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Em La Salette, Nossa Senhora desvenda o Segredo seguindo uma ordem histórica cronológica. Em
primeiro lugar fala da época dos videntes – que é a nossa época – e para a qual prevê grandes
calamidades.
Nela manifestar-se-iam os Apóstolos dos Últimos Tempos que anunciaram tantos e tão grandes
santos como São Luis Maria Grignon de Montfort.
Essa época se encerraria com uma estrondosa intervenção divina que redundará num triunfo de
Nossa Senhora, a rainha dos Apóstolos dos Últimos Tempos, que serão seus escravos modelares.
Saltam aos olhos as afinidades entre a interpretação
inspirada do venerável Pe. Holzhauser dois séculos antes da aparição da La Salette e da
mensagem de Nossa Senhora a Melania e Maximino.
Nenhum desses personagens conheceu ao outro: 1º) pela diferência no tempo e 2º) porque
Melania e Maximino eram iletrados e não poderiam ter lido qualquer escrito que mencionasse ao
Pe. Holzhauser e suas interpretações.
Entretanto, as semelhanças são tantas e em pontos tão essenciais que dispensam qualquer
comentário. De onde poderiam vir essas semelhanças senão de Deus?
Há, obviamente, coisas que estão ditas em La Salette e não se encontram em Holzhauser, e vice-
versa. Isto é comum nos escritos proféticos.
Acontece entre os profetas do Antigo Testamento, onde um diz uma coisa que não diz o outro, mas
todos convergem em harmonia admirável no anúncio do Redentor.
Os espíritos avisados não terão dificuldade em identificar esses aspectos convergentes mais
dissímeis entre La Salette e o venerável Holzhauser.
Introduzimos a série de posts com um breve resumo da biografia do insigne religioso que poderá
ser de utilidade a nossos leitores.
Desde seus primeiros anos foi favorecido por visões celestiais. Grande devoto de Nossa Senhora,
foi por inspiração d'Ela que resolveu seguir a carreira eclesiástica. Celebrou sua primeira missa em
Ingolstadt.
Logo tornou-se conhecido como confessor, a ele recorrendo grande número de penitentes. Em
1640 convenceu três outros padres mais antigos a seguir certas regras que eles próprios se
impuseram e fundou em Salzburg, Áustria, o primeiro de seus institutos.
Dedicou-se a estabelecer seminários para formar padres exemplares por sua fé e virtudes.
Após dez anos de atividades no vale do Tirol, transferiu-se para a diocese de Mainz, na Francônia.
A convite do eleitor de Mainz tornou-se cura e deão em Bingen, no Reno.
O rei Carlos II da Inglaterra, que se encontrava exilado na Alemanha, teve uma conversa com
Holzhauser para ouvir dele as previsões que fizera sobre a Inglaterra.
A saber: que aquele país passaria pelos maiores infortúnios; nem o rei seria poupado; a paz só viria
com a conversão dos ingleses à fé católica romana, quando fariam pela Igreja ainda mais do que
fizeram após a primeira conversão.
Holzhauser desejou muito ir à Inglaterra para iniciar essa obra de conversão, mas seu trabalho
continuou sua obra pastoral em Bingen, sobre o rio Reno, até sua morte, ocorrida em 20 de Maio de
1658, antes de completar 45 anos de vida.
Seu corpo repousa na igreja paroquial de Bingen, diante do altar da Santa Cruz.
Por uma simbólica coincidência, na mesma localidade – porém do outro lado do rio Reno, em
Eibingen – se encontra a urna com os restos de Santa Hildegarda, abadessa da Idade Média.
Ela também ficou famosa pelos seus dons proféticos e suas visões sobre o Fim do Mundo e dos
acontecimentos históricos que devem precede-lo.
Significado das sete igrejas do Apocalipse
De acordo com a interpretação do Pe. Holzhauser, no século VII as forças do mal no terreno
temporal, instrumentos do demônio para combater a Igreja, estavam representadas pelo rei
Chosroes da Pérsia, ao qual se seguiu Maomé e o império islamita.
Este deverá ser o grande inimigo da Igreja até o advento do Anticristo, seu grande restaurador e
último dirigente.
A Igreja grega ficou cada vez mais dominada pelas heresias, que acabaram por levá-la ao
rompimento definitivo com Roma.
Como a Igreja Católica não tivesse mais condições de sobrevida digna no Oriente, Deus propiciou
seu florescimento em regiões ainda dominadas por povos bárbaros: a Alemanha e outras regiões
da Europa Ocidental.
Suscitou então grandes santos, pregadores e apóstolos, que evangelizaram os povos da Alemanha,
das Ilhas Britânicas e das outras regiões da Europa Ocidental, fazendo desse conjunto de povos e
nações um abrigo para a Igreja que deverá durar 1260 anos, contra as investidas cada vez mais
furiosas do império do mal.
Deus também estabeleceu um Império Romano Católico no Ocidente, tendo sido Carlos Magno o
primeiro imperador da Alemanha.
Segundo Holzhauser, as
sete igrejas do
Apocalipse, do ponto de
vista indicam sete
idades, ou eras
históricas, em que vai se
dividir a história da Igreja Besta do Apocalipse. Ottheinrich-Bibel, Bayerische Staatsbibliothek,Cgm 8010, Folio296r
até o Fim o Mundo.
É uma época de calamidades, tanto no campo espiritual como no temporal. A Europa é devastada
por sangrentas guerras de religião, os católicos são oprimidos por hereges e maus cristãos.
Porém a heresia é combatida em discussões, escritos e pela força das armas. E Deus manifesta de
modo admirável sua assistência especial à Igreja nessa época de provações:
1) Opondo a Lutero e à sua funesta heresia Santo Inácio de Loiola e a Companhia de Jesus.
2) Convocando, por inspiração do Espírito Santo, o Concílio de Trento, para esclarecer os dogmas
da Fé e restabelecer a disciplina eclesiástica, sobretudo o celibato.
3) Concedendo à Igreja, em outras partes do mundo, tantos fiéis quanto os que ela perdia na
Europa, por meio da evangelização dos povos da América, Ásia, Índia, China e Japão.
4) Suscitando soberanos zelosos, entre os quais o mais notável foi o Imperador Fernando II [Nota:
imperador do Sacro Imperador Romano-Germânico de 1619 a 1637, a totalidade do seu reinado
desenrolou-se durante a guerra dos Trinta Anos que opôs católicos e protestantes].
Porém isso não será suficiente para por fim, ou mesmo para impedir o progresso do mal nessa
idade.
Ao final da mesma o demônio gozará de uma liberdade quase absoluta e universal, e uma grande
tribulação devastará a terra.
Os poucos servidores fiéis, unidos entre si pelos mais fortes laços, se conservarão puros no meio
do mundo. Passarão por vís aos olhos deste, serão desprezados e repelidos.
Mas Nosso Senhor Jesus Cristo terá olhares de complacência para com sua paciência, ação,
constância e perseverança.
Terão pouca força material mas grande ajuda de Deus, que os recompensará na sexta idade com a
conversão de pecadores e hereges.
Só uma transformação assustadora e inimaginável, feita pela mão de Deus, poderá por fim a essa
época de tribulações.
Quando maior for a pressão exercida pelos infiéis contra os cristãos, ao final da quinta idade, Deus
suscitará um Grande Monarca que, pelas suas virtudes, pela força das armas e pelo apoio que
receberá de Deus, derrotará o império do mal e extirpará as heresias.
O Grande Monarca será grande por suas vitórias e solidamente estabelecido no trono de seu
império. Reinará por muitos anos, humilhará os hereges e as repúblicas.
Nascerá no seio da Igreja Católica e será especialmente enviado por Deus, segundo os decretos da
Providência Divina, que o terá escolhido para a consolação e exaltação da Igreja latina em meio à
aflição e à humilhação.
Seu reinado se constituirá no mais sólido apoio à Igreja Católica e continuará a sê-lo em sua
posteridade, até o aparecimento da apostasia e do Anticristo.
Também será suscitado um Santo Pontífice, que vai estimular, incentivar e auxiliar o Grande
Monarca na luta para exterminar o império do mal.
Este Pontífice formará um grande exército com os Estados da Igreja e seus aliados, para o qual
nomeará um grande general que irá com suas tropas em auxílio do Grande Monarca.
Este então, com tais reforços, fará uma grande matança entre os turcos e seus aliados, a ponto do
sangue que jorrar dos infiéis se elevar até o freio dos cavalos.
Juntamente com os infiéis serão exterminados também os hereges, e a todos o Grande Monarca
precipitará no inferno, pelo poder que Deus lhe concedeu.
Esta será a primeira queda da Babilônia citada no livro
sacro, ou seja, o fim da opressão corruptora que os turcos exerciam sobre os cristãos.
Pelo poder do Grande Monarca e pela autoridade do Santo Pontífice será então convocado um
concílio geral, que será o maior e o mais célebre de todos.
O Grande Monarca empregará todo o seu poder para fazer executar as sentenças e decretos dessa
magna assembleia.
Por seus editos imperiais ordenará a execução, com todo o rigor, das decisões do concílio em favor
da Fé católica e ortodoxa. E tais editos atingirão todas as nações.
Porém seu império e a propagação da verdadeira Fé não serão assegurados sem luta. Haverá
protestos e brados daqueles que vão querer resistir ao Monarca.
Os príncipes e os grandes que se insurgirem contra ele farão ouvir suas vozes por ocasião do
concílio. A resistência a este por parte dos maus será muito grande, chegando a haver mártires na
obra de sua propagação.
Essa contestação será tanto de potências seculares como da parte dos maus sacerdotes.
A Igreja deverá sofrer amarguras, tribulações e dificuldades para a execução desse concílio.
Porém os maus não prevalecerão e ela pregará a Fé católica a todas as nações, mesmo às pagãs e
àquelas que dela se haviam separado pelo cisma ou pela heresia.
A Igreja Católica será elevada ao apogeu de sua glória temporal e não haverá controvérsias nem
discussões para saber qual é a verdadeira Igreja, como existe atualmente na quinta idade.
Porém, no fim dessa sexta idade a caridade vai se arrefecer, os pecados se multiplicarão e, pouco a
pouco, será formada uma geração perversa e infiel.
Os justos, os santos, os bons prelados e pastores serão levados por Deus, em grande número, por
morte natural. Em seu lugar virão homens tíbios e carnais, que só cuidarão de si mesmos.
Este estado de espírito da população em geral é que marcará a passagem gradual da sexta para a
sétima e última idade da Igreja.
O Anticristo
Sempre por obra do demônio, ele terá uma grande capacidade de realizar prodígios, não só em
obras como em palavras, dizendo coisas que parecerão a todos muito boas e sensatas,
persuadindo assim grande número entre os próprios cristãos, exceção feita dos eleitos.
Na sua tarefa de perseguir os cristãos o Anticristo será O Anticristo aconselhado por Satanás.
auxiliado pelo falso profeta e antipapa, um cristão Luca Signorelli, basílica de Orvieto
apóstata que, apoiado pelos judeus, invadirá os Estados
da Igreja e matará o Papa legítimo, ficando em seu lugar.
Este antipapa vai induzir todos os cristãos a adorar o Anticristo e sua imagem, e também receberá
poderes do demônio para fazer coisas prodigiosas, perseguindo cruelmente os que persistirem na
verdadeira Fé.
A apostasia será generalizada, à exceção dos poucos eleitos, aos quais nada mais restará que a
glória do martírio, pois qualquer luta armada contra as forças do Anticristo será inútil, e mesmo
desaconselhada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
O último Papa legítimo – que, como o primeiro, também se chamará Pedro – increpará os
seguidores do Anticristo, ameaçando-os com as penas do inferno.
Antes mesmo que o Anticristo entre na plenitude de seu poder, tal Papa já terá condenado a
heresia do falso messias.
A grande maioria dos mártires dessa época será constituída por eclesiásticos de diversas ordens
da hierarquia: bispos, pregadores, pastores, doutores, padres em geral, e também por grande
número de leigos.
Todos estes confessarão sua fé no verdadeiro Deus e em Jesus Cristo como tendo sido o Messias,
praticarão a virtude da pureza, a castidade e o celibato sacerdotal, completamente abandonados
então.
Santo Elias, Convento de La Encarnación, Ávila, Espanha Pois o Anticristo anunciará a morte dos dois
santos profetas para que todos possam crer que
ele está acima de toda virtude e poder.
Junto aos corpos de Elias e Enoch ficarão corpos de muitos outros mártires, especialmente padres
e doutores. Haverá grande regozijo dos ímpios durante as três semanas e meia em que os corpos
ficarão expostos.
Serão o tempo de gozo do Anticristo pela sua vitória. Ele se fará adorar como deus no alto do
Monte das Oliveiras, e os ímpios seus adoradores se entregarão a uma alegria frenética e cheia de
volúpias.
Os poucos fiéis que resistirem serão obrigados a fugir para lugares desertos. Não haverá sinais de
Deus no céu, será a paz dos maus.
Decorridos esses dias, Deus ressuscitará Elias e Enoch e os elevará ao céu em corpo e alma à vista
de todos.
O Anticristo, enraivecido, tentará vingar-se fazendo-se elevar nos ares pelo poder do demônio.
Mas será precipitado vivo no inferno, entrando por uma abertura na terra que se formará em
conseqüência do grande terremoto que haverá na ocasião.
Ele será morto pelo sopro da boca de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja, por Sua palavra.
Após a morte do Anticristo poucos dias serão concedidos aos homens para fazer penitência, com
os terríveis sinais que precederão a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e o juízo final.
Os judeus se converterão e se unirão aos cristãos para cantar louvores à glória, bondade e
misericórdia de Deus Padre e de Seu Filho Jesus Cristo.
Então serão melhor conhecidas as vias de Deus para a criação, conservação e governo do gênero
humano ao longo dos séculos, conhecimento este que será bem mais completo por ocasião do
juízo Final, o qual ninguém sabe exatamente quando se dará, somente Deus.
Tanto o dia do juízo Final como a questão da predestinação constituem um grande mistério
reservado só a Deus. Nessa ocasião todos os segredos serão manifestados. Os homens não
crerão nesse dia até que ele venha.
Pleno de força: é o poder do Grande Monarca. Descendo do céu: ele nascerá dentro da Igreja
Católica. Vestido de uma nuvem: a humildade do Monarca. Um arco-íris sobre a cabeça: paz de
Deus com a terra. Rosto como o sol: esplendor da justiça, glória, inteligência, sabedoria, caridade e
zelo do Monarca; é como o sol no meio dos outros astros. Pés como colunas de fogo: poder e
extensão do império do Monarca.
Voz como a do leão: terror que vai inspirar aos povos da terra e das ilhas; editos imperiais para a
execução do concílio. Sete trovões: murmúrios, protestos e gritos contra o Monarca e o concílio.
V.4 - “E depois que os sete trovões fizeram ouvir suas vozes, eu me dispunha a
descrevê-las; mas ouvi uma voz do céu que me dizia: Sela as palavras dos sete trovões
e não as escrevas”.
V.5 - “E o anjo que eu vira de pé sobre o mar e sobre a terra levantou a sua mão ao céu”.
É o anjo representando a si mesmo, revelando os segredos divinos sobre o fim dos tempos, como
guardião e protetor do império.
V.6 - “E ele jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, que criou o céu e tudo o
que nele há, e a terra e tudo o que há nela, e o mar e tudo o que nele há, que não haveria
mais tempo”.
V.7 - “Mas que nos dias da voz do sétimo anjo, quando começasse a soar a trombeta,
se cumpriria o mistério de Deus, como ele o anunciou pelos profetas, seus servos”.
É o anúncio do fim dos tempos e do juízo final, a ressurreição dos mortos, o prêmio e o castigo. Os
profetas são Moisés, Enoch, Elias e todos os do Antigo Testamento, os apóstolos, doutores e
pregadores do novo.
V.8 - “E ouvi a voz do céu que novamente me falava, e que dizia: Vai e toma o livro
aberto da mão do anjo, que está de pé sobre o mar e sobre a terra”.
V.9 - “E fui ter com o anjo, dizendo-lhe que me desse o livro. E ele me disse: Toma o livro
e devora-o; e ele fará amargar o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel”.
V.10 - “E tomei o livro da mão do anjo e o devorei; e na minha boca era doce como o
mel; mas depois que o devorei tornou-se amargo do meu ventre”.
V.11 - “E ele me disse: É necessário que ainda profetizes a muitas nações, povos,
homens de diversas línguas e reis”.
São João representa aqui a pessoa moral de toda a Igreja e nos instrui sobre a qualidade e os
efeitos daquele livro.
“Que ainda profetizes a muitas nações, povos, etc” significa a pregação do Evangelho e da Fé
católica nos países que o islamismo, o cisma, o protestantismo ou qualquer outra seita haviam
separado da Igreja. Esta pregará pela voz daqueles que ela enviará aos povos que já haviam
conhecido a luz da Fé católica, mas apostataram: “ainda”.
Isto acontecerá na sexta idade, que será uma época de consolação, enquanto a sétima será a
idade da consumação.
Estas palavras indicam que imediatamente antes dos últimos tempos a Igreja será imensa, como
que novamente edificada e consagrada a Nosso Senhor Jesus Cristo. O templo do Senhor
aumentará imensamente e a casa de Deus será edificada nos quatro cantos do mundo.
“Templo” significa a imensa extensão da nova Igreja que se reunirá à Igreja latina pela conversão de
nações na América, África, Ásia e Europa.
“Altar” significa a honra e exaltação do Santo Sacrifício da Missa, que será celebrado em toda a
superfície da terra.
“Aqueles que nele adoram” significa primeiramente os padres, que se espalharão pela terra em
grande número, e também os leigos, pelo zelo que terão respectivamente em celebrar e assistir o
Santo Sacrifício.
V.2 - “Mas deixa o átrio que está fora do templo e não o meças, pois ele foi dado aos
gentios que calcarão a cidade santa durante quarenta e dois meses”.
É a instrução dada por Nosso Senhor Jesus Cristo a respeito da permissão de reservar um
pequeno território para o reino de Maomé e do Anticristo. O átrio significa a Palestina e Jerusalém.
O templo é a Igreja e a cristandade.
É uma rejeição do judaísmo ainda não convertido. Quarenta e dois meses será o tempo de seu
domínio sobre a Terra Santa.
V.8 - “E seus corpos ficarão estendidos nas praças da grande cidade, chamada
espiritualmente Sodoma e Egito, onde também o Senhor deles foi crucificado”.
Chamada Egito pela semelhança da luta empreendida pelo Anticristo com luta do Faraó contra
Deus: de milagre a milagre, de prodígio a prodígio. A última frase é para não deixar dúvida que a
cidade é Jerusalém.
[Nota: a imposição de limites num blog nos constrange à síntese. Gostaríamos fazer chegar
ao leitor o comentário textual, por exemplo deste versículo. O autor escreve:]
“Estas palavras permitem perceber a ebriedade da alegria levada até o frenesi, que os ímpios
manifestarão durante o tempo que durará seu triunfo.
“E na sua cegueira eles exaltarão e glorificarão o Anticristo; e como ele terá tomado o cuidado
de fazer publicar sua vitória sobre dois profetas tão célebres, a massa dos homens que
cobrem a superfície da Terra se agitará como ondas do mar.
“E as tribos, as nações e os homens de diversas línguas afluirão nesses dias a Jerusalém para
ver esses cadáveres tão famosos e contemplar a seu rei deificado em todo o esplendor de sua
majestade.
“Então os homens dançarão de alegria pela morte dos dois profetas e de outros justos que
terão sido martirizados por ódio ao santo Nome de Jesus, assim como Herodíade bailou e se
regozijou pela degolação de São João Batista.
“Pois após a morte dos dois profetas será concedido poder à besta sobre todos os homens
poderosos em obras e palavras, e esses serão entregues à morte em todas as regiões da
Terra, ou serão forçados a se embrenhar pelas montanhas e locais desertos, e se esconder
nas gretas dos rochedos e em cavernas obscuras. Pois ninguém ousará se declarar cristão de
público. (p. 497-498)
“Dessa maneira, nos últimos dias, os homens verdadeiramente adorarão a besta, inclusive os
cristãos – excetuados os eleitos. Eles verão ao mesmo tempo a morte ignominiosa de seus
profetas, a paz dos malvados, a vitória do Anticristo, o silêncio e o abandono aparente de
Deus, escandalizar-se-ão e apostatarão.
“Eles queimarão também seu incenso diante do altar da besta, e após terem recebido sua
marca na mão ou na testa, eles adorarão sua imagem”. (p. 498)
V.11 - “Mas após três dias e meio o espírito de vida entrou neles da parte de Deus. E
eles se levantaram em pé e um grande temor se apoderou daqueles que os viram”.
V.12 - “E ouviram uma voz forte que lhes dizia do céu: Subi aqui. E eles subiram ao céu
numa nuvem, à vista de seus inimigos”.
Testemunho público e solene da parte de Deus sobre a verdade da pregação dos dois profetas.
Morte do Anticristo, castigo dos ímpios e conversão do que restou de judeus e gentios.
V.18 - As nações irritaram-se mas chegou a tua ira e o tempo de julgar os mortos e de
dar recompensa aos profetas teus servos, e aos santos e aos que temem o teu nome,
pequenos e grandes, e de exterminar aqueles que corromperam a terra”.
V.19 - “Então abriu-se no céu o templo de Deus e apareceu a arca do seu testamento no
seu templo e houve relâmpagos, vozes e um terremoto, e uma grande chuva de pedra”.
É a segunda vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo para o Juízo Final. Ressurreição dos mortos e
precipitação dos maus e dos demônios no inferno.
“Esta luta encarniçada começou com o horrível tirano Cosroes (*) que, vencido por Heráclio,
suscitou em seu lugar um monstro ainda mais horrível na pessoa de Maomé, que se apoderou
do trono dos Persas e estendeu consideravelmente seu império.
[*] N.T.: Cosroes II, o sempre vitorioso, rei da Pérsia de 590 a 628, saqueou
Jerusalém e levou como espólios a Verdadeira Cruz e o patriarca Zacarias de
Jerusalém. Heráclio, imperador de Bizâncio, recuperou tudo o que havia sido
pilhado.
“O reinado deste inimigo hereditário e implacável, que fez derramar rios de sangue dos
cristãos, dura até hoje; e embora deva ser consideravelmente diminuído na era da consolação
da Igreja pelo braço do Monarca aguardado, um resto dele ficará apertado em limites
estreitos, até que venha o filho da perdição.
“Este, por meio de tramas obscuras, ascenderá ao trono desse império do mal que fará reviver,
e o restaurará até o ponto de submeter quase tudo ao seu poder.
“Lúcifer se servirá então desse último e mais poderoso soberano, para levar ao cúmulo seu
furor contra a Igreja de Deus”. (págs. 2-3)
Livro Sexto - Capítulo XII – Sobre a guerra que a estirpe da serpente fez e fará ainda à Igreja
V.1 - “E um grande sinal apareceu no céu: uma mulher vestida de sol, e a lua sob seus
pés, e uma coroa de doze estrelas sobre sua cabeça”.
V.2 - “E estando grávida, clamava em dores de parto e sofria tormentos para dar à luz”.
“Pois Deus jamais está tão perto dos seus, que Ele
protege, como quando eles estão sujeitos aos
maiores perigos e aos maiores males. (...)
“[Tendo] a lua sob seus pés, quer dizer, o globo terrestre, que cresce e decresce como a lua à
medida que os cristãos que fazem parte dele diminuem ou se multiplicam no transcurso das
épocas. (págs. 3-5)
“(...) É apontado especialmente que essa lua está sob os pés da Igreja; pois nos últimos dias
seus pés apenas tocarão a terra, e Jesus Cristo, o Sol de Justiça, e a Igreja, que reflete a Sua
luz, serão eclipsados pelos habitantes do globo terrestre.
“Porque, naquela época, haverá poucos homens que confessarão seu Santo Nome. Os
príncipes da terra e quase todos os povos que se oporão à luz desse sol, cobrirão a superfície
do globo como outros tantos gafanhotos, como a areia do mar, ou as folhas das árvores; e
eles serão precipitados no inferno pela cólera do Cordeiro.
“3º Esse perigo e essas angústias tornar-se-ão extremos nos dias do Anticristo, que será o
último representante dessa potência infernal. Mas também o mais temível e o mais terrível,
porque a antiga serpente o inspirará a levar até o fim seu ódio e sua vingança.
“Assim, o enigma da mulher em dores de parto não se refere apenas a uma época, mas a
diversas circunstâncias nas quais Deus lhe dará sempre filhos varonis, fortes e robustos.
“Quer dizer, imperadores, reis e príncipes que a defenderão e a protegerão, a Ela e ao Sacro
Império, para impedir que Ela seja devorada por essa besta cruel.
“Embora o império turco seja apresentado na História com algumas modificações, no seu
conjunto ele forma na realidade uma só monarquia, desde Cosroes até o Anticristo, porque
seus soberanos têm um fim comum, que é o extermínio da Cristandade e do Sacro Império”.
(pág. 8)
Descrição de todas as abominações
“E as atirou à terra, porque a Igreja grega foi dispersa, e ficará assim em seu triste estado sob
a dominação do império turco até o tempo do filho da perdição.
“É verdade que na sexta época, quando esse império turco terá sido comprimido dentro dos
limites os mais estreitos, a Igreja grega voltará a se reunir com a Igreja latina.
“(...) no fim dos tempos essa Igreja grega será quase a primeira de todas a aderir ao filho da
perdição e a seus falsos profetas, e se voltará contra a mulher vestida de sol, quer dizer,
contra a verdadeira Igreja de Jesus Cristo.
“Então ela se aplicará, seguindo seu velho costume diabólico, a reproduzir seus erros sobre a
natureza do Filho e sobre a procedência do Espírito Santo, e adorará e fará adorar sobre a terra
um falso salvador do mundo e o mais criminoso dos impostores: o Anticristo. (págs. 12-13)
Vara de ferro: grande poder conferido por Deus. Arrebatado...: grande proteção de Deus, desde que
fosse fiel.
V.6 - “E a mulher fugiu para o deserto, onde tinha um lugar que Deus lhe havia
preparado, para aí ser sustentada durante mil duzentos e sessenta dias”.
Deus então transportou a Igreja, levando-a para terras habitadas ainda por povos bárbaros, como a
Alemanha e outras regiões da Europa ocidental.
Os 1260 dias indicam a duração do refúgio da Igreja no Ocidente, que será de 1260 anos, a partir
da origem do império turco e da conversão das nações ocidentais.
Decadência do cristianismo oriental
e missão providencial da Cristandade ocidental
E não houve mais lugar para o demônio na Igreja do Ocidente, pois a Fé católica foi estabelecida e
difundida em toda a Europa pelo poder e piedade de Carlos Magno.
V.9 - “E aquele grande dragão, aquela antiga serpente, que se chama Demônio e
Satanás, que seduz todo o universo, foi precipitado na terra, e com ele os seus anjos”.
Terra significa a igreja e o império do Oriente. Tendo sido rejeitado e expulso da Igreja do Ocidente,
foi-lhe permitido continuar a exercer seu furor no Oriente, por causa da malícia do pecado dessas
nações, e para punir, por meio de Maomé e do império turco, o orgulho, a avareza, a ambição, as
heresias e o cisma da igreja grega.
V.10 - “E ouvi uma grande voz no céu que dizia: Agora foi estabelecida a salvação, a
força e o reino de nosso Deus, e o poder de seu Cristo; porque foi precipitado o
acusador de nossos irmãos, que os acusava dia e noite diante de nosso Deus”.
Vitória dos servidores de Cristo com o auxílio da graça sobre Satanás e seus anjos, trazendo pouco
a pouco as nações da Alemanha e das regiões ocidentais ao redil do Bom Pastor.
V.13 - “Mas o dragão, vendo-se precipitado sobre a terra, perseguiu a mulher que havia
dado à luz um filho varão”.
Este foi Carlos Magno, posto no mundo pela Igreja em 800, elevando-o a Imperador, o primeiro dos
imperadores da Alemanha. Vendo que não podia impedir a conversão da Alemanha e das nações
ocidentais, o demônio perseguiu a Igreja latina.
V.14 - “E foram dadas à mulher duas asas de uma grande águia, a fim de voar ao
deserto, lugar de seu retiro, onde é sustentada por um tempo, e por tempos, e pela
metade de um tempo, fora da presença da serpente”.
“Essa grande águia foi Carlos Magno e todos seus sucessores no Sacro Império, pois Carlos
Magno transladou o império para o Ocidente. (pág. 34)
“(...) A Igreja de Cristo, que nunca foi estável no Oriente, fincará pé no Ocidente, quer dizer, no
deserto, e ali fixará sua residência ou sua Sé, que Ela conservará durante mil e duzentos e
sessenta anos”. (pág. 35)
V.17 - “E o dragão irou-se contra a mulher e foi fazer guerra aos outros filhos dela que
guardam os mandamentos de Deus e retêm a confissão de Jesus Cristo. E parou sobre
a areia do mar”.
Irritado contra a Igreja latina do Ocidente, o demônio voltou-se contra os poucos cristãos fieis da
Igreja grega. E foi esperar a besta que deveria sair do mar.
“Sobre a guerra que o demônio fez através de Maomé, e que ainda vai fazer por meio do
Anticristo
“Satanás pode comunicar sua força e poder de duas maneiras: em primeiro lugar, por sua
ajuda, por seus maus conselhos, e produzir efeitos acima dos naturais: tal foi o poder que deu
a Maomé e seu império. Essa primeira forma é extrínseca.
“A segunda é intrínseca e terá lugar quando Satanás se revestir por assim dizer do corpo e da
alma do Anticristo, tornando-se um só com ele. (págs. 43-44)
“Ora, esta forma, que até agora Deus nunca permitiu a Satanás, será concedida ao filho da
perdição.
“É por isso que Lúcifer, a criatura mais arrogante que existe, e que está sempre tentando imitar
a Divindade em todas as coisas movido pela sua inveja, entrará no Anticristo, o formará, o
possuirá, e se revestirá de alguma maneira de seu corpo e de sua alma a partir do primeiro
momento de sua concepção no ventre de sua mãe.
“Ele permanecerá nele de uma maneira intrínseca e o habitará corporalmente, de maneira que
o Anticristo, de acordo com Daniel, VII, 7, será uma terrível e maravilhosa besta, operará
prodígios incríveis pelo poder e pela alta potência de Lúcifer, por quem estará possuído.
“(...) No entanto, como Maomé e seus sucessores, e especialmente o Anticristo, que será a
plenitude derradeira de toda prevaricação, têm um objetivo comum, que é o de negar e destruir
o Santo Nome de Jesus, é coerente dizer que eles formam um conjunto que é um corpo moral
e uma só besta.
“E convém, sobretudo e com propriedade ao Anticristo o nome da besta, porque ele vai ser o
mais celerado e o mais poderoso de todos os monarcas turcos, e seu império será o último, o
mais vasto e o mais poderoso; porque seu reinado tirânico resumirá todos os outros.
“Ele vai devastar e rugir como um leão contra o Santo Nome de Jesus; e calcará o Santo dos
Santos como um urso.
“Finalmente, quem quer negue que Jesus Cristo, Filho de Deus, veio à terra e se fez carne
como nós, é um anticristo, e todos aqueles que agem da mesma forma constituem um único
corpo, do qual o Anticristo, o filho da perdição, é a cabeça e a cauda.
“Daí estas palavras: I. Jo, II, 18 “assim como vós ouvistes que deve vir o Anticristo, agora há
vários Anticristos”, isto é, que ele veio em seus membros e seus precursores, aguardando o
momento em que ele virá em pessoa para consumar a prevaricação”. (págs. 45-46)
A besta ferida de morte e a besta do mar:
significados
V.3 - “E vi uma de suas cabeças como ferida de morte; mas esta ferida mortal foi
curada. E toda a terra, na admiração, seguiu a besta”.
“1º Diz-se que uma de suas cabeças estava como ferida de morte, ou seja, o animal receberá
uma ferida mortal porque isso vai acontecer, de fato.
“Porque o império turco ou o império de Maomé vai experimentar uma grande derrota e sua
ruína será quase total, a ponto de que ele será como que aniquilado; porém, ficará uma parte
dele num pequeno reino.
“Mas o Anticristo reerguerá este império; porque ele vai ocupar seu trono e reparar todas as
suas perdas. Ele vai até aumentá-lo imensamente, muito mais do que foi antes.
“O Anticristo nascerá e terá suas origens nos restos desse império em ruínas. Pode-se ver, nas
profecias mencionadas acima, que Daniel disse a mesma coisa quando falou com grande
admiração do chifre pequeno, que surgiu entre os dez chifres.
V.4 - “E adoraram o dragão que deu poder à besta. E adoraram a besta dizendo: Quem é
semelhante à besta e quem poderá pelejar contra ela?”
“Estas palavras se ligam de maneira admirável com as precedentes; porque todas as nações
adorarão Lúcifer corporizado no Anticristo, porque o considerarão como a divindade, e
acreditarão que a divindade existe nele, por causa de seu poder e dos grandes prodígios que
operará com a ajuda de Lúcifer.
“E também por causa da ciência, dos conhecimentos e das grandes maravilhas que sairão de
sua boca, e que lhe vão ser sugeridas pelo príncipe dos demônios. (págs. 47-48)
“O verdadeiro Deus criador do céu e da terra permitirá estas maravilhas para punir os homens
que naqueles últimos dias atingirão o cúmulo da prevaricação.
“Então, quando as pessoas virem esses grandes prodígios do Anticristo, todas as nações vão
lhe render culto, e vão adorá-lo como Deus e o Messias. (pág. 48)
“Assim o império turco vai durar o mesmo número de anos que o número de dias que durará o
Anticristo, incluindo nisso o tempo em que a besta estará como que mortalmente ferida”.
(pág. 51)
V.5 - “E lhe foi dada uma boca que proferia coisas arrogantes e blasfêmias; e lhe foi
dado o poder de fazer guerra durante quarenta e dois meses”.
“Esta passagem e as seguintes expressam o poder que Deus permitirá à besta de exercer, e
por causa do qual todas as nações vão obedecê-lo e adorá-lo como deus.
“Está dito: E lhe foi dada uma boca que proferia coisas arrogantes e blasfêmias. Aqui o profeta
designa a causa instrumental como sendo a principal, e essa causa é a grande sabedoria e a
ciência surpreendente que o dragão comunicará ao Anticristo, de modo que vão sair de sua
boca coisas grandes, admiráveis, plausíveis na aparência, misteriosas e acima de toda
inteligência humana.
“E é sobretudo por causa disso que ele seduzirá todas as nações e vai levá-las a acreditar que
ele é Deus e o Messias.
“E lhe foi dada uma boca que proferia coisas arrogantes e blasfêmias contra os mistérios da
Santíssima Trindade e da Encarnação, contra a doutrina de Jesus Cristo e contra todo o Novo
Testamento”. (pág. 50)
“Pois, naquele tempo, ninguém poderá confessar e pregar impunemente o nome de Nosso
Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus.
“3º e lhe foi dado poder sobre toda a tribo, povo, língua e nação. Estas palavras mostram
ainda o poder desse reino. Esse poder será tal, que nunca houve igual desde que o mundo
começou”. (53-54 págs.)
V.8 - “E a adoraram todos os habitantes da terra, cujos nomes não estão escritos no
livro da vida do Cordeiro, que foi imolado desde a origem do mundo”.
“Este versículo confirma que todos os réprobos renderão culto de adoração à besta, e se
separarão de Deus seu Criador, e de Cristo. Aqueles cujos nomes estão escritos no Livro da
Vida são os eleitos.
“E o Livro da Vida é a presciência de Deus, perscrutador dos corações; presciência com que
Deus dispôs seu reino desde a eternidade, e quer premiar a cada um segundo suas obras.
“É por isso que o apóstolo Paulo disse aos Romanos, VIII, 30: “Aqueles a quem havia
conhecido em sua presciência, também os predestinou para ser conformes à imagem de seu
Filho, a fim de ele ser o primogênito entre muitos irmãos. E aqueles que Ele predestinou, eles os
chamou; e aqueles que chamou, Ele justificou; e aos que justificou, Ele glorificou”. (pág. 56)
“Isto é, o que Deus vai permitir, especialmente no tempo do Anticristo, em relação a quem quer
que combata pelo nome de Jesus Cristo.
“Seja pelas armas, por exemplo, tomando parte no exército dos cristãos, seja pela palavra, ou
por qualquer outro meio; porque então o justo sucumbirá diante do poder da besta e será
imolado. (pág. 58)
“(...) Naqueles tempos, o fim do mundo ter-se-á aproximado muito, e Deus permitirá que todos
esses santos e bravos soldados que combaterão pela justiça e pela verdade sejam vencidos e
imolados como vítimas para completar o número de mártires.
“Assim, nesses dias de dor, não se deve esperar nenhum poder e nenhuma vitória, senão a
mais bela de todas as vitórias, o triunfo do martírio. (pág. 59)
“(...) Assim, a única vitória possível para os cristãos naqueles dias tão terríveis, consistirá em
serem vencidos, perseguidos, torturados e condenados à morte mantendo-se fiéis, constantes
e firmes, esperando contra toda a esperança na fé em Nosso Senhor Jesus Cristo”. (pág. 59)
Vs. 9 e 10 - “Quem tiver ouvidos, ouça. Aquele que levar outros para o cativeiro irá para
o cativeiro; aquele que matar pela espada deverá morrer pela espada. Aqui está a
paciência e a fé dos santos”.
Todo aquele que quiser resistir à besta pela força das armas sucumbirá. Deus permitirá que
aqueles que combaterem pela justiça e verdade sejam vencidos e imolados como vítimas para
acumular o número dos mártires. Não haverá vitória a esperar que não seja a do martírio.
“Sobre o abominável Antipapa e idólatra celerado que dilacerará a Igreja e fará adorar a besta
“Esta besta que subirá da terra é um falso profeta que vai anunciar o filho da perdição como
sendo Cristo, e será o braço com cujo auxílio o Anticristo operará coisas surpreendentes por
meio de sinais e pelo poder de suas armas.
“É por isso que Daniel, XI, 42, diz: “Ele estenderá a sua mão sobre as terras”.
“Está dito que essa outra besta subirá da terra, porque o Anticristo com os seus exercerá sua
tirania no Oriente e sobre os mares; enquanto que o falso profeta se levantará, prevalecerá e
devastará a terra firme, que beira os mares e sobre a qual hoje se encontra o Sacro Império
contendo em seu interior os Estados da Igreja.
“Está dito que esta besta vai ter dois chifres semelhantes aos de cordeiro, porque vai ser um
cristão apóstata, que será educado secretamente e de forma fraudulenta. Ele vai reunir todos
os judeus que por toda parte serão muito numerosos naqueles dias, e eles vão se unir
unanimemente a seu partido.
“Ele invadirá os Estados da Igreja com um grande exército, ocupará a Sé pontifícia, matará o
último Papa legítimo sucessor de São Pedro, e derramará o sangue dos cristãos,
especialmente o dos prelados, como se fosse água em volta de Jerusalém.
“Ora, esses dois poderes de Jesus Cristo para falar e operar eram como dois chifres, como
dissemos no cap. V, e é com esses dois chifres que Ele combateu e venceu os judeus e os
gentios.
“O falso profeta terá, pois, um poder mais ou menos semelhante na aparência, mas falso na
realidade; porque ele receberá esse poder não de Deus, mas do dragão do abismo, e se servirá
dele para seduzir e enganar os habitantes da terra.
“É por isso que é acrescentado: e falará como o dragão; isto é, o dragão irá comunicar-lhe tal
sabedoria e tal astucia na arte de falar e de seduzir os homens que será como se ele próprio
em pessoa conversasse com o mundo.
“Finalmente, esses dois chifres simbolizam a lei e os profetas; e assim como eles contêm os
mais belos e mais numerosos testemunhos da verdade de Jesus Cristo de Nazaré
Crucificado, pelo quais o próprio Senhor convenceu os discípulos de Emaús de que é Cristo, o
Filho de Deus.
Segundo São Lucas XXIV, 27: “Como a partir de Moisés e continuando por todos os profetas,
explicava-lhes o que constava a respeito dele em todas as Escrituras”, assim também esse
idólatra, o maior celerado possível, vai usar essas duas testemunhas, a lei e os profetas, e as
porá por assim dizer sobre sua cabeça, como dois chifres, com os quais vai lutar por ele e
pelos seus.
“Ele demonstrará com provas capciosas que Cristo só veio naqueles tempos, e não antes.
Cristo, dirá ele, é o redentor da nação judaica, o Deus das nações, Cristo é o rei de Jerusalém.
“E ele confirmará suas asseverações com tais prodígios, que a grande maioria dos cristãos
será seduzida por esse escândalo; e quase todos desertarão, com exceção dos eleitos que
serão poucos numerosos em relação à massa, e renegarão o Nome de Jesus Cristo de Nazaré
crucificado.
“Mas, previamente, os principais pastores de almas terão sido arrancados a seu rebanho pela
perseguição e pelo martírio, segundo Daniel, IX, 32 ss”. (págs. 61-63)
O caráter da besta e o 666
V.12 - “E ela exercia todo o poder da primeira besta na sua presença. E fez que a terra e
os que nela habitam adorassem a primeira besta, cuja ferida mortal havia sido curada”.
Tal como o Anticristo, esta besta poderá, pelo poder das trevas, operar prodígios e seduzir as
nações. Os homens crerão que o Anticristo é Cristo que veio ao mundo.
O falso profeta será animado pelo mesmo espírito do Anticristo e lhe será submisso, sustentando
sua honra e sua glória, fazendo com que seja adorado por todos, por meio da força e da persuasão.
V.13 - “E operou grandes prodígios, e até fez descer fogo do céu sobre a terra à vista
dos homens.
V.14 - E seduziu os habitantes da terra com os prodígios que lhe foram permitidos fazer
diante da besta, dizendo aos habitantes da terra que fizessem uma imagem da besta, a
qual tinha recebido um golpe de espada, mas conservara a vida.
V.15 - E foi-lhe concedido dar espírito à imagem da besta, de modo que esta falasse, e
fazer com que fossem mortos os que não adorassem a imagem da besta”.
“E os principais autores destes escândalos serão sobretudo os judeus, que prevalecerão por
toda parte. Eles destruirão os altares; entregarão às chamas os paramentos sacerdotais e os
ornamentos das igrejas.
“As relíquias dos santos também serão pisoteadas, os vasos preciosos serão coletados e
fundidos para se fazer a imagem da besta, ou seja, do Anticristo, rei de Jerusalém.
“O diabo morará nos altares erigidos em sua homenagem e para seu culto. E essas imagens
falarão e darão sinais como se estivessem vivas! Essa será a abominação da desolação. (pág.
66)
“ (...) Todos os que se recusarem adorá-lo serão atormentados e mortos pelos suplícios mais
refinados e horríveis. Porque a besta estará por cima em toda parte.
“Mais ainda, ela superará todas as anteriores pela deserção de quase todo o universo; e isto
por causa das torturas mais refinadas, mais longas e mais dolorosas que se possa imaginar.
Os homens estarão aterrorizados e para evitá-las sacrificarão suas vidas adorando a besta”.
(pág. 67)
Vs. 16, 17, 18 - “E fará que todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e escravos,
tenham um sinal em sua mão direita ou em sua fronte. E que ninguém possa comprar
ou vender, exceto aquele que tiver o sinal ou o nome da besta, ou o número do seu
nome. E aqui está a sabedoria. Quem tem inteligência calcule o número da besta.
Porque é número de homem; e o número dela é seiscentos e sessenta e seis”.
O número 666 é formado pela soma dos números representados por cada letra da palavra grega
escrita por São João e que significa “contrário”.
“Esta marca será impressa na pele por meio de tatuagens, mais ou menos como se vê nos
braços de alguns mercenários.
“E todo aquele que se apresentará livremente ou pela força para oferecer incenso ao ídolo da
besta, deverá sofrer logo esta cirurgia para receber na mão ou na testa, de acordo com sua
condição, a impressão da figura do ídolo.
“A partir do momento em que a receba, bastará mostrá-la para desfrutar de total liberdade
para vender, comprar, viajar, dedicar-se a seus negócios, etc.
“Enquanto aqueles que não possuirão esse sinal, não se atreverão a aparecer em público, ou
mesmo cuidar das coisas mais necessárias da vida. (pág. 69)
“(...) Ora, esse sinal é chamado de caráter, porque ele será impresso na pele e contêm certas
letras de uma determinada língua. Além disso, esse sinal é chamado de nome, e este será o
nome da besta. (pág. 73)
“(...) Esse caráter da besta, portanto, consistirá em certas letras hebraicas que serão
impressas na mão direita ou na testa dos homens, e significarão Cristo em grego, Christus em
latim”. (pág. 75)
Grandes milagres contra o Anticristo
“Pois tais serão os efeitos da pregação dos ministros de Jesus Cristo, nos últimos dias.
“1º Ela brilhará por meio de grandes milagres contra o Anticristo e seus falsos profetas.
“4º Ela inspirará um grande temor de Deus e dos males que pairarão sobre a multidão dos
homens”. (p. 83)
Livro VI – Cap. XIV – Lutas contra o Anticristo e Apóstolos dos Últimos Tempos
V.1 - “E olhei; e eis que o Cordeiro estava de pé sobre o monte Sion, e com ele cento e
quarenta e quatro mil que tinham o seu nome e o nome de seu pai escritos sobre suas
frontes”.
O Cordeiro é Cristo e o monte Sion a Igreja. O número designa a universalidade dos mártires que
serão imolados, uma grande multidão.
Esses mártires serão os doutores, pregadores e pastores, sobretudo eclesiásticos das diversas
ordens hierárquicas da Igreja militante, que resistirão ao Anticristo e aos seus falsos profetas.
Vs. 2-5 - “E ouvi uma voz do céu, como rumor de muitas águas, e como o estrondo de
um grande trovão; e a voz que ouvi era como de tocadores de cítara que tocavam suas
cítaras. E cantavam como que um cântico novo diante do trono, e diante dos quatro
animais e dos anciãos. E ninguém podia cantar este cântico senão aqueles cento e
quarenta e quatro mil, que foram resgatados da terra. Estes são aqueles que não se
contaminaram com mulheres, porque são virgens. Estes seguem o Cordeiro para onde
quer que ele vá. Estes foram resgatados entre os homens como primícias para Deus e
para o Cordeiro, e na sua boca não se achou mentira, porque estão sem mácula diante
do trono de Deus”.
Estas palavras se aplicam muito mais à Igreja militante que à Igreja triunfante. A voz é a dos
pregadores e confessores do nome de Jesus Cristo e de seu Pai nos dias do Anticristo.
Só os 144 mil resistirão à fúria do Anticristo. Sua castidade e celibato serão como que um cântico
novo, pois muitos eclesiásticos calcarão aos pés seus deveres mais sagrados, serão apóstatas e
se casarão.
A face da cristandade será lívida e horrível como nunca. Mistério do silêncio de Deus. Resgatados
da terra: os eleitos. Não se contaminaram com mulheres: celibato sacerdotal.
Serão mansos como o Cordeiro que é levado ao matadouro. Os mártires serão principalmente
eclesiásticos - doutores, pregadores, pastores - e também grande número de leigos. Livres de toda
a sujeira no meio do século que será a borra da corrupção de todas as idades.
Vs. 6 e 7 - “E vi outro anjo voando pelo meio do céu, que tinha o Evangelho eterno para
pregar aos que têm domínio sobre a terra, e sobre toda nação, tribo, língua e povo,
dizendo em alta voz: Temei o Senhor e dai-lhe glória, porque é chegada a hora do seu
juízo; e adorai aquele que fez o céu e a terra, o mar e as fontes das águas”.
“Finalmente a pregação deste anjo deve acontecer em duas épocas diferentes. A primeira será
quando as nações, os povos, as pessoas de diferentes línguas e muitos reis vão voltar para o
seio da Igreja Católica na sexta idade, como vimos no capítulo X, ver. 11 (...)
“Então, a voz do sacerdócio, ou do anjo que é seu representante, será verdadeiramente uma
voz forte e muito eficaz. A conversão dos pecadores será antes que a besta (império turco)
receba a ferida mortal e antes da queda da primeira Babilônia, que é o reino das nações, como
veremos a seguir.
“A segunda época da pregação deste anjo será a dos últimos tempos, nos quais a caridade de
muitos esfriará, a fé desaparecerá e o filho da perdição se manifestará. Então o anjo (o
sacerdócio) levantará sua voz com força, em nome de Jesus Cristo e de seu Pai.
“Ele pregará corajosamente por toda a terra, e dirá a todos os homens que a habitam: Temei a
Deus, e dai-lhe glória, porque é chegada a hora do seu julgamento. Adorai aquele que fez o céu
e a terra, o mar e as fontes.
“Porque naquela época, disse Daniel, XI, 33: “os sábios do povo instruirão muitas pessoas”.
“Será nessa época que os últimos apóstolos percorrerão a terra, levando o Evangelho eterno, e
fazendo maravilhas pela virtude do Todo-Poderoso, e não pelo poder deste mundo.
“Esta segunda época será a do fim dos tempos, quando a Babilônia, que é o reino deste
mundo, cairá e será consumida pelo fogo, como nós veremos mais adiante”. (págs. 98-99)
A queda de Babilônia
“No entanto, o reinado atual das nações é o império turco fundado por Maomé, cujo último e
mais poderoso governante será o Anticristo.
“É com razão e verdade que São João lhe dá o nome de Babilônia, porque esse império está
formado por uma mistura de diversos povos e diferentes nações, e que sua seita é uma
fusão de paganismo, de judaísmo e de cristianismo, que ensina dogmas ou melhor os erros
mais bizarros, segundo se pode ficar convencido pelo Corão. (...)
“2º Babilônia também representa o mundo com todas suas delícias e voluptuosidades, como
sendo a associação de todos os malvados coligados juntos contra os bons, sob a condução
de seu chefe Lúcifer. (págs. 99-100)
“(...) Está dito que esse outro anjo seguiu ao primeiro. A diferença provém do fato de que o
anúncio de um evento precede naturalmente a sua realização.
“De fato, no espaço de tempo que separará o anúncio do acontecimento propriamente dito,
Deus suscitará um Monarca poderoso entre os príncipes da terra, para derrubar o grande
chifre da besta, ou seja, o império de Constantinopla, ou o império do Oriente, e para ocupar
sua sede”. (101-102 págs.)
Vs. 9-12. “E um terceiro anjo os seguiu, dizendo em alta voz: Se alguém adorar a besta e
sua imagem, e receber o sinal dela na fronte ou na mão, também este beberá do vinho
da ira de Deus, lançado puro no cálice de sua ira, e será atormentado em fogo e enxofre
diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. E o fumo de seus tormentos se
levantará pelos séculos dos séculos, sem que tenham descanso algum, de dia ou de
noite, aqueles que tiverem adorado a besta e sua imagem, e o que tiver recebido a
marca de seu nome. Aqui está a paciência dos santos, que guardam os mandamentos
de Deus e a fé de Jesus”.
V. 13 - “E ouvi uma voz do céu que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que
morrem no Senhor. Diz o Espírito que desde já descansem de seus trabalhos porque
suas obras os seguem”.
“Então este papa ou terceiro anjo bradará em alto e bom som contra o Anticristo e seus
adeptos, contra os judeus, contra os cristãos e as nações apóstatas, por meio de suas
definições apostólicas e de suas encíclicas, que ele dirigirá a todos os príncipes, a todos os
povos e a toda a Cristandade. (pág. 106)
“(...) Enquanto isso, ao contrário, aquele que adorará a besta e sua imagem, e portará consigo
sua marca sobre a testa ou na mão, será atormentado no fogo e no enxofre, pelos séculos dos
séculos.
“Porque Deus não aceitará quaisquer desculpas da demasiada crueldade e dos enganos
sedutores da besta. É por isso que Jesus Cristo teve o cuidado de informar com antecedência
toda a Cristandade, para fortalecer os fiéis e instá-los a morrer corajosamente, e a suportar
com paciência os suplícios que Ele permitirá para provar seus eleitos”. (págs. 111-112)
O reinado do Grande Monarca e do Grande Papa
“A descrição da colheita e da
vindima em questão neste
capítulo contém uma espécie
de enigma difícil e obscuro,
O grande Monarca: Deus consolará sua Igreja antes do reinado do Anticristo.
no qual é descrita a futura
Tapeçaria do Apocalipse, Angers, França.
extirpação das heresias e da
seita das nações ou do
império turco, extirpação que será realizada sob o poderoso Monarca e o Pontífice santo.
“Porque Deus consolará mais uma vez sua Igreja antes que venha a noite tenebrosa do
reinado do Anticristo.
“Eis aqui a interpretação deste enigma: aquele que São João viu sentado sobre a nuvem
branca é o grande Monarca, que já foi mencionado mais de uma vez.
“Está dito que ele está sentado sobre uma nuvem branca porque seu reinado, designado com
a expressão estar sentado, vai ser santo e estável, apoiado pela proteção de Deus Todo-
Poderoso.
“Pois ele será humilde, suave, amoroso da verdade e da justiça, poderoso nas armas,
prudente, sábio e zeloso pela glória de Deus.
“Ele realizará de alguma forma a profecia de Isaías sobre Jesus Cristo, XI, 2 ss:
“O que foi dito de Jesus Cristo nesta profecia pode se aplicar de alguma forma e por via de
semelhança a este Monarca poderoso que São João diz que será semelhante ao Filho do
Homem, que tinha sobre sua cabeça uma coroa de ouro.
“Está dito também que ele segura a foice em sua mão porque seu exército vai obedecê-lo na
perfeição, estará unido a ele e o amará de tal maneira, que ele vai manipulá-lo como um
cajado e obrará por meio dele coisas grandes, surpreendentes e admiráveis”.
(Excertos traduzidos e/ou resumidos de: “Interprétation de l'Apocalypse par le Vénerable Serviteur
de Dieu Barthélemy Holzhauser traduit du latin par le Chanoine de Wuilleret”, Librairie de Louis
Vives, Éditeur, Paris, 1856).
Os anjos que mandam segar a terra
“E esse Pontífice, impulsionado por uma inspiração divina, exortará e engajará esse Monarca
a empreender essa guerra sagrada. Ele vai lhe dizer: mete a tua foice e sega, ou seja, corta,
arranca e extirpa os hereges e os bárbaros, porque chegou o tempo de colher, pois a seara da
terra está seca.
“Esse Pontífice usará essa linguagem por revelação e é com estas palavras que incitará o
coração dos príncipes e os engajará a trabalhar em conjunto para empreender essa guerra.
“E Deus tocará o coração dos soldados, de modo que eles aderirão de mente e de coração à
empresa de seu poderoso Monarca.
“Porque a seara está seca, ou seja, é hora de segar a cizânia para jogá-la no fogo. É uma
metáfora que significa o aniquilamento e a ruína das heresias e da barbárie”.
V.16 - “E o que estava sentado sobre a nuvem meteu sua foice na terra e a terra foi
segada”.
“Todas essas palavras exprimem o feliz efeito obtido pelas palavras do Santo Pontífice. E a
terra foi ceifada, porque o grande Monarca exterminará ou submeterá a seu poder as nações
dos turcos e dos hereges, e ocupará suas terras”.
V.17 - “E outro anjo saiu do templo que há no céu, tendo ele também uma foice
cortante”.
V.18 - “E um outro anjo saiu do altar, que tinha poder sobre o fogo. E gritou em alta voz
para o que tinha a foice aguda, dizendo: Mete tua foice aguda e vindima os cachos da
vinha da terra, porque as suas uvas estão maduras”.
“Trata-se ainda aqui de outra voz que exorta com zelo ardente a agir e combater com força
para arrancar a vitória sobre os inimigos da Igreja que A tinham de tal maneira oprimida.
Porque a besta, que é o império turco, vai ocupar antes de tudo a Itália, e se estenderá
consideravelmente por toda parte. Ela apertará de tão perto a Cristandade, que esta, tendo
ficado reduzida à mais extrema necessidade, também tentará e obterá in extremis um enorme
sucesso.
“Ela rasgará o assento ou o reino da besta, ou seja, o império turco, e precipitará no inferno a
perfídia dos hereges.
“É por isso que São João designa duas espécies de inimigos, que ele distingue pelas
palavras safra e vindima. A primeira palavra significa as nações dos turcos, e a segunda
designa os hereges.
“Porque por feixes de palha entendem-se as nações bárbaras, e por cachos de uvas selvagens
os hereges que se gabam de ser cristãos. É desses últimos que se fala por alegoria no
Evangelho, Jo, XV, 1-7:
“1. Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der
fruto em mim, ele o cortará;
2. e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto.
3. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado.
4. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por
si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis
tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim.
5. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá
muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
6. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará
e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á.
7. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós,
pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito”.
“As palavras colheita e vindima de que fala o Apocalipse encerram uma grande e difícil
metáfora. Porque Deus sempre deu grandes reinos às nações da terra, enquanto encerrou seu
povo escolhido dentro de limites estreitos, apertados e desvantajosos, como uma terra
cercada por uma sebe de espinhos.
“E é nesse estado que se encontra hoje a Igreja, que é a vinha do Deus dos exércitos.
“Assim, pois, pela colheita – ou melhor, pelos feixes de palha seca, ou pela cizânia – são
representadas as nações da terra, e pelas uvas que crescem nos galhos selvagens da videira
que é a Igreja de Cristo, são designados ao pé da letra os hereges.
“Porque Jesus Cristo é a videira, e na sua vinha que é a Igreja crescem dois tipos de uvas: os
cachos bons, que são os verdadeiros cristãos, e os selvagens, que são os hereges,
representados de outra forma pelos ramos secos”.
“Porque o Senhor falou e cumprirá sempre sua palavra. E Ele jogou as uvas no grande
lagar da ira de Deus. Esse grande lagar da ira de Deus é a bacia ou a prensa em que a
justiça divina executará suas vinganças contra os hereges e as nações bárbaras.
“É neste grande tanque que o Senhor sempre jogou uns e outros para consolação do
povo de Israel e da Igreja de Cristo, para que as nações não possam dizer: “onde então
está o seu Deus etc.?”
“Nas Escrituras está dito sobre esta cólera ou sobre esta vingança de Deus (Salmo
LXXVII, 65 ss): “o Senhor despertou como de um sono, como se fosse um guerreiro
dominado pelo vinho. E feriu pelas costas os inimigos, lhes infligindo eterna ignomínia”.
“Este tanque será o extermínio e a ruína das nações bárbaras e dos hereges; e será o
poderoso Monarca quem, pela permissão e colaboração da justiça, da vingança e da
cólera do Todo-Poderoso, os precipitará lá.
“Porque Deus é a causa principal, e os homens agem como instrumentos de seu braço
todo-poderoso”.
V.20 - “E o lagar foi pisado fora da cidade, e do lagar saiu sangue até os freios dos
cavalos, num espaço de mil e seiscentos estádios”.
“Estas
palavras
significam
uma efusão
muito grande
de sangue,
que Deus na
sua ira e
indignação
fará derramar
a seus
inimigos por
meio dos
exércitos
cristãos.
“E o lagar foi “Será o extermínio e a ruína das nações bárbaras e dos hereges pelo poderoso Monarca”.
pisado fora da The DouceApocalypse, Bodleian Library, 180_roll196T
cidade. Ou
seja, Deus vai fazer sentir os efeitos de sua cólera sobre as nações fora da cidade santa
e da Palestina, que ficará reservada para os gentios até que venha o filho da perdição.
“E saiu sangue até os freios dos cavalos. Esta expressão é hiperbólica e significa um tão
grande derramamento de sangue que os cavalos quase nadarão no sangue dos mortos e
feridos. Pois, quando os cavalos nadam, eles afundam na água até as narinas.
“Num espaço de mil e seiscentos estádios. É ainda uma hipérbole que representa a
imensa carnificina que os cristãos imporão a seus inimigos”. (págs. 114-125)
Livro VI – Capítulo XV –
(versículos 1 a 4)
V.1 - “E vi no céu outro
sinal grande e admirável:
sete anjos que tinham as
sete últimas pragas;
porque com elas é
consumada a ira de
Deus.
2) O que restou dos judeus, que tendo presenciado o julgamento e a morte horrível do Anticristo,
lhe sobreviveram e darão glória a Deus e a seu Filho Jesus Cristo, e serão salvos.
O mar de vidro significa o batismo, e o fogo o Espírito Santo, onde os cristãos ainda não batizados
e os judeus serão batizados. Cítaras divinas são os louvores que os neófitos cantarão ao Senhor,
pela misericórdia de que foram objeto.
5 comentários:
Graça e Paz.
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