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Introdução

As práticas e ensinamentos de Tantra e Tantra Yoga são organizadas em três


categorias: externa, interna e secreta. Essas três categorias representam uma
abordagem de aprofundamento progressivo onde o praticante passa de estágios
de prática relativamente dualistas e controlados (categoria externa) para estágios
de prática parcialmente-não-dualistas/semi-liberados (categoria interna),
encerrando finalmente com o último estágio de prática não-dualista (categoria
secreta).

Na época em que esses ensinamentos e práticas de Tantra Śaiva


Não-Dualista (TŚND) estavam florescendo na Caxemira e em outras regiões da
Índia, a população estava imersa em uma cultura Tantra Śaiva bastante
desenvolvida. Os praticantes do nível externo eram conhecidos como upāsaka e
participavam dos pūjā no templo, mantinham um pūjā simples ou elaborado em
casa, compareciam a discursos ocasionais feitos pelo guru familiar ou pelo santo
local e tinham acesso aos textos gerais da religião que não exigiam iniciação.

Imersos na visão do mundo Śaiva desde o nascimento por meio do modelo


cultural predominante, se um upāsaka desejasse receber iniciação e obter
instrução nos níveis interno e secreto, ele procuraria um guru e pediria permissão
para estudar.

O guru então avaliaria o estado de preparação do candidato para receber a


iniciação formal e instrução. Se ele ou ela considerasse que o discípulo potencial
não tinha uma base sólida, o guru poderia passar ao discípulo algumas práticas
preliminares para que este as realizasse antes de ser considerado para iniciação.
Essas práticas preliminares pertenciam à categoria denominada ensinamentos e
práticas “externos”.

Entretanto, na maioria das vezes, tendo crescido na cultura religiosa Śaiva, o


upāsaka tinha preparo suficiente para ser aceito imediatamente como discípulo,

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para receber a iniciação e começar a receber instruções do nível “interno” de
ensinamentos e práticas.

Quando se fez necessário que os ensinamentos e práticas de TŚND


passassem à clandestinidade durante os séculos brutais de conquista e governo
muçulmano, a primeira parte da tradição a ser perdida foi a do nível externo de
ensinamentos e práticas, pois os conquistadores muçulmanos demoliram os
templos e as bibliotecas, impedindo as pessoas de o praticarem.

Os níveis interno e secreto da tradição foram mantidos e transmitidos pelos


enclaves de yogin solitários no alto das montanhas, além do alcance político e
distante da atenção dos governantes muçulmanos. Além disso os ensinamentos
internos e secretos e as práticas do TŚND foram absorvidos pela tradição
Daśanāmin Saṃnyāsin, organizada por Ādi Śaṃkarācārya. Os monastérios e os
retiros de práticas mantidos pelos monges preservaram os ensinamentos e
práticas ao longo dos séculos, diluindo-os e misturando-os lentamente com o
Advaita Vedānta e com o Sāṃkhyā até o ponto em que os ensinamentos e
práticas usados hoje nesses grupos têm pouca semelhança com o original,
embora ainda seja possível encontrar anciões da tradição Daśanāmin Saṃnyāsin
versados nos ensinamentos e em algumas das práticas.

Os níveis interno e secreto da tradição foram mantidos e transmitidos através


da sucessão de linhagem contínua nos acampamentos dos yogin das altas
montanhas. Durante séculos eles ensinaram esta poderosa tradição na forma de
transmissão oral, pelo Śaktipāta e pelas práticas de Tantra Yoga.

Graças a alguns yogin e acadêmicos, esta tradição ressurgiu nos tempos


modernos e está atraindo muito interesse. Alguns estão interessados
principalmente em seus textos e filosofias, enquanto outros desejam se dedicar à
prática deste excelente caminho de liberação. É para o praticante moderno que
redigi esta Prática de Fundação do Dharma Śākta-Śaiva. Sua finalidade é
fornecer um conjunto completo de práticas e orações a fim de “amadurecer” a
mente do buscador. Através da rotina diária e atenta desta prática de base, o
praticante alcançará o nível que se alcançava com os “Ensinamentos do Ciclo

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Externo” nos tempos antigos e ficará preparado para receber os níveis de
práticas interno e secreto.

Devemos ser cuidadosos para não chamar estas práticas de preliminares


porque são muito mais do que isso. A pureza e o poder da mente, do coração, da
energia e a visão obtida através da prática diária deste método de 12 passos
estabelecerão a base para receber, e, mais importante ainda, se beneficiar dos
níveis interno e secreto do caminho do TŚND.

Que os Mestres da Tradição se felicitem com minha oferenda.

Que esta Prática de Base floresça !

Que ela possa ajudar todos aqueles que se comprometem nesta prática !

Que todos os seres sejam Livres !!!

Que a Auspiciosidade esteja por todo lado !

Tathāstu !

Śivo ’haṃ !

Dharma Bodhi Tantrik Yogi


Quinta-feira, 28 de julho de 2011
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Seção l – Despertando para a Graça

A Oração do Despertar

Da profundeza do meu Coração-Essência - Eu anseio pelo despertar.

Oh, Grande Guru - força do despertar, ícone da Própria Essência,

Caminho para a Śakti Suprema do despertar e da atividade do Paramparā,


Surja na forma de Śambhu Nātha no espaço do meu coração
e ascenda pelo Caminho do Meio.

Rezo para que permaneças acima da minha coroa.

Que nunca nos separemos.

[PAUSA]

Veículo bondoso e misericordioso da transmissão contínua da Linhagem,


Abençoe-me para ter consciência da preciosidade deste nascimento humano,
para ter o bom senso de não desperdiçá-lo e o poder para escolher o Caminho
da Consciência e da Compaixão em cada momento.

Desperte-me deste sono de ignorância.

[PAUSA]

Que o Preceptor Espiritual, na forma de Śambhu Nātha, derrame


generosamente o poder da bênção da realização imediata em minha coroa,
enchendo-me até transbordar.

Pelo seu poder abençoado que eu possa alcançar o Terreno Imutável do Ser
além dos opostos e dos fenômenos transitórios.

Abençoe-me com o despertar !

tathāstu ! (Que assim seja!)

śivo ’haṃ ! (Eu sou Śiva!)

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Seção Il – Despertar do Corpo de Luz-Sabedoria

A Oração do Corpo de Luz

Todos os fenômenos são a expansão da própria Luz-Sabedoria de Parādevī.

A Luz-Sabedoria de Parādevī é Consciência Amorosa sem quaisquer obstáculos.

Abençoe-me para compreender meu corpo como esta Luz-Sabedoria.

Abençoe-me para que eu relembre meu corpo como revelador iluminado

de bindus, cakras, nāḍīs (canais) e das cinco luzes radiantes coloridas.

Que eu possa sempre lembrar que meu corpo é o Corpo Ilimitado de

Luz-Sabedoria.

Abençoe-me para transformar completamente a experiência de encarnação

do bruto ao sutil, do restrito ao livre, da matéria inanimada ignorante à

Luz-Sabedoria.

Pela graça dos Mestres que eu possa obter a realização antes de morrer

ou ainda no estado pós-morte.

Abençoe-me para obter a realização do Corpo de Luz.

Abençoe-me para que eu sempre relembre que meu corpo, que é o Universo,

é o Corpo Ilimitado de Luz-Sabedoria.

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Exercício do Corpo de Luz-Sabedoria

1. Imagine todo o seu corpo pleno de uma luz clara, vermelho rubi.

2. No centro do Espaço do Coração manifesta-se um bindu azul de essência,


símbolo da base de tudo, além do manifesto e do não-manifesto.

3. O bindu azul torna-se ativo e faz surgir um bindu de luz vermelha que se
move até a base da coluna e um bindu de luz branca que se move até a
cabeça.
O movimento desses 2 bindus cria o canal central de luz de essência azul
cobalto com a largura da ponta de uma seta, estendendo-se da base à coroa.

4. Os 7 cakras principais, juntamente com seus canais sutis brilhantes, agora


surgem de dentro do canal central.

5. Ao longo do canal central surgem os dois canais laterais. O canal da direita é


vermelho e o da esquerda, branco. Movem-se da base até o terceiro olho,
onde confluem e descem para cada narina.

6. Faça um intervalo para intensificar, sinta a saturação penetrando e


identifique-se com a claridade, a luminosidade, o brilho e o êxtase do Corpo
de Luz.

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Seção Ill – Purificando os Canais e os Cakras

Oração de Purificação dos 3 Venenos


Desde o início dos tempos, todos os seres viventes e eu viajamos em saṃsāra
devido à identificação com obscurecimentos kármicos da minha Verdadeira
Natureza.

Eu agora purifico os três venenos da raiva, do apego e da ignorância e, através


desta ação, purifico o karma negativo presente e futuro, fechando assim a porta
para futuros nascimentos em saṃsāra.

A – Liberação dos 3 venenos

1. Feche a narina esquerda e inspire uma luz vermelho rubi cintilante através
da narina direita, preenchendo o canal direito. Em seguida, feche a narina
direita, abra a narina esquerda e expire toda a raiva, agressão, impaciência e
frustração, deixando o canal direito pleno de luz vermelho rubi, brilhante,
cintilante, imaculada, de puro dinamismo, compaixão e poder.

[REPITA TRÊS VEZES]

2. Feche a narina direita e inspire uma luz branca, radiante, bela, suave e clara,
preenchendo o canal esquerdo. Em seguida, feche a narina esquerda, abra a
narina direita e exale todo o apego, a avidez e a ansiedade, preenchendo o
canal esquerdo pleno de luminescência, branca, pura, incandescente e suave,
da mais alta sabedoria de discernimento e contentamento.

[REPITA TRÊS VEZES]

3. Agora abra ambas as narinas e inspire 2 fluxos de luz em espiral com as


cores do arco-íris, que entrando pelas narinas descem pelos canais laterais
até que se juntem na base. Faça uma pausa por um momento e,
mentalmente, conduza a respiração de luz ao canal central. Expire subindo
pelo canal central, expelindo a ignorância, a preguiça e o tédio, deixando o

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canal central pleno de pura Luz-Essência azul-celeste cobalto e permaneça
em sua própria Natureza, além da forma e da não-forma.

Oração do Despertar da Função Superior dos Cakras

Os cakras contém karmas limitadores na forma de impressões psíquicas


acumuladas. Até este momento, os cakras projetaram as 5 luzes elementares
de uma maneira que manifesta e perpetua minha experiência do eu e do
mundo como um local de sofrimento e ilusão.

Eu agora purifico o sedimento de cada cakra, liberando assim o poder de


Parādevī de projetar através dos cakras o mundo como uma revelação
magnífica e incondicional do Seu Poder.

Abençoe-me para que eu possa sentir o extraordinário e constante maṇḍala de


luz divina no qual realmente eu e todos os seres senscientes vivemos, e do
qual somos compostos.

Abençoe-me para que eu desperte a função superior dos cakras e me liberte da


visão ilusória, na direção da Visão Pura.

B – O Despertar da Função Superior do Cakra

1. Visualize uma roda de luz com muitos raios brilhantes:

- nas solas dos pés,

- tornozelos,
- panturrilhas,
- joelhos,
- coxas,
- virilha,
- e no períneo.

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2. Visualize uma roda de luz:

- no períneo,

- na altura do osso púbico,


- na altura do umbigo,
- na altura do coração,
- na altura da garganta,
- na altura do ponto entre as sobrancelhas,
- e na coroa.
Visualize cada cakra dentro do canal central azul como rodas horizontais de
luz branca muito intensa.

3. Visualize uma roda de luz branca na coroa, com 6 outras rodas empilhadas,
uma sobre a outra, indo até uma distância de cerca de 75 centímetros acima
da sua cabeça, formando uma coluna de pura luz branca prolongando-se
para cima e para dentro de seu canal central.

4. Purificação com Prāṇa e Mantra:

• Feche a narina esquerda e inspire pela narina direita um Prāṇa dourado-


esbranquiçado cintilante, preenchendo todo o corpo e seus canais, o canal
central extra-corpóreo acima da cabeça e os cakras. Feche a narina direita,
interrompa a respiração e com os pulmões cheios retenha o prāṇa. Visualize
os cakras se tornando absolutamente purificados e ultraradiantes.
Mentalmente repita o Gāyatrī mantra com os prefixos e os sufixos dos cakras
três vezes, purificando todos os três níveis dos mesmos. Expire.

• Repita a prática por mais três vezes, fechando no segundo ciclo a narina
direita, no terceiro, a narina esquerda e no quarto ciclo, novamente a narina
direita, sempre retendo o prāṇa e interrompendo a respiração entre os ciclos.

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• No final, expire, faça uma pausa, sinta e veja a energia do seu corpo
radiante, pura e livre. Visualize e sinta você mesmo e todos os seres em paz
e purificados. Commented [1]: Malu Agama:
para o audio, continuar guiando cada uma das 3 vezes,
deixar os tempos e guiar a ultima respiração até
"purificados"

Prefixos dos cakras:

oṁ bhūḥ

oṁ bhuvaḥ

ogm̐ suvaḥ

oṁ mahaḥ

oṁ janaḥ

oṁ tapaḥ

ogm̐ satyam

Gāyatrī Mantra Tradução

oṁ tat savitur vareṇyam Meditamos na Luz Sagrada da Fonte


resplandecente.
bhargo devasya dhīmahi
Que ela inspire nossas Mentes.
dhiyo yo naḥ pracodayāt ||

Sufixo do Gāyatrī Tradução

om āpo jyotī raso ’mṛtaṃ Que os três reinos sejam abençoados com
brāhmā bhūr bhuvas suvar om o néctar radiante e sagrado da Essência.

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Seção IV – Recalibrando as Cinco Luzes da Criação

Oração das Cinco Luzes da Criação

Oh, Anuttara Śiva – Fonte além de toda a concepção, Sua Alegria, Amor e
Liberdade emanam espontaneamente como a revelação infinita das cinco
Luzes de Criação coloridas de Parādevī. Nosso mundo e tudo o mais que ele
contém são em essência a expressão cintilante das cinco Luzes Coloridas de
Criação manifestando-se como os elementos da terra, água, fogo, vento e
espaço.

Abençoe-me com a purificação das cinco Luzes coloridas emanando do meu


Coração de Śiva para que eu possa habitar em um mundo de perfeição
espiritual.

Abençoe-me para que eu reconheça toda forma exterior como as cinco Luzes
de Sabedoria de Parādevī.

Que esta realização e seu brilho sejam oferecidos como refúgio para todos os
seres vivos que estão sofrendo.

1. Invoque novamente a imagem e a sensação do Corpo de Luz-Sabedoria.

2. Sinta agora o surgimento conjunto do yantra elemental e da área corporal


referente.

Terra (LAṂ): cubo amarelo - das solas dos pés até os joelhos.

Água (VAṂ): tigela voltada para cima de cor branca prateada com um
lótus cor de lavanda em cada lado - dos joelhos até a altura
do umbigo.

Fogo (RAṂ): pirâmide invertida de 3 lados em chamas, com uma


suástica em cada um dos três lados - do umbigo até a
reentrância da garganta.

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Vento (YAṂ): 10 esferas verde-esfumaçadas, dispostas de forma a
criar um espaço como duas pirâmides, uma em cima e
outra embaixo de um cubo - da reentrância da garganta
até o terceiro olho.

Espaço (HAṂ): uma esfera de claridade pura (ou, em alternativa, uma


esfera de escuridão/vazio máximo com infinitas
centelhas multicoloridas) - do terceiro olho até dois
punhos acima da coroa.

3. Repita os mantras dos elementos 3 vezes*, à medida que se aprofunda


nesta experiência. Os yantras surgem simultaneamente ao mantra e à área
do corpo referente a cada elemento no Corpo de Luz-Sabedoria.

4. Agora dissolva mentalmente o yantra, o mantra e a área do corpo referente


de cada elemento no elemento acima. Perceba que suas limitações
kármicas associadas a cada elemento estão sendo dissolvidas na Fonte-
-Essência através deste processo, e que você está se liberando.

5. O elemento do espaço se dissolve em uma esfera de luz branca pura acima


da sua cabeça. Isto é ahaṃkāra, o criador da auto-imagem. Sua função está
sendo purificada através de sua expansão e de sua absorção pelo nível de
consciência que o engloba.

6. O bindu branco de ahaṃkāra se dissolve no Śakti-Bindu vermelho de puro


Poder-Essência incondicional acima dele. Sinta-se sendo essa expansão
infinita do princípio de puro dinamismo.

7. Em seguida, dissolva o Śakti-Bindu vermelho em um Śiva-Bindu azul de pura


Fonte-Essência incondicional, além da forma e do sem forma. Isto é o
Anuttara - "o insuperável". Esta é a sua essência imutável, sua natureza
verdadeira. Permaneça aqui por um momento e sinta seu ser sendo
recalibrado.

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8. Depois, emane novamente a sua forma individual sagrada como extensão e
surgimento espontâneo do puro Śakti-Śiva não dualista, pelo surgimento do
Śakti-Bindu vermelho e do Śiva--Bindu azul.

9. O Śakti-Bindu faz surgir o bindu branco do ahaṃkāra abaixo dele. Faça uma
pausa e ore para que o bindu do ahaṃkāra purificado manifeste a
expressão da Essência de Śiva como o próprio nāḍī (canal), sem avidez e
orgulho, confusão e dúvida.

10. Então o ahaṃkāra emana o yantra, o mantra e a área do corpo


correspondente ao elemento Espaço. O Espaço emana o Vento, o Vento
emana o Fogo, o Fogo emana a Água e, finalmente a Água emana a Terra.

11. Repita os mantras (HAṂ, YAṂ, RAṂ, VAṂ, LAṂ) aumentando a claridade, a
luminosidade, a estabilidade e a bem-aventuraça da experiência de
emanação das cinco Luzes de Criação. Permita que este fluxo entre no
Corpo de Luz-Sabedoria e depois em seu nāḍī.

12. Lembre-se que é no momento da morte que você pode reverter este fluxo,
liberando todas as obscuridades energéticas e conceituais limitadoras e
tornando-se a Luz-Sabedoria de sua própria Natureza, o Prakāśakāya
(Corpo de Luz-Sabedoria).

*Se tiver recebido transmissão dos mantras dos elementos do ciclo interno de
ensinamentos, use-os aqui.

Seção V – Surgimento e Fortalecimento do Corpo Energético

Oração do Corpo Energético

Invoco todos os Realizados desta Linhagem e os Mahāsiddhas de todos os


tempos e espaços.

Abençoem-me como despertar do Corpo Energético.

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Abençoem-me com a realização do Śakti Supremo além do vínculo dualista.

Abençoem-me para acumular a energia necessária para gerar um corpo


energético.

E abençoem-me com o poder de discernimento para reconhecer os


comportamentos do corpo, da fala e da mente que drenam e esvaziam minha
energia de realização.

Oh, Grandes Mestres, abençoem-me com o poder da disciplina para que eu


use meu livre-arbítrio para cultivar e alimentar o corpo energético,
especialmente quando me sentir tentado a desperdiçar, dispersar ou combinar
minhas energias com energias contraproducentes à minha liberação e ao
benefício dos outros.

Abençoem-me com a regularidade da prática e de uma segunda atenção


contínua do meu estado energético para alcançar a maturidade plena do
corpo energético.

O corpo energético maduro oferece a capacidade de processar todas as


aparências exteriores e conceitos interiores, concedendo não-reatividade e
clareza da Visão em todas as situações.

O corpo energético maduro alimenta-se por si só e suas capacidades


aumentam o tempo todo.

Ele processa e assimila as energias do dualismo como sua função natural,


liberando o Śakti Supremo não-dualista inerente.

Abençoem-me com esses sinais de realização: não-reatividade, clareza,


estabilidade, poder, liberdade, sensibilidade, autocontrole, auto-alimento,
todas as marcas de um autêntico corpo energético.

Oh Mestres, abençoem meu corpo energético com o crescimento interminável


de capacidades espirituais manifestando-se como poderes infinitos de
Compaixão e Sabedoria para beneficiar todos os seres.

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Abençoem-me para reconhecer o corpo energético como a força de
transmissão liberadora e compassiva do Paramparā, dos Ensinamentos e do
próprio Dharma.

A – Exercício de Liberação da Tensão

1. Sente-se em uma postura meditativa com as mãos em mudrā semente de


lótus na altura do coração. Alimente um sentimento profundo de aspiração
pela iluminação em seu coração, simbolizado pelo mudrā. Invoque
novamente a experiência do guru na forma de Śambhu Nātha, acima da
coroa.

2. Com o desenvolvimento de sua aspiração, sinta a energia dentro de si


deslocando-se para cima e perceba a sua coroa se abrindo. Sinta a energia
de Consciência Amorosa na forma de luz vinda de Śambhu Nathā
derramando-se em seu corpo.

3. Inspire lenta e profundamente pelo nariz enquanto ergue as mãos acima da


cabeça, absorvendo a luz através de sua coroa.

4. Faça uma pausa nesta posição e continue a sentir a Luz de Śambhu Nātha
sendo derramada em sua coroa. A Luz preenche todo o corpo até que você
se torne uma massa de luz.

5. Quando isso ocorrer, baixe os braços na lateral e expire com força pelo nariz,
estendendo e abrindo os dedos das mãos, liberando qualquer tensão
remanescente no corpo, na energia e na mente através das pontas dos
dedos.

6. Mantenha essa posição e respire normalmente durante um tempo,


percebendo a luz que se derrama continuamente na coroa e que preenche o
corpo, percorrendo os braços e saindo pelas pontas dos dedos. Visualize o
corpo energético sem qualquer bloqueio ou peso. Veja-se radiante
e purificado.

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7. Leve suas mãos ao coração em añjali mudrā, incline ligeiramente a cabeça
e ofereça gratidão aos mestres da linhagem que lhe guiam e lhe dão poder.

8. Em seguida, posicione as mãos na posição de meditação de sua escolha.

B – Mūla Bandha - Trava da Base

1. Inspire profunda e lentamente pelo nariz, visualizando que você está


recebendo a energia de Luz-Sabedoria de Śambhu Nātha através da coroa
até o canal central, misturando-se com a energia em sua base.

2. Interrompa a respiração, contraia os músculos do períneo (sem força) e


perceba que a energia desperta está subindo pelo seu canal central. Sinta
que, enquanto sobe, ela está sublimando, liberando-o das tendências e
compulsões de base que obscurecem sua natureza essencial. Acumule essa
luz energética na área do terceiro olho e na coroa.

3. Solte a respiração, inalando brevemente para quebrar a tensão e depois


expire longamente, mantendo a mente na coroa.

4. Repita de 1 a 3 vezes.

C – A Respiração Dupla

1. Coloque a atenção no terceiro olho. Sinta-o permeável, poroso, se abrindo.


Faça uma respiração bem longa, lenta e profunda através do terceiro olho,
como se estivesse aspirando por um canudo o líquido mais precioso e
delicioso de todos. A Energia-Luz então sobe e atravessa a abertura da
coroa, para dentro da cabeça e para cima, até o espaço infinito acima da
coroa. Mantenha o sentimento de que está inspirando e oferecendo sua
fragância favorita à própria Essência, ou de que está respirando a qualidade
da amplitude ilimitada à vastidão ilimitada. Interrompa essa experiência por
um momento e então...

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2. Engula com um som seco para liberar a tensão da garganta e inspire
novamente através do terceiro olho, descendo pelo canal frontal até o
coração. Faça uma pausa na respiração, relaxe e abra o peito, sentindo
profunda gratidão.

3. Libere a tensão com uma expiração curta e pequena e imediatamente depois


inspire novamente até a área do umbigo do canal frontal. Sinta o centro do
poder se abrindo. Faça uma parada aí brevemente e, em seguida, conduza
mentalmente a energia até o segundo cakra (reunindo a energia da
vitalidade sexual de restauração) no centro energético de base no períneo.
Deixe que a energia se desenvolva aí, juntamente com o mais profundo
sentimento de aspiração possível. Cultive seu desejo de ir além de qualquer
coisa que você possa jamais imaginar, para se recriar em uma ordem de
magnitude superior.

4. Em seguida, concentre sua mente na coroa e gentilmente aperte o fecho


(trava) do cakra raiz enquanto exala de forma lenta e suave e injeta a
energia da respiração da base no canal da parte de trás. Siga a energia para
cima até a coroa, onde ela se dobra sobre sua cabeça e desce pelo canal
frontal de sua testa até o terceiro olho (isto completo é o que se chama de
"respiração primordial"; em respirações primordiais subseqüentes, a inalação
inicial através do terceiro olho descerá o canal frontal ao invés de subir
através da coroa).

5. Depois, inale através do terceiro olho, mas desta vez inspire através de todo
o comprimento do canal frontal, até a base.

6. Repita as instruções do item lV acima. Repita esta segunda parte da prática


de respiração por 7 vezes (a realização das etapas lV e V de forma repetida
é chamada de "respiração de assimilação").

7. Após a sétima respiração de assimilação, você poderá começar a Seção Vl


ou repetir o exercício de respiração dupla o número de vezes que desejar
antes de passar à Seção Vl (para começar a respiração primordial

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novamente, simplesmente repita o processo começando pela primeira etapa,
mas desta vez, faça a respiração descer do terceiro olho).

Seção Vl – Desenvolvimento da Sabedoria

Oração para o Desenvolvimento da Sabedoria

Sublimes Siddhas da tradição, rezo para que me abençoem com o pleno


despertar do ājñā cakra.

Oro para que, através destas práticas, da minha fé nos Mestres da Linhagem e
do Poder de Bênçãos deles, eu possa ser liberado do cativeiro do intelecto e da
dualidade ao Reino sublime da Sabedoria.

Eu agora desperto o ājñā cakra para que atue como um guia claro e Sábio no
caminho da prática.

Que o despertar do ājñā cakra me dê o poder da auto-reflexão clara, sem a


qual é impossível o progresso espiritual.

Rezo para que as qualidades da sabedoria, clareza e não apego inerentes em


ājñā cakra me dêem firmeza de mente e da emoção quando Mā Kuṇḍalinī se
mover e subir.

Oh Grande Siddhas, ajudem-me a não me prender em experiências


temporárias de alegria, êxtase e prazer que surgem como resultado da subida
Dela aos domínios divinos do meu Ser.

Que eu possa me unir à Visão mais alta e que cada uma das minhas ações flua
da mais alta Sabedoria para o benefício de todos.

Abençoem-me com a sabedoria Suprema – a capacidade de distinguir o real


do irreal, o permanente do transitório.

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Abençoem-me para permanecer na natureza verdadeira da mente e para cortar
os pensamentos discursivos quando aparecem.

Ajudem-me a não perder contato com a consciência permanente natural ao Commented [mrs2]: tirei "espaciosa" pois não existe
em português (seria "espaçosa". abiding aqui está mais
pensar ou quando encontrar eventos inesperados. no sentido de permanente, duradoura. "natural abiding
awareness"

Grandes Mestres, abençoem minha mente e despertem o ājñā cakra.

Abençoem-me a abrir o canal do ājñā ao sahasrāra, e, caso eu não obtenha a


realização suprema antes de morrer, dêem-me a capacidade de expelir minha
consciência no momento da morte e ascender ao Coração.

A – Ājñā Cakra Śuddhi

1. Leve sua consciência ao ponto entre as sobrancelhas. Torne-se consciente do

canal que conecta esta área ao ajñā cakra de luz branca no centro da cabeça.

2. Inspire luz branca através do ponto entre as sobrancelhas, juntamente com o


nāḍī ao ajñā chakra. Veja a luz do ajñā se tornar cada vez mais poderosa e
brilhante com cada inalação, aumentando assim sua capacidade de sabedoria
e conexão ao guru tattva.

3. Expire do ajñā pelo mesmo canal voltando ao ponto entre as sobrancelhas,


onde você novamente faz entrar mais luz de cor branca na inalação seguinte.

4. Realize de 1 a 9 vezes (ou mais, se desejar).

B – Recitação sustentada do Om*

1. Inale de forma longa e lenta através do ponto entre as sobrancelhas ao ājñā


cakra, conforme instruções acima.

2. Recite um longo mantra Om, enquanto a energia sobe através do canal central
à abertura da coroa na cabeça. Perceba o ponto da coroa se abrindo.

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3. Ao final da recitação, volte a sua consciência ao ājñā cakra e ao ponto entre
as sobrancelhas e respire como na etapa 1 acima. Repita a etapa 2.

4. Realize de 1 a 9 vezes (ou mais, se desejar).

*Se recebeu transmissão de prática chamada "lançamento do bindu om", você


poderá realizá-lo aqui.

Seção Vll – Guru Yoga

Oração da Benção da Linhagem Commented [3]: Malu Agama:


Gravar audio desta oração: Guruseva e Edgard, por
favor.

Saudações aos imortais celestiais das linhagens sagradas do Śākta-Śaiva!!!

Durante incontáveis gerações os esforços altruístas deles têm preservado o


Dharma da Liberação para benefício de todos os seres em todos os reinos.

Rezo para que vocês, emanações puras dos três em um: Anuttara, Parā e
Siddha-Yoginī, escutem a minha prece.

Diante de vocês, Oh Grandes Mestres, faço uma confissão sincera das minhas
transgressões.

Confesso minhas ações de conduta não-virtuosa, realizadas pelo meu corpo,


fala e mente.

[Pare momentaneamente, reflita e traga essas ações à mente]

Sinto o sofrimento e a dor que causei aos outros e a mim mesmo e desejo
reparar isso.

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Por favor, escutem a minha prece. Por meio do poder da sua graça sou
instantaneamente purificado e sinto minha integridade e pureza inerentes mais
uma vez.

[Pare momentaneamente, reconheça que está purificado]

Da dimensão Suprema do Absoluto, seu Amor e Sabedoria liberadores fluem


ao nosso mundo com ensinamentos e textos, Śaktipāta e transmissão oral,
ícones e gurus realizados.

Abençoem-me para que eu possa reconhecer o valor inestimável dessa


transmissão e para que eu a aperfeiçoe para o benefício de todos.

Oh Supremos Mestres, suas realizações são notáveis pela virtude do poder de


seus sādhanas.
A vitória é de vocês porque conquistaram os obstáculos do egoísmo e da
limitação, seus destinos foram cumpridos na realização da identidade ilimitada
com o Todo.

Oh, Seres Imortais, mesmo agora vocês vagam livremente entre as estrelas,
abençoando os seres e reinos onde existe o sofrimento.

Vocês assumem miríades de formas para levar os seres à liberação, vocês nos
impelem em nossa própria inspiração para seguir o Caminho.

Eu me curvo aos seus pés de lótus.

Abençoem-me enquanto sigo seus passos.

Abençoem-me para superar os obstáculos do egoísmo e da limitação.

Abençoem-me para alcançar a realização, para ver e experienciar a realidade


como vocês o fazem e para reconhecer minha Verdadeira Natureza.

Abençoem-me em minha prática de seu Caminho, transmitido pelos Iogins e


Ācāryas realizados da linhagem.

Que eu possa compreender os Mestres Terrenos para ser o Compassivo e o


brilho benéfico do Poder da Mente Desperta.

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Do fundo do meu coração, eu lhes ofereço toda a minha gratidão e respeito e
imploro: por favor, venham e façam com que sua presença seja sentida.
Guiem-me e protejam-me.

Eu agora invoco a presença de todos os Mestres Iluminados, conhecidos e


desconhecidos, das linhagens:

Saudações...

aos Gloriosos Śambhu Nātha e Parādevī,

ao Todo-auspicioso Sadāśiva – Essência de Compaixão Não-Dualista de


todos os Gurus,

a Dattātreya Imortal – Rei dos Aghoris,

a Mārkaṇḍeya ṛṣi – profeta do Mahāmṛtyuṃjaya mantra,

a Vasiṣṭha ṛṣi – Sábio e Habilidoso Guru,

a Durvāsas ṛṣi – preceptor Śaiva,

ao seu discípulo Śrī Kṛṣṇa – O Grande Rei do Dharma,

a Śrī Macchanda Nātha – o Primeiro dos Mahāsiddhas de Corpo de Luz


Perfeito,

e à sua igual Śakti – Konkanamba,

a Virūpākṣa Mahāsiddha – Śiva como Individual,

à Lopāmudrā – Grande Yoginī,

a Jñānanetra Siddha – fundador do Sampradāya Krama,

à Keyūravatī – Poderosa Siddha Yoginī e detentora da linhagem Krama,

a Hrasva Nātha – Mestre do Método Direto de Liberação,

ao seu sobrinho Cakrabhānu – detentor da linhagem e asceta dreadlock,

à Īśanī – Grande Yoginī, Mahāguru do Krama,

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a Prabodha – o Heremita,

a Bhūtirāja – Guru Krama de Śrī Abhinavagupta,

a Nāga – Grande Sábio-Poeta,

a Vasugupta – profeta dos Śiva-sūtras de Śiva,

a Kallaṭa – adepto do Spanda,

a Somānanda – Primeiro Guru Trika-Pratyabhijñā,

ao seu discípulo Utpala Deva – estudioso Yogi Realizado e Segundo Grande


Detentor da Linhagem Trika-Pratyabhijñā,

a Śrī Abhinavagupta – Grande Senhor do Tantra, que combinou todas as


vertentes Śaiva não-dualistas,

à Ānanda Māyi Mā – Yoginī Extática e Encarnação de Kālī,

a Śrī Nityānanda Baba – Śiva encarnado,

a Neem Karoli Baba – Hanuman Siddha,

a Svāmin Rudrānanda – o Primeiro Siddha norte-americano,

à Śri Sukhman Giri – a grande Yoginī Tāntrika,

a Śrī Svāmin Sivānanda Mahārāja, emanação de Compaixão e Sabedoria,

e a Mahā-Tāntrika Yogin Paramahaṃsa Satyānanda Sarasvatī Siddha –


Senhor Tryambakeśvara.

Que eu possa ser abençoado com suas divinas presenças aqui e agora!

Oh, Grandes Siddhas, rezo para que sua força abençoada seja aumentada em
todos os reinos para o benefício de todos os seres.***

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Oração de Guru Yoga

Surgindo no espaço de perfeita claridade acima da coroa do meu corpo de luz,


o Bindu da Essência azul brilhante ressoa com o som de infinitos bījas hum̐
enchendo o espaço.

Do Bindu da Essência emana instantaneamente o Corpo de Luz de meu Guru-


-Raiz, cujo Bindu do Coração irradia raios de Luz-Sabedoria e Compaixão em
todas as direções*.

Agora desperto um forte sentimento de gratidão em meu coração, em


reconhecimento à boa sorte de encontrar ensinamentos autênticos e
ensinamento através do Guru-Raiz.

Eu sinto a área da minha coroa vibrando e se abrindo, tornando-se pronta para


receber a transmissão contínua do vigor e intuição do estado Desperto.

Meu Guru-Raiz, infinitamente bondoso, é receptáculo para a transmissão do


Poder de minha Verdadeira Natureza – este é o verdadeiro Guru.

Eu agora invoco um sentimento de serendipidade e, suspendendo o


pensamento normal, com grande antecipação, abro ao poder abençoado da
linhagem que está para ser derramada em minha coroa.

No Bindu do Coração do Guru-Raiz, há o bīja mantra hrīm, ele está flamejando


luz branca que irradia em todas as direções.

O poder de benção do meu Guru na forma de um raio de luz branca é emitido


de seu coração e entra em minha coroa.

Eu sinto a luz entrar em meu canal central e percorrer meu interior, ativando e
fortalecendo o bindu branco em minha cabeça, o bindu azul em meu coração e
o bindu vermelho em minha base.
Todos os cakras e canais estão agora plenos de luz.

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Meus três bindus de cor azul, branca e vermelha estão flamejantes com
infinitos raios de luz potentes penetrando todo o espaço.

Eu sinto e sei que estou em um estado de completa unidade com os Mestres


Realizados perfeitamente da linhagem.

Eu sinto o poder de receber a autorização da linhagem.

Rezo para que eu seja liberado de todas as aparentes limitações, obstáculos


cármicos, problemas de saúde e pensamentos divagantes.**

[Permaneça neste estado durante o tempo que desejar e, em seguida, reze…]

Não há ponto inicial para o Śaiva Dharma – ele sempre existiu.

Aqueles Yogin que estiveram antes de mim realizaram as mesmas práticas,


receberam os mesmos ensinamentos, tiveram as mesmas percepções que
estou tendo e se tornaram Siddhas realizados.

Rezo para todos os mestres da Linhagem no ponto focal do Bindu do Coração-


-Essência do meu Guru. Commented [4]: Malu Agama:
Atenção para o AUDIO da Oração, Surya:
corrigido, estava "do meu bindu... e é o bindo do meu
Abençoem-me com sua realização – que ela se torne minha realização. guru. V.no original diz "in the focal point of my Guru's
Heart-Essence Bindu".

Abençoem-me para aumentar minha confiança nos ensinamentos, nas Sukha: assim como Light-Essence é traduzido por Luz-
Sabedoria, aqui "Heart-Essence Bindu" troquei por
transmissões e minha capacidade para alcançar o Fruto do Caminho. Bindu do Coração-Essência". Observar que na Oração
do Despertar, 1ª linha, já havia sido colocado o termo
"Coração-Essência" como tradução de "Essence-
Abençoem-me para libertar todas as limitações aparentes. Heart"

Abençoem-me para soltar minha conduta não-virtuosa.

Abençoem-me para reconhecer e seguir o meu nāḍī.

Abençoem-me para dissolver minha mente divagante em sua Natureza.

Abençoem-me para descobrir, reconhecer e expressar o êxtase e a Liberdade


inerentes e não-criadas da minha Verdadeira Natureza.

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Abençoem minha vida para que possa ser uma visão bela e misericordiosa da
Energia da Essência oferecendo refúgio àqueles que ainda sofrem no jogo dos
opostos.

* Ou Śri Macchanda Nātha – símbolo da essência do guru Tattva, se você


ainda não tiver um Guru-Raiz.

** Para aqueles que têm o mantra Guru-Raiz, é possível acumular repetições


aqui, se desejar.

*** Faça a Oração do Ojas da Vida Longa nesta altura, nas sessões de prática
longas.

Seção Vlll – Invocando a Proteção e o Maṇḍala de Refúgio

Oração para Invocar a Proteção e o Maṇḍala de Refúgio

Oh, Grandes Mestres Realizados, deuses e deusas iluminados, emanações


puras de Śiva, cujo único propósito para os seres é ajudar a guiar os seres
viventes à realização, invoco sua presença por meio da recitação de seus
mantras e da visualização.

Concedam-me suas bênçãos - protejam-me dos obstáculos internos e externos.

Mantenham-me seguro em seu maṇḍala de circunstâncias cármicas positivas


cada vez maiores.

Eu me refugio no maṇḍala dos Mestres Imortais e em seu séquito divino.

Abençoem-me com a segunda atenção contínua, conectando-me aos poderes


divinos de proteção e abrigo gerados no maṇḍala.

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Que o poder de suas bênçãos protetoras se expanda para abranger todos os
seres viventes.

Eu me abrigo no maṇḍala dos Seres de Dharma.

Que todos os seres encontrem refúgio espiritual.

A – Invocando o Senhor Gaṇeśa

Reconecte-se com a visualização interna do Corpo de Luz-Sabedoria mais uma


vez.

Visualize o Senhor Gaṇeśa, grande amigo e guardião dos Yogins, com seu
corpo de luz vermelha no bindu de luz vermelha em sua base.

Ele tem uma expressão furiosa que atravessa todas as forças e aparências
ilusórias.

Ele estremece com poder.

Sua grande barriga de Unidade contém a diversidade da dualidade e seu cinto


de serpente simboliza seu relacionamento com sua Kuṇḍalinī. Faça uma
inspiração longa e lenta pelo nariz e percorra os canais laterais até o bindu
vermelho em sua base.

Interrompa a respiração e sinta o poder cheio de energia do Senhor Gaṇeśa


aumentado; em seguida expire-O subindo pelo canal central até o espaço do
coração onde Ele se expande aos limites de sua mente, até que você, todos os
seres e o espaço que Ele engloba estejam então flutuando em Seu espaço
protegido e compassivo do coração.

Aprimore a experiência da presença e da proteção benéfica do Senhor Gaṇeśa


através da visualização e da recitação de Seus mantras em Seu idioma de
origem ou em sânscrito

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(para a prática curta, recite o mantra bīja de saudação ao Senhor Gaṇeśa:
oṁ gaṁ gaṇapataye namaḥ ||
por 5 vezes no lugar do verso contemplativo mais longo).

Oração a Gaṇeśa

oṁ gaṇānāṃ tvā gaṇapatigṃ havāmahe


kaviṃ kavinām upamaśravastamam
jyeṣṭharājaṃ brahmaṇāṃ brahmaṇas pata ā
naḥ sṛṇvannūtibhiḥ sīda sādanam
vakratuṇḍa mahākāya sūrya koṭi samaprabha
nirvighnaṃ kuru me deva sarvakāryeṣu sarvadā
siddhi buddhi śakti sahita srīmanmahāgaṇādipataye
namo namaḥ nirvighnaṃ kuru ||

Tradução:

Om – Invocamos a vós Senhor Gaṇeśa, o senhor de todos os anfitriões, vós


que sois o mais renomado, pleno de inspiração, o melhor dos poetas, o Rei dos
anciões, um entre os deuses superiores.

Oh, pai divino de todos os mantras, líder de todos os deuses, escute esta
humilde prece, venha com todos os seus poderes protetores divinos e sente-se
entre nós para nos proteger e para validar nossos esforços para aprendermos e
termos mais sabedoria.

Com a tromba curvada, o grande corpo e o esplendor igual ao de milhares de


sóis, oh deus, torne-me livre de todos os obstáculos, em todos os meus
deveres, onde quer que eu vá.

Perfeito e realizado, Sábio e onisciente, com o poder e capacidade de fazer


tudo, senhor dos prediletos seguidores do Senhor Śiva, a vós, oh Senhor,
minhas saudações.

Liberte-me de todos os obstáculos!

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B – Invocando a Deusa Sarasvatī

Mantendo a visualização de Gaṇeśa como uma segunda atenção, faça uma


respiração longa e lenta pelas narinas e deixe que o ar desça percorrendo os
canais laterais até sua base.

Suavemente aperte a trava da base enquanto expira e visualize um caule de


lótus de luz verde suave subindo através do canal central e saindo pela
abertura da coroa no topo da cabeça, subindo um metro acima dela, de onde
brota em um lótus de mil pétalas de luz branca cristalina. Imediatamente, do
centro desse lótus, surge outra haste de luz de lótus sutil que sobe cada vez
mais rápido e mais longe.

Ela sobe percorrendo outros 15 metros ou mais, onde brota como um lótus
de luz branca de pétalas de cristal, centenas de vezes maior do que aquele
abaixo dele.

Imediatamente outro caule surge do centro do segundo lótus de luz e sobe


tanto quanto sua imaginação permitir, fazendo surgir e ressurgir caules mais
rápidas e mais sutis, indo além de qualquer limite conceitual.

No ponto mais alto, o caule mais sutil se abre em um lótus de pétalas de luz
cristalina, milhares de vezes maior do que aquele imediatamente abaixo.

Cada pétala desse imenso lótus de luz faz surgir mil outras pétalas e este
processo continua ad infinitum até que todo o Universo esteja pleno com luz
branca cristalina. No topo deste último lótus surge o som puro de Sabedoria -
o mantra bīja aiṁ, que instantaneamente ressoa produzindo a forma corporal
de luz da Deusa Sarasvatī. Ela tem a cor e o brilho da luz da lua. Seu rosto é
belo e Seu sorriso cheio de compaixão.

Nas mãos Ela segura o mālā de cristal, o texto sagrado e o vīṇā


representando Sua unidade com a Energia de Sabedoria do Śaiva Dharma.

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Ela é uma forma de Parādevī e concede liberação através da Sabedoria.
Visualize-A agora enquanto canta seus mantras em Seu idioma natal ou em
sânscrito.

Aprimore a sua experiência com Ela e evoque um sentimento mais profundo


de sua própria Sabedoria inata.

(Para a prática curta, entoe Seu mantra bīja de saudação,


om aiṁ sarasvatyai namaḥ || 5 vezes no lugar do verso contemplativo
mais longo).

Oração de Sarasvatī

yā kundendu tuṣāra hāra dhavalā yā śubhravastrāvṛtā


yā viṇā varadaṇḍa manḍita karā ya śvetapadmāsanā
yā brahmācyutaśankara prabhṛtibhir devaiḥ sadā vanditā
sā mām pātu sarasvatī bhagavatī niḥśeṣajāḍyāpahā ||

Tradução

Ela que é branca em sua compleição como uma guirlanda de gotas de orvalho
refletindo a lua, Ela que veste roupas brancas radiantes, Ela que segura o viṇā
com o mais belo dos braços e mãos decoradas, concedendo bênçãos, Ela que
está sentada sobre o lótus branco, Ela que é sempre adorada por Brahmā,
Viṣṇu, Śiva; que Ela, a divina deusa do mantra e da fala, da aprendizagem e
das artes, proteja-nos completamente de nossa própria ignorância.

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C – Invocando a Linhagem do Guru

À medida em que construir o maṇḍala, continue mantendo uma segunda


atenção ao Senhor Gaṇeśa e à Sarasvatī Devī, enquanto agora invoca a
linhagem da tradição do guru.

Invoque novamente o Corpo de Luz de seu Guru-Raiz (ou Macchanda Nātha,


se você não tiver um Guru-Raiz) acima de sua cabeça, da mesma forma que
realizou anteriormente a Oração de Guru Yoga.

Imagine que acima do guru sentado em postura de lótus está seu Param-Guru
em Corpo de Luz, e acima dele está o Guru dele e assim por diante, sem que
tenha fim, até que exista uma linha infinita de Mestres acima de sua coroa
alcançando o espaço além da sua imaginação.

Sinta-se conectado através do seu canal central à continuidade da experiência


deles de iluminação e sinta o suporte incondicional deles. Dispostos no
espaço imediatamente em torno da linha de Mestres estão todas as Yoginīs e
os Siddhas da tradição, também em suas formas de Corpo de Luz. Em
seguida, em torno deles estão dispostas todas as Deidades Iluminadas da
tradição, depois as Deidades que protegem os ensinamentos, e, finalmente,
as Deidades que protegem as direções e regiões do espaço.

Aprimore sua experiência da presença dos Mestres da linhagem em seu


maṇḍala visual e em sua vida, visualizando e entoando o Guru Stotram em
Seu idioma natal ou em sânscrito.

(Para a prática curta, ou entoe o Guru Stotram curto - 13ª linha do Guru
Stotram longo:

gurur brahmā gurur viṣṇur gurur devo maheśvaraḥ


guruḥ sākṣāt parabrahmā tasmai śrī gurave namaḥ || uma vez

ou o mantra bīja de saudação oṁ aiṁ gurubhyo namaḥ || 5 vezes).

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31
Guru Stotra

akhaṇḍa maṇḍālākaram vyāptam yena carācaram

tat padam darśitam yena tasmai śrī gurave namaḥ (1)

ajñāna timirāndhasya jñanañjana śalākayā

cakṣur unmilitaṃ yena tasmai śrī gurave namaḥ (2)

sthāvaram jangamam vyāptam yat kiñcit sacarācaram

tat padam darśitaṃ yena tasmai śrī gurave namaḥ (3)

cinmayaṃ byaptaṃ sarvam trailokyaṃ sacaracharan

tat padam darśitaṃ yena tasmai śrī gurave namaḥ (4)

sarva śruti śiroratna virājita padāmbuja

vedāntāmbuja sūryo yo tasmai śrī gurave namaḥ (5)

caitanyah śaṣvata śānto vyomātīto niranjanaḥ

vindu nāda kalātīto tasmai śrī gurave namaḥ (6)

jñāna śakti samārūḍha tattva mālā vibhūṣita

bhukti mukti pradātā ca tasmai śrī gurave namaḥ (7)

aneka janma samprāpta karma bandha vidāhine

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32
ātma jñana pradānena tasmai śrī gurave namaḥ (8)

śoṣanaṃ bhava sindhośca jñāpanam sāra sampadaḥ

guroḥ pādo’dakam samyak tasmai śrī gurave namaḥ (9)

na guror adhikaṃ tattvaṃ na guror adhitaṃ tapaḥ

tattva jñānāt paraṃ nāsti tasmai śrī gurave namaḥ (10)

mannāthaḥ śri jagannātha mad guru jagad guruḥ

madātma sarva bhūtātma tasmai śrī gurave namaḥ (11)

gururādir anādis ca guruḥ parama daivatam

guroḥ parataram nāsti tasmai śrī gurave namaḥ (12)

gurur brahmā gurur viṣṇu gurur devo maheśvaraḥ

guruḥ sākśāt parabrahmā tasmai śrī gurave namaḥ (13)

dhyāna mulaṃ gururmurti pujāmulaṃ gurorpadam

mantra mulaṃ gurorvakyam mokśamulaṃ gurokṛpa (14)

Tradução:

Saudações ao glorioso guru que me mostrou o ser Supremo, que na forma de


glória contínua impregna o Universo dos seres com movimento e sem
movimento. (1)

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33
Saudações ao glorioso guru que, quando minha visão estava cega pela
escuridão da ignorância, recuperou-a para a luz do conhecimento e da
verdade. (2)

Saudações ao glorioso guru, que me revelou ao Mais Elevado Estado que


impregna tudo o que é fixo ou móvel, tudo o que existe, seja animado ou
inanimado. (3)

Saudações ao glorioso guru que que me mostrou aquela Consciência


Suprema que impregna todos os três mundos e tudo o que se move e
permanece nela. (4)

Saudações ao glorioso guru cujos pés de lótus estão adornados com as jóias
de crista de todas as Revelações e que é o sol que faz florescer do botão da
flor do Conhecimento-além-da-Essência. (5)

Saudações ao glorioso guru que é a própria Consciência, o Eterno e o Sereno,


intocado pela poluição e acima dos aspectos sutis de emanação, vibração e
tempo. (6)

Saudações ao glorioso guru que está estabelecido no Conhecimento e no


Poder, que está adornado com a guirlanda de Sabedoria e que garante a
prosperidade mundana e liberação. (7)

Saudações ao glorioso guru que, ao conceder o conhecimento sagrado,


queima os vínculos do Karma acumulado de muitos nascimentos. (8)

Saudações ao glorioso guru. A água santificada por seus pés seca o oceano do
saṃsāra e faz com que se alcance a Fortuna Suprema. (9)

Não há verdade maior do que o guru e nenhuma purificação superior do que o


serviço a ele e não há nada superior ao conhecimento da Verdade. Saudações
ao glorioso guru. (10)

Meu guru é o soberano do mundo, meu guru é o professor do mundo, e meu


Ser Superior é o mesmo Ser Superior que está presente em todos os seres.
Saudações ao glorioso guru. (11)

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34
O guru é o início do mundo, mesmo assim, Ela Própria - a deidade - é sem
início, o guru é a deidade mais elevada; não há ninguém superior ao guru.
Saudações ao glorioso guru. (12)

O Guru é a essência de Brahmā, o guru é a essência de Viṣṇu, o guru á a


essência do grande soberano Śiva; o guru em minha presença, em sua forma
corporal verdadeira, é a Essência além da forma. Saudações ao glorioso guru.
(13)

A base da meditação é a forma do guru, a base do ritual são os pés do guru, a


base do mantra é a palavra do guru, a base da liberação é a graça do guru.
(14)

D – Oração Mestre-Estudante

Sinta-se pleno com determinação e confiança para seguir o Caminho até a


realização. Desperte respeito e gratidão pelo Guru. Desperte um sentimento de
dedicação poderosa ao seu estudo e prática espiritual, e reconheça que,
embora às vezes possa ser difícil, o esforço é de muito valor. E agora, dedique
seu estudo da tradição com os mestres da linhagem em benefício de todos os
seres.

Aprimore essa experiência enquanto recita a Oração Mestre-Estudante em seu


idioma natal ou em sânscrito.

Oração Mestre-Estudante

om saha nāvavatu saha nau bhunaktu saha vīryam karavāvahai

tejasvi nāvadhītam astu mā vidviṣāvahai om śāntiḥ, śāntiḥ, śāntiḥ Commented [mrs5]: não precisa colocad o daNda?
checar a quebre de linhas (os pAdAs.)

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35
Tradução

Que Śiva nos proteja a ambos, mestre e estudante. Que ambos possamos
desfrutar juntos dessa aprendizagem, e que o mestre possa ter paciência com
minhas limitações. Que juntos possamos ter grande coragem e força.
Que nosso estudo juntos seja brilhante e lance luz sobre os outros. Que nós
nunca sejamos hostis um com o outro. Paz, paz, paz.

Seção lX – Desenvolvimento do Coração de um Herói e de uma


Heroína do Dharma

Oração do Herói / da Heroína do Dharma

Invoque novamente agora o maṇḍala da proteção. Veja seu Guru-Raiz na


forma do Corpo de Luz de Śri Macchanda Nātha, agora flutuando nos espaço
imaculado em frente a você, em uma nuvem de pura Luz de Dharma, na cor de
um raio. Acima Dele, expandido-se ao infinito estão os Corpos de Luz de todos
os gurus da linhagem. Eles desaparecem de sua vista nos céus, formando uma
corrente contínua de Luz-Sabedoria. Sinta seu coração uno com os Mestres da
linhagem, o Corpo de Luz-Sabedoria azul escuro de Anuttara Śiva, sem gênero, Commented [6]: Malu Agama:
no inglês: gender
permanece no ponto mais alto do espaço, no estado de perfeita abertura e
equanimidade, acima de todo o maṇḍala de proteção. Abaixo de Anuttara Śiva,
todas as deidades de Emanação pura do 34 º, 35 º e 32 º tattvas circundam a
corrente de Mestres. Os Mahāsiddhas Imortais em pares de consortes
circundam as Emanações Puras e permanecem em esplendor extático.
Circundando-os estão as Yoginīs, os Yogis e os Siddhas Realizados, que, por
sua vez, estão ladeados pelos Heróis do Dharma, os Seres Iluminados de
Intenção Compassiva e Poder. Mais além, estão as Deidades Iluminadas em
seus amplos Corpos de Luz, os Protetores dos Mestres, os Protetores das

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Direções e Regiões do Espaço, os Gāndharvas e Apsarās e assim por diante.
Acima de você, um enorme maṇḍala de energias divinas, no qual cada espaço
é preenchido com Seres do Dharma e com a Luz-Sabedoria destes. Você é
totalmente envolto pelo maṇḍala de Seres Iluminados. Atrás de você à sua
direita, estão todos os seus ancestrais de sexo masculino e à esquerda todos
os seus ancestrais do sexo feminino de todos os tempos. Com você, no plano
horizontal, estão todos os seres viventes voltados para o centro do Maṇḍala de
Iluminação e Refúgio. Cultive um motivo poderoso para praticar o Dharma e
obter a Iluminação unicamente como a expressão de sua Inseparabilidade
Essencial em relação a todos os seres. Gere a intenção de realizar sua
iluminação inerente e através dessa realização levar também todos os seres
viventes à iluminação, encerrando assim o sofrimento espiritual deles e
liberando-os à equanimidade e à tranqüilidade da Verdadeira Natureza.

[Reflita por um momento e depois ore…]

Embora existam incontáveis seres no Universo que estão sofrendo de várias


formas na miríade de reinos de existência, eu declaro que os levarei a todos à
liberação final e completa. Dedico minha vida e todas as atividades do corpo,
fala e mente ao bem-estar dos outros. Que eu possa reproduzir a atividade
iluminada dos grandes e vitoriosos Heróis e Heroínas do Dharma. Abençoem-
-me para não temer os inimigos internos e externos que buscam obstruir
minhas ações Compassivas e cheias de Sabedoria.

Ao invés disso, que eu possa me erguer, pleno de Poder do meu Auto-


-reconhecimento e inseparabilidade dos outros e que eu possa superar todos
os obstáculos com tranqüilidade e sem esforço. Que eu possa me juntar à
comunidade dos Grandes e Poderosos Heróis e Heroínas do Dharma.

Que eu possa realizar meu Ser Superior como agente liberador da Essência
nos três reinos por todo o sempre!

Que eu possa ser vitorioso!

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Prostrações

Agora, envolto na visão e sentimento do maṇḍala de iluminação, mantendo em


seu coração o mais profundo desejo de auto-liberação e sua forte intenção de
levar todos os seres à liberação, faça prostrações usando o mantra
Mahāmṛtyuṃjaya, que concede a liberação.

Veja um poderoso raio de luz surgir do Coração de seu Guru-Raiz na forma de


Macchanda Nātha penetrar no seu Coração, preenchendo-o com o Parā-Śakti.

Instantaneamente você está liberado e transforma-se no Corpo de Luz de um


Herói ou Heroína do Dharma. Você está preenchido com poder e motivação
ilimitados para levar todos os seres viventes à liberação.

Visualize todos os seres viventes o circundando no plano horizontal infinito.


Imagine-os sendo completamente liberados, imagine seus ancestrais todos
liberados, o corpo de cada um sendo transformado em um corpo de Luz-
-Sabedoria. Visualize todos se prostrando e recitando o mantra juntamente com
você.

Agora realize quantas as prostrações desejar, buscando manter o sentimento do


maṇḍala visual e o frescor de suas energias. Continue a gerar o seu Corpo de
Luz-Sabedoria e, mais importante ainda, gere um profundo sentimento de
devoção ao Guru-Raiz e a todos os seres em sofrimento. Sinta que sua pura
devoção ao Guru-Raiz, imaculado dos apegos e projeções traz um fluxo ainda
maior de Parā-Śakti vindo do Corpo de Luz de Macchanda Nātha a você e a
todos os seres.

Você alcança a indestrutível experiência da continuidade de sua Essência e o


motivo puro para liberar todos os seres. Sinta ter-se tornado um Herói ou
Heroína do Dharma.

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Mantras bīja de prefixo do Mahāmṛtyuṃjaya a serem colocados na coroa,
garganta e no coração:

Hraum̐

Jum̐

Saḥ

Mahāmṛtyuṃjaya Tradução

om trayambakaṃ yajāmahe Meditamos em Śiva, aquele dos três

sugandhiṃ puṣtivardhanam | olhos, de fragrância doce, que expande


nosso crescimento espiritual por meio do

urvārukam iva bandhanāt não-apego,

mṛtyor mukṣya māmṛtat || Como o pepino totalmente maduro, que é


facilmente retirado da parreira. que eu
possa ser livre dos grilhões da morte, e
liberado para a imortalidade.

[Em seguida, após terminar de realizar o número desejado de prostrações,


permaneça no maṇḍala de refúgio visual dos seres iluminados, o qual é límpido,
luminoso, estável, radiante e bem-aventurado. Imagine todos os seres do
Universo sendo liberados e permanecendo em tranqüilidade natural].

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Seção X – Oração para a Terra

Oração para a Terra

Eu e todos os seres senscientes dependemos de vós, Mãe Terra e Pai Céu.


Assim como o mundo da forma depende da Essência sem forma, eu também
dependo de vós. Praticar o Dharma é compreender a mim mesmo.
Compreender a mim mesmo é compreender o meu relacionamento com tudo,
incluindo a Terra. Sendo assim, praticar o Dharma é manter uma relação
apropriada com a Terra. Devo adotar os princípios de sustentabilidade em
minha vida e devo fazer deles parte integral de minha prática. Devo cuidar da
Terra e do Céu em todas as minhas atividades do corpo, da fala e da mente.

Como praticante do Dharma, devo demonstrar a Sanidade Básica de cuidar do


próprio ambiente que me dá vida, que torna possível a prática do Dharma. Oro
para que através da minha conduta demostrando sustentabilidade ambiental eu
possa despertar o maior número possível de seres para reconhecerem o dever
de cuidar da Terra e do Céu como responsabilidade do ser humano.

Oro para que eu use de discernimento e disciplina para resistir à tentação de


adquirir coisas unicamente pelo prazer de adquiri-las. Que eu não caia no
transe social do consumismo. Oro para que eu tenha a sabedoria de saber o
que realmente preciso. Que eu possa desejar o que eu tenho e não querer o
que não tenho.

Antes de decidir ou agir, que eu possa trazer à mente todos os efeitos


possíveis que minhas ações do corpo, da fala e da mente possam ter sobre os
outros e sobre a Terra e o Céu pelas próximas sete gerações.

Que eu possa me lembrar de deixar este mundo em melhor condição do que o


encontrei, para o bem de todos os que vierem depois de mim. Mudar o mundo
é difícil, mudar a mim mesmo é muito mais fácil.

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Oro para obter a força e o apoio invisível para mudar meus hábitos e colocar
em prática uma mudança positiva em meu próprio ambiente para o beneficio de
todos os seres.

Como os rios e oceanos são meu sangue, as pedras e montanhas meus ossos,
a terra minha carne, as nuvens e o céu meu cérebro e consciência, os ventos,
a energia da minha respiração e da minha vida, e como não há qualquer
separação em nada – meu corpo é realmente o Universo.

Que eu proteja a Terra e o Céu para o benefício de todos os seres senscientes


agora e no futuro, e que isso preserve o Dharma para o benefício de todos.

Seção Xl – Dedicação de Mérito

Oração de Dedicação de Mérito

Eu ofereço todos os benefícios positivos de minha prática a Vós, meu


venerável e bondoso Guru-Raiz. Eu ofereço o Universo do Sol, da Lua e das
Estrelas e, toda a abundância imaginável, toda a minha fortuna e dons
pessoais, minha mente e meu corpo. Ofereço minhas atividades meritórias do
corpo, da fala e da mente, que apresento a todo o conjunto iluminado.

Peço que aceitem essas oferendas genuínas do meu coração e que todos os
seres vivos e eu tenhamos suas bênçãos sem limites.

[Permaneça neste estado de gratidão por um momento e ofereça mentalmente


todos os objetos preciosos e as ações meritórias que você possa imaginar a
você mesmo e a todos os seres viventes. Veja os mestres iluminados aceitando
as oferendas e felizes com elas. Receba as bênçãos dos mestres]

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Seção Xll – Paz Universal e Benção de Felicidade para Todos
os Seres

Śāntipāta Mantras

om asato mā sad gamaya Conduza-me do irreal ao real,


tamaso mā joytir gamaya Da escuridão conduza-me à luz.
mṛtyor mā amṛtam gamaya | Conduza-me da morte à imortalidade,

sarveṣaṃ svastir bhavatu Que todos os seres vivam em boas

sarveṣaṃ śāntir bhavatu circunstâncias,

sarveṣaṃ pūrṇaṃ bhavatu Que todos os seres vivam em paz,


Que todos os seres alcancem
sarveṣaṃ maṅgalaṃ bhavatu |
a completude do Ser,
lokāḥ samastāḥ sukhino bhavantu |
Que todos os seres alcancem
a auspiciosidade
Que haja felicidade em todos os mundos.

oṃ tryambakaṃ yajāmahe Meditamos no Senhor Śiva com três olhos


sugandhiṃ puṣtivardhanam | Que é perfumado e alimenta todos os
urvārukam iva bandhanāt seres.
mṛtyor mukṣīya māmṛtāt || Como um pepino retirado da parreira
Que Ele nos libere da morte à imortalidade

om, śāntiḥ, śāntiḥ, śāntiḥ || Om, paz, paz, paz!

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Nota da Edição Brasileira

As palavras em sânscrito desta apostila estão grafadas seguindo o Sistema de


Transliteração IAST (International Alphabet of Sanskrit Transliteration). Este é o
sistema de romanizaçao mais difundido do alfabeto devanāgarī sânscrito.
O objetivo é propiciar ao praticante condições de pronunciá-las corretamente.
Basta seguir o Guia de pronúncia abaixo.

Guia rápido e fácil para pronúncia das palavras sânscritas transliteradas

● Um traço em cima de uma vogal (ā, ī, ū) indica que ela dura o dobro do tempo de

uma sem esse sinal.

● Os sons e e o também são sempre longos, e por isso não se escrevem com o

traço em cima.

● Além disso, e e o são sempre fechados, como em dedo e olho, nunca como em

pé e só.

● O r pode ser uma vogal, escrita ṛ, e pronunciada como o r italiano (prrrego), e

não como o caipira (sorrrte).

● Leia o ṃ (anusvāra) como se a palavra terminasse em -m em português

Ex.: atum

● Leia o m̐ (anunāsika) como se fosse um til: om̐ = õ.

● Leia o ḥ (visarga) como os cariocas lêem um -r final: falar = falah.

● g tem sempre o som em ‘gato’, nunca em ‘gelo’.

● Leia ṅ ṇ como se fossem um n normal.

● c tem sempre som do tch- em tchau. cakra = tchakra.

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● ñ tem o som de nh, como em unha.

● j tem sempre som de dj. Não existe o som do j em já em sânscrito. bīja = biidja,

puja = púdja

● ṭ , ḍ e ṣ são ditos como em português, porém com a ponta da língua levemente

curvada para trás no pálato.

● t e d são ditos como em português, mas nunca ficam com som de tch ou dj.

● y soa como inglês, ou como o -i- em raio.

● r sempre soa como em cara, nunca como o r-caipira, nem o r-carioca.

● l sempre soa como em lado; ele nunca soa como o u em alma.

● ś soa como nosso ch em chá, que é também o sh em inglês. śiva = chiva, shiva;

śākta-śaiva = shaakta-shaiva

● s soa como o nosso em sol, mas nunca tem som de z, como em asa.

● h sozinho soa como o nosso r- em ré, ele nunca é mudo.

● h antes de outra consoante (kh gh ch jh ṭh ḍh th dh ph bh) indica que se deve

dizer a consoante com mais ar, como se fosse seguida mesmo do h anterior:

phala = p-hala, dharma = d-harma.

● O jñ costuma ser dito como se fosse gña [gnha]: jñāna diz-se [gnháana].

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