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DE I'ILOLOGIA - N? 1I
BIBI,IOTTqCA BBASILEIBÁ
SEGISMUNDO SPINA
(Da Faculdade de Filosofia da Universidade de S' Paulo
e da Pontifícia Universidade Católica)
Àpresenlação
da
r t': ^e. Tiovadoresca
P-
!- ução, Antologia crÍtica, Glossário)
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-v=u- *tvRARlA acaoÊrratca
RIO DE JANEIRO
1956
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f''i tr,
E-F -
oõ,r, á
PÀIO SOÀRES DE TAVETROOS
(séc. XII-XIII)
(c, A. 35)
t92 SI{(iISIIIiITDO SI'INA
rrr,rs niro prxlcrenros dizcr, cclrn fulalques Braqa, que o tenlzr dtsl.r
trnlir;:r scja o "scqri'do trovadoresco.' (Cacioneirit da A!«la,
I vol., pii11, I l7), pois cssa virtude da arte amatória con,sistia elu
rr:-ro rt'vtlar â fe.ccir().s o objt to de seu.s arn$res e as relacões qur:
conr ôle mantinha.
Mcrece observar a conlposjção da cantiga: além de comprome_ PERO DA PONTE
titl;r pelo rctralc (recurso formal dos cantares d.aurigo), apresenta ilma
cstrutura guase paralelí.stica, não só pelo núrlero de cobras, como
pela reyretição do tema em cada estroÍe (Veja-sc nôsso trabalho Fe- (século XIII, 1." metade)
rrrlnrenrr-s ft>rrrrai.s da ltotsía prinítioa, "paralelisnro dialetico", pág. 5l
).
Senhor do corpo delgado,
en forte pont'eu fuy nado I
que nunca perdi cuydado
nen afan, des que uos ui,
En forte pont'eu Íuy nado,
senhor, por uós e por mi I
É irnlortirnlc il(rtitr o,ri Interpretaçàtt: Conheço aqui alguérn a quent denolninam "ama",
r)a ra tá ti ca, su e se :*':,.ii;l", e. desde quc nasci, nunca vi corisa tão descollccrtallte - -se por unra
",,",1:""""",,:";l':
sofrimento I)e"sado, angustioso, il, l ll,..;;,il'",:.,"i)'. :,
que se \/ai arrastando ató o final
do
destas duas razões não é assim chamada: otl porquc sc.la realmentc
tcrceiro vcrso. Jrara dt.Jrois o pocta
cont lrtir rtLtn. êstc o seu nome, ôu porque é ela arnada. / Talvez por ser formosa, ou
e dolorosai Írr, -r"n r,"nturn rlegante.,. Podeis crer que por alguma razão "ama" se deve chamar
frru rltrc r,.r rr,rr.r.Lt?fi:::'H:,r:?,'::
estroÍe exigiria uma entonárção únic:r.
pcsacla, ininterrupta, até o verbo e gllenr sabc pelo Iato d,: eu amá-la muito * pois lhe quero bcm e
orlr (ondc ie faria a arsls, pzrr;r clcpois posso ãté jurar: nunca nulher t:io atnada vi, desde qtre vim a conhe-
descer até o final do refrão.
O poema todo exigiria essii lcitura- cêla./ E, nlrnca vi cousa tão singtrlirr conto chatnar "ama" a urra mu-
lher tão .juvt'nil. Todavia sci quc isto rcsulta, ou do Íato de ela que-
rer bem a toclos, ou tlo Íato dc tlo ntttndo ser a tnais amada./ E or.rvi
o gue digo: se Dctts qrtiscr proltorcionar-tle lelicidade, scm ela nada me
conscçuirá.
Atal vej'eu aqui ama chamada
gue, dê'-lo clia en que eu naci, COMENTÃRIOS ,- À titulo dc curiosidade transcrevemos unla
nunca tan clesgrri.sada cousa rzi, das cantigas de ama do fccundo trovador João Soares Coelho. que
se por üa d'estas duas non é. pretendeu mudar o preceituiirio anloroso coln essa inovação. "For-
por aver nom'assi, per bõa fé, mam seu conteúdo encontios dirigidos por um veteratlo a ttma Inãe,
ou se lh'o di:en por que est amada. criadeira de filhos c dona de ca-sa, contra o costutne palaciano qu.''
mandava celebrar sõmente nrtninas-donzelas, encomios que nrotivaranr
várias manifestações de agrado e desagrado" (C, Michaeli-s, Cancto'
Ou por frernosa, ou por ben_talhada, neiro rla Ajuda, vol. II, págs. 82; 369). À razão e.stzi mcsrno em rom-
Se por aquest'ama dev'a seer, per com os <luadros convencionais da poesia, rnas o Íato dc qtle as
é o ela, podedel-lo creer, cantigas d'amor fôssent exclttsivamente feitas lxrra celebrar meninas-
ou se o é pola eu muit,amar, don:elas ó muito discutível. Esta opinião da ilustre rolnanista, freqiient''
ca ben lhe quer'e posso ben jurar: e firme em suas obras, parece não corresponder totâlmente à rcali-
poi'-la eu vi, nunca vi tan amada- dade social e moral dessas cantigas (Veia-se Àntônio ]osé Strl'aiva,
História da Cultura em Portullal, vol' I, págs. 291-?92). Está clar<> t;ttt ir
.'t(,ó
^\[CtS:\ll]Nl)í).!l,tNr\
gencralizaçào
'o"lll cla(
"ro=". Antônio saraiv
u"1: -'"' ito scntjdo
.';enta realmenr" n""is""'"i.t;, "t" etn alsgn5 da exnrs55;6
o1^l"u:o cantares apte-
cornptetamente
-::",1t:" ""ratul i;'"; rí'"i<:r'
- e nisso muda
eoconrrâ&os, " Illo"t: 'i"'l*;;. ;'J:'*n"correjadas,
absoruramente "rrr.o._"_1.- rerativa ;;*".1:. etrpregadapor outro rado
em situações
ciso irmos ,,uito t",o
rTltít"*
transcrita ur."""nrJong"
à cata "o'ê1"";;".' semântico' E não é pte-
'"'"""'ri'tt
que se opõe
Entre as
.n*,i,:1.:;:"'-'"'",r.'fi"":.Ji:'.::
man
:T:il;l; NLINO FERNANDES TORNEOL
poerica do fidalgo desasrado que mereceu a
1:t'::u.*
da côrte d"
.de -
Àf.;":' inovação (séc. XIII, meados)
Dem incisiva: ;o esta de Juyão
Bolseyro c
(c. A. 157)
NOTÀS .* Amor incorrespondido. Se Deus Íoi o respons;ivcl
pela dellagração do arnor no coração do poeta' só a Êle compettr
agora reaiizar uma altelação no <iestino do infeliz apaixonado: nri-
ilo SEGISÀ,TUNDO SI'INA
Ca log' aly,
hu uos eu uy,
fuy d'amor aÍficado,
tam muit'en mi
que non dormi,
nen óuui gasalhado,
e, sse m'este mal durar assY,
eu nunca fosse nado,
penado, penado.
(c. c. B. 362)
3l(t
sl,](;rsÀil rNrx)
sr,lNÁ
NOI.ÀS * À di
rrrn drama rtrttlhcr aruad;
d* nr";;-'il"u 1o cria na al,ra do poeta
sareso-porrusuêsa são :rj:nsidale- ô: ."11l' fortes na poesia
perJariva; o íovador .jllj""tuoo. s"Lr;",rr-'""os a sua
o q.uc soÍrc mais.,
o 'too paraforma su-
"" .";;;;'i"' "; '"'"'s'
.^oll-u'utarrtorogico, se julgar
o crrma dc todo o ;.; vez lr'octrra traduzir
o. *
tlll--:*" ,o ,,o"r,ui..""n"
l,cnado. sâo tópicos "",.lua? apaixonado: penatl:,
supcrrarivo, a perda
l.:r1:.*r,.,r"
altorrct-lrovador:
primcira \..isra e
o" a mortc ,." o amor
u "il t insônia' o amor
senra sôÍnente "*".-.1']'-to' o" o'" lJlr;":"r'' À cantiga apre-
à PERO GARCIA, BURGALÊS
a murher, nada"pede,
.ron.]''ll-l o" ,."rro"ltcer:'
n^^o-o.ro.rur nâo argurnenta
srnceridade poetica expressa *r"rur["',l Iroeta' com
'
rorvencjonais: ur,"nu.
pa"e.T
;J."';".0"
contuclo' a (séc. XIII, 2,à metade)
ot"r^t-ompromctida
íar a pr(.§cnç, ;;';; i.,:1:, .:T,:"j. #'""ii,l,,il'T::."';"',:TJ;::
Pois contra vos non me val, mia senhor,
cle vus servir, nen de vus querer ben
mayor ca mi, senhor, nen outra ren,
valha-nrc ja contra vos a mayor
coita qr.re soffro por vos, das que Deus
fezo no mund', ay lume destes meus
olhos e coita do meu coraçon I
(c. À. 83)
!),(I S.LGISML,\DO SPINÁ
NOTAS .. Considerações
apaixonadas
-rru-"f",do trovador, dirigidas
mulher, sôbre os meios à
de n* arrrá" ,d. ruta- contra
dência feminina: a) sua .1",J;-:'"::t a incorrespon-
,n" ,;";;;';";', ;, j:,ff11'';,ã bi;'f.,;"í
esfado de perturbaçao H:nda.dama; pela insônia e peto
oo espirito;""i,o""'i:"I
;-J,'-":::l: d) o pavor" diante da m,-
Iher; e) ; ffi:';"!"", "":
p.ocura t*"" das vontades; f) a morte.
JOHÀM AYRAS DE SANTIAGO
iustificar . .1]'
:::::..up.".",,tu
depois
;.
;"';::Í';xã::1': ao
da análise dos u:":
u*" ..,,;";;.--;
"-;;;
tratar dêsses elementos; (séc. XIII. 2.': rnetade)
r"a" t"r.,r^'-^'^',rLrqdoe
"".;ã;{*#fr i:ob,"'li"o-;;;;*;"
morte
procura tocar a
-,*:i:"il:?':::;,:"f
lã."
,:
sensibil.
o.*.. ";i""';la
- desde que Vy eu donas, senhor, en cas cl' el-rey,
tudo que êre sabe fremosas e que pareciam ben
"". ..'111".'"'-"i""""r.i:1ffiJ""T.":;.,:r:ff::
j
qx ;*i" *:;r" gf;;,t"üffi
e sen
:.11? : r*iJl,,;lx
e vi donzelas muytas hu andey
e, mha senhor, direy-vos hüa rcnl
rnuther e r-r;;;o;.':;::." o dormir; o retraro hiperbórico
<ru a rnays Íremosa de guantas eu vi
long' estava de parecer assy
?',i
ii..0 SEGXSI,{{JNDO SPINÁ
:T";:*::,.::jiii.*",.*:, 01T,"maritima'
de que t"'ni,"rf'
;
tu'-
p"r. p"opi*; e que fará quen vos á tal amor
e vos non vir, nen vos poder Íalar?
doloroso do gue 'out"u amoroso é mtrito ca vejo vós e por vós mor' aqui;
u, urr"n'u " mais poys gue farey ou que será de mi,
Na presente cantiga ,lu"gtt""t carrsadas o"i-l'" do mar íc À' 251
trovador )' quand' en terra hu vós fordes non for ?
amante paÍa a a"tnurilidadc da rrorte
Dunro' t:::"-t" ""''""'u-u''oa do
que êie viu morre*o,' ;;;; clos outros
t""''uo" u'iuo"' .. --
Termi,a nr cantiga ,ru,l ;;"u'io*'n"t'a e pâra o amor' Ora con graça de vós, a melhor
ao id"al '''lh"t
em vida, para êle .'run,tl'""tto
o dona do mundo, ca muyt' ei d'andar
lhi tatt hen,os."6 trib,ito ;, ;r#""::,-.:, ?:"::lJj
1rr",.ld1d-eiro
serurço mc"to' co,,a e vós ficades de min pecador,
ss? r'i'er' ca vos servi muyt' e galardoar
Enrbora discursiva,
â non mh o guisestes, e vou-m' eu d'aqui,
ffi "::, j:":.:;:l]*iT,,Iii:,
n,i a
i:"0i,*1,10 ",
ca d en un ci a
s
de seus meios hu eu tanto lazerey e servi.
los a vcr o cíe
quc ern coisa algtima se apXicoÚ tanto coÍ$Ô na elab'oração clos encan-
tos .des,ta clama; porém, criou-a intencionalurente para a Cesgraça d'>
poeta. O esmêro com que o Criador se deteve na cornposição da bc-
Teza <1a r::uiher recardâ. uma caoção do trovador Feíie Vidal, em
quc
decÍara haver Deus reservado à mulher ffrais perfeições do clue para
si próprio (V. l\. leanroy, f-a Foêsie Í.gtique" ', t' In' pç' 306) ' À
E§YHV.À I\/i FmRhtANmfZU ü,fi,LV.AS mtrlher apresenta ainda quaiídades de Ürdem intelectitatr, alárn da sua
esplendente e incornparável bcleza fÍsica: é corcpreensiva e pÓrtadora
Muy gram temp'a, par Deus, gue 3. Pois clesde o dia que me fui de minha Dama . - meu
eu non uy
Quen de held.ade uence toda rrem Iume e minha vida, mereço a rnorte por havê-io Íeito,
E sse re m'ela que)rxasse porem, por viver tanto tempo sem retornar p,ara c lugar ondt:
Gran derevt'(h)e. ca eu ho merecy. ela mora. E agora, se sôbre minha cabeça pesam o Íjeu
.tr bem me pode chamar desleal rancor e o seu desprêzo, desgraçaclo de miml 0 meu
De querer eu, nen por ben nen por êrro é ter nascido.
mal,
Ijiver corn ora ssem ela uíuÍ.
COMENTÁRIOS * Esra composição é um dos cinco /ars que
E pois que me de uiuer atreui úrem o Cancioneiro de Colocci-Brancuti (Veja lais, Formas poéticas,
a ueer, en que fiz muy ma] ssem, pá9.73 e segs). À adaptação galega alierou a substância primitiva da
xen
Uereyto Íaz, se mc llal talarn tem, composição francesa, na estrofação, na medida do verso, na :rtmosfera
Por tal sandiÇc qual eu cornetyl" moral e no tonus psicológico. Já se apresenta batizada por algumas das
.E con tal coit'e tan de.scomunal, características mais evidentes da lirica amorosa galego-portuguêsa: o tonr
sse me Deus ou ssa me.sura melancólico e trágico de quem se sente desamparado do favor da
non ua], dama ou da providência divina; o motivo do dia da separação cômo
Deífenson cutra non tenh,eu
Oo, rn,. ponto histórico de referência, e a execração do dia em que nasceu.
O sentimento de desgraça que pesa sôbre ôle nôs versos finais da poe-
Ca daguel clia en or
sia, é uma nota tipicamente galego-portuguôsa. Outros caracteres, em
D" ;;l;"' iXi,',,ilJi"*",
^h;o Íiz, a morrer
" 0",,. relêvo na cantiga, são do domínio comum da lirÍca trovadorêsca: o
Porque me conuen, elogio hiperbólico da mulher amacla; a sanha da senhar por hawer o
Íanto, sen tornar aly, narnorado inlringido um dos preceitos da romântica cavalheiresca, isto
,P:rr,,,,u,,,
I*lu ela (h)e. Sse por en sanha é, ter estado tanto tem,po desligado dc sua vassalaGem. C) lais 1,;
Filhou de mim e mc ss. merçee tal aparecs contaminado também pelo receituário dos lrrqares-cor:lr1l1s da lirica
fÍal,
Ày eu cariuol Eror (he) trovadoresca peninsular: meu lume e tile(r l_rem", morrer Íne
ü;;;;.' convém", "Ài eu cativol". À posição da explicatrva Ca, no início
--%
(c. c. B 3) da terceira cobra, denota outra caracteristica da poesia amorosa dc
entre-Douro-e-Minho: o trovadol luso-galego ,:,stá sempre a investi-
Há muito tempo, meu Deus, gar as causas do seu sofrimento passional, e continuilntúnte a extrait. als
rrão vejo aguela que triunfa
sôbre tôdas as coisas pela conseqiiências do seu drama. Daí a constância estilístic:r clas partitula*
de mim, é um direito qy*
beleza;'J:j, rem queixas de rralor causal ou conclusir-o.
Ihe asstsà fo,. f,"* o
reço. E aré pode consiclerar_ir" me-
mais nem menos, Ionge ;;.úi;.r viver, sem,
dela .;;"rJ; viviclo.
---
r ,t"o'"-" 5c.l_
CANTIGÀS D'AMIGO
El-rei D. SANCHO I
(séc. XII-XIII)
Ai eu coitada !
Como vivo en gram cuidado
por meu amigo
gue ei alongado !
Muito me tarda
.o meu amigo na Guarda I
Ai eu coitada !
Como vivo en gram desejo
por meu amigo
que tarda e non vejo !
Muito me tarda
o meu amigo na Guarda I
(c. c. B. 456)
NOTAS * Expressa apenas uma idéiai a saudade pela ausência
"do amigo, que se encontra na Guarda, cidade da fronteira, a serviçt>
de sua reedificação. Dedicadas à mesma mulher (Maria Paes l?.i-
beiro), a cantiga de guaroaga (de Paio Soares de Taveirós) e êstt
exemplar de D. Sancho I iniciam a lírica trovadoresca na Península.
Se aquela jár traz o hálito cortesão da poesia provençal, esta ainda
ressumbra a atmosfera de ingenuidade da poesia rudimentar do campo
e da saudade . D'esejo - na acepção que tem o latim desídeilum, gne
nas cartas de Cícero a Terência expressa no exílio a recordação sau-
dosa da mulher. O núcleo sentimental da lírica trovadoresca
- o
saudosismo, o atraso no regresso do amigo (que foi para o fossado,/.
,:a uisão da criatura amada, a reIlexão sôbre o drama passional (cui-
.dado) e a sensação da distância indefinida, esboça-se nestes primeiros
versos da alma poética de Entre-Douro e Minho.
i, 'l
.yOT+t
olasião -
das epregrinações:
Cantiga de romaria. Belo
re o;J":Tr::j,,rH
a carolice 0". ,";;jt"j:"
tio Íazer (canC*as qu"tr*rr),-"nr-^lJ,
_promessa.s
superÍicial e indilerente (rr* j".i"r"á;;
de rererência
;;r;n::: :**]" tJ"X
;,:T#;::.".",ffiffi;" amorosos; dia,te PERO GONÇÀLVES POR.T'OCÀRREIIiO
'u'" ""àoos
raios e-ruru", ,"'lã:ãJT: ffi::""::ffffi"fi: if*;ff:l (sêc. XÍll, meados)
ção no tanatísmo das mães, , ao. ,u,r§r,§
fro*un. flao
do que é hojel nao*iera' nesse tempo, maior
Per Deus, coitaiÍa vlvo:
nossos amigos iran por
coiisír
pois non ven meu amigo:
como bailarnos, . .,, pois non ven, que farei?
maus cabelos, con sirç1o
elr nôn -ros liai:ei.
il*
:::"' "
J.",t,";;
pesares,
f; ",1
: ::" _[i,;,,1
i."t,"jl i.j :
;:: ;
ffi;.ji"';,,I"T;;jiluj,1'u"''u' 't"i'
*.
ã'r",1
#il; ergo se fosse coitado
de morte, que se uãhesse
o mays cedo que podesse?
concertos amoroscls,
e sobretudo os seus
ideal gue jura uma fidelidade , ;;,r:samente não o
cre.s_
cavaleircr
*.rrà,' ;;". :t'0" Quando ss' el de mi partia,
;:T:
"', :'::;1, Jil l;,,";i # *l;,:::i,"T':;, ü:í§" T::::* i :: chorãdo, fez-mi tal preyto
e disse quand' e qual dia,
ergo se fosse mal treyto
de morte, que se uõhesse
o ruays cedo que podesse.
E ia o praz' ê passado
que m el di.sse que uerria
e que mh-auia iurado,
sen gran coita todauia
de morte, que se uêhesse
o mays cedo que pr:desse.
eu end' al soubesse,
11, sse
que nüca ihi bê qtrisesse I
(c. v. 2e7)
?rl,í) SEGISMUNDO SPIN;\
::*rt
uo,rlnt
(c. v. 894, C. C. B. 12S9)
*lt[ff "'
!]:,f ;,:t"'d;:'i
;i."'"t-:':il":,:'
por
a.ssim a eíerenci a J.I.:: j: NOTA§ * Cantiga de romaria, em que a donzela enamoradn
-dêsse comportameoto;
a
a literaria
-"lra
1::1,
"ff i,, *::,: confidencia à mãe os bons resultados da peregrinação ao santuário t{e
cantiga, a .atmosÍera
autoria masculina, " denunciar, nesi.a Faro
- lugar montanhoso da Galiza. À cantiga de Requeixo, poLrre
'trs móveis da alma
n." ""1p'-0" ,",tge conseguiu traduzjr dc idéias, consiste apenas na narrativa de um fato e na exposição
fsninirr6.
352 slrGlsÀÍ{rNDo cpuiÁ
singela da euforia espiritual
da moça em amôrr_s satisfeitos:
irnagen idiüca, cheia de- frescura, é uma
gar silvestre, moftentos ôstes
aà"*r-n*r"r"s à ermida, num
Iu-
que fr".*.r"'_"L donzelas
de seus sonhos amorosos. a realização
Agui u *ii" I ,ra" e a filha assume
arpectos diferentes: notc_se ""t"çao
a Iiberdade co*;;
para relatar o sucesso d.o ; ,"*" se dirige à nãe
passeio, bem como a confiança
sitana filha .- que te\re naturalmente que esta depo_
,"..,raro para ir à
acompanhada do anrigo. rornaria loÀN SERVÀNDO
(?)
::.-0.;;"
j;;;fi
srre se jursa ,o".u,ao"jb1lht:t;
:;: j::,,"T*"..:,::,;:::::.J;,:."",,::
:,ffi
apartando-se na saia,
quando saia la raia
)' ",,,*,','r"o,li,r'"1", "::::lr,l.:
:ff ;,::''J'L,
,o'". i:':;,:T", 1' d e sr a z er
já ccnsagrados peJo jutsan,",r.- "'
: ::
0..'r,."]]
do sol nas ribas do Sar.
"r,"*,lll;
.Hily":;; i,.;;""11"'"::'r'::"'"':"",':l':.".""1o'"ãt",,oqu;''::;x
a §ua vigilância' quase
E as aves que voâvan,
tância da o*'ricr guando saia I'alvor,
-oru .ru*ol:tl:ot " "i" todas d'amores cantavan
tro_ paredes; ;- ;;;:T,i"l,:"rr"::::##"
entregue, nesta época,
u"_
ryif:-*oi
-"1_rlr"l^"'os,, como se depreende, ;"J:_
estava
pclcs ramos d'arredor,
mais non sei tal qu'i'stevesse
;Ht'. T;":,i*.rt:.:*L",^d: "",*,r "',;.#ff ;'1.,f: que en al cuidar podesse
nesta,
época, pera urna insrirújçâo
fregüênc," ."^"n,i"'1"11",,"r^,o,r"il, senon todo en amor.
ver da cantiga 190 ': re-attza", tal como
se uodr
do c rz ,-':'.
da autoria de D. Dinis
Iosé saraiva, ,,"i." à".1;,Y, iã ;r#::
;":'"';:;::"i*i#,Jii-lr,:ii ji;l*íi Àii 'stivi eu mui quedo,
IilTtJffi
sente
cantiga. truu rDUlto seme]hantc
ao da prc-
quis falar e non ousei,
empero dix' a gran medol
-- Mla senhor, falar-vos-ei
un pouco, se mi -- ascuitardes
e ir-m'ei, quando mandardes,
:rais aqui non 'starei.
360 ST](;ISiI( NDO SPIN;\
i #[ ,,":1 ;
T:"';, :'.T"
:iiit' ;eu, gue non nacesse. T:;."..".
por en dezia, chorando:
"Tu non és se non rnha covta
", ay arnor l"
t(vl ,rI.l(;lSXIliNf.X) SI)L\,,\
E, se as eu mais oisse,
a que gran sabor estava
e que muito me pagava
de romo mia senhor disse;
"dized', amigas, comigo
o cantar do meu anoigo".
(c. v. 867, C. C. B. 1262\
866 SEGISMUNDO SPINA
Que formosu
. ",d"tlg dizer gue a lrornro
suas qualida, é apenas uma de
Não';"á;";;;:'"."*'mundo
sue exisre ros seus movjmentosro fora daquele
E uma lua tão bela, que.
se se disse
rendes ."r?,,, oo",;;;,^. à lua: 9ue pre_
,^.^"_-1,1.".1"
cer16 h6vslia
de seus hulo.'fo' de dizer, "#", "rl
GLOSSÃRIO
Quando a meia jr
ceu es.tá diante dela.
sua irn6gsrn J:^* e '- com,:
se olha no espê'lho' vista '-"t' TERMINOLÓGICO
o ,rrar pontua ,o "unno
vern nera o, ..1:''n: de seu rosto DO
"'"' que escre-
t,