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MANUELA CARNEIRO DA CUNHA (ORG.

)
FRANCISCO M. SALZANO
NIÉDE GUIDON
ANNA CURTENIUS ROOSEVELT
GREG URBAN
BERTA G. RIBEIRO
LÚCIA H. VAN VELTHEM
BEATRIZ PERRONE-MOISÉS
ANTÓNIO CARLOS DE SOUZA LIMA
ANTÓNIO PORRO
FRANCE-MARIE RENARD-CASEVITZ
ANNE CHRISTINE TAYLOR
PHILIPPE ERIKSON
ROBIN M. WRIGHT
NÁDIA FARAGE
PAULO SANTILLI
MIGUEL A. MENÉNDEZ
MARTA ROSA AMOROSO
TERENCE TURNER
BRUNA FRANCHETTO
ARACY LOPES DA SILVA
CARLOS FAUSTO
MARY KARASCH
MARIA HILDA B. PARAÍSO
BEATRIZ G. DANTAS
JOSÉ AUGUSTO L. SAMPAIO
MARIA ROSÁRIO G. DE CARVALHO
SILVIA M.SCHMUZIGER CARVALHO
JOHN MANUEL MONTEIRO
SÓNIA FERRARO DORTA

HISTÓRIA
DOS ÍNDIOS
NO BRASIL
2? edição

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Fundação DE AMPARO Á Pesquisa
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(29) Na entrada da aldeia, o cati\o dewria gritar para talmente em Cardim (1980) e The%et (1953) — e tam-
as mulheres: "Estou chegando, eu, \ossa futura co- bém Fernandes (1970:274-316).
mida". Dauí^ando e cantando, então, elas o cercavam, (33) Essa "mais-\alia" da predação guerreira encon-
ilando-lhe socos e dizendo que, assim, \ inga\ am seus tra inúmeros paralelos nas etnografias tupi contem-
parentes. porâneas: o homicida parakanã, por exemplo, após ma-
(30) Sugerimos, em outra ocasião (Fausto, 1991a), que tar um inimigo, ia chamar seus parentes para que pu-
o Ciísamento tupinambá seria a\ únculo-patrilateral, co- dessem também flechá-lo e fazer o resguardo.
mo o parakanã. Nesse caso, um pai, ao casar com a (34) IlaN ia, pois, uma "escassez" central à guerra tu-
tilha de sua "irmã", subtraía um cônjuge potencial de pinambá: a de catixos. Essa escassez, porém, era so-
seu filho (prima cruzada patrilateral deste). O cati\() cialmente produzida para ser socialmente produtiva:
cedido ao filho seria, assim, a contrapartida desta mu- trata\ a-se de retirar "muito" de "pouco". Lógica bas-
lher. Os Parakanã resoKem esse problema de forma tante diversa daquela do Estado asteca e de seu sa-
mais direta: o pai dá ao filho uma mulher inimiga por crifício desmedido (agradecemos a E. Viveiros de Cas-
ele capturada. tro por ter chamado nossa atenção para esse ponto).
(31) É Lér\ quem nota como os Tupinambá descon- (35) A teoria de Fernandes (1970) é a do sacrifi'cio res-
fiavam da lealdade dos franceses, (juando estes se re- taurador, em que um cativo é morto para v ingar um
cusa\am a compartilhar do banquete (1980:201). parente assassinado e recompor a "unidade mística"
(32) Para uma sistematização das fontes primárias, \er do grupo. Para uma crítica dessa teoria funcionalista,
Métraux (1979:114-45) — que se baseia fundamen- ver Viveiros de Castro, 1986.

AM

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