

‫בַּת־צִיֹון‬ ‫‪6.4.1d‬‬

‫בְתּואֵּל‬ ‫‪8.2b‬‬

‫בְתֹוְך‬ ‫‪11.1.2b‬‬

‫בְתּולָה‬ ‫‪9.5.3h‬‬

‫בתר‬ ‫‪24.3.1a‬‬

‫‪ 24.6‬גאל ‪contaminar‬‬

‫גֹאֵּל‬ ‫†‪5.2d‬‬
‫ְג ֻאלָה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫גבה‬ ‫‪26.2d‬‬

‫ְבּורה‬
‫ג ָ‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫ִגבֵּן‬ ‫‪5.4b‬‬

‫ִג ְבעָה‬ ‫‪6.3.2c22.3k‬‬

‫גבר‬ ‫‪22.3k‬‬

‫ַּגב ְִרי ֵּאל‬ ‫‪8.2c‬‬

‫גדל‬ ‫‪22.3k, 24.1f, 24.2a, 24.2g, 24.2h, 24n25, 25.1b, 26.2f, 27.1c, 27.2d,‬‬
‫‪27.2f, 27.2g, 27n17‬‬

‫גדע‬ ‫‪25.3c‬‬

‫ג ֹדֵּ ר‬ ‫†‪5.2d‬‬

‫גְדֶ ֶרת‬ ‫‪6.1c‬‬

‫גֶו‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫גֹולָה‬ ‫‪6.3.2c, 6.4.2c‬‬

‫גור‬ ‫‪10.2.2b‬‬

‫גִילֹונִי‬ ‫‪5.7c‬‬

‫גלח‬ ‫‪24.2a‬‬

‫גַּם‬ ‫‪16.3.5b, 35.3.1f, 38n13, 39.3.4c, 39.3.4d‬‬

‫גמל‬ ‫‪10n11‬‬

‫ְג ַּמלִים‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫גֹמֶר‬ ‫‪6n42‬‬

‫גַּן‬ ‫†‪6.4.1d‬‬

‫ַּגנָב‬ ‫‪5.4a‬‬
‫ַּגנָה‬ ‫‪6.4.3a‬‬

‫גנן‬ ‫‪5.6f‬‬

‫גער‬ ‫‪11n122‬‬

‫געש‬ ‫‪26.1.2b, 26.1.2d‬‬

‫ֶגפֶן‬ ‫‪6.4.1d, 6n37‬‬

‫גֵּר‬ ‫‪7.2.1d‬‬

‫גשם‬ ‫‪25.4b‬‬

‫גשש‬ ‫‪24n28‬‬

‫ד ֹב‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫דבק‬ ‫‪10n11, 22.3k, 28.2b‬‬

‫דָ ְבקָה‬ ‫‪36.1.1d‬‬

‫‪ 23n36, 24n39, 25n9, 26.1.1b, 26.2g, 31n5‬דבר ‪falar‬‬

‫†‪ 24.4e‬דבר ‪gerar‬‬

‫דָ בָר‬ ‫‪18n2‬‬

‫דָ ג‬ ‫†‪6.4.2d‬‬

‫דדה‬ ‫‪26.1.1b, 26n4‬‬

‫דוש‬ ‫‪22n32‬‬

‫דחה‬ ‫‪22n31‬‬

‫דַּ ּי ָן‬ ‫‪5.4a‬‬

‫דלג‬ ‫‪24.5b‬‬

‫דלה‬ ‫‪24.3.2e‬‬

‫דַּ לָה‬ ‫‪6.4.2c‬‬


‫דלק‬ ‫‪10n11‬‬

‫דָ ם‬ ‫‪7.4.1b‬‬

‫דמה‬ ‫‪24n25, 26.1.1b‬‬

‫דִ ְמעָה‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫דַּ עַּת‬ ‫‪36.2.1f‬‬

‫דֶ ֶרְך‬ ‫‪6.3.2c, 6n30‬‬

‫דר ֹש‬ ‫‪23.4g‬‬

‫דֶ שֶא‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫דשן‬ ‫‪24.2a†, 24.4f†, 24n25†, 24n48, 25.2a†, 26.3b‬‬

‫הֵּא‬ ‫‪39n79, 40.2.5d‬‬

‫הֶָאח‬ ‫‪40.2.5b‬‬

‫הַּב‬ ‫‪34.5.1a, 40.2.5c‬‬

‫ֵּהבִיא‬ ‫‪10.2.1c‬‬

‫הבל‬ ‫‪22.5a‬‬

‫‪ 22n38‬הגה ‪gemer‬‬

‫‪ 22n38‬הגה ‪remover‬‬

‫ַּהגִישָה‬ ‫‪34.4a‬‬

‫הּוא‬ ‫‪8.4.1b, 8n15, 8n16, 16.3a, 16.3.3b, 16.3.5d, 16n10, 16n13, 16n15,‬‬
‫‪16n27, 16n28, 16n30, 17.2a, 17.3, 17.5, 39n57‬‬

‫הואה‬ ‫‪46.3a, 16n15‬‬

‫הֹוד‬ ‫‪11.105‬‬

‫הֹוי‬ ‫‪4.2.2c, 38.1a, 40.2a,‬‬

‫הִיה‬ ‫‪8n16, 16.3a, 16n10, 16n15, 17.2a, 39n57‬‬


‫היאה‬ ‫‪16.3a, 16n15‬‬

‫היה‬ ‫‪4.5c, 8n15, 8n16, 10.3.2b, 12.1f, 18.3b, 29n91, 32.2.3e, 32.2.6b–c,‬‬
‫‪33.1.2b, 33.2.2b, 33.2.4b, 34n9, 36.2.3b, 36.2.3g, 37.7.1, 38n11‬‬

‫והיה‬ ‫‪3n24, 38n11‬‬

‫ויהי‬ ‫‪3.3.4d, 3n24, 13.5.1e‬‬

‫יהי‬ ‫‪32.2.6b–c, 33.1.1a, 33.2.4b, 38.1a, 38.1e‬‬

‫הֵּיטֵּב‬ ‫‪35.4a‬‬

‫ָהלְָאה‬ ‫‪17.2b‬‬

‫הָלֹוְך‬ ‫‪35.3.2c‬‬

‫ַּהלָז‬ ‫‪17.2a‬‬

‫ַּה ָלזֶה‬ ‫‪17.2a‬‬

‫ַּהלֵּזּו‬ ‫‪17.2a‬‬

‫הלְך‬ ‫‪11n108, 23n9, 24.3a, 24.5b, 24n51, 26.1.2b, 26.1.2d, 26n8, 26n18,‬‬
‫‪27.5b, 34.5.1a‬‬

‫הֹלְֵּך‬ ‫‪37.6d‬‬

‫הלכוא‬ ‫‪19n31‬‬

‫הלל‬ ‫‪26.3a, 26n8‬‬

‫הֲֹלם‬ ‫‪17.2b, 39.3.1g‬‬

‫הֵּם‬ ‫‪8n15, 16.3a, 16n10, 17.2a‬‬

‫ֵּהמָה‬ ‫‪16.3a, 16n10, 17.2a‬‬

‫הֵּן‬ ‫‪16.3.5b, 38.1e, 38.2d, 40.2.1‬‬

‫ִהנָבֵּא‬ ‫‪21n30‬‬

‫ִהנַּבְאּו‬ ‫‪21n30‬‬
‫ִהנַּבְאתִ י‬ ‫‪21n30‬‬

‫ִהנֵּה‬ ‫‪16.2a, 16.3.5b, 16.4c, 17.2b, 17.4.3c, 17n10, 34.7a, 34.7b, 36n29,‬‬
‫‪37.6a, 37.6d, 37.6e, 37.6f, 36n41, 38.1e, 38.1h, 38.1i, 40.2a, 40.2.1‬‬

‫ִהנֵּה־נָא‬ ‫‪34.7b‬‬

‫ֵּהנָה‬ ‫‪10.5b, 16.3a, 17.2a, 17.2b, 39.3.1g, 39.3.1h‬‬

‫ִהנֶ ָח ְמתִ י‬ ‫‪21n30‬‬

‫הָס‬ ‫‪40.2.5c‬‬

‫ַּהע ֲֵּרב‬ ‫‪35n47‬‬

‫הפְך‬ ‫‪23.2.2b‬‬

‫ֲה ַּפ ְכּפְַּך‬ ‫‪5.5a‬‬

‫ַּה ְקשִיבָה‬ ‫‪34.4a‬‬

‫הַּר‬ ‫‪6.3.2c‬‬

‫ה ְַּרבֵּה‬ ‫‪35.3.3a, 35.4a, 35n46, 39.3.1i‬‬

‫הרג‬ ‫‪10.2.1d, 22n31, 25.3b‬‬

‫הרה‬ ‫‪22n38‬‬

‫ה ְַּרחֵּק‬ ‫‪35.4a‬‬

‫ה ִָרים‬ ‫†‪7.4b‬‬

‫ה ֲַּר ֵּרי‬ ‫†‪7.4b‬‬

‫שכֵּיל‬
‫ַּה ְ‬ ‫‪36.1.1b‬‬

‫ש ְבעָה‬
‫ַּה ְ‬ ‫‪34.4a‬‬

‫שכֵּם‬
‫ַּה ְ‬ ‫‪35.3.2c, 35.4a‬‬

‫שמֶר לְָך‬
‫ִה ָ‬ ‫‪23.4e‬‬

‫השתחוה‬ ‫‪21.2.3d‬‬
‫הִתְ יַּחֵּש‬ ‫‪36.2.1f‬‬

‫הִתְ ָּפקְדּו‬ ‫‪21n28, 26.1.2b‬‬

‫הָתְ ָּפקְדּו‬ ‫‪21n28‬‬

‫זְ ֵּאב‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫ז ֹאת‬ ‫‪6.6d, 8n15, 16.3.5c, 17.2a, 17n6, 23.2.2e‬‬

‫ז ֹאתָ ה‬ ‫‪17n5‬‬

‫זבד‬ ‫‪10.2.3b‬‬

‫זְבֻד‬ ‫‪14.5b‬‬

‫זְבֻלּון‬ ‫‪5.7b‬‬

‫זֶה‬ ‫‪6.6d, 17.2a, 17.3, 17.4, 17n4, 17n18, 18.2b, 18.3b, 18.3c, 19.2, 19.5,‬‬
‫‪19n8, 19n9, 38.1g‬‬

‫ז ֹה‬ ‫‪17.2a, 19.2d, 19.5‬‬

‫זָהָב‬ ‫‪12.1b‬‬

‫זהר‬ ‫†‪23.4g, 23.6.3a, 23n37, 27n18‬‬

‫זֹהַּר‬ ‫‪27.4a‬‬

‫זֹו‬ ‫‪17.2a, 19.2d, 19.5‬‬

‫זּו‬ ‫‪17.4.3d, 19.2d, 19.5, 19n8, 19n9‬‬

‫זֹולֵּל‬ ‫‪37.2b‬‬

‫זֹונָה‬ ‫†‪5.2d‬‬

‫זור‬ ‫‪22n30‬‬

‫זִיד‬ ‫‪27n18‬‬

‫זכר‬ ‫‪27.3c‬‬

‫זִכָרֹון‬ ‫‪5.7b‬‬
‫זָמִיר‬ ‫‪5.3c‬‬

‫זמן‬ ‫‪25.4b‬‬

‫זמר‬ ‫‪11n86‬‬

‫זנב‬ ‫†‪24.4f‬‬

‫זנה‬ ‫‪22n30‬‬

‫‪ 27.4c‬זנח ‪secar‬‬

‫זעק‬ ‫‪10.2.1i‬‬

‫זקן‬ ‫‪22.2.1c, 22.3d, 22.4c‬‬

‫זקק‬ ‫‪25.3a‬‬

‫זרה‬ ‫‪24.3, 24.3.2b, 25.3a, 25n7‬‬

‫זְרֹו ַּע‬ ‫‪5.6e, 6.4.1b, 7n10‬‬

‫זרע‬ ‫‪22.6b, 2n35‬‬

‫ז ֶַּרע‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫ז ֵֹּרע‬ ‫†‪5.2e‬‬

‫זרק‬ ‫‪22n30‬‬

‫חבא‬ ‫‪23.6.3a, 23n37, 27.4b‬‬

‫חֹבֵּל‬ ‫†‪5.2c, 5.2f‬‬

‫חבר‬ ‫‪5.1c, 25.3d‬‬

‫ֶחבְרֹון‬ ‫‪5.7b‬‬

‫חַּג ‪ /‬חָג‬ ‫‪13.3e‬‬

‫חגג‬ ‫‪22.5a‬‬

‫חֲגֹור‬ ‫†‪6.4.3a‬‬
‫חַּד‬ ‫‪15n6‬‬

‫חדל‬ ‫‪35.5.4b‬‬

‫חדש‬ ‫‪24.2a‬‬

‫ח ֹדֶ ש‬ ‫‪15.3.2b‬‬

‫חֹובֵּר‬ ‫†‪5.2d‬‬

‫‪ 21n34‬חוה ‪bater‬‬

‫‪ 21n34‬חוה ‪viver‬‬

‫ַּחּוָה‬ ‫‪13.4b‬‬

‫חול‬ ‫‪22n32‬‬

‫חֹומָה‬ ‫‪5.2b‬‬

‫הֹוסֵּי בֹו‬ ‫‪9.6b‬‬

‫חּוץ‬ ‫‪11.3.2, 39.3.1g‬‬

‫חּוצָה‬ ‫‪2.1b‬‬

‫שה‬
‫חּו ָ‬ ‫‪34.4a‬‬

‫חֹזֶה‬ ‫‪5.2d‬‬

‫חזק‬ ‫‪22.2.3b, 22.3j, 22.4c, 27.2f‬‬

‫חטא‬ ‫†‪24.4d†, 24.4e†, 24.4f‬‬

‫ַּחטָא‬ ‫‪5.4a‬‬

‫ִחטָה‬ ‫‪7.4.1b‬‬

‫ִחטִין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫חֹטֵּן‬ ‫‪12n5‬‬

‫חַּי‬ ‫‪40.2a, 40.2.2a, 40.2.3b‬‬


‫חֵּי‬ ‫‪40.2.2a‬‬

‫חיה ‪ 21n34, 24n22; veja também‬חיה ‪viver‬‬

‫חַּּיין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ַּחיִל‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫חִיצֹון‬ ‫†‪5.7b‬‬

‫חכה‬ ‫‪24.5b‬‬

‫חכם‬ ‫‪22.2.2a, 22.2,3a, 22.4c, 25.4a, 27.1c‬‬

‫ָח ְכמָה‬ ‫‪6.3.1e‬‬

‫חלא‬ ‫חלה ‪veja‬‬

‫‪ 5.6d, 23.6.1b, 24.2e, 25.2a, 26.2f, 27n18, 28.2d‬חלה ‪estar enfermo‬‬

‫ָחלִילָה‬ ‫‪4.2.2c, 7n6, 4.2.3b‬‬

‫ָחלִילָה לִי‬ ‫‪40.2.2c‬‬

‫חלל‬ ‫‪23.6.2a, 27n10, 26.2.1d‬‬

‫חלק‬ ‫‪24.3.1a, 25.3a‬‬

‫ֵּחלֶק‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫ֲחלַּקְ לַּקֹות‬ ‫‪5.5a‬‬

‫חָם‬ ‫‪8.2c‬‬

‫חֲמּוטַּל‬ ‫‪8.2b‬‬

‫חֲמֹור‬ ‫‪6.5.1a‬‬

‫ֲחמִיטַּל‬ ‫‪8.2b‬‬

‫ֻח ְמלָה‬ ‫‪36.1.1d‬‬

‫ֶה ְמלַּת‬ ‫‪36.1.1d‬‬


‫חמם‬ ‫‪22n43‬‬

‫חמץ‬ ‫‪22.3b, 22.4c‬‬

‫חמר‬ ‫†‪22.5a, 24.4b‬‬

‫חמש‬ ‫‪24.4h‬‬

‫ָח ֵּמש‬ ‫†‪15.2.2a†, 15n5, 15n11‬‬

‫ח ֹ ֶמש‬ ‫‪15.5a‬‬

‫שם‬
‫ֲח ִמ ִ‬ ‫‪15n5‬‬

‫ִחנָם‬ ‫‪5.7e†, 11.3.2a, 39.3.1j‬‬

‫חנן‬ ‫‪22n32, 24.4g‬‬

‫חנף‬ ‫‪22.4c‬‬

‫חנק‬ ‫‪23.3.4b‬‬

‫ֲחסִידָ ה‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫חסר‬ ‫‪22.4b, 22.4d, 24.2h‬‬

‫חפץ‬ ‫‪22.3n, 22.4e, 35.5.4b‬‬

‫חפר‬ ‫‪22.4e‬‬

‫חפש‬ ‫‪25.3a‬‬

‫חפש‬ ‫‪22n30, 22n38‬‬

‫חצב‬ ‫‪22.6b‬‬

‫חצה‬ ‫‪15.5a‬‬

‫ֲחצִי‬ ‫‪15.5a‬‬

‫ֲח ָצצֶיָך‬ ‫†‪7.3b‬‬

‫חקה‬ ‫‪26.2e‬‬
‫ֻחקִים‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ִח ֲק ֵּקי‬ ‫‪7.4b‬‬

‫חרב‬ ‫‪22.4c‬‬

‫חרד‬ ‫‪22.3k, 22.4d‬‬

‫חרה‬ ‫‪22.7b‬‬

‫חָרּוץ‬ ‫‪5.3d‬‬

‫ח ִָריש‬ ‫‪5.3c‬‬

‫ח ֶֶרם‬ ‫‪27.4a‬‬

‫ח ְֶרמֹון‬ ‫‪13.4b‬‬

‫חרף‬ ‫‪22.5a, 30n17‬‬

‫חרש‬ ‫‪22.4c‬‬

‫ח ָָרש‬ ‫‪5.4a‬‬

‫ח ֶֶרש‬ ‫‪39.3.1j‬‬

‫ח ֵֵּּרש‬ ‫‪5.4b‬‬

‫ח ֵֹּרש‬ ‫†‪5.2e‬‬

‫ח ֹשְך‬ ‫‪22.4c, 27.2g, 27n 18‬‬

‫שכָה‬
‫ָח ְ‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫ח ֹשק‬ ‫‪25.3d‬‬

‫חתת‬ ‫‪22.4e‬‬

‫טהר‬ ‫‪24.2a, 24.2g, 24n25, 25.2b, 26.1.1b‬‬

‫טֹהַּר‬ ‫‪11n66‬‬

‫טוב‬ ‫‪11n113‬‬
‫טֹוב‬ ‫‪14.4c, 22.7b, 22n21‬‬

‫טֹובָה‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫טֹוב ו ָָרע‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫טול‬ ‫‪27.4b‬‬

‫טמא‬ ‫‪22.4d, 23.6.4a, 24n25, 25n4, 26.1.1b, 26.3b‬‬

‫טנף‬ ‫‪24.2a‬‬

‫טַּף‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫ט ֶֶרם‬ ‫‪31.1.1d, 31.1.1f, 31.6.3, 38.7a, 39.3.1h‬‬

‫טרף‬ ‫‪22n31‬‬

‫יאל‬ ‫‪23.5b‬‬

‫יאש‬ ‫‪40.2.5b‬‬

‫יבל‬ ‫‪27n29‬‬

‫יבם‬ ‫†‪24.4b†, 24.4g‬‬

‫יבש‬ ‫‪22.4c‬‬

‫יָבֵּש‬ ‫‪5.3a‬‬

‫ֹוגֵּב‬ ‫†‪37.2b‬‬

‫יגע‬ ‫‪22n23‬‬

‫יגר‬ ‫‪22.3e, 22.4e, 28.2b‬‬

‫י ָד‬ ‫‪6.4.1b, 7.1b, 9.6c, 14n3, 15.4b‬‬

‫ידה‬ ‫‪5.6, 27n29‬‬

‫ידה‬ ‫‪27n29‬‬

‫י ָדֹות‬ ‫‪7.3b‬‬
‫י ָדַּ י ִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫ידע‬ ‫‪1.6.3f, 10.2.1d, 18.2f, 23.4h, 24.4g†, 27.3c, 27.5b, 29.4a, 31n49,‬‬
‫‪35n63, 36.2.1d‬‬

‫י ְדֻ עִים‬ ‫‪37.4e‬‬

‫יהב‬ ‫‪34.5.1a, 40.2.5c‬‬

‫י ְהּודָ ה‬ ‫‪6.4.1d, 26n26‬‬

‫י ְהּודִ י‬ ‫‪26.2f, 26n26‬‬

‫יהוה‬ ‫‪13.4b, 14.5b‬‬

‫יֹובֵּל‬ ‫‪5.2b‬‬

‫יֹום‬ ‫‪3.3.5e†, 7.3c, 9.5.1f, 9.7b, 11n61, 13.5.2b, 15.2.1a, 15.2.3a, 15.3.2b,‬‬
‫‪15n2‬‬

‫ביום ההוא‬ ‫‪17.5b‬‬

‫היום‬ ‫‪13.5.1e, 13.5.2, 17.4.2b‬‬

‫היום חחוא‬ ‫‪17.4.2b‬‬

‫היום הזה‬ ‫‪17.4.2b‬‬

‫יֹומָה‬ ‫‪5.7e, 39.3.1h‬‬

‫יּומָה‬ ‫‪35.2.1d‬‬

‫יֹונָה‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫יֹונֵּק‬ ‫†‪5.2d†, 6.3.2f†, 6.4.2f‬‬

‫שב‬
‫יֹו ֵּ‬ ‫†‪5.2d†, 5.2f‬‬

‫שבֶת‬
‫יֹו ֶ‬ ‫‪6.4.2c‬‬

‫יֹותֵּ ר‬ ‫‪39.3.1i‬‬

‫יַּחְדָ ו‬ ‫‪15.2.1g, 39.3.1j‬‬


‫יחל‬ ‫‪15.2.1g, 39.3.1j‬‬

‫יחל‬ ‫‪5.6c‬‬

‫יַּחַּש‬ ‫‪26n27‬‬

‫יחש‬ ‫‪26.3a, 36.2.1f‬‬

‫יטב‬ ‫‪22n21, 27n1, 35.4a‬‬

‫יַּטִי‬ ‫‪21n27‬‬

‫יכח‬ ‫‪5.6c, 27n29‬‬

‫יכל‬ ‫‪10.2.1e, 10n11, 22.4c, 31n26, 35n63, 36.2.1d‬‬

‫ילד‬ ‫‪10.3c, 10n8, 21n20, 22.3b, 22.3m, 22n30, 22n34, 24.2e, 28.1b‬‬

‫יֹלֵּד‬ ‫†‪5.2d‬‬

‫יֻלַּד‬ ‫‪22.6d‬‬

‫יַּלְדּות‬ ‫†‪5.7d‬‬

‫י ִלֹוד‬ ‫‪22n37‬‬

‫י ְ ָללָה‬ ‫‪5.3f‬‬

‫י ָם‬ ‫‪7.4.1d‬‬

‫יָמִין‬ ‫‪7.4b, 11.2.1a‬‬

‫ימן‬ ‫‪24.4b†, 27.4a‬‬

‫יִנְצ ֹרּו‬ ‫‪21n27, 29n67‬‬

‫ינק‬ ‫‪22.3i‬‬

‫יִנַּשא‬ ‫‪21n30‬‬

‫יִנַּשְאּו‬ ‫‪21n30‬‬

‫יסף‬ ‫‪36.2.1d, 39.3.1b‬‬


‫יסר‬ ‫‪23.4g‬‬

‫יַּעַּל‬ ‫‪31.1.1f‬‬

‫י ַּ ֲעלֶה‬ ‫‪31.1.1f‬‬

‫יַּעַּן‬ ‫‪5.6d, 11.2f, 11.2.8, 36.2.2b, 39.3.4d‬‬

‫י ְעֹעֵּרּו‬ ‫‪39n83‬‬

‫יעף‬ ‫‪22.4d‬‬

‫יעץ‬ ‫‪22.3i, 34n3‬‬

‫יפע‬ ‫‪27n18‬‬

‫יצא‬ ‫‪27.2b, 34n3‬‬

‫יצב‬ ‫‪23.6.4a‬‬

‫יַּצֵּב‬ ‫‪31.1.1d‬‬

‫יצק‬ ‫‪28.3a‬‬

‫יצר‬ ‫‪22.7b, 22n30, 22n32‬‬

‫יֹצֵּר‬ ‫‪37.2b, 37.2c‬‬

‫יִצְרּו‬ ‫‪21n27‬‬

‫יקד‬ ‫‪22.4d‬‬

‫י ָקּוש‬ ‫‪5.3d‬‬

‫יקץ‬ ‫‪22.3i, 22.4d‬‬

‫יקש‬ ‫‪22.3e, 22n38‬‬

‫ירא‬ ‫‪22.2.3b, 22.3d, 22.4e, 28.3a, 36.2.3b‬‬

‫י ְִרָאה‬ ‫‪36.1.1d‬‬

‫ירד‬ ‫‪11n105, 22.3m, 27.2b‬‬


‫‪ensinar‬‬ ‫ירה‬ ‫‪27.3c‬‬

‫ש ַּלי ִם‬
‫י ְרּו ָ‬ ‫‪7.3d‬‬

‫י ֵָּר ַּח‬ ‫‪13.5.1b‬‬

‫י ֵָּרְך‬ ‫‪5.3a, 6.4.1b, 6.4.2f‬‬

‫י ְַּרקְ ַּרק‬ ‫‪5.5a‬‬

‫ירש‬ ‫‪22.3i‬‬

‫שה‬
‫י ְֻר ָ‬ ‫‪5.5b‬‬

‫ש ָר ֵּאל‬
‫יִ ְ‬ ‫‪5.8b, 6.4.1d‬‬

‫י ֵּש‬ ‫‪4.5b,5.8b, 10.3.2b, 22n40, 36.2.3f, 37.5f, 37.6a, 39n61‬‬

‫ישב‬ ‫‪1.6.3f, 6b, 10.2.2b, 22.3m, 22n38, 24.2e‬‬

‫י ְשּועָה‬ ‫‪5.6d‬‬

‫ישן‬ ‫‪22.4d, 22.7b, 24.2a‬‬

‫ישע‬ ‫‪5.6d, 23.6.3a, 23n37‬‬

‫ישר‬ ‫‪25n4‬‬

‫יְש ָָרה‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫שרּון‬
‫יְ ֻ‬ ‫‪5.7b‬‬

‫יתן‬ ‫‪5.6e, 11n105‬‬

‫י ִתְ ָּפקֵּד‬ ‫‪21n28‬‬

‫י ִתְ ָּפקְדּו‬ ‫‪21n28‬‬

‫כ‬ ‫‪11.1,2e, 11.1.2d, 11.2f, 11.2.9,11.3b, 13.3f, 36.1.1a–e, 36.2.2b,‬‬


‫‪36n22.38.5a‬‬

‫שר‬
‫ַּכ ֲא ֶ‬ ‫‪38.5a, 38.7a‬‬

‫כָז ֹה ְו ָכזֶה‬ ‫‪6.6d‬‬


‫ַּכמָה‬ 18.3d

‫ִכ ְמעַּט‬ 39n67

‫כבד‬ 20.2m, 22.2.2a, 22.3d, 22.4c, 23n36, 24.2a, 24n25, 25n4, 27.2d,
27n15, 37.1e, 39.3.4g†

‫כָבֹוד‬ 6.4.2b

‫כבס‬ 26.3b

‫ְכבָר‬ 39.3.1h

‫ֶכבֶש‬ 5.8e

‫ִכ ְבשָה‬ 5.8e

‫כ ֹה‬ 17.2b, 17n10, 31n51, 39.3.1g, 39.3.4c, 39.3.4e, 39n39, 40n18

‫כהה‬ 31n5

‫כהן‬ 24.1a, 24.4b, 24.4g

‫כֹהֵּן‬ 5.2c, 13.5.1b, 24.4b, 24n55, 37.2b

‫כ ֹון‬ 23.6.3a, 23n37, 28.1b

‫כחד‬ 22.6.2a, 23.6.3a

‫כֹחִי‬ 1.6.3k

‫כִי‬ 2.1b, 8n17, 18.2g, 22.2.2d, 31.6.1b, 32.2.1b, 38.2d, 38.3b, 38.4a,
38.6h, 38.7a, 38.8, 38n13, 38n24, 39.3.4d, 38.3.4c, 39.3.4d, 39.3.4e,
39.3.5d, 40.2.2b

‫כִי ִאם‬ 39.3.5d

‫ָככָה‬ 39.3.4c,39.3.4e

‫ כ ֹל‬/ ‫כָל‬ 7.2.2a, 7.2.2b, 8n5, 8n14, 8n17, 9.5.3f, 10.3.1a, 12n10, 14.3.1b, 14.5d,
15.6c, 15n5, 16n3, 18n2, 31.6.3c, 31n41, 36.2.1e

‫כָל־י ְמֵּ י‬ 9.6e


‫ֶכלֶב‬ ‫‪6.5.2a, 18n21‬‬

‫כלה‬ ‫‪24n5, 36.2.3d‬‬

‫ַּכלֵּה‬ ‫‪35.3.3a, 35n45‬‬

‫כְמֹו‬ ‫‪11.1.2d, 11.2.9a‬‬

‫כֵּן‬ ‫‪11.3.2, 13.1a, 17.2b, 17n10, 38.5a, 39.3.4c, 39.3.4e‬‬

‫כנע‬ ‫‪23.6.3a,23n37‬‬

‫ָכנָף‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫ְכנָ ַּפי ִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫כסה‬ ‫‪23n36‬‬

‫ֻכ ֶסמֶת‬ ‫‪7.4.1b‬‬

‫כַּּף‬ ‫‪6.4.1b, 7.1b‬‬

‫כַּּפֹות‬ ‫‪7.3b‬‬

‫ַּכ ַּּפי ִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫כ ֶֶרם‬ ‫‪6n37‬‬

‫כ ֵֹּרם‬ ‫†‪37.2b‬‬

‫כרע‬ ‫‪27.2b‬‬

‫כרת‬ ‫‪22n30, 25n6‬‬

‫שב‬
‫ֶכ ֶ‬ ‫‪5.8e‬‬

‫שבָה‬
‫ִכ ְ‬ ‫‪5.8e‬‬

‫כשל‬ ‫‪23.2.1a, 23n33‬‬

‫כשר‬ ‫‪22.4c‬‬

‫כתב‬ ‫‪21.1b,22.3b, 24.5c‬‬


‫כָתְ בִי‬ 36.1.1c, 36n9

‫כָתּוב‬ 5.3d

‫כָתֵּ ף‬ 5.3a

‫כתת‬ 22n32, 22n38

‫ל‬ 2.1b, 9.7a, 9.7b–c, 9n23, 10.2.1i, 10.3.2b, 10.4, 10n10, 10n22, 11.1.2c,
11.1.2d, 11.2b, 11.2.10, 11.3b, 11.3.2a, 11.4.1b, 11.4.3a, 11n128,
13.3f, 15.6a, 15.6b, 16.4d, 18.3b, 19n15, 22.7b, 23.2.2f, 23.4c, 23n19,
27.3b, 33.1.2b, 36.1.1c–d, 36.1.2, 36.2.3, 36n8, 36n22, 38.8b, 39n63,
40.2.4b

‫לְא ֹ ָהלֶיָך‬ 40n28

‫לֵּאמ ֹר‬ 36.22.3e

‫ְל ִבלְתִ י‬ veja ‫בלְתִ י‬


ִ
‫ָלהֵּן‬ 40n4

‫לָטֹהַּר‬ 11n66

‫ְלהֵּן‬ 11.3.3a

‫לָטֹהַּר‬ 18.1c, 18.3e

‫ְל ִמבֵּית ְל‬ veja ‫מעַּן‬


ַּ
‫ָלמָה‬ 18.1f

‫ְל ַּמעַּן‬ 11.1. 1a, 11.2b, 11.3.1a, 11n16

‫ְל ָמתַּ י‬ 11n66

‫ִל ְפנֵּי‬ 11.2.10a, 11n59, 31.5d, 31.6.2b, 34.1b, 34.2.1b, 34.2, 1d, 34.2.1e,
34.4a, 35.2.2e, 35n52, 36.2.1g, 37.5f, 37n14, 38.3c, 39.3.1d, 39.3.2a,
39.3.3a, 39n59, 39n86, 40.2.2a

‫לָר ֹב‬ 40n48

‫ֹלא‬ 18n2
‫הֲֹלא‬ ‫‪18n2‬‬

‫ֹלא ָאדָ ם‬ ‫‪18n2‬‬

‫ֹלא אִ יש‬ ‫‪11.2.10i‬‬

‫ֹלא נֶפֶש‬ ‫‪23n33‬‬

‫לֻא‬ ‫‪36.2.3d‬‬

‫לאה‬ ‫†‪23.5b†, 24.4e†, 24.4f‬‬

‫לְב ֹא‬ ‫†‪23.4c‬‬

‫לבב‬ ‫‪6.5.1a‬‬

‫ֵּלבָב‬ ‫†‪22.5a, 27.4a‬‬

‫ָלבִיא‬ ‫‪6.4.2d‬‬

‫ָלבָן‬ ‫‪22.2.3c, 2.3k, 27.3b‬‬

‫ְל ֵּבנָה‬ ‫†‪11n59†, 39n59‬‬

‫לבש‬ ‫‪11.2.10i†, 31.6.1b†,‬‬

‫לֹו‬ ‫†‪31n31†, 38.2e†, 38n22‬‬

‫לּו‬ ‫‪40.2.2d‬‬

‫לּוא‬ ‫‪11.2.10i, 31n31, 38n22‬‬

‫ִל ְוי ָתָ ן‬ ‫‪7.4.3a‬‬

‫לּולֵּא‬ ‫‪38.2e, 38n28‬‬

‫ְלחִי‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫ְל ָחיַּיִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫לחם‬ ‫‪10n11‬‬

‫לחץ‬ ‫‪5.8c‬‬
‫ַּליְלָה‬ ‫‪8.2d‬‬

‫ֶלכֶת‬ ‫‪36.1.1d‬‬

‫למד‬ ‫‪22.3d, 22.31, 24.1a, 24.2b, 24.2c, 24n18, 25n4‬‬

‫למו‬ ‫‪11.1.2d, 11.2.10a‬‬

‫לְמּו ֵּאל‬ ‫‪8.2b‬‬

‫לקח‬ ‫‪10.2.1c, 31n64, 36n37‬‬

‫ֻל ָקח‬ ‫‪22.6a, 22.6b, 22.6d, 22n34‬‬

‫לָשֹון‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫שכָה‬
‫ִל ְ‬ ‫‪5.8c‬‬

‫לשן‬ ‫‪27.4a‬‬

‫מְא ֹד‬ ‫‪11.2.12c, 14.5b, 35.4, 39.3.1i, 39.3.2a, 39.4g‬‬

‫ֵּמָאה‬ ‫‪7.3c, 15.2.5a, 15.2.5c, 15n5‬‬

‫מאוה‬ ‫‪5.6d‬‬

‫מְאּומָה‬ ‫‪18n2‬‬

‫ַּמ ֲא ֶכלֶת‬ ‫‪5.6b‬‬

‫מאן‬ ‫‪36.2.1d, 36.2.3b‬‬

‫מָאתַּ י ִם‬ ‫‪15.2.5b‬‬

‫ָמגֹור‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫מִדְ בָר‬ ‫‪5.6b‬‬

‫מַּדּוע‬ ‫‪18n17, 39n35, 40.3a‬‬

‫מִדִ ין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫מָה‬ ‫‪6n43, 18, 19.2e, 27n22, 31n50, 40.3a‬‬


‫ְמ ֻהלָל‬ ‫‪37.4d‬‬

‫מהר‬ ‫†‪24.4g‬‬

‫ַּמהֵּר‬ ‫‪35.4a‬‬

‫ְמה ֵָּרה‬ ‫‪39.3.1j‬‬

‫מֹוָאבִי‬ ‫†‪5.7c‬‬

‫מוג‬ ‫‪23.6.1c‬‬

‫מוט‬ ‫‪23.6.1b, 23n31‬‬

‫מול‬ ‫‪11n84‬‬

‫מֹולֶדֶ ת‬ ‫‪6.6b‬‬

‫שב‬
‫מֹו ָ‬ ‫‪5.6b‬‬

‫מות‬ ‫‪14.5b, 22.4d, 28.2c, 30.3b, 35.2.1c‬‬

‫ָמוֶת‬ ‫‪9n33, 14.5b‬‬

‫ַּמזָלֹות‬ ‫‪5.8c‬‬

‫ַּמזָרֹות‬ ‫‪5.8c‬‬

‫ִמז ְַּרח‬ ‫‪11.2.10b‬‬

‫מָחֹול‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫ַּמ ֲח ֻליִים‬ ‫‪5.6d‬‬

‫מְח ֹ ֵּקק‬ ‫‪5.3b‬‬

‫ָמחָר‬ ‫‪39.3.1h‬‬

‫ָמח ֲָרת‬ ‫‪11n97, 39.3.1h‬‬

‫ָמטָה‬ ‫‪39.3.1g‬‬

‫מטר‬ ‫‪22n41, 25n5, 27.4a‬‬


‫מִי‬ ‫‪16.1d, 18, 19.2e, 40.3a‬‬

‫מִי י ִתֵּ ן‬ ‫‪40.2.2d‬‬

‫ַּמי ִם‬ ‫‪7.3d‬‬

‫מלא‬ ‫‪10.2.1h, 22.2.3a, 22.3d, 22.4d, 25n4, 30.5.3a‬‬

‫מלח‬ ‫‪22.5a, 25.4b, 28.4a, 28n1‬‬

‫מלט‬ ‫‪5.8d, 23n36, 24.2a‬‬

‫ִמלִין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫מלְך‬ ‫‪22.5a‬‬

‫ֶמלְֶך‬ ‫†‪6.1b–c, 7.4b, 8.1c, 13.5.1b‬‬

‫ַּמלְכּות‬ ‫†‪5.7d‬‬

‫ְמ ָלכִין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ַּמ ְלכִי־צֶדֶ ק‬ ‫‪8.2c‬‬

‫ְמ ַּלמֵּד‬ ‫‪5.3b‬‬

‫ִמ ְמכָר‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫ַּמ ְמ ָלכָה‬ ‫‪5.6b‬‬

‫ַּמ ְמ ֶלכֶת‬ ‫‪6.4.1d‬‬

‫ִמ ֶמנּו‬ ‫‪11.1.2d‬‬

‫ִמ ֶמנִי‬ ‫‪11.2.11a‬‬

‫ְממ ָֹרט‬ ‫‪22n34‬‬

‫מַּן‬ ‫‪18n5‬‬

‫מִן‬ ‫‪4.2.1a, 8.4.2a, 9.6b, 11.1.2b, 11.1.2c, 11.1.2d, 11.2b, 11.2.11, 11n2,‬‬
‫‪11n128, 11n132, 14.4b–d, 15.6b, 23.2.2f, 24.2h, 36.2.2b, 38.3c, 38.4a,‬‬
‫‪39.3.3a, 39n60, 40.2.2c‬‬
‫מֵַּאח ֲֵּרי‬ ‫‪11.3.3a‬‬

‫מֵַּאי ִן‬ ‫‪18.4a, 18.4f‬‬

‫ִמבֵּית‬ ‫‪11.3.3a‬‬

‫מִחּוץ‬ ‫‪11.3.2a‬‬

‫ִמכ ֹל‬ ‫‪14.5d‬‬

‫ִמ ִל ְּפנֵּי‬ ‫‪11.3.1a‬‬

‫ַּמעֲשר‬ ‫‪15.5a‬‬

‫ִמ ְּפנֵּי‬ ‫‪11.3.1a, 38.4a‬‬

‫מ ֵָּרחֹוק‬ ‫‪11.3.2a‬‬

‫ִמתַּ חַּת‬ ‫‪11.3.2a‬‬

‫מנה‬ ‫‪15n29‬‬

‫מֹנֶה‬ ‫‪15.4b‬‬

‫ִמנִי‬ ‫‪11.1.2d, 11.2.11a‬‬

‫ֵּמסַּב‬ ‫‪39.3.1g‬‬

‫מסר‬ ‫‪1.5.4d‬‬

‫ְמעַּט‬ ‫‪14.3.1b, 36n37, 39.3.1i, 39.3.4b‬‬

‫ְמעַּט ְמעַּט‬ ‫‪7.2.3c‬‬

‫ַּמעַּל‬ ‫‪11.1.2b–11.3a–39.3.1g‬‬

‫ַּמ ְעלָה‬ ‫‪11.2.10b‬‬

‫ַּמ ֲע ַּמקִים‬ ‫‪7.4. 1d‬‬

‫ַּמעַּן‬ ‫‪5.6d, 11.3.1a, 31.6.1c, 31n32, 31n61, 32n38, 36.2.2b, 38.3b,38.3c‬‬

‫ַּמפְתֵּ ַּח‬ ‫‪5.6b‬‬


‫מצא‬ ‫‪19n13, 34n3‬‬

‫ֵּמצַּח‬ ‫†‪6.4.2f‬‬

‫ִמצ ְַּריִם‬ ‫‪7.3d‬‬

‫ִמצ ְַּרי ְ ָמה‬ ‫‪2.1b‬‬

‫ִמ ְקוֶה‬ ‫‪5.6d‬‬

‫מָקֹום‬ ‫‪5.6b, 19n12‬‬

‫מְקֹומִי‬ ‫‪9n24‬‬

‫מְק ָֹר ִאי‬ ‫‪22n30‬‬

‫מ ְַּרָאה‬ ‫‪5.6d‬‬

‫מ ְַּראֶה‬ ‫‪5.6d‬‬

‫מ ְַּראֲשֹות‬ ‫‪7.4.1c‬‬

‫מ ְַּרבִית‬ ‫‪5.6d‬‬

‫מ ְַּרגֵּל‬ ‫‪5.3b‬‬

‫מ ְַּרגְלֹות‬ ‫‪7.4.1c‬‬

‫מ ְֶרחָק‬ ‫†‪7.4.1d‬‬

‫מרט‬ ‫‪22n31, 22n34‬‬

‫מ ְִרי ָם‬ ‫‪1.6.3c‬‬

‫מרק‬ ‫‪22n30‬‬

‫מרר‬ ‫‪22n43, 27n10‬‬

‫מֹשֶה‬ ‫‪13.4b‬‬

‫ָמשִי ַּח‬ ‫‪5.3c‬‬

‫שכָב‬
‫ִמ ְ‬ ‫‪7.4. 1e‬‬
‫שכָן‬
‫ִמ ְ‬ ‫†‪7.4. 1e‬‬

‫מִשל‬ ‫‪22.5a‬‬

‫שנֶה‬
‫ִמ ְ‬ ‫‪15.4a‬‬

‫שעֵּן‬
‫ַּמ ְ‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫שּפָט‬
‫ִמ ְ‬ ‫‪5.6b‬‬

‫שתִ ין‬
‫ַּמ ְ‬ ‫‪26n1‬‬

‫מָתֹוק‬ ‫‪5.3e‬‬

‫ָמתַּ י‬ ‫‪18.1f, 40.3a‬‬

‫ַּמתָ ן‬ ‫†‪6.4.3a‬‬

‫ָמתְ נַּי ִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫־נָא‬ ‫‪4.2.2c, 31n63, 32n32, 34.1d, 34.3d, 34.7, 40.2.5c, 40n43‬‬

‫נְאֻם‬ ‫‪40.2.3a‬‬

‫נֶ ֱא ָמנָה‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫נאף‬ ‫‪24.5c‬‬

‫נְָאקָה‬ ‫‪5.3f‬‬

‫נבא‬ ‫‪21n33.23.5b.26.1.2c, 26.4a‬‬

‫נְבּוכַּדְ נֶאצַּר‬ ‫‪5.8c‬‬

‫נְבּוכַּדְ ֶראצַּר‬ ‫‪5.8c‬‬

‫נָבִיא‬ ‫†‪5.3c, 6.5.3a‬‬

‫נבל‬ ‫‪22.3b, 22.3n, 24n25‬‬

‫נֹבֵּל‬ ‫‪37.2c‬‬

‫נגד‬ ‫‪27.4b, 28.4a‬‬


‫נֶגֶד‬ ‫‪11n16‬‬

‫נָגִיד‬ ‫‪5.3c‬‬

‫נגע‬ ‫‪10.2.1e, 10n11‬‬

‫נגר‬ ‫‪27.2c‬‬

‫נגש‬ ‫‪23.6. 1d‬‬

‫נגש‬ ‫‪23.6.1c, 23n33‬‬

‫נְדִ יבֹות‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫נָהָר‬ ‫‪6.4. 1d‬‬

‫נֹואָש‬ ‫‪40.2.5b‬‬

‫נֹוקֵּש‬ ‫†‪5.2c‬‬

‫נֹורא‬
‫ָ‬ ‫‪37.4d‬‬

‫נחל‬ ‫‪26.1.2b, 26n18, 27.3b‬‬

‫נֶ ְחמָד‬ ‫‪37.4d‬‬

‫נחץ‬ ‫‪5.8c‬‬

‫נחש‬ ‫‪24.4g‬‬

‫שתַּ יִם‬
‫ְמ ֻח ְ‬ ‫‪7.3d‬‬

‫נטה‬ ‫‪27n11‬‬

‫נטע‬ ‫‪23.6.1d‬‬

‫נטף‬ ‫‪26.2d‬‬

‫נטש‬ ‫‪22n38‬‬

‫נְכֹונָה‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫נָכ ְִרי‬ ‫†‪5.7c‬‬


‫נְמּואֵּל‬ ‫‪8.2b‬‬

‫נִ ְמלָה‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫נִנְע ְַּרתִ י‬ ‫‪21n27‬‬

‫נסה‬ ‫‪35.5.4b‬‬

‫נסה‬ ‫‪23.6.1d‬‬

‫נסְך‬ ‫‪30n17‬‬

‫נֹסֵּס‬ ‫‪37.2b‬‬

‫נַּ ֲע ַּליִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫נעם‬ ‫‪22.4c, 22.7b‬‬

‫נפח‬ ‫‪22n30, 25n3‬‬

‫נפל‬ ‫‪23n9, 27.2b‬‬

‫נָפְלֹו‬ ‫†‪36.1. 1d‬‬

‫נֶפֶש‬ ‫‪7.2. 1d, 15.2.3a, 18n2, 23.4c‬‬

‫נֵּץ‬ ‫†‪6.4.2d‬‬

‫נֵּצַּח‬ ‫‪9n33, 14n26, 39.3.1h‬‬

‫נצל‬ ‫‪23.4b‬‬

‫נצר‬ ‫‪29n67‬‬

‫נֹקֵּד‬ ‫‪5.2e, 37.2b‬‬

‫נָק ֹד‬ ‫‪5.3e‬‬

‫נקה‬ ‫‪24n25‬‬

‫נָקִי‬ ‫‪5.3c‬‬

‫נקם‬ ‫‪21.2.2r, 22n33, 23.2.1b, 23.4b, 26.2c‬‬


‫נָקָם‬ ‫†‪6.3.2c†, 6.4.3a‬‬

‫נקר‬ ‫‪25.3b‬‬

‫נשא‬ ‫‪21n32, 26.2c, 34n3‬‬

‫נָשִים‬ ‫‪6.3.2b‬‬

‫נשְך‬ ‫‪24.3.3c‬‬

‫שכָה‬
‫נִ ְ‬ ‫‪5.8c‬‬

‫נשק‬ ‫‪24.3.3c‬‬

‫נתְך‬ ‫‪23n33‬‬

‫נתן‬ ‫‪10.2.1b, 10.2.1i, 10.2.3b, 11.2.5d, 11.2.10d, 11n105, 18.2f, 22.3m,‬‬


‫‪22n32, 31n24, 36.2.1d‬‬

‫נתץ‬ ‫‪22n32, 25n6‬‬

‫נתר‬ ‫‪24.2b‬‬

‫נתש‬ ‫‪22n32‬‬

‫סבב‬ ‫‪22.3c, 27n10, 29.4i‬‬

‫ָסבִיב‬ ‫‪11.2.10i, 11n16, 36.3.1g‬‬

‫ְסגֻלָה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫סגר‬ ‫‪5.8d‬‬

‫סוְך‬ ‫‪22n32‬‬

‫סּור‬ ‫‪37.4e‬‬

‫סֹכֵּן‬ ‫†‪5.2c‬‬

‫סכר‬ ‫‪5.8d‬‬

‫ֶסלָה‬ ‫‪40.2.3a‬‬

‫סמְך‬ ‫‪11.1.3a‬‬
‫סעף‬ ‫†‪24.4f‬‬

‫ספה‬ ‫‪22n5‬‬

‫סקל‬ ‫†‪23.6.1e†, 24n47†, 25.4a†, 25n11‬‬

‫ס ִָריס‬ ‫‪5.4c‬‬

‫סתר‬ ‫‪26.2c‬‬

‫עבד‬ ‫‪22n30‬‬

‫ֲעבֻדָ ה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫ַּעבְדְ ָך‬ ‫‪16n3, 16n36, 18n21‬‬

‫עֲבּור‬ ‫‪31.6.1c, 31n32, 38.3b‬‬

‫עבר‬ ‫‪26.2f, 27.2b, 30n17‬‬

‫ֵּעבֶר‬ ‫†‪7.4. 1d‬‬

‫ֶעב ְָרה‬ ‫‪26n25‬‬

‫ִעב ְִרי‬ ‫†‪5.7c‬‬

‫עָגֹול‬ ‫‪5.3e‬‬

‫ֵּעגֶל‬ ‫†‪6.5. 1a‬‬

‫עגם‬ ‫‪5.6f‬‬

‫עגן‬ ‫‪5.6f‬‬

‫עַּד‬ ‫‪4.2.1a, 11.1.2c, 11.2b,‬‬

‫עַּד‬ ‫‪11.2.12, 30.5.2b, 31n50, 36.2.2b, 36.2.3d, 38.7a, 39n45‬‬

‫עַּד־ָאנָה‬ ‫‪18.4f‬‬

‫עַּד־מְא ֹד‬ ‫‪11.2.12c, 14.5b‬‬

‫עַּד־מָה‬ ‫‪18.3d‬‬
‫עַּד־ ָמתַּ י‬ ‫‪18.1f, 30n11‬‬

‫‪ 11.2.12‬עַּד ‪futuro‬‬

‫עֶד‬ ‫‪11.2.12‬‬

‫עֲדֵּ י‬ ‫‪11.2.12a‬‬

‫עֲדֶ ן‬ ‫‪39.3.1h‬‬

‫עֲדֶ נָה‬ ‫‪39.3.1h‬‬

‫עוד‬ ‫‪10n11‬‬

‫עֹוד‬ ‫‪36n21, 37.6d, 39.3.1d, 39.3.1h, 39.3.1i‬‬

‫עול‬ ‫‪10n11‬‬

‫ָעוֶל‬ ‫‪5.6f‬‬

‫עֹולָם‬ ‫‪39.3.1h‬‬

‫עֹוף‬ ‫‪7.1a, 7.2.1c‬‬

‫עור‬ ‫†‪24.4g‬‬

‫ִעּוֵּר‬ ‫‪5.4b‬‬

‫עּורה‬
‫ָ‬ ‫‪34.4a‬‬

‫עֵּז‬ ‫‪6.5.1a‬‬

‫עזב‬ ‫‪22n30‬‬

‫ֲעז ָָרה‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ֳע ַּטלֶף‬ ‫‪5.6f‬‬

‫אטף‬ ‫‪26.1.2b, 26.1.2d, 27n18‬‬

‫עטר‬ ‫‪5.6f‬‬

‫עִּיין‬ ‫‪7.4b‬‬
‫ַּעי ִן‬ ‫‪6.4.1b, 6.4.1e, 13.4b‬‬

‫עֵּינַּיִם‬ ‫‪7.3b‬‬

‫ֲעי ָנ ֹת‬ ‫‪7.3b‬‬

‫ָעיֵּף‬ ‫‪5.3a‬‬

‫עִר‬ ‫‪6.4.1d‬‬

‫עֵּיר ֹם‬ ‫‪14.3.3d‬‬

‫ַּע ָכבִיש‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ַּע ְכבָר‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ַּעכְשּוב‬ ‫‪5.6f‬‬

‫‪ 4.2.1a, 11.1.2b, 11.1.2c, 11.2b, 11.2.13, 11.4.3a, 22n42, 36.2.2b,‬עַּל ‪sobre‬‬


‫‪36.2.3f, 37n30, 38.4a‬‬

‫עַּל־דְ בַּר‬ ‫‪38.4a‬‬

‫עַּל־מָה‬ ‫‪18.3d‬‬

‫עַּל־ּפִי‬ ‫‪11.3.1a‬‬

‫‪ 11.2.13‬עַּל ‪altura‬‬

‫עלה‬ ‫‪27.2b, 31.1.1b‬‬

‫עלז‬ ‫‪5.8d‬‬

‫ֲעלֵּי‬ ‫‪11.2.13a‬‬

‫ֶעלְיֹון‬ ‫‪13.4b‬‬

‫עלל‬ ‫‪26.1.2b, 26n18‬‬

‫ֶעלֶם‬ ‫†‪6.5.1a‬‬

‫עלס‬ ‫‪5.8d‬‬

‫עלץ‬ ‫‪5.8d‬‬
‫עַּם‬ ‫‪11.4.3b, 13.3e, 18.4b‬‬

‫עִם‬ ‫‪4.2.1a, 11.1.2d, 11.2b, 11.2.2a, 11.2.14, 11n21, 36n24, 38.5a‬‬

‫עמד‬ ‫‪22.3c, 23n9‬‬

‫ִעמָדִ י‬ ‫‪11.2.14a‬‬

‫ַּעמִים‬ ‫‪7.4b‬‬

‫עמם‬ ‫‪22n38‬‬

‫ֲע ָממִים‬ ‫†‪7.4b‬‬

‫עָמ ֹק‬ ‫‪5.3e‬‬

‫‪ 1.6.3k, 10.2.3b, 38.4a‬ענה ‪responder‬‬

‫‪ 1.6.3k, 25.5b, 25nn4, 14‬ענה ‪humilhar‬‬

‫ָענִי‬ ‫‪5.3c‬‬

‫ענן‬ ‫‪10.2. 1f, 24.4e‬‬

‫עפר‬ ‫†‪24.4e‬‬

‫עֵּץ‬ ‫‪7.2. 1d‬‬

‫ָעעּום‬ ‫‪5.3d‬‬

‫עצם‬ ‫†‪24.4d†, 24.4f‬‬

‫עצר‬ ‫‪11n100‬‬

‫ָע ֵּקב‬ ‫‪38.4‬‬

‫עָק ֹב‬ ‫‪5.3e‬‬

‫ֵּע ֶקב‬ ‫‪38.4a‬‬

‫עקר‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ַּעק ְָרב‬ ‫‪5.6f‬‬


‫ִעקֵּש‬ ‫‪5.4b‬‬

‫ערב‬ ‫‪5n5, 22.4b, 22.4c‬‬

‫ע ֶֶרב‬ ‫‪27.4b‬‬

‫עָר ֹב‬ ‫‪5.6f‬‬

‫ע ֵֹּרב‬ ‫†‪5.2b‬‬

‫ע ֲֻרבָה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫ע ְַּר ַּביִם‬ ‫‪7.3d‬‬

‫ערה‬ ‫‪5.6f‬‬

‫עָרּום‬ ‫‪5.3d‬‬

‫ע ִָריץ‬ ‫‪5.4c‬‬

‫ע ֵֶּרְך‬ ‫‪13.6b‬‬

‫ע ְֶרכְָך‬ ‫‪13.6b‬‬

‫שב‬
‫ֵּע ֶ‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫עשה‬ ‫‪7.4.3d, 11.2.10d, 12.1b, 17.4.3c, 22n30, 31.1.1b, 31n5, 39.3.4e‬‬

‫שי‬
‫עֹ ָ‬ ‫‪37.3d‬‬

‫ירית‬
‫ש ִ‬‫ֲע ִ‬ ‫‪15.5a‬‬

‫עשר‬ ‫‪24.4i‬‬

‫שר‬
‫ֶע ֶ‬ ‫‪15.2.2a†, 15.2.3†, 15n5‬‬

‫שרֹון‬
‫ִע ָ‬ ‫‪15.5a‬‬

‫ש ִרים‬
‫ֶע ִ‬ ‫‪15.2.4a†, 15n5, 15n17‬‬

‫עשר‬ ‫‪26.2f‬‬

‫שתֵּ י‬
‫ַּע ְ‬ ‫‪15.2.3b†, 15n15‬‬
‫עַּתָ ה‬ ‫‪34.7a, 34.7b, 38.1e, 39.3.1h, 39.3.4c, 39.3.4f, 40.2.1c‬‬

‫עתר‬ ‫‪23.4g, 23n26‬‬

‫‪ּ 32n9, 37.2.6c, 39.1a, 39.1b, 39.2a, 39.2.6c‬פ )?( ‪e‬‬

‫ּפגע‬ ‫‪10n11‬‬

‫ּפֶה‬ ‫‪5n1, 18.4c‬‬

‫ּפ ֹה‬ ‫‪39.3.1g, 39n39‬‬

‫ּפוץ‬ ‫‪23.6.1c, 23n33‬‬

‫ּפחד‬ ‫‪22.4e‬‬

‫ּפלא‬ ‫‪24.2a‬‬

‫ּפלט‬ ‫‪5.8d‬‬

‫ָּפלִית‬ ‫‪5.3c‬‬

‫ּפלל‬ ‫‪26.1.2c, 26.2e, 26n8‬‬

‫שתִ ים‬
‫ְּפ ִל ְ‬ ‫‪13.5.1f‬‬

‫ּפֶן‬ ‫‪4.2.1a, 31.6.1c, 31n32, 31n61, 38.3c, 39.3.3a‬‬

‫ּפנה‬ ‫‪22n5, 32.2.3d‬‬

‫ּפְנּואֵּל‬ ‫‪8.2b‬‬

‫ּפני‬ ‫‪11.3.1a‬‬

‫ְּפנִי ֵּאל‬ ‫‪8.2b‬‬

‫ָּפנִים‬ ‫‪6n37, 7.1a, 7.4.1c, 11.2.10b‬‬

‫ְּפנִימָה‬ ‫‪39.3.1g‬‬

‫ִּפ ֵּס ַּח‬ ‫‪5.4b‬‬

‫ּפסס‬ ‫‪22n22‬‬
‫ּפעל‬ ‫‪2.2.1a, 20n17, 21.1b‬‬

‫ְּפ ֻעלָה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫ַּּפעַּם‬ ‫‪7.3c, 15.4a, 15.4b‬‬

‫ּפקד‬ ‫‪30n17‬‬

‫ְּפקֻדָ ה‬ ‫‪5.5b‬‬

‫ָּפקִיד‬ ‫‪5.3c‬‬

‫ּפַּר‪ּ/‬פָר‬ ‫†‪6.5.1a†, 13.3e‬‬

‫ּפ ְִרי‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫ּפרס‬ ‫‪27.4a‬‬

‫ּפרק‬ ‫‪26.2d‬‬

‫ּפרר‬ ‫‪27n10‬‬

‫ּפרש‬ ‫‪24.3.1b‬‬

‫ּפרש‬ ‫‪25.3a‬‬

‫ּפ ָָרש‬ ‫‪5.4a‬‬

‫ּפ ְָרת‬ ‫‪6.4. 1d, 12.3e, 13.4b‬‬

‫ּפְשק‬ ‫‪24.3.1b‬‬

‫ּפשט‬ ‫‪26.2d, 27.3a, 27.3c‬‬

‫שת‬
‫ֵּּפ ֶ‬ ‫‪7.4.1b‬‬

‫ּפִתְ א ֹם‬ ‫‪39.3. 1j‬‬

‫ּפתה‬ ‫‪25.5a, 25n4‬‬

‫ּפתח‬ ‫‪10n14, 22.3g, 23.2.2b‬‬

‫ּפְתַּ לְת ֹל‬ ‫‪5.5a‬‬


‫ּפתע‬ ‫‪39n52‬‬

‫ּפֶתַּ ע‬ ‫‪39.3. 1j‬‬

‫ּפִתְ רֹון‬ ‫‪5.7b‬‬

‫צ ֹאן‬ ‫‪6.5.2a‬‬

‫צַּדִ יק‬ ‫‪5.4c‬‬

‫צִדֹנִין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫צדק‬ ‫‪22.4c, 24.1a, 24.2a, 24.2g–h, 24n24, 24n25, 26.1.1b, 27.2e‬‬

‫צֶדֶ ק‬ ‫‪6.4.3a, 6n39f‬‬

‫צָה ֹב‬ ‫‪5.3e‬‬

‫ָצה ֳַּריִם‬ ‫‪7.3d‬‬

‫ָארים‬
‫ַּצּו ִ‬ ‫‪7.4.1c‬‬

‫צוה‬ ‫‪10.2.1d, 10.2.3b‬‬

‫צֹועֵּק‬ ‫‪37.2c‬‬

‫צוק‬ ‫‪10n11‬‬

‫ַּצּוָרֹון‬ ‫‪5.7b‬‬

‫צֹורף‬
‫ֵּ‬ ‫‪37.2c‬‬

‫צָחֹות‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫צחק‬ ‫‪5.8d‬‬

‫ציד‬ ‫‪26.1.1b, 26.2e, 26.4a‬‬

‫ַּצי ִד‬ ‫‪26n24‬‬

‫ַּצּי ָד‬ ‫‪5.4a‬‬

‫צִיץ‬ ‫‪6.4.2d, 6.4.3a‬‬


‫צִיצִת‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫צלח‬ ‫‪22.3h, 22.4d, 27.5c‬‬

‫ְצ ָללִים‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ֵּצלָע‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫צמא‬ ‫‪22.4d‬‬

‫צמד‬ ‫‪23.5b‬‬

‫צעִיר‬ ‫‪5.3c‬‬

‫צעק‬ ‫‪24.2b, 24.3a, 24.5b‬‬

‫ְצ ָע ָקה‬ ‫‪5.3f‬‬

‫צפה‬ ‫‪11n30, 25.3d‬‬

‫צפן‬ ‫‪22n5‬‬

‫צקה‬ ‫‪31n49‬‬

‫צ ֹר‬ ‫‪13.4b‬‬

‫צרר‬ ‫‪22n43, 22n45, 27n10‬‬

‫קבב‬ ‫‪35n10‬‬

‫קבר‬ ‫‪22n38, 23.2.2a, 25.3c‬‬

‫קָדֹוש‬ ‫‪12n15‬‬

‫שים‬
‫קְדֹו ִ‬ ‫‪7.4.3b‬‬

‫קדם‬ ‫‪24.4g‬‬

‫קַּדְ מֹון‬ ‫‪5.7b‬‬

‫ק ֹדֵּ ר‬ ‫‪37.2b‬‬

‫קדש‬ ‫‪22.3k, 22.4c, 23n36, 23n37, 24.1a, 24.2e, 24n25, 26.2f, 26.3a, 27.2d‬‬
‫ק ֹ ֶהלֶת‬ ‫‪6.6b‬‬

‫קֹוב‬ ‫‪35n10‬‬

‫קוה‬ ‫‪5.6d, 24.2b, 24.5b‬‬

‫קֹול‬ ‫‪37n47, 40.2.3b, 40n32‬‬

‫קום‬ ‫‪22.3c, 23n9, 29.4i, 33.1.1a, 34.5.1a, 37n30‬‬

‫ְקוֻצֹות‬ ‫‪5.5b‬‬

‫קור‬ ‫‪5.6f‬‬

‫קטל‬ ‫‪21.1b, 29.4a‬‬

‫קטן‬ ‫‪22.3b, 22.3e, 22.4c, 30.5.3a‬‬

‫קֹטֵּף‬ ‫†‪5.2e‬‬

‫קלל‬ ‫‪22.3j, 23n31, 24.2f, 24n25, 25.2b, 25n4, 27n10, 27n15‬‬

‫ָקמַּי‬ ‫‪37.3d‬‬

‫קנא‬ ‫‪10n9‬‬

‫ָקצִיר‬ ‫‪5.3c‬‬

‫קצץ‬ ‫‪25.3c‬‬

‫קצר‬ ‫‪1.6.3k, 22.3k, 22.4c, 22n20‬‬

‫קרא‬ ‫‪22n30, 34n3‬‬

‫קרב‬ ‫‪22.2.3d, 24.2e, 27.2f, 36.2.3d‬‬

‫ק ֶֶרב‬ ‫‪11n16‬‬

‫ק ְָרבָן‬ ‫‪5.7b‬‬

‫ק ֵֵּּר ַּח‬ ‫‪5.4b‬‬

‫ק ְִרי ָתַּ יִם‬ ‫‪7.3d‬‬


‫קרן‬ ‫‪27.4a‬‬

‫ק ֶֶרן‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫ק ְָרנֹות‬ ‫†‪7.3b‬‬

‫ק ְָרנַּי ִם‬ ‫†‪7.3b‬‬

‫קרץ‬ ‫‪22n38‬‬

‫קָשֹות‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫ראה‬ ‫‪22.2.2d, 22n38, 26.2g, 27.3c, 31.1.1b, 31.1.1f‬‬

‫ְר ֵּאה‬ ‫‪40n40‬‬

‫ר ֹ ֶאה‬ ‫†‪5.2d‬‬

‫ִראשֹון‬ ‫‪5.7b, 15.3.1a, 15n24‬‬

‫‪ַּ 13.4b‬רב ‪principal‬‬

‫‪ַּ 15n5, 39.3.1h‬רב ‪muito‬‬

‫‪ 7.2.2, 9.5.3f, 11n66, 14.3.1b‬ר ֹב ‪multidão‬‬

‫ְר ָבבָה‬ ‫‪15.2.5a, 15.2.5c‬‬

‫רבה‬ ‫‪5.6d, 35n46‬‬

‫ִרבֹו‬ ‫‪15.2.5a‬‬

‫ִרבֹוא‬ ‫‪15.2.5a‬‬

‫ַּרבִים‬ ‫‪14.3.1c‬‬

‫ֶרבַּע‬ ‫‪15.5a‬‬

‫רֹבַּע‬ ‫‪15.5a‬‬

‫ְר ִבעִית‬ ‫‪15.5a‬‬

‫רבץ‬ ‫‪22.31‬‬
‫ַּרבַּת‬ ‫‪39.3.1h, 39.3.1i‬‬

‫ִרב ֹתַּ י ִם‬ ‫‪15.4a‬‬

‫רגז‬ ‫‪22.4e‬‬

‫ֶרגֶל‬ ‫‪6.4.1b, 15.4b, 15n30‬‬

‫ַּרגְלִי‬ ‫‪5.7c‬‬

‫ַּרגָלִים‬ ‫‪7.3b‬‬

‫ֶרגַּע‬ ‫‪7.3b‬‬

‫רוה‬ ‫‪39.3. 1j‬‬

‫רוח‬ ‫‪5.6f‬‬

‫רּוח‬ ‫‪22.7b, 22n44‬‬

‫רֹזֵּן‬ ‫‪6n37‬‬

‫ָרחֹוק‬ ‫‪37.2b‬‬

‫רחץ‬ ‫‪11.3.2a, 14.3.3d‬‬

‫רחק‬ ‫‪22n5‬‬

‫רטש‬ ‫‪27.2f, 35.4a‬‬

‫ריב‬ ‫‪25.3b‬‬

‫ִריב‬ ‫‪10n11, 33.1.1b, 35n10‬‬

‫ִריב‬ ‫‪35n10‬‬

‫ֵּריקָ ם‬ ‫‪5.7e, 39.3.1j‬‬

‫רכב‬ ‫‪22.31‬‬

‫ֶרכֶב‬ ‫‪7.3.1c‬‬

‫רכְך‬ ‫‪27n10‬‬
‫רמה‬ ‫‪24.2a‬‬

‫רמָה‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫ֶר ֶמש‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫רנן‬ ‫‪25.5a‬‬

‫עב‬ ‫‪22.4d‬‬

‫‪ 22n5‬רעה ‪pastar‬‬

‫‪ָ 6.3.2f, 6.4.2b‬רעָה ‪mal‬‬

‫ַּר ֲענָן‬ ‫‪5.5a‬‬

‫‪ 22.3j, 22n43, 27.4a‬רעע ‪ser/estar mal‬‬

‫‪ 22n38‬רעע ‪quebrar‬‬

‫רפא‬ ‫‪26.3a, 34n3, 37.2c‬‬

‫רפה‬ ‫‪10n11‬‬

‫ָרצִין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫ַּרק‬ ‫‪38.6a, 38n1f, 39.3.5c‬‬

‫רקב‬ ‫‪22.4d‬‬

‫רקע‬ ‫‪25.3d‬‬

‫רשע‬ ‫‪27.2e‬‬

‫שבע‬ ‫‪22.3h, 22.4d, 27.5b‬‬

‫ש ְבעָה‬
‫ָ‬ ‫‪6.4.3a‬‬

‫שגב‬ ‫‪23n31‬‬

‫שְדֵּ ה‬ ‫‪13.4b‬‬

‫שֹונֵּא‬ ‫‪37.2b‬‬
‫שְחֹוק‬ ‫‪36.2.1f‬‬

‫שחק‬ ‫‪5.8d‬‬

‫שטָן‬ ‫‪13.6a‬‬

‫שים‬ ‫‪11.2. 10d, 22n32‬‬

‫שכֶל‬
‫ֵּ‬ ‫‪27.4a‬‬

‫ש ְלמָה‬
‫ַּ‬ ‫‪5.8e‬‬

‫שמח‬ ‫‪22.3h, 27.5c‬‬

‫ש ְמלָה‬
‫ִ‬ ‫‪5.8e‬‬

‫שנא‬ ‫‪22.2.3b, 22.3d, 22.4e, 37.1e‬‬

‫שער‬ ‫‪22.5a‬‬

‫שעָר‬
‫ֵּ‬ ‫‪6.3.2f, 6.4.2d‬‬

‫שְע ָֹרה‬ ‫‪7.4.1b‬‬

‫שפָתַּ י ִם‬
‫ְ‬ ‫‪7.3b‬‬

‫שר‬
‫ַּ‬ ‫‪13.4b‬‬

‫שרף‬ ‫‪22.6d, 22n31‬‬

‫ש ֵֹּרק‬ ‫‪5.2b‬‬

‫ש‬ ‫‪9.7c, 9n5, 18.3e, 19.2a, 19.2c, 19.4, 19n6, 38.1g‬‬

‫שְָאגָה‬ ‫‪5.3f‬‬

‫שאה‬ ‫‪26.1.2b, 26.1.2d‬‬

‫שְאֹול‬ ‫‪9n33, 13.4b, 14.5b‬‬

‫שאל‬ ‫‪10.2.3b, 22.3h, 23n26, 26n2‬‬

‫ש ֲאנָן‬
‫ַּ‬ ‫‪5.5a‬‬
‫שא ִֵּרית‬
‫ְ‬ ‫‪5.7d‬‬

‫שבֹלֶת‬
‫ִ‬ ‫‪3.4e‬‬

‫שבע‬ ‫‪23.5b, 23n29, 24.4b‬‬

‫שבַּע‬
‫ֶ‬ ‫‪15.2.2a, 15n5‬‬

‫ש ְבעָתַּ י ִם‬
‫ִ‬ ‫‪15.4a‬‬

‫שבר‬ ‫‪22.5a, 23.2.1a, 23.2.1b, 24.1a, 24.1f, 24.3b, 24.3.1a, 24.3.2d, 24.4b‬‬

‫שגל‬ ‫‪22n31‬‬

‫שַּד‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫שדד‬ ‫‪22n29‬‬

‫שַּדַּ י‬ ‫‪13.4b‬‬

‫שוְא‬
‫ָ‬ ‫‪39.3. 1j‬‬

‫שוב‬ ‫‪4.6.2c, 27.2b, 28.2b, 35.3.2c, 39.3.1b‬‬

‫שֹוטֵּף‬ ‫‪37.2c‬‬

‫שֹו ֵּממִין‬ ‫‪7.4b‬‬

‫שֹועֵּר‬ ‫†‪37.2b‬‬

‫שֹוק‬ ‫‪6.4.1b‬‬

‫שנָה‬
‫שֹו ַּ‬ ‫†‪6.4.2d‬‬

‫שחה‬ ‫‪21.2.3b, 21n35‬‬

‫שְח ֹט‬ ‫†‪36.1.1d‬‬

‫שח ְַּרח ֶֹרת‬


‫ְ‬ ‫‪5.5a‬‬

‫שטח‬ ‫‪24.3.1b‬‬

‫שטף‬ ‫‪22n31‬‬
‫שֹטֵּר‬ ‫‪37.2b‬‬

‫שיר‬ ‫‪22n32‬‬

‫שִיר‬ ‫‪6.4.2d‬‬

‫שית‬ ‫‪22n32, 31.1.1d, 33.1.2c‬‬

‫שכב‬ ‫‪10.2.2b, 22.31, 22.4d, 28.2b, 28.5a, 36n4‬‬

‫שכח‬ ‫‪22.3h, 24n35, 26.3a‬‬

‫שכל‬ ‫‪22.2.2a, 22.3e‬‬

‫שכם‬ ‫‪27n3, 35.3.2c, 35.4a‬‬

‫שכֶם‬
‫ְ‬ ‫‪27.4b‬‬

‫שכן‬ ‫‪22n20‬‬

‫שכר‬ ‫‪22n35‬‬

‫של‬
‫ֶ‬ ‫‪9.7c, 19n15‬‬

‫שלג‬ ‫‪22.7a‬‬

‫שלֵּו‬
‫ָ‬ ‫‪5.3a‬‬

‫שלְך‬ ‫‪22n29, 28.4b‬‬

‫שלם‬ ‫‪22.4d, 24n 18, 28.4a‬‬

‫שֹלש‬ ‫‪24.4h, 25.4c‬‬

‫שָֹלש‬ ‫‪5n1, 15.2.2a, 15n2, 15n5‬‬

‫שלְשֹום‬
‫ִ‬ ‫‪39.3. 1h‬‬

‫שְֹלשִ ים‬ ‫‪15.2.4a, 15n2, 15n5‬‬

‫שְֹלשִ ית‬ ‫‪15.5a‬‬

‫שם‬
‫ָ‬ ‫‪4.7c, 17.2b, 17n10, 39.3.1g, 39.3.1h, 39n39‬‬
‫שֵּם‬ ‫‪5n1, 8n14‬‬

‫שמד‬ ‫‪23n37‬‬

‫שמָה‬
‫ָ‬ ‫‪17.2b, 17n10, 39.3.1g‬‬

‫ש ַּמי ִם‬
‫ָ‬ ‫‪7.3d‬‬

‫שמם‬ ‫‪22.3n, 22.4e, 28.2b, 28.2c, 28n2‬‬

‫שמֹנֶה‬
‫ְ‬ ‫‪15.2.2a, 15n5‬‬

‫שמע‬ ‫‪22.3h, 22.4b, 27.3c‬‬

‫שמר‬ ‫‪23.1j, 23.4b–c‬‬

‫שמֶש‬
‫ֶ‬ ‫‪13.5.1b‬‬

‫שמְשֹון‬
‫ִ‬ ‫‪1.6.3c‬‬

‫שן‬
‫ֵּ‬ ‫‪6.4.1b, 6.4.1e‬‬

‫שנָה‬
‫ָ‬ ‫‪7.3c, 12.5a, 15.2.3a, 15.3.2c‬‬

‫שנַּי ִם‬
‫ְ‬ ‫‪15.2.1h–j, 15.4a, 15n5‬‬

‫שנֵּים‬
‫ְ‬ ‫†‪15.2.3b‬‬

‫שעה‬ ‫‪26.1.2b, 26.1.2d‬‬

‫שען‬ ‫‪23.4b‬‬

‫שער‬ ‫‪22n41‬‬

‫ש ְפחָה‬
‫ִ‬ ‫‪7.2. 1d‬‬

‫שפט‬ ‫‪37.2a‬‬

‫שֹפֵּט‬ ‫‪24n55, 37.2b‬‬

‫שפְך‬ ‫‪22n30‬‬

‫שפל‬ ‫‪22.3d, 22.4c, 27.2d‬‬


‫שקה‬ ‫‪27.3c, 27n29‬‬

‫שקל‬ ‫‪23.6. 1e‬‬

‫ש ֶקל‬
‫ֶ‬ ‫‪15.2.3a‬‬

‫שקע‬ ‫‪27.5b‬‬

‫שקק‬ ‫‪26n18‬‬

‫שרץ‬
‫ֶ‬ ‫‪7.2.1c‬‬

‫שרש‬ ‫‪24.4f, 27.4a‬‬

‫ש ֶֹרש‬ ‫‪21n1‬‬

‫שש‬ ‫‪24.4h‬‬

‫שש‬
‫ֵּ‬ ‫‪5n1, 15.2.2a, 15n5, 15n11‬‬

‫שים‬
‫ש ִ‬
‫ִ‬ ‫‪5n1, 15n11‬‬

‫שתה‬ ‫‪31.1.1b‬‬

‫תַּ ֲאוָה‬ ‫‪5.6d‬‬

‫ת ֹאמִרּו‬ ‫‪31n2‬‬

‫תֵּ בֵּל‬ ‫‪13.4b‬‬

‫תְ הֹום‬ ‫‪13.4b‬‬

‫תֹודָ ה‬ ‫‪5.6c‬‬

‫תֹו ֶחלֶת‬ ‫‪5.6c‬‬

‫תָ וְֶך‬ ‫‪11n16‬‬

‫תֹו ַּכחַּת‬ ‫‪5.6c‬‬

‫תֹור‬ ‫‪6.4.3a‬‬

‫תֹורה‬
‫ָ‬ ‫‪6.4.3a‬‬
‫תַּ ֲח ֻלאִים‬ ‫‪5.6d‬‬

‫תְ ִחלַּת‬ ‫‪9.6e‬‬

‫תַּ חַּת‬ ‫‪11.1.2c, 11.2.2b, 11.2.15, 11.3.2a, 22.3j, 38.4a‬‬

‫תַּ חְתִ י‬ ‫†‪5.7c‬‬

‫תַּ י ִש‬ ‫‪6.5.1a‬‬

‫תְ כּונָה‬ ‫‪6.4.2b‬‬

‫תִ כֹונֵּן‬ ‫‪21n30‬‬

‫תְ ָככִים‬ ‫†‪7.4b‬‬

‫תִ ַּכסֶה‬ ‫‪21n30‬‬

‫תָ מִיד‬ ‫‪39.3.1i‬‬

‫תָ מִים‬ ‫‪14.3.3b‬‬

‫תמם‬ ‫‪26.1.1b‬‬

‫תַּ נִינִם‬ ‫‪7n14‬‬

‫תִ נַּשֵּא‬ ‫‪21n30‬‬

‫תעב‬ ‫†‪24.4g‬‬

‫תפר‬ ‫‪24.5c‬‬

‫תִ ְקוָה‬ ‫‪5.6d‬‬

‫תִ ק ְְרבּו‬ ‫‪31n2‬‬

‫תִ ק ְְרבּון‬ ‫‪31n2‬‬

‫תַּ ְרבִית‬ ‫‪5.6d‬‬

‫תְ ָרפִים‬ ‫‪7n14‬‬

‫תָ שִים‬ ‫‪31n2‬‬


‫תְ שּועָה‬ 5.6d

‫שע‬
ַּ ֵּ‫ת‬ 15.2.2a

‫שתֶ ה‬
ְ ִ‫ת‬ 31.1.1d

Índice de Citações das Escrituras

Gênesis

1.1 156n38, 250, 633

1.1–2 129

1.2 64, 113, 138, 241, 483

1.3 72, 129, 543, 568

1.3–4 242

1.3ff 473

1.5 274, 486, 546

1.6 212, 629

1.7 200, 331

1.8 174

1.9 501, 509, 566

1.11 166, 207, 443n27

1.13 274

1.14 530

1.15 443

1.16 234, 245, 258n6

1.21 122n14, 180

1.25 179

1.26 203, 654

1.27 74, 108


1.28 304

1.29 209

1.31 260n16, 268

2.1 250, 419n4, 550

2.4 250, 611

2.5 216, 443

2.6 503, 527

2.7 174, 209n81

2.8 179

2.9 105, 138, 602

2.10 625

2.11 131, 245n12, 248, 274, 623

2.12 138, 145, 261, 306

2.13 274

2.14 103, 274, 297n27

2.15 104, 153, 164

2.16 165, 582, 587n31, 651n12

2.17 75, 511, 586, 65n12

2.18 113, 601

2.19 213, 513

2.20 26

2.22 209n81, 222

2.23 110, 307, 308, 310, 384

2.24 145, 527

2.25 276, 303, 431

3.1 69, 270, 652n15

3.2 241
3.3 333, 511, 517n61

3.5 203, 303, 537, 624

3.6 74, 240

3.7 70, 263, 416

3.8 70, 114, 172n19, 206, 427

3.9 327

3.10 239, 366

3.11 239, 317, 603

3.12 129

3.13 110, 128, 313n19, 323, 555

3.14 75, 110, 171, 270, 640

3.15 129, 172, 295

3.16 69, 582

3.17 207

3.22 139, 155n35, 483, 529, 603

3.23 334, 374

3.24 138, 148

4.1 129, 164, 195, 548, 652n15

4.2 232

4.5 555

4.6 324, 484

4.7 205

4.8 74, 232, 604

4.9 327

4.10 120, 134, 140, 317, 323, 487, 626

4.12 602

4.13 266, 604n25


4.14 246, 618

4.15 286, 375n33

4.18 178, 182, 385

4.19 388

4.22 301

4.23 206n65, 303, 482

4.24 375

4.25 220

4.26 71, 301, 374n30

5.4 447

5.5 482

5.20 280

5.22 278, 427

5.24 427

6.2 242, 365

6.4 221

6.5 261, 645, 669n91

6.9 427, 429n18

6.10 231

6.13 221

6.14 152, 530

6.15 134, 312, 644

6.17 300n39, 300n40, 627

6.18 74

6.21 507

7.1 194, 221, 294, 309

7.2 116n6, 276, 289, 333, 660


7.4 206, 630

7.5 165

7.8–9 289

7.9 165

7.11 286, 311, 381

7.18 220, 555

7.20 171

7.21 198

7.23 334, 384n18

8.1 436

8.3 590

8.7 590

8.9 152, 153, 194, 305, 555, 640

8.11 206

8.22 22

9.3–4 670

9.6 197, 385, 621

9.9 195, 303

9.10 617

9.11 213, 385, 392n33

9.14 166, 412, 634

9.14–15 539

9.16–17 312

9.18 298

9.19 129

9.20 149n27, 241

9.23 134
9.24 180

9.25 134, 154, 267

9.26 569

9.27 654

10.10 104

10.18 392n33

10.21 269n29

10.30 302

10.32 245

11.1 228, 273, 275

11.3 245n12, 575n22, 578

11.4 575n22, 651

11.5 607

11.6 601

11.7 575, 639

11.9 71, 104

11.10 281

11.24 280

11.29 127n7

11.31 215

12.1 222, 242

12.1–2 578

12.1–4 395n38

12.2 209

12.3 391n27, 395, 530, 618

12.4 281

12.5 114
12.7 248, 621, 623

12.8 212

12.9 590

12.12 401n22

12.13 511, 529, 579

12.14 202n49, 205

12.18 207

13.1 219n114, 295

13.2 245, 668

13.3 200, 334

13.7 651n14

13.9 571, 579

13.12 129, 224, 482

13.14 134n19, 193

13.15 183

13.17 206n67

14.2 130

14.4 486

14.5 119, 284

14.6 159

14.9 278

14.13 150, 243

14.18 127n26

14.9 139, 250

14.22 488

14.23 295

14.24 294n22
15.1 129, 193

15.2 124

15.3 488, 678

15.4 294n22

15.5 185, 245

15.6 175, 305

15.7 333

15.8 317, 325

15.9 422

15.10 200n39, 406

15.11 216n107

15.12 610

15.13 303, 587n32

15.14 628

15.17 200

15.18 103, 153, 314

15.19–21 115

16.1 232, 252n15

16.2 579, 663

16.3 232

16.4 392n31

16.5 147, 201, 296, 303

16.8 328, 329, 504, 629

16.12 197

16.13 616

17.1 263

17.1–2 578
17.2 654

17.4 677

17.5 671n102

17.6 305

17.8 149

17.11 181

17.12 172

17.15 76, 671

17.17 281

17.19 630, 672

17.20 207, 490, 532

17.21 310

18. 170

18.2 626

18.3 579

18.4 374

18.5 641

18.6 173, 413

18.7 243, 244

18.7–8 242

18.9 328

18.10 586

18.13 324, 662n65

18.14 266

18.15 486

18.19 639

18.20 132n17, 152, 668


18.21 339n32, 579

18.22 221

18.25 537, 642

18.26 511

18.27 133

18.28 168, 198

18.30 575

18.32 575, 670n93

19.1 549

19.2 124, 550

19.5 246

19.6 180

19.8 669

19.10 180

19.11 121, 246

19.19 579

19.28 245

19.30 606

19.33 313n22

19.34 212n97

20.3 218, 627

20.4 367, 402

20.5 132, 241

20.6 122, 221

20.7 202, 430

20.9 509

20.10 323
20.11 534

20.12 557

20.13 210, 334

20.17 184n39

21.1 652n15

21.3 340

21.5 150, 182

21.8 558

21.9 172n19

21.10 219

21.12 569

21.15 251

21.16 573

21.17 134n19, 323

21.23–24 296

21.24 391

21.26 319

21.29 260

21.30 180

22.2 233, 251, 275, 464, 508n29

22.3 276

22.4 553

22.5 573

22.6 243, 215

22.7 677

22.12 617

22.14 639
22.16 640

22.17 395, 582, 586

22.18 391n27, 395, 641

22.20 232, 554

22.22 127

22.24 553

23.4 153, 649n5

23.6 124, 154, 268

23.8 609

23.10 148, 617

23.10–11 489

23.13 489, 578

23.15 327

23.20 550

24.1 492

24.2 571

24.3 139, 626

24.4 232, 528

24.7 294n22

24.8 310

24.12 219, 232n12

24.14 110, 305

24.15 651, 678

24.16 151

24.20 243

24.21 428

24.22 134, 278


24.23 170, 317

24.25 606

24.27 77

24.30 604, 624, 678

24.32 145

24.33 143, 375n32

24.43 539, 623

24.50 602

24.54 219

24.55 654

24.56 651

24.57 565n3

24.58 509

24.60 281, 572

24.63 107, 608

24.64 243

24.65 131, 196, 243, 307, 308, 318

25.8 171n18

25.10 421

25.11 219

25.21 390

25.25 172, 175

25.26 166

25.28 616

26.1 22

26.9 328

26.10 494, 531


26.11 587, 622

26.13 481, 539n39

26.15 302

26.16 267

26.18 76, 490

26.20 73

26.22 531

26.28 201

26.29 166

27.2 493

27.3 170

27.4 493, 575

27.6 172n19

27.10 639

27.12 528

27.13 670

27.15 195n23

27.20 312, 326

27.22 392n33

27.24 132

27.29 134, 652

27.30 588

27.33 75, 514, 561, 631

27.34 301

27.36 287

27.42 182

27.43 208
27.44 275n8

27.45 508, 537

28.6 541, 562

28.9 217n110

28.13 333

28.15 436, 491

28.16 492, 670n97

28.19 663

28.20–21 526, 527

28.22 414

29.2 71, 474

29.2–3 527

29.7 601

29.15 534

29.16 269n29, 651n14

29.20 275

29.21 113, 684

29.26 603

29.27 239, 308

29.30 265

29.34 278

30.6 517n64

30.13 490

30.14 120

30.15 69, 610n37

30.16 313n22

30.20 174
30.24 569

30.30 77

30.31 323

30.35 263

30.37 263

30.39 107

30.40–41 534

30.43 257

31.1 335

31.6 296

31.7 219, 287, 540

31.15 210, 385, 586

31.16 298

31.19 607

31.20 645

31.26 552

31.28 410, 602, 611

31.30 305n60, 208, 588

31.32 334n13, 490

31.34 556

31.35 140n9

31.36 317

31.39 128, 411, 509

31.37 287

31.42 638

31.47 5n6

31.52 72
31.54 196

32.1 108

32.5 555

32.6 114

32.7 135

32.9 528

32.11 214, 256, 266, 491

32.12 616

32.16 107, 257, 280

32.17 119n12

32.18 317, 511

32.19 232

32.21 564n21

32.23 279, 313n22

32.25–26 391

32.26 166

32.27 642

32.28 320

32.29 661n59

32.31 127, 550

32.32 127

32.33 164, 506

33.1 135

33.8 140n9

33.10 661n59

33.13 107, 531

33.14 569, 603


33.15 140n9, 565n3

34.8 76

34.11 565n3

34.15–17 524, 636

34.19 270

34.23 298

34.31 508

35.2 73

35.3 561, 631

35.4 219n116

35.8 248

35.17 243

35.19 140n10

36.7 266

36.8 131, 297

36.14 551

36.27 309

36.30 134n20

36.31–32 551n12

37.2 293, 629

37.3 121, 265, 491

37.8 199, 587

37.9 279

37.10 222

37.15 113, 624

37.17 574, 621

37.18 514
37.19 149, 306, 307

37.19–20 677

37.20 275, 325

37.22 199

37.23 177, 304, 441

37.26 323n16

37.27 384n17

37.29 677

37.30 627

37.33 375n31, 584

37.35 171n18, 606

37.36 240n7

38.8 413

38.9 539

38.10 331

38.13 625, 675

38.14 140n10

38.16 565n3

38.25 625

38.26 265

38.28 243

39.1 240n7

39.2 548

39.5 644

39.6 151

39.9 528

39.10 116, 195


39.11 651

39.13 556

39.16 603

39.20 156, 620, 645

39.21 303

39.22 320

39.23 641

40.2 217

40.3 139, 620

40.12 312

40.14 533

40.15 419n2, 582, 639

40.16 301

40.18 152

40.20 448, 601

40.21–22 651

41.4 151

41.5 626

41.6 617

41.13 641

41.15 218

41.19 204n58, 207

41.25 227

41.26 260

41.31 268

41.32 218

41.34 414
41.35 220, 257

41.39 445

41.40 75, 265, 669n91

41.42 176n25, 246, 442

41.44 651

41.56 367

41.57 109, 193n19

42.1 431

42.2 578

42.5–6 298

42.7 104, 505

42.9 72, 134

42.10 661n59

42.11 132

42.13 269, 279

42.15 312

42.18 312

42.19 259, 375n31

42.21 672

42.23 243

42.25 176

42.28 193n19

42.29 616, 621

42.30 195

42.33 259n9

42.36 305

42.37 508
42.38 171

43.3 588n33, 643

43.5 624

43.7 587

43.10 494

43.12 286

43.14 260, 364

43.15 286

43.16 185, 335

43.17 185

43.18 623

43.21 577

43.29 131

43.30 386

43.31 426

43.34 287

44.2 304

44.3 372

44.4 170, 181, 440

44.9 334n13

44.15 203n51

44.16 326, 425

44.17 680

44.20 492

44.22 531

44.28 375n31, 670n95

44.29 179
45.3 386

45.4 334, 486

45.6 22, 334

45.6–7 550

45.12 248, 623

45.18 271

45.25 170

45.28 573

46.3 234

46.4 582, 586

46.27 277, 622

47.3 115

47.4 158

47.8 125

47.14 620

47.22 535

47.23 664n79, 685

47.25 140n9

47.26 287

47.29 608

47.31 243n8

48.1 675

48.4 536

48.6 109

48.7 217

48.10 492

48.19 265, 672n105


49.1 331, 389

49.6 165

49.9 132

49.11 127, 128

49.15 646

49.17 409

49.22 101n29

49.29 628

50.6 572

50.17 684

Êxodo

1.7 79, 168

1.8 80

1.10 683

1.12 641

1.13 79

1.14 183

1.16 447

1.19 403

1.22 115, 375, 613n3

2.3 245

2.6 132, 233

2.9 333

2.10 551

2.12 366

2.16 408

2.18 602
2.20 327

2.24 366

3.1 193, 226

3.2 375, 375n36, 420

3.3 579

3.5 626

3.6 234n16

3.8 616n23

3.11 319

3.12 93, 110

3.13 320n11

3.14 93

4.4 225

4.5 639

4.7 449

4.10 149

4.11 89

4.11–12 552

4.12 442

4.13 156

4.15 502n17, 508

4.18–19 552

4.23 227

4.24 602

5.2 322

5.7 305

5.10 662
5.16 626, 678

5.19 305

5.22 449

6.2 131

6.3 198, 391

6.6 520, 534

6.27 131

7.11 233

7.15 627

7.19 153

7.28 168

8.4 577

8.7 669

8.10 119

8.11 438, 595n57, 597

8.16 627n48

8.17 181, 314

8.18 314

8.19 201

8.23 528

8.28 247

9.7 364

9.16 603, 610n37, 672n105

9.17 425

9.17–18 627

9.27 128, 246, 248, 297n29

9.29 170n17, 406


9.31 228

9.33 170n17

10.1 310

10.2 528

10.3 486, 490

10.5 71

10.8 319, 384n18, 449

10.11 110, 624

10.22 267

12.3 285, 510

12.4 266

12.5 150

12.6 200, 285

12.8 382

12.9 419

12.10 510

12.10 122

12.13 134n19

12.15 260n16, 535

12.16 285, 385

12.17 310n13

12.18 285

12.33 104

12.34 514

12.42 212

12.48 204n54, 594

13.2 401
13.7 181

13.10 186

13.15 626, 630

14.5 383, 640

14.10 441

14.13 529

14.15 323

14.19 221

14.20 482

14.21 383

14.25 626

14.27 628

14.28 196

14.30–31 514n38

15 4, 14, 15, 498

15.1 24, 513

15.2 101n29

15.3 24

15.4 271

15.5 500

15.6 128

15.9 305

15.10 257

15.11 316

15.13 313n20

15.14 516

15.16 261n19
15.17 124

15.18 215

15.24 327

15.27 208

16.1 285

16.5 217

16.6–7 538

16.7 73

16.15 317n5

16.21 116

16.22 276

16.27 70n11, 214

16.28 329

16.33 251

16.35 387, 480

16.36 246

17.3 517n61

17.11–12 133

17.12 242, 257

17.14 245n13

18.5 295

18.16 526, 527

18.19 569

18.20 442

18.21 617n26

18.25–26 533

19.5 526, 527


19.9 199, 219

19.11 628

19.12 582

19.13 393, 582

20.2 239

20.3 122, 218

20.8 593, 593n51, 593n52

20.9 171, 528

20.10 108, 260

20.12 517n61

20.13 510

20.15 9

20.19 295

20.20 511, 640

20.23 195

20.24 151

20.26 217

21.2 209

21.5 489n17

21.12 536

21.13 529

21.16 536, 654n21

21.17 654n20

21.18 516

21.20 582

21.21 375n33

21.22 389, 582


21.23 220

21.28 382, 582, 588, 655

21.28–29 637n20

21.29 498n8, 518

21.30 375n32

21.31 655

21.32 655n24

21.33 371

21.36 509

21.37 278, 637n 20

22.1 637n20

22.2 384, 637n20

22.3 286, 582

22.8 439

22.11 582

22.12 375n31, 582

22.26 325

23.2 218

23.7 439

23.8 413, 506, 563

23.9 651

23.13 388

23.14 287

23.19 271n30

23.22 181

23.23 394

23.30 116
24.2 392

24.4 114, 279

24.5 230

24.6 146

24.7 653

24.8 218

24.10 451

24.14 149n28, 320

25.3 277

25.9 277, 451

25.10 134

25.18 227, 276

25.40 451

26.32 421

26.33 270

27.3 212

27.8 442

27.12 134

27.14 134

27.15 134

27.16 134

27.17 221

27.20 256

28.7 421

28.17 231

29.1 276

29.7 451
29.21 401

29.29 149

29.37 154

29.38 276

29.40 288

30.23 230

30.32 375n32

30.33 536

30.35 422

31.14 289

32.1 309

32.3 430

32.6 597

32.8 593

32.9 151

32.13 184

32.16 298

32.20 407

32.16 320

32.30 574

32.33 321

32.34 537

33.8 539

33.12 442

33.18 442n23

33.23 120

34.2 206
34.6 151, 152

34.7 583

34.9 140, 569

34.12 224

34.13 516

34.23 115

34.26 271n30

34.28 277

34.30 213

34.32 174

35.22 217, 218n112

36.6 482

36.7 596n60

36.10 277

36.16 277

38.3 174

38.10 134

38.11 134

38.12 134

38.23 135

39.1 210

39.10 274

39.17 226

40.13 413

40.34 366

Levítico

1.1 554
1.2 510, 637

1.3–4 528

2.13 452

3.1 109

4.23 109

4.28 109

4.31 462

4.35 462

5.1 655n24

5.3 211

5.4 211n90

5.9 214

5.22 218n11

6.3 304, 385n20

6.4 222

6.19 412

6.21 374n30, 375n31, 462

7.7 642

10.3 148

10.16 375n31

11.4–5 244

11.32 372

11.35 375n32

11.37 375n35

11.41 133

11.47 201, 387, 620

12.2 443n27
12.4 281

13.3–5 678n15

13.3–59 403n25

13.12 246n14

13.29 108

13.34 403

13.36 132

13.40 375n31

13.41 375n31

13.45 134n20

13.46 645

13.55–56 432

13.57 233

14.2 152

14.43–44 644

15.2 298

15.12 375n31

15.28 481

16.1 562

16.23 367

16.29 423n14

16.31 423n14

18.8 157

18.15 132

18.24 395

19.17 588

19.18 211, 388


19.20 374n30

19.32 510

19.34 204n54

19.36 149

20.3 639n25

20.25 200, 403n25

21.1 425

21.7 213

21.9 230, 394

21.10 451

21.13 121

22.4 144

22.6 643

23.5 134n20, 158

23.6 158

23.29 423

23.30 435

23.35 649n5

23.39 135

24.16 204, 642n29

24.22 275

25.14 596

25.20–21 637

25.47 649n25

25.48 156

26.5 180

26.6 661
26.18 611

26.21 287

26.22 449

26.24 287

26.26 537

26.32 450

26.33 110

26.34 448n2

26.35 448n2, 450

26.43 448n2

27.12 201, 250

27.16 438

27.17–18 213

27.23 250

Números

1.1 554

1.4 133, 210, 298

1.43 283

1.47 360n28

1.47–49 552

2.33 360n28

3.1 312

3.9 119n12, 169

3.12 300n30

3.32 370

3.34 283

3.43 283
3.50 283

4.2 593

4.4–5 535

4.12 602

4.36 283

5.10 182

5.17 151

5.18 262

5.19 572

5.27 557

6.19 172, 262

6.23 569

6.23–24 667

6.24–26 566

6.25 569

7.12 285

7.48 285

7.66 285

7.78 285

7.88 280

7.89 431

8.16 119n12

8.24 667

8.26 667

9.6 314

9.15 462

9.18 503
10.25 171n18

11.4 91, 167

11.5 464

11.6 672n103

11.8 175

11.10 170n14, 172

11.19 517n61

11.20 640

11.25 262

11.27 243

11.28 121

11.32 588

12.2 669n91

12.13 184

12.14 587

13.2 288

13.16 131

13.17–18 529

13.22 135

13.27–28 672

13.28 261

13.29 134

13.30 683

13.32 290

14.2 494, 680

14.3 133

14.8 531
14.9 135, 195, 366, 373

14.11 197n28, 329

14.12 654

14.22 311

14.24 219

14.31 529

14.32 299

14.37 262

14.41 110

14.42 661

15.1 287, 288

15.5 287

15.15 642

15.34 420

15.35 582, 589

16.7 131n16, 297

16.11 221

16.13 425, 582, 586

16.29 167

16.31 363

16.35 283n23

17.12 678

17.25 149n27

17.27 490

18.2 195

18.6 300n39

18.12 271n30
18.16 134

18.24 666

19.11 535

19.13 374n30

19.14 64

19.19 412

19.20 374n30

20.4 610

20.19 574

20.20 104

20.21 602

20.26 176n25

20.28 176n25

21.6–9 410n37

21.9 131

21.14 384

21.27 360n30

22.6 75, 334, 375n32

22.11 561

22.23 436n11

22.28 287n30

22.29 638

22.32 287n30, 325

22.33 179, 287n30

22.34 208n78

23.3 325, 529

23.8 326
23.11 581n10, 586

23.14 240

23.18 127n8

23.19 519, 540

23.25 581n10

24.5 316, 365

24.7 360n30

24.17 490, 518

24.20 271

24.22 326

25.3 391

25.13 220n118

26.9 127

26.54 264

26.62 360n28

27.20 216n25, 606

28.5 287

28.14 132n17

30.2 308

30.3 596

30.4 170n15

30.17 200

31.3 143

31.4 288

31.8 277

31.49–50 556

32.6 314
32.10 314

32.14 194

32.29 526

34.6 308

35.4 281

35.6 183, 280, 610

35.7 183

35.15 134

35.17 507

35.19 75, 611

35.23 603

35.25 242

35.33 374n30

Deuteronômio

1.2 279

1.3 284

1.4 605

1.6 133, 601

1.6–7 208n78

1.9 507

1.11 203

1.12 328, 507

1.13 620

1.14 132

1.15 175

1.16 593

1.17 516, 517n61


1.19 313, 387

1.22 516

1.23 288

1.27 143, 605

1.28 329

1.30 195n21

1.31 604

1.37 426

1.41 304

1.44 607

1.45 443

2.7 181

2.19 150

2.25 528, 602

2.27 116

2.30 540, 602, 605

3.5 132n17

3.11 134

3.18 171n18

3.21 248, 621

3.28 176

4.1–2 669

4.4 669

4.5 675n4

4.6 309, 670

4.7 320

4.9 388, 669


4.10 442n23, 611, 639

4.11 516

4.15–16 108

4.30 532

4.32 204

4.33 555

4.34 616

4.35 297

4.36 600

4.37 164

4.42 366

5.3 299

5.12 593n52, 608

5.14 285n26

5.16 593n52

5.17–21 593n52

5.21 176, 487

5.23 497n2, 516n48

5.24 497n2

5.26 319

5.27–28 208n78

6.2 174

6.3 147

6.4 135, 274

6.5 659n49

6.7 199

6.16 225
6.17 588

7.3 671

7.5 671

7.8 605

7.8–9 532n31

7.9 206

7.12 520

7.17 388

7.22 106

7.25 208

7.26 414

8.3 176, 401n22, 516n49

8.5 219

8.7 623

8.10 484

8.16 516n49

8.18 606

8.19 73

9.3 619n33

9.7 180, 628n51

9.9 562

9.18 607

9.19 373

9.21 207, 592

9.22 628n51

9.24 628n51

9.25 181
10.10 602

10.15–16 532

10.17 123, 154

10.17–19 536

11.10 166

11.17 435

11.23 264

11.26–28 637

11.30 684n48

12.13 670

12.15 196, 670

12.20 574

12.22 385

13.2 194

13.3 574

13.7 333

13.15 592, 644

13.19 609

14.12 183

14.14 183

14.22 116, 170n17, 233

15.3 508

15.14 207

15.20 116

16.4 206, 214

16.6 604

16.9 605
16.18 614

16.21 231

17.3 242

17.4–5 678n14

17.5 122n15

17.6 276

17.8 200, 266n24

17.13 517n61, 654

17.14–15 526n24

18.3 535n35

18.6–8 526n24

18.12 618n27

19.2 278

19.3 414

19.20 654

20.2 519

20.5 321, 569

20.12 451

21.3 469, 374n30

21.14 583, 637

21.17 276

21.20 132

21.21 654

21.23 314

22.14 153

22.19 241

23.5 413, 600n10


23.15 154

24.4 155, 432

24.7 654n21

24.13 517n64

25.1 402n24

25.2 601

25.7 606

25.9 392n33

25.13 116, 233

25.18 412

25.19 26

26.3 488

26.11 198

27.6 174

27.15 134

27.15–26 681n30

28.5 134

28.21 646

28.29 629

28.31 627

28.33 669

28.48 263

28.49 333

28.54 270

28.55 605

28.56 597

28.63 393
28.67 321

29.2 532

29.4 532

29.8 502n17, 532

29.9 115

29.10 114

29.21 401

29.28 135

30.12 518

30.19 533

31.3 132

31.8 297

31.9ff. 16

31.18 314

31.27 628n51

32 14

32.6 661n59

32.7 116

32.8 498, 598

32.10 518

32.13 558

32.14 498

32.18–19 528

32.21 621n58

32.28 653

32.9 434, 638

32.35 110, 134n20


32.37 327

32.39 618n28

32.40 458, 500

33.6 569

33.8 134n20

33.9 360n27, 467n67

33.11 160

33.16 128

33.17 282

33.22 132n18

33.23 653

33.27 132

33.29 385, 681

34.1–3 309

34.4 309

34.9 366

Josué

1.1 554

1.2 233

1.3 508

1.6 441

1.12 115

1.14 171n18

2.2 675

2.5 603

2.9 393

2.10 180
2.14 539

2.15 202

2.20 310

3.1 514, 643

3.4 263

3.7 310, 403, 555

3.11 123

3.12 116n6

3.13 123

3.16 592

4.8 279

4.9 556

4.14 437

5.5 628

5.13 685

6.1 623

6.3 287, 589

6.19 170

6.26 232

7.3 282

7.7 638

7.9 178n32

7.12 173

7.15 175n31

7.19 393, 451

7.20 662

7.21 152, 241, 249, 282


7.25 247

8.6 624

8.12 278

8.13 212

8.30 514

8.30–31 558

9.3 148

9.8 505

9.12 172, 425, 430

9.24 451

10.5 389

10.9 649

10.11 331

10.12 558

10.12–13 251

10.13 301

10.19 412

10.24 248, 339

11.9 245

11.20 605, 644

11.21 219

12.6 145

13.5 608

13.8 484

14.5 406

14.10 311

15.7 240
15.13 194

15.19 174

15.41 280

17.1 157

17.16 385n19

18.2 406

19.51 406

21.41 281

22.4 208

22.9 391

22.17 183, 425

22.25 201

22.31 667

23.1 645

23.16 537

24.15 69, 321, 605

24.19 122n16, 257n5

24.25 16

24.26 16

Juízes

1.1 554

1.4 179

1.5 179

1.6 139, 166

1.7 139, 421

1.8 344

1.12 529
1.14 323

1.35 550

2.1 464, 498

2.2 313, 517n61

2.17 371

3.14 280

3.15 173, 304

3.16 221n120, 305

3.17 268, 440

3.20 243n8

3.25 629, 679n9

4.9 147, 303, 586, 672

4.11 195

4.14 310

4.16 216

4.19 176

4.22 176, 616, 630

5 4, 14

5.3 296

5.4 438

5.5 337

5.7 332, 335n14

5.10 118, 155n34

5.26 517n63

5.27 248n19, 332n4

5.29 101n29

5.31 666
6.3 539, 643

6.8 252

6.9–10 577

6.11 245

6.15 269n29

6.16 528

6.17 335n14

6.24 245

6.28 374n30, 420n6, 621

6.30 578

6.36 624

6.39 575n24

7.2 267

7.3 280, 320

7.4 195n21, 308

7.5 244, 506

7.7 283

7.12 335

7.17 677

7.19 588

7.20 381

7.23 283

8.6 508

8.8 222

8.11 87n13

8.19 494

8.26 335n16
8.34 492

9.2 264, 601, 611

9.5 251, 394

9.7 563

9.8 571

9.14 571

9.16 263

9.25 416

9.32 416

9.33 677

9.45 176

9.48 645

9.51 202

9.53 251

9.54 640

10.9 377n45

10.13 297

10.18 321

11.1 149, 293

11.7 294

11.8 294, 533

11.9 296

11.12 324

11.19 148n24

11.27 195n21, 488

11.35 123, 445, 683

11.38 294
11.39 301n42

11.40 186n47

12 59

12.8 212

13.2 251, 274

13.3 534

13.8 375n34

13.17 320

13.23 494, 638

14.3 295

14.4 301

14.6 244

14.9 590

14.18 264, 637n22

15.2 269, 569, 579

15.4 282

15.13 586

15.19 381

16.2 538

16.4 196

16.5 317n4, 326, 528

16.6 317n4, 375n31

16.10 317n4, 375n31

16.13 317n4, 375n31

16.15 317n4

16.16 269

16.17 450, 531


16.20 360n27

16.21 166, 420

16.23 551

17.1–2 553

17.3 283

17.4 175, 305

17.10 216, 578

17.11 155n35

17.13 209

18.9 676n10

18.11 616

18.12 196n18

18.16 616n21

18.17 616n21

18.19 274

19.1 70

19.9 444

19.11 574

19.13 530, 574

19.22 165

19.26 608

19.28 574

19.30 487

20.9 312

20.15 427

20.16 313

20.39 586
20.44 182

20.48 387

21.8 319

21.9 426

21.12 114, 282

21.16 114

21.21 110

1Samuel

1.1 251, 550, 554

1.2 560

1.4 244

1.4–5 550

1.5 474

1.7 503

1.7–8 550

1.8 316, 324

1.9 591, 651n14

1.10 504

1.14 425, 516

1.16 149n27, 221

2.2 653

2.3 121, 233

2.4 168, 408n34

2.6–8 618n28

2.11 629

2.13 104, 230

2.16 205n59, 582


2.27–28 596

2.29 404, 559

2.30 402, 586

2.31 677

2.33 74

2.34 274

2.36 252

3.11 627

3.12 589

3.13 615

4.12 314

4.16 248

4.19 608

4.20 553

6.3 585n28

6.6 438

6.12 590

6.19 199

7.1 438

7.9 169, 251n26

7.12 251n26, 274

7.13 394

7.14 201

7.15–16 534

8.1 175

8.5 300

8.8 552
8.9 242

8.14 269

8.15 414

8.17 414

8.18 314

8.19 671

9.1 553

9.3 155, 180, 553

9.6 586

9.7 195, 678n15

9.8 288

9.9 574

9.11 624

9.12 205

9.16 205

9.21 270

9.24 87n13, 339n30

10.2 541

10.4 276

10.5–6 312

10.6 426

10.7 312

10.8 537

10.11 313, 324, 391

10.14 329

10.19 207, 661n59

10.22 300
10.23 271

10.24 569

10.25 16, 245n13

11.3 534

11.5 323

11.6 611

11.11 392n33

11.12 621

12.2 540

12.3 487

12.7 389

12.19 217

12.22 259

12.23 260, 301

13.2 148, 157

13.5 282

13.6 393

13.10 678

13.15 257

13.16 257n4

13.17 259, 274

13.19 507

14.4 104

14.5 104

14.9 220

14.12 176

14.14 284
14.15 268

14.16 157

14.19 384n14

14.27 372

14.30 587

14.34 194

14.37 316

14.45 214, 219

15.15 639

15.17 551

15.22 223

15.23 548, 591, 640

15.28 532

16.2 531

16.3 180

16.6 671

16.10 277

16.11 517n64, 678

16.14 393

16.18 157, 207

16.20 152

16.21 628

16.23 243, 260, 377

17.4 199

17.10 389, 489n17

17.13 259

17.14 248
17.16 444, 592n47

17.19 616

17.21 104

17.23 199

17.26 322

17.32 528

17.34 182

17.35 520

17.6 531

17.37 578

17.38 177

17.40 261, 649

17.45 237

17.55 240n6, 247, 318

17.56 319

17.58 130, 245, 247

18.4 176n25, 430

18.10 204n56, 241

18.15 645

18.16 366

18.17 269, 670n94

18.18 322

18.23 105

18.30 271, 486

19.1 611

19.3 134n19, 325

19.6 679
19.11 624

19.13 122n14

19.17 324

19.20 171n18

19.22 328

19.23 301

19.24 168

20.3 202

20.4 325

20.6 73, 388, 588n33

20.7 492

20.10 318n6

20.13 569n13

20.17 688

20.18 535

20.19 414

20.21 517n64, 587

20.28 388

20.31 150

20.33 600

20.34 386

20.42 299

21.3 153

21.10 237, 509

21.15 425

21.16 425, 684

21.10 517n64
22.13 597

22.14 319

22.18 297

23.1 627

23.9 227

23.10 184, 211

23.13 70, 429n18, 644

23.15 186

23.19 425, 430

23.20 601

23.22 482

24.1 240

24.7 680

24.9 247

24.11 645n38

24.15 274

25.2 281

25.3 151

25.7 385

25.10 322

25.10–21 535

25.15 156, 645

25.16 616

25.18 282

25.19 232n12

25.22 424n1

25.24 299
25.25 566

25.26 597n62

25.34 424n1, 557

25.36 375n35

26.1 296

26.10 528, 680

26.11 579

26.11–12 208n78

26.14 319, 684n48

26.18 318, 323

26.19 425

26.20 244

26.21 592

27.1 171

27.12 634

28.3 484, 490

28.7 150

28.14 168

28.20 171

29.3 320

29.10 376

30.3 676

30.6 377n45

30.13 328, 392, 401

30.21 283

2Samuel

1.1 554
1.4 70, 591

1.5 328

1.9 246n15

1.18 16

1.19 329

1.21 26n73

1.22 487

11.23 265, 387

1.24 619

2.8 240

2.9 231

2.17 268

2.18 252

2.19 654n20

2.21 655

2.22 208n78

2.23 87n13, 220

2.30 280

3.1 626

3.6 628

3.11 179

3.17 629

3.30 641

3.31 232

3.34 149n27

3.37 213, 606

4.5 181
5.4 604

5.10 590

5.11 138, 152

5.19 635

5.24 569

6.2 223

6.3 224

6.5 224

6.6 198n35

6.22 392n31

7.5 530

7.6 74

7.7 181

7.8 227

7.9 270, 544

7.12 395

7.16 395

7.18 320

7.22 437

7.28 298

7.29 422

8.1 394

8.2 104, 589

8.4 282

8.10 147

8.16 217

9.11 157
10.6 391

10.7 230

11.17 70n11

12.2 592n46

12.5 679

12.6 286

12.13–14 672

12.22 321

12.23 324

13.5 216, 431

13.6 412

13.8 412

13.13 252

13.17 239, 308

13.19 538

13.21 206

13.28 537

13.31 617

14.1 224

14.2 311

14.4 77, 129

14.5 252, 551, 653

14.16–7 678

14.10 166, 539, 621

14.13 425

14.14 449, 621

14.19 93, 443


14.20 434, 607

15.4 321

15.13 244

15.14 574

15.23 167

15.32 616, 678n17

15.33 531

15.37 504

16.1 678n17

16.4 488

16.7 149

16.13 412

16.21 391n27

17.10 244

17.11 464, 488

17.12 252

17.15 295, 312

17.16 184, 207n71, 211, 420

17.17 536, 625

18.2 287

18.11 217, 609

18.12 321

18.18 442n26

18.20 149n27

18.23 571

18.25 589n39

18.29 685
18.32 685

19.1 299

19.2 562

19.6 139

19.14 240

19.17–18 542

19.18 280

19.21 172, 677n13

19.22 403

19.25 334

19.29 118

19.30 488

19.36 200n43

19.38 650

19.19 569

19.43 587

19.44 284, 439n15

20.1 326n22

20.10 381

20.18 582

20.21 202n47, 452

20.22 452

21.4 609

21.7 201

21.20 116n6

22 14, 17, 498

22.4 394
22.7 498

22.12 498, 546

22.14 225n132, 498

22.16 159

22.24 425

22.26 425

22.38 576n28

22.39 498, 507

22.48 394

22.44 498

23.1 216

23.7 582

23.8 114

23.9–10 504

23.15 321

23.17 197

23.19 216

24.3 287

24.9 104

24.12 594

24.13 227, 231, 278, 318n6

24.14 574

24.16 194

24.22–23 488

24.24 586

1Reis

1.2 230
1.4 368

1.5 282n22, 430

1.12 565n3

1.17 77, 296

1.25 569

1.26 299

1.37 404

1.40 197, 381, 616

1.43 123

1.46 255

1.52 150

2.2 628

2.5 552

2.6 567

2.9 171

2.11 481

2.13 256

2.18 217

2.19 205

2.21 375n32

2.22 572

2.26 150

2.29 675

2.36 329n30

2.37 537

2.38 256

2.40–41 171
2.42 329n30

2.43 147

3.2 625

3.3 626n46, 670

3.5 514n38

3.7 75, 602

3.9 613

3.11 541

3.16 230,252, 513

3.18 232n14

3.19 640

3.21 676

3.22 297n29

3.23 309

3.25–26 567n6

4.12 186

4.19 274

4.20 626n46

5.3 107

5.5 207

5.10 149

5.11 365

5.12 114

5.14 606

5.15 210

5.28 276

6.1 284n25
6.8 503

6.15 197

6.18 387

6.21 436

6.29 119

6.35 419n4

6.37–38 284n25

6.38 492

7.8 498n5, 513

7.12 260

7.14 181, 230

7.45 375n34

8.2 284n25

8.9 669n92

8.13 268

8.15 157

8.27 270

8.28 139

8.29 194

8.32 170, 430

8.33 430

8.34 170n16

8.36 170n16

8.39 112n3, 170n16

8.41 263

8.42 255

8.43 170n16, 516


8.45 170n16

8.60–61 537n38

8.64 266

9.8 184n42

9.10 145

9.21 444

9.24 514

9.26 195n22

10.1 625

10.2 197

10.3 613

10.7 197, 643, 676

10.8 681

10.9 143

10.16 227

10.22 288

10.25 151

10.26 282n22

10.29 197

11.2 670n97

11.5 108

11.8 172n19

11.9–10 542

11.16 26

11.31 277

11.33 118

11.35 277
12.6 328, 389

12.13 174

12.16 318n6, 327, 680n28

12.17 553

12.24 517n61

13.11 251

13.12 327, 553

13.18 578

14.2 425

14.5 110

14.11 207

14.15 171n18, 420n7

14.17 625

14.19 158

15.13 183, 553

15.19 201, 489

15.23 181

15.25 286

15.28 286

15.29 604

15.31 210n82

16.16 240

16.21 287, 514

17.13 670

18.4 281

18.5 214

18.7 678n17
18.13 176

18.19 148, 616n23

18.25 248

18.26 247n17, 264

18.27 264

18.29 608

18.32 175, 222

18.34 414

18.39 297

18.41 653

19.3 194

19.4 171

19.5 313

19.6 153

19.11 73, 258n6, 678

20.1 114, 280

20.3 207

20.22 627

20.27 360n28

20.29 281

20.31 149, 565n3, 677

20.37 590

20.39 587

20.42 144

21.5 312, 323

21.6 498n5

21.7 296
21.14 422

21.19 301

21.20 202n48

22.7 575

22.10 171n18

22.13 579, 677

22.15 316

22.20 311

22.24 327n26

22.25 334

22.27 230

22.30 168, 594

22.34 450

22.36 110

2Reis

1.1 554

1.4 77

2.7 216

2.10 374, 375n34

2.11 560, 589n39

2.12 282n22, 415

2.16 104n37

2.17 571

2.19 579

3.4 534

3.8 313, 327n26

3.10 311
3.16 119, 594

3.19 437

3.20 386

3.23 582

4.1 274

4.5 451

4.9 259

4.13 609

4.19 681

4.21 449

4.25 311

4.26 63

4.29 637

4.32 449

4.39 104n37

4.43 326, 594

5.6 532

5.7 639

5.12 104

5.20 532

5.22 572

5.25 329n29, 329n30

6.5 182

6.8 629

6.10 275

6.11 194, 319, 335n15

6.13 320n28
6.16 335

6.17 566

6.19 630

6.31 679n18

6.32 643

6.33 313

7.1 231

7.2 627, 621

7.3 323

7.4 637

7.9 310n13

7.19 677

8.4 230

8.5 646

8.6 251

8.12 408

8.13 172, 326

8.17 278

8.25 286, 480, 481

8.29 231, 498n5

9.5 247

9.18 231, 291n9, 324

9.22 215

9.32 195

9.33 70

9.37 639

10.3 214
10.6 270

10.10 70n11

10.15 182

11.1 435

11.5 256

11.13 118

11.14 203

11.19 156n2

12.10 275

13.2 193

13.13 383

13.14 282n22

13.17 591

13.19 591n45

14.7 149n27

15.19 440

15.32 286

16.13 164

16.17 226, 228, 231

17.3 217

17.4 288

17.6 286

18.4 629

18.9 284

18.13–20.19 17

18.17 261

18.23 249, 282


18.24 282n22

18.26 4, 8n16

18.31 249

18.32 599

19.13 327

19.17 663n68

19.18 595n57

19.21 193

19.29 246, 572

20.4 260n14

21.3–4 541

21.6 413

21.15 629

22.1 330

22.2 330

22.4 330

22.17 639n25

22.18 248

23.4 541

23.31 127

24.18 127

24.18–25.30 17

25.1 284

25.4 448

25.8 240

25.9 262

25.15 116, 233


25.16 259, 283

25.19 278

25.25 255

25.27 284, 285

Isaías

1.2 136, 137, 161,540

1.3 123, 137, 165

1.4 137, 145, 153, 161

1.5 325

1.6 374n30, 661

1.7 144, 617

1.8 137

1.11 137, 168

1.15 168, 407, 491, 493

1.16 424n2, 597

1.17 75, 592

1.18 245, 444, 574, 684

1.20 375n36

1.21 128, 329

1.22 26n73

1.24 388

1.27 665

1.29–30 665

1.30 617

2.1–2 539

2.2–3 528

2.2–4 17
2.3 654

2.4 661

2.6–7 556

2.7 661n61

2.9 114, 661

2.10 267

2.11 151n31

2.12 208

2.20 304

2.22 208n78

3.1 106, 675

3.7 175, 314

3.8 104

3.9 305

3.13 581n10

3.15 317n5

3.16 307, 556, 590

3.18 314

3.24 230

4.1 314

5.1–5 667

5.2 175, 412n47, 415, 422n11

5.3 572

5.4 610

5.5 538, 595n55, 684

5.6 661n60

5.8 630
5.11 155n34

5.12 228

5.12–14 666

5.17 204

5.18 146

5.20 209, 622

5.23 146

5.27 386, 662

5.30 314

6.1 553

6.2 117, 119n12, 222, 288

6.3 43n54, 233n15, 311

6.4 504

6.5 151, 682n36

6.7 532

6.8 179, 317, 675

6.9 586

6.10 661

7.3 240

7.6 104

7.9 661

7.13 601n12

7.14 536

7.15 597n63

7.16 597n63

7.18 104

7.20 120
7.23 114

8.1 206n65

8.2 232

8.8 215

8.9 430

8.23 439n15

8.23, 9.1 490

9.1 155, 155n34

9.2 155

9.3 204

9.5 338n25, 557

9.6 661n61

9.9 421

9.13 131n16

9.14 131n16

9.18 110

10.1 416

10.3 206n61

10.4 672n103

10.5 682

10.6 144

10.10 265

10.14 258

10.15 123, 203

10.24 518

10.30 262

10.33 413
11.2 148n18, 146

11.5 246

11.9 184, 222

11.10 77

12.1 567

12.3 197

12.6 423

13.1 152

13.2 570, 572

13.7 117

13.8 516

13.16 375n31

3.20 413

14.3 374n30

14.3–4 539

14.4 458

14.7–8 664

14.8 622

14.10 419, 664

14.11 110

14.14 425

14.19 148n25, 617

14.21 573

14.22 649

14.23 591

14.24 679

14.29 125n5, 665


14.31 594

15.1 374n29

15.3 127n5

15.5–7 666

15.8 9

16.5 448

16.9 176, 198

16.10 423

16.14 538

17.2 619

18.2 291n9, 375n34

18.2 375n34

18.7 375n34

19.2 107n39

19.4 257

19.6 445

19.10 148

19.11 261, 391

19.13 391

19.18 8n16

19.21 390

19.22 390, 590

20.3 172

20.4 172n19

21.1 387

21.7 259

21.9 104
22.1 222

22.2 144, 247n17

22.3 375n31

22.5 144

22.6 282n22

22.11 123

22.12–13 678

22.13 594

22.16 128

22.21 176n25

22.24 262

23.1f, 570

23.4 570

23.5 152

23.9 439n15

23.12 262

23.13 309, 337n22

24.2 204, 204n53, 249

24.10 289

24.12 375n32

24.18 160

24.19 582

24.21 109n21

24.23 263

25.6 420

25.9 337

26.1 375n32
26.10 375n32

26.14 666

26.16 516n46

26.18 121

26.19 423

27.1 259

27.2 104n37

27.4 169, 575,

27.6 443

27.7 375n31, 420

27.11 121

28.1 682

28.4 262

28.6 617

28.9 155

28.16 622

28.21 202

28.27 375n32

29.1 139, 156

29.8 245

29.11 308

30.12 556, 605

30.16 263

30.18 155n34, 416

30.19 599

30.29 432

31.1 668
31.4 641

31.5 582

32.4 104

32.9 258

32.14 374n30

32.17 591

32.18 121, 257

32.20 87n13

33.1 375n29

33.2 245

33.14 170

33.15 121

33.18 328

34.4 245

34.6 432

34.7 432

34.8 121

34.10 267

34.14–15 670n93

34.1f 570

35.2 167

35.3 257

36–39 17

36.2 240

36.6 388

36.8 249

36.16 249
36.20 319

37.3 661

37.16 298n30

37.18 663

37.19 595n57

37.22 104

37.30 240

38.15 425

38.18 148, 617

38.20 212, 610

39.3 227

40.1 473, 570

40.3 570

40.7 473, 488, 670n97

40.10 652

40.17 265n22

40.21 685

40.22–23 622

40.24 375, 393, 555

40.26 121

40.30 582

40.31 414

41.1 668

41.4 520

41.5 616

41.7 144

41.10 664
41.11 654

41.15 149n27

41.23 425

41.24 265n22

41.26 575

42.5 123

42.6 567

42.7 257

42.14 108

42.18 130

42.20 594

42.22 452

42.24 337, 597

43.1 618n28

43.4 641

43.13 110

43.14 532

43.20 227

43.25 298

44.1 653

44.2 618n28

44.7 618n28

44.8 442, 660n58

44.9 618n28

44.11 618n28

44.12 492, 559

44.13 170
44.15 257

44.16 683

44.18 618n28

44.21 169

44.23 77n15

44.24 618n28

45.10 516

45.12 300, 671

45.15 671

45.17 382n10

45.21 443

46.13 402

47.1 104

47.3 569

47.6 668

47.9 276

47.10 618

47.12 663

48.6 127n5, 441n21

48.8 374n30

48.12 374n30

48.14 223

48.18 146, 680

49.2 394, 452

49.4 671

49.5 436

49.7 422n12
49.15 107

49.18 512

49.20 121

49.21 620

49.25 663n73

50.1 327

50.2 266, 587

50.7 484, 556

50.8 149n27

51.1 338, 375, 420

51.3 268

51.9 298n30

51.10 298n30

51.12 298n30, 561

51.17 149

51.23 361n35

52.6 298n30

52.13 145, 668

53.3 620n37

53.3–4 671

53.4 143, 419n4, 614

53.5 146, 210, 384

53.6 205

53.10 497n2

53.11 210, 223, 262

54.1 77n15

54.5 123
54.6 121

54.14 572

54.17 375n32

55.1 682

55.2 588

56.1 608n31

56.7 9

56.10 155n34

57.1 384

57.4 165

57.6 664

57.9 269

57.14 570

57.20 262, 597n63

58.2 174

58.6 592

58.13 419n4

59.3 417

59.4 595

59.6 426

59.10 404n28, 577

59.12–13 592

59.15 425

59.17 168

59.20 148

60.7 218n111

60.8 318
61.10 596n60

61.11 375n35

62.10 570

62.11 443

63.10 208

63.11 218

64.3 155n34

64.8 567

65.1 338, 390

65.2 407

65.16 681n30

65.20 419

65.25 275

66.6 664

66.8 375n32, 487

Jeremias

1.2 143

1.10 489n17

1.16 181

1.18 211

2.2 121, 619n34, 623

2.5 318n6, 323

2.8 156, 338

2.19 105, 654

2.25 683

2.27 660n56

2.32 663n73
2.35 605

2.37 121, 446

3.2 328, 375n31

3.11 404

3.15 598

3.19 267

3.20 241n28

3.22 675

3.23 270n98

4.2 680

4.16 562

4.21 577

4.31 443

5.3–5 671

5.6 375n31

5.7 328, 445

5.9 430

5.22 428

6.7 70

6.10 574

6.13 270

6.13–14 562

6.14 218n111

6.16 260n15, 327

6.20 260

6.28 264

7.4 208
7.9 595

7.13 590

7.18 597

8.3 210, 259, 385n19, 491

8.6 556

8.7 485

8.9 317

8.17 409

9.1 576

9.4 392n33

9.10 209

9.12 611

9.14 619

10.5 582

10.9 421

10.11 5n6

10.13 501, 562

10.20 170n17

10.24 567, 661n59

11.15 302, 302n45

12.1 73, 77, 261

12.3 145, 527

12.17 590

13.4 241

13.16 110

13.21 601

13.27 682
14.10 666

14.7 382n10

14.18 91

14.22 298n30, 443n27

15.1 194

15.6 386

15.15 567

16.7 121

16.12 661

16.16 259

17.9 271

17.14 565n3

17.18 295

18.17 660, 661n59

19.10–11 667

19.13 595n57

20.9 258n6

20.10 419n4, 576

20.14 447, 569

20.17 548

21.2 93

21.9 536

22.10 208, 588

22.12 660

22.15 520

22.18 682

22.19 75, 167, 589, 596


22.24 518

22.26 452

22.28 452

23.2 613

23.13 660n30

23.14 538

23.23 155

23.28 324

23.38 640

24.2 152, 228

24.7 600

25.9 309, 313n21

25.11 313n21

25.13 309, 313

25.14 662n63

25.16 426

25.29 582n12

26.5 590

26.6 307n5

26.14 676n9

27.3 622

27.10 440

27.15 639

27.16 136

28.1 284

28.9 634

28.16 171, 246


29.1 93

29.19 641

29.23 298n30

31.9 197

31.18–19 665

31.22 516

31.40 231

32.10 245n13

32.17 266n24

32.27 266n24

32.29 595n57

32.22 155n34

34.3 582

35.15 590n41

36 16

36.18 416

36.22 419n4

36.23 303

36.25 606

37.13 149n27

38.9 558

38.14 260

38.23 71

39.2 448

39.9 240

39.14 600

40.4 489
40.15 650

41.12 193

42.4 214n99

42.12 107n39

42.18 392n33

44.4 493

44.6 392n33

44.7 607

44.17 660

44.19 598

44.26 679

44.28 213

45.4 300

45.5 169

46.5 375n32

46.16 574

48.7 28n79

48.26 440n17

48.42 440n17

48.45 214

49.3 424n2

49.8 452n6

49.12 582

49.17 107

49.19 318, 518

49.23 597n63

49.25 374n30
50.17 413

50.28 104, 147

50.34 581n10

50.37 374

50.46 156n37

51.9 194

51.14 679

51.16 501

51.30 386

51.35 303

51.40 610

51.58 582

52 17

Ezequiel

1.1 554

1.4 339, 622

1.6 210

1.14 597

2.1 150

2.2 621

2.5 654n21

2.9 257n3

3.21 394

3.22 181

3.26 450

4.9 118

4.13 262
4.14 419n4, 83

5.2 408

5.9 202

5.11 664

5.12 408

5.13 360n30

6.3 300n40

6.10 221

6.11 683

7.17 117

7.24 261, 262

8.6 317n5

8.18 167

9.2 260n13, 616

9.3 616n22

9.9 268

9.11 617

10.3 233

10.22 183

11.16 663

12.27 210

13.6 536

13.7 384n16

13.9 124

13.18 416

13.22 72

14.3 390
14.11 639n26

14.13 521

14.21 664

15.5 664

16.3 144

16.4 374n30, 447n1, 448n2, 452, 582, 586

16.34 374n30

16.43 664, 684

16.51 404

17.9–10 684n46

17.18 678

17.19 680

17.24 437n13, 438, 532, 540

18.10 683n30

19.9 639n26

19.12 375n32

20.16 183

20.31 390

21.12 117

21.15 375n31

21.16 375n31

21.20 683

21.21 104n37

21.24 607

21.30 77n15

22.14 532

22.18 26n73
22.24 419, 422

23.28 331, 335

23.49 124

24.2 190

24.6 682

24.9 682

24.12 259n8

25.4 402

25.10 382

26 148n25

26.6 375n31

26.10 448

26.15 375n31

26.16 402

26.18 118

26.20 639n26

27.3 132n17

27.26 408

28.15 643

28.18 213

29.3 458

30.16 610n35

31.16 139

32 148n25

32.14 445

32.19 452

32.22 104
33.22 215, 383

33.32 602

34.5–6 393

34.10 300n40

34.11 300, 300n40

34.20 300n40

35.10 182

35.13 440n17

36.9 194

36.35 307

36.38 153

37.7 497n2

37.9 360n30

37.10 360n30, 426, 660

37.11 209n79

37.16 206n65

38.11 155n34

38.14 684n48

38.13 431

39.27 260

40.1 644

40.2 164, 660

40.28 260n14

40.31 260n14

41.6 280, 287

41.7 9

42.6 423
42.14 127n8

43.6 628

44.5 210

44.8 516

44.9 211

44.30 271n30

45.13 414

46.1 386

47.12 412

48.14 567

Oséias

1.1 648

1.2 121, 156, 645

1.6 657

1.7 649

1.9 93, 206n64

2.7 617, 648

2.9 265

2.10 648

3.4 171

4.4 568

4.7 641

5.10 203n52

6.2 213

6.6 214n99, 266

7.7 527

8.6 665n81
8.9 208n78

8.13 559

9.13 610n35

9.14 103

10.1 104

10.14 374n29

11.1 498n8, 553

12.14 380

13.8 107

13.15 200

14.1 421

14.10 320

Joel

1.7 588n33

1.15 683

2.2 567

2.17 199n38

3.1 167

4.14 119

Amós

1.1 221, 242

1.8 109

1.11 537, 555, 600

1.13 408

2.6 245n12

2.7 639n25

2.9–12 498
3.3 389, 642n31

3.3–4 642n32

3.4 642

3.7 642, 642n31

4.2 679

4.4 572

4.7–8 534

4.9 246n14

4.10 649

4.13 618n28

5.2 153

5.5 104

5.8 174n22, 561n21

5.8–9 618n28

5.25 685

6.1 261

6.3 516n48

6.4 622

6.6 392

6.10 610, 683

7.2 320n10

7.4 498n4

7.5 320n10

7.14 615n17, 671n100

7.15 221

7.17 420

8.5 575
8.10 147

8.14 631

9.1 555

9.5 393

9.5–6 618n28

9.6 561

9.8 673

Obadias

10 147

11 204n57

13 517n63

Jonas

1.2 258

1.4 381

1.7 335n15

1.8 328

1.12 335n15

2.6 215n103

2.9 267

3.3 368

3.5 270

4.1 379

4.9 269, 269n28

4.10 335n14

4.11 282

Miquéias

1.2 77, 247n17


1.4 449

1.5 320

1.6 209, 437

1.7 375n32

2.3 172

2.4 582

2.6 438

2.7 245n36

2.8 442

2.12 127n5, 249n21

2.13 557

3.1 208

3.5 221n119, 631n55

3.12 118

4.1–3 17

4.2 654

4.8 22

4.14 197

5.1 104

5.4 338

6.8 325, 592

6.9 664

6.12–13 664

6.16 559

7.1 682

7.2 175

7.3 299n35
7.4 265, 271

Naum

1.2 149n27

1.4 561

1.7 139

1.10 375n36

2.5 426, 429n18

2.7 384

2.9 291n9

3.13 592

3.16 555

Habacuque

2.12 631

3 14, 681

3.1 207n70

3.8 140

3.9 382n10

3.13 140

3.19 560

Sofonias

1.9 415

3.2 367

3.8 385

3.9 172

3.17 217

Ageu

1.1 286
1.4 262, 299

1.6 72, 425

1.9 595

2.5 177n30

2.17 183, 246n14

2.23 489n17

Zacarias

1.9 441n22

1.16 512

2.6 613

2.8 440n17

2.10 440n17

3.3 620

3.4 489n17

3.8 247

3.9 104, 117

4.10 104

7.5 169, 305, 596

7.5–6 300

9.9 122, 620

11.6 678n16

11.9 69

11.17 128

12.3 582

12.4 246

12.10 597

14.1 421
14.2 375n31

14.9 274

14.10 260

Malaquias

1.2–3 366

1.7 417

2.13 603n21

3.24 175

Salmos

1 472

1.1 681

1.2 658, 671n101

1.3 216n106, 472, 473

1.4 245, 334

2.2 250

2.3 574

2.6 150, 296, 304, 489n17

2.7 145, 487

2.8 250

2.9 151

2.12 155, 155n34

3.1 157, 209

3.2 263

3.5 559

3.8 172, 494n26, 665

4.2 150, 494n26, 495, 517n61

4.3 9, 107, 325, 516


4.8 338

4.9 250

5.3 506

5.5 170, 616

5.7 162

5.10 121

6.2 567

7.7 494n26

7.10 122, 257

7.12 289

7.18 573

8.2 123, 216, 326

8.4 643

8.5 322n15, 326, 518, 639

8.6 176, 404

8.8 122n14

8.10 123

9.6 222

9.7 299

9.13 184n38

9.14 15, 575

9.16 332, 333

10.11 491

10.18 567n6

12.2 715

12.3 116

12.8 337
13.5 166

14 17

14.5 167

15.1 508

15.5 512

16.4 164

16.6 101n29

16.9 556

17.3 601n12, 644n35

17.5 595n55

17.9 336

17.10 25n72

17.13 445

18 14, 17, 498

18.1 207

18.6 269

18.7 498

18.9 364

18.12 498, 546

18.14 225n132, 498

18.16 159

18.24 425

18.26 425

18.31 76

18.33 408n34, 561

18.36 150

18.38 576n28
18.39 498, 507n28

18.40 618

18.44 498

18.51 121, 440

19.3 505

19.8–11 621n38

19.10–11 622

19.11 37n25, 248, 265

21.3 487

21.4 226

21.6 216n105, 437

22.16 450

22.22 495

22.27 570

22.30 557

22.32 620

23.1 513

23.2 74

23.4 638

24.4–5 512

24.6 311

24.8 318

25.3 512

25.9 567

26.1 512

27.1 213, 512

27.1 304
27.7 506

28.8 121

28 470n75

29.5 499

29.9 499

29.10 206n61, 498n4

29.11 250

30.2 408

30.10 323n16

31.5–6 495

31.24 218n111

32.1 617

32.10 518

33.1 212

33.8 570

33.17 244

34.4 403

34.7 338

34.8 562

34.11 492

35.8 332

35.20–21 559

35.25 683

35.26 440, 440n17

36.7 268, 655

36.8 326

36.13 375n31
37.20 492

37.23 448

37.28 384

37.35 487

38.2 567

38.12 498n4

38.12 498n4

38.12–13 559

38.14 507

38.17 440n17

40.2–4 548

40.14–18 17

40.16 683

41.2–3 570

41.3 422

41.13 555

42.5 503n20

42.6 121, 425

42.9 151

43.4 268

44.5 121, 298, 298n30

44.14 107n39

44.23 144, 375n31

44.24 124

44.25 409n35

45 59

45.8 175, 556


45.9 228

45.17 209

46.2 196

46.3 392

46.5 261n19

46.6 392

46.7 197

46.11 198

47.4 567

48.2 149

48.8 408

50.2–3 570

50.4 560

50.6 560

50.10 655

50.10–11 655

50.16 323, 562, 609

50.23 518

51.2 604

51.3 203

51.9 509

51.10 338

51.11–14 509n30

52.5 214n99, 265

52.7 413

53 17

55.6 560
55.13 9, 440n17

55.15 503

55.18 171

55.19 219, 250

55.24 9

56.13 141, 147

57.5 577

57.8–12 17

57.10 196

58.2 172

58.6 422

58.10 376n41

59.6 160

60.3 491

60.4 392n31

60.5 230

60.7–14 17

61.3 266, 505

62.10 265n22

63.2 258

63.3 225

63.9 129

64.7 420

64.8 175

65.4 266

65.5 151n31, 261n19

65.8–9 561
65.14 168, 493, 570

66.3 508

66.6 577

66.19 670n96

67.2 195

68.7 225

68.9 337n23

68.15 376, 443n27

68.18 287

68.27 9

69.6 165, 393

69.32 443

70. 17

70.4 621n38

71.7 173, 256

71.16 442

72.15 518

72.17 250, 413

72.20 419n4

73.5 662

73.7 25

73.14 245

73.16 301

73.20 213

74.2 313, 337

74.12 160

74.13–14 122
75.9 449

78.13 363

78.15 101n29, 363

78.21 431

78.23 384n15

78.29–30 91

78.40 326

79.5 325

80.6 442

80.9 558

81.6 218

81.8 225

81.9 680

82. 470n75

82.1 505

82.3 571

82.5 505, 512

82.8 572

83.5 473

83.5–6 506

83.15 364

84.7 155n34

87.3 421n9

87.5 116n7

88.6 148, 617

88.10 407

88.16 577
89.8 656n32

89.19 211n94

89.36 275

89.43 446

89.46 121

89.48 218

89.51 160

90.3 558, 567

90.15 338

92.2 605

92.6 434

92.8 562

93. 470n75

93.1 367, 567n6

93.3 501

94.6–7 559

94.21–22 559

95.1 574

95.6 574

95.10 480, 558

96. 17

96.1 210

96.11 570

97.1 570

98.1 210

98.2 422

98.7f. 570
99.4 644n35

100.3 205n59

102.24 27

102.24–25a 27

103.5 512

103.19 448

104.5 392n31

104.6 184n41

104.8 313n20, 336

104.19 570

104.23 215

104.26 313n20, 336

104.28 637

104.34 371

105.12 204

105.25 383

105.45 639

106.1 17

106.14 91

106.47 425

106.47–48 17

107.29 567

107.30 144

108.2–6 17

108.7–14 17

109.2 164

109.3 165, 304


109.10 530

109.13 196, 610n35

109.23 360n27, 382n9

109.28 557

110.2 572

110.4 127n6, 128

111.2 434, 620

111.8 215

114.3–6 570

114.7f 570

118.7 123, 198

118.18 517n64

118.27 560

119.9 609

119.11 640

119.16 426

119.47 426

119.70 25n72

119.87 225

119.90 556

119.137 261

119.162 596n60

120.2 227, 256

120.5 682n35

120.6 209

121.3 569

122.2 628n51
122.4 335

123.2 336, 642

123.4 209n79

124.1–5 668n88

124.2–3 668

124.3 172n19

124.6 335

126.6 586n29, 590

129.3 165

132.1 419

132.3 153

132.12 336

132.15 176

132.16 176n25

132.18 176n25

136.1 256

136.3 123

137.3 174

137.6 450

137.7 621n38

137.8 138n5, 336, 620

137.9 336n17

138.2 437

138.3 553

139.3 420n7

139.8 575

139.8–9 510n31
139.9 565n3

139.12 441

139.14 173

139.15 374n30

139.16 374n30

140.12 149n28

141.4 199

141.7 381

143.3–4 549

143.4 217, 425

143.6 488

144.3 560

144.6 167

146.5 336

147.3 648n2

147.14–15 630n54

149.2 123

1.1 243

1.1–2 551

1.2 278

1.3 278

1.5 503, 646

1.6 150

1.7 329, 427

1.10 202

1.11 673n107
1.16 309, 625

1.21 422

2.2 427

2.4 202

2.4–5 673

3.3 464

3.10 148n26

3.11 668

3.13 377, 668

4.2 118

4.3 257

4.5 560

4.20 375n32

5.2 165, 184

5.9 618n28

5.11 392n31

5.23 451

6.2 393, 511, 582, 587, 680

6.4 169

6.21 560

6.25 591

7.3 176n24

7.8 618

7.9 488, 555

7.14 518

7.15 266

7.18 206n62
8.8 146n20

9.9–10 618n28

9.12 321

9.15 75

9.16 557

9.18 121

9.20 510, 655n28

9.26 220

9.34 518

10.7 605

10.15 402n24, 682

10.16 426

11.2 149n28

11.12 391

11.13 406

11.17 265

12.6 121

12.24 140

13.3 597

13.5 587

13.16 661n59

13.25 181

13.27 430

14.17 557

15.10 173

15.14 322n15

15.17 337
15.21 250

15.35 594

16.6 575

16.14 505

16.17 645

17.16 517n63

18.15 420

19.2 516

19.5 440n17

19.6 663n72

19.7 415

19.18 575

19.19 337

19.23 245n13, 375

19.24 375

20.22 377

20.26 374n30, 419n3

21.9 214

22.13 224

22.20 394

22.21 451

22.27 563

23.16 394n37

24.5 155n34

24.10 415

24.22 118

25.2 618n28
25.5 445

27.5 439

28.3 114

28.28 124

29.17 577

29.22 438

30.11 556

30.16 425

30.17 420

30.21 208n73

31.10 118

31.15 618

32.2 404

32.3 555

32.7–8 670n96

32.12 216

32.20 377n44

32.21 565n3

32.22 618

33.12 307

33.20 91

33.31 571n18

33.32 439, 600n10

34.6 218

34.8 611

34.35 598

34.36 680n26
35.10 123, 618

36.4 121, 663

36.18 518

38.12 413

38.19 327n26

38.24 327n26

39.8 193

39.19 683

39.25 683

40.2 595n55

40.5 276

40.15 122

40.16 122

40.19 122

42.11 618

Provérbios

1.3 591

1.20–33 100

2.12 121

2.22 393

3.18 289

5.19 149

6.6 247

7.4 100

7.7 577

7.26 259

8.30 121
9.1–6 100

9.8 518

9.10 123

9.12 364, 541

9.13 325n19

9.13–14 535

10.1 506

11.2 556

11.7 498n4, 500

11.14 115

11.24 623

12.25 361n35

12.28 661n59

13.3 407

13.7 431

13.18 419n4

14.16 69, 492

14.32 375n31

15.8 107n39

15.12 597

15.20 153

15.22 594

16.11 139n6

16.19 601n12

17.1 266

17.12 594

17.15 402n24, 439


17.17 196

17.26 601n12

18.10 392n31

18.14 518

19.8 610

20.2 147

20.10 116n8

20.26 407

20.28 360n27

21.3 387

21.10 375n32

21.14 256

21.16 591

21.26 167n12

21.28 412

22.6 221n119

22.17 509

22.19 442

22.21 230

23.22 336

23.29 682

24.17 382

24.25 377

25.3 651n13

25.4 26n73

25.5 246

25.24 149n28
25.25 651

25.27 69, 591

26.13 200

26.14 651

26.15 386

26.23 26n73

26.25 413

26.26 360n30, 426

27.14 593

27.18 419n4

27.23 588n33

28.15 429n18

28.20 121

29.12 157

30.10 443

30.25 560

31.1 127, 143

31.3 118

31.29 259

31.30 432

Rute

1.1 554, 613

1.1–2 242

1.3 240

1.4 203

1.6 294

1.11 534
1.13 267

1.17 332n4

1.22 170n15, 340

2.1 209, 652

2.3 158, 551

2.7 530

2.8 516, 516n51

2.10 607

2.13 275

2.14 571

2.17 231n9

2.19 329, 628

2.20 207

2.21 516

3.3 390

3.4 516n51

3.8 170

3.9 318

3.12 72

3.15 279

3.16 320

3.18 516n51

4.3 489

4.4 488n15, 610

4.5 648n2

4.6–8 652

4.9 488
4.18 652

4.21–22 652

Cântico dos Cânticos

1.1 154, 270

1.6 158, 304

1.7 324, 328n28, 336

1.8 198n32, 270

1.13 246

2.8 415

2.9 122, 193

2.10 208n78

2.13 208n78

2.14 442

2.16 207

3.1 335

3.4 662n67

3.7 158, 304

3.10 174

4.9 223n127, 412

4.10 223n127

4.12 223n127

5.1 223, 127

5.2 681

5.3 168, 328

5.9 270

5.10 214

5.14 419n4
5.16 121

6.3 207n68

6.8–9 299

7.7 492

7.8 309

7.10 262

8.1 410

8.6 269

8.8 335, 421n9

Eclesiastes

1.2 267

1.4 626

1.16 296

2.1 296

2.3 327n25

2.5 541

2.9 541

2.19 365

3.14 609

3.15 325, 610n35

3.17 244

4.1 595n57

4.2 596n60, 658n45

4.3 658n45

4.7 595n57

4.10 682

4.12 423
5.4 644

5.5 324

7.12 123

7.16 426

7.19 239

7.24 233

7.26 248n18

8.1 239

8.2 680n28

8.7 325n18

8.10 221, 425, 432

9.4 212

9.11 595n57

9.12 197n27

10.16 682

11.2 318

11.6 327n25

11.9 247

12.5 425

12.9 109, 404n28

12.12 389

Lamentações

1.1 128, 129

1.3 104

1.4 118, 148

1.6 119

1.8 386
1.9 440n17

1.17 201

1.18 299

2.5 184n40

2.6 409n35

2.20 375n31

3.45 592

Ester

1.1 554

1.8 116

1.19 218n113

1.22 116n7

2.2–3 596

2.3 596n60

3.4 116

3.7 284n25

3.13 596n60

5.6 215

6.1 630

6.3 318n6

6.8 222

7.4 603

8.5 376n42

8.8 597

8.9 284n25

8.15 226

8.17 431
9.1 596n60

9.21 630n53

9.27 630n53

Daniel

1.4 139n6

1.10 324

1.13 571

1.17 592

1.20 287

5.19 629

8.4 440n17

8.7 426

8.8 440n17

8.11 240n6, 440n17

8.15 204

8.22 561

8.25 440n17

8.26 384

9.23 121

9.26 281, 283, 622

10.3 588

10.7 672

10.8 216n105

10.12 482, 486

10.20–21 672

11.11 426

11.12 282
11.14 360n30

11.22 375n31

11.36 491

12.2 121

12.3 444

12.13 118

Esdras

1.5 211n89

1.6 602

2.64 283

3.12 197, 611

4.7 4

5.4 320n9

7.6 301

7.28 218n113

8.20 335

8.25 248n19

9.3 171n18

9.14 591n45

10.13 274

10.14 116n7, 248n19, 339, 422

10.17 248n19

Neemias

1.1 554

2.1 284n25

2.3 375n36

2.12 325n19
2.13 375n36

2.16 221

4.4 115

4.12 194

4.13 592n46

5.11 288, 648n2

5.14 147

5.18 200

5.19 488

6.1 385n19

7.2 203

8.11 683

9.3 624n41

9.13 258

9.19 182

9.21 371

9.28 169

9.34 182

10.38 414

13.5 630

13.22 630

13.24 116n7

1Crônicas

3.4 281n20

5.1 603n19

5.9 227, 232, 608

5.17 432
5.20 596n60

7.24 560

9.27 116

12.18 599

12.34 116

12.40 279

13.1 185

13.2 218

13.9 198n35

14.10 635

16.23–33 17

16.34–36 17

16.35 425

17.8 544

19.6 391

21.10 110, 594n53

21.30 394

22.3 661n61

22.4 661n61

22.5 441

22.19 387

25.2 93

25.5 279

25.14 93

26.13 116n7

26.26 301

26.28 339
27.27 336

28.14–15 116n7

28.15 173

28.18 74

29.6 185

29.17 248

29.25 216n105

2Crônicas

1.1 554

1.4 248n20, 339, 672n103

1.10 565n3

2.12 489

2.13 245n12, 606

2.14 245n12

3.11 279

5.11 603n20

6.2 296

6.23 170n16

6.25 170n16

6.27 170n16

6.30 170n16

6.33 170n16, 517

6.35 170n16

6.39 170n16

7.21 184

8.14 116n7

11.12 116n7
12.12 603n19

12.13 227

16.9 87n13

16.11 16

18.23 327n26

18.29 594

19.2 508

19.5 116n7

20.6 609

20.9 169, 563

20.17 609

20.25 603n21, 629

21.17 154, 261, 270

21.19 91

22.6 432

24.6 143

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36.21 448n2

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