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ANTOINE COMPAGNON O DEMONIO DA TEORIA LITERATURA E SENSO COMUM CLEONICE Paes BaRRETO MourAO Consueto Fortes SANTIAGO Tradugdo 28 edicio 24 reimpressao Belo Horizonte Editora UFMG 2014 © Paivems do Sewil 1998 Titale erygunal Le Demon de ka Théone fiten 616) da tradugae brasitowa Pabtoe UEMG 1 SERS Commien, Po Verempr 1 2A 2h rempe 1 2onn ¥ remnpe coo Ped FN Brempe 12 2 eanpe fate fern ou pate dele no pole ser reprohizade por quakiier me yao exit de Baltor Compagnon, Antone ows © deménin da feoria Weratura © sense cOMHIMY Anteane Com tic lcal ae cassia Pate leaneia Morin Clavell Fines Siento Belo Henzonte Faitora UPMG, 2010 eet 2ozp — (Mumanitas) ISBN 97H-NS-7O4T SALI Traduca de Le demon de la theane Interanune et sens commun 1 Literatura Teona 1 Mouno, Cleonice Paes Barreto. TE Santiago Consuelo Fortes TH Trulo IV. Sene epp sot EDU 82 ya Bibhhoteca Caualigacse na prob aso Doisdo de Planejaments © Divulaay Tniversiana da UEMG DIKETORA DA COLEGAD Hetowa Mara Mungel Starhing COOKDENACAG EDETORIAL Michel Gannam ASSISTENCIA EDITORIAL Plane Sousa e Buchidia Maced COORDENACAG DE TEXTOS: Maru de Carey Leite Ribeiro PROIPTO GKANCO. Glona Campos Mange PREPAKAGAO DE TEXTOS Sunune de Almenta Gates REVISAO DE PROVAS. Talun Valderes Feboo © Mana Aparecida Ribeiro ATUAHZACAO ORTOGKARICA Karen M Chequer € Mara Grotina Pan (AO. Casio Ribeiro, Daniel 1D Silva € Mana Grstina Fara PORMATAGAQ 2* ED! ATV AUIZAG AO 2* REIMPRESSAO 2014 Cassie Rubero CAPA: Paulo Shinadt HESTRAGAD DA CAPA Jose Alberto Nemer, sem utulo, aquarela sobre papel Toxmsom. 1998 fate Rur Gezar dos Santos, cokegao Helveco Belaare pRODtgGAO GRAHCA Warten Mantac | | | EDITORS UPMG Ay Antdin Cares, 6627 1 CADIS Bao 1 Brasil Campus Pampulha 1 31270901 1 Heke Monzante MG Tet S55 $1 S450 Ban 085 41 ATE wee ehtorsutmg com be 1 editor @ufmy be literdria foi se identificandlo Com a instituig2o escolar © Univers, taria, O apelo a teoria €, por definigdo, opositivo, até mesm, subversivo e insurrecto, mas a fatalidade da teoria é a de ser transformada em método pela instituigao académica, de ser recy. perada, como diziamos, Vinte anos depois, o que surpreende, talvez mais que 0 conflito violento entre a historia e a teoria literaria, ¢ a semelhanga das perguntas levantadas por uma e por outra nos seus primordios entusiastas, sobretudo esta, sempre a mesma: “Q que a literatura?” Permanéncia das perguntas, contradicao e fragilidade das respostas: dai resulta que € sempre pertinente partir das nocdes populares que a teoria quis anular, as mesmas que voltaram quando a teoria se enfraqueceu, a fim de nao 86 rever as respostas opositivas que ela propés, mas também tentar compreender por que essas respostas n3o resolveram de uma vez por todas as velhas perguntas. Talvez porque a teoria, @ custa de sua luta contra a Hidra de Lerna, tenha levado seus argumentos longe demais e eles tenham se voltado contra ela? A cada ano, diante de novos estudantes, é preciso recomecar com as mesmas figuras de bom senso e clichés irreprimiveis, com 0 mesmo pequeno numero de enigmas ou de lugares-comuns que balizam o discurso corrente sobre a literatura. Examinarei alguns, os mais resistentes, porque € em tomo deles que se pode construir uma apresentacao simpatica da teoria literaria com todo o vigor de sua justa célera, da mesma maneira que ela os combateu — em vao. TEORIA E PRATICA DA LITERATURA Algumas distingGes preliminares sao indispensaveis. Primeira- mente, quem diz teoria — e sem que seja preciso ser marxista — pressupde uma pratica, ou uma praxis, diante da qual a teoria se coloca, ou da qual ela elabora uma teoria. Nas ruas de Génova, algumas salas trazem este letreiro: “Sala de teoria.” Nao se faz ai teoria da literatura, mas ensina-se 0 cddigo de transito: a teoria é, pois, 0 cédigo oposto a direcao de veiculos, é o cédigo da direcao. Qual € portanto a direc4o, ou a pratica, que a teoria da literatura codifica, isto €, organiza mais do que regulamenta? Nao 6, parece, a propria literatura (ou a atividade literaria) — a teoria da literatura ndo ensina a escrever romances como a retorica 18

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