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Gostaria de sada aqui agueles cj obra em favor do ‘patriménio me serviu de estintalo para escrever este livre, especialmente Jacques Houlet, Raymond Lemaire e Michel Parent, Agradego também a Alexandre Melissinos, Michel Rebut- Sarda Jean-Marie Vincent, que fizeram a getilea de reler Introdugto MONUMENTO E, MONUMENTO HISTORICO Petriménio®. Esta bela antiga palvraestava,na.orgem lignda ts estraturas familiares, coonémicas¢ juridicas de uma sociedade estvel enraizadla no espago eno tempo. Requalificada por diversos adjetvas (genético, natural, histreo, et. que fzeram dela um con- cet “némade" ela segue hoje uma troetéria diferente erenumbante. Petriménio histrico. A exprestio desigaa um bem destina” do 20 usufrute de urna comunidade que se amplio a dimensdes planetérias, constituido pela cumulagie continua de uma diver- sidade de objetes que se congregam por seu passaco comum: obras fe obras-peimas das helas-artese das artes aplicadas, trabalhos produtos de todos os saberes e savoir fave dos seres humanos. Em nosrs sociedade errante, constanterente transformada pela mobilidade e ubiqlidade de seu presente, “patriménio histérico" ‘omou-se una das palavras-chave da tibo midistica, la remete ‘uma instiuigio e a uma mentalidade. A transferénca semintie sftida pela pala revela a opaci- dade da coisa O patriméniohistrico eas condutasa ele aesocindas cencontram-se presos.em estmato de significadoscujas ambigiida on de Reps gue & vane gd ely sas ds ne at foe Dir d age fgad ie 1. Dan ine Dacor mad, rn cri de Sees, Ps Sea 187 - des ¢ contradigs articular e desartculam dois mundos © duos visbes de mundo, (© culto que se rende hoje 20 patriménio historico deve merecer de née mais do que simples aprovagio. Ele requer um ‘qucstionamento, porgue se constitui aum elemento revelador, ne tligenciado mas brilhante, de urna condicio da sociedade ¢ das fquestaes que ela encerra, E desse ponto de vista que abordo © tema sau Entre of bene incomensuriveise heterogénees do patrim- nig hist rico, excolho como categoria exemplar aguele que se re- Taciona mais diretamente com a vida de todas, o patriménio histérico representado peas edificagbes. Em outros tempos fala- ramos de montimentos histricos, mas as duas expressbes 180 io mas sindnimas. A parti da décads de 1960, 0s monamentos histéricos j& ndo sepresentam eendo parte de dma heranca que no pita de crescer com a inchs de novos tipas de bens e com © alargamenta do quadro cronoligico das dreas geogrificas no interior das quais estes bes se inscrever. (Quando criowse,na Panga, a primeira Comissio dos Monu _mentos Histricos, ex 1837, a8 trés grandes categorias de mon ‘mentos hist6ricos eram consttuidas pelos remanescentes da [Antigtidade, os edificios religiozos da Idade Média e alguns cate- ls, Logo depois ca Segunda Guerra Mundial, o nimero dos bens inventariados decuplicaa, mas sia natureza era praticamente a ‘mesma Eles provinham, em esséncia, da arqueclogiae da histor dda arquitetura erudita. Posteriormente, todas as formas da arte deconstrai, cruditase populares, urbansseruras todas os ateporas eedifcios, pablcoseprivados, suntuéris utilities Foram anexa las, sob novas denominagdes:arguteturs menor, terme proveniente dla Isls para designae as construcées privadas no monuments, fem geral edificadas sem 2 cooperacio de arquitetos; arquiteturt bemacular,termo inglés para dstinguir os edificioe marcadamente locals; arquitetura industrial das usinas, das estagbes, dos altos fornos, de inicio recanhecida pelos ingleses. Enfim, o dominio le patna nds aC pai he ides | patrimonial nto se limita mais as edffcis indvidusis; ele agora Eompreende os aglomeradas de edificagdes ea malha urbana: aglo~ rmerads de casas e batros,aldeas, cidades interase mesmo con= juntos de cides, come mostea “a lista” do Patrimdnio Mundial tstabelecida pela Unesco. 'Até a década de 1960, o quado eronel6gico em que se ins- reviam os monumentos histétcos er, come hoje, praticamente ilimitado ‘a montante”, coincidindo, nesse aspecto, com oda pes {quisearquelégica, "A josante" cle no ultrapassava os limites do século XIX. Hoje, or belgs lamentam o desaparecimento da Maison ‘du Peuple (1896), obra-prima de Horta, demolida em 1968; eos, franceses, Les Hales, de Baltard, destruido em 1970, apesar dos’) vigorosos protestos ques levantaram em toda Franga eno mundo Jnteito, Por mais prestigiosss que fossem, essa vozes eram de una | pequend mincriadiante da indiferenca geral. Para aadministrag para amairia do piblio, os pavihées suspensos que Napoledo Itt ‘Haussmann haviam construdo tinham apenas uma fungio trivial, ‘que no Thes ava acesso 2 categoria de monumentes, Além disso, tes pertenciam ams época famosa por seu mau gosto. Hoje, pare teda Paris de Flausemann estétombadla e, em principio, intocivel aqui por diante, O mesmo sedi coma arquitetura "modem style” —"representada, na Franga, a virada do século, por Guimard, Lavirotte e pela escola de Naney —, que foi muito efemera.e, por sso, depreciad. 0 proprio século xx forgos as porta do dominio pstrimonial rovavelmente seria tombadoseproteides, hoje, o Hotel Imperial de Téquio, bra-pritmadeT L Wright (1915), que resist aos ismos nnaturis, mas foi demolide em 1968; os atelits Esders de Perret (1919), demolidos em 1960; as lojas de departamentos Schocken (1924) de Mendelschn, em Stuttgart, demolidas em 1955; 0 ispensério de Louis Kahn, ma Pladlfia (1954), demolido ers 1973. [Na Franca, uma recém-constitulda comissio do “patriménio do stoulo 20 estabelece cities € uma tipologin para no deixar cescapar nenhum testermunho hstoricamente significativo, Os pr Dios arguitetos interessam-ae pela Indicacio cle suas obras pat [3 Pec empl, edit de de Wel Aust, _ tombamento, Le Corbusier fez que suas obras fossem protegidas; atualmente, onze dels esto tombadase catarze inscritas num in ventirio suplementar. A mansio Savoye motivou varias campa- has pela restaurago,sendo erta mais dispendiosa que ace muitos ‘monumentos mediovaie nfs anocio de monumentohistrico ea piticas de con- servacio que Ihe sio associadas extravaseram os limites da Euro- pe, onde tiveram origem e onde por muito tempo haviam ficado circunscritas. E verdade que a década de 1870 asistira, no con- texto da abertura Meiji, 8 discreta entrada do monumento hist6- icone Jap": para ese pals, que vivera suas teadicdes no presente, {que ndo conhecia outa hist6ra sendo a dinéstca, que ndo conce bia arte antiga ou modems sendo a viva, que no conservava seus "monumentos eno mantendo-os sempre novos mediante recans- ‘rugio ritual, «assimilasio do tempo ociental pacsava pelo reco- hecimento de uma histéria universal, pela adogso do museu € pela preservagio das monumentos como testemunhos do pasado "Naimestna época, os Estados Unidos foram os primeirosa pro teger seu patrimsnio natural, mas pouco se snteressavam em con- servar aquele constitudo peas edifcagSes, uja protecio é recente ‘ecomeseu por levar em conta as residéncias individuais das gran- des personslidades nacionss, Por seu lado, a China’, que ignoravs cesses valores, comecou a abrir ea explora sistematicamente oflio de seus montumentas hstércos a partir da década de 1970. ‘Da primeira Conferéncia Internacional para a Conservacio dos Monumeatos Histéricos, que acanteceu em Atenas-em 19316, sé partciparam europeus. A segunda, em Venezs, no ano de 1964, contouttom a participacio de trés patses nio europeus: a Tani, México eo Peru. Quinze anos mais tarde, citentapatses des cinco continentes haviam assinado a Convencio do Patriménia Mundial WAG sdb dela coseton ns apon nderedlpe etek, 'n Wed dr, Themes of Uy Dies, Aes of he VR Cnr he Fury of re (186) ead por! Lai sl The Pena Stat 5. joan, “The Chinese Artie he Pas, ibd Confer ae cms ai «srt monet % pte Sec a Nahe (SDND, ch cap Nema 7 } Aina extensto — tiple, croncl6ica egeoedlca — dos bens patrmonai €acompanhad plo crescent exponen- cial de set pablo. ‘O concerto patrimonal ea concertamento ds pitcas de con- serragSo nic deta, prem, de apresentr algunas cssonincias. sae crecimenta recrde camega a prowecnnquictago,Reslta- tele na dertrigio de sv objeto”? Or fetes neatvos do tarismo oso percebidos apenas ern Forengaeem Venera. cidade ant sade Kyoto se degrada a cada da oi necesirio fecha, no Ego, 6s timlos do Vat dos Reis. Na Europ, como em autos lugares, 2 inflgopatrimonial€iuslmentecombatida e denunclada por outros motives: custo de manatencao,inadequasio a08 sos tuais « patalisac de outros grandes projetos de organizacio do espago turbano, Menciona-retambémanecessidade de fnovar eas diléticas dd destruigio que, so longo dos culos, fizeram novos monumen- tos se sucederem 205 antigos. De fato, sem remontar 3 Antigtida- Ge aa Kdade Média, considerando apenas & Panga, bastalembrar ‘as centenas de igoja goticas destuidas noe sécuos XVI © XVI ‘par fins de “embelezamento", esubrtitutdas por edificios barracos ‘01 elissios, Pierre Pate, o arquiteto de Luis XV, preconizava, em ‘seu plano para restaurare embeleza Paris, que se "abandonasse”® todas as construgées goicas. Nem mesmo os monumentos da Ant! fidade, por mais prestigio que teaham to naeraclissca, dex ‘ame serdemelidos, como ofamoeapalicia de Ketel, em Borda, Chae erm tar eos, Boas, 1976, Rebon de Cantorbery ‘eleva cla ses docamenta repaid per cae Go Unrest, 190, {8 Mav a lade Lois XY, Yrs, 1765 No ee de epee dee {ec vere “Com coi de N-Darm, que entiantasend pre ese bi 26, ot 9 Demet me 677 pa rd dL XIV, mae fo conser alms po Annet ch Cece (dupes, 195) «or Clk era (dren Bbitece Nac da Py maui, F24713)- ate ‘lo arma enue fic i de an Vgage lnedens en 1669 (bla po Bb i aes, 1903, eo Maret: dea de Chae feral aja por Le Paste, par eadugl de Vir (hd.

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