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DURKHEIM, Émile – A igreja primitiva e o ensino.

A evolução pedagógica,
22 – 43 P.

Apresenta o texto o estudo histórico do ensino que é de muita utilidade


no que diz respeito a entendermos situações do presente e prevenirmos erros
possíveis no futuro. Diz que ao contrário do desenvolvimento humano, o
desenvolvimento pedagógico nos mostra, ao longo da historia diferentes
concepções. Define, para se construir uma nova concepção, quer seja
pedagógica, moral, religiosa ou política pouco se conserva das antigas idéias,
simplesmente substitui-se uma idéia nova por outra, antes pré-estabelecida.
Observa que o presente sai do passado, deriva e continua dele, não existe um
vazio entre duas concepções sobre um mesmo tema, mas um estreito laço de
parentesco, pois, o primeiro nasceu a partir do segundo. Analisa o texto que a
historia da pedagogia e a teologia coletiva mantém estreitas relações, para
entendermos a maneira pela qual se desenvolveu um sistema de ensino e o
que se tornou, precisamos retomá-lo em suas origens mais longínquas, toda a
matéria prima de nossa civilização intelectual veio de Roma. Evidencia que a
igreja serviu de mediadora entre os povos de culturas heterogêneas, sendo o
canal pelo qual a vida intelectual de Roma conheceu uma progressiva
transfusão nas novas sociedades que estavam em via de formação, foi pelo
ensino que essa transfusão ocorreu, pode parecer surpreendente que a igreja
tenha podido arraigar-se e prosperar em meios sociais tão radicalmente
diferentes. Admite o texto que toda a civilização da Idade Média continha no
princípio, uma contradição interna e constituía uma oposição viva. Observa que
o conteúdo e o invólucro dessa civilização contradiziam-se e negavam-se
mutuamente, sendo que o conteúdo era a vida real, suas paixões violentas,
indomáveis, sua necessidade de viver e gozar a vida, e o invólucro era a moral
cristã com sua concepção de sacrifício e de renúncia. Define ainda o
cristianismo representante de um sistema de idéias, um corpo de doutrinas,
onde ser cristão era aderir a certos artigos da fé, partilhar crenças, admitir
idéias. Diz ainda que não podemos comunicar idéias e sentimentos senão
através do ensino, quer esse ensino seja dirigido ao coração ou à razão, ou a
ambos ao mesmo tempo. Surge então as escolas abertas pela igreja que
ficavam juntos as catedrais, onde os alunos eram, principalmente jovens que
se preparavam para o sacerdócio e alguns leigos que não haviam ainda
abraçado o santo ofício, esses alunos viviam juntos, em um estabelecimento
chamado “CONVICTS”, uma espécie de internato onde o contato entre
professor e aluno dava-se em todos os instantes. Averigua que o ensino
permanece, sendo por muito tempo, uma coisa da igreja e como um anexo da
religião, mesmo os professores que deixavam de ser padres conservavam
deveres sacerdotais, principalmente o celibato. Analisa ainda que as escolas
houvessem começado sendo essencialmente religiosa, por outro lado e para
atender outros interesses acabou assumindo um papel cada vez mais leigo.
Verifica que diferente do que acontecia na Antiguidade, na escola cristã o aluno
recebia todos os ensinamentos reunidos, dados em um mesmo local e portanto
submetidos a uma mesma influência e direção moral, essa concentração de
ensinamento constitui uma inovação fundamental, que testemunha toda a
mudança na concepção que se fazia da natureza e do papel da cultura
intelectual. Define na Antiguidade que o aluno recebia sua instrução de
professores diferentes e sem nenhuma ligação, cada professor ensinava em
sua casa, a sua maneira. Surge então a escola cristã totalizando a instrução
do aluno, nessa escola ele passa toda sua existência, come, dorme e pratica
seus deveres religiosos, influenciado pela idéia cristã. Analisa que na
Antiguidade o objetivo da educação era comunicar um certo número de
determinadas habilidades ao aluno e revesti-lo de uma armação externa, não
atuando sobre a sua personalidade. Examina que na escola cristã ocorria o
contrário, para o cristianismo formar um homem não era adornar sua mente
com idéias, mas sim criar nele uma disposição geral da mente e da vontade
que lhe faça ver as coisas sob uma luz dada. Surge então a idéia de
conversão, ignorada pela Antiguidade, que ser cristão é ter atitudes na alma, a
verdadeira conversão é um profundo movimento que a alma inteira faz, ao virar
para uma nova direção. Diz que para este resultado eficaz era necessário fazer
com que os alunos vivessem em um mesmo meio moral, envolvidos pela fé
cristã em todas as partes, praticamente uma imersão. Nota ainda que até hoje
a educação não é entendida de outra maneira: dar ao aluno conhecimentos,
construir nele um estado interior e profundo, uma orientação definida, para
torná-lo um homem, os meios utilizados para tal fim podem ter mudado,
entretanto o esquema abstrato do processo ainda é o mesmo. Observa que
para nós a escola deve ser um meio moralmente unido, que envolva aluno, que
aja na sua totalidade, para inseri-lo na sociedade, rejeitamos seu modelo
construído na Antiguidade, assim conhecemos a escola e somos levados a
acreditar que esta é a noção que sempre existiu. Diz o texto que a escola
nasceu sob uma orientação geral da mente e da vontade, com o objetivo de dar
ao aluno o impulso necessário na direção que convinha, para surtir o efeito
profundo e durável que era esperado. Analisa que foi na Idade Média, hiato que
deveria ser de transição entre a Antiguidade e a Modernidade, que deu-se o
surgimento da Escola, uma conceitualização completamente nova na época, a
mesma aparece no sentido próprio do termo, um meio moral, onde se ensina,
envolvendo professor e aluno. Nota que depois de instituída, a escola cristã
sofreu modificações e espalhou-se pela Europa de várias maneiras,
enfraquecendo-se um pouco. Percebe então, para que um novo passo
importante fosse dado no caminho do progresso escolar e pedagógico era
preciso que novas ordenações sociais tornassem a educação mais necessárias
e fizessem sentir com mais força essa necessidade. Conclui que esta foi a obra
pedagógica de Carlos Magno, de onde resultaram o ensino superior e
secundário com todos os traços essenciais conservados até hoje.

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